Estopim 2014.2
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014
#2
O estopim é o acontecimento.
Faz mover. Empurra. Sacode.
Movimenta. É a causa inicial e a
razão para a uma transformação.
Estopim é um primeiro ato, um
momento deliberado e consciente
ou inocente e inconcebido. Ele
gera mutações, exige soluções,
problematiza, faz acontecer.
Diretor Geral EDNILTON SOÁREZ ¶ Diretor Acadêmico
EDNILO SOÁREZ ¶ Vice-Diretor ADELMIR JUCÁ ¶
Coordenadora do Curso de Design NILA BANDEIRA ¶
Diretor de Criação e Projeto Gráfico TARCÍSIO BEZERRA
MARTINS FILHO ¶ Estagiários Design NPJor ALUISIO
SILVESTRE, ANTONIO BRUNO (TOIN), BARBÁRA
PINHEIRO, BRUNA BURLAMAQUI, CAMILA RODRIGUES,
DANILO FERREIRA NOBRE, DAVI JUCIMON MONTEIRO,
GLEIDSON LEMOS, IGOR DE PAULO PONTES, JOÃO
CEZARIO, KARLA DE GETSÊMANI, LEVI LEAL, LINDA HELEN,
MÁRIO FÁBIO VIEIRA, NIKELY FEDECHEN, PAULO ANDRÉ
MAGALHÃES, PAULO DÓRIO, PEDRO VINICIUS,SABRINA
ALBUQUERQUE, STEPHANIE MAIA, VALDIR MUNIZ.
É hora da partida. Nesta primeira seção de
nossa revista, conversamos com importantes
profissionais e acadêmicos do meio do
Design buscando tematizar questões de
nosso universo de atuação profissional.
Nesta segunda edição, Estopim conversou
com o designer Alberto Gadanha a respeito
de seus projetos e da importância das
referências e da bagagem cultural para a
formação de um designer.
PRECISOVIAJAR É
DESIGN TAMBÉMAlberto gadanha -
designer, publicitário, professor e empreendedor
- fala sobre bagagem cultural e referências
texto tarcísio bezerra FOTOS tarcísio FEIJÓ
Existem muitas maneiras de
viajar sem ser aquela em que
você precisa fazer as malas e
pegar um ônibus ou um
avião. Tem gente que viaja até
em frente a um filme ou a um
livro. O importante mesmo é
viajar. ¶ Em um trabalho
criativo, viajar é essencial,
garante Alberto Gadanha,
designer da Vela - Narrativas. Nesta
entrevista, ESTOPIM descobriu a
importância da bagagem cultural e
das referências no trabalhos de
designers. ›
Alberto, como surgiu seu interesse pelo Design?⁄ Desde criança me interessei em
entender como as coisas funcionam,
mecanismos dos brinquedos, peças de
lego. O processo de montagem era
mais interessante do que o resultado
final. Meus pais sempre me incentivar-
am à experimentar, observar os acon-
tecimentos de formas diferentes. Essa
capacidade de relativizar é importante
para o designer. Se colocar no lugar do
outro, simular a experiência, criar a
história. Tudo isso a gente desenvolve
com os brinquedos e é claramente útil
na profissão.
Além do funcionamento das coisas, a
imagem me atraía. Claro que toda
geração tem suas descobertas, mas eu
acho que o pessoal da minha idade
passou por um momento interessante
quando a imagem não era tão presente.
Você não tinha imagem na palma da
mão. Isso dava um prazer de estar
mexendo com algo que não era íntimo
para a maioria das pessoas mas que
você percebia a importância que tinha
e que ia ter cada vez mais.
A primeira lembrança de uma real
preocupação com organização de
informação foi para apresentação de
trabalhos na escola. Lembro alguns
colegas que realmente já se preocupa-
vam em dar um trato no gráfico da
apresentação, a gente falava sobre isso,
avaliava o visual das outras apresenta-
ções. Alguns deles são designers hoje.
