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ESTUDO COMPARATIVO DO PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO ANTES E APÓS O PROCEDIMENTO DE BAG SQUEEZING E ASPIRAÇÃO DAS VIAS AERÉAS SUPERIORES DE PACIENTES SUBMETIDOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA EM CTI COMPARATIVE STUDY OF THE EXPIRATORY PEAK FLOW BEFORE AND AFTER THE PROCEDURE OF BAG SQUEEZING AND UPPER AIRWAY ASPIRATION OF MECHANIC INVASIVE VENTILATION IN ITC SUBMITTED PATIENTS Erica Dias Paião – [email protected] Jaqueline Alcântara Pereira – [email protected] Graduandos em Fisioterapia – UNISALESIANO Lins Prof. Me. Antonio Henrique Semençato Júnior – UNISALESIANO Lins – [email protected] Profª. Jovira Maria Sarraceni – UNISALESIANO Lins – [email protected] RESUMO É de suma importância coleta e interpretação de parâmetros envolvidos na Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) pelo Fisioterapeuta, dentre estes, o pico de fluxo expiratório (PFE) pode determinar obstruções nas vias aéreas dos pacientes, tornando-se necessário o estabelecimento de metas para alcançar a desobstrução, reduzindo assim taxas do PFE. O objetivo deste estudo foi comparar efeitos das técnicas de Bag Squeezing e aspiração endotraqueal de forma isolada e associada sobre o PFE em pacientes submetidos à VMI. Para Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul- dez de 2016

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ESTUDO COMPARATIVO DO PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO ANTES E APÓS O PROCEDIMENTO DE BAG SQUEEZING E ASPIRAÇÃO DAS VIAS AERÉAS SUPERIORES DE PACIENTES SUBMETIDOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA

INVASIVA EM CTICOMPARATIVE STUDY OF THE EXPIRATORY PEAK FLOW BEFORE AND

AFTER THE PROCEDURE OF BAG SQUEEZING AND UPPER AIRWAY ASPIRATION OF MECHANIC INVASIVE VENTILATION IN ITC SUBMITTED

PATIENTS

Erica Dias Paião – [email protected]

Jaqueline Alcântara Pereira – [email protected]

Graduandos em Fisioterapia – UNISALESIANO Lins

Prof. Me. Antonio Henrique Semençato Júnior – UNISALESIANO Lins –

[email protected]

Profª. Jovira Maria Sarraceni – UNISALESIANO Lins – [email protected]

RESUMO

É de suma importância coleta e interpretação de parâmetros envolvidos na

Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) pelo Fisioterapeuta, dentre estes, o pico de fluxo

expiratório (PFE) pode determinar obstruções nas vias aéreas dos pacientes,

tornando-se necessário o estabelecimento de metas para alcançar a desobstrução,

reduzindo assim taxas do PFE. O objetivo deste estudo foi comparar efeitos das

técnicas de Bag Squeezing e aspiração endotraqueal de forma isolada e associada

sobre o PFE em pacientes submetidos à VMI. Para tanto, foram executados 42

procedimentos em indivíduos adultos de ambos os gêneros, dos quais 21

mensurações foram do PFE antes e após a execução da técnica de Bag Squeezing

e 21 da aspiração endotraqueal, além de suas associações. A estatística executada

fora através do teste T de Student, concluindo-se que tanto a Técnica de Bag

Squeezing quanto a aspiração promovem depuração das vias aéreas isoladamente,

porém quando associadas maximizam tal efeito reduzindo o PFE.

Palavras-chave: Aspiração endotraqueal. Bag Squeezing. Pico de fluxo expiratório.

