UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI … presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil...
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
JÉSSICA LUARA DALUZ JALES SILVA
AVALIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA DO CANTEIRO DE OBRAS – ESTUDO
DE CASO
MOSSORÓ
2013
JÉSSICA LUARA DALUZ JALES SILVA
AVALIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA DO CANTEIRO DE OBRAS – ESTUDO
DE CASO
Monografia apresentada à Universidade Federal
Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento
de Ciências Ambientais e Tecnológicas para a
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Civil.
Orientador: Prof. D. Sc. Maria Aridenise Macena
Fontenelle
MOSSORÓ
2013
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e
catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA.
S586a Silva, Jéssica Luara Daluz Jales.
Avaliação da organização e limpeza do canteiro de obras
– Estudo de caso / Jéssica Luara Daluz Jales Silva. –
Mossoró, RN: 2013.
59f. : il.
Orientador: Profª. D. Sc. Maria Aridenise Macena
Fontenelle.
Monografia (Graduação) – Universidade Federal Rural
do Semi-Árido, Graduação em Engenharia Civil, 2013.
1. Canteiro de obras. 2. Qualidade no canteiro. 3.
Organização do canteiro. 4. Método 5L. I. Título.
CDD: 624 Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo
CRB-5/1033
AGRADECIMENTOS
A Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, pela oportunidade de acesso ao
ensino acadêmico e pelos subsídios fornecidos para o desenvolvimento deste trabalho.
A meus pais, irmãos, avós, tios e primos pelo constante apoio e incentivo antes e durante o
andamento do curso.
A minha orientadora, Maria Aridenise Macena Fontenelle, pela paciência, compreensão e
conhecimento compartilhado durante a elaboração deste trabalho.
Ao coordenador do curso, Raimundo Gomes de Amorim Neto, pelo empenho e compromisso
durante sua gestão, além do suporte dado a todos os estudantes.
A todos os professores do curso, que desempenharam importante papel na nossa formação
durante a fase acadêmica.
A todos os amigos, pelos bons momentos compartilhados e pela ajuda durante a elaboração
deste trabalho.
Ao meu namorado e companheiro de classe, pelo amor, paciência, compreensão e dedicação
que teve comigo durante esses anos.
RESUMO
O presente trabalho visa avaliar o nível de organização e limpeza de um canteiro de obras na
cidade de Mossoró-RN através do método 5L. A metodologia empregada se caracteriza como
exploratória em que se optou por um estudo de caso, cujos instrumentos de coleta de dados
foram a lista de verificação do método 5L, composta de 43 itens, das quais 3 se referem a
liberação de área, 21 avaliam a localização e arrumação, 3 se ferem a limpeza pessoal dos
trabalhadores e 16 itens avaliam a limpeza do canteiro, e registros fotográficos. Como
resultado do estudo, constatou-se que a obra estudada apresenta um significativo potencial de
melhoria no que concerne a organização e limpeza do canteiro de obras. No geral, os vários
elementos do canteiro estavam bem localizados e arrumados. Quanto à limpeza, apesar do
canteiro não ter uma estratégia explicita, durante a coleta de dados a obra estava relativamente
limpa. O mesmo pode ser dito da limpeza pessoal dos trabalhadores.
Palavras – Chave: Canteiro de obras. Qualidade no canteiro. Organização do canteiro. Método
5L.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Canteiro de obras do tipo restrito ............................................................................. 15
Figura 2 – Canteiro de obras do tipo amplo ............................................................................. 15
Figura 3 - Canteiro de obras do tipo longo e estreito ............................................................... 15
Figura 4 - Diagrama conceitual para definição de qualidade ................................................... 18
Figura 5 - Níveis de avaliação PBQP-H ................................................................................... 23
Figura 6 - Tradução dos 5’S ..................................................................................................... 25
Figura 7 - Os cinco sensos da filosofia 5S................................................................................ 26
Figura 8 - Filosofia 5L no contexto da qualidade total............................................................. 28
Figura 9 - Estoque de pedra desnecessário aquela fase da obra ............................................... 36
Figura 10 – Materiais que podem ser reutilizados .................................................................... 36
Figura 11 – Restos de madeira ................................................................................................. 37
Figura 12 – Sucatas .................................................................................................................. 37
Figura 13 – Áreas de estocagem de tijolos sem demarcações para impedir sua utilização ...... 38
Figura 14 – Áreas de estocagem de areia e brita sem demarcações para impedir sua utilização
.................................................................................................................................................. 39
Figura 15 – Áreas de perigo sem demarcação correta .............................................................. 39
Figura 16 – Central de formas e central de armação ................................................................ 40
Figura 17 – Almoxarifado sem identificação dos materiais, ferramentas e equipamentos ...... 40
Figura 18 – Acesso à área de estocagem de ferragens impedido pela presença de entulhos e
escoras ...................................................................................................................................... 41
Figura 19 – Pátio da obra relativamente limpo ........................................................................ 42
Figura 20 – Área com poucos entulhos .................................................................................... 42
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Vantagens e desvantagens da certificação ISO 9001:2008 .................................... 21
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Pontuação de acordo com os critérios avaliados do 5L ............................................. 30
Tabela 2 - Plano de ação ........................................................................................................... 43
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Notas referentes aos quesitos de liberação de áreas, localização e arrumação,
limpeza do canteiro e limpeza pessoal ..................................................................................... 35
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 13
2.1 GERAL ............................................................................................................................... 13
2.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................................... 13
3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 14
3.1 CANTEIRO DE OBRAS ................................................................................................... 14
3.1.1 Conceitos e definições .................................................................................................... 14
3.1.2 Elementos do canteiro ................................................................................................... 16
3.2 QUALIDADE NO CANTEIRO DE OBRAS .................................................................... 17
3.2.1 Conceitos e definições .................................................................................................... 17
3.2.2 Sistemas de gestão da qualidade – SGQ ...................................................................... 19
3.2.2.1 ISO 9001: Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos ............................................ 20
3.2.2.2 O PBQP-H .................................................................................................................... 22
3.3 ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO ..................................................... 23
3.3.1 Programa de manutenção de organização do canteiro – 5S ...................................... 24
3.4 MÉTODO DE ARRUMAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS - 5L ................................. 27
4 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................... 31
4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................. 31
4.2 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS ................................................................. 31
4.3 TRATAMENTO DOS DADOS ......................................................................................... 32
5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 33
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................. 33
5.2 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA ..................................................................................... 33
5.3 LISTA DE VERIFICAÇÃO ............................................................................................... 34
5.3.1 Liberação de áreas. ........................................................................................................ 35
5.3.2 Localização e arrumação .............................................................................................. 38
5.3.3 Limpeza do canteiro ...................................................................................................... 41
5.3.4 Limpeza pessoal ............................................................................................................. 42
5.4 PLANO DE AÇÃO ............................................................................................................ 43
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 45
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 46
ANEXO A - Certificado de conformidade NBR ISO 9001: 2008 ........................................... 49
ANEXO B – Certificado de conformidade PBQP – H – Nível A ............................................ 50
ANEXO C – Exemplo de cartilha do método 5S usada pelas empresas .................................. 51
ANEXO D – Lista de verificação do método 5L. .................................................................... 52
ANEXO E – Lista de verificação do método 5L proposta ....................................................... 53
ANEXO F – Layout pavimento térreo ..................................................................................... 56
ANEXO G – Layout pavimento superior. ................................................................................ 57
1 INTRODUÇÃO
A construção civil é um dos setores que mais crescem no país. Para 2013, a estimativa
do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
(SINDUSCON-SP), Sergio Watanabe, é de que o setor cresça entre 3,5% e 4%.
