FORTISSIMO Nº 22 / 2019 - Orquestra Filarmônica de Minas ... · A história do naipe de metais e...
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2829
NOV
Presto
Veloce
F O R T I S S I M O N º 2 2 / 2 0 1 9
P R O G R A M A
JOSEPH HAYDN Concerto para trompete em Mi bemol maior,
Hob. VIIe:1 Allegro
Andante
Finale: Allegro
CHRISTIAN LINDBERG Akbank Bunka Akolebank
Japabunka
Turkjazz
I N T E R VA L O
DMITRI SHOSTAKOVICH Sinfonia nº 6 em si menor, op. 54 Largo
Allegro
Presto
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Presto
Veloce
M A RC O S A R A K A K I , R E G E N T E
PAC H O F LO R E S , T R O M PE T E
Ministério da Cidadania,Governo de Minas Gerais e Itaú A P R E S E N TA M
Diretor Artístico e Regente Titular
da Orquestra Filarmônica de Minas
Gerais desde sua criação, em 2008,
Fabio Mechetti posicionou a orques-
tra mineira no cenário mundial da
música erudita. Além dos prêmios
conquistados, levou a Filarmônica
a quinze capitais brasileiras, a uma
turnê pela Argentina e Uruguai e
realizou a gravação de nove álbuns,
sendo quatro para o selo interna-
cional Naxos. Ao ser convidado,
em 2014, para o cargo de Regente
Principal da Filarmônica da Malásia,
Fabio Mechetti tornou-se o primeiro
regente brasileiro a ser titular de
uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve
quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Jacksonville e, atual-
mente, é seu Regente Titular Emérito.
Foi também Regente Titular das
sinfônicas de Syracuse e de Spokane,
da qual hoje é Regente Emérito.
Regente Associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington, com ela
dirigiu concertos no Kennedy Center
e no Capitólio. Da Sinfônica de San
Diego, foi Regente Residente. Fez
sua estreia no Carnegie Hall de Nova
York conduzindo a Sinfônica de Nova
Jersey. Continua dirigindo inúme-
ras orquestras norte-americanas e
é convidado frequente dos festivais
de verão norte-americanos, entre
eles os de Grant Park em Chicago e
Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente
de ópera, estreou nos Estados Unidos
dirigindo a Ópera de Washington. No
seu repertório destacam-se produções
de Tosca, Turandot, Carmem, Don
Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
Madame Butterf ly , O barbeiro de
Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem
ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,
Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-
lia, Japão, México, Nova Zelândia,
Suécia e Venezuela . No Brasi l ,
regeu todas as importantes orques-
tras brasileiras.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti,
é Mestre em Regência e em Composição
pela Juilliard School de Nova York e
vencedor do Concurso Internacional de
Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
FABIO MECHETTI
D I R E T O R A R T Í S T I C O
E R E G E N T E T I T U L A R
Um dos maiores trompetistas da
atualidade junta-se à Filarmônica
numa noite espetacular em que
elegância e virtuosismo caminham
lado a lado. O venezuelano Pacho
Flores nos brinda com o famoso
Concerto de Haydn e nos surpre-
ende, com toda a sua técnica e mu-
sicalidade, com uma peça escrita
especialmente para ele pelo sueco
Christian Lindberg, este também
exímio trombonista.
Completando o programa, dirigi-
do pelo nosso Regente Associado,
Marcos Arakaki, apresentamos uma
das mais intensas sinfonias de Dmitri
Shostakovich, a Sexta. Ao ouvi-la,
podemos experimentar a constante
luta íntima que o compositor tra-
vava dentro do regime soviético:
expressar sentimentos profundos,
mas segundo os limites ditados
pelo regime stalinista. Essa dico-
tomia característica da música de
Shostakovich se evidencia por com-
pleto nesta importante Sinfonia.
A todos, então, um bom concerto.
