Desarticulando - Ideias ouro-pretanas

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    Este texto foi revisado, preparado e compostopela Editora Keimelion.

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    Pblio Athayde

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    PBLIO ATHAYDE

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    Dedico este livro ameus amigos de infncia,

    E memria dos companheirosque se foram antes do tempo.

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    No quero de volta nada daquilo de que tenhosaudade, seno terei saudade de novidades.

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    SumrioAnhanhonhacanhuva ............................ 9 Banquete de dona Ona ...................... 14Bblia, casamento e Estado ................. 18Coero eleitoral ................................ 21Convivas em Ouro Preto ..................... 23Diferenas entre historiadores e

    jornalistas ......................................... 27 Educao versus instruo .................. 29Medida Procrastinatria ..................... 36Memria e imagem ............................. 37Minha gnese ..................................... 41O som, o tom e a melodia colonial... .... 44Opinio de cada um ............................ 46Ouro-pretano, quem s? ..................... 48Padre Simes ..................................... 52Prlogo .............................................. 55Semana Santa de 2011 em Ouro Preto . 58Sexo dos anjos ................................... 60

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    Texto da memria ............................... 64Traduzindo a bblia ............................. 66Tratando de varal de tripas ................. 68Um s partido nacional ........................ 70

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    Prefiro no delegar fria dos deuses os julgamentos

    de que eu me abstiver.11/04/11

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    Anhanhonhacanhuva

    Recorro a uma das mais curiosas expresses do tupi,que devemos aos bravos goitacs precedentes aosbandeirantes, para dar uma plida ideia do que pensode nosso sistema educacional.

    Claro, poucos sabem: Anhanhonhacanhuva significagua parada que some no buraco da terra, o antigonome indgena da localidade, em Minas Gerais, atual-mente conhecida pe-los nomes Fidalgo eQuinta do Sumidouro(distritos de Pedro Le-opoldo, MG), onde si-tua-se a Lagoa do Su-midouro (a dita Anha-nhonhacanhuva), local

    sagrado dos cita-dos ndios e refe-rencial geogrfico central e principal do Parque Esta-dual do Sumidouro. A ocorrncia de sumidouros no

    rara, principalmente em regies calcrias.

    Anhanhonhacanhuva, palavra quase impronuncivel onde nasalar ou no? simplesmente um sumidouro.Sobrou em nossa lngua como toponmico, embora res-tem lembranas de seu significado comum: sumidou-ro, a espiral que suga as guas e desaparece com elas

    Um anhanhonhacanhuva

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    Banquete de dona Ona

    No tempo em que l em casa tinha uma ona, era h-bito da vizinhana, da redondeza e at de gente maisdistante livrarem-se dos gatos indesejados levando-ospara serem alimentos do bichano maior. O prmio pelagentileza era assistir a refeio. Acontecia que o espe-tculo o abate, clmax do evento, dava-se no incio da

    cena e era muito rpido (o que no recomendadopelos roteiristas), mas as cenas que se seguiam eramigualmente interessantes.

    Primeiramente um bote certeiro, no pescoo; esma-gamento, perfurao e toro simultneas; paralisiaimediata da vtima, seguida apenas de espasmos. De-pois a primeira parte da refeio, o sangue da vtima,sugado imediatamente, muitas vezes sem mesmo sol-tar a presa, sugando pelo pescoo, ou abocanhando acabea, colocando-a inteira na boca. Se a ona esti-vesse relativamente saciada antes do abate, essa pri-meira parte da refeio, hematofgica, era suficientepara o momento e o gato ficava de lado at a fomevoltar.

    Depois, havendo fome, o aperitivo seriam as orelhas eas vsceras o prato da segunda refeio, a que se se-guia o esquartejamento da presa e reserva das peaspara sucessivas e posteriores refeies. Um gato m-dio provia umas trs a quatro refeies para a ona.

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    Bblia, casamento e Estado

    Um dos primeiros argumentos que vm tona quandose discute essa ou aquela forma de casamento o quediz a bblia.

