Geografia Esfcex Demo

19
Reprodução Proíbida. Lei 9610/98. ERICA APARECIDA VAZ ROCHA UIL DE LIMA VITAL SÉRIE FORÇAS ARMADAS ESFCEX GEOGRAFIA VOLUME 2 PRIMEIRA EDIÇÃO BRASÍLIA FERNANDO CUNHA CÓRES 2011

Transcript of Geografia Esfcex Demo

Page 1: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

Erica aparEcida Vaz rocha

Uil dE lima Vital

SériE ForçaS armadaS

ESFcEx

GEoGraFia

VolUmE 2

primEira Edição

BraSília

FErnando cUnha córES

2011

Page 2: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

Vital, Uil de Lima Série Forças Armadas. EsFCEx: Geografia/Uil de Lima Vital/Érica Aparecida de Vaz Rocha. - 1.ed. - Brasília, 2011. 1. Geografia. 2. Admisão à Escola de Formação Complementar do Exército.

IPM Publicações

ISBN 978-85-912086-1-6

Page 3: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

índicE

UnidadE i – ESpaço hUmano

capítUlo 01 – dEmoGraFia BraSilEira................................................................................................071) A população brasileira1.1) O povo brasileiro1.2) Os fluxos migratórios no Brasil1.2.1) Os principais movimentos Internos e a emigração1.2.2) As formas de migração no Brasil1.3) A emigração1.4) Taxas ou índices demográficos1.4.1) Taxa ou índice de natalidade1.4.2) Taxa ou índice de mortalidade1.4.3) Crescimento vegetativo e transição demográfica1.4.4) Taxa ou índice de mortalidade infantil1.5) A estrutura da população brasileira1.6) A População Economicamente Ativa (PEA) e a distribuição de renda no Brasil1.7) Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)Exercícios

capítUlo 02 – UrBanização BraSilEira.....................................................................................23 2) O que é urbanização2.1) Urbanização no Brasil2.1.1) Características da urbanização brasileira no século XX 2.2) A urbanização nas regiões brasileiras2.3) A metropolização2.3.1) A desmetropolização2.4) As regiões metropolitanas2.5) Rede e Hierarquia urbana2.6) Terciarização das cidades2.7) Os problemas urbanos brasileiroExercícios

UnidadE ii – ESpaço Econômico

capítUlo 03 – indUStrialização BraSilEira.................................................................................35 3) Industrialização3.1) Surgimento da indústria no Brasil3.1.1) Fatores favoráveis3.2) A cronologia industrial brasileira3.2.1) Do século XIX até a Revolução de 1930

Page 4: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

3.2.2) A Indústria na era Vargas3.2.3) JK e o Plano de Metas3.4) O tripé industrial brasileiro3.5) O milagre econômico brasileiro3.5.1) A década perdida3.6) A concentração e relativa desconcentração industrial brasileira3.6.1) A concentração industrial no Brasil: O Sudeste brasileiro3.6.2) Região Metropolitana de São Paulo ou Grande São Paulo3.6.3) Região Metropolitana do Rio de Janeiro ou Grande Rio3.6.4) Região Metropolitana de Belo Horizonte ou Grande Belo Horizonte3.7) A desconcentração da atividade industrial no Brasil3.8) O modelo de industrialização dependenteExercícios

cápítUlo 04 – comécio ExtErior.........................................................................................................494) Comércio internacional4.1) O MERCOSULExercícios

capítUlo 05 – o ESpaço aGrário.........................................................................................................595) Evolução da propriedade agrária no Brasil: estruturas fundiárias5.1) Plano nacional de reforma agrária de 19855.2) Agricultura brasileira5.2.1) Principais problemas relacionados aos solos:5.2.2) Principais tecnologias de uso dos solos:5.2.3) Modos de exploração da terra5.3) Relações de trabalho no campo5.4) Problemas da agricultura brasileira5.4.1) A reforma agrária na constituição5.4.2) Movimento dos sem-terra5.5) O traiçoeiro ataque da doença da miséria5.5.1) Como surgem os nanicos5.6) A subordinação do campo à cidade5.7) O futuro do agronegócio no Brasil depende da adoção da biotecnologia na agricultura5.7.1) O futuro da agricultura brasileira 5.7.2) O agrobusiness no Brasil5.7.3) Transgênicos no Brasil5.8) A produção agropecuária brasileira5.8.1) A agricultura5.8.2) A pecuáriaExercícios

Page 5: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

capítUlo 06 – a rEdE dE tranSportE E comUnicação BraSilEira, SUa EStrUtUra E EVolUção....................756) Transportes6.1) História dos transportes no Brasil6.2) O transporte rodoviário no Brasil6.2.1) O rodoviarismo e a integração regional6.2.2) As rodovias brasileiras6.3) O Transporte ferroviário no Brasil6.4) O transporte hidroviário no Brasil6.4.1) A navegação costeira6.4.2) A navegação internacional6.4.3) corredores de exportação6.5) O transporte aéreo no Brasil6.6) Comunicações6.6.1) InternetExercícios

