ValdevezCientista Nº2
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VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 1
2 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 3
Í NDICE
EDITORIAL .................................................................................................................................................................. 5
NOTÍCIAS / DESTAQUES Diogo Ferreira, aluno AEV do 8ºA, conquista Medalha de Bronze nas Olimpíadas Paulistas de
Matemática ............................................................................................................................................................... 6
Os alunos AEV Miguel de Sousa Braga, do 6ºC, e Pedro Jorge Barreira Coelho, do 8ºA, sagram-se
campeões nacionais no 10º Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos............................................ 6
6 Projetos científico-tecnológicos do Agrupamento de Escolas de Valdevez foram distinguidos na 11ª
edição do “Concurso de ideias” ........................................................................................................................... 7
Joaninhas na Horta .......................................................................................................................................... 7
Projeto ensina ciência por meio da construção de protótipos de brinquedos .................................. 8
Clube de Astronomia ............................................................................................................................................... 10
Acampamento de verão ........................................................................................................................................ 11
Semana da internet mais segura 2014 ................................................................................................................. 12
Provas de Aptidão Profissional ............................................................................................................................... 13
Agrupamento de Escolas de Valdevez selecionado para participar no estudo internacional TIMSS
Advanced 2015 ......................................................................................................................................................... 13
OPINIÃO DE EX-ALUNOS ....................................................................................................................................... 14
A VEZ E A VOZ DOS JOVENS CIENTISTAS Ilustração Científica - Observações Microscópicas ao Microscópio Ótico Composto ............................. 34
A Matemática na Arte ............................................................................................................................................. 36
MACS: o M é de Matemática , o S é de Social .................................................................................................. 37
HISTORIAL O Agrupamento de Escolas de Valdevez e a Semana da Ciência e Tecnologia/Mostra da Oferta
Educativa – breve historial ...................................................................................................................................... 40
4 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
"Todas as Opiniões que há sobre a Natureza
Nunca fizeram crescer uma erva ou nascer uma flor. Toda a sabedoria a respeito das cousas Nunca foi cousa em que pudesse pegar como nas cousas; Se a ciência quer ser verdadeira, Que ciência mais verdadeira que a das cousas sem ciência? Fecho os olhos e a terra dura sobre que me deito Tem uma realidade tão real que até as minhas costas a sentem. Não preciso de raciocínio onde tenho espáduas..”
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 5
E DITORIAL
Como disse Padre António Vieira, na História do
Futuro, em 1718, “o tempo, como o mundo, tem
dois hemisférios: um superior visível, que é o
passado, outro inferior e invisível, que é futuro. No
meio de um e outro hemisférios, ficam os
horizontes do tempo, que são instantes do
presente que imos vivendo, onde o passado se
termina e o futuro começa”.
E é nesta dicotomia que nós nascemos e vivemos
com a esperança de nunca perecer porque, bem
lá no fundo, acreditamos que a ciência e a
tecnologia, mais tarde ou mais cedo, alcançarão
o milagre da eterna juventude, a superação das
nossas contingências de comuns mortais. Na
verdade, ambas continuam a contribuir para a
produção de conhecimento, para a mudança de
atitudes e comportamentos e para a produção
de artefactos que têm vindo a ajudar a enfrentar
problemas e a contribuir para que a nossa
qualidade de vida melhore. Se quisermos ser
justos, basta olhar em nosso redor e percebemos
que estamos rodeados de equipamentos e de
soluções que pressupõem ciência e tecnologia.
Em suma, usufruímos da ciência e tecnologia em
cada instante ao ponto de ficarmos viciados nas
mordomias que estas nos facultam. Aliás, quando
me colocam a questão «em que época da
história eu gostaria de viver», a resposta que dou é
imediata e sem reservas: na atual, neste mundo
moderno competitivo, mas cheio de coisas
maravilhosas, cheio de coisas inúteis e cheio de
oportunidades.
Por isso, espero que a revista “ValdevezCientista”
continue a servir para promover este mundo
moderno mergulhado em ciência e tecnologia. E,
simultaneamente, exponha à Comunidade
Educativa, que não teve oportunidade em
participar nas múltiplas atividades com ciência e
com tecnologia, o excelente trabalho dos obreiros
deste evento que procurou fazer desta semana
uma experiência diferente de contacto com a
ciência e a tecnologia.
Carlos Costa
6 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
No dia 14 de março de 2014, no
Pavilhão Municipal do Fundão, realizou-se a fase
final do 10º Campeonato Nacional de Jogos
Matemáticos (10CNJM), onde participaram mais
de 350 escolas de todo o país, num total de cerca
de 2000 alunos.
Este evento, a decorrer desde o ano letivo
2004/2005, é promovido pela Associação de
Professores de Matemática (APM), pela
Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM),
pela Associação Ludus e pela Ciência Viva.
Os alunos do Agrupamento participantes
disputaram os jogos de tabuleiro para dois
jogadores: Gatos e Cães, Rastros, Hex, Avanço e
Produto, de acordo com o seu ciclo de
escolaridade.
No final das eliminatórias, os alunos Miguel de
Sousa Braga e Pedro Jorge Barreira Coelho foram
c o n s a g r a d o s c a m p e õ e s n a c i o n a i s ,
respetivamente, nas categorias Hex – 2.º ciclo e
Rastros – 3.º ciclo. Com mais esta vitória, o aluno
Miguel Braga tornou-se bicampeão nacional,
vencendo em dois anos consecutivos, o jogo Hex
do 2º ciclo do Campeonato Nacional de Jogos
Matemáticos.
DIOGO FERREIRA, ALUNO AEV DO 8ºA, CONQUISTA MEDALHA DE BRONZE
NAS OLIMPÍADAS PAULISTAS DE MATEMÁTICA
O aluno Diogo Costa Ferreira,
da turma A do 8º ano, foi
premiado com a medalha de
bronze na XXXVII edição das
Ol impíadas Paul istas de
Matemática, que decorreram
no dia 9 de novembro de 2013.
As Olimpíadas Paulistas de
Matemática destinam-se a
estudantes do 7º ao 12º ano.
N e s t a c o m p e t i ç ã o , o s
finalistas das Olimpíadas
Portuguesas de Matemática
concorrem com alunos do
estado de São Paulo, Brasil. A
prova teve a duração de 3h e
30m e foi realizada em
simultâneo no Brasil e em
Portugal. Esta competição é
organizada pela Sociedade
Portuguesa de Matemática
em conjunto com a sua
congénere brasileira, e tem
como objetivo, dar aos
alunos a oportunidade de
participar numa competição
de nível internacional, com
reflexos muito positivos nas
prestações escolares.
OS ALUNOS AEV MIGUEL
DE SOUSA BRAGA, DO
6ºC, E PEDRO JORGE
BARREIRA COELHO, DO
8ºA, SAGRAM-SE
CAMPEÕES NACIONAIS
NO 10º CAMPEONATO
NACIONAL DE JOGOS
MATEMÁTICOS
NOTÍCIAS / DESTAQUES
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 7
No âmbito do “Concurso de Ideias” 2013/2014 do
Prémio Ciência na Escola da Fundação Ilídio
Pinho, que este ano tem por tema a “Ciência e
Tecnologia para a Rentabilização dos Recursos
Naturais”, 6 projetos do Agrupamento nas áreas
científica ou tecnológica foram distinguidos pelo
Júri Nacional, tendo sido selecionados para a
próxima fase.
O concurso tem como objetivo estimular o
interesse das crianças e jovens de todos os níveis
de ensino para a Ciência e Tecnologia, através
do apoio ao desenvolvimento de projetos
inovadores de educação/formação. Os projetos
selecionados deverão ter um caráter prático,
fazendo com que os estudantes se envolvam em
experiências e trabalhos de grupo que lhes
permitam explorar e analisar a importância do
conhecimento científico.
Os projetos do Agrupamento que passaram à 2ª
fase do concurso abrangem os 4 escalões do
concurso, desde o pré-escolar ao ensino
secundário:
- no 1º escalão, correspondente ao ensino pré-
escolar, o projeto “Joaninhas na Horta” foi o
selecionado para transitar para a fase seguinte do
concurso;
- no 2º escalão, o projeto com o título
“Ecoalfabetizando - Escola resiliente na defesa da
sustentabilidade” envolve turmas do 1º Ciclo;
- no 3º escalão, foram aprovados os projetos “Traz
as sementes dos teus avós para plantar a
alimentação dos teus filhos “ e “A ConsCiência
do Brinquedo: uma abordagem às Energias
Renováveis”, envolvendo turmas dos 2º e 3º
ciclos, ;
- por fim, no 4º escalão, envolvendo alunos do
Ensino Secundário, foram aprovados para
desenvolvimento os projetos “TURBINAXIS Turbina
de geometria variável para recursos hídricos de
dimensão micro” e “Vez-Val-do Património
natural”.
Trata-se da maior participação de sempre do
Agrupamento neste concurso.
O Agrupamento esteve representado pelo
Presidente da Comissão Administrativa Provisória,
Dr. Carlos Costa, na cerimónia de entrega do
p r é m i o d e p a r t i c i p a ç ã o a o s
projetos selecionados, que se realizou no dia 31
de março de 2014, no Auditório do Conservatório
de Música do Porto.
6 P R O J E T O S C I E N T Í F I C O -
TECNOLÓGICOS DO AGRUPAMENTO DE
ESCOLAS DE VALDEVEZ FORAM
DISTINGUIDOS NA 11ª EDIÇÃO DO
“CONCURSO DE IDEIAS”
As Joaninhas “invadiram” todas as salas do Pré-
Escolar do Agrupamento de Escolas de Valdevez.
Falamos do projeto Joaninhas na Horta, que se
encontra a ser implementado pelas 200 crianças,
dos 3 aos 6 anos, respetivos pais e encarregados
de educação, professores e assistentes
operacionais envolvidos diretamente.
Com o apoio da Fundação Ilídio Pinho, conta
ainda com a parceria da Escola Superior Agrária
de Ponte de Lima, com quem o Agrupamento já
estabeleceu um protocolo formal, o Município de
Arcos de Valdevez e a ARDAL.
Pretendemos com este projeto proporcionar às
nossas crianças um conjunto de experiências
científicas associadas à alimentação, reprodução,
anatomia, formas de observação e de recolha no
campo e criação em viveiro de um inseto que
pertence à ordem dos Colleopteros - a joaninha.
Pretendemos incorporar novos saberes, sobretudo
aqueles que dizem respeito à temática da luta
biológica como uma medida direta de proteção
das plantas contra pragas e doenças, ou seja, a
utilização de insetos auxiliares para controlar o
ataque de outros insetos nocivos. É esse o papel
da joaninha: combate pequenos insetos que
atacam as hortas, é predadora de insetos como
pulgões e piolhos que são pragas das plantas.
Evita a utilização de inseticidas, mesmo que sejam
JOANINHAS NA HORTA
Margarida Dias
8 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
NOTÍCIAS / DESTAQUES
caseiros.
É precisamente este papel da Joaninha, como
inseticida natural, que tem sido a maior revelação
para a grande parte dos pais e encarregados de
educação. A sua colaboração tem sido preciosa
na medida em que trazem para as respetivas
escolas, quer as joaninhas para fazer criação,
quer o seu alimento, as pulgas e os pulgões,
conhecidos pela vulgar “morrinha”. No dia 30 de
abril, visitámos a Escola Superior Agrária para
percebermos melhor a reprodução destes insetos
e fomos muito bem recebidos pelo Engenheiro
Raúl Rodrigues e seus alunos, que nos
acompanharam nesta viagem. Deixamos aqui um
agradecimento especial para este professor
entusiasta do mundo dos insetos, que nos
contagiou. De igual forma, um agradecimento
muito especial a Sara Simões, colaboradora do
Município, pelo modo empenhado como se tem
envolvido no projeto.
O trabalho vai continuar, já que temos joaninhas
em diferentes fases de desenvolvimento e muitas
aprendizagens ocorrerão, de certeza, até ao final.
PROJETO ENSINA
CIÊNCIA POR MEIO DA CONSTRUÇÃO DE
PROTÓTIPOS DE BRINQUEDOS Rosa Codeço
Aquando do estudo do tema das energias reno-
váveis, foi lançado aos alunos do 7º ano, turma C,
um desafio pela docente de Ciências Físico-
Químicas:
- a construção de protótipos de brinquedos cientí-
ficos que utilizassem energias renováveis como
fonte primária de energia, fazendo uso, na sua
elaboração, de materiais locais, reciclados e reci-
cláveis.