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ABSTRACT

It is extremely important to collect and interpret the parameters involved in

Invasive Mechanical Ventilation (IMV) by the Physiotherapist, among them, peak

expiratory flow (PEF) can determine obstructions in patients' airways, making it

necessary to establish goals to achieve Thus reducing PFE rates. The objective of

this study was to compare the effects of Bag Squeezing and endotracheal aspiration

techniques in isolated and associated way on PEF in patients submitted to IMV. For

this purpose, 42 procedures were performed in adult subjects of both genders, of

whom 21 PEF measurements were performed before and after the execution of the

Bag squeezing technique and 21 of the endotracheal aspiration, in addition to their

associations. The executed statistic was carried out using the Student's T-test,

concluding that both the Bag Squeezing Technique and aspiration promote airway

clearance alone, but when associated maximize this effect by reducing PEF.

Keywords: Endotracheal aspiration. Bag Squeezing. Expiratory peak flow.

INTRODUÇÃO

Uma unidade de terapia intensiva (UTI) é destinada ao tratamento de

pacientes graves, que necessitam de cuidados intensivos e contínuos durante 24

horas sob supervisão de uma equipe multidisciplinar. Atualmente ela deve possuir

em torno de 6% dos leitos de um hospital. (PRESTO; PRESTO, 2006)

O muco respiratório, originado principalmente das células caliciformes e das glândulas submucosas, e removido por meio de uma onda coordenada do movimento ciliar tipo “esteira rolante”. Em pacientes com disfunções pulmonares, ate mesmo crônicas e em doenças neuromusculares sob VMI, alem de ocorrer aumento na produção de muco e alteração de sua composição, a defesa mecânica pulmonar torna–se ineficaz, ocasionando retenção importante de secreções no trato respiratório; esse acúmulo de secreções, por sua vez, favorece o estabelecimento de infecções, causando atelectasias e/ ou anormalidades na hematose e mecânica pulmonar. Perante tais condições, esses pacientes necessitam de auxilio para que possam eliminar e prevenir o acúmulo de secreções retidas. . (BRITTO; BRANT; PARREIRA, 2009, p. 77-78)

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A fisioterapia respiratória tem como objetivo, reduzir o tempo de permanência

na UTI, a fim de ajudar a eliminar a secreção, prevenir e tratar as complicações

pulmonares. Atuando de forma eficiente nas alterações da mecânica por meio da

complacência pulmonar e da resistência do sistema respiratório. (BERTI et al.,

2012).

Dentre as patologias hipersecretivas, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

(DPOC) está entre as que mais causam morbidade e mortalidade, geralmente por

ser progressiva, dentre as quais se destacam a Bronquite Crônica e o Enfisema

Pulmonar com presença constante de secreções e até mesmo alteração do

parênquima pulmonar. Também conhecida como Mucoviscidose, a Fibrose Cística

evolui sistemicamente e pode ser letal, afetando principalmente o pâncreas, tal

órgão torna-se atrofiado com seus canais adquirindo a forma de cística. Ainda

caracterizada pela dilatação anormal e irreversível das vias aéreas, a Bronquiectasia

é adquirida principalmente após infecções virais ou bacterianas. Já a Tubercolose, é

uma doença infecto-contagiosa , de inicio silencioso, mais com evolução crônica, a

exemplo da tosse geralmente seca no inicio e posteriormente produtiva, além de

febre e algias como sintomas principais. (MONTEIRO; GAVA, 2007)

A Asma é uma doença inflamatória crônica apresentada em forma de crises

variadas levando a fadiga muscular ventilatória, obstrução do fluxo aéreo e até ao

óbito. Também de caráter inflamatório, mas secundário, a Pneumonia causando

exudato acumulado nos alvéolos e vias aéreas distais, tornando o pulmão com

menos complacência. O Abcesso pulmonar é uma patologia infecciosa com lesões

locais, necrose e processo supurativo, acarretando cavitação do tecido pulmonar.

