Canal Elect

download Canal Elect

of 43

Transcript of Canal Elect

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 43

    Bibliografia

    MATIAS, J.V.C. - Tecnologias da Electricidade, 10. Ano, Lisboa, Didctica Editora. PINTO, A. e ALVES, V. - Prticas Oficinais e Laboratoriais, 10. Ano, Porto, Porto

    Editora.

    ROLDAN, J. - Manual do Montador Electricista, Lisboa, Pltano Editora. RSIUEE - Regulamento de Segurana de Instalaes de Utilizao de Energia Elctrica,

    Lisboa, INCM.

    Sites Recomendados:

    http://www.generalcablecelcat.com http://www.legrand.pt http://www.schneiderelectric.pt http://www.siemens.pt

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 42

    TIPO DE LOCAL QUANTO AO AMBIENTE

    TIPOS DE CANALIZAES FIXAS SRE

    THU

    HUM

    MOL

    E P T

    SUB

    POE

    ACO

    AT P

    BT P

    AM I

    R I N

    RE X

    1. Canalizaes vista constitudas por condutores nus rgidos, estabelecidos sobre isoladores.

    2. Canalizaes vista constitudas por condutores isolados rgidos, estabelecidos sobre isoladores.

    3. Canalizaes vista constitudas por condutores isolados ou cabos rgidos, protegidos por tubos.

    4. Canalizaes vista constitudas por cabos rgidos, com um bainha ligeira.

    5. Canalizaes vista constitudas por cabos rgidos, com duas bainhas ou por uma bainha reforada.

    6. Canalizaes vista constitudas por cabos, com armadura.

    7. Canalizaes vista constitudas por cabos rgidos, com isolamento mineral.

    8. Canalizaes vista constitudas por cabos flexveis. 9. Canalizaes vista constitudas por condutores nus

    protegidos por condutas.

    10. Canalizaes vista constitudas por condutores isolados ou cabos protegidos por condutas.

    11. Canalizaes pr-fabricadas com condutores nus.

    12. Canalizaes pr-fabricadas com condutores isolados ou

    cabos.

    13. Canalizaes embebidas constitudas por condutores isolados ou cabos rgidos, protegidos por tubos.

    14. Canalizaes embebidas constitudas por cabos rgidos, com isolamento mineral.

    15. Canalizaes estabelecidas nos espaos ocos das construes.

    16. Canalizaes ocultas constitudas por condutores isolados ou cabos protegidos por condutas.

    17. Canalizaes ocultas pr-fabricadas com condutores isolados ou cabos.

    18. Canalizaes estabelecidas em galerias acessveis (caleiras).

    19. Canalizaes estabelecidas em galerias inacessveis.

    20. Canalizaes enterradas.

    21. Canalizaes subaquticas.

    Notas: O sinal indica PROIBIO de montagem. O sinal indica PERMISSO. Na coluna referente aos locais AMI a parte superior refere-se s aces mecnica devidas a choques e a parte inferior a aces mecnicas devidas a vibraes.

    Fig. 29 - Escolha da canalizao consoante o local.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 41

    Fig. 28 - Vista em perspectiva da colocao de uma canalizao tipo 'teia'.

    Escolha das canalizaes consoante as caractersticas dos locais

    Na tabela da figura 29 esto indicados os diversos tipos de canalizaes fixas, bem como

    os locais em que elas podem ser montadas. O sinal indica proibio de montagem no local; o sinal indica permisso de montagem no local.

    De salientar desde j que, por consulta do RSIUEE, se pode verificar igualmente quais so

    os locais onde permitida ou proibida a instalao de uma dada canalizao, sendo a tabela

    aqui apresentada apenas uma processo de sistematizao da consulta do Regulamento.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 40

    Fig. 27 - Canalizao pr-fabricada, tipo 'Canalis' com tomadas de corrente deslizantes.

    Canalizao 'tipo teia'.

    Este mtodo de implantao de canalizaes tem-se revelado o melhor adaptado

    evoluo das tcnicas de construo, com grande aplicao em grandes edifcios, como hotis,

    centros comerciais, etc.

    Consiste essencialmente em pr-montar em estaleiro a instalao elctrica completa com

    os condutores introduzidos. Cada circuito montado separadamente e comporta uma ou mais

    caixas de onde irradiam os tubos em forma de 'teia'.

    O conjunto, transportado para a obra, fixado antes da betonagem ficando directamente

    incorporado no seio das lajes de beto, sobre o tecto.

    A mo-de-obra de instalao torna-se mais barata, evitando abrir e fechar roos como na

    chamada instalao embebida nas paredes.

    A canalizao tipo 'teia' tambm utilizada em locais com 'tectos falsos' ou em

    construes pr-fabricadas, sendo representada na figura seguinte.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 39

    O material obviamente mais caro, mas poupa-se, por outro lado, em mo de obra e

    rapidez, o que se traduz em custos menores. Outra possvel vantagem deste tipo de canalizao

    residir no plano esttico. As figuras seguintes representam alguns tipos de pr-fabricados.

    Fig. 24 - Canalizao pr-fabricada 'Canalis'.

    Fig. 25 - Calha DPL.

    Fig. 26 - Canalizao pr-fabricada 'Canalume'.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 38

    Os condutores s devem ser enfiados nos tubos depois de os roos estarem tapados e de

    a argamassa de cobertura ter feito presa, isto , ter fixado o tubo.

    Em virtude de esta canalizao ficar oculta, convm que ela seja feita em trajectos

    horizontais e verticais, previamente definidos, de forma a conhecer-se a sua localizao e entre

    outras finalidades, evitar a sua danificao por perfurao posterior da parede com pregos,

    cavilhas, mquina perfuradora, etc.

    Tal como na canalizao vista, a escolha do dimetro do tubo feita em funo do

    nmero de condutores e suas seces, de acordo com a tabela da figura 22.

    Na figura 23 representa-se, em perspectiva, uma caixa de derivao com vrios

    acessrios de ligao.

    Fig. 23 - Ligao de trs tubos VD a uma caixa, com respectivas boquilhas e batente.

    Canalizaes pr-fabricadas

    A canalizao pr-fabricada uma canalizao cujo invlucro, metlico ou de material

    isolante e os condutores formam um conjunto montado de fbrica.

    Com efeito, este tipo de canalizao, contrariamente aos restantes, vem j na sua

    globalidade montado de fbrica. A sua instalao, vista, torna-se por isso muito fcil e rpida,

    permitindo tambm a sua colocao em locais que permitem uma maior eficincia da instalao

    elctrica, ao mesmo tempo que todo o material pode ser recuperado em caso de modificao

    na instalao.

    Existem diversos tipos de canalizaes pr-fabricadas, consoante o fabricante. Uma com

    mais qualidade que outras, certamente, mas de uma forma geral permitem sempre uma grande

    mobilidade nos receptores a elas ligados sem ter que se recorrer destruio parcial da

    canalizao existente, no caso de modificao da mesma.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 37

    Dimetro nominal de tubos VD para enfiamento de condutores tipo V

    CANALIZAES VISTA CANALIZAES EMBEBIDAS Seco dos

    condutores NMERO DE CONDUTORES NMERO DE CONDUTORES mm2 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1,5 2,5 4 6 10 16 25 35 50 70 95 120 150 185 240 300 400 500

    12 12 12 12 16 16 20 25 25 32 32 40 40 50 50 63 63 75

    12 12 16 16 20 25 32 32 40 40 50 50 63 63 75 75 90 110

    16 16 16 20 25 32 32 40 50 50 63 63 75 75 90 110 110

    -

    16 16 20 20 32 32 40 40 50 63 63 75 75 90 90 110 110

    -

    16 20 20 25 32 32 40 50 50 63 75 75 90 90 110 110

    - -

    12 12 12 12 16 20 25 25 32 32 40 40 50 50 63 63 75 75

    12 16 16 16 25 25 32 40 40 50 50 63 63 75 75 90 110 110

    16 16 20 20 25 32 40 40 50 63 63 75 75 90 90 110

    - -

    16 20 20 25 32 32 40 50 50 63 75 75 90 90 110 110

    - -

    20 20 25 25 32 40 50 50 63 63 75 90 90 110 110

    - - -

    Nota: Para condutores de seco nominal > 10 mm2 os valores dos dimetros para 4 e 5 condutores j consideram que, respectivamente, um ou dois dos condutores so de seco reduzida; isto , mesmo que a seco em dois deles seja inferior, tudo se passa como se tivessem todos a seco mais elevada.

