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FLUXO DE CAIXA: CONFRONTO ENTRE PROJETADO X REALIZADO: estudo de caso em uma empresa do segmento de importação e exportação localizada no
interior paulista, região noroeste do estado de São Paulo.
CASH FLOW: CONFRONTATION BETWEEN DESIGNED X ACHIEVED: a case study in a company of the import and export segment located in the interior of São
Paulo, northwest of the state of São Paulo.
Anna Caroline Garcia - [email protected]ós-graduanda em MBA Gerencia Contábil, Financeira e Auditoria do
UniSALESIANO
Prof. Me. Irso Tófoli - [email protected] do UniSALESIANO
RESUMO
O turbilhão de atividades operacionais a que as organizações se submetem no atual cenário empresarial exige que as funções administrativas sejam praticadas com seriedade, presteza e profundidade, mormente aquelas relacionadas ao controle e mais especificamente ao controle de numerários. Saber antecipadamente a posição dos encaixes e desencaixes, saldos positivos ou negativos de caixa é função administrativa que não pode e não deve ser preterida. O conhecimento antecipado das movimentações financeiras permite ações mais coerentes e tomadas de decisão mais acertadas e o confronto das movimentações projetadas e realizadas determinam o domínio das finanças. Tendo como objetivo conhecer com profundidade o mecanismo do fluxo de caixa de empresas, identificando ocorrências para decisões, realizou-se uma pesquisa bibliográfica aliada a um estudo de caso em uma empresa exportadora paulista, sendo possível identificar no confronto dos fluxos atividades e imprecisões que podem ser evitadas nos próximos planejamentos.
Palavras-chave: Fluxo de caixa. Controle de numerários. Tomada de decisão.
Função do controle.
ABSTRACT
The whirlwind of operational activities that organizations undergo in the current business scenario requires that administrative functions be taken seriousness, readiness and depth, especially those related to control and more specifically to the control of cash. Knowing in advance the position of the fittings and dislocations, positive or negative cash balances is an administrative function that cannot and should not be disregarded. The anticipated knowledge of financial transactions allows for more coherent actions and better decision-making and the confrontation of projected and realized movements determines the dominance of finances. With the purpose of knowing in depth the mechanism of the cash flow of
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companies, identifying occurrences for decisions, a bibliographic research was carried out together with a case study in an exporting company in São Paulo.
Keywords: Cash flow. Control of cash. Decision-making. Control function.
INTRODUÇÃO
Administrar é uma arte. Faz parte do contexto de administrar as funções de
planejar, organizar, dirigir e controlar. Dentre estas funções, duas são fundamentais
quando se trata de avaliar a área financeira da organização: a de planejar e a de
controlar, mais especificamente quando elas se relacionam com o movimento de
numerários da empresa. Se o empresário não realizar essas funções tecnicamente
poderá surpreender-se com situações preocupantes.
O fluxo de caixa é uma ferramenta útil de apoio na gestão financeira, pois
possibilita projetar as finanças da organização por determinado período de tempo,
permitindo ao empresário analisar a sobra ou necessidade de recursos com
antecedência, possibilita acompanhar as entradas e saídas de numerários, projetar
os meses subsequentes, analisar a situação atual (real) e futura para a maximização
dos resultados e confronto entre ambas as análises.
Compreender melhor a gestão do fluxo de caixa contribui para a empresa
identificar a origem e o destino do dinheiro, identifica os impactos dos lançamentos
futuro do caixa, ajuda a evitar saldos negativos, prevê o futuro dos saldos, preserva
o capital de giro e entende o passado para tentar projetar melhor o futuro.
Ao desenvolver este trabalho estabeleceu-se como questionamento: “O
confronto dos fluxos de caixa projetado x realizado proporciona uma visão mais
realista do planejamento na organização? ”
E através desse questionamento, surgiu a seguinte hipótese: utilizar a
ferramenta de fluxo de caixa permite que a organização projete o seu movimento de
numerários por um determinado período, compare o seu realizado através do
confronto entre ambos e a partir daí estabeleça ações estratégias para deixá-lo
próximo do real. Assim torna-se uma eficaz ferramenta para tomada de decisões.