UnidadE iii - ESpaço natUral

capítUlo 07 – ESpaço BraSilEiro........................................................................................................897) Espaço Geográfico Brasileiro7.1) Macrorregiões7.2) Amazônia no Espaço Brasileiro7.3) A Estratégia de Ocupação da Amazônia7.4) Geopolítica de Fronteiras7.4.1) Amazônia7.4.2) NordesteExercícios

capítUlo 08 – GEoloGia, minEração E EnErGia...................................................................................1018) A Superfície Terrestre8.1) A Crosta Terrestre8.2) As Placas Tectônicas8.3) A Estrutura Geológica do Território Brasileiro8.4) Mineração8.5) Exploração do Petróleo8.6) Carvão Mineral8.7) Gás NaturalExercícios

capítUlo 09 – rElEVo.....................................................................................................................1139) Relevo Brasileiro9.1) As Feições e Classificações do Relevo BrasileiroExercícios

Page 6: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

capítUlo 10 – clima.......................................................................................................................12310) Características do Clima Brasileiro10.1) Temperatura10.2) Massas de Ar que atuam no Brasil10.3) A Distribuição das ChuvasExercícios

capítUlo 11 – VEGEtação E ExtratiViSmo VEGEtal...............................................................................13311) Vegetação do Brasil11.1) Aspectos Morfoclimáticos do Território Brasileiro11.1.1) Os Domínios das Terras Baixas Florestadas da Amazônia11.1.2) Os Domínios dos Chapadões Centrais Recobertos por Cerrados, Cerradões e Campestres.11.1.3) Os Domínios dos Planaltos das Araucárias11.1.4) Domínio das Pradarias Mistas do Rio Grande do Sul11.1.5) Os Domínios dos Mares de Morros Florestados11.1.6) Os Domínios dos Semi-Áridos do Nordeste11.2) Aspectos Biogeográficos do Território Brasileiro11.2.1) Formações Florestais11.2.1.1) Floresta Latifoliada Equatorial11.2.1.2) Floresta Latifoliada Tropical11.2.1.3) Floresta Aciculifoliada Subtropical11.2.1.4) Mata dos Cocais11.3) Formações Complexas11.4) Formações Herbáceas11.5) Formações Litorâneas11.6) Áreas ou Unidades de Conservação da NaturezaExercícios

GaBarito.......................................................................................................................................148

Page 7: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

UnidadE i - ESpaço hUmanoca

pítU

lo 0

1

dEmoGraFia BraSilEira

A Demografia é uma área da ciência geográfica que estuda a dinâmica populacional humana. O seu objeto de estudo engloba as dimensões, estatísticas, estrutura e distribui-ção das diversas populações humanas. Estas não são estáticas, variando devido à natalida-de, mortalidade, migrações e envelhecimento. A análise demográfica centra-se também nas características de toda uma sociedade ou um grupo específico, definido por critérios como a Educação, a nacionalidade, religião e pertença étnica.

1) A população brasileira

1.1) O povo brasileiro

Para entendermos a formação da população brasileira, temos que considerar a existência, em nosso território, dessas três categorias de povos, lembrando que os indígenas foram os primeiros agentes de estruturação da nossa sociedade. Antes da colonização, a estimativa da população indígena era de dois a cinco milhões, pertencentes a várias nações ou etnias.

A partir de 1500, as etnias nativas passaram a sofrer genocídio (extermínio físico) ou et-nocídio (destruição da própria cultura: passaram a falar outra língua, a professar nova religião alteraram seus modos de vestimenta e alimentação, ou seja, integraram-se à sociedade dos colonizadores). Atualmente há muitos mestiços descendentes de índios (mamelucos e cafu-zos), principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. Assim como os mulatos, esses descen-dentes são classificados nos censos demográficos como pardos. Segundo a Fundação Nacional

do Índio (Funai), em 2002 a população indígena do Brasil era de aproximadamente 345 mil indivíduos, 0,2% da popu-lação brasileira. Todavia nes-sa estimativa estão incluídos apenas os índios que vivem em aldeias, o que exclui cerca de 190 mil pessoas integra-das em comunidades não--indígenas, tanto no campo quanto em cidades. A taxa de crescimento da população indígena, de 3,5% ao ano, é bem superior à média nacio-nal, de 1,6%.