    Fig. 22 - Dimetro nominal de tubos VD para enfiamento de condutores tipo V.

    Canalizao embebida, constituda por condutores isolados protegidos por tubos.

    Uma canalizao embebida um caso particular de uma canalizao oculta, em paredes,

    tectos ou pavimentos, sendo normalmente protegida por tubos.

    O RSIUEE define canalizao oculta como a canalizao que no visvel ou que no

    acessvel sem remoo de qualquer elemento do meio em que se encontra ou, ainda, sem

    remoo de si prpria.

    Nas canalizaes embebidas protegidas por tubos, os tubos so instalados em roos, de

    tal forma que no se deteriorem ou amolguem e depois so atacados com massa de cimento.

    Os tubos so ligados por unies, curvas e caixas de derivao de forma adequada, em

    condies de garantirem a continuidade da proteco, no havendo em caso algum a

    possibilidade de entrar argamassa na canalizao.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 36

    As derivaes elctricas, para diferentes tomadas, pontos de luz, interruptores, etc., so

    efectuadas atravs de caixas de derivao salientes, colocadas nas paredes.

    A juno entre os tubos e as caixas de derivao feita com diversos acessrios de forma

    a que a ligao fique bem feita: batentes, unies, boquilhas, etc.

    Fig. 21 - Caixa de derivao e acessrios para instalao vista.

    A escolha do dimetro do tubo funo do nmero de condutores e respectivas seces,

    em cada troo da instalao. A tabela da fig. 22 permite fazer essa escolha, para canalizaes

    vista e embebidas.

    De notar que numa instalao elctrica o nmero de condutores em cada troo da

    canalizao pode ser muito varivel.

    Vejamos alguns exemplos:

    1. Uma tomada sem terra necessita de apenas dois condutores; com terra precisa de

    trs condutores.

    2. Uma lmpada simples necessita apenas de trs condutores; com terra precisa de

    trs condutores.

    3. Um receptor trifsico necessita de pelo menos trs condutores.

    4. Um comutador de lustra exige trs condutores, a partir da caixa de derivao; para

    as lmpadas vo tambm trs condutores.

    5. Um comutador de escada tambm exige trs condutores.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 35

    Canalizao vista, constituda por condutores isolados protegidos por tubos

    O RSIUEE define canalizao vista como a canalizao visvel, sem necessidade de

    retirar qualquer parte da construo sobre que est estabelecida.

    A fixao dos tubos, s paredes, nesta canalizao feita por meio de braadeiras,

    conforme a figura 19. A distncia entre braadeiras bem como o raio de curvatura dos tubos

    esto regulamentados.

    Fig. 19 - Instalao de tubo vista, com braadeiras.

    A dobragem dos tubos rgidos de plstico normalmente feita por aquecimento lento,

    com a ajuda de uma mola colocada interiormente e rodando o tubo de forma a no quebrar.

    O enfiamento dos condutores no tubo feito habitualmente com a ajuda de uma guia de

    ao, para puxar os condutores (figura 20). Utiliza-se tambm frequentemente p de talco para

    melhor deslizarem.

    Fig. 20 - Enfiamento de condutores com guia.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 34

    Condutores em tubos vista

    Colocao de cabos em valas

    Condutores em tubo embebido

    Cabo enterrado

    Colocao de cabos em prateleiras

    Canalizaes pr-fabricadas

    Colocao em caleiras

    Colocao sobre isoladores

    Condutas

    Cabo imerso na gua

    Fig. 18 - Diversas formas de colocao das canalizaes fixas.

    Nota: caleiras so canais feitos no pavimento, dotados de tampas amovveis.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 33

    TIPOS DE CANALIZAES FIXAS

    1. Canalizaes vista constitudas por

    condutores nus rgidos, estabelecidos sobre isoladores.

    2. Canalizaes vista constitudas por

    condutores isolados rgidos, estabelecidos sobre isoladores.

    3. Canalizaes vista constitudas por

    condutores isolados ou cabos rgidos, protegidos por tubos.

    4. Canalizaes vista constitudas por

    cabos rgidos, com um bainha ligeira. 5. Canalizaes vista constitudas por

    cabos rgidos, com duas bainhas ou por uma bainha reforada.

    6. Canalizaes vista constitudas por

    cabos, com armadura. 7. Canalizaes vista constitudas por

    cabos rgidos, com isolamento mineral. 8. Canalizaes vista constitudas por

    cabos flexveis. 9. Canalizaes vista constitudas por

    condutores nus protegidos por condutas. 10. Canalizaes vista constitudas por

    condutores isolados ou cabos protegidos por condutas.

    11. Canalizaes pr-fabricadas com

    condutores nus. 12. Canalizaes pr-fabricadas com

    condutores isolados ou cabos. 13. Canalizaes embebidas constitudas

    por condutores isolados ou cabos rgidos, protegidos por tubos.

    14. Canalizaes embebidas constitudas

    por cabos rgidos, com isolamento mineral.

    15. Canalizaes estabelecidas nos

    espaos ocos das construes. 16. Canalizaes ocultas constitudas por

    condutores isolados ou cabos protegidos por condutas.

    17. Canalizaes ocultas pr-fabricadas

    com condutores isolados ou cabos. 18. Canalizaes estabelecidas em

    galerias acessveis (caleiras). 19. Canalizaes estabelecidas em

    galerias inacessveis. 20. Canalizaes enterradas. 21. Canalizaes subaquticas.

    Fig. 17 - Tipos de canalizaes fixas.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 32

    Fabricam-se diversos tubos de ao, com maior ou menor resistncia mecnica, ou maior

    ou menor flexibilidade. Exemplos: AF, ARF, ERFF, ARD, etc.

    A grande rigidez destes tubos torna-os insubstituveis nas instalaes para mquinas-

    ferramenta. Os tubos de ao podem ser montados em caleiras (rasgos no cho), o que torna

    segura e eficiente a instalao de utilizao.

    Estudo dos principais tipos de canalizaes

    Classificao geral

    Conforme j foi referido, as canalizaes podem classificar-se, entre outras, em:

    canalizaes fixas e amovveis.

    Dada a maior importncia e diversidade de tipos, da canalizao fixa, esta que vamos

    estudar mais em particular.

    A canalizao , por definio, o conjunto constitudo por um ou mais condutores

    elctricos e pelos elementos que asseguram o seu isolamento elctrico, as suas proteces

    mecnicas, qumicas e a sua fixao, devidamente agrupados e com aparelhos de ligao

    comuns.

    Podemos concluir, a partir da definio de canalizao, que podemos ter canalizaes

    constitudas apenas por condutores dentro de tubos, cabos dentro de tubos, condutores sem

    tubos, cabos sem tubos, condutores nus sobre isoladores, etc. Isto , conforme a necessidade

    (do ponto de vista tcnico-econmico), conforme o tipo de local (quanto ao ambiente e

    utilizao) e de acordo ainda com um certo sentido esttico, assim o tipo de canalizao que

    vamos adoptar, caso a caso.

    O RSIUEE (art. 89 e seguintes) indica os diferentes tipos de canalizaes fixas possveis.

    No quadro da figura 17 resumido esse conjunto.

    No quadro da figura 18 representa-se tambm, esquematicamente, algumas das formas

    de colocao das canalizaes.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 31

    Os tubos de plstico rgidos so os de maior aplicao em instalaes fixas. No entanto h

    situaes em que necessria a utilizao de tubos maleveis e flexveis, nomeadamente em

    locais onde necessrio que o tubo efectue muitas curvas.

    Algumas das propriedades gerais dos tubos plsticos (PVC) so as seguintes:

    So mais leves que os restantes. So de mais fcil instalao, por serem mais leves e necessitarem de menos

    ferramenta.

    A tenso de isolamento elevada, cerca de 45 KV/m. So resistentes aos cidos, bases, leos, agentes oxidantes, etc., pelo que podem

    ser colocados em quaisquer tipos de terrenos.

    Tm fraca absoro de humidade, evitando a condensao no seu interior. No so inflamveis.

    Vejamos ento alguns tubos mais utilizados:

    Tubo plstico VD (cdigo 5101100)

    um tubo feito de policloreto de vinilo (PVC) com constituio rgida.

    dos tubos mais utilizados, em instalaes fixas seja embebidas ou vista, dadas as

    boas caractersticas j referidas. Devido sua rigidez, quando necessrio efectuar qualquer

    curvatura deve utilizar-se uma mola especial para curv-lo sem quebrar.

    fabricado normalmente em varas de 3 metros de comprimento, com dimetros nominais

    desde 12 at 110 mm.

    Tubo plstico VFE (Jotaflex)

    um tubo tambm de plstico, mas com a particularidade de ser malevel e estanque a

    lquidos. normalmente utilizado em instalaes interiores vista ou embebidas. Dada a sua

    grande maleabilidade, de fcil montagem e substituio, portanto de instalao barata.

    um tubo do tipo "canelado". Tem grandes aplicaes em habitaes, fbricas, etc.

    Tubos de ao

    So os mais utilizados nos casos em que se requer uma instalao com grande proteco

    mecnica dos condutores. So tambm bastante utilizados em locais de ambiente corrosivo

    (pelos agentes atmosfricos ou especficos) e ainda em locais sujeitos a perigos de exploso,

    em instalao vista.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 30

    Exemplos:

    1. Indique o nmero de cdigo de um tubo com resistncia normal s aces

    mecnicas, estanque, rgido, isolante, resistente humidade, sem blindagem

    elctrica e preparados para suportar temperaturas ambientes normais.

    Aces Mec. (M)

    Estanquidade (E)

    Flexibilidade(F)

    R. Elctrica(R)

    Corroso(C)

    Blindagem (B)

    T. Ambiente(T)

    M5 E1 F0 R1 C1 B0 T0

    Cdigo do tubo: 5101100

    2. Indique o nmero de cdigo de um tubo com resistncia reforada especial s

    aces mecnicas, condutor, resistente corroso pela humidade, no estanque,

    com blindagem elctrica, flexvel e sem limites definidos de temperatura ambiente.

    Aces Mec. (M)

    Estanquidade (E)

    Flexibilidade(F)

    R. Elctrica(R)

    Corroso(C)

    Blindagem (B)

    T. Ambiente(T)

    M9 E0 F2 R0 C1 B1 T3

    Cdigo do tubo: 9020113

    Nota: o art. 112 do RSIUEE, estabelece a relao entre os cdigos e as respectivas

    designaes simblicas, facilitando assim a tarefa de escolha dos tubos, para cada caso.

    Tubos mais vulgares

    O primeiro tubo a ser utilizado em instalaes elctricas foi o chamado tubo Bergman, o

    qual era constitudo por papel impregnado, revestido por uma bainha de lato ou ferro e

    protegido por uma camada de chumbo ou alumnio. Devido ao seu complicado fabrico acabou

    por ser substitudo sucessivamente por outros tubos, entre os quais se destacam os fabricados

    a partir de matrias termoplsticas.

    Alm dos tubos de plstico flexveis, maleveis ou rgidos, existem ainda tubos de ao,

    utilizados apenas em locais sujeitos potencialmente a aces mecnicas intensas.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 29

    A codificao dos tubos, regulamentada pela norma NP-945 ou pelo art. 112 do RSIUEE,

    tambm ser feita a partir de uma expresso, em que cada letra ter um ndice que representa

    o grau de cada uma das 7 caractersticas:

    M E F R C B T

    Cada uma das sete caractersticas classificada com os seguintes graus:

    M - Resistncia s aces mecnicas Tubos e condutas com resistncia normal s aces mecnicas. Tubos e condutas com resistncia reforada s aces mecnicas. Tubos e condutas com resistncia reforada especial s aces mecnicas.

    M5

    M7

    M9

    E - Estanquidade a lquidos Tubos e condutas no estanques. Tubos e condutas estanques.

    E0 E1

    F - Flexibilidade Tubos e condutas rgidos. Tubos e condutas maleveis. Tubos flexveis.

    F0 F1 F2

    R - Resistncia elctrica Tubos e condutas condutores. Tubos e condutas isoladores.

    R0 R1

    C - Resistncia corroso Tubos e condutas resistentes corroso pela humidade. Tubos e condutas resistentes corroso pelos agentes atmosfricos. Tubos e condutas resistentes corroso por agentes qumicos especficos.

    C1

    C2

    C3

    B - Blindagem elctrica Tubos e condutas sem blindagem elctrica. Tubos e condutas com blindagem elctrica.

    B0 B1

    T - Temperatura ambiente Tubos e condutas para temperaturas ambientes (compreendidas entre -5C e +40C). Tubos e condutas para temperaturas ambientes baixas (inferiores a -5C). Tubos e condutas para temperaturas ambientes altas (superiores a +40C). Tubos e condutas sem limites definidos de temperaturas ambientes, cobrindo uma larga gama de temperaturas que incluem altas e baixas temperaturas.

    T0

    T1

    T2

    T3

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 28

    Exemplos:

    1. Indique a designao simblica de um tubo com uma composio de policloreto de

    vinilo, rgido e de dimetro nominal de 20 mm.

    Material (a)

    Ac. Mecnicas (b)

    Flexibilidade(c)

    R. corroso (d)

    Estanquidade(e)

    Diversos (f)

    Dimetro(g)

    V -- D -- -- -- 20

    Resposta: tubo VD 20

    2. Indique a designao simblica de um tubo de ao de resistncia mecnica

    reforada, flexvel e de dimetro nominal 25 mm.

    Material (a)

    Ac. Mecnicas (b)

    Flexibilidade(c)

    R. corroso (d)

    Estanquidade(e)

    Diversos (f)

    Dimetro(g)

    A R FF -- -- -- 25

    Resposta: tubo ARFF 25

    Codificao dos tubos

    Alm da designao simblica os tubos so tambm codificados, isto , representados por

    um cdigo que tem em conta o grau de um conjunto de caractersticas que os iro definir,

    tendo em vista a utilizao que lhes vai ser dada. Atravs do cdigo do tubo ser depois

    possvel, mais facilmente, verificar se um dado tubo pode ser ou no utilizado num dado local a

    desempenhar determinada funo.

    As caractersticas a ter em conta na codificao dos tubos so:

    Resistncia s aces mecnicas (M) Estanquidade a lquidos (E) Flexibilidade (F) Resistncia elctrica (R) Resistncia corroso (C) Blindagem elctrica (B) Temperatura ambiente (T)

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 27

    Vejamos ento como se obtm a designao simblica dos tubos. A designao de cada

    tubo formada a partir da seguinte expresso:

    a b c d e f g

    Cada uma das letras da expresso representa uma caracterstica do tubo, de acordo com

    a seguinte tabela:

    a - Material Ao Liga de alumnio Composies de PVC Composies de polietileno

    A L V E

    b - Resistncia s aces mecnicas Tubos e condutas metlicas Resistncia normal (classe M7) Resistncia reforada (classe M9) Tubos e condutas isolantes Resistncia normal (classe M5) Resistncia reforada (classe M9)

    Sem letra R

    Sem letra R

    c - Flexibilidade Rgido Malevel Flexvel

    D F FF

    d - Resistncia corroso Tubos e condutas metlicas Resistncia humidade ou aos agentes atmosfricos Resistncia a agentes qumicos especficos Tubos e condutas isolantes Resistncia humidade Resistncia a agentes atmosfricos Resistncia a agentes qumicos especficos

    Sem letra

    Q

    Sem letra C

    Q

    e - Estanquidade a lquidos No estanque a lquidos Estanque a lquidos

    Sem letra E

    f - Qualquer outra indicao completa identificao do tubo ou conduta

    g - Dimetro nominal do tubo ou da conduta

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 26

    Designao simblica dos tubos

    Tal como para os condutores isolados e cabos, tambm nos tubos houve necessidade de

    os referenciar atravs de uma designao simblica que os distinga, atendendo s suas

    diferentes caractersticas.

    A norma NP-1070 (de 1975) a norma original de regulamentao da designao

    simblica dos tubos. Tal como tem acontecido a muito outro material elctrico, tambm aqui a

    entrada na Unio Europeia tem vindo a provocar transformaes na forma de designar os

    tubos. Deste modo, saiu a norma NP-1070 (reformulada) com o objectivo de substituir a

    anterior.

    TUBOS Designao segundo

    a norma original NP-1070 (1975)

    Designao segundo a

    nova norma

    Isolantes

    ERFE

    VD VDCE VFFE VFF VFE UF

    VRDE VRDCE VRFE

    ERE ERM VD VDC VF VFS VM VMS VRD VRDC VRE VRM

    Mistos

    - - - -

    MES MRD MRF

    MRFQ

    Metlicos

    FF AFFQE AFFQ AF

    ARDE ARD ARFF ARF LEQE IFQ LF

    AFS AFQ

    AFQ(S) MAS ARD ARDS ARFS ARMS LMQ

    LMQ(S) LMS

    Fig. 16 - Correspondncia entre as designaes das duas normas para tubos.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 25

    5. Em nenhum caso sero permitidas ligaes de condutores dentro dos tubos, como

    no exemplo da figura 14.

    Fig. 14 - No permitida a emenda interior indicada.

    6. O nmero de condutores permitido por tubo, com um dado dimetro, para

    instalaes vista ou embebidas, funo da seco dos condutores e consta de

    quadros perfeitamente regulamentados.

    7. O raio do curvatura r dos tubos deve ser tal que permita o fcil enfiamento e

    desenfiamento dos condutores. Segundo o regulamento o raio de curvatura mnimo

    dos tubos deve ser maior ou igual a seis vezes o dimetro d exterior do tubo, para

    instalaes vista ou embebidas, conforme se exemplifica na figura 15.

    Fig. 15 - O raio de curvatura deve ser maior que seis vezes o dimetro.

    8. Nas instalaes vista, os tubos devem ser fixados s superfcies de apoio por

    braadeiras apropriadas. As distncias D entre braadeiras tambm esto

    regulamentadas:

    a) D 1 m para tubos com resistncia s aces mecnicas da classe M5. b) D 2 m para tubos com resistncia s aces mecnicas da classe M9.

    Nos troos verticais, as distncias podem ser superiores.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 24

    Tubos

    Consideraes gerais

    Segundo o RSIUEE, define-se tubo como o invlucro de seco recta contnua, circular ou

    no, destinado em regra, proteco dos condutores isolados e cabos.

    Ainda segundo o regulamento, os tubos a empregar nas instalaes devem ser de

    material isolante, de material condutor ou simultaneamente de materiais isolante e condutor

    (mistos), desde que possuam caractersticas elctricas e mecnicas adequadas.

    Os tubos so utilizados em instalaes vista ou em instalaes ocultas. Na figura 13

    representa-se um troo de tubo instalado vista, fixo por braadeiras, com dois condutores no

    seu interior.

    Fig. 13 - Tubo vista com braadeiras.

    Relativamente aos tubos, devem verificar-se alguns dos seguintes preceitos e definies,

    impostos pelo regulamento.

    1. Designa-se dimetro nominal de um tubo como o valor do seu dimetro interior,

    expresso em milmetros.

    2. Os tubos devem ter dimetros tais que permitam o fcil enfiamento e desenfiamento

    dos condutores isolados ou cabos.

    3. A superfcie interior dos tubos no dever apresentar arestas vivas, asperezas ou

    fissuras.

    4. Os tubos podem ser estabelecidos embebidos (no interior) nas paredes, em roos

    previamente abertos, ou vista, fixados por meio de braadeiras.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 23

    Para a escolha do cabo, de acordo com as caractersticas indicadas, deve previamente

    formar-se um cdigo das caractersticas do cabo. O cdigo constitudo por seis algarismos,

    um algarismo por cada uma das seis caractersticas, correspondentes s classes indicadas.

    Exemplos:

    1. Estabelea a codificao do seguinte cabo: cabo para tenso nominal de 0,8/1,2 KV,

    rgido, dotado de duas bainhas, resistentes corroso pela humidade, com

    blindagem elctrica e destinado a ser instalado em locais com temperaturas

    ambientes habituais.

    Resoluo:

    Isolamento (I)

    Flexibilidade (F)

    Ac. Mecnicas (M)

    Corroso (C)

    Blindagem (B)

    Temperatura(T)

    I3 F0 M5 C1 B1 T0

    Juntando os algarismos de cada classe, obtm-se o cdigo do cabo: 305110.

    Por consulta do art. 107 do RSIUEE podemos verificar que a este cdigo correspondem

    dois cabos: VHV e BCV. Qualquer destes cabos tem uma constituio que satisfaz as

    caractersticas exigidas no enunciado do problema.

    2. Estabelea o cdigo para: cabo com tenso nominal de 4.8/7,2 KV, rgido, com duas

    bainhas, resistente corroso pelos agentes atmosfricos, com blindagem elctrica e

    sujeito a temperaturas ambientes habituais.

    Resoluo:

    Isolamento (I)

    Flexibilidade (F)

    Ac. Mecnicas (M)

    Corroso (C)

    Blindagem (B)

    Temperatura(T)

    I4 F0 M5 C2 B1 T0

    Obtm-se o cdigo do cabo: 405210, segundo o art. 107, a este cdigo correspondem

    vrios cabos: VHIV, LVHIV, PCV, LPCV, PHCV e LPHCV. No entanto, nem todos eles tm as

    duas bainhas, pois podem ter apenas uma bainha desde que reforada.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 22

    Codificao dos condutores

    As caractersticas que definem os condutores quanto ao seu emprego so:

    Isolamento elctrico. Flexibilidade. Resistncia aces mecnicas. Resistncia corroso. Blindagem elctrica. Temperatura ambiente.

    A escolha dos condutores para cada local e de acordo com a utilizao que lhe vai ser

    dada, feita em funo do conjunto de caractersticas acima indicadas.

    Estas caractersticas so garantidas pelos fabricantes, atravs de ensaios laboratoriais

    efectuados, para perodos de tempo normalizados e considerados suficientes para traduzir com

    alguma preciso as condies reais de desgaste a que iro ser submetidos na sua utilizao.

    A tabela seguinte, retirada da norma NP-889 ou do art. 106 do RSIUEE, apresenta-nos

    as classes correspondentes a cada uma das seis caractersticas apresentadas.

    Natureza especfica das caractersticas Classes Caractersticas dos condutores isolados e cabos

    Quanto ao isolamento (I)

    I1 I2 I3 I4

    Tenso nominal 100/100 V. Tenso nominal 300/500 V. Tenso nominal 450/750 ou 0,8/1,2 KV. Tenso nominal superior a 0,8/1,2 KV.

    Quanto flexibilidade (F)

    F0 F1 F2

    Rgidos. Flexveis. Extraflexveis.

    Quanto resistncia s aces mecnicas (M)

    M1 M3

    M5

    M7

    Sem resistncia particular s aces mecnicas. Com resistncia ligeira s aces mecnicas, conferida por uma bainha. Com resistncia normal s aces mecnicas, conferida por duas bainhas ou por uma bainha reforada. Com resistncia reforada s aces mecnicas, conferida por uma armadura.

    Quanto resistncia corroso

    (C)

    C0 C1 C2 C3

    Sem resistncia particular corroso. Resistentes corroso pela humidade. Resistentes corroso pelos agentes qumicos. Resistentes corroso por agentes qumicos especficos.

    Quanto blindagem elctrica (B)

    B0 B1

    Sem blindagem elctrica. Com blindagem elctrica.

    Quanto temperatura ambiente

    (T)

    T0 T1 T2 T3

    Para temperaturas ambientes habituais (-5C a +40C) Para temperaturas ambientes baixas (inferiores a -5C) Para temperaturas ambientes altas (superiores a +40C) Sem limite definido de temperaturas ambientes, cobrindo larga gama de temperaturas incluindo altas e baixas.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 21

    Condutores de cobre macio, isolamento e bainha de PVC.

    VVD (H07VVH2-U) 2 ou 3 1,5 a 4

    0,8/1,2 (0,45/0,75)

    Instalaes fixas vista.

    Condutores flexveis de cobre, isolamento e bainha de PVC.

    FVVD (H03VVH2-F)

    2 a 12 2 a 4

    0,75 1 a 6 0,3/0,5

    Instalaes fixas e amovveis no interior. Sinalizao e comando.

    Condutores flexveis de cobre, isolamento e bainha de PVC.

    FVV (H05VV-F) 2 a 5 2,5 a 25

    0,3/0,5 0,8/1,2

    Instalaes fixas e amovveis no interior. Sinalizao e comando. Ligao de mquinas.

    Condutores de cobre macio, isolamento, bainha(s) de PVC e armadura fitas de ao.

    VAV XAV 1 a 4 1,5 a 500

    At 4,8/7,2

    Distribuio de energia. Instalaes industriais. Pode ser montado ao ar, enterrado, em caleiras ou condutas (cabos armados).

    Condutores de alumnio sectorial macio, isolamento, bainha(s) de PVC e armadura fitas de ao.

    LSVAV LSXAV 1 a 4 1,5 a 500

    At 4,8/7,2

    Distribuio de energia. Instalaes industriais. Pode ser montado ao ar, enterrado, em caleiras ou condutas (cabos armados).

    Condutores de cobre ou alumnio, isolamento de PVC resistente intemprie ou polietileno reticulado.

    VS LVS 2 a 4

    6 a 10 16 a 70 0,8/1,2

    Redes de distribuio e utilizao de energia, instalados ao ar, sobre braadeiras ou auto-suportados.

    Condutores de alumnio sectorial macio, isolamento e bainha de PVC.

    LSVV LSXV 1 a 4 1,5 a 500

    At 4,8/7,2

    Redes de distribuio e utilizao de energia, instalados ao ar, sobre braadeiras.

    Condutor de alumnio, isolamento e bainha de PVC.

    LVV LXV 16 a 630 0,6/1,2

    Transporte e distribuio de energia em edifcios e instalaes industriais.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 20

    Principais condutores isolados e cabos

    Dada a grande variedade de condutores e cabos existentes, obviamente no possvel

    apresent-los todos, mas apenas aqueles mais importantes, de acordo com as designaes

    mais vulgares.

    Para cada cabo, apresentado a sua designao segundo a norma NP-665 e tambm

    segundo a norma NP-2361 (esta entre parnteses) para alguns deles.

    De referir ainda que:

    At 20 KV utilizam-se normalmente cabos tripolares (trs condutores) com blindagem metlica comum.

    De 20 a 30 KV utilizam-se cabos tripolares com blindagem individual. De 30 a 60 KV utilizam-se cabos unipolares, por ser difcil o manuseamento dos

    tripolares e porque os unipolares admitem cargas mais elevadas.

    Para tenses superiores, geralmente utilizam-se linhas areas (cobre, alumnio, alumnio-ao, almelec, alumoweld, anticorodal). Em casos especiais usam-se cabos

    em banho de leo e a gs comprimido.

    Caractersticas de condutores e cabos

    Condutor ou Cabo Designao N. de Cond.

    Seces Nominais

    (mm2)

    Tenses Nominais

    (KV) Utilizao

    Condutor de cobre macio, isolamento de PVC.

    V (H05V-U)

    ou (H07V-U) (H07V-R)

    1 a 6 (unifilar) 10 a 500

    (multifilar)

    0,8/1,2 (0,45/0,75)

    Instalaes fixas, vista ou embebidas; montagem de quadros e aparelhagem diversa.

    Condutor flexvel de cobre, isolamento de PVC.

    FV (H05V-K) 0,5 a 10 0,3/0,5

    Instalaes fixas ou mveis no interior, embebidas ou vista.

    Condutores extraflexveis de cobre, isolamento de PVC.

    FFVD (H03VH-H) 2 0,5 a 10 0,3/0,5

    Instalaes fixas ou mveis no interior, embebidas ou vista.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 19

    NP-2361

    Tipo

    Harmonizado Tipo nacional reconhecido Tipo nacional no reconhecido

    H A

    PT-N

    Ten

    so

    < 100 / 100 V 100 / 100; < 300 / 300 V 300 / 300 V 300 / 500 V 450 / 750 V 0,6 / 1 KV

    00 01 03 05 07 1

    Isol

    amen

    to Borracha de etileno-propileno

    Etileno acetato de vinilo Borracha Borracha silicone Policloreto de vinilo (PVC) Polietileno reticulado

    B G R S V X

    Arm

    adu

    ra Bainha da alumnio extrudido ou soldado

    Condutor concntrico em alumnio Blindagem de alumnio Armadura em fita de ao galvanizado ou no Armadura em fita de alumnio

    A2 A A7 Z4 Y3

    Con

    stit

    uin

    tes

    Bai

    nh

    a

    Etileno acetato de vinilo Trana de fibra de vidro Policloropreno Borracha Trana txtil Policloreto de vinilo (PVC)

    G J N R T V

    Form

    a Cabo circular Cabo plano:

    - Condutores separveis - Condutores no separveis

    Sem letra

    H H2

    Natureza: Cobre Alumnio

    Sem letra

    - A

    Con

    stru

    o

    Con

    duto

    r Flexibilidade: Condutor flexvel classe 5 Condutor flexvel classe 6 Condutor ou cabo flexvel para instalao fixaCondutor rgido circular cableado Condutor rgido sectorial cableado Condutor rgido macio circular Condutor rgido macio sectorial

    - F - H - K - R - S - U - W

    Nmero de condutores Ausncia do condutor verde/amarelo Existncia do condutor verde/amarelo

    x G

    Seco do condutor (mm2)

    Com

    posi

    o

    Identificao por colorao Identificao por algarismo

    Sem letra N

    A tabela anterior apresenta a nova designao dos elementos constituintes dos

    condutores e cabos, segundo a norma NP-2361 (de acordo com as normas europeias -

    CENELEC), permitindo assim mais facilmente fazer a equivalncia entre as duas designaes

    simblicas.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 18

    f - Material de acabamento e reforo mecnico (armadura) Juta (quando aplicada como cama da armadura) Juta exterior Trana txtil Trana de cobre Trana de ferro galvanizado Armadura de duas fitas de ao Armadura de fios de ao Armadura de barrinhas de ao Armadura no magntica Armadura dupla

    Nenhuma letra J T Q 1Q A R M

    1A, 1R, 1M AA, RR, MM

    g - Forma de agrupamento dos condutores Condutores cableados ou torcidos Condutores dispostos paralelamente

    Nenhuma letra D

    h - Indicaes diversas Cabos auto-suportados S

    i - Seces dos condutores

    1 x 2 + 3 Algarismo 1 - Numero de condutores com a mesma seco. Algarismo 2 - Seco nominal dos condutores. Algarismo 3 - Seco nominal do condutor de proteco, se existir, precedida pela

    letra T e separada dos elementos anteriores com o sinal +. O conjunto (1 x 2) repete-se tantas vezes quantas as diferentes seces, separando cada conjunto pelo sinal +. O algarismo 1 pode ser suprimido se indicar apenas 1 condutor

    j - Tenso nominal

    4/5 Algarismo 4 - Tenso admissvel entre um condutor qualquer e a terra

    (valor mais baixo). Algarismo 5 - Tenso admissvel entre dois quaisquer condutores (valor mais baixo).

    Exemplo:

    Suponhamos um cabo com condutores de cobre macio, isolados a papel impregnado, com

    bainha comum de chumbo, com reforo mecnico efectuado por fios de ao e bainha exterior

    de PVC. O cabo tem 3 condutores de 50 mm2 e dois de 25 mm2, sendo um deles de proteco.

    O isolamento est previsto para 0,8/1,2 KV.

    Resoluo:

    a b c d e f g h (e) i j

    _ _ P _ C R _ _ V 3x50+25+T25 0,8/1,2 KV

    o cabo PCRV 3x50+25+T25 - 0,8/1,2 KV

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 17

    a - Grau de flexibilidade do condutor ou cabo Condutores ou cabos rgidos Condutores ou cabos flexveis Condutores ou cabos extraflexveis Condutores ou cabos flexveis com ncleo central destinado a aumentar a sua flexibilidade ou resistncia mecnica

    Nenhuma letra F FF

    FG

    b - Material dos condutores Cobre macio Cobre duro Liga de cobre Condutor bimetlico Alumnio Alumnio sectorial macio Liga de alumnio

    Nenhuma letra K 1K W L LS 1L

    c - Material do isolamento Papel Elastmeros: No especificados Borracha butlica Polietileno clorossulfonado Borracha silicone Eliteno-propileno Policloropreno (ou Neopreno) Plastmeros: Policloreto de vinilo (PVC) Polietileno Polietileno reticulado (cabos de energia) ou celular (cabos de telecomunicaes) Isolante mineral

    P B 1B 2B 3B 4B N V E

    1E Z

    d - Blindagem ou condutores envolventes Blindagem individual (excepto cabos de papel de campo radial) Blindagem comum e blindagem individual em cabos de papel de campo radial Condutor envolvendo os restantes condutores isolados do cabo Condutor de alumnio, concntrico em relao ao cabo, envolvendo os restantes condutores isolados

    HI

    H O

    OL

    e - Material da bainha Chumbo Chumbo individual Alumnio Liga de alumnio Elastmeros: No especificados Polietileno clorossulfonado Policloropreno (ou Neopreno) Plastmeros: Policloreto de vinilo (PVC) Polietileno Polietileno reticulado (cabos de energia) ou celular (cabos de telecomunicaes) Cobre

    C CI L 1L B 2B N V E

    1E K

    Nota - Os cabos podem ter duas bainhas (uma interior e outra exterior). Neste caso a

    letra correspondente vem indicada duas vezes.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 16

    Designao simblica de condutores isolados e cabos

    Dada a grande variedade de cabos existentes no mercado e dada ainda a diversidade de

    materiais que protegem a alma condutora, houve necessidade de criar normas que definissem

    de uma forma clara o processo de estabelecimento do nome adequado a cada tipo de condutor

    ou cabo.

    Desta forma nasceu a norma NP-665 que regula a formao da designao simblica de

    cada condutor ou cabo (nome do condutor ou cabo).

    Muito recentemente com a entrada de Portugal no Unio Europeia, tem vindo a sair nova

    legislao cujo objectivo uniformizar as caractersticas e nomenclaturas do material elctrico

    (e no s) fabricado pelos pases que integram esta comunidade.

    Assim, a norma NP-2361 tem como objectivo uniformizar, a nvel europeu, a designao

    simblica dos condutores e cabos, ficando esta de acordo com o Documento de Harmonizao

    HD 361 do Comit Europeu de Normalizao Electrotcnica (CENELEC).

    Obviamente que estes processos de adaptao, envolvendo industriais, armazenistas,

    retalhistas e tcnicos, levam alguns anos a ser implementados, levando a que se utilizam as

    duas normas por algum tempo.

    De seguida apresentada a formao da designao vulgarmente conhecida (NP-665).

    A designao simblica da cada condutor isolado ou cabo feita por um conjunto de

    letras maisculas e algarismos que, lidos da esquerda para a direita, representam o nome do

    condutor isolado ou cabo, bem como o nmero dos condutores, sua seco e tenso nominais.

    A designao simblica obtm-se a partir da seguinte expresso:

    a b c d e f g h (e) 1 x 2 + 3 4/5

    i j

    A cada uma das letras vai corresponder determinada caracterstica que, pela ordem em

    que esto indicadas (da esquerda para a direita).

    A cada um dos nmeros ir corresponder um valor numrico.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 15

    Nos cabos elctricos a seco do condutor neutro, assim como a do condutor de

    proteco, quando existe, nem sempre igual do condutor de fase. Com efeito, a intensidade

    do condutor de proteco ou nula, quando no h defeitos na instalao, ou pequena,

    atendendo a que no caso de defeito h rgos de proteco que limitam o valor da intensidade

    de defeito, actuando. Por estes motivos, a sua seco no precisa de ser to elevada como a

    dos condutores de fase.

    Quanto ao condutor neutro, nas instalaes trifsicas de distribuio a corrente no neutro

    geralmente inferior das fases. Com efeito, se as fases estiverem equilibradas (mesma

    corrente) demonstra-se que a corrente no neutro ser nula. Na prtica h sempre alguma

    corrente no neutro na distribuio trifsica, pelo que a seco dos neutro tambm poder ser

    inferior das fases.

    Pelas razes apontadas e por outras, o RSIUEE impe que a seco do condutor neutro e

    a do condutor de proteco s so iguais s dos condutores de fase at ao valor de 10 mm2

    (exemplos: 1,5; 2,5; 4; 6 e 10 mm2). Para seces de fase superiores a 10 mm2 a seco do

    condutor neutro e a seco do condutor de proteco so inferiores seco das fases e dadas

    pela tabela da fig. 12.

    Seco dos condutores de

    fase (mm2)

    Seco dos condutores neutro

    e de proteco (mm2)

    16 25 35 50 70 95 120 150 185 240 300 400 500 630 800 1000

    10 16 16 25 35 50 70 70 95 120 150 185 240 300 400 500

    Fig. 12 - Tabela das seces normalizadas para os condutores

    de fase, neutro e de proteco.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 14

    Para mais de 3 condutores no mesmo tubo, os valores do quadro anterior devem ser

    multiplicados pelos factores de correco do quadro da fig. 10.

    Condutores enfiados no mesmo tubo

    Factor de correco

    4 a 6 7 a 9

    0,8 0,9

    Fig. 10 - Factores de correco para mais de 3 condutores enfiados no mesmo tubo.

    Para temperaturas ambientes diferentes de 20 C, os valores do quadro da fig. 9 devem

    ser multiplicados pelos factores de correco indicados no quadro da fig. 11.

    Temperatura ambiente

    (C)

    Factor de correco

    5 10 15 20 25 30 35 40

    1,15 1,10 1,05 1,00 0,94 0,88 0,82 0,75

    Fig. 11 - Factores de correco para temperaturas ambientes diferentes de 20 C.

    Exemplificando:

    Um condutor de 1,5 mm2, em tubo, suporta 17 A, temperatura ambiente. Se lhe

    juntarmos mais trs condutores, com temperatura ambiente de 30 C, a intensidade mxima

    admissvel por cada condutor : Imx = 17 x 0,8 x 0,88 = 12 A, valor bastante inferior ao inicial.

    De referir ainda que nas instalaes de utilizao de energia elctrica no podem ser

    utilizados condutores com seces inferiores s seguintes:

    Em circuito de tomadas, fora-motriz ou climatizao 2,5 mm2 Em circuitos para iluminao ou outros usos 1,5 mm2

    excepo a estas duas regras a seco utilizada nos condutores flexveis utilizados na

    ligao de candeeiros, de pequenos aparelhos de utilizao, mveis ou portteis, que poder

    ser de 0,75 mm2 ou mesmo de 0,5 mm2 no caso de condutores extraflexveis.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 13

    Como se sabe, cada condutor deve suportar uma da intensidade de corrente nominal, a

    qual resulta de clculos efectuados para a instalao, tendo em conta os receptores instalados

    ou a instalar.

    Sabemos tambm que quanto maior for a seco do condutor maior ser a intensidade de

    corrente que ele suporta. O cobre melhor condutor que o alumnio, isto , para a mesma

    seco, o cobre suporta uma intensidade de corrente mais elevada.

    Deste modo, para a escolha da seco adequada para cada instalao h necessidade de

    conhecer a relao entre seces e intensidades mximas admissveis. Esta relao -nos

    fornecida pelos fabricantes atravs de tabelas.

    No entanto, as normas portuguesas regulamentam tambm este assunto, impondo

    valores mximos de intensidades admissveis para cada seco dos condutores de cobre e de

    alumnio. Assim, a norma NP-918 impe valores mximos admissveis de intensidades para

    condutores tipo V (H07V-U), instalados em tubos ou ao ar.

    Intensidade de corrente mxima admissvel (A)

    Condutores instalados ao ar Seco Nominal (mm2)

    Condutores enfiados no mesmo tubo

    Com uma distncia entre si inferior ao seu

    dimetro exterior

    Com uma distncia entre si igual ou superior ao seu

    dimetro exterior 1

    1,5 2,5 4 6 10 16 25 35 50 70 95 120 150 185 240 300 400 500

    13 17 22 29 37 50 70 95 120 140 185 225 265 320 350 415 480 580 600

    17 22 30 40 50 70 95 125 150 180 230 275 315 360 410 480 550 650 810

    21 27 36 48 60 85 110 145 180 210 275 330 390 440 505 595 685 820 935

    Fig. 9 - Intensidades de corrente mximas admissveis (condutores tipo V (H07V-U)).

    Nota - Os valores de intensidade, para condutores em tubo, so os indicados na tabela

    desde que o seu nmero no ultrapasse 3 condutores (no se incluem neste nmero o

    'condutor de proteco' e o 'condutor neutro das instalaes trifsicas'.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 12

    A tabela da fig. 7, segundo a norma NP-666, d-nos o dimetro mximo de cada fio de

    cobre constituinte de uma dada seco S, para condutores flexveis e extraflexveis.

    Suponhamos por exemplo a seco de 1,5 mm2: um condutor flexvel com esta seco

    deve ter fios com um dimetro mximo de 0,26 mm. Quantos fios sero necessrios para

    perfazer a seco de 1,5 mm2 ?

    Ora, calculando a seco de um fio, vem:

    O nmero mnimo de fios ser:

    A tenso nominal de um condutor ou de um cabo sempre indicada atravs de dois

    valores U0 / U, em que o primeiro representa o valor da tenso mais elevada admissvel entre

    qualquer condutor e a terra ou a blindagem; o segundo representa o valor da tenso mais

    elevada admissvel entre dois quaisquer condutores. Em corrente alternada, estes valores so

    sempre eficazes. Na fig. 8 esto representadas algumas das tenses nominais normalizadas.

    U0 / U

    100 / 100 V 300 / 500 V 450 / 750 V 0,8 / 1,2 KV 2,4 / 3,6 KV 4,8 / 7,2 KV 7,2 / 12 KV 12 / 17,5 KV 17,5 / 24 KV 24 / 36 KV 36 / 52 KV

    52 / 72,5 KV

    Fig. 8 - Tenses nominais normalizadas dos cabos.

    222

    11 053,04

    26,014,34

    mmdS ===

    fiosSSN 28

    053,05,1

    1

    ===

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 11

    As almas dos condutores rgidos no tm obrigatoriamente s um fio. Assim, a norma NP-

    918 estabelece o nmero de fios para cada seco dos condutores rgidos, tipo V e LV.

    Nmero de fios para

    condutores circulares Seco

    Nominal (mm2) COBRE ALUMNIO

    1 1,5 2,5 4 6 10 16 25 35 50 70 95 120 150 185 240 300 400 500 630 800 1000

    1 1 1 1 1 7 7 7 19 19 19 19 37 37 37 61 61 61 61 127 127 127

    1 1 1 1 1 1 7 7 7 19 19 19 37 37 37 61 61 61 61 127 127 127

    Fig. 6 - Nmero de fios constituintes das almas condutoras rgidas (Cu e Al).

    Quanto aos condutores flexveis e extraflexveis, o nmero de fios por seco

    obviamente maior, conforme j foi referido anteriormente.

    Dimetro mximo dos fios de cobre Seco Nominal

    (mm2) FLEXVEIS (mm)

    EXTRAFLEXVEIS (mm)

    0,5 0,75

    1 1,5 2,5 4 6 10 16 25 35 50

    0,21 0,21 0,21 0,26 0,26 0,31 0,31 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41

    0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,31

    Fig. 7 - Dimetro mximo dos fios de cobre para condutores flexveis e extraflexveis.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 10

    Seces normalizadas das almas condutoras. Tenses nominais.

    Os materiais utilizados na construo das almas condutoras so, como sabido, o cobre e

    o alumnio. O cobre utilizado o cobre macio recozido que deve apresentar as seguintes

    caractersticas:

    Resistividade - = 0,0172 .mm2/m (a 20 C). Apresentar-se limpo, sem oxidao, isento de produtos e defeitos nocivos sua

    finalidade.

    O cobre, quando isolado a borracha, deve ser estanhado para evitar a corroso provocada

    pela borracha vulcanizada, devido aco do enxofre nele existente.

    O alumnio utilizado como alma condutora deve apresentar as seguintes caractersticas:

    Resistividade - = 0,0282 .mm2/m (a 20 C). Apresentar-se limpo, sem oxidao, isento de produtos e defeitos nocivos sua

    finalidade.

    As seces normalizadas das almas condutoras so as seguintes, expressas em milmetros

    quadrados (mm2).

    Seces das almas condutoras (mm2)

    0,6 0,75 1,5 2,5

    4 6 10 16

    25 35 50 70

    95 120 150 185

    240 300 400 500

    630 800 1000

    Fig. 5 - Seces normalizadas das almas condutoras.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 9

    Na tabela da fig. 4 indicam-se os materiais mais utilizados no isolamento, bainha,

    blindagem e armadura.

    Materiais mais utilizados nos cabos

    Isolamento Bainha Blindagem Armadura

    Policloreto de vinilo (PVC) Polietileno (PET) Borracha silicone Papel seco Papel impregnado (em leo) Neopreno

    Policloreto de vinilo Chumbo Polietileno Borracha Ligas de chumbo

    Fita de alumnio Fita de cobre

    Fitas de ao Fios de ao Barrinhas de ao Trana txtil Juta

    Fig. 4 - Materiais mais utilizados no revestimento dos condutores e cabos.

    Identificao dos condutores

    Como se sabe, as instalaes elctricas de corrente alternada podem ser monofsicas ou

    trifsicas. Para permitir maior eficincia na colocao ou na reparao de uma instalao

    elctrica, h necessidade de arranjar um processo de identificar facilmente cada condutor.

    A instalao monofsica e constituda por uma fase, o condutor neutro e o condutor de

    proteco (nos troos em que exista); a instalao trifsica constituda por trs fases

    distintas, o condutor neutro e o condutor de proteco.

    A identificao de cada condutor feita pela cor do isolamento do condutor, ou por meio

    de pintura ou enfitamento, quando condutores nus.

    As cores de identificao dos condutores so as seguintes:

    Condutores de fases

    Preto - preto - castanho (trs fases) ou preto - castanho - castanho (trs fases)

    Se s existir uma fase, tanto pode ser em preto como em castanho.

    Condutor neutro - azul claro

    Condutor de proteco - verde(amarelo

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 8

    Bainha

    Revestimento contnuo que, envolvendo completamente o condutor isolado ou o conjunto

    cableado ou torcido de condutores isolados, contribui para a proteco dos cabos. Quando for

    metlica pode tambm desempenhar a funo de blindagem.

    Trana

    Revestimento constitudo por fios entranados, txteis ou metlicos.

    Armadura

    Revestimento metlico que tem como principal finalidade proteger o cabo contra aces

    mecnicas exteriores, para alm de funes de natureza elctrica que possa desempenhar.

    De referir que cada condutor ou cabo ter apenas um, alguns ou a totalidade destes

    revestimentos. O condutor mais simples (condutor isolado) ser aquele que possui apenas o

    isolamento. Seguidamente e em grau crescente de complexidade, teramos um cabo com

    isolamento e bainha exterior, podendo ter ou no material de enchimento entre os dois

    revestimentos. Depois viriam sucessivamente blindagem, trana e armadura. De referir ainda

    podemos ter cabos com duas bainhas: a bainha normal sobre o isolamento e ainda uma bainha

    exterior, sobre a primeira ou sobre a armadura.

    A fig. 3 representa um cabo com todos os revestimentos referidos.

    Fig. 3 - Cabo elctrico com diversos revestimentos.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 7

    Caracterizao de um cabo

    Conforme as exigncias dos locais e condies de funcionamento, assim a necessidade de

    instalar cabos mais ou menos protegidos.

    Os principais factores condicionantes da escolha de um dado cabo para uma instalao

    so:

    Potncia, tenso e intensidade nominais. Temperatura ambiente do local onde vai ser instalado. Localizao do cabo ( vista, enterrado, subaqutico, etc.). Efeitos corrosivos ou mecnicos do local onde vai ser instalado. Existncia ou no de outros cabos no local ou proximidade (particularmente de

    telecomunicaes), ou de outras canalizaes (gua, gs, esgotos, etc.).

    Como fcil de concluir, estes factores vo exigir maior ou menor proteco nos cabos,

    bem como substncias protectoras diferenciadas, conforme veremos mais frente.

    Vejamos ento os principais revestimentos elctricos, mecnicos e qumicos dos cabos.

    Isolamento

    Camada de material isolante que, envolvendo a alma condutora, assegura o seu

    isolamento elctrico.

    Enchimento

    Material destinado a regularizar a forma do cabo, preenchendo os espaos vazios entre os

    condutores isolados, de forma a que no haja descontinuidades nem pontos fracos.

    Blindagem (bainha metlica)

    Revestimento metlico que envolve cada um dos condutores isolados ou o seu conjunto,

    com o fim de assegurar determinadas caractersticas elctricas, como: equalizao de

    potenciais elctricos, reduo dos campos electrostticos, reduo das correntes de fuga, evitar

    interferncias de campos electromagnticos com outros cabos de energia ou de

    telecomunicaes.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 6

    Condutor isolado

    Define-se como condutor isolado como o conjunto constitudo por alma condutora

    revestida de uma ou mais camadas de material isolante que asseguram o seu isolamento

    elctrico.

    Cabo isolado ou Cabo

    Define-se cabo isolado, ou simplesmente cabo, como o condutor isolado dotado de uma

    bainha ou conjunto de condutores isolados devidamente agrupados, providos de bainha, trana

    ou outra envolvente comum.

    Conforme j foi sugerido, os condutores podem ser rgidos, flexveis ou ainda

    extraflexveis.

    Os condutores rgidos mantm a sua forma rgida se nenhuma fora razovel actuar sobre

    eles. Quanto aos flexveis, basta o prprio peso e a presso do isolamento para lhes modificar a

    sua forma. Os extraflexveis tm um grau de flexibilidade ainda maior.

    Normalmente os condutores flexveis e extraflexveis so de cobre macio e multifilares

    (bastantes fios de pequeno dimetro).

    Os condutores rgidos so normalmente unifilares, podendo tambm ser multifilares, mas

    tm sempre bastante menos fios que os flexveis.

    A norma NP-666 indica o nmero de fios necessrios para os condutores flexveis e

    extraflexveis.

    Seco nominal

    o valor normalizado, correspondente rea (aproximada) da seco transversal do

    condutor. expressa em milmetros quadrados (mm2).

    Tenso nominal

    A tenso nominal de um condutor ou cabo a tenso que serviu de base ao seu projecto,

    de acordo com um nvel de isolamento exigido. O condutor ou cabo suporta este valor

    permanentemente sem deteriorao. expressa em volts (V) ou kilovolts (KV).

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 5

    Condutores e cabos

    Condutor ou cabo nu

    Define-se condutor/cabo nu como o condutor/cabo que no possui qualquer isolamento

    elctrico contnuo. Os condutores/cabos nus podem ter a seco circular, a forma de barras, de

    tubos, de varetas ou outros perfis adequados.

    Fig. 1 - Diversos tipos de cabos nus.

    Alma condutora

    Define-se alma condutora como o elemento destinado conduo da corrente elctrica,

    podendo ser constituda por um nico fio, um conjunto de fios devidamente reunidos, ou por

    perfis adequados ao fim a que se destina.

    A alma condutora, quanto ao nmero de fios, pode por isso, ser unifilar (um s fio) ou

    multifilar (vrios fios). Pode ainda ser sectorial macia (sectores no circulares), multissectorial

    (vrios sectores independentes) e circular, quanto forma.

    Fig. 2 - Diversos tipos de almas condutoras.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 4

    CANALIZAES ELCTRICAS

    Constituio

    Segundo o RSIUEE, define-se canalizao elctrica ao conjunto constitudo por um ou

    mais condutores elctricos e pelos elementos que asseguram o seu isolamento elctrico, as

    suas proteces mecnicas, qumicas, elctricas e a sua fixao, devidamente agrupados e com

    aparelhos de ligao comuns.

    Em termos gerais a canalizao elctrica ser constituda pelos condutores, seus

    isolamentos, isoladores de apoio ou aparelhagem de fixao e tubos quando existam. Os

    restantes elementos de uma instalao sero distintos da canalizao propriamente dita.

    Diremos que uma instalao elctrica ser constituda pela canalizao e pela

    aparelhagem de proteco, corte, manobra, medida e de ligao.

    De referir ainda que existem dois tipos de canalizao: a canalizao elctrica de

    distribuio de energia e a canalizao de sinalizao e telefones.

    Tipos de canalizaes

    Segundo o RSIUEE, as canalizaes podem classificar-se em:

    Canalizao fixa - canalizao estabelecida de forma inamovvel, sem recurso a meios especiais. Ex. canalizaes estabelecidas nas paredes, vista ou ocultas.

    Canalizao amovvel - canalizao, no fixa, destinada a alimentar, em regra, aparelhos mveis ou portteis. Ex. cabos de alimentao de TV, rdio, etc.

    Canalizao vista - canalizao visvel, sem necessidade de retirar qualquer parte da construo sobre que est estabelecida.

    Canalizao oculta - canalizao que no visvel ou que no acessvel sem remoo de qualquer elemento do meio em que se encontra ou ainda sem remoo

    de si prpria. Ex. canalizaes embebidas nas paredes, tectos, pavimentos,

    canalizaes enterradas, canalizaes subaquticas, etc.

    Canalizao pr-fabricada - canalizao cujo invlucro, metlico ou de material isolante e condutores formam um conjunto montado em fbrica.

    Conduta - invlucro de seco recta descontnua, destinado proteco dos condutores nus (apoiados em isoladores), condutores isolados ou cabos, podendo

    ser fechado por suporte amovvel.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 3

    Introduo

    O presente manual tem como principal objectivo, servir como apoio e ser mais um

    elemento de estudo e de consulta dos alunos do 10. ano do Curso Tecnolgico de

    Electrotecnia/Electrnica, na disciplina de POL - Prticas Oficinais e Laboratoriais.

    Os contedos deste manual visam essencialmente as canalizaes elctricas, suas

    caractersticas principais e elementos constituintes, sendo parte integrante do estudo da

    Unidade II - Instalaes Elctricas.

  • POL - Prt icas Of ic ina is e Laborator ia is de E lect rotecn ia

    Canalizaes Elctricas 2

    NDICE

    Introduo ...........................................................................................................................3

    Constituio .........................................................................................................................4

    Tipos de canalizaes ...........................................................................................................4

    Condutores e cabos ..............................................................................................................5

    Caracterizao de um cabo ................................................................................................7

    Identificao dos condutores..............................................................................................9

    Seces normalizadas das almas condutoras. Tenses nominais......................................... 10

    Designao simblica de condutores isolados e cabos........................................................ 16

    Principais condutores isolados e cabos.............................................................................. 20

    Codificao dos condutores.............................................................................................. 22

    Tubos ................................................................................................................................ 24

    Consideraes gerais ....................................................................................................... 24

    Designao simblica dos tubos ....................................................................................... 26

    Codificao dos tubos ...................................................................................................... 28

    Tubos mais vulgares........................................................................................................ 30

    Estudo dos principais tipos de canalizaes .......................................................................... 32

    Classificao geral ........................................................................................................... 32

    Canalizao vista, constituda por condutores isolados protegidos por tubos..................... 35

    Canalizao embebida, constituda por condutores isolados protegidos por tubos. ............... 37

    Canalizaes pr-fabricadas ............................................................................................. 38

    Canalizao 'tipo teia'. ..................................................................................................... 40

    Escolha das canalizaes consoante as caractersticas dos locais ........................................ 41

    Bibliografia......................................................................................................................... 43

  • ESCOLA SECUNDRIA/3 DE CARREGAL DO SAL

    MANUAL DE APOIO

    CANALIZAES ELCTRICAS

    Curso: Tecnolgico de Electrotecnia/Electrnica

    Disciplina: POL - Prticas Oficinais e Laboratoriais

    Ano: 10.

    Professor: Drio Manuel Soares Baptista

    Maio' 2002.