UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides....

161
i UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA MESTRADO EM QUÍMICA ESTUDOS BIOLÓGICOS DOS EXTRATOS E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA LAURACEAE KLENICY KAZUMY DE LIMA YAMAGUCHI MANAUS - 2011

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides....

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,

i

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIEcircNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PESQUISA E POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM QUIacuteMICA

MESTRADO EM QUIacuteMICA

ESTUDOS BIOLOacuteGICOS DOS EXTRATOS E COMPOSICcedilAtildeO QUIacuteMICA DOS

OacuteLEOS ESSENCIAIS DE ESPEacuteCIES DA FAMIacuteLIA LAURACEAE

KLENICY KAZUMY DE LIMA YAMAGUCHI

MANAUS - 2011

ii

KLENICY KAZUMY DE LIMA YAMAGUCHI

ESTUDOS BIOLOacuteGICOS DOS EXTRATOS E COMPOSICcedilAtildeO QUIacuteMICA DOS

OacuteLEOS ESSENCIAIS DE ESPEacuteCIES DA FAMIacuteLIA LAURACEAE

Orientador Profo Dr Valdir Florecircncio da Veiga Junior

MANAUS - 2011

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Quiacutemica da Universidade Federal do Amazonas como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Quiacutemica aacuterea de concentraccedilatildeo

Quiacutemica Orgacircnica

iii

KLENICY KAZUMY DE LIMA YAMAGUCHI

ESTUDOS BIOLOacuteGICOS DOS EXTRATOS E COMPOSICcedilAtildeO QUIacuteMICA DOS

OacuteLEOS ESSENCIAIS DE ESPEacuteCIES DA FAMIacuteLIA LAURACEAE

Aprovada em 02 de agosto de 2011

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Quiacutemica da Universidade Federal do Amazonas como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Quiacutemica aacuterea de concentraccedilatildeo

Quiacutemica Orgacircnica

iv

Aacute minha amada matildee Auxiliadora

Yamaguchi por todo o carinho e amor

destinados a mim Ela que abriu matildeo da

minha companhia em prol da minha

educaccedilatildeo sempre esteve presente em minha

vida Dedico-a todas as vitoacuterias

conquistadas ao longo dos anos

v

AGRADECIMENTOS

O mestrado eacute um momento em que o tempo passa muito raacutepido acompanhado

de disciplinas experimentos e prazos Os ensinamentos adquiridos durante todos

esses 24 meses natildeo podem ser mensurados nem expressos apenas nos resultados

e discussatildeo deste trabalho Mas na tentativa de demonstraacute-los eis meus

agradecimentos

Agrave Deus por tantas becircnccedilatildeos concedidas ao longo da minha vida A todas as

oportunidades que tive de crescer como pessoa e da forccedila nos momentos mais

difiacuteceis sempre colocando na minha vida sinais de Seu infinito amor e de suas

orientaccedilotildees

Aacute minha famiacutelia alicerce fundamental no decorrer dessa caminhada em

especial agrave meus pais Katsuo e Auxiliadora Yamaguchi por terem me dado uma

base de educaccedilatildeo caraacuteter e amor Vocecircs satildeo a aacutervore e eu apenas um fruto que

reflete a criaccedilatildeo que vocecircs deram para a nossa famiacutelia

Ao meu companheiro de mestrado arquiteto querido Kendy Yamaguchi por

compartilhar comigo os mais diversos momentos durante o mestrado

Agrave minha amada irmatilde Kenne Yamaguchi que mesmo estando em Coari

(assim como toda a famiacutelia) sempre esteve perto de mim me dando forccedila para

continuar seguindo em frente

Aos meus cunhados Antocircnia e Miro Yamaguchi por me apoiarem e sempre

terem palavras de conforto e incentivo

Aos meus padrinhos Cosmo Geralda e Mariza agrave minha tia Nely meus tios e

primos por sempre torcerem por mim e pela energia positiva que vocecircs enviaram (e

enviam) me dando forccedila em todas as situaccedilotildees

Aos meus amigos antigos Enio Daiana Goacutees Leandro e Fernando Brasil

Nessa correria que eacute o mestrado vocecircs sempre estiveram comigo As ligaccedilotildees

mensagens e visitas me fortaleceram e fizeram com que eu sempre me sentisse

amada

Agrave minha famiacutelia cientiacutefica

Vocecircs satildeo o presente que Deus me deu Eu natildeo teria como selecionar tatildeo bem

pessoas tatildeo especiais como vocecircs

Professor Valdir Veiga Junior por ser muito mais que um orientador por ser

um pai Sempre com seu ombro amigo seu abraccedilo acolhedor e seus valorosos

conselhos me acompanhando desde a iniciaccedilatildeo cientiacutefica Realmente fazer ciecircncia

natildeo eacute faacutecil mas um dia eu aprendo

Joelma Alcacircntara minha matildee minha amiga minha cara metade Sua

sinceridade UacuteNICA reflete a grandeza que eacutes Os conselhos os incentivos as

brincadeiras e os momentos de descontraccedilatildeo foram situaccedilotildees que guardarei para

sempre Obrigada pelos valorosos momentos ao seu lado

vi

Priscilla Oliver e Lidiam natildeo haacute como agradecer em algumas palavras todo o

carinho que sinto Vocecircs satildeo a sorte que a vida me deu Minhas irmatildes do coraccedilatildeo

que somente Deus com todo o seu amor poderia me dar

Milena Campelo Paula Barbosa e Luciana Freire obrigada por todo o

companheirismo que nos acompanham desde a graduaccedilatildeo Vocecircs sempre

estiveram ao meu lado

Igor e Carol Priscila e Victor Andreacute e Eacuterika obrigada pelos momentos

compartilhados Fico feliz por tecirc-los perto de mim e pelas experiecircncias adquiridas

Ao grupo de pesquisa Q-Bioma como um todo a todos os membros Somos

uma famiacutelia cientiacutefica e mesmo com todas as diferenccedilas a uniatildeo sempre

prevaleceraacute

Agrave todos os meus companheiros de mestrado em Quiacutemica em especial

Nerilson Masques Obrigada pela companhia e amizade durante todo o curso

Somente a gente sabe quantas noites passamos em claro estudando para fazer as

listas acordando com olheiras e madrugando para natildeo perdermos os horaacuterios Vocecirc

eacute muito importante na minha vida

Aos professores Afonso Duarte e Rita Nunomura pela amizade carinho

valorosos conselhos e incentivos Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Obrigada por

estarem na minha vida

Professores Marcos e Cristine Machado pelo exemplo de profissionais que

satildeo sempre esforccedilando-se e pensando na qualidade da aprendizagem Acompanha-

los nas disciplinas me ajudou muito no perfil de profissional que quero ser

Aos professores Ary Cavalcante e Roberto Castilho por todos os conselhos e

incentivos

Ao Hector Koolen por toda a paciecircncia acompanhando-me no espectrocircmetro

de massa e pelas dicas e incentivos nos experimentos

A pessoa que hoje eu sou traz um pouco de cada um de vocecircs

vii

Para ser grande secirc inteiro nada

Teu exagera ou exclui

Secirc todo em cada coisa Potildee quanto eacutes

No miacutenimo que fazes

Assim em cada lago a lua toda

Brilha porque alta vive

Fernando Pessoa

viii

RESUMO

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das famiacutelias mais importantes na floresta amazocircnica apresentando um nuacutemero expressivo de espeacutecies com diversas utilizaccedilotildees devido a qualidade dos seus produtos naturais Quimicamente as espeacutecies desta famiacutelia caracterizam-se pela presenccedila de alcaloacuteides neolignanas flavonoacuteides terpenos e fenilpropanoacuteides Este estudo contribui para a anaacutelise do perfil quiacutemico dos trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e Rhodostemonodaphne atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos e oacuteleos essenciais contribuindo para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras Neste trabalho foi realizado prospecccedilatildeo fitoquiacutemica anaacutelise do perfil alcaloiacutedico por cromatografia em camada delgada (CCD) e espectrometria de massa (EM) dos extratos etanoacutelicos identificaccedilatildeo dos constituintes do oacuteleo essencial e verificaccedilatildeo das atividades anticolinesteraacutesica antioxidante e citotoacutexica dos extratos etanoacutelicos das espeacutecies E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R crenaticupula As espeacutecies foram coletadas na Reserva Ducke em Manaus e separadas para obtenccedilatildeo de oacuteleos essenciais e extratos etanoacutelicos Estes foram analisados quanto as atividades quiacutemicabioloacutegicas e submetidos a particcedilotildees aacutecido-base para obtenccedilatildeo de fraccedilotildees enriquecidas de alcaloacuteides O perfil alcaloiacutedico foi analisado por CCD utilizando reveladores especiacuteficos e por EM Os oacuteleos essenciais foram analisados por CG-DIC e CG-EM Confirmou-se que a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos e aporfiacutenicos Os rendimentos dos oacuteleos essenciais obtidos por hidrodestilaccedilatildeo em clevenger modificado variaram de 002 a 429 sendo Endlicheria citriodora a espeacutecie que apresentou maior rendimento 25 nos galhos e 43 nas folhas tendo como constituinte majoritaacuterio o geranato de metila (acima de 93) elucidado por CG-DIC CG-EM RMN1H e RMN 13C Os oacuteleos essenciais das outras espeacutecies apresentaram rendimento inferior a 1 e como constituinte majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido A atividade antioxidante foi avaliada atraveacutes da capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPHbull) utilizando quercetina como padratildeo externo expressos como valores de concentraccedilatildeo eficiente (CE50)Os extratos de Ocotea minor foram os que apresentaram maior potencial antioxidante (CE50=731 plusmn 032 μgmL) A anaacutelise qualitativa da atividade anticolinesterase foi realizada de acordo com o meacutetodo de Ellman (modificado) com resultados negativos para inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado positivo A atividade antitumoral foi avaliada contra quatro linhagens de ceacutelulas (leucemia mama coacutelon e glioblastoma) segundo o meacutetodo de MossmanNenhum dos extratos testados apresentou atividade citotoacutexica pronunciada

Palavras-chave Floresta Amazocircnica Lauraceae alcaloacuteide oacuteleo essencial

ix

ABSTRACT

The family Lauraceae is one of the most important families in the Amazon

rainforest featuring an significant number of species with different uses due to the

quality of products naturalThe species this family are Chemically characterized by

the presence of alkaloids neolignans flavonoids terpenes and phenylpropanoids

This study contributes to the analysis of the chemical profile of the three genera

Endlicheria Ocotea and Rhodostemonodaphne about directing the investigations on

the chemical composition of extracts and essential oils contributing to the screening

of promising genera and species This work was carried out prospecting

phytochemical alkaloid profile analysis by thin layer chromatography (TLC) and

mass spectrometry of the ethanol extracts identification of the essential oil and

analysis of activities anticholinesterase antioxidant and cytotoxic of ethanolic

extracts of E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R

recurva and R crenaticupula The species were collected in Reserva Ducke in

Manaus The material was separated to obtain essential oils and ethanolic extracts

These were analyzed for chemical biological activities and subjected to acid-base

partition to obtain enriched fractions of alkaloids The alkaloid profile was analyzed

by mass spectrometry and TLC with revealing specific The essential oils were

analyzed by GC-FID and GC-MS It was confirmed the high presence of alkaloids in

the genus Ocotea and low in species Endlicheria and Rhodostemonodaphne In

mass spectrometry the peaks mz 300 and 330 were present in most fractions and

may correspond to the type alkaloids Benzylisoquinolines and Aporphines The yields

of essential oils obtained by hydrodistillation in Clevenger modified ranged from

002 to 429 The specie Endlicheria citriodora was the highest yield 25 in the

branches and 43 in the leaves The Methyl geranate was the major constituent

(above 93) elucidated by GC-FID GC-MS RMN1H and RMN 13C The essential

oils from other species showed less than 1 yield and caryophyllene and its oxide

were the major constituents The antioxidant activity was assessed by sequestering

ability of the stable radical 22-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPHbull) using quercetin as

external standard expressed as effective concentration values (EC50) The extracts

of Ocotea minor presented the best antioxidant potential (EC50 = 731 plusmn 032 μg

mL) Qualitative analysis of anticholinesterase activity was performed according to

the method of Ellman (modified) with negative results for inhibiting the enzyme

acetylcholinesterase The branches of the three species of Ocotea were positive The

antitumor activity was evaluated against four cell lines (leukemia breast colon and

glioblastoma) by the method of Mossman None of the extracts tested showed

pronounced cytotoxic activity

Keywords Amazon forest Lauraceae alkaloid essential oil

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Laruraceae

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanas

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Figura 7 Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

Figura 8 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

Figura 9 Biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria

Figura 14 Estruturas isoladas de Endlicheria sericeae

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

Figura 20Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo

brasileira

Figura 21 Estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividade canceriacutegenas

derivadas de fontes vegetais

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

Figura 25 a 31 Placas cromatograacuteficas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

xi

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 01 Ciclo biossinteacutetico dos metaboacutelitos secundaacuterios

Esquema 02 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido

graxo insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido

lipiacutedico)

Esquema 03 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais

peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela

vitamina C originando o radical ascorbila

Esquema 04 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos

extratos e dos oacuteleos essenciais

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Tabela 02 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Tabela 4a Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol

Tabela 4b Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

Tabela 05 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e

flavonoacuteides

Tabela 06 Anaacutelise das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massas

Tabela 07 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares

de alcaloacuteides isolados em Lauraceae

Tabela 08 Rendimento dos oacuteleos essenciais ()

Tabela 09 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN (δ em ppm CDCl3 500MHz)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rhodostemonodaphne

recurva

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das

folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre

DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em

μgmL

Tabela 19 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Tabela 20 Resultado as avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina

xiii

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo16

2 Objetivos

21 Geral18

22 Especiacuteficos18

3 Revisatildeo da bibliograacutefica

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil19

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu22

321 Metaboacutelitos secundaacuterios 25

3211 Neolignanas28

3212 Alcaloacuteides32

3213 Flavonoacuteides35

3214 Terpenoacuteides e Fenilpropanoacuteides38

322 Gecircneros43

3221 Endlicheria Nees43

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki44

3223 Ocotea Aublet46

33 Atividades quiacutemicabioloacutegicas51

331 Atividades Antioxidantes 51

3311 Radicais Livres51

3312 Antioxidantes54

3313 Avaliaccedilatildeo das atividade Antioxidante utilizando radical livre DPPH56

332 Citotoxicidade 58

3321 Letalidade em Artemia salina Leach58

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais60

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase63

34 Meacutetodos cromograacuteficos67

341 Cromatografia em Camada Delgada68

342 Cromatografia Gasosa69

xiv

4 Metodologia

41 Coleta70

42 Obtenccedilatildeo dos extratos71

43 Prospecccedilatildeo72

431 Fenoacuteis72

432 Flavonoacuteides72

433 Alcaloacuteides72

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas73

441 Obtenccedilotildees da fraccedilatildeo alcaloiacutedica73

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD74

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por espectrometria de massa74

45 Oacuteleo essencial75

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo75

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais75

4521 Anaacutelise em CG-DIC75

4522 Anaacutelise em CG-EM76

4523 Anaacutelise por RMN76

453 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais76

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos78

461Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase78

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH78

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante79

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante79

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia Salina Leach81

464 Atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais 81

5 Resultados e discussatildeo83

51 Rendimento do extrato83

52 Prospecccedilatildeo Fitoquiacutemica84

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica86

531 Rendimento da Particcedilatildeo86

532 Anaacutelise por CCD87

533 Anaacutelise por espectrometria de massa96

54 Oacuteleo essencial101

xv

541 Rendimento101

5411 Endlicheria102

5412 Ocotea105

5413 Rhdostemonodaphne110

55 Atividades Quiacutemicabiologias114

551 Atividade antioxidante114

5511 Qualitativa116

5512 Quantitativa116

552 Atividade citotoacutexica121

5521 Letalidade em Artemia Salina121

5522 Citotoacutexica em ceacutelulas de linhagem tumoral121

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase122

6 Consideraccedilotildees finais 125

7 Referecircncias bibliograacuteficas 127

8 Anexos146

16

INTRODUCcedilAtildeO

As plantas constituem uma das mais importantes fontes de substacircncias

quiacutemicas orgacircnicas apresentando variadas classes com interesses cientiacuteficos

devido agraves suas propriedades bioloacutegicas e quiacutemicas Na busca por novos faacutermacos

os produtos naturais destacam-se pela diversidade estrutural e assim as plantas

satildeo candidatas importantes para a prospecccedilatildeo de novos compostos bioativos

(Giordani et al 2008)

Verifica-se que a Amazocircnia mesmo possuindo uma grande diversidade

bioloacutegica apresenta poucos estudos em relaccedilatildeo agrave quantidade de espeacutecies

presentes nas florestas (Nodori amp Guerra 2004)

A famiacutelia Lauraceae destaca-se na Floresta Amazocircnica pelo endemismo e uso

econocircmico em virtude da boa qualidade da madeira do alto valor comercial que

alcanccedilam seus oacuteleos essenciais (Quinet amp Andreata 2002) e da presenccedila de uma

importante classe de metaboacutelitos que satildeo os alcaloacuteides responsaacuteveis por diversas

atividades terapecircuticas Mais de 400 alcaloacuteides jaacute foram identificados em 189

espeacutecies de Lauraceae Segundo Zanin e Lordello (2007) cerca de 54 alcaloacuteides

aporfinoacuteides com pronunciada bioatividade foram isolados no gecircnero Ocotea Dentre

as atividades bioloacutegicas mais citadas pode-se destacar a capacidade antioxidante

atividade antiinflamatoacuteria analgeacutesica e cardiovascular

Lauraceae apresenta espeacutecies utilizadas em grande escala como o abacate

(Persea americana) a canela (Cinnamomum verum) e espeacutecies aromaacuteticas

utilizadas para perfumaria como as extraiacutedas de canela-sassafraacutes (Ocotea odoriacutefera)

e pau rosa (Aniba rosaeodora) sendo dessa forma utilizada internacionalmente

17

Considerando as pesquisas em isolamento de compostos bioativos e a

importacircncia da famiacutelia Lauraceae na Floresta Amazocircnica uma pesquisa sobre

espeacutecies desta famiacutelia que ainda natildeo foram analisadas cientificamente torna-se

importante para a investigaccedilatildeo de novas substacircncias presentes nos extratos e na

composiccedilatildeo quiacutemica de oacuteleos essenciais Neste trabalho seratildeo analisadas sete

espeacutecies de Lauraceae distribuiacutedas em trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e

Rhodostemonodaphne visando desvendar parte da imensa diversidade bioloacutegica da

floresta Amazocircnica e buscando a possibilidade de serem observadas atividades

bioloacutegicas pronunciadas

18

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Descrever a composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais e atividades quiacutemicas

e bioloacutegicas de extratos etanoacutelicos de espeacutecies da famiacutelia Lauraceae

22 Objetivos especiacuteficos

Verificar a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes de meacutetodos de prospecccedilatildeo dos

extratos etanoacutelicos comparando os diferentes extratos das plantas

estudadas

Analisar o perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas atraveacutes de espectrometria de massa

Analisar o perfil cromatograacutefico (CG-DIC e CG-EM) dos oacuteleos essenciais das

cascas folhas e galhos das sete espeacutecies

Verificar as atividades inibidora da enzima acetilcolinesterase antioxidante

frente ao radical livre DPPH e citotoacutexica sobre Artemia salina e ceacutelulas de

linhagem tumoral dos extratos etanoacutelicos

19

3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil

A natureza tem produzido a maioria das substacircncias orgacircnicas conhecidas

Dentre os diversos reinos da natureza o reino vegetal eacute o que tem contribuiacutedo de

forma mais significativa para o fornecimento de metaboacutelitos secundaacuterios muitos

destes de grande valor agregado devido As suas aplicaccedilotildees como medicamentos

cosmeacuteticos alimentos e agroquiacutemicos (Phillipson amp Anderson 1998)

A espeacutecie humana se aproveita de uma fraccedilatildeo muito pequena das plantas com

as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra O reino vegetal

ainda permanece como uma grande incoacutegnita cujos misteacuterios comeccedilam a serem

desvendados Natildeo pode existir vida na terra sem a presenccedila de plantas e estudaacute-

las sob qualquer que seja a oacutetica cientiacutefica eacute parte do domiacutenio da quiacutemica de

Produtos Naturais (Pinto et al 2002)

Os produtos naturais satildeo utilizados desde tempos imemoriais na busca por

aliacutevio e cura de doenccedilas pela ingestatildeo de ervas e folhas talvez tenha sido uma das

primeiras formas de utilizaccedilatildeo de produtos naturais A natureza sempre despertou

no homem um fasciacutenio encantador natildeo soacute pelos recursos oferecidos para sua

alimentaccedilatildeo e manutenccedilatildeo mas por ser sua principal fonte de inspiraccedilatildeo e

aprendizado (Viegas Jr amp Bolzani 2006)

Ao longo do tempo a humanidade selecionou apenas cerca de 300 plantas

para a alimentaccedilatildeo e de um pouco mais de uma centena obteve princiacutepios ativos

puros para o tratamento de doenccedilas Estes nuacutemeros satildeo bem modestos quando se

estaacute diante de um universo superior a 250000 espeacutecies de plantas superiores

20

Verifica-se que as atividades da fitoquiacutemica podem contribuir significativamente

para a concretizaccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel de um paiacutes atraveacutes da

investigaccedilatildeo da flora da divulgaccedilatildeo e geraccedilatildeo de novos conhecimentos e da

formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados (Braz Filho 2010)

A preocupaccedilatildeo com a busca de aplicaccedilatildeo para as moleacuteculas isoladas de

fontes naturais atraveacutes do seu uso como modelos quiacutemicos para a induacutestria eacute uma

nova tendecircncia que enfatiza a realizaccedilatildeo de trabalhos em colaboraccedilatildeo O valor

potencial da biodiversidade brasileira encarada como fonte de produtos de alto valor

agregado requer poliacuteticas que garantam a sua exploraccedilatildeo de forma racional (Pinto

et al 2002)

Estima-se a existecircncia de 250000 espeacutecies de plantas superiores Cerca de

80 da populaccedilatildeo dos paiacuteses subdesenvolvidos e em desenvolvimento continuam

completamente dependentes da medicina caseira utilizando vegetais para as

necessidades primaacuterias de sauacutede Tem sido estimado que somente de 5-15 destas

espeacutecies foram investigadas restando uma fonte natural de inuacutemeros organismos

vivos contendo significativo nuacutemero de substacircncias ineacuteditas e forte potencial de

produtos naturais bioativos incluindo-se fontes de mateacuterias-primas para o

desenvolvimento de novos faacutermacos (Braz Filho 2010)

A magnitude da biodiversidade brasileira natildeo eacute conhecida com precisatildeo tal a

sua complexidade estimando-se a existecircncia de mais de dois milhotildees de espeacutecies

distintas de plantas animais e microorganismos (Nodari amp Guerra 2004)

Soacute um trabalho cientiacutefico integrado de todos os grupos existentes no paiacutes

poderaacute num tempo limite propiciar o conhecimento real da diversidade quiacutemica dos

ambientes tropicais e auxiliar nos estudos futuros sobre o perfil metaboacutelico e

21

associaccedilotildees com perfil macromolecular das espeacutecies de interesse de nossa biota

(Pinto et al 2002)

Nesse contexto a varredura dos extratos brutos antes do isolamento eacute uma

metodologia que auxilia no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a

composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo para a triagem de gecircneros e

espeacutecies promissoras Esse perfil caracteriza o grupo de pesquisa Q-Bioma um

grupo de pesquisa fitoquiacutemico da Universidade Federal do Amazonas que visa

inicialmente analisar o perfil dos extratos para posteriormente selecionar as fraccedilotildees

de interesse

22

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu

A famiacutelia Lauraceae eacute apontada no Brasil como uma das mais representativas

tanto em nuacutemero de indiviacuteduos quanto em riqueza de taacutexons nos inventaacuterios

floriacutesticos e fitossocioloacutegicos realizados em aacutereas de florestas bem preservadas do

paiacutes (Vattimo-Gil1959 Kurtz 2000) sendo considerada uma das famiacutelias mais

primitivas pertencentes agrave divisatildeo Magnoliophyta ( Marques et al 2001) Possuem

distribuiccedilatildeo pan tropical sendo bem representadas na Ameacuterica Aacutesia Tropical

Austraacutelia e Madagascar e no sul da Aacutefrica conforme a figura 1 Possuem cerca de

50 gecircneros e 2500 espeacutecies sendo que no Brasil existem cerca de 400 espeacutecies

distribuiacutedas em 25 gecircneros contribuindo assim com cerca de 16 do total dessas

espeacutecies (Barroso et al 2002) Nas Ameacutericas ocorrem cerca de 29 gecircneros e 900

espeacutecies A famiacutelia eacute frequumlente em florestas tropicais com algumas espeacutecies

habitando grandes altitudes mas a grande diversidade ocorre em terras baixas da

Amazocircnia e Ameacuterica Central (Rohwer 1993)

Figura 1 ndash Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia LauraceaeFONTE Missouri Botanical Garden

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das que apresenta maior importacircncia econocircmica em

todo o mundo com um nuacutemero expressivo de espeacutecies que apresentam uma grande

diversidade de usos com destaque para as que possuem utilizaccedilatildeo medicinal e na

23

induacutestria sendo utilizada na culinaacuteria na fabricaccedilatildeo de papel marcenaria e

construccedilatildeo civil na induacutestria quiacutemica e na medicina popular (Marques 2001)

O potencial econocircmico das espeacutecies dessa famiacutelia eacute conhecido desde os

tempos remotos atraveacutes de documentos da China de 2800 aC onde jaacute era

empregado o oacuteleo de Cinnamomum camphora (L) JPresl e de outras espeacutecies

deste gecircnero na medicina (Sangirardi Jr 1984) Segundo Quinet (2002) as folhas

de Laurus nobilis L o loureiro eram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para

confeccionar coroas com as quais se homenageavam guerreiros e atletas

vitoriosos e estatildeo entre os condimentos mais conhecidos da culinaacuteria de todo o

mundo Os primeiros registros relativos agrave utilizaccedilatildeo das espeacutecies desta famiacutelia

influenciaram o nome de muitos gecircneros que fazem uma alusatildeo agravequela eacutepoca como

o gecircnero Phoebe que tem seu nome relacionado ao deus Apolo e Laurus L que vecircm

do celta ldquolausrdquo e significa louvor em grego (Barroso et al 2002)

A casca ou o fruto de algumas espeacutecies satildeo usadas como condimentos (

Dicypellium caryophyllaceum) ou para fazer chaacute (Licaria puchury-major e Aniba

canelilla) Espeacutecies utilizadas em grande escala satildeo o abacate (Persea americana)

a canela (Cinnamomum verum) e o louro (Laurus nobilis) A madeira de Lauraceae eacute

amplamente explorada em diversas regiotildees Na Amazocircnia a itauacuteba (Mezilururs spp)

eacute a madeira preferida para construccedilatildeo de embarcaccedilotildees devido a sua alta

durabilidade e resistecircncia Diversas outras espeacutecies constituem o principal produto

madeireiro comercializados em Manaus sob o nome de ldquolourordquo (Ribeiro et al 1999)

O alto valor econocircmico das espeacutecies tem levado a uma exploraccedilatildeo crescente

ao longo dos anos (Marques 2001) O interesse econocircmico nos oacuteleos essenciais eacute

devido ao uso induacutestrial podendo-se destacar espeacutecies dos gecircneros Ocotea

24

Nectandra e Aniba conhecidas popularmente como canelas loureiros e pau-rosa

respectivamente (Ribeiro et al 1999)

A extraccedilatildeo de linalol principal componente do oacuteleo essencial de Aniba

rosaeodora Ducke utilizado como fixador na induacutestria de perfumes segundo Rizzini

e Mors (1995) deu-se inicialmente como subproduto da induacutestria de cacircnfora no

Japatildeo devido o mesmo ser um componente do oacuteleo volaacutetil da madeira canforeira

Em 1925 descobriu-se em Juriti Velho (Paraacute) a aacutervore conhecida na regiatildeo como

pau-rosa Este nome popular refere-se ao odor da madeira a qual quando

recentemente cortada exala delicado perfume Verificou-se em seguida que tal

cheiro era devido ao oacuteleo essencial desta madeira que encerra linalol como

componente principal Desde entatildeo se desenvolveu naquela localidade uma

induacutestria extrativa para a obtenccedilatildeo do mencionado oacuteleo Esta induacutestria tomou tal

vulto que figurou durante muitos anos entre as mais proacutesperas da Amazocircnia Ainda

na deacutecada de 1960 produziam-se entre 300 e 400 toneladas de oacuteleo essencial de

pau-rosa por ano sacrificando para tanto 50000 toneladas de madeira

A exploraccedilatildeo de Aniba rosaeodora Ducke fez com que essas espeacutecies fossem

levadas proacuteximas a extinccedilatildeo devido o oacuteleo essencial de pau-rosa localizar-se no

terceiro lugar na pauta de exportaccedilatildeo da regiatildeo Amazocircnica cabendo a borracha e agrave

castanha o primeiro e o segundo lugares respectivamente (Marques 2001)

As espeacutecies da famiacutelia Lauraceae principalmente pertencentes aos gecircneros

Nectranda Licaria Ocotea e Aniba apresentaram um novo grupo de compostos

secundaacuterios As neolignanas descobertas por um dos consolidadores da fitoquiacutemica

brasileira o professor Otto Gottlieb na deacutecada de 1970 ( Gottlieb amp Yoshida1978)

apresentam muitas atividades bioloacutegicas entre elas a atividade antitumoral

25

321 Principais Metaboacutelitos secundaacuterios encontrados em Lauraceae

Daacute-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaccedilotildees quiacutemicas que

continuamente estatildeo ocorrendo em cada ceacutelula A presenccedila de enzimas especiacuteficas

garante certa direccedilatildeo a essas reaccedilotildees estabelecendo o que se denomina de rotas

metaboacutelicas Essas reaccedilotildees visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes

para satisfazer as exigecircncias fundamentais da ceacutelula energia (derivada basicamente

de ATP) poder redutor (NADPH) e biossiacutentese das substacircncias essenciais agrave sua

sobrevivecircncia (macromoleacuteculas celulares) (Santos 2004)

De acordo com a teoria evolucionista todos os seres vivos derivam de um

precursor comum do qual conservam algumas caracteriacutesticas Os processos

essenciais agrave vida e comuns aos seres vivos tecircm sido definidos como metabolismo

primaacuterio Basicamente todos os organismos convivem com os mesmos tipos de

metaboacutelitos primaacuterios e segundo Gottlieb et al (1996) os metabolismos primaacuterios

satildeo reaccedilotildees fornecedoras de mateacuterias primas e de energia para a formaccedilatildeo dos

metaboacutelitos secundaacuterios designados especiais

Vegetais microorganismos e em menor escala animais apresentam todo um

arsenal metaboacutelico (enzimas coenzimas e organelas) capazes de produzir

transformar e acumular inuacutemeras outras substacircncias natildeo necessariamente

relacionadas de forma direta agrave manutenccedilatildeo da vida do organismo produtor Nesse

grupo encontram-se substacircncias cuja produccedilatildeo e acumulaccedilatildeo estatildeo restritas a um

nuacutemero limitado de organismos com bioquiacutemica e metabolismo especiacuteficos e

uacutenicos caracterizando-se como elementos de diferenciaccedilatildeo e especializaccedilatildeo (Wink

1990)

26

Os metaboacutelitos secundaacuterios satildeo conhecidos como metaboacutelitos especiais cujos

produtos embora natildeo necessariamente essenciais para o organismo produtor

garantem vantagens para sua sobrevivecircncia e para a perpetuaccedilatildeo de sua espeacutecie

em seu ecossistema (Santos 2004)

Os metaboacutelitos especiais satildeo especiacuteficos das espeacutecies e participam das

interaccedilotildees intra e intercelular do proacuteprio organismo ou com ceacutelulas de outros

organismos atuam em processos vitais como mediadores em interaccedilotildees ecoloacutegicas

como por exemplo a defesa contra herbiacutevoros e microorganismos a proteccedilatildeo contra

raios UV atraccedilatildeo de polinizadores ou animais dispersores de sementes e em

interaccedilotildees alelopaacuteticas ( Santos 2004 Cechinel Filho amp Bresolin 2003)

Embora classificadas como sendo ou do metabolismo primaacuterio ou do especial

as reaccedilotildees bioquiacutemicas natildeo ocorrem independentemente em um mesmo produtor

Alteraccedilotildees no primeiro podem afetar profundamente o segundo e embora o reverso

natildeo seja verdadeiro Aleacutem disso muitos metaboacutelitos especiais satildeo formados por

sequumlecircncia de reaccedilotildees anaacutelogas agravequelas do metabolismo primaacuterio Portanto a linha

divisoacuteria entre metabolismo primaacuterio e especiais natildeo eacute niacutetida (Dewick 2002) No

esquema 1 pode ser visualizada a origem de todos os metaboacutelitos especiais a partir

do metabolismo da glicose por meio de intermediaacuterios principais o aacutecido chiquiacutemico

e o acetato

De forma geral os mais importantes grupos de metaboacutelitos secundaacuterio vegetal

citam-se tradicionalmente os alcaloacuteides os terpenoacuteides e os flavonoacuteides Verifica-se

na famiacutelia Lauraceae a prevalecircncia de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados

nos oacuteleos essenciais alcaloacuteides e neolignanas encontrados nos extratos

27

Esquema 01 Via biossinteacutetica dos metaboacutelitos especiais Fonte Santos 2004

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente por apresentar em sua

composiccedilatildeo alcaloacuteides isoquinoliacutenicos indoacutelicos e triptofanicos (Figura 2) Dentre os

alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo grande e ainda em

expansatildeo comumente encontrado nas mais diversas espeacutecies de Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Lauraceae

28

3211 Neolignanas

As lignanas satildeo substacircncias que se depositam nas paredes das ceacutelulas

vegetais conferindo a estas notaacutevel rigidez Constituem de 15-35 da mateacuteria seca

dos troncos das gimnospermas e angiospermas aleacutem de serem constituintes da

parede celular de tecidos associados a caule folha e raiz de todas as plantas

vasculares A quantidade de lignanas existentes na superfiacutecie da terra eacute imensa

inferior apenas agrave quantidade de carboidratos Dada esta importacircncia compreende-

se facilmente porque a ocorrecircncia funccedilatildeo formaccedilatildeo estrutura reaccedilotildees e a

utilizaccedilatildeo de lignanas recebem tanta atenccedilatildeo (Barbosa Filho 2004)

As lignanas satildeo macromoleacuteculas poliacutemeros de unidades baacutesicas de n-

propilbenzenos C6-C3 que satildeo ligadas pelo carbono β de suas cadeias laterais (C3)

Satildeo diacutemeros formados atraveacutes do acoplamento oxidativo de alcooacuteis cinamiacutelicos

entre si ou destes com aacutecidos cinacircmicos Esse termo criado em 1942 por Haworth

se prestava muito bem para as poucas substacircncias descritas agravequela eacutepoca

Estruturalmente os dois resiacuteduos n-propilbenzecircnicos apresentam o carbono gama

(C-9) oxigenado (Gottlieb ampYoshida 1984)

As neolignanas (do grego neacuteos = novo moderno) surgiram por causa da

crescente variabilidade estrutural em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo de Haworth que ficou

limitada Isso fez com que Gottlieb em 1978denominasse os diacutemeros oxidativos de

alilfenoacuteis ou de propenilfenoacuteis entre si ou cruzados e natildeo apresentam o carbono

gama (C-γ) oxigenado de neolignanas (Barbosa Filho 2004 Gottliteb 1984)

O processo geral de biossiacutentese dos lignoacuteides (neolignana e lignana) eacute

mostrado a seguir na figura 3 envolvendo os metaboacutelitos primaacuterios finais da via

metaboacutelica do chiquimato Lignoacuteide eacute uma designaccedilatildeo geneacuterica que caracteriza

micromoleacuteclulas cujo esqueleto eacute formado exclusivamente pelo grupo fenilpropacircnico

29

(C6-C3)n sendo n restrito a poucas unidades123 etc As lignanas apresentam

como precursores monomeacutericos aacutecidos cinacircmicos ou alcooacuteis cinacircmicos enquanto as

neolignanas apresentam como precursores monomeacutericos propenilbenzenos ou

alilbenzenos (Barbosa Filho 2004)

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanasFonte Barbosa Filho 2004

As Lignanas e neolignanas desempenham importante papel na defesa das

plantas atuando como agentes antimicrobianos antifuacutengicos e insetiacutefugos As

neolignanas acumulam em madeiras como resposta a ferimentos mecacircnicos ou ao

ataque de microorganismos e que exibem propriedades de defesa contra insetos

Por terem atividade antitumoral e antiviral as neolignanas despertam grande

interesse farmacoloacutegico (Robbers et al 1997) A figura 04 mostra os tipos

estruturais das neolignanas mais representativos e sua designaccedilatildeo de acordo com

trabalhos de revisatildeo de Gottlieb (1978) e Gottlieb e Yoshida (1984)

30

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas Fonte Barbosa Filho 2004

As lignanas satildeo soluacuteveis em solvente apolares tais como eacuteter de petroacuteleo e

anaacutelogos principalmente se a porccedilatildeo do anel estiver metoxilada como acontece na

maioria das vezes As neolignanas geralmente se apresentam como oacuteleos de alta

viscosidade e apresentam meacutedia polaridade (Barbosa Filho 2004)

Esqueletos de Neolignanas

2

3

4

5

6

78

9

1

O O

O

O

O O

O

diarilbutano (88) aritetralina (8867) dibenzocicloctano (2288)

benzofurano (70481) benzofurano (70483) futoenona (8179608)

diidrodieugenol (33) diarilciclobutano (7788) furofurano (70788)

ariloxiarilpropano (804) benzodioxano (703804) bicicloctano (8175)

31

No Brasil o grupo de pesquisa liderado pelo professor Otto Gottlieb contribuiu

significativamente para o conhecimento da quiacutemica das neolignanas A famiacutelia

Lauraceae foi a mais estudada principalmente os gecircneros Aniba Licaria Nectandra

e Ocotea com quase duas centenas de substacircncias ineacuteditas registradas na

literatura Numa avaliaccedilatildeo aproximada jaacute foram isoladas por volta de 700 lignoacuteides

dos quais 270 satildeo neolignanas (figura 5) (Barbosa Filho 2004)

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

O

CH3

Ar

CH2

O

CH3

O O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

OCH3

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

CH3

O

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

O

CH3

CH3

Ar

CH2

AcO

O

CH3

O

CH3

O

O

CH3

32

3212 Alcaloacuteides

O isolamento das primeiras substacircncias puras do reino vegetal ocorreu no

Seacuteculo XIX Este seacuteculo caracterizou-se pelos trabalhos de extraccedilatildeo principalmente

de aacutecidos orgacircnicos e de bases orgacircnicas as quais mais tarde receberam a

denominaccedilatildeo de alcaloacuteides (Almeida et al 2009)

Os extratos de plantas contendo alcaloacuteides satildeo utilizados como medicamentos

venenos e poccedilotildees maacutegicas desde os primoacuterdios da civilizaccedilatildeo Desta maneira eacute

difiacutecil estabelecer a origem correta da descoberta destas substacircncias Registros

indicam que o oacutepio era utilizado pelos Sumeacuterios haacute 4000 anos aC devido as suas

propriedades soporiacuteficas e analgeacutesicas (Hostettman et al 2003)

Satildeo compostos nitrogenados que tecircm na sua estrutura aleacutem de carbono e

hidrogecircnio usualmente tambeacutem oxigecircnio Sua basicidade tiacutepica eacute no entanto muito

variaacutevel pois depende dos agrupamentos adjacentes ao nitrogecircnio Quando o

nitrogecircnio pertence a uma amida por exemplo a presenccedila da carbonila torna o

alcaloacuteide praticamente neutro Satildeo encontrados predominantemente nas

angiospermas e em menor extensatildeo em microorganismos e animais ( Dewick 2002

Henriques et al 2004 Cunha et al 2005)

A presenccedila de alcaloacuteides pode ser assinalada em ampla gama de atividades

bioloacutegicas como analgeacutesicos e narcoacuteticos (morfina codeiacutena) estimulantes SNC

(estricnina brucina) elevaccedilatildeo na pressatildeo sanguiacutenea (efedrina) ou queda da

hipertensatildeo arterial (reserpina) Na verdade os alcaloacuteides satildeo capazes de exercer

diversas de atividades fisioloacutegicas (Robbers et al 1997) Alguns exemplos de

alcaloacuteides satildeo apresentados na figura 6

33

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Os alcaloacuteides assim como outras aminas formam sais duplos com compostos

de mercuacuterio ouro platina e outros metais pesados Esses sais duplos em geral satildeo

obtidos como precipitados e muitos deles satildeo caracteriacutesticos em microcristalografia

Os reagentes alcaloiacutedicos comuns satildeo o de Wagner (iodo em iodeto de potaacutessio) de

Mayer (cloro-iodo mercurato de potaacutessio) e Dragendorff (iodo bismutato de potaacutessio)

(Robbers et al 1997)

Os alcaloacuteides podem ser classificados de acordo com sua origem biossinteacutetica

ou seja de acordo com a estrutura que conteacutem nitrogecircnio em pirrolidino piperidino

quinolino indol entre outros A maioria deriva de aminoaacutecidos alifaacuteticos aromaacuteticos

como a fenilalanina ou a tirosina ou do triptofano (Dewick 2002)

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente pela ocorrecircncia frequumlente de

alcaloacuteides sendo predominante a ocorrecircncia de alcaloacuteides indoliziacutenico

benzilisoquinoliacutenico triptamiacutenico e aporfinoacuteides (Cordell et al 2001) Na figura 7

verifica-se a rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

34

NH2

O

OH

OH

L-tirosina

NH2OH

O

O

OH

OH

- CO2

PLP

PLP

transaminaccedilatildeo

Tiramina 4-hidroxif enil aacutecido piruacutev ico

O - CO2

NH2

CH3

CH3

OH

OH

Dopamina 4-hidroxif enilacetaldeiacutedo

Reaccedilatildeo de Mannich

NHOH

OH

H

OH

S - coclaurina

SAMNH

OH

OH

H

OCH3

S - coclaurina

SAM

NOH

OH

H

OCH3

CH3

S - N-metilcoclaurina

NOH

OH

H

OCH3

CH3

OH

S - 3-hidroxi-N-metilcoclaurina

SAM

NOH

H

OCH3

CH3

OH

O

CH3

S - reticulina

O

NO

H

OCH3

CH3

O

CH3 O

NOH

H

OCH3

CH3

O

CH3 OH

aporf inas

protobuberinas

benzof enantridinas

PLP = py ridoxal 5-phosphate

SAM = S- adenosy l methione

Figura 7 - Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos Fonte Dewick 2002

35

213 Flavonoacuteides

Os flavonoacuteides representam um dos grupos fenoacutelicos mais importantes e

diversificados entre os produtos de origem natural Essa classe de compostos eacute

amplamente distribuiacuteda no reino vegetal e sua presenccedila parece estar relacionada

com funccedilotildees de defesa (proteccedilatildeo contra raios ultravioletas accedilotildees antifuacutengica e

antibacteriana) e de atraccedilatildeo de polinizadores (Zuanazzi amp Montanha 2004)

De forma geral satildeo moleacuteculas de baixo peso molecular caracterizados por

apresentarem dois nuacutecleos fenoacutelicos ligados por uma cadeia de trecircs carbonos A

estrutura baacutesica dos flavonoacuteides consiste num nuacutecleo flavano constituiacutedo de quinze

aacutetomos de carbono arranjados em trecircs aneacuteis (C6-C3-C6) sendo dois aneacuteis fenoacutelicos

(ou metoxilados) substituiacutedos (A e B) e um pirano (cadeia heterociacuteclica C) acoplado

ao anel A (Figura 8) (Cunha et al 2005)

Figura 08 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

As vaacuterias classes de flavonoacuteides diferem no niacutevel de oxidaccedilatildeo e no modelo de

substituiccedilatildeo da cadeia heterociacuteclica C Algumas classes de flavonoacuteides de interesse

satildeo flavonas flavonoacuteis flavanonas flavan-3-ol isoflavonas antocianidinas e

flavanolol (Di Carlo et al 1999)

O esqueleto baacutesico dos flavonoacuteides resulta de rotas biossinteacuteticas separadas a

do aacutecido chiquiacutemico e a do acetato via aacutecido malocircnico A primeira origina

36

fenilalanina o precursor do aacutecido cinacircmico que por sua vez origina o aacutecido

cumaacuterico responsaacutevel por um dos aneacuteis aromaacuteticos (anel B) e a ponte de trecircs

carbonos A segunda resulta no outro anel aromaacutetico (anel A) do esqueleto baacutesico

dos flavonoacuteides (Dewick 2002 Santos 2004) (Figura 9)

Figura 9 biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

37

Flavonoacuteides geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados

contribuindo para a coloraccedilatildeo do azul do vermelho e do laranja nas folhas flores e

frutos Tambeacutem estatildeo associados com diferentes propriedades bioloacutegicas Foram

atribuiacutedas diferentes funccedilotildees na natureza a vaacuterios flavonoacuteides compostos

antimicrobianos produtos do estresse de metaboacutelitos ou moleacuteculas sinalizadoras

(Robbers et al 1997)

38

3214 Terpenoacuteides e fenilpropanoacuteides

Ao longo da evoluccedilatildeo as espeacutecies vegetais desenvolveram vias metaboacutelicas

que lhes permitiam sintetizar uma grande diversidade de metaboacutelitos especiais

Entre esses metaboacutelitos incluem-se alguns compostos de baixo peso molecular que

volaacuteteis satildeo percebidos pelo sistema olfativo como substacircncias dotadas de aromas

sendo usualmente designados como compostos aromaacuteticos As plantas que os

produzem e acumulam em quantidades apreciaacuteveis satildeo por isso denominadas

plantas aromaacuteticas (Cunha et al 2005)

Estas substacircncias volaacuteteis e odoriacuteferas produzidas em misturas complexas

satildeo geralmente lipofiacutelicas e liacutequidas que podem ser isoladas na forma de um oacuteleo

denominado oacuteleo essencial (Simotildees amp Spitzer 2004)

Os componentes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais podem ser divididos em duas

grandes classes com base na biossiacutentese que lhes deu origem (1) derivados de

terpenoacuteides formados atraveacutes da via aacutecido mevalonato-acetato via fosfato

desoxixilulose e (2) fenilpropanoacuteides formados atraveacutes da via do chiquimato

(Robbers et al 1997)

Os fenilpropanoacuteides satildeo formados via aacutecido chiquiacutemico que por sua vez eacute

formado a partir da condensaccedilatildeo do fosfoenolpiruvato e da eritrose-4-fosfato O

aacutecido chiquiacutemico e responsaacutevel pela formaccedilatildeo das duas unidades baacutesicas dos

fenilpropanoacuteides o aacutecido cinacircmico e o aacutecido ρ-cumarico que por meio de reduccedilatildeo

oxidaccedilatildeo e ciclizaccedilatildeo formam os alilbenzenos aldeiacutedos aromaticos

propenilbenzenos e cumarinas (Simotildees amp Spitzer 2004) conforme a figura 10

39

O OH

OH OH

OH

Aacutecido chiquiacutemico

O

OH

R

Aacutecido cinacircmico (R = H)

ou

p - cumaacuterico (R = OH)

O

R

CH2

R R O O

CH3

R

reduccedilatildeo oxidaccedilatildeo cicl izaccedilatildeoreduccedilatildeo

propenilbenzenos aldeiacutedos aromaacuteticos alilbenzenos cumarinas

(R = H OH) (R = H OH) (R = H OH) (R = H OH)

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Os terpenoacuteides constituem uma grande variedade de moleacuteculas sendo esse

termo empregado para designar todas as substacircncias cuja origem biossinteacutetica

deriva de unidades do isopreno A unidade isoprenica por sua vez origina-se a

partir do aacutecido mevalocircnico e a via da eritrose Os compostos terpecircnicos mais

frequumlentes nos oacuteleos volaacuteteis satildeo os monoterpenos (cerca de 90 dos oacuteleos

volaacuteteis) e os sequiterpenos (Simotildees amp Spitzer 2004) Na figura 11 pode-se

visualizar a formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

40

CH3CH3

CH3 OOH

Aacutecido mevalocircnico

CH3

CH2 OPP

Unidade do isopreno

monoterpenos sesquiterpenos diterpenos sesterpenos triterpenos

esteroacuteides

CH3

CH3 CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Seus constituintes variam desde hidrocarbonetos alcooacuteis aldeiacutedos cetonas

fenoacuteis eacutesteres eacuteteres oacutexidos peroacutexidos furanos aacutecidos orgacircnicos lactonas

cumarinas ateacute compostos contendo enxofre Na mistura tais compostos

apresentam-se em diferentes concentraccedilotildees normalmente um deles eacute o composto

majoritaacuterio existindo outros em menores teores e alguns em baixiacutessimas

quantidades (Simotildees amp Spitzer 2004) Na Figura 12 pode visualizar alguns

exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em oacuteleos essenciais

Embora a constituiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais seja muito diferenciada

satildeo observadas algumas propriedades fiacutesicas em comum Possuem odores

caracteriacutesticos alto iacutendice de refraccedilatildeo e a maioria eacute opticamente ativa sendo sua

rotaccedilatildeo especiacutefica muitas vezes uma propriedade uacutetil do ponto de vista de

41

caracterizaccedilatildeo Satildeo imisciacuteveis com aacutegua mas satildeo soluacuteveis em eacuteter aacutelcool e na

maioria dos solventes orgacircnicos (Robbers 1997)

OHO

OH O

HO

OH

linalol terpinoleno alfa pineno cacircnfora

limoneno mentol mentona

cariofilenonerolidolfarnesol

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

As espeacutecies aromaacuteticas de Lauraceae estatildeo compreendidas principalmente

entre os gecircneros Aniba Nectandra Ocotea Licaria e Dicypellium O elevado

potencial da flora odoriacutefera da Amazocircnia apresenta-se como a fonte renovaacutevel mais

apropriada para a produccedilatildeo de essecircncias aromaacuteticas provenientes de Lauraceae

(Zoghbi et al 2005)

42

O uso de plantas aromaacuteticas eacute bastante difundido em especial no tratamento

de infecccedilotildees microbianas inflamaccedilotildees dores e eczemas Entre as propriedades

farmacoloacutegicas encontradas em oacuteleos volaacuteteis estatildeo a atividade antifuacutengica (Lima et

al 2006) repelente (Cheng et al 2004) antiinflamatoacuteria (Juergens et al 1998)

anticolinesteraacutesica (Miyazawa et al 1998) e analgeacutesica (Silva et al 2003)

Satildeo inuacutemeras as atividades bioloacutegicas de oacuteleos volaacuteteis Segundo Baratta e

colaboradores (1998) o oacuteleo de Laurus nobilis apresentou atividade antimicrobiana

frente aos microorganismos Acinetobacter calcoaceticus Beneckea natriegens

Citrobacter freundii Erwinia carotovora Lactobacillus plantarum Micrococcus luteus

Salmonella pullorum Serratia marcescens e Staphylococcus aureus Jaacute o oacuteleo

volaacutetil de Origanum vulgare apresenta forte atividade antimicrobiana em 19 dos 25

microrganismos testados O hidrolato e o oacuteleo volaacutetil de Aniba duckei apresentaram

atividade larvicida frente a Artemia franciscana e Aedes aegypti (Souza et al 2007)

Oacuteleos volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae tem grande importacircncia na induacutestria

farmacecircutica e de perfumes o oacuteleo de pau-rosa obtido a partir de Aniba

rosaeodora tem como constituinte majoritaacuterio o aacutelcool terpecircnico linalol com mistura

dos isocircmeros D e L-linalol que varia de acordo com a regiatildeo de coleta amplamente

utilizado em fragracircncias de perfumes Da mesma forma a cacircnfora extraiacuteda de

Cinnamomum camphora e o safrol extraiacutedo de Ocotea pretiosa e Sassafras

albidum satildeo amplamente utilizados na induacutestria de cosmeacuteticos (Rizzini amp Mors

1995)

43

322 Gecircneros

3221 Endlicheria Nees

Gecircnero neotropical com centro de diversidade na Ameacuterica do Sul Endlicheria

ocorre tambeacutem na Costa Rica Guadalupe e Ilhas do Caribe Possui cerca de 60

espeacutecies 40 das quais ocorrem no Brasil (Chanderbali 2004) (figura 13)

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos relatos satildeo descritos na literatura sobre espeacutecies deste gecircnero

Rodriguez (2008) relata que os extratos etanoacutelicos de Endlicheria anomala

apresentaram atividade antioxidante atraveacutes da inibiccedilatildeo frente ao radical livre 22-

difenil-1-picrilhidrazil (DPPH)

Foram isolados da espeacutecie Endlicheria dysodantha mez quatro derivados

bioativos de benzoato de benzil 2-hidroxi benzoato de benzil 2-hidroacutexi-6-

metoxibenzoato de benzil 26-dimetoxibenzoato de benzil e 25-

dimetoxidimetoacutexibenzoato de benzila ( Ma et al 1991) No extrato benzecircnico de

Endlicheria sericea (Lauraceae) foram isolados por processos cromatograacuteficos

quatro substacircncias ineacuteditas na eacutepoca aleacutem de sitosterol sitostenona e manitol

(Santos 1976) As estruturas dessas substacircncias podem ser verificadas na figura 14

a seguir

44

CH3

O CH3

OH O

O CH3

OH O

H3C

O CH3

OH O

OCH3

CH3

O CH3

OH O

CH3O

HO

26-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-2-metil-8-metoacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-28-dimetil-7-metoacutexi-4-cromanona sitosterol

mantinol28-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

OHHO

OH OH

OH OH

OCH3

CH3O

CH3O

OCH3

OAcO

O OO

O

OCH3

OCH3

disodantina A

O OO

O

OCH3

OCH3

CH3

CH3

acetato de megafone

disodantina B

Figura 14 Substacircncias isoladas de Endlicheria Fonte Santos 1976 e MA et al 1991

As espeacutecies E sericeae e citriodora natildeo apresentaram nenhum estudo

disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos fitoquimicos

45

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki

O gecircnero Rhodostemonodaphne possui cerca de 41 espeacutecies distribuiacutedas na

Ameacuterica do Sul (Madrintildeaacuten 2004) (Figura 15)

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne Fonte

httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos satildeo encontrados na literatura para

este gecircnero O oacuteleo essencial das folhas de Rhodostemonodaphne kunthiara

apresentou atividade citotoacutexica in vitro contra linhagem de ceacutelulas tumorais

humanas apresentando 919 de hidrocarbonetos sesquiterpenos sendo os

componentes majoritaacuterios o germacreno D (644) e o biciclogermacreno (176)

(Palazzo 2009)

As espeacutecies R crenaticupula e R recurva natildeo apresentaram pouco ou nenhum

estudo disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos

fitoquimicos

46

3223 Gecircnero Ocotea Aublet

Aspectos gerais

O gecircnero Ocotea Aublet eacute o maior gecircnero da famiacutelia Lauraceae na regiatildeo

neotropical e apresenta o maior nuacutemero de espeacutecies medicinais (Marques 2001)

sendo utilizado tanto componente dos extratos quanto dos oacuteleos essenciais Este

gecircnero Ocotea tem despertado o interesse dos fitoquiacutemicos brasileiros com sua

ampla distribuiccedilatildeo no territoacuterio nacional com espeacutecies muito apreciadas no comeacutercio

madeireiro como Ocotea porosa conhecida popularmente como imbuiccedila e Ocotea

odoriacutefera o sassafraacutes (Lorenzi 2002) Na tabela 1 pode-se verificar as espeacutecies

mais comumente encontradas no Brasil relacionando seus nomes populares e

forma de uso na induacutestria madeireira (Marques 2001)

Tabela 1 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Nome cientiacutefico Nome popular Forma de uso

Obarcellensis Louro mamori pau-de-querosene

Marcenaria e construccedilotildees em geral

O catharinensis Canela preta Construccedilatildeo civil para ripas e vigas e para moacuteveis

O cymbarum Canela Marcenaria e construccedilotildees em geral

O diospyrifolia Canela Postes e taacutebuas de assoalho

O divaricata Canela soqueira Marcenaria e construccedilotildees em geral

O elegans Canela ferro Marcenaria e construccedilotildees em geral

O guianensis Louro branco Fabricaccedilatildeo de papel

O organensis Canela goiaba Obras de carpintaria

O porosa Imbuia Marcenaria e construccedilotildees em geral

Ocotea pretiosa Sassafraacutes Natildeo utilizada em obras devido as ceacutelulas secretoras de oacuteleo essencial

Opuberula Louro abacate canela barbosa

Fabricaccedilatildeo de papel e de caixotaria

Opulchella Canelinha canela preta Marcenaria e construccedilotildees em geral

O spectabilis Canela amarela louro-preto

Marcenaria e construccedilotildees em geral

47

Distribuiccedilatildeo Geograacutefica

Ocotea Aubl eacute constituiacutedo por cerca de 350 espeacutecies distribuiacutedas na Ameacuterica

tropical e subtropical desde o Meacutexico ateacute a Argentina ocorrendo tambeacutem em

Madagascar na Aacutefrica e nas Ilhas Canaacuterias (Rhower 1993) Estima-se que no Brasil

ocorrem entre 12 a 16 espeacutecies (Baitello 2001) (figura 16)

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Quiacutemica e atividade bioloacutegica

Estudos fitoquiacutemicos tem revelado a presenccedila de neolignanas alcaloacuteides

fenilpropanoacuteides flavonoacuteides e sesquiterpenos (Chaacutevez Gottlieb e Yoshida 1995)

O gecircnero Ocotea destaca-se como um dos gecircneros mais expressivos nos

isolamentos de alcaloacuteides das Lauraacuteceas brasileiras principalmente com esqueletos

com pronunciadas atividades bioloacutegicas (Zanin amp Lordello 2007) Os tipos de

esqueletos alcaloiacutedicos jaacute encontrados nesse gecircnero satildeo apresentados na tabela

02

48

Tabela 2 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Alcaloacuteides Estrutura Espeacutecie Referecircncia

Benzilisoquinoliacutenico

Oduckei

Dias et al

2003

Indoacutelico

O minarum Garcez et al 2005

Triptamiacutenico

O santalodora Aguiar et al 1980

Benzilisoquinoliacutenico

O pulchella Bodega et al 2003

Aporfiacutenicos sensu

scricto

O glaziovii O

caesia

O macropoda

O minarum

Guinaudeau et

al 1979

Vilegas et al

1989

Cava 1971

Vecchietti et al

1979

NH

49

Dentre os alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo

grande e ainda em expansatildeo com mais de 500 alcaloacuteides isolados de mais de 90

gecircneros de plantas eou sintetizados (Jia et al 2000) A maior parte dos alcaloacuteides

aporfinoacuteides encontrados nesse gecircnero foram reunidos no artigo de revisatildeo de Zanin

amp Lordello (2007) Vaacuterios desses alcaloacuteides aporfinoacuteides satildeo comumente

encontrados no gecircnero Ocotea apresentam potente atividade bioloacutegica

Na famiacutelia Lauraceae o oacuteleo essencial eacute armazenado em ceacutelulas secretoras

que podem ser encontradas na folha na casca e no lenho Algumas espeacutecies de

Ocotea como O elegans demonstram tal afirmaccedilatildeo apresentando dificuldades na

utilizaccedilatildeo da madeira para induacutestria de papel devido a presenccedila de ceacutelulas

secretoras de oacuteleo e mucilagem em abundacircncia (Marques 2001)

O oacuteleo essencial de O odorifera apresenta como componente principal o

safrol uma substacircncia comercializada no mundo inteiro e utilizada em vaacuterios ramos

industriais pelo qual milhares de indiviacuteduos de canela-sassaacutefras como eacute conhecido

popularmente foram sacrificados nas matas do sul do paiacutes ateacute a deacutecada de 1990

levando a espeacutecie a ser incluiacuteda na lista oficial de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

(Portaria IBAMA ndeg6-N de 15 de janeiro de 1992) e agrave consequumlente proibiccedilatildeo de seu

corte

O trabalho realizado por Takaku Haber e Setzer (2007) com os oacuteleos

essenciais das folhas de dez espeacutecies de Ocotea (O floribunda O holdridgeana O

meziana O sinuata O tonduzii O valeriana O veraguensis O whitei e duas natildeo

descritas denominadas ldquolos llanosrdquo e ldquosmall leafrdquo) de Monteverde Costa Rica

apresentou como constituintes principais em comum nas espeacutecies α-pineno β-

pineno β-cariofileno e germacreno-D

Tabela 01 continuaccedilatildeo

50

O oacuteleo essencial de diferentes partes de Ocotea ducke apresentou significante

efeito cardiovascular induzindo significativamente hipotensatildeo seguido de

bradicardia O constituinte principal do oacuteleo essencial das folhas foi o trans-

cariofileno (605) e do oacuteleo essencial do caule foi o β-eudesmol (27) (Barbosa-

Filho et al 2008) A tabela 03 mostra outras atividades de algumas espeacutecies de

Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Atividade Farmacoloacutegica Espeacutecie Referecircncia

Fator de agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (PAF) Ocotea duckei

Castro-Faria-Neto et al

1995

Atividade antimicrobiana de

Escherichia coli Ocotea duckei Antunes et al 2006

Efeito depressivo do SNC Ocotea duckei Moraes et al 1998

Bloqueador de contraccedilatildeo

muscular Ocotea odoriacutefera Ribeiro et al 2003

Efeito larvicida contra

Aedes aegypti Ocotea vellosiana Silva et al 2008

Accedilatildeo Repelente Ocotea gardneri Botelho et al 2009

Anti-inflamatoacuteria Ocotea quixos Ballabeni et al 2010

Anti protozoaacuteria Ocotea lancifolia Fournet et al 2007

Antioxidante Ocotea quixos Bruni et al 2004

Para as espeacutecies deste estudo Ocotea minor e Ocotea ceanothifolia natildeo foram

observados estudos quiacutemicos e bioloacutegicos disponiacuteveis na literatura Da espeacutecie

Ocotea leucoxylon foram isolados os alcaloacuteides aporfiacutenicos dicentrina e ocoteiacutena

(Zhou et al 2000)

51

3 Atividades QuiacutemicaBioloacutegicas

331 Atividade antioxidante

3311 Radicais Livres

Desde o iniacutecio da vida no planeta a toxicidade do oxigecircnio atmosfeacuterico tem

sido o principal desafio agrave sobrevivecircncia dos organismos vivos As oxidaccedilotildees

bioloacutegicas geram espeacutecie reativas de oxigecircnio (ERO) e radicais livres que podem

provocar lesotildees celulares muitas vezes irreparaacuteveis (Gocircuvea 2004)

Os radicais livres satildeo espeacutecies quiacutemicas que apresentam como caracteriacutestica a

presenccedila de um uacutenico eleacutetron natildeo-pareado em uma oacuterbita externa A energia criada

por essa configuraccedilatildeo instaacutevel eacute liberada atraveacutes de reaccedilotildees com moleacuteculas

adjacentes como substacircncias quiacutemicas inorgacircnicas ou orgacircnicas ndash proteiacutenas

lipiacutedeos carboidratos particularmente com moleacuteculas essenciais das membranas e

aacutecidos nucleacuteicos causando danos as ceacutelulas e patologias (Halliwell 1996)

Os radicais livres com seus eleacutetrons natildeo pareados podem atacar e danificar

praticamente qualquer moleacutecula encontrada no organismo Eles doam seu eleacutetron

natildeo pareado ou capturam um eleacutetron de outra moleacutecula a fim de formar um par De

uma forma ou de outra os radicais acabam ficando estaacuteveis e a moleacutecula

transforma-se em um radical Isso inicia uma reaccedilatildeo em cadeia que pode agir

destrutivamente As etapas que envolvem a reaccedilatildeo dos radicais livres na

lipoperoxidaccedilatildeo podem ser visualizadas no esquema 2

As etapas de reaccedilatildeo de radicais de forma geral podem ser divididas em etapa

de iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo (Bruice 2006)

52

Etapa de iniciaccedilatildeo na etapa de iniciaccedilatildeo os radicais satildeo gerados

Etapa de propagaccedilatildeo um radical reage para produzir outro radical O radical

produzido na primeira etapa de propagaccedilatildeo pode reagir para formar outro radical As

etapas satildeo repetidas diversas vezes Dessa maneira a reaccedilatildeo eacute chamada ldquoreaccedilatildeo

radicalar em cadeiardquo Eacute a etapa que propaga a cadeia reacional

Etapa de terminaccedilatildeo quando os radicais se combinam produzindo uma

moleacutecula na qual os dois eleacutetrons estatildeo emparelhados ou uma moleacutecula estabiliza o

radical devido principalmente suas propriedades estruturais

Esquema 2 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido graxo

insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido lipiacutedico)

A oxidaccedilatildeo eacute parte fundamental da via aeroacutebica e do metabolismo e assim os

radicais livres satildeo produzidos naturalmente ou por alguma disfunccedilatildeo bioloacutegica No

organismo encontram-se envolvidos na produccedilatildeo de energia na forma de ATP

atraveacutes da cadeia respiratoacuteria como aceptor final de eleacutetrons fagocitose

regulamentaccedilatildeo do crescimento celular sinalizaccedilatildeo intercelular e siacutentese de

substacircncias bioloacutegicas importantes (Borek 1997) Participa de vaacuterias reaccedilotildees

metaboacutelicas como a biossiacutentese de prostaglandinas e esteroacuteides e na oxidaccedilatildeo de

muitas substacircncias aromaacuteticas entre outras (Fleschin et al2000)

O acircnion superoacutexido ( O2 ) o radical hidroxila ( HO) e o oacutexido niacutetrico ( NO) satildeo

exemplos de radicais livres Existem entretanto compostos igualmente reativos

quanto os radicais livres que natildeo possuem eleacutetron natildeo emparelhado na uacuteltima

Iniacutecio LH + OH L + H2O

+ O2 LOO

Propagaccedilatildeo LH + LOO L + LOOH

Propagaccedilatildeo L

53

camada e portanto natildeo podem ser classificados como radicais livres Essas

substacircncias satildeo classificadas de maneira mais ampla como espeacutecies reativas de

oxigecircnio (ERO) ou espeacutecies reativas de nitrogecircnio (ERN) e incluem o peroacutexido de

hidrogecircnio (H2O2) o caacutetion nitrosonium (NO+) o acircnion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito

(ONOO-) (Anderson1996)

Radicais livres (RL) e espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) e nitrogecircnio (ERN)

desempenham papel fundamental no metabolismo celular No entanto quando em

excesso estatildeo envolvidos em vaacuterios processos deleteacuterios ao organismo humano

levando a alteraccedilotildees teciduais responsaacuteveis por diversas patologias como o cacircncer

a arterosclerose a Diabetes mellitus a artrite reumatoacuteide a distrofia muscular a

catarata as desordens neuroloacutegicas e o processo de envelhecimento (Droumlge 2002

Nordberg amp Arneacuter 2001)

Recentemente a presenccedila de radicais livres tem sido correlacionada com um

grande nuacutemero de doenccedilas mas natildeo como agentes etioloacutegicos e sim como fatores

que participam diretamente dos mecanismos fisiopatoloacutegicos os quais determinam a

continuidade e as complicaccedilotildees de diversos estados patoloacutegicos (Rover Junior et al

2001)

Quando os antioxidantes produzidos pelo corpo satildeo insuficientes para

combater os radicais livres produzidos pelo organismo este sofre accedilotildees

degenerativas atraveacutes do distuacuterbio conhecido como estresse oxidativo Esta eacute uma

condiccedilatildeo celular ou fisioloacutegica de elevada concentraccedilatildeo de EROERN que causa

danos moleculares agraves estruturas celulares com consequente alteraccedilatildeo funcional e

prejuiacutezos das funccedilotildees vitais em diversos tecidos e oacutergatildeos tais como muacutesculos

fiacutegados tecido adiposo vascular e cerebral (Droumlge 2002 Duarte et al 1993

Halliwell 1994)

54

Haacutebitos de vida inapropriados tais como a ingestatildeo de aacutelcool fumo e dieta

inadequada condiccedilotildees ambientais improacuteprias tais como a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo natildeo

ionizante UV poluiccedilatildeo estresse emocional e envelhecimento satildeo fatores que estatildeo

associados ao estresse oxidativo (Droumlge 2002 Elsayed 2001) O equiliacutebrio entre a

formaccedilatildeo e a remoccedilatildeo das espeacutecies reativas de radicais livres pode sofrer accedilatildeo de

agentes exoacutegenos ou endoacutegenos induzindo um estado de estresse oxidativo Este

por sua vez pode ser reestabelecido pelos sistemas antioxidantes Na figura 17

pode-se verificar um esquema com as principais fontes de espeacutecies reativas

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al( 2007)

3312 Antioxidantes

Os antioxidantes satildeo substacircncias que quando presentes em baixas

concentraccedilotildees comparadas agrave do substrato oxidaacutevel regeneram ou previnem

significativamente a oxidaccedilatildeo do mesmo (Halliwell et al2000)

As plantas produzem uma grande variedade de substacircncias antioxidantes

contra os danos moleculares causados por radicais livres Entre eles os compostos

fenoacutelicos compreendem o principal grupo de compostos oxidantes de origem

vegetal Destes os flavonoacuteides constituem o grupo mais importante (Behling et al

2004)

55

De acordo com Halliwell (1996) os efeitos defensivos de antioxidantes que

controlam a produccedilatildeo de radicais livres nos seres vivos podem ter origem exoacutegena

originados principalmente de fontes enzimaacuteticas endoacutegena provenientes

principalmente da dieta alimentar destacando-se tocoferoacuteis (vitamina E) aacutecido

ascoacuterbico (vitamina C) flavonoacuteides polifenoacuteis selecircnio e carotenoacuteides (Bianchi amp

Antunes 1999) Alguns exemplos de antioxidantes podem ser verificados na figura

18

A vitamina E eacute a designaccedilatildeo dada a um grupo de compostos antioxidantes

lipossoluacuteveis entre os quais o α-tocoferol eacute a forma mais ativa Eacute encontrada em

lipoproteiacutenas e membranas atuando no bloqueio da reaccedilatildeo em cadeia da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica atraveacutes do sequumlestro de radical peroxila A vitamina C tem

muitas funccedilotildees fisioloacutegicas como o alto poder antioxidante reciclando a vitamina E

no processo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica da membrana e lipoproteiacutenas (Esquema 3)

(Barreiros amp David 2006)

O

HO

Tocoferol

O OHO

HO

HO OH

Aacutecido AacutescoacuterbicoCaroteno

O

OOH

HO

OH

OH

OH

Quercetina(Vitamina E)

(Vitamina C)

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

56

Esquema 3 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela vitamina C originando o radical ascorbila Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al 2007

A partir dos anos 80 o interesse em encontrar antioxidantes naturais para o

emprego em produtos alimentiacutecios ou para uso farmacecircutico tem aumentado

consideravelmente com o intuito de substituir antioxidantes sinteacuteticos que

apresentam problemas de toxicidade e carcinogecircnese bem como diversos outros

males aumento do peso do fiacutegado e significativa proliferaccedilatildeo do retiacuteculo

endoplasmaacutetico (Zheng amp Wang 2001 Giordani et al 2008 Simatildeo 1985)

Em funccedilatildeo dos possiacuteveis problemas provocados pelo consumo de

antioxidantes sinteacuteticos as pesquisas tecircm-se voltado no sentido de encontrar

produtos naturais com atividade antioxidante os quais permitiratildeo substituir os

sinteacuteticos ou fazer associaccedilatildeo entre eles (Souza et al 2007)

3313 Avaliaccedilatildeo da atividade antioxidante utilizando radical livre DPPH

A necessidade de tornar mais objetivas e menos dispendiosas as pesquisas

por constituintes quiacutemicos de plantas levou ao desenvolvimento de numerosas

teacutecnicas de ensaios para monitoramento e seleccedilatildeo de extratos

biofarmacologicamente uacuteteis (Viegas Jr 2004) Dentre eles estaacute o teste com DPPH

que eacute um meacutetodo bastante conveniente para a varredura da atividade antioxidante

de pequenas moleacuteculas uma vez que a reaccedilatildeo pode ser observada visualmente

O R

HO

LOOLOOH

Radical Ascorbil Vitamina C

O R

O

57

utilizando-se uma cromatoplaca ou um espectrocircmetro UVVIS (Saacutenchez-Moreno

1998)

A moleacutecula de DPPH (22-difenil-1-picril-hidrazil) eacute caracterizada como um

radical livre estaacutevel em virtude da deslocalizaccedilatildeo do eleacutetron desemparelhado por

toda a moleacutecula Esta deslocalizaccedilatildeo confere a esta moleacutecula uma coloraccedilatildeo violeta

caracterizada por uma banda de absorccedilatildeo em etanol em cerca de 520nm

Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma

determinada substacircncia em sequumlestrar o radical DPPH reduzindo-o a hidrazina

(figura 19) obtendo dessa forma a mudanccedila simultacircnea na coloraccedilatildeo de violeta a

amarelo paacutelido com consequente desaparecimento da absorccedilatildeo podendo a mesma

ser monitorada pelo decreacutescimo da absorbacircncia A partir dos resultados obtidos

determina-se a porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional (Alvez et

al2010 Sanchez-Moreno et al 1998)

A porcentagem de atividade antioxidante (AA) corresponde a quantidade de

DPPH consumida pelo antioxidante sendo que a quantidade de oxidante necessaacuteria

para decrescer a concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 eacute denominada

concentraccedilatildeo eficiente (CE50) tambeacutem chamada de concentraccedilatildeo inibitoacuteria (CI50)

Quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra menor seraacute a sua CE50

N

N

N

N

ON

O

O

O

O

O

antioxidante

N

N

N

O

O

O

O

O

O

NH N

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

58

332 Citotoxicidade

3321 Letalidade em Artemia salina Leach

As plantas conteacutem inuacutemeros constituintes e seus extratos quando testados

podem apresentar efeitos sineacutergicos entre os diferentes princiacutepios ativos devido a

presenccedila de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade No estudo da atividade bioloacutegica de extratos vegetais eacute importante

a seleccedilatildeo de bioensaios para a detecccedilatildeo do efeito especiacutefico Os sistemas devem

ser simples sensiacuteveis e reprodutiacuteveis (Cavalcanti et al 2000)

A fim de estabelecer a toxicidade de novos produtos naturais muitos ensaios

podem ser utilizados como os ensaios de letalidade de organismos simples que tecircm

sido utilizados para um raacutepido e relativamente simples monitoramento da resposta

bioloacutegica onde existe apenas um paracircmetro envolvido morte ou vida (Meyer et al

1982) Os resultados podem ser facilmente tratados estatisticamente

Estes ensaios permitem a avaliaccedilatildeo da toxicidade geral e portanto satildeo

considerados essenciais como bioensaios preliminares no estudo de compostos com

potencial atividade bioloacutegica

Um dos animais que tem sido utilizado nestes ensaios eacute uma espeacutecie de

microcrustaacuteceo marinho Artemia salina Leach que eacute considerada um bioensaio

preliminar utilizado para expressar a toxicidade de produtos naturais como extratos

de plantas e produtos marinhos (Maciel et al 2002)

Artemia salina Leach eacute uma espeacutecie da ordem Anostraca amplamente

conhecido como indicador de toxicidade em um bioensaio que utiliza CL50

(concentraccedilatildeo letal meacutedia) como paracircmetro para avaliaccedilatildeo da atividade bioloacutegica

(Nunes et al 2008) Esta espeacutecie eacute utilizada em testes de toxicidade devido agrave sua

59

capacidade de formar cistos dormentes fornecendo desse modo material bioloacutegico

que pode ser armazenado durante longos periacuteodos de tempo sem perda de

viabilidade e sem necessidade de se manterem culturas contiacutenuas de organismo-

teste Eacute uma espeacutecie de faacutecil manipulaccedilatildeo em laboratoacuterio e baixo custo econocircmico

(Calow 1993)

Adicionalmente alguns trabalhos mostram uma boa correlaccedilatildeo entre o ensaio

de letalidade com larvas de Artemia salina e a citotoxicidade em linhagens de

ceacutelulas humanas para esses produtos (McLaughlin et al 1995 Carbalho et al

2002)

A avaliaccedilatildeo da bioatividade de extratos de plantas medida pela toxicidade

frente a Artemia salina pode fornecer informaccedilotildees valiosas ao trabalho de quiacutemicos

de produtos naturais e farmacoacutelogos indicando fontes vegetais com importante

atividade bioloacutegica Nesse contexto a utilizaccedilatildeo de bioensaios para o monitoramento

da bioatividade de extratos de plantas vem crescendo consideravelmente nos

laboratoacuterios de pesquisa em niacutevel mundial como meacutetodo alternativo para o uso de

animais de laboratoacuterio (Nunes et al 2008)

60

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais

O cacircncer representa uma enfermidade cada vez mais comum em todo o

mundo e a busca por moleacuteculas cada vez mais potentes e menos toacutexicas eacute

constante tendo como grande fornecedor de moleacuteculas a natureza Segundo

Brandatildeo et al (2010) as plantas satildeo consideradas fonte nobre de moleacuteculas para o

tratamento de vaacuterias formas de cacircncer e mesmo que as moleacuteculas isoladas do

vegetal natildeo possam ser usadas diretamente como medicamento podem servir para

siacutentese ou para gerar proacute-farmacos para o desenvolvimento de novos agentes

Atualmente a definiccedilatildeo cientiacutefica de cacircncer refere-se ao termo neoplasia

especificamente aos tumores malignos como sendo uma doenccedila caracterizada pelo

crescimento descontrolado de ceacutelulas transformadas Existem quase 200 tipos que

correspondem aos vaacuterios sistemas de ceacutelulas do corpo os quais se diferenciam pela

capacidade de invadir tecidos e oacutergatildeos vizinhos ou distantes (Almeida et al 2005)

O cacircncer eacute uma siacutendrome que envolve em geral as etapas de iniciaccedilatildeo

promoccedilatildeo e progressatildeo Os diferentes tipos de cacircncer correspondem aos vaacuterios

tipos de ceacutelulas do corpo (Figura 20) conforme o local de origem destas

Figura 20 Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo brasileira Fonte httpwwwincaorgbrcancer (Almeida et al 2005)

61

O tratamento convencional desta patologia baseia-se em cirurgia radioterapia

quimioterapia ou a combinaccedilatildeo destes procedimentos Os dois primeiros satildeo

recomendados para tumores localizados enquanto que a quimioterapia eacute utilizada

para as ceacutelulas canceriacutegenas espalhadas pelo corpo Os faacutermacos antineoplaacutesicos

natildeo poupam as ceacutelulas normais de sua accedilatildeo devastadora assim diversos efeitos

toacutexicos podem acometer os pacientes que fazem uso destes medicamentos (Behling

et al 2004)

A busca por medicamentos canceriacutegenos tem aumentando com vista a se

encontrar tratamentos mais efetivos e seletivos ou que visem a descoberta de

novas estrateacutegias que impeccedilam o avanccedilo da doenccedila Diversos trabalhos tecircm visado

o estudo da varredura de moleacuteculas com atividade tumoral Os alcaloacuteides

apresentam atividade pronunciada com a classe de aporfiacutenicos demonstrando

atividade frente a diferentes tipos de linhagens de ceacutelulas tumorais (Pereira et al

2008 Silva et al 2007)

Um nuacutemero significativo de agentes quimioteraacutepicos obtidos a partir de plantas

estaacute ainda em experimento cliacutenico para o tratamento de cacircncer mas verifica-se a

descoberta de faacutermacos derivados de plantas que jaacute estatildeo sendo utilizados

clinicamente para essa patologia As estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias

com atividade canceriacutegenas derivadas de fontes vegetais estatildeo representadas na

Figura 21 Entre os mais conhecidos estatildeo os chamados alcaloacuteides da vinca

vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus os taxanos como o

paclitaxel (Taxol ) inicialmente isolado das cascas de Taxus brevifoliae e a classe

de agentes clinicamente ativos derivados da camptotecina isolada de Camptotheca

acuminata Decne (Cragg amp Newman 2009)

62

Figura 21 estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividades canceriacutegenas derivadas

de fontes vegetais Fonte Adaptaccedilatildeo de Cragg amp Newman (2009)

Verifica-se uma possiacutevel correlaccedilatildeo existente entre a atividade antioxidante de

substacircncias polares e a capacidade de inibir ou retardar o aparecimento de ceacutelulas

canceriacutegenas jaacute que haacute indiacutecios que espeacutecies reativas potencializam o estado desta

patologia (Barreiros amp David 2006)

Considerando que menos de 10 das espeacutecies de plantas tiveram algum tipo

de estudo fitoquiacutemico ou de atividades bioloacutegicas acredita-se que muitos

medicamentos derivados de plantas ainda estejam por ser descobertos incluindo os

anticanceriacutegenos (Brandatildeo et al 2010)

O

O

O

O

NHO O

O

OH

O OH

O

O

O

NH

NOH

O

OO

N

OOH

NR

OO

O

R = CH3

R = CHO

Vinblastine

Vincristine

Taxol

OOH

Cl

N

OH

N

NO

O

OOH

CaptotecinaFlavopiridol

O

OOH

N

OH

HO

Roituquina

Vinblastina

Vincristina R = CHO

63

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase

A populaccedilatildeo mundial estaacute cada vez mais idosa e doenccedilas relacionadas agrave

idade prevalecem sem cura ou tratamento eficaz tornando-se probemas de Sauacutede

Puacuteblica Mundial Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHO 2001) estima-

se que 40 milhotildees de pessoas no mundo apresenta algum tipo de demecircncia dentre

elas 25 milhotildees apresentam sintomas caracteriacutesticos da Doenccedila de Alzheimer (DA)

(Andrade 1988 Viegas Junior et al 2005)

Com o crescimento da expectativa de vida o risco eacute real para todos os que

ultrapassam 60 anos de idade jaacute que a DA eacute uma patologia neurodegenerativa

progressiva que afeta principalmente a populaccedilatildeo idosa sendo responsaacutevel por 50-

60 dos casos de demecircncias em pessoas com mais de 65 anos de idade (Francis

et al 1999)

Os principais sintomas envolvem deficiecircncia orgacircnica cognitiva principalmente

comprometimento da memoacuteria da coordenaccedilatildeo motora e do raciociacutenio aleacutem de

perda da capacidade cognitiva e demecircncia

Em niacutevel celular a DA estaacute associada agrave reduccedilatildeo das taxas de acetilcolina

(ACh) no processo sinaacuteptico diminuindo a neurotransmissatildeo colineacutergica cortical

aleacutem de outros neurotransmissores como noradrenalina dopamina serotonina e

glutamato (Tabarrini et al 2001 Perry et al 2003)

A acetilcolina eacute um neurotransmissor encontrado no ceacuterebro e nas junccedilotildees

neuromusculares compondo parte do sistema nervoso parassimpaacutetico Seus efeitos

incluem a contraccedilatildeo dos muacutesculos lisos dilataccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos e

regulaccedilatildeo da taxa de batimentos cardiacuteacos no ceacuterebro estaacute associada ao controle

motor memoacuteria e cogniccedilatildeo Sua atividade e permanecircncia na fenda sinaacuteptica satildeo

64

regulados por hidroacutelise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE) que regenera a

colina seu precursor

Os avanccedilos obtidos na compreensatildeo da evoluccedilatildeo da doenccedila tecircm demostrado

que o uso de inibidores de AChE deve ser a forma mais eficiente de controle da

evoluccedilatildeo da doenccedila As causas da DA natildeo satildeo determinadas assim os sintomas

podem ser apenas amenizados (Quik e Jeyarasasingam et al 1999 Viegas Junior

et al 2004)

O medicamento considerado mais efetivo no tratamento de DA eacute a

galantamina um alcaloacuteide inibidor da enzima acetilcolinesterase composto isolado

de plantas da famiacutelia Amaryllidaceae O alcaloacuteide foi inicialmente isolado de

Galanthus woronowii mas atualmente eacute obtido a partir de Narcissus sp e Leucojum

aestivum assim como sinteticamente Esta substacircncia apresenta menos limitaccedilotildees

que outras jaacute utilizadas devido os efeitos terapecircuticos que permanecem mesmo

apoacutes o teacutermino do tratamento (Ingkanan et al 2000 Loacutepez et al 2002)

Estudos realizados visando a obtenccedilatildeo de novos compostos capazes de

amenizar o deacuteficit colineacutergico associado agrave disfunccedilatildeo cognitiva do mal de Alzheimer

estatildeo baseadas na inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase como eacute o caso do ensaio

colorimeacutetrico de Rhee (Rhee et al 2001) Para esse teste utiliza-se 55rsquo-ditiobis

(aacutecido-2 nitrobenzoacuteico) (reagente de Ellmann) para visualizaccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica (Figura 22)

65

HO

O

N

O

O

SS

O OH

N

O

O

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

O inconveniente da utilizaccedilatildeo do reagente de Ellman eacute o limite de detecccedilatildeo

visual pois formam halos de inibiccedilatildeo brancos sobre a placa corada amarela

Na revisatildeo realizada por Viegas Junior (2004) pode-se verificar que nos

estudos de produtos naturais na busca por novos faacutermacos para o controle da DA os

alcaloacuteides destacam-se devida a atividade observada em baixas concentraccedilotildees

Algumas estruturas de alcaloacuteides podem ser encontradas nessa revisatildeo e em outros

trabalhos relacionados podem ser verificados na figura 23

Ensaios com um grande nuacutemero de plantas estatildeo sendo utilizados para

detectar a atividade de inibiccedilatildeo da AChE Um estudo bioguiado mais eficiente pode

ser realizado com a associaccedilatildeo dos ensaios anticolinesterase e antioxidante

conforme Giordani (2008) jaacute que o dano causado por espeacutecies reativas de oxigecircnio eacute

considerado um fator contribuinte da doenccedila de Alzheimer

No levantamento realizado por Barbosa Filho et al (2006) foram revisadas 309

plantas e 260 substacircncias isoladas As espeacutecies em particular da famiacutelia

Amaryllidaceae Apiaceae Asteraceae Fabaceae e Fumariaceae foram as mais

estudadas Mais uma vez os alcaloacuteides receberam destaque por serem os

compostos isolados que apresentaram maior atividade inibidora de

66

acetilcolinesterase Berkov et al (2008) realizou um trabalho com 33 alcaloacuteides em

que constatou a capacidade de inibir a accedilatildeo da enzima AChE de alcaloacuteides como

coridaline epigalantamina sanguinina desidrocoridalina entre outros

Dessa forma as famiacutelias botacircnicas que conteacutem alcaloacuteides podem ser fontes

promissoras do tratamento de DA

Figura 23 Alcaloacuteides com propriedades anticolinesterase

O

HO

NCH3

CH3O

Galantamina

Huperzina A

N

OH

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

homomoenjodaramina

O

HO

NCH3

HO

Sanguinina

N

OCH3

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

moenjodaramina

HN

N NH

N

NH

OH

CH3

zeatina

FonteGalanthus woronowii Referecircncia Loacutepez et al 2002

Fonte Huperzia serrata Referecircncia Chang 2000

Rajendran et al 2001

Fonte Eucharis grandiflora Referecircncia Loacutepez et al 2002

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteFiatoua villosa Referecircncia Heo et al 2002

67

34 Meacutetodos cromatograacuteficos

A extraccedilatildeo dos constituintes de plantas eacute um exerciacutecio de acertos e erros com

uso de diferentes solventes sob as mais variadas condiccedilotildees como tempo e

temperatura de extraccedilatildeo O sucesso ou fracasso nos processos de extraccedilatildeo pode

ser observado posteriormente nos processos de purificaccedilatildeo Uma vez extraiacutedo da

planta o composto bioativo deve ser separado do extrato bruto O procedimento

pode envolver desde uma simples cristalizaccedilatildeo do composto ateacute separaccedilotildees

sucessivas com particcedilotildees de polaridades diferentes e extensivas teacutecnicas

cromatograacuteficas Neste contexto a cromatografia tem lugar de merecido destaque

no que concerne a separaccedilatildeo identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de compostos (Bresolin

amp Cechinel-Filho 2003)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo Ela estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre

devido a diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis uma fase fixa de grande

aacuterea superficial denominada fase estacionaacuteria e outra um fluido que percola

atraveacutes dela chamada de fase moacutevel A grande variedade de combinaccedilotildees entre

fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica extremamente versaacutetil e de grande

aplicaccedilatildeo (Barnes 2002)

Pode ser desenvolvida de forma planar ou no interior de colunas O fenocircmeno

da separaccedilatildeo cromatograacutefica eacute de cunho interfacial sendo que as superfiacutecies

imisciacuteveis fases moacutevel e estacionaacuteria podem ser gaacutes-soacutelido gaacutes-liacutequido liacutequido-

liacutequido e liacutequido-soacutelido respectivamente (Degani et al 1998) Dentre os vaacuterios tipos

de cromatografia haacute a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Cromatografia

Liacutequida claacutessica e de Alta Eficiecircncia (CLAE) e Cromatografia Gasosa (CG)

(Esquema 4)

68

Esquema 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia Fonte Adaptaccedilatildeo de Degani et al 1998

341 Cromatografia em Camada Delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) eacute uma teacutecnica simples e de

execuccedilatildeo relativamente raacutepida utilizada em quiacutemica de produtos naturais como uma

ferramenta eficaz de anaacutelise qualitativa para avaliaccedilatildeo da pureza de uma amostra

simples avaliaccedilatildeo do nuacutemero de componentes de uma mistura identificaccedilatildeo de

uma ou mais substacircncias presentes em uma mistura por comparaccedilatildeo com padrotildees

monitoramento do progresso de uma reaccedilatildeo quiacutemica escolha de um solvente

apropriado para uma separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna e monitoramento de uma

separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna (Silva et al 2009)

Eacute uma teacutecnica de adsorccedilatildeo liacutequidondashsoacutelido onde agrave separaccedilatildeo pela diferenccedila de

afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionaacuteria O paracircmetro

mais importante a ser considerado em CCD eacute o fator de retenccedilatildeo (Rf) o qual eacute a

razatildeo entre a distacircncia percorrida pela substacircncia em questatildeo e a distacircncia

percorrida pela fase moacutevel Os valores ideais para Rf estatildeo entre 04 e 06 (Degani

et al 1998)

69

342 Cromatografia gasosa

A cromatografia a Gaacutes (CG) eacute um meacutetodo usado para separar os componentes

de uma soluccedilatildeo e determinar sua quantidade relativa Eacute uma teacutecnica uacutetil para

compostos orgacircnicos que natildeo entrem em decomposiccedilatildeo sob altas temperaturas

(aproximadamente 310ordmC) possibilitando a anaacutelise de compostos obtidos de plantas

em pequenas quantidades (microgramas) (Lanccedilas1993)

A cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de

possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa devido agrave possibilidade de

detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9-10-12 g) A grande limitaccedilatildeo deste

meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

(Degani et al 1998)

Os gases utilizados como fase moacutevel devem ter alta pureza e ser inertes em

relaccedilatildeo agrave fase estacionaacuteria Hidrogecircnio nitrogecircnio e heacutelio satildeo os mais usados Os

detectores de maior aplicaccedilatildeo satildeo o detector por ionizaccedilatildeo em chama e o detector

de condutividade teacutermica Os dados podem ser obtidos atraveacutes de um registrador

potenciomeacutetrico um integrador ou um microcomputador sendo as amostras

identificadas por seus tempos de retenccedilatildeo (Degani et al 1998)

A cromatografia a gaacutes pode ser combinada com espectroscopia de massas

(CG-EM) Esta teacutecnica vem sendo utilizada como meacutetodo sensiacutevel na identificaccedilatildeo

de alcaloacuteides e detecccedilatildeo de vaacuterias classes de terpenos (Cordell1995 Bresolin amp

Cechinel-Filho 2003)

70

4 METODOLOGIA

41 Coleta

As espeacutecies de Lauraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho

Ducke em Manaus no Amazonas Sendo trecircs espeacutecies do gecircnero Ocotea duas do

gecircnero Rhodostemonodaphne e duas do gecircnero Endlicheria As exsicatas

encontram-se depositadas no herbaacuterio do Instituto Nacional de Pesquisas do

Amazonas (INPA) no projeto Flora da Reserva Ducke

Reg Nome cientiacutefico Oacutergatildeo(s) da planta

0215 Endlicheria citriodora Folhas e galhos

0273 Endlicheria sericea

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0123 Ocotea ceanothifolia

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0066 Ocotea leucoxylon

Folhas galhos finos e grossos

0172 Ocotea minor

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0191 Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas e galhos

0162 Rhodostemonodaphne recurva

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

Quadro 1 - Dados de coleta das espeacutecies vegetais

Apoacutes a coleta as diferentes partes da aacutervore (folhas galhos e cascas do

tronco) foram separadas limpas analisadas macroscopicamente quanto agrave presenccedila

de fungos galhas e ataques de insetos O material foi seco agrave temperatura ambiente

triturado separadamente em moinho de quatro facas e dividido para obtenccedilatildeo de

extratos etanoacutelicos e de oacuteleos essenciais O esquema 05 mostra os meacutetodos

empregados para obtenccedilatildeo dos extratos etanoacutelicos e extraccedilatildeo dos oacuteleos essenciais

71

42 Obtenccedilatildeo dos extratos

Para as sete espeacutecies investigadas o procedimento de obtenccedilatildeo dos extratos

foi padronizado Cada parte (galhos folhas e cascas) foi submetida agrave maceraccedilatildeo a

frio durante 72 horas em etanol previamente destilado

Apoacutes a maceraccedilatildeo e filtraccedilatildeo o solvente foi eliminado em evaporador rotatoacuterio

resultando num extrato bruto O material vegetal foi recolocado em maceraccedilatildeo

repetindo-se o processo descrito anteriormente durante quatro vezes obtendo assim

um extrato etanoacutelico

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos extratos e dos oacuteleos essenciais

Hidrodestilaccedilatildeo por Clevenger modificado

Evaporaccedilatildeo em rotavapor

5x maceraccedilatildeo em Etanol

Extraccedilatildeo de oacuteleo essencial

Soluccedilatildeo etanoacutelica

Extrato etanoacutelico

Prospecccedilatildeo quiacutemica

Ensaios quiacutemicobioloacutegicos

Anaacutelise e identificaccedilatildeo

Limpeza secagem e trituraccedilatildeo

Coleta

72

43 Prospecccedilatildeo

As prospecccedilotildees foram realizadas segundo Matos (1980)

431 Fenoacuteis

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se em seguida trecircs gotas de soluccedilatildeo alcooacutelica de FeCl3 10 Agitou-se e

observou-se variaccedilatildeo de coloraccedilatildeo variando entre azul e vermelho que eacute indicativo

de fenoacuteis O resultado foi comparado com um teste em branco usando-se aacutegua e

FeCl3

432 Flavonoacuteides

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se entatildeo alguns miligramas de magneacutesio granulado e 05 mL de HCl

concentrado O teacutermino da reaccedilatildeo foi indicado pelo fim da efervescecircncia O

aparecimento ou a intensificaccedilatildeo da cor vermelha foi indicativo da presenccedila de

flavonoacuteis flavanonas flavanonoacuteis eou xantonas livres ou seus heterosiacutedios

433 Alcaloacuteides

Foi verificada a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes dos reativos de

reconhecimento Dragendorf Mayer Wagner e Hager A leve turbidez ou precipitado

respectivamente roxa a laranja branca a creme marron e marrom dos extratos apoacutes

a adiccedilatildeo dos reativos indicaram a presenccedila de alcaloacuteides

73

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas

441 Obtenccedilatildeo das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

O extrato bruto foi submetido a fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides

modificado conforme demonstrado no esquema 06 O extrato seco foi

ressuspendido com soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 10 As substacircncias apolares foram

extraiacutedas com hexano Para retirada de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade foi

adicionado diclorometano (4 vezes) Apoacutes a retirada do diclorometano a fraccedilatildeo

aquosa foi alcalinizada com hidroacutexido de amocircnio ateacute pH 9-10 e extraiacuteda com o

mesmo volume de diclorometano (4 vezes) gerando uma fraccedilatildeo orgacircnica

enriquecida em alcaloacuteides A fraccedilatildeo foi seca com sulfato de soacutedio anidro filtrada

evaporada agrave pressatildeo reduzida e pesada

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Adiccedilatildeo NH4OH

Particcedilatildeo CH2Cl2

Fraccedilatildeo aquosa aacutecida

Fase Hexacircnica

CH2Cl2H2O

Fraccedilatildeo diclorometano

Fraccedilatildeo aquosa Baacutesica

Resiacuteduo aquoso neutro

Ressuspensatildeo em HCl 10 e particcedilatildeo com Hexano

Extrato

Etanoacutelico

Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

74

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD

Apoacutes as particcedilotildees aacutecido-base as fraccedilotildees alcaloiacutedicas foram solubilizadas em

diclorometano e aplicadas com auxiacutelio de capilar em cromatofolhas de alumiacutenio (AL

TLC Silicagel 60 F254 Merck 5 x 4 cm) O sistema foi mantido em cacircmara de

saturaccedilatildeo com os eluentes acetato de etila metanol e aacutegua (721) A visualizaccedilatildeo

das manchas foi efetuada por exposiccedilatildeo agrave luz UV a 264 e 365 nm e revelaccedilatildeo com

vanilina sulfuacuterica com posterior aquecimento em estufa e em capela ateacute o

aparecimento de cores na placa e revelador Dragendorf

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por Espectrometria de massas

O estudo do perfil alcaloiacutedico foi realizado por espectrometria de massa (IES-

EMEM) As amostras foram solubilizadas para concentraccedilatildeo de 5ppm usando

metanol HPLC como solvente injetadas por inserccedilatildeo direta no espectrocircmetro de

massas com inserccedilatildeo direta com fluxo de 30 μL minndash1 Os espectros ESI-MS foram

adquiridos em modo positivo em um aparelho LCQ-Fleet da Thermo Detector do

tipo Ion-Trap operando no modo ESI de ionizaccedilatildeo As amostras foram infundidas

por uma bomba de injeccedilatildeo automaacutetica com um fluxo contiacutenuo de 10μLmin-1 Os

espectros foram adquiridos na faixa de mz 100 a 800 Foram avaliados por injeccedilatildeo

direta das amostras em espectrocircmetro de massa com interface electrospray e

analisador de iacuteon-trap (FIA-ESI-IT-MS)[5] obtidos em modo positivo [M+H]+

75

45 Oacuteleo essencial

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo

O oacuteleo essencial foi extraiacutedo por hidrodestilaccedilatildeo utilizando-se aparelho de

Clevenger modificado por 4 horas A proporccedilatildeo utilizada foi de 110 de amostra e

aacutegua respectivamente

Apoacutes a obtenccedilatildeo do oacuteleo o mesmo foi seco em sulfato de soacutedio seu

rendimento calculado e em seguida armazenado em geladeira em um frasco acircmbar

para minimizar os efeitos da oxidaccedilatildeo ateacute as anaacutelises

O caacutelculo dos rendimentos foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo da massa do oacuteleo

obtida com a massa de material vegetal seco utilizado na extraccedilatildeo

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais

Os oacuteleos essenciais foram diluiacutedos em hexano e as soluccedilotildees obtidas foram

submetidas agrave anaacutelise por cromatografia em fase gasosa com detector de ionizaccedilatildeo

de chama (CG-DIC) para a anaacutelise quantitativa e determinaccedilatildeo dos iacutendices de

retenccedilatildeo e por cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrocircmetro de massas

(CG-EM) para a obtenccedilatildeo dos espectros de massas Foram realizadas trecircs

repeticcedilotildees para cada oacuteleo essencial analisado

4521 Anaacutelise em CG-DIC

Os oacuteleos foram diretamente analisados em cromatoacutegrafo em fase gasosa

modelo CG 2010 da Shimadzucopy com detector por ionizaccedilatildeo de chama (DIC) As

76

anaacutelises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB (100 dimetilpolisiloxano) da

Variancopy com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m sendo utilizado como gaacutes de

arraste heacutelio (He) em fluxo de 20 mLmin A injeccedilatildeo em modo split 110 foi realizada

com injetor a 250ordmC A temperatura do detector foi de 290ordmC e o forno foi

programado de 60ordmC ateacute 240degC (2degCmin) 240degC ateacute 290degC (20degCmin) isoterma em

290degC por 5 min Foram injetados padrotildees de hidrocarbonetos lineares para a

determinaccedilatildeo dos iacutendices de retenccedilatildeo

4522 Anaacutelise em CG-EM

Apoacutes a anaacutelise por CG-DIC os oacuteleos foram analisados em cromatoacutegrafo em

fase gasosa modelo QP-2010 da Shimadzucopy com detector por espectrometria de

massas (CG-EM) As anaacutelises foram realizadas com coluna VF-1MS da Variancopy

com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m As condiccedilotildees da anaacutelise foram agraves

mesmas utilizadas por CG-DIC Para a detecccedilatildeo foi aplicada a teacutecnica de impacto

eletrocircnico a 70eV

4522 Anaacutelise por RMN

Os espectros de Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear de hidrogecircnio (RMN 1H) e carbono (RMN

13C-1H desacoplado) DEPT HSQC e HMBC foram registrados em espectrocircmetro da Varian modelo

INOVA de 117 T do Centro de Biotecnologia da Amazocircnia (CBA) operando a 500 MHz para 1H e 125

MHz para 13C As amostras foram solubilizadas em 600microL de solvente deuterado clorofoacutermio (CDCl3)

Os deslocamentos quiacutemicos (δ) foram expressos em partes por milhatildeo (ppm) em relaccedilatildeo ao padratildeo

interno TMS (δ= 000) e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz) As multiplicidades dos sinais

foram indicadas segundo a convenccedilatildeo s (singleto) d (dupleto) dd (duplo dupleto) t (tripleto) e m

(multipleto)

77

4523 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais

A determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais foi realizada

atraveacutes dos dados de tempo de retenccedilatildeo obtidos por CG-DIC e dos espectros de

massas obtidos por CG-EM Os iacutendices de retenccedilatildeo foram calculados utilizando a

equaccedilatildeo de Van der Dool-Kratz relacionando os tempos de retenccedilatildeo dos compostos

presentes nos oacuteleos essenciais com os tempos de retenccedilatildeo de uma seacuterie homoacuteloga

de hidrocarbonetos lineares (C9-C30) que foi co-injetada com a amostra Os iacutendices

de retenccedilatildeo e os espectros de massas foram comparados com dados da

espectroteca Wiley 70 e da literatura (Adams 2007)

78

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos

Os extratos em etanol eou oacuteleos essencias com maiores rendimentos foram

testados nos seguintes ensaios

461 Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria de acetilcolinesterase foi verificada segundo o meacutetodo de

Ellman (1961) modificado por Rhee et al (2001) A amostra foi adicionada em uma

placa de CCD (cromatografia de camada delgada) Apoacutes a completa evaporaccedilatildeo do

solvente foi adicionado sobre a placa cromatograacutefica o corante e o substrato que

satildeo o reagente de Ellman (aacutecido 55rsquo-ditiobis-2-nitrobenzoacuteico DTNB) e uma soluccedilatildeo

de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) em tampatildeo A enzima AChE (3 UmL) foi

adicionada posteriormente e analisada depois de 20 minutos O resultado foi

verificado atraveacutes da diferenccedila na coloraccedilatildeo caracteriacutestica do meacutetodo em que a

coloraccedilatildeo amarela caracteriza o resultado negativo para inibiccedilatildeo e branca para

positivo

As regiotildees da placa que contecircm substacircncias capazes de inibir a accedilatildeo da

enzima acetilcolinesterase apresentam uma mancha branca contra a coloraccedilatildeo de

fundo do corante

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH

A atividade inibidora de radicais livres foi verificada de forma qualitativa

(Soler-Rivas et al 2000) e quantitativa (Mensor 2001)

79

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante

O teste de atividade antioxidante qualitativo foi realizado atraveacutes da

capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em

soluccedilotildees com solvente metanol por trinta segundos

Foram aplicadas sobre uma cromatoplaca de siacutelica gel soluccedilotildees das amostras

de extrato bruto com concentraccedilatildeo de 1mgmL Apoacutes a total evaporaccedilatildeo do solvente

a placa seraacute nebulizada com soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH a 03mMmL

A atividade antioxidante foi evidenciada pela presenccedila de manchas amarelas

ou brancas decorrentes da reduccedilatildeo do DPPH contra a coloraccedilatildeo puacuterpura de fundo

apoacutes alguns minutos agrave temperatura ambiente Como padratildeo positivo foi utilizado o

flavonoacuteide quercetina

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi avaliada por meio da capacidade sequumlestrante do

radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) utilizando quercetina como padratildeo

externo Verifica-se que o padratildeo apresenta concentraccedilatildeo eficiente aproximada de 4

μgmL devido a isso foram preparadas soluccedilotildees em metanol com concentraccedilotildees de

03906 a 25 μgmL O mesmo procedimento foi realizado para as soluccedilotildees dos

extratos com concentraccedilatildeo de 3125 a 100 microgmL O meacutetodo foi adaptado para

microplaca (figura 23)

As amostras diluiacutedas tiveram suas absorbacircncias medidas em leitora de

microplaca (Bio-Rad modelo 3550 UV) a 517 nm para a obtenccedilatildeo do branco Em

seguida foram submetidas agrave adiccedilatildeo do reativo DPPH (03 mM) incubando a reaccedilatildeo

80

por 30 minutos em ambiente escuro A leitura da absorbacircncia foi novamente

realizada pois por accedilatildeo de um antioxidante o DPPH eacute reduzido formando difenil-

picril-hidrazina com consequente desaparecimento da coloraccedilatildeo podendo ser

monitorado pelo decreacutescimo da absorbacircncia

A porcentagem da atividade antioxidante (AA) corresponde agrave quantidade de

DPPH consumida sendo que a quantidade da amostra necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo de DPPH em 50 eacute denominada concentraccedilatildeo eficiente (CE50) Os

valores de absorbacircncia em todas as concentraccedilotildees testadas foram convertidos em

AA pela equaccedilatildeo 01

AA = [ Abscontrole ndash ( Absamostra ndash Absbranco ) ] x 100 Abscontrole

Onde Abscontrole eacute a absorbacircncia inicial da soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH e

Absamostra eacute a absorbacircncia da mistura reacional ( DPPH + amostra)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Os resultados apresentados neste estudo correspondem a meacutedia da triplicata

e o desvio padratildeo da meacutedia O valor de (CE50) foi determinada atraveacutes da regressatildeo

linear dos valores obtidos utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007

81

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia salina LEACH

A atividade citotoacutexica dos extratos foi avaliada atraveacutes do teste de letalidade

contra Artemia salina Leach de acordo com o meacutetodo proposto por Meyer e

colaboradores (1982) Naacuteuplios de Artemia salina foram incubados em aacutegua do mar

artificial por 48 horas agrave temperatura de 28ordmC Soluccedilotildees dos extratos foram

preparadas em dimetilsulfoacutexido (DMSO) nas concentraccedilotildees variando de 10 a 500

μgmL

Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para recipientes

contendo aacutegua artificial do mar e a substacircncia a ser testada Os ensaios foram

realizados em triplicata A contagem do nuacutemero de larvas mortas foi realizada apoacutes

24 horas e esse nuacutemero foi usado para o calculo utilizando o meacutetodo Proacutebitos de

anaacutelise para obtenccedilatildeo das DL50 e respectivos intervalos de confianccedila (Finney 1971)

(figura 24) Os extratos com DL50 maiores que 1000 microgmL ppm foram considerados

inativos

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

464 Avaliaccedilatildeo da atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais

A avaliaccedilatildeo da citotoxidade foi realizada na Universidade Federal do Cearaacute sob

a supervisatildeo da prof Dra Claacuteudia Pessoa Foram utilizados trecircs tipos de linhagens

82

tumorais MDA-MB435 (mama - humano) HCT-8 (coacutelon - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) cultivadas em meio RPMI 1640 suplementados com 10

de soro fetal bovino e 1 de antibioacuteticos mantidas em estufa a 37 ordmC e atmosfera

contendo 5 de CO2As amostras dos extratos etanoacutelicos foram dissolvidas em

DMSO puro esteacuteril e testadas na concentraccedilatildeo final de 50 microgmL

Anaacutelise de citotoxicidade pelo meacutetodo do MTT vem sendo utilizada no

programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI) Eacute um

meacutetodo raacutepido sensiacutevel e barato Eacute uma anaacutelise colorimeacutetrica baseada na

conversatildeo do sal 3-(45-dimetil-2-tiazol)-25-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT)

em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas

ceacutelulas metabolicamente ativas O estudo citotoacutexico pelo meacutetodo do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade mas natildeo o mecanismo de accedilatildeo (Berridge et al

1996)

As ceacutelulas foram plaqueadas na concentraccedilatildeo de 01 x 106 ceacutelmL para as

linhagens MDAMB-435 e SF-295 e 07 x 105 ceacutelmL para a linhagem HCT-8 Em

seguidas foram adicionadas as amostras na concentraccedilatildeo final de 50 gmL As

placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5 de CO2 a 37 ordmC Ao teacutermino

deste as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante removido Em seguida

foram adicionados 150 L da soluccedilatildeo de MTT (sal de tetrazolium) e as placas foram

incubadas por 3h A absorbacircncia foi lida apoacutes dissoluccedilatildeo do precipitado com 150L

de DMSO puro em espectrofotocircmetro de placa a 595 nm

Os experimentos foram analisados segundo a meacutedia plusmn desvio padratildeo da

meacutedia (DPM) da porcentagem de inibiccedilatildeo do crescimento celular usando o programa

GraphPad Prism

83

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apoacutes seacuteculos de exploraccedilatildeo desordenada na Regiatildeo Amazocircnica as espeacutecies

da famiacutelia Lauraceae produtoras de oacuteleo essencial continuam tendo interesse

comercial mas com poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos descritos na

literatura em comparaccedilatildeo com a quantidade de espeacutecies de interesse (Alcacircntara et

al 2010)

As espeacutecies de plantas estudadas neste trabalho fazem parte de uma seacuterie de

plantas selecionadas pelo grupo de pesquisa Quiacutemica de Biomoleacuteculas da Amazocircnia

(Q-BiomA) objetivando o estudo do perfil de seus constituintes alcaloiacutedicos e

volaacuteteis Todas as espeacutecies fazem parte da flora Amazocircnica e possuem pouco ou

nenhum estudo quiacutemico e bioloacutegico

As extraccedilotildees e os ensaios quiacutemicos e bioloacutegicos foram realizados conforme a

disponibilidade dos equipamentos e reagentes e portanto os testes natildeo foram

realizados com todas as espeacutecies e partes da planta ateacute a presente data

51 Rendimento do extrato

Foram obtidos 23 extratos com rendimento variando de 161 agrave 2904

conforme apresentado na tabela 4 A espeacutecie O ceanothifolia apresentou o maior

rendimento na maioria das partes (folhas galhos finos e grossos) Em quase todas

as espeacutecies foi possiacutevel verificar que os galhos finos apresentaram rendimento maior

que os galhos grossos Tal dado eacute importante tendo em vista a sustentabilidade da

84

pesquisa jaacute que os galhos finos satildeo mais faacuteceis de serem obtidos e sua retirada eacute

menos prejudiciais agrave planta devido crescerem mais raacutepido

Tabela 4 Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

A= Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol Rend=rendimento NR = natildeo realizado

52 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica

O estudo fitoquiacutemico revelou a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos

na maioria dos extratos Os resultados para a prospecccedilatildeo de alcaloacuteides utilizando

como reveladores Hager Wagner Mayer e Draggendorff foram unidos e satildeo

apresentados na tabela 09 assim como os resultados para flavonoacuteides e compostos

fenoacutelicos

Os flavonoacuteides natildeo foram detectados em nenhum extrato do gecircnero

Rhodostemonodaphne e das espeacutecies Endlicheria sericea (galhos) e Ocotea

Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

Espeacutecies Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

()

E citriodora 400 1299 215 682 NR NR NR NR

E sericea 500 479 500 204 500 347 200 284

O

ceanothifolia

700 2904 500 860 300 1362 350 204

O leucoxylon 550 393 500 257 500 579 NR NR

O minor 500 1665 600 672 300 607 300 354

R

crenaticupula

100 826 500 161

NR NR NR NR

R recurva 500 426 500 106 500 201 300 051

85

leucoxylon Poreacutem este uacuteltimo gecircnero apresentou a maior quantidade de espeacutecies

contendo alcaloacuteides o que pode ser um indiacutecio para outras atividades jaacute que os

alcaloacuteides satildeo conhecidos por apresentarem pronunciada atividade bioloacutegica

A presenccedila de alcaloacuteides em Ocotea foi verificada destacando esse grupo de

substacircncias como bastante frequumlentes em espeacutecies desse gecircnero Foi possiacutevel

verificar que a maioria das partes das espeacutecies testadas apresentou alcaloacuteides

Tabela 5 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e flavonoacuteides

Oacutergatildeo vegetal Fenoacuteis Flavonoacuteides Alcaloacuteides

E citriodora

Folhas - - -

Galhos grossos + - -

E sericeae

Folhas + + -

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

Cascas + + +

O ceanothifolia

Folhas + + -

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + - -

O leucoxylon

Folhas + - +

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

O minor

Folhas + - +

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + + +

R recurva

Folhas - - -

Galhos grossos - - +

Galhos finos - - +

Cascas - - +

R crenaticupula

Folhas - - +

Galhos grossos + - +

(+)positivo (-)negativo

86

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica

531 Rendimento da particcedilatildeo

O rendimento () das fraccedilotildees alcaloiacutedicas variaram de 673598 em E sericea

a 00749 em E citriodora baseadas em 2g do material de partida Os rendimentos

da particcedilatildeo podem ser verificados a seguir (Tabela 6)

Tabela 6 Rendimento da particcedilatildeo aacutecido-base ()

Oacutergatildeo vegetal Hexano Diclorometano Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

E citriodora Folhas 958063 07298 00749

Galhos grossos 121941 33741 08485

E sericeae

Folhas 89957 166872 139949

Galhos grossos 264841 223406 21813

Cascas 224532 40688 673598

O ceanothifolia

Folhas 59401 60496 07518

Galhos grossos 10022 105809 20693

Galhos finos 05395 60678 05246

Cascas 05091 102800 11553

O leucoxylon

Folhas 689310 149902 91739

Galhos grossos 295341 193682 55870

Galhos finos 52083 179812 116716

O minor

Folhas 93799 95347 02446

Galhos grossos 02191 40187 08316

Galhos finos 11014 24370 09768

Cascas 06939 12986 06839

R recurva

Folhas 543737 20224 02769

Galhos grossos 334256 138845 09296

Galhos finos 429355 19344 05285

R crenaticupula Folhas 590989 17336 01273

Galhos grossos 165237 252493 07379

As espeacutecies de Endlicheria apresentaram perfis muito diferentes Enquanto em

E sericea (folhas) pode-se verificar o maior rendimento de todos os extratos E

citriodora (folhas) obteve o menor resultado Tal dado reflete o resultado das

prospecccedilotildees onde esta apresentou resultado negativo o que pode significar uma

quantidade muito baixa de alcaloacuteides presentes no extrato

As Rhodostemonodaphnes apresentaram rendimentos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

inferiores a 1 em todos os extratos

87

532 Anaacutelise por CCD

Os alcaloacuteides podem ser encontrados em todas as partes de um vegetal

contudo em um ou mais oacutergatildeos haveraacute um acuacutemulo preferencial dessas substacircncias

(Henriques et al2004) como pode ser observado nas placas cromatograacuteficas

dessas espeacutecies analisadas (figura 25 agrave 31)

Endlicheria citriodora

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 25 placa cromatograacutefica de Endlicheria citriodora

Natildeo foi verificado a presenccedila de alcaloacuteides nas fraccedilotildees de folhas e fracamente

nos galhos de Endlicheria citriodora e E sericea Tais dados satildeo condizentes com a

prospecccedilatildeo dos extratos realizados utilizando reveladores especiacuteficos para

alcaloacuteides em que o mesmo foi negativo O que pode indicar uma quantidade

pequena ou ausecircncia de alcaloacuteides presentes nas folhas e galhos dessas espeacutecies

88

O fato do resultado em prospecccedilatildeo quiacutemica ser negativo natildeo exclui a presenccedila de

uma substacircncia em um extrato pois a mesma pode estar em uma concentraccedilatildeo

muito baixa no extrato testado

Endlicheria sericeae

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 26 placa cromatograacutefica de Endlicheria sericeae

89

A anaacutelise em CCD possibilita que classes de substacircncias que apresentem

concentraccedilotildees baixas em um extrato possam ser visualizadas atraveacutes da separaccedilatildeo

de fraccedilotildees na placa cromatograacutefica como no caso dos galhos de E citriodora

No extrato das cascas de E sericea pode-se visualizar trecircs manchas que

sugerem corresponder a presenccedila do mesmo nuacutemero de alcaloacuteides embora a

presenccedila de uma fraccedilatildeo separada na placa cromatograacutefica natildeo comprove que a

mesma estaacute isolada

Rodostemonodaphne crenaticupula

Os resultados das particcedilotildees aacutecido-base das duas espeacutecies de

Rhodostemonodaphne podem ser visualizados nas figuras 27 e 28

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 27 placa cromatograacutefica de R crenaticupula

90

Nas folhas e nos galhos de R crenaticupula foi possiacutevel visualizar a presenccedila

de duas manchas que equivalem a presenccedila de alcaloacuteides Em contraste natildeo foi

possiacutevel visualizar a presenccedila de alcaloacuteides nas folhas de R recurva fracamente

nos galhs finos e mais pronunciado nos galhos grossos

Rhodostemonodaphne recurva

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 28 placa cromatograacutefica de R recurva

91

A prospecccedilatildeo para alcaloacuteides tambeacutem foi confirmada no gecircnero

Rhodostemonodaphne O perfil dos alcaloacuteides nas folhas e galhos de R

crenaticupula foi o mesmo na placa cromatograacutefica poreacutem em R recurva visualizou-

se duas manchas nos galhos finos e apenas uma nos galhos grossos Segundo

Henriques et al (2004) apoacutes o transporte para o siacutetio de armazenagem podem

haver modificaccedilotildees estruturais secundaacuterias Assim os mesmos podem ter a mesma

origem poreacutem com estruturas diferentes

A presenccedila de alcaloacuteides em potencial confirma a revisatildeo de Zanin amp Lordello

(2007) onde foi constatada por meio de anaacutelise em CCD e prospecccedilatildeo a presenccedila

de alcaloacuteides em todas as partes (folhas galhos e cascas)

Dos trecircs gecircneros analisados as Ocoteas foram as que apresentaram mais

alcaloacuteides tanto em quantidade visualizadas pelo nuacutemero de fraccedilotildees obtidas pela

separaccedilatildeo do extrato na placa cromatograacutefica quanto na concentraccedilatildeo verificada

por meio da intensidade da coloraccedilatildeo

A presenccedila de alcaloacuteides nas espeacutecies de Ocotea identificados por revelador

especiacutefico pode ser visualizado nas figuras 29 30 e 31 As manchas em Ocotea

leucoxylon e Ocotea minor foram mais pronunciadas que em O ceanothifolia

92

Ocotea ceanothifolia

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O ceanothifolia

93

O leucoxylon

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O leucoxylon

94

Ocotea minor

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 31 placa cromatograacutefica de O minor

95

O procedimento realizado para o fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides foi

uma adaptaccedilatildeo do meacutetodo de particcedilatildeo aacutecido-baacutesico modificado proposto por

Giordani et al (2008) Atraveacutes das modificaccedilotildees propostas verificou-se que o perfil

dos extratos nas anaacutelises por cromatografia em camada delgada (CCD)

apresentaram melhores perfis devido a separaccedilatildeo dos componentes

A diferenccedila para a particcedilatildeo aacutecido-base claacutessica estaacute na adiccedilatildeo de

diclorometano (b) quando o meio da fraccedilatildeo aquosa ainda estaacute aacutecida Tal fato faz

com que possa haver a extraccedilatildeo de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade onde

estatildeo incluiacutedos outros componentes natildeo desejados para esse trabalho

Ao adicionar o hidroacutexido de amocircnio este libera a maioria dos acaloacuteides e os

convertem na forma de bases livres que podem ser retirados com a segunda adiccedilatildeo

de diclorometano (c) Dessa forma eacute obtida uma mistura bruta de acaloacuteides isolados

do resto dos produtos metaboacutelicos do vegetal Apoacutes a retirada da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

esta soluccedilatildeo foi neutralizada atraveacutes de vaacuterias particcedilotildees com aacutegua destilada

Os perfis das placas cromatograacuteficas das Ocoteas demonstraram o quanto agraves

substacircncias de meacutedia polaridade foram extraiacutedas pela primeira adiccedilatildeo de

diclorometano (b) e os alcaloacuteides de maior polaridade foram extraiacutedos pela

segunda adiccedilatildeo de diclorometano onde o meio aquoso encontrava-se baacutesico

96

533 Anaacutelise por espectrometria de massa

Por meio de espectrometria de massa pode-se analisar o perfil dos extratos e

fraccedilotildees e selecionar as espeacutecies mais promissoras conforme o interesse do

trabalho A famiacutelia Lauraceae apresenta como marcador taxonocircmico a presenccedila de

alcaloacuteides principalmente a classe dos isoquinoliacutenicos Destes satildeo predominantes

compostos com moleacuteculas aporfiacutenicas oxoaporfiacutenicas e benzilisoquinoliacutenicas Os

espectros de massas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas dos trecircs gecircneros estatildeo apresentadas

em anexo e reunidas na tabela 6 onde as substacircncias majoritaacuterias estatildeo sendo

destacadas

Tabela 6 Anaacutelise do perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massa

Espeacutecie Oacutergatildeo vegetal Iacuteons principais(mz)

E citriodora Folhas 23895 38791

E citriodora Galhos grossos 30006 32988

E sericea Folhas 32995 30013

E sericea Galhos finos 28606 30006 32988 34619

E sericea Galhos grossos 30006 32813 33009 34194

E sericea Cascas 28585 33009

R crenaticupula Folhas 27416 31806 43691 45287

R crenaticupula Galhos grossos 28606 31385 33009

R recurva Folhas 19191 27423 33016

R recurva Galhos finos 28193 33002 34612

R recurva Galhos grossos 35289 33002 34591

O ceanothifolia Folhas 29992 35795

O ceanothifolia Galhos finos 29992 31420 34591

O ceanothifolia Galhos grossos 29992 31413 34605

O ceanothifolia Cascas 30006 31406 33002 34605

O leucoxylon Folhas 31084 32484 35578 37013

O leucoxylon Galhos finos 31084 32505 35592 36992

O leucoxylon Galhos grossos 32484 35592 36992

O minor Folhas 14389 17490 20507

O minor Galhos finos 14389 17511 20507

O minor Galhos grossos 14389 17504 20507

O minor Cascas 28558 29992 33009

97

Os picos mais intensos constituintes foram observados entre massa de 14389

a 45287 mz em O minor e R crenaticupula respectivamente Analisando os perfis

cromatograacuteficos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas observa-se que os respectivos espectros

obtidos nas mesmas condiccedilotildees experimentais apresentam perfis semelhantes entre

partes da mesma espeacutecie principalmente entre galhos finos e galhos grossos com

o mesmo pico base

Por tratar-se de uma fraccedilatildeo pode-se realizar uma anaacutelise do perfil onde

algumas classes de substacircncias podem ser caracterizadas Na tabela 7 haacute algumas

classes correspondentes a massa dos picos encontrados nas fraccedilotildees e algumas

sugestotildees de alcaloacuteides com registro na literatura de isolamento em espeacutecies de

Lauraceae

Os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees Por se

tratarem de um mz de nuacutemeros pares (300 e 330) significa que as suas massas

molares satildeo na realidade iacutempar Estes dados fornecem informaccedilotildees de que os

compostos referentes tratam-se de substacircncias com nuacutemero iacutempar de nitrogecircnios

Os alcaloacuteides benzilisoquinoliacutenicos reticulina e N-metil coclaurina apresentam

foacutermula molecular C19H24NO4 e C19H24NO4 o que podem corresponder aos picos

encontrados sendo estes descritos como alcaloacuteides isolados em gecircneros de

Lauraceae (Sulaiman et al 2011 Dias et al 2003)

No gecircnero Ocotea satildeo relatados diversos trabalhos com o isolamento de

alcaloacuteides Destes a classe dos aporfinicos satildeo os constituintes quiacutemicos mais

frequentes sendo encontrado em um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies (Zanin amp

Lordello 2007)

98

O pico 23895 apresenta massa correspondente agrave estrutura de um alcaloacuteide

tipo benzilisoquinoliacutenico nuacutecleo encontrado em diversas espeacutecies de Ocotea (Dias

et al 2003 Meirelles et al 1979 Barbosa-Filho et al 1999)

Em Ocotea leucoxylon verificou-se a prevalecircncia do iacuteon principal em todas as

partes de 370 mz o que sugere a presenccedila do alcaloacuteide aporfiacutenico ocoteiacutena

(C21H23NO5) alcaloacuteide denominado devido ao seu isolamento em espeacutecies desse

gecircnero (Zhou et al 2000)

Os gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne apresentaram seus picos

principais na maioria dos oacutergatildeos vegetais com mz de 300 e 330 O pico

correspondente a 285 mz corresponde agrave massa que eacute encontrada no alcaloacuteide

coclaurina onde este foi encontrado em diversos gecircneros de Lauraceae como

Aniba Litsea Mezilaurus Nectandra Neolitsea Phoebe e Ocotea (Silva et al

2002 Guinaudeau et al1979 Guinaudeau 1983 Wu amp Huang 2006)

99

Tabela 7 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares de alcaloacuteides

isolados em Lauraceae

Iacuteon molecular

(mz) (M+1)

Foacutermula

molecular Alcaloacuteides Classificaccedilatildeo Referecircncia

19191 C10H9NO3

Noroxihidrastinina

Isoquinolinico Wu amp Huang 2006

23895 C17H20N Benzilisoquinoliacutenicos benzilisoquinoliacutenicos Dias et al 2003

Meirelles et al 1979

28193 C18H19NO2 Bornuciferina lirinidina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

28606 C17H19NO3 Norcanelillina coclaurina benzilisoquinoliacutenicos Silva et al2002 Wu amp

Huang 2006

30006 C19H24NO4 N-metilcoclaurina benzilisoquinoliacutenicos Wu amp Huang 2006

Dias et al 2003

31084 C19H21NO3 Prestephanina

N-carbamoilasimilobina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

31420 C18H19NO4 Laurolitsina laureptina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32484 C19H17NO4 Neolitsina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32813 C19H21NO4 Boldina Laurotetanina

isoboldina lirina N-oxidada Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

33009 C19H24NOu Reticulina Aporfiacutenico Sulaiman et al 2011

Dias et al 2003

34194 C19H19NO5 Isocoridina predicentrina

lirioferina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35289 C20H19NO5 Oxoglaucina Oxoaporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35578 C21H25NO4 Glaucina leucoxina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35795 C21H27NO4 Srilankina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

