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    Em direo uma plena compreenso dos 'logos': "Dizer" e "Ouvir" natradio ocidental.

    Entre os mais diversificados significados do termo grego "logos" parece nohaver uma visvel referncia noo e a capacidade de escutar. Nas tradies do

    pensamento ocidental somos confrontados com um sistema de conhecimento quetende a ignorar o processo de escutar. Por outro lado, entre os possveis significadosdo verbo "legein" (alm dos que so relacionados a dizer) h significados de umanatureza diferente, como 'refgio', 'recolher', 'manter', 'receber', na qual este seriacertamente o mais provvel a conduzir a uma atitude cognitiva baseada na 'boaaudio'.

    Dentro da esfera das atividades prticas que podem ser associados palavra'fazer' - o verbo "legein" - podemos identificar propenses relacionais que parecemdesaparecer totalmente do nome substantivo 'logos'.

    Poderamos portanto desenvolver o significado do termo 'logos' se referirmostambm ao verbo 'legein'. Claramente este verbo significa 'dizer', 'falar', 'enunciar',e se comearmos a partir deste bem conhecido desenvolvimento e prosseguir omesmo caminho semntico chegamos a significados similares, como 'razo', 'conta','expresso', etc. Contudo, h uma necessidade de olhar para as possveis formas deentendimento dessa palavra giratria no ocidente como 'logos'

    Talvez pudssemos comear por admitir que no poderia haver dizer sem ouvir,falar, sem sua parte integrante, ouvir, no haveria discurso se no pudesse serrecebido.

    O significado que os gregos atriburam palavra 'logos' est gradativamentesendo reconhecida no mundo, diferentemente da palavra "legein", que tem sidoignorada. Esta moldagem, ordenando o sentido de 'dizer', est fortemente separadoda riqueza semntica de "legein". Elevada a um princpio essencial de nossa cultura,tal conjunto de significados parece controlar e modelar todas nossas perseguiesracionais, e surpreendente como nossa cultura consegue desenvolver emassociao com esse limite, e reduzido metade, conceito de linguagem. A

    tendncia para constantemente invocar o dilogo em conjunto com este ponto-cegosobre a questo em ouvir parece, assim, como uma intrigante caracterstica denossa cultura. Como Heidegger Salienta:

    "Linguagem passou a ser representada - alis, primeiramente com os gregos -como vocalizao, como som e voz, consequentemente foneticamente. A linguagem uma vocalizao com significado. Isso sugere que linguagem o personagempreponderante da 'expresso'. Est correto, entretanto a representaoexternamente artificial da linguagem como 'expresso' permanece definido a partirde agora. Ele ainda o hoje. A linguagem entendida como expresso, e vice-

    versa.

    A busca por uma perspectiva em ouvir no nos exigiria conceber alguma formade remover nossos crditos de conhecimento, comeando a partir de algum centro

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    hipottico, ou marco conceitual, e ento vendo o quanto ele se desdobra, ou reproduzida, nos detalhes de nosso entendimento. Ele seria, talvez, mais til paraenfrentar ascendente a direta anlise de nossas perseguies racionais a partir demecanismos originais, a partir de premissas bsicas. Em qualquer momento em quea realidade construda, podemos identificar uma atitude na qual possvel dizer eno ouvir - nesse momento, de fato, uma reduzida e esmagadora 'logos' semanifesta. Se comearmos a partir desta preocupao bsica poderemos, talvez,

    voltar para a rede cultural e descobrir como o mecanismo de 'dizer sem ouvir' foimultiplicado e espalhado, para ento finalmente constituir uma forma generalizadade dominao e controle.

    No apenas uma questo de compreenso o poder de trocar umaepistemologia para outra: o inevitvel problema filosfico reside em esclarecer asinteraes preliminares por trs do funcionamento dos mecanismos de controle."Lgica, como a doutrina de "logos", considera pensar como sendo uma afirmaode algo sobre algo. De acordo com a lgica, tal discurso a caracterstica bsica dopensamento". Um pensamento ligado primeiramente a dizer sem ouvir.

    Seguindo esta linha de argumentao devemos nos referir ao estudoetimolgico-filosfico de Heidegger, no qual ele tenta revelar um senso de"logos"mais fundamental. Comeando com famoso trecho Herclito - "quando vocouviu, no para mim, mas para o "logos" sbio concordar que todas as coisas soum" -Heidegger observa:

    "Ningum iria querer negar que na linguagem dos gregos, nos primrdios,"legein" significava falar, dizer ou contar. Contudo, to cedo e ainda mais

    originalmente, "legein" significa o que expresso similarmente na palavra alem"legen": afirmar, expor. Em "legen" um reunio prevalece, o Latin "legere"entendido como "lesen", no sentido de coletar e trazer junto. "Legein" significacorretamente o afirmando e o expondo, que rene ele mesmo e os outros.

    Talvez esta reunio dele mesmo simboliza a audio concentrada que necessria em "partos intelectuais". Vale ressaltar que em outros fragmentos deHerclito os dois termos 'ouvir' e 'dizer' so, de fato, usados juntos, e no obstante,o primeiro termo precede o outro: "Os homens no sabem como ouvir ou comofalar".

    FIUMARA, Gemma Corradi. The Other Side of Language: A Philosophy of Listening,Routledge, 1995, p. 1-3.

    Resumo e traduo para o portugus - Artur Matuck