Cap.6_Turbinas (2)

download Cap.6_Turbinas (2)

of 16

Transcript of Cap.6_Turbinas (2)

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    1/16

    61

    6. TURBINAS

    INTRODUO

    Turbinas soequipamentosque tempor finalidade transformaraenergiadeescoamento (hidrulica)emtrabalhomecnico.Peladefinio,inicialmentedada,somquinasmotoras.

    CAMPOSDEAPLICAO

    AFig.6.1apresentaoscamposdeaplicaodeturbinashidrulicas,que levaemconsideraoaalturadequeda,avazoeapotncia.Podeseverificar,nafigura,queexistemregiesdesobreposio,ondemaisdeumtipodeturbinapossvel.Essefatosedeveamplagamadeturbinasquepodemseraplicadasemumespectromuitogrande de aplicaes, tornando difcildefinir exatamenteonde esto asmelhores escolhaspara cadautilizao.Deveseentolevaremconsideraoocustodogerador,oriscodecavitao,custodeconstruocivil,flexibilidadedeoperao,facilidadedemanuteno,entreoutros.

    Figura6.1Campodeaplicaodeturbinashidrulicas(HENN,2006,pg32)

    AsturbinasMichellBanki,outurbinasOssberger,somuitousadasemmicroeminicentrais(abaixode1000kW)devidoasuafacilidadedefabricao,baixocustoebomrendimento.

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    2/16

    62

    CARACTERSTICASCONSTRUTIVAS

    Estes equipamentos so compostos por um distribuidor, um rotor, um tubo de suco e a carcaa (ou

    voluta). Como parte da instalao de uma mquina destas podese destacar ainda o reservatrio, a tubulao

    foradaeocanaldefuga.

    O distribuidor um elemento esttico que tem por funes: acelerar o fluxo de gua transformando a

    energia; dirigir a gua parao rotor; e regular a vazo.O rotor o elemento fundamentalde transformaode

    energia,formado

    por

    uma

    srie

    de

    palhetas

    (ou

    labes).

    O

    tubo

    de

    suco

    s

    existe

    nas

    turbinas

    areao

    etem

    formadedutodivergenteelocalizadoapsorotor.Suafunorecuperaraalturaentreasadadorotoreonvel

    deguanadescarga;recuperarpartedaenergiacinticadavelocidaderesidualdaguanasadadorotor,apartir

    dodesenhodotipodedifusor.Efinalmenteavoluta(oucarcaa)oelementoquecontmtodososcomponentes

    daturbina.NasturbinasFranciseKaplantemaformadeumaespiral.

    Externamenteturbinatemseoreservatrio,quearmazenaofluidoquepassarpelaturbina.Atubulao

    foradaquetemporfunoencaminharofluidodoreservatrioparaaentradadaturbina.Eocanaldefuga,que

    recebeofluidoqueentregouenergiahidrulicaparaaturbina.

    TIPOSDETURBINAS

    Asturbinas

    podem

    ser

    classificadas

    em

    turbinas

    de

    ao

    (ou

    impulso)

    eem

    turbinas

    de

    reao.

    Este

    forma

    de

    classificao leva em conta a variao de presso esttica. No primeiro grupo a presso esttica permanece

    constanteentreaentradae sadado rotor.Exemplosdoprimeirogrupo soas turbinasPelton,TurgoeMichell

    Blanki(Fig.6.2).

    Figura6.2TurbinasPelton(esquerda),Turgo(centro)eMichellBlanki(direita)[Fonte:Al,2001]

    Jnosegundogrupoocorre reduodapressoestticaaoatravessaro rotor. Exemplossoas turbinas

    Francis,KaplaneHlice(Fig.6.3).

    Figura6.3TurbinasFrancis(esquerda),Kaplan(centro)eHlice(direita)[Fonte:Al,2001]

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    3/16

    63

    Podeseclassificarasturbinasconformeadireodofluxoatravsdorotor,podendoserdefluxotangencial

    (ex.Pelton),fluxoradialsemiaxial(ex.Francis)efluxoaxial(ex.Kaplan).Ouento,demodogeral,comosugerea

    Fig.6.4.

