CLIFTON-M..

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CLIFTON Procedimentos de Avaliação de Idosos CLIFTON Procedimentos de Avaliação de Idosos Coordenação Científico-Pedagógica Preparação e execução: 2

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CLIFTON Procedimentos de Avaliao de Idoso

9CLIFTON Procedimentos de Avaliao de Idosos

CLIFTONProcedimentos de Avaliao de Idosos

Coordenao Cientfico-Pedaggica Preparao e execuo:Prof. Doutor Antnio Vinhal Eunice Costa n60 Marlene Morais n31

Viseu,18 de Dezembro de 2003

Caderno de Psicologia DiferencialN1

CLIFTONProcedimentos de Avaliao de Idosos

Coordenao Cientfico-Pedaggica Preparao e execuo:Prof. Doutor Antnio Vinhal Eunice Costa n60 Marlene Morais n31

Viseu,18 de Dezembro de 2003

Nota prvia

O uso de Provas Psicolgicas como instrumento de avaliao psicolgica est amplamente generalizado, tanto no mundo de expresso anglo-saxnica como no de expresso francfona ou mesmo hispnica. E apesar das numerosas e abalizadas opinies a favor e contra, o seu uso imprescindvel para emprestar rigor e cientificidade ao diagnstico.

Em portugal, as opinies tm sobretudo pendido, nos ltimos vinte anos, para a parcimnia na sua utilizao. Percebem-se as razes dos militantes do uso parcimonioso das provas psicolgicas. Em primeiro lugar, porque o uso das provas exige preparao e estudo adequados; em segundo lugar, porque a maioria esmagadora das provas disposio dos psiclogos no esto adaptadas e aferidas para a populao portuguesa.Depois ainda,porque a sua preparao criteriosa e aferio acarretam custos mais ou menos insuportveis para as instituies que poderiam faz-lo. Em quarto lugar porque, no tendo a maioria dos psiclogos sido preparada para as utilizar, corre-se um srio risco de a sua utilizao se transformar em panaceia para iludir outros problemas.

Ultimamente, porm, vem-se reconhecendo a absoluta necessidade de ultrapassar estes constrangimentos ideolgicos, econmicos e tcnico-profissionais.

No estamos em condies de nos eximirmos a esses condicionalismos. Simplesmente achmos conveniente introduzir os alunos do Curso de Psicologia no conhecimento mais pormenorizado e no uso de algumas das tcnicas e provas psicomtricas em contextos de avaliao psicolgica.

Estes cadernos de Psicologia Diferencial so um mero exerccio pedaggico que se justifica exclusivamente no quadro da Cadeira de Psicologia Diferencial.So trabalhos prticos dos alunos que aceitaram estudar as Provas com maior rigor, preparar um guio standard das normas de aplicao e fazer um primeiro ensaio no contexto da sala de aula.O Professor

MODELO DAS NORMAS DE APLICAO:

1. AUTORES A.H. Pattie e C.J.Gilleard

2.UTILIZAOAvaliao e diagnstico do grau de deteriorao mental e do nvel de dependncia do idoso.

3.IDADES DE APLICAOEsta prova de aplicao neuropsicolgica destinada a pessoas com idades iguais ou superiores a 65 anos (idosos) especialmente os que podem apresentar sintomas de deteriorao.

4.MATERIAL NECESSRIO Manual, exemplar do CAS e exemplar do BRS, folha do Labirinto da Espiral de Gibson, lpis ou caneta bem como um cronmetro ou relgio de segundos.

5. CONDIES DE APLICAO- Aplicao individual-O examinador deve averiguar se o sujeito usa normalmente culos para ler com o objectivo de que disponha delas. - A prova deve aplicar-se num lugar que tenha uma mesa e onde o sujeito a realize sem nenhuma interferncia.

6. TEMPO DE APLICAO25 minutos (25)

7.INSTRUES PARA APLICAO E CORRECO

Em primeiro lugar deve averiguar se o sujeito usa normalmente culos para ler com o objectivo de que disponha delas. A prova deve aplicar-se num lugar que tenha uma mesa e onde no haja grandes distraces possveis.