    A bblia no diz nada. Bblia livro e livros no dizem,eles trazem as coisas escritas (no sei se voc j viualgum, mas assim que eles so). E coisas escritascada um l como quer. Quando o livro grosso, confu-so, compilado politicamente, nele se encontra justifica-tiva para qualquer coisa. Por coisas escritas na bbliamuita gente foi pra fogueira, muitos foram seviciados,muita grana foi roubada dos pobres.

    Ento no me diga que h isso ou que h aquilo na

    bblia, pois aquela mixrdia de textos se presta e sem-pre se prestou a todo tipo de interesse.

    Sim, sim, minha gente religies definem e interferemnas relaes afetivas das pessoas, controlando-as. En-to vamos dar azo liberdade religiosa e permitir oscasamentos poligmicos aos mrmons e islamitas bra-

    sileiros, vamos reconhecer o direito (cristo) de "primanote" aos coronis nordestinos (no sei se Sarney vaidar conta, mas gostaria) e vamos entregar crianas aorgias de algumas nfimas seitas indianas que no seise h por aqui... Pois se religio serve serve para coibiressa ou aquela prtica, tambm h de servir para libe-rar alguma.

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    O som, o tom e a melodia co-

    lonial...

    A caverna em que habito fica numa regio em que hmuitas outras. Passei nela uma madrugada acordado,tentando ouvir o silncio da noite nem havia estrelas.As outras pessoas que vivem comigo no produziamnenhum rudo, provavelmente dormissem...

    Mas o que menos pude ouvir foi o silncio. No havianenhum fogo em minha espelunca, mas vrias luzespenetravam pelas frestas, nenhuma delas natural. Mashavia rudos das cavernas adjacentes, de todos os la-dos, das pessoas transitando entre elas, e dos fogossempre acesos em algumas delas, de animais... Nunca

    h silncio, quando h tantas cavernas.

    Do silncio da noite, aquele que nos permite ouvir avoz das estrelas, s pude ter a saudade de algum diabem distante quando estive em lugar bem menos ha-bitados, lugar em que o fogo mais perto, em linha reta,teria viajado alguns anos antes de chegar a mim. E osrudos eram das folhas, dos insetos, o ar se movimen-tando... Sons que no se sobrepem ao ter ou ao atri-to da atmosfera com o planeta em seu giro dirio.

    Fiquei imaginando qual seria, h 200 anos, o som danoite no lugar mesmo em que nasci... Quando ali ha-veria poucas cavernas e a centsima parte das pesso-

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    as dentre as quais eu vivo. E muito poucos lumes ecandeias competiam com a radiao dos astros.

    Entendi ento que, para ter uma ideia qualquer sobrea noo de som, a compreenso de tons e a melodiada msica colonial, o ponto de partida seria a aceita-o do fato de que os habitantes das cavernas por per-to de onde eu nasci, 200 anos antes dessa efemride,seriam em nmero muito menor, teriam muito menos

    fogos a crepitar pela noite, ficariam muito mais reco-lhidos depois de o sol se por... E estariam muito maispropriamente afetados pela calada da noite. E no na calada da noite agora no sentido moderno mesmoda expresso que estamos mais afetados pelos me-dos, pelas melancolias, pelos fantasmas e pelas fs?Acredito que a centsima parte das pessoas produzam

    a centsima parte dos rudos e tenha motivos para tercem vezes mais medos.

    Fico imaginando a acuidade auditiva dessas pessoasacostumadas a perscrutar dentre o mais profundoabismo sonoro das noites setecentistas os rudos maishorripilantes das travas e os mais alentadores hinosangelicais.

    Nesse contexto de outrora e de agora, dois elementosde anlise surgem a se considerar: o som enquantofenmeno fsico e, simultaneamente, inserido em con-cepes culturais; e, do outro lado, a msica propria-mente dita, isto , o som culturalmente organizado

    pelo homem.

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    eternamente, um lugar de respeito e gratido. Issopara destacar apenas o mais importante de uma sriede agrados durante toda minha meninice.

