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A Teosofia e as Sociedades Teosóficas Tal como já aconteceu no verão anterior com a divulgação de forma faseada, durante cerca de dois meses e meio, de um artigo de David Pratt sobre o Conde de St. Germain , o Lua em Escorpião irá publicar durante as próximas dez semanas um extenso texto da autoria do professor James A. Santucci intitulado “A Teosofia e as Sociedades Teosóficas”. Tendo em conta a temática normalmente abordada no blogue, com um grande enfoque na Teosofia, talvez fizesse sentido que este texto fosse publicado há muito mais tempo. Assim não aconteceu, mas julgamos que a espera compensou. Prof. James Santucci Santucci é um académico e portanto o texto é genericamente muito claro, direto, descrevendo as (muitas) controvérsias e fricções no movimento teosófico de modo imparcial, optando por um registo descritivo. É também por esta razão um documento importante e precioso, pois muitos teosofistas que abordam esse tipo de assuntos têm o mau hábito de apresentar os factos que encaixam nos seus “pré-conceitos”. Antes de entrarmos na tradução propriamente dita, dois agradecimentos, o primeiro dos quais ao Ivan Silvestre, que se disponibilizou para fazer a revisão da tradução. Jan Nicolaas Kind, editor do site Theosophy Forward , onde está alojada a última versão do artigo exatamente a que foi usada para fazer a tradução para português autorizou essa tradução (em consonância com o

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A Teosofia e as Sociedades Teosóficas

Tal como já aconteceu no verão anterior com a divulgação de forma faseada,

durante cerca de dois meses e meio, de um artigo de David Pratt sobre

o Conde de St. Germain, o Lua em Escorpião irá publicar durante as próximas

dez semanas um extenso texto da autoria do professor James A. Santucci

intitulado “A Teosofia e as Sociedades Teosóficas”. Tendo em conta a

temática normalmente abordada no blogue, com um grande enfoque na

Teosofia, talvez fizesse sentido que este texto fosse publicado há muito mais

tempo. Assim não aconteceu, mas julgamos que a espera compensou.

Prof. James Santucci

Santucci é um académico e portanto o texto é genericamente muito claro,

direto, descrevendo as (muitas) controvérsias e fricções no movimento

teosófico de modo imparcial, optando por um registo descritivo. É também

por esta razão um documento importante e precioso, pois muitos teosofistas

que abordam esse tipo de assuntos têm o mau hábito de apresentar os factos

que encaixam nos seus “pré-conceitos”.

Antes de entrarmos na tradução propriamente dita, dois agradecimentos, o

primeiro dos quais ao Ivan Silvestre, que se disponibilizou para fazer a revisão

da tradução. Jan Nicolaas Kind, editor do site Theosophy Forward, onde está

alojada a última versão do artigo – exatamente a que foi usada para fazer a

tradução para português – autorizou essa tradução (em consonância com o

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prof. Santucci com que também contactámos), bem como a utilização das

fotos que acompanham o artigo que Kind disponibiliza em versão e-book no

Theosophy Forward. É para ele que vai o nosso segundo agradecimento.

A TEOSOFIA E AS SOCIEDADES TEOSÓFICAS

Dr. James A. Santucci

O Dr. James A. Santucci é um Professor de Religião Comparada na California

State University, Fullerton. Fez o seu doutoramento na Australian National

University (Canberra, Austrália) em Civilização Asiática, com ênfase nos

Vedas. É o editor da revista Theosophical History e de Theosophical History

Occasional Papers e o autor de La società teosofica e An Outline of Vedic

Literature.

Versões ou excertos deste artigo foram publicadas em: Syzygy 6.1-2 (Winter-

Fall 1997): 221-45; em The Encyclopedia of Cults, Sects, and New Religions,

ed. James R. Lewis (Amherst, NY: Prometheus Books, 1998): 388–9 (2nd ed.:

573), 476 (2nd ed.: 722-3), 480-3 (2nd ed.: 727-30), 483-7 (2nd ed.: 730–4),

503-5 (2nd ed.: 760-2), e 527-8 (2nd ed.: 802-3); e em Odd Gods, ed. James

R. Lewis (Amherst, NY: Prometheus Books, 2001), 270-89. Esta versão foi

atualizada em 2013 graças aos esforços de Janet Kerschner (Arquivista da

Sociedade Teosófica na América, Wheaton, Illinois), S. Ramu (Diretor Geral,

Theosophical Publishing House, Adyar), Kenneth Small (Point Loma

Publications) e Jan Nicolaas Kind (Theosophy Forward). [Foi ainda editado

para publicação na Internet por John Algeo.]

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Notas da reunião de 8 de setembro

de 1875 em Nova Iorque onde se

propôs a constituição da

Sociedade Teosófica

Teosofia

O movimento teosófico moderno está hoje representado nos Estados Unidos,

principalmente através de seis organizações: a Sociedade Teosófica, sedeada

internacionalmente em Adyar, Chennai, Índia; a Sociedade Teosófica sedeada

em Pasadena, Califórnia; a Loja Unida de Teosofistas, constituída em Los

Angeles, Califórnia; o Templo do Povo, com sede em Halcyon, perto de

Pismo Beach, Califórnia, a Word Foundation de Dallas, Texas e a Publicações

Point Loma em San Diego, Califórnia. Destes grupos, a Sociedade de Adyar é

considerada pela maioria (embora não por todos) dos teosofistas como a

organização matriz. Todos afirmam disseminar Teosofia, um termo

popularizado e definido por Helena Petrovna Blavatsky (1831-91), como a

sabedoria das eras, incorporando “conhecimento esotérico superior” –

portanto, uma “Doutrina Secreta” – parcialmente recuperável de forma

imperfeita e incompleta naquelas partes das escrituras das grandes religiões

mundiais que expressam ensinamentos místicos e naquelas filosofias que

evidenciam uma inclinação monista ou panteísta.

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Helena Petrovna Blavatsky

História inicial

A Sociedade Teosófica foi fundada em Nova Iorque em 1875 tendo Henry

Steel Olcott (1832-1907) como seu primeiro presidente, H.P. Blavatsky como

sua primeira secretária correspondente, George Henry Felt e Seth Pancoast

como vice-presidentes e William Quan Judge (1851-96) como conselheiro

para a Sociedade. Inicialmente proposta a 7 de setembro pelo Cel. Olcot, a

sociedade – intitulada “A Sociedade Teosófica” a 13 de setembro – iniciou a

sua atividade a 17 de novembro com o discurso presidencial de Olcott.

Menos de três anos depois, em maio de 1878, a Sociedade Teosófica ligou-se

a uma organização reformista hindu conhecida como Arya Samaj, liderada

pelo Swami Dayananda Sarasvati (1824-83), cuja promoção dos Vedas – as

antigas escrituras das tribos Arianas do Norte da Índia compostas entre 1600 e

500 A.C – como fonte da Verdade funcionou como alicerce da sua tentativa

de fazer regressar o Hinduísmo a uma forma mais pura, livre de práticas e

ensinamentos corrompidos que surgiram posteriormente, tais como a

poligamia, casamento com menores, castas, sutee [NT: antigo costume, hoje

proibido que obrigava a viúva a se sacrificar viva na fogueira do seu marido

morto] e politeísmo. Devido às diferenças que surgiram depois de alguns

meses de ligação – uma das quais era a adoção por parte do Swami de um

deus pessoal supremo, uma proposição que não era aceitável por parte de

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muitos dos membros da Sociedade Teosófica – foi decidido modificar a

associação distinguindo 3 organismos: (1) a Sociedade Teosófica, (2) a

Sociedade Teosófica de Arya Samaj de Aryavarta, uma “sociedade de

ligação” e (3) a Arya Samaj. Existiam diplomas separados para cada uma,

com os membros de (2) a pertencerem simultaneamente a (1) e (3). Em 1882,

todas as ligações foram quebradas devido aos ataques dirigidos aos teosofistas

pelo Swami Dayananda em resposta aos seus líderes, Olcott e Blavatsky, se

terem associado a Budistas e Parses e ao facto de se terem convertido

formalmente ao Budismo no Ceilão (Sri Lanka) ao receberem o pansil

(pancasila), “os Cinco Preceitos” em maio de 1880. Por esta altura, a sede da

Sociedade Teosófica foi mudada por H.S. Olcott e H.P. Blavatsky primeiro

para Bombaim, no início de 1879, e depois para Adyar, Madras (agora

Chennai) em dezembro de 1882.

Henry Steel Olcott

Durante a década de 80 do século XIX, quatro acontecimentos significativos

ocorreram na história da Sociedade Teosófica: (1) o caso Coulomb (1884); (2)

a formação da Secção Esotérica da Sociedade Teosófica a 9 de outubro de

1888, sob a direção de Madame Blavatsky; (3) a publicação em 1888, de A

Doutrina Secreta – o trabalho seminal do Movimento Teosófico – e (4) o

ingresso na Sociedade Teosófica em maio de 1889, de Annie Besant (1847-

1933), a segunda presidente da Sociedade de Adyar e certamente a teosofista

de Adyar mais proeminente do século XX.

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William Quan Judge e Henry Steel Olcott

(1) No que respeita ao Caso Coulomb, Emma Coulomb, uma governanta da

sede de Adyar, acusou Blavatsky de ter produzido fenómenos psíquicos

fraudulentos e de ter escrito cartas em nome dos seus Mestres ou Mahatmas.