Ainda segundo dados de 2002, aproximadamente 104,5 milhões de hectares

Page 8: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

eram terras indígenas demarcadas, o que perfaz 12,24% do território nacional.Quanto à composição da população brasileira, 53,3% são brancos e 5.6%, negros. Esses percen-

tuais vêm diminuindo rapidamente, enquanto o número de pardos (40,5%) vem aumentando. Esses índices demonstram que nesse período, assim como ao longo de toda a história do Brasil, houve uma intensa miscigenação, já que os grupos originais foram o indígena nativo, o negro africano e o branco europeu. A partir de 1908, começou a haver uma pequena participação dos asiáticos.

Esses números, no entanto, devem ser relativizados. Durante o censo demográfico, realizado a cada dez anos em todos os domicílios, os recenseadores do IBGE apresentam um cartão com as opções de cor (branca, negra, parda, amarela e indígena) ao entrevistado, que declara sua opção. Esse sistema gera algumas distorções. Por exemplo, pessoas mestiças (pardas) podem se declarar negras ou brancas, cabendo ao recenseador apenas anotar a opção do entrevistado, mesmo que lhe pareça incorreta.

Na pesquisa por Amostra de Domicílio (PNAD), realizada pelo IBGE em anos diferentes dos anos do censo demográfico, são visitados apenas alguns domicílios; em 1976 os recenseadores anotaram a resposta espontânea da pessoa pesquisada, ou seja, sem apresentar um cartão com opções. Embora as cores utilizadas no censo tenham constado em 57% das respostas, foram mencionados 136 termos para designar cores, alguns curiosos: avarenta, fogoió, lilás, matinheira, castanha, enxofrada, melada, pálida, roxa, sarará, turva e até verde.

1.2) Os fluxos migratórios no Brasil

1.2.1) Os principais movimentos internos e a emigração

Segundo dados do IBGE, em 2001 aproximadamente 41% dos habitantes do país não eram naturais do município de re-sidência, e cerca de 16% de-les não eram procedentes da unidade da federação em que moravam. Esses números mos-tram que predominam movi-mentos migratórios dentro do estado de origem. Há um cres-cimento dos fluxos urbano--urbano e intrametropolitano, ou seja, aumenta o número de pessoas que migram de uma cidade para outra no mesmo estado ou numa determina-da região metropolitana em busca de melhores condições de vida. No entanto, permane-cem os movimento migrató-rios interestaduais como mos-

Page 9: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

tra o mapa abaixo.Outro ponto revelado pelos dados sobre os movimentos migratórios atuais é o dos fluxos de

retorno, principalmente para o Nordeste: entre 1995 e 2000, 48,3% das saídas do Sudeste se dirigiram ao Nordeste. Entre 1986 e 1991, a porcentagem foi de 42,5%. Apesar desse retorno de migrantes, os estados que apresentam maior emigração continuam sendo os nordestinos, principalmente da Paraíba, Piauí, Bahia e Pernambuco.

A tabela a seguir mostra que o Centro-Oeste possui o menor percentual de residentes nascidos na região, 69%. Isso significa que 31% de seus moradores são migrantes. Já no Nordeste, apenas 2,8% dos moradores nasceram em outras regiões.

Distribuição percentual da população residente, por região de residência atual e região de nascimento – 2001

Região de NascimentoRegião de residência atual (%)

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-OesteNorte 82,0 0,4 0,3 0,1 2,2Nordeste 10,5 97,2 9,2 1,1 12,0Sudeste 3,1 1,8 87,2 4,1 11,3Sul 1,9 0,2 2,2 93,9 5,2Centro-Oeste 2,3 0,3 0,7 0,4 69,0Sem declaração 0,2 0,1 0,6 0,4 0,3

Analisando a história brasileira, percebemos que os movimentos migratórios estão associados a fatores econômicos desde o tempo da colonização:

3 O ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e quando se iniciou o do ouro em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas e um intenso processo de urbanização no novo centro econômico do país.

3 Com o ciclo do café e com o processo de industrialização, o eixo Rio-São Paulo se tornou o grande pólo de atração de migrantes, que saíam de sua região de origem em busca de emprego ou de melhores salários.

3 A partir da década de 1970, com o processo de desconcentração da atividade industrial e a criação de políticas públicas de incentivo à ocupação das regiões Norte e Centro-Oeste, a migração em direção ao Sudeste começou a apresentar significativa queda.

Qualquer região do país que receba investimentos produtivos, públicos ou privados, que aumente a oferta de emprego, receberá também pessoas dispostas a preencher os novos pos-tos de trabalho. É o que acontece atualmente no estado de São Paulo. As cidades médias e grandes do interior – como Campinas, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Sorocaba e São José do Rio Preto – apresentam índices de crescimento econômico maiores que os da Grande São Paulo, o que gera crescimento populacional. Essa situação ocorreu graças ao desenvol-vimento dos sistemas de transportes, energia e comunicações, que integraram o interior do

Page 10: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

estado não só ao país, mas ao mun-do. Boa parte da produção econômi-ca estadual é destinada ao mercado externo.

Atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais que menos crescem no Brasil. Em primeira posi-ção, figuram algumas capitais de es-tados da região Norte, com destaque para Palmas (TO), Macapá (AP), e Rio Branco (AC), localizadas em áreas de grande expansão das atuais fronteiras agrícolas do país. Em seguida, vem as capitais nordestinas e, finalmente, as do Sul do Brasil.

1.2.2) As formas de migração no Brasil

O processo de urbanização, de certa forma, foi acelerado no Brasil. Em 1920, 10% da população brasileira vivia nas cidades e cinquenta anos depois, em 1970, a população urbana passou para 55,9% e de acordo com o censo de 2000, 81,22% da população brasileira já viviam nas cidades.

Essa urbanização acelerada foi motivada, em grande parte pelo êxodo rural. Estima-se que entre 1950 e 2000, 50 milhões de pessoas migraram do campo para as cidades.

Êxodo rural

Saída da população do campo para as cidades

É importante lembrar que na maioria dos casos esses imigrantes se deslocaram para as cida-des em condições muito precárias, consequência de uma política agrária que modernizou o traba-lho no campo e concentrou a posse da terra. Esse processo ocorreu associado a uma industrializa-ção que permanecia concentrada nas principais regiões metropolitanas, que, por isso, tornavam-se áreas atrativas.

No entanto, como as cidades receptoras desse enorme contingente populacional não ob-tiveram investimentos públicos suficientes em obras de infra-estrutura urbana passaram a cres-cer desmedidamente, com acelerada construção de submoradias e surgimento de loteamentos em suas periferias, sobretudo ao redor de bairros industriais. Esse processo reduziu os vazios demográficos que existiam entre uma cidade e outra e levou à formação de regiões metropoli-tanas, conjuntos de cidade com forte interação socioeconômica, nas quais ocorre deslocamento diário da população entre os municípios, movimento conhecido como migração pendular. Para quem faz esse movimento diário entre moradia e local de trabalho, a reestruturação dos transportes coletivos é urgente.

Page 11: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

Migração pendular

Pendulares são movimentos periódicos, porém diários. São executados pelas massas de trabalha-dores que saem da periferia para o centro e vice-versa, ou das cidades-dormitório para os grandes centros comerciais, de serviços ou mesmo industriais. É denominado também communting.

1.3) A emigração

A partir da década de 1980 o Brasil começou a se tornar um país com fluxo imigratório negati-vo. – número de emigrantes maior que o de imigrantes (veja o mapa).

Muitos brasileiros têm se transferido para os Estados Unidos, Japão e Europa (especialmente Portugal, Itália e Alemanha), entre outros destinos, em busca de melhores condições de vida, já que os salários pagos no Brasil são muito baixos se comparados aos desses países, e os índices de desem-prego e subemprego são elevados. Há também um grande número de brasileiros estabelecidos no Paraguai, quase todos produtores rurais que para ali se dirigiram em busca de terras baratas e de uma carga tributária muito menor que a brasileira. Como a maioria dos emigrantes entra clandestina-mente nos países a que se dirigem, há estimativas precárias sobre o volume total do fluxo migratório.

Os principais fatores responsáveis pela migração de brasileiros para o Paraguai foram os seguintes:

Oferta de terras a preços muito inferiores aos existentes no sul do Brasil;Facilidades de crédito, oferecido pelo governo paraguaio, para o plantio e a colheita da produção agrícola;Impostos de exportação dos produtos agrícolas (café, soja etc) muito inferiores aos do Brasil;Interesse dos capitalistas brasileiros em realizar investimentos no Paraguai (compra de terras, ex-tração de madeira etc.);Expansão capitalista na agricultura do sul do Brasil (soja etc), acarretando desemprego e expropria-ção dos pequenos produtores agrícolas;Maior aproximação político-econômica entre Brasil e Paraguai, a partir da década de 1970 (constru-ção da usina de Itaipu, da rodovia que liga Assunção ao Porto de Paranaguá no Paraná etc.);

Page 12: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

1.4) Taxas ou índices demográficos

1.4.1) Taxa ou índice de natalidade

Ainda que esteja entre as mais elevadas, essa taxa experimenta nítida redução nos últimos anos. São fatores determinantes dessa redução, após 1970:

3 Casamentos tardios, especialmente no meio urbano, diminuindo assim a média de filhos por família;

3 Elevado custo de criação e socialização dos filhos nas áreas urbanas;3 Integração da mulher no mercado de trabalho e restrições à gravidez por parte dos

empregadores;3 Maior acesso a métodos anticoncepcionais ou contraceptivos, como pílulas, ligaduras etc.