Frente a essa expansão e ao movimento de modernização pelo qual passa o setor da
construção civil e que invade o país, é impossível fechar os olhos para a necessidade de
renovação e de melhoria em toda sua cadeira produtiva, como afirma Costa & Rosa (2002).
Na busca disso, muitas empresas do setor construtivo brasileiro deram início, na
década de 90, ao desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade em suas obras.
Costa & Rosa (2002), afirmam que a implantação de programas de qualidade ampliou-se
significativamente neste período entre as construtoras, e várias delas já estão certificadas pela
ISO 9000, ou sistemas evolutivos, como o QUALIHAB em São Paulo.
Em 1998, esse movimento foi impulsionado com a criação, pelo governo federal, do
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional (PBQP-H),
cujo objetivo geral é o de elevar os patamares da qualidade e produtividade da construção
civil.
Na busca dessa qualidade e produtividade, é imprescindível um ambiente de trabalho
limpo e organizado. Segundo Thomaz (2001), canteiros "entulhados", sujos e obstruídos
representam perigo de acidentes, desperdícios e reflexos negativos na motivação e
produtividade dos trabalhadores.
A organização e limpeza do canteiro da obra pode ser feita através do uso de Métodos
de Arrumação do Canteiro - MAC como 5S, 9S e 5L.
Um dos métodos mais utilizados é o programa 5S. Ele envolve cinco palavras japonesas
– Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke: Senso de utilização, senso de ordenação, senso de
limpeza, senso de saúde e senso de disciplina.
A fim de evitar que o trabalhador tivesse que aprender as palavras japonesas, a
Neolabor, empresa de consultoria na área de construção civil, adaptou o método para o setor e
denominou de 5L que significa: Liberação de área, Localização e arrumação, Limpeza do
canteiro, Limpeza pessoal e Lista de verificação e reconhecimento.
O presente trabalho se propõe a avaliar o estado de organização e limpeza de um
canteiro de obras, localizado na cidade de Mossoró – RN, através do método 5L. O
diagnostico será feito através de registros fotográficos e da aplicação de uma lista de
verificação e em seguida elaborado um plano de ação que permite melhorar continuamente a
arrumação do ambiente de trabalho.
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Avaliar o nível de organização de um canteiro, localizado na cidade de Mossoró-RN,
através do método 5L.
2.2 ESPECÍFICOS
Para atingir o objetivo geral do trabalho serão realizados os objetivos a seguir:
Estudo teórico sobre qualidade e métodos de organização e limpeza na
construção de edifícios;
Estudo de campo através de registros fotográficos e da aplicação de uma lista
de verificação sobre o método de arrumação do canteiro de obras;
Análise dos dados coletados e elaboração das conclusões.
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 CANTEIRO DE OBRAS
3.1.1 Conceitos e definições
A NBR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção,
define canteiro de obras como sendo uma área de trabalho fixa e temporária, onde se
desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra. Já a NB-1367 (ABNT, 1991)
define canteiro de obras como sendo áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da
indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.
Conforme o tipo de obra, o canteiro de obras pode apresentar características distintas,
podendo ser enquadrado, de acordo com quadro exposto por Illingworth (1993 apud Saurin e
Formoso, 2006, p.19), dentro de uma das três classificações seguintes: restritos, amplos e
longos e estreitos. As Figuras 1, 2 e 3 referem-se ao esquema dessa tipologia, sendo restritos,
amplos e longos e estreitos, respectivamente.
Restritos: a construção ocupa terreno completo ou alta percentagem deste. Acessos restritos.
Ex: construções na área central da cidade, ampliações e reformas;
Amplos: a construção ocupa somente uma parcela relativamente pequena do terreno. Há
disponibilidade de acessos para veículos e de espaços para áreas de armazenamento e
acomodação pessoal. Ex: construção de plantas industriais, conjuntos habitacionais
horizontais, e outras grandes obras como barragens ou usinas hidroelétricas;
Longos e estreitos: são restritos em apenas uma das dimensões com disponibilidade de
acesso em poucos pontos do canteiro. Ex: trabalhos em estradas de ferro e rodagem, redes de
gás e petróleo, algumas obras em zonas urbanas.
Figura 1 - Canteiro de obras do tipo restrito
Fonte: Cruz (2010).
.
Figura 2 – Canteiro de obras do tipo amplo
Fonte: Ribeiro (2011).
Figura 3 - Canteiro de obras do tipo longo e estreito
Fonte: http://defato.com/blog/cesar-santos/2013/02/21/obras-do-complexo-
viario-abolicao-avancam-e-exigem-cuidados-na-304/. Acessado em: 02 de ago.
de 2013.
Ao longo da execução da obra, o canteiro vai sendo modificado, em função dos
materiais presentes, dos serviços a serem executados, dos equipamentos disponíveis, da mão-
de-obra alocada nos serviços. De acordo com Fontenelle (2003), pode-se classificar os
canteiros de acordo com suas fases em:
Inicial: ocorre na execução da infraestrutura até a desforma da laje do térreo;
Pico máximo da obra: quando há um grande contingente de operários, há necessidade de
transferência de local ou ampliação das áreas de vivências.
Desativação do canteiro: fases mais negligenciadas da construção – término da obra.
3.1.2 Elementos do canteiro
Cada parte que compõe o canteiro é denominada de elemento do canteiro. De acordo
com a obra, alguns desses elementos podem ou não ser necessários, já outros podem ser
acrescentados em situações particulares. De acordo com Souza et al (1997), os elementos que
compõe o canteiro são:
Ligados à produção: são as áreas operacionais, como uma central de fôrmas, central de
argamassa, páteo de armação;
De apoio à produção: são as áreas destinadas a armazenar materiais, como almoxarifado de
ferramentas, estoque de areia, estoque de cimento em sacos, estoque de tintas;
Sistemas de transporte com decomposição de movimento: carrinho, jerica, porta-palete,
guincho de coluna, elevador de obras;
Sistemas de transporte sem decomposição de movimento: gruas, guindastes sobre rodas ou
esteiras, bombas de argamassa, bombas de concreto;
De apoio técnico/ administrativo: escritório de engenheiro, sala de reuniões, escritório do
mestre, guarita, recepção.
Áreas de vivência: alojamento, cozinha, vestiário, instalações sanitárias, lavanderia, área de
lazer;
Outros elementos: entrada de agua, entrada de luz, portão de materiais.
De complementação externa à obra: residência alugada/comprada, canteiro central, terreno
alugado/comprado.
Como mencionado anteriormente, ao longo das fases da obra, o layout do canteiro
pode variar, sendo necessário realocar alguns elementos ou até mesmo retirar ou incluir
outros. Como cita Ciocchi e Abbate (2004), a organização do canteiro deve contemplar as
diversas fases da construção e o controle sobre a logística.
Um layout bem planejado é fundamental para agilizar as atividades, evitar desperdício
e garantir segurança aos funcionários (CIOCCHI; ABBATE, 2004).
3.2 QUALIDADE NO CANTEIRO DE OBRAS
3.2.1 Conceitos e definições
A definição de qualidade pode variar de acordo com o âmbito que é empregado.