Ela foi investigada por Richard Hodgson em nome da Sociedade de

Investigação Psíquica (S.I.P.), cujo relatório de 1885 (que foi o segundo

relatório publicado pela S.I.P. sobre Blavatsky, sendo que o relatório

preliminar de 1884 era mais neutral) acusou-a de ter cometido esses delitos,

pondo assim em causa a alegação de que os Mestres ou Adeptos realmente

existiam.

Embora o relatório Hodgson tenha sido aceite pela S.I.P. na sua reunião geral

realizada a 26 de junho de 1885, nunca foi a opinião oficial e institucional

daquela organização. Hodgson escreveu a maior parte do relatório, mas o

mesmo foi o produto de um comité que consistia não só de Hodgson mas

também de E. Gurney, F.W.H. Myers, F. Podmore, H. Sidgwick, J. H. Stack e

da Sra. H. Sidgwick. Pelo facto de o Relatório Hodgson nunca ter sido

oficialmente aceite, a S.I.P. não poderia remover um relatório que nunca foi

publicado. O que fez, ao invés, foi publicar uma declaração para “compensar

por qualquer ofensa que [a S.I.P.] possa ter feito”, como declarado na nota

editorial do artigo de Vernon Harrison “J’Accuse” (Journal of the Society for

Psychical Research 53.803 (abril 1986): 286. O artigo começa com uma

afirmação forte: “O Relatório do Comité designado para investigar

fenómenos relacionados com a Sociedade Teosófica (chamado habitualmente

de Relatório Hodgson) é o mais conhecido e controverso de todos os relatórios

publicados pela Sociedade de Investigação Psíquica. Faz julgamento à

Madame H.P. Blavatsky …; e a frase final em Declaração e Conclusões do

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Comité tem sido citada em livro atrás de livro, enciclopédia atrás de

enciclopédia, sem qualquer indicação de que possa estar errada. Reza assim:

“Da nossa parte não a consideramos como a representante de videntes ocultos,

nem como uma vulgar aventureira. Julgamos que ela deverá ser para sempre

recordada como uma das mais habilidosas, engenhosas e interessantes

impostoras da história”. Harrison prossegue demonstrando que o “caso contra

Madame Blavatsky no Relatório Hodgson NÃO ESTÁ PROVADO“. O dano

contudo, estava feito. Enferma à data, Madame Blavatsky partiu de Adyar.

(2) Blavatsky acabou por se instalar em Londres, onde estabeleceu – por sugestão

de W. Q. Judge – a Secção Esotérica (ou S.E.) sob a sua direção como Líder

Externo (os Líderes Internos eram os Mahatmas), conforme declarado num

documento anónimo (mas provavelmente escrito por Annie Besant) “A Escola

Oriental da Teosofia: Esboço Histórico” reimpresso no Theosophical

History 6.1 (janeiro 1996):11, publicado originalmente na revista de Madame

Blavatsky Lucifer 3.14 (15 de outubro de 1888). A S.E. era uma organização

destinada a “promover os interesses esotéricos da Sociedade Teosófica através

do estudo mais profundo da filosofia esotérica” (vide “A Secção Esotérica da

Sociedade Teosófica”, 9 de outubro de 1888). Embora não tenha nenhuma

ligação institucional com a S.T., a S.E. está apenas aberta a membros da S.T.;

além do mais, todos os ensinamentos e atividades são conduzidas de forma

privada.

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A Doutrina Secreta, de Helena

Petrovna Blavatsky

(3) O trabalho principal de H.P. Blavatsky, A Doutrina Secreta (1888),

estabelece três proposições que servem como base da Teosofia para a maior

parte dos teosofistas: (1) a existência de um princípio ou realidade absoluta e

infinita, (2) a natureza cíclica ou periodicidade do universo e de tudo o que

nele está contido, e (3) a identidade fundamental da alma individual com a

alma-superior universal e a peregrinação de todas as almas através do ciclo de

encarnações de acordo com a lei cármica. A Teosofia, neste sentido, é uma

perspetiva da realidade última não-dualista ou monista, que se manifesta ou

emana numa complementaridade dinâmica e progressão evolucionária.

(4) O papel ativista de Olcott foi seguido pela segunda presidente da S.T., Annie

Besant, que se envolveu em numerosas atividades dentro e fora da Sociedade,

incluindo atividades tão diversas como investigações de ocultismo, educação,

política, reforma social e a introdução do ritualismo dentro da Sociedade.

Dentro das suas várias contribuições, Besant foi fundamental na fundação do

Colégio Central Hindu em Benares em 1898, tornando-se ativa na política

Indiana, servindo como Presidente do Congresso Nacional Indiano, formando

a Liga do Autogoverno e mais tarde desenhando a Lei do Autogoverno

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(1925). Dentro da Sociedade Teosófica, ela fundou a Ordem Teosófica de

Serviço em 1908, com a intenção de cumprir o primeiro objetivo da Sociedade

- formar um núcleo de fraternidade universal da humanidade – levando a cabo

trabalhos de compaixão e de alívio do sofrimento, incluindo atividades como

doação de bens, remédios, roupas, etc… aos necessitados e a abolição da

crueldade sobre os animais.

Annie Besant

História posterior

Com a morte de H.P. Blavatsky a 8 de maio de 1891, a liderança da Secção

Esotérica (naquela altura chamada de Escola Oriental de Teosofia) passou

para W.Q. Judge e Annie Besant. Poucos anos depois, acusações foram

dirigidas contra Judge de que ele estaria “usando indevidamente os nomes e

caligrafia dos Mahatmas”. Por outras palavras, alegava-se que ele recebia

mensagens dos Mestres, ou, como Besant afirmou “dando uma forma

enganosa a mensagens recebidas psiquicamente do Mestre”. Embora Besant e

Olcott deixassem cair as acusações em julho de 1894, elas foram reabertas no

final desse mesmo ano por Besant, que propôs uma resolução em dezembro de

1894, durante a Convenção da S.T. Adyar para que o Presidente Olcott

“instasse de imediato a que o Sr. W.Q. Judge se demitisse” da vice-

presidência da Sociedade. A resolução foi aprovada, mas Judge recusou

demitir-se. Mais tarde, na convenção da Secção Americana da S.T. em Boston

(28-29 de abril de 1895), os delegados votaram a favor da autonomia da

Secção Americana em relação à Sociedade Teosófica de Adyar com Judge a

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ser eleito presidente vitalício, autodesignando-se aquele organismo de

“Sociedade Teosófica na América”.

William Quan Judge

Quer esta separação seja interpretada como uma dissidência - a posição da

S.T. Adyar – ou como o reconhecimento de que nunca houve qualquer ligação

de natureza legal entre a S.T. Adyar e a S.T. original de Nova Iorque, de

acordo com a interpretação da “Sociedade Teosófica na América” – é uma

questão de opinião. Isto é discutido por W.Q. Judge em “The Theosophical

Society”, The Path 10 (maio 1895): 55-60, reimpresso em Echoes of the

Orient: The Writings of William Quan Judge 2, compilado por Dara Eklund

(San Diego: Point Loma Publications, 1980), p. 197-202. A votação da Secção

Americana teve como consequência a expulsão por parte de Olcott, de Judge e

de todos aqueles que o seguiram. Isto incluiu mais de 5 000 membros nos

Estados Unidos e noutras sociedades afiliadas noutros locais, incluindo lojas

em Inglaterra e na Austrália.

Depois da morte de W.Q. Judge em 21 de março de 1896, Ernest Temple

Hargrove (1870-1939) foi eleito presidente da S.T. na América de Judge. A

Escola Oriental de Teosofia (o novo nome da Secção Esotérica desde 1890)

também se separou a 3 de novembro de 1894: um grupo permaneceu na

Sociedade de Adyar com Annie Besant como líder externa e outro dentro da

Sociedade de Judge sob uma líder externa cujo nome era para ter permanecido

secreto até 1897, mas foi revelado (no New York Sun de 27-28 maio de 1896

e em Theosophy, o novo nome para o The Path de junho de 1896), que

Katherine Tingley (1847-1929) seria a sucessora de Judge. Tingley seguiu e

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desenvolveu a direção que Judge perseguira nos últimos anos da sua vida,

colocando menos ênfase na teoria e mais nas aplicações práticas dos

ensinamentos teosóficos na área social e na da reforma educativa. Em

fevereiro de 1897, ela colocou a primeira pedra de uma comunidade em Point

Loma, San Diego, que se tornaria a nova sede internacional da S.T. na

América (a antiga sede era em Nova Iorque). No mesmo ano, fundou a Liga

de Fraternidade Internacional tomando o cargo, ela própria, como presidente,

e tendo como objetivo realizar um conjunto de tarefas humanitárias, desde as

educacionais às filantrópicas. Acrescente-se ainda que todas as lojas da sua

Sociedade foram fechadas ao público em 1904.