(PRESTO; DAMAZIO, 2009)

Patologias hipersecretivas são entidades que diminuem os valores do pico de

fluxo expiratório, podendo refletir duas variáveis referentes ao sistema respiratório e

suas funções:

a) Força de explosão em conjunto com os músculos expiratórios; e

b) Permeabilidade (condutância) das vias aéreas. (MONTEIRO; GAVA, 2007)

O fluxo máximo adquirido durante uma expiração atingida com força máxima

e principiando de um nível máximo de insuflação pulmonar é denominado pico de

fluxo expiratório. O valor do PFE é analisado no primeiro segundo, do mesmo modo

como o volume expiratório forçado (VEF), entretanto o PFE parece ser menos

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sensível que o VEF para detectar obstrução nas vias aéreas. Em pessoas

saudáveis, o valor do PFE é verificado pelo volume pulmonar, propriedades elásticas

do pulmão, força, e coordenação dos músculos expiratórios. Já em situações

patológicas, a desordem na estrutura ou função das vias aéreas intratorácicas é a

mais comum interferência no PFE, pois causa aumento da resistência do fluxo aéreo

dentro delas. Podendo o PFE, também estar diminuído por uma obstrução nas vias

aéreas extratorácicas, sendo a causa condições que restringem a expansão

pulmonar ou comprometem a função dos músculos expiratórios, ou condições que

afetam a integridade do sistema neural. (BRITTO, R. R.; BRANT, T. C. S.;

PARREIRA, V. F., 2009)

Um dos princípios básicos da fisioterapia respiratória é a facilitação da

remoção do mucociliar aumentado e desobstrução brônquica, que pode ser feita

através de várias técnicas, pois pacientes com doença pulmonar são caracterizados

por hipersecreção de muco em que a expectoração é contaminada com células da

orofaringe, bactérias, alimentos e saliva; podendo agravar o quadro com infecções

ou retardar sua alta com o prejuízo da função pulmonar, a exemplo. (AZEREDO,

2002)

Aspiração é uma técnica importante como cuidado da via aérea, sendo um

procedimento simples, mas que pode acarretar em complicações caso não sejam

tomadas as devidas precauções ou haja falta de conhecimento por parte do

fisioterapeuta. É essencial devido a alteração dos músculos torácicos, perda da

força para tossir e a já mencionada hipersecretividade. (SARMENTO, 2007)

Deve-se fazer uma avaliação com o paciente, ajustar a pressão de aspiração

ao nível mais baixo possível (adultos -100 a -120mmHg), pré-oxigenar fornecendo

oxigênio 100% durante ao menos 30 segundos, inserir o cateter e ir recuando o

mesmo fazendo movimento rotatório, reoxigenar mantendo FOշ elevado pelo menos

1 minuto, monitorar o paciente, repetir os procedimento caso necessário avaliando

os resultados. (SCANLAN; WILKINS; STOLLER, 2000)

O Bag Squeezing é feito com o auxílio de um ressuscitador manual (AMBU) e

promove o deslocamento de secreções brônquicas por meio de aumento do volume

inspiratório, o qual origina um maior fluxo expiratório. A partir desta mobilização a

aspiração remove a secreção das vias aéreas através de sua pressão negativa.

(SARMENTO, 2006)

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Deverá ser promovida uma fração inspirada de oxigênio igual a 100%,

pressão maior que 20 cmHշ0 e menor que 40 cmHշ0 no ressuscitador manual e

volume corrente 50% maior que volume gerado pelo ventilador mecânico prevenindo

assim, lesões de origem por pressão ou volume. Durante a inspiração realiza-se a

instilação de soro fisiológico 0,9% e posteriormente, uma insuflação manual lenta,

seguida de uma pausa inspiratória. (PRESTO; DAMAZIO, 2006)

A presente pesquisa consiste em um experimento com objetivo de demonstrar

através de dados gerais e específicos, a comparação dos efeitos da técnica de Bag

Squeezing e aspiração das vias aéreas de forma isolada e associada sobre o pico

de fluxo expiratório em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva e seus

reais benefícios na ventilação pulmonar, sendo abrangida por um período de 2 (dois)

meses do segundo semestre de 2016.