FAB IO MECHET T I
FOTO
: EU
GÊN
IO S
ÁVIO
Pacho Flores obteve primeiro lugar
em três importantes competições
internacionais: prêmios Maurice
André – o mais relevante do mun-
do para trompete –, Philip Jones e
Cittá di Porcia. Formado no Sistema
de Orquestras Juvenis e Infantis da
Venezuela, é reconhecido por suas
atuações como solista, recitalista e
por suas gravações.
Flores transita com desenvoltura
entre o clássico e o popular, em
interpretações cativantes cheias
de energia e cor. Como solista,
atuou com a Filarmônica de Kiev,
Camerata de São Petersburgo,
Ensamble Orchestral de Paris,
Orchestre de la Garde Républicaine,
sinfônicas Simón Bolívar, de Tóquio
e de Dusseldorf, Orquestra NHK,
Filarmônica de Osaka e Arctic
Philharmonic. Apresentou-se em
recitais no Carnegie Hall, Sala Pleyel
e Opera City. Membro fundador do
Quinteto de Metais Simón Bolívar,
realizou turnês pela Europa, América
do Sul, Estados Unidos e Japão.
Experimentado músico de orquestra,
foi Trompete Principal das sinfôni-
cas Simón Bolívar, Saito Kinen e de
Miami. Trabalhou com maestros co-
mo Claudio Abbado, Sir Simon Rattle,
Seiji Ozawa, Giuseppe Sinopoli, Rafael
Frübeck de Burgos, Eduardo Marturet
e Gustavo Dudamel. É diretor funda-
dor da Academia Latino-Americana
de Trompete, na Venezuela.
Pacho Flores dedica-se à promoção
da música contemporânea. Enco-
mendou e estreou obras de Roger
Boutry, Efraín Oscher, Giancarlo
Castro, Santiago Báez, Juan Carlos
Nuñez y Sergio Bernal. Realizou turnê
com a Arctic Philharmonic sob re-
gência de Christian Lindberg inter-
pretando seu concerto Akbank Bunka.
Artista da Casa Stomvi, toca instru-
mentos fabricados exclusivamente
para ele. Pacho Flores é artista ex-
clusivo da Deutsche Grammophon,
selo com o qual produziu os álbuns
Cantar, com a Konzerthaus Orchester
Berlin e Christian Vásquez; Entropía,
Medalha de Ouro no Global Music
Awards 2017; e Fractales, com a Arctic
Philharmonic e Christian Lindberg.
PACHO FLORES
FOTO
: JU
AN M
ARTÍ
NEZ
Marcos Arakaki teve seu talento reco-
nhecido a partir de 2001, quando ven-
ceu o I Concurso Nacional Eleazar
de Carvalho para Jovens Regentes,
promovido pela Orquestra Petrobras
Sinfônica. Desde então, tem dirigido as
principais orquestras brasileiras, além
da Filarmônica de Buenos Aires, de
Karkhiv na Ucrânia, a Boshlav Martinu
na República Tcheca, a Sinfônica de
Xalapa e da Universidade Autônoma
do México. Concluiu bacharelado em
Música pela Universidade Estadual
Paulista (Unesp) e mestrado em
Regência Orquestral pela University
of Massachusetts. No Aspen Music
Festival and School, Estados Unidos,
recebeu orientações de David Zinman,
Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville
Marriner. Atuou como regente titular
da Orquestra Sinfônica da Paraíba
e assistente da Orquestra Sinfônica
Brasileira (OSB). Como regente titular,
promoveu uma elogiada reestruturação
na Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem.
Recebeu o Prêmio Camargo Guarnieri,
concedido pelo Festival Internacional
de Campos do Jordão, e gravou com
a OSB a trilha do filme Nosso Lar,
composta por Philip Glass.
Arakaki tem acompanhado importan-
tes artistas, tais como Gabriela Mon-
tero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitiskaya,
Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Pinchas
Zukerman, Rachel Barton Pine, Chloë
Hanslip, Luíz Fílip, Victor Julien-
Laferrière, Günter Klaus, Eddie Daniels,
David Gérrier e Yamandu Costa.