Katherine Tingley

No final de 1897, Hargrove encontrava-se desagradado com as atividades de

Tingley e possivelmente também com a relutância dela em partilhar o poder

com ele ou com outra pessoa. Demitiu-se da presidência e tentou ganhar o

controlo na convenção de 1898 em Chicago, mas não teve sucesso nem na

Convenção nem na ação judicial subsequente. Como consequência da intensa

oposição de Hargrove na convenção em relação aos conteúdos da nova

constituição elaborada por Tingley (da qual ele nada sabia até à sua

apresentação na convenção, conforme referido em Emmett

Greenwalt, California Utopia: Point Loma: 1897–1942 [San Diego: Point

Loma Publications, 1978], p. 37-40), Hargrove deixou a Sociedade e formou a

sua própria organização com cerca de 200 membros da S.T. na América de

Tingley.

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Com base em Nova Iorque, a reformada Sociedade Teosófica na América de

Hargrove, foi mais tarde, em 1908, rebatizada como a Sociedade Teosófica,

(John Cooper, “The Esoteric School within the Hargrove Theosophical

Society,” Theosophical History 4.7-8: 179), com A.H. Spencer a se tornar no

seu presidente em exercício. Manteve-se como uma organização viável

durante muito tempo até a Sociedade, e possivelmente até a sua própria Escola

Esotérica de Teosofia ter entrado num período de “recolhimento” do trabalho

ativo. O último documento atribuído à E.E.T. é Aids e Suggestions No. 18, de

7 Dezembro, 1907; ver Cooper, “The Esoteric School within the Hargrove

Theosophical Society,” p. 185. O “recolhimento” teve provavelmente lugar no

final de 1938 embora John Cooper, “The Esoteric School within the Hargrove

Theosophical Society,” p. 180, considere 1935 como a data efetiva.

A Theosophical Quarterly, a maior revista da Sociedade, cessou a sua

publicação em outubro de 1938.

Ernest Temple Hargrove

A direção da enérgica liderança de Tingley levou ao nascimento de dois

organismos dissidentes: o Templo do Povo, fundado em 1898 e a Loja Unida

de Teosofistas, constituída em 1909, por Robert Crosbie e outros em Los

Angeles. De acordo com Jerry Hejka-Ekins numa comunicação privada (20

fevereiro de 1996), a L.U.T. efetivamente nasceu a partir da Sociedade de

Hargrove pois Crosbie juntou-se a esta última depois de ter deixado a

Sociedade Teosófica e Fraternidade Universal de Tingley. Hejka-Ekins

acrescenta, contudo, que “ela [a L.U.T.] parece ser mais uma reação à

Sociedade de Point Loma [a S.T e F.U.].”

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Em 1898, a Srª Tingley rebatizou a S.T. na América como Sociedade

Teosófica e a Fraternidade Universal. Enquanto “Líder e chefe oficial” ela

prosseguiu as suas atividades em Teosofia aplicada, incluindo um ambicioso

programa educativo, chamado Raja Ioga, que se iniciou em 1900 e que

enfatizava a integração da formação e educação espiritual, mental e física. Da

população estudantil inicial de cinco elementos, o número rapidamente saltou

para 100 em 1902, dois terços dos quais eram cubanos, devido aos seus

interesses permanentes em Cuba resultantes da Guerra Hispano-Americana de

1898 e ao apoio do Major Bacardí de Santiago aos objetivos de Tingley. Em

1919 o programa educacional foi expandido com a fundação da Universidade

Teosófica. Com o encerramento das lojas em 1903, a maior parte dos

membros mais talentosos e empenhados foram consequentemente para Point

Loma, participando não só nas experiências educativas mas também em

atividades relacionadas como a agricultura e horticultura, escrita,

investigação, edição de publicações e produções teatrais e musicais.

Contudo, por volta de 1920, estas atividades começaram a desaparecer,

principalmente devido a problemas financeiros. Com a morte de Tingley

em 1929, a direção estabelecida pelo seu líder mais académico e intelectual,

Gottfried de Purucker, foi uma vez mais no sentido da Teosofia teórica, com

ênfase no ensinamento e estudo das obras teosóficas centrais. Rebatizando a

S.T. e F.U. como Sociedade Teosófica, de Purucker avançou com um

Movimento de Fraternização – em parte devido ao aproximar do centésimo

aniversário do nascimento de H.P. Blavatsky – com o objetivo derradeiro de

reunir todas as sociedades. A unificação, contudo, não foi possível, mas

convenções e outras atividades de cooperação entre Adyar e Point Loma

realizaram-se ao longo dos anos 1930.

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Gottfried de Purucker

Mais para o final da liderança de de Purucker, ele tomou a decisão prática de

vender a propriedade comunitária de Point Loma, chamada Lomaland e

realocar a Sociedade em Covina, uma pequena comunidade a leste de Los

Angeles. Naquele mesmo ano (1942), de Purucker faleceu e a Sociedade foi,

nos três anos seguintes, liderada por um gabinete até que um novo líder, o Cel.

Arthur Conger, foi eleito em 1945.

De acordo com um relato de um dissidente, pouco tempo depois desta eleição,

aqueles membros do gabinete que não reconheciam o estatuto esotérico de

Conger como “porta-voz dos Mestres” (que alegava assim o mesmo estatuto

que H.P. Blavatsky) foram destituídos de todas as responsabilidades na S.T.

Estes antigos funcionários e vários outros indivíduos nos EUA e na Europa

acabaram por sair das instalações da S.T.: alguns voluntariamente anularam o

seu estatuto de membro, outros viram o seu estatuto de membros

involuntariamente cancelado. O trabalho da tradição de Point Loma

estabelecido por Tingley foi continuado por alguns grupos organizados nos

Estados Unidos e na Europa, sendo um desses grupos a Publicações Point

Loma, que foi constituído em 1971 como uma instituição religiosa e

educacional sem fins lucrativos.

Entretanto, a Sociedade Teosófica de Covina permaneceu sob a liderança de

Conger até à sua morte no início de 1951. William Hartley (1879-1955), um

antigo membro residente da Sociedade foi o sucessor escolhido de Conger,

mas James A. Long (1898-1971) foi aceite pelo gabinete da S.T. em vez dele,

sendo que o argumento para a sua escolha assentava no facto de que o

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documento original que continha o sucessor designado por Conger não existia,

apenas existia uma fotocópia. Hartley, em conjunto com os seus seguidores,

deixou Covina e deu continuidade à sua “Sociedade Teosófica” (Point Loma).

Em 1958 Dick J.P. Kok (Holanda) sucedeu a Hartley e desde 1985 é liderada

por Herman C. Vermeulen (ainda com sede em Haia, na Holanda).

Arthur L. Conger

James Long continuou a liderar aquela Sociedade Teosófica [a de Covina].

Um número de acontecimentos significativos teve lugar durante a sua

liderança. A Universidade Teosófica e todas as lojas (instituídas durante a

presidência de de Purucker) foram encerradas; as secções nacionais (incluindo

a propriedade sueca de Visingsö) foram também encerradas; as atividades de

impressão e edição, sede e biblioteca foram deslocadas para Altadena e

Pasadena em 1951; e a Sunrise, uma revista mensal, foi criada. Long também

se deslocou em longas viagens internacionais para palestras, visitando os

membros de fora dos EUA. Depois da sua morte em 1971, Grace F. Knoche

tornou-se a líder desta Sociedade Teosófica. [NT: Depois da morte de Knoche

em 2006, Randell C. Grubb passou a ser o líder].

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James A. Long

Durante o agitado ano de 1898, outra organização teosófica surgiu, com a

fundação do Templo do Povo por William H. Dower (1866-1937) e Francia

LaDue (1849-1922), que acreditavam seguir as instruções do Mestre ao se

separarem da T.S. e F.U dirigida por Tingley, e, de acordo com a sua própria

declaração, ao estabelecerem as “bases mentais, físicas e espiritual da futura

sexta raça”. Saídos da loja de Syracuse (Nova Iorque) da S.T. e F.U.,

mudaram-se em 1903, juntamente com o seu grupo, para a Califórnia, onde se

fixaram numa zona a leste de Oceano, estabelecendo aí a sua sede conhecida

como Halcyon. Em 1904, Dower abriu o Hotel e o Sanatório Halcion por

forma a continuar a sua prática médica, tratando doenças como a tuberculose,

distúrbios nervosos, alcoolismo e toxicodependência. No ano seguinte (1905),

a Temple Home Association foi constituída, sendo definido um plano para

uma cidade com locais para casas para venda ou para arrendamento,

organizando assim uma colónia cooperativa com LaDue, também conhecida

como Estrela Azul, que se tornaria a primeira líder – Guardiã-chefe – do

Templo. Em 1908, o Templo foi constituído sob o nome “Guardião-chefe do

Templo do Povo, uma única instituição”. Depois da morte de LaDue em 1922,

Dower tornou-se o segundo líder do Templo, supervisionando a construção do

templo Memorial Estrela Azul. Começado em 1923 e completado em 1924, o

Templo Memorial Estrela Azul foi construído de acordo com simbolismo

matemático e geométrico ilustrando a unidade de toda a vida, ou o eu

superior. Depois da morte de Dower em 1937, Pearl Dower tornou-se a

terceira Guardiã-chefe, que organizou a propriedade de acordo com as suas

especificações presentes, uma propriedade de 95 acres [NT: cerca de 38,5

hectares] consistindo de 52 casas, 30 das quais são propriedade do Templo, a

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Biblioteca William Quan Judge, que também inclui os escritórios do Templo e

um apartamento para os visitantes. O sucessor de Dower em 1968 foi Harold

Forgostein, que pintou 22 quadros no início dos anos 30 a pedido de Dower,

representando as contribuições dos nativos norte-americanos para o

entendimento do equilíbrio na Natureza e cenas da vida de Hiawatha, ambos

importantes nos ensinamentos do Templo. Estes quadros estão agora no

Centro Universitário do Templo. Forgostein permaneceu lider do Templo até

1990; a guardiã-chefe atual é Eleanor L. Shumway.