A busca de dados para sustentação do trabalho teve como base uma
empresa do segmento de importação e exportação localizada na região noroeste do
estado de São Paulo.
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O trabalho teve como principais objetivos conhecer o mecanismo do fluxo de
caixa planejado; conhecer o mecanismo do fluxo de caixa real; analisar a
importância de ambos os fluxos de caixa para efeito de tomada de decisão e,
coletar, em empresa real, ambos os fluxos e identificar ocorrências que necessitem
de ações estratégicas.
A metodologia desenvolvida foi realizada uma pesquisa bibliográfica visando
o embasamento teórico através do posicionamento de autores em relação ao tema e
um estudo de caso tendo como objetivo a coleta de informações reais de uma
empresa no segmento de importação e exportação.
1 FLUXO DE CAIXA
1.1 Conceituando fluxo de caixa
De acordo com Assaf Neto; Silva (2002), o fluxo de caixa é uma metodologia
que facilita conhecer o fluxo de numerários futuros da empresa permitindo
administrar o caixa minimizando as necessidades de recursos.
Conforme Hoji (2017), o fluxo de caixa é composto por recursos da conta
caixa, além deste, banco e aplicação de liquidez imediata, os quais a empresa utiliza
das informações para administrar seus recebíveis e obrigações.
1.2 A importância do fluxo de caixa e sua abrangência
Conforme Frezatti (2006), o fluxo de caixa deve ser um instrumento de gestão
da organização como um todo. As demais áreas da empresa só se sentirão
comprometidas com as metas do fluxo de caixa se for um instrumento de uso e se
houver interação de todos.
De acordo com Assaf (2002), o fluxo de caixa abrange algumas áreas, como:
a) Setor de Produção – ao realizar alterações nos prazos de fabricação dos
produtos, estabelece novas alterações nas necessidades de caixa. Da
mesma forma, os custos de produção também têm reflexos sobre o caixa;
b) Suprimentos – as decisões de compras devem ser tomadas de maneira
ajustada com a existência de saldos disponíveis de caixa, avaliando-se os
prazos para pagamento;
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c) Cobrança – a política de cobrança deve ser ágil e eficiente colocando
recursos a disposição da empresa mais rápido;
d) Vendas – a área de vendas, junto com a meta de crescimento da atividade
comercial deve manter um controle mais próximo sobre os prazos
concedidos e hábitos de pagamentos dos clientes, de maneira a não
pressionar negativamente o fluxo de caixa;
e) Financeiro – a área deve avaliar criteriosamente o perfil de seu
endividamento de forma que os desembolsos necessários ocorram em
sincronia com a geração de caixa da empresa.
1.3 Tipos de fluxo de caixa
Para suprir uma deficiência nos controles dos encaixes e desencaixes, o
empresário tem ao seu dispor duas ferramentas essenciais: o fluxo de caixa
planejado/projetado e o fluxo de caixa real/realizado.
1.3.1 Fluxo de caixa projetado/planejado
Conforme Tófoli (2012, p. 81), “o objetivo do fluxo de caixa planejado é o de
projetar as entradas e saídas de recursos financeiros num determinado período,
avaliando a necessidade de captar recursos ou aplicar os excedentes de caixa”.
O fluxo de caixa planejado permite enxergar o movimento de dinheiro
antecipadamente, pelo período projetado, conhecendo os resultados de seus saldos
diários, se positivos ou negativos, isto é, se haverá sobra ou falta de numerário em
determinados períodos.