    Figura6.4Classificaodasturbinashidrulicas

    Figura6.51TurbinasPelton(A),Francis(B)eKaplan(C)

    1Fonte:http://rivers.bee.oregonstate.edu/book/export/html/35

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    4/16

    64

    TurbinasFrancis

    Essa turbina recebeonomedoengenheiro ingls JamesBichenoFrancis (18151892)queaconcebeuem1848.Foi resultadodoaperfeioamentoda turbinaDowd,patenteadaem1838porSamuelDowd (18041879).umaturbinadereao,comeficinciana faixade90%.Utilizadaparaalturasde20a700m,essaampla faixadeaplicaoafazotipodeturbinamaisusadanomundo.

    NasturbinasFrancisorotorfica internamenteaodistribuidor,demodoqueagua,aoatravessarorotor,aproximasedoeixo.Sovriososformatospossveispararotoresdessetipodeturbina,edependemdavelocidadeespecficadaturbina,podendoserclassificadasem:lenta,normal,rpidaouextrarpida.

    Odistribuidortemumconjuntodepsdispostasemvoltadorotor,equepodemserorientadasduranteaoperao,assumindongulosadequadossdescargas,demodoareduziraperdahidrulica.Aspsdodistribuidortmumeixoderotaoparaleloaoeixodaturbina,podendo,aogirar,maximizaraseodeescoamentooufechlatotalmente.

    TurbinasKaplan

    EssaturbinarecebeonomedoengenheiroaustracoVictorKaplan (18761934)queaconcebeuem1912.

    FoiresultadodoaperfeioamentodaturbinaHlice.AocontrriodasturbinasHlice,cujaspssofixas,nosistemadeKaplanelaspodemserorientadas,variandoainclinaodasps,combasenadescarga.

    TurbinasPelton

    TambmchamadaderodaPelton,recebeuonomedoengenheiroestadunidenseLesterAllenPelton(18291908)queapatenteouem1880.

    Temsua formamuitosimilarsantigas rodasdguautilizadasemmoinhos.Possuicomodistribuidorumbocal,quetemformaapropriadaaguiaraguaataspsdorotor.Asturbinaspodemterum,dois,quatroeseisjatos.Internamenteaobocalpossuiumaagulhaparaajustedavazo.Orotortemumasriedepsemformatodeconchasdispostasnaperiferia,quefazemgirarorotor.

    Tem ainda um defletor dejato, que intercepta ojato, desviandoo das ps, quando ocorre diminuioviolentadapotnciademandadapelarededeenergia.Nessescasosaatuaododefletordeveserconsideradaaoinvsdareduodavazopelousodaagulha,poisaaorpidadaagulhapodecausarumasobrepressonobocal,nasvlvulaseao longodatubulao forada.Almdodefletor,algumasturbinasPeltondeelevadapotnciatmumbocaldirecionadoparaodorsodaspsdeformaaatuarnafrenagem.

    TurbinasTubulares,BulboeStraflo

    Oaproveitamentodecertosdesnveishidrulicos,muitoreduzidos,podenoserpossvelnemcomturbinasKaplan (de eixo vertical), o que levou ao desenvolvimento de turbinas de hlice com eixo horizontal, ou com

    pequenainclinao.Essetipodeturbinaaplicadoemusinasafiodguaeemusinasmarmotrizes.

    Turbinatubular:orotor,depsfixasouorientveis,colocadonumtuboporondeaguaescoa.Oeixo,horizontalouinclinado,acionaumalternadorexternoaotubo;

    Turbinadebulbo:umaevoluodatubular,ondeorotortempsorientveiseexisteumbulbo(cmara blindada) colocado no interior do tubo adutor de gua, que contm um sistema detransmissodeengrenagens,quetransmitemovimentodoeixodahliceaoalternador;e

    Turbina Straflo: uma turbina de escoamento retilneo (straight flow) de volume reduzido.Adequadasparaquedasdeat40merotordeat10mdedimetro.Reduzbastanteocustodasobrasdeconstruocivil.

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    5/16

    65

    TRANSFORMAODAENERGIA

    Atratativadadasturbinassimilardestinadasbombas.Umavezquetratamosdetransformaodeenergiamecnicaemhidrulicaeviceversa,asnicasdiferenasseroosconceitos(designaes)envolvidos,masosprincpiosfundamentaissoosmesmos.

