Ferreira de Castro

download Ferreira de Castro

of 4

Transcript of Ferreira de Castro

  • 5/20/2018 Ferreira de Castro

    1/4

    O Homem livre!

    Ferreira de Castro lutou semprepela democracia integral, pela liber-dade e pela justia. Vinha do tempoem que a Federao Anarquista Ibricateve um grande peso na Pennsula.Estava rodeado de amigos e compa-nheiros ligados ao anarquismo. Nuncafoi militante de nenhum partido, masa sua viso do mundo era radicalmentea da esquerda socialista.

    URBANO TAVARES RODRIGUES, escritor

    H uns tempos atrs uma amiga

    ofereceu-me alguns nmeros de umarevista anarquista italiana, que editadaa partir de Milo. Entre muita matriacom interesse encontrava-se um artigoacerca de Saramago e da sua obra deescritor.

    comum, hoje em dia, Saramagoser a ponta do icebergue da literaturaportuguesa. Na actualidade o roman-cista portugus mais conhecido noestrangeiro, em parte pela atribuio do

    Nobel da Literatura.A literatura portuguesa, para almdo seu Nobel, tem outros romancistase poetas que no podem deixar de serapresentados a quem se interessa pelaleitura. Ferreira de Castro um dessesnomes.

    Um lutador da causa da liberdade eda justia que numa carta com data de1953 escrevia: [...] a verdade que,por cima da condio de europeu, de

    latino e de portugus, sinto na minhaalma uma grande identidade com aalma de todos os outros povos. Nou-tra altura Eu no sou bairrista, nosou regionalista, no sou nacionalista;amo Portugal inteiro, a Europa inteira,

    o mundo inteiro; amo profundamenteo povo do nosso pas, mas amo tam-bm toda a Humanidade.

    Esse amor pela Humanidade pas-sava por compreender e fraternizarcom os homens [...] de todas as cidadese de todas as aldeias de todos os pasesda Terra, por cima de todas as frontei-

    ras e de todas as ptrias.Filho dos camponeses Jos Eust-quio Ferreira de Castro e Maria Rosade Castro, a 24 de Maio de 1898 nas-ceu Jos Maria Ferreira de Castro, emSalgueiros, freguesia de Ossela, conce-lho de Oliveira de Azemis. As suashabilitaes literrias no foram almda instruo primria.

    rfo aos oito anos, Ferreira deCastro parte da terra natal (6 de

    Janeiro de 1911) aos doze, com destinoa Leixes de onde embarca no diaseguinte no vapor ingls Jermerumo a Belm do Par, cidade brasi-leira prspera graas aos lucros propor-cionados pela borracha.

    Emigrante, hospeda-se em casa deum conhecido da famlia que, contra-riamente ao esperado, embarca-o, pas-sados 28 dias, a bordo do Justo Cher-mont para o seringal Paraso, nas

    margens do rio Madeira, um brao doAmazonas, de onde s regressa emSetembro de 1919.

    Durante quase quatro anos vive empleno serto da Amaznia trabalhandocomo caixeiro. Escreve os primeiroscontos e crnicas enviando-os para jor-nais do Brasil e de Portugal e redige oromance O Amor de Simo, ttulo quevir a alterar para Criminoso por Ambi-o, vindo a ser editado em fascculos,

    em 1916, j em Belm, onde tambmpublica a pea em dois actos AlmaLusitana, tendo como pano de fundo oconflito luso-alemo de Naulila.

    Numa vivncia da maior misria,aproveita os intervalos dos biscatesincertos, para se instruir, lendo, lendomuito. Autores portugueses, brasileiros,tradues de Balzac, Hugo ou Zola eum sem-nmero de livros de filosofia,poltica e sociologia. o perodo emque recorre a trabalhos como, colarcartazes, trabalhar como embarcadionum navio de cabotagem, o Cassi-por, que faz a carreira do rio Oiapo-que entre a cidade com o mesmo nomee a Guiana Francesa.