Tendo-se em vista essa variabilidade a ASQ (2010, apud Pereira, 2011, p. 5) (American
Society for Quality – Sociedade Americana para a Qualidade), define qualidade como sendo
um termo subjetivo, para o qual cada pessoa, ou setor, tem a sua própria definição. Ainda
segundo a ASQ, em sua utilização técnica, a qualidade pode ter dois significados:
1 – As características de um produto ou serviço, que dão suporte (ou sustentação), à sua
habilidade em satisfazer requisitos especificados ou necessidades implícitas e;
2 – Um produto ou serviço livre de deficiências.
De acordo com o sistema de gestão de qualidade, a NBR ISO 9000: 2005 define
qualidade como o grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos,
sendo que características, segundo a mesma norma são propriedades diferenciadoras, podendo
as características serem de diferentes tipos, como físicas, sensoriais, comportamentais,
temporais, ergonômicas ou funcionais.
Considerados os especialistas da qualidade: Deming (1993) a definiu como sendo tudo
aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente. Já Juran e Gryna (1991), definem
como sendo ausência de deficiências, ou seja, quanto menos defeitos, melhor a qualidade.
Os últimos autores definem ainda qualidade como sendo adequação ao uso. Esse
conceito possui dois aspectos que se complementam, como afirma Januzzi e Vercesi (2010).
Primeiramente, ele consiste nas características de um produto que atendem as necessidades
dos clientes, propiciando a satisfação em relação ao produto.
Outro significado da qualidade é a ausência de defeitos. Surgem assim dois enfoques,
para a qualidade, que são, respectivamente, a qualidade de projeto e a qualidade de
conformação. (JANUZZI; VERCESI, 2010).
Um conceito mais amplo dado por Ferreira (1998 apud Cruz, 2010, p. 17) é de que a
qualidade pode ser determinada pela capacidade de o projeto satisfazer as necessidades do
usuário, e de obter uma adequada conformidade do produto ao projeto, ao menor custo, sem
falhas ou desperdícios e atendendo aos objetivos de produtividade desejados.
Thomaz (2001, p. 44 – 45) propõe a seguinte definição para qualidade:
Conjunto de propriedades de um bem ou serviço que redunde na satisfação
das necessidades dos seus usuários, com a máxima economia de insumos e
energia, com a máxima proteção à saúde e integridade física dos
trabalhadores na linha de produção, com a máxima preservação da natureza.
Ainda segundo o este mesmo autor, o termo qualidade pode ser sintetizado na figura 4.
Figura 4 - Diagrama conceitual para definição de qualidade
Fonte: Thomaz (2001).
Cruz (2010), afirma que a qualidade deve buscar a satisfação das necessidades dos
clientes, de forma que eles possam executar no menor tempo possível suas tarefas, sem
perdas, tendo asseguradas sua segurança e integridade física, de forma a obter um produto em
conformidade com o projeto.
Pode-se ainda associar à qualidade os seguintes termos específicos, que conforme
Thomaz (2001) possui os seguintes significados:
Controle de qualidade - técnicas operacionais e atividades de acompanhamento e
comprovação da qualidade, podendo ocorrer em diferentes níveis;
Gestão da qualidade - função gerencial que implementa a política da qualidade definida
pela alta administração da organização.
3.2.2 Sistemas de gestão da qualidade – SGQ
Cruz (2010, p. 18) afirma que:
Os sistemas de gestão da qualidade oferecem ferramentas de controle
e gestão dos os processos dentro do canteiro. Elas oferecem métodos
estatísticos simples e de fácil aplicação, que possibilitam a obtenção de
resultados e contribuem para a melhoria contínua dos processos, além de
auxiliar na sistematização dos dados e nas discussões em grupo.
Ainda segundo este mesmo autor, essas ferramentas servem ainda para auxiliar na
identificação de necessidades, análise e solução de problemas e definição de objetivos e
planos de ação, contribuindo para o processo de planejamento do empreendimento.
A maneira mais adotada pelas empresas para guiar a implantação de um Sistema de
Gestão de Qualidade – SGQ é através de normas especificas, em especial a ISO 9000 e do
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H.
O modelo de certificação de sistemas de gestão da qualidade mais difundido entre as
empresas é a padronização baseada nas normas ISO série 9000 (9000 a 9004).
Fraga (2011, p. 25) ressalta a importância dessas normas para o sistema de gestão de
qualidade das empresas.
A família de normas ISO 9000 estabelece requisitos que auxiliam a melhoria
dos processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o
monitoramento do ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos
clientes, colaboradores e fornecedores, num processo contínuo de melhoria
do sistema de gestão da qualidade, aplicando-se a campos tão diversos como
materiais, produtos, processos e serviços.
A série ISO 9000 é constituída por três normas destinadas ao Gerenciamento da
Qualidade e à Qualidade Assegurada. De acordo com a NBR ISO 9000, essa série de normas
consiste:
ISO 9000 – Fundamentos e Vocabulário: descreve os fundamentos de sistemas de gestão de
qualidade e estabelece a terminologia para estes sistemas.
ISO 9001 – Requisitos: especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, onde
uma organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam os
requisitos do cliente e os requisitos regulamentares aplicáveis, e objetiva a satisfação do
cliente.
ISO 9004 – Diretrizes para melhoria de desempenho: fornece diretrizes que consideram
tanta a eficácia como a eficiência do sistema de gestão de qualidade. O Objetivo desta
norma é melhorar o desempenho da organização e a satisfação dos clientes e das outras
partes interessadas.
Lopes (2006) afirma que estas normas são projetadas para proteger tanto o cliente
quanto a organização enfatizando a prevenção, ao contrario da detecção.
3.2.2.1 ISO 9001: Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos
A ISO 9001 é uma norma de sistema de gestão que permite as empresas de verificar a
consistência de seus processos, medir, monitorá-los com o objetivo de aumentar a sua
competitividade e com isso assegurar a satisfação de seus clientes e atender seus requisitos.
(FRAGA, 2011).
Segundo Silva (2011) a norma ISO 9001 é usada como modelo para a implementação
do sistema de gestão da qualidade (SGQ) nas empresas. Ainda segundo o mesmo autor,
independente da exigência dos clientes, um SGQ baseado na norma ISO 9001 é uma
importante ferramenta para obtenção da qualidade, da produtividade, do reconhecimento e da
competitividade atualmente.
Fraga (2011) destaca os principais benefícios da certificação ISO 9001 como sendo:
a melhoria de produtos e serviços;
a redução de custos;
a melhoria da qualidade dos processos de trabalho e do moral dos funcionários;
maior eficiência e eficácia na organização;
ganho de vantagem competitiva ocasionando maiores oportunidades de marketing e vendas.
Pires (2004, apud SILVA, 2011, p. 7), também aponta alguns benefícios desta norma.
Ele afirma que a norma ISO 9001:2008 foi elaborada de forma a especificar os requisitos de
um sistema de gestão da qualidade, permitindo à organização:
Aumentar a satisfação dos clientes, através de uma aplicação efetiva do sistema, incluindo
processos para melhoria contínua do negócio;
Demonstrar a sua habilidade em produzir produtos e serviços que cumprem constantemente
com os requisitos dos clientes e regulamentares;
Eliminar o desperdício.
