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8/17/2019 Anais - 5º Bioindex
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SUMÁRIO
TÍTULO AUTOR CO-AUTORESFORMA DE
APRESENTAÇÃO PÁG.
A RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DEGUILDAS TRÓFICAS EM ASSEMBLEIASDE PEIXES EM ESCALA DEMICROBACIAS RESPONDEM ADIFERENÇAS HIDROLÓGICAS,LIMNOLÓGICAS E DE USO EOCUPAÇÃO DO SOLO?
Ana Paula Lemke Walmir B. F. Mundim Junior;Yzel Rondon Súarez Oral 06
ANÁLISE COMPARATIVA DADISTRIBUIÇÃO SAZONAL E ESPACIALDA MACROFAUNA BENTÔNICA EM UMCÓRREGO POLUÍDO E NÃO POLUÍDO,
DOURADOS – MS.
Allex Sandro DurãoMartins
Jelly Makoto Nakagaki; MônicaMungai Chacur Oral 07
APLICAÇÃO DE ÍNDICES BIÓTICOSPARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAÁGUA EM UMA PROPRIEDADE DEPRODUÇÃO PECUÁRIA
Maria Helena daSilva Andrade
Lilian Pereira; Maricelma Calças;Marister Pereira; Michel Alves Pôster 08
AS ESPÉCIES ORIGINAIS ESTÃO SENDOCONSERVADAS?
Mozart Sávio PiresBaptista
Vivian Almeida Assunção; Vidalde Freitas Mansano; ÂngelaLúcia Bagnatori Sartori
Oral 09
AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS PODEMPREDIZER A DISTRIBUIÇÃO DEAstyanax aff paranae
(CHARACIFORMES, CHARACIDAE) EMRIACHOS DA BACIA DO RIOAMAMBAI, ALTO RIO PARANÁ?
Deisiane Maciel
NeivaSidnei Eduardo Lima Júnior;
Yzel Rondon Súarez Pôster 10
AVALIAÇÃO AMBIENTAL PRELIMINARDOS AMBIENTES LÓTICOS DO PARQUE“ARNULPHO FIORAVANTE”
Cleide BrachtvogelElaine Ferrais da Silva; GabrielaAndrade dos Santos; EmersonMachado de Carvalho
Pôster 11
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DOSFÁRMACOS IBUPROFENO EDICLOFENACO AO MICROCRUSTÁCEODAPHNIA MAGNA
Juliane AlessandraCavalieri Soares
Gildete de Souza Bezerra;Vanilva Pereira de Oliveira;Nyamien Yahault Sebastien;Gilmar Baumgartner
Pôster 12
AVALIAÇÃO DO PROTOCOLO DE
INSETOS CAPTURADOS COMARMADILHAS ATRATIVAS DO PPBIO,COM BASE NO MONITORAMENTO DAUHE BELO MONTE
Hermes Fonsêca deMedeiros
Francisco Plácido Magalhães
Oliveira; Marcio Luiz de Oliveira;Rosângela Barreto Amador;Antônio Wesley BarrosCaçador; Igor Martins doNascimento
Oral 13
AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DOCÓRREGO LARANJA DOCE,DOURADOS MS
Mariluci Pinto daCosta
Mariana Servignini Pegoraro;Dalmo Nogueira; CristhianGomes
Pôster 14
BANCO DE SEMENTES COMOINDICADOR DE VEGETAÇÃOAQUÁTICA NO PANTANAL
Vitoria Silva Fabiano Gisele Catian; Gabriel Tirintande Lima; Edna Scremin-Dias Pôster 18
BIODIVERSIDADE E CIDADE–
REFLEXÕES E SOLUÇÕES Vito Comar Pôster 19
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BIOINDICADORES PARA PCHs, UMADEMANDA URGENTE: ESTUDO DECASO EM MATO GROSSO DO SUL.
William Marcos daSilva
Kennedy Francis Roche Oral 20
BIOMASSA MICROBIANA EM SOLOSOB PASTAGEM DA SUB-REGIÃO DANHECOLANDIA, PANTANAL SUL
MATO-GROSSENSE
Hellen Elaine GomesPelissaro
Mayara Santana Zanella; EmílioFlores Filho; Sandra AparecidaSantos; Marivaine Silva Brasil
Pôster 21
BIOMONITORAMENTO DE CÓRREGOSBASEADO NA TEORIA DE ROUGH SETS
Laysson GuillenAlbuquerque
João Onofre Pereira Pinto;Fabio de Oliveira Roque Oral 22
BORBOLETAS DE CAMPO RUPESTREAna Carolina VieiraPires
Marina do Vale Beirão; GeraldoWilson Fernandes Pôster 23
CERATIUM HIRUDINELLA(O.F.MÜLLER) DUJARDIN 1841,REGISTRO EM RESERVATÓRIOS DOPARANÁ
Joana Carneiro deCampos
Pitágoras Augusto Piana Pôster 24
CONDIÇÕES AMBIENTAIS: ENTRE
FECUNDIDADE E A DESOVA DEASTYANAX ASUNCIONENSIS(CHARACIFORMES: CHARACIDAE) NOPANTANAL DE PORTO MURTINHO,BACIA DO ALTO PARAGUAI, MS.
Lucilene FinotoViana
Ediléia Amancio da Silva; SidneiEduardo Lima Junior; YzelRondon Súarez
Pôster 25
DIVERSIDADE BETA (β) DECHRYSOMELIDAE (COLEOPTERA) EMREMANESCENTES FLORESTAIS
Thiago Silva Teles Adelita Maria Linzmeier; JosuéRaizer Oral 26
DIVERSIDADE DE ANUROS EMAMBIENTES NATURAIS E ALTERADOS
Vanda Lúcia FerreiraChristine Strüssmann; EllenWang; Jeffrey Himmelstein;Pedro Henrique de Jesus
Oral 27
DIVERSIDADE DE BORBOLETASFRUGÍVORAS EM ÁREAS NATIVAS E DEEUCALIPTO EM UMA ÁREA DOCERRADO SULMATOGROSSENSE
Marciel ElioRodrigues
Washington da Silva Souza;Leandra Inês Maciel Rocha;Miriam dos Santos; Giulia SilviaCanhete Rocha; Paulo RicardoBarbosa de Souza
Pôster 28
DIVERSIDADE DE BORBOLETASFRUGÍVORAS EM FLORESTASPLANTADAS COM DIFERENTESESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO
Leandra Inês MacielRocha
Gabriel Gomes Lopes de Faria;Leandro Jose de Brito Silvino;Marina Ferreira Soares Pinheiro;Paulo Ricardo Barbosa deSouza; Marciel Elio Rodrigues
Pôster 28
DNA BARCODE DE LIBÉLULAS(INSECTA: ODONATA) PRESENTES NA
REGIÃO DA SERRA DA BODOQUENA
Ricardo KoroivaMarciel Elio Rodrigues; MateusPepinelli; Aline Pedroso Lorenz-
Lemke; Fabio de Oliveira Roque
Oral 30
DROSOFILÍDEOS FRUGÍVOROS COMOINDICADORES DE DEGRADAÇÃO EMREMANESCENTES FLORESTAIS,AMAZÔNIA ORIENTAL
Annícia Barata SilvaMaciel Ferreira
Pôster 31
ECOTOXICOLOGIA EMONITORAMENTO DE AMBIENTESAQUÁTICOS: TESTES DE TOXICIDADECOM DAPHNIA MAGNA.
Juliane AlessandraCavalieri Soares
Gildete de Souza Bezerra;Vanilva Pereira de Oliveira;Nyamien Yahault Sebastien;Gilmar Baumgartner
Pôster 32
EFEITO TOXICOLÓGICO DO FÁRMACO
IBUPROFENO, PARA A FASE LARVALDE RHAMDIA QUELEN: TESTE AGUDOPRELIMINAR
Vanilva Pereira deOliveira
Gilmar Baumgartner; Poliana
Gonçalves Costa; JulianeAlessandra Cavallieri; Gildetede Souza Bezerra
Oral 33
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ESPÉCIES INDICADORAS PARA OMONITORAMENTO DEINVERTEBRADOS TERRESTRES EMCAVERNAS TURÍSTICAS NO MATOGROSSO DO SUL
Lívia MedeirosCordeiro
Elisa Ferreira de Almeida Mello Pôster 34
LETALIDADE DO SOLUBILIZADO DEFULIGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR EM
PEIXES DE RIACHOS NEOTROPICAIS
Gabriel Murilo
Ribeiro Gonino
Gislaine Iachstel Manetta; DiegoBarros Caparroz; Evanilde
Benedito
Pôster 35
LIBÉLULAS COMO BIOINDICADORASDA QUALIDADE AMBIENTAL DE ÁREASDE VEREDAS
Emanuelle Batista deMoura
Larisse Costa Alves; Marciel ElioRodrigues; Fabio de OliveiraRoque
Pôster 36
MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOSCOMO BIOINDICADORES EM UM RIONO OESTE DO PARANÁ
Bruna Fitarelli Loana Priscila Mangolin; PauloVanderlei Sanches Pôster 37
MANDALA URBANA – INDICADOR DEAVALIAÇÃO URBANA RÁPIDA
Vito Comar Pôster 38
METABOLISMO BACTERIANO COMOINDICADOR DE AMBIENTE AQUÁTICO
William Marcos daSilva
Marivaine da Silva Brasil;
Fabiana Fonseca Zanoelo;Taciana N. F. Orikassa; Jonas deSouza Correa; Febiano J. M.Rodrigues; Marcelo Campos
Pôster 38
METAIS PESADOS EM ESCAMAS DETILÁPIA DO NILO (Oreochromisniloticus).
Gislaine Tristão dosSantos
Nilton Garcia Marengoni;Anderson Rosa; Alexandre Silvados Santos; Leonardo Bidóiados Santos
Pôster 40
MONITORAMENTO AMBIENTAL NORIO PARAGUAI NAS ÁREAS DA RPCSA- 2014
Wagner Tolone daSilva Ferreira
Fernanda Gonçalves Sandimdos Santos; Wanda Faleiros;Marcelo Diamante Pereira
Oral 41
MONITORAMENTO DA ÁREA DE USODE JAVALIS ASSELVAJADOS NO SULDO MATO GROSSO DO SUL.