Desenvolve atividades como coorde-
nador pedagógico, professor e pales-
trante em projetos culturais, univer-
sidades e conservatórios. Professor
visitante da Universidade Federal
da Paraíba por dois anos, contribuiu
para a consolidação da recém-criada
Orquestra Sinfônica da UFPB, assu-
mindo o cargo de Regente Titular da
orquestra a partir de novembro.
Marcos Arakaki é Regente Associado
da Filarmônica de Minas Gerais e cola-
bora com a Orquestra desde 2011, com
destacada atuação nos concertos para
formação de público. É autor do livro
A História da Música Clássica Através
da Linha do Tempo, lançado em 2019.
MARCOS ARAKAKI
FOTO
: RAF
AEL
MO
TTA
INSTRUMENTAÇÃO
2 flautas, 2 oboés, 2 fagotes,
2 trompas, 2 trompetes,
tímpanos, cordas.
ED ITORA
Universal Edition
PARA OUV IR
CD Haydn; Hummel – Trumpet
Concertos – Die Deutsche
Kammerphilharmonie Bremen
– Alison Balsom, trompete –
EMI – 2008
PARA ASS IST IR
The Arctic Philharmonic
Orchestra – Christian
Lindberg, regente –
Pacho Flores, trompete
Acesse: fil.mg/htrompete
PARA LER
H. C. Robbins Landon;
David Wyn Jones – Haydn:
his life and music – Thames
and Hudson – 1988
H. C. Robbins Landon –
Haydn: chronicle and works –
Thames and Hudson – 1995
(5 vols)
RO H R AU , ÁUST R I A , 1 73 2 V I E N A , ÁUST R I A , 1 8 09
JosephHAYDNOriundo de uma família modesta, Haydn viveu uma
infância e juventude de muitas privações. Dotado de
uma voz encantadora, separou-se de sua família aos
seis anos de idade para estudar música e nunca mais
voltou a morar na casa dos pais. Viveu, dos seis aos
dezessete, juntamente com outros meninos, em casas
de professores de música e maestros de coros. Como
seus professores não se preocupavam tanto com o
bem-estar dos garotos, não foram poucas as ocasiões
em que passou fome, sofreu humilhações e punições
físicas. Demitido por volta dos dezessete anos pelo
diretor do coro da Catedral de Santo Estêvão, em
Viena, quando sua voz já estava totalmente modifi-
cada, Haydn foi literalmente colocado no olho da rua.
Sem dinheiro e sem um lugar para viver, ele aceitou
todo tipo de ocupação até finalmente, por volta dos
vinte e cinco anos, conseguir seu primeiro emprego
estável, como mestre de capela no palácio do Conde
Morzin, na cidade de Dolní Lukavice, (atualmente na
República Tcheca). Alguns anos mais tarde ele seria
empregado na corte do Príncipe Paul Anton Esterházy.
Nos quase trinta anos em que trabalhou para a família
Esterházy, ele produziria uma quantidade significativa
de obras musicais para as mais diversas formações.
Quando Haydn compôs o Concerto para trompete, já
era um compositor renomado. Suas duas viagens a
Londres (1791/1792 e 1794/1795) haviam feito dele um
compositor rico e de fama interna-
cional. Suas obras eram editadas em
diversos países, e sua música ouvida
nos quatro cantos da Europa. Era
uma época em que Haydn passava
a maior parte do ano em Viena e
só esporadicamente ia ao castelo
dos Esterházy, no campo.
O Concerto para trompete foi escrito
em três movimentos. No primeiro
(Allegro), logo após uma breve intro-
dução orquestral, solista e orquestra
travam um diálogo de rara beleza. O
segundo movimento (Andante) é doce
e sereno, em que o solista apresenta
temas de um lirismo ímpar. O terceiro
(Allegro), assim como o primeiro,
é extremamente virtuosístico. Nele
podemos ouvir o som do trompete
em toda sua vivacidade característica.