MÉTODOS

Após aprovação pelo comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário

Católico Salesiano Auxilium, parecer: 1.760.848 em 04/10/2016 (ANEXO A) e

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B), realizou-se

esta pesquisa com o objetivo de comparar o pico de fluxo expiratório antes e após

os procedimentos de Bag Squeezing e aspiração das vias aéreas superiores de

pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva em CTI. Para tanto se realizou

tal experimento no Centro de Terapia Intensiva da Associação Hospitalar Santa

Casa de Lins, localizada na Rua Pedro de Toledo N. 486, na cidade de Lins/SP, no

período vespertino das 13h às 18h, nos meses de setembro e outubro de 2016.

Foram avaliados e executados 42 procedimentos atinentes a esta em

pacientes adultos de ambos os gêneros, sendo 21 mensurações do pico de fluxo

expiratório no display do Ventilador mecânico antes e após a execução da técnica

de Bag Squeezing e 21 análises antes e após a realização da aspiração das vias

aéreas superiores de pacientes em suporte ventilatório invasivo e tratamento

Fisioterapêutico.

A avaliação objetiva do paciente é fundamentada no exame físico, unido a

exames realizados: radiografia de tórax, tomografia, exames laboratoriais

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(gasometria arterial, hemograma completo, eletrólitos) e espirometria. (SARMENTO,

2007)

Após a avaliação clínica, eram coletados os valores do pico de fluxo

expiratório contidos no display do ventilador mecânico antes e após as técnicas

descritas abaixo:

Pacientes submetidos às técnicas de Bag Squeezing: Para execução de tal

técnica utilizou-se a Unidade de Ventilação Manual de Vias Aéreas (AMBU) com

reservatório de oxigênio (O2) conectado ao fluxômetro, permanecendo este, com gás

suficiente para execução de todo procedimento. Para tanto, fora preconizado fluxo

de 5L/min de O2 correspondente a aproximadamente 40% da FiO2. Em seguida

desconectava-se o circuito do ventilador mecânico proximal ao tubo orotraqueal,

conectando-se o AMBU com reservatório de O2 a tal tubo, tomando-se precauções

quanto à relação dos ciclos ventilatórios estabelecidos antes de iniciar a técnica em

questão. O procedimento fora executado por dois fisioterapeutas, onde um dos

profissionais realizava a hiperinsuflação manual na fase inspiratória do ciclo

respiratório, utilizando para tal o AMBU, atingindo níveis volumétricos próximos aos

limites da capacidade pulmonar total, enquanto que o outro, sequencialmente a tais

insuflações realizava manobras de compressões e descompressões lentas e

moderadas com suas mãos em um ângulo reto de 90º sobre o tórax do paciente com

força compressiva distribuída igualmente entre os dedos e a palma das mãos no

sentido anatômico dos arcos costais associadas a vibrações em ambos hemitórax

durante a fase expiratória do ciclo respiratório. Foram preconizadas no mínimo 3 e

no máximo 5 manobras sequenciais interrompendo-se estas caso o paciente

apresentasse reflexo de tosse.

Pacientes submetidos à técnica de aspiração das vias aéreas superiores:

Inicialmente os pacientes eram hiperoxigenados com 100% da FiO2, ajustando-se a

pressão de sucção por meio do sistema de ar comprimido a sonda nº 14 era então

conectada e na sequencia realizava-se a introdução através do tubo orotraqueal,

estando o sistema de sucção ocluído até atingir a Carina da Traqueia onde então

liberava-se a pressão de sucção e retirada lenta com movimentos rotatórios da

sonda entre as polpas digitais do primeiro e segundo dedos do fisioterapeuta

procedendo-se a depuração das vias aéreas do paciente. A duração preconizada

para tal técnica fora de no máximo 15 segundos, conforme sugerido pela literatura,

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com reintrodução e execução quantas vezes fossem necessárias até atingir a

máxima depuração observada através do conteúdo aspirado. Durante todo

procedimento os parâmetros hemodinâmicos do paciente era acompanhado no

sistema de monitorização contínua. Ao término de tal procedimento realizava-se a

hiperoxigenação com 100% da FiO2 durante 60 segundos.