37013 C21H23NO5 Ocoteina N-metilglaucina Aporfiacutenico Zhou et al 2000

Guinaudeau 1983

100

Por meio das anaacutelises pode-se sugerir que os demais iacuteons presentes no

gecircnero Ocotea correspondem a alcaloacuteides tipo aporfiacutenico conforme encontrado na

literatura (Zanin amp Lordello 2007) Tal fato eacute verificado em relaccedilatildeo a razatildeo massa

carga encontrada que pode ser comparada a esta classe de substacircncias

Pouco ou nenhum estudo descrito na literatura sobre isolamento de alcaloacuteides

nos gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne satildeo encontrados Tal fato pode ser

explicado devido a baixa concentraccedilatildeo dessa classe de substacircncia nos extratos

Mesmo utilizando particcedilatildeo aacutecido-base em que obtem-se uma fraccedilatildeo rica em

alcaloacuteides a concentraccedilatildeo destes eacute baixa quando comparada a quantidade de

substacircncias presentes na fraccedilatildeo e os picos que satildeo descritos na literatura No

gecircnero Rhodostemonodaphne verificou-se nos espectros de massa misturas

complexas de picos

Levando em consideraccedilatildeo a dificuldade de isolamento e purificaccedilatildeo das

classes de alcaloacuteides tanto quando existem dois ou mais componentes com o

mesmo esqueleto na mesma fraccedilatildeo devido ao mesmo comportamento

cromatograacutefico destas substacircncias quanto quando a concentraccedilatildeo destes eacute baixa

no extrato a anaacutelise das fraccedilotildees enriquecida de alcaloacuteides eacute uma alternativa eficaz

na detecccedilatildeo dos constituintes presentes na fraccedilatildeo

101

54 Oacuteleo essencial

541 Rendimento do oacuteleo essencial

As Lauraceae satildeo conhecidas internacionalmente por apresentarem espeacutecies

aromaacuteticas Dos gecircneros estudados as Anibas em especial a espeacutecie de Aniba

rosaeodora apresenta uma quantidade significante de oacuteleo em comparaccedilatildeo com a

massa do material vegetal No trabalho realizado por Alcacircntara (2009) onde foi

analisado oacuteleos essencias de 14 espeacutecies de diferentes gecircneros de Lauraceae

encontrados no Amazonas o maior rendimento encontrado foi na referida espeacutecie

citada com percentagem de 131 Outros trabalhos relacionados apresentam

rendimentos aproximados ou em sua maioria rendimentos inferiores ao encontrado

(Silva et al 2009 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Lima et al 2004)

Neste trabalho foram extraiacutedos das sete espeacutecies 21 oacuteleos essencias onde as

folhas apresentaram maiores rendimentos em comparaccedilatildeo com os galhos e cascas

Os oacuteleos como um todo apresentaram baixo rendimento como pode ser visualizado

na tabela 8

Tabela 8 Rendimento dos oacuteleos essenciais () Material vegetal 100g exceto E citriodora

50g ()

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 429 250 NR NR

E sericea 013 010 011 006

O ceanothifolia 011 007 005 NR

O leucoxylon 013 005 002 NR

O minor 011 004 NR 006

R crenaticupula 058 002 NR NR

R recurva 006 002 003 004 NR natildeo realizado

Os rendimentos dos oacuteleos obtidos pela teacutecnica de hidrodestilaccedilatildeo variaram de

002 a 429 As espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os

102

menores rendimentos em todas as partes (folhas galhos e casca) e as espeacutecies de

Endlicheria apresentaram de forma geral os maiores rendimentos Em contraste com

as espeacutecies de Ocotea e Rhodostemonodaphne na extraccedilatildeo de oacuteleo essencial a

espeacutecie E Citriodora obteve o maior rendimento tanto nos galhos quanto nas folhas

de 251 e 429 respectivamente

O perfil quiacutemico dos oacuteleos essenciais analisados com exceccedilatildeo de E citriodora

revelou uma proporccedilatildeo elevada de sesquiterpenos Na maioria dos oacuteleos essenciais

de Lauraceae reportados na literatura observa-se a predominacircncia de

sesquiterpenos principalmente de hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al

1981 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Telascrea et al 2008)

5411 Endlicheria

A anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial de folhas e galhos de E citriodora por

cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo

mostradas na Tabela 9 registrando-se os principais constituintes quiacutemicos

presentes nestes oacuteleos

Tabela 9 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1089 28337 12181

geranato de metila 1321 93751 951522

aacutecido geracircnico 1391 19358 -

trans cariofileno 1418 14796 -

Natildeo identificados 0 36297

Total identificados 100 963703

Monoterpenos 985205 963703

Sesquiterpenos 14796 -

103

Foram identificados os constituintes de 100 das folhas e 9637 dos

galhos sendo que destes a percentagem de sesquiterpenos foi superior a 95 em

ambos oacutergatildeos vegetais de E citriodora

O principal constituinte foi o eacutester geranato de metila com uma percentagem

elevada de 9375 nas folhas e 9515 nos galhos Devido ao grau de pureza do

constituinte majoritaacuterio foi possiacutevel realizar a ressonacircncia magneacutetica nuclear de

hidrogecircnio e carbono (RMN 1H e 13C) confirmar a presenccedila deste constituinte Os

espectros de RMN de 1H RMN 13C e os bidimensionais HSQC e HMBC estatildeo

apresentados em anexo

O espectro de RMN 13C e DEPT 135ordm apresentaram 11 sinais de carbonos

sendo 4 metiacutelicos δCH 18022 (C ndash a) δCH 19157 (C ndash b) δCH 25991 (C ndash c) e δCH

51113 ( C ndash f) 2 metilecircnicos δCH 26372 (C ndash d) e δCH 41277 (C ndash e) 2 metiacutenicos

δCH 115563 (C ndash g) e δCH 123317 (C ndash h) e 3 sinais de carbonos natildeo hidrogenados

δCH 132868 (C ndash i) δCH 160477 (C ndash j) e δCH 167629 (C ndash l) O sinal em δCH 7700

refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra CDCl3 ( Silverstein et

al 2007)

O espectro de RMN 1H sugeriu a presenccedila de singletos em δH 1603 δH 1683

δH 3684 e δH 5294 Os outros sinais podem ser verificados na tabela 10 O sinal em

δH 726 (sngleto) refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra

CDCl3 ( Silverstein et al 2007)

Por meio do mapa de contornos HSQC pode-se observar as correlaccedilotildees entre

os sinais de hidrogecircnio e carbono Ca ndash HI Cb ndash HII Cg ndash HIII Cd ndash HIV Ce ndash HV Cc ndash

HVI Ch ndash HVII Cf ndash HVIII Os valores obtidos nos RMN1H e 13C DEPT HSQC e

HMBC confirmaram a presenccedila da substacircncia geranato de metila e seus espectros

estatildeo em anexo no final do trabalho

104

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN de 1H de E citriodora (δ em ppm CDCl3

500MHz)

C δ ppm DEPT

(Multiplicidade) HSQC HMBC (

23JCH)

a 18022 CH3 16 II III

b 19157 CH3 22 IIII

c 25991 CH3 165 V VII

d 26397 CH2 22 III V

e 41277 CH2 22 III IV VI

f 51113 CH3 365 -

g 115553 CH 565 III IV

h 123317 CH 52 VVI

i 132868 C - -

j 160477 C - -

l 167629 C - -

O geranato de metila eacute encontrado principalmente em frutas ciacutetricas como o

limatildeo siciliano (08) e em espeacutecies da famiacutelia Rutaceae Apresenta foacutermula

C11H18O2 com nome sistemaacutetico de 37-dimetil-octan-26-dienoato de metila (Arauacutejo

Jr 2009 Rahimi-Nasrabadi et al 2009)

Em E sericeae os constituintes majoritaacuterios foram espatulenol (2684) e

oacutexido de cariofileno (2575) nas folhas elemol nas cascas e oacutexido de cariofileno

nos galhos finos e grossos com 2983 e 1725 respectivamente A relaccedilatildeo dos

constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas galhos e cascas de

105

Endlicheria sericea rendimentos suas quantidades relativas e respectivos iacutendices

de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 11

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 13

compostos presentes nos quatro oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de 7027 nas folhas 5862 nos

galhos finos 28156 nos galhos grossos e 4067 nas cascas Sendo os

rendimentos destes relativamente baixos (inferiores a 14)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos Cascas

linalol 1089 - - 2 0349 -

geranato de metila 1321 - 1 9956 - -

trans cariofileno 1418 6 6585 2 3027 1 8696 -

aromadendreno 1438 1 8709 - - -

germacreno D 1480 6 0036 - - -

beta-selineno 1488 3 1520 - - 3 5175

gama cardineno 1519 - 1 7875 1 7255 -

elemol 1556 - 4 9363 - 14 4954

espatulenol 1585 26 8381 5 0277 5 2818 6 5065

oacutexido de cariofileno 1590 25 7480 29 8301 17 2473 6 9479

guaiol 1595 - 1 6318 - 7 5621

oacutexido de humuleno 1616 - 9 2069 - -

eudesmol 1653 - 1 9025 - 1 6396

Natildeo identificados 297289 413789 718409 593337

Total identificados 702711 586211 281591 406663

Monoterpenos - 1 9956 20349 -

Sesquiterpenos 702711 566255 261242 406663

5412 Ocotea

O oacuteleo de O ceanothifolia apresentou como constituinte majoritaacuterio

espatulenol e oacutexido de cariofileno e em O leucoxylon e Ominor o majoritaacuterio nas

folhas e galhos grossos foi cariofileno e seu oacutexido

106

Ocotea ceanothifolia

As anaacutelises dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia por cromatografia em fase

gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo mostradas na Tabela 12

registrando-se os principais constituintes quiacutemicos presentes nestes oacuteleos

Os sequiterpenos neste oacuteleo foram os constituintes majoritaacuterios poreacutem

verifica-se que nos galhos grossos a percentagem de diferenccedila natildeo foi tatildeo

pronunciada quanto nas outras partes (folhas e galhos finos)

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos

alfa pineno 929 1 2384 12212 -

linalol 1088 - 21490 34198

geranato de metila 1321 41637 44371 68693

beta elemeno 1392 21647 - -

trans cariofileno 1418 39524 - 14580

germacreno D 1480 38782 - 18006

beta selineno 1488 30509 - 75520

espatulenol 1585 222306 76592 -

oxido de cariofileno 1589 223704 169030 80380

oacutexido de humuleno 1616 55129 - -

Natildeo identificados 314378 685622 708623

Total identificados 685622 323695 291377

Monoterpenos 54021 78073 102891

Sesquiterpenos 631601 245622 188486

Ocotea leucoxylon

Vinte e um componentes presentes nos oacuteleos essenciais de O leucoxylon

foram identificados por dados cromatograacuteficos e espectromeacutetricos O perfil quiacutemico

desses oacuteleos mostrou semelhanccedilas significativas na composiccedilatildeo entre as espeacutecies

estudadas (tabela 12 13 e 14)

107

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas 156286

satildeo monoterpenos e 688096 satildeo sesquiterpenos em que os constituintes

majoritaacuterios foram oacutexido de cariofileno (16046) alfa-copaeno (101092) beta

cariofileno (8902) alfa-pineno (77088) e beta-pineno (79198)

Nos galhos finos e grossos apenas verificou-se a presenccedila e um monoterpeno

o linalol como com percentagem de 47631 e 15582 respectivamente Os

constituintes majoritaacuterios foram os sesquiterpenos beta-cariofileno (106697) e

espatulenol (104549) nos galhos finos e oacutexido de cariofileno (175303) e beta-

eudesmol (86054) nos galhos grossos

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon ()

Substacircncia IR Folhas galhos finos Galhos grossos

alfa-pineno 934 77088 - -

beta-pineno 978 79198 - -

linalol 1099 - 47631 15582

alfa-cubebeno 1353 22594 1573 -

alfa-copaeno 1380 101092 21003 -

beta-cubebeno 1394 26065 - -

beta-elemeno 1395 19047 - -

beta-cariofileno 1424 8902 106697 20519

alfa-humuleno 1458 24751 24592 -

alfa amorfeno 1480 39618 28024 -

germacreno D 1480 - 23061 -

beta-selineneo 1491 33015 22246 -

valenceno 1498 25473 51191 -

gama cadineno 1518 42752 38533 -

delta-cadinene 1527 14977 77188 44278

elemol 1552 - 1762 -

espatulenol 1582 57756 104549 63865

oacutexido de cariofileno 1588 16046 - 175303

cariofilla-4(12)8(13)-

dien-5-beta-ol 1638 - - 43548

beta-eudesmol 1655 - - 86054

Natildeo identificados 172957 421935 566433

Total identificados 827043 578065 433567

Monoterpenos 156286 47631 15582

Sesquiterpenos 670757 530434 413048

108

Ocotea minor

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 21

compostos presentes nos trecircs oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de cerca de 573154 nas folhas

53177 nos galhos e de 32 nas cascas O rendimento obtido foi inferior a 012

em todas as partes analisadas

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas

573154 satildeo sesquiterpenos com constituintes majoritaacuterios espatulenol (13369)

e cariofileno (186866) Nas cascas natildeo foi verificada a presenccedila de

monoterpenos sendo majoritaacuterio os componentes delta cadineno (74903) beta

cariofileno (40069) e seu oacutexido (61291) No oacuteleo essencial dos galhos tambeacutem

se observou teores menores de monoterpenos (31007) em relaccedilatildeo aos

sesquiterpenos (500763) tendo como majoritaacuterios beta cariofileno (79131)

oacutexido de cariofileno (157363) e aacutecido hexadecanoacuteico (70932)

O monoterpeno alfa pineno encontrados nos oacuteleos de O ceanothifolia e O

leucoxylon foi um dos constituintes majoritaacuterios encontrados no oacuteleo de Ocotea sp

apresentando atividades antioxidante e citotoacutexica no trabalho realizado por Verbel e

colaboradores (2010)

A composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos das espeacutecies de Ocotea satildeo condizentes

com as encontradas em outras espeacutecies onde haacute a presenccedila do monoterpeno linalol

e pineno e sesquiterpenos cariofileno e germacreno D (Arauacutejo et al 2001 Chaverri

amp Ciccioacute 2005 Menut et al 2002)

109

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor ()

Substacircncia IR folhas galhos grossos cascas

linalol 1099 - 31007 -

alfa-cubebeno 1353 - 17657 -

beta-cubebeno 1394 15997 - -

beta-cariofileno 1424 186866 79131 40069

alfa-humuleno 1458 - 12924 -

alfa amorfeno 1480 31049 - 14635

germacreno D 1480 42675 14866 -

beta-selineno 1491 62358 - 19805

valenceno 1498 - - 26616

biciclogermacreno 1501 85462 - -

alfa-muuroleno 1504 15057 16962 13163

gama cadineno 1518 - - 316

delta-cadineno 1527 - 41822 74903

espatulenol 1582 13369 66317 21418

oacutexido de cariofileno 1588 - 157363 61291

cariofilla-4(12)8(13)-dien-5-beta-ol 1638 - 22789 -

beta-eudesmol 1655 - - 1646

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 70932 -

Natildeo identificados 426846 46823 68004

Total identificados 573154 53177 31996

Monoterpenos - 31007

Sesquiterpenos 573154 500763

Verificou-se no entanto algumas caracteriacutesticas quiacutemicas diferentes do que

algumas Ocoteas como a ausecircncia de fenilpropanoacuteides como safrol metileugenol e

cinamaldeiacutedo e benzenoacuteides encontradas em espeacutecies como Ocotea odorifera

Ocotea pretiosa e Ocotea sassafraacutes (Chaverri amp Ciccioacute 2005 Rizzini amp Mors 1976)

Na varredura realizada por Takaku e colaboradores (2007) com oacuteleo essencial de 10

espeacutecies de Ocoteas da Costa Rica tais componentes tambeacutem natildeo foram

encontrados

110

Rhodostemonodaphne

A relaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas

galhos e cascas de Rcrenaticupula e R recurva suas quantidades relativas e

respectivos iacutendices de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 15 e 16 Atraveacutes

dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados presentes nos

oacuteleos dessas duas espeacutecies 21 compostos em Rcrenaticupula e 19 em R recurva

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula ()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1099 - 82883

beta-elemeno 1380 14275 12754

beta-cariofileno 1424 78493 55616

alfa-humuleno 1458 - 11002

alfa amorfeno 1480 - 17939

beta-elemeno 1380 14275 12754

alloaromadendreno 1459 23445 -

alfa amorfeno 1481 32255 -

beta-selineno 1491 23505 -

epizonareno 1500 42046 -

alfa-muuroleno 1504 3472 16747

beta-bisaboleno 1505 35048 -

gama cadineno 1518 21872 -

delta-cadineno 1527 11602 -

selina-37(11)-diene 1542 21554 -

trans-cadina-14-dieno 1547 11239 -

espatulenol 1582 7489 29086

oacutexido de cariofileno 1588 - -

alfa cadinol 1650 2597 -

beta-eudesmol 1655 - -

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 153144

Natildeo identificados 430393 608075

Total identificado 569607 391925

Monoterpenos - 82883

Sesquiterpenos 569607 309042

111

A anaacutelise comparativa do oacuteleo essencial de galhos e folhas da espeacutecie

Rcrenaticupula apresentou certa variabilidade quiacutemica nos seus constituintes com

relaccedilatildeo ao teor de seus componentes majoritaacuterios nos diferentes oacutergatildeos Tal dado eacute

verificado atraveacutes da ausecircncia de alguns constituintes em um oacuteleo e ausecircncia de

tais costituintes no outro e em relaccedilatildeo aos componentes majoritaacuterios Nas folhas

identificou-se a presenccedila de 569607 de sesquiterpenos tendo como constituinte

majoritaacuterio beta-cariofileno (78493) delta-cadineno (11602) e espatulenol

(7489) enquanto nos galhos grossos a presenccedila do monoterpeno linalol

(82883) e do aacutecido hexadecanoacuteico (153144) diferenciou-os consideravelmente

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rrecurva()

Substacircncia IR folhas galhos finos galhos grossos cascas

linalol 1099 - 2046 23946 35493

alfa-copaeno 1379 34954 13816 13906 -

beta-cariofileno 1424 39251 103763 105425 32757

alfa-humuleno 1458 - 22159 - -

alfa amorfeno 1480 - 31993 32132 -

alloaromadendrene 1443 24256 - - -

valencene 1490 - 21764 - -

beta-selineno 1491 75608 - 2203 15385

alfa-muuroleno 1504 27344 37777 37133 -

gama cadineno 1518 - 37926 12613 20052

delta-cadineno 1527 - 72885 72277 40329

alfa cadineno 1541 12963 13807 - -

elemol 1551 - - 13522 -

espatulenol 1582 6138 134471 124262 42093

guaiol 1608 - - - 14377

beta-eudesmol 1655 - 25549 25882 301017

alfa eudesmol 1657 - - - 9156

beta costol 1769 - - - 4482

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 19085 20098 56063

Natildeo identificados 724244 444545 496774 306054

Total identificado 275756

555455

503226

693946

Monoterpenos - 2046 23946 35493

Sesquiterpenos 275756

534995 479280 658453

112

Em Rrecurva a identificaccedilatildeo dos galhos finos e grossos apresentaram

similaridade nos constituintes e na composiccedilatildeo percentual Em todas as partes

existiu a prevalecircncia de sesquiterpenos sendo os constituintes majoritaacuterios beta-

selineno (75608) e espatulenol(6138) nas folhas beta-cariofileno (~10) e

espatulenol (~13) nos galhos e beta-eudesmol (301017) nas cascas

Os resultados da anaacutelise dos oacuteleos foram condizentes com o encontrado na

anaacutelise de R parvifolia (Alcacircntara et al 2010) e R kunthiara (Palazzo 2009) em

que os constituintes majoritaacuterios foram cariofileno beta selineno e germacreno D

Atraveacutes anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial dos galhos de ambas as espeacutecies de

Rhodostemonodaphnes pode-se identificar apenas um monoterpeno o linalol sendo este

um dos constituintes majoritaacuterios nos galhos grossos de R crenaticupula O interesse desse

monoterpeno na induacutestria devido a sua utilizaccedilatildeo como fixador de perfumes foi intenso na

Amazocircnia fazendo com que as espeacutecies de Aniba rosaeodora que apresentam o teor de

linalol de 74 a 96 entrassem para a lista de espeacutecies em risco de extinccedilatildeo O linalol eacute um

monoterpeno alcooacutelico terciaacuterio de cadeia aberta Pode ser encontrado normalmente sob a

forma de uma mistura de isocircmeros de posiccedilatildeo da primeira ligaccedilatildeo dupla Possui um aacutetomo

de carbono assimeacutetrico e por isso podem existir enantiocircmeros apresentando-se dessa

forma em vaacuterias espeacutecies (Gotllieb et al 1965)

O cariofileno um dos principais componentes majoritaacuterios dos oacuteleos essenciais

das espeacutecies analisadas pode ser empregado na medicina tradicional Este

metaboacutelico volaacutetil influi em seu aroma e possui diversas atividades bioloacutegicas tais

como anti-inflamatoacuteria antialeacutergica anesteacutesica local cardiovascular antifuacutengica e

anticarcinogecircnica (Fernandes et al 2007 Barbosa-Filho et al 2008)

Segundo Gottlieb amp Salatno (1987) as famiacutelias que possuem espeacutecies ricas em

oacuteleos essenciais como Lauraceae e Myristicaceae satildeo relativamente pobres em

113

espeacutecies produtoras de alcaloacuteides e ineficientes na variaccedilatildeo de

benziltetraidroisoquinoliacutenicos Em oposiccedilatildeo famiacutelias que produzem uma variedade

de alcaloacuteides deste tipo como Annonaceae e Monimiaceae satildeo relativamente

pobres em oacuteleos essenciais Tal dado eacute confirmado atraveacutes dos rendimentos das

espeacutecies de Ocotea e Endlicheria em que os rendimentos da fraccedilatildeo alcaloiacutedica e

oacuteleos essenciais satildeo inversamente proporcionais Dessa forma verifica-se a

importacircncia da espectrometria de massa em que eacute possiacutevel analisar mesmo em

concentraccedilotildees muito baixas a presenccedila de alcaloacuteides

A identificaccedilatildeo dos oacuteleos essenciais deste trabalho corrobora com as anaacutelises

reportadas na literatura em que a composiccedilatildeo da maioria dos oacuteleos essenciais de

Lauraceae haacute a predominacircncia de sesquiterpenos principalmente de

hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al 1987 Alcacircntara 2009 Takaku et

al2007)

114

55 Atividades quiacutemicabioloacutegicas

551 Atividade antioxidante

5511 Qualitativa

A avaliaccedilatildeo preliminar qualitativa dos extratos por CCD em gel de siacutelica

revelada com soluccedilatildeo metanoacutelica do radical DPPH sugeriu a existecircncia de

substacircncias com atividade antioxidante (Tabela 17) evidenciadas nas

cromatoplacas pela presenccedila de manchas amarelas sobre fundo puacuterpura

resultantes da reduccedilatildeo do radical DPPH (figuras 32 e 33)

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora + + NR NR

E sericea + + + +

O ceanothifolia + + + +

O leucoxylon + + + NR

O minor + + + +

R crenaticupula + + NR NR

R recurva + + + +

NR = natildeo realizado

Todas as amostras revelaram atividade positiva no teste qualitativo

115

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

116

5512 Quantitativa

A quantidade de extrato das plantas testadas necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 (CE50) variou de 161plusmn100 a 731plusmn032

conforme a tabela 18 O extrato das folhas de E citriodora apresentou o maior valor

enquanto os galhos de O minor apresentou resultado comparaacutevel com o padratildeo

quercetina (731plusmn032)

Todas as espeacutecies apresentaram resultado positivo ao teste O gecircnero Ocotea

foi o mais ativo utilizando a menor CE50 para a varredura do radial livre testado

(tabela 18)

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 16101 plusmn 100 4278 plusmn 053 NR NR

E sericea 977 plusmn 042 5092 plusmn 096 1444 plusmn 032 1329 plusmn 0091

O ceanothifolia 1812 plusmn 018 1564 plusmn 072 1443 plusmn 103 1017 plusmn 019

O leucoxylon 5251 plusmn 142 5088 plusmn 064 8261 plusmn 243 NR

O minor 821 plusmn 066 908 plusmn 051 731 plusmn 032 757 plusmn 0026

R crenaticupula 7816 plusmn 085 6701 plusmn 270 NR NR

R recurva 11046 plusmn 221 19826 plusmn 107 12538 plusmn 672 5511 plusmn 0652

Padratildeo Quercetina

413 plusmn 0042 μgmL

NR natildeo realizado

Observou-se uma correlaccedilatildeo positiva entre o teste para a atividade

sequestrante do radical livre e a presenccedila de fenoacuteis nos extratos atraveacutes da

prospecccedilatildeo fitoquiacutemica o que pode sugerir que a capacidade antioxidante dos

extratos pode estar associada aos compostos fenoacutelicos

Verificou-se que os extratos com CE50 inferiores a concentraccedilatildeo de

5511plusmn0652 apresentaram a presenccedila de compostos fenoacutelicos em todos os extratos

117

Os trabalhos realizados por Souza et al (2007) Tiveron (2010) e Oliveira (2010) em

testes quantitativos de fenoacuteis totais confirmam a correlaccedilatildeo entre a accedilatildeo

sequumlestradora de radicais livres e a presenccedila de altos teores de compostos

fenoacutelicos evidenciadas pelo meacutetodo de Folin-Ciocalteau expressos como

Equivalentes de Aacutecido Gaacutelico (EAG)

A atividade antioxidante de compostos fenoacutelicos deve-se principalmente agraves

suas propriedades redutoras e estrutura quiacutemica Estas caracteriacutesticas

desempenham um papel importante na neutralizaccedilatildeo ou sequumlestro de radicais livres

agindo tanto na etapa de iniciaccedilatildeo como na propagaccedilatildeo do processo oxidativo Os

intermediaacuterios formados pela accedilatildeo de antioxidantes fenoacutelicos satildeo relativamente

estaacuteveis devido a ressonacircncia do anel aromaacutetico presente na estrutura dessas

substacircncias (Souza et al 2007 Bruice 2006)

Os extratos que evidenciaram a presenccedila de flavonoacuteides apresentaram

elevada capacidade de sequumlestrar radicais livres como pode ser verificado em

Ocotea ceanothifoila Ocotea minor e Endlicheria sericea (folhas)

Flavonoacuteides possuem diferentes atividades antioxidantes decorrentes da

habilidade para sequumlestrarem espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio os quais

estatildeo diretamente relacionados a alguns criteacuterios estruturais tais como o nuacutemero de

aneacuteis fenoacutelicos e a presenccedila da ligaccedilatildeo dupla C2-C3 conjugada com a funccedilatildeo 4-oxo

no anel C

Neste trabalho a atividade antioxidante de alguns extratos natildeo esteve

relacionada com a presenccedila de flavonoacuteides jaacute que espeacutecies com capacidade de

sequumlestro de radicais livres natildeo evidenciaram a presenccedila dessa classe o que

sugere que haacute atividade antioxidante sendo originada de outras substacircncias

fenoacutelicas que natildeo satildeo flavonoacuteides

118

A avaliaccedilatildeo do sequumlestro do DPPH eacute um teste largamente utilizado tanto pela

simplicidade e rapidez quanto pela reprodutibilidade No trabalho realizado por

Vargas (2008) analisando comparativamente diferentes teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de

atividades antioxidantes utilizando ensaios quiacutemicos como da varredura DPPH 22rsquo-

azinobis (3-etilfenil-tiazolina-6-sulfonato) (ABTS+) acircnion radical superoacutexido (AVS)

oxigecircnio singlete e caracterizaccedilatildeo de polifenoacuteis o teste com DPPH foi o uacutenico que

se correlacionou com todos os demais testes

Contudo verifica-se que a interaccedilatildeo de uma espeacutecie antioxidante com a

moleacutecula de DPPH depende dentre outras fontes da especificidade pela

conformaccedilatildeo estrutural do radical livre A acessibilidade esteacuterica eacute um fator

determinante da reaccedilatildeo sendo as moleacuteculas pequenas as que tecircm melhor acesso

ao siacutetio do radical e podem apresentar uma maior atividade comparada agraves moleacuteculas

maiores (Alves et al 2010) Por isso determinados extratos que natildeo apresentaram

bom potencial antioxidante poderatildeo em outros tipos de testes dessa mesma

atividade utilizando outras metodologias mostrar bom perfil antioxidante (Boscolo et

al2007)

Este ensaio bioloacutegico serve como ponto de partida para estudos posteriores

como o isolamento a purificaccedilatildeo e a elucidaccedilatildeo estrutural das substacircncias que

funcionam como antioxidantes aleacutem de ajudar a inferir sobre um possiacutevel

mecanismo de accedilatildeo dessas substacircncias finalizando por testar a viabilidade

terapecircutica em antioxidantes para seu uso futuro

119

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria da enzima acetilcolinesterase foi verificada principalmente

nos galhos das espeacutecies de Ocotea Os resultados podem ser visualizados na tabela

21 Os galhos finos e grossos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado

positivo no teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase assim como os

galhos de E citriodora Nem uma parte (galhos folhas e cascas) das

Rhodostemonodaphnes apresentaram resultado positivo assim como em E sericea

(galhos e folhas) A espeacutecie de O minor apresentou resultado positivo nas folhas e

galhos (grossos e finos) enquanto as outras Ocoteas natildeo apresentaram resultado

positivo nas folhas Em nenhuma das cascas testadas verificou-se resultado positivo

no teste realizado

Tabela 21 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora - + NR NR

E sericea - - - -

O ceanothifolia - + + -

O leucoxylon - + + NR

O minor + + + -

R crenaticupula - - NR NR

R recurva - - - -

Padratildeo eserine NR = natildeo realizado (+) = positivo (-) = negativo

O gecircnero Ocotea eacute conhecido por apresentar um nuacutemero de espeacutecies

significativo contendo alcaloacuteides conforme foi confirmado com a prospecccedilatildeo

fitoquiacutemica realizada com os reagentes especiacuteficos Atraveacutes desses dados pode-se

sugerir uma correlaccedilatildeo entre a atividade testada e a presenccedila de alcaloacuteides Tal

dado eacute condizente com os trabalhos de varredura de Berkov et al (2008) e Barbosa

120

Filho et al (2006) que associam a accedilatildeo de inibir a enzima acetilcolinesterase das

espeacutecies estudadas de diferentes famiacutelias com a presenccedila de alcaloacuteides tornando

assim o gecircnero Ocotea como fonte promissora para a utilizaccedilatildeo de meacutetodos para

quantificar esta atividade

Verifica-se a partir dos testes qualitativos que os resultados dos ensaios

antioxidantes empregados natildeo apresentaram relaccedilatildeo direta com os resultados

anticolinesteraacutesicos conforme o trabalho de Giordani et al (2008) com exceccedilatildeo da

espeacutecie O minor que apresentou atividade relevante em ambos os ensaios

Entretanto eacute necessaacuterio utilizaccedilatildeo de diferentes meacutetodos de avaliaccedilatildeo para uma

definiccedilatildeo desta atividade para este grupo quiacutemico

121

552 Atividade citotoacutexica

5521 Letalidade em Artemia salina

Os extratos em geral natildeo demostraram alta atividade citotoacutexica Para os

extratos testados poucos apresentaram atividade citotoacutexica comparada com o

padratildeo Lapachol que apresentou citotoxicidade de 9830 μgmL

Os galhos finos e grossos natildeo apresentaram alta atividade citotoacutexica em

nenhum gecircnero enquanto as folhas essa atividade foi verificada em

aproximadamente metade dos extratos Na tabela 19 pode-se verificar o resultado

para a atividade citotoacutexica de todos os extratos

A ausecircncia de citoxicidade dos extratos no teste de letalidade contra Artemia

salina eacute um indicador de que a planta pode ser bem tolerada frente ao sistema

bioloacutegico Entretanto estudos mais detalhados para a avaliaccedilatildeo da toxicidade dos

extratos bioativos empregando-se outros modelos (in vitro e in vivo) se fazem

necessaacuterios

O extrato de Enclicheria citriodora demonstrou atividade alta em uma

concentraccedilatildeo comparaacutevel com a encontrada para o padratildeo Atraveacutes da prospecccedilatildeo

realizada a atividade citotoacutexica deste extrato natildeo pocircde ser relacionada com

nenhuma das classes que foram analisadas pois no teste os trecircs grupos foram

negativos nos extratos com elevada toxicidade

Observou-se no desenvolvimento deste trabalho que o extrato etanoacutelico de Endlicheria

citriodora apresentou certa particularidade O mesmo exibiu certa viscosidade mesmo com a

completa evaporaccedilatildeo do solvente e aroma forte e agradaacutevel que pode ser caracterizado

pela presenccedila de oacuteleo essencial eou fixo Nos trabalhos realizados por Silva et al (2007 e

2008) verificou-se que os oacuteleos volaacuteteis extraiacutedos de Casearia sylvestris e Zanthoxylum

122

rhoifolium Lam foram citotoacutexicos contra ceacutelulas tumorais o que pode sugerir que a

toxicidade deste extrato pode estar relacionado a possiacutevel presenccedila deste metaboacutelito

secundaacuterio

Tabela 19 Resultado da avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos

finos Cascas

E citriodora 8301 100002 NR NR

E sericea 90260 100011 229766 82381

O ceanothifolia 134640 261600 262121 134287

O leucoxylon 388560 165150 254856 NR

O minor 83040 146791 2302186 243004

R crenaticupula 167512 471571 NR NR

R recurva 129990 38674 2112857 243857

Padratildeo Lapachol 9830

NR natildeo realizado

5522 Citotoacutexico em ceacutelulas de linhagem tumoral

A atividade citotoacutexica de todas as amostras estaacute apresentada na Tabela 20

com seus respectivos percentuais de inibiccedilatildeo de crescimento das linhagens tumorais

utilizadas HCT-8 (coacutelon - humano) MDAMB-435 (mama - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) por extratos de Lauraacuteceas

Para avaliar o potencial citotoacutexico dos extratos testados uma escala de

intensidade foi utilizada Amostras sem atividade (SA inibiccedilatildeo de crescimento

celular igual a 0) com pouca atividade (PA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 1 a 50 ) com moderada atividade (MO inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 51 a 75 ) e com muita atividade (MA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 75 a 100 )

Todos os extratos apresentaram atividade inibitoacuteria de crescimento para as

linhagens de ceacutelulas tumorais variando para ceacutelula HCT-8 de 126 (galhos de

Rodostemonodaphne recurva) a 7430 (galhos de Ocotea minor) MDA-MB435 de

123

369 (folhas de O minor) a 5041 (casca de O ceanothifolia) e SF-295 de 082

(galhos de Endlicheira citriodora ) a 7636 (O minor) Tal dado pode ser

relacionado agrave presenccedila de alcaloacuteides jaacute que na prospecccedilatildeo fitoquiacutemica a maior

parte dos extratos apresentaram resultado positivo para alcaloacuteides utilizando

reveladores especiacuteficos Tal afirmaccedilatildeo eacute condizente com os trabalhos que

correlacionam agrave capacidade de alguns extratos de inibiccedilatildeo de linhagem de ceacutelulas

tumorais com a presenccedila de alcaloacuteides (Pereira et al 2008 Silva et al 2007)

Dentre as amostras testadas apenas trecircs extratos apresentaram atividade

moderada Ocotea cenothifolia (cascas) 5041 para MDA-MB435 e Ocotea minor

(galhos) 7430 para HCT-8 e 7536 para SF-295 Os demais apresentaram

pouca atividade entre 126 e 4639

Tabela 20 ndash Percentual de inibiccedilatildeo do crescimento celular dos extratos em etanol de Lauraceae em

trecircs linhagens tumorais testadas na dose uacutenica de 50 gmL

Oacutergatildeo vegetal HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano)

MDAMB-435 (mama ndash humano)

SF-295 (glioblastona ndash

humano)

E citriodora Folhas 2896 723 1531

Galhos grossos 1632 4117 082

E sericeae

Folhas 3756 389 4719

Galhos grossos 3015 1791 2430

Galhos finos 2180 4639 773

O ceanothifolia Folhas 3556 1228 2798

Cascas 3273 5041 058

O leucoxylon

Folhas 3831 1247 3690

Galhos grossos 2904 955 1188

Galhos finos 1775 3872 2459

O minor

Folhas 2964 369 436

Galhos grossos 7430 1251 7536

Galhos finos 2220 514 1666

Cascas 3341 419 414

R recurva

Folhas 1834 520 541

Galhos grossos 126 1106 801

Galhos finos 3183 771 2798

Cascas 3041 1296 2703

R crenaticupula

Folhas 3671 465 511

Galhos grossos 1194 3344 1012

0 sem atividade 1 ndash 50 pouca atividade 51 ndash 75 moderada atividade 76 ndash 100 muita atividade

Legenda SF-295 = glioblastoma humano HCT-8 = coacutelon humano MDAMB-435 = mama humano

124

Verificou-se que o extrato com a maior atividade citotoacutexica para ceacutelulas SF-295

(glioblastona ndash humano) e HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano) apresentou uma elevada

capacidade de sequumlestrar o radical livre DPPH assim como o extrato com menor

atividade antioxidante foi um dos extratos que na avaliaccedilatildeo para capacidade de inibir

o crescimento de linhagem de ceacutelulas tumorais apresentou baixas percentagens de

inibiccedilatildeo Tal resultado corrobora com os trabalhos que indicam os radicais livres

como fatores contribuintes com a patologia testada

125

6 CONCLUSOtildeES

Este estudo contribuiu para o conhecimento do perfil quiacutemico das espeacutecies E

citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R

crenaticupula atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento

das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo

para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras

Das espeacutecies estudadas as espeacutecies do gecircnero Ocotea apresentaram o melhor

perfil em relaccedilatildeo a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos uma vez que em

todas os oacutergatildeos vegetais dessas planta foi verificado tais substacircncias

Analisou-se o perfil alcaloiacutedico em espeacutecies com baixa concentraccedilatildeo de alcaloacuteides

por meio de espectrometria de massa Dessa forma torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de diversas ferramentas para concluir se uma espeacutecie conteacutem ou natildeo uma

determinada classe de substacircncia

Confirmou-se a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas

concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne

Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na

maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos

e aporfiacutenicos

Os rendimentos dos oacuteleos essenciais variaram de 002 a 429 em que as

espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os menores rendimentos

em todas as partes (folhas galhos e cascas) apresentando como constituinte

majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido

Os oacuteleos essenciais das espeacutecies de Endlicheria apresentaram os maiores

rendimentos A identificaccedilatildeo dos constituintes por cromatografia gasosa e RMN1H

identificou a presenccedila de geranato de metila nos oacuteleos de galhos e folhas de

Endlicheria citriodora com percentagem superior a 93 em ambas as partes

126

Nas atividades bioloacutegicas a espeacutecie Ocotea minor apresentou resultado positivo na

inibiccedilatildeo qualitativa para enzima acetilcolinesterase e alta capacidade sequestrante

do radical livre DPPH com CE50 de 731 plusmn 032 μgmL comparado com o padratildeo

quercetina de CE50 413 plusmn 0042 μgmL

Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram capacidade de inibir

qualitativamente a accedilatildeo da enzima acetilcolinesterase confirmando assim dados da

literatura de que espeacutecies ricas em alcaloacuteides satildeo fontes potenciais na busca de

inibidores desta enzima

As espeacutecies dos trecircs gecircneros natildeo apresentaram alta citotoxidade em nenhuma das

linhagens de ceacutelulas tumorais testadas

Este estudo abre perspectivas para que novas investigaccedilotildees envolvendo a famiacutelia

Lauraceae sejam realizados notadamente em relaccedilatildeo a definitiva elucidaccedilatildeo

estrutural dos principais constituintes dos extratos e oacuteleos essenciais proveniente de

diferentes partes da planta e no estabelecimento das suas propriedades bioloacutegicas

Considerando que substacircncias naturais podem ser responsaacuteveis pelo efeito de

proteccedilatildeo contra os riscos de muitos processos patoloacutegicos os resultados descritos

neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a accedilatildeo

antioxidante de substacircncias isoladas de espeacutecies O ceanothifolia e Ocotea minor e

atividades bioloacutegicas para o oacuteleo de E citriodora

127

7 REFEREcircNCIAS

Adams R P Identification of essential oil components by gaacutes chromatography

quadrupole mass spectroscopy Allured Card Stream IL 2007

Aguiar L M G et al Cecilin a 1-benzyl--carboline from Aniba santaladora

Phytochemistry n 19 p 1859-1860 1980

Alcacircntara J M Bioprospecccedilatildeo de espeacutecies amazocircnicas da famiacutelia Lauraceae com

potencial aromaacutetico e medicinal Manaus AM UFAM Pp139 2009

Alcantara J M Yamaguchi K K de L Silva J R de A Veiga Junior V F

Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais das folhas e caules de

Rhodostemonodaphne parvifolia Madrintildeaacuten (Lauraceae) Acta Amazocircnica Vol40 No3

pp 567-571 2010

Almeida M R Lima J A Santos N P Pinto A C Pereirina o primeiro alcaloide

isolado no Brasil Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 19 No 4 Pp 942-952

2009

Almeida V L Leitatildeo L C B Montanari C A Donnici C L Lopes M T P

Cacircncer e agentes neoplaacutesicos ciclo-celular especiacuteficos e ciclo-celular natildeo

especiacuteficos que interagem com o DNA uma introduccedilatildeo Quiacutemica Nova Vol 28 No

01 Pp 118-129 2005

Alves C Q David J M David J P Bahia M V Aguiar R M Meacutetodos para

determinaccedilatildeo de atividade antioxidante in vitro em substratos orgacircnicos Quiacutemica

Nova Vol 33 No10 Pp 2202-2210 2010

Anderson D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic

and other damage Mutation Research Vol 350 No01 p103-108 1996

Andrade L A F Alguns aspectos neurobioloacutegicos do envelhecimento cerebral

Revista Ciecircncia e Cultura Vol 40 Pp 665-672 1988

Antunes RMP Lima EO Pereira M SV Camara CA Arruda TA Catatildeo

RMR Barbosa TP Nunes XP Dias CS Silva TMS Atividade

antimicrobiana in vitro e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo inibitoacuteria miacutenina (CIM) de

128

fitoconstituintes e produtos sinteacuteticos sobre bacteacuterias e fungos leveduriformes

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol16 No 04 Pp517-524 2006

Arauacutejo Jr C P Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais de

frutas ciacutetricas Dissertaccedilatildeo de mestrado da Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2009

Arauacutejo A J Lordello A L L Maia B H L N S Anaacutelise comparativa dos oacuteleos

essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula Revista visatildeo acadecircmica Vol 02

No 02 Pp 81-84 2001

Baitello J B Novas espeacutecies de Lauraceae para a Flora Brasileira Acta Botacircnica

Vol 15 No 03 Pp 149-223 2001

Ballabeni V Tognolini M Giorgio C Bertoni S Bruni R Barocelli E Ocotea

quixos Lam essential oil In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties

Fitoterapia Vol 81 No 4 Pp 289-295 2010

Baratta MT Dorman HJD Deans SG Biondi DM RubertoG Chemical

composition antimicrobial and antioxidative activity of laurel sage rosemary

oregano and coriander essential oils Journal of Essencial Oil Research Vol 10 No

06 Pp 618-627 1998

Barbosa Filho J M Ocotea duckei excepcional source of yanganabin and other

furofuran lignans Anais da Academia Brasileira de Ciecircncias v 71 n 2 p 231-238

1999

Barbosa Filho J M Medeiros K C P Diniz M F Batista L M Athayde-Filho

PF Silva M S da-Cunha E VL Almeida J RG S Quintans-Juacutenior L J

Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol16 No 02 Pp 258-285 2006

Barbosa-Filho J M Lignanas neolignanas e seus anaacutelogos In CMO Simotildees et

al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da

UFSC Porto Alegre capiacutetulo 22 Florianoacutepolis 2004

129

Barbosa-FilhoJ M Cunha R M Dias C S Athayde-Filho P F Silva M S

Cunha E V L Machado M I L Craveiro A A Medeiros I A GC-MS Analysis

and cardiovascular activity of the essential oil of Ocotea duckei Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 18 No 01 Pp37-41 2008

Barnes J D Thomas M J K Mendham J Denney R C Vogel Anaacutelise Quiacutemica

Quantitativa Editora LTC 6ordf ediccedilatildeo 2002

Barreiros A L B S David J M Estresse oxidativo relaccedilatildeo entre geraccedilatildeo de

espeacutecies reativas e defesa do organismo Quiacutemica Nova Vol29 No1 Pp 113-123

2006

Barroso G M Guimaratildees E F Ichaso C L F Costa C G Peixoto A L

Sistemaacutetica de Angiosperma do Brasil Vol 01 2deg Ediccedilatildeo EDUSP Pp 255 Satildeo

Paulo 2002

Behling E B Sendatildeo M C Francescato H D C Antunes L M G Bianchi

Flavonoacuteide quercetina aspectos gerais e accedilotildees bioloacutegicas Alimentos Nutriccedilatildeo

Araraquara Vol 15 No 03 Pp 285-292 2004

Berkov S Batisda J Nikova M Viladomat F Codina C Rapid TLCCG-MS

Identification of Acetylcholinesterase inhibitors in alkaloid extraxts Phytochemical

analysis Vol 19 Pp 411-419 2008

Berridge M V Tan A S McCoy K D Wang R The Biochemical and Cellular

Basis of Cell Proliferation Assays that Use Tetrazolium Salts Biochemica Vol 04

Pp 14-19 1996

Bianchi M L P Antunes L M G Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta Revista de Nutriccedilatildeo Vol 12 No 02 Pp 123-130 1999

Borek C Antioxidants and cacircncer Science amp Medicine Vol 04 No 06 Pp 52-62

1997

Boscolo O H Mendonccedila-Filho RFW Menezes FS Senna-Valle L Potencial

antioxidante de algumas plantas de restinga citadas como medicinais Revista

Brasileira de Plantas Medicinais Vol09 No 01 Pp8-12 2007

130

Botelho P S Moraes M M Neves I A Neves R C S Ribeiro N C Born F

S Camara C A G Composiccedilatildeo quiacutemica e accedilatildeo repelente do oacuteleo essencial

Ocotea gardneri (meisn) mez sobre o aacutecaro rajado tetranychus urticae koch IX

Jornada de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (JEPEX) VI semana Nacional de Ciecircncias

e Tecnologia UFRPE 2009

Brandatildeo H N David J P Couto R D Nascimento J A P David J M

Quiacutemica e farmacologia de quimioteraacutepicos antineoplaacutesicos derivados de plantas

Quiacutemica Nova Vol 33 No 06 Pp 1359-1369

Braz Filho R Contribuiccedilatildeo da fitoquiacutemica para o desenvolvimento de um paiacutes

emergente Quiacutemica Nova Vol 33 No 01 Pp 229-239 2010

Bresolin T M B Cechinel ndash Filho V Ciecircncias Farmacecircuticas Contribuiccedilatildeo ao

desenvolvimento de novos faacutermacos e Medicamentos Editora Univali 1ordm ediccedilatildeoPp

29 2003

Bruice P Y Quiacutemica Orgacircnica Vol 01 4ordf ediccedilatildeo Pearson Prentice Hall 2006

Bruni R Medici A Lista A Fantini C Muzzoli M Dehesa M Romagnoli C

Sacchetti G Chemical Composition and Biological Activities of Ishpingo Essential

Oil aTraditional Ecuadorian Spice from Ocotea quixos (Lam) Kosterm (Lauraceae)

flower calices Food chemistry Vol 85 No 03 Pp 413-421 2003

Calow P Marine and estuarine invertebrate toxicity tests In Hoffman D et al

Handbook in cytotoxicology Oxford Blackwell Scientific Publication Vol 01 Pp 1-5

1993

Carballo JL Hernaacutendez-Inda ZL Peacuterez P Garciacutea-Graacutevalos MD A comparison

between two brine shrimp assays to detect in vitro cytotoxicity in marine natural

products BMC Biotechnology Vol 2 Pp1-5 2002

Castro-Faria-Neto HC Bozza PT Cruz HN Silva CLM Violante FA

Barbosa-Filho JM Thomas G Martins MA Tibiriccedilaacute EV Noel F Cordeiro

RSB Yangambin a new naturally occuring platelet activating factor receptor

antagonist binding and in vitro functional studies Planta Medica Vol61 Pp 101-

105 1995

131

Cavalcanti M F Oliveira M C F Velandia J R Echevarria A Siacutentese de 135-

triazinas substituiacutedas e avaliaccedilatildeo da toxicidade frente a Artemia Salina leach

Quiacutemica Nova Vol23 No 01 Pp 20 2000

Cechinel FilhoV Bresolin T M B Ciecircncias farmacecircuticas desenvolvimento de

novos faacutermacos e medicamentos Editora Univali Pp 239 2003

Chanderbali A S Lauraceae Endlicheria Flora Neotropical Monografia 91 New

York New York Botanical Garden 2004

Chang J Medicinal Herbs Drugs or dietary supplements Biochechemical

Pharmacology Vol 59 No 3 Pp211-219 2000

Chaverri C Ciccioacute J F Essential oil of trees of the genus Ocotea Lauraceae) in

Costa Rica Revista biologia Tropical Vol 53 No 3 Pp 431-436 2005

Chaverri C Ciccioacute JF Volatile constituents of the oils from Povedadaphne

quadriporata (Lauraceae) from ldquoAlberto M Brenesrdquo biological preserve Costa Rica

Quiacutemica Nova Vol 31 No 03 Pp 605-609 2008

Chavez J P Gottlieb O R Yoshida M 10-Desmethyl-1-methyleudesmanes

from Ocotea corymbosa Phytochemistry Vol 39 No 04 Pp 849-852 1995

Cheng S Liu J Tsai K Chen W Chang S Chemical composition and

mosquito larvicidal activity of essential oils from leaves of different Cinnamomum

osmophloeum provenances Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 52 No

22 Pp 4395-4400 2004

Cordell G A Quirn-Beattie M L Farnsworth N R The potential of alkaloids in

drug discovery Phytotherapy Research Vol 15 Pp 183-205 2001

Cragg G M Newman DJ Biodiversidade Um componente essencial na

descoberta de faacutermacos In Yunes R A Cechinel Filho V Quiacutemica de produtos

Naturais novos faacutermacos e a moderna farmacognosia 2ordf ediccedilatildeo Editora Univali

Pp58-62 2009

Cunha A P Salgueiro L Roque O R Farmacognosia e fitoquiacutemica Capiacutetulo 22

1ordm ediccedilatildeo Fundaccedilatildeo Calouste Gulenkian 2005

132

Degani A L G Cass Q B Vieira P C Cromatografia um breve ensaio Quiacutemica

Nova na Escola No 07 Pp 21-25 1998

Dewick P M Medicinal natural product a biosynthetic approach 2ordm ediccedilatildeo John

Wiley amp Sons 2002

Di Carlo G Mascolo N Izzo A A Capasso F Flavonoids old and new aspects

of a class of natural therapeutic drugs Life Science Tucson Vol 65 No 4 Pp 337-

353 1999

Dias B F S A implementaccedilatildeo da convenccedilatildeo sobre diversidade bioloacutegica no Brasil

desafios e oportunidades Campinas Andreacute Tosello Pp 1 1996

Droumlge W Free radicals in the physiological control of cell function Physiological

Reviews 2002

Duarte J A Appell H J Carvalho F Bastos M L Soares J M Endothelium-

derived oxidative stress may contribute to exercise-induced muscle damage Vol14

No08 Pp440-443 1993

Duarte M C T Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromaacuteticas

Utilizadas no Brasil Multiciecircncia Construindo uma histoacuteria sobre os Produtos

Naturais Universidade Estadual de Campinas No 07 2006

Ellman GL et al A new and rapid colorimetric determination of

Acetylcholinesterase activity Biochemical Pharmacoogy Vol 07 Pp 88-95 1961

Elsayed N M Antioxidant mobilization in response to oxidative stress a dynamic

environmentalndashnutritional interaction Nutrition Vol 17 No 10 2001

Fernandes ES Passos GF Medeiros R Cunha FM Ferreira J Campos

MM Pianowski LF Calixto JB Anti-inflammatory effects of compounds alpha-

humulene and (minus)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia

verbenaacutecea Journal of Ethnopharmacology Vol110 Pp323ndash333 2007

Ferraz A Screening for antiproliferative activity of six southem Brazilian species of

Hyperisum Phytochemistry Vol 12 Pp 112-115 2005

133

Finney D L Em Probit Analysis 3o ediccedilatildeo Editora Cambridge University Press

Cambridge Pp 76-80 1971

Fleschin S Fleschin M Nita S Pavel E Magearu V Free radicals ediated

protein oxidation in biochemistry Roum Biotechnology Letters No 06 Vol 05 Pp

479-495 2000

Fournet A Ferreira M E A R A Guy I Guinaudeau H Heinzen H

Phytochemical and antiprotozoal activity of Ocotea lancifolia

Fitoterapia Vol 78 No 5 Pp 382-384 2007

Francis P T Palmer A M Snape M Wilcov G K The cholinergic hypothesis of

Alzeimeracutes disease a review of progress Journal of Neurology Neurosurgery amp

Psychiatry Vol 66 No 02 Pp 137-147 1999

Giordani R B Pagliosa L B Henriques A T Zuanazzi JA Investigaccedilatildeo do

potencial antioxidante e anticolinesteraacutesico de Hippeastrum (Amaryllidaceae)

Quiacutemica Nova Vol 31 No 8 Pp 2042-2046 2008

Gottlieb O R amp Yoshida M Neolignanas antitumorais Ciecircncia e Cultura Vol 32

Pp 93-100 1978

Gottlieb O R Fineberg M Guimaratildees M L Magalhatildees M T Maravalhas M

Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromaacuteticas e Oacuteleos Essenciais

Vol 11 No 1 1965

Gottlieb O R Kaplan M A C Borin M R Biodiversidade um enfoque quiacutemico-

bioloacutegico Rio de Janeiro Editora UFRJ 1996

Gottlieb O R Salatino A Funccedilatildeo e evoluccedilatildeo e evoluccedilatildeo de oacuteleos essenciais e de

suas estruturas secretoras Ciecircncia e Cultura Vol 39 Pp 707-715 1987

Gottlieb O R Yoshida M Lignoacuteides com atenccedilatildeo especiala quiacutemica das

neolignanas Quiacutemica Nova Vol 07 No 4 Pp 250-254 1984

Gottlieb OR Koketzu M Magalhatildees MT Maia JGS Mendes PH Rocha A

I Silva ML Wilberg VC Amazonian Essential Oils VII Acta Amazonica Vol11

No1 Pp 143-148 1981

134

Gocircuvea C M C P Oxidaccedilotildees bioloacutegicas e atividade vegetal In Fitoteraacutepicos anti-

inflamatoacuterios aspectos quiacutemicos e aplicaccedilotildees terapecircuticas Carvalho J C T coord

Ribeiratildeo Preto Editora Tecmed Pp 101-124 2004

Guaratini T Medeiros M H G Colepicolo P antioxidantes na manutenccedilatildeo do

equiliacutebrio redox cutacircneo uso e avaliaccedilatildeo de sua eficaacutecia Quiacutemica Nova Vol 30 No

01 Pp 206-213 2007

Guinaudeau H Aporphinoid alkaloids III Journal of Natural Products Vol 46 No 6

Pp 761-835 1983

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphine Alkaloids V Journal of Natural

Products Vol57 No08 Pp 1033-1135 1994

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphinoid alkaloids II Journal of Natural

Products Vol 42 No 4 Pp 761-835 1979

Halliwell B Antioxidants in Human Health and Disease Annual Review of Nutrition

Vol 16 Pp 33-50 1996

Halliwell B Free radicals and antioxidants a personal view Nutrition Reviews

Vol52 No8 Pp253-265 1994

Halliwell B The antioxidant paradox The Lancet Vol355 No 01 Pp 1179 - 1180

2000

Henriques A T Limberger R P Kerber V A Moreno PRH Alcaloacuteides

Generalidades e aspectos baacutesicos In In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC

Porto Alegre capiacutetulo 29 Florianoacutepolis 2004

Heo H J Hang S C Cho H Y Hong B Kim H K Kim E Ki Shim D H

Amelioiating effect of gardenia jasminoides extract on Amyloid beta peptide ndash

induced Neuronal cell deficit Molecules and cells Vol 24 No 1 Pp 113-118 2002

Hostettman K Queiroz E F Vieira PC Princiacutepios ativos de plantas superiores

Editora UFSCar Satildeo Carlos 2003

135

httpwwwprossigabrottogottlieb Enigmas das Lauraceaes Programa de

Informaccedilatildeo para Gestatildeo de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de

Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia Pesquisado em 20 de julho de 2010

httpwwwwhointresearches acessado em 15 de fevereiro de 2011

Ingkaninan K Hazekamp A Hak AC Balconi S Verpoort R High

performance liquid chromatography with online coupled UV-mass spectrophometric-

biochemical detection for identification of acetyl cholinesterase inhibitors from natural

products Journal of Liquid Chromatography amp Related Technologies Vol 872 Pp

61-73 2000

Jia Q Qiu Z Nissanka A Farow T M US Patent Application Kind Code serial

nordm 741215series code 09 2000

Juergens UR Stober M Vetter H Inhibition of cytokine production and

arachidonic acid metabolism by eucalyptol (18-cineole) in human blood monocytes

in vitro European Journal of Medical Research Vol 03 Pp407-412 1998

Keynes RG Garthwaite J Nitric Oxide and its Role in Ischaemic Brain Injury

Current Molecular Medicine Vol 04 No02 Pp 179-191 2004

Kurtz B C Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura do estrato arboacutereo de um trecho de

Mata Atlacircntica situado na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Estadual de Paraiacuteso Municiacutepio de

Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia 51(78-79) Pp 69-112

2000

Lanccedilas F M Cromatografia em Fase Gasosa 1ordm ediccedilatildeo Acta Eventos Vol 01

Satildeo Carlos 1993

Lima I O Oliveira R A G Lima E O L Farias N M P Souza E L Atividade

antifuacutengica de oacuteleos essenciais sobre espeacutecies de Candida Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 16 No 02 Pp 197-201 2006

Lima M P Silva T M D Dilva J D Zoghbi M G Andrade E H Essential oil

composition of leaf and fine stem of Aniba canelilla (Kunth) Mez from Manaus Brazil

Acta Amazocircnica Vol 34 No02Pp 329 ndash 330 2004

136

Loacutepez S Bastida J Viladomat F Codina C Acetylcholinesterase inhibitory

activity oh some Amaryllidaceae alkaloids and Narcissus extratcts Life Sciences

Vol 71 No 21 Pp 2521-2529 2002

Lorenzi H Aacutervores Brasileiras ndash Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas

Arboacutereas Nativas do Brasil Vol2 2ordfediccedilatildeo Editora Plantarum Nova Odessa ndash SP

Pp 368 2002

Ma W W Anderson J E McLaughlin JL Bioactive Benzyl Benzoates from the

Roots of Endlicheria Dysodantha Pharmaceutical Biology Vol 29 No 3 Pp 237 ndash

239 1991

Maciel M A M Pinto A C Veiga Jr V F Plantas medicinais a necessidade de

estudos multidisciplinares Quiacutemica Nova Vol 25 No 3 Pp 429-438 2002

Madrintildeaacuten S Rhodosteonodaphne (Lauraceae) Flora neotropical Monografia 92

New York New York Botanical Garden 2004

Marques C A Importacircncia Econocircmica da Famiacutelia Lauraceae Floresta e Ambiente

Universidade Federal de Viccedilosa Vol 8 No1 JanDez Pp195-206 2001

Mclaughlin JL Saizarbitori TC Anderson JE Tres bioensayos simples para

quimicos de productos naturales Revista Sociedade Venezuelana de Quimica Vol

08 Pp13-18 1995

Meirelles U M F et al Algumas accedilotildees bioloacutegicas do 1-(p-metoxibenzil)-67-

metilenodioxiisoquinolina Acta Amazonica v 7 n 1 p 39-40 1979

Mensor L L Screening of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of

DPPH free radical method Phytotherapy Research Vol 16 Pp 127 2001

Menut C Bessieacutere J M Hassani M S Buchbauer G Schopper B Chemical

and biological studies of Ocotea comoriensis bark essential oil Flavour and

Fragrance journal Vol 17 Pp 459-461 2002

Meyer B N Ferrigni N R Putnam J E Jacobsen L B Nichols B McLaughlin

J L Journal of Medicinal Plant Research vol 45 Pp 31-34 1982

137

Miyazawa M Tougo H Ishihara M Inhibition of acetylcholinesterase activity by

essential oil from Citrus paradise Natural Product Letters Vol 15 No 03 Pp205-

210 2001

Moellering Jr RC Novos desafios no campo das doenccedilas infecciosas In

Patoacutegenos emergentes nas doenccedilas infecciosas Relatoacuterio Especial Hospital

Praacutectice Euromeacutedice Editora Meacutedicas Pp5-7 2000

Morais L C S L Barbosa-Filho J M Almeida R N Central depressant effects

of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice Journal of

Ethnopharmacology Vol 62 No 1 Pp 57-61 1998

Mossman T Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival application to

proliferation and cytotoxicity assays Journal of Immunological Methods Vol 65

No02 Pp 55-63 1983

Nodori RO Guerra MP Biodiversidade aspectos bioloacutegicos geograacuteficos legais

e eacuteticos In CMO Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento

Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16

Florianoacutepolis 2004

Nordberg J Arneacuter SJ Reactive oxygen species antioxidants and the mammalian

thioredoxin system Free Radical Biology and Medicine Vol 31 Pp1287-1312

2001

Nunes X P Mesquita R F Silva D A Lira D P Costa V C O Silva MV B

Xavier A L Diniz MF F M Agra M F Constituintes quiacutemicos avaliaccedilatildeo das

atividades citotoacutexica e antioxidante de Mimosa paraibana Barneby (Mimosaceae)

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18 (Supl) Pp 718-723 2008

Oliveira P A Estudo fitoquiacutemico e atividades bioloacutegicas de extratos de Goupia

glabra Aublet (cupiuacuteba) Dissertaccedilatildeo do Mestrado em Quiacutemica Universidade Federal

do Amazonas Pp 65-68 2010

Palazzo M C Agius B R Wright B S Haber W A Moriarity D M Setzer

W N Chemical Compositions and Cytotoxic Activities of Leaf Essential Oils of Four

138

Lauraceae Tree Species from Monteverde Costa Rica Records Natural Products

Vol 03 No01 Pp32-372009

Pereira P S Franccedila S C Oliveira P V A Breves C M S Pereira S I V

Sampaio S V Nomizo A Dias A D Chemical constituents from

Tabernaemontana catharinensis root bark a brief NMR review of iacutendole alkaloids

and in vitro cytotoxicity Quiacutemica Nova Vol 31 No 01 Pp 20-24 2008

Perry N S L Bollen C Perry E K Ballard C Salvia for dementia therapy

review of pharmacological activity and pilot tolerability clinical trial Pharmacology

biochemistry and behavior Vol 75 No 3 Pp 651-659 2003

Phillipson G W Anderson A C Journal Ethnopharmacol Vol 25 Pp 61 1998

acetylcholinesterase activity by essential oils of Mentha species Journal of

Agriculture and Food Chemistry Vol 46 Pp 3431-3434 1998

Pinto A C Silva D H S Bolzani V S Lopes N P Epifanio R A Produtos

Naturais Atualidade desafios e perspectivas Quiacutemica Nova Vol 25 Supl 01 Pp

45-61 2002

Quik M Jeyarasasingam G Nicotine receptor and Parkinsonrsquos disease European

Journal of Parkinsonrsquos disease Vol 393 Vol 1-3 Pp 223-230 1999

Quinet A Andreata R H P Lauraceae Jussieu na Reserva Ecoloacutegica de Macaeacute

de Cima municiacutepio de Nova Friburgo Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia vol53

No82 Pp59ndash121 Rio de Janeiro 2002

Rahalison L Hamburger M Monod M Frenk E Hostettmann K Antifungal

tests in phytochemical investigations comparison of bioautographic methods using

phytopatogenic and human pathogenic fungi Planta Meacutedica Vol60 Pp 41-44 1994

Rahimi-Nasrabadi M Gholivand M B Batooli H Chemical composition of the

essential oil from leaves and flowering aerial parts of Haplophyllum robstum

(Rutaceae) Journal of nanomaterials and biostructures Vol 4 No 4 Pp 819-822

2009

139

Rajendran V Shong Suo-Bao Saxena A Doctor B P Kozikowski A P

Synthesis of a hybrid analog of the acetylcholinesterase inhibitor huperzine A and

huperzine B Tetrahedron Letters Vol 42 No 01 Pp 5359-5361 2001

Rhee I K Van der Meent M Ingkaninan K Verpoorte R Screening for

acetylcholinesterase inhibitors from from Amararyllidaceae using silica gel thin-layer

chromatography in combination with bioactivity staining Journal of chromatography

A Vol 915 No1 Pp 217-223 2001

Ribeiro J E L S Hopkins M J G Vicentini A Sothers C A Costa M A da

S Brito J M Martins L H P Lohmann LG Assunccedilatildeo P A C L Pereira E

C Silva C F Mesquita M R Proacutescoacutepio L C Flora da Reserva Ducke Guia de

identificaccedilatildeo das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazocircnia

Central Pp 151 Manaus INPA 1999

Ribeiro RA Carmo LG Vladimorova I Jurkiewicz NH Jurkiewicz A

Nantenine blocks muscle contraction and Ca2+ transient induced by noradrenaline

and K+ in rat vas deferens European Journal of Pharmacology Vol 470 No 01 Pp

37-43 2003

Rizzini C T Mors W B Botacircnica Econocircmica Brasileira Editora EDUSP Satildeo

Paulo Pp 119 1976

Rizzini CT amp MorsWB Botacircnica econocircmica brasileira 2ed Acircmbito cultural Rio

de Janeiro Pp 56 1995

Robbers J E Speedie M K Tyler V E Farmacognosia farmacobiotecnologia

editor Premier Pp 163 Satildeo Paulo 1997

Rodriacuteguez M Hasegawa M Gonzaacutelez-Muacutejica F Motta N Castillo A Castillo

J Zea E Mora K Sousa A G Camejo D Antidiabetic and antiradical activities

of plants from Venezuelan Amazon Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18

No 03 Pp 331-338 2008

Rohwer JG Lauraceae In Kubitzki K Rohwer JG amp Bittrich V (Eds) The

families and genera of vascular plants Springer-Verlag Berlim Vol 2 Pp 366-391

1993

140

Rover Juacutenior L Houmlehr N F Vellasco A P Sistema antioxidante envolvendo o

ciclo metaboacutelico da glutationa associado a meacutetodos eletroanaliacuteticos na avaliaccedilatildeo do

estresse oxidativo Quimica Nova Vol 24 No 01 Pp 112-119 2001

Saacutenchez-moreno C A procedure to measure the antiradical efficiency of

polyphenols Journal of the Science of Food and Agriculture Vol 76No 02 Pp

270-276 1998

Sangirardi Jr Botacircnica fantaacutesticaplantas da mitologia religiatildeo magiaEd

Brasiliense Pp 113 ilust Satildeo Paulo 1984

Santos C C Estudo Quiacutemico de Endlicheria sericeae Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade Estadual de Campinas Instituto de Quiacutemica 1976

Santos R I Metabolismo baacutesico e origem dos metaboacutelitos secundaacuterios In CMO

Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade

UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

Santos-Filho D Gilbert B The alkaloids of Nectandra megapotamica

Phytochemistry v 14 p 821-822 1975

Silva D B Matos M F C Nakashita S T Misu C K Yoshida N C Carollo C

A Fabri J R MIglio H S Siqueira J M Isolamento e avaliaccedilatildeo da atividade

citotoacutexica de alguns alcaloacuteides oxoaporfiacutenicos obtidos de Annonaceae Quiacutemica

Nova Vol 30 No 08 Pp 1809-1812 2007

Silva I G Barbosa-Filho J M da Silva M S de Lacerda C D G da-Cunha

E V L Coclaurine from Ocotea duckei Biochemical Systematics and Ecology Vol

30No 9 Pp 881-883 2002

Silva J Abebe W Sousa SM Duarte VG Machado MIL Matos FJA

Analgesic and anti-inflammatory effects of essential oils of Eucalyptus Journal of

Ethnopharmacology Vol 89 No 02 Pp 277-283 2003

Silva L M G E Hamesrki L Garcez FR (PQ) Garcez WS Atividade larvicida

contra Aedes aegypti da Dicentrina isolada de Ocotea vellosiana (Lauraceae)

141

Sociedade Brasileira de Quiacutemica (SBQ) 31a Reuniatildeo Anual da Sociedade Brasileira

de Quiacutemica 2009

Silva R S Ribeiro C M R Borges M N Blois G S O Oacuteleo essencial de

limatildeo no ensino da cromatografia em camada delgada Quiacutemica Nova Vol32 No8

Pp 2234-2237 2009

Silva S L Chaar J S Figueiredo P M Yano T Cytotoxic evaluation of

essential oil from Casearia sylvestris Sw on human cancer cells and erythrocytes

Acta Amazocircnica Vol 38 No 01 Pp 107-112 2008

Silva S L Figueiredo P MYano T Cytotoxic evaluation of essential oil from

Zanthoxylum rhoifolium Lam Leaves Acta Amazocircnica Vol 32 No 02 Pp 281-286

2007

Simatildeo AM Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicoloacutegico Satildeo Paulo Nobel

1985

Simotildees CMO Spitzer V Oacuteleos Volaacuteteis In Simoes CMO Schenkel EP

Gosmann G Mello JC P Mentz LA Petrovick (orgs) Farmacognosia da planta

ao medicamento 5ordm ediccedilatildeo Universidade UFRGS Ed da UFSC Porto Alegre

p467 2004

Skehan P Storeng R Scudiero D Monks A McMahon J Vistica D Warren

J T Bodesch H Kenney S Boyd M R New Colorimetric Cytotoxicity Assay for

Anticancer-Drug Screening Journal of the national cancer institute Vol 82 No 13

Pp 1107-1112 1990

Soler-Rivas C Espın JC Wichers HJ 2000 An easy and fast test to compare

total free radical scavenger capacity of foodstuffs Phytochemistry Analysis Vol 11

Pp 1ndash9 2000

Souza C M M Rocha e Silva H Vieira-Jr G M Ayres M C C da Costa C L

S Arauacutejo D S Cavalcante L C D Barros E D S Arauacutejo P B M Brandatildeo M

S Chaves M H Fenoacuteis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais

Quiacutemica Nova Vol 30 No 02 Pp351-355 2007

142

Souza W M Estudo quiacutemico e das atividades bioloacutegicas dos alcaloacuteides indoacutelicos e

himatanthus lancifolius (muell arg) woodson apocynaceae ndash (agoniada) Tese

(Doutorado em Ciecircncias Farmacecircuticas) Universidade Federal do Paranaacute Curitiba

2008

Sulaiman S N Mukhtar M R Hadi A H A Awang K Hazni H Zahari A

Litaudon M Zaima K Morita H Lancifoliaine a New Bisbenzylisoquinoline from

the Bark of Litsea lancifolia Molecules Vol16Pp3119-3127 2011

Tabarrini O Cecchetti V Temperini A Filipponi E Lmperti M G Fravolini A

Velnacrine thia analogues as potential agents for treating alzheimeracutes Bioorganic

and Medicinal Chemistry Vol 09 No 11 Pp 2921-2928 2001

Takaku S Haber W A Setzer W Leaf essential oil composition of 10 species of

Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical Systematics and

Ecology Vol35 No08 Pp 525-532 2007

Takaku S Harber W A Setzer W N Leaf essential oil composition of 10 species

of Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical systematic and

ecology Vol35 Pp 525-532 2007

Telascrea M Arauacutejo CC Cavalheiro AJ Marques MOM Facanali R

Moraes PLR Essential oils from leaves of Cryptocarya spp from the atlantic rain

forest Quiacutemica Nova Vol 31 No 3 Pp 503-507 2008

Tiveron A P Atividade antioxidante e composiccedilatildeo fenoacutelica de legumes e verduras

consumidos no Brasil Dissertaccedilatildeo de mestrado em Ciecircncias e tecnologia de

alimentos Universidade de Satildeo Paulo Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de

Queirozrdquo 2010

Ur-Rahman A Parveen S S Khalid A Farroq A Choudhardr M I Acetyl and

butyrylcholinesterase ndash Inhibiting triterpenoid Phytochemistry Vol 58 No 6 Pp

963-968 2001

Vargas F de S Estudo comparativo entre teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de atividades

antioxidantes de espeacutecies de plantas da Amazocircnia Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Patologia Tropical Universidade Federal do Amazonas 2008

143

Vattimo-Gil I A O gecircnero Ocotea Aubl no sul do Brasil I Espeacutecies de Santa

Catarina e do Paranaacute Pp 265-350 1956

Verbel J O Cervera T G Fernandez J G Colorado B J Stashenko E

Chemical composition and antioxidant activity of essential oils isolated from

Colombian plants Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 20 No 4 2010

Viegas Jr C Bolzani V S Barreiro E J Os produtos Naturais e a quiacutemica

medicinal moderna Quiacutemica Nova Vol29 No 02 Pp 326-337 2006

Viegas Junior Bolzani V S Furlan M Fraga C A M Barreiro Produtos

Naturais como candidatos a faacutermacos uacuteteis no tratamento do mal de Alzheimer

Quiacutemica Nova Vol 27 No 4 Pp 655-660 2004

Vilegas J H Y Gottlieb O R Kaplan M A C Gottlieb H E Phytochemistry

Vol 28 No Pp 3577 1989

Wink M Physiology of secondary product formation in plants In CHARLWOOD B

V RHODES MJC (ed) Secondary products from plant tissue culture Oxford

Clarendon 1990

Wu W Huang C Sctructural Elucidation of Isoquinoline Isoquinolone

Benzylisoquinoline Aporphine and Phenanthrene Alkaloids using API-ionspray

Tandem Mass Sprectrometry The Chinese Pharmaceutical Journal Vol 58 Pp 51-

55 2006

Yilmaz Y Toledo R T Health aspects of functional grape seed constituents

Trends in Food Science and Technology Vol 15 No 9 Pp 422-433 2004

Zanin S M W Lordello A L L Alcaloacuteides aporfinoacuteides do gecircnero Ocotea

(Lauraceae) Quiacutemica Nova Vol 30 No 01 Pp 92-98 2007

Zauli R C Pereira M A Cardoso L G V Silva J M SF da Carvalho J C T

Fiorini J E Atividade antimicrobiana e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo Inibitoacuteria

miacutenima e concentraccedilatildeo bactericida miacutenima de Dillenia indica L (flor de abril) Gestatildeo

de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Seminaacuterio de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da UNIFENAS

2004

144

Zheng W Wang S Y Antioxidant Activity and Phenolic Compounds in Selected

Herbs Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 49 No 11 Pp 5165-5170

2001

Zhou B N Johnson R K Mattern MR Wang X Hecht S M Beck H T

Ortiz A Kingston D G J Isolation and Biochemical Characterization of a New

Topoisomerase I Inhibitor from Ocotea leucoxylon Journal of Natural Products

Vol63 No02 Pp 217-221 2000

Zoghbi M G B Andrade E H A Santos A S Silva M H L Maia G S

Constituintes volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae com ocorrecircncia na Floresta

Nacional de Caxiuanatilde ndash Melgaccedilo ndash PA CBO 014 - estaccedilatildeo cientiacutefica Ferreira Penna

2005

Zuanazzi J A S Montana J A Flavonoacuteides In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm

ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

1

AVALIACcedilOtildeES QUIacuteMICABIOLOacuteGICAS OacuteLEO ESSENCIAL PERFIL

ALCALOIacuteDICO PROSPECCcedilAtildeO

Oacutergatildeo vegetal

Antioxidante (μgmL)

Anti ACh

E

Artemia salina

(μgmL)

HCT ndash 8 ()

MDAMB-435 ()

SF-295 ()

Rend ()

Constituinte majoritaacuterio

iacuteons (M+1)

mz

Tipo de alcaloacuteide

Fenol Flavonoacuteide Alcaloacuteide

E citriodora Folhas 16101 - 8301 2896 723 1531 429

geranato de metila 23895

benziliso quiniliacutenico

- - -

Galhos Grossos 4278 + 10000 1632 4117 082 250

geranato de metila 30006 aporfiacutenico + - -

E sericeae

Folhas 977 - 90260 3756 389 4719 013 espatulenol 32995 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 5092 - 100011 3015 1791 2430 010

oacutexido de cariofileno 33009 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 1444 - 229766 2180 4639 773 011

oacutexido de cariofileno 32988 aporfiacutenico + - +

Cascas 1329 - 82381 NR NR NR 006 elemol 33009 aporfiacutenico + + +

O

ceanothifolia

Folhas 1812 - 134640 3556 1228 2798 011 oxido de

cariofileno 29992 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 1564 + 261600 NR NR NR 007

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Galhos Finos 1443 + 262121 NR NR NR 005

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Cascas 1017 - 134287 3273 5041 058 NR NR 31406 aporfiacutenico + - -

O leucoxylon

Folhas 5251 - 388560 3831 1247 3690 013 oxido de

cariofileno 37013 aporfiacutenico + - +

Galhos Grossos 5088 + 165150 2904 955 1188 005

beta-cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 8261 + 254856 1775 3872 2459 002

oxido de cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

O minor

Folhas 821 + 83040 2964 369 436 011 beta-

cariofileno 14389 triptamiacutenico + - +

Galhos Grossos 908 + 146791 7430 1251 7536 004

oacutexido de cariofileno 20507 NI + + +

Galhos Finos 731 + 230218 2220 514 1666 NR NR 20507 NI + + +

Cascas 757 - 243004 3341 419 414 006 oacutexido de

cariofileno 28558 benziliso

quiniliacutenico + + +

R recurva

Folhas 11046 - 129990 1834 520 541 006 beta-selineno 33016 aporfiacutenico - - -

Galhos Grossos 19826 - 38674 126 1106 801 002 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Galhos Finos 12538 - 211285 3183 771 2798 003 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Cascas 5511 - 24385 3041 1296 2703 004 beta-eudesmol NR NI - - +

R

crenaticupula

Folhas 7816 - 167512 3671 465 511 058 delta-cadineno 43691 NI - - +

Galhos Grossos 6701 - 471571 1194 3344 1012 002

aacutecido hexadecanoacuteico 28606

benziliso quiniliacutenico + - +

1

Anexos

2

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Folhas

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Desktop_110324154738 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 202E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

23895

36691

38791

17217

34192

2549830006 39505

2607919891 551014229116706 52224

567114350212107 59112 63914 7355369920 76710

Desktop_110322181603 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 288E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

30006

32988

34612

2960719205

26905 35396

36992

17714

19394 38413 55045522384370515096 61940 66119 68513 75737 78712

3

Espectro de massa de Endlicheria sericea Folhas

Espectro de massa de Endlicheria sericea Cascas

Desktop_110322160544_110322160544 1-12 RT 000-019 AV 12 NL 175E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32995

28592

30013

27416

6211519205

12191 34612 436982689114403452943620820794 51230 6430641507 54051 6193349452 68121 69920 74694

Desktop_110322171533 1-7 RT 001-011 AV 7 NL 549E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

28585

1918434591

2690520787

351932341217686

38420 43698 47093 6193349725 5913316524 64768 69150 75772 79377

4

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos finos

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos grossos

Desktop_110322193119 1-14 RT 000-023 AV 14 NL 167E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32988

28606

3000634619

19184

2080823391

27423 691086611235186

5223838406 550594532218981 61933 7031215082 75744

Desktop_110322190205 1-13 RT 001-022 AV 13 NL 638E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

32813

34192

3000627402

23412

4370535802

2159219184

619335571036012

59133527144970438119

4942441325

647334549717693

17511 7573769948 77732

5

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Galhos

Desktop_110324163345 1-31 RT 001-053 AV 31 NL 684E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

43691

27416

45287

31819

34605

30216

2341251223 61926

35319 54030203815916137405

64733484371918415075 66322 69115 75723

Desktop_110324160838 1-25 RT 000-042 AV 25 NL 106E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28606

33009

31385

20381

27472

1391334381

356132689819198 4371225680

6192641514 5912645322 5503817686 51706 62115

65734 69927 73742 78726

6

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos finos

Desktop_110322164317 1-11 RT 001-019 AV 11 NL 570E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33016

27423

19191

32813

31203

35606 6210843705

17707 619262650645294

15082 36236 59133522312462337398

21893647334290711589 49445

6633669934 74127

Desktop_110322202301 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 124E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3461228193

19205

32589

2678619387

20801 3560655514

69108

3581619009 45315 55038 661265083841906 56907

15089 64019 69612 74232 77529

7

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Folhas

Desktop_110322190322 1-21 RT 001-036 AV 21 NL 104E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3459132589

27402

19205

30013

3559917693 4371926506

36222 52259 550452087815103 6194049438 6372514403 69927 75758

Desktop_110322154038 1-22 RT 000-037 AV 22 NL 366E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

35795

34213

28298

38000274025504552259 6194039610

43712 59133 7153720892 4943826485 6352212086 19226 73735 78544

8

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Cascas

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos finos

Desktop_110324160707 1-18 RT 001-030 AV 18 NL 730E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

13899

31406

33002

30006

34605

2190715089

1809224882

29705

5793625106 5512241535

430825461136894 6072946925

66350 69948 73322 77851

Desktop_110322194703 1-14 RT 001-024 AV 14 NL 266E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

34591

31420

28284

2741635802

1920520808 38406 5504518687 522454371912093 61933 69108 75744 77739

9

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Folhas

Desktop_110322183118 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 118E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2999234605

31413

27409

43719 4529419401

2591119212

25701

5230836208 550454952217686 20787 619684131817490 64754 7592669115

Desktop_110322162056 1-12 RT 001-020 AV 12 NL 341E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

37013

32484

31084

27423

3861672314

26492 44601 70921

24595 5505952273400162179515089 69535 7411349473 6643456634 76542

10

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos grossos

Desktop_110322201310 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 330E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Re

lativ

e A

bu

nd

an

ce

36992

35592

32484

31084

72314

2929970914

3781126499

39386 445946950720878 53897 7393115082 40023 664066194045602 77340

Desktop_110322174442 1-11 RT 001-018 AV 11 NL 240E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

36992

35592

32505

72307

37195

7090731084

29285

37797

28088 3862326506

6952120878 6196144594 52245 55059 7391015089 76325

11

Espectro de massa de Ocotea minor Folhas

Espectro de massa de Ocotea Cascas

Desktop_110322165516 1-9 RT 001-015 AV 9 NL 321E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

14389

20507

17490

12086

23685

27430 346055225240933 5505242907 61947 7953866553 73721

Desktop_110322171506 1-9 RT 000-014 AV 9 NL 917E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28585

2999233009

2690534598

1920520801

372021870814389 22397 37797 43705 6194049501 52245 59119 65132 70032 72321 77550

12

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos grossos

Desktop_110322200126 1-16 RT 000-026 AV 16 NL 262E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

20507

14389

17511

25085

2350313192

2740931798 34605

4370538406 52238 79923619475504546715 64740 7368671530

Desktop_110322185001 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 178E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2050714389

3459117504 31609

23692 28585

13192

43705 5504536236 5223861926 64726 7574473126

13

14

Espectro de RMN 13C

15

Espectro de DEPT

16

rh

Espectro de HSQC

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,

ii

KLENICY KAZUMY DE LIMA YAMAGUCHI

ESTUDOS BIOLOacuteGICOS DOS EXTRATOS E COMPOSICcedilAtildeO QUIacuteMICA DOS

OacuteLEOS ESSENCIAIS DE ESPEacuteCIES DA FAMIacuteLIA LAURACEAE

Orientador Profo Dr Valdir Florecircncio da Veiga Junior

MANAUS - 2011

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Quiacutemica da Universidade Federal do Amazonas como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Quiacutemica aacuterea de concentraccedilatildeo

Quiacutemica Orgacircnica

iii

KLENICY KAZUMY DE LIMA YAMAGUCHI

ESTUDOS BIOLOacuteGICOS DOS EXTRATOS E COMPOSICcedilAtildeO QUIacuteMICA DOS

OacuteLEOS ESSENCIAIS DE ESPEacuteCIES DA FAMIacuteLIA LAURACEAE

Aprovada em 02 de agosto de 2011

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Quiacutemica da Universidade Federal do Amazonas como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Quiacutemica aacuterea de concentraccedilatildeo

Quiacutemica Orgacircnica

iv

Aacute minha amada matildee Auxiliadora

Yamaguchi por todo o carinho e amor

destinados a mim Ela que abriu matildeo da

minha companhia em prol da minha

educaccedilatildeo sempre esteve presente em minha

vida Dedico-a todas as vitoacuterias

conquistadas ao longo dos anos

v

AGRADECIMENTOS

O mestrado eacute um momento em que o tempo passa muito raacutepido acompanhado

de disciplinas experimentos e prazos Os ensinamentos adquiridos durante todos

esses 24 meses natildeo podem ser mensurados nem expressos apenas nos resultados

e discussatildeo deste trabalho Mas na tentativa de demonstraacute-los eis meus

agradecimentos

Agrave Deus por tantas becircnccedilatildeos concedidas ao longo da minha vida A todas as

oportunidades que tive de crescer como pessoa e da forccedila nos momentos mais

difiacuteceis sempre colocando na minha vida sinais de Seu infinito amor e de suas

orientaccedilotildees

Aacute minha famiacutelia alicerce fundamental no decorrer dessa caminhada em

especial agrave meus pais Katsuo e Auxiliadora Yamaguchi por terem me dado uma

base de educaccedilatildeo caraacuteter e amor Vocecircs satildeo a aacutervore e eu apenas um fruto que

reflete a criaccedilatildeo que vocecircs deram para a nossa famiacutelia

Ao meu companheiro de mestrado arquiteto querido Kendy Yamaguchi por

compartilhar comigo os mais diversos momentos durante o mestrado

Agrave minha amada irmatilde Kenne Yamaguchi que mesmo estando em Coari

(assim como toda a famiacutelia) sempre esteve perto de mim me dando forccedila para

continuar seguindo em frente

Aos meus cunhados Antocircnia e Miro Yamaguchi por me apoiarem e sempre

terem palavras de conforto e incentivo

Aos meus padrinhos Cosmo Geralda e Mariza agrave minha tia Nely meus tios e

primos por sempre torcerem por mim e pela energia positiva que vocecircs enviaram (e

enviam) me dando forccedila em todas as situaccedilotildees

Aos meus amigos antigos Enio Daiana Goacutees Leandro e Fernando Brasil

Nessa correria que eacute o mestrado vocecircs sempre estiveram comigo As ligaccedilotildees

mensagens e visitas me fortaleceram e fizeram com que eu sempre me sentisse

amada

Agrave minha famiacutelia cientiacutefica

Vocecircs satildeo o presente que Deus me deu Eu natildeo teria como selecionar tatildeo bem

pessoas tatildeo especiais como vocecircs

Professor Valdir Veiga Junior por ser muito mais que um orientador por ser

um pai Sempre com seu ombro amigo seu abraccedilo acolhedor e seus valorosos

conselhos me acompanhando desde a iniciaccedilatildeo cientiacutefica Realmente fazer ciecircncia

natildeo eacute faacutecil mas um dia eu aprendo

Joelma Alcacircntara minha matildee minha amiga minha cara metade Sua

sinceridade UacuteNICA reflete a grandeza que eacutes Os conselhos os incentivos as

brincadeiras e os momentos de descontraccedilatildeo foram situaccedilotildees que guardarei para

sempre Obrigada pelos valorosos momentos ao seu lado

vi

Priscilla Oliver e Lidiam natildeo haacute como agradecer em algumas palavras todo o

carinho que sinto Vocecircs satildeo a sorte que a vida me deu Minhas irmatildes do coraccedilatildeo

que somente Deus com todo o seu amor poderia me dar

Milena Campelo Paula Barbosa e Luciana Freire obrigada por todo o

companheirismo que nos acompanham desde a graduaccedilatildeo Vocecircs sempre

estiveram ao meu lado

Igor e Carol Priscila e Victor Andreacute e Eacuterika obrigada pelos momentos

compartilhados Fico feliz por tecirc-los perto de mim e pelas experiecircncias adquiridas

Ao grupo de pesquisa Q-Bioma como um todo a todos os membros Somos

uma famiacutelia cientiacutefica e mesmo com todas as diferenccedilas a uniatildeo sempre

prevaleceraacute

Agrave todos os meus companheiros de mestrado em Quiacutemica em especial

Nerilson Masques Obrigada pela companhia e amizade durante todo o curso

Somente a gente sabe quantas noites passamos em claro estudando para fazer as

listas acordando com olheiras e madrugando para natildeo perdermos os horaacuterios Vocecirc

eacute muito importante na minha vida

Aos professores Afonso Duarte e Rita Nunomura pela amizade carinho

valorosos conselhos e incentivos Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Obrigada por

estarem na minha vida

Professores Marcos e Cristine Machado pelo exemplo de profissionais que

satildeo sempre esforccedilando-se e pensando na qualidade da aprendizagem Acompanha-

los nas disciplinas me ajudou muito no perfil de profissional que quero ser

Aos professores Ary Cavalcante e Roberto Castilho por todos os conselhos e

incentivos

Ao Hector Koolen por toda a paciecircncia acompanhando-me no espectrocircmetro

de massa e pelas dicas e incentivos nos experimentos

A pessoa que hoje eu sou traz um pouco de cada um de vocecircs

vii

Para ser grande secirc inteiro nada

Teu exagera ou exclui

Secirc todo em cada coisa Potildee quanto eacutes

No miacutenimo que fazes

Assim em cada lago a lua toda

Brilha porque alta vive

Fernando Pessoa

viii

RESUMO

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das famiacutelias mais importantes na floresta amazocircnica apresentando um nuacutemero expressivo de espeacutecies com diversas utilizaccedilotildees devido a qualidade dos seus produtos naturais Quimicamente as espeacutecies desta famiacutelia caracterizam-se pela presenccedila de alcaloacuteides neolignanas flavonoacuteides terpenos e fenilpropanoacuteides Este estudo contribui para a anaacutelise do perfil quiacutemico dos trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e Rhodostemonodaphne atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos e oacuteleos essenciais contribuindo para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras Neste trabalho foi realizado prospecccedilatildeo fitoquiacutemica anaacutelise do perfil alcaloiacutedico por cromatografia em camada delgada (CCD) e espectrometria de massa (EM) dos extratos etanoacutelicos identificaccedilatildeo dos constituintes do oacuteleo essencial e verificaccedilatildeo das atividades anticolinesteraacutesica antioxidante e citotoacutexica dos extratos etanoacutelicos das espeacutecies E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R crenaticupula As espeacutecies foram coletadas na Reserva Ducke em Manaus e separadas para obtenccedilatildeo de oacuteleos essenciais e extratos etanoacutelicos Estes foram analisados quanto as atividades quiacutemicabioloacutegicas e submetidos a particcedilotildees aacutecido-base para obtenccedilatildeo de fraccedilotildees enriquecidas de alcaloacuteides O perfil alcaloiacutedico foi analisado por CCD utilizando reveladores especiacuteficos e por EM Os oacuteleos essenciais foram analisados por CG-DIC e CG-EM Confirmou-se que a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos e aporfiacutenicos Os rendimentos dos oacuteleos essenciais obtidos por hidrodestilaccedilatildeo em clevenger modificado variaram de 002 a 429 sendo Endlicheria citriodora a espeacutecie que apresentou maior rendimento 25 nos galhos e 43 nas folhas tendo como constituinte majoritaacuterio o geranato de metila (acima de 93) elucidado por CG-DIC CG-EM RMN1H e RMN 13C Os oacuteleos essenciais das outras espeacutecies apresentaram rendimento inferior a 1 e como constituinte majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido A atividade antioxidante foi avaliada atraveacutes da capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPHbull) utilizando quercetina como padratildeo externo expressos como valores de concentraccedilatildeo eficiente (CE50)Os extratos de Ocotea minor foram os que apresentaram maior potencial antioxidante (CE50=731 plusmn 032 μgmL) A anaacutelise qualitativa da atividade anticolinesterase foi realizada de acordo com o meacutetodo de Ellman (modificado) com resultados negativos para inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado positivo A atividade antitumoral foi avaliada contra quatro linhagens de ceacutelulas (leucemia mama coacutelon e glioblastoma) segundo o meacutetodo de MossmanNenhum dos extratos testados apresentou atividade citotoacutexica pronunciada

Palavras-chave Floresta Amazocircnica Lauraceae alcaloacuteide oacuteleo essencial

ix

ABSTRACT

The family Lauraceae is one of the most important families in the Amazon

rainforest featuring an significant number of species with different uses due to the

quality of products naturalThe species this family are Chemically characterized by

the presence of alkaloids neolignans flavonoids terpenes and phenylpropanoids

This study contributes to the analysis of the chemical profile of the three genera

Endlicheria Ocotea and Rhodostemonodaphne about directing the investigations on

the chemical composition of extracts and essential oils contributing to the screening

of promising genera and species This work was carried out prospecting

phytochemical alkaloid profile analysis by thin layer chromatography (TLC) and

mass spectrometry of the ethanol extracts identification of the essential oil and

analysis of activities anticholinesterase antioxidant and cytotoxic of ethanolic

extracts of E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R

recurva and R crenaticupula The species were collected in Reserva Ducke in

Manaus The material was separated to obtain essential oils and ethanolic extracts

These were analyzed for chemical biological activities and subjected to acid-base

partition to obtain enriched fractions of alkaloids The alkaloid profile was analyzed

by mass spectrometry and TLC with revealing specific The essential oils were

analyzed by GC-FID and GC-MS It was confirmed the high presence of alkaloids in

the genus Ocotea and low in species Endlicheria and Rhodostemonodaphne In

mass spectrometry the peaks mz 300 and 330 were present in most fractions and

may correspond to the type alkaloids Benzylisoquinolines and Aporphines The yields

of essential oils obtained by hydrodistillation in Clevenger modified ranged from

002 to 429 The specie Endlicheria citriodora was the highest yield 25 in the

branches and 43 in the leaves The Methyl geranate was the major constituent

(above 93) elucidated by GC-FID GC-MS RMN1H and RMN 13C The essential

oils from other species showed less than 1 yield and caryophyllene and its oxide

were the major constituents The antioxidant activity was assessed by sequestering

ability of the stable radical 22-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPHbull) using quercetin as

external standard expressed as effective concentration values (EC50) The extracts

of Ocotea minor presented the best antioxidant potential (EC50 = 731 plusmn 032 μg

mL) Qualitative analysis of anticholinesterase activity was performed according to

the method of Ellman (modified) with negative results for inhibiting the enzyme

acetylcholinesterase The branches of the three species of Ocotea were positive The

antitumor activity was evaluated against four cell lines (leukemia breast colon and

glioblastoma) by the method of Mossman None of the extracts tested showed

pronounced cytotoxic activity

Keywords Amazon forest Lauraceae alkaloid essential oil

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Laruraceae

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanas

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Figura 7 Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

Figura 8 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

Figura 9 Biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria

Figura 14 Estruturas isoladas de Endlicheria sericeae

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

Figura 20Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo

brasileira

Figura 21 Estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividade canceriacutegenas

derivadas de fontes vegetais

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

Figura 25 a 31 Placas cromatograacuteficas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

xi

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 01 Ciclo biossinteacutetico dos metaboacutelitos secundaacuterios

Esquema 02 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido

graxo insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido

lipiacutedico)

Esquema 03 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais

peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela

vitamina C originando o radical ascorbila

Esquema 04 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos

extratos e dos oacuteleos essenciais

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Tabela 02 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Tabela 4a Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol

Tabela 4b Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

Tabela 05 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e

flavonoacuteides

Tabela 06 Anaacutelise das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massas

Tabela 07 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares

de alcaloacuteides isolados em Lauraceae

Tabela 08 Rendimento dos oacuteleos essenciais ()

Tabela 09 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN (δ em ppm CDCl3 500MHz)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rhodostemonodaphne

recurva

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das

folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre

DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em

μgmL

Tabela 19 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Tabela 20 Resultado as avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina

xiii

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo16

2 Objetivos

21 Geral18

22 Especiacuteficos18

3 Revisatildeo da bibliograacutefica

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil19

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu22

321 Metaboacutelitos secundaacuterios 25

3211 Neolignanas28

3212 Alcaloacuteides32

3213 Flavonoacuteides35

3214 Terpenoacuteides e Fenilpropanoacuteides38

322 Gecircneros43

3221 Endlicheria Nees43

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki44

3223 Ocotea Aublet46

33 Atividades quiacutemicabioloacutegicas51

331 Atividades Antioxidantes 51

3311 Radicais Livres51

3312 Antioxidantes54

3313 Avaliaccedilatildeo das atividade Antioxidante utilizando radical livre DPPH56

332 Citotoxicidade 58

3321 Letalidade em Artemia salina Leach58

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais60

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase63

34 Meacutetodos cromograacuteficos67

341 Cromatografia em Camada Delgada68

342 Cromatografia Gasosa69

xiv

4 Metodologia

41 Coleta70

42 Obtenccedilatildeo dos extratos71

43 Prospecccedilatildeo72

431 Fenoacuteis72

432 Flavonoacuteides72

433 Alcaloacuteides72

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas73

441 Obtenccedilotildees da fraccedilatildeo alcaloiacutedica73

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD74

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por espectrometria de massa74

45 Oacuteleo essencial75

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo75

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais75

4521 Anaacutelise em CG-DIC75

4522 Anaacutelise em CG-EM76

4523 Anaacutelise por RMN76

453 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais76

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos78

461Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase78

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH78

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante79

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante79

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia Salina Leach81

464 Atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais 81

5 Resultados e discussatildeo83

51 Rendimento do extrato83

52 Prospecccedilatildeo Fitoquiacutemica84

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica86

531 Rendimento da Particcedilatildeo86

532 Anaacutelise por CCD87

533 Anaacutelise por espectrometria de massa96

54 Oacuteleo essencial101

xv

541 Rendimento101

5411 Endlicheria102

5412 Ocotea105

5413 Rhdostemonodaphne110

55 Atividades Quiacutemicabiologias114

551 Atividade antioxidante114

5511 Qualitativa116

5512 Quantitativa116

552 Atividade citotoacutexica121

5521 Letalidade em Artemia Salina121

5522 Citotoacutexica em ceacutelulas de linhagem tumoral121

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase122

6 Consideraccedilotildees finais 125

7 Referecircncias bibliograacuteficas 127

8 Anexos146

16

INTRODUCcedilAtildeO

As plantas constituem uma das mais importantes fontes de substacircncias

quiacutemicas orgacircnicas apresentando variadas classes com interesses cientiacuteficos

devido agraves suas propriedades bioloacutegicas e quiacutemicas Na busca por novos faacutermacos

os produtos naturais destacam-se pela diversidade estrutural e assim as plantas

satildeo candidatas importantes para a prospecccedilatildeo de novos compostos bioativos

(Giordani et al 2008)

Verifica-se que a Amazocircnia mesmo possuindo uma grande diversidade

bioloacutegica apresenta poucos estudos em relaccedilatildeo agrave quantidade de espeacutecies

presentes nas florestas (Nodori amp Guerra 2004)

A famiacutelia Lauraceae destaca-se na Floresta Amazocircnica pelo endemismo e uso

econocircmico em virtude da boa qualidade da madeira do alto valor comercial que

alcanccedilam seus oacuteleos essenciais (Quinet amp Andreata 2002) e da presenccedila de uma

importante classe de metaboacutelitos que satildeo os alcaloacuteides responsaacuteveis por diversas

atividades terapecircuticas Mais de 400 alcaloacuteides jaacute foram identificados em 189

espeacutecies de Lauraceae Segundo Zanin e Lordello (2007) cerca de 54 alcaloacuteides

aporfinoacuteides com pronunciada bioatividade foram isolados no gecircnero Ocotea Dentre

as atividades bioloacutegicas mais citadas pode-se destacar a capacidade antioxidante

atividade antiinflamatoacuteria analgeacutesica e cardiovascular

Lauraceae apresenta espeacutecies utilizadas em grande escala como o abacate

(Persea americana) a canela (Cinnamomum verum) e espeacutecies aromaacuteticas

utilizadas para perfumaria como as extraiacutedas de canela-sassafraacutes (Ocotea odoriacutefera)

e pau rosa (Aniba rosaeodora) sendo dessa forma utilizada internacionalmente

17

Considerando as pesquisas em isolamento de compostos bioativos e a

importacircncia da famiacutelia Lauraceae na Floresta Amazocircnica uma pesquisa sobre

espeacutecies desta famiacutelia que ainda natildeo foram analisadas cientificamente torna-se

importante para a investigaccedilatildeo de novas substacircncias presentes nos extratos e na

composiccedilatildeo quiacutemica de oacuteleos essenciais Neste trabalho seratildeo analisadas sete

espeacutecies de Lauraceae distribuiacutedas em trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e

Rhodostemonodaphne visando desvendar parte da imensa diversidade bioloacutegica da

floresta Amazocircnica e buscando a possibilidade de serem observadas atividades

bioloacutegicas pronunciadas

18

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Descrever a composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais e atividades quiacutemicas

e bioloacutegicas de extratos etanoacutelicos de espeacutecies da famiacutelia Lauraceae

22 Objetivos especiacuteficos

Verificar a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes de meacutetodos de prospecccedilatildeo dos

extratos etanoacutelicos comparando os diferentes extratos das plantas

estudadas

Analisar o perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas atraveacutes de espectrometria de massa

Analisar o perfil cromatograacutefico (CG-DIC e CG-EM) dos oacuteleos essenciais das

cascas folhas e galhos das sete espeacutecies

Verificar as atividades inibidora da enzima acetilcolinesterase antioxidante

frente ao radical livre DPPH e citotoacutexica sobre Artemia salina e ceacutelulas de

linhagem tumoral dos extratos etanoacutelicos

19

3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil

A natureza tem produzido a maioria das substacircncias orgacircnicas conhecidas

Dentre os diversos reinos da natureza o reino vegetal eacute o que tem contribuiacutedo de

forma mais significativa para o fornecimento de metaboacutelitos secundaacuterios muitos

destes de grande valor agregado devido As suas aplicaccedilotildees como medicamentos

cosmeacuteticos alimentos e agroquiacutemicos (Phillipson amp Anderson 1998)

A espeacutecie humana se aproveita de uma fraccedilatildeo muito pequena das plantas com

as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra O reino vegetal

ainda permanece como uma grande incoacutegnita cujos misteacuterios comeccedilam a serem

desvendados Natildeo pode existir vida na terra sem a presenccedila de plantas e estudaacute-

las sob qualquer que seja a oacutetica cientiacutefica eacute parte do domiacutenio da quiacutemica de

Produtos Naturais (Pinto et al 2002)

Os produtos naturais satildeo utilizados desde tempos imemoriais na busca por

aliacutevio e cura de doenccedilas pela ingestatildeo de ervas e folhas talvez tenha sido uma das

primeiras formas de utilizaccedilatildeo de produtos naturais A natureza sempre despertou

no homem um fasciacutenio encantador natildeo soacute pelos recursos oferecidos para sua

alimentaccedilatildeo e manutenccedilatildeo mas por ser sua principal fonte de inspiraccedilatildeo e

aprendizado (Viegas Jr amp Bolzani 2006)

Ao longo do tempo a humanidade selecionou apenas cerca de 300 plantas

para a alimentaccedilatildeo e de um pouco mais de uma centena obteve princiacutepios ativos

puros para o tratamento de doenccedilas Estes nuacutemeros satildeo bem modestos quando se

estaacute diante de um universo superior a 250000 espeacutecies de plantas superiores

20

Verifica-se que as atividades da fitoquiacutemica podem contribuir significativamente

para a concretizaccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel de um paiacutes atraveacutes da

investigaccedilatildeo da flora da divulgaccedilatildeo e geraccedilatildeo de novos conhecimentos e da

formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados (Braz Filho 2010)

A preocupaccedilatildeo com a busca de aplicaccedilatildeo para as moleacuteculas isoladas de

fontes naturais atraveacutes do seu uso como modelos quiacutemicos para a induacutestria eacute uma

nova tendecircncia que enfatiza a realizaccedilatildeo de trabalhos em colaboraccedilatildeo O valor

potencial da biodiversidade brasileira encarada como fonte de produtos de alto valor

agregado requer poliacuteticas que garantam a sua exploraccedilatildeo de forma racional (Pinto

et al 2002)

Estima-se a existecircncia de 250000 espeacutecies de plantas superiores Cerca de

80 da populaccedilatildeo dos paiacuteses subdesenvolvidos e em desenvolvimento continuam

completamente dependentes da medicina caseira utilizando vegetais para as

necessidades primaacuterias de sauacutede Tem sido estimado que somente de 5-15 destas

espeacutecies foram investigadas restando uma fonte natural de inuacutemeros organismos

vivos contendo significativo nuacutemero de substacircncias ineacuteditas e forte potencial de

produtos naturais bioativos incluindo-se fontes de mateacuterias-primas para o

desenvolvimento de novos faacutermacos (Braz Filho 2010)

A magnitude da biodiversidade brasileira natildeo eacute conhecida com precisatildeo tal a

sua complexidade estimando-se a existecircncia de mais de dois milhotildees de espeacutecies

distintas de plantas animais e microorganismos (Nodari amp Guerra 2004)

Soacute um trabalho cientiacutefico integrado de todos os grupos existentes no paiacutes

poderaacute num tempo limite propiciar o conhecimento real da diversidade quiacutemica dos

ambientes tropicais e auxiliar nos estudos futuros sobre o perfil metaboacutelico e

21

associaccedilotildees com perfil macromolecular das espeacutecies de interesse de nossa biota

(Pinto et al 2002)

Nesse contexto a varredura dos extratos brutos antes do isolamento eacute uma

metodologia que auxilia no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a

composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo para a triagem de gecircneros e

espeacutecies promissoras Esse perfil caracteriza o grupo de pesquisa Q-Bioma um

grupo de pesquisa fitoquiacutemico da Universidade Federal do Amazonas que visa

inicialmente analisar o perfil dos extratos para posteriormente selecionar as fraccedilotildees

de interesse

22

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu

A famiacutelia Lauraceae eacute apontada no Brasil como uma das mais representativas

tanto em nuacutemero de indiviacuteduos quanto em riqueza de taacutexons nos inventaacuterios

floriacutesticos e fitossocioloacutegicos realizados em aacutereas de florestas bem preservadas do

paiacutes (Vattimo-Gil1959 Kurtz 2000) sendo considerada uma das famiacutelias mais

primitivas pertencentes agrave divisatildeo Magnoliophyta ( Marques et al 2001) Possuem

distribuiccedilatildeo pan tropical sendo bem representadas na Ameacuterica Aacutesia Tropical

Austraacutelia e Madagascar e no sul da Aacutefrica conforme a figura 1 Possuem cerca de

50 gecircneros e 2500 espeacutecies sendo que no Brasil existem cerca de 400 espeacutecies

distribuiacutedas em 25 gecircneros contribuindo assim com cerca de 16 do total dessas

espeacutecies (Barroso et al 2002) Nas Ameacutericas ocorrem cerca de 29 gecircneros e 900

espeacutecies A famiacutelia eacute frequumlente em florestas tropicais com algumas espeacutecies

habitando grandes altitudes mas a grande diversidade ocorre em terras baixas da

Amazocircnia e Ameacuterica Central (Rohwer 1993)

Figura 1 ndash Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia LauraceaeFONTE Missouri Botanical Garden

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das que apresenta maior importacircncia econocircmica em

todo o mundo com um nuacutemero expressivo de espeacutecies que apresentam uma grande

diversidade de usos com destaque para as que possuem utilizaccedilatildeo medicinal e na

23

induacutestria sendo utilizada na culinaacuteria na fabricaccedilatildeo de papel marcenaria e

construccedilatildeo civil na induacutestria quiacutemica e na medicina popular (Marques 2001)

O potencial econocircmico das espeacutecies dessa famiacutelia eacute conhecido desde os

tempos remotos atraveacutes de documentos da China de 2800 aC onde jaacute era

empregado o oacuteleo de Cinnamomum camphora (L) JPresl e de outras espeacutecies

deste gecircnero na medicina (Sangirardi Jr 1984) Segundo Quinet (2002) as folhas

de Laurus nobilis L o loureiro eram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para

confeccionar coroas com as quais se homenageavam guerreiros e atletas

vitoriosos e estatildeo entre os condimentos mais conhecidos da culinaacuteria de todo o

mundo Os primeiros registros relativos agrave utilizaccedilatildeo das espeacutecies desta famiacutelia

influenciaram o nome de muitos gecircneros que fazem uma alusatildeo agravequela eacutepoca como

o gecircnero Phoebe que tem seu nome relacionado ao deus Apolo e Laurus L que vecircm

do celta ldquolausrdquo e significa louvor em grego (Barroso et al 2002)

A casca ou o fruto de algumas espeacutecies satildeo usadas como condimentos (

Dicypellium caryophyllaceum) ou para fazer chaacute (Licaria puchury-major e Aniba

canelilla) Espeacutecies utilizadas em grande escala satildeo o abacate (Persea americana)

a canela (Cinnamomum verum) e o louro (Laurus nobilis) A madeira de Lauraceae eacute

amplamente explorada em diversas regiotildees Na Amazocircnia a itauacuteba (Mezilururs spp)

eacute a madeira preferida para construccedilatildeo de embarcaccedilotildees devido a sua alta

durabilidade e resistecircncia Diversas outras espeacutecies constituem o principal produto

madeireiro comercializados em Manaus sob o nome de ldquolourordquo (Ribeiro et al 1999)

O alto valor econocircmico das espeacutecies tem levado a uma exploraccedilatildeo crescente

ao longo dos anos (Marques 2001) O interesse econocircmico nos oacuteleos essenciais eacute

devido ao uso induacutestrial podendo-se destacar espeacutecies dos gecircneros Ocotea

24

Nectandra e Aniba conhecidas popularmente como canelas loureiros e pau-rosa

respectivamente (Ribeiro et al 1999)

A extraccedilatildeo de linalol principal componente do oacuteleo essencial de Aniba

rosaeodora Ducke utilizado como fixador na induacutestria de perfumes segundo Rizzini

e Mors (1995) deu-se inicialmente como subproduto da induacutestria de cacircnfora no

Japatildeo devido o mesmo ser um componente do oacuteleo volaacutetil da madeira canforeira

Em 1925 descobriu-se em Juriti Velho (Paraacute) a aacutervore conhecida na regiatildeo como

pau-rosa Este nome popular refere-se ao odor da madeira a qual quando

recentemente cortada exala delicado perfume Verificou-se em seguida que tal

cheiro era devido ao oacuteleo essencial desta madeira que encerra linalol como

componente principal Desde entatildeo se desenvolveu naquela localidade uma

induacutestria extrativa para a obtenccedilatildeo do mencionado oacuteleo Esta induacutestria tomou tal

vulto que figurou durante muitos anos entre as mais proacutesperas da Amazocircnia Ainda

na deacutecada de 1960 produziam-se entre 300 e 400 toneladas de oacuteleo essencial de

pau-rosa por ano sacrificando para tanto 50000 toneladas de madeira

A exploraccedilatildeo de Aniba rosaeodora Ducke fez com que essas espeacutecies fossem

levadas proacuteximas a extinccedilatildeo devido o oacuteleo essencial de pau-rosa localizar-se no

terceiro lugar na pauta de exportaccedilatildeo da regiatildeo Amazocircnica cabendo a borracha e agrave

castanha o primeiro e o segundo lugares respectivamente (Marques 2001)

As espeacutecies da famiacutelia Lauraceae principalmente pertencentes aos gecircneros

Nectranda Licaria Ocotea e Aniba apresentaram um novo grupo de compostos

secundaacuterios As neolignanas descobertas por um dos consolidadores da fitoquiacutemica

brasileira o professor Otto Gottlieb na deacutecada de 1970 ( Gottlieb amp Yoshida1978)

apresentam muitas atividades bioloacutegicas entre elas a atividade antitumoral

25

321 Principais Metaboacutelitos secundaacuterios encontrados em Lauraceae

Daacute-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaccedilotildees quiacutemicas que

continuamente estatildeo ocorrendo em cada ceacutelula A presenccedila de enzimas especiacuteficas

garante certa direccedilatildeo a essas reaccedilotildees estabelecendo o que se denomina de rotas

metaboacutelicas Essas reaccedilotildees visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes

para satisfazer as exigecircncias fundamentais da ceacutelula energia (derivada basicamente

de ATP) poder redutor (NADPH) e biossiacutentese das substacircncias essenciais agrave sua

sobrevivecircncia (macromoleacuteculas celulares) (Santos 2004)

De acordo com a teoria evolucionista todos os seres vivos derivam de um

precursor comum do qual conservam algumas caracteriacutesticas Os processos

essenciais agrave vida e comuns aos seres vivos tecircm sido definidos como metabolismo

primaacuterio Basicamente todos os organismos convivem com os mesmos tipos de

metaboacutelitos primaacuterios e segundo Gottlieb et al (1996) os metabolismos primaacuterios

satildeo reaccedilotildees fornecedoras de mateacuterias primas e de energia para a formaccedilatildeo dos

metaboacutelitos secundaacuterios designados especiais

Vegetais microorganismos e em menor escala animais apresentam todo um

arsenal metaboacutelico (enzimas coenzimas e organelas) capazes de produzir

transformar e acumular inuacutemeras outras substacircncias natildeo necessariamente

relacionadas de forma direta agrave manutenccedilatildeo da vida do organismo produtor Nesse

grupo encontram-se substacircncias cuja produccedilatildeo e acumulaccedilatildeo estatildeo restritas a um

nuacutemero limitado de organismos com bioquiacutemica e metabolismo especiacuteficos e

uacutenicos caracterizando-se como elementos de diferenciaccedilatildeo e especializaccedilatildeo (Wink

1990)

26

Os metaboacutelitos secundaacuterios satildeo conhecidos como metaboacutelitos especiais cujos

produtos embora natildeo necessariamente essenciais para o organismo produtor

garantem vantagens para sua sobrevivecircncia e para a perpetuaccedilatildeo de sua espeacutecie

em seu ecossistema (Santos 2004)

Os metaboacutelitos especiais satildeo especiacuteficos das espeacutecies e participam das

interaccedilotildees intra e intercelular do proacuteprio organismo ou com ceacutelulas de outros

organismos atuam em processos vitais como mediadores em interaccedilotildees ecoloacutegicas

como por exemplo a defesa contra herbiacutevoros e microorganismos a proteccedilatildeo contra

raios UV atraccedilatildeo de polinizadores ou animais dispersores de sementes e em

interaccedilotildees alelopaacuteticas ( Santos 2004 Cechinel Filho amp Bresolin 2003)

Embora classificadas como sendo ou do metabolismo primaacuterio ou do especial

as reaccedilotildees bioquiacutemicas natildeo ocorrem independentemente em um mesmo produtor

Alteraccedilotildees no primeiro podem afetar profundamente o segundo e embora o reverso

natildeo seja verdadeiro Aleacutem disso muitos metaboacutelitos especiais satildeo formados por

sequumlecircncia de reaccedilotildees anaacutelogas agravequelas do metabolismo primaacuterio Portanto a linha

divisoacuteria entre metabolismo primaacuterio e especiais natildeo eacute niacutetida (Dewick 2002) No

esquema 1 pode ser visualizada a origem de todos os metaboacutelitos especiais a partir

do metabolismo da glicose por meio de intermediaacuterios principais o aacutecido chiquiacutemico

e o acetato

De forma geral os mais importantes grupos de metaboacutelitos secundaacuterio vegetal

citam-se tradicionalmente os alcaloacuteides os terpenoacuteides e os flavonoacuteides Verifica-se

na famiacutelia Lauraceae a prevalecircncia de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados

nos oacuteleos essenciais alcaloacuteides e neolignanas encontrados nos extratos

27

Esquema 01 Via biossinteacutetica dos metaboacutelitos especiais Fonte Santos 2004

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente por apresentar em sua

composiccedilatildeo alcaloacuteides isoquinoliacutenicos indoacutelicos e triptofanicos (Figura 2) Dentre os

alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo grande e ainda em

expansatildeo comumente encontrado nas mais diversas espeacutecies de Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Lauraceae

28

3211 Neolignanas

As lignanas satildeo substacircncias que se depositam nas paredes das ceacutelulas

vegetais conferindo a estas notaacutevel rigidez Constituem de 15-35 da mateacuteria seca

dos troncos das gimnospermas e angiospermas aleacutem de serem constituintes da

parede celular de tecidos associados a caule folha e raiz de todas as plantas

vasculares A quantidade de lignanas existentes na superfiacutecie da terra eacute imensa

inferior apenas agrave quantidade de carboidratos Dada esta importacircncia compreende-

se facilmente porque a ocorrecircncia funccedilatildeo formaccedilatildeo estrutura reaccedilotildees e a

utilizaccedilatildeo de lignanas recebem tanta atenccedilatildeo (Barbosa Filho 2004)

As lignanas satildeo macromoleacuteculas poliacutemeros de unidades baacutesicas de n-

propilbenzenos C6-C3 que satildeo ligadas pelo carbono β de suas cadeias laterais (C3)

Satildeo diacutemeros formados atraveacutes do acoplamento oxidativo de alcooacuteis cinamiacutelicos

entre si ou destes com aacutecidos cinacircmicos Esse termo criado em 1942 por Haworth

se prestava muito bem para as poucas substacircncias descritas agravequela eacutepoca

Estruturalmente os dois resiacuteduos n-propilbenzecircnicos apresentam o carbono gama

(C-9) oxigenado (Gottlieb ampYoshida 1984)

As neolignanas (do grego neacuteos = novo moderno) surgiram por causa da

crescente variabilidade estrutural em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo de Haworth que ficou

limitada Isso fez com que Gottlieb em 1978denominasse os diacutemeros oxidativos de

alilfenoacuteis ou de propenilfenoacuteis entre si ou cruzados e natildeo apresentam o carbono

gama (C-γ) oxigenado de neolignanas (Barbosa Filho 2004 Gottliteb 1984)

O processo geral de biossiacutentese dos lignoacuteides (neolignana e lignana) eacute

mostrado a seguir na figura 3 envolvendo os metaboacutelitos primaacuterios finais da via

metaboacutelica do chiquimato Lignoacuteide eacute uma designaccedilatildeo geneacuterica que caracteriza

micromoleacuteclulas cujo esqueleto eacute formado exclusivamente pelo grupo fenilpropacircnico

29

(C6-C3)n sendo n restrito a poucas unidades123 etc As lignanas apresentam

como precursores monomeacutericos aacutecidos cinacircmicos ou alcooacuteis cinacircmicos enquanto as

neolignanas apresentam como precursores monomeacutericos propenilbenzenos ou

alilbenzenos (Barbosa Filho 2004)

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanasFonte Barbosa Filho 2004

As Lignanas e neolignanas desempenham importante papel na defesa das

plantas atuando como agentes antimicrobianos antifuacutengicos e insetiacutefugos As

neolignanas acumulam em madeiras como resposta a ferimentos mecacircnicos ou ao

ataque de microorganismos e que exibem propriedades de defesa contra insetos

Por terem atividade antitumoral e antiviral as neolignanas despertam grande

interesse farmacoloacutegico (Robbers et al 1997) A figura 04 mostra os tipos

estruturais das neolignanas mais representativos e sua designaccedilatildeo de acordo com

trabalhos de revisatildeo de Gottlieb (1978) e Gottlieb e Yoshida (1984)

30

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas Fonte Barbosa Filho 2004

As lignanas satildeo soluacuteveis em solvente apolares tais como eacuteter de petroacuteleo e

anaacutelogos principalmente se a porccedilatildeo do anel estiver metoxilada como acontece na

maioria das vezes As neolignanas geralmente se apresentam como oacuteleos de alta

viscosidade e apresentam meacutedia polaridade (Barbosa Filho 2004)

Esqueletos de Neolignanas

2

3

4

5

6

78

9

1

O O

O

O

O O

O

diarilbutano (88) aritetralina (8867) dibenzocicloctano (2288)

benzofurano (70481) benzofurano (70483) futoenona (8179608)

diidrodieugenol (33) diarilciclobutano (7788) furofurano (70788)

ariloxiarilpropano (804) benzodioxano (703804) bicicloctano (8175)

31

No Brasil o grupo de pesquisa liderado pelo professor Otto Gottlieb contribuiu

significativamente para o conhecimento da quiacutemica das neolignanas A famiacutelia

Lauraceae foi a mais estudada principalmente os gecircneros Aniba Licaria Nectandra

e Ocotea com quase duas centenas de substacircncias ineacuteditas registradas na

literatura Numa avaliaccedilatildeo aproximada jaacute foram isoladas por volta de 700 lignoacuteides

dos quais 270 satildeo neolignanas (figura 5) (Barbosa Filho 2004)

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

O

CH3

Ar

CH2

O

CH3

O O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

OCH3

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

CH3

O

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

O

CH3

CH3

Ar

CH2

AcO

O

CH3

O

CH3

O

O

CH3

32

3212 Alcaloacuteides

O isolamento das primeiras substacircncias puras do reino vegetal ocorreu no

Seacuteculo XIX Este seacuteculo caracterizou-se pelos trabalhos de extraccedilatildeo principalmente

de aacutecidos orgacircnicos e de bases orgacircnicas as quais mais tarde receberam a

denominaccedilatildeo de alcaloacuteides (Almeida et al 2009)

Os extratos de plantas contendo alcaloacuteides satildeo utilizados como medicamentos

venenos e poccedilotildees maacutegicas desde os primoacuterdios da civilizaccedilatildeo Desta maneira eacute

difiacutecil estabelecer a origem correta da descoberta destas substacircncias Registros

indicam que o oacutepio era utilizado pelos Sumeacuterios haacute 4000 anos aC devido as suas

propriedades soporiacuteficas e analgeacutesicas (Hostettman et al 2003)

Satildeo compostos nitrogenados que tecircm na sua estrutura aleacutem de carbono e

hidrogecircnio usualmente tambeacutem oxigecircnio Sua basicidade tiacutepica eacute no entanto muito

variaacutevel pois depende dos agrupamentos adjacentes ao nitrogecircnio Quando o

nitrogecircnio pertence a uma amida por exemplo a presenccedila da carbonila torna o

alcaloacuteide praticamente neutro Satildeo encontrados predominantemente nas

angiospermas e em menor extensatildeo em microorganismos e animais ( Dewick 2002

Henriques et al 2004 Cunha et al 2005)

A presenccedila de alcaloacuteides pode ser assinalada em ampla gama de atividades

bioloacutegicas como analgeacutesicos e narcoacuteticos (morfina codeiacutena) estimulantes SNC

(estricnina brucina) elevaccedilatildeo na pressatildeo sanguiacutenea (efedrina) ou queda da

hipertensatildeo arterial (reserpina) Na verdade os alcaloacuteides satildeo capazes de exercer

diversas de atividades fisioloacutegicas (Robbers et al 1997) Alguns exemplos de

alcaloacuteides satildeo apresentados na figura 6

33

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Os alcaloacuteides assim como outras aminas formam sais duplos com compostos

de mercuacuterio ouro platina e outros metais pesados Esses sais duplos em geral satildeo

obtidos como precipitados e muitos deles satildeo caracteriacutesticos em microcristalografia

Os reagentes alcaloiacutedicos comuns satildeo o de Wagner (iodo em iodeto de potaacutessio) de

Mayer (cloro-iodo mercurato de potaacutessio) e Dragendorff (iodo bismutato de potaacutessio)

(Robbers et al 1997)

Os alcaloacuteides podem ser classificados de acordo com sua origem biossinteacutetica

ou seja de acordo com a estrutura que conteacutem nitrogecircnio em pirrolidino piperidino

quinolino indol entre outros A maioria deriva de aminoaacutecidos alifaacuteticos aromaacuteticos

como a fenilalanina ou a tirosina ou do triptofano (Dewick 2002)

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente pela ocorrecircncia frequumlente de

alcaloacuteides sendo predominante a ocorrecircncia de alcaloacuteides indoliziacutenico

benzilisoquinoliacutenico triptamiacutenico e aporfinoacuteides (Cordell et al 2001) Na figura 7

verifica-se a rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

34

NH2

O

OH

OH

L-tirosina

NH2OH

O

O

OH

OH

- CO2

PLP

PLP

transaminaccedilatildeo

Tiramina 4-hidroxif enil aacutecido piruacutev ico

O - CO2

NH2

CH3

CH3

OH

OH

Dopamina 4-hidroxif enilacetaldeiacutedo

Reaccedilatildeo de Mannich

NHOH

OH

H

OH

S - coclaurina

SAMNH

OH

OH

H

OCH3

S - coclaurina

SAM

NOH

OH

H

OCH3

CH3

S - N-metilcoclaurina

NOH

OH

H

OCH3

CH3

OH

S - 3-hidroxi-N-metilcoclaurina

SAM

NOH

H

OCH3

CH3

OH

O

CH3

S - reticulina

O

NO

H

OCH3

CH3

O

CH3 O

NOH

H

OCH3

CH3

O

CH3 OH

aporf inas

protobuberinas

benzof enantridinas

PLP = py ridoxal 5-phosphate

SAM = S- adenosy l methione

Figura 7 - Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos Fonte Dewick 2002

35

213 Flavonoacuteides

Os flavonoacuteides representam um dos grupos fenoacutelicos mais importantes e

diversificados entre os produtos de origem natural Essa classe de compostos eacute

amplamente distribuiacuteda no reino vegetal e sua presenccedila parece estar relacionada

com funccedilotildees de defesa (proteccedilatildeo contra raios ultravioletas accedilotildees antifuacutengica e

antibacteriana) e de atraccedilatildeo de polinizadores (Zuanazzi amp Montanha 2004)

De forma geral satildeo moleacuteculas de baixo peso molecular caracterizados por

apresentarem dois nuacutecleos fenoacutelicos ligados por uma cadeia de trecircs carbonos A

estrutura baacutesica dos flavonoacuteides consiste num nuacutecleo flavano constituiacutedo de quinze

aacutetomos de carbono arranjados em trecircs aneacuteis (C6-C3-C6) sendo dois aneacuteis fenoacutelicos

(ou metoxilados) substituiacutedos (A e B) e um pirano (cadeia heterociacuteclica C) acoplado

ao anel A (Figura 8) (Cunha et al 2005)

Figura 08 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

As vaacuterias classes de flavonoacuteides diferem no niacutevel de oxidaccedilatildeo e no modelo de

substituiccedilatildeo da cadeia heterociacuteclica C Algumas classes de flavonoacuteides de interesse

satildeo flavonas flavonoacuteis flavanonas flavan-3-ol isoflavonas antocianidinas e

flavanolol (Di Carlo et al 1999)

O esqueleto baacutesico dos flavonoacuteides resulta de rotas biossinteacuteticas separadas a

do aacutecido chiquiacutemico e a do acetato via aacutecido malocircnico A primeira origina

36

fenilalanina o precursor do aacutecido cinacircmico que por sua vez origina o aacutecido

cumaacuterico responsaacutevel por um dos aneacuteis aromaacuteticos (anel B) e a ponte de trecircs

carbonos A segunda resulta no outro anel aromaacutetico (anel A) do esqueleto baacutesico

dos flavonoacuteides (Dewick 2002 Santos 2004) (Figura 9)

