Vista 26
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vistaOUT/NOV200926 vista.art.br
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ZOOM AIR PAUL RODRIGUEZ IIIN IKESKATEBOARDING.COM
YOUTUBE.COM/PROJETONIKESBTWITTER.COM/NIKESBBRASIL ATUALIZAÇÕES CONSTANTES
V Í D E O S E X C L U S I V O S
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CARLOSIQUICUSTODIO PHOTO.
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FOTO
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ROCK
THE ELEMENT STORYASSISTA AO FILMEwww.elementskateboards.com
KLAUS BOHMSPRO SKATEBOARDER
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VISTA_KLAUS_OUTUBRO.pdf 18.09.09 18:06:50
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Expe-diente
EditorialEDITOR CHEFE: Alexandre Marten [email protected]
PRODuçãO, DIREçãO & EDIçãO DE COnTEúDO: Tobias Sklar [email protected]
PROjETO GRáFICO, ARTE & DIAGRAmAçãO: Frederico Antunes [email protected]
EDITOR FOTOGRAFIA:Flavio Samelo [email protected]
COnSELHO EDITORIAL:Fernando Tesch, Flavio Samelo, Gustavo Gripe, Lucas Pexão, Pedro Damasio, & Roger Mancha
COLAbORADORES TExTO: Ana Ferraz, Eduardo Bocão, Flavio Samelo, Gue Martini, Gustavo Amaral, Lucas Pexão, Nina Moraes & Ricardo Tibiu
COLAbORADORES FOTOGRAFIA:Caetano Oliveira, Camilo Neres, Flavio Samelo, Gustavo Amaral, Rene Jr., Robson Sakamoto & Seth Nicolas
COLAbORADORES ILuSTRAçãO:Bruno di Chico
AGRADECImEnTOS: Mauricio Santana, Luis Morilla, A. Bécquer Casaballe, Karla Nyland & Rogério Amaral
Comercial :Xande Marten RS: 0 (xx) 51 8413.6898 SP: 0 (xx) 11 6763.6335Lupa Fernandes SP: 0 (xx) 11 9134.5588
Administrativo: Gustavo Tesch [email protected]
Periodicidade: bimestral
Distribuição: distribuiçã[email protected]ção gratuita realizada em boardshops, galerias de arte, blitz & cadastro.
Impressão: Gráfica Pallotti
Para anunciar: [email protected] ou 0 (xx) 51 3012.7078
Fale conosco: leitores e lojistas, comuniquem-se com a Vista através do e-mail [email protected] ou através do telefone 0 (xx) 51 3012.7078
A Vista sempre tem o prazer de apresentar grandes pessoas. Skatistas,
artistas, músicos, fotógrafos e todo o tipo de gente disposta a fazer
o seu melhor.
nesta edição já começamos com uma capa de Flavio Samelo que
remete a busca que todos nós vivemos nesse mundo. Adriano Caldas, o
personagem da foto, é um dos nossos entrevistados que achou seu rumo.
Ricardo Carvalho, Ricardinho, é um ícone do skate que está em busca de
novos caminhos e está de volta ao brasil. As tortuosas linhas dos desenhos
do artista francês Seth também traça uma via de mão dupla entre as
culturas de continentes diferentes. mão dupla porque artistas brasileiros
foram convidados para ilustrar as ruas da cidade holandesa de Roterdã.
E falando em encontros, tivemos ainda o prazer de derreter com muitos
amigos no Rio de janeiro, transformando a ciclovia na pista mais própria
para andar de skate e se divertir.
mas como também estamos sempre buscando novas trilhas não nos
conformamos a ficar presos às páginas da revista, por mais prazer que ela
proporciona. Por isso orgulhosamente apresentamos o moment Game.
no moment qualquer pessoa poderá sentir o prazer de percorrer a longa
estrada da carreira de um fotógrafo de skate, com seus percalços e
recompensa, numa experiência online que vai divertir e conectar você
com a realidade.
Esta é mais uma Vista que esperamos que todos possam usar como
roteiro, mapa, bússola ou seja lá o que for que você precise para acertar o
passo e se manter no caminho do bem...
Tobias SklarT12 www.vista.art.br
Adriano CaldasS Flavio SameloFCAPA
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1618 20262836 moment game
405462768292
bloguigrafia
calma
tony hank
visita
inkognitta
ricardo carvalho
seth
adriano caldas
derrete
rua
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guru
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![Page 16: Vista 26](https://reader037.fdocuments.in/reader037/viewer/2022103103/568c36811a28ab02359848ca/html5/thumbnails/16.jpg)
Bloguigrafia
P ela dificuldade de se arrumar uma dessas
cópias e pela grande maioria desses
discos não serem lançados em CD e muito
menos relançados, os blogs cumprem essa
função memoravelmente. um dos quais eu
mais visito ultimamente é o Global Groovers.
O proprietário é um colecionador voraz desse
tipo de música, e assim como eu, gosta de
ripar os LP’s com seus defeitos, e isso fez eu
me identificar muito com a coleção de mP3 do
rapaz. Ali você pode baixar esses discos com
capa e contracapa com uma senhora bela
resolução e todas as músicas são gravadas
na melhor qualidade possível, contando
uma pequena história de cada artista,
disco ou como ele arrumou aquela cópia.
nesse blog foi a primeira vez que eu
vi um disco do Dr. Victor Abimbola Olaiya,
coisa que eu só tinha escutado uma ou outra
música por ai. E a lista é longa: Guillermo
buitrago, Rochereau & Franco, Sam
mangwana e mais uma centena de outros
que eu ainda não consegui ouvir.
O legal é que ele faz conexões das
influências dessa sonoridades africanas
em outras culturas. Então é claro que
tem muita coisa rara de samba brasileiro
também ali no blog para ser baixado, como
Aracy de Almeida e Alcione. Sem falar das
maravilhosas coletâneas e raros discos de
dub que são de empolgar qualquer um.
Acredito que assim como eu, você vai
se espancar de ouvir e baixar as músicas
desse blog, sem falar dos posts das seleções
que ele faz, vai a dica de você escutar
uma por dia. boa sorte nesse blog e faça
como Global Groovers e tantos outros
blogers, compartilhe seu conhecimento e
a informação que você tem acesso, essa é
a única maneira de criarmos algo descente
para o nosso próprio futuro.
Flavio Samelowww.flaviosamelo.com
www.baglione.blogspot.com
T http://globalgroovers.blogspot.comDivulgaçãoF16
A MÚSICA AFRICANA ESTÁ MUI-TO ALÉM DE FELÁ KUTI, MULA-TU ASTATKE E OS CLÁSSICOS DAS COLEÇÕES DOS MÚSICOS DA ETIÓPIA, E, É CLARO, QUE UM CONTINENTE COM UMA CULTU-RA TÃO GRANDE E RICA MUSI-CALMENTE DEIXARIA SUA MAR-CA POR TODO O MUNDO. É EVI-DENTE QUE A SITUAÇÃO ECO-NÔMICA DO CONTINENTE AFRI-CANO NÃO DÁ MUITA MARGEM PARA QUE OS MÚSICOS DE LÁ TENHAM QUALIDADE E NEM UMA PROJEÇÃO INTERNACIO-NAL. PORÉM, COM A EVOLUÇÃO DA INTERNET E DOS BLOGS, ES-SA EXIBIÇÃO E DIVULGAÇÃO DOS RAROS DISCOS DE ARTIS-TAS TOTALMENTE DESCONHECI-DOS VINDOS DE PAÍSES COMO NIGÉRIA, CONGO, GUINE, MO-ÇAMBIQUE E TANTOS OUTROS, ESTÁ EM PLENA ASCENSÃO.
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Durante 2 anos o artista plástico paulista Stephan Doitschinoff,
também conhecido como Calma, imergiu na comunidade
do Alto da Estrela, em Lençóis, Bahia, em busca de isolamento
e inspiração para sua obra. Num ambiente onde o folclore e
a religião se confundem, habitam imagens metafóricas muito
poderosas da cultura popular. O repertório simbólico desse
imaginário coletivo transita continuamente entre o sagrado
e o profano, imagens que o artista explora através de um olhar
sensível e crítico sobre a religião, a morte e o tempo.
O livro “The art of Stephan Doitschinoff” (Ed. Gestalten, 2008),
resulta num documento dessa jornada ao interior nordestino.
Suas páginas são ilustradas com fotos das intervenções
artísticas na casa dos moradores, nas lápides e na capela do
cemitério da comunidade registradas por Sonia Onate, Nicole
Heiniger e Calil Neto, tem prefácio de Carlo McCormick,
depoimentos do próprio artista, além de uma entrevista
concedida a Tristan Manco.