O quadro 1 a seguir, destaca do ponto de vista do cliente, algumas vantagens e
desvantagens da implementação da certificação baseada na ISO 9001:2008 nas empresas:
Quadro 1 - Vantagens e desvantagens da certificação ISO 9001:2008
VANTAGENS DESVANTAGENS
Aumento da credibilidade da empresa frente ao
mercado consumidor. Tempo necessário para desenvolver o sistema.
Aumento da competitividade do produto ou
serviço no mercado. Custos para implementação e manutenção.
Abertura de novos mercados. Inflexibilidade e burocracia.
Maior conformidade e atendimento às
exigências dos clientes. Dificuldade de implantação.
Melhor uso dos recursos existentes. Dificuldade para criar e manter o entusiasmo dos
funcionários com o sistema.
Aumento da lucratividade e melhores condições
para acompanhar e controlar os processos.
Ressentimento que as mudanças requeridas
causem em certos casos.
Mudanças necessárias podem ser contrarias ou
conflitantes com a cultura existente. Fonte: Adaptado de FRAGA (2011).
Silva (2011) afirma que a certificação do SGQ constitui um meio de demonstrar que a
empresa funciona em conformidade com normas internacionais da qualidade, sendo capaz de
cumprir os requisitos exigidos pela norma ISO 9001:2008 e, consequentemente, de fornecer
produtos satisfatórios para os consumidores finais.
No ANEXO A consta um exemplo de certificado de qualidade de uma construtora
baseado na norma ISO 9001.
3.2.2.2 O PBQP-H
Em 18 de dezembro de 1998, o governo federal instituiu, com abrangência nacional, o
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional (PBQP-H).
Segundo PBQP-H (2013), no ano de 2000 foi prevista a necessidade de um aumento do
escopo do programa, que passou a abranger o Plano Plurianual (PPA) e a partir de então
integrar também as áreas de Saneamento e Infraestrutura Urbana. Assim, o "H" do Programa
passou de "Habitação" para "Habitat", conceito mais amplo e que reflete melhor sua nova
área de atuação. (PBQP-H, 2013).
De acordo com PBQP-H (2013), o programa PBQP-H se propõe a organizar o setor da
construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da qualidade do habitat e a
modernização produtiva.
Ainda segundo este autor, a busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações,
entre as quais se destacam: qualificação de construtoras e de projetistas, melhoria da
qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica,
capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, comunicação e troca de
informações.
Dentre os principais benefícios da instituição do programa, podemos destacar: moradia
e infraestrutura urbana de melhor qualidade, redução do custo com melhoria da qualidade,
aumento da produtividade, qualificação de recursos humanos, modernização tecnológica e
gerencial, defesa do consumidor e satisfação do cliente. (PBQP-H, 2013).
Segundo Januzzi e Vercesi (2010), a estrutura do PBQP-H é baseada qna série de
normas ISO 9000 e, desde sua criação, ele vem sofrendo atualizações periódicas que
acompanham as revisões das normas ISO de modo a manter a compatibilidade com esta
norma, sendo o seu formato atual baseado nas normas ISO 9001:2000.
Ainda segundo este autor, uma das características que difere o PBQP-H da ISO 9001 é
o caráter evolutivo, ou seja, existem quatro níveis de qualificação progressivos (D, C, B e A)
nos quais a empresa construtora pode ser certificada.
A figura 5 mostra a evolução dos patamares de qualidade do setor nos quatro níveis.
Figura 5 - Níveis de avaliação PBQP-H
Fonte: Oliveira (2009).
Oliveira (2009) afirma que os requisitos para a certificação do nível A são
basicamente os mesmos requisitos da ISO 9001, o que torna a empresa certificável neste nível
a requerer, se assim quiser, o certificado desta norma.
Segue no ANEXO B exemplo de um certificado de conformidade de uma construtora
conforme o requisito PBQP-H – NÍVEL A.
3.3 ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO
Dentre os fatores indispensáveis para o bom andamento das atividades no dia a dia de
um canteiro de obras, a organização é o principal deles.
É fundamental a organização do canteiro para que as atividades sejam bem
desenvolvidas, para que desperdício de tempo, perdas de materiais e falta de qualidade da
obra sejam evitados. (Lima, 2011).
Câmara (2004) reforça esse pensamento ao dizer que a organização do canteiro é
fundamental para evitar desperdícios de tempo, perdas de materiais e mesmo defeitos da
execução e falta de qualidade final dos serviços realizados.
Limpeza e organização são atributos vitais na busca da qualidade: canteiros
"entulhados", sujos e obstruídos representam perigo de acidentes, desperdícios e reflexos
negativos na motivação e produtividade dos trabalhadores. (THOMAZ, 2001).
O investimento na boa organização do canteiro de obras trará resultados positivos para
a empresa, tanto no sentido quantitativo, como qualitativo. De acordo com Cruz (2010) pode-
se conseguir através da diminuição de perdas uma melhoria da produtividade e a redução dos
custos. Esses fatores levam a uma economia.
Já um canteiro de obras limpo, organizado, livre de entulhos proporcionará a saúde e a
diminuição dos riscos de acidentes de trabalho. Como afirma Camargo (2011), organização e
limpeza são as primeiras medidas de segurança do trabalho para evitar acidentes. Fatores
esses que refletem positivamente na motivação dos trabalhadores, melhorando a qualidade da
obra.
3.3.1 Programa de manutenção de organização do canteiro – 5S
Como afirma Saurim e Formoso (2006), é comum que existam entre os trabalhadores
da construção civil a percepção de que canteiros são locais destinados a serem sujos e
desorganizados, características essas determinadas pela natureza do processo produtivo e pela
baixa qualificação da mão-de-obra. Diagnósticos realizados por estes autores em quarenta
canteiros de obra confirmam esta percepção. Porém alguns desses mostraram-se mais
organizados e limpos.
Segundo este mesmo autor, a causa identificada para esta melhor situação foi a
presença, nessas organizações, de programas que, através de treinamento, colocação de metas,
avaliação de desempenho e premiações, conscientizavam e estimulavam os trabalhadores a
manter a obra limpa e organizada. Eles têm como base os princípios do programa 5S, que
como afirma Gonzales (2005), é uma ferramenta que serve de base para a implantação de
quaisquer programas de qualidade, tais como ISO 9000, PBQP-h, QUALIHAB, entre outros.
Segue no ANEXO C exemplo de uma cartilha do programa 5S usada em empresas. (ALVES,
2011).
Ele deriva das palavras japonesas iniciadas com as letras - Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu
e Shitsuke -, que podem ser traduzidas conforme a figura 6.
Figura 6 - Tradução dos 5’S
Fonte: Gonzalez & Jungles (2003).
O programa 5S foi originalmente concebido no Japão por kaoru Ishikawa na década
de 50, sendo introduzido nas empresas para combater as causas de perdas, desperdícios e a
desorganização nas entidades japonesas, como afirma Luiz e Vito (2011).
Ainda conforme este mesmo autor, a prática do 5S se estendeu, posteriormente, a
empresas com a percepção da possibilidade de mudança e conscientização dos trabalhadores
em relação aos seguintes aspectos do trabalho: ambiente, significado e suas relações com ele.
Esse programa visa: melhoria do ambiente de trabalho; prevenção de acidentes;
Incentivo à criatividade; redução de custos; eliminação de desperdício; desenvolvimento do
trabalho em equipe; melhoria das relações humanas; e melhoria da qualidade de produtos e
serviços. (ARAUJO, 2010).