Aceite o repto pelos alunos, surge, assim, o pro-
jeto “A ConsCiência do Brinquedo – uma aborda-
gem às energias renováveis”, que pretende divul-
gar aspetos lúdicos da ciência, mostrar que a ci-
ência está presente em tudo (incluindo nas brin-
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 9
cadeiras), desenvolver o espírito de investigação e
estimular a criatividade e a iniciativa.
Com este projeto, os alunos têm oportunidade de
aprender, na prática e de uma forma lúdica, de
que forma é possível recorrer à energia:
- do sol, para fazer um Forno Solar (no final, todos
os participantes no projeto vão provar um petisco
aí confecionado);
- do vento (através da construção de protótipos
de Cata-ventos, Papagaios e Helicópteros de pa-
pel) e elaboração de “Mobiles” (utilizando a con-
vecção como forma de transferência de energia
como calor);
- da água (pela construção de Moinhos e Fogue-
tões que funcionam com esta fonte de energia).
Contando com o apoio da Fundação Ilídio Pinho,
e estabelecendo parcerias com institui-
ções académicas (Departamento de Física da
Universidade do Minho), municipais (Divisão do
Ambiente da Câmara Municipal) e ambientais
(ASPEA – Associação Portuguesa de Educação
Ambiental), no desenvolvimento deste projeto,
para além da disciplina de Ciências Físico-
Químicas, estão envolvidas as disciplinas de For-
mação Cívica, Educação Visual, Tecnologias de
Comunicação e Informação e Ciências Naturais,
conferindo à iniciativa
um caráter transdiscipli-
nar facilitador das no-
vas aprendizagens.
Uma palavra ainda pa-
ra salientar o envolvi-
mento estreitíssimo dos
pais e encarregados de
educação no projeto.
Com efeito, a ajuda
parental tem sido uma mais-valia neste projeto da
construção dos brinquedos, quer seja ao nível da
execução, recolha de materiais ou do aconselha-
mento dos seus educandos. Destaque-se ainda a
colaboração dos formadores da área técnica do
Curso Profissional de Mecânica e Mecatrónica Au-
tomóvel, para esclarecimento, apoio na monta-
gem e resolução de algumas dificuldades práticas
surgidas durante a experimentação das maquetes
como, por exemplo, na construção e eletrificação
dos moinhos movidos a água.
Encontrando-nos, no momento, nas fases de cons-
trução e experimentação dos protótipos de brin-
quedos, é possível constatar que este projeto gera
forte entusiasmo, empenho e motivou interesse em
todos os alunos envolvidos. A observação permitiu
ainda revelar que os alunos envolvidos, apesar de
bastante jovens, apresentam bom desempenho,
embora a materialidade final do projeto não dis-
pense os alunos da apresentação e discussão pré-
vias das ideias com a respetiva professora, para
definição das principais orientações para a sua
concretização, bem como da obrigatoriedade de
o produto final ser acompanhado de documento
explicativo.
Os alunos irão divulgar os brinquedos construídos
durante a Semana da Ciência
do Agrupamento, que se reali-
za em junho, e dinamizarão,
durant e es sa semana,
workshops, onde os visitantes
são convidados a interagir
com os brinquedos científicos
e se visualiza um documentário
com as diferentes fases proje-
tuais.
10 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
NOTÍCIAS / DESTAQUES
de aula ou polivalente com condições acústicas
apropriadas.
De forma a envolver o maior número de alunos
possível, o planetário percorreu os três polos do
agrupamento, permanecendo um dia em cada
local. O primeiro dia foi dedicado ao Centro
Escolar Dr. Manuel Brandão (Sabadim). Aqui, foi
dada a oportunidade a todos os alunos de
assistiram à reprodução da esfera celeste e ao
visionamento dos movimentos dos corpos
celestes, das constelações, sempre
acompanhadas por explicações e abertas às
questões dos alunos. No segundo dia, o planetário
foi montado na escola-sede. Dado o número
elevado de alunos, a gestão do tempo disponível
só permitiu fazer sessões para os alunos do 7º ano,
uma vez que a Astronomia consta dos conteúdos
programáticos desse ano de escolaridade.
Contudo, o sucesso foi idêntico. No último dia, o
planetário foi deslocado para o Centro Escolar
Prof. António Melo Machado. Também aqui,
como planeado, foi dada a oportunidade a
todos os alunos de assistiram à reprodução da
esfera celeste e ao visionamento dos movimentos
dos corpos celestes, das constelações, sempre
acompanhadas por explicações entusiásticas dos
alunos do Clube.
No cômputo geral das sessões, pode-se destacar
que estas decorreram com um grande êxito, pois
os alunos visitantes e os professores responsáveis
mostraram-se muito interessados, entusiasmados e
curiosos relativamente aos assuntos abordados,
manifestando a grande maioria vontade de
retornar ao planetário.
CLUBE DE ASTRONOMIA
No ano letivo 2012-2013, a Semana da Ciência
contou com a colaboração do Clube de Astronomia.
Este clube foi constituído por nove alunas do 10º ano
do curso Científico–Humanístico de Ciências e
Tecnologias, sob a orientação do professor José
António Gomes, com objetivos de estudo, ensino e
divulgação da astronomia.
Uma das atividades iniciais previstas incluía a
dinamização de sessões de divulgação da
Astronomia, pelas alunas membros do clube. Para
isso, contou-se com a cedência, pela Escola
Secundária Henrique Medina (Esposende), de um
planetário portátil, que consiste numa abóbada
insuflável que pode ser instalada dentro de uma sala
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 11
Realizou-se, nos dias 28 e 29 de junho de 2013, no
parque de campismo da Travanca-Mezio, em
pleno Parque Nacional Peneda-Gerês, um
Acampamento de Verão envolvendo 240 alunos e
15 docentes, sendo a grande maioria do
Agrupamento, embora estivessem presentes
grupos de alunos e docentes da Escola
Secundária das Taipas e do Agrupamento de
Escolas D. Maria II - Braga.
Com os objetivos de promover e divulgar a
ciência (em particular, em aspetos relacionados
com a astronomia) e o convívio entre a
comunidade escolar, a iniciativa e organização
do evento esteve a cargo dos alunos do Clube de
Astronomia e dos professores José António Gomes,
Luciana Dantas, Luís Fernandes, Pedro Bragança,
Carina Fernandes, Catarina Coelho e Jorge
Coelho, em estreita colaboração com docentes
do Departamento de Física da Universidade do
Minho.
Os docentes da instituição superior dinamizaram
duas palestras, a primeira das quais teve lugar no
dia 28, sob a égide dos Professores Mário Pereira e
do arcuense Luís Cunha, subordinada à temática
do Sol. A segunda ocorreu no dia seguinte,
dinamizada pelo mestrando Paulo Fernandes com
o tema “Analema Solar”. A atividade contou
também com a realização de observações
astronómicas noturnas, dinamizadas pelos alunos
e docentes organizadores.
Além dessas atividades, os alunos tiveram também
a oportunidade de participar noutras oficinas de
ciência e tecnologia de caráter mais lúdico:
caminhadas, idas às lagoas, paintball e
lançamento de foguetões de água.
No final, os participantes demonstraram a sua
satisfação pela iniciativa e manifestaram vontade
de repetir a experiência no próximo ano letivo.
ACAMPAMENTO DE VERÃO
12 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
NOTÍCIAS / DESTAQUES
Na semana de 10 a 14 de Fevereiro,
decorreu a Semana Mais Segura da
Internet, este ano associada ao
tema «Juntos vamos criar uma Internet melhor».
Para assinalar este dia, o Agrupamento de Escolas
de Valdevez, em particular o Grupo de
Informática, com o intuito de sensibilizar toda a
comunidade escolar para uma utilização crítica,
consciente e segura da Internet, preparou algumas
atividades direcionadas de forma especial para os
alunos do 4ºano e do 2º e 3ºciclos.
Paralelamente a essas atividades, foi feita uma
exposição nas bibliotecas do agrupamento que
contemplou informações alusivas ao assunto e que
pretendiam sensibilizar toda a comunidade escolar
para uma utilização crítica, consciente e segura da
Internet.
Os trabalhos realizados pelos alunos do 4ºano (à
esquerda) foram utilizados pelos alunos do 12ºH
(curso profissional técnico de Informática de
Gestão), resultando no tradicional jogo «Quantos
queres?» (abaixo) e oferecido a todos os alunos
autores que viram assim a aplicabilidade dos seus
projetos iniciais.
SEMANA DA INTERNET MAIS SEGURA 2014
No 2º e 3º ciclos foram importantes os alunos do
10ºI, do curso de Eletrónica, Automação e
Computadores, que dinamizaram sessões de
esclarecimento e atividades lúdicas juntos
daqueles alunos.
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 13
Pela primeira vez, Portugal irá participar no estudo
internacional TIMSS Advanced (Trends in
Mathematics and Sciences Study), onde serão
avaliados os conhecimentos dos alunos do 12º
ano de escolaridade em Matemática avançada
(A) e Física. Este estudo – desenvolvido pela
International Association for the Evaluation of
Educational Assessment (IEA) – é destinado a
alunos que pretendem ingressar no ensino
superior em áreas de ciências exatas, biológicas
e/ou engenharias. O TIMSS Advanced foi
concebido para avaliar e interpretar diferenças
entre o desempenho dos alunos que frequentam
os sistemas educacionais de mais de 50 países e
tem como objetivo principal ajudar a melhorar o
ensino e a aprendizagem daquelas disciplinas a
nível mundial e a qualidade da nova geração de
cientistas e engenheiros em todo o mundo.
A realização do estudo em 2015 implica uma
testagem prévia ao conjunto de materiais que
serão utilizados, conduzindo, desta forma, à
realização de um estudo piloto em 2014.
O Agrupamento de Escolas de Valdevez foi
selecionado pelo Instituto de Avaliação
Educacional (IAVE) para participar neste estudo
piloto, na disciplina de Matemática A, ocorrendo
essa aplicação durante o mês de maio de 2014.
Agrupamento de Escolas de Valdevez selecionado para participar no estudo internacional TIMSS Advanced 2015
PROVAS DE APTIDÃO PROFISSIONAL
A prova de aptidão profissional, abreviadamente
designada por PAP, faz parte integrante de todos
os cursos profissionais e consiste na apresentação
e defesa, perante um júri, de um Projeto que se
pode traduzir num produto, material ou inteletual,
numa intervenção ou numa
atuação, consoante a natureza dos
cursos. É realizado pelos alunos no 3º
ano e deve assumir um projeto
transdisciplinar integrador de todos
os saberes e capacidades.
Tem-se verificado que, no
planeamento desses projetos no
Agrupamento, há uma grande
preocupação em conceber
trabalhos úteis e exequíveis, que
aproximem os alunos de contextos
reais. Tal é reconhecido pelas
entidades e personalidades externas,
que colaboram no processo de
avaliação dessas provas e atestam a
qualidade da formação
ministrada. Um dos inúmeros exemplos é a atual
página do Agrupamento que constituiu o
culminar do trabalho desenvolvido no âmbito de
uma PAP do curso profissional técnico de
Informática de Gestão.
14 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Vasco Manuel Teixeira Afonso Rodrigues
Data de nascimento:
02/09/1984
Naturalidade:
Arcos de Valdevez
1 – Como ex-aluno das escolas desta terra,
começava por solicitar que destacasse algum
episódio com colegas, docentes ou funcionários
que, de alguma forma, o tenha marcado.
É-me difícil, mais de 10 anos passados, destacar
um só episódio marcante. Ainda assim, gostaria
de deixar aqui um momento curioso numa aula
de Técnicas Laboratoriais de Química do 10º ano.
Na aula em questão, o trabalho prático consistia
no manuseamento e moldagem do vidro. Ora,
por inexperiência ou manifesta falta de jeito,
acabei por queimar uma das mãos (com alguma
gravidade) numa peça de vidro incandescente.
Recordo-me de, nos dias seguintes à aula, estar
plenamente convencido que o trabalho
laboratorial nunca mais seria uma opção
profissional para mim. Ora, por ironia do destino,
foi exatamente o que acabei por seguir.
2 – Considera que a formação na área científica
e/ou técnica que lhe foi ministrada nas escolas
foi útil para a sua vida futura (universidade e/ou
mundo do trabalho)? Em que medida?
