Bicampeã da Liga Diamante e número 1 do Ranking Mundial

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EDITORIAL – Palavra do Presidente ......................................................... 06RUMO AO FUTURO – O próximo passo ................................................... 08DIAMANTE – Fabiana é bicampeã da Liga ............................................... 10IBERO – Brasil supera Cuba em medalhas de ouro .................................. 12GP BRASIL – Asafa Powell: uma estrela em Belém .................................. 13MARCHA – Caio no pódio do Circuito Mundial ........................................ 14JUVENIS – Brasileiros no pódio do Mundial............................................. 16NANQUIM – Olimpíada da Juventude ..................................................... 17 JOAQUIM CRUZ – Há 30 anos, o ouro de Los Angeles .............................. 18CALENDÁRIO 2014 .................................................................................. 20TROFÉU BRASIL – Maior evento do País .................................................. 22CAIXA/CBAt – Ranking de Corredores-2014 ............................................ 24CORRIDAS – Lista de provas-2014 ........................................................... 25SAÚDE – Lesão por estresse .................................................................... 26HISTÓRIA – As corridas no Brasil ............................................................. 28CORREDORES – Medalhas em Olimpíadas e Mundiais ............................ 30HERÓI – Vanderlei Cordeiro e o pódio em Atenas ................................... 31ESTRELA – Marilson Gomes dos Santos ................................................... 33FUTURO – Thiago do Rosário André ........................................................ 34TREINADOR – Aristi des Junqueira ........................................................... 35ÁRBITRO – João Vicente, presidente da ABRAAT ..................................... 36MULHER – O treinamento adequado ...................................................... 37CLUBE – Pinheiros: importância histórica ................................................ 39REGIÃO – O Atleti smo no Centro-Oeste .................................................. 40FEDERAÇÕES – Lista de FILIADAS ............................................................ 46

ÍNDICE

Nesta edição

JADEL GREGÓRIO – Na edição anterior, faltou o nome de Jadel Gregório na lista dos brasileiros ganhadores de medalhas em Mundiais Indoor, em texto na página 18. Na verdade, o triplista ganhou prata em Budapeste-2004 e Moscou-2006, como consta à página 31 da mesma publicação. O atleta foi também prata no Mundial de Atleti smo de Osaka-2007 e é recordista sul-americano com 17,90 m. (Foto: Carol Coelho/CBAt)

Foto da Capa: Getty Images

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REALIZAÇÃO

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO (CBAt)

Presidente: José Antonio Martins Fernandes

Vice-Presidente: Warlindo Carneiro da Silva Filho

Diretor Administrativo/Financeiro: Eduardo EsteterDiretor de Relações Públicas: Luiz Roberto RodriguesDiretor Técnico: José Haroldo Loureiro Gomes

Superintendente de Alto Rendimento: Antonio Carlos GomesSuperintendente Técnico: Martinho Nobre dos Santos

Gerente Administrativo: Georgios Stylianos HatzidakisGerente de Alto Rendimento: Clovis Alberto FrancisconGerente de Marketing: Antonio de Figueiredo FeitosaGerente de Projetos e Licitações: João Gabriel Silva LeiteGerente Técnico: Anderson Moraes Leme Rosa

Coordenador de Seleções: Harley Maciel da Silva

EDIÇÃO

Coordenação Editorial: Benê Turco – Novamente Comunicações

Pesquisa e Textos: Benê Turco, João Pedro Nunes, Arnaldo Jubelini Jr.Fotos: Arquivo CBAtCoordenação da Produção: Maiara Dias BatistaDesign Gráfico: Clóvis ZanelaDesenho do título: Josué VianaImpressão: YMPRESSOGRAF

PODIUM é uma publicação inscrita no ISSN sob o número: 2358-6095.

Rua Jorge Chammas, 310 – Vila MarianaCEP: 04016-070 – São Paulo (SP)Telefone: (11) 5908-7488 / Fax: (11) 4508-4013E-mail: [email protected] / Site: www.cbat.org.brTwitter: bra_atletismo / Facebook: oficialcbat

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UMA ADMINISTRAÇÃO TRANSPARENTE, DEMOCRÁTICA, participativa, coerente com a história da entidade que representa o esporte-base no Brasil. Foi isso que nos pro-pusemos a realizar desde a nossa posse na Confederação Brasileira de Atletismo, em 15 de março de 2013.

Tal filosofia vem sendo seguida à risca, num bem-su-cedido trabalho de fortalecimento do nosso esporte, em especial na preparação para fazer boa figura nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. E também para garantir sua presença, com força crescente, nos ciclos olímpicos seguintes, principalmente os de Tóquio, em 2020, e os de 2024.

Para tanto, a Confederação precisa estar equilibrada administrativa e financeiramente. Nossas contas foram aprovadas por unanimidade pela Assembleia Geral. Por sinal, na Assembleia da CBAt têm assento não apenas as Federações Estaduais, mas também representantes de clubes, atletas, treinadores e árbitros.

Aprovadas, sim, depois de passar pelo minucioso crivo do Conselho Fiscal, que se reúne permanentemente em livre exercício, e também por uma empresa de auditoria independente.

Aliás, em 1º de setembro último, os membros do Con-selho Fiscal se reuniram na sede da CBAt, para análise e avaliação do resultado contábil obtido ao longo do primei-ro semestre de 2014, aprovando-o de forma unânime.

Fizemos da austeridade arma de uma gestão carac-terizada pela clareza na balança entre receita e despesa. Através de processos de licitação de amplo amparo legal obtivemos, em concorrências, significativa economia de gastos junto a fornecedores em geral.

PALAVRA do Presidente

É hora de equilíbrioÉ preciso criatividade para melhor equilibrar a balança entre receitas edespesas

POR JOSÉ ANTONIO MARTINS FERNANDES*

Assim, graças a essa forma de administrar com a comu-nidade atlética nacional, até o momento navegamos em mar tranquilo. Mas não podemos nos iludir. Os estudos permanentes realizados por nossa administração indicam que seremos obrigados a agir com tranquilidade e cálculo, para levar a nau do Atletismo a bom tempo e termo.

TODOS NÓS ESTAMOS CONSCIENTES DE QUE A RECEITA da CBAt, com números definidos até 2016, advém de pa-trocinadores como a Caixa Econômica Federal, Ministério do Esporte, Comitê Olímpico Brasileiro, além da TV Globo e da Nike (esta, no fornecimento de materiais).

Pois bem. Até 2016, o montante das receitas repassado pelos nossos patrocinadores não sofrerá alteração para maior.

Todavia, as despesas estão aumentando, e precisare-mos agir com cuidado e firmeza, para evitar um sério desnível de balança entre recursos financeiros disponíveis e os gastos previstos para breve.

É preciso reconhecer que enfrentamos tempos difíceis.Mesmo no futebol, o esporte mais popular em nosso

País, observamos vários clubes de grande tradição atuando sem patrocínios na camisa. Percebe-se que empresas, potenciais patrocinadoras, estão investindo muito mais em eventos do que em entidades, como clubes, Federações e Confederações. Esta é a realidade que enfrentamos.

Assim, teremos que rever nossa política orçamentária para 2015. Como exemplo de disparada de preços, cita-mos, entre tantos, o incrível aumento de despesas com viagens internacionais.

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Para um Campeonato Sul-Americano, onde costuma-mos levar delegações de aproximadamente 100 pessoas, estamos gastando, apenas com passagens, cerca de 100 mil dólares. Ou seja, mil dólares por passagem. E o total vai muito além, já que há os custos com hospedagem, ali-mentação, transporte local etc.

A ENGENHARIA FINANCEIRA QUE ADOTAMOS ATÉ AQUI cumpriu o seu papel. Agora, porém, precisamos reestudá-la. E teremos que enfrentar tal desafio juntos, integrantes que somos da família do Atletismo brasileiro.

Até porque o universo de cobranças por resultados, principalmente por medalhas olímpicas, é permanente e enfático. Teremos de agir com criatividade para fazer frente ao problema. Vamos pensar em como podemos eliminar despesas sem atingir órgãos essenciais à vitali-

(*) José Antonio Martins Fernandes é presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, diretor de Esportes da União Geral dos Trabalhadores e presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo e Região. Foi presidente da Federação Paulista de Atletismo, vice-presidente de Esportes da ADC Eletropaulo, mem-bro do Comitê Paralímpico Brasileiro. É ex-atleta profissional de futebol.

dade de nossos sonhos.Este trabalho já está sendo realizado pela CBAt. Espera-

mos que o mesmo exercício, difícil, mas imperativo, seja levado a efeito também pelas Federações Filiadas. Como sempre, atuaremos com transparência absoluta.

A receita da CBAt até 2016, como já explicitamos, é um “x” imutável. Já as despesas, um “y” a ser dominado.

Esperamos contar com a efetiva integração, nesse pro-cesso, de cada agente do nosso Atletismo. Unindo lições do passado e do presente, estamos certos: delinearemos o futuro da modalidade de forma consequente.

Convidamos todos a expressarem suas opiniões e ideias de forma construtiva, para evitar que o amanhã fique frágil, caso a CBAt, enquanto organização, venha a ser vítima de ruídos de comunicação. Ruídos deletérios e dispensáveis.

Boa leitura!

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OS FÓRUNS QUE A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE Atletismo instituiu em 2003 são instrumentos de prática democrática, já que participaram com direito de voz e voto representantes de todos os segmentos do esporte-base no País. Em 2013 e 2014 já foram organizados o Fórum Técni-co de Alto Nível, o Seminário de Corridas de Rua, o Fórum Atletismo do Brasil.

Por outro lado, a Presidência da CBAt criou a Superin-tendência de Alto Rendimento, para conduzir o Atletismo em busca de evolução permanente no Brasil. Os objetivos: preparar os atletas para os Jogos do Rio-2016 e estabelecer um sistema que atenda à agenda do esporte nacional para os ciclos olímpicos seguintes, e que se constitua, assim, em real legado dos Jogos no País.

O presidente da Confederação, José Antonio Martins Fernandes, escolheu para a Superintendência o professor Antonio Carlos Gomes. Com experiência de 30 anos no

Atletismo, futebol e outras modalidades, o titular da área teve formação acadêmica em nível de pós-Graduação feita em Moscou. Na capital da Rússia e da antiga União Sovié-tica, Antonio Carlos conviveu com alguns dos principais treinadores e atletas do nosso tempo.

No Atletismo nacional, o diagnóstico para Antonio Car-los não foi a tarefa mais difícil. “Em países como o nosso, onde predomina a monocultura do futebol, e apesar do que já se fez, ainda enfrentamos micros e macros problemas”, observa o dirigente. “Os problemas estruturais (macros) normalmente ficariam a cargo dos poderes públicos, en-quanto que entidades como as Confederações atuariam no alto nível, organizando as competições nacionais e forman-do as Seleções para a disputa de eventos internacionais”, diz o superintendente.

Aí vem um nó a ser desatado: “No entanto, temos que trabalhar em função das nossas realidades. O Governo Federal tem apoiado nossas ações. Por isso, precisamos atuar também na iniciação e o primeiro passo sob nossa responsabilidade é a formação de atletas. E para isso pre-cisamos qualificar nossos treinadores, administradores, di-retores, assessores e auxiliares”, insiste ele.

Antonio Carlos lembra que “não falta conhecimento técnico aos treinadores e demais profissionais. Mas está na hora de acrescentarmos a nosso trabalho os avanços científicos na área, como fazem os países considerados potências olímpicas”, continua.

“Em nossos encontros, temos tido a participação de profes-sores universitários, com estudos na área esportiva”, prossegue. “Estabelecer condições a nossos treinadores de participar de cursos é importante para dar um passo rumo ao futuro, pois eles poderão atuar nos vários níveis de treinamento, principal-mente na iniciação e formação de atletas”, afirma.

PARA ANTONIO CARLOS, “ESTA DEVE SER A META DA CBAt, como plano geral de ação”. Porém, ele afirma, “tem que se cuidar das obrigações específicas da Confederação, o alto rendimento, em todas as categorias de idade. Para

RUMO AO FUTURO

O próximo passoUnir o conhecimento técnico do Atletismo com os avanços científicos daUniversidade

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Antonio Carlos Gomes, superintendente de Alto Rendimento

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termos atletas olímpicos, precisamos ter praticantes diferen-ciados nas categorias de base (mirim, menor e juvenil). Na categoria adulta temos que apoiar os que têm real chance de obter as conquistas que todos queremos”.

“Isto passa pelas decisões dos nossos Fóruns. As bases, já aprovadas, são permanentes. Nos próximos encontros, vamos buscar o aperfeiçoamento do nosso projeto. É preciso dar mais autonomia aos cinco grupos de provas (velocidade, barreiras e revezamento; meio-fundo, fundo e marcha; saltos; arremesso e lançamentos e provas combinadas)”, diz.

“Os responsáveis de cada grupo de provas devem definir critérios de convocação, índices de qualificação e os nomes dos que devem integrar os programas de apoio da Confederação”, explica.

“Há duas áreas a serem olhadas ‘com carinho’: marato-nas e revezamento. No masculino, tivemos dois maratonistas entre os 10 primeiros na Olimpíada de Londres e no Mun-dial de Moscou. E equipes de revezamento têm ido às finais olímpicas e em Mundiais”, diz.

“As equipes multidisciplinares que a CBAt formou são fundamentais para o crescimento do esporte. Mas é pre-ciso mudar algumas coisas. Por exemplo: se convoco uma Seleção com 90 atletas para um Campeonato Sul-Americano, a equipe multidisciplinar nem terá como lhes dar a devida assistência. Por isso, nossas Seleções têm de ser altamente qualificadas. Se tenho uma Seleção com 20, 25, 30 atletas,

podemos assistir a todos”, acrescenta.“Assim, para um Sul-Americano, devíamos mandar

número menor de atletas, ou seja, os que têm chances de vitória. Já mostramos nossa hegemonia no geral, há 30 anos que vencemos nas tabelas de pontuação. Devemos dar importância agora, nos eventos regionais, à conquista de títulos individuais”, fala Antonio Carlos.

O DIRIGENTE DIZ QUE MUITOS PASSOS JÁ FORAM DADOS. “Estivemos com os reitores das Universidades Federais do Mato Grosso, Pernambuco e Rio Grande do Norte e ob-tivemos ampla receptividade às nossas propostas. Iremos a outras buscar suporte ao trabalho que faremos a partir de 2015, quando o Ministério do Esporte deverá concluir a instalação de cerca de 50 centros de iniciação”, lembra.

“Já temos, no Rio, um centro de alto nível em con-vênio com a Aeronáutica, com pista e equipamentos de primeira linha. Vamos também produzir material didáti-co”, garante.

“Para contribuir, começou a trabalhar na área o Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira, que descobriu Sueli Pereira dos Santos (ex-recordista sul-americana do lançamento do dardo) e Cláudio Ribeiro (antigo fundista e atualmente treinador). O Paulo Roberto está treinando o Chinin (Carlos Chinin, recordista sul-americano do decatlo). Va-mos avançar”, conclui Antonio Carlos.

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Paulo Roberto de Paula e Solonei Rocha (dir.), entre os melhores do mundo em Moscou

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LIGA DIAMANTE

Fabiana Murer é bicampeãNa Suíça, saltadorabrasileira vencenovamente ocircuito

A SALTADORA FABIANA DE Almeida Murer brilhou na Liga Diamante e conquistou o bi-campeonato no salto com vara, que já vencera em 2010. No mais importante circuito internacional da IAAF, Fabiana garantiu o título com uma exibição perfeita na etapa de Zurique. Nesta cidade da Suíça, ela venceu ao superar todas as alturas em tenta-tiva única: 4,47 m, 4,57 m, 4,67 m e 4,72 m.

Fabiana venceu quatro das seis etapas que disputou na Liga Diamante. Em Roma saltou 4,50 m e ficou em 6º lugar. Em Nova York, foi campeã com 4,80 m, marca que lhe garantiu a liderança mundial da prova na temporada. Em Glasgow, venceu com 4,65 m. Ganhou em Mônaco, ao saltar 4,76 m. Não pontuou em Birmingham, mas voltou a vencer na final, em Zurique.

“A conquista marcou uma fase para mim”, comentou a atleta campineira, orientada por Elson Miranda, com consultoria do especialista ucraniano Vitaly Petrov. “Es-

tou feliz, é um forte estímulo para continuar”, disse a saltadora, que recebeu um prêmio de US$ 40 mil e um troféu, desenhado pela joalheria Beyer, uma das mais fa-mosas do mundo.

Desde a primeira edição da Liga Diamante, criada pela IAAF em 2010, Fabiana, paulista nascida em 16 de março de 1981, sempre garantiu um lugar no pódio. Foi campeã em 2010 e 2014, prata em 2012, bronze em 2011 e 2013, demonstrando consistência rara numa prova que exige preparação física intensa e alto nível de treinamento técnico.

Na classificação final, Fabiana conseguiu 20 pontos. A

Fabiana Murer conquistou o bicampeonato na Liga Diamante em Zurique

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• Medalha de ouro no Campeonato Mundial de Atletismo de Daegu-2011• Medalha de ouro no Mundial Indoor de Doha-2010

• Medalha de ouro na Liga Diamante em Zurique-2014• Medalha de ouro na Liga Diamante em Zurique-2010

• Medalha de bronze no Mundial Indoor de Valência-2008• Medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro-2007

PRINCIPAIS CONQUISTAS DE FABIANA MURER

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Rio busca lugar na Liga Diamante

O CONSELHO EXECUTIVO DA LIGA DIAMANTE, PRINCIPAL circuito do Atletismo mundial, reúne-se em novembro em Mônaco. Na pauta, a possível escolha de mais duas ci-dades, que passariam a organizar etapas da Liga a partir de 2015. Quatro cidades são candidatas. Sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro concorre a uma das va-gas, junto com Pequim (China), Rabat (Marrocos) e Ostrava (República Tcheca).

A informação foi dada pelo tcheco Petr Stastny, presi-dente da Liga, que esteve em Belém, para acompanhar o 30º Grande Prêmio Brasil Caixa Pará de Atletismo, disputa-do no Estádio Olímpico do Mangueirão, em 10 de agosto.

O dirigente lembrou que atualmente 14 cidades fazem parte dessa festa e também grande negócio do esporte, com transmissão pela TV para todos os continentes. “Estou vendo eventos nestas cidades e farei um relatório sobre as candidaturas”, disse Petr Stastny. “Pode até ser que não entrem novos Meetings, mas a possibilidade existe. O Con-selho vai deliberar”, prosseguiu.

O executivo tcheco, que fala fluentemente o português, disse ter acompanhado o clima que antecedeu a realização

da Copa do Mundo de Futebol no Brasil e está na expecta-tiva para os Jogos de 2016. “Como na Copa surgirão dúvi-das e aos poucos as coisas acontecerão”, comentou.

Quanto às chances de o Brasil ser contemplado com uma etapa do circuito, Petr afirmou que são normais: “Acho difícil entrar uma nova cidade europeia, embora Os-trava faça já há tempos um Meeting de muito bom nível. Mas todas terão seus projetos analisados”, concluiu.

Caso a candidatura brasileira seja eleita, a competição será disputada no Estádio Olímpico do Engenhão, que também abrigará o torneio de Atletismo do Rio-2016.

Petr Stastny, presidente da Liga Diamante

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norte-americana Jennifer Suhr, campeã olímpica em Lon-dres-2012, e a grega Katerina Stefanidi dividiram a segun-da colocação, com nove pontos.

Ex-ginasta, Fabiana surgiu rápido no cenário nacional, mas teve de treinar e competir muito para se transformar num dos nomes mais requisitados do Atletismo mundial.

Ela tem no currículo, ainda, a medalha de ouro no Campeonato Mundial de Atletismo de Daegu-2011 e o tí-tulo obtido no Mundial Indoor de Doha-2010. Tanto na con-quista de Doha quanto em Daegu, a russa Elena Isinbayeva, recordista mundial da prova, esteve presente e foi supera-da pela brasileira.

Antes, Fabiana já havia conquistado a medalha de bronze no Mundial Indoor de Valência-2008 e o ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro-2007. Fabiana foi finalista tam-bém nos Campeonatos Mundiais de Atletismo de Osaka-2007, Berlim-2009, Moscou-2013 e na Olimpíada de Pequim-2008.

No PAN-2011 em Guadalajara ela ganhou a medalha de prata e no Mundial Indoor de Sopot este ano foi finalista e terminou na quarta posição. Seu primei-ro Mundial de Atletismo na categoria adulta foi o de Helsinque-2005. Na capital finlandesa, no mesmo es-tádio dos Jogos Olímpicos de 1952 – quando Adhemar Ferreira da Silva ganhou seu primeiro ouro olímpico no triplo –, Fabiana repetiu sua melhor marca à época (4,40 m) e ficou à frente da antiga recordista mundial, a norte-americana Stacy Dragila.

Ela é recordista sul-americana, com 4,85 m, marca obtida no Ibero-Americano de San Fernando-2010, e repetida na final do Mundial de Daegu. Fisioterapeu-ta formada, com inglês fluente, Fabiana compete pela BM&FBovespa e integra o Programa BOLSA PÓDIO, pa-trocinado pelo Governo Federal por meio do Ministério do Esporte.

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A SELEÇÃO DO BRASIL CONQUISTOU O OITAVO TÍTULO NO Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, que teve a 16ª edição disputada no Estádio Ícaro de Castro Mello, no Ibi-rapuera, em São Paulo. A equipe nacional somou 48 medalhas nos três dias de competição, encerrada em 3 de agosto. Foram 16 medalhas de ouro, 17 de prata e 15 de bronze.

Na história do Campeonato, o Brasil superou Cuba no número de medalhas de ouro: 169 a 161. No total, a Se-leção disparou na liderança, com 492 medalhas (169 de ouro, 170 de prata e 153 de bronze). No geral, a Espanha é vice-líder, com 348 (110 de ouro, 122 de prata e 116 de bronze). Segunda em ouro, terceira no total, Cuba tem 300 pódios (161 de ouro, 90 de prata e 49 de bronze).

A Colômbia terminou em segundo lugar este ano, com 14 medalhas (cinco de ouro, seis de prata e três de bronze), seguida do México, com nove pódios (cinco de ouro, duas de prata e duas de bronze).

O torneio reuniu 365 atletas de 24 países. Antes, o Brasil já havia obtido o primeiro lugar no quadro de medalhas nas

edições de Manaus-1990, Mar del Plata-1994, Rio de Janeiro-2000, Cidade da Guatemala-2002, Pon-ce-2006, Iquique-2008 e Barquisimeto-2012.

O próximo Campeona-to Ibero-Americano, que reúne países de língua por-tuguesa e espanhola das Américas, Europa e África, será disputado em 2016, novamente no Brasil. A competição acontecerá no Estádio Olímpico do

IBERO-AMERICANO

Brasil conquista o oitavo títuloSeleção supera Cuba em medalhas de ouro na história do Campeonato

Ana Claudia Lemos (centro) venceu os 100 m

Andrés Silva: novo recorde

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Engenhão, no Rio de Janeiro, e será o evento-teste do tor-neio de Atletismo Jogos Olímpicos.

Dessa vez, a equipe de revezamento 4x100 m do Brasil venceu no masculino e no feminino. O quarteto feminino completou a prova em 42.92, recorde do Campeonato. O anterior era de Cuba, com 43.68, feito em Huelva-2004, na Espanha. “Conseguimos o melhor resultado do ano e podemos correr melhor”, lembrou Rosângela Santos, que ‘fechou’ a prova.

No masculino, o time garantiu o ouro, com 39.35. “Os treinos foram fundamentais. Correr em equipe é especial”, co-mentou Jorge Henrique Vides, que fez parte do quarteto.

Ana Cláudia Lemos foi um dos destaques da com-petição. Além do 4x100 m, ela ganhou ouro nos 100 m com 11.13, estabelecendo novo recorde do torneio. O anterior era da cubana naturalizada mexicana Liliana Allen, com 11.26, conseguido em Lisboa-1998.

“Tive um início de temporada difícil, por causa de lesões”, lembrou a velocista. “Fiquei feliz”, completou.

Entre os estrangeiros, o uruguaio Andrés Silva venceu os 400 m com barreiras, com 48.65, recorde de seu país e do Campeonato Ibero-Americano. “O Brasil é minha segunda casa, aqui consegui meus melhores resulta-dos”, disse Andrés Silva.

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GP BRASIL CAIXA PARÁ

Asafa Powell em BelémAntigo recordista mundial deixou sua marca ao vencer os 100 m

O 30º GRANDE PRÊMIO BRASIL CAIXA PARÁ DE ATLETISMO, realizado em 10 de agosto no Estádio Olímpico do Man-gueirão, em Belém, foi uma festa do esporte, válida pelo IAAF World Challenge, que reuniu 120 atletas de 20 países. Quinze nações colocaram atletas no pódio, e nove delas tiveram campeões.

O destaque foi o ex-recordista mundial dos 100 m, o jamaicano Asafa Powell, vencedor da prova, com 10.02 (0.6), sua melhor marca no ano até então. “Foi bom com-petir aqui, com o apoio do público”, disse o velocista, de 31 anos, que já tem 9.72 como recorde pessoal. “Saio do Brasil feliz. Quero buscar lugar na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro”, completou Asafa.

Se Asafa Powell, campeão olímpico do revezamento 4x100 m em Pequim-2008 e dono das medalhas de bronze nos Mundiais de Osaka-2007 e Berlim-2009, foi atração dentro da pista, nos bastidores o destaque foi o presidente da Liga Diamante, o tcheco Petr Stastny, que veio observar o evento, já que o Brasil tem interesse em integrar o cir-cuito no futuro.

Entre os brasileiros, Jucilene Sales de Lima foi campeã do lançamento do dardo com 61,99 m, novo recorde na-cional da prova. O recorde anterior era dela mesma e de Sueli Pereira dos Santos, com 61,98 m.

O jamaicano Asafa Powell foi a grande atração do Meeting Internacional de Belém

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No salto em distância, o bicampeão mundial indoor Mauro Vinícius Duda da Silva obteve a primeira vitória, desde que voltou às competições após recuperar-se lesão. Ele deu apenas dois saltos e ganhou com 7,74 m, o que garantiu seu tricampeonato da competição.

Já no salto com vara, Fábio Gomes da Silva comemorou muito a conquista do ouro. Ele saltou 5,50 m, seu melhor resultado em 2014. No GP Brasil do ano passado, também no Mangueirão, Fábio sofreu uma grave lesão no tendão calcâneo. Precisou passar por uma delicada cirurgia e ficou fora da temporada 2013, inclusive do Mundial de Moscou, para o qual estava qualificado.

O saltador espera chegar a 2015 em condições de brigar por vagas na Seleção Brasileira que disputará o Mundial de Pequim, na China, e o PAN de Toronto, no Canadá. “O objetivo, como mostrei em Belém, é sempre estar en-tre os melhores”, disse o atleta, finalista no Mundial de Daegu-2011.

Nos 400 m, domínio brasileiro. Anderson Henriques, fi-nalista no Mundial de Moscou, foi o vencedor, com 45.52, comprovando a boa fase, já que havia conquistado o ouro no Ibero-Americano, uma semana antes, em São Paulo. “Estou no caminho certo, para correr novamente abaixo dos 45.00”, declarou.

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NO ÂMBITO NACIONAL, A EQUIPE PAULISTA CONQUISTOU os títulos do Campeonato Brasileiro Caixa Sub-23, em São Paulo (SP), em setembro, e do Brasileiro Caixa de Juvenis (até 19 anos), em junho, em Maringá (PR). No Sub-23 houve 12 recordes do torneio e São Paulo ob-teve 71 medalhas: 21 de ouro, 27 de prata e 23 de bronze. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar, com 20 medalhas (nove de ouro, seis de prata e cinco de bronze), seguido do Distrito Federal, com seis (três de ouro, uma de prata e duas de bronze). Higor Alves e Izabela Rodrigues da Silva (ambos da equipe paulista) foram eleitos os melhores atle-tas do evento. Em Maringá, São Paulo levou 75 medalhas (33 de ouro, 26 de prata e 16 de bronze), seguido do Rio de Janeiro com 26 (oito de ouro, seis de prata e 12 de bronze) e de Santa Catarina 17 (cinco de ouro, oito de prata e quatro de bronze). Os melhores atletas foram Izabela Rodrigues da Silva (SP) e Júlio César do Nascimento (RJ).

EM AGOSTO O PIAUÍ FOI CAMPEÃO DO TROFÉU Norte-Nordeste de Menores, ao obter o maior número de títulos. Os piauienses conquistaram 14 medalhas (nove de ouro e cinco de prata). O Ceará foi o segundo com 25 medalhas (oito de ouro, seis de prata e 11 de bronze), se-guido do Rio Grande do Norte, com 16 (oito de ouro, seis de prata e duas de bronze). Foram eleitos os melhores atletas Maria da Paz Pereira dos Santos (PI) e Pedro Gil Santos (AM).

MARCHA

Caio Bonfim em 3º no Circuito MundialMuito boa a temporada internacional do atleta brasiliense

CAIO DE OLIVEIRA SENA BONFIM FEZ UMA BOA TEMPORADA em 2014, como demonstra a terceira posição no Circuito Mundial de Marcha, da IAAF. Caio, de 23 anos, somou 17 pontos e ficou atrás apenas de dois dos principais mar-chadores de atualidade: Ruslan Dmytrenko (Ucrânia), primeiro com 29 pontos, e de Jared Tallent (Austrália), se-gundo com 23. Ele ficou à frente do vice-campeão olímpico em Lon-dres-2012, Erick Barrondo (Guatemala), quinto colocado no circuito, e do campeão europeu em Zurique-2014, Miguel Angel López (Espanha), o sexto. Caio é o primeiro marchador do País a ficar entre os três primeiros do Circuito Mundial e também a vencer uma das etapas: foi campeão em Rio Maior (Portugal). Ele subiu ao pódio dos 20 km ainda com o terceiro lugar em Dudince (Eslováquia) e em La Coruña (Espanha). Este ano, ele estabeleceu novo recorde pessoal com 1:20:28, durante a Copa do Mundo de Taicang, na China. Ele compete pelo CASO (DF) e é filho da multicampeã Gianetti Bonfim e de João Sena Bonfim, seu treinador.

O VELOCISTA ANDERSON HENRIQUES FEZ UMA RÁPIDA E boa temporada europeia em pista. Ele ganhou a medalha de bronze nos 400 m na última etapa da Liga Diamante em Bruxelas. Para subir ao pódio em terceiro lugar ele mar-cou 45.52. Antes, ele havia sido vice-campeão do Flame Games, em Amsterdã, na Holanda, e quarto colocado no IAAF World Challenge de Berlim.

Caio Bonfim, destaque brasileiro na marcha

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MUNDIAL DE JUVENIS

Ouro e bronze para o BrasilIzabela Rodrigues e Mateus de Sá sobem ao pódio nos Estados Unidos

ENTRE OS 167 PAÍSES QUE DISPUTARAM O MUNDIAL DE Juvenis de Eugene nos Estados Unidos, o Brasil ficou em 13º lugar. No Campeonato, disputado de 22 a 27 de julho, para atletas com até 19 anos, dois brasileiros subiram ao pódio: Izabela Rodrigues da Silva, medalha de ouro no lan-çamento do disco, e Mateus Daniel Adão de Sá, medalha de bronze no salto triplo.

Com um lançamento de 58,03 m, na segunda tenta-tiva, Izabela garantiu o terceiro título do Brasil em Mun-diais de Juvenis. Clodoaldo Gomes da Silva venceu nos 20 km-corrida em Lisboa-1994 e Thiago Braz o salto com vara, em Barcelona-2012. A marca de Izabela é o novo recorde brasileiro juvenil e melhor marca mundial da categoria na temporada.

A atleta nascida em 2 de agosto de 1995, em Adaman-tina (SP), não comemorou de imediato. “Estava concentra-da. As duas últimas tentativas foram difíceis, mas a medalha estava perto”, comentou o atleta da BM&FBovespa, que re-cebeu a bandeira brasileira das mãos do técnico João Paulo Alves da Cunha e a ordem de dar a volta olímpica na pista. “Não queria. Estava cansada, mas fui”, admitiu.

Mateus, paulista de Dracena, da mesma região de Ada-mantina, no Oeste paulista, saltou 16,47 m (vento a favor

de 1.5 m/s) para garantir o bronze. Com a marca, ele que-brou o recorde brasileiro juvenil, que pertencia a Gustavo Lima Pinto, com 16,36 m, desde 6 de setembro de 1995, marca mais velha que Mateus, nascido em 21 de novem-bro daquele ano.

Depois de fazer 16,15 m (1.6) na qualificação, então recorde pessoal, na final Mateus superou a marca cinco vezes: 16,47 m (1.5), 16,41 m (0.0), 16,18 m (1.0), 16,25 m (0.2) e 16,27 m (1.1), pela ordem. “Esperava, mesmo, saltar mais de 16,40 m”, comentou o atleta da Orcampi/Unimed, treinado por Tania Moura, no Centro de Excelên-cia do Ibirapuera, em São Paulo.

Thiago do Rosário André (quarto nos 800 m e 1.500 m), Lucas Marcelino dos Santos (salto em distância), Núbia Aparecida Soares (triplo), Edivânia Araújo (lançamento do dardo) e a equipe feminina do 4x100 m também foram fi-nalistas no Mundial.

“As conquistas tiveram sabor especial porque mostram que temos atletas com potencial, para garantir o futuro do Atletismo nacional”, disse o presidente da CBAt, José An-tonio Martins Fernandes. “Conseguimos colocar atletas no pódio, outros fizeram finais e a equipe obteve um bom 13º lugar no geral”, afirmou o presidente da CBAt.

Izabela Rodrigues, campeã mundial de juvenis Mateus de Sá, bronze nos Estados Unidos

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JOGOS DE NANQUIM-2014

Bem perto do pódioQuatro brasileiros chegam às finais na Olimpíada da Juventude

O BARREIRISTA MIKAEL ANTÔNIO DE JESUS CONSEGUIU a melhor colocação entre os atletas brasileiros que disputa-ram o torneio de Atletismo dos Jogos Olímpicos da Juven-tude, em agosto último, na cidade de Nanquim, na China. O atleta que compete pela FECAM, de Campo Mourão, no Paraná, ficou em quarto lugar nos 400 m com barreiras, com o tempo de 51.30, ficando, assim, muito perto do pó-dio em Nanquim.

Na semifinal, Mikael já havia completado a prova em 51.12, marca que agora se constitui em recorde sul-ameri-cano da categoria menor (até 17 anos).

A final foi das mais equilibradas do Atletismo na com-petição, tanto que a decisão só saiu após os árbitros con-sultarem a foto da chegada. Aí puderam definir o chinês Zhihang Xu campeão e o tunisino Mohamed Fares Jlassi vice-campeão, ambos com 50.69. O bronze foi do francês Victor Coroller, com 51.19.

Mais três atletas da equipe ficaram entre os melhores dos Jogos: Daysiellen Atla Dias, Anderson Cerqueira e Alexandra Pimenta.

A paulista de Osasco Daysiellen Atla Dias foi a sexta nos 200 m, com 24.73 (vento de 0.7 m/s). Ela foi convocada pelo COB depois que a paulistana Mirna Marques da Silva teve de optar entre correr os 100 ou os 200 m (cada atleta só poderia disputar uma prova).

O ouro nos 200 m foi para a jamaicana Natalliah White, com 23.55, a prata para a ucraniana Dzhois Koba (23.94) e o bronze para a norte-americana Brandee Johnson (24.28).

O paranaense Anderson Cerqueira ficou em sétimo nos

Mikael de Jesus, melhor brasileiro na China

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400 m com 47.81. O jamaicano Martin Manley ganhou com 46.31. Karabo Sibanda, de Botswana, foi prata com 46.76, e Henri Delauze, das Bahamas, bronze, com 46.91.

No lançamento do dardo, a mineira Alexandra Pimenta ficou na oitava colocação com 47,54 m. Hanna Tarasiuk, da Belaruz, levou o ouro, com 59,52 m, seguida da alemã Fa-bianne Schonig, prata com 53,68 m, e da japonesa Nagisa Mori, bronze com 52,27 m.

A equipe de Atletismo contou com 17 atletas em Nan-quim, sendo nove homens e oito mulheres. O mato-gros-sense Aliffer dos Santos venceu a final B dos 200 m, com 21.68 (0.2). A delegação do COB, em Nanquim, contou com 97 atletas, de 24 esportes. O País conquistou 15 medalhas, sendo seis de ouro, oito de prata e uma de bronze.

A participação da equipe de Atletismo mostrou nomes com potencial para a obtenção de bons resultados na cate-goria juvenil, imediatamente acima (até 19 anos), e mesmo na principal. “Houve bons resultados”, reconheceu o superin-tendente de Alto Rendimento, Antonio Carlos Gomes.

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HISTÓRIA

Joaquim CruzOs 30 anos da conquista do ouro olímpico nos 800 m em Los Angeles

POR JOÃO PEDRO NUNES

ACORDEI NO DIA 6 DE AGOSTO DE 1984, um domingo, bem cedo, em-bora estivesse teoricamente de folga naquele dia, já que o jornal O Estado de S. Paulo, para o qual trabalhava, não circulava às segundas-feiras. No hotel, com jornalistas de várias partes do mundo, tinha a companhia de amigos e conhecidos, como Denise Mirás, Castilho de Andrade, Orlando Duarte e Augusto Nunes (depois di-retor de redação do jornal), entre outros.

À distância, na época pelo telefone público, tinha o apoio muito impor-tante de José Maria de Aquino, mestre na arte de entender o esporte, que se dividia entre a Rede Globo e o Estadão.

A folga no jornalismo não resiste a um fato extraordinário. Naquele dia, a final masculina dos 800 m era o grande pro-grama no Los Angeles Memorial Coliseum, onde o brasiliense Joaquim Carvalho Cruz correria como um dos favoritos para brilhar nos XXIII Jogos Olímpicos da Era Moderna.

Na tarde abafada, no estádio que marcaria o sucesso indiscutível do norte-americano Carl Lewis, ganhador de quatro medalhas de ouro, depois do aquecimento e do tiro de largada, Joaquim Cruz completou as duas voltas na pista em 1:43.00, garantindo o primeiro lugar e o recorde olímpico, aos 21 anos. É o único título olímpico do País em provas de pista até hoje.

Teve uma longa jornada de entrevistas naquele dia, com ar condicionado nas salas fechadas e muito calor fora

delas. Pegou uma gripe e desistiu da disputa dos 1.500 m. Dividia o quarto na Vila Olímpica da Universidade Califór-nia – Los Angeles (UCLA), com o fundista José João da Silva, também gripado.

“Foi com certeza um dos marcos da história do Atletismo nacional”, comentou recentemente o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes. “Foi a única medalha de ouro conquistada nesta edição olímpica pela delegação do Brasil”, completou o dirigente.

Nascido em Taguatinga em 12 de março de 1963, Joaquim Cruz ganhou, depois, a prata nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. Em 1983, já havia levado o bronze na primeira edição do Campeonato Mundial de Atletismo, em Helsinque, na Finlândia. No PAN, é bicampeão dos 1.500 m: em 1987, em Indianápolis (Es-tados Unidos), e em 1995, em Mar del Plata (Argentina).

Joaquim Cruz vence os 800 m na Olimpíada de Los Angeles

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NO LOS ANGELES MEMORIAL COLISEUM, JOAQUIM superou o legendário britânico Sebastian Coe, na época re-cordista mundial com 1:41.73 e o grande nome da prova. Em toda a carreira, Joaquim quebrou sete vezes os recordes brasileiros e sul-americanos dos 800 e dos 1.500 m. Joaquim, que em todo o seu tempo de atleta teve como treinador Luiz Alberto de Oliveira, faz parte do Programa Caixa Heróis Olímpicos, da Confederação Brasileira de Atletismo.

E como medalhista olímpico ele integra a Assembleia Geral, principal poder da entidade. Ele começou no es-porte no basquete e, em seguida, guiado pelo treinador, mudou para o Atletismo.

Após estabelecer o recorde mundial juvenil de 1:44.3 no Troféu Brasil de Atletismo no Rio de Janeiro em 1981 (marca que vigorou até 1997), Joaquim recebeu uma bolsa de estudos e foi para os Estados Unidos em 1983.

Até 1988 ele permaneceria em Eugene, e estudou na Universidade do Oregon. Correu na mesma pista que o famoso Steve Prefontaine. Depois foi para San Diego, na Califórnia, onde vive atualmente.

Poucas semanas após os Jogos Olímpicos, Joaquim quebrou mais um recorde brasileiro nos 800 m em uma

competição em Koblenz, na Alemanha. Seu tempo de 1:41.77 foi apenas quatro centésimos de segundo acima do recorde mundial de Sebastian Coe. Em meados de 2014 ele ainda era o quinto atleta mais rápido na história da prova. Em 1985 Joaquim confirmou seus excelentes resultados no ano anterior ao correr abaixo de 1:43.00 na Europa.

Em 1984, foi eleito o Desportista do Ano numa votação de jornalistas brasileiros (obteve 98 dos 107 votos totais). Em duas temporadas – 1984 e 1985 – foi escolhido o mel-hor atleta latino-americano, em pesquisa da agência Prensa Latina.

Depois de vários problemas de saúde e de algumas cirurgias, Joaquim Cruz resolveu aposentar-se. Antes, foi porta-bandeira do Brasil na Olimpíada de Atlanta-1996. Atualmente trabalha na orientação de atletas militares e paralímpicos dos Estados Unidos. Vive em San Diego com a esposa Mary e os filhos Kevin e Paulo.

Foi o primeiro atleta brasileiro a ser mostrado ao vivo no Brasil, competindo, vencendo e recebendo uma medalha olímpica. Na minha memória está registrado um vídeo da TV Globo, visto tempos depois, onde o jovem brasileiro corria como um herói e a narração era de Osmar Santos, outro profissional que deixou suas atividades para virar mito e referência.

A façanha de Joaquim Cruz foi eternizada em dois selos comemorativos lançados em dois países diferentes: Para-guai e Costa do Marfim.

“O esporte me tirou da pobreza. Na minha casa, a gente dividia um litro de leite entre oito pessoas. Agora tento passar para os atletas mais jovens que o processo é mais importante do que o resultado. É preciso desenvolver uma história, primeiro de treinamento. Vamos investir na pes-soa, no cidadão, antes do atleta”, concluiu Joaquim Cruz em recente entrevista.

Sempre que viaja ao Brasil, Joaquim reserva um espaço na bagagem para pares de tênis usados para serem dis-tribuídos para os atletas carentes brasileiros. O resultado foi tão gratificante que decidiu criar o Clube dos Descalços. Or-ganização sem fins lucrativos, a iniciativa tem o objetivo de atender gratuitamente atletas de baixa renda e arrecadar verba para ser destinada na compra de material esportivo.

Patrocinar um garoto descalço com um par de tênis é um gesto de solidariedade que pode mudar o destino de uma criança para sempre, segundo ele. “Doar um par de tênis é a maneira mais simples de agradecer as pessoas que me ajudaram no início da carreira”, lembrou Joaquim Cruz.

Joaquim, atualmente membro da Assembleia da CBAt

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CALENDÁRIO 2014

Competições oficiaisEventos organizados pela CBAt ou com participação de equipes nacionais

Janeiro18/19 Copa Brasil Caixa de Marcha – Navegantes (SC)

Fevereiro09 Copa Brasil Caixa de Cross Country – Timbó (SC)15/16 Campeonatos Sul-Americanos de Marcha – Cochabamba (BOL) 16 Desafio Caixa Indoor – 1ª Etapa – São Caetano do Sul (SP)22 Desafio Caixa Indoor – 2ª Etapa – São Paulo (SP) 23 Campeonatos Sul Americanos de Cross Country – Assunção (PAR)

Março07/09 Campeonatos Mundiais de Atletismo Indoor – Sopot (POL) 13/16 Jogos Sul-Americanos – Santiago (CHI) 29 Campeonatos Mundiais de Meia Maratona – Copenhague (DEN)

Abril06 Campeonatos Sul-Americanos de Maratona – Santiago (CHI)11/13 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo de Juvenis Interclubes – São Bernardo do Campo (SP) 25 Campeonato Brasileiro Caixa de Fundo em Pista – São Bernardo do Campo (SP)25/27 Copa Brasil Caixa de Provas Combinadas – São Bernardo do Campo (SP)27 Campeonato Brasileiro Caixa de Corridas de Obstáculos Militares – Itu (SP)

Maio03/04 Copa do Mundo de Marcha Atlética – Taicang (CHN)04 Grande Prêmio Caixa São Paulo de Atletismo – São Paulo (SP) 07 Grande Prêmio Caixa Sesi de Atletismo – Uberlândia (MG)11 Campeonatos Sul-Americanos de Meia Maratona – Assunção (PAR)17/18 Seletiva Sul-Americana dos Jogos Olímpicos da Juventude – Cáli (COL) 23/25 Campeonatos Brasileiros Caixa de Menores Interclubes – São Paulo (SP)24/25 Campeonatos Mundiais de Revezamentos – Nassau (BAH)

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Junho28/29 Campeonatos Brasileiros Caixa de Juvenis Interseleções – Maringá (PR)

Julho16/17 Copa Pan-Americana de Provas Combinadas – Ontário (CAN) 22/27 Campeonatos Mundiais de Juvenis – Eugene (USA)

Agosto01/03 Campeonatos Ibero-Americanos de Atletismo – São Paulo (SP)08 Campeonato Sul-Americano de Milha de Rua – Belém (PA)10 Grande Prêmio Brasil Caixa de Atletismo – Belém (PA)21/26 Jogos Olímpicos da Juventude – Nanquim (CHN)29/31 Troféu Norte-Nordeste Caixa de Atletismo de Menores – Natal (RN)

Setembro04/13 Jogos Escolares da Juventude – 12/14 anos – Londrina (PR) 06/07 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo Sub-23 Interseleções – São Paulo (SP)13/14 Copa Continental de Atletismo – Marrakesh (MOR)20/21 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo de Menores Interseleções – Recife (PE)28 Campeonato Brasileiro de Corrida em Montanha – Campos do Jordão (SP)

Outubro03/05 Campeonatos Sul-Americanos Sub-23 – Montevidéu (URU)09/12 Troféu Brasil Caixa de Atletismo – São Paulo (SP)17/19 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo de Mirins Interclubes – São Paulo (SP)

Novembro06/15 Jogos Escolares da Juventude – 15/17 anos – João Pessoa (PB)14/16 XXXVIII Troféu-Norte Nordeste Caixa de Atletismo – Recife (PE)21/23 Troféu Centro-Oeste/Norte-Nordeste de Mirins – Recife (PE)29/30 Campeonatos Sul-Americanos de Menores – Cáli (COL)

NOTA: Atualizado em 05/09/2014, conforme o Site da CBAt.

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TROFÉU BRASIL

Maior competição da América LatinaEvento de clubes será o destaque do 4º trimestre da temporada

MAIS IMPORTANTE COMPETIÇÃO DO ATLETISMO DO calendário nacional, o Troféu Brasil Caixa-2014 será dis-putado desta vez no 4º trimestre. O principal templo do esporte-base do País será o palco da atração, nestes dias 9, 10, 11 e 12 de outubro: o Estádio Ícaro de Castro Mello, no Conjunto Poliesportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera, em São Paulo. Como sempre, a entrada será livre para o público.

A programação do Troféu Brasil para este período da temporada já é tradicional nos anos anteriores aos Jogos Pan-Americanos. Foi assim em 2003, 2007 e 2011. O even-to se constitui no mais importante campeonato de clubes de Atletismo da América Latina.

Com uma média de participação de mais de 800 atletas de pelo menos uma centena de clubes do Distrito Federal e de Es-tados de todas as regiões do território nacional, a competição contará, como sempre, com a presença dos nomes que têm integrado as Seleções do Brasil nos maiores torneios oficiais internacionais.

A equipe paulista da BM&FBovespa, de São Caetano do Sul, na região do ABC, na Grande São Paulo, ganhadora do título nos últimos 12 anos, terá destaques como Fabiana Murer, Mauro Vinícius Duda da Silva, Keila Costa, Ana Cláu-dia Lemos, Marilson dos Santos, entre muitos outros.

Outra equipe forte é a do Pinheiros, da capital paulista, antiga campeã do torneio e segunda colocada nos últimos anos. Defendem suas cores atletas como Carlos Chinin e Franciela Krasucki.

Por sinal, no Troféu Brasil Caixa de 2013, Carlos Chinin, que quebrou o recorde sul-americano do decatlo, e Keila Costa, que estabeleceu novo recorde brasileiro do salto triplo, foram eleitos os melhores do Campeonato, por uma comissão eleita no Congresso Técnico do evento. No total, caíram 14 recordes do Troféu.

Às vésperas de completar 70 anos de existência, em 2015, o Troféu Brasil alcançou fama internacional e tem a par-ticipação de atletas de países estrangeiros, que competem como convidados da Confederação Brasileira de Atletismo.

Disputa dos 100 m no Troféu Brasil Caixa 2013

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A primeira edição do Troféu Brasil foi realizada em 1945 e teve a vitória do São Paulo FC. Tradicional clube de fute-bol, o Tricolor também era conhecido por sua força em dois outros esportes populares: o Atletismo e o boxe.

Os maiores atletas da história olímpica do Brasil sempre participaram da competição, caso dos campeões olímpicos Adhemar Ferreira da Silva, Joaquim Cruz e Maurren Maggi, ou de recordistas mundiais como Nelson Prudêncio e João Carlos de Oliveira. Medalhistas olímpicos e em Campeona-tos Mundiais também brilharam no Troféu, caso de Robson Caetano da Silva, Claudinei Quirino da Silva, Zequinha Bar-bosa, Sanderlei Parrela e muitos outros atletas.

Outro destaque é Wanda dos Santos, que, de 1946 a 1966, defendendo o São Paulo FC, conquistou nada menos do que 48 medalhas de ouro em quatro provas, um re-corde absoluto.

O evento, este ano, marca o início das buscas dos índices de qualificação para a formação das equipes que vão representar o Brasil no PAN, em Toronto, no Canadá, e no Campeonato Mundial de Atletismo, em Pequim, na China.

Projetado pelo arquiteto que dá nome ao Estádio, o

grande atleta do passado Ícaro de Castro Mello, nos quatro dias de competição os portões estarão abertos.

O Troféu Brasil, criado pela Diretoria de Esportes do Governo paulista, é uma realização da Confederação Bra-sileira de Atletismo, com patrocínio da CAIXA, apoio da Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude do Governo do Estado de São Paulo e da Federação Paulista de Atletismo.

ALÉM DO TROFÉU BRASIL CAIXA DE ATLETISMO-2014, outros torneios importantes estão marcados para o 4º trimestre do ano. São competições que reúnem atletas e equipes de destaque.

O trimestre terá a sexta edição do Campeonato Sul-Americano Sub-23, de 3 a 5 de outubro, na cidade de Mon-tevidéu, no Uruguai. O Brasil estará representado, como sempre.

A Confederação Brasileira de Atletismo convocou 81 atletas para a competição, sendo 42 homens e 39 mulheres. Além dos integrantes dos revezamentos, foram chamados os campeões e vice-campeões do Campeonato Brasileiro Caixa Sub-23.

O Sul-Americano estava inicialmente previsto para São Luís, na Argentina, mas a pedido dos organizadores foi transferido para a capital uruguaia.

PARA A CATEGORIA MENOR, QUE REÚNE ATLETAS COM até 17 anos, está prevista a disputa do Campeonato Sul-Americano em Cáli, na Colômbia, em 29 e 30 de no-vembro. A seleção nacional foi definida com 69 atletas a partir dos resultados do Campeonato Brasileiro Caixa da categoria, disputado em 20 e 21 de setembro, no Recife, em Pernambuco.

A Confederação Sul-Americana de Atletismo (CONSU-DATLE) transferiu para a Colômbia a competição que es-tava marcada para a Bolívia, por desistência dos organiza-dores locais.

TAMBÉM AGUARDADO É O CAMPEONATO BRASILEIRO Caixa de Mirins Interclubes, previsto para os dias 17, 18 e 19 de outubro, no Estádio Adhemar Ferreira da Silva, no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, na Vila Clementino, em São Paulo.

Destinada para atletas de 13 a 15 anos, a competição tradicionalmente reúne mais de 700 atletas. No ano pas-sado, cerca de 800 competidores disputaram o evento, no Estádio Ícaro de Castro Mello, em São Paulo. A equipe do Brasil Foods/ILF, do Rio de Janeiro, foi a campeã.

Wanda dos Santos, recordista em títulos do Troféu Brasil

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RANKING

Atletasnordestinosse destacamBaiano e pernambucana estão bem,depois de 18 etapas

COM DOIS TERÇOS DAS PROVAS DO RANKING CAIXA CBAt de Corredores-2014 já realizados, vários atletas têm se destacado, especialmente dois nordestinos, que lideram a classificação, no masculino e no feminino, em 31 de agosto. São eles o baiano Sivaldo Santos Viana, primeiro entre os homens, com 363 pontos, e a per-nambucana Fabiana Cristine da Silva, número 1 entre as mulheres, com 270.

Os representantes do Nordeste têm presença forte e constante nas corridas de rua do Brasil. Sivaldo e Fabiana defendem a equipe Luasa Sports/Caixa, dirigida por Luiz Antonio dos Santos, ganhador da medalha de bronze na maratona do Campeonato Mundial de Atletismo de Gotemburgo-1995. O local de treinamento permanente da equipe é a cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, no inte-rior de São Paulo.

Sivaldo estava com 56 a mais do que o mineiro Valdir

Masculino1-Sivaldo Santos Viana - 363 pontos2-Valdir Sergio de Oliveira - 3073-Ivanildo Pereira dos Anjos - 2704-Willian Salgado Gomes - 1755-José Márcio Leão - 1666-Adelmo dos Santos Alves - 1647-Justino Pedro da Silva - 1418-Laurindo Nunes Neto - 1409-Giomar Pereira da Silva - 1259-Francisco Ivan da Silva Filho - 125

Fabiana Cristine da Silva (211), líder do Ranking CAIXA CBAt 2014

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Sérgio de Oliveira, segundo colocado, que, por sua vez, tinha 37 de vantagem sobre o também mineiro Ivanildo Pereira dos Anjos, o Gomes. A regularidade indica que os três têm chances de ficar entre os primeiros até o fim do circuito, que acontecerá em 31 de dezembro, com a dis-puta da São Silvestre na capital paulista.

No feminino, Fabiana – que desde as categorias de base consegue resultados importantes na pista, na rua e no cross country – tinha 25 pontos de vantagem sobre a paulista Fernanda Raimunda Soares. Maria Regina Santos Seguins (MA) era a terceira, com 209 pontos.

Nas 18 etapas, iniciadas com a disputa da Meia Mara-tona Internacional de São Paulo, no dia 23 de fevereiro deste ano, 254 atletas somaram pontos – 158 homens e 96 mulheres.

Feminino1-Fabiana Cristine da Silva - 270 pontos2-Fernanda Raimunda Soares - 2453-Maria Regina Santos Seguins - 2094-Joziane da Silva Cardoso - 1705-Cruz Nonata da Silva - 1266-Rosiane Xavier dos Santos - 1247-Maria Bernadete Cabral - 1218-Maria Zeferina Baldaia - 929-Kleidiane Barbosa Jardim - 8910-Conceição de Maria Carvalho - 83

CLASSIFICAÇÃO EM 31/08 – APÓS 18 ETAPAS

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CORRIDAS DE RUA

Lista de provas nacionais Relação de eventos atualizada até 31 de agosto de 2014 pelo Departamento Técnico da CBAt

DATA PROVA DISTÂNCIA LOCAL12/01 XXX Corrida de Reis 10 km Cuiabá (MT)19/01 1ª Meia Maratona Internacional de Goiás Meia Maratona Goiânia (GO)20/01 Corrida de São Sebastião CAIXA 10 km Rio de Janeiro (RJ)23/02 VIII Meia Maratona de São Paulo Meia Maratona São Paulo (SP)23/03 Golden Four Asics Meia Maratona Porto Alegre (RS)23/03 10ª Meia Maratona Internacional CAIXA Florianópolis Meia Maratona Florianópolis (SC)06/04 Corrida Pedestre do Senhor Bom Jesus de Cuiabá 10 km Cuiabá (MT)06/04 15ª Meia Maratona internacional Caixa de Brasília Meia Maratona Brasília (DF)06/04 Golden Four Asics Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ)13/04 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Salvador (BA)27/04 40ª Prova Rústica Tiradentes 10 km Maringá (PR)03/05 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Uberlândia (MG)11/05 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Campo Grande (MS)18/05 31ª Meia Maratona Internacional de Porto Alegre Maratona Porto Alegre (RS)18/05 10 km Tribuna FM UNILUS 10 km Santos (SP)25/05 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Belo Horizonte (MG)01/06 Meia Maratona Caixa da Bahia Meia Maratona Salvador (BA)08/06 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Goiânia (GO)06/07 Corrida 09 de julho 10 km Boa Vista (RR)27/07 Maratona CAIXA da Cidade do Rio de Janeiro Maratona Rio de Janeiro (RJ)27/07 Meia Maratona CAIXA da Cidade do Rio de Janeiro Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ)03/08 Golden Four Asics Meia Maratona São Paulo (SP)03/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Fortaleza (CE)10/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Recife (PE)17/08 25ª Dez Milhas Garoto 16 km Vila Velha (ES)17/08 Maratona de Santa Catarina Maratona Florianópolis (SC)24/08 Maratona Caixa da Bahia Maratona Salvador (BA)31/08 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Porto Alegre (RS)31/08 XVIII Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro Meia Maratona Rio de Janeiro (RJ)11/10 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Ribeirão Preto (SP)12/10 Volta das Nações – Meia Maratona Internacional do Pantanal Meia Maratona Campo Grande (MS)19/10 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Curitiba (PR)19/10 XX Maratona Internacional de São Paulo Maratona São Paulo (SP)09/11 Golden Four Asics Meia Maratona Brasília (DF)23/11 Circuito de Corridas CAIXA 10 km Brasília (DF)30/11 Circuito de Corridas CAIXA 10 km São Paulo (SP)31/12 90ª Corrida Internacional de São Silvestre 15 km São Paulo (SP)

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SAÚDE

As fraturas por estressePOR CRISTIANO FROTA DE SOUZA LAURINO*

OS OSSOS SÃO ESTRUTURAS VIVAS E SOFREM MODIFICAÇÕES estruturais constantes chamadas de “remodelações”, propiciando adaptações a fatores mecânicos, dietéticos, hormonais e genéticos.

A remodelação de um osso é um processo dinâmico e consiste numa alternância contínua de formação e ab-sorção óssea. Porém, a remodelação pode sofrer um de-sequilíbrio e ter seu ciclo de adaptações comprometido. Quando ocorre o predomínio de absorção de osso ao invés de formação, teremos a origem de uma microfratura.

O termo “reação de estresse” é utilizado para denominar todas as modificações ósseas que ocorrem continuamente em nosso esqueleto em resposta às cargas aplicadas, podendo variar desde uma simples remodelação até uma fratura pro-priamente dita.

As fraturas por estresse são decorrentes da ação de cargas repetitivas aplicadas sobre a estrutura óssea e se enquadram na chamada “síndrome de overuse”, o que diferencia das fraturas geradas por traumatismos agudos, como quedas, torções ou impactos diretos.

As chamadas “fraturas de fadiga” são aquelas decor-rentes de cargas anormais aplicadas sobre ossos normais, como acontece nos esportes.

DUAS TEORIAS GERAIS SÃO PROPOSTAS PARA EXPLICAR a origem das fraturas por estresse. A primeira teoria afirma que a musculatura enfraquecida reduz a absorção de impac-to das extremidades inferiores, aumentando o estresse so-bre pontos localizados do osso. Esta teoria tenta explicar em grande parte a origem das fraturas por estresse encontradas nos membros inferiores (quadril, joelho, pernas e pés).

A segunda teoria afirma que a tração muscular sobre o osso é capaz de gerar forças repetitivas e suficientes para desencadear microfraturas, como se observa nas fraturas por estresse dos membros superiores (ombro, braço, ante-braço, mão).

Os músculos contribuem para a nutrição dos nossos os-sos e também funcionam como fatores de proteção e ab-sorção das forças de impacto, diminuindo a concentração de estresse durante os movimentos. A fadiga muscular ob-servada nas situações de sobrecarga física contribui para a geração das fraturas por estresse.

Alguns fatores mecânicos são associados à origem das fraturas por estresse, tais como: o aumento da intensi-dade das cargas aplicadas, o aumento da frequência de carregamento e finalmente a diminuição da área sobre a qual as forças são aplicadas. A “tríade da mulher atleta”

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representa um fator de risco importante e caracteriza-se por distúrbios nutricionais, interrupção da menstruação (amenorreia) e diminuição da massa ósseaosteopenia.

AS CONDIÇÕES DO TREINAMENTO ESPORTIVO TAMBÉM podem ser consideradas fatores de risco, como o aumento súbito na velocidade e distância percorridas, as condições de superfície inadequadas (piso e calçado), o mau condi-cionamento físico, e o tempo de reabilitação insuficiente das lesões pregressas.

A localização das fraturas varia em função da mo-dalidade esportiva praticada e os membros inferiores são os locais preferenciais. A tíbia representa em torno de 50% das fraturas dos membros inferiores, e são descritas nos esportes como atletismo (corridas e saltos), volei-bol, basquete, handebol. As demais fraturas dos mem-bros inferiores são descritas nos ossos do pé (calcâneo, tálus, sesamóides, ossos metatarsais), no fêmur (salta-

(*) Cristiano Frota de Souza Laurino, médico da CBAt, é mestre em ciências pela Unifesp, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho, diretor científico da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte. Médico do Clube de Atletismo BM&FBovespa.

dores) e na fíbula (corredores).A queixa mais frequente de uma pessoa com fratura por

estresse é a dor de intensidade variável, que piora com as atividades de impacto e manifesta-se inicialmente após as atividades esportivas, evoluindo para a limitação progres-siva da atividade física. A palpação da área da lesão pode apresentar um dolorimento difuso, inchaço e até uma ir-regularidade da superfície óssea.

A suspeita das fraturas por estresse é muitas vezes difi-cultada, em virtude dos sinais e sintomas serem semelhan-tes a outras queixas comuns, como as dores nos músculos e tendões. Por esta razão, os atletas procuram um médico muito tempo depois de a lesão ter se estabelecido, o que pode comprometer o tempo de tratamento e o retorno ao esporte.

Por sinal, as fraturas por estresse representam 1 a 20% de todas as lesões esportivas, e aproximadamente 4,7% a 15,6% das lesões entre corredores.

Largada da São Silvestre, uma das principais corridas do Brasil

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CORRIDAS

O sucesso no BrasilSegmento-raiz revelou grandes nomes do Atletismo nacional

O PEDESTRIANISMO É O SEGMENTO DO ATLETISMO QUE engloba as corridas disputadas fora de pista. Também chamadas de provas rústicas, elas estão na raiz do esporte-base. Estas competições aconteciam na Antiguidade, na Idade Média, nos tempos modernos e atualmente contam com milhões de adeptos em todas as partes do mundo, com grande sucesso no Brasil.

Sempre houve grandes atletas nas corridas longas. Um dos primeiros a ganhar fama internacional foi Lewis Bennett, um índio da nação Seneca, dos Estados Unidos, grande corredor do século XIX. Em 1896, na primeira edição olímpica moderna, em Atenas, o grego Spiridon Louis venceu a maratona e tornou-se herói em seu país.

No Brasil, nas primeiras décadas do século XX as pro-vas rústicas ganharam força e consolidaram-se nos anos 1930. Em 1925 foi criada a Corrida de São Silvestre em São Paulo, pelo jornalista Cásper Líbero. O primeiro campeão da prova foi Alfredo Gomes, que um ano antes, em 1924, fizera parte da equipe de Atletismo do Brasil, que fez sua estreia em Olimpíadas nos Jogos de Paris. Alfredo Gomes, também foi o ganhador dos 5.000 m na primeira edição do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, na capital paulista, em 1925.

Nos anos 1930, Nestor Gomes foi o atleta que mais brilhou nas provas longas, tanto em pista como na rua. Ele disputou a fase preliminar dos 1.500 m na Olimpíada de Los Angeles em 1932, ano em que venceu sua primeira São Silvestre. Ganhou depois em 1933 e 1935.

Um aspecto observado ao longo do tempo é que os fundistas que conciliam as corridas de pistas com as de rua obtêm maior sucesso. No pós-Guerra, dois nomes im-portantes faziam isso: Luiz Gonzaga Rodrigues, que foi re-cordista brasileiro dos 5.000 m, e Edgar Freire, que à época

venceu o Campeonato Brasileiro e o Troféu Brasil. Ambos subiram ao pódio na São Silvestre.

Em 1980, um pernambucano radicado em São Paulo venceu a São Silvestre em 31 de dezembro e quebrou um je-jum brasileiro de vitórias na prova de 34 anos. José João da Silva, que treinava com Carlos Gomes Ventura, estabeleceu recordes brasileiros nos 5.000 m e 10.000 m. Contemporâ-neo seu, o gaúcho Eloy Rodrigues Schleder, treinado por Asdrúbal Batista Ferreira, fazia pista, ao mesmo tempo em que superava várias vezes o recorde brasileiro da maratona.

COMPETIR EM PISTA PARALELAMENTE É A SITUAÇÃO ideal para os corredores de rua, dizem, entre outros, treina-dores como Ricardo D’Angelo, Adauto Domingues e Henrique Viana, uma vez que apura a velocidade do corredor. “Competir em pista é importante para o fundista, mesmo que o objetivo principal sejam as provas rústicas”, afirma D’Angelo, treinador do medalhista olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima.

Marilson Gomes dos Santos, bicampeão da Maratona de Nova York e ganhador da medalha de ouro nos 10.000 m no PAN de Guadalajara-2011 é um exemplo. “Marilson sempre faz pista”, explica Adauto Domingues, seu treinador, e bicampeão pan-americano dos 3.000 m com obstáculos.

Henrique Viana, médico e técnico, treinou atletas como Luiz Antonio dos Santos, bronze na maratona do Mundial de Atletismo de Gotemburgo em 1995. Henrique cita Gio-vani dos Santos, medalha de bronze nos 10.000 m no PAN-2011 e um dos principais corredores de provas de rua e cross country do País.

Em 18 de novembro de 1990, pela primeira vez um bra-sileiro quebrou o recorde sul-americano da maratona: o autor foi Nivaldo Batista Vieira Filho, que em Roma marcou 2:10:42.

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Em 1992, no Mundial de Meia Maratona em Tyneside, o Brasil ganhou bronze por equipes, com Ronaldo da Cos-ta, Artur de Freitas Castro e Delmir Alves dos Santos. Dois anos depois, em Oslo, Ronaldo da Costa ganhou bronze na classificação individual.

Luiz Antonio dos Santos comandou o time brasileiro, com Vanderlei Cordeiro de Lima e Osmiro Souza Silva, na conquista do bronze na Copa do Mundo de Maratona de Atenas. Vanderlei, sete anos depois voltaria a Atenas para subir ao pódio da maratona olímpica. O Brasil ainda ganhou prata e bronze na disputa masculina do Mun-dial de Maratona em Revezamento (Ekiden) de 1996 em Copenhague e 1998 em Manaus.

GRANDES RESULTADOS OBTIVERAM NA ÚLTIMA MARATONA olímpica, em Londres, os atletas brasileiros. Além do quinto lugar de Marilson Gomes dos Santos, Paulo Roberto de Almei-da Paula, foi o oitavo colocado, e Franck Caldeira de Almeida (ouro no PAN 2007), o 13º. No Mundial de Moscou-2013, Pau-lo Roberto foi o sétimo colocado e Solonei Rocha, campeão do PAN 2011, o sexto. Vanderlei Cordeiro de Lima venceu a prova no PAN de Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003. Ivo Machado Rodrigues foi campeão em Indianápolis-1987.

NO FEMININO, UM DOS PRINCIPAIS NOMES DO FUNDO brasileiro foi Carmem de Oliveira Furtado. No Mundial de Stuttgart-1993, ela tornou-se a primeira brasileira finalista em prova longa: 11ª nos 10.000 m com 31:47.76, ainda re-corde sul-americano em meados de 2014. Carmem tam-bém foi a primeira brasileira a vencer a São Silvestre em 1995, na 21ª edição da prova feminina.

A catarinense Marcia Narloch venceu a maratona no PAN de Santo Domingo-2003 e Adriana Aparecida da Silva foi campeã da prova em 2011 em Guadalajara. Adriana é a recordista brasileira da prova, com 2:29:17.

Mais três brasileiras estão entre as 10 melhores da Amé-rica do Sul na história da prova: Janete Mayal, com 2:31:27, Vivianny Anderson de Oliveira, com 2:31:39, e Marily dos Santos, com 2:31:55. Janete e Marily disputaram Olimpía-das e Vivianny ganhou bronze no PAN de Winnipeg-1999.

COM A IMPORTÂNCIA ADQUIRIDA PELAS CORRIDAS longas no Brasil, a Confederação Brasileira de Atletismo or-ganizou três Mundiais fora de estádio: Mundial Feminino de 15 km, no Rio de Janeiro, em 1989; Mundial de Mara-tona de Revezamento em Manaus, em 1998; Mundial de Meia Maratona no Rio, em 2008.

Equipe do Brasil, medalha de bronze no Mundial de Maratona em Revezamento de Manaus 1998

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CORRIDAS

Brasileiros no pódioCorredores medalhistase finalistas em Olimpíadase Mundiais

FUNDISTAS BRASILEIROS ALCANÇARAM A GLÓRIA NOS maiores eventos do Atletismo Internacional, notadamente fora de estádio. Eles ganharam medalhas e/ou foram final-istas em Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais. O País também ganhou medalhas por equipes em competições da IAAF. Veja abaixo:

VANDERLEI CORDEIRO DE LIMA. Bronze olímpico na maratona em Atenas-2004. Bronze por equipes na Copa do Mundo de Maratona em Atenas-1997 e prata por equipes no Mundial de Maratona em Revezamento de Copenha-gue-1996.

LUIZ ANTONIO DOS SANTOS. Bronze na maratona no Campeonato Mundial de Atletismo de Gotemburgo-1995 e bronze por equipes na Copa do Mundo de Maratona de Atenas-1997.

RONALDO DA COSTA. Bronze por equipes no Mundial de Meia Maratona de Tyneside-1992, prata e bronze por equipes nos Mundiais de Maratona em Revezamento de Copenhague-1996 e Manaus-1998. Bronze no Mundial de Meia Maratona de Oslo-1994. Ex-recordista mundial da maratona com 2:06:05.

MARILSON GOMES DOS SANTOS. Bicampeão da Mara-tona de Nova York em 2006 e 2008. Campeão dos 10.000 m nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011. Quinto colocado na maratona olímpica de Londres-2012.

DELMIR ALVES DOS SANTOS. Ouro na etapa de 10 km e bronze por equipes no Mundial de Maratona em Reveza-

mento de Copenhague-1996. Foi bronze por equipes no Mundial de Meia Maratona de Tyneside-1992.

ÉMERSON ISER BEM. Venceu a São Silvestre de 1997, deixando em segundo lugar o superastro Paul Tergat, do Quênia. Único brasileiro a vencer uma etapa do Circuito Mundial de Cross Country, da IAAF, em Amendoeiras-1997, em Portugal.

DEMAIS MEDALHISTAS

Elenilson da Silva - Bronze por equipes no Mundial de Maratona em Revezamento de Manaus-1998. Campeão pan-americano dos 10.000 m em Winnipeg-1999.

Osmiro Souza Silva - Bronze por equipes na Copa do Mundo de Maratona de Atenas-1997.

Wander do Prado Moura - Prata no Mundial de Marato-na em Revezamento de Copenhague-1996. Ouro nos 3.000 m com obstáculos no PAN de Mar del Plata-1995.

Tomix Alves da Costa - Prata no Mundial de Maratona em Revezamento de Copenhague-1996 e bronze no de Manaus-1998.

Artur de Freitas Castro - Bronze por equipes no Mundial de Meia Maratona de Tynesyde-1992.

Edgar Martins de Oliveira - Prata no Mundial de Mara-tona em Revezamento de Copenhague-1996.

Daniel Lopes Ferreira, Leonardo Vieira Guedes e Ser-gio Gonçalves da Silva – Bronze por equipes no Mundial de Maratona em Revezamento de Manaus-1998.

Ronaldo da Costa, Delmir dos Santos, Luiz Antonio dos Santos e Artur de Castro

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Vanderlei Cordeiro de LimaOs 10 anos da inesquecível conquista na maratonaolímpica de Atenas-2004

Vanderlei comemora a conquista da medalha heroica em Atenas 2004

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HÁ EXATA UMA DÉCADA, O PARANAENSE Vanderlei Cordeiro de Lima conquis-tou uma medalha heroica, nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. No dia 29 de agosto daquele ano, na última prova da Olimpíada, disputada num domingo, o mundo reverenciou Vanderlei por sua conquista como atleta e acima de tudo, pelo espírito esportivo, com que balizou suas ações.

Na disputa da maratona, ele superou a agressão de um espectador, o calor da capital grega e ainda deu show de fair play. Contra adversidades pouquíssimas vezes enfren-tadas por um atleta numa Olimpíada, Vanderlei deu ao Brasil a medalha de bronze na disputa da maratona, que aconteceu no histórico percurso feito pelo soldado Feidí-pedes, no século V a.C., para anunciar a vitória dos gregos sobre os persas.

Desde o início da corrida de 42,195 km, Vanderlei man-teve-se no pelotão dianteiro, ao lado, entre outros grandes nomes da prova, do então recordista mundial Paul Tergat, do Quênia. O percurso Vanderlei já conhecia da disputa da Copa do Mundo de Maratona-1997 – realizada simulta-neamente ao Campeonato Mundial de Atletismo –, quan-do ajudou o Brasil a ganhar bronze por equipes, junto com Luiz Antonio dos Santos e Osmiro Souza Silva.

Na Olimpíada, Vanderlei assumiu a ponta da prova an-tes do km 20, conforme o plano traçado em conjunto com seu treinador Ricardo Antonio D’Angelo, ao passar o sul-africano Hendrick Ramaala. E liderava com 40 segundos de vantagem sobre o segundo colocado, o italiano Stefano Baldini, à altura do km 37.

Um incidente, que ganharia as manchetes de todo o mundo e passaria para a história olímpica, atrapalhou o atleta, nascido em Cruzeiro D’Oeste, a 11 de agosto de 1969, e que trabalhara na lavoura, na adolescência.

Totalmente focado na corrida, Vanderlei só percebeu o perigo quando o manifestante estava a centímetros de dis-tância. Pego de surpresa, foi empurrado pelo agressor, um cidadão que levava às costas mensagem de confuso teor re-ligioso. Soube-se, logo depois, que se tratava de um irlandês, que já provocara confusões em outros eventos esportivos.

Os fiscais da prova e a segurança demoraram a agir. Vanderlei deve muito de sua recuperação ao apoio de populares, menos atônitos, e que assistiam a prova no lo-cal. Especialmente importante foi o grego Polyvios Kossivas, que pulou as cordas que separavam o público da pista, e liberou o brasileiro. Assim, ele pôde voltar à prova, apesar da perda de tempo e do abalo emocional.

Vanderlei foi ultrapassado por Stefano Baldini e pelo eri-treu naturalizado norte-americano Meb Keflezighi. Ao cruzar a linha de chegada, com a certeza de ter conquistado a medalha de bronze, comemorou da forma tradicional: esticou os braços e fez o “aviãozinho”.

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Mereceu a ovação das milhares de pessoas que assis-tiam à chegada dos maratonistas no Estádio Panatinaiko, sede da primeira edição olímpica moderna, em 1896. Vanderlei cruzou a linha em 2:12:11, enquanto Baldini levou o ouro para a Itália com 2:10:55 e Keflezighi a prata para os Estados Unidos, com 2:11:29.

A REAÇÃO DE VANDERLEI VALORIZOU AINDA MAIS SUA conquista. Ele avaliou que o acidente prejudicou seu desempenho, mas não menosprezou a conquista dos outros dois medalhistas.

“Não esperava o ataque e não tive reação para me de-fender, estava concentrado na corrida. Aquilo atrapalhou bastante, porque parei e perdi o ritmo. Se isto não tivesse acontecido, não sei dizer se venceria, mas certamente ter-minaria a prova em melhores condições”, disse.

A Confederação Brasileira de Atletismo e o Comitê Olímpico Brasileiro pediram oficialmente que Vanderlei fosse considerado campeão, juntamente com Baldini. O caso chegou à Corte de Arbitragem do Esporte (CAS), com

• Medalha de bronze olímpica na maratona em Atenas-2004• Medalha de bronze por equipes na Copa do Mundo de Maratona de Atenas-1997

• Medalha de prata por equipes no Mundial de Maratona em Revezamento de Copenhague-1996• Medalha de ouro na maratona nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999

• Medalha de ouro na maratona nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003

PRINCIPAIS CONQUISTAS DE VANDERLEI CORDEIRO DE LIMA

sede em Lausane, na Suíça, mas o resultado foi mantido.Como reconhecimento, Vanderlei foi premiado com a

Medalha Pierre de Coubertain, honraria muito especial concedida de forma seletíssima pelo Comitê Olímpico In-ternacional.

O corredor brasileiro já havia disputado os Jogos Olímpicos de Atlanta-1996 e Sydney-2000, mas foi aos 35 anos, na plenitude da maturidade psicológica, e em boa forma física, que foi para a disputa olímpica na capital grega com absoluta confiança de que pode-ria brilhar. Ele chegou à Grécia após uma preparação meticulosamente planejada, de 45 dias, na altitude de Paipa, na Colômbia.

É verdade que Vanderlei mostrou-se fundista de talen-to desde os tempos de juvenil. Sua estreia em disputa de maratonas aconteceu em 1994, quando foi convidado para puxar o ritmo (foi o “coelho”) da Maratona de Reims, na França. Cumpriu o acordo com os organizadores, marcou o tempo nos 21 km. Aí, como se sentia bem, decidiu con-tinuar na prova e, para surpresa de muitos, terminou por ficar em primeiro lugar, com 2:11:06.

O recorde pessoal – 2:08:31 – ele conseguiu na Mara-tona de Tóquio-1998, quando terminou em segundo lugar. O melhor resultado de Vanderlei na distância em território nacional foi 2:11:19, com a vitória da Maratona de São Paulo, em 2002.

Ele também é bicampeão pan-americano (ganhou ouro em Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003). Outra conquista foi a medalha de prata com a equipe brasileira no Mundial de Maratona em Revezamento de Copenha-gue-1996. Vanderlei faz parte do Programa Caixa Heróis Olímpicos e integra a Assembleia Geral da CBAt.

Em 2004, ele foi eleito o “Atleta do Ano” em pes-quisa do COB e recebeu o Prêmio Brasil Olímpico. Outro de seus troféus foi o “Fair Play”, concedido pela CBAt, por sua conduta não apenas nos Jogos de Atenas mas em toda a sua carreira.

Vanderlei participa de Fórum da CBAt

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A primeira destas medalhas foi conquistada em 5 de agosto de 2003, quando subiu ao pódio em Santo Do-mingo. Foi sua primeira conquista: bronze nos 5.000 m, a 100ª medalha ganha pelo Atletismo do Brasil na história dos Jogos.

Além de ter as melhores marcas sul-americanas nos 15 km e meia maratona, Marilson é recordista da área nos 5.000 m, com 13:19.43, tem-po feito em Askina, na Alemanha, em 8 de junho de 2006, e nos 10.000 m, com 27:28.12, em Neerpelt, na Bélgica, em 2 de junho de 2007.

No pedestrianismo, além do bi-campeonato em Nova York, venceu três vezes a prin-cipal prova nacional, a São Silvestre, em 2003, 2005 e 2010. Na maratona, sua prova principal, seu recorde é 2:06:34, com o quarto lugar na Maratona de Londres em 17 de abril de 2011. Atualmente, vive em São Paulo com sua mulher Juliana dos Santos, ouro nos 1.500 m no PAN do Rio-2007 e bronze nos 800 m no Mundial de Juvenis de Kingston-2002, na Jamaica. Ambos treinam com Adauto Domingues, antigo bicampeão pan-americano dos 3.000 m com obstáculos, e competem pela BM&FBovespa, de São Caetano do Sul (SP).

Marilson integra o Programa Caixa de Apoio a Atletas de Alto Nível, da CBAt.

• Melhor brasileiro no Atletismo na Olimpíada de Londres-2012 – 5º na maratona• Medalha de ouro nos 10.000 m nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011

• Bicampeão da Maratona de Nova York em 2006 e 2008• Bicampeão da meia maratona na Universíade em Catânia-1997 e Palma de Mallorca-1999

• Tricampeão da São Silvestre em 2003, 2005 e 2010

PRINCIPAIS CONQUISTAS DE MARILSON DOS SANTOS

Marilson ganha ouro no PAN 2011

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ESTRELA

Marilson Gomes dos SantosMelhor brasileiro em Londres-2012 e bicampeão na Maratona de Nova York

PRINCIPAL FUNDISTA DO PAÍS EM ATIVIDADE, o brasiliense Marilson Gomes dos San-tos nasceu em 06 de agosto de 1977. Em 2012, ele obteve o melhor resultado do Atletismo nacional na Olimpíada de Lon-dres, com o quinto lugar na maratona. No mesmo ano, foi eleito o melhor do Atletismo do País pelo COB e recebeu o Prêmio Brasil Olímpico. Antes, ele já ganhara reputação mundial ao tornar-se bicampeão da mais charmosa prova de rua do mundo: a Maratona de Nova York, em 2006 e 2008.

As conquistas de Marilson começaram cedo. Em 1999, ele sagrou-se bicampeão da meia maratona na Universíade, ao vencer em Palma de Mallorca, na Espanha. Dois anos antes, fora campeão em Catânia, na Itália. Duas vezes foi top 10 no Mun-dial de Meia Maratona: sétimo em 2007, em Údine, na Itália, e oitavo no Rio, em 2008. Em Údine, estabeleceu recordes sul-americanos nos 15 km com 42:15 e na meia maratona com 59:33, na primeira vez em que um corredor sul-americano fez a distância (21,1 km) em menos de uma hora.

Marilson tem, ainda, história nos Jogos Pan-America-nos, com cinco medalhas em três edições. Foi prata nos 10.000 m e bronze nos 5.000 m em Santo Domingo-2003 e Rio-2007. E, finalmente, em Guadalajara-2011, no México, conquistou o ouro nos 10.000 m.

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FUTURO

Thiago doRosário AndréAtleta com potencial para provas demeio fundo e corridas longas

“UM ATLETA PROMISSOR.” ESSA É A DEFINIÇÃO DE ADAUTO Domingues para seu pupilo Thiago do Rosário André. Flu-minense de Belford Roxo, nascido em 4 de agosto de 1995, Thiago André tem bons resultados em corridas de pista, rua e cross country. As marcas aparecem no meio fundo e nas corridas mais longas.

Adauto Domingues explica: “Isso é natural. Quando o atleta é jovem, e Thiago tem apenas 19 anos, ele deve experimentar diferentes distâncias. Com os tempos al-cançados e com as observações feitas, o treinador vai encaminhando o atleta para as distâncias mais condi-zentes com suas características.”

Técnico dos campeões pan-americanos Marilson Gomes dos Santos (10.000 m) e Juliana Paula dos Santos (1.500 m), Adauto orienta, por enquanto, Thiago a compe-tir nas provas clássicas de meio fundo (800 m e 1.500 m).

Os resultados do corredor no Campeonato Mundial de Juvenis de Eugene, nos Estados Unidos, em julho deste ano, demonstram que a escolha foi acertada: Thiago foi o quarto colocado nos 800 m e 1.500 m (nesta prova, detém o recorde sul-americano juvenil, com 3:40.59).

Nos 3.000 m rasos, em maio deste ano, enfrentando atletas da categoria principal, Thiago conquistou o título no Grande Prêmio Caixa Sesi de Uberlândia, em Minas Ge-rais, com 7:59.02, recorde sul-americano da categoria.

Nos 5.000 m, foi campeão brasileiro em 2012 em Maringá,

com 15:01.37. Em 2013, ganhou ouro nos 1.500 m e nos 5.000 m no Sul-Americano em Resistência, na Argentina. E ganhou os 8 km no Sul-Americano de cross country em Concórdia, também na Argentina.

“O Thiago tem potencial para várias provas”, explica Adauto. “A opção agora é pelo meio fundo. Se pensamos neste ciclo olímpico e na possibilidade dele competir nos Jogos do Rio, a prova é a dos 1.500 m”, afirma.

“Mas para 2020 provavelmente a melhor distância para ele correr provavelmente será a dos 5.000 m. E nada im-pede que ele, de forma estudada, compita também em eventos de rua. Tudo a seu tempo”, define o treinador.

Considerado uma das esperanças do meio-fundo, Thiago consegue bons resultados desde a categoria menor, na qual foi vice-campeão sul-americano de cross country no Peru, em 2012. Ganhou prata em 2013 nos 1.500 m e 5.000 m no Campeonato Pan-Americano de Juvenis em Medellín, na Colômbia.

• Quarto colocado nos 800 m e 1.500 m no Campeonato Mundial de Juvenis de Eugene-2014• Medalha de ouro nos 3.000 m no Grande Prêmio Caixa Sesi de Uberlândia-2014

• Medalha de ouro nos 1.500 m e 5.000 m no Sul-Americano de Juvenis de Resistência-2013• Medalha de prata nos 1.500 m e 5.000 m no PAN Juvenil de Medellín-2013

• Medalha de ouro nos 8 km no Sul-Americano de Cross Country em Concórdia-2013

PRINCIPAIS CONQUISTAS DE THIAGO ANDRÉ

Thiago: bons resultados na pista, rua e cross

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TREINADOR

Aristides Junqueira NetoHá 45 anos formando atletas etreinadores de Atletismo no País

Duda da Silva e Aristides Junqueira

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PROFUNDO CONHECEDOR DO ATLETISMO BRASILEIRO e ótimo contador de piadas. Assim é Aristides de Andrade Junqueira Neto, ou simplesmente Tide, como todos o conhecem no meio atlético nacional.

Um dos mais antigos treinadores de Atletismo em ativi-dade no País, ele trabalha há 45 anos, desde meados da década de 1960.

Nessa época, na cidade paulista de Floreal, onde nasceu em 18 de maio de 1946, Tide começou atuar na iniciação de crianças e adolescentes no esporte-base. “Comecei na profissão de treinador de Atletismo quando nem tinha concluído meu curso na Faculdade de Educação Física”, lembra Tide.

O tempo passou, Tide viveu no interior paulista, Paraná e Mato Grosso. Atualmente, ele mora em São Bernardo do Campo, na região do ABCD, na Grande São Paulo. Seu grupo de atletas, ele prepara na Arena Caixa, em São Bernardo, e no centro de treinamento da BM&FBovespa (clube que de-fendem), em São Caetano do Sul, na mesma região.

A BM&FBovespa, aliás, é sucedâneo da Funilense. Tra-balhando para estas duas equipes, Tide é campeão do Troféu Brasil, ininterruptamente, desde 1992.

Um dos atletas revelados pelo treinador é Mauro Vinícius da Silva, o Duda. Em 8 de março deste ano, em Sopot, Duda tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar o bicampeonato mundial indoor, ao ganhar a medalha de ouro no salto em distância – vencera também em Istam-bul, na Turquia, dois anos antes.

Em Sopot, cidade polonesa às margens do Báltico, ain-da na Ergo Arena, Tide, aos 68 anos de idade e quase cinco décadas de Atletismo, não escondeu a emoção de colocar um atleta do Brasil no ponto mais alto do pódio em evento de primeira linha internacional.

“O Duda é disciplinado e pode defender o País ainda em dois Jogos Olímpicos”, diz o técnico. Para Tide, “foram importantes para a conquista de Duda, as ações da CBAt na preparação para o Mundial, como o camping na Europa. Num camping, todo o foco do atleta vai para a competição. Quando entrou na Arena, ele estava pronto”, afirma o téc-nico paulista.

O treinador lembra: “Há muito tempo treino crianças, jovens e atletas de alto rendimento. Da minha primeira turma saiu o José Roberto, o ‘Soneca’, que mais tarde descobriu talentos como o Edson Luciano Ribeiro (vice-campeão olímpico do 4x100 m em Sydney-2000 e vice-campeão mundial em Paris-2003).”

“Também tive outros atletas de nível mundial, como o Nelson Ferreira, no salto em distância, que foi finalista no Campeonato Mundial de Atenas-1997”, lembra.

Entre outros nomes, também descobriu Maria Apare-cida Barbosa, a Cida Barbosa, que foi recordista brasileira do salto triplo, e que trabalha como treinadora em Cuiabá (MT), com seu marido, o medalhista olímpico Vicente Le-nilson de Lima.

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ÁRBITRO

João Vicente Bezerra LimeiraUm representante de Pernambucoé o primeiro presidente da ABRAAT

PERSONAGEM DISCRETO, O ÁRBITRO DE ATLETISMO NÃO chama a atenção do público. Mas ele é agente importante numa competição. É a equipe de arbitragem que monta os equipamentos de cronometragem e medição das mar-cas dos atletas, verifica o estado da pista, a posição correta das tábuas para os saltos horizontais, os colchões para os saltos verticais etc.

Depois da competição, são os árbitros que desmontam os equipamentos e os embalam com os cuidados que re-querem os materiais delicados. Nas provas de rua, fiscali-zam a largada, chegada e percurso.

Árbitros brasileiros integram as listas internacionais. O su-perintendente Técnico da CBAt, Martinho Santos, atua como delegado em eventos da IAAF. Dois brasileiros são Oficiais Técnicos Internacionais, que dirigem eventos como os Jogos Olímpicos e Mundiais: Frederico Nantes e Claudia de Jesus.

Há seis Oficiais Técnicos de Área, que atuam em com-petições continentais: Marcio José Bodziak Zanetti, Marco André De Lazari, Nilton Cesar Ferst, Marcos Paulo Garcia de Andrade, Kellerman Luiz Figueiredo Zanotti e Martinho Nobre dos Santos. Dois são árbitros internacionais de marcha:

Nilton Cesar Ferst e Berna-dete Conte. No painel de árbitros de partida da IAAF está Ubiratan Martins Júnior, que atuou na Olimpíada da Juventude em Nanquim, na China.

João Vicente Bezerra Limeira, 44 anos, é ár-bitro há 25 e hoje tem o nível II, do quadro nacional. Pernambucano, vive na ci-dade baiana de Juazeiro.

Em 1º de dezembro de 2013 é seu um dos 17 nomes que aparecem na ata de fundação da ABRAAT (Associação Bra-sileira de Árbitros de Atletismo).

“A iniciativa foi do Manoel Trajano, Og Robson e Marcos Paulo Garcia de Andrade”, explica João Vicente. “O edital de convocação saiu no Diário Oficial da União. Nosso ob-jetivo é servir de elo entre os árbitros e a Confederação Brasileira de Atletismo”, diz.

João Vicente foi eleito presidente da ABRAAT e nesta condição participou da Assembleia-2014 da CBAt. Inte-gram a diretoria: Bernadete Conte (SC), vice-presidente; Allan Medeiros Pinheiro (RN), Kellermann Luiz Figueiredo Zanotti (MT) e Florenilson Itacaramby de Almeida (DF), membros do Conselho Fiscal; Valter Augusto de Oliveira (PR), Lindomar Teles de Oliveira (PR) e Olmiro Flores Bu-sanello (RS), suplentes.

Fizeram parte da reunião que aprovou o estatuto mais estes árbitros: Og Robson de Menezes Chagas (BA), Ma-noel Trajano Dantas Neto (MA), Gilvan Lira da Silva (SP), Lucimara Vicente Machado (SP), Shirley Batista (SP), Aércio Silva de Oliveira (AM), Harley Maciel da Silva (AM), Ubiratan Martins Júnior (PR), Kellermann Luiz Figueiredo Zanotti (MT) e Anderson Moraes Lemes Rosa (PR). O presidente da Federação Cearense de Atletismo, Jerry Welton Bar-bosa Gadelha, esteve presente ao ato na condição de convidado.

João Vicente, presidente da ABRAAT

Ubiratan Martins Júnior na China

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MULHER

Os cuidados no treinamentoA importância da diferença na preparação entre os gêneros

Cláudio Roberto de Castilho

Adriana Aparecida, campeã da maratona no PAN 2011

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A DIFERENÇA NOS TREINAMENTOS DE HOMENS E mulheres é uma prática relativamente recente. Os estudos científicos a respeito têm pouco mais de 40 anos, período curto quando se leva em conta a história do esporte e espe-cialmente participação das mulheres nas provas de pista e rua.

Técnicos, preparadores físicos, médicos e pesquisa-dores procuram entender a melhor forma de encarar as diferenças fisiológicas entre os gêneros e a individualização dos treinos, levando-se em conta a reação metabólica e psicológica das atletas.

“A metodologia é a mesma. Muda é a carga de treinos, com preocupações específicas no caso das mulheres”, diz o técnico Marco Antônio de Oliveira, há 30 anos orientando corredoras dos 1.500 m à ultramaratona. “A informação da atleta sobre o ciclo menstrual e exames ginecológicos

preventivos são fundamentais na gestão dos treinos”, ele observa.

Os cuidados são compartilhados também por Cláudio Roberto de Castilho, do Pinheiros. “A rotina e a carga exces-siva de treinos, sem um correto acompanhamento, princi-palmente em atletas jovens, pode acarretar amenorreia (parada da menstruação) e oligomenorreia (menstruações escassas)”, comenta o técnico, que tem em seu grupo nove mulheres, desde o juvenil até o adulto, de provas entre os 800 m e a maratona.

A maior preocupação com as irregularidades menstruais é a alteração no nível de concentração de estrogênio, um hormônio importante porque aumenta a eficiência da absor-ção de cálcio e consequentemente a renovação óssea e os processos de contração muscular.

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“A MULHER ATLETA TEM NECESSIDADE MAIOR DE CÁLCIO. E se a absorção estiver diminuída, levará o organismo a obter o cálcio necessário dos ossos, provocando as-sim a osteoporose e possíveis fraturas por fadiga”, diz Castilho. “Nesse sentido, temos de analisar diversos fa-tores como o estresse (pressão psicológica por resulta-dos), preocupação excessiva com o peso, o que faz com que as atletas comam menos, às vezes, do que real-mente deveriam, entre outros itens comuns na saúde e evolução da preparação.”

Os treinadores lembram que a preocupação não é apenas com o aspecto atlético. A mulher tem de ser cuidada também para que os treinamentos não interfiram em sua vida pes-soal. Além de problemas hormonais, doenças como de-pressão, candidíase, fungos e bactérias podem atrapalhar a vida fértil das atletas, provocando maiores dificuldades para engravidar, por exemplo.

Marco Antônio Oliveira reafirma que os exames gine-cológicos são fundamentais. “Possíveis alterações dos ciclos menstruais têm relação muitas vezes com a intensidade dos treinos. Exames mais apurados devem redimensionar as cargas a que atletas são submetidas”, disse o técnico que, entre outras corredoras, orienta Fabiana Cristine da Silva, líder do Ranking CAIXA CBAt em 31 de agosto.

“Olha, tem dias que tenho vontade de esganar o Marcão”, brinca Fabiana, de 36 anos. “Sofro muito com a questão da TPM, com a retenção de líquidos e, às vezes, não entendo porque não consigo um bom resultado quando es-tou bem treinada, como aconteceu no Ibero-Americano, em agosto”, complementa a atleta, que passa regular-mente por exames ginecológicos, como o Papanicolau.

A QUESTÃO MENSTRUAL É ESTUDADA EM TODAS AS modalidades esportivas. As mulheres, de uma maneira geral, ficam irritadas com mais facilidade no período da TPM. Embora já se saiba que um dos maiores benefícios

MULHER

da corrida para a mulher é a maior tolerância nesta época. No entanto, alguns fatores realmente impedem melhores performances.

Luiz Antonio dos Santos, medalhista no Mundial de Gotemburgo-1995, que gerencia o Luasa Sports, de Tauba-té (SP), lembra das necessidades especiais das mães-atle-tas. “Elas são apegadas aos filhos, temos que administrar isso porque a mãe só treina com tranquilidade sabendo que tudo está bem em casa”, diz.

Juliana dos Santos é um exemplo. Casada com Maril-son dos Santos, ela viu sua vida mudar desde o nasci-mento de Miguel, há três anos. “Ele é muito ativo e só este ano voltei a me preparar plenamente”, explica a campeã pan-americana dos 1.500 m no Rio de Janeiro, em 2007.

Juliana Paula dos Santos, recordista brasileira dos 1.500 m

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Franciela Krasucki, velocista do Pinheiros

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Uma história secularBerço de grandes atletas, oEC Pinheiros completa 115 anos

FOI COM UMA PROVA DE ATLETISMO QUE UM DOS MAIS importantes clubes do Brasil comemorou seus 115 anos, no último mês de setembro. Na verdade, a origem do EC Pinheiros está em Hamburgo. Nesta cidade do norte alemão, jogava futebol o jovem Hans Nobiling. Na déca-da de 1890, Nobiling veio para o Brasil e fixou residên-cia na capital paulista.

Com um grupo de amigos, em 7 de setembro de 1899, ele fundou o Sport Club Germânia. Em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, as agremiações com nomes es-trangeiros tiveram que escolher outra denominação. O Germânia passou a chamar-se Esporte Clube Pinheiros.

Já há muito tempo o EC Pinheiros é um dos principais clubes poliesportivos do País. Nas primeiras décadas, porém, futebol e Atletismo eram os esportes mais pratica-dos pelos associados do clube.

Em 8 de abril de 1900 o então Germânia realizou uma competição de pentatlo. Compunham a disputa estas cin-co provas: chute de bola de futebol à distância, arremesso de rocha, corrida de 80 metros, salto em distância e ar-remesso da bola de críquete. O ganhador foi C. Behmer, por sinal, atleta da colônia alemã.

Um dos grandes nomes do clube nos seus primeiros anos apareceu em 1903: Hermann Friese. Hábil no futebol, era eclético no Atletismo. Ele participou como convidado dos “Jogos Olímpicos de Montevidéu”, em 17 de março de 1907. Na capital do Uruguai ele ganhou os 800 m e 1.500 m. Estas vitórias são as primeiras registradas de um atleta do Brasil no exterior. Isto porque, embora não tivesse nas-cido no País, aqui estava radicado.

Em 1926, foi inaugurada a primeira pista de Atletismo do clube, que ainda naquela década realizou as primeiras disputas oficiais entre mulheres no País. Nas sete primeiras décadas do século XX foram muitos os atletas revelados pelo clube: Lúcio de Castro (finalista olímpico em 1932),

Elisabeth Clara Muller (medalhista no PAN), Ícaro de Cas-tro Mello (arquiteto, mais tarde projetou o Conjunto Es-portivo do Ibirapuera), Dietrich Gerner (depois importante treinador de Atletismo) e vários outros.

Na principal competição nacional, o Troféu Brasil de Atletismo, o Pinheiros foi campeão da quinta edição, dis-putada entre 1966 e 1970. Na década de 1970, o grande atleta do clube foi João Carlos de Oliveira, recordista mun-dial do salto triplo e duas vezes medalhista olímpico.

“Depois de certo tempo afastado dos eventos atléticos, um planejamento de longo prazo foi aprovado e chegamos ao estágio atual, com 68 atletas”, diz o supervisor do clube, Cláudio Roberto de Castilho.

Na soma dos pontos das cinco últimas edições do Troféu Brasil, o clube aparece em segundo lugar, atrás apenas da BM&FBovespa. Novamente, bons atletas defendem a equipe, como Franciela Krasucki, finalista olímpica no 4x100 m, o re-cordista sul-americano do decatlo, Carlos Chinin, a campeã pan-americana da maratona, Adriana Aparecida da Silva.

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40] CBAt

REGIÃO

O Atletismo no Centro-OesteMedalhistas em Olimpíadas e Mundiais são revelados na área

UMA DAS MARCAS QUE FAZEM DO ATLETISMO O MAIS universal dos esportes é que a revelação de valores pode acontecer em qualquer ponto do globo terrestre. Podemos escolher aleatoriamente um país, e não importa o conti-nente, que certamente ali há praticantes do esporte-base. Se a região é mais próxima dos polos, e logo mais fria, ou se tem clima equatorial, e temperatura mais alta, nada disso impede que bons atletas apareçam.

Essa verdade se comprova com países que obtêm boas classificações no quadro de medalhas dos Jogos Olímpi-cos graças exclusivamente a suas conquistas no torneio de Atletismo.

Com suas dimensões continentais, o Brasil apresenta rica variedade em sua geografia tanto física quanto hu-mana. Temos a linha do Equador cruzando o Norte do País, enquanto no Sul há lugares com inverno rigoroso. Também na parte humana o País conta com descendentes de bran-cos, africanos e nativos. Além de forte miscigenação em todas as regiões do País.

É natural, portanto, que em praticamente todos os Es-tados surjam, sempre, bons atletas. Na primeira edição da PODIUM (julho/2014), tratamos do Atletismo no Nordeste brasileiro.

Buscamos mostrar o trabalho realizado pelas Federações dos Estados da área, das ações da Confederação Brasileira de Atletismo em apoio ao crescimento do esporte e dos atletas locais, que representaram, com sucesso, o Brasil em eventos internacionais.

Neste número 2 da Revista da CBAt, falamos do Centro-Oeste do nosso País. A região – que engloba os Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal – é também um celeiro de grandes atletas, que já deram ao Atletismo nacional, lugares no pódio de even-tos internacionais importantes, como os Jogos Olímpicos,

Campeonatos Mundiais de Atletismo ou Jogos Pan-Americanos.Aliás, especificamente o Distrito Federal, com Brasília e

suas cidades-satélites, é um dos lugares que mais revelam atletas de Atletismo em nosso País. Muitos são ali nascidos, outros nasceram em outras partes do território nacional, mas para lá se mudaram ainda na infância com suas famílias.

Na nova capital brasileira, inaugurada em 1960, eles puderam desenvolver seus talentos. Edgar de Oliveira e Eronilde Araújo são exemplos, já que nasceram na Bahia, mas em Brasília se desenvolveram no esporte. Lucélia Pe-res é mineira, mas fez praticamente toda a sua vida em Brasília.

Outro aspecto importante a notar é a variedade de modalidades atléticas em que aparecem bons nomes no Distrito Federal. Eles são velocistas, barreiristas, meio-fundistas, corredores de longa distância, marchadores... Enfim, em praticamente todas as 43 provas individuais do programa olímpico, Brasília revela ou lapida bons atletas.

Foi na cidade-satélite de Taguatinga, por sinal, que saiu um dos principais nomes da história do esporte olímpico nacional, o meio-fundista Joaquim Carvalho Cruz. Joaquim, entre inúmeras conquistas, foi o campeão olímpico dos 800 m nos Jogos de Los Angeles-1984 e, nesta edição, home-nageamos os 30 anos da conquista do atleta, atualmente radicado nos Estados Unidos (ver à página 18).

Muitos outros nomes que vestiram a camisa da Se-leção Brasileira em Olimpíadas, Campeonatos Mundiais de Atletismo e Jogos Pan-Americanos saíram das pistas, cam-pos e ruas da capital federal.

Velocistas como Jailto dos Santos Bonfim, que dis-putou o Mundial de Atletismo de Roma-1987 é um de-les. Outra revelação da velocidade na cidade foi Bruno Góes (finalista no revezamento 4x100 m no Mundial de Juvenis de Kingston-2002).

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Barreiristas também apareceram. Atletas do nível de Joilto Bonfim (irmão de Jailto) e Eronilde Araújo, tri-campeão do PAN. Muitos fundistas também surgiram, como Carmem de Oliveira Furtado, finalista nos 10.000 m no Mundial de Stuttgart-1993 é um desses nomes. Mais tarde, Carmem foi presidente da Federação de Atletismo do Distrito Federal.

Vários outros também brilharam, caso, por exemplo, de Marilson Gomes dos Santos, bicampeão da Marato-na de Nova York e campeão pan-americano nos 10.000 m; Valdenor Pereira dos Santos, quinto colocado no Mundial de Meia Maratona de Bruxelas-2003; Lucélia Peres, medalha de bronze nos 10.000 m no PAN do Rio de Janeiro-2007.

Marchadores importantes foram revelados, caso de Gianetti Bonfim, sete vezes campeã brasileira, e seu filho Caio Bonfim, primeiro marchador brasileiro a fi-car entre os três primeiros no Circuito Mundial da IAAF. Rafael Duarte (que morreu muito jovem) foi o quarto no Mundial de Juvenis de 2002. Djaime Pedroso de Oliveira foi o único brasileiro medalhista na Copa Pan-Americana de Marcha de Camboriú-2007.

O presidente da Federação de Atletismo do Distrito Federal, Paulo Roberto Maciel da Silva, lembra que “Bra-sília é, historicamente, um formidável centro revelador de talentos”.

As demais Unidades da Federação que fazem parte

dessa região brasileira também têm o que apresentar. Em Goiás, por exemplo, nasceu o barreirista Mahau Suguimati, radicado no Japão, mas que tem competido pelo Brasil nos maiores eventos internacionais, como os Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais de Atletismo. Mahau é o corredor de 400 m com barreiras do País com melhores resultados, desde Eronilde Araújo.

Genivaldo José Caixeta, presidente da Federação Goiana de Atletismo, lembra que nas provas longas, especialmente na maratona, também apareceram atletas de importân-cia, caso do ex-recordista sul-americano da prova, Osmiro Souza Silva, e do campeão da Maratona de São Paulo, Ge-nilson Junio da Silva. Sueli Pereira da Silva, número 3 do Ranking Brasileiro de Meia Maratona nesta temporada, é outro bom nome.

Mineiro de nascimento, mas goiano por adoção, é Ivo Machado Rodrigues, campeão da maratona nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis-1987 e que também competiu na Olimpíada de Seul, no ano seguinte.

OUTRO ESTADO DA REGIÃO QUE VIU NASCER UMA estrela de primeira grandeza foi o Mato Grosso do Sul, mais especificamente a cidade de Três Lagoas. Lá, começou a competir um grande meio-fundista brasileiro, um dos melhores do mundo em seu tempo: José Luiz Barbosa – ou, simplesmente, Zequinha Barbosa, como ficou famoso internacionalmente.

Paulo Roberto Maciel, presidente da Federação do Distrito Federal

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Genivaldo Caixeta, presidente da Federação de Goiás

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Quando parou de competir, no fim da década de 1990, o atleta brasileiro ostentava um número impressionante: “Depois do Coe (o britânico Sebastian Coe), sou eu o atle-ta que mais vezes correu os 800 m em menos de 1:45.00 (foram 45 vezes)”, costuma lembrar Zequinha, orgulhoso.

Ele foi colega de treinamento de outros grandes corredores de média distância do País, entre eles o campeão olímpico Joaquim Cruz e o campeão pan-americano Agberto Guimarães.

Também foi colega de treinamento e de competições de outros grandes nomes do Atletismo internacional, como o somali Abdi Bile, campeão mundial dos 1.500 m em Roma-1987.

Ele ainda treinou com as norte-americanas Mary Decker Slaney e Claudette Groenendal. Mary Decker foi uma fundista completa e chegou a ser recordista dos Estados Unidos em todas as distâncias dos 800 m aos 10.000 m, e foi recordista mundial da milha (1.609 m). Já Claudete foi uma das princi-pais corredoras de 800 m em seu país.

O atleta de Três Lagoas deu várias conquistas ao Brasil: prata e bronze no Campeonato Mundial de Atletismo em Tóquio-1991 e Roma-1987, ouro e prata no Mundial In-door, em Inidianápolis-1987 e Budapeste-1989. Foi tam-bém campeão do IAAF Grand Prix nos 800 m em 1986, fi-nalista olímpico em Seul-1988 e Barcelona-1992, campeão pan-americano em Mar del Plata-1995 e medalha de prata em Indianápolis-1987. E por 10 anos, de 1986 a 1995, es-teve entre os top 10 no Ranking Mundial dos 800 m.

Outros bons atletas apareceram em Três Lagoas. Um nome é o da própria irmã de Zequinha, Elba Barbosa, corredora de 400 m, que disputou Campeonatos Sul-Americanos. Gilmar da Silva Santos, afilhado esportivo de Zequinha, esteve em Campeonatos Mundiais competindo nos 800 m e treinando com Luiz Alberto de Oliveira. Gil-mar, que vive nos Estados Unidos, fez parte da equipe do

REGIÃO

Brasil, medalha de prata no revezamento medley no Mun-dial Indoor de Toronto-1993.

Depois, já nos anos 2000, surgiu Gustavo Gomes de Mendonça, no arremesso do peso. Um dos cinco melhores atletas do Brasil na história da prova, ele foi finalista no Mundial de Menores de Debrecen-2001.

A presidente da Federação de Atletismo do Mato Gros-so do Sul, Valéria Cristina da Silva, procura movimentar o esporte, já que o Atletismo sempre revela talentos no Es-tado. Historicamente, Mato Grosso do Sul contribui com atletas, treinadores e árbitros para o esporte nacional.

A dirigente é viúva do ex-presidente Ervé Calháo da Silva, um dos principais dirigentes esportivos do Estado. Quanto aos técnicos, um deles é aquele que conduziu os primeiros passos de Zequinha Barbosa: Milton José da Silva, o Tó, recentemente homenageado por seu trabalho no esporte.

Árbitros também alcançaram posições importantes no quadro da CBAt, caso de outro ex-presidente da Federação

OS PRESIDENTES DAS FEDERAÇÕES DE ATLETISMO DO CENTRO OESTE

DF – Federação de Atletismo do Distrito Federal (FAtDF): Paulo Roberto Maciel da SilvaGO – Federação Goiana de Atletismo (FGAt): Genivaldo José Caixeta

MS – Federação de Atletismo de Mato Grosso do Sul (FAMS): Valéria Cristina Gonçalves Calháo SilvaMT – Federação de Atletismo de Mato Grosso (FAMT): Francisco Antonio da Silva

Valéria Cristina Silva, presidente da Federação do Mato Grosso do Sul

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UF CL AT CR TR ARDF 12 2.439 367 35 124GO 19 1.913 280 26 82MS 30 1.324 196 31 136MT 31 1.254 130 17 92TO 92 6.930 973 109 434

OS NÚMEROS DO CENTRO OESTE

local, Kellermann Zanotti, um dos seis brasileiros que fazem parte do painel de árbitros internacionais da Confederação Sul-Americano de Atletismo (CONSUDATLE).

TAMBÉM NO MATO GROSSO, MAIOR ESTADO DO Centro-Oeste brasileiro, apareceram grandes atletas. Pedro Burmann de Oliveira e Cida Barbosa, por exemplo, defen-deram o Brasil em Mundiais e Olimpíadas. Jorilda Sabino e sua prima Nadir Sabino conseguiram muitos bons resulta-dos em corridas longas, principalmente em provas de rua.

Técnicos e atletas de outros Estados atuaram no Mato Grosso. O grupo do treinador Aristides Junqueira, o Tide, teve, por vários anos, base na cidade de São José dos Qua-tro Marcos, nos anos 1980 e 1990.

No grupo de Tide, além de Cida Barbosa, se destacava o paranaense Nelson Carlos Ferreira Júnior (atualmente treinador no Estado), finalista no salto em distância no Mundial de Ate-nas-1997 (foi o quinto colocado), e um ano antes campeão ibero-americano em Medellín. Em 1986, no Grande Prêmio Brasil de Atletismo, etapa do IAAF Grand Prix, disputado no Estádio Célio de Barros, no Rio de Janeiro, Nelson venceu a prova, superando o recordista mundial, o norte-americano Mike Powell.

Cida Barbosa e seu marido Vicente Lenilson de Lima – medalhista olímpico de prata no 4x100 m em Sydney-2000 e também no Campeonato Mundial de Atletismo de Paris-2003 – trabalham em Cuiabá.

Na capital estadual eles treinam jovens atletas como Elen Vasconcelos, do salto em distância, que fez parte da Seleção Brasileira na Olimpíada da Juventude, disputada na China em agosto.

O presidente da Federação local, Francisco Antonio da Silva, professor da Universidade Federal do Mato Grosso no campus de Cuiabá, lembra que são os jovens, como Elen Vasconcelos, que mostram o bom trabalho feito no Estado nas categorias de base.

UF – Unidade da Federação / CL – Clubes / AT - Atletas /CR – Corredores de Rua / TR – Treinadores / AR - Árbitros

O dirigente ainda cita outras revelações do Estado, como Ana Karolyne dos Santos (800 m), de Barra do Garças, e o velocista Aliffer Júnior dos Santos, de Sinop, que também defenderam o Brasil nos Jogos da Juventude deste ano.

“E há mais. Tem outros nomes, como Maxwell Lucas de Oliveira, no lançamento do dardo, de Sorriso; Anderson Silva Santos, nas provas de velocidade e saltos horizon-tais, de Cantão de Pontes e Lacerda; e Nathalia de Assis Ramalho, em provas de fundo, da cidade de Araputanga”, diz Francisco.

A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO BUSCA contribuir com o trabalho das Federações Estaduais. Para o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fer-nandes, uma atuação conjunta é importante para que o esporte continue a crescer nas várias regiões do País.

“Temos programas de apoio a todos os segmentos do nos-so esporte”, lembra o presidente da CBAt. “Atletas, treinadores e Federações recebem recursos nossos.”

No caso dos atletas, há apoio tanto financeiro como em facilidades de preparação para os grandes eventos da Seleção. Já para as Federações, o apoio certamente contribui para a manutenção das filiadas”, afirma o dirigente.

“Nosso relacionamento com os presidentes das Federações do Centro-Oeste sempre foi muito bom, isso facilita o tra-balho”, afirma o presidente da CBAt.

Francisco Antonio da Silva, presidente da Federação do Mato Grosso

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REGIÃO

Ouro, prata ebronzeAtletas no pódio em Olimpíadas,Campeonatos Mundiais e PAN

A FORÇA DO ESPORTE DE UM LUGAR PODE SER MEDIDA de várias formas. Um meio seguro, porém, que tem a adesão dos estudiosos, é o que analisa as conquistas im-portantes de daquela região. E no Atletismo, o Centro-Oeste brasileiro pode apresentar o melhor. Afinal, atletas revelados no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul disputaram grandes eventos e subiram ao pódio em Jogos Olímpicos, Mundiais e Jogos Pan-Ameri-canos. Segue pequena mostra dos presentes do Centro-Oeste para o Atletismo do País.

DISTRITO FEDERAL

JOAQUIM CARVALHO CRUZ. Campeão olímpico dos 800 m em Los Angeles-1984 e medalha de prata em Seul-1988. Medalha de bronze nos 800 m no Campeonato Mundial de Atletismo de Helsinque-1983. Bicampeão pan-americano dos 1.500 m em Indianápolis-1987 e Mar del Plata-1995.

MARILSON GOMES DOS SANTOS. Melhor brasileiro na Olimpíada de Londres-2012 com o quinto lugar na marato-na. Bicampeão da Maratona de Nova York em 2006 e 2008. Campeão pan-americano dos 10.000 m em Guadalajara-2011.

CARMEM DE OLIVEIRA FURTADO. Finalista nos 10.000 m no Campeonato Mundial de Atletismo de Stuttgart-1993. Campeã pan-americana dos 10.000 m em Mar del Pla-ta-1995. Primeira brasileira campeã da prova feminina da São Silvestre, em 1995.

CAIO DE OLIVEIRA BONFIM. Primeiro brasileiro a subir ao pódio em provas do Circuito Mundial de Marcha da IAAF. Ele ganhou ouro na etapa de Rio Maior, em Portugal.

GIANETTI DE OLIVEIRA BONFIM. Sete vezes campeã brasileira e antiga campeã sul-americana.

VALDENOR PEREIRA DOS SANTOS. Quinto colocado no Mundial de Meia Maratona de Bruxelas-1993 e ex-recordista brasileiro dos 5.000 m, quatro vezes vice-campeão da São Silvestre.

JOILTO DOS SANTOS BONFIM. Antigo campeão dos 110 m com barreiras do Troféu Brasil, disputou Sul-Americanos e Mundiais. Irmão de um dos principais velocistas do País nos anos 1980: JAILTO DOS SANTOS BONFIM.

DJAIME CÉSAR PEDROSO DE OLIVEIRA. Ganhou bronze nos 10 km juvenil da Copa Pan-Americana de Marcha em Camboriú-2007.

RAFAEL DOS ANJOS FONTENELE DUARTE. Quarto no Mundial de Juvenis de Kingston-2002, na marcha 10.000 m.

LUCÉLIA DE OLIVEIRA PERES. Bronze nos 10.000 m no PAN do Rio-2007 e campeã da São Silvestre em 2006.

SOLANGE CORDEIRO DE SOUZA. Disputou Olimpíadas e Mundiais.

ERONILDE NUNES DE ARAÚJO. Nascido na Bahia, foi tricampeão pan-americano dos 400 m com barreiras.

EDGAR MARTINS DE OLIVEIRA. Prata no Mundial de Maratona em Revezamento de Copenhague-1996.

Eronilde Araújo, tricampeão do PAN

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GOIÁS

OSMIRO SOUZA SILVA. Medalha de bronze por equipes na Copa do Mundo de Maratona de Atenas-1997 e ex-re-cordista sul-americano da maratona com 2:09:55, tempo obtido em Marrakesh-1991.

MAHAU CAMARGO SUGUIMATI. Radicado no Japão, top 20 do mundo nos 400 m com barreiras em 2013. Dis-putou Olimpíadas, Mundiais e PAN.

IVO MACHADO RODRIGUES. Mineiro radicado no Es-tado, ouro na maratona em Indianápolis-1987. Disputou a Olimpíada de Seul-1988.

GENILSON JUNIO DA SILVA. Campeão da Maratona de São Paulo-2003, disputou o PAN de Santo Domingo em 2003.

SUELI PEREIRA DA SILVA é a número 3 no Ranking Brasileiro da meia maratona este ano.

MATO GROSSO DO SUL

JOSÉ LUIZ BARBOSA. Prata nos 800 m no Mundial de Atletismo de Tóquio-1991 e bronze em Roma-1987. Em Mundiais Indoor, foi ouro em Indianápolis-1987 e prata em Budapeste-1989. Campeão pan-americano dos 800 m em Mar del Plata-1995.

GILMAR DA SILVA SANTOS. Medalha de prata pelo Brasil no revezamento medley do Mundial Indoor de To-ronto-1993. No mesmo ano, disputou o Campeonato Mun-dial de Atletismo de Stuttgart.

GUSTAVO GOMES DE MENDONÇA. Finalista no ar-remesso do peso no Mundial de Menores de Debre-cen-2001. Com 18,67 m tem a quinta melhor marca da prova entre atletas do Brasil.

MATO GROSSO

PEDRO LUIZ BURMANN DE OLIVEIRA. Natural de Porto Alegre do Norte, atualmente radicado no Rio Grande do Sul, foi finalista no 4x400 m no Mundial de Moscou-2013 e no Mundial de Revezamentos de Nassau-2014.

MARIA APARECIDA DE SOUZA BARBOSA. Conhecida como Cida Barbosa, foi recordista brasileira do salto triplo e disputou a Olimpíada de Atlanta-1996 (única mato-gros-sense a disputar os Jogos).

JORILDA SABINO. Paranaense, desde criança radicada em Cuiabá. Com 13 e 14 anos de idade, em 1983 e 1984, foi vice-campeã da São Silvestre, atrás apenas da campeã olímpica e mundial Rosa Mota, de Portugal.

Sueli da Silva: terceira na meia maratona Zequinha Barbosa, campeão mundial indoor Cida Barbosa, ex-recordista do triplo

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FILIADAS

Federações Estaduais de AtletismoAs 27 Unidades da Federação que compõem a CBAt

Região NorteFederação Acreana de Atletismo – FACAtFederação de Atletismo de Rondônia – FAROFederação de Atletismo do Amapá – FAApFederação de Atletismo do Estado do Tocantins – FATOFederação Desportiva de Atletismo do Estado do Amazonas – FEDAEAMFederação Paraense de Atletismo – FPAtFederação Roraimense de Atletismo – FERA

Região Centro-OesteFederação de Atletismo de Mato Grosso – FAMTFederação de Atletismo do Distrito Federal – FatDFFederação de Atletismo do Mato Grosso do Sul – FAMSFederação Goiana de Atletismo – FGAt

Região NordesteFederação Alagoana de Atletismo – FAAtFederação Atlética Maranhense – FAMAFederação Baiana de Atletismo – FBAFederação Cearense de Atletismo – FCAtFederação de Atletismo do Piauí – FAPIFederação Norte-Rio-Grandense de Atletismo – FNAFederação Paraibana de Atletismo – FPbAFederação Pernambucana de Atletismo – FEPAFederação Sergipana de Atletismo – FSAt

Região SudesteFederação Capixaba de Atletismo – FECAtFederação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro – FARJFederação Mineira de Atletismo – FMAFederação Paulista de Atletismo – FPA

Região SulFederação Catarinense de Atletismo - FCAFederação de Atletismo do Estado do Rio Grande do Sul – FAERGSFederação de Atletismo do Paraná – FAP

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