Acho legal falar isso por que acredito
que algumas noções básicas do pensa-
mento de design deveriam estar inseri-
das no currículo escolar. São coisas
importantes para qualquer um, não só
para o profissional da área.
ESTAR DE OLHO EM REFERÊNCIAS AJUDA MUITO, SERIA ESSE O SEGREDO NA FORMAÇÃO DE UM BOM DESIGNER?⁄ O acúmulo dessa bagagem cultural deve ser pensada
racionalmente durante a formação.— Designers assim
como qualquer outro profissional deve estar sempre se
formando — É claro que todas as nossas experiências de
vida contribuem para nossas referências. De finais de
semana na praia à desilusões amorosas tudo isso vai
refletir no seu trabalho. Mas é importante que uma
parcela desse referencial seja construído à partir das suas
ambições profissionais específicas. Onde vou concentrar
meus estudos? Me informar mais sobre moda, carros ou
jardinagem? É a sua fonte, sua biblioteca. É, principal-
mente, onde você pode aprender com o erro e acerto
de outras pessoas para que na hora for você à propor
uma solução, ela já venha pré-testada.
Não sei se é o segredo, mas é indispensável cuidar bem
dessa bagagem, separar tempo para alimenta-la, analisar
as conexões entre diferentes referências, trabalhos que
se inspiram em outros, coincidências históricas. Tudo
isso faz com que você interprete o que está acontecen-
do ao nosso redor com um pouco mais de clareza. Nós
trabalhamos dando forma ao conteúdo — informando
— e informação é o fator mais importante da nossa
sociedade hoje. Os designers são responsáveis por dar
uma interface à essa massa de informações, um acesso
ao conteúdo. É uma linguagem, e quanto mais você
conhece-la, melhor você vai poder lidar com as mensa-
gens que precisar desenvolver.
Como viajar te ajuda a pensar em design? E mais, o que um designer deve estar atento na hora de viajar?⁄ Viajar tira do conforto, faz com que novos problemas sejam
resolvidos, um novo lugar com outras relações sociais. Isso já
lhe coloca num papel mais observador. No caso do design
gráfico é interessante quando você está num país que não
entende absolutamente nada da língua e que as placas são
vistas, mas não são entendidas. Dessa maneira é possível
analisar a comunicação visual sem a interferência da interpre-
tação verbal. Eu acho legal ver como os objetos são
diferentes em outros lugares. Mapas, fachadas, sinal-
ização de metrô, cardápios…a lista é infinita, tudo que
foi criado pelo homem pode ser analisado a partir da
perspectiva do design. Assim a gente pode perceber
muito sobre o temperamento das pessoas que vivem
nesses lugares.
todas as nossas experiências de
vida contribuem para nossas referências.
De finais de semana na praia
à desilusões amorosas tudo
isso vai
como outras linguagens, como a música, a dança, o teatro ou mesmo a literatura podem ajudar um designer em seu processo criativo?
⁄É importante que o designer se esforce para não limitar
suas referências à essas mensagens que já estão ao seu
redor. Buscando sempre se nutrir de material que não é
visto pela maioria das pessoas. Não só objetos de design
propriamente dito, mas música, livros, fotografias, pro-
gramas de tv, seriados. Cada linguagem provoca nossos
sentido e nossa percepção de uma maneira diferente.
Estar confortável com quantas dessas linguagens for
possível é uma boa maneira ampliar sua área de atuação.
Nesse sentido é legal citar o trabalho do Sagmeister,
queridinho da turma do design, que mistura diversas
técnicas como caligrafia, fotografia, escultura e que
muitas vezes é realizada por parceiros. Existe o caso
também da expressão cultural não ser somente sua
inspiração, sua referência e agora ser seu briefing, de fato.