Francia La Due

Outra associação, a Loja Unida de Teosofistas, foi organizada por um anterior

membro da F. U. e S.T. em Point Loma e da Sociedade Teosófica de

Hargrove. Robert Crosbie (1849-1919), um canadiano vivendo em Boston que

se tornou teosofista sob a influência de W.Q. Judge, originalmente deu o seu

apoio a Tingley como sucessora de Judge. Por volta de 1900 mudou-se para

Point Loma para ajudar no trabalho que ela havia lá iniciado. Em 1904,

perdendo, por motivos particulares, confiança na liderança e nos métodos de

Tingley, deixou Point Loma, mudando-se para Los Angeles, onde se associou

durante algum tempo à Sociedade Teosófica de Hargrove e a vários

teosofistas, que iriam mais tarde apoiar a L.U.T., entre os quais estava John

Garrigues.

Page 18: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Robert Crosbie

Em 1909, Crosbie, com estes seus conhecidos, que partilhavam a sua

perspetiva que apenas a Teosofia original de Blavatsky e Judge continha os

ensinamentos da Teosofia como se pretendia que fossem transmitidos nos

tempos modernos (i.e., nas últimas décadas do século XIX e posteriormente),

formaram a Loja Unida de Teosofistas em Los Angeles. O que separava este

grupo das demais sociedades teosóficas era (e continua a ser) o seu enfoque na

Teosofia original e em escritos que sejam filosoficamente concordantes com

os de Blavatsky e Judge, com exclusão das cartas dos mestres K.H. e M.

escritas entre 1880 e 1886 ao destacado escritor teosófico, A.P. Sinnett, vice-

presidente da S.T. e rival de H.P. Blavatsky, ou seja, as Cartas dos Mahatmas

para A.P. Sinnett. Contudo, as constantes em O Mundo Oculto de Sinnett são

aceites, bem como a Carta do Maha-Chohan. A razão para rejeitar a maior

parte das cartas é que as cartas privadas não são substituto para os efetivos

ensinamentos teosóficos; igualmente, vários membros da L.U.T. consideram

que as cartas nunca se destinaram a ser publicadas.

A L.U.T. rejeita líderes e instrutores (todos os associados da L.U.T. são

descritos como estudantes) e enfatiza a anonimidade daqueles que escrevem

em nome da L.U.T. Até o próprio Crosbie não reclamava nenhum estatuto

especial, embora ele seja muito estimado pelos associados. Depois da morte

de Crosbie, a Loja de Los Angeles fundou a Theosophy Company em 1925

para servir de agente fiduciário para os associados. Não se reconheciam

líderes, embora John Garrigues fosse tido como uma figura principal na

L.U.T. de Los Angeles, juntamente com Grace Clough e Henry Geiger, até à

Page 19: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

sua morte em 1944, insistindo os estudantes da L.U.T. que o princípio da

anonimidade mais do que compensa as suas desvantagens.

A L.U.T. tornou-se numa associação internacional de grupos de estudo através

dos esforços de outra importante figura no Movimento Teosófico, o parse

indiano B.P. Wadia (1881-1958). Inicialmente membro da S.T. Adyar, à qual

ele se juntou em 1903 e na qual desempenhou várias funções – incluindo o de

secretário de Annie Besant – ele desvinculou-se em 1922 devido à sua

perceção que a Sociedade Teosófica “se havia desviado do Programa

Original”. De 1922 a 1928 ele permaneceu nos E.U.A. e ajudou a fundar lojas

da L.U.T. em Nova Iorque, Washington, D.C. e Filadélfia. Depois da sua

partida para a Índia via Europa, ele encorajou os estudantes locais a fundar

lojas da L.U.T., incluindo as de Antuérpia, Amsterdão, Londres, Paris,

Bangalore e Bombaim. De momento, as lojas e grupos de estudo da L.U.T.

estão localizados ao longo dos E.U.A. e na Bélgica, Canadá, Inglaterra,

França, Índia, Itália, México, Holanda, Nigéria, Suécia e Trinidad (Índias

Orientais). Devido aos consideráveis contributos de Wadia, ele é a única

pessoa, com exceção de Crosbie, dentro da L.U.T. que é identificada pelo

nome.

B.P. Wadia

Adyar

A Sociedade Teosófica, Adyar, é de longe a maior Sociedade (apesar da perda

de grande parte da Secção Americana em 1895). O trabalho conduzido

Page 20: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

principalmente pelo Cel. Olcott e também em menor extensão pela Sra.

Blavatsky durante a sua breve estadia na Índia, caraterizou-se por uma postura

ativista, com a promoção do Hinduísmo e Budismo depois da sua chegada à

Índia em 1879. O Cel. Olcott foi especialmente ativo em ajudar a iniciar um

revivalismo Budista na Índia e no Sri Lanka e na melhoria da situação dos

párias na Índia. Como primeiro americano a se converter ao Budismo no

estrangeiro em 1880, trabalhou com grande entusiasmo para a causa do

Budismo não só no Sri Lanka, mas também noutras nações budistas,

promovendo a fundação de escolas budistas, escrevendo o Catecismo

Budista – que tentou unir os Budistas do Norte e do Sul – e ajudando a

conceber uma bandeira budista que todas as nações budistas pudessem adotar

como seu emblema universal, simbolizando a unidade budista. Na Índia,

Olcott fundou “escolas para os párias” para elevar as classes deprimidas.

Uma dessas escolas, nas proximidades de Adyar e hoje conhecida como

Olcott Memorial School, já celebrou o seu centésimo aniversário. O seu

propósito é oferecer educação livre para as crianças daquelas classes em

domínios que proporcionem a auto-suficiência, como a alfaiataria, a

jardinagem, a carpintaria e o trabalho tipográfico. Uma contribuição adicional

feita por Olcott foi a criação da Biblioteca Oriental de modo a preservar os

manuscritos indianos da negligência e a mantê-los na Índia. Os manuscritos

estão guardados num novo edifício da Biblioteca de Adyar, formalmente

inaugurado em dezembro de 1886.

Vista aérea da sede da ST Adyar

Page 21: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Leadbeater, Krishnamurti e depois

As atividades de Besant na Sociedade durante a sua presidência estão

proximamente associadas com as de outro teosofista proeminente, embora

controverso, Charles Webster Leadbeater (1854-1934). Em grande medida,

sob a sua influência, foram introduzidos ensinamentos teosóficos na S.T. que

eram considerados pelos Blavatskyanos como estando desviados dos

ensinamentos originais de Blavatsky e dos seus Mestres. Ironicamente

chamados de “neo-teosofia” por F.T. Brooks, um escritor teosófico e tutor de

Jawaharlal Nehru nos primeiros anos do século XX, estes ensinamentos eram

considerados por aqueles que se limitavam aos escritos de Blavatsky e Judge

como heréticos, de acordo com as opiniões que apareciam na literatura

teosófica dos anos 20 do século passado.

A “neo-teosofia” incluía dois atos altamente significativos e inovadores: a

descoberta por Leadbeater, em 1909, do veículo físico para o Instrutor do

Mundo vindouro – conhecido como Maitreya ou o Cristo – Jiddu

Krishnamurti (1895-1986), e também uma aliança desde 1917 com a Igreja

Católica Liberal (antes, Igreja Vetero-católica) sob a direção dos Bispos

Leadbeater e James Wedgwood. Como se as atividades acima mencionadas

não fossem suficientemente controversas para muitos dentro do movimento

teosófico, Leadbeater, o homem por trás destas inovações, estava ele próprio

sob um manto de escândalo.

Em 1906 foram levantadas acusações pela secretária da Secção Esotérica na

América, Helen Dennis, de que ele estava ensinando ao seu jovem filho e a

outros rapazes masturbação como forma de prática oculta. Esta denúncia, que

levantou o espectro da pederastia aos olhos do seu acusador, conduziu ao

abandono da Sociedade por parte de Leadbeater. Depois da sua readmissão em

1908 com a ajuda de Besant, Leadbeater descobriu pouco tempo depois J.

Krishnamurti, um jovem rapaz hindu que segundo ele haveria de ser o veículo

para o Instrutor do Mundo vindouro. Muito do trabalho da Sociedade girava

em torno do treino do rapaz e da preparação do caminho para a vinda do

Instrutor do Mundo.

Page 22: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Jiddu Krishnamurti

Em 1911, outra organização conhecida como a Ordem da Estrela do Oriente

(O.E.O) foi fundada em Benares por George Arundale – que rapidamente se

tornou uma organização mundial com a ajuda da Senhora Besant –

especificamente para aquele propósito. No órgão oficial da Ordem da Estrela

do Oriente, The Herald of the Star 1.1 (11 de janeiro de 1912): 1-2, J.

Krishnamurti (ou quem escreveu em seu nome) notou que George S.