Figura 9 biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

37

Flavonoacuteides geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados

contribuindo para a coloraccedilatildeo do azul do vermelho e do laranja nas folhas flores e

frutos Tambeacutem estatildeo associados com diferentes propriedades bioloacutegicas Foram

atribuiacutedas diferentes funccedilotildees na natureza a vaacuterios flavonoacuteides compostos

antimicrobianos produtos do estresse de metaboacutelitos ou moleacuteculas sinalizadoras

(Robbers et al 1997)

38

3214 Terpenoacuteides e fenilpropanoacuteides

Ao longo da evoluccedilatildeo as espeacutecies vegetais desenvolveram vias metaboacutelicas

que lhes permitiam sintetizar uma grande diversidade de metaboacutelitos especiais

Entre esses metaboacutelitos incluem-se alguns compostos de baixo peso molecular que

volaacuteteis satildeo percebidos pelo sistema olfativo como substacircncias dotadas de aromas

sendo usualmente designados como compostos aromaacuteticos As plantas que os

produzem e acumulam em quantidades apreciaacuteveis satildeo por isso denominadas

plantas aromaacuteticas (Cunha et al 2005)

Estas substacircncias volaacuteteis e odoriacuteferas produzidas em misturas complexas

satildeo geralmente lipofiacutelicas e liacutequidas que podem ser isoladas na forma de um oacuteleo

denominado oacuteleo essencial (Simotildees amp Spitzer 2004)

Os componentes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais podem ser divididos em duas

grandes classes com base na biossiacutentese que lhes deu origem (1) derivados de

terpenoacuteides formados atraveacutes da via aacutecido mevalonato-acetato via fosfato

desoxixilulose e (2) fenilpropanoacuteides formados atraveacutes da via do chiquimato

(Robbers et al 1997)

Os fenilpropanoacuteides satildeo formados via aacutecido chiquiacutemico que por sua vez eacute

formado a partir da condensaccedilatildeo do fosfoenolpiruvato e da eritrose-4-fosfato O

aacutecido chiquiacutemico e responsaacutevel pela formaccedilatildeo das duas unidades baacutesicas dos

fenilpropanoacuteides o aacutecido cinacircmico e o aacutecido ρ-cumarico que por meio de reduccedilatildeo

oxidaccedilatildeo e ciclizaccedilatildeo formam os alilbenzenos aldeiacutedos aromaticos

propenilbenzenos e cumarinas (Simotildees amp Spitzer 2004) conforme a figura 10

39

O OH

OH OH

OH

Aacutecido chiquiacutemico

O

OH

R

Aacutecido cinacircmico (R = H)

ou

p - cumaacuterico (R = OH)

O

R

CH2

R R O O

CH3

R

reduccedilatildeo oxidaccedilatildeo cicl izaccedilatildeoreduccedilatildeo

propenilbenzenos aldeiacutedos aromaacuteticos alilbenzenos cumarinas

(R = H OH) (R = H OH) (R = H OH) (R = H OH)

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Os terpenoacuteides constituem uma grande variedade de moleacuteculas sendo esse

termo empregado para designar todas as substacircncias cuja origem biossinteacutetica

deriva de unidades do isopreno A unidade isoprenica por sua vez origina-se a

partir do aacutecido mevalocircnico e a via da eritrose Os compostos terpecircnicos mais

frequumlentes nos oacuteleos volaacuteteis satildeo os monoterpenos (cerca de 90 dos oacuteleos

volaacuteteis) e os sequiterpenos (Simotildees amp Spitzer 2004) Na figura 11 pode-se

visualizar a formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

40

CH3CH3

CH3 OOH

Aacutecido mevalocircnico

CH3

CH2 OPP

Unidade do isopreno

monoterpenos sesquiterpenos diterpenos sesterpenos triterpenos

esteroacuteides

CH3

CH3 CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Seus constituintes variam desde hidrocarbonetos alcooacuteis aldeiacutedos cetonas

fenoacuteis eacutesteres eacuteteres oacutexidos peroacutexidos furanos aacutecidos orgacircnicos lactonas

cumarinas ateacute compostos contendo enxofre Na mistura tais compostos

apresentam-se em diferentes concentraccedilotildees normalmente um deles eacute o composto

majoritaacuterio existindo outros em menores teores e alguns em baixiacutessimas

quantidades (Simotildees amp Spitzer 2004) Na Figura 12 pode visualizar alguns

exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em oacuteleos essenciais

Embora a constituiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais seja muito diferenciada

satildeo observadas algumas propriedades fiacutesicas em comum Possuem odores

caracteriacutesticos alto iacutendice de refraccedilatildeo e a maioria eacute opticamente ativa sendo sua

rotaccedilatildeo especiacutefica muitas vezes uma propriedade uacutetil do ponto de vista de

41

caracterizaccedilatildeo Satildeo imisciacuteveis com aacutegua mas satildeo soluacuteveis em eacuteter aacutelcool e na

maioria dos solventes orgacircnicos (Robbers 1997)

OHO

OH O

HO

OH

linalol terpinoleno alfa pineno cacircnfora

limoneno mentol mentona

cariofilenonerolidolfarnesol

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

As espeacutecies aromaacuteticas de Lauraceae estatildeo compreendidas principalmente

entre os gecircneros Aniba Nectandra Ocotea Licaria e Dicypellium O elevado

potencial da flora odoriacutefera da Amazocircnia apresenta-se como a fonte renovaacutevel mais

apropriada para a produccedilatildeo de essecircncias aromaacuteticas provenientes de Lauraceae

(Zoghbi et al 2005)

42

O uso de plantas aromaacuteticas eacute bastante difundido em especial no tratamento

de infecccedilotildees microbianas inflamaccedilotildees dores e eczemas Entre as propriedades

farmacoloacutegicas encontradas em oacuteleos volaacuteteis estatildeo a atividade antifuacutengica (Lima et

al 2006) repelente (Cheng et al 2004) antiinflamatoacuteria (Juergens et al 1998)

anticolinesteraacutesica (Miyazawa et al 1998) e analgeacutesica (Silva et al 2003)

Satildeo inuacutemeras as atividades bioloacutegicas de oacuteleos volaacuteteis Segundo Baratta e

colaboradores (1998) o oacuteleo de Laurus nobilis apresentou atividade antimicrobiana

frente aos microorganismos Acinetobacter calcoaceticus Beneckea natriegens

Citrobacter freundii Erwinia carotovora Lactobacillus plantarum Micrococcus luteus

Salmonella pullorum Serratia marcescens e Staphylococcus aureus Jaacute o oacuteleo

volaacutetil de Origanum vulgare apresenta forte atividade antimicrobiana em 19 dos 25

microrganismos testados O hidrolato e o oacuteleo volaacutetil de Aniba duckei apresentaram

atividade larvicida frente a Artemia franciscana e Aedes aegypti (Souza et al 2007)

Oacuteleos volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae tem grande importacircncia na induacutestria

farmacecircutica e de perfumes o oacuteleo de pau-rosa obtido a partir de Aniba

rosaeodora tem como constituinte majoritaacuterio o aacutelcool terpecircnico linalol com mistura

dos isocircmeros D e L-linalol que varia de acordo com a regiatildeo de coleta amplamente

utilizado em fragracircncias de perfumes Da mesma forma a cacircnfora extraiacuteda de

Cinnamomum camphora e o safrol extraiacutedo de Ocotea pretiosa e Sassafras

albidum satildeo amplamente utilizados na induacutestria de cosmeacuteticos (Rizzini amp Mors

1995)

43

322 Gecircneros

3221 Endlicheria Nees

Gecircnero neotropical com centro de diversidade na Ameacuterica do Sul Endlicheria

ocorre tambeacutem na Costa Rica Guadalupe e Ilhas do Caribe Possui cerca de 60

espeacutecies 40 das quais ocorrem no Brasil (Chanderbali 2004) (figura 13)

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos relatos satildeo descritos na literatura sobre espeacutecies deste gecircnero

Rodriguez (2008) relata que os extratos etanoacutelicos de Endlicheria anomala

apresentaram atividade antioxidante atraveacutes da inibiccedilatildeo frente ao radical livre 22-

difenil-1-picrilhidrazil (DPPH)

Foram isolados da espeacutecie Endlicheria dysodantha mez quatro derivados

bioativos de benzoato de benzil 2-hidroxi benzoato de benzil 2-hidroacutexi-6-

metoxibenzoato de benzil 26-dimetoxibenzoato de benzil e 25-

dimetoxidimetoacutexibenzoato de benzila ( Ma et al 1991) No extrato benzecircnico de

Endlicheria sericea (Lauraceae) foram isolados por processos cromatograacuteficos

quatro substacircncias ineacuteditas na eacutepoca aleacutem de sitosterol sitostenona e manitol

(Santos 1976) As estruturas dessas substacircncias podem ser verificadas na figura 14

a seguir

44

CH3

O CH3

OH O

O CH3

OH O

H3C

O CH3

OH O

OCH3

CH3

O CH3

OH O

CH3O

HO

26-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-2-metil-8-metoacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-28-dimetil-7-metoacutexi-4-cromanona sitosterol

mantinol28-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

OHHO

OH OH

OH OH

OCH3

CH3O

CH3O

OCH3

OAcO

O OO

O

OCH3

OCH3

disodantina A

O OO

O

OCH3

OCH3

CH3

CH3

acetato de megafone

disodantina B

Figura 14 Substacircncias isoladas de Endlicheria Fonte Santos 1976 e MA et al 1991

As espeacutecies E sericeae e citriodora natildeo apresentaram nenhum estudo

disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos fitoquimicos

45

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki

O gecircnero Rhodostemonodaphne possui cerca de 41 espeacutecies distribuiacutedas na

Ameacuterica do Sul (Madrintildeaacuten 2004) (Figura 15)

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne Fonte

httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos satildeo encontrados na literatura para

este gecircnero O oacuteleo essencial das folhas de Rhodostemonodaphne kunthiara

apresentou atividade citotoacutexica in vitro contra linhagem de ceacutelulas tumorais

humanas apresentando 919 de hidrocarbonetos sesquiterpenos sendo os

componentes majoritaacuterios o germacreno D (644) e o biciclogermacreno (176)

(Palazzo 2009)

As espeacutecies R crenaticupula e R recurva natildeo apresentaram pouco ou nenhum

estudo disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos

fitoquimicos

46

3223 Gecircnero Ocotea Aublet

Aspectos gerais

O gecircnero Ocotea Aublet eacute o maior gecircnero da famiacutelia Lauraceae na regiatildeo

neotropical e apresenta o maior nuacutemero de espeacutecies medicinais (Marques 2001)

sendo utilizado tanto componente dos extratos quanto dos oacuteleos essenciais Este

gecircnero Ocotea tem despertado o interesse dos fitoquiacutemicos brasileiros com sua

ampla distribuiccedilatildeo no territoacuterio nacional com espeacutecies muito apreciadas no comeacutercio

madeireiro como Ocotea porosa conhecida popularmente como imbuiccedila e Ocotea

odoriacutefera o sassafraacutes (Lorenzi 2002) Na tabela 1 pode-se verificar as espeacutecies

mais comumente encontradas no Brasil relacionando seus nomes populares e

forma de uso na induacutestria madeireira (Marques 2001)

Tabela 1 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Nome cientiacutefico Nome popular Forma de uso

Obarcellensis Louro mamori pau-de-querosene

Marcenaria e construccedilotildees em geral

O catharinensis Canela preta Construccedilatildeo civil para ripas e vigas e para moacuteveis

O cymbarum Canela Marcenaria e construccedilotildees em geral

O diospyrifolia Canela Postes e taacutebuas de assoalho

O divaricata Canela soqueira Marcenaria e construccedilotildees em geral

O elegans Canela ferro Marcenaria e construccedilotildees em geral

O guianensis Louro branco Fabricaccedilatildeo de papel

O organensis Canela goiaba Obras de carpintaria

O porosa Imbuia Marcenaria e construccedilotildees em geral

Ocotea pretiosa Sassafraacutes Natildeo utilizada em obras devido as ceacutelulas secretoras de oacuteleo essencial

Opuberula Louro abacate canela barbosa

Fabricaccedilatildeo de papel e de caixotaria

Opulchella Canelinha canela preta Marcenaria e construccedilotildees em geral

O spectabilis Canela amarela louro-preto

Marcenaria e construccedilotildees em geral

47

Distribuiccedilatildeo Geograacutefica

Ocotea Aubl eacute constituiacutedo por cerca de 350 espeacutecies distribuiacutedas na Ameacuterica

tropical e subtropical desde o Meacutexico ateacute a Argentina ocorrendo tambeacutem em

Madagascar na Aacutefrica e nas Ilhas Canaacuterias (Rhower 1993) Estima-se que no Brasil

ocorrem entre 12 a 16 espeacutecies (Baitello 2001) (figura 16)

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Quiacutemica e atividade bioloacutegica

Estudos fitoquiacutemicos tem revelado a presenccedila de neolignanas alcaloacuteides

fenilpropanoacuteides flavonoacuteides e sesquiterpenos (Chaacutevez Gottlieb e Yoshida 1995)

O gecircnero Ocotea destaca-se como um dos gecircneros mais expressivos nos

isolamentos de alcaloacuteides das Lauraacuteceas brasileiras principalmente com esqueletos

com pronunciadas atividades bioloacutegicas (Zanin amp Lordello 2007) Os tipos de

esqueletos alcaloiacutedicos jaacute encontrados nesse gecircnero satildeo apresentados na tabela

02

48

Tabela 2 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Alcaloacuteides Estrutura Espeacutecie Referecircncia

Benzilisoquinoliacutenico

Oduckei

Dias et al

2003

Indoacutelico

O minarum Garcez et al 2005

Triptamiacutenico

O santalodora Aguiar et al 1980

Benzilisoquinoliacutenico

O pulchella Bodega et al 2003

Aporfiacutenicos sensu

scricto

O glaziovii O

caesia

O macropoda

O minarum

Guinaudeau et

al 1979

Vilegas et al

1989

Cava 1971

Vecchietti et al

1979

NH

49

Dentre os alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo

grande e ainda em expansatildeo com mais de 500 alcaloacuteides isolados de mais de 90

gecircneros de plantas eou sintetizados (Jia et al 2000) A maior parte dos alcaloacuteides

aporfinoacuteides encontrados nesse gecircnero foram reunidos no artigo de revisatildeo de Zanin

amp Lordello (2007) Vaacuterios desses alcaloacuteides aporfinoacuteides satildeo comumente

encontrados no gecircnero Ocotea apresentam potente atividade bioloacutegica

Na famiacutelia Lauraceae o oacuteleo essencial eacute armazenado em ceacutelulas secretoras

que podem ser encontradas na folha na casca e no lenho Algumas espeacutecies de

Ocotea como O elegans demonstram tal afirmaccedilatildeo apresentando dificuldades na

utilizaccedilatildeo da madeira para induacutestria de papel devido a presenccedila de ceacutelulas

secretoras de oacuteleo e mucilagem em abundacircncia (Marques 2001)

O oacuteleo essencial de O odorifera apresenta como componente principal o

safrol uma substacircncia comercializada no mundo inteiro e utilizada em vaacuterios ramos

industriais pelo qual milhares de indiviacuteduos de canela-sassaacutefras como eacute conhecido

popularmente foram sacrificados nas matas do sul do paiacutes ateacute a deacutecada de 1990

levando a espeacutecie a ser incluiacuteda na lista oficial de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

(Portaria IBAMA ndeg6-N de 15 de janeiro de 1992) e agrave consequumlente proibiccedilatildeo de seu

corte

O trabalho realizado por Takaku Haber e Setzer (2007) com os oacuteleos

essenciais das folhas de dez espeacutecies de Ocotea (O floribunda O holdridgeana O

meziana O sinuata O tonduzii O valeriana O veraguensis O whitei e duas natildeo

descritas denominadas ldquolos llanosrdquo e ldquosmall leafrdquo) de Monteverde Costa Rica

apresentou como constituintes principais em comum nas espeacutecies α-pineno β-

pineno β-cariofileno e germacreno-D

Tabela 01 continuaccedilatildeo

50

O oacuteleo essencial de diferentes partes de Ocotea ducke apresentou significante

efeito cardiovascular induzindo significativamente hipotensatildeo seguido de

bradicardia O constituinte principal do oacuteleo essencial das folhas foi o trans-

cariofileno (605) e do oacuteleo essencial do caule foi o β-eudesmol (27) (Barbosa-

Filho et al 2008) A tabela 03 mostra outras atividades de algumas espeacutecies de

Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Atividade Farmacoloacutegica Espeacutecie Referecircncia

Fator de agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (PAF) Ocotea duckei

Castro-Faria-Neto et al

1995

Atividade antimicrobiana de

Escherichia coli Ocotea duckei Antunes et al 2006

Efeito depressivo do SNC Ocotea duckei Moraes et al 1998

Bloqueador de contraccedilatildeo

muscular Ocotea odoriacutefera Ribeiro et al 2003

Efeito larvicida contra

Aedes aegypti Ocotea vellosiana Silva et al 2008

Accedilatildeo Repelente Ocotea gardneri Botelho et al 2009

Anti-inflamatoacuteria Ocotea quixos Ballabeni et al 2010

Anti protozoaacuteria Ocotea lancifolia Fournet et al 2007

Antioxidante Ocotea quixos Bruni et al 2004

Para as espeacutecies deste estudo Ocotea minor e Ocotea ceanothifolia natildeo foram

observados estudos quiacutemicos e bioloacutegicos disponiacuteveis na literatura Da espeacutecie

Ocotea leucoxylon foram isolados os alcaloacuteides aporfiacutenicos dicentrina e ocoteiacutena

(Zhou et al 2000)

51

3 Atividades QuiacutemicaBioloacutegicas

331 Atividade antioxidante

3311 Radicais Livres

Desde o iniacutecio da vida no planeta a toxicidade do oxigecircnio atmosfeacuterico tem

sido o principal desafio agrave sobrevivecircncia dos organismos vivos As oxidaccedilotildees

bioloacutegicas geram espeacutecie reativas de oxigecircnio (ERO) e radicais livres que podem

provocar lesotildees celulares muitas vezes irreparaacuteveis (Gocircuvea 2004)

Os radicais livres satildeo espeacutecies quiacutemicas que apresentam como caracteriacutestica a

presenccedila de um uacutenico eleacutetron natildeo-pareado em uma oacuterbita externa A energia criada

por essa configuraccedilatildeo instaacutevel eacute liberada atraveacutes de reaccedilotildees com moleacuteculas

adjacentes como substacircncias quiacutemicas inorgacircnicas ou orgacircnicas ndash proteiacutenas

lipiacutedeos carboidratos particularmente com moleacuteculas essenciais das membranas e

aacutecidos nucleacuteicos causando danos as ceacutelulas e patologias (Halliwell 1996)

Os radicais livres com seus eleacutetrons natildeo pareados podem atacar e danificar

praticamente qualquer moleacutecula encontrada no organismo Eles doam seu eleacutetron

natildeo pareado ou capturam um eleacutetron de outra moleacutecula a fim de formar um par De

uma forma ou de outra os radicais acabam ficando estaacuteveis e a moleacutecula

transforma-se em um radical Isso inicia uma reaccedilatildeo em cadeia que pode agir

destrutivamente As etapas que envolvem a reaccedilatildeo dos radicais livres na

lipoperoxidaccedilatildeo podem ser visualizadas no esquema 2

As etapas de reaccedilatildeo de radicais de forma geral podem ser divididas em etapa

de iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo (Bruice 2006)

52

Etapa de iniciaccedilatildeo na etapa de iniciaccedilatildeo os radicais satildeo gerados

Etapa de propagaccedilatildeo um radical reage para produzir outro radical O radical

produzido na primeira etapa de propagaccedilatildeo pode reagir para formar outro radical As

etapas satildeo repetidas diversas vezes Dessa maneira a reaccedilatildeo eacute chamada ldquoreaccedilatildeo

radicalar em cadeiardquo Eacute a etapa que propaga a cadeia reacional

Etapa de terminaccedilatildeo quando os radicais se combinam produzindo uma

moleacutecula na qual os dois eleacutetrons estatildeo emparelhados ou uma moleacutecula estabiliza o

radical devido principalmente suas propriedades estruturais

Esquema 2 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido graxo

insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido lipiacutedico)

A oxidaccedilatildeo eacute parte fundamental da via aeroacutebica e do metabolismo e assim os

radicais livres satildeo produzidos naturalmente ou por alguma disfunccedilatildeo bioloacutegica No

organismo encontram-se envolvidos na produccedilatildeo de energia na forma de ATP

atraveacutes da cadeia respiratoacuteria como aceptor final de eleacutetrons fagocitose

regulamentaccedilatildeo do crescimento celular sinalizaccedilatildeo intercelular e siacutentese de

substacircncias bioloacutegicas importantes (Borek 1997) Participa de vaacuterias reaccedilotildees

metaboacutelicas como a biossiacutentese de prostaglandinas e esteroacuteides e na oxidaccedilatildeo de

muitas substacircncias aromaacuteticas entre outras (Fleschin et al2000)

O acircnion superoacutexido ( O2 ) o radical hidroxila ( HO) e o oacutexido niacutetrico ( NO) satildeo

exemplos de radicais livres Existem entretanto compostos igualmente reativos

quanto os radicais livres que natildeo possuem eleacutetron natildeo emparelhado na uacuteltima

Iniacutecio LH + OH L + H2O

+ O2 LOO

Propagaccedilatildeo LH + LOO L + LOOH

Propagaccedilatildeo L

53

camada e portanto natildeo podem ser classificados como radicais livres Essas

substacircncias satildeo classificadas de maneira mais ampla como espeacutecies reativas de

oxigecircnio (ERO) ou espeacutecies reativas de nitrogecircnio (ERN) e incluem o peroacutexido de

hidrogecircnio (H2O2) o caacutetion nitrosonium (NO+) o acircnion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito

(ONOO-) (Anderson1996)

Radicais livres (RL) e espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) e nitrogecircnio (ERN)

desempenham papel fundamental no metabolismo celular No entanto quando em

excesso estatildeo envolvidos em vaacuterios processos deleteacuterios ao organismo humano

levando a alteraccedilotildees teciduais responsaacuteveis por diversas patologias como o cacircncer

a arterosclerose a Diabetes mellitus a artrite reumatoacuteide a distrofia muscular a

catarata as desordens neuroloacutegicas e o processo de envelhecimento (Droumlge 2002

Nordberg amp Arneacuter 2001)

Recentemente a presenccedila de radicais livres tem sido correlacionada com um

grande nuacutemero de doenccedilas mas natildeo como agentes etioloacutegicos e sim como fatores

que participam diretamente dos mecanismos fisiopatoloacutegicos os quais determinam a

continuidade e as complicaccedilotildees de diversos estados patoloacutegicos (Rover Junior et al

2001)

Quando os antioxidantes produzidos pelo corpo satildeo insuficientes para

combater os radicais livres produzidos pelo organismo este sofre accedilotildees

degenerativas atraveacutes do distuacuterbio conhecido como estresse oxidativo Esta eacute uma

condiccedilatildeo celular ou fisioloacutegica de elevada concentraccedilatildeo de EROERN que causa

danos moleculares agraves estruturas celulares com consequente alteraccedilatildeo funcional e

prejuiacutezos das funccedilotildees vitais em diversos tecidos e oacutergatildeos tais como muacutesculos

fiacutegados tecido adiposo vascular e cerebral (Droumlge 2002 Duarte et al 1993

Halliwell 1994)

54

Haacutebitos de vida inapropriados tais como a ingestatildeo de aacutelcool fumo e dieta

inadequada condiccedilotildees ambientais improacuteprias tais como a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo natildeo

ionizante UV poluiccedilatildeo estresse emocional e envelhecimento satildeo fatores que estatildeo

associados ao estresse oxidativo (Droumlge 2002 Elsayed 2001) O equiliacutebrio entre a

formaccedilatildeo e a remoccedilatildeo das espeacutecies reativas de radicais livres pode sofrer accedilatildeo de

agentes exoacutegenos ou endoacutegenos induzindo um estado de estresse oxidativo Este

por sua vez pode ser reestabelecido pelos sistemas antioxidantes Na figura 17

pode-se verificar um esquema com as principais fontes de espeacutecies reativas

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al( 2007)

3312 Antioxidantes

Os antioxidantes satildeo substacircncias que quando presentes em baixas

concentraccedilotildees comparadas agrave do substrato oxidaacutevel regeneram ou previnem

significativamente a oxidaccedilatildeo do mesmo (Halliwell et al2000)

As plantas produzem uma grande variedade de substacircncias antioxidantes

contra os danos moleculares causados por radicais livres Entre eles os compostos

fenoacutelicos compreendem o principal grupo de compostos oxidantes de origem

vegetal Destes os flavonoacuteides constituem o grupo mais importante (Behling et al

2004)

55

De acordo com Halliwell (1996) os efeitos defensivos de antioxidantes que

controlam a produccedilatildeo de radicais livres nos seres vivos podem ter origem exoacutegena

originados principalmente de fontes enzimaacuteticas endoacutegena provenientes

principalmente da dieta alimentar destacando-se tocoferoacuteis (vitamina E) aacutecido

ascoacuterbico (vitamina C) flavonoacuteides polifenoacuteis selecircnio e carotenoacuteides (Bianchi amp

Antunes 1999) Alguns exemplos de antioxidantes podem ser verificados na figura

18

A vitamina E eacute a designaccedilatildeo dada a um grupo de compostos antioxidantes

lipossoluacuteveis entre os quais o α-tocoferol eacute a forma mais ativa Eacute encontrada em

lipoproteiacutenas e membranas atuando no bloqueio da reaccedilatildeo em cadeia da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica atraveacutes do sequumlestro de radical peroxila A vitamina C tem

muitas funccedilotildees fisioloacutegicas como o alto poder antioxidante reciclando a vitamina E

no processo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica da membrana e lipoproteiacutenas (Esquema 3)

(Barreiros amp David 2006)

O

HO

Tocoferol

O OHO

HO

HO OH

Aacutecido AacutescoacuterbicoCaroteno

O

OOH

HO

OH

OH

OH

Quercetina(Vitamina E)

(Vitamina C)

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

56

Esquema 3 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela vitamina C originando o radical ascorbila Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al 2007

A partir dos anos 80 o interesse em encontrar antioxidantes naturais para o

emprego em produtos alimentiacutecios ou para uso farmacecircutico tem aumentado

consideravelmente com o intuito de substituir antioxidantes sinteacuteticos que

apresentam problemas de toxicidade e carcinogecircnese bem como diversos outros

males aumento do peso do fiacutegado e significativa proliferaccedilatildeo do retiacuteculo

endoplasmaacutetico (Zheng amp Wang 2001 Giordani et al 2008 Simatildeo 1985)

Em funccedilatildeo dos possiacuteveis problemas provocados pelo consumo de

antioxidantes sinteacuteticos as pesquisas tecircm-se voltado no sentido de encontrar

produtos naturais com atividade antioxidante os quais permitiratildeo substituir os

sinteacuteticos ou fazer associaccedilatildeo entre eles (Souza et al 2007)

3313 Avaliaccedilatildeo da atividade antioxidante utilizando radical livre DPPH

A necessidade de tornar mais objetivas e menos dispendiosas as pesquisas

por constituintes quiacutemicos de plantas levou ao desenvolvimento de numerosas

teacutecnicas de ensaios para monitoramento e seleccedilatildeo de extratos

biofarmacologicamente uacuteteis (Viegas Jr 2004) Dentre eles estaacute o teste com DPPH

que eacute um meacutetodo bastante conveniente para a varredura da atividade antioxidante

de pequenas moleacuteculas uma vez que a reaccedilatildeo pode ser observada visualmente

O R

HO

LOOLOOH

Radical Ascorbil Vitamina C

O R

O

57

utilizando-se uma cromatoplaca ou um espectrocircmetro UVVIS (Saacutenchez-Moreno

1998)

A moleacutecula de DPPH (22-difenil-1-picril-hidrazil) eacute caracterizada como um

radical livre estaacutevel em virtude da deslocalizaccedilatildeo do eleacutetron desemparelhado por

toda a moleacutecula Esta deslocalizaccedilatildeo confere a esta moleacutecula uma coloraccedilatildeo violeta

caracterizada por uma banda de absorccedilatildeo em etanol em cerca de 520nm

Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma

determinada substacircncia em sequumlestrar o radical DPPH reduzindo-o a hidrazina

(figura 19) obtendo dessa forma a mudanccedila simultacircnea na coloraccedilatildeo de violeta a

amarelo paacutelido com consequente desaparecimento da absorccedilatildeo podendo a mesma

ser monitorada pelo decreacutescimo da absorbacircncia A partir dos resultados obtidos

determina-se a porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional (Alvez et

al2010 Sanchez-Moreno et al 1998)

A porcentagem de atividade antioxidante (AA) corresponde a quantidade de

DPPH consumida pelo antioxidante sendo que a quantidade de oxidante necessaacuteria

para decrescer a concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 eacute denominada

concentraccedilatildeo eficiente (CE50) tambeacutem chamada de concentraccedilatildeo inibitoacuteria (CI50)

Quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra menor seraacute a sua CE50

N

N

N

N

ON

O

O

O

O

O

antioxidante

N

N

N

O

O

O

O

O

O

NH N

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

58

332 Citotoxicidade

3321 Letalidade em Artemia salina Leach

As plantas conteacutem inuacutemeros constituintes e seus extratos quando testados

podem apresentar efeitos sineacutergicos entre os diferentes princiacutepios ativos devido a

presenccedila de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade No estudo da atividade bioloacutegica de extratos vegetais eacute importante

a seleccedilatildeo de bioensaios para a detecccedilatildeo do efeito especiacutefico Os sistemas devem

ser simples sensiacuteveis e reprodutiacuteveis (Cavalcanti et al 2000)

A fim de estabelecer a toxicidade de novos produtos naturais muitos ensaios

podem ser utilizados como os ensaios de letalidade de organismos simples que tecircm

sido utilizados para um raacutepido e relativamente simples monitoramento da resposta

bioloacutegica onde existe apenas um paracircmetro envolvido morte ou vida (Meyer et al

1982) Os resultados podem ser facilmente tratados estatisticamente

Estes ensaios permitem a avaliaccedilatildeo da toxicidade geral e portanto satildeo

considerados essenciais como bioensaios preliminares no estudo de compostos com

potencial atividade bioloacutegica

Um dos animais que tem sido utilizado nestes ensaios eacute uma espeacutecie de

microcrustaacuteceo marinho Artemia salina Leach que eacute considerada um bioensaio

preliminar utilizado para expressar a toxicidade de produtos naturais como extratos

de plantas e produtos marinhos (Maciel et al 2002)

Artemia salina Leach eacute uma espeacutecie da ordem Anostraca amplamente

conhecido como indicador de toxicidade em um bioensaio que utiliza CL50

(concentraccedilatildeo letal meacutedia) como paracircmetro para avaliaccedilatildeo da atividade bioloacutegica

(Nunes et al 2008) Esta espeacutecie eacute utilizada em testes de toxicidade devido agrave sua

59

capacidade de formar cistos dormentes fornecendo desse modo material bioloacutegico

que pode ser armazenado durante longos periacuteodos de tempo sem perda de

viabilidade e sem necessidade de se manterem culturas contiacutenuas de organismo-

teste Eacute uma espeacutecie de faacutecil manipulaccedilatildeo em laboratoacuterio e baixo custo econocircmico

(Calow 1993)

Adicionalmente alguns trabalhos mostram uma boa correlaccedilatildeo entre o ensaio

de letalidade com larvas de Artemia salina e a citotoxicidade em linhagens de

ceacutelulas humanas para esses produtos (McLaughlin et al 1995 Carbalho et al

2002)

A avaliaccedilatildeo da bioatividade de extratos de plantas medida pela toxicidade

frente a Artemia salina pode fornecer informaccedilotildees valiosas ao trabalho de quiacutemicos

de produtos naturais e farmacoacutelogos indicando fontes vegetais com importante

atividade bioloacutegica Nesse contexto a utilizaccedilatildeo de bioensaios para o monitoramento

da bioatividade de extratos de plantas vem crescendo consideravelmente nos

laboratoacuterios de pesquisa em niacutevel mundial como meacutetodo alternativo para o uso de

animais de laboratoacuterio (Nunes et al 2008)

60

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais

O cacircncer representa uma enfermidade cada vez mais comum em todo o

mundo e a busca por moleacuteculas cada vez mais potentes e menos toacutexicas eacute

constante tendo como grande fornecedor de moleacuteculas a natureza Segundo

Brandatildeo et al (2010) as plantas satildeo consideradas fonte nobre de moleacuteculas para o

tratamento de vaacuterias formas de cacircncer e mesmo que as moleacuteculas isoladas do

vegetal natildeo possam ser usadas diretamente como medicamento podem servir para

siacutentese ou para gerar proacute-farmacos para o desenvolvimento de novos agentes

Atualmente a definiccedilatildeo cientiacutefica de cacircncer refere-se ao termo neoplasia

especificamente aos tumores malignos como sendo uma doenccedila caracterizada pelo

crescimento descontrolado de ceacutelulas transformadas Existem quase 200 tipos que

correspondem aos vaacuterios sistemas de ceacutelulas do corpo os quais se diferenciam pela

capacidade de invadir tecidos e oacutergatildeos vizinhos ou distantes (Almeida et al 2005)

O cacircncer eacute uma siacutendrome que envolve em geral as etapas de iniciaccedilatildeo

promoccedilatildeo e progressatildeo Os diferentes tipos de cacircncer correspondem aos vaacuterios

tipos de ceacutelulas do corpo (Figura 20) conforme o local de origem destas

Figura 20 Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo brasileira Fonte httpwwwincaorgbrcancer (Almeida et al 2005)

61

O tratamento convencional desta patologia baseia-se em cirurgia radioterapia

quimioterapia ou a combinaccedilatildeo destes procedimentos Os dois primeiros satildeo

recomendados para tumores localizados enquanto que a quimioterapia eacute utilizada

para as ceacutelulas canceriacutegenas espalhadas pelo corpo Os faacutermacos antineoplaacutesicos

natildeo poupam as ceacutelulas normais de sua accedilatildeo devastadora assim diversos efeitos

toacutexicos podem acometer os pacientes que fazem uso destes medicamentos (Behling

et al 2004)

A busca por medicamentos canceriacutegenos tem aumentando com vista a se

encontrar tratamentos mais efetivos e seletivos ou que visem a descoberta de

novas estrateacutegias que impeccedilam o avanccedilo da doenccedila Diversos trabalhos tecircm visado

o estudo da varredura de moleacuteculas com atividade tumoral Os alcaloacuteides

apresentam atividade pronunciada com a classe de aporfiacutenicos demonstrando

atividade frente a diferentes tipos de linhagens de ceacutelulas tumorais (Pereira et al

2008 Silva et al 2007)

Um nuacutemero significativo de agentes quimioteraacutepicos obtidos a partir de plantas

estaacute ainda em experimento cliacutenico para o tratamento de cacircncer mas verifica-se a

descoberta de faacutermacos derivados de plantas que jaacute estatildeo sendo utilizados

clinicamente para essa patologia As estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias

com atividade canceriacutegenas derivadas de fontes vegetais estatildeo representadas na

Figura 21 Entre os mais conhecidos estatildeo os chamados alcaloacuteides da vinca

vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus os taxanos como o

paclitaxel (Taxol ) inicialmente isolado das cascas de Taxus brevifoliae e a classe

de agentes clinicamente ativos derivados da camptotecina isolada de Camptotheca

acuminata Decne (Cragg amp Newman 2009)

62

Figura 21 estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividades canceriacutegenas derivadas

de fontes vegetais Fonte Adaptaccedilatildeo de Cragg amp Newman (2009)

Verifica-se uma possiacutevel correlaccedilatildeo existente entre a atividade antioxidante de

substacircncias polares e a capacidade de inibir ou retardar o aparecimento de ceacutelulas

canceriacutegenas jaacute que haacute indiacutecios que espeacutecies reativas potencializam o estado desta

patologia (Barreiros amp David 2006)

Considerando que menos de 10 das espeacutecies de plantas tiveram algum tipo

de estudo fitoquiacutemico ou de atividades bioloacutegicas acredita-se que muitos

medicamentos derivados de plantas ainda estejam por ser descobertos incluindo os

anticanceriacutegenos (Brandatildeo et al 2010)

O

O

O

O

NHO O

O

OH

O OH

O

O

O

NH

NOH

O

OO

N

OOH

NR

OO

O

R = CH3

R = CHO

Vinblastine

Vincristine

Taxol

OOH

Cl

N

OH

N

NO

O

OOH

CaptotecinaFlavopiridol

O

OOH

N

OH

HO

Roituquina

Vinblastina

Vincristina R = CHO

63

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase

A populaccedilatildeo mundial estaacute cada vez mais idosa e doenccedilas relacionadas agrave

idade prevalecem sem cura ou tratamento eficaz tornando-se probemas de Sauacutede

Puacuteblica Mundial Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHO 2001) estima-

se que 40 milhotildees de pessoas no mundo apresenta algum tipo de demecircncia dentre

elas 25 milhotildees apresentam sintomas caracteriacutesticos da Doenccedila de Alzheimer (DA)

(Andrade 1988 Viegas Junior et al 2005)

Com o crescimento da expectativa de vida o risco eacute real para todos os que

ultrapassam 60 anos de idade jaacute que a DA eacute uma patologia neurodegenerativa

progressiva que afeta principalmente a populaccedilatildeo idosa sendo responsaacutevel por 50-

60 dos casos de demecircncias em pessoas com mais de 65 anos de idade (Francis

et al 1999)

Os principais sintomas envolvem deficiecircncia orgacircnica cognitiva principalmente

comprometimento da memoacuteria da coordenaccedilatildeo motora e do raciociacutenio aleacutem de

perda da capacidade cognitiva e demecircncia

Em niacutevel celular a DA estaacute associada agrave reduccedilatildeo das taxas de acetilcolina

(ACh) no processo sinaacuteptico diminuindo a neurotransmissatildeo colineacutergica cortical

aleacutem de outros neurotransmissores como noradrenalina dopamina serotonina e

glutamato (Tabarrini et al 2001 Perry et al 2003)

A acetilcolina eacute um neurotransmissor encontrado no ceacuterebro e nas junccedilotildees

neuromusculares compondo parte do sistema nervoso parassimpaacutetico Seus efeitos

incluem a contraccedilatildeo dos muacutesculos lisos dilataccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos e

regulaccedilatildeo da taxa de batimentos cardiacuteacos no ceacuterebro estaacute associada ao controle

motor memoacuteria e cogniccedilatildeo Sua atividade e permanecircncia na fenda sinaacuteptica satildeo

64

regulados por hidroacutelise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE) que regenera a

colina seu precursor

Os avanccedilos obtidos na compreensatildeo da evoluccedilatildeo da doenccedila tecircm demostrado

que o uso de inibidores de AChE deve ser a forma mais eficiente de controle da

evoluccedilatildeo da doenccedila As causas da DA natildeo satildeo determinadas assim os sintomas

podem ser apenas amenizados (Quik e Jeyarasasingam et al 1999 Viegas Junior

et al 2004)

O medicamento considerado mais efetivo no tratamento de DA eacute a

galantamina um alcaloacuteide inibidor da enzima acetilcolinesterase composto isolado

de plantas da famiacutelia Amaryllidaceae O alcaloacuteide foi inicialmente isolado de

Galanthus woronowii mas atualmente eacute obtido a partir de Narcissus sp e Leucojum

aestivum assim como sinteticamente Esta substacircncia apresenta menos limitaccedilotildees

que outras jaacute utilizadas devido os efeitos terapecircuticos que permanecem mesmo

apoacutes o teacutermino do tratamento (Ingkanan et al 2000 Loacutepez et al 2002)

Estudos realizados visando a obtenccedilatildeo de novos compostos capazes de

amenizar o deacuteficit colineacutergico associado agrave disfunccedilatildeo cognitiva do mal de Alzheimer

estatildeo baseadas na inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase como eacute o caso do ensaio

colorimeacutetrico de Rhee (Rhee et al 2001) Para esse teste utiliza-se 55rsquo-ditiobis

(aacutecido-2 nitrobenzoacuteico) (reagente de Ellmann) para visualizaccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica (Figura 22)

65

HO

O

N

O

O

SS

O OH

N

O

O

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

O inconveniente da utilizaccedilatildeo do reagente de Ellman eacute o limite de detecccedilatildeo

visual pois formam halos de inibiccedilatildeo brancos sobre a placa corada amarela

Na revisatildeo realizada por Viegas Junior (2004) pode-se verificar que nos

estudos de produtos naturais na busca por novos faacutermacos para o controle da DA os

alcaloacuteides destacam-se devida a atividade observada em baixas concentraccedilotildees

Algumas estruturas de alcaloacuteides podem ser encontradas nessa revisatildeo e em outros

trabalhos relacionados podem ser verificados na figura 23

Ensaios com um grande nuacutemero de plantas estatildeo sendo utilizados para

detectar a atividade de inibiccedilatildeo da AChE Um estudo bioguiado mais eficiente pode

ser realizado com a associaccedilatildeo dos ensaios anticolinesterase e antioxidante

conforme Giordani (2008) jaacute que o dano causado por espeacutecies reativas de oxigecircnio eacute

considerado um fator contribuinte da doenccedila de Alzheimer

No levantamento realizado por Barbosa Filho et al (2006) foram revisadas 309

plantas e 260 substacircncias isoladas As espeacutecies em particular da famiacutelia

Amaryllidaceae Apiaceae Asteraceae Fabaceae e Fumariaceae foram as mais

estudadas Mais uma vez os alcaloacuteides receberam destaque por serem os

compostos isolados que apresentaram maior atividade inibidora de

66

acetilcolinesterase Berkov et al (2008) realizou um trabalho com 33 alcaloacuteides em

que constatou a capacidade de inibir a accedilatildeo da enzima AChE de alcaloacuteides como

coridaline epigalantamina sanguinina desidrocoridalina entre outros

Dessa forma as famiacutelias botacircnicas que conteacutem alcaloacuteides podem ser fontes

promissoras do tratamento de DA

Figura 23 Alcaloacuteides com propriedades anticolinesterase

O

HO

NCH3

CH3O

Galantamina

Huperzina A

N

OH

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

homomoenjodaramina

O

HO

NCH3

HO

Sanguinina

N

OCH3

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

moenjodaramina

HN

N NH

N

NH

OH

CH3

zeatina

FonteGalanthus woronowii Referecircncia Loacutepez et al 2002

Fonte Huperzia serrata Referecircncia Chang 2000

Rajendran et al 2001

Fonte Eucharis grandiflora Referecircncia Loacutepez et al 2002

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteFiatoua villosa Referecircncia Heo et al 2002

67

34 Meacutetodos cromatograacuteficos

A extraccedilatildeo dos constituintes de plantas eacute um exerciacutecio de acertos e erros com

uso de diferentes solventes sob as mais variadas condiccedilotildees como tempo e

temperatura de extraccedilatildeo O sucesso ou fracasso nos processos de extraccedilatildeo pode

ser observado posteriormente nos processos de purificaccedilatildeo Uma vez extraiacutedo da

planta o composto bioativo deve ser separado do extrato bruto O procedimento

pode envolver desde uma simples cristalizaccedilatildeo do composto ateacute separaccedilotildees

sucessivas com particcedilotildees de polaridades diferentes e extensivas teacutecnicas

cromatograacuteficas Neste contexto a cromatografia tem lugar de merecido destaque

no que concerne a separaccedilatildeo identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de compostos (Bresolin

amp Cechinel-Filho 2003)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo Ela estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre

devido a diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis uma fase fixa de grande

aacuterea superficial denominada fase estacionaacuteria e outra um fluido que percola

atraveacutes dela chamada de fase moacutevel A grande variedade de combinaccedilotildees entre

fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica extremamente versaacutetil e de grande

aplicaccedilatildeo (Barnes 2002)

Pode ser desenvolvida de forma planar ou no interior de colunas O fenocircmeno

da separaccedilatildeo cromatograacutefica eacute de cunho interfacial sendo que as superfiacutecies

imisciacuteveis fases moacutevel e estacionaacuteria podem ser gaacutes-soacutelido gaacutes-liacutequido liacutequido-

liacutequido e liacutequido-soacutelido respectivamente (Degani et al 1998) Dentre os vaacuterios tipos

de cromatografia haacute a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Cromatografia

Liacutequida claacutessica e de Alta Eficiecircncia (CLAE) e Cromatografia Gasosa (CG)

(Esquema 4)

68

Esquema 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia Fonte Adaptaccedilatildeo de Degani et al 1998

341 Cromatografia em Camada Delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) eacute uma teacutecnica simples e de

execuccedilatildeo relativamente raacutepida utilizada em quiacutemica de produtos naturais como uma

ferramenta eficaz de anaacutelise qualitativa para avaliaccedilatildeo da pureza de uma amostra

simples avaliaccedilatildeo do nuacutemero de componentes de uma mistura identificaccedilatildeo de

uma ou mais substacircncias presentes em uma mistura por comparaccedilatildeo com padrotildees

monitoramento do progresso de uma reaccedilatildeo quiacutemica escolha de um solvente

apropriado para uma separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna e monitoramento de uma

separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna (Silva et al 2009)

Eacute uma teacutecnica de adsorccedilatildeo liacutequidondashsoacutelido onde agrave separaccedilatildeo pela diferenccedila de

afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionaacuteria O paracircmetro

mais importante a ser considerado em CCD eacute o fator de retenccedilatildeo (Rf) o qual eacute a

razatildeo entre a distacircncia percorrida pela substacircncia em questatildeo e a distacircncia

percorrida pela fase moacutevel Os valores ideais para Rf estatildeo entre 04 e 06 (Degani

et al 1998)

69

342 Cromatografia gasosa

A cromatografia a Gaacutes (CG) eacute um meacutetodo usado para separar os componentes

de uma soluccedilatildeo e determinar sua quantidade relativa Eacute uma teacutecnica uacutetil para

compostos orgacircnicos que natildeo entrem em decomposiccedilatildeo sob altas temperaturas

(aproximadamente 310ordmC) possibilitando a anaacutelise de compostos obtidos de plantas

em pequenas quantidades (microgramas) (Lanccedilas1993)

A cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de

possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa devido agrave possibilidade de

detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9-10-12 g) A grande limitaccedilatildeo deste

meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

(Degani et al 1998)

Os gases utilizados como fase moacutevel devem ter alta pureza e ser inertes em

relaccedilatildeo agrave fase estacionaacuteria Hidrogecircnio nitrogecircnio e heacutelio satildeo os mais usados Os

detectores de maior aplicaccedilatildeo satildeo o detector por ionizaccedilatildeo em chama e o detector

de condutividade teacutermica Os dados podem ser obtidos atraveacutes de um registrador

potenciomeacutetrico um integrador ou um microcomputador sendo as amostras

identificadas por seus tempos de retenccedilatildeo (Degani et al 1998)

A cromatografia a gaacutes pode ser combinada com espectroscopia de massas

(CG-EM) Esta teacutecnica vem sendo utilizada como meacutetodo sensiacutevel na identificaccedilatildeo

de alcaloacuteides e detecccedilatildeo de vaacuterias classes de terpenos (Cordell1995 Bresolin amp

Cechinel-Filho 2003)

70

4 METODOLOGIA

41 Coleta

As espeacutecies de Lauraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho

Ducke em Manaus no Amazonas Sendo trecircs espeacutecies do gecircnero Ocotea duas do

gecircnero Rhodostemonodaphne e duas do gecircnero Endlicheria As exsicatas

encontram-se depositadas no herbaacuterio do Instituto Nacional de Pesquisas do

Amazonas (INPA) no projeto Flora da Reserva Ducke

Reg Nome cientiacutefico Oacutergatildeo(s) da planta

0215 Endlicheria citriodora Folhas e galhos

0273 Endlicheria sericea

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0123 Ocotea ceanothifolia

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0066 Ocotea leucoxylon

Folhas galhos finos e grossos

0172 Ocotea minor

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0191 Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas e galhos

0162 Rhodostemonodaphne recurva

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

Quadro 1 - Dados de coleta das espeacutecies vegetais

Apoacutes a coleta as diferentes partes da aacutervore (folhas galhos e cascas do

tronco) foram separadas limpas analisadas macroscopicamente quanto agrave presenccedila

de fungos galhas e ataques de insetos O material foi seco agrave temperatura ambiente

triturado separadamente em moinho de quatro facas e dividido para obtenccedilatildeo de

extratos etanoacutelicos e de oacuteleos essenciais O esquema 05 mostra os meacutetodos

empregados para obtenccedilatildeo dos extratos etanoacutelicos e extraccedilatildeo dos oacuteleos essenciais

71

42 Obtenccedilatildeo dos extratos

Para as sete espeacutecies investigadas o procedimento de obtenccedilatildeo dos extratos

foi padronizado Cada parte (galhos folhas e cascas) foi submetida agrave maceraccedilatildeo a

frio durante 72 horas em etanol previamente destilado

Apoacutes a maceraccedilatildeo e filtraccedilatildeo o solvente foi eliminado em evaporador rotatoacuterio

resultando num extrato bruto O material vegetal foi recolocado em maceraccedilatildeo

repetindo-se o processo descrito anteriormente durante quatro vezes obtendo assim

um extrato etanoacutelico

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos extratos e dos oacuteleos essenciais

Hidrodestilaccedilatildeo por Clevenger modificado

Evaporaccedilatildeo em rotavapor

5x maceraccedilatildeo em Etanol

Extraccedilatildeo de oacuteleo essencial

Soluccedilatildeo etanoacutelica

Extrato etanoacutelico

Prospecccedilatildeo quiacutemica

Ensaios quiacutemicobioloacutegicos

Anaacutelise e identificaccedilatildeo

Limpeza secagem e trituraccedilatildeo

Coleta

72

43 Prospecccedilatildeo

As prospecccedilotildees foram realizadas segundo Matos (1980)

431 Fenoacuteis

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se em seguida trecircs gotas de soluccedilatildeo alcooacutelica de FeCl3 10 Agitou-se e

observou-se variaccedilatildeo de coloraccedilatildeo variando entre azul e vermelho que eacute indicativo

de fenoacuteis O resultado foi comparado com um teste em branco usando-se aacutegua e

FeCl3

432 Flavonoacuteides

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se entatildeo alguns miligramas de magneacutesio granulado e 05 mL de HCl

concentrado O teacutermino da reaccedilatildeo foi indicado pelo fim da efervescecircncia O

aparecimento ou a intensificaccedilatildeo da cor vermelha foi indicativo da presenccedila de

flavonoacuteis flavanonas flavanonoacuteis eou xantonas livres ou seus heterosiacutedios

433 Alcaloacuteides

Foi verificada a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes dos reativos de

reconhecimento Dragendorf Mayer Wagner e Hager A leve turbidez ou precipitado

respectivamente roxa a laranja branca a creme marron e marrom dos extratos apoacutes

a adiccedilatildeo dos reativos indicaram a presenccedila de alcaloacuteides

73

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas

441 Obtenccedilatildeo das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

O extrato bruto foi submetido a fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides

modificado conforme demonstrado no esquema 06 O extrato seco foi

ressuspendido com soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 10 As substacircncias apolares foram

extraiacutedas com hexano Para retirada de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade foi

adicionado diclorometano (4 vezes) Apoacutes a retirada do diclorometano a fraccedilatildeo

aquosa foi alcalinizada com hidroacutexido de amocircnio ateacute pH 9-10 e extraiacuteda com o

mesmo volume de diclorometano (4 vezes) gerando uma fraccedilatildeo orgacircnica

enriquecida em alcaloacuteides A fraccedilatildeo foi seca com sulfato de soacutedio anidro filtrada

evaporada agrave pressatildeo reduzida e pesada

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Adiccedilatildeo NH4OH

Particcedilatildeo CH2Cl2

Fraccedilatildeo aquosa aacutecida

Fase Hexacircnica

CH2Cl2H2O

Fraccedilatildeo diclorometano

Fraccedilatildeo aquosa Baacutesica

Resiacuteduo aquoso neutro

Ressuspensatildeo em HCl 10 e particcedilatildeo com Hexano

Extrato

Etanoacutelico

Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

74

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD

Apoacutes as particcedilotildees aacutecido-base as fraccedilotildees alcaloiacutedicas foram solubilizadas em

diclorometano e aplicadas com auxiacutelio de capilar em cromatofolhas de alumiacutenio (AL

TLC Silicagel 60 F254 Merck 5 x 4 cm) O sistema foi mantido em cacircmara de

saturaccedilatildeo com os eluentes acetato de etila metanol e aacutegua (721) A visualizaccedilatildeo

das manchas foi efetuada por exposiccedilatildeo agrave luz UV a 264 e 365 nm e revelaccedilatildeo com

vanilina sulfuacuterica com posterior aquecimento em estufa e em capela ateacute o

aparecimento de cores na placa e revelador Dragendorf

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por Espectrometria de massas

O estudo do perfil alcaloiacutedico foi realizado por espectrometria de massa (IES-

EMEM) As amostras foram solubilizadas para concentraccedilatildeo de 5ppm usando

metanol HPLC como solvente injetadas por inserccedilatildeo direta no espectrocircmetro de

massas com inserccedilatildeo direta com fluxo de 30 μL minndash1 Os espectros ESI-MS foram

adquiridos em modo positivo em um aparelho LCQ-Fleet da Thermo Detector do

tipo Ion-Trap operando no modo ESI de ionizaccedilatildeo As amostras foram infundidas

por uma bomba de injeccedilatildeo automaacutetica com um fluxo contiacutenuo de 10μLmin-1 Os

espectros foram adquiridos na faixa de mz 100 a 800 Foram avaliados por injeccedilatildeo

direta das amostras em espectrocircmetro de massa com interface electrospray e

analisador de iacuteon-trap (FIA-ESI-IT-MS)[5] obtidos em modo positivo [M+H]+

75

45 Oacuteleo essencial

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo

O oacuteleo essencial foi extraiacutedo por hidrodestilaccedilatildeo utilizando-se aparelho de

Clevenger modificado por 4 horas A proporccedilatildeo utilizada foi de 110 de amostra e

aacutegua respectivamente

Apoacutes a obtenccedilatildeo do oacuteleo o mesmo foi seco em sulfato de soacutedio seu

rendimento calculado e em seguida armazenado em geladeira em um frasco acircmbar

para minimizar os efeitos da oxidaccedilatildeo ateacute as anaacutelises

O caacutelculo dos rendimentos foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo da massa do oacuteleo

obtida com a massa de material vegetal seco utilizado na extraccedilatildeo

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais

Os oacuteleos essenciais foram diluiacutedos em hexano e as soluccedilotildees obtidas foram

submetidas agrave anaacutelise por cromatografia em fase gasosa com detector de ionizaccedilatildeo

de chama (CG-DIC) para a anaacutelise quantitativa e determinaccedilatildeo dos iacutendices de

retenccedilatildeo e por cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrocircmetro de massas

(CG-EM) para a obtenccedilatildeo dos espectros de massas Foram realizadas trecircs

repeticcedilotildees para cada oacuteleo essencial analisado

4521 Anaacutelise em CG-DIC

Os oacuteleos foram diretamente analisados em cromatoacutegrafo em fase gasosa

modelo CG 2010 da Shimadzucopy com detector por ionizaccedilatildeo de chama (DIC) As

76

anaacutelises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB (100 dimetilpolisiloxano) da

Variancopy com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m sendo utilizado como gaacutes de

arraste heacutelio (He) em fluxo de 20 mLmin A injeccedilatildeo em modo split 110 foi realizada

com injetor a 250ordmC A temperatura do detector foi de 290ordmC e o forno foi

programado de 60ordmC ateacute 240degC (2degCmin) 240degC ateacute 290degC (20degCmin) isoterma em

290degC por 5 min Foram injetados padrotildees de hidrocarbonetos lineares para a

determinaccedilatildeo dos iacutendices de retenccedilatildeo

4522 Anaacutelise em CG-EM

Apoacutes a anaacutelise por CG-DIC os oacuteleos foram analisados em cromatoacutegrafo em

fase gasosa modelo QP-2010 da Shimadzucopy com detector por espectrometria de

massas (CG-EM) As anaacutelises foram realizadas com coluna VF-1MS da Variancopy

com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m As condiccedilotildees da anaacutelise foram agraves

mesmas utilizadas por CG-DIC Para a detecccedilatildeo foi aplicada a teacutecnica de impacto

eletrocircnico a 70eV

4522 Anaacutelise por RMN

Os espectros de Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear de hidrogecircnio (RMN 1H) e carbono (RMN

13C-1H desacoplado) DEPT HSQC e HMBC foram registrados em espectrocircmetro da Varian modelo

INOVA de 117 T do Centro de Biotecnologia da Amazocircnia (CBA) operando a 500 MHz para 1H e 125

MHz para 13C As amostras foram solubilizadas em 600microL de solvente deuterado clorofoacutermio (CDCl3)

Os deslocamentos quiacutemicos (δ) foram expressos em partes por milhatildeo (ppm) em relaccedilatildeo ao padratildeo

interno TMS (δ= 000) e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz) As multiplicidades dos sinais

foram indicadas segundo a convenccedilatildeo s (singleto) d (dupleto) dd (duplo dupleto) t (tripleto) e m

(multipleto)

77

4523 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais

A determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais foi realizada

atraveacutes dos dados de tempo de retenccedilatildeo obtidos por CG-DIC e dos espectros de

massas obtidos por CG-EM Os iacutendices de retenccedilatildeo foram calculados utilizando a

equaccedilatildeo de Van der Dool-Kratz relacionando os tempos de retenccedilatildeo dos compostos

presentes nos oacuteleos essenciais com os tempos de retenccedilatildeo de uma seacuterie homoacuteloga

de hidrocarbonetos lineares (C9-C30) que foi co-injetada com a amostra Os iacutendices

de retenccedilatildeo e os espectros de massas foram comparados com dados da

espectroteca Wiley 70 e da literatura (Adams 2007)

78

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos

Os extratos em etanol eou oacuteleos essencias com maiores rendimentos foram

testados nos seguintes ensaios

461 Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria de acetilcolinesterase foi verificada segundo o meacutetodo de

Ellman (1961) modificado por Rhee et al (2001) A amostra foi adicionada em uma

placa de CCD (cromatografia de camada delgada) Apoacutes a completa evaporaccedilatildeo do

solvente foi adicionado sobre a placa cromatograacutefica o corante e o substrato que

satildeo o reagente de Ellman (aacutecido 55rsquo-ditiobis-2-nitrobenzoacuteico DTNB) e uma soluccedilatildeo

de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) em tampatildeo A enzima AChE (3 UmL) foi

adicionada posteriormente e analisada depois de 20 minutos O resultado foi

verificado atraveacutes da diferenccedila na coloraccedilatildeo caracteriacutestica do meacutetodo em que a

coloraccedilatildeo amarela caracteriza o resultado negativo para inibiccedilatildeo e branca para

positivo

As regiotildees da placa que contecircm substacircncias capazes de inibir a accedilatildeo da

enzima acetilcolinesterase apresentam uma mancha branca contra a coloraccedilatildeo de

fundo do corante

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH

A atividade inibidora de radicais livres foi verificada de forma qualitativa

(Soler-Rivas et al 2000) e quantitativa (Mensor 2001)

79

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante

O teste de atividade antioxidante qualitativo foi realizado atraveacutes da

capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em

soluccedilotildees com solvente metanol por trinta segundos

Foram aplicadas sobre uma cromatoplaca de siacutelica gel soluccedilotildees das amostras

de extrato bruto com concentraccedilatildeo de 1mgmL Apoacutes a total evaporaccedilatildeo do solvente

a placa seraacute nebulizada com soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH a 03mMmL

A atividade antioxidante foi evidenciada pela presenccedila de manchas amarelas

ou brancas decorrentes da reduccedilatildeo do DPPH contra a coloraccedilatildeo puacuterpura de fundo

apoacutes alguns minutos agrave temperatura ambiente Como padratildeo positivo foi utilizado o

flavonoacuteide quercetina

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi avaliada por meio da capacidade sequumlestrante do

radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) utilizando quercetina como padratildeo

externo Verifica-se que o padratildeo apresenta concentraccedilatildeo eficiente aproximada de 4

μgmL devido a isso foram preparadas soluccedilotildees em metanol com concentraccedilotildees de

03906 a 25 μgmL O mesmo procedimento foi realizado para as soluccedilotildees dos

extratos com concentraccedilatildeo de 3125 a 100 microgmL O meacutetodo foi adaptado para

microplaca (figura 23)

As amostras diluiacutedas tiveram suas absorbacircncias medidas em leitora de

microplaca (Bio-Rad modelo 3550 UV) a 517 nm para a obtenccedilatildeo do branco Em

seguida foram submetidas agrave adiccedilatildeo do reativo DPPH (03 mM) incubando a reaccedilatildeo

80

por 30 minutos em ambiente escuro A leitura da absorbacircncia foi novamente

realizada pois por accedilatildeo de um antioxidante o DPPH eacute reduzido formando difenil-

picril-hidrazina com consequente desaparecimento da coloraccedilatildeo podendo ser

monitorado pelo decreacutescimo da absorbacircncia

A porcentagem da atividade antioxidante (AA) corresponde agrave quantidade de

DPPH consumida sendo que a quantidade da amostra necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo de DPPH em 50 eacute denominada concentraccedilatildeo eficiente (CE50) Os

valores de absorbacircncia em todas as concentraccedilotildees testadas foram convertidos em

AA pela equaccedilatildeo 01

AA = [ Abscontrole ndash ( Absamostra ndash Absbranco ) ] x 100 Abscontrole

Onde Abscontrole eacute a absorbacircncia inicial da soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH e

Absamostra eacute a absorbacircncia da mistura reacional ( DPPH + amostra)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Os resultados apresentados neste estudo correspondem a meacutedia da triplicata

e o desvio padratildeo da meacutedia O valor de (CE50) foi determinada atraveacutes da regressatildeo

linear dos valores obtidos utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007

81

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia salina LEACH

A atividade citotoacutexica dos extratos foi avaliada atraveacutes do teste de letalidade

contra Artemia salina Leach de acordo com o meacutetodo proposto por Meyer e

colaboradores (1982) Naacuteuplios de Artemia salina foram incubados em aacutegua do mar

artificial por 48 horas agrave temperatura de 28ordmC Soluccedilotildees dos extratos foram

preparadas em dimetilsulfoacutexido (DMSO) nas concentraccedilotildees variando de 10 a 500

μgmL

Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para recipientes

contendo aacutegua artificial do mar e a substacircncia a ser testada Os ensaios foram

realizados em triplicata A contagem do nuacutemero de larvas mortas foi realizada apoacutes

24 horas e esse nuacutemero foi usado para o calculo utilizando o meacutetodo Proacutebitos de

anaacutelise para obtenccedilatildeo das DL50 e respectivos intervalos de confianccedila (Finney 1971)

(figura 24) Os extratos com DL50 maiores que 1000 microgmL ppm foram considerados

inativos

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

464 Avaliaccedilatildeo da atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais

A avaliaccedilatildeo da citotoxidade foi realizada na Universidade Federal do Cearaacute sob

a supervisatildeo da prof Dra Claacuteudia Pessoa Foram utilizados trecircs tipos de linhagens

82

tumorais MDA-MB435 (mama - humano) HCT-8 (coacutelon - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) cultivadas em meio RPMI 1640 suplementados com 10

de soro fetal bovino e 1 de antibioacuteticos mantidas em estufa a 37 ordmC e atmosfera

contendo 5 de CO2As amostras dos extratos etanoacutelicos foram dissolvidas em

DMSO puro esteacuteril e testadas na concentraccedilatildeo final de 50 microgmL

Anaacutelise de citotoxicidade pelo meacutetodo do MTT vem sendo utilizada no

programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI) Eacute um

meacutetodo raacutepido sensiacutevel e barato Eacute uma anaacutelise colorimeacutetrica baseada na

conversatildeo do sal 3-(45-dimetil-2-tiazol)-25-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT)

em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas

ceacutelulas metabolicamente ativas O estudo citotoacutexico pelo meacutetodo do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade mas natildeo o mecanismo de accedilatildeo (Berridge et al

1996)

As ceacutelulas foram plaqueadas na concentraccedilatildeo de 01 x 106 ceacutelmL para as

linhagens MDAMB-435 e SF-295 e 07 x 105 ceacutelmL para a linhagem HCT-8 Em

seguidas foram adicionadas as amostras na concentraccedilatildeo final de 50 gmL As

placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5 de CO2 a 37 ordmC Ao teacutermino

deste as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante removido Em seguida

foram adicionados 150 L da soluccedilatildeo de MTT (sal de tetrazolium) e as placas foram

incubadas por 3h A absorbacircncia foi lida apoacutes dissoluccedilatildeo do precipitado com 150L

de DMSO puro em espectrofotocircmetro de placa a 595 nm

Os experimentos foram analisados segundo a meacutedia plusmn desvio padratildeo da

meacutedia (DPM) da porcentagem de inibiccedilatildeo do crescimento celular usando o programa

GraphPad Prism

83

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apoacutes seacuteculos de exploraccedilatildeo desordenada na Regiatildeo Amazocircnica as espeacutecies

da famiacutelia Lauraceae produtoras de oacuteleo essencial continuam tendo interesse

comercial mas com poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos descritos na

literatura em comparaccedilatildeo com a quantidade de espeacutecies de interesse (Alcacircntara et

al 2010)

As espeacutecies de plantas estudadas neste trabalho fazem parte de uma seacuterie de

plantas selecionadas pelo grupo de pesquisa Quiacutemica de Biomoleacuteculas da Amazocircnia

(Q-BiomA) objetivando o estudo do perfil de seus constituintes alcaloiacutedicos e

volaacuteteis Todas as espeacutecies fazem parte da flora Amazocircnica e possuem pouco ou

nenhum estudo quiacutemico e bioloacutegico

As extraccedilotildees e os ensaios quiacutemicos e bioloacutegicos foram realizados conforme a

disponibilidade dos equipamentos e reagentes e portanto os testes natildeo foram

realizados com todas as espeacutecies e partes da planta ateacute a presente data

51 Rendimento do extrato

Foram obtidos 23 extratos com rendimento variando de 161 agrave 2904

conforme apresentado na tabela 4 A espeacutecie O ceanothifolia apresentou o maior

rendimento na maioria das partes (folhas galhos finos e grossos) Em quase todas

as espeacutecies foi possiacutevel verificar que os galhos finos apresentaram rendimento maior

que os galhos grossos Tal dado eacute importante tendo em vista a sustentabilidade da

84

pesquisa jaacute que os galhos finos satildeo mais faacuteceis de serem obtidos e sua retirada eacute

menos prejudiciais agrave planta devido crescerem mais raacutepido

Tabela 4 Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

A= Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol Rend=rendimento NR = natildeo realizado

52 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica

O estudo fitoquiacutemico revelou a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos

na maioria dos extratos Os resultados para a prospecccedilatildeo de alcaloacuteides utilizando

como reveladores Hager Wagner Mayer e Draggendorff foram unidos e satildeo

apresentados na tabela 09 assim como os resultados para flavonoacuteides e compostos

fenoacutelicos

Os flavonoacuteides natildeo foram detectados em nenhum extrato do gecircnero

Rhodostemonodaphne e das espeacutecies Endlicheria sericea (galhos) e Ocotea

Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

Espeacutecies Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

()

E citriodora 400 1299 215 682 NR NR NR NR

E sericea 500 479 500 204 500 347 200 284

O

ceanothifolia

700 2904 500 860 300 1362 350 204

O leucoxylon 550 393 500 257 500 579 NR NR

O minor 500 1665 600 672 300 607 300 354

R

crenaticupula

100 826 500 161

NR NR NR NR

R recurva 500 426 500 106 500 201 300 051

85

leucoxylon Poreacutem este uacuteltimo gecircnero apresentou a maior quantidade de espeacutecies

contendo alcaloacuteides o que pode ser um indiacutecio para outras atividades jaacute que os

alcaloacuteides satildeo conhecidos por apresentarem pronunciada atividade bioloacutegica

A presenccedila de alcaloacuteides em Ocotea foi verificada destacando esse grupo de

substacircncias como bastante frequumlentes em espeacutecies desse gecircnero Foi possiacutevel

verificar que a maioria das partes das espeacutecies testadas apresentou alcaloacuteides

Tabela 5 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e flavonoacuteides

Oacutergatildeo vegetal Fenoacuteis Flavonoacuteides Alcaloacuteides

E citriodora

Folhas - - -

Galhos grossos + - -

E sericeae

Folhas + + -

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

Cascas + + +

O ceanothifolia

Folhas + + -

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + - -

O leucoxylon

Folhas + - +

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

O minor

Folhas + - +

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + + +

R recurva

Folhas - - -

Galhos grossos - - +

Galhos finos - - +

Cascas - - +

R crenaticupula

Folhas - - +

Galhos grossos + - +

(+)positivo (-)negativo

86

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica

531 Rendimento da particcedilatildeo

O rendimento () das fraccedilotildees alcaloiacutedicas variaram de 673598 em E sericea

a 00749 em E citriodora baseadas em 2g do material de partida Os rendimentos

da particcedilatildeo podem ser verificados a seguir (Tabela 6)

Tabela 6 Rendimento da particcedilatildeo aacutecido-base ()

Oacutergatildeo vegetal Hexano Diclorometano Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

E citriodora Folhas 958063 07298 00749

Galhos grossos 121941 33741 08485

E sericeae

Folhas 89957 166872 139949

Galhos grossos 264841 223406 21813

Cascas 224532 40688 673598

O ceanothifolia

Folhas 59401 60496 07518

Galhos grossos 10022 105809 20693

Galhos finos 05395 60678 05246

Cascas 05091 102800 11553

O leucoxylon

Folhas 689310 149902 91739

Galhos grossos 295341 193682 55870

Galhos finos 52083 179812 116716

O minor

Folhas 93799 95347 02446

Galhos grossos 02191 40187 08316

Galhos finos 11014 24370 09768

Cascas 06939 12986 06839

R recurva

Folhas 543737 20224 02769

Galhos grossos 334256 138845 09296

Galhos finos 429355 19344 05285

R crenaticupula Folhas 590989 17336 01273

Galhos grossos 165237 252493 07379

As espeacutecies de Endlicheria apresentaram perfis muito diferentes Enquanto em

E sericea (folhas) pode-se verificar o maior rendimento de todos os extratos E

citriodora (folhas) obteve o menor resultado Tal dado reflete o resultado das

prospecccedilotildees onde esta apresentou resultado negativo o que pode significar uma

quantidade muito baixa de alcaloacuteides presentes no extrato

As Rhodostemonodaphnes apresentaram rendimentos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

inferiores a 1 em todos os extratos

87

532 Anaacutelise por CCD

Os alcaloacuteides podem ser encontrados em todas as partes de um vegetal

contudo em um ou mais oacutergatildeos haveraacute um acuacutemulo preferencial dessas substacircncias

(Henriques et al2004) como pode ser observado nas placas cromatograacuteficas

dessas espeacutecies analisadas (figura 25 agrave 31)

Endlicheria citriodora

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 25 placa cromatograacutefica de Endlicheria citriodora

Natildeo foi verificado a presenccedila de alcaloacuteides nas fraccedilotildees de folhas e fracamente

nos galhos de Endlicheria citriodora e E sericea Tais dados satildeo condizentes com a

prospecccedilatildeo dos extratos realizados utilizando reveladores especiacuteficos para

alcaloacuteides em que o mesmo foi negativo O que pode indicar uma quantidade

pequena ou ausecircncia de alcaloacuteides presentes nas folhas e galhos dessas espeacutecies

88

O fato do resultado em prospecccedilatildeo quiacutemica ser negativo natildeo exclui a presenccedila de

uma substacircncia em um extrato pois a mesma pode estar em uma concentraccedilatildeo

muito baixa no extrato testado

Endlicheria sericeae

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 26 placa cromatograacutefica de Endlicheria sericeae

89

A anaacutelise em CCD possibilita que classes de substacircncias que apresentem

concentraccedilotildees baixas em um extrato possam ser visualizadas atraveacutes da separaccedilatildeo

de fraccedilotildees na placa cromatograacutefica como no caso dos galhos de E citriodora

No extrato das cascas de E sericea pode-se visualizar trecircs manchas que

sugerem corresponder a presenccedila do mesmo nuacutemero de alcaloacuteides embora a

presenccedila de uma fraccedilatildeo separada na placa cromatograacutefica natildeo comprove que a

mesma estaacute isolada

Rodostemonodaphne crenaticupula

Os resultados das particcedilotildees aacutecido-base das duas espeacutecies de

Rhodostemonodaphne podem ser visualizados nas figuras 27 e 28

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 27 placa cromatograacutefica de R crenaticupula

90

Nas folhas e nos galhos de R crenaticupula foi possiacutevel visualizar a presenccedila

de duas manchas que equivalem a presenccedila de alcaloacuteides Em contraste natildeo foi

possiacutevel visualizar a presenccedila de alcaloacuteides nas folhas de R recurva fracamente

nos galhs finos e mais pronunciado nos galhos grossos

Rhodostemonodaphne recurva

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 28 placa cromatograacutefica de R recurva

91

A prospecccedilatildeo para alcaloacuteides tambeacutem foi confirmada no gecircnero

Rhodostemonodaphne O perfil dos alcaloacuteides nas folhas e galhos de R

crenaticupula foi o mesmo na placa cromatograacutefica poreacutem em R recurva visualizou-

se duas manchas nos galhos finos e apenas uma nos galhos grossos Segundo

Henriques et al (2004) apoacutes o transporte para o siacutetio de armazenagem podem

haver modificaccedilotildees estruturais secundaacuterias Assim os mesmos podem ter a mesma

origem poreacutem com estruturas diferentes

A presenccedila de alcaloacuteides em potencial confirma a revisatildeo de Zanin amp Lordello

(2007) onde foi constatada por meio de anaacutelise em CCD e prospecccedilatildeo a presenccedila

de alcaloacuteides em todas as partes (folhas galhos e cascas)

Dos trecircs gecircneros analisados as Ocoteas foram as que apresentaram mais

alcaloacuteides tanto em quantidade visualizadas pelo nuacutemero de fraccedilotildees obtidas pela

separaccedilatildeo do extrato na placa cromatograacutefica quanto na concentraccedilatildeo verificada

por meio da intensidade da coloraccedilatildeo

A presenccedila de alcaloacuteides nas espeacutecies de Ocotea identificados por revelador

especiacutefico pode ser visualizado nas figuras 29 30 e 31 As manchas em Ocotea

leucoxylon e Ocotea minor foram mais pronunciadas que em O ceanothifolia

92

Ocotea ceanothifolia

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O ceanothifolia

93

O leucoxylon

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O leucoxylon

94

Ocotea minor

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 31 placa cromatograacutefica de O minor

95

O procedimento realizado para o fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides foi

uma adaptaccedilatildeo do meacutetodo de particcedilatildeo aacutecido-baacutesico modificado proposto por

Giordani et al (2008) Atraveacutes das modificaccedilotildees propostas verificou-se que o perfil

dos extratos nas anaacutelises por cromatografia em camada delgada (CCD)

apresentaram melhores perfis devido a separaccedilatildeo dos componentes

A diferenccedila para a particcedilatildeo aacutecido-base claacutessica estaacute na adiccedilatildeo de

diclorometano (b) quando o meio da fraccedilatildeo aquosa ainda estaacute aacutecida Tal fato faz

com que possa haver a extraccedilatildeo de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade onde

estatildeo incluiacutedos outros componentes natildeo desejados para esse trabalho

Ao adicionar o hidroacutexido de amocircnio este libera a maioria dos acaloacuteides e os

convertem na forma de bases livres que podem ser retirados com a segunda adiccedilatildeo

de diclorometano (c) Dessa forma eacute obtida uma mistura bruta de acaloacuteides isolados

do resto dos produtos metaboacutelicos do vegetal Apoacutes a retirada da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

esta soluccedilatildeo foi neutralizada atraveacutes de vaacuterias particcedilotildees com aacutegua destilada

Os perfis das placas cromatograacuteficas das Ocoteas demonstraram o quanto agraves

substacircncias de meacutedia polaridade foram extraiacutedas pela primeira adiccedilatildeo de

diclorometano (b) e os alcaloacuteides de maior polaridade foram extraiacutedos pela

segunda adiccedilatildeo de diclorometano onde o meio aquoso encontrava-se baacutesico

96

533 Anaacutelise por espectrometria de massa

Por meio de espectrometria de massa pode-se analisar o perfil dos extratos e

fraccedilotildees e selecionar as espeacutecies mais promissoras conforme o interesse do

trabalho A famiacutelia Lauraceae apresenta como marcador taxonocircmico a presenccedila de

alcaloacuteides principalmente a classe dos isoquinoliacutenicos Destes satildeo predominantes

compostos com moleacuteculas aporfiacutenicas oxoaporfiacutenicas e benzilisoquinoliacutenicas Os

espectros de massas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas dos trecircs gecircneros estatildeo apresentadas

em anexo e reunidas na tabela 6 onde as substacircncias majoritaacuterias estatildeo sendo

destacadas

Tabela 6 Anaacutelise do perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massa

Espeacutecie Oacutergatildeo vegetal Iacuteons principais(mz)

E citriodora Folhas 23895 38791

E citriodora Galhos grossos 30006 32988

E sericea Folhas 32995 30013

E sericea Galhos finos 28606 30006 32988 34619

E sericea Galhos grossos 30006 32813 33009 34194

E sericea Cascas 28585 33009

R crenaticupula Folhas 27416 31806 43691 45287

R crenaticupula Galhos grossos 28606 31385 33009

R recurva Folhas 19191 27423 33016

R recurva Galhos finos 28193 33002 34612

R recurva Galhos grossos 35289 33002 34591

O ceanothifolia Folhas 29992 35795

O ceanothifolia Galhos finos 29992 31420 34591

O ceanothifolia Galhos grossos 29992 31413 34605

O ceanothifolia Cascas 30006 31406 33002 34605

O leucoxylon Folhas 31084 32484 35578 37013

O leucoxylon Galhos finos 31084 32505 35592 36992

O leucoxylon Galhos grossos 32484 35592 36992

O minor Folhas 14389 17490 20507

O minor Galhos finos 14389 17511 20507

O minor Galhos grossos 14389 17504 20507

O minor Cascas 28558 29992 33009

97

Os picos mais intensos constituintes foram observados entre massa de 14389

a 45287 mz em O minor e R crenaticupula respectivamente Analisando os perfis

cromatograacuteficos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas observa-se que os respectivos espectros

obtidos nas mesmas condiccedilotildees experimentais apresentam perfis semelhantes entre

partes da mesma espeacutecie principalmente entre galhos finos e galhos grossos com

o mesmo pico base

Por tratar-se de uma fraccedilatildeo pode-se realizar uma anaacutelise do perfil onde

algumas classes de substacircncias podem ser caracterizadas Na tabela 7 haacute algumas

classes correspondentes a massa dos picos encontrados nas fraccedilotildees e algumas

sugestotildees de alcaloacuteides com registro na literatura de isolamento em espeacutecies de

Lauraceae

Os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees Por se

tratarem de um mz de nuacutemeros pares (300 e 330) significa que as suas massas

molares satildeo na realidade iacutempar Estes dados fornecem informaccedilotildees de que os

compostos referentes tratam-se de substacircncias com nuacutemero iacutempar de nitrogecircnios

Os alcaloacuteides benzilisoquinoliacutenicos reticulina e N-metil coclaurina apresentam

foacutermula molecular C19H24NO4 e C19H24NO4 o que podem corresponder aos picos

encontrados sendo estes descritos como alcaloacuteides isolados em gecircneros de

Lauraceae (Sulaiman et al 2011 Dias et al 2003)

No gecircnero Ocotea satildeo relatados diversos trabalhos com o isolamento de

alcaloacuteides Destes a classe dos aporfinicos satildeo os constituintes quiacutemicos mais

frequentes sendo encontrado em um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies (Zanin amp

Lordello 2007)

98

O pico 23895 apresenta massa correspondente agrave estrutura de um alcaloacuteide

tipo benzilisoquinoliacutenico nuacutecleo encontrado em diversas espeacutecies de Ocotea (Dias

et al 2003 Meirelles et al 1979 Barbosa-Filho et al 1999)

Em Ocotea leucoxylon verificou-se a prevalecircncia do iacuteon principal em todas as

partes de 370 mz o que sugere a presenccedila do alcaloacuteide aporfiacutenico ocoteiacutena

(C21H23NO5) alcaloacuteide denominado devido ao seu isolamento em espeacutecies desse

gecircnero (Zhou et al 2000)

Os gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne apresentaram seus picos

principais na maioria dos oacutergatildeos vegetais com mz de 300 e 330 O pico

correspondente a 285 mz corresponde agrave massa que eacute encontrada no alcaloacuteide

coclaurina onde este foi encontrado em diversos gecircneros de Lauraceae como

Aniba Litsea Mezilaurus Nectandra Neolitsea Phoebe e Ocotea (Silva et al

2002 Guinaudeau et al1979 Guinaudeau 1983 Wu amp Huang 2006)

99

Tabela 7 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares de alcaloacuteides

isolados em Lauraceae

Iacuteon molecular

(mz) (M+1)

Foacutermula

molecular Alcaloacuteides Classificaccedilatildeo Referecircncia

19191 C10H9NO3

Noroxihidrastinina

Isoquinolinico Wu amp Huang 2006

23895 C17H20N Benzilisoquinoliacutenicos benzilisoquinoliacutenicos Dias et al 2003

Meirelles et al 1979

28193 C18H19NO2 Bornuciferina lirinidina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

28606 C17H19NO3 Norcanelillina coclaurina benzilisoquinoliacutenicos Silva et al2002 Wu amp

Huang 2006

30006 C19H24NO4 N-metilcoclaurina benzilisoquinoliacutenicos Wu amp Huang 2006

Dias et al 2003

31084 C19H21NO3 Prestephanina

N-carbamoilasimilobina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

31420 C18H19NO4 Laurolitsina laureptina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32484 C19H17NO4 Neolitsina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32813 C19H21NO4 Boldina Laurotetanina

isoboldina lirina N-oxidada Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

33009 C19H24NOu Reticulina Aporfiacutenico Sulaiman et al 2011

Dias et al 2003

34194 C19H19NO5 Isocoridina predicentrina

lirioferina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35289 C20H19NO5 Oxoglaucina Oxoaporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35578 C21H25NO4 Glaucina leucoxina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35795 C21H27NO4 Srilankina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

37013 C21H23NO5 Ocoteina N-metilglaucina Aporfiacutenico Zhou et al 2000

Guinaudeau 1983

100

Por meio das anaacutelises pode-se sugerir que os demais iacuteons presentes no

gecircnero Ocotea correspondem a alcaloacuteides tipo aporfiacutenico conforme encontrado na

literatura (Zanin amp Lordello 2007) Tal fato eacute verificado em relaccedilatildeo a razatildeo massa

carga encontrada que pode ser comparada a esta classe de substacircncias

Pouco ou nenhum estudo descrito na literatura sobre isolamento de alcaloacuteides

nos gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne satildeo encontrados Tal fato pode ser

explicado devido a baixa concentraccedilatildeo dessa classe de substacircncia nos extratos

Mesmo utilizando particcedilatildeo aacutecido-base em que obtem-se uma fraccedilatildeo rica em

alcaloacuteides a concentraccedilatildeo destes eacute baixa quando comparada a quantidade de

substacircncias presentes na fraccedilatildeo e os picos que satildeo descritos na literatura No

gecircnero Rhodostemonodaphne verificou-se nos espectros de massa misturas

complexas de picos

Levando em consideraccedilatildeo a dificuldade de isolamento e purificaccedilatildeo das

classes de alcaloacuteides tanto quando existem dois ou mais componentes com o

mesmo esqueleto na mesma fraccedilatildeo devido ao mesmo comportamento

cromatograacutefico destas substacircncias quanto quando a concentraccedilatildeo destes eacute baixa

no extrato a anaacutelise das fraccedilotildees enriquecida de alcaloacuteides eacute uma alternativa eficaz

na detecccedilatildeo dos constituintes presentes na fraccedilatildeo

101

54 Oacuteleo essencial

541 Rendimento do oacuteleo essencial

As Lauraceae satildeo conhecidas internacionalmente por apresentarem espeacutecies

aromaacuteticas Dos gecircneros estudados as Anibas em especial a espeacutecie de Aniba

rosaeodora apresenta uma quantidade significante de oacuteleo em comparaccedilatildeo com a

massa do material vegetal No trabalho realizado por Alcacircntara (2009) onde foi

analisado oacuteleos essencias de 14 espeacutecies de diferentes gecircneros de Lauraceae

encontrados no Amazonas o maior rendimento encontrado foi na referida espeacutecie

citada com percentagem de 131 Outros trabalhos relacionados apresentam

rendimentos aproximados ou em sua maioria rendimentos inferiores ao encontrado

(Silva et al 2009 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Lima et al 2004)

Neste trabalho foram extraiacutedos das sete espeacutecies 21 oacuteleos essencias onde as

folhas apresentaram maiores rendimentos em comparaccedilatildeo com os galhos e cascas

Os oacuteleos como um todo apresentaram baixo rendimento como pode ser visualizado

na tabela 8

Tabela 8 Rendimento dos oacuteleos essenciais () Material vegetal 100g exceto E citriodora

50g ()

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 429 250 NR NR

E sericea 013 010 011 006

O ceanothifolia 011 007 005 NR

O leucoxylon 013 005 002 NR

O minor 011 004 NR 006

R crenaticupula 058 002 NR NR

R recurva 006 002 003 004 NR natildeo realizado

Os rendimentos dos oacuteleos obtidos pela teacutecnica de hidrodestilaccedilatildeo variaram de

002 a 429 As espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os

102

menores rendimentos em todas as partes (folhas galhos e casca) e as espeacutecies de

Endlicheria apresentaram de forma geral os maiores rendimentos Em contraste com

as espeacutecies de Ocotea e Rhodostemonodaphne na extraccedilatildeo de oacuteleo essencial a

espeacutecie E Citriodora obteve o maior rendimento tanto nos galhos quanto nas folhas

de 251 e 429 respectivamente

O perfil quiacutemico dos oacuteleos essenciais analisados com exceccedilatildeo de E citriodora

revelou uma proporccedilatildeo elevada de sesquiterpenos Na maioria dos oacuteleos essenciais

de Lauraceae reportados na literatura observa-se a predominacircncia de

sesquiterpenos principalmente de hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al

1981 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Telascrea et al 2008)

5411 Endlicheria

A anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial de folhas e galhos de E citriodora por

cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo

mostradas na Tabela 9 registrando-se os principais constituintes quiacutemicos

presentes nestes oacuteleos

Tabela 9 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1089 28337 12181

geranato de metila 1321 93751 951522

aacutecido geracircnico 1391 19358 -

trans cariofileno 1418 14796 -

Natildeo identificados 0 36297

Total identificados 100 963703

Monoterpenos 985205 963703

Sesquiterpenos 14796 -

103

Foram identificados os constituintes de 100 das folhas e 9637 dos

galhos sendo que destes a percentagem de sesquiterpenos foi superior a 95 em

ambos oacutergatildeos vegetais de E citriodora

O principal constituinte foi o eacutester geranato de metila com uma percentagem

elevada de 9375 nas folhas e 9515 nos galhos Devido ao grau de pureza do

constituinte majoritaacuterio foi possiacutevel realizar a ressonacircncia magneacutetica nuclear de

hidrogecircnio e carbono (RMN 1H e 13C) confirmar a presenccedila deste constituinte Os

espectros de RMN de 1H RMN 13C e os bidimensionais HSQC e HMBC estatildeo

apresentados em anexo

O espectro de RMN 13C e DEPT 135ordm apresentaram 11 sinais de carbonos

sendo 4 metiacutelicos δCH 18022 (C ndash a) δCH 19157 (C ndash b) δCH 25991 (C ndash c) e δCH

51113 ( C ndash f) 2 metilecircnicos δCH 26372 (C ndash d) e δCH 41277 (C ndash e) 2 metiacutenicos

δCH 115563 (C ndash g) e δCH 123317 (C ndash h) e 3 sinais de carbonos natildeo hidrogenados

δCH 132868 (C ndash i) δCH 160477 (C ndash j) e δCH 167629 (C ndash l) O sinal em δCH 7700

refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra CDCl3 ( Silverstein et

al 2007)

O espectro de RMN 1H sugeriu a presenccedila de singletos em δH 1603 δH 1683

δH 3684 e δH 5294 Os outros sinais podem ser verificados na tabela 10 O sinal em

δH 726 (sngleto) refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra

CDCl3 ( Silverstein et al 2007)

Por meio do mapa de contornos HSQC pode-se observar as correlaccedilotildees entre

os sinais de hidrogecircnio e carbono Ca ndash HI Cb ndash HII Cg ndash HIII Cd ndash HIV Ce ndash HV Cc ndash

HVI Ch ndash HVII Cf ndash HVIII Os valores obtidos nos RMN1H e 13C DEPT HSQC e

HMBC confirmaram a presenccedila da substacircncia geranato de metila e seus espectros

estatildeo em anexo no final do trabalho

104

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN de 1H de E citriodora (δ em ppm CDCl3

500MHz)

C δ ppm DEPT

(Multiplicidade) HSQC HMBC (

23JCH)

a 18022 CH3 16 II III

b 19157 CH3 22 IIII

c 25991 CH3 165 V VII

d 26397 CH2 22 III V

e 41277 CH2 22 III IV VI

f 51113 CH3 365 -

g 115553 CH 565 III IV

h 123317 CH 52 VVI

i 132868 C - -

j 160477 C - -

l 167629 C - -

O geranato de metila eacute encontrado principalmente em frutas ciacutetricas como o

limatildeo siciliano (08) e em espeacutecies da famiacutelia Rutaceae Apresenta foacutermula

C11H18O2 com nome sistemaacutetico de 37-dimetil-octan-26-dienoato de metila (Arauacutejo

Jr 2009 Rahimi-Nasrabadi et al 2009)

Em E sericeae os constituintes majoritaacuterios foram espatulenol (2684) e

oacutexido de cariofileno (2575) nas folhas elemol nas cascas e oacutexido de cariofileno

nos galhos finos e grossos com 2983 e 1725 respectivamente A relaccedilatildeo dos

constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas galhos e cascas de

105

Endlicheria sericea rendimentos suas quantidades relativas e respectivos iacutendices

de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 11

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 13

compostos presentes nos quatro oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de 7027 nas folhas 5862 nos

galhos finos 28156 nos galhos grossos e 4067 nas cascas Sendo os

rendimentos destes relativamente baixos (inferiores a 14)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos Cascas

linalol 1089 - - 2 0349 -

geranato de metila 1321 - 1 9956 - -

trans cariofileno 1418 6 6585 2 3027 1 8696 -

aromadendreno 1438 1 8709 - - -

germacreno D 1480 6 0036 - - -

beta-selineno 1488 3 1520 - - 3 5175

gama cardineno 1519 - 1 7875 1 7255 -

elemol 1556 - 4 9363 - 14 4954

espatulenol 1585 26 8381 5 0277 5 2818 6 5065

oacutexido de cariofileno 1590 25 7480 29 8301 17 2473 6 9479

guaiol 1595 - 1 6318 - 7 5621

oacutexido de humuleno 1616 - 9 2069 - -

eudesmol 1653 - 1 9025 - 1 6396

Natildeo identificados 297289 413789 718409 593337

Total identificados 702711 586211 281591 406663

Monoterpenos - 1 9956 20349 -

Sesquiterpenos 702711 566255 261242 406663

5412 Ocotea

O oacuteleo de O ceanothifolia apresentou como constituinte majoritaacuterio

espatulenol e oacutexido de cariofileno e em O leucoxylon e Ominor o majoritaacuterio nas

folhas e galhos grossos foi cariofileno e seu oacutexido

106

Ocotea ceanothifolia

As anaacutelises dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia por cromatografia em fase

gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo mostradas na Tabela 12

registrando-se os principais constituintes quiacutemicos presentes nestes oacuteleos

Os sequiterpenos neste oacuteleo foram os constituintes majoritaacuterios poreacutem

verifica-se que nos galhos grossos a percentagem de diferenccedila natildeo foi tatildeo

pronunciada quanto nas outras partes (folhas e galhos finos)

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos

alfa pineno 929 1 2384 12212 -

linalol 1088 - 21490 34198

geranato de metila 1321 41637 44371 68693

beta elemeno 1392 21647 - -

trans cariofileno 1418 39524 - 14580

germacreno D 1480 38782 - 18006

beta selineno 1488 30509 - 75520

espatulenol 1585 222306 76592 -

oxido de cariofileno 1589 223704 169030 80380

oacutexido de humuleno 1616 55129 - -

Natildeo identificados 314378 685622 708623

Total identificados 685622 323695 291377

Monoterpenos 54021 78073 102891

Sesquiterpenos 631601 245622 188486

Ocotea leucoxylon

Vinte e um componentes presentes nos oacuteleos essenciais de O leucoxylon

foram identificados por dados cromatograacuteficos e espectromeacutetricos O perfil quiacutemico

desses oacuteleos mostrou semelhanccedilas significativas na composiccedilatildeo entre as espeacutecies

estudadas (tabela 12 13 e 14)

107

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas 156286

satildeo monoterpenos e 688096 satildeo sesquiterpenos em que os constituintes

majoritaacuterios foram oacutexido de cariofileno (16046) alfa-copaeno (101092) beta

cariofileno (8902) alfa-pineno (77088) e beta-pineno (79198)

Nos galhos finos e grossos apenas verificou-se a presenccedila e um monoterpeno

o linalol como com percentagem de 47631 e 15582 respectivamente Os

constituintes majoritaacuterios foram os sesquiterpenos beta-cariofileno (106697) e

espatulenol (104549) nos galhos finos e oacutexido de cariofileno (175303) e beta-

eudesmol (86054) nos galhos grossos

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon ()

Substacircncia IR Folhas galhos finos Galhos grossos

alfa-pineno 934 77088 - -

beta-pineno 978 79198 - -

linalol 1099 - 47631 15582

alfa-cubebeno 1353 22594 1573 -

alfa-copaeno 1380 101092 21003 -

beta-cubebeno 1394 26065 - -

beta-elemeno 1395 19047 - -

beta-cariofileno 1424 8902 106697 20519

alfa-humuleno 1458 24751 24592 -

alfa amorfeno 1480 39618 28024 -

germacreno D 1480 - 23061 -

beta-selineneo 1491 33015 22246 -

valenceno 1498 25473 51191 -

gama cadineno 1518 42752 38533 -

delta-cadinene 1527 14977 77188 44278

elemol 1552 - 1762 -

espatulenol 1582 57756 104549 63865

oacutexido de cariofileno 1588 16046 - 175303

cariofilla-4(12)8(13)-

dien-5-beta-ol 1638 - - 43548

beta-eudesmol 1655 - - 86054

Natildeo identificados 172957 421935 566433

Total identificados 827043 578065 433567

Monoterpenos 156286 47631 15582

Sesquiterpenos 670757 530434 413048

108

Ocotea minor

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 21

compostos presentes nos trecircs oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de cerca de 573154 nas folhas

53177 nos galhos e de 32 nas cascas O rendimento obtido foi inferior a 012

em todas as partes analisadas

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas

573154 satildeo sesquiterpenos com constituintes majoritaacuterios espatulenol (13369)

e cariofileno (186866) Nas cascas natildeo foi verificada a presenccedila de

monoterpenos sendo majoritaacuterio os componentes delta cadineno (74903) beta

cariofileno (40069) e seu oacutexido (61291) No oacuteleo essencial dos galhos tambeacutem

se observou teores menores de monoterpenos (31007) em relaccedilatildeo aos

sesquiterpenos (500763) tendo como majoritaacuterios beta cariofileno (79131)

oacutexido de cariofileno (157363) e aacutecido hexadecanoacuteico (70932)

O monoterpeno alfa pineno encontrados nos oacuteleos de O ceanothifolia e O

leucoxylon foi um dos constituintes majoritaacuterios encontrados no oacuteleo de Ocotea sp

apresentando atividades antioxidante e citotoacutexica no trabalho realizado por Verbel e

colaboradores (2010)

A composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos das espeacutecies de Ocotea satildeo condizentes

com as encontradas em outras espeacutecies onde haacute a presenccedila do monoterpeno linalol

e pineno e sesquiterpenos cariofileno e germacreno D (Arauacutejo et al 2001 Chaverri

amp Ciccioacute 2005 Menut et al 2002)

109

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor ()

Substacircncia IR folhas galhos grossos cascas

linalol 1099 - 31007 -

alfa-cubebeno 1353 - 17657 -

beta-cubebeno 1394 15997 - -

beta-cariofileno 1424 186866 79131 40069

alfa-humuleno 1458 - 12924 -

alfa amorfeno 1480 31049 - 14635

germacreno D 1480 42675 14866 -

beta-selineno 1491 62358 - 19805

valenceno 1498 - - 26616

biciclogermacreno 1501 85462 - -

alfa-muuroleno 1504 15057 16962 13163

gama cadineno 1518 - - 316

delta-cadineno 1527 - 41822 74903

espatulenol 1582 13369 66317 21418

oacutexido de cariofileno 1588 - 157363 61291

cariofilla-4(12)8(13)-dien-5-beta-ol 1638 - 22789 -

beta-eudesmol 1655 - - 1646

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 70932 -

Natildeo identificados 426846 46823 68004

Total identificados 573154 53177 31996

Monoterpenos - 31007

Sesquiterpenos 573154 500763

Verificou-se no entanto algumas caracteriacutesticas quiacutemicas diferentes do que

algumas Ocoteas como a ausecircncia de fenilpropanoacuteides como safrol metileugenol e

cinamaldeiacutedo e benzenoacuteides encontradas em espeacutecies como Ocotea odorifera

Ocotea pretiosa e Ocotea sassafraacutes (Chaverri amp Ciccioacute 2005 Rizzini amp Mors 1976)

Na varredura realizada por Takaku e colaboradores (2007) com oacuteleo essencial de 10

espeacutecies de Ocoteas da Costa Rica tais componentes tambeacutem natildeo foram

encontrados

110

Rhodostemonodaphne

A relaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas

galhos e cascas de Rcrenaticupula e R recurva suas quantidades relativas e

respectivos iacutendices de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 15 e 16 Atraveacutes

dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados presentes nos

oacuteleos dessas duas espeacutecies 21 compostos em Rcrenaticupula e 19 em R recurva

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula ()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1099 - 82883

beta-elemeno 1380 14275 12754

beta-cariofileno 1424 78493 55616

alfa-humuleno 1458 - 11002

alfa amorfeno 1480 - 17939

beta-elemeno 1380 14275 12754

alloaromadendreno 1459 23445 -

alfa amorfeno 1481 32255 -

beta-selineno 1491 23505 -

epizonareno 1500 42046 -

alfa-muuroleno 1504 3472 16747

beta-bisaboleno 1505 35048 -

gama cadineno 1518 21872 -

delta-cadineno 1527 11602 -

selina-37(11)-diene 1542 21554 -

trans-cadina-14-dieno 1547 11239 -

espatulenol 1582 7489 29086

oacutexido de cariofileno 1588 - -

alfa cadinol 1650 2597 -

beta-eudesmol 1655 - -

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 153144

Natildeo identificados 430393 608075

Total identificado 569607 391925

Monoterpenos - 82883

Sesquiterpenos 569607 309042

111

A anaacutelise comparativa do oacuteleo essencial de galhos e folhas da espeacutecie

Rcrenaticupula apresentou certa variabilidade quiacutemica nos seus constituintes com

relaccedilatildeo ao teor de seus componentes majoritaacuterios nos diferentes oacutergatildeos Tal dado eacute

verificado atraveacutes da ausecircncia de alguns constituintes em um oacuteleo e ausecircncia de

tais costituintes no outro e em relaccedilatildeo aos componentes majoritaacuterios Nas folhas

identificou-se a presenccedila de 569607 de sesquiterpenos tendo como constituinte

majoritaacuterio beta-cariofileno (78493) delta-cadineno (11602) e espatulenol

(7489) enquanto nos galhos grossos a presenccedila do monoterpeno linalol

(82883) e do aacutecido hexadecanoacuteico (153144) diferenciou-os consideravelmente

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rrecurva()

Substacircncia IR folhas galhos finos galhos grossos cascas

linalol 1099 - 2046 23946 35493

alfa-copaeno 1379 34954 13816 13906 -

beta-cariofileno 1424 39251 103763 105425 32757

alfa-humuleno 1458 - 22159 - -

alfa amorfeno 1480 - 31993 32132 -

alloaromadendrene 1443 24256 - - -

valencene 1490 - 21764 - -

beta-selineno 1491 75608 - 2203 15385

alfa-muuroleno 1504 27344 37777 37133 -

gama cadineno 1518 - 37926 12613 20052

delta-cadineno 1527 - 72885 72277 40329

alfa cadineno 1541 12963 13807 - -

elemol 1551 - - 13522 -

espatulenol 1582 6138 134471 124262 42093

guaiol 1608 - - - 14377

beta-eudesmol 1655 - 25549 25882 301017

alfa eudesmol 1657 - - - 9156

beta costol 1769 - - - 4482

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 19085 20098 56063

Natildeo identificados 724244 444545 496774 306054

Total identificado 275756

555455

503226

693946

Monoterpenos - 2046 23946 35493

Sesquiterpenos 275756

534995 479280 658453

112

Em Rrecurva a identificaccedilatildeo dos galhos finos e grossos apresentaram

similaridade nos constituintes e na composiccedilatildeo percentual Em todas as partes

existiu a prevalecircncia de sesquiterpenos sendo os constituintes majoritaacuterios beta-

selineno (75608) e espatulenol(6138) nas folhas beta-cariofileno (~10) e

espatulenol (~13) nos galhos e beta-eudesmol (301017) nas cascas

Os resultados da anaacutelise dos oacuteleos foram condizentes com o encontrado na

anaacutelise de R parvifolia (Alcacircntara et al 2010) e R kunthiara (Palazzo 2009) em

que os constituintes majoritaacuterios foram cariofileno beta selineno e germacreno D

Atraveacutes anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial dos galhos de ambas as espeacutecies de

Rhodostemonodaphnes pode-se identificar apenas um monoterpeno o linalol sendo este

um dos constituintes majoritaacuterios nos galhos grossos de R crenaticupula O interesse desse

monoterpeno na induacutestria devido a sua utilizaccedilatildeo como fixador de perfumes foi intenso na

Amazocircnia fazendo com que as espeacutecies de Aniba rosaeodora que apresentam o teor de

linalol de 74 a 96 entrassem para a lista de espeacutecies em risco de extinccedilatildeo O linalol eacute um

monoterpeno alcooacutelico terciaacuterio de cadeia aberta Pode ser encontrado normalmente sob a

forma de uma mistura de isocircmeros de posiccedilatildeo da primeira ligaccedilatildeo dupla Possui um aacutetomo

de carbono assimeacutetrico e por isso podem existir enantiocircmeros apresentando-se dessa

forma em vaacuterias espeacutecies (Gotllieb et al 1965)

O cariofileno um dos principais componentes majoritaacuterios dos oacuteleos essenciais

das espeacutecies analisadas pode ser empregado na medicina tradicional Este

metaboacutelico volaacutetil influi em seu aroma e possui diversas atividades bioloacutegicas tais

como anti-inflamatoacuteria antialeacutergica anesteacutesica local cardiovascular antifuacutengica e

anticarcinogecircnica (Fernandes et al 2007 Barbosa-Filho et al 2008)

Segundo Gottlieb amp Salatno (1987) as famiacutelias que possuem espeacutecies ricas em

oacuteleos essenciais como Lauraceae e Myristicaceae satildeo relativamente pobres em

113

espeacutecies produtoras de alcaloacuteides e ineficientes na variaccedilatildeo de

benziltetraidroisoquinoliacutenicos Em oposiccedilatildeo famiacutelias que produzem uma variedade

de alcaloacuteides deste tipo como Annonaceae e Monimiaceae satildeo relativamente

pobres em oacuteleos essenciais Tal dado eacute confirmado atraveacutes dos rendimentos das

espeacutecies de Ocotea e Endlicheria em que os rendimentos da fraccedilatildeo alcaloiacutedica e

oacuteleos essenciais satildeo inversamente proporcionais Dessa forma verifica-se a

importacircncia da espectrometria de massa em que eacute possiacutevel analisar mesmo em

concentraccedilotildees muito baixas a presenccedila de alcaloacuteides

A identificaccedilatildeo dos oacuteleos essenciais deste trabalho corrobora com as anaacutelises

reportadas na literatura em que a composiccedilatildeo da maioria dos oacuteleos essenciais de

Lauraceae haacute a predominacircncia de sesquiterpenos principalmente de

hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al 1987 Alcacircntara 2009 Takaku et

al2007)

114

55 Atividades quiacutemicabioloacutegicas

551 Atividade antioxidante

5511 Qualitativa

A avaliaccedilatildeo preliminar qualitativa dos extratos por CCD em gel de siacutelica

revelada com soluccedilatildeo metanoacutelica do radical DPPH sugeriu a existecircncia de

substacircncias com atividade antioxidante (Tabela 17) evidenciadas nas

cromatoplacas pela presenccedila de manchas amarelas sobre fundo puacuterpura

resultantes da reduccedilatildeo do radical DPPH (figuras 32 e 33)

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora + + NR NR

E sericea + + + +

O ceanothifolia + + + +

O leucoxylon + + + NR

O minor + + + +

R crenaticupula + + NR NR

R recurva + + + +

NR = natildeo realizado

Todas as amostras revelaram atividade positiva no teste qualitativo

115

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

116

5512 Quantitativa

A quantidade de extrato das plantas testadas necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 (CE50) variou de 161plusmn100 a 731plusmn032

conforme a tabela 18 O extrato das folhas de E citriodora apresentou o maior valor

enquanto os galhos de O minor apresentou resultado comparaacutevel com o padratildeo

quercetina (731plusmn032)

Todas as espeacutecies apresentaram resultado positivo ao teste O gecircnero Ocotea

foi o mais ativo utilizando a menor CE50 para a varredura do radial livre testado

(tabela 18)

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 16101 plusmn 100 4278 plusmn 053 NR NR

E sericea 977 plusmn 042 5092 plusmn 096 1444 plusmn 032 1329 plusmn 0091

O ceanothifolia 1812 plusmn 018 1564 plusmn 072 1443 plusmn 103 1017 plusmn 019

O leucoxylon 5251 plusmn 142 5088 plusmn 064 8261 plusmn 243 NR

O minor 821 plusmn 066 908 plusmn 051 731 plusmn 032 757 plusmn 0026

R crenaticupula 7816 plusmn 085 6701 plusmn 270 NR NR

R recurva 11046 plusmn 221 19826 plusmn 107 12538 plusmn 672 5511 plusmn 0652

Padratildeo Quercetina

413 plusmn 0042 μgmL

NR natildeo realizado

Observou-se uma correlaccedilatildeo positiva entre o teste para a atividade

sequestrante do radical livre e a presenccedila de fenoacuteis nos extratos atraveacutes da

prospecccedilatildeo fitoquiacutemica o que pode sugerir que a capacidade antioxidante dos

extratos pode estar associada aos compostos fenoacutelicos

Verificou-se que os extratos com CE50 inferiores a concentraccedilatildeo de

5511plusmn0652 apresentaram a presenccedila de compostos fenoacutelicos em todos os extratos

117

Os trabalhos realizados por Souza et al (2007) Tiveron (2010) e Oliveira (2010) em

testes quantitativos de fenoacuteis totais confirmam a correlaccedilatildeo entre a accedilatildeo

sequumlestradora de radicais livres e a presenccedila de altos teores de compostos

fenoacutelicos evidenciadas pelo meacutetodo de Folin-Ciocalteau expressos como

Equivalentes de Aacutecido Gaacutelico (EAG)

A atividade antioxidante de compostos fenoacutelicos deve-se principalmente agraves

suas propriedades redutoras e estrutura quiacutemica Estas caracteriacutesticas

desempenham um papel importante na neutralizaccedilatildeo ou sequumlestro de radicais livres

agindo tanto na etapa de iniciaccedilatildeo como na propagaccedilatildeo do processo oxidativo Os

intermediaacuterios formados pela accedilatildeo de antioxidantes fenoacutelicos satildeo relativamente

estaacuteveis devido a ressonacircncia do anel aromaacutetico presente na estrutura dessas

substacircncias (Souza et al 2007 Bruice 2006)

Os extratos que evidenciaram a presenccedila de flavonoacuteides apresentaram

elevada capacidade de sequumlestrar radicais livres como pode ser verificado em

Ocotea ceanothifoila Ocotea minor e Endlicheria sericea (folhas)

Flavonoacuteides possuem diferentes atividades antioxidantes decorrentes da

habilidade para sequumlestrarem espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio os quais

estatildeo diretamente relacionados a alguns criteacuterios estruturais tais como o nuacutemero de

aneacuteis fenoacutelicos e a presenccedila da ligaccedilatildeo dupla C2-C3 conjugada com a funccedilatildeo 4-oxo

no anel C

Neste trabalho a atividade antioxidante de alguns extratos natildeo esteve

relacionada com a presenccedila de flavonoacuteides jaacute que espeacutecies com capacidade de

sequumlestro de radicais livres natildeo evidenciaram a presenccedila dessa classe o que

sugere que haacute atividade antioxidante sendo originada de outras substacircncias

fenoacutelicas que natildeo satildeo flavonoacuteides

118

A avaliaccedilatildeo do sequumlestro do DPPH eacute um teste largamente utilizado tanto pela

simplicidade e rapidez quanto pela reprodutibilidade No trabalho realizado por

Vargas (2008) analisando comparativamente diferentes teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de

atividades antioxidantes utilizando ensaios quiacutemicos como da varredura DPPH 22rsquo-

azinobis (3-etilfenil-tiazolina-6-sulfonato) (ABTS+) acircnion radical superoacutexido (AVS)

oxigecircnio singlete e caracterizaccedilatildeo de polifenoacuteis o teste com DPPH foi o uacutenico que

se correlacionou com todos os demais testes

Contudo verifica-se que a interaccedilatildeo de uma espeacutecie antioxidante com a

moleacutecula de DPPH depende dentre outras fontes da especificidade pela

conformaccedilatildeo estrutural do radical livre A acessibilidade esteacuterica eacute um fator

determinante da reaccedilatildeo sendo as moleacuteculas pequenas as que tecircm melhor acesso

ao siacutetio do radical e podem apresentar uma maior atividade comparada agraves moleacuteculas

maiores (Alves et al 2010) Por isso determinados extratos que natildeo apresentaram

bom potencial antioxidante poderatildeo em outros tipos de testes dessa mesma

atividade utilizando outras metodologias mostrar bom perfil antioxidante (Boscolo et

al2007)

Este ensaio bioloacutegico serve como ponto de partida para estudos posteriores

como o isolamento a purificaccedilatildeo e a elucidaccedilatildeo estrutural das substacircncias que

funcionam como antioxidantes aleacutem de ajudar a inferir sobre um possiacutevel

mecanismo de accedilatildeo dessas substacircncias finalizando por testar a viabilidade

terapecircutica em antioxidantes para seu uso futuro

119

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria da enzima acetilcolinesterase foi verificada principalmente

nos galhos das espeacutecies de Ocotea Os resultados podem ser visualizados na tabela

21 Os galhos finos e grossos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado

positivo no teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase assim como os

galhos de E citriodora Nem uma parte (galhos folhas e cascas) das

Rhodostemonodaphnes apresentaram resultado positivo assim como em E sericea

(galhos e folhas) A espeacutecie de O minor apresentou resultado positivo nas folhas e

galhos (grossos e finos) enquanto as outras Ocoteas natildeo apresentaram resultado

positivo nas folhas Em nenhuma das cascas testadas verificou-se resultado positivo

no teste realizado

Tabela 21 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora - + NR NR

E sericea - - - -

O ceanothifolia - + + -

O leucoxylon - + + NR

O minor + + + -

R crenaticupula - - NR NR

R recurva - - - -

Padratildeo eserine NR = natildeo realizado (+) = positivo (-) = negativo

O gecircnero Ocotea eacute conhecido por apresentar um nuacutemero de espeacutecies

significativo contendo alcaloacuteides conforme foi confirmado com a prospecccedilatildeo

fitoquiacutemica realizada com os reagentes especiacuteficos Atraveacutes desses dados pode-se

sugerir uma correlaccedilatildeo entre a atividade testada e a presenccedila de alcaloacuteides Tal

dado eacute condizente com os trabalhos de varredura de Berkov et al (2008) e Barbosa

120

Filho et al (2006) que associam a accedilatildeo de inibir a enzima acetilcolinesterase das

espeacutecies estudadas de diferentes famiacutelias com a presenccedila de alcaloacuteides tornando

assim o gecircnero Ocotea como fonte promissora para a utilizaccedilatildeo de meacutetodos para

quantificar esta atividade

Verifica-se a partir dos testes qualitativos que os resultados dos ensaios

antioxidantes empregados natildeo apresentaram relaccedilatildeo direta com os resultados

anticolinesteraacutesicos conforme o trabalho de Giordani et al (2008) com exceccedilatildeo da

espeacutecie O minor que apresentou atividade relevante em ambos os ensaios

Entretanto eacute necessaacuterio utilizaccedilatildeo de diferentes meacutetodos de avaliaccedilatildeo para uma

definiccedilatildeo desta atividade para este grupo quiacutemico

121

552 Atividade citotoacutexica

5521 Letalidade em Artemia salina

Os extratos em geral natildeo demostraram alta atividade citotoacutexica Para os

extratos testados poucos apresentaram atividade citotoacutexica comparada com o

padratildeo Lapachol que apresentou citotoxicidade de 9830 μgmL

Os galhos finos e grossos natildeo apresentaram alta atividade citotoacutexica em

nenhum gecircnero enquanto as folhas essa atividade foi verificada em

aproximadamente metade dos extratos Na tabela 19 pode-se verificar o resultado

para a atividade citotoacutexica de todos os extratos

A ausecircncia de citoxicidade dos extratos no teste de letalidade contra Artemia

salina eacute um indicador de que a planta pode ser bem tolerada frente ao sistema

bioloacutegico Entretanto estudos mais detalhados para a avaliaccedilatildeo da toxicidade dos

extratos bioativos empregando-se outros modelos (in vitro e in vivo) se fazem

necessaacuterios

O extrato de Enclicheria citriodora demonstrou atividade alta em uma

concentraccedilatildeo comparaacutevel com a encontrada para o padratildeo Atraveacutes da prospecccedilatildeo

realizada a atividade citotoacutexica deste extrato natildeo pocircde ser relacionada com

nenhuma das classes que foram analisadas pois no teste os trecircs grupos foram

negativos nos extratos com elevada toxicidade

Observou-se no desenvolvimento deste trabalho que o extrato etanoacutelico de Endlicheria

citriodora apresentou certa particularidade O mesmo exibiu certa viscosidade mesmo com a

completa evaporaccedilatildeo do solvente e aroma forte e agradaacutevel que pode ser caracterizado

pela presenccedila de oacuteleo essencial eou fixo Nos trabalhos realizados por Silva et al (2007 e

2008) verificou-se que os oacuteleos volaacuteteis extraiacutedos de Casearia sylvestris e Zanthoxylum

122

rhoifolium Lam foram citotoacutexicos contra ceacutelulas tumorais o que pode sugerir que a

toxicidade deste extrato pode estar relacionado a possiacutevel presenccedila deste metaboacutelito

secundaacuterio

Tabela 19 Resultado da avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos

finos Cascas

E citriodora 8301 100002 NR NR

E sericea 90260 100011 229766 82381

O ceanothifolia 134640 261600 262121 134287

O leucoxylon 388560 165150 254856 NR

O minor 83040 146791 2302186 243004

R crenaticupula 167512 471571 NR NR

R recurva 129990 38674 2112857 243857

Padratildeo Lapachol 9830

NR natildeo realizado

5522 Citotoacutexico em ceacutelulas de linhagem tumoral

A atividade citotoacutexica de todas as amostras estaacute apresentada na Tabela 20

com seus respectivos percentuais de inibiccedilatildeo de crescimento das linhagens tumorais

utilizadas HCT-8 (coacutelon - humano) MDAMB-435 (mama - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) por extratos de Lauraacuteceas

Para avaliar o potencial citotoacutexico dos extratos testados uma escala de

intensidade foi utilizada Amostras sem atividade (SA inibiccedilatildeo de crescimento

celular igual a 0) com pouca atividade (PA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 1 a 50 ) com moderada atividade (MO inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 51 a 75 ) e com muita atividade (MA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 75 a 100 )

Todos os extratos apresentaram atividade inibitoacuteria de crescimento para as

linhagens de ceacutelulas tumorais variando para ceacutelula HCT-8 de 126 (galhos de

Rodostemonodaphne recurva) a 7430 (galhos de Ocotea minor) MDA-MB435 de

123

369 (folhas de O minor) a 5041 (casca de O ceanothifolia) e SF-295 de 082

(galhos de Endlicheira citriodora ) a 7636 (O minor) Tal dado pode ser

relacionado agrave presenccedila de alcaloacuteides jaacute que na prospecccedilatildeo fitoquiacutemica a maior

parte dos extratos apresentaram resultado positivo para alcaloacuteides utilizando

reveladores especiacuteficos Tal afirmaccedilatildeo eacute condizente com os trabalhos que

correlacionam agrave capacidade de alguns extratos de inibiccedilatildeo de linhagem de ceacutelulas

tumorais com a presenccedila de alcaloacuteides (Pereira et al 2008 Silva et al 2007)

Dentre as amostras testadas apenas trecircs extratos apresentaram atividade

moderada Ocotea cenothifolia (cascas) 5041 para MDA-MB435 e Ocotea minor

(galhos) 7430 para HCT-8 e 7536 para SF-295 Os demais apresentaram

pouca atividade entre 126 e 4639

Tabela 20 ndash Percentual de inibiccedilatildeo do crescimento celular dos extratos em etanol de Lauraceae em

trecircs linhagens tumorais testadas na dose uacutenica de 50 gmL

Oacutergatildeo vegetal HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano)

MDAMB-435 (mama ndash humano)

SF-295 (glioblastona ndash

humano)

E citriodora Folhas 2896 723 1531

Galhos grossos 1632 4117 082

E sericeae

Folhas 3756 389 4719

Galhos grossos 3015 1791 2430

Galhos finos 2180 4639 773

O ceanothifolia Folhas 3556 1228 2798

Cascas 3273 5041 058

O leucoxylon

Folhas 3831 1247 3690

Galhos grossos 2904 955 1188

Galhos finos 1775 3872 2459

O minor

Folhas 2964 369 436

Galhos grossos 7430 1251 7536

Galhos finos 2220 514 1666

Cascas 3341 419 414

R recurva

Folhas 1834 520 541

Galhos grossos 126 1106 801

Galhos finos 3183 771 2798

Cascas 3041 1296 2703

R crenaticupula

Folhas 3671 465 511

Galhos grossos 1194 3344 1012

0 sem atividade 1 ndash 50 pouca atividade 51 ndash 75 moderada atividade 76 ndash 100 muita atividade

Legenda SF-295 = glioblastoma humano HCT-8 = coacutelon humano MDAMB-435 = mama humano

124

Verificou-se que o extrato com a maior atividade citotoacutexica para ceacutelulas SF-295

(glioblastona ndash humano) e HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano) apresentou uma elevada

capacidade de sequumlestrar o radical livre DPPH assim como o extrato com menor

atividade antioxidante foi um dos extratos que na avaliaccedilatildeo para capacidade de inibir

o crescimento de linhagem de ceacutelulas tumorais apresentou baixas percentagens de

inibiccedilatildeo Tal resultado corrobora com os trabalhos que indicam os radicais livres

como fatores contribuintes com a patologia testada

125

6 CONCLUSOtildeES

Este estudo contribuiu para o conhecimento do perfil quiacutemico das espeacutecies E

citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R

crenaticupula atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento

das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo

para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras

Das espeacutecies estudadas as espeacutecies do gecircnero Ocotea apresentaram o melhor

perfil em relaccedilatildeo a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos uma vez que em

todas os oacutergatildeos vegetais dessas planta foi verificado tais substacircncias

Analisou-se o perfil alcaloiacutedico em espeacutecies com baixa concentraccedilatildeo de alcaloacuteides

por meio de espectrometria de massa Dessa forma torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de diversas ferramentas para concluir se uma espeacutecie conteacutem ou natildeo uma

determinada classe de substacircncia

Confirmou-se a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas

concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne

Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na

maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos

e aporfiacutenicos

Os rendimentos dos oacuteleos essenciais variaram de 002 a 429 em que as

espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os menores rendimentos

em todas as partes (folhas galhos e cascas) apresentando como constituinte

majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido

Os oacuteleos essenciais das espeacutecies de Endlicheria apresentaram os maiores

rendimentos A identificaccedilatildeo dos constituintes por cromatografia gasosa e RMN1H

identificou a presenccedila de geranato de metila nos oacuteleos de galhos e folhas de

Endlicheria citriodora com percentagem superior a 93 em ambas as partes

126

Nas atividades bioloacutegicas a espeacutecie Ocotea minor apresentou resultado positivo na

inibiccedilatildeo qualitativa para enzima acetilcolinesterase e alta capacidade sequestrante

do radical livre DPPH com CE50 de 731 plusmn 032 μgmL comparado com o padratildeo

quercetina de CE50 413 plusmn 0042 μgmL

Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram capacidade de inibir

qualitativamente a accedilatildeo da enzima acetilcolinesterase confirmando assim dados da

literatura de que espeacutecies ricas em alcaloacuteides satildeo fontes potenciais na busca de

inibidores desta enzima

As espeacutecies dos trecircs gecircneros natildeo apresentaram alta citotoxidade em nenhuma das

linhagens de ceacutelulas tumorais testadas

Este estudo abre perspectivas para que novas investigaccedilotildees envolvendo a famiacutelia

Lauraceae sejam realizados notadamente em relaccedilatildeo a definitiva elucidaccedilatildeo

estrutural dos principais constituintes dos extratos e oacuteleos essenciais proveniente de

diferentes partes da planta e no estabelecimento das suas propriedades bioloacutegicas

Considerando que substacircncias naturais podem ser responsaacuteveis pelo efeito de

proteccedilatildeo contra os riscos de muitos processos patoloacutegicos os resultados descritos

neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a accedilatildeo

antioxidante de substacircncias isoladas de espeacutecies O ceanothifolia e Ocotea minor e

atividades bioloacutegicas para o oacuteleo de E citriodora

127

7 REFEREcircNCIAS

Adams R P Identification of essential oil components by gaacutes chromatography

quadrupole mass spectroscopy Allured Card Stream IL 2007

Aguiar L M G et al Cecilin a 1-benzyl--carboline from Aniba santaladora

Phytochemistry n 19 p 1859-1860 1980

Alcacircntara J M Bioprospecccedilatildeo de espeacutecies amazocircnicas da famiacutelia Lauraceae com

potencial aromaacutetico e medicinal Manaus AM UFAM Pp139 2009

Alcantara J M Yamaguchi K K de L Silva J R de A Veiga Junior V F

Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais das folhas e caules de

Rhodostemonodaphne parvifolia Madrintildeaacuten (Lauraceae) Acta Amazocircnica Vol40 No3

pp 567-571 2010

Almeida M R Lima J A Santos N P Pinto A C Pereirina o primeiro alcaloide

isolado no Brasil Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 19 No 4 Pp 942-952

2009

Almeida V L Leitatildeo L C B Montanari C A Donnici C L Lopes M T P

Cacircncer e agentes neoplaacutesicos ciclo-celular especiacuteficos e ciclo-celular natildeo

especiacuteficos que interagem com o DNA uma introduccedilatildeo Quiacutemica Nova Vol 28 No

01 Pp 118-129 2005

Alves C Q David J M David J P Bahia M V Aguiar R M Meacutetodos para

determinaccedilatildeo de atividade antioxidante in vitro em substratos orgacircnicos Quiacutemica

Nova Vol 33 No10 Pp 2202-2210 2010

Anderson D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic

and other damage Mutation Research Vol 350 No01 p103-108 1996

Andrade L A F Alguns aspectos neurobioloacutegicos do envelhecimento cerebral

Revista Ciecircncia e Cultura Vol 40 Pp 665-672 1988

Antunes RMP Lima EO Pereira M SV Camara CA Arruda TA Catatildeo

RMR Barbosa TP Nunes XP Dias CS Silva TMS Atividade

antimicrobiana in vitro e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo inibitoacuteria miacutenina (CIM) de

128

fitoconstituintes e produtos sinteacuteticos sobre bacteacuterias e fungos leveduriformes

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol16 No 04 Pp517-524 2006

Arauacutejo Jr C P Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais de

frutas ciacutetricas Dissertaccedilatildeo de mestrado da Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2009

Arauacutejo A J Lordello A L L Maia B H L N S Anaacutelise comparativa dos oacuteleos

essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula Revista visatildeo acadecircmica Vol 02

No 02 Pp 81-84 2001

Baitello J B Novas espeacutecies de Lauraceae para a Flora Brasileira Acta Botacircnica

Vol 15 No 03 Pp 149-223 2001

Ballabeni V Tognolini M Giorgio C Bertoni S Bruni R Barocelli E Ocotea

quixos Lam essential oil In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties

Fitoterapia Vol 81 No 4 Pp 289-295 2010

Baratta MT Dorman HJD Deans SG Biondi DM RubertoG Chemical

composition antimicrobial and antioxidative activity of laurel sage rosemary

oregano and coriander essential oils Journal of Essencial Oil Research Vol 10 No

06 Pp 618-627 1998

Barbosa Filho J M Ocotea duckei excepcional source of yanganabin and other

furofuran lignans Anais da Academia Brasileira de Ciecircncias v 71 n 2 p 231-238

1999

Barbosa Filho J M Medeiros K C P Diniz M F Batista L M Athayde-Filho

PF Silva M S da-Cunha E VL Almeida J RG S Quintans-Juacutenior L J

Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol16 No 02 Pp 258-285 2006

Barbosa-Filho J M Lignanas neolignanas e seus anaacutelogos In CMO Simotildees et

al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da

UFSC Porto Alegre capiacutetulo 22 Florianoacutepolis 2004

129

Barbosa-FilhoJ M Cunha R M Dias C S Athayde-Filho P F Silva M S

Cunha E V L Machado M I L Craveiro A A Medeiros I A GC-MS Analysis

and cardiovascular activity of the essential oil of Ocotea duckei Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 18 No 01 Pp37-41 2008

Barnes J D Thomas M J K Mendham J Denney R C Vogel Anaacutelise Quiacutemica

Quantitativa Editora LTC 6ordf ediccedilatildeo 2002

Barreiros A L B S David J M Estresse oxidativo relaccedilatildeo entre geraccedilatildeo de

espeacutecies reativas e defesa do organismo Quiacutemica Nova Vol29 No1 Pp 113-123

2006

Barroso G M Guimaratildees E F Ichaso C L F Costa C G Peixoto A L

Sistemaacutetica de Angiosperma do Brasil Vol 01 2deg Ediccedilatildeo EDUSP Pp 255 Satildeo

Paulo 2002

Behling E B Sendatildeo M C Francescato H D C Antunes L M G Bianchi

Flavonoacuteide quercetina aspectos gerais e accedilotildees bioloacutegicas Alimentos Nutriccedilatildeo