Sem dúvida alguma. A componente técnica e
científica que me foi ministrada durante o ensino
secundário teve uma influência positiva nas
escolhas que tomei posteriormente. Conhecendo
a escassez de recursos com que as escolas se
deparam, é louvável o esforço feito no sentido de
nos oferecer uma gama muito abrangente de
trabalhos práticos nas áreas científicas, cujo valor
só reconheci mais tarde, em retrospetiva,
enquanto estudante universitário.
3 - Recorda-se de algum(a) professor(a) das
áreas científica e/ou técnica que o tenha
marcado particularmente? Quem e porquê?
Vários docentes das áreas científicas
influenciaram, de alguma forma, o meu percurso
subsequente, seja pelo seu conhecimento
científico ou forma de ministrar as aulas, ou
simplesmente pela sua personalidade ou estilo
pessoal. Destacaria, nas áreas científicas, a
Professora Rosa Codeço de Físico-Química e o
Professor Carlos Dantas de Química, pela paixão
evidente que nutrem pela Ciência e que
transparecia, para nós alunos, durante as aulas.
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
(…) Hoje é-me quase impossível conceber a minha vida sem
uma presença constante da Ciência.
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 15
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS: Licenciado em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) - 2007 Mestre em Bioquímica pela FCUP – 2009
CARGOS DESEMPENHADOS/BREVE CURRÍCULO ACADÉMICO E/OU PROFISSIONAL: Conclusão da Licenciatura em Bioquímica na FCUP em 2007
Ingresso no Curso de Mestrado em Bioquímica da mesma Faculdade, por este último oferecer um plano curricular que complementava as valências adquiridas durante a licenciatura.
O Curso de Mestrado levou-o até ao Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto (IBMC), sob orientação da Professora Doutora Anabela Cordeiro da Silva, no grupo de investigação Parasite Disease. O trabalho de Mestrado consistiu no desenvolvimento e otimização de formulações baseadas em nanopartículas para veicular fármacos contra a leishmaniose, uma infeção parasitária que, em Portugal, assume especial relevância em Medicina Veterinária, mas que, em muitas regiões do globo, sobretudo económica e socialmente pouco desenvolvidas, se constitui como uma verdadeira epidemia.
Terminada a tese de Mestrado, continuou no grupo Parasite Disease do IBMC, enquanto estudante de doutoramento, numa colaboração com a equipa do Doutor Jérôme Estaquier, em Paris.
Conseguida a bolsa de doutoramento atribuída pela FCT, em Maio de 2010 foi para França onde efetuou a maioria dos trabalhos de doutoramento. Durante o doutoramento, teve a oportunidade de trabalhar com o macaco rhesus, com o objetivo de desenvolver um modelo experimental de infeção por Leishmania que mimetize a doença humana em aspetos clínicos e imunológicos e que permita o planeamento de futuras investigações cada vez mais focadas e direcionadas na obtenção de uma vacina preventiva contra a leishmaniose.
Neste momento, encontra-se a concluir o doutoramento, prevendo a data de julho de 2014, para o fazer.
Aproveitaria também para mencionar a
importância dos professores de outras áreas,
como contribuintes essenciais na formação
completa do aluno. E, de facto, a vida de um
cientista não se limita ao trabalho de laboratório
ou ao conhecimento científico. Passa também
pela sua capacidade em comunicar, de forma
rigorosa, mas clara e sucinta, as descobertas que
vai fazendo ao longo da carreira. Ora, isso implica
valências intelectuais que se estendem para lá do
conhecimento estritamente científico.
4 - Participou em alguma Semana da Ciência e
Tecnologia dinamizada pelo Agrupamento?
Infelizmente, por desconhecimento da realização
do evento, não participei, até ao momento, em
qualquer Semana da Ciência e da Tecnologia.
5 - Se sim, considera útil a realização do evento?
Porquê?
Embora não tenha participado em qualquer
edição do evento, parece-me tratar-se de uma
iniciativa de enorme interesse, para, primeiro,
despertar o gosto pela ciência nos jovens da
nossa terra e, segundo, estimular a cultura
científica na população em geral.
6 – Em suma, como nasceu o seu interesse pela
área científica e/ou tecnológica (pelas saídas
profissionais, algum professor que o tenha
marcado, gosto, etc)?
Diria que a minha afinidade para a Ciência
despertou muito cedo na vida. Recordo-me de,
ainda muito jovem, devorar (quase literalmente)
pilhas de livros das mais diversas áreas.
Mais tarde, esse gosto foi maturando e, chegado
o momento de optar por um curso superior, a
escolha acabou restringida às áreas relacionadas
com as Ciências da Vida. Ora, dado o meu
enorme gosto pela Química, o curso de
Bioquímica apresentava-se como a solução
perfeita para conciliar as duas paixões: Química e
Biologia. E, passados mais de 10 anos, é uma
escolha que não lamento minimamente; de tal
forma que me é, hoje, quase impossível conceber
a minha vida sem uma presença constante da
Ciência.
16 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Tiago Eduardo Madeira Moreira
Data de nascimento:
20/03/1992
Naturalidade:
Arcos de Valdevez
1 – Como ex-aluno das escolas desta terra,
começava por solicitar que destacasse algum
episódio com colegas, docentes ou funcionários
que, de alguma forma, o tenha marcado.
O principal episódio que me marcou no meu
percurso escolar foi a realização do meu projeto
de aptidão profissional e a participação no
concurso da Fundação I l ídio Pinho.
Durante a realização daquele, fui apoiado pelos
professores da área técnica e pelos meus
colegas de turma. Devido ao auxílio que me foi
prestado e ao meu empenho pessoal, consegui
ultrapassar as dificuldades que surgiram e
terminar o projeto dentro do prazo previsto.
Depois, tive a satisfação de ver os meus esforços
serem recompensados, quando me atribuíram
uma "Menção Honrosa".
2 – Considera que a formação na área científica
e/ou técnica que lhe foi ministrada nas escolas
foi útil para a sua vida futura (universidade e/ou
mundo do trabalho)? Em que medida?
Considero que foi útil na medida em que
despertou o meu interesse para a área das
energias renováveis. Este interesse foi crescendo
e, quando terminei o curso no Agrupamento,
candidatei-me a um CET de Energias Renováveis
no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, o
qual concluí este ano letivo.
É minha intenção continuar na área e pretendo
iniciar a licenciatura em Energias Renováveis no
próximo ano letivo.
3 - Recorda-se de algum(a) professor(a) das
áreas científica e/ou técnica que o tenha
marcado particularmente? Quem e porquê?
Todos os professores da área técnica/científica
com quem tive contacto durante o meu percurso
escolar marcaram-me significativamente.
Tive a sorte de ter professores com formações
distintas (Engenharia Mecânica, Engenharia
Eletrotécnica, Eletrónica, Engenharia Química e
Física, etc... ). Contudo, os professores que mais
me marcaram foram, sem dúvida, os professores
Luís Fernandes e Alexandre Costa. A eles devo o
facto de me terem motivado para a área das
energias renováveis.
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
Todos os professores da área técnica/científica com quem
tive contacto (…) marcaram-me significativamente.
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 17
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS:
Conclusão do Curso Profissional de Técnico de Energias Renováveis, na vertente Fotovoltaica, no Agrupamento
de Escolas de Valdevez em 2012.
Conclusão do Curso de Especialização Tecnológica (CET) de Energias Renováveis, no Instituto Politécnico de Viana
do Castelo (IPVC), em 2013.
CARGOS DESEMPENHADOS/BREVE CURRÍCULO ACADÉMICO E/OU PROFISSIONAL:
Atribuição de uma menção honrosa, no 4º escalão, no Prémio “Ciência na Escola” da Fundação Ilídio Pinho com o
seu Projeto de Aptidão Profissional “Painel Solar Hibrido: Sistema de Arrefecimento Fotovoltaico”. Este projeto
consiste na implementação de um sistema de arrefecimento dos painéis fotovoltaicos, o que permite melhorar a
eficácia do seu funcionamento.
4 - Participou em alguma Semana da Ciência e
Tecnologia dinamizada pelo Agrupamento?
Participei sempre. No entanto, a minha
participação passou a ser mais ativa nos 10º, 11º e
12º anos.
5 - Se sim, considera útil a realização do evento?
Porquê?
Na minha opinião, a realização deste evento é
útil, não só para os alunos da área das Ciências e
Tecnologias, mas também para os alunos que
estão indecisos quanto à escolha da área que
pretendem seguir.
Durante esta semana, são realizadas atividades
diversas, as quais são muito interessantes e que
podem despertar o interesse pelas áreas
científica e tecnológica.
6 – Em suma, como nasceu o seu interesse pela
área científica e/ou tecnológica (pelas saídas
profissionais, algum professor que o tenha
marcado, gosto, etc.)?
O interesse pela área nasceu com o meu
entusiasmo pelas novas tecnologias. Com efeito,
desde muito novo que me interesso
particularmente pela área tecnológica.
Este interesse influenciou o meu percurso escolar
na medida em que foi o grande motivador da
minha escolha do curso no Agrupamento.
18 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Ana Rosa Galvão de Castro Data de nascimento: 02/06/1995 Naturalidade: Arcos de Valdevez
1 – Como ex-aluna das escolas desta terra,
começava por solicitar que destacasse algum
episódio com colegas, docentes ou funcionários
que, de alguma forma, a tenha marcado.
Destaco a minha participação no número um da
edição da revista escolar «ValdevezCientista»,
impulsionada pela professora Deolinda Lago
(Biologia). Nessa revista, fui autora de um artigo
científico.
Saliento também a participação na narração de
um projeto científico para um concurso, sob
proposta da professora Romi Codeço de Físico-
Quimica.
Recordo ainda os eventos e surpresas que a
minha turma organizou a professores e a colegas.
Destaco, em particular, a carta de
agradecimento que a professora Romi Codeço
de Físico-Química nos escreveu (ainda hoje
guardada com carinho), a festa de aniversário
da professora Sameiro Cerqueira (de Inglês e que
era, por nós, conhecida carinhosamente por
“Meirinha”) e o vídeo de despedida feito pela
turma, a festa de aniversário da professora Romi
Cerqueira (Filosofia), e o discurso sentido da
professora Branca Alves (Português) na nossa
Festa de Finalistas.
Não esqueço, também, a boa relação com as
funcionárias do bloco 2.
2 – Considera que a formação na área científica
e/ou técnica que lhe foi ministrada nas escolas
foi útil para a sua vida futura (universidade e/ou
mundo do trabalho)? Em que medida?
Sim. Considero que os conhecimentos adquiridos
e as competências desenvolvidas se têm
mostrado úteis no contexto universitário que
frequento.
3 - Recorda-se de algum(a) professor(a) das
áreas científica e/ou técnica que o tenha
marcado particularmente? Quem e porquê?
Sem destacar nenhum em particular, todos os
professores que me apoiaram dentro e fora da
escola foram marcantes e contribuíram para o
meu crescimento intelectual e como pessoa.
4 - Participou em alguma Semana da Ciência e
Tecnologia dinamizada pelo Agrupamento?
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
(…) Os conhecimentos adquiridos e as competências
desenvolvidas têm-se mostrado úteis no contexto
universitário que frequento.
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 19
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS:
12º ano do Curso Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias (2013)
Frequência do 1º ano do Ensino Universitário (Medicina Dentária, na Universidade Fernando Pessoa)
CARGOS DESEMPENHADOS/BREVE CURRÍCULO ACADÉMICO E/OU PROFISSIONAL:
Membro do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas de Arcos de Valdevez;
Voluntária da Caritas Interparoquial de Arcos de Valdevez;
Autora do artigo “Toxina letal para peixes é valiosa para a Biomedicina - AIP56 pode ajudar a tratar doenças
inflamatórias, autoimunes e cancro", integrado no nº 1 da Revista ValdevezCientista, em abril de 2013;
Nível Avançado de Ballet Clássico;
Estudante do Ensino Universitário.
Sim, participei durante os meus 3 anos de ensino
secundário.
No 10º ano, aquando da Semana da Ciência
2011, dinamizei, com os meus colegas de turma, a
oficina “Cozinha Tecnológica”. Aí, fizemos, para
todos os visitantes, variadíssimas versões do Bolo
na Caneca, usando o micro-ondas, mostrando
que há muitos aspetos de ciência que se podem
aprender enquanto se prepara o bolo.