Arundale, o diretor do Colégio Central Hindu, foi o verdadeiro fundador da

Ordem, conhecida na altura da sua formação como a “Ordem do Sol

Nascente”. O seu propósito era “juntar todos aqueles…que acreditavam na

vinda próxima de um grande Instrutor, e estavam desejosos de trabalhar de

algum modo para se preparar para Ele.”

Não muito tempo depois, o Secretário-geral da Secção Alemã, Rudolf Steiner,

desencantado com a O.E.O. e desagradado com a presidência de Besant, agiu

de forma a levar o Conselho Geral da S.T. a aconselhar a Presidente no

sentido de fechar a Secção alemã e a criar uma nova Secção para algumas

lojas alemãs (Theosophist de fevereiro de 1913, p. 637). Cinquenta e cinco de

sessenta e nove das lojas alemãs seguiram Steiner, que rapidamente organizou

uma nova sociedade, a Sociedade Antroposófica, no início de 1913. Apesar

das deserções de Steiner e de outros, a Sociedade Teosófica, contudo, ganhou

mais membros do que perdeu. A promessa da vinda iminente do Instrutor

Mundial no veículo de Krishnamurti contribuiu para uma controvérsia sem

precedentes dentro da Sociedade Teosófica e também para a sua maior

popularidade, isto até 1929, altura em que Krishnamurti renunciou ao seu

papel e deixou a Sociedade. Depois disso, a Sociedade nunca recuperou a

popularidade que teve nos anos 1920.

Page 23: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Rudolf Steiner

O segundo acontecimento que gerou controvérsia foi a promoção da Igreja

Vetero-Católica (mais tarde Católica Liberal) por parte de membros da

Sociedade. Esta promoção foi principalmente uma ideia original de C.W.

Leadbeater, que com James Ingall Wedgwood (1883-1951), ajudou a fundar a

Igreja. Os teosofistas, especialmente aqueles não pertencentes aos grupos de

Adyar, viam os rituais da I.C.L. e a aceitação da sucessão apostólica, onde o

episcopado é uma realidade, como não tendo lugar no ensinamento teosófico.

À medida que os anos 1920 progrediam, houve uma tentativa de combinar as

alegações centradas no Instrutor Mundial com o ritual da I.C.L., incluindo a

seleção de doze “apóstolos” para Krishnamurti, mas por fim todo o plano se

desintegrou com a rejeição por parte de Krishnamurti do papel de Instrutor

Mundial.

Depois de 1929, a S.T. redimensionou-se e voltou aos ensinamentos

geralmente associados à Teosofia. Depois da morte de Besant em 1933, a

presidência passou para George Arundale (1934-1945), que continuou o

ativismo que foi tão típico do mandato de Besant. Durante a sua presidência, a

sua esposa, Srimati Rukmini Devi (1904-1986), fundou a Academia

Internacional das Artes a 6 de janeiro de 1936 (mais tarde conhecido como

Kalakshetra, “o campo ou o lugar sagrado das Artes”), tendo como objetivos

(1) “enfatizar a unidade essencial de toda a Arte verdadeira” (2) “trabalhar

para o reconhecimento das artes como vitais para o crescimento individual,

nacional, religioso e internacional”, e (3) “providenciar aquelas atividades,

pois são acessórias para os objetivos referidos.”

Page 24: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

George S. Arundale

Ao segundo propósito do Kalakshetra esteve associado um renascimento e

desenvolvimento da antiga cultura da Índia. Para Arundale, a dança indiana

revelava um ritual oculto, nas suas palavras “o ocultismo da beleza”. Depois

dele, veio um protegido de Leadbeater, C. Jinarajadasa (1946-1953), que,

além dos seus vários contributos para a Sociedade, demonstrou um interesse

ativo na publicação de muitos documentos relacionados com a história da

Sociedade desde os primeiros anos da S.T.. Sendo um dos principais autores

teosóficos, Jinarajadasa evidenciou uma distinta inclinação académica nos

seus trabalhos publicados e de forma a levar a cabo o terceiro objetivo da

Sociedade, inaugurou em 1949 a Escola da Sabedoria na sede internacional da

Sociedade Teosófica em Adyar, na mesma data em que a S.T. iniciou a sua

atividade, a 17 de novembro. Chamava-se o Centro Internacional de Estudos

Teosóficos nos anos 70, mas foi rebatizada de Escola da Sabedoria em 1985.

Na comunicação aquando da inauguração da escola, Jinarajadasa declarou que

o seu propósito era “capacitar os seus estudantes a se tornarem, de acordo com

o seu temperamento e aptidão, filósofos, cientistas, professores éticos, artistas,

juristas de direito económico, estadistas, educadores, urbanistas e todos os

tipos possíveis de servidores da humanidade” (“A Escola da Sabedoria:

discurso inaugural proferido a 17 de novembro de 1949”, Theosophist, 71.3

[dezembro de 1949]: 156).

Page 25: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

C. Jinarajadasa

Depois de Jinarajadasa veio N. Sri Ram (1953-1973), responsável pela

construção do atual edifício da Biblioteca de Adyar, John S. Coats (1973-

1979) e a atual presidente internacional da S.T., Radha Burnier (1980-) [NT:A

senhora Burnier faleceu a 31 de outubro de 2013 e as eleições que se seguiram

foram ganhas pelo norte-americano Tim Boyd, que assumiu a presidência da

S.T. Adyar no final de abril de 2014]. Coats morreu a 26 de dezembro de

1979. De janeiro a junho de 1980, Surendra Narayan atuou como vice-

presidente responsável e Burnier tomou posse em julho de 1980.

Page 26: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

John S. Coats

Crenças e práticas

Os ensinamentos promulgados pelas sociedades teosóficas são em última

instância o que tem prendido a atenção dos seus membros, sendo igualmente

aquilo que os indivíduos em geral entendem ser a Teosofia. Em regra, a maior

parte dos teosofistas associa os ensinamentos básicos com as “três proposições

fundamentais” contidas no Proémio da magnum opus de H.P. Blavatsky, A

Doutrina Secreta. Uma visão global da evolução do modo como Blavatsky e

outros teosofistas entendiam a Teosofia revela uma variedade de

interpretações. De facto, o termo “Teosofia”, escolhido para representar as

aspirações e os objetivos da Sociedade, teve pouco a ver com o seu

desenvolvimento posterior. Teosofia foi aceite como o nome da Sociedade em

linha com a definição encontrada numa edição do dicionário Webster

(publicado por volta de 1875), que é a seguinte: “suposto relacionamento com

Deus e os espíritos superiores e consequente obtenção de conhecimento sobre-

humano por processos físicos bem como por operações teúrgicas de antigos

Platonistas, ou através de processos químicos dos filósofos do fogo

germânicos.” O termo, contudo, não era desconhecido antes deste período

(setembro de 1875). Blavatsky empregou-o em fevereiro de 1875 numa carta

ao Professor Hiram Corson (“Teosofia ensinada pelos anjos”) e no seu artigo

“Algumas questões para ‘Hiraf’”.

Num encontro que teve lugar a 7 de setembro de 1875, uma palestra dada por

George H. Felt sobre “O canône perdido das proporções dos Egípcios” refletiu

Page 27: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

essa definição. Nessa ocasião, o futuro presidente da Sociedade Teosófica,

Henry S. Olcott, propôs a formação de uma sociedade com o objetivo de obter

“conhecimento da natureza e dos atributos do Poder Supremo e dos espíritos

superiores através do auxílio dos processos físicos.” Esta foi a declaração no

“Prêambulo e Estatutos” (30 de outubro de 1875), bem como no discurso

inaugural do Coronel Olcott como presidente da Sociedade: ”…como

podemos esperar que como uma sociedade tenhamos uma representação

ilustrativa do controlo do adepto teurgista sobre os poderes subtis da natureza?

Mas é aqui que as supostas descobertas do Sr. Felt entram em jogo. Sem

alegar ser teurgista, mesmerista, ou espiritualista, o nosso vice-presidente

compromete-se, através de simples aplicações químicas, mostrar-nos, como já

fez antes perante outros, as raças de seres que, sendo invisíveis aos nossos

olhos, povoam os elementos…Imaginem as consequências da demonstração

prática da sua verdade, para a qual o Sr. Felt está agora a preparar os

dispositivos necessários!”

Noutras palavras, o objetivo original da Sociedade Teosófica era – nas

palavras das atas registadas a 8 de setembro de 1875 – “para o estudo e

elucidação do Ocultismo, Cabala & etc....” ou, talvez para usar uma

terminologia que reflita mais diretamente as afirmações feitas acima por

Olcott: demonstrar, de forma científica, a existência de um mundo oculto,

repleto com forças ocultas e seres aí existentes. Nesta perspetiva, os objetivos

originais de 1875 da Sociedade (“recolher e difundir um conhecimento das

leis que governam o universo”) têm um significado alargado. Contudo, ao

longo dos anos subsequentes, o termo assumiu diferentes conotações, com a

maior parte dos teosofistas a verem-no como a sabedoria que tem existido

desde a aurora da humanidade, preservada e transmitida por grandes

instrutores como Pitágoras, Buda, Krishna e Jesus, desde a sua criação até ao

presente e confirmada nos mitos, lendas e doutrinas da tradições históricas

religiosas, como o Cristianismo, Judaísmo, Hinduísmo, Budismo e Islamismo

e em cultos de mistério menos conhecidos. A primeira expressão em livro

desta sabedoria e dos objetivos originais (1875) da Sociedade Teosófica

foi Ísis sem Véu, de Blavatsky, publicada em 1877. Nos dois anos

subsequentes, mais de dez mil cópias foram vendidas, tornando-o num dos

livros mais populares deste género do século XIX. Continua a ter influência

considerável nos círculos teosóficos, com mais de 150 mil cópias vendidas

desde a sua publicação.