De acordo com Tófoli (2012), existem alguns fatores que afetam o fluxo de
caixa planejado, como: compras extras, dilatação no prazo concedido aos clientes,
elevação dos valores da folha de pagamento, alto custos financeiros, queda nas
vendas, aumento da inadimplência, aumento as vendas exigindo mais capital de
giro, destinação de saldos positivos para objetos diferentes daqueles planejados e
mau gerenciamento dos ciclos operacional e financeiro.
A realização do caixa planejado possibilita à empresa reduzir a necessidade
de capital de giro, diminuiu os custos financeiros e dispor de liquidez.
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1.3.2 Fluxo de caixa realizado/real
O fluxo de caixa real registra efetivamente os movimentos de entrada e saída
de dinheiro ocorridos no período.
O controle do fluxo de caixa realizado permite ao gestor uma melhor
administração quanto à necessidade e capacidade de liquidez da empresa.
1.4 Confronto do fluxo de caixa realizado x projetado
Uma vez conhecidos ambos os fluxos, o empresário poderá compará-los,
aferindo o seu planejamento e, em caso de variações significativas, observar as
diferenças entre ambos e avaliar as justificativas encontradas.
“É importante essa confrontação entre os dois fluxos, para avaliar as
informações utilizadas e o critério de planejamento e aprimorá-los se preciso e em
seguida detectar falhas de comunicação entre áreas e falta de envolvimento geral. ”
(TÓFOLI, 2012, p. 93).
1.5 Definindo planejamento
“O planejamento consiste em estabelecer com antecedência as ações a
serem executadas dentro de cenários e condições preestabelecidas, estimando os
recursos a serem utilizados e atribuindo as responsabilidades para atingir os
objetivos fixados”. (HOJI, 2017, p.419).
1.5.1 A importância do planejamento financeiro
De acordo com Hoji (2017), o planejamento financeiro possibilita adequar o
volume de recursos exigidos para executar as atividades da organização e de
investimentos, podendo desta forma avaliar suas possíveis fontes de recursos.
O planejamento financeiro é de extrema importância para a organização, pois
o mesmo colabora para elaborar projeção de fluxo de caixa, analisar estrutura de
capital e propor alternativas de financiamento, estabelecer política de aplicação
financeira e estabelecer política de financiamento de capital de giro. (HOJI, 2017).
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Ainda, segundo Hoji (2017, p.146), “a apuração correta do fluxo de caixa por
unidade de negócios traz vantagens significativas na avaliação do desempenho
empresarial, pois é possível avaliar o retorno sobre o investimento de forma
adequada”.
1.6 A importância do planejamento para o fluxo de caixa
O planejamento é de extrema importância e colabora para administração e
controle do fluxo de caixa, pois a organização poderá planejar e identificar com
antecedência a situação financeira futura da empresa, acompanhando se o
planejado da organização quanto ao fluxo de caixa está de acordo com as condições
planejadas.
Conforme Hoji (2017), o conhecimento antecipado das necessidades e sobras
de caixa no curto, médio e longo prazos possibilitam e colabora no processo de
tomada de decisão.
1.7 Gestão do fluxo de caixa
Compreender melhor a gestão de fluxo de caixa ajuda a empresa identificar a
origem e o destino do dinheiro, identifica os impactos dos lançamentos futuro do
caixa, ajuda a evitar saldos negativos, prevê o futuro dos saldos, preserva o capital
de giro e entende o passado para tentar projetar melhor o futuro.
O fluxo de caixa é uma ferramenta de extrema importância para as
organizações, pois o mesmo auxilia na gestão financeira da empresa, auxilia os
empresários no controle da movimentação financeira de suas atividades, colabora
no processo de tomada de decisões, permite acompanhar, analisar e projetar os
resultados esperados pela empresa.
A gestão do fluxo de caixa controla as entradas e saídas de recursos, projeta
os meses subsequentes, verifica a situação atual e analisa a maximização dos
resultados.
Conforme Silva (2005, p.11), “é possível, a partir da elaboração do Fluxo de
Caixa, verificar e planejar eventuais excedentes e escassez de caixa, o que
provocará medidas que venham sanar tais situações”.