No 11º ano, no âmbito da Semana da Ciência
2012, fui uma das participantes no espetáculo de
dança na sessão da abertura oficial da Semana.
Quando me encontrava a frequentar o 12º ano,
fui a autora de um artigo científico inserido na
revista de divulgação científica que foi lançada
durante a Semana da Ciência 2013. Ajudei
também a dinamizar a “Tasquinha da Biologia”,
preparando infusões de plantas medicinais
frescas e fabricando biscoitos de laranja de
Ermelo, queijo fresco e compotas que eram
distribuídos sobre tostas de pão. Todos os produtos
foram oferecidos aos elementos da comunidade
escolar que participaram no evento.
5 - Se sim, considera útil a realização do evento?
Porquê?
Considero muito útil. Na minha opinião, o evento
dinamiza muito a escola pois demonstra à
comunidade tudo aquilo que de bom se faz no
agrupamento. Nesta semana, a escola
disponibiliza meios com muita qualidade e
interesse nas áreas científica e tecnológica.
6 – Em suma, como nasceu o seu interesse pela
área científica e/ou tecnológica (pelas saídas
profissionais, algum professor que o tenha
marcado, gosto, etc.)?
Desde sempre tive interesse na área das ciências
e tecnologias; por isso, quando tomei a minha
decisão a escolha foi muito fácil e arrisco, até, a
dizer óbvia.
20 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Ângela Maria Veloso Guimarães Carneiro
Data de nascimento:
19/08/1963
Naturalidade:
Arcos de Valdevez
1 – Como ex-aluna das escolas desta terra,
começava por solicitar que destacasse algum
episódio com colegas, docentes ou funcionários
que, de alguma forma, a tenha marcado.
Andava no antigo Ciclo Preparatório e, um belo
dia, de manhã, acordamos com a rádio a
apenas transmitir música. Os meus pais foram
para Braga, local mais próximo onde nesse
tempo era possível realizar colheitas para análises
laboratoriais, e eu fui para a Escola. Na Escola
havia aulas, mas falava-se em surdina que algo
se passava em Lisboa... e na aula de história as
pessoas perguntavam, a medo, o que se passava
e o professor respondeu, também algo a medo,
que “parece que há uma revolução em Lisboa”.
Era o dia 25/4/1974 mas ninguém conseguia falar
livremente sobre o assunto, porque ninguém
sabia ainda ser livre...
2 – Considera que a formação na área científica
e/ou técnica que lhe foi ministrada nas escolas
foi útil para a sua vida futura (universidade e/ou
mundo do trabalho)? Em que medida?
Claro que sim.
O nosso percurso académico é extremamente
influenciado pela nossa formação básica. É na
escola que aprendemos métodos de estudo e
que começamos a alicerçar conhecimento. O
conhecimento básico bem estruturado é, sem
dúvida, fundamental para a nossa vida. Todo o
conhecimento é importante e, quanto maior for o
acesso ao conhecimento em fases precoces da
nossa formação, melhor.
Eu estudei numa fase conturbada da história do
nosso país, pois apanhei a reestruturação de
ensino clássico do curso geral dos Liceus para os
cursos Unificados, em que, pela primeira vez,
tivemos 7º, 8º, 9º, 10º, 11º e 12º anos de
escolaridade. Havia ajustes de programas difíceis
de aplicar, falta de professores nas diferentes
áreas, tínhamos períodos de férias alargados
devido a dificuldades de iniciar os cursos
atempadamente, etc.
Não era possível, por exemplo, na altura
aprender facilmente Inglês no liceu...o que me
criou dificuldades que tive de superar, mais tarde,
sozinha…
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
O conhecimento básico bem estruturado é fundamental
para a nossa vida.
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 21
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS:
Licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1987
Doutoramento em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 2011
CARGOS DESEMPENHADOS/BREVE CURRÍCULO ACADÉMICO E/OU PROFISSIONAL:
Obtenção do grau de Especialista em Oftalmologia em 1994
Assistente Hospitalar de Oftalmologia no Serviço de Oftalmologia do Hospital de São João entre 1994-2002
Assistente Hospitalar Graduada de Oftalmologia no Serviço de Oftalmologia do Hospital de São João desde 2002
Professora Auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto desde 2011
Especialista em Retina
No 10º ano de escolaridade não conseguiam
abrir nos Arcos de Valdevez a área de Científico-
naturais e quase tive de frequentar Humanísticas
sem o pretender, mas, finalmente, reuniram
professores...
No 12º ano de Escolaridade tive de ir estudar
para Braga, pois a nossa escola não conseguiu
lecionar o 12º na área de ciências... e, mesmo em
Braga, o ensino do 12º ano era à noite!
Eram tempos conturbados!
Hoje, tudo é mais fácil, e, talvez, pela facilidade
de acesso, é menos valorizado.
3 - Recorda-se de algum(a) professor(a) das
áreas científica e/ou técnica que o tenha
marcado particularmente? Quem e porquê?
Recordo-me de um professor em particular - o Dr.
António Carneiro - que me deu aulas de Saúde
no 9º ano. Ele era na altura estudante de
Medicina e tinha um part-time como professor no
Liceu dos Arcos. Mas gostava da Medicina e foi,
ao ouvi-lo falar do curso, das disciplinas e dos
conteúdos, que surgiu o meu interesse pela
Medicina.
Antes, eu estava definitivamente voltada para a
área científica, pois sempre gostei imenso de
matemática e físico-química, mas só aí despertou
o meu interesse pelas ciências da Saúde.
4 - Participou em alguma Semana da Ciência e
Tecnologia dinamizada pelo Agrupamento?
Não existia na altura nenhuma iniciativa do
género. Se houvesse, com certeza que teria
participado.
22 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Rui Henrique Alves
Data de nascimento:
17/10/1968
Naturalidade:
Arcos de Valdevez
1 – Como ex-aluno das escolas desta terra,
começava por solicitar que destacasse algum
episódio com colegas, docentes ou funcionários
que, de alguma forma, o tenha marcado.
São tantas as situações, sérias, alegres, caricatas,
que é muito difícil destacar uma só. Se me é
permitido, preferiria destacar um elemento que
percorreu todo o tempo em que frequentei as
escolas da nossa terra, a forte solidariedade que
existia entre colegas, funcionários e docentes e
que é um valor que, infelizmente, tem vindo a
perder-se em muitas áreas e em muitos locais.
2 – Considera que a formação na área científica
e/ou técnica que lhe foi ministrada nas escolas
foi útil para a sua vida futura (universidade e/ou
mundo do trabalho)? Em que medida?
Sem qualquer sombra de dúvida. Para começar,
tive a sorte de ter encontrado um conjunto de
professores de exceção, alguns dos quais, ainda
hoje, são, para mim, uma referência na minha
prática de lecionação.
Depois, tive uma formação bastante sólida em
áreas fundamentais para a formação
universitária.
Finalmente, e talvez mais relevante, os professores
e os funcionários ajudaram a incutir valores
humanos muito importantes, tendo, por certo,
uma parcela de responsabilidade naquilo que,
hoje, sou e faço.
3 - Recorda-se de algum(a) professor(a) das
áreas científica e/ou técnica que o tenha
marcado particularmente? Quem e porquê?
É difícil destacar professores, porque foram
diversos aqueles que deixaram marcas
profundas, sempre no sentido positivo, e porque
há o risco de algum esquecimento injusto.
Mas, mesmo correndo esse risco e pedindo
desculpa por ele, pessoas como o Dr. Manuel
Brandão ou o Dr. Marques Pinto (na História), o Dr.
Jaime Ferreri (Matemática), a Dra. Filomena
(Ciências) ou o Dr. Luís Gachineiro da Cunha
(Inglês) ficam-me como personalidades
marcantes, pelos seus conhecimentos profundos,
pela sua inteligência e sagacidade e, sobretudo,
pelo seu imenso humanismo.
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
Os professores e os funcionários tiveram uma parcela de
responsabilidade naquilo que, hoje, sou e faço.
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 23
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS:
Doutorado em Economia, Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP)
CARGOS DESEMPENHADOS/BREVE CURRÍCULO ACADÉMICO E/OU PROFISSIONAL:
- Conselheiro Financeiro e Coordenador do Núcleo de Economia e Finanças da Representação Portuguesa junto da União
Europeia, desde Setembro de 2013.
- Professor Auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, desde Julho de 2008, sendo docente desta
Faculdade desde 1991.
- Investigador do Centro de Economia e Finanças da Universidade do Porto e Membro (fundador) do Núcleo de Investigação
em Finanças Públicas e Política Monetária da FEP e do Observatório de Economia e Gestão de Fraude.
- Docente na Porto Business School e no Instituto Superior de Ensino Social do Porto.
- Vogal do Conselho Executivo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, entre Julho de 2010 e Setembro de
2013.
- Consultor da Bolsa portuguesa, durante alguns anos após 1991.
- Presidente da Assembleia Municipal de Arcos de Valdevez, entre 1997 e 2013.
4 - Em suma, como nasceu o seu interesse pela
área científica e/ou tecnológica (pelas saídas
profissionais, algum professor que o tenha
marcado, gosto, etc.)?
Diria que houve a combinação de dois
elementos:
- por um lado, o gosto que sempre tive pela
área da Matemática, a qual tem uma
importância (às vezes excessiva) na área da
Economia;
- por outro, recordo a satisfação com que,
teria aí uns 11-12 anos, via as comunicações
televisivas do nosso atual Presidente da
República (na altura Ministro das Finanças),
que muito me chamaram a atenção para a
área. Ainda hoje falo na relação confiança-
investimento-crescimento que ele tanto
abordava nessas comunicações.
Confesso que, à última hora, quando havia que
escolher, no final do 12º ano, ainda hesitei entre
a Economia e a Informática: era a altura dos
Spectrums e outras máquinas “fabulosas” que
hoje nos deixariam simplesmente a sorrir e o Dr.
Jaime Ferreri tinha-me já incutido o bichinho…
….Mas a Economia acabou por falar mais alto.
24 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Fernando Jorge da Costa Machado
Data de nascimento:
13/03/1983
Naturalidade:
Arcos de Valdevez
1 – Como ex-aluno das escolas desta terra,
começava por solicitar que destacasse algum
episódio com colegas, docentes ou funcionários
que, de alguma forma, o tenha marcado.
Passei pela escola há mais de 10 anos, mas vou
recordar as minhas experiências, com um sorriso.
Gostava de partilhar 3 episódios:
Os meus dias de verão passados no conselho
diretivo, no final dos anos 90, a usar o
computador, para navegar na internet ou
imprimir sebentas (obrigado, Professor Carlos
Costa!);
As típicas "tardes livres" entre aulas passadas com
os amigos ao ar livre no pátio. Na altura não
tínhamos muitas distrações (não havia telemóvel
nem facebook, e a internet estava numa fase
inicial);
As aulas laboratoriais de biologia com a
Professora Helena Amorim.
O laboratório tinha equipamento muito antigo e
nem tudo era funcional. Lembro-me de termos
de inventar bactérias a partir de bolhas de ar no
microscópio, de ter de abrir um coração de porco
a usar as luvas de plástico de pintar cabelo da
minha mãe, que deixaram passar um cheiro forte
para as mãos e que ficou durante o resto do dia.
2 – Considera que a formação na área científica e/
ou técnica que lhe foi ministrada nas escolas foi útil
para a sua vida futura (universidade e/ou mundo
do trabalho)? Em que medida?
Estudei no curso Científico-Natural geral, e tive uma
formação muito polivalente: em três anos aprendi
temas como "o ciclo da pedra" (geologia),
"momento de inércia" (física), "metonímias e
s i nédoques " (por tuguês) e " le i s de
Mendel" (biologia), de que ainda hoje me lembro.
Mas o mais importante que aprendi foi a ser
disciplinado - como estudar, respeitar o professor
durante as aulas e não deixar o trabalho para o
último dia.
3 - Recorda-se de algum(a) professor(a) das áreas
científica e/ou técnica que o tenha marcado
particularmente? Quem e porquê?
Vários professores me marcaram durante os meus
anos na escola secundária.
Vou sempre recordá-los com carinho. Aproveito
este espaço para agradecer a todos, sem
exceção. Saliento alguns deles:
Professora Zulmira Alves, pelo elevado grau de
exigência durante a escola primária. Habituou-me
a ser um bom profissional, ao contrário de muitas
pessoas que hoje encontro no mundo do trabalho;
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
(…) Era bastante curioso sobre como "as coisas
funcionavam".