1.4.2) Taxa ou índice de mortalidade

A taxa de mortalidade experimenta forte declínio, especialmente a partir de 1940. Tal fato é explicado pelos seguintes fatores:

3 Maior acesso à assistência médica, especialmente nas cidades, onde vive a maior parte da população;

3 Desenvolvimento e avanços da medicina preventiva, especialmente com a difusão das campanhas de vacinação gratuita, que atinge principalmente a população das cidades;

3 Melhoria no saneamento básico, que, embora seja deficiente mesmo nas grandes cidades, ainda é melhor do que no meio rural.

1.4.3) Crescimento vegetativo e transição demográfica

Corresponde à diferença en-tre nascimentos e óbitos verificada numa população. No Brasil, embora essas duas taxas tenham declinado no período 1950-60, como pode-mos observar no gráfico a seguir, foi somente a partir da década de 1960 que o crescimento vegetativo passou a diminuir.

No Brasil, a partir da década de 1960, com a urbanização acele-rada, a taxa de natalidade passou a cair de forma mais acentuada que a de mortalidade. Consequentemen-te, o crescimento vegetativo começou a diminuir, embora ainda apresente índices muito altos, típicos de países subdesenvolvidos. A taxa de mortalidade brasileira já atingiu um patamar próximo a 6‰, tendendo a se estabilizar por algumas décadas e, posteriormente, crescer, chegando a 8‰ ou 9‰, por causa do aumento percentual de idosos na população.

Page 13: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

Adap.: BRASIL, em números, Rio de Janeiro: IBGE, 2003. P72, ANUÁRIO estatístico do Brasil, 2000.

A transição demográfica é a fase intermediária no ciclo evolutivo da população. Caracteriza-se pela passagem de taxas elevadas de mortalidade e de fecundidade para as mais baixas. Os dados do censo demográfico de 2000 fornecidos pelo IBGE indicam que o Brasil continua realizando sua transição demográfica, ou seja, saindo da segunda fase e entrando no terceiro período de evolução, no início do século XXI. Apresentou em 1999 taxas de natalidade e de mortalidade de 21,2‰ e 6,9‰, respectivamente, o que resulta em um crescimento médio de 1,4% ao ano. Por volta do ano 2050, estará completando o seu ciclo demográfico. A queda de fecundidade é uma das principais características da transição demográfica brasileira. No Brasil, esta taxa caiu de 6,2 em 1940, para 2,3 em 1999. Além de ter menos filhos, as mulheres passaram a participar mais da vida econômica do país. Os estados do Acre, Amazonas e Roraima apresentam as maiores taxas de fecundidade, e os estados de Rio de Janeiro e São Paulo, as menores. Nos países desenvolvidos, esta taxa situava-se entre 1,15 (Espanha) e 1,99 (Estados Unidos), 1999.

Taxa de fecundidade ou de fertilidade

É o número médio de filhos nascidos vivos que cada mulher tem ao longo do seu período repro-dutivo (mais ou menos dos 15 aos 45 anos).

As principais características da população brasileira, reveladas pelo censo de 2000, são as se-guintes:

3 O total de habitantes ou população absoluta do Brasil classifica-o como país populo-so, situando-se em 5º lugar no mundo.

3 Redução do ritmo de crescimento anual, que passou de 2,4%, período de 1971 a 1980, para 1,9%, de 1980 a 1991 e 1,6 de 1992 a 2000 devido à queda da taxa de natalidade.

3 A taxa de mortalidade infantil caiu cerca de 20%. Em 1992, de cada mil crianças nascidas, 44,3 morriam. Em 1999 este número caiu para 34,6, em média. A Região Nordeste conti-nua concentrando o maior índice de mortalidade infantil; em 1999, em cada mil crianças nascidas, 53 morriam. O Estado de Alagoas apresenta as taxas mais altas, com 66,1%.

3 A expectativa de vida da população aumentou: passou de 66 anos em 1991 para 68,6 anos (ou 68 anos, 7 meses e 6 dias) em 2000. Os brasileiros estão vivendo, em média, 2,6 anos (ou 2 anos, 7 meses e 6 dias) a mais. Para os homens, a esperança de vida ao nascer é de 64,8, enquanto para a mulher é de 72,6.

Page 14: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

As regiões mais populosas, em 1999, eram a Sudeste, Nordeste e Sul com 42,6%, 28,1% e 14,79% respectivamente, do total do país. As regiões menos populosas eram a Norte e a Centro-Oeste, com 7,6% e 6,8%, respectivamente, do total.

A Região norte, tradicionalmente a menos populosa, apresentou maior crescimento popula-cional e passou à frente do Centro-Oeste perdeu parte de sua área e de sua população com a criação do Estado de Tocantins (em 1988), que passou a integrar a Região Norte, incorporando-lhe parte do antigo Estado de Goiás.

