Volume 26 No 3

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vol. 26 n o 3 Novembro 2002 ISSN 1676-014X Foto: Montagem feita por Tércio Ambrizzi

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Diretoria Executiva • Biênio 2000-2002

Prakki Satyamurti – Diretor Presidente

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publicação quadrimestral daSBMET (www.sbmet.org.br),

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Instruções aos Autores:

Serão aceitos para publicação no Boletim da SociedadeBrasileira de Meteorologia (BSBMET), artigos originaisna área de meteorologia e áreas correlatas, não publicadosanteriormente, versando sobre conclusões e andamentode Projetos, opiniões sobre pontos de relevância nameteo-rologia e problemas atuais da meteorologia e doclima e outros materiais técnicos para divulgação.

Os artigos deverão ser submetidos preferencialmente emportuguês, aceitando-se também artigos em inglês e emespanhol. Em qualquer caso deverá ser anexado umresumo em português e em inglês.

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Os artigos deverão ser preparados de modo a conter naprimeira folha, o nome do artigo, o nome completo dosautores, as Instituições a que pertencem e o endereçopostal e os resumos em inglês e em português.

As figuras e tabelas deverão estar posicionadas dentro dotexto conforme estipulados pelos autores.

As referências bibliográficas, as equações e as unidadesdevem seguir as normas adotadas pela Revista Brasileirade Meteorologia.

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Política Editorial do Boletim da SociedadeBrasileira de Meteorologia

Padrões para confecção e envio de arquivos eletrônicos dos anúncios

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Este número do Boletim contém artigos descrevendo projetos de cooperação internacional,destacando-se um sobre experimento meteorológico na costa do México, outro sobre modelode agitação marítima com o Peru e, por último, um trabalho conjunto da FUNCEME e do IRI(EUA), visando uma previsão climática regionalizada no Nordeste brasileiro.

O primeiro artigo examina os processos de interação ar-mar sobre a região de águas quentesno México, a qual modula a estação chuvosa da América Central, documentando os processosatmosféricos e oceânicos sobre o Pacífico mexicano e o mar caribenho. O segundo artigo ressaltaum projeto para um melhor aproveitamento da capacidade de prognóstico do fenômeno ElNiño, visando a mitigação de desastres ambientais no Peru, através do desenvolvimento e doaperfeiçoamento de um modelo oceânico das regiões costeiras. O último artigo apresenta osresultados de análise do modelo climático regionalizado para previsão do clima no Nordeste,através da parceria acima mencionada, os quais mostram o bom desempenho por este alcançadona previsão da chuva sazonal.

Ainda neste número estão publicadas duas cartas, uma do Presidente da SBMET no Biênio2000-2002 e outra do Presidente para o Biênio 2002-2004 e uma entrevista realizada duranteo XII CBMET com membros da Diretoria que se despede, da Diretoria que se inicia e com onovo Editor da RBMET. Também apresentamos a listagem dos trabalhos premiados no XIICBMET, entre outras matérias.

Aproveitando o ensejo apresentamos aqui os nossos agradecimentos pela preciosacolaboração de todos na reformulação que o Boletim passou e nas edições publicadas nestesúltimos dois anos. Outrossim, expressamos nossos votos de sucesso à nova Diretoria e, emparticular, aos futuros Editores.

Luiz Augusto Toledo Machado

Editor Responsável

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Trabalhar na editoração do boletim da SBMET nestes 2 anos de mandato (Biênio 2000-2002)foi uma tarefa muito estimulante. Correr atrás de notícias; contatar profissionais da área para mantero boletim atualizado; vender anúncios para viabilizar seu custo de produção, uma tarefa complexaque implica em "vender bem o peixe", como se diz no cotidiano; participar do processo de revisãoe produção gráfica, colocou-me em um mundo totalmente novo, igualmente importante dentro daMeteorologia.

O processo de "criação" de cada boletim nos ensinou muito. A nossa preocupação, semprepresente, de manter um padrão de qualidade tanto da notícia quanto da estética do Boletim, deixouclaro que ambas são fundamentais. Notícias atualizadas, interessantes, em uma "embalagem"agradável, cria vontade de ler, de se atualizar. Isto ficou claro com a quantidade de pessoas que seinteressaram pelo boletim, tanto para divulgação de produtos, serviços e notícias, no Brasil e noexterior, como para consulta. Com o número de ISSN adquirido, o Boletim tem sido solicitado porvárias bibliotecas, no Brasil e no exterior. Com isto, o Boletim virou mais um produto de qualidadeda SBMET, além da RBMET, que tem como finalidade primeira atender aos anseios de seus sóciose da comunidade. Isto só foi possível com a participação de todos os nossos colaboradores, queenviaram matérias, artigos e notícias. Nosso agradecimento à todos.

Também agradecemos aos nossos anunciantes, que acreditaram neste veículo de divulgação e cujacontribuição foi fundamental para mantermos sua nova formatação (muito onerosa devido àintrodução de páginas coloridas). No início não foi fácil, era uma publicação nova, sem identidade.Mas, com determinação e muito trabalho de conscientização, conseguimos mostrar o quão viável erae é o Boletim.

A distribuição dos Boletins também foi uma tarefa que merece destaque. Tivemos que criar umainfra-estrutura, improvisada a cada número do Boletim, para embalar, etiquetar e distribuir osBoletins. Parece simples, mas foi uma tarefa exaustiva (distribuição em torno de 1.000 exemplares)e que demandou a ajuda de muitos. Assim, não poderíamos deixar de agradecer aos alunos do cursode pós-graduação em Meteorologia do INPE, além de funcionários e terceirizados doLMO/CPTEC, pela preciosa ajuda nesta etapa.

Neste final de mandato da Diretoria da SBMET, Biênio 200-2002, eu e toda a equipe quetrabalhou no Boletim da SBMET, gostaríamos de agradecer à todos os colaboradores, citados eanônimos, que nos ajudaram a construir mais este meio de comunicação, eficiente e de qualidade,para a nossa comunidade.

Marley Cavalcante de Lima Moscati

Editora Assistente

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Sum

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oEditorial ..............................................................................................................................................03

Agradecimentos ..................................................................................................................................04Marley Cavalcante de Lima Moscati

Experimento climático nas águas quentes da América Central.............................................................06Tércio Ambrizzi, Victor O. Magaña

Cooperação entre Peru e Brasil no sistema de previsão da agitação marítima para o Pacífico no Projeto NAYLAMP..................................................................................................13Valdir Innocentini, Fernando Vegas Castañeda, Myriam Renee Tamayo Infantes, Simone S. C. Cunha Prado, Fernando Oliveira Arantes, Ingrid Neves Brandão

Considerações sobre o projeto de previsão climática regionalizada na FUNCEME: resultados preliminares ................................................................................................21José M. Brabo Alves, Emerson M. da Silva, David F. Moncunill, Vicente de P. S. Filho, Wagner L. B. Melciades

Minha experiência como Presidente da SBMET e a visão sobre o futuro desta Sociedade ...................33Prakki Satyamurti

Diretoria Executiva da SBMET eleita para o Biênio 2002-2004 .........................................................38

Discurso do Presidente da SBMET eleito para o Biênio 2002-2004....................................................39Francisco de Assis Diniz

Entrevistas com a antiga e a atual gestão da SBMET...........................................................................42Luiz Augusto Toledo Machado

A climatologia no contexto da Sociedade Brasileira de Meteorologia .................................................46Terezinha de Ma. Bezerra Sampaio Xavier

Administração da Meteorologia Brasileira ...........................................................................................48Clodomir Padilha Alves da Silva

Sites Diversos ......................................................................................................................................50

Eventos ................................................................................................................................................53

Premiação ............................................................................................................................................54

Lançamento de Livros .........................................................................................................................57

Índices de Anunciantes .......................................................................................................................58

Política Editorial do Boletim da Sociedade Brasileiro de Meteorologia ...............................................59

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EXPERIMENTO CLIMÁTICO NAS ÁGUAS QUENTES DA AMÉRICA CENTRAL

Tércio Ambrizzi e Victor O. Magaña(*)

Depto de Ciências Atmosféricas – IAG/USP, Brasil(*)Centro de Ciências de la Atmosfera – UNAM, México

E-mail: [email protected]

ABSTRACT

The Mid Summer Drought (MSD), a relative minimum in convective activity in the middle of Summerover the tropical northeastern Pacific has been described in the literature. Such characteristic in the summerseason is related to the seasonal evolution of the Sea Surface Temperature over eastern Pacific warm pool.While the MSD occurs over the eastern Pacific, a maximum in precipitation is observed over the Caribbean coast of Central America. The eastern Pacific warm is active in terms of tropical convection over theIntertropical Convergence Zone (ITCZ), while the Caribbean warm pool is free of convection, except offthe coast of Nicaragua and Costa Rica. These warm pools appear to be connected through dynamicalmechanisms, including a low level jet. During the summer of the 2001, the Climate Experiment over theAmericas Warm Pools, known as ECAC, was conducted to test hypothesis related to the onset of the rainyseason, the dynamics of the MSD, and the characteristics of the low level jet over the Caribbean. A generaldescription of the experiment and some preliminary results will be described here.

RESUMO

A existência de um mínimo relativo na atividade convectiva no meio do verão sobre o Pacífico nordestetropical, conhecido como “Mid Summer Drought – MSD” foi identificado na literatura. Esta característicaobservada na estação de verão pode estar relacionada com a evolução sazonal da Temperatura da Superfíciedo Mar (TSM) sobre a piscina quente do Pacífico leste. Enquanto o MSD ocorre sobre o Pacífico leste, ummáximo de precipitação é observado sobre a costa caribenha da América Central. As águas quentes do ladoleste do Pacífico é ativa em termos de convecção tropical sobre a Zona de Convergência Intertropical(ZCIT), enquanto que a piscina quente caribenha fica livre de convecção, exceto próximo à costa daNicarágua e Costa Rica. Estas piscinas quentes parecem estar relacionadas através de mecanismos dinâmicos,inclusive com a presença de um jato de baixos níveis. Durante o verão de 2001, o Experimento Climáticonas águas quentes da América Central, conhecido como ECAC, foi realizado para testar a hipótese relativaao início da estação chuvosa, a dinâmica da MSD e as características do jato de baixos níveis sobre o Caribe.Uma descrição geral do experimento e alguns resultados preliminares serão apresentados neste artigo.

1 - INTRODUÇÃO

Mudanças climáticas na região tropical e subtropical do continente americano é sem dúvida um problema

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de grande importância. As graves secas ou inundações que os países da América Central e do Caribeenfrentaram na última década tem despertado o interesse de várias agências oficiais para o problema davariabilidade climática. Atualmente, vários instituições de proteção civil têm prestado mais atenção nasprevisões de El Niño, La Nina e do clima que são realizadas nos grandes centros prognósticos mundiais.Pouco a pouco uma estratégia de adaptação às mudanças do clima vão se estabelecendo em todos os países.

A variabilidade climática sobre o México, América Central e Caribe são fortemente moduladas pelaspiscinas de água quente existentes próximo à costa mexicana no oceano Pacífico e sobre o mar do Caribe.A precipitação de verão sobre grande parte destas regiões exibe um mínimo relativo durante o meio daestação (Fig.1). Esta seca no meio do verão (conhecida como “Mid Summer Drought” – MSD), querepresenta a ocorrência de um mínimo relativo na atividade convectiva observada sobre o nordeste doPacífico tropical, foi descrita em detalhes por Magaña et al. (1999). Eles sugeriram que esta característica naestação de verão está relacionada com a evolução sazonal da TSM sobre a parte leste do Pacífico na piscinaquente. Enquanto que o MSD ocorre sobre o Pacífico leste, um máximo de precipitação é observado sobrea costa caribenha da América Central.

Figura 1: Histograma da distribuição de chuvas mensais em várias estações localizadas ao longo da AméricaCentral.

As águas quentes no Pacífico leste são ativas em termos de geração de convecção tropical relacionada com aZona Convergência Intertropical (ZCIT); por outro lado, a piscina quente no Caribe praticamente nãoapresenta convecção, exceto próximo à costa da Nicarágua e Costa Rica. No entanto, estudos observacionaissugerem a existência de uma ligação entre estas duas piscinas de água quente através da presença de um Jatode Baixos Níveis (JBN) existente no Mar do Caribe. A variabilidade espacial ou em escalas de tempointeranual ou mais curtas deste JBN, pode ter um impacto significativo na precipitação de verão. Éinteressante notar que a existência de uma barreira continental, da ITCZ e ventos fracos de baixos níveis no

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Pacífico leste; e baixa atividade convectiva, além de um intenso JBN no Caribe, resultam em dois diferentesregimes climáticos para estas regiões.

Até recentemente, somente alguns experimentos de campo haviam ocorrido durante o verão, sendo quedestes, o estudo das piscinas quentes na América Central tinham como enfoque a gênese de furacões ou aestrutura térmica do Mar do Caribe. Nenhum dos experimentos realizados anteriormente se preocupou emanalisar a dinâmica do JBN em conectar ambas as piscinas quentes. Uma outra hipótese que precisa serverificada refere-se ao ciclo anual das chuvas no México e América Central, especificamente o mínimorelativo que ocorre em julho e agosto (também denominado de veranico) conforme vemos na Fig.1. Estemínimo pode estar associado com as mudanças nas condições oceânicas na bacia mexicana de águas quentes,particularmente flutuações na TSM ao redor de 280C ou acima, valor este que representa o limite para odesenvolvimento de processos convectivos profundos. Em particular, Magaña et al. (1999) propuseram umaexplicação física para este fenômeno meteorológico, conforme o esquema representado pela Fig.2.

Figura 2: Esquema de uma possível explicação para a existência da seca de meio de verão (MSD) observadano lado oeste da América Central. Adaptado de Magaña et al. (1999).

A sugestão de Magaña et al. é a seguinte: durante abril e maio, a TSM das bacias de água quente (mexicanae caribenha) alcançam valores acima de 290C e, portanto, geram convecção profunda e tem início a estaçãode chuvas na região centro-americana. A ocorrência da ZCIT, com nuvens mais profundas resulta em umadiminuição da radiação de onda curta incidente. Desta forma, a chuva, os ventos alísios mais intensos e aevaporação superficial induzem uma diminuição da TSM que cai abaixo de 290C e, portanto, diminuindoa convecção em julho e agosto. Por outro lado, uma ZCIT debilitada produz localmente uma menorcobertura de nuvens na metade do verão, o que permite uma maior incidência de radiação econseqüentemente, um aumento da TSM acima de 290C, fazendo com que haja a recuperação da atividadeconvectiva profunda e um segundo máximo de precipitação na região em setembro.

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Igualmente importante é entender melhor a corrente de JBN atmosféricos existente no Mar do Caribedurante o verão. Este JBN, barotropicamente instável, tem um papel fundamental no clima da região doCaribe, desde Yucatán (sul do México) até o Panamá. Este jato, que é divergente a leste do mar do Caribee convergente próximo a Nicarágua e Honduras, produz um máximo de chuva climatológica nesta parte dacosta centro-americana (Fig. 3). Por sua natureza instável, alguns estudos têm sugerido que quando este jatointenso atravessa o istmo do continente centro-americano, gera perturbações no lado do Pacífico que podemdar origem a ciclones tropicais (Molinari et al., 1997).

Durante o verão de 2001, o Experimento Climático sobre as piscinas de água quente das Américas(conhecido como ECAC – Experimento Climático en las Albercas de águas Calientes de las Américas) foirealizado para testar as hipóteses relativas ao início da estação chuvosa, a dinâmica da MSD e ascaracterísticas do JBN sobre o Caribe.

(a)

(b)

Figura 3: (a) Média climatológica do vetor vento em 850 hPa e sua magnitude para o mês de julho. (b) Seçãovertical em 150N de (a) mostrando omega (Pa/s).

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1.1 - OBJETIVOS

O principal objetivo da realização do ECAC foi aumentar nosso conhecimento sobre os elementos quecontrolam o clima regional no México, América Central e Caribe, de forma a melhorar as previsõesclimáticas, adequando-as às necessidades de alguns setores sócio-econômicos.

O experimento de campo teve os seguintes objetivos:

a) Documentar os processos atmosféricos e oceânicos relacionados ao MSD, sobre o Pacífico mexicano e o mar caribenho.

b) Examinar os processos de interação ar-mar sobre a piscina de água quente do México que modula a estação chuvosa da América Central e do próprio México.

De forma específica, as campanhas foram designadas para:

i) Determinar as condições atmosféricas e oceânicas anteriores ao início da estação chuvosa no sul do México;

ii) Examinar as características da circulação oceânica em torno da piscina quente mexicana;iii) Documentar as conexões entre o Mar do Caribe e o nordeste do Pacífico.

2 - EXPERIMENTO DE CAMPO

Foram feitas observações das condições atmosféricas e oceânicas sobre a piscina quente mexicana durante osmeses de maio-junho, julho e agosto-setembro de 2001, e no lado oeste do mar caribenho, durante o mêsde julho. Os principais equipamentos de medidas utilizados foram: radiossondagem atmosférica,perfiladores do estado oceânico (CTD), estações meteorológicas básicas a bordo do navio e em terra, emedidas de radiação (Fig.4), sendo que todos estes dados eram transmitidos para uma central de controledo experimento sediada no Centro de Ciências de la Atmosfera da UNAM, Cidade do México.

Figura 4: Mosaico mostrando os vários equipamentos meteorológicos utilizados durante a campanhaenviando dados para o centro de operações dentro da UNAM na Cidade do México, México.

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As trajetórias seguidas pelos navios El Puma no Pacífico, e Justo Sierra no mar do Caribe, estão representadasna Fig.5 por diferentes cores, indicando o período de cada expedição. As trajetórias em azul, são para operíodo de 18 a 28 de maio de 2001 (início da estação chuvosa), em vermelho para o período de 7 a 27 dejulho (fase do veranico) e em violeta, onde ocorre o segundo pico de máximo da precipitação, para o períodode 31 de agosto a 9 de setembro. Ressalta-se que os caminhos seguidos por ambos os navios foram definidosbaseados nas hipóteses científicas citadas anteriormente. Nesta figura, podemos ver também as localizaçõesdas estações de medição em terra, que contribuíram para completar os dados durante as campanhas.

Figura 5: Esquema das trajetórias seguidas pelos navios El Puma no Pacífico, e Justo Sierra no Caribe,durante as campanhas de maio, julho e agosto-setembro. Os triângulos vermelhos e estrelas verdes destacamas localizações das estações de medição em terra de dados convencionais e radiossondagens, respectivamente.

3 - RESULTADOS PRELIMINARES

Durante os experimentos, as estimativas de satélite da atividade convectiva mostraram que a precipitaçãosobre a piscina de água quente mexicana exibia uma estrutura bimodal, o que corresponde ao MSD.Conforme vimos anteriormente, um dos objetivos mais importantes do experimento foi determinar asflutuações mês a mês da TSM em relação ao MSD. Foi encontrado que a piscina quente sobre o Pacíficoleste possui temperaturas bem acima de 300C durante quase todo o verão.

Como determinado por Magaña et al. (1999), o JBN sobre a região Caribenha alcançou uma intensidademáxima durante o mês de julho. Os valores observados foram acima de 15m/s, freqüentemente resultandoem perturbações no Pacífico leste. De fato, dois ciclones tropicais foram formados como o resultado de umintenso escoamento que cruzou uma falha no istmo da América Central. Um estudo mais completo desteseventos encontra-se em andamento.

Análises adicionais do balanço de radiação, fluxos de superfície, estrutura térmica das piscinas quentes, etc;estão correntemente sendo preparadas pelos membros do “Collaborative Research Network 73” que possuio suporte financeiro do Inter-American Institute (IAI) for Global Change Research.

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Estudos recentes relacionando temperatura e precipitação durante o período de inverno austral para a cidadede São Paulo, com anomalias de TSM dos Oceanos Pacífico e Atlântico, tem sugerido a existência de umsinal entre a região da piscina quente mexicana e estas variáveis meteorológicas (Pezza e Ambrizzi, 2002).Através de estudos de teleconexão atmosférica (por exemplo, Ambrizzi et al., 1995), sabemos queperturbações remotas, geralmente associadas a atividades convectivas intensas, podem alterar circulaçõesatmosféricas regionais, e desta forma modificar regimes de precipitação e mesmo de temperatura. Umaanálise mais completa das teleconexões existentes entre a região da piscina quente mexicana e os padrõesmeteorológicos sobre o sudeste do Brasil, e especialmente sobre o Estado de São Paulo estão correntementesendo feitas. Este estudo foi uma das motivações que levaram a equipe brasileira a participar do projetoIAI/CRN-073.

AGRADECIMENTOS

Os membros do CRN–073 estão imensamente agradecidos ao IAI pelo suporte financeiro fornecido para arealização do experimento de campo. Ajudas adicionais do CONACYT (México) e da UniversidadeNacional Autônoma do México (UNAM), também foram fundamentais para a realização do projeto.Agradecemos também ao Sr. Samuel Reis e Silva por sua ajuda na preparação das figuras.

REFERÊNCIAS

Magaña, V.; Amador, J. A.; Medina, S. 1999: The Midsummer Drought over Mexico and CentralAmerica, J. Climate, 12, 1577 – 1588.

Molinari, J.; Knight, D.; Dickinson, M.; Vollero, D,; Skubis, S. 1997: Potential vorticity, easterly wavesand eastern tropical cyclogenesis, Mon. Wea. Rev., 125, 2699 – 2708.

Pezza, A. B.; Ambrizzi, T. 2002: Uma associação entre as anomalias da temperatura da Superfície do Mardos oceanos Pacífico e Atlântico e a Temperatura, Geadas e Precipitação na Estação Meteorológica doIAG/USP em São Paulo durante o período de inverno. Revista Brasileira de Meteorologia (in press).

Ambrizzi, T.; Hoskins; B.J.; Hsu, H.-H. 1995: Rossby wave propagation and teleconnection patterns inthe Austral winter. J.Atmos.Sci., 52, 3661-3672

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Cooperação entre Peru e Brasil no Sistema de Previsão daAgitação Marítima para o Pacífico no Projeto NAYLAMP

Valdir Innocentini *, Fernando Vegas Castañeda **, Myrian Renee Tamayo Infantes ** , Simone C. S. Cunha Prado*, Fernando Oliveira Arantes*, Ingrid Neves Brandão*

*Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – São José dos Campos, SP **Dirección de Hidrografía Y Navegación – Marina de Guerra del Perú

E-mail: [email protected]

RESUMO

NAYLAMP (El Niño Anual Y Las Anomalias Medidas en el Pacífico) é um projeto implementado pelaMarina de Guerra del Peru, através da Direccion de Hidrografia y Navegacion (DHN), e se constitui emuma etapa dentro do programa "Mejoramiento de la Capacidad de Pronóstico y Evaluación del Fenómeno"El Niño" para la Prevención y Mitigación de Desastres en el Peru". Tem como finalidade monitorar ofenômeno El Niño, contribuir para seu prognóstico e amenizar seus efeitos devastadores. Foram adquiridos,com o financiamento do Banco Mundial, 6 bóias oceanográficas (com a finalidade de recolher informaçõesde temperatura, correntes e agitação marítima) e equipamentos de informática para processar as informaçõesrecolhidas nas bóias, capturar previsões de vento do NCEP, e realizar simulações numéricas utilizandomodelos de ondas e oceanográficos. A DHN mantém em operação modelos para previsão de ondas paratodo Pacífico e modelos aninhados com alta resolução em algumas regiões na costa peruana, e é responsávelpelo funcionamento e instalação de 4 bóias oceanográficas e 11 estações automáticas disseminadas ao longoda costa do Peru. A implementação destes modelos em regime operacional teve a colaboração e aparticipação efetiva de uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A transferência deconhecimentos foi efetuada em 3 fases: i) implementação na DHN de um modelo numérico de previsãooperacional para todo Pacífico; ii) treinamento, durante 6 meses no Brasil, de 2 funcionários da DHN emutilização e interpretação dos resultados de modelos de ondas, e iii) implementação de um modelo de ondasde águas rasas com alta resolução e aninhado no modelo anterior.

ABSTRACT

NAYLAMP is a project conducted by Marina de Guerra del Peru through Direccion de Hidrografia yNavegacion (DHN). It is a topic in the research program "Mejoramiento de la Capacidad de Pronostico yEvaluacion del Fenomeno El Nino para la Prevencion y Mitigacion de Desastres en el Peru". Its mainobjective is to monitor the event El Niño and to decrease its damaging effects on Peru. Six oceanographicbuoys were acquired (to get temperature, currents, and wave data), and work stations to process the dataprovided by the buoys, to capture NCEP surface wind forecasting, and to carry on numerical simulationsusing wave and oceanographic models. The DHN supports numerical models running operationally in adomain covering all the Pacific, and high resolution nested models for some coastal regions. DHN also isresponsible by the 4 deployed buoys and 11 meteorological stations along the Peruvian coast. Theoperational implementation of these models had the effective collaboration and participation of a teamfrom Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). The know-how was transferred in 3 phases: i)implementation of a coarse numerical model for all Pacific; ii) training, during a 6 month period in Brazil,of 2 staff members from DHN in using and interpreting waves m; and iii) to implement a shallow waterwave model with high resolution nested in the coarse resolution model.

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1 - INTRODUÇÃO

No Peru, o causa do fenômeno El-Niño é narrada em uma lenda. Conta-se que Naylamp foi um guerreirosábio e muito querido que chegou ao Norte do Peru vindo do mar com uma grande frota de embarcações,muitas esposas, e seguido por muitas pessoas. Desembarcou no vale de Lambayeque e construiu palácios etemplos fundando assim a cultura Moche. Nos palácios reproduziam uma figura conhecida por Lampalloc,que simplesmente significava figura e estátua de Naylamp. Teve muitos filhos, e seu povo viveupacificamente por muitos anos. Quando morreu, foi sepultado no próprio aposento em que havia vivido, epara evitar que seu povo se entristecesse ao saber de sua condição de mortal, seus parentes mais próximosdisseram que ele havia criado asas e desaparecido. Seus filhos, netos e súditos procuraram-no por toda parte,e apenas os nascidos no vale de Lambayeque permaneceram por lá. Seguiram-se vários governantes, todosdescendentes de Naylamp. Durante o governo de Fempellec, o último da dinastia de Naylamp, choveutorrencialmente durante 30 dias, ao que seguiu-se um ano de esterilidade e fome. Os sacerdotes atribuíramtamanha desgraça à profanação do túmulo de Naylamp realizada durante o governo de Fempellec, eresolveram, para livrar o povo do sofrimento, amarrar seus pés e mãos, e lançá-lo às profundezas do mar. Eassim acabou a descendência de Naylamp no vale de Lambayeque. Outras culturas dominaram esta região,por último os Incas, pouco antes da chegada dos espanhóis.

Embora a história de Naylamp, resumidamente apresentada acima, seja uma lenda, o evento El Niño –Southern Oscilation é responsável por chuvas torrenciais em algumas regiões do norte do Peru, e causagrande impacto na agricultura e na pesca. Reunir facilidades e conhecimentos para estudar o fenômeno,amenizar seus efeitos nocivos e saber distinguir e apreciar seus efeitos benéficos, tem sido uma preocupaçãodo Peru, Equador, Colômbia e Chile, países que sofrem diretamente o efeito do El Niño. Maisrecentemente, depois que a comunidade científica descobriu a conexão do fenômeno El Niño commudanças do clima em várias regiões do planeta, instituições internacionais tem dado grande apoio aoestudo deste fenômeno.

O projeto NAYLAMP, é apenas uma pequena componente de um esforço internacional em monitorar eestudar essa anomalia climática. Sua finalidade é implementar modelos numéricos e observar variações deparâmetros meteorológicos e oceanográficos. Nos últimos 10 anos vários projetos FAPESP tem beneficiadoum grupo de pesquisadores do INPE voltado ao desenvolvimento e implementação de um sistema deprevisão de ondas, e por esta razão este grupo estava apto a colaborar efetivamente no projeto NAYLAMP.Este artigo descreve a colaboração entre o INPE e a DHN para a realização deste projeto. A próxima seçãodeste artigo descreve a origem e a finalidade do projeto NAYLAMP. Na seção 3, as características da agitaçãomarítima nas costas peruanas são apresentadas. A seção 4 descreve o sistema de previsão instalado na DHN,e finalmente, na seção 5 estão as principais conclusões e sugestões para dar continuidade ao trabalho deprevisão e monitoramento de ondas no Pacífico.

2 - A ORIGEM DO PROJETO NAYLAMP

A Comissão Permanente do Pacífico Sul (CPPS), composta por Peru, Colômbia, Equador e Chile, elaborouem 1974 o Programa de Estudo Regional do Fenômeno El Niño (ERFEN) com o apoio de organizaçõesinternacionais. Naquela época a preocupação era apenas com os efeitos locais que este fenômeno provocava,não tendo ainda sido reconhecidas as conexões com outras regiões distantes. O forte impacto na indústriapesqueira devido ao aumento da temperatura do mar, e na agricultura e saúde no continente devido a chuvastorrenciais demandavam providências.

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No Peru foi criado uma comissão nacional, encarregada pelo Estudo Nacional do Fenômeno El Niño(ENFEN) para coordenar, conduzir e otimizar o programa ERFEN. Este comitê é formado pelas seguintesinstituições: IMARPE, SENAMHI, IGP, DHN, INRENA, e INDECI.

Resumidamente, cada uma destes instituições tem o seguinte objetivo:

• IMARPE, Instituto de MAR del PEru, realiza estudos sobre condições físicas, químicas e biológicas domar relacionados com recursos hidrobiológicos, e que de alguma forma possam afetá-los, tal com o ElNiño, processos geológicos, ou contaminação;

• SENAMHI, SErviço NAcional de Meteolorogia e HIdrologia, é encarregado pelas atividades meteo-rológicas, hidrologia, e agrometeorológicas, no que se refere a reunir e realizar observações, emitirprevisões, ou realizar investigação científica;

• IGP, Instituto Geofisico del Peru, é uma instituição dedicada à investigação científica nas áreas de geofísica, tanto no interior do planeta, como no oceano e na atmosfera;

• DHN, Dirección de Hidrografía y Navegación da Marina de Guerra del Peru, tem por objetivo apoiara utilização de embarcações da Marinha peruana em pesquisas nacionais ou internacionais em águas desua jurisprudência, ou além delas em compromissos internacionais;

• INRENA, Instituto Nacional de REcursos NAturales, cujo objetivo é disciplinar e fiscalizar o uso dos recursos naturais;

• INDECI, Instituto Nacional de DEfesa CIvil, responsável por ajudar a população em caso de desastresnaturais, tais como os causados pelo fenômeno El Niño.

Em 1999, o Banco Mundial concedeu ao Peru financiamento para instalar e manter em operação 4 bóiasoceanográficas, e 10 estações mete/oceanográficas para serem distribuídas ao longo da costa peruana. Estatarefa ficou a cargo da DHN. A localização das bóias proposta inicialmente é apresentada na Tabela 1.Também iniciou-se um trabalho de colaboração com o INPE para instalação de vários códigos numéricoscompondo um sistema de previsão de onda para diagnosticar e prognosticar a agitação marítima sobre oPacífico. Na próxima seção será descrito sucintamente o fenômeno El Niño, e alguns de seus impactos naeconomia peruana.

Tabela 1. Localização inicialmente proposta para as bóias.

localização da bóias oceanográficas

Latitude longitude profundidade

05º 00’ 085º 00’ 4.500

09º 00’ 085º 00’ 4.500

05º 00’ 082º 00’ 4.000

09º 00’ 080º 00’ 680

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3 - A AGITAÇAO MARÍTIMA NAS COSTAS PERUANAS

O regime de ondas na costa peruana é determinado pelos ciclones extratropicais e pistas intensas associadasque ocorrem nos extremos norte e sul do Pacífico, e pelas pistas com intensidade moderada queacompanham o anticiclone subtropical no Hemisfério Sul. Embora não se tenha uma clara conexão entre aocorrência de altas ondas nas costas peruanas e eventos El Niño, a previsão de uma intensa agitaçãomarítima com 2 ou 3 dias de antecedência pode amenizar os prejuízos materiais e evitar perdas de vidas.

A circulação atmosférica de superfície no Pacífico, é dominada por dois anticiclones, um no HemisférioNorte e outro no Hemisfério Sul. Os ventos nas costas peruanas sopram de S ou SW devido ao anticiclonesubtropical do Pacífico Sul. Os ventos próximo à superfície associados a esta circulação são geralmenteabaixo de 10 m/s, impondo uma agitação marítima tipo “wind-sea” ou vagas, propagando-se na direção dovento com altura abaixo de 1 metro. Entretanto, ciclones extratropicais que se formam em latitudessuperiores a 300 em ambos hemisférios, estão associados a ventos intensos ao longo de extensas pistas, quegeram ondas acima de 6 metros. Propagam-se por milhares de quilômetros, atravessando regiões com ventosgerados pelo anticiclone e chegam ao litoral peruano. Assim, a influência do El Niño no regime de ondasda costa peruana deve-se principalmente a variações na freqüência, localização, ou intensidade que possamocorrer no anticiclone subtropical e ciclones extratropicais. Para exemplificar, com o enfraquecimento dosventos de este ao longo da linha equatorial durante o El Niño, espera-se as ondas propagando-se doHemisfério Norte alcancem o litoral peruano com menor atenuação que em um ano comum.

Em fevereiro de 1998, um ano de El Niño, um evento atípico de agitação marítima intensa ocorreu nolitoral central e norte do Peru. Um intenso ciclone extratropical se desenvolveu no Pacífico Norte. As ondasatingiram o litoral peruano nos dias 3, 4, e 5, com período de pico 20 s. O mar continuou agitado durantepraticamente todo mês causando grandes transtornos no Porto da Baía de Paita (aproximadamente 5º S ,81º W). Embora não houvessem bóias instaladas na região, observações visuais indicaram ondas de 3 a 6metros de altura. No Porto da Baía de Paita, um pesqueiro de 30 m foi destruído pela força das ondascausadas por este evento de agitação marítima,.

Agitação marítima proveniente do Pacífico Sul é mais comum. Em sua origem, isto é, ao longo das pistasque acompanham os ciclones extratropiacais, a altura das ondas dependem da intensidade e magnitude dapista, e da persistência dos ventos, mas normalmente atingem de 5 a 8 metros e se propagam nas direçõesentre norte e oeste. Durante a propagação, sofrem muitos processos dissipativos antes de atingirem a costa,tais como vento oposto, dissipação de fundo. Ao atingirem o litoral alcançam altura de 3 a 4 metros,ocasionalmente 6 metros, causando um impacto maior ainda quando coincidem com marés de sizígia(correspondente a fases de lua cheia ou nova). Um evento com estas características ocorreu no final de maiode 1998, causando grandes transtornos em Callao (norte de Lima), chegando às proximidades da sede daDHN. Em Callao está localizado um porto de grande importância para a economia do Peru, onde estaagitação marítima causou prejuízos inestimáveis.

4 - SISTEMA DE PREVISÃO DE ONDAS INSTALADO NA DHN

O Sistema de previsão de ondas implementado no Peru é formado pelos modelos de ondas WWATCH eSWAN. Ambos modelos necessitam campos de ventos para forçar a formação de ondas. Os ventos sãoprovidos por arquivos atualizados de uma área pública do sistema computacional do NCEP. O modeloWWATCH, mais apropriado para águas profundas e grandes bacias, simula a agitação marítima para todo

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Pacífico com uma resolução de 10, inicializando-se com as condições de agitação marítima prevista no diaanterior.

O modelo SWAN, mais apropriado para águas rasas, simula a agitação marítima com resolução de 0.10 parauma área limitada, tomando como fronteira as condições prognosticadas pelo modelo WWATCH, e comocondições iniciais a previsão do modelo SWAN realizada no dia anterior. O modelo SWAN, com resolução0.1, prepara condições de fronteiras para 4 regiões, onde novas simulações do modelo SWAN, comresolução 0.010, são efetuadas. Os domínios utilizados nas 3 resoluções estão representados na Figura 1.Para as simulações de resolução 0.010, apenas o domínio para a Baía de Paita está representado.

O sistema de previsão de ondas está operacionalmente implementado na sede da DHN em Callao.Atualmente faz previsões para até 72 horas e os resultados estão sendo utilizadas para alertar navegantes eajudar esportistas na prática de surf.

Os modelos WWATCH e SWAN são de terceira geração, e ambos são considerados variantes do modeloWAM descrito em WAMDI (1988). O modelo WAM (Wave Modelling) é o resultado de um esforço deum grupo formado por pesquisadores reunidos pelo Prof. Klaus Hasselmann no início da década de 80, como objetivo de construir um modelo numérico de terceira geração aliando o mais completo conhecimentocientífico compatível com o desenvolvimento computacional disponível para tornar o modelo operacional.Atualmente alguns centros internacionais ainda mantém o WAM operacional e atualizado, como porexemplo, o ECMWF.

O modelo WWATCH (Tolman, 1991; Tolman, 1999) possui toda física do modelo WAM, mas com umanova estrutura computacional, talvez mais amigável para o usuário. Atualmente está sendo mantido por umgrupo de pesquisadores do NCEP. O código está disponível ao público, e é utilizado por várias instituições.Sua concepção permite que seja operacionalmente viável em um microcomputador com apenas umprocessador, o que abre bastante o leque dos usuários.

O SWAN (Booij et al., 1996) é o resultado de um trabalho de vários pesquisadores, com a liderança eorientação em Delft University, Holanda. Também é um modelo de terceira geração, mas com umadescrição física apropriada para águas rasas. A distinção mais marcante com os modelos anteriores é ainclusão das interações não lineares de 3 ondas, negligenciada nos modelos WAM e WWATCH. Neste doismodelos apenas a interação linear de 4 ondas é considerada.

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Figura 1: Domínios utilizados no Sistema de Previsão de Ondas implementado na DHN, para: a) modeloWWATCH com resolução de 10, b) modelo SWAN com resolução de 0.10, c) modelo SWAN com resolução0.010.

5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES

O trabalho de colaboração entre o INPE e a DHN do Peru para implementação de um sistema previsão deondas para o Pacífico e treinamento em interpretação de seus resultados foi realizado de setembro de 2000a julho de 2001, dentro de um cronograma planejado, e teve seus objetivos alcançados. Após esta etapa, aDHN continua operando o sistema composto pelos modelos numéricos mais avançados da atualidade, oWWATCH e o SWAN. O projeto teve o apoio do Banco Mundial, dentro de um programa definanciamento para estudo dos efeitos do fenômeno El Niño na costa peruana. O treinamento oferecido aseus funcionários permite que os resultados do sistema sejam interpretados, e os alertas sejam divulgadoscom segurança, quando necessários, prevenindo acidentes e perdas materiais. Para o grupo SPO (Sistemade Previsão de Ondas) do INPE a colaboração foi uma experiência gratificante, por ter possibilitado ummaior aprofundamento na estrutura dos modelos e aprimorado o sistema operacional de ondas, formadopor 2 modelos, com 3 resoluções diferentes e ter aberto a possibilidade de projetos com a DHN. Aoperacionalização do sistema mostrou-se viável a nível operacional em um ambiente computacionalrelativamente simples (uma estação de trabalho Compaq com processador de 600 MHz), combinandomodelos numéricos de previsão de ondas com dados de vento obtidos das simulações globais do NCEP.

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O sistema implementado está totalmente automatizado para realizar previsões onde a data do dia é umavariável que controla todo processo operacional. O sistema também pode ser utilizado para estudar casospassados, com as ondas forçadas pelos ventos fornecidos pela reanálise do NCEP. Esta sugestão poderá serutilizada para obter a climatologia de ondas para a região, e reavaliar o efeito do evento El Niño na formaçãode agitação marítima.

Os dados coletados pelas bóias em 4 pontos próximo à costa peruana, deverão ser confrontados com osresultados do modelo, de forma que o sistema possa ser avaliado, indicando quais os rumos que este trabalhodeverá seguir para aprimorar as previsões. O sistema poderá em um futuro próximo, utilizar os dados dasbóias para corrigir as condições iniciais do espectro de ondas que alimentam os modelos numéricos,compondo um processo chamado de assimilação de dados.

AGRADECIMENTOS

O treinamento, desenvolvimento, implementação, e ajustes dos códigos numéricos, que culminaram como Sistema de Previsão de Ondas implementado na DHN do Peru, foram possíveis graças à formação de umgrupo, no INPE, constituído por pessoas com grande motivação, entusiasmo, que devotaram muitadedicação a este desafio. A equipe foi constituída por Fernando Oliveira Arantes, Ingrid Neves Brandão,Simone C. S. Cunha Prado e Valdir Innocentini. Rosmeri Porfírio da Rocha e Nivaldo Silveira Ferreiracolaboraram no treinamento oferecido no Brasil aos funcionários da DHN, Fernando Vegas Castañeda eMyrian Renee Tamayo Infantes. Agradecemos a FUNCATE que viabilizou a transferência de recursos doBanco Mundial para as bolsas e salários que mantiveram a equipe no projeto. Os recursos computacionaisutilizados no Brasil foram adquiridos com o projeto FAPESP 95/4573-5. Durante a execução deste projetoValdir Innocentini se beneficiou da bolsa de pesquisa CNPq 30.3832/86.0.

REFERÊNCIAS

Booij, N., Holthuijsen, L. H.; Ris, R. C.; 1996: The SWAN wave modelo for shallow water. Int. Conf.Coastal Eng., ASCE, Orlando, 668-676.

Bromwich, D.H., A.N. Rogers, P. Kallberg, R.I. Cullather, J.W.C. White, K.J. Kreutz, 2000: ECMWFanalyses and reanalyses depiction of ENSO signal in Antarctic precipitation. Journal of Climate in press.

Philander, S.G.H., 1990: El Niño, La Niña and the Southern Oscillation. Academic Press, San Diego, CA,289 pp.

Tolman, H. L., 1991: A third-generation model for wind on slowly varying unsteady and inhomogeneousdepths and currents. J. Phys. Oceanogr., 21, 782-797.

Tolman, H. L., 1999: User manual and system documentation of WAVEWATCH-III Version 1.18. OMBContribution no. 166. Technical Note. NCEP, NOAA, 110 pp.

Troup, A.J,, 1965: The Southern Oscillation. Quarterly Journal of Royal Meteorological Society, 91: 490-506.

The WAMDI Group, 1988: The WAM model – a third generation ocean wave prediction model. J. Phys.Oceanogr., 18, 1775-1810.

WMO, 1999: WMO Statement on the Status of the Global Climate in 1998. WMO-No. 896, WorldMeteorological Organization, Geneva, 12 pp.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO DE PREVISÃO CLIMÁTICAREGIONALIZADA NA FUNCEME: RESULTADOS PRELIMINARES

José M. Brabo Alves1, Emerson M. da Silva2, David F. Moncunill1, Vicente de P.S. Filho1; Wagner L. B. Melciades1

1Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEMEDepartamento de Meteorologia

Fortaleza- Ceará - Brasil - E-mail: [email protected], 2 Universidade Estadual do Ceará – Centro de Ciências e Tecnologia – CCT

Departamento de Física e Química - DFQ

RESUMO

Este artigo apresenta sucintamente o Projeto de Previsão Climática Regionalizada implementado naFundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) em parceria com o InternationalResearch Institute (IRI – Universidade de Columbia – New York). Uma análise preliminar dos resultadosaté o momento obtidos por esse Projeto são também apresentados. Os resultados mostraram que o ModeloRegional Espectral (MRE) apresentou melhor desempenho em simular a chuva sazonal (total de chuva defevereiro a maio), média, do setor norte do Nordeste (NEB), do que o total (março a junho) para o lestedo NEB. Coeficientes de correlação entre o total de chuva (fevereiro a maio) observado e simulado comvalores de 0,8 foram verificados em algumas áreas da Região Nordeste, explicando mais de 64% davariabilidade das chuvas nessa região, excedendo a correlação entre o ECHAM4.5 e as observações.Estatisticamente, uma análise da variância interanual dos resultados da simulação do MRE mostrou que avariância devido a Temperatura da Superfície do Mar (TSM), chamada de variância do sinal, implícita comovariável de contorno na simulação do modelo global (ECHAM4.5) onde o MRE foi aninhado, nãoapresentou uma diferença significativa em relação a variância do ruído (devido aos membros) em grandeparte do setor norte do NEB, exceto na área onde o ECHAM4.5 apresentou um “bias” úmido (centro nortedos estados do Maranhão e Piauí), onde a variância do sinal explicou mais de 60% da variância totalsimulada pelo MRE no período de 1971-2000.

ABSTRACT

This article briefly presents the Regional Climatic Forecasting Project implemented at Meteorology andWater Resources Foundation of the State of Ceará (FUNCEME) in partnership with the InternationalResearch Institute (IRI – University of Columbia – New York). A preliminary analysis of the results of theProject are also presented. The results show that the Regional Spectral Model (RSM) presented goodperformance in terms of the simulated total rainfall (February to May), average over the northern sector ofthe Northeast Brazil (NEB) compared to the results for eastern NEB (March to June). Correlationcoefficients between the total of rainfall of February to May observed and simulated presented values ofaround 0,8 explaining more than 64% of the rainfall variability of this region, better than the correlationsbetween ECHAM4.5 model and the observed rainfall. Statistically, an analysis of the interannual varianceof the results of the simulation of the RSM show that the variance of the Sea Surface Temperature (knownas signal variance), from the simulation of global model implicit in the RSM when it was nested, it has notpresented any significant difference in relation to the noise variance in greater part of the NEB; with

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exception where the ECHAM4.5 model presented a wet bias (north-center portion of the Maranhão andPiauí States), places where the signal variance explain above 60% of the total variance simulated by RSMin the period of 1971-2000.

1 - INTRODUÇÃO

Nos últimos 12 meses a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) deu umgrande passo no sentido de melhorar a previsão climática sazonal de precipitação na Região Nordeste doBrasil (NEB). Um dos grandes problemas, a grande variabilidade espacial das chuvas nessa região passou ater uma conotação mais significativa. O Projeto de Previsão Climática Regionalizada (PPCR) implantadona FUNCEME utiliza a técnica “Downscaling”. O PPCR é uma ferramenta importante, por fornecer maiordetalhamento espacial sobre as características climática a serem prognosticadas no Estado do Ceará e noNEB.

A FUNCEME em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), DepartamentoNacional de Meteorologia (DNMET) e parceria com outros órgãos nacionais e internacionais deMeteorologia à aproximadamente 17 anos executa a previsão climática sazonal de precipitação para o setornorte do NEB, com ênfase ao Estado do Ceará. Maiores detalhes dessa metodologia de previsão e umaavaliação para o Estado do Ceará podem ser encontradas em Alves et al. (2000).

O NEB tem no passado uma história de secas que afetam de forma drástica sua população rural. Essas secasestão associadas às características climáticas da região, as quais possuem grande variabilidade espacial etemporal na distribuição de precipitação, bem como a concentração de mais de 80% do total anual da chuvano período de quatro meses. Atualmente existem diversas técnicas de previsão climática. Uma delas utilizaos Modelos Globais de Circulação Atmosférica – MGCA, que geralmente dão a informação climática emuma grade de 300 x 300 km ou acima. A aplicação do MGCA em previsão climática sazonal tem sidolimitada devido a resolução espacial ser baixa para fornecer informações em escala regional ou abaixo dessa.Desta maneira, a aplicação da técnica de "Downscaling" (ou ampliação da resolução espacial) torna-se umaferramenta importante para o usuário poder utilizar a previsão climática em um nível mais compatível como seu processo de tomada de decisão.

A previsão sazonal de precipitação sobre as regiões tropicais têm sido um desafio a comunidade científicaque faz pesquisa na área de modelagem numérica principalmente nas regiões onde os MCGAs apresentambaixa confiabilidade. No Brasil, algumas áreas tem maior potencial de previsão sazonal de chuva, como é ocaso do Setor Norte do Nordeste (SNRN), região semi-árida, e sul do Brasil, enquanto outras, RegiãoCentro-Oeste e setores oeste e centro-sul da Amazônia essa previsibilidade é menor (Marengo et al., 2001).Essa diferença na previsibilidade sazonal de chuva deve-se a diferentes fatores. As características delocalização geográfica dessas regiões ao longo do País, a atuação dos principais sistemas meteorológicos quecausam chuvas sobre as mesmas e a influência de forçantes externas (fontes e sumidouros térmicos) nosOceanos Pacífico e Atlântico Tropicais que para áreas como o SNRN apresentam uma influência mais diretana distribuição de chuva (Hastenrath & Heller, 1977; Moura & Shukla, 1991; Nobre & Shukla, 1996).

As técnicas de previsões climáticas, estatísticas ou numéricas, evoluíram principalmente a partir da décadade 1990, tendo como base as condições da temperatura da superfície da água sobre os oceanos tropicais.Para o SNNEB pode-se citar inúmeros estudos que elaboram métodos estatísticos/estocásticos (Hastenrath& Greischar, 1993a e 1993b, 1996; Ward & Folland, 1991 e outros), ou experimentos númericos,modelagem matemática/física da atmosfera (Moura & Shukla, 1981; Mechoso et al., 1990; Pezzi &

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Cavalcanti, 2001 e outros). Além de que deve-se ressaltar que os primeiros modelos estatísticos/estocásticostambém utilizaram como base as próprias séries temporais de chuva do NEB. Entretanto, apesar dessesesforços a previsão climática de larga escala, utilizando MCGAs, em geral, modelos com resolução acima de200 km, ainda não atende, por exemplo, um prognóstico mais detalhado espacialmente da distribuição dechuva intrasazonal, além da própria variabilidade temporal dessa distribuição de precipitação.

Por essa limitação da previsão climática de grande escala, nos últimos anos, em alguns institutos nacionaise internacionais de Meteorologia, grupos de pesquisa, passaram a testar uma técnica chamada de"Downscaling" dinâmico. Essa técnica consiste, basicamente, do aninhamento dos resultados de umamodelagem de grande escala servindo de entrada para alimentar um modelo regional de área limitada, comuma resolução da ordem de dezenas de quilômetros (Dickinson et al., 1989; Giorgi & Bates, 1989; Giorgi,1990; Liu et al., 1994). Resultados de alguns estudos de “Downscaling” citados abaixo mostram umaperspectiva promissora para melhorar o prognóstico espacial e temporal da precipitação em algumas regiõesdo globo.

Recentemente, simulações aplicando essa técnica têm sido executadas para algumas regiões do globo, porexemplo na África (Sun & Graham, 2001), Região de Monções Asiáticas (Ji & Vernekar, 1997) e Nordestedo Brasil, região semi-árida, (Nobre et al. 2001) e para América do Sul (Chou et al., 2000). Na maior partedessas áreas a modelagem numérica de grande escala apresentou uma melhor capacidade de previsão sazonal.Ressalta-se também o programa PRECIS (“Providing Regional Climates for Impacts Studies”), do HadleyCentre – Met Office que consiste em um sistema de modelagem interativo com opção de escolha da regiãode interesse para modelagem climática regional que brevemente estará disponível para acesso “download”podendo ser instalado em ambiente Linux de um computador pessoal. Há vários exemplos da utilizaçãodesse sistema usando a técnica de “Downscaling” mostrando um melhor desempenho de prognósticos paraáreas da África e Europa (http://www.metoffice.com).

O objetivo dessa artigo é apresentar o PPCR implantado na FUNCEME e descrever alguns dos seusresultados preliminares. Na avaliação dos resultados é enfatizado apenas a comparação entre a precipitaçãoobservada no NEB e a simulada para o período de 1971-2000, não fazendo-se nenhuma análise maisespecífica sobre os resultados em relação as questões físicas da modelagem.

2 - SOBRE O PPCR

O sistema de previsão utilizado, é similar ao implementado no IRI, ora instalado na FUNCEME, comoparte do convênio oficializado entre ambas as Instituições. O sistema utiliza o Modelo Regional Espectral(MRE97), uma versão do MRE do National for Centers for Environmental Prediction - NCEP-EUA(Juang & Kanamitsu, 1994), aninhado ao MCGA (ECHAM4.5) do Max Plank Institute, que tem umtruncamento triangular no número de onda 42 (aproximadamente 2,80 de latitude e longitude). A escolhado modelo ECHAM4.5 para gestar o MRE97 foi uma escolha conjunta entre o IRI e a FUNCEME, poisavaliações do grupo de previsão climática do IRI que analisa vários MCGAs desde 1993; mostraram que oECHAM4.5 teve melhor desempenho para a previsão sazonal (fevereiro a maio) para o SNNEB(comunicação pessoal Dr. Liqiang Sun - IRI). Quanto a escolha do MRE97 foi devido a utilização domesmo no IRI e a disponibilidade de implementação na FUNCEME e maior familiaridade do grupo deIRI com o mesmo no momento da implementação, porém o convênio não impede que outros modelosregionais sejam aninhados em diferentes MCGAs.

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2.1 - INFRA-ESTRUTURA PARA OPERACIONALIZAÇÃO DO PPCR

As previsões geradas mensalmente pelo “Downscaling” são resultado do MRE97 a partir de dados doECHAM4.5. Para viabilizar o processamento dos dados o grupo de “Downscaling” conta atualmente comum cluster de 14 computadores tipo PC interligados por uma rede de 100Mbps. Cada uma das máquinaspossui a seguinte configuração:

• Processador Pentium III de 1 GHz • Memória RAM de 512 MB • HD SCSI de 36 GB • Sistema Operacional Linux Conectiva 6.0

2.2 - SÍNTESE SOBRE O ANINHAMENTO ENTRE OS MODELOS (CARACTERÍSTICAS DOS MESMOS) E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

O aninhamento entre dos modelos é de forma unidirecional (Juang et al., 1997). As forçantes de larga escalautilizados para a inicialização do MRE foram obtidos das simulações do MCGA ECHAM4.5 para os mesesde fevereiro a maio de 1971-2000. As informações de larga escala das componentes meridional e zonal,umidade específica, temperatura e pressão serviram de entrada a cada 6 horas para alimentar o domínio doMRE. Temperatura da Superfície do Mar (TSM) observada nos Oceanos Pacífico, Atlântico e Índico noperíodo de 1971-2000 do conjunto de dados chamados "Optimum Interpolation" (Reynolds & Smith,1994) foi usada como variável de contorno à superfície nas simulações do modelo ECHAM4.5.

O método de perturbação aninhada usado seguiu o utilizado no MCGA sobre todo o domínio, e nãosomente na zona de fronteira lateral. As variáveis dependentes no MRE são definidas como a soma daperturbação e o campo base (campo que depende do ajuste do MCGA em relação ao MRE). A resoluçãoda perturbação no domínio regional incluiu um esquema semi implícito, com filtragem no tempo comdifusão horizontal semi implícita. Maiores detalhes sobre as características do MRE podem ser encontradasem Juang et al. (1997). O MRE foi integrado, com um conjunto de 10 membros, na versão não-hidrostática, passo de tempo 600 segundos em modo de simulação, com um espaçamento de grade de 60kmcentrada na latitude de 30S e na longitude de 27°W, e 18 níveis verticais. A vegetação é do tipo savana com70% de cobertura da área de cada grade do domínio nos continentes, e o domínio compreende desde o oesteda África do Sul até a Região Amazônica (Figura 1). A simulação foi executada para um período de seismeses (janeiro a junho) durante 30 anos, de 1971 a 2000. Uma topografia mais refinada (60 km),comparada a do ECHAM4.5, sobre a região Nordeste foi utilizada como variável de contorno no MRE(Figura 2).

Figura 1 - Domínio dos modelos MCGA (ECHAM4.5) utilizado como forçante de entrada nas simulaçõesdo ECHAM4.5 e do MRE (área A1 da figura).

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Figura 2 - Topografia (m) sobre a Região Nordeste: a) MCGA (ECHAM4.5), b) MRE. O espaçamentoentre as isolinhas da Figura 2a é de 50 m, e da 2b) é de 100 m.

Em termos de especificações físicas na superfície do MRE, o mesmo foi simulado com um modelo de solode duas camadas (Pan & Marth, 1987). O modelo de solo é designado para descrever o papel da vegetaçãoe a interação da umidade do solo em modificar as trocas de momento, vapor d´água e energia.

Os dados observados de precipitação para NEB (obtidos na FUNCEME e no Departamento Nacional deMeteorologia - DNMET) nos meses fevereiro, janeiro a junho de 1971-2000, interpolados para a grade dedomínio do modelo regional serviram de base observacional para comparar com os resultados dassimulações. Uma análise do desempenho das simulações do MRE foi investigada, utilizando-se a estatísticadescrita abaixo. Foi calculado segundo Shukla et al. (2000) os termos de variâncias devidos o sinal(influência da forçante térmica (TSM), em função dos membros (conjuntos das simulações chamadatambém de variância do ruído) e a variância total (Rowell et al., 1995), que é definido como a soma davariância devido ao sinal mais a variância do ruído.

As formulações abaixo mostram os cálculos das variâncias mencionadas. Seja para uma variável climáticamédia xij para N anos (i=1,2,3, ...N), e n conjunto de membros do experimento de simulação (j=1, 1,2,3,...n), a média dos membros xi(barra) e a média climatológica (dos conjuntos) x(duas barras) podem serdefinidas como mostrado abaixo. significa a média dos membros. Esses cálculos foram definidos paracada ponto de grade do domínio do MRE. Alguns exemplos da saída do PPCR de precipitação para o NEBe alguns resultados preliminares são apresentados a seguir.

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3 - ALGUNS RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para verificar a habilidade desse método em reproduzir os aspectos característicos regionalizados do climana região do NEB integrou-se, de forma retrospectiva, o MRE no período de 1971 a 2000. Posteriormente,comparou-se os dados simulados com os observados e foi calculado o índice de correlação espacial entre eles.Os índices de correlação obtidos foram similares aos obtidos por MCGAs já apresentados na literatura,indicando a capacidade do MRE em realizar a previsão regionalizada. Na Figura 3 mostra-se umacomparação entre a simulação feita pelo modelo global ECHAM4.5 e o MRE para precipitação no setornorte do NEB, dada pelo coeficiente de correlação espacial entre a precipitação simulada e a observadaobtida para o período de fevereiro a maio . Nota-se que em grande parte do setor norte do NEB a correlaçãoentre o MRE e a precipitação observada é maior em magnitude quando comparada a simulação do modeloECHAM4.5. Entretanto, figuras não mostradas, do “bias” e erro médio quadrático indicaram que o MREapresentou o mesmo “bias” úmido do modelo global, mantendo a mesma superestimativa na região orientaldo NEB, setor centro-norte, dos Estados do Maranhão e Piauí.

Figura 3 – Coeficiente de correlação entre as anomalias de precipitação simuladas e observadas de 1971 a2000: a) observado x ECHAM4.5, b) observado x MRE.

A Figura 4 mostra um outro produto de previsão gerado pelo modelo para o período de março a maio de2002, realizada em fevereiro de 2002. Nessa figura pode-se observar o percentual acima da climatologia daprecipitação prevista pelo MRE. As áreas em cinza mostram onde o modelo não teve habilidade em realizara previsão, baseado no coeficiente de correlação do desempenho “histórico” do modelo (limite ≥ 0,3 decorrelação). Mais exemplos de produtos de previsão gerados pelas saída do MRE podem ser encontradas nosite da FUNCEME (http://www.funceme.br).

Figura 4 – Previsão da distribuição do percentual da climatologia da precipitação (com máscara estatística)para os meses de fevereiro a maio de 2002, com TSM persistida do mês de janeiro de 2002.

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Figura 5 - Anomalia de precipitação (mm/dia), média, para o setor norte do NEB (420 W a 370 W e 80 S a20 S) e leste do NEB (370 W a 34,50 W e 100 S e 50S) simulada pelo MRE (linha marrom) e observada (linhapreta) para o período 1971-2000. Os números nos eixos dos x representa os anos 1(1971) a 30(2000),respectivamente.

A Figura 6 apresenta as variâncias total, do ruído e do sinal simuladas pelo MRE e a variância dos dadosobservados. A variância do MRE (Figura 6a) em algumas áreas da região superestimou a variância observada(Figura 6d). A contribuição da variância do sinal (devido a SST - Figura 6c), implícita nos resultados doMRE devido aos dados de entrada vindos das simulações do ECHAM4.5, sendo essa a principal variávelde controle a superfície para precipitação nos trópicos; mostra que essa variância explicou mais de 60% davariância total apenas nas áreas em que o ECHAM4.5 superestimou a precipitação observadaacentuadamente, sendo esse fato também refletido no MRE.

Essa característica é similar a observada por Shukla et al. (2000) avaliando a modelagem de grande escalapara a precipitação sobre a bacia do Oceano Pacífico Tropical, embora que nesses resultados de Shukla ecolaboradores para a precipitação sobre o Pacífico Tropical a variância do sinal explica em grande parte dessa

A Figura 5 mostra que tanto para o setor norte do NEB como para o leste do NEB há uma concordânciaentre o valor da precipitação simulada pelo MRE com o observado, mais consistente porém para o setornorte do Nordeste.

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região mais de 70% da variância da precipitação. A variância do MRE, principalmente, no setor oriental doNordeste (centro norte do Estado do Piauí) superestimou a variância observada. Nas demais áreas do NEBnão ocorreu uma grande diferença entre a variância do sinal e do ruído, implicando que estatísticamente onúmero de membros ainda parece ser pequeno (Rowell et al., 1995) para mostrar uma maior influência dacondição de contorno, sinal da TSM, que fisicamente é comprovado sobre a precipitação dessa região.

Ainda relacionado a variabilidade interanual a Figura 7 mostra a correlação entre as anomalias do total dechuva fevereiro a maio observadas e simuladas (pixel a pixel) para uma área do setor norte do Nordeste(450W, 370 W e 20 S e 120 S), dos 10 membros da simulação e a média desses membros para cada ano doperíodo de 1971-2000. Nota-se que quando a correlação é abaixo ou acima de 0,4 em módulo predominouuma grande dispersão no valor do coeficiente entre os membros. Outra característica observada nessa figuraé que na maior parte dos anos de El Niño (1983, 1992, 1998, por exemplo), não há grande dispersão entreos membros e a correlação é acima de 0,6 característica que não é tão evidente nos anos de La Niña (1975,1985 e 1986). Os maiores valores de variância no setor centro-norte dos Estados do Maranhão e Piauícoincidem com a área de maior erro sistemático (“bias” positivo) do modelo ECHAM4.5 (figura nãomostrada), sendo reproduzido pelo modelo regional.

Figura 6 - Variância interanual (mm2/dia2) para o quadrimestre fevereiro a maio: a) variância total; b)variância do ruído (SST), c) variância do sinal d) variância observada.

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Figura 7 - Coeficiente de correlação entre o simulado pelo MRE e o observado para o setor norte doNordeste (450 W, 370 W e 20 S e 120 S). Os pontos representam o coeficiente para cada um dos 10 membros.A marca representada por círculo preenchido em cinza é o coeficiente para a média dos 10 membros.

As Figuras 8 e 9 mostram uma comparação para o vento (componentes u e v) para 1000 hPa entre osimulado pelo modelos ECHAM4.5 e MRE e o observado (reanálises, Kalnay et al. (1996)) para dois anosde contrastes climáticos 1983 e 1985 (período de fevereiro a abril). As análises feitas por essas figuras dedeterão a bacia do Oceano Atlântico Tropical, cuja circulação atmosférica de baixos níveis tem relaçõesimportantes com as chuvas do SNNEB.

Nas Figuras 8 e 9 pode-se notar que a configuração das componentes u e v simuladas pelos modelosECHAM4.5 e pelo MRE para os referidos anos de contrastes é similar a observada pelos dados de reanálises.Entretanto, as simulações mostram um superestimativa dos máximos de ventos de norte e leste ao longo dabacia do oceano Atlântico Tropical, mais intensa na componente zonal (u) do vento. Um resultadointeressante é que a posição da isolinha de 0 (zero) na componente meridional do vento, indicativo daposição da ZCIT no bacia do oceano Atlântico Tropical (Xavier et al., 2000), foi melhor simulada peloMRE na bacia do Oceano Atlântico Tropical, sendo mais consistente sua localização, mais ao norte doequador no ano de 1983; comparável aos dados de reanálises (Figura 8d).

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a) b) c)

d) e) f )Figura 8 – Componentes zonal (u) e meridional (v) do vento (m/s) para 1983 (fevereiro a abril): a) ureanálises, b) u ECHAM4.5, c) u MRE, d) v reanálises, e) v ECHAM4.5, f ) v MRE.

a) b) c)

d) e) f )Figura 9 – Componentes zonal (u) e meridional (v) do vento (m/s) para 1985 (fevereiro a abril): a) ureanálises, b) u ECHAM4.5, c) u MRE, d) v reanálises, e) v ECHAM4.5, f ) v MRE.

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4 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES A ESTUDOS FUTUROS

Este artigo mostrou sinteticamente o PPCR implementado na FUNCEME em parceria com o IRI e algunsdos seus resultados. As análises apresentadas mostraram que os resultados são promissores, embora hajanecessidade de novos estudos para avaliar melhor o desempenho do MRE. Interpretações físicas entre osresultados do modelo ECHAM4.5 e o MRE são necessárias e deverão ser feitas futuramente. Além decomparar também, com maiores detalhes, os resultados entre MCGAs e o MRE relacionado a configuraçãoatmosférica, principalmente sobre a América do Sul e Atlântico Tropical áreas de interesse para a previsãosazonal de precipitação das diversas regiões do NEB.

A análise dos termos da variância total associada a simulação do MRE relativo a influência do membros dasimulação, sinal (devido a TSM), mostrou que a variância devido a TSM têm um peso de mais de 60% navariância total da simulação do MRE, apenas nas áreas do NEB que o ECHAM4.5 apresentou um “bias”úmido acentuado. Como não houve, nas demais áreas do NEB, uma diferença marcante entre a variânciadevido ao sinal e a variância devido aos membros, tal fato mostra que estatísticamente o número demembros ainda parece ser pequeno para mostrar a influência da condição de contorno (sinal) no controleda chuva sazonal sobre o NEB, em relação ao ruído da intrínseco da própria modelagem numérica.Entretanto, isso não descarta o quanto é importante as previsões de TSM com maior confiabilidade,principalmente do Oceano Atlântico, para se obter futuramente melhores previsões sazonais de chuva naRegião Nordeste.

Essas análises dos termos de variância serão importantes para estudos futuros onde poderá se comparar quaisas diferenças dessa influência da TSM nos resultados simulados pelo MRE aninhado em diferentesMCGA's. Ressalta-se que nesses resultados preliminares não se comentou nada a respeito dos limites dessaprevisibilidade sazonal de chuva na Região Nordeste para previsão operacional visto que não foi consideradoas incertezas na previsão da TSM. Maiores informações sobre o PPCR podem ser encontradas na página daFUNCEME (http:www.funceme.br).

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem aos Drs. Alexandre Araújo Costa (Universidade Estadual do Ceará) e Liqiang Sun(IRI) que tiveram importância fundamental no período de instalação do MRE na FUNCEME. O primeiroautor também é grato ao Msc. David F. Muncunnil, gerente do PPCR na FUNCEME, por disponibilizaros dados simulados utilizados nas análises apresentadas. Ao Msc. Raul Fritz B. Teixeira pela revisão doAbstract.

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Minha experiência como Presidente da SBMET e a visão sobre o futuro desta Sociedade

Prakki SatyamurtyPresidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia (Biênio 2000-2002)

Uma Diretoria Executiva (DE) é tão forte quanto o somatório dos esforços e da criatividade dos seusDiretores. Durante o biênio 2000-2002 este fato ficou muito evidente. Abaixo enumero alguns pontosrelevantes da nossa administração.

A SBMET depende, em parte, da arrecadação das anuidades dos sócios e, visando um equilíbrio decontas, a DE aumentou a anuidade dos sócios em 50% durante a gestão 2000-2002. Outrossim, aanuidade da SBMET é uma das menores se comparada com a de outras sociedades.

Em agosto de 2001, no auge da crise energética que o país atravessou, a SBMET realizou em Brasília umWorkshop intitulado “Previsão Climática como Subsídio à Gestão da Crise Energética”, com o apoio doCONFEA e do Fundo Setorial de Energia do MCT. Esta foi uma ação da SBMET visando proverinformação climática da melhor qualidade aos tomadores de decisões, ajudando assim no gerenciamentodaquela situação. O fórum funcionou como um integrador de opiniões dos diversos Órgãos deMeteorologia operacional e dos usuários do setor energético do país, bem como esta ação mostrou aaplicabilidade das informações meteorológicas em uma área de grande importância - energia.

A SBMET organizou e realizou um curso de extensão na área de interpretação de produtos numéricos.Este curso foi realizado no Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, emdezembro de 2001, e beneficiou cerca de 25 profissionais das áreas de previsão de tempo e de clima dopaís. Houve grande aceitação deste tipo de iniciativa por parte dos participantes, os quais sugeriramvários temas para outros cursos deste porte.

A SBMET atuou como executor e coordenador do Projeto de Participação Brasileira nas III Jornadassobre Clima e Respectivas Implicações Ambientais (CRIA) para os países de íngua portuguesa, em Évora,em maio de 2002. O projeto, de aproximadamente R$ 70.000,00, foi financiado pela FINEP.Participaram destas Jornadas 14 pesquisadores e meteorologistas brasileiros, os quais apresentaramtrabalhos e projetos relevantes para o setor, o que contribuiu para estreitar as relações entre os países delíngua portuguesa e melhorar os conhecimentos científicos na área de Meteorologia.

O quadro atual de sócios consta de 963 membros associados, cujo número tende a crescer à medida queos setores econômicos, como os de energia, transportes, construção civil, entre outros, além de setorestradicionais como agricultura, abastecimento de água e turismo, começam a demandar serviços cada vezmais especializados dos meteorologistas. Sessenta e quatro (64) novos sócios, em grande parte alunos,inscreveram-se na SBMET em 2002.

Atualmente a Sociedade publica o Informativo, o Boletim (BSBMET) e a Revista Brasileira deMeteorologia (RBMET) com qualidade aprimorada e regularidade melhorada. Além disso, a partir desetembro de 2002 a RBMET desvinculou-se da DE da SBMET. Esta medida visa possibilitar ao EditorResponsável ter a independência necessária para elevar os níveis técnico e científico da mesma, sem asdemais responsabilidades de outras atividades inerentes à diretoria científica. O BSBMET adquiriu umnúmero de ISSN e o segundo passo será sua indexação.

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Aprendi muito durante os dois anos na Presidência da SBMET. Hoje, reconheço plenamente aimportância de uma equipe de trabalho, a tarefa de aproximar as pessoas que contribuiriam positivamentee definitivamente nas macrotarefas, bem como argumentar adequadamente com instituições visando obterapoio financeiro e político para atingir diferentes objetivos. Além disso, aprendi como manter boas relaçõespúblicas e negociar com os fornecedores sobre a qualidade e o preço de serviços e/ou materiais. Porexemplo, é difícil explicar o que senti três semanas antes do Congresso (XII CBMET) quando o saldobancário da SBMET dispunha de recursos muito inferior aos compromissos assumidos. Graças àcontribuição de muitas instituições e autoridades, conseguimos equilibrar as contas a contento.

Em função deste aprendizado, constato que uma habilidade importante a ser cultivada pelo Presidenteé a de minimizar diferenças de opinião entre os diversos diretores. O Presidente deve convencer e serconvencido pela equipe sobre os meios a seguir e os resultados a atingir, através de discussões construtivase objetivas. Analisar situações adversas e encontrar uma saída menos contundente e mais suave é essencialpara caminhar à frente. Consegui equilibrar as minhas prioridades e fazer justiça a todos os aspectos. Devoadmitir que os dois anos foram um pouco cansativos, mas posso dizer que gostei de dirigir uma Sociedadetão importante como a SBMET e que isto que foi uma experiência ímpar.

Agradeço a toda a DE, em ordem alfabética, aos Srs. Antônio Ocimar Manzi, Augusto José PereiraFilho, Gilberto Fernando Fisch, Gilvan Sampaio de Oliveira, Jojhy Sakuragi, José Antonio MarengoOrsini, Luiz Augusto Toledo Machado, Marley Cavalcante de Lima Moscati e Regina Célia dos SantosAlvalá, pelo excelente trabalho e decisões brilhantes em todas as atividades de Diretoria. Em especial, devomencionar que a Dra. Regina preparou as atas das reuniões, as convocações de Assembléias, os Informativose, sendo responsável pelo Comitê Organizador do XII CBMET, a Dra. Regina e eu preparamos os projetospara solicitação de recursos submetidos aos Órgãos governamentais de fomento e o Relatório Final doCongresso. A Dra. Marley colaborou com a confecção do Boletim nestes 2 anos, negociações comfornecedores, venda de estandes e coordenação da Feira de Produtos e Serviços Hidrometeorológicosdurante o Congresso. O Dr. Fisch foi o responsável pela publicação da RBMET, pela preparação daprogramação científica do XII CBMET e pela Coordenação dos Comitês Temáticos. O Dr. Luiz AugustoMachado foi o Editor Responsável do Boletim, bem como auxiliou na elaboração da programaçãocientífica do Congresso. O Sr. Gilvan cuidou de toda a parte financeira da Sociedade e do Congresso. ODr. Augusto Pereira representou a SBMET junto ao CONFEA e organizou o curso de extensão noIAG/USP. O Sr. Jojhy ficou responsável pelo homepage da SBMET e pelas inscrições e arrecadação derecursos financeiros durante o Congresso. O Dr. Marengo assessorou os Comitês Temáticos. O Dr. Manzideu o apoio necessário em todas as atividades realizadas. A nossa equipe, sem dúvida, foi coesa, coerente esensata em todas as circunstâncias, mesmo nas mais difíceis.

Dos membros do Comitê Organizador do XII CBMET, devo mencionar que o Dr. Valdo Marquessempre esteve acessível para discutir qualquer problema, compartilhando conosco a sua vasta experiência.O auxílio do Dr. Eduardo Alvim foi crucial para a arrecadação dos recursos financeiros necessários para arealização do CBMET, uma vez que ele mostrou o caminho das pedras. A Sra. Aparecida Senaubarorganizou e realizou toda a logística para a participação dos alunos no Congresso. Dentre os membros doComitê de Oficina Temática, o Dr. Alexandre Guetter programou todas as oficinas, dirigiu várias delas epreparou um relatório completo do evento. Devemos agradecer ainda ao Sr. Márcio Sene, funcionário daSBMET, que foi eficiente na manutenção da sede da SBMET no Rio de Janeiro, a Sra. Francisca Correa,do INPE, que assessorou a DE durante estes dois anos e ao Dr. Romísio Bouhid André que auxiliou naeditoração e publicação da RBMET.

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Quanto à minha visão da Meteorologia e da SBMET, gostaria de ponderar sobre as seguintesconsiderações. Uma sociedade científica é tão forte quanto a utilidade de suas ações para o país, em geral, epara os usuários desta ciência nas suas atividades sociais e econômicas. A Sociedade deve cuidar dos interessesdos seus associados; contudo, se ela for introvertida, visando somente os benefícios dos seus membros ou dasua classe, sem se preocupar com a comunidade em geral, não vai ter apoio externo, o que é vital para oprogresso da própria Sociedade.

Durante estes dois anos, transmitimos para diversos setores da economia do país, especialmente para osetor de geração e distribuição de energia, que a Meteorologia é uma grande aliada para o desenvolvimento.Acredito que as nossas ações para aproximar a Meteorologia do setor energético trarão dividendos para aeconomia do país.

A SBMET progredirá, certamente, e conseguirá cumprir suas obrigações diante da comunidade em geralse tomar ações enérgicas nos seguintes aspectos:

Conscientização dos setores econômicos do país de que a informação meteorológica no Brasil é confiávele que a sua utilização nas tomadas de decisões e na execução de tarefas do dia-a-dia traz grandesdividendos.

Conscientização das Universidades (Federais, Estaduais e do Setor Privado) de que o Brasil, país degrande dimensão continental, necessita de maior número de profissionais em Meteorologia para atuarconjuntamente nos setores da agricultura, recursos hídricos, energia, preservação do meio ambiente,extração de petróleo e outros minérios, transportes aéreo, marítimo e terrestre, construção civil, turismo,produção e distribuição de bebidas, etc. Assim, deve incentivar a abertura de mais faculdades deMeteorologia, com quadro de professores qualificados.

Realização de cursos de extensão de curta duração voltados para atividades específicas, comointerpretação de imagens de satélites, interpretação de produtos numéricos, confecção de boletinsmeteorológicos, apresentação de tempo e clima na televisão e rádio, avaliação da performance de modelosespecíficos, métodos estatísticos e determinísticos de previsão climática, etc. visando a atualização deconhecimentos dos profissionais.

Uma vez que, no Brasil, 90% dos desastres naturais são meteorológicos (enchentes e enxurradasrepentinas, vendavais, granizo, geada, etc.) devemos conscientizar as prefeituras de grandes cidades (compopulação acima de 50.000 habitantes), principalmente aquelas que possuam topografias acidentadas,para que tenham núcleos próprios de Meteorologia no seu quadro de profissionais (tanto para coleta dedados, quanto para interpretação da informação e previsões meteorológicas). Esta ação pode geraralgumas centenas de novos cargos de meteorologistas no setor público. O mais importante é que, emcasos de tempo severo, o meteorologista pode fornecer informações cruciais para salvamento de vidas epara proteger bens materiais.

A SBMET, em colaboração com as diversas instituições de Meteorologia do país, deve fazer divulgaçãodos produtos meteorológicos aos Órgãos que necessitam da informação meteorológica. Outrossim,precisa informar, claramente, onde e com que freqüência a informação é gerada e qual é o grau da suaconfiabilidade. A SBMET precisa tomar a dianteira e preparar folhetos para enviar aos Órgãos.

Aumentar o espírito de colaboração entre as diversas instituições governamentais e não governamentaisque atuam em Meteorologia no país é essencial para aumentar a credibilidade da ciência diante da

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opinião pública. A troca irrestrita de informações entre estes Órgãos, seja de dados de observações oudados processados, deve ser promovida. Nesse contexto, a criação de uma Agência Brasileira deMeteorologia para coordenar as atividades meteorológicas de todas as instituições é uma forte sugestão.

A promoção de workshops para discutir o valor econômico da informação hidrometeorológica paradiversos setores produtivos do país é importante. Os resultados devem ser divulgados para que osusuários tomem ciência da importância desta informação.

Para garantir a qualidade da informação, instituir procedimentos de certificação dos produtos e dosprofissionais. Um exame para os profissionais diretamente envolvidos na previsão de tempo e climaprotege a sociedade contra previsores de tempo não preparados, inclusive aqueles vindos de outras áreas.

Para melhorar a profissão do meteorologista do setor público, os salários dos profissionais precisam serequiparados com os salários dos agrônomos e engenheiros. A DE da SBMET do Biênio 2000-2002mencionou este fato ao Ministério de Agricultura e Abastecimento, porém não teve êxito no pedido deequiparação salarial. É importante que a DE sucessora retome o assunto no novo governo.

Finalmente, para promover a qualidade dos trabalhos de previsão e de pesquisas na área das ciênciasatmosféricas é preciso instituir prêmios que sejam distribuídos periodicamente para o melhor previsor detempo e para o melhor artigo científico (seja este publicado no país ou no exterior).

Na oportunidade, ouso dar um conselho para a comunidade de previsores de tempo e de clima. Sabe-seque a previsão de chuva, vento, temperatura, granizo, geada, neve, tempestades, etc. são feitas com maiorconfiabilidade e antecedência (até 5 dias em certos casos e regiões do Brasil) do que alguns anos atrás, graçasà ajuda de modelos matemáticos de circulação geral da atmosfera. Todavia, devemos lembrar que umadversário dos meteorologistas é a informação meteorológica que não se confirma. Isso se deve às incertezasda previsão de tempo e às divergências entre diferentes fontes de informação. O meteorologista precisa saberotimizar a qualidade da informação que ele divulga. Na área de Meteorologia, como em qualquer área quetrata de previsões, as respostas têm três valores, a saber, “sim”, “não” e “não sei”. Isto é, o meteorologistaprecisa saber discernir situações em que ele precisa dizer que a previsibilidade é baixa ou nenhuma. Umaoutra atitude em um bom previsor das áreas exatas é saber consultar os especialistas (mais qualificados). Umaopinião consensual de especialistas apresenta erro menor e minimiza a responsabilidade do profissional.

Graças à dedicação, visão e capacidade de todos os Diretores e Vice-Diretores, a nossa Sociedadedemonstrou grandes avanços nesse início do novo Milênio. Assim, agradeço a todas as pessoas e Instituiçõesque nos ajudaram a dirigir a Sociedade durante estes dois últimos anos e a realizar o XII CBMET. Alémdisso, expressos meus profundos agradecimentos a todos os sócios (alunos, professores, profissionais,pesquisadores e técnicos) da SBMET pela total confiança em mim depositada, bem como desejo a nova DEpleno êxito na administração da SBMET no Biênio 2002-2004.

Prakki Satyamurty

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DIRETORIA EXECUTIVA DA SBMET ELEITA PARA O BIÊNIO 2002-2004

O resultado da eleição para a nova Diretoria Executiva (DE) da SBMET, em chapa única, realizada naAssembléia Geral Extraordinária (de acordo com os artigos 13, 15, 44, 47, 50, 51, 52 do Estatuto), em Fozdo Iguaçu, PR, durante o XII CBMET, foi como segue:

Francisco de Assis Diniz (Presidente)

Expedito Ronald G. Rebello (Vice Presidente)

José de Fátima da Silva (Diretor Secretário)

Mamedes Luiz Melo (Vice Diretor Secretário)

Jorge Emílio Rodrigues (Diretor Tesoureiro)

Nelson Jesus Ferreira (Vice Diretor Tesoureiro)

Terezinha de Maria B.S. Xavier (Diretora Científica)

Manoel Francisco Gomes Filho (Vice Diretor Científico)

Mário Miranda Vilas Boas Ramos Leitão (Diretor Profissional)

Marcos Alberto A. de Araújo (Vice Diretor Profissional)

A posse da nova DE foi realizada em 05 de novembro do ano corrente, as 16:30 h, no Auditório doLIT/INPE, em São José dos Campos, SP e contou com a participação de representantes de vários orgãos eempresas, além de membros das duas diretorias.

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DISCURSO DO PRESIDENTE DA SBMETELEITO PARA O BIÊNIO 2002-2004

Francisco de Assis [email protected]

Senhor Presidente da SBMET, Dr. Prakki SatyamurtySenhor Presidente do Conselho Deliberativo, Dr. Valdo da Silva MarquesSenhor Presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Dr. Luiz Carlos Moura MirandaSenhores membros da antiga Diretoria, colegas da nova Diretoria que hoje se empossamSenhores convidados, membros da SBMET, senhoras e senhores.

O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento, rejeita o conhecimento. Porque oconhecimento e a sabedoria são para aqueles que os buscam e procuram, não para os mais fortes. Éfundamental demonstrar sua sabedoria em fazer sua lâmpada brilhar mantendo a do seu companheiro acesa.Pois, ao apagar a lâmpada do seu próximo, a sua própria torna-se sem valor (o trivial).

Primeiramente agradecemos a Deus por esta oportunidade de estarmos assumindo esta Diretoria, a todosos sócios efetivos e membros desta sociedade, por terem nos depositados sua confiança, em dirigir esta maiorentidade nacional de meteorologia profissional e científica, hoje empossada.

Não podemos deixar de parabenizarmos a Diretoria que deixa este mandato com êxito, representado aquipelo Dr. Prakki Satyamurty, por ter exercido excelente gestão, pela melhoria do Boletim da SBMET,apresentação e na informação, bem com pela realização do Congresso deste ano. Agradecemos pelo apoioque estamos recebendo dos membros da Diretoria antiga, que nos tem informado, durante o processo detransição, sobre todas as atividades e situação em que se encontra a SBMET. Esta Diretoria, que hora seempossa, tem a certeza que poderemos sempre contar com estima e apreço as opiniões por parte dosmembros da antiga Diretoria.

Acreditamos que a SBMET possa ser uma entidade forte e participativa nos processos de decisões daspolíticas meteorológicas do País, a nível estadual e federal, em prol da valorização da categoria profissionale científica. A SBMET, através de seus sócios efetivos, deve ser um canal participativo, para apresentar epropor questões sobre mudanças climáticas, impactos ambientais, clima, recursos hídricos e energia, nosentido de auxiliar nas decisões governamentais.

No entanto, a competitividade profissional, dar-se-á com o aumento da capacidade científica e tecnológica,pelo conhecimento adquirido, através da valorização dos recursos humanos, não por aviltamento ouexclusão de instituição e órgão de meteorologia. Pois, a alta variabilidade climática do país, exige que ameteorologia tem muita a fazer e, a comunidade requer mais informações de qualidade sobre tempo e climapara melhor desempenho de suas atividades.

A meteorologia do país tem em grande parte padronização, controle dos métodos científicos de operação emanutenção de rede de estações meteorológicas, recomendado pela Organização Meteorológica Mundial. Oavanço tecnológico e científico, o crescimento e a demanda da meteorologia, nos conduz um grande desafio

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que temos pela frente, passa pela atual conjuntura da meteorologia nacional, que exige uma coordenaçãonacional ou outros nomes, visando uma unidade da meteorologia paritária. Entretanto, para implementaresta política e chegar ao equacionamento, a SBMET não poderá usar a inversão térmica, trocar as coisasjustas pelas inverdades.

ALGUMAS PROPOSTAS PARA A GESTÃO DA SBMET: BIÊNIO 2003-2004

Daremos continuidade às atividades que a SBMET desenvolve, buscando melhoria e aprimoramento emprol da sociedade. Devemos ressaltar que a publicação da Revista Brasileira de Meteorologia, passa paraum Editor Responsável permanente, no sentido de tornar mais eficaz a edição sem precisar de mudançaa cada dois anos. Devemos garantir a participação da SBMET nas atividades do FLISMET. Manter aspublicações do Boletim da SBMET e dos informativos. Articular com as instituições de meteorologia arealização da comemoração do Dia Mundial de Meteorologia, 23 de março.

Apoiar o grupo de trabalho criado no XII Congresso Brasileiro de meteorologia, realizado em Foz doIguaçu, para elaboração de um documento definindo uma política nacional de meteorologia, a serencaminhado ao Governo.

Instituir o prêmio com o título “Henrique Morize”, que deverá ser conferido no Dia do Meteorologista,ao mais destacado meteorologista pela sua contribuição científica no país, durante o ano anterior.

Promover a integração entre o INMET e os serviços estaduais de meteorologia, através das reuniõesmensais, troca de informações e cooperações técnicas, visando melhor entendimento profissional ecientífico, com informações de tempo e clima unilateral.

Solicitar junto ao sistema CONFEA/CREA melhor atuação para garantir a fiscalização do exercícioprofissional do meteorologista, bem como tornar em prática o uso da ética profissional.

Propor uma discussão nacional com a comunidade meteorológica, as instituições de meteorologiaoperacional e científica e universidades a formulação de uma melhor estrutura ou coordenação de umameteorologia do País.

Propor no âmbito das instituições, universidades, cooperativas agrícolas, fundações e outras de interesse,palestras e debates sobre programa da aplicação da meteorologia, previsão de tempo e clima, fenômenoEl Niño/La Niña e outras áreas que sirvam de alto suporte nos planejamentos e seguimentos dasatividades da vida humana.

Pleitear junto às instituições de meteorologia do país, a nível estadual e federal, estágio para osmeteorologistas recém-formados, visando melhorar, incentivar e por vez, estabilizar a condiçãoprofissional, bem como a sua valorização.

Incentivar e promover a cooperação com os órgãos de meteorologia, visando maior intercâmbio com asinstituições de ensino em meteorologia, em todos os seus graus e em áreas correlatas, no sentido de apoiare melhorar a qualidade dos cursos oferecidos, visando o aperfeiçoamento dos profissionais emmeteorologia.

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Estamos empenhados no acompanhamento no sentido de conseguir uma política salarial, nos mesmosmoldes de gratificação salarial dos fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e doAbastecimento, para os meteorologistas e técnicos em meteorologia do INMET. Além disso, estamoscom a proposta de criar no âmbito federal a carreira de Estado para os meteorologistas.

Vale salientar que parte das propostas apresentadas, a nova Diretoria da SBMET necessita da ajuda,colaboração e compreensão dos órgãos operacionais, das instituições que trabalham com meteorologia e deensino do país, dos serviços estaduais de meteorologia e de todos os profissionais ligados a esta área. Esteapoio é imprescindível para o andamento dos trabalhos e o sucesso das atividades da SBMET.

Comunicamos aqueles que pretendem enviar suas sugestões, críticas e informações sobre assuntos ligados ameteorologia e as atividades da SBMET, solicitamos que devem ser enviados para o [email protected], em que estará ativo no decorrer desta semana.

Meu muito obrigado e desejo aos membros da SBMET e todos os presentes que tenham um bom dia. Quea mudança do novo Governo seja de grandes avanços na meteorologia em prol da comunidade. Que Deusesteja nos iluminado para esta Diretoria possa atender os anseios de nossa comunidade.

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ENTREVISTAS COM A ANTIGA E A ATUAL GESTÃO DA SBMET

Local de Realização: Durante XII CBMET, em Foz do IguaçuEntrevistador: Dr. Luiz Augusto Toledo Machado

Nessas entrevistas utilizaram-se uma câmara de vídeo, que foram transcritas com o apoio da equipe formada por Maria Aparecida Senaubar Alves, Alexandre Millen e Dora Toledo.

1ª Entrevista

Entrevistado: Dr. Gilberto Fisch- Editor da RBMET no Biênio 2000-2002

EDITOR: Gostaria que o Sr. falasse sobre a sua experiência na RBMET.GF: Estou à frente da RBMET desde o final de 2000. Nesse período publiquei três números, volume 16nº1 e nº 2, e o volume 17 nº 1 referente a janeiro à julho desse ano que está sendo distribuído no XIICBMET. Para mim rendeu-me um conhecimento científico muito bom, pois leio todos os trabalhos. Dátrabalho? Sim. Eu recebo os artigos, tenho que escolher e contatar os revisores, mandar os trabalhos paraeles, lembrá-los quanto ao prazo, que tem que retornar os trabalhos revisados em 30 dias.

EDITOR: Qual o ponto que o Sr. achou mais positivo e o mais negativo?GF: Positivo foram as inovações que conseguimos implementar nesses dois anos. Os artigos premiados quepassaram por revisões de assessores para ser publicados na RBMET e a confecção de artigos mostrando oestado da arte de várias áreas da meteorologia, sendo que já publicamos dois artigos temáticos: MudançasClimáticas Globais e Chuva no Nordeste Brasileiro. Negativo foi que as revisões dos artigos levaram umtempo maior do que eu gostaria, um tempo bom seria uns 8 meses ( entre a entrega do artigo e aceitação)para serem publicados em 1 ano.

EDITOR: Qual a sugestão que o Sr. daria para o novo editor?GF: Escolher revisores que cumpram as datas estabelecidas para entrega do artigo revisado. Na maioria dasvezes, são escolhidos profissionais de alto conhecimento científico, porém muito atarefados, acabando poratrasar as publicações.

EDITOR: O que o Sr. acha da publicação da revista ser escrita exclusivamente em língua inglesa?GF: Sou radicalmente contra, pois temos que divulgar as pesquisas brasileiras em português, haja visto queapenas uma pequena parcela dos nossos estudantes tem contato com a língua inglesa, sem contar que quempaga os nossos salários é o contribuinte brasileiro. Porém, poderia ter alguns artigos escritos em inglês, masnão todos.

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2ª entrevista

Entrevistado: Dr. Tércio Ambrizzi- Professor da USP- Editor da RBMET no períodonov/2002-out/2006

EDITOR: Como o Sr. vê esse desafio de ser Editor da RBMET, nessa nova fase da revista desvinculadada Diretoria da SBMET?TH: É um desafio importante, mas a última diretoria já colocou “as coisas nos trilhos”, vou tentar continuara qualidade já deixada e tentar melhorar, colocando a revista no âmbito de toda a América Latina.

EDITOR: Existem mudanças específicas que o Sr. gostaria de implementar?TH: Vou comparar a nossa revista com outras e talvez mudar o visual, gostaria também que ela tivesse umcaráter mais geral ao ponto de ser difundida para a América do Sul, contendo artigos na língua portuguesa,espanhola e inglesa.

3ª Entrevista:

Entrevistado: Dr. Prakki Satyamurti - Presidente da SBMET no Biênio 200-2002

Editor: Primeiramente, gostaria de saber sobre sua experiência nesses dois anos à frente da SBMET.P: Para mim foi uma experiência nova, muito gratificante. Atualmente, elaboramos boletins a cada 4 mesescom artigos de setores de toda a sociedade, publicamos a RBMET duas vezes por ano e o informativomensalmente para a sociedade ficar ciente do que acontece no país e no mundo na área de meteorologia.Aproveito aqui, para agradecer todos os envolvidos na elaboração destes, principalmente os patrocinadores.Foi realizado também um Workshop montado no ano passado em Brasília com profissionais de todo o país,onde foi discutida a crise energética. A grande realização da gestão foi o Congresso que reflete o sucesso daDiretoria na organização principalmente no nível dos trabalhos científicos, das palestras, das discussões dasoficinas temáticas, a participação de 700 pessoas conciliando a parte científica com o turismo cultural elocal. A participação do setor energético com a presença de muitas autoridades interessadas em utilizar ameteorologia como uma ferramenta eficaz e a feira dos expositores da área. Não poderia deixar de falar daconstrução do site da Sociedade Brasileira de Meteorologia.

EDITOR: Qual seria o ponto positivo que o Sr. destacaria dessa Diretoria?P: São vários pontos, não saberia destacar um específico, mas sem dúvida o que eu gostei foi a re-inclusãoda meteorologia dentro de um conjunto de carreiras na área de exatas. Acho que a nova Diretoria deveriase empenhar para dar continuidade ao trabalho.

EDITOR: Que conselho o Sr. daria para a nova Diretoria da SBMET?P: Planejar desde o início o próximo congresso em 2004, pois, dá muito trabalho e toma muito tempo.Melhorar a qualidade dos boletins e informativos. Lutar para melhorar junto às instituições de ensino ocurso de graduação e pós-graduação, para fortalecer o ensino da meteorologia e, consequentemente, suacarreira.

Entr

evis

tas

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EDITOR: Nesse sentido, de difundir a revista em outros países, quais os mecanismos que o Sr. vai utilizarpara estimular, como por exemplo, as sociedades deveriam se associar?TH: Criando uma rubrica na Sociedade em que instituições do exterior e universidades se associariampagando uma taxa para cobrir os custos da confecção e envio da revista. E usaríamos também cartazes,folders, etc., para divulgação.

EDITOR: Os artigos de 1ª linhas feitos no Brasil, atualmente são mandados para revistas internacionais.O Sr. pretende captar esses artigos? Como seria esse processo?TH: Recentemente, a CAPES colocou a RBMET como uma revista importante, que vale pontos para ocurriculum e isso já é um estímulo para os nossos pesquisadores.

EDITOR: Qual a sua opinião sobre os artigos da RBMET serem publicados na língua exclusivamenteinglesa?TH: Eu acho que estaríamos excluindo muitos trabalhos importantes, pois, muitos dos graduados não temexperiências no exterior e nem domínio do idioma inglês, então acho que deveria ter artigos escritos eminglês, português e espanhol. Lembrando que a língua Portuguesa referencia a sociedade brasileira.

EDITOR: A sociedade implementou o Boletim e o Sr. julga que num futuro poderá ter diferença desobreposição de um artigo publicado na revista e outro no boletim?TH: Se eu tivesse que julgar títulos e observa-se que a pessoa tem por exemplo 20 artigos publicados noboletim e 3 na RBMET , com certeza daria um peso maior para esse último, pois o boletim seria um resumonão tendo assuntos mais aprofundados. Gostaria de ressaltar que o boletim publica uma idéia geral deprojetos de pesquisa visando a divulgação à sociedade, enquanto um artigo da RBMET é mais específico eelaborado.

EDITOR: Mas o Sr. viu que nos EUA o boletim recebeu a importância de uma publicação de revista.TH: É verdade, mas eu espero que no Brasil as coisas sejam bem distintas, mas o boletim é bem importantetambém.

EDITOR: Finalizando, qual o número ideal de revistas por ano da RBMET e se o Sr. pretende fazeredições especiais?TH: Hoje são duas por ano, por enquanto vou deixar como está, mas dependendo do número de artigos,pode-se fazer três ao ano. Quanto as edições especiais acho válido, tem espaço, como por exemploexperiência de campo com resultados importantes, como do Jato em Baixos Níveis.

4ª Entrevista

Entrevistado: Francisco de Assis Diniz - Presidente eleito da SBMET para o Biênio 2002-2004

EDITOR: Como o Sr. vê o desafio de assumir a presidência da SBMET no Biênio 2002-2004?A: A SBMET é de toda a comunidade e não de um órgão específico, vai ser um desafio grande pelasmudanças políticas que ocorrerão, mas nós vamos participar ainda mais das decisões políticasprincipalmente na escolha dos dirigentes da área.

EDITOR: Quais são os pontos principais que o Sr. pretende atacar na sua gestão?A: Vamos tentar, primeiramente, bolsas de estudo de aperfeiçoamento de 4 a 6 meses para os graduados nas

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 4 5

diversas instituições ligadas à meteorologia, trabalhar para promover mais cursos operacionais, fazer aprimeira semana meteorológicas de Brasília e promover o 1º Seminário de Climatologia.

EDITOR: Com relação ao próximo Congresso o Sr., já tem idéia do local e do tema?A: Penso na região de Fortaleza, em meados de outubro, já que faz uns 14 anos que não acontece um congressono Nordeste, e contaremos com um apoio logístico bom, haja vista que a Diretora Científica é de lá.

EDITOR: Com relação ao tema? A: Temos a idéia de 3 temas, mas devemos colher informações, sugestões, acho que a meteorologia ligada aárea da saúde seria um tema bom, assim com recursos hídricos.

5ª Entrevista

Entrevistada: Terezinha de Ma. Bezerra Sampaio Xavier - Diretora Científica da SBMET, eleita para oBiênio 2002-2004

EDITOR: Quais os pontos que a Sra. gostaria de abordar nessa nova gestão?TX: Considero excelente a idéia de associar a RBMET à uma equipe editorial, pois a revista ocupa muitotempo de um Diretor Científico e ele não vai ter condições de dar conta dos diversos pontos em que oDiretor Científico deve atuar em específico, por exemplo, o Congresso. Também, estou preocupada com aclimatologia urbana, devendo dar um certo ênfase nesta área visando estimular estudos mais elaboradossobre o assunto, com mais consistência e informações mais precisas.

EDITOR: A RBMET passou a responsabilidade para uma editor, mas o boletim quem seria o editorresponsável?TX: Eu acho que quanto ao boletim deve ter um pensamento coeso da Diretoria da SBMET. Antes era oVice- Presidente o responsável, mas iremos ainda discutir esses pontos após a eleição. A minha intenção élançar anais da SBMET, registrando tudo que se passa na vida da sociedade, registrando todas asinformações de cada região e seria aberto à toda comunidade. Eu estou com essa idéia dos Anais, o que vocêacha?

EDITOR: Bom, eu acho que o boletim tem essa função também, .....TX: Não, mas o boletim não tem as funções dos anais, o boletim é mais abrangente que os anais, os anaisregistram com maiores detalhes, pois será uma memória da sociedade. Vamos ver esses pontos com detalhesapós as reuniões da Diretoria onde iremos estudar estes pontos.

EDITOR: Com relação ao próximo Congresso a Sra. já tem em mente algumas modificações que queiraimplementar comparada a este congresso?TX: Vocês (a gestão passada), estão de parabéns, divulgaram só as coisas mais importantes, o Congresso estámaravilhoso, bem organizado e ainda é cedo, pois dois anos passam muito rápido e o Congresso é o espelhodo seu trabalho de dois anos, e esse trabalho vai se resumir em 5 dias e tem muita coisa para fazer, mas nãovamos mudar muita coisa, os Comitês vão ser mantidos, assim como todo a sistemática e vamos precisar daajuda de vocês. Temos que nos preocupar com a capacidade do hotel enfim com a logística. Talvez iremosaumentar o número de Comitês.

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A CLIMATOLOGIA NO CONTEXTO DASOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA (SBMET)

Proposta apresentada pela Profa. Teresinha de Ma. Bezerra Sampaio Xavier Diretora Científica da Academia Cearense de Ciências

[email protected]

A CLIMATOLOGIA, como não poderia deixar de ser, constituiu área sempre presente dentro da SBMET.Isso foi fortificado no contexto dos três derradeiros congressos da Sociedade, com o funcionamento em cadaum deles de “área temática” sobre climatologia e também dos I, II e III SIMPÓSIOS BRASILEIROS DECLIMATOLOGIA (de fato, essa área foi fracionada em duas áreas temáticas correlatas, no últimocongresso, em função da afluência de grande quantidade de trabalhos ocorrida nos dois anteriores). Somenteisso, já demonstra de maneira inequívoca a relevância da Climatologia na SBMET.

Não obstante, de certa forma “dormimos no ponto”, quando não se cuidou de fortificar a área deClimatologia e, principalmente, de lhe dar maior visibilidade, para fins externos. Ora, conforme dadosque obtivemos através da INTERNET, foi aprovada no último “IV Simpósio Brasileiro de ClimatologiaGeográfica” a criação da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CLIMATOLOGIA, cujo primeiro presidente éa geógrafa Ana Maria Brandão, do Depto. de Geografia da UFRJ. Note-se que a recém criada agremiaçãonão se intitulou “Sociedade Brasileira de Climatologia Geográfica”, mas “Sociedade Brasileira deClimatologia”.

Decerto, dentro da SBMET, nunca houve qualquer movimento no sentido de criar uma nova associaçãopara fins de abarcar a Climatologia e, decerto, isso se justificaria no desiderato de não se querer fracionarnossa sociedade. Quanto ao argumento de que a Meteorologia já englobaria necessariamente aClimatologia, na verdade era um pensamento incorreto.

Contudo, acho que é o momento de cuidarmos de atribuir à Climatologia, no contexto da SBMET, umpapel mais importante e, sobretudo, mais visível ao público externo. Com efeito, se ficarmos inertes nessaquestão, não será impossível que possamos perder a liderança em termos institucionais frente à nova“Sociedade Brasileira de Climatologia”, cuja criação devemos obviamente encarar como fato consumado esem volta.

Há, porém, a possibilidade de ser adotada uma estratégia apropriada, por parte da SBMET, cujas principaismedidas seriam as seguintes :

Criação de uma ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CLIMATOLOGIA, porém, como entidade nãoautônoma e afiliada à SBMET. Essa é uma das facetas da estratégia a que se vem de mencionar, cujavantagem é se evitar um fracionamento desnecessário da própria SBMET.

Segue-se outra medida, a saber, a urgente edição do primeiro número da REVISTA BRASILEIRA DECLIMATOLOGIA, a ser criada e mantida pela SBMET, mas que depois passaria a ser dirigida pelaafiliada, ou seja, pela “Associação Brasileira de Climatologia”. Teríamos, portanto, de cuidar do registroimediato desse novo periódico, independentemente de qualquer decisão sobre a criação da associação. Aperiodicidade da revista poderia ser inicialmente semestral, a discutir.

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Note-se que a criação deste novo periódico constitui medida que pode ser tomada a nível administrativo,ou seja, a partir de decisão da Presidência de nossa entidade, com apoio da Diretoria Científica. Já acriação da “Associação Brasileira de Climatologia” creio que dependeria de tomada de decisão envolvendoconsulta aos quadros da Sociedade.

Por outro lado, ao SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CLIMATOLOGIA, dentro de cada CBMET, deveriaser atribuída maior visibilidade; ou seja, no sentido de que o evento como um todo passasse a denominar-se CBMET - CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA/SBCLI - SIMPÓSIOBRASILEIRO DE CLIMATOLOGIA (portanto, a “climatologia” deixando de ser mera área “temática”dentro do CBMET). Essa medida, aliás, já poderia valer para o próximo Congresso, o de 2004.

É óbvio que existe à este respeito outra opção, que seria continuar com o CBMET nos anos pares e entãodestinar ao “Simpósio Brasileiro de Climatologia” os anos ímpares, embora este sempre sob a tutela daSBMET, através da “Associação Brasileira de Climatologia”. Mas, por premência do tempo, valeria porenquanto a realização conjunta dos dois eventos, em 2004.

A Diretoria da “Associação Brasileira de Climatologia” ficaria subordinada à SBMET, porém comautonomia científica, dentro de limites a serem definidos. O associado à nova entidade pagaria apenaspequena taxa suplementar à anuidade da SBMET e, nesse caso, seria considerado sócio de ambas. Defato, toda a parte administrativa e contábil da SBMET e da sua afiliada, ficaria a cargo da primeira. Semdúvida, constituiria uma medida “sustentável”, com grandes benefícios para a SBMET.

Aceitar-se-iam sócios exclusivamente para a “Associação Brasileira de Climatologia”, os quais poderiamser não apenas meteorologistas, porém profissionais de todas as áreas afins ou interessadas emclimatologia, inclusive Geografia e Meio Ambiente. Obviamente, neste caso, teriam de pagar anuidadeigual à de sócio da SBMET, mas sem uma taxa suplementar, já mencionada.

Tudo isto são apenas sugestões, mas que evidentemente eu gostaria de ver apreciadas pela nova DireçãoExecutiva da SBMET, podendo serem também ouvidos membros de Diretorias passadas, como a doConselho Fiscal, em geral pessoas de prestígio científico e de experiência dentro da nossa entidade.

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia5 0

FFoollhhaa ddoo MMeeiioo AAmmbbiieennttee oonnlliinnee

Versão da mídia impressa

www.folhadomeioambiente.com.br

GGeessttããoo CC&&TT

Editado pela Associação Brasileira de Instituições

de Pesquisa Tecnológica

www.gestaoct.org.br

IIbbaammaa OOnnlliinnee

Seção de notícias produzidas pelo Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis

www.ibama.gov.br/noticias

SSBBPPCC

Dossiês e documentos sobre política, educação,

ciência e tecnologia

www.sbpcnet.org.br/documentos

JJoorrnnaall ddaa CCiiêênncciiaa EE--mmaaiill

Boletim com edição diária produzido pela SBPC

www.sbpcnet.org.br/publicacoes/jce-mail.html

NNoottíícciiaass ddoo MMCCTT

Página do MCT com notícias e Informes

www.mct.gov.br/comunicacao

BBoossqquuee ddaa CCiiêênncciiaa

Área pertencente ao Instituto de Pesquisas da

Amazônia com atividades de educação ambiental

www.inpa.gov.br/sites/fdb/Bosque

CCiiêênncciiaa HHoojjee

Versão da revista mensal de divulgação científica

produzida pela SBPC

www.uol.com.br/cienciahoje/

AAccoonntteeccee

noticiário em tempo real do Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais (INPE)

www.inpe.br/cri/Acontece.html

AAEEBB IInnffoorrmmaa

Noticiário da Agência de Notícias espaciais, com

artigos sobre atividades espaciais brasileiras

www.agespacial.gov.br/comunicacao

AAggêênncciiaa UUSSPP ddee NNoottíícciiaass

Página de divulgação da USP, com eventos, teses,

cursos, etc.

www.usp.br/agenciausp

BBaannccoo ddee NNoottíícciiaass

Boletim da assessoria de comunicação social da

Embrapa

www.embrapa.br/novidade/noticias/index.html

CCiieenncciiaaoonnlliinnee

Página de divulgação científica editada por

especialistas em meteorologia, meio ambiente,

história da ciência e astronomia.

www.cienciaonline.org

www.cienciaonline.org/revista

CCoonnttaattoo

Boletim do Instituto de Estudos Avançados da

USP, com conferências, artigos e boletim

eletrônico

www.usp.br/iea/contato

CCNNPPqq NNoottíícciiaass

Notícias produzidas pela assessoria de

comunicação do CNPq

www.cnpq.br/noticias

SITES DIVERSOS Fonte: Folha de São Paulo, 30 de outubro de 2002

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Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 5 1

SScciiddeevvNNeett

Acesso livre com notícias em ciência e

tecnologia de diversas partes do mundo

www.scidev.net

www.scidev.net/dossiers/climate

SScciieennccee NNeewwss -- SScciieennccee LLiibbrraarryy UUGGAA

Lista de sites que apresentam notícias sobre

ciência

www.libs.uga.edu/efournals

SScciieennccee NNooww

Publicação diária da Revista Science

www.sciencenow.org

SScciieennttiiffiicc AAmmeerriiccaann BBrraassiill

Reportagens e links. Envio de boletim eletrônico

www.uol.com.br/sciam

SSuuppeerriinntteerreessssaannttee OOnnlliinnee

Notícias, jogos e reportagens da revista.

www.uol.com.br/super

EEssttaaççããoo CCiiêênncciiaa

Vinculada à USP, traz um laboratório virtual

www.eciencia.usp.br

RReevviissttaa PPeessqquuiissaa ddaa FFAAPPEESSPP

Versão eletrônica da revista Pesquisa FAPESP

www.revistapesquisa.fapesp.br

MMiinnaass ffaazz CCiiêênncciiaa

Versão online da Revista da Fundação de Amparo

à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

www.revista.fapemig.br

MMuusseeuu ddee CC iiêênncc ii aa ee TTeeccnnoo lloogg iiaa

Vinculado à Universidade do Estado da

Bahia/UNEB

www.uneb.br

MMuusseeuu ddee CCiiêênncciiaa ee TTeeccnnoollooggiiaa

Criado pela Universidade Católica do

Rio Grande do Sul

www.mct.pucrs.br

NNúúcclleeoo AAnnttáárrttiiccoo

Órgão da Universidade Federal de Santa Maria,

com informações sobre a Antártica

www.ufsm.br/antartica

RRIITT

Publicação editada pela Unicamp, com

informações sobre desenvolvimento científico e

tecnológico

www.revista.unicamp.br

Esp

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Local: Madri, EspanhaPeríodo: 21 a 26 de abril de 2003Informações: http://www.unemet.al.org.br

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Local: Bad Munstereifel. AlemnhaPeríodo: 18 a 22 de maio de 2003Informações: Wolfgang Fischer, STE

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Local: Madri, EspanhaPeríodo: 7 a 11 de julho de 2003Informações: http:// www.enemet.al.org.br

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Local: Granada, EspanhaPeríodo: 11 a 16 de outubro de 2003Informações: Thomas Stocker

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Local: Anfiteatro da Escola Politécnica, Cidade Universitária, USP. São Paulo

Período: 03 e 04 de dezembro de 2002Informações: Mario Thadeu Barros

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Local: Maceió, ALPeríodo: 03-06 de dezembro de 2002Informações: [email protected]

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Local: Wellington, Nova ZelândiaPeríodo: 24 a 28 de março de 2003Informações: Jim Renwick, NIWA

([email protected])P.O. Box 14901, Wellington,New Zealand

SSiimmppóóssiioo BBrraassiilleeiirroo ddee SSeennssoorriiaammeennttooRReemmoottoo

Local: Belo Horizonte. MGPeríodo: 05 a 06 de abril de 2003Informações: http://www.ltid.inpe.br/sbsr2003

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REUNIÕES CIENTÍFICAS

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PREMIAÇÃO XII Congresso Brasieleiro de Meteorologia Foz do Iguaçu, PR 4 a 9 de agosto de 2002

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CT1 - Climatologia Geral e Climatologia RegionalCoordenadores: Dra. Teresinha de Maria Bezerra Xavier Sampaio (ACC) e Sr. Expedito Rebello (INMET)

1- Prêmio de Melhor Trabalho Científico (Destaque)SO1_11: (2421-1) - UM MODELO DE VEGETAÇÃO POTENCIAL PARA ESTUDOSCLIMÁTICOS. MARCOS DAISUKE OYAMA (CTA) E CARLOS AFONSO NOBRE (INPE)

2- Prêmio por apresentação de Trabalho de Jovem Cientista (doutorado completo até 3 anos)SO11_7: (2161-1) - CARACTERIZAÇÃO DO POTENCIAL EÓLICO DA DIREÇÃOPREDOMINANTE DO VENTO NO ESTADO DA BAHIA. BERNARDO BARBOSA DA SILVA (UFPB), JAKSON JOSE AMÂNCIO ALVES (UFPB) E ENILSONPALMEIRA CAVALCANTI (UFPB)

3- Prêmio por apresentação de Trabalho de Estudante (nível médio, graduação, mestrado e doutorado)SO11_5: (2358-2) - IDENTIFICAÇÃO DE TRIMESTRES EXTREMOS NO REGIMEPLUVIOMÉTRICO DO SUL E SUDESTE DO BRASIL E RELAÇÃO COM A TSM. ANDRÉA DE OLIVEIRA CARDOSO (USP) E PEDRO LEITE DA SILVA DIAS (USP)

CT2 - Variabilidade e Mudanças do ClimaCoordenadores: Dr. José A. Marengo Orsini (INPE) e Dr. Tércio Ambrizzi (USP)

1- Prêmio de Melhor Trabalho Científico (Destaque)SO3_2: (2320-1) - CLIMATE CHANGE OVER SOUTH AMERICA IN RELATION WITH THEINCREASE OF GLOBAL GREENHOUSE GASES: A NUMERICAL STUDY. ARONA DIEDHIOU (IRD), J. RONCHAIL (IRD), NADINE DESSAY (IRD), LUIZ AUGUSTOTOLEDO MACHADO (CTA), HENRI LAURENT (IRD), J-F. ROYER (IRD).

2- Prêmio por apresentação de Trabalho de Jovem Cientista (doutorado completo até 3 anos)SO3_4: (2522-1) - UMA AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA SIMULAÇAO DE PRECIPITAÇÃOSOBRE O NORDESTE DO BRASIL USANDO UM ANINHAMENTO DE UM MODELONÚMERICO REGIONAL EM UM MODELO NUMÉRICO GLOBAL. JOSÉ M. BRABO ALVES (FUNCEME), EMERSON M. DA SILVA (FUNCEME), DAVID F.MONCUNILL (FUNCEME), VICENTE DE P.S. FILHO (INPE), WAGNER L.B. MELCIADES(FUNCEME)

3- Prêmio por apresentação de Trabalho de Estudante (nível médio, graduação, mestrado e doutorado)SP6_11 (2260-1) - EFEITOS ASSOCIADOS AO EL NIÑO E LA NIÑA NA COBERTURA VEGETALDO RIO GRANDE DO SUL. LIZANDRO OLIVEIRA JACÓBSEN (UFPEL), DENISE CYBIS FONTANA (UFPEL), YOSIO E.SHIMABUKURO (INPE)

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CT3- Hidrometeorologia, Poluição, Interação Oceano-Atmosfera e Química da AtmosferaCoordenadores: Sra. Tania O. Oda (IEAPM), Dra. Maria de Fátima Andrade (USP) e Dr. Augusto J. Pereira Filho (USP)

1- Prêmio de Melhor Trabalho Científico (Destaque)SO9_2: (2271_1) - MODELAGEM UNIDIMENSIONAL DA CAMADA LIMITE OCEÂNICADURANTE PIRATA. MARCELO DOURADO (UFRJ)

2- Prêmio por apresentação de Trabalho de Jovem Cientista (doutorado completo até 3 anos)SP1_12: (2212-1) - COEFICIENTES DE DIFUSÃO TURBULENTOS PARA A CAMADA LIMITERESIDUAL. GOULART, A. G (UFSM) ,DEGRAZIA, G. A. (UFSM); CAMPOS, C. R. J. (UFPEL); SILVEIRA, C.P. (UFSM); NUNES, A. B. (UFSM) ;SASTRE, F. U. ( UFSM)

3- Prêmio por apresentação de Trabalho de Estudante (nível médio, graduação, mestrado e doutorado)SP1_38: (2471-1) - CLIMATOLOGIA DA UMIDADE DO SOLO NO BRASIL. LUCIANA ROSSATO(INPE), REGINA CÉLIA DOS SANTOS ALVALÁ (INPE), JAVIER TOMASELLA (INPE)

CT4 - Processos de Troca entre solo-planta-atmosferaCoordenadores: Dr. Roberto F. da Fonseca Lyra (UFAL) e Dr. Bernardo B. da Silva (UFPB)

1- Prêmio de Melhor Trabalho Científico (Destaque)SP4_64: (2478-1) - A ALTURA DO AUMENTO DE VELOCIDADE MÁXIMO E A ALTURA DAREGIÃO INTERNA NO ESCOAMENTO EM CAMADA LIMITE ATMOSFÉRICA SOBRECOLINAS.CLÁUDIO C. PELLEGRINI (COPPE/UFRJ), GUSTAVO C. R. BODSTEIN (COPPE/UFRJ)

2- Prêmio por apresentação de Trabalho de Jovem Cientista (doutorado completo até 3 anos)SP4_29: (2277-1) ESTIMATIVA DA TRANSPIRAÇÃO MÁXIMA DE ÁRVORES DE LIMA ÁCIDA"TAHITI" PELO MODELO DE PENMAN-MONTEITH.FABIO RICARDO MARIN (ESALQ-USP), LUIZ ROBERTO ANGELOCCI (ESALQ-USP), NILSONAUGUSTO VILLA NOVA (ESALQ-USP)

3- Prêmio por apresentação de Trabalho de Estudante (nível médio, graduação, mestrado e doutorado)SO2_7: (2617-1) - SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO ESCOAMENTO NA CAMADA LIMITEATMOSFÉRICA SOBRE COLINAS ISOLADAS DE VEGETAÇÃO BAIXA E UNIFORME EMATMOSFERA NEUTRA E SECA UTILIZANDO O RAMS LEANDERSON MARCOS DA SILVA PAIVA (COPPE-UFRJ), GUSTAVO CÉSAR RACHIDBODSTEIN (COPPE/UFRJ), WALLACE FIGUEIREDO MENEZES (UFRJ)

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CT5 - Sensoriamento Remoto da AtmosferaCoordenadores: Dr. Artêmio Plana-Fattori (USP) e Dra. Claudia Jacondino de Campos (UFPEL)

1- Prêmio de Melhor Trabalho Científico (Destaque)SO4_5: (2281-1) - RELAÇÕES ENTRE A DIVERGÊNCIA DO VENTO EM ALTOS NÍVEIS E AEXPANSÃO DA ÁREA DOS SISTEMAS CONVECTIVOS: UMA APLICAÇÃO A PREVISÃOIMEDIATALUIZ AUGUSTO TOLEDO MACHADO (CTA), HENRI LAURENT (CTA)

2- Prêmio por apresentação de Trabalho de Jovem Cientista (doutorado completo até 3 anos)SO6_7 : (2417-1) DESENVOLVIMENTO DE UMA NOVA METODOLOGIA PARA AESTIMATIVA DA COBERTURA DE NUVENS SYLVIO L. MANTELLI NETO (INPE E UFSC), A. V. WANGENHEIN , ENIO B. PEREIRA (INPE)

3- Prêmio por apresentação de Trabalho de Estudante (nível médio, graduação, mestrado e doutorado)SP5_28: (2470-1) - ESTUDO DA REFRAÇÃO ATMOSFÉRICA UTILIZANDO DADOS DAMICROSSONDA GPS MARK II MARCELO FÉLIX ALONSO (UFPEL), ROGER OLIVEIRA VIEIRA (UFPEL), PAULO ROBERTOPELUFO FOSTER (UFPEL)

CT6 - Sistemas Meteorológicos e Previsão de TempoCoordenadores: Dr. Marcelo E. Seluchi (INPE) e Dr. Alexandre A. Costa (UECE)

1- Prêmio de Melhor Trabalho Científico (Destaque)SO10_3: (2520-1) - RIVER BREEZE CIRCULATION IN SANTAREM CLOSE TO THE TAPAJÓSAND AMAZON RIVERS. MARIA A. F. SILVA DIAS (USP), PEDRO L. SILVA DIAS (USP), MARCOS LONGO (USP), DAVIDR. FITZJARRALD (SUNYA), A. SCOTT DENNING, PRISCILA BRIER D'AURIA (SUNYA)

2- Prêmio por apresentação de Trabalho de Jovem Cientista (doutorado completo até 3 anos)SO10_5: (2474-1) - TRABALHO DE EXPANSÃO EM UMA ATMOSFERA CONVECTIVA. ENIO P. SOUZA (UFPB)

3- Prêmio por apresentação de Trabalho de Estudante (nível médio, graduação, mestrado e doutorado)SP2_47: (2489-1) - EFEITOS DE PROCESSOS NÃO LINEARES SOBRE A INFLUÊNCIA INTER-HEMISFÉRICA DE FONTES TROPICAIS DE CALOR.CARLOS FREDERICO MENDONÇA RAUPP (IAG/USP), PEDRO LEITE DA SILVA DIAS(IAG/USP)

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LANÇAMENTO DE LIVROS

Local: Stand do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), durante o XII CBMETData: 8 de agosto de 2002, 18:30 hDurante o coffee-break da tarde, houve o lançamento e apresentação de livros novos de meteorologia, emportuguês, dos seguintes autores:

1) É tempo de Chuva: estudos climáticos e de previsão para o Ceará e Nordeste Setentrional (2001), deautoria de Teresinha de Maria B. Sampaio Xavier (presente), ABC Editora.

2) A Técnica dos Quantis (2002), de autoria de Teresinha de Maria B. Sampaio Xavier (presente), José de Fátima da Silva (presente) e Expedito Ronald G. Rebello (presente), Editora Thesaurus.

3) Fundamentos de Dinâmica Aplicados à Meteorologia e Oceanografia (2002), de autoria de MarcoAntonio Maringolo Lemes, Antonio Divino Moura (presente), Editora Holos.

4) Meteorologia e Climatologia (2001), de autoria de Mário Adelmo Varejão-Silva, Editora INMET.

5) Interpretação de Imagens de Satélites Meteorológicos (2002), de autoria Artur Gonçalves Ferreira, Editora INMET.

6) Meteorologia Fundamental (2002), de autoria de Lucimar L. de Oliveira, Rubens L. Vianello, NelsonJ. Ferreira (presente) da Editora EDIFAPES.

7) Agrometeorologia - Fundamentos e Aplicações Práticas (2002), de autoria de Antonio Roberto Pereira, L. Roberto Angelocci e Paulo C. Sentelhas, Editora Agropecuária.

8) El Niño, o fenômeno climático do século (2000), de autoria de José de Fátima da Silva (presente), Editora Thesaurus.

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www.squitter.com.brpág. 20

pág. 37

pág. 52

Contra-capa

ÍNDICE DE ANUNCIANTES

SOBRE BSBMET:

Informações Gerais:Expedito R. G. RebelloJosé de Fátima da SilvaE-mail: [email protected]@inmet.gov.brFone: (61) 344-9944

Envio de artigos/matérias: E-mail: [email protected]

SOBRE RBMET:

Contactar o Editor ResponsávelDr. Tércio AmbrizziE-mail:[email protected]: (11) 3091-4696

(11) 3091-4731

SECRETARIA SBMET:

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Diretoria Executiva • Biênio 2000-2002

Prakki Satyamurti – Diretor Presidente

Luiz Augusto Toledo Machado – Vice-Diretor Presidente

Regina Célia dos Santos Alvalá – Diretora Secretária

Marley Cavalcante de Lima Moscati – Vice-Diretora Secretária

Gilvan Sampaio de Oliveira – Diretor Tesoureiro

Antonio Ocimar Manzi – Vice-Diretor Tesoureiro

Augusto José Pereira Filho – Diretor Profissional

Jojhy Sakuragi – Vice-Diretor Profissional

Gilberto Fernando Fisch – Diretor Científico

José Antonio Marengo Orsini – Vice-Diretor Científico

Conselho Deliberativo

Fernando Pimenta Alves Heloisa Moreira Torres Nunes

Maria Luiza Poci Pinto Francisca Maria Alves Pinheiro

José Marques Romísio Geraldo B. André

Halley Soares Pinheiro Junior Luccieta Guerreiro Martorano

Valdo da Silva Marques

Conselho Fiscal

Elza Correia Sucharov

Maria Aparecida Senaubar Alves

Marcelo Belassiano

Corpo Editorial

Luiz Augusto Toledo Machado - Editor Responsável

Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)

Pça Marechal Eduardo Gomes, 50 – São José dos Campos/SP - 12228-904 – Brasil

Tel. : (55 12) 39474558 – Fax: (55 12) 39474551

[email protected]

Marley Cavalcante de Lima Moscati - Editora Assistente

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

Laboratório Associado de Meteorologia e Oceanografia (LMO)

Av. dos Astronautas, 1758 – São José dos Campos/SP – 12227-010 – Brasil

Tel. : (55 12) 39456653 – Fax: (55 12) 39456666

[email protected]

José A. Marengo - Editor Associado

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)

Rodovia Presidente Dutra, 40 – 12630-000, Cachoeira Paulista/SP – Brasil

Tel. : (55 12) 5608400 – Fax: (55 12) 5612835

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O Boletim da SociedadeBrasileira de Meteorologia é uma

publicação quadrimestral daSBMET (www.sbmet.org.br),

com tiragem de 1000 exemplares.O Boletim aceita colaborações, na

forma de artigos originais dedivulgação de assuntos técnicos,

científicos ou profissionais ereproduções de matérias de

interesse do Corpo Social, desdeque não protegidos por direitos

autorais, ou mediante autorizaçãoexpressa do detentor destes

direitos.

CoordenaçãoLuiz Augusto Toledo Machado

ApoioCoordenadoria de Relações Institucionais

CRI/INPEProjeto gráfico e Produção gráfica

José Dominguez Sans (Pepito) Carlos Alberto Vieira (Carlinhos)

Daniel FachiniRevisão editorial

Marley Cavalcante de Lima MoscatiFotolito

Raster Bureau Impressão

DigitalPressFotografia

Montagem feita por Tércio AmbrizziISSN 1676-014X

Distribuição dirigida e gratuita

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1. Especificação de formatos:

1.1 Anúncio 1/4 de página, 9,75x13,25 cm sem sangria.

1.2 Anúncio 1/2 página, 20x13,25 cm sem sangria.

1.3 Anúncio página inteira, 21x28 cm com 4mm de sangria.

2. Programas disponíveis para recepção de arquivos:

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2.6 PDF 4.0 (em auta rezolução) ou inferior, nas plataformas Mac ou PC.

3. Midias para envio:

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Instruções aos Autores:

Serão aceitos para publicação no Boletim da SociedadeBrasileira de Meteorologia (BSBMET), artigos originaisna área de meteorologia e áreas correlatas, não publicadosanteriormente, versando sobre conclusões e andamentode Projetos, opiniões sobre pontos de relevância nameteo-rologia e problemas atuais da meteorologia e doclima e outros materiais técnicos para divulgação.

Os artigos deverão ser submetidos preferencialmente emportuguês, aceitando-se também artigos em inglês e emespanhol. Em qualquer caso deverá ser anexado umresumo em português e em inglês.

Os manuscritos submetidos deverão ser enviados aoEditor Responsável do BSBMET, em três vias completase uma cópia na forma digital.

Os artigos deverão ser preparados de modo a conter naprimeira folha, o nome do artigo, o nome completo dosautores, as Instituições a que pertencem e o endereçopostal e os resumos em inglês e em português.

As figuras e tabelas deverão estar posicionadas dentro dotexto conforme estipulados pelos autores.

As referências bibliográficas, as equações e as unidadesdevem seguir as normas adotadas pela Revista Brasileirade Meteorologia.

As páginas não devem ser numeradas e as regras quanto afonte, espaçamento e margem são as mesmas adotadaspela Revista Brasileira de Meteorologia.

Política Editorial do Boletim da SociedadeBrasileira de Meteorologia

Padrões para confecção e envio de arquivos eletrônicos dos anúncios

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ISSN 1676-014X

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