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 25
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS:
Master in Business Administration, University of California at Berkeley (2010)
Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, Instituto Superior Técnico, Lisboa (2006)
CARGOS DESEMPENHADOS/BREVE CURRÍCULO ACADÉMICO E/OU PROFISSIONAL:
- Professor assistente, Instituto Superior Técnico, Lisboa (2004-2006)
- Business Analyst, McKinsey & Company, Lisboa (2006-2008)
- Associate, McKinsey & Company, Lisboa (2010-2012)
- Engagament Manager, McKinsey & Company, New York (desde 2012)
Professor José Tinoco, por ser um ótimo diretor de
turma e pelo esforço de preparação das aulas de
matemática;
Professor Aurélio Ferreira, por me motivar a ler livros
não científicos, e por dedicar tempo aos alunos
fora das aulas;
Professores Fernanda Costa e Jaime Moreira pelo
empenho e interesse pelos alunos;
Padre António Mota, Padre Zé Barbosa e Padre
Campos, por serem boas pessoas e aguentarem
alunos difíceis;
E à minha mãe, também professora, pela
educação que me deu em casa.
4 - Participou em alguma Semana da Ciência e
Tecnologia dinamizada pelo Agrupamento?
Infelizmente, não participei na semana da Ciência,
porque na altura ainda não as organizávamos.
Mas, se participasse hoje, provavelmente,
demonstrava a lei de Faraday sobre como gerar
energia elétrica, ou a experiência de Michelson,
sobre como medir a velocidade da luz de uma
forma simples.
Espero que os meus leitores usem algumas destas
ideias.
5 – Em suma, como nasceu o seu interesse pela
área científica e/ou tecnológica (pelas saídas
profissionais, algum professor que o tenha
marcado, gosto, etc)?
Desenvolvi o meu interesse por ciência e
tecnologia quando era pequeno.
Era bastante curioso sobre como "as coisas
funcionavam" - lembro-me de desmontar uma
máquina registadora (brinquedo que a minha mãe
me deu) para entender como as engrenagens
funcionavam.
Optei pelo agrupamento de científico natural
geral, sem ter uma ideia precisa de carreira. A
Ciência dava-me uma grande flexibilidade de
opções futuras.
Acabei por seguir Engenharia Eletrotécnica no IST
(Instituto Superior Técnico), em Lisboa, porque
queria aprender como funcionava um
computador internamente.
Grande parte dos leitores desta revista deverão
estar agora nesta fase e com pressão para entrar
na universidade. Queria deixar alguns conselhos
que me foram úteis na altura: o vosso trabalho é a
escola. Tomem atenção nas aulas, tirem
apontamentos e respeitem os professores e os
vossos colegas que querem aprender; sejam
moderados, estudem um pouco todos os dias, em
vez de deixar o estudo para dias antes do exame;
aproveitem o tempo com os amigos, muitos deles
vão seguir diferentes caminhos.
26 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Cláudia Sofia Gomes Dias
Data de nascimento:
24/04/1992
Naturalidade:
Arcos de Valdevez
1 – Como ex-aluna das escolas desta terra,
começava por solicitar que destacasse algum
episódio com colegas, docentes ou funcionários
que, de alguma forma, a tenha marcado.
Um dos momentos que mais me marcou foi o
culminar da formação técnico-profissional, com a
apresentação da Prova de Aptidão Profissional
(PAP), por se tratar de uma situação nova e
decisiva; no entanto, graças ao apoio dado por
parte dos docentes envolvidos e colegas, foi uma
etapa concluída com sucesso.
2 – Considera que a formação na área científica
e/ou técnica que lhe foi ministrada nas escolas
foi útil para a sua vida futura (universidade e/ou
mundo do trabalho)? Em que medida?
A formação a nível profissional que adquiri foi
muito importante, pois tive a oportunidade de
realização de um estágio curricular (que me
permitiu pôr em prática muitos dos
conhecimentos adquiridos ao longo de 3 anos de
formação) bem como adquirir novos
conhecimentos que, ao longo do meu pequeno
percurso profissional, têm sido uma mais-valia.
3 - Recorda-se de algum(a) professor(a) das
áreas científica e/ou técnica que o tenha
marcado particularmente? Quem e porquê?
Sim. São eles os professores de Informática Ana
Bragança, Carina Fernandes e Jorge Coelho, por
todo e constante apoio dado, bem como por
todos as experiências/vivências e ensinamentos
passados/ vividos.
4 - Participou em alguma Semana da Ciência e
Tecnologia dinamizada pelo Agrupamento?
Sim. Recordo-me, em particular, das atividades
desenvolvidas pelo grupo de informática, onde
os alunos do curso profissional de informática de
gestão tinham um papel importante. Ajudávamos
na organização e dinamização dessas
actividades nomeadamente o clássico ipaper e
exposição de projetos realizados ao longo do
curso e, em particular, os desenvolvidos no
âmbito da nossa PAP. Nesse ano, marcado pela
entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico,
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
A formação a nível profissional que adquiri foi muito
importante (…), tem sido uma mais-valia.
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 27
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS:
Conclusão do Curso Técnico Profissional de Informática de Gestão, no Agrupamento de Escolas de Valdevez em
2010.
Conclusão do Curso de Especialização Tecnológica (CET) de Aplicações Informáticas de Gestão, no Instituto
Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), em 2013.
CARGOS DESEMPENHADOS/BREVE CURRÍCULO ACADÉMICO E/OU PROFISSIONAL:
A exercer funções de Administrativa na empresa Futurinvest – Formação e Soluções Empresariais, Lda, em Arcos
de Valdevez desde Fevereiro de 2013.
Estágio curricular na empresa Futurinvest – Formação e Soluções Empresariais, Lda em Arcos de Valdevez de
Setembro de 2012 até Janeiro de 2013.
Realização de um estágio curricular na Câmara Municipal de Arcos de Valdevez na secção de Recursos Humanos,
em Arcos de Valdevez em 2010.
orgulhávamo-nos na divulgação do projeto Grafi
que consistia num jogo para a apropriação das
novas regras ortográficas pelos alunos do
primeiro ciclo do ensino básico.
5 - Se sim, considera útil a realização do evento?
Porquê?
A Semana da Ciência e Tecnologia é uma forma
de divulgar as competências adquiridas nos
diversos cursos disponibilizados pela escola.
Dá a conhecer as saídas profissionais destes, e
permite aos interessados esclarecer eventuais
dúvidas que possa haver.
6 – Em suma, como nasceu o seu interesse pela
área científica e/ou tecnológica (pelas saídas
profissionais, algum professor que o tenha
marcado, gosto, etc.)?
A escolha de um curso é uma das decisões mais
importantes e decisivas da nossa vida. Requer
uma análise daquilo que gostaríamos mais de
fazer, dos nossos interesses, valores e
capacidades. Daí, derivou a minha escolha,
aliada ao conhecimento das saídas profissionais
do curso em questão.
28 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Carina Calheiros
Data de nascimento:
11-06-1984
Naturalidade:
Arcos de Valdevez
1 – Como ex-aluna das escolas desta terra,
começava por solicitar que destacasse algum
episódio com colegas, docentes ou funcionários
que, de alguma forma, a tenha marcado.
Foi graças às pessoas com quem tive o prazer de
conviver na escola que me tornei naquilo que
sou.
Lembro-me que nunca foi minha intenção
frequentar uma licenciatura, pois o meu objetivo
era terminar o 12º ano e conseguir um trabalho
para poder ganhar algum dinheiro e ajudar a
minha mãe. A minha família não tinha grandes
condições económicas e eu achava que, para
mim, era impossível ir para a universidade. Como
tinha resultados muito bons, alguns dos meus ex-
professores e uma funcionária em particular (a
todos eles agradeço do fundo do meu
coração!), investiram as suas energias em mim
para me tentar fazer mudar de ideias… e
conseguiram!
Hoje, sobretudo graças às pessoas que
conversaram comigo e às pessoas que
prescindiram de horas de tempo livre para me
dar explicações, tenho uma carreira profissional
num trabalho que me satisfaz e sinto
reconhecimento da empresa.
Gosto do que faço e tenho a oportunidade de
fazer o mesmo pelas pessoas mais novas com
quem tenho tido oportunidade de trabalhar, de
motivar e fazer crescer.
2 – Considera que a formação na área científica
e/ou técnica que lhe foi ministrada nas escolas
foi útil para a sua vida futura (universidade e/ou
mundo do trabalho)? Em que medida?
Sim! A minha opção no 10º ano foi o curso
tecnológico de informática que, para além de
ser o que tenho vindo a fazer desde aí ,me
ajudou a desenvolver o raciocínio e me deu a
capacidade de pegar em qualquer tarefa que
me seja atribuída, o que constitui uma
caraterística bastante valorizada na empresa.
3 - Recorda-se de algum(a) professor(a) das
áreas científica e/ou técnica que o tenha
marcado particularmente? Quem e porquê?
O mais difícil é escolher 1 professor(a)… Há vários
mas há 3 que não posso deixar de referir:
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
Foi graças às pessoas com quem tive o prazer de conviver
na escola que me tornei naquilo que sou(…)
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 29
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS:
Licenciatura em Informática de Gestão , Universidade do Minho (2007)
CARGOS DESEMPENHADOS/BREVE CURRÍCULO ACADÉMICO E/OU PROFISSIONAL:
Consultora de Billing na empresa PT – Sistemas de Informação
(Nota: um consultor de billing é alguém que desenha, desenvolve e dá suporte aos sistemas de
faturação de empresas como a Zon, TMN, EDP, etc…)
Passagem pelos vários projetos na PT, entre os quais a faturação da Zon TV Cabo (agora Zon Multimédia) e
projetos internacionais: Cabo Verde, Timor e Namíbia. Houve oportunidade de visitar estes locais, sendo a
Turquia o destino do próximo projeto de trabalho.
Também surgiu a oportunidade de, no âmbito da consultadoria, acompanhar e formar elementos mais novos e
tentar fazer deles ótimos profissionais.
Professores Pedro Bragança, Ana Bragança e
Carlos Dantas.
O professor Pedro e a professora Ana acreditaram
em mim e nas minhas capacidades, e lutaram
para me fazer ver as minhas capacidades e
aquilo que eu podia ser capaz de fazer. E claro:
com o professor Pedro, volta e meia, tínhamos
direito a um chocolate, se acertássemos nas
perguntas dele (se bem que eu nem sempre me
podia candidatar aos chocolates… uma
injustiça!).
O professor Carlos Dantas fez o favor de me dar
explicações de física durante as férias de verão
para eu poder passar no exame da disciplina e
entrar na universidade.
E, mesmo depois de eu ter terminado o
secundário, os 3 sempre estiveram comigo…
quando fui para a universidade, o professor Pedro
passou a primeira semana a ligar-me para saber
se eu estava bem e tudo que eu conseguia fazer
era chorar. J Os 3 estiveram presentes na minha
queima das fitas porque foram das pessoas mais
importantes da minha vida académica.
4 - Participou em alguma Semana da Ciência e
Tecnologia dinamizada pelo Agrupamento?
Acho que não me lembro de nenhum evento
desse género na altura em que frequentei o
secundário.
5 - Se sim, considera útil a realização do evento?
Porquê?
Quando estava no meu 5º ou 6º anos, lembro-me
que havia na escola, uns PCs muito, muito
velhinhos que tinham uns joguinhos muito giros
onde eu costumava gastar o meu tempo livre. Foi
daí que surgiu o meu interesse pela informática…
mal eu sabia que, no que diz respeito ao
trabalho, é bem diferente! Mais exigente, muito
trabalho, mas muito giro na mesma!!!
30 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Luís António Carvalho Gachineiro da Cunha
Data de nascimento:
29/12/1959
Naturalidade:
Arcos de Valdevez
1 – Como ex-aluno das escolas desta terra,
começava por solicitar que destacasse algum
episódio com colegas, docentes ou funcionários
que, de alguma forma, o tenha marcado.
Tenho muitos, mas a maior parte não posso
confessar nesta entrevista. Mas posso dizer que
me aconteceu algo que só é autorizada em
condições especiais: o meu pai foi meu professor
de Inglês em dois anos (no equivalente ao 7º ano
e ao 9º ano). Isto só pode acontecer, porque não
havia outro professor de Inglês na escola. Como
podem imaginar, esta é uma situação muito
peculiar e sensível.