¶ Com diagramação perfeccionista e elaborada tipografia,
o acabamento da publicação é notável pelo refinamento
estético. Além disso, em cada um desses elementos percebe-se
o valor simbólico da escolha de cada ícone e de cada aborda-
gem, buscando um diálogo dinâmico e criativo com o universo
do artista . Com edição e design de Pedro Inoue, a publicação
tem o mesmo apuro das obras de Stephan onde símbolos
sagrados, alquímicos e pagãos se confundem sob o peso
de um mistério ancestral.
www.stephandoit.com.brNina MoraesT Divulgação GestaltenF
Temporal
18
D urante 2 anos o artista plástico paulista Stephan Doitschinoff,
também conhecido como Calma, imergiu na comunidade
do Alto da Estrela, em Lençóis, Bahia, em busca de isolamento
e inspiração para sua obra. Num ambiente onde o folclore e a
religião se confundem, habitam imagens metafóricas muito
poderosas da cultura popular. O repertório simbólico desse
imaginário coletivo transita continuamente entre o sagrado
e o profano, imagens que o artista explora através de um olhar
sensível e crítico sobre a religião, a morte e o tempo.
O livro “The art of Stephan Doitschinoff” (Ed. Gestalten,
2008), resulta num documento dessa jornada ao interior
nordestino. Suas páginas são ilustradas com fotos das
intervenções artísticas na casa dos moradores, nas lápides e na
capela do cemitério da comunidade registradas por Sonia Onate,
Nicole Heiniger e Calil Neto, tem prefácio de Carlo McCormick,
depoimentos do próprio artista, além de uma entrevista
concedida a Tristan Manco.
Com diagramação perfeccionista e elaborada tipografia,
o acabamento da publicação é notável pelo refinamento
estético. Além disso, em cada um desses elementos percebe-se
o valor simbólico da escolha de cada ícone e de cada aborda-
gem, buscando um diálogo dinâmico e criativo com o universo
do artista . Com edição e design de Pedro Inoue, a publicação
tem o mesmo apuro das obras de Stephan onde símbolos
sagrados, alquímicos e pagãos se confundem sob o peso de um
mistério ancestral.
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Durante 2 anos o artista plástico paulista Stephan Doitschinoff,
também conhecido como Calma, imergiu na comunidade
do Alto da Estrela, em Lençóis, Bahia, em busca de isolamento
e inspiração para sua obra. Num ambiente onde o folclore e
a religião se confundem, habitam imagens metafóricas muito
poderosas da cultura popular. O repertório simbólico desse
imaginário coletivo transita continuamente entre o sagrado
e o profano, imagens que o artista explora através de um olhar
sensível e crítico sobre a religião, a morte e o tempo.
O livro “The art of Stephan Doitschinoff” (Ed. Gestalten, 2008),
resulta num documento dessa jornada ao interior nordestino.
Suas páginas são ilustradas com fotos das intervenções
artísticas na casa dos moradores, nas lápides e na capela do
cemitério da comunidade registradas por Sonia Onate, Nicole
Heiniger e Calil Neto, tem prefácio de Carlo McCormick,
depoimentos do próprio artista, além de uma entrevista
concedida a Tristan Manco.
¶ Com diagramação perfeccionista e elaborada tipografia,
o acabamento da publicação é notável pelo refinamento
estético. Além disso, em cada um desses elementos percebe-se
o valor simbólico da escolha de cada ícone e de cada aborda-
gem, buscando um diálogo dinâmico e criativo com o universo
do artista . Com edição e design de Pedro Inoue, a publicação
tem o mesmo apuro das obras de Stephan onde símbolos
sagrados, alquímicos e pagãos se confundem sob o peso
de um mistério ancestral.
http://theskateboardfilmfestival.comEduardo BocãoT DivulgaçãoF
The SkateboardFilm Festival2009
18&½
I sso não me impediu de ter vontade de
estar presente no The Skateboard Film
Festival 2009, uma espécie de Oscar dos
vídeos de skate, como se costuma dizer. A
primeira edição do evento mostrou que
veio para ficar já que foi muito bem
organizada. A começar pelo site, que é bem
completo e, infelizmente, foi o único
contato que tive com o festival.
O The Skateboard Film Festival tem,
como descrito no site, a missão de “ativar,
estimular, promover e incentivar a próxima
geração de cineastas do skate para inspirar,
conduzir e entreter o mundo com suas
histórias e criatividade.” Acredito que a
missão foi cumprida.
Spike Jonze, Jason Lee, Stacy Peralta...
Muitos nomes já começaram em vídeos de
skate e muitos outros ainda virão. Os
skatistas tem uma grande relação com a
imagem filmada, os vídeos de skate, que
viciam e alimentam a vontade de quem
anda de skate, uma espécie de incentivo
extra sempre bem vindo antes das sessões.
Quem anda de skate quer tanto ver quanto
aparecer em um vídeo, mas para isso é
importante a figura do chamado video-
maker, o responsável por transformar
manobras filmadas em clássicos vídeos de
skate. Por isso é muito legal um festival
que destaque e premie estes, cada dia mais,
profissionais.
Voltando ao festival, a primeira edição
rolou nos dias 14 e 15 de agosto em Seattle,
EUA. Entre as categorias muita coisa
interessante como Melhor Vídeo de Loja e
Melhor “Sponsor Me”, dando assim espaço
para pequenos produtores. A “Batalha de
Final Cut”, programa utilizado para edição
de vídeos, também deve ter sido muito
interessante.
Abaixo está a lista dos campeões, mas
muita coisa pode ser conferida pelo site
oficial. Já aguardo ansioso pelo segundo
ano do festival.
JÁ FAZ MUITOS ANOS QUE NÃO ASSISTO AO OSCAR. REALMENTE ENCHI O SACO DE FICAR ACORDADO ATÉ TARDE, TORCENDO PRA FILMES QUE NUNCA GANHAM, VENDO OS CHATÍSSIMOS MUSICAIS E DISCURSOS. ISSO SEM CONTAR OS COMENTÁRIOS DO CRÍTICO DE CINEMA COM A BARBINHA BEM FEITINHA E SEXUALIDADE DUVIDOSA.
INTERNACIONAL Indonesiai’am - dirigido por Sebastien Abes
DOCUMENTÁRIO D.O.P.E. - dirigido por Chris Ahrens
VÍDEO DE LOJA Prescriptions - dirigido por Colin Clark
SPONSOR ME Marc Gerard - dirigido por Jean Penninck
FEATURE Free Pegasus - dirigido por Brian Lotti e Jesus Gomez
CURTA CRIATIVODay in the Life - dirigido por Sylvain Robineau
ZUMIEZ VIEWER’S CHOICEPermission to Shred - dirigido por Ben Fordham
BATALHA DE FINAL CUT PROMelhor Edição, Ben Kaplan
VENCEDORES DO SKATEBOARD FILM FESTIVAL 2009:
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DeuGuru
Gue MartiniT Bruno Di ChicoI20
N ão sei se é possível dizer que rap e
jazz já estiveram separados alguma
vez. Tampouco afirmar que foi Guru quem
integrou as duas vertentes de forma mais
expressiva em seus projetos jazzmatazz.
Desde a reunião do mC de boston com o
Dj Premier, ainda sobre a alcunha de
Gang Starr já existia muito da sonoridade
aprimorada do jazz nas bases, vocais
cantados e mesmo nas rimas e citações
do rapper. Procurando nas discografias de
hip-hop e mesmo hoje, quando o gênero
explodiu e passou a aceitar definitivamente
os instrumentais mais elaborados
acusticamente, não consegui identificar uma
junção tão apropriada e significativa como
os projetos de Guru e mC Solaar. O fato é
que Guru esteve no brasil e passou em Porto
Alegre pra lançar seu jazzmatazz volume
04; eu imaginava casa absolutamente cheia,
filas e fãs, mas o que pude notar foi um
show quase vazio, com a presença daquele
grupo que parece realmente entender o que
é a vertente rap americana de fato, antes
dos apelos e modismos que proliferaram
a partir dos anos 1990. Empolgado com
a receptividade, Guru desceu do palco e
veio rimar no meio do público, dançando e
abraçando os fãs enlouquecidos, mostrando
aquela humildade e força que sempre
ouvimos em suas letras, sem saber se era
real ou mera interpretação. Em carne e osso,
o cara parece ainda mais um gênio da arte,
com carisma e humanidade expressos em
idéias e versos embalados pelo que há de
melhor dos ritmos negros norte-americanos.
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![Page 28: Vista 26](https://reader037.fdocuments.in/reader037/viewer/2022103103/568c36811a28ab02359848ca/html5/thumbnails/28.jpg)
Lucas Pexão
Divulgação
Tony Hank: Skate na sétima geração
Lucas PexãoT DivulgaçãoF26 www.vista.art.br
ENQUANTO SURGEM TEIAS DE ARANHA NOS MEUS TRUCKS, SEGUIMOS COM A COLUNA TONY HANK, NOSSA AVENTURA NO SEDENTÁRIO E MULTIMILIONÁRIO MUNDO DOS JOGOS DE VIDEOGAME DE SKATE. DEPOIS DE UMA BREVE ANÁLISE DE ALGUNS JOGOS, ENTRE CLÁSSICOS, BIZARROS E PORTÁTEIS, CHEGAMOS ÀS MEGA PRODUÇÕES FEITAS PARA CONSOLES DE SÉTIMA GERAÇÃO, OU SEJA, XBOX 360, PLAYSTATION 3 E WII.
N esses video games caros, o skate
começou mal, pelo menos do
ponto de vista de um skatista, com o jogo
Tony Hawk's Project 8 e seus combos de
manobras intermináveis, totalmente sem
noção. Consigo até escutar um pirralho
reclamando: "mas a moral do game é fazer
o impossível, por isso que gosto de jogar
Tony HANK!". Pode ser, mas nesse caso o
skatista voa tanto, mesmo andando na rua,
que mais parece snowboard.
Então a Electronic Arts lançou Skate., uma
arriscada aposta em uma jogabilidade
realista, atendendo o sonho dos skatistas
que queriam simplesmente dar uma
manobra de borda, mas, no Tony Hank,
involuntariamente pulavam por cima do
banco e da árvore atrás dele. A estratégia
funcionou, graças a um esquema de
controle que simula o movimento dos pés
e trás desafio e satisfação para a execução
das manobras. A participação de nomes
famosos, como Danny Way e P-Rod, e um
forte envolvimento com toda a cultura do
skate também ajudaram.
Skate venceu a concorrência e deu motivo
para um investimento ainda maior na sua
sequência, Skate 2, lançado no início do
ano. Além das melhoras esperadas, em
gráficos, mais manobras, etc, o novo jogo
é mais vivo e conectado ao mundo real
do que nunca. Pacotes de atualização
podem ser baixados pelas redes dos novos
videogames e vídeos filmados e editados
no jogo podem ser enviados para o site
na internet. Inclusive, grandes eventos do
mundo real, como o Goofy Vs. Regular, da
Etnies, e Maloof Money Cup já ganharam
suas versões virtuais para serem baixadas
e jogadas em Skate 2. Do lado de fora da
tela, a etnies lançou um modelo de tênis
do jogo para celebrar a parceria. Sim, tem
gente ganhando muito dinheiro, dos dois
lados.
Não dá pra ter idéia de onde isso vai parar.
O certo é que quando estivermos velhos
demais para andar de skate os jogos vão
ser tão bons quanto a realidade. Ou seja,
por enquanto, aproveite a saúde dos seus
joelhos e já pra rua!
Project 8: Isso era pra ser um backside nosegrind...
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Weaver LimaVisita...
A casa/atelier do artista maudito Weaver Lima — ver entre-
vista na Vista #20—, em Fortaleza, é definitivamente mais
interessante do que muita galeria de arte. Nas paredes, traba-
lhos dele e de amigos, como o comparsa Franklin Stein, além
de plotagens usadas em diversos projetos malucos que eles re-
alizaram pela ARTZ, mistura de produtora com estúdio de ilus-
tração e design no qual são sócios. Entre outras delícias visuais,
tem material das expos retrospectivas de Luiz Sá e Mendez e
dos eventos Monstra, envolvendo os melhores artistas locais e
pesos pesado como Jaca, Fabio Zimbres e Alberto Monteiro.
A arte gráfica underground de Fortaleza está realmente deto-
nando. E seguindo o pavio, você vai chegar na casa do Weaver.
Lucas PexãoT&F28 flickr.com/nucleoartz
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Ricardo Tibiu www.gentefeianatv-gentefeianatv.blogspot.comwww.myspace.com/gentefeianatvwww.revistaprego.blogspot.comwww.myspace.com/caferaivadiscoswww.myspace.com/morteascetawww.myspace.com/armalaranja
Contato: [email protected]
Chico Felix
www.vista.art.br
18
Ricardo Tibiu
www.gentefeianatv-gentefeianatv.blogspot.comwww.myspace.com/gentefeianatvwww.revistaprego.blogspot.comwww.myspace.com/caferaivadiscoswww.myspace.com/morteascetawww.myspace.com/armalaranja
Contato: [email protected]
Chico Felix
www.myspace.com/balboadiscoswww.myspace.com/piscesrecords
Ricardo TibiuT Maurício SantanaF
True Fake Metal
32
Apesar de ter nove anos, demos e parti-
cipações em coletâneas, só agora vocês
lançaram o primeiro CD. A quê se deve
a demora?
Sinceramente, porque somos muito enrola-
dos! A formação mudou quando estava num
momento bom, isso atrapalhou muito, só
nos reestabelecemos depois de duas trocas
de guitarristas. Gravamos o CD e assim que
lançamos o Risada (guitarrista) saiu. É foda
ter uma banda por tanto tempo e um som
que nunca vai ser realmente cool!
Eu ia perguntar isso, vocês recém per-
deram um guitarrista e pelo que soube
têm dois novos...
Perdemos um, mas ganhamos dois.
Isso mudará algo no som?
Toda mudança acaba influenciando, acha-
mos que agora é realmente pra melhor. O
Henrique e o xpedrox são ótimos instru-
mentistas, estão trazendo mais peso. Por
incrível que pareça, mesmo tocando com a
gente ambos são fãs de Dream Theater!
Gosto de brincar dizendo que o
Inkognitta é uma banda de “black me-
tal de bermuda”. E pra vocês?
A gente não se encaixa muito em nada en-
tão poderia usar algo tipo “metal chato”
(risos), já usei muito “true fake metal”. Tá
na cara que somos uma banda de punk/
hardcore, por mais que tentemos colocar
chifrinhos, a pegada e as “letrinhas de pro-
testo” ainda estão lá, até as vinhetas a gente
mantém (risos). mas tem refrão punk, tem
base thrash, tem ponte black metal e tudo
mais que a gente gosta.
E os metaleiros típicos gostam?
no mySpace tem muita banda de metal
extremo que adiciona a gente, não sei se só
pra xingar e depois esquecem ou se porque
gostam! já tocamos com um grupo de black
metal e foi demais, a gente tava preocupa-
do, mas na segunda música tinha nego fa-
zendo air guitar malvadona. Foi lindo!
Em “O Povo de Deus Saqueou o
Inferno” há o sample da “menina pas-
tora louca”, sucesso no YouTube. Vocês
não têm medo de ela mandar uma praga
ou, pior, pedir royalties?
Tenho mais medo de um processo, não dá
pra confiar nesse “povo de Deus”! Se ficar va-
cilando, eles roubam até a coleção de Slayer
do Diabo!
Quem faz as letras?
As mais sérias, com um bom português, são
do Fabiano, eu faço as mais escrachadas,
acho que o CD é meio a meio.
Algumas, como “Faça A Coisa Certa”,
caracterizam-se pelo sarcasmo. No ge-
ral, o quê querem passar com elas?
Sempre gostei do sarcasmo, melhor que
criticar o sistema é incomodar quem está
do seu lado fazendo coisa errada e fingindo
ser o que não é. “Faça a Coisa Certa” foi es-
crita após eu ter visto um clipe da Christina
Aguilera!
Em “Auto-promoção Libertária (O Teste
do Sofá dos Tatuados Mais Legais da
Cena)”, a ironia se volta ao cenário em
que vocês estão inseridos. Houve algu-
ma retaliação?
Acho que ninguém a entendeu ainda, por
isso não rolou, mas ela fala mal de toda nos-
sa “cena”, tem até nome e sobrenome! não
há nada mais chato que um ativista virtual
que não age na vida real! O mais legal dessa
música são os amigos convidados, vocalistas
de grandes bandas!
O CD tem covers de duas bandas brasi-
leiras que acabaram: a psychobilly Os
Catalépticos e a tosca Jello Viagra...
É uma singela homenagem a elas por serem
incríveis e infelizmente terem acabado.
E quais são as principais influências do
Inkognitta?
Cada um tem um gosto muito diferente,
mas no geral somos fãs de misfits, Pantera e
Slayer! no mySpace deixamos no Top ami-
gos e influências, e juro que não é pra fazer
graça que bob marley e Shakira estão ao
lado de Krisiun e Ratos de Porão.
ENQUANTO ALGUMAS BANDAS FORÇAM UMA AUTOAFIRMAÇÃO EM UM ESTILO (SEJA ELE QUAL FOR), HÁ AS QUE PREFEREM SIMPLESMENTE CAÇOAR DISSO. CASO DO INKOGNITTA, GRUPO PAULISTA QUE ESTÁ HÁ NOVE ANOS EM ATIVIDADE E ACABA DE DEBUTAR EM CD. LANÇADO NUMA PARCERIA ENTRE BALBOA DISCOS E PISCES, “A RESPOSTA DOS MAIS FRACOS” TRAZ 16 FAIXAS CONTENDO SARCASMO, HARDCORE, CRÍTICAS E METAL. CONVERSEI COM O CARISMÁ-TICO BAIXISTA SHAMIL (QUE REPARTE AS LETRAS COM O VOCALISTA FABIANO) QUE CON-TESTOU O RÓTULO DE “BLACK METAL DE BERMUDA” QUE DEI A ELES DE BRINCADEIRA. NÃO DEIXE DE CONFERIR O PAPO NA ÍNTEGRA NO SITE DA VISTA!
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Você tem um selo, a Balboa Discos,
como vê o atual momento do mercado
fonográfico?
não querendo ser reclamão, mas tá péssi-
mo! Só vou continuar lançando CD porque
alguém tem que fazer isso (risos). Dizer
que vale a pena é mentira, tô esperando a
Polysom voltar à ativa pra programar os fu-
turos lançamentos.
Pois é, finalmente o Brasil voltará a ter
uma fábrica de vinil. Será que o formato
dará um gás?
Eu só quero lançar vinil, hoje CD só vende
pros poucos fãs e amigos que as bandas
têm. Ainda mais a balboa que não tem ne-
nhum nome de grande porte, só lanço o que
gosto! Então vamos deixar as cópias físicas
em vinil em tiragens limitadas pra quem re-
almente gosta e o resto do pessoal que fique
à vontade pra pegar na internet. Quando o
site do selo ficar pronto, vai ter tudo lá pra
download!
Quais são os próximos planos?
Tocar, porque 2009 foi um ano difícil pra
música pesada em geral, tirando a grande
quantidade de shows gringos e a muito bem
sacada Travolta Extravaganza, não vi mais
nada legal rolando! Vamos gravar um clipe
e dessa vez lançar algo mais rápido, talvez
um 7” ou split com alguém mais famoso que
a gente!
Contatos: 0 (xx) 11 [email protected]/inkognittawww.fotolog.com.br/inkognitta
Links relacionados:www.myspace.com/balboadiscoswww.myspace.com/piscesrecords
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Flavio SameloF36 www.vista.art.br
Interlocuçõesdo Imaginário
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Tobias SklarT38
P orto Alegre receberá em setembro e outubro a presença
de distintos fotógrafos durante a segunda edição do Fórum Interlocuções do Imaginário, realizado pela Câmera Viajante. O evento deseja construir um diálogo entre a cidade e a arte urbana, tendo a fotografia como narradora das histórias de pessoas nos espaços urbanos. E para isso foi elaborado um “diálogo” entre o nosso bem conhecido Flavio Samelo e o professor argentino Luis René morilla. Com diferentes formações os dois exploram a interação das pessoas com o cotidiano das cidades.
O Fórum vai oferecer exposições,
oficinas, palestras e audiovisuais. Entre os
convidados ainda estão Alex Brandão e
Camilo Neres, que vão expor suas fotos de
skate. Luis Flavio Trampo é o responsável
pela curadoria da mostra fotográfica
“Instantes Urbanos” e da exposição
“VerTente” em conjunto com Karla Nyland
e Rogério do Amaral Ribeiro, que assinam
a coordenação do Fórum.
Luis René MorillaLuis morilla chegou a buenos Aires ainda
criança. Vinha de um povoado da província
de Entre Rios, San Salvador, onde havia
nascido em abril de 1937. O bairro La boca
abriu ante seus olhos para a interação
das pessoas com o seu lugar. Foi ali onde
realizou uma parte importante de sua obra,
mostrando seus rincões e com o passar
do tempo, as transformações. Queria ser
marinheiro, mas a vida lhe levou por outros
destinos. Aos 22 anos de idade fez suas
primeiras fotos e desde então tem deixado
um forte estigma na fotografia argentina.
Flavio SameloDesde 1992, Flavio Samelo anda pelas
ruas de São Paulo fotografando skatistas.
Alguns desses amigos o apresentaram a
arte presente pelas ruas da cidade. Esse foi
o começo de muita coisa para o fotógrafo
que trabalhou nas mais importantes
revistas de skate se tornar num pesquisador
pós-doutorado em História da Arte. nesse
meio tempo diversas exposições e um livro
apresentaram o seu olhar diferenciado. E a
fusão entre skate e arte poucas vezes é tão
bem representada como pelas lentes de
Samelo.
FÓRUM INTERLOCUÇÕES DO IMAGINÁRIOCentro Cultural CEEE Erico VerissimoRua dos Andradas, 1223 , Porto Alegre, RS, Brasil.22 de setembro a 17 de outubro de 2009Para mais informações sobre visitação ou participação nas oficinas acesse o site www.cameraviajante.com.br
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Luis René MorillaF
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CAR
VA
LHO
Ric
ard
o
N o Brasil, culturalmente, temos poucos ídolos e heróis. Nossa cultura não
valoriza história e biografias o quanto deveria. Não temos acesso a exemplos a serem seguidos e no skate não é diferente. Porém, a cada dia, estamos assistindo uma mudança nisso no cenário nacional e Ricardo de Carvalho, mais conhecido como Ricardinho, é um desses exemplos a serem seguidos e admirados. Foi o brasileiro a fazer parte de um das mais conhecidas e respeitadas equipes de skate da história, a Girl/Chocolate. E isso não é pra qualquer um. Contar em detalhes essa história é a nossa homenagem ao Ricardo por ter acreditado em seu sonho e te-lo realizado da maneira que fez. É um exemplo a ser seguido; um herói. Acredite em seu sonho e faça acontecer como Ricardinho fez.
Flavio SameloT&F40
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Ss popshovitM Flavio SameloF São Paulo, SP.L42
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Por quanto tempo você esteve fora do Brasil? Estive durante 12 anos nos EUA. Minha primeira ida ao
exterior como skatista aconteceu em 1997 em função
de um trabalho que fazia para a Double Gee. Este foi
um período de muitas idas e vindas, tanto pelo trabalho
quanto para renovação do visto. Em 1998, fui convidado
a participar da equipe Chocolate, na qual permaneci até
2007, quando resolvi constituir família. Em junho de
2009 voltei ao Brasil e ao cenário do skate brasileiro,
com projetos que visam a formação de uma nova equipe
e constituição de uma nova companhia A.L.P.. Isso
junto com Cauê Passos, skatista e amigo paranaense, que
possui uma minirampa, em frente ao mar, na Pousada do
Canto, Ilha do Mel, Encantadas/PR.
Por quanto tempo você esteve fora do Brasil? Estive durante 12 anos nos EUA. Minha primeira ida ao exterior como skatista aconteceu em 1997 em função de um trabalho que fazia para a Double Gee. Este foi um período de muitas idas e vindas, tanto pelo trabalho quanto para renovação do visto. Em 1998, fui convidado a participar da equipe Chocolate, na qual permaneci até 2007, quando resolvi constituir família. Em junho de 2009 voltei ao Brasil e ao cenário do skate brasileiro, com projetos que visam a formação de uma nova equipe e constituição de uma nova companhia A.L.P.. Isso junto com Cauê Passos, skatista e amigo paranaense, que possui uma minirampa, em frente ao mar, na Pousada do Canto, Ilha do Mel, Encantadas/PR.
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Como foi fazer parte de uma equipe internacional tão conhecida como a Chocolate? Você mantém contato com alguém da equipe até hoje?
F oi um sonho realizado, uma equipe que eu sempre quis fazer parte. Tudo começou quando eu fui para a
praia em 1997 com um amigo meu chamado Marcinho e nesse dia, um ano novo, de 96 pra 97, eu vi uma estrela ca-dente no céu e fiz um pedido, esse pedido foi realizado. No mesmo ano, 1997, eu fui morar em São Paulo para apa-recer mais no cenário pois naquela época a midia do skate nacional estava centralizada aqui, não é como hoje em dia. Chegando aqui fui morar com meu padrinho, que me deu muita força e com isso comecei a trabalhar numa empre-sa de segurança e vigilância. Trabalhava e andava de skate ao mesmo tempo, e logo depois fui morar com o Plinio e o Spock num apartamento na Vila Mariana. Saiu uma entre-vista comigo numa revista aqui em São Paulo e isso ajudou muito meu skate no Brasil. Logo depois comecei a andar pela Double Gee, que era a distribuidora da Girl/Chocolate/Axion/Spitifire na época e por isso ficava indo e vindo dos Estados Unidos com freqüência. Acabei conhecendo o Rick Howard um dia no campeonato do Canadá e ele disse para eu passar na fábrica e pegar uns materiais. Eu fiquei mui-to contente por ele ter me oferecido isso. Depois de um tempo a Double Gee acabou e isso me abalou muito, pois naquela época eu era profissional e vivia disso. Tive que co-meçar a pegar meu dinheiro para comprar material impor-tado que era muito caro, mas eu queria manter meu nível de skate como estava. E com os materiais importados eu conseguia. Depois me mudei para a Vila Madalena e meio que desisti de andar de skate, pois não tinha mais condição disso. Mas ai um dia o Plinio e o Alê vieram me dizer que a equipe que eu sempre quis andar, queriam que eu andasse para eles. Isso me deixou muito feliz e só aconteceu quan-do eu desisti de andar de skate. O Alê ficou de tradutor na negociação, pois na época eu não sabia falar inglês ainda. O Alê perguntava para eles o que eles queriam e me dizia, daí eu falava o que eu queria e o Alê dizia pra eles. Ele disse que eu queria ir pra lá andar de skate. Um dia eles me en-
viaram aqui no Brasil uma caixa com material e infelizmen-te pela nossa política dos correios, tive que pagar mais para retirar a caixa do correio do que se eu tivesse comprado os materiais por aqui, um absurdo. Mas por ser uma caixa que eles tinham mandado pra mim, isso me inspirou e me mo-tivou. Essa motivação fez eu melhorar meu inglês e meu skate e isso durou enquanto eu estive fora do Brasil tam-bém. Com a ajuda do pai, fui para Torrance, na Califórnia, onde é a Girl/Chocolate e fiquei por 12 anos. De ficar perto deles acabei viajando muito por dentro de todo os Estados Unidos e para fora também. Isso foi muito bom para mim. Tudo lá era novidade pra mim e isso é uma coisa mui-to boa para o skatista, ajuda a desenvolver o nível técnico do skate e o pessoal também. Prestava muita atenção nas pessoas da Girl/Chocolate, porque na época foram pessoas que estavam fazendo a maior evolução no mercado do ska-te mundial, na minha opinião. Em 2000 eu vim para o Brasil com a equipe e mostrei um pouco a cultura brasileira para eles. Chegamos em São Paulo e depois fomos para Brasilia e Porto Alegre. Isso também foi outro sonho realizado. Quando voltamos aos Estados Unidos começamos a filmar para o video Yeah Right! O qual saiu em 2003. Me entrosei com o pessoal e vi o system de trabalho deles bastante jus-to, com um bolo bem grande dividido em muitas fatias para vários atletas, fazendo melhorar o nível técnico mundial do skate, que é centralizado nos Estados Unidos da America. Em função do atentado as torres gêmeas em NYC, em 2001, não consegui dar entrada aos meus documentos de trabalho, pois isso ficou parado durante um certo tem-po por causa do terrorismo. Mesmo assim eles continua-ram me ajudando com dinheiro e material. Mas depois que um amigo meu espanhol, o Jesus Fernandes, que também andava pela Chocolate, foi deportado, o departamento de imigração foi investigar a companhia e a multa chegava a $100.000. Foi o que o Rick Howard me falou, quando conversamos sobre essa situação toda.
Ss crooksM44 Robson SakamotoF Los Angeles, California.L
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OllieM Robson SakamotoF Los Angeles, California.L46
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Com isso acabamos resolvendo que eu iria pe-gar mais material que os outros atletas para eu poder me manter por lá vendendo isso, e con-tinuar andando de skate onde eu estava. Achei isso muito bom pois tinha bastante material e bastante liberdade. Como toda equipe, pessoas tem perso-nalidades diferente, fui me identificando com pessoas mais parecidas com meu jeito de pen-sar como Daniel Castilho, que morava em LA e me deu muita força, me levava em vários luga-res de carro. O Rick Howard sempre me levava e me buscava em casa para andar de skate, que foi uma das pessoas que eu mais me identifi-quei e respeito até hoje porque ele colocava a sua energia em skate e negócios ao mesmo tempo. Estava na companhia 200%. Ele sem-pre deu muito valor aos skatistas da compa-nhia, podia estar falando de negócio mas pa-rava para falar com os skatistas a qualquer momento. Muitos outros atletas moravam em cidades diferentes mas mesmo assim eu aca-bava conhecendo e observando cada um, co-mo o Chico Brenes, que foi outra pessoa legal que eu andava sempre, bastante carismático. O Gino, era uma pessoa muito quieta que fa-lava mais com suas ações do que com a boca, na minha opinião. O Mike Yourk morava em Oakland, e, ao contrario de Gino, falava mui-to (risos). Uma coisa que eu acho legal deles, é que eles sempre dão oportunidade para as pessoas se explorarem, e convidam as pessoas que eles se identificam a participar da equipe. Tanto hoje quando nos vemos conversamos de igual pra igual e chegando a distribuido-ra da companhia Girl/Chocolate sempre sou muito bem recebido e nos divertimos muito. Em 2005 resolvi ter um filho e observei que eles não pensavam na continuação deles, em outras palavras, filhos. Eu sempre quis ter um filho e graças a Deus tive o meu. Com isso eu pensei que se eu continuasse fazendo as mes-mas coisas que eles estavam fazendo eu não ia dar continuação a minha família. Não sei se era certo ou errado esse pensamento, mas foi uma observação naquele momento que não me arrependo de ter pensado. Hoje vivo bas-tante em função do meu filho.
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Bs tailslideM48 Robson SakamotoF Los Angeles, California.L
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O skate me proporcionou a possibilidade de conhecer vá-rias pessoas, lugares e culturas. A novidade é fundamental para desenvolver a criatividade. E a criatividade é o princí-pio do skate. Com o skate se viaja muito quando você tem contato com muitas novidades e estas novidades são favo-ráveis à evolução do skatista. Ver coisas novas permite um olhar sobre várias direções, vários ângulos, e desenvolve a criatividade. Além disto, as ruas, as calçadas e a arquitetu-ra dos Estados Unidos e da Europa, são mais organizadas. A arquitetura de lá é “uma pista”, o que favorece o “skate na rua”. Sem dúvida esta cultura facilitou minha evolução e o desenvolvimento das minhas manobras. O skate nasceu na Califórnia e lá as crianças utilizam o skate como meio de transporte, vão à escola com skate. Tem escaninhos para skates, pistas nas escolas, assim o skate no exterior é muito difundido. No Brasil temos dificuldades na arquitetura, as calçadas não favorecem o skatista. Enquanto aqui são mais valorizados os campeonatos, nos EUA e na Europa são mais valorizados as revistas, fotos e vídeos de skate. Agora no Brasil estamos começando com a cultura dos vídeos. Uma das propostas da nossa nova equipe será a ênfase na confecção de vídeos sobre skate.
O que foi o skate pra você enquanto esteve no exterior?
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Ss fs tailslideM50
Ando tanto no goofy, quanto no regular. Andar nas duas bases ajuda a desenvolver os dois
lados do cérebro. No skate fazer o errado é o certo. Assim aprendi a fazer as manobras.
A criatividade vem de fazer o que não é comum, o diferente, o divertido. Quando estamos
descontraídos acertamos as melhores manobras. O skate depende de cada pessoa e é possí-
vel conhecer sua personalidade pelo seu estilo de manobras.
Você ficou reconhecido por voltar manobras nas duas bases; como você explica isto?
Robson SakamotoF Los Angeles, California.L
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Ss bs tailslideM
O que você tem vivido dentro e fora do skate? Procuro sempre enfocar as coisas boas, o que me traz paz. Valorizo
o que me dá prazer, gosto da surpresa, da novidade, isto tanto no
skate como fora dele.
Você tem uma ligação bem grande com teu filho. O que você ensina para ele e o que gostaria de ensinar para os outros? A novidade mantém a “nova idade”. É bom explorar lugares
diferentes e ver as coisas sobre novos ângulos. Comecei com o
skate aos sete anos e continuo aprendendo até hoje. Procurem
desenvolver os dois lados do cérebro. Divertimento é o melhor jeito
pra evolução. Criatividade e diversão estão ligadas naturalmente a
nossa vida, assim como a a água ou o ar.
Robson SakamotoF Los Angeles, California.L
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Seth
54 myspace.com/globepainterLucas PexãoT AcervoF
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Seth
![Page 58: Vista 26](https://reader037.fdocuments.in/reader037/viewer/2022103103/568c36811a28ab02359848ca/html5/thumbnails/58.jpg)
De onde vem o nome Seth?
Surgiu na França, quando eu comecei a pin-
tar em 1996. Eu tinha 24 anos, comecei tar-
de. Estava procurando um nome e sete é um
número que eu gostava. mas escrevi Seth,
como o nome do deus egípcio, pois me inte-
ressava por essa mitologia. É o deus da de-
sordem, do caos, e é também pai de todos
os homens, pois é o terceiro filho de Adão
e Eva.
Paris é um lugar incrível pra quem gosta
da mitologia egípcia.
Então, tem o museu do Louvre! Eu gosta-
va muito. nessa época que eu pintava, ti-
nha um grafiteiro que se chamava Horus e
eu acabei na mesma aula que ele, em Artes
O AnO DA FRAnçA nO bRASIL, A VISTA
FAZ SuA COnTRIbuIçãO PARA ESSA
PROPOSTA DE InTEGRAçãO CuLTuRAL.
mAS É CLARO QuE nOSSA ATRAçãO,
O ARTISTA uRbAnO FRAnCÊS SETH,
nãO ESTá nA PROGRAmAçãO OFICIAL.
APAIxOnADO PELO VAnDALISmO
GRáFICO E ARTE DE RuA bRASILEIRAS,
ESSE PARISIEnSE FOI DIRETAmEnTE
InFLuEnCIADO POR TuDO ISSO E,
DEPOIS DE RODAR O munDO E LAnçAR
O LIVRO GLObE PAInTER, RESOLVEu
COnCEnTRAR SuA ARTE E PROjETOS Em
nOSSO PAÍS. SE PRA nÓS É bOm, PELO
SEu TALEnTO E CAmARADAGEm, PRA
ELE É PERFEITO, COmO VOCÊ PODERá
COnFERIR nA EnTREVISTA QuE SEGuE.
56 myspace.com/globepainterLucas PexãoT AcervoF
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Decorativas. Ele era de uma crew bem conhe-
cida, a macrew. Era engraçado porque na mi-
tologia, Seth e Horus se detestam, entre eles
é guerra o tempo inteiro. mas a gente pinta-
va junto, fazia muros com SETH e HORuS, era
divertido. mas ele faleceu, teve um câncer.
Qual tua formação na arte?
Antes do graffiti eu estudava na escola de
desenho. Antes ainda eu também já fotogra-
fava. Registrei as tags da cidade no final dos
anos 80, copiava elas em folhas e comecei a
me interessar. Vi o livro Subway Art por volta
de 1988. Adorava o graffiti do mode 2. Daí
encontrei a crew CmP, que pintava muito em
Paris. Eles falaram: "vem, você sabe dese-
nhar, vai fazer nossos personagens". Assim
que começou. Em 96 fiz as primeiras coisas
com spray.
O graffiti tradicional, baseado em letras,
é bastante ligado ao hip hop na França?
Tem alguma diferença do Brasil?
O que aconteceu no brasil é que na primeira
geração do graffiti tinha gente muito inte-
ligente, como o Tinho, Speto e OSGEmEOS,
que entendeu rápido que, mesmo fazendo
algo que veio dos americanos, tinha que en-
contrar uma identidade própria. E na mesma
época já existia a pixação, que não tem nada
a ver com os tags nova-iorquinos. na França
foi o contrário, tinha que copiar TuDO dos
americanos e até hoje é assim. As letras são
o mais importante. Aqui, quando vim em
2003 pela primeira vez, já tinha uma grande
diversidade, personagens, pinturas de todo
tipo. Digamos que lá predomina o verdadei-
ro graffiti, enquanto aqui tem mais esse lado
de street art.
Você tem essa raiz nas letras?
não, sou muito ruim com letras. Comecei
pintando com os outros mas, como disse, já
me botaram pra fazer personagens. mas no
começo meus personagens eram bem no
estilo hip hop, b-boys distorcidos, cheios de
reflexos. mesmo tendo outro lado mais ar-
tístico na escola, nos muros só fazia aquilo.
não faz muito tempo que comecei a me dis-
tanciar disso.
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Seth
58 myspace.com/globepainter
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18
E o que te levou a esse distanciamento
do estilo tradicional?
Acho que começou no brasil. na França já
estava pintando menos, porque não me in-
teressava tanto. minhas pinturas na rua es-
tavam muito descompassadas em relação
a o que eu estava fazendo na ilustração. no
ano passado eu vim para o brasil e fiquei oi-
to meses, comecei a pintar sozinho e a me
aproximar, na rua, do que eu fazia no papel.
Conte um pouco das tuas viagens e de
como você veio parar no Brasil.
Eu sempre viajei. Daí quando comecei a
pintar na rua quis viajar para pintar. Andei
bastante pela Europa, fui para nova York,
a meca do graffiti. Até hoje me interesso
por toda a história. E nesse sentido o gra-
ffiti dos trens de nY estão no topo. Daí em
2003 fiz uma viagem pelo mundo, fui pra
Cuba, brasil, Argentina, Chile, Austrália,
japão, Tailândia e China, passando por Hong
Kong. Pintei praticamente por tudo. Pro
brasil vim primeiro por causa do Carnaval.
Pensei "tenho que ver isso pelo menos uma
vez na minha vida". Cheguei ao Rio, não co-
nhecia ninguém e não falava a língua. Daí
acabei conhecendo o grafiteiro mr bean,
um suíço que agora mora lá, e fomos pin-
tar na mangueira. Depois ele me levou pra
São Paulo, daí conheci Zezão, Highgraff,
binho e Titi Freak, entre outros. Antes, tu-
do que eu sabia sobre o graffiti do brasil era
OSGEmEOS.
Como você começou a publicar livros?
Sempre gostei de livros. O primeiro que fiz
foi o registro de um ano de graffiti em Paris,
junto com um amigo que trabalhou comigo
em uma agência de publicidade. Isso foi em
1998, chamou Capital e foi o livro francês de
graffiti mais vendido até hoje. Foi em um ano
que a cidade ainda não tinha passado por
uma grande limpeza, então tinha tags por tu-
do. Gostei da experiência. Daí fizemos uma
editora e começamos a fazer livros individuais
para cada grafiteiro, com os principais nomes
da França e de outras partes da Europa. Então
fiz essa minha grande viagem e, depois, tinha
tanto material, tantos cadernos desenhados
e fotos, que resolvi fazer um livro, que foi o
Globe Painter. Demorei dois anos pra fazer.
Esse também vendeu bem, esgotou a tiragem
de 100.000, lançado pela mesma editora que
fez meu primeiro livro.
Pra constar, tu tem alguma relação com
o skate?
não. Eu andava de patins, desses antigos, de
quatro rodas por pé. Tinha uma cena maluca
em Paris. Saíamos em grupos de 20, agarra-
dos nos carros. Tinha essa gangue, liderada
por essa espécie de profeta, jesus, um ve-
lho patinador. Ele transformou coturnos, de
exército mesmo, em patins. Depois consegui
comprar dele. O clima era de gangues mes-
mo, muito bom.
60 myspace.com/globepainterLucas PexãoT AcervoF
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Essa tua última passagem pelo Brasil,
tem algum objetivo em especial?
Depois do meu último livro, recebi uma pro-
posta para fazer um documentário, apresen-
tar e pensar o conceito. É para o Canal +, da
França, dentro do programa Les nouveaux
Explorateurs. Foram três semanas de filma-
gens. Cada episódio tem um especialista
viajando para alguma parte do mundo para
explorar sua especialidade nesse lugar. Eu
fui chamado para fazer sobre street art no
brasil. A idéia foi mostrar o país por essa óp-
tica. Estão editando. Eu fiquei porque quero
fazer um novo livro, só sobre o brasil, e para
aprender a língua. Para esse livro, já fui pra
brasília, Recife, São Paulo, belo Horizonte e
Porto Alegre.
E agora, qual a influência do Brasil na
tua arte?
Agora eu quero mostrar da minha maneira
todas essas experiências nas ruas do brasil.
Daí surgiu a idéia de fazer santos urbanos.
E a escrita natural para acompanhar é a pixa-
ção, o estilo que se vê por tudo no brasil.
Qual a visão da Europa sobre a pixação
brasileira?
Todo mundo adora. Principalmente pela ori-
ginalidade. Porque no graffiti todo mundo
copia todo mundo. E o estilo da pixação é
único. E tem todo o lado violento e exótico
que faz os europeus sonharem.
Como é a distinção street art X graffiti na
Europa?
É um meio bem separado. mesmo pra quem
faz street art, se antes você não foi conheci-
do no graffiti tradicional, no vandalismo, você
não vai ser respeitado. mesmo as grifes que
querem trabalhar com arte urbana, elas pro-
curam quem é conhecido pelo vandalismo.
Tem gente que desenha muito bem e faz stre-
et art, mas não entra na rede "oficial" porque
não fez toda a trajetória, não pintou trens,
etc. É uma coisa bem francesa. É esnobe.
Tem alguns nomes para os brasileiros
que querem conhecer mais da arte ur-
bana francesa? Os mais conhecidos por
aqui são Space Invader, Blek Le Rat,
Zevs, HNT e Alexone, mas provavelmen-
te tem bem mais gente boa.
uuuu, muito mais. Tem Popay, que é um gê-
nio. Pinta em Paris. Tem o Poch, mais com
stencil, e o Rock, mais com ilustração. Adoro
o Remed também. Ele é conhecido no brasil.
Esses são bons exemplos.
E quais os futuros planos em relação ao
Brasil?
Eu amo o brasil, quero viver aqui. minha im-
pressão é que aqui tem muito mais liberdade
para o artista de rua do que na França. Lá a vi-
são ainda é muito fechada, muito voltada para
o graffiti do hip hop. mesmo quando fazem
uma grande exposição, é sempre voltado para
o estilo mais tradicional. Gostaria de ver mais
street art, mais gente nova experimentando,
sem ser os mesmos velhos de sempre.
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CALDAS
Adriano
Saiu do Brasil para andar de skate e
passar uma temporada na Califórnia. Seguindo
sua intuição e a ideia de um grande amigo,
Adriano Caldas, skatista brasileiro, foi parar em
Santa Barbara. Onde? Isso mesmo, Santa Barbara. É uma
cidadezinha pouco conhecida para o skate atual, porém
foi lá que durante muitos anos o quartel general da Powell
Peralta se localizava. Turistica, pacata e com uma qualidade
de vida acima da média do que se tem pelos EUA, foi o local
perfeito para Adriano se instalar longe das loucuras e
maluquices do skate business. Entre San Francisco e Los
Angeles, a cidade é o contra ponto entre a calma de uma e a
loucura de outra. Procurando andar de skate para si próprio e
não para impressionar os outros, decidiu ficar por lá. Picos
inéditos, tranquilidade e sessões sossegadas. SB,
The Place To Be!
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63Ashley RenéeFFlavio SameloT
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Nose-manual fs boardslide bigspin out
M Flavio SameloF64
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Fs OllieM Flavio SameloF Santa Barbara, California.L66
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O que te fez ir viver em Santa Barbara e não em Los Angeles?
E a galera de LA vai pra SB fazer umas fotos? Tem algum pico clássico por ai?
Flavio SameloT68
Vem mais por lazer mesmo e muitos não conhecem os picos, dai fica difícil, né? Agora picos clássicos, acho que sim, sempre
sai algo em revistas e vídeos, mas como eu disse ninguém sabe onde são os picos. No vídeo da Lakai (Fully Flared) por
exemplo, saíram várias imagens aqui, capa da Skateboardmag um tempo atrás, entre outros. Mas são todos muito mocados,
só quem flagra mesmo cola e anda de skate nesses lugares.
Na real eu ia morar em Costa Mesa quando mudei pra cá, mas quando cheguei, um grande amigo meu, o Marcos, soube que
eu estava aqui, dai ele entrou em contato comigo pra nos vermos, sair e tal, e por acaso era aniversário dele. Ele foi lá me
pegar em Costa Mesa e me trouxe pra Santa Barbara, onde ele morava, pra passar um final de semana. Achei o lugar muito
foda de qualidade de vida, achei que as coisas iriam fluir mais fáceis pra mim por aqui também. Afinal quem conhece Santa
Barbara sabe do que estou falando. Não é aquela coisa feia que LA é. Por isso estou aqui (risos)
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Tem mais brasileiros contigo ai na sessão?
O que você acha de tão diferente entre LA e SB?Aqui tudo é mais perto, mais qualidade em tudo saca? Atendimento público e privado de primeira, mulheres lindas em
todo lugar (risos) e sem falar da arquitetura da cidade que é louca. A natureza também, a cidade é na praia e rodeada por
montanhas. É uma cidade turística e universitária, sempre tem caras novas na área. E aqui o sistema de rodovias é bem
legal, se eu quiser cair pra outros lados é só entrar na freeway e to em LA rapidinho ou San Francisco pra curtir algumas
coisas diferentes, picos, baladas, shows. Essa é a diferença pra mim pelo menos. Fui nascido e criado em grandes cidades, só
loucura, não quero mais isso pra mim, o resto é carne moída (risos) como dizia o Coimbra. Acho que essa é a diferença. Paz,
tranquilidade, positividade daqui pra frente.
Quando vou pro Sul, em Costa Mesa sim. A sessão rola sempre com os brasileiros que vivem por lá como o Adelmo,
Mosquito, Fabrizio, Aba, Chaves, Binho, Roberto Dos Anjos, Lima, Sakamoto, Torreta, Rodrigos e Danilos, Wolnei e os que
sempre vem visitar como Sagaz, Thiago Ribeiro e por ai vai, enfim essa lista eu poderia levar horas pra acabar. Mas aqui em
SB é só com a galera local mesmo. O Marcio Conrado, que morou aqui alguns anos, sempre andávamos junto antes dele
voltar pro Braza. Saudade das sessões com o Barata (risos) como ele era conhecido aqui. Mas tem o Tonhão, também tem o
José Fadigas, que andam sempre na pista da praia. De vez em quando escuto turistas falando português andando de skate,
mas tipo de bermudinha de surf passando férias na “Califa” de óculos escuro tipo "queska" (risos), como diria o Waguinho
(risos).
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Fs tailslideM Flavio SameloF Santa Barbara, California.L 71
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Fakie flipM Flavio SameloF Santa Barbara, California.LShovit tailgrab late shovit.M James ReynoldF Santa Barbara, California.L72
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Flavio SameloT&F70 Flip na pedraM Flavio SameloF Santa Barbara, California.L74
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O Rio, que já foi capital federal, teve seu momento de meca
do skate. O evento Converse Fix To Ride proporcionou a
recuperação do clássico bowl do Arpoador e o encontro de ska-
tistas e interessados em geral a beira do mar em Ipanema. mais
que qualquer outro sentimento, a confraternização entre as pes-
soas que viveram estes dias foi um dos combustíveis para derreter.
Seguindo uma linha do tempo, os primeiros a derreterem foram
os operários responsáveis pelo recapeamento da pista. Segundo
Rene jr, que acompanhou esse período, eles já tavam com o es-
pírito da coisa: muito trabalho e muita zoação. na sequencia
vieram mottilla e ment, responsáveis pela nova cara do buracão.
Vale a pena ver o vídeo do marcus Cida do timeline do processo.
Diversão garantida do primeiro roll in do motinha até ver o gri-
to ecoando da boca gigante cercado por toda a Rio de janeiro.
Dica: quando for ao Rio reserve uma tarde para desvendar as
mensagens subliminares incutidas nada inocentemente nas pa-
redes da piscinona.
É O RIOOO... ENQUANTO A VOZ DE MARCELO D2 DERRETIA NO MEU OUVIDO EU PODIA COMPROVAR O PORQUE DO RIO DE JANEIRO SIMPLESMENTE SER A CIDADE MARAVILHOSA. OS DIAS BEM VIVIDOS NO PONTO ESTRATÉGICO ENTRE IPANEMA E GUANABARA, DE FRENTE PARA O ARPOADOR, FOI CENÁRIO PARA UMA TRAMA ENVOLVENDO SKATE, DIVERSÃO, ENCONTROS, AMIGOS, ROMPIMENTOS, COMPETIÇÃO, SURPRESAS, DESCOBERTAS, DECEPÇÕES E UM BELO FINAL FELIZ. COMO CONVÉM A QUALQUER HISTÓRIA VIVIDA NOS ARREDORES DA LAGOA RODRIGO DE FREITAS.
Tobias SklarT
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É claro, havia a competição. mas ela estava lá em cima, guen-
tando o solaço, e indo bem. Skatistas de todos os lugares e ida-
des rodando o bowl. mas, me arrisco a dizer que quem derreteu
mais foram o gringo Rune Glifberg e o lelesqui Pedro barros, seja
sob o sol, seja sobre o skate. mas rendeu mais. Streeteiros como
jay Alves e Daniel Crazy não se guentaram entre idas e vindas
do hotel para o evento e acharam o que fazer a sombra mesmo.
Teve até minirampa na Cufa, do ladinho da famosa Cidade de
Deus, a noite. não houve reclamação sobre falta do que fazer.
Até porque, qualquer coisa a gente corria e tomava um banho
de mar, coisa de quem não tem, mesmo que fosse a única roupa
para um final de semana todo. mas quando, eu que não sou de
Santos, poderia curtir um show do Garage Fuzz de dentro do mar?
E se alguém ta se perguntando porque tanto derretimento neste
texto eu posso explicar. Primeiro meu óbvio derretimento pelo
Rio, por mim, também, declarada Cidade maravilhosa. Depois
por frases como a do meu anfitrião Renê “olha esses retratos, a
cara do Rio, todo mundo derretendo”. E muito pelas histórias
vividas e contadas no hotel, no quiosque em frente ao Fasano,
na La Cucaracha, na festa ou ali pelo nosso escritório na mesa de
dama do Parque Ipanema.
Esse é o Rio mermão, que também é cidade desespero. mas isso
eu deixo pra descobrir nas próximas vezes que for pra lá, já que
mesmo derretido não esqueci de todas as promessas de hospe-
dagem, de no mínimo uma semana cada.
©C
aeta
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live
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Confira o processo de reforma, pintura e as fotos do campeonato no site da Vista
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Gais
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![Page 86: Vista 26](https://reader037.fdocuments.in/reader037/viewer/2022103103/568c36811a28ab02359848ca/html5/thumbnails/86.jpg)
I magine uma cidade européia onde o
graffiti é tido como uma ofensa séria
diante da lei. Acredite, nessa cidade, um
grafiteiro pode receber uma multa equi-
valente a 1.400 reais por um simples tag,
bomb, throw up, ou apenas por derramar
um pouco de tinta no chão mesmo que
acidentalmente.
Agora imagine dez artistas de graffiti
que não conseguem passar um dia sequer
sem sujar os dedos de tinta - vindos dos
mais diversos becos, ruas e vielas do
Brasil - sendo convidados a pintar muros
de proporções enormes, com um arsenal
quase inacabável de tintas, latas de spray,
pincéis, canetas, marcadores, rolinhos e
afins. Tudo isso acontecendo nessa cidade
onde a arte urbana é mal vista, margi-
nalizada e desassociada da retomada de
espaço público ou popularização da arte.
Rotterdam, na Holanda, é essa cidade. nos
anos 40, durante a segunda guerra mundial,
grande parte do centro e do porto marítimo
foi destruída por bombardeios alemães. nos
anos 50, moradias provisórias foram cons-
truídas às pressas para abrigar a população,
essas moradias agora estão sendo destruídas
para dar espaço a uma arquitetura inovadora,
característica da cidade. O grande número de
obras espalhados pelo centro causam um de-
sequilíbrio visual muito forte, e foi exatamen-
te dentro desse contexto que surgiu a idéia
de bombardear Rotterdam novamente, dessa
vez com cores, traços, formas, e idéias.
Os artistas convidados: Horoiwa, Yusk,
Speto e Onesto de São Paulo, os mineiros
Dalata e Ramon martins, e os cariocas Stile e
Gais formaram um time único, cujo trabalho
representa muito bem a riqueza e diversidade
cultural presente no brasil.
Depois de aeroportos, longas horas so-
bre o oceano Atlântico, pequenas garrafas de
uísque, diferentes perguntas de desconfiados
agentes da imigração, desencontros e uma
dose de espera, a chegada dos grafiteiros bra-
sileiros ao maior evento de arte urbana a céu
aberto em Rotterdam finalmente aconteceu.
Gustavo AmaralT84 Seth NicolasF
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Onesto
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icolas
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Conseguir autorização para que os
muros fossem pintados não foi uma tarefa
fácil, convencer um dono de prédio no cen-
tro da cidade a ceder o enorme muro lateral
para artistas dos quais ele nunca ouviu falar,
não foi uma coisa simples. uma vez que os
muros estavam confirmados, outro desafio:
decidir o que e quem iria pintar.
na hora de escolher os muros, todos
queriam os maiores, é claro. no entanto,
quando eles se deram conta de que teriam
que operar um guindaste sozinhos, e de que
nas alturas o guindaste se balançava muito,
a coisa ficou um pouco diferente. mas, após
um “pequeno” ataque de pânico, batimen-
tos cardíacos acelerados e um grito fino, as
aulas de Speto (que foi o primeiro a começar
a operar a misteriosa maquina), resolveram
o problema e aos poucos todos já estavam
se sentindo mais confortáveis comandando
seus novos “brinquedos”.
Gustavo AmaralT Seth NicolasF
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Dante Horoiwa
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icolas
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A reação do público, como já era de se
esperar, foi forte. Desde palavrões proferi-
dos em holandês por “junkies de heroína
(o muro sendo pintado pelo Yuski fica no
caminho de um centro de recuperação de
drogados, onde viciados podem se injetar
com agulhas limpas) a pomposos elogios
de simpáticos holandeses de bochechas
rosa, os grafiteiros com certeza já ouviram e
viram de tudo. Fica transparente a felicidade
dos artistas ao verem rostos perplexos, as
mentes se esforçando ao máximo para ver
sentido naquilo tudo, para entender em que
contexto aquilo poderia estar acontecendo
tão tranquilamente sem a intervenção da
polícia.
Aos poucos a tinta está ganhando
vida, e as paredes que eram cinzas e mortas
estão se transformando em criaturas de vida
própria capazes de provocar pensamentos,
reflexões interpretações ou em alguns casos
apenas confusão nas pessoas que passam
por seu caminho.
Ainda é cedo para dizer quais serão
os resultados de um projeto tão original e
audacioso, mas ficou claro para todos os
participantes que trazendo esse concei-
to para as ruas, eles estão fazendo algo
especial dentro do graffiti, mudando a
perspectiva das pessoas sobre o potencial
da arte urbana. já se pode dizer ao menos,
que os trabalhos mesmo em processo de
construção espalhados pela cidade, já estão
dialogando com a realidade e o cotidiano
dos que por ali passam, cumprindo assim o
seu objetivo.
88 Gustavo AmaralT Seth NicolasF
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Speto
©Seth N
icolas
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Gais ©Seth N
icolas
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MomentGame
Luis ApelãoS Camilo NeresFFs OllieM92
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58Flavio SameloT&F70
94 Milton Martinez Camilo NeresFBs Feeble reverseMS
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Laurence Reali convidado Lost
Douglas Molocope
convidado Vista
Luis Apelão convidado Globe e Lost
Patrick Mazzuchini convidado Vista
Lucas Xaparral convidado Globe
Carlos Ique convidado DC
Milton Martinez (ARG) convidado RedBull
S ão tempos de convergência da comunicação, onde o
público vira autor e o autor muitas vezes perde po-
der e o controle das suas obras. A Vista, em parceria com
a Santa, apresenta moment Game, porque queremos cada
vez mais descentralizar o poder, dando forças aos autores
que existem dentro de cada um dos nossos leitores.
Para isso criamos o moment Game. um projeto que
envolve fotografia, arte, skate, game, tecnologia e rede de
relacionamento em um formato inovador até mesmo para
a web.
O moment Game, é um jogo online em que você ex-
perimenta a vida de um fotógrafo de skate tendo que ex-
plorar seu talento para evoluir na carreira.
Todos os desafios do dia-a-dia de um fotógrafo são
apresentados em um jogo fotoreal, desenvolvido com
ações filmadas em alta qualidade, com interações e game-
play sobre os vídeos.
Você poderá comprar equipamentos, revelar e vender
as suas fotos para seguir evoluindo na carreira. O fotógrafo
Flavio Samelo será o editor de fotos do Game e é ele quem
definirá o moment ideal, a luz e o foco de cada manobra.
Você deve buscar as melhores fotos, das melhores mano-
bras, para conseguir somar mais grana dentro do Game.
O Game que será pré-lançado no Pixel Show em
São Paulo poderá ser jogado em breve através do site
www.momentgame.com. Aguarde!
Em breve o game será disponibilizado gratuitamente
no site www.momentgame.com
www.momentgame.com (em breve)www.pixelshow.com.brwww.sant.at
Xande MartenTCamilo NeresF
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587096
Flavio SameloT&F7096 Carlos Ique Camilo NeresFBs lipslideMS
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