É o caso de gerar a id. visual de um espetáculo de dança,
ou de uma peça de teatro, ou o projeto gráfico para
literatura ou a capa de um disco. Nesses casos o designer
vai funcionar como um tradutor, transferindo o conteúdo
de uma linguagem para a outra. Nesse momento é
essencial que o designer tenha a sensibilidade não só
para se emocionar com os frutos do próprio design, mas
para experimentar as sensações provocadas por outras
linguagens e tentar trazer para o sua criação, que é
gráfica, visual essa mesma sensação da música, ou da
história, ou da peça e etc.
Por último, que ponto importante você gostaria de deixar para outros designers e para os estudantes em formação?⁄Considero um ponto importante a ser destacado o contato manual
com os materiais. Destaco o tato, afinal design também é feito de tato.
Muita da nossa relação com as imagens é por trás da tela, que é fria, lisa.
Mas as imagens na vida real são objetos, são placas, livros, coisas que
tem volume e cheiro. O designer deve ter tanto cuidado com as escol-
has táteis como as visuais. Isso se aplica também ao método de
produção, não devemos abrir mão dos métodos de produção analógi-
cos simplesmente pela existência da possibilidade digital. Nem sempre
ela é a melhor, e quando você usa elementos reais, texturas reais, sua
imagem transparece essa
honestidade, essa simpatia.
Tenha intimidade com o
lápis, com a tinta, com o
recorte. Dobre, amasse e
rasgue diferentes tipos de
papel para sentir como
reagem os seus materiais
de trabalho.Dobre, amasse e rasgue diferentes tipos de papel para sentir como reagem os seus materiais de trabalho
Eureca! Aqui nascem as boas ideias do curso
de Design Gráfico da Faculdade 7 de
Setembro. Nesta seção, trazemos para você
um apanhado do melhor da produção em
sala de aula das disciplinas do curso.
Nesta edição, trabalhos as disciplinas de
Computação Gráfica (prof. Tarcísio Bezerra),
Introdução ao Design Gráfico (prof. Diego
Paiva), Design Editorial (prof. Humberto
Araújo), Meios de Representação (Bruno
Vasconcelos) e Composição Visual (Diego
Henrique), além dos trabalhos das oficinas de
Xilogravura e Lettering da Semana de Design.
rodolfoillustraçãoprof. thiago martins
Nikely Fedechen • Gleidson Lemos ¶ Design Editorial ¶ Prof. Humberto Araujo ¶ 4º semestre
Camila Rodrigues ¶ Introdução ao Design ¶ Prof. Diego Paiva
Valdir Muniz ¶ Introdução ao Design ¶ Prof. Diego Paiva
Stephanie Maia, Antônio Bruno (Toin), João Cezário, Valdir Muniz ¶
Introdução ao Design ¶ Prof. Diego Paiva
Transpiração: 99%. E o que os nossos
estudantes estão fazendo fora da sala de
aula? Nesta seção de Estopim, convidamos
um estudante ou ex-estudante para mostrar
o seu portfólio e conversar sobre sua
atuação profissional.
Nesta edição, o nosso aluno Igor Pontes fala
sobre o seu projeto com Motion Design e
dá algumas boas dicas sobre o mercado e a
formação da profissão no Ceará.
O aluno Igor Pontes fala sobre o mercado de motion design no Ceará e apresenta
um pouco do seu trabalhoENTREVISTA TARCÍSIO BEZERRA
fotos Daniel Silva DESIGN sTEPHANIE MAIA
MO T I ON
Igor, fala um pouco sobre seu trabalho e sobre como você começou na área de Motion Design?Igor Pontes: Minha decisão em trabalhar na área
de animação, nasceu desde a era do ATARI,
quando fiquei maravilhado ao ver aquelas figuras
criarem vida através de um joystick e serem
controladas na tela da TV. Mas foi somente aos
14 anos que decidi me arriscar no maravilhoso
mundo das ilustrações. Parece estranho mas
comecei desenhando capas de discos de vinil,
na época gostava muito de Iron Maiden (ainda
gosto!) e foi nas capas desses discos que come-
cei meus primeiros rabiscos. Aos 16 anos fiz um
curso de animação tradicional na Casa Amarela,
aos 23 anos dei uma parada nos desenhos, pois
iniciava ai uma fase de minha vida onde trabalhei
como editor de vídeo, trabalhei na área por 6
anos, junto de bons diretores, produtores e
editores. Aos 29, saí e fui trabalhar como freelan-
ce por 2 anos, hoje eu sou motion designer em
uma TV local aqui em Fortaleza.