2 – Considera que a formação na área científica
e/ou técnica que lhe foi ministrada nas escolas
foi útil para a sua vida futura (universidade e/ou
mundo do trabalho)? Em que medida?
A formação nunca é demasiada. Por
necessidade e por gosto, tenho de estar em
aprendizagem permanente. Isto aplica-se, ou
devia aplicar-se, a todos, mas há quem não se
aperceba disso. Mas também não tenho dúvidas
que o esforço pessoal é determinante para o
maior ou menor sucesso na carreira que se vier a
abraçar.
Posso contar uma parte da minha formação que
podia ter condicionado fortemente na minha
vida. O meu ensino secundário (na altura
chamava-se complementar) decorreu
imediatamente após a revolução de 25 de Abril.
Foi um período muito conturbado nas escolas do
país. A Escola Secundária de Arcos de Valdevez
não escapou. Em algumas disciplinas, os
professores eram colocados muito tarde, e em
muitas disciplinas, cheguei a ter 3 professores
diferentes ao longo do ano. Foi um período muito
mau em termos de educação formal.
Sem esforço de minha parte e sem apoio familiar,
dificilmente conseguiria chegar atingir o que, até
hoje, consegui.
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
(…) Se tiverem uma paixão, esforcem-se por segui-la!
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 31
HABILITAÇÕES ACADÉMICAS:
Doutoramento em Ciências (Área de especialização Física) em 2000.
Mestrado em Física em 1995.
Licenciatura em Ensino de Física e Química em 1983.
CARGOS DESEMPENHADOS/BREVE CURRÍCULO ACADÉMICO E/OU PROFISSIONAL:
1983-1989: Docente do Ensino Secundário (Física e Química)
1989-2000: Assistente no Departamento de Física da Universidade do Minho
A partir de 2000 – Professor Auxiliar do Departamento de Física da Universidade do Minho e Investigador
integrado no Grupo de Revestimentos Funcionais do Centro de Física da Universidade do Minho,
Área de Investigação: Ciência de Materiais – Produção de filmes finos por pulverização catódica e respetiva
caraterização física (estrutural, química, ótica, elétrica, mecânica, tribológica,...)
Publicações: 54 artigos publicados e 3 submetidos em revistas internacionais com arbitragem científica por pares;
3 capítulos de livros; 18 artigos publicados em revistas internacionais sem arbitragem científica por pares.
Comunicações: 102 em encontros científicos internacionais (8 convidadas).
Patentes: 1
Prémios científicos internacionais: 2
Revisor científico de 15 revistas científicas no domínio da Ciência de Materiais.
3 - Recorda-se de algum(a) professor(a) das
áreas científica e/ou técnica que o tenha
marcado particularmente? Quem e porquê?
Tive vários professores que me marcaram, mas
posso destacar quatro que foram muito
importantes:
a professora Maria Antonieta que era professora
primária, mas nunca foi minha professora oficial.
Quando eu tinha 5 anos, antes de entrar na
escola primária, tive lições particulares com ela.
Ensinou-me a ler a escrever, a fazer contas. Era
uma pessoa muito exigente. Quando entrei no
ensino oficial, tinha disciplina de trabalho e
estava muito à frente da maior parte dos meus
colegas;
O meu pai, que foi meu professor, mas que, antes
de o ser, me ensinou inglês em tempo de férias.
Lembro-me de ler livros de aventura, em inglês,
durante as férias, em Vila Praia de Âncora, antes
de ter a disciplina de inglês na escola.
Obviamente, quando comecei a estudar
oficialmente inglês, estava, de novo, muito à
frente dos meus colegas.
Esse período continua a ser importante na minha
vida atual: é, em inglês, que comunico resultados
da minha investigação, seja em conferências, ou
em artigos científicos, e é em inglês que discuto a
cooperações com cientistas de outros países.
O professor Carlos Aguiar Gomes, que dava umas
aulas diferentes dos outros.
Era professor de Ciências Naturais e as suas aulas
decorriam, sistematicamente, em laboratório. A
turma estava dividida em grupos. Lembro-me de
aprender coisas de ciências por investigação
própria e com os meus colegas de grupo.
Há, ainda uma pessoa que foi muito importante
depois daquele período conturbado das escolas
e que, hoje, é professora na AEV: a Ana Helena
Saraiva de Menezes.
Quando cheguei à universidade, tinha uma
32 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
grande falta de bases em Matemática. Ora, para
ser Físico, a Matemática é fundamental. Os
professores na universidade falavam de assuntos
como se todos tivéssemos bases suficientes, mas,
na realidade, eu não as tinha.
Senti-me perdido! Recorri, então, à Ana Helena
que, na altura, ainda não era professora, mas
estava a terminar o curso de Matemática.
Durante cerca de um mês, com algumas lições
particulares, colocou-me em condições de
ultrapassar as barreiras que se me colocavam e
dar-me a autoconfiança suficiente para evoluir
no domínio da Matemática e, obviamente, da
Física.
Os nossos mestres são importantíssimos e quero,
aqui, prestar-lhes a minha homenagem.
4 - Participou em alguma Semana da Ciência e
Tecnologia dinamizada pelo Agrupamento?
Sim. Participei 2 ou 3 vezes como cientista
convidado pela organização e impulsionei a
vinda de meus colegas do Departamento de
Física da UMinho à AEV.
Nunca poderia deixar de colaborar com a minha
escola. Só se me fosse manifestamente
impossível.
5 - Se sim, considera útil a realização do evento?
Porquê?
Claro que é útil.
É excelente que os alunos possam mostrar os
resultados dos seus trabalhos de ciências, de ver
e discutir o trabalho dos colegas, contactar com
cientistas, não só para aprender com eles, mas
para verificar que são pessoas completamente
normais. Todos têm muitas virtudes e muitos
defeitos, como é normal em qualquer ser
humano.
6 – Em suma, como nasceu o seu interesse pela
área científica e/ou tecnológica (pelas saídas
profissionais, algum professor que o tenha
marcado, gosto, etc)?
Vou confessar uma coisa: Sou Físico por uma
série de acasos!
Nunca me senti atraído por uma área específica,
mas sempre tive uma paixão: automóveis e
desporto motorizado.
Na altura das decisões de escolha do curso do
ensino superior, não devo ter preenchido as
opções de modo muito coerente. Acabei por
entrar na Licenciatura em Ensino de Física e
Química, como podia ter entrado em Engenharia
Mecânica.
Depois da licenciatura, fui professor do ensino
secundário durante 7 anos, até que, no âmbito
de um projeto, convidaram-me a integrar o
corpo docente do Departamento de Física da
UMinho. Por obrigação das funções, para evoluir
na carreia, iniciei-me na investigação científica e
descobri o prazer da descoberta.
Concluí o mestrado e, mais tarde, o
doutoramento.
Também refinei o verdadeiro prazer que é
observar a beleza das coisas para além do
aspeto estética….. sejam coisas da Natureza, ou
não. O que quero dizer com isto? Dou um
exemplo concreto: observar o céu noturno, sem
nuvens, numa zona rural, sem iluminação artificial,
é algo de extraordinariamente belo! Vêem-se
muito mais objetos do que a partir de uma
observação na cidade. Mas, olhar para esse
Continuação...
Luís António Carvalho Gachineiro da Cunha
OPINIÃO DE EX-ALUNOS
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 33
mesmo céu, sabendo coisas para além do que
estamos simplesmente a ver, é um prazer muito
maior! O mesmo acontece quando se observa
uma pintura, quando se ouve uma música ou
quando se lê um livro...
Sobre a observação do céu em particular, posso
lançar um desafio aos leitores: tentem encontrar
uma estrela que, quando a observam, a luz que
dela provém tenha a vossa idade. Para descobrir
essa estrela, é necessário saber várias coisas, mas
é um desafio interessante e belo.
Queria deixar um conselho:
Se tiverem uma paixão, esforcem-se por segui-la!
Trabalhar naquilo que nos apaixona não está ao
alcance de todos. Consegui-lo é um privilégio. Em
qualquer dos casos, consigam ou não ter uma
carreira nessa área, para ter sucesso, é
necessário esforço. Gostar não chega!
Conhecemos vários exemplos em várias
disciplinas, de pessoas que gostam do que fazem
e têm sucesso. Mas essas pessoas trabalham
muito para ter esse sucesso. Conhecemos outras,
que também gostam do que fazem, têm talento,
mas não têm o mesmo sucesso. A diferença está
normalmente na atitude perante o esforço.
Vemos isto no desporto, na arte, na ciência, etc.
Por exemplo, o Cristiano Ronaldo, além do
talento que tem e de gostar do que faz, trabalha
mais do que a maioria dos seus colegas. O
mesmo se passa com os melhores atores, músicos
ou cientistas. Uma grande parte desse trabalho é
solitário e escondido dos holofotes mas, mais
tarde ou mais cedo, acaba por trazer frutos.
Continuação...
34 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
A VEZ E A VOZ DOS JOVENS CIENTISTAS
Esta rubr ica é dedicada à d ivu lgação dos t rabalhos de carácter c ient í f ico -
pedagógico dos a lunos AEV .
Visualização do Bolor no Pão (Rhizopus stolonifer)
Catarina Loureiro
Observação de esporulação
Ana Lobo
REPRODUÇÃO ASSEXUADA
ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA - OBSERVAÇÕES MICROSCÓPICAS AO MOC*
*Microscópio Ótico Composto
Turma 11ºA (Ciencias e Tecnologias)
Visualização de um ser vegetal (Elódea)
Catarina Loureiro
OBSERVAÇÃO DE CLOROPLASTOS
EM ÁGUA DOCE
Alga de água doce
Paula Gameiro
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 35
Visualização dos
órgãos sexuais da flor
à lupa Catarina Loureiro
Catarina Loureiro
Observação de órgãos reprodutores nas
plantas Ana Rita Cacho
Observação de órgãos reprodutores nas plantas
Daniel Silva Barros
Reprodução sexuada nas plantas
Cristiana Barros
REPRODUÇÃO SEXUADA
NAS PLANTAS
36 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
Será que a Matemática e a Arte estão assim
tão afastadas? Ao longo da História sempre
houve cruzamentos entre Ciência e Arte,
como é o caso da aplicação da Matemática
no trabalho plástico de alguns artistas (Fig. 1).
E, no entanto, na maior parte das vezes a
“A importância das matemáticas reside principalmente no facto de que são Arte, por nos
informar da natureza da nossa própria mente, informa-nos do quanto isto depende na nossa
mente.” J.W.H. Sullivan.
presença da Matemática na Arte não é
descortinada apenas com um simples olhar.
Requer uma observação atenta, refletida,
para lá do que é mais visível. A Matemática
é, na verdade, essencial na Arte, não só na
estrutura de desenhos (que pode vir a ser
determinante no resultado final da obra)
como também em vários movimentos
artísticos, tais como Cubismo, Neoplasticismo
e Ilusão Ótica. Quando falamos em
Matemática na Arte, referimo-nos
principalmente às geometrias, às formas, ao
espaço, características determinantes nos
movimentos artísticos acima referidos.
Fig. 1 – Desenhos e pinturas de alguns artistas (Leonardo da Vinci, fractal, Piet Mondrian)
A MATEMÁTICA NA ARTE Turma 11ºD (Artes Visuais)
Porém, não é só a Matemática a influenciar a
Arte: a própria Arte influencia a Matemática.
Esta relação é benéfica para ambas ao
ponto de que o desenvolvimento de ambas
não seria o mesmo um sem a outra. Na
verdade, criatividade, beleza, universalidade,
simetria, dinamismo, são qualidades que,
frequentemente, se usam ao nos referirmos
quer à Arte quer à Matemática. Beleza e rigor
são comuns a ambas.
A Matemática tem um notável potencial de
revelação de estruturas e padrões que nos
permitem compreender o mundo que nos
rodeia. Desenvolve a capacidade de sonhar!
Permite imaginar mundos diferentes, e dá
também a possibilidade de comunicar esses
sonhos de forma clara e não ambígua. E é
justamente esta capacidade de enriquecer o
imaginário, de forma estruturada, que tem
atraído de novo muitos criadores de Arte e
A VEZ E A VOZ DOS JOVENS CIENTISTAS
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 37
tem influenciado até correntes artísticas.
Como a história demonstra, a Matemática
evolui muitas vezes por motivações de ordem
estética.