Para iniciar a aplicao pode-se dizer ao sujeito alguma frase como gostaria de lhe fazer algumas questes ou vou fazer-lhe algumas questes para ver como est a sua memria neste momento. Convm tranquilizar o sujeito e conseguir um clima propcio para na prtica no surgirem problemas de tenso ou ansiedade excessiva

O examinador deve conhecer bem as instrues de aplicao antes de comear a prova. As perguntas devem dividir-se duas ou trs vezes, com formulaes diferentes, quando seja necessrio. Por exemplo: Qual a sua data de nascimento? podendo reformula-la como. Quando que nasceu?, ou quando o seu aniversrio? e, Em que ano nasceu?. No entanto no se deve dar pistas nem ajudas e no conveniente que haja um nmero excessivo de repeties.

7.1 Contedo das provas e critrios de pontuao

Caractersticas do Clifton

O Clifton consiste em duas medidas independentes que podem ser utilizadas conjuntamente para obter uma avaliao global da deteriorao cognitiva e comportamental do sujeito, mas que podem tambm ser usados separadamente de acordo com a situao e a informao necessria.

O CAS um teste psicolgico breve que pode ser aplicado com uma preparao breve e que apesar de ter esta vantagem sobre muitas outras provas psicolgicas, pela sua simplicidade e rapidez, no provoca tenso nos idosos e pode ser aplicado a sujeitos com nveis de capacidade muito diferentes. que se ter em conta que no um teste de inteligencia e muito mais adquado para avaliar a existncia de um certo nvel de deteriorao mental do que para descriminar os nveis de capacidade entre os sujeitos com deteriorao.

O BRS uma escala de valorizao que cobre vrias reas de incapacidade e que pode ser complementada por um observador externo que conhea bem a conduta do sujeito, por exemplo, familiares, auxiliares, enfermeiras, etc.A pontuao da prova fornece uma medida do nvel global de incapacidade do sujeito.

A informao recolhida ao aplicar as duas Escalas resume-se na folha de anotao do clifton.As pontuaes individuais podem agrupar-se numa escala de cinco nveis de pontuao que reflectem os graus de deteriorao caracteristicos dos diversos grupos de idosos. Este permite interpretar o nvel de funcionamento do sujeito em comparao com os nveis de dependncia associados com grupos que representam diversos graus de necessidade de cuidado e dependencia.

7.1.1- Escala de Avaliao Cognitiva (CAS)

Descrio

A CAS consta de trs partes:

Teste de Informao e Orientao (IO). constituido por 12 perguntas orientadas de forma a avaliar a informao geral e a orientao do sujeito. Na actualidade reconhece-se amplamente o valor deste tipo de testes porque proporcionam algumas das informaes mais teis sobre a deteriorao mental. Para alm disso claro que preferivel contar com instrumentos, que sem perder a sua validez, sejam de rpida aplicao.

Teste de Habilidade mental (HM). Consiste em quatro medidas referentes a certas habilidades bem conhecidas que implica contar, dizer o alfabeto, ler e escrever. Embora a execuo nestes elementos de informao sobre o permanencia destas habilidades ( que frequentemente se mantm at s ultimas etapas da deteriorao mental), tambm reflecte nveis gerais de ateno e concentrao. Alm disso, o resultado da prova de leitura fornece dados sobre problemas visuais e sobre o nvel intelectual geral nas fases prmorbidas ( Nelson e McKenns, 1975). As palavras que se seleccionaram para a lista de leitura, portanto, esto ordenadas de acordo com a sua dificuldade e a pronuncia correcta de todas elas pode tornar-se como uma indicao de uma capacidade prmorbida media pelo menos.