Costa e Rosa (2002, p. 12) destacam a importância da implantação do programa 5S no
canteiro de obras.
A implantação do Programa 5S no Canteiro traz benefícios concretos, pois
os resultados são visíveis e obtidos rapidamente. Além disso, os conceitos
aplicados são muito simples, o programa é participativo e, por isso, promove
o envolvimento de toda equipe de obras. O programa ajuda ainda na
organização e na limpeza das obras, ao mesmo tempo em que provoca a
mudança de comportamento dos profissionais com relação à cultura de
desperdício.
Vários são os benefícios alcançados pelas empresas com a implantação do programa
5S. Dentre os mais importantes, as referidas autoras destacam:
Eliminação do excesso de materiais, ferramentas e objetos;
Maior disponibilidade de espaço no canteiro;
Redução do desperdício;
Economia de tempo;
Diminuição do índice de acidentes na obra;
Reaproveitamento de recursos da obra;
Incentivo do trabalho em equipe;
Melhoria do ambiente de trabalho, tornando-o mais agradável;
Melhoria da aparência do canteiro de obra.
O significado dos 5S’s é explicado na figura 7.
Figura 7 - Os cinco sensos da filosofia 5S
Fonte: http://www.justtraducoes.com.br/blog/saiba-um-pouco-mais-sobre-o-5s-e-os-programas-de-qualidade-
total/. Acesso em: 30 de jul. de 2013.
3.4 MÉTODO DE ARRUMAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS - 5L
Este método foi desenvolvido por uma empresa de consultoria paulista e baseou-se
num trabalho desenvolvido na construtora Wrobel Hilf em 1980 e depois na Método
Engenharia em 1988. Na verdade, ele é uma adaptação do método 5S, desenvolvido pelos
japoneses, para as especificidades da construção civil, conforme explica Fontenelle (2003).
Como citado anteriormente o programa 5S envolve cinco palavras japonesas – Seiri,
Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke: Senso de utilização, senso de ordenação, senso de limpeza,
senso de saúde e senso de disciplina. Como afirma Fontenelle (2003), para evitar que o
trabalhador tivesse que aprender estas palavras em japonês, foi desenvolvida uma analogia
com palavras em português, mas iniciando com a letra L. Que seriam:
Liberação de área;
Localização e arrumação;
Limpeza do canteiro;
Limpeza pessoal e saúde;
Lista de verificação e reconhecimento.
Câmara (2004) cita alguns benefícios que as empresas alcançam quando implementam
o programa do 5L. Dentre eles, pode-se destacar: eliminação do excesso de materiais,
ferramentas e objetos; maior disponibilidade de espaço; redução de desperdício, economia de
tempo; melhora da aparência do canteiro de obras. Ele afirma ainda que o programa é
sinônimo de melhoria continua no ambiente de trabalho e, portanto deve ser praticado todos
os dias.
O 5L pode ser comparado ao desenho de uma espiral, pois é necessário que sejam
efetivados vários ciclos, sempre um após o outro, e de maneira constante para se atingir os
objetivos. (CÂMARA, 2004).
O método 5L assim como o método 5S também pode ser representado como uma
escada de vários lances. Como afirma, Costa e Rosa (2002), cada lance contem cinco degraus:
a empresa tem que percorrer todos os degraus e os lances até que possa haver a mudança de
hábitos, como mostra a figura 8.
Figura 8 - Filosofia 5L no contexto da qualidade total
Fonte: Autoria própria.
A aplicação do método deve ser realizada em dois ou três meses, dependendo do grau
de desorganização da obra e do comprometimento nela existente com a mudança. O ciclo de
organização deverá ser repetido duas ou mais vezes, até que se perceba que o canteiro
adquiriu uma certa estabilidade no que concerne à limpeza e organização. (FONTENELLE,
2003).
O significado de cada L é descrito a seguir:
1°L – Liberação de áreas.
Este, nada mais é que separar as coisas necessárias ao desenvolvimento do trabalho na
obra, dando um destino para aquelas que deixaram de ser úteis, ou seja, dando um jeito nas
coisas desnecessárias, resultando em: liberação de áreas, descarte de ferramentas,
equipamentos, sucatas, armários; reaproveitamento de recursos da obra. (CÂMARA, 2004).
2°L – Localização e arrumação do canteiro.
Conforme ultimo autor, este item se resume em fazer com que as coisas necessárias ao
desempenho das funções dos trabalhadores sejam encontradas com facilidade, rapidez,
segurança e a qualquer momento, dando assim lugar para cada ferramenta. Os resultados
alcançados com a implantação deste L são descritos por Câmara (2004), a seguir: rapidez e
facilidade na busca de materiais e ferramentas; simplificação do trabalho de limpeza;
ambiente harmônico, estético e agradável; diminuição do cansaço físico por movimentação
desnecessária; economia de tempo dos funcionários; melhoria na aparência do canteiro da
obra.
3°L – Limpeza do canteiro e coletiva.
Visa eliminar a sujeira, inspecionando-se os locais para descobrir e atacar as fontes de
problema. Com isso obtém-se: ambiente da obra mais saudável; satisfação dos funcionários
por trabalharem num ambiente limpo; bem-estar pessoal; banheiros e alojamentos limpos.
(CÂMARA, 2004).
4°L – Limpeza pessoal.
Como relata o ultimo autor, este item do programa permite criar condições de trabalho
favoráveis à saúde integra (física, mental e emocional) das pessoas no canteiro de obras. Este
item pode ser associado ao senso de asseio da filosofia 5S, e os resultados obtidos com este
item segundo Costa e Rosa (2002) são: Limpeza pessoal e saúde; Economia no combate a
doenças; Empregados saudáveis e bem dispostos; Redução do absenteísmo; Funcionários
limpos e mais educados.
5° L – Lista de verificação do método.
De acordo com Câmara (2004), o objetivo desta lista é verificar os itens relacionados
com cada L, que obedecem aos critérios e avaliar o grau de implementação que cada um tem.
Com o resultado da lista, são identificados e corrigidos os itens passiveis de melhoria para um
melhor funcionamento do canteiro.
A lista de verificação, (anexo D), proposta pela empresa Neo Labor contém 43 itens,
das quais 3 se referem a liberação de área, 21 avaliam a localização e arrumação, 3 se ferem a
limpeza pessoal dos trabalhadores e 16 itens avaliam a limpeza do canteiro.
A lista em questão considera a pontuação descrita na tabela 1.
Tabela 1 Pontuação de acordo com os critérios avaliados do 5L
PONTUAÇÃO RESULTADO
5 pontos – muito ruim. Não implementado.
15 pontos – razoável. Implementado, mas ainda no inicio, devendo evoluir bastante.
20 pontos – bom. Implementado, mas ainda deve sofrer algumas melhorias.
25 pontos – muito bom. Implementado totalmente.
Fonte: Adaptado de Câmara (2004).
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Para essa pesquisa, optou-se por um estudo de caso, onde inicialmente, houve a fase
exploratória, que consistiu no exame de material já publicado, constituído principalmente de
livros, artigos de periódicos, material disponibilizado na Internet e das normas técnicas que
tratam do tema estudado; num segundo momento, a delimitação do estudo e a coleta de dados;
e, num terceiro estágio, a análise sistemática desses dados, culminando na realização do
relatório.
Portanto quanto aos objetivos a pesquisa pode ser classificada como uma pesquisa
exploratória. Quanto à análise dos dados ela foi caracterizada como qualitativa, pois as
observações da pesquisa foram interpretadas conforme a teoria e experiência profissional do
pesquisador. E do ponto de vista dos procedimentos técnicos ela é classificada como pesquisa
bibliográfica e estudo de caso.
4.2 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS
Para realizar o estudo, foi necessária a aplicação de uma lista de verificação do método
5L, a fim de avaliar o nível de organização e limpeza do canteiro.
A mesma é composta de 43 itens, das quais 3 se referem a liberação de área, 21
avaliam a localização e arrumação, 3 se ferem a limpeza pessoal dos trabalhadores e 16 itens
avaliam a limpeza do canteiro.
A lista em questão considera a pontuação descrita na tabela 1.
Tabela 1 – Pontuação de acordo com os critérios avaliados do 5L.
PONTUAÇÃO RESULTADO
5 pontos – muito ruim. Não implementado.
15 pontos – razoável. Implementado, mas ainda no inicio, devendo evoluir bastante.
20 pontos – bom. Implementado, mas ainda deve sofrer algumas melhorias.
25 pontos – muito bom. Implementado totalmente.
Fonte: Moura et. al (2005).
Para auxiliar na avaliação, foi feito registos fotográficos constando a situação dos
elementos do canteiro.
4.3 TRATAMENTO DOS DADOS
Os dados obtidos com a aplicação da lista de avaliação proposta e com o registro
fotográfico foram descritos e agrupados em liberação de áreas, localização e arrumação,
limpeza do canteiro e limpeza pessoal, conforme foi proposto na lista.
Com a finalidade de identificar possíveis problemas quanto à organização e limpeza
do canteiro foi feita a analise e interpretação desses dados, que consiste em estabelecer a
ligação entre a literatura existente na área com os resultados obtidos no estudo atual.
A partir dos resultados obtidos com a análise e interpretação dos dados foi elaborado
um formulário com as oportunidades de melhoria e por fim foi proposto um plano de ação
afim de melhorar a organização e limpeza do canteiro.
5 ESTUDO DE CASO
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
A empresa escolhida para o trabalho, é uma construtora de pequeno porte que atua no
mercado a cerca de 8 anos. Localizada na cidade de Fortaleza – CE, no bairro Cidade dos
Funcionários, a empresa emprega, atualmente, de forma direta 3 funcionários, e de forma
indireta cerca de 70 funcionários.
Especializada no gerenciamento e execução de obras, a construtora em questão possui
uma vasta gama de obras realizadas, principalmente supermercados, mercantis e
distribuidoras, pelo interior do Estado do Ceará.
5.2 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA
A obra estudada no trabalho é a construção de uma loja, localizada na cidade de
Mossoró estado do Rio Grande do Norte. Após o término da obra, a mesma será destinada a
venda de materiais de construção.
Com uma área de 2593,29 m² a loja possuirá no térreo um salão principal que será
destinado à exposição de pisos, louças sanitárias, acessórios sanitários, tintas, acessórios para
pintura, ferragens, material elétricos, esquadrias, ferramentas e acessórios, bem como uma
área destinada ao crediário, lanchonete, banheiros e áreas de descarga, como ilustrado no
layout da loja, que consta no Anexo F. O pavimento superior contará com escritórios,
banheiros e um auditório, como mostra o Anexo G.
A organização do ponto de vista técnico deste empreendimento se dá da seguinte
forma: 2 engenheiros civis são os responsáveis pela administração geral da obra; 1 engenheiro
de campo, responsável pela produção, auxiliado por 1 estagiário; 1 mestre de obras geral; 1
mestre de obras responsável pela carpintaria e ferragem; 1 apontador/almoxarife;
A obra teve inicio em maço de 2013 e tem duração prevista pra janeiro de 2014.
Atualmente a obra se encontra na fase de execução de lajes, estando a mesma em dia com o
cronograma.
Conforme a fase, o mesmo pode ser classificado como estando em fase inicial. Já de
acordo com sua tipologia como sendo amplo, pois ocupa somente uma parcela relativamente
pequena do terreno. Há disponibilidade de acessos para veículos e de espaços para áreas de
armazenamento e acomodação pessoal.
O canteiro estudado possui os seguintes elementos:
Ligados à produção: Central de concreto, central de produção de fôrmas, central de
produção de armaduras;
De apoio à produção: Almoxarifado, estoque de areia, estoque de brita, estoque de tijolos,
estoque de madeira, estoque de ferragens, estoque de cimento em sacos;
Sistemas de transporte com decomposição de movimento: carrinho e jerica;
De apoio técnico/ administrativo: escritório de engenheiro / mestre de obras;
Áreas de vivência: instalações sanitárias, área de lazer;
Outros elementos: entrada de água, entrada de luz, portão de materiais.
De complementação externa à obra: residência alugada para apoio aos trabalhadores
provenientes de outra cidade;
5.3 LISTA DE VERIFICAÇÃO
Analisando-se os resultados obtidos com a lista de verificação, a pontuação global
para a obra é de 14, sendo 25 a nota máxima, o que representa aproximadamente 60% de
arrumação no ambiente de trabalho.
De acordo com o exposto na tabela 1 a nota geral da obra pode ser considerada
razoável, evidenciando que muitos itens foram implementados, mas como se encontram na
fase inicial ainda, devem evoluir bastante.
A nota geral de arrumação e limpeza do canteiro pesquisado pode ser dividida em
quatro itens: Liberação de áreas; Localização e arrumação; Limpeza do canteiro; e Limpeza
pessoal; conforme visto no quadro 2, a seguir.
Gráfico 1 - Notas referentes aos quesitos de liberação de áreas, localização e arrumação,
limpeza do canteiro e limpeza pessoal.
Fonte: Autoria própria.
O gráfico 1 evidencia que o item localização e arrumação apresenta maior potencial de
melhoria que os demais itens avaliados.
5.3.1 Liberação de áreas.
O quesito referente a liberação de áreas obteve nota 15 o que de acordo com a tabela 1,
pode ser considerada razoável. Um dos itens avaliados quanto ao mesmo recebeu nota mínima
e merece uma maior atenção, que foi a presença de alertas vermelhos dos itens
desnecessários. Já outros podem ser facilmente corrigidos.
Apesar de não ter sido observado a presença de máquinas, equipamentos e ferramentas
desnecessários no canteiro estudado, foi evidenciado um estoque de pedra amarroada (Figura
9) que foi necessária somente na fase da fundação e ainda estava presente no local e também
de um número significativo de materiais que seriam reutilizados no canteiro, mas estavam
desorganizados, como visto na figura 10.
5
10
15
20
25
Liberação de áreas
Localização e arrumação
Limpeza do canteiro
Limpeza pessoal
Média
Figura 9 - Estoque de pedra desnecessário aquela fase da obra
Fonte: Autoria própria.
Figura 10 – Materiais que podem ser reutilizados
Fonte: Autoria própria.
Além disso, foi constatada a presença de restos de madeiras que constituíam entulhos
significativos para a obra, assim como sucatas que estavam presentes no terreno antes mesmo
do inicio da construção e que ainda se encontram na obra, conforme pode ser visualizado nas
figuras 11 e 12 respectivamente.
Figura 11 – Restos de madeira
Fonte: Autoria própria.
Figura 12 – Sucatas
Fonte: Autoria própria.