Talvez por apresentar o trompete
como um instrumento lírico, doce e
refinado, uma maneira diferente da
usual nos tempos de Haydn, quando
o trompete era sempre associado
a fanfarras e bandas militares, o
Concerto para trompete em Mi bemol
maior permanece, hoje, como o mais
amado dos concertos para trompete
de todos os tempos. Haydn o compôs
para o trompetista vienense Anton
Weindinger, que havia construído um
instrumento com chaves capaz de
tocar praticamente todas as notas.
O trompete, no tempo de Haydn, era
conhecido como trompete natural,
ou seja, um simples tubo de metal
enrolado que era soprado em uma
ponta e cujo som saía na outra. Por
não possuir pistons, chaves ou quais-
quer orifícios (como os instrumentos
de sopro atuais), ele era capaz de
produzir apenas algumas poucas
notas, alcançadas graças à força do
ar e à pressão labial. Aparentemen-
te, o Concerto foi estreado em 1800,
em Viena, pelo próprio Weindinger.
GU ILHERME
NASC IMENTO Compositor, Doutor
em Música pela Unicamp, professor na
Escola de Música da UEMG, autor dos
livros Os sapatos floridos não voam
e Música menor.
1 796 1 3 M I N U TO S
Concerto para trompete em
Mi bemol maior, Hob. VIIe:1Primeira apresentação
com a Filarmônica
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, flauta, oboé,
corne inglês, clarinete,
clarone, fagote, contrafagote,
2 trompas, 2 trompetes,
tímpanos, percussão, cordas.
ED ITORA
Tarrodi
PARA OUV IR
Pacho Flores – Fractales –
Arctic Philharmonic Orchestra
– Christian Lindberg, regente –
Pacho Flores, trompete –
Deutsche Grammophon –
Download 00028948177059
– 2018
PARA ASS IST IR
Israel NK Orchestra –
Christian Lindberg, regente –
Pacho Flores, trompete
Acesse: fil.mg/lakbank
DANDERYD, SUÉCIA , 1958
ChristianLINDBERGA história do naipe de metais e a das obras de concerto
convergem, no século XX, para a figura do trombonista,
compositor e regente Christian Lindberg. Responsável
quase que individualmente por elevar o trombone à es-
tatura de solista, Lindberg foi o primeiro trombonista a
solar com as prestigiosas filarmônicas de Berlim e de
Chicago. Aos dezessete anos conheceu a música de
Jack Teagarden, descoberta que o estimulou a criar um
grupo de Dixieland em sua escola, no qual era o trom-
bonista. Posteriormente, estudou na Academia Real de
Música da Suécia e, aos dezoito anos, passou a integrar
a Orquestra da Ópera Real da Suécia. O desconforto
com a posição secundária reservada aos metais no
conjunto orquestral despertou seu desejo de seguir
uma carreira solo. Assim, aos vinte anos, deixou a or-
questra para dedicar-se integralmente a essa carreira.
Entre 1979 e 1980 estudou no Royal College of Music,
em Londres. Em 1981, conquistou o Concurso Bienal
dos Solistas Nórdicos. Em 1983 trabalhou com Ralph
Sauer e Roger Bobo, em Los Angeles, e, finalmente,
em 1984, assinou um contrato com a BIS Records
para a gravação de três CDs. Mais de sessenta álbuns
se seguiram àqueles três primeiros. Músico singular,
Lindberg – que é o dedicatário de 82 obras – estreou,
em 2017, o centésimo concerto para trombone.
O consagrado solista lançou-se como compositor ape-
nas em 1998, quando, estimulado por Jan Sandström,
escreveu o concerto para trombone e cordas Arabenne,
para uma turnê com o grupo Musica
Vitae. O sucesso da obra levou a no-
vas encomendas de orquestras, como
Filarmônica de Chicago, Sinfônica
Giuseppe Verdi e Filarmônica de
Roterdã. Sua estética musical refle-
te um gosto diversificado, moldado
por influências que se estendem
dos Beatles, John Coltrane e Jack
Teagarden a Luciano Berio, Mstislav
Rostropovich e Jussi Björling.