Teste Psicomotor (PM). o labirinto em espiral de Gibson ( Gibson, 1965, 1967) embora se tenham modificado as normas de aplicao e os critrios de pontuao. Proporciona informao sobre a execua motora fina e sobre a coordenao visomanual. Embora actividade motora esteja ligado normalmente as mudanas de idade (Birren, 1074), as impresses da execua desta prova demonstraram um melhor ndice de deteriorao. Este permite detectar nveis de deteriorao superiores do que os que so devidos ao processo normal de envelhecimento.

Para aplicar a prova necessrio delinear os diversos elementos como indicam os pontos seguintes.

A. Informao/Orientao (IO)

1. Diga-me o seu nome e apelido. O sujeito deve dizer o seu nome e apelido.

2. Que idade tem? Idade actual e a prxima idade a cumprir. P.E.: Vou fazer 79 em agosto.

3.Diga-me a sua data de nascimento. Deve dar a data completa e correcta.

4. O que este lugar? Onde que voc est agora ? Os pacientes internados devem dar o nome do centro ou pelo menos reconhecer que esto num hospital ou em outro tipo de centro. Os pacientes que no esto hospitalizados devem indicar que esto na sua casa ou noutro lugar.

5. Como se chama este hospital? Diga-me as caracteristicas deste lugar. O sujeito deve dar o nome do hospital. O nome da rua do centro, ou se est em sua casa, o nome e numero da rua.

6. Como se chama esta cidade ou vila ? Deve dar o nome correcto da cidade ou localidade em que est nesse momento.

7. Como se chama o Primeiro Ministro? suficiente se der o apelido do presidente actual.

8. Como se chama o Presidente da Republica ? suficiente um nome.

9. Quais so as cores da bandeira de Portugal? Verde , vermelho, amarelo e branco. ( Adaptar se se aplica noutros pases).

10. Que dia hoje da semana? Deve dizer o dia da semana e no a data. Se der a data deve-se explicar e voltar a repetir a pergunta mais uma vez.

11. Em que ms estamos? Deve responder o ms actual.

12. Em que ano estamos? Deve dizer o ano actual.

D-se um ponto em cada resposta certa. O examinador registar textualmente as respostas do sujeito nos quadradinhos correspondentes do exemplar da prova e no mesmo momento do exame ( ou posteriormente, ou mesmo se for necessario alguma comprovao) rodear o nmero que corresponde as respostas correctas na Seco da pontuao IO (Informao/orientao)

B. Habilidade mental (HM)

1. Por favor, conte de 1 a 20, o mais rapidamente possivel. Pode-se ajudar o sujeito dizendo um, dois, trs. Ser necessario anotar o tempo em segundos e o nmero de erros cometidos.

2. Por favor, agora diga-me o alfabeto, tambm o mais rapido possivel. Pode-se ajudar dizendo a,b,c. Uma vez mais se anota o tempo e o nmero de erros.

3. Podia ler-me em voz alta estas palavras? Normalmente entrega-se ao sujeito um outro exemplar da prova com a lista de palavras a ler com o objectivo de que o examinador possa registar no correspondente do sujeito as respostas correctas.

4. Por favor, escreva aqui o seu nome e apelido. Faa-o de forma clara. Deve incluir-se, de forma correcta e legvel, o nome e o apelido (bem com Sr., Sra.,etc, seguido do apelido). Se houver erros ou o nome est parcialmente correcto, pontua-se com um, mas se a pessoa no capaz de escrever o seu nome ou este ilegvel pontua-se com zero.

Os pontos a atribuir a cada um dos elementos vm indicados no prprio exemplar. Nos elementos de contar e alfabeto anotar-se- o tempo em segundos e considerar-se- erro qualquer omisso ou alterao na ordem normal dos nmeros e letras. Se na prova faltar mais de uma das letras ou nmeros que se pede, a pontuao ser zero.

O nmero total de pontos indicar-se- rodeando o valor correspondente no rectngulo inferior desta prova.

