COMUNICAÇÃO TÉCNICA - IPTescriba.ipt.br/pdf/175909.pdf · SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO X...

Post on 30-Sep-2020

0 views 0 download

Transcript of COMUNICAÇÃO TÉCNICA - IPTescriba.ipt.br/pdf/175909.pdf · SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO X...

COMUNICAÇÃO TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nº 175909

Segurança contra incêndio x resistência ao fogo Antonio Fernando Berto

Palestra apresentada no NÚCLEO DE REFERÊNCIA EM TECNOLOGIA DA MADEIRA, 2018, São Paulo.

A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT

Av. Prof. Almeida Prado, 532 | Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 | CEP 01064-970

São Paulo | SP | Brasil | CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 | Fax 11 3767-4099

www.ipt.br

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO X

RESISTÊNCIA AO FOGO

Antonio Fernando Berto

Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões - LSFEx

(11) 3767-4675 / afberto@ipt.br

O problema da segurança contra incêndio é complexo. Sua solução depende de dividi-lo em problemas menores e resolve-los de maneira independente, por meio da adoção de um conjunto específico de medidas de segurança contra incêndio. A interação destas soluções deve garantir a solução do problema geral.

ABORDAGEM DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

MEDIDAS PASSIVAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

INCORPORADAS DIRETAMENTE AO SISTEMA CONSTRUTIVO

FUNCIONAIS EM SITUAÇÕES DE USO NORMAL DOS EDIFÍCIOS

REAGEM PASSIVAMENTE (SEM GASTO DE ENERGIA) AO DESENVOLVIMENTO DO INCÊNDIO:

• GARANTINDO A APROXIMAÇÃO E INGRESSO AO EDIFÍCIO PARA AS AÇÕES DE COMBATE

• NÃO ESTABELECENDO CONDIÇÕES PROPÍCIAS AO SEU CRESCIMENTO E PROPAGAÇÃO

• NÃO PERMITINDO O COLAPSO ESTRUTURAL

• RESTRINGINDO A GERAÇÃO E A MOVIMENTAÇÃO DA FUMAÇA

• FACILITANDO A FUGA DOS USUÁRIOS

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

1. PRECAUÇÃO CONTRA O INÍCIO DO INCÊNDIO

• Correto dimensionamento e execução de instalações de serviço

• Correto dimensionamento e execução de instalações de serviço e de processo

• Manutenção dos equipamentos e instalações que podem provocar o início do incêndio

• Leiautes e organização da produção voltados para a prevenção de incêndios

• Sinalização de emergência

• Correta estocagem e manipulação de materiais combustíveis, líquidos inflamáveis e de outros produtos perigosos

• Conscientização do usuário da edificação para a prevenção do incêndio

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

2. LIMITAÇÃO DO CRESCIMENTO DO INCÊNDIO

• Controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados aos elementos construtivos (medida passiva)

• Controle da quantidade e das características de ignitabilidade de materiais combustíveis trazidos para o interior do edifício

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

3. EXTINÇÃO INICIAL DO INCÊNDIO

• Extintores de incêndio

• Sistema de hidrantes e mangotinhos

• Sistema de chuveiros automáticos

• Sistema de detecção e alarme

• Sinalização de emergência

• Manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de proteção destinados à extinção inicial o incêndio

• Planos para a extinção inicial do incêndio

• Formação e treinamento de brigadas de incêndio

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

4. EVACUAÇÃO SEGURA DO EDIFÍCIO • Rotas de fuga seguras (medida passiva)

• Sistema de iluminação de emergência

• Sinalização de emergência

• Sistema de detecção e alarme de incêndio

• Sistema de comunicação de emergência

• Sistema de controle do movimento de fumaça

• Manutenção dos equipamentos destinados a garantir a evacuação

• Elaboração de planos de abandono do edifício

• Formação e treinamento de brigadas de evacuação de emergência

• Treinamento dos usuários para a evacuação de emergência

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

5. LIMITAÇÃO DA PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO E DA FUMAÇA

• Compartimentação horizontal e vertical (medida passiva) • Controle das características de reação ao fogo dos

materiais incorporados aos elementos construtivos (medida passiva)

• Controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos (medida passiva)

• Sistema de controle do movimento de fumaça • Manutenção dos equipamentos destinados a compor a

compartimentação horizontal e vertical • Controle da disposição de materiais combustíveis nas

proximidades das fachadas

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

6. PRECAUÇÃO CONTRA A PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO ENTRE EDIFÍCIOS

• Distanciamento seguro entre edifícios (medida passiva)

• Resistência ao fogo da envoltória do edifício (medida passiva)

• Controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados aos elementos construtivos na envoltória do edifício (medida passiva)

• Controle da disposição de materiais combustíveis nas proximidades das fachadas

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

7. PRECAUÇÃO CONTRA O COLAPSO ESTRUTURAL

• Resistência ao fogo dos elementos estruturais (medida passiva)

• Resistência ao fogo da envoltória do edifício (medida passiva)

• Manutenção dos materiais de proteção passiva aplicados aos elementos estruturais

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

8. EFICÁCIA DAS OPERAÇÕES DE COMBATE E RESGATE

• Meios de acesso dos equipamentos de combate às proximidades do edifício (medida passiva)

• Meios de acesso seguros ao interior do edifício (medida passiva)

• Sistema de hidrantes • Manutenção dos equipamentos de proteção

destinados ao combate • Disposição na entrada do edifício de

informações úteis ao combate • Planos de combate ao incêndio

ABORDAGEM SISTÊMICA DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Fase Inic ial Fase de inflamação genereralizada Fase de extinção

80% dos materiais

combustíveis

consumidos

Inflamação

generalizada

Temperatura

ambiente inic ial

Pro

duç

ão

de

ca

lor

Tempo

CONCEITO DA RESISTÊNCIA AO FOGO

CONCEITO DA RESISTÊNCIA AO FOGO

ENSAIO DE RESISTÊNCIA AO FOGO

ANDRAUS FEV 1972

JOELMA - FEV 1974

GRANDE AVENIDA - FEV 1981

CESP - MAIO 1987

CESP - MAIO 1987

TECELAGEM ZÊLO - MAIO 1995

EDIFÍCIO WILTON PAES DE ALMEIDA MAIO 2018

GRENFELL TOWER - 2017

TEMPO REQUERIDO DE RESISTÊNCIA AO FOGO

TRRF

Parâmetro de projeto estabelecido empiricamente para elementos construtivos estruturais e de compartimentação. Considera a ocupação e a altura da edificação. Não representa o tempo de duração do incêndio, tempo de evacuação da edificação ou tempo de resposta do Corpo de Bombeiros para o início do combate ao incêndio.

TRRF – Decreto Estadual nº 56819/2011 - CBPMESP

TEMPO REQUERIDO DE RESISTÊNCIA AO FOGO - TRRF

Exemplo: EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS • 30 min - h ≤ 6m • 60 min - 6 m < h ≤ 23 m • 90 min - 23 m < h ≤ 30 m • 120 min - 30 m < h ≤ 120 m • 150 min - 120 m < h ≤ 150 m • 180 min - 150 m < h ≤ 250 min

COMPARTIMENTAÇÃO VERTICAL REQUERIDA PARA h > 12 m

• 12 m < h ≤ 23 m - pode ser substituída por sistema de detecção de incêndio e sistema de sprinklers

• h > 23 m - pode ser substituída por sistema de detecção de incêndio, sistema de sprinklers e sistema de controle de fumaça para edificações

TEMPO REQUERIDO DE RESISTÊNCIA AO FOGO - TRRF

Considerando os valores propostos de TRRF e (entre outros fatores) as cargas de incêndio típicas para edifícios de escritório (700 MJ/m², segundo a Instrução Técnica nº 14 - CBPMESP)

60 min é o valor básico requerido de resistência o fogo 30 min é abrandamento para edifícios de menor porte 90 min, 120 min, 150 min e 180 min são agravamentos

que consideram: • dificuldades de controlar o avanço do incêndio • consequências do colapso estrutural • risco de porções da estrutura associadas a

pavimentos subsequentes estarem submetidos concomitantemente a incêndios de severidades condizentes ao TRRF de 60 min

TEMPO REQUERIDO DE RESISTÊNCIA AO FOGO - TRRF

A IT nº 08 – CBPMESP permite a redução do TRRF em 30 minutos por meio do cálculo de tempo equivalente, que leva em conta (entre outros fatores) a existência de sistema de sprinklers, brigada de incêndio e sistema de detecção automática.

Para h > 30 m estas medidas de proteção já são obrigatórias e para 12 m < h ≤ 30 m já foram levadas em conta para abolir a necessidade de compartimentação vertical, aspecto crucial para limitar a extensão da porção da estrutura que pode ser atacada pelo incêndio.

No caso de edifícios de escritórios, aceita-se tempo equivalente ao TRRF de 15 min para edificações com altura até 6 m e de 30 min para edificações com altura até 23 m.

OBRIGADO !

Antonio Fernando Berto

Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões - LSFEx

(11) 3767-4675 / afberto@ipt.br