    A sua iniciao ao jornalismo d-seem Belm do Par, com colaboraesnos peridicos Jor na l do s Novo s e

    A Cruzada. Em 1917, com Joo PintoMonteiro, funda o semanrio Portugal.

    Ganha notoriedade como jornalistae em 1918 homenageado pela comu-nidade portuguesa de Manaus. A pea

    O Rapto (indita) representada noTeatro-Bar Paraense (Agosto). O Por-tugal publica em folhetim o romanceRugas Sociais, que ficou por terminar.

    Em Setembro de 1919 regressa aPortugal a bordo do Desna, com qua-trocentos escudos (dois euros) nobolso. Logo no ano seguinte funda ojornal O Luso, que tinha como prop-sito aproximar o Brasil de Portugal.Alguns meses depois esta aventura ter-

    mina e Ferreira Castro regressa a umestado de extrema misria.No foi fcil o recomeo da sua

    vida profissional. Sobreviveu em condi-es precrias at que, em 1921,comea a colaborar com o jornalImprensa Livre, do publicista anarquistaCampos Lima. PublicaMas..., ensaios efico.

    Tivesse ou no emigrado para oBrasil, ainda criana e sozinho, Ferreira

    de Castro seria sempre escritor. Umescritor diferente, por certo, sem mar-cas da infncia que rapidamente deulugar maturidade adquirida na vivn-cia no seringal da Amaznia, comhomens que a viviam e numa Belmdo Par em crise, mas ainda a viver dofausto trazido pela explorao da bor-racha no incio do sculo XX. A verdade que a imprensa exercia um enormefascnio sobre ele, desde os tempos em

    que acompanhava a me ao mercado epassava porta do jornal local.Quando vinha com minha me aomercado de Oliveira de Azemis, pas-sava uma meia-porta e via l umamquina a trabalhar, a tirar o jornal;aquilo parecia-me uma obra de Deus eo meu sonho todo, tinha 9 anos, seriaescrever umas coisas para aquele jor-nal, para A Opinio. Se algum podiater feito a felicidade de uma criana,seria aquele jornal.

    Ignorando os processos grficos,eu ficava horas a pensar no mistrioque para mim representava a confec-o de um jornal. [...] Se me perguntas-sem nesse tempo o que eu desejava ser

  • 5/20/2018 Ferreira de Castro

    2/4

    na vida, teria respondido sem hesitar: Jornalista!

    Funda a revista A Hora (1922), omagazine Civilizao (1928) e colaboranas publicaes, ABC, O Sculo , eO Diabo. Num concurso promovidopelo Teatro Nacional a pea O MaisForte (indita) premiada.

    Pouco a pouco, comea criar rela-es com pessoas que lhe abrem ocaminho na vida jornalstica. Comeatambm a produzir e a publicarromances: Carne Faminta (1922); O

    xito Fcil (1923); Sangue Negro (1923);A Boca da Esfinge (1924); A MorteRedimida; Sendas de Lirismo e de Amor(contos) sob o pseudnimo SilvestreValente e A Ditadura Feminista (textosatrico), todos eles em 1925. Assegura

    tambm grande parte da colaboraono Renovao suplemento literriodo dirio A Batalha, rgo da Confe-derao-Geral do Trabalho (CGT),anarco-sindicalista, cujo director eraAlexandre Vieira. Entre o n.o2 (10-12--1923) e o n.o157 (29-11-1926), publica131 trabalhos.

    Ao mesmo tempo escreve, a umritmo alucinante, crnicas, reportagens,

    contos, crticas, histrias infantis parainmeras publicaes, s vezes mais decem por ms, para no morrer defome, revelou ele esta verdade emMadrid, numa tertlia com o escritorespanhol Rmon Valle-Incln, entreoutros, sem que algum houvesse acre-ditado...

    A vida de sofrimento no seringal daAmaznia, o observar da exploraodesumana a que os trabalhadores eramsujeitos confere-lhe uma viso interna-cionalista e libertria que est presenteao longo da sua obra e no seu pensa-mento. Em Aldeia Nativa afirma por-que o universal a fuso e a com-preenso solidria de todas as aldeias,vilas e cidades, plancies e montanhasdo Mundo, se h alma para a todas

    abarcar e se na alma existe stio prop-cio aos mastros e s velas que levem aunir-nos, pelo amor fraternal, a todosos seres humanos, nas suas diversasptrias.