O concerto para trompete e orquestra
Akbank Bunka foi encomendado pelo
trompetista norueguês Ole Edvard
Antonsen para uma turnê com a
Orquestra de Câmara Escocesa.
Em três movimentos, o concerto é
o resultado de uma série de coin-
cidências. Seu título funde o nome
do banco turco Akbank com a pala-
vra japonesa para cultura, bunka. A
excêntrica fusão sintetiza as prin-
cipais linguagens exploradas na
obra. Akolebank reúne passagens
líricas e quase infantis, inspiradas
nas peças fáceis, mas de profun-
da beleza, que Antonsen compôs
para seu filho. As passagens mais
rápidas do movimento relacionam-
-se com um convite para tocar com
uma orquestra turca. A proposta o
levou a imaginar-se pelas ruas de
Istambul, e dessa fantasia nasceram
os episódios mais virtuosísticos.
Japabunka é fruto do exercício de
imaginação daquilo que o público
japonês gostaria de ouvir de um so-
lista e orquestra nórdicos. À época
de sua composição, Lindberg pla-
nejava uma turnê pelo Japão, com
Antonsen e sua nova orquestra. A
fusão do jazz com as melodias mo-
dais turcas do Turkjazz decorre de
uma ligação telefônica de Antonsen
para Lindberg em que o trompetis-
ta comunicava ao compositor não
apenas sua animação em relação
ao material de caráter oriental do
segundo movimento, mas também
sua alegria com o trabalho de co-
laboração com um grupo de jazz.
I GOR REYNER
Pianista, Mestre em Música pela
Universidade Federal de Minas Gerais
e Doutor em Literatura pelo King’s
College London.
20 04 1 5 M I N U TO S
Akbank BunkaPrimeira apresentação
com a Filarmônica
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,
corne inglês, requinta,
2 clarinetes, clarone, 2 fagotes,
contrafagote, 4 trompas,
3 trompetes, 3 trombones,
tuba, tímpanos, percussão,
harpa, celesta, cordas.
ED ITORA
DSCH – Kompositor
Representante: Barry Editorial
PARA OUV IR
CD Shostakovich – Symphony
No. 6; Symphony No. 12 –
Concertgebouw Orchestra
– Bernard Haitink, regente –
Decca – 2000
PARA ASS IST IR
Wiener Philarmoniker –
Leonard Bernstein, regente
Acesse: fil.mg/ssinf6
PARA LER
Lauro Machado Coelho –
Shostakovitch, vida, música,
tempo – Editora Perspectiva –
2006
SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA , 1906 M O S CO U , R Ú SS I A , 1 975
Dmitri 1 93 9 3 0 M I N U TO S
SHOSTAKOVICHDesde o início de sua trajetória, Shostakovitch pretendeu
dar continuidade à tradição musical russa que admira-
va no realismo de Mussorgsky e nas orquestrações de
Tchaikovsky. Mas buscava um novo idioma. Nos anos de
1920, a política de abertura cultural do governo de Lênin
permitia, ainda, a circulação das novidades ocidentais,
e Shostakovich filiou-se à Associação para a Música
Contemporânea. Suas quatro primeiras sinfonias refletem
o desenvolvimento desse experimentalismo vanguardista.
O advento do stalinismo impôs outros rumos para o com-
positor que, em 1936, foi declarado “inimigo do povo” e
forçado a se retratar publicamente. As sinfonias seguintes
traduzem seu inevitável propósito — sincero ou simulado
— de se submeter aos ideais neoclássicos de inteligibi-
lidade e simplicidade preconizados pelo Comitê Central.