Page 28: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Os três objetivos da Sociedade Teosófica

Foi dado um sabor mais oriental (ou seja, indiano) à sabedoria descrita em Ísis

sem Véu na publicação do livro de 1888 de H.P. Blavatsky A Doutrina

Secreta. As suas três proposições fundamentais foram acima referidas como a

existência de um absoluto subjacente a toda a manifestação, a ciclicidade do

universo e a identidade do indivíduo com a alma suprema universal e a

peregrinação de todas as almas através da reencarnação e carma. A Teosofia,

neste sentido, adotou uma visão não–dualista ou monista da realidade última,

manifestada ou emanada numa complementaridade dinâmica e progressão

evolucionária. Estas “proposições” gerais apresentadas por Blavatsky foram

reafirmadas em ensinamentos mais específicos em A Doutrina Secreta e

noutros lados, parte do qual pode ser sumarizado nas seguintes afirmações:

- A evolução do indivíduo imortal continua através de vidas incontáveis, e tal

continuidade é tornada possível através da reencarnação: a entrada do Ego – a

tríade Espírito, Alma e Mente – noutro corpo (humano).

- O complemento da reencarnação é aquela força conhecida como “A Lei da

Causa e efeito (Karma)” que alimenta futuros renascimentos e determina a

qualidade da experiências dos mesmos.

- A estrutura do universo manifestado, humanidade incluída, pode ser vista

como setenária na composição e cooperativa em todos os relacionamentos.

Page 29: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

- A humanidade evolui através de sete grupos ou períodos principais

chamados raças-raíz, cada uma das quais é dividida em sete subraças. No

momento presente, nós humanos pertencemos à quinta raça-raiz, conhecida

como raça ariana (sânscrito para “nobre”). O termo, contudo, não está

limitado aos povos “indo-europeus”, tem um significado mais alargado.

- O indíviduo é na realidade nada mais que uma cópia em miniatura ou

microcosmos do macrocosmos.

- O universo – incluindo a humanidade – é guiada e animada por uma

hierarquia cósmica de seres sencientes, cada um tendo uma missão específica

a cumprir.

Ísis sem Véu, de Helena Petrovna Blavatsky

Embora a maior parte dos teosofistas subscreva todas ou a maior parte das

afirmações anteriores, há que ter presente que essas afirmações podem ter

várias interpretações dependendo de cada teosofista. Além disso, embora

alguns comentadores realcem a presença da filosofia oriental (hindu e budista)

no ensinamento teosófico depois de 1880, quando Blavatsky e Olcott

chegaram à Índia, isto não impediu a presença de importantes ensinamentos,

mitos e doutrinas ocidentais (cabalísticos, cristãos, maçónicos e pré-cristãos)

Page 30: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

depois de 1880 ou a presença de pensamento oriental antes de 1880, conforme

é evidenciado em Ísis sem Véu.

Helena Petrovna Blavatsky

Organização e Associação

A Sociedade Teosófica, com sede internacional em Adyar, Chennai, Índia

tinha no mundo inteiro, no final de 2001, um número de associados de 26 606,

distribuídos por quase setenta países. A Sociedade Teosófica na América, uma

das suas secções tinha 3 357 membros em Dezembro de 2012. A Sociedade

de Adyar considera-se como a Sociedade Teosófica matriz, remontando às

suas origens de 1875 em Nova Iorque, embora a Sociedade Teosófica

(Pasadena) assuma a posição de que a Sociedade Teosófica se dividiu em

1895, com cada S.T. a ter os mesmo direitos a reinvidicar as suas origens à

S.T de Nova Iorque de 1875. A Sociedade Teosófica (Adyar), constituída em

Madras (atualmente Chennai) em 1905, é presidida por Radha Burnier [NT:

Como já foi atrás referido a senhora Burnier faleceu já depois desta versão do

artigo ter sido redigida, o presidente atual é Tim Boyd] que ocupa a posição

desde 1980. Compreende cinquenta e uma sociedades ou secções nacionais,

sendo as mais antigas a Secção Americana (a Sociedade Teosófica na

América, como é agora conhecida), constituída em 1886 e a Secção Inglesa

(fundada em 1888). Depois da separação da sociedade de Judge da de Adyar

em 1895, Olcott cancelou a licença da Seção Americana. Uma nova licença

foi emitida, com a Loja de São Francisco a servir como sede temporária, nesse

mesmo ano para a Secção Americana da S.T. de Adyar, tornando a licença

Page 31: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

válida retroativamente desde 1886. (Theosophist, Suplemento de outubro,

1895).

As secções são compostas por Lojas. Um pequeno número de Lojas estão

diretamente ligadas à sede internacional de Adyar. O órgão de governo da

S.T. é o Conselho Geral, que consiste de presidente, vice-presidente,

secretário, tesoureiro, todos os Secretários Gerais das secções nacionais e até

doze membros adicionais nomeados pelo presidente e eleitos pelo Conselho

Geral. O presidente internacional é eleito por sufrágio universal de todos os

membros elegíveis de sete em sete anos entre os candidatos que recebam pelo

menos 12 nomeações dos membros do Conselho Geral. O presidente nacional

da Secção Americana é eleito de forma semelhante de três em três anos.

Realiza-se anualmente uma convenção internacional, habitualmente em

Adyar. A Sociedade tem uma magnífica biblioteca nas instalações da sede,

que aloja manuscritos originais em Sânscrito e noutras linguagens asiáticas,

bem como livros e jornais sobre Teosofia, filosofia e religião. Os arquivos da

Sociedade estão presentemente alojados no edifício sede e contêm muitos

milhares de documentos, incluindo os diários de Blavatsky e Olcott. A

Theosophical Publishing House também funciona em Adyar e produz vários

panfletos e livros, na sua maioria escritos por membros e continua a publicar o

mais antigo periódico teosófico, o Theosophist. Além disso, a Adyar

Newsletter é publicada trimestralmente pela Sociedade, tal como o

respeitado Adyar Library Bulletin [Boletim da Biblioteca de Adyar], um

jornal académico especializado em investigação oriental.

Sede da ST Adyar

Page 32: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Teosofia na América

A Secção Americana da Sociedade Teosófica de Adyar, embora tenha

diminuído substancialmente em número de membros em 1895, altura em que

muitas das suas Lojas seguiram Judge tornando-se independentes de Adyar,

rapidamente recuperou a sua força sob a liderança de Alexander Fullerton

(1895-1907), e como resultado de uma digressão em 1897 à Sociedade

Americana por parte de Annie Besant e da Condessa Constance Wachtmeister

(1839-1910), uma colaboradora próxima de H.P. Blavatsky e uma entusiástica

trabalhadora pela causa teosófica. Esta e subsequentes digressões iniciadas por

Charles Webster Leadbeater em 1900 e por Olcott e pela Condessa

Wachtmeister em 1901 conduziram a um aumento de membros de 281 em

1896 para 1 455 em maio de 1901. A Secção Americana continuou sendo

um interveniente relevante na Sociedade Teosófica durante uma série de

Secretários Gerais (ou Presidentes como os líderes eram então chamados).

Depois de Fullerton vieram Weller Van Hook (1907-1912), que mudou a sede

da Secção de Nova Iorque para Chicago; A.P. Warrington (1912-1920), que

foi responsável pelo estabelecimento de uma nova sede em Krotona,

Hollywood e L.W.Rogers (1920-1931), sob cuja administração, a primeira

pedra do novo edifício-sede em Wheaton, Illinois foi colocada em 1926.

ST na América - sede - Edifício Rogers

Page 33: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Em 1927, o número de membros da Secção atingiu os 8 500. Sidney A. Cook

(1931-1945) presidiu à Sociedade numa altura em que o número de membros

diminuiu até os 3 000 em 1941, em parte devido à dissolução da Ordem da

Estrela por parte de Krishnamurti e também devido à Depressão. Sucedeu-o

James S. Perkins (1945-1960), Henry Smith (1960-1965), Joy Mills (em 1965

como presidente nacional em exercício e de 1966 a 1974 como presidente),

Ann Wylie (1974-1975, em exercício), Dora Kunz (1975-1987), Dorothy

Abbenhouse (1987-1993), John Algeo (1993-2002), Betty Bland (2002-2011)

e Tim Boyd (desde 2011).

Sede da ST na América - Edifício Rogers

A sede da Sociedade Teosófica na América em Wheaton, Illinois, é onde está

localizada uma grande biblioteca para investigação e empréstimo de livros.