Fernando Ibanez
Martins
Sabine Borges da Rocha;Guilherme de Miranda Mourão;Zilca Campos
Pôster42
MONITORAMENTO DE NINHOS DEGAVIÃO-REAL (Harpia harpyja) NASERRA DA BODOQUENA, MS
Gláucia HelenaFernandes Seixas
Nicholas Kaminski; SamuelDuleba; Victor do Nascimento;Anne Zugman; Marja ZattoniMilano; Fernando Correa Villela;Francisca Helena Aguiar-Silva;Olivier Jaudoin; Tânia M.Sanaiotti
Pôster 43
NUGEO-BONITO: GERANDO BASESPARA O MONITORAMENTO DEPAISAGEM E DECISÕES DECONSERVAÇÃO EM BONITO, MS
Cristiano GarciaRodrigues
Nicholas Kaminski; GláuciaHelena Fernandes Seixas Pôster 44
O EFEITO DA PERTURBAÇÃO EMBORBOLETAS FRUGÍVORAS DEREMANESCENTES FLORESTAIS DAÁREA DE ENDEMISMO BELÉM
Lêda Mayara Sousada Costa
Marlúcia Bonifácio Martins Pôster 45
PEIXES COMO BIONDICADORES:RELAÇÃO DOS NÍVEISPLUVIOMÉTRICOS E O FATOR DECONDIÇÃO DE ASTYANAXASUNCIONENSIS (CHARACIFORMES:CHARACIDAE) NO PANTANAL DE
PORTO MURTINHO, BACIA DO ALTOPARAGUAI, MS.
Lucilene FinotoViana
Ediléia Amancio da Silva;Deisiane Maciel Neiva; SidneiEduardo Lima Junior; YzelRondon Súarez
Pôster 46
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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NASELEÇÃO DE BIOINDICADORES NOÂMBITO DO ENSINO EMCONSERVAÇÃO: FORMANDOTOMADORES DE DECISÃO
Paula Moretti Fabio de Oliveira Roque Pôster 47
PROGRAMA DE MONITORAMENTOINTEGRADO DAS ÁGUAS DA BACIAHIDROGRÁFICA DO RIO FORMOSO,BONITO - MS
Gláucia HelenaFernandes Seixas
Suzana Cunha Escarpinati;Nicholas Kaminski; RodolfoPortela Souza; Cristiano GarciaRodrigues; Juliana de AndradeSantana; Vivian Ribeiro BaptistaMaria; Lívia Barbosa Giurizzatto;Daniel de Lima Souza;Fernando Jorge CorrêaMagalhães Filho; GuilhermeHenrique Cavazzana; BrunoTéllez Martínez; FranciscoValente Neto; AndersonFerreira; Juliano José Corbi;Priscila Varges da Silva; Fábiode Oliveira Roque
Pôster 48
PROPOSTA DE ÍNDICE PARA AVALIAR
E MONITORAR A BIOINVASÃO EMAMBIENTES LÍMNICOS.
Mônica LuisaKuhlmann Hélio Imbimbo Oral 49
QUAL ESTÁGIO DE VIDA DEVEMOSUTILIZAR EM BIOMONITORAMENTOS?TESTANDO CONGRUÊNCIA ENTRELARVAS E ADULTOS DE LIBÉLULASUSANDO RESOLUÇÃO TAXONÔMICA ENUMÉRICA
Francisco Valente-Neto
Fabio de Oliveira Roque;Marciel Elio Rodrigues; LeandroJuen; Christopher M. Swan
Oral 50
QUALIDADE LIMNOLÓGICA DE UM RIOCOM INFLUENCIA AGRÍCOLA: UMA
AVALIAÇÃO ATRAVÉS DOSINVERTERBRADOS BENTÔNICOS
Bruna Fitarelli
Rui Márcio Franco; BrunaCapitanio; Paulo Vanderlei
Sanches; Gilza Maria de Souza-Franco
Pôster 51
RESPOSTAS DE EPHEMEROPTERAFRENTE À EXCLUSÃO DEMACROCONSUMIDORES EMCÓRREGOS CÁRSTICOS COMDIFERENTES NÍVEIS DE INTEGRIDADEAMBIENTAL
Débora QuadrosMoreira
Elaine Cristina Corrêa; BrunoTéllez Martinez; Fabio deOliveira Roque
Pôster 52
UTILIZAÇÃO DE REDES SOCIAIS PARACONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE,UMA EXPERIÊNCIA COM NIRODIA
BELPHEGOR (LEPIDOPTERA:RIODINIDAE)
Ana Carolina VieiraPires
Oral 53
VARIÁVEIS BIOMÉTRICAS EHISTOMORFOMÉTRICAS DE QUATROESPÉCIES DE ANUROS EM CAMPOGRANDE – MATO GROSSO DO SUL
Taynara RibeiroFarias Leão
Carlos Eurico Fernandes Pôster 54
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A RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE GUILDAS TRÓFICAS EM ASSEMBLEIAS DE PEIXES
EM ESCALA DE MICROBACIAS RESPONDEM A DIFERENÇAS HIDROLÓGICAS,
LIMNOLÓGICAS E DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO?
Ana Paula Lemke¹; Walmir B. F. Mundim Junior²; Yzel Rondon Súarez³.¹ Programa de Pós Graduação em Recursos Naturais, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul;
² Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul;
³ Centro Integrado de Análise e Monitoramento Ambiental, Universidade Estadual de Mato Grosso do
Sul.
anapaulalemke@yahoo.com.br
Apesar do crescente número de estudos sobre a ictiofauna no Mato Grosso do Sul,
ainda há poucas informações sobre a relação entre as características ambientais, em
diferentes escalas, e a distribuição das espécies. O presente trabalho objetivou analisar a
distribuição de peixes e a riqueza relativa em guildas tróficas em 20 microbacias nas sub-
bacias dos rios Ivinhema e Amambai, Alto Rio Paraná. A distribuição das espécies foi
confrontada com quatro conjuntos de variáveis ambientais: uso e ocupação do solo,
características hidrológicas das microbacias, limnologia e conectividade dos riachos. Os
dados de riqueza de espécie em cada microbacia e riqueza relativa por guilda trófica foram
submetidos a partições de variância tendo a riqueza e estrutura de guildas tróficas como
variável resposta e como variáveis explanatórias os descritores ambientais citados. Foramamostradas 140 espécies de peixes sendo que Astyanax altiparanae , Bryconamericus
stramineus e Hypostomus ancistroides ocorreram em todas as microbacias. Constatamos que
a riqueza de espécies é primariamente explicada pela conectividade entre as microbacias,
seguida do uso e ocupação do solo e características hidrológicas, todavia, as variáveis
limnológicas não apresentaram influência sobre a riqueza de espécies. No entanto, a
estrutura da assembleia de peixes em guildas tróficas é determinada principalmente pela
conectividade e características hidrológicas das microbacias analisadas. Logo, os dados
sugerem que diferentes características das assembleias respondem de formas distintas às
métricas utilizadas para representar as características do ambiente e o aprofundamento
desta abordagem deve melhorar a compreensão de como utilizar estas métricas na descrição
de padrões ecológicos, e também em avaliação e monitoramento ambiental.
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ANÁLISE COMPARATIVA DA DISTRIBUIÇÃO SAZONAL E ESPACIAL DA
MACROFAUNA BENTÔNICA EM UM CÓRREGO POLUÍDO E NÃO POLUÍDO,
DOURADOS – MS.
Allex Sandro Durão Martins1
; Jelly Makoto Nakagaki1
; Mônica Mungai Chacur1
.1 Centro de Pesquisa em Biodiversidade – CPBio, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
alex_sandro.dm@hotmail.com
INTRODUÇÃO: A utilização de macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores pode
ser uma importante ferramenta para avaliação da qualidade da água e realização de
monitoramento ambiental.
OBJETIVOS: A presente proposta analisou a diversidade e distribuição dos
macroinvertebrados bentônicos nos Córregos Água Boa (poluído) e Curral de Arame (nãopoluído), pertencentes à bacia do rio Dourados.
METODOS: Estes córregos com extensão menor que 30 km, correm em paralelos e
deságuam no rio Dourados, sendo que o Córrego Água Boa nascente dentro da cidade e
recebe esgoto doméstico e Curral de Arame nasce em um remanescente de mata distante do
centro urbano, porem próximo a plantações rurais. Foram realizadas coletas mensais em três
pontos em cada córrego utilizando-se amostrador de Surber (0,9m2) com malha de 0,5mm,
sendo o material triado e identificado até o menor nível taxonômico possível sendo onde os
dados foram avaliados e comparados quanto à frequência de ocorrência e sua diversidade
(Shannon-Winer). Além disso, durante o trabalho foram monitoradas a temperatura da água,
concentração de O2 dissolvido, o pH, a condutividade e turbidez, vazão e precipitação
mensal dos córregos.
RESULTADOS: Os resultados demonstraram na comparação dos parâmetros que os níveis
de condutividades foram mais altos no C. Água Boa, devido à presença de sais poluentes e
os níveis de oxigênio foram mais baixos para este mesmo córrego. O C. Curral de Arame
mostrou-se mais estável do ponto de vista ambiental com variações menores. Ao todo 8.382
indivíduos foram capturados sendo que Diptera, Oligochaeta e Hirudinea dominaram no C.
Água Boa de um total de 10 táxons distribuídos em 7871 indivíduos e Ephemeroptera e
Coleoptera no C. Curral de Arame de um total de 13 táxons com 511 indivíduos.
CONCLUSÕES: A realização deste trabalho possibilitou conhecer a fauna aquática de
macroinvertebrados dos córregos Água Boa e Curral de Arame. A comparação dos dados
levantados entre os córregos demonstra evidentes diferenças entre um ambiente poluído de
caráter urbano e num córrego alterado com características rurais, a abundância quanto à
composição estão nitidamente alterados e é evidente a necessidade de mais estudos paraverificar a resistência destes animais aos agentes poluidores bem como entender a sua
adaptação a estes ambientes alterados.
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APLICAÇÃO DE ÍNDICES BIÓTICOS PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
EM UMA PROPRIEDADE DE PRODUÇÃO PECUÁRIA
Maria Helena da Silva Andrade1; Lilian Pereira1; Maricelma Calças1; Marister Pereira1; Michel Alves1.1 FAENG/UFMS.
mhelena.pantanal@hotmail.com
Pelo fato de a maioria dos índices bióticos disponíveis na literatura serem criados em zonas
temperadas, torna-se difícil sua aplicação e, quase sempre é necessária uma adaptação,
levando-se em conta as características regionais. Este trabalho objetiva aplicar três diferentes
índices bióticos para avaliação da qualidade da água com o intuito de comparar os
resultados entre si e subsidiar a escolha de um índice para predição. A área de estudo
localiza-se no município de Guia Lopes da Laguna, MS (21º31’55.5”S e 55º54’02.04”O). É umapropriedade cuja principal atividade é a produção bovina, com sistemas Tradicional e Voisin
(em fase de adaptação). Trabalhos de campo foram realizados nos dias 13 e 14/04/2015.
Amostras de sedimento foram recolhidas com surber em um açude (que abastece pilhetas
para dessedentação), um riacho e um reservatório, construído na sede da fazenda. As
amostras foram coletadas em tréplicas, utilizando-se protocolos classicamente estabelecidos.