C.Teste Psicomotor (PM)

O labirinto em espiral de Gibson uma figura representada numa folha em que o sujeito tem de percorrer um caminho em espiral e evitar uma srie de obstculos representados por circulos. Para cada sujeito deve-se aplicar uma folha nova . Para iniciar a prova deve-se dizer. Esta figura como um labirinto. Deve marcar o percurso com um lpis partindo desta pequena seta ( assinalar) e seguindo o caminho circular at chegar sada ( assinalar). Deve-se manter no caminho branco sem tocar nestes pequenos crculos ( assinalar) nem nas alineas grossas. Tente fazer o mais rpido possivel. Permite-se no mximo trs tentativas, incluindo uma nica repetio das instrues para que o sujeito evite tocar nos crculos ou nas alneas do labirinto.

Conta-se o tempo desde o momento que o sujeito coloca o lapiz no carto para comear.

Pontuao: Regista-se o tempo que o sujeito demora em completar o trajecto. Concede-se um tempo mximo de quatro minutos embora a prova no deve parar se se reparar que nesse momento lhe falta pouco para completar o trajecto. Isto s se faz para no frustar o sujeito porque neste caso pontuar-se- a prova como incompleta.

Pontua-se os erros como se segue: Um ponto por cada vez que se toca num circulo ou numa alnes, dois pontos se o trao ultrapassa o crculo ou corta a alnea. Se o trao se mantem na alneas, do-se dois pontos por cada dois ou trs centimetros de contacto ou penetrao. Se o sujeito completa pelo menos a primeira volta do labirinto mas o abandona sem terminar depois de trs tentativas, valoriza-se como IN (incompleto). Se, depois de trs tentativas, o sujeito no capaz de terminar a primeira volta completa, valoriza-se a prova como F (fracasso)

O tempo e o nmero de erros recolhem-se do exemplar e, seguindo as indicaes incluidas na mesma, converte-se numa pontuao de 0 a 12.

A pontuao obtem-se fundamentalmente a partir do nmero de erros cometidos mas aumenta-se alguns pontos se a tarefa se completa correctamente num certo espao de tempo, como indica o exemplar.

As pontuaes dos trs subtestes do CAS so logo interpretadas nos quadradinhos correspondentes do exemplar na zona destinada a recolher a informao do sujeito (2 pgina desta escala)

7.1.2 Escala de Valorizao de Comportamento (BRS)

DescrioTrata-se de uma verso reduzida da Escala Breve de Valorizao Geritrica de Stockton que foi desenvolvida num principio para a avaliao de idosos hospitalizados. Proporciona quatro medidas das principais reas de incapacidade comportamental: Incapacidade fsica (Pd), Apata (Ap), Dificuldades de comunicao (Cd) e Perturbao social(Sd). So as mesmas reas de disfuno avaliadas na escala original mas na presente verso certos elementos resultavam como sendo inadequados para se aplicar em instituies no hospitalares o que mostravam pouca consistncia nas avaliaes feitas por distintos juzes (Gilleard y Pattie, 1977). Para alm disso, incluiram-se dois elementos referidos ao dfice sensorial mas que no se tem em conta na pontuao geral da escala.

Normas de Aplicao e Pontuao

A BRS apresenta-se num exemplar independente uma vez que est previsto que seja preenchido por outras pessoas, familiares ou pelas pessoas que cuidam do sujeito .

Preenche-se pois, por uma pessoa que conhea suficientemente bem o sujeito avaliado e que deve ter sido instruida para avaliar os elementos da prova de acordo com o funcionamento habitual do sujeito, quer dizer, o que o sujeito faz e no o que o sujeito podia fazer ou fazia anteriormente. Normalmente indica-se ao avaliador que considere a conduta que o sujeito teve na ltima semana ou na ultima quinzena. Algumas vezes til dizer ao examinador que em primeiro lugar tente dar a pontuao de 0 ou 2 conduta do sujeito e se tiver duvidas entre os dois valores se atribui a pontuao de 1.