    A seo de sada "3" (Fig.6.6) nas turbinas chamase tubo de suco. Vale lembrar que para mquinasgeradoras(bombas)estetermoaparecenaseodeentrada.Aoconsiderarasada(3)apsotubodesuco,esta

    regiotornaseparteintegrantedamquina,participandodatransformaodeenergia.

    razovelconsiderarquedoponto3aoponto4nohperdadeenergia,logo,aoutilizarBernoulli,asenergiasnosdoispontospodemserconsideradasiguais.

    Figura6.6Esquemadeturbinadereao

    Alturaestticadesuco(Hgeos)

    adiferenadenvelentreocentrodo rotoreonveldejusante.AFig.6.7mostraalgumasposiesdeturbinaserespectivasalturasestticasdesuco.

    Figura6.7 Alturaestticadesucoparaturbinas(adaptadode:Souzaet

    al.,1983)

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    6/16

    66

    Alturadequedabruta(Hgeo)

    aquedatopogrfica,oudiferenadecotasentreosnveisdecaptaodaguaeopoo,oucanaldefuga,quandoaturbinaestforadeoperao(Q=0).

    41 zzHgeo (6.1)

    AlturadeQueda(H)Aalturadequeda2aporodaalturadequedabrutaaproveitadapelaturbina,ouseja,adiferenaentrea

    energianaentradaenasadadaturbina.Aporodaquedabrutanoaproveitadapelaturbinaaquelaconsumidaporatritohidrodinmicoaolongodatubulaoforada.

    Paracalcullasopossveisdoismtodos,noprimeiro,considerasequeaenergiadequedabrutamenosasperdasdecargadatubulaoforada(Hpctf).Combasenestemtodo,

    pctfgeo HHH

    (6.2)

    Aoutraformaochamadoprocessomanomtrico,quelevaemcontaasanlisesdeenergianaentradaesadadamquina.Nesteenfoque,verificasequantoofluidoentregoudeenergiaturbina.Porm,spossveloclculodestaformaparainstalaesemfuncionamento.

    Destaforma,aconceituaodaalturadequedadeumaproveitamentohidroeltrico(Fig6.7),compostodeuma turbinade reaoedemaisequipamentos complementares, feitaatravsdobalanodeenergiaentreasseesdeentradaesadadamquina,oudeoutraforma.

    2 3H H H

    AplicandootrinmiodeBernoullientre3e4,razovelsuporquenoexisteperdanestetrecho,logo:

    3 4 3 40H H H H

    Podese usar o ponto 4 para calcular a altura de queda, e lembrando que p4=patm=0 (pressomanomtrica),eacotaz4=0,logo,

    2 222 4 2 4 21

    2

    pH H H V V z

    g

    (6.3)

    Usandoarelaodadapelaeq.(2.5),

    2

    2

    4

    2

    22

    2

    2

    1zVV

    g

    ap

    H m

    (6.4)

    Paraturbinasdeao(Fig.6.8),aplicaseaequaodeenergiaentreospontos2e3,considerandoqueoponto3estlocalizadonalinhade2,logoapstransferiraenergiaparaapdorotor.

    2 22 32 3 2 3 2 31

    2

    p pH H H V V z z

    g

    Sabendoquep3=patm=0(manomtrica),queV3=0,quez2=z3,resulta:

    g

    VpH

    2

    2

    22

    2Outrasnomenclaturas:quedadisponvel,alturaefetiva,quedaefetiva,alturadequedatil(nethead).

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    7/16

    67

    Figura6.8Esquemadeturbinadeao

    Considerandoaeq.(2.5),resulta,

    g

    Va

    pH m

    2

    2

    2

    2

    2

    (6.5)

    PERDASERENDIMENTOS

    Natransformaodaenergiahidrulicaemtrabalhomecniconemtodaenergiarealmenteconvertidade

    uma forma em outra, como seria o ideal, existindo uma parcela desta energia que acaba sendo perdida em

    processos irreversveis, que degradam formas de energia mais nobres (mecnica) em formas de energia de

    qualidadeinferior(caloreenergiainterna).

    Estasperdasqueocorremnasturbinaspodemserclassificadascomointernaseexternas.Asinternasesto

    localizadasnointeriordacarcaadamquina,resultadodamovimentaodofluidonestaregio.Asexternassoas

    encontradas fora da carcaa, como o atrito do eixo com mancais, anis de vedao e outras, que no esto

    relacionadascomomovimentodofluidoemseuinterior.

