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1 HIDROMAR N.º 85 Boletim do Instituto Hidrográfico Sumário Hidromar N.º 85, II Série, Dezembro 2004 5 Entrevista com o Vice-almirante Director-Geral 6 Director-Geral do IH embarca no NRP D. Carlos I 7 Projectos estruturantes na Investigação do Mar 8 Troféu «O Navegador» 9 MetaPortal – Portal de Meta-Informação do IH 10 Levantamento topo-hidrográfico em Setúbal 12 Método de Renovação de Constantes Harmónicas no IH 14 Depois da sétima docagem – o regresso do NRP Auriga 15 Celebrações do Dia da Unidade 16 Despedida do Vice-almirante Silva Cardoso 18 Exposição Hidro-Oceanográfica nas IA Livro O Convento das Trinas do Mocambo nos 44 anos do IH 19 IH em Brest: Coop. intern. e coop. para o desenvolvimento Reunião do Comité Director do IC-ENC 20 O IH navega nas marés internacionais Oceanografia visita o IFREMER 21 Reuniões da IALA Aids to Navigation Management Committee – IWRAP – Port and Waterway Risk Assessment Program 22 Cooperação com Cabo Verde CD participa em Colóquio da ESRI Portugal Jornadas da Cultura Marítima da Nazaré 23 Novo Assessor do Director-Geral CTEN Fialho Lourenço assume a chefia do Serviço de Pessoal 24 Novo Comandante do NRP Andrómeda 1TEN Rafael da Silva: o novo reforço dos Navegadores Estágio no Centro de Dados 25 Serviço Hidrográfico da Tunísia em Lisboa Visita dos Agentes da Polícia Marítima ao IH 26 Visita de alunos da Escola Naval Novas edições 27 Participantes das Jornadas do Mar conhecem o IH O Instituto Hidrográfico de portas abertas Curso de especialização de Oficiais em Hidrografia 2004/05 28 Professor Vanney no IH Fotografias antigas, inéditas ou curiosas 29 Actividades das Divisões e Navios hidrográficos 30 As comemorações da Semana do Mar 2004 32 Sec. de Estado para os Assuntos do Mar em visita ao IH Tomada de posse do Director-Geral Tomada de posse do Director-Geral O Vice-almirante Carlos Al- berto Viegas Filipe tomou posse como Director-Geral do Instituto Hidrográfico, no passa- do dia 27 de Setembro, na Casa da Balança. Numa concorrida cerimó- nia a que se associaram inúmeros oficiais generais da Armada, esti- veram também presentes dirigentes e representantes dos Laboratórios do Estado e de outras instituições cien- tíficas nacionais, funcionários do Ins- tituto Hidrográfico e representantes da Escola Naval – o último coman- do do Vice-almirante Carlos Alberto Viegas Filipe antes da sua nomea- ção como Director-Geral do Institu- to Hidrográfico. A alocução do Chefe do Estado- -Maior da Armada, Almirante Vidal Abreu, do qual se transcrevem algu- mas passagens, iniciou, assim, a cerimónia oficial de tomada de posse do Vice-almirante Viegas Filipe. Discurso do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada O Instituto Hidrográfico é um organismo de Marinha cuja valia estratégica se afirma exactamente por ser parte integrante da própria Marinha. As suas missões fundamentais, consignadas também em lei, são de natureza militar a que acresce a vertente científica e de defesa do ambiente, no âmbito alargado do desenvolvimento do País. A superintendência conjunta, cabendo a tutela funcio- nal e patrimonial ao Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar e sendo a definição das linhas de orien- tação e dos domínios prioritários da sua actuação exercida em articulação com o Ministro da Ciência, Inovação e Ensino Supe- rior, sustentam este desígnio de funções essencialmente militares, complementadas com o apoio à comunidade científica. Falar do Instituto Hidrográfico, sem falsa modéstia, é falar de um centro de excelência, é falar de pessoal quali- ficado e motivado, é falar de meto- dologias e tecnologias das mais actuais e desenvolvidas, é falar de um prestígio reconhecido, nacional e internacionalmente. O IH representa a componente melhor estruturada da investigação científica da Marinha. Constitui-se, assim, como uma instituição credí- vel e indispensável na componente da investigação do mar em Portu- gal. Faz, por isso, todo o sentido ser parte integrante da estratégia nacional que se vier a assumir para o mar, decorrente das recomendações expressas no notável traba- lho da Comissão Estratégica dos Oceanos. O Instituto Hidro- gráfico, e por maioria de razão toda a Marinha, está disponí- vel e pronta para participar nesse grande desígnio nacional. Preservando a sua essência militar, o Instituto Hidrográfico soube manter e tem mantido, uma ligação exemplar à comuni- dade científica do País: partilha os seus meios e as suas valên- cias, associa-se em projectos conjuntos, acolhe equipas cientí- ficas externas e preserva internamente um relacionamento exemplar entre militares e civis a trabalharem para o desenvolvimento do país, em súmula: a servir Portugal. Neste conjunto de actividades não se pode deixar de refe- rir a responsabilidade que lhe está cometida de garantir a cober- tura cartográfica das águas interiores e territoriais e outras com interesse cartográfico nacional, a que se associam as respon- sabilidades nos campos da oceanografia militar e da segurança da navegação.

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1HIDROMAR N.º 85

B o l e t i m d o I n s t i t u t o H i d r o g r á f i c o

Sumário

HidromarN.º 85, I I Sér ie , Dezembro 2004

5 Entrevista com o Vice-almirante Director-Geral6 Director-Geral do IH embarca no NRP D. Carlos I7 Projectos estruturantes na Investigação do Mar8 Troféu «O Navegador»9 MetaPortal – Portal de Meta-Informação do IH

10 Levantamento topo-hidrográfico em Setúbal12 Método de Renovação de Constantes Harmónicas no IH14 Depois da sétima docagem – o regresso do NRP Auriga15 Celebrações do Dia da Unidade16 Despedida do Vice-almirante Silva Cardoso18 Exposição Hidro-Oceanográfica nas IA

Livro O Convento das Trinas do Mocambo nos 44 anos do IH19 IH em Brest: Coop. intern. e coop. para o desenvolvimento

Reunião do Comité Director do IC-ENC20 O IH navega nas marés internacionais

Oceanografia visita o IFREMER21 Reuniões da IALA

– Aids to Navigation Management Committee– IWRAP – Port and Waterway Risk Assessment Program

22 Cooperação com Cabo VerdeCD participa em Colóquio da ESRI PortugalJornadas da Cultura Marítima da Nazaré

23 Novo Assessor do Director-GeralCTEN Fialho Lourenço assume a chefia do Serviço de Pessoal

24 Novo Comandante do NRP Andrómeda1TEN Rafael da Silva: o novo reforço dos Navegadores

Estágio no Centro de Dados25 Serviço Hidrográfico da Tunísia em Lisboa

Visita dos Agentes da Polícia Marítima ao IH26 Visita de alunos da Escola Naval

Novas edições27 Participantes das Jornadas do Mar conhecem o IH

O Instituto Hidrográfico de portas abertasCurso de especialização de Oficiais em Hidrografia 2004/05

28 Professor Vanney no IHFotografias antigas, inéditas ou curiosas

29 Actividades das Divisões e Navios hidrográficos30 As comemorações da Semana do Mar 200432 Sec. de Estado para os Assuntos do Mar em visita ao IH

Tomada de posse do Director-GeralTomada de posse do Director-Geral

OVice-almirante Carlos Al-berto Viegas Filipe tomouposse como Director-Geral

do Instituto Hidrográfico, no passa-do dia 27 de Setembro, na Casa daBalança. Numa concorrida cerimó-nia a que se associaram inúmerosoficiais generais da Armada, esti-veram também presentes dirigentese representantes dos Laboratórios doEstado e de outras instituições cien-tíficas nacionais, funcionários do Ins-tituto Hidrográfico e representantesda Escola Naval – o último coman-do do Vice-almirante Carlos AlbertoViegas Filipe antes da sua nomea-ção como Director-Geral do Institu-to Hidrográfico.

A alocução do Chefe do Estado--Maior da Armada, Almirante VidalAbreu, do qual se transcrevem algu-mas passagens, iniciou, assim, a cerimónia oficial de tomada deposse do Vice-almirante Viegas Filipe.

Discurso doAlmirante Chefe do Estado-Maior da Armada

OInstituto Hidrográfico é um organismo de Marinha cuja valiaestratégica se afirma exactamente por ser parte integrante

da própria Marinha.As suas missões fundamentais, consignadas também em lei,

são de natureza militar a que acresce a vertente científica e dedefesa do ambiente, no âmbito alargado do desenvolvimentodo País. A superintendência conjunta, cabendo a tutela funcio-nal e patrimonial ao Ministro de Estado, da Defesa Nacional edos Assuntos do Mar e sendo a definição das linhas de orien-tação e dos domínios prioritários da sua actuação exercida emarticulação com o Ministro da Ciência, Inovação e Ensino Supe-

rior, sustentam este desígnio defunções essencialmente militares,complementadas com o apoio àcomunidade científica.

Falar do Instituto Hidrográfico, semfalsa modéstia, é falar de um centrode excelência, é falar de pessoal quali-ficado e motivado, é falar de meto-dologias e tecnologias das maisactuais e desenvolvidas, é falar deum prestígio reconhecido, nacionale internacionalmente.

O IH representa a componentemelhor estruturada da investigaçãocientífica da Marinha. Constitui-se,assim, como uma instituição credí-vel e indispensável na componenteda investigação do mar em Portu-gal. Faz, por isso, todo o sentidoser parte integrante da estratégianacional que se vier a assumir para

o mar, decorrente das recomendações expressas no notável traba-lho da Comissão Estratégica dos Oceanos. O Instituto Hidro-gráfico, e por maioria de razão toda a Marinha, está disponí-vel e pronta para participar nesse grande desígnio nacional.

Preservando a sua essência militar, o Instituto Hidrográficosoube manter e tem mantido, uma ligação exemplar à comuni-dade científica do País: partilha os seus meios e as suas valên-cias, associa-se em projectos conjuntos, acolhe equipas cientí-ficas externas e preserva internamente um relacionamento exemplarentre militares e civis a trabalharem para o desenvolvimento dopaís, em súmula: a servir Portugal.

Neste conjunto de actividades não se pode deixar de refe-rir a responsabilidade que lhe está cometida de garantir a cober-tura cartográfica das águas interiores e territoriais e outras cominteresse cartográfico nacional, a que se associam as respon-sabilidades nos campos da oceanografia militar e da segurançada navegação.

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2 HIDROMAR N.º 85

INSTITUTO HIDROGRÁFICORua das Trinas, 49 – 1249-093 LISBOA • PORTUGAL

Telefone +351 210 943 000Fax +351 210 943 299

e-mail [email protected] www.hidrografico.pt

TÍTULO HIDROMAR – Boletim do Instituto Hidrográfico (IH)NÚMERO 85, II Série, Dezembro 2004

REDACÇÃO E COORDENAÇÃO Raquel Patrício Gomes, TS1 email: [email protected] DE Bessa Pacheco, Fialho Lourenço, Fernando Gomes, Joana Reis, Leonor

Martins, Lopes da Costa, Mariana Bernardino, Marina Serpa, MoreiraPinto, Proença Mendes, Silva Lampreia, Vieira Branco

FOTOGRAFIA Gabinete de Multimédia e Serviço de Informação e Relações Públicas(Gabinete CEMA)

DESIGN GRÁFICO Jorge TavaresEXECUÇÃO GRÁFICA Serviço de Artes Gráficas

TIRAGEM 1000 exemplaresDEPÓSITO LEGAL 98579/96

ISSN 0873-3856

Boletim do Instituto Hidrográfico N.º 85, II Série, Dezembro 2004

MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL MARINHA

Hidromar

O vice-almirante Viegas Filipe assume agora funções comodirector-geral do Instituto Hidrográfico. Recebe uma instituiçãomuito particular de gestão aliciante, mensurável na efectiva reali-zação dos seus desafios. Mistura operacionais e administrati-vos, cientistas e técnicos, civis e militares, homens e mulheres.Nada que o senhor almirante não conheça e domine depois dasua experiência como Comandante da Escola Naval onde aindapermanece.

Conheço as suas qualidades de trabalho e a sua elevadacompetência, estando, por isso certo que levará a bom portoeste novo desafio da sua vida.

Peço-lhe um sacrifício adicional de prolongar temporaria-mente o seu comando da Escola Naval e conduzir esta acumu-lação, mesmo que por pouco tempo, com mestria e serenidade.

Senhor Almirante Viegas Filipe,

Conhece bem a importância que atribuo ao Instituto Hidro-gráfico e sei que tem interiorizada a minha percepção da suaimportância estratégica como elemento integrante da Marinha.

Conhece também o alto prestígio do Instituto que tive o cuidadode salientar e que o posiciona entre os melhores Laboratóriosde Estado do País. Prestígio esse que não é dado adquirido eque exige muito trabalho e muita atenção para que se mante-nha. Os sucessos do passado só são mais valia se garantidosno presente e sustentados no futuro.

Conhece ainda as orientações que estabeleci na Directivade Política Naval relativamente ao Instituto e que, sendo neces-sariamente sucintas, contêm apenas o que é essencial, porqueo Instituto tem uma história e uma capacidade próprias, já soli-dificadas para ser capaz de bem cumprir a sua missão.

Resta-me, tão só, relembrar a necessidade imperativa de secontinuar a apostar numa perfeita cooperação institucional comtodos os organismos da Marinha.

No âmbito das acções de apoio à esquadra, destaco asoperações REA, em que o Instituto ganhou intervenção por méritopróprio. Os produtos operacionais produzidos, que a comuni-dade operacional acolheu com satisfação, desenvolveram a certeza

de uma nova capacidade, já reconhecida de qualidade, no seioda NATO.

Outra matéria a destacar é o modelo seguido relativamenteao aprontamento e operação dos navios hidrográficos, em queComando Operacional e Autoridade Técnica têm domínios deintervenção bem definidos, mas que exigem articulação perfeita.Há que não esquecer que, embora tratando-se de navios comuma missão e finalidade técnicas muito específicas, são antesdo mais unidades navais que devem saber operar com segu-rança.

Estas duas ligações são actualmente exemplares e representamconquistas sobre um passado longínquo de desencontros,ganhando hoje uma solidez e qualidade que não se devem perder,mas até estimular e desenvolver.

Senhor Almirante Viegas Filipe, como últimas, mas sobeja-mente importantes orientações, quero apenas acrescentar:

• É determinante o aprontamento do Navio Almirante GagoCoutinho:• A experiência recolhida da reconversão do D. Carlos I será

uma mais valia neste objectivo. • Operacionalizar um navio que está parado há tempo de

mais, e que se torna vital para a concretização do projectoda plataforma continental, é um desejo, mas também umaobrigação.

• É necessário criar estruturas de apoio ao projecto da Plata-forma Continental:• O projecto da Plataforma Continental está assumido como um

projecto de interesse nacional, e que extravasa claramente asresponsabilidades da Marinha. No entanto, a Marinha, pelasua experiência, e por dispor dos meios para tal – os navios,terá que obrigatoriamente estar envolvida.

• O projecto tem a sua conclusão condicionada por limitestemporais e, por isso, exigirá esforço significativo em pessoaldisponível e experimentado, que é necessário acautelar.

O Vice-Almirante Viegas Filipe é felicitado pelo Almirante Chefe doEstado-Maior da Armada, Almirante Vidal de Abreu

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• É necessário manter os padrões de qualidade a que o IH noshabituou

• Devem ser prosseguidos os programas de formação acadé-mica e valorização profissional, a todos os níveis, mantendoum núcleo de massa crítica qualificada necessária à institui-ção, e neste domínio, atender ao necessário equilíbrio entreas valências civis e militares.

• Devem ser estimuladas as ligações às universidades e aosLaboratórios de Estado, sejam ou não nacionais, procurandoneles parcerias em projectos e soluções para cativar pessoalqualificado, capazes de criar sinergias internas que repre-sentem mais valias nos trabalhos produzidos.

• Deve ser dada particular atenção à carreira de investigação,característica determinante de um Laboratório de Estado.

• Deve ser mantido o nível de qualidade tecnológica que asinstituições ligadas às ciências do mar exigem, através deprogramas sustentados de modernização e reequipamentocientífico.

Finalmente, será necessário manter o são equilíbrio entreos trabalhos em regime de prestação de serviços, as respon-sabilidades de âmbito militar, e as colaborações com a comu-nidade científica, para que o cumprimento da missão nuncaseja desvirtuado.

Termino, entregando-lhe o comando deste enorme, mas alicianteempreendimento. A qualidade dos seus colaboradores, muitosdos quais conheço bem, serão uma garantia do sucesso quesei, irá procurar.

Desejo-lhe as maiores felicidades e conte com a minhaconfiança e apoio, que terá sempre nos bons e maus momen-tos, para que a manutenção da boa imagem do Instituto Hidro-gráfico continue a ser um orgulho para a Marinha.

Discurso do Director-Geral

Gostaria, antes de mais, de manifestar a V. Exa. o meu reco-nhecimento pela confiança em mim depositada ao escolher-mepara o cargo de Director-Geral do Iinstituto Hidrográfico, cargocujo desempenho constituirá um desafio que aceito com honrae entusiasmo.

Quero cumprimentar também os representantes dos Depar-tamentos Governamentais, Organismos Científicos e Universi-dades presentes nesta cerimónia, deixando-lhes testemunho daminha convicção nas vantagens mútuas de uma cooperação insti-tucional que conduza à prossecução dos objectivos definidospelos ministérios da tutela, no quadro de uma investigação domar que melhor sirva o País.

Agradeço, também, aos Senhores Almirantes e aos SenhoresOficiais e demais Pessoal Militar e Civil da Marinha e do Insti-tuto Hidrográfico, presentes nesta cerimónia, salientando que avossa presença constitui um estimulo a um desempenho que resulteem prestigio para o Iinstituto Hidrográfico e, consequentemente,para a marinha na senda da herança dos meus antecessores nestecargo, que aproveito para saudar cordialmente.

Senhor Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada,

O Instituto Hidrográfico tem na Marinha e no país créditosbem firmados que resultam de muitos anos de intervenção pres-tigiante no âmbito dos interesses marítimos nacionais, nas áreasdo desenvolvimento e da segurança, constituindo-se num dosmais reputados centros de conhecimento dos assuntos do marem âmbito nacional e internacional.

CONHEÇA

O Vice-Almirante Carlos Alberto Viegas Filipe

Director-Geral do Instituto Hidrográfico

O Vice-almirante Viegas Filipe nasceu em Faro em 1946,cidade onde viveu e estudou durante a sua juventude.

Após terminar, em 1968, o curso de Marinha na EscolaNaval, a que se seguiu o curso de especialização em artilha-ria, prestou serviço a bordo de diversos navios da Armada,nomeadamente nas fragatas Almirante Pereira da Silva e Almi-rante Magalhães Corrêa, e na corveta Honório Barreto – desta-cada de 1971 a 1973 nas águas de Cabo Verde e Angola –tendo exercido também o comando do navio patrulha Cunenee da corveta João Roby.

Em 1980, frequentou o Curso Geral Naval de Guerra noInstituto Superior Naval de Guerra (ISNG), após o que foi nomeadopara frequentar o Naval Staff College (1981) no Naval WarCollege, em Newport, Rhode Island, EUA.

De entre as várias funções desempenhadas em terra, salien-tam-se as de director da Escola de Informações de Combate,oficial do Estado-Maior da Armada nas Divisões de Pessoal eOrganização e de Operações, adjunto no Gabinete responsá-vel pelo levantamento do projecto das fragatas da classe «Vascoda Gama», assessor do Governador de Macau para a área dasegurança e de professor do ISNG na área das operações.

Em 1996 assumiu as funções de Comandante do Grupon.º 1 de Escolas da Armada em Vila Franca de Xira, tendodesempenhado este cargo até à sua nomeação para frequen-tar o Curso Superior Naval de Guerra no ISNG. Terminado ocurso, assumiu em Setembro de 1999 as funções de Chefe daDivisão de Planeamento do Estado-Maior da Armada.

Em Novembro de 2000, como Contra-almirante, foinomeado Subchefe do Estado-Maior da Armada, cargo que desem-penhou até 20 de Junho de 2002, data em que assumiu asfunções de Comandante da Escola Naval. Foi, ainda, membrodo Conselho Consultivo do Ensino Superior no período de 2002a 2004.

Em 27 Setembro de 2004, já promovido, o Vice-almiranteViegas Filipe foi nomeado Director-Geral do Instituto Hidrográ-fico.

Da sua folha de serviços constam diversas condecorações,com destaque para quatro medalhas de Serviços Distintos (prata),duas medalhas de Mérito Militar, a medalha de ComportamentoExemplar (ouro) e duas medalhas comemorativas das Campa-nhas das Forças Armadas (Ultramar e Macau).

O Vice-almirante Viegas Filipe é casado com a SenhoraD. Maria Vitória e tem três filhas.

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Efectivamente a actividade do IH tem-se desenvolvido numvasto espaço de investigação científica e de aplicação tecno-lógica em áreas muito diversas.

Esta diversidade constitui seguramente um dos factores deter-minantes do valor científico e tecnológico da instituição, sendogarantia da capacidade de resposta necessária à satisfação dosrequisitos colocados pela componente operacional da Marinha,necessária à satisfação das responsabilidades cometidas no âmbitodos compromissos nacionais e internacionais assumidos por Portu-gal e, ainda, à integração no tecido científico nacional.

Esta diversidade de polos de interesse que importa acautelarde forma harmoniosa como garantia do sucesso da instituição edo cumprimento da missão da Marinha, deve ser compaginadanum quadro normativo moderno e coerente que garanta o reco-nhecimento do Instituto Hidrográfico na dimensão global da suaprojecção como centro de investigação científica e tecnológica,sob pena de a médio prazo, sermos confrontados com dificul-dades inultrapassáveis na gestão da instituição, nomeadamenteno que respeita à aquisição de recursos humanos qualificados emotivados e às necessidades de sustentação financeira associa-das à crescente competitividade que se verifica neste domínio.

Pugnar pela publicação de um quadro normativo – Lei Orgâ-nica – para o Instituto Hidrográfico que reflicta juridicamente acomplexidade funcional e vocacional da instituição, será umdos nossos desafios principais como medida cautelar de um futuroque se pretende auspicioso para o Instituto Hidrográfico.

Seria pretencioso da minha parte alongar-me, neste momento,na explanação das linhas de acção que orientarão o mandatoque agora inicio. posso garantir, porém, que tudo farei, ao meualcance, para que o percurso de desenvolvimento científico etecnológico do Instituto Hidrográfico continue a elevar-se no quadrodas directivas e orientações emanadas de V. Ex.ª, projectandoa Marinha ao serviço de Portugal.

Senhor Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada,

V. Ex.ª pode contar com a minha empenhada determinaçãoem dar continuidade à acção dos meus antecessores neste cargo,enquanto responsáveis pela trajectória de reconhecido méritopercorrida pelo Instituto Hidrográfico ao longo de gerações.

Gostaria de me dirigir, neste momento, aos Oficiais e QuadrosCivis, aos Sargentos, Praças e demais Funcionários Civis doInstituto Hidrográfico e, também, aos Comandantes e Guarni-ções dos Navios Hidrográficos, deixando uma saudação e umapalavra de estímulo à continuidade do desempenho dedicadoe competente que têm colocado ao serviço do Instituto Hidro-gráfico, contribuindo de forma destacada para o prestígio damarinha.

A continuação da valorização científica e técnica dos recur-sos humanos será uma das minhas preocupações efectivas, faceà convicção de que essa valorização é condição sine qua nonda manutenção do Instituto Hidrográfico na crista da Investi-gação do Mar, continuando assim a assegurar a defesa dosinteresses de Portugal.

Ao V/Alm. Silva Cardoso que de forma competente me guiounuma visão abrangente das realidades e prospectivas do Insti-tuto Hidrográfico, quero agradecer a amabilidade oferecida edesejar-lhe as maiores felicidades no novo projecto de vida quese prepara para iniciar.

Finalmente, agradeço a simpática companhia das senhorasque nos acompanham nesta cerimónia, em particular à esposado Almirante Cema, Laura Abreu, Teresa Cardoso e a minhamulher Maria Vitória, também presente, a quem agradeço acompanhia dedicada e o apoio de uma vida inteira que contri-buiu decisivamente para este momento que hoje vivemos.

Bem hajam.

Cumprimentos dos oficiais do IH Cumprimentos dos representantes do pessoal civil

Pelas 15 horas do dia 27 de Setembro, o Vice-almiranteViegas Filipe, Director-Geral do Instituto Hidrográfico, chegou

ao Instituto Hidrográfico, onde foi recebido pelo CMG Herlan-der Zambujo e pelos Direc-tores. Esperava-o umaampla comitiva compostaainda pelo Director de

Instrução da Escola de Hidrografia e Oceanografia, pelo Coman-dante do Agrupamento de Navios, pelos Chefes de Divisão eServiço, pelo representante da Brigada Hidrográfica e aindapor representantes do pessoal militar e civil do IH. Seguiu-seum breve encontro de boas-vindas entre o Director-Geral e osDirectores, a que se sucedeu uma recepção dos Chefes deDivisão e Serviço pelo Vice-almirante Director-Geral.

Chegada do Vice-almirante Viegas Filipe ao Instituto Hidrográfico

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Hidromar (H): O SenhorAlmirante Viegas Filipetem um currículo preen-

chido em funções de comando degrandes instituições da Marinha.A sua última passagem deu-sepela Escola Naval. Como antevêa sua Direcção do Instituto Hidro-gráfico (IH)?Vice-almirante Viegas Filipe(VALM VF): Antes de mais deixe-meaproveitar esta oportunidade paracumprimentar todos os oficiais e quadrossuperiores civis, bem como todos ossargentos, praças e demais funcioná-rios que prestam serviço no InstitutoHidrográfico e nos navios hidrográfi-cos da Marinha. Gostaria também delhe dizer que a minha nomeação parao IH me deixou muito feliz por me dar a oportunidade de lide-rar uma instituição intelectualmente e funcionalmente muito dinâ-mica e que tem vindo a contribuir, de forma empenhada eeficaz, para prestigiar o desempenho da Marinha no quadrodas missões e tarefas que lhe estão atribuídas, em contextonacional e internacional. A linha de força principal da minhaacção no IH não pode deixar de passar por dar continuidadeao trabalho desenvolvido pelos meus antecessores na conso-lidação da trajectória de competência e eficácia percorridapelo Instituto Hidrográfico ao longo da sua existência e, emparticular, no passado recente onde tal ficou bem evidenciado.A minha experiência pessoal no comando de outras unida-des da Marinha ensinou-me que a preocupação primeira dequalquer responsável por uma organização deve centrar-senos recursos humanos que a servem, uma vez que são estesque vão determinar o grau de sucesso que uma determinadaunidade orgânica pode alcançar no quadro da missão quelhe está atribuída. Serão pois as pessoas, consideradas nosdiferentes planos em que atravessam a nossa organização,que vão constituir o eixo central das minhas prioridades enquantoresponsável pelo IH.

H: Que outras prioridades e objectivos estratégicosidentificou o Senhor Almirante para o mandato comoDirector-Geral?VALM VF: Evidentemente que constituirá também prioridadeproporcionar um apoio eficiente e eficaz às diferentes acti-vidades da Marinha, nomeadamente à comunidade opera-cional, bem como assumir uma presença cada vez mais consis-tente e eficaz no apoio aos navegantes tornando mais segurasas nossas águas. Por outro lado, inscrevo também como prio-ritário intensificar o envolvimento do IH no estudo e na inves-tigação científica e tecnológica dos assuntos relacionadoscom o mar que se situam na nossa esfera de interesse, oque acarreta uma crescente participação no trabalho cien-tífico desenvolvido em projectos nacionais e internacionaisque contribuam para um melhor conhecimento do mar e paraa segurança da navegação em geral. Os objectivos estra-

tégicos estabelecidos no plano anualde actividades para 2005 são bemclaros e centram-se fundamentalmentena reestruturação organizacional e dosrecursos humanos, na modernizaçãodos navios hidrográficos, em particu-lar na reconversão do NRP AlmiranteGago Coutinho, no incremento dainvestigação científica e do desen-volvimento tecnológico, na dinami-zação da unidade de negócios porforma a aumentar as receitas origi-nadas fora do âmbito da Marinha ena modernização das instalações.

H: Quais os constrangimentos eas principais oportunidades quereconhece no Instituto Hidrográ-fico?

VALM VF: O principal constrangimento com que nos depa-ramos centra-se no facto de o projecto de Lei Orgânica propostoao Governo, no ano de 2000, ainda não ter sido promul-gado. Daqui resulta a impossibilidade de ajustar os recur-sos humanos (Quadro do Pessoal Civil do IH – QPCIH) àsnecessidades efectivamente sentidas no desenvolvimento dasactividades de investigação científica e tecnológica que semostram cada vez mais essenciais à manutenção do IH comocentro de investigação e aplicação das ciências do mar, dereferência a nível nacional e internacional. Esta situação assumemaior gravidade face ao contexto restritivo existente na áreado pessoal militar, e que obriga a uma redução de cercatendencial dos efectivos militares. De qualquer forma, estouoptimista. A entrada ao serviço, em 2003, do NRP D. Carlos I,e espera-se que a breve prazo, do NRP Almirante Gago Couti-nho, depois de reconvertidos e equipados com os mais moder-nos equipamentos existentes no mercado para estudo e inves-tigação do mar, abrem ao IH e à comunidade científicanacional um mundo de novas oportunidades na investiga-ção e no conhecimento da hidrografia e da geofísica doleito do mar e do subsolo dos fundos marinhos, permitindoum nível de conhecimento das áreas marítimas de interessenacional que nunca antes tinha sido possível.É muito importante para Portugal que sejam entendidas, emtoda a extensão, as imensas potencialidades que emergemdaquela nova realidade para o estudo e a investigação domar e que, seguramente, contribuirão para um melhor apro-veitamento económico dos recursos existentes. Esta nova situa-ção terá, no entanto, para o IH, profundas consequências amédio/longo prazos ao impor o aprofundamento do trabalhocientífico que aqui se realiza e, consequentemente, exigir maiornúmero de recursos humanos científica e tecnicamente melhorqualificados.H: Apesar de, anteriormente, nunca ter exercidofunções no Instituto Hidrográfico, o Senhor Almirantetem pleno conhecimento das instituições da Marinhade Guerra. É esta uma casa muito diferente, quando«vista de dentro»?

Z É N I T EUma visão abrangente

Entrevista com o Vice-almirante Director-Geral

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VALM VF: Todas as unidades e organismosde Marinha têm as suas particularidades.O IH não foge a esta regra. É minha percep-ção, e com prazer a afirmo, que nestacasa existe uma dinâmica funcional muitointensa e um sólido sentido de responsa-bilidade para com a missão atribuída aoIH e que, obviamente, se inscreve nocontexto alargado da missão da Marinha.Estas características são cada vez maisténues no serviço público em geral, peloque, reconhecer o grau de intensidade comque aqui se manifestam, constitui uma sensa-ção muito agradável e que deixa um rastode orgulho em pertencer à casa.

H: Por ocasião da sua tomada deposse, e muito amavelmente, oSenhor Almirante transmitiu uma mensagem de moti-vação aos funcionários do Instituto Hidrográfico. Oque espera das cerca de três centenas e meia defuncionários que agora dirige?VALM VF: Tenho a certeza que os funcionários militares e civisque prestam serviço no IH continuarão a dedicar ao seu Insti-tuto toda a sua dedicação profissional, conhecimentos e cari-nho. Este é o ambiente que eu senti nos meus primeiros contac-tos no IH e que estou convicto continuará a existir durante aminha gestão, assim como, certamente, no futuro, porque estaé a verdadeira natureza desta instituição.

H: E o que podem os funcionáriose as Divisões do Instituto Hidro-gráfico esperar desta Direcção?VALM VF: Esta Direcção, penso quecomo todas as outras que a antecede-ram, procurará sempre criar condiçõespara que todos os funcionários milita-res e civis sintam gosto em trabalhar noIH. Tal passará necessariamente porfomentar um clima de trabalho sério eempenhado e por incentivar a qualifi-cação científica, técnica e administra-tiva como instrumento de valorizaçãoprofissional e pessoal, e de motivaçãopara um desempenho mais gratificante.

H: Quer o Senhor Almirante trans-mitir uma mensagem final?

VALM VF: Gostava de reafirmar o meu empenhamento em contri-buir para um Instituto Hidrográfico cada vez mais prestigiadono contexto das missões atribuídas à Marinha e das responsa-bilidades que lhe estão atribuídas a nível nacional e interna-cional, bem como no âmbito científico e tecnológico nas áreasrelacionados com o estudo e investigação do mar. De todos, noIH e nos navios hidrográficos, espero um desempenho compe-tente e dedicado para benefício de Portugal.Aproveito, também, esta quadra natalícia para desejar aos funcio-nários do Instituto e às guarnições dos navios hidrográficos, assimcomo às respectivas famílias, um Santo Natal e um feliz ano 2005.

Director-Geral do IH embarca no NRP D. Carlos I

No passado dia 3 de Novembro, o Director-Geral do IH,VALM Viegas Filipe, embarcou no NRP D. Carlos I, tendo

efectuado o percurso entre Peniche e Lisboa com o propósitode conhecer as suas actividades e equipamentos.

Acompanhado pelo CMG Lopes da Costa, DirectorTécnico, e pelo CFR Ventura Soares, Comandante do Agru-pamento de Navios Hidrográficos, o VALM Viegas Filipe

assistiu a uma apresentação sobre as capacidades e funcio-nalidades do navio, efectuada pelo CTEN Marreiros, coman-dante do D. Carlos. Posteriormente, os técnicos das Divi-sões de Oceanografia e Geologia Marinha apresentaramainda as potencialidades dos equipamentos técnicos dispo-níveis a bordo para o desenvolvimento de actividades cien-tíficas.

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A M A R R A SArtigos de opinião sobre projectosestruturantes no âmbito dasDirecções do Instituto Hidrográfico

Ainvestigação científica do mar é uma ferramenta essen-cial para o conhecimento dos recursos e potencialida-des de aproveitamento económico, para a preservação

de um ambiente saudável ou aplicação na segurança e defesa.Podendo parecer, à primeira vista, uma actividade dispen-diosa, é, na realidade, de grande interesse económico. Requerdefinição de objectivos, parcerias de múltiplas organizaçõese coordenação. Há a necessidade de colaboração e coor-denação dos esforços nacionais e da cooperação internacional.Dada a complexidade dos desafios científicos e sua multi-disciplinaridade, é cada vez mais indispensável que as univer-sidades, laboratórios e empresas colaborem e integrem capa-cidades, ou seja, constituam parcerias com vista à realizaçãode objectivos comuns e de reforço dos recursos humanos nacio-nais especializados em geociências marinhas.

É de apostar na ideia de criar um verdadeiro «espaçoeuropeu de investigação», com projectos transnacionais capa-zes de gerar uma «massa crítica» em termos de recursos huma-nos e financeiros. Mas não se pode deixar de referir o pesoque, a nível nacional, têm e continuarão a ter as universida-des, laboratórios do Estado ou privados, projectos de inves-tigação e serviços oceânicos, sobretudo no que respeita aáreas estratégicas de afirmação da própria soberania, comosejam as militares e as de avaliação dos recursos do mar. É importante ou prioritário que os institutos ou laboratóriosdo Estado consigam ultrapassar as actuais dificuldades, noque respeita ao rejuvenescimento e qualificação dos recursoshumanos, bem como ao financiamento das actividades deinteresse público que desenvolvem.

O Instituto Hidrográfico (IH), enquanto organismo da Mari-nha e Laboratório do Estado, realiza actividades de investi-gação, estudo e divulgação na área das ciências e técnicasdo mar. Além da actividade própria da componente institu-cional da Marinha ou de serviço público, desenvolve presta-ções de serviço, mediante contratos, e projectos de investi-gação próprios ou em parcerias. Dispõe de recursos técnicose humanos especializados, que são uma mais e importantevalia, no contexto nacional. Inserido na Marinha, esta propor-ciona-lhe meios navais e uma organização eficaz, nos aspec-tos logísticos e operacionais. O IH, além de servir a Marinha,está aberto à comunidade científica nacional e internacional.Esta frequentemente utiliza aqueles meios, com proveito paraos seus projectos.

Presentemente decorrem ou vão iniciar-se um conjunto deprojectos de Investigação e Desenvolvimento (I&D), própriosdo IH ou em parcerias com universidades ou laboratórios,nos domínios da modelação da circulação oceânicas, da agita-ção marítima, da dinâmica sedimentar, da acústica subma-rina, dos processos de transporte e sedimentação na margemcontinental, dos ecossistemas, da hidrologia e dinâmica costeira.É um conjunto de projectos, de relativa pequena dimensãoou duração, financiados pela Fundação da Ciência e Tecno-logia, pelo Ministério da Defesa ou pela União Europeia.

Para o futuro, importará conceber e pôr em execução –havendo as condições necessárias – projectos estruturantes,com grande dimensão, que correspondam às necessidades ouinteresses nacionais, sejam abrangentes e tenham macro-resul-

tados nas áreas desoberania, científica eeconómica. Com elesesperam-se resultadosem termos da vigilân-cia ambiental doespaço marítimo nacio-nal, da segurança danavegação, do conhe-cimento dos fundosmarinhos, da melhoriadas capacidades laboratoriais e de modelação, pólos depesquisa científica para jovens licenciados, mestrandos e douto-randos, da criação de oportunidades empresariais na áreado mar, da inventariação de recursos marinhos e arranqueda exploração económica da plataforma continental, da melho-ria da competitividade dos portos e, finalmente, da criaçãode postos de trabalho.

Entre tais projectos estruturantes e entre outros que temosem mente poderemos indicar dois, designadamente o«Sistema Integrado de Monitorização Ambiental da ZEE» eo «Prolongamento da Cartografia Sedimentar a toda a ZEEPortuguesa».

O primeiro dos projectos terá como objectivos:

• Estabelecimento de uma rede de bóias multi-parâmetro naZEE Portuguesa, que permita a observação de parâmetrosmeteorológicos, hidrodinâmicos (marés, ondas, correntes),biológicos, geológicos e químicos e a sua transmissão, emtempo real, para terra;

• Estabelecimento de um centro operacional do sistema deobservação, onde a recepção, processamento, validaçãoe análise da informação seja feita, bem como o seu arquivoe disseminação para os utilizadores finais;

• Estabelecimento de um sistema de análise e previsão basea-dos em modelos numéricos de assimilação de dados, incluindomodelos atmosféricos, de circulação, de agitação marítimae de deriva de poluentes;

• Formação e treino a pessoal técnico e científico da áreadas ciências e tecnologias do mar, que permita potenciarum desenvolvimento tecnológico e científico a nível nacio-nal, de acordo com a vertente estratégica do desenvolvi-mento sustentado dos Oceanos;

• Integração do sistema em redes globais europeias e norte-atlânticas de monitorização do ambiente marinho.

Os resultados esperados são:

• Garantia de uma capacidade de monitorização ambientalglobal das áreas oceânicas de interesse nacional;

• Reforço das capacidades de modelação climática;• Melhoria da previsão meteorológica e oceanográfica;• Melhoria do apoio ambiental à comunidade de utilizado-

res do mar;• Reforço da capacidade de combate anti-poluição marítima;• Melhoria da climatologia de apoio a obras de engenharia

costeira;• Diminuição dos riscos de operação do tráfego portuário e

costeiro;

Projectos estruturantes na Investigação do Mar

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• Criação de capacidades de apoio ambiental às activida-des turísticas nas zonas costeiras.

O segundo projecto, «Prolongamento da Cartografia Sedi-mentar a toda a ZEE Portuguesa», terá como objectivos:• Inventariação e cartografia dos depósitos sedimentares que

cobrem uma área importante da ZEE portuguesa e que corres-pondem à vertente e rampa continentais (abaixo dos 500 mde profundidade);

• Compreensão dos processos de dinâmica sedimentar actuais,nomeadamente as principais condutas sedimentares, áreas poten-cialmente em erosão e áreas de acumulação; integração coma dinâmica do oceano; identificação preliminar de áreas deescapes de fluidos (hidratos de metano);

• Dedução dos processos sedimentares passados que estive-ram na sua origem;

• Avaliação sobre o grau de estabilidade dos depósitos.

Os resultados esperados são:

• Conjunto de cartas sedimentológicas, realizadas a uma deter-minada escala (250 000 ou 500 000) onde estão carto-grafados os depósitos sedimentares da ZEE portuguesa;

• Formação de novos investigadores na área da sedimento-logia de grandes fundos;

• Melhoria substancial do conhecimento dos ambientes profundos,base para uma gestão mais racional dos recursos naturais;

• Apoio da defesa do meio marinho, nomeadamente a nívelambiental;

• Os documentos produzidos terão interesse para a protec-ção civil, nomeadamente porque permitirão conhecer áreaspotencialmente instáveis (escorregamentos catastróficos eestabilidade de cabos submarinos e de outras estruturasantropogénicas);

• Informação armazenada num SIG, com os metadados dispo-nibilizados para fácil consulta pela comunidade civil; asamostras de sedimentos arquivadas apoiam a realizaçãode trabalhos científicos específicos.

Espera-se que o Programa, que também contempla outrosprojectos aqui não mencionados, corresponda às seguintesfinalidades: conhecer os recursos naturais do mar, tendo emvista o aproveitamento económico e gestão sustentada; refor-çar as capacidades nacionais em ciências e tecnologias domar; congregar esforços e optimizar o uso de meios huma-nos e das infra-estruturas disponíveis; e incentivar a coope-ração interdisciplinar de múltiplas organizações, em colabo-ração e integração de capacidades, tendo em vista a realizaçãode objectivos comuns.

Ao invés de pequenos projectos, habituais em Portugal,tal Programa representa um esforço considerável na imple-mentação de uma área do conhecimento nacional sobre oterritório e, como tal, um investimento necessário ao desen-volvimento em I&D do País.

CARLOS LOPES DA COSTA, CMG

DIRECTOR TÉCNICO

OTroféu «O Navegador» é um desafio de vela oceâ-nica que pretende estabelecer um tempo recorde,conseguido por uma tripulação de duas pessoas,

em embarcação homologada de um só casco e compri-mento de linha de água inferior a oito metros, sem quais-quer outros apêndices (a não ser um leme e uma quilhafixa), sem qualquer tipo de lastro móvel e com apenas seisvelas – uma grande, uma de proa, dois balões e duas detemporal. O desafio, a cumprir sem qualquer assistênciaexterior, é ligar as cidades de Lisboa ao Funchal.

No dia 16 de Novembro, pelas 13:00, a bordo doNRP Sagres (fundeado no Rio Tejo, junto à Torre de Belém)e na presença do Primeiro Ministro, Dr. Pedro Santana

Lopes e do Ministrode Estado, daDefesa Nacional edos Assuntos doMar, Dr. Paulo SacaduraPortas, foi dado o sinalde largada da primeiraedição do troféu.

A bordo do J92 Nave-gador partiram rumo àMadeira os velejadoresJoão Cabeçadas e MárioSampaio, mentores destedesafio.

A marcação do tempooficial está a cargo daMarinha, tendo o Instituto

Hidrográfico registado a hora UTC da passagem do Navega-dor no alinhamento de Entre-Torres (Farol de S. Julião da Barrae o Farol do Bugio). O registo do tempo foi efectuado com recursoa uma estação GPS de código P, confirmado através dum cronó-metro de precisão.

Este desafio pretende distinguir o mérito das tripulações concor-rentes; com os créditos da tripulação do Navegador, sabemos

desde já que o tempo a baterserá um desafio à altura doTroféu.

MOREIRA PINTO, CTENADJUNTO DO DIRECTOR TÉCNICO

Troféu «O Navegador»

Para mais informações, visitewww.trofeu-navegador.org

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Numa sociedade em rápida transformação, a velocidadeda mudança coloca aos gestores de informação novosproblemas e desafios. O impacto dos Sistemas de Infor-

mação (SI)/Tecnologias de Informação (TI) na sociedade e nasorganizações motivou profundas modificações na sua estrutura,tanto pelo seu grau de complexidade, como pela rapidez comque a sua integração se processou.

Atendendo ao valor e à importância que a informação assumenas organizações, tornou-se necessário empregar esforços nosentido de gerir e disponibilizar informação, nomeadamente atra-vés de actividades de planeamento de sistemas de informação.Neste sentido, o Instituto Hidrográfico (IH) tem vindo ao longodos últimos anos a desenvolver aplicações/meios que promo-vam a produção, a actualização e o acesso a todo um conjuntode dados produzidos e respectiva informação associada.

O MetaPortal – Portal de Meta-Informação constitui a mais recenteaplicação no acesso e disponibilização de informação do IH. Esteportal tem como principal objectivo fornecer meta-informação deconteúdos diversos relativa às diferentes áreas de actuação do IHe auxiliar na administração e gestão de informação.

A informação e a sua importância nas organizaçõesO acesso à informação na sociedade actual constitui um aspecto

fulcral na competitividade e no funcionamento eficaz das institui-ções. O conceito de informação é vasto e abrange diversos domí-nios. Podemos definir informação como sendo um conjunto dedados que, quando fornecido atempadamente e de forma adequada,melhora o conhecimento da pessoa que o recebe ficando estamais habilitada a desenvolver determinada actividade ou a tomardeterminada decisão.

No acesso à informação as TI desempenham um papel funda-mental enquanto sistemas de circulação da informação. Estas podemser consideradas como um conjunto de equipamentos e suporteslógicos que permitem executar tarefas como aquisição, transmis-são, armazenamento, recuperação e exposição de dados. Estastecnologias constituem um veículo essencial para garantir o acessoeficaz, fácil e generalizado aos circuitos e fluxos de informação.

Actualmente, a informação no âmbito das organizações cons-titui: (i) um importante recurso no sucesso destas, (ii) um factorestruturante e um instrumento de gestão interna e (iii) uma mais-valia para a obtenção de vantagens competitivas.

A gestão da meta-informação nas organizações através dasTI revela-se extremamente importante sob diversas perspectivas,nomeadamente ao permitir uma maior acessibilidade à informa-ção por parte dos utilizadores, a redução da ambiguidade, amelhoria na qualidade da informação e a maior flexibilidade dossistemas, promovendo-se desta forma a redu-ção de custos e a melhoria na relação entreo emissor e o receptor de informação.

MetaPortal – Portal de Meta-InformaçãoA necessidade de centralizar informa-

ção dispersa, bem como de gerir, actuali-zar e disponibilizar informação de diferentesdomínios, conduziu ao desenvolvimento doMetaPortal – Portal de Meta-Informação.Este portal permite aos utilizadores, de umaforma dinâmica através do computadorpessoal, aceder a um conjunto de infor-mação de grande utilidade na gestão dasrespectivas áreas de actuação.

O portal encontra-se estruturado emdiversos domínios, disponibilizando-semeta-informação relacionada com:1. Bases de dados em utilização no IH;2. O domínio espacial (Explorador de Metadados);3. Serviços;4. Tecnologias de informação (em desenvolvimento);5. Produtos e publicações.

A meta-informação relacionada com as Bases de Dados estádividida em sub-domínios, nomeadamente:• Data Types (tipo de atributos/dados);• Tabelas (descrição das tabelas e seus atributos)/Domínios (lista

de valores possíveis para um determinado atributo);• Esquemas (desenho lógico e físico da estrutura da base de dados).

A meta-informação espacial diz respeito ao explorador demetadados que funciona num Web browser e permite realizarpesquisas avançadas multi-critério de fichas temáticas de meta-dados, ou seja, informação estruturada sobre dados, neste casode carácter geográfico.

A meta-informação relacionada com os Serviços correspondeaos serviços de ArcIMS (Internet Map Server) e aos websites demeteorologia existentes na Intranet do IH.

A meta-informação dos serviços de ArcIMS inclui o nomedo serviço, o ficheiro AXL, uma breve descrição do serviço e olink. A meta-informação referente aos serviços relacionados comos websites de meteorologia inclui a fonte, a descrição, o formatodos ficheiros, a pesquisa histórica e o link.

A meta-informação relacionada com os produtos e publica-ções corresponde, de momento, à seguinte documentação:• Índices de Relatórios dos Cruzeiros de Investigação Científica;• Comissão do Domínio Público Marítimo (inclui diversos comen-

tários à Lei dos Terrenos do Domínio Público).Os utilizadores podem aceder, visualizar e fazer download

da meta-informação e dos conteúdos. A informação disponívelno portal encontra-se sob a forma de texto (.htm e .pdf) e imagem(.gif e .jpg).

Este portal encontra-se disponível unicamente na Intranet daMarinha no seguinte endereço electrónico:

www.ih.marinha.pt/sigamar/metaportal

Considerações finaisO portal de meta-informação encontra-se ainda numa fase

embrionária em termos de concepção. O potencial de cresci-mento, quer em termos de fluxo de informação, quer em dadose conteúdos, é enorme e representa uma mais-valia na gestão

de informação por parte das diversas divi-sões do IH.

O MetaPortal representa uma portaaberta à informação na qual todas as divi-sões do IH podem contribuir, de modo aque se possa construir uma estrutura robustana centralização e gestão de informaçãonas mais variadas áreas de actuação.

No caso específico do domínio espa-cial – Explorador de Metadados – pensa-se que a breve prazo este serviço possaestar disponível na Internet onde podemser disponibilizados metadados geográ-ficos produzidos pelo IH.

FERNANDO GOMES, GEÓGRAFOCENTRO DE DADOS

MetaPortal– Portal de Meta-Informação do Instituto Hidrográfico

Página de entrada do MetaPortal – Portal de Meta-Informação

Como fazemos

S O N A R

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Passados dois anos, a Brigada Hidrográfica (BH) regressou aSetúbal para efectuar o levantamento topo – hidrográfico dabarra e do porto. A especificidade e dimensão destes traba-

lhos merecem ser partilhadas com a «comunidade Hidromar».Entre 3 de Maio e 6 de Junho, foi efectuado o levantamento

hidrográfico (LH) da barra e do porto de Setúbal, com recursoao sondador multifeixe (SMF) SIMRAD EM 3000.

Em algumas áreas com profundidades inferiores a 5 m, porcomportarem riscos para a plataforma onde estava instalado oSMF ou por não representarem zonas importantes em termos denavegação, optou-se pela utilização de um sondador de feixesimples (SFS). Esta sondagem foi efectuada entre 10 e 28 de Maio.Foi ainda efectuado o levantamento topográfico (LT) de todasas estruturas portuárias.

Estes levantamentos foram realizados no âmbito do proto-colo assinado entre o Instituto Hidrográfico (IH) e a Adminis-tração dos Portos de Setúbal e de Sesimbra.

LH a SMF da Barra e do Porto de Setúbal

Este levantamento revestiu-se de algumas particularidades,nomeadamente por, pela primeira vez, o SMF SIMRAD EM 3000ser utilizado numa das três novas embarcações de sondagemadquiridas pelo IH.

Estas embarcações chegaram ao IH no final do ano passado,todas com capacidade para utilização daquele SMF e de siste-mas SFS. Actualmente uma encontra-se no D. Carlos I e as outrasduas na Azinheira. Uma delas tinha sido utilizada em Marçonum levantamento a SFS na Figueira da Foz e a outra, a Cagarra,ainda não tinha sido utilizada. Foi nesta que foi montado o SMF.

No dia 3 de Maio, a embarcação foi colocada na água emSetúbal, já com parte dos equipamentos montados. Nesse mesmodia, foram montados os restantes equipamentos e efectuados testesde funcionamento com bons resultados. Foram também montadasduas estações de referência GPS, uma com transmissão de dadosem VHF e outra no modo UHF RTK. Estas estações, instaladas empontos de coordenadas conhecidas, determinam e enviam parabordo da embarcação as correcções ao sistema GPS. Montaram-se ainda dois marégrafos digitais de pressão MINITROLL. Estesequipamentos, instalados em pontos de cotas conhecidas,complementaram os dados obtidos do marégrafo fixo de Tróia,permitindo obter, ao longo do porto, os valores de altura de maré.Foi excepção o Canal da Barra, onde foram utilizados os valo-res das concordâncias de maré da tabela de marés.

Face à dimensão do trabalho de campo, cuja duração previstaera de 2 meses, a BH optou por colocar duas equipas em Setú-bal, sendo que uma sondava desde o nascer do sol (cerca das06:00) até às 13:30 e a outra desde essa hora até cerca das21:00, aproveitando todo o ciclo diurno. Cada uma destas duasequipas era constituída por um oficial (responsável pela sonda-gem) e por uma praça com funções de patrão. A sondagemnocturna não foi equacionada por razões de segurança, nomea-damente devido à inexistência de radar a bordo da «Cagarra».Com este método, o levantamento terminou no dia 6 de Junho,após 26 dias de sondagem efectiva.

A equipa que estava em terra assegurava o apoio logístico,analisava a qualidade dos dados de sondagem adquiridos, assimcomo o download da informação dos marégrafos e as neces-sárias inspecções às estações GPS de referência.

Realça-se a colaboração da Capitania do porto de Setúbal,que disponibilizou os acessos e-mail e Internet, extremamenteúteis para consulta das previsões meteorológicas e para recep-ção dos dados do marégrafo do cais de Tróia enviados pelaDivisão de Oceanografia.

Foram sondados os Canais da Barra, Norte e Sul, tendo-sedividido a área do levantamento em 20 sub-áreas. Esta divisãoteve em consideração a orientação geral da batimetria, de formaa ser efectuado um planeamento eficaz de sondagem e a mini-mização dos erros devidos à variação espacial do perfil de velo-cidade de propagação do som na água e da maré.

Foram executadas 1141 fiadas principais de sondagem, para-lelas à direcção geral da batimetria. O afastamento entre fiadasvariou em função das profundidades, de forma a garantir acobertura total do fundo com uma sobreposição superior a 10%.Foram executadas 40 fiadas de verificação de sondagem, perpen-diculares às fiadas principais de sondagem.

Levantamento topo-hidrográfico

em Setúbal

Levantamento topo-hidrográfico

em Setúbal

Embarcação de sondagem Cagarra

Vista parcial da área sondada

Esquema dos levantamentos hidrográficos

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A Cagarra serviu satisfatoriamente na realiza-ção do LH. Em comparação com levantamentosefectuados com a UAM Atlanta, verificou-se queneste levantamento, no processamento dosdados, foram rejeitadas mais 10% desondas, devido principalmente ao ruídoinerente à menor imersão do transdutor,que na UA Atlanta é de 1,41m ena Cagarra é de 0,55m.

A grande dificuldadedeste trabalho verificou-seno processamento dosdados, face a uma crite-riosa gestão e manipu-lação dos ficheiros desondagem, em virtudeda sua quantidade edimensão. No final, osdados SMF ocupavamcerca de 35 GB de infor-mação, obrigando omais avançado PC da BH a elevadas dificuldades «digestivas»,nomeadamente na criação de modelos digitais de terreno. Oprocesso de validação das profundidades tornou-se moroso, factorelacionado com as cerca de 550 milhões de sondas adquiri-das. No final, foram necessários 25 pacientes dias em proces-samento e validação dos dados e 10 longos dias na selecçãodas sondas e construção das implantações gráficas.

LH a SFS do Porto de Setúbal

A sondagem a feixe simples foi efectuada a bordo da embar-cação de sondagem «Trinas», equipada com o sistema auto-mático de aquisição e processamento de dados hidrográficosHYPACK, integrado com o sondador acústico ATLAS DESO 22,operando nas frequências de 33 e 210 kHz.

A bordo da embarcação, estiveram envolvidos na sondagemduas praças, uma como patrão e outra como responsável pelaaquisição de dados. O responsável pela coordenação e pelo proces-samento dos dados foi um oficial, que se manteve em terra, deforma a efectuar a coordenação do levantamento topográfico (LT)e efectuar o processamento dos dados adquiridos.

Foi sondada uma faixa adjacente às praias da Comenda eAlbarquel, uma zona que envolve o baixio do Cambalhão atéao cais de atracação em Tróia, a faixa sul do Canal Norte comprofundidades inferiores a 5 m e a zona compreendida entreas bóias 17 e Escama Ferro. No Canal Sul, foi sondada a partecosteira, com profundidade inferior a 5 m, e ainda uma áreasituada imediatamente a leste do terminal Eurominas.

Executaram-se 1157 fiadas principais desondagem e 53 fiadas de verificação. As

fiadas principais de sondagem, comorientação perpendicular à batimetria,

tiveram um espaçamento médio de 20metros.

No total foram adquiridas cercade 600 mil sondas.

Levantamento topográfico (LT)

do Porto de Setúbal

Com recurso ao sistemaGPS Geodésico, foi efectuadoum LT, de modo a obter ocontorno de todas estruturasportuárias existentes na áreado levantamento. Desta forma,foi efectuada topografia noscais da Lisnave, da Eurominas,

da Sapec, da Alston, da Portucel, da Etermar, das Pirites, caisMauri, cais da Auto-Europa e cais comercial, doca de recreio,doca de Pesca, Clube Naval, cais da Secil, cais dos Ferry’s emTróia e o cais do PAN Tróia. No total, foram topografados 2600pontos.

Na sua execução, estiveram envolvidos dois elementos daBH, uma praça, responsável pela aquisição e um oficial, coor-denador dos trabalhos e responsável pelo processamento dosdados.

LH a SMF de uma zona envolvente ao Cais de Tróia

Nos dias 6 e 11 de Maio, foi realizado um LH a SMF deuma zona adjacente ao cais de Tróia. Este trabalho foi efectuadono âmbito do protocolo assinado entre o IH e o LaboratórioMarítimo da Guia (LMG), com o objectivo de determinar aevolução sedimentar e batimétrica do fundo.

Conclusão

Estes trabalhos vieram evidenciar, mais uma vez, a impor-tância dos levantamentos topo-hidrográficos das zonasportuárias, nomeadamente, dos dados hidrográficos obtidos amultifeixe das entradas e canais navegáveis dos nossos portos,os quais permitem a manutenção actualizada no nosso fólio carto-

gráfico com informação de elevada exacti-dão e resolução.

Esta informação, essencial para a APSS,permite uma gestão rigorosa e cuidada dasentradas e saídas dos navios, uma vez que,alguns deles, condicionados pelo calado,apenas a partir de uma dada altura de marépoderão efectuar aquelas manobras semsobressaltos.

Sabendo que, oportunamente, se inicia-rão trabalhos de dragagem nos canais nave-gáveis deste porto, a BH espera brevementevoltar a Setúbal e igualmente ao Hidromar

para partilhar os novos modelos do fundo.

Modelo tridimensional da entrada da barra de Setúbal. Realça-se um escorregamentode sedimentos a estibordo do eixo do canal na entrada da barra, zona caracterizada porum elevado declive. São anda visíveis as dunas existentes ao longo do canal da barra

Vista do canal norte. É visível a dragagem efectuada

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Introdução

As variações da altura de água podem ser representadaspela soma de um número finito de termos harmónicosaos quais se chamam constituintes harmónicas da maré.

As constituintes harmónicas são os elementos harmónicos na expres-são matemática da força geradora de maré e na fórmula paraa curva de maré, reflectindo as variações periódicas das posi-ções relativas da Terra, Lua e Sol. Cada constituinte harmónicaé caracterizada pela amplitude (H) e fase (g), valores denomi-nados de constantes harmónicas (CH).

As CH não dependem do tempo e, sendo típicas de cadaporto, constituem a base fundamental para a caracterização damaré num dado local sendo que, delas dependem a boa quali-dade das previsões.

Fenómenos como a erosão, assoreamentos e obras portuá-rias podem alterar as características da maré; esse facto tornaimportante a renovação, sempre que possível, das constantesharmónicas nos diversos portos.

Até há poucos anos as CH eram renovadas a partir de novasséries de dados validados mas sem qualquer discussão dosresultados ou escolha das ondas envolvidas. Com efeito, as cons-tituintes estavam previamente escolhidas, dependendo apenasdo tamanho da série.

Embora o algoritmo de análise harmónica usado no IH semantenha basicamente o mesmo, a capacidade de memóriados actuais computadores bem como o acesso a software cadavez mais sofisticado, vieram permitir quer a manipulação e visua-lização de uma grande quantidade de informação quer o desen-volvimento de programação para análise crítica dos resultados,como é o caso da metodologia aqui apresentada.

Irão ser aqui descritos os procedimentos e os critérios usadosno Instituto Hidrográfico para a renovação das constantes harmó-nicas da maré de um porto. O cálculo das CH é efectuado emdiversos períodos independentes com a mesma duração, sendoposteriormente analisada a coerência do vector representativode cada constituinte nos diferentes troços.

1.ª ETAPA

A primeira tarefa a efectuar para renovar as CH de umdeterminado porto é dividir a série de dados de alturas horá-

rias (AH) em troços de igual dimensão; seguidamente, sãocalculadas as CH para cada um dos troços. De modo a faci-litar a comparação das diversas CH obtidas para uma mesmaconstituinte, foi elaborado um programa que faz a compara-ção das listas de CH tendo em conta uma certa referência eelabora uma tabela com os resultados obtidos. A referênciautilizada é a média vectorial das CH dos diversos troços e,para cada troço, é também calculado o desvio relativamenteà média vectorial. Se as CH obtidas em cada um dos troçostiverem pequenos desvios relativamente à média, são consideradasde boa qualidade. Se, pelo contrário, as CH obtidas nos diver-sos troços e para a mesma constituinte tiverem grandes desviosrelativamente à média vectorial, consideram-se de má quali-dade por não serem fiáveis.

Considere-se a Tabela 1, resultado do programa de compa-ração de CH obtidas em três troços de 78 dias. O primeiroconjunto de valores corresponde ao erro médio absoluto (E) eà média vectorial das CH dos vários troços nas suas compo-nentes, amplitude (H) e fase (G). As colunas que se seguemindicam as CH calculadas para cada um dos troços (h, g) eo seu desvio relativamente à média vectorial (e). Este tipo detabelas, para além de ajudar a decidir quais as constituintesa desprezar ou não, facilita também a escolha do período dedados a utilizar para calcular as CH. Por vezes, é comumaparecer um troço em que o erro relativamente à média vecto-rial é visivelmente maior em grande parte das constituintes.Neste caso, é provável ter-se analisado um período de tempobastante marcado por factores de origem meteorológica oumesmo alguma deficiência no equipamento, como por exemplo,o entupimento do poço.

2.ª ETAPA

A segunda etapa de testesconsiste na visualização gráficados vectores representativos decada constituinte para os váriostroços. Para cada constituinte érepresentado um determinadonúmero de vectores de acordocom o número de troços consi-derados. Cada vector é carac-terizado pela amplitude e faseobtidas para o período detempo em questão.

Método de Renovação de Constantes Harmónicas no Instituto Hidrográfico

ASSP Leonor Martins, ASSP Marina Serpa, do Instituto Hidrográfico e JoanaMano Reis, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Tabela 1: Excerto da tabela resultante da comparação de CH de 3 troços cada um com 78 dias

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13HIDROMAR N.º 85

Na figura 1, estãorepresentadas as seisprincipais constituintescalculadas em 18troços de 365 dias; énotória a grande ampli-tude da onda M2 rela-tivamente às outrasondas. Com efeito,trata-se da principalconstituinte da marésemi-diurna, a qualseria produzida poruma lua fictícia média.Porque os vectoresestão quase sobre-postos considera-seque as CH de cadaperíodo sejam muitoaproximadas e daípoder-se concluir quequalquer um dos troços é de boa qualidade e as constituintesanalisadas geram CH fiáveis. Na figura 2 estão representa-dos dois exemplos de constituintes consideradas de boa quali-dade.

Na figura 3 estão representadas duas constituintes conside-radas de má qualidade uma vez que não existe coerência entreos valores da amplitude e da fase dos diversos troços. Sendoassim, estas ondas não devem ser consideradas na determinaçãodas CH oficiais e, consequentemente, na previsão de marés.

A constituinte de longo período solar anual (Sa) é afectadapor factores aleatórios de origem meteorológica – tempestades,ventos fortes – dado que não é retirada, aos registos de AH emarquivo no IH, a influência da pressão atmosférica. Constituin-tes de pequena amplitude, como por exemplo a onda M8, sãogeralmente confundidas com ruído e por isso são desprezadas.

3.ª ETAPA

Após as duas primeiras etapas, obtém-se informação sobreo período de cálculo das CH e as constituintes a considerar.O passo seguinte consiste em gerar previsões para toda aextensão de dados observados a fim de se efectuar compa-rações. Esta análise é efectuada tanto em tempo como em frequên-cia e é essencial para testar o desempenho do programa deprevisão.

A análise em tempo é efectuada na forma convencional,através da elaboração de gráficos que comparam as obser-vações com as previsões. Para a análise em frequência sãoutilizadas Fast Fourier Transforms (FFT) sendo que, em vez deenergias e frequências, são representadas respectivamente ampli-tudes (em metros) e velocidades (em graus por hora), facili-tando a identificação e comparação das diversas constituin-tes. Na figura 4 é apresentado um exemplo da comparaçãoem frequência entre observações e previsões de duas consti-tuintes semi-diurnas; uma delas, a onda OQ2, foi rejeitada nalista das CH oficiais por apresentar desvios da ordem de gran-deza da sua amplitude.

Neste procedimento, algumas etapas são repetidas diversasvezes até se obterem previsões de boa qualidade.

NOTA DE EDIÇÃO: As Dr.as Leonor Martins, Mariana Serpae Eng. Joana Reis integraram a repre-sentação portuguesa na Reunião doComité de Marés, em Lisboa.

Referências Bibliográficas

[1] DOODSON, A.T. and WARBURG, H.D. (1973) Admiralty – Manual of Tides,Hydrographic Department, Admiralty, London, U.K.

[2] SCHUREMAN, P., (1988), Manual of Harmonic Analysis and Prediction ofTides, U.S. Government Printing Office.

[3] SIMON, B., (1974), Calcul des Constantes Harmoniques de la Marée,EPSHOM.

Figura 2 – Exemplo de 2 ondas consideradas de boa qualidade. Note-seque as constituintes estão representadas a escalas diferentes.

Figura 3 – Exemplo de 2 ondas consideradas de má qualidade. Note-seque as constituintes estão representadas a escalas diferentes.

Figura 4 – FFT de duas constituintes semi-diurnas: OQ2 e MNS2. A onda OQ2 apresenta desvios da ordem de grandeza da sua amplitude

enquanto que a onda MNS2 tem desvios praticamente nulos. A onda OQ2 foi rejeitada na lista das CH oficiais.

Figura 1 – Representação dos vectores das6 principais constituintes, tal como resulta-ram num teste feito com 18 troços. Esta figurasalienta as diferentes amplitudes das cons-tituintes (as amplitudes estão em milímetros).

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14 HIDROMAR N.º 85

Após um período de elevada intensidade operacional, decerca de três anos, em Janeiro de 2004 a Auriga iniciouos preparativos para efectuar, no estaleiro do Arsenal

do Alfeite (AA), a sétima manutenção planeada. Foi então que,a 12 de Janeiro, com apoio dos rebocadores Alerta e Ferru-gem, foi conduzida de forma a entrar na doca flutuante Eng.Perestrello Vasconcellos.

Os trabalhos de docagem consistiram na beneficiação dasobras vivas, leme, veio, hélice e outros sensores. Em simultâneo,foram iniciados os trabalhos de desmontagem de equipamen-tos e preparação dos trabalhos a efectuar. Cumprindo com asdatas definidas no planeamento, o navio foi novamente colo-cado na água a 5 de Março, prosseguindo assim os trabalhosestipulados na Pequena Revisão (PR).

Esta PR foi, sem duvida, a mais importante desde o seu baptismoa 26 de Maio de 1987, pois para além das reparações e bene-ficiações usualmente planeadas para uma pequena revisão, foraminstalados novos equipamentos – e substituídos outros já obsole-tos – congregando, assim, mais valias para o desempenho opera-cional do navio e ainda uma melhoria significativa nas condiçõesde habitabilidade a bordo, conforme se descrevem a seguir:

a) Nas áreas de propulsão e produção de energia, foram efec-tuadas acções de manutenção planeada à máquina PP e revisãogeral ao gerador de porto de 37 KVA. Foi melhorado o sistemade arrefecimento da caixa redutora, quando usado o propulsoreléctrico, permitindo este funcionar sem condicionalismos técnicos;

b) Na área de limitação de avarias, o navio foi apetrechadocom equipamentos e materiais que vão permitir uma respostamais eficiente e eficaz da equipa de limitação de avarias. Realçoa substituição dos Aparelhos de Respiração Autónoma (ARA)do tipo OBA por Sabre Centurian;

c) Quanto à actividade operacional, a Geologia foi engran-decida com a capacidade de efectuar colheita de amostras defundo verticais, recorrendo a um colhedor do tipo VibroCorer. Natolda foram colocados olhais de fixação, para instalação dos equi-pamentos auxiliares para operação do colhedor RossFelder P3C;

d) Foi substituído o antigo Radar Decca 914C, pelo sofisti-cado Koden, que permite efectuar seguimento automático decontactos, calculando CPA (Close Point Approaching), TCPA (Timeto Close Point Approaching), Rumo e Velocidade do contacto;

e) Foi colocada uma escotilha estanque entre os pavimen-tos 1 e 2, que permite a vedação de água e/ou fumo em casode incêndio ou alagamento em qualquer dos pavimentos;

f) No pavimento 02, foi montada uma balaustrada de protec-ção, melhorando a segurança do pessoal na Ponte Alta;

g) A cozinha foi preparada parareceber, a curto prazo, uma máquinade lavar loiça;

h) As comunicações melhoraramsignificativamente com a substituiçãodo antigo CH 25, pelo sistema TX/RXSKANTI, com capacidade GMDSS(Global Maritime Distress SafetySystem);

i) Foi criada e instalada uma redede dados a bordo. Com esta evoluçãoo Serviço de Comunicações passou aefectuar a distribuição de mensagensem formato digital, reduzindo signifi-cativamente o consumo de papel.

A 28 de Maio, concluídos os traba-lhos no AA, a Auriga regressou à Base

Naval de Lisboa (BNL), para se aprontar para o Plano Treinode Segurança (PTS), que tem por objectivo habilitar as unida-des navais ao cumprimento dos requisitos necessários para asvárias áreas de organização geral, navegação, mecânica, elec-trotecnia, limitação de avarias e também manobras de emer-gência, para poderem executar em segurança as provas de mar.O PTS foi efectuado a 31 de Maio, tendo o navio sido consi-derado seguro para navegar. Após concluídas as provas demar e reparadas as avarias decorrentes da PR, o navio foi dadocomo pronto, por parte do AA, a 9 de Junho.

A 12 de Julho, o navio iniciou o Plano de Treino Operacional(PTO), que decorreu ao longo de três semanas (uma semana deterra e duas de mar). Este treino teve como objectivo adestrar aguarnição para que o navio possa desenvolver a sua actividadeoperacional. O elevado empenhamento e atitude da guarniçãofez com que a Auriga alcançasse a classificação final de SatisfazBastante, Iniciando assim novo ciclo operacional a 30 de Julho.

Durante os meses de Agosto e Setembro o navio efectuoutrês missões no âmbito dos projectos do Instituto Hidrográfico:SANEST, EUROSTRATAFORM e EMINAG.

O projecto SANEST, como habitualmente, consistiu na reco-lha de amostras de água e medições de perfis CTD, na áreaadjacente ao emissário submarino de Cascais.

O projecto EUROSTRATAFORM teve por objectivo a moni-torização de ondas internas não lineares que se propagam sobrea plataforma adjacente ao canhão submarino da Nazaré. AAuriga colaborou no fundeamento e posterior levantamento dosseguintes equipamentos: duas amarrações correntométricas; Plata-forma oceanográfica CORSED; cinco bóias de protecção. Estesequipamentos constituíram duas estações fixas de observação.Foram ainda, durante o período de observação das estaçõesfixas, realizadas diversas estações CTD, ao longo dos possíveistrajectos de propagação destas ondas.

O projecto EMINAG, a bordo da Auriga, consistiu na reco-lha de amostras de água e sedimentos para caracterização emonitorização das águas marítimas adjacentes às embocadu-ras dos rios Minho, Lima, Cavado, Ave, Douro, Vouga, Mondego,Tejo, Sado e Mira, e junto à boca dos emissários submarinosde Viana do Castelo, Matosinhos, Gaia, Espinho, Figueira daFoz, Sesimbra e Sines. Foram ainda efectuadas diversas reco-lhas de amostras de água entre Caminha e Vila Nova de Milfon-tes, para controlo de poluição no âmbito do acidente com onavio petroleiro Prestige.

SILVA LAMPREIA, 1TENCOMANDANTE DO NRP AURIGA

Depois da sétima docagem:O regresso do NRP Auriga

Depois da sétima docagem:O regresso do NRP Auriga

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Cerimónias do Dia da Unidade

Comemoraram-se, no passado dia 22 de Setembro, os 44anos do IH. Por razões de conveniência de Agenda, a cele-bração do Dia da Unidade ocorreu no dia 24, sexta-feira,

tendo reunido os militares e civis que prestam serviço no Institutoe associado antigos Directores-Gerais, Directores e funcionários.

A cerimónia teve início pelas 11 horas, na Biblioteca, coma alocução do Vice-almirante Silva Cardoso, então Director-Geraldo Instituto Hidrográfico. Num discurso onde teve ainda opor-tunidade de se despedir do pessoal do IH, citou o Vice-almi-rante Silva Cardoso as actividades mais relevantes desenvolvi-das no ano anterior:❚ a conclusão dos projectos de conversão dos navios hidrográficos

da classe «D. Carlos I», no âmbito dos quais foram diligen-ciadas e elaboradas diversas acções, no sentido de garantira operacionalidade do NRP D. Carlos I, já no primeiro trimes-tre deste ano, e a continuidade do projecto de conversão doNRP Almirante Gago Coutinho;

❚ a concretização da operacionalidade plena das estações DGPSdo Cabo Carvoeiro e de Sagres, na sequência da realizaçãodos respectivos testes de validação, e o arranque da instala-ção das estações da Horta e Porto Santo, neste Verão;

❚ a continuação do reforço das capacidades de modelação opera-cional dos oceanos, relevante para o apoio a exercícios navais,e para as actividades associadas aos diversos projectos deinvestigação científica nacionais e internacionais em que o IHestá envolvido;

❚ a realização, no âmbito dos estudos das correntes de derivalitoral, de uma experiência-piloto entre a Nazaré e a Figueirada Foz, em colaboração com a Força Aérea Portuguesa;

❚ as acções de pesquisa realizadas a pedido do Sistema deAutoridade Marítima, na sequência do naufrágio do porta-contentores «Nautila», na barra de Lisboa, e do acidente aéreoa norte da Ilha da Madeira;

❚ a realização de campanhas de monitorização no âmbito doprograma de Vigilância da Qualidade do Meio Marinho, habi-litando o Instituto da Água a responder aos compromissos inter-nacionais assumidos por Portugal;

❚ a continuação da renovação do fólio cartográfico nacional,quer pelos métodos tradicionais, quer por cartografia assis-tida por computador, reforçada agora com a aquisição de umtraçador capaz de dar resposta à impressão de cartas a pedido;

❚ o aprontamento de mais 17 novas células da Carta Electró-nica de Navegação Oficial, na continuidade do esforço quevem sendo feito para aumentar a cobertura da área de inte-resse nacional;

❚ o planeamento, a promoção e a realização de estudos contri-buindo para melhorar o conhecimento geológico da ZEE portu-guesa, compreendendo a geologia dos andares superiores damargem continental portuguesa e os processos sedimentaresactuais e passados;

❚ o desenvolvimento do sistema de informação de gestão dosdados técnico-científicos, nas áreas da navegação, hidrogra-fia, cartografia, meteorologia e agitação marítima;

❚ a elaboração de pareceres técnicos sobre estudos e projectosde impacto ambiental, na sua maioria solicitados pelo Insti-tuto do Ambiente;

❚ a publicação de novas edições de documentos e PublicaçõesNáuticas Oficiais, de que destaco a Lista de Luzes, Bóias, Bali-zas e Sinais de Nevoeiro, a Lista de Radioajudas e Serviçose a Tabela de Marés para os portos de Portugal e dos PALOP,bem como cadernos técnicos com as teses de doutoramentode técnicos superiores do IH;

❚ o reequipamento e modernização do Serviço de Artes Gráficas;❚ a substituição do sistema integrado de gestão, já com mais

de 20 anos, por uma nova plataforma informática adequadaaos modernos requisitos da gestão;

❚ a substituição da aplicação informática Documenta, durantecerca de 15 anos utilizada no Centro de Documentação eInformação, pela nova aplicação DocBase, permitindo novastécnicas de pesquisa e indexação bibliográfica;

❚ o lançamento do concurso público das obras de remodelaçãoe ampliação do edifício dos laboratórios das Divisões de Químicae Poluição do Meio Marinho e de Geologia Marinha;

❚ o desenvolvimento do projecto de formação avançada, comuma prospectiva a dez anos;

❚ a continuação da reestruturação e conservação das instala-ções na sede e na Azinheira.

Foi ainda enaltecida a actividade de excelência do IH emdiversos domínios técnico-científicos, dos quais foram destacados:❚ a produção cartográfica assistida por computador;❚ a carta electrónica de navegação oficial;❚ os levantamentos hidrográficos, com recurso a modernas tecno-

logias, designadamente o sondador multifeixe;❚ os levantamentos geofísicos, com reflexão sísmica ligeira e

sonar lateral;❚ os estudos hidrológicos, com ampla utilização de correntó-

metros acústicos e outras modernas tecnologias;❚ a monitorização ambiental de rios, estuários e áreas de descarga

de exutores submarinos;❚ a modelação oceanográfica, com recurso a redes de obser-

vação ambiental integradas.

15HIDROMAR N.º 85

CELEBRAÇÕES DO DIA DA UNIDADEPOSTO DE VIGIA

Olhar para dentro

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16 HIDROMAR N.º 83

Relativamente aos meios navais, referiuo Director-Geral a conclusão do projecto deconversão do NRP D. Carlos I, que já inicioua sua fase operacional. Relativamente ao NRPAlmirante Gago Coutinho, anunciou estarprevisto para breve o início da sua conver-são a navio hidrográfico, adaptado para arealização de estudos geológicos e geofísi-cos – tendo ainda acrescentado a necessi-dade de assegurar o financiamento, por parteda Fundação para a Ciência e a Tecnolo-gia, da aquisição do equipamento científico.

No quadro das actividades financeiras,reconheceu que as especificidades ditadaspela natureza da missão e do regime admi-nistrativo e financeiro estão bem vertidas naestrutura organizacional e nos processos detrabalho(…) que nos distanciam do figurinotradicional da Administração Pública. Segui-damente, elogiou os positivos resultados alcan-çados, reconhecendo que para estes muitocontribuiu o rigor da gestão e a prossecu-ção de um modelo de gestão orientado porobjectivos e assente numa desconcentraçãode competências. Mais realçou que o IHconhece a missão atribuída, (…) as tarefasa realizar num competente «Programa de Acti-vidades», que se correlaciona com planosfinanceiros plurianuais e com o orçamentoprivativo anual. Ao reconhecer o bomdesempenho da instituição, o então Direc-tor-Geral realçou ainda:❚ o cumprimento de todos os requisitos legais

de prestação de contas e a formulação dainformação de gestão, fundamental parao processo de tomada de decisão;

❚ o empenho e esforço atinente à instalaçãoe entrada em operativo da nova plataformainformática de apoio à gestão;

❚ o acompanhamento e permanente respostaao projecto do Ministério da Defesa Nacio-nal para criação de um Sistema Integradode Gestão. Foi e continua a ser um assi-nalável esforço interno, que consome recur-sos humanos e precioso tempo de trabalho,que queremos prosseguir, enquanto tal forrequerido pela tutela. Nesta linha se situao envolvimento de peritos do IH nos gruposde trabalho para a estruturação da Centralde Compras do Ministério da Defesa;

❚ o teor do relatório preliminar da auditoriade gestão realizada por uma equipa daInspecção-Geral da Administração Pública,que em termos globais configura apre-ciação muito positiva do nosso modeloorganizacional e dos nossos processos detrabalho.

Quanto às rubricas de gestão financeira,foi ainda citado o contributo da Lei de Progra-mação Militar na realização dos programasde investimento, centrados na modernizaçãotécnico-científica e na melhoria das condiçõesde trabalho, que traduz afinal a importânciaque ao IH é conferida pela tutela: a Marinhae o Ministério da Defesa Nacional.

O discurso foi então finalizado com umamensagem, dirigida ao pessoal, de empenho,dedicação e profissionalismo, a servir o Insti-tuto e a Marinha.

Seguidamente, foram impostas as conde-corações aos militares e civis agraciados. Ascerimónias do Dia unidade terminaram coma actuação do Quinteto da Banda da Armada,largamente participada e aplaudida, e como almoço-convívio, afincadamente elaboradopelo pessoal do rancho, no refeitório do Insti-tuto Hidrográfico.

Despedida do Vice-almirante Silva Cardoso

Em cerimónia discreta porque coincidente com as celebra-ções do Dia da Unidade, o pessoal do IH teve oportuni-

dade de desejar ao Vice-almirante Silva Cardoso os mais since-ros agradecimentos pelos 44 anos dedicados à Marinha e,em particular, pelos dois anos de Direcção do Instituto Hidro-gráfico.

Em reunião informal na Biblioteca, foram elogiadas, peloCMG Ramos da Silva, as qualidades de profissionalismo, a

liderança e trabalho na questão pública, os princípios e a forma-ção militar, a efectiva sabedoria e respeito pelo próximo, reco-nhecidas ao Vice-almirante Silva Cardoso. Em representaçãodo pessoal civil, a Dr.ª Helena Roque enalteceu ainda a huma-nidade única e citou o Cte. Sarmento Rodrigues, que um diaescreveu o nosso navio é, para nós, o melhor de todos,agradecendo ao Vice-almirante Silva Cardoso o facto de tercomandado este navio como sendo «o melhor».

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17HIDROMAR N.º 85

Condecorações impostas no Dia da Unidade

MEDALHA DE PRATA DE SERVIÇOS DISTINTOS

CTEN N Luís Pedro Pinto Proença Mendes

MEDALHA DA CRUZ NAVAL – 2.ª CLASSE

CFR AN Vitor Manuel Rodrigues Mavioso

INVA Aurora Rodrigues Bizarro

MEDALHA DA CRUZ NAVAL – 3.ª CLASSE

1TEN M João Paulo Delgado Vicente

1TEN SEH Dinis Manuel Duarte Oliveira

MEDALHA DE CRUZ NAVAL – 4.ª CLASSE

SCH TRC João Manuel Salgueiro Zeferino

1SAR V Orlando Prates Henriques

2SAR PIN Francisco José Araújo de Sousa

CAB M Carlos Dinis Jaime Sobral

TS2 José Carlos Mendes Rocha

AAPrincipal Maria Helena Gonçalves Fernandes

MEDALHA DE COMPORTAMENTO EXEMPLAR DE PRATA

1SAR TF Luís Manuel Figueiredo dos Santos

MEDALHA DE COMPORTAMENTO EXEMPLAR DE COBRE

1MAR L José Manuel Gouveia Santos

MEDALHA NATO respeitante à participação na operação «Active

Endeavour» entre 3 de Dezembro de 2001 e 5 de Abril de 2002

2SAR A Norberto Fernando Teixeira Carneiro

CAB T António José Mota Gomes

CAB CM José Maria Pinto Catela

1MAR E Rui Manuel da Costa Ribeiro

Prémios de dedicação e os bons serviços prestados atribuídos na Cerimónia

do Dia da Unidade

COMPLETA 35 ANOS – agraciado com um astrolábio

Encarregado José Alberto Rosário Rosa

COMPLETAM 25 ANOS – agraciados com uma cresta do Instituto

Hidrográfico

CMG Carlos Nelson Lopes da Costa

Assessora Principal Marina Pereira Silveira de Serpa

Técnico Especialista Principal Manuel José de Jesus Marreiros

Operário Principal José Parreira da Silva

COMPLETAM 15 ANOS – agraciados com uma medalha do Instituto

Hidrográfico

CMG Agostinho Ramos da Silva

Técnico Especialista Principal João Carlos Tomás Ribeiro

Técnico 1.ª Classe Luís Alberto Nunes Laranjeira;

Técnico Profissional Principal Lurdes Conceição Fernandes Carneiro

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18 HIDROMAR N.º 85

No dia 22 de Setembro, no quadro das comemoraçõesdo Dia da Unidade, decorreu na Sede do IH o lança-mento do livro O Convento das Trinas do Mocambo

– Estudo Histórico e Artístico. Da autoria do Dr. João MiguelSimões, historiador de arte, a obra destinada a divulgar ariqueza patrimonial do edifício do Convento onde temos oprivilégio de ter a nossa sede, é prefaciada pelo ProfessorVitor Serrão, Director do Instituto de História da Arte da Facul-dade de Letras de Lisboa.

Numa acção em favor do estudo e da preservação do Patri-mónio Cultural Português e, em particular, do Património Histó-rico que o Instituto tem a honra de preservar, o IH assumiu aimpressão da obra, tendo contado também com o patrocíniodas empresas Sicom, Comartec e Vórtice.

A originalidade desta obra radica na integração e continui-dade da reconstrução histórica e artística do referido Convento.Nas palavras do Professor Vitor Serrão, a obra constitui «um estudomodelar de História de Arte, que se assume doravante como refe-rência incontornável (…) e cuja utilidade se impõe para o auto-conhecimento de muitos outros edifícios da cidade»*.

Este evento, concorrido por personalidades religiosas, dahistoriografia portuguesa e ainda por individualidades da Mari-nha, entre as quais D. Januário Mendes Torgal, Bispo dasForças Armadas, os representantes da Academia de Mari-

nha, do Museu de Marinha e da Comissão Cultural de Mari-nha, foi dirigido pelo então Director-Geral do IH, Vice-almi-rante Silva Cardoso, pelo Professor Vitor Serrão, que apre-sentou o autor, e pelo Dr. João Miguel Simões, que apresentouas conclusões da sua obra.

* SIMÕES, J.M.: O Convento das Trinas do Mocambo: Estudo Histórico-artís-tico, Instituto Hidrográfico, 2004, p. 8.

Livro O Convento das Trinas do Mocambo nos 44 anos do IH

Dr. João Miguel Simões, VALM Silva Cardoso e Prof. Vítor Serrão

Entre 22 e 26 de Setembro, porocasião das Comemorações do Diada Unidade e dos 30 anos do 25

de Abril, esteve patente nas Instalaçõesda Azinheira, uma exposição relativa aoInstituto Hidrográfico, pela primeira vezabertas ao público.

No Edifício do Comando, encontrá-mos três áreas de exposição. No âmbitodas actividades técnicas, foram exibidos17 posteres das principais áreas de actua-ção do IH: Hidrografia, Navegação,Oceanografia, Geologia Marinha,Química e Poluição do Meio Marinho,Centro de Dados e Escola de Hidrogra-fia e Oceanografia, com o objectivo dedivulgar trabalho desenvolvido pelo IHdas Áreas Científica e de Defesa do MeioMarinho. Ainda no edifício do Comando,foi preparada uma sala de exposição dos

trabalhos plásticos de antigos e actuaisfuncionários do Instituto Hidrográfico, entreos quais quatro telas do CMG ValenteZambujo, outras tantas do CFR AnjosBranco, três telas do SAR Nogueira e setetelas da AA Rosália Firmino. Foi tambémdedicada uma área ao espólio museo-lógico do IH, que apresentou cartas e equi-pamentos clássicos e de outrora, patri-mónio do Instituto.

O Pavilhão das Galeotas assistiu auma mostra dedicada aos Projectos daDirecção Técnica, nomeadamente equi-pamentos científicos nas áreas da Ocea-nografia (clássicos e actuais), da Geolo-gia Marinha e da Hidrografia, perfazendoum total de 36 peças. Meios de apoioutilizados pelas Brigadas Hidrográficase outras Divisões, designadamente lanchasde sondagem Classe «Gaivota», lanchas

de sondagem Classe «Azinheira»,uma lancha de sondagem «Dory»,botes pneumáticos e uma Moto 4.

Estiveram envolvidos directa-mente nesta Exposição os milita-res 1TEN Lavajo Brigas, 1TENBrites Pinho, SAJM Teixeira deCarvalho, e os civis ASSP Dr.ªHelena Roque, TS1 Sofia Maia,TCEP Fernando Santos, TPEP JoséAguiar, TP1 Carlos Dias, TECG2Filomena Agapito.

Exposição Hidro-Oceanográfica nas Instalações da Azinheira

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19HIDROMAR N.º 85

Entre os dias 25 e 30 de Outubro, umaequipa do Instituto Hidrográfico deslocou-se a Brest, França, com o objectivo de

participar nas actividades da Comissão Hidrográfica do Atlân-tico Oriental (CHAtO), organizadas pelo Service Hydrographi-que et Océanographique de la Marine (SHOM).

Nos dias 26 e 27, decorreu um Workshop dedicado à coope-ração para o desenvolvimento nos países africanos da áreaCHAtO, no qual estiveram presentes o CTEN Brandão Correia,da Divisão de Hidrografia, e a TS1 Raquel Patrício Gomes, doGabinete do Director-Geral. Os trabalhos, que reuniram cercade 35 pessoas, foram presididos pelo IGA Michel Le Gouic (SHOM)e abordaram as perspectivas de cooperação com aqueles países,

previstas aquandoda realização devisitas técnicas peloWest African ActionTeam (WAAT) –grupo formado em2001 na reuniãoextraordinária daComissão realizadaem Lisboa. Decorri-dos dois anos apóso início das visitastécnicas, foi entãoestabelecido umprograma de acçãopara o desenvolvimento das capacidades hidrográficas e previstoum mecanismo institucional – com recurso ao Capacity BuildingCommittee da OHI – de avaliação e elaboração de projectosde cooperação para o desenvolvimento. Refira-se que partici-param ainda neste Workshop as autoridades de Cabo Verde eda Guiné-Bissau.

Nos dois dias seguintes reuniu-se, na oitava sessão ordiná-ria, a Comissão Hidrográfica do Atlântico Oriental. O encon-tro teve como principais pontos de agenda os trabalhos da WAAT,incluindo os resultados do Workshop (realizado nos dois diasanteriores) e, em segundo, os trabalhos do Strategic PlammingWorking Group da Organização Hidrográfica Internacional. Presi-dida pelo Vice-almirante Viegas Filipe, a reunião contou com45 delegados, entre os quais delegados de 21 países (membros,associados e observadores) e ainda com representantes do BureauHydrographique International (IHB), da Comissão Oceanográ-fica Intergovernamental (COI) da UNESCO e da AssociaçãoInternacional de Sinalização Marítima (AISM-IALA).

Portugal fez-se representar também pelo CMG Lopes da Costa,Director Técnico, que apresentou os relatórios técnicos das acti-vidades da Comissão. O CTEN Brandão Correia contribuiu paraos trabalhos com uma apresentação intitulada «NRP D. CarlosI MBES» e a TS1 Raquel Patrício Gomes apresentou o «Relató-rio do SPWG aos Membros da CHAtO».

IH em Brest: Cooperação internacional e cooperação para o desenvolvimento

No HQS Wellington, em Londres, nos passadosdias 14 e 15 de Setembro, reuniu o SteeringCommittee (SC) do IC-ENC. Estiveram presen-

tes representantes da África do Sul, Alemanha, Espanha, Grécia, Países Baixos,Portugal e Reino Unido, a que se juntaram ainda os operadores IC-ENC. OInstituto Hidrográfico foi representado pelo CMG Lopes da Costa e pela 2TENRaquel Poucochinho.

Dos assuntos em agenda, salientam-se a revisão dos progressos da acti-vidade, as políticas de distribuição das Cartas Electrónicas de NavegaçãoOficial (CENO/ENC), a gestão de dados – nomeadamente o projecto sobrea consistência de dados – e os termos de referência do Comercial WorkingGroup (CWG). Foi também deliberado manter o Mr. Horst Hecht, alemão,como Presidente.

B Ú S S O L AParticipação do IH

em eventos e reuniões nacionais e internacionais

A Comissão CHAtO é uma das 15 comis-sões regionais da OHI. Reúnem, de doisem dois anos, os seus membros (Espanha,França, Marrocos, Nigéria e Portugal), osmembros associados (Benin, Camarões,Cabo Verde, Costa do Marfim, Guiné,Guiné-Bissau, Mauritânia, Republica doCongo e Senegal) e os observadores (UK,USA). Entre 2002 e 2004, a Comissãofoi presidida pelo Director-Geral do IH.Actualmente, a presidência cabe ao Direc-tor do SHOM (França), IGA Yves Desnoes. Mais informação em www.iho.shom.fr.

Os delegados da Comissão CHAtO, com os membros associados eobservadores de comissão

Cartas Electrónicas de Navega-ção Oficiais são cartas náuticasoficiais produzidas pelos ServiçosHidrográficos de cada país, desti-nadas a serem utilizadas em siste-mas Electronic Chart Display andInformation Systems (ECDIS). OCentro Internacional para asCENO (ou IC-ENC) é uma asso-ciação de organizações hidro-gráficas nacionais que, emconjunto, harmonizam a produçãoe a distribuição de cartas elec-trónicas oficiais. Mais informaçãoem http://www.ic-enc.org/(disponível em Português).

Reunião do Comité Director do IC-ENC

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20 HIDROMAR N.º 85

Entre 11 e 13 de Outubro reuniu em Lisboao Comité de Marés da Organização Hidro-gráfica Internacional (OHI), sob égide da

Divisão de Oceanografia do IH. Este evento, que reuniu cerca devinte representantes da Alemanha, Canadá, Chile, Dinamarca,Espanha, Estados Unidos da América, França, Japão, Noruega,Portugal, Reino Unido e República da África do Sul, decorreu nasinstalações do Clube Militar Naval e foi presidida pelo CFR JohnPage, do United Kingdom Hydrographic Office.

A delegação do IH foi composta pelo CFR Ventura Soares,1TEN Jesus Correia, Dr.ª Leonor Martins (que, além do IH, repre-sentou ainda a GLOSS/IOC), Dr.ª Marina Serpa e pela esta-giária Joana Reis. Foram ainda convidados a assistir a esta Reuniãoos Engenheiros Helena Kol e Gonçalo Crisóstomo, do InstitutoGeográfico Português (IGP).

Com o objectivo de discutir a coordenação das actividadesrelacionadas com as marés desenvolvidas nos serviços hidro-gráficos membros da OHI, os delegados assistiram a diversasapresentações técnicas. Entre estas, foram elogiadas as apre-sentações da delegação portuguesa, que couberam à Dr.ª LeonorMartins e à estagiária Joana Reis.

A Dra. Leonor Martins foi, formalmente, a representante portu-guesa no Meeting e fez uma apresentação sobre o trabalhodesenvolvido no IH no âmbito das marés. Após uma breve rese-nha histórica sobre os primeiros marégrafos e a publicação daTabela de Marés em Portugal, descreveu a situação actual daRede Maregráfica Nacional (RMN) e o pessoal envolvido na

sua manutenção e desenvolvimento, bem como as perspectivasfuturas. Neste âmbito, a Dra. Leonor Martins fez ainda refe-rência ao trabalho desenvolvido para clientes externos enfati-zando, a nível internacional, os planos de estreitamento da cola-boração com o Permanent Service for Mean Sea Level (PSMSL)e com a University of Hawaii Sea Level Center (UHSLC). Poste-riormente, na qualidade de representante do Global Sea LevelObserving System (GLOSS), a Dra. Leonor Martins fez uma segundaapresentação baseada num relatório recentemente elaboradopelos dois principais coordenadores deste projecto. Em parti-cular, após uma descrição detalhada do ponto de situação, foifeita uma proposta de investimento de molde a revitalizar o projecto.

A estagiária Joana Reis, que contou com a assistência dasDr.as Leonor Martins e Marina Serpa, expôs os procedimentos eos critérios utilizados no Instituto para a renovação das constan-tes harmónicas (CH) da maré de um porto. Para o efeito, descre-veu as diversas etapas de cálculo com vista à renovação das CHde Leixões bem como as perspectivas para futuros desenvolvimentosda metodologia em causa. Após a apresentação, seguiu-se umainteressante discussão sobre alguns problemas encontrados.

Com um programa social preenchido, os delegados da Reuniãotiveram oportunidade de visitar, no dia 10 de Outubro, o Palá-cio Nacional da Pena, em Sintra, o Museu de Marinha e a fragata«D. Fernando II e Glória». No dia 13, os técnicos visitaramainda as divisões de Hidrografia e Oceanografia do IH; no finaldo dia, visitaram os Marégrafos de Cascais, num programa cordial-mente proporcionado pelos técnicos do IGP, a que se seguiu umjantar na Messe de Cascais presidido pelo CMG Lopes da Costa,Director Técnico do IH.

Nos dias 28 e 29 de Outubro, deslocaram--se três elementos da Divisão de Oceano-

grafia a Brest, ao Institute Français de Recherche pour l’Exploitation de laMer – IFREMER. O CFR Ventura Soares (chefe da Divisão de Oceanografia)e os Doutores Mariana Bernardino e José Paulo Pinto visitaram o Departa-mento de Oceanografia Espacial onde se reuniram com os Doutores PierreQueffeulou e Marc Prevosto no âmbito do projecto de cooperação Luso-Fran-cês «Utilização de dados de satélite e in situ para melhorar o conhecimentodas estatísticas de agitação marítima». Para além das reuniões técnicas,decorreram também encontros entre a delegação do IH e responsáveis dediferentes departamentos e directores de projectos em curso no IFREMER,com o objectivo de conhecer o trabalho dos respectivos grupos e de pres-pectivar futuras colaborações.

Oceanografia visita o IFREMER

A Sala de Reuniões no Clube Militar Naval

1TEN Jesus Correia, CFR Ventura Soares, ASSP Leonor Martins, ASSP Marina Serpa (não presente na foto) e Estagiária Joana Reis,

compuseram a delegação do IH

A delegação portuguesa: CFR Ventura Soares, Doutora Mariana Bernardino e Doutor José Paulo Pinto,

acompanhado do Dr. Pierre Queffeulou, enfrentandoventos ciclónicos em prol da Oceanografia

O IH navega nas marés internacionais

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21HIDROMAR N.º 85

Realizou-se, entre 12 e 15 de Outubropassados, a 5.ª sessão do IALA Aidsto Navigation Management Commit-

tee (ANM) em Saint Germain-en-Laye,Paris, com a participação do CTEN Proença Mendes, Chefe daDivisão de Navegação do Instituto Hidrográfico.

O ANM é um dos comités técnicos da Associação Interna-cional de Assinalamento Marítimo (AISM/IALA) e resultou da extin-ção do antigo Operations Committee, decidida na última Assem-bleia Geral – realizada em 2002 – que também estabeleceu oprograma de trabalhos para o quadriénio 2002-2006. Com esteComité, a IALA pretende ver reflectidos os requisitos dos nave-gantes no trabalho que produz – pelo que o ANM trabalha emestreita ligação com os restantescomités técnicos por forma a queseja assegurada a sempre alme-jada segurança da navegação.

O programa de trabalhos doANM inclui, para além das soli-citações permanentes que sãopostas à IALA:

• Identificação das necessidadesde Ajudas à Navegação (AN)para diferentes tipos de navios,incluindo os ultra-rápidos;

• Desenvolvimento de uma Reco-mendação sobre a informaçãoa ser disponibilizada pelos Automatic Information Systems (AIS)como AN, incluindo o seu uso como ferramenta de monitori-zação de tráfego;

• Desenvolvimento de Guias para a colocação e identificaçãode AN em áreas densamente construídas;

• Desenvolvimento de Guias sobre formas alternativas de pres-tação do serviço de AN, incluindo o insorcing e o outsorcing;

• Coordenação da revisão do IALA NAVGUIDE;• Revisão da Recomendação sobre a sinalização de campos

de aero-geradores no mar;

• Desenvolvimento de uma Reco-mendação sobre a sinalizaçãode campos de geradores utili-zando a energia das ondas;

• Desenvolvimento de uma reco-mendação sobre os objectivosde disponibilidade das AN.

O ANM reúne semestralmentecom cerca de 30 membros depaíses de todo o mundo que, paraa execução do programa, se dividem em dois grupos de traba-lho – sendo um deles presidido pelo CTEN Proença Mendes.

Para a manutenção de um alto nível de conhecimentos nestaárea sempre em evolução, são apre-sentados aos membros relatóriossobre os seguintes temas:

• Monitorização do uso das Guiasda IALA sobre gestão do risco apli-cada às AN;

• Monitorização do impacto dasnovas tecnologias nas AN;

• Monitorização das tendências resul-tantes do questionário anual da IALA;

• Monitorização dos trabalhos da OHI;• Monitorização dos trabalhos da IMO.

O facto da reunião se realizarnuma pequena localidade em que os membros se distribuempor dois hotéis próximos, permitiu o estabelecimento de rela-ções estreitas que permitem nos períodos de descanso a trocade informações técnicas e abordagem de assuntos relaciona-dos com problemas e dúvidas relativos ao mundo das NA, comresultados muito positivos ao nível da troca de experiências.

A participação no ANM permite continuar a dotar a Divisãode Navegação dos conhecimentos técnicos mais actualizadospara a elaboração e emissão de parecer sobre Projectos deAssinalamento Marítimo.

Reuniões da IALAAids to Navigation Management Committee

Participantes na reunião

Realizou-se entre 7 e 10 de Novem-bro em Montreal, no Canadá, o semi-nário de apresentação e demons-

tração do IALA Port and Waterway RiskAssessment Program (IWRAP), com a parti-cipação do Cte Proença Mendes, Chefeda Divisão de Navegação do IH.

O IWRAP é um dos grandes projec-tos em que a IALA (Associação Interna-cional de Sinalização Marítima) está envol-vida e consiste de uma aplicaçãoinformática que permite quantificar os níveisde risco para a navegação em vias navegáveis, tendo surgidona sequencia do uso por parte de algumas autoridades maríti-mas, de ferramentas para identificar e medir o risco nas vias nave-gáveis. A IALA criou um grupo de trabalho que incluiu peritos deuniversidades e das autoridades marítimas com experiência nestaárea, que reviu os modelos existentes e efectuou estudos de tráfego

marítimo, com o objectivo de criar ummodelo genérico de avaliação de riscoem portos e vias navegáveis, capaz deser aplicado em qualquer local específico.

Conseguiu-se assim um método stan-dard de avaliar o risco que pode ser utili-zado para comparar os níveis de riscoentre vias navegáveis. O IWRAP permiteainda a simulação de cenários, o quese torna útil na análise de propostas dealteração às vias, antes de estas seremimplementadas.

A participação no seminário do IWRAP permitiu continuara dotar a Divisão de Navegação dos conhecimentos técnicos eferramentas mais actualizados para a elaboração e emissão depareceres sobre Projectos de Assinalamento Marítimo.

PROENÇA MENDES, CTENCHEFE DA DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO

IWRAP – Port and Waterway Risk Assessment Program

A IALA é uma associaçãotécnica internacional semfins lucrativos. Foi estabele-cida em 1957 e reúne auto-ridades responsáveis pelosavisos à navegação, indús-tria e consultores de todo omundo. Mais informaçãoem www.iala-aism.org.

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22 HIDROMAR N.º 85

CD participa em Colóquio da ESRI Portugal

Participaram no «EUE 2004 – 3.º Encontro de Utilizadores ESRI: Da Inteli-gência Geográfica ao Retorno do Investimento», realizado em 23 de Novem-bro no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, o CTEN Bessa Pacheco,

o CTEN Reino Baptista, o Dr. Fernando Gomes e a estagiária Maria Simões.Neste Encontro, o IH apresentou um poster subordinado ao tema: «Medição das CorrentesInduzidas pela Agitação Marítima em Ambiente Costeiro: Aplicação de Ferramentas deSIG». CTEN Reino Baptista, CTEN Bessa

Pacheco, Dr. Fernando Gomes

Realizaram-se nos passados dias de 12 e 13 de Novem-bro, as VI Jornadas da Cultura Marítima da Nazaré, orga-nizadas pelo Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim

Manso e apoiadas pela Capitania do Porto e pela Câmara Muni-cipal. Estas jornadas foram dedicadas às «Zonas Costeiras nosaspectos económicos, culturais, ambientais e socias».

O IH foi convidado a parti-cipar nas referidas jornadas,tendo sido apresentadas pales-tras pelo CTEN SardinhaMonteiro («Navegação do séculoXXI») e pelo CTEN MesquitaOnofre («Observações oceano-gráficas ao largo da Nazaré»).

A representação da Marinhafoi ainda composta por pales-trantes do Comando Naval,Mergulhadores da Armada e

Direcção de Faróis, sendo complementada por uma Exposição dosMergulhadores da Armada e de Salvamento e Busca no Mar.

Considerada um sucesso pela comunicação social local, realça-se a qualidade da presença da Marinha, para a qual muitocontribuiu o CTEN Loureiro de Sousa, Capitão do Porto da Nazaré.

Destas jornadas foi ainda produto a preparação doCongresso do Mar, a realizarentre 31 de Março e 2 deAbril de 2005, dedicado aopatrimónio marítimo, aosrecursos marítimos, aos naviose navegação, à biodiversi-dade marinha, à diversidadee ambientes costeiros, aosaspectos fisiográficos e geoló-gicos da plataforma atlânticae ao mar como fonte de inspi-ração e conhecimento.

Jornadas da Cultura Marítima da Nazaré

CTEN Mesquita Onofre, CTEN Loureiro de Sousa e CTEN Sardinha Monteiro

Ao abrigo da cooperação bilateralentre Portugal e Cabo Verde, deslo-cou-se à cidade da Praia uma dele-

gação do Instituto Hidrográfico, compostapelo VALM Viegas Filipe e pelo CMG Lopesda Costa, e acompanhada pelo CTEN SilvaCarvalho, da Direcção de Faróis.

O «Projecto de Cooperação no Domí-nio da Hidrografia: levantamentos hidro-gráficos em Portos de Cabo Verde» visa reunir os recursos técni-cos e financeiros actualmente disponibilizados por instituiçõesportuguesas em favor do desenvolvimento do sector em CaboVerde e tem como base institucional o Acordo de Cooperaçãoentre os Governos Português e de Cabo Verde nos Domínios doDesenvolvimento Marítimo, Hidrografia, Cartografia, Segurançade Navegação e Oceanografia, assinado em 1988 e aprovadopelo Decreto 55/89, de 9 de Novembro.

A cooperação bilateral prevista para 2004, prevista no citadoprojecto submetido ao Instituto Português de Apoio ao Desen-volvimento (IPAD), previu duas acções. A primeira, disse respeitoàs actividades da Brigada Hidrográfica que, recentemente, efec-tuou levantamentos hidrográficos em três portos: Palmeira do Sal(16 a 23OUT), Sal-Rei da Boavista (23OUT a 10NOV) e Cidadeda Praia (10 a 20NOV). Posteriormente, foi considerada a hipó-tese de efectuar ainda levantamentos em S. Nicolau.

A segunda acção deste projecto refe-riu-se à realização de uma reunião para oestabelecimento da Comissão de Coorde-nação prevista no Acordo de 1988, encar-regue posteriormente de propor às autori-dades cabo-verdianas a realização de umoutro Projecto, de financiamento multilate-ral, com duração superior, referente à «Insta-lação de um Serviço de Hidrografia e de

Assinalamento Marítimo em Cabo Verde». Tal reunião decorreuentre 22 e 23 de Novembro e contou com a presença de diver-sas entidades cabo-verdianas, entre as quais a Direcção-Geralde Marinha e Portos, a Direcção Geral da Cooperação Inter-nacional, o Gabinete de Estudos do Ministério das Infra-estru-turas e Transportes, a ENAPOR S.A., a Direcção-Geral do Orde-namento do Território, a Direcção Geral das Pescas e o InstitutoNacional de Desenvolvimentos das Pescas. Portugal este aindarepresentando pelo Dr. Mário Machado, Adido de Cooperaçãoda Embaixada – em representação do IPAD.

Em Cabo Verde, o Vice-almirante Director-Geral teve opor-tunidade de apresentar cumprimentos ao Ministro de Estado edas Infra-Estruturas e Transportes, Dr. Manuel Inocêncio de Sousa,ao Embaixador de Portugal em Cabo Verde, Dr. Francisco RibeiroTelles e ao Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas de CaboVerde, Coronel Antero Matos.

Cooperação com Cabo Verde

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23HIDROMAR N.º 85

A20 de Outubro de 2004, o CMG Herlander Valente Zambujofoi nomeado para o cargo de Assessor do Director-Geralcom atribuições de coordenação de alguns projectos do

Instituto Hidrográfico. As suas actividades referem-se designada-mente à remodelação do edifício da Química e Poluição do MeioMarinho e Geologia Marinha, ao Sistema Integrado de Gestãoda Defesa Nacional (SIGDN), ao Sistema de Informação de Apoioà Gestão da Marinha (SIAGM) e ao Sistema Integrado de Avalia-ção do Desempenho para a Administração Pública (SIADAP). Sãoainda da sua competência a implementação do Sistema «Tempus»,a Directiva Sectorial de Recursos Humanos, a Directiva de PolíticaNaval, o Plano Director da Unidade, a Lei Orgânica, o Regula-mento Interno, os novos Quadros do Pessoal Militar e Civil (resul-tantes da futura Estrutura Orgânica), o Plano de Actividades para2005 e Relatório de Actividades de 2004. Estes assuntos, sobe-jamente relevantes, implicam a coordenação entre as diferentesDirecções e Sectores do Instituto Hidrográfico. A sua transversali-dade e interdisciplinaridade são, assim, cumpridas pelo Assessorpara a Coordenação.

Conhecedor da dinâmica institucional do IH, o CMG Herlan-der Zambujo desempenhou funções no Instituto Hidrográfico, pelaprimeira vez, em Outubro de 1989, onde, além de Chefe doServiço de Electrónica e Electricidade, acumulou com a chefiado grupo de projecto para a remodelação das Instalações Navaisda Azinheira – que envolveu áreas muito diversificadas, desde

a construção civil à rede deesgoto, água e electrici-dade, arruamentos, ajardi-namento, e ainda a cons-trução de uma pista parahelicópteros. Passou depoispela Direcção de Navios e,entre 1996 e 1999, esteveem Macau – primeiro comoCapitão dos Portos-Adjunto e posteriormente como Capitão dosPortos de Macau.

Em Dezembro de 1999, regressou ao Instituto Hidrográ-fico, tendo sido nomeado (em Junho de 2000) Director dosServiços de Apoio. Nos dois anos que se seguiram, o CMGValente Zambujo deixou uma extensa obra de reabilitação emodernização do Edifício-sede, que incluiu a modernizaçãodos Serviços Gerais, das Artes Gráficas, da Divisão de Ocea-nografia, da Biblioteca, do parque de viaturas, dos Claustroe ainda a reinstalação, engenhosamente prevista, da Direc-ção Financeira e do Serviço de Electrotecnia. A 28 de Junhode 2002 assume o Comando da Base Naval de Lisboa. Em 1de Setembro de 2004, terminado o Curso Superior Naval deGuerra, regressa de novo ao IH.

Ao CMG Valente Zambujo, homem do Mar e das Artes, oHidromar deseja os mais sinceros votos de sucessos profissionais.

No passado dia 23 deSetembro, no PóloMuseológico de

Acesso à Biblioteca, tomouposse como Chefe do Servi-ço de Pessoal o Capitão--tenente SEH José Manuel Fia-lho Lourenço, sucedendo aoCapitão-de-fragata SEH JoséCelso Queiroz Tavares Mas-carenhas.

Conhecedor de há largosanos da dinâmica e daestrutura do Instituto, o Cte.Fialho Lourenço desenvol-

veu funções, por muito anos, na Direcção Técnica. Esteve ligadoà Brigada Hidrográfica, à Divisão de Levantamentos Hidrográ-ficos e à Divisão de Cartografia Náutica – posteriormente desig-nada de Divisão de Hidrografia, onde colaborou na reorgani-

zação da Divisão, na implementação de novas normas de Carto-grafia, na aplicação nacional da simbologia Internacional emuso em Cartas Náuticas e no desenho do Novo Fólio Carto-gráfico do IH, actualmente em vigor. Fez ainda parte da equipade representação nacional junto da Organização HidrográficaInternacional, o que lhe permitiu participar nas reuniões e confe-rências integrado em delegações de Portugal. No âmbito daCooperação Luso-Francesa, junto da Comissão OceanográficaIntergovernamental da UNESCO, foi designado membro da Comis-são de redacção da Carta Batimétrica Internacional do Atlân-tico Central e Oriental. Até esta data, desempenhou ainda asfunções de Chefe do Serviço de Publicações.

Reconhecendo o exercício das suas novas funções como umaincursão numa área totalmente nova (…): os Recursos Humanos,o Cte. Lourenço deixou uma mensagem de motivação à sua equipade trabalho.

Ao Cte. Lourenço, o Hidromar deseja as mais sinceras feli-cidades no cumprimento desta nova missão.

Novo Assessor do Director-Geral

CTEN Fialho Lourenço assume a chefia do Serviço de Pessoal

PRE IA-MARBAIXA-MAR

Mudança de cargos

Na próxima edição, o Instituto Hidrográfico propõe-se dirigir aos navegantese ao público interessado nas suas actividades.

A edição n.º 86 será, assim, um Hidromar Especial 2005.

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24 HIDROMAR N.º 85

No dia 7 de Setembro, na presença do Coman-dante Naval Vice-almirante Silva da Fonseca,decorreu na Base Naval de Lisboa a cerimó-

nia de entrega de comando do NRP Andrómeda.Desde 2001, esta unidade fora comandada pelo

1TEN Alcobia Portugal; durante o seu comando, aAndrómeda efectuou cerca de 1800 horas de nave-gação nos 262 dias de missão – sendo na sua quasetotalidade, missões de apoio a trabalhos do Instituto Hidrográfico, nomeadamentena área da monitorização ambiental, sedimentologia, tomografia acústica e agita-ção marítima, envolvendo lançamento, operação e recuperação de instrumenta-ção científica. Foi ainda efectuada a cobertura fotográfica da foz do Minho à fozdo Guadiana para a actualização do Roteiro da Costa de Portugal Continental.O navio foi também envolvido no dispositivo naval accionado por ocasião doacidente do navio Prestige.

Ao 1TEN Delgado Vicente, que transita da Brigada Hidrográfica para a Andró-meda, o Hidromar deseja as mais sinceras felicitações.

Novo Comandante do NRP Andrómeda

1TEN Rafael da Silva:o novo reforço dos Navegadores

Desde o dia 24 de Setembro, o 1TEN Rafael da Silva prestaserviço na Divisão de Navegação, na área do Materialde Navegação e Meteorologia Náutica.

O 1TEN Paulo Alexandre Rafael da Silva nasceu em Lisboa,em 10 de Janeiro de 1970. Ingressou na Escola Naval em 1988e em Outubro de 1993 foi promovido ao postode Guarda-Marinha e a sua primeira comissãode embarque como oficial foi no NRP ÁlvaresCabral, onde prestou serviço até Setembro de 1996.

Entre Setembro de 1996 e Novembro de1997 frequentou o 8.º Curso de EspecializaçãoOficiais em Navegação. Após a especializaçãoprestou serviço nos seguintes locais e funções:• NRP Comandante Hermenegildo Capelo, de

Novembro de 1997 a Novembro de 1999;

• NRP Álvares Cabral, de Novembro de 1999 a Maio de 2002,como Chefe de Serviço de Navegação.

• Escola Naval, de Maio de 2002 a Maio de 2003, como instru-tor de Cálculos Náuticos;

• NRP Sagres, de Maio de 2003 a Setembro de 2004, comoChefe de Serviço de Navegação.

Actualmente, frequenta o MSc in Navigation Technologiesna University of Nottingham, actividade que acumula com asfunções na Divisão de Navegação. Ao Primeiro-tenente Rafael

da Silva foram concedidas as seguin-tes medalhas: Medalha Militar de Mé-rito Militar de 3.ª classe, Medalha deCruz Naval de 3.ª classe e a Meda-lha OTAN, comemorativa da opera-ção Sharp Guard.

Ao 1TEN Rafael da Silva, o Hidro-mar deseja os mais sinceros votos desucesso na prossecução da suamissão.

AEng.ª Lígia Robles realiza, desde meados domês de Outubro,no Centro de Dados, um está-

gio curricular. A Eng.ª Lígia Robles é licenciada emEngenharia Agronómica e está a frequentar o mestrado

em Sistemas de Informação Geográfica no Instituto SuperiorTécnico. Este estágio, a decorrer sob supervisão do CTEN

Bessa Pacheco e com duração estimada de dois meses, tempor objectivo a realização de um projecto de aquisição expe-dita e respectiva exploração dos dados geográficos de cruzei-ros de investigação científica estrangeiros a realizar em águassob soberania ou jurisdição nacionais, com recurso ao SIGArcGIS.

Aos leitores do HidromarA partir da próxima edição, o Hidromar será distribuído a quem expressamente o desejar. No cumprimento deum esforço de contenção de custos e de recursos, solicita-se aos leitores do IH que informem, por escrito, a suaintenção de receber a publicação em suporte papel, fazendo referência à sua identificação (nome, posto, serviço,funções e morada do local de recepção). Esta informação deverá ser remetida a [email protected] é já habitual, a versão digital em formato PDF está acessível em www.hidrografico.pt.

Estágio no Centro de Dados

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25HIDROMAR N.º 85

Entre os dias 19 e 23 de Setembro, os Capitães-de-fragataRachid Essoussi, Chefe do Serviço Hidrográfico e Ocea-nográfico da Tunísia, e Jawhar Louhaichi, seu adjunto, visi-

taram Lisboa, a convite do Instituto Hidrográfico.Acompanhados pelo 1TEN Jesus Correia, foi proporcionado

às visitas um intenso programa técnico e social.No dia 20 de Setembro, os Comandantes Essoussi e Louhai-

chi apresentaram cumprimentos ao Sub-CEMA, CALM Lima Bace-lar. Após a curta passagem pelo Estado-Maior da Armada, tive-ram oportunidade de visitar o Instituto Hidrográfico, tendo assistidoao videograma no Auditório. Seguiu-se uma visita às Divisõesde Hidrografia, Navegação e Oceanografia, onde conheceramas suas mais recentes actividades e recursos técnicos. Consti-tuindo igualmente a Escola de Hidrografia e Oceanografia umdos eixos da cooperação bilateral com a Tunísia, os visitantesconheceram as suas instalações, conduzidos pelo CFR OliveiraLemos, Director de Instrução. Ainda nessa tarde, os ComandantesEssoussi e Louhaichi visitaram as Instalações da Azinheira, acom-panhados pelo 1TEN Brites de Pinho, onde, dada a proximi-dade do Dia da Unidade, testemunharam a montagem dos equi-pamentos técnicos patentes nas exposições alusivas à essaefeméride. Foi-lhes ainda apresentada, pelo CTEN Vieira Branco,a Brigada Hidrográfica.

Sendo identicamente os Faróis relevantes na cooperação bila-teral com aquele País, no dia 21 foi gentilmente proporcionada,pelo CMG Brites Nunes e pelo CFR Silva Ramos, uma visita àDirecção de Faróis e ao Farol da Guia.

No âmbito social, a delegação da Tunísia apreciou o legadohistórico do Museu de Marinha, guiada pelo 2TEN GonçalvesNeves e foi ainda recebida pelo CMG Guerreiro Brou, Coman-dante da Fragata D. Fernando II e Glória.

O último dia, dedicado a Sintra, foi preenchido com umainteressante visita aoPalácio Nacional daPena e à Quinta daRegaleira.

No Livro de Honrado Instituto Hidrográ-fico ficaram, paramemória, inscritaspalavras de elogio daexcelência do InstitutoHidrográfico.

Serviço Hidrográfico da Tunísia em Lisboa

Apresentação na Divisão de Navegação

Os CFR Rachid Essaussi e Jawhar Louhaichi, acompanhados pelo 1TENJesus Correia e CFR Silva Ramos

Visita dos Agentes de Polícia Marítima ao IH

No passado dia 13 de Novem-bro, o 30.º Curso de Formaçãode Agentes da Polícia Marítima

visitou o Instituto Hidrográfico. Os 25elementos foram acompanhados peloCoordenador do Curso, Chefe da Polí-cia Marítima José Gaspar Simões. Osalunos visitaram as Divisões da Direc-ção Técnica do Instituto Hidrográfico,com ênfase na área da Química e Polui-ção. Foi objectivo da visita a sensibili-zação dos alunos para as actividadesem laboratório, nomeadamente na áreados cuidados decorrentes da recolha deamostras.

BEM-VINDOA B O R D O

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Cadetes no Centro de Dados

Os cadetes Gomes Goulart e Franco Preto, do 3.ºano, e Carlos Raposo e Robert Viola, do 4.º ano

do curso de fuzileiros da Escola Naval, realizaram noInstituto Hidrográfico a componente prática da disci-plina de Elementos de Cartografia e Sistemas de Infor-mação Geográfica. As aulas foram leccionadas noCentro de Dados pelo CTEN Bessa Pacheco e Dr.ª MariaRaposo, com recurso ao sistema SIG ArcGIS.

Aspirantes de AdministraçãoNaval visitam a DF

No dia 18 de Novembro, oito aspirantes de AdministraçãoNaval (seis portugueses e dois estrangeiros) visitaram o

Instituto Hidrográfico, com o objectivo de contribuir paraa formação complementar na área da gestão orçamentale contabilidade analítica. Acompanhados pelo CFR ANSilva Duarte, o grupo assistiu ao videograma do Insti-tuto e a uma apresentação sobre as actividades daDirecção Financeira.

Seguidamente, tiveram oportunidade de conhecero Serviço de Finanças e Contabilidade. O planea-mento orçamental, com ênfase nas receitas, a execu-ção orçamental (Plano Oficial de Contabilidade Pública

e relatório e contas) e a unidade de tesouraria foram as áreasabordadas. Depois, os aspirantes visitaram o Serviço de Controlode Gestão, onde contactaram com as temáticas de estruturafuncional e tabelas de custos padrão, planeamento das acti-vidades e sua valorização, elaboração de orçamentos a clien-tes, apuramento de custos e análise de desvios e facturação.

Visita de alunos da Escola Naval

Novas edições• CNO 26310 – BARRA E PORTO DE PORTIMÃO – 3.ª edição, Abril 2004, escala 1/7 500

• CNO 26309 – PORTO DE SETUBAL (da Carraça à Ilha do Cavalo) – 2.ª edição, Maio 2004, escala 1/15 000

• CNO 26311 – BARRA E PORTOS DE FARO E OLHÃO – 2.ª edição, Maio 2004, escala 1/15 000

• DOCUMENTO TÉCNICO N.º 35 – Tectono-Estratigrafia da Plataforma Contonental Setentrional Portuguesa – Lisboa 2004

• DOCUMENTO TÉCNICO N.º 36 – Parâmetros Quimiométricos para Identificação/Classificação de Derrames de Produtos

Petrolíferos – Lisboa 2004

Cadetes conhecem o PROGOMAN

A18 de Outubro, no âmbito da Disciplina de Marinharia, 13 cade-tes da Escola Naval, acompanhados pelo CTEN Carmona, profes-

sor da Escola, visitaram o IH, em particular a Divisão de Navega-ção, com o objectivo de conhecer o PROGOMAN (programa deprovas de governo e manobra) desenvolvido para o processamentode elementos evolutivos do navio.

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Que ciência se faz emPortugal? Quem sãoos nossos cientis-

tas? Como trabalham? O que investigam? Que resultados obtêm?Estas são as perguntas que se pretendem ver respondidas nasactividades da Semana da Ciência e Tecnologia 2004, promo-vida pela Ciência Viva. Assim, as instituições científicas abremas suas portas dando a conhecer as actividades que desen-volvem, através de um contacto directo com opúblico.

Instituto Hidrográfico esteve «portas abertas», entre22 a 26 de Novembro, proporcionando uma expo-sição vocacionada para o público em geral – comparticular ênfase nos jovens. Assim, a incitativa foidivulgada junto das escolas da área da cidade de

Lisboa, com vista a proporcionar a alunos dos 7.º ao 11.º ano doEnsino Básico um contacto pessoal com o Instituto.

Para o efeito, o Gabinete de Multimédia preparou uma expo-sição, em que foram apresentados pósteres de divulgação dasactividades de investigação desenvolvidas pela DirecçãoTécnica. Além do videograma do Instituto Hidrográfico, foi dispo-nibilizado o acesso aos dados on-line na página Internet doInstituto e a impressão de cartas em plotter.

Um grupo deseis pessoas,participantes

nas Jornadas do Mar 2004, acompa-nhado pelos aspirantes Gomes Moraise Barbosa Queirós, visitou o InstitutoHidrográfico no dia 24 de Novembro.Provenientes das mais diversas áreas deconhecimento, do Direito à Enfermagem,tiveram oportunidade de conhecer as acti-vidades do Instituto Hidrográfico atra-vés do videograma e de uma exposi-ção de pósteres elaborados peloGabinete de Multimédia.

As Jornadas do Mar sãobianualmente organi-zadas pela Escola Navale dirigidas a estudantesdo ensino universitário.Este ano dedicadas aotema «O Mar: umOceano de oportunida-des», visam a promoçãodo conhecimento e dainvestigação de todas asáreas de conhecimentoligadas ao mar.

Instituto Hidrográfico de portas abertas

Participantes das Jornadas do Mar conhecem o Instituto Hidrográfico

Tiveram início no dia 11 de Outubro as aulas do Cursode Especialização de Oficiais em Hidrografia (CEOH)2004/2005, da Escola de Hidrografia e Oceanogra-

fia. A sessão de apresentação do Curso foi dirigida, nessemesmo dia, pelo CFR Oliveira Lemos – Director de Instru-ção da Escola. São alunos o 1TEN Brito Afonso, o 1TENCalisto de Almeida, o 1TEN Pinto da Silva, o OMM BastosFigueiredo, o 2TEN Monoom Turki (da República da Tuní-sia) e o Eng. Arlindo Faustino (do Instituto Nacional de Hidro-grafia e Navegação de Moçambique).

Curso de Especialização de Oficiais em Hidrografia2004/2005

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No quadro do pro-jecto Internatio-nal Bathymetric

Chart of the Central andEastern Atlantic (IBCEA)da Comissão Oceano-gráfica Intergoverna-mental da UNESCO(COI) e da OrganizaçãoHidrográfica Internacio-nal (OHI), e em coope-ração com as Universi-dades «Pierre et MarieCurie» e «Paris-Sorbon-ne», em Paris, deslocou-se ao Instituto Hidrográ-

fico o Professor Jean-René Vanney.Numa acção financeiramente assistida pelo Gabinete de Rela-

ções Internacionais do Ministério da Ciência e do Ensino Supe-rior (GRICES), o Professor Vanney colaborou com a Divisão deHidrografia durante três semanas, com o objectivo de prosse-guir o projecto IBCEA.

Para Portugal, o projecto IBCEA tem atribuído a respon-sabilidade das seguintes folhas de cobertura cartográfica: folhaIBCEA 1.01 (Portugal – Portugal Continental), 1.02 (Portugal- Arquipélago da Madeira), 1.03 (Portugal – Arquipélago dosAçores) e 1.07 (Arquipélago de Cabo Verde). No correnteano, e durante a sua missão, o Professor Vanney efectuou umtrabalho conjunto de compilação cartográfica para a folha

IBCEA 1.02 e de revisão de nomenclatura do relevo subma-rino e aprovação final para impressão da folha 1.03.

O homem que afirmou l’océan est le sang de la planète (o oceanoé o sangue do planeta) é autor de obras de referência dedicadasao mar, tendo sido premiado pela Associação de Escritores de LínguaFrancesa (Grand Prix de la Mer). Das suas obras destacam-se Géogra-phie de l’ócéan global, Géomorphologie de la marge continentalesud-americaine, La plate-forme continentale du Portugal et lesprovinces adjacentes: analyse géomorphologique, Le mystèredes abysses: Histoires et découvertes des profondeurs océani-ques, Géomorphologie des Plates-Formes Continentales.

Jean-René Vanney é professor na Université de Paris-Sorbonne,onde lecciona Geogra-fia Física e Geomorfolo-gia do Oceano; é inves-tigador associado doLaboratório de GeologiaEstrutural da UniversitéPierre-et-Marie-Curie,membro da Academiade Marinha (França) etambém vice-presidenteda Fondation InstitutOcéanographique Albertler de Monaco – ondedesempenha as funçõesde responsável do Insti-tuto Oceanográfico deParis.

Professor Vanney no Instituto Hidrográfico

Há precisamente 10 anos estava a passear por Paris,ao longo do rio Sena, e dei por mim a passar osdedos por uma banca de postais antigos. Mera curio-

sidade. Dois desses postais chamaram-me à atenção…tinham imagens de Lisboa.

Um mostrava o Rossio, nos idos anos 30, e o outro umaparte da zona ribeirinha – com um navio da Marinha de Guerra

em destaque. Não sou coleccionador deste tipo de artigos,mas não resisti e comprei-os por 1 franco cada um.

O postal que mostra a zona ribeirinha é o mais inte-ressante. O navio arvora a bandeira da monarquia e a dataaposta pelo remetente, D. Antão de Chatillon, é de 15 deAgosto de 1903. Já lá vão mais de 100 anos.

Passados 10 anos sobre a sua aquisição, e depoisde muito tempo devidamente emol-durado e pendurado numa parede,pareceu-me reconhecer precisa-mente a zona fotografada. Olhei…comparei com imagens actuais… eidentifiquei o Convento das Trinas.Está no canto superior esquerdo,logo abaixo da linha do horizonte.Distingue-se também neste postala Igreja de Santos – e é ainda possí-vel reconhecer algumas fachadasdos edifícios ribeirinhos. Qual seriao navio atracado na Rocha do Conded’Óbidos? Mera curiosidade…

BESSA PACHECO, CTEN

Fotografias antigas, inéditas ou curiosasFotografias antigas, inéditas ou curiosas

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Actividades das Divisões e Navios hidrográficosCENTRO DE DADOS O CTEN Bessa Pacheco partici-pou nas seguintes actividades: nos dias 21 e 28 de Outu-bro e 4, 11 e 18 de Novembro decorreram as Reuniõessemanais da Comissão do Domínio Público Marítimo, noMinistério da Marinha; no dia 7 de Novembro, ocorreuuma Reunião na DAGI no âmbito da administração de dadosda Marinha. Entre 10 e 12 Novembro, o CTEN Reino Baptistaparticipou no Curso ADP-SSO (segurança informática) dadopela NATO-LATINA (Nato communications and informationsystems school), na Escola Naval.

GEOLOGIA MARINHA Entre 17 e 20 de Outubro, oTS1 Luís Rosa deslocou-se a Brest no âmbito de uma visitatécnica ao IFREMER e ao navio Le Suroit. Esta deslocaçãovisou a aquisição de esclarecimentos diversos, que permi-tam a finalização das Especificações Técnicas do Sub-bottomProfiler a instalar no NRP Gago Coutinho. Entre 20 e 24de Outubro a INVA Aurora Bizarro e INVC Anabela Oliveiradeslocaram-se a Veneza para participação na 2.ª reuniãoanual do projecto europeu EUROSTRATAFORM. Nessa reuniãoforam apresentados os trabalhos realizados até ao presentee foram planeadas novas acções. No período 25 a 31 deOutubro foi desenvolvido o Cruzeiro DISEPLAT, a bordo doNRP Auriga, para implementação da metodologia de colheitade amostras verticais (com vibrocorer) e aquisição de amos-tras verticais na área adjacente ao estuário do Sado. Devidoa condicionantes meteorológicas não foi possível a reali-zação dos trabalhos na zona de Setúbal – pelo que o navionão saiu do Tejo. Entre 2 e 7 de Novembro, a Geologiaparticipou no cruzeiro DISEPLAT, a bordo do NRP Auriga,para teste e ensaio da manobra de colheita de amostrasverticais de sedimentos. Esteve embarcada uma equipa técnicaliderada pelo TSP João Duarte. Outros elementos que parti-ciparam: TSA Joaquim Duarte, ASP OF Laura Reis, CaboHelder, Cabo Leitão e TPEP Fernanda. Entre 2 e 7 de Novem-bro, os INVC Anabela Oliveira, 2TEN Cecília Luz, STENAna Santos, TSA Alexandra Morgado e AAP António Bada-gola participaram no cruzeiro EUROSTRATAFORM, a bordodo NRP D. Carlos I. No dia 15 de Novembro, a Geologiaparticipou nas actividades da Celebração da Semana doMar a bordo do NRP D. Carlos I com a elaboração de umposter sobre o Canhão da Nazaré e demonstração de ummergulho com o sistema ROV, na baía de Cascais. Partici-param os INVA Aurora Bizarro, TS1 Luís Rosa, 2TEN MarquesMourato, 2TEN Torga Dionísio, SARG Rocha e AAP Antó-nio Badagola. Entre 15 e 20 de Novembro, a Divisão parti-cipou no Cruzeiro EUROSTRATAFORM (Fase II – Geofísica),a bordo do NRP D.Carlos I, para aquisição de dados degeofísica na plataforma envolvente ao Canhão da Nazaré.Foram utilizados os sistemas Chrip, Boomer e Sparker. Apro-veitando as condições meteorológicas excepcionais, foi efec-tuada uma tentativa para localização e recuperação do ADCPperdido ao largo da Nazaré. A operação de recuperaçãoocorreu no dia 19, com recuperação do ADCP. Para alémdos trabalhos de geofísica e ROV, foi ainda efectuado umlevantamento do curso superior e médio do eixo do Canhãoda Nazaré. Participaram nesta actividade os INVA AuroraBizarro, TS1 Luís Rosa, 2TEN Marques Mourato, 2TEN TorgaDionísio, SARG Rocha e AAP António Badagola.

OCEANOGRAFIA No dia 29 de Setembro procedeu-se à recolha de um Acoustic Doppler Current Profiler RDIWHS 600KHz, a bordo do NRP Auriga no âmbito do projectoEUROSTRATAFORM. Nos dias 29 e 30 de Setembro a equipade campo da secção de marés deslocou-se a Faro e Porti-mão tendo efectuado trabalhos de controlo e manutençãodos marégrafos de campanha aí localizados. No dia 6 deOutubro de procedeu-se a mais uma missão de monitori-zação ambiental do emissário submarino da Guia, no âmbitodo projecto «Sanest», a bordo do NRP Andrómeda. No dia07 de Outubro efectuaram-se trabalhos de recolha de sedi-mentos a bordo do NRP Andrómeda. O Cte Mesquita Onofredeslocou-se a Itália tendo participado na conferência Nato.Nos dias 7 e 8 de Outubro a equipa de campo da secçãode marés deslocou-se a Óbidos e à Nazaré tendo efec-tuado trabalhos de controlo e manutenção dos marégrafosde campanha aí localizados. No período 24 a 31 de Outu-bro, o CTEN Mesquita Onofre deslocou-se a Itália tendoparticipado na conferência Nato. Efectuaram-se trabalhosoceanográficos no âmbito do projecto «ATOMS» e a equipade campo da secção de marés deslocou-se a Viana do Castelo,Leixões e Aveiro, tendo efectuado a manutenção preventivae correctiva dos marégrafos aí localizados. O CFR VenturaSoares deslocou-se a Brest, tendo participado numa reuniãono âmbito da cooperação Luso-Francesa/IFREMER. O objec-tivo da reunião teve como pano de fundo a validação deum modelo de tratamento de dados adquiridos pelas BóiasOndógrafo. Entre 1 e 7 de Novembro, decorreu a bordo

no NRP D. Carlos I a missão oceanográfica de recolha dedados no âmbito do projecto EUROSTRATAFORM. A bordodo NRP Auriga fundearam-se duas amarrações para servirde apoio ao projecto acima referido. No período compreen-dido entre os dias 3 e 5 de Novembro, a Dra. Sara Almeidaparticipou na 5.ª conferência de sistemas de informaçãono Instituto Superior Técnico. A equipa de campo da secçãode marés deslocou-se a Peniche e Óbidos, tendo efectuadoa recolha de dados, manutenção preventiva e correctivados marégrafos de campanha aí localizados. Entre 10 e12 de Novembro, a equipa de campo da secção de marésdeslocou-se a Sesimbra para reactivar a estação maregrá-fica, na qual foram integrados um marégrafo de radar eoutro de pressão. No dia 14 de Novembro de 2004, termi-nou a missão oceanográfica de recolha de dados no âmbitodo projecto EUROSTRATAFORM. O CFR Ventura Soares deslo-cou-se a Itália tendo participado na reunião do comité cien-tífico nas instalações do NATO Undersea Research Center(NURC). No dia 18 de Novembro de 2004, realizaram-setrabalhos topográficos de apoio à coordenação da esta-ção meteorológica de Tavira. Entre 15 e 21 de Novembro,a equipa de campo da secção de marés deslocou-se a Sesim-bra para dar continuidade aos trabalhos relacionados coma reactivação da estação maregráfica. A mesma equipadeslocou-se a Peniche no sentido de proceder a trabalhosde controlo e manutenção do marégrafo de campanha aílocalizado. Ao largo da Nazaré, concluiu-se com êxito otrabalho de recuperação de um Acoustic Doppler CurrentProfiler (ADCP) a bordo do NRP D. Carlos I.

NAVEGAÇÃO Entre os dias 28 e 30 de Setembro, oCTEN M. Guerreiro efectuou recolha de registos fotográfi-cos aéreos para a elaboração da 3.ª Edição do Roteiro daCosta de Portugal – Portugal Continental, a bordo de heli-cópteros de Marinha. No dia 19 de Outubro, o 1TEN Rafaelda Silva efectuou montagem de um receptor DGPS a bordodo NRP Zaire com missão na Zona Marítima da Madeiraa partir de 21 de Outubro de 2004. A montagem destereceptor visa efectuar testes de cobertura e de alcance daestação DGPS de Porto Santo nas águas do arquipélagoda Madeira. No dia 21 de Outubro, o mesmo oficial efec-tuou compensação da agulha magnética de governo e padrãodo NRP Zaire no Rio Tejo. No dia 2 de Novembro, foi efec-tuada a compensação e regulação das agulhas magnéti-cas do NRP Jacinto Cândido, a sul de Sesimbra. Esta compen-sação foi efectuada pelo CTEN Manuel Guerreiro e a elaassistiram 3 oficiais do Instituto Portuário e dos TransportesMarítimos, que haviam frequentado no ano passado umcurso sobre agulhas magnéticas no Instituto Hidrográfico.Nos dias 8 e 9 de Novembro, o CTEN M. Guerreiro efec-tuou recolha aérea de registos fotográficos para a elabo-ração da 3.ª Edição do Roteiro da Costa de Portugal –Portugal Continental, referentes à Costa Oeste, desde o CaboEspichel até ao Caminha (2 voos utilizando os meios deDRIHELI). Nos dias 8 a 10 desse mês, o CTEN ProençaMendes participou no Seminário sobre a Ferramenta daIALA para avaliação do Risco de Vias Navegáveis. No dia12, o CTEN Sardinha Monteiro proferiu uma palestra sobrenavegação nas Jornadas de Cultura Marítima na Nazaré.A 14 de Novembro, o CTEN Sardinha Monteiro efectuoua programação final e colocação em funcionamento da Esta-ção DGPS da Horta – Açores. A 15 de Novembro, o CTENProença Mendes e o CTEN Sardinha Monteiro participa-ram na Reunião com Portos dos Açores, S.A., no âmbitoMACAIS, em Angra do Heroísmo – Açores. No dia 16 deNovembro, o CTEN Manuel Guerreiro participou na ReuniãoEMA – DIVPLAN no âmbito projecto SIGAI (o representantedo IH é o 1TEN Rafael da Silva). No dia 19, os CTENProença Mendes e Sardinha Monteiro participaram na Reuniãocom Administração dos Portos da Região Autónoma daMadeira, no âmbito MACAIS, no Funchal – Madeira. Nessedia o CTEN Manuel Guerreiro efectuou a compensação daAgulha Magnética e Governo no NRP Jacinto Cândido.

QUÍMICA E POLUIÇÃO No dia 20 de Setembro foidada continuidade ao trabalho iniciado no passado dia 6,no âmbito da missão denominada EMINAG, que tem comoobjectivo a caracterização e monitorização das principaiszonas estuarinas da costa portuguesa, assim como dos emis-sários submarinos. Esta missão envolve o NRP Auriga e meiosnavais locais. Foram efectuadas as campanhas de camporeferentes aos estuários dos rios Tejo, Sado, Mira Guadianae Ria Formosa. Os emissários amostrados foram os de Sesim-bra e Sines. Em todas as estações foram colhidas amostrasde água e sedimento, que seguidamente foram preserva-das e conservadas de imediato para posterior análise emlaboratório. No dia 7 de Outubro foi realizada mais umacampanha de monitorização do projecto VALORSUL, com

recolha de amostras de água e sedimento em três estaçõesdo estuário e na vala de drenagem, na zona envolvente àcentral de tratamento de resíduos sólidos urbanos, em S. Joãoda Talha. As amostras de água foram colhidas em situaçãode preia-mar e de baixa-mar. Todas as amostras foram preser-vadas e conservadas para posterior análise em laborató-rio. No dia 22 de Outubro foi realizada a campanha derecolha de amostras no âmbito do projecto de caracteri-zação de material a dragar, nos portos de Vila do Condee Póvoa do Varzim. Este trabalho foi solicitado, ao IH, peladelegação do Norte do Instituto Portuário dos transportesMarítimos (IPTM). Foram recolhidas 4 amostras em cadaporto e que serão alvo de análises físico-químicas a realizarnos laboratórios da QP e GM, com vista à classificação domaterial a dragar de acordo com o DL, II Série, n.º 141, de21 de Junho de 1995. No dia 18 de Novembro foi reali-zada mais uma campanha de águas subterrâneas no âmbitodo projecto VALORSUL. Foram recolhidas amostras de água,em seis piezómetros localizados nas imediações da Centralde tratamento de Resíduos Urbanos, em S. João da Talha.Dois piezómetros atingem os 25 metros de profundidade eos restantes apenas 15 metros. As amostras de água foramcolhidas em colaboração com os técnicos da LABELEC eseguidamente foram preservadas e acondicionadas paraposterior análise em laboratório. No dia 19 de Novembrofoi realizada mais uma campanha de monitorização doprojecto VALORSUL, com recolha de amostras de água emtrês estações do estuário e na vala de drenagem, na zonaenvolvente à central de tratamento de resíduos sólidos urba-nos, em S. João da Talha. As amostras foram colhidas emsituação de preia-mar e de baixa-mar e foram preservadase conservadas para posterior análise em laboratório.

BRIGADA HIDROGRÁFICA Na semana de 20 a 26de Setembro, a BH concluiu o levantamento topo-hidrográ-fico da Lagoa de Óbidos, trabalho solicitado pelo INAG.Na semana 27 de Setembro a 3 de Outubro, iniciou o levan-tamento hidrográfico do estuário do Tejo, da Torre de Belémao Mar da Palha, trabalho que se insere no âmbito da APL.Entre 16 de Outubro e 24 de Novembro, efectuou levan-tamentos de quatro portos em Cabo Verde. Deu início aolevantamento hidrográfico do canal de Faro e Barra ComumFaro-Olhão, ao abrigo do protocolo com o IPTM.

Agrupamento de NaviosNRP D. CARLOS I Executou o apoio REA ao exercí-cio naval CONTEX/PHIBEX 04 até 22 de Setembro. Tendodepois largado a 27 de Setembro, em 8 de Outubro termi-nou a execução da missão DELILA, a sul do Algarve e parcial-mente na ZEE de Marrocos (levantamento a sonda multi-feixe). Entre 22 e 26 de Outubro executou a missão ATOMS(tomografia acústica/acústica submarina com a Universi-dade do Algarve).) Executou de 2 a 21 de Novembro amissão EUROSTRATAFORM, tendo permanecido na BNL de10 a 14NOV. No dia 15 de Novembro realizou-se a bordouma visita VIP.

NRP ALM. GAGO COUTINHO No Arsenal do Alfeiteaguardando adaptação a navio hidrográfico.

NRP AURIGA Realizou a missão EMINAG de 20 a 23de Setembro entre Lisboa e Sines (colheita de amostras deparâmetros químicos). Foi efectuada recolha das amarra-ções de correntometria no canhão da Nazaré no dia 29de Setembro (projecto EUROSTRATAFORM). Executou a missãoDISEPLAT (sedimentos na plataforma continental – testes vibro-corer) de 2 a 5 de Novembro. É previsto executar no períodode 22 a 28 de Novembro, a missão LEVAVEIRO (buscasembarcação pesca «Salgueirinha»).

NRP ANDRÓMEDA Executou a missão EUROSTRA-TAFORM (Geofísica nas Aproximações a Lisboa e Canhãoda Nazaré) até 23 de Setembro. Entre 6 e 8 de Outubro,executou a missão SANEST (monitorização ambiental dacosta do Estoril) na zona de Cascais. Posteiormente, e porcancelamento da missão SISPLAT (sísmica ligeira na plata-forma continental entre Sines e Sesimbra) por falta de condi-ções meteorológicas favoráveis, permaneceu na BNL. A 18de Outubro iniciou participação na SISPLAT – sísmica ligeirana plataforma continental. Terminou em 26 de Outubro amissão ACC-INETI (recolha de duas amarrações ao largodo Cabo da Roca e Sines). Executou a missão SANEST//EUROSTRATAFORM (Cascais e Canhão da Nazaré) de 3a 7 de Novembro. Previsto iniciar a missão SANEST/TESTES(recolha de amostras e testes com sonar lateral), no dia 22de Novembro.

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30 HIDROMAR N.º 85

No contexto do Dia do Mar, solenizado a 16 de Novem-bro, a Secretaria de Estado para os Assuntos do Marpreviu uma série de eventos entre 14 e 19 de Novem-

bro, aos quais denominou de Semana do Mar.Com a finalidade de invocar a vertente da ciência e inves-

tigação marítima, o NRP D. Carlos I, atracado no Cais de SantaApolónia, recebeu, a 15 de Novembro, o Ministro de Estado,da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Dr. Paulo Saca-dura Portas, a Ministra da Ciência, Inovaçãoe Ensino Superior, Professora Maria da GraçaCarvalho, o Ministro da Agricultura, Pescase Florestas, Dr. Carlos da Costa Neves, e oSecretário de Estado para os Assuntos do Mar,Dr. Nuno Fernandes Thomaz. A visita, presidida pelo AlmiranteChefe do Estado-Maior da Armada, contou com a participaçãodo Comandante Naval, Vice-almirante Silva da Fonseca, do Direc-tor-Geral do Instituto Hidrográfico, Vice-almirante Viegas Filipe,e do Comandante da Flotilha, Contra-almirante Roque Cancela(as entidades que tutelam operacional, técnica e administrati-vamente, o NRP D. Carlos I).

Para além da visita às principais funcionalidades e equi-pamentos do navio, os convidados assinaram dois protocolosinterministeriais. Tendo o Ministro de Estado, da Defesa Nacio-nal e dos Assuntos do Mar assumido que o mar tem uma dimen-

são inegável e insubstituível econcordando o Governo que o marconstitui uma prioridade, enten-deram os presentes dar mais umpasso decisivo para a investiga-ção marítima, através da assina-tura do «Protocolo de Transfor-

mação e Reequipamento do NRP Almirante Gago Coutinho»,entre o Instituto Hidrográfico, pelo Vice-almirante Viegas Filipe,a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), na pessoa doProfessor Ramoa Ribeiro, e a Direcção-Geral de Armamento eEquipamentos de Defesa, pelo Coronel Fernando Campos Sera-fino. O documento atribui responsabilidades financeiras, orça-das em 13 milhões de euros, à FCT e à Marinha (através daLei de Programação Militar) tendo em vista a reabilitação e pron-

tidão técnica daquele Navio para que, breve-mente, possa contribuir para a investigaçãohidro-oceanográfica em Portugal.

Também com o objectivo de desenvolveras actividades de investigação do Mar, foi

assinado o «Protocolo para a Consolidação e Desenvolvimentodo Saber Técnico das Ciências do Mar em Portugal», entre ostrês Ministros presentes.

Minutos antes de desembarcar, o Ministro de Estado, daDefesa Nacional e dos Assuntos do Mar referiu que o futuro dePortugal está na dimensão marítima, inegável e insubstituível,e que, enquanto tal, Portugal quer mobilizar os recursos cientí-ficos para apresentar às Nações Unidas um projecto de alar-gamento da plataforma continental. Mais referiu que o Governoestá determinado nessa investigação e que esta deve ser consi-derada como um objectivo nacional. Tendo considerado que o

«A escolha do Navio D. Carlos I para a assinaturadeste protocolo foi deliberada: trata-se de umaembarcação hidro-oceanográfica equipada com amais moderna e avançada tecnologia mundial. (…)Este é um elemento fundamental para a propostade alargamento da Plataforma Continental portu-guesa além das 200 milhas, a submeter junto daComissão das Nações unidas até 2006. A impor-tância é tal que a adaptação necessária do [NRP]D. Carlos I para estes fins representou um inves-timento superior a 8 milhões de euros (…)»Fonte: Secretaria de Estado dos Assuntos do Mar.

As comemorações da Semana do Mar 2004:um novo passo para os navios hidro-oceanográficosAs comemorações da Semana do Mar 2004:um novo passo para os navios hidro-oceanográficos

A chegada da Ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, Professora Maria da Graça Carvalho

O discurso do Almirante CEMA, ladeado pelo Ministro de Estado, daDefesa Nacional e dos Assuntos do Mar, e pelo Secretário de Estado

para os Assuntos do Mar

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Porquê uma Semana do Mar?

31HIDROMAR N.º 85

alargamento da plataforma conti-nental é uma ambição e umaresponsabilidade que temos dehonrar, o Ministro agradeceu àArmada a dedicação e persistên-cia neste projecto.

Após a assinatura dos Protoco-los, e posteriormente à partida dosMinistros, o Navio desamarrourumo a Cascais. A bordo, perma-neceu o Secretário de Estado paraos Assuntos do Mar, Dr. Nuno Fernan-des Thomaz que, acompanhado peloVice-almirante Viegas Filipe e peloCTEN Marreiros, comandante do D. Carlos I, conheceu com porme-nor as infra-estruturas do navio.

Os presentes foram posterior-mente convidados a assistir a umapalestra sobre o projecto da Plataforma Continental, pelo Coman-dante Pinto de Abreu, que de agora em diante chefia o Grupo deMissão para a Extensão da Plataforma Continental, e a duas apre-sentações da Doutora Aurora Bizarro (Chefe da Divisão de Geolo-gia Marinha) e do STEN Quaresma dos Santos (da Divisão deOceanografia) sobre as actividades científicas naquela área e sobreas potencialidades do NRP D. Carlos I ao serviço da comunidadecientífica, respectivamente.

O almoço a bordo, ao largo de Cascais, permitiu uma trocainformal de perspectivas e ideias sobre o futuro da investigaçãono mar, muito produtiva em termos de sensibilização das entida-des presentes. Ainda ao largo de Cascais, os convidados (entreos quais contavam-se ainda representantes dos Laboratórios do Estadoe das instituições científicas que recorrem aos sistemas técnicos donavio) presenciaram o desempenho do Sistema Sondador Multi-feixe, do Perfilador de Correntes (ADCP) e do ROV (Remote Opera-ted Vehicle).

Assinado o Livro de Honra do Navio, as personalidades desem-barcaram ao final da tarde, certos que este grande passo permi-tirá à comunidade científica o conhecimento da primeira e a últimafronteira do séc. XXI: o Mar.

Com esta iniciativa, a Secretaria de Estado para os Assuntos do Marpretende conferir um sentimento de propriedade dos portugueses emrelação a um dos nossos maiores activos: o Mar.Quais os objectivos da Semana do Mar?Este Projecto (…) tem como objectivo promover o Mar (…) junto detodos os portugueses, através da potenciação do conhecimento sobreo Mar português, os recursos marítimos, a bio-diversidade, o poten-cial turístico e desportivo, o potencial económico, (…) a ciência apli-cada ao mar. (…) A Semana do Mar funciona como um conceitoabrangente e transversal (…) posicionando o mar em todas as formasde pensar Portugal.O que são os «Novos Heróis do Mar»?Subjacente à Semana do Mar, encontra-se o conceito dos Heróis doMar que pretende ser transversal a toda a sociedade portuguesa,permitindo associar um passado histórico (…) com um presente cheiode personalidades cuja vida se confunde com o Mar. Esta iniciativadará aos portugueses novos motivos de orgulho nacional: os novosHeróis do Mar.

(Fonte: Secretaria de Estado para os Assuntos do Mar)

Assinatura do Protocolo para a Consolidação e Desenvolvi-mento do Saber Técnico das Ciências do Mar em Portugal

O VALM Viegas Filipe assina o Protocolode Transformação e Reequipamento do

NRP Almirante Gago Coutinho

O NRP Almirante Gago Coutinho fazia parte duma frota de 10navios de vigilância e detecção anti-submarina, baseados cincodeles em Pearl Harbour e outros cinco em Little Creek (Virgínia),destinados à vigilância da frota submarina Soviética e coloca-dos em pontos estratégicos das rotas dos submarinos Soviéticos.A Marinha Americana muito recentemente começou a substituirestes navios da classe «T-AGOS» por outros mais caros (30 milhõesde dólares cada) designados SWATH (Small Waterplane AreaTwin Hull) de construção semelhante a um catamaran, com equi-pamentos de escuta e detecção ainda mais modernos e sofisti-cados, tencionando dispor até 1998 de 33 navios desta classe.A Marinha Americana resolveu ceder alguns navios da classe«T -AGOS» a nações amigas. Portugal foi uma dessas nações.Após o seu aprestamento nos Estados Unidos da América, efec-tuou o trânsito para Lisboa, atracando na BNL.Fonte: www.marinha.pt

O VALM Viegas Filipe, o Secretário de Estado para os Assuntosdo Mar, Dr. Nuno Fernandes Thomaz e o VALM Lopo Cajarabille

assistem às palestras dos técnicos do IH

Page 32: Boletim do Instituto Hidrográfico N.º 85, II Série ... · 2 HIDROMAR N.º 85 INSTITUTO HIDROGRÁFICO Rua das Trinas, 49 – 1249-093 LISBOA • PORTUGAL Telefone +351 210 943 000

32 HIDROMAR N.º 85

No dia 13 de Setembro, o Secretário de Estado paraos Assuntos do Mar, Dr. Nuno Fernandes Thomaz,visitou o IH, tendo sido recebido pelo Almirante CEMA.

Depois de assistir a duas apresentações, pelo então Director-Geral do Instituto Hidrográfico, Vice-almirante Silva Cardoso,relativas à missão e às actividades missão do Instituto Hidro-gráfico e ainda ao Projecto de Extensão da Plataforma Conti-nental, o Secretário de Estado visitou as Divisões de Hidro-grafia, Centro de Dados, Navegação e Oceanografia. Estavisita contou ainda com a presença do Vice-almirante ViegasFilipe, do Contra-almirante Conde Baguinho e do ComandantePinto de Abreu.

Esta magnífica visita (como teve oportunidade de referir noLivro de Honra do IH) certamente terá sensibilizado para a im-portância da actividade do Instituto Hidrográfico no quadro dasciências do Mar, tendo a excelência deste organismo sido so-bejamente referida. Como curiosidade refira-se que cerca deuma semana depois do evento, o Secretário de Estado para os

Assuntos do Mar referiu, publicamente, a criação de um Grupo de Missão, responsável por apresentar à Comissão de Limites da PlataformaContinental uma pro-posta de extensão daplataforma portugue-sa das 200 para as350 milhas. Posterior-mente, nas celebra-ções da Semana doMar (ver reportagem)a bordo do NRP D. Car-los I, a importância dainvestigaão e o papelfulcral do IH e dos navios hidrográficosseria m vigorosamen-te enaltecidos.

O VALM Silva Cardoso, o VALM Viegas Filipe, o Secretário de Estado para osAssuntos do Mar e o Almirante CEMA, na Biblioteca do IH

O Almirante CEMA e o Secretário de Estado para os Assuntos doMar na Divisão de Hidrografia

Assinatura do Livro de Honra

A equipa Hidromardeseja a todos os leitoresos mais sinceros votos

de um Santo Natal e de um próspero 2005

Secretário de Estado para os Assuntos do Mar em visita ao IH

OHidromar, enquanto publicação doInstituto Hidrográfico, visa promover o

conhecimento das suas actividades e dos seusfuncionários, quer internamente (quando utili-zado como instrumento de comunicaçãointerna) quer externamente (como veículode divulgação da excelência da investigaçãoe dos projectos da instituição). Desta forma,o Hidromar será aquilo que os leitorese os colaboradores dele exigirem. É por estarazão que a colaboração, mais que bem-vinda, é necessária. Serão tão necessáriosartigos de índole técnica como artigos deopinião, peças relativas a acontecimentossociais, curiosidades, fotografias ou imagensque se considerem relevantes para fomen-tar a comunicação dentro e para fora do Insti-tuto. Sintam-se convidados a [email protected]

Fonte: http//www.pritchettcartoons.com