HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS E PRECAUÇÕES -...
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Por que higienizar as mãos? Maio 1847 x Abril 2013
• Figure 1. Ignaz Philipp Semmelweis, 1815–1865. Engravings made before (left) and after (right) Semmelweis insisted that students and doctors clean their
hands with a chlorine solution between each patient.
REQUISITOS PARA TRANSMISSÃO DE PATÓGENOS PELAS MÃOS
- Microbiota presente na pele do paciente ou
em objetos próximos a ele; - Capacidade de sobrevivência do
microrganismo por alguns minutos nas mãos; - Higiene ou antissepsia inadequada ou
omitida; - Solução inapropriada para higiene das mãos.
Por que as pessoas não lavam as mãos?*
Alguns motivos apresentados para não lavarem a mão na frequência desejada: muito ocupados as mãos se ressecam as mãos não parecem sujas as pias não estão proxímas falta papel toalha a prioridade é cuidar do paciente leva muito tempo
PITTET, 2000*
As bactérias continuam invisíveis em nossas mãos...
Podemos adquirir de 100-1000 UFC apenas:
•mudando o paciente de decúbito
•medindo a pressão ou pulso
•tocando a mão do paciente
•tocando as roupas de cama ou vestes
•tocando os equipamentos próximos.
CASEWELL, 1977
Eficácia dos produtos de higiene de mãos Redução bacteriana após 30 segundos
-4
-3,5
-3
-2,5
-2
-1,5
-1
-0,5
0
Red
ução
méd
ia (
Lo
g U
FC
)
Ayliffe GAJ et al. J Hosp Infection 1988;11:226
Sabão Iodóforo CHX 4% Álcool 70%
Evitar a disseminação!!!
Agente Gram+
Gram-
Micob. Fungo Vírus Ação
Álcool +++ +++ +++ +++ +++ Rápida
CHX +++ ++ + +++ +++ Interm
Iodof. +++ +++ + ++ ++ Interm
Triclosan +++ ++ + - +++ Interm
Pittet & Boyce, Lancet Infect Dis, 2001;April:9-20.
Sabão neutro
• O sabão neutro não contém agentes antimicrobianos ou os contêm em baixas concentrações, funcionando
apenas como conservantes. • Favorecem a remoção de sujeira, substâncias
orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica.
• Em geral, a higienização com sabonete líquido remove a microbiota transitória, tornando as mãos limpas. Esse nível de descontaminação é suficiente para os contatos sociais em geral e NÃO para pacientes de risco.
Álcool em base emoliente
• Uma revisão sistemática de TODAS as publicações entre 1992 e 2002 mostrou que soluções à base de álcool removem microrganismos mais eficazmente do que os demais agentes, requerem menos tempo para o uso e causam menos irritação cutânea do que a lavagem com água e sabão neutro ou sabão antisséptico.
Organização Mundial de Saúde, 2009.
Mãos do Dr. B após uma
semana usando apenas lavagem
de mãos (água+sabão)
Mãos do Dr. B após uma
semana usando apenas
preparado alcoólico
Álcool em base emoliente
• Mecanismo de ação: desnaturação de proteínas.
• Concentração: 60 a 95%
• Espectro de ação: atividade considerada excelente contra bactérias Gram+, Gram- inclusive multirresistentes, M. tuberculosis, vírus e fungos.
Álcool em base emoliente
O uso de álcool em volumes baixos como 0,2 a 0,5ml aplicados às mãos não é mais eficaz do que a lavagem com água e sabão. Usar pelo menos 3 a 5ml. ESPERAR
SECAR (15 a 20 segundos).
Álcool em base emoliente
Álcool gel x álcool líquido (glicerinado) Contra-indicado: sujidade, matéria orgânica. Técnica igual à lavagem das mãos
MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS!
Adesão vs. Tipo de Preparado Alcoólico UTI Neonatal (20 leitos)
Adesão ao álcool glicerinado x álcool gel
0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%
Álcoolglicerinado
2%
Álcool gel
Álcool glicerinado 2%
Álcool gel
Rangel RM et al. IX Cong. Brasileiro Cont.Inf e Epidem Hosp 2004.
N = 204
COMO HIGIENIZAR? Friccionar a ponta dos dedos e articulações
Friccionar o polegar
Friccionar a ponta dos dedos na palma
4 5 6
Higienização de mãos e Paramentação
• Degermação das mãos com clorexidina por 2 a 3 minutos ou álcool antes da inserção e do manuseio ICHE Oct 2008, 29-supplement1,WHO, 2009
"A aplicação de clorexidina ou PVP-I resulta em reduções iniciais semelhantes de contagens bacterianas (70-80%), reduções que alcançam 99% após repetição da aplicação. Rápido "recrescimento" ocorre após aplicação de PVP-I, mas não após o uso de clorexidina.”