Foram realizadas análises descritivas dos dados quantitativos obtidos

durante a execução dos procedimentos atinentes a pesquisa em questão, além do

teste T de Student em par para as médias (picos de fluxos iniciais e finais) e

variâncias iguais (picos de fluxos nas diferentes técnicas) de duas amostras

(homoscedástica), verificando-se a hipótese inicial que determinava diferenças entre

o pico de fluxo avaliado antes e depois das técnicas realizadas na Bag Squeezing e

aspiração endotraqueal com um nível de significância menor ou igual 5%.

RESULTADOS

Serão explicitados através de gráficos, tanto os valores obtidos durante as

mensurações como as comparações executadas na pesquisa em questão.

Figura 1 – Dados do pico de fluxo expiratório (PFE) obtidos através da técnica Bag

Squeezing inicial (BSI) e final (BSF), observado no display do Ventilador Mecânico

DIXTAL DX 3012®;

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 210

1020304050607080

PFE BSI PFE BSF

Fonte: autoras da pesquisa, 2016.

Ressalta-se que 90% dos procedimentos apresentam diminuição do pico de

fluxo expiratório logo após a aplicação da técnica de Bag Squeezing com médias de

50±8L/min quando comparados aos valores obtidos inicialmente 58±8L/min. Tal

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diminuição fora estatisticamente significativa, pois o teste T para amostras em par

para as médias desvelou grau de significância entre as diferenças obtidas com valor

de p < que 0,05 (3,9196E-05).

Figura 2 – Dados do pico de fluxo expiratório (PFE) obtidos através da técnica de

aspiração inicial (AVAI) e final (AVAF) , observados no display de Ventilador

Mecânico DIXTAL DX 3012®;

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 210

1020304050607080

PFE AVAI PFE AVAF

Fonte: autoras da pesquisa, 2016.

Observa-se que 95% dos procedimentos apresentam diminuição do pico de

fluxo expiratório logo após a aplicação da técnica de aspiração das vias aéreas com

médias de 50±11L/min quando comparados aos valores obtidos inicialmente

50±9L/min. Tal diminuição fora estatisticamente significativa, pois o teste T para

amostras em par para as médias desvelou grau de significância entre as diferenças

obtidas com valor de p < que 0,05 (0,00015444).

Figura 3 – Dada do pico de fluxo expiratório (PFE) colhidos após a técnica de Bag

Squeezing (BSF), e antes da aspiração (AVAI).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 210

1020304050607080

PFE BSF PFE AVAI

Fonte: autoras da pesquisa, 2016.

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Quando conferidos os picos de fluxos expiratórios após a realização da

técnica de Bag Squeezing com médias de 50±8L/min, e antes da técnica de

aspiração das vias aéreas com médias de 60±9L/min, constatou- se que 80%

aumentaram os valores, podendo-se considerar que não houve depuração das vias

aéreas logo na primeira técnica executada, 10% diminuíram, considerando-se eficaz

a depuração somente com a técnica utilizada inicialmente e 10% não tiveram

alteração. Tais diferenças foram estatisticamente significativa, pois o teste T para

amostras dependentes desvelou grau de significância entre as diferenças obtidas

com valor de p < que 0,05 (0,000320002).

Figura 4 – Dados do pico de fluxo expiratório (PFE) colhidos antes da técnica de Bag

squeezing (BSI), e após a aspiração (AVAF).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 210

1020304050607080

PFE BSI PFE AVAF

Fonte: autoras da pesquisa, 2016.

Quando comparados os picos de fluxos expiratórios antes da realização da

técnica de Bag Squeezing com médias de 58±8L/min, e após da técnica de

aspiração das vias aéreas com médias de 50±11L/min, constatou- se que 81%

diminuíram os valores, podendo-se considerar que houve depuração das vias

aéreas logo na primeira técnica executada, 14% aumentaram, considerando-se

ineficaz a depuração somente com a técnica utilizada inicialmente e 5% não tiveram

alteração. Tais diferenças foram estatisticamente significativa, pois o teste T para

amostras dependentes desvelou grau de significância entre as diferenças obtidas

com valor de p < que 0,05 (0,009655987).