    Dentreaspossveisperdasqueocorrem,asmaissignificativasso:

    Hidrulicas(perdainterna)

    Volumtricas(perdainterna)

    Mecnicas(perdaexterna)

    Perdas

    Aseguirseroanalisadascadaumadessasperdaseaformadeestimarseusvalores.

    PerdasHidrulicas

    Ocorrem dentro das turbinas desde a seo de entrada at a de sada e so as mais significativas. So

    provocadaspelo:

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    8/16

    68

    atritodesuperfcieentreofluidoeasparedesdamquina(canaisderotoresistemadiretor);

    deslocamento de camada limite provocado pela forma dos contornos internos das ps, aletas e outras

    partesconstitutivas;

    pela dissipao de energia pormudana brusca de seo e direo dos canais que conduzem o fluido

    atravsdamquina;e

    pelochoquedofluidocontraobordodeataquedasps,queocorrequandoamquinafuncionaforado

    pontonominal(pontodeprojeto).

    Estasperdasdevemserconsideradasnosclculosdasalturasdequeda,resultando:

    t hH H J , (6.6)

    Htaalturadequeda/elevaotericadesenvolvidapelorotor;

    Haalturadequeda/elevao;

    Jhaalturadeperdadepresso;e

    O rendimentohidrulico considera asperdasdepresso no interiordamquina.Como muitodifcil a

    obtenodotermoJpnaeq.6.6,fazseumarelaoquedefineorendimentohidrulico(hydraulicefficiency)oque

    permiteavaliar

    as

    perdas.

    H

    Ht

    h

    (6.7)

    Perdas

    Volumtricas

    So asperdasqueocorremdevido fugade fluidopelosespaosentreo rotore a carcaa,eentre a

    carcaaeoeixo,noslabirintosdasturbomquinas.Estasperdasnoafetammuitoaalturadequeda.

    Os labirintos (Fig.6.9)soosespaosentreorotor/carcaaeeixo/carcaadamquina,sendosua funo

    evitaroatritoslido(contato)entreestasparteseaomesmotempominimizarafugadefluido.Soformadospor

    anisdedesgasterenovveis,alojadosnapartefixadamquinaounorotor,ouemambos.Estesanispermitem

    diminuirafolgaesubstituiodestaspartesquandogastos,semqueessedesgasteafetediretamenteaspartesfixas

    emveisdamquina.Osanisdedesgastesoemgeraldemateriaismenosresistentesqueodamquina.

    Figura6.9Algunstiposdelabirintos

    Verificando a Fig. 6.10 possvel identificar dois pontos de fuga de fluido.Uma parcela (qe) se d pelo

    labirintoLaeparaforadamquina(eixo/carcaa),eemgeralmuitopequenadependendodo labirintoutilizado

    entreoeixoeacaixadamquina (engaxetamentoou selomecnico),podendo sermuitasvezesdesprezada. A

    outraperda (qi) sedpelo labirinto (Lai)entreo rotoreacarcaa.Esta fugaocorreno sentidoda regiodealta

    pressoparaadebaixapresso,ouseja,nasturbinasocorreantesdechegaraorotor,sendoqueestaparcelade

    fluidonoparticipadatransfernciadeenergia.

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    9/16

    69

    Figura6.10Esquemadeperdasporfugadefluidopeloslabirintosnasmquinasdefluxo

    Desta forma a vazo que realmente passa pelo rotor (Fig. 6.10) e participa efetivamente das trocas de

    energia:

    it qQQ , (6.8)

    Qtavazoterica Qavazoconsideradanoclculodasalturasdequedaeelevao qiavazoperdida

    Consideraasperdasporfugadefluidoeparadeterminaristo.

    Q

    Q

    Q

    qQ tiv

    (6.9)

    Perdasmecnicas

    Soasperdasexternaserepresentamprincipalmenteasperdasporatritoemmancais,gaxetaseatritodoar

    nosacoplamentosevolantesdeinrcia.Paraasturbinasdeveseconsideraraindaasperdasdevidoaoconsumode

    energiadoreguladordevelocidades.