Em campo, o sedimento foi fixado com formalina a 4% e armazenado em sacos plásticos. O
sedimento foi lavado (peneira de malha 0,5mm), corado, triado e os espécimes, conservados
em álcool a 70 %. A identificação deu-se em nível de família sendo usadas chavesdicotômicas clássicas. Os índices bióticos escolhidos foram o BMWP (Biological Monitoring
Working Party), o ASPT (Average Score Per Taxon) e o FBI (Family Biotic Index). Encontrou-se
os grupos: Oligochaeta, Chironomidae, Hidracarina, Nematoda, Ceratopogonidae,
Libellulidae, Glossiphonidae, Caenidae, Polymitarcyidae, Gomphidae, Hyalellidae,
Ephemeridae. Dos ambientes estudados, o reservatório mostrou resultados dos índices
bastante próximos: (BMWP=regular (51); ASPT = poluição moderada (4,25); FBI = regular
(6,07), enquanto que o Riacho, ao contrário, apresentou as condições mais discrepantes:
(BMWP= péssima (24); ASPT = poluição moderada (4,80); FBI = razoável (5,66)). Os resultados
sugerem estudos mais aprofundados para que se possa inferir sobre um índice adequado e
que melhor reflita a qualidade do ambiente a fim de gerar modelos de predição.
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AS ESPÉCIES ORIGINAIS ESTÃO SENDO CONSERVADAS?
Mozart Sávio Pires Baptista1; Vivian Almeida Assunção2; Vidal de Freitas Mansano2; Ângela Lúcia
Bagnatori Sartori1.
¹ Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul;
² Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
savbio.ufms@gmail.com
INTRODUÇÃO: As espécies originais são as que possuem traços únicos na comunidade e
contribuem com o aumento da diversidade funcional. Diante de filtros ambientais, é
esperado que espécies com traços similares sejam favorecidas e, consequentemente, que a
originalidade esteja concentrada em poucas espécies.
OBJETIVO: Nosso objetivo foi testar essa predição, para avaliar se é possível incluir a
originalidade como um critério na determinação de áreas prioritárias de conservação.
MÉTODO: Coletamos 75 espécies lenhosas em 97 parcelas (10 x 20 m) em duas
fitofisionomias de Chaco brasileiro e mensuramos nove traços relacionados à eficiência no
uso dos recursos (altura, área basal, área foliar, área foliar específica, nitrogênio e fósforo
foliar, suculência, densidade específica dos ramos, densidade da folha).
RESULTADOS: Observamos que 90% da originalidade estiveram concentradas em
aproximadamente 15% das espécies. Este resultado pode estar associado à existência de
filtros ambientais que selecionam espécies com base em suas tolerâncias à escassez denutrientes do solo e forte sazonalidade causando redundância na comunidade e,
consequentemente, maior resistência. As 11 espécies que apresentam traços raros são
responsáveis pelo aumento da complementariedade, estabilidade e o uso de recursos na
comunidade. Desta forma, a extinção de alguma delas pode resultar em perdas de traços
únicos, o que poderia comprometer o funcionamento da comunidade.
CONCLUSÕES: Assim, por apresentarem importância na manutenção dos serviços
ecossistêmicos, as espécies originais podem ser consideradas bioindicadoras de áreas
prioritárias à conservação e consequentemente a originalidade deve ser considerada umcritério na determinação dessas áreas.
Palavras-chave: Bioindicadoras, Chaco, Originalidade
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AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS PODEM PREDIZER A DISTRIBUIÇÃO DE Astyanax aff
paranae (CHARACIFORMES, CHARACIDAE) EM RIACHOS DA BACIA DO RIO
AMAMBAI, ALTO RIO PARANÁ?
Deisiane Maciel Neiva1
, Sidnei Eduardo Lima Júnior1
, Yzel Rondon Súarez1
.
1 Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, Centro Integrado de Análise e Monitoramento
Ambiental – CINAM.
deisymn010@hotmail.com
INTRODUÇÃO: A ocorrência de espécies de peixes é determinada tanto por características
biogeográficas, quanto por fatores abióticas e bióticas. Contudo, poucos estudos têm se
preocupado em gerar modelos preditivos da ocorrência de espécies de peixes em riachos de
bacias hidrográficas.OBJETIVO: Este estudo descreve as características ambientais para investigar a influência
desses fatores na ocorrência da espécie Astyanax aff. paranae em riachos da bacia do rio
Amambai, Alto rio Paraná, Mato Grosso do Sul.
MÉTODOS: O presente projeto utilizou um conjunto de variáveis ambientais, como altitude,
concentração de oxigênio dissolvido, turbidez, condutividade elétrica e pH da água, além de
valores médios de largura, profundidade e velocidade da água do trecho dos riachos
amostrados para predizer a ocorrência de Astyanax aff. paranae em riachos da bacia do rio
Amambai, Alto rio Paraná. Os indivíduos foram coletados através de redes de arrasto, redesde espera e telas de isca em um total de 64 pontos amostrais distribuídos ao longo de toda a
bacia. Utilizamos a análise de regressão logística e a árvore de regressão para modelar a
ocorrência da espécie estudada.
RESULTADOS: Constatamos que tanto a análise de regressão logística quanto a árvore de
regressão definiram que a largura do riacho é a principal descritora da ocorrência de A.
paranae , seguida da concentração de oxigênio dissolvido na água.
CONCLUSÃO: Desta forma, ambos os métodos detectaram o mesmo padrão, que a espécie
apresenta uma preferência por trechos de riachos com menor largura e com menor
concentração de oxigênio, o que, neste caso pode estar associado à preferência por menores
velocidades da correnteza; no entanto, a árvore de regressão ainda demonstrou uma relação
com a altitude dos riachos, o que não foi captado pela regressão logística.
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AVALIAÇÃO AMBIENTAL PRELIMINAR DOS AMBIENTES LÓTICOS DO PARQUE
“ARNULPHO FIORAVANTE”
¹ Cleide Brachtvogel; ¹ Elaine Ferrais da Silva; ¹ Gabriela Andrade dos Santos; ² Emerson Machado de
Carvalho.
¹ Discentes Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Universidade Federal da Grande Dourados;
² Docente Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Universidade Federal da Grande Dourados.
cleide_brachtvogel@hotmail.com
A Avaliação de Impacto Ambiental revela-se como um instrumento de grande importância
no planejamento e gestão dos recursos naturais. Tal avaliação tem contribuído com
monitoramento e o controle ambiental, além de permitir análise continuada de parâmetros
fundamentais que possam servir de indicadores de impacto e, consequentemente facilitar o
processo de gestão das atividades. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto
ambientais dos afluentes do córrego Paragem localizados na área de influência direta do
parque municipal “Arnulpho Fioravante”. O parque abrange uma área de 73 ha, localizada na
área central do município de Dourados, MS (latitude 22º13’53.78”S e longitude
54º47’31.90”O, altitude 411m). Os dados foram levantados a partir de um Protocolo de
Avaliação Rápida da Diversidade de Habitats (PRA) e indicadores físicos e químicos. O
Protocolo foi adaptado dos protocolos propostos pela Agencia de Proteção Ambiental de
Ohio (EPA) e avalia um conjunto de 22 parâmetros em categorias descritas e pontuadas. Aspontuações finais refletem o nível de preservação das condições ecológicas dos trechos da
bacia estudada, nas categorias: Naturais, Alterados e Impactados. Os parâmetros ambientais
analisados foram: pH, condutividade elétrica, temperatura, oxigênio dissolvido e
luminosidade. A aplicação do Protocolo e amostragem dos parâmetros ambientais foi
realizada em cinco pontos dos afluentes do córrego Paragem. Os parâmetros ambientais que
indicaram degradação dos riachos foram oxigênio dissolvido que apresentou os seguintes
valores (Ponto 1: 3.88; P2: 3.43; P3: 4.51; P4: 5.71; P5: 3.81 mg.L-1), condutividade (P1: 263; P2
254; P3: 158; P4: 192; P5: 117 µ s) e luminosidade (P1: 13%; P3: 7%; P5: 0%, valores em
percentual de filtragem de incidência luminosa). O oxigênio dissolvido esteve abaixo dos
valores indicadores para organismos aquáticos em ambientes lóticos; a condutividade inferiu
sobre a presença de sais, provavelmente oriundos de resíduos orgânicos e inorgânicos
presentes na água; a baixa capacidade de filtragem da incidência luminosa indica a
supressão ou ausência da mata ciliar. Estes resultados corroboram com o Protocolo,
indicando que os riachos encontram-se impactados pelas ações antrópicas, seja pelo
descarte de resíduos e efluentes diretamente nos córregos ou pela falta de fiscalização e
gestão pública destes recursos. No entanto, é necessário que haja o monitoramento do
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parque, e que este faça parte de um plano de recuperação de áreas degradadas de forma
participativa com os visitantes.
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DOS FÁRMACOS IBUPROFENO E DICLOFENACO
AO MICROCRUSTÁCEO DAPHNIA MAGNA
Juliane Alessandra Cavalieri Soares1; Gildete de Souza Bezerra1; Vanilva Pereira de Oliveira1; Nyamien
Yahault Sebastien1; Gilmar Baumgartner1.1 Programa de Pós-graduação em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca (UNIOESTE - Toledo),
Grupo de Pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia.
juliany-44@hotmail.com
INTRODUÇÃO: Devido à crescente preocupação sobre o descarte de fármacos em
ecossistemas aquáticos e estudos indicando que os compostos gerados por estes podem
interferir no metabolismo e comportamento dos organismos, consequentemente resultando
no desequilíbrio das comunidades naturais, a avaliação da toxicidade desses resíduos em
organismos se faz cada vez mais necessária, sendo uma ferramenta útil no que se refere a
conservação e monitoramento de ambientes aquáticos.
OBJETIVO: Determinar a concentração efetiva média (CE50) de Daphnia magna aos fármacosibuprofeno e diclofenaco.
MÉTODO: Para a realização dos testes de sensibilidade e agudos com os fármacos foram
utilizadas neonatas de 2 a 26 horas. Para os testes de sensibilidade foi utilizado como
substância o dicromato de potássio. Foram utilizados nos testes agudos os fármacos
ibuprofeno e diclofenaco (ambos antiinflamatórios) a qual as D. magna eram expostas à
concentrações de 0,5 á 10mg/L, com intervalos de 0,5mg/L. Os testes tiveram a duração de
48horas e ao final, foram contabilizadas os organismos imóveis e calculada a CE50. O pH foi
medido antes e após os testes.
RESULTADOS: O valor médio da CE50 no teste de sensibilidade foi de 0,91mg/L, valor dentro
da faixa admissível, comprovando que as dafnías estavam aptas para os testes. Os resultados
dos testes de toxicidade aguda com os fármacos ibuprofeno e diclofenaco geraram CE50 de
9,75mg/L e 2,26mg/L respectivamente, o que mostra que os organismos são mais sensíveis
aos compostos do diclofenaco. O pH não apresentou diferenças significativas antes e após
os testes (p>0,05).
CONCLUSÃO: O diclofenaco se mostrou mais tóxico à Daphnia magna do que o ibuprofeno,
e os resultados sugerem uma maior atenção no que se refere às consequências do despejo
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de fármacos em corpos hídricos, uma vez que os compostos gerados por esses produtos
podem prejudicar os organismos que os compõe.
AVALIAÇÃO DO PROTOCOLO DE INSETOS CAPTURADOS COM ARMADILHAS
ATRATIVAS DO PPBIO, COM BASE NO MONITORAMENTO DA UHE BELO MONTE
Hermes Fonsêca de Medeiros1; Francisco Plácido Magalhães Oliveira1; Marcio Luiz de Oliveira1;
Rosângela Barreto Amador1; Antônio Wesley Barros Caçador1; Igor Martins do Nascimento1.1 Universidade Federal do Pará, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Museu Paraense Emílio
Goeldi.
hermesfm@gmail.Com
INTRODUÇÃO: O Plano Básico Ambiental da Usina Hidrelétrica Belo Monte inclui 2 técnicas
do Programa de Pesquisas em Biodiversidade direcionadas à coleta de moscas Drosophilidae
e de abelhas Euglossini.
OBJETIVO: Avaliar os efeitos de alternativas de redução de esforço amostral quanto à
eficácia para o monitoramento ambiental.
MÉTODO: A área monitorada está na Bacia do Rio Xingu (PA). Iscas: Drosophilidae - bananas
fermentadas; Euglossini: eugenol, salicilato de metila, cineol e vanilina. Desenho amostral: 8módulos de 5 x km; 10 parcelas de 250m por módulo; 4 armadilhas de Drosophilidae e 3 de
Euglossini, espaçadas regularmente, por parcela. Armadilhas de Euglossini de uma mesma
parcela contêm iscas diferentes. A isca eugenol é colocada nas trilhas do módulo, há 500m
das parcelas. Os machos coletados são identificados até espécie ou morfoespécie. Foram
utilizados dados de 7 campanhas, entre 02/2012 e 02/2015. Foram identificados
bioindicadores a partir de análises de associações com variáveis ambientais. Foram testados
os efeitos das alternativas de redução do esforço, considerando tanto os erros nas
estimativas de parâmetros, quanto a eficiência na detecção de associações dos indicadores
com antropização.
RESULTADOS: Foram identificados três bioindicadores: para Drosophilidae a proporção de
indivíduos que pertencem a espécies exóticas; para abelhas, o somatório dos indivíduos das
espécies Eulaema cingulata e Eul. nigrita e o somatório dos indivíduos do subgênero
Glossura. Foram obtidas estimativas da perda de eficiência associada a cada alternativa de
redução do esforço amostral. A isca eugenol não contribui de forma relevante para o projeto.
CONCLUSÕES: Os métodos permitem a identificação e utilização de bioindicadores. O
esforço atual é suficiente, mas a maioria das alternativas de redução de esforço resultaria em
perda relevante de eficácia.
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AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DO CÓRREGO LARANJA DOCE, DOURADOS MS
Mariluci Pinto da Costa1; Mariana Servignini Pegoraro1; Dalmo Nogueira1; Cristhian Gomes1.
1 Gestão Ambiental – Universidade Federal da Grande Dourados – UFDG.
mari-lucicosta@hotmail.com
INTRODUÇÃO: O crescimento acelerado das cidades associado com a falta de planejamento
é um dos processos que mais contribui para a geração de impactos e pressões no ambiente
urbano. Como a maioria dos municípios brasileiros englobam nos seus territórios fundo de
vales e margens dos rios, tornam-se fundamentais o planejamento e gestão, a legislação e a
fiscalização pelos governos municipais para diminuir os riscos e danos causados por
desastres naturais, como os decorrentes das inundações (Secretaria Nacional de Defesa Civil,
2011 apud TAMPOROSKI et al 2012). Durante o processo de urbanização das cidades ocorreua substituição dos ecossistemas naturais por outro meio completamente adverso, que o
homem organiza conforme suas necessidades de sobrevivência. O uso intensivo da terra e a
ausência de planejamento das atividades urbanas têm gerado disfunções espaciais e
ambientais, repercutindo na qualidade de vida do homem, que se dá de modo diferenciado,
atingindo na maioria das vezes de forma mais intensa a população de baixa renda, a qual,
muitas vezes sem acesso à moradia, passa a ocupar as Áreas de Preservação Permanente,
como fundos de vale e topos de morros. Barcelos et al (1995) chamam atenção para o fato
de que as Áreas de Preservação Permanente demandam atenção especial, porque têm comofunções a preservação da qualidade das águas, vegetação e fauna, bem como a dissipação
de energia erosiva, procurando devolver aos fundos de vale suas funções originais de
regulamentação da dinâmica do regime hídrico superficial e subterrâneo. A legislação
reconhece sua importância como agentes reguladoras da vazão fluvial, consequentemente
das cheias, preservadoras das condições sanitárias para o desenvolvimento da vida humana
nas cidades. Com isto, pode-se afirmar que as Áreas de Preservação Permanente devem ser
mantidas em suas características originais, reconhecidas como indispensáveis para a
manutenção das bacias hidrográficas, e por consequência, da vida humana e seu
desenvolvimento. Esta pesquisa, de caráter exploratório, analisou a primeira ordem do
Córrego Laranja Doce, na cidade de Dourados-MS. Limítrofe de área urbana, o Córrego
Laranja Doce tem suas nascentes no extremo Sul-oeste na Reserva Indígena de Dourados,
MS, pertence à bacia hidrográfica do Rio Brilhante, UPG Ivinhema (IMASUL, 2009), região
hidrográfica do Paraná, subunidade Paraná 1, conforme o Plano Nacional de Recursos
Hídricos (ANA, 2006). Organismos internacionais têm alertado sobre a necessidade de gerar
mudanças paradigmáticas na gestão da água e das bacias hidrográficas, assumindo inclusive
ações que reduzam reais ou potenciais conflitos entre povos e países (LEAL, 2012).
mailto:mari-lucicosta@hotmail.commailto:mari-lucicosta@hotmail.com
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A preservação dos recursos hídricos está intimamente ligada com a preservação das matas
ciliares, tornando-se dois sistemas totalmente dependentes. Embora existam leis que
protejam as matas ciliares, ainda não existe fiscalização eficiente para impedir seu
desmatamento (GUIMARÃES et al, 2013 ).
OBJETIVO: Desenvolver um diagnóstico socioambiental exploratório no Córrego Laranja
Doce, para avaliar a gestão ambiental urbana e impactos ambientais decorrentes, oferecendo
subsídios para sua gestão, e verificar situações de necessidade de ajustamento de conduta.
MATÉRIAL E MÉTODO: O presente trabalho foi desenvolvido como ferramenta de
aprendizado na disciplina de Projetos Integrados em Gestão Ambiental, do Curso de Gestão
Ambiental da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). A área de estudo foi a
micro bacia do Córrego Laranja Doce, na sua extensão dentro da área urbana, no município
de Dourados em Mato Grosso do Sul. O córrego Laranja Doce pertence à bacia hidrográfica
do Rio Brilhante, UPG Ivinhema (IMASUL, 2009), tem suas nascentes no extremo Sul-oeste naReserva Indígena Bororó de Dourados, MS, segue margeando a zona urbana Norte de
Dourados, recebe o córrego Jaguapiru e segue curso pela área rural do município até
desaguar no Rio Brilhante. A metodologia utilizada foi de caráter exploratório descritivo para
obter resultados mais satisfatórios, foram avaliados seis pontos ao longo do curso do
córrego, onde elaboramos um diagnóstico ambiental, interpretando as áreas de estudo e
verificando as interações entre os elementos físicos, biológicos e socioeconômicos para
servir como base para outros estudos mais detalhados. Houve aplicação de dois protocolos
sendo a aplicação de um Protocolo de Percepção/Avaliação Rápida Ambiental/RAP
(CALLISTO et al ., 2002), sendo adaptado como 1°Protocolo de Percepção em Áreas Urbanas,
com dados de infraestrutura e socioeconômicos. Para informações mais das condições
ambientais e como complemento de dados desses parâmetros, foi necessária a aplicação do
2 ° sendo o Protocolo Ecológico, foram utilizados parâmetros de observações ambientais
como características de odor na água, grau de turbidez, presença de oleosidade, entre
outros. Foram realizadas revisões bibliográficas, visitas a campo, com métodos observatórios
expeditos e de levantamento de dados, entrevistas com moradores locais, incluindo
fotografias da área de estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: Verificamos que a legislação não está sendo aplicada no
Córrego Laranja Doce, pois não foram encontradas práticas de conservação ambiental.
Encontramos a presença de resíduos domésticos e efluentes líquidos na água, em trechos do
córrego, principalmente na região urbana, alterando e comprometendo sua qualidade.
Ponto 1: A avaliação foi realizada na nascente do Córrego Laranja Doce, que fica localizada
no sul-oeste da reserva indígena Bororó de Dourados, em divisa com uma propriedade
particular. De acordo com o protocolo de Percepção em Áreas Urbanas, este local obteve 19pontos, enquanto registrou 54 pontos no Protocolo Ecológico. O local foi considerado como
área preservada, pois não possui alterações antrópicas tão intensas como os demais pontos.
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Sua baixa pontuação no 1° protocolo é devida a não possuir bom parâmetros
socioeconômicos e de infraestruturas técnicas. É um ambiente que não possui presença de
resíduos sólidos, erosões ou assoreamento, com boa cobertura vegetal, enquanto a água se
encontra em boa qualidade, sendo um ponto que se destaca em relação aos demais
avaliados. Ponto 2: Encontra-se próximo ao Centro Universitário da Grande Dourados
(UNIGRAN). A avaliação da área foi feita em torno de uma ponte e próximo a algumas
residências, que ficam dentro da Área de Preservação Permanente (APP). De acordo o
avaliação, no 1° protocolo de Percepção em Áreas Urbanas, o local ficou com 75 pontos, por
ser área bem urbanizada com parâmetros socioeconômicos que elevam sua pontuação,
como no parâmetro da educação, pois, além de escolas públicas, possui uma universidade
privada, centros tecnológicos, comércios que colaboram com oferta de emprego e serviços
para população. No local há presença de moradias irregulares, onde famílias de baixa renda
residem na Área de Preservação Permanente (APP), estando expostas a doenças por roedorese artrópodes afetando sua qualidade de vida. Há também a especulação imobiliária, com
residenciais de alto valor aquisitivo próximos ao local. Está prevista a construção de mais
condomínios residenciais e a abertura de loteamentos próximos ao córrego. Na 2a avaliação,
usando o Protocolo Ecológico, ficou com 23 pontos, se caracterizando num local com
alterações antrópicas, presença de resíduos sólidos próximo a suas margens, odor na água,
entre outros. Ponto 3: Está localizado entre a Usina Filinto Müller: conhecida também como
Usina Velha -localizada numa área de 12.222 m² -, que foi tombada como Patrimônio do
município e colabora com a preservação do córrego, e o Tênis Clube, propriedade particular
de recreação abandonada. Ambos locais encontram-se às margens do córrego Laranja Doce.
O local ficou com 59 pontos no 1° protocolo o de Percepção em Áreas Urbanas devido aos
seus parâmetros socioeconômicos, pois é uma área bem desenvolvida em taxa de ocupação
do solo, paisagem, possui fontes de emprego, possui boa acessibilidade, entre outros. Em
relação às condições ambientais, no 2° protocolo o ecológico, foi avaliada em17 pontos. É
um local com impactos negativos, possui uma canalização do córrego nessa região que
prejudica a fauna e a flora. O córrego sofre com a pressão imobiliária próxima e a falta de
sensibilização dos moradores colabora para que estas áreas fiquem cada vez mais em
situações críticas com lançamento de efluentes e despejo de lixo doméstico nas margens. No
Tênis Club, por meio de observações visuais, usamos a qualidade de água como indicador
de poluição, pela presença de efluentes domésticos e características negativas de odor,
mesmo sem realizar avaliações químicas devido ao tempo de execução do projeto como
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Percebemos que a água não é própria para
consumo, podendo contaminar o lençol freático e interferir na qualidade da água da bacia
hidrográfica e no equilíbrio do ambiente aquático, afetando a cadeia alimentar e osorganismos bentônicos sensíveis à poluição. Ponto 4: Está localizado entre os bairros Alto
das Paineiras e Portal, obteve 34 pontos no protocolo de Percepção em Áreas Urbanas. É
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Usina_Filinto_M%C3%BCller&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Usina_Filinto_M%C3%BCller&action=edit&redlink=1
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uma área com baixa pontuação em seus parâmetros socioeconômicos, está em fase de
expansão e crescendo. No protocolo Ecológico ficou com 26 pontos, possuindo baixa
quantidade de mata ciliar nas margens do córrego, ocorrência de erosões, devido à falta de
proteção no solo e baixa extensão de mata ciliar. Encontramos tubulações de águas pluviais
em más condições operacionais, demonstrando uma falta de fiscalização por parte dos
órgãos públicos. Ponto 5: O local é um dos pontos mais críticos e está localizado entre a rua
Caios e a Perimetral Norte de Dourados. Foram realizadas duas visitas no período de um mês
onde se pode fazer a avaliação mais precisa, antes e após o período de chuva. De acordo
com avaliação, no 1° protocolo de Percepção em Áreas Urbanas o local possui 37 pontos,
devido aos parâmetros socioeconômicos, se destacando uso e ocupação do solo. A
acessibilidade ao local não é boa, em épocas de chuva a rua fica cheia de lama e poças
d’água. No 2° protocolo o Ecológico a pontuação foi de 11 pontos. Há uma tubulação de
drenagem de águas pluviais que desagua no córrego, levando junto uma grande quantidadede lixo doméstico, parte ficando nas margens do córrego e outra parte sendo levada pela
correnteza. O lixo doméstico presente no local é um indicador da destinação inadequada
pela população, que a dispõe dentro de bocas de lobo ou o deixa no local, além de animais
mortos, ambos contribuindo com a poluição do solo e da água, por meio de chorumes. O
solo do local é de material não-consolidado, como indicado pelo processo de assoreamento,
devido à baixa quantidade de mata ciliar, que não é suficiente para a proteção do leito do
córrego. Evidencia-se assim o desmoronamento do solo e a queda das poucas árvores
existentes. Ponto 6: O local foi o último a ser visitado, por ser o mais distante da área de
urbanização. No 1°protocolo ficou com 22 pontos, em parâmetros socioeconômicos, sua
pontuação é mais baixa que os demais pontos, devido à sua localização na área rural e não
possuir infraestruturas. No entanto, é o mais preservado, estando de acordo com a legislação
ambiental. Mesmo sendo afastado da cidade, possui vestígios de poluição com presença de
oleosidade na água. O trecho do córrego é mais largo que nos demais pontos, pois nesse
trecho o córrego Jaguapiri desagua no Córrego Laranja Doce. É uma área totalmente
preservada e de mata fechada, o único acesso ao córrego é possível através de uma ponte,
sendo avaliada a 58 pontos pelo Protocolo Ecológico. Comparando os resultados entre os
dois protocolos percebemos que o ponto 1 com:19 pontos e o ponto 6 com:22 pontos,
possuem baixa pontuação em parâmetros socioeconômicos porém pelos parâmetros
ambientais, como ambos são afastados do perímetro urbano, suas pontuações são elevadas,
sendo de 54 e 58 pontos. No entanto, os pontos 2, 3, 4 e 5, localizados em área urbana,
possuem pontuações elevadas em infraestruturas e estão a inadequadas do ponto de vista
ambiental. Percebemos que essas áreas não apresentam indicações de gestão ambiental,
precisando de restauração ambiental e enquadramento na legislação. Os pontos 2, 3 e 5 sãoos que mais sofreram alterações, assoreamento, poluição do solo, deposição de resíduos
sólidos, revelando ausência de políticas públicas e falta de sensibilização da comunidade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS: Se relacionarmos o crescimento da cidade com a degradação
ambiental, a expansão urbana aumentará consideravelmente a pressão sobre o córrego
Laranja Doce, comprometendo a qualidade ambiental da área urbana na micro bacia. A
conservação da área perpassa pela implementação de políticas públicas de saneamento
básico. A criação de campanhas de sensibilização ambiental com os moradores, assim como
a revisão do Plano Diretor Municipal, sob as diretrizes da lei 10.257 - Estatuto das cidades,
são alternativas à degradação. Percebemos que o Córrego Laranja Doce precisa de mais
atenção, tanto da dos órgãos públicos, como da comunidade entorno, pois, se continuar na
situação atual, o córrego sofrerá impactos irreversíveis, que terão como consequências
problemas diretos na qualidade de vida da população, podendo afetar sua saúde e bem
estar, interferindo no micro clima da cidade, na qualidade do ar, água e solo e
comprometendo sua utilização para as futuras gerações.
BANCO DE SEMENTES COMO INDICADOR DE VEGETAÇÃO AQUÁTICA NO
PANTANAL
Vitoria Silva Fabiano1; Gisele Catian1; Gabriel Tirintan de Lima1; Edna Scremin-Dias1.1 Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
vs.fabiano2013@gmail.com
INTRODUÇÃO: Banco de diásporos é um depósito de elevada densidade de sementes no
solo de diversas espécies em estado de latência, influenciado pela dispersão da vegetação
local, assim como contribuições de fontes distantes. Nas planícies alagáveis são comuns os
ambientes de lagoas, apresentando as macrófitas aquáticas predominantemente no banco
de sementes. A capacidade de acumular diásporos é um fator chave na dinâmica da
vegetação aquática nestas planícies contribuindo como indicadores de resiliência. Para a
determinação da flora que compõe um ambiente após distúrbios é necessário conhecer a
relação entre o banco de sementes e a vegetação acima do solo, auxiliando no
entendimento das respostas da comunidade a perturbações. Visto a bioindicação basear-se
em organismos que têm tolerância específica a vários parâmetros ambientais e no Pantanal
as macrófitas estarem sob constante ciclo de inundação, a permanência no banco é uma
estratégia importante para a manutenção da flora.
OBJETIVO: Objetivou-se quantificar a riqueza e abundância das espécies de macrófitas
aquáticas do banco de sementes de lagoas e relacionar esta com a flora estabelecida nalagoa. Testou-se a hipótese de que a flora e o banco são correspondentes indicando que o
banco age na resiliência da lagoa.
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MÉTODO: As coletas foram realizadas em 20 lagoas, com 8 amostras de 1 kg de sedimento
cada, as quais foram lavadas em peneira de malha 0,50 mm, e conservadas em álcool 70%
para triagem. Foi utilizado o método de contagem direta de sementes. A florística de cada
lagoa foi realizada mensalmente durante dois anos e as espécies foram identificadas. A
similaridade entre o banco de sementes de cada lagoa e sua respectiva flora foi analisada
pelo Índice de Sørensen e posteriormente aplicado o Teste t One Sample entre as
similaridades. Para observar se há relação entre o banco de sementes e a flora local utilizou-
se NMDS (dissimilaridade de Bray-Curtis).
RESULTADOS: O banco de sementes apresentou 90409 sementes, 57 espécies e 24
morfoespécies. As famílias mais abundantes foram Alismataceae (27,8%) e Nymphaeaceae
(13,3%) e a mais rica Cyperaceae (13 espécies), com Echinodorus sp., Ludwigia leptocarpa e
Nymphaea sp. mais abundantes. A flora local apresentou 106 espécies, com famílias mais
ricas Fabaceae (18 espécies) e Cyperaceae (14 espécies) e espécies mais frequentes Sennaaculeata , Nymphaea sp. e Mimosa pigra . O banco de sementes apresentou 56,88% de
dissimilaridade com as espécies da flora local. No NMDS observou-se que existe tendência
de a flora local e o banco de sementes serem diferentes (Stress= 0,15; Eixo1 r2= 0,82; Eixo2
r2= 0,11). Entretanto, quando se observa as lagoas individualmente existe similaridade entre
o banco de sementes e a flora local (t= 40,48; 19 g.l.; P< 0,01). Isto mostra que a composição
do banco de sementes pode ser considerada uma fonte de diásporos mantendo as espécies
de macrófitas na flora local das lagoas. CONCLUSÕES: Firma-se a importância do papel do
banco de diásporos como indicador de quais espécies poderão colonizar as lagoas quando
as características ambientais forem favoráveis.
BIODIVERSIDADE E CIDADE – REFLEXÕES E SOLUÇÕES
Vito Comar1.1 UFGD/FCBA.
vitocomar@gmail.com
INTRODUÇÃO: A cidade reflete nossos sistemas de valores, ideologia prevalente, modelo de
desenvolvimento, formas de associação e relação com os recursos naturais nos quais está
inserida. O êxodo rural, uso e ocupação desordenada da terra urbana e falta crônica de
moradia para as populações mais carentes, têm resultado em falta de infraestruturas sociais,
sistemas viários, de abastecimento de água e energia, de esgoto, de escoamento de águas
da chuva, de coleta de resíduos, prejudicando a biodiversidade. Somente topos de morros e
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fundos de vale ficaram disponíveis para a ocupação destas populações, mas estas são
também as áreas de maior importância para a biota e a biodiversidade.
OBJETIVOS: Investir na recuperação de fundos de vale, suas funções e conexões ecológicas e
biodiversidade urbana.
METODO: Zoneamento ambiental urbano, definição de áreas de vulnerabilidade urbana,
planejamento e implantação de corredores ecológicos urbanos, atrelados a uma rede de
corredores ecológicos municipais.
RESULTADOS: Propõe-se a provisão, nos Planos Diretores, de uma faixa de proteção de
produção orgânica - de 1.200 metros, como barreira e área tampão -, ao despejo de
agrotóxicos nas lavouras que circundam as cidades. Para proteger esta mesma produção
seria necessária a implantação de barreiras de vegetação nativa de 120 metros de largura, no
perímetro externo destas faixas de proteção, criando assim corredores ecológicos periféricos.
Os fundos de vale, que partem dos seus centros, se encontrariam com estes corredoresperiféricos, criando uma rede de corredores ecológicos urbanos, vindo a reforçar a proteção
e melhoria da biodiversidade local. É uma medida simples, mas eficaz, que precisaria de
legislação municipal especifica. Outra legislação municipal complementar exigiria a
implantação progressiva de uma rede de corredores ecológicos em todo território municipal,
interligando remanescentes florestais entre si e com as matas ciliares dos rios.
CONCLUSÕES: São soluções de baixo custo relativo, quando contabilizadas a partir de uma
avaliação custo/benefício da melhoria do clima, precipitação, aumento da eficiência e
resiliência dos sistemas produtivos locais, apoiados pelas múltiplas funções das novas áreas
de florestas nativas implantadas.
BIOINDICADORES PARA PCHs, UMA DEMANDA URGENTE: ESTUDO DE CASO EM
MATO GROSSO DO SUL.
William Marcos da Silva1; Kennedy Francis Roche2.
1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPAN;2 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, FAENG.
wmsilvax@ig.com.br
INTRODUÇÃO: A construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) tem aumentado de
forma exponencial e seus pedidos de registro já ultrapassam os milhares no Brasil.
Entretanto, os impactos destes empreendimentos não foram amplamente discutidos e nem
estudados, e não há modelagens ecológicas específicas para PCHs. E os bioindicadores para
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estes sistemas ainda não foram amplamente testados e validados para eutrofização ou
outros tipos de impactos físicos, químicos ou biológicos.
OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo problematizar a falta de bioindicadores para as
PCHs e para ilustrar é apresentado um estudo de caso de uma PCH de Mato Grosso do Sul
monitorada na sua fase operação.
METODOLOGIA: Sazonalmente, como determinado pelo órgão ambiental é realizado o
monitoramento da PCH Ponte Alta no município de São Gabriel do Oeste, MS. A represa tem
2,7 Km2 e gera 13mw e está instalada no rio Coxim, operando desde 2008. No
monitoramento é realizada analise de qualidade de água e também analise de comunidades
biológicas: zoobentos, fitoplâncton e zooplâncton.
RESULTADOS: Como é um sistema tipo fio d´água o desenvolvimento de organismos
planctônicos geralmente é baixa, os com valores de fosforo total oscila entre 30 e 40
microgramas. Entretanto no período agosto de 2015 houve um bloom de Chrysophycea(fitoplâncton) com um aumento de fósforo de 30 para 40 microgramas. Entretanto, este
última oscilação foi o suficiente para alterar completamente a estrutura da população
fitoplanctônica de um período a outro. Entre agosto de 2014 a agosto de 2015 a densidade
aumentou de 2,70 ind/mL para 34000 ind/mL. Chrysophycea são associadas a ambientes
heterotróficos, pobres, oligotróficos, pequenos e rasos. Entretanto, muitas destas
características não estão presentes neste ambiente estudado, mostrando uma limitação
deste indicador para o sistema.
CONCLUSÃO: Os corpos de água formados por PCHs ainda carecem de modelos para
gerenciamento e de bioindicadores que forneçam mais informações sobre as reais condições
do sistema.
BIOMASSA MICROBIANA EM SOLO SOB PASTAGEM DA SUB-REGIÃO DA
NHECOLANDIA, PANTANAL SUL MATO-GROSSENSE
Hellen Elaine Gomes Pelissaro1; Mayara Santana Zanella2; Emílio Flores Filho3; Sandra Aparecida
Santos4; Marivaine Silva Brasil5.
1,2,3,5 UFMS/CPAN - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus do Pantanal;4 EMBRAPA PANTANAL.
gomespelissaro@gmail.com
INTRODUÇÃO: O manejo adequado das pastagens nativas do Pantanal consiste na
manutenção do equilíbrio entre taxa de lotação animal e taxa de acúmulo de massa
forrageira fundamental para conservação da qualidade dos solos. O solo sob essas pastagens
mailto:gomespelissaro@gmail.commailto:gomespelissaro@gmail.com
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frequentemente removidas pelo pastejo sofre alterações assim como a comunidade
microbiana associada. Portanto, a análise da biomassa microbiana que compõe esse solo
pode ser um indicador das possíveis mudanças das condições físico-químicas e biológicas do
solo.
OBJETIVO: Avaliar a biomassa microbiana do solo de áreas de pastagens do Pantanal de
diferentes áreas de manejo comparadas com o solo sob uma área de mata conservada
através das estimativas do carbono (C) de sua biomassa (C-BMS).
MÉTODO: O estudo foi feito na fazenda Nhumirim, propriedade da Embrapa Pantanal, na
sub-região da Nhecolandia, Sul Mato-Grossense. As amostragens em solo Neossolo
Quartzarênico foram feitas em 4 áreas com gado (A, B, C e D) e em área de mata de reserva
sem gado (E). Foram coletados 150g de camada superficial do solo (0-10 cm), sob a
vegetação dominante de pastagem nativa em triplicata. Para avaliar o carbono da biomassa
microbiana foram utilizadas os métodos da fumigação-extração . A significância doscontrastes de interesse foi testada pelo teste F, a 5% de probabilidade, tendo-se levado em
conta o quadrado médio do resíduo obtido pela análise de variância.
RESULTADOS: Valores encontrados estão dentro de parâmetro entre 60,5 μg g-1e 124 μg g-1
de solo para culturas perenes para biomassa C-BMS. O C-BMS do solo das invernadas C
(125,71 μg g-1), D (105,74 μg g-1) e E (125,12 μg g-1) não apresentaram diferenças
significativas entre si. Já a invernada A (58,3 μg g-1) e invernada B (28,18 μg g-1) foram
significativamente inferiores às demais, demonstrando a necessidade de rever os manejos e
intervalo de repouso que permitam à planta acumular massa forrageira. CONCLUSÃO: De
fato, a dinâmica da biomassa microbiana do solo no Pantanal é ainda muito pouco
conhecida, principalmente no que se refere a pastagens. Assim sendo, requer maior estudo
sobre bioindicadores.
BIOMONITORAMENTO DE CÓRREGOS BASEADO NA TEORIA DE ROUGH SETS
Laysson Guillen Albuquerque1; João Onofre Pereira Pinto1; Fabio de Oliveira Roque1.1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
laysson@gmail.com
INTRODUÇÃO: A integridade de córregos pode ser inferida a partir do uso de
bioindicadores que apresentem uma resposta frente a distúrbios ambientais. Atualmente,
muito debate tem sido travado sobre a relação entre as mudanças das paisagens e a
resposta de insetos aquáticos (bioindicadores). Contudo, não há um consenso sobre o poder
de explicação utilizando métricas de paisagem para determinar bioindicadores. Parte deste
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problema pode estar relacionado aos tipos de análises empregadas. Geralmente, a estimativa
de bioindicadores utiliza modelos matemáticos convencionais, os quais nem sempre obtém
respostas satisfatórias. Atualmente, a aplicação de técnicas de inteligência computacional
tem apresentado resultados aceitáveis para inferência de bioindicadores. Entre elas, a Teoria
de Rough Sets tem potencial para auxiliar na extração de padrões de dados complexos, em
muitos casos, com respostas ocultas.
OBJETIVO: Neste estudo aplicamos um framework baseado na Teoria de Rough Sets para
estimar a riqueza de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (EPT) em córregos da Mata
Atlântica, buscando encontrar relações com as variáveis de paisagem e climáticas.
MÉTODO: Aplicamos técnicas de geoprocessamento para interpolar os pontos de coleta,
com os dados do AMBDATA e IBGE, e encontramos os valores das variáveis de paisagem e
climáticas. O conjunto de informações foi padronizado e discretizado, gerando um sistema
de informações com 347 observações (córregos), 18 atributos condicionais (bioclimáticos) e1 atributo de decisão (EPT). Com base neste sistema, aplicamos a Teoria de Rough Sets em
80% dos dados, utilizando o restante para validação do modelo.
RESULTADO: Encontramos uma matriz de regras reduzidas para classificar córregos na Mata
Atlântica, quanto à qualidade da água, utilizando EPT. Os resultados mostraram potencial de
classificação maior que 60% em determinados experimentos.
CONCLUSÕES: A Teoria de Rough Sets tem potencial para ser usada na modelagem de
dados biológicos usando variáveis climáticas e de paisagem. O estudo abre novas
perspectivas para o uso desta técnica para estimar a qualidade de águas de córregos.
BORBOLETAS DE CAMPO RUPESTRE
Ana Carolina Vieira Pires; Marina do Vale Beirão1; Geraldo Wilson Fernandes2.1 Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade;
2 Universidade Federal de Minas Gerais.
carol.vipi@gmail.com
INTRODUÇÃO: Pela estreita relação que possuem com o habitat as borboletas são
consideradas boas indicadoras ambientais, podendo ser utilizadas na indicação de mudanças
ambientais. Os campos rupestres são um mosaico de áreas campestres que ocorrem acima
de 800m de altitude. A vegetação desse peculiar ecossistema possui um alto grau de
convergência morfológica, diversidade e endemismo, mesmo com a grande variação
latitudinal e altitudinal, se tornando um ambiente de especial interesse no estudo da
biodiversidade.
mailto:carol.vipi@gmail.commailto:carol.vipi@gmail.com
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OBJETIVOS: Listar as borboletas de campo rupestre e detectar as que possuem afinidade
pelos habitats ocorrentes ao longo do gradiente altitudinal na Serra do Cipó, MG.
MÉTODOS: As borboletas foram coletadas através de puçá e armadilhas com iscas de
bananas fermentadas durante dois anos em sete altitudes distanciadas em 100m altitudinais
(de 800 a 1400m). As espécies indicadoras foram reveladas através da análise de espécies
indicadoras (IndVal).
RESULTADOS: Foram capturados 1520 indivíduos pertencentes a 172 espécies estratificadas
verticalmente: 65 espécies a 800m de altitude, 82 a 900m, 53 a 1000m, 49 a 1100m, 47 a
1200m, 38 a 1300 e 38 a 1400m. Entre as espécies coletadas quatro configuram na lista
nacional de espécies ameaçadas: Nirodia belphegor (coletada a 1300m de altitude),
Magnastigma julia (900, 1000 e 1200m), Strymon ohausi (900 e 1300m) e Cunizza hirlanda
planasia (900m). Foram identificadas 21 espécies indicadoras ao longo do gradiente: Eurema
elathea , Hemiargus hanno , Viola viollela , Callicore sorana e Eunica tatilla (800m); Zopyrionevenor , Baeotis johaanae , Chalcone sp., Memphis moruus , Paryphthimoides melobosis ,
Paryphthimoides sp., Taygetis laches , Yphthimoides affinis e Yphthimoides manasses (900m);
Paryphthimoides phronius (1000m); Aricoris tutana (1200m); Cogia azila , Quasimellana
mielkei , e Stichelia bocchoris (1300m); Conga urqua e Vanessa braziliensis (1400m).
CONCLUSÕES: Esse estudo demonstrou que há uma estratificação na composição de
borboletas e ampliou a área de distribuição conhecida de três das quatro espécies
ameaçadas citadas.
CERATIUM HIRUDINELLA (O.F.MÜLLER) DUJARDIN 1841, REGISTRO EM
RESERVATÓRIOS DO PARANÁ
Joana Carneiro de Campos¹; Pitágoras Augusto Piana¹.
¹ Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Toledo.
campos21joana@gmail.com
INTRODUÇÃO: O fitoplâncton compõe a base da cadeia trófica dos sistemas aquáticos,
possui características importantes: curto período de geração, alta abundância e rápida
respostas as alterações ambientais. Isto os torna excelentes bioindicadores de qualidade
d’água. Ceratium hirundinella é comumente encontrada em lagos temperados no hemisfério
norte. Podem formar cistos e permanecerem inoculados. A capacidade destes cistos para
sobreviver e dispersar torna está espécie importante para conhecer as condições ambientais
vigentes à época do aparecimento. No hemisfério sul, os primeiros registros de C.
hirundinella ocorreram em 1990 no chile. No Brasil, no Córrego Dam, Aceguá-RS.
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OBJETIVO: Registrar o aparecimento de C. hirundinella em dois reservatórios, Salto Santiago
(SS) e Salto Osório (SO), Paraná.
METODO: Campanhas bimestrais no período de 2009 á 2015, rede de plâncton 20µm,
identificação segundo Bicudo (2006).
RESULTADOS: Em SO as primeiras células de C. hirundinella ocorreram em 2012, com
concentrações de 0,18 cel./L, neste período os nutrientes permaneceram abaixo do limite de
detecção, aceto N-total. Em 2015 as concentrações chegaram a 6283,3 cel./L. Em SS as
primeiras capturas datam de março de 2013, com concentrações de 9,15 cel./L, com aumento
a partir de 2014. Os períodos de alta concentração de nutrientes refletem a baixa
concentração em cel./L de C. hirundinella . Esta queda pode ser devida á competição com
demais organismos, os quais em condições ótimas de nutrientes possuem melhores
adaptações para se sobressaírem inibindo a C. hirundinella . As temperaturas permaneceram
amenas, com baixa variação.CONCLUSSÃO: O desenvolvimento de C. hirundinella na região reforça a habilidade da
espécie em se desenvolver em locais com déficit de nutrientes. A capacidade de migração
vertical destes organismos permite a máxima exploração da luz e a retirada de nutrientes de
camadas inferiores. Em reservatórios as concentrações de nutrientes apresentam valores
baixos, devido á rápida sedimentação, favorecendo o desenvolvimento de organismos com
capacidade de absorver baixas concentrações de nutrientes.
CONDIÇÕES AMBIENTAIS: ENTRE FECUNDIDADE E A DESOVA DE ASTYANAX
ASUNCIONENSIS (CHARACIFORMES: CHARACIDAE) NO PANTANAL DE PORTO
MURTINHO, BACIA DO ALTO PARAGUAI, MS.
Lucilene Finoto Viana1; Ediléia Amancio da Silva2; Sidnei Eduardo Lima Junior2; Yzel Rondon Súarez2.1 Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul;
2 UEMS/CInAM/Laboratório de Ecologia.
lucilenefinoto@hotmail.com
INTRODUÇÃO: O conhecimento do ciclo reprodutivo dos peixes é fundamental, pois
permite analisar as estratégias reprodutivas da espécie.
OBJETIVO: Avaliar a fecundidade e o tipo de desova de Astyanax asuncionensis , a fim de
gerar informações sobre as suas táticas reprodutivas.
MÉTODOS: As amostragens foram realizadas entre fevereiro/2009 e janeiro/2011 ao longodos bancos de macrófitas dos rios Paraguai e Amonguijá, Pantanal de Porto Murtinho-MS. A
fecundidade foi estimada para 10 fêmeas com ovários considerados maduros. As correlações
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entre fecundidade e comprimento padrão foram testadas através de correlação de
Spearman, para quantificar a variação na fecundidade de acordo com o tamanho das fêmeas.
A fecundidade absoluta foi estimada a partir do número total de ovócitos maduros, e a
fecundidade relativa, pela razão entre o número de ovócitos maduros e o peso total do
indivíduo. A avaliação do tipo de desova foi feita pela análise de histogramas com a
distribuição de frequência dos diâmetros dos ovócitos.
RESULTADOS: A fecundidade absoluta das fêmeas maduras variou de 334 a 4928 ovócitos,
com média de 2436,7 (dp=1295,6), e a fecundidade relativa variou entre 0,284 a 1,111
ovócitos/mg, com média de 0,623 (dp= 0,298). A fecundidade total e o comprimento padrão
de fêmeas apresentaram correlação altamente significativa (Spearman r= 0,74; p=0,01).
Dessa forma, observa-se que fêmeas maiores possuem maior fecundidade. A análise do
diâmetro dos ovócitos de fêmeas maduras mostrou duas modas distintas de tamanhos de
ovócitos.CONCLUSÃO: A espécie A. asuncionensis as apresentou desova total, podendo haver melhor
ajuste ao ambiente, tendo em vista que os riachos são ambientes instáveis, sendo que uma
espécie pode tanto apresentar desova parcelada quanto total, dependendo das condições
ambientais.
DIVERSIDADE BETA (β) DE CHRYSOMELIDAE (COLEOPTERA) EM
REMANESCENTES FLORESTAIS
Thiago Silva Teles1; Adelita Maria Linzmeier2; Josué Raizer3.1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul;
2 Universidade Federal da Fronteira Sul;3 Universidade Federal da Grande Dourados.
tsteles@gmail.com
INTRODUÇÃO: Diferenças na composição de espécies entre comunidade locais (diversidade
β) dependem de diversos fatores (e.g. ambientais e espaciais, interações biológicas e
composição da paisagem) que refletem diferentes padrões: turnover ou aninhamento.
OBJETIVOS: Saber se a diversidade β de Chrysomelidae é por turnover ou aninhamento e se
está estruturada espacialmente ou dependente de fatores ambientais em escala local e de
habitat.
MÉTODO: Fizemos 60 coletas com armadilhas Malaise em 16 remanescentes de floresta
semidecidual na transição Cerrado - Mata Atlântica (Dourados, MS). Particionamos a
diversidade β em frações explicadas por turnover ou aninhamento utilizando dados de
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presença e ausência. Para sabermos a influência das variáveis espaciais (PCNM das
coordenadas geográficas das armadilhas e do centroide de cada fragmento) e das variáveis
ambientais (heterogeneidade do sub-bosque, altura e cobertura do dossel) sobre a
comunidade de crisomelídeos, utilizamos RDA parcial.
RESULTADOS: Mais de 90% da diversidade β está relacionada ao turnover de espécies em
ambas as escalas. Em escala local apenas 3% da variação da comunidade foi explicada pelas
variáveis ambientais, 8% pelas variáveis espaciais e nenhuma explicada pelo
compartilhamento destas variáveis (~90% de resíduo). Na escala de habitat o padrão foi
semelhante com uma menor fração de resíduo (73%), sendo 19% da variação explicada pelas
variáveis ambientais e 28% pelas variáveis espaciais.
DISCUSSÃO: O padrão de substituição de espécies observado aqui não foi explicado por
nenhuma das variáveis abordadas, porém, há indícios de que as variáveis espaciais sejam
importantes na distribuição de Chrysomelidae. Padrões de turnover de espécies sugerem aexistência de barreiras ou diferenciação seletiva entre as faunas, neste caso, pode estar
relacionado com a matriz circundante dos fragmentos e isolamento das áreas além da
composição vegetal do habitat.
CONCLUSÃO: Em remanescentes florestais, tanto em escala local quanto em escala de
habitat, há uma grande substituição espacial de espécies de Chrysomelidae.
DIVERSIDADE DE ANUROS EM AMBIENTES NATURAIS E ALTERADOS
Vanda Lúcia Ferreira1; Christine Strüssmann1; Ellen Wang2; Jeffrey Himmelstein3; Pedro Henrique de
Jesus1.1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul;
2 Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”; 3 University William Partterson.
vandalferreira@gmail.com
INTRODUÇÃO: O Pantanal caracteristicamente abriga grandes concentrações de populações
de vertebrados com destaque nas Américas. Embora o status local de conservação das
espécies possa ser considerado como “bom”, a fragilidade do ecossistema como um todo e
sua dependência de fatores externos, sejam eles de origem antrópica ou natural, também
são amplamente reconhecidos. Nas últimas décadas, um aumento constante das áreas
permanentemente secas na sub-região da Nhecolândia do Pantanal Sul tem sido registrado,
em detrimento de áreas inundáveis (campos inundáveis, baías, corixos e vazantes). Tais
modificações influenciam os padrões de riqueza e abundância das comunidades locais de
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anfíbios uma vez que esses organismos são positivamente relacionados à heterogeneidade
ambiental, a dispersão massiva e colonização dos corpos d’água dependem
fundamentalmente do sistema sazonal de inundação característico desse ecossistema.
Alterações ambientais frequentes nessa região, pautadas em ações locais, estão relacionadas
principalmente ao manejo do gado extensivo com a supressão da vegetação autóctone e
substituição da pastagem nativa por exótica (Urochloa spp.).
OBJETIVO: descrever a diversidade de anfíbios anuros em distintas fitofisionomias com e
sem o manejo de gado em uma área da sub-região da Nhecolândia, MS.
MÉTODO: Foram realizadas seis amostragens em 2005, envolvendo a estação úmida e seca e
comparados através dos índices de diversidade de Shannon.
RESULTADOS: Diversidades mais elevadas foram observadas em áreas campestre com a
pastagem nativa “Caronal” (Elyonurus muticus ) e ambientes florestados, sem a presença do
gado. Os menores índices de diversidade foram observados em áreas de pastagens e“Caronal” com gado. Entretanto, ao comparar a diversidade somente entre os ambientes
campestres, nativo e exótico (Urochloa humidicola), com e sem o manejo de gado,
evidenciou a mais baixa diversidade nas pastagens com braquiária. Esses organismos, devido
as suas características biológicas, são considerados excelentes bioindicadores sensíveis a
diversos tipos de alterações.
CONCLUSÃO: Tais resultados, ainda que prévios, demonstram uma associação negativa
entre áreas campestres alteradas (substituição de pastagem nativa) com presença de gado e
a diversidade de anfíbios anuros.
DIVERSIDADE DE BORBOLETAS FRUGÍVORAS EM ÁREAS NATIVAS E DE EUCALIPTO EM
UMA ÁREA DO CERRADO SULMATOGROSSENSE
Marciel Elio Rodrigues1,3;; Washington da Silva Souza1; Leandra Inês Maciel Rocha1; Miriam dos Santos1;
Giulia Silvia Canhete Rocha1; Paulo Ricardo Barbosa de Souza2;
¹Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul;2Universidade Federal da Grande Dourados;
3Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
rodrigues.mbio@gmail.com
Considerando o grande crescimento das áreas com florestas plantadas é essencial a
utilização de bioindicadores, como uma promessa de avaliação rápida da integridade dos
hábitats convertidos pela ação humana. Dentre os grupos utilizados as borboletas frugívoras
têm sido amplamente utilizadas, pois muitas espécies estão associadas a condições
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presentes em ambientes mais conservados, enquanto outras estão mais ligadas a áreas
perturbadas. Este trabalho teve como objetivo comparar a diversidade de borboletas
frugívoras em áreas de florestas de eucalipto com áreas naturais. Este estudo foi realizado na
Fazenda Experimental da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Foram realizadas 4
campanhas (junho a setembro), em 2 áreas de mata nativa e 2 áreas de eucalipto. As
armadilhas ficara montadas durante 5 dias, com 3 armadilhas em cada área amostrada,
totalizando 320 horas de amostragem para cada tipo de vegetação avaliada. Para analises
dos dados comparamos a riqueza, abundancia e a composição das espécies registradas nas
duas áreas (Nativa e Eucalipto), utilizando o teste t e um índice de similaridade (Shannon). A
riqueza entre as duas áreas amostradas foi de 28 e 21 espécies e a abundancia foi de 101 e
105 espécimes para as áreas nativas e de eucalipto respectivamente, não apresentando uma
diferença significativa (p>0,05). Embora os valores de riqueza e abundancia foram similares a
composição de espécies entre as áreas foram diferentes, áreas de mata nativa apresentaram15 espécies com ocorrência exclusiva (Shannon= 0,87) e as de eucalipto 8 espécies (Shannon
= 0,72), e compartilharam 13 espécies. Apesar da riqueza e abundância entre as áreas serem
similares as espécies que utilizam essas áreas como habitat são diferentes, enfatizando a
necessidade de mantermos áreas nativas próximas a áreas de florestas plantadas, porque
elas são essenciais para manutenção e preservação da biodiversidade.
DIVERSIDADE DE BORBOLETAS FRUGÍVORAS EM FLORESTAS PLANTADAS COM
DIFERENTES ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO
Leandra Inês Maciel Rocha1; Gabriel Gomes Lopes de Faria1; Leandro Jose de Brito Silvino1; Marina
Ferreira Soares Pinheiro1; Paulo Ricardo Barbosa de Souza2; Marciel Elio Rodrigues1,3.
¹Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul;2Universidade Federal da Grande Dourados;
3Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.le.rocha46@gmail.com
As florestas homogêneas visam minimizar o desmatamento e propiciar fontes energéticas,
sendo as espécies do gênero Eucalyptus , as mais utilizadas no Brasil. Com o grande
crescimento do setor produtivo silvicultural, existe cada vez mais a necessidade do manejo
sustentável destas áreas visando à economia e a preservação da biodiversidade. Esse
trabalho teve como objetivo relacionar as diferentes idades das áreas das florestas plantadas
com a fauna de borboletas frugívoras. Esperamos que áreas de florestas plantadas com mais
idade possa abrigar uma maior diversidade de borboletas frugívoras, devido às condições
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microclimáticas estar mais próximas a do ambiente das matas nativas. Foram realizadas 4
campanhas (junho a setembro), em 3 áreas de eucalipto em diferentes estágios de
desenvolvimento (12, 4 e 2 anos de cultivo) na Fazenda Experimental da Universidade
Estadual de Mato Grosso do Sul. As armadilhas ficara montadas durante 5 dias, com 3
armadilhas em cada área, totalizando 320 horas de amostragem para cada idade dos cultivos
avaliados. Comparamos a riqueza, abundancia e a composição para cada área, no programa
PAST. A riqueza foi de 12, 17 e 14 espécies e a abundancia foi de 37, 68 e 60 espécimes para
as áreas de eucalipto com 12, 4 e 2 anos de cultivo respectivamente. O índice de similaridade
(Shannon) entre as áreas foi de 1,84, 1,96 e 2,04. Ao contrario da nossa predição a área de
cultivo mais antiga (12 anos), teve uma riqueza e abundancia menor quando comparada as
outras duas áreas (4 e 2 anos), mas apresentou uma composição diferenciada com as
espécies Taygetis tripunctata , Taygetis laches, Memphis moruus e Eryphanis reevesii que só
ocorreram na área de cultivo mais antigo. Essas espécies já foram registradas também emáreas nativas próximas enfatizando que áreas de florestas plantadas com mais tempo de
cultivo pode abrigar uma diversidade diferente de cultivos mais recentes.
DNA BARCODE DE LIBÉLULAS (INSECTA: ODONATA) PRESENTES NA REGIÃO DA SERRA
DA BODOQUENA
Ricardo Koroiva1; Marciel Elio Rodrigues1; Mateus Pepinelli2; Aline Pedroso Lorenz-Lemke3; Fabio de
Oliveira Roque4.¹Programa de Pós-Graduação de Ecologia e Conservação (UFMS);
² Department of Ecology and Evolutionary (University of Toronto, Canadá);
³ Laboratório de Evolução e Biodiversidade (UFMS);4 Laboratório de Ecologia (UFMS).
ricardo.koroiva@gmail.com
INTRODUÇÃO: DNA barcoding tem sido sugerido com uma ferramenta importante em
biomonitoramento, pois pode transformar o conhecimento taxonômico de especialistas em
informação amplamente acessível, apontando-o como um possível instrumento para
identificações mais rápidas e precisas.
OBJETIVO: Construir um banco de dados com sequências do gene COI de espécies de
libélulas presentes na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, para usá-lo como material
de referência na identificação de espécies.
MÉTODO: Coletamos material genético de 273 indivíduos pertencentes a 71 espécies de
libélulas para a elaboração do banco de dados. Este material estava depositado na Coleção
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Zoológica de Referência (ZUFMS) da UFMS e representa todas as espécies coletadas entre
2010 a 2014 pelo Grupo de Pesquisa em Coexistência (UFMS) na região de estudo. A
extração, amplificação e o sequenciamento seguiram as normas determinadas pelo projeto
“Brazilian DNA Barcoding Initiative for Aquatic Arthropod” do BrBOL.
RESULTADOS: 158 espécimes de 58 espécies de libélulas foram sequenciados com sucesso
(81,69% do material extraído). A delimitação de espécies realizada a partir DNA Barcoding
apresentou-se bastante similar (
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do Maranhão, remanescente com maior porcentagem de floresta primária (94%), assim mais
preservado não apresentou colonização por espécies exóticas. Tailândia, remanescente
pouco degradado (cerca de 84% de floresta primária) apresentou uma abundância de
exóticas de 5,7 %. Já Paragominas área mais degradada (apenas 3,4 % de floresta primária)
apresentou abundância de espécies exóticas em quase 95%.
CONCLUSÕES: Florestas mais degradadas apresentaram maior abundância de espécies
exóticas. Este estudo demonstra que a porcentagem de espécies exóticas na composição dos
drosofilídeos é um índice adequado para mensurar degradação dentro de remanescentes
florestais.
ECOTOXICOLOGIA E MONITORAMENTO DE AMBIENTES AQUÁTICOS: TESTES DETOXICIDADE COM DAPHNIA MAGNA.
Juliane Alessandra Cavalieri Soares1; Gildete de Souza Bezerra1; Vanilva Pereira de Oliveira1; Nyamien
Yahault Sebastien1; Gilmar Baumgartner1.1 Programa de Pós-graduação em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca (UNIOESTE - Toledo),
Grupo de Pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia.
juliany-44@hotmail.com
INTRODUÇÃO: O crescimento urbano e a falta de planejamento sobre a utilização dos
recursos hídricos tornam os ambientes aquáticos vulneráveis à ação antrópica. O sedimento
funciona como depósito de descartes de grande variedade de contaminantes, incluindo
metais pesados e pesticidas. Os testes toxicológicos tornam possível a verificação da
influência de contaminantes nos organismos. E sendo assim, são fundamentais para o
monitoramento desses ambientes.
OBJETIVO: Avaliar espacialmente a qualidade do sedimento do Rio Toledo/PR através de
testes de toxicidade aguda com Daphnia magna .MÉTODO: As amostras de sedimento foram coletadas em cinco pontos do rio da nascente à
Foz no mês 06/2015. Os sedimentos foram centrífugados para obtenção do líquido
intersticial. Para o teste de sensibilidade foi utilizado o Dicromato de Potássio e calculada a
CE50. Para os testes de toxicidade com o líquido foram utilizadas neonatas de D. magna . Ao
final da exposição as amostras foram classificadas como tóxicas, não-tóxicas ou com indício
de toxicidade.
RESULTADOS: Os resultados de sensibilidade apontaram um valor de CE 50 = 1,09mg/L,
dentro da faixa admissível, o que valida os testes. Para os ponto 1 (nascente), 2, 4 e 5 (foz) as
amostras foram classificadas como não-tóxicas (imobilidade de 10% ao final do teste). Para o
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ponto 3 a amostra foi classificada como tendo “indício de toxicidade” (imobilidade de 30%
dos organismos).
CONCLUSÕES: Para o ponto 3, os resultados sugerem uma maior atenção e estudos, a fim
de identificar os possíveis determinantes dos indícios de toxicidade. As atividades
desenvolvidas no entorno do rio podem ter influenciado na qualidade do sedimento nos
pontos amostrados. O monitoramento desses ambientes é extremamente necessário para
assegurar sua qualidade e os testes de toxicidade se mostram ferramentas eficientes. Os
resultados deste trabalho podem oferecer subsídios para trabalhos futuros.
EFEITO TOXICOLÓGICO DO FÁRMACO IBUPROFENO, PARA A FASE LARVAL DE
Rhamdia quelen : TESTE AGUDO PRELIMINAR
Vanilva Pereira de Oliveira1; Gilmar Baumgartner1; Poliana Gonçalves Costa1; Juliane Alessandra
Cavallieri1; Gildete de Souza Bezerra1.1 UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Programa de Pós-Graduação em Recursos
Pesqueiros e Engenharia de Pesca.
nenaoliver@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO: Com o constante aumento na produção e consumo de substâncias orgânicassintéticas, a contaminação do meio aquático por compostos orgânicos é um fenômeno que
se torna cada vez mais preocupante. Dentre estas substâncias, uma comumente usada é o
Ibuprofeno, um medicamento da classe dos AINEs (Antiinflamatórios não-esteróides),
indicado para Febre, dores leves e moderadas. Neste contexto, os testes de toxicidade vêm
sendo comumente aplicados para avaliar os efeitos adversos de compostos químico em um
organismo e os impactos deste sobre a biota aquática.
OBJETIVO: O presente trabalho visa avaliar os efeitos toxicológicos da exposição aguda do
jundiá cinza (Rhamdia quelen ) à diferentes concentrações do fármaco Ibuprofeno, através da
determinação da concentração letal média (CL50).
METODOLOGIA: A determinação da concentração letal média (CL50) foi realizada
utilizando-se larvas de Jundiá em um delineamento experimental com seis tratamentos (0,00;
0,10; 1,0; 2,0; 3,0 e 4,0mg/L de Ibuprofeno), e 4 repetições, onde cada aquário continha 6
exemplares e capacidade de 1 litro, com duração de 48h, sendo que a mortalidade foi
observada a cada 12h.
RESULTADOS: Após 48 horas foram observadas 00, 02,