Araraquara Vol 15 No 03 Pp 285-292 2004

Berkov S Batisda J Nikova M Viladomat F Codina C Rapid TLCCG-MS

Identification of Acetylcholinesterase inhibitors in alkaloid extraxts Phytochemical

analysis Vol 19 Pp 411-419 2008

Berridge M V Tan A S McCoy K D Wang R The Biochemical and Cellular

Basis of Cell Proliferation Assays that Use Tetrazolium Salts Biochemica Vol 04

Pp 14-19 1996

Bianchi M L P Antunes L M G Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta Revista de Nutriccedilatildeo Vol 12 No 02 Pp 123-130 1999

Borek C Antioxidants and cacircncer Science amp Medicine Vol 04 No 06 Pp 52-62

1997

Boscolo O H Mendonccedila-Filho RFW Menezes FS Senna-Valle L Potencial

antioxidante de algumas plantas de restinga citadas como medicinais Revista

Brasileira de Plantas Medicinais Vol09 No 01 Pp8-12 2007

130

Botelho P S Moraes M M Neves I A Neves R C S Ribeiro N C Born F

S Camara C A G Composiccedilatildeo quiacutemica e accedilatildeo repelente do oacuteleo essencial

Ocotea gardneri (meisn) mez sobre o aacutecaro rajado tetranychus urticae koch IX

Jornada de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (JEPEX) VI semana Nacional de Ciecircncias

e Tecnologia UFRPE 2009

Brandatildeo H N David J P Couto R D Nascimento J A P David J M

Quiacutemica e farmacologia de quimioteraacutepicos antineoplaacutesicos derivados de plantas

Quiacutemica Nova Vol 33 No 06 Pp 1359-1369

Braz Filho R Contribuiccedilatildeo da fitoquiacutemica para o desenvolvimento de um paiacutes

emergente Quiacutemica Nova Vol 33 No 01 Pp 229-239 2010

Bresolin T M B Cechinel ndash Filho V Ciecircncias Farmacecircuticas Contribuiccedilatildeo ao

desenvolvimento de novos faacutermacos e Medicamentos Editora Univali 1ordm ediccedilatildeoPp

29 2003

Bruice P Y Quiacutemica Orgacircnica Vol 01 4ordf ediccedilatildeo Pearson Prentice Hall 2006

Bruni R Medici A Lista A Fantini C Muzzoli M Dehesa M Romagnoli C

Sacchetti G Chemical Composition and Biological Activities of Ishpingo Essential

Oil aTraditional Ecuadorian Spice from Ocotea quixos (Lam) Kosterm (Lauraceae)

flower calices Food chemistry Vol 85 No 03 Pp 413-421 2003

Calow P Marine and estuarine invertebrate toxicity tests In Hoffman D et al

Handbook in cytotoxicology Oxford Blackwell Scientific Publication Vol 01 Pp 1-5

1993

Carballo JL Hernaacutendez-Inda ZL Peacuterez P Garciacutea-Graacutevalos MD A comparison

between two brine shrimp assays to detect in vitro cytotoxicity in marine natural

products BMC Biotechnology Vol 2 Pp1-5 2002

Castro-Faria-Neto HC Bozza PT Cruz HN Silva CLM Violante FA

Barbosa-Filho JM Thomas G Martins MA Tibiriccedilaacute EV Noel F Cordeiro

RSB Yangambin a new naturally occuring platelet activating factor receptor

antagonist binding and in vitro functional studies Planta Medica Vol61 Pp 101-

105 1995

131

Cavalcanti M F Oliveira M C F Velandia J R Echevarria A Siacutentese de 135-

triazinas substituiacutedas e avaliaccedilatildeo da toxicidade frente a Artemia Salina leach

Quiacutemica Nova Vol23 No 01 Pp 20 2000

Cechinel FilhoV Bresolin T M B Ciecircncias farmacecircuticas desenvolvimento de

novos faacutermacos e medicamentos Editora Univali Pp 239 2003

Chanderbali A S Lauraceae Endlicheria Flora Neotropical Monografia 91 New

York New York Botanical Garden 2004

Chang J Medicinal Herbs Drugs or dietary supplements Biochechemical

Pharmacology Vol 59 No 3 Pp211-219 2000

Chaverri C Ciccioacute J F Essential oil of trees of the genus Ocotea Lauraceae) in

Costa Rica Revista biologia Tropical Vol 53 No 3 Pp 431-436 2005

Chaverri C Ciccioacute JF Volatile constituents of the oils from Povedadaphne

quadriporata (Lauraceae) from ldquoAlberto M Brenesrdquo biological preserve Costa Rica

Quiacutemica Nova Vol 31 No 03 Pp 605-609 2008

Chavez J P Gottlieb O R Yoshida M 10-Desmethyl-1-methyleudesmanes

from Ocotea corymbosa Phytochemistry Vol 39 No 04 Pp 849-852 1995

Cheng S Liu J Tsai K Chen W Chang S Chemical composition and

mosquito larvicidal activity of essential oils from leaves of different Cinnamomum

osmophloeum provenances Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 52 No

22 Pp 4395-4400 2004

Cordell G A Quirn-Beattie M L Farnsworth N R The potential of alkaloids in

drug discovery Phytotherapy Research Vol 15 Pp 183-205 2001

Cragg G M Newman DJ Biodiversidade Um componente essencial na

descoberta de faacutermacos In Yunes R A Cechinel Filho V Quiacutemica de produtos

Naturais novos faacutermacos e a moderna farmacognosia 2ordf ediccedilatildeo Editora Univali

Pp58-62 2009

Cunha A P Salgueiro L Roque O R Farmacognosia e fitoquiacutemica Capiacutetulo 22

1ordm ediccedilatildeo Fundaccedilatildeo Calouste Gulenkian 2005

132

Degani A L G Cass Q B Vieira P C Cromatografia um breve ensaio Quiacutemica

Nova na Escola No 07 Pp 21-25 1998

Dewick P M Medicinal natural product a biosynthetic approach 2ordm ediccedilatildeo John

Wiley amp Sons 2002

Di Carlo G Mascolo N Izzo A A Capasso F Flavonoids old and new aspects

of a class of natural therapeutic drugs Life Science Tucson Vol 65 No 4 Pp 337-

353 1999

Dias B F S A implementaccedilatildeo da convenccedilatildeo sobre diversidade bioloacutegica no Brasil

desafios e oportunidades Campinas Andreacute Tosello Pp 1 1996

Droumlge W Free radicals in the physiological control of cell function Physiological

Reviews 2002

Duarte J A Appell H J Carvalho F Bastos M L Soares J M Endothelium-

derived oxidative stress may contribute to exercise-induced muscle damage Vol14

No08 Pp440-443 1993

Duarte M C T Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromaacuteticas

Utilizadas no Brasil Multiciecircncia Construindo uma histoacuteria sobre os Produtos

Naturais Universidade Estadual de Campinas No 07 2006

Ellman GL et al A new and rapid colorimetric determination of

Acetylcholinesterase activity Biochemical Pharmacoogy Vol 07 Pp 88-95 1961

Elsayed N M Antioxidant mobilization in response to oxidative stress a dynamic

environmentalndashnutritional interaction Nutrition Vol 17 No 10 2001

Fernandes ES Passos GF Medeiros R Cunha FM Ferreira J Campos

MM Pianowski LF Calixto JB Anti-inflammatory effects of compounds alpha-

humulene and (minus)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia

verbenaacutecea Journal of Ethnopharmacology Vol110 Pp323ndash333 2007

Ferraz A Screening for antiproliferative activity of six southem Brazilian species of

Hyperisum Phytochemistry Vol 12 Pp 112-115 2005

133

Finney D L Em Probit Analysis 3o ediccedilatildeo Editora Cambridge University Press

Cambridge Pp 76-80 1971

Fleschin S Fleschin M Nita S Pavel E Magearu V Free radicals ediated

protein oxidation in biochemistry Roum Biotechnology Letters No 06 Vol 05 Pp

479-495 2000

Fournet A Ferreira M E A R A Guy I Guinaudeau H Heinzen H

Phytochemical and antiprotozoal activity of Ocotea lancifolia

Fitoterapia Vol 78 No 5 Pp 382-384 2007

Francis P T Palmer A M Snape M Wilcov G K The cholinergic hypothesis of

Alzeimeracutes disease a review of progress Journal of Neurology Neurosurgery amp

Psychiatry Vol 66 No 02 Pp 137-147 1999

Giordani R B Pagliosa L B Henriques A T Zuanazzi JA Investigaccedilatildeo do

potencial antioxidante e anticolinesteraacutesico de Hippeastrum (Amaryllidaceae)

Quiacutemica Nova Vol 31 No 8 Pp 2042-2046 2008

Gottlieb O R amp Yoshida M Neolignanas antitumorais Ciecircncia e Cultura Vol 32

Pp 93-100 1978

Gottlieb O R Fineberg M Guimaratildees M L Magalhatildees M T Maravalhas M

Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromaacuteticas e Oacuteleos Essenciais

Vol 11 No 1 1965

Gottlieb O R Kaplan M A C Borin M R Biodiversidade um enfoque quiacutemico-

bioloacutegico Rio de Janeiro Editora UFRJ 1996

Gottlieb O R Salatino A Funccedilatildeo e evoluccedilatildeo e evoluccedilatildeo de oacuteleos essenciais e de

suas estruturas secretoras Ciecircncia e Cultura Vol 39 Pp 707-715 1987

Gottlieb O R Yoshida M Lignoacuteides com atenccedilatildeo especiala quiacutemica das

neolignanas Quiacutemica Nova Vol 07 No 4 Pp 250-254 1984

Gottlieb OR Koketzu M Magalhatildees MT Maia JGS Mendes PH Rocha A

I Silva ML Wilberg VC Amazonian Essential Oils VII Acta Amazonica Vol11

No1 Pp 143-148 1981

134

Gocircuvea C M C P Oxidaccedilotildees bioloacutegicas e atividade vegetal In Fitoteraacutepicos anti-

inflamatoacuterios aspectos quiacutemicos e aplicaccedilotildees terapecircuticas Carvalho J C T coord

Ribeiratildeo Preto Editora Tecmed Pp 101-124 2004

Guaratini T Medeiros M H G Colepicolo P antioxidantes na manutenccedilatildeo do

equiliacutebrio redox cutacircneo uso e avaliaccedilatildeo de sua eficaacutecia Quiacutemica Nova Vol 30 No

01 Pp 206-213 2007

Guinaudeau H Aporphinoid alkaloids III Journal of Natural Products Vol 46 No 6

Pp 761-835 1983

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphine Alkaloids V Journal of Natural

Products Vol57 No08 Pp 1033-1135 1994

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphinoid alkaloids II Journal of Natural

Products Vol 42 No 4 Pp 761-835 1979

Halliwell B Antioxidants in Human Health and Disease Annual Review of Nutrition

Vol 16 Pp 33-50 1996

Halliwell B Free radicals and antioxidants a personal view Nutrition Reviews

Vol52 No8 Pp253-265 1994

Halliwell B The antioxidant paradox The Lancet Vol355 No 01 Pp 1179 - 1180

2000

Henriques A T Limberger R P Kerber V A Moreno PRH Alcaloacuteides

Generalidades e aspectos baacutesicos In In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC

Porto Alegre capiacutetulo 29 Florianoacutepolis 2004

Heo H J Hang S C Cho H Y Hong B Kim H K Kim E Ki Shim D H

Amelioiating effect of gardenia jasminoides extract on Amyloid beta peptide ndash

induced Neuronal cell deficit Molecules and cells Vol 24 No 1 Pp 113-118 2002

Hostettman K Queiroz E F Vieira PC Princiacutepios ativos de plantas superiores

Editora UFSCar Satildeo Carlos 2003

135

httpwwwprossigabrottogottlieb Enigmas das Lauraceaes Programa de

Informaccedilatildeo para Gestatildeo de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de

Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia Pesquisado em 20 de julho de 2010

httpwwwwhointresearches acessado em 15 de fevereiro de 2011

Ingkaninan K Hazekamp A Hak AC Balconi S Verpoort R High

performance liquid chromatography with online coupled UV-mass spectrophometric-

biochemical detection for identification of acetyl cholinesterase inhibitors from natural

products Journal of Liquid Chromatography amp Related Technologies Vol 872 Pp

61-73 2000

Jia Q Qiu Z Nissanka A Farow T M US Patent Application Kind Code serial

nordm 741215series code 09 2000

Juergens UR Stober M Vetter H Inhibition of cytokine production and

arachidonic acid metabolism by eucalyptol (18-cineole) in human blood monocytes

in vitro European Journal of Medical Research Vol 03 Pp407-412 1998

Keynes RG Garthwaite J Nitric Oxide and its Role in Ischaemic Brain Injury

Current Molecular Medicine Vol 04 No02 Pp 179-191 2004

Kurtz B C Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura do estrato arboacutereo de um trecho de

Mata Atlacircntica situado na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Estadual de Paraiacuteso Municiacutepio de

Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia 51(78-79) Pp 69-112

2000

Lanccedilas F M Cromatografia em Fase Gasosa 1ordm ediccedilatildeo Acta Eventos Vol 01

Satildeo Carlos 1993

Lima I O Oliveira R A G Lima E O L Farias N M P Souza E L Atividade

antifuacutengica de oacuteleos essenciais sobre espeacutecies de Candida Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 16 No 02 Pp 197-201 2006

Lima M P Silva T M D Dilva J D Zoghbi M G Andrade E H Essential oil

composition of leaf and fine stem of Aniba canelilla (Kunth) Mez from Manaus Brazil

Acta Amazocircnica Vol 34 No02Pp 329 ndash 330 2004

136

Loacutepez S Bastida J Viladomat F Codina C Acetylcholinesterase inhibitory

activity oh some Amaryllidaceae alkaloids and Narcissus extratcts Life Sciences

Vol 71 No 21 Pp 2521-2529 2002

Lorenzi H Aacutervores Brasileiras ndash Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas

Arboacutereas Nativas do Brasil Vol2 2ordfediccedilatildeo Editora Plantarum Nova Odessa ndash SP

Pp 368 2002

Ma W W Anderson J E McLaughlin JL Bioactive Benzyl Benzoates from the

Roots of Endlicheria Dysodantha Pharmaceutical Biology Vol 29 No 3 Pp 237 ndash

239 1991

Maciel M A M Pinto A C Veiga Jr V F Plantas medicinais a necessidade de

estudos multidisciplinares Quiacutemica Nova Vol 25 No 3 Pp 429-438 2002

Madrintildeaacuten S Rhodosteonodaphne (Lauraceae) Flora neotropical Monografia 92

New York New York Botanical Garden 2004

Marques C A Importacircncia Econocircmica da Famiacutelia Lauraceae Floresta e Ambiente

Universidade Federal de Viccedilosa Vol 8 No1 JanDez Pp195-206 2001

Mclaughlin JL Saizarbitori TC Anderson JE Tres bioensayos simples para

quimicos de productos naturales Revista Sociedade Venezuelana de Quimica Vol

08 Pp13-18 1995

Meirelles U M F et al Algumas accedilotildees bioloacutegicas do 1-(p-metoxibenzil)-67-

metilenodioxiisoquinolina Acta Amazonica v 7 n 1 p 39-40 1979

Mensor L L Screening of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of

DPPH free radical method Phytotherapy Research Vol 16 Pp 127 2001

Menut C Bessieacutere J M Hassani M S Buchbauer G Schopper B Chemical

and biological studies of Ocotea comoriensis bark essential oil Flavour and

Fragrance journal Vol 17 Pp 459-461 2002

Meyer B N Ferrigni N R Putnam J E Jacobsen L B Nichols B McLaughlin

J L Journal of Medicinal Plant Research vol 45 Pp 31-34 1982

137

Miyazawa M Tougo H Ishihara M Inhibition of acetylcholinesterase activity by

essential oil from Citrus paradise Natural Product Letters Vol 15 No 03 Pp205-

210 2001

Moellering Jr RC Novos desafios no campo das doenccedilas infecciosas In

Patoacutegenos emergentes nas doenccedilas infecciosas Relatoacuterio Especial Hospital

Praacutectice Euromeacutedice Editora Meacutedicas Pp5-7 2000

Morais L C S L Barbosa-Filho J M Almeida R N Central depressant effects

of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice Journal of

Ethnopharmacology Vol 62 No 1 Pp 57-61 1998

Mossman T Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival application to

proliferation and cytotoxicity assays Journal of Immunological Methods Vol 65

No02 Pp 55-63 1983

Nodori RO Guerra MP Biodiversidade aspectos bioloacutegicos geograacuteficos legais

e eacuteticos In CMO Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento

Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16

Florianoacutepolis 2004

Nordberg J Arneacuter SJ Reactive oxygen species antioxidants and the mammalian

thioredoxin system Free Radical Biology and Medicine Vol 31 Pp1287-1312

2001

Nunes X P Mesquita R F Silva D A Lira D P Costa V C O Silva MV B

Xavier A L Diniz MF F M Agra M F Constituintes quiacutemicos avaliaccedilatildeo das

atividades citotoacutexica e antioxidante de Mimosa paraibana Barneby (Mimosaceae)

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18 (Supl) Pp 718-723 2008

Oliveira P A Estudo fitoquiacutemico e atividades bioloacutegicas de extratos de Goupia

glabra Aublet (cupiuacuteba) Dissertaccedilatildeo do Mestrado em Quiacutemica Universidade Federal

do Amazonas Pp 65-68 2010

Palazzo M C Agius B R Wright B S Haber W A Moriarity D M Setzer

W N Chemical Compositions and Cytotoxic Activities of Leaf Essential Oils of Four

138

Lauraceae Tree Species from Monteverde Costa Rica Records Natural Products

Vol 03 No01 Pp32-372009

Pereira P S Franccedila S C Oliveira P V A Breves C M S Pereira S I V

Sampaio S V Nomizo A Dias A D Chemical constituents from

Tabernaemontana catharinensis root bark a brief NMR review of iacutendole alkaloids

and in vitro cytotoxicity Quiacutemica Nova Vol 31 No 01 Pp 20-24 2008

Perry N S L Bollen C Perry E K Ballard C Salvia for dementia therapy

review of pharmacological activity and pilot tolerability clinical trial Pharmacology

biochemistry and behavior Vol 75 No 3 Pp 651-659 2003

Phillipson G W Anderson A C Journal Ethnopharmacol Vol 25 Pp 61 1998

acetylcholinesterase activity by essential oils of Mentha species Journal of

Agriculture and Food Chemistry Vol 46 Pp 3431-3434 1998

Pinto A C Silva D H S Bolzani V S Lopes N P Epifanio R A Produtos

Naturais Atualidade desafios e perspectivas Quiacutemica Nova Vol 25 Supl 01 Pp

45-61 2002

Quik M Jeyarasasingam G Nicotine receptor and Parkinsonrsquos disease European

Journal of Parkinsonrsquos disease Vol 393 Vol 1-3 Pp 223-230 1999

Quinet A Andreata R H P Lauraceae Jussieu na Reserva Ecoloacutegica de Macaeacute

de Cima municiacutepio de Nova Friburgo Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia vol53

No82 Pp59ndash121 Rio de Janeiro 2002

Rahalison L Hamburger M Monod M Frenk E Hostettmann K Antifungal

tests in phytochemical investigations comparison of bioautographic methods using

phytopatogenic and human pathogenic fungi Planta Meacutedica Vol60 Pp 41-44 1994

Rahimi-Nasrabadi M Gholivand M B Batooli H Chemical composition of the

essential oil from leaves and flowering aerial parts of Haplophyllum robstum

(Rutaceae) Journal of nanomaterials and biostructures Vol 4 No 4 Pp 819-822

2009

139

Rajendran V Shong Suo-Bao Saxena A Doctor B P Kozikowski A P

Synthesis of a hybrid analog of the acetylcholinesterase inhibitor huperzine A and

huperzine B Tetrahedron Letters Vol 42 No 01 Pp 5359-5361 2001

Rhee I K Van der Meent M Ingkaninan K Verpoorte R Screening for

acetylcholinesterase inhibitors from from Amararyllidaceae using silica gel thin-layer

chromatography in combination with bioactivity staining Journal of chromatography

A Vol 915 No1 Pp 217-223 2001

Ribeiro J E L S Hopkins M J G Vicentini A Sothers C A Costa M A da

S Brito J M Martins L H P Lohmann LG Assunccedilatildeo P A C L Pereira E

C Silva C F Mesquita M R Proacutescoacutepio L C Flora da Reserva Ducke Guia de

identificaccedilatildeo das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazocircnia

Central Pp 151 Manaus INPA 1999

Ribeiro RA Carmo LG Vladimorova I Jurkiewicz NH Jurkiewicz A

Nantenine blocks muscle contraction and Ca2+ transient induced by noradrenaline

and K+ in rat vas deferens European Journal of Pharmacology Vol 470 No 01 Pp

37-43 2003

Rizzini C T Mors W B Botacircnica Econocircmica Brasileira Editora EDUSP Satildeo

Paulo Pp 119 1976

Rizzini CT amp MorsWB Botacircnica econocircmica brasileira 2ed Acircmbito cultural Rio

de Janeiro Pp 56 1995

Robbers J E Speedie M K Tyler V E Farmacognosia farmacobiotecnologia

editor Premier Pp 163 Satildeo Paulo 1997

Rodriacuteguez M Hasegawa M Gonzaacutelez-Muacutejica F Motta N Castillo A Castillo

J Zea E Mora K Sousa A G Camejo D Antidiabetic and antiradical activities

of plants from Venezuelan Amazon Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18

No 03 Pp 331-338 2008

Rohwer JG Lauraceae In Kubitzki K Rohwer JG amp Bittrich V (Eds) The

families and genera of vascular plants Springer-Verlag Berlim Vol 2 Pp 366-391

1993

140

Rover Juacutenior L Houmlehr N F Vellasco A P Sistema antioxidante envolvendo o

ciclo metaboacutelico da glutationa associado a meacutetodos eletroanaliacuteticos na avaliaccedilatildeo do

estresse oxidativo Quimica Nova Vol 24 No 01 Pp 112-119 2001

Saacutenchez-moreno C A procedure to measure the antiradical efficiency of

polyphenols Journal of the Science of Food and Agriculture Vol 76No 02 Pp

270-276 1998

Sangirardi Jr Botacircnica fantaacutesticaplantas da mitologia religiatildeo magiaEd

Brasiliense Pp 113 ilust Satildeo Paulo 1984

Santos C C Estudo Quiacutemico de Endlicheria sericeae Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade Estadual de Campinas Instituto de Quiacutemica 1976

Santos R I Metabolismo baacutesico e origem dos metaboacutelitos secundaacuterios In CMO

Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade

UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

Santos-Filho D Gilbert B The alkaloids of Nectandra megapotamica

Phytochemistry v 14 p 821-822 1975

Silva D B Matos M F C Nakashita S T Misu C K Yoshida N C Carollo C

A Fabri J R MIglio H S Siqueira J M Isolamento e avaliaccedilatildeo da atividade

citotoacutexica de alguns alcaloacuteides oxoaporfiacutenicos obtidos de Annonaceae Quiacutemica

Nova Vol 30 No 08 Pp 1809-1812 2007

Silva I G Barbosa-Filho J M da Silva M S de Lacerda C D G da-Cunha

E V L Coclaurine from Ocotea duckei Biochemical Systematics and Ecology Vol

30No 9 Pp 881-883 2002

Silva J Abebe W Sousa SM Duarte VG Machado MIL Matos FJA

Analgesic and anti-inflammatory effects of essential oils of Eucalyptus Journal of

Ethnopharmacology Vol 89 No 02 Pp 277-283 2003

Silva L M G E Hamesrki L Garcez FR (PQ) Garcez WS Atividade larvicida

contra Aedes aegypti da Dicentrina isolada de Ocotea vellosiana (Lauraceae)

141

Sociedade Brasileira de Quiacutemica (SBQ) 31a Reuniatildeo Anual da Sociedade Brasileira

de Quiacutemica 2009

Silva R S Ribeiro C M R Borges M N Blois G S O Oacuteleo essencial de

limatildeo no ensino da cromatografia em camada delgada Quiacutemica Nova Vol32 No8

Pp 2234-2237 2009

Silva S L Chaar J S Figueiredo P M Yano T Cytotoxic evaluation of

essential oil from Casearia sylvestris Sw on human cancer cells and erythrocytes

Acta Amazocircnica Vol 38 No 01 Pp 107-112 2008

Silva S L Figueiredo P MYano T Cytotoxic evaluation of essential oil from

Zanthoxylum rhoifolium Lam Leaves Acta Amazocircnica Vol 32 No 02 Pp 281-286

2007

Simatildeo AM Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicoloacutegico Satildeo Paulo Nobel

1985

Simotildees CMO Spitzer V Oacuteleos Volaacuteteis In Simoes CMO Schenkel EP

Gosmann G Mello JC P Mentz LA Petrovick (orgs) Farmacognosia da planta

ao medicamento 5ordm ediccedilatildeo Universidade UFRGS Ed da UFSC Porto Alegre

p467 2004

Skehan P Storeng R Scudiero D Monks A McMahon J Vistica D Warren

J T Bodesch H Kenney S Boyd M R New Colorimetric Cytotoxicity Assay for

Anticancer-Drug Screening Journal of the national cancer institute Vol 82 No 13

Pp 1107-1112 1990

Soler-Rivas C Espın JC Wichers HJ 2000 An easy and fast test to compare

total free radical scavenger capacity of foodstuffs Phytochemistry Analysis Vol 11

Pp 1ndash9 2000

Souza C M M Rocha e Silva H Vieira-Jr G M Ayres M C C da Costa C L

S Arauacutejo D S Cavalcante L C D Barros E D S Arauacutejo P B M Brandatildeo M

S Chaves M H Fenoacuteis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais

Quiacutemica Nova Vol 30 No 02 Pp351-355 2007

142

Souza W M Estudo quiacutemico e das atividades bioloacutegicas dos alcaloacuteides indoacutelicos e

himatanthus lancifolius (muell arg) woodson apocynaceae ndash (agoniada) Tese

(Doutorado em Ciecircncias Farmacecircuticas) Universidade Federal do Paranaacute Curitiba

2008

Sulaiman S N Mukhtar M R Hadi A H A Awang K Hazni H Zahari A

Litaudon M Zaima K Morita H Lancifoliaine a New Bisbenzylisoquinoline from

the Bark of Litsea lancifolia Molecules Vol16Pp3119-3127 2011

Tabarrini O Cecchetti V Temperini A Filipponi E Lmperti M G Fravolini A

Velnacrine thia analogues as potential agents for treating alzheimeracutes Bioorganic

and Medicinal Chemistry Vol 09 No 11 Pp 2921-2928 2001

Takaku S Haber W A Setzer W Leaf essential oil composition of 10 species of

Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical Systematics and

Ecology Vol35 No08 Pp 525-532 2007

Takaku S Harber W A Setzer W N Leaf essential oil composition of 10 species

of Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical systematic and

ecology Vol35 Pp 525-532 2007

Telascrea M Arauacutejo CC Cavalheiro AJ Marques MOM Facanali R

Moraes PLR Essential oils from leaves of Cryptocarya spp from the atlantic rain

forest Quiacutemica Nova Vol 31 No 3 Pp 503-507 2008

Tiveron A P Atividade antioxidante e composiccedilatildeo fenoacutelica de legumes e verduras

consumidos no Brasil Dissertaccedilatildeo de mestrado em Ciecircncias e tecnologia de

alimentos Universidade de Satildeo Paulo Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de

Queirozrdquo 2010

Ur-Rahman A Parveen S S Khalid A Farroq A Choudhardr M I Acetyl and

butyrylcholinesterase ndash Inhibiting triterpenoid Phytochemistry Vol 58 No 6 Pp

963-968 2001

Vargas F de S Estudo comparativo entre teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de atividades

antioxidantes de espeacutecies de plantas da Amazocircnia Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Patologia Tropical Universidade Federal do Amazonas 2008

143

Vattimo-Gil I A O gecircnero Ocotea Aubl no sul do Brasil I Espeacutecies de Santa

Catarina e do Paranaacute Pp 265-350 1956

Verbel J O Cervera T G Fernandez J G Colorado B J Stashenko E

Chemical composition and antioxidant activity of essential oils isolated from

Colombian plants Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 20 No 4 2010

Viegas Jr C Bolzani V S Barreiro E J Os produtos Naturais e a quiacutemica

medicinal moderna Quiacutemica Nova Vol29 No 02 Pp 326-337 2006

Viegas Junior Bolzani V S Furlan M Fraga C A M Barreiro Produtos

Naturais como candidatos a faacutermacos uacuteteis no tratamento do mal de Alzheimer

Quiacutemica Nova Vol 27 No 4 Pp 655-660 2004

Vilegas J H Y Gottlieb O R Kaplan M A C Gottlieb H E Phytochemistry

Vol 28 No Pp 3577 1989

Wink M Physiology of secondary product formation in plants In CHARLWOOD B

V RHODES MJC (ed) Secondary products from plant tissue culture Oxford

Clarendon 1990

Wu W Huang C Sctructural Elucidation of Isoquinoline Isoquinolone

Benzylisoquinoline Aporphine and Phenanthrene Alkaloids using API-ionspray

Tandem Mass Sprectrometry The Chinese Pharmaceutical Journal Vol 58 Pp 51-

55 2006

Yilmaz Y Toledo R T Health aspects of functional grape seed constituents

Trends in Food Science and Technology Vol 15 No 9 Pp 422-433 2004

Zanin S M W Lordello A L L Alcaloacuteides aporfinoacuteides do gecircnero Ocotea

(Lauraceae) Quiacutemica Nova Vol 30 No 01 Pp 92-98 2007

Zauli R C Pereira M A Cardoso L G V Silva J M SF da Carvalho J C T

Fiorini J E Atividade antimicrobiana e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo Inibitoacuteria

miacutenima e concentraccedilatildeo bactericida miacutenima de Dillenia indica L (flor de abril) Gestatildeo

de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Seminaacuterio de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da UNIFENAS

2004

144

Zheng W Wang S Y Antioxidant Activity and Phenolic Compounds in Selected

Herbs Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 49 No 11 Pp 5165-5170

2001

Zhou B N Johnson R K Mattern MR Wang X Hecht S M Beck H T

Ortiz A Kingston D G J Isolation and Biochemical Characterization of a New

Topoisomerase I Inhibitor from Ocotea leucoxylon Journal of Natural Products

Vol63 No02 Pp 217-221 2000

Zoghbi M G B Andrade E H A Santos A S Silva M H L Maia G S

Constituintes volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae com ocorrecircncia na Floresta

Nacional de Caxiuanatilde ndash Melgaccedilo ndash PA CBO 014 - estaccedilatildeo cientiacutefica Ferreira Penna

2005

Zuanazzi J A S Montana J A Flavonoacuteides In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm

ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

1

AVALIACcedilOtildeES QUIacuteMICABIOLOacuteGICAS OacuteLEO ESSENCIAL PERFIL

ALCALOIacuteDICO PROSPECCcedilAtildeO

Oacutergatildeo vegetal

Antioxidante (μgmL)

Anti ACh

E

Artemia salina

(μgmL)

HCT ndash 8 ()

MDAMB-435 ()

SF-295 ()

Rend ()

Constituinte majoritaacuterio

iacuteons (M+1)

mz

Tipo de alcaloacuteide

Fenol Flavonoacuteide Alcaloacuteide

E citriodora Folhas 16101 - 8301 2896 723 1531 429

geranato de metila 23895

benziliso quiniliacutenico

- - -

Galhos Grossos 4278 + 10000 1632 4117 082 250

geranato de metila 30006 aporfiacutenico + - -

E sericeae

Folhas 977 - 90260 3756 389 4719 013 espatulenol 32995 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 5092 - 100011 3015 1791 2430 010

oacutexido de cariofileno 33009 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 1444 - 229766 2180 4639 773 011

oacutexido de cariofileno 32988 aporfiacutenico + - +

Cascas 1329 - 82381 NR NR NR 006 elemol 33009 aporfiacutenico + + +

O

ceanothifolia

Folhas 1812 - 134640 3556 1228 2798 011 oxido de

cariofileno 29992 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 1564 + 261600 NR NR NR 007

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Galhos Finos 1443 + 262121 NR NR NR 005

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Cascas 1017 - 134287 3273 5041 058 NR NR 31406 aporfiacutenico + - -

O leucoxylon

Folhas 5251 - 388560 3831 1247 3690 013 oxido de

cariofileno 37013 aporfiacutenico + - +

Galhos Grossos 5088 + 165150 2904 955 1188 005

beta-cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 8261 + 254856 1775 3872 2459 002

oxido de cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

O minor

Folhas 821 + 83040 2964 369 436 011 beta-

cariofileno 14389 triptamiacutenico + - +

Galhos Grossos 908 + 146791 7430 1251 7536 004

oacutexido de cariofileno 20507 NI + + +

Galhos Finos 731 + 230218 2220 514 1666 NR NR 20507 NI + + +

Cascas 757 - 243004 3341 419 414 006 oacutexido de

cariofileno 28558 benziliso

quiniliacutenico + + +

R recurva

Folhas 11046 - 129990 1834 520 541 006 beta-selineno 33016 aporfiacutenico - - -

Galhos Grossos 19826 - 38674 126 1106 801 002 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Galhos Finos 12538 - 211285 3183 771 2798 003 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Cascas 5511 - 24385 3041 1296 2703 004 beta-eudesmol NR NI - - +

R

crenaticupula

Folhas 7816 - 167512 3671 465 511 058 delta-cadineno 43691 NI - - +

Galhos Grossos 6701 - 471571 1194 3344 1012 002

aacutecido hexadecanoacuteico 28606

benziliso quiniliacutenico + - +

1

Anexos

2

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Folhas

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Desktop_110324154738 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 202E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

23895

36691

38791

17217

34192

2549830006 39505

2607919891 551014229116706 52224

567114350212107 59112 63914 7355369920 76710

Desktop_110322181603 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 288E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

30006

32988

34612

2960719205

26905 35396

36992

17714

19394 38413 55045522384370515096 61940 66119 68513 75737 78712

3

Espectro de massa de Endlicheria sericea Folhas

Espectro de massa de Endlicheria sericea Cascas

Desktop_110322160544_110322160544 1-12 RT 000-019 AV 12 NL 175E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32995

28592

30013

27416

6211519205

12191 34612 436982689114403452943620820794 51230 6430641507 54051 6193349452 68121 69920 74694

Desktop_110322171533 1-7 RT 001-011 AV 7 NL 549E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

28585

1918434591

2690520787

351932341217686

38420 43698 47093 6193349725 5913316524 64768 69150 75772 79377

4

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos finos

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos grossos

Desktop_110322193119 1-14 RT 000-023 AV 14 NL 167E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32988

28606

3000634619

19184

2080823391

27423 691086611235186

5223838406 550594532218981 61933 7031215082 75744

Desktop_110322190205 1-13 RT 001-022 AV 13 NL 638E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

32813

34192

3000627402

23412

4370535802

2159219184

619335571036012

59133527144970438119

4942441325

647334549717693

17511 7573769948 77732

5

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Galhos

Desktop_110324163345 1-31 RT 001-053 AV 31 NL 684E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

43691

27416

45287

31819

34605

30216

2341251223 61926

35319 54030203815916137405

64733484371918415075 66322 69115 75723

Desktop_110324160838 1-25 RT 000-042 AV 25 NL 106E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28606

33009

31385

20381

27472

1391334381

356132689819198 4371225680

6192641514 5912645322 5503817686 51706 62115

65734 69927 73742 78726

6

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos finos

Desktop_110322164317 1-11 RT 001-019 AV 11 NL 570E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33016

27423

19191

32813

31203

35606 6210843705

17707 619262650645294

15082 36236 59133522312462337398

21893647334290711589 49445

6633669934 74127

Desktop_110322202301 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 124E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3461228193

19205

32589

2678619387

20801 3560655514

69108

3581619009 45315 55038 661265083841906 56907

15089 64019 69612 74232 77529

7

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Folhas

Desktop_110322190322 1-21 RT 001-036 AV 21 NL 104E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3459132589

27402

19205

30013

3559917693 4371926506

36222 52259 550452087815103 6194049438 6372514403 69927 75758

Desktop_110322154038 1-22 RT 000-037 AV 22 NL 366E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

35795

34213

28298

38000274025504552259 6194039610

43712 59133 7153720892 4943826485 6352212086 19226 73735 78544

8

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Cascas

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos finos

Desktop_110324160707 1-18 RT 001-030 AV 18 NL 730E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

13899

31406

33002

30006

34605

2190715089

1809224882

29705

5793625106 5512241535

430825461136894 6072946925

66350 69948 73322 77851

Desktop_110322194703 1-14 RT 001-024 AV 14 NL 266E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

34591

31420

28284

2741635802

1920520808 38406 5504518687 522454371912093 61933 69108 75744 77739

9

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Folhas

Desktop_110322183118 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 118E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2999234605

31413

27409

43719 4529419401

2591119212

25701

5230836208 550454952217686 20787 619684131817490 64754 7592669115

Desktop_110322162056 1-12 RT 001-020 AV 12 NL 341E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

37013

32484

31084

27423

3861672314

26492 44601 70921

24595 5505952273400162179515089 69535 7411349473 6643456634 76542

10

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos grossos

Desktop_110322201310 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 330E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Re

lativ

e A

bu

nd

an

ce

36992

35592

32484

31084

72314

2929970914

3781126499

39386 445946950720878 53897 7393115082 40023 664066194045602 77340

Desktop_110322174442 1-11 RT 001-018 AV 11 NL 240E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

36992

35592

32505

72307

37195

7090731084

29285

37797

28088 3862326506

6952120878 6196144594 52245 55059 7391015089 76325

11

Espectro de massa de Ocotea minor Folhas

Espectro de massa de Ocotea Cascas

Desktop_110322165516 1-9 RT 001-015 AV 9 NL 321E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

14389

20507

17490

12086

23685

27430 346055225240933 5505242907 61947 7953866553 73721

Desktop_110322171506 1-9 RT 000-014 AV 9 NL 917E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28585

2999233009

2690534598

1920520801

372021870814389 22397 37797 43705 6194049501 52245 59119 65132 70032 72321 77550

12

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos grossos

Desktop_110322200126 1-16 RT 000-026 AV 16 NL 262E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

20507

14389

17511

25085

2350313192

2740931798 34605

4370538406 52238 79923619475504546715 64740 7368671530

Desktop_110322185001 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 178E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2050714389

3459117504 31609

23692 28585

13192

43705 5504536236 5223861926 64726 7574473126

13

14

Espectro de RMN 13C

15

Espectro de DEPT

16

rh

Espectro de HSQC

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,

iii

KLENICY KAZUMY DE LIMA YAMAGUCHI

ESTUDOS BIOLOacuteGICOS DOS EXTRATOS E COMPOSICcedilAtildeO QUIacuteMICA DOS

OacuteLEOS ESSENCIAIS DE ESPEacuteCIES DA FAMIacuteLIA LAURACEAE

Aprovada em 02 de agosto de 2011

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Quiacutemica da Universidade Federal do Amazonas como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Quiacutemica aacuterea de concentraccedilatildeo

Quiacutemica Orgacircnica

iv

Aacute minha amada matildee Auxiliadora

Yamaguchi por todo o carinho e amor

destinados a mim Ela que abriu matildeo da

minha companhia em prol da minha

educaccedilatildeo sempre esteve presente em minha

vida Dedico-a todas as vitoacuterias

conquistadas ao longo dos anos

v

AGRADECIMENTOS

O mestrado eacute um momento em que o tempo passa muito raacutepido acompanhado

de disciplinas experimentos e prazos Os ensinamentos adquiridos durante todos

esses 24 meses natildeo podem ser mensurados nem expressos apenas nos resultados

e discussatildeo deste trabalho Mas na tentativa de demonstraacute-los eis meus

agradecimentos

Agrave Deus por tantas becircnccedilatildeos concedidas ao longo da minha vida A todas as

oportunidades que tive de crescer como pessoa e da forccedila nos momentos mais

difiacuteceis sempre colocando na minha vida sinais de Seu infinito amor e de suas

orientaccedilotildees

Aacute minha famiacutelia alicerce fundamental no decorrer dessa caminhada em

especial agrave meus pais Katsuo e Auxiliadora Yamaguchi por terem me dado uma

base de educaccedilatildeo caraacuteter e amor Vocecircs satildeo a aacutervore e eu apenas um fruto que

reflete a criaccedilatildeo que vocecircs deram para a nossa famiacutelia

Ao meu companheiro de mestrado arquiteto querido Kendy Yamaguchi por

compartilhar comigo os mais diversos momentos durante o mestrado

Agrave minha amada irmatilde Kenne Yamaguchi que mesmo estando em Coari

(assim como toda a famiacutelia) sempre esteve perto de mim me dando forccedila para

continuar seguindo em frente

Aos meus cunhados Antocircnia e Miro Yamaguchi por me apoiarem e sempre

terem palavras de conforto e incentivo

Aos meus padrinhos Cosmo Geralda e Mariza agrave minha tia Nely meus tios e

primos por sempre torcerem por mim e pela energia positiva que vocecircs enviaram (e

enviam) me dando forccedila em todas as situaccedilotildees

Aos meus amigos antigos Enio Daiana Goacutees Leandro e Fernando Brasil

Nessa correria que eacute o mestrado vocecircs sempre estiveram comigo As ligaccedilotildees

mensagens e visitas me fortaleceram e fizeram com que eu sempre me sentisse

amada

Agrave minha famiacutelia cientiacutefica

Vocecircs satildeo o presente que Deus me deu Eu natildeo teria como selecionar tatildeo bem

pessoas tatildeo especiais como vocecircs

Professor Valdir Veiga Junior por ser muito mais que um orientador por ser

um pai Sempre com seu ombro amigo seu abraccedilo acolhedor e seus valorosos

conselhos me acompanhando desde a iniciaccedilatildeo cientiacutefica Realmente fazer ciecircncia

natildeo eacute faacutecil mas um dia eu aprendo

Joelma Alcacircntara minha matildee minha amiga minha cara metade Sua

sinceridade UacuteNICA reflete a grandeza que eacutes Os conselhos os incentivos as

brincadeiras e os momentos de descontraccedilatildeo foram situaccedilotildees que guardarei para

sempre Obrigada pelos valorosos momentos ao seu lado

vi

Priscilla Oliver e Lidiam natildeo haacute como agradecer em algumas palavras todo o

carinho que sinto Vocecircs satildeo a sorte que a vida me deu Minhas irmatildes do coraccedilatildeo

que somente Deus com todo o seu amor poderia me dar

Milena Campelo Paula Barbosa e Luciana Freire obrigada por todo o

companheirismo que nos acompanham desde a graduaccedilatildeo Vocecircs sempre

estiveram ao meu lado

Igor e Carol Priscila e Victor Andreacute e Eacuterika obrigada pelos momentos

compartilhados Fico feliz por tecirc-los perto de mim e pelas experiecircncias adquiridas

Ao grupo de pesquisa Q-Bioma como um todo a todos os membros Somos

uma famiacutelia cientiacutefica e mesmo com todas as diferenccedilas a uniatildeo sempre

prevaleceraacute

Agrave todos os meus companheiros de mestrado em Quiacutemica em especial

Nerilson Masques Obrigada pela companhia e amizade durante todo o curso

Somente a gente sabe quantas noites passamos em claro estudando para fazer as

listas acordando com olheiras e madrugando para natildeo perdermos os horaacuterios Vocecirc

eacute muito importante na minha vida

Aos professores Afonso Duarte e Rita Nunomura pela amizade carinho

valorosos conselhos e incentivos Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Obrigada por

estarem na minha vida

Professores Marcos e Cristine Machado pelo exemplo de profissionais que

satildeo sempre esforccedilando-se e pensando na qualidade da aprendizagem Acompanha-

los nas disciplinas me ajudou muito no perfil de profissional que quero ser

Aos professores Ary Cavalcante e Roberto Castilho por todos os conselhos e

incentivos

Ao Hector Koolen por toda a paciecircncia acompanhando-me no espectrocircmetro

de massa e pelas dicas e incentivos nos experimentos

A pessoa que hoje eu sou traz um pouco de cada um de vocecircs

vii

Para ser grande secirc inteiro nada

Teu exagera ou exclui

Secirc todo em cada coisa Potildee quanto eacutes

No miacutenimo que fazes

Assim em cada lago a lua toda

Brilha porque alta vive

Fernando Pessoa

viii

RESUMO

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das famiacutelias mais importantes na floresta amazocircnica apresentando um nuacutemero expressivo de espeacutecies com diversas utilizaccedilotildees devido a qualidade dos seus produtos naturais Quimicamente as espeacutecies desta famiacutelia caracterizam-se pela presenccedila de alcaloacuteides neolignanas flavonoacuteides terpenos e fenilpropanoacuteides Este estudo contribui para a anaacutelise do perfil quiacutemico dos trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e Rhodostemonodaphne atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos e oacuteleos essenciais contribuindo para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras Neste trabalho foi realizado prospecccedilatildeo fitoquiacutemica anaacutelise do perfil alcaloiacutedico por cromatografia em camada delgada (CCD) e espectrometria de massa (EM) dos extratos etanoacutelicos identificaccedilatildeo dos constituintes do oacuteleo essencial e verificaccedilatildeo das atividades anticolinesteraacutesica antioxidante e citotoacutexica dos extratos etanoacutelicos das espeacutecies E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R crenaticupula As espeacutecies foram coletadas na Reserva Ducke em Manaus e separadas para obtenccedilatildeo de oacuteleos essenciais e extratos etanoacutelicos Estes foram analisados quanto as atividades quiacutemicabioloacutegicas e submetidos a particcedilotildees aacutecido-base para obtenccedilatildeo de fraccedilotildees enriquecidas de alcaloacuteides O perfil alcaloiacutedico foi analisado por CCD utilizando reveladores especiacuteficos e por EM Os oacuteleos essenciais foram analisados por CG-DIC e CG-EM Confirmou-se que a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos e aporfiacutenicos Os rendimentos dos oacuteleos essenciais obtidos por hidrodestilaccedilatildeo em clevenger modificado variaram de 002 a 429 sendo Endlicheria citriodora a espeacutecie que apresentou maior rendimento 25 nos galhos e 43 nas folhas tendo como constituinte majoritaacuterio o geranato de metila (acima de 93) elucidado por CG-DIC CG-EM RMN1H e RMN 13C Os oacuteleos essenciais das outras espeacutecies apresentaram rendimento inferior a 1 e como constituinte majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido A atividade antioxidante foi avaliada atraveacutes da capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPHbull) utilizando quercetina como padratildeo externo expressos como valores de concentraccedilatildeo eficiente (CE50)Os extratos de Ocotea minor foram os que apresentaram maior potencial antioxidante (CE50=731 plusmn 032 μgmL) A anaacutelise qualitativa da atividade anticolinesterase foi realizada de acordo com o meacutetodo de Ellman (modificado) com resultados negativos para inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado positivo A atividade antitumoral foi avaliada contra quatro linhagens de ceacutelulas (leucemia mama coacutelon e glioblastoma) segundo o meacutetodo de MossmanNenhum dos extratos testados apresentou atividade citotoacutexica pronunciada

Palavras-chave Floresta Amazocircnica Lauraceae alcaloacuteide oacuteleo essencial

ix

ABSTRACT

The family Lauraceae is one of the most important families in the Amazon

rainforest featuring an significant number of species with different uses due to the

quality of products naturalThe species this family are Chemically characterized by

the presence of alkaloids neolignans flavonoids terpenes and phenylpropanoids

This study contributes to the analysis of the chemical profile of the three genera

Endlicheria Ocotea and Rhodostemonodaphne about directing the investigations on

the chemical composition of extracts and essential oils contributing to the screening

of promising genera and species This work was carried out prospecting

phytochemical alkaloid profile analysis by thin layer chromatography (TLC) and

mass spectrometry of the ethanol extracts identification of the essential oil and

analysis of activities anticholinesterase antioxidant and cytotoxic of ethanolic

extracts of E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R

recurva and R crenaticupula The species were collected in Reserva Ducke in

Manaus The material was separated to obtain essential oils and ethanolic extracts

These were analyzed for chemical biological activities and subjected to acid-base

partition to obtain enriched fractions of alkaloids The alkaloid profile was analyzed

by mass spectrometry and TLC with revealing specific The essential oils were

analyzed by GC-FID and GC-MS It was confirmed the high presence of alkaloids in

the genus Ocotea and low in species Endlicheria and Rhodostemonodaphne In

mass spectrometry the peaks mz 300 and 330 were present in most fractions and

may correspond to the type alkaloids Benzylisoquinolines and Aporphines The yields

of essential oils obtained by hydrodistillation in Clevenger modified ranged from

002 to 429 The specie Endlicheria citriodora was the highest yield 25 in the

branches and 43 in the leaves The Methyl geranate was the major constituent

(above 93) elucidated by GC-FID GC-MS RMN1H and RMN 13C The essential

oils from other species showed less than 1 yield and caryophyllene and its oxide

were the major constituents The antioxidant activity was assessed by sequestering

ability of the stable radical 22-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPHbull) using quercetin as

external standard expressed as effective concentration values (EC50) The extracts

of Ocotea minor presented the best antioxidant potential (EC50 = 731 plusmn 032 μg

mL) Qualitative analysis of anticholinesterase activity was performed according to

the method of Ellman (modified) with negative results for inhibiting the enzyme

acetylcholinesterase The branches of the three species of Ocotea were positive The

antitumor activity was evaluated against four cell lines (leukemia breast colon and

glioblastoma) by the method of Mossman None of the extracts tested showed

pronounced cytotoxic activity

Keywords Amazon forest Lauraceae alkaloid essential oil

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Laruraceae

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanas

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Figura 7 Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

Figura 8 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

Figura 9 Biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria

Figura 14 Estruturas isoladas de Endlicheria sericeae

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

Figura 20Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo

brasileira

Figura 21 Estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividade canceriacutegenas

derivadas de fontes vegetais

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

Figura 25 a 31 Placas cromatograacuteficas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

xi

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 01 Ciclo biossinteacutetico dos metaboacutelitos secundaacuterios

Esquema 02 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido

graxo insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido

lipiacutedico)

Esquema 03 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais

peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela

vitamina C originando o radical ascorbila

Esquema 04 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos

extratos e dos oacuteleos essenciais

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Tabela 02 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Tabela 4a Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol

Tabela 4b Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

Tabela 05 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e

flavonoacuteides

Tabela 06 Anaacutelise das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massas

Tabela 07 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares

de alcaloacuteides isolados em Lauraceae

Tabela 08 Rendimento dos oacuteleos essenciais ()

Tabela 09 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN (δ em ppm CDCl3 500MHz)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rhodostemonodaphne

recurva

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das

folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre

DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em

μgmL

Tabela 19 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Tabela 20 Resultado as avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina

xiii

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo16

2 Objetivos

21 Geral18

22 Especiacuteficos18

3 Revisatildeo da bibliograacutefica

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil19

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu22

321 Metaboacutelitos secundaacuterios 25

3211 Neolignanas28

3212 Alcaloacuteides32

3213 Flavonoacuteides35

3214 Terpenoacuteides e Fenilpropanoacuteides38

322 Gecircneros43

3221 Endlicheria Nees43

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki44

3223 Ocotea Aublet46

33 Atividades quiacutemicabioloacutegicas51

331 Atividades Antioxidantes 51

3311 Radicais Livres51

3312 Antioxidantes54

3313 Avaliaccedilatildeo das atividade Antioxidante utilizando radical livre DPPH56

332 Citotoxicidade 58

3321 Letalidade em Artemia salina Leach58

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais60

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase63

34 Meacutetodos cromograacuteficos67

341 Cromatografia em Camada Delgada68

342 Cromatografia Gasosa69

xiv

4 Metodologia

41 Coleta70

42 Obtenccedilatildeo dos extratos71

43 Prospecccedilatildeo72

431 Fenoacuteis72

432 Flavonoacuteides72

433 Alcaloacuteides72

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas73

441 Obtenccedilotildees da fraccedilatildeo alcaloiacutedica73

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD74

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por espectrometria de massa74

45 Oacuteleo essencial75

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo75

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais75

4521 Anaacutelise em CG-DIC75

4522 Anaacutelise em CG-EM76

4523 Anaacutelise por RMN76

453 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais76

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos78

461Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase78

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH78

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante79

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante79

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia Salina Leach81

464 Atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais 81

5 Resultados e discussatildeo83

51 Rendimento do extrato83

52 Prospecccedilatildeo Fitoquiacutemica84

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica86

531 Rendimento da Particcedilatildeo86

532 Anaacutelise por CCD87

533 Anaacutelise por espectrometria de massa96

54 Oacuteleo essencial101

xv

541 Rendimento101

5411 Endlicheria102

5412 Ocotea105

5413 Rhdostemonodaphne110

55 Atividades Quiacutemicabiologias114

551 Atividade antioxidante114

5511 Qualitativa116

5512 Quantitativa116

552 Atividade citotoacutexica121

5521 Letalidade em Artemia Salina121

5522 Citotoacutexica em ceacutelulas de linhagem tumoral121

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase122

6 Consideraccedilotildees finais 125

7 Referecircncias bibliograacuteficas 127

8 Anexos146

16

INTRODUCcedilAtildeO

As plantas constituem uma das mais importantes fontes de substacircncias

quiacutemicas orgacircnicas apresentando variadas classes com interesses cientiacuteficos

devido agraves suas propriedades bioloacutegicas e quiacutemicas Na busca por novos faacutermacos

os produtos naturais destacam-se pela diversidade estrutural e assim as plantas

satildeo candidatas importantes para a prospecccedilatildeo de novos compostos bioativos

(Giordani et al 2008)

Verifica-se que a Amazocircnia mesmo possuindo uma grande diversidade

bioloacutegica apresenta poucos estudos em relaccedilatildeo agrave quantidade de espeacutecies

presentes nas florestas (Nodori amp Guerra 2004)

A famiacutelia Lauraceae destaca-se na Floresta Amazocircnica pelo endemismo e uso

econocircmico em virtude da boa qualidade da madeira do alto valor comercial que

alcanccedilam seus oacuteleos essenciais (Quinet amp Andreata 2002) e da presenccedila de uma

importante classe de metaboacutelitos que satildeo os alcaloacuteides responsaacuteveis por diversas

atividades terapecircuticas Mais de 400 alcaloacuteides jaacute foram identificados em 189

espeacutecies de Lauraceae Segundo Zanin e Lordello (2007) cerca de 54 alcaloacuteides

aporfinoacuteides com pronunciada bioatividade foram isolados no gecircnero Ocotea Dentre

as atividades bioloacutegicas mais citadas pode-se destacar a capacidade antioxidante

atividade antiinflamatoacuteria analgeacutesica e cardiovascular

Lauraceae apresenta espeacutecies utilizadas em grande escala como o abacate

(Persea americana) a canela (Cinnamomum verum) e espeacutecies aromaacuteticas

utilizadas para perfumaria como as extraiacutedas de canela-sassafraacutes (Ocotea odoriacutefera)

e pau rosa (Aniba rosaeodora) sendo dessa forma utilizada internacionalmente

17

Considerando as pesquisas em isolamento de compostos bioativos e a

importacircncia da famiacutelia Lauraceae na Floresta Amazocircnica uma pesquisa sobre

espeacutecies desta famiacutelia que ainda natildeo foram analisadas cientificamente torna-se

importante para a investigaccedilatildeo de novas substacircncias presentes nos extratos e na

composiccedilatildeo quiacutemica de oacuteleos essenciais Neste trabalho seratildeo analisadas sete

espeacutecies de Lauraceae distribuiacutedas em trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e

Rhodostemonodaphne visando desvendar parte da imensa diversidade bioloacutegica da

floresta Amazocircnica e buscando a possibilidade de serem observadas atividades

bioloacutegicas pronunciadas

18

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Descrever a composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais e atividades quiacutemicas

e bioloacutegicas de extratos etanoacutelicos de espeacutecies da famiacutelia Lauraceae

22 Objetivos especiacuteficos

Verificar a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes de meacutetodos de prospecccedilatildeo dos

extratos etanoacutelicos comparando os diferentes extratos das plantas

estudadas

Analisar o perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas atraveacutes de espectrometria de massa

Analisar o perfil cromatograacutefico (CG-DIC e CG-EM) dos oacuteleos essenciais das

cascas folhas e galhos das sete espeacutecies

Verificar as atividades inibidora da enzima acetilcolinesterase antioxidante

frente ao radical livre DPPH e citotoacutexica sobre Artemia salina e ceacutelulas de

linhagem tumoral dos extratos etanoacutelicos

19

3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil

A natureza tem produzido a maioria das substacircncias orgacircnicas conhecidas

Dentre os diversos reinos da natureza o reino vegetal eacute o que tem contribuiacutedo de

forma mais significativa para o fornecimento de metaboacutelitos secundaacuterios muitos

destes de grande valor agregado devido As suas aplicaccedilotildees como medicamentos

cosmeacuteticos alimentos e agroquiacutemicos (Phillipson amp Anderson 1998)

A espeacutecie humana se aproveita de uma fraccedilatildeo muito pequena das plantas com

as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra O reino vegetal

ainda permanece como uma grande incoacutegnita cujos misteacuterios comeccedilam a serem

desvendados Natildeo pode existir vida na terra sem a presenccedila de plantas e estudaacute-

las sob qualquer que seja a oacutetica cientiacutefica eacute parte do domiacutenio da quiacutemica de

Produtos Naturais (Pinto et al 2002)

Os produtos naturais satildeo utilizados desde tempos imemoriais na busca por

aliacutevio e cura de doenccedilas pela ingestatildeo de ervas e folhas talvez tenha sido uma das

primeiras formas de utilizaccedilatildeo de produtos naturais A natureza sempre despertou

no homem um fasciacutenio encantador natildeo soacute pelos recursos oferecidos para sua

alimentaccedilatildeo e manutenccedilatildeo mas por ser sua principal fonte de inspiraccedilatildeo e

aprendizado (Viegas Jr amp Bolzani 2006)

Ao longo do tempo a humanidade selecionou apenas cerca de 300 plantas

para a alimentaccedilatildeo e de um pouco mais de uma centena obteve princiacutepios ativos

puros para o tratamento de doenccedilas Estes nuacutemeros satildeo bem modestos quando se

estaacute diante de um universo superior a 250000 espeacutecies de plantas superiores

20

Verifica-se que as atividades da fitoquiacutemica podem contribuir significativamente

para a concretizaccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel de um paiacutes atraveacutes da

investigaccedilatildeo da flora da divulgaccedilatildeo e geraccedilatildeo de novos conhecimentos e da

formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados (Braz Filho 2010)

A preocupaccedilatildeo com a busca de aplicaccedilatildeo para as moleacuteculas isoladas de

fontes naturais atraveacutes do seu uso como modelos quiacutemicos para a induacutestria eacute uma

nova tendecircncia que enfatiza a realizaccedilatildeo de trabalhos em colaboraccedilatildeo O valor

potencial da biodiversidade brasileira encarada como fonte de produtos de alto valor

agregado requer poliacuteticas que garantam a sua exploraccedilatildeo de forma racional (Pinto

et al 2002)

Estima-se a existecircncia de 250000 espeacutecies de plantas superiores Cerca de

80 da populaccedilatildeo dos paiacuteses subdesenvolvidos e em desenvolvimento continuam

completamente dependentes da medicina caseira utilizando vegetais para as

necessidades primaacuterias de sauacutede Tem sido estimado que somente de 5-15 destas

espeacutecies foram investigadas restando uma fonte natural de inuacutemeros organismos

vivos contendo significativo nuacutemero de substacircncias ineacuteditas e forte potencial de

produtos naturais bioativos incluindo-se fontes de mateacuterias-primas para o

desenvolvimento de novos faacutermacos (Braz Filho 2010)

A magnitude da biodiversidade brasileira natildeo eacute conhecida com precisatildeo tal a

sua complexidade estimando-se a existecircncia de mais de dois milhotildees de espeacutecies

distintas de plantas animais e microorganismos (Nodari amp Guerra 2004)

Soacute um trabalho cientiacutefico integrado de todos os grupos existentes no paiacutes

poderaacute num tempo limite propiciar o conhecimento real da diversidade quiacutemica dos

ambientes tropicais e auxiliar nos estudos futuros sobre o perfil metaboacutelico e

21

associaccedilotildees com perfil macromolecular das espeacutecies de interesse de nossa biota

(Pinto et al 2002)

Nesse contexto a varredura dos extratos brutos antes do isolamento eacute uma

metodologia que auxilia no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a

composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo para a triagem de gecircneros e

espeacutecies promissoras Esse perfil caracteriza o grupo de pesquisa Q-Bioma um

grupo de pesquisa fitoquiacutemico da Universidade Federal do Amazonas que visa

inicialmente analisar o perfil dos extratos para posteriormente selecionar as fraccedilotildees

de interesse

22

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu

A famiacutelia Lauraceae eacute apontada no Brasil como uma das mais representativas

tanto em nuacutemero de indiviacuteduos quanto em riqueza de taacutexons nos inventaacuterios

floriacutesticos e fitossocioloacutegicos realizados em aacutereas de florestas bem preservadas do

paiacutes (Vattimo-Gil1959 Kurtz 2000) sendo considerada uma das famiacutelias mais

primitivas pertencentes agrave divisatildeo Magnoliophyta ( Marques et al 2001) Possuem

distribuiccedilatildeo pan tropical sendo bem representadas na Ameacuterica Aacutesia Tropical

Austraacutelia e Madagascar e no sul da Aacutefrica conforme a figura 1 Possuem cerca de

50 gecircneros e 2500 espeacutecies sendo que no Brasil existem cerca de 400 espeacutecies

distribuiacutedas em 25 gecircneros contribuindo assim com cerca de 16 do total dessas

espeacutecies (Barroso et al 2002) Nas Ameacutericas ocorrem cerca de 29 gecircneros e 900

espeacutecies A famiacutelia eacute frequumlente em florestas tropicais com algumas espeacutecies

habitando grandes altitudes mas a grande diversidade ocorre em terras baixas da

Amazocircnia e Ameacuterica Central (Rohwer 1993)

Figura 1 ndash Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia LauraceaeFONTE Missouri Botanical Garden

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das que apresenta maior importacircncia econocircmica em

todo o mundo com um nuacutemero expressivo de espeacutecies que apresentam uma grande

diversidade de usos com destaque para as que possuem utilizaccedilatildeo medicinal e na

23

induacutestria sendo utilizada na culinaacuteria na fabricaccedilatildeo de papel marcenaria e

construccedilatildeo civil na induacutestria quiacutemica e na medicina popular (Marques 2001)

O potencial econocircmico das espeacutecies dessa famiacutelia eacute conhecido desde os

tempos remotos atraveacutes de documentos da China de 2800 aC onde jaacute era

empregado o oacuteleo de Cinnamomum camphora (L) JPresl e de outras espeacutecies

deste gecircnero na medicina (Sangirardi Jr 1984) Segundo Quinet (2002) as folhas

de Laurus nobilis L o loureiro eram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para

confeccionar coroas com as quais se homenageavam guerreiros e atletas

vitoriosos e estatildeo entre os condimentos mais conhecidos da culinaacuteria de todo o

mundo Os primeiros registros relativos agrave utilizaccedilatildeo das espeacutecies desta famiacutelia

influenciaram o nome de muitos gecircneros que fazem uma alusatildeo agravequela eacutepoca como

o gecircnero Phoebe que tem seu nome relacionado ao deus Apolo e Laurus L que vecircm

do celta ldquolausrdquo e significa louvor em grego (Barroso et al 2002)

A casca ou o fruto de algumas espeacutecies satildeo usadas como condimentos (

Dicypellium caryophyllaceum) ou para fazer chaacute (Licaria puchury-major e Aniba

canelilla) Espeacutecies utilizadas em grande escala satildeo o abacate (Persea americana)

a canela (Cinnamomum verum) e o louro (Laurus nobilis) A madeira de Lauraceae eacute

amplamente explorada em diversas regiotildees Na Amazocircnia a itauacuteba (Mezilururs spp)

eacute a madeira preferida para construccedilatildeo de embarcaccedilotildees devido a sua alta

durabilidade e resistecircncia Diversas outras espeacutecies constituem o principal produto

madeireiro comercializados em Manaus sob o nome de ldquolourordquo (Ribeiro et al 1999)

O alto valor econocircmico das espeacutecies tem levado a uma exploraccedilatildeo crescente

ao longo dos anos (Marques 2001) O interesse econocircmico nos oacuteleos essenciais eacute

devido ao uso induacutestrial podendo-se destacar espeacutecies dos gecircneros Ocotea

24

Nectandra e Aniba conhecidas popularmente como canelas loureiros e pau-rosa

respectivamente (Ribeiro et al 1999)

A extraccedilatildeo de linalol principal componente do oacuteleo essencial de Aniba

rosaeodora Ducke utilizado como fixador na induacutestria de perfumes segundo Rizzini

e Mors (1995) deu-se inicialmente como subproduto da induacutestria de cacircnfora no

Japatildeo devido o mesmo ser um componente do oacuteleo volaacutetil da madeira canforeira

Em 1925 descobriu-se em Juriti Velho (Paraacute) a aacutervore conhecida na regiatildeo como

pau-rosa Este nome popular refere-se ao odor da madeira a qual quando

recentemente cortada exala delicado perfume Verificou-se em seguida que tal

cheiro era devido ao oacuteleo essencial desta madeira que encerra linalol como

componente principal Desde entatildeo se desenvolveu naquela localidade uma

induacutestria extrativa para a obtenccedilatildeo do mencionado oacuteleo Esta induacutestria tomou tal

vulto que figurou durante muitos anos entre as mais proacutesperas da Amazocircnia Ainda

na deacutecada de 1960 produziam-se entre 300 e 400 toneladas de oacuteleo essencial de

pau-rosa por ano sacrificando para tanto 50000 toneladas de madeira

A exploraccedilatildeo de Aniba rosaeodora Ducke fez com que essas espeacutecies fossem

levadas proacuteximas a extinccedilatildeo devido o oacuteleo essencial de pau-rosa localizar-se no

terceiro lugar na pauta de exportaccedilatildeo da regiatildeo Amazocircnica cabendo a borracha e agrave

castanha o primeiro e o segundo lugares respectivamente (Marques 2001)

As espeacutecies da famiacutelia Lauraceae principalmente pertencentes aos gecircneros

Nectranda Licaria Ocotea e Aniba apresentaram um novo grupo de compostos

secundaacuterios As neolignanas descobertas por um dos consolidadores da fitoquiacutemica

brasileira o professor Otto Gottlieb na deacutecada de 1970 ( Gottlieb amp Yoshida1978)

apresentam muitas atividades bioloacutegicas entre elas a atividade antitumoral

25

321 Principais Metaboacutelitos secundaacuterios encontrados em Lauraceae

Daacute-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaccedilotildees quiacutemicas que

continuamente estatildeo ocorrendo em cada ceacutelula A presenccedila de enzimas especiacuteficas

garante certa direccedilatildeo a essas reaccedilotildees estabelecendo o que se denomina de rotas

metaboacutelicas Essas reaccedilotildees visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes

para satisfazer as exigecircncias fundamentais da ceacutelula energia (derivada basicamente

de ATP) poder redutor (NADPH) e biossiacutentese das substacircncias essenciais agrave sua

sobrevivecircncia (macromoleacuteculas celulares) (Santos 2004)

De acordo com a teoria evolucionista todos os seres vivos derivam de um

precursor comum do qual conservam algumas caracteriacutesticas Os processos

essenciais agrave vida e comuns aos seres vivos tecircm sido definidos como metabolismo

primaacuterio Basicamente todos os organismos convivem com os mesmos tipos de

metaboacutelitos primaacuterios e segundo Gottlieb et al (1996) os metabolismos primaacuterios

satildeo reaccedilotildees fornecedoras de mateacuterias primas e de energia para a formaccedilatildeo dos

metaboacutelitos secundaacuterios designados especiais

Vegetais microorganismos e em menor escala animais apresentam todo um

arsenal metaboacutelico (enzimas coenzimas e organelas) capazes de produzir

transformar e acumular inuacutemeras outras substacircncias natildeo necessariamente

relacionadas de forma direta agrave manutenccedilatildeo da vida do organismo produtor Nesse

grupo encontram-se substacircncias cuja produccedilatildeo e acumulaccedilatildeo estatildeo restritas a um

nuacutemero limitado de organismos com bioquiacutemica e metabolismo especiacuteficos e

uacutenicos caracterizando-se como elementos de diferenciaccedilatildeo e especializaccedilatildeo (Wink

1990)

26

Os metaboacutelitos secundaacuterios satildeo conhecidos como metaboacutelitos especiais cujos

produtos embora natildeo necessariamente essenciais para o organismo produtor

garantem vantagens para sua sobrevivecircncia e para a perpetuaccedilatildeo de sua espeacutecie

em seu ecossistema (Santos 2004)

Os metaboacutelitos especiais satildeo especiacuteficos das espeacutecies e participam das

interaccedilotildees intra e intercelular do proacuteprio organismo ou com ceacutelulas de outros

organismos atuam em processos vitais como mediadores em interaccedilotildees ecoloacutegicas

como por exemplo a defesa contra herbiacutevoros e microorganismos a proteccedilatildeo contra

raios UV atraccedilatildeo de polinizadores ou animais dispersores de sementes e em

interaccedilotildees alelopaacuteticas ( Santos 2004 Cechinel Filho amp Bresolin 2003)

Embora classificadas como sendo ou do metabolismo primaacuterio ou do especial

as reaccedilotildees bioquiacutemicas natildeo ocorrem independentemente em um mesmo produtor

Alteraccedilotildees no primeiro podem afetar profundamente o segundo e embora o reverso

natildeo seja verdadeiro Aleacutem disso muitos metaboacutelitos especiais satildeo formados por

sequumlecircncia de reaccedilotildees anaacutelogas agravequelas do metabolismo primaacuterio Portanto a linha

divisoacuteria entre metabolismo primaacuterio e especiais natildeo eacute niacutetida (Dewick 2002) No

esquema 1 pode ser visualizada a origem de todos os metaboacutelitos especiais a partir

do metabolismo da glicose por meio de intermediaacuterios principais o aacutecido chiquiacutemico

e o acetato

De forma geral os mais importantes grupos de metaboacutelitos secundaacuterio vegetal

citam-se tradicionalmente os alcaloacuteides os terpenoacuteides e os flavonoacuteides Verifica-se

na famiacutelia Lauraceae a prevalecircncia de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados

nos oacuteleos essenciais alcaloacuteides e neolignanas encontrados nos extratos

27

Esquema 01 Via biossinteacutetica dos metaboacutelitos especiais Fonte Santos 2004

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente por apresentar em sua

composiccedilatildeo alcaloacuteides isoquinoliacutenicos indoacutelicos e triptofanicos (Figura 2) Dentre os

alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo grande e ainda em

expansatildeo comumente encontrado nas mais diversas espeacutecies de Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Lauraceae

28

3211 Neolignanas

As lignanas satildeo substacircncias que se depositam nas paredes das ceacutelulas

vegetais conferindo a estas notaacutevel rigidez Constituem de 15-35 da mateacuteria seca

dos troncos das gimnospermas e angiospermas aleacutem de serem constituintes da

parede celular de tecidos associados a caule folha e raiz de todas as plantas

vasculares A quantidade de lignanas existentes na superfiacutecie da terra eacute imensa

inferior apenas agrave quantidade de carboidratos Dada esta importacircncia compreende-

se facilmente porque a ocorrecircncia funccedilatildeo formaccedilatildeo estrutura reaccedilotildees e a

utilizaccedilatildeo de lignanas recebem tanta atenccedilatildeo (Barbosa Filho 2004)

As lignanas satildeo macromoleacuteculas poliacutemeros de unidades baacutesicas de n-

propilbenzenos C6-C3 que satildeo ligadas pelo carbono β de suas cadeias laterais (C3)

Satildeo diacutemeros formados atraveacutes do acoplamento oxidativo de alcooacuteis cinamiacutelicos

entre si ou destes com aacutecidos cinacircmicos Esse termo criado em 1942 por Haworth

se prestava muito bem para as poucas substacircncias descritas agravequela eacutepoca

Estruturalmente os dois resiacuteduos n-propilbenzecircnicos apresentam o carbono gama

(C-9) oxigenado (Gottlieb ampYoshida 1984)

As neolignanas (do grego neacuteos = novo moderno) surgiram por causa da

crescente variabilidade estrutural em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo de Haworth que ficou

limitada Isso fez com que Gottlieb em 1978denominasse os diacutemeros oxidativos de

alilfenoacuteis ou de propenilfenoacuteis entre si ou cruzados e natildeo apresentam o carbono

gama (C-γ) oxigenado de neolignanas (Barbosa Filho 2004 Gottliteb 1984)

O processo geral de biossiacutentese dos lignoacuteides (neolignana e lignana) eacute

mostrado a seguir na figura 3 envolvendo os metaboacutelitos primaacuterios finais da via

metaboacutelica do chiquimato Lignoacuteide eacute uma designaccedilatildeo geneacuterica que caracteriza

micromoleacuteclulas cujo esqueleto eacute formado exclusivamente pelo grupo fenilpropacircnico

29

(C6-C3)n sendo n restrito a poucas unidades123 etc As lignanas apresentam

como precursores monomeacutericos aacutecidos cinacircmicos ou alcooacuteis cinacircmicos enquanto as

neolignanas apresentam como precursores monomeacutericos propenilbenzenos ou

alilbenzenos (Barbosa Filho 2004)

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanasFonte Barbosa Filho 2004

As Lignanas e neolignanas desempenham importante papel na defesa das

plantas atuando como agentes antimicrobianos antifuacutengicos e insetiacutefugos As

neolignanas acumulam em madeiras como resposta a ferimentos mecacircnicos ou ao

ataque de microorganismos e que exibem propriedades de defesa contra insetos

Por terem atividade antitumoral e antiviral as neolignanas despertam grande

interesse farmacoloacutegico (Robbers et al 1997) A figura 04 mostra os tipos

estruturais das neolignanas mais representativos e sua designaccedilatildeo de acordo com

trabalhos de revisatildeo de Gottlieb (1978) e Gottlieb e Yoshida (1984)

30

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas Fonte Barbosa Filho 2004

As lignanas satildeo soluacuteveis em solvente apolares tais como eacuteter de petroacuteleo e

anaacutelogos principalmente se a porccedilatildeo do anel estiver metoxilada como acontece na

maioria das vezes As neolignanas geralmente se apresentam como oacuteleos de alta

viscosidade e apresentam meacutedia polaridade (Barbosa Filho 2004)

Esqueletos de Neolignanas

2

3

4

5

6

78

9

1

O O

O

O

O O

O

diarilbutano (88) aritetralina (8867) dibenzocicloctano (2288)

benzofurano (70481) benzofurano (70483) futoenona (8179608)

diidrodieugenol (33) diarilciclobutano (7788) furofurano (70788)

ariloxiarilpropano (804) benzodioxano (703804) bicicloctano (8175)

31

No Brasil o grupo de pesquisa liderado pelo professor Otto Gottlieb contribuiu

significativamente para o conhecimento da quiacutemica das neolignanas A famiacutelia

Lauraceae foi a mais estudada principalmente os gecircneros Aniba Licaria Nectandra

e Ocotea com quase duas centenas de substacircncias ineacuteditas registradas na

literatura Numa avaliaccedilatildeo aproximada jaacute foram isoladas por volta de 700 lignoacuteides

dos quais 270 satildeo neolignanas (figura 5) (Barbosa Filho 2004)

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

O

CH3

Ar

CH2

O

CH3

O O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

OCH3

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

CH3

O

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

O

CH3

CH3

Ar

CH2

AcO

O

CH3

O

CH3

O

O

CH3

32

3212 Alcaloacuteides

O isolamento das primeiras substacircncias puras do reino vegetal ocorreu no

Seacuteculo XIX Este seacuteculo caracterizou-se pelos trabalhos de extraccedilatildeo principalmente

de aacutecidos orgacircnicos e de bases orgacircnicas as quais mais tarde receberam a

denominaccedilatildeo de alcaloacuteides (Almeida et al 2009)

Os extratos de plantas contendo alcaloacuteides satildeo utilizados como medicamentos

venenos e poccedilotildees maacutegicas desde os primoacuterdios da civilizaccedilatildeo Desta maneira eacute

difiacutecil estabelecer a origem correta da descoberta destas substacircncias Registros

indicam que o oacutepio era utilizado pelos Sumeacuterios haacute 4000 anos aC devido as suas

propriedades soporiacuteficas e analgeacutesicas (Hostettman et al 2003)

Satildeo compostos nitrogenados que tecircm na sua estrutura aleacutem de carbono e

hidrogecircnio usualmente tambeacutem oxigecircnio Sua basicidade tiacutepica eacute no entanto muito

variaacutevel pois depende dos agrupamentos adjacentes ao nitrogecircnio Quando o

nitrogecircnio pertence a uma amida por exemplo a presenccedila da carbonila torna o

alcaloacuteide praticamente neutro Satildeo encontrados predominantemente nas

angiospermas e em menor extensatildeo em microorganismos e animais ( Dewick 2002

Henriques et al 2004 Cunha et al 2005)

A presenccedila de alcaloacuteides pode ser assinalada em ampla gama de atividades

bioloacutegicas como analgeacutesicos e narcoacuteticos (morfina codeiacutena) estimulantes SNC

(estricnina brucina) elevaccedilatildeo na pressatildeo sanguiacutenea (efedrina) ou queda da

hipertensatildeo arterial (reserpina) Na verdade os alcaloacuteides satildeo capazes de exercer

diversas de atividades fisioloacutegicas (Robbers et al 1997) Alguns exemplos de

alcaloacuteides satildeo apresentados na figura 6

33

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Os alcaloacuteides assim como outras aminas formam sais duplos com compostos

de mercuacuterio ouro platina e outros metais pesados Esses sais duplos em geral satildeo

obtidos como precipitados e muitos deles satildeo caracteriacutesticos em microcristalografia

Os reagentes alcaloiacutedicos comuns satildeo o de Wagner (iodo em iodeto de potaacutessio) de

Mayer (cloro-iodo mercurato de potaacutessio) e Dragendorff (iodo bismutato de potaacutessio)

(Robbers et al 1997)

Os alcaloacuteides podem ser classificados de acordo com sua origem biossinteacutetica

ou seja de acordo com a estrutura que conteacutem nitrogecircnio em pirrolidino piperidino

quinolino indol entre outros A maioria deriva de aminoaacutecidos alifaacuteticos aromaacuteticos

como a fenilalanina ou a tirosina ou do triptofano (Dewick 2002)

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente pela ocorrecircncia frequumlente de

alcaloacuteides sendo predominante a ocorrecircncia de alcaloacuteides indoliziacutenico

benzilisoquinoliacutenico triptamiacutenico e aporfinoacuteides (Cordell et al 2001) Na figura 7

verifica-se a rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

34

NH2

O

OH

OH

L-tirosina

NH2OH

O

O

OH

OH

- CO2

PLP

PLP

transaminaccedilatildeo

Tiramina 4-hidroxif enil aacutecido piruacutev ico

O - CO2

NH2

CH3

CH3

OH

OH

Dopamina 4-hidroxif enilacetaldeiacutedo

Reaccedilatildeo de Mannich

NHOH

OH

H

OH

S - coclaurina

SAMNH

OH

OH

H

OCH3

S - coclaurina

SAM

NOH

OH

H

OCH3

CH3

S - N-metilcoclaurina

NOH

OH

H

OCH3

CH3

OH

S - 3-hidroxi-N-metilcoclaurina

SAM

NOH

H

OCH3

CH3

OH

O

CH3

S - reticulina

O

NO

H

OCH3

CH3

O

CH3 O

NOH

H

OCH3

CH3

O

CH3 OH

aporf inas

protobuberinas

benzof enantridinas

PLP = py ridoxal 5-phosphate

SAM = S- adenosy l methione

Figura 7 - Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos Fonte Dewick 2002

35

213 Flavonoacuteides

Os flavonoacuteides representam um dos grupos fenoacutelicos mais importantes e

diversificados entre os produtos de origem natural Essa classe de compostos eacute

amplamente distribuiacuteda no reino vegetal e sua presenccedila parece estar relacionada

com funccedilotildees de defesa (proteccedilatildeo contra raios ultravioletas accedilotildees antifuacutengica e

antibacteriana) e de atraccedilatildeo de polinizadores (Zuanazzi amp Montanha 2004)

De forma geral satildeo moleacuteculas de baixo peso molecular caracterizados por

apresentarem dois nuacutecleos fenoacutelicos ligados por uma cadeia de trecircs carbonos A

estrutura baacutesica dos flavonoacuteides consiste num nuacutecleo flavano constituiacutedo de quinze

aacutetomos de carbono arranjados em trecircs aneacuteis (C6-C3-C6) sendo dois aneacuteis fenoacutelicos

(ou metoxilados) substituiacutedos (A e B) e um pirano (cadeia heterociacuteclica C) acoplado

ao anel A (Figura 8) (Cunha et al 2005)

Figura 08 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

As vaacuterias classes de flavonoacuteides diferem no niacutevel de oxidaccedilatildeo e no modelo de

substituiccedilatildeo da cadeia heterociacuteclica C Algumas classes de flavonoacuteides de interesse

satildeo flavonas flavonoacuteis flavanonas flavan-3-ol isoflavonas antocianidinas e

flavanolol (Di Carlo et al 1999)

O esqueleto baacutesico dos flavonoacuteides resulta de rotas biossinteacuteticas separadas a

do aacutecido chiquiacutemico e a do acetato via aacutecido malocircnico A primeira origina

36

fenilalanina o precursor do aacutecido cinacircmico que por sua vez origina o aacutecido

cumaacuterico responsaacutevel por um dos aneacuteis aromaacuteticos (anel B) e a ponte de trecircs

carbonos A segunda resulta no outro anel aromaacutetico (anel A) do esqueleto baacutesico

dos flavonoacuteides (Dewick 2002 Santos 2004) (Figura 9)

Figura 9 biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

37

Flavonoacuteides geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados

contribuindo para a coloraccedilatildeo do azul do vermelho e do laranja nas folhas flores e

frutos Tambeacutem estatildeo associados com diferentes propriedades bioloacutegicas Foram

atribuiacutedas diferentes funccedilotildees na natureza a vaacuterios flavonoacuteides compostos

antimicrobianos produtos do estresse de metaboacutelitos ou moleacuteculas sinalizadoras

(Robbers et al 1997)

38

3214 Terpenoacuteides e fenilpropanoacuteides

Ao longo da evoluccedilatildeo as espeacutecies vegetais desenvolveram vias metaboacutelicas

que lhes permitiam sintetizar uma grande diversidade de metaboacutelitos especiais

Entre esses metaboacutelitos incluem-se alguns compostos de baixo peso molecular que

volaacuteteis satildeo percebidos pelo sistema olfativo como substacircncias dotadas de aromas

sendo usualmente designados como compostos aromaacuteticos As plantas que os

produzem e acumulam em quantidades apreciaacuteveis satildeo por isso denominadas

plantas aromaacuteticas (Cunha et al 2005)

Estas substacircncias volaacuteteis e odoriacuteferas produzidas em misturas complexas

satildeo geralmente lipofiacutelicas e liacutequidas que podem ser isoladas na forma de um oacuteleo

denominado oacuteleo essencial (Simotildees amp Spitzer 2004)

Os componentes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais podem ser divididos em duas

grandes classes com base na biossiacutentese que lhes deu origem (1) derivados de

terpenoacuteides formados atraveacutes da via aacutecido mevalonato-acetato via fosfato

desoxixilulose e (2) fenilpropanoacuteides formados atraveacutes da via do chiquimato

(Robbers et al 1997)

Os fenilpropanoacuteides satildeo formados via aacutecido chiquiacutemico que por sua vez eacute

formado a partir da condensaccedilatildeo do fosfoenolpiruvato e da eritrose-4-fosfato O

aacutecido chiquiacutemico e responsaacutevel pela formaccedilatildeo das duas unidades baacutesicas dos

fenilpropanoacuteides o aacutecido cinacircmico e o aacutecido ρ-cumarico que por meio de reduccedilatildeo

oxidaccedilatildeo e ciclizaccedilatildeo formam os alilbenzenos aldeiacutedos aromaticos

propenilbenzenos e cumarinas (Simotildees amp Spitzer 2004) conforme a figura 10

39

O OH

OH OH

OH

Aacutecido chiquiacutemico

O

OH

R

Aacutecido cinacircmico (R = H)

ou

p - cumaacuterico (R = OH)

O

R

CH2

R R O O

CH3

R

reduccedilatildeo oxidaccedilatildeo cicl izaccedilatildeoreduccedilatildeo

propenilbenzenos aldeiacutedos aromaacuteticos alilbenzenos cumarinas

(R = H OH) (R = H OH) (R = H OH) (R = H OH)

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Os terpenoacuteides constituem uma grande variedade de moleacuteculas sendo esse

termo empregado para designar todas as substacircncias cuja origem biossinteacutetica

deriva de unidades do isopreno A unidade isoprenica por sua vez origina-se a

partir do aacutecido mevalocircnico e a via da eritrose Os compostos terpecircnicos mais

frequumlentes nos oacuteleos volaacuteteis satildeo os monoterpenos (cerca de 90 dos oacuteleos

volaacuteteis) e os sequiterpenos (Simotildees amp Spitzer 2004) Na figura 11 pode-se

visualizar a formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

40

CH3CH3

CH3 OOH

Aacutecido mevalocircnico

CH3

CH2 OPP

Unidade do isopreno

monoterpenos sesquiterpenos diterpenos sesterpenos triterpenos

esteroacuteides

CH3

CH3 CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Seus constituintes variam desde hidrocarbonetos alcooacuteis aldeiacutedos cetonas

fenoacuteis eacutesteres eacuteteres oacutexidos peroacutexidos furanos aacutecidos orgacircnicos lactonas

cumarinas ateacute compostos contendo enxofre Na mistura tais compostos

apresentam-se em diferentes concentraccedilotildees normalmente um deles eacute o composto

majoritaacuterio existindo outros em menores teores e alguns em baixiacutessimas

quantidades (Simotildees amp Spitzer 2004) Na Figura 12 pode visualizar alguns

exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em oacuteleos essenciais

Embora a constituiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais seja muito diferenciada

satildeo observadas algumas propriedades fiacutesicas em comum Possuem odores

caracteriacutesticos alto iacutendice de refraccedilatildeo e a maioria eacute opticamente ativa sendo sua

rotaccedilatildeo especiacutefica muitas vezes uma propriedade uacutetil do ponto de vista de

41

caracterizaccedilatildeo Satildeo imisciacuteveis com aacutegua mas satildeo soluacuteveis em eacuteter aacutelcool e na

maioria dos solventes orgacircnicos (Robbers 1997)

OHO

OH O

HO

OH

linalol terpinoleno alfa pineno cacircnfora

limoneno mentol mentona

cariofilenonerolidolfarnesol

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

As espeacutecies aromaacuteticas de Lauraceae estatildeo compreendidas principalmente

entre os gecircneros Aniba Nectandra Ocotea Licaria e Dicypellium O elevado

potencial da flora odoriacutefera da Amazocircnia apresenta-se como a fonte renovaacutevel mais

apropriada para a produccedilatildeo de essecircncias aromaacuteticas provenientes de Lauraceae

(Zoghbi et al 2005)

42

O uso de plantas aromaacuteticas eacute bastante difundido em especial no tratamento

de infecccedilotildees microbianas inflamaccedilotildees dores e eczemas Entre as propriedades

farmacoloacutegicas encontradas em oacuteleos volaacuteteis estatildeo a atividade antifuacutengica (Lima et

al 2006) repelente (Cheng et al 2004) antiinflamatoacuteria (Juergens et al 1998)

anticolinesteraacutesica (Miyazawa et al 1998) e analgeacutesica (Silva et al 2003)

Satildeo inuacutemeras as atividades bioloacutegicas de oacuteleos volaacuteteis Segundo Baratta e

colaboradores (1998) o oacuteleo de Laurus nobilis apresentou atividade antimicrobiana

frente aos microorganismos Acinetobacter calcoaceticus Beneckea natriegens

Citrobacter freundii Erwinia carotovora Lactobacillus plantarum Micrococcus luteus

Salmonella pullorum Serratia marcescens e Staphylococcus aureus Jaacute o oacuteleo

volaacutetil de Origanum vulgare apresenta forte atividade antimicrobiana em 19 dos 25

microrganismos testados O hidrolato e o oacuteleo volaacutetil de Aniba duckei apresentaram

atividade larvicida frente a Artemia franciscana e Aedes aegypti (Souza et al 2007)

Oacuteleos volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae tem grande importacircncia na induacutestria

farmacecircutica e de perfumes o oacuteleo de pau-rosa obtido a partir de Aniba

rosaeodora tem como constituinte majoritaacuterio o aacutelcool terpecircnico linalol com mistura

dos isocircmeros D e L-linalol que varia de acordo com a regiatildeo de coleta amplamente

utilizado em fragracircncias de perfumes Da mesma forma a cacircnfora extraiacuteda de

Cinnamomum camphora e o safrol extraiacutedo de Ocotea pretiosa e Sassafras

albidum satildeo amplamente utilizados na induacutestria de cosmeacuteticos (Rizzini amp Mors

1995)

43

322 Gecircneros

3221 Endlicheria Nees

Gecircnero neotropical com centro de diversidade na Ameacuterica do Sul Endlicheria

ocorre tambeacutem na Costa Rica Guadalupe e Ilhas do Caribe Possui cerca de 60

espeacutecies 40 das quais ocorrem no Brasil (Chanderbali 2004) (figura 13)

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos relatos satildeo descritos na literatura sobre espeacutecies deste gecircnero

Rodriguez (2008) relata que os extratos etanoacutelicos de Endlicheria anomala

apresentaram atividade antioxidante atraveacutes da inibiccedilatildeo frente ao radical livre 22-

difenil-1-picrilhidrazil (DPPH)

Foram isolados da espeacutecie Endlicheria dysodantha mez quatro derivados

bioativos de benzoato de benzil 2-hidroxi benzoato de benzil 2-hidroacutexi-6-

metoxibenzoato de benzil 26-dimetoxibenzoato de benzil e 25-

dimetoxidimetoacutexibenzoato de benzila ( Ma et al 1991) No extrato benzecircnico de

Endlicheria sericea (Lauraceae) foram isolados por processos cromatograacuteficos

quatro substacircncias ineacuteditas na eacutepoca aleacutem de sitosterol sitostenona e manitol

(Santos 1976) As estruturas dessas substacircncias podem ser verificadas na figura 14

a seguir

44

CH3

O CH3

OH O

O CH3

OH O

H3C

O CH3

OH O

OCH3

CH3

O CH3

OH O

CH3O

HO

26-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-2-metil-8-metoacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-28-dimetil-7-metoacutexi-4-cromanona sitosterol

mantinol28-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

OHHO

OH OH

OH OH

OCH3

CH3O

CH3O

OCH3

OAcO

O OO

O

OCH3

OCH3

disodantina A

O OO

O

OCH3

OCH3

CH3

CH3

acetato de megafone

disodantina B

Figura 14 Substacircncias isoladas de Endlicheria Fonte Santos 1976 e MA et al 1991

As espeacutecies E sericeae e citriodora natildeo apresentaram nenhum estudo

disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos fitoquimicos

45

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki

O gecircnero Rhodostemonodaphne possui cerca de 41 espeacutecies distribuiacutedas na

Ameacuterica do Sul (Madrintildeaacuten 2004) (Figura 15)

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne Fonte

httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos satildeo encontrados na literatura para

este gecircnero O oacuteleo essencial das folhas de Rhodostemonodaphne kunthiara

apresentou atividade citotoacutexica in vitro contra linhagem de ceacutelulas tumorais

humanas apresentando 919 de hidrocarbonetos sesquiterpenos sendo os

componentes majoritaacuterios o germacreno D (644) e o biciclogermacreno (176)

(Palazzo 2009)

As espeacutecies R crenaticupula e R recurva natildeo apresentaram pouco ou nenhum

estudo disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos

fitoquimicos

46

3223 Gecircnero Ocotea Aublet

Aspectos gerais

O gecircnero Ocotea Aublet eacute o maior gecircnero da famiacutelia Lauraceae na regiatildeo

neotropical e apresenta o maior nuacutemero de espeacutecies medicinais (Marques 2001)

sendo utilizado tanto componente dos extratos quanto dos oacuteleos essenciais Este

gecircnero Ocotea tem despertado o interesse dos fitoquiacutemicos brasileiros com sua

ampla distribuiccedilatildeo no territoacuterio nacional com espeacutecies muito apreciadas no comeacutercio

madeireiro como Ocotea porosa conhecida popularmente como imbuiccedila e Ocotea

odoriacutefera o sassafraacutes (Lorenzi 2002) Na tabela 1 pode-se verificar as espeacutecies

mais comumente encontradas no Brasil relacionando seus nomes populares e

forma de uso na induacutestria madeireira (Marques 2001)

Tabela 1 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Nome cientiacutefico Nome popular Forma de uso

Obarcellensis Louro mamori pau-de-querosene

Marcenaria e construccedilotildees em geral

O catharinensis Canela preta Construccedilatildeo civil para ripas e vigas e para moacuteveis

O cymbarum Canela Marcenaria e construccedilotildees em geral

O diospyrifolia Canela Postes e taacutebuas de assoalho

O divaricata Canela soqueira Marcenaria e construccedilotildees em geral

O elegans Canela ferro Marcenaria e construccedilotildees em geral

O guianensis Louro branco Fabricaccedilatildeo de papel

O organensis Canela goiaba Obras de carpintaria

O porosa Imbuia Marcenaria e construccedilotildees em geral

Ocotea pretiosa Sassafraacutes Natildeo utilizada em obras devido as ceacutelulas secretoras de oacuteleo essencial

Opuberula Louro abacate canela barbosa

Fabricaccedilatildeo de papel e de caixotaria

Opulchella Canelinha canela preta Marcenaria e construccedilotildees em geral

O spectabilis Canela amarela louro-preto

Marcenaria e construccedilotildees em geral

47

Distribuiccedilatildeo Geograacutefica

Ocotea Aubl eacute constituiacutedo por cerca de 350 espeacutecies distribuiacutedas na Ameacuterica

tropical e subtropical desde o Meacutexico ateacute a Argentina ocorrendo tambeacutem em

Madagascar na Aacutefrica e nas Ilhas Canaacuterias (Rhower 1993) Estima-se que no Brasil

ocorrem entre 12 a 16 espeacutecies (Baitello 2001) (figura 16)

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Quiacutemica e atividade bioloacutegica

Estudos fitoquiacutemicos tem revelado a presenccedila de neolignanas alcaloacuteides

fenilpropanoacuteides flavonoacuteides e sesquiterpenos (Chaacutevez Gottlieb e Yoshida 1995)

O gecircnero Ocotea destaca-se como um dos gecircneros mais expressivos nos

isolamentos de alcaloacuteides das Lauraacuteceas brasileiras principalmente com esqueletos

com pronunciadas atividades bioloacutegicas (Zanin amp Lordello 2007) Os tipos de

esqueletos alcaloiacutedicos jaacute encontrados nesse gecircnero satildeo apresentados na tabela

02

48

Tabela 2 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Alcaloacuteides Estrutura Espeacutecie Referecircncia

Benzilisoquinoliacutenico

Oduckei

Dias et al

2003

Indoacutelico

O minarum Garcez et al 2005

Triptamiacutenico

O santalodora Aguiar et al 1980

Benzilisoquinoliacutenico

O pulchella Bodega et al 2003

Aporfiacutenicos sensu

scricto

O glaziovii O

caesia

O macropoda

O minarum

Guinaudeau et

al 1979

Vilegas et al

1989

Cava 1971

Vecchietti et al

1979

NH

49

Dentre os alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo

grande e ainda em expansatildeo com mais de 500 alcaloacuteides isolados de mais de 90

gecircneros de plantas eou sintetizados (Jia et al 2000) A maior parte dos alcaloacuteides

aporfinoacuteides encontrados nesse gecircnero foram reunidos no artigo de revisatildeo de Zanin

amp Lordello (2007) Vaacuterios desses alcaloacuteides aporfinoacuteides satildeo comumente

encontrados no gecircnero Ocotea apresentam potente atividade bioloacutegica

Na famiacutelia Lauraceae o oacuteleo essencial eacute armazenado em ceacutelulas secretoras

que podem ser encontradas na folha na casca e no lenho Algumas espeacutecies de

Ocotea como O elegans demonstram tal afirmaccedilatildeo apresentando dificuldades na

utilizaccedilatildeo da madeira para induacutestria de papel devido a presenccedila de ceacutelulas

secretoras de oacuteleo e mucilagem em abundacircncia (Marques 2001)

O oacuteleo essencial de O odorifera apresenta como componente principal o

safrol uma substacircncia comercializada no mundo inteiro e utilizada em vaacuterios ramos

industriais pelo qual milhares de indiviacuteduos de canela-sassaacutefras como eacute conhecido

popularmente foram sacrificados nas matas do sul do paiacutes ateacute a deacutecada de 1990

levando a espeacutecie a ser incluiacuteda na lista oficial de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

(Portaria IBAMA ndeg6-N de 15 de janeiro de 1992) e agrave consequumlente proibiccedilatildeo de seu

corte

O trabalho realizado por Takaku Haber e Setzer (2007) com os oacuteleos

essenciais das folhas de dez espeacutecies de Ocotea (O floribunda O holdridgeana O

meziana O sinuata O tonduzii O valeriana O veraguensis O whitei e duas natildeo

descritas denominadas ldquolos llanosrdquo e ldquosmall leafrdquo) de Monteverde Costa Rica

apresentou como constituintes principais em comum nas espeacutecies α-pineno β-

pineno β-cariofileno e germacreno-D

Tabela 01 continuaccedilatildeo

50

O oacuteleo essencial de diferentes partes de Ocotea ducke apresentou significante

efeito cardiovascular induzindo significativamente hipotensatildeo seguido de

bradicardia O constituinte principal do oacuteleo essencial das folhas foi o trans-

cariofileno (605) e do oacuteleo essencial do caule foi o β-eudesmol (27) (Barbosa-

Filho et al 2008) A tabela 03 mostra outras atividades de algumas espeacutecies de

Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Atividade Farmacoloacutegica Espeacutecie Referecircncia

Fator de agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (PAF) Ocotea duckei

Castro-Faria-Neto et al

1995

Atividade antimicrobiana de

Escherichia coli Ocotea duckei Antunes et al 2006

Efeito depressivo do SNC Ocotea duckei Moraes et al 1998

Bloqueador de contraccedilatildeo

muscular Ocotea odoriacutefera Ribeiro et al 2003

Efeito larvicida contra

Aedes aegypti Ocotea vellosiana Silva et al 2008

Accedilatildeo Repelente Ocotea gardneri Botelho et al 2009

Anti-inflamatoacuteria Ocotea quixos Ballabeni et al 2010

Anti protozoaacuteria Ocotea lancifolia Fournet et al 2007

Antioxidante Ocotea quixos Bruni et al 2004

Para as espeacutecies deste estudo Ocotea minor e Ocotea ceanothifolia natildeo foram

observados estudos quiacutemicos e bioloacutegicos disponiacuteveis na literatura Da espeacutecie

Ocotea leucoxylon foram isolados os alcaloacuteides aporfiacutenicos dicentrina e ocoteiacutena

(Zhou et al 2000)

51

3 Atividades QuiacutemicaBioloacutegicas

331 Atividade antioxidante

3311 Radicais Livres

Desde o iniacutecio da vida no planeta a toxicidade do oxigecircnio atmosfeacuterico tem

sido o principal desafio agrave sobrevivecircncia dos organismos vivos As oxidaccedilotildees

bioloacutegicas geram espeacutecie reativas de oxigecircnio (ERO) e radicais livres que podem

provocar lesotildees celulares muitas vezes irreparaacuteveis (Gocircuvea 2004)

Os radicais livres satildeo espeacutecies quiacutemicas que apresentam como caracteriacutestica a

presenccedila de um uacutenico eleacutetron natildeo-pareado em uma oacuterbita externa A energia criada

por essa configuraccedilatildeo instaacutevel eacute liberada atraveacutes de reaccedilotildees com moleacuteculas

adjacentes como substacircncias quiacutemicas inorgacircnicas ou orgacircnicas ndash proteiacutenas

lipiacutedeos carboidratos particularmente com moleacuteculas essenciais das membranas e

aacutecidos nucleacuteicos causando danos as ceacutelulas e patologias (Halliwell 1996)

Os radicais livres com seus eleacutetrons natildeo pareados podem atacar e danificar

praticamente qualquer moleacutecula encontrada no organismo Eles doam seu eleacutetron

natildeo pareado ou capturam um eleacutetron de outra moleacutecula a fim de formar um par De

uma forma ou de outra os radicais acabam ficando estaacuteveis e a moleacutecula

transforma-se em um radical Isso inicia uma reaccedilatildeo em cadeia que pode agir

destrutivamente As etapas que envolvem a reaccedilatildeo dos radicais livres na

lipoperoxidaccedilatildeo podem ser visualizadas no esquema 2

As etapas de reaccedilatildeo de radicais de forma geral podem ser divididas em etapa

de iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo (Bruice 2006)

52

Etapa de iniciaccedilatildeo na etapa de iniciaccedilatildeo os radicais satildeo gerados

Etapa de propagaccedilatildeo um radical reage para produzir outro radical O radical

produzido na primeira etapa de propagaccedilatildeo pode reagir para formar outro radical As

etapas satildeo repetidas diversas vezes Dessa maneira a reaccedilatildeo eacute chamada ldquoreaccedilatildeo

radicalar em cadeiardquo Eacute a etapa que propaga a cadeia reacional

Etapa de terminaccedilatildeo quando os radicais se combinam produzindo uma

moleacutecula na qual os dois eleacutetrons estatildeo emparelhados ou uma moleacutecula estabiliza o

radical devido principalmente suas propriedades estruturais

Esquema 2 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido graxo

insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido lipiacutedico)

A oxidaccedilatildeo eacute parte fundamental da via aeroacutebica e do metabolismo e assim os

radicais livres satildeo produzidos naturalmente ou por alguma disfunccedilatildeo bioloacutegica No

organismo encontram-se envolvidos na produccedilatildeo de energia na forma de ATP

atraveacutes da cadeia respiratoacuteria como aceptor final de eleacutetrons fagocitose

regulamentaccedilatildeo do crescimento celular sinalizaccedilatildeo intercelular e siacutentese de

substacircncias bioloacutegicas importantes (Borek 1997) Participa de vaacuterias reaccedilotildees

metaboacutelicas como a biossiacutentese de prostaglandinas e esteroacuteides e na oxidaccedilatildeo de

muitas substacircncias aromaacuteticas entre outras (Fleschin et al2000)

O acircnion superoacutexido ( O2 ) o radical hidroxila ( HO) e o oacutexido niacutetrico ( NO) satildeo

exemplos de radicais livres Existem entretanto compostos igualmente reativos

quanto os radicais livres que natildeo possuem eleacutetron natildeo emparelhado na uacuteltima

Iniacutecio LH + OH L + H2O

+ O2 LOO

Propagaccedilatildeo LH + LOO L + LOOH

Propagaccedilatildeo L

53

camada e portanto natildeo podem ser classificados como radicais livres Essas

substacircncias satildeo classificadas de maneira mais ampla como espeacutecies reativas de

oxigecircnio (ERO) ou espeacutecies reativas de nitrogecircnio (ERN) e incluem o peroacutexido de

hidrogecircnio (H2O2) o caacutetion nitrosonium (NO+) o acircnion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito

(ONOO-) (Anderson1996)

Radicais livres (RL) e espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) e nitrogecircnio (ERN)

desempenham papel fundamental no metabolismo celular No entanto quando em

excesso estatildeo envolvidos em vaacuterios processos deleteacuterios ao organismo humano

levando a alteraccedilotildees teciduais responsaacuteveis por diversas patologias como o cacircncer

a arterosclerose a Diabetes mellitus a artrite reumatoacuteide a distrofia muscular a

catarata as desordens neuroloacutegicas e o processo de envelhecimento (Droumlge 2002

Nordberg amp Arneacuter 2001)

Recentemente a presenccedila de radicais livres tem sido correlacionada com um

grande nuacutemero de doenccedilas mas natildeo como agentes etioloacutegicos e sim como fatores

que participam diretamente dos mecanismos fisiopatoloacutegicos os quais determinam a

continuidade e as complicaccedilotildees de diversos estados patoloacutegicos (Rover Junior et al

2001)

Quando os antioxidantes produzidos pelo corpo satildeo insuficientes para

combater os radicais livres produzidos pelo organismo este sofre accedilotildees

degenerativas atraveacutes do distuacuterbio conhecido como estresse oxidativo Esta eacute uma

condiccedilatildeo celular ou fisioloacutegica de elevada concentraccedilatildeo de EROERN que causa

danos moleculares agraves estruturas celulares com consequente alteraccedilatildeo funcional e

prejuiacutezos das funccedilotildees vitais em diversos tecidos e oacutergatildeos tais como muacutesculos

fiacutegados tecido adiposo vascular e cerebral (Droumlge 2002 Duarte et al 1993

Halliwell 1994)

54

Haacutebitos de vida inapropriados tais como a ingestatildeo de aacutelcool fumo e dieta

inadequada condiccedilotildees ambientais improacuteprias tais como a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo natildeo

ionizante UV poluiccedilatildeo estresse emocional e envelhecimento satildeo fatores que estatildeo

associados ao estresse oxidativo (Droumlge 2002 Elsayed 2001) O equiliacutebrio entre a

formaccedilatildeo e a remoccedilatildeo das espeacutecies reativas de radicais livres pode sofrer accedilatildeo de

agentes exoacutegenos ou endoacutegenos induzindo um estado de estresse oxidativo Este

por sua vez pode ser reestabelecido pelos sistemas antioxidantes Na figura 17

pode-se verificar um esquema com as principais fontes de espeacutecies reativas

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al( 2007)

3312 Antioxidantes

Os antioxidantes satildeo substacircncias que quando presentes em baixas

concentraccedilotildees comparadas agrave do substrato oxidaacutevel regeneram ou previnem

significativamente a oxidaccedilatildeo do mesmo (Halliwell et al2000)

As plantas produzem uma grande variedade de substacircncias antioxidantes

contra os danos moleculares causados por radicais livres Entre eles os compostos

fenoacutelicos compreendem o principal grupo de compostos oxidantes de origem

vegetal Destes os flavonoacuteides constituem o grupo mais importante (Behling et al

2004)

55

De acordo com Halliwell (1996) os efeitos defensivos de antioxidantes que

controlam a produccedilatildeo de radicais livres nos seres vivos podem ter origem exoacutegena

originados principalmente de fontes enzimaacuteticas endoacutegena provenientes

principalmente da dieta alimentar destacando-se tocoferoacuteis (vitamina E) aacutecido

ascoacuterbico (vitamina C) flavonoacuteides polifenoacuteis selecircnio e carotenoacuteides (Bianchi amp

Antunes 1999) Alguns exemplos de antioxidantes podem ser verificados na figura

18

A vitamina E eacute a designaccedilatildeo dada a um grupo de compostos antioxidantes

lipossoluacuteveis entre os quais o α-tocoferol eacute a forma mais ativa Eacute encontrada em

lipoproteiacutenas e membranas atuando no bloqueio da reaccedilatildeo em cadeia da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica atraveacutes do sequumlestro de radical peroxila A vitamina C tem

muitas funccedilotildees fisioloacutegicas como o alto poder antioxidante reciclando a vitamina E

no processo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica da membrana e lipoproteiacutenas (Esquema 3)

(Barreiros amp David 2006)

O

HO

Tocoferol

O OHO

HO

HO OH

Aacutecido AacutescoacuterbicoCaroteno

O

OOH

HO

OH

OH

OH

Quercetina(Vitamina E)

(Vitamina C)

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

56

Esquema 3 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela vitamina C originando o radical ascorbila Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al 2007

A partir dos anos 80 o interesse em encontrar antioxidantes naturais para o

emprego em produtos alimentiacutecios ou para uso farmacecircutico tem aumentado

consideravelmente com o intuito de substituir antioxidantes sinteacuteticos que

apresentam problemas de toxicidade e carcinogecircnese bem como diversos outros

males aumento do peso do fiacutegado e significativa proliferaccedilatildeo do retiacuteculo

endoplasmaacutetico (Zheng amp Wang 2001 Giordani et al 2008 Simatildeo 1985)

Em funccedilatildeo dos possiacuteveis problemas provocados pelo consumo de

antioxidantes sinteacuteticos as pesquisas tecircm-se voltado no sentido de encontrar

produtos naturais com atividade antioxidante os quais permitiratildeo substituir os

sinteacuteticos ou fazer associaccedilatildeo entre eles (Souza et al 2007)

3313 Avaliaccedilatildeo da atividade antioxidante utilizando radical livre DPPH

A necessidade de tornar mais objetivas e menos dispendiosas as pesquisas

por constituintes quiacutemicos de plantas levou ao desenvolvimento de numerosas

teacutecnicas de ensaios para monitoramento e seleccedilatildeo de extratos

biofarmacologicamente uacuteteis (Viegas Jr 2004) Dentre eles estaacute o teste com DPPH

que eacute um meacutetodo bastante conveniente para a varredura da atividade antioxidante

de pequenas moleacuteculas uma vez que a reaccedilatildeo pode ser observada visualmente

O R

HO

LOOLOOH

Radical Ascorbil Vitamina C

O R

O

57

utilizando-se uma cromatoplaca ou um espectrocircmetro UVVIS (Saacutenchez-Moreno

1998)

A moleacutecula de DPPH (22-difenil-1-picril-hidrazil) eacute caracterizada como um

radical livre estaacutevel em virtude da deslocalizaccedilatildeo do eleacutetron desemparelhado por

toda a moleacutecula Esta deslocalizaccedilatildeo confere a esta moleacutecula uma coloraccedilatildeo violeta

caracterizada por uma banda de absorccedilatildeo em etanol em cerca de 520nm

Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma

determinada substacircncia em sequumlestrar o radical DPPH reduzindo-o a hidrazina

(figura 19) obtendo dessa forma a mudanccedila simultacircnea na coloraccedilatildeo de violeta a

amarelo paacutelido com consequente desaparecimento da absorccedilatildeo podendo a mesma

ser monitorada pelo decreacutescimo da absorbacircncia A partir dos resultados obtidos

determina-se a porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional (Alvez et

al2010 Sanchez-Moreno et al 1998)

A porcentagem de atividade antioxidante (AA) corresponde a quantidade de

DPPH consumida pelo antioxidante sendo que a quantidade de oxidante necessaacuteria

para decrescer a concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 eacute denominada

concentraccedilatildeo eficiente (CE50) tambeacutem chamada de concentraccedilatildeo inibitoacuteria (CI50)

Quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra menor seraacute a sua CE50

N

N

N

N

ON

O

O

O

O

O

antioxidante

N

N

N

O

O

O

O

O

O

NH N

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

58

332 Citotoxicidade

3321 Letalidade em Artemia salina Leach

As plantas conteacutem inuacutemeros constituintes e seus extratos quando testados

podem apresentar efeitos sineacutergicos entre os diferentes princiacutepios ativos devido a

presenccedila de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade No estudo da atividade bioloacutegica de extratos vegetais eacute importante

a seleccedilatildeo de bioensaios para a detecccedilatildeo do efeito especiacutefico Os sistemas devem

ser simples sensiacuteveis e reprodutiacuteveis (Cavalcanti et al 2000)

A fim de estabelecer a toxicidade de novos produtos naturais muitos ensaios

podem ser utilizados como os ensaios de letalidade de organismos simples que tecircm

sido utilizados para um raacutepido e relativamente simples monitoramento da resposta

bioloacutegica onde existe apenas um paracircmetro envolvido morte ou vida (Meyer et al

1982) Os resultados podem ser facilmente tratados estatisticamente

Estes ensaios permitem a avaliaccedilatildeo da toxicidade geral e portanto satildeo

considerados essenciais como bioensaios preliminares no estudo de compostos com

potencial atividade bioloacutegica

Um dos animais que tem sido utilizado nestes ensaios eacute uma espeacutecie de

microcrustaacuteceo marinho Artemia salina Leach que eacute considerada um bioensaio

preliminar utilizado para expressar a toxicidade de produtos naturais como extratos

de plantas e produtos marinhos (Maciel et al 2002)

Artemia salina Leach eacute uma espeacutecie da ordem Anostraca amplamente

conhecido como indicador de toxicidade em um bioensaio que utiliza CL50

(concentraccedilatildeo letal meacutedia) como paracircmetro para avaliaccedilatildeo da atividade bioloacutegica

(Nunes et al 2008) Esta espeacutecie eacute utilizada em testes de toxicidade devido agrave sua

59

capacidade de formar cistos dormentes fornecendo desse modo material bioloacutegico

que pode ser armazenado durante longos periacuteodos de tempo sem perda de

viabilidade e sem necessidade de se manterem culturas contiacutenuas de organismo-

teste Eacute uma espeacutecie de faacutecil manipulaccedilatildeo em laboratoacuterio e baixo custo econocircmico

(Calow 1993)

Adicionalmente alguns trabalhos mostram uma boa correlaccedilatildeo entre o ensaio

de letalidade com larvas de Artemia salina e a citotoxicidade em linhagens de

ceacutelulas humanas para esses produtos (McLaughlin et al 1995 Carbalho et al

2002)

A avaliaccedilatildeo da bioatividade de extratos de plantas medida pela toxicidade

frente a Artemia salina pode fornecer informaccedilotildees valiosas ao trabalho de quiacutemicos

de produtos naturais e farmacoacutelogos indicando fontes vegetais com importante

atividade bioloacutegica Nesse contexto a utilizaccedilatildeo de bioensaios para o monitoramento

da bioatividade de extratos de plantas vem crescendo consideravelmente nos

laboratoacuterios de pesquisa em niacutevel mundial como meacutetodo alternativo para o uso de

animais de laboratoacuterio (Nunes et al 2008)

60

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais

O cacircncer representa uma enfermidade cada vez mais comum em todo o

mundo e a busca por moleacuteculas cada vez mais potentes e menos toacutexicas eacute

constante tendo como grande fornecedor de moleacuteculas a natureza Segundo

Brandatildeo et al (2010) as plantas satildeo consideradas fonte nobre de moleacuteculas para o

tratamento de vaacuterias formas de cacircncer e mesmo que as moleacuteculas isoladas do

vegetal natildeo possam ser usadas diretamente como medicamento podem servir para

siacutentese ou para gerar proacute-farmacos para o desenvolvimento de novos agentes

Atualmente a definiccedilatildeo cientiacutefica de cacircncer refere-se ao termo neoplasia

especificamente aos tumores malignos como sendo uma doenccedila caracterizada pelo

crescimento descontrolado de ceacutelulas transformadas Existem quase 200 tipos que

correspondem aos vaacuterios sistemas de ceacutelulas do corpo os quais se diferenciam pela

capacidade de invadir tecidos e oacutergatildeos vizinhos ou distantes (Almeida et al 2005)

O cacircncer eacute uma siacutendrome que envolve em geral as etapas de iniciaccedilatildeo

promoccedilatildeo e progressatildeo Os diferentes tipos de cacircncer correspondem aos vaacuterios

tipos de ceacutelulas do corpo (Figura 20) conforme o local de origem destas

Figura 20 Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo brasileira Fonte httpwwwincaorgbrcancer (Almeida et al 2005)

61

O tratamento convencional desta patologia baseia-se em cirurgia radioterapia

quimioterapia ou a combinaccedilatildeo destes procedimentos Os dois primeiros satildeo

recomendados para tumores localizados enquanto que a quimioterapia eacute utilizada

para as ceacutelulas canceriacutegenas espalhadas pelo corpo Os faacutermacos antineoplaacutesicos

natildeo poupam as ceacutelulas normais de sua accedilatildeo devastadora assim diversos efeitos

toacutexicos podem acometer os pacientes que fazem uso destes medicamentos (Behling

et al 2004)

A busca por medicamentos canceriacutegenos tem aumentando com vista a se

encontrar tratamentos mais efetivos e seletivos ou que visem a descoberta de

novas estrateacutegias que impeccedilam o avanccedilo da doenccedila Diversos trabalhos tecircm visado

o estudo da varredura de moleacuteculas com atividade tumoral Os alcaloacuteides

apresentam atividade pronunciada com a classe de aporfiacutenicos demonstrando

atividade frente a diferentes tipos de linhagens de ceacutelulas tumorais (Pereira et al

2008 Silva et al 2007)

Um nuacutemero significativo de agentes quimioteraacutepicos obtidos a partir de plantas

estaacute ainda em experimento cliacutenico para o tratamento de cacircncer mas verifica-se a

descoberta de faacutermacos derivados de plantas que jaacute estatildeo sendo utilizados

clinicamente para essa patologia As estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias

com atividade canceriacutegenas derivadas de fontes vegetais estatildeo representadas na

Figura 21 Entre os mais conhecidos estatildeo os chamados alcaloacuteides da vinca

vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus os taxanos como o

paclitaxel (Taxol ) inicialmente isolado das cascas de Taxus brevifoliae e a classe

de agentes clinicamente ativos derivados da camptotecina isolada de Camptotheca

acuminata Decne (Cragg amp Newman 2009)

62

Figura 21 estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividades canceriacutegenas derivadas

de fontes vegetais Fonte Adaptaccedilatildeo de Cragg amp Newman (2009)

Verifica-se uma possiacutevel correlaccedilatildeo existente entre a atividade antioxidante de

substacircncias polares e a capacidade de inibir ou retardar o aparecimento de ceacutelulas

canceriacutegenas jaacute que haacute indiacutecios que espeacutecies reativas potencializam o estado desta

patologia (Barreiros amp David 2006)

Considerando que menos de 10 das espeacutecies de plantas tiveram algum tipo

de estudo fitoquiacutemico ou de atividades bioloacutegicas acredita-se que muitos

medicamentos derivados de plantas ainda estejam por ser descobertos incluindo os

anticanceriacutegenos (Brandatildeo et al 2010)

O

O

O

O

NHO O

O

OH

O OH

O

O

O

NH

NOH

O

OO

N

OOH

NR

OO

O

R = CH3

R = CHO

Vinblastine

Vincristine

Taxol

OOH

Cl

N

OH

N

NO

O

OOH

CaptotecinaFlavopiridol

O

OOH

N

OH

HO

Roituquina

Vinblastina

Vincristina R = CHO

63

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase

A populaccedilatildeo mundial estaacute cada vez mais idosa e doenccedilas relacionadas agrave

idade prevalecem sem cura ou tratamento eficaz tornando-se probemas de Sauacutede

Puacuteblica Mundial Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHO 2001) estima-

se que 40 milhotildees de pessoas no mundo apresenta algum tipo de demecircncia dentre

elas 25 milhotildees apresentam sintomas caracteriacutesticos da Doenccedila de Alzheimer (DA)

(Andrade 1988 Viegas Junior et al 2005)

Com o crescimento da expectativa de vida o risco eacute real para todos os que

ultrapassam 60 anos de idade jaacute que a DA eacute uma patologia neurodegenerativa

progressiva que afeta principalmente a populaccedilatildeo idosa sendo responsaacutevel por 50-

60 dos casos de demecircncias em pessoas com mais de 65 anos de idade (Francis

et al 1999)

Os principais sintomas envolvem deficiecircncia orgacircnica cognitiva principalmente

comprometimento da memoacuteria da coordenaccedilatildeo motora e do raciociacutenio aleacutem de

perda da capacidade cognitiva e demecircncia

Em niacutevel celular a DA estaacute associada agrave reduccedilatildeo das taxas de acetilcolina

(ACh) no processo sinaacuteptico diminuindo a neurotransmissatildeo colineacutergica cortical

aleacutem de outros neurotransmissores como noradrenalina dopamina serotonina e

glutamato (Tabarrini et al 2001 Perry et al 2003)

A acetilcolina eacute um neurotransmissor encontrado no ceacuterebro e nas junccedilotildees

neuromusculares compondo parte do sistema nervoso parassimpaacutetico Seus efeitos

incluem a contraccedilatildeo dos muacutesculos lisos dilataccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos e

regulaccedilatildeo da taxa de batimentos cardiacuteacos no ceacuterebro estaacute associada ao controle

motor memoacuteria e cogniccedilatildeo Sua atividade e permanecircncia na fenda sinaacuteptica satildeo

64

regulados por hidroacutelise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE) que regenera a

colina seu precursor

Os avanccedilos obtidos na compreensatildeo da evoluccedilatildeo da doenccedila tecircm demostrado

que o uso de inibidores de AChE deve ser a forma mais eficiente de controle da

evoluccedilatildeo da doenccedila As causas da DA natildeo satildeo determinadas assim os sintomas

podem ser apenas amenizados (Quik e Jeyarasasingam et al 1999 Viegas Junior

et al 2004)

O medicamento considerado mais efetivo no tratamento de DA eacute a

galantamina um alcaloacuteide inibidor da enzima acetilcolinesterase composto isolado

de plantas da famiacutelia Amaryllidaceae O alcaloacuteide foi inicialmente isolado de

Galanthus woronowii mas atualmente eacute obtido a partir de Narcissus sp e Leucojum

aestivum assim como sinteticamente Esta substacircncia apresenta menos limitaccedilotildees

que outras jaacute utilizadas devido os efeitos terapecircuticos que permanecem mesmo

apoacutes o teacutermino do tratamento (Ingkanan et al 2000 Loacutepez et al 2002)

Estudos realizados visando a obtenccedilatildeo de novos compostos capazes de

amenizar o deacuteficit colineacutergico associado agrave disfunccedilatildeo cognitiva do mal de Alzheimer

estatildeo baseadas na inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase como eacute o caso do ensaio

colorimeacutetrico de Rhee (Rhee et al 2001) Para esse teste utiliza-se 55rsquo-ditiobis

(aacutecido-2 nitrobenzoacuteico) (reagente de Ellmann) para visualizaccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica (Figura 22)

65

HO

O

N

O

O

SS

O OH

N

O

O

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

O inconveniente da utilizaccedilatildeo do reagente de Ellman eacute o limite de detecccedilatildeo

visual pois formam halos de inibiccedilatildeo brancos sobre a placa corada amarela

Na revisatildeo realizada por Viegas Junior (2004) pode-se verificar que nos

estudos de produtos naturais na busca por novos faacutermacos para o controle da DA os

alcaloacuteides destacam-se devida a atividade observada em baixas concentraccedilotildees

Algumas estruturas de alcaloacuteides podem ser encontradas nessa revisatildeo e em outros

trabalhos relacionados podem ser verificados na figura 23

Ensaios com um grande nuacutemero de plantas estatildeo sendo utilizados para

detectar a atividade de inibiccedilatildeo da AChE Um estudo bioguiado mais eficiente pode

ser realizado com a associaccedilatildeo dos ensaios anticolinesterase e antioxidante

conforme Giordani (2008) jaacute que o dano causado por espeacutecies reativas de oxigecircnio eacute

considerado um fator contribuinte da doenccedila de Alzheimer

No levantamento realizado por Barbosa Filho et al (2006) foram revisadas 309

plantas e 260 substacircncias isoladas As espeacutecies em particular da famiacutelia

Amaryllidaceae Apiaceae Asteraceae Fabaceae e Fumariaceae foram as mais

estudadas Mais uma vez os alcaloacuteides receberam destaque por serem os

compostos isolados que apresentaram maior atividade inibidora de

66

acetilcolinesterase Berkov et al (2008) realizou um trabalho com 33 alcaloacuteides em

que constatou a capacidade de inibir a accedilatildeo da enzima AChE de alcaloacuteides como

coridaline epigalantamina sanguinina desidrocoridalina entre outros

Dessa forma as famiacutelias botacircnicas que conteacutem alcaloacuteides podem ser fontes

promissoras do tratamento de DA

Figura 23 Alcaloacuteides com propriedades anticolinesterase

O

HO

NCH3

CH3O

Galantamina

Huperzina A

N

OH

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

homomoenjodaramina

O

HO

NCH3

HO

Sanguinina

N

OCH3

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

moenjodaramina

HN

N NH

N

NH

OH

CH3

zeatina

FonteGalanthus woronowii Referecircncia Loacutepez et al 2002

Fonte Huperzia serrata Referecircncia Chang 2000

Rajendran et al 2001

Fonte Eucharis grandiflora Referecircncia Loacutepez et al 2002

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteFiatoua villosa Referecircncia Heo et al 2002

67

34 Meacutetodos cromatograacuteficos

A extraccedilatildeo dos constituintes de plantas eacute um exerciacutecio de acertos e erros com

uso de diferentes solventes sob as mais variadas condiccedilotildees como tempo e

temperatura de extraccedilatildeo O sucesso ou fracasso nos processos de extraccedilatildeo pode

ser observado posteriormente nos processos de purificaccedilatildeo Uma vez extraiacutedo da

planta o composto bioativo deve ser separado do extrato bruto O procedimento

pode envolver desde uma simples cristalizaccedilatildeo do composto ateacute separaccedilotildees

sucessivas com particcedilotildees de polaridades diferentes e extensivas teacutecnicas

cromatograacuteficas Neste contexto a cromatografia tem lugar de merecido destaque

no que concerne a separaccedilatildeo identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de compostos (Bresolin

amp Cechinel-Filho 2003)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo Ela estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre

devido a diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis uma fase fixa de grande

aacuterea superficial denominada fase estacionaacuteria e outra um fluido que percola

atraveacutes dela chamada de fase moacutevel A grande variedade de combinaccedilotildees entre

fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica extremamente versaacutetil e de grande

aplicaccedilatildeo (Barnes 2002)

Pode ser desenvolvida de forma planar ou no interior de colunas O fenocircmeno

da separaccedilatildeo cromatograacutefica eacute de cunho interfacial sendo que as superfiacutecies

imisciacuteveis fases moacutevel e estacionaacuteria podem ser gaacutes-soacutelido gaacutes-liacutequido liacutequido-

liacutequido e liacutequido-soacutelido respectivamente (Degani et al 1998) Dentre os vaacuterios tipos

de cromatografia haacute a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Cromatografia

Liacutequida claacutessica e de Alta Eficiecircncia (CLAE) e Cromatografia Gasosa (CG)

(Esquema 4)

68

Esquema 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia Fonte Adaptaccedilatildeo de Degani et al 1998

341 Cromatografia em Camada Delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) eacute uma teacutecnica simples e de

execuccedilatildeo relativamente raacutepida utilizada em quiacutemica de produtos naturais como uma

ferramenta eficaz de anaacutelise qualitativa para avaliaccedilatildeo da pureza de uma amostra

simples avaliaccedilatildeo do nuacutemero de componentes de uma mistura identificaccedilatildeo de

uma ou mais substacircncias presentes em uma mistura por comparaccedilatildeo com padrotildees

monitoramento do progresso de uma reaccedilatildeo quiacutemica escolha de um solvente

apropriado para uma separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna e monitoramento de uma

separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna (Silva et al 2009)