    Em 1926 eleito presidente do Sin-dicato dos Profissionais da Imprensa edesde logo inicia um protesto contra ainstaurao da censura. PublicaA Pere-

    grina do Mundo Novo, A Epopeia do Tra-

    balho (com ilustraes de RobertoNobre) e O Drama da Sombra. Nessemesmo ano passa a viver com a jorna-lista e escritora Diana de Lis (MariaEugnia Haas da Costa Ramos).Publica os volumes de contos A Casados Mveis Dourados,O Voo nas Trevas e

    Emigrantes (1928). Passa a gozar de

    prestgio e uma nova fase literria seinicia aps a publicao deste ttulo,onde atravs do personagem Manuelde Boua relata o drama de um emi-grante fracassado, um homem que foraem busca do paraso e fracassara.

    Bigrafos que somos das persona-gens que no tm lugar no mundo,imprimimos neste livro despretensiosahistria de homens que transitam deuma banda a outra dos oceanos, na

    mira de poderem tambm, um dia,saborear aqueles frutos de oiro queoutros homens, muitas vezes semesforo de maior, colhem s moscheias.

    Nesse mesmo ano funda e dirige ainovadora revista Civilizao, com Cam-pos Monteiro.

    Em 1930, com a publicao deA Selva, romance inspirado na sua

  • 5/20/2018 Ferreira de Castro

    3/4

    experincia na floresta amaznica,alcana grande xito e renome euro-peu.Blaise Cendrars, novelista e poetasuo e seu tradutor, organiza, emParis, a apresentao do livro, dizendoque Ferreira de Castro sabe evocarcomo mais nenhum as belezas e opovo da Amaznia, descrever a natu-

    reza tropical, dar-nos conta do bizarro,dos caprichos, das que nascem nesteclima de gua e fogo, mas ao mesmotempo falar-nos dos homens que alivivem, que lutam, que sofrem nas cla-reiras da floresta virgem.

    Passados quarenta e trs anos (1973),a UNESCO anuncia que A Selva estentre os dez romances mais lidos emtodo o Mundo.

    Me deixa sua peste! Me deixa j!

    No foi por ti nem pelos outros comotu que perdi a minha alma e vou parao inferno! Foi porque seu Juca te fezescravo e aos outros safados que teacompanham. Se estivesse no tronco,como tu, o feitor que me batia l noMaranho, eu tambm matava a seuJuca. Negro livre! O homem livre![...] Me mande matar, se quiser, branco.Eu j sou muito velho e no preciso deviver mais..., ltima fala do negro

    Tiago, um dos personagens deA Selva.O ano de 1930 revela-se tambmtrgico para o escritor. A 30 de Maiomorre a sua companheira Diana deLis. Angustiado, interrompe suas acti-vidades literrias, abandona a direcodo magazine Civilizao e inicia umaviagem pela Europa (Espanha, Ingla-terra, Irlanda). Organiza e prefacia olivro pstumo de Diana de Lis, PedrasFalsas.

    Para O Sculo faz a reportagem dasConstituintes da II Repblica espa-nhola, da revolta da Andaluzia e doplebiscito sobre a autonomia da Catalu-nha. A partir de Espanha escreve: sai--se de Madrid e encontra-se uma outrafora, muito maior, muito mais pode-rosa a fora que, sendo anticomu-nista, tem dado ao estrangeiro, habi-tuado a englobar todas as correntes sobuma s etiqueta, a impresso de queem Espanha h, de facto, um grandemovimento comunista. Essa fora noquer partidos, no quer a ditadura doproletariado, no quer que o Estadoseja tudo e o indivduo seja nada. Essafora [...] o sindicalismo. Extremo do

    mundo social at agora idealizado, oanarco-sindicalismo espanhol s encon-tra hoje uma organizao to ou maisforte do que a sua nesse extremo domundo burgus que o socialismo.

