Avaliação Da Deformidade Estética Após a Tenotomia Da Cabeça Longa Do Bíceps

8
Rev Bras Ortop. 2008;43(7):271-8 Avaliação da deformidade estética após a tenotomia da cabeça longa do bíceps na artroscopia do ombro * Assessment of esthetic deformity after tenotomy of the long head of the biceps in shoulder arthroscopy ALEXANDRE ALMEIDA 1 , GILBERTO ROVEDA 1 , MÁRCIO RANGEL VALIN 1 , NAYVALDO COUTO DE ALMEIDA 1 , ANA PAULA AGOSTINI 2 , CAMILA SCHEIFLER 3 ARTIGO ORIGINAL * Trabalho realizado no Hospital Saúde de Caxias do Sul (RS), Brasil. 1. Médico Ortopedista do Hospital Saúde de Caxias do Sul (RS), Brasil. 2. Mestre em Medicina do Hospital São Lucas da Pontíficia Univer- sidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS – Porto Alegre (RS), Brasil. 3. Psicóloga do Hospital Saúde de Caxias do Sul (RS), Brasil. Endereço para correspondência: Rua Vitório Buzelatto, 222/ 601, Bairro Madureira – 95020-290 – Caxias do Sul (RS), Brasil. Tel.: 55-54-3221-4163. E-mail: [email protected] Recebido em 23/7/07. Aprovado para publicação em 19/6/08. Copyright RBO2008 rior da glenóide. Os pacientes foram questionados quanto à percepção da deformidade residual gera- da pela tenotomia do CLB. As variáveis estudadas foram: idade, sexo, lado operado, dominância, bió- tipo, grau de obesidade, dobra cutânea abdominal e dobra cutânea tricipital contralateral. Foram ava- liados 77 pacientes com média de 15,14 (± 10,7) meses de pós-operatório. Resultados: Não houve queixa da deformidade em 50 (64,9%), enquanto 27 pacientes (35,1%) manifestaram alguma queixa estética. A análise estatística não foi significativa quando avaliou de forma cruzada a idade (p = 0,788), o lado (p = 0,075) e o biótipo (p = 0,529) dos pacientes que apresentaram queixa estética de sua deformidade residual. Houve correlação significa- tiva para a queixa da deformidade quando foram avaliados o sexo (p = 0,004), a dominância (p = 0,026) e ao agrupar os pacientes com IMC abaixo de 30 (normal e sobrepeso) e compará-los com os pacientes com IMC acima de 30 (obesidade graus 1, 2 e mórbida) (p = 0,005). Demonstrou-se correla- ção significativa para a queixa da deformidade nos pacientes com a dobra cutânea abdominal abaixo de 23,2mm (p = 0,003), bem como com a dobra cutâ- nea tricipital contralateral abaixo de 14,5mm (p = 0,001). Conclusões: A freqüência da queixa estética foi de 35,1% na amostra. Pacientes masculinos; sub- metidos à tenotomia do CLB no lado dominante; com IMC abaixo de 30; com dobra cutânea abdominal abaixo de 23,2mm e dobra cutânea tricipital con- tralateral abaixo de 14,5mm são considerados de RESUMO Objetivo: Analisar a freqüência da queixa estéti- ca resultante do procedimento da tenotomia da ca- beça longa do bíceps (CLB), com o propósito de criar um critério de análise pré-operatória capaz de iden- tificar os pacientes com tendência a apresentarem queixa estética decorrente de tal procedimento, com a intenção de reduzir sua incidência. Métodos: Foi analisado um grupo de 89 pacientes (90 ombros) submetidos à tenotomia artroscópica da CLB. Os pacientes incluídos no estudo tiveram seu índice de massa corporal (IMC) aferido e foram classificados entre os diferentes graus de obesidade. Foram afe- ridas a dobra cutânea abdominal e a tricipital con- tralateral com um adipômetro graduado em milí- metros, bem como determinado o biótipo de cada indivíduo através do ângulo mensurado no apêndi- ce xifóide. A tenotomia do CLB, quando indicada, foi realizada junto a sua inserção no labrum supe-

description

Tenotomia da cabeça longa do bíceps

Transcript of Avaliação Da Deformidade Estética Após a Tenotomia Da Cabeça Longa Do Bíceps

  • Avaliao da deformidade esttica aps a tenotomia da cabea longa do bceps na artroscopia do ombro 271

    Rev Bras Ortop. 2008;43(7):271-8

    Avaliao da deformidade esttica aps a tenotomiada cabea longa do bceps na artroscopia do ombro*

    Assessment of esthetic deformity after tenotomy ofthe long head of the biceps in shoulder arthroscopy

    ALEXANDRE ALMEIDA1, GILBERTO ROVEDA1, MRCIO RANGEL VALIN1,NAYVALDO COUTO DE ALMEIDA1, ANA PAULA AGOSTINI2, CAMILA SCHEIFLER3

    ARTIGO ORIGINAL

    * Trabalho realizado no Hospital Sade de Caxias do Sul (RS),Brasil.

    1. Mdico Ortopedista do Hospital Sade de Caxias do Sul (RS),Brasil.

    2. Mestre em Medicina do Hospital So Lucas da Pontficia Univer-sidade Catlica do Rio Grande do Sul PUCRS Porto Alegre(RS), Brasil.

    3. Psicloga do Hospital Sade de Caxias do Sul (RS), Brasil.Endereo para correspondncia: Rua Vitrio Buzelatto, 222/601,Bairro Madureira 95020-290 Caxias do Sul (RS), Brasil. Tel.:55-54-3221-4163. E-mail: [email protected] em 23/7/07. Aprovado para publicao em 19/6/08.Copyright RBO2008

    rior da glenide. Os pacientes foram questionadosquanto percepo da deformidade residual gera-da pela tenotomia do CLB. As variveis estudadasforam: idade, sexo, lado operado, dominncia, bi-tipo, grau de obesidade, dobra cutnea abdominale dobra cutnea tricipital contralateral. Foram ava-liados 77 pacientes com mdia de 15,14 ( 10,7)meses de ps-operatrio. Resultados: No houvequeixa da deformidade em 50 (64,9%), enquanto27 pacientes (35,1%) manifestaram alguma queixaesttica. A anlise estatstica no foi significativaquando avaliou de forma cruzada a idade (p =0,788), o lado (p = 0,075) e o bitipo (p = 0,529) dospacientes que apresentaram queixa esttica de suadeformidade residual. Houve correlao significa-tiva para a queixa da deformidade quando foramavaliados o sexo (p = 0,004), a dominncia (p =0,026) e ao agrupar os pacientes com IMC abaixode 30 (normal e sobrepeso) e compar-los com ospacientes com IMC acima de 30 (obesidade graus 1,2 e mrbida) (p = 0,005). Demonstrou-se correla-o significativa para a queixa da deformidade nospacientes com a dobra cutnea abdominal abaixode 23,2mm (p = 0,003), bem como com a dobra cut-nea tricipital contralateral abaixo de 14,5mm (p =0,001). Concluses: A freqncia da queixa estticafoi de 35,1% na amostra. Pacientes masculinos; sub-metidos tenotomia do CLB no lado dominante; comIMC abaixo de 30; com dobra cutnea abdominalabaixo de 23,2mm e dobra cutnea tricipital con-tralateral abaixo de 14,5mm so considerados de

    RESUMOObjetivo: Analisar a freqncia da queixa estti-

    ca resultante do procedimento da tenotomia da ca-bea longa do bceps (CLB), com o propsito de criarum critrio de anlise pr-operatria capaz de iden-tificar os pacientes com tendncia a apresentaremqueixa esttica decorrente de tal procedimento, coma inteno de reduzir sua incidncia. Mtodos: Foianalisado um grupo de 89 pacientes (90 ombros)submetidos tenotomia artroscpica da CLB. Ospacientes includos no estudo tiveram seu ndice demassa corporal (IMC) aferido e foram classificadosentre os diferentes graus de obesidade. Foram afe-ridas a dobra cutnea abdominal e a tricipital con-tralateral com um adipmetro graduado em mil-metros, bem como determinado o bitipo de cadaindivduo atravs do ngulo mensurado no apndi-ce xifide. A tenotomia do CLB, quando indicada,foi realizada junto a sua insero no labrum supe-

    avaliao da deformidade.pmd 07/08/08, 13:01271

  • Almeida A, Roveda G, Valin MR, Almeida NC, Agostini AP, Scheifler C272

    Rev Bras Ortop. 2008;43(7):271-8

    risco para apresentar queixa esttica da deformi-dade residual.Descritores Ombro/cirurgia; Artroscopia /efeitos adver-

    sos; Avaliao/mtodos; Obesidade

    ABSTRACTObjective: To analyze the frequency of esthetic

    complaints after tenotomy of the long head of thebiceps in order to create a criterion for some pre-operative analysis that could identify patients thattend to complain about esthetics after the procedure,and thus reduce the incidence. Methods: A group of89 patients (90 shoulders) submitted to arthroscopictenotomy of the long head of the biceps was analyzed.Patients included in the study had their bodily massindex (BMI) measured and were classified intodifferent degrees of obesity. The abdominal skin foldand the contralateral tricipital skin fold weremeasured with a millimeter-graded adipometer, andthe biotype of each individual was determined by theangle measured in the xiphoid appendix. Tenotomy ofthe long head of the biceps, when indicated, wasperformed at its insertion in the upper labrum of theglenoid. Patients were asked about their perception ofresidual deformity created by the tenotomy of the longhead of the biceps. Variables studied were age,gender, operated side, dominance, biotype, degree ofobesity, abdominal skin fold, and contralateraltricipital skin fold. 77 patients were evaluated for amean 15.14 ( 10.7) months period after the surgery.Results: 50 patients (64.9%) did not complain aboutdeformity, whereas 27 patients (35.1%) had someesthetic complaint. Statistical analysis was notsignificant in the cross analysis for age (P = 0.788),the side (P = 0.075), and the biotype (P = 0.529) ofthe patients who did present an esthetic complaintabout their residual deformity. Significant correlationof deformity complaint was present in the evaluationof gender (p = 0.004), dominance (P = 0.026), andwhen a group was formed of patients with BMI below30 (normal and overweight) and this group wascompared to patients with BMI above 30 (obesitygrade one, two, and morbid) (P = 0.005). Asignificant correlation was shown for the deformity

    complaint in patients with abdominal skin fold of lessthan 23.2 mm (P = 0.003), and with the contralateraltricipital skin fold of less than 14.5 mm (p = 0.001).Conclusions: The frequency of esthetic complaintwas of 35.1% in the series. Male patients; submittedto tenotomy of the long head of the biceps on thedominant side, with BMI below 30; with abdominalskin fold of less than 23.2 mm and contralateraltricipital skin fold of less than 14.5 mm are consideredat risk of presenting some esthetic complaintregarding residual deformity.Keywords Shoulder/surgery; Artroscopy/adverse effects;

    Evaluation/methods; Obesity

    INTRODUOA cabea longa do bceps (CLB) est comprometida

    com freqncia nos pacientes com afeces do ombroe reconhecida como fonte de dor(1-6). Nos casos emque uma leso encontrada, ela deve ser devidamenteabordada para no comprometer o resultado final dotratamento(5). A indicao para abordagem cirrgicada CLB dolorosa controversa na literatura. O desbri-damento artroscpico est indicado quando h sinaisde tendinite crnica(4,7) e para as leses com compro-metimento de at 50% da espessura do tendo(5,8-9). Atenotomia da CLB seguida ou no de tenodese est in-dicada para as leses que comprometem 50% ou maisda espessura do tendo, para a instabilidade no sulcobicipital ou para o achado de leso SLAP degenerativaem paciente idoso(4,7,9-10).

    A ttica cirrgica de liberar a CLB comprometida reconhecida por melhorar os resultados ps-operat-rios dos pacientes submetidos aos mais diversos pro-cedimentos teraputicos no ombro(11-15). Resultados cl-nicos semelhantes podem ser alcanados apenas in-cluindo a CLB na sutura do manguito rotador, semnecessariamente recorrer sua tenotomia(16). A me-lhora da sintomatologia dos pacientes tambm de-monstrada quando a tenotomia da CLB realizada deforma isolada, sem a realizao da sutura de uma le-so do manguito rotador a ela associada(17-18).

    Independentemente da forma de como o cirurgiodecide abordar a leso da CLB, h sempre o receio de

    avaliao da deformidade.pmd 07/08/08, 13:01272

  • Avaliao da deformidade esttica aps a tenotomia da cabea longa do bceps na artroscopia do ombro 273

    Rev Bras Ortop. 2008;43(7):271-8

    que a deformidade esttica ou o espasmo muscularresultante da tenotomia se tornem queixas de origemiatrognica para o paciente(13-15,17,19-20). Esse receio estbaseado no fato de que h um risco aumentado de mi-grao distal da CLB sob efeito da trao muscular,aps a tenotomia isolada da longa poro do bceps(21).

    A deformidade esttica residual uma constantepreocupao do cirurgio e costuma fazer parte dasconsideraes pr-operatrias. Como no Servio deOrtopedia do Hospital Sade de Caxias do Sul/RS esseprocedimento realizado com freqncia, tal fatomotivou o estudo presente.

    O objetivo principal desta pesquisa , portanto, ana-lisar a freqncia da queixa esttica resultante da te-notomia da CLB, nas sndromes dolorosas do ombro.Como objetivo secundrio, tentamos criar um critriode anlise pr-operatria para identificar os pacientescom potencial aumentado de apresentarem queixa es-ttica decorrente do procedimento, com o propsitode reduzir a incidncia de tal queixa.

    MTODOSO estudo realizado foi transversal de coorte pros-

    pectiva histrica.Foi analisado um grupo de 89 pacientes (90 ombros)

    submetidos tenotomia artroscpica da CBL no pero-do de 29 de outubro de 2002 a 14 de fevereiro de 2007,no Hospital Sade de Caxias do Sul.

    Houve perda do acompanhamento de seis pacientes(6,74%) da amostra inicial. Um paciente evoluiu parabito antes da avaliao, dois pacientes no foram lo-calizados e trs abandonaram o tratamento. Foram ex-cludos deste estudo, no total, 13 pacientes por apre-sentar atrofia ou modificao esttica do membrosuperior contralateral, comprometendo a comparaoentre os membros superiores, tais como: ruptura daCLB contralateral, antecedente de fraturas e/ou cirur-gias no membro superior contralateral. A mdia de ida-de dos 77 pacientes includos no estudo foi de 61,6( 9,8) anos.

    Com relao ao sexo, encontramos 24 do masculino(31,2%) e 53 do feminino (68,8%). O lado direito foiacometido em 67 pacientes (87%) e o lado esquerdo,

    em 10 pacientes (13%). O lado dominante foi acome-tido em 69 pacientes (89,6%). Os pacientes foram sub-metidos medio da altura em centmetros e do pesoem quilogramas no pr-operatrio imediato. Os valo-res encontrados foram utilizados para clculo doIMC(22).

    Os pacientes foram classificados de acordo com oIMC entre os diferentes graus de obesidade(22).

    Com relao aos graus de obesidade, 26 pacientesforam classificados como normais (33,8%), 31 apre-sentavam sobrepeso (40,3%), 17 como obesidade grauum (22,1%) e trs como grau dois (3,9%). No houvecasos de obesidade mrbida na casustica.

    As espessuras da dobra cutnea abdominal e da tri-cipital contralateral foram aferidas com um adipme-tro da marca Cescorf graduado em milmetros. A es-pessura da dobra cutnea abdominal foi aferida emum ponto localizado a 2cm laterais esquerda e 2cmdistais cicatriz umbilical. A espessura da dobra cut-nea tricipital contralateral foi aferida com o pacienteem posio ortosttica, mantendo os braos estendi-dos e relaxados junto ao corpo, em um ponto mdiolocalizado na face posterior do brao, entre o acrmioe o olcrano, em prega paralela ao eixo longitudinaldo membro superior (MS)(23-24).

    A dobra cutnea abdominal variou entre 7mm e58,5mm, com a mdia em 26,5mm ( 12,1). A dobracutnea tricipital contralateral variou entre 3mm e30mm, com a mdia em 16,97mm ( 7,4).

    O bitipo foi analisado por meio do ngulo men-surado no apndice xifide, classificando os pacien-tes, de acordo com os critrios propostos por Viola edescritos por Vieira Romeiro e Porto, em: brevilneo(ngulo > 90), normolneo (ngulo entre 70 e 90) elongilneo (ngulo menor que 70)(23-24). Com relaoao bitipo, 40 pacientes eram normolneos (51,9%),35 brevilneos (45,5%) e dois longilneos (2,6%).

    Aps realizada a anestesia, o paciente foi posicio-nado em decbito lateral com o membro superior em30, flexionado em 20 e sob trao de 5kg. A tcnicade distenso articular foi o soro fisiolgico em sus-penso(25). A tenotomia da CLB foi realizada com umapina Trimmer e junto sua insero no lbio superiorda glenide sempre que observado comprometimento

    avaliao da deformidade.pmd 07/08/08, 13:01273

  • Almeida A, Roveda G, Valin MR, Almeida NC, Agostini AP, Scheifler C274

    Rev Bras Ortop. 2008;43(7):271-8

    de 50% ou mais da espessura tendinosa, diagnostica-da instabilidade no sulco intertubercular ou encontra-da SLAP degenerativa. O procedimento foi executadosempre pelo mesmo cirurgio.

    Todos os pacientes foram imobilizados, ainda anes-tesiados, na sala cirrgica por tipia. Foi utilizado umcoxim de abduo quando a leso do manguito rota-dor suturada era grande ou extensa. No perodo dasprimeiras quatro semanas de ps-operatrio, os pacien-tes foram orientados a evitar a flexo forada do coto-velo, bem com sua extenso completa.

    Os pacientes includos no estudo foram avaliadospor meio de um questionrio de 23 perguntas elabora-do por profissional da rea de psicologia. As trs pri-meiras perguntas esto relacionadas com a percepoda deformidade residual gerada pela tenotomia da CLB.As 20 perguntas restantes tm o objetivo de identificarcaractersticas psicossomticas peculiares a determi-nadas personalidades (Questionrio).

    Neste estudo foi considerada para fins de anliseestatstica somente a pergunta de no 1: Voc nota di-ferena entre os dois braos? As respostas objetivasdisponveis foram: sempre, s vezes, raramente ou nun-ca. Os pacientes foram avaliados com mdia de 15,14( 10,7) meses de ps-operatrio, sendo o mnimo dequatro meses e o mximo de 48 meses. A mediana doperodo de avaliaes foi de 12 meses (IIQ seis a 22meses).

    Todo paciente estudado recebeu um termo de con-sentimento informado aprovado pela Comisso de ti-ca da instituio onde o trabalho foi realizado (HSCS-RS).

    As variveis estudadas foram: idade, sexo, lado ope-rado, dominncia, grau de obesidade, dobra cutneaabdominal, dobra cutnea tricipital contralateral e bi-tipo.

    Os dados foram analisados com o pacote estatsticoSPSS (Statistical Package for Social Sciences) verso12.0 (SPSS Inc. 1989-2003). Para a anlise estatstica,foram utilizados: clculo das mdias, desvio-padro,mediana, freqncia e percentual. Utilizou-se o testede Mann-Withney para avaliao da idade. O testeexato de Fisher foi utilizado para avaliar o lado, domi-

    QUESTIONRIO

    a) Voc nota diferena entre os dois braos?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    b) As pessoas percebem diferena em seus braos?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    c) Se existe diferena, essa diferena incomoda voc?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    d) Voc se sente motivado a iniciar novos projetos?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    e) Sente mal-estar sem causa especfica?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    f) Apresenta memria e ateno alteradas?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    g) Fica emotivo com freqncia?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    h) Irrita-se facilmente quando os outros referem sua limi-tao?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    i) Perde a libido e o interesse nas pessoas e nas coisas?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    j) Tem sonhos e pesadelos quando dorme?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    l) Apresenta sintomas fsicos de cansao?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    m)Tem insnia freqentemente e o pensamento fica con-fuso?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    n) Sente sensao de incompetncia em algumas reas?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    o) Percebe-se com raiva desconhecendo o motivo?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    p) Mostra-se aptico, depressivo e intolerante com a vida?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    q) Perde o senso de humor com facilidade e no aceitabrincadeiras a seu respeito?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    r) Sente que os outros o olham estranho?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    s) Sente medo de dar andamento s coisas no geral?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    t) Ouve vozes com freqncia?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    u) Consegue expressar opinies sem preocupar-se com oque os outros pensam?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    v) Olha-se no espelho e no gosta do que v?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    x) Prefere o isolamento a sair com outras pessoas ou es-tar em grupos?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    z) Acredito que os outros no o compreendem?( ) Sempre ( ) s vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

    avaliao da deformidade.pmd 07/08/08, 13:01274

  • Avaliao da deformidade esttica aps a tenotomia da cabea longa do bceps na artroscopia do ombro 275

    Rev Bras Ortop. 2008;43(7):271-8

    nncia, bitipo, IMC e medida das dobras cutneas ab-dominal e tricipital contralateral. A curva ROC foi uti-lizada para avaliar a capacidade diagnstica das medi-das das dobras cutneas. Foram consideradas signifi-cantes as diferenas com p 0,05 para um intervalode confiana de 95%.

    RESULTADOSO estudo avaliou um total de 77 pacientes, todos sub-

    metidos aos critrios de incluso. Com relao per-gunta referente deformidade, 50 pacientes (64,9%)responderam que nunca perceberam diferena entreos dois braos. As respostas sempre, s vezes ouraramente foram analisadas em conjunto; 27 pacien-tes (35,1%) manifestaram algum grau de insatisfaode ordem esttica. Quando analisamos os que apre-sentaram queixa esttica, identificamos 20 pacientes(26%) com queixa freqente, respondendo sempreao questionamento, e sete pacientes (9,1%) com quei-xa espordica, respondendo s vezes ou raramen-te. Com relao idade, no houve diferena estats-tica para a percepo da deformidade (p = 0,788). Os27 indivduos que perceberam a diferena entre os doismembros possuam mdia de idade de 61,9 ( 10,9)anos. Os 50 indivduos restantes, nos quais no se ob-servou diferena significativa entre os membros, ti-nham mdia de idade de 61,5 ( 9,4).

    Houve diferena estatisticamente significativa quan-do foi avaliado o sexo dos pacientes da amostra emrelao presena da queixa esttica (p = 0,004; OR =4,3; IC95% 1,5-12,0). Entre os homens, 58,3% perce-beram a deformidade, enquanto somente 24,5% dasmulheres a registraram.

    A anlise estatstica tambm no foi significativaquando avaliou de forma cruzada o lado (p = 0,075) eo bitipo (p = 0,529) dos pacientes que apresentaramqueixa esttica de sua deformidade residual. Houvediferena estatisticamente significativa quando foi ava-liada a dominncia em relao presena da queixaesttica (p = 0,026); os pacientes com o MS dominanteoperado apresentaram maior incidncia de queixa es-ttica.

    A anlise estatstica demonstrou correlao signifi-cativa para a queixa da deformidade ao agrupar os pa-

    cientes com IMC abaixo de 30 (normal e sobrepeso) ecompar-los com os pacientes com IMC acima de 30(obesidade grau 1 e 2) (OR = 7,03) (IC95%: 1,49-33,19)(p = 0,005). Houve percepo da deformidade em 25dos 57 pacientes (43,9%) com IMC abaixo de 30, en-quanto apenas dois (10%) com IMC maior que 30 per-ceberam a deformidade.

    Demonstrou-se diferena estatisticamente significa-tiva entre os pacientes que se queixaram e os que nose queixaram da deformidade ao serem avaliadas asmedidas das dobras cutneas. Os pacientes que se quei-xaram da deformidade tinham mdia de dobra cut-nea abdominal de 20,7mm (mediana de 19mm) e ospacientes que no se queixaram tinham mdia de do-bra cutnea abdominal de 29,6mm (mediana de 29mm)(p = 0,002). A capacidade diagnstica da medida dadobra cutnea abdominal foi avaliada por meio da curvaROC, com rea de 0,714mm (IC95% 0,594-0,833mm),sugerindo ser este um teste de mdia capacidade diag-nstica. O ponto de corte onde se encontrou a maiorcapacidade diagnstica foi de 23,2mm, com sensibili-dade de 72% e especificidade de 63%. Houve percep-o da deformidade em 17 dos 31 pacientes (54,8%)com dobra cutnea abdominal abaixo de 23,2mm, en-quanto apenas 10 dos 46 pacientes (21,7%) com do-bra maior que 23,2mm perceberam a deformidade (p= 0,003; OR = 4,4; IC 95% 1,6-11,8mm).

    Os pacientes que se queixaram da deformidade ti-nham mdia de dobra cutnea tricipital de 12,8mm(mediana de 11mm) e os que no se queixaram tinhammdia de dobra cutnea tricipital de 19,2mm (media-na de 19mm) (p < 0,001). A capacidade diagnsticada medida da dobra cutnea tricipital contralateral foiavaliada por meio da curva ROC, com rea de 0,753mm(IC95% 0,635-0,870mm), sugerindo ser este um testede mdia capacidade diagnstica. O ponto de corte,onde foi encontrada maior capacidade diagnstica, foide 14,5mm, com sensibilidade de 74% e especificida-de de 67%. Houve percepo da deformidade em 18dos 31 pacientes (58,1%) com dobra cutnea tricipitalabaixo de 14,5mm, enquanto apenas nove dos 46 pa-cientes (19,6%) com dobra maior que 14,5mm perce-beram a deformidade (p = 0,001; OR = 5,7; IC95% 2,1-15,8mm).

    avaliao da deformidade.pmd 07/08/08, 13:01275

  • Almeida A, Roveda G, Valin MR, Almeida NC, Agostini AP, Scheifler C276

    Rev Bras Ortop. 2008;43(7):271-8

    DISCUSSODentre as vantagens em realizar a tenotomia artros-

    cpica da CLB ao invs de tenotomia seguida da teno-dese, citam-se: a menor morbidade do procedimento,o menor nmero de complicaes, a rapidez de reali-zao, o fato de no interferir na reabilitao e o me-nor custo(26-27). Entre as desvantagens esto citadas: adeficincia de controle de tenso na CLB com a conse-qente atrofia muscular, a perda da fora de flexo esupinao do cotovelo, o surgimento de estalo no sul-co intertubercular, referido por alguns pacientes comoestalo doloroso (cramping pain) e a principal delas, adeformidade esttica residual no brao aps a migra-o distal da CLB tenotomizada(3,13,26-29).

    Wolf et al demonstraram, estudando cadveres, quea migrao distal da CLB ocorre com freqncia e combaixa carga de trao muscular(21). Osbahr et al ressal-taram a necessidade de orientar o paciente para evitara flexo forada do cotovelo e sua extenso completano ps-operatrio(20). A observao da deformidadeesttica de pacientes que tiveram ruptura espontneada CLB durante atividades dirias, comparada com adeformidade residual aps a tenotomia artroscpica,sugere que o repouso orientado favorece a autoteno-dese da CLB(20). Tivemos o cuidado de passar as mes-mas orientaes de repouso ao paciente.

    Walch et al verificaram pouca ou nenhuma defor-midade nos pacientes estudados aps a liberao daCLB(6). Em estudo publicado em 2005, eles acompa-nharam o resultado de 307 tenotomias da CLB e verifi-caram a presena de deformidade esttica significati-va em 50,2%. No observaram deformidade em 31,9%dos pacientes, enquanto os outros 17,9% foram classi-ficados como duvidosos, citando entre eles pacientesobesos ou idosos com tnus muscular fraco(12).

    Boileau et al estudaram 68 pacientes (72 ombros)com leso extensa do manguito rotador. A tenotomiaartroscpica da CLB foi realizada em 39 pacientes(54%), enquanto a tenodese foi feita em 33 (46%). Ve-rificaram que a prevalncia da retrao muscular foisignificativamente maior (62%) no grupo submetido tenotomia da CLB sem tenodese. Nesse grupo, a defor-

    midade sem representar importncia clnica ou estti-ca foi percebida pelo paciente em 66,6% dos casos(30).

    Maynou et al avaliaram o resultado clnico e radio-lgico de 40 casos de tenotomia isolada da CLB notratamento de leses irreparveis do manguito rotadore compararam com um grupo controle. Verificaramperda de 40% da fora de flexo do cotovelo e nota-ram queixa em relao assimetria do brao em ape-nas 5% da amostra(19).

    Inclumos neste estudo pacientes com todos os ti-pos e tamanhos de leso do manguito rotador e noapenas leses irreparveis. Tivemos como objetivoprincipal a anlise da queixa esttica. Embora aponta-da na literatura, no consideramos a percepo da de-formidade pelo profissional e sim a queixa do pacien-te registrada mediante respostas obtidas por meio dequestionrio padro. Verificamos que havia queixa es-ttica em 35,1% de nossa amostra.

    Com relao idade do paciente, Walch et al reco-mendaram no fazer a tenotomia da CLB isolada empacientes com menos de 55 anos de idade(12). Arms-trong considerou vlida a tenotomia isolada da CLBem pacientes acima dos 50 anos de idade(26). Ball et alsugeriram evitar a tenotomia isolada da CLB em pa-cientes jovens(5). Checchia et al recomendaram a te-notomia do CLB em pacientes idosos(18). Em nossa pes-quisa, no foi considerada a idade do paciente e sim aleso da CLB para realizar a tenotomia, muito emborao paciente mais jovem do estudo tivesse 52 anos deidade. No foi verificada diferena estatstica na per-cepo da deformidade nas diferentes idades (p =0,788).

    Osbahr et al estudaram de forma comparativa a de-formidade esttica residual aps tenotomia da CLBversus tenodese. Verificaram no haver diferena es-tatisticamente significativa entre os mtodos e na com-parao entre os sexos. Colocaram a tenotomia da CLBcomo alternativa razovel para abordar as afecesbicipitais(20).

    Kelly et al verificaram a presena do sinal de Po-peye ao repouso e durante a flexo ativa do cotoveloem 70% dos pacientes submetidos tenotomia da CLB.Notaram significativa predominncia (p < ,05) do si-nal nos homens (82,7%) quando comparados com as

    avaliao da deformidade.pmd 07/08/08, 13:01276

  • Avaliao da deformidade esttica aps a tenotomia da cabea longa do bceps na artroscopia do ombro 277

    Rev Bras Ortop. 2008;43(7):271-8

    mulheres (36,5%)(13). Em nosso estudo verificamos quese registrou, semelhana do de Kelly et al, a predo-minncia da queixa esttica entre os homens (p =0,004).

    No foram encontrados na literatura trabalhos queavaliassem a relao entre a percepo da deformida-de esttica aps tenotomia da CLB em relao com olado operado ou com a dominncia. Em nosso estudo,no foi possvel demonstrar maior queixa da deformi-dade esttica para a cirurgia realizada no lado direitoou no lado esquerdo (p = 0,075), porm, com relao dominncia, observou-se que os pacientes com o ladodominante operado apresentaram maior freqncia dequeixa da deformidade (p = 0,026).

    A deformidade residual aps a tenotomia da CLBparece ser mais aparente em indivduos magros e es-guios. No encontramos na literatura uma definiode quando a tenotomia pode ser realizada com relativasegurana em relao queixa esttica. Numa tentati-va de eleger critrios pr-operatrios, avaliamos algu-mas caractersticas fenotpicas. Foram considerados:o grau de obesidade atravs do IMC, a dobra cutneaabdominal, a dobra cutnea tricipital e o bitipo.

    Com relao ao grau de obesidade, no encontra-mos na literatura estudos relacionando IMC e tenoto-mia da CLB. Walch et al citaram a dificuldade em ava-liar a deformidade esttica nos indivduos obesos(12).Quando comparamos indivduos magros e obesos, ve-rificamos de forma significativa que os obesos perce-bem menos a deformidade (p = 0,005).

    Nosso estudo mostrou que as medidas menores dasdobras cutneas tricipitais (p < 0,001) e abdominais (p= 0,002) presentes em indivduos magros so um fatorde risco para a queixa esttica resultante da tenotomiada CLB.

    No foram encontrados na literatura trabalhos queavaliassem a relao entre a percepo da deformida-de esttica aps a tenotomia da CLB com o bitipo.Em nosso estudo, no foi possvel demonstrar maiorqueixa da deformidade esttica entre os diferentes bi-tipos (p = 0,529).

    A utilizao de um adipmetro graduado em dci-mo de milmetro ou um adipmetro digital que tenhacapacidade de manter presso constante durante a

    medida da dobra cutnea seria o ideal para o estudo. Aavaliao da obesidade mais precisa por meio da an-lise da gordura visceral(22).

    CONCLUSESA freqncia da queixa esttica esteve presente em

    35,1% dos pacientes da amostra estudada que tiverama CLB tenotomizada por via artroscpica.

    Foi possvel criar um critrio de anlise pr-opera-tria verificando que pacientes masculinos, submeti-dos tenotomia da CLB no lado dominante, com IMCabaixo de 30, com dobra cutnea abdominal abaixo de23,2mm e dobra cutnea tricipital contralateral abai-xo de 14,5mm esto mais propensos a apresentar quei-xa esttica relacionada deformidade residual.

    REFERNCIAS1. Refior HJ, Sowa D. Long tendon of the biceps brachii: sites of

    predilection for degenerative lesions. J Shoulder Elbow Surg.1995;4(6):436-40.

    2. Boileau P, Ahrens PM, Hatzidakis AM. Entrapment of the longhead of the biceps tendon: the hourglass biceps a cause ofpain and locking of the shoulder. J Shoulder Elbow Surg. 2004;13(3):249-57.

    3. Ahmad CS, ElAttrache NS. Arthroscopic biceps tenodesis.Orthop Clin North Am. 2003;34(4):499-506. Review.

    4. Boileau P, Krishnan SG, Coste JS, Walch G. Arthroscopicbiceps tenodesis: a new technique using bioabsorbableinterference screw fixation. Arthroscopy. 2002;18(9):1002-12.

    5. Ball C, Galatz LM, Yamaguchi K. Tenodesis or tenotomy of thebiceps tendon: why and when to do it. Tech Shoulder ElbowSurg. 2001;2(3):140-52.

    6. Walch G, Maconia G, Pozzi I, Riand N, Levigne C.Arthroscopic tenotomy of the long head of the biceps in rotatorcuff ruptures. In: Gazielly DF, Gleyze P, Thomas T. The cuff.Paris: Elsevier; 1997. p. 350-5.

    7. Edwards TB, Walch G. Biceps tenodesis: indications andtechniques. Oper Tech Sports Med. 2002;10:99-104.

    8. Richards D, Burkhart S, Lo I. Arthroscopic biceps tenodesiswith interference screw fixation (The lateral decubitusposition). Oper Tech Sports Med. 2003;11:15-23.

    9. Richards DP, Burkhart SS. A biomechanical analysis of twobiceps tenodesis fixation techniques. Arthroscopy. 2005;21(7):861-6.

    10. Sethi N, Wright R, Yamaguchi K. Disorders of the long head ofthe biceps tendon. J Shoulder Elbow Surg. 1999;8(7):644-54.Review.

    avaliao da deformidade.pmd 07/08/08, 13:01277

  • Almeida A, Roveda G, Valin MR, Almeida NC, Agostini AP, Scheifler C278

    Rev Bras Ortop. 2008;43(7):271-8

    11. Edwards TB, Walch G, Sirveaux F, Mol D, Nov-Josserand L,Boulahia A, et al. Repair of tears of the subscapularis. Surgicaltechnique. J Bone Joint Surg Am. 2006;88 Suppl 1 Pt 1:1-10.Review.

    12. Walch G, Edwards TB, Boulahia A, Nov-Josserand L, NeytonL, Szabo I. Arthroscopic tenotomy of the long head of thebiceps in the treatment of rotator cuff tears: clinical andradiographic results of 307 cases. J Shoulder Elbow Surg.2005;14(3):238-46.

    13. Kelly AM, Drakos MC, Fealy S, Taylor SA, OBrien SJ.Arthroscopic release of the long head of the biceps tendon:functional outcome and clinical results. Am J Sports Med.2005;33(2):208-13.

    14. Gill TJ, McIrvin E, Mair SD, Hawkins RJ. Results of bicepstenotomy for treatment of pathology of the long head of thebiceps brachii. J Shoulder Elbow Surg. 2001;10(3):247-9.

    15. Huffman GR, Wolf EM. Arthroscopic biceps tenotomy(Results in patients with symptomatic degeneration of the longhead of the biceps brachii tendon). Arthroscopy. 2003;19(Suppl 2):5.

    16. Franceschi F, Longo UG, Ruzzini L, Papalia R, Rizzelo G,Denaro V. To detach the long head of the biceps tendon aftertenodesis or not: outcome analysis at the 4-year follow-up oftwo different techniques. Int Orthop. 2007;31(4):537-45.

    17. Klinger HM, Spahn G, Baums MH, Steckel H. Arthroscopicdebridement of irreparable massive rotator cuff tears acomparison of debridement alone and combined procedurewith biceps tenotomy. Acta Chir Belg. 2005;105(3):297-301.

    18. Checchia SL, Doneux SP, Miyazaki AN, Fregoneze M, SilvaLA, Oliveira FM, et al. Tenotomia artroscpica do bceps nasleses irreparveis do Manguito rotador. Rev Bras Ortop. 2003;38(9):513-21.

    19. Maynou C, Mehdi N, Cassagnaud X, Audebert S, Mestdagh H.Clinical results of arthroscopic tenotomy of the long head of thebiceps brachii in full thickness tears of the rotator cuff without

    repair: 40 cases. Rev Chir Orthop Reparatrice Appar Mot.2005;91(4):300-6. French.

    20. Osbahr DC, Diamond AB, Speer KP. The cosmetic appearanceof the biceps muscle after long-head tenotomy versustenodesis. Arthroscopy. 2002;18(5):483-7.

    21. Wolf RS, Zheng N, Weichel D. Long head biceps tenotomyversus tenodesis: a cadaveric biomechanical analysis.Arthroscopy. 2005;21(2):182-5.

    22. Mancini MC. Noes fundamentais diagnstico e classifica-o da obesidade. In: Garrido Jnior AB, editor, Ferraz EM,Barroso FL, Marchesini JB, Szego T, co-editores. Cirurgia daobesidade. So Paulo: Editora Atheneu; 2003. p. 1-7.

    23. Romeiro JV. Semiologia mdica. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan; 1978.

    24. Porto CC. Exame clnico bases para a prtica mdica. 5a ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004.

    25. Almeida A, Agostini AP, Valin MR, Martins JA, Ferreira R. Ar-troscopia do ombro com infuso de soro fisiolgico em suspen-so. Estamos trabalhando de forma segura? Rev Bras Ortop.2006;41(7):253-8.

    26. Armstrong AD. Biceps tenodesis versus tenotomy. Curr OpinOrthop. 2004;15(4):239-41.

    27. Gill TJ, McIrvin E, Mair SD, Hawkins RJ. Tenodesis versusrelease in the treatment of pathology of the long head of thebiceps brachii. Presented at the Annual Meeting of theAmerican Academy of Orthopaedic Surgeons, Orlando, FLMarch 2000.

    28. Verma NN, Drakos M, OBrien SJ. Arthroscopic transfer of thelong head biceps to the conjoint tendon. Arthroscopy. 2005;21(6):764.

    29. Romeo AA, Mazzocca AD, Tauro JC. Arthroscopic bicepstenodesis. Arthroscopy. 2004;20(2):206-13.

    30. Boileau P, Baqu F, Valerio L, Ahrens P, Chuinard C, Trojani C.Isolated arthroscopic biceps tenotomy or tenodesis improvessymptoms in patients with massive irreparable rotator cufftears. J Bone Joint Surg Am. 2007;89(4):747-57.

    avaliao da deformidade.pmd 07/08/08, 13:01278