Também publica uma série de trabalhos, incluindo os Quest Books, através da

Theosophical Publishing House (Wheaton). A S.T.A. também publica a

Messenger para os seus membros, a revista Quest para os leitores em geral e

uma newsletter eletrónica mensal. Embora em termos organizacionais não seja

uma parte da S.T., a Secção Esotérica está proximamente associada com a

S.T.. A sua sede nos Estados Unidos está em Ojai, Califórnia, no Instituto

Krotona. Nas suas instalações funciona a Escola de Teosofia de Krotona, cujo

principal objetivo é servir como suporte educacional da Sociedade, promover

Page 34: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

o seu trabalho e implementar os três objetivos da S.T. Estes objetivos (de

acordo com a redação da Sociedade Internacional) são: (1) Formar um núcleo

da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo,

casta ou cor. (2) Encorajar o estudo de Religião Comparada, Filosofia e

Ciência [A Sociedade Teosófica na América tem “estudo comparado da

religião…”]; (3) Investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes

latentes no homem. [A S.T.A. substitui “humanidade” por “homem”.] É

suposto os membros da S.T. procurarem a verdade através do estudo, serviço

e devoção a ideais elevados. A Sociedade declara: “Todos aqueles que

simpatizem com os objetivos da Sociedade Teosófica serão bem recebidos

como membros, e cabe a cada membro se tornar um verdadeiro teosofista”.

Instituto Krotona

Outras organizações teosóficas

Juntamente com a Sociedade na América que está ligada a Adyar, várias

outras surgiram naquele país, embora muitas delas, subsequentemente se

tenham espalhado para fora dele.

A Sociedade Teosófica com sede em Pasadena é a descendente direta da

Sociedade Teosófica na América, da qual W.Q. Judge foi o primeiro

presidente, seguido por Tingley que mudou a designação para Fraternidade

Universal e Sociedade Teosófica. É presentemente descrita como uma

associação internacional de membros “dedicada ao elevar da humanidade

através de um melhor entendimento da unidade da vida e da aplicação prática

Page 35: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

deste princípio.” Não é fornecida informação sobre o número de membros,

embora seja baixo, talvez de uns poucos milhares. Os membros são

conhecidos como os Companheiros da Sociedade Teosófica (C.S.T.), a sua

única obrigação é a aceitação do princípio da fraternidade universal e o desejo

de tentar vivê-la. Os companheiros são recebidos como companheiros no

estado probatório; a aceitação completa é concluída com a emissão de um

diploma, assinado pelo líder e secretário-geral, que é emitido pela Sede

Teosófica Internacional. Outros grupos dentro da S.T. incluem ramos,

formados por três ou mais C.T.S. que requerem uma licença e as Secções

Nacionais, que são dirigidas por um Secretário Nacional. O líder desta S.T. é

designado como líder – presentemente é Randell C. Grubb – sendo vitalício e

que também é responsável por indicar um sucessor. Os diretores-gerais

incluem os membros do Gabinete, o Secretário-geral, o Tesoureiro-geral e os

Secretários nacionais, os quais, na sua totalidade, são nomeados pelo líder. O

líder tem o poder de afastar qualquer um dos funcionários da Sociedade. O

braço editorial desta S. T. é a Theosophical University Press, que já publicou

mais de quarenta livros escritos por H.P. Blavatsky, Katherine Tingley, G. de

Purucker, A. Trevor Barker, William Q. Judge, James A. Long, Charles J.

Ryan entre outros.

Point Loma

A Sociedade Teosófica (Pasadena) tem cursos por correspondência, centros

bibliotecários, reuniões públicas, grupos de estudo, traduções feitas no

estrangeiro e agências na Holanda, Reino Unido, Suécia, Austrália, Alemanha,

África do Sul e Nigéria. Os objetivos desta S.T. são os seguintes: (1) Difundir

um conhecimento das leis inerentes ao Universo entre os homens (2)

Promulgar o conhecimento da unidade essencial de tudo o que é, e demonstrar

que esta unidade é fundamental na Natureza. (3) Formar uma fraternidade

Page 36: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

ativa entre os homens. (4) Estudar religião antiga e moderna, ciência e

filosofia. (5) Investigar os poderes inatos no homem.

Sede da ST Pasadena –

Quadro "O caminho"de Reginald Mitchell

A Loja Unida de Teosofistas é uma “associação voluntária de estudantes de

Teosofia” fundada em 1909 por Robert Crosbie e outros, tendo como seu

principal propósito o estudo da Teosofia utilizando os trabalhos de Blavatsky

e Judge como guia. Porque a personalidade ou ego é considerada como tendo

efeitos negativos, os “associados” adotam o anonimato no seu trabalho

teosófico. Relativamente a este trabalho, a declaração da L.U.T., o único

documento que liga os associados, estabelece que o seu propósito “é a

disseminação dos princípios fundamentais da filosofia teosófica, e a

exemplificação prática desses princípios através de uma compreensão do EU

SUPERIOR; uma convicção mais profunda da Fraternidade Universal.”

Considera como teosofistas todos aqueles que estão comprometidos no

verdadeiro serviço pela Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo,

situação pessoal ou organização.”

Page 37: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Declaração da Loja Unida de Teosofistas

O trabalho da L.U.T. é principalmente de natureza prática e educativa,

levando a cabo encontros e aulas sobre diversos temas teosóficos e publicando

livros, panfletos e revistas. Existem lojas e grupos de estudo, com as lojas a

terem normalmente entre vinte e cem associados e os grupos de estudo entre

cinco e trinta associados. Os associados podem voluntariamente participar no

trabalho de um grupo de estudo ou loja, desde a frequência das aulas até ao

ministrar das mesmas no âmbito da disseminação pública dos ensinamentos

teosóficos. Todas as atividades são voluntárias. Além disso, existem

associados que não pertencem a nenhuma loja porque vivem em países ou

regiões que não têm nenhum centro da L.U.T. nas proximidades. Não existe

líder na L.U.T., nem nenhuma organização formal, embora a Theosophy

Company sirva como agente fiduciário para a L.U.T. e para as suas

publicações. Todas as lojas e grupos de estudo são independentes uns dos

outros mas estão unidos num propósito comum, o objetivo individual de

perseguir os três objetivos da L.U.T. que são praticamente idênticos aos

objetivos da S.T. de Adyar, a saber: (1) “Formar um núcleo da Fraternidade

Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor.”

(2) “O estudo das religiões, filosofias e ciências antigas e modernas e a

demonstração da importância de tal estudo; e (3) a investigação das leis não

explicadas da Natureza e os poderes psíquicos latentes no homem”. O trabalho

das Lojas está focado na disseminação da Teosofia original.

Page 38: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Aqueles que estejam em concordância com a Declaração da L.U.T. são

considerados associados. Expressam a sua simpatia para com o trabalho da

L.U.T. da seguinte maneira: “Estando de acordo com os propósitos desta Loja,

tal como enunciados na sua “Declaração”, tenho a honra de registar a minha

intenção de ser inscrito como um Associado, entendendo-se que essa

associação não reclama nenhuma obrigação da minha parte, sem ser aquela

que eu próprio determine.” O número de associados é incerto porque não há

renovações nem “manutenções” de membros, nem existe uma lista publicada

de associados. O único número fornecido por um associado em Los Angeles é

que “muitos milhares de associados” têm pertencido à L.U.T. desde 1909, mas

atualmente não devem existir mais que uns poucos milhares em todo o

mundo. Existem Lojas e grupos de estudo em Los Angeles, mas também

noutras partes dos E.U.A, Canadá, Bélgica, Inglaterra, França, Índia, Itália,

México, Holanda e Suécia. As publicações incluem os trabalhos de Blavatsky

e Judge, compilações de artigos, cartas e palestras por Robert Crosbie,

intituladas The Friendly Philosopher, o seu comentário e discussão sobre O

Oceano da Teosofia de Judge, intitulado Answers to Questions on the Ocean

of Theosophy e um pequeno livro, Universal Theosophy. A Theosophy

Company também publica trabalhos que estão geralmente associados com a

Teosofia antiga (como o Bhagavad Gita, os Yoga Sutras de Patanjali e

O Dhammapada), e as revistas Theosophy, The Theosophical Movement

(Bombaim) e Vidya (Santa Barbara, Califórnia).

Edifício da LUT em Los Angeles, Califórnia

Page 39: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Quer o Templo do Povo - como uma sociedade religiosa – quer a vila de

Halcyon estão sob a liderança (designada por Guardião-chefe) de Eleanor L.

Shumway, que foi selecionada pela sua predecessora. Além deste cargo, existe

um corpo diretivo de sete membros, selecionado cada ano pelo Guardião-

chefe. No corpo há um Guarda Interno e tesoureiro, ambos reservados para

mulheres, um Guarda Externo e um Escriba, ambos reservados para homens e

três delegados gerais, selecionados entre os membros não residentes em

Halcyon. A filiação no Templo não é solicitada nem está fechada a qualquer

indivíduo; a única responsabilidade do membro é o seu próprio

desenvolvimento. De um total de cerca de 250 membros em todo o mundo,

cerca de oitenta residem em Halcyon. Uma convenção anual que dura cerca de

uma semana começa no primeiro domingo de agosto. Os objetivos do Templo

são:

(1) Formular as verdades da religião como um fator fundamental na evolução

da raça humana. Isto não significa a formulação de um credo. (2) Estabelecer

uma filosofia de vida que esteja de acordo com lei natural e divina. (3)

Promover o estudo das ciências e os factos e leis fundamentais sobre os quais

as ciências se baseiam, o que nos permitirá estender o nosso conhecimento e

crença daquilo que é conhecido até ao desconhecido. (4) Promover o estudo e

a prática da arte em linhas fundamentais, mostrando que a arte é na realidade a

aplicação de conhecimento ao bem e bem-estar humanos e que

o Christos pode comunicar com a humanidade através da arte bem como

através de qualquer outra linha fundamental de manifestação. (5) A promoção

de um conhecimento da verdadeira ciência social baseada na lei imutável,

evidenciando o relacionamento entre um ser humano e outro e entre seres

humanos, Deus e a natureza. Quando estes relacionamentos forem entendidos

vamos instintivamente formular e seguir a lei da verdadeira fraternidade: a

unidade de TODA a vida.

