Aristóteles Física i e II

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Journal of Ancient Philosophy Vol. IV 2010 Issue 2 ARISTÓTELES. Física I e II. Prefácio, tradução, introdução e comentários: Lucas Angioni. Campinas, SP: Editora da Unicamp. 2009. O texto apresentado por Lucas Angioni consiste na tradução, do grego clássico para o português, dos dois primeiros livros da Física de Aristóteles. É o resultado de um trabalho árduo e cauteloso. Desde 1999 1 , quando publicou uma primeira edição experimental, o autor vem submetendo sua tradução à crítica acadêmica no Brasil. Naquela data já previa uma edição amadurecida; de fato, publicou uma segunda versão experimental, e, finalmente, nesta terceira edição, da qual hoje podemos usufruir, visualizamos o resultado de uma discussão de Lucas Angioni com vários interlocutores e consigo mesmo. A tradução é acompanhada de um Prefácio, de uma Introdução Geral e de Comentários, perfazendo, o livro completo, um total de 415 páginas. Nos comentários, além de justificar as soluções encontradas para a passagem do grego ao português, apoiando-se em críticos clássicos e contemporâneos, travando uma profícua discussão com outros leitores da Física de Aristóteles, Angioni situa o leitor em relação à estrutura da Física, apresentando, no início de cada capítulo, um resumo do conteúdo exposto pelo Estagirita. O tradutor também procura mostrar como se vinculam as reflexões feitas no contexto da Física e os problemas mais gerais da filosofia de Aristóteles, especialmente os temas da Metafísica; há, além disso, em muitos momentos dos comentários, uma postura teórica marcadamente voltada para uma comparação com os textos do Organon. Para o tradutor, Aristóteles, nos dois primeiros livros da Física, fixa o objeto e o método adequado de estudo da natureza, mantendo similaridade entre a noção de conhecimento científico da Física e o sentido de ciência apresentado em Segundos Analíticos. (cf. p. 65). 1 No Prefácio a esta edição, Lucas Angioni afirma que foram publicadas pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp duas edições de sua tradução: uma em 1999 e uma em 2002.

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Física de Aristóteles

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  • Journal of Ancient Philosophy Vol. IV 2010 Issue 2

    ARISTTELES. Fsica I e II. Prefcio, traduo, introduo e

    comentrios: Lucas Angioni. Campinas, SP: Editora da Unicamp. 2009.

    O texto apresentado por Lucas Angioni consiste na traduo, do grego clssico

    para o portugus, dos dois primeiros livros da Fsica de Aristteles. o resultado de um

    trabalho rduo e cauteloso. Desde 19991, quando publicou uma primeira edio

    experimental, o autor vem submetendo sua traduo crtica acadmica no Brasil.

    Naquela data j previa uma edio amadurecida; de fato, publicou uma segunda verso

    experimental, e, finalmente, nesta terceira edio, da qual hoje podemos usufruir,

    visualizamos o resultado de uma discusso de Lucas Angioni com vrios interlocutores

    e consigo mesmo.

    A traduo acompanhada de um Prefcio, de uma Introduo Geral e de

    Comentrios, perfazendo, o livro completo, um total de 415 pginas. Nos comentrios,

    alm de justificar as solues encontradas para a passagem do grego ao portugus,

    apoiando-se em crticos clssicos e contemporneos, travando uma profcua discusso

    com outros leitores da Fsica de Aristteles, Angioni situa o leitor em relao

    estrutura da Fsica, apresentando, no incio de cada captulo, um resumo do contedo

    exposto pelo Estagirita. O tradutor tambm procura mostrar como se vinculam as

    reflexes feitas no contexto da Fsica e os problemas mais gerais da filosofia de

    Aristteles, especialmente os temas da Metafsica; h, alm disso, em muitos momentos

    dos comentrios, uma postura terica marcadamente voltada para uma comparao com

    os textos do Organon. Para o tradutor, Aristteles, nos dois primeiros livros da Fsica,

    fixa o objeto e o mtodo adequado de estudo da natureza, mantendo similaridade entre a

    noo de conhecimento cientfico da Fsica e o sentido de cincia apresentado em

    Segundos Analticos. (cf. p. 65).

    1 No Prefcio a esta edio, Lucas Angioni afirma que foram publicadas pelo Instituto de Filosofia e Cincias Humanas da Unicamp duas edies de sua traduo: uma em 1999 e uma em 2002.

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    Na Introduo Geral, Angioni faz uma exposio sobre o contedo dos dois

    primeiros livros da Fsica e exprime sua convico de que entre estes h uma clara

    sistematicidade e continuidade argumentativa (cf. p. 11). Vale a pena recuperar alguns

    momentos dessa introduo e observar como o tradutor explicita sua viso a respeito da

    obra de Aristteles. Angioni, inicialmente, na Introduo Geral, ocupa-se com uma

    apresentao dos principais passos dados em Fsica I; findo seu resumo de Fsica I, diz

    que Aristteles, ali, ...dedicou-se apenas a refutar o eleatismo e a provar, pela anlise

    das formas de linguagem e pela discusso das opinies dos predecessores, que o devir

    no mundo da natureza pode ser descrito de modo inteligvel. (p.13). Para Angioni,

    Aristteles procura, em Fsica I - II, apresentar uma teoria satisfatria sobre os entes

    naturais e o devir, mas apenas no segundo livro sua pretenso chega ao bom termo, pois

    nele que o objeto e o mtodo de estudo da natureza so claramente demarcados.

    Visando expor o mtodo e o objeto de estudo da cincia da natureza, Aristteles,

    no livro II da Fsica, segundo Angioni, d os seguintes passos: Em Fsica II1

    apresentam-se os critrios para delimitar o domnio dos entes naturais. Define-se a

    noo de natureza em contraste com a noo de tcnica. Assim, natureza princpio

    interno de movimento/ou repouso... (p.13). H uma discusso com adversrios

    segundo os quais os princpios que mereceriam ser designados como natureza seriam

    os elementos inerentes em cada ente (p.13). Contra tais adversrios h a defesa de que

    natureza diz-se de dois modos: forma e matria. Entre estes modos, forma tem primazia.

    H, ainda, no primeiro captulo, uma anlise das condies de aplicao das expresses

    conforme arte e conforme natureza, artificial, natural; h uma defesa da

    primazia da efetividade sobre a potncia, pois forma, e no matria, capaz de se

    reproduzir.

    Em Fsica II2, o objetivo determinar o mtodo das cincias da natureza, e para

    isto percorrem-se etapas como: distino entre as cincias matemticas e as cincias da

    natureza; questionamento a respeito de se a cincia da natureza deve considerar os dois

    princpios de movimento reconhecidos como natureza - forma e matria;

    confrontamento com fisilogos (que defendiam matria) e com platnicos (que

    defendiam forma). Descartam-se as duas alternativas e defende-se o achatado

    (simon), no o curvo (kampylon), como modelo de definio no domnio das cincias

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    naturais (p.14) Aristteles ainda precisa explicar, comenta Angioni, os nexos

    lgicos e explanatrios entre a forma e a matria.

    Os demais captulos do livro II, na opinio de Angioni, introduzem importantes

    elementos para a resoluo do problema do hilemorfismo (p.16). O captulo 3 discerne

    as quatro causas. Nos captulos 4-6 h uma reflexo sobre o acaso e a espontaneidade,

    tipo de causalidade em que h mera conjuno concomitante entre vrias sries causais

    independentes entre si. (p.17). A reflexo feita por Aristteles neste contexto busca,

    segundo Angioni, explicar como se concatenam, para resultar nos entes naturais, as

    diversas sries causais oriundas da necessidade bruta dos elementos materiais e

    alcana a seguinte resposta: essa concatenao governada pela forma (como

    acabamento que busca manter sua efetividade), de acordo com a teleologia que se

    exprime na necessidade por hiptese (p.17).

    Em Fsica II7 as quatro causas so ditas objeto da cincia da natureza. Trs delas

    coincidem com uma nica (formal, final, eficiente). H, na natureza, dois princpios de

    movimento: a matria, cujos movimentos seguem a necessidade sem mais, e a forma,

    que segue a necessidade sob hiptese. O captulo 8 o momento em que se discute a

    alternativa adversria de Aristteles, ou seja, aquela que entende que a combinao

    casual dos movimentos necessrios da matria suficiente para explicar os entes

    naturais.

    Em Fsica II9 apresenta-se uma soluo final para o dilema entre a necessidade

    sem mais e a necessidade sob hiptese. O resumo e as explicaes dados por

    Angioni para os temas desenvolvidos nesse captulo podem ser assim parafraseados:

    Para Aristteles, os elementos materiais so dotados de certas propriedades, e tais

    propriedades interferem nos movimentos dos seres naturais que de tais elementos se

    constituem, mas tais propriedades no so suficientes para determinar a constituio de

    um ser vivo, pois s forma capaz, de modo preciso e no casualmente, de organizar a

    matria na constituio de um ser natural. No ente natural, composto por tais elementos,

    os movimentos da matria so preservados como necessrios sem mais, mas so, sob o

    domnio da forma, necessrios sob hiptese.

    Angioni conclui seu resumo dos dois primeiros livros da Fsica reafirmando sua

    viso a respeito da questo da teleologia no pensamento do Estagirita. Mostra que

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    possvel ver na Metafsica a identificao entre o conceito de ousia e o conceito de

    physis, pois Aristteles afirma: A forma, assim concebida, a ousia e a physis no

    sentido mais relevante do termo (Meta. 1041b8,31 apud Fsica I-II, p. 18).

    Natureza/forma , explica Lucas Angioni, a efetividade de um ente natural, por isso a

    relao entre matria e forma deve ser entendida como a relao entre elemento

    constituinte e coisa constituda em seu todo. Por sua vez, explica o tradutor, cada

    elemento de uma determinada substncia , ele mesmo, substncia, mas as propriedades

    que adquire para efetivar determinado ser vivo so-lhes acidentais. Como matria dos

    seres vivos, os elementos constituem um todo, uma estrutura articulada de funes.

    Conclui Angioni: essa a configurao do hilemorfismo teleolgico de Aristteles que

    responde aos propsitos formulados no incio da obra; delimitar as causas e os

    princpios pelos quais os entes naturais podem ser cientificamente conhecidos (p.19).

    Se a Introduo Geral oferece uma visualizao do esqueleto de Fsica I-II, os

    Comentrios (cf. p.65-406) so um poderoso guia para se fazer uma recomposio do

    corpo, da vida e do movimento desse texto. Visando oferecer uma plida idia da

    dinmica de Comentrios, a ttulo de exemplo, sero aqui consideradas as reflexes

    feitas no primeiro momento de Fsica II1. Neste contexto Angioni apresenta,

    inicialmente (retomando o esquema j exposto na Introduo Geral), o plano geral e o

    propsito do captulo e segue com uma explanao sobre como o leitor contemporneo

    poderia achar estranho o uso que Aristteles fazia do termo natureza (physis). Para

    Angioni, ao contrrio do que certa tradio defende, muito raramente encontra-se no

    vocabulrio aristotlico o sentido de natureza que para ns o mais corriqueiro: a

    me-natureza, o conjunto de todos os seres naturais, o ambiente terrestre em seu todo,

    enquanto conjunto de seres naturais (p.195).

    Para esclarecer o sentido que Aristteles d ao termo physis, Angioni apresenta

    um resumo de Metafsica V4. O tradutor indica passagens da Fsica que se afinam com

    Metafsica V4 e conclui que, entre os sentidos de physis neste texto apresentados, o

    mais compatvel com o objeto da Fsica o sentido (ii): princpio de onde se d o

    movimento primeiro em cada ente natural em si mesmo, enquanto ele ele mesmo

    (1014b18-20). O fato de o livro II da Fsica assumir como objeto de estudos o sentido

    (ii) de physis mostra, segundo Angioni, que Aristteles pretende determinar qual desses

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    dois princpios a forma e a matria tem primazia sobre o outro, bem como delimitar

    de que maneira eles se inter-relacionam de modo a resultar nos fenmenos que

    reconhecemos nos entes naturais (p.196).

    Nesse momento de sua exposio (cf. pp.196-7), Angioni afirma que Fsica II

    segue o programa proposto no incio do livro I (delimitar as causas e princpios pelos

    quais se d o conhecimento cientfico sobre a natureza.p.196) e acrescenta que na

    Fsica Aristteles no explora diretamente ou no se compromete com certas questes

    que perpassam sua teoria da ousia. Segundo Angioni, na ontologia de Aristteles deve-

    se considerar que Assim como h certa identidade entre cada substncia e sua

    respectiva essncia, do mesmo modo h certa identidade entre cada ente natural e sua

    respectiva natureza. (Grifo nosso, p. 196). Para o tradutor, tais questes so visveis em

    contextos como, por exemplo, a Metafsica (livros centrais). De acordo com tais

    contextos, a forma, sendo um telos, seria, alm de um princpio de organizao dos

    movimentos, o acabamento, a garantia de efetividade; haveria identidade entre a forma e

    a coisa em seu todo. Angioni sugere que Aristteles no desenvolve diretamente estas

    questes em Fsica II (cf. p.197).

    Esclarecido o sentido de natureza e determinados certos limites da Fsica

    (principalmente em comparao com a Metafsica) nas reflexes sobre a ousia, Angioni

    vai a uma nova apresentao dos passos dados por Aristteles em II1. Essa retomada

    tem por objetivo mostrar que em 193b6-18 h a defesa de uma hierarquia entre os dois

    itens que so apresentados como natureza (forma e matria), e que os argumentos desse

    contexto esboam os contornos do hilemorfismo de Aristteles. As razes para a

    primazia da forma em relao matria devem-se ao fato de a forma associar-se ao

    enunciado definitrio de cada coisa, associar-se efetividade; a matria, por sua vez,

    associa-se potncia.

    Feita a descrio dos passos dados por Aristteles, Angioni repe a questo do

    objeto de Fsica II, apresentando um conjunto de razes que comprovam que os

    motivos desse livro ajustam-se ao programa de estudos indicado no incio da Fsica em

    18414-6: saber quais so as causas, ou as inter-relaes de causas, que explicam por

    que os entes naturais so como so. (p.198). Ou, em outras palavras: Assim, a questo

    para a qual o livro II da Fsica procura respostas a seguinte: Qual a exata inter-

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    relao de causas pela qual os entes naturais so precisamente o que so e, por

    conseguinte, pela qual podemos conhec-los cientificamente (p.198).

    Em suma, Angioni, num primeiro momento de seus Comentrios Fsica II,

    esclarece os principais passos e os motivos de Fsica II1, fixa o conceito de natureza,

    relacionado-o com outros contextos da obra do Estagirita, indica certas bases do

    hilemorfismo e relaciona tal sentido de hilemorfismo com questes mais gerais da

    ontologia de Aristteles, especialmente o conceito de substncia. Feito isto, passa a uma

    segunda etapa (esta, aqui, no ser apresentada), passa a explicar, linha a linha, os

    argumentos em jogo e, para dar conta de tais argumentos, passa a justificar as suas

    solues de traduo do grego clssico para o portugus. Este , em regra, o percurso de

    Comentrios.

    Fsica I-II, traduzida do grego clssico por Angioni, resultou num texto em

    portugus que preserva a estrutura dos argumentos e a complexidade da discusso de

    Aristteles. Respeita as regras do grego sem esquecer de adapt-las s do portugus

    contemporneo, avalia e procura agir coerentemente em relao a cada vocbulo

    traduzido. No hesita, s vezes, em sugerir termos distintos em portugus para um

    nico vocbulo grego, por considerar tal soluo mais compatvel com as intenes de

    Aristteles. Pode-se observar, nas solues dadas ao termo ousia, um exemplo do seu

    cuidado com o argumento. Angioni, em Fsica I- II, traduz ousia de dois modos:

    substncia e essncia.2 Nas duas edies experimentais de Fsica I-II, para expressar

    ousia em portugus, sempre utilizou o termo essncia. Os Comentrios no justificam

    tal mudana de atitude, mas possvel, em geral, observar que nesta ltima edio de

    Fsica I-II, ao longo de toda a traduo, h um coerente emprego de essncia e de

    substncia para dois marcados sentidos de ousia. Tais sentidos so indicados pelo

    tradutor em seu livro intitulado As noes aristotlicas de substncia e essncia. Ali,

    afirma:

    Aristteles parece reconhecer dois usos do termo ousia: o uso que figura em sentenas como este cavalo uma ousia Scrates ousia, plantas so ousiai, e outro uso, que figura em sentenas como alma ousia do animal, alma nutritiva a ousia das plantas. No primeiro sentido, a ousia pode ser definida (ainda que de modo apenas preliminar e intuitivo) como

    2 Pode-se ver isto em uma passagem dos Comentrios j citada: Assim como h certa identidade entre cada substncia e sua respectiva essncia, do mesmo modo h certa identidade entre cada ente natural e sua respectiva natureza. (Grifo nosso, p. 196).

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    entidade auto-subsistente. No segundo, a ousia pode ser definida como causa pela qual uma entidade possui as propriedades que determinam o que ela . (...) Podemos traduzir o primeiro sentido de ousia por substncia e o segundo por essncia. 3

    A complexidade do texto de Aristteles exige, daquele que se prope a traduzi-

    lo e apresent-lo, a tomada de certas decises que, de algum modo, sempre resultam em

    algumas dificuldades. No caso do termo ousia, muitos tradutores optaram, ao contrrio

    da soluo de Lucas Angioni, pela utilizao de um nico vocbulo, e eles tm razes

    para isso. Uma boa justificativa para a utilizao de um nico termo em portugus , por

    exemplo, o fato de, em certas passagens de Fsica I-II (e, o que mais grave, em vrios

    outros textos do Estagirita), ser muito complicado decidir se Aristteles est, atravs da

    palavra ousia, referindo-se a ousia como cada coisa (substncia) ou como ousia de cada

    coisa (essncia). Por outro lado, Lucas Angioni preocupa-se, em sua traduo,

    sobretudo com a clareza do argumento, e pode-se dizer que, se determinar estes dois

    sentidos de ousia atravs de termos diferentes em portugus gera, para algumas

    passagens, dificuldades para a compreenso do argumento, no esclarec-los traz

    problemas ainda maiores.

    Deve-se dizer, finalmente, que Fsica I-II uma obra de extremo interesse para a

    pesquisa acadmica em filosofia, apresentando uma competente traduo acrescida de

    Comentrios que incluem vrios momentos de uma refinada anlise do pensamento de

    Aristteles. o resultado de um trabalho de pesquisa meticuloso no qual o autor

    transmite-nos um grande ensinamento: para traduzir um texto clssico de filosofia

    preciso, alm do conhecimento de portugus, de grego clssico, de filologia... agir

    filosoficamente.

    Arlene Reis (UFSC)

    3 ANGIONI, L. As noes aristotlicas de substncia e essncia. Campinas. Ed. Unicamp. 2008. p.23-24.