Fig. 2 – Representações de sólidos geométricos feitas por alunos do 11º D (Artes Visuais)
A Matemática é uma disciplina com
muitas variantes e grandes aplicações e
utilidade na vida real. Uma dessas
vertentes é a Matemática Aplicada às
Ciências Sociais (MACS), mas esta,
infelizmente, é desacreditada, vista como
pela maioria dos alunos como uma
“matemática fácil”, que não apresenta
dificuldades e, mesmo, sem qualquer
MACS: O M É DE MATEMÁTICA, O S DE SOCIAL
Turma 11ºC (Línguas e Humanidades)
38 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
utilidade prática.
E a verdade é que talvez não seja
necessária a axiomática da Matemática A,
mas desacredite-se quem pensa que, em
MACS, só se fazem contas de multiplicar!
Esta disciplina acaba, apenas, por primar
pela parte social, ou seja, pelas aplicações à
vida real e demonstrações práticas daquilo
que a Matemática pode fazer por nós, como
indivíduos e sociedade. Se não, vejamos:
A partilha de uma herança ou prémio,
quer em dinheiro ou bens, implica uma série
de regras, que a Lei fixa, quer para a divisão
de bens e direitos, quer para a das dívidas.
As partilhas são sempre um problema e
geram discórdias, mas, com os métodos que
aprendemos em MACS, estas podem ser
resolvidas.
Todos os métodos, apesar de diferentes, tem
por princípio a igualdade dos herdeiros e
partilhas justas. Existem várias profissões onde
estes métodos são essenciais, de que são
exemplo os advogados e os solicitadores.
Evitam-se, assim, muitas complicações.
Mas, argumentarão, apenas a nível
individual, talvez; e a nível social, nacional?
Responderemos: também é possível.
Modelos populacionais têm utilidades como
ajudar a gerir, por exemplo, a produção de
um determinado cereal, de modo a prever
colheitas futuras, ou o crescimento da
população, usando os modelos matemáticos
certos e calculando previsões – e, se
necessário, tomar medidas para alterar tais
previsões matemáticas, evitando situações
indesejáveis.
Os modelos populacionais estudados na
A VEZ E A VOZ DOS JOVENS CIENTISTAS
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 39
disciplina de MACS proporcionam-nos a
informação e conhecimento necessário para
realizar essas previsões.
E na resolução de problemas no dia-a-dia?
MACS também é útil. Aliás, MACS estuda os
grafos – esquemas onde se utilizam pontos
(que representam as entidades do problema)
e linhas, que ligam os pontos (as quais
representam as relações ente essas
entidades) - muito utilizados por engenheiros e
construtores civis para esquematizarem e
modelarem situações, de forma a poderem
facilmente organizar ideias e encontrar
soluções ótimas para problemas como redes
de distribuição de mercadorias, de água, de
eletricidade, ou de fibra ótica, organização
d e
roteiros, e até sequências de tarefas e
horários.
MACS tem ainda uma utilização na vida
prática com a qual todos lidamos tão
frequentemente, que nos esquecemos do
trabalho por trás dos números: a estatística e a
inferência estatística.
Com o tratamento estatístico de amostras e
testes de hipóteses, é possível obter
informação sobre uma população, através
da inferência estatística: através deste
processo, são feitas as sondagens – onde se
ouvem conceitos como margem de erro e
intervalo de confiança, o controlo de
qualidade de produtos em fábricas e são
t o m a d a s d e c i s õ e s i m p o r t a n t e s ,
principalmente, mas não exclusivamente, a
nível administrativo e até, escolar – com o
conhecimento dos dados relativos a uma
determinada população tomam-se melhores
e mais informadas decisões, diminuindo riscos.
Assim, a estatística e a inferência estatística
são utilizadas por administradores, jornalistas,
psicólogos – na verdade, o difícil é encontrar
quem não o faça.
Estão convencidos? Esperamos que sim,
uma vez que seria do maior interesse que
MACS visse o seu valor reconhecido.
De outra forma, MACS poderá
desaparecer e gostaríamos de tentar
sobreviver num mundo sem advogados,
solicitadores, administradores, jornalistas,
psicólogos, engenheiros, construtores civis,
previsões precisas acerca do futuro e
conhecimento real do mundo tanto quanto
g o s t a r í a m o s q u e o s i n t e r v a l o s
desaparecessem – não é lá grande ideia, pois
não?
40 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
O AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VALDEVEZ E A SEMANA DA CIÊNCIA E
TECNOLOGIA/MOSTRA DA OFERTA EDUCATIVA – BREVE HISTORIAL
Rosa Codeço
HISTORIAL
2008 2009 Vê, faz… e aprende!
Em 2014 fazemos 7 anos da Semana da Ciência
e Tecnologia, o mesmo número de anos de
existência que o Agrupamento de Escolas de
Valdevez. Parece que foi ontem, mas já lá vão 6
anos! Pouco tempo para fazer história? Bem,
depende da lente com que o olhamos. Afinal de
contas, nestes 6 anos, entre alunos de todos os
níveis de ensino, pais, docentes, funcionários não
docentes, e outros, já passaram pela Semana da
Ciência mais de 12.100 visitantes. Ao longo das
várias edições tivemos mais de 1303 sessões e
atividades. Passaram pela nossa escola mais de
92 especialistas/convidados em variados
assuntos científicos e tecnológicos.
EM QUE CONSISTE E QUEM PROMOVE?
Na base da criação e continuação da
celebração do evento estiveram sempre
presentes os objetivos de despertar e estimular o
interesse pela ciência nos visitantes de todas as
idades e tornar o conhecimento científico
acessível por meio de uma fórmula mista de
cultura e entretenimento.
Nesta Semana, os alunos dos vários níveis de
ensino e os docentes do departamento curricular
de Matemática e Ciências Experimentais dão as
mãos e festejam-na com diversas atividades
científicas e lúdico-pedagógicas. O
Agrupamento proporciona, assim, inúmeras
atividades para todos os gostos e abre as portas
a escolas e famílias para momentos de pura
diversão, sempre em contacto com a ciência
que por cá se faz. Ao longo destes anos, a
Semana da Ciência e da Tecnologia comemora
e marca, ininterruptamente, a atualidade
científica do Agrupamento, com um número
cada vez mais crescente de participantes.
QUE ATIVIDADES SE DESENVOLVEM (ERAM)
NESSA SEMANA?
Algumas atividades da Semana, pela sua
relevância e constância nas várias edições,
fazem já parte do cardápio científico do evento:
- a realização de atividades experimentais nos
diversos laboratórios do Agrupamento, sob a
designação «Laboratórios Abertos»;
- a rubrica «Os cientistas vêm à escola», onde os
alunos podem assistir a palestras e conversar
com especialistas sobre diversos temas
científicos e técnicos;
- os workshops de Ciência;
- a exposição de materiais e trabalhos dos
alunos ligados à Ciência e à Tecnologia;
- a realização de Feiras-mostra de Minerais, de
Livros e de Material didático-científico técnico
e científico;
- a dinamização de Oficinas de Ciência e
Tecnologia;
- a realização de jogos, concursos e
observações astronómicas através de sessões
de um planetário insuflável.
Na impossibilidade de se fazer uma análise muito
detalhada do que consistiram estes 6 anos, pela
Experimentar a ciência para aprender e gostar
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 41
A 1ª edição da Semana de Ciência e Tecnologia
do Agrupamento remonta ao ano letivo 2007-
2008 e ocorreu de 2 a 4 de abril de 2008, sob o
título «À Descoberta da Ciência – Experimentar a
ciência para aprender e gostar».
Sob a batuta dos docentes dos grupos que
constituíam o departamento, o “concerto” de
abertura deu-se no dia 2, com uma palestra da
autoria do cientista, também ele arcuense,
Professor Luís Cunha, do Departamento de Física
da Universidade do Minho, o qual, perante um
auditório cheio de alunos e docentes, falou sobre
«O Tempo e o Universo».
Do programa principal desse ano, para além das
atividades que se mantêm todos os anos,
constaram eventos como o concurso R@llyNet e
as provas de chá e de queijo fresco elaborados
pelos alunos e professores. O programa da
Semana contou ainda com a exibição de filmes e
documentários científicos. De forma a promover a
saúde na escola e com a colaboração de
profissionais de saúde, foram feitas medições à
comunidade escolar de alguns
indicadores básicos de saúde e desenvolvimento
humanos: tensão arterial, massa corporal e altura
para determinação do índice de massa corporal.
A Semana encerrou com a realização de uma
concorrida Lan Party, que decorreu, noite fora.
AVENTURA-TE no mundo da
CiênCIA e da TeCNOLOGIA!
2010
Em 2009, a 2ª edição da atividade, com o título
«À Descoberta da Ciência – Vê, faz ………..e
aprende!», teve lugar entre os dias 22 a 24 de
abril.
A programação do evento contou com todas as
atividades fixas a que nos referimos acima e
ainda com demonstrações de aeromodelismo e
de robótica, para além de um ciclo de cinema
sob o título “Educação e Ciência”.
2008 -1ª EDIÇÃO DA SEMANA DA CIÊNCIA
2009 – 2ª EDIÇÃO DA SEMANA DA CIÊNCIA
2010 – 3ª EDIÇÃO DA SEMANA DA CIÊNCIA / I MOSTRA DA OFERTA EDUCATIVA
Com o título “AVENTURA-TE no mundo da CiênCIA
e da TeCNOLOGIA!”, a 3ª edição aconteceu entre
os dias 21 a 23 de abril. Contou com algumas
novidades:
- a apresentação dos projetos de Provas de
Aptidão Profissional dos alunos do curso
Profissional Técnico de Informática de Gestão,
que decorreu no dia 23 de abril;
- a realização de um peddy-paper de
informática;
- a realização de um rastreio optométrico à
comunidade escolar;
- a dinamização de oficinas de informática
(instalação e manutenção de computadores) e
de robots (demonstrações com robots).
Desde esta data, surgiu ainda associada
simultaneamente a esta semana, a I Mostra da
Oferta Educativa que procurou dar a conhecer a
extensão que acarretaria, permitam-nos só
destacar alguns aspetos em cada uma das
edições.
42 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
oferta profissionalizante existente no
Agrupamento e o que se faz, aos níveis
científico e tecnológico, nos cursos profissionais e
de educação formação. Em consequência, as
oficinas dos cursos passaram a estar de portas
abertas, com os alunos dos cursos a vestir o papel
de monitores nas visitas, mostrando a toda a
comunidade educativa o trabalho feito.
HISTORIAL
2011 - 4ª EDIÇÃO DA SEMANA DA CIÊNCIA / II MOSTRA DA OFERTA EDUCATIVA
Em 2011, a semana decorreu entre os dias 18 e 23
de março. O tema do evento foi “O Cérebro”,
com o objetivo de divulgar os progressos e os
benefícios da investigação científica na área do
cérebro e para que todos conhecessem,
discutissem e valorizassem a importância deste
órgão como centro do sistema nervoso em todos
os animais vertebrados e em muitos invertebrados.
Na realidade, a semana iniciou-se antes: no dia 1
de março, com o espalhar de pontos de
interrogação em vários espaços visíveis do
Agrupamento (janelas, chão, portas, etc.). Na
semana seguinte, surgiram junto dos pontos de
interrogação várias questões e problemas ligadas
a fenómenos científicos do mundo natural e
tecnológico do dia-a-dia, e que são interessantes
e familiares aos alunos. O objetivo era provocar a
curiosidade, intrigar, despolutar a capacidade
investigativa e reflexiva, levando-os a colocar
questões, argumentar e, por fim, tentar encontrar
respostas. A procura de respostas para questões
como, por exemplo, «Porque é que o céu é
azul?», «Porque se ouve o mar nas conchas?» ou
«O que significa USB?» serviram, então, para que
os alunos pudessem discutir e propor soluções
compatíveis com o seu desenvolvimento e a sua
visão do mundo.
Abrindo com uma concorrida palestra, de título
“Viagem ao Cérebro”, pelo Professor Doutor
Alexandre Castro Caldas, reputado
neurocientista, ficou-se a conhecer os segredos
de um dos órgãos mais complexos do corpo
humano. O palestrante convidou também os
presentes a descobrir os avanços da ciência no
sentido de constatar que a evolução levou à
criação de tipos diferentes de cérebros, em vários
animais, cada um com capacidades diferentes.