"Apesar de estudos in vivo e in vitro demonstrarem que o PVP-I é menos eficaz do que a clorexidina, ele continua sendo o produto mais amplamente utilizado para a antissepsia cirúrgica das mãos. O PVP-I induz mais reações alérgicas e não exibe o mesmo efeito residual que a clorexidina. Ao final do ato cirúrgico, mãos submetidas à antissepsia com produtos à base de iodo podem ter até mais microrganismos do que ao início do procedimento.“
-WHO guidelines on hand hygiene in health care. I. World Health Organization. II.World Alliance for Patient Safety. World Health Organization 2009.
Contaminação bacteriana de mãos de profissionais de saúde durante a assistência neonatal
Pessoa-Silva et al, ICHE 2004;25:192-7.
LAVAR AS MÃOS: QUANDO?
• Quando houver sujidade! • Matéria orgânica! • Após contaminação grosseira! • Após usar o banheiro …
Outras questões! • Não usar jalecos de mangas longas!!!
The Lancet Infectious Diseases 2006, Volume 6(10).
Outras questões! • Adornos
– Degermação cirúrgica: sempre retirar tudo
– Relógio: retirar
– Aliança: encontrados microrganismos em vários surtos
– NR32!!!!!!!!!!!!!
Outras questões!
• Unhas – Manter aparadas – Esmalte “descascado” é um problema! – Esmalte escuro? – Unhas postiças podem estar
relacionadas a surtos
Saúde da pele
• Uso de loções emolientes: – Se bem utilizadas, melhoram a pele!!
– Cuidado com soluções aniônicas
(clorexidina é catiônica)
– Cuidado com contaminação e uso coletivo!
Outras vantagens do álcool...
• Não há necessidade de pias com design adequado
• Tempo • Saúde da pele • Não gera resíduos • Não gasta água, salve o planeta!!!
HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL
RESERVATÓRIO PACIENTE/PS/FÔMITES MICROBIOTA PRÓPRIA
FORMAS DE TRANSMISSÃO
Contato, aerossóis, gotículas, veículo comum .
Cadeia Epidemiológica
Formas de Transmissão
Contato direto Contato indireto Gotículas
Vetores
Veículo comum
Acidentes pérfuro - cortantes
Aerossóis
(≥ 5mm)
(≤5mm)
CONTATO
• DIRETO: transferência do microrganismo do indivíduo infectado ou colonizado ao indivíduo susceptível.
• INDIRETO: transferência do microrganismo por intermédio de objeto contaminado ao indivíduo susceptível
GOTÍCULA: partículas > 5mm geradas durante a tosse, espirro,
conversação ou procedimento que envolva o trato respiratório (aspiração, broncoscopia). Se depositam em conjuntiva, mucosa nasal e oral do individuo susceptível.
AEROSSÓIS: disseminação de partículas < 5mm que permanecem
suspensas no ar. Podem ser amplamente dispersadas por longas distâncias através das correntes de ar.
VEÍCULO COMUM: transmissão através de água, alimento,
medicamentos, dispositivos e equipamentos
Formas de Transmissão
É utilizada visando reduzir a transmissão de micro-organismos a partir de fontes
desconhecidas e conhecidas de infecção, sendo assim adotada para o cuidado de todos os pacientes, independente do
status infeccioso
Precaução Padrão
Infect Control Hosp Epidemiol 1996;17:53-80
Lavagem das mãos: antes e após cuidado com todos pacientes. O uso de luvas não dispensa a lavagem da mãos
Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI): utilizados em procedimentos que possam levar ao contato com sangue; todos os fluidos corpóreos, secreções e excreções (exceto suor) independente da presença de sangue visível, pele não integra e mucosas. – Luvas não estéreis: Retirar logo ao terminar, lavar as mãos em
seguida
– Máscara e óculos de Proteção – Capote não estéreis
Vacinação para hepatite b Descarte correto dos materiais perfuro - cortantes
Precaução Padrão
Precauções baseadas no mecanismo
de transmissão - Específica São utilizadas para reduzir o risco de transmissão de micro-organismos a partir de pacientes com doenças
infecciosas suspeitas ou confirmadas, altamente transmissíveis ou epidemiologicamente importantes,
nas quais as precauções padrão utilizadas isoladamente não são suficientes para
interromper a transmissão
PRECAUÇÕES PADRÃO + PRECAUÇÃO ESPECÍFICA
– Precauções por aerossóis – Precauções por gotículas – Precauções por contato
Tipos de precauções baseadas no mecanismo de transmissão -
Específica
UTILIZADAS EM COMBINAÇÃO PARA AS DOENÇAS COM MÚLTIPLOS MEIOS DE TRANSMISSÃO
+
PRECAUÇÕES PADRÃO
Precauções contra gotículas
• Doenças -Doença meningocócica -Coqueluche -Rubéola • Distância: 1 metro!!!