    Comoasperdasmecnicassodedifcilquantificao,utilizaseoconceitode rendimentomecnicopara

    estimla.

    i

    ef

    mP

    P

    (6.10)

    Rendimentototal

    Apotnciaefetivarelacionasecomapotnciahidrulicaatravsdorendimentototalda instalao,quesempremenorque1.Comodifciladeterminaodasperdas,usualadotarseoutragrandezadenominadaderendimentototal,aqualpermiteavaliarestasperdas.

    mhtmvh

    h

    eft

    v

    PP

    ... 1

    (6.11)

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    10/16

    610

    Atabela6.1mostraosrendimentosorientativosparaturbinas:

    Tabela6.1Rendimentosorientativosparaturbinas

    Rendimentodogerador(ge)

    Temarelaomostradaaseguireficanafaixade90a97%.

    e

    ge

    ge

    P

    P

    (6.12)

    Rendimentodatransmisso(TR)

    Orendimentodatransmissodizrespeitosperdasprovocadaspelapotnciaentreguepeloeixodaturbina

    eapotncia recebidapelogerador.Nesteprocessopodese terperdascasoa transmissoseja feitaporpoliase

    correias,ououtroelementodetransmissoquepossaserusado.

    Rendimentodegerao(G)

    O rendimento de gerao est relacionado com as perdas no gerador, que fazem com que a potncia

    eltricaentreguepelogeradorsejadiferentedapotnciarecebidaporeste.

    geTRtG

    (6.13)

    Tabela6.2Rendimentoglobal(G)degeraodeturbinashidrulicas.

    POTNCIAS

    Potnciaeficaz(total)

    Conformejmencionadonaturalqueocorramperdashidrulicasno interiordasmquinashidrulicaseperdasmecnicaspeloatritomecnicoqueocorremexternamenteentreassuaspartesfixasegirantes.Assim,nemtodaenergiacedidaourecebidapelofluidopodesertransformadaemtrabalhomecniconoeixodamquina,temseentoapotnciaeficazouefetivaqueexpressapelapotnciaentregue/recebidadofluido,maisaspotnciasperdidasnoprocesso.

    pmief PPP (6.14)

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    11/16

    611

    Pefapotnciaeficaznoeixodamquina Piapotnciainterna Ppmapotnciaperdidamecnica

    Apotnciaefetivaoueficaz(Pef)definidacomosendoapotnciaentreguepelaturbinaao.

    Todasasperdas internaseexternasproduzemumaperdadepotnciaquereduzaentrega,ouaumentaa

    necessidade,depotnciaeficazdasmquinas.

    Unidades:

    1HP=1,0138CV=745,7W

    1CV=0,9863HP=735,5W

    Potnciainterna(Pi)

    Considerandosomenteasperdasinternasobtmseapotnciainterna:

    i i h t t P Q q H J Q H (6.15)

    Potnciahidrulica

    Aplicandooconceito fsico,definimosapotnciahidrulicacomosendooprodutodopesode fluidoquepassaatravsdamquina,naunidadede tempo,pelaalturadequedaouelevao;portantoesteconceitotiltantoparabombascomoparaturbinashidrulicas:

    Assimpodeseescrever:

    gQHQHPh (6.16)

    :pesoespecficoem[N/m3]

    Q:vazoemvolume[m3/s]

    H:alturadequedaouelevao[m] Ph:potnciahidrulica[W] g:gravidade(adotasenestaapostilaovalorde9,81m/s2) :massaespecfica[kg/m3]

    Ento,potnciahidrulicaapotnciaentreguemquinamotora (turbina)peloo fluido.Estapotnciadiferedapotnciaefetivadevidoaperdasqueocorremnastransformaesdeenergia.

    Potnciabruta

    Conceito utilizado para turbinas, a potncia contida no desnvel topogrfico da instalao, sendo uma

    funodaquedabruta.

    geob gQHP

    (6.17)

    Potncianogeradoreltrico

    Conceito utilizado para turbinas, a potncia eltrica nos terminais do gerador. a potncia hidrulica

    multiplicadapelo rendimentoda turbina (t), rendimentode transmisso (TR)e rendimentodo gerador (ge).O

    produtodostrsrendimentosorendimentoglobal(G).

    GgeTRtge gQHgQHP (6.18)

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    12/16

    612

    EXERCCIOS

    1. CalculeaalturadequedaeapotnciaefetivadoaproveitamentohidroeltricoesquematizadonaFig.1,sabendoqueorendimento

    totalde89%econhecendose:

    a. Vazode0,4m3/s

    b. Dimetronatubulaodeentrada:300mm

    c. Larguradotubodesuconasada:500mm

    d. Alturadotubodesuconasada:200mm

    e.

    Velocidadenocanaldefuga:desprezvelf. Alturadomanmetro:1m

    Resp.H=41,13m;Pef=143,6kW

    Figura1 Figura22. DeterminaraalturadequedaeapotnciahidrulicadaturbinaFrancisesquematizadapelaFig.2sabendoque:

    a. Vazode56,2l/s

    b. Pressoindicadanomanmetro:3,2mca

    c. Dimetrodaentradadamquina:280mm

    d. Velocidadenasada:desprezvel

    Resp.H=5,04m;Ph=2,78kW

    3. Determinarapotnciahidrulicaeefetivadeumaturbinadeao(Pelton)sendo:

    a. Q=150l/s

    b. Pressodomanmetrodaentrada:455mca

    c. Dimetroexternodoinjetornaseodemedidadepresso:30cm

    d. Dimetrointernodoinjetornaseodemedidadepresso:15cm

    e. Correodeinstalaodomanmetro:desprezvel

    f. Rendimentototal:85%

    Resp.Ph=670,1kW;Pef=438,8kW

    4. Determinaravazoeaalturadequedacomqueesttrabalhandoumaturbinaradial,daqualsoconhecidosapenasosseguintes

    dados:

    a.

    Potnciaefetivanoeixo:15,9CV

    b. Rendimentototal:79,5%

    c. Rendimentohidrulico:85,8%

    d. Alturadapnorotornaentrada:0,06m

    e.

    nguloentreasvelocidadesabsolutaetangencialnaentrada:21,6f. Rotao:750rpm

    Resp.0,155m3/s;9,69mca

    5. NoaproveitamentohidroeltricodaFig.3,desejasesaberovalordavazoturbinada;daperdadecarganomedidordevazo;da

    perdadecargatotalnatubulaoforada;eaalturadequedabruta,conhecendose:

    a. Pressonaentradadomanmetro:93,44mca

    b. Velocidadedaguanocanaldefuga:0,88m/s

    c. Relaoentreasreasdomedidordevazoedatubulaoforada:0,55

    d. Dimetrodobocal:0,89m

    e. Diferenadepressonobocal:5%deH

    f. Relaoentreaperdadecarganatubulaoforadaeaalturadequeda:0,10

    g.

    Odimetrodeentradadaturbinaigualaodatubulaoforadah. Consideraradiferenadepressonobocal,comoperdadecarga

    Resp.H=98,23mca,Q=6,77m3/s;Hmedidor=4,91mca;Hpctf=9,823mca;Hb= 111m

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    13/16

    613

    Figura3 Figura4

    6. DeterminaraalturadisponveleapotnciahidrulicadaturbinaFrancisesquematizadanaFig.4sabendoque:

    a. Pressonaentradadamquina:3,2mca

    b. Energiadevelocidadenasadadamquinadesprezvel

    c. Dimetrodaentradadamquina:280mm

    d. Vazo:56,2l/s

    Resp.5,36mcae2956,5W

    7.

    DeterminaraalturadequedaeapotnciahidrulicaquepodeforneceroaproveitamentodaFig.5(a),sabendoque:

    a. Aquedabrutanolocalde18m,masprevseaconstruodeumabarragemqueirelevarestaquedaem2m;

    b. Avazoqueserencaminhadaatravsdatomadadgua3,deseoretangular(3,0mx0,5m),tubulaoadutora,foi

    medidapormeiodeummolinetecujaequao:c=0,038+0,0911n,ondecavelocidadedoescoamentoemm/sena

    rotaodahliceemrps.Obtevese58sinaisporminutoeconsiderouseestamedidarepresentativadavelocidademdia.

    c. Ocomprimentoequivalentedatubulaoforadaserde80metroseavelocidadedoescoamentonoseuinteriorserde

    2,5m/s.SeumaterialtemumcoeficientedeHazenWilliansde120.

    d. avelocidadedaguanocanaldefugadesprezvel

    (R.18,3mcae33981,7W)

    Obs.Omolinete(Figs.5(b)e5(c))umequipamentoutsadoparamediodevazo.Temaformadeumtorpedocomuma

    hlice,cujarotaoproporcionalvelocidadedofluido.Geralmenteahliceligadaaumsistemadeengrenagensqueatuanumcontatoeltrico,possibilitandoamediodarotaodahliceeconsequentementedavelocidadedofluido.