Mas também registram a consolidação de uma linguagem
extremamente pessoal, pois, se Shostakovitch procura um
idioma facilmente compreensível, enriquece-o com ousados
procedimentos inéditos e aquisições contemporâneas. Ele
assim atinge os limites extremos de um expressionismo
ultrarromântico, de caráter frequentemente heroico e de
grande apelo socializante. Em suas memórias, publicadas
postumamente, o compositor revela o drama de um ho-
mem submetido a fortes pressões oficiais – o dilema do
artista inovador condicionado a um academismo inevitável.
A recepção da Sexta Sinfonia, escrita rapidamente no
decorrer de 1939, foi apática. O próprio Shostakovich
criou uma falsa expectativa para a
obra, anunciada como uma grande
homenagem a Lênin, com solistas,
coros e textos de Maiakovski. Quando
a Sinfonia estreou, em novembro de
1939, os ouvintes se surpreende-
ram com uma peça relativamente
pequena, em três movimentos en-
cadeados de forma não habitual –
Largo, Allegro e Presto. O passar
do tempo, entretanto, foi generoso
com essa Sinfonia que, cada vez
mais, desperta o interesse por sua
originalidade.
O Largo inicial possui o clima tenso
característico de muitos movimentos
lentos do compositor. Ao naipe das
madeiras são destinados solos de
grande beleza melódica (que evi-
denciam a declarada influência de
Tchaikovsky) e se alternam entre o
piccolo, o corne inglês, a flauta e o
oboé. Na segunda seção, a flauta
tece maravilhosos arabescos. Ao
final, antes da reexposição do pri-
meiro tema, a trompa apresenta um
recitativo melancólico, sobre o fun-
do de trinados e acordes solenes.
No Allegro central, o caráter é de
um scherzo. A escrita, clara e flui-
da, possui uma ironia mordaz, cruel,
com suas síncopes e frequentes
mudanças de ritmo. A orquestração,
extremamente virtuosística, torna-se
agressiva na aspereza dos timbres.
O humor do Presto final contrasta
inteiramente com o sarcasmo do
movimento anterior. Há espaço para
pequenas citações espirituosas,
referenciando obras de Mozart,
Rossini e Verdi. O episódio cen-
tral privilegia o fagote, a flauta e o
piccolo, antes que o violino desen-
volva um longo trecho e retome o
primeiro tema. O final evolui para
um clima de festa e alegria.
PAULO SÉRG IO
MALHE IROS DOS SANTOS
Pianista, Doutor em Letras, professor na
UEMG, autor dos livros Músico, doce
músico e O grão perfumado – Mário
de Andrade e a arte do inacabado.
Apresenta o programa semanal Recitais
Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
Sinfonia nº 6 em
si menor, op. 54
Última apresentação:
25 de nov / 2012
Carlos Miguel Prieto,
regente convidado
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Filarmônica, nosso encontro na Música.
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NESTE NATAL, DÊ UMA ASSINATURA
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FORTISSIMO Novembro nº 22 / 2019
ISSN 2357-7258
Editora Merrina
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Edição de texto
Berenice Menegale
Capa Trumpet-Player
in front of a Banquet,
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MONTADORESHélio Sardinha
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Rua Pium-í 229 – (31)3227-7764
Chef Silvana WatelBISTRÔ – BAR DE VINHOS
Uma viagem na França... sem pagar a passagem!
Seja pontual.Cuide da Sala Minas Gerais.
Desligue o celular (som e luz).
Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.
Traga seu ingresso ou cartão de assinante.
Não coma ou beba.
Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.
Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante
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Se puder, devolva seu programa de concerto.
Faça silêncio e evite tossir.
Evite trazer crianças menores de 8 anos.
NO CONCERTO
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Santo Agostinho
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5 e 6 dez, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E
12 e 13 dez, 20h30 P R E ST O E V E LO C E
18 e 19 dez, 20h30 C O N C E R T O S D E N ATA L
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Sala Minas Gerais
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C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0 | B E LO H O R I Z O N T E – M G
T E L : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 0 0 | FA X : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 3 0
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