Figura 5 - Comparação dos dados do pico de fluxo expiratório (PFE), após a

realização das duas técnicas, sendo, (BSF) e (AVAF).

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 210

1020304050607080

PFE BSF PFE AVAF

Fonte: autoras da pesquisa, 2016.

Quando confrontados os picos de fluxos expiratórios após a realização da

técnica de Bag Squeezing com médias de 50±8L/min, e após da técnica de

aspiração das vias aéreas com médias de 50±11L/min, constatou- se que 50% das

diferenças aumentaram e 50% diminuíram os valores, podendo-se considerar que

tais técnicas quando comparadas promovem depuração equivalente, corroborando

tais informações com o teste T para amostras dependentes desvelando que não

houve diferenças estatisticamente significativas p > que 0,05 (1).

Figura 6 – Comparação dos dados do pico de fluxo expiratório (PFE), antes da

realização das duas técnicas, sendo, (BSI) e (AVAI).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 210

1020304050607080

PFE BSI PFE AVAI

Fonte: autoras da pesquisa, 2016.

Quando confrontados os picos de fluxos expiratórios antes da realização da

técnica de Bag Squeezing com médias de 58±8L/min, e antes da técnica de

aspiração das vias aéreas com médias de 60±9L/min, constatou- se que 50% das

diferenças aumentaram e 50% diminuíram os valores, podendo-se considerar que

tais técnicas quando comparadas promovem depuração equivalente, corroborando

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tais informações com o teste T para amostras dependentes desvelando que não

houve diferenças estatisticamente significativas p > que 0,05 (0,382).

DISCUSSÃO

David (2001) descreve que o muco brônquico depende de fatores para

percorrer satisfatoriamente e evitar retenções, representando um mecanismo de

defesa do sistema respiratório, tendo seu transporte prejudicado em pacientes na

terapia intensiva. O objetivo da pesquisa realizada fora demonstrar através de dados

gerais e específicos, a comparação dos efeitos da técnica de Bag Squeezing e

aspiração na depuração das vias aéreas em pacientes submetidos à ventilação

mecânica invasiva e tratamento fisioterapêutico.

ASSOBRAFIR (2010) descreve que frequentemente o PFE é usado como

marcador funcional para avaliar os reais resultados das técnicas fisioterapêuticas

que consistem na remoção de secreção, resposta broncodilatadora, eficiência da

tosse e como índice preditivo da efetividade na extubação ou decanulação,

corroborando tais informações com a metodologia empregada para aferir o PFE no

display do ventilador mecânico a efetividade ou não das técnicas de Bag Squeezing

e aspiração na depuração das vias aéreas dos pacientes em VMI.

Wilkins (2006) descreve a aspiração com um meio facilitador na remoção de

secreções, contribuindo assim para a redução de complicações ao paciente.

Observou-se nesta pesquisa que tanto a técnica de aspiração como a técnica de

Bag Squeezing contribui na remoção de secreções das vias aéreas, não observando

melhores resultados quando executadas as técnicas isoladamente.

Conforme referido por Costa (1999) a aspiração é muito utilizada pela

fisioterapia respiratória, favorecendo a melhora na permeabilidade das vias aéreas

resultando em uma ventilação pulmonar mais ampla. Para tal autor a eficácia de tal

técnica evita ou até mesmo reverte atelectasias e aumenta a CRF facilitando as

trocas gasosas. Os dados obtidos na pesquisa realizada durante a técnica de

aspiração corroboram com o autor supracitado.