Eacute uma teacutecnica de adsorccedilatildeo liacutequidondashsoacutelido onde agrave separaccedilatildeo pela diferenccedila de

afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionaacuteria O paracircmetro

mais importante a ser considerado em CCD eacute o fator de retenccedilatildeo (Rf) o qual eacute a

razatildeo entre a distacircncia percorrida pela substacircncia em questatildeo e a distacircncia

percorrida pela fase moacutevel Os valores ideais para Rf estatildeo entre 04 e 06 (Degani

et al 1998)

69

342 Cromatografia gasosa

A cromatografia a Gaacutes (CG) eacute um meacutetodo usado para separar os componentes

de uma soluccedilatildeo e determinar sua quantidade relativa Eacute uma teacutecnica uacutetil para

compostos orgacircnicos que natildeo entrem em decomposiccedilatildeo sob altas temperaturas

(aproximadamente 310ordmC) possibilitando a anaacutelise de compostos obtidos de plantas

em pequenas quantidades (microgramas) (Lanccedilas1993)

A cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de

possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa devido agrave possibilidade de

detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9-10-12 g) A grande limitaccedilatildeo deste

meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

(Degani et al 1998)

Os gases utilizados como fase moacutevel devem ter alta pureza e ser inertes em

relaccedilatildeo agrave fase estacionaacuteria Hidrogecircnio nitrogecircnio e heacutelio satildeo os mais usados Os

detectores de maior aplicaccedilatildeo satildeo o detector por ionizaccedilatildeo em chama e o detector

de condutividade teacutermica Os dados podem ser obtidos atraveacutes de um registrador

potenciomeacutetrico um integrador ou um microcomputador sendo as amostras

identificadas por seus tempos de retenccedilatildeo (Degani et al 1998)

A cromatografia a gaacutes pode ser combinada com espectroscopia de massas

(CG-EM) Esta teacutecnica vem sendo utilizada como meacutetodo sensiacutevel na identificaccedilatildeo

de alcaloacuteides e detecccedilatildeo de vaacuterias classes de terpenos (Cordell1995 Bresolin amp

Cechinel-Filho 2003)

70

4 METODOLOGIA

41 Coleta

As espeacutecies de Lauraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho

Ducke em Manaus no Amazonas Sendo trecircs espeacutecies do gecircnero Ocotea duas do

gecircnero Rhodostemonodaphne e duas do gecircnero Endlicheria As exsicatas

encontram-se depositadas no herbaacuterio do Instituto Nacional de Pesquisas do

Amazonas (INPA) no projeto Flora da Reserva Ducke

Reg Nome cientiacutefico Oacutergatildeo(s) da planta

0215 Endlicheria citriodora Folhas e galhos

0273 Endlicheria sericea

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0123 Ocotea ceanothifolia

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0066 Ocotea leucoxylon

Folhas galhos finos e grossos

0172 Ocotea minor

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0191 Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas e galhos

0162 Rhodostemonodaphne recurva

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

Quadro 1 - Dados de coleta das espeacutecies vegetais

Apoacutes a coleta as diferentes partes da aacutervore (folhas galhos e cascas do

tronco) foram separadas limpas analisadas macroscopicamente quanto agrave presenccedila

de fungos galhas e ataques de insetos O material foi seco agrave temperatura ambiente

triturado separadamente em moinho de quatro facas e dividido para obtenccedilatildeo de

extratos etanoacutelicos e de oacuteleos essenciais O esquema 05 mostra os meacutetodos

empregados para obtenccedilatildeo dos extratos etanoacutelicos e extraccedilatildeo dos oacuteleos essenciais

71

42 Obtenccedilatildeo dos extratos

Para as sete espeacutecies investigadas o procedimento de obtenccedilatildeo dos extratos

foi padronizado Cada parte (galhos folhas e cascas) foi submetida agrave maceraccedilatildeo a

frio durante 72 horas em etanol previamente destilado

Apoacutes a maceraccedilatildeo e filtraccedilatildeo o solvente foi eliminado em evaporador rotatoacuterio

resultando num extrato bruto O material vegetal foi recolocado em maceraccedilatildeo

repetindo-se o processo descrito anteriormente durante quatro vezes obtendo assim

um extrato etanoacutelico

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos extratos e dos oacuteleos essenciais

Hidrodestilaccedilatildeo por Clevenger modificado

Evaporaccedilatildeo em rotavapor

5x maceraccedilatildeo em Etanol

Extraccedilatildeo de oacuteleo essencial

Soluccedilatildeo etanoacutelica

Extrato etanoacutelico

Prospecccedilatildeo quiacutemica

Ensaios quiacutemicobioloacutegicos

Anaacutelise e identificaccedilatildeo

Limpeza secagem e trituraccedilatildeo

Coleta

72

43 Prospecccedilatildeo

As prospecccedilotildees foram realizadas segundo Matos (1980)

431 Fenoacuteis

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se em seguida trecircs gotas de soluccedilatildeo alcooacutelica de FeCl3 10 Agitou-se e

observou-se variaccedilatildeo de coloraccedilatildeo variando entre azul e vermelho que eacute indicativo

de fenoacuteis O resultado foi comparado com um teste em branco usando-se aacutegua e

FeCl3

432 Flavonoacuteides

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se entatildeo alguns miligramas de magneacutesio granulado e 05 mL de HCl

concentrado O teacutermino da reaccedilatildeo foi indicado pelo fim da efervescecircncia O

aparecimento ou a intensificaccedilatildeo da cor vermelha foi indicativo da presenccedila de

flavonoacuteis flavanonas flavanonoacuteis eou xantonas livres ou seus heterosiacutedios

433 Alcaloacuteides

Foi verificada a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes dos reativos de

reconhecimento Dragendorf Mayer Wagner e Hager A leve turbidez ou precipitado

respectivamente roxa a laranja branca a creme marron e marrom dos extratos apoacutes

a adiccedilatildeo dos reativos indicaram a presenccedila de alcaloacuteides

73

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas

441 Obtenccedilatildeo das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

O extrato bruto foi submetido a fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides

modificado conforme demonstrado no esquema 06 O extrato seco foi

ressuspendido com soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 10 As substacircncias apolares foram

extraiacutedas com hexano Para retirada de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade foi

adicionado diclorometano (4 vezes) Apoacutes a retirada do diclorometano a fraccedilatildeo

aquosa foi alcalinizada com hidroacutexido de amocircnio ateacute pH 9-10 e extraiacuteda com o

mesmo volume de diclorometano (4 vezes) gerando uma fraccedilatildeo orgacircnica

enriquecida em alcaloacuteides A fraccedilatildeo foi seca com sulfato de soacutedio anidro filtrada

evaporada agrave pressatildeo reduzida e pesada

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Adiccedilatildeo NH4OH

Particcedilatildeo CH2Cl2

Fraccedilatildeo aquosa aacutecida

Fase Hexacircnica

CH2Cl2H2O

Fraccedilatildeo diclorometano

Fraccedilatildeo aquosa Baacutesica

Resiacuteduo aquoso neutro

Ressuspensatildeo em HCl 10 e particcedilatildeo com Hexano

Extrato

Etanoacutelico

Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

74

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD

Apoacutes as particcedilotildees aacutecido-base as fraccedilotildees alcaloiacutedicas foram solubilizadas em

diclorometano e aplicadas com auxiacutelio de capilar em cromatofolhas de alumiacutenio (AL

TLC Silicagel 60 F254 Merck 5 x 4 cm) O sistema foi mantido em cacircmara de

saturaccedilatildeo com os eluentes acetato de etila metanol e aacutegua (721) A visualizaccedilatildeo

das manchas foi efetuada por exposiccedilatildeo agrave luz UV a 264 e 365 nm e revelaccedilatildeo com

vanilina sulfuacuterica com posterior aquecimento em estufa e em capela ateacute o

aparecimento de cores na placa e revelador Dragendorf

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por Espectrometria de massas

O estudo do perfil alcaloiacutedico foi realizado por espectrometria de massa (IES-

EMEM) As amostras foram solubilizadas para concentraccedilatildeo de 5ppm usando

metanol HPLC como solvente injetadas por inserccedilatildeo direta no espectrocircmetro de

massas com inserccedilatildeo direta com fluxo de 30 μL minndash1 Os espectros ESI-MS foram

adquiridos em modo positivo em um aparelho LCQ-Fleet da Thermo Detector do

tipo Ion-Trap operando no modo ESI de ionizaccedilatildeo As amostras foram infundidas

por uma bomba de injeccedilatildeo automaacutetica com um fluxo contiacutenuo de 10μLmin-1 Os

espectros foram adquiridos na faixa de mz 100 a 800 Foram avaliados por injeccedilatildeo

direta das amostras em espectrocircmetro de massa com interface electrospray e

analisador de iacuteon-trap (FIA-ESI-IT-MS)[5] obtidos em modo positivo [M+H]+

75

45 Oacuteleo essencial

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo

O oacuteleo essencial foi extraiacutedo por hidrodestilaccedilatildeo utilizando-se aparelho de

Clevenger modificado por 4 horas A proporccedilatildeo utilizada foi de 110 de amostra e

aacutegua respectivamente

Apoacutes a obtenccedilatildeo do oacuteleo o mesmo foi seco em sulfato de soacutedio seu

rendimento calculado e em seguida armazenado em geladeira em um frasco acircmbar

para minimizar os efeitos da oxidaccedilatildeo ateacute as anaacutelises

O caacutelculo dos rendimentos foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo da massa do oacuteleo

obtida com a massa de material vegetal seco utilizado na extraccedilatildeo

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais

Os oacuteleos essenciais foram diluiacutedos em hexano e as soluccedilotildees obtidas foram

submetidas agrave anaacutelise por cromatografia em fase gasosa com detector de ionizaccedilatildeo

de chama (CG-DIC) para a anaacutelise quantitativa e determinaccedilatildeo dos iacutendices de

retenccedilatildeo e por cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrocircmetro de massas

(CG-EM) para a obtenccedilatildeo dos espectros de massas Foram realizadas trecircs

repeticcedilotildees para cada oacuteleo essencial analisado

4521 Anaacutelise em CG-DIC

Os oacuteleos foram diretamente analisados em cromatoacutegrafo em fase gasosa

modelo CG 2010 da Shimadzucopy com detector por ionizaccedilatildeo de chama (DIC) As

76

anaacutelises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB (100 dimetilpolisiloxano) da

Variancopy com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m sendo utilizado como gaacutes de

arraste heacutelio (He) em fluxo de 20 mLmin A injeccedilatildeo em modo split 110 foi realizada

com injetor a 250ordmC A temperatura do detector foi de 290ordmC e o forno foi

programado de 60ordmC ateacute 240degC (2degCmin) 240degC ateacute 290degC (20degCmin) isoterma em

290degC por 5 min Foram injetados padrotildees de hidrocarbonetos lineares para a

determinaccedilatildeo dos iacutendices de retenccedilatildeo

4522 Anaacutelise em CG-EM

Apoacutes a anaacutelise por CG-DIC os oacuteleos foram analisados em cromatoacutegrafo em

fase gasosa modelo QP-2010 da Shimadzucopy com detector por espectrometria de

massas (CG-EM) As anaacutelises foram realizadas com coluna VF-1MS da Variancopy

com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m As condiccedilotildees da anaacutelise foram agraves

mesmas utilizadas por CG-DIC Para a detecccedilatildeo foi aplicada a teacutecnica de impacto

eletrocircnico a 70eV

4522 Anaacutelise por RMN

Os espectros de Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear de hidrogecircnio (RMN 1H) e carbono (RMN

13C-1H desacoplado) DEPT HSQC e HMBC foram registrados em espectrocircmetro da Varian modelo

INOVA de 117 T do Centro de Biotecnologia da Amazocircnia (CBA) operando a 500 MHz para 1H e 125

MHz para 13C As amostras foram solubilizadas em 600microL de solvente deuterado clorofoacutermio (CDCl3)

Os deslocamentos quiacutemicos (δ) foram expressos em partes por milhatildeo (ppm) em relaccedilatildeo ao padratildeo

interno TMS (δ= 000) e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz) As multiplicidades dos sinais

foram indicadas segundo a convenccedilatildeo s (singleto) d (dupleto) dd (duplo dupleto) t (tripleto) e m

(multipleto)

77

4523 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais

A determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais foi realizada

atraveacutes dos dados de tempo de retenccedilatildeo obtidos por CG-DIC e dos espectros de

massas obtidos por CG-EM Os iacutendices de retenccedilatildeo foram calculados utilizando a

equaccedilatildeo de Van der Dool-Kratz relacionando os tempos de retenccedilatildeo dos compostos

presentes nos oacuteleos essenciais com os tempos de retenccedilatildeo de uma seacuterie homoacuteloga

de hidrocarbonetos lineares (C9-C30) que foi co-injetada com a amostra Os iacutendices

de retenccedilatildeo e os espectros de massas foram comparados com dados da

espectroteca Wiley 70 e da literatura (Adams 2007)

78

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos

Os extratos em etanol eou oacuteleos essencias com maiores rendimentos foram

testados nos seguintes ensaios

461 Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria de acetilcolinesterase foi verificada segundo o meacutetodo de

Ellman (1961) modificado por Rhee et al (2001) A amostra foi adicionada em uma

placa de CCD (cromatografia de camada delgada) Apoacutes a completa evaporaccedilatildeo do

solvente foi adicionado sobre a placa cromatograacutefica o corante e o substrato que

satildeo o reagente de Ellman (aacutecido 55rsquo-ditiobis-2-nitrobenzoacuteico DTNB) e uma soluccedilatildeo

de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) em tampatildeo A enzima AChE (3 UmL) foi

adicionada posteriormente e analisada depois de 20 minutos O resultado foi

verificado atraveacutes da diferenccedila na coloraccedilatildeo caracteriacutestica do meacutetodo em que a

coloraccedilatildeo amarela caracteriza o resultado negativo para inibiccedilatildeo e branca para

positivo

As regiotildees da placa que contecircm substacircncias capazes de inibir a accedilatildeo da

enzima acetilcolinesterase apresentam uma mancha branca contra a coloraccedilatildeo de

fundo do corante

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH

A atividade inibidora de radicais livres foi verificada de forma qualitativa

(Soler-Rivas et al 2000) e quantitativa (Mensor 2001)

79

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante

O teste de atividade antioxidante qualitativo foi realizado atraveacutes da

capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em

soluccedilotildees com solvente metanol por trinta segundos

Foram aplicadas sobre uma cromatoplaca de siacutelica gel soluccedilotildees das amostras

de extrato bruto com concentraccedilatildeo de 1mgmL Apoacutes a total evaporaccedilatildeo do solvente

a placa seraacute nebulizada com soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH a 03mMmL

A atividade antioxidante foi evidenciada pela presenccedila de manchas amarelas

ou brancas decorrentes da reduccedilatildeo do DPPH contra a coloraccedilatildeo puacuterpura de fundo

apoacutes alguns minutos agrave temperatura ambiente Como padratildeo positivo foi utilizado o

flavonoacuteide quercetina

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi avaliada por meio da capacidade sequumlestrante do

radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) utilizando quercetina como padratildeo

externo Verifica-se que o padratildeo apresenta concentraccedilatildeo eficiente aproximada de 4

μgmL devido a isso foram preparadas soluccedilotildees em metanol com concentraccedilotildees de

03906 a 25 μgmL O mesmo procedimento foi realizado para as soluccedilotildees dos

extratos com concentraccedilatildeo de 3125 a 100 microgmL O meacutetodo foi adaptado para

microplaca (figura 23)

As amostras diluiacutedas tiveram suas absorbacircncias medidas em leitora de

microplaca (Bio-Rad modelo 3550 UV) a 517 nm para a obtenccedilatildeo do branco Em

seguida foram submetidas agrave adiccedilatildeo do reativo DPPH (03 mM) incubando a reaccedilatildeo

80

por 30 minutos em ambiente escuro A leitura da absorbacircncia foi novamente

realizada pois por accedilatildeo de um antioxidante o DPPH eacute reduzido formando difenil-

picril-hidrazina com consequente desaparecimento da coloraccedilatildeo podendo ser

monitorado pelo decreacutescimo da absorbacircncia

A porcentagem da atividade antioxidante (AA) corresponde agrave quantidade de

DPPH consumida sendo que a quantidade da amostra necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo de DPPH em 50 eacute denominada concentraccedilatildeo eficiente (CE50) Os

valores de absorbacircncia em todas as concentraccedilotildees testadas foram convertidos em

AA pela equaccedilatildeo 01

AA = [ Abscontrole ndash ( Absamostra ndash Absbranco ) ] x 100 Abscontrole

Onde Abscontrole eacute a absorbacircncia inicial da soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH e

Absamostra eacute a absorbacircncia da mistura reacional ( DPPH + amostra)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Os resultados apresentados neste estudo correspondem a meacutedia da triplicata

e o desvio padratildeo da meacutedia O valor de (CE50) foi determinada atraveacutes da regressatildeo

linear dos valores obtidos utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007

81

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia salina LEACH

A atividade citotoacutexica dos extratos foi avaliada atraveacutes do teste de letalidade

contra Artemia salina Leach de acordo com o meacutetodo proposto por Meyer e

colaboradores (1982) Naacuteuplios de Artemia salina foram incubados em aacutegua do mar

artificial por 48 horas agrave temperatura de 28ordmC Soluccedilotildees dos extratos foram

preparadas em dimetilsulfoacutexido (DMSO) nas concentraccedilotildees variando de 10 a 500

μgmL

Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para recipientes

contendo aacutegua artificial do mar e a substacircncia a ser testada Os ensaios foram

realizados em triplicata A contagem do nuacutemero de larvas mortas foi realizada apoacutes

24 horas e esse nuacutemero foi usado para o calculo utilizando o meacutetodo Proacutebitos de

anaacutelise para obtenccedilatildeo das DL50 e respectivos intervalos de confianccedila (Finney 1971)

(figura 24) Os extratos com DL50 maiores que 1000 microgmL ppm foram considerados

inativos

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

464 Avaliaccedilatildeo da atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais

A avaliaccedilatildeo da citotoxidade foi realizada na Universidade Federal do Cearaacute sob

a supervisatildeo da prof Dra Claacuteudia Pessoa Foram utilizados trecircs tipos de linhagens

82

tumorais MDA-MB435 (mama - humano) HCT-8 (coacutelon - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) cultivadas em meio RPMI 1640 suplementados com 10

de soro fetal bovino e 1 de antibioacuteticos mantidas em estufa a 37 ordmC e atmosfera

contendo 5 de CO2As amostras dos extratos etanoacutelicos foram dissolvidas em

DMSO puro esteacuteril e testadas na concentraccedilatildeo final de 50 microgmL

Anaacutelise de citotoxicidade pelo meacutetodo do MTT vem sendo utilizada no

programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI) Eacute um

meacutetodo raacutepido sensiacutevel e barato Eacute uma anaacutelise colorimeacutetrica baseada na

conversatildeo do sal 3-(45-dimetil-2-tiazol)-25-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT)

em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas

ceacutelulas metabolicamente ativas O estudo citotoacutexico pelo meacutetodo do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade mas natildeo o mecanismo de accedilatildeo (Berridge et al

1996)

As ceacutelulas foram plaqueadas na concentraccedilatildeo de 01 x 106 ceacutelmL para as

linhagens MDAMB-435 e SF-295 e 07 x 105 ceacutelmL para a linhagem HCT-8 Em

seguidas foram adicionadas as amostras na concentraccedilatildeo final de 50 gmL As

placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5 de CO2 a 37 ordmC Ao teacutermino

deste as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante removido Em seguida

foram adicionados 150 L da soluccedilatildeo de MTT (sal de tetrazolium) e as placas foram

incubadas por 3h A absorbacircncia foi lida apoacutes dissoluccedilatildeo do precipitado com 150L

de DMSO puro em espectrofotocircmetro de placa a 595 nm

Os experimentos foram analisados segundo a meacutedia plusmn desvio padratildeo da

meacutedia (DPM) da porcentagem de inibiccedilatildeo do crescimento celular usando o programa

GraphPad Prism

83

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apoacutes seacuteculos de exploraccedilatildeo desordenada na Regiatildeo Amazocircnica as espeacutecies

da famiacutelia Lauraceae produtoras de oacuteleo essencial continuam tendo interesse

comercial mas com poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos descritos na

literatura em comparaccedilatildeo com a quantidade de espeacutecies de interesse (Alcacircntara et

al 2010)

As espeacutecies de plantas estudadas neste trabalho fazem parte de uma seacuterie de

plantas selecionadas pelo grupo de pesquisa Quiacutemica de Biomoleacuteculas da Amazocircnia

(Q-BiomA) objetivando o estudo do perfil de seus constituintes alcaloiacutedicos e

volaacuteteis Todas as espeacutecies fazem parte da flora Amazocircnica e possuem pouco ou

nenhum estudo quiacutemico e bioloacutegico

As extraccedilotildees e os ensaios quiacutemicos e bioloacutegicos foram realizados conforme a

disponibilidade dos equipamentos e reagentes e portanto os testes natildeo foram

realizados com todas as espeacutecies e partes da planta ateacute a presente data

51 Rendimento do extrato

Foram obtidos 23 extratos com rendimento variando de 161 agrave 2904

conforme apresentado na tabela 4 A espeacutecie O ceanothifolia apresentou o maior

rendimento na maioria das partes (folhas galhos finos e grossos) Em quase todas

as espeacutecies foi possiacutevel verificar que os galhos finos apresentaram rendimento maior

que os galhos grossos Tal dado eacute importante tendo em vista a sustentabilidade da

84

pesquisa jaacute que os galhos finos satildeo mais faacuteceis de serem obtidos e sua retirada eacute

menos prejudiciais agrave planta devido crescerem mais raacutepido

Tabela 4 Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

A= Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol Rend=rendimento NR = natildeo realizado

52 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica

O estudo fitoquiacutemico revelou a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos

na maioria dos extratos Os resultados para a prospecccedilatildeo de alcaloacuteides utilizando

como reveladores Hager Wagner Mayer e Draggendorff foram unidos e satildeo

apresentados na tabela 09 assim como os resultados para flavonoacuteides e compostos

fenoacutelicos

Os flavonoacuteides natildeo foram detectados em nenhum extrato do gecircnero

Rhodostemonodaphne e das espeacutecies Endlicheria sericea (galhos) e Ocotea

Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

Espeacutecies Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

()

E citriodora 400 1299 215 682 NR NR NR NR

E sericea 500 479 500 204 500 347 200 284

O

ceanothifolia

700 2904 500 860 300 1362 350 204

O leucoxylon 550 393 500 257 500 579 NR NR

O minor 500 1665 600 672 300 607 300 354

R

crenaticupula

100 826 500 161

NR NR NR NR

R recurva 500 426 500 106 500 201 300 051

85

leucoxylon Poreacutem este uacuteltimo gecircnero apresentou a maior quantidade de espeacutecies

contendo alcaloacuteides o que pode ser um indiacutecio para outras atividades jaacute que os

alcaloacuteides satildeo conhecidos por apresentarem pronunciada atividade bioloacutegica

A presenccedila de alcaloacuteides em Ocotea foi verificada destacando esse grupo de

substacircncias como bastante frequumlentes em espeacutecies desse gecircnero Foi possiacutevel

verificar que a maioria das partes das espeacutecies testadas apresentou alcaloacuteides

Tabela 5 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e flavonoacuteides

Oacutergatildeo vegetal Fenoacuteis Flavonoacuteides Alcaloacuteides

E citriodora

Folhas - - -

Galhos grossos + - -

E sericeae

Folhas + + -

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

Cascas + + +

O ceanothifolia

Folhas + + -

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + - -

O leucoxylon

Folhas + - +

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

O minor

Folhas + - +

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + + +

R recurva

Folhas - - -

Galhos grossos - - +

Galhos finos - - +

Cascas - - +

R crenaticupula

Folhas - - +

Galhos grossos + - +

(+)positivo (-)negativo

86

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica

531 Rendimento da particcedilatildeo

O rendimento () das fraccedilotildees alcaloiacutedicas variaram de 673598 em E sericea

a 00749 em E citriodora baseadas em 2g do material de partida Os rendimentos

da particcedilatildeo podem ser verificados a seguir (Tabela 6)

Tabela 6 Rendimento da particcedilatildeo aacutecido-base ()

Oacutergatildeo vegetal Hexano Diclorometano Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

E citriodora Folhas 958063 07298 00749

Galhos grossos 121941 33741 08485

E sericeae

Folhas 89957 166872 139949

Galhos grossos 264841 223406 21813

Cascas 224532 40688 673598

O ceanothifolia

Folhas 59401 60496 07518

Galhos grossos 10022 105809 20693

Galhos finos 05395 60678 05246

Cascas 05091 102800 11553

O leucoxylon

Folhas 689310 149902 91739

Galhos grossos 295341 193682 55870

Galhos finos 52083 179812 116716

O minor

Folhas 93799 95347 02446

Galhos grossos 02191 40187 08316

Galhos finos 11014 24370 09768

Cascas 06939 12986 06839

R recurva

Folhas 543737 20224 02769

Galhos grossos 334256 138845 09296

Galhos finos 429355 19344 05285

R crenaticupula Folhas 590989 17336 01273

Galhos grossos 165237 252493 07379

As espeacutecies de Endlicheria apresentaram perfis muito diferentes Enquanto em

E sericea (folhas) pode-se verificar o maior rendimento de todos os extratos E

citriodora (folhas) obteve o menor resultado Tal dado reflete o resultado das

prospecccedilotildees onde esta apresentou resultado negativo o que pode significar uma

quantidade muito baixa de alcaloacuteides presentes no extrato

As Rhodostemonodaphnes apresentaram rendimentos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

inferiores a 1 em todos os extratos

87

532 Anaacutelise por CCD

Os alcaloacuteides podem ser encontrados em todas as partes de um vegetal

contudo em um ou mais oacutergatildeos haveraacute um acuacutemulo preferencial dessas substacircncias

(Henriques et al2004) como pode ser observado nas placas cromatograacuteficas

dessas espeacutecies analisadas (figura 25 agrave 31)

Endlicheria citriodora

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 25 placa cromatograacutefica de Endlicheria citriodora

Natildeo foi verificado a presenccedila de alcaloacuteides nas fraccedilotildees de folhas e fracamente

nos galhos de Endlicheria citriodora e E sericea Tais dados satildeo condizentes com a

prospecccedilatildeo dos extratos realizados utilizando reveladores especiacuteficos para

alcaloacuteides em que o mesmo foi negativo O que pode indicar uma quantidade

pequena ou ausecircncia de alcaloacuteides presentes nas folhas e galhos dessas espeacutecies

88

O fato do resultado em prospecccedilatildeo quiacutemica ser negativo natildeo exclui a presenccedila de

uma substacircncia em um extrato pois a mesma pode estar em uma concentraccedilatildeo

muito baixa no extrato testado

Endlicheria sericeae

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 26 placa cromatograacutefica de Endlicheria sericeae

89

A anaacutelise em CCD possibilita que classes de substacircncias que apresentem

concentraccedilotildees baixas em um extrato possam ser visualizadas atraveacutes da separaccedilatildeo

de fraccedilotildees na placa cromatograacutefica como no caso dos galhos de E citriodora

No extrato das cascas de E sericea pode-se visualizar trecircs manchas que

sugerem corresponder a presenccedila do mesmo nuacutemero de alcaloacuteides embora a

presenccedila de uma fraccedilatildeo separada na placa cromatograacutefica natildeo comprove que a

mesma estaacute isolada

Rodostemonodaphne crenaticupula

Os resultados das particcedilotildees aacutecido-base das duas espeacutecies de

Rhodostemonodaphne podem ser visualizados nas figuras 27 e 28

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 27 placa cromatograacutefica de R crenaticupula

90

Nas folhas e nos galhos de R crenaticupula foi possiacutevel visualizar a presenccedila

de duas manchas que equivalem a presenccedila de alcaloacuteides Em contraste natildeo foi

possiacutevel visualizar a presenccedila de alcaloacuteides nas folhas de R recurva fracamente

nos galhs finos e mais pronunciado nos galhos grossos

Rhodostemonodaphne recurva

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 28 placa cromatograacutefica de R recurva

91

A prospecccedilatildeo para alcaloacuteides tambeacutem foi confirmada no gecircnero

Rhodostemonodaphne O perfil dos alcaloacuteides nas folhas e galhos de R

crenaticupula foi o mesmo na placa cromatograacutefica poreacutem em R recurva visualizou-

se duas manchas nos galhos finos e apenas uma nos galhos grossos Segundo

Henriques et al (2004) apoacutes o transporte para o siacutetio de armazenagem podem

haver modificaccedilotildees estruturais secundaacuterias Assim os mesmos podem ter a mesma

origem poreacutem com estruturas diferentes

A presenccedila de alcaloacuteides em potencial confirma a revisatildeo de Zanin amp Lordello

(2007) onde foi constatada por meio de anaacutelise em CCD e prospecccedilatildeo a presenccedila

de alcaloacuteides em todas as partes (folhas galhos e cascas)

Dos trecircs gecircneros analisados as Ocoteas foram as que apresentaram mais

alcaloacuteides tanto em quantidade visualizadas pelo nuacutemero de fraccedilotildees obtidas pela

separaccedilatildeo do extrato na placa cromatograacutefica quanto na concentraccedilatildeo verificada

por meio da intensidade da coloraccedilatildeo

A presenccedila de alcaloacuteides nas espeacutecies de Ocotea identificados por revelador

especiacutefico pode ser visualizado nas figuras 29 30 e 31 As manchas em Ocotea

leucoxylon e Ocotea minor foram mais pronunciadas que em O ceanothifolia

92

Ocotea ceanothifolia

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O ceanothifolia

93

O leucoxylon

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O leucoxylon

94

Ocotea minor

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 31 placa cromatograacutefica de O minor

95

O procedimento realizado para o fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides foi

uma adaptaccedilatildeo do meacutetodo de particcedilatildeo aacutecido-baacutesico modificado proposto por

Giordani et al (2008) Atraveacutes das modificaccedilotildees propostas verificou-se que o perfil

dos extratos nas anaacutelises por cromatografia em camada delgada (CCD)

apresentaram melhores perfis devido a separaccedilatildeo dos componentes

A diferenccedila para a particcedilatildeo aacutecido-base claacutessica estaacute na adiccedilatildeo de

diclorometano (b) quando o meio da fraccedilatildeo aquosa ainda estaacute aacutecida Tal fato faz

com que possa haver a extraccedilatildeo de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade onde

estatildeo incluiacutedos outros componentes natildeo desejados para esse trabalho

Ao adicionar o hidroacutexido de amocircnio este libera a maioria dos acaloacuteides e os

convertem na forma de bases livres que podem ser retirados com a segunda adiccedilatildeo

de diclorometano (c) Dessa forma eacute obtida uma mistura bruta de acaloacuteides isolados

do resto dos produtos metaboacutelicos do vegetal Apoacutes a retirada da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

esta soluccedilatildeo foi neutralizada atraveacutes de vaacuterias particcedilotildees com aacutegua destilada

Os perfis das placas cromatograacuteficas das Ocoteas demonstraram o quanto agraves

substacircncias de meacutedia polaridade foram extraiacutedas pela primeira adiccedilatildeo de

diclorometano (b) e os alcaloacuteides de maior polaridade foram extraiacutedos pela

segunda adiccedilatildeo de diclorometano onde o meio aquoso encontrava-se baacutesico

96

533 Anaacutelise por espectrometria de massa

Por meio de espectrometria de massa pode-se analisar o perfil dos extratos e

fraccedilotildees e selecionar as espeacutecies mais promissoras conforme o interesse do

trabalho A famiacutelia Lauraceae apresenta como marcador taxonocircmico a presenccedila de

alcaloacuteides principalmente a classe dos isoquinoliacutenicos Destes satildeo predominantes

compostos com moleacuteculas aporfiacutenicas oxoaporfiacutenicas e benzilisoquinoliacutenicas Os

espectros de massas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas dos trecircs gecircneros estatildeo apresentadas

em anexo e reunidas na tabela 6 onde as substacircncias majoritaacuterias estatildeo sendo

destacadas

Tabela 6 Anaacutelise do perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massa

Espeacutecie Oacutergatildeo vegetal Iacuteons principais(mz)

E citriodora Folhas 23895 38791

E citriodora Galhos grossos 30006 32988

E sericea Folhas 32995 30013

E sericea Galhos finos 28606 30006 32988 34619

E sericea Galhos grossos 30006 32813 33009 34194

E sericea Cascas 28585 33009

R crenaticupula Folhas 27416 31806 43691 45287

R crenaticupula Galhos grossos 28606 31385 33009

R recurva Folhas 19191 27423 33016

R recurva Galhos finos 28193 33002 34612

R recurva Galhos grossos 35289 33002 34591

O ceanothifolia Folhas 29992 35795

O ceanothifolia Galhos finos 29992 31420 34591

O ceanothifolia Galhos grossos 29992 31413 34605

O ceanothifolia Cascas 30006 31406 33002 34605

O leucoxylon Folhas 31084 32484 35578 37013

O leucoxylon Galhos finos 31084 32505 35592 36992

O leucoxylon Galhos grossos 32484 35592 36992

O minor Folhas 14389 17490 20507

O minor Galhos finos 14389 17511 20507

O minor Galhos grossos 14389 17504 20507

O minor Cascas 28558 29992 33009

97

Os picos mais intensos constituintes foram observados entre massa de 14389

a 45287 mz em O minor e R crenaticupula respectivamente Analisando os perfis

cromatograacuteficos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas observa-se que os respectivos espectros

obtidos nas mesmas condiccedilotildees experimentais apresentam perfis semelhantes entre

partes da mesma espeacutecie principalmente entre galhos finos e galhos grossos com

o mesmo pico base

Por tratar-se de uma fraccedilatildeo pode-se realizar uma anaacutelise do perfil onde

algumas classes de substacircncias podem ser caracterizadas Na tabela 7 haacute algumas

classes correspondentes a massa dos picos encontrados nas fraccedilotildees e algumas

sugestotildees de alcaloacuteides com registro na literatura de isolamento em espeacutecies de

Lauraceae

Os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees Por se

tratarem de um mz de nuacutemeros pares (300 e 330) significa que as suas massas

molares satildeo na realidade iacutempar Estes dados fornecem informaccedilotildees de que os

compostos referentes tratam-se de substacircncias com nuacutemero iacutempar de nitrogecircnios

Os alcaloacuteides benzilisoquinoliacutenicos reticulina e N-metil coclaurina apresentam

foacutermula molecular C19H24NO4 e C19H24NO4 o que podem corresponder aos picos

encontrados sendo estes descritos como alcaloacuteides isolados em gecircneros de

Lauraceae (Sulaiman et al 2011 Dias et al 2003)

No gecircnero Ocotea satildeo relatados diversos trabalhos com o isolamento de

alcaloacuteides Destes a classe dos aporfinicos satildeo os constituintes quiacutemicos mais

frequentes sendo encontrado em um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies (Zanin amp

Lordello 2007)

98

O pico 23895 apresenta massa correspondente agrave estrutura de um alcaloacuteide

tipo benzilisoquinoliacutenico nuacutecleo encontrado em diversas espeacutecies de Ocotea (Dias

et al 2003 Meirelles et al 1979 Barbosa-Filho et al 1999)

Em Ocotea leucoxylon verificou-se a prevalecircncia do iacuteon principal em todas as

partes de 370 mz o que sugere a presenccedila do alcaloacuteide aporfiacutenico ocoteiacutena

(C21H23NO5) alcaloacuteide denominado devido ao seu isolamento em espeacutecies desse

gecircnero (Zhou et al 2000)

Os gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne apresentaram seus picos

principais na maioria dos oacutergatildeos vegetais com mz de 300 e 330 O pico

correspondente a 285 mz corresponde agrave massa que eacute encontrada no alcaloacuteide

coclaurina onde este foi encontrado em diversos gecircneros de Lauraceae como

Aniba Litsea Mezilaurus Nectandra Neolitsea Phoebe e Ocotea (Silva et al

2002 Guinaudeau et al1979 Guinaudeau 1983 Wu amp Huang 2006)

99

Tabela 7 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares de alcaloacuteides

isolados em Lauraceae

Iacuteon molecular

(mz) (M+1)

Foacutermula

molecular Alcaloacuteides Classificaccedilatildeo Referecircncia

19191 C10H9NO3

Noroxihidrastinina

Isoquinolinico Wu amp Huang 2006

23895 C17H20N Benzilisoquinoliacutenicos benzilisoquinoliacutenicos Dias et al 2003

Meirelles et al 1979

28193 C18H19NO2 Bornuciferina lirinidina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

28606 C17H19NO3 Norcanelillina coclaurina benzilisoquinoliacutenicos Silva et al2002 Wu amp

Huang 2006

30006 C19H24NO4 N-metilcoclaurina benzilisoquinoliacutenicos Wu amp Huang 2006

Dias et al 2003

31084 C19H21NO3 Prestephanina

N-carbamoilasimilobina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

31420 C18H19NO4 Laurolitsina laureptina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32484 C19H17NO4 Neolitsina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32813 C19H21NO4 Boldina Laurotetanina

isoboldina lirina N-oxidada Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

33009 C19H24NOu Reticulina Aporfiacutenico Sulaiman et al 2011

Dias et al 2003

34194 C19H19NO5 Isocoridina predicentrina

lirioferina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35289 C20H19NO5 Oxoglaucina Oxoaporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35578 C21H25NO4 Glaucina leucoxina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35795 C21H27NO4 Srilankina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

37013 C21H23NO5 Ocoteina N-metilglaucina Aporfiacutenico Zhou et al 2000

Guinaudeau 1983

100

Por meio das anaacutelises pode-se sugerir que os demais iacuteons presentes no

gecircnero Ocotea correspondem a alcaloacuteides tipo aporfiacutenico conforme encontrado na

literatura (Zanin amp Lordello 2007) Tal fato eacute verificado em relaccedilatildeo a razatildeo massa

carga encontrada que pode ser comparada a esta classe de substacircncias

Pouco ou nenhum estudo descrito na literatura sobre isolamento de alcaloacuteides

nos gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne satildeo encontrados Tal fato pode ser

explicado devido a baixa concentraccedilatildeo dessa classe de substacircncia nos extratos

Mesmo utilizando particcedilatildeo aacutecido-base em que obtem-se uma fraccedilatildeo rica em

alcaloacuteides a concentraccedilatildeo destes eacute baixa quando comparada a quantidade de

substacircncias presentes na fraccedilatildeo e os picos que satildeo descritos na literatura No

gecircnero Rhodostemonodaphne verificou-se nos espectros de massa misturas

complexas de picos

Levando em consideraccedilatildeo a dificuldade de isolamento e purificaccedilatildeo das

classes de alcaloacuteides tanto quando existem dois ou mais componentes com o

mesmo esqueleto na mesma fraccedilatildeo devido ao mesmo comportamento

cromatograacutefico destas substacircncias quanto quando a concentraccedilatildeo destes eacute baixa

no extrato a anaacutelise das fraccedilotildees enriquecida de alcaloacuteides eacute uma alternativa eficaz

na detecccedilatildeo dos constituintes presentes na fraccedilatildeo

101

54 Oacuteleo essencial

541 Rendimento do oacuteleo essencial

As Lauraceae satildeo conhecidas internacionalmente por apresentarem espeacutecies

aromaacuteticas Dos gecircneros estudados as Anibas em especial a espeacutecie de Aniba

rosaeodora apresenta uma quantidade significante de oacuteleo em comparaccedilatildeo com a

massa do material vegetal No trabalho realizado por Alcacircntara (2009) onde foi

analisado oacuteleos essencias de 14 espeacutecies de diferentes gecircneros de Lauraceae

encontrados no Amazonas o maior rendimento encontrado foi na referida espeacutecie

citada com percentagem de 131 Outros trabalhos relacionados apresentam

rendimentos aproximados ou em sua maioria rendimentos inferiores ao encontrado

(Silva et al 2009 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Lima et al 2004)

Neste trabalho foram extraiacutedos das sete espeacutecies 21 oacuteleos essencias onde as

folhas apresentaram maiores rendimentos em comparaccedilatildeo com os galhos e cascas

Os oacuteleos como um todo apresentaram baixo rendimento como pode ser visualizado

na tabela 8

Tabela 8 Rendimento dos oacuteleos essenciais () Material vegetal 100g exceto E citriodora

50g ()

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 429 250 NR NR

E sericea 013 010 011 006

O ceanothifolia 011 007 005 NR

O leucoxylon 013 005 002 NR

O minor 011 004 NR 006

R crenaticupula 058 002 NR NR

R recurva 006 002 003 004 NR natildeo realizado

Os rendimentos dos oacuteleos obtidos pela teacutecnica de hidrodestilaccedilatildeo variaram de

002 a 429 As espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os

102

menores rendimentos em todas as partes (folhas galhos e casca) e as espeacutecies de

Endlicheria apresentaram de forma geral os maiores rendimentos Em contraste com

as espeacutecies de Ocotea e Rhodostemonodaphne na extraccedilatildeo de oacuteleo essencial a

espeacutecie E Citriodora obteve o maior rendimento tanto nos galhos quanto nas folhas

de 251 e 429 respectivamente

O perfil quiacutemico dos oacuteleos essenciais analisados com exceccedilatildeo de E citriodora

revelou uma proporccedilatildeo elevada de sesquiterpenos Na maioria dos oacuteleos essenciais

de Lauraceae reportados na literatura observa-se a predominacircncia de

sesquiterpenos principalmente de hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al

1981 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Telascrea et al 2008)

5411 Endlicheria

A anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial de folhas e galhos de E citriodora por

cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo

mostradas na Tabela 9 registrando-se os principais constituintes quiacutemicos

presentes nestes oacuteleos

Tabela 9 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1089 28337 12181

geranato de metila 1321 93751 951522

aacutecido geracircnico 1391 19358 -

trans cariofileno 1418 14796 -

Natildeo identificados 0 36297

Total identificados 100 963703

Monoterpenos 985205 963703

Sesquiterpenos 14796 -

103

Foram identificados os constituintes de 100 das folhas e 9637 dos

galhos sendo que destes a percentagem de sesquiterpenos foi superior a 95 em

ambos oacutergatildeos vegetais de E citriodora

O principal constituinte foi o eacutester geranato de metila com uma percentagem

elevada de 9375 nas folhas e 9515 nos galhos Devido ao grau de pureza do

constituinte majoritaacuterio foi possiacutevel realizar a ressonacircncia magneacutetica nuclear de

hidrogecircnio e carbono (RMN 1H e 13C) confirmar a presenccedila deste constituinte Os

espectros de RMN de 1H RMN 13C e os bidimensionais HSQC e HMBC estatildeo

apresentados em anexo

O espectro de RMN 13C e DEPT 135ordm apresentaram 11 sinais de carbonos

sendo 4 metiacutelicos δCH 18022 (C ndash a) δCH 19157 (C ndash b) δCH 25991 (C ndash c) e δCH

51113 ( C ndash f) 2 metilecircnicos δCH 26372 (C ndash d) e δCH 41277 (C ndash e) 2 metiacutenicos

δCH 115563 (C ndash g) e δCH 123317 (C ndash h) e 3 sinais de carbonos natildeo hidrogenados

δCH 132868 (C ndash i) δCH 160477 (C ndash j) e δCH 167629 (C ndash l) O sinal em δCH 7700

refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra CDCl3 ( Silverstein et

al 2007)

O espectro de RMN 1H sugeriu a presenccedila de singletos em δH 1603 δH 1683

δH 3684 e δH 5294 Os outros sinais podem ser verificados na tabela 10 O sinal em

δH 726 (sngleto) refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra

CDCl3 ( Silverstein et al 2007)

Por meio do mapa de contornos HSQC pode-se observar as correlaccedilotildees entre

os sinais de hidrogecircnio e carbono Ca ndash HI Cb ndash HII Cg ndash HIII Cd ndash HIV Ce ndash HV Cc ndash

HVI Ch ndash HVII Cf ndash HVIII Os valores obtidos nos RMN1H e 13C DEPT HSQC e

HMBC confirmaram a presenccedila da substacircncia geranato de metila e seus espectros

estatildeo em anexo no final do trabalho

104

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN de 1H de E citriodora (δ em ppm CDCl3

500MHz)

C δ ppm DEPT

(Multiplicidade) HSQC HMBC (

23JCH)

a 18022 CH3 16 II III

b 19157 CH3 22 IIII

c 25991 CH3 165 V VII

d 26397 CH2 22 III V

e 41277 CH2 22 III IV VI

f 51113 CH3 365 -

g 115553 CH 565 III IV

h 123317 CH 52 VVI

i 132868 C - -

j 160477 C - -

l 167629 C - -

O geranato de metila eacute encontrado principalmente em frutas ciacutetricas como o

limatildeo siciliano (08) e em espeacutecies da famiacutelia Rutaceae Apresenta foacutermula

C11H18O2 com nome sistemaacutetico de 37-dimetil-octan-26-dienoato de metila (Arauacutejo

Jr 2009 Rahimi-Nasrabadi et al 2009)

Em E sericeae os constituintes majoritaacuterios foram espatulenol (2684) e

oacutexido de cariofileno (2575) nas folhas elemol nas cascas e oacutexido de cariofileno

nos galhos finos e grossos com 2983 e 1725 respectivamente A relaccedilatildeo dos

constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas galhos e cascas de

105

Endlicheria sericea rendimentos suas quantidades relativas e respectivos iacutendices

de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 11

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 13

compostos presentes nos quatro oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de 7027 nas folhas 5862 nos

galhos finos 28156 nos galhos grossos e 4067 nas cascas Sendo os

rendimentos destes relativamente baixos (inferiores a 14)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos Cascas

linalol 1089 - - 2 0349 -

geranato de metila 1321 - 1 9956 - -

trans cariofileno 1418 6 6585 2 3027 1 8696 -

aromadendreno 1438 1 8709 - - -

germacreno D 1480 6 0036 - - -

beta-selineno 1488 3 1520 - - 3 5175

gama cardineno 1519 - 1 7875 1 7255 -

elemol 1556 - 4 9363 - 14 4954

espatulenol 1585 26 8381 5 0277 5 2818 6 5065

oacutexido de cariofileno 1590 25 7480 29 8301 17 2473 6 9479

guaiol 1595 - 1 6318 - 7 5621

oacutexido de humuleno 1616 - 9 2069 - -

eudesmol 1653 - 1 9025 - 1 6396

Natildeo identificados 297289 413789 718409 593337

Total identificados 702711 586211 281591 406663

Monoterpenos - 1 9956 20349 -

Sesquiterpenos 702711 566255 261242 406663

5412 Ocotea

O oacuteleo de O ceanothifolia apresentou como constituinte majoritaacuterio

espatulenol e oacutexido de cariofileno e em O leucoxylon e Ominor o majoritaacuterio nas

folhas e galhos grossos foi cariofileno e seu oacutexido

106

Ocotea ceanothifolia

As anaacutelises dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia por cromatografia em fase

gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo mostradas na Tabela 12

registrando-se os principais constituintes quiacutemicos presentes nestes oacuteleos

Os sequiterpenos neste oacuteleo foram os constituintes majoritaacuterios poreacutem

verifica-se que nos galhos grossos a percentagem de diferenccedila natildeo foi tatildeo

pronunciada quanto nas outras partes (folhas e galhos finos)

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos

alfa pineno 929 1 2384 12212 -

linalol 1088 - 21490 34198

geranato de metila 1321 41637 44371 68693

beta elemeno 1392 21647 - -

trans cariofileno 1418 39524 - 14580

germacreno D 1480 38782 - 18006

beta selineno 1488 30509 - 75520

espatulenol 1585 222306 76592 -

oxido de cariofileno 1589 223704 169030 80380

oacutexido de humuleno 1616 55129 - -

Natildeo identificados 314378 685622 708623

Total identificados 685622 323695 291377

Monoterpenos 54021 78073 102891

Sesquiterpenos 631601 245622 188486

Ocotea leucoxylon

Vinte e um componentes presentes nos oacuteleos essenciais de O leucoxylon

foram identificados por dados cromatograacuteficos e espectromeacutetricos O perfil quiacutemico

desses oacuteleos mostrou semelhanccedilas significativas na composiccedilatildeo entre as espeacutecies

estudadas (tabela 12 13 e 14)

107

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas 156286

satildeo monoterpenos e 688096 satildeo sesquiterpenos em que os constituintes

majoritaacuterios foram oacutexido de cariofileno (16046) alfa-copaeno (101092) beta

cariofileno (8902) alfa-pineno (77088) e beta-pineno (79198)

Nos galhos finos e grossos apenas verificou-se a presenccedila e um monoterpeno

o linalol como com percentagem de 47631 e 15582 respectivamente Os

constituintes majoritaacuterios foram os sesquiterpenos beta-cariofileno (106697) e

espatulenol (104549) nos galhos finos e oacutexido de cariofileno (175303) e beta-

eudesmol (86054) nos galhos grossos

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon ()

Substacircncia IR Folhas galhos finos Galhos grossos

alfa-pineno 934 77088 - -

beta-pineno 978 79198 - -

linalol 1099 - 47631 15582

alfa-cubebeno 1353 22594 1573 -

alfa-copaeno 1380 101092 21003 -

beta-cubebeno 1394 26065 - -

beta-elemeno 1395 19047 - -

beta-cariofileno 1424 8902 106697 20519

alfa-humuleno 1458 24751 24592 -

alfa amorfeno 1480 39618 28024 -

germacreno D 1480 - 23061 -

beta-selineneo 1491 33015 22246 -

valenceno 1498 25473 51191 -

gama cadineno 1518 42752 38533 -

delta-cadinene 1527 14977 77188 44278

elemol 1552 - 1762 -

espatulenol 1582 57756 104549 63865

oacutexido de cariofileno 1588 16046 - 175303

cariofilla-4(12)8(13)-

dien-5-beta-ol 1638 - - 43548

beta-eudesmol 1655 - - 86054

Natildeo identificados 172957 421935 566433

Total identificados 827043 578065 433567

Monoterpenos 156286 47631 15582

Sesquiterpenos 670757 530434 413048

108

Ocotea minor

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 21

compostos presentes nos trecircs oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de cerca de 573154 nas folhas

53177 nos galhos e de 32 nas cascas O rendimento obtido foi inferior a 012

em todas as partes analisadas

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas

573154 satildeo sesquiterpenos com constituintes majoritaacuterios espatulenol (13369)

e cariofileno (186866) Nas cascas natildeo foi verificada a presenccedila de

monoterpenos sendo majoritaacuterio os componentes delta cadineno (74903) beta

cariofileno (40069) e seu oacutexido (61291) No oacuteleo essencial dos galhos tambeacutem

se observou teores menores de monoterpenos (31007) em relaccedilatildeo aos

sesquiterpenos (500763) tendo como majoritaacuterios beta cariofileno (79131)

oacutexido de cariofileno (157363) e aacutecido hexadecanoacuteico (70932)

O monoterpeno alfa pineno encontrados nos oacuteleos de O ceanothifolia e O

leucoxylon foi um dos constituintes majoritaacuterios encontrados no oacuteleo de Ocotea sp

apresentando atividades antioxidante e citotoacutexica no trabalho realizado por Verbel e

colaboradores (2010)

A composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos das espeacutecies de Ocotea satildeo condizentes

com as encontradas em outras espeacutecies onde haacute a presenccedila do monoterpeno linalol

e pineno e sesquiterpenos cariofileno e germacreno D (Arauacutejo et al 2001 Chaverri

amp Ciccioacute 2005 Menut et al 2002)

109

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor ()

Substacircncia IR folhas galhos grossos cascas

linalol 1099 - 31007 -

alfa-cubebeno 1353 - 17657 -

beta-cubebeno 1394 15997 - -

beta-cariofileno 1424 186866 79131 40069

alfa-humuleno 1458 - 12924 -

alfa amorfeno 1480 31049 - 14635

germacreno D 1480 42675 14866 -

beta-selineno 1491 62358 - 19805

valenceno 1498 - - 26616

biciclogermacreno 1501 85462 - -

alfa-muuroleno 1504 15057 16962 13163

gama cadineno 1518 - - 316

delta-cadineno 1527 - 41822 74903

espatulenol 1582 13369 66317 21418

oacutexido de cariofileno 1588 - 157363 61291

cariofilla-4(12)8(13)-dien-5-beta-ol 1638 - 22789 -

beta-eudesmol 1655 - - 1646

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 70932 -

Natildeo identificados 426846 46823 68004

Total identificados 573154 53177 31996

Monoterpenos - 31007

Sesquiterpenos 573154 500763

Verificou-se no entanto algumas caracteriacutesticas quiacutemicas diferentes do que

algumas Ocoteas como a ausecircncia de fenilpropanoacuteides como safrol metileugenol e

cinamaldeiacutedo e benzenoacuteides encontradas em espeacutecies como Ocotea odorifera

Ocotea pretiosa e Ocotea sassafraacutes (Chaverri amp Ciccioacute 2005 Rizzini amp Mors 1976)

Na varredura realizada por Takaku e colaboradores (2007) com oacuteleo essencial de 10

espeacutecies de Ocoteas da Costa Rica tais componentes tambeacutem natildeo foram

encontrados

110

Rhodostemonodaphne

A relaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas

galhos e cascas de Rcrenaticupula e R recurva suas quantidades relativas e

respectivos iacutendices de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 15 e 16 Atraveacutes

dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados presentes nos

oacuteleos dessas duas espeacutecies 21 compostos em Rcrenaticupula e 19 em R recurva

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula ()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1099 - 82883

beta-elemeno 1380 14275 12754

beta-cariofileno 1424 78493 55616

alfa-humuleno 1458 - 11002

alfa amorfeno 1480 - 17939

beta-elemeno 1380 14275 12754

alloaromadendreno 1459 23445 -

alfa amorfeno 1481 32255 -

beta-selineno 1491 23505 -

epizonareno 1500 42046 -

alfa-muuroleno 1504 3472 16747

beta-bisaboleno 1505 35048 -

gama cadineno 1518 21872 -

delta-cadineno 1527 11602 -

selina-37(11)-diene 1542 21554 -

trans-cadina-14-dieno 1547 11239 -

espatulenol 1582 7489 29086

oacutexido de cariofileno 1588 - -

alfa cadinol 1650 2597 -

beta-eudesmol 1655 - -

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 153144

Natildeo identificados 430393 608075

Total identificado 569607 391925

Monoterpenos - 82883

Sesquiterpenos 569607 309042

111

A anaacutelise comparativa do oacuteleo essencial de galhos e folhas da espeacutecie

Rcrenaticupula apresentou certa variabilidade quiacutemica nos seus constituintes com

relaccedilatildeo ao teor de seus componentes majoritaacuterios nos diferentes oacutergatildeos Tal dado eacute

verificado atraveacutes da ausecircncia de alguns constituintes em um oacuteleo e ausecircncia de

tais costituintes no outro e em relaccedilatildeo aos componentes majoritaacuterios Nas folhas

identificou-se a presenccedila de 569607 de sesquiterpenos tendo como constituinte

majoritaacuterio beta-cariofileno (78493) delta-cadineno (11602) e espatulenol

(7489) enquanto nos galhos grossos a presenccedila do monoterpeno linalol

(82883) e do aacutecido hexadecanoacuteico (153144) diferenciou-os consideravelmente

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rrecurva()

Substacircncia IR folhas galhos finos galhos grossos cascas

linalol 1099 - 2046 23946 35493

alfa-copaeno 1379 34954 13816 13906 -

beta-cariofileno 1424 39251 103763 105425 32757

alfa-humuleno 1458 - 22159 - -

alfa amorfeno 1480 - 31993 32132 -

alloaromadendrene 1443 24256 - - -

valencene 1490 - 21764 - -

beta-selineno 1491 75608 - 2203 15385

alfa-muuroleno 1504 27344 37777 37133 -

gama cadineno 1518 - 37926 12613 20052

delta-cadineno 1527 - 72885 72277 40329

alfa cadineno 1541 12963 13807 - -

elemol 1551 - - 13522 -

espatulenol 1582 6138 134471 124262 42093

guaiol 1608 - - - 14377

beta-eudesmol 1655 - 25549 25882 301017

alfa eudesmol 1657 - - - 9156

beta costol 1769 - - - 4482

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 19085 20098 56063

Natildeo identificados 724244 444545 496774 306054

Total identificado 275756

555455

503226

693946

Monoterpenos - 2046 23946 35493

Sesquiterpenos 275756

534995 479280 658453

112

Em Rrecurva a identificaccedilatildeo dos galhos finos e grossos apresentaram

similaridade nos constituintes e na composiccedilatildeo percentual Em todas as partes

existiu a prevalecircncia de sesquiterpenos sendo os constituintes majoritaacuterios beta-

selineno (75608) e espatulenol(6138) nas folhas beta-cariofileno (~10) e

espatulenol (~13) nos galhos e beta-eudesmol (301017) nas cascas

Os resultados da anaacutelise dos oacuteleos foram condizentes com o encontrado na

anaacutelise de R parvifolia (Alcacircntara et al 2010) e R kunthiara (Palazzo 2009) em

que os constituintes majoritaacuterios foram cariofileno beta selineno e germacreno D

Atraveacutes anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial dos galhos de ambas as espeacutecies de

Rhodostemonodaphnes pode-se identificar apenas um monoterpeno o linalol sendo este

um dos constituintes majoritaacuterios nos galhos grossos de R crenaticupula O interesse desse

monoterpeno na induacutestria devido a sua utilizaccedilatildeo como fixador de perfumes foi intenso na

Amazocircnia fazendo com que as espeacutecies de Aniba rosaeodora que apresentam o teor de

linalol de 74 a 96 entrassem para a lista de espeacutecies em risco de extinccedilatildeo O linalol eacute um

monoterpeno alcooacutelico terciaacuterio de cadeia aberta Pode ser encontrado normalmente sob a

forma de uma mistura de isocircmeros de posiccedilatildeo da primeira ligaccedilatildeo dupla Possui um aacutetomo

de carbono assimeacutetrico e por isso podem existir enantiocircmeros apresentando-se dessa

forma em vaacuterias espeacutecies (Gotllieb et al 1965)

O cariofileno um dos principais componentes majoritaacuterios dos oacuteleos essenciais

das espeacutecies analisadas pode ser empregado na medicina tradicional Este

metaboacutelico volaacutetil influi em seu aroma e possui diversas atividades bioloacutegicas tais

como anti-inflamatoacuteria antialeacutergica anesteacutesica local cardiovascular antifuacutengica e

anticarcinogecircnica (Fernandes et al 2007 Barbosa-Filho et al 2008)

Segundo Gottlieb amp Salatno (1987) as famiacutelias que possuem espeacutecies ricas em

oacuteleos essenciais como Lauraceae e Myristicaceae satildeo relativamente pobres em

113

espeacutecies produtoras de alcaloacuteides e ineficientes na variaccedilatildeo de

benziltetraidroisoquinoliacutenicos Em oposiccedilatildeo famiacutelias que produzem uma variedade

de alcaloacuteides deste tipo como Annonaceae e Monimiaceae satildeo relativamente

pobres em oacuteleos essenciais Tal dado eacute confirmado atraveacutes dos rendimentos das

espeacutecies de Ocotea e Endlicheria em que os rendimentos da fraccedilatildeo alcaloiacutedica e

oacuteleos essenciais satildeo inversamente proporcionais Dessa forma verifica-se a

importacircncia da espectrometria de massa em que eacute possiacutevel analisar mesmo em

concentraccedilotildees muito baixas a presenccedila de alcaloacuteides

A identificaccedilatildeo dos oacuteleos essenciais deste trabalho corrobora com as anaacutelises

reportadas na literatura em que a composiccedilatildeo da maioria dos oacuteleos essenciais de

Lauraceae haacute a predominacircncia de sesquiterpenos principalmente de

hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al 1987 Alcacircntara 2009 Takaku et

al2007)

114

55 Atividades quiacutemicabioloacutegicas

551 Atividade antioxidante

5511 Qualitativa

A avaliaccedilatildeo preliminar qualitativa dos extratos por CCD em gel de siacutelica

revelada com soluccedilatildeo metanoacutelica do radical DPPH sugeriu a existecircncia de

substacircncias com atividade antioxidante (Tabela 17) evidenciadas nas

cromatoplacas pela presenccedila de manchas amarelas sobre fundo puacuterpura

resultantes da reduccedilatildeo do radical DPPH (figuras 32 e 33)

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora + + NR NR

E sericea + + + +

O ceanothifolia + + + +

O leucoxylon + + + NR

O minor + + + +

R crenaticupula + + NR NR

R recurva + + + +

NR = natildeo realizado

Todas as amostras revelaram atividade positiva no teste qualitativo

115

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

116

5512 Quantitativa

A quantidade de extrato das plantas testadas necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 (CE50) variou de 161plusmn100 a 731plusmn032

conforme a tabela 18 O extrato das folhas de E citriodora apresentou o maior valor

enquanto os galhos de O minor apresentou resultado comparaacutevel com o padratildeo

quercetina (731plusmn032)

Todas as espeacutecies apresentaram resultado positivo ao teste O gecircnero Ocotea

foi o mais ativo utilizando a menor CE50 para a varredura do radial livre testado

(tabela 18)

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 16101 plusmn 100 4278 plusmn 053 NR NR

E sericea 977 plusmn 042 5092 plusmn 096 1444 plusmn 032 1329 plusmn 0091

O ceanothifolia 1812 plusmn 018 1564 plusmn 072 1443 plusmn 103 1017 plusmn 019

O leucoxylon 5251 plusmn 142 5088 plusmn 064 8261 plusmn 243 NR

O minor 821 plusmn 066 908 plusmn 051 731 plusmn 032 757 plusmn 0026

R crenaticupula 7816 plusmn 085 6701 plusmn 270 NR NR

R recurva 11046 plusmn 221 19826 plusmn 107 12538 plusmn 672 5511 plusmn 0652

Padratildeo Quercetina

413 plusmn 0042 μgmL

NR natildeo realizado

Observou-se uma correlaccedilatildeo positiva entre o teste para a atividade

sequestrante do radical livre e a presenccedila de fenoacuteis nos extratos atraveacutes da

prospecccedilatildeo fitoquiacutemica o que pode sugerir que a capacidade antioxidante dos

extratos pode estar associada aos compostos fenoacutelicos

Verificou-se que os extratos com CE50 inferiores a concentraccedilatildeo de

5511plusmn0652 apresentaram a presenccedila de compostos fenoacutelicos em todos os extratos

117

Os trabalhos realizados por Souza et al (2007) Tiveron (2010) e Oliveira (2010) em

testes quantitativos de fenoacuteis totais confirmam a correlaccedilatildeo entre a accedilatildeo

sequumlestradora de radicais livres e a presenccedila de altos teores de compostos

fenoacutelicos evidenciadas pelo meacutetodo de Folin-Ciocalteau expressos como

Equivalentes de Aacutecido Gaacutelico (EAG)

A atividade antioxidante de compostos fenoacutelicos deve-se principalmente agraves

suas propriedades redutoras e estrutura quiacutemica Estas caracteriacutesticas

desempenham um papel importante na neutralizaccedilatildeo ou sequumlestro de radicais livres

agindo tanto na etapa de iniciaccedilatildeo como na propagaccedilatildeo do processo oxidativo Os

intermediaacuterios formados pela accedilatildeo de antioxidantes fenoacutelicos satildeo relativamente

estaacuteveis devido a ressonacircncia do anel aromaacutetico presente na estrutura dessas

substacircncias (Souza et al 2007 Bruice 2006)

Os extratos que evidenciaram a presenccedila de flavonoacuteides apresentaram

elevada capacidade de sequumlestrar radicais livres como pode ser verificado em

Ocotea ceanothifoila Ocotea minor e Endlicheria sericea (folhas)

Flavonoacuteides possuem diferentes atividades antioxidantes decorrentes da

habilidade para sequumlestrarem espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio os quais

estatildeo diretamente relacionados a alguns criteacuterios estruturais tais como o nuacutemero de

aneacuteis fenoacutelicos e a presenccedila da ligaccedilatildeo dupla C2-C3 conjugada com a funccedilatildeo 4-oxo

no anel C

Neste trabalho a atividade antioxidante de alguns extratos natildeo esteve

relacionada com a presenccedila de flavonoacuteides jaacute que espeacutecies com capacidade de

sequumlestro de radicais livres natildeo evidenciaram a presenccedila dessa classe o que

sugere que haacute atividade antioxidante sendo originada de outras substacircncias

fenoacutelicas que natildeo satildeo flavonoacuteides

118

A avaliaccedilatildeo do sequumlestro do DPPH eacute um teste largamente utilizado tanto pela

simplicidade e rapidez quanto pela reprodutibilidade No trabalho realizado por

Vargas (2008) analisando comparativamente diferentes teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de

atividades antioxidantes utilizando ensaios quiacutemicos como da varredura DPPH 22rsquo-

azinobis (3-etilfenil-tiazolina-6-sulfonato) (ABTS+) acircnion radical superoacutexido (AVS)

oxigecircnio singlete e caracterizaccedilatildeo de polifenoacuteis o teste com DPPH foi o uacutenico que

se correlacionou com todos os demais testes

Contudo verifica-se que a interaccedilatildeo de uma espeacutecie antioxidante com a

moleacutecula de DPPH depende dentre outras fontes da especificidade pela

conformaccedilatildeo estrutural do radical livre A acessibilidade esteacuterica eacute um fator

determinante da reaccedilatildeo sendo as moleacuteculas pequenas as que tecircm melhor acesso

ao siacutetio do radical e podem apresentar uma maior atividade comparada agraves moleacuteculas

maiores (Alves et al 2010) Por isso determinados extratos que natildeo apresentaram

bom potencial antioxidante poderatildeo em outros tipos de testes dessa mesma

atividade utilizando outras metodologias mostrar bom perfil antioxidante (Boscolo et

al2007)

Este ensaio bioloacutegico serve como ponto de partida para estudos posteriores

como o isolamento a purificaccedilatildeo e a elucidaccedilatildeo estrutural das substacircncias que

funcionam como antioxidantes aleacutem de ajudar a inferir sobre um possiacutevel

mecanismo de accedilatildeo dessas substacircncias finalizando por testar a viabilidade

terapecircutica em antioxidantes para seu uso futuro

119

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria da enzima acetilcolinesterase foi verificada principalmente

nos galhos das espeacutecies de Ocotea Os resultados podem ser visualizados na tabela

21 Os galhos finos e grossos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado

positivo no teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase assim como os

galhos de E citriodora Nem uma parte (galhos folhas e cascas) das

Rhodostemonodaphnes apresentaram resultado positivo assim como em E sericea

(galhos e folhas) A espeacutecie de O minor apresentou resultado positivo nas folhas e

galhos (grossos e finos) enquanto as outras Ocoteas natildeo apresentaram resultado

positivo nas folhas Em nenhuma das cascas testadas verificou-se resultado positivo

no teste realizado

Tabela 21 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora - + NR NR

E sericea - - - -

O ceanothifolia - + + -

O leucoxylon - + + NR

O minor + + + -

R crenaticupula - - NR NR

R recurva - - - -

Padratildeo eserine NR = natildeo realizado (+) = positivo (-) = negativo

O gecircnero Ocotea eacute conhecido por apresentar um nuacutemero de espeacutecies

significativo contendo alcaloacuteides conforme foi confirmado com a prospecccedilatildeo

fitoquiacutemica realizada com os reagentes especiacuteficos Atraveacutes desses dados pode-se

sugerir uma correlaccedilatildeo entre a atividade testada e a presenccedila de alcaloacuteides Tal

dado eacute condizente com os trabalhos de varredura de Berkov et al (2008) e Barbosa

120

Filho et al (2006) que associam a accedilatildeo de inibir a enzima acetilcolinesterase das

espeacutecies estudadas de diferentes famiacutelias com a presenccedila de alcaloacuteides tornando

assim o gecircnero Ocotea como fonte promissora para a utilizaccedilatildeo de meacutetodos para

quantificar esta atividade

Verifica-se a partir dos testes qualitativos que os resultados dos ensaios

antioxidantes empregados natildeo apresentaram relaccedilatildeo direta com os resultados

anticolinesteraacutesicos conforme o trabalho de Giordani et al (2008) com exceccedilatildeo da

espeacutecie O minor que apresentou atividade relevante em ambos os ensaios

Entretanto eacute necessaacuterio utilizaccedilatildeo de diferentes meacutetodos de avaliaccedilatildeo para uma

definiccedilatildeo desta atividade para este grupo quiacutemico

121

552 Atividade citotoacutexica

5521 Letalidade em Artemia salina

Os extratos em geral natildeo demostraram alta atividade citotoacutexica Para os

extratos testados poucos apresentaram atividade citotoacutexica comparada com o

padratildeo Lapachol que apresentou citotoxicidade de 9830 μgmL

Os galhos finos e grossos natildeo apresentaram alta atividade citotoacutexica em

nenhum gecircnero enquanto as folhas essa atividade foi verificada em

aproximadamente metade dos extratos Na tabela 19 pode-se verificar o resultado

para a atividade citotoacutexica de todos os extratos

A ausecircncia de citoxicidade dos extratos no teste de letalidade contra Artemia

salina eacute um indicador de que a planta pode ser bem tolerada frente ao sistema

bioloacutegico Entretanto estudos mais detalhados para a avaliaccedilatildeo da toxicidade dos

extratos bioativos empregando-se outros modelos (in vitro e in vivo) se fazem

necessaacuterios

O extrato de Enclicheria citriodora demonstrou atividade alta em uma

concentraccedilatildeo comparaacutevel com a encontrada para o padratildeo Atraveacutes da prospecccedilatildeo

realizada a atividade citotoacutexica deste extrato natildeo pocircde ser relacionada com

nenhuma das classes que foram analisadas pois no teste os trecircs grupos foram

negativos nos extratos com elevada toxicidade

Observou-se no desenvolvimento deste trabalho que o extrato etanoacutelico de Endlicheria

citriodora apresentou certa particularidade O mesmo exibiu certa viscosidade mesmo com a

completa evaporaccedilatildeo do solvente e aroma forte e agradaacutevel que pode ser caracterizado

pela presenccedila de oacuteleo essencial eou fixo Nos trabalhos realizados por Silva et al (2007 e

2008) verificou-se que os oacuteleos volaacuteteis extraiacutedos de Casearia sylvestris e Zanthoxylum

122

rhoifolium Lam foram citotoacutexicos contra ceacutelulas tumorais o que pode sugerir que a

toxicidade deste extrato pode estar relacionado a possiacutevel presenccedila deste metaboacutelito

secundaacuterio

Tabela 19 Resultado da avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos

finos Cascas

E citriodora 8301 100002 NR NR

E sericea 90260 100011 229766 82381

O ceanothifolia 134640 261600 262121 134287

O leucoxylon 388560 165150 254856 NR

O minor 83040 146791 2302186 243004

R crenaticupula 167512 471571 NR NR

R recurva 129990 38674 2112857 243857

Padratildeo Lapachol 9830

NR natildeo realizado

5522 Citotoacutexico em ceacutelulas de linhagem tumoral

A atividade citotoacutexica de todas as amostras estaacute apresentada na Tabela 20

com seus respectivos percentuais de inibiccedilatildeo de crescimento das linhagens tumorais

utilizadas HCT-8 (coacutelon - humano) MDAMB-435 (mama - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) por extratos de Lauraacuteceas

Para avaliar o potencial citotoacutexico dos extratos testados uma escala de

intensidade foi utilizada Amostras sem atividade (SA inibiccedilatildeo de crescimento

celular igual a 0) com pouca atividade (PA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 1 a 50 ) com moderada atividade (MO inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 51 a 75 ) e com muita atividade (MA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 75 a 100 )

Todos os extratos apresentaram atividade inibitoacuteria de crescimento para as

linhagens de ceacutelulas tumorais variando para ceacutelula HCT-8 de 126 (galhos de

Rodostemonodaphne recurva) a 7430 (galhos de Ocotea minor) MDA-MB435 de

123

369 (folhas de O minor) a 5041 (casca de O ceanothifolia) e SF-295 de 082

(galhos de Endlicheira citriodora ) a 7636 (O minor) Tal dado pode ser

relacionado agrave presenccedila de alcaloacuteides jaacute que na prospecccedilatildeo fitoquiacutemica a maior

parte dos extratos apresentaram resultado positivo para alcaloacuteides utilizando

reveladores especiacuteficos Tal afirmaccedilatildeo eacute condizente com os trabalhos que

correlacionam agrave capacidade de alguns extratos de inibiccedilatildeo de linhagem de ceacutelulas

tumorais com a presenccedila de alcaloacuteides (Pereira et al 2008 Silva et al 2007)

Dentre as amostras testadas apenas trecircs extratos apresentaram atividade

moderada Ocotea cenothifolia (cascas) 5041 para MDA-MB435 e Ocotea minor

(galhos) 7430 para HCT-8 e 7536 para SF-295 Os demais apresentaram

pouca atividade entre 126 e 4639

Tabela 20 ndash Percentual de inibiccedilatildeo do crescimento celular dos extratos em etanol de Lauraceae em

trecircs linhagens tumorais testadas na dose uacutenica de 50 gmL

Oacutergatildeo vegetal HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano)

MDAMB-435 (mama ndash humano)

SF-295 (glioblastona ndash

humano)

E citriodora Folhas 2896 723 1531

Galhos grossos 1632 4117 082

E sericeae

Folhas 3756 389 4719

Galhos grossos 3015 1791 2430

Galhos finos 2180 4639 773

O ceanothifolia Folhas 3556 1228 2798

Cascas 3273 5041 058

O leucoxylon

Folhas 3831 1247 3690

Galhos grossos 2904 955 1188

Galhos finos 1775 3872 2459

O minor

Folhas 2964 369 436

Galhos grossos 7430 1251 7536

Galhos finos 2220 514 1666

Cascas 3341 419 414

R recurva

Folhas 1834 520 541

Galhos grossos 126 1106 801

Galhos finos 3183 771 2798

Cascas 3041 1296 2703

R crenaticupula

Folhas 3671 465 511

Galhos grossos 1194 3344 1012

0 sem atividade 1 ndash 50 pouca atividade 51 ndash 75 moderada atividade 76 ndash 100 muita atividade

Legenda SF-295 = glioblastoma humano HCT-8 = coacutelon humano MDAMB-435 = mama humano

124

Verificou-se que o extrato com a maior atividade citotoacutexica para ceacutelulas SF-295

(glioblastona ndash humano) e HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano) apresentou uma elevada

capacidade de sequumlestrar o radical livre DPPH assim como o extrato com menor

atividade antioxidante foi um dos extratos que na avaliaccedilatildeo para capacidade de inibir

o crescimento de linhagem de ceacutelulas tumorais apresentou baixas percentagens de

inibiccedilatildeo Tal resultado corrobora com os trabalhos que indicam os radicais livres

como fatores contribuintes com a patologia testada

125

6 CONCLUSOtildeES

Este estudo contribuiu para o conhecimento do perfil quiacutemico das espeacutecies E

citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R

crenaticupula atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento

das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo

para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras

Das espeacutecies estudadas as espeacutecies do gecircnero Ocotea apresentaram o melhor

perfil em relaccedilatildeo a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos uma vez que em

todas os oacutergatildeos vegetais dessas planta foi verificado tais substacircncias

Analisou-se o perfil alcaloiacutedico em espeacutecies com baixa concentraccedilatildeo de alcaloacuteides

por meio de espectrometria de massa Dessa forma torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de diversas ferramentas para concluir se uma espeacutecie conteacutem ou natildeo uma

determinada classe de substacircncia

Confirmou-se a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas

concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne

Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na

maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos

e aporfiacutenicos

Os rendimentos dos oacuteleos essenciais variaram de 002 a 429 em que as

espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os menores rendimentos

em todas as partes (folhas galhos e cascas) apresentando como constituinte

majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido

Os oacuteleos essenciais das espeacutecies de Endlicheria apresentaram os maiores

rendimentos A identificaccedilatildeo dos constituintes por cromatografia gasosa e RMN1H

identificou a presenccedila de geranato de metila nos oacuteleos de galhos e folhas de

Endlicheria citriodora com percentagem superior a 93 em ambas as partes

126

Nas atividades bioloacutegicas a espeacutecie Ocotea minor apresentou resultado positivo na

inibiccedilatildeo qualitativa para enzima acetilcolinesterase e alta capacidade sequestrante

do radical livre DPPH com CE50 de 731 plusmn 032 μgmL comparado com o padratildeo

quercetina de CE50 413 plusmn 0042 μgmL

Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram capacidade de inibir

qualitativamente a accedilatildeo da enzima acetilcolinesterase confirmando assim dados da

literatura de que espeacutecies ricas em alcaloacuteides satildeo fontes potenciais na busca de

inibidores desta enzima

As espeacutecies dos trecircs gecircneros natildeo apresentaram alta citotoxidade em nenhuma das

linhagens de ceacutelulas tumorais testadas

Este estudo abre perspectivas para que novas investigaccedilotildees envolvendo a famiacutelia

Lauraceae sejam realizados notadamente em relaccedilatildeo a definitiva elucidaccedilatildeo

estrutural dos principais constituintes dos extratos e oacuteleos essenciais proveniente de

diferentes partes da planta e no estabelecimento das suas propriedades bioloacutegicas

Considerando que substacircncias naturais podem ser responsaacuteveis pelo efeito de

proteccedilatildeo contra os riscos de muitos processos patoloacutegicos os resultados descritos

neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a accedilatildeo

antioxidante de substacircncias isoladas de espeacutecies O ceanothifolia e Ocotea minor e

atividades bioloacutegicas para o oacuteleo de E citriodora

127

7 REFEREcircNCIAS

Adams R P Identification of essential oil components by gaacutes chromatography

quadrupole mass spectroscopy Allured Card Stream IL 2007

Aguiar L M G et al Cecilin a 1-benzyl--carboline from Aniba santaladora

Phytochemistry n 19 p 1859-1860 1980

Alcacircntara J M Bioprospecccedilatildeo de espeacutecies amazocircnicas da famiacutelia Lauraceae com

potencial aromaacutetico e medicinal Manaus AM UFAM Pp139 2009

Alcantara J M Yamaguchi K K de L Silva J R de A Veiga Junior V F

Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais das folhas e caules de

Rhodostemonodaphne parvifolia Madrintildeaacuten (Lauraceae) Acta Amazocircnica Vol40 No3

pp 567-571 2010

Almeida M R Lima J A Santos N P Pinto A C Pereirina o primeiro alcaloide

isolado no Brasil Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 19 No 4 Pp 942-952

2009

Almeida V L Leitatildeo L C B Montanari C A Donnici C L Lopes M T P

Cacircncer e agentes neoplaacutesicos ciclo-celular especiacuteficos e ciclo-celular natildeo

especiacuteficos que interagem com o DNA uma introduccedilatildeo Quiacutemica Nova Vol 28 No

01 Pp 118-129 2005

Alves C Q David J M David J P Bahia M V Aguiar R M Meacutetodos para

determinaccedilatildeo de atividade antioxidante in vitro em substratos orgacircnicos Quiacutemica

Nova Vol 33 No10 Pp 2202-2210 2010

Anderson D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic

and other damage Mutation Research Vol 350 No01 p103-108 1996

Andrade L A F Alguns aspectos neurobioloacutegicos do envelhecimento cerebral

Revista Ciecircncia e Cultura Vol 40 Pp 665-672 1988

Antunes RMP Lima EO Pereira M SV Camara CA Arruda TA Catatildeo

RMR Barbosa TP Nunes XP Dias CS Silva TMS Atividade

antimicrobiana in vitro e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo inibitoacuteria miacutenina (CIM) de

128

fitoconstituintes e produtos sinteacuteticos sobre bacteacuterias e fungos leveduriformes

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol16 No 04 Pp517-524 2006

Arauacutejo Jr C P Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais de

frutas ciacutetricas Dissertaccedilatildeo de mestrado da Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2009

Arauacutejo A J Lordello A L L Maia B H L N S Anaacutelise comparativa dos oacuteleos

essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula Revista visatildeo acadecircmica Vol 02

No 02 Pp 81-84 2001

Baitello J B Novas espeacutecies de Lauraceae para a Flora Brasileira Acta Botacircnica

Vol 15 No 03 Pp 149-223 2001

Ballabeni V Tognolini M Giorgio C Bertoni S Bruni R Barocelli E Ocotea

quixos Lam essential oil In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties

Fitoterapia Vol 81 No 4 Pp 289-295 2010

Baratta MT Dorman HJD Deans SG Biondi DM RubertoG Chemical

composition antimicrobial and antioxidative activity of laurel sage rosemary

oregano and coriander essential oils Journal of Essencial Oil Research Vol 10 No

06 Pp 618-627 1998

Barbosa Filho J M Ocotea duckei excepcional source of yanganabin and other

furofuran lignans Anais da Academia Brasileira de Ciecircncias v 71 n 2 p 231-238

1999

Barbosa Filho J M Medeiros K C P Diniz M F Batista L M Athayde-Filho

PF Silva M S da-Cunha E VL Almeida J RG S Quintans-Juacutenior L J

Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol16 No 02 Pp 258-285 2006

Barbosa-Filho J M Lignanas neolignanas e seus anaacutelogos In CMO Simotildees et

al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da

UFSC Porto Alegre capiacutetulo 22 Florianoacutepolis 2004

129

Barbosa-FilhoJ M Cunha R M Dias C S Athayde-Filho P F Silva M S

Cunha E V L Machado M I L Craveiro A A Medeiros I A GC-MS Analysis

and cardiovascular activity of the essential oil of Ocotea duckei Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 18 No 01 Pp37-41 2008

Barnes J D Thomas M J K Mendham J Denney R C Vogel Anaacutelise Quiacutemica

Quantitativa Editora LTC 6ordf ediccedilatildeo 2002

Barreiros A L B S David J M Estresse oxidativo relaccedilatildeo entre geraccedilatildeo de

espeacutecies reativas e defesa do organismo Quiacutemica Nova Vol29 No1 Pp 113-123

2006

Barroso G M Guimaratildees E F Ichaso C L F Costa C G Peixoto A L

Sistemaacutetica de Angiosperma do Brasil Vol 01 2deg Ediccedilatildeo EDUSP Pp 255 Satildeo

Paulo 2002

Behling E B Sendatildeo M C Francescato H D C Antunes L M G Bianchi

Flavonoacuteide quercetina aspectos gerais e accedilotildees bioloacutegicas Alimentos Nutriccedilatildeo

Araraquara Vol 15 No 03 Pp 285-292 2004

Berkov S Batisda J Nikova M Viladomat F Codina C Rapid TLCCG-MS

Identification of Acetylcholinesterase inhibitors in alkaloid extraxts Phytochemical

analysis Vol 19 Pp 411-419 2008

Berridge M V Tan A S McCoy K D Wang R The Biochemical and Cellular

Basis of Cell Proliferation Assays that Use Tetrazolium Salts Biochemica Vol 04

Pp 14-19 1996

Bianchi M L P Antunes L M G Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta Revista de Nutriccedilatildeo Vol 12 No 02 Pp 123-130 1999

Borek C Antioxidants and cacircncer Science amp Medicine Vol 04 No 06 Pp 52-62

1997

Boscolo O H Mendonccedila-Filho RFW Menezes FS Senna-Valle L Potencial

antioxidante de algumas plantas de restinga citadas como medicinais Revista

Brasileira de Plantas Medicinais Vol09 No 01 Pp8-12 2007

130

Botelho P S Moraes M M Neves I A Neves R C S Ribeiro N C Born F

S Camara C A G Composiccedilatildeo quiacutemica e accedilatildeo repelente do oacuteleo essencial

Ocotea gardneri (meisn) mez sobre o aacutecaro rajado tetranychus urticae koch IX

Jornada de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (JEPEX) VI semana Nacional de Ciecircncias

e Tecnologia UFRPE 2009

Brandatildeo H N David J P Couto R D Nascimento J A P David J M

Quiacutemica e farmacologia de quimioteraacutepicos antineoplaacutesicos derivados de plantas

Quiacutemica Nova Vol 33 No 06 Pp 1359-1369

Braz Filho R Contribuiccedilatildeo da fitoquiacutemica para o desenvolvimento de um paiacutes

emergente Quiacutemica Nova Vol 33 No 01 Pp 229-239 2010

Bresolin T M B Cechinel ndash Filho V Ciecircncias Farmacecircuticas Contribuiccedilatildeo ao

desenvolvimento de novos faacutermacos e Medicamentos Editora Univali 1ordm ediccedilatildeoPp

29 2003

Bruice P Y Quiacutemica Orgacircnica Vol 01 4ordf ediccedilatildeo Pearson Prentice Hall 2006

Bruni R Medici A Lista A Fantini C Muzzoli M Dehesa M Romagnoli C

Sacchetti G Chemical Composition and Biological Activities of Ishpingo Essential

Oil aTraditional Ecuadorian Spice from Ocotea quixos (Lam) Kosterm (Lauraceae)

flower calices Food chemistry Vol 85 No 03 Pp 413-421 2003

Calow P Marine and estuarine invertebrate toxicity tests In Hoffman D et al

Handbook in cytotoxicology Oxford Blackwell Scientific Publication Vol 01 Pp 1-5

1993

Carballo JL Hernaacutendez-Inda ZL Peacuterez P Garciacutea-Graacutevalos MD A comparison

between two brine shrimp assays to detect in vitro cytotoxicity in marine natural

products BMC Biotechnology Vol 2 Pp1-5 2002

Castro-Faria-Neto HC Bozza PT Cruz HN Silva CLM Violante FA

Barbosa-Filho JM Thomas G Martins MA Tibiriccedilaacute EV Noel F Cordeiro

RSB Yangambin a new naturally occuring platelet activating factor receptor

antagonist binding and in vitro functional studies Planta Medica Vol61 Pp 101-

105 1995

131

Cavalcanti M F Oliveira M C F Velandia J R Echevarria A Siacutentese de 135-

triazinas substituiacutedas e avaliaccedilatildeo da toxicidade frente a Artemia Salina leach

Quiacutemica Nova Vol23 No 01 Pp 20 2000

Cechinel FilhoV Bresolin T M B Ciecircncias farmacecircuticas desenvolvimento de

novos faacutermacos e medicamentos Editora Univali Pp 239 2003

Chanderbali A S Lauraceae Endlicheria Flora Neotropical Monografia 91 New

York New York Botanical Garden 2004

Chang J Medicinal Herbs Drugs or dietary supplements Biochechemical

Pharmacology Vol 59 No 3 Pp211-219 2000

Chaverri C Ciccioacute J F Essential oil of trees of the genus Ocotea Lauraceae) in

Costa Rica Revista biologia Tropical Vol 53 No 3 Pp 431-436 2005

Chaverri C Ciccioacute JF Volatile constituents of the oils from Povedadaphne

quadriporata (Lauraceae) from ldquoAlberto M Brenesrdquo biological preserve Costa Rica

Quiacutemica Nova Vol 31 No 03 Pp 605-609 2008

Chavez J P Gottlieb O R Yoshida M 10-Desmethyl-1-methyleudesmanes

from Ocotea corymbosa Phytochemistry Vol 39 No 04 Pp 849-852 1995

Cheng S Liu J Tsai K Chen W Chang S Chemical composition and

mosquito larvicidal activity of essential oils from leaves of different Cinnamomum

osmophloeum provenances Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 52 No

22 Pp 4395-4400 2004

Cordell G A Quirn-Beattie M L Farnsworth N R The potential of alkaloids in

drug discovery Phytotherapy Research Vol 15 Pp 183-205 2001

Cragg G M Newman DJ Biodiversidade Um componente essencial na

descoberta de faacutermacos In Yunes R A Cechinel Filho V Quiacutemica de produtos

Naturais novos faacutermacos e a moderna farmacognosia 2ordf ediccedilatildeo Editora Univali

Pp58-62 2009

Cunha A P Salgueiro L Roque O R Farmacognosia e fitoquiacutemica Capiacutetulo 22

1ordm ediccedilatildeo Fundaccedilatildeo Calouste Gulenkian 2005

132

Degani A L G Cass Q B Vieira P C Cromatografia um breve ensaio Quiacutemica

Nova na Escola No 07 Pp 21-25 1998

Dewick P M Medicinal natural product a biosynthetic approach 2ordm ediccedilatildeo John

Wiley amp Sons 2002

Di Carlo G Mascolo N Izzo A A Capasso F Flavonoids old and new aspects

of a class of natural therapeutic drugs Life Science Tucson Vol 65 No 4 Pp 337-

353 1999

Dias B F S A implementaccedilatildeo da convenccedilatildeo sobre diversidade bioloacutegica no Brasil

desafios e oportunidades Campinas Andreacute Tosello Pp 1 1996

Droumlge W Free radicals in the physiological control of cell function Physiological

Reviews 2002

Duarte J A Appell H J Carvalho F Bastos M L Soares J M Endothelium-

derived oxidative stress may contribute to exercise-induced muscle damage Vol14

No08 Pp440-443 1993

Duarte M C T Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromaacuteticas

Utilizadas no Brasil Multiciecircncia Construindo uma histoacuteria sobre os Produtos

Naturais Universidade Estadual de Campinas No 07 2006

Ellman GL et al A new and rapid colorimetric determination of

Acetylcholinesterase activity Biochemical Pharmacoogy Vol 07 Pp 88-95 1961

Elsayed N M Antioxidant mobilization in response to oxidative stress a dynamic

environmentalndashnutritional interaction Nutrition Vol 17 No 10 2001

Fernandes ES Passos GF Medeiros R Cunha FM Ferreira J Campos

MM Pianowski LF Calixto JB Anti-inflammatory effects of compounds alpha-

humulene and (minus)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia

verbenaacutecea Journal of Ethnopharmacology Vol110 Pp323ndash333 2007

Ferraz A Screening for antiproliferative activity of six southem Brazilian species of

Hyperisum Phytochemistry Vol 12 Pp 112-115 2005

133

Finney D L Em Probit Analysis 3o ediccedilatildeo Editora Cambridge University Press

Cambridge Pp 76-80 1971

Fleschin S Fleschin M Nita S Pavel E Magearu V Free radicals ediated

protein oxidation in biochemistry Roum Biotechnology Letters No 06 Vol 05 Pp

479-495 2000

Fournet A Ferreira M E A R A Guy I Guinaudeau H Heinzen H

Phytochemical and antiprotozoal activity of Ocotea lancifolia

Fitoterapia Vol 78 No 5 Pp 382-384 2007

Francis P T Palmer A M Snape M Wilcov G K The cholinergic hypothesis of

Alzeimeracutes disease a review of progress Journal of Neurology Neurosurgery amp

Psychiatry Vol 66 No 02 Pp 137-147 1999

Giordani R B Pagliosa L B Henriques A T Zuanazzi JA Investigaccedilatildeo do

potencial antioxidante e anticolinesteraacutesico de Hippeastrum (Amaryllidaceae)

Quiacutemica Nova Vol 31 No 8 Pp 2042-2046 2008

Gottlieb O R amp Yoshida M Neolignanas antitumorais Ciecircncia e Cultura Vol 32

Pp 93-100 1978

Gottlieb O R Fineberg M Guimaratildees M L Magalhatildees M T Maravalhas M

Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromaacuteticas e Oacuteleos Essenciais

Vol 11 No 1 1965

Gottlieb O R Kaplan M A C Borin M R Biodiversidade um enfoque quiacutemico-

bioloacutegico Rio de Janeiro Editora UFRJ 1996

Gottlieb O R Salatino A Funccedilatildeo e evoluccedilatildeo e evoluccedilatildeo de oacuteleos essenciais e de

suas estruturas secretoras Ciecircncia e Cultura Vol 39 Pp 707-715 1987

Gottlieb O R Yoshida M Lignoacuteides com atenccedilatildeo especiala quiacutemica das

neolignanas Quiacutemica Nova Vol 07 No 4 Pp 250-254 1984

Gottlieb OR Koketzu M Magalhatildees MT Maia JGS Mendes PH Rocha A

I Silva ML Wilberg VC Amazonian Essential Oils VII Acta Amazonica Vol11

No1 Pp 143-148 1981

134

Gocircuvea C M C P Oxidaccedilotildees bioloacutegicas e atividade vegetal In Fitoteraacutepicos anti-

inflamatoacuterios aspectos quiacutemicos e aplicaccedilotildees terapecircuticas Carvalho J C T coord

Ribeiratildeo Preto Editora Tecmed Pp 101-124 2004

Guaratini T Medeiros M H G Colepicolo P antioxidantes na manutenccedilatildeo do

equiliacutebrio redox cutacircneo uso e avaliaccedilatildeo de sua eficaacutecia Quiacutemica Nova Vol 30 No

01 Pp 206-213 2007

Guinaudeau H Aporphinoid alkaloids III Journal of Natural Products Vol 46 No 6

Pp 761-835 1983

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphine Alkaloids V Journal of Natural

Products Vol57 No08 Pp 1033-1135 1994

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphinoid alkaloids II Journal of Natural

Products Vol 42 No 4 Pp 761-835 1979

Halliwell B Antioxidants in Human Health and Disease Annual Review of Nutrition

Vol 16 Pp 33-50 1996

Halliwell B Free radicals and antioxidants a personal view Nutrition Reviews

Vol52 No8 Pp253-265 1994

Halliwell B The antioxidant paradox The Lancet Vol355 No 01 Pp 1179 - 1180

2000

Henriques A T Limberger R P Kerber V A Moreno PRH Alcaloacuteides

Generalidades e aspectos baacutesicos In In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC

Porto Alegre capiacutetulo 29 Florianoacutepolis 2004

Heo H J Hang S C Cho H Y Hong B Kim H K Kim E Ki Shim D H

Amelioiating effect of gardenia jasminoides extract on Amyloid beta peptide ndash

induced Neuronal cell deficit Molecules and cells Vol 24 No 1 Pp 113-118 2002

Hostettman K Queiroz E F Vieira PC Princiacutepios ativos de plantas superiores

Editora UFSCar Satildeo Carlos 2003

135

httpwwwprossigabrottogottlieb Enigmas das Lauraceaes Programa de

Informaccedilatildeo para Gestatildeo de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de

Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia Pesquisado em 20 de julho de 2010

httpwwwwhointresearches acessado em 15 de fevereiro de 2011

Ingkaninan K Hazekamp A Hak AC Balconi S Verpoort R High

performance liquid chromatography with online coupled UV-mass spectrophometric-

biochemical detection for identification of acetyl cholinesterase inhibitors from natural

products Journal of Liquid Chromatography amp Related Technologies Vol 872 Pp

61-73 2000

Jia Q Qiu Z Nissanka A Farow T M US Patent Application Kind Code serial

nordm 741215series code 09 2000

Juergens UR Stober M Vetter H Inhibition of cytokine production and

arachidonic acid metabolism by eucalyptol (18-cineole) in human blood monocytes

in vitro European Journal of Medical Research Vol 03 Pp407-412 1998

Keynes RG Garthwaite J Nitric Oxide and its Role in Ischaemic Brain Injury

Current Molecular Medicine Vol 04 No02 Pp 179-191 2004

Kurtz B C Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura do estrato arboacutereo de um trecho de

Mata Atlacircntica situado na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Estadual de Paraiacuteso Municiacutepio de

Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia 51(78-79) Pp 69-112

2000

Lanccedilas F M Cromatografia em Fase Gasosa 1ordm ediccedilatildeo Acta Eventos Vol 01

Satildeo Carlos 1993

Lima I O Oliveira R A G Lima E O L Farias N M P Souza E L Atividade

antifuacutengica de oacuteleos essenciais sobre espeacutecies de Candida Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 16 No 02 Pp 197-201 2006

Lima M P Silva T M D Dilva J D Zoghbi M G Andrade E H Essential oil

composition of leaf and fine stem of Aniba canelilla (Kunth) Mez from Manaus Brazil

Acta Amazocircnica Vol 34 No02Pp 329 ndash 330 2004

136

Loacutepez S Bastida J Viladomat F Codina C Acetylcholinesterase inhibitory

activity oh some Amaryllidaceae alkaloids and Narcissus extratcts Life Sciences

Vol 71 No 21 Pp 2521-2529 2002

Lorenzi H Aacutervores Brasileiras ndash Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas

Arboacutereas Nativas do Brasil Vol2 2ordfediccedilatildeo Editora Plantarum Nova Odessa ndash SP

Pp 368 2002

Ma W W Anderson J E McLaughlin JL Bioactive Benzyl Benzoates from the

Roots of Endlicheria Dysodantha Pharmaceutical Biology Vol 29 No 3 Pp 237 ndash

239 1991

Maciel M A M Pinto A C Veiga Jr V F Plantas medicinais a necessidade de

estudos multidisciplinares Quiacutemica Nova Vol 25 No 3 Pp 429-438 2002

Madrintildeaacuten S Rhodosteonodaphne (Lauraceae) Flora neotropical Monografia 92

New York New York Botanical Garden 2004

Marques C A Importacircncia Econocircmica da Famiacutelia Lauraceae Floresta e Ambiente

Universidade Federal de Viccedilosa Vol 8 No1 JanDez Pp195-206 2001

Mclaughlin JL Saizarbitori TC Anderson JE Tres bioensayos simples para

quimicos de productos naturales Revista Sociedade Venezuelana de Quimica Vol

08 Pp13-18 1995

Meirelles U M F et al Algumas accedilotildees bioloacutegicas do 1-(p-metoxibenzil)-67-

metilenodioxiisoquinolina Acta Amazonica v 7 n 1 p 39-40 1979

Mensor L L Screening of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of

DPPH free radical method Phytotherapy Research Vol 16 Pp 127 2001

Menut C Bessieacutere J M Hassani M S Buchbauer G Schopper B Chemical

and biological studies of Ocotea comoriensis bark essential oil Flavour and

Fragrance journal Vol 17 Pp 459-461 2002

Meyer B N Ferrigni N R Putnam J E Jacobsen L B Nichols B McLaughlin

J L Journal of Medicinal Plant Research vol 45 Pp 31-34 1982

137

Miyazawa M Tougo H Ishihara M Inhibition of acetylcholinesterase activity by

essential oil from Citrus paradise Natural Product Letters Vol 15 No 03 Pp205-

210 2001

Moellering Jr RC Novos desafios no campo das doenccedilas infecciosas In

Patoacutegenos emergentes nas doenccedilas infecciosas Relatoacuterio Especial Hospital

Praacutectice Euromeacutedice Editora Meacutedicas Pp5-7 2000

Morais L C S L Barbosa-Filho J M Almeida R N Central depressant effects

of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice Journal of

Ethnopharmacology Vol 62 No 1 Pp 57-61 1998

Mossman T Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival application to

proliferation and cytotoxicity assays Journal of Immunological Methods Vol 65

No02 Pp 55-63 1983

Nodori RO Guerra MP Biodiversidade aspectos bioloacutegicos geograacuteficos legais

e eacuteticos In CMO Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento

Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16

Florianoacutepolis 2004

Nordberg J Arneacuter SJ Reactive oxygen species antioxidants and the mammalian

thioredoxin system Free Radical Biology and Medicine Vol 31 Pp1287-1312

2001

Nunes X P Mesquita R F Silva D A Lira D P Costa V C O Silva MV B

Xavier A L Diniz MF F M Agra M F Constituintes quiacutemicos avaliaccedilatildeo das

atividades citotoacutexica e antioxidante de Mimosa paraibana Barneby (Mimosaceae)

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18 (Supl) Pp 718-723 2008

Oliveira P A Estudo fitoquiacutemico e atividades bioloacutegicas de extratos de Goupia

glabra Aublet (cupiuacuteba) Dissertaccedilatildeo do Mestrado em Quiacutemica Universidade Federal

do Amazonas Pp 65-68 2010

Palazzo M C Agius B R Wright B S Haber W A Moriarity D M Setzer

W N Chemical Compositions and Cytotoxic Activities of Leaf Essential Oils of Four

138

Lauraceae Tree Species from Monteverde Costa Rica Records Natural Products

Vol 03 No01 Pp32-372009

Pereira P S Franccedila S C Oliveira P V A Breves C M S Pereira S I V

Sampaio S V Nomizo A Dias A D Chemical constituents from

Tabernaemontana catharinensis root bark a brief NMR review of iacutendole alkaloids

and in vitro cytotoxicity Quiacutemica Nova Vol 31 No 01 Pp 20-24 2008

Perry N S L Bollen C Perry E K Ballard C Salvia for dementia therapy

review of pharmacological activity and pilot tolerability clinical trial Pharmacology

biochemistry and behavior Vol 75 No 3 Pp 651-659 2003

Phillipson G W Anderson A C Journal Ethnopharmacol Vol 25 Pp 61 1998

acetylcholinesterase activity by essential oils of Mentha species Journal of

Agriculture and Food Chemistry Vol 46 Pp 3431-3434 1998

Pinto A C Silva D H S Bolzani V S Lopes N P Epifanio R A Produtos

Naturais Atualidade desafios e perspectivas Quiacutemica Nova Vol 25 Supl 01 Pp

45-61 2002

Quik M Jeyarasasingam G Nicotine receptor and Parkinsonrsquos disease European

Journal of Parkinsonrsquos disease Vol 393 Vol 1-3 Pp 223-230 1999

Quinet A Andreata R H P Lauraceae Jussieu na Reserva Ecoloacutegica de Macaeacute

de Cima municiacutepio de Nova Friburgo Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia vol53

No82 Pp59ndash121 Rio de Janeiro 2002

Rahalison L Hamburger M Monod M Frenk E Hostettmann K Antifungal

tests in phytochemical investigations comparison of bioautographic methods using

phytopatogenic and human pathogenic fungi Planta Meacutedica Vol60 Pp 41-44 1994

Rahimi-Nasrabadi M Gholivand M B Batooli H Chemical composition of the

essential oil from leaves and flowering aerial parts of Haplophyllum robstum

(Rutaceae) Journal of nanomaterials and biostructures Vol 4 No 4 Pp 819-822

2009

139

Rajendran V Shong Suo-Bao Saxena A Doctor B P Kozikowski A P

Synthesis of a hybrid analog of the acetylcholinesterase inhibitor huperzine A and

huperzine B Tetrahedron Letters Vol 42 No 01 Pp 5359-5361 2001

Rhee I K Van der Meent M Ingkaninan K Verpoorte R Screening for

acetylcholinesterase inhibitors from from Amararyllidaceae using silica gel thin-layer

chromatography in combination with bioactivity staining Journal of chromatography

A Vol 915 No1 Pp 217-223 2001

Ribeiro J E L S Hopkins M J G Vicentini A Sothers C A Costa M A da

S Brito J M Martins L H P Lohmann LG Assunccedilatildeo P A C L Pereira E

C Silva C F Mesquita M R Proacutescoacutepio L C Flora da Reserva Ducke Guia de

identificaccedilatildeo das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazocircnia

Central Pp 151 Manaus INPA 1999

Ribeiro RA Carmo LG Vladimorova I Jurkiewicz NH Jurkiewicz A

Nantenine blocks muscle contraction and Ca2+ transient induced by noradrenaline

and K+ in rat vas deferens European Journal of Pharmacology Vol 470 No 01 Pp

37-43 2003

Rizzini C T Mors W B Botacircnica Econocircmica Brasileira Editora EDUSP Satildeo

Paulo Pp 119 1976

Rizzini CT amp MorsWB Botacircnica econocircmica brasileira 2ed Acircmbito cultural Rio

de Janeiro Pp 56 1995

Robbers J E Speedie M K Tyler V E Farmacognosia farmacobiotecnologia

editor Premier Pp 163 Satildeo Paulo 1997

Rodriacuteguez M Hasegawa M Gonzaacutelez-Muacutejica F Motta N Castillo A Castillo

J Zea E Mora K Sousa A G Camejo D Antidiabetic and antiradical activities

of plants from Venezuelan Amazon Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18

No 03 Pp 331-338 2008

Rohwer JG Lauraceae In Kubitzki K Rohwer JG amp Bittrich V (Eds) The

families and genera of vascular plants Springer-Verlag Berlim Vol 2 Pp 366-391

1993

140

Rover Juacutenior L Houmlehr N F Vellasco A P Sistema antioxidante envolvendo o

ciclo metaboacutelico da glutationa associado a meacutetodos eletroanaliacuteticos na avaliaccedilatildeo do

estresse oxidativo Quimica Nova Vol 24 No 01 Pp 112-119 2001

Saacutenchez-moreno C A procedure to measure the antiradical efficiency of

polyphenols Journal of the Science of Food and Agriculture Vol 76No 02 Pp

270-276 1998

Sangirardi Jr Botacircnica fantaacutesticaplantas da mitologia religiatildeo magiaEd

Brasiliense Pp 113 ilust Satildeo Paulo 1984

Santos C C Estudo Quiacutemico de Endlicheria sericeae Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade Estadual de Campinas Instituto de Quiacutemica 1976

Santos R I Metabolismo baacutesico e origem dos metaboacutelitos secundaacuterios In CMO

Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade

UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

Santos-Filho D Gilbert B The alkaloids of Nectandra megapotamica

Phytochemistry v 14 p 821-822 1975

Silva D B Matos M F C Nakashita S T Misu C K Yoshida N C Carollo C

A Fabri J R MIglio H S Siqueira J M Isolamento e avaliaccedilatildeo da atividade

citotoacutexica de alguns alcaloacuteides oxoaporfiacutenicos obtidos de Annonaceae Quiacutemica

Nova Vol 30 No 08 Pp 1809-1812 2007

Silva I G Barbosa-Filho J M da Silva M S de Lacerda C D G da-Cunha

E V L Coclaurine from Ocotea duckei Biochemical Systematics and Ecology Vol

30No 9 Pp 881-883 2002

Silva J Abebe W Sousa SM Duarte VG Machado MIL Matos FJA

Analgesic and anti-inflammatory effects of essential oils of Eucalyptus Journal of

Ethnopharmacology Vol 89 No 02 Pp 277-283 2003

Silva L M G E Hamesrki L Garcez FR (PQ) Garcez WS Atividade larvicida

contra Aedes aegypti da Dicentrina isolada de Ocotea vellosiana (Lauraceae)

141

Sociedade Brasileira de Quiacutemica (SBQ) 31a Reuniatildeo Anual da Sociedade Brasileira

de Quiacutemica 2009

Silva R S Ribeiro C M R Borges M N Blois G S O Oacuteleo essencial de

limatildeo no ensino da cromatografia em camada delgada Quiacutemica Nova Vol32 No8

Pp 2234-2237 2009

Silva S L Chaar J S Figueiredo P M Yano T Cytotoxic evaluation of

essential oil from Casearia sylvestris Sw on human cancer cells and erythrocytes

Acta Amazocircnica Vol 38 No 01 Pp 107-112 2008

Silva S L Figueiredo P MYano T Cytotoxic evaluation of essential oil from

Zanthoxylum rhoifolium Lam Leaves Acta Amazocircnica Vol 32 No 02 Pp 281-286

2007

Simatildeo AM Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicoloacutegico Satildeo Paulo Nobel

1985

Simotildees CMO Spitzer V Oacuteleos Volaacuteteis In Simoes CMO Schenkel EP

Gosmann G Mello JC P Mentz LA Petrovick (orgs) Farmacognosia da planta

ao medicamento 5ordm ediccedilatildeo Universidade UFRGS Ed da UFSC Porto Alegre

p467 2004

Skehan P Storeng R Scudiero D Monks A McMahon J Vistica D Warren

J T Bodesch H Kenney S Boyd M R New Colorimetric Cytotoxicity Assay for

Anticancer-Drug Screening Journal of the national cancer institute Vol 82 No 13

Pp 1107-1112 1990

Soler-Rivas C Espın JC Wichers HJ 2000 An easy and fast test to compare

total free radical scavenger capacity of foodstuffs Phytochemistry Analysis Vol 11

Pp 1ndash9 2000

Souza C M M Rocha e Silva H Vieira-Jr G M Ayres M C C da Costa C L

S Arauacutejo D S Cavalcante L C D Barros E D S Arauacutejo P B M Brandatildeo M

S Chaves M H Fenoacuteis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais

Quiacutemica Nova Vol 30 No 02 Pp351-355 2007

142

Souza W M Estudo quiacutemico e das atividades bioloacutegicas dos alcaloacuteides indoacutelicos e

himatanthus lancifolius (muell arg) woodson apocynaceae ndash (agoniada) Tese

(Doutorado em Ciecircncias Farmacecircuticas) Universidade Federal do Paranaacute Curitiba

2008

Sulaiman S N Mukhtar M R Hadi A H A Awang K Hazni H Zahari A

Litaudon M Zaima K Morita H Lancifoliaine a New Bisbenzylisoquinoline from

the Bark of Litsea lancifolia Molecules Vol16Pp3119-3127 2011

Tabarrini O Cecchetti V Temperini A Filipponi E Lmperti M G Fravolini A

Velnacrine thia analogues as potential agents for treating alzheimeracutes Bioorganic

and Medicinal Chemistry Vol 09 No 11 Pp 2921-2928 2001

Takaku S Haber W A Setzer W Leaf essential oil composition of 10 species of

Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical Systematics and

Ecology Vol35 No08 Pp 525-532 2007

Takaku S Harber W A Setzer W N Leaf essential oil composition of 10 species

of Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical systematic and

ecology Vol35 Pp 525-532 2007

Telascrea M Arauacutejo CC Cavalheiro AJ Marques MOM Facanali R

Moraes PLR Essential oils from leaves of Cryptocarya spp from the atlantic rain

forest Quiacutemica Nova Vol 31 No 3 Pp 503-507 2008

Tiveron A P Atividade antioxidante e composiccedilatildeo fenoacutelica de legumes e verduras

consumidos no Brasil Dissertaccedilatildeo de mestrado em Ciecircncias e tecnologia de

alimentos Universidade de Satildeo Paulo Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de

Queirozrdquo 2010

Ur-Rahman A Parveen S S Khalid A Farroq A Choudhardr M I Acetyl and

butyrylcholinesterase ndash Inhibiting triterpenoid Phytochemistry Vol 58 No 6 Pp

963-968 2001

Vargas F de S Estudo comparativo entre teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de atividades

antioxidantes de espeacutecies de plantas da Amazocircnia Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Patologia Tropical Universidade Federal do Amazonas 2008

143

Vattimo-Gil I A O gecircnero Ocotea Aubl no sul do Brasil I Espeacutecies de Santa

Catarina e do Paranaacute Pp 265-350 1956

Verbel J O Cervera T G Fernandez J G Colorado B J Stashenko E

Chemical composition and antioxidant activity of essential oils isolated from

Colombian plants Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 20 No 4 2010

Viegas Jr C Bolzani V S Barreiro E J Os produtos Naturais e a quiacutemica

medicinal moderna Quiacutemica Nova Vol29 No 02 Pp 326-337 2006

Viegas Junior Bolzani V S Furlan M Fraga C A M Barreiro Produtos

Naturais como candidatos a faacutermacos uacuteteis no tratamento do mal de Alzheimer

Quiacutemica Nova Vol 27 No 4 Pp 655-660 2004

Vilegas J H Y Gottlieb O R Kaplan M A C Gottlieb H E Phytochemistry

Vol 28 No Pp 3577 1989

Wink M Physiology of secondary product formation in plants In CHARLWOOD B

V RHODES MJC (ed) Secondary products from plant tissue culture Oxford

Clarendon 1990

Wu W Huang C Sctructural Elucidation of Isoquinoline Isoquinolone

Benzylisoquinoline Aporphine and Phenanthrene Alkaloids using API-ionspray

Tandem Mass Sprectrometry The Chinese Pharmaceutical Journal Vol 58 Pp 51-

55 2006

Yilmaz Y Toledo R T Health aspects of functional grape seed constituents

Trends in Food Science and Technology Vol 15 No 9 Pp 422-433 2004

Zanin S M W Lordello A L L Alcaloacuteides aporfinoacuteides do gecircnero Ocotea

(Lauraceae) Quiacutemica Nova Vol 30 No 01 Pp 92-98 2007

Zauli R C Pereira M A Cardoso L G V Silva J M SF da Carvalho J C T

Fiorini J E Atividade antimicrobiana e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo Inibitoacuteria

miacutenima e concentraccedilatildeo bactericida miacutenima de Dillenia indica L (flor de abril) Gestatildeo

de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Seminaacuterio de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da UNIFENAS

2004

144

Zheng W Wang S Y Antioxidant Activity and Phenolic Compounds in Selected

Herbs Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 49 No 11 Pp 5165-5170

2001

Zhou B N Johnson R K Mattern MR Wang X Hecht S M Beck H T

Ortiz A Kingston D G J Isolation and Biochemical Characterization of a New

Topoisomerase I Inhibitor from Ocotea leucoxylon Journal of Natural Products

Vol63 No02 Pp 217-221 2000

Zoghbi M G B Andrade E H A Santos A S Silva M H L Maia G S

Constituintes volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae com ocorrecircncia na Floresta

Nacional de Caxiuanatilde ndash Melgaccedilo ndash PA CBO 014 - estaccedilatildeo cientiacutefica Ferreira Penna

2005

Zuanazzi J A S Montana J A Flavonoacuteides In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm

ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

1

AVALIACcedilOtildeES QUIacuteMICABIOLOacuteGICAS OacuteLEO ESSENCIAL PERFIL

ALCALOIacuteDICO PROSPECCcedilAtildeO

Oacutergatildeo vegetal

Antioxidante (μgmL)

Anti ACh

E

Artemia salina

(μgmL)

HCT ndash 8 ()

MDAMB-435 ()

SF-295 ()

Rend ()

Constituinte majoritaacuterio

iacuteons (M+1)

mz

Tipo de alcaloacuteide

Fenol Flavonoacuteide Alcaloacuteide

E citriodora Folhas 16101 - 8301 2896 723 1531 429

geranato de metila 23895

benziliso quiniliacutenico

- - -

Galhos Grossos 4278 + 10000 1632 4117 082 250

geranato de metila 30006 aporfiacutenico + - -

E sericeae

Folhas 977 - 90260 3756 389 4719 013 espatulenol 32995 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 5092 - 100011 3015 1791 2430 010

oacutexido de cariofileno 33009 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 1444 - 229766 2180 4639 773 011

oacutexido de cariofileno 32988 aporfiacutenico + - +

Cascas 1329 - 82381 NR NR NR 006 elemol 33009 aporfiacutenico + + +

O

ceanothifolia

Folhas 1812 - 134640 3556 1228 2798 011 oxido de

cariofileno 29992 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 1564 + 261600 NR NR NR 007

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Galhos Finos 1443 + 262121 NR NR NR 005

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Cascas 1017 - 134287 3273 5041 058 NR NR 31406 aporfiacutenico + - -

O leucoxylon

Folhas 5251 - 388560 3831 1247 3690 013 oxido de

cariofileno 37013 aporfiacutenico + - +

Galhos Grossos 5088 + 165150 2904 955 1188 005

beta-cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 8261 + 254856 1775 3872 2459 002

oxido de cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

O minor

Folhas 821 + 83040 2964 369 436 011 beta-

cariofileno 14389 triptamiacutenico + - +

Galhos Grossos 908 + 146791 7430 1251 7536 004

oacutexido de cariofileno 20507 NI + + +

Galhos Finos 731 + 230218 2220 514 1666 NR NR 20507 NI + + +

Cascas 757 - 243004 3341 419 414 006 oacutexido de

cariofileno 28558 benziliso

quiniliacutenico + + +

R recurva

Folhas 11046 - 129990 1834 520 541 006 beta-selineno 33016 aporfiacutenico - - -

Galhos Grossos 19826 - 38674 126 1106 801 002 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Galhos Finos 12538 - 211285 3183 771 2798 003 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Cascas 5511 - 24385 3041 1296 2703 004 beta-eudesmol NR NI - - +

R

crenaticupula

Folhas 7816 - 167512 3671 465 511 058 delta-cadineno 43691 NI - - +

Galhos Grossos 6701 - 471571 1194 3344 1012 002

aacutecido hexadecanoacuteico 28606

benziliso quiniliacutenico + - +

1

Anexos

2

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Folhas

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Desktop_110324154738 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 202E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

23895

36691

38791

17217

34192

2549830006 39505

2607919891 551014229116706 52224

567114350212107 59112 63914 7355369920 76710

Desktop_110322181603 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 288E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

30006

32988

34612

2960719205

26905 35396

36992

17714

19394 38413 55045522384370515096 61940 66119 68513 75737 78712

3

Espectro de massa de Endlicheria sericea Folhas

Espectro de massa de Endlicheria sericea Cascas

Desktop_110322160544_110322160544 1-12 RT 000-019 AV 12 NL 175E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32995

28592

30013

27416

6211519205

12191 34612 436982689114403452943620820794 51230 6430641507 54051 6193349452 68121 69920 74694

Desktop_110322171533 1-7 RT 001-011 AV 7 NL 549E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

28585

1918434591

2690520787

351932341217686

38420 43698 47093 6193349725 5913316524 64768 69150 75772 79377

4

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos finos

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos grossos

Desktop_110322193119 1-14 RT 000-023 AV 14 NL 167E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32988

28606

3000634619

19184

2080823391

27423 691086611235186

5223838406 550594532218981 61933 7031215082 75744

Desktop_110322190205 1-13 RT 001-022 AV 13 NL 638E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

32813

34192

3000627402

23412

4370535802

2159219184

619335571036012

59133527144970438119

4942441325

647334549717693

17511 7573769948 77732

5

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Galhos

Desktop_110324163345 1-31 RT 001-053 AV 31 NL 684E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

43691

27416

45287

31819

34605

30216

2341251223 61926

35319 54030203815916137405

64733484371918415075 66322 69115 75723

Desktop_110324160838 1-25 RT 000-042 AV 25 NL 106E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28606

33009

31385

20381

27472

1391334381

356132689819198 4371225680

6192641514 5912645322 5503817686 51706 62115

65734 69927 73742 78726

6

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos finos

Desktop_110322164317 1-11 RT 001-019 AV 11 NL 570E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33016

27423

19191

32813

31203

35606 6210843705

17707 619262650645294

15082 36236 59133522312462337398

21893647334290711589 49445

6633669934 74127

Desktop_110322202301 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 124E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3461228193

19205

32589

2678619387

20801 3560655514

69108

3581619009 45315 55038 661265083841906 56907

15089 64019 69612 74232 77529

7

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Folhas

Desktop_110322190322 1-21 RT 001-036 AV 21 NL 104E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3459132589

27402

19205

30013

3559917693 4371926506

36222 52259 550452087815103 6194049438 6372514403 69927 75758

Desktop_110322154038 1-22 RT 000-037 AV 22 NL 366E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

35795

34213

28298

38000274025504552259 6194039610

43712 59133 7153720892 4943826485 6352212086 19226 73735 78544

8

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Cascas

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos finos

Desktop_110324160707 1-18 RT 001-030 AV 18 NL 730E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

13899

31406

33002

30006

34605

2190715089

1809224882

29705

5793625106 5512241535

430825461136894 6072946925

66350 69948 73322 77851

Desktop_110322194703 1-14 RT 001-024 AV 14 NL 266E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

34591

31420

28284

2741635802

1920520808 38406 5504518687 522454371912093 61933 69108 75744 77739

9

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Folhas

Desktop_110322183118 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 118E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2999234605

31413

27409

43719 4529419401

2591119212

25701

5230836208 550454952217686 20787 619684131817490 64754 7592669115

Desktop_110322162056 1-12 RT 001-020 AV 12 NL 341E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

37013

32484

31084

27423

3861672314

26492 44601 70921

24595 5505952273400162179515089 69535 7411349473 6643456634 76542

10

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos grossos

Desktop_110322201310 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 330E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Re

lativ

e A

bu

nd

an

ce

36992

35592

32484

31084

72314

2929970914

3781126499

39386 445946950720878 53897 7393115082 40023 664066194045602 77340

Desktop_110322174442 1-11 RT 001-018 AV 11 NL 240E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

36992

35592

32505

72307

37195

7090731084

29285

37797

28088 3862326506

6952120878 6196144594 52245 55059 7391015089 76325

11

Espectro de massa de Ocotea minor Folhas

Espectro de massa de Ocotea Cascas

Desktop_110322165516 1-9 RT 001-015 AV 9 NL 321E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

14389

20507

17490

12086

23685

27430 346055225240933 5505242907 61947 7953866553 73721

Desktop_110322171506 1-9 RT 000-014 AV 9 NL 917E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28585

2999233009

2690534598

1920520801

372021870814389 22397 37797 43705 6194049501 52245 59119 65132 70032 72321 77550

12

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos grossos

Desktop_110322200126 1-16 RT 000-026 AV 16 NL 262E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

20507

14389

17511

25085

2350313192

2740931798 34605

4370538406 52238 79923619475504546715 64740 7368671530

Desktop_110322185001 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 178E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2050714389

3459117504 31609

23692 28585

13192

43705 5504536236 5223861926 64726 7574473126

13

14

Espectro de RMN 13C

15

Espectro de DEPT

16

rh

Espectro de HSQC

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,

iv

Aacute minha amada matildee Auxiliadora

Yamaguchi por todo o carinho e amor

destinados a mim Ela que abriu matildeo da

minha companhia em prol da minha

educaccedilatildeo sempre esteve presente em minha

vida Dedico-a todas as vitoacuterias

conquistadas ao longo dos anos

v

AGRADECIMENTOS

O mestrado eacute um momento em que o tempo passa muito raacutepido acompanhado

de disciplinas experimentos e prazos Os ensinamentos adquiridos durante todos

esses 24 meses natildeo podem ser mensurados nem expressos apenas nos resultados

e discussatildeo deste trabalho Mas na tentativa de demonstraacute-los eis meus

agradecimentos

Agrave Deus por tantas becircnccedilatildeos concedidas ao longo da minha vida A todas as

oportunidades que tive de crescer como pessoa e da forccedila nos momentos mais

difiacuteceis sempre colocando na minha vida sinais de Seu infinito amor e de suas

orientaccedilotildees

Aacute minha famiacutelia alicerce fundamental no decorrer dessa caminhada em

especial agrave meus pais Katsuo e Auxiliadora Yamaguchi por terem me dado uma

base de educaccedilatildeo caraacuteter e amor Vocecircs satildeo a aacutervore e eu apenas um fruto que

reflete a criaccedilatildeo que vocecircs deram para a nossa famiacutelia

Ao meu companheiro de mestrado arquiteto querido Kendy Yamaguchi por

compartilhar comigo os mais diversos momentos durante o mestrado

Agrave minha amada irmatilde Kenne Yamaguchi que mesmo estando em Coari

(assim como toda a famiacutelia) sempre esteve perto de mim me dando forccedila para

continuar seguindo em frente

Aos meus cunhados Antocircnia e Miro Yamaguchi por me apoiarem e sempre

terem palavras de conforto e incentivo

Aos meus padrinhos Cosmo Geralda e Mariza agrave minha tia Nely meus tios e

primos por sempre torcerem por mim e pela energia positiva que vocecircs enviaram (e

enviam) me dando forccedila em todas as situaccedilotildees

Aos meus amigos antigos Enio Daiana Goacutees Leandro e Fernando Brasil

Nessa correria que eacute o mestrado vocecircs sempre estiveram comigo As ligaccedilotildees

mensagens e visitas me fortaleceram e fizeram com que eu sempre me sentisse

amada

Agrave minha famiacutelia cientiacutefica

Vocecircs satildeo o presente que Deus me deu Eu natildeo teria como selecionar tatildeo bem

pessoas tatildeo especiais como vocecircs

Professor Valdir Veiga Junior por ser muito mais que um orientador por ser

um pai Sempre com seu ombro amigo seu abraccedilo acolhedor e seus valorosos

conselhos me acompanhando desde a iniciaccedilatildeo cientiacutefica Realmente fazer ciecircncia

natildeo eacute faacutecil mas um dia eu aprendo

Joelma Alcacircntara minha matildee minha amiga minha cara metade Sua

sinceridade UacuteNICA reflete a grandeza que eacutes Os conselhos os incentivos as

brincadeiras e os momentos de descontraccedilatildeo foram situaccedilotildees que guardarei para

sempre Obrigada pelos valorosos momentos ao seu lado

vi

Priscilla Oliver e Lidiam natildeo haacute como agradecer em algumas palavras todo o

carinho que sinto Vocecircs satildeo a sorte que a vida me deu Minhas irmatildes do coraccedilatildeo

que somente Deus com todo o seu amor poderia me dar

Milena Campelo Paula Barbosa e Luciana Freire obrigada por todo o

companheirismo que nos acompanham desde a graduaccedilatildeo Vocecircs sempre

estiveram ao meu lado

Igor e Carol Priscila e Victor Andreacute e Eacuterika obrigada pelos momentos

compartilhados Fico feliz por tecirc-los perto de mim e pelas experiecircncias adquiridas

Ao grupo de pesquisa Q-Bioma como um todo a todos os membros Somos

uma famiacutelia cientiacutefica e mesmo com todas as diferenccedilas a uniatildeo sempre

prevaleceraacute

Agrave todos os meus companheiros de mestrado em Quiacutemica em especial

Nerilson Masques Obrigada pela companhia e amizade durante todo o curso

Somente a gente sabe quantas noites passamos em claro estudando para fazer as

listas acordando com olheiras e madrugando para natildeo perdermos os horaacuterios Vocecirc

eacute muito importante na minha vida

Aos professores Afonso Duarte e Rita Nunomura pela amizade carinho

valorosos conselhos e incentivos Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Obrigada por

estarem na minha vida

Professores Marcos e Cristine Machado pelo exemplo de profissionais que

satildeo sempre esforccedilando-se e pensando na qualidade da aprendizagem Acompanha-

los nas disciplinas me ajudou muito no perfil de profissional que quero ser

Aos professores Ary Cavalcante e Roberto Castilho por todos os conselhos e

incentivos

Ao Hector Koolen por toda a paciecircncia acompanhando-me no espectrocircmetro

de massa e pelas dicas e incentivos nos experimentos

A pessoa que hoje eu sou traz um pouco de cada um de vocecircs

vii

Para ser grande secirc inteiro nada

Teu exagera ou exclui

Secirc todo em cada coisa Potildee quanto eacutes

No miacutenimo que fazes

Assim em cada lago a lua toda

Brilha porque alta vive

Fernando Pessoa

viii

RESUMO

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das famiacutelias mais importantes na floresta amazocircnica apresentando um nuacutemero expressivo de espeacutecies com diversas utilizaccedilotildees devido a qualidade dos seus produtos naturais Quimicamente as espeacutecies desta famiacutelia caracterizam-se pela presenccedila de alcaloacuteides neolignanas flavonoacuteides terpenos e fenilpropanoacuteides Este estudo contribui para a anaacutelise do perfil quiacutemico dos trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e Rhodostemonodaphne atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos e oacuteleos essenciais contribuindo para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras Neste trabalho foi realizado prospecccedilatildeo fitoquiacutemica anaacutelise do perfil alcaloiacutedico por cromatografia em camada delgada (CCD) e espectrometria de massa (EM) dos extratos etanoacutelicos identificaccedilatildeo dos constituintes do oacuteleo essencial e verificaccedilatildeo das atividades anticolinesteraacutesica antioxidante e citotoacutexica dos extratos etanoacutelicos das espeacutecies E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R crenaticupula As espeacutecies foram coletadas na Reserva Ducke em Manaus e separadas para obtenccedilatildeo de oacuteleos essenciais e extratos etanoacutelicos Estes foram analisados quanto as atividades quiacutemicabioloacutegicas e submetidos a particcedilotildees aacutecido-base para obtenccedilatildeo de fraccedilotildees enriquecidas de alcaloacuteides O perfil alcaloiacutedico foi analisado por CCD utilizando reveladores especiacuteficos e por EM Os oacuteleos essenciais foram analisados por CG-DIC e CG-EM Confirmou-se que a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos e aporfiacutenicos Os rendimentos dos oacuteleos essenciais obtidos por hidrodestilaccedilatildeo em clevenger modificado variaram de 002 a 429 sendo Endlicheria citriodora a espeacutecie que apresentou maior rendimento 25 nos galhos e 43 nas folhas tendo como constituinte majoritaacuterio o geranato de metila (acima de 93) elucidado por CG-DIC CG-EM RMN1H e RMN 13C Os oacuteleos essenciais das outras espeacutecies apresentaram rendimento inferior a 1 e como constituinte majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido A atividade antioxidante foi avaliada atraveacutes da capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPHbull) utilizando quercetina como padratildeo externo expressos como valores de concentraccedilatildeo eficiente (CE50)Os extratos de Ocotea minor foram os que apresentaram maior potencial antioxidante (CE50=731 plusmn 032 μgmL) A anaacutelise qualitativa da atividade anticolinesterase foi realizada de acordo com o meacutetodo de Ellman (modificado) com resultados negativos para inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado positivo A atividade antitumoral foi avaliada contra quatro linhagens de ceacutelulas (leucemia mama coacutelon e glioblastoma) segundo o meacutetodo de MossmanNenhum dos extratos testados apresentou atividade citotoacutexica pronunciada