Desde a década de 1930 até a de 1960, desenvolveu-se nitidamente no Brasil uma política de-mográfica natalista ou populacionista, ou seja, que incentivava a natalidade. A necessidade de mão--de-obra (numerosa e barata), para sustentar o crescimento industrial, e a preocupação do governo em povoar os vazios do interior do país (Centro-Oeste e Amazônia) serviu de estímulo permanente à política natalista ou populacionista. Na década de 1960, foram criados o auxílio-natalidade (1960) e o salário família (1963).

Auxílio-natalidade (1960)

Pagamento de um salário mínimo aos pais, no nascimento de um filho;

Salário família (1963)

Pagamento mensal de 5% do salário mínimo local, correspondente a cada filho até os 14 anos de idade.

Foi essa política demográfica natalista que, somada à situação de pobreza e falta de informa-ções da população e ajudada pela redução das taxas de mortalidade, produziu a maior explosão demográfica do mundo.

O auxílio-natalidade e o salário-família continuam em vigor, porém com seus valores originais alterados. No caso do salário-família: em 2001, quem ganhava até 429,00 reais por mês recebia 10,31 reais por filho menor de 14 anos ou inválido de qualquer idade.

1.4.4) Taxa ou índice de mortalidade infantil

Essa taxa corresponde ao número de crianças que morrem antes de um ano de idade. Oscila, no Brasil, em torno de 26‰ pelo censo de 1991, porém ainda é considerada muito alta se comparada à dos países desenvolvidos (USA: 10‰ e Suécia: 9‰).

Principais causas das mortes registradasAntes de 1 ano % De 1 a 4 anos %Infecção perinatal 62 Pneumonia 20Pneumonia 13 Enterias 19Subnutrição 6 Causas externas 12Demais causas 19 Viroses 11------ -- Subnutrição 8------ -- Demais causas 30Total 100 Total 100

Anuário estatístico do Brasil 2001. Rio de Janeiro: IBGE, 2003. P. 2-27

Page 15: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

1.5) A estrutura da população brasileira

Entende-se por estrutura etária da população a sua distribuição por idades. As várias faixas de idade e os intervalos entre elas mais utilizados, de acordo com a conveniência dos países e orga-nismos interessados são os seguintes:

3 Jovens: 0 a 14 ou 0 a 193 Adultos ou maduros: 15 a 59 ou 20 a 59 anos3 Velhos ou idoso: 60 anos ou mais ou 65 anos ou mais

Com a queda das taxas de natalidade e de mortalidade, acompanhada do aumento da ex-pectativa de vida da população brasileira, a pirâmide de idades vem apresentando um significativo estreitamento em sua base, que corresponde aos jovens, e um alargamento do meio para o topo, por causa do aumento da participação percentual de adultos. De 1992 para 2001, a participação dos menores de 10 anos na população total caiu de 22,1% para 18,7%, enquanto a das pessoas de 60 anos ou mais aumentou de 7,9% para 9,1%.

O formato da pirâmide (base mais larga, menos larga e outros) retrata a evolução demográfica dos países, ou seja, depende do estágio socioeconômico em que se encontram. À medida que vão se desenvolvendo, gradativamente estreita-se a base da pirâmide, devido à redução da natalidade, e alarga-se o corpo e o ápice, devido ao aumento da longevidade. Observe e evolução das pirâmides etárias brasileira entre 1980 e 2000.

PIRÂMIDE ETÁRIA DO BRASIL (1980-2000)

Page 16: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

Quanto a distribuição da população brasileira por gênero (homens e mulheres), o país se en-quadra nos padrões mundiais: nascem cerca de 106 homens para cada 100 mulheres; no entanto a taxa de mortalidade masculina é maior e a expectativa de vida, menor. Assim, embora nasçam mais homens que mulheres, é comum as pirâmides apresentarem uma parcela ligeiramente maior de po-pulação feminina, já que as mulheres vivem mais. Segundo o IBGE, em 2000 o Brasil tinha 83,6 milhões de homens (49,2%) e 86,2 milhões de mulheres (50,8%).

1.6) A População Economicamente Ativa (PEA) e a distribuição de renda no Brasil

O Brasil apresenta um dos piores índices de distribuição de renda do mundo. O gráfico a seguir mostra que a participação dos pobres na renda nacional diminuiu e a dos ricos aumentou até 1989. Esse mecanismo de resultados perversos para a maioria da população foi estruturado principalmente no processo inflacionário de preços. Os reajustes nunca foram totalmente repassados aos salários. Na-quele período, sucessivos governos agravaram o processo de concentração de renda ao aplicar seus recursos em benefício de setores ou atividades privadas, em detrimento dos investimentos públicos em educação, saúde, transporte coletivo, habitação, saneamento e lazer.