Para Clement e Hubsch (1968), a hiperinsuflação manual (também conhecida

com Bag Squeezing), consiste na aplicação de pressão positiva em pacientes

internados na UTI como um recurso para melhorar a oxigenação, mobilizar o

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excesso de secreção brônquica e expandir áreas pulmonares colapsadas. Silva

(2001) refere que o Bag Squeezing tem como objetivo facilitar o deslocamento dos

tampões através do AMBU e seu fluxo turbulento. Outro beneficio provado pela

hiperventilação é a redução da hipoxemia causada pela aspiração. Observou-se no

presente que a técnica isolada de Bag Squeezing promove os objetivos citados pelo

autor, porém ressalta-se que a associação das técnicas demonstraram melhores

resultados.

Sarmento (2007) discorre que a hiperinsuflação manual (HM), através da

rápida liberação expiratória, potencializa a ação das forças de recolhimento elástico

pulmonar, promovendo aumento do pico de fluxo expiratório durante a execução do

procedimento e, consequentemente, favorecendo o deslocamento de secreção para

vias aéreas centrais e com posterior depuração das vias aéreas os resultados do

pico de fluxo tendem diminuir em virtude da desobstrução obtida. Para tal autor o

volume expiratório liberado pela HM alcança áreas mais complacentes do pulmão,

promovendo expansão de alvéolos colapsados por meio da distribuição do ar pelos

canais colaterais e favorecendo o fenômeno da interdependência pulmonar. O

objetivo é promover o deslocamento de secreções brônquicas por meio do aumento

do volume inspiratório, o qual origina um maior fluxo expiratório. A presente

pesquisa corrobora com tal autor através dos benefícios alcançados bem como

resultados elucidados. Guimarães e Lemes (2007) ainda esclarecem que o Bag

Squeezing produz aumento da complacência e redução da resistência do sistema

respiratório, aumentando a saturação arterial de oxigênio causada pelo aumento do

fluxo expiratório que mobiliza as secreções.

Esta pesquisa demonstrou resultados do PFE durante a execução das

técnicas isoladas e suas associações, sendo que ambas promoveram redução no

PFE, com melhores resultados obtidos durante a efetivação das duas técnicas,

corroborando com Jones et al (1992), Denehy (1999), Hodgson et al (1999), Patman

et al (2000) e Berney et al (2004) apud Choi e Jones (2005, p. 28), que referem que

a Bag Squeezing seguida da aspiração é mais efetiva pelo fato de promover

remoção de secreção das vias aéreas centrais, antes mobilizadas pelas

hiperinsuflações e vibrações torácicas, assim conduzindo um maior recrutamento

alveolar distal e funcional.

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CONCLUSÃO

Após a execução do presente pode-se concluir que houve diferença

estatisticamente significante nos resultados obtidos, destacando-se que tanto a

Técnica de Bag Squeezing quanto a técnica de aspiração promovem depuração das

vias aéreas isoladamente, porém quando associadas parecem maximizar tal efeito

reduzindo o pico de fluxo expiratório.

Há consenso entre a literatura e os resultados alcançados e apresentados,

evidenciando que a técnica de Bag Squeezing isolada parece ser eficaz assim como

a técnica de aspiração endotraqueal no que diz respeito à diminuição do pico de

fluxo expiratório, traduzindo melhora da obstrução das vias aéreas, no entanto

quando comparadas conjuntamente a técnica de Bag Squeezing parece não diminuir

o pico de fluxo de forma tão eficaz quando associada a técnica de aspiração, fato

este comprovado ao comparar o pico de fluxo de ambas técnicas no início e no

término.

A pergunta problema da pesquisa fora respondida de forma positiva,

enfatizando diferenças no pico de fluxo mensurado antes e após a aspiração isolada

e/ou associada à técnica de Bag Squeezing em pacientes sob assistência

ventilatória mecânica invasiva.

A realização da desta pesquisa contribuiu para o enriquecimento sobre o

assunto, aprofundando o tema abordado, bem como destacando que a mesma não

se esgota por aqui, devendo-se realizar mais estudos com números maiores de

sujeitos.

REFERÊNCIAS

ASSOBRAFIR. Sistema de educação em saúde continuada a distância. Programa de atualização profisio fisioterapia em terapia intensiva adulto. Ciclo 1, v. 1. Porto Alegre, 2010.

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