    Figura5(a) Figura5(b) Figura5(c)

    Aequaocaractersticadomolinetedadapor:.c a b n

    ondecavelocidade,narotaodahliceemrpseasconstantesaebrelacionamessagrandeza.Ostermosaebpodem

    mudarconformeafaixadetrabalho,esotambmdependentesdotempoentredoissinais.Arotaondeterminada

    pelonmerodesinaisdivididospelotempodeaquisio.

    8. Perguntasequalovalordoacrscimooudecrscimonaproduodeenergia,na instalaodaFig.6,seforemfeitasasseguintes

    modificaesnamesma:

    a. Eliminaode0,36mdeperdadecarganaentradadaadutorapelaadoodecantosarredondados;

    b. Umavezdeterminadaavazopormeiodobocal,eliminao totaldoaparelho.Consideraradiferenadepressesno

    bocaligualaperdadecargalocalizadanomesmo.

    c. Abaixamentodonveldejusantede0,5m

    3Exemplodetomadadgua:https://www.youtube.com/watch?v=XaduLLHevbg

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    14/16

    614

    Avazo,porhiptese,amesmaantesedepoisdasmodificaes.Considerarqueaturbinatemumrendimentototalde

    80%,funciona10horaspordia,durante360diasporanoequeopreodokWhdeR$0,3879/kWh.

    Figura6

    9. AturbinaFrancisdens=200,representadanaFig.7,noseupontodemximorendimento,giraa1.200rpmcomumavazode0,875

    m3/s.Pedesedeterminarparaopontoconsiderado:

    a.

    Apressoregistradanomanmetro instaladoemsuaentrada,considerandoqueadiferenadepressoprovocadapelo

    bocaltodadaperdadecarga;

    b. Potnciaefetiva

    Considerando:

    Dimetrodatubulaodeaduo:500mm

    Materialconstrutivo:aorebitado

    Comprimentovirtual:152mdetubo

    Dimetrodoorifciodobocal:402mm

    Reynoldsmaiorque2.105

    Figura7

    Obs.nsarotaoespecfica,dadapor:

    54

    ef

    s

    n Pn

    H

    ,ondePefapotnciaefetivaem[CV],narotaoem[rpm]eHaalturadequedaem[mca].

    10. Desejaseestudaraviabilidadedereativarumausinahidreltricaparalisadahlongotempo.Umainspeodetalhadadainstalao

    revelouque amquina encontrase embom estado,masa tubulao foradaest inutilizadapela corroso eomanmetroda

    entradada turbina foiextraviado.Aanlisededesenhosexistentesno localpermitiumontaroesquemaabaixo,paraauxiliaros

    clculosdoestudoquedeverodeterminar:

    a.

    A altura disponvel e o valor da presso registrada pelo manmetro de entrada da turbina, caso seja utilizada uma

    tubulaodemesmodimetroematerialconstrutivodaexistente;

    b. A perda de potncia hidrulica decorrente da substituio da tubulao por outra, de mesmo material construtivo e

    comprimento virtual, mas de 1,5 m de dimetro, com medidor de vazo do mesmo tipo e mesma relao de rea e

    pressupondoqueavazoengolidapelaturbinaeonveldejusantepermaneceminalterados.

    Pedeseefetuarestesclculossabendoque:

    o Dimetrodaadutora:2,0m

    o Material:aorebitado

    o Comprimentovirtualdaadutora:322m

    o Viscosidadecinemticadagua:106m2/s

    o DiafragmapadroDIN

    o

    Orifciododiafragma:1,68mo Coeficientedevazo(Cq)constantecomReynolds

    o Perdadecarga(H)domedidordevazo:5,67cmHg

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    15/16

    615

    Figura8

    11. NainstalaodaFig.9desejaseconhecerapotnciahidrulicadaturbinaeacomponentedavelocidadeabsolutanadireo

    tangencialnaentradadeseurotor,sendoconhecidos:

    a. Alturadapnaentrada:8,8cm

    b. Alturadapnasada:13,1cm

    c.