Os entulhos e sucatas constituem materiais que não tem mais finalidade, na produção
no interior do canteiro de obras e mesmo assim permanecem no local de trabalho, o que leva a
obstrução das vias de circulação e de áreas que poderiam ser aproveitadas.
O descarte adequado desses materiais, além de resultar em liberação de áreas, poderia
gerar benefícios financeiros através da venda dos mesmos.
5.3.2 Localização e arrumação
O quesito referente a localização e arrumação obteve nota 10 o que de acordo com a
tabela 1, pode ser considerada muito ruim. Treze dos vinte e um itens presentes na lista
receberam nota mínima, o que mostra grande preocupação quanto a esse quesito.
O estudo mostra que a áreas de estocagem (Figura 13 e figura 14) e área de descarte
não estavam demarcadas para impedir a utilização, assim como as áreas de perigo (Figura 15),
que além de não estarem demarcadas, também não eram separadas com cores vermelhas.
Ausência de placas de identificação e setas de orientação indicando os principais locais da
obra também foram observadas na avaliação.
Figura 13 – Áreas de estocagem de tijolos sem demarcações para impedir sua
utilização
Fonte: Autoria própria.
Figura 14 – Áreas de estocagem de areia e brita sem demarcações para impedir sua
utilização
Fonte: Autoria própria.
Figura 15 – Áreas de perigo sem demarcação correta
Fonte: Autoria própria.
No que diz respeito à localização de centrais de formas, centrais de armação,
almoxarifado e áreas comuns ficou evidente que o canteiro apresenta uma boa solução nesse
quesito. Contudo, a central de formas e central de armação (Figura 16) não estavam bem
organizadas e identificadas. Além disso, o almoxarifado não possuía identificação nas
prateleiras dos materiais e ferramentas, conforme figura 17.
Figura 16 – Central de formas e central de armação
Fonte: Autoria própria
Figura 17 – Almoxarifado sem identificação dos materiais, ferramentas e
equipamentos
Fonte: Autoria própria
O portão estava bem localizado para recebimento de materiais como areia, brita,
madeira, tijolos. Mas, não estava adequado ao recebimento de ferragens, pois o estoque dos
mesmos se localizava depois das áreas destinadas ao armazenamento de formas e entulhos de
madeira, o que impedia o acesso a essa área, como pode ser visto na figura 18.
Figura 18 – Acesso à área de estocagem de ferragens impedido pela presença de
entulhos e escoras
Fonte: Autoria própria.
5.3.3 Limpeza do canteiro
O quesito referente à limpeza do canteiro obteve nota 13 o que de acordo com a tabela
1, pode ser considerada razoável. Apenas dois itens obtiveram notas ruins, que foi a limpeza
imediata da frente de serviço, assim que fosse gerado entulho e também a prática por parte
dos trabalhadores de 10 minutos de limpeza diária.
Apesar de não ter uma estratégia explicita de limpeza do canteiro, durante a coleta de
dados a obra estava relativamente limpa, apresentando somente algumas áreas isoladas com
poucos entulhos, como mostra as figuras 19 e 20. As sobras de madeira e de aço que podem
ser reutilizados estavam organizadas por tamanho, mas não devidamente identificadas.
O mesmo pode ser dito das áreas de vivencia e áreas comuns, que apesar de não ter
uma pessoa ou grupo de pessoas responsáveis pela limpeza diária dessas áreas, elas se
encontravam razoavelmente limpas.
Figura 19 – Pátio da obra relativamente limpo
Fonte: Autoria própria.
Figura 20 – Área com poucos entulhos
Fonte: Autoria própria.
Como pode ser observados durante a visita, as máquinas, equipamentos, ferramentas
utilizados pelos trabalhadores são limpos no final do dia e entregues ao almoxarife para que
sejam guardadas.
5.3.4 Limpeza pessoal
O quesito referente a limpeza pessoal obteve nota 16,67 o que de acordo com a tabela
1, pode ser considerada razoável.
Os trabalhadores aparentemente praticam higiene pessoal, pois em sua maioria
estavam limpos, de cabelos cortados e barbas feitas. Apesar disso, não existe por parte da
empresa uma estratégia explicita que incentive os horários de limpeza pessoal no canteiro e
fora deles.
No ato da admissão dos trabalhadores, são entregues aos mesmos uniformes em
quantidade suficiente, facilitando assim sua limpeza, já que enquanto um está em uso, o outro
é mantido limpo em sua residência.
Já os EPIs, após o seu uso, em parte são mantidos pela maioria dos trabalhadores na
própria obra, como por exemplo, os capacetes, e aparentemente não são limpos ao final do
dia. Já as botas e outros EPIs são levados pelos trabalhadores para sua residência, mas apesar
disso a limpeza dos mesmos não é tão frequente.
5.4 PLANO DE AÇÃO
O plano de ação foi elaborado com base na avaliação da lista de verificação e dos
registros fotográficos, como recomendado na literatura, o qual está exposto na tabela 2.
Tabela 2 - Plano de ação
ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA DO CANTEIRO
Itens a serem avaliados Data Responsáveis
1 Identificação através de placas, etiquetas e setas dos principais locais do canteiro.
07/2013 Mestre de obras geral
2 Identificação com alertas vermelhos dos itens desnecessários, bem como das áreas de perigo.
07/2013 Mestre de obras geral
3 Utilização de placas identificativas com locais e quantidades mínimas e máximas dos itens presentes nas prateleiras do almoxarifado.
07/2013
Almoxarife
4 Organização do escritório. 07/2013 Engenheiro / Estagiário.
5 Organização e identificação de centrais de forma e de aço.
07/2013
Mestre de obras responsável pela
carpintaria e ferragem.
6 Criação e demarcação de áreas específicas para estocagem dos materiais e áreas de descarte.
07/2013
Mestre de obras geral
7 Separação, organização e identificação das sobras de madeira e de aço que podem ser reaproveitadas.
07/2013
Servente
8 Retirada periódica dos entulhos através de caçamba. 07/2013 Servente
9 Demarcação das vias de acesso para impedir sua utilização.
07/2013 Mestre de obras geral
10 Incentivo à pratica de 10 minutos de limpeza diária por parte dos trabalhadores.
07/2013 Engenheiro
11 Nomeação de um trabalhador para limpeza diária das áreas de vivencia e áreas comuns do canteiro.
07/2013 Mestre de obras geral
O plano de ação deve ser acompanhado pelo gestor da obra para que cada responsável
realize as ações planejadas no prazo estabelecido. Além disso, ele também será responsável
pelos recursos necessários para que cada item do plano seja modificado.
Após a implementação das ações, deverá ser realizado, repetidas vezes, outro
diagnóstico e plano de ação.
O ciclo de organização deverá ser repetido duas ou mais vezes, até que se perceba que
o canteiro adquiriu certa estabilidade no que concerne à limpeza e organização, como
recomendado em literatura existente.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A nota geral do canteiro foi 14 sendo 25 a nota máxima, que representa
aproximadamente 60% de arrumação no ambiente de trabalho. Isso significa que apesar de
observado alguns esforços na arrumação do ambiente de trabalho, ainda carece de
investimentos na organização do mesmo.
No geral, os vários elementos do canteiro estavam bem localizados e arrumados. As
áreas de estocagem de formas e armações estavam bem dispostas, entretanto, não
apresentavam uma organização. O mesmo pode ser dito das áreas de vivencia, áreas de apoio
técnico e áreas de apoio à produção.