Feita uma vez a valorizao convm rever o exemplar da prova para comprovar que se valorizaram todos os elementos. As pontuaes dos diferentes elementos somam-se como se segue para obter a pontuao de cada sub escala:

Pd (Incapacidade fsica) : Elementos de 1 a 6

Ap (Apata) : Elementos 7 a 11

Cd (Dificuldades de comunicao) : Elementos 12 e 13

Sd (Perturbao social) : Elementos 14 a 18

A pontuao total a soma das pontuaes das quatro subescalas e pode estar compreendidas entre 1 e 36.

7.1.3. Resultados

Os resultados do Clifton, tanto do CAS como do BRS, recolhem-se nas pginas centrais do exemplar do CAS, pensadas para resumir de forma simples e prtica toda a informao obtida da avaliao. Partindo dos resultados do CAS e do BRS, anteriormente registados, consultar-se- a tabela que figura na pgina 3 do mesmo impresso para determinar o grau de dependencia.

As pontuaes obtidas transformam-se em cinco nveis identificados com as letras de A a E que correspondem a graus diferentes de deteriorao funcional. As letras correspondentes a cada um dos testes anotar-se-o nos quadradinhos que seguem respectivamente as palavras Cognitiva e Comportamental.

O grau de dependncia conjunto ser o da CAS e a BRS quando ambos dem o mesmo resultado. Em outro caso, se determinar pelo proprio examinador vista dos resultados das diferentes provas e atendendo tambm ao resto das informaes obtidas no processo de avaliao.

A cada nvel correspondem tambm um certo grau de dependncia como se indica no prprio exemplar da prova CAS. O conceito de dependncia reflecte o grau de ajuda que normalmente dependem da sociedade em relao com o nvel de incapacidade do sujeito:

Nivel A- Representa a ausncia de deteriorao no funcionamento mental e de incapacidades de conduta significativas. Este nvel caracteriza o idoso independente, isto , que pode manter uma vida habitual independente com reduzida ou nula necessidade de intervenes para a sua ajuda.

Nivel B- Indica uma deteriorao leve em que o funcionamento mental e comportamental corresponde geralmente a pessoas idosas que requerem algum apoio externo por parte da sociedade. Este nivel de dependncia reduzida da-se frequentemente entre os idosos acolhidos em certas residencias geritricas, e entre os que, vivendo em familia recebem algumas ajudas assistenciais por parte dos servios sociais. Normalmente os pacientes deste nivel hospitalizados no necessitam de um cuidado institucional a longo prazo.

Nivem C- Trata-se de um grupo medio de deteriorao e de dependncia. Os idosos deste grupo necessitam de um grau importante de ajuda quando continuam a viver sozinhos ou em familias. Tipicamente surgem mais em residencias geritricas ou em hospitais e representa os idosos que normalmente tm um certo grau de deteriorao crnico e que necessitam de estadias de larga durao.

Nvel D- Representa um grau grave de deteriorao e um alto grau de dependencia. Trata-se de pessoas que esto normalmente internadas em alguma instituio e que necessitam de uma ajuda considervel na sua vida diria.

Nvel E- Este nvel representa um grau muito grave de deteriorao e uma mxima dependncia ou necessidade de ajuda. Trata-se normalmente de pacientes geritricos ou psicogeritricos que requerem uma grande ateno e cuidados clinicos e so normalmente incapazes de cuidar das suas proprias necessidades.

Os ndices mais fiveis de dependncia obtem-se ao ter em conta as duas pontuaes totais, a pontuao total da CAS e a pontuao total da BRS. As pontuaes parciais das sub escalas so uteis para ver o perfil da incapacidade, em consequencia, detectar possiveis estratgias terapeuticas e de tratamento. Por exemplo: a Folha de informao permite-nos detectar sujeitos cujas limitaes so superiores as que normalmente esto relacionadas com a sua actual situao ou sistema de vida. Quando o nivel de incapacidade maior que o grau de ajuda oferecido pelo sistema , o idoso pode encontrar-se numa situao de risco excessivo, e quando, ao contrario, se repara que existe um suporte excessivo por parte do sistema, pode-se produzir um reforo da perda da independencia e um desperdicio de recursos que podem ser escassos.