Palavras-chave Floresta Amazocircnica Lauraceae alcaloacuteide oacuteleo essencial

ix

ABSTRACT

The family Lauraceae is one of the most important families in the Amazon

rainforest featuring an significant number of species with different uses due to the

quality of products naturalThe species this family are Chemically characterized by

the presence of alkaloids neolignans flavonoids terpenes and phenylpropanoids

This study contributes to the analysis of the chemical profile of the three genera

Endlicheria Ocotea and Rhodostemonodaphne about directing the investigations on

the chemical composition of extracts and essential oils contributing to the screening

of promising genera and species This work was carried out prospecting

phytochemical alkaloid profile analysis by thin layer chromatography (TLC) and

mass spectrometry of the ethanol extracts identification of the essential oil and

analysis of activities anticholinesterase antioxidant and cytotoxic of ethanolic

extracts of E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R

recurva and R crenaticupula The species were collected in Reserva Ducke in

Manaus The material was separated to obtain essential oils and ethanolic extracts

These were analyzed for chemical biological activities and subjected to acid-base

partition to obtain enriched fractions of alkaloids The alkaloid profile was analyzed

by mass spectrometry and TLC with revealing specific The essential oils were

analyzed by GC-FID and GC-MS It was confirmed the high presence of alkaloids in

the genus Ocotea and low in species Endlicheria and Rhodostemonodaphne In

mass spectrometry the peaks mz 300 and 330 were present in most fractions and

may correspond to the type alkaloids Benzylisoquinolines and Aporphines The yields

of essential oils obtained by hydrodistillation in Clevenger modified ranged from

002 to 429 The specie Endlicheria citriodora was the highest yield 25 in the

branches and 43 in the leaves The Methyl geranate was the major constituent

(above 93) elucidated by GC-FID GC-MS RMN1H and RMN 13C The essential

oils from other species showed less than 1 yield and caryophyllene and its oxide

were the major constituents The antioxidant activity was assessed by sequestering

ability of the stable radical 22-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPHbull) using quercetin as

external standard expressed as effective concentration values (EC50) The extracts

of Ocotea minor presented the best antioxidant potential (EC50 = 731 plusmn 032 μg

mL) Qualitative analysis of anticholinesterase activity was performed according to

the method of Ellman (modified) with negative results for inhibiting the enzyme

acetylcholinesterase The branches of the three species of Ocotea were positive The

antitumor activity was evaluated against four cell lines (leukemia breast colon and

glioblastoma) by the method of Mossman None of the extracts tested showed

pronounced cytotoxic activity

Keywords Amazon forest Lauraceae alkaloid essential oil

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Laruraceae

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanas

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Figura 7 Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

Figura 8 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

Figura 9 Biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria

Figura 14 Estruturas isoladas de Endlicheria sericeae

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

Figura 20Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo

brasileira

Figura 21 Estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividade canceriacutegenas

derivadas de fontes vegetais

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

Figura 25 a 31 Placas cromatograacuteficas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

xi

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 01 Ciclo biossinteacutetico dos metaboacutelitos secundaacuterios

Esquema 02 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido

graxo insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido

lipiacutedico)

Esquema 03 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais

peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela

vitamina C originando o radical ascorbila

Esquema 04 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos

extratos e dos oacuteleos essenciais

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Tabela 02 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Tabela 4a Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol

Tabela 4b Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

Tabela 05 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e

flavonoacuteides

Tabela 06 Anaacutelise das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massas

Tabela 07 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares

de alcaloacuteides isolados em Lauraceae

Tabela 08 Rendimento dos oacuteleos essenciais ()

Tabela 09 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN (δ em ppm CDCl3 500MHz)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rhodostemonodaphne

recurva

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das

folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre

DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em

μgmL

Tabela 19 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Tabela 20 Resultado as avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina

xiii

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo16

2 Objetivos

21 Geral18

22 Especiacuteficos18

3 Revisatildeo da bibliograacutefica

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil19

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu22

321 Metaboacutelitos secundaacuterios 25

3211 Neolignanas28

3212 Alcaloacuteides32

3213 Flavonoacuteides35

3214 Terpenoacuteides e Fenilpropanoacuteides38

322 Gecircneros43

3221 Endlicheria Nees43

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki44

3223 Ocotea Aublet46

33 Atividades quiacutemicabioloacutegicas51

331 Atividades Antioxidantes 51

3311 Radicais Livres51

3312 Antioxidantes54

3313 Avaliaccedilatildeo das atividade Antioxidante utilizando radical livre DPPH56

332 Citotoxicidade 58

3321 Letalidade em Artemia salina Leach58

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais60

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase63

34 Meacutetodos cromograacuteficos67

341 Cromatografia em Camada Delgada68

342 Cromatografia Gasosa69

xiv

4 Metodologia

41 Coleta70

42 Obtenccedilatildeo dos extratos71

43 Prospecccedilatildeo72

431 Fenoacuteis72

432 Flavonoacuteides72

433 Alcaloacuteides72

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas73

441 Obtenccedilotildees da fraccedilatildeo alcaloiacutedica73

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD74

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por espectrometria de massa74

45 Oacuteleo essencial75

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo75

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais75

4521 Anaacutelise em CG-DIC75

4522 Anaacutelise em CG-EM76

4523 Anaacutelise por RMN76

453 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais76

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos78

461Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase78

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH78

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante79

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante79

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia Salina Leach81

464 Atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais 81

5 Resultados e discussatildeo83

51 Rendimento do extrato83

52 Prospecccedilatildeo Fitoquiacutemica84

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica86

531 Rendimento da Particcedilatildeo86

532 Anaacutelise por CCD87

533 Anaacutelise por espectrometria de massa96

54 Oacuteleo essencial101

xv

541 Rendimento101

5411 Endlicheria102

5412 Ocotea105

5413 Rhdostemonodaphne110

55 Atividades Quiacutemicabiologias114

551 Atividade antioxidante114

5511 Qualitativa116

5512 Quantitativa116

552 Atividade citotoacutexica121

5521 Letalidade em Artemia Salina121

5522 Citotoacutexica em ceacutelulas de linhagem tumoral121

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase122

6 Consideraccedilotildees finais 125

7 Referecircncias bibliograacuteficas 127

8 Anexos146

16

INTRODUCcedilAtildeO

As plantas constituem uma das mais importantes fontes de substacircncias

quiacutemicas orgacircnicas apresentando variadas classes com interesses cientiacuteficos

devido agraves suas propriedades bioloacutegicas e quiacutemicas Na busca por novos faacutermacos

os produtos naturais destacam-se pela diversidade estrutural e assim as plantas

satildeo candidatas importantes para a prospecccedilatildeo de novos compostos bioativos

(Giordani et al 2008)

Verifica-se que a Amazocircnia mesmo possuindo uma grande diversidade

bioloacutegica apresenta poucos estudos em relaccedilatildeo agrave quantidade de espeacutecies

presentes nas florestas (Nodori amp Guerra 2004)

A famiacutelia Lauraceae destaca-se na Floresta Amazocircnica pelo endemismo e uso

econocircmico em virtude da boa qualidade da madeira do alto valor comercial que

alcanccedilam seus oacuteleos essenciais (Quinet amp Andreata 2002) e da presenccedila de uma

importante classe de metaboacutelitos que satildeo os alcaloacuteides responsaacuteveis por diversas

atividades terapecircuticas Mais de 400 alcaloacuteides jaacute foram identificados em 189

espeacutecies de Lauraceae Segundo Zanin e Lordello (2007) cerca de 54 alcaloacuteides

aporfinoacuteides com pronunciada bioatividade foram isolados no gecircnero Ocotea Dentre

as atividades bioloacutegicas mais citadas pode-se destacar a capacidade antioxidante

atividade antiinflamatoacuteria analgeacutesica e cardiovascular

Lauraceae apresenta espeacutecies utilizadas em grande escala como o abacate

(Persea americana) a canela (Cinnamomum verum) e espeacutecies aromaacuteticas

utilizadas para perfumaria como as extraiacutedas de canela-sassafraacutes (Ocotea odoriacutefera)

e pau rosa (Aniba rosaeodora) sendo dessa forma utilizada internacionalmente

17

Considerando as pesquisas em isolamento de compostos bioativos e a

importacircncia da famiacutelia Lauraceae na Floresta Amazocircnica uma pesquisa sobre

espeacutecies desta famiacutelia que ainda natildeo foram analisadas cientificamente torna-se

importante para a investigaccedilatildeo de novas substacircncias presentes nos extratos e na

composiccedilatildeo quiacutemica de oacuteleos essenciais Neste trabalho seratildeo analisadas sete

espeacutecies de Lauraceae distribuiacutedas em trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e

Rhodostemonodaphne visando desvendar parte da imensa diversidade bioloacutegica da

floresta Amazocircnica e buscando a possibilidade de serem observadas atividades

bioloacutegicas pronunciadas

18

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Descrever a composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais e atividades quiacutemicas

e bioloacutegicas de extratos etanoacutelicos de espeacutecies da famiacutelia Lauraceae

22 Objetivos especiacuteficos

Verificar a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes de meacutetodos de prospecccedilatildeo dos

extratos etanoacutelicos comparando os diferentes extratos das plantas

estudadas

Analisar o perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas atraveacutes de espectrometria de massa

Analisar o perfil cromatograacutefico (CG-DIC e CG-EM) dos oacuteleos essenciais das

cascas folhas e galhos das sete espeacutecies

Verificar as atividades inibidora da enzima acetilcolinesterase antioxidante

frente ao radical livre DPPH e citotoacutexica sobre Artemia salina e ceacutelulas de

linhagem tumoral dos extratos etanoacutelicos

19

3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil

A natureza tem produzido a maioria das substacircncias orgacircnicas conhecidas

Dentre os diversos reinos da natureza o reino vegetal eacute o que tem contribuiacutedo de

forma mais significativa para o fornecimento de metaboacutelitos secundaacuterios muitos

destes de grande valor agregado devido As suas aplicaccedilotildees como medicamentos

cosmeacuteticos alimentos e agroquiacutemicos (Phillipson amp Anderson 1998)

A espeacutecie humana se aproveita de uma fraccedilatildeo muito pequena das plantas com

as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra O reino vegetal

ainda permanece como uma grande incoacutegnita cujos misteacuterios comeccedilam a serem

desvendados Natildeo pode existir vida na terra sem a presenccedila de plantas e estudaacute-

las sob qualquer que seja a oacutetica cientiacutefica eacute parte do domiacutenio da quiacutemica de

Produtos Naturais (Pinto et al 2002)

Os produtos naturais satildeo utilizados desde tempos imemoriais na busca por

aliacutevio e cura de doenccedilas pela ingestatildeo de ervas e folhas talvez tenha sido uma das

primeiras formas de utilizaccedilatildeo de produtos naturais A natureza sempre despertou

no homem um fasciacutenio encantador natildeo soacute pelos recursos oferecidos para sua

alimentaccedilatildeo e manutenccedilatildeo mas por ser sua principal fonte de inspiraccedilatildeo e

aprendizado (Viegas Jr amp Bolzani 2006)

Ao longo do tempo a humanidade selecionou apenas cerca de 300 plantas

para a alimentaccedilatildeo e de um pouco mais de uma centena obteve princiacutepios ativos

puros para o tratamento de doenccedilas Estes nuacutemeros satildeo bem modestos quando se

estaacute diante de um universo superior a 250000 espeacutecies de plantas superiores

20

Verifica-se que as atividades da fitoquiacutemica podem contribuir significativamente

para a concretizaccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel de um paiacutes atraveacutes da

investigaccedilatildeo da flora da divulgaccedilatildeo e geraccedilatildeo de novos conhecimentos e da

formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados (Braz Filho 2010)

A preocupaccedilatildeo com a busca de aplicaccedilatildeo para as moleacuteculas isoladas de

fontes naturais atraveacutes do seu uso como modelos quiacutemicos para a induacutestria eacute uma

nova tendecircncia que enfatiza a realizaccedilatildeo de trabalhos em colaboraccedilatildeo O valor

potencial da biodiversidade brasileira encarada como fonte de produtos de alto valor

agregado requer poliacuteticas que garantam a sua exploraccedilatildeo de forma racional (Pinto

et al 2002)

Estima-se a existecircncia de 250000 espeacutecies de plantas superiores Cerca de

80 da populaccedilatildeo dos paiacuteses subdesenvolvidos e em desenvolvimento continuam

completamente dependentes da medicina caseira utilizando vegetais para as

necessidades primaacuterias de sauacutede Tem sido estimado que somente de 5-15 destas

espeacutecies foram investigadas restando uma fonte natural de inuacutemeros organismos

vivos contendo significativo nuacutemero de substacircncias ineacuteditas e forte potencial de

produtos naturais bioativos incluindo-se fontes de mateacuterias-primas para o

desenvolvimento de novos faacutermacos (Braz Filho 2010)

A magnitude da biodiversidade brasileira natildeo eacute conhecida com precisatildeo tal a

sua complexidade estimando-se a existecircncia de mais de dois milhotildees de espeacutecies

distintas de plantas animais e microorganismos (Nodari amp Guerra 2004)

Soacute um trabalho cientiacutefico integrado de todos os grupos existentes no paiacutes

poderaacute num tempo limite propiciar o conhecimento real da diversidade quiacutemica dos

ambientes tropicais e auxiliar nos estudos futuros sobre o perfil metaboacutelico e

21

associaccedilotildees com perfil macromolecular das espeacutecies de interesse de nossa biota

(Pinto et al 2002)

Nesse contexto a varredura dos extratos brutos antes do isolamento eacute uma

metodologia que auxilia no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a

composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo para a triagem de gecircneros e

espeacutecies promissoras Esse perfil caracteriza o grupo de pesquisa Q-Bioma um

grupo de pesquisa fitoquiacutemico da Universidade Federal do Amazonas que visa

inicialmente analisar o perfil dos extratos para posteriormente selecionar as fraccedilotildees

de interesse

22

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu

A famiacutelia Lauraceae eacute apontada no Brasil como uma das mais representativas

tanto em nuacutemero de indiviacuteduos quanto em riqueza de taacutexons nos inventaacuterios

floriacutesticos e fitossocioloacutegicos realizados em aacutereas de florestas bem preservadas do

paiacutes (Vattimo-Gil1959 Kurtz 2000) sendo considerada uma das famiacutelias mais

primitivas pertencentes agrave divisatildeo Magnoliophyta ( Marques et al 2001) Possuem

distribuiccedilatildeo pan tropical sendo bem representadas na Ameacuterica Aacutesia Tropical

Austraacutelia e Madagascar e no sul da Aacutefrica conforme a figura 1 Possuem cerca de

50 gecircneros e 2500 espeacutecies sendo que no Brasil existem cerca de 400 espeacutecies

distribuiacutedas em 25 gecircneros contribuindo assim com cerca de 16 do total dessas

espeacutecies (Barroso et al 2002) Nas Ameacutericas ocorrem cerca de 29 gecircneros e 900

espeacutecies A famiacutelia eacute frequumlente em florestas tropicais com algumas espeacutecies

habitando grandes altitudes mas a grande diversidade ocorre em terras baixas da

Amazocircnia e Ameacuterica Central (Rohwer 1993)

Figura 1 ndash Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia LauraceaeFONTE Missouri Botanical Garden

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das que apresenta maior importacircncia econocircmica em

todo o mundo com um nuacutemero expressivo de espeacutecies que apresentam uma grande

diversidade de usos com destaque para as que possuem utilizaccedilatildeo medicinal e na

23

induacutestria sendo utilizada na culinaacuteria na fabricaccedilatildeo de papel marcenaria e

construccedilatildeo civil na induacutestria quiacutemica e na medicina popular (Marques 2001)

O potencial econocircmico das espeacutecies dessa famiacutelia eacute conhecido desde os

tempos remotos atraveacutes de documentos da China de 2800 aC onde jaacute era

empregado o oacuteleo de Cinnamomum camphora (L) JPresl e de outras espeacutecies

deste gecircnero na medicina (Sangirardi Jr 1984) Segundo Quinet (2002) as folhas

de Laurus nobilis L o loureiro eram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para

confeccionar coroas com as quais se homenageavam guerreiros e atletas

vitoriosos e estatildeo entre os condimentos mais conhecidos da culinaacuteria de todo o

mundo Os primeiros registros relativos agrave utilizaccedilatildeo das espeacutecies desta famiacutelia

influenciaram o nome de muitos gecircneros que fazem uma alusatildeo agravequela eacutepoca como

o gecircnero Phoebe que tem seu nome relacionado ao deus Apolo e Laurus L que vecircm

do celta ldquolausrdquo e significa louvor em grego (Barroso et al 2002)

A casca ou o fruto de algumas espeacutecies satildeo usadas como condimentos (

Dicypellium caryophyllaceum) ou para fazer chaacute (Licaria puchury-major e Aniba

canelilla) Espeacutecies utilizadas em grande escala satildeo o abacate (Persea americana)

a canela (Cinnamomum verum) e o louro (Laurus nobilis) A madeira de Lauraceae eacute

amplamente explorada em diversas regiotildees Na Amazocircnia a itauacuteba (Mezilururs spp)

eacute a madeira preferida para construccedilatildeo de embarcaccedilotildees devido a sua alta

durabilidade e resistecircncia Diversas outras espeacutecies constituem o principal produto

madeireiro comercializados em Manaus sob o nome de ldquolourordquo (Ribeiro et al 1999)

O alto valor econocircmico das espeacutecies tem levado a uma exploraccedilatildeo crescente

ao longo dos anos (Marques 2001) O interesse econocircmico nos oacuteleos essenciais eacute

devido ao uso induacutestrial podendo-se destacar espeacutecies dos gecircneros Ocotea

24

Nectandra e Aniba conhecidas popularmente como canelas loureiros e pau-rosa

respectivamente (Ribeiro et al 1999)

A extraccedilatildeo de linalol principal componente do oacuteleo essencial de Aniba

rosaeodora Ducke utilizado como fixador na induacutestria de perfumes segundo Rizzini

e Mors (1995) deu-se inicialmente como subproduto da induacutestria de cacircnfora no

Japatildeo devido o mesmo ser um componente do oacuteleo volaacutetil da madeira canforeira

Em 1925 descobriu-se em Juriti Velho (Paraacute) a aacutervore conhecida na regiatildeo como

pau-rosa Este nome popular refere-se ao odor da madeira a qual quando

recentemente cortada exala delicado perfume Verificou-se em seguida que tal

cheiro era devido ao oacuteleo essencial desta madeira que encerra linalol como

componente principal Desde entatildeo se desenvolveu naquela localidade uma

induacutestria extrativa para a obtenccedilatildeo do mencionado oacuteleo Esta induacutestria tomou tal

vulto que figurou durante muitos anos entre as mais proacutesperas da Amazocircnia Ainda

na deacutecada de 1960 produziam-se entre 300 e 400 toneladas de oacuteleo essencial de

pau-rosa por ano sacrificando para tanto 50000 toneladas de madeira

A exploraccedilatildeo de Aniba rosaeodora Ducke fez com que essas espeacutecies fossem

levadas proacuteximas a extinccedilatildeo devido o oacuteleo essencial de pau-rosa localizar-se no

terceiro lugar na pauta de exportaccedilatildeo da regiatildeo Amazocircnica cabendo a borracha e agrave

castanha o primeiro e o segundo lugares respectivamente (Marques 2001)

As espeacutecies da famiacutelia Lauraceae principalmente pertencentes aos gecircneros

Nectranda Licaria Ocotea e Aniba apresentaram um novo grupo de compostos

secundaacuterios As neolignanas descobertas por um dos consolidadores da fitoquiacutemica

brasileira o professor Otto Gottlieb na deacutecada de 1970 ( Gottlieb amp Yoshida1978)

apresentam muitas atividades bioloacutegicas entre elas a atividade antitumoral

25

321 Principais Metaboacutelitos secundaacuterios encontrados em Lauraceae

Daacute-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaccedilotildees quiacutemicas que

continuamente estatildeo ocorrendo em cada ceacutelula A presenccedila de enzimas especiacuteficas

garante certa direccedilatildeo a essas reaccedilotildees estabelecendo o que se denomina de rotas

metaboacutelicas Essas reaccedilotildees visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes

para satisfazer as exigecircncias fundamentais da ceacutelula energia (derivada basicamente

de ATP) poder redutor (NADPH) e biossiacutentese das substacircncias essenciais agrave sua

sobrevivecircncia (macromoleacuteculas celulares) (Santos 2004)

De acordo com a teoria evolucionista todos os seres vivos derivam de um

precursor comum do qual conservam algumas caracteriacutesticas Os processos

essenciais agrave vida e comuns aos seres vivos tecircm sido definidos como metabolismo

primaacuterio Basicamente todos os organismos convivem com os mesmos tipos de

metaboacutelitos primaacuterios e segundo Gottlieb et al (1996) os metabolismos primaacuterios

satildeo reaccedilotildees fornecedoras de mateacuterias primas e de energia para a formaccedilatildeo dos

metaboacutelitos secundaacuterios designados especiais

Vegetais microorganismos e em menor escala animais apresentam todo um

arsenal metaboacutelico (enzimas coenzimas e organelas) capazes de produzir

transformar e acumular inuacutemeras outras substacircncias natildeo necessariamente

relacionadas de forma direta agrave manutenccedilatildeo da vida do organismo produtor Nesse

grupo encontram-se substacircncias cuja produccedilatildeo e acumulaccedilatildeo estatildeo restritas a um

nuacutemero limitado de organismos com bioquiacutemica e metabolismo especiacuteficos e

uacutenicos caracterizando-se como elementos de diferenciaccedilatildeo e especializaccedilatildeo (Wink

1990)

26

Os metaboacutelitos secundaacuterios satildeo conhecidos como metaboacutelitos especiais cujos

produtos embora natildeo necessariamente essenciais para o organismo produtor

garantem vantagens para sua sobrevivecircncia e para a perpetuaccedilatildeo de sua espeacutecie

em seu ecossistema (Santos 2004)

Os metaboacutelitos especiais satildeo especiacuteficos das espeacutecies e participam das

interaccedilotildees intra e intercelular do proacuteprio organismo ou com ceacutelulas de outros

organismos atuam em processos vitais como mediadores em interaccedilotildees ecoloacutegicas

como por exemplo a defesa contra herbiacutevoros e microorganismos a proteccedilatildeo contra

raios UV atraccedilatildeo de polinizadores ou animais dispersores de sementes e em

interaccedilotildees alelopaacuteticas ( Santos 2004 Cechinel Filho amp Bresolin 2003)

Embora classificadas como sendo ou do metabolismo primaacuterio ou do especial

as reaccedilotildees bioquiacutemicas natildeo ocorrem independentemente em um mesmo produtor

Alteraccedilotildees no primeiro podem afetar profundamente o segundo e embora o reverso

natildeo seja verdadeiro Aleacutem disso muitos metaboacutelitos especiais satildeo formados por

sequumlecircncia de reaccedilotildees anaacutelogas agravequelas do metabolismo primaacuterio Portanto a linha

divisoacuteria entre metabolismo primaacuterio e especiais natildeo eacute niacutetida (Dewick 2002) No

esquema 1 pode ser visualizada a origem de todos os metaboacutelitos especiais a partir

do metabolismo da glicose por meio de intermediaacuterios principais o aacutecido chiquiacutemico

e o acetato

De forma geral os mais importantes grupos de metaboacutelitos secundaacuterio vegetal

citam-se tradicionalmente os alcaloacuteides os terpenoacuteides e os flavonoacuteides Verifica-se

na famiacutelia Lauraceae a prevalecircncia de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados

nos oacuteleos essenciais alcaloacuteides e neolignanas encontrados nos extratos

27

Esquema 01 Via biossinteacutetica dos metaboacutelitos especiais Fonte Santos 2004

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente por apresentar em sua

composiccedilatildeo alcaloacuteides isoquinoliacutenicos indoacutelicos e triptofanicos (Figura 2) Dentre os

alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo grande e ainda em

expansatildeo comumente encontrado nas mais diversas espeacutecies de Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Lauraceae

28

3211 Neolignanas

As lignanas satildeo substacircncias que se depositam nas paredes das ceacutelulas

vegetais conferindo a estas notaacutevel rigidez Constituem de 15-35 da mateacuteria seca

dos troncos das gimnospermas e angiospermas aleacutem de serem constituintes da

parede celular de tecidos associados a caule folha e raiz de todas as plantas

vasculares A quantidade de lignanas existentes na superfiacutecie da terra eacute imensa

inferior apenas agrave quantidade de carboidratos Dada esta importacircncia compreende-

se facilmente porque a ocorrecircncia funccedilatildeo formaccedilatildeo estrutura reaccedilotildees e a

utilizaccedilatildeo de lignanas recebem tanta atenccedilatildeo (Barbosa Filho 2004)

As lignanas satildeo macromoleacuteculas poliacutemeros de unidades baacutesicas de n-

propilbenzenos C6-C3 que satildeo ligadas pelo carbono β de suas cadeias laterais (C3)

Satildeo diacutemeros formados atraveacutes do acoplamento oxidativo de alcooacuteis cinamiacutelicos

entre si ou destes com aacutecidos cinacircmicos Esse termo criado em 1942 por Haworth

se prestava muito bem para as poucas substacircncias descritas agravequela eacutepoca

Estruturalmente os dois resiacuteduos n-propilbenzecircnicos apresentam o carbono gama

(C-9) oxigenado (Gottlieb ampYoshida 1984)

As neolignanas (do grego neacuteos = novo moderno) surgiram por causa da

crescente variabilidade estrutural em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo de Haworth que ficou

limitada Isso fez com que Gottlieb em 1978denominasse os diacutemeros oxidativos de

alilfenoacuteis ou de propenilfenoacuteis entre si ou cruzados e natildeo apresentam o carbono

gama (C-γ) oxigenado de neolignanas (Barbosa Filho 2004 Gottliteb 1984)

O processo geral de biossiacutentese dos lignoacuteides (neolignana e lignana) eacute

mostrado a seguir na figura 3 envolvendo os metaboacutelitos primaacuterios finais da via

metaboacutelica do chiquimato Lignoacuteide eacute uma designaccedilatildeo geneacuterica que caracteriza

micromoleacuteclulas cujo esqueleto eacute formado exclusivamente pelo grupo fenilpropacircnico

29

(C6-C3)n sendo n restrito a poucas unidades123 etc As lignanas apresentam

como precursores monomeacutericos aacutecidos cinacircmicos ou alcooacuteis cinacircmicos enquanto as

neolignanas apresentam como precursores monomeacutericos propenilbenzenos ou

alilbenzenos (Barbosa Filho 2004)

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanasFonte Barbosa Filho 2004

As Lignanas e neolignanas desempenham importante papel na defesa das

plantas atuando como agentes antimicrobianos antifuacutengicos e insetiacutefugos As

neolignanas acumulam em madeiras como resposta a ferimentos mecacircnicos ou ao

ataque de microorganismos e que exibem propriedades de defesa contra insetos

Por terem atividade antitumoral e antiviral as neolignanas despertam grande

interesse farmacoloacutegico (Robbers et al 1997) A figura 04 mostra os tipos

estruturais das neolignanas mais representativos e sua designaccedilatildeo de acordo com

trabalhos de revisatildeo de Gottlieb (1978) e Gottlieb e Yoshida (1984)

30

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas Fonte Barbosa Filho 2004

As lignanas satildeo soluacuteveis em solvente apolares tais como eacuteter de petroacuteleo e

anaacutelogos principalmente se a porccedilatildeo do anel estiver metoxilada como acontece na

maioria das vezes As neolignanas geralmente se apresentam como oacuteleos de alta

viscosidade e apresentam meacutedia polaridade (Barbosa Filho 2004)

Esqueletos de Neolignanas

2

3

4

5

6

78

9

1

O O

O

O

O O

O

diarilbutano (88) aritetralina (8867) dibenzocicloctano (2288)

benzofurano (70481) benzofurano (70483) futoenona (8179608)

diidrodieugenol (33) diarilciclobutano (7788) furofurano (70788)

ariloxiarilpropano (804) benzodioxano (703804) bicicloctano (8175)

31

No Brasil o grupo de pesquisa liderado pelo professor Otto Gottlieb contribuiu

significativamente para o conhecimento da quiacutemica das neolignanas A famiacutelia

Lauraceae foi a mais estudada principalmente os gecircneros Aniba Licaria Nectandra

e Ocotea com quase duas centenas de substacircncias ineacuteditas registradas na

literatura Numa avaliaccedilatildeo aproximada jaacute foram isoladas por volta de 700 lignoacuteides

dos quais 270 satildeo neolignanas (figura 5) (Barbosa Filho 2004)

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

O

CH3

Ar

CH2

O

CH3

O O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

OCH3

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

CH3

O

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

O

CH3

CH3

Ar

CH2

AcO

O

CH3

O

CH3

O

O

CH3

32

3212 Alcaloacuteides

O isolamento das primeiras substacircncias puras do reino vegetal ocorreu no

Seacuteculo XIX Este seacuteculo caracterizou-se pelos trabalhos de extraccedilatildeo principalmente

de aacutecidos orgacircnicos e de bases orgacircnicas as quais mais tarde receberam a

denominaccedilatildeo de alcaloacuteides (Almeida et al 2009)

Os extratos de plantas contendo alcaloacuteides satildeo utilizados como medicamentos

venenos e poccedilotildees maacutegicas desde os primoacuterdios da civilizaccedilatildeo Desta maneira eacute

difiacutecil estabelecer a origem correta da descoberta destas substacircncias Registros

indicam que o oacutepio era utilizado pelos Sumeacuterios haacute 4000 anos aC devido as suas

propriedades soporiacuteficas e analgeacutesicas (Hostettman et al 2003)

Satildeo compostos nitrogenados que tecircm na sua estrutura aleacutem de carbono e

hidrogecircnio usualmente tambeacutem oxigecircnio Sua basicidade tiacutepica eacute no entanto muito

variaacutevel pois depende dos agrupamentos adjacentes ao nitrogecircnio Quando o

nitrogecircnio pertence a uma amida por exemplo a presenccedila da carbonila torna o

alcaloacuteide praticamente neutro Satildeo encontrados predominantemente nas

angiospermas e em menor extensatildeo em microorganismos e animais ( Dewick 2002

Henriques et al 2004 Cunha et al 2005)

A presenccedila de alcaloacuteides pode ser assinalada em ampla gama de atividades

bioloacutegicas como analgeacutesicos e narcoacuteticos (morfina codeiacutena) estimulantes SNC

(estricnina brucina) elevaccedilatildeo na pressatildeo sanguiacutenea (efedrina) ou queda da

hipertensatildeo arterial (reserpina) Na verdade os alcaloacuteides satildeo capazes de exercer

diversas de atividades fisioloacutegicas (Robbers et al 1997) Alguns exemplos de

alcaloacuteides satildeo apresentados na figura 6

33

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Os alcaloacuteides assim como outras aminas formam sais duplos com compostos

de mercuacuterio ouro platina e outros metais pesados Esses sais duplos em geral satildeo

obtidos como precipitados e muitos deles satildeo caracteriacutesticos em microcristalografia

Os reagentes alcaloiacutedicos comuns satildeo o de Wagner (iodo em iodeto de potaacutessio) de

Mayer (cloro-iodo mercurato de potaacutessio) e Dragendorff (iodo bismutato de potaacutessio)

(Robbers et al 1997)

Os alcaloacuteides podem ser classificados de acordo com sua origem biossinteacutetica

ou seja de acordo com a estrutura que conteacutem nitrogecircnio em pirrolidino piperidino

quinolino indol entre outros A maioria deriva de aminoaacutecidos alifaacuteticos aromaacuteticos

como a fenilalanina ou a tirosina ou do triptofano (Dewick 2002)

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente pela ocorrecircncia frequumlente de

alcaloacuteides sendo predominante a ocorrecircncia de alcaloacuteides indoliziacutenico

benzilisoquinoliacutenico triptamiacutenico e aporfinoacuteides (Cordell et al 2001) Na figura 7

verifica-se a rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

34

NH2

O

OH

OH

L-tirosina

NH2OH

O

O

OH

OH

- CO2

PLP

PLP

transaminaccedilatildeo

Tiramina 4-hidroxif enil aacutecido piruacutev ico

O - CO2

NH2

CH3

CH3

OH

OH

Dopamina 4-hidroxif enilacetaldeiacutedo

Reaccedilatildeo de Mannich

NHOH

OH

H

OH

S - coclaurina

SAMNH

OH

OH

H

OCH3

S - coclaurina

SAM

NOH

OH

H

OCH3

CH3

S - N-metilcoclaurina

NOH

OH

H

OCH3

CH3

OH

S - 3-hidroxi-N-metilcoclaurina

SAM

NOH

H

OCH3

CH3

OH

O

CH3

S - reticulina

O

NO

H

OCH3

CH3

O

CH3 O

NOH

H

OCH3

CH3

O

CH3 OH

aporf inas

protobuberinas

benzof enantridinas

PLP = py ridoxal 5-phosphate

SAM = S- adenosy l methione

Figura 7 - Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos Fonte Dewick 2002

35

213 Flavonoacuteides

Os flavonoacuteides representam um dos grupos fenoacutelicos mais importantes e

diversificados entre os produtos de origem natural Essa classe de compostos eacute

amplamente distribuiacuteda no reino vegetal e sua presenccedila parece estar relacionada

com funccedilotildees de defesa (proteccedilatildeo contra raios ultravioletas accedilotildees antifuacutengica e

antibacteriana) e de atraccedilatildeo de polinizadores (Zuanazzi amp Montanha 2004)

De forma geral satildeo moleacuteculas de baixo peso molecular caracterizados por

apresentarem dois nuacutecleos fenoacutelicos ligados por uma cadeia de trecircs carbonos A

estrutura baacutesica dos flavonoacuteides consiste num nuacutecleo flavano constituiacutedo de quinze

aacutetomos de carbono arranjados em trecircs aneacuteis (C6-C3-C6) sendo dois aneacuteis fenoacutelicos

(ou metoxilados) substituiacutedos (A e B) e um pirano (cadeia heterociacuteclica C) acoplado

ao anel A (Figura 8) (Cunha et al 2005)

Figura 08 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

As vaacuterias classes de flavonoacuteides diferem no niacutevel de oxidaccedilatildeo e no modelo de

substituiccedilatildeo da cadeia heterociacuteclica C Algumas classes de flavonoacuteides de interesse

satildeo flavonas flavonoacuteis flavanonas flavan-3-ol isoflavonas antocianidinas e

flavanolol (Di Carlo et al 1999)

O esqueleto baacutesico dos flavonoacuteides resulta de rotas biossinteacuteticas separadas a

do aacutecido chiquiacutemico e a do acetato via aacutecido malocircnico A primeira origina

36

fenilalanina o precursor do aacutecido cinacircmico que por sua vez origina o aacutecido

cumaacuterico responsaacutevel por um dos aneacuteis aromaacuteticos (anel B) e a ponte de trecircs

carbonos A segunda resulta no outro anel aromaacutetico (anel A) do esqueleto baacutesico

dos flavonoacuteides (Dewick 2002 Santos 2004) (Figura 9)

Figura 9 biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

37

Flavonoacuteides geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados

contribuindo para a coloraccedilatildeo do azul do vermelho e do laranja nas folhas flores e

frutos Tambeacutem estatildeo associados com diferentes propriedades bioloacutegicas Foram

atribuiacutedas diferentes funccedilotildees na natureza a vaacuterios flavonoacuteides compostos

antimicrobianos produtos do estresse de metaboacutelitos ou moleacuteculas sinalizadoras

(Robbers et al 1997)

38

3214 Terpenoacuteides e fenilpropanoacuteides

Ao longo da evoluccedilatildeo as espeacutecies vegetais desenvolveram vias metaboacutelicas

que lhes permitiam sintetizar uma grande diversidade de metaboacutelitos especiais

Entre esses metaboacutelitos incluem-se alguns compostos de baixo peso molecular que

volaacuteteis satildeo percebidos pelo sistema olfativo como substacircncias dotadas de aromas

sendo usualmente designados como compostos aromaacuteticos As plantas que os

produzem e acumulam em quantidades apreciaacuteveis satildeo por isso denominadas

plantas aromaacuteticas (Cunha et al 2005)

Estas substacircncias volaacuteteis e odoriacuteferas produzidas em misturas complexas

satildeo geralmente lipofiacutelicas e liacutequidas que podem ser isoladas na forma de um oacuteleo

denominado oacuteleo essencial (Simotildees amp Spitzer 2004)

Os componentes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais podem ser divididos em duas

grandes classes com base na biossiacutentese que lhes deu origem (1) derivados de

terpenoacuteides formados atraveacutes da via aacutecido mevalonato-acetato via fosfato

desoxixilulose e (2) fenilpropanoacuteides formados atraveacutes da via do chiquimato

(Robbers et al 1997)

Os fenilpropanoacuteides satildeo formados via aacutecido chiquiacutemico que por sua vez eacute

formado a partir da condensaccedilatildeo do fosfoenolpiruvato e da eritrose-4-fosfato O

aacutecido chiquiacutemico e responsaacutevel pela formaccedilatildeo das duas unidades baacutesicas dos

fenilpropanoacuteides o aacutecido cinacircmico e o aacutecido ρ-cumarico que por meio de reduccedilatildeo

oxidaccedilatildeo e ciclizaccedilatildeo formam os alilbenzenos aldeiacutedos aromaticos

propenilbenzenos e cumarinas (Simotildees amp Spitzer 2004) conforme a figura 10

39

O OH

OH OH

OH

Aacutecido chiquiacutemico

O

OH

R

Aacutecido cinacircmico (R = H)

ou

p - cumaacuterico (R = OH)

O

R

CH2

R R O O

CH3

R

reduccedilatildeo oxidaccedilatildeo cicl izaccedilatildeoreduccedilatildeo

propenilbenzenos aldeiacutedos aromaacuteticos alilbenzenos cumarinas

(R = H OH) (R = H OH) (R = H OH) (R = H OH)

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Os terpenoacuteides constituem uma grande variedade de moleacuteculas sendo esse

termo empregado para designar todas as substacircncias cuja origem biossinteacutetica

deriva de unidades do isopreno A unidade isoprenica por sua vez origina-se a

partir do aacutecido mevalocircnico e a via da eritrose Os compostos terpecircnicos mais

frequumlentes nos oacuteleos volaacuteteis satildeo os monoterpenos (cerca de 90 dos oacuteleos

volaacuteteis) e os sequiterpenos (Simotildees amp Spitzer 2004) Na figura 11 pode-se

visualizar a formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

40

CH3CH3

CH3 OOH

Aacutecido mevalocircnico

CH3

CH2 OPP

Unidade do isopreno

monoterpenos sesquiterpenos diterpenos sesterpenos triterpenos

esteroacuteides

CH3

CH3 CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Seus constituintes variam desde hidrocarbonetos alcooacuteis aldeiacutedos cetonas

fenoacuteis eacutesteres eacuteteres oacutexidos peroacutexidos furanos aacutecidos orgacircnicos lactonas

cumarinas ateacute compostos contendo enxofre Na mistura tais compostos

apresentam-se em diferentes concentraccedilotildees normalmente um deles eacute o composto

majoritaacuterio existindo outros em menores teores e alguns em baixiacutessimas

quantidades (Simotildees amp Spitzer 2004) Na Figura 12 pode visualizar alguns

exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em oacuteleos essenciais

Embora a constituiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais seja muito diferenciada

satildeo observadas algumas propriedades fiacutesicas em comum Possuem odores

caracteriacutesticos alto iacutendice de refraccedilatildeo e a maioria eacute opticamente ativa sendo sua

rotaccedilatildeo especiacutefica muitas vezes uma propriedade uacutetil do ponto de vista de

41

caracterizaccedilatildeo Satildeo imisciacuteveis com aacutegua mas satildeo soluacuteveis em eacuteter aacutelcool e na

maioria dos solventes orgacircnicos (Robbers 1997)

OHO

OH O

HO

OH

linalol terpinoleno alfa pineno cacircnfora

limoneno mentol mentona

cariofilenonerolidolfarnesol

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

As espeacutecies aromaacuteticas de Lauraceae estatildeo compreendidas principalmente

entre os gecircneros Aniba Nectandra Ocotea Licaria e Dicypellium O elevado

potencial da flora odoriacutefera da Amazocircnia apresenta-se como a fonte renovaacutevel mais

apropriada para a produccedilatildeo de essecircncias aromaacuteticas provenientes de Lauraceae

(Zoghbi et al 2005)

42

O uso de plantas aromaacuteticas eacute bastante difundido em especial no tratamento

de infecccedilotildees microbianas inflamaccedilotildees dores e eczemas Entre as propriedades

farmacoloacutegicas encontradas em oacuteleos volaacuteteis estatildeo a atividade antifuacutengica (Lima et

al 2006) repelente (Cheng et al 2004) antiinflamatoacuteria (Juergens et al 1998)

anticolinesteraacutesica (Miyazawa et al 1998) e analgeacutesica (Silva et al 2003)

Satildeo inuacutemeras as atividades bioloacutegicas de oacuteleos volaacuteteis Segundo Baratta e

colaboradores (1998) o oacuteleo de Laurus nobilis apresentou atividade antimicrobiana

frente aos microorganismos Acinetobacter calcoaceticus Beneckea natriegens

Citrobacter freundii Erwinia carotovora Lactobacillus plantarum Micrococcus luteus

Salmonella pullorum Serratia marcescens e Staphylococcus aureus Jaacute o oacuteleo

volaacutetil de Origanum vulgare apresenta forte atividade antimicrobiana em 19 dos 25

microrganismos testados O hidrolato e o oacuteleo volaacutetil de Aniba duckei apresentaram

atividade larvicida frente a Artemia franciscana e Aedes aegypti (Souza et al 2007)

Oacuteleos volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae tem grande importacircncia na induacutestria

farmacecircutica e de perfumes o oacuteleo de pau-rosa obtido a partir de Aniba

rosaeodora tem como constituinte majoritaacuterio o aacutelcool terpecircnico linalol com mistura

dos isocircmeros D e L-linalol que varia de acordo com a regiatildeo de coleta amplamente

utilizado em fragracircncias de perfumes Da mesma forma a cacircnfora extraiacuteda de

Cinnamomum camphora e o safrol extraiacutedo de Ocotea pretiosa e Sassafras

albidum satildeo amplamente utilizados na induacutestria de cosmeacuteticos (Rizzini amp Mors

1995)

43

322 Gecircneros

3221 Endlicheria Nees

Gecircnero neotropical com centro de diversidade na Ameacuterica do Sul Endlicheria

ocorre tambeacutem na Costa Rica Guadalupe e Ilhas do Caribe Possui cerca de 60

espeacutecies 40 das quais ocorrem no Brasil (Chanderbali 2004) (figura 13)

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos relatos satildeo descritos na literatura sobre espeacutecies deste gecircnero

Rodriguez (2008) relata que os extratos etanoacutelicos de Endlicheria anomala

apresentaram atividade antioxidante atraveacutes da inibiccedilatildeo frente ao radical livre 22-

difenil-1-picrilhidrazil (DPPH)

Foram isolados da espeacutecie Endlicheria dysodantha mez quatro derivados

bioativos de benzoato de benzil 2-hidroxi benzoato de benzil 2-hidroacutexi-6-

metoxibenzoato de benzil 26-dimetoxibenzoato de benzil e 25-

dimetoxidimetoacutexibenzoato de benzila ( Ma et al 1991) No extrato benzecircnico de

Endlicheria sericea (Lauraceae) foram isolados por processos cromatograacuteficos

quatro substacircncias ineacuteditas na eacutepoca aleacutem de sitosterol sitostenona e manitol

(Santos 1976) As estruturas dessas substacircncias podem ser verificadas na figura 14

a seguir

44

CH3

O CH3

OH O

O CH3

OH O

H3C

O CH3

OH O

OCH3

CH3

O CH3

OH O

CH3O

HO

26-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-2-metil-8-metoacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-28-dimetil-7-metoacutexi-4-cromanona sitosterol

mantinol28-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

OHHO

OH OH

OH OH

OCH3

CH3O

CH3O

OCH3

OAcO

O OO

O

OCH3

OCH3

disodantina A

O OO

O

OCH3

OCH3

CH3

CH3

acetato de megafone

disodantina B

Figura 14 Substacircncias isoladas de Endlicheria Fonte Santos 1976 e MA et al 1991

As espeacutecies E sericeae e citriodora natildeo apresentaram nenhum estudo

disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos fitoquimicos

45

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki

O gecircnero Rhodostemonodaphne possui cerca de 41 espeacutecies distribuiacutedas na

Ameacuterica do Sul (Madrintildeaacuten 2004) (Figura 15)

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne Fonte

httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos satildeo encontrados na literatura para

este gecircnero O oacuteleo essencial das folhas de Rhodostemonodaphne kunthiara

apresentou atividade citotoacutexica in vitro contra linhagem de ceacutelulas tumorais

humanas apresentando 919 de hidrocarbonetos sesquiterpenos sendo os

componentes majoritaacuterios o germacreno D (644) e o biciclogermacreno (176)

(Palazzo 2009)

As espeacutecies R crenaticupula e R recurva natildeo apresentaram pouco ou nenhum

estudo disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos

fitoquimicos

46

3223 Gecircnero Ocotea Aublet

Aspectos gerais

O gecircnero Ocotea Aublet eacute o maior gecircnero da famiacutelia Lauraceae na regiatildeo

neotropical e apresenta o maior nuacutemero de espeacutecies medicinais (Marques 2001)

sendo utilizado tanto componente dos extratos quanto dos oacuteleos essenciais Este

gecircnero Ocotea tem despertado o interesse dos fitoquiacutemicos brasileiros com sua

ampla distribuiccedilatildeo no territoacuterio nacional com espeacutecies muito apreciadas no comeacutercio

madeireiro como Ocotea porosa conhecida popularmente como imbuiccedila e Ocotea

odoriacutefera o sassafraacutes (Lorenzi 2002) Na tabela 1 pode-se verificar as espeacutecies

mais comumente encontradas no Brasil relacionando seus nomes populares e

forma de uso na induacutestria madeireira (Marques 2001)

Tabela 1 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Nome cientiacutefico Nome popular Forma de uso

Obarcellensis Louro mamori pau-de-querosene

Marcenaria e construccedilotildees em geral

O catharinensis Canela preta Construccedilatildeo civil para ripas e vigas e para moacuteveis

O cymbarum Canela Marcenaria e construccedilotildees em geral

O diospyrifolia Canela Postes e taacutebuas de assoalho

O divaricata Canela soqueira Marcenaria e construccedilotildees em geral

O elegans Canela ferro Marcenaria e construccedilotildees em geral

O guianensis Louro branco Fabricaccedilatildeo de papel

O organensis Canela goiaba Obras de carpintaria

O porosa Imbuia Marcenaria e construccedilotildees em geral

Ocotea pretiosa Sassafraacutes Natildeo utilizada em obras devido as ceacutelulas secretoras de oacuteleo essencial

Opuberula Louro abacate canela barbosa

Fabricaccedilatildeo de papel e de caixotaria

Opulchella Canelinha canela preta Marcenaria e construccedilotildees em geral

O spectabilis Canela amarela louro-preto

Marcenaria e construccedilotildees em geral

47

Distribuiccedilatildeo Geograacutefica

Ocotea Aubl eacute constituiacutedo por cerca de 350 espeacutecies distribuiacutedas na Ameacuterica

tropical e subtropical desde o Meacutexico ateacute a Argentina ocorrendo tambeacutem em

Madagascar na Aacutefrica e nas Ilhas Canaacuterias (Rhower 1993) Estima-se que no Brasil

ocorrem entre 12 a 16 espeacutecies (Baitello 2001) (figura 16)

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Quiacutemica e atividade bioloacutegica

Estudos fitoquiacutemicos tem revelado a presenccedila de neolignanas alcaloacuteides

fenilpropanoacuteides flavonoacuteides e sesquiterpenos (Chaacutevez Gottlieb e Yoshida 1995)

O gecircnero Ocotea destaca-se como um dos gecircneros mais expressivos nos

isolamentos de alcaloacuteides das Lauraacuteceas brasileiras principalmente com esqueletos

com pronunciadas atividades bioloacutegicas (Zanin amp Lordello 2007) Os tipos de

esqueletos alcaloiacutedicos jaacute encontrados nesse gecircnero satildeo apresentados na tabela

02

48

Tabela 2 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Alcaloacuteides Estrutura Espeacutecie Referecircncia

Benzilisoquinoliacutenico

Oduckei

Dias et al

2003

Indoacutelico

O minarum Garcez et al 2005

Triptamiacutenico

O santalodora Aguiar et al 1980

Benzilisoquinoliacutenico

O pulchella Bodega et al 2003

Aporfiacutenicos sensu

scricto

O glaziovii O

caesia

O macropoda

O minarum

Guinaudeau et

al 1979

Vilegas et al

1989

Cava 1971

Vecchietti et al

1979

NH

49

Dentre os alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo

grande e ainda em expansatildeo com mais de 500 alcaloacuteides isolados de mais de 90

gecircneros de plantas eou sintetizados (Jia et al 2000) A maior parte dos alcaloacuteides

aporfinoacuteides encontrados nesse gecircnero foram reunidos no artigo de revisatildeo de Zanin

amp Lordello (2007) Vaacuterios desses alcaloacuteides aporfinoacuteides satildeo comumente

encontrados no gecircnero Ocotea apresentam potente atividade bioloacutegica

Na famiacutelia Lauraceae o oacuteleo essencial eacute armazenado em ceacutelulas secretoras

que podem ser encontradas na folha na casca e no lenho Algumas espeacutecies de

Ocotea como O elegans demonstram tal afirmaccedilatildeo apresentando dificuldades na

utilizaccedilatildeo da madeira para induacutestria de papel devido a presenccedila de ceacutelulas

secretoras de oacuteleo e mucilagem em abundacircncia (Marques 2001)

O oacuteleo essencial de O odorifera apresenta como componente principal o

safrol uma substacircncia comercializada no mundo inteiro e utilizada em vaacuterios ramos

industriais pelo qual milhares de indiviacuteduos de canela-sassaacutefras como eacute conhecido

popularmente foram sacrificados nas matas do sul do paiacutes ateacute a deacutecada de 1990

levando a espeacutecie a ser incluiacuteda na lista oficial de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

(Portaria IBAMA ndeg6-N de 15 de janeiro de 1992) e agrave consequumlente proibiccedilatildeo de seu

corte

O trabalho realizado por Takaku Haber e Setzer (2007) com os oacuteleos

essenciais das folhas de dez espeacutecies de Ocotea (O floribunda O holdridgeana O

meziana O sinuata O tonduzii O valeriana O veraguensis O whitei e duas natildeo

descritas denominadas ldquolos llanosrdquo e ldquosmall leafrdquo) de Monteverde Costa Rica

apresentou como constituintes principais em comum nas espeacutecies α-pineno β-

pineno β-cariofileno e germacreno-D

Tabela 01 continuaccedilatildeo

50

O oacuteleo essencial de diferentes partes de Ocotea ducke apresentou significante

efeito cardiovascular induzindo significativamente hipotensatildeo seguido de

bradicardia O constituinte principal do oacuteleo essencial das folhas foi o trans-

cariofileno (605) e do oacuteleo essencial do caule foi o β-eudesmol (27) (Barbosa-

Filho et al 2008) A tabela 03 mostra outras atividades de algumas espeacutecies de

Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Atividade Farmacoloacutegica Espeacutecie Referecircncia

Fator de agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (PAF) Ocotea duckei

Castro-Faria-Neto et al

1995

Atividade antimicrobiana de

Escherichia coli Ocotea duckei Antunes et al 2006

Efeito depressivo do SNC Ocotea duckei Moraes et al 1998

Bloqueador de contraccedilatildeo

muscular Ocotea odoriacutefera Ribeiro et al 2003

Efeito larvicida contra

Aedes aegypti Ocotea vellosiana Silva et al 2008

Accedilatildeo Repelente Ocotea gardneri Botelho et al 2009

Anti-inflamatoacuteria Ocotea quixos Ballabeni et al 2010

Anti protozoaacuteria Ocotea lancifolia Fournet et al 2007

Antioxidante Ocotea quixos Bruni et al 2004

Para as espeacutecies deste estudo Ocotea minor e Ocotea ceanothifolia natildeo foram

observados estudos quiacutemicos e bioloacutegicos disponiacuteveis na literatura Da espeacutecie

Ocotea leucoxylon foram isolados os alcaloacuteides aporfiacutenicos dicentrina e ocoteiacutena

(Zhou et al 2000)

51

3 Atividades QuiacutemicaBioloacutegicas

331 Atividade antioxidante

3311 Radicais Livres

Desde o iniacutecio da vida no planeta a toxicidade do oxigecircnio atmosfeacuterico tem

sido o principal desafio agrave sobrevivecircncia dos organismos vivos As oxidaccedilotildees

bioloacutegicas geram espeacutecie reativas de oxigecircnio (ERO) e radicais livres que podem

provocar lesotildees celulares muitas vezes irreparaacuteveis (Gocircuvea 2004)

Os radicais livres satildeo espeacutecies quiacutemicas que apresentam como caracteriacutestica a

presenccedila de um uacutenico eleacutetron natildeo-pareado em uma oacuterbita externa A energia criada

por essa configuraccedilatildeo instaacutevel eacute liberada atraveacutes de reaccedilotildees com moleacuteculas

adjacentes como substacircncias quiacutemicas inorgacircnicas ou orgacircnicas ndash proteiacutenas

lipiacutedeos carboidratos particularmente com moleacuteculas essenciais das membranas e

aacutecidos nucleacuteicos causando danos as ceacutelulas e patologias (Halliwell 1996)

Os radicais livres com seus eleacutetrons natildeo pareados podem atacar e danificar

praticamente qualquer moleacutecula encontrada no organismo Eles doam seu eleacutetron

natildeo pareado ou capturam um eleacutetron de outra moleacutecula a fim de formar um par De

uma forma ou de outra os radicais acabam ficando estaacuteveis e a moleacutecula

transforma-se em um radical Isso inicia uma reaccedilatildeo em cadeia que pode agir

destrutivamente As etapas que envolvem a reaccedilatildeo dos radicais livres na

lipoperoxidaccedilatildeo podem ser visualizadas no esquema 2

As etapas de reaccedilatildeo de radicais de forma geral podem ser divididas em etapa

de iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo (Bruice 2006)

52

Etapa de iniciaccedilatildeo na etapa de iniciaccedilatildeo os radicais satildeo gerados

Etapa de propagaccedilatildeo um radical reage para produzir outro radical O radical

produzido na primeira etapa de propagaccedilatildeo pode reagir para formar outro radical As

etapas satildeo repetidas diversas vezes Dessa maneira a reaccedilatildeo eacute chamada ldquoreaccedilatildeo

radicalar em cadeiardquo Eacute a etapa que propaga a cadeia reacional

Etapa de terminaccedilatildeo quando os radicais se combinam produzindo uma

moleacutecula na qual os dois eleacutetrons estatildeo emparelhados ou uma moleacutecula estabiliza o

radical devido principalmente suas propriedades estruturais

Esquema 2 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido graxo

insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido lipiacutedico)

A oxidaccedilatildeo eacute parte fundamental da via aeroacutebica e do metabolismo e assim os

radicais livres satildeo produzidos naturalmente ou por alguma disfunccedilatildeo bioloacutegica No

organismo encontram-se envolvidos na produccedilatildeo de energia na forma de ATP

atraveacutes da cadeia respiratoacuteria como aceptor final de eleacutetrons fagocitose

regulamentaccedilatildeo do crescimento celular sinalizaccedilatildeo intercelular e siacutentese de

substacircncias bioloacutegicas importantes (Borek 1997) Participa de vaacuterias reaccedilotildees

metaboacutelicas como a biossiacutentese de prostaglandinas e esteroacuteides e na oxidaccedilatildeo de

muitas substacircncias aromaacuteticas entre outras (Fleschin et al2000)

O acircnion superoacutexido ( O2 ) o radical hidroxila ( HO) e o oacutexido niacutetrico ( NO) satildeo

exemplos de radicais livres Existem entretanto compostos igualmente reativos

quanto os radicais livres que natildeo possuem eleacutetron natildeo emparelhado na uacuteltima

Iniacutecio LH + OH L + H2O

+ O2 LOO

Propagaccedilatildeo LH + LOO L + LOOH

Propagaccedilatildeo L

53

camada e portanto natildeo podem ser classificados como radicais livres Essas

substacircncias satildeo classificadas de maneira mais ampla como espeacutecies reativas de

oxigecircnio (ERO) ou espeacutecies reativas de nitrogecircnio (ERN) e incluem o peroacutexido de

hidrogecircnio (H2O2) o caacutetion nitrosonium (NO+) o acircnion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito

(ONOO-) (Anderson1996)

Radicais livres (RL) e espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) e nitrogecircnio (ERN)

desempenham papel fundamental no metabolismo celular No entanto quando em

excesso estatildeo envolvidos em vaacuterios processos deleteacuterios ao organismo humano

levando a alteraccedilotildees teciduais responsaacuteveis por diversas patologias como o cacircncer

a arterosclerose a Diabetes mellitus a artrite reumatoacuteide a distrofia muscular a

catarata as desordens neuroloacutegicas e o processo de envelhecimento (Droumlge 2002

Nordberg amp Arneacuter 2001)

Recentemente a presenccedila de radicais livres tem sido correlacionada com um

grande nuacutemero de doenccedilas mas natildeo como agentes etioloacutegicos e sim como fatores

que participam diretamente dos mecanismos fisiopatoloacutegicos os quais determinam a

continuidade e as complicaccedilotildees de diversos estados patoloacutegicos (Rover Junior et al

2001)

Quando os antioxidantes produzidos pelo corpo satildeo insuficientes para

combater os radicais livres produzidos pelo organismo este sofre accedilotildees

degenerativas atraveacutes do distuacuterbio conhecido como estresse oxidativo Esta eacute uma

condiccedilatildeo celular ou fisioloacutegica de elevada concentraccedilatildeo de EROERN que causa

danos moleculares agraves estruturas celulares com consequente alteraccedilatildeo funcional e

prejuiacutezos das funccedilotildees vitais em diversos tecidos e oacutergatildeos tais como muacutesculos

fiacutegados tecido adiposo vascular e cerebral (Droumlge 2002 Duarte et al 1993

Halliwell 1994)

54

Haacutebitos de vida inapropriados tais como a ingestatildeo de aacutelcool fumo e dieta

inadequada condiccedilotildees ambientais improacuteprias tais como a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo natildeo

ionizante UV poluiccedilatildeo estresse emocional e envelhecimento satildeo fatores que estatildeo

associados ao estresse oxidativo (Droumlge 2002 Elsayed 2001) O equiliacutebrio entre a

formaccedilatildeo e a remoccedilatildeo das espeacutecies reativas de radicais livres pode sofrer accedilatildeo de

agentes exoacutegenos ou endoacutegenos induzindo um estado de estresse oxidativo Este

por sua vez pode ser reestabelecido pelos sistemas antioxidantes Na figura 17

pode-se verificar um esquema com as principais fontes de espeacutecies reativas

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al( 2007)

3312 Antioxidantes

Os antioxidantes satildeo substacircncias que quando presentes em baixas

concentraccedilotildees comparadas agrave do substrato oxidaacutevel regeneram ou previnem

significativamente a oxidaccedilatildeo do mesmo (Halliwell et al2000)

As plantas produzem uma grande variedade de substacircncias antioxidantes

contra os danos moleculares causados por radicais livres Entre eles os compostos

fenoacutelicos compreendem o principal grupo de compostos oxidantes de origem

vegetal Destes os flavonoacuteides constituem o grupo mais importante (Behling et al

2004)

55

De acordo com Halliwell (1996) os efeitos defensivos de antioxidantes que

controlam a produccedilatildeo de radicais livres nos seres vivos podem ter origem exoacutegena

originados principalmente de fontes enzimaacuteticas endoacutegena provenientes

principalmente da dieta alimentar destacando-se tocoferoacuteis (vitamina E) aacutecido

ascoacuterbico (vitamina C) flavonoacuteides polifenoacuteis selecircnio e carotenoacuteides (Bianchi amp

Antunes 1999) Alguns exemplos de antioxidantes podem ser verificados na figura

18

A vitamina E eacute a designaccedilatildeo dada a um grupo de compostos antioxidantes

lipossoluacuteveis entre os quais o α-tocoferol eacute a forma mais ativa Eacute encontrada em

lipoproteiacutenas e membranas atuando no bloqueio da reaccedilatildeo em cadeia da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica atraveacutes do sequumlestro de radical peroxila A vitamina C tem

muitas funccedilotildees fisioloacutegicas como o alto poder antioxidante reciclando a vitamina E

no processo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica da membrana e lipoproteiacutenas (Esquema 3)

(Barreiros amp David 2006)

O

HO

Tocoferol

O OHO

HO

HO OH

Aacutecido AacutescoacuterbicoCaroteno

O

OOH

HO

OH

OH

OH

Quercetina(Vitamina E)

(Vitamina C)

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

56

Esquema 3 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela vitamina C originando o radical ascorbila Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al 2007

A partir dos anos 80 o interesse em encontrar antioxidantes naturais para o

emprego em produtos alimentiacutecios ou para uso farmacecircutico tem aumentado

consideravelmente com o intuito de substituir antioxidantes sinteacuteticos que

apresentam problemas de toxicidade e carcinogecircnese bem como diversos outros

males aumento do peso do fiacutegado e significativa proliferaccedilatildeo do retiacuteculo

endoplasmaacutetico (Zheng amp Wang 2001 Giordani et al 2008 Simatildeo 1985)

Em funccedilatildeo dos possiacuteveis problemas provocados pelo consumo de

antioxidantes sinteacuteticos as pesquisas tecircm-se voltado no sentido de encontrar

produtos naturais com atividade antioxidante os quais permitiratildeo substituir os

sinteacuteticos ou fazer associaccedilatildeo entre eles (Souza et al 2007)

3313 Avaliaccedilatildeo da atividade antioxidante utilizando radical livre DPPH

A necessidade de tornar mais objetivas e menos dispendiosas as pesquisas

por constituintes quiacutemicos de plantas levou ao desenvolvimento de numerosas

teacutecnicas de ensaios para monitoramento e seleccedilatildeo de extratos

biofarmacologicamente uacuteteis (Viegas Jr 2004) Dentre eles estaacute o teste com DPPH

que eacute um meacutetodo bastante conveniente para a varredura da atividade antioxidante

de pequenas moleacuteculas uma vez que a reaccedilatildeo pode ser observada visualmente

O R

HO

LOOLOOH

Radical Ascorbil Vitamina C

O R

O

57

utilizando-se uma cromatoplaca ou um espectrocircmetro UVVIS (Saacutenchez-Moreno

1998)

A moleacutecula de DPPH (22-difenil-1-picril-hidrazil) eacute caracterizada como um

radical livre estaacutevel em virtude da deslocalizaccedilatildeo do eleacutetron desemparelhado por

toda a moleacutecula Esta deslocalizaccedilatildeo confere a esta moleacutecula uma coloraccedilatildeo violeta

caracterizada por uma banda de absorccedilatildeo em etanol em cerca de 520nm

Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma

determinada substacircncia em sequumlestrar o radical DPPH reduzindo-o a hidrazina

(figura 19) obtendo dessa forma a mudanccedila simultacircnea na coloraccedilatildeo de violeta a

amarelo paacutelido com consequente desaparecimento da absorccedilatildeo podendo a mesma

ser monitorada pelo decreacutescimo da absorbacircncia A partir dos resultados obtidos

determina-se a porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional (Alvez et

al2010 Sanchez-Moreno et al 1998)

A porcentagem de atividade antioxidante (AA) corresponde a quantidade de

DPPH consumida pelo antioxidante sendo que a quantidade de oxidante necessaacuteria

para decrescer a concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 eacute denominada

concentraccedilatildeo eficiente (CE50) tambeacutem chamada de concentraccedilatildeo inibitoacuteria (CI50)

Quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra menor seraacute a sua CE50

N

N

N

N

ON

O

O

O

O

O

antioxidante

N

N

N

O

O

O

O

O

O

NH N

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

58

332 Citotoxicidade

3321 Letalidade em Artemia salina Leach

As plantas conteacutem inuacutemeros constituintes e seus extratos quando testados

podem apresentar efeitos sineacutergicos entre os diferentes princiacutepios ativos devido a

presenccedila de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade No estudo da atividade bioloacutegica de extratos vegetais eacute importante

a seleccedilatildeo de bioensaios para a detecccedilatildeo do efeito especiacutefico Os sistemas devem

ser simples sensiacuteveis e reprodutiacuteveis (Cavalcanti et al 2000)

A fim de estabelecer a toxicidade de novos produtos naturais muitos ensaios

podem ser utilizados como os ensaios de letalidade de organismos simples que tecircm

sido utilizados para um raacutepido e relativamente simples monitoramento da resposta

bioloacutegica onde existe apenas um paracircmetro envolvido morte ou vida (Meyer et al

1982) Os resultados podem ser facilmente tratados estatisticamente

Estes ensaios permitem a avaliaccedilatildeo da toxicidade geral e portanto satildeo

considerados essenciais como bioensaios preliminares no estudo de compostos com

potencial atividade bioloacutegica

Um dos animais que tem sido utilizado nestes ensaios eacute uma espeacutecie de

microcrustaacuteceo marinho Artemia salina Leach que eacute considerada um bioensaio

preliminar utilizado para expressar a toxicidade de produtos naturais como extratos

de plantas e produtos marinhos (Maciel et al 2002)

Artemia salina Leach eacute uma espeacutecie da ordem Anostraca amplamente

conhecido como indicador de toxicidade em um bioensaio que utiliza CL50

(concentraccedilatildeo letal meacutedia) como paracircmetro para avaliaccedilatildeo da atividade bioloacutegica

(Nunes et al 2008) Esta espeacutecie eacute utilizada em testes de toxicidade devido agrave sua

59

capacidade de formar cistos dormentes fornecendo desse modo material bioloacutegico

que pode ser armazenado durante longos periacuteodos de tempo sem perda de

viabilidade e sem necessidade de se manterem culturas contiacutenuas de organismo-

teste Eacute uma espeacutecie de faacutecil manipulaccedilatildeo em laboratoacuterio e baixo custo econocircmico

(Calow 1993)

Adicionalmente alguns trabalhos mostram uma boa correlaccedilatildeo entre o ensaio

de letalidade com larvas de Artemia salina e a citotoxicidade em linhagens de

ceacutelulas humanas para esses produtos (McLaughlin et al 1995 Carbalho et al

2002)

A avaliaccedilatildeo da bioatividade de extratos de plantas medida pela toxicidade

frente a Artemia salina pode fornecer informaccedilotildees valiosas ao trabalho de quiacutemicos

de produtos naturais e farmacoacutelogos indicando fontes vegetais com importante

atividade bioloacutegica Nesse contexto a utilizaccedilatildeo de bioensaios para o monitoramento

da bioatividade de extratos de plantas vem crescendo consideravelmente nos

laboratoacuterios de pesquisa em niacutevel mundial como meacutetodo alternativo para o uso de

animais de laboratoacuterio (Nunes et al 2008)

60

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais

O cacircncer representa uma enfermidade cada vez mais comum em todo o

mundo e a busca por moleacuteculas cada vez mais potentes e menos toacutexicas eacute

constante tendo como grande fornecedor de moleacuteculas a natureza Segundo

Brandatildeo et al (2010) as plantas satildeo consideradas fonte nobre de moleacuteculas para o

tratamento de vaacuterias formas de cacircncer e mesmo que as moleacuteculas isoladas do

vegetal natildeo possam ser usadas diretamente como medicamento podem servir para

siacutentese ou para gerar proacute-farmacos para o desenvolvimento de novos agentes

Atualmente a definiccedilatildeo cientiacutefica de cacircncer refere-se ao termo neoplasia

especificamente aos tumores malignos como sendo uma doenccedila caracterizada pelo

crescimento descontrolado de ceacutelulas transformadas Existem quase 200 tipos que

correspondem aos vaacuterios sistemas de ceacutelulas do corpo os quais se diferenciam pela

capacidade de invadir tecidos e oacutergatildeos vizinhos ou distantes (Almeida et al 2005)

O cacircncer eacute uma siacutendrome que envolve em geral as etapas de iniciaccedilatildeo

promoccedilatildeo e progressatildeo Os diferentes tipos de cacircncer correspondem aos vaacuterios

tipos de ceacutelulas do corpo (Figura 20) conforme o local de origem destas

Figura 20 Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo brasileira Fonte httpwwwincaorgbrcancer (Almeida et al 2005)

61

O tratamento convencional desta patologia baseia-se em cirurgia radioterapia

quimioterapia ou a combinaccedilatildeo destes procedimentos Os dois primeiros satildeo

recomendados para tumores localizados enquanto que a quimioterapia eacute utilizada

para as ceacutelulas canceriacutegenas espalhadas pelo corpo Os faacutermacos antineoplaacutesicos

natildeo poupam as ceacutelulas normais de sua accedilatildeo devastadora assim diversos efeitos

toacutexicos podem acometer os pacientes que fazem uso destes medicamentos (Behling

et al 2004)

A busca por medicamentos canceriacutegenos tem aumentando com vista a se

encontrar tratamentos mais efetivos e seletivos ou que visem a descoberta de

novas estrateacutegias que impeccedilam o avanccedilo da doenccedila Diversos trabalhos tecircm visado

o estudo da varredura de moleacuteculas com atividade tumoral Os alcaloacuteides

apresentam atividade pronunciada com a classe de aporfiacutenicos demonstrando

atividade frente a diferentes tipos de linhagens de ceacutelulas tumorais (Pereira et al

2008 Silva et al 2007)

Um nuacutemero significativo de agentes quimioteraacutepicos obtidos a partir de plantas

estaacute ainda em experimento cliacutenico para o tratamento de cacircncer mas verifica-se a

descoberta de faacutermacos derivados de plantas que jaacute estatildeo sendo utilizados

clinicamente para essa patologia As estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias

com atividade canceriacutegenas derivadas de fontes vegetais estatildeo representadas na

Figura 21 Entre os mais conhecidos estatildeo os chamados alcaloacuteides da vinca

vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus os taxanos como o

paclitaxel (Taxol ) inicialmente isolado das cascas de Taxus brevifoliae e a classe

de agentes clinicamente ativos derivados da camptotecina isolada de Camptotheca

acuminata Decne (Cragg amp Newman 2009)

62

Figura 21 estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividades canceriacutegenas derivadas

de fontes vegetais Fonte Adaptaccedilatildeo de Cragg amp Newman (2009)

Verifica-se uma possiacutevel correlaccedilatildeo existente entre a atividade antioxidante de

substacircncias polares e a capacidade de inibir ou retardar o aparecimento de ceacutelulas

canceriacutegenas jaacute que haacute indiacutecios que espeacutecies reativas potencializam o estado desta

patologia (Barreiros amp David 2006)

Considerando que menos de 10 das espeacutecies de plantas tiveram algum tipo

de estudo fitoquiacutemico ou de atividades bioloacutegicas acredita-se que muitos

medicamentos derivados de plantas ainda estejam por ser descobertos incluindo os

anticanceriacutegenos (Brandatildeo et al 2010)

O

O

O

O

NHO O

O

OH

O OH

O

O

O

NH

NOH

O

OO

N

OOH

NR

OO

O

R = CH3

R = CHO

Vinblastine

Vincristine

Taxol

OOH

Cl

N

OH

N

NO

O

OOH

CaptotecinaFlavopiridol

O

OOH

N

OH

HO

Roituquina

Vinblastina

Vincristina R = CHO

63

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase

A populaccedilatildeo mundial estaacute cada vez mais idosa e doenccedilas relacionadas agrave

idade prevalecem sem cura ou tratamento eficaz tornando-se probemas de Sauacutede

Puacuteblica Mundial Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHO 2001) estima-

se que 40 milhotildees de pessoas no mundo apresenta algum tipo de demecircncia dentre

elas 25 milhotildees apresentam sintomas caracteriacutesticos da Doenccedila de Alzheimer (DA)

(Andrade 1988 Viegas Junior et al 2005)

Com o crescimento da expectativa de vida o risco eacute real para todos os que

ultrapassam 60 anos de idade jaacute que a DA eacute uma patologia neurodegenerativa

progressiva que afeta principalmente a populaccedilatildeo idosa sendo responsaacutevel por 50-

60 dos casos de demecircncias em pessoas com mais de 65 anos de idade (Francis

et al 1999)

Os principais sintomas envolvem deficiecircncia orgacircnica cognitiva principalmente

comprometimento da memoacuteria da coordenaccedilatildeo motora e do raciociacutenio aleacutem de

perda da capacidade cognitiva e demecircncia

Em niacutevel celular a DA estaacute associada agrave reduccedilatildeo das taxas de acetilcolina

(ACh) no processo sinaacuteptico diminuindo a neurotransmissatildeo colineacutergica cortical

aleacutem de outros neurotransmissores como noradrenalina dopamina serotonina e

glutamato (Tabarrini et al 2001 Perry et al 2003)

A acetilcolina eacute um neurotransmissor encontrado no ceacuterebro e nas junccedilotildees

neuromusculares compondo parte do sistema nervoso parassimpaacutetico Seus efeitos

incluem a contraccedilatildeo dos muacutesculos lisos dilataccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos e

regulaccedilatildeo da taxa de batimentos cardiacuteacos no ceacuterebro estaacute associada ao controle

motor memoacuteria e cogniccedilatildeo Sua atividade e permanecircncia na fenda sinaacuteptica satildeo

64

regulados por hidroacutelise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE) que regenera a

colina seu precursor

Os avanccedilos obtidos na compreensatildeo da evoluccedilatildeo da doenccedila tecircm demostrado

que o uso de inibidores de AChE deve ser a forma mais eficiente de controle da

evoluccedilatildeo da doenccedila As causas da DA natildeo satildeo determinadas assim os sintomas

podem ser apenas amenizados (Quik e Jeyarasasingam et al 1999 Viegas Junior

et al 2004)

O medicamento considerado mais efetivo no tratamento de DA eacute a

galantamina um alcaloacuteide inibidor da enzima acetilcolinesterase composto isolado

de plantas da famiacutelia Amaryllidaceae O alcaloacuteide foi inicialmente isolado de

Galanthus woronowii mas atualmente eacute obtido a partir de Narcissus sp e Leucojum

aestivum assim como sinteticamente Esta substacircncia apresenta menos limitaccedilotildees

que outras jaacute utilizadas devido os efeitos terapecircuticos que permanecem mesmo

apoacutes o teacutermino do tratamento (Ingkanan et al 2000 Loacutepez et al 2002)

Estudos realizados visando a obtenccedilatildeo de novos compostos capazes de

amenizar o deacuteficit colineacutergico associado agrave disfunccedilatildeo cognitiva do mal de Alzheimer

estatildeo baseadas na inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase como eacute o caso do ensaio

colorimeacutetrico de Rhee (Rhee et al 2001) Para esse teste utiliza-se 55rsquo-ditiobis

(aacutecido-2 nitrobenzoacuteico) (reagente de Ellmann) para visualizaccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica (Figura 22)

65

HO

O

N

O

O

SS

O OH

N

O

O

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

O inconveniente da utilizaccedilatildeo do reagente de Ellman eacute o limite de detecccedilatildeo

visual pois formam halos de inibiccedilatildeo brancos sobre a placa corada amarela

Na revisatildeo realizada por Viegas Junior (2004) pode-se verificar que nos

estudos de produtos naturais na busca por novos faacutermacos para o controle da DA os

alcaloacuteides destacam-se devida a atividade observada em baixas concentraccedilotildees

Algumas estruturas de alcaloacuteides podem ser encontradas nessa revisatildeo e em outros

trabalhos relacionados podem ser verificados na figura 23

Ensaios com um grande nuacutemero de plantas estatildeo sendo utilizados para

detectar a atividade de inibiccedilatildeo da AChE Um estudo bioguiado mais eficiente pode

ser realizado com a associaccedilatildeo dos ensaios anticolinesterase e antioxidante

conforme Giordani (2008) jaacute que o dano causado por espeacutecies reativas de oxigecircnio eacute

considerado um fator contribuinte da doenccedila de Alzheimer

No levantamento realizado por Barbosa Filho et al (2006) foram revisadas 309

plantas e 260 substacircncias isoladas As espeacutecies em particular da famiacutelia

Amaryllidaceae Apiaceae Asteraceae Fabaceae e Fumariaceae foram as mais

estudadas Mais uma vez os alcaloacuteides receberam destaque por serem os

compostos isolados que apresentaram maior atividade inibidora de

66

acetilcolinesterase Berkov et al (2008) realizou um trabalho com 33 alcaloacuteides em

que constatou a capacidade de inibir a accedilatildeo da enzima AChE de alcaloacuteides como

coridaline epigalantamina sanguinina desidrocoridalina entre outros

Dessa forma as famiacutelias botacircnicas que conteacutem alcaloacuteides podem ser fontes

promissoras do tratamento de DA

Figura 23 Alcaloacuteides com propriedades anticolinesterase

O

HO

NCH3

CH3O

Galantamina

Huperzina A

N

OH

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

homomoenjodaramina

O

HO

NCH3

HO

Sanguinina

N

OCH3

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

moenjodaramina

HN

N NH

N

NH

OH

CH3

zeatina

FonteGalanthus woronowii Referecircncia Loacutepez et al 2002

Fonte Huperzia serrata Referecircncia Chang 2000

Rajendran et al 2001

Fonte Eucharis grandiflora Referecircncia Loacutepez et al 2002

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteFiatoua villosa Referecircncia Heo et al 2002

67

34 Meacutetodos cromatograacuteficos

A extraccedilatildeo dos constituintes de plantas eacute um exerciacutecio de acertos e erros com

uso de diferentes solventes sob as mais variadas condiccedilotildees como tempo e

temperatura de extraccedilatildeo O sucesso ou fracasso nos processos de extraccedilatildeo pode

ser observado posteriormente nos processos de purificaccedilatildeo Uma vez extraiacutedo da

planta o composto bioativo deve ser separado do extrato bruto O procedimento

pode envolver desde uma simples cristalizaccedilatildeo do composto ateacute separaccedilotildees

sucessivas com particcedilotildees de polaridades diferentes e extensivas teacutecnicas

cromatograacuteficas Neste contexto a cromatografia tem lugar de merecido destaque

no que concerne a separaccedilatildeo identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de compostos (Bresolin

amp Cechinel-Filho 2003)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo Ela estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre

devido a diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis uma fase fixa de grande

aacuterea superficial denominada fase estacionaacuteria e outra um fluido que percola

atraveacutes dela chamada de fase moacutevel A grande variedade de combinaccedilotildees entre

fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica extremamente versaacutetil e de grande

aplicaccedilatildeo (Barnes 2002)

Pode ser desenvolvida de forma planar ou no interior de colunas O fenocircmeno

da separaccedilatildeo cromatograacutefica eacute de cunho interfacial sendo que as superfiacutecies

imisciacuteveis fases moacutevel e estacionaacuteria podem ser gaacutes-soacutelido gaacutes-liacutequido liacutequido-

liacutequido e liacutequido-soacutelido respectivamente (Degani et al 1998) Dentre os vaacuterios tipos

de cromatografia haacute a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Cromatografia

Liacutequida claacutessica e de Alta Eficiecircncia (CLAE) e Cromatografia Gasosa (CG)

(Esquema 4)

68

Esquema 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia Fonte Adaptaccedilatildeo de Degani et al 1998

341 Cromatografia em Camada Delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) eacute uma teacutecnica simples e de

execuccedilatildeo relativamente raacutepida utilizada em quiacutemica de produtos naturais como uma

ferramenta eficaz de anaacutelise qualitativa para avaliaccedilatildeo da pureza de uma amostra

simples avaliaccedilatildeo do nuacutemero de componentes de uma mistura identificaccedilatildeo de

uma ou mais substacircncias presentes em uma mistura por comparaccedilatildeo com padrotildees

monitoramento do progresso de uma reaccedilatildeo quiacutemica escolha de um solvente

apropriado para uma separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna e monitoramento de uma

separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna (Silva et al 2009)

Eacute uma teacutecnica de adsorccedilatildeo liacutequidondashsoacutelido onde agrave separaccedilatildeo pela diferenccedila de

afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionaacuteria O paracircmetro

mais importante a ser considerado em CCD eacute o fator de retenccedilatildeo (Rf) o qual eacute a

razatildeo entre a distacircncia percorrida pela substacircncia em questatildeo e a distacircncia

percorrida pela fase moacutevel Os valores ideais para Rf estatildeo entre 04 e 06 (Degani

et al 1998)

69

342 Cromatografia gasosa

A cromatografia a Gaacutes (CG) eacute um meacutetodo usado para separar os componentes

de uma soluccedilatildeo e determinar sua quantidade relativa Eacute uma teacutecnica uacutetil para

compostos orgacircnicos que natildeo entrem em decomposiccedilatildeo sob altas temperaturas

(aproximadamente 310ordmC) possibilitando a anaacutelise de compostos obtidos de plantas

em pequenas quantidades (microgramas) (Lanccedilas1993)

A cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de

possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa devido agrave possibilidade de

detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9-10-12 g) A grande limitaccedilatildeo deste

meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

(Degani et al 1998)

Os gases utilizados como fase moacutevel devem ter alta pureza e ser inertes em

relaccedilatildeo agrave fase estacionaacuteria Hidrogecircnio nitrogecircnio e heacutelio satildeo os mais usados Os

detectores de maior aplicaccedilatildeo satildeo o detector por ionizaccedilatildeo em chama e o detector

de condutividade teacutermica Os dados podem ser obtidos atraveacutes de um registrador

potenciomeacutetrico um integrador ou um microcomputador sendo as amostras

identificadas por seus tempos de retenccedilatildeo (Degani et al 1998)

A cromatografia a gaacutes pode ser combinada com espectroscopia de massas

(CG-EM) Esta teacutecnica vem sendo utilizada como meacutetodo sensiacutevel na identificaccedilatildeo

de alcaloacuteides e detecccedilatildeo de vaacuterias classes de terpenos (Cordell1995 Bresolin amp

Cechinel-Filho 2003)

70

4 METODOLOGIA

41 Coleta

As espeacutecies de Lauraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho

Ducke em Manaus no Amazonas Sendo trecircs espeacutecies do gecircnero Ocotea duas do

gecircnero Rhodostemonodaphne e duas do gecircnero Endlicheria As exsicatas

encontram-se depositadas no herbaacuterio do Instituto Nacional de Pesquisas do

Amazonas (INPA) no projeto Flora da Reserva Ducke

Reg Nome cientiacutefico Oacutergatildeo(s) da planta

0215 Endlicheria citriodora Folhas e galhos

0273 Endlicheria sericea

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0123 Ocotea ceanothifolia

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0066 Ocotea leucoxylon

Folhas galhos finos e grossos

0172 Ocotea minor

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0191 Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas e galhos

0162 Rhodostemonodaphne recurva

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

Quadro 1 - Dados de coleta das espeacutecies vegetais

Apoacutes a coleta as diferentes partes da aacutervore (folhas galhos e cascas do

tronco) foram separadas limpas analisadas macroscopicamente quanto agrave presenccedila

de fungos galhas e ataques de insetos O material foi seco agrave temperatura ambiente

triturado separadamente em moinho de quatro facas e dividido para obtenccedilatildeo de

extratos etanoacutelicos e de oacuteleos essenciais O esquema 05 mostra os meacutetodos

empregados para obtenccedilatildeo dos extratos etanoacutelicos e extraccedilatildeo dos oacuteleos essenciais

71

42 Obtenccedilatildeo dos extratos

Para as sete espeacutecies investigadas o procedimento de obtenccedilatildeo dos extratos

foi padronizado Cada parte (galhos folhas e cascas) foi submetida agrave maceraccedilatildeo a

frio durante 72 horas em etanol previamente destilado

Apoacutes a maceraccedilatildeo e filtraccedilatildeo o solvente foi eliminado em evaporador rotatoacuterio

resultando num extrato bruto O material vegetal foi recolocado em maceraccedilatildeo

repetindo-se o processo descrito anteriormente durante quatro vezes obtendo assim

um extrato etanoacutelico

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos extratos e dos oacuteleos essenciais

Hidrodestilaccedilatildeo por Clevenger modificado

Evaporaccedilatildeo em rotavapor

5x maceraccedilatildeo em Etanol

Extraccedilatildeo de oacuteleo essencial

Soluccedilatildeo etanoacutelica

Extrato etanoacutelico

Prospecccedilatildeo quiacutemica

Ensaios quiacutemicobioloacutegicos

Anaacutelise e identificaccedilatildeo

Limpeza secagem e trituraccedilatildeo

Coleta

72

43 Prospecccedilatildeo

As prospecccedilotildees foram realizadas segundo Matos (1980)

431 Fenoacuteis

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se em seguida trecircs gotas de soluccedilatildeo alcooacutelica de FeCl3 10 Agitou-se e

observou-se variaccedilatildeo de coloraccedilatildeo variando entre azul e vermelho que eacute indicativo

de fenoacuteis O resultado foi comparado com um teste em branco usando-se aacutegua e

FeCl3

432 Flavonoacuteides

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se entatildeo alguns miligramas de magneacutesio granulado e 05 mL de HCl

concentrado O teacutermino da reaccedilatildeo foi indicado pelo fim da efervescecircncia O

aparecimento ou a intensificaccedilatildeo da cor vermelha foi indicativo da presenccedila de

flavonoacuteis flavanonas flavanonoacuteis eou xantonas livres ou seus heterosiacutedios

433 Alcaloacuteides

Foi verificada a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes dos reativos de

reconhecimento Dragendorf Mayer Wagner e Hager A leve turbidez ou precipitado

respectivamente roxa a laranja branca a creme marron e marrom dos extratos apoacutes

a adiccedilatildeo dos reativos indicaram a presenccedila de alcaloacuteides

73

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas

441 Obtenccedilatildeo das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

O extrato bruto foi submetido a fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides

modificado conforme demonstrado no esquema 06 O extrato seco foi

ressuspendido com soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 10 As substacircncias apolares foram

extraiacutedas com hexano Para retirada de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade foi

adicionado diclorometano (4 vezes) Apoacutes a retirada do diclorometano a fraccedilatildeo

aquosa foi alcalinizada com hidroacutexido de amocircnio ateacute pH 9-10 e extraiacuteda com o

mesmo volume de diclorometano (4 vezes) gerando uma fraccedilatildeo orgacircnica

enriquecida em alcaloacuteides A fraccedilatildeo foi seca com sulfato de soacutedio anidro filtrada

evaporada agrave pressatildeo reduzida e pesada

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Adiccedilatildeo NH4OH

Particcedilatildeo CH2Cl2

Fraccedilatildeo aquosa aacutecida

Fase Hexacircnica

CH2Cl2H2O

Fraccedilatildeo diclorometano

Fraccedilatildeo aquosa Baacutesica

Resiacuteduo aquoso neutro

Ressuspensatildeo em HCl 10 e particcedilatildeo com Hexano

Extrato

Etanoacutelico

Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

74

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD

Apoacutes as particcedilotildees aacutecido-base as fraccedilotildees alcaloiacutedicas foram solubilizadas em

diclorometano e aplicadas com auxiacutelio de capilar em cromatofolhas de alumiacutenio (AL

TLC Silicagel 60 F254 Merck 5 x 4 cm) O sistema foi mantido em cacircmara de

saturaccedilatildeo com os eluentes acetato de etila metanol e aacutegua (721) A visualizaccedilatildeo

das manchas foi efetuada por exposiccedilatildeo agrave luz UV a 264 e 365 nm e revelaccedilatildeo com

vanilina sulfuacuterica com posterior aquecimento em estufa e em capela ateacute o

aparecimento de cores na placa e revelador Dragendorf

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por Espectrometria de massas

O estudo do perfil alcaloiacutedico foi realizado por espectrometria de massa (IES-

EMEM) As amostras foram solubilizadas para concentraccedilatildeo de 5ppm usando

metanol HPLC como solvente injetadas por inserccedilatildeo direta no espectrocircmetro de

massas com inserccedilatildeo direta com fluxo de 30 μL minndash1 Os espectros ESI-MS foram

adquiridos em modo positivo em um aparelho LCQ-Fleet da Thermo Detector do

tipo Ion-Trap operando no modo ESI de ionizaccedilatildeo As amostras foram infundidas

por uma bomba de injeccedilatildeo automaacutetica com um fluxo contiacutenuo de 10μLmin-1 Os

espectros foram adquiridos na faixa de mz 100 a 800 Foram avaliados por injeccedilatildeo

direta das amostras em espectrocircmetro de massa com interface electrospray e

analisador de iacuteon-trap (FIA-ESI-IT-MS)[5] obtidos em modo positivo [M+H]+

75

45 Oacuteleo essencial

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo

O oacuteleo essencial foi extraiacutedo por hidrodestilaccedilatildeo utilizando-se aparelho de

Clevenger modificado por 4 horas A proporccedilatildeo utilizada foi de 110 de amostra e

aacutegua respectivamente

Apoacutes a obtenccedilatildeo do oacuteleo o mesmo foi seco em sulfato de soacutedio seu

rendimento calculado e em seguida armazenado em geladeira em um frasco acircmbar

para minimizar os efeitos da oxidaccedilatildeo ateacute as anaacutelises

O caacutelculo dos rendimentos foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo da massa do oacuteleo

obtida com a massa de material vegetal seco utilizado na extraccedilatildeo

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais

Os oacuteleos essenciais foram diluiacutedos em hexano e as soluccedilotildees obtidas foram

submetidas agrave anaacutelise por cromatografia em fase gasosa com detector de ionizaccedilatildeo

de chama (CG-DIC) para a anaacutelise quantitativa e determinaccedilatildeo dos iacutendices de

retenccedilatildeo e por cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrocircmetro de massas

(CG-EM) para a obtenccedilatildeo dos espectros de massas Foram realizadas trecircs

repeticcedilotildees para cada oacuteleo essencial analisado

4521 Anaacutelise em CG-DIC

Os oacuteleos foram diretamente analisados em cromatoacutegrafo em fase gasosa

modelo CG 2010 da Shimadzucopy com detector por ionizaccedilatildeo de chama (DIC) As

76

anaacutelises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB (100 dimetilpolisiloxano) da

Variancopy com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m sendo utilizado como gaacutes de

arraste heacutelio (He) em fluxo de 20 mLmin A injeccedilatildeo em modo split 110 foi realizada

com injetor a 250ordmC A temperatura do detector foi de 290ordmC e o forno foi

programado de 60ordmC ateacute 240degC (2degCmin) 240degC ateacute 290degC (20degCmin) isoterma em

290degC por 5 min Foram injetados padrotildees de hidrocarbonetos lineares para a

determinaccedilatildeo dos iacutendices de retenccedilatildeo

4522 Anaacutelise em CG-EM

Apoacutes a anaacutelise por CG-DIC os oacuteleos foram analisados em cromatoacutegrafo em

fase gasosa modelo QP-2010 da Shimadzucopy com detector por espectrometria de

massas (CG-EM) As anaacutelises foram realizadas com coluna VF-1MS da Variancopy

com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m As condiccedilotildees da anaacutelise foram agraves

mesmas utilizadas por CG-DIC Para a detecccedilatildeo foi aplicada a teacutecnica de impacto

eletrocircnico a 70eV

4522 Anaacutelise por RMN

Os espectros de Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear de hidrogecircnio (RMN 1H) e carbono (RMN

13C-1H desacoplado) DEPT HSQC e HMBC foram registrados em espectrocircmetro da Varian modelo

INOVA de 117 T do Centro de Biotecnologia da Amazocircnia (CBA) operando a 500 MHz para 1H e 125

MHz para 13C As amostras foram solubilizadas em 600microL de solvente deuterado clorofoacutermio (CDCl3)

Os deslocamentos quiacutemicos (δ) foram expressos em partes por milhatildeo (ppm) em relaccedilatildeo ao padratildeo

interno TMS (δ= 000) e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz) As multiplicidades dos sinais

foram indicadas segundo a convenccedilatildeo s (singleto) d (dupleto) dd (duplo dupleto) t (tripleto) e m

(multipleto)

77

4523 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais

A determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais foi realizada

atraveacutes dos dados de tempo de retenccedilatildeo obtidos por CG-DIC e dos espectros de

massas obtidos por CG-EM Os iacutendices de retenccedilatildeo foram calculados utilizando a

equaccedilatildeo de Van der Dool-Kratz relacionando os tempos de retenccedilatildeo dos compostos

presentes nos oacuteleos essenciais com os tempos de retenccedilatildeo de uma seacuterie homoacuteloga

de hidrocarbonetos lineares (C9-C30) que foi co-injetada com a amostra Os iacutendices

de retenccedilatildeo e os espectros de massas foram comparados com dados da

espectroteca Wiley 70 e da literatura (Adams 2007)

78

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos

Os extratos em etanol eou oacuteleos essencias com maiores rendimentos foram

testados nos seguintes ensaios

461 Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria de acetilcolinesterase foi verificada segundo o meacutetodo de

Ellman (1961) modificado por Rhee et al (2001) A amostra foi adicionada em uma

placa de CCD (cromatografia de camada delgada) Apoacutes a completa evaporaccedilatildeo do

solvente foi adicionado sobre a placa cromatograacutefica o corante e o substrato que

satildeo o reagente de Ellman (aacutecido 55rsquo-ditiobis-2-nitrobenzoacuteico DTNB) e uma soluccedilatildeo

de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) em tampatildeo A enzima AChE (3 UmL) foi

adicionada posteriormente e analisada depois de 20 minutos O resultado foi

verificado atraveacutes da diferenccedila na coloraccedilatildeo caracteriacutestica do meacutetodo em que a

coloraccedilatildeo amarela caracteriza o resultado negativo para inibiccedilatildeo e branca para

positivo

As regiotildees da placa que contecircm substacircncias capazes de inibir a accedilatildeo da

enzima acetilcolinesterase apresentam uma mancha branca contra a coloraccedilatildeo de

fundo do corante

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH

A atividade inibidora de radicais livres foi verificada de forma qualitativa

(Soler-Rivas et al 2000) e quantitativa (Mensor 2001)

79

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante

O teste de atividade antioxidante qualitativo foi realizado atraveacutes da

capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em

soluccedilotildees com solvente metanol por trinta segundos

Foram aplicadas sobre uma cromatoplaca de siacutelica gel soluccedilotildees das amostras

de extrato bruto com concentraccedilatildeo de 1mgmL Apoacutes a total evaporaccedilatildeo do solvente

a placa seraacute nebulizada com soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH a 03mMmL

A atividade antioxidante foi evidenciada pela presenccedila de manchas amarelas

ou brancas decorrentes da reduccedilatildeo do DPPH contra a coloraccedilatildeo puacuterpura de fundo

apoacutes alguns minutos agrave temperatura ambiente Como padratildeo positivo foi utilizado o

flavonoacuteide quercetina

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi avaliada por meio da capacidade sequumlestrante do

radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) utilizando quercetina como padratildeo

externo Verifica-se que o padratildeo apresenta concentraccedilatildeo eficiente aproximada de 4

μgmL devido a isso foram preparadas soluccedilotildees em metanol com concentraccedilotildees de

03906 a 25 μgmL O mesmo procedimento foi realizado para as soluccedilotildees dos

extratos com concentraccedilatildeo de 3125 a 100 microgmL O meacutetodo foi adaptado para

microplaca (figura 23)

As amostras diluiacutedas tiveram suas absorbacircncias medidas em leitora de

microplaca (Bio-Rad modelo 3550 UV) a 517 nm para a obtenccedilatildeo do branco Em

seguida foram submetidas agrave adiccedilatildeo do reativo DPPH (03 mM) incubando a reaccedilatildeo

80

por 30 minutos em ambiente escuro A leitura da absorbacircncia foi novamente

realizada pois por accedilatildeo de um antioxidante o DPPH eacute reduzido formando difenil-

picril-hidrazina com consequente desaparecimento da coloraccedilatildeo podendo ser

monitorado pelo decreacutescimo da absorbacircncia

A porcentagem da atividade antioxidante (AA) corresponde agrave quantidade de

DPPH consumida sendo que a quantidade da amostra necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo de DPPH em 50 eacute denominada concentraccedilatildeo eficiente (CE50) Os

valores de absorbacircncia em todas as concentraccedilotildees testadas foram convertidos em

AA pela equaccedilatildeo 01

AA = [ Abscontrole ndash ( Absamostra ndash Absbranco ) ] x 100 Abscontrole

Onde Abscontrole eacute a absorbacircncia inicial da soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH e

Absamostra eacute a absorbacircncia da mistura reacional ( DPPH + amostra)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Os resultados apresentados neste estudo correspondem a meacutedia da triplicata

e o desvio padratildeo da meacutedia O valor de (CE50) foi determinada atraveacutes da regressatildeo

linear dos valores obtidos utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007

81

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia salina LEACH

A atividade citotoacutexica dos extratos foi avaliada atraveacutes do teste de letalidade

contra Artemia salina Leach de acordo com o meacutetodo proposto por Meyer e

colaboradores (1982) Naacuteuplios de Artemia salina foram incubados em aacutegua do mar

artificial por 48 horas agrave temperatura de 28ordmC Soluccedilotildees dos extratos foram

preparadas em dimetilsulfoacutexido (DMSO) nas concentraccedilotildees variando de 10 a 500

μgmL

Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para recipientes

contendo aacutegua artificial do mar e a substacircncia a ser testada Os ensaios foram

realizados em triplicata A contagem do nuacutemero de larvas mortas foi realizada apoacutes

24 horas e esse nuacutemero foi usado para o calculo utilizando o meacutetodo Proacutebitos de

anaacutelise para obtenccedilatildeo das DL50 e respectivos intervalos de confianccedila (Finney 1971)

(figura 24) Os extratos com DL50 maiores que 1000 microgmL ppm foram considerados

inativos

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

464 Avaliaccedilatildeo da atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais

A avaliaccedilatildeo da citotoxidade foi realizada na Universidade Federal do Cearaacute sob

a supervisatildeo da prof Dra Claacuteudia Pessoa Foram utilizados trecircs tipos de linhagens

82

tumorais MDA-MB435 (mama - humano) HCT-8 (coacutelon - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) cultivadas em meio RPMI 1640 suplementados com 10

de soro fetal bovino e 1 de antibioacuteticos mantidas em estufa a 37 ordmC e atmosfera

contendo 5 de CO2As amostras dos extratos etanoacutelicos foram dissolvidas em

DMSO puro esteacuteril e testadas na concentraccedilatildeo final de 50 microgmL

Anaacutelise de citotoxicidade pelo meacutetodo do MTT vem sendo utilizada no

programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI) Eacute um

meacutetodo raacutepido sensiacutevel e barato Eacute uma anaacutelise colorimeacutetrica baseada na

conversatildeo do sal 3-(45-dimetil-2-tiazol)-25-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT)

em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas

ceacutelulas metabolicamente ativas O estudo citotoacutexico pelo meacutetodo do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade mas natildeo o mecanismo de accedilatildeo (Berridge et al

1996)

As ceacutelulas foram plaqueadas na concentraccedilatildeo de 01 x 106 ceacutelmL para as

linhagens MDAMB-435 e SF-295 e 07 x 105 ceacutelmL para a linhagem HCT-8 Em

seguidas foram adicionadas as amostras na concentraccedilatildeo final de 50 gmL As

placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5 de CO2 a 37 ordmC Ao teacutermino

deste as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante removido Em seguida

foram adicionados 150 L da soluccedilatildeo de MTT (sal de tetrazolium) e as placas foram

incubadas por 3h A absorbacircncia foi lida apoacutes dissoluccedilatildeo do precipitado com 150L

de DMSO puro em espectrofotocircmetro de placa a 595 nm

Os experimentos foram analisados segundo a meacutedia plusmn desvio padratildeo da

meacutedia (DPM) da porcentagem de inibiccedilatildeo do crescimento celular usando o programa

GraphPad Prism

83

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apoacutes seacuteculos de exploraccedilatildeo desordenada na Regiatildeo Amazocircnica as espeacutecies

da famiacutelia Lauraceae produtoras de oacuteleo essencial continuam tendo interesse

comercial mas com poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos descritos na

literatura em comparaccedilatildeo com a quantidade de espeacutecies de interesse (Alcacircntara et

al 2010)

As espeacutecies de plantas estudadas neste trabalho fazem parte de uma seacuterie de

plantas selecionadas pelo grupo de pesquisa Quiacutemica de Biomoleacuteculas da Amazocircnia

(Q-BiomA) objetivando o estudo do perfil de seus constituintes alcaloiacutedicos e

volaacuteteis Todas as espeacutecies fazem parte da flora Amazocircnica e possuem pouco ou

nenhum estudo quiacutemico e bioloacutegico

As extraccedilotildees e os ensaios quiacutemicos e bioloacutegicos foram realizados conforme a

disponibilidade dos equipamentos e reagentes e portanto os testes natildeo foram

realizados com todas as espeacutecies e partes da planta ateacute a presente data

51 Rendimento do extrato

Foram obtidos 23 extratos com rendimento variando de 161 agrave 2904

conforme apresentado na tabela 4 A espeacutecie O ceanothifolia apresentou o maior

rendimento na maioria das partes (folhas galhos finos e grossos) Em quase todas

as espeacutecies foi possiacutevel verificar que os galhos finos apresentaram rendimento maior

que os galhos grossos Tal dado eacute importante tendo em vista a sustentabilidade da

84

pesquisa jaacute que os galhos finos satildeo mais faacuteceis de serem obtidos e sua retirada eacute

menos prejudiciais agrave planta devido crescerem mais raacutepido

Tabela 4 Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

A= Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol Rend=rendimento NR = natildeo realizado

52 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica

O estudo fitoquiacutemico revelou a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos

na maioria dos extratos Os resultados para a prospecccedilatildeo de alcaloacuteides utilizando

como reveladores Hager Wagner Mayer e Draggendorff foram unidos e satildeo

apresentados na tabela 09 assim como os resultados para flavonoacuteides e compostos

fenoacutelicos

Os flavonoacuteides natildeo foram detectados em nenhum extrato do gecircnero

Rhodostemonodaphne e das espeacutecies Endlicheria sericea (galhos) e Ocotea

Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

Espeacutecies Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

()

E citriodora 400 1299 215 682 NR NR NR NR

E sericea 500 479 500 204 500 347 200 284

O

ceanothifolia

700 2904 500 860 300 1362 350 204

O leucoxylon 550 393 500 257 500 579 NR NR

O minor 500 1665 600 672 300 607 300 354

R

crenaticupula

100 826 500 161

NR NR NR NR

R recurva 500 426 500 106 500 201 300 051

85

leucoxylon Poreacutem este uacuteltimo gecircnero apresentou a maior quantidade de espeacutecies

contendo alcaloacuteides o que pode ser um indiacutecio para outras atividades jaacute que os

alcaloacuteides satildeo conhecidos por apresentarem pronunciada atividade bioloacutegica

A presenccedila de alcaloacuteides em Ocotea foi verificada destacando esse grupo de

substacircncias como bastante frequumlentes em espeacutecies desse gecircnero Foi possiacutevel

verificar que a maioria das partes das espeacutecies testadas apresentou alcaloacuteides

Tabela 5 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e flavonoacuteides

Oacutergatildeo vegetal Fenoacuteis Flavonoacuteides Alcaloacuteides

E citriodora

Folhas - - -

Galhos grossos + - -

E sericeae

Folhas + + -

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

Cascas + + +

O ceanothifolia

Folhas + + -

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + - -

O leucoxylon

Folhas + - +

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

O minor

Folhas + - +

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + + +

R recurva

Folhas - - -

Galhos grossos - - +

Galhos finos - - +

Cascas - - +

R crenaticupula

Folhas - - +

Galhos grossos + - +

(+)positivo (-)negativo

86

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica

531 Rendimento da particcedilatildeo

O rendimento () das fraccedilotildees alcaloiacutedicas variaram de 673598 em E sericea

a 00749 em E citriodora baseadas em 2g do material de partida Os rendimentos

da particcedilatildeo podem ser verificados a seguir (Tabela 6)

Tabela 6 Rendimento da particcedilatildeo aacutecido-base ()

Oacutergatildeo vegetal Hexano Diclorometano Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

E citriodora Folhas 958063 07298 00749

Galhos grossos 121941 33741 08485

E sericeae

Folhas 89957 166872 139949

Galhos grossos 264841 223406 21813

Cascas 224532 40688 673598

O ceanothifolia

Folhas 59401 60496 07518

Galhos grossos 10022 105809 20693

Galhos finos 05395 60678 05246

Cascas 05091 102800 11553

O leucoxylon

Folhas 689310 149902 91739

Galhos grossos 295341 193682 55870

Galhos finos 52083 179812 116716

O minor

Folhas 93799 95347 02446

Galhos grossos 02191 40187 08316

Galhos finos 11014 24370 09768

Cascas 06939 12986 06839

R recurva

Folhas 543737 20224 02769

Galhos grossos 334256 138845 09296

Galhos finos 429355 19344 05285

R crenaticupula Folhas 590989 17336 01273

Galhos grossos 165237 252493 07379

As espeacutecies de Endlicheria apresentaram perfis muito diferentes Enquanto em

E sericea (folhas) pode-se verificar o maior rendimento de todos os extratos E

citriodora (folhas) obteve o menor resultado Tal dado reflete o resultado das

prospecccedilotildees onde esta apresentou resultado negativo o que pode significar uma

quantidade muito baixa de alcaloacuteides presentes no extrato

As Rhodostemonodaphnes apresentaram rendimentos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

inferiores a 1 em todos os extratos

87

532 Anaacutelise por CCD

Os alcaloacuteides podem ser encontrados em todas as partes de um vegetal

contudo em um ou mais oacutergatildeos haveraacute um acuacutemulo preferencial dessas substacircncias

(Henriques et al2004) como pode ser observado nas placas cromatograacuteficas

dessas espeacutecies analisadas (figura 25 agrave 31)

Endlicheria citriodora

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 25 placa cromatograacutefica de Endlicheria citriodora

Natildeo foi verificado a presenccedila de alcaloacuteides nas fraccedilotildees de folhas e fracamente

nos galhos de Endlicheria citriodora e E sericea Tais dados satildeo condizentes com a

prospecccedilatildeo dos extratos realizados utilizando reveladores especiacuteficos para

alcaloacuteides em que o mesmo foi negativo O que pode indicar uma quantidade

pequena ou ausecircncia de alcaloacuteides presentes nas folhas e galhos dessas espeacutecies

88

O fato do resultado em prospecccedilatildeo quiacutemica ser negativo natildeo exclui a presenccedila de

uma substacircncia em um extrato pois a mesma pode estar em uma concentraccedilatildeo

muito baixa no extrato testado

Endlicheria sericeae

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 26 placa cromatograacutefica de Endlicheria sericeae

89

A anaacutelise em CCD possibilita que classes de substacircncias que apresentem

concentraccedilotildees baixas em um extrato possam ser visualizadas atraveacutes da separaccedilatildeo

de fraccedilotildees na placa cromatograacutefica como no caso dos galhos de E citriodora

No extrato das cascas de E sericea pode-se visualizar trecircs manchas que

sugerem corresponder a presenccedila do mesmo nuacutemero de alcaloacuteides embora a

presenccedila de uma fraccedilatildeo separada na placa cromatograacutefica natildeo comprove que a

mesma estaacute isolada

Rodostemonodaphne crenaticupula

Os resultados das particcedilotildees aacutecido-base das duas espeacutecies de

Rhodostemonodaphne podem ser visualizados nas figuras 27 e 28

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 27 placa cromatograacutefica de R crenaticupula

90

Nas folhas e nos galhos de R crenaticupula foi possiacutevel visualizar a presenccedila

de duas manchas que equivalem a presenccedila de alcaloacuteides Em contraste natildeo foi

possiacutevel visualizar a presenccedila de alcaloacuteides nas folhas de R recurva fracamente

nos galhs finos e mais pronunciado nos galhos grossos

Rhodostemonodaphne recurva

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 28 placa cromatograacutefica de R recurva

91

A prospecccedilatildeo para alcaloacuteides tambeacutem foi confirmada no gecircnero

Rhodostemonodaphne O perfil dos alcaloacuteides nas folhas e galhos de R

crenaticupula foi o mesmo na placa cromatograacutefica poreacutem em R recurva visualizou-

se duas manchas nos galhos finos e apenas uma nos galhos grossos Segundo

Henriques et al (2004) apoacutes o transporte para o siacutetio de armazenagem podem

haver modificaccedilotildees estruturais secundaacuterias Assim os mesmos podem ter a mesma

origem poreacutem com estruturas diferentes

A presenccedila de alcaloacuteides em potencial confirma a revisatildeo de Zanin amp Lordello

(2007) onde foi constatada por meio de anaacutelise em CCD e prospecccedilatildeo a presenccedila

de alcaloacuteides em todas as partes (folhas galhos e cascas)

Dos trecircs gecircneros analisados as Ocoteas foram as que apresentaram mais

alcaloacuteides tanto em quantidade visualizadas pelo nuacutemero de fraccedilotildees obtidas pela

separaccedilatildeo do extrato na placa cromatograacutefica quanto na concentraccedilatildeo verificada

por meio da intensidade da coloraccedilatildeo

A presenccedila de alcaloacuteides nas espeacutecies de Ocotea identificados por revelador

especiacutefico pode ser visualizado nas figuras 29 30 e 31 As manchas em Ocotea

leucoxylon e Ocotea minor foram mais pronunciadas que em O ceanothifolia

92

Ocotea ceanothifolia

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O ceanothifolia

93

O leucoxylon

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O leucoxylon

94

Ocotea minor

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 31 placa cromatograacutefica de O minor

95

O procedimento realizado para o fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides foi

uma adaptaccedilatildeo do meacutetodo de particcedilatildeo aacutecido-baacutesico modificado proposto por

Giordani et al (2008) Atraveacutes das modificaccedilotildees propostas verificou-se que o perfil

dos extratos nas anaacutelises por cromatografia em camada delgada (CCD)

apresentaram melhores perfis devido a separaccedilatildeo dos componentes

A diferenccedila para a particcedilatildeo aacutecido-base claacutessica estaacute na adiccedilatildeo de

diclorometano (b) quando o meio da fraccedilatildeo aquosa ainda estaacute aacutecida Tal fato faz

com que possa haver a extraccedilatildeo de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade onde

estatildeo incluiacutedos outros componentes natildeo desejados para esse trabalho

Ao adicionar o hidroacutexido de amocircnio este libera a maioria dos acaloacuteides e os

convertem na forma de bases livres que podem ser retirados com a segunda adiccedilatildeo

de diclorometano (c) Dessa forma eacute obtida uma mistura bruta de acaloacuteides isolados

do resto dos produtos metaboacutelicos do vegetal Apoacutes a retirada da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

esta soluccedilatildeo foi neutralizada atraveacutes de vaacuterias particcedilotildees com aacutegua destilada

Os perfis das placas cromatograacuteficas das Ocoteas demonstraram o quanto agraves

substacircncias de meacutedia polaridade foram extraiacutedas pela primeira adiccedilatildeo de

diclorometano (b) e os alcaloacuteides de maior polaridade foram extraiacutedos pela

segunda adiccedilatildeo de diclorometano onde o meio aquoso encontrava-se baacutesico

96

533 Anaacutelise por espectrometria de massa

Por meio de espectrometria de massa pode-se analisar o perfil dos extratos e

fraccedilotildees e selecionar as espeacutecies mais promissoras conforme o interesse do

trabalho A famiacutelia Lauraceae apresenta como marcador taxonocircmico a presenccedila de

alcaloacuteides principalmente a classe dos isoquinoliacutenicos Destes satildeo predominantes

compostos com moleacuteculas aporfiacutenicas oxoaporfiacutenicas e benzilisoquinoliacutenicas Os

espectros de massas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas dos trecircs gecircneros estatildeo apresentadas

em anexo e reunidas na tabela 6 onde as substacircncias majoritaacuterias estatildeo sendo

destacadas

Tabela 6 Anaacutelise do perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massa

Espeacutecie Oacutergatildeo vegetal Iacuteons principais(mz)

E citriodora Folhas 23895 38791

E citriodora Galhos grossos 30006 32988

E sericea Folhas 32995 30013

E sericea Galhos finos 28606 30006 32988 34619

E sericea Galhos grossos 30006 32813 33009 34194

E sericea Cascas 28585 33009

R crenaticupula Folhas 27416 31806 43691 45287

R crenaticupula Galhos grossos 28606 31385 33009

R recurva Folhas 19191 27423 33016

R recurva Galhos finos 28193 33002 34612

R recurva Galhos grossos 35289 33002 34591

O ceanothifolia Folhas 29992 35795

O ceanothifolia Galhos finos 29992 31420 34591

O ceanothifolia Galhos grossos 29992 31413 34605

O ceanothifolia Cascas 30006 31406 33002 34605

O leucoxylon Folhas 31084 32484 35578 37013

O leucoxylon Galhos finos 31084 32505 35592 36992

O leucoxylon Galhos grossos 32484 35592 36992

O minor Folhas 14389 17490 20507

O minor Galhos finos 14389 17511 20507

O minor Galhos grossos 14389 17504 20507

O minor Cascas 28558 29992 33009

97

Os picos mais intensos constituintes foram observados entre massa de 14389

a 45287 mz em O minor e R crenaticupula respectivamente Analisando os perfis

cromatograacuteficos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas observa-se que os respectivos espectros

obtidos nas mesmas condiccedilotildees experimentais apresentam perfis semelhantes entre

partes da mesma espeacutecie principalmente entre galhos finos e galhos grossos com

o mesmo pico base

Por tratar-se de uma fraccedilatildeo pode-se realizar uma anaacutelise do perfil onde

algumas classes de substacircncias podem ser caracterizadas Na tabela 7 haacute algumas

classes correspondentes a massa dos picos encontrados nas fraccedilotildees e algumas

sugestotildees de alcaloacuteides com registro na literatura de isolamento em espeacutecies de

Lauraceae

Os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees Por se

tratarem de um mz de nuacutemeros pares (300 e 330) significa que as suas massas

molares satildeo na realidade iacutempar Estes dados fornecem informaccedilotildees de que os

compostos referentes tratam-se de substacircncias com nuacutemero iacutempar de nitrogecircnios

Os alcaloacuteides benzilisoquinoliacutenicos reticulina e N-metil coclaurina apresentam

foacutermula molecular C19H24NO4 e C19H24NO4 o que podem corresponder aos picos

encontrados sendo estes descritos como alcaloacuteides isolados em gecircneros de

Lauraceae (Sulaiman et al 2011 Dias et al 2003)

No gecircnero Ocotea satildeo relatados diversos trabalhos com o isolamento de

alcaloacuteides Destes a classe dos aporfinicos satildeo os constituintes quiacutemicos mais

frequentes sendo encontrado em um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies (Zanin amp

Lordello 2007)

98

O pico 23895 apresenta massa correspondente agrave estrutura de um alcaloacuteide

tipo benzilisoquinoliacutenico nuacutecleo encontrado em diversas espeacutecies de Ocotea (Dias

et al 2003 Meirelles et al 1979 Barbosa-Filho et al 1999)

Em Ocotea leucoxylon verificou-se a prevalecircncia do iacuteon principal em todas as

partes de 370 mz o que sugere a presenccedila do alcaloacuteide aporfiacutenico ocoteiacutena

(C21H23NO5) alcaloacuteide denominado devido ao seu isolamento em espeacutecies desse

gecircnero (Zhou et al 2000)

Os gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne apresentaram seus picos

principais na maioria dos oacutergatildeos vegetais com mz de 300 e 330 O pico

correspondente a 285 mz corresponde agrave massa que eacute encontrada no alcaloacuteide

coclaurina onde este foi encontrado em diversos gecircneros de Lauraceae como

Aniba Litsea Mezilaurus Nectandra Neolitsea Phoebe e Ocotea (Silva et al

2002 Guinaudeau et al1979 Guinaudeau 1983 Wu amp Huang 2006)

99

Tabela 7 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares de alcaloacuteides

isolados em Lauraceae

Iacuteon molecular

(mz) (M+1)

Foacutermula

molecular Alcaloacuteides Classificaccedilatildeo Referecircncia

19191 C10H9NO3

Noroxihidrastinina

Isoquinolinico Wu amp Huang 2006

23895 C17H20N Benzilisoquinoliacutenicos benzilisoquinoliacutenicos Dias et al 2003

Meirelles et al 1979

28193 C18H19NO2 Bornuciferina lirinidina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

28606 C17H19NO3 Norcanelillina coclaurina benzilisoquinoliacutenicos Silva et al2002 Wu amp

Huang 2006

30006 C19H24NO4 N-metilcoclaurina benzilisoquinoliacutenicos Wu amp Huang 2006

Dias et al 2003

31084 C19H21NO3 Prestephanina

N-carbamoilasimilobina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

31420 C18H19NO4 Laurolitsina laureptina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32484 C19H17NO4 Neolitsina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32813 C19H21NO4 Boldina Laurotetanina

isoboldina lirina N-oxidada Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

33009 C19H24NOu Reticulina Aporfiacutenico Sulaiman et al 2011

Dias et al 2003

34194 C19H19NO5 Isocoridina predicentrina

lirioferina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35289 C20H19NO5 Oxoglaucina Oxoaporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35578 C21H25NO4 Glaucina leucoxina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35795 C21H27NO4 Srilankina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

37013 C21H23NO5 Ocoteina N-metilglaucina Aporfiacutenico Zhou et al 2000

Guinaudeau 1983

100

Por meio das anaacutelises pode-se sugerir que os demais iacuteons presentes no

gecircnero Ocotea correspondem a alcaloacuteides tipo aporfiacutenico conforme encontrado na

literatura (Zanin amp Lordello 2007) Tal fato eacute verificado em relaccedilatildeo a razatildeo massa

carga encontrada que pode ser comparada a esta classe de substacircncias

Pouco ou nenhum estudo descrito na literatura sobre isolamento de alcaloacuteides

nos gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne satildeo encontrados Tal fato pode ser

explicado devido a baixa concentraccedilatildeo dessa classe de substacircncia nos extratos

Mesmo utilizando particcedilatildeo aacutecido-base em que obtem-se uma fraccedilatildeo rica em

alcaloacuteides a concentraccedilatildeo destes eacute baixa quando comparada a quantidade de

substacircncias presentes na fraccedilatildeo e os picos que satildeo descritos na literatura No

gecircnero Rhodostemonodaphne verificou-se nos espectros de massa misturas

complexas de picos

Levando em consideraccedilatildeo a dificuldade de isolamento e purificaccedilatildeo das

classes de alcaloacuteides tanto quando existem dois ou mais componentes com o

mesmo esqueleto na mesma fraccedilatildeo devido ao mesmo comportamento

cromatograacutefico destas substacircncias quanto quando a concentraccedilatildeo destes eacute baixa

no extrato a anaacutelise das fraccedilotildees enriquecida de alcaloacuteides eacute uma alternativa eficaz

na detecccedilatildeo dos constituintes presentes na fraccedilatildeo

101

54 Oacuteleo essencial

541 Rendimento do oacuteleo essencial

As Lauraceae satildeo conhecidas internacionalmente por apresentarem espeacutecies

aromaacuteticas Dos gecircneros estudados as Anibas em especial a espeacutecie de Aniba

rosaeodora apresenta uma quantidade significante de oacuteleo em comparaccedilatildeo com a

massa do material vegetal No trabalho realizado por Alcacircntara (2009) onde foi

analisado oacuteleos essencias de 14 espeacutecies de diferentes gecircneros de Lauraceae

encontrados no Amazonas o maior rendimento encontrado foi na referida espeacutecie

citada com percentagem de 131 Outros trabalhos relacionados apresentam

rendimentos aproximados ou em sua maioria rendimentos inferiores ao encontrado

(Silva et al 2009 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Lima et al 2004)

Neste trabalho foram extraiacutedos das sete espeacutecies 21 oacuteleos essencias onde as

folhas apresentaram maiores rendimentos em comparaccedilatildeo com os galhos e cascas

Os oacuteleos como um todo apresentaram baixo rendimento como pode ser visualizado

na tabela 8

Tabela 8 Rendimento dos oacuteleos essenciais () Material vegetal 100g exceto E citriodora

50g ()

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 429 250 NR NR

E sericea 013 010 011 006

O ceanothifolia 011 007 005 NR

O leucoxylon 013 005 002 NR

O minor 011 004 NR 006

R crenaticupula 058 002 NR NR

R recurva 006 002 003 004 NR natildeo realizado

Os rendimentos dos oacuteleos obtidos pela teacutecnica de hidrodestilaccedilatildeo variaram de

002 a 429 As espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os

102

menores rendimentos em todas as partes (folhas galhos e casca) e as espeacutecies de

Endlicheria apresentaram de forma geral os maiores rendimentos Em contraste com

as espeacutecies de Ocotea e Rhodostemonodaphne na extraccedilatildeo de oacuteleo essencial a

espeacutecie E Citriodora obteve o maior rendimento tanto nos galhos quanto nas folhas

de 251 e 429 respectivamente

O perfil quiacutemico dos oacuteleos essenciais analisados com exceccedilatildeo de E citriodora

revelou uma proporccedilatildeo elevada de sesquiterpenos Na maioria dos oacuteleos essenciais

de Lauraceae reportados na literatura observa-se a predominacircncia de

sesquiterpenos principalmente de hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al

1981 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Telascrea et al 2008)

5411 Endlicheria

A anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial de folhas e galhos de E citriodora por

cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo

mostradas na Tabela 9 registrando-se os principais constituintes quiacutemicos

presentes nestes oacuteleos

Tabela 9 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1089 28337 12181

geranato de metila 1321 93751 951522

aacutecido geracircnico 1391 19358 -

trans cariofileno 1418 14796 -

Natildeo identificados 0 36297

Total identificados 100 963703

Monoterpenos 985205 963703

Sesquiterpenos 14796 -

103

Foram identificados os constituintes de 100 das folhas e 9637 dos

galhos sendo que destes a percentagem de sesquiterpenos foi superior a 95 em

ambos oacutergatildeos vegetais de E citriodora

O principal constituinte foi o eacutester geranato de metila com uma percentagem

elevada de 9375 nas folhas e 9515 nos galhos Devido ao grau de pureza do

constituinte majoritaacuterio foi possiacutevel realizar a ressonacircncia magneacutetica nuclear de

hidrogecircnio e carbono (RMN 1H e 13C) confirmar a presenccedila deste constituinte Os

espectros de RMN de 1H RMN 13C e os bidimensionais HSQC e HMBC estatildeo

apresentados em anexo

O espectro de RMN 13C e DEPT 135ordm apresentaram 11 sinais de carbonos

sendo 4 metiacutelicos δCH 18022 (C ndash a) δCH 19157 (C ndash b) δCH 25991 (C ndash c) e δCH

51113 ( C ndash f) 2 metilecircnicos δCH 26372 (C ndash d) e δCH 41277 (C ndash e) 2 metiacutenicos

δCH 115563 (C ndash g) e δCH 123317 (C ndash h) e 3 sinais de carbonos natildeo hidrogenados

δCH 132868 (C ndash i) δCH 160477 (C ndash j) e δCH 167629 (C ndash l) O sinal em δCH 7700

refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra CDCl3 ( Silverstein et

al 2007)

O espectro de RMN 1H sugeriu a presenccedila de singletos em δH 1603 δH 1683

δH 3684 e δH 5294 Os outros sinais podem ser verificados na tabela 10 O sinal em

δH 726 (sngleto) refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra

CDCl3 ( Silverstein et al 2007)

Por meio do mapa de contornos HSQC pode-se observar as correlaccedilotildees entre

os sinais de hidrogecircnio e carbono Ca ndash HI Cb ndash HII Cg ndash HIII Cd ndash HIV Ce ndash HV Cc ndash

HVI Ch ndash HVII Cf ndash HVIII Os valores obtidos nos RMN1H e 13C DEPT HSQC e

HMBC confirmaram a presenccedila da substacircncia geranato de metila e seus espectros

estatildeo em anexo no final do trabalho

104

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN de 1H de E citriodora (δ em ppm CDCl3

500MHz)

C δ ppm DEPT

(Multiplicidade) HSQC HMBC (

23JCH)

a 18022 CH3 16 II III

b 19157 CH3 22 IIII

c 25991 CH3 165 V VII

d 26397 CH2 22 III V

e 41277 CH2 22 III IV VI

f 51113 CH3 365 -

g 115553 CH 565 III IV

h 123317 CH 52 VVI

i 132868 C - -

j 160477 C - -

l 167629 C - -

O geranato de metila eacute encontrado principalmente em frutas ciacutetricas como o

limatildeo siciliano (08) e em espeacutecies da famiacutelia Rutaceae Apresenta foacutermula

C11H18O2 com nome sistemaacutetico de 37-dimetil-octan-26-dienoato de metila (Arauacutejo

Jr 2009 Rahimi-Nasrabadi et al 2009)

Em E sericeae os constituintes majoritaacuterios foram espatulenol (2684) e

oacutexido de cariofileno (2575) nas folhas elemol nas cascas e oacutexido de cariofileno

nos galhos finos e grossos com 2983 e 1725 respectivamente A relaccedilatildeo dos

constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas galhos e cascas de

105

Endlicheria sericea rendimentos suas quantidades relativas e respectivos iacutendices

de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 11

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 13

compostos presentes nos quatro oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de 7027 nas folhas 5862 nos

galhos finos 28156 nos galhos grossos e 4067 nas cascas Sendo os

rendimentos destes relativamente baixos (inferiores a 14)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos Cascas

linalol 1089 - - 2 0349 -

geranato de metila 1321 - 1 9956 - -

trans cariofileno 1418 6 6585 2 3027 1 8696 -

aromadendreno 1438 1 8709 - - -

germacreno D 1480 6 0036 - - -

beta-selineno 1488 3 1520 - - 3 5175

gama cardineno 1519 - 1 7875 1 7255 -

elemol 1556 - 4 9363 - 14 4954

espatulenol 1585 26 8381 5 0277 5 2818 6 5065

oacutexido de cariofileno 1590 25 7480 29 8301 17 2473 6 9479

guaiol 1595 - 1 6318 - 7 5621

oacutexido de humuleno 1616 - 9 2069 - -

eudesmol 1653 - 1 9025 - 1 6396

Natildeo identificados 297289 413789 718409 593337

Total identificados 702711 586211 281591 406663

Monoterpenos - 1 9956 20349 -

Sesquiterpenos 702711 566255 261242 406663

5412 Ocotea

O oacuteleo de O ceanothifolia apresentou como constituinte majoritaacuterio

espatulenol e oacutexido de cariofileno e em O leucoxylon e Ominor o majoritaacuterio nas

folhas e galhos grossos foi cariofileno e seu oacutexido

106

Ocotea ceanothifolia

As anaacutelises dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia por cromatografia em fase

gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo mostradas na Tabela 12

registrando-se os principais constituintes quiacutemicos presentes nestes oacuteleos