Quanto à limpeza, apesar do canteiro não ter uma estratégia explicita, durante a coleta
de dados a obra estava relativamente limpa. Os trabalhadores aparentemente praticavam
higiene pessoal, entretanto, não existia por parte da empresa uma estratégia explicita que
incentivasse os horários de limpeza pessoal no canteiro e fora deles.
Durante o preenchimento da lista de verificação na pesquisa de campo foi percebido
que alguns itens e critérios não apresentavam a clareza suficiente para quem estava aplicando
o instrumento de avaliação. Além disso, foi observado um potencial de melhoria na lista com
a introdução de alguns itens.
Sendo assim, sugere-se que o item de liberação de área seja modificado e introduzido
mais quatro itens que seriam:
Projetos, papéis e formulários;
Material de expediente (canetas, lápis, grampeadores, etc);
Entulhos e sucatas;
Materiais.
Quanto aos critérios de avaliação referentes aos itens materiais e peças, e máquinas,
ferramentas e equipamentos, seja modificado para: presença de elementos desnecessários na
fase da obra.
As sugestões de mudança do modelo de avaliação foram elaboradas com base na lista
de verificação proposta pela empresa Neo Labor e adaptada para a realidade da obra em
questão (Anexo E).
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do Norte, Natal, 2009.
PEREIRA, Claudia Clemente et al. Processos da qualidade aplicado à produção de dutos
de ar condicionado: um estudo sobre a efetividade na aplicação da qualidade como
estratégia e eficácia operacional em uma fábrica x de Pernambuco. In: VIII Convibra
Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração, 2011. Disponível em:
<http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_2931.pdf> Acesso em: 15 ago. 2013.
PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat. Sistema de
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SAURIN, Tarcisio Abreu; FORMOSO, Carlos Torres. Planejamento de canteiros de obra e
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SILVA, Diana Matias Carvalho. A certificação segundo a norma ISO 9001 na perspectiva
do cliente. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade do Minho,
Braga, 2011.
SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de et al. Recomendações Gerais quanto à Localização e
Tamanho dos Elementos do Canteiro de Obras. São Paulo, EPUSP/PCC, 1997. 26p.
(Boletim Técnico da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de
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THOMAZ, Ercio. Tecnologia, gerenciamento e qualidade na construção. Co-edição
IPT/EPUSP/Editora Pini. São Paulo, 2001. p.449.
ANEXO E – Lista de verificação do método 5L proposta
Obra
Data
Responsável pela avaliação
PASSOS NOTA
Liberação das áreas
Localização e arrumação
Limpeza do canteiro
Limpeza pessoal
ITEM DE VERIFICAÇÃO CRITERIO DE AVALIAÇÃO 05 15 20 25
Materiais e peças. Presença de elementos
desnecessários na fase da obra
Máquinas, ferramentas e
equipamentos.
Presença de elementos
desnecessários na fase da obra
Plantas, papeis, formulários. Presença de materiais
desnecessários no local de trabalho.
Material de expediente (canetas,
lápis, grampeadores, etc.).
Quantidade excessiva de materiais
no local de trabalho.
Entulhos e sucatas. Presença de elementos sem uso na
área.
Materiais. Presença de materiais que podem
ser aproveitados em outras áreas da
obra.
Alerta vermelho. Todos os itens desnecessários são
identificados regularmente.
LIBERAÇÃO DE ÁREAS TOTAL DE PONTOS
ITEM DE VERIFICAÇÃO CRITERIO DE AVALIAÇÃO 05 15 20 25
Placas / Etiquetas identificação Há placas identificando os
principais locais do canteiro.
Almoxarifados Prateleiras estão identificadas com
locais/ quantidade min. E máx. de
estoques dos principais itens.
Setas de orientação Existem setas identificativas para
os principais locais.
Máquinas, equipamentos e
ferramentas.
Estão identificados.
Quadros de endereços dos itens
armazenados, áreas.
Está atualizado e bem identificado.
Utilização de cores na
comunicação com os
trabalhadores
Está sendo usado com variedade.
Áreas de perigo. Demarcadas e separadas com cores
vermelhas / Existe PCMAT.
Áreas de estocagem. Demarcadas para impedir sua
utilização.
Vias de acesso. Demarcadas para impedir sua
utilização.
Áreas de descarte Demarcadas para impedir a sua
utilização.
Bebedouros e sanitários. Bem localizados, fácil acesso, boa
manutenção.
Localização do almoxarifado Perto do recebimento / distribuição
/ fácil acesso / e movimentação.
Localização de centrais de aço e
formas.
Perto do recebimento / distribuição
/ fácil acesso / e movimentação.
Localização de áreas
comuns (lazer, refeitório,
vest.)
Dimensões, ventilação, iluminação.
Localização dos portões,
recebimentos
Fácil acesso, próximos dos
equipamentos de movimentação.
Terra na obra e locais sem
pavimentação.
Presença de terra/ areia na obra
Organização de centrais de
formas e aços
Ordem, localização e identificação
correta dos índices.
Organização de salas e
escritórios.
Ordem, localização e identificação
correta dos índices.
Sinalização promocional de
marketing
Visualização, manutenção e
localização.
Comunicação com
trabalhadores (cartazes,
quadros).
Visualização, manutenção e
localização.
Instalações provisórias e
centrais.
Segurança, ausência de gambiarras
e manutenção.
LOCALIZAÇÃO E
ARRUMAÇÃO
TOTAL DE PONTOS
ITEM DE VERIFICAÇÃO CRITERIO DE AVALIAÇÃO 05 15 20 25
Pisos de circulação de materiais
e pessoas.
Está sempre limpo
Máquinas, equipamentos e
ferramentas.
São mantidos limpos
Posto de trabalho (frente de
serviço)
São limpos imediatamente sempre
que geram entulho ou lixo
Áreas de vivência e áreas
comuns
São mantidos limpos
Vias de acesso da obra Permanecem desobstruídos.
Cozinhas/ refeitórios Existe sobras de alimento.
Dez minutos de limpeza Todos estão praticando.
Ferramentas e material de
limpeza Estão acessíveis e visíveis.
Entulhos São retirados periodicamente e
recolhidos no local adequados.
Reaproveitamento de madeira Sobras organizadas e de fácil
identificação
Reaproveitamento de aço Sobras organizadas e de fácil
identificação
Limpeza de carrinhos e
ferramentas
Manutenção, pintura e sistema de
responsabilidade definido.
Estado de sacarias (produtos
armazenados em sacos)
Ausência de sacos furados, bom
empilhamento e boa identificação.
Estado de caixas (cerâmicas, Ausência de caixas rasgadas, bom
metais, etc) empilhamento e boa identificação.
Manutenção das instalações
comuns da organização
Pintura, identificação e sistema de
responsabilidade bem definido.
Tapumes (manutenção e
organização)
Pintura, manutenção e aspectos
visuais.
LIMPEZA DO CANTEIRO TOTAL DE PONTOS
ITEM DE VERIFICAÇÃO CRITERIO DE AVALIAÇÃO 05 15 20 25
Trabalhadores Praticam higiene pessoal / Fazem
exames médicos periódicos / existe
conscientização pela empresa
EPIs São mantidos diariamente limpos
pelos trabalhadores
Uniformes São mantidos limpos / são
entregues em quantidade suficiente
LIMPEZA PESSOAL TOTAL DE PONTOS