Page 17: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

Uma parcela significativa da População Economicamente Ativa (20,6%) trabalha em atividades agrícolas, o que tratará o atraso de parte da agricultura brasileira. Embora esse número venha dimi-nuindo graças à modernização e à mecanização agrícola em algumas regiões, na maior parte do país a agricultura é praticada de forma tradicional e ocupa muita mão-de-obra.

O setor industrial brasileiro absorve 13,5% da PEA, o que poderia indicar que o país possui um grande parque industrial, comparável ao de países desenvolvidos. No entanto, esse dado não reflete a produtividade do trabalhador e o grau de desenvolvimento tecnológico do parque industrial.

Já as atividades terciárias são o setor que apresenta mais problemas, por englobar os maiores níveis de subemprego. No Brasil, 57,7% da PEA exerce atividades terciárias, mas é visível que grande parte desses trabalhadores não está efetivamente prestando serviços aos demais habitantes. Essas pessoas estão apenas em busca de sobrevivência ou tentando “driblar” o desemprego em atividades informais, como a de camelô e guardador de veículos. Mesmo no setor formal de serviços, as condições de trabalho e nível de renda são muito contrastantes: há instituições modernas ao lado de outras bastante atrasadas.

Quanto a composição da PEA por gênero, nota-se uma certa desproporção em 2001: 42% dos trabalhadores eram do sexo feminino, enquanto nos países desenvolvidos há uma participação igualitária, de 50%. A inserção da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho, no Brasil, está ligada fundamentalmente à perda de poder aquisitivo dos salários e à conseqüente necessidade de que a mulher trabalhe par complementar a renda familiar.

Essa situação permite que parte dos empresários prefira a mão-de-obra feminina. As mulheres, por necessidade de trabalho se sujeitam a receber salários menores que os dos homens.

1.7) Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

Segundo o relatório de Desenvolvimento Humano de 2003 (RDH-2003), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil foi o país que mais avançou posições na listagem do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) durante o período de 1975 a 2001, passando da 81ª posição para a 65ª. Nas décadas de 1970 e 1980, o país avançou dez posições, e entre 2000 e 2001, outras quatro.

Das três variáveis consideradas no cálculo do IDH (longevidade, educação e renda) a que apre-sentou maiores contribuição para a melhora do índice brasileiro foi o avanço da educação. Em con-trapartida, a renda foi a variável que menos contribuiu. No item longevidade, que permite avaliar as condições gerais de saúde da população, os avanços também foram significativos. Entre 1975 e 2001, a expectativa de vida aumentou de 59,5 para 67,8 anos, mas, apesar desse aumento, o Brasil ainda ocupa a 110ª posição num total de 175 países classificados por esse indicador.

Ao longo da década de 1990, o Brasil apresentou avanços na educação. Segundo o RDH, entre 1990 e 2001, a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais aumentou de 82% para 87,3%; no mesmo período, a taxa de matrícula no ensino fundamental, para crianças de 7 a 14 anos, aumentou de 86% para 97%, e a taxa de matrícula no ensino médio para jovens de 15 a 17 anos subiu de 15% para 71%. Além disso, a taxa de alfabetização de adultos, que, segundo o IBGE, compreende as pessoas com mais de 15 anos, cresceu de 86,9% em 2000 para 87,3% em 2001, o que fez o IDH da educação chegar a 0,90, numa escala que varia de 0,0 a 1,0. No mesmo período, a esperança de vida ao nascer cresceu de 67,6 para 67,8 anos (IDH de 0,72) enquanto a renda per capita subiu muito pouco, de US$ 7.349 PARA US$ 7.360 (IDH 0,71).

Page 18: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

ExErcícioS

1) (ESAEX – 2006) Conforme se pode observar na tabela abaixo, a má distribuição de renda é um problema grave da estrutura socioe-conômica brasileira e repercute em diversos outros indicadores sociais.

Brasil: participação dos 20% mais ricos e dos 50% mais pobres na renda nacional – 1960-1999Ano 20% mais ricos 50% mais pobres1960 54,0% 18,0%1970 62,0% 15,0%1980 63,0% 14,0%1990 65,6% 11,3%1999 63,8% 12,6%

(Addas, 2004)

Sobre esse tema é correto afirmar:

(A) Crescimento econômico e desenvolvimen-to social estão diretamente atrelados, visto que, apesar da má distribuição de renda, os números da economia globalizada do Brasil permitiram, nas últimas décadas, uma dimi-nuição da exclusão social.

(B) A exclusão social é uma marca do capitalis-mo. Ela se mostra ainda mais evidente na atual fase monopolista, financeira e globali-zada que atinge a todo o mundo, mas espe-cialmente aos países da periferia do sistema, como o Brasil.

(C) A taxa de analfabetismo funcional, o percen-tual de cidadãos que sabem assinar o seu nome, é um índice fiel a ser tomado para mensurar o nível de desenvolvimento de um país, pois, pressupõe-se que uma população que saiba apenas ler e escrever consiga se posicionar criticamente frente à realidade.

(D) O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) que leva em consideração a expectativa de vida ao nascer, o nível de instrução e o PIB per capita revela que o Brasil ocupa uma po-

sição mediana no cenário mundial e possui grande homogeneidade interna.

(E) A leitura da tabela mostra que na última dé-cada houve uma melhora na distribuição de renda no país apresentando números que indicam uma relação mais justa de reparti-ção da riqueza acumulada em relação à rea-lidade de 1960.

Leia o texto VI, para solucionar o item 48.

TEXTO VI

“O que obrigou a novos investimentos na rede ferroviária foi não apenas o transporte de cargas, mas também a demanda da circulação de passageiros. Entre 1970 e 1994 o número de passageiros cresceu 3,5 vezes, passando de 329,64 mil para 1.163.034 pessoas.”

(Santos & Silveira, 2001)

2) (ESAEX – 2006) É motivação principal para os investimentos em transportes ferroviários de passageiros no período citado no texto acima:

(A) A necessidade de transportar a população migrante do Nordeste para o Centro-Sul do Brasil.

(B) O incremento do uso de trens em escala me-tropolitana, com aumento de fluxos de trens suburbanos e construção de metrôs.

(C) Garantir o deslocamento migratório pendu-lar de trabalhadores rurais temporários em períodos de plantio e colheita nas regiões agro-exportadoras.

(D) O uso dos trens de passageiros em âmbito inter-regional como alternativa ao transpor-te rodoviário, saturado pela má conservação das estradas.

(E) A construção da linha férrea ligando Brasília aos núcleos polarizadores do Centro-Sul.

Page 19: Geografia Esfcex Demo

Reprodução Pro

íbida. Lei 9610/98.

3) (ESAEX-2006) Associe as pirâmides etárias do Brasil (1980 e 2000) às suas características principais, numerando a coluna B de acordo com a coluna A e, a seguir, assinale a alterna-tiva correta.

(ADAS, 2004)

COLUNA A COLUNA BPirâmide etária do Brasil,

1980.

Pirâmide etária do Brasil,

2000.

(A) 1 ; 2 ; 1 ; 1 ; 2 ; 1.(B) 1 ; 2 ; 2 ; 1 ; 1 ; 1.(C) 2 ; 1 ; 2 ; 2 ; 1 ; 2.(D) 1; 2 ; 1 ; 2 ; 2 ; 2.(E) 2; 1 ; 1 ; 1 ; 2 ; 1.

( ) Elevado crescimento

vegetativo.

( ) Melhoria na saúde e

saneamento básico.

( ) Baixa expectativa

de vida.

( ) Maior número pro-

porcional de jovens

na população.

( ) Diminuição da taxa

de fecundidade.

( ) Transição demográ-

fica nas fases iniciais.

4) (ESAEX – 2006) Leia o texto, para solucionar o item 57.

TEXTO

“A vida aqui só é ruim, quando não chove no chão,mas se chover dá de tudo, fartura tem de porção,tomara que chova logo, tomara meu Deus tomara,só deixo o meu Cariri, no último pau-de-arara”.

(Corumbá/José Guimarães/Venâncio)

O trecho da música acima faz referência a um dos movimentos migratórios internos do Brasil. Sobre este e outros movimentos internos da população brasileira é correto afirmar:

(A) Resultado do recente processo de retorno às metrópoles, visto que estas representam o espaço da melhor qualidade de vida e das oportunidades de emprego nos setores se-cundário e terciário, há, ao final do século XX, maior índice de crescimento populacio-nal nas capitais que nas cidades médias do interior de Rio de Janeiro e São Paulo.

(B) Proporcionalmente, Palmas (TO) e algumas capitais nordestinas possuem maior índice de crescimento demográfico que Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), visto que estes espaços já estão densamente ocupados e possuem diversos problemas internos, ao passo que aqueles aparecem como atrativos aos fluxos migratórios nacionais.

(C) A música diz respeito ao êxodo rural, mo-vimento migratório que, no Brasil, significa o fluxo de nordestinos para as capitais do Sudeste e esteve concentrado nas décadas de 1930 e 1970 por conta da viabilidade do transporte rodoviário em nível nacional.

(D) A migração pendular é um fenômeno con-temporâneo e diz respeito aos fluxos de pes-soas entre os países do mundo que a globa-lização permite e estimula. A exemplo de um cidadão que nasce numa pequena cidade, migra para a capital regional, consegue um emprego numa metrópole nacional e, após alguns anos, volta a migrar para se especiali-zar num centro urbano mundial.

(E) A transumância ou migração sazonal é um fluxo urbano-urbano que acontece em ci-dades conurbadas onde diversas pessoas moram numa cidade e trabalham ou estu-dam na outra, gerando intenso movimento regular e diário.