    A obra Eternidade publicada em1933, anuncia o retorno s atividadesliterrias. Nesse mesmo ano prefacia a

    traduo portuguesa do livro da entodiplomata russa Alexandra Kolontai,A Mulher Moderna e a Moral Sexual.

    Em tempos difceis da ditadura,Ferreira de Castro assumiu posiesque lhe poderiam ter valido pesadasconsequncias. Por pedido do Sindicatodos Operrios da Indstria Mineira deSo Domingos filiado na CGT, anarco--sindicalista redige uma reportagempara O Sculo sobre o trabalho nas

    minas, onde desde o incio do ano jtinha havido cerca de mil e quatrocen-tos acidentes laborais. O lpis da censu-ra corta-lhe a reportagem de alto abaixo. De imediato declarou que,enquanto a censura existisse, nuncamais colaboraria na imprensa portu-guesa. Abandona o jornalismo profis-sional em 1934. Mais tarde Ferreira deCastro vem a publicar esta reportagemem Os Fragmentos (Historial da Velha

    Mina).Parente muito prximo da litera-tura e com momentos exultantes, ojornalismo representava para mim oforno de onde me vinha o po e assimpoder realizar os meus pobres livros sua ilharga, nas horas destinadas aorepouso, que eu utilizava vencendotodos os cansaos. Era ele que mepunha a mesa sbria, me substitua osfatos e os sapatos quando muito usa-

    dos, me pagava os cigarros e os cafs.Sem ele, cuja conquista j me fora topenosa, eu no poderia entregar-me,naqueles dias, ao meu teimoso sonhode romancista, que se desdobrava sem-pre entre imensos escolhos.

    O Sculo publica-lhe em destacveisum dos seus romances, Terra Fria, quevem a receber o prmio RicardoMalheiros, da Academia das Cinciasde Lisboa.

    Com uma situao material maisequilibrada, fruto dos direitos de autorinternacionais, Ferreira de Castro iniciauma viagem ao Mediterrneo Oriental,visitando o Egipto, a Palestina, Rodes,Malta, Cartago e Tunes, Pompeia e

    Npoles e Maiorca, priplo de queresultaria o seu livro Pequenos Mundos eVelhas Civilizaes.

    No final dos anos 30 casa-se comElena Muriel, em Paris (9 de Agosto de1938) e as suas principais obras estoj traduzidas em numerosas lnguas.

    Na dcada seguinte escreve vrios

    ttulos, com destaque para A L e aNeve, que foca os conflitos relacionadoscom a pastorcia e a tecelagem naBeira-Baixa. A sua filha, Elsa Beatriznasce (1945). Numa entrevista ao Di-rio de Lisboa (17 de Novembro) faz adenncia da censura e de como elacastra a criatividade dos escritores por-tugueses. O mal no est apenas noque a censura probe mas tambm noreceio do que ela pode proibir.

    Passa a integrar a Comisso Consul-tiva e a Comisso de Escritores Jorna-listas e Artistas do Movimento da Uni-dade Democrtica (MUD).

    A oposio de Ferreira de Castro aoEstado Novo foi sempre orientada porum ideal unitarista mas simultanea-mente de uma grande independncia.Na verdade, o movimento de oposioa Salazar, na poca, era um movimentocheio de contradies e intriga poltica,

    o que no lhe agradava.Numa carta a Alexandre Vieira de7 de Maio de 1946 escreve Libertriocomo sempre me considerei, no sapoltico como anti-poltico, sempre nomeu ntimo desaprovei a demasiadainterferncia dos libertrios nas organi-zaes dos trabalhadores. Estes quedevem organizar-se como entendereme orientar-se pelas ideologias que quise-rem. Tutelas no. Aos libertrios cabe

    exercer a sua aco ou nos seus orga-nismos especficos ou nos respectivossindicatos, mas como simples compo-nente deles e no como mentores.