Mesmo dentro da espécie humana, os cérebros
são diferentes uns dos outros. Dependendo da
forma como o se usa o cérebro, das experiências
de vida, do conhecimento acumulado,
desenvolvem-se mais ou menos funções
cognitivas. É essa plasticidade que faz do cérebro
um órgão único, perfeitamente adaptado a cada
indivíduo.
E a viagem continuou com a participação dos
alunos de todos os níveis de ensino e dos visitantes
nas diferentes oficinas de ciência, exposições,
atividades laboratoriais, jogos e concursos, feiras,
a decorrerem, em simultaneidade de eventos, nos
vários locais do Agrupamento: Escola-sede e
Centros Escolares Dr. Manuel Brandão (Sabadim)
e Professor António Machado.
A semana culminou com a noite científica, no dia
23 - a «Noite (G)AstroRobótica» - onde o serão foi
animado com a presença da Professora
Margarida Guerreiro, que brindou os participantes
com várias demonstrações de Cozinha Molecular
e permitiu analisar, do ponto de vista científico, os
fenómenos que ocorrem quando se cozinha e se
degustam os alimentos. Da mesma forma, os
docentes do departamento promoveram sessões
2011
O Cérebro
VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014 43
2012
de astronomia e fizeram a montagem,
programação e demonstração de robots
No âmbito da II Mostra da Oferta Educativa, as
oficinas dos cursos profissionais e de educação
formação voltaram a estar de portas abertas, com
os alunos a vestir o papel de monitores nas visitas,
mostrando a toda a comunidade educativa o
trabalho feito aos níveis da formação científica e
tecnológica.
2012 - 5ª EDIÇÃO DA SEMANA DA CIÊNCIA / III MOSTRA DA OFERTA EDUCATIVA
Em 2012, em celebração conjunta com a Semana
da Leitura, o evento teve como tema “A Visão”,
um tributo a um dos cinco sentidos que permite
aos seres vivos dotados de órgãos adequados,
aprimorarem a perceção do mundo.
A quinta edição da Semana mobilizou mais 18
instituições da área de ciência e tecnologia, para
a realização de 54 atividades, e deu-se entre os
dias 19 e 24 de março.
A abertura oficial da Semana deu-se no dia 19 de
março e envolveu um espetáculo de luz e som (na
entrada da escola), a que se seguiu um outro, já
no polivalente do Agrupamento, com momentos
de dança, exibição de vídeos alusivos às Semanas
conjuntas, workshops: “ABC dos cocktails e
batidos - Porque os olhos também bebem” -
mostrando que a visão é o primeiro sentido que se
aguça quando se prepara um cocktail; “Visão
Noturna – É possível ver no escuro? - contando
com a colaboração de agentes da GNR; “Ilusões
de ótica – demonstrações; “Magia” – exibições
levadas a cabo por alunos e por um mágico.
A Semana continuou com variadas palestras/
colóquios/workshops sobre a temática,
laboratórios abertos, oficinas de ciência e
tecnologia, jogos, concursos e exposições, feiras-
mostras, rastreios visuais e cardiovasculares.
Ainda no âmbito da Semana, decorreu, no dia 21,
a Noite Científica que constou de um Show
Cooking intitulado “Os Olhos também comem” e
que contou com a participação dos chefes Felicio
Dantas e José Carlos e ainda com os alunos da
Escola de Hotelaria de Viana do Castelo. Este
Show Cooking permitiu a confeção de vários
pratos culinários visualmente atrativos e a
discussão sobre o tema com os alunos, docentes,
pais e encarregados de educação e demais
intervenientes do Agrupamento, “num
espetáculo” que se pretendeu interativo entre os
cozinheiros e o público, havendo lugar à troca de
opiniões e, naturalmente, à degustação dos
pratos confecionados.
Uma última palavra para a celebração, em
simultaneidade, da 3ª edição da Mostra da Oferta
Educativa.
Mais uma vez, durante a Semana, as oficinas e
laboratórios estiveram de portas abertas,
permitindo, aos visitantes, constatar a qualidade
dos trabalhos desenvolvidos nas aulas práticas, no
âmbito dos cursos profissionais e de educação
formação, com o apoio de docentes e técnicos
da respetiva área de especialidade.
Os diferentes cursos estiveram representados nas
respetivos espaços/atividades do Agrupamento,
junto dos quais se podiam obter informações,
colocar questões, esclarecer dúvidas, averiguar
das especificidades e saídas profissionais, entre
eles: oficinas de energias renováveis e
eletricidade, de mecânica e mecatrónica
automóvel, de informática e multimédia, de
ciências empresariais, da água e da saúde.
A Visão
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2013
2013 - 6ª EDIÇÃO DA SEMANA DA CIÊNCIA / IV MOSTRA DA OFERTA EDUCATIVA
HISTORIAL
A 6ª edição 2013 da Semana da Ciência e
Tecnologia decorreu entre os dias 3 a 5 de abril.
Simultaneamente a esta iniciativa, ocorreu a
Mostra da Oferta Educativa do Agrupamento,
que comemorou a 4ª edição.
Subordinada à temática “A Ciência na
contramão da Crise”, e numa altura de profunda
crise económica, pretendia-se mostrar, com vários
exemplos, que a Ciência e Tecnologia são um dos
antídotos contra a crise e que se requer uma
cultura de conhecimento científico e tecnológico
para que as pessoas possam enfrentar as
dificuldades económicas, para além de despertar
e estimular o interesse pela ciência nos visitantes
de todas as idades e tornar o conhecimento
acessível por meio de uma fórmula mista de
cultura e entretenimento.
Estruturada no formato de seminários temáticos,
apresentação de trabalhos e experiências,
oficinas, concursos, torneios, workshops e
exposições, a Ciência, a Tecnologia e a Crise,
foram a trinca de temas que serviram para o
fomento da pesquisa, da experimentação, da
iniciação científica de jovens estudantes e para o
estímulo do estudo das ciências na escola.
Uma das novidades que marcou a Semana foi o
lançamento, na cerimónia de abertura da
atividade, do número um da Revista Científica
«ValdevezCientista». Sob a coordenação
científica e gráfica dos docentes do
departamento e com a autoria dos alunos, esta
revista emergiu de uma necessidade de inaugurar
um espaço de abordagem formal de temas
cientifico-tecnológicos vários, promovendo a
veiculação de informação e a troca de
experiências educativas nas diversas áreas de
conhecimento científico e tecnológico do
Agrupamento.
No dia 4 de abril, aconteceu mais uma inovação:
a “Noite ComCiência”, com a promoção da
tertúlia científica intitulada «A luta contra o
desperdício – do alimento ao conhecimento e à
memória». Com o objetivo principal de contribuir
para o desenvolvimento científico da região,
fomentando, deste modo, uma maior interação
entre e com o tecido empresarial, social, cultural
e educacional da região, a tertúlia, aberta ao
público, contou com a participação, enquanto
oradores convidados, do Eng. Jorge Miranda,
representante da ARDAL, do Dr. Eduardo Cruz,
Presidente da VALDELIMA, e do Dr. Francisco
Araújo, Presidente da Câmara Municipal de Arcos
de Valdevez.
Entre outras, a tertúlia abordou questões como a
sustentabilidade da agricultura no nosso contexto,
a dissociação dos jovens da terra onde nasceram,
as mudanças tecnológicas associadas à
agricultura familiar e à questão da
sustentabilidade ambiental, incluindo as facetas
económicas e culturais, os modos de direcionar o
desenvolvimento agrícola e rural para formas mais
sustentáveis que atendam a exigências
económicas, sociais e ambientais e exijam
mudanças estruturais de médio e longo prazos, o
contexto agrícola atual francamente favorável ao
“agronegócio” e ao aprofundamento de certos
princípios que estão na moda como a dos
“produtos biológicos” e o papel da escola na
mudança de mentalidades.
A tertúlia encerrou com um agradável momento
A Ciência na contramão
da Crise
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2014
EM CONCLUSÃO… O QUE MUDOU/O QUE NÃO MUDOU
de convívio e uma prova de degustação de
produtos da terra, sendo o vinho da região
servido por um robot de sete eixos (gentilmente
cedido pela empresa ROBOPLAN), que fez as
delícias de todos.
No âmbito da 4ª edição da Semana, todos os
cursos profissionalizantes do Agrupamento se
fizeram representar na Mostra e abriram as portas
das respetivas oficinas aos visitantes e, em
particular, aos alunos do 9º ano. Várias foram as
propostas de atividades dinamizadas pelos
cursos: oficina de Tinturaria - do velho se faz novo;
Tasquinha de Biologia; oficina de Gestão e
Contabilidade; oficina de Informática; oficinas de
Energias Renováveis e Eletricidade; oficinas de
Mecânica e Mecatrónica Automóvel; oficina «Nós
contribuímos para minimizar a crise»; atelier de
Design de Moda.
Em calendário previamente divulgado, os alunos
do 8º, 9º e 10º anos percorreram os diferentes
espaços e respetivas atividades dinamizadas
pelos alunos e formadores, assistiram a uma aula
de 90 minutos de cada curso e puderam obter
informações, colocar questões, esclarecer
dúvidas e averiguar das especificidades e saídas
profissionais.
As escolas são necessariamente pessoas que
interagem num contexto que também se
circunscreve a edifícios, a paredes, a
equipamentos e a recintos. Pessoas que já
partiram, mas deixaram a sua marca nas
gerações que moldaram. Pessoas que
permanecem e teimam em construir um futuro
que é de todos, remando muitas vezes
arduamente na contracorrente e recuperando
energias no alimentar do(s) sonho(s).
Todos os dias ouvimos dizer que é preciso mudar a
escola. Mudá-la é enfrentar «pilhas de papel
amarelado», é uma tarefa que exige trabalho em
muitas frentes. Uma delas é, certamente, tornar a
escola um espaço de partilha de ciência e de
tecnologia e fazê-lo num ambiente mais informal
e alegre.
Ora, nestes 6 anos, nas sucessivas edições destas
Semanas da Ciência e Tecnologia e Mostras da
Oferta Educativa, a preocupação central foi a de
promover o gostar de ciência e de tecnologia, o
gostar de experimentar e de aprender.
Acreditamos que também é preciso
descomplexar o conhecido e o conhecimento e
que é preciso sair da sala de aula e do formato
de aula para gerar proximidade com a
tecnologia e com a ciência. É por isso que
continuamos a pugnar por um modelo em que os
alunos continuem a ser os protagonistas, um
modelo que aposte na proximidade à
comunidade “externa” e exija que ela
compareça e se envolva por forma a ajudar a
promover a qualidade e a diversidade e de forma
a tornar substantiva a visibilidade do que se
produz. Talvez assim, todos, em conjunto,
consigamos despoletar uma nova cultura
científica e tecnológica assente na
valorização da criatividade, da atitude científica
e inovação.
“Pilhas de papel amarelado se acumulam nos arquivos que são mais tristes do que os
cemitérios porque neles não vamos nem mesmo no dia de Finados.”
Milan Kundera – A Insustentável Leveza do Ser
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F icha T écnica COORDENAÇÃO EDITORIAL
Ana Helena Saraiva Ana Maria Bragança
Carina Fernandes
Pedro Bragança
Rosa Codeço
COLABORADORES desta EDIÇÃO Alunos do Curso de Artes Visuais (11º D)
Alunos do Curso de Ciências e Tecnologias (11º A)
Alunos do Curso de Línguas e Humanidades (11º C)
Ana Rosa Castro
Ângela Carneiro
Carlos Costa
Cláudia Dias
Carina Calheiros
Deolinda Lago
Elvira Mendes
Luís Cunha
Jorge Machado
Rosa Codeço
Rui Alves
Tiago Moreira
Vasco Rodrigues
REVISÃO CIENTÍFICA Rosa Codeço
PRODUÇÃO
CONCEÇÃO e DESIGN Alunos do Curso de Artes Visuais
Jéssica Carneiro (aluna do Curso Téc. Informática de Gestão)
Vanessa Rodrigues (aluna do Curso Téc. Informática de Gestão)
Ana Maria Bragança
António Troufa
SUPORTE INFORMÁTICO Alunos do Curso Téc. Informática de Gestão
Ana Maria Bragança
Ana Cabeleira
Carina Fernandes
Jorge Coelho
ILUSTRAÇÃO DA CAPA Alunos do Curso de Artes Visuais
António Troufa
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48 VALDEVEZCIENTISTA Nº2 - JUN 2014
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS
Agrupamento de Escolas de Valdevez
Junho de 2014