AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO...

63
1 A A A S S S T T T R R R O O O F F F Í Í Í S S S I I I C C C A A A E E E O O O P P P R R R É É É M M M I I I O O O N N N O O O B B B E E E L L L D D D E E E 2 2 2 0 0 0 1 1 1 1 1 1 Alex H. Blin Departamento de Física Universidade de Coimbra [email protected] Medição de distâncias cosmológicas A expansão do Universo Supernovas tipo Ia Energia negra

Transcript of AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO...

Page 1: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

1

AAASSSTTTRRROOOFFFÍÍÍSSSIIICCCAAA EEE OOO PPPRRRÉÉÉMMMIIIOOO NNNOOOBBBEEELLL DDDEEE 222000111111

Alex H. Blin Departamento de Física

Universidade de Coimbra [email protected]

Medição de distâncias cosmológicas A expansão do Universo Supernovas tipo Ia Energia negra

Page 2: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

2

Page 3: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

3

DISCOVERY OF A SUPERNOVA EXPLOSION AT HALF THE AGE OF THE UNIVERSE

Nature 391, 51 (1998)

S. Perlmutter, G. Aldering, M. Della Valle, S. Deustua, R. S. Ellis, S. Fabbro, A. Fruchter, G. Goldhaber, D. E. Groom, I. M. Hook, A. G. Kim, M. Y. Kim, R. A. Knop, C. Lidman, R. G. McMahon, P. Nugent, R. Pain, N. Panagia, C. R. Pennypacker, P. Ruiz-Lapuente, B. Schaefer & N. Walton

SAUL PERLMUTTER, University of California, Berkeley Lawrence Berkeley National Laboratory & University of California, Berkeley

Page 4: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

4

OBSERVATIONAL EVIDENCE FROM SUPERNOVAE FOR AN ACCELERATING UNIVERSE AND A

COSMOLOGICAL CONSTANT

Astronomical Journal 116, 1009 (1998)

Adam G. Riess, Alexei V. Filippenko, Peter Challis, Alejandro Clocchiattia, Alan Diercks, Peter M. Garnavich, Ron L. Gilliland, Craig J. Hogan, Saurabh Jha, Robert P. Kirshner, B. Leibundgut, M. M. Phillips, David Reiss, Brian P. Schmidt, Robert A. Schommer, R. Chris Smith, J. Spyromilio, Christopher Stubbs, Nicholas B. Suntzeff, John Tonry

ADAM G. RIESS, University of California, Berkeley BRIAN P. SCHMIDT, Australian National University Mount Stromlo Observatory

Page 5: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

5

ALGUNS MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS Verifica-se a precisão dum método utilizando um outro.

Laser e radar Distâncias curtas: d=ct/2 para o sinal refletido; distâncias máximas: planetas vizinhos.

Page 6: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

6

Triangulação Por exemplo, método utilizado por Johannes Kepler

(A) Planeta “inferior” em posição de elongação P, Terra em E. (B) Planeta “superior” em P, depois de uma órbita completa, Terra em E e E’.

Page 7: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

7

Método de paralaxes Triangulação, observação de um objeto a partir de posições diferentes (visão

estereoscópica!); viável até ~ 103 anos-luz (1 AL 10

16m).

Page 8: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

8

Método de paralaxes Triangulação, observação de um objeto a partir de posições diferentes (visão

estereoscópica!); viável até ~ 103 anos-luz (1 AL 10

16m).

Page 9: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

9

Método da régua padrão Triangulação de objetos de tamanho conhecido. Exemplo: explosão de supernova, tamanho deduzido da velocidade da expansão

R=vt

tan = R/x

Page 10: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

10

Eco de luz

A superfície de reflexão de um pulso de luz é um elipsoide; o caminho total aumenta com o tempo de acordo com a velocidade da luz.

Page 11: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

11

y

x

Posição da estrela em x=-0.5, da Terra em x=+0.5, com o tempo a aumentar.

Page 12: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

12

Page 13: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

13

Método da vela padrão Lei de intensidade observada 1/d

2 aplicada a fontes de luminosidade conhecida:

Page 14: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

14

Exemplos: sequência principal (diagrama Hertzsprung-Russell), útil até ~ 105 AL.

Page 15: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

15

Cefeidas Henrietta Swan Leavitt estudou 1908 estrelas der luminosidade variável, cefeidas: método utilizável até ~ 10

7 AL

Page 16: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

16

Supernovas tipo Ia

Luminosidade alta, método utilizável até > 10

9 anos-luz.

O método da vela padrão tem de ser corrigido pela extinção, à absorção e espalhamento por matéria interstelar e intergaláctica.

A extinção altera o espectro.