    No resisto, vou apontar mais uma coisa que faziameu padrinho e que era absolutamente notvel: elegostava de picols,por isso, quantas equantas vezes, quan-

    do eu estava na casadele (a casa paro-quial), ao passar ummenino vendendo pi-col na rua, padre Si-mes nos compravano um ou dois, mas

    mais de uma dzia depicols do Crispim(excelentes!) e chup-vamos todos, um apsoutro... Pode haverhomem mais fabulosoque o que nos d bici-

    cleta e compra montesde picols?

    Depois que fiqueiadulto, dei pra ter opinies diferentes das dele emmuitas coisas: distanciamo-nos que bobagem. O res-

    Pe. Simes poca da ordena-o

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    Texto da memria

    Nenhum texto se faz por partes. Ele concebido, pro- jetado e registrado em conjunto, todas as partes aomesmo tempo. Trata-se uma recuperao de memriae seu registro simultneo, trata-se de dar estruturasinttica a cada lembrana e explorar semanticamentecada possibilidade representativa das palavras para

    fixar uma memria. Trata o texto de ser de uma ma-croestrutura representativa esttica tentando fixaruma estrutura hipercomplexa e dinmica. E o textono todo a um s tempo, mesmo j o sendo. O texto a parte dele em que estamos, mesmo sendo o que jdele conhecemos e o que viremos a conhecer. Assimcomo a vida, ou as memrias que so igualmente

    apenas o presente e a aflorao do agora, tambmsendo o perfeito e o mais-que-perfeito tanto quanto osdevires. E note aqui que sa do campo das metforas,no substituindo texto por vida apenas traando en-tre ambos o paralelo material.

    O todo sem a parte no todo,A parte sem o todo no parte,

    Mas se a parte o faz todo, sendo parte,No se diga, que parte, sendo todo.[] (Gregrio de Matos)

    As pesquisas envolvendo busca de memria, princi-palmente as baseadas na oralidade, tm a fala comoveculo das lembranas e os artifcios metodolgicos(posto que toda metodologia artificial em busca de

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    uma complexidade ftica inalcanvel) resultam emprocedimentos de elicitao da informao de diversossujeitos passivos na pesquisa por um (ou mais) pes-quisadores ativos.

    Fique a autoridade com a famlia, que educa, o poder e

    o imprio fiquem com o Estado.

    12/04/11

    Nada mais presente no passado que a morte.

    31/01/11

    muito bacana essa ideia de tombar, desapropriar,interditar e expropriar. Mas deve-se sempre lembrar

    que esses verbos se aplicam sobre a propriedadeprivada, coisas adquiridas com esforo, construdas

    com despesa, herdadas com orgulho e cuja natureza a base de nosso sistema poltico, econmico e cultural.

    22/05/10

    Critrios so como ndegas, cada um os tem masso sempre propcios a pancadas corretivas e pouco

    danosas.24/04/11

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    Traduzindo a bblia

    Uns dizem que na bblia h palavras de Deus em to-das que vi as palavras foram escolhida por tradutores,sero eles deuses ou inspirados?

    No existe traduo sem interpretao. Tambm noexiste inquisio, felizmente ento posso dizer livre-mente o que penso: tenho sria dvida de que pessoasinformadas e inteligente tenham mesmo fs. Tm inte-resses que escondem sob (sob mesmo!) esse nome!F a improvvel crena no impossvel. "Interesses ounecessidades, no importa. Interesse em causa pr-pria, necessidade quando se pensa no outro" (AdrianaShnoor).

    At eu mesmo, eventualmente, finjo crer, por pura ur-banidade: se um idoso ignorante me diz "deus te aju-de", respondo naturalmente "amm, a ns todos", porcortesia.

    Afinal, se algum me disser "bom dia" eu no vou res-ponder que no acredito em augrios e nem na fora

    das palavras...E a coisa, partindo da premissa hipottica de que osfatos tenham sido segundo a verso bblica mais cor-rente que se tm deles, pensando somente nos evan-

    jelus (quem duvidar confira, essa forma timorence emnossa lngua unificada), comea interpretativa na fon-te: o fundador no escreveu bulhufas; seus seguido-

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