Os sequiterpenos neste oacuteleo foram os constituintes majoritaacuterios poreacutem

verifica-se que nos galhos grossos a percentagem de diferenccedila natildeo foi tatildeo

pronunciada quanto nas outras partes (folhas e galhos finos)

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos

alfa pineno 929 1 2384 12212 -

linalol 1088 - 21490 34198

geranato de metila 1321 41637 44371 68693

beta elemeno 1392 21647 - -

trans cariofileno 1418 39524 - 14580

germacreno D 1480 38782 - 18006

beta selineno 1488 30509 - 75520

espatulenol 1585 222306 76592 -

oxido de cariofileno 1589 223704 169030 80380

oacutexido de humuleno 1616 55129 - -

Natildeo identificados 314378 685622 708623

Total identificados 685622 323695 291377

Monoterpenos 54021 78073 102891

Sesquiterpenos 631601 245622 188486

Ocotea leucoxylon

Vinte e um componentes presentes nos oacuteleos essenciais de O leucoxylon

foram identificados por dados cromatograacuteficos e espectromeacutetricos O perfil quiacutemico

desses oacuteleos mostrou semelhanccedilas significativas na composiccedilatildeo entre as espeacutecies

estudadas (tabela 12 13 e 14)

107

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas 156286

satildeo monoterpenos e 688096 satildeo sesquiterpenos em que os constituintes

majoritaacuterios foram oacutexido de cariofileno (16046) alfa-copaeno (101092) beta

cariofileno (8902) alfa-pineno (77088) e beta-pineno (79198)

Nos galhos finos e grossos apenas verificou-se a presenccedila e um monoterpeno

o linalol como com percentagem de 47631 e 15582 respectivamente Os

constituintes majoritaacuterios foram os sesquiterpenos beta-cariofileno (106697) e

espatulenol (104549) nos galhos finos e oacutexido de cariofileno (175303) e beta-

eudesmol (86054) nos galhos grossos

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon ()

Substacircncia IR Folhas galhos finos Galhos grossos

alfa-pineno 934 77088 - -

beta-pineno 978 79198 - -

linalol 1099 - 47631 15582

alfa-cubebeno 1353 22594 1573 -

alfa-copaeno 1380 101092 21003 -

beta-cubebeno 1394 26065 - -

beta-elemeno 1395 19047 - -

beta-cariofileno 1424 8902 106697 20519

alfa-humuleno 1458 24751 24592 -

alfa amorfeno 1480 39618 28024 -

germacreno D 1480 - 23061 -

beta-selineneo 1491 33015 22246 -

valenceno 1498 25473 51191 -

gama cadineno 1518 42752 38533 -

delta-cadinene 1527 14977 77188 44278

elemol 1552 - 1762 -

espatulenol 1582 57756 104549 63865

oacutexido de cariofileno 1588 16046 - 175303

cariofilla-4(12)8(13)-

dien-5-beta-ol 1638 - - 43548

beta-eudesmol 1655 - - 86054

Natildeo identificados 172957 421935 566433

Total identificados 827043 578065 433567

Monoterpenos 156286 47631 15582

Sesquiterpenos 670757 530434 413048

108

Ocotea minor

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 21

compostos presentes nos trecircs oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de cerca de 573154 nas folhas

53177 nos galhos e de 32 nas cascas O rendimento obtido foi inferior a 012

em todas as partes analisadas

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas

573154 satildeo sesquiterpenos com constituintes majoritaacuterios espatulenol (13369)

e cariofileno (186866) Nas cascas natildeo foi verificada a presenccedila de

monoterpenos sendo majoritaacuterio os componentes delta cadineno (74903) beta

cariofileno (40069) e seu oacutexido (61291) No oacuteleo essencial dos galhos tambeacutem

se observou teores menores de monoterpenos (31007) em relaccedilatildeo aos

sesquiterpenos (500763) tendo como majoritaacuterios beta cariofileno (79131)

oacutexido de cariofileno (157363) e aacutecido hexadecanoacuteico (70932)

O monoterpeno alfa pineno encontrados nos oacuteleos de O ceanothifolia e O

leucoxylon foi um dos constituintes majoritaacuterios encontrados no oacuteleo de Ocotea sp

apresentando atividades antioxidante e citotoacutexica no trabalho realizado por Verbel e

colaboradores (2010)

A composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos das espeacutecies de Ocotea satildeo condizentes

com as encontradas em outras espeacutecies onde haacute a presenccedila do monoterpeno linalol

e pineno e sesquiterpenos cariofileno e germacreno D (Arauacutejo et al 2001 Chaverri

amp Ciccioacute 2005 Menut et al 2002)

109

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor ()

Substacircncia IR folhas galhos grossos cascas

linalol 1099 - 31007 -

alfa-cubebeno 1353 - 17657 -

beta-cubebeno 1394 15997 - -

beta-cariofileno 1424 186866 79131 40069

alfa-humuleno 1458 - 12924 -

alfa amorfeno 1480 31049 - 14635

germacreno D 1480 42675 14866 -

beta-selineno 1491 62358 - 19805

valenceno 1498 - - 26616

biciclogermacreno 1501 85462 - -

alfa-muuroleno 1504 15057 16962 13163

gama cadineno 1518 - - 316

delta-cadineno 1527 - 41822 74903

espatulenol 1582 13369 66317 21418

oacutexido de cariofileno 1588 - 157363 61291

cariofilla-4(12)8(13)-dien-5-beta-ol 1638 - 22789 -

beta-eudesmol 1655 - - 1646

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 70932 -

Natildeo identificados 426846 46823 68004

Total identificados 573154 53177 31996

Monoterpenos - 31007

Sesquiterpenos 573154 500763

Verificou-se no entanto algumas caracteriacutesticas quiacutemicas diferentes do que

algumas Ocoteas como a ausecircncia de fenilpropanoacuteides como safrol metileugenol e

cinamaldeiacutedo e benzenoacuteides encontradas em espeacutecies como Ocotea odorifera

Ocotea pretiosa e Ocotea sassafraacutes (Chaverri amp Ciccioacute 2005 Rizzini amp Mors 1976)

Na varredura realizada por Takaku e colaboradores (2007) com oacuteleo essencial de 10

espeacutecies de Ocoteas da Costa Rica tais componentes tambeacutem natildeo foram

encontrados

110

Rhodostemonodaphne

A relaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas

galhos e cascas de Rcrenaticupula e R recurva suas quantidades relativas e

respectivos iacutendices de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 15 e 16 Atraveacutes

dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados presentes nos

oacuteleos dessas duas espeacutecies 21 compostos em Rcrenaticupula e 19 em R recurva

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula ()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1099 - 82883

beta-elemeno 1380 14275 12754

beta-cariofileno 1424 78493 55616

alfa-humuleno 1458 - 11002

alfa amorfeno 1480 - 17939

beta-elemeno 1380 14275 12754

alloaromadendreno 1459 23445 -

alfa amorfeno 1481 32255 -

beta-selineno 1491 23505 -

epizonareno 1500 42046 -

alfa-muuroleno 1504 3472 16747

beta-bisaboleno 1505 35048 -

gama cadineno 1518 21872 -

delta-cadineno 1527 11602 -

selina-37(11)-diene 1542 21554 -

trans-cadina-14-dieno 1547 11239 -

espatulenol 1582 7489 29086

oacutexido de cariofileno 1588 - -

alfa cadinol 1650 2597 -

beta-eudesmol 1655 - -

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 153144

Natildeo identificados 430393 608075

Total identificado 569607 391925

Monoterpenos - 82883

Sesquiterpenos 569607 309042

111

A anaacutelise comparativa do oacuteleo essencial de galhos e folhas da espeacutecie

Rcrenaticupula apresentou certa variabilidade quiacutemica nos seus constituintes com

relaccedilatildeo ao teor de seus componentes majoritaacuterios nos diferentes oacutergatildeos Tal dado eacute

verificado atraveacutes da ausecircncia de alguns constituintes em um oacuteleo e ausecircncia de

tais costituintes no outro e em relaccedilatildeo aos componentes majoritaacuterios Nas folhas

identificou-se a presenccedila de 569607 de sesquiterpenos tendo como constituinte

majoritaacuterio beta-cariofileno (78493) delta-cadineno (11602) e espatulenol

(7489) enquanto nos galhos grossos a presenccedila do monoterpeno linalol

(82883) e do aacutecido hexadecanoacuteico (153144) diferenciou-os consideravelmente

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rrecurva()

Substacircncia IR folhas galhos finos galhos grossos cascas

linalol 1099 - 2046 23946 35493

alfa-copaeno 1379 34954 13816 13906 -

beta-cariofileno 1424 39251 103763 105425 32757

alfa-humuleno 1458 - 22159 - -

alfa amorfeno 1480 - 31993 32132 -

alloaromadendrene 1443 24256 - - -

valencene 1490 - 21764 - -

beta-selineno 1491 75608 - 2203 15385

alfa-muuroleno 1504 27344 37777 37133 -

gama cadineno 1518 - 37926 12613 20052

delta-cadineno 1527 - 72885 72277 40329

alfa cadineno 1541 12963 13807 - -

elemol 1551 - - 13522 -

espatulenol 1582 6138 134471 124262 42093

guaiol 1608 - - - 14377

beta-eudesmol 1655 - 25549 25882 301017

alfa eudesmol 1657 - - - 9156

beta costol 1769 - - - 4482

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 19085 20098 56063

Natildeo identificados 724244 444545 496774 306054

Total identificado 275756

555455

503226

693946

Monoterpenos - 2046 23946 35493

Sesquiterpenos 275756

534995 479280 658453

112

Em Rrecurva a identificaccedilatildeo dos galhos finos e grossos apresentaram

similaridade nos constituintes e na composiccedilatildeo percentual Em todas as partes

existiu a prevalecircncia de sesquiterpenos sendo os constituintes majoritaacuterios beta-

selineno (75608) e espatulenol(6138) nas folhas beta-cariofileno (~10) e

espatulenol (~13) nos galhos e beta-eudesmol (301017) nas cascas

Os resultados da anaacutelise dos oacuteleos foram condizentes com o encontrado na

anaacutelise de R parvifolia (Alcacircntara et al 2010) e R kunthiara (Palazzo 2009) em

que os constituintes majoritaacuterios foram cariofileno beta selineno e germacreno D

Atraveacutes anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial dos galhos de ambas as espeacutecies de

Rhodostemonodaphnes pode-se identificar apenas um monoterpeno o linalol sendo este

um dos constituintes majoritaacuterios nos galhos grossos de R crenaticupula O interesse desse

monoterpeno na induacutestria devido a sua utilizaccedilatildeo como fixador de perfumes foi intenso na

Amazocircnia fazendo com que as espeacutecies de Aniba rosaeodora que apresentam o teor de

linalol de 74 a 96 entrassem para a lista de espeacutecies em risco de extinccedilatildeo O linalol eacute um

monoterpeno alcooacutelico terciaacuterio de cadeia aberta Pode ser encontrado normalmente sob a

forma de uma mistura de isocircmeros de posiccedilatildeo da primeira ligaccedilatildeo dupla Possui um aacutetomo

de carbono assimeacutetrico e por isso podem existir enantiocircmeros apresentando-se dessa

forma em vaacuterias espeacutecies (Gotllieb et al 1965)

O cariofileno um dos principais componentes majoritaacuterios dos oacuteleos essenciais

das espeacutecies analisadas pode ser empregado na medicina tradicional Este

metaboacutelico volaacutetil influi em seu aroma e possui diversas atividades bioloacutegicas tais

como anti-inflamatoacuteria antialeacutergica anesteacutesica local cardiovascular antifuacutengica e

anticarcinogecircnica (Fernandes et al 2007 Barbosa-Filho et al 2008)

Segundo Gottlieb amp Salatno (1987) as famiacutelias que possuem espeacutecies ricas em

oacuteleos essenciais como Lauraceae e Myristicaceae satildeo relativamente pobres em

113

espeacutecies produtoras de alcaloacuteides e ineficientes na variaccedilatildeo de

benziltetraidroisoquinoliacutenicos Em oposiccedilatildeo famiacutelias que produzem uma variedade

de alcaloacuteides deste tipo como Annonaceae e Monimiaceae satildeo relativamente

pobres em oacuteleos essenciais Tal dado eacute confirmado atraveacutes dos rendimentos das

espeacutecies de Ocotea e Endlicheria em que os rendimentos da fraccedilatildeo alcaloiacutedica e

oacuteleos essenciais satildeo inversamente proporcionais Dessa forma verifica-se a

importacircncia da espectrometria de massa em que eacute possiacutevel analisar mesmo em

concentraccedilotildees muito baixas a presenccedila de alcaloacuteides

A identificaccedilatildeo dos oacuteleos essenciais deste trabalho corrobora com as anaacutelises

reportadas na literatura em que a composiccedilatildeo da maioria dos oacuteleos essenciais de

Lauraceae haacute a predominacircncia de sesquiterpenos principalmente de

hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al 1987 Alcacircntara 2009 Takaku et

al2007)

114

55 Atividades quiacutemicabioloacutegicas

551 Atividade antioxidante

5511 Qualitativa

A avaliaccedilatildeo preliminar qualitativa dos extratos por CCD em gel de siacutelica

revelada com soluccedilatildeo metanoacutelica do radical DPPH sugeriu a existecircncia de

substacircncias com atividade antioxidante (Tabela 17) evidenciadas nas

cromatoplacas pela presenccedila de manchas amarelas sobre fundo puacuterpura

resultantes da reduccedilatildeo do radical DPPH (figuras 32 e 33)

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora + + NR NR

E sericea + + + +

O ceanothifolia + + + +

O leucoxylon + + + NR

O minor + + + +

R crenaticupula + + NR NR

R recurva + + + +

NR = natildeo realizado

Todas as amostras revelaram atividade positiva no teste qualitativo

115

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

116

5512 Quantitativa

A quantidade de extrato das plantas testadas necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 (CE50) variou de 161plusmn100 a 731plusmn032

conforme a tabela 18 O extrato das folhas de E citriodora apresentou o maior valor

enquanto os galhos de O minor apresentou resultado comparaacutevel com o padratildeo

quercetina (731plusmn032)

Todas as espeacutecies apresentaram resultado positivo ao teste O gecircnero Ocotea

foi o mais ativo utilizando a menor CE50 para a varredura do radial livre testado

(tabela 18)

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 16101 plusmn 100 4278 plusmn 053 NR NR

E sericea 977 plusmn 042 5092 plusmn 096 1444 plusmn 032 1329 plusmn 0091

O ceanothifolia 1812 plusmn 018 1564 plusmn 072 1443 plusmn 103 1017 plusmn 019

O leucoxylon 5251 plusmn 142 5088 plusmn 064 8261 plusmn 243 NR

O minor 821 plusmn 066 908 plusmn 051 731 plusmn 032 757 plusmn 0026

R crenaticupula 7816 plusmn 085 6701 plusmn 270 NR NR

R recurva 11046 plusmn 221 19826 plusmn 107 12538 plusmn 672 5511 plusmn 0652

Padratildeo Quercetina

413 plusmn 0042 μgmL

NR natildeo realizado

Observou-se uma correlaccedilatildeo positiva entre o teste para a atividade

sequestrante do radical livre e a presenccedila de fenoacuteis nos extratos atraveacutes da

prospecccedilatildeo fitoquiacutemica o que pode sugerir que a capacidade antioxidante dos

extratos pode estar associada aos compostos fenoacutelicos

Verificou-se que os extratos com CE50 inferiores a concentraccedilatildeo de

5511plusmn0652 apresentaram a presenccedila de compostos fenoacutelicos em todos os extratos

117

Os trabalhos realizados por Souza et al (2007) Tiveron (2010) e Oliveira (2010) em

testes quantitativos de fenoacuteis totais confirmam a correlaccedilatildeo entre a accedilatildeo

sequumlestradora de radicais livres e a presenccedila de altos teores de compostos

fenoacutelicos evidenciadas pelo meacutetodo de Folin-Ciocalteau expressos como

Equivalentes de Aacutecido Gaacutelico (EAG)

A atividade antioxidante de compostos fenoacutelicos deve-se principalmente agraves

suas propriedades redutoras e estrutura quiacutemica Estas caracteriacutesticas

desempenham um papel importante na neutralizaccedilatildeo ou sequumlestro de radicais livres

agindo tanto na etapa de iniciaccedilatildeo como na propagaccedilatildeo do processo oxidativo Os

intermediaacuterios formados pela accedilatildeo de antioxidantes fenoacutelicos satildeo relativamente

estaacuteveis devido a ressonacircncia do anel aromaacutetico presente na estrutura dessas

substacircncias (Souza et al 2007 Bruice 2006)

Os extratos que evidenciaram a presenccedila de flavonoacuteides apresentaram

elevada capacidade de sequumlestrar radicais livres como pode ser verificado em

Ocotea ceanothifoila Ocotea minor e Endlicheria sericea (folhas)

Flavonoacuteides possuem diferentes atividades antioxidantes decorrentes da

habilidade para sequumlestrarem espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio os quais

estatildeo diretamente relacionados a alguns criteacuterios estruturais tais como o nuacutemero de

aneacuteis fenoacutelicos e a presenccedila da ligaccedilatildeo dupla C2-C3 conjugada com a funccedilatildeo 4-oxo

no anel C

Neste trabalho a atividade antioxidante de alguns extratos natildeo esteve

relacionada com a presenccedila de flavonoacuteides jaacute que espeacutecies com capacidade de

sequumlestro de radicais livres natildeo evidenciaram a presenccedila dessa classe o que

sugere que haacute atividade antioxidante sendo originada de outras substacircncias

fenoacutelicas que natildeo satildeo flavonoacuteides

118

A avaliaccedilatildeo do sequumlestro do DPPH eacute um teste largamente utilizado tanto pela

simplicidade e rapidez quanto pela reprodutibilidade No trabalho realizado por

Vargas (2008) analisando comparativamente diferentes teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de

atividades antioxidantes utilizando ensaios quiacutemicos como da varredura DPPH 22rsquo-

azinobis (3-etilfenil-tiazolina-6-sulfonato) (ABTS+) acircnion radical superoacutexido (AVS)

oxigecircnio singlete e caracterizaccedilatildeo de polifenoacuteis o teste com DPPH foi o uacutenico que

se correlacionou com todos os demais testes

Contudo verifica-se que a interaccedilatildeo de uma espeacutecie antioxidante com a

moleacutecula de DPPH depende dentre outras fontes da especificidade pela

conformaccedilatildeo estrutural do radical livre A acessibilidade esteacuterica eacute um fator

determinante da reaccedilatildeo sendo as moleacuteculas pequenas as que tecircm melhor acesso

ao siacutetio do radical e podem apresentar uma maior atividade comparada agraves moleacuteculas

maiores (Alves et al 2010) Por isso determinados extratos que natildeo apresentaram

bom potencial antioxidante poderatildeo em outros tipos de testes dessa mesma

atividade utilizando outras metodologias mostrar bom perfil antioxidante (Boscolo et

al2007)

Este ensaio bioloacutegico serve como ponto de partida para estudos posteriores

como o isolamento a purificaccedilatildeo e a elucidaccedilatildeo estrutural das substacircncias que

funcionam como antioxidantes aleacutem de ajudar a inferir sobre um possiacutevel

mecanismo de accedilatildeo dessas substacircncias finalizando por testar a viabilidade

terapecircutica em antioxidantes para seu uso futuro

119

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria da enzima acetilcolinesterase foi verificada principalmente

nos galhos das espeacutecies de Ocotea Os resultados podem ser visualizados na tabela

21 Os galhos finos e grossos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado

positivo no teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase assim como os

galhos de E citriodora Nem uma parte (galhos folhas e cascas) das

Rhodostemonodaphnes apresentaram resultado positivo assim como em E sericea

(galhos e folhas) A espeacutecie de O minor apresentou resultado positivo nas folhas e

galhos (grossos e finos) enquanto as outras Ocoteas natildeo apresentaram resultado

positivo nas folhas Em nenhuma das cascas testadas verificou-se resultado positivo

no teste realizado

Tabela 21 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora - + NR NR

E sericea - - - -

O ceanothifolia - + + -

O leucoxylon - + + NR

O minor + + + -

R crenaticupula - - NR NR

R recurva - - - -

Padratildeo eserine NR = natildeo realizado (+) = positivo (-) = negativo

O gecircnero Ocotea eacute conhecido por apresentar um nuacutemero de espeacutecies

significativo contendo alcaloacuteides conforme foi confirmado com a prospecccedilatildeo

fitoquiacutemica realizada com os reagentes especiacuteficos Atraveacutes desses dados pode-se

sugerir uma correlaccedilatildeo entre a atividade testada e a presenccedila de alcaloacuteides Tal

dado eacute condizente com os trabalhos de varredura de Berkov et al (2008) e Barbosa

120

Filho et al (2006) que associam a accedilatildeo de inibir a enzima acetilcolinesterase das

espeacutecies estudadas de diferentes famiacutelias com a presenccedila de alcaloacuteides tornando

assim o gecircnero Ocotea como fonte promissora para a utilizaccedilatildeo de meacutetodos para

quantificar esta atividade

Verifica-se a partir dos testes qualitativos que os resultados dos ensaios

antioxidantes empregados natildeo apresentaram relaccedilatildeo direta com os resultados

anticolinesteraacutesicos conforme o trabalho de Giordani et al (2008) com exceccedilatildeo da

espeacutecie O minor que apresentou atividade relevante em ambos os ensaios

Entretanto eacute necessaacuterio utilizaccedilatildeo de diferentes meacutetodos de avaliaccedilatildeo para uma

definiccedilatildeo desta atividade para este grupo quiacutemico

121

552 Atividade citotoacutexica

5521 Letalidade em Artemia salina

Os extratos em geral natildeo demostraram alta atividade citotoacutexica Para os

extratos testados poucos apresentaram atividade citotoacutexica comparada com o

padratildeo Lapachol que apresentou citotoxicidade de 9830 μgmL

Os galhos finos e grossos natildeo apresentaram alta atividade citotoacutexica em

nenhum gecircnero enquanto as folhas essa atividade foi verificada em

aproximadamente metade dos extratos Na tabela 19 pode-se verificar o resultado

para a atividade citotoacutexica de todos os extratos

A ausecircncia de citoxicidade dos extratos no teste de letalidade contra Artemia

salina eacute um indicador de que a planta pode ser bem tolerada frente ao sistema

bioloacutegico Entretanto estudos mais detalhados para a avaliaccedilatildeo da toxicidade dos

extratos bioativos empregando-se outros modelos (in vitro e in vivo) se fazem

necessaacuterios

O extrato de Enclicheria citriodora demonstrou atividade alta em uma

concentraccedilatildeo comparaacutevel com a encontrada para o padratildeo Atraveacutes da prospecccedilatildeo

realizada a atividade citotoacutexica deste extrato natildeo pocircde ser relacionada com

nenhuma das classes que foram analisadas pois no teste os trecircs grupos foram

negativos nos extratos com elevada toxicidade

Observou-se no desenvolvimento deste trabalho que o extrato etanoacutelico de Endlicheria

citriodora apresentou certa particularidade O mesmo exibiu certa viscosidade mesmo com a

completa evaporaccedilatildeo do solvente e aroma forte e agradaacutevel que pode ser caracterizado

pela presenccedila de oacuteleo essencial eou fixo Nos trabalhos realizados por Silva et al (2007 e

2008) verificou-se que os oacuteleos volaacuteteis extraiacutedos de Casearia sylvestris e Zanthoxylum

122

rhoifolium Lam foram citotoacutexicos contra ceacutelulas tumorais o que pode sugerir que a

toxicidade deste extrato pode estar relacionado a possiacutevel presenccedila deste metaboacutelito

secundaacuterio

Tabela 19 Resultado da avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos

finos Cascas

E citriodora 8301 100002 NR NR

E sericea 90260 100011 229766 82381

O ceanothifolia 134640 261600 262121 134287

O leucoxylon 388560 165150 254856 NR

O minor 83040 146791 2302186 243004

R crenaticupula 167512 471571 NR NR

R recurva 129990 38674 2112857 243857

Padratildeo Lapachol 9830

NR natildeo realizado

5522 Citotoacutexico em ceacutelulas de linhagem tumoral

A atividade citotoacutexica de todas as amostras estaacute apresentada na Tabela 20

com seus respectivos percentuais de inibiccedilatildeo de crescimento das linhagens tumorais

utilizadas HCT-8 (coacutelon - humano) MDAMB-435 (mama - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) por extratos de Lauraacuteceas

Para avaliar o potencial citotoacutexico dos extratos testados uma escala de

intensidade foi utilizada Amostras sem atividade (SA inibiccedilatildeo de crescimento

celular igual a 0) com pouca atividade (PA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 1 a 50 ) com moderada atividade (MO inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 51 a 75 ) e com muita atividade (MA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 75 a 100 )

Todos os extratos apresentaram atividade inibitoacuteria de crescimento para as

linhagens de ceacutelulas tumorais variando para ceacutelula HCT-8 de 126 (galhos de

Rodostemonodaphne recurva) a 7430 (galhos de Ocotea minor) MDA-MB435 de

123

369 (folhas de O minor) a 5041 (casca de O ceanothifolia) e SF-295 de 082

(galhos de Endlicheira citriodora ) a 7636 (O minor) Tal dado pode ser

relacionado agrave presenccedila de alcaloacuteides jaacute que na prospecccedilatildeo fitoquiacutemica a maior

parte dos extratos apresentaram resultado positivo para alcaloacuteides utilizando

reveladores especiacuteficos Tal afirmaccedilatildeo eacute condizente com os trabalhos que

correlacionam agrave capacidade de alguns extratos de inibiccedilatildeo de linhagem de ceacutelulas

tumorais com a presenccedila de alcaloacuteides (Pereira et al 2008 Silva et al 2007)

Dentre as amostras testadas apenas trecircs extratos apresentaram atividade

moderada Ocotea cenothifolia (cascas) 5041 para MDA-MB435 e Ocotea minor

(galhos) 7430 para HCT-8 e 7536 para SF-295 Os demais apresentaram

pouca atividade entre 126 e 4639

Tabela 20 ndash Percentual de inibiccedilatildeo do crescimento celular dos extratos em etanol de Lauraceae em

trecircs linhagens tumorais testadas na dose uacutenica de 50 gmL

Oacutergatildeo vegetal HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano)

MDAMB-435 (mama ndash humano)

SF-295 (glioblastona ndash

humano)

E citriodora Folhas 2896 723 1531

Galhos grossos 1632 4117 082

E sericeae

Folhas 3756 389 4719

Galhos grossos 3015 1791 2430

Galhos finos 2180 4639 773

O ceanothifolia Folhas 3556 1228 2798

Cascas 3273 5041 058

O leucoxylon

Folhas 3831 1247 3690

Galhos grossos 2904 955 1188

Galhos finos 1775 3872 2459

O minor

Folhas 2964 369 436

Galhos grossos 7430 1251 7536

Galhos finos 2220 514 1666

Cascas 3341 419 414

R recurva

Folhas 1834 520 541

Galhos grossos 126 1106 801

Galhos finos 3183 771 2798

Cascas 3041 1296 2703

R crenaticupula

Folhas 3671 465 511

Galhos grossos 1194 3344 1012

0 sem atividade 1 ndash 50 pouca atividade 51 ndash 75 moderada atividade 76 ndash 100 muita atividade

Legenda SF-295 = glioblastoma humano HCT-8 = coacutelon humano MDAMB-435 = mama humano

124

Verificou-se que o extrato com a maior atividade citotoacutexica para ceacutelulas SF-295

(glioblastona ndash humano) e HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano) apresentou uma elevada

capacidade de sequumlestrar o radical livre DPPH assim como o extrato com menor

atividade antioxidante foi um dos extratos que na avaliaccedilatildeo para capacidade de inibir

o crescimento de linhagem de ceacutelulas tumorais apresentou baixas percentagens de

inibiccedilatildeo Tal resultado corrobora com os trabalhos que indicam os radicais livres

como fatores contribuintes com a patologia testada

125

6 CONCLUSOtildeES

Este estudo contribuiu para o conhecimento do perfil quiacutemico das espeacutecies E

citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R

crenaticupula atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento

das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo

para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras

Das espeacutecies estudadas as espeacutecies do gecircnero Ocotea apresentaram o melhor

perfil em relaccedilatildeo a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos uma vez que em

todas os oacutergatildeos vegetais dessas planta foi verificado tais substacircncias

Analisou-se o perfil alcaloiacutedico em espeacutecies com baixa concentraccedilatildeo de alcaloacuteides

por meio de espectrometria de massa Dessa forma torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de diversas ferramentas para concluir se uma espeacutecie conteacutem ou natildeo uma

determinada classe de substacircncia

Confirmou-se a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas

concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne

Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na

maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos

e aporfiacutenicos

Os rendimentos dos oacuteleos essenciais variaram de 002 a 429 em que as

espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os menores rendimentos

em todas as partes (folhas galhos e cascas) apresentando como constituinte

majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido

Os oacuteleos essenciais das espeacutecies de Endlicheria apresentaram os maiores

rendimentos A identificaccedilatildeo dos constituintes por cromatografia gasosa e RMN1H

identificou a presenccedila de geranato de metila nos oacuteleos de galhos e folhas de

Endlicheria citriodora com percentagem superior a 93 em ambas as partes

126

Nas atividades bioloacutegicas a espeacutecie Ocotea minor apresentou resultado positivo na

inibiccedilatildeo qualitativa para enzima acetilcolinesterase e alta capacidade sequestrante

do radical livre DPPH com CE50 de 731 plusmn 032 μgmL comparado com o padratildeo

quercetina de CE50 413 plusmn 0042 μgmL

Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram capacidade de inibir

qualitativamente a accedilatildeo da enzima acetilcolinesterase confirmando assim dados da

literatura de que espeacutecies ricas em alcaloacuteides satildeo fontes potenciais na busca de

inibidores desta enzima

As espeacutecies dos trecircs gecircneros natildeo apresentaram alta citotoxidade em nenhuma das

linhagens de ceacutelulas tumorais testadas

Este estudo abre perspectivas para que novas investigaccedilotildees envolvendo a famiacutelia

Lauraceae sejam realizados notadamente em relaccedilatildeo a definitiva elucidaccedilatildeo

estrutural dos principais constituintes dos extratos e oacuteleos essenciais proveniente de

diferentes partes da planta e no estabelecimento das suas propriedades bioloacutegicas

Considerando que substacircncias naturais podem ser responsaacuteveis pelo efeito de

proteccedilatildeo contra os riscos de muitos processos patoloacutegicos os resultados descritos

neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a accedilatildeo

antioxidante de substacircncias isoladas de espeacutecies O ceanothifolia e Ocotea minor e

atividades bioloacutegicas para o oacuteleo de E citriodora

127

7 REFEREcircNCIAS

Adams R P Identification of essential oil components by gaacutes chromatography

quadrupole mass spectroscopy Allured Card Stream IL 2007

Aguiar L M G et al Cecilin a 1-benzyl--carboline from Aniba santaladora

Phytochemistry n 19 p 1859-1860 1980

Alcacircntara J M Bioprospecccedilatildeo de espeacutecies amazocircnicas da famiacutelia Lauraceae com

potencial aromaacutetico e medicinal Manaus AM UFAM Pp139 2009

Alcantara J M Yamaguchi K K de L Silva J R de A Veiga Junior V F

Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais das folhas e caules de

Rhodostemonodaphne parvifolia Madrintildeaacuten (Lauraceae) Acta Amazocircnica Vol40 No3

pp 567-571 2010

Almeida M R Lima J A Santos N P Pinto A C Pereirina o primeiro alcaloide

isolado no Brasil Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 19 No 4 Pp 942-952

2009

Almeida V L Leitatildeo L C B Montanari C A Donnici C L Lopes M T P

Cacircncer e agentes neoplaacutesicos ciclo-celular especiacuteficos e ciclo-celular natildeo

especiacuteficos que interagem com o DNA uma introduccedilatildeo Quiacutemica Nova Vol 28 No

01 Pp 118-129 2005

Alves C Q David J M David J P Bahia M V Aguiar R M Meacutetodos para

determinaccedilatildeo de atividade antioxidante in vitro em substratos orgacircnicos Quiacutemica

Nova Vol 33 No10 Pp 2202-2210 2010

Anderson D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic

and other damage Mutation Research Vol 350 No01 p103-108 1996

Andrade L A F Alguns aspectos neurobioloacutegicos do envelhecimento cerebral

Revista Ciecircncia e Cultura Vol 40 Pp 665-672 1988

Antunes RMP Lima EO Pereira M SV Camara CA Arruda TA Catatildeo

RMR Barbosa TP Nunes XP Dias CS Silva TMS Atividade

antimicrobiana in vitro e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo inibitoacuteria miacutenina (CIM) de

128

fitoconstituintes e produtos sinteacuteticos sobre bacteacuterias e fungos leveduriformes

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol16 No 04 Pp517-524 2006

Arauacutejo Jr C P Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais de

frutas ciacutetricas Dissertaccedilatildeo de mestrado da Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2009

Arauacutejo A J Lordello A L L Maia B H L N S Anaacutelise comparativa dos oacuteleos

essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula Revista visatildeo acadecircmica Vol 02

No 02 Pp 81-84 2001

Baitello J B Novas espeacutecies de Lauraceae para a Flora Brasileira Acta Botacircnica

Vol 15 No 03 Pp 149-223 2001

Ballabeni V Tognolini M Giorgio C Bertoni S Bruni R Barocelli E Ocotea

quixos Lam essential oil In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties

Fitoterapia Vol 81 No 4 Pp 289-295 2010

Baratta MT Dorman HJD Deans SG Biondi DM RubertoG Chemical

composition antimicrobial and antioxidative activity of laurel sage rosemary

oregano and coriander essential oils Journal of Essencial Oil Research Vol 10 No

06 Pp 618-627 1998

Barbosa Filho J M Ocotea duckei excepcional source of yanganabin and other

furofuran lignans Anais da Academia Brasileira de Ciecircncias v 71 n 2 p 231-238

1999

Barbosa Filho J M Medeiros K C P Diniz M F Batista L M Athayde-Filho

PF Silva M S da-Cunha E VL Almeida J RG S Quintans-Juacutenior L J

Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol16 No 02 Pp 258-285 2006

Barbosa-Filho J M Lignanas neolignanas e seus anaacutelogos In CMO Simotildees et

al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da

UFSC Porto Alegre capiacutetulo 22 Florianoacutepolis 2004

129

Barbosa-FilhoJ M Cunha R M Dias C S Athayde-Filho P F Silva M S

Cunha E V L Machado M I L Craveiro A A Medeiros I A GC-MS Analysis

and cardiovascular activity of the essential oil of Ocotea duckei Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 18 No 01 Pp37-41 2008

Barnes J D Thomas M J K Mendham J Denney R C Vogel Anaacutelise Quiacutemica

Quantitativa Editora LTC 6ordf ediccedilatildeo 2002

Barreiros A L B S David J M Estresse oxidativo relaccedilatildeo entre geraccedilatildeo de

espeacutecies reativas e defesa do organismo Quiacutemica Nova Vol29 No1 Pp 113-123

2006

Barroso G M Guimaratildees E F Ichaso C L F Costa C G Peixoto A L

Sistemaacutetica de Angiosperma do Brasil Vol 01 2deg Ediccedilatildeo EDUSP Pp 255 Satildeo

Paulo 2002

Behling E B Sendatildeo M C Francescato H D C Antunes L M G Bianchi

Flavonoacuteide quercetina aspectos gerais e accedilotildees bioloacutegicas Alimentos Nutriccedilatildeo

Araraquara Vol 15 No 03 Pp 285-292 2004

Berkov S Batisda J Nikova M Viladomat F Codina C Rapid TLCCG-MS

Identification of Acetylcholinesterase inhibitors in alkaloid extraxts Phytochemical

analysis Vol 19 Pp 411-419 2008

Berridge M V Tan A S McCoy K D Wang R The Biochemical and Cellular

Basis of Cell Proliferation Assays that Use Tetrazolium Salts Biochemica Vol 04

Pp 14-19 1996

Bianchi M L P Antunes L M G Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta Revista de Nutriccedilatildeo Vol 12 No 02 Pp 123-130 1999

Borek C Antioxidants and cacircncer Science amp Medicine Vol 04 No 06 Pp 52-62

1997

Boscolo O H Mendonccedila-Filho RFW Menezes FS Senna-Valle L Potencial

antioxidante de algumas plantas de restinga citadas como medicinais Revista

Brasileira de Plantas Medicinais Vol09 No 01 Pp8-12 2007

130

Botelho P S Moraes M M Neves I A Neves R C S Ribeiro N C Born F

S Camara C A G Composiccedilatildeo quiacutemica e accedilatildeo repelente do oacuteleo essencial

Ocotea gardneri (meisn) mez sobre o aacutecaro rajado tetranychus urticae koch IX

Jornada de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (JEPEX) VI semana Nacional de Ciecircncias

e Tecnologia UFRPE 2009

Brandatildeo H N David J P Couto R D Nascimento J A P David J M

Quiacutemica e farmacologia de quimioteraacutepicos antineoplaacutesicos derivados de plantas

Quiacutemica Nova Vol 33 No 06 Pp 1359-1369

Braz Filho R Contribuiccedilatildeo da fitoquiacutemica para o desenvolvimento de um paiacutes

emergente Quiacutemica Nova Vol 33 No 01 Pp 229-239 2010

Bresolin T M B Cechinel ndash Filho V Ciecircncias Farmacecircuticas Contribuiccedilatildeo ao

desenvolvimento de novos faacutermacos e Medicamentos Editora Univali 1ordm ediccedilatildeoPp

29 2003

Bruice P Y Quiacutemica Orgacircnica Vol 01 4ordf ediccedilatildeo Pearson Prentice Hall 2006

Bruni R Medici A Lista A Fantini C Muzzoli M Dehesa M Romagnoli C

Sacchetti G Chemical Composition and Biological Activities of Ishpingo Essential

Oil aTraditional Ecuadorian Spice from Ocotea quixos (Lam) Kosterm (Lauraceae)

flower calices Food chemistry Vol 85 No 03 Pp 413-421 2003

Calow P Marine and estuarine invertebrate toxicity tests In Hoffman D et al

Handbook in cytotoxicology Oxford Blackwell Scientific Publication Vol 01 Pp 1-5

1993

Carballo JL Hernaacutendez-Inda ZL Peacuterez P Garciacutea-Graacutevalos MD A comparison

between two brine shrimp assays to detect in vitro cytotoxicity in marine natural

products BMC Biotechnology Vol 2 Pp1-5 2002

Castro-Faria-Neto HC Bozza PT Cruz HN Silva CLM Violante FA

Barbosa-Filho JM Thomas G Martins MA Tibiriccedilaacute EV Noel F Cordeiro

RSB Yangambin a new naturally occuring platelet activating factor receptor

antagonist binding and in vitro functional studies Planta Medica Vol61 Pp 101-

105 1995

131

Cavalcanti M F Oliveira M C F Velandia J R Echevarria A Siacutentese de 135-

triazinas substituiacutedas e avaliaccedilatildeo da toxicidade frente a Artemia Salina leach

Quiacutemica Nova Vol23 No 01 Pp 20 2000

Cechinel FilhoV Bresolin T M B Ciecircncias farmacecircuticas desenvolvimento de

novos faacutermacos e medicamentos Editora Univali Pp 239 2003

Chanderbali A S Lauraceae Endlicheria Flora Neotropical Monografia 91 New

York New York Botanical Garden 2004

Chang J Medicinal Herbs Drugs or dietary supplements Biochechemical

Pharmacology Vol 59 No 3 Pp211-219 2000

Chaverri C Ciccioacute J F Essential oil of trees of the genus Ocotea Lauraceae) in

Costa Rica Revista biologia Tropical Vol 53 No 3 Pp 431-436 2005

Chaverri C Ciccioacute JF Volatile constituents of the oils from Povedadaphne

quadriporata (Lauraceae) from ldquoAlberto M Brenesrdquo biological preserve Costa Rica

Quiacutemica Nova Vol 31 No 03 Pp 605-609 2008

Chavez J P Gottlieb O R Yoshida M 10-Desmethyl-1-methyleudesmanes

from Ocotea corymbosa Phytochemistry Vol 39 No 04 Pp 849-852 1995

Cheng S Liu J Tsai K Chen W Chang S Chemical composition and

mosquito larvicidal activity of essential oils from leaves of different Cinnamomum

osmophloeum provenances Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 52 No

22 Pp 4395-4400 2004

Cordell G A Quirn-Beattie M L Farnsworth N R The potential of alkaloids in

drug discovery Phytotherapy Research Vol 15 Pp 183-205 2001

Cragg G M Newman DJ Biodiversidade Um componente essencial na

descoberta de faacutermacos In Yunes R A Cechinel Filho V Quiacutemica de produtos

Naturais novos faacutermacos e a moderna farmacognosia 2ordf ediccedilatildeo Editora Univali

Pp58-62 2009

Cunha A P Salgueiro L Roque O R Farmacognosia e fitoquiacutemica Capiacutetulo 22

1ordm ediccedilatildeo Fundaccedilatildeo Calouste Gulenkian 2005

132

Degani A L G Cass Q B Vieira P C Cromatografia um breve ensaio Quiacutemica

Nova na Escola No 07 Pp 21-25 1998

Dewick P M Medicinal natural product a biosynthetic approach 2ordm ediccedilatildeo John

Wiley amp Sons 2002

Di Carlo G Mascolo N Izzo A A Capasso F Flavonoids old and new aspects

of a class of natural therapeutic drugs Life Science Tucson Vol 65 No 4 Pp 337-

353 1999

Dias B F S A implementaccedilatildeo da convenccedilatildeo sobre diversidade bioloacutegica no Brasil

desafios e oportunidades Campinas Andreacute Tosello Pp 1 1996

Droumlge W Free radicals in the physiological control of cell function Physiological

Reviews 2002

Duarte J A Appell H J Carvalho F Bastos M L Soares J M Endothelium-

derived oxidative stress may contribute to exercise-induced muscle damage Vol14

No08 Pp440-443 1993

Duarte M C T Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromaacuteticas

Utilizadas no Brasil Multiciecircncia Construindo uma histoacuteria sobre os Produtos

Naturais Universidade Estadual de Campinas No 07 2006

Ellman GL et al A new and rapid colorimetric determination of

Acetylcholinesterase activity Biochemical Pharmacoogy Vol 07 Pp 88-95 1961

Elsayed N M Antioxidant mobilization in response to oxidative stress a dynamic

environmentalndashnutritional interaction Nutrition Vol 17 No 10 2001

Fernandes ES Passos GF Medeiros R Cunha FM Ferreira J Campos

MM Pianowski LF Calixto JB Anti-inflammatory effects of compounds alpha-

humulene and (minus)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia

verbenaacutecea Journal of Ethnopharmacology Vol110 Pp323ndash333 2007

Ferraz A Screening for antiproliferative activity of six southem Brazilian species of

Hyperisum Phytochemistry Vol 12 Pp 112-115 2005

133

Finney D L Em Probit Analysis 3o ediccedilatildeo Editora Cambridge University Press

Cambridge Pp 76-80 1971

Fleschin S Fleschin M Nita S Pavel E Magearu V Free radicals ediated

protein oxidation in biochemistry Roum Biotechnology Letters No 06 Vol 05 Pp

479-495 2000

Fournet A Ferreira M E A R A Guy I Guinaudeau H Heinzen H

Phytochemical and antiprotozoal activity of Ocotea lancifolia

Fitoterapia Vol 78 No 5 Pp 382-384 2007

Francis P T Palmer A M Snape M Wilcov G K The cholinergic hypothesis of

Alzeimeracutes disease a review of progress Journal of Neurology Neurosurgery amp

Psychiatry Vol 66 No 02 Pp 137-147 1999

Giordani R B Pagliosa L B Henriques A T Zuanazzi JA Investigaccedilatildeo do

potencial antioxidante e anticolinesteraacutesico de Hippeastrum (Amaryllidaceae)

Quiacutemica Nova Vol 31 No 8 Pp 2042-2046 2008

Gottlieb O R amp Yoshida M Neolignanas antitumorais Ciecircncia e Cultura Vol 32

Pp 93-100 1978

Gottlieb O R Fineberg M Guimaratildees M L Magalhatildees M T Maravalhas M

Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromaacuteticas e Oacuteleos Essenciais

Vol 11 No 1 1965

Gottlieb O R Kaplan M A C Borin M R Biodiversidade um enfoque quiacutemico-

bioloacutegico Rio de Janeiro Editora UFRJ 1996

Gottlieb O R Salatino A Funccedilatildeo e evoluccedilatildeo e evoluccedilatildeo de oacuteleos essenciais e de

suas estruturas secretoras Ciecircncia e Cultura Vol 39 Pp 707-715 1987

Gottlieb O R Yoshida M Lignoacuteides com atenccedilatildeo especiala quiacutemica das

neolignanas Quiacutemica Nova Vol 07 No 4 Pp 250-254 1984

Gottlieb OR Koketzu M Magalhatildees MT Maia JGS Mendes PH Rocha A

I Silva ML Wilberg VC Amazonian Essential Oils VII Acta Amazonica Vol11

No1 Pp 143-148 1981

134

Gocircuvea C M C P Oxidaccedilotildees bioloacutegicas e atividade vegetal In Fitoteraacutepicos anti-

inflamatoacuterios aspectos quiacutemicos e aplicaccedilotildees terapecircuticas Carvalho J C T coord

Ribeiratildeo Preto Editora Tecmed Pp 101-124 2004

Guaratini T Medeiros M H G Colepicolo P antioxidantes na manutenccedilatildeo do

equiliacutebrio redox cutacircneo uso e avaliaccedilatildeo de sua eficaacutecia Quiacutemica Nova Vol 30 No

01 Pp 206-213 2007

Guinaudeau H Aporphinoid alkaloids III Journal of Natural Products Vol 46 No 6

Pp 761-835 1983

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphine Alkaloids V Journal of Natural

Products Vol57 No08 Pp 1033-1135 1994

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphinoid alkaloids II Journal of Natural

Products Vol 42 No 4 Pp 761-835 1979

Halliwell B Antioxidants in Human Health and Disease Annual Review of Nutrition

Vol 16 Pp 33-50 1996

Halliwell B Free radicals and antioxidants a personal view Nutrition Reviews

Vol52 No8 Pp253-265 1994

Halliwell B The antioxidant paradox The Lancet Vol355 No 01 Pp 1179 - 1180

2000

Henriques A T Limberger R P Kerber V A Moreno PRH Alcaloacuteides

Generalidades e aspectos baacutesicos In In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC

Porto Alegre capiacutetulo 29 Florianoacutepolis 2004

Heo H J Hang S C Cho H Y Hong B Kim H K Kim E Ki Shim D H

Amelioiating effect of gardenia jasminoides extract on Amyloid beta peptide ndash

induced Neuronal cell deficit Molecules and cells Vol 24 No 1 Pp 113-118 2002

Hostettman K Queiroz E F Vieira PC Princiacutepios ativos de plantas superiores

Editora UFSCar Satildeo Carlos 2003

135

httpwwwprossigabrottogottlieb Enigmas das Lauraceaes Programa de

Informaccedilatildeo para Gestatildeo de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de

Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia Pesquisado em 20 de julho de 2010

httpwwwwhointresearches acessado em 15 de fevereiro de 2011

Ingkaninan K Hazekamp A Hak AC Balconi S Verpoort R High

performance liquid chromatography with online coupled UV-mass spectrophometric-

biochemical detection for identification of acetyl cholinesterase inhibitors from natural

products Journal of Liquid Chromatography amp Related Technologies Vol 872 Pp

61-73 2000

Jia Q Qiu Z Nissanka A Farow T M US Patent Application Kind Code serial

nordm 741215series code 09 2000

Juergens UR Stober M Vetter H Inhibition of cytokine production and

arachidonic acid metabolism by eucalyptol (18-cineole) in human blood monocytes

in vitro European Journal of Medical Research Vol 03 Pp407-412 1998

Keynes RG Garthwaite J Nitric Oxide and its Role in Ischaemic Brain Injury

Current Molecular Medicine Vol 04 No02 Pp 179-191 2004

Kurtz B C Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura do estrato arboacutereo de um trecho de

Mata Atlacircntica situado na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Estadual de Paraiacuteso Municiacutepio de

Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia 51(78-79) Pp 69-112

2000

Lanccedilas F M Cromatografia em Fase Gasosa 1ordm ediccedilatildeo Acta Eventos Vol 01

Satildeo Carlos 1993

Lima I O Oliveira R A G Lima E O L Farias N M P Souza E L Atividade

antifuacutengica de oacuteleos essenciais sobre espeacutecies de Candida Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 16 No 02 Pp 197-201 2006

Lima M P Silva T M D Dilva J D Zoghbi M G Andrade E H Essential oil

composition of leaf and fine stem of Aniba canelilla (Kunth) Mez from Manaus Brazil

Acta Amazocircnica Vol 34 No02Pp 329 ndash 330 2004

136

Loacutepez S Bastida J Viladomat F Codina C Acetylcholinesterase inhibitory

activity oh some Amaryllidaceae alkaloids and Narcissus extratcts Life Sciences

Vol 71 No 21 Pp 2521-2529 2002

Lorenzi H Aacutervores Brasileiras ndash Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas

Arboacutereas Nativas do Brasil Vol2 2ordfediccedilatildeo Editora Plantarum Nova Odessa ndash SP

Pp 368 2002

Ma W W Anderson J E McLaughlin JL Bioactive Benzyl Benzoates from the

Roots of Endlicheria Dysodantha Pharmaceutical Biology Vol 29 No 3 Pp 237 ndash

239 1991

Maciel M A M Pinto A C Veiga Jr V F Plantas medicinais a necessidade de

estudos multidisciplinares Quiacutemica Nova Vol 25 No 3 Pp 429-438 2002

Madrintildeaacuten S Rhodosteonodaphne (Lauraceae) Flora neotropical Monografia 92

New York New York Botanical Garden 2004

Marques C A Importacircncia Econocircmica da Famiacutelia Lauraceae Floresta e Ambiente

Universidade Federal de Viccedilosa Vol 8 No1 JanDez Pp195-206 2001

Mclaughlin JL Saizarbitori TC Anderson JE Tres bioensayos simples para

quimicos de productos naturales Revista Sociedade Venezuelana de Quimica Vol

08 Pp13-18 1995

Meirelles U M F et al Algumas accedilotildees bioloacutegicas do 1-(p-metoxibenzil)-67-

metilenodioxiisoquinolina Acta Amazonica v 7 n 1 p 39-40 1979

Mensor L L Screening of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of

DPPH free radical method Phytotherapy Research Vol 16 Pp 127 2001

Menut C Bessieacutere J M Hassani M S Buchbauer G Schopper B Chemical

and biological studies of Ocotea comoriensis bark essential oil Flavour and

Fragrance journal Vol 17 Pp 459-461 2002

Meyer B N Ferrigni N R Putnam J E Jacobsen L B Nichols B McLaughlin

J L Journal of Medicinal Plant Research vol 45 Pp 31-34 1982

137

Miyazawa M Tougo H Ishihara M Inhibition of acetylcholinesterase activity by

essential oil from Citrus paradise Natural Product Letters Vol 15 No 03 Pp205-

210 2001

Moellering Jr RC Novos desafios no campo das doenccedilas infecciosas In

Patoacutegenos emergentes nas doenccedilas infecciosas Relatoacuterio Especial Hospital

Praacutectice Euromeacutedice Editora Meacutedicas Pp5-7 2000

Morais L C S L Barbosa-Filho J M Almeida R N Central depressant effects

of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice Journal of

Ethnopharmacology Vol 62 No 1 Pp 57-61 1998

Mossman T Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival application to

proliferation and cytotoxicity assays Journal of Immunological Methods Vol 65

No02 Pp 55-63 1983

Nodori RO Guerra MP Biodiversidade aspectos bioloacutegicos geograacuteficos legais

e eacuteticos In CMO Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento

Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16

Florianoacutepolis 2004

Nordberg J Arneacuter SJ Reactive oxygen species antioxidants and the mammalian

thioredoxin system Free Radical Biology and Medicine Vol 31 Pp1287-1312

2001

Nunes X P Mesquita R F Silva D A Lira D P Costa V C O Silva MV B

Xavier A L Diniz MF F M Agra M F Constituintes quiacutemicos avaliaccedilatildeo das

atividades citotoacutexica e antioxidante de Mimosa paraibana Barneby (Mimosaceae)

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18 (Supl) Pp 718-723 2008

Oliveira P A Estudo fitoquiacutemico e atividades bioloacutegicas de extratos de Goupia

glabra Aublet (cupiuacuteba) Dissertaccedilatildeo do Mestrado em Quiacutemica Universidade Federal

do Amazonas Pp 65-68 2010

Palazzo M C Agius B R Wright B S Haber W A Moriarity D M Setzer

W N Chemical Compositions and Cytotoxic Activities of Leaf Essential Oils of Four

138

Lauraceae Tree Species from Monteverde Costa Rica Records Natural Products

Vol 03 No01 Pp32-372009

Pereira P S Franccedila S C Oliveira P V A Breves C M S Pereira S I V

Sampaio S V Nomizo A Dias A D Chemical constituents from

Tabernaemontana catharinensis root bark a brief NMR review of iacutendole alkaloids

and in vitro cytotoxicity Quiacutemica Nova Vol 31 No 01 Pp 20-24 2008

Perry N S L Bollen C Perry E K Ballard C Salvia for dementia therapy

review of pharmacological activity and pilot tolerability clinical trial Pharmacology

biochemistry and behavior Vol 75 No 3 Pp 651-659 2003

Phillipson G W Anderson A C Journal Ethnopharmacol Vol 25 Pp 61 1998

acetylcholinesterase activity by essential oils of Mentha species Journal of

Agriculture and Food Chemistry Vol 46 Pp 3431-3434 1998

Pinto A C Silva D H S Bolzani V S Lopes N P Epifanio R A Produtos

Naturais Atualidade desafios e perspectivas Quiacutemica Nova Vol 25 Supl 01 Pp

45-61 2002

Quik M Jeyarasasingam G Nicotine receptor and Parkinsonrsquos disease European

Journal of Parkinsonrsquos disease Vol 393 Vol 1-3 Pp 223-230 1999

Quinet A Andreata R H P Lauraceae Jussieu na Reserva Ecoloacutegica de Macaeacute

de Cima municiacutepio de Nova Friburgo Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia vol53

No82 Pp59ndash121 Rio de Janeiro 2002

Rahalison L Hamburger M Monod M Frenk E Hostettmann K Antifungal

tests in phytochemical investigations comparison of bioautographic methods using

phytopatogenic and human pathogenic fungi Planta Meacutedica Vol60 Pp 41-44 1994

Rahimi-Nasrabadi M Gholivand M B Batooli H Chemical composition of the

essential oil from leaves and flowering aerial parts of Haplophyllum robstum

(Rutaceae) Journal of nanomaterials and biostructures Vol 4 No 4 Pp 819-822

2009

139

Rajendran V Shong Suo-Bao Saxena A Doctor B P Kozikowski A P

Synthesis of a hybrid analog of the acetylcholinesterase inhibitor huperzine A and

huperzine B Tetrahedron Letters Vol 42 No 01 Pp 5359-5361 2001

Rhee I K Van der Meent M Ingkaninan K Verpoorte R Screening for

acetylcholinesterase inhibitors from from Amararyllidaceae using silica gel thin-layer

chromatography in combination with bioactivity staining Journal of chromatography

A Vol 915 No1 Pp 217-223 2001

Ribeiro J E L S Hopkins M J G Vicentini A Sothers C A Costa M A da

S Brito J M Martins L H P Lohmann LG Assunccedilatildeo P A C L Pereira E

C Silva C F Mesquita M R Proacutescoacutepio L C Flora da Reserva Ducke Guia de

identificaccedilatildeo das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazocircnia

Central Pp 151 Manaus INPA 1999

Ribeiro RA Carmo LG Vladimorova I Jurkiewicz NH Jurkiewicz A

Nantenine blocks muscle contraction and Ca2+ transient induced by noradrenaline

and K+ in rat vas deferens European Journal of Pharmacology Vol 470 No 01 Pp

37-43 2003

Rizzini C T Mors W B Botacircnica Econocircmica Brasileira Editora EDUSP Satildeo

Paulo Pp 119 1976

Rizzini CT amp MorsWB Botacircnica econocircmica brasileira 2ed Acircmbito cultural Rio

de Janeiro Pp 56 1995

Robbers J E Speedie M K Tyler V E Farmacognosia farmacobiotecnologia

editor Premier Pp 163 Satildeo Paulo 1997

Rodriacuteguez M Hasegawa M Gonzaacutelez-Muacutejica F Motta N Castillo A Castillo

J Zea E Mora K Sousa A G Camejo D Antidiabetic and antiradical activities

of plants from Venezuelan Amazon Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18

No 03 Pp 331-338 2008

Rohwer JG Lauraceae In Kubitzki K Rohwer JG amp Bittrich V (Eds) The

families and genera of vascular plants Springer-Verlag Berlim Vol 2 Pp 366-391

1993

140

Rover Juacutenior L Houmlehr N F Vellasco A P Sistema antioxidante envolvendo o

ciclo metaboacutelico da glutationa associado a meacutetodos eletroanaliacuteticos na avaliaccedilatildeo do

estresse oxidativo Quimica Nova Vol 24 No 01 Pp 112-119 2001

Saacutenchez-moreno C A procedure to measure the antiradical efficiency of

polyphenols Journal of the Science of Food and Agriculture Vol 76No 02 Pp

270-276 1998

Sangirardi Jr Botacircnica fantaacutesticaplantas da mitologia religiatildeo magiaEd

Brasiliense Pp 113 ilust Satildeo Paulo 1984

Santos C C Estudo Quiacutemico de Endlicheria sericeae Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade Estadual de Campinas Instituto de Quiacutemica 1976

Santos R I Metabolismo baacutesico e origem dos metaboacutelitos secundaacuterios In CMO

Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade

UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

Santos-Filho D Gilbert B The alkaloids of Nectandra megapotamica

Phytochemistry v 14 p 821-822 1975

Silva D B Matos M F C Nakashita S T Misu C K Yoshida N C Carollo C

A Fabri J R MIglio H S Siqueira J M Isolamento e avaliaccedilatildeo da atividade

citotoacutexica de alguns alcaloacuteides oxoaporfiacutenicos obtidos de Annonaceae Quiacutemica

Nova Vol 30 No 08 Pp 1809-1812 2007

Silva I G Barbosa-Filho J M da Silva M S de Lacerda C D G da-Cunha

E V L Coclaurine from Ocotea duckei Biochemical Systematics and Ecology Vol

30No 9 Pp 881-883 2002

Silva J Abebe W Sousa SM Duarte VG Machado MIL Matos FJA

Analgesic and anti-inflammatory effects of essential oils of Eucalyptus Journal of

Ethnopharmacology Vol 89 No 02 Pp 277-283 2003

Silva L M G E Hamesrki L Garcez FR (PQ) Garcez WS Atividade larvicida

contra Aedes aegypti da Dicentrina isolada de Ocotea vellosiana (Lauraceae)

141

Sociedade Brasileira de Quiacutemica (SBQ) 31a Reuniatildeo Anual da Sociedade Brasileira

de Quiacutemica 2009

Silva R S Ribeiro C M R Borges M N Blois G S O Oacuteleo essencial de

limatildeo no ensino da cromatografia em camada delgada Quiacutemica Nova Vol32 No8

Pp 2234-2237 2009

Silva S L Chaar J S Figueiredo P M Yano T Cytotoxic evaluation of

essential oil from Casearia sylvestris Sw on human cancer cells and erythrocytes

Acta Amazocircnica Vol 38 No 01 Pp 107-112 2008

Silva S L Figueiredo P MYano T Cytotoxic evaluation of essential oil from

Zanthoxylum rhoifolium Lam Leaves Acta Amazocircnica Vol 32 No 02 Pp 281-286

2007

Simatildeo AM Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicoloacutegico Satildeo Paulo Nobel

1985

Simotildees CMO Spitzer V Oacuteleos Volaacuteteis In Simoes CMO Schenkel EP

Gosmann G Mello JC P Mentz LA Petrovick (orgs) Farmacognosia da planta

ao medicamento 5ordm ediccedilatildeo Universidade UFRGS Ed da UFSC Porto Alegre

p467 2004

Skehan P Storeng R Scudiero D Monks A McMahon J Vistica D Warren

J T Bodesch H Kenney S Boyd M R New Colorimetric Cytotoxicity Assay for

Anticancer-Drug Screening Journal of the national cancer institute Vol 82 No 13

Pp 1107-1112 1990

Soler-Rivas C Espın JC Wichers HJ 2000 An easy and fast test to compare

total free radical scavenger capacity of foodstuffs Phytochemistry Analysis Vol 11

Pp 1ndash9 2000

Souza C M M Rocha e Silva H Vieira-Jr G M Ayres M C C da Costa C L

S Arauacutejo D S Cavalcante L C D Barros E D S Arauacutejo P B M Brandatildeo M

S Chaves M H Fenoacuteis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais

Quiacutemica Nova Vol 30 No 02 Pp351-355 2007

142

Souza W M Estudo quiacutemico e das atividades bioloacutegicas dos alcaloacuteides indoacutelicos e

himatanthus lancifolius (muell arg) woodson apocynaceae ndash (agoniada) Tese

(Doutorado em Ciecircncias Farmacecircuticas) Universidade Federal do Paranaacute Curitiba

2008

Sulaiman S N Mukhtar M R Hadi A H A Awang K Hazni H Zahari A

Litaudon M Zaima K Morita H Lancifoliaine a New Bisbenzylisoquinoline from

the Bark of Litsea lancifolia Molecules Vol16Pp3119-3127 2011

Tabarrini O Cecchetti V Temperini A Filipponi E Lmperti M G Fravolini A

Velnacrine thia analogues as potential agents for treating alzheimeracutes Bioorganic

and Medicinal Chemistry Vol 09 No 11 Pp 2921-2928 2001

Takaku S Haber W A Setzer W Leaf essential oil composition of 10 species of

Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical Systematics and

Ecology Vol35 No08 Pp 525-532 2007

Takaku S Harber W A Setzer W N Leaf essential oil composition of 10 species

of Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical systematic and

ecology Vol35 Pp 525-532 2007

Telascrea M Arauacutejo CC Cavalheiro AJ Marques MOM Facanali R

Moraes PLR Essential oils from leaves of Cryptocarya spp from the atlantic rain

forest Quiacutemica Nova Vol 31 No 3 Pp 503-507 2008

Tiveron A P Atividade antioxidante e composiccedilatildeo fenoacutelica de legumes e verduras

consumidos no Brasil Dissertaccedilatildeo de mestrado em Ciecircncias e tecnologia de

alimentos Universidade de Satildeo Paulo Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de

Queirozrdquo 2010

Ur-Rahman A Parveen S S Khalid A Farroq A Choudhardr M I Acetyl and

butyrylcholinesterase ndash Inhibiting triterpenoid Phytochemistry Vol 58 No 6 Pp

963-968 2001

Vargas F de S Estudo comparativo entre teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de atividades

antioxidantes de espeacutecies de plantas da Amazocircnia Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Patologia Tropical Universidade Federal do Amazonas 2008

143

Vattimo-Gil I A O gecircnero Ocotea Aubl no sul do Brasil I Espeacutecies de Santa

Catarina e do Paranaacute Pp 265-350 1956

Verbel J O Cervera T G Fernandez J G Colorado B J Stashenko E

Chemical composition and antioxidant activity of essential oils isolated from

Colombian plants Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 20 No 4 2010

Viegas Jr C Bolzani V S Barreiro E J Os produtos Naturais e a quiacutemica

medicinal moderna Quiacutemica Nova Vol29 No 02 Pp 326-337 2006

Viegas Junior Bolzani V S Furlan M Fraga C A M Barreiro Produtos

Naturais como candidatos a faacutermacos uacuteteis no tratamento do mal de Alzheimer

Quiacutemica Nova Vol 27 No 4 Pp 655-660 2004

Vilegas J H Y Gottlieb O R Kaplan M A C Gottlieb H E Phytochemistry

Vol 28 No Pp 3577 1989

Wink M Physiology of secondary product formation in plants In CHARLWOOD B

V RHODES MJC (ed) Secondary products from plant tissue culture Oxford

Clarendon 1990

Wu W Huang C Sctructural Elucidation of Isoquinoline Isoquinolone

Benzylisoquinoline Aporphine and Phenanthrene Alkaloids using API-ionspray

Tandem Mass Sprectrometry The Chinese Pharmaceutical Journal Vol 58 Pp 51-

55 2006

Yilmaz Y Toledo R T Health aspects of functional grape seed constituents

Trends in Food Science and Technology Vol 15 No 9 Pp 422-433 2004

Zanin S M W Lordello A L L Alcaloacuteides aporfinoacuteides do gecircnero Ocotea

(Lauraceae) Quiacutemica Nova Vol 30 No 01 Pp 92-98 2007

Zauli R C Pereira M A Cardoso L G V Silva J M SF da Carvalho J C T

Fiorini J E Atividade antimicrobiana e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo Inibitoacuteria

miacutenima e concentraccedilatildeo bactericida miacutenima de Dillenia indica L (flor de abril) Gestatildeo

de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Seminaacuterio de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da UNIFENAS

2004

144

Zheng W Wang S Y Antioxidant Activity and Phenolic Compounds in Selected

Herbs Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 49 No 11 Pp 5165-5170

2001

Zhou B N Johnson R K Mattern MR Wang X Hecht S M Beck H T

Ortiz A Kingston D G J Isolation and Biochemical Characterization of a New

Topoisomerase I Inhibitor from Ocotea leucoxylon Journal of Natural Products

Vol63 No02 Pp 217-221 2000

Zoghbi M G B Andrade E H A Santos A S Silva M H L Maia G S

Constituintes volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae com ocorrecircncia na Floresta

Nacional de Caxiuanatilde ndash Melgaccedilo ndash PA CBO 014 - estaccedilatildeo cientiacutefica Ferreira Penna

2005

Zuanazzi J A S Montana J A Flavonoacuteides In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm

ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

1

AVALIACcedilOtildeES QUIacuteMICABIOLOacuteGICAS OacuteLEO ESSENCIAL PERFIL

ALCALOIacuteDICO PROSPECCcedilAtildeO

Oacutergatildeo vegetal

Antioxidante (μgmL)

Anti ACh

E

Artemia salina

(μgmL)

HCT ndash 8 ()

MDAMB-435 ()

SF-295 ()

Rend ()

Constituinte majoritaacuterio

iacuteons (M+1)

mz

Tipo de alcaloacuteide

Fenol Flavonoacuteide Alcaloacuteide

E citriodora Folhas 16101 - 8301 2896 723 1531 429

geranato de metila 23895

benziliso quiniliacutenico

- - -

Galhos Grossos 4278 + 10000 1632 4117 082 250

geranato de metila 30006 aporfiacutenico + - -

E sericeae

Folhas 977 - 90260 3756 389 4719 013 espatulenol 32995 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 5092 - 100011 3015 1791 2430 010

oacutexido de cariofileno 33009 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 1444 - 229766 2180 4639 773 011

oacutexido de cariofileno 32988 aporfiacutenico + - +

Cascas 1329 - 82381 NR NR NR 006 elemol 33009 aporfiacutenico + + +

O

ceanothifolia

Folhas 1812 - 134640 3556 1228 2798 011 oxido de

cariofileno 29992 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 1564 + 261600 NR NR NR 007

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Galhos Finos 1443 + 262121 NR NR NR 005

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Cascas 1017 - 134287 3273 5041 058 NR NR 31406 aporfiacutenico + - -

O leucoxylon

Folhas 5251 - 388560 3831 1247 3690 013 oxido de

cariofileno 37013 aporfiacutenico + - +

Galhos Grossos 5088 + 165150 2904 955 1188 005

beta-cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 8261 + 254856 1775 3872 2459 002

oxido de cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

O minor

Folhas 821 + 83040 2964 369 436 011 beta-

cariofileno 14389 triptamiacutenico + - +

Galhos Grossos 908 + 146791 7430 1251 7536 004

oacutexido de cariofileno 20507 NI + + +

Galhos Finos 731 + 230218 2220 514 1666 NR NR 20507 NI + + +

Cascas 757 - 243004 3341 419 414 006 oacutexido de

cariofileno 28558 benziliso

quiniliacutenico + + +

R recurva

Folhas 11046 - 129990 1834 520 541 006 beta-selineno 33016 aporfiacutenico - - -

Galhos Grossos 19826 - 38674 126 1106 801 002 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Galhos Finos 12538 - 211285 3183 771 2798 003 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Cascas 5511 - 24385 3041 1296 2703 004 beta-eudesmol NR NI - - +

R

crenaticupula

Folhas 7816 - 167512 3671 465 511 058 delta-cadineno 43691 NI - - +

Galhos Grossos 6701 - 471571 1194 3344 1012 002

aacutecido hexadecanoacuteico 28606

benziliso quiniliacutenico + - +

1

Anexos

2

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Folhas

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Desktop_110324154738 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 202E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

23895

36691

38791

17217

34192

2549830006 39505

2607919891 551014229116706 52224

567114350212107 59112 63914 7355369920 76710

Desktop_110322181603 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 288E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

30006

32988

34612

2960719205

26905 35396

36992

17714

19394 38413 55045522384370515096 61940 66119 68513 75737 78712

3

Espectro de massa de Endlicheria sericea Folhas

Espectro de massa de Endlicheria sericea Cascas

Desktop_110322160544_110322160544 1-12 RT 000-019 AV 12 NL 175E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32995

28592

30013

27416

6211519205

12191 34612 436982689114403452943620820794 51230 6430641507 54051 6193349452 68121 69920 74694

Desktop_110322171533 1-7 RT 001-011 AV 7 NL 549E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

28585

1918434591

2690520787

351932341217686

38420 43698 47093 6193349725 5913316524 64768 69150 75772 79377

4

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos finos

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos grossos

Desktop_110322193119 1-14 RT 000-023 AV 14 NL 167E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32988

28606

3000634619

19184

2080823391

27423 691086611235186

5223838406 550594532218981 61933 7031215082 75744

Desktop_110322190205 1-13 RT 001-022 AV 13 NL 638E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

32813

34192

3000627402

23412

4370535802

2159219184

619335571036012

59133527144970438119

4942441325

647334549717693

17511 7573769948 77732

5

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Galhos

Desktop_110324163345 1-31 RT 001-053 AV 31 NL 684E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

43691

27416

45287

31819

34605

30216

2341251223 61926

35319 54030203815916137405

64733484371918415075 66322 69115 75723

Desktop_110324160838 1-25 RT 000-042 AV 25 NL 106E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28606

33009

31385

20381

27472

1391334381

356132689819198 4371225680

6192641514 5912645322 5503817686 51706 62115

65734 69927 73742 78726

6

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos finos

Desktop_110322164317 1-11 RT 001-019 AV 11 NL 570E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33016

27423

19191

32813

31203

35606 6210843705

17707 619262650645294

15082 36236 59133522312462337398

21893647334290711589 49445

6633669934 74127

Desktop_110322202301 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 124E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3461228193

19205

32589

2678619387

20801 3560655514

69108

3581619009 45315 55038 661265083841906 56907

15089 64019 69612 74232 77529

7

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Folhas

Desktop_110322190322 1-21 RT 001-036 AV 21 NL 104E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3459132589

27402

19205

30013

3559917693 4371926506

36222 52259 550452087815103 6194049438 6372514403 69927 75758

Desktop_110322154038 1-22 RT 000-037 AV 22 NL 366E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

35795

34213

28298

38000274025504552259 6194039610

43712 59133 7153720892 4943826485 6352212086 19226 73735 78544

8

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Cascas

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos finos

Desktop_110324160707 1-18 RT 001-030 AV 18 NL 730E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

13899

31406

33002

30006

34605

2190715089

1809224882

29705

5793625106 5512241535

430825461136894 6072946925

66350 69948 73322 77851

Desktop_110322194703 1-14 RT 001-024 AV 14 NL 266E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

34591

31420

28284

2741635802

1920520808 38406 5504518687 522454371912093 61933 69108 75744 77739

9

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Folhas

Desktop_110322183118 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 118E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2999234605

31413

27409

43719 4529419401

2591119212

25701

5230836208 550454952217686 20787 619684131817490 64754 7592669115

Desktop_110322162056 1-12 RT 001-020 AV 12 NL 341E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

37013

32484

31084

27423

3861672314

26492 44601 70921

24595 5505952273400162179515089 69535 7411349473 6643456634 76542

10

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos grossos

Desktop_110322201310 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 330E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Re

lativ

e A

bu

nd

an

ce

36992

35592

32484

31084

72314

2929970914

3781126499

39386 445946950720878 53897 7393115082 40023 664066194045602 77340

Desktop_110322174442 1-11 RT 001-018 AV 11 NL 240E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

36992

35592

32505

72307

37195

7090731084

29285

37797

28088 3862326506

6952120878 6196144594 52245 55059 7391015089 76325

11

Espectro de massa de Ocotea minor Folhas

Espectro de massa de Ocotea Cascas

Desktop_110322165516 1-9 RT 001-015 AV 9 NL 321E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

14389

20507

17490

12086

23685

27430 346055225240933 5505242907 61947 7953866553 73721

Desktop_110322171506 1-9 RT 000-014 AV 9 NL 917E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28585

2999233009

2690534598

1920520801

372021870814389 22397 37797 43705 6194049501 52245 59119 65132 70032 72321 77550

12

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos grossos

Desktop_110322200126 1-16 RT 000-026 AV 16 NL 262E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

20507

14389

17511

25085

2350313192

2740931798 34605

4370538406 52238 79923619475504546715 64740 7368671530

Desktop_110322185001 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 178E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2050714389

3459117504 31609

23692 28585

13192

43705 5504536236 5223861926 64726 7574473126

13

14

Espectro de RMN 13C

15

Espectro de DEPT

16

rh

Espectro de HSQC

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,

v

AGRADECIMENTOS

O mestrado eacute um momento em que o tempo passa muito raacutepido acompanhado

de disciplinas experimentos e prazos Os ensinamentos adquiridos durante todos

esses 24 meses natildeo podem ser mensurados nem expressos apenas nos resultados

e discussatildeo deste trabalho Mas na tentativa de demonstraacute-los eis meus

agradecimentos

Agrave Deus por tantas becircnccedilatildeos concedidas ao longo da minha vida A todas as

oportunidades que tive de crescer como pessoa e da forccedila nos momentos mais

difiacuteceis sempre colocando na minha vida sinais de Seu infinito amor e de suas

orientaccedilotildees

Aacute minha famiacutelia alicerce fundamental no decorrer dessa caminhada em

especial agrave meus pais Katsuo e Auxiliadora Yamaguchi por terem me dado uma

base de educaccedilatildeo caraacuteter e amor Vocecircs satildeo a aacutervore e eu apenas um fruto que

reflete a criaccedilatildeo que vocecircs deram para a nossa famiacutelia

Ao meu companheiro de mestrado arquiteto querido Kendy Yamaguchi por

compartilhar comigo os mais diversos momentos durante o mestrado

Agrave minha amada irmatilde Kenne Yamaguchi que mesmo estando em Coari

(assim como toda a famiacutelia) sempre esteve perto de mim me dando forccedila para

continuar seguindo em frente

Aos meus cunhados Antocircnia e Miro Yamaguchi por me apoiarem e sempre

terem palavras de conforto e incentivo

Aos meus padrinhos Cosmo Geralda e Mariza agrave minha tia Nely meus tios e

primos por sempre torcerem por mim e pela energia positiva que vocecircs enviaram (e

enviam) me dando forccedila em todas as situaccedilotildees

Aos meus amigos antigos Enio Daiana Goacutees Leandro e Fernando Brasil

Nessa correria que eacute o mestrado vocecircs sempre estiveram comigo As ligaccedilotildees

mensagens e visitas me fortaleceram e fizeram com que eu sempre me sentisse

amada

Agrave minha famiacutelia cientiacutefica

Vocecircs satildeo o presente que Deus me deu Eu natildeo teria como selecionar tatildeo bem

pessoas tatildeo especiais como vocecircs

Professor Valdir Veiga Junior por ser muito mais que um orientador por ser

um pai Sempre com seu ombro amigo seu abraccedilo acolhedor e seus valorosos

conselhos me acompanhando desde a iniciaccedilatildeo cientiacutefica Realmente fazer ciecircncia

natildeo eacute faacutecil mas um dia eu aprendo

Joelma Alcacircntara minha matildee minha amiga minha cara metade Sua

sinceridade UacuteNICA reflete a grandeza que eacutes Os conselhos os incentivos as

brincadeiras e os momentos de descontraccedilatildeo foram situaccedilotildees que guardarei para

sempre Obrigada pelos valorosos momentos ao seu lado

vi

Priscilla Oliver e Lidiam natildeo haacute como agradecer em algumas palavras todo o

carinho que sinto Vocecircs satildeo a sorte que a vida me deu Minhas irmatildes do coraccedilatildeo

que somente Deus com todo o seu amor poderia me dar

Milena Campelo Paula Barbosa e Luciana Freire obrigada por todo o

companheirismo que nos acompanham desde a graduaccedilatildeo Vocecircs sempre

estiveram ao meu lado

Igor e Carol Priscila e Victor Andreacute e Eacuterika obrigada pelos momentos

compartilhados Fico feliz por tecirc-los perto de mim e pelas experiecircncias adquiridas

Ao grupo de pesquisa Q-Bioma como um todo a todos os membros Somos

uma famiacutelia cientiacutefica e mesmo com todas as diferenccedilas a uniatildeo sempre

prevaleceraacute

Agrave todos os meus companheiros de mestrado em Quiacutemica em especial

Nerilson Masques Obrigada pela companhia e amizade durante todo o curso

Somente a gente sabe quantas noites passamos em claro estudando para fazer as

listas acordando com olheiras e madrugando para natildeo perdermos os horaacuterios Vocecirc

eacute muito importante na minha vida

Aos professores Afonso Duarte e Rita Nunomura pela amizade carinho

valorosos conselhos e incentivos Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Obrigada por

estarem na minha vida

Professores Marcos e Cristine Machado pelo exemplo de profissionais que

satildeo sempre esforccedilando-se e pensando na qualidade da aprendizagem Acompanha-

los nas disciplinas me ajudou muito no perfil de profissional que quero ser

Aos professores Ary Cavalcante e Roberto Castilho por todos os conselhos e

incentivos

Ao Hector Koolen por toda a paciecircncia acompanhando-me no espectrocircmetro

de massa e pelas dicas e incentivos nos experimentos

A pessoa que hoje eu sou traz um pouco de cada um de vocecircs

vii

Para ser grande secirc inteiro nada

Teu exagera ou exclui

Secirc todo em cada coisa Potildee quanto eacutes

No miacutenimo que fazes

Assim em cada lago a lua toda

Brilha porque alta vive

Fernando Pessoa

viii

RESUMO

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das famiacutelias mais importantes na floresta amazocircnica apresentando um nuacutemero expressivo de espeacutecies com diversas utilizaccedilotildees devido a qualidade dos seus produtos naturais Quimicamente as espeacutecies desta famiacutelia caracterizam-se pela presenccedila de alcaloacuteides neolignanas flavonoacuteides terpenos e fenilpropanoacuteides Este estudo contribui para a anaacutelise do perfil quiacutemico dos trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e Rhodostemonodaphne atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos e oacuteleos essenciais contribuindo para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras Neste trabalho foi realizado prospecccedilatildeo fitoquiacutemica anaacutelise do perfil alcaloiacutedico por cromatografia em camada delgada (CCD) e espectrometria de massa (EM) dos extratos etanoacutelicos identificaccedilatildeo dos constituintes do oacuteleo essencial e verificaccedilatildeo das atividades anticolinesteraacutesica antioxidante e citotoacutexica dos extratos etanoacutelicos das espeacutecies E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R crenaticupula As espeacutecies foram coletadas na Reserva Ducke em Manaus e separadas para obtenccedilatildeo de oacuteleos essenciais e extratos etanoacutelicos Estes foram analisados quanto as atividades quiacutemicabioloacutegicas e submetidos a particcedilotildees aacutecido-base para obtenccedilatildeo de fraccedilotildees enriquecidas de alcaloacuteides O perfil alcaloiacutedico foi analisado por CCD utilizando reveladores especiacuteficos e por EM Os oacuteleos essenciais foram analisados por CG-DIC e CG-EM Confirmou-se que a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos e aporfiacutenicos Os rendimentos dos oacuteleos essenciais obtidos por hidrodestilaccedilatildeo em clevenger modificado variaram de 002 a 429 sendo Endlicheria citriodora a espeacutecie que apresentou maior rendimento 25 nos galhos e 43 nas folhas tendo como constituinte majoritaacuterio o geranato de metila (acima de 93) elucidado por CG-DIC CG-EM RMN1H e RMN 13C Os oacuteleos essenciais das outras espeacutecies apresentaram rendimento inferior a 1 e como constituinte majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido A atividade antioxidante foi avaliada atraveacutes da capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPHbull) utilizando quercetina como padratildeo externo expressos como valores de concentraccedilatildeo eficiente (CE50)Os extratos de Ocotea minor foram os que apresentaram maior potencial antioxidante (CE50=731 plusmn 032 μgmL) A anaacutelise qualitativa da atividade anticolinesterase foi realizada de acordo com o meacutetodo de Ellman (modificado) com resultados negativos para inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado positivo A atividade antitumoral foi avaliada contra quatro linhagens de ceacutelulas (leucemia mama coacutelon e glioblastoma) segundo o meacutetodo de MossmanNenhum dos extratos testados apresentou atividade citotoacutexica pronunciada

Palavras-chave Floresta Amazocircnica Lauraceae alcaloacuteide oacuteleo essencial

ix

ABSTRACT

The family Lauraceae is one of the most important families in the Amazon

rainforest featuring an significant number of species with different uses due to the

quality of products naturalThe species this family are Chemically characterized by

the presence of alkaloids neolignans flavonoids terpenes and phenylpropanoids

This study contributes to the analysis of the chemical profile of the three genera

Endlicheria Ocotea and Rhodostemonodaphne about directing the investigations on

the chemical composition of extracts and essential oils contributing to the screening

of promising genera and species This work was carried out prospecting

phytochemical alkaloid profile analysis by thin layer chromatography (TLC) and

mass spectrometry of the ethanol extracts identification of the essential oil and

analysis of activities anticholinesterase antioxidant and cytotoxic of ethanolic

extracts of E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R

recurva and R crenaticupula The species were collected in Reserva Ducke in

Manaus The material was separated to obtain essential oils and ethanolic extracts

These were analyzed for chemical biological activities and subjected to acid-base

partition to obtain enriched fractions of alkaloids The alkaloid profile was analyzed

by mass spectrometry and TLC with revealing specific The essential oils were

analyzed by GC-FID and GC-MS It was confirmed the high presence of alkaloids in

the genus Ocotea and low in species Endlicheria and Rhodostemonodaphne In

mass spectrometry the peaks mz 300 and 330 were present in most fractions and

may correspond to the type alkaloids Benzylisoquinolines and Aporphines The yields

of essential oils obtained by hydrodistillation in Clevenger modified ranged from

002 to 429 The specie Endlicheria citriodora was the highest yield 25 in the

branches and 43 in the leaves The Methyl geranate was the major constituent

(above 93) elucidated by GC-FID GC-MS RMN1H and RMN 13C The essential

oils from other species showed less than 1 yield and caryophyllene and its oxide

were the major constituents The antioxidant activity was assessed by sequestering

ability of the stable radical 22-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPHbull) using quercetin as

external standard expressed as effective concentration values (EC50) The extracts

of Ocotea minor presented the best antioxidant potential (EC50 = 731 plusmn 032 μg

mL) Qualitative analysis of anticholinesterase activity was performed according to

the method of Ellman (modified) with negative results for inhibiting the enzyme

acetylcholinesterase The branches of the three species of Ocotea were positive The

antitumor activity was evaluated against four cell lines (leukemia breast colon and

glioblastoma) by the method of Mossman None of the extracts tested showed

pronounced cytotoxic activity

Keywords Amazon forest Lauraceae alkaloid essential oil

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Laruraceae

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanas

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Figura 7 Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

Figura 8 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

Figura 9 Biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria

Figura 14 Estruturas isoladas de Endlicheria sericeae

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

Figura 20Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo

brasileira

Figura 21 Estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividade canceriacutegenas

derivadas de fontes vegetais

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

Figura 25 a 31 Placas cromatograacuteficas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

xi

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 01 Ciclo biossinteacutetico dos metaboacutelitos secundaacuterios

Esquema 02 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido

graxo insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido

lipiacutedico)

Esquema 03 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais

peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela

vitamina C originando o radical ascorbila

Esquema 04 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos

extratos e dos oacuteleos essenciais

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Tabela 02 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Tabela 4a Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol

Tabela 4b Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

Tabela 05 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e

flavonoacuteides

Tabela 06 Anaacutelise das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massas

Tabela 07 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares

de alcaloacuteides isolados em Lauraceae

Tabela 08 Rendimento dos oacuteleos essenciais ()

Tabela 09 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN (δ em ppm CDCl3 500MHz)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rhodostemonodaphne

recurva

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das

folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre

DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em

μgmL

Tabela 19 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Tabela 20 Resultado as avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina

xiii

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo16

2 Objetivos

21 Geral18

22 Especiacuteficos18

3 Revisatildeo da bibliograacutefica

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil19

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu22

321 Metaboacutelitos secundaacuterios 25

3211 Neolignanas28

3212 Alcaloacuteides32

3213 Flavonoacuteides35

3214 Terpenoacuteides e Fenilpropanoacuteides38

322 Gecircneros43

3221 Endlicheria Nees43

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki44

3223 Ocotea Aublet46

33 Atividades quiacutemicabioloacutegicas51

331 Atividades Antioxidantes 51

3311 Radicais Livres51

3312 Antioxidantes54

3313 Avaliaccedilatildeo das atividade Antioxidante utilizando radical livre DPPH56

332 Citotoxicidade 58

3321 Letalidade em Artemia salina Leach58

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais60

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase63

34 Meacutetodos cromograacuteficos67

341 Cromatografia em Camada Delgada68

342 Cromatografia Gasosa69

xiv

4 Metodologia

41 Coleta70

42 Obtenccedilatildeo dos extratos71

43 Prospecccedilatildeo72

431 Fenoacuteis72

432 Flavonoacuteides72

433 Alcaloacuteides72

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas73

441 Obtenccedilotildees da fraccedilatildeo alcaloiacutedica73

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD74

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por espectrometria de massa74

45 Oacuteleo essencial75

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo75

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais75

4521 Anaacutelise em CG-DIC75

4522 Anaacutelise em CG-EM76

4523 Anaacutelise por RMN76

453 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais76

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos78

461Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase78

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH78

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante79

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante79

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia Salina Leach81

464 Atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais 81

5 Resultados e discussatildeo83

51 Rendimento do extrato83

52 Prospecccedilatildeo Fitoquiacutemica84

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica86

531 Rendimento da Particcedilatildeo86

532 Anaacutelise por CCD87

533 Anaacutelise por espectrometria de massa96

54 Oacuteleo essencial101

xv

541 Rendimento101

5411 Endlicheria102

5412 Ocotea105

5413 Rhdostemonodaphne110

55 Atividades Quiacutemicabiologias114

551 Atividade antioxidante114

5511 Qualitativa116

5512 Quantitativa116

552 Atividade citotoacutexica121

5521 Letalidade em Artemia Salina121

5522 Citotoacutexica em ceacutelulas de linhagem tumoral121

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase122

6 Consideraccedilotildees finais 125

7 Referecircncias bibliograacuteficas 127

8 Anexos146

16

INTRODUCcedilAtildeO

As plantas constituem uma das mais importantes fontes de substacircncias

quiacutemicas orgacircnicas apresentando variadas classes com interesses cientiacuteficos

devido agraves suas propriedades bioloacutegicas e quiacutemicas Na busca por novos faacutermacos

os produtos naturais destacam-se pela diversidade estrutural e assim as plantas

satildeo candidatas importantes para a prospecccedilatildeo de novos compostos bioativos

(Giordani et al 2008)

Verifica-se que a Amazocircnia mesmo possuindo uma grande diversidade

bioloacutegica apresenta poucos estudos em relaccedilatildeo agrave quantidade de espeacutecies

presentes nas florestas (Nodori amp Guerra 2004)

A famiacutelia Lauraceae destaca-se na Floresta Amazocircnica pelo endemismo e uso

econocircmico em virtude da boa qualidade da madeira do alto valor comercial que

alcanccedilam seus oacuteleos essenciais (Quinet amp Andreata 2002) e da presenccedila de uma

importante classe de metaboacutelitos que satildeo os alcaloacuteides responsaacuteveis por diversas

atividades terapecircuticas Mais de 400 alcaloacuteides jaacute foram identificados em 189

espeacutecies de Lauraceae Segundo Zanin e Lordello (2007) cerca de 54 alcaloacuteides

aporfinoacuteides com pronunciada bioatividade foram isolados no gecircnero Ocotea Dentre

as atividades bioloacutegicas mais citadas pode-se destacar a capacidade antioxidante

atividade antiinflamatoacuteria analgeacutesica e cardiovascular

Lauraceae apresenta espeacutecies utilizadas em grande escala como o abacate

(Persea americana) a canela (Cinnamomum verum) e espeacutecies aromaacuteticas

utilizadas para perfumaria como as extraiacutedas de canela-sassafraacutes (Ocotea odoriacutefera)

e pau rosa (Aniba rosaeodora) sendo dessa forma utilizada internacionalmente

17

Considerando as pesquisas em isolamento de compostos bioativos e a

importacircncia da famiacutelia Lauraceae na Floresta Amazocircnica uma pesquisa sobre

espeacutecies desta famiacutelia que ainda natildeo foram analisadas cientificamente torna-se

importante para a investigaccedilatildeo de novas substacircncias presentes nos extratos e na

composiccedilatildeo quiacutemica de oacuteleos essenciais Neste trabalho seratildeo analisadas sete

espeacutecies de Lauraceae distribuiacutedas em trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e

Rhodostemonodaphne visando desvendar parte da imensa diversidade bioloacutegica da

floresta Amazocircnica e buscando a possibilidade de serem observadas atividades

bioloacutegicas pronunciadas

18

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Descrever a composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais e atividades quiacutemicas

e bioloacutegicas de extratos etanoacutelicos de espeacutecies da famiacutelia Lauraceae

22 Objetivos especiacuteficos

Verificar a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes de meacutetodos de prospecccedilatildeo dos

extratos etanoacutelicos comparando os diferentes extratos das plantas

estudadas

Analisar o perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas atraveacutes de espectrometria de massa

Analisar o perfil cromatograacutefico (CG-DIC e CG-EM) dos oacuteleos essenciais das

cascas folhas e galhos das sete espeacutecies

Verificar as atividades inibidora da enzima acetilcolinesterase antioxidante

frente ao radical livre DPPH e citotoacutexica sobre Artemia salina e ceacutelulas de

linhagem tumoral dos extratos etanoacutelicos

19

3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil

A natureza tem produzido a maioria das substacircncias orgacircnicas conhecidas

Dentre os diversos reinos da natureza o reino vegetal eacute o que tem contribuiacutedo de

forma mais significativa para o fornecimento de metaboacutelitos secundaacuterios muitos

destes de grande valor agregado devido As suas aplicaccedilotildees como medicamentos

cosmeacuteticos alimentos e agroquiacutemicos (Phillipson amp Anderson 1998)

A espeacutecie humana se aproveita de uma fraccedilatildeo muito pequena das plantas com

as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra O reino vegetal

ainda permanece como uma grande incoacutegnita cujos misteacuterios comeccedilam a serem

desvendados Natildeo pode existir vida na terra sem a presenccedila de plantas e estudaacute-

las sob qualquer que seja a oacutetica cientiacutefica eacute parte do domiacutenio da quiacutemica de

Produtos Naturais (Pinto et al 2002)

Os produtos naturais satildeo utilizados desde tempos imemoriais na busca por

aliacutevio e cura de doenccedilas pela ingestatildeo de ervas e folhas talvez tenha sido uma das

primeiras formas de utilizaccedilatildeo de produtos naturais A natureza sempre despertou

no homem um fasciacutenio encantador natildeo soacute pelos recursos oferecidos para sua

alimentaccedilatildeo e manutenccedilatildeo mas por ser sua principal fonte de inspiraccedilatildeo e

aprendizado (Viegas Jr amp Bolzani 2006)

Ao longo do tempo a humanidade selecionou apenas cerca de 300 plantas

para a alimentaccedilatildeo e de um pouco mais de uma centena obteve princiacutepios ativos

puros para o tratamento de doenccedilas Estes nuacutemeros satildeo bem modestos quando se

estaacute diante de um universo superior a 250000 espeacutecies de plantas superiores

20

Verifica-se que as atividades da fitoquiacutemica podem contribuir significativamente

para a concretizaccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel de um paiacutes atraveacutes da

investigaccedilatildeo da flora da divulgaccedilatildeo e geraccedilatildeo de novos conhecimentos e da

formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados (Braz Filho 2010)

A preocupaccedilatildeo com a busca de aplicaccedilatildeo para as moleacuteculas isoladas de

fontes naturais atraveacutes do seu uso como modelos quiacutemicos para a induacutestria eacute uma

nova tendecircncia que enfatiza a realizaccedilatildeo de trabalhos em colaboraccedilatildeo O valor

potencial da biodiversidade brasileira encarada como fonte de produtos de alto valor

agregado requer poliacuteticas que garantam a sua exploraccedilatildeo de forma racional (Pinto

et al 2002)

Estima-se a existecircncia de 250000 espeacutecies de plantas superiores Cerca de

80 da populaccedilatildeo dos paiacuteses subdesenvolvidos e em desenvolvimento continuam

completamente dependentes da medicina caseira utilizando vegetais para as

necessidades primaacuterias de sauacutede Tem sido estimado que somente de 5-15 destas

espeacutecies foram investigadas restando uma fonte natural de inuacutemeros organismos

vivos contendo significativo nuacutemero de substacircncias ineacuteditas e forte potencial de

produtos naturais bioativos incluindo-se fontes de mateacuterias-primas para o

desenvolvimento de novos faacutermacos (Braz Filho 2010)

A magnitude da biodiversidade brasileira natildeo eacute conhecida com precisatildeo tal a

sua complexidade estimando-se a existecircncia de mais de dois milhotildees de espeacutecies

distintas de plantas animais e microorganismos (Nodari amp Guerra 2004)

Soacute um trabalho cientiacutefico integrado de todos os grupos existentes no paiacutes

poderaacute num tempo limite propiciar o conhecimento real da diversidade quiacutemica dos

ambientes tropicais e auxiliar nos estudos futuros sobre o perfil metaboacutelico e

21

associaccedilotildees com perfil macromolecular das espeacutecies de interesse de nossa biota

(Pinto et al 2002)

Nesse contexto a varredura dos extratos brutos antes do isolamento eacute uma

metodologia que auxilia no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a

composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo para a triagem de gecircneros e

espeacutecies promissoras Esse perfil caracteriza o grupo de pesquisa Q-Bioma um

grupo de pesquisa fitoquiacutemico da Universidade Federal do Amazonas que visa

inicialmente analisar o perfil dos extratos para posteriormente selecionar as fraccedilotildees

de interesse

22

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu

A famiacutelia Lauraceae eacute apontada no Brasil como uma das mais representativas

tanto em nuacutemero de indiviacuteduos quanto em riqueza de taacutexons nos inventaacuterios

floriacutesticos e fitossocioloacutegicos realizados em aacutereas de florestas bem preservadas do

paiacutes (Vattimo-Gil1959 Kurtz 2000) sendo considerada uma das famiacutelias mais

primitivas pertencentes agrave divisatildeo Magnoliophyta ( Marques et al 2001) Possuem

distribuiccedilatildeo pan tropical sendo bem representadas na Ameacuterica Aacutesia Tropical

Austraacutelia e Madagascar e no sul da Aacutefrica conforme a figura 1 Possuem cerca de

50 gecircneros e 2500 espeacutecies sendo que no Brasil existem cerca de 400 espeacutecies

distribuiacutedas em 25 gecircneros contribuindo assim com cerca de 16 do total dessas

espeacutecies (Barroso et al 2002) Nas Ameacutericas ocorrem cerca de 29 gecircneros e 900

espeacutecies A famiacutelia eacute frequumlente em florestas tropicais com algumas espeacutecies

habitando grandes altitudes mas a grande diversidade ocorre em terras baixas da

Amazocircnia e Ameacuterica Central (Rohwer 1993)

Figura 1 ndash Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia LauraceaeFONTE Missouri Botanical Garden

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das que apresenta maior importacircncia econocircmica em

todo o mundo com um nuacutemero expressivo de espeacutecies que apresentam uma grande

diversidade de usos com destaque para as que possuem utilizaccedilatildeo medicinal e na

23

induacutestria sendo utilizada na culinaacuteria na fabricaccedilatildeo de papel marcenaria e

construccedilatildeo civil na induacutestria quiacutemica e na medicina popular (Marques 2001)

O potencial econocircmico das espeacutecies dessa famiacutelia eacute conhecido desde os

tempos remotos atraveacutes de documentos da China de 2800 aC onde jaacute era

empregado o oacuteleo de Cinnamomum camphora (L) JPresl e de outras espeacutecies

deste gecircnero na medicina (Sangirardi Jr 1984) Segundo Quinet (2002) as folhas

de Laurus nobilis L o loureiro eram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para

confeccionar coroas com as quais se homenageavam guerreiros e atletas

vitoriosos e estatildeo entre os condimentos mais conhecidos da culinaacuteria de todo o

mundo Os primeiros registros relativos agrave utilizaccedilatildeo das espeacutecies desta famiacutelia

influenciaram o nome de muitos gecircneros que fazem uma alusatildeo agravequela eacutepoca como

o gecircnero Phoebe que tem seu nome relacionado ao deus Apolo e Laurus L que vecircm

do celta ldquolausrdquo e significa louvor em grego (Barroso et al 2002)

A casca ou o fruto de algumas espeacutecies satildeo usadas como condimentos (

Dicypellium caryophyllaceum) ou para fazer chaacute (Licaria puchury-major e Aniba

canelilla) Espeacutecies utilizadas em grande escala satildeo o abacate (Persea americana)

a canela (Cinnamomum verum) e o louro (Laurus nobilis) A madeira de Lauraceae eacute

amplamente explorada em diversas regiotildees Na Amazocircnia a itauacuteba (Mezilururs spp)

eacute a madeira preferida para construccedilatildeo de embarcaccedilotildees devido a sua alta

durabilidade e resistecircncia Diversas outras espeacutecies constituem o principal produto

madeireiro comercializados em Manaus sob o nome de ldquolourordquo (Ribeiro et al 1999)

O alto valor econocircmico das espeacutecies tem levado a uma exploraccedilatildeo crescente

ao longo dos anos (Marques 2001) O interesse econocircmico nos oacuteleos essenciais eacute

devido ao uso induacutestrial podendo-se destacar espeacutecies dos gecircneros Ocotea

24

Nectandra e Aniba conhecidas popularmente como canelas loureiros e pau-rosa

respectivamente (Ribeiro et al 1999)

A extraccedilatildeo de linalol principal componente do oacuteleo essencial de Aniba

rosaeodora Ducke utilizado como fixador na induacutestria de perfumes segundo Rizzini

e Mors (1995) deu-se inicialmente como subproduto da induacutestria de cacircnfora no

Japatildeo devido o mesmo ser um componente do oacuteleo volaacutetil da madeira canforeira

Em 1925 descobriu-se em Juriti Velho (Paraacute) a aacutervore conhecida na regiatildeo como

pau-rosa Este nome popular refere-se ao odor da madeira a qual quando

recentemente cortada exala delicado perfume Verificou-se em seguida que tal

cheiro era devido ao oacuteleo essencial desta madeira que encerra linalol como

componente principal Desde entatildeo se desenvolveu naquela localidade uma

induacutestria extrativa para a obtenccedilatildeo do mencionado oacuteleo Esta induacutestria tomou tal

vulto que figurou durante muitos anos entre as mais proacutesperas da Amazocircnia Ainda

na deacutecada de 1960 produziam-se entre 300 e 400 toneladas de oacuteleo essencial de

pau-rosa por ano sacrificando para tanto 50000 toneladas de madeira

A exploraccedilatildeo de Aniba rosaeodora Ducke fez com que essas espeacutecies fossem

levadas proacuteximas a extinccedilatildeo devido o oacuteleo essencial de pau-rosa localizar-se no

terceiro lugar na pauta de exportaccedilatildeo da regiatildeo Amazocircnica cabendo a borracha e agrave

castanha o primeiro e o segundo lugares respectivamente (Marques 2001)

As espeacutecies da famiacutelia Lauraceae principalmente pertencentes aos gecircneros

Nectranda Licaria Ocotea e Aniba apresentaram um novo grupo de compostos

secundaacuterios As neolignanas descobertas por um dos consolidadores da fitoquiacutemica

brasileira o professor Otto Gottlieb na deacutecada de 1970 ( Gottlieb amp Yoshida1978)

apresentam muitas atividades bioloacutegicas entre elas a atividade antitumoral

25

321 Principais Metaboacutelitos secundaacuterios encontrados em Lauraceae

Daacute-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaccedilotildees quiacutemicas que

continuamente estatildeo ocorrendo em cada ceacutelula A presenccedila de enzimas especiacuteficas

garante certa direccedilatildeo a essas reaccedilotildees estabelecendo o que se denomina de rotas

metaboacutelicas Essas reaccedilotildees visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes

para satisfazer as exigecircncias fundamentais da ceacutelula energia (derivada basicamente

de ATP) poder redutor (NADPH) e biossiacutentese das substacircncias essenciais agrave sua

sobrevivecircncia (macromoleacuteculas celulares) (Santos 2004)

De acordo com a teoria evolucionista todos os seres vivos derivam de um

precursor comum do qual conservam algumas caracteriacutesticas Os processos

essenciais agrave vida e comuns aos seres vivos tecircm sido definidos como metabolismo

primaacuterio Basicamente todos os organismos convivem com os mesmos tipos de

metaboacutelitos primaacuterios e segundo Gottlieb et al (1996) os metabolismos primaacuterios

satildeo reaccedilotildees fornecedoras de mateacuterias primas e de energia para a formaccedilatildeo dos

metaboacutelitos secundaacuterios designados especiais

Vegetais microorganismos e em menor escala animais apresentam todo um

arsenal metaboacutelico (enzimas coenzimas e organelas) capazes de produzir

transformar e acumular inuacutemeras outras substacircncias natildeo necessariamente

relacionadas de forma direta agrave manutenccedilatildeo da vida do organismo produtor Nesse

grupo encontram-se substacircncias cuja produccedilatildeo e acumulaccedilatildeo estatildeo restritas a um

nuacutemero limitado de organismos com bioquiacutemica e metabolismo especiacuteficos e

uacutenicos caracterizando-se como elementos de diferenciaccedilatildeo e especializaccedilatildeo (Wink

1990)

26

Os metaboacutelitos secundaacuterios satildeo conhecidos como metaboacutelitos especiais cujos

produtos embora natildeo necessariamente essenciais para o organismo produtor

garantem vantagens para sua sobrevivecircncia e para a perpetuaccedilatildeo de sua espeacutecie

em seu ecossistema (Santos 2004)

Os metaboacutelitos especiais satildeo especiacuteficos das espeacutecies e participam das

interaccedilotildees intra e intercelular do proacuteprio organismo ou com ceacutelulas de outros

organismos atuam em processos vitais como mediadores em interaccedilotildees ecoloacutegicas

como por exemplo a defesa contra herbiacutevoros e microorganismos a proteccedilatildeo contra

raios UV atraccedilatildeo de polinizadores ou animais dispersores de sementes e em

interaccedilotildees alelopaacuteticas ( Santos 2004 Cechinel Filho amp Bresolin 2003)

Embora classificadas como sendo ou do metabolismo primaacuterio ou do especial

as reaccedilotildees bioquiacutemicas natildeo ocorrem independentemente em um mesmo produtor

Alteraccedilotildees no primeiro podem afetar profundamente o segundo e embora o reverso

natildeo seja verdadeiro Aleacutem disso muitos metaboacutelitos especiais satildeo formados por

sequumlecircncia de reaccedilotildees anaacutelogas agravequelas do metabolismo primaacuterio Portanto a linha

divisoacuteria entre metabolismo primaacuterio e especiais natildeo eacute niacutetida (Dewick 2002) No

esquema 1 pode ser visualizada a origem de todos os metaboacutelitos especiais a partir

do metabolismo da glicose por meio de intermediaacuterios principais o aacutecido chiquiacutemico

e o acetato

De forma geral os mais importantes grupos de metaboacutelitos secundaacuterio vegetal

citam-se tradicionalmente os alcaloacuteides os terpenoacuteides e os flavonoacuteides Verifica-se

na famiacutelia Lauraceae a prevalecircncia de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados

nos oacuteleos essenciais alcaloacuteides e neolignanas encontrados nos extratos

27

Esquema 01 Via biossinteacutetica dos metaboacutelitos especiais Fonte Santos 2004

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente por apresentar em sua

composiccedilatildeo alcaloacuteides isoquinoliacutenicos indoacutelicos e triptofanicos (Figura 2) Dentre os

alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo grande e ainda em

expansatildeo comumente encontrado nas mais diversas espeacutecies de Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Lauraceae

28

3211 Neolignanas

As lignanas satildeo substacircncias que se depositam nas paredes das ceacutelulas

vegetais conferindo a estas notaacutevel rigidez Constituem de 15-35 da mateacuteria seca

dos troncos das gimnospermas e angiospermas aleacutem de serem constituintes da

parede celular de tecidos associados a caule folha e raiz de todas as plantas

vasculares A quantidade de lignanas existentes na superfiacutecie da terra eacute imensa

inferior apenas agrave quantidade de carboidratos Dada esta importacircncia compreende-

se facilmente porque a ocorrecircncia funccedilatildeo formaccedilatildeo estrutura reaccedilotildees e a

utilizaccedilatildeo de lignanas recebem tanta atenccedilatildeo (Barbosa Filho 2004)

As lignanas satildeo macromoleacuteculas poliacutemeros de unidades baacutesicas de n-

propilbenzenos C6-C3 que satildeo ligadas pelo carbono β de suas cadeias laterais (C3)

Satildeo diacutemeros formados atraveacutes do acoplamento oxidativo de alcooacuteis cinamiacutelicos

entre si ou destes com aacutecidos cinacircmicos Esse termo criado em 1942 por Haworth

se prestava muito bem para as poucas substacircncias descritas agravequela eacutepoca

Estruturalmente os dois resiacuteduos n-propilbenzecircnicos apresentam o carbono gama

(C-9) oxigenado (Gottlieb ampYoshida 1984)

As neolignanas (do grego neacuteos = novo moderno) surgiram por causa da

crescente variabilidade estrutural em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo de Haworth que ficou

limitada Isso fez com que Gottlieb em 1978denominasse os diacutemeros oxidativos de

alilfenoacuteis ou de propenilfenoacuteis entre si ou cruzados e natildeo apresentam o carbono

gama (C-γ) oxigenado de neolignanas (Barbosa Filho 2004 Gottliteb 1984)

O processo geral de biossiacutentese dos lignoacuteides (neolignana e lignana) eacute

mostrado a seguir na figura 3 envolvendo os metaboacutelitos primaacuterios finais da via

metaboacutelica do chiquimato Lignoacuteide eacute uma designaccedilatildeo geneacuterica que caracteriza

micromoleacuteclulas cujo esqueleto eacute formado exclusivamente pelo grupo fenilpropacircnico

29

(C6-C3)n sendo n restrito a poucas unidades123 etc As lignanas apresentam

como precursores monomeacutericos aacutecidos cinacircmicos ou alcooacuteis cinacircmicos enquanto as

neolignanas apresentam como precursores monomeacutericos propenilbenzenos ou

alilbenzenos (Barbosa Filho 2004)

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanasFonte Barbosa Filho 2004

As Lignanas e neolignanas desempenham importante papel na defesa das

plantas atuando como agentes antimicrobianos antifuacutengicos e insetiacutefugos As

neolignanas acumulam em madeiras como resposta a ferimentos mecacircnicos ou ao

ataque de microorganismos e que exibem propriedades de defesa contra insetos

Por terem atividade antitumoral e antiviral as neolignanas despertam grande

interesse farmacoloacutegico (Robbers et al 1997) A figura 04 mostra os tipos

estruturais das neolignanas mais representativos e sua designaccedilatildeo de acordo com

trabalhos de revisatildeo de Gottlieb (1978) e Gottlieb e Yoshida (1984)

30

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas Fonte Barbosa Filho 2004

As lignanas satildeo soluacuteveis em solvente apolares tais como eacuteter de petroacuteleo e

anaacutelogos principalmente se a porccedilatildeo do anel estiver metoxilada como acontece na

maioria das vezes As neolignanas geralmente se apresentam como oacuteleos de alta

viscosidade e apresentam meacutedia polaridade (Barbosa Filho 2004)

Esqueletos de Neolignanas

2

3

4

5

6

78

9

1

O O

O

O

O O

O

diarilbutano (88) aritetralina (8867) dibenzocicloctano (2288)

benzofurano (70481) benzofurano (70483) futoenona (8179608)

diidrodieugenol (33) diarilciclobutano (7788) furofurano (70788)

ariloxiarilpropano (804) benzodioxano (703804) bicicloctano (8175)

31

No Brasil o grupo de pesquisa liderado pelo professor Otto Gottlieb contribuiu

significativamente para o conhecimento da quiacutemica das neolignanas A famiacutelia

Lauraceae foi a mais estudada principalmente os gecircneros Aniba Licaria Nectandra

e Ocotea com quase duas centenas de substacircncias ineacuteditas registradas na

literatura Numa avaliaccedilatildeo aproximada jaacute foram isoladas por volta de 700 lignoacuteides

dos quais 270 satildeo neolignanas (figura 5) (Barbosa Filho 2004)

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

O

CH3

Ar

CH2

O

CH3

O O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

OCH3

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

CH3

O

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

O

CH3

CH3

Ar

CH2

AcO

O

CH3

O

CH3

O

O

CH3

32

3212 Alcaloacuteides

O isolamento das primeiras substacircncias puras do reino vegetal ocorreu no

Seacuteculo XIX Este seacuteculo caracterizou-se pelos trabalhos de extraccedilatildeo principalmente

de aacutecidos orgacircnicos e de bases orgacircnicas as quais mais tarde receberam a

denominaccedilatildeo de alcaloacuteides (Almeida et al 2009)

Os extratos de plantas contendo alcaloacuteides satildeo utilizados como medicamentos

venenos e poccedilotildees maacutegicas desde os primoacuterdios da civilizaccedilatildeo Desta maneira eacute

difiacutecil estabelecer a origem correta da descoberta destas substacircncias Registros

indicam que o oacutepio era utilizado pelos Sumeacuterios haacute 4000 anos aC devido as suas

propriedades soporiacuteficas e analgeacutesicas (Hostettman et al 2003)

Satildeo compostos nitrogenados que tecircm na sua estrutura aleacutem de carbono e

hidrogecircnio usualmente tambeacutem oxigecircnio Sua basicidade tiacutepica eacute no entanto muito

variaacutevel pois depende dos agrupamentos adjacentes ao nitrogecircnio Quando o

nitrogecircnio pertence a uma amida por exemplo a presenccedila da carbonila torna o

alcaloacuteide praticamente neutro Satildeo encontrados predominantemente nas

angiospermas e em menor extensatildeo em microorganismos e animais ( Dewick 2002

Henriques et al 2004 Cunha et al 2005)

A presenccedila de alcaloacuteides pode ser assinalada em ampla gama de atividades

bioloacutegicas como analgeacutesicos e narcoacuteticos (morfina codeiacutena) estimulantes SNC

(estricnina brucina) elevaccedilatildeo na pressatildeo sanguiacutenea (efedrina) ou queda da

hipertensatildeo arterial (reserpina) Na verdade os alcaloacuteides satildeo capazes de exercer

diversas de atividades fisioloacutegicas (Robbers et al 1997) Alguns exemplos de

alcaloacuteides satildeo apresentados na figura 6

33

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Os alcaloacuteides assim como outras aminas formam sais duplos com compostos

de mercuacuterio ouro platina e outros metais pesados Esses sais duplos em geral satildeo

obtidos como precipitados e muitos deles satildeo caracteriacutesticos em microcristalografia

Os reagentes alcaloiacutedicos comuns satildeo o de Wagner (iodo em iodeto de potaacutessio) de

Mayer (cloro-iodo mercurato de potaacutessio) e Dragendorff (iodo bismutato de potaacutessio)

(Robbers et al 1997)

Os alcaloacuteides podem ser classificados de acordo com sua origem biossinteacutetica

ou seja de acordo com a estrutura que conteacutem nitrogecircnio em pirrolidino piperidino

quinolino indol entre outros A maioria deriva de aminoaacutecidos alifaacuteticos aromaacuteticos

como a fenilalanina ou a tirosina ou do triptofano (Dewick 2002)

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente pela ocorrecircncia frequumlente de

alcaloacuteides sendo predominante a ocorrecircncia de alcaloacuteides indoliziacutenico

benzilisoquinoliacutenico triptamiacutenico e aporfinoacuteides (Cordell et al 2001) Na figura 7

verifica-se a rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

34

NH2

O

OH

OH

L-tirosina

NH2OH

O

O

OH

OH

- CO2

PLP

PLP

transaminaccedilatildeo

Tiramina 4-hidroxif enil aacutecido piruacutev ico

O - CO2

NH2

CH3

CH3

OH

OH

Dopamina 4-hidroxif enilacetaldeiacutedo

Reaccedilatildeo de Mannich

NHOH

OH

H

OH

S - coclaurina

SAMNH

OH

OH

H

OCH3

S - coclaurina

SAM

NOH

OH

H

OCH3

CH3

S - N-metilcoclaurina

NOH

OH

H

OCH3

CH3

OH

S - 3-hidroxi-N-metilcoclaurina

SAM

NOH

H

OCH3

CH3

OH

O

CH3

S - reticulina

O

NO

H

OCH3

CH3

O

CH3 O

NOH

H

OCH3

CH3

O

CH3 OH

aporf inas

protobuberinas

benzof enantridinas

PLP = py ridoxal 5-phosphate

SAM = S- adenosy l methione

Figura 7 - Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos Fonte Dewick 2002

35

213 Flavonoacuteides

Os flavonoacuteides representam um dos grupos fenoacutelicos mais importantes e

diversificados entre os produtos de origem natural Essa classe de compostos eacute

amplamente distribuiacuteda no reino vegetal e sua presenccedila parece estar relacionada

com funccedilotildees de defesa (proteccedilatildeo contra raios ultravioletas accedilotildees antifuacutengica e

antibacteriana) e de atraccedilatildeo de polinizadores (Zuanazzi amp Montanha 2004)

De forma geral satildeo moleacuteculas de baixo peso molecular caracterizados por

apresentarem dois nuacutecleos fenoacutelicos ligados por uma cadeia de trecircs carbonos A

estrutura baacutesica dos flavonoacuteides consiste num nuacutecleo flavano constituiacutedo de quinze

aacutetomos de carbono arranjados em trecircs aneacuteis (C6-C3-C6) sendo dois aneacuteis fenoacutelicos

(ou metoxilados) substituiacutedos (A e B) e um pirano (cadeia heterociacuteclica C) acoplado

ao anel A (Figura 8) (Cunha et al 2005)

Figura 08 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

As vaacuterias classes de flavonoacuteides diferem no niacutevel de oxidaccedilatildeo e no modelo de

substituiccedilatildeo da cadeia heterociacuteclica C Algumas classes de flavonoacuteides de interesse

satildeo flavonas flavonoacuteis flavanonas flavan-3-ol isoflavonas antocianidinas e

flavanolol (Di Carlo et al 1999)

O esqueleto baacutesico dos flavonoacuteides resulta de rotas biossinteacuteticas separadas a

do aacutecido chiquiacutemico e a do acetato via aacutecido malocircnico A primeira origina

36

fenilalanina o precursor do aacutecido cinacircmico que por sua vez origina o aacutecido

cumaacuterico responsaacutevel por um dos aneacuteis aromaacuteticos (anel B) e a ponte de trecircs

carbonos A segunda resulta no outro anel aromaacutetico (anel A) do esqueleto baacutesico

dos flavonoacuteides (Dewick 2002 Santos 2004) (Figura 9)

Figura 9 biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

37

Flavonoacuteides geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados

contribuindo para a coloraccedilatildeo do azul do vermelho e do laranja nas folhas flores e

frutos Tambeacutem estatildeo associados com diferentes propriedades bioloacutegicas Foram

atribuiacutedas diferentes funccedilotildees na natureza a vaacuterios flavonoacuteides compostos

antimicrobianos produtos do estresse de metaboacutelitos ou moleacuteculas sinalizadoras

(Robbers et al 1997)

38

3214 Terpenoacuteides e fenilpropanoacuteides

Ao longo da evoluccedilatildeo as espeacutecies vegetais desenvolveram vias metaboacutelicas

que lhes permitiam sintetizar uma grande diversidade de metaboacutelitos especiais

Entre esses metaboacutelitos incluem-se alguns compostos de baixo peso molecular que

volaacuteteis satildeo percebidos pelo sistema olfativo como substacircncias dotadas de aromas

sendo usualmente designados como compostos aromaacuteticos As plantas que os

produzem e acumulam em quantidades apreciaacuteveis satildeo por isso denominadas

plantas aromaacuteticas (Cunha et al 2005)

Estas substacircncias volaacuteteis e odoriacuteferas produzidas em misturas complexas

satildeo geralmente lipofiacutelicas e liacutequidas que podem ser isoladas na forma de um oacuteleo

denominado oacuteleo essencial (Simotildees amp Spitzer 2004)

Os componentes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais podem ser divididos em duas

grandes classes com base na biossiacutentese que lhes deu origem (1) derivados de

terpenoacuteides formados atraveacutes da via aacutecido mevalonato-acetato via fosfato

desoxixilulose e (2) fenilpropanoacuteides formados atraveacutes da via do chiquimato

(Robbers et al 1997)

Os fenilpropanoacuteides satildeo formados via aacutecido chiquiacutemico que por sua vez eacute

formado a partir da condensaccedilatildeo do fosfoenolpiruvato e da eritrose-4-fosfato O

aacutecido chiquiacutemico e responsaacutevel pela formaccedilatildeo das duas unidades baacutesicas dos

fenilpropanoacuteides o aacutecido cinacircmico e o aacutecido ρ-cumarico que por meio de reduccedilatildeo

oxidaccedilatildeo e ciclizaccedilatildeo formam os alilbenzenos aldeiacutedos aromaticos

propenilbenzenos e cumarinas (Simotildees amp Spitzer 2004) conforme a figura 10

39

O OH

OH OH

OH

Aacutecido chiquiacutemico

O

OH

R

Aacutecido cinacircmico (R = H)

ou

p - cumaacuterico (R = OH)

O

R

CH2

R R O O

CH3

R

reduccedilatildeo oxidaccedilatildeo cicl izaccedilatildeoreduccedilatildeo

propenilbenzenos aldeiacutedos aromaacuteticos alilbenzenos cumarinas

(R = H OH) (R = H OH) (R = H OH) (R = H OH)

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Os terpenoacuteides constituem uma grande variedade de moleacuteculas sendo esse

termo empregado para designar todas as substacircncias cuja origem biossinteacutetica

deriva de unidades do isopreno A unidade isoprenica por sua vez origina-se a

partir do aacutecido mevalocircnico e a via da eritrose Os compostos terpecircnicos mais

frequumlentes nos oacuteleos volaacuteteis satildeo os monoterpenos (cerca de 90 dos oacuteleos

volaacuteteis) e os sequiterpenos (Simotildees amp Spitzer 2004) Na figura 11 pode-se

visualizar a formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

40

CH3CH3

CH3 OOH

Aacutecido mevalocircnico

CH3

CH2 OPP

Unidade do isopreno

monoterpenos sesquiterpenos diterpenos sesterpenos triterpenos

esteroacuteides

CH3

CH3 CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Seus constituintes variam desde hidrocarbonetos alcooacuteis aldeiacutedos cetonas

fenoacuteis eacutesteres eacuteteres oacutexidos peroacutexidos furanos aacutecidos orgacircnicos lactonas

cumarinas ateacute compostos contendo enxofre Na mistura tais compostos

apresentam-se em diferentes concentraccedilotildees normalmente um deles eacute o composto

majoritaacuterio existindo outros em menores teores e alguns em baixiacutessimas

quantidades (Simotildees amp Spitzer 2004) Na Figura 12 pode visualizar alguns

exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em oacuteleos essenciais

Embora a constituiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais seja muito diferenciada

satildeo observadas algumas propriedades fiacutesicas em comum Possuem odores

caracteriacutesticos alto iacutendice de refraccedilatildeo e a maioria eacute opticamente ativa sendo sua

rotaccedilatildeo especiacutefica muitas vezes uma propriedade uacutetil do ponto de vista de

41

caracterizaccedilatildeo Satildeo imisciacuteveis com aacutegua mas satildeo soluacuteveis em eacuteter aacutelcool e na

maioria dos solventes orgacircnicos (Robbers 1997)

OHO

OH O

HO

OH

linalol terpinoleno alfa pineno cacircnfora

limoneno mentol mentona

cariofilenonerolidolfarnesol

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

As espeacutecies aromaacuteticas de Lauraceae estatildeo compreendidas principalmente

entre os gecircneros Aniba Nectandra Ocotea Licaria e Dicypellium O elevado

potencial da flora odoriacutefera da Amazocircnia apresenta-se como a fonte renovaacutevel mais

apropriada para a produccedilatildeo de essecircncias aromaacuteticas provenientes de Lauraceae

(Zoghbi et al 2005)

42

O uso de plantas aromaacuteticas eacute bastante difundido em especial no tratamento

de infecccedilotildees microbianas inflamaccedilotildees dores e eczemas Entre as propriedades

farmacoloacutegicas encontradas em oacuteleos volaacuteteis estatildeo a atividade antifuacutengica (Lima et

al 2006) repelente (Cheng et al 2004) antiinflamatoacuteria (Juergens et al 1998)

anticolinesteraacutesica (Miyazawa et al 1998) e analgeacutesica (Silva et al 2003)

Satildeo inuacutemeras as atividades bioloacutegicas de oacuteleos volaacuteteis Segundo Baratta e

colaboradores (1998) o oacuteleo de Laurus nobilis apresentou atividade antimicrobiana

frente aos microorganismos Acinetobacter calcoaceticus Beneckea natriegens

Citrobacter freundii Erwinia carotovora Lactobacillus plantarum Micrococcus luteus

Salmonella pullorum Serratia marcescens e Staphylococcus aureus Jaacute o oacuteleo

volaacutetil de Origanum vulgare apresenta forte atividade antimicrobiana em 19 dos 25

microrganismos testados O hidrolato e o oacuteleo volaacutetil de Aniba duckei apresentaram

atividade larvicida frente a Artemia franciscana e Aedes aegypti (Souza et al 2007)

Oacuteleos volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae tem grande importacircncia na induacutestria

farmacecircutica e de perfumes o oacuteleo de pau-rosa obtido a partir de Aniba

rosaeodora tem como constituinte majoritaacuterio o aacutelcool terpecircnico linalol com mistura

dos isocircmeros D e L-linalol que varia de acordo com a regiatildeo de coleta amplamente

utilizado em fragracircncias de perfumes Da mesma forma a cacircnfora extraiacuteda de

Cinnamomum camphora e o safrol extraiacutedo de Ocotea pretiosa e Sassafras

albidum satildeo amplamente utilizados na induacutestria de cosmeacuteticos (Rizzini amp Mors

1995)

43

322 Gecircneros

3221 Endlicheria Nees

Gecircnero neotropical com centro de diversidade na Ameacuterica do Sul Endlicheria

ocorre tambeacutem na Costa Rica Guadalupe e Ilhas do Caribe Possui cerca de 60

espeacutecies 40 das quais ocorrem no Brasil (Chanderbali 2004) (figura 13)

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos relatos satildeo descritos na literatura sobre espeacutecies deste gecircnero

Rodriguez (2008) relata que os extratos etanoacutelicos de Endlicheria anomala

apresentaram atividade antioxidante atraveacutes da inibiccedilatildeo frente ao radical livre 22-

difenil-1-picrilhidrazil (DPPH)

Foram isolados da espeacutecie Endlicheria dysodantha mez quatro derivados

bioativos de benzoato de benzil 2-hidroxi benzoato de benzil 2-hidroacutexi-6-

metoxibenzoato de benzil 26-dimetoxibenzoato de benzil e 25-

dimetoxidimetoacutexibenzoato de benzila ( Ma et al 1991) No extrato benzecircnico de

Endlicheria sericea (Lauraceae) foram isolados por processos cromatograacuteficos

quatro substacircncias ineacuteditas na eacutepoca aleacutem de sitosterol sitostenona e manitol

(Santos 1976) As estruturas dessas substacircncias podem ser verificadas na figura 14

a seguir

44

CH3

O CH3

OH O

O CH3

OH O

H3C

O CH3

OH O

OCH3

CH3

O CH3

OH O

CH3O

HO

26-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-2-metil-8-metoacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-28-dimetil-7-metoacutexi-4-cromanona sitosterol

mantinol28-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

OHHO

OH OH

OH OH

OCH3

CH3O

CH3O

OCH3

OAcO

O OO

O

OCH3

OCH3

disodantina A

O OO

O

OCH3

OCH3

CH3

CH3

acetato de megafone

disodantina B

Figura 14 Substacircncias isoladas de Endlicheria Fonte Santos 1976 e MA et al 1991

As espeacutecies E sericeae e citriodora natildeo apresentaram nenhum estudo

disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos fitoquimicos

45

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki

O gecircnero Rhodostemonodaphne possui cerca de 41 espeacutecies distribuiacutedas na

Ameacuterica do Sul (Madrintildeaacuten 2004) (Figura 15)

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne Fonte

httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos satildeo encontrados na literatura para

este gecircnero O oacuteleo essencial das folhas de Rhodostemonodaphne kunthiara

apresentou atividade citotoacutexica in vitro contra linhagem de ceacutelulas tumorais

humanas apresentando 919 de hidrocarbonetos sesquiterpenos sendo os

componentes majoritaacuterios o germacreno D (644) e o biciclogermacreno (176)

(Palazzo 2009)