Page 17: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

17

Tamanhos e distâncias

1 segundo-luz 3108m

1 ano-luz (AL) 1016

m

objeto distância diâmetro massa

Lua 1,3 seg-luz 3 500 km 71022

kg Sol 8,3 min-luz 5 seg-luz 210

30 kg

Proxima Centauri 4,2 AL 1 seg-luz 21029

kg

Andromeda M31 2,5106 AL 10

5 AL 10

12 estrelas

Quasar mais distante 2,91010

AL

Universo observável - 4,71010

AL 2...81011

galáxias

Page 18: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

18

O princípio cosmológico do Universo homogéneo

Há mais matéria nuns sitios que noutros.

Page 19: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

19

Volumes que englobam muitas galáxias parecem iguais; modelo de poeira.

Page 20: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

20

A EXPANSÃO DO UNIVERSO

Linhas espectrais Um conjunto de linhas (riscas) espectrais é característico do átomo ou da molécula que as emite ou absorve.

Só radiação com a energia (frequência , comprimento de onda) "certa" pode ser absorvida. Exemplo esquemático:

h=E3-E2 h=E3-E2

Page 21: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

21

(a) estado fundamental, (b) 1o estado excitado do átomo de hidrogénio (H).

Page 22: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

22

Page 23: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

23

(a) linhas de absorção, (b) linhas de emissão de sódio (Na).

Os "códigos de barras" de H, Na, He, Ne, Hg.

Page 24: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

24

A observação de linhas espectrais leva a um resultado fantástico:

Os mesmos elementos e moléculas existem em todo o Universo observado!

As mesmas leis da natureza são validas em todo o Universo observado!

Page 25: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

25

Desvio de linhas espectrais para o vermelho Observação: galáxias afastadas têm as linhas espectrais desviadas para frequências

mais baixas (azul vermelho).

Linhas espectrais originais e deslocadas.

Page 26: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

26

Interpretação: efeito de Christian Doppler, frequência f depende da velocidade relativa.

A velocidade de afastamento em função da distância.

Page 27: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

27

O gráfico implica um universo em expansão Vesto Slipher 1912 Georges Lemaître 1927 Edwin Hubble 1929

velocidade H0 distância, H0 = constante de Hubble = 2,3 10-18

s-1

Page 28: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

28

Tudo foge de nós. Estamos no centro do Universo? Não!

“Galáxias” na superfície dum balão: Todos observadores vêm a mesma lei de Hubble.

Onde se encontra a origem do universo? Em todo lado!

Page 29: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

29

O BIG BANG Idade e tamanho do Universo O Universo expande. Recuando no tempo: O Universo começou num ponto, com densidade e temperatura altíssimas, há cerca de

14 mil milhões de anos (1,371010

anos). Consequência: Sendo a velocidade da luz a velocidade mais alta, o tamanho do universo observável é limitado. Horizonte à distância de 46,5 mil milhões anos-luz.

(1 ano-luz 1016

m)

Page 30: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

30

A interpretação da lei de Hubble com o efeito Doppler não está correta.

Relatividade Geral: as galáxias estão em repouso no Universo.

É o próprio espaço que expande, esticando os comprimentos de onda dos fotões:

Como consequência, a temperatura do Universo diminui durante a expansão.

Page 31: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

31

Radiação de fundo de microondas - vestígio do Big Bang

Radiação descoberta 1964 por Arno Penzias e Robert Wilson (Nobel 1978), de 2,725 K

Espectro térmico. A posição do máximo depende da temperatura.

Page 32: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

32

Flutuações da temperatura da radiação de fundo de microondas de 2,725K ±100K observadas pela sonda WMAP (Wilson Microwave Anisotropy Probe).

Page 33: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

33

A expansão do Universo depende de duas tendências opostas:

atração gravítica da massa total

energia cinética de expansão

Equação de Alexander Friedmann, consequência da eq. de Einstein (para poeira):

R2=

a

R− kc

2

Os valores de a e k dependem da atual velocidade de expansão e da densidade de matéria-energia no Universo.

Page 34: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

34

Universo aberto: expande eternamente, densidade decresce continuadamente, probabilidade de criar novas estrelas diminui constantemente. Finalmente o universo morre a morte fria. Universo fechado: A energia cinética não chega para uma expansão eterna; esta é travada pela atracção gravítica. Depois de um tamanho máximo o Universo entra em colapso e acaba na morte quente do Big Crunch.

Em todos os casos, a atração gravítica trava a expansão.

Page 35: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

35

Matéria normal, 4% A matéria normal (bariões & leptões) é apenas 4%:

Page 36: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

36

Matéria negra, 22%

Composição? Física nova?

Só observada indiretamente pela acção gravítica:

Dinâmica das galáxias e dos enxames

Page 37: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

37

Distribuição das flutuações da radiação de fundo de microondas

Page 38: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

38

Lentes gravíticas

A luz é afetada pela presença de campos gravíticos.

Observação de imagens múltiplas e deformadas devido à deflexão da luz.

Page 39: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

39

SUPERNOVAS TIPO IA – A DESCOBERTA DA ENERGIA NEGRA

Fusão nuclear nas estrelas Estrelas estabilizadas pelo equilíbrio de forças:

Page 40: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

40

E=mc2

: O hélio tem menos massa que os protões iniciais.

Page 41: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

41

Gigantes vermelhas e anãs brancas

Quando o “combustível” hidrogénio acabar:

O centro do Sol contrai, começa a fusão de hélio: 4He +

4He

8Be

8Be +

4He

12C* +

As zonas periféricas expandem até à órbita da Terra e a luz fica vermelha gigante vermelha.

Page 42: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

42

Quando a fusão de hélio no centro acaba: A região central contrai ainda mais, mas não consegue iniciar outro estágio de fusão no caso de estrelas “leves”. A periferia expande.

O centro torna-se uma anã branca do tamanho da Terra e já não produz energia (anã preta no fim).

As camadas exteriores são expelidas e formam uma nebulosa planetária.

Page 43: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

43

Nebulosa planetária Eskimo, vista de cima.

Page 44: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

44

Nebulosa Helix.

Page 45: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

45

Nebulosa planetária Retina, vista de lado.

Page 46: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

46

Nebulosa planetária W43a (perspetiva oblíqua).

Page 47: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

47

Nebulosa planetária “Cat’s Eye” NGC6543.

Page 48: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

48

A anã branca é estabilizada pelo gás degenerado de eletrões: força repulsiva baseada no princípio de exclusão de Wolfgang Pauli (Nobel 1945).

Relação de incerteza de Werner Heisenberg (Nobel 1932)

2 eletrões por cada célula de espaço de fases

de tamanho .

Page 49: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

49

Massa máxima que pode ser suportada: cerca 1,4 × massa solar = massa de Chandrasekhar MC.

Subrahmanyan Chandrasekhar (Nobel 1983)

Page 50: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

50

Page 51: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

51

Anã branca em sistema binário

Page 52: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

52

A matéria acumulada da estrela vizinha faz ultrapassar MC: colapso, fusão nuclear explosiva → supernova Ia. Como a condição inicial é sempre próxima de MC → luminosidades parecidas, cerca de 5 mil milhões vezes a luminosidade do Sol.

Vela padrão muito boa e muito luminosa utilizada por Perlmutter, Schmidt e Riess, para medir a taxa de expansão do Universo. SN1994D:

Page 53: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

53

Page 54: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

54

Dificuldades técnicas:

descobrir supernovas (CCDs sensíveis, tratamento de imagens)

observar espectro e verificar se é do tipo Ia

corrigir pela presença de gás intergaláctico

medir efeito de Doppler etc.

Page 55: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

55

Resultado inesperado: o Universo acelera!

Page 56: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

56

ENERGIA NEGRA (A CONSTANTE COSMOLÓGICA), 74%

Albert Einstein (Nobel 1921) inventou uma constante adicional para “estabilizar” o Universo. Quando Hubble observou a expansão do universo, Einstein realizou que fez um grande erro.

Equação de Einstein com constante cosmológica:

G – g = 8 c-4

G T →

Equação de Friedmann alterada (para poeira):

R2=

a

R− kc

2

+ R

2

3

Com outro valor de o Universo acelera.

Orígem? Física nova!

Page 57: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

57

Page 58: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

58

também confirmado entretanto por outros métodos:

O Universo é plano

As ondas acústicas do plasma do Universo jovem deixam rastos na radiação de fundo de microondas; servem de régua padrão.

Page 59: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

59

A soma dos ângulos do triângulo medido a partir da Terra é 180º.

A equação de Friedmann pode ser reescrita como

Com =0 e com a massa (normal+negra) de 26%, a energia negra tem de ter 74%.

Page 60: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

60

A estrutura à grande escala

As flutuações aumentam com a expansão do Universo, que depende de .

Distribuição de galáxias.

Page 61: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

61

O efeito Sachs-Wolfe:

Os fotões saem com mais energia: o potencial gravítico é mais profundo quando o fotão

entra e menos profundo quando sai, devido à expansão que depende de .

Page 62: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

62

Aceleração do Universo até ao Big Rip?

Page 63: AASSTTRROOFFÍÍSSIICCAA EE OO PPRRÉÉMMIIOO …nautilus.fis.uc.pt/fisicanauc/Fisica@UC_-_2012/nobel2011uv_alex.pdf · 1 segundo-luz 3 108m 1 ano-luz (AL) 1016m objeto distância

63

Astronomia na Internet ESA: http://www.esa.int/export/esaCP/Portugal.html ESO: http://www.eso.org/ NASA: http://www.nasa.gov/ http://www.jpl.nasa.gov/ Planetary Society: http://www.planetary.org/ Space.com: http://space.com/ Prémios Nobel: http://www.nobelprize.org/

FIM