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“A boa gestão de caixa é um dos fatores mais importantes para a liquidez e
rentabilidade da empresa”. (SEGUNDO FILHO, 2005, p.8).
1.7.1 Gestão de contas a pagar
“A boa gestão de constas a pagar sugere que a empresa não pague
duplicata indevidamente, não quite a mesma dívida duas vezes, realize pagamentos
com cheques nominativos, contra recibo (duplicata, guia de tributo) e pague as
contas no vencimento”. (TOFOLI, 2012, p.106).
A gestão de contas a pagar possibilita o controle e estimativas de obrigações
durante o período que a organização tem a cumprir. Por meio deste, a empresa
pode manter um relatório atualizado de todas as suas obrigações.
1.7.2 Gestão de contas a receber
De acordo com Tófoli (2012, p.99), “contas a receber representam as
operações que são realizadas a crédito, a empresa vendedora entrega produtos ou
serviços ao cliente e este se compromete a realizar os pagamentos no prazo
combinado. ”
A gestão de contas a receber permite o acompanhamento das receitas que a
empresa tem a receber de seus clientes em um determinado período e através deste
é possível analisar se há ou não necessidade de caixa futuro.
1.8 Comércio Exterior
O comércio exterior é realizado por uma ação de compra e venda de bens e
serviços feitos entre países. Quando um país vende para outro, a operação é
chamada de exportação e quando um país compra de outro a operação é chamada
de importação.
1.9 A importância do planejamento nas operações de comércio exterior
A organização ao definir e realizar seu planejamento estratégico, deve levar em
conta a importância de o comércio exterior estar presente no seu planejamento, pois
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ao analisá-lo pode-se levantar informações significantes para a organização, como
os possíveis impactos contábeis e financeiros de acordo com a variação cambial.
De acordo com Hoji (2017), ainda existe o risco político que é quando o
governo do país do devedor não permite a remessa de divisa para o país credor em
determinadas circunstâncias.
O risco político é uma das influências do comércio exterior, pois o país credor
poderá deixar de obter sua receita, pois o governo possibilita prioridade às
necessidades básicas do país devedor.
1.10 Variação Cambial
A análise da variação cambial permite à empresa avaliar os fatores do
mercado de câmbio que influencia a organização, podendo através desta adequar o
equilíbrio entre os diversos fatores econômicos.
De acordo com Hoji (2017, p.543), “a variação cambial ocorre quando a
paridade existente entre duas moedas sofre alteração em sua relação de valores”.
A empresa ao realizar uma transação comercial em euro (importação e
exportação) pode correr dois riscos relacionados a câmbios, dentre eles o risco de
oscilações de valores entre o euro, o dólar e o real, dificultando a administração do
risco de câmbio.
Segunto Hoji (2017, p.543), “o risco de câmbio pode ser definido como a
variação inesperada e não quantificável da moeda estrangeira em relação à moeda
local”.
1.11 Fluxo de caixa como instrumento estratégico na gestão financeira.
O fluxo de caixa passa a ser um instrumento estratégico na gestão financeira
quando a organização faz uso não só no dia-a-dia desta ferramenta, mas também a
longo prazo.
De acordo com Frezatti (2006), quando a organização utiliza a ferramenta de
fluxo de caixa para discutir questões ligadas a novos projetos de investimentos e
determina que tal investimento só será feito se perceber que existe sobra de recurso
no caixa a organização utilizou o instrumento de forma estratégica em que a
disponibilidade de liquidez afetou o processo de decisão.
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2 REALIZAÇÃO DA ANÁLISE DOS FLUXOS DE CAIXA PROJETADO X REALIZADO
Para elaboração das devidas informações pesquisou-se os dados financeiros
em uma empresa do segmento de importação e exportação, localizada no interior
paulista, região noroeste do estado de São Paulo.
A pesquisa foi realizada no setor financeiro da organização, especificamente
da empresa.
Quadro 1 – fluxos de caixa do mês de maio de 2017Maio/ 2017 Projetado Realizado Confronto
1. Saldo I nicial 8.724,42 8.724,42
Total Créditos 2.613.154,12 3.600.912,882. Devolução de Mútuo 1.300.000,00 2.800.000,00 1.500.000,003. Aplicações 200.317,00 800.900,00 600.583,004. Reembolso Aeronave 370.561,02 - -370.561,02 5. Outros Recebimentos 12,88 12,886. Recebimentos Exportação 742.276,10 - -742.276,10
Total Débitos 2.458.030,23 2.105.625,077. A Pagar 542.640,70 1.095.835,10 -134.530,52 8. Custo Fixo 800.000,00 574.903,45 307.783,209. Ordem de Compra 1.115.389,53 434.886,52 -184.886,52
Resultado Mensal 155.123,89 1.495.287,81
SALDO FI NAL 163.848,31 905.216,80Fonte: elaborado pela autora (2017)
Procedimentos adotados para sua realização:
Os dados relacionados ao PROJETADO referem-se a informações que empresa
já possui no dia 1 do mês:
1. SALDO INICIAL - Saldo disponível em conta corrente;
2. DEVOLUÇÃO DE MÚTUO - No mês de maio/2017 a empresa possuía para
receber um empréstimo que havia feito para outra empresa do grupo;
3. APLICAÇÕES - Saldo disponível na conta aplicação;
4. REEMBOLSO AERONAVE - Também neste mês estava previsto o reembolso
de despesas com aeronave (esta empresa possui uma aeronave, porém
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outras empresas do grupo utilizam a mesma e depois reembolsam as
despesas com horas de voo);
5. OUTROS RECEBIMENTOS - Neste item, entram receitas não previstas;
6. RECEBIMENTOS DE EXPORTAÇÃO - Os recebimentos de exportação se
referem as receitas da empresa (esta empresa compra produtos e revende
para o exterior, ou seja, importa e exporta, quando isso ocorre é emitido uma
proforma para poder receber de outro país);
7. A PAGAR - Neste item estão todas as despesas que já estão lançadas no
contas a pagar dentro do software, porém aqui estão apenas as despesas
variáveis;
8. CUSTO FIXO – neste item é estipulado uma média de custos fixos dos
últimos 12 meses, aqui se enquadram despesas fixas da empresa
(alimentação, viagens e estadias, energia elétrica, serviços de terceiros, ...);
9. ORDEM DE COMPRA – aqui estão todos os valores, lançados no software
como ordem de compra que ainda não foi integralizado a NF;
Os dados relacionados ao REALIZADO, referem-se às ocorrências reais e
efetivas, dentro do mês. Para efeito de comparação entre o projetado e o
realizado, expõe-se as divergências e seus motivos:
1. SALDO INICIAL - Saldo disponível na conta corrente em que se iniciou o mês;
2. DEVOLUÇÃO DE MÚTUO - Estava previsto receber um valor, porém a empresa
devedora pagou o que devia no mês de maio e antecipou a dívida que estava
prevista para ser quitada no ano de 2018, gerando o realizado a maior do valor
orçado;
3. APLICAÇÕES - O saldo da aplicação aumentou, pois houve recebimentos em conta,
para não ficar recurso parado, a empresa aplicou e durante o mês também resgatou.
O valor mencionado refere-se ao saldo aplicado em conta no dia 31.
4. REEMBOLSO AERONAVE - Estava previsto para receber, porém não ocorreu. Foi
autorizada a postergação do vencimento.
5. OUTROS RECEBIMENTOS - Neste item, entram receitas não previstas. Ocorreu a
devolução de um valor pago a maior em período anterior.
6. RECEBIMENTOS DE EXPORTAÇÃO - Não ocorreu nenhum recebimento de
exportação projetado. Houve realocação para o mês seguinte.
7. A PAGAR - Neste item realizaram-se todos os pagamentos referente as despesas
variáveis. Por falha de planejamento, não se programou despesas do período.
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8. CUSTO FIXO - Neste item realizaram-se todos os pagamentos referente as
despesas fixas;
9. ORDEM DE COMPRA – parte do valor planejado foi realizado em a pagar, outra em
custo fixo, outra não ocorreu, pois foi alterado o vencimento e outra foi realizado na
própria ordem de compra. A diferença do confronto refere-se a pagamentos
efetuados durante o mês (que não estavam planejados) no antecipado;
Para chegar nos resultados mencionados procede-se a classificação por conta
contábil conforme quadro abaixo.
Quadro 2 – Detalhamento real/realizado de maio de 2017
Total Débitos 2.105.625,07
A Pagar 1.095.835,10 Custo Fixo 574.903,45
Acerto entre Empresas 476,93 Despesas Administrativas 382.142,85 Adiantamento de Viagem 20.628,00 Parcela Financiameto Aeronave 310.012,10 Agua e Esgoto 44,76 Compras a Prazo (Revenda) * 613.298,89 Alimentação 1.067,60 Contribuições e Doações 3.000,00 Alugueis e Arrendamentos 22.449,67 Despesas Aduaneiras * 22.493,32 Conservação de Instalações 8.025,89 Frete nas Vendas * 71.633,42 Correios e Sedex 992,41 Impostos de Terceiros * 2.251,32 Despesa com Aeronave 186.837,12 Indenização Trabalhista * 3.848,04 Despesas com Relatório de Viagens 1.000,00 Material de Consumo * 13.886,84 Despesas Indedutiveis 404,36 Serviços de Terceiros * 32.334,12 Despesas Legais 1.861,34 Tarifas Bancárias 1.972,12 Energia Elétrica 4.489,27
Impostos de Terceiros 44.806,30 Impostos e Taxas Diversas 533,86 Impressos e Materiais de Escritório 2.287,86 Material de Consumo 13.488,00 Material de Copa e Cozinha 292,47 Material de Limpeza 2.401,94 Pró-Labore 21.351,92 Serviços de Terceiros 59.111,36 Telefone Celular 1.666,18
Ordem de Compra 434.886,52 Telefone Fixo 7.348,64 Viagens e Estadias 1.681,90
Despesas com Pessoal e Beneficios 192.760,60
Impostos 86.563,94 Ordenados e Salários 99.748,07 Pensão Alimenticia 900,00 Plano de Saúde 5.548,59
Total Créditos 2.800.012,88
Dev. De Mútuo - Asp. Tecnologia 2.800.000,00 Outros Recebimentos 12,88
* Despesas do Exterior
REALIZADO MAIO/2017
Fonte: elaborado pela autora (2017)
3 CONFRONTO ENTRE OS FLUXOS PROJETADO E REALIZADO
Pode-se considerar na pesquisa pontos relevantes no confronto entre
projetado x realizado. Nos valores projetados a pagar, devido à falta de
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planejamento em relação as importações e exportações, ocorreram pagamentos de
fretes e despesas aduaneiras durante o mês de maio, os quais não foram
planejados.
Não foi, também, planejado o quanto de mercadoria seria exportado naquele
mês, pois se fosse, a logística teria condições de informar ao departamento
financeiro uma previa das despesas com fretes, taxas, despachantes e serviços,
pois a mesma tem as informações tabeladas.
Por outro lado, ao comprar um equipamento para revenda para o exterior, a
empresa não consegue prever o que será gasto com a exportação, pois estes custos
só são conhecidos quando a empresa importadora efetua a compra, gerando no
decorrer do mês pagamentos não previstos, vale ressaltar que os gastos com
exportação não podem ser estimados com base no passado.
Também houve compra de moedas estrangeiras para adiantamentos de
viagens que não estavam projetadas. Se houvesse uma preocupação de todos os
setores em relação ao fluxo de caixa, as viagens deveriam ser programadas com
antecedência e informadas ao departamento financeiro para o adiantamento
necessário. O planejamento falhou por omissão de informações de outros setores.
Outra diferença nos valores projetados a pagar refere-se a parcela do
financiamento de uma aeronave feito fora do país. Essa diferença ocorreu por conta
da variação cambial, pois a quitação da parcela é realizada na moeda de origem do
cedente. Neste caso, a empresa deve ter um acompanhamento da oscilação da
moeda estrangeira afim de não gerar uma diferença tão significativa a ponto de
afetar o caixa. Negligenciou-se a variação do câmbio
Quanto ao Custo Fixo, o valor previsto foi estabelecido através de uma média
do ano anterior, porém no mês de maio o valor foi abaixo do previsto.
Acompanhando os meses anteriores da empresa, essa média está condizente com
o que vem ocorrendo.
Na ordem de compra, a comparação entre o projetado x realizado também se
refere as despesas com o exterior (novas compras para revendas, fretes e despesas
aduaneiras), como já citado não foi contemplado na projeção.
Na coluna dos créditos a empresa planejou receber suas vendas de
exportação no mês de maio o qual não ocorreu, sendo assim utilizou-se de uma
antecipação de um recebimento projetado que iria ocorrer em 2018. Nesta situação
por mais que a empresa tenha um planejamento, os recebimentos podem não
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acontecer, pois quem domina isso é o seu cliente, levando a empresa a adotar uma
ação estratégica e solicitou a antecipação de um recebimento futuro para sanar a
necessidade do mês.
CONCLUSÃO
Diante do conhecimento adquirido e desenvolvimento da pesquisa, constata-
se que o fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão de extrema importância para a
organização, pois a partir do seu uso a organização consegue tomar decisões.
Utilizando seus fluxos planejados e realizados, a empresa consegue planejar com
precisão e executar suas movimentações de numerários com segurança e analisar o
confronto entre ambas as análises.
O fluxo de caixa planejado possibilita administrar e enxergar o movimento de
dinheiro antecipadamente, conhecendo os resultados de seus saldos diários em
determinados períodos.
O fluxo de caixa real registra efetivamente os movimentos de entrada e saída
de dinheiro possibilitando ao gestor administrar a necessidade e capacidade de
liquidez da empresa.
Desta forma, a comparação entre ambos os fluxos permite avaliar as
informações utilizadas e o critério de planejamento para aprimorá-los podendo
detectar falhas, por falta de comunicação e comprometimento entre todas as áreas
da empresa.
No caso analisado, no mês de maio de 2017, diversas situações ficaram
evidentes e podem ser inclusas nos planejamentos futuros, seja com atuação direta
e responsável de todos os setores alimentando com dados efetivos, seja com
reserva para situações imprevisíveis, como o caso da compra de equipamentos para
revenda ao exterior. O mesmo pode ser observado no tocante à cultura de uma
observação mais amiúde da oscilação cambial.
Pode-se concluir que, a pergunta problema foi respondida, a hipótese
comprovada e os objetivos atingidos, uma vez que o fluxo de caixa permite ao
empresário estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimando
os recursos a serem utilizados.
Por esta razão, a gestão do fluxo de caixa é uma ferramenta de extrema
eficácia e muito utilizada nas organizações, sendo esta, um instrumento necessário
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nos dias atuais, pois possibilita à organização a obtenção da competitividade e
alavancagem empresarial.
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
FREZATTI, F. Gestão do Fluxo de Caixa: como dispor de um instrumento fundamental para o gerenciamento do negócio. 7. Reimpressão. São Paulo: Atlas, 2006.
HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SEGUNDO FILHO, J. Controles financeiros e Fluxo de Caixa. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
SILVA, E. C. Como administrar o Fluxo de Caixa das empresas. São Paulo: Atlas, 2005.
TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial. São José do Rio Preto, SP: Raízes, 2012.
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