MO T I ON
E onde e com o quê você trabalha hoje?Igor Pontes: A função que exerço hoje era mais
conhecida como vídeo grafista (profissional
responsável em fazer vinhetas para TV). Como
sou estudante de Design, já me intitulo como
Motion Designer. Através da escola Art&Cia,
participo de um projeto chamado “EPADA” onde
ministro cursos de animação gráfica, mais
direcionado à publicidade. O projeto é voltado
diretamente para adolescentes de escolas
publicas. Também já ministrei cursos semelhantes
na Fábrica de Imagens e Porto Iracema das Artes.
Atualmente estou envolvido em alguns projetos na
Escolha Art&Cia, tais como Curta 3D, Games 3D
além de trabalhos Freelas para algumas empresas
aqui de fortaleza como ENDESA e Nacional Gás.
Tive o enorme prazer de fazer trabalhos para fora,
como Salvador, Rio de Janeiro, Natal, São Paulo, e
internacionais como Canadá e EUA. Atualmente
curso o 3º Semestre de Design Gráfico na FA7 e
pretendo me tornar professor na área da computa-
ção gráfica voltada para Publicidade e games.
Alguma dica profissional que você considera importante mencionar?Igor Pontes: Sempre que ministro meus
cursos gosto de iniciar com uma frase de
Confúcio que tenho como lema na minha
vida profissional: "Escolha um trabalho que
você ame e não terás que trabalhar um único
dia em sua vida” (Confúcio). Bem, esse é o
meu lema.
Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida. (Confúcio)esse é o meu lema
Como é o seu processo criativo?Igor Pontes: O processo de criação de meus
trabalhos segue uma sequencia. Primeiro vem
o roteiro, que geralmente recebo do cliente. Só
Depois é que vem o storyboard, a criação da
peça ou personagens, animações de teste, e,
finalmente, a animação final e a pós produção,
como os efeitos, as texturas, as correção de
cor, as câmeras. E ainda tem a sonorização.
Comenta um pouco sobre o teu trabalho “Dia do Nordestino” para a TV Diário?Igor pontes: No caso dessa peça específica, já
recebi o roteiro do Marketing da TV, fiz o
storyboard, os desenhos, as animação, as
câmeras e a edição. Utilizei um desenho de
referencia, para me basear na textura que
preenche a parte de dentro do desenho e o
traço utilizado na técnica de xilogravura,
tentando assim simular isso no formato digital.
Utilizei cores bases tais como o amarelo, azul
e cinza, baseado nos livros de cordel, que
geralmente tem essas cores. Para a animação,
utilizei muitas referências como alguns estu-
dos que eu mesmo faço, ou filmagens
próprias, e sequências que tenho para os
meus estudos pessoais, além de loops que
são os movimentos cíclicos. O software que
utilizo me permite criar composições de
animação como se fosse uma pasta com
vários elementos dentro, geralmente animo
um personagem, e depois duplico e faço
algumas modificações tais como, colocar
chapéu, trocar a roupa e ate mesmo fazer
modificações na animação de cada um. Os
softwares que utilizo para as animações de
vinhetas sãoIllustration, Photoshop, Cinema
4D e AfterEffects.
O resultado final desse e outros jobs podem
ser conferidos em www.igorpontes.com.br