Page 40: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Templo do Povo

A Word Foundation, Inc. foi criada em 1950 “para dar a conhecer ao mundo

todos os livros escritos por Harold Waldwin Percival, e para assegurar a

perpetuação do seu legado à humanidade”. Os livros de Percival

incluem Thinking and Destiny; Adepts, Masters and Mahatmas; Masonry and

Its Symbols; Man and Woman and Child; e Democracy Is Self-Government.

Percival (1868-1953) nasceu em Bridgetwon, Barbados, Índias Ocidentais

Britânicas. Esteve primeiro em Boston e posteriormente em Nova Iorque, com

a sua mãe, depois da morte do seu pai. Aí, ele aderiu à Sociedade Teosófica

em 1892, acabando por fundar a Sociedade Teosófica Independente, que

relevava o estudo do material de H.P. Blavatsky e das “escrituras” orientais e

de 1904 a 1917 publicou a revista The Word. Para além disso fundou a

Theosophical Publishing Company of New York. Em 1946, a Word

Publishing Co., Inc. foi constituída e sob esta égide os livros de Percival

foram em primeira instância publicados e distribuídos. A Fundação é dirigida

por um conselho de administração que consiste de presidente, vice-presidente,

tesoureiro e secretária. Além de ter publicado os trabalhos de Percival,

também lançou em 1986 uma nova série da revista The Word, publicada

trimestralmente. A Fundação afirmava em 1994 ter cerca de 1000 membros

em todo o mundo. O objetivo da filiação é suportar as atividades editoriais da

Fundação e facilitar a existência de grupos de estudos.

Page 41: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Logotipo e publicação da

Word Foundation

A Publicações Point Loma não é uma sociedade mas uma empresa de

publicações independente cujo objetivo é a continuação do legado literário dos

membros da Sociedade Teosófica de Point Loma (agora a S.T. Pasadena). Foi

fundada em 22 de janeiro de 1971 por antigos membros do gabinete daquela

S.T. que se recusaram a aceitar o estatuto esotérico de Conger, o novo líder

daquela S.T., em 1945. O antigo presidente do gabinete da S.T., Iverson L.

Harris, tornou-se presidente, bem como presidente do Conselho de

Administração. Em 1950, membros descontentes começaram a organizar e a

ministrar palestras públicas em San Diego, Califórnia. A importância do nome

“Point Loma” na história do movimento teosófico levou contudo ao

estabelecimento das P.P.L. em San Diego como é evidente no seu objeto

social: “publicar e disseminar literatura de cariz filosófico, científico,

religioso, histórico e cultural, fiel às tradições e elevada exigência mantida

pela Sociedade Teosófica anteriormente com sede internacional em Point

Loma, Califórnia, sob a liderança de Katherine Tingley de 1900 a 1929 e de

Gottfried de Purucker, de 1929 a 1942; prosseguir e perpetuar os objetivos da

Page 42: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

S.T. original, fundada na cidade de Nova Iorque por Helena Petrovna

Blavatsky, Coronel H.S. Olcott, William Quan Judge e outros, conforme

enunciadas por eles a 30 de outubro de 1875.”

A P.P.L. permaneceu sobre a liderança de Harris até à sua morte em 1979. W.

Emmett Small tornou-se o novo presidente nesse ano e assim permaneceu até

à sua retirada em 1993. Existem ramificações da P.P.L. em Haia, Holanda e

Costa Rica. Não existem membros da P.P.L., apenas associados ou “amigos”

que apoiam o trabalho da empresa. Como nota paralela, há que referir que

outras organizações que se baseiam no trabalho original da S.T. Point Loma

despontaram na Europa. Um desses grupos é a Sociedade Teosófica – HPB,

que foi fundada por William Hartley depois de James Long ter sido eleito

líder (ver acima). Esta Sociedade funciona agora em Haia, o local da sua sede

internacional, sob a presidência de Herman C. Vermeulen. Inglaterra e

Alemanha também têm pequenos grupos que seguem a tradição de Point

Loma.

Point Loma

Publicações e Divulgação Educacional

A primeira revista da Sociedade Teosófica, o Theosophist foi iniciada em

Bombaim sob a edição de H.P. Blavatsky com o número de outubro de 1879.

O periódico publicado na sede internacional em Adyar, Chennai continua até

hoje e é o órgão oficial do presidente internacional da S.T. (Adyar). Também

são publicados a Adyar Newsletter e o Adyar Library

Bulletin. Quest e Messenger são ambos publicados pela S.T. na América, e

são publicados periódicos em cada uma das cinquenta e uma secções

Page 43: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

nacionais da Sociedade. Além da literatura periódica, a S.T. também leva a

cabo um ativo programa editorial através da Theosophical Publishing House

em Adyar (Índia) e Wheaton (Illinois), a sede da Sociedade Teosófica na

América, e em Quezon, Filipinas. A T.P.H. da S.T. na América também

publica Quest Books, que são livros destinados a uma variedade de assuntos

que refletem o ponto de vista teosófico na sua perspetiva mais abrangente.

Formas complementares de divulgação da S.T. na América existem na forma

de gravações de vídeo e áudio, webcasts e webinars.

Capa de uma edição

de "The Theosophist"

A Sociedade Teosófica (Pasadena) através do seu braço editorial, a

Theosophical University Press, disponibiliza a literatura original e clássicos da

Teosofia, incluindo os trabalhos de H.P.Blavatsky, W.Q.Judge, Katherine

Tingley, G. de Purucker e outros. Uma extensa biblioteca está

disponível online.

Page 44: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Echoes of the Orient, de W.Q. Judge

A Theosophy Company, agente fiduciário da Loja Unida de Teosofistas,

publica a revista Theosophy. Para além disso, Vidya é publicada pelos

estudantes da Loja de Santa Barbara da L.U.T., Califórnia, e The

Theosophical Movement, fundado por B.P. Wadia, é publicado em Bombaim,

Índia.

Quer a Sociedade Teosófica (Pasadena) – através da Theosophical University

Press - quer a L.U.T. – através da Theosophy Company – publicam os

principais trabalhos de Blavatsky (A Doutrina Secreta e Ísis sem Véu) e Judge

(O Oceano de Teosofia) bem como uma variedade de outros trabalhos.

O Templo do Povo publica trimestralmente em Halcyon, The Temple Artisan,

bem como vários trabalhos da sua organização: Theogenesis, Temple

Messages, Teachings of the Temple e From the Mountain Top.

A Word Foundation publica The Word, ressuscitada em 1986, bem como os

trabalhos de Harold W. Percival acima mencionados.

A Publicações Point Loma publicou The Eclectic Theosophist, inicialmente

como uma revista bimensal, depois trimestral, sob a editoria de W. Emmett

Small e Helen Todd (até à morte desta em 1992). A Publicações Point Loma

também publica uma variedade de trabalhos que foram originalmente

lançados durante os anos de Point Loma da Fraternidade Universal e

Sociedade Teosófica bem como um número de trabalhos originais,

incluindo The Buddhism of H.P. Blavatsky por H.J. Spierenburg, The Way to

the Mysteries por L. Gordon Plummer e Introduction to Sanskrit por Thomas

Page 45: A Teosofia e as Sociedades Teosóficas_Santucci.pdf

Egenes. A Sociedade Teosófica – Point Loma em Haia, Holanda, publica a

revista bimensal Lucifer em inglês e holandês.

No início de 2007, o inventário completo da P.P.L. foi realocado para perto de

Dulzura, Califórnia, a leste de San Diego, onde durante os violentos incêndios

florestais de outubro de 2007, todo o inventário da P.P.L. que estava guardado

ardeu. Desde essa altura foi feita uma total reorganização do foco e das

ligações do trabalho teosófico. Iniciou-se uma colaboração com outros grupos

editoriais teosóficos na Europa e noutros lados de modo a garantir a

disponibilidade dos livros anteriormente editados, iniciando-se o processo de

produzir um conjunto de livros anteriormente esgotados em forma impressa e

e-book. Além do mais, a Publicações Point Loma renasceu como “Escola do

Perenialismo Teosófico de Point Loma”. Leva a cabo aulas regulares e

apresentações em San Diego. A Publicações Point Loma é a extensão editorial

da Escola de Point Loma. A escola é co-anfitriã com a “Blavatsky House” de

Haia, Holanda, do “Convívio de Point Loma: Perspetiva teosófica sobre

religião, filosofia, ciência e as artes” (San Diego, 1-4 agosto 2013). Mais

informação encontra-se disponível nestes sites (em construção em Fevereiro

de 2013): www.pointlomaschool.com e para o convívio

www.pointlomatheosophynetwork.net.

Point Loma

Tradução por: Paulo Baptista

Revisão por: Ivan Silvestre

Publicado em 10 partes em http://lua-em-escorpiao.blogspot.pt entre 19 de julho e 4 de

outubro de 2014