8.APRECIAO QUANTITATIVA

O Teste Clifton essencialmente qualitativo. Realizar uma adaptao quantitativa coloca sempre riscos que o profissional tem que ter em conta. Os dados quantitativos representados na tabela 1 e 2 so dados obtidos pelos respectivos autores do presente Teste.Na tabela 1 est representado o sistema de graus aplicado nas pontuaes de CLIFTON, assim como a mdia e desvio padro, obtido pelos autores em vrias populaes diferentes.

Tabela 1. Mdia e desvio padro das pontuaes do CAS e BRS obtidas em vrias amostras.

AmostraGrauIOHMPMTotalCASTotalBRSPdApCdSdIdade

Comunidade(N=50)

Apartamentos com superviso(N=20)

Asilos com servios sociais de dia(N=62)

Residencias em Servios Sociais1 amostra (N=62)Recm admitidos2 amostra(N=28)Um ano de estadia no minimo

3 amostra (N=27)dois anos de estadia no minmo

Residentes em centros clnicos(Psiquitricos) (N=27).

Pacientes psiquitricosDoentes funcionais graves (N=60)Orgnicos graves (dementes) (N=60)

Crnicos funcionais(N=121)

Idosos mentalmente incapacitados(N=27)

MdiaD.p.

MdiaD.p.

MdiaD.p.

MdiaD.p.

MdiaD.p.

MdiaD.p.

MdiaD.p.

MdiaD.p.MdiaD.p.

MdiaD.p.

MdiaD.p.

11,31,0

10,12,5

9,42,5

8,43,2

8,23,5

6,93,5

5,03,4

9,62,13,12,7

7,53,7

4,04,1

9,52,0

9,51,7

8,92,2

8,92,5

7,93,2

7,72,9

8,33,6

9,02,16,14,0

7,33,5

4,04,49,72,1

9,02,2

7,72,9

5,94,2

6,34,3

4,84,6

5,54,6

7,23,92,83,5

6,93,9

2,74,230,43,8

28,45,3

26,14,8

23,27,9

22,58,7

19,49,1

18,810,1

25,86,612,08,6

21,69,8

10,611,62,63,5

______

______

10,15,7

11,25,0

16,18,0

18,16,5

7,74,614,77,1

10,56,2

13,85,70,81,3

______

______

3,62,3

4,42,1

5,72,0

6,02,8

2,42,05,12,8

2,82,9

4,82,41,22,0

______

______

4,92,4

5,42,2

6,93,0

6,92,2

4,22,56,32,1

5,12,8

6,02,60,00,2

______

______

0,40,7

0,30,7

0,91,1

0,71,3

0,20,40,91,1

0,80,9

0,91,10,60,8

______

______

1,31,6

1,11,5

2,62,3

4,33,1

0,91,02,42,2

1,71,9

2,41,673,07,5

76,27,0

82,25,6

78,07,1

79,37,3

76,97,8

81,08,4

73,56,778,46,5

70,17,4

69,35,4

Nos casos em que se considere impraticavel a aplicao completa da CAS e BRS pode-se obter informao muito til a partir apenas das pontuaes da BRS. Por este motivo, na tabela 2 esto incluidos os dados normativos das pontuaes da BRS em forma de quartis: a pontuao mdia representa o ponto mdio (quartil 50), Q1 ponto do primeiro quartil, e Q3 o ponto do terceiro quartil,. Estes dados representam vrias amostras diferentes.Tabela 2. Quartis para as potuaes do BRSAmostraEscalaQ1MedianaQ3

Servios Sociais(N=100)

Pacientes psiquitricosGraves funcionais(N=50)

Crnocos funcionais(N=100)

Orgnicos graves(N=50)

Orgnicos crnicos(N=100)

Tot.BRSPdApCdSd

Tot.BRSPdApCdSd

Tot.BRSPdApCdSd

Tot.BRSPdApCdSd

Tot.BRSPdApCdSd6,01,53,000

3,002,000

5,002,500

9,53,05,000

13,04,06,000,510,03,55,000,5

6,01,04,000

11,02,55,501,0

14,04,57,00,51,5

16,56,08,01,02,013,55,06,50,52,0

9,53,06,501,0

16,04,07,51,53,0

19,06,08,52,03,0

20,58,09,02,03,0

bvio que aparecem diferenas considerveis entre a incapacidade comportamental observada em diversas instituies. A observao da tabela 2 permite comparar um individuo com os cinco grupos referidos. Desta forma pode-se detectar sujeitos provavelmente mal situados se as respectivas pontuaes no esto entre o primeiro e terceiro quartil. Por exemplo um potencial residente para um centro de Servios Sociais que tem uma pontuao de 5 valores ou menos na pontuao total do BRS poder ser encaminhado para um nvel de cuidados menores, como um alojamento com superviso.Da mesma forma, se um paciente funcional grave com uma pontuao maior de 10 valores no BRS tem alta do hospital, importante que se disponibilizem ajudas e cuidados posteriores visto ter-se averiguado que a sada do hospital no favorvel para os pacientes idosos com problemas psiquitricos que tm estas pontuaes (Pattie y Gilleard, 1978).

9. OBSERVAES

9.1. Aplicaes do CLITONAs aplicaes do CLIFTON podem dividir-se em trs grupos principais: Avaliao Clnica, Investigao e Screening[footnoteRef:1] de populaes mais vastas e identificao de pacientes que devem seguir procedimentos de reabilitao ou avaliar os resultados de certas intervenes teraputicas. [1: N. de T.: Avaliao ou explorao rpida com o objectivo de separar os casos que merecem uma ateno especial.]

9.1.1. Aplicaes ClnicasAs Aplicaes Clnicas podem dividir-se em dois grupos: diagnstico e prognstico. A separao das doenas orgnicas cerebrais dos transtornos psiquitricos leva a importantes implicaes para o tratamento e respectivos resultados. A presena de demncia reduz inevitavelmente a capacidade do indivduo para adaptar-se e limita o seu potencial de reabilitao como consequncia do dfice de aprendizagem. O grau de deteriorao e a probabilidade de que este seja transitrio ou permanente est ligado a determinar num sentido amplo as necessidades e cuidados que o sujeito vai necessitar.O sub-teste de Informao e Orientao da CAS tem sido vlido de forma sistemtica com diagnsticos, concorrentes e predictivamente.Pontuaes de 8 ou superiores nos doze elementos do sub-teste de Informao pode considerar-se que indicam ausncia de deteriorao significativa, ao contrrio das pontuaes inferiores podem ocorrer em sujeitos com diagnstico de demncia ou sndroma orgnico cerebral grave. Este ponto de corte foi definido desde os primeiros estudos e foi demostrado que til para classificar correctamente os pacientes psiquitricos, tanto orgnicos como funcionais, em 92% dos casos

9.1.2. Seleco e OrientaoO uso de escalas de observao comportamental para ajudar na orientao dos pacientes foi estudado anteriormente (King e Krang, 1976). A BRS demostrou ser til para esta finalidade tanto em Hospitais como em Centros dos Servios Sociais.A classificao em categorias de A-E suficiente para uma descrio global dos nveis de dependncia. Este sistema de classificao especialmente til em Hospitais Psiquitricos, mas tambm se pode adaptar s necessidades de outro tipo de centros.

9.1.3. Avaliao TeraputicaO uso do CLIFTON para identificar potenciais candidatos para reabilitao entre uma populao de idosos internados outra aplicao deste teste . O primeiro estudo (Pattie, Williams e Emery, 1975), usou a CAS na sua forma original, mostrou a utilidade da prova para identificar pacientes psiquitricos crnicos que poderiam beneficiar de programas especiais de terapia ocupacional. A CAS permitiu assim predizer as possibilidades de mudana de forma consideravelmente mais eficaz que as avaliaes objectivas ou subjectivas feitas por terapeutas industriais sobre a aptido para o trabalho.

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