    Dimetrodorotornaentrada:60,5cmd. Dimetrodorotornasada:38,2cm

    e. Rotao:600rpm

    f. nguloconstrutivodapnaentrada:120

    g. nguloconstrutivodapnasada:25

    h. Dimetrodatubulaoforada:40cm

    i. Alturadepressonomanmetro:32mca

    j.

    Coeficientedeestrangulamentonasadadorotorde0,98

    k. Canaisdorotordeseoconstante

    Figura 9 Figura 10

    12. NainstalaodaFig.10esquematizadautilizadaumaturbinaFrancisdens=75,daqualseconhecemasseguintesgrandezas:

    a. Dimetrodorotornaentrada:2,0m

    b. nguloconstrutivodapnaentrada:90

    c. nguloconstrutivodapnasada:27

    d. Relaoentreosdimetrosdesadaeentradadorotor:0,5

    e. Canaisdeseotransversalconstante

    f. Espessuradaspsdesprezvel

    g. Rendimentototal:90%

    h. Velocidadedoescoamentonatubulaoforada:5,55m/s

    i. Dimetrodatubulaoforada:1200mm

    Pedesecalcular:

    j. Oselementosdostringulosdevelocidadesnaentradaenasadadorotor;

    k. Asalturasdap,naentradaenasadadorotor

  • 7/26/2019 Cap.6_Turbinas (2)

    16/16

    616

    13. NainstalaodeensaiosdemodelosdeturbinasesquematizadanaFig.11,utilizadaumaturbinaFrancisdaqualseconhece:

    a. Dimetrodatubulaoforada:100mm

    b. Velocidadedoescoamentonatubulaoforada:2,8m/s

    c. Velocidadedoescoamentonocanaldefuga:1,4m/s

    d. Alturadepressonaentradadaturbina(alturaoucargapiezomtrica):5,0mca

    e. nguloconstrutivodapnasada:31

    f. Relaoentredimetrosdesadaeentradadorotor:0,52

    g. Dimetrodorotor nasada:135mm

    h. Alturadaspsnasada:19,6cm

    i. Canaisdorotordeseotransversalconstante

    j.

    Velocidadetangencialigualacomponentedavelocidadeabsolutanadireotangencialnaentradadorotor

    k. Consideraracondiodemximapotncia

    l. Considerardesprezvelaespessuradasps

    Pedesecalcular:

    nguloconstrutivodapnaentradadorotor

    Rotao

    Potnciahidrulica

    Figura11 Figura12

    14. ParaainstalaodaFig.12compostadeumaturbinaFrancisquedesenvolve1317CVdepotnciahidrulica,sabeseque:

    a.

    Rotaodeservio:485rpmb. Dimetrodesada:0,8m

    c. Dimetrodeentrada:1,0m

    d. Alturadapnasada:0,3m

    e. Coeficientedeestrangulamentonaentradaenasadadorotor:0,9

    f. nguloformadopelasvelocidadesabsolutaetangencialnaentradadorotor:60,41

    g. Canaisdorotordeseotransversalconstante

    h.

    Desprezaravelocidadenocanaldefuga

    i. Dimetrododiafragma:1,26m

    j. Diferenadepressododiafragma:1,39mca

    k. Dimetrodatubulaoforada:1500mm

    Pedesedeterminar:

    Pressoregistradanomanmetroinstaladonaentradadaturbina

    ngulosconstrutivosdapnaentradaenasadadorotor

    REFERNCIASBIBLIOGRFICAS

    GUIMARES,L.B.Mquinashidrulicas.Curitiba:UFPR,1991.

    HENN,E.A.L.Mquinasdefluido.2ed,PortoAlegre:UFSM,2006.

    MACINTYRE,A.J.Mquinasmotrizeshidrulicas.RiodeJaneiro:GuanabaraDois,1983.

    SOUZA,Z.;FUCHS,R.D.;SANTOS,A.H.M.Centraishidroetermeltricas.SoPaulo:Ed.Blcher,1983.