    Nas dcadas de 1950 e 1960 editaos romances A Curva da Es trada,

    A Misso, O Instinto Supremoe um con-junto de comentrios, sobre as grandesobras de arte, intitulado As Maravilhas

    Artsticas do Mundo. Em 1951, o acad-mico dinamarqus Holger Sten propea candidatura do escritor ao prmioNobel (Fevereiro), sendo apoiado emPortugal por Joo de Barros, JaimeBrasil e Roberto Nobre.

    Eleito, por unanimidade, presidenteda Sociedade Portuguesa de Escritores,

  • 5/20/2018 Ferreira de Castro

    4/4

    em 1962, da qual o scio n.o2, tomaposse a 5 de Fevereiro, presidindo sua direco at 1964.

    Em 1968, a Unio Brasileira deEscritores apresenta a candidaturade Ferreira de Castro e Jorge Amadoao Nobel da Literatura.

    O reconhecimento internacional d-

    -se em 1970 ao receber o prmioguia de Ouro Internacional, no Fes-tival do Livro de Nice (28 de Maio),facto tido (at ao recente Nobel deSaramago) como o maior aconteci-mento da vida literria portuguesa dosculo XX, atribudo unanimemente porum jri a que presidia Isaac BashevisSinger e de que faziam parte, entreoutros, Andr Chamson, Gore Vidal,Herv Bazin, Jacques Chastenet, Joa-

    quim Pao dArcos e Miguel-AngelAsturias. Konstantin Simonov e Law-rence Durrel eram outros dos candida-tos a este prmio.

    Neste ano faz um pedido ao poder:Desejaria ficar sepultado beira dumadessas poticas veredas que do acessoao Castelo dos Mouros, [Sintra] sob asrvores romnticas que ali resideme tantas vezes contemplei com esta

    ideia no meu esprito. Fica perto doshomens, meus irmos, e mais prximoda Lua e das estrelas, minhas amigas,tendo em frente a terra verde e o mara perder de vista o mar e a terraque tanto amei.

    Recebe o 25 de Abril de 1974 e aconsequente queda da ditadura com

    entusiasmo. Participa activamente no1.o de Maio. A 5 de Junho sofre umacidente vascular-cerebral em Macieirade Cambra e morre no hospital deSanto Antnio, no Porto a 29 de Junho.

    Jos Gomes Ferreira, Presidente daAssociao Portuguesa de Escritores,nas palavras que proferiu no funeraldo escritor, testemunhou:

    Quando h meio sculo entrmosno tnel de onde s samos a 25 de

    Abril, sempre o vi a favor dos humilha-dos contra os ofensores, dos inocentescontra os carrascos, dos ofendidos con-tra os tiranos e nessa ocasio juro--vos que ser presidente da Socie-dade Portuguesa de Escritores lugarque ocupou no era to fcil comoser presidente da actual AssociaoPortuguesa de Escritores em que o per-fume a cravos substituiu o cheiro a

    sangue. A ltima vez que encontreiFerreira de Castro foi na festa do1.o de Maio a gritar connosco: Escre-ver lutar! Escrever lutar! [...] Olh-mos um para o outro. Estvamosvelhos, mas contentes, por ver tantoescritor jovem ao nosso lado, a gritarcom mais vibrao do que a nossa voz

    j dbil, mas no vencida. E por poucono desatmos os dois para ali a chorarcom a alegria que s os velhos sabemsentir.

    Dos autores portugueses, foi Fer-reira de Castro aquele que viu maiornmero de livros traduzidos, ainda emvida. Traduzidos para a maioria dasprincipais lnguas europeias: ingls,russo, francs, checo, castelhano, ita-liano, sueco, eslovaco, noruegus,

    romeno, alemo, flamengo, blgaro, po-laco, hngaro e servo-croata.Obras traduzidas em italiano: La

    Selva Delle Amazzoni, 1933, trad. di G.De Medeci e G. Beccari, Milano,Rizzoli e C.; Emigranti, trad. di A. R.Ferrarin, ed. Carabba-Lanciano; UominiCome Noi, trad. di Antonio Fiorino,Milano.

    FERNANDO CERQUEIRA