As espeacutecies R crenaticupula e R recurva natildeo apresentaram pouco ou nenhum

estudo disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos

fitoquimicos

46

3223 Gecircnero Ocotea Aublet

Aspectos gerais

O gecircnero Ocotea Aublet eacute o maior gecircnero da famiacutelia Lauraceae na regiatildeo

neotropical e apresenta o maior nuacutemero de espeacutecies medicinais (Marques 2001)

sendo utilizado tanto componente dos extratos quanto dos oacuteleos essenciais Este

gecircnero Ocotea tem despertado o interesse dos fitoquiacutemicos brasileiros com sua

ampla distribuiccedilatildeo no territoacuterio nacional com espeacutecies muito apreciadas no comeacutercio

madeireiro como Ocotea porosa conhecida popularmente como imbuiccedila e Ocotea

odoriacutefera o sassafraacutes (Lorenzi 2002) Na tabela 1 pode-se verificar as espeacutecies

mais comumente encontradas no Brasil relacionando seus nomes populares e

forma de uso na induacutestria madeireira (Marques 2001)

Tabela 1 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Nome cientiacutefico Nome popular Forma de uso

Obarcellensis Louro mamori pau-de-querosene

Marcenaria e construccedilotildees em geral

O catharinensis Canela preta Construccedilatildeo civil para ripas e vigas e para moacuteveis

O cymbarum Canela Marcenaria e construccedilotildees em geral

O diospyrifolia Canela Postes e taacutebuas de assoalho

O divaricata Canela soqueira Marcenaria e construccedilotildees em geral

O elegans Canela ferro Marcenaria e construccedilotildees em geral

O guianensis Louro branco Fabricaccedilatildeo de papel

O organensis Canela goiaba Obras de carpintaria

O porosa Imbuia Marcenaria e construccedilotildees em geral

Ocotea pretiosa Sassafraacutes Natildeo utilizada em obras devido as ceacutelulas secretoras de oacuteleo essencial

Opuberula Louro abacate canela barbosa

Fabricaccedilatildeo de papel e de caixotaria

Opulchella Canelinha canela preta Marcenaria e construccedilotildees em geral

O spectabilis Canela amarela louro-preto

Marcenaria e construccedilotildees em geral

47

Distribuiccedilatildeo Geograacutefica

Ocotea Aubl eacute constituiacutedo por cerca de 350 espeacutecies distribuiacutedas na Ameacuterica

tropical e subtropical desde o Meacutexico ateacute a Argentina ocorrendo tambeacutem em

Madagascar na Aacutefrica e nas Ilhas Canaacuterias (Rhower 1993) Estima-se que no Brasil

ocorrem entre 12 a 16 espeacutecies (Baitello 2001) (figura 16)

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Quiacutemica e atividade bioloacutegica

Estudos fitoquiacutemicos tem revelado a presenccedila de neolignanas alcaloacuteides

fenilpropanoacuteides flavonoacuteides e sesquiterpenos (Chaacutevez Gottlieb e Yoshida 1995)

O gecircnero Ocotea destaca-se como um dos gecircneros mais expressivos nos

isolamentos de alcaloacuteides das Lauraacuteceas brasileiras principalmente com esqueletos

com pronunciadas atividades bioloacutegicas (Zanin amp Lordello 2007) Os tipos de

esqueletos alcaloiacutedicos jaacute encontrados nesse gecircnero satildeo apresentados na tabela

02

48

Tabela 2 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Alcaloacuteides Estrutura Espeacutecie Referecircncia

Benzilisoquinoliacutenico

Oduckei

Dias et al

2003

Indoacutelico

O minarum Garcez et al 2005

Triptamiacutenico

O santalodora Aguiar et al 1980

Benzilisoquinoliacutenico

O pulchella Bodega et al 2003

Aporfiacutenicos sensu

scricto

O glaziovii O

caesia

O macropoda

O minarum

Guinaudeau et

al 1979

Vilegas et al

1989

Cava 1971

Vecchietti et al

1979

NH

49

Dentre os alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo

grande e ainda em expansatildeo com mais de 500 alcaloacuteides isolados de mais de 90

gecircneros de plantas eou sintetizados (Jia et al 2000) A maior parte dos alcaloacuteides

aporfinoacuteides encontrados nesse gecircnero foram reunidos no artigo de revisatildeo de Zanin

amp Lordello (2007) Vaacuterios desses alcaloacuteides aporfinoacuteides satildeo comumente

encontrados no gecircnero Ocotea apresentam potente atividade bioloacutegica

Na famiacutelia Lauraceae o oacuteleo essencial eacute armazenado em ceacutelulas secretoras

que podem ser encontradas na folha na casca e no lenho Algumas espeacutecies de

Ocotea como O elegans demonstram tal afirmaccedilatildeo apresentando dificuldades na

utilizaccedilatildeo da madeira para induacutestria de papel devido a presenccedila de ceacutelulas

secretoras de oacuteleo e mucilagem em abundacircncia (Marques 2001)

O oacuteleo essencial de O odorifera apresenta como componente principal o

safrol uma substacircncia comercializada no mundo inteiro e utilizada em vaacuterios ramos

industriais pelo qual milhares de indiviacuteduos de canela-sassaacutefras como eacute conhecido

popularmente foram sacrificados nas matas do sul do paiacutes ateacute a deacutecada de 1990

levando a espeacutecie a ser incluiacuteda na lista oficial de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

(Portaria IBAMA ndeg6-N de 15 de janeiro de 1992) e agrave consequumlente proibiccedilatildeo de seu

corte

O trabalho realizado por Takaku Haber e Setzer (2007) com os oacuteleos

essenciais das folhas de dez espeacutecies de Ocotea (O floribunda O holdridgeana O

meziana O sinuata O tonduzii O valeriana O veraguensis O whitei e duas natildeo

descritas denominadas ldquolos llanosrdquo e ldquosmall leafrdquo) de Monteverde Costa Rica

apresentou como constituintes principais em comum nas espeacutecies α-pineno β-

pineno β-cariofileno e germacreno-D

Tabela 01 continuaccedilatildeo

50

O oacuteleo essencial de diferentes partes de Ocotea ducke apresentou significante

efeito cardiovascular induzindo significativamente hipotensatildeo seguido de

bradicardia O constituinte principal do oacuteleo essencial das folhas foi o trans-

cariofileno (605) e do oacuteleo essencial do caule foi o β-eudesmol (27) (Barbosa-

Filho et al 2008) A tabela 03 mostra outras atividades de algumas espeacutecies de

Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Atividade Farmacoloacutegica Espeacutecie Referecircncia

Fator de agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (PAF) Ocotea duckei

Castro-Faria-Neto et al

1995

Atividade antimicrobiana de

Escherichia coli Ocotea duckei Antunes et al 2006

Efeito depressivo do SNC Ocotea duckei Moraes et al 1998

Bloqueador de contraccedilatildeo

muscular Ocotea odoriacutefera Ribeiro et al 2003

Efeito larvicida contra

Aedes aegypti Ocotea vellosiana Silva et al 2008

Accedilatildeo Repelente Ocotea gardneri Botelho et al 2009

Anti-inflamatoacuteria Ocotea quixos Ballabeni et al 2010

Anti protozoaacuteria Ocotea lancifolia Fournet et al 2007

Antioxidante Ocotea quixos Bruni et al 2004

Para as espeacutecies deste estudo Ocotea minor e Ocotea ceanothifolia natildeo foram

observados estudos quiacutemicos e bioloacutegicos disponiacuteveis na literatura Da espeacutecie

Ocotea leucoxylon foram isolados os alcaloacuteides aporfiacutenicos dicentrina e ocoteiacutena

(Zhou et al 2000)

51

3 Atividades QuiacutemicaBioloacutegicas

331 Atividade antioxidante

3311 Radicais Livres

Desde o iniacutecio da vida no planeta a toxicidade do oxigecircnio atmosfeacuterico tem

sido o principal desafio agrave sobrevivecircncia dos organismos vivos As oxidaccedilotildees

bioloacutegicas geram espeacutecie reativas de oxigecircnio (ERO) e radicais livres que podem

provocar lesotildees celulares muitas vezes irreparaacuteveis (Gocircuvea 2004)

Os radicais livres satildeo espeacutecies quiacutemicas que apresentam como caracteriacutestica a

presenccedila de um uacutenico eleacutetron natildeo-pareado em uma oacuterbita externa A energia criada

por essa configuraccedilatildeo instaacutevel eacute liberada atraveacutes de reaccedilotildees com moleacuteculas

adjacentes como substacircncias quiacutemicas inorgacircnicas ou orgacircnicas ndash proteiacutenas

lipiacutedeos carboidratos particularmente com moleacuteculas essenciais das membranas e

aacutecidos nucleacuteicos causando danos as ceacutelulas e patologias (Halliwell 1996)

Os radicais livres com seus eleacutetrons natildeo pareados podem atacar e danificar

praticamente qualquer moleacutecula encontrada no organismo Eles doam seu eleacutetron

natildeo pareado ou capturam um eleacutetron de outra moleacutecula a fim de formar um par De

uma forma ou de outra os radicais acabam ficando estaacuteveis e a moleacutecula

transforma-se em um radical Isso inicia uma reaccedilatildeo em cadeia que pode agir

destrutivamente As etapas que envolvem a reaccedilatildeo dos radicais livres na

lipoperoxidaccedilatildeo podem ser visualizadas no esquema 2

As etapas de reaccedilatildeo de radicais de forma geral podem ser divididas em etapa

de iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo (Bruice 2006)

52

Etapa de iniciaccedilatildeo na etapa de iniciaccedilatildeo os radicais satildeo gerados

Etapa de propagaccedilatildeo um radical reage para produzir outro radical O radical

produzido na primeira etapa de propagaccedilatildeo pode reagir para formar outro radical As

etapas satildeo repetidas diversas vezes Dessa maneira a reaccedilatildeo eacute chamada ldquoreaccedilatildeo

radicalar em cadeiardquo Eacute a etapa que propaga a cadeia reacional

Etapa de terminaccedilatildeo quando os radicais se combinam produzindo uma

moleacutecula na qual os dois eleacutetrons estatildeo emparelhados ou uma moleacutecula estabiliza o

radical devido principalmente suas propriedades estruturais

Esquema 2 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido graxo

insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido lipiacutedico)

A oxidaccedilatildeo eacute parte fundamental da via aeroacutebica e do metabolismo e assim os

radicais livres satildeo produzidos naturalmente ou por alguma disfunccedilatildeo bioloacutegica No

organismo encontram-se envolvidos na produccedilatildeo de energia na forma de ATP

atraveacutes da cadeia respiratoacuteria como aceptor final de eleacutetrons fagocitose

regulamentaccedilatildeo do crescimento celular sinalizaccedilatildeo intercelular e siacutentese de

substacircncias bioloacutegicas importantes (Borek 1997) Participa de vaacuterias reaccedilotildees

metaboacutelicas como a biossiacutentese de prostaglandinas e esteroacuteides e na oxidaccedilatildeo de

muitas substacircncias aromaacuteticas entre outras (Fleschin et al2000)

O acircnion superoacutexido ( O2 ) o radical hidroxila ( HO) e o oacutexido niacutetrico ( NO) satildeo

exemplos de radicais livres Existem entretanto compostos igualmente reativos

quanto os radicais livres que natildeo possuem eleacutetron natildeo emparelhado na uacuteltima

Iniacutecio LH + OH L + H2O

+ O2 LOO

Propagaccedilatildeo LH + LOO L + LOOH

Propagaccedilatildeo L

53

camada e portanto natildeo podem ser classificados como radicais livres Essas

substacircncias satildeo classificadas de maneira mais ampla como espeacutecies reativas de

oxigecircnio (ERO) ou espeacutecies reativas de nitrogecircnio (ERN) e incluem o peroacutexido de

hidrogecircnio (H2O2) o caacutetion nitrosonium (NO+) o acircnion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito

(ONOO-) (Anderson1996)

Radicais livres (RL) e espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) e nitrogecircnio (ERN)

desempenham papel fundamental no metabolismo celular No entanto quando em

excesso estatildeo envolvidos em vaacuterios processos deleteacuterios ao organismo humano

levando a alteraccedilotildees teciduais responsaacuteveis por diversas patologias como o cacircncer

a arterosclerose a Diabetes mellitus a artrite reumatoacuteide a distrofia muscular a

catarata as desordens neuroloacutegicas e o processo de envelhecimento (Droumlge 2002

Nordberg amp Arneacuter 2001)

Recentemente a presenccedila de radicais livres tem sido correlacionada com um

grande nuacutemero de doenccedilas mas natildeo como agentes etioloacutegicos e sim como fatores

que participam diretamente dos mecanismos fisiopatoloacutegicos os quais determinam a

continuidade e as complicaccedilotildees de diversos estados patoloacutegicos (Rover Junior et al

2001)

Quando os antioxidantes produzidos pelo corpo satildeo insuficientes para

combater os radicais livres produzidos pelo organismo este sofre accedilotildees

degenerativas atraveacutes do distuacuterbio conhecido como estresse oxidativo Esta eacute uma

condiccedilatildeo celular ou fisioloacutegica de elevada concentraccedilatildeo de EROERN que causa

danos moleculares agraves estruturas celulares com consequente alteraccedilatildeo funcional e

prejuiacutezos das funccedilotildees vitais em diversos tecidos e oacutergatildeos tais como muacutesculos

fiacutegados tecido adiposo vascular e cerebral (Droumlge 2002 Duarte et al 1993

Halliwell 1994)

54

Haacutebitos de vida inapropriados tais como a ingestatildeo de aacutelcool fumo e dieta

inadequada condiccedilotildees ambientais improacuteprias tais como a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo natildeo

ionizante UV poluiccedilatildeo estresse emocional e envelhecimento satildeo fatores que estatildeo

associados ao estresse oxidativo (Droumlge 2002 Elsayed 2001) O equiliacutebrio entre a

formaccedilatildeo e a remoccedilatildeo das espeacutecies reativas de radicais livres pode sofrer accedilatildeo de

agentes exoacutegenos ou endoacutegenos induzindo um estado de estresse oxidativo Este

por sua vez pode ser reestabelecido pelos sistemas antioxidantes Na figura 17

pode-se verificar um esquema com as principais fontes de espeacutecies reativas

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al( 2007)

3312 Antioxidantes

Os antioxidantes satildeo substacircncias que quando presentes em baixas

concentraccedilotildees comparadas agrave do substrato oxidaacutevel regeneram ou previnem

significativamente a oxidaccedilatildeo do mesmo (Halliwell et al2000)

As plantas produzem uma grande variedade de substacircncias antioxidantes

contra os danos moleculares causados por radicais livres Entre eles os compostos

fenoacutelicos compreendem o principal grupo de compostos oxidantes de origem

vegetal Destes os flavonoacuteides constituem o grupo mais importante (Behling et al

2004)

55

De acordo com Halliwell (1996) os efeitos defensivos de antioxidantes que

controlam a produccedilatildeo de radicais livres nos seres vivos podem ter origem exoacutegena

originados principalmente de fontes enzimaacuteticas endoacutegena provenientes

principalmente da dieta alimentar destacando-se tocoferoacuteis (vitamina E) aacutecido

ascoacuterbico (vitamina C) flavonoacuteides polifenoacuteis selecircnio e carotenoacuteides (Bianchi amp

Antunes 1999) Alguns exemplos de antioxidantes podem ser verificados na figura

18

A vitamina E eacute a designaccedilatildeo dada a um grupo de compostos antioxidantes

lipossoluacuteveis entre os quais o α-tocoferol eacute a forma mais ativa Eacute encontrada em

lipoproteiacutenas e membranas atuando no bloqueio da reaccedilatildeo em cadeia da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica atraveacutes do sequumlestro de radical peroxila A vitamina C tem

muitas funccedilotildees fisioloacutegicas como o alto poder antioxidante reciclando a vitamina E

no processo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica da membrana e lipoproteiacutenas (Esquema 3)

(Barreiros amp David 2006)

O

HO

Tocoferol

O OHO

HO

HO OH

Aacutecido AacutescoacuterbicoCaroteno

O

OOH

HO

OH

OH

OH

Quercetina(Vitamina E)

(Vitamina C)

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

56

Esquema 3 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela vitamina C originando o radical ascorbila Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al 2007

A partir dos anos 80 o interesse em encontrar antioxidantes naturais para o

emprego em produtos alimentiacutecios ou para uso farmacecircutico tem aumentado

consideravelmente com o intuito de substituir antioxidantes sinteacuteticos que

apresentam problemas de toxicidade e carcinogecircnese bem como diversos outros

males aumento do peso do fiacutegado e significativa proliferaccedilatildeo do retiacuteculo

endoplasmaacutetico (Zheng amp Wang 2001 Giordani et al 2008 Simatildeo 1985)

Em funccedilatildeo dos possiacuteveis problemas provocados pelo consumo de

antioxidantes sinteacuteticos as pesquisas tecircm-se voltado no sentido de encontrar

produtos naturais com atividade antioxidante os quais permitiratildeo substituir os

sinteacuteticos ou fazer associaccedilatildeo entre eles (Souza et al 2007)

3313 Avaliaccedilatildeo da atividade antioxidante utilizando radical livre DPPH

A necessidade de tornar mais objetivas e menos dispendiosas as pesquisas

por constituintes quiacutemicos de plantas levou ao desenvolvimento de numerosas

teacutecnicas de ensaios para monitoramento e seleccedilatildeo de extratos

biofarmacologicamente uacuteteis (Viegas Jr 2004) Dentre eles estaacute o teste com DPPH

que eacute um meacutetodo bastante conveniente para a varredura da atividade antioxidante

de pequenas moleacuteculas uma vez que a reaccedilatildeo pode ser observada visualmente

O R

HO

LOOLOOH

Radical Ascorbil Vitamina C

O R

O

57

utilizando-se uma cromatoplaca ou um espectrocircmetro UVVIS (Saacutenchez-Moreno

1998)

A moleacutecula de DPPH (22-difenil-1-picril-hidrazil) eacute caracterizada como um

radical livre estaacutevel em virtude da deslocalizaccedilatildeo do eleacutetron desemparelhado por

toda a moleacutecula Esta deslocalizaccedilatildeo confere a esta moleacutecula uma coloraccedilatildeo violeta

caracterizada por uma banda de absorccedilatildeo em etanol em cerca de 520nm

Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma

determinada substacircncia em sequumlestrar o radical DPPH reduzindo-o a hidrazina

(figura 19) obtendo dessa forma a mudanccedila simultacircnea na coloraccedilatildeo de violeta a

amarelo paacutelido com consequente desaparecimento da absorccedilatildeo podendo a mesma

ser monitorada pelo decreacutescimo da absorbacircncia A partir dos resultados obtidos

determina-se a porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional (Alvez et

al2010 Sanchez-Moreno et al 1998)

A porcentagem de atividade antioxidante (AA) corresponde a quantidade de

DPPH consumida pelo antioxidante sendo que a quantidade de oxidante necessaacuteria

para decrescer a concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 eacute denominada

concentraccedilatildeo eficiente (CE50) tambeacutem chamada de concentraccedilatildeo inibitoacuteria (CI50)

Quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra menor seraacute a sua CE50

N

N

N

N

ON

O

O

O

O

O

antioxidante

N

N

N

O

O

O

O

O

O

NH N

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

58

332 Citotoxicidade

3321 Letalidade em Artemia salina Leach

As plantas conteacutem inuacutemeros constituintes e seus extratos quando testados

podem apresentar efeitos sineacutergicos entre os diferentes princiacutepios ativos devido a

presenccedila de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade No estudo da atividade bioloacutegica de extratos vegetais eacute importante

a seleccedilatildeo de bioensaios para a detecccedilatildeo do efeito especiacutefico Os sistemas devem

ser simples sensiacuteveis e reprodutiacuteveis (Cavalcanti et al 2000)

A fim de estabelecer a toxicidade de novos produtos naturais muitos ensaios

podem ser utilizados como os ensaios de letalidade de organismos simples que tecircm

sido utilizados para um raacutepido e relativamente simples monitoramento da resposta

bioloacutegica onde existe apenas um paracircmetro envolvido morte ou vida (Meyer et al

1982) Os resultados podem ser facilmente tratados estatisticamente

Estes ensaios permitem a avaliaccedilatildeo da toxicidade geral e portanto satildeo

considerados essenciais como bioensaios preliminares no estudo de compostos com

potencial atividade bioloacutegica

Um dos animais que tem sido utilizado nestes ensaios eacute uma espeacutecie de

microcrustaacuteceo marinho Artemia salina Leach que eacute considerada um bioensaio

preliminar utilizado para expressar a toxicidade de produtos naturais como extratos

de plantas e produtos marinhos (Maciel et al 2002)

Artemia salina Leach eacute uma espeacutecie da ordem Anostraca amplamente

conhecido como indicador de toxicidade em um bioensaio que utiliza CL50

(concentraccedilatildeo letal meacutedia) como paracircmetro para avaliaccedilatildeo da atividade bioloacutegica

(Nunes et al 2008) Esta espeacutecie eacute utilizada em testes de toxicidade devido agrave sua

59

capacidade de formar cistos dormentes fornecendo desse modo material bioloacutegico

que pode ser armazenado durante longos periacuteodos de tempo sem perda de

viabilidade e sem necessidade de se manterem culturas contiacutenuas de organismo-

teste Eacute uma espeacutecie de faacutecil manipulaccedilatildeo em laboratoacuterio e baixo custo econocircmico

(Calow 1993)

Adicionalmente alguns trabalhos mostram uma boa correlaccedilatildeo entre o ensaio

de letalidade com larvas de Artemia salina e a citotoxicidade em linhagens de

ceacutelulas humanas para esses produtos (McLaughlin et al 1995 Carbalho et al

2002)

A avaliaccedilatildeo da bioatividade de extratos de plantas medida pela toxicidade

frente a Artemia salina pode fornecer informaccedilotildees valiosas ao trabalho de quiacutemicos

de produtos naturais e farmacoacutelogos indicando fontes vegetais com importante

atividade bioloacutegica Nesse contexto a utilizaccedilatildeo de bioensaios para o monitoramento

da bioatividade de extratos de plantas vem crescendo consideravelmente nos

laboratoacuterios de pesquisa em niacutevel mundial como meacutetodo alternativo para o uso de

animais de laboratoacuterio (Nunes et al 2008)

60

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais

O cacircncer representa uma enfermidade cada vez mais comum em todo o

mundo e a busca por moleacuteculas cada vez mais potentes e menos toacutexicas eacute

constante tendo como grande fornecedor de moleacuteculas a natureza Segundo

Brandatildeo et al (2010) as plantas satildeo consideradas fonte nobre de moleacuteculas para o

tratamento de vaacuterias formas de cacircncer e mesmo que as moleacuteculas isoladas do

vegetal natildeo possam ser usadas diretamente como medicamento podem servir para

siacutentese ou para gerar proacute-farmacos para o desenvolvimento de novos agentes

Atualmente a definiccedilatildeo cientiacutefica de cacircncer refere-se ao termo neoplasia

especificamente aos tumores malignos como sendo uma doenccedila caracterizada pelo

crescimento descontrolado de ceacutelulas transformadas Existem quase 200 tipos que

correspondem aos vaacuterios sistemas de ceacutelulas do corpo os quais se diferenciam pela

capacidade de invadir tecidos e oacutergatildeos vizinhos ou distantes (Almeida et al 2005)

O cacircncer eacute uma siacutendrome que envolve em geral as etapas de iniciaccedilatildeo

promoccedilatildeo e progressatildeo Os diferentes tipos de cacircncer correspondem aos vaacuterios

tipos de ceacutelulas do corpo (Figura 20) conforme o local de origem destas

Figura 20 Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo brasileira Fonte httpwwwincaorgbrcancer (Almeida et al 2005)

61

O tratamento convencional desta patologia baseia-se em cirurgia radioterapia

quimioterapia ou a combinaccedilatildeo destes procedimentos Os dois primeiros satildeo

recomendados para tumores localizados enquanto que a quimioterapia eacute utilizada

para as ceacutelulas canceriacutegenas espalhadas pelo corpo Os faacutermacos antineoplaacutesicos

natildeo poupam as ceacutelulas normais de sua accedilatildeo devastadora assim diversos efeitos

toacutexicos podem acometer os pacientes que fazem uso destes medicamentos (Behling

et al 2004)

A busca por medicamentos canceriacutegenos tem aumentando com vista a se

encontrar tratamentos mais efetivos e seletivos ou que visem a descoberta de

novas estrateacutegias que impeccedilam o avanccedilo da doenccedila Diversos trabalhos tecircm visado

o estudo da varredura de moleacuteculas com atividade tumoral Os alcaloacuteides

apresentam atividade pronunciada com a classe de aporfiacutenicos demonstrando

atividade frente a diferentes tipos de linhagens de ceacutelulas tumorais (Pereira et al

2008 Silva et al 2007)

Um nuacutemero significativo de agentes quimioteraacutepicos obtidos a partir de plantas

estaacute ainda em experimento cliacutenico para o tratamento de cacircncer mas verifica-se a

descoberta de faacutermacos derivados de plantas que jaacute estatildeo sendo utilizados

clinicamente para essa patologia As estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias

com atividade canceriacutegenas derivadas de fontes vegetais estatildeo representadas na

Figura 21 Entre os mais conhecidos estatildeo os chamados alcaloacuteides da vinca

vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus os taxanos como o

paclitaxel (Taxol ) inicialmente isolado das cascas de Taxus brevifoliae e a classe

de agentes clinicamente ativos derivados da camptotecina isolada de Camptotheca

acuminata Decne (Cragg amp Newman 2009)

62

Figura 21 estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividades canceriacutegenas derivadas

de fontes vegetais Fonte Adaptaccedilatildeo de Cragg amp Newman (2009)

Verifica-se uma possiacutevel correlaccedilatildeo existente entre a atividade antioxidante de

substacircncias polares e a capacidade de inibir ou retardar o aparecimento de ceacutelulas

canceriacutegenas jaacute que haacute indiacutecios que espeacutecies reativas potencializam o estado desta

patologia (Barreiros amp David 2006)

Considerando que menos de 10 das espeacutecies de plantas tiveram algum tipo

de estudo fitoquiacutemico ou de atividades bioloacutegicas acredita-se que muitos

medicamentos derivados de plantas ainda estejam por ser descobertos incluindo os

anticanceriacutegenos (Brandatildeo et al 2010)

O

O

O

O

NHO O

O

OH

O OH

O

O

O

NH

NOH

O

OO

N

OOH

NR

OO

O

R = CH3

R = CHO

Vinblastine

Vincristine

Taxol

OOH

Cl

N

OH

N

NO

O

OOH

CaptotecinaFlavopiridol

O

OOH

N

OH

HO

Roituquina

Vinblastina

Vincristina R = CHO

63

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase

A populaccedilatildeo mundial estaacute cada vez mais idosa e doenccedilas relacionadas agrave

idade prevalecem sem cura ou tratamento eficaz tornando-se probemas de Sauacutede

Puacuteblica Mundial Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHO 2001) estima-

se que 40 milhotildees de pessoas no mundo apresenta algum tipo de demecircncia dentre

elas 25 milhotildees apresentam sintomas caracteriacutesticos da Doenccedila de Alzheimer (DA)

(Andrade 1988 Viegas Junior et al 2005)

Com o crescimento da expectativa de vida o risco eacute real para todos os que

ultrapassam 60 anos de idade jaacute que a DA eacute uma patologia neurodegenerativa

progressiva que afeta principalmente a populaccedilatildeo idosa sendo responsaacutevel por 50-

60 dos casos de demecircncias em pessoas com mais de 65 anos de idade (Francis

et al 1999)

Os principais sintomas envolvem deficiecircncia orgacircnica cognitiva principalmente

comprometimento da memoacuteria da coordenaccedilatildeo motora e do raciociacutenio aleacutem de

perda da capacidade cognitiva e demecircncia

Em niacutevel celular a DA estaacute associada agrave reduccedilatildeo das taxas de acetilcolina

(ACh) no processo sinaacuteptico diminuindo a neurotransmissatildeo colineacutergica cortical

aleacutem de outros neurotransmissores como noradrenalina dopamina serotonina e

glutamato (Tabarrini et al 2001 Perry et al 2003)

A acetilcolina eacute um neurotransmissor encontrado no ceacuterebro e nas junccedilotildees

neuromusculares compondo parte do sistema nervoso parassimpaacutetico Seus efeitos

incluem a contraccedilatildeo dos muacutesculos lisos dilataccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos e

regulaccedilatildeo da taxa de batimentos cardiacuteacos no ceacuterebro estaacute associada ao controle

motor memoacuteria e cogniccedilatildeo Sua atividade e permanecircncia na fenda sinaacuteptica satildeo

64

regulados por hidroacutelise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE) que regenera a

colina seu precursor

Os avanccedilos obtidos na compreensatildeo da evoluccedilatildeo da doenccedila tecircm demostrado

que o uso de inibidores de AChE deve ser a forma mais eficiente de controle da

evoluccedilatildeo da doenccedila As causas da DA natildeo satildeo determinadas assim os sintomas

podem ser apenas amenizados (Quik e Jeyarasasingam et al 1999 Viegas Junior

et al 2004)

O medicamento considerado mais efetivo no tratamento de DA eacute a

galantamina um alcaloacuteide inibidor da enzima acetilcolinesterase composto isolado

de plantas da famiacutelia Amaryllidaceae O alcaloacuteide foi inicialmente isolado de

Galanthus woronowii mas atualmente eacute obtido a partir de Narcissus sp e Leucojum

aestivum assim como sinteticamente Esta substacircncia apresenta menos limitaccedilotildees

que outras jaacute utilizadas devido os efeitos terapecircuticos que permanecem mesmo

apoacutes o teacutermino do tratamento (Ingkanan et al 2000 Loacutepez et al 2002)

Estudos realizados visando a obtenccedilatildeo de novos compostos capazes de

amenizar o deacuteficit colineacutergico associado agrave disfunccedilatildeo cognitiva do mal de Alzheimer

estatildeo baseadas na inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase como eacute o caso do ensaio

colorimeacutetrico de Rhee (Rhee et al 2001) Para esse teste utiliza-se 55rsquo-ditiobis

(aacutecido-2 nitrobenzoacuteico) (reagente de Ellmann) para visualizaccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica (Figura 22)

65

HO

O

N

O

O

SS

O OH

N

O

O

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

O inconveniente da utilizaccedilatildeo do reagente de Ellman eacute o limite de detecccedilatildeo

visual pois formam halos de inibiccedilatildeo brancos sobre a placa corada amarela

Na revisatildeo realizada por Viegas Junior (2004) pode-se verificar que nos

estudos de produtos naturais na busca por novos faacutermacos para o controle da DA os

alcaloacuteides destacam-se devida a atividade observada em baixas concentraccedilotildees

Algumas estruturas de alcaloacuteides podem ser encontradas nessa revisatildeo e em outros

trabalhos relacionados podem ser verificados na figura 23

Ensaios com um grande nuacutemero de plantas estatildeo sendo utilizados para

detectar a atividade de inibiccedilatildeo da AChE Um estudo bioguiado mais eficiente pode

ser realizado com a associaccedilatildeo dos ensaios anticolinesterase e antioxidante

conforme Giordani (2008) jaacute que o dano causado por espeacutecies reativas de oxigecircnio eacute

considerado um fator contribuinte da doenccedila de Alzheimer

No levantamento realizado por Barbosa Filho et al (2006) foram revisadas 309

plantas e 260 substacircncias isoladas As espeacutecies em particular da famiacutelia

Amaryllidaceae Apiaceae Asteraceae Fabaceae e Fumariaceae foram as mais

estudadas Mais uma vez os alcaloacuteides receberam destaque por serem os

compostos isolados que apresentaram maior atividade inibidora de

66

acetilcolinesterase Berkov et al (2008) realizou um trabalho com 33 alcaloacuteides em

que constatou a capacidade de inibir a accedilatildeo da enzima AChE de alcaloacuteides como

coridaline epigalantamina sanguinina desidrocoridalina entre outros

Dessa forma as famiacutelias botacircnicas que conteacutem alcaloacuteides podem ser fontes

promissoras do tratamento de DA

Figura 23 Alcaloacuteides com propriedades anticolinesterase

O

HO

NCH3

CH3O

Galantamina

Huperzina A

N

OH

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

homomoenjodaramina

O

HO

NCH3

HO

Sanguinina

N

OCH3

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

moenjodaramina

HN

N NH

N

NH

OH

CH3

zeatina

FonteGalanthus woronowii Referecircncia Loacutepez et al 2002

Fonte Huperzia serrata Referecircncia Chang 2000

Rajendran et al 2001

Fonte Eucharis grandiflora Referecircncia Loacutepez et al 2002

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteFiatoua villosa Referecircncia Heo et al 2002

67

34 Meacutetodos cromatograacuteficos

A extraccedilatildeo dos constituintes de plantas eacute um exerciacutecio de acertos e erros com

uso de diferentes solventes sob as mais variadas condiccedilotildees como tempo e

temperatura de extraccedilatildeo O sucesso ou fracasso nos processos de extraccedilatildeo pode

ser observado posteriormente nos processos de purificaccedilatildeo Uma vez extraiacutedo da

planta o composto bioativo deve ser separado do extrato bruto O procedimento

pode envolver desde uma simples cristalizaccedilatildeo do composto ateacute separaccedilotildees

sucessivas com particcedilotildees de polaridades diferentes e extensivas teacutecnicas

cromatograacuteficas Neste contexto a cromatografia tem lugar de merecido destaque

no que concerne a separaccedilatildeo identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de compostos (Bresolin

amp Cechinel-Filho 2003)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo Ela estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre

devido a diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis uma fase fixa de grande

aacuterea superficial denominada fase estacionaacuteria e outra um fluido que percola

atraveacutes dela chamada de fase moacutevel A grande variedade de combinaccedilotildees entre

fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica extremamente versaacutetil e de grande

aplicaccedilatildeo (Barnes 2002)

Pode ser desenvolvida de forma planar ou no interior de colunas O fenocircmeno

da separaccedilatildeo cromatograacutefica eacute de cunho interfacial sendo que as superfiacutecies

imisciacuteveis fases moacutevel e estacionaacuteria podem ser gaacutes-soacutelido gaacutes-liacutequido liacutequido-

liacutequido e liacutequido-soacutelido respectivamente (Degani et al 1998) Dentre os vaacuterios tipos

de cromatografia haacute a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Cromatografia

Liacutequida claacutessica e de Alta Eficiecircncia (CLAE) e Cromatografia Gasosa (CG)

(Esquema 4)

68

Esquema 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia Fonte Adaptaccedilatildeo de Degani et al 1998

341 Cromatografia em Camada Delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) eacute uma teacutecnica simples e de

execuccedilatildeo relativamente raacutepida utilizada em quiacutemica de produtos naturais como uma

ferramenta eficaz de anaacutelise qualitativa para avaliaccedilatildeo da pureza de uma amostra

simples avaliaccedilatildeo do nuacutemero de componentes de uma mistura identificaccedilatildeo de

uma ou mais substacircncias presentes em uma mistura por comparaccedilatildeo com padrotildees

monitoramento do progresso de uma reaccedilatildeo quiacutemica escolha de um solvente

apropriado para uma separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna e monitoramento de uma

separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna (Silva et al 2009)

Eacute uma teacutecnica de adsorccedilatildeo liacutequidondashsoacutelido onde agrave separaccedilatildeo pela diferenccedila de

afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionaacuteria O paracircmetro

mais importante a ser considerado em CCD eacute o fator de retenccedilatildeo (Rf) o qual eacute a

razatildeo entre a distacircncia percorrida pela substacircncia em questatildeo e a distacircncia

percorrida pela fase moacutevel Os valores ideais para Rf estatildeo entre 04 e 06 (Degani

et al 1998)

69

342 Cromatografia gasosa

A cromatografia a Gaacutes (CG) eacute um meacutetodo usado para separar os componentes

de uma soluccedilatildeo e determinar sua quantidade relativa Eacute uma teacutecnica uacutetil para

compostos orgacircnicos que natildeo entrem em decomposiccedilatildeo sob altas temperaturas

(aproximadamente 310ordmC) possibilitando a anaacutelise de compostos obtidos de plantas

em pequenas quantidades (microgramas) (Lanccedilas1993)

A cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de

possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa devido agrave possibilidade de

detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9-10-12 g) A grande limitaccedilatildeo deste

meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

(Degani et al 1998)

Os gases utilizados como fase moacutevel devem ter alta pureza e ser inertes em

relaccedilatildeo agrave fase estacionaacuteria Hidrogecircnio nitrogecircnio e heacutelio satildeo os mais usados Os

detectores de maior aplicaccedilatildeo satildeo o detector por ionizaccedilatildeo em chama e o detector

de condutividade teacutermica Os dados podem ser obtidos atraveacutes de um registrador

potenciomeacutetrico um integrador ou um microcomputador sendo as amostras

identificadas por seus tempos de retenccedilatildeo (Degani et al 1998)

A cromatografia a gaacutes pode ser combinada com espectroscopia de massas

(CG-EM) Esta teacutecnica vem sendo utilizada como meacutetodo sensiacutevel na identificaccedilatildeo

de alcaloacuteides e detecccedilatildeo de vaacuterias classes de terpenos (Cordell1995 Bresolin amp

Cechinel-Filho 2003)

70

4 METODOLOGIA

41 Coleta

As espeacutecies de Lauraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho

Ducke em Manaus no Amazonas Sendo trecircs espeacutecies do gecircnero Ocotea duas do

gecircnero Rhodostemonodaphne e duas do gecircnero Endlicheria As exsicatas

encontram-se depositadas no herbaacuterio do Instituto Nacional de Pesquisas do

Amazonas (INPA) no projeto Flora da Reserva Ducke

Reg Nome cientiacutefico Oacutergatildeo(s) da planta

0215 Endlicheria citriodora Folhas e galhos

0273 Endlicheria sericea

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0123 Ocotea ceanothifolia

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0066 Ocotea leucoxylon

Folhas galhos finos e grossos

0172 Ocotea minor

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0191 Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas e galhos

0162 Rhodostemonodaphne recurva

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

Quadro 1 - Dados de coleta das espeacutecies vegetais

Apoacutes a coleta as diferentes partes da aacutervore (folhas galhos e cascas do

tronco) foram separadas limpas analisadas macroscopicamente quanto agrave presenccedila

de fungos galhas e ataques de insetos O material foi seco agrave temperatura ambiente

triturado separadamente em moinho de quatro facas e dividido para obtenccedilatildeo de

extratos etanoacutelicos e de oacuteleos essenciais O esquema 05 mostra os meacutetodos

empregados para obtenccedilatildeo dos extratos etanoacutelicos e extraccedilatildeo dos oacuteleos essenciais

71

42 Obtenccedilatildeo dos extratos

Para as sete espeacutecies investigadas o procedimento de obtenccedilatildeo dos extratos

foi padronizado Cada parte (galhos folhas e cascas) foi submetida agrave maceraccedilatildeo a

frio durante 72 horas em etanol previamente destilado

Apoacutes a maceraccedilatildeo e filtraccedilatildeo o solvente foi eliminado em evaporador rotatoacuterio

resultando num extrato bruto O material vegetal foi recolocado em maceraccedilatildeo

repetindo-se o processo descrito anteriormente durante quatro vezes obtendo assim

um extrato etanoacutelico

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos extratos e dos oacuteleos essenciais

Hidrodestilaccedilatildeo por Clevenger modificado

Evaporaccedilatildeo em rotavapor

5x maceraccedilatildeo em Etanol

Extraccedilatildeo de oacuteleo essencial

Soluccedilatildeo etanoacutelica

Extrato etanoacutelico

Prospecccedilatildeo quiacutemica

Ensaios quiacutemicobioloacutegicos

Anaacutelise e identificaccedilatildeo

Limpeza secagem e trituraccedilatildeo

Coleta

72

43 Prospecccedilatildeo

As prospecccedilotildees foram realizadas segundo Matos (1980)

431 Fenoacuteis

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se em seguida trecircs gotas de soluccedilatildeo alcooacutelica de FeCl3 10 Agitou-se e

observou-se variaccedilatildeo de coloraccedilatildeo variando entre azul e vermelho que eacute indicativo

de fenoacuteis O resultado foi comparado com um teste em branco usando-se aacutegua e

FeCl3

432 Flavonoacuteides

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se entatildeo alguns miligramas de magneacutesio granulado e 05 mL de HCl

concentrado O teacutermino da reaccedilatildeo foi indicado pelo fim da efervescecircncia O

aparecimento ou a intensificaccedilatildeo da cor vermelha foi indicativo da presenccedila de

flavonoacuteis flavanonas flavanonoacuteis eou xantonas livres ou seus heterosiacutedios

433 Alcaloacuteides

Foi verificada a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes dos reativos de

reconhecimento Dragendorf Mayer Wagner e Hager A leve turbidez ou precipitado

respectivamente roxa a laranja branca a creme marron e marrom dos extratos apoacutes

a adiccedilatildeo dos reativos indicaram a presenccedila de alcaloacuteides

73

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas

441 Obtenccedilatildeo das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

O extrato bruto foi submetido a fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides

modificado conforme demonstrado no esquema 06 O extrato seco foi

ressuspendido com soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 10 As substacircncias apolares foram

extraiacutedas com hexano Para retirada de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade foi

adicionado diclorometano (4 vezes) Apoacutes a retirada do diclorometano a fraccedilatildeo

aquosa foi alcalinizada com hidroacutexido de amocircnio ateacute pH 9-10 e extraiacuteda com o

mesmo volume de diclorometano (4 vezes) gerando uma fraccedilatildeo orgacircnica

enriquecida em alcaloacuteides A fraccedilatildeo foi seca com sulfato de soacutedio anidro filtrada

evaporada agrave pressatildeo reduzida e pesada

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Adiccedilatildeo NH4OH

Particcedilatildeo CH2Cl2

Fraccedilatildeo aquosa aacutecida

Fase Hexacircnica

CH2Cl2H2O

Fraccedilatildeo diclorometano

Fraccedilatildeo aquosa Baacutesica

Resiacuteduo aquoso neutro

Ressuspensatildeo em HCl 10 e particcedilatildeo com Hexano

Extrato

Etanoacutelico

Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

74

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD

Apoacutes as particcedilotildees aacutecido-base as fraccedilotildees alcaloiacutedicas foram solubilizadas em

diclorometano e aplicadas com auxiacutelio de capilar em cromatofolhas de alumiacutenio (AL

TLC Silicagel 60 F254 Merck 5 x 4 cm) O sistema foi mantido em cacircmara de

saturaccedilatildeo com os eluentes acetato de etila metanol e aacutegua (721) A visualizaccedilatildeo

das manchas foi efetuada por exposiccedilatildeo agrave luz UV a 264 e 365 nm e revelaccedilatildeo com

vanilina sulfuacuterica com posterior aquecimento em estufa e em capela ateacute o

aparecimento de cores na placa e revelador Dragendorf

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por Espectrometria de massas

O estudo do perfil alcaloiacutedico foi realizado por espectrometria de massa (IES-

EMEM) As amostras foram solubilizadas para concentraccedilatildeo de 5ppm usando

metanol HPLC como solvente injetadas por inserccedilatildeo direta no espectrocircmetro de

massas com inserccedilatildeo direta com fluxo de 30 μL minndash1 Os espectros ESI-MS foram

adquiridos em modo positivo em um aparelho LCQ-Fleet da Thermo Detector do

tipo Ion-Trap operando no modo ESI de ionizaccedilatildeo As amostras foram infundidas

por uma bomba de injeccedilatildeo automaacutetica com um fluxo contiacutenuo de 10μLmin-1 Os

espectros foram adquiridos na faixa de mz 100 a 800 Foram avaliados por injeccedilatildeo

direta das amostras em espectrocircmetro de massa com interface electrospray e

analisador de iacuteon-trap (FIA-ESI-IT-MS)[5] obtidos em modo positivo [M+H]+

75

45 Oacuteleo essencial

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo

O oacuteleo essencial foi extraiacutedo por hidrodestilaccedilatildeo utilizando-se aparelho de

Clevenger modificado por 4 horas A proporccedilatildeo utilizada foi de 110 de amostra e

aacutegua respectivamente

Apoacutes a obtenccedilatildeo do oacuteleo o mesmo foi seco em sulfato de soacutedio seu

rendimento calculado e em seguida armazenado em geladeira em um frasco acircmbar

para minimizar os efeitos da oxidaccedilatildeo ateacute as anaacutelises

O caacutelculo dos rendimentos foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo da massa do oacuteleo

obtida com a massa de material vegetal seco utilizado na extraccedilatildeo

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais

Os oacuteleos essenciais foram diluiacutedos em hexano e as soluccedilotildees obtidas foram

submetidas agrave anaacutelise por cromatografia em fase gasosa com detector de ionizaccedilatildeo

de chama (CG-DIC) para a anaacutelise quantitativa e determinaccedilatildeo dos iacutendices de

retenccedilatildeo e por cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrocircmetro de massas

(CG-EM) para a obtenccedilatildeo dos espectros de massas Foram realizadas trecircs

repeticcedilotildees para cada oacuteleo essencial analisado

4521 Anaacutelise em CG-DIC

Os oacuteleos foram diretamente analisados em cromatoacutegrafo em fase gasosa

modelo CG 2010 da Shimadzucopy com detector por ionizaccedilatildeo de chama (DIC) As

76

anaacutelises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB (100 dimetilpolisiloxano) da

Variancopy com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m sendo utilizado como gaacutes de

arraste heacutelio (He) em fluxo de 20 mLmin A injeccedilatildeo em modo split 110 foi realizada

com injetor a 250ordmC A temperatura do detector foi de 290ordmC e o forno foi

programado de 60ordmC ateacute 240degC (2degCmin) 240degC ateacute 290degC (20degCmin) isoterma em

290degC por 5 min Foram injetados padrotildees de hidrocarbonetos lineares para a

determinaccedilatildeo dos iacutendices de retenccedilatildeo

4522 Anaacutelise em CG-EM

Apoacutes a anaacutelise por CG-DIC os oacuteleos foram analisados em cromatoacutegrafo em

fase gasosa modelo QP-2010 da Shimadzucopy com detector por espectrometria de

massas (CG-EM) As anaacutelises foram realizadas com coluna VF-1MS da Variancopy

com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m As condiccedilotildees da anaacutelise foram agraves

mesmas utilizadas por CG-DIC Para a detecccedilatildeo foi aplicada a teacutecnica de impacto

eletrocircnico a 70eV

4522 Anaacutelise por RMN

Os espectros de Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear de hidrogecircnio (RMN 1H) e carbono (RMN

13C-1H desacoplado) DEPT HSQC e HMBC foram registrados em espectrocircmetro da Varian modelo

INOVA de 117 T do Centro de Biotecnologia da Amazocircnia (CBA) operando a 500 MHz para 1H e 125

MHz para 13C As amostras foram solubilizadas em 600microL de solvente deuterado clorofoacutermio (CDCl3)

Os deslocamentos quiacutemicos (δ) foram expressos em partes por milhatildeo (ppm) em relaccedilatildeo ao padratildeo

interno TMS (δ= 000) e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz) As multiplicidades dos sinais

foram indicadas segundo a convenccedilatildeo s (singleto) d (dupleto) dd (duplo dupleto) t (tripleto) e m

(multipleto)

77

4523 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais

A determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais foi realizada

atraveacutes dos dados de tempo de retenccedilatildeo obtidos por CG-DIC e dos espectros de

massas obtidos por CG-EM Os iacutendices de retenccedilatildeo foram calculados utilizando a

equaccedilatildeo de Van der Dool-Kratz relacionando os tempos de retenccedilatildeo dos compostos

presentes nos oacuteleos essenciais com os tempos de retenccedilatildeo de uma seacuterie homoacuteloga

de hidrocarbonetos lineares (C9-C30) que foi co-injetada com a amostra Os iacutendices

de retenccedilatildeo e os espectros de massas foram comparados com dados da

espectroteca Wiley 70 e da literatura (Adams 2007)

78

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos

Os extratos em etanol eou oacuteleos essencias com maiores rendimentos foram

testados nos seguintes ensaios

461 Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria de acetilcolinesterase foi verificada segundo o meacutetodo de

Ellman (1961) modificado por Rhee et al (2001) A amostra foi adicionada em uma

placa de CCD (cromatografia de camada delgada) Apoacutes a completa evaporaccedilatildeo do

solvente foi adicionado sobre a placa cromatograacutefica o corante e o substrato que

satildeo o reagente de Ellman (aacutecido 55rsquo-ditiobis-2-nitrobenzoacuteico DTNB) e uma soluccedilatildeo

de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) em tampatildeo A enzima AChE (3 UmL) foi

adicionada posteriormente e analisada depois de 20 minutos O resultado foi

verificado atraveacutes da diferenccedila na coloraccedilatildeo caracteriacutestica do meacutetodo em que a

coloraccedilatildeo amarela caracteriza o resultado negativo para inibiccedilatildeo e branca para

positivo

As regiotildees da placa que contecircm substacircncias capazes de inibir a accedilatildeo da

enzima acetilcolinesterase apresentam uma mancha branca contra a coloraccedilatildeo de

fundo do corante

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH

A atividade inibidora de radicais livres foi verificada de forma qualitativa

(Soler-Rivas et al 2000) e quantitativa (Mensor 2001)

79

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante

O teste de atividade antioxidante qualitativo foi realizado atraveacutes da

capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em

soluccedilotildees com solvente metanol por trinta segundos

Foram aplicadas sobre uma cromatoplaca de siacutelica gel soluccedilotildees das amostras

de extrato bruto com concentraccedilatildeo de 1mgmL Apoacutes a total evaporaccedilatildeo do solvente

a placa seraacute nebulizada com soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH a 03mMmL

A atividade antioxidante foi evidenciada pela presenccedila de manchas amarelas

ou brancas decorrentes da reduccedilatildeo do DPPH contra a coloraccedilatildeo puacuterpura de fundo

apoacutes alguns minutos agrave temperatura ambiente Como padratildeo positivo foi utilizado o

flavonoacuteide quercetina

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi avaliada por meio da capacidade sequumlestrante do

radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) utilizando quercetina como padratildeo

externo Verifica-se que o padratildeo apresenta concentraccedilatildeo eficiente aproximada de 4

μgmL devido a isso foram preparadas soluccedilotildees em metanol com concentraccedilotildees de

03906 a 25 μgmL O mesmo procedimento foi realizado para as soluccedilotildees dos

extratos com concentraccedilatildeo de 3125 a 100 microgmL O meacutetodo foi adaptado para

microplaca (figura 23)

As amostras diluiacutedas tiveram suas absorbacircncias medidas em leitora de

microplaca (Bio-Rad modelo 3550 UV) a 517 nm para a obtenccedilatildeo do branco Em

seguida foram submetidas agrave adiccedilatildeo do reativo DPPH (03 mM) incubando a reaccedilatildeo

80

por 30 minutos em ambiente escuro A leitura da absorbacircncia foi novamente

realizada pois por accedilatildeo de um antioxidante o DPPH eacute reduzido formando difenil-

picril-hidrazina com consequente desaparecimento da coloraccedilatildeo podendo ser

monitorado pelo decreacutescimo da absorbacircncia

A porcentagem da atividade antioxidante (AA) corresponde agrave quantidade de

DPPH consumida sendo que a quantidade da amostra necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo de DPPH em 50 eacute denominada concentraccedilatildeo eficiente (CE50) Os

valores de absorbacircncia em todas as concentraccedilotildees testadas foram convertidos em

AA pela equaccedilatildeo 01

AA = [ Abscontrole ndash ( Absamostra ndash Absbranco ) ] x 100 Abscontrole

Onde Abscontrole eacute a absorbacircncia inicial da soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH e

Absamostra eacute a absorbacircncia da mistura reacional ( DPPH + amostra)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Os resultados apresentados neste estudo correspondem a meacutedia da triplicata

e o desvio padratildeo da meacutedia O valor de (CE50) foi determinada atraveacutes da regressatildeo

linear dos valores obtidos utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007

81

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia salina LEACH

A atividade citotoacutexica dos extratos foi avaliada atraveacutes do teste de letalidade

contra Artemia salina Leach de acordo com o meacutetodo proposto por Meyer e

colaboradores (1982) Naacuteuplios de Artemia salina foram incubados em aacutegua do mar

artificial por 48 horas agrave temperatura de 28ordmC Soluccedilotildees dos extratos foram

preparadas em dimetilsulfoacutexido (DMSO) nas concentraccedilotildees variando de 10 a 500

μgmL

Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para recipientes

contendo aacutegua artificial do mar e a substacircncia a ser testada Os ensaios foram

realizados em triplicata A contagem do nuacutemero de larvas mortas foi realizada apoacutes

24 horas e esse nuacutemero foi usado para o calculo utilizando o meacutetodo Proacutebitos de

anaacutelise para obtenccedilatildeo das DL50 e respectivos intervalos de confianccedila (Finney 1971)

(figura 24) Os extratos com DL50 maiores que 1000 microgmL ppm foram considerados

inativos

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

464 Avaliaccedilatildeo da atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais

A avaliaccedilatildeo da citotoxidade foi realizada na Universidade Federal do Cearaacute sob

a supervisatildeo da prof Dra Claacuteudia Pessoa Foram utilizados trecircs tipos de linhagens

82

tumorais MDA-MB435 (mama - humano) HCT-8 (coacutelon - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) cultivadas em meio RPMI 1640 suplementados com 10

de soro fetal bovino e 1 de antibioacuteticos mantidas em estufa a 37 ordmC e atmosfera

contendo 5 de CO2As amostras dos extratos etanoacutelicos foram dissolvidas em

DMSO puro esteacuteril e testadas na concentraccedilatildeo final de 50 microgmL

Anaacutelise de citotoxicidade pelo meacutetodo do MTT vem sendo utilizada no

programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI) Eacute um

meacutetodo raacutepido sensiacutevel e barato Eacute uma anaacutelise colorimeacutetrica baseada na

conversatildeo do sal 3-(45-dimetil-2-tiazol)-25-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT)

em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas

ceacutelulas metabolicamente ativas O estudo citotoacutexico pelo meacutetodo do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade mas natildeo o mecanismo de accedilatildeo (Berridge et al

1996)

As ceacutelulas foram plaqueadas na concentraccedilatildeo de 01 x 106 ceacutelmL para as

linhagens MDAMB-435 e SF-295 e 07 x 105 ceacutelmL para a linhagem HCT-8 Em

seguidas foram adicionadas as amostras na concentraccedilatildeo final de 50 gmL As

placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5 de CO2 a 37 ordmC Ao teacutermino

deste as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante removido Em seguida

foram adicionados 150 L da soluccedilatildeo de MTT (sal de tetrazolium) e as placas foram

incubadas por 3h A absorbacircncia foi lida apoacutes dissoluccedilatildeo do precipitado com 150L

de DMSO puro em espectrofotocircmetro de placa a 595 nm

Os experimentos foram analisados segundo a meacutedia plusmn desvio padratildeo da

meacutedia (DPM) da porcentagem de inibiccedilatildeo do crescimento celular usando o programa

GraphPad Prism

83

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apoacutes seacuteculos de exploraccedilatildeo desordenada na Regiatildeo Amazocircnica as espeacutecies

da famiacutelia Lauraceae produtoras de oacuteleo essencial continuam tendo interesse

comercial mas com poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos descritos na

literatura em comparaccedilatildeo com a quantidade de espeacutecies de interesse (Alcacircntara et

al 2010)

As espeacutecies de plantas estudadas neste trabalho fazem parte de uma seacuterie de

plantas selecionadas pelo grupo de pesquisa Quiacutemica de Biomoleacuteculas da Amazocircnia

(Q-BiomA) objetivando o estudo do perfil de seus constituintes alcaloiacutedicos e

volaacuteteis Todas as espeacutecies fazem parte da flora Amazocircnica e possuem pouco ou

nenhum estudo quiacutemico e bioloacutegico

As extraccedilotildees e os ensaios quiacutemicos e bioloacutegicos foram realizados conforme a

disponibilidade dos equipamentos e reagentes e portanto os testes natildeo foram

realizados com todas as espeacutecies e partes da planta ateacute a presente data

51 Rendimento do extrato

Foram obtidos 23 extratos com rendimento variando de 161 agrave 2904

conforme apresentado na tabela 4 A espeacutecie O ceanothifolia apresentou o maior

rendimento na maioria das partes (folhas galhos finos e grossos) Em quase todas

as espeacutecies foi possiacutevel verificar que os galhos finos apresentaram rendimento maior

que os galhos grossos Tal dado eacute importante tendo em vista a sustentabilidade da

84

pesquisa jaacute que os galhos finos satildeo mais faacuteceis de serem obtidos e sua retirada eacute

menos prejudiciais agrave planta devido crescerem mais raacutepido

Tabela 4 Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

A= Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol Rend=rendimento NR = natildeo realizado

52 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica

O estudo fitoquiacutemico revelou a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos

na maioria dos extratos Os resultados para a prospecccedilatildeo de alcaloacuteides utilizando

como reveladores Hager Wagner Mayer e Draggendorff foram unidos e satildeo

apresentados na tabela 09 assim como os resultados para flavonoacuteides e compostos

fenoacutelicos

Os flavonoacuteides natildeo foram detectados em nenhum extrato do gecircnero

Rhodostemonodaphne e das espeacutecies Endlicheria sericea (galhos) e Ocotea

Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

Espeacutecies Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

()

E citriodora 400 1299 215 682 NR NR NR NR

E sericea 500 479 500 204 500 347 200 284

O

ceanothifolia

700 2904 500 860 300 1362 350 204

O leucoxylon 550 393 500 257 500 579 NR NR

O minor 500 1665 600 672 300 607 300 354

R

crenaticupula

100 826 500 161

NR NR NR NR

R recurva 500 426 500 106 500 201 300 051

85

leucoxylon Poreacutem este uacuteltimo gecircnero apresentou a maior quantidade de espeacutecies

contendo alcaloacuteides o que pode ser um indiacutecio para outras atividades jaacute que os

alcaloacuteides satildeo conhecidos por apresentarem pronunciada atividade bioloacutegica

A presenccedila de alcaloacuteides em Ocotea foi verificada destacando esse grupo de

substacircncias como bastante frequumlentes em espeacutecies desse gecircnero Foi possiacutevel

verificar que a maioria das partes das espeacutecies testadas apresentou alcaloacuteides

Tabela 5 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e flavonoacuteides

Oacutergatildeo vegetal Fenoacuteis Flavonoacuteides Alcaloacuteides

E citriodora

Folhas - - -

Galhos grossos + - -

E sericeae

Folhas + + -

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

Cascas + + +

O ceanothifolia

Folhas + + -

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + - -

O leucoxylon

Folhas + - +

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

O minor

Folhas + - +

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + + +

R recurva

Folhas - - -

Galhos grossos - - +

Galhos finos - - +

Cascas - - +

R crenaticupula

Folhas - - +

Galhos grossos + - +

(+)positivo (-)negativo

86

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica

531 Rendimento da particcedilatildeo

O rendimento () das fraccedilotildees alcaloiacutedicas variaram de 673598 em E sericea

a 00749 em E citriodora baseadas em 2g do material de partida Os rendimentos

da particcedilatildeo podem ser verificados a seguir (Tabela 6)

Tabela 6 Rendimento da particcedilatildeo aacutecido-base ()

Oacutergatildeo vegetal Hexano Diclorometano Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

E citriodora Folhas 958063 07298 00749

Galhos grossos 121941 33741 08485

E sericeae

Folhas 89957 166872 139949

Galhos grossos 264841 223406 21813

Cascas 224532 40688 673598

O ceanothifolia

Folhas 59401 60496 07518

Galhos grossos 10022 105809 20693

Galhos finos 05395 60678 05246

Cascas 05091 102800 11553

O leucoxylon

Folhas 689310 149902 91739

Galhos grossos 295341 193682 55870

Galhos finos 52083 179812 116716

O minor

Folhas 93799 95347 02446

Galhos grossos 02191 40187 08316

Galhos finos 11014 24370 09768

Cascas 06939 12986 06839

R recurva

Folhas 543737 20224 02769

Galhos grossos 334256 138845 09296

Galhos finos 429355 19344 05285

R crenaticupula Folhas 590989 17336 01273

Galhos grossos 165237 252493 07379

As espeacutecies de Endlicheria apresentaram perfis muito diferentes Enquanto em

E sericea (folhas) pode-se verificar o maior rendimento de todos os extratos E

citriodora (folhas) obteve o menor resultado Tal dado reflete o resultado das

prospecccedilotildees onde esta apresentou resultado negativo o que pode significar uma

quantidade muito baixa de alcaloacuteides presentes no extrato

As Rhodostemonodaphnes apresentaram rendimentos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

inferiores a 1 em todos os extratos

87

532 Anaacutelise por CCD

Os alcaloacuteides podem ser encontrados em todas as partes de um vegetal

contudo em um ou mais oacutergatildeos haveraacute um acuacutemulo preferencial dessas substacircncias

(Henriques et al2004) como pode ser observado nas placas cromatograacuteficas

dessas espeacutecies analisadas (figura 25 agrave 31)

Endlicheria citriodora

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 25 placa cromatograacutefica de Endlicheria citriodora

Natildeo foi verificado a presenccedila de alcaloacuteides nas fraccedilotildees de folhas e fracamente

nos galhos de Endlicheria citriodora e E sericea Tais dados satildeo condizentes com a

prospecccedilatildeo dos extratos realizados utilizando reveladores especiacuteficos para

alcaloacuteides em que o mesmo foi negativo O que pode indicar uma quantidade

pequena ou ausecircncia de alcaloacuteides presentes nas folhas e galhos dessas espeacutecies

88

O fato do resultado em prospecccedilatildeo quiacutemica ser negativo natildeo exclui a presenccedila de

uma substacircncia em um extrato pois a mesma pode estar em uma concentraccedilatildeo

muito baixa no extrato testado

Endlicheria sericeae

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 26 placa cromatograacutefica de Endlicheria sericeae

89

A anaacutelise em CCD possibilita que classes de substacircncias que apresentem

concentraccedilotildees baixas em um extrato possam ser visualizadas atraveacutes da separaccedilatildeo

de fraccedilotildees na placa cromatograacutefica como no caso dos galhos de E citriodora

No extrato das cascas de E sericea pode-se visualizar trecircs manchas que

sugerem corresponder a presenccedila do mesmo nuacutemero de alcaloacuteides embora a

presenccedila de uma fraccedilatildeo separada na placa cromatograacutefica natildeo comprove que a

mesma estaacute isolada

Rodostemonodaphne crenaticupula

Os resultados das particcedilotildees aacutecido-base das duas espeacutecies de

Rhodostemonodaphne podem ser visualizados nas figuras 27 e 28

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 27 placa cromatograacutefica de R crenaticupula

90

Nas folhas e nos galhos de R crenaticupula foi possiacutevel visualizar a presenccedila

de duas manchas que equivalem a presenccedila de alcaloacuteides Em contraste natildeo foi

possiacutevel visualizar a presenccedila de alcaloacuteides nas folhas de R recurva fracamente

nos galhs finos e mais pronunciado nos galhos grossos

Rhodostemonodaphne recurva

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 28 placa cromatograacutefica de R recurva

91

A prospecccedilatildeo para alcaloacuteides tambeacutem foi confirmada no gecircnero

Rhodostemonodaphne O perfil dos alcaloacuteides nas folhas e galhos de R

crenaticupula foi o mesmo na placa cromatograacutefica poreacutem em R recurva visualizou-

se duas manchas nos galhos finos e apenas uma nos galhos grossos Segundo

Henriques et al (2004) apoacutes o transporte para o siacutetio de armazenagem podem

haver modificaccedilotildees estruturais secundaacuterias Assim os mesmos podem ter a mesma

origem poreacutem com estruturas diferentes

A presenccedila de alcaloacuteides em potencial confirma a revisatildeo de Zanin amp Lordello

(2007) onde foi constatada por meio de anaacutelise em CCD e prospecccedilatildeo a presenccedila

de alcaloacuteides em todas as partes (folhas galhos e cascas)

Dos trecircs gecircneros analisados as Ocoteas foram as que apresentaram mais

alcaloacuteides tanto em quantidade visualizadas pelo nuacutemero de fraccedilotildees obtidas pela

separaccedilatildeo do extrato na placa cromatograacutefica quanto na concentraccedilatildeo verificada

por meio da intensidade da coloraccedilatildeo

A presenccedila de alcaloacuteides nas espeacutecies de Ocotea identificados por revelador

especiacutefico pode ser visualizado nas figuras 29 30 e 31 As manchas em Ocotea

leucoxylon e Ocotea minor foram mais pronunciadas que em O ceanothifolia

92

Ocotea ceanothifolia

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O ceanothifolia

93

O leucoxylon

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O leucoxylon

94

Ocotea minor

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 31 placa cromatograacutefica de O minor

95

O procedimento realizado para o fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides foi

uma adaptaccedilatildeo do meacutetodo de particcedilatildeo aacutecido-baacutesico modificado proposto por

Giordani et al (2008) Atraveacutes das modificaccedilotildees propostas verificou-se que o perfil

dos extratos nas anaacutelises por cromatografia em camada delgada (CCD)

apresentaram melhores perfis devido a separaccedilatildeo dos componentes

A diferenccedila para a particcedilatildeo aacutecido-base claacutessica estaacute na adiccedilatildeo de

diclorometano (b) quando o meio da fraccedilatildeo aquosa ainda estaacute aacutecida Tal fato faz

com que possa haver a extraccedilatildeo de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade onde

estatildeo incluiacutedos outros componentes natildeo desejados para esse trabalho

Ao adicionar o hidroacutexido de amocircnio este libera a maioria dos acaloacuteides e os

convertem na forma de bases livres que podem ser retirados com a segunda adiccedilatildeo

de diclorometano (c) Dessa forma eacute obtida uma mistura bruta de acaloacuteides isolados

do resto dos produtos metaboacutelicos do vegetal Apoacutes a retirada da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

esta soluccedilatildeo foi neutralizada atraveacutes de vaacuterias particcedilotildees com aacutegua destilada

Os perfis das placas cromatograacuteficas das Ocoteas demonstraram o quanto agraves

substacircncias de meacutedia polaridade foram extraiacutedas pela primeira adiccedilatildeo de

diclorometano (b) e os alcaloacuteides de maior polaridade foram extraiacutedos pela

segunda adiccedilatildeo de diclorometano onde o meio aquoso encontrava-se baacutesico

96

533 Anaacutelise por espectrometria de massa

Por meio de espectrometria de massa pode-se analisar o perfil dos extratos e

fraccedilotildees e selecionar as espeacutecies mais promissoras conforme o interesse do

trabalho A famiacutelia Lauraceae apresenta como marcador taxonocircmico a presenccedila de

alcaloacuteides principalmente a classe dos isoquinoliacutenicos Destes satildeo predominantes

compostos com moleacuteculas aporfiacutenicas oxoaporfiacutenicas e benzilisoquinoliacutenicas Os

espectros de massas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas dos trecircs gecircneros estatildeo apresentadas

em anexo e reunidas na tabela 6 onde as substacircncias majoritaacuterias estatildeo sendo

destacadas

Tabela 6 Anaacutelise do perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massa

Espeacutecie Oacutergatildeo vegetal Iacuteons principais(mz)

E citriodora Folhas 23895 38791

E citriodora Galhos grossos 30006 32988

E sericea Folhas 32995 30013

E sericea Galhos finos 28606 30006 32988 34619

E sericea Galhos grossos 30006 32813 33009 34194

E sericea Cascas 28585 33009

R crenaticupula Folhas 27416 31806 43691 45287

R crenaticupula Galhos grossos 28606 31385 33009

R recurva Folhas 19191 27423 33016

R recurva Galhos finos 28193 33002 34612

R recurva Galhos grossos 35289 33002 34591

O ceanothifolia Folhas 29992 35795

O ceanothifolia Galhos finos 29992 31420 34591

O ceanothifolia Galhos grossos 29992 31413 34605

O ceanothifolia Cascas 30006 31406 33002 34605

O leucoxylon Folhas 31084 32484 35578 37013

O leucoxylon Galhos finos 31084 32505 35592 36992

O leucoxylon Galhos grossos 32484 35592 36992

O minor Folhas 14389 17490 20507

O minor Galhos finos 14389 17511 20507

O minor Galhos grossos 14389 17504 20507

O minor Cascas 28558 29992 33009

97

Os picos mais intensos constituintes foram observados entre massa de 14389

a 45287 mz em O minor e R crenaticupula respectivamente Analisando os perfis

cromatograacuteficos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas observa-se que os respectivos espectros

obtidos nas mesmas condiccedilotildees experimentais apresentam perfis semelhantes entre

partes da mesma espeacutecie principalmente entre galhos finos e galhos grossos com

o mesmo pico base

Por tratar-se de uma fraccedilatildeo pode-se realizar uma anaacutelise do perfil onde

algumas classes de substacircncias podem ser caracterizadas Na tabela 7 haacute algumas

classes correspondentes a massa dos picos encontrados nas fraccedilotildees e algumas

sugestotildees de alcaloacuteides com registro na literatura de isolamento em espeacutecies de

Lauraceae

Os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees Por se

tratarem de um mz de nuacutemeros pares (300 e 330) significa que as suas massas

molares satildeo na realidade iacutempar Estes dados fornecem informaccedilotildees de que os

compostos referentes tratam-se de substacircncias com nuacutemero iacutempar de nitrogecircnios

Os alcaloacuteides benzilisoquinoliacutenicos reticulina e N-metil coclaurina apresentam

foacutermula molecular C19H24NO4 e C19H24NO4 o que podem corresponder aos picos

encontrados sendo estes descritos como alcaloacuteides isolados em gecircneros de

Lauraceae (Sulaiman et al 2011 Dias et al 2003)

No gecircnero Ocotea satildeo relatados diversos trabalhos com o isolamento de

alcaloacuteides Destes a classe dos aporfinicos satildeo os constituintes quiacutemicos mais

frequentes sendo encontrado em um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies (Zanin amp

Lordello 2007)

98

O pico 23895 apresenta massa correspondente agrave estrutura de um alcaloacuteide

tipo benzilisoquinoliacutenico nuacutecleo encontrado em diversas espeacutecies de Ocotea (Dias

et al 2003 Meirelles et al 1979 Barbosa-Filho et al 1999)

Em Ocotea leucoxylon verificou-se a prevalecircncia do iacuteon principal em todas as

partes de 370 mz o que sugere a presenccedila do alcaloacuteide aporfiacutenico ocoteiacutena

(C21H23NO5) alcaloacuteide denominado devido ao seu isolamento em espeacutecies desse

gecircnero (Zhou et al 2000)

Os gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne apresentaram seus picos

principais na maioria dos oacutergatildeos vegetais com mz de 300 e 330 O pico

correspondente a 285 mz corresponde agrave massa que eacute encontrada no alcaloacuteide

coclaurina onde este foi encontrado em diversos gecircneros de Lauraceae como

Aniba Litsea Mezilaurus Nectandra Neolitsea Phoebe e Ocotea (Silva et al

2002 Guinaudeau et al1979 Guinaudeau 1983 Wu amp Huang 2006)

99

Tabela 7 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares de alcaloacuteides

isolados em Lauraceae

Iacuteon molecular

(mz) (M+1)

Foacutermula

molecular Alcaloacuteides Classificaccedilatildeo Referecircncia

19191 C10H9NO3

Noroxihidrastinina

Isoquinolinico Wu amp Huang 2006

23895 C17H20N Benzilisoquinoliacutenicos benzilisoquinoliacutenicos Dias et al 2003

Meirelles et al 1979

28193 C18H19NO2 Bornuciferina lirinidina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

28606 C17H19NO3 Norcanelillina coclaurina benzilisoquinoliacutenicos Silva et al2002 Wu amp

Huang 2006

30006 C19H24NO4 N-metilcoclaurina benzilisoquinoliacutenicos Wu amp Huang 2006

Dias et al 2003

31084 C19H21NO3 Prestephanina

N-carbamoilasimilobina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

31420 C18H19NO4 Laurolitsina laureptina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32484 C19H17NO4 Neolitsina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32813 C19H21NO4 Boldina Laurotetanina

isoboldina lirina N-oxidada Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

33009 C19H24NOu Reticulina Aporfiacutenico Sulaiman et al 2011

Dias et al 2003

34194 C19H19NO5 Isocoridina predicentrina

lirioferina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35289 C20H19NO5 Oxoglaucina Oxoaporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35578 C21H25NO4 Glaucina leucoxina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35795 C21H27NO4 Srilankina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

37013 C21H23NO5 Ocoteina N-metilglaucina Aporfiacutenico Zhou et al 2000

Guinaudeau 1983

100

Por meio das anaacutelises pode-se sugerir que os demais iacuteons presentes no

gecircnero Ocotea correspondem a alcaloacuteides tipo aporfiacutenico conforme encontrado na

literatura (Zanin amp Lordello 2007) Tal fato eacute verificado em relaccedilatildeo a razatildeo massa

carga encontrada que pode ser comparada a esta classe de substacircncias

Pouco ou nenhum estudo descrito na literatura sobre isolamento de alcaloacuteides

nos gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne satildeo encontrados Tal fato pode ser

explicado devido a baixa concentraccedilatildeo dessa classe de substacircncia nos extratos

Mesmo utilizando particcedilatildeo aacutecido-base em que obtem-se uma fraccedilatildeo rica em

alcaloacuteides a concentraccedilatildeo destes eacute baixa quando comparada a quantidade de

substacircncias presentes na fraccedilatildeo e os picos que satildeo descritos na literatura No

gecircnero Rhodostemonodaphne verificou-se nos espectros de massa misturas

complexas de picos

Levando em consideraccedilatildeo a dificuldade de isolamento e purificaccedilatildeo das

classes de alcaloacuteides tanto quando existem dois ou mais componentes com o

mesmo esqueleto na mesma fraccedilatildeo devido ao mesmo comportamento

cromatograacutefico destas substacircncias quanto quando a concentraccedilatildeo destes eacute baixa

no extrato a anaacutelise das fraccedilotildees enriquecida de alcaloacuteides eacute uma alternativa eficaz

na detecccedilatildeo dos constituintes presentes na fraccedilatildeo

101

54 Oacuteleo essencial

541 Rendimento do oacuteleo essencial

As Lauraceae satildeo conhecidas internacionalmente por apresentarem espeacutecies

aromaacuteticas Dos gecircneros estudados as Anibas em especial a espeacutecie de Aniba

rosaeodora apresenta uma quantidade significante de oacuteleo em comparaccedilatildeo com a

massa do material vegetal No trabalho realizado por Alcacircntara (2009) onde foi

analisado oacuteleos essencias de 14 espeacutecies de diferentes gecircneros de Lauraceae

encontrados no Amazonas o maior rendimento encontrado foi na referida espeacutecie

citada com percentagem de 131 Outros trabalhos relacionados apresentam

rendimentos aproximados ou em sua maioria rendimentos inferiores ao encontrado

(Silva et al 2009 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Lima et al 2004)

Neste trabalho foram extraiacutedos das sete espeacutecies 21 oacuteleos essencias onde as

folhas apresentaram maiores rendimentos em comparaccedilatildeo com os galhos e cascas

Os oacuteleos como um todo apresentaram baixo rendimento como pode ser visualizado

na tabela 8

Tabela 8 Rendimento dos oacuteleos essenciais () Material vegetal 100g exceto E citriodora

50g ()

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 429 250 NR NR

E sericea 013 010 011 006

O ceanothifolia 011 007 005 NR

O leucoxylon 013 005 002 NR

O minor 011 004 NR 006

R crenaticupula 058 002 NR NR

R recurva 006 002 003 004 NR natildeo realizado

Os rendimentos dos oacuteleos obtidos pela teacutecnica de hidrodestilaccedilatildeo variaram de

002 a 429 As espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os

102

menores rendimentos em todas as partes (folhas galhos e casca) e as espeacutecies de

Endlicheria apresentaram de forma geral os maiores rendimentos Em contraste com

as espeacutecies de Ocotea e Rhodostemonodaphne na extraccedilatildeo de oacuteleo essencial a

espeacutecie E Citriodora obteve o maior rendimento tanto nos galhos quanto nas folhas

de 251 e 429 respectivamente

O perfil quiacutemico dos oacuteleos essenciais analisados com exceccedilatildeo de E citriodora

revelou uma proporccedilatildeo elevada de sesquiterpenos Na maioria dos oacuteleos essenciais

de Lauraceae reportados na literatura observa-se a predominacircncia de

sesquiterpenos principalmente de hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al

1981 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Telascrea et al 2008)

5411 Endlicheria

A anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial de folhas e galhos de E citriodora por

cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo

mostradas na Tabela 9 registrando-se os principais constituintes quiacutemicos

presentes nestes oacuteleos

Tabela 9 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1089 28337 12181

geranato de metila 1321 93751 951522

aacutecido geracircnico 1391 19358 -

trans cariofileno 1418 14796 -

Natildeo identificados 0 36297

Total identificados 100 963703

Monoterpenos 985205 963703

Sesquiterpenos 14796 -

103

Foram identificados os constituintes de 100 das folhas e 9637 dos

galhos sendo que destes a percentagem de sesquiterpenos foi superior a 95 em

ambos oacutergatildeos vegetais de E citriodora

O principal constituinte foi o eacutester geranato de metila com uma percentagem

elevada de 9375 nas folhas e 9515 nos galhos Devido ao grau de pureza do

constituinte majoritaacuterio foi possiacutevel realizar a ressonacircncia magneacutetica nuclear de

hidrogecircnio e carbono (RMN 1H e 13C) confirmar a presenccedila deste constituinte Os

espectros de RMN de 1H RMN 13C e os bidimensionais HSQC e HMBC estatildeo

apresentados em anexo

O espectro de RMN 13C e DEPT 135ordm apresentaram 11 sinais de carbonos

sendo 4 metiacutelicos δCH 18022 (C ndash a) δCH 19157 (C ndash b) δCH 25991 (C ndash c) e δCH

51113 ( C ndash f) 2 metilecircnicos δCH 26372 (C ndash d) e δCH 41277 (C ndash e) 2 metiacutenicos

δCH 115563 (C ndash g) e δCH 123317 (C ndash h) e 3 sinais de carbonos natildeo hidrogenados

δCH 132868 (C ndash i) δCH 160477 (C ndash j) e δCH 167629 (C ndash l) O sinal em δCH 7700

refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra CDCl3 ( Silverstein et

al 2007)

O espectro de RMN 1H sugeriu a presenccedila de singletos em δH 1603 δH 1683

δH 3684 e δH 5294 Os outros sinais podem ser verificados na tabela 10 O sinal em

δH 726 (sngleto) refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra

CDCl3 ( Silverstein et al 2007)

Por meio do mapa de contornos HSQC pode-se observar as correlaccedilotildees entre

os sinais de hidrogecircnio e carbono Ca ndash HI Cb ndash HII Cg ndash HIII Cd ndash HIV Ce ndash HV Cc ndash

HVI Ch ndash HVII Cf ndash HVIII Os valores obtidos nos RMN1H e 13C DEPT HSQC e

HMBC confirmaram a presenccedila da substacircncia geranato de metila e seus espectros

estatildeo em anexo no final do trabalho

104

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN de 1H de E citriodora (δ em ppm CDCl3

500MHz)

C δ ppm DEPT

(Multiplicidade) HSQC HMBC (

23JCH)

a 18022 CH3 16 II III

b 19157 CH3 22 IIII

c 25991 CH3 165 V VII

d 26397 CH2 22 III V

e 41277 CH2 22 III IV VI

f 51113 CH3 365 -

g 115553 CH 565 III IV

h 123317 CH 52 VVI

i 132868 C - -

j 160477 C - -

l 167629 C - -

O geranato de metila eacute encontrado principalmente em frutas ciacutetricas como o

limatildeo siciliano (08) e em espeacutecies da famiacutelia Rutaceae Apresenta foacutermula

C11H18O2 com nome sistemaacutetico de 37-dimetil-octan-26-dienoato de metila (Arauacutejo

Jr 2009 Rahimi-Nasrabadi et al 2009)

Em E sericeae os constituintes majoritaacuterios foram espatulenol (2684) e

oacutexido de cariofileno (2575) nas folhas elemol nas cascas e oacutexido de cariofileno

nos galhos finos e grossos com 2983 e 1725 respectivamente A relaccedilatildeo dos

constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas galhos e cascas de

105

Endlicheria sericea rendimentos suas quantidades relativas e respectivos iacutendices

de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 11

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 13

compostos presentes nos quatro oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de 7027 nas folhas 5862 nos

galhos finos 28156 nos galhos grossos e 4067 nas cascas Sendo os

rendimentos destes relativamente baixos (inferiores a 14)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos Cascas

linalol 1089 - - 2 0349 -

geranato de metila 1321 - 1 9956 - -

trans cariofileno 1418 6 6585 2 3027 1 8696 -

aromadendreno 1438 1 8709 - - -

germacreno D 1480 6 0036 - - -

beta-selineno 1488 3 1520 - - 3 5175

gama cardineno 1519 - 1 7875 1 7255 -

elemol 1556 - 4 9363 - 14 4954

espatulenol 1585 26 8381 5 0277 5 2818 6 5065

oacutexido de cariofileno 1590 25 7480 29 8301 17 2473 6 9479

guaiol 1595 - 1 6318 - 7 5621

oacutexido de humuleno 1616 - 9 2069 - -

eudesmol 1653 - 1 9025 - 1 6396

Natildeo identificados 297289 413789 718409 593337

Total identificados 702711 586211 281591 406663

Monoterpenos - 1 9956 20349 -

Sesquiterpenos 702711 566255 261242 406663

5412 Ocotea

O oacuteleo de O ceanothifolia apresentou como constituinte majoritaacuterio

espatulenol e oacutexido de cariofileno e em O leucoxylon e Ominor o majoritaacuterio nas

folhas e galhos grossos foi cariofileno e seu oacutexido

106

Ocotea ceanothifolia

As anaacutelises dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia por cromatografia em fase

gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo mostradas na Tabela 12

registrando-se os principais constituintes quiacutemicos presentes nestes oacuteleos

Os sequiterpenos neste oacuteleo foram os constituintes majoritaacuterios poreacutem

verifica-se que nos galhos grossos a percentagem de diferenccedila natildeo foi tatildeo

pronunciada quanto nas outras partes (folhas e galhos finos)

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos

alfa pineno 929 1 2384 12212 -

linalol 1088 - 21490 34198

geranato de metila 1321 41637 44371 68693

beta elemeno 1392 21647 - -

trans cariofileno 1418 39524 - 14580

germacreno D 1480 38782 - 18006

beta selineno 1488 30509 - 75520

espatulenol 1585 222306 76592 -

oxido de cariofileno 1589 223704 169030 80380

oacutexido de humuleno 1616 55129 - -

Natildeo identificados 314378 685622 708623

Total identificados 685622 323695 291377

Monoterpenos 54021 78073 102891

Sesquiterpenos 631601 245622 188486

Ocotea leucoxylon

Vinte e um componentes presentes nos oacuteleos essenciais de O leucoxylon

foram identificados por dados cromatograacuteficos e espectromeacutetricos O perfil quiacutemico

desses oacuteleos mostrou semelhanccedilas significativas na composiccedilatildeo entre as espeacutecies

estudadas (tabela 12 13 e 14)

107

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas 156286

satildeo monoterpenos e 688096 satildeo sesquiterpenos em que os constituintes

majoritaacuterios foram oacutexido de cariofileno (16046) alfa-copaeno (101092) beta

cariofileno (8902) alfa-pineno (77088) e beta-pineno (79198)

Nos galhos finos e grossos apenas verificou-se a presenccedila e um monoterpeno

o linalol como com percentagem de 47631 e 15582 respectivamente Os

constituintes majoritaacuterios foram os sesquiterpenos beta-cariofileno (106697) e

espatulenol (104549) nos galhos finos e oacutexido de cariofileno (175303) e beta-

eudesmol (86054) nos galhos grossos

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon ()

Substacircncia IR Folhas galhos finos Galhos grossos

alfa-pineno 934 77088 - -

beta-pineno 978 79198 - -

linalol 1099 - 47631 15582

alfa-cubebeno 1353 22594 1573 -

alfa-copaeno 1380 101092 21003 -

beta-cubebeno 1394 26065 - -

beta-elemeno 1395 19047 - -

beta-cariofileno 1424 8902 106697 20519

alfa-humuleno 1458 24751 24592 -

alfa amorfeno 1480 39618 28024 -

germacreno D 1480 - 23061 -

beta-selineneo 1491 33015 22246 -

valenceno 1498 25473 51191 -

gama cadineno 1518 42752 38533 -

delta-cadinene 1527 14977 77188 44278

elemol 1552 - 1762 -

espatulenol 1582 57756 104549 63865

oacutexido de cariofileno 1588 16046 - 175303

cariofilla-4(12)8(13)-

dien-5-beta-ol 1638 - - 43548

beta-eudesmol 1655 - - 86054

Natildeo identificados 172957 421935 566433

Total identificados 827043 578065 433567

Monoterpenos 156286 47631 15582

Sesquiterpenos 670757 530434 413048

108

Ocotea minor

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 21

compostos presentes nos trecircs oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de cerca de 573154 nas folhas

53177 nos galhos e de 32 nas cascas O rendimento obtido foi inferior a 012

em todas as partes analisadas

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas

573154 satildeo sesquiterpenos com constituintes majoritaacuterios espatulenol (13369)

e cariofileno (186866) Nas cascas natildeo foi verificada a presenccedila de

monoterpenos sendo majoritaacuterio os componentes delta cadineno (74903) beta

cariofileno (40069) e seu oacutexido (61291) No oacuteleo essencial dos galhos tambeacutem

se observou teores menores de monoterpenos (31007) em relaccedilatildeo aos

sesquiterpenos (500763) tendo como majoritaacuterios beta cariofileno (79131)

oacutexido de cariofileno (157363) e aacutecido hexadecanoacuteico (70932)

O monoterpeno alfa pineno encontrados nos oacuteleos de O ceanothifolia e O

leucoxylon foi um dos constituintes majoritaacuterios encontrados no oacuteleo de Ocotea sp

apresentando atividades antioxidante e citotoacutexica no trabalho realizado por Verbel e

colaboradores (2010)

A composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos das espeacutecies de Ocotea satildeo condizentes

com as encontradas em outras espeacutecies onde haacute a presenccedila do monoterpeno linalol

e pineno e sesquiterpenos cariofileno e germacreno D (Arauacutejo et al 2001 Chaverri

amp Ciccioacute 2005 Menut et al 2002)

109

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor ()

Substacircncia IR folhas galhos grossos cascas

linalol 1099 - 31007 -

alfa-cubebeno 1353 - 17657 -

beta-cubebeno 1394 15997 - -

beta-cariofileno 1424 186866 79131 40069

alfa-humuleno 1458 - 12924 -

alfa amorfeno 1480 31049 - 14635

germacreno D 1480 42675 14866 -

beta-selineno 1491 62358 - 19805

valenceno 1498 - - 26616

biciclogermacreno 1501 85462 - -

alfa-muuroleno 1504 15057 16962 13163

gama cadineno 1518 - - 316

delta-cadineno 1527 - 41822 74903

espatulenol 1582 13369 66317 21418

oacutexido de cariofileno 1588 - 157363 61291

cariofilla-4(12)8(13)-dien-5-beta-ol 1638 - 22789 -

beta-eudesmol 1655 - - 1646

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 70932 -

Natildeo identificados 426846 46823 68004

Total identificados 573154 53177 31996

Monoterpenos - 31007

Sesquiterpenos 573154 500763

Verificou-se no entanto algumas caracteriacutesticas quiacutemicas diferentes do que

algumas Ocoteas como a ausecircncia de fenilpropanoacuteides como safrol metileugenol e

cinamaldeiacutedo e benzenoacuteides encontradas em espeacutecies como Ocotea odorifera

Ocotea pretiosa e Ocotea sassafraacutes (Chaverri amp Ciccioacute 2005 Rizzini amp Mors 1976)

Na varredura realizada por Takaku e colaboradores (2007) com oacuteleo essencial de 10

espeacutecies de Ocoteas da Costa Rica tais componentes tambeacutem natildeo foram

encontrados

110

Rhodostemonodaphne

A relaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas

galhos e cascas de Rcrenaticupula e R recurva suas quantidades relativas e

respectivos iacutendices de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 15 e 16 Atraveacutes

dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados presentes nos

oacuteleos dessas duas espeacutecies 21 compostos em Rcrenaticupula e 19 em R recurva

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula ()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1099 - 82883

beta-elemeno 1380 14275 12754

beta-cariofileno 1424 78493 55616

alfa-humuleno 1458 - 11002

alfa amorfeno 1480 - 17939

beta-elemeno 1380 14275 12754

alloaromadendreno 1459 23445 -

alfa amorfeno 1481 32255 -

beta-selineno 1491 23505 -

epizonareno 1500 42046 -

alfa-muuroleno 1504 3472 16747

beta-bisaboleno 1505 35048 -

gama cadineno 1518 21872 -

delta-cadineno 1527 11602 -

selina-37(11)-diene 1542 21554 -

trans-cadina-14-dieno 1547 11239 -

espatulenol 1582 7489 29086

oacutexido de cariofileno 1588 - -

alfa cadinol 1650 2597 -

beta-eudesmol 1655 - -

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 153144

Natildeo identificados 430393 608075

Total identificado 569607 391925

Monoterpenos - 82883

Sesquiterpenos 569607 309042

111

A anaacutelise comparativa do oacuteleo essencial de galhos e folhas da espeacutecie

Rcrenaticupula apresentou certa variabilidade quiacutemica nos seus constituintes com

relaccedilatildeo ao teor de seus componentes majoritaacuterios nos diferentes oacutergatildeos Tal dado eacute

verificado atraveacutes da ausecircncia de alguns constituintes em um oacuteleo e ausecircncia de

tais costituintes no outro e em relaccedilatildeo aos componentes majoritaacuterios Nas folhas

identificou-se a presenccedila de 569607 de sesquiterpenos tendo como constituinte

majoritaacuterio beta-cariofileno (78493) delta-cadineno (11602) e espatulenol

(7489) enquanto nos galhos grossos a presenccedila do monoterpeno linalol

(82883) e do aacutecido hexadecanoacuteico (153144) diferenciou-os consideravelmente

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rrecurva()

Substacircncia IR folhas galhos finos galhos grossos cascas

linalol 1099 - 2046 23946 35493

alfa-copaeno 1379 34954 13816 13906 -

beta-cariofileno 1424 39251 103763 105425 32757

alfa-humuleno 1458 - 22159 - -

alfa amorfeno 1480 - 31993 32132 -

alloaromadendrene 1443 24256 - - -

valencene 1490 - 21764 - -

beta-selineno 1491 75608 - 2203 15385

alfa-muuroleno 1504 27344 37777 37133 -

gama cadineno 1518 - 37926 12613 20052

delta-cadineno 1527 - 72885 72277 40329

alfa cadineno 1541 12963 13807 - -

elemol 1551 - - 13522 -

espatulenol 1582 6138 134471 124262 42093

guaiol 1608 - - - 14377

beta-eudesmol 1655 - 25549 25882 301017

alfa eudesmol 1657 - - - 9156

beta costol 1769 - - - 4482

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 19085 20098 56063

Natildeo identificados 724244 444545 496774 306054

Total identificado 275756

555455

503226

693946

Monoterpenos - 2046 23946 35493

Sesquiterpenos 275756

534995 479280 658453

112

Em Rrecurva a identificaccedilatildeo dos galhos finos e grossos apresentaram

similaridade nos constituintes e na composiccedilatildeo percentual Em todas as partes

existiu a prevalecircncia de sesquiterpenos sendo os constituintes majoritaacuterios beta-

selineno (75608) e espatulenol(6138) nas folhas beta-cariofileno (~10) e

espatulenol (~13) nos galhos e beta-eudesmol (301017) nas cascas

Os resultados da anaacutelise dos oacuteleos foram condizentes com o encontrado na

anaacutelise de R parvifolia (Alcacircntara et al 2010) e R kunthiara (Palazzo 2009) em

que os constituintes majoritaacuterios foram cariofileno beta selineno e germacreno D

Atraveacutes anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial dos galhos de ambas as espeacutecies de

Rhodostemonodaphnes pode-se identificar apenas um monoterpeno o linalol sendo este

um dos constituintes majoritaacuterios nos galhos grossos de R crenaticupula O interesse desse

monoterpeno na induacutestria devido a sua utilizaccedilatildeo como fixador de perfumes foi intenso na

Amazocircnia fazendo com que as espeacutecies de Aniba rosaeodora que apresentam o teor de

linalol de 74 a 96 entrassem para a lista de espeacutecies em risco de extinccedilatildeo O linalol eacute um

monoterpeno alcooacutelico terciaacuterio de cadeia aberta Pode ser encontrado normalmente sob a

forma de uma mistura de isocircmeros de posiccedilatildeo da primeira ligaccedilatildeo dupla Possui um aacutetomo

de carbono assimeacutetrico e por isso podem existir enantiocircmeros apresentando-se dessa

forma em vaacuterias espeacutecies (Gotllieb et al 1965)

O cariofileno um dos principais componentes majoritaacuterios dos oacuteleos essenciais

das espeacutecies analisadas pode ser empregado na medicina tradicional Este

metaboacutelico volaacutetil influi em seu aroma e possui diversas atividades bioloacutegicas tais

como anti-inflamatoacuteria antialeacutergica anesteacutesica local cardiovascular antifuacutengica e

anticarcinogecircnica (Fernandes et al 2007 Barbosa-Filho et al 2008)

Segundo Gottlieb amp Salatno (1987) as famiacutelias que possuem espeacutecies ricas em

oacuteleos essenciais como Lauraceae e Myristicaceae satildeo relativamente pobres em

113

espeacutecies produtoras de alcaloacuteides e ineficientes na variaccedilatildeo de

benziltetraidroisoquinoliacutenicos Em oposiccedilatildeo famiacutelias que produzem uma variedade

de alcaloacuteides deste tipo como Annonaceae e Monimiaceae satildeo relativamente

pobres em oacuteleos essenciais Tal dado eacute confirmado atraveacutes dos rendimentos das

espeacutecies de Ocotea e Endlicheria em que os rendimentos da fraccedilatildeo alcaloiacutedica e

oacuteleos essenciais satildeo inversamente proporcionais Dessa forma verifica-se a

importacircncia da espectrometria de massa em que eacute possiacutevel analisar mesmo em

concentraccedilotildees muito baixas a presenccedila de alcaloacuteides

A identificaccedilatildeo dos oacuteleos essenciais deste trabalho corrobora com as anaacutelises

reportadas na literatura em que a composiccedilatildeo da maioria dos oacuteleos essenciais de

Lauraceae haacute a predominacircncia de sesquiterpenos principalmente de

hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al 1987 Alcacircntara 2009 Takaku et

al2007)

114

55 Atividades quiacutemicabioloacutegicas

551 Atividade antioxidante

5511 Qualitativa

A avaliaccedilatildeo preliminar qualitativa dos extratos por CCD em gel de siacutelica

revelada com soluccedilatildeo metanoacutelica do radical DPPH sugeriu a existecircncia de

substacircncias com atividade antioxidante (Tabela 17) evidenciadas nas

cromatoplacas pela presenccedila de manchas amarelas sobre fundo puacuterpura

resultantes da reduccedilatildeo do radical DPPH (figuras 32 e 33)

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora + + NR NR

E sericea + + + +

O ceanothifolia + + + +

O leucoxylon + + + NR

O minor + + + +

R crenaticupula + + NR NR

R recurva + + + +

NR = natildeo realizado

Todas as amostras revelaram atividade positiva no teste qualitativo

115

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

116

5512 Quantitativa

A quantidade de extrato das plantas testadas necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 (CE50) variou de 161plusmn100 a 731plusmn032

conforme a tabela 18 O extrato das folhas de E citriodora apresentou o maior valor

enquanto os galhos de O minor apresentou resultado comparaacutevel com o padratildeo

quercetina (731plusmn032)

Todas as espeacutecies apresentaram resultado positivo ao teste O gecircnero Ocotea

foi o mais ativo utilizando a menor CE50 para a varredura do radial livre testado

(tabela 18)

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 16101 plusmn 100 4278 plusmn 053 NR NR

E sericea 977 plusmn 042 5092 plusmn 096 1444 plusmn 032 1329 plusmn 0091

O ceanothifolia 1812 plusmn 018 1564 plusmn 072 1443 plusmn 103 1017 plusmn 019

O leucoxylon 5251 plusmn 142 5088 plusmn 064 8261 plusmn 243 NR

O minor 821 plusmn 066 908 plusmn 051 731 plusmn 032 757 plusmn 0026

R crenaticupula 7816 plusmn 085 6701 plusmn 270 NR NR

R recurva 11046 plusmn 221 19826 plusmn 107 12538 plusmn 672 5511 plusmn 0652

Padratildeo Quercetina

413 plusmn 0042 μgmL

NR natildeo realizado

Observou-se uma correlaccedilatildeo positiva entre o teste para a atividade

sequestrante do radical livre e a presenccedila de fenoacuteis nos extratos atraveacutes da

prospecccedilatildeo fitoquiacutemica o que pode sugerir que a capacidade antioxidante dos

extratos pode estar associada aos compostos fenoacutelicos

Verificou-se que os extratos com CE50 inferiores a concentraccedilatildeo de

5511plusmn0652 apresentaram a presenccedila de compostos fenoacutelicos em todos os extratos

117

Os trabalhos realizados por Souza et al (2007) Tiveron (2010) e Oliveira (2010) em

testes quantitativos de fenoacuteis totais confirmam a correlaccedilatildeo entre a accedilatildeo

sequumlestradora de radicais livres e a presenccedila de altos teores de compostos

fenoacutelicos evidenciadas pelo meacutetodo de Folin-Ciocalteau expressos como

Equivalentes de Aacutecido Gaacutelico (EAG)

A atividade antioxidante de compostos fenoacutelicos deve-se principalmente agraves

suas propriedades redutoras e estrutura quiacutemica Estas caracteriacutesticas

desempenham um papel importante na neutralizaccedilatildeo ou sequumlestro de radicais livres

agindo tanto na etapa de iniciaccedilatildeo como na propagaccedilatildeo do processo oxidativo Os

intermediaacuterios formados pela accedilatildeo de antioxidantes fenoacutelicos satildeo relativamente

estaacuteveis devido a ressonacircncia do anel aromaacutetico presente na estrutura dessas

substacircncias (Souza et al 2007 Bruice 2006)

Os extratos que evidenciaram a presenccedila de flavonoacuteides apresentaram

elevada capacidade de sequumlestrar radicais livres como pode ser verificado em

Ocotea ceanothifoila Ocotea minor e Endlicheria sericea (folhas)

Flavonoacuteides possuem diferentes atividades antioxidantes decorrentes da

habilidade para sequumlestrarem espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio os quais

estatildeo diretamente relacionados a alguns criteacuterios estruturais tais como o nuacutemero de

aneacuteis fenoacutelicos e a presenccedila da ligaccedilatildeo dupla C2-C3 conjugada com a funccedilatildeo 4-oxo

no anel C

Neste trabalho a atividade antioxidante de alguns extratos natildeo esteve

relacionada com a presenccedila de flavonoacuteides jaacute que espeacutecies com capacidade de

sequumlestro de radicais livres natildeo evidenciaram a presenccedila dessa classe o que

sugere que haacute atividade antioxidante sendo originada de outras substacircncias

fenoacutelicas que natildeo satildeo flavonoacuteides

118

A avaliaccedilatildeo do sequumlestro do DPPH eacute um teste largamente utilizado tanto pela

simplicidade e rapidez quanto pela reprodutibilidade No trabalho realizado por

Vargas (2008) analisando comparativamente diferentes teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de

atividades antioxidantes utilizando ensaios quiacutemicos como da varredura DPPH 22rsquo-

azinobis (3-etilfenil-tiazolina-6-sulfonato) (ABTS+) acircnion radical superoacutexido (AVS)

oxigecircnio singlete e caracterizaccedilatildeo de polifenoacuteis o teste com DPPH foi o uacutenico que

se correlacionou com todos os demais testes

Contudo verifica-se que a interaccedilatildeo de uma espeacutecie antioxidante com a

moleacutecula de DPPH depende dentre outras fontes da especificidade pela

conformaccedilatildeo estrutural do radical livre A acessibilidade esteacuterica eacute um fator

determinante da reaccedilatildeo sendo as moleacuteculas pequenas as que tecircm melhor acesso

ao siacutetio do radical e podem apresentar uma maior atividade comparada agraves moleacuteculas

maiores (Alves et al 2010) Por isso determinados extratos que natildeo apresentaram

bom potencial antioxidante poderatildeo em outros tipos de testes dessa mesma

atividade utilizando outras metodologias mostrar bom perfil antioxidante (Boscolo et

al2007)

Este ensaio bioloacutegico serve como ponto de partida para estudos posteriores

como o isolamento a purificaccedilatildeo e a elucidaccedilatildeo estrutural das substacircncias que

funcionam como antioxidantes aleacutem de ajudar a inferir sobre um possiacutevel

mecanismo de accedilatildeo dessas substacircncias finalizando por testar a viabilidade

terapecircutica em antioxidantes para seu uso futuro

119

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria da enzima acetilcolinesterase foi verificada principalmente

nos galhos das espeacutecies de Ocotea Os resultados podem ser visualizados na tabela

21 Os galhos finos e grossos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado

positivo no teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase assim como os

galhos de E citriodora Nem uma parte (galhos folhas e cascas) das

Rhodostemonodaphnes apresentaram resultado positivo assim como em E sericea

(galhos e folhas) A espeacutecie de O minor apresentou resultado positivo nas folhas e

galhos (grossos e finos) enquanto as outras Ocoteas natildeo apresentaram resultado

positivo nas folhas Em nenhuma das cascas testadas verificou-se resultado positivo

no teste realizado

Tabela 21 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora - + NR NR

E sericea - - - -

O ceanothifolia - + + -

O leucoxylon - + + NR

O minor + + + -

R crenaticupula - - NR NR

R recurva - - - -

Padratildeo eserine NR = natildeo realizado (+) = positivo (-) = negativo

O gecircnero Ocotea eacute conhecido por apresentar um nuacutemero de espeacutecies

significativo contendo alcaloacuteides conforme foi confirmado com a prospecccedilatildeo

fitoquiacutemica realizada com os reagentes especiacuteficos Atraveacutes desses dados pode-se

sugerir uma correlaccedilatildeo entre a atividade testada e a presenccedila de alcaloacuteides Tal

dado eacute condizente com os trabalhos de varredura de Berkov et al (2008) e Barbosa

120

Filho et al (2006) que associam a accedilatildeo de inibir a enzima acetilcolinesterase das

espeacutecies estudadas de diferentes famiacutelias com a presenccedila de alcaloacuteides tornando

assim o gecircnero Ocotea como fonte promissora para a utilizaccedilatildeo de meacutetodos para

quantificar esta atividade

Verifica-se a partir dos testes qualitativos que os resultados dos ensaios

antioxidantes empregados natildeo apresentaram relaccedilatildeo direta com os resultados

anticolinesteraacutesicos conforme o trabalho de Giordani et al (2008) com exceccedilatildeo da

espeacutecie O minor que apresentou atividade relevante em ambos os ensaios

Entretanto eacute necessaacuterio utilizaccedilatildeo de diferentes meacutetodos de avaliaccedilatildeo para uma

definiccedilatildeo desta atividade para este grupo quiacutemico

121

552 Atividade citotoacutexica

5521 Letalidade em Artemia salina

Os extratos em geral natildeo demostraram alta atividade citotoacutexica Para os

extratos testados poucos apresentaram atividade citotoacutexica comparada com o

padratildeo Lapachol que apresentou citotoxicidade de 9830 μgmL

Os galhos finos e grossos natildeo apresentaram alta atividade citotoacutexica em

nenhum gecircnero enquanto as folhas essa atividade foi verificada em

aproximadamente metade dos extratos Na tabela 19 pode-se verificar o resultado

para a atividade citotoacutexica de todos os extratos

A ausecircncia de citoxicidade dos extratos no teste de letalidade contra Artemia

salina eacute um indicador de que a planta pode ser bem tolerada frente ao sistema

bioloacutegico Entretanto estudos mais detalhados para a avaliaccedilatildeo da toxicidade dos

extratos bioativos empregando-se outros modelos (in vitro e in vivo) se fazem

necessaacuterios

O extrato de Enclicheria citriodora demonstrou atividade alta em uma

concentraccedilatildeo comparaacutevel com a encontrada para o padratildeo Atraveacutes da prospecccedilatildeo

realizada a atividade citotoacutexica deste extrato natildeo pocircde ser relacionada com

nenhuma das classes que foram analisadas pois no teste os trecircs grupos foram

negativos nos extratos com elevada toxicidade

Observou-se no desenvolvimento deste trabalho que o extrato etanoacutelico de Endlicheria

citriodora apresentou certa particularidade O mesmo exibiu certa viscosidade mesmo com a

completa evaporaccedilatildeo do solvente e aroma forte e agradaacutevel que pode ser caracterizado

pela presenccedila de oacuteleo essencial eou fixo Nos trabalhos realizados por Silva et al (2007 e

2008) verificou-se que os oacuteleos volaacuteteis extraiacutedos de Casearia sylvestris e Zanthoxylum

122

rhoifolium Lam foram citotoacutexicos contra ceacutelulas tumorais o que pode sugerir que a

toxicidade deste extrato pode estar relacionado a possiacutevel presenccedila deste metaboacutelito

secundaacuterio

Tabela 19 Resultado da avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos

finos Cascas

E citriodora 8301 100002 NR NR

E sericea 90260 100011 229766 82381

O ceanothifolia 134640 261600 262121 134287

O leucoxylon 388560 165150 254856 NR

O minor 83040 146791 2302186 243004

R crenaticupula 167512 471571 NR NR

R recurva 129990 38674 2112857 243857

Padratildeo Lapachol 9830

NR natildeo realizado

5522 Citotoacutexico em ceacutelulas de linhagem tumoral

A atividade citotoacutexica de todas as amostras estaacute apresentada na Tabela 20

com seus respectivos percentuais de inibiccedilatildeo de crescimento das linhagens tumorais

utilizadas HCT-8 (coacutelon - humano) MDAMB-435 (mama - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) por extratos de Lauraacuteceas

Para avaliar o potencial citotoacutexico dos extratos testados uma escala de

intensidade foi utilizada Amostras sem atividade (SA inibiccedilatildeo de crescimento

celular igual a 0) com pouca atividade (PA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 1 a 50 ) com moderada atividade (MO inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 51 a 75 ) e com muita atividade (MA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 75 a 100 )

Todos os extratos apresentaram atividade inibitoacuteria de crescimento para as

linhagens de ceacutelulas tumorais variando para ceacutelula HCT-8 de 126 (galhos de

Rodostemonodaphne recurva) a 7430 (galhos de Ocotea minor) MDA-MB435 de

123

369 (folhas de O minor) a 5041 (casca de O ceanothifolia) e SF-295 de 082

(galhos de Endlicheira citriodora ) a 7636 (O minor) Tal dado pode ser

relacionado agrave presenccedila de alcaloacuteides jaacute que na prospecccedilatildeo fitoquiacutemica a maior

parte dos extratos apresentaram resultado positivo para alcaloacuteides utilizando

reveladores especiacuteficos Tal afirmaccedilatildeo eacute condizente com os trabalhos que

correlacionam agrave capacidade de alguns extratos de inibiccedilatildeo de linhagem de ceacutelulas

tumorais com a presenccedila de alcaloacuteides (Pereira et al 2008 Silva et al 2007)

Dentre as amostras testadas apenas trecircs extratos apresentaram atividade

moderada Ocotea cenothifolia (cascas) 5041 para MDA-MB435 e Ocotea minor

(galhos) 7430 para HCT-8 e 7536 para SF-295 Os demais apresentaram

pouca atividade entre 126 e 4639

Tabela 20 ndash Percentual de inibiccedilatildeo do crescimento celular dos extratos em etanol de Lauraceae em

trecircs linhagens tumorais testadas na dose uacutenica de 50 gmL

Oacutergatildeo vegetal HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano)

MDAMB-435 (mama ndash humano)

SF-295 (glioblastona ndash

humano)

E citriodora Folhas 2896 723 1531

Galhos grossos 1632 4117 082

E sericeae

Folhas 3756 389 4719

Galhos grossos 3015 1791 2430

Galhos finos 2180 4639 773

O ceanothifolia Folhas 3556 1228 2798

Cascas 3273 5041 058

O leucoxylon

Folhas 3831 1247 3690

Galhos grossos 2904 955 1188

Galhos finos 1775 3872 2459

O minor

Folhas 2964 369 436

Galhos grossos 7430 1251 7536

Galhos finos 2220 514 1666

Cascas 3341 419 414

R recurva

Folhas 1834 520 541

Galhos grossos 126 1106 801

Galhos finos 3183 771 2798

Cascas 3041 1296 2703

R crenaticupula

Folhas 3671 465 511

Galhos grossos 1194 3344 1012

0 sem atividade 1 ndash 50 pouca atividade 51 ndash 75 moderada atividade 76 ndash 100 muita atividade

Legenda SF-295 = glioblastoma humano HCT-8 = coacutelon humano MDAMB-435 = mama humano

124

Verificou-se que o extrato com a maior atividade citotoacutexica para ceacutelulas SF-295

(glioblastona ndash humano) e HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano) apresentou uma elevada

capacidade de sequumlestrar o radical livre DPPH assim como o extrato com menor

atividade antioxidante foi um dos extratos que na avaliaccedilatildeo para capacidade de inibir

o crescimento de linhagem de ceacutelulas tumorais apresentou baixas percentagens de

inibiccedilatildeo Tal resultado corrobora com os trabalhos que indicam os radicais livres

como fatores contribuintes com a patologia testada

125

6 CONCLUSOtildeES

Este estudo contribuiu para o conhecimento do perfil quiacutemico das espeacutecies E

citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R

crenaticupula atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento

das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo

para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras

Das espeacutecies estudadas as espeacutecies do gecircnero Ocotea apresentaram o melhor

perfil em relaccedilatildeo a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos uma vez que em

todas os oacutergatildeos vegetais dessas planta foi verificado tais substacircncias

Analisou-se o perfil alcaloiacutedico em espeacutecies com baixa concentraccedilatildeo de alcaloacuteides

por meio de espectrometria de massa Dessa forma torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de diversas ferramentas para concluir se uma espeacutecie conteacutem ou natildeo uma

determinada classe de substacircncia

Confirmou-se a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas

concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne

Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na

maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos

e aporfiacutenicos

Os rendimentos dos oacuteleos essenciais variaram de 002 a 429 em que as

espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os menores rendimentos

em todas as partes (folhas galhos e cascas) apresentando como constituinte

majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido

Os oacuteleos essenciais das espeacutecies de Endlicheria apresentaram os maiores

rendimentos A identificaccedilatildeo dos constituintes por cromatografia gasosa e RMN1H

identificou a presenccedila de geranato de metila nos oacuteleos de galhos e folhas de

Endlicheria citriodora com percentagem superior a 93 em ambas as partes

126

Nas atividades bioloacutegicas a espeacutecie Ocotea minor apresentou resultado positivo na

inibiccedilatildeo qualitativa para enzima acetilcolinesterase e alta capacidade sequestrante

do radical livre DPPH com CE50 de 731 plusmn 032 μgmL comparado com o padratildeo

quercetina de CE50 413 plusmn 0042 μgmL

Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram capacidade de inibir

qualitativamente a accedilatildeo da enzima acetilcolinesterase confirmando assim dados da

literatura de que espeacutecies ricas em alcaloacuteides satildeo fontes potenciais na busca de

inibidores desta enzima

As espeacutecies dos trecircs gecircneros natildeo apresentaram alta citotoxidade em nenhuma das

linhagens de ceacutelulas tumorais testadas

Este estudo abre perspectivas para que novas investigaccedilotildees envolvendo a famiacutelia

Lauraceae sejam realizados notadamente em relaccedilatildeo a definitiva elucidaccedilatildeo

estrutural dos principais constituintes dos extratos e oacuteleos essenciais proveniente de

diferentes partes da planta e no estabelecimento das suas propriedades bioloacutegicas

Considerando que substacircncias naturais podem ser responsaacuteveis pelo efeito de

proteccedilatildeo contra os riscos de muitos processos patoloacutegicos os resultados descritos

neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a accedilatildeo

antioxidante de substacircncias isoladas de espeacutecies O ceanothifolia e Ocotea minor e

atividades bioloacutegicas para o oacuteleo de E citriodora

127

7 REFEREcircNCIAS

Adams R P Identification of essential oil components by gaacutes chromatography

quadrupole mass spectroscopy Allured Card Stream IL 2007

Aguiar L M G et al Cecilin a 1-benzyl--carboline from Aniba santaladora

Phytochemistry n 19 p 1859-1860 1980

Alcacircntara J M Bioprospecccedilatildeo de espeacutecies amazocircnicas da famiacutelia Lauraceae com

potencial aromaacutetico e medicinal Manaus AM UFAM Pp139 2009

Alcantara J M Yamaguchi K K de L Silva J R de A Veiga Junior V F

Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais das folhas e caules de

Rhodostemonodaphne parvifolia Madrintildeaacuten (Lauraceae) Acta Amazocircnica Vol40 No3

pp 567-571 2010

Almeida M R Lima J A Santos N P Pinto A C Pereirina o primeiro alcaloide

isolado no Brasil Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 19 No 4 Pp 942-952

2009

Almeida V L Leitatildeo L C B Montanari C A Donnici C L Lopes M T P

Cacircncer e agentes neoplaacutesicos ciclo-celular especiacuteficos e ciclo-celular natildeo

especiacuteficos que interagem com o DNA uma introduccedilatildeo Quiacutemica Nova Vol 28 No

01 Pp 118-129 2005

Alves C Q David J M David J P Bahia M V Aguiar R M Meacutetodos para

determinaccedilatildeo de atividade antioxidante in vitro em substratos orgacircnicos Quiacutemica

Nova Vol 33 No10 Pp 2202-2210 2010

Anderson D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic

and other damage Mutation Research Vol 350 No01 p103-108 1996

Andrade L A F Alguns aspectos neurobioloacutegicos do envelhecimento cerebral

Revista Ciecircncia e Cultura Vol 40 Pp 665-672 1988

Antunes RMP Lima EO Pereira M SV Camara CA Arruda TA Catatildeo

RMR Barbosa TP Nunes XP Dias CS Silva TMS Atividade

antimicrobiana in vitro e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo inibitoacuteria miacutenina (CIM) de

128

fitoconstituintes e produtos sinteacuteticos sobre bacteacuterias e fungos leveduriformes

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol16 No 04 Pp517-524 2006

Arauacutejo Jr C P Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais de

frutas ciacutetricas Dissertaccedilatildeo de mestrado da Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2009

Arauacutejo A J Lordello A L L Maia B H L N S Anaacutelise comparativa dos oacuteleos

essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula Revista visatildeo acadecircmica Vol 02

No 02 Pp 81-84 2001

Baitello J B Novas espeacutecies de Lauraceae para a Flora Brasileira Acta Botacircnica

Vol 15 No 03 Pp 149-223 2001

Ballabeni V Tognolini M Giorgio C Bertoni S Bruni R Barocelli E Ocotea

quixos Lam essential oil In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties

Fitoterapia Vol 81 No 4 Pp 289-295 2010

Baratta MT Dorman HJD Deans SG Biondi DM RubertoG Chemical

composition antimicrobial and antioxidative activity of laurel sage rosemary

oregano and coriander essential oils Journal of Essencial Oil Research Vol 10 No

06 Pp 618-627 1998

Barbosa Filho J M Ocotea duckei excepcional source of yanganabin and other

furofuran lignans Anais da Academia Brasileira de Ciecircncias v 71 n 2 p 231-238

1999

Barbosa Filho J M Medeiros K C P Diniz M F Batista L M Athayde-Filho

PF Silva M S da-Cunha E VL Almeida J RG S Quintans-Juacutenior L J

Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol16 No 02 Pp 258-285 2006

Barbosa-Filho J M Lignanas neolignanas e seus anaacutelogos In CMO Simotildees et

al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da

UFSC Porto Alegre capiacutetulo 22 Florianoacutepolis 2004

129

Barbosa-FilhoJ M Cunha R M Dias C S Athayde-Filho P F Silva M S

Cunha E V L Machado M I L Craveiro A A Medeiros I A GC-MS Analysis

and cardiovascular activity of the essential oil of Ocotea duckei Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 18 No 01 Pp37-41 2008

Barnes J D Thomas M J K Mendham J Denney R C Vogel Anaacutelise Quiacutemica

Quantitativa Editora LTC 6ordf ediccedilatildeo 2002

Barreiros A L B S David J M Estresse oxidativo relaccedilatildeo entre geraccedilatildeo de

espeacutecies reativas e defesa do organismo Quiacutemica Nova Vol29 No1 Pp 113-123

2006

Barroso G M Guimaratildees E F Ichaso C L F Costa C G Peixoto A L

Sistemaacutetica de Angiosperma do Brasil Vol 01 2deg Ediccedilatildeo EDUSP Pp 255 Satildeo

Paulo 2002

Behling E B Sendatildeo M C Francescato H D C Antunes L M G Bianchi

Flavonoacuteide quercetina aspectos gerais e accedilotildees bioloacutegicas Alimentos Nutriccedilatildeo

Araraquara Vol 15 No 03 Pp 285-292 2004

Berkov S Batisda J Nikova M Viladomat F Codina C Rapid TLCCG-MS

Identification of Acetylcholinesterase inhibitors in alkaloid extraxts Phytochemical

analysis Vol 19 Pp 411-419 2008

Berridge M V Tan A S McCoy K D Wang R The Biochemical and Cellular

Basis of Cell Proliferation Assays that Use Tetrazolium Salts Biochemica Vol 04

Pp 14-19 1996

Bianchi M L P Antunes L M G Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta Revista de Nutriccedilatildeo Vol 12 No 02 Pp 123-130 1999

Borek C Antioxidants and cacircncer Science amp Medicine Vol 04 No 06 Pp 52-62

1997

Boscolo O H Mendonccedila-Filho RFW Menezes FS Senna-Valle L Potencial

antioxidante de algumas plantas de restinga citadas como medicinais Revista

Brasileira de Plantas Medicinais Vol09 No 01 Pp8-12 2007

130

Botelho P S Moraes M M Neves I A Neves R C S Ribeiro N C Born F

S Camara C A G Composiccedilatildeo quiacutemica e accedilatildeo repelente do oacuteleo essencial

Ocotea gardneri (meisn) mez sobre o aacutecaro rajado tetranychus urticae koch IX

Jornada de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (JEPEX) VI semana Nacional de Ciecircncias

e Tecnologia UFRPE 2009

Brandatildeo H N David J P Couto R D Nascimento J A P David J M

Quiacutemica e farmacologia de quimioteraacutepicos antineoplaacutesicos derivados de plantas

Quiacutemica Nova Vol 33 No 06 Pp 1359-1369

Braz Filho R Contribuiccedilatildeo da fitoquiacutemica para o desenvolvimento de um paiacutes

emergente Quiacutemica Nova Vol 33 No 01 Pp 229-239 2010

Bresolin T M B Cechinel ndash Filho V Ciecircncias Farmacecircuticas Contribuiccedilatildeo ao

desenvolvimento de novos faacutermacos e Medicamentos Editora Univali 1ordm ediccedilatildeoPp

29 2003

Bruice P Y Quiacutemica Orgacircnica Vol 01 4ordf ediccedilatildeo Pearson Prentice Hall 2006

Bruni R Medici A Lista A Fantini C Muzzoli M Dehesa M Romagnoli C

Sacchetti G Chemical Composition and Biological Activities of Ishpingo Essential

Oil aTraditional Ecuadorian Spice from Ocotea quixos (Lam) Kosterm (Lauraceae)

flower calices Food chemistry Vol 85 No 03 Pp 413-421 2003

Calow P Marine and estuarine invertebrate toxicity tests In Hoffman D et al

Handbook in cytotoxicology Oxford Blackwell Scientific Publication Vol 01 Pp 1-5

1993

Carballo JL Hernaacutendez-Inda ZL Peacuterez P Garciacutea-Graacutevalos MD A comparison

between two brine shrimp assays to detect in vitro cytotoxicity in marine natural

products BMC Biotechnology Vol 2 Pp1-5 2002

Castro-Faria-Neto HC Bozza PT Cruz HN Silva CLM Violante FA

Barbosa-Filho JM Thomas G Martins MA Tibiriccedilaacute EV Noel F Cordeiro

RSB Yangambin a new naturally occuring platelet activating factor receptor

antagonist binding and in vitro functional studies Planta Medica Vol61 Pp 101-

105 1995

131

Cavalcanti M F Oliveira M C F Velandia J R Echevarria A Siacutentese de 135-

triazinas substituiacutedas e avaliaccedilatildeo da toxicidade frente a Artemia Salina leach

Quiacutemica Nova Vol23 No 01 Pp 20 2000

Cechinel FilhoV Bresolin T M B Ciecircncias farmacecircuticas desenvolvimento de

novos faacutermacos e medicamentos Editora Univali Pp 239 2003

Chanderbali A S Lauraceae Endlicheria Flora Neotropical Monografia 91 New

York New York Botanical Garden 2004

Chang J Medicinal Herbs Drugs or dietary supplements Biochechemical

Pharmacology Vol 59 No 3 Pp211-219 2000

Chaverri C Ciccioacute J F Essential oil of trees of the genus Ocotea Lauraceae) in

Costa Rica Revista biologia Tropical Vol 53 No 3 Pp 431-436 2005

Chaverri C Ciccioacute JF Volatile constituents of the oils from Povedadaphne

quadriporata (Lauraceae) from ldquoAlberto M Brenesrdquo biological preserve Costa Rica

Quiacutemica Nova Vol 31 No 03 Pp 605-609 2008

Chavez J P Gottlieb O R Yoshida M 10-Desmethyl-1-methyleudesmanes

from Ocotea corymbosa Phytochemistry Vol 39 No 04 Pp 849-852 1995

Cheng S Liu J Tsai K Chen W Chang S Chemical composition and

mosquito larvicidal activity of essential oils from leaves of different Cinnamomum

osmophloeum provenances Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 52 No

22 Pp 4395-4400 2004

Cordell G A Quirn-Beattie M L Farnsworth N R The potential of alkaloids in

drug discovery Phytotherapy Research Vol 15 Pp 183-205 2001

Cragg G M Newman DJ Biodiversidade Um componente essencial na

descoberta de faacutermacos In Yunes R A Cechinel Filho V Quiacutemica de produtos

Naturais novos faacutermacos e a moderna farmacognosia 2ordf ediccedilatildeo Editora Univali

Pp58-62 2009

Cunha A P Salgueiro L Roque O R Farmacognosia e fitoquiacutemica Capiacutetulo 22

1ordm ediccedilatildeo Fundaccedilatildeo Calouste Gulenkian 2005

132

Degani A L G Cass Q B Vieira P C Cromatografia um breve ensaio Quiacutemica

Nova na Escola No 07 Pp 21-25 1998

Dewick P M Medicinal natural product a biosynthetic approach 2ordm ediccedilatildeo John

Wiley amp Sons 2002

Di Carlo G Mascolo N Izzo A A Capasso F Flavonoids old and new aspects

of a class of natural therapeutic drugs Life Science Tucson Vol 65 No 4 Pp 337-

353 1999

Dias B F S A implementaccedilatildeo da convenccedilatildeo sobre diversidade bioloacutegica no Brasil

desafios e oportunidades Campinas Andreacute Tosello Pp 1 1996

Droumlge W Free radicals in the physiological control of cell function Physiological

Reviews 2002

Duarte J A Appell H J Carvalho F Bastos M L Soares J M Endothelium-

derived oxidative stress may contribute to exercise-induced muscle damage Vol14

No08 Pp440-443 1993

Duarte M C T Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromaacuteticas

Utilizadas no Brasil Multiciecircncia Construindo uma histoacuteria sobre os Produtos

Naturais Universidade Estadual de Campinas No 07 2006

Ellman GL et al A new and rapid colorimetric determination of

Acetylcholinesterase activity Biochemical Pharmacoogy Vol 07 Pp 88-95 1961

Elsayed N M Antioxidant mobilization in response to oxidative stress a dynamic

environmentalndashnutritional interaction Nutrition Vol 17 No 10 2001

Fernandes ES Passos GF Medeiros R Cunha FM Ferreira J Campos

MM Pianowski LF Calixto JB Anti-inflammatory effects of compounds alpha-

humulene and (minus)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia

verbenaacutecea Journal of Ethnopharmacology Vol110 Pp323ndash333 2007

Ferraz A Screening for antiproliferative activity of six southem Brazilian species of

Hyperisum Phytochemistry Vol 12 Pp 112-115 2005

133

Finney D L Em Probit Analysis 3o ediccedilatildeo Editora Cambridge University Press

Cambridge Pp 76-80 1971

Fleschin S Fleschin M Nita S Pavel E Magearu V Free radicals ediated

protein oxidation in biochemistry Roum Biotechnology Letters No 06 Vol 05 Pp

479-495 2000

Fournet A Ferreira M E A R A Guy I Guinaudeau H Heinzen H

Phytochemical and antiprotozoal activity of Ocotea lancifolia

Fitoterapia Vol 78 No 5 Pp 382-384 2007

Francis P T Palmer A M Snape M Wilcov G K The cholinergic hypothesis of

Alzeimeracutes disease a review of progress Journal of Neurology Neurosurgery amp

Psychiatry Vol 66 No 02 Pp 137-147 1999

Giordani R B Pagliosa L B Henriques A T Zuanazzi JA Investigaccedilatildeo do

potencial antioxidante e anticolinesteraacutesico de Hippeastrum (Amaryllidaceae)

Quiacutemica Nova Vol 31 No 8 Pp 2042-2046 2008

Gottlieb O R amp Yoshida M Neolignanas antitumorais Ciecircncia e Cultura Vol 32

Pp 93-100 1978

Gottlieb O R Fineberg M Guimaratildees M L Magalhatildees M T Maravalhas M

Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromaacuteticas e Oacuteleos Essenciais

Vol 11 No 1 1965

Gottlieb O R Kaplan M A C Borin M R Biodiversidade um enfoque quiacutemico-

bioloacutegico Rio de Janeiro Editora UFRJ 1996

Gottlieb O R Salatino A Funccedilatildeo e evoluccedilatildeo e evoluccedilatildeo de oacuteleos essenciais e de

suas estruturas secretoras Ciecircncia e Cultura Vol 39 Pp 707-715 1987

Gottlieb O R Yoshida M Lignoacuteides com atenccedilatildeo especiala quiacutemica das

neolignanas Quiacutemica Nova Vol 07 No 4 Pp 250-254 1984

Gottlieb OR Koketzu M Magalhatildees MT Maia JGS Mendes PH Rocha A

I Silva ML Wilberg VC Amazonian Essential Oils VII Acta Amazonica Vol11

No1 Pp 143-148 1981

134

Gocircuvea C M C P Oxidaccedilotildees bioloacutegicas e atividade vegetal In Fitoteraacutepicos anti-

inflamatoacuterios aspectos quiacutemicos e aplicaccedilotildees terapecircuticas Carvalho J C T coord

Ribeiratildeo Preto Editora Tecmed Pp 101-124 2004

Guaratini T Medeