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JACOB BÜRCKHARDT

A CULTURA DO RENASCIMENTO NA ITÁLIA Um Ensaio

Tradução; S É R G I O T E L L A R O L I

11 reimpressão

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- Introdução-JACOB BURCKHARDT

E O RENASCIMENTO ITALIANO

Jacob Burckhardt não foi apenas um dos maiores historiadores do século XIX; ele permanece sendo um dos mais acessíveis ao leitor moderno. Nascido em 1818, no mesmo ano em que nasceii Karl Marx, Burckhardt pertenceu a uma das famílias mais conhecidas da Basiléia, em cuja catedral ainda se podem ver alguns monumentos aos Bur-ckhardt do século XVII. Jacob Burckhardt, o pai, era um pastor dotado de interesses eruditos que colecionava moedas, medalhas e escreveu sobre a história da cidade; aos dezessete anos, Jacob, seu filho, pôs-se a seguir os passos do pai, realizando pesquisas sob a orientação de um catedrático alemão que estava escrevendo um livro acerca do humanis-ta suíço Glareanus. Do filho, pretendia-se que entrasse para a Igreja e, por sugestão do pai, Burckhardt chegou a estudar teologia, antes de perder a fé e decidir-se pela vocação acadêmica. Entre 1839 e 1842, estudou na Universidade de Berlim, onde freqüentou cursos sobre his-tória antiga, história da arquitetura e língua árabe, além de participar de seminários dirigidos pelo mais famoso historiador vivo de seu tempo, Leopold von Ranke, para quem escreveu um trabalho acerca de um tema ligado ao início da Idade Média: a façanha de Carlos Martel.

Burckhardt não gostava de Ranke como pessoa, embora o admi-rasse como historiador. Cogitou publicar o trabalho sobre Carlos Martel e tornar-se um medievalista, mas acabou por decidir-se contrariamente a ambas as coisas. Suas visitas à Itália, a partir de 1837, e a amizade com um jovem catedrático, Franz Kugler, haviam-lhe inflamado o entusias-mo peia história cultural e pelos mundos clássico e renascentista.

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Retornando à Basiléia em 1843, Burckhardt obteve o título de doutor e começou a lecionar na universidade, ministrando cursos sobre temas os mais variados, dentre eles, história da pintura, a Idade Média, a Contra-Reforma na Suíça e os imperadores romanos. De início, conjugou à ati-vidade acadêmica a função de editor de um jornal conservador, o Basler Zcitung, função que lhe ocupava quatro a cinco horas diárias.

Logo, porém, começou a sentir uma crescente antipatia pela polí-tica e, além dela, pelo "degradante ofício de jornalista", até que, em 1846, tendo o amigo Kugler lhe solicitado ajuda na preparação de uma segunda edição de seu célebre Manual de história da arte, Burckhardt abandonou o jornal a fim de poder dedicar mais tempo à pesquisa. Os primeiros frutos desse trabalho foram um livro capital sobre A era de Constantino, o Grande — publicado em 1853, quando seu autor conta-va 35 anos de idade — seguido, dois anos mais tàrde, por um guia histórico extremamente bem-sucedido dos tesouros da arte italiana: O cicerone.

• Essas duas obras valeram-lhe a cátedra: quando o Politécnico de Zurique abriu suas portas, em 1855, Burckhardt'foi convocado para assumir as cadeiras de arquitetura e história da arte, Ali, ministrou cur-sos sobre o Renascimento e escreveu sua obra mais famosa, A cultura do Renascimento na Itália. Contudo, retornou à Basiléia assim que pôde, em 1858, lá permanecendo pelo resto de sua vida.' Dessa época em dian-te, Burckhardt viveu "exclusivamente em função de seu trabalho como 1

professor", como ele mesmo esçreveu, dando aulas de história e histó-ria da arte para um punhado de estudantes, durante a semana, e para o público em geral, aos sábados, tendo inclusive declinado o lisonjeiro convite para suceder Ranke em Berlim.

Posteriormente a 1860, Bu rckhardt publicou poucas obras, exce-tuando-se A arquitetura, do Rei -ascimento na Itália (1867), um estudo relativamente técnico, em certa medida redigido sob a forma de anota-ções (mas, ainda assim, atento a a contexto social e político da arquite-tura). Foi somente após sua morte, em 1897, que o restante de seus estu-dos — em sua maior parte, anotações para as aulas — foi editado. Rubens, Ensaios sobre a história da arte na Itália e História, cultural da Grécia foram, todas elas, obras publicadas em 1898, às quais se seguiram Reflexões sobre a história mundial (1905) e Juízos acerca da história e dos historiadores (1929). '

Quando jovem, Burckhardt era ardente, sentimental e dotado de pendores artísticos. Usava cabelos longos, tocava piano, compunha, desenhava e escrevia poemas (tendo chegado a publicar alguns, anoni-mamente, em 1853). É fácil compreender o que o aproximou de Kugler,

um outro acadêmico não convencional que, paralelamente ao estudo da história da arte, compunha canções e escrevia peças de teatro. "Giacomo Burcardo" (como ele chamava a si próprio aos quinze anos) parece ter se identificado com a Itália antes mesmo de conhecê-la e, ao visitar o país, julgou-o um bem-vindo refúgio ante a religiosidade protestante da Basiléia, onde algumas pessoas suspeitavam ser a arte e sua história assuntos "mundanos". Burckhardt tinha um círculo de amigos íntimos, de ambos os sexos, aos quais escrevia cartas vívidas e sentimentais, não raro assinando-as; "Saltimbanco".

À primeira vista, é um pouco difícil conciliar essa pessoa, ou per-sona, com o já mais velho catedrático Burckhardt, um senhor solteiro, de cabelos cortados rente à cabeça, solitário e respeitável, de gostos mo-destos e conservadores, vivendo em dois cômodos na parte de cima de um sobrado que abrigava uma padaria, na Cidade Velha. Burckhardt afastou-se da política e da vida social, concentrando-se em sua ativida-de como professor e naquilo que considerava "ser um bom indivíduo, de hábitos privados". Ainda assim, continuou a tocar piano e a ceder ao que certa vez chamou "minha paixão por viajar, minha obsessão pelos cenários naturais e meu interesse pela arte".

Como um bom suíço republicano à moda antiga, ele não aprecia-va a pompa e a pretensão, expressando essa postura em seu estilo de vida. Pelo menos um visitante estrangeiro não logrou reconhecer o dis-tinto estudioso que fora visitar, ouvindo deste o seguinte: "Se o senhor precisa falar com Jacob Burckhardt, vai ter de se contentar comigo mesmo". O catedrático, porém, era uma figura conhecida na Basiléia da década de 1880 e início da de 1890, a caminho de suas aulas (como o vemos numa famosa fotografia) com uma grande pasta azul de ilus-trações debaixo do braço. A reação da Basiléia a sua morte sugere que ele era não apenas respeitado mas também amado em sua terra natal, constituindo de fato uma espécie de instituição local, posição que segue desfrutando nos dias de hoje. Ali, duas de suas obras foram publicadas postumamente —• os livros sobre Rubens e sobre a história da arte italiana —, bem como uma edição completa de suas cartas e uma portentosa biografia intelectual em sete volumes, trabalho ao qual um conterrâneo seu, o historiador da cultura Werner Kaegi, dedicou a vida toda.

Em suas aulas, Burckhardt era incisivo, irônico e cáustico, como ' bem se pode imaginar examinando suas Reflexões sobre a história mundial e seus Fragmentos históricos, obras nas quais quase podemos ouvi-lo falar. O professor impressionou até mesmo um jovem aluno de 24 anos, Nietzsche, que, segundo ele próprio escreveu, somente ao

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totalmente distintos como também ensejar conclusões substancialmen-te diversas".

Em í 880, no prefácio à segunda edição de Cònstantino, Burckhardt sentiu necessidade de esclarecer um pouco mais detalhadamente sua abordagem, caracterizando o livro "não tanto como um relato histórico completo, mas como uma descrição integrada, do ponto de vista da his-tória cultural", Já em 184S, ele planejara uma série de livros sobre "his-tória cultural" (KuIturgeschicbte).

O que, exatamente, Burckhardt entendia por "história cultural" não é fácil explicar, assim como é difícil traduzir a palavra alemã Kultur para o inglês. A título de aproximação, podemos dizer que ele empre-gava esse termo em dois sentidos: utilizava-o, num sentido mais restri-to, referindo-se às artes e, num sentido mais amplo, para descrever sua visão holística daquilo a que chamamos "uma cultura". A ambigüi-dade é reveladora. O que revela é o caráter central das artes na visão de mundo de Burckhardt bem como em sua vida. Afinal, ao longo de sua carreira, ele tanto ensinou quanto escreveu história da arte, desde suas contribuições ao manual de Kugler, quando ainda jovem, até o estudo de Rubens, já na velhice. Um de seus discípulos, Heinrich Wõlfflin, alcançou a fama como historiador da arte e referiu-se a seu mestre' como, primordialmente, um historiador da arte. De acordo com o pro-jeto original, A cultura do Renascimento na Itália deveria conter uma discussão acerca da arte do período, a qual acabou por ser excluída ape-nas porque Burckhardt planejak escrever um volume à parte dedicado ao assunto. |

Com o passar dos anos, o interesse de Burckhardt pela história cul-tural foi se tornando mais exclusivo. Sua reação à guerra franco-prus-siana de 1870 foi considerar destituídos de valor "todos os meros 'even-tos* do passado", tais como as batalhas, e declarar: "Doravante, em minhas aulas, darei ênfase apenas à história cultural". E, de fato, suas aulas sobre a Grécia antiga concentraram-se na visão de mundo e na mentalidade (Denkweise) gregas.

Aqui , o contraste entre os gêneros de história segundo as visões de Burckhardt e Leopold von Ranke revela-se em'tpda a sua nitidez. O jovem discípulo reconheceu o considerável débito intelectual que tinha ' para com os ensinamentos de seu mestre e conservou por toda a vida a admiração pela História dos papas e pelo relato acerca da Alemanha à época da Reforma, ambos de au ;oria de Ranke. Este, por sua vez, lou-vou os trabalhos escritos por Burckhardt nos seminários sob sua dire-ção e A era de Constantino, r :comendando-o para uma cátedra na Universidade de Munique. Nã ) obstante, os caminhos desses dois

grandes historiadores separaram-se gradualmente. As últimas obras de Ranke foram mais estritamente políticas do que as anteriores, ao passo que Burckhardt passou a se preocupar crescentemente com história

CU O gênero de história era já o tema central do livro publicado por Burckhardt em 1860, aos 42 anos, aquele que é geralmente considerado sua obra-prima: A cultura do Renascimento na Itália. Certa feita, ele escreveu que um grande tema histórico "deve, necessariamente, estar jigado simpática e misteriosamente à mais profunda intimidade de seu autor", o que, para Burckhardt, certamente se deu com relação a essa obra. Ele tinha uma grande afinidade com o período e seus feitos artís-ticos, tanto quanto com a região que escolhera: a Itália.

Como outros homens do Norte — de Goethe a Ibsen, de Wagner a Warburg —, Burckhardt considerou seu encontro com a Europa setentrional, e particularmente com a Itália, um acontecimento capital em sua vida, Em parte, tal atração constituiu uma espécie de compensa-ção psicológica (aos 21 anos, Burckhardt descreveu a Itália como "um complemento necessário a todo o meu ser e minha vida"). A Itália ' representava para ele o Outro, sedutoramente diferente da Suíça que deixara para trás: o sol no lugar da chuva, o vinho no lugar da cerveja e um povo extrovertido em vez de introvertido. Seus cadernos de esboços dão-nos uma idéia do fascínio que esse país exerceu sobre ele. Também as cartas estão repletas de vividas descrições, vinhetas verbjis da Itália e dos italianos. Aos 28 anos, lamentando a necessidade de partir, ele escre-via da Itália: "Agora eu sei que jamais poderei ser verdadeiramente feliz de novo longe de Roma", suas ruas, seus jardins — uma cidade onde, por um lado, "não há o menor sinal de indústrias" e, por outro, "o lazer fez com que a polidez florescesse feito uma arte".

Roma constituía uma atração também para a imaginação do histo-riador. "Parte do prazer que Roma proporciona reside no fato de que ela nos mantém continuamente adivinhando e reconstruindo as ruínas das épocas que ali jazem tão misteriosamente, camada sobre camada." Foi em Roma, em 1847, que, pela primeira vez, a idéia de escrever ura livro sobre o Renascimento na Itália brotou-lhe na mente (de maneira semelhante àquela segundo a qual brotara na mente de Gibbon a ideia .V;V de escrever sobre o declínio e queda do Império Romano). Foi também v em Roma, em 1848, quando revoluções irrompiam por toda a Europa, que Burckhardt decidiu que se dedicaria à "era de Rafael".

O livro que ele sonhou escrever em 1847-8 foi publicado em 1860. Em alguns aspectos, ele tem no Cicerone, publicado cinco anos antes, o seu par, uma vez que pressupõe algum conhecimento da arte do período,

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toncentrando-se na cultura que tornou possível essa arte. Foi no Cicerone que Burckhardt pela primeira vez acentuou aquilo a que cha-mava o "realismo" ou "naturalismo" do Renascimento (na obra de Ghiberci e Donatello, por exemplo) bem como o interesse recente pela individualidade.

Em outros aspectos, A cultura do Renascimento na Itália tem em Constantino, o Grande o seu par. Essa obra, anterior, tratara da "crise" da cultura clássica, seu "envelhecimento", em outras palavras, da transi-ção do clássico para o medieval. A obra mais recente versa sobre o final da Idade Média e o retorno da Antigüidade. Constantino trata de ascen-são do supramundano no século IV; A cultura do Renascimento na Itália, da ascensão do nvundano nos séculos xv e xvi. O objetivo de' ambos os livros não é, como na maioria das obras dedicadas à história no século XIX, contar uma história, mas retratar uma época efetuando-lhe 0 que o autor, em outro de seus escritos, chamou "cortes transversais" 0Querdttrckscbmtte), e enfatizando o que lhe é "recorrente, constante,

1 típico" (das sich Wieder-bolende, Konstante, Typische). O livro sobre Constantino foi apresentado sob a forma de uma série de estudos, omi-tindo o que quer que "nâo tenha podido ser entretecido, como um ele- • mento vivo, na textura do todo", por exemplo, "a propriedade e a rique-

.. za, a indústria e o comércio". De modo semelhante, o livro sobre o Renascimento, com seu subtítulo "um ensaio", virtualmente omitiu a vida econômica (excluindo desde a organização das corporações até o capitalismo comercial). ,

Baseado em que critérios terá Burckhardt decidido o que incluir? A fim de entendermos melhor sua abordagem, faz-se útil que procedamos ainda a uma terceira justaposição, desta vez reunindo o ensaio sobre o Renascimento e as aulas que seu autor ministrou alguns anos mais tarde, em 1868-9 e 1870-1, num curso intitulado "Introdução ao estudo da his-tória". Tais aulas encontram-se organizadas em torno da idéia de três "poderes^ — o Estado, a religião e a cultura — e de sua intenção recí-proca. A "cultura" é definida como o reino do espontâneo, incluindo-sef

P aí "o relacionamento social, as tecnologias, as artes, as literaturas e as í,' ciências". De acordo com Burckhardt, "existem épocas primordialmen-

te políticas, épocas primordialmente religiosas e, finalmente, épocas que parecem viver em função dos grandes propósitos da cultura". O Egito antigo, o México e o Peru são exemplos de "cultura determinada pelo Estado". O mundo islâmico ilustra "a cultura determinada pela religião",

, ao passo que a polis grega revela "o Estado determinado pela cultura". ' O Renascimento é claramente um outro exemplo de uma época

que vive "em função dos grandes propósitos da cultura", e a esta última

Burckhardt dedica os quatro segmentos centrais de seu livro, emoldu-rando-os com uma introdução acerca da política e uma conclusão sobre a religião. O primeiro segmento ilustra o efeito da cultura sobre a polí-tica, concentrando-se na ascensão de uma concepção nova e autocons-ciente do Estado, que pode ser evidenciada a partir da preocupação florentina e veneziana em coletar dados que, mais tarde, receberiam o nome de estatísticos. É a essa nova concepção que Burckhardt chama "o Estado como obra de arte" (Der Staat ais Kunstwerk). De modo semelhante, o último segmento enfatiza o efeito da cultura sobre a reli-gião, caracterizando as atitudes religiosas dos italianos renascentistas

como subjetivas e mundanas. Engastados nessa moldura encontram-se os quatro segmentos acer-

ca da cultura do Renascimento. Destes, a terceira parte, " O «despertar da Antigüidade", é a mais convencional. A quinta parte, "A sociabilida-de e as festividades", ilustra a concepção relativamente ampla de cultu-ra de Burckhan t, incluindo não apenas as artes plásticas, a literatura e a música mas ta» bém o vestuário, a língua, a etiqueta, o asseio e as festi-vidades, sagradí .s e profanas — desde Corpus Christi até o Carnaval. Os segmentos mais célebres, porém, são os dois restantes, tratando daquilo que Burckhard: denominou "O desenvolvimento do indivíduo" e "O descobrimento do mundo e do homem".

Talvez a mais conhecida afirmação desse famoso livro seja a

seguinte: '

Na Idade Média, [. J o homem reconhecia-se a si próprio apenas enquan-to raça, povo, parado, corporação, família ou sob qualquer outra das demais formas do coletivo. Na Itália, pela primeira vez, ul véu dispersa-se ao vento; desperta ali uma contemplação e um tratamento objetivo do Estado e de todas as coisas deste mundo. Paralelamente a isso, no entanto, ergue-se também, na plenitude de seus poderes, o subjetivo: o homem torna-se um indivíduo espiritual e se reconhece enquanto tal.

t essa percepção — ou teoria—que determina a seleção dos exem-plos concretos inão apenas desse segmento mas do livro todo. O prínci-pe, de Maquiavel, representa a objetividade renascentista e a idéia do Estado como obra de arte, ao passo que as autobiografias, tais como as de Pio fi e Benvenuto Cellini, e os poemas de Petrarca, com sua "pro-fusão de magníficos retratos da alma humana", ilustram o "lado subje-tivo" do período.

Um tema capital em A cultura do Renascimento na Itália con-siste na proposição de que "não foi a Antigüidade sozinha, mas sua