• Máscara
• Transporte
Precauções contra disseminações de Gotículas:
Uso pelo profissional no quarto
Uso pelo paciente no transporte Quarto privativo ou
distância de 1 metro.
Precauções contra aerossóis
• Doenças • Ambiente (exclusivo, filtro HEPA)
• Máscara (tipo, duração)
• Transporte do paciente
Precauções contra aerossóis
• Aerossóis - Tuberculose
- Varicela
- Herpes zoster disseminado ou em
imunodeprimidos - Sarampo
Precauções contra disseminações de Aerossóis:
Quarto privativo com pressão negativa
Uso pelo paciente no transporte
N - 95 Uso pelo profissional no quarto
Precauções de contato
• Indicações: – Diarréia (sem controle esfincteriano)
– Afecções cutâneas
– Bronquiolite
– Germes multirresistentes
Precauções de contato • Precauções de contato: atenção para o
contato íntimo! • Capotes de mangas longas e luvas: como
pendurar?! • Capotes descartáveis ou capotes trocados
a cada 12 horas • Uso individualizado de artigos • Equipamentos
Alerta no Reino Unido em 2009, aumento de cepas de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos, através de uma metalobetalactamase, denominada New Delhi Metallo-1 (NDM-1). As cepas foram isoladas de pacientes recentemente hospitalizados na India e no Paquistão Soman et al, 2010
Rastreamento
• Critérios na admissão: – Pacientes provenientes de UTI; – Pacientes provenientes de outros serviços, onde
permaneceram por tempo igual ou superior a 72h (exceto UTI);
– Pacientes provenientes de outros serviços, onde foram submetidos a procedimentos invasivos;
– Pacientes provenientes de homecare ou em diálise;
– Pacientes com história de internação nos últimos 6 meses;
Rastreamento
• Critérios na admissão: • - Pacientes cujas as mães estiveram
internadas por mais de 3 dias no último trimestre de gestação – Pacientes provenientes de outros serviços, onde
permaneceram por tempo de acordo com perfil epidemiológico da Unidade (4horas);
– Pacientes provenientes de outros serviços, onde foram submetidos a procedimentos invasivos;
– Pacientes provenientes de homecare ou residência;
Rastreamento
• Semanalmente: – Internado há pelo menos 7 dias – Pacientes contactantes de outros pacientes
com multirresistentes – Uso de antimicrobianos – Uso de dispositivos invasivos
MICRORGANISMO
CRITÉRIO DE MULTIRRESISTÊNCIA
Staphylococcus aureus
R a oxacilina R ou I a vancomicina ou teicoplanina
Staphylococcus coagulase negativo
R ou I a vancomicina ou teicoplanina
Enterococcus faecium e faecalis
R ou I a vancomicina ou teicoplanina
Bactérias gram-negativas entéricas:
Teste positivo para ESBL R cefalosporinas de 3ª ou 4ª geração R aztreonam R carbapenêmicos
Pseudomonas aeruginosa
R a imipenem e/ou meropenem ou só sensível a imipenem e/ou meropenem
Burkholderia cepacia
Stenotrophomonas maltophilia
Qualquer TSA
Acinetobacter spp
R a ampicilina /sulbactam, R a imipenem e/ou meropenem ou só sensível a imipenem e/ou meropenem
Rastreamento
– ESBL: secreção retal ou fezes; – MRSA: secreção nasal, perianal, umbilical (até a
queda do coto), feridas, peri-ostomias;Seguir a seguinte ordem de coleta: Primeiro- peri umbilical, nasal ambas narinas e perianal no mesmo swab;
– Pseudomonas ou Acinetobacter: secreção retal,
aspirado traqueal, secreção de orofaringe
ERROS FREQÜENTES
• Isolamento reverso
•Falhas na indicação empírica •Pânico da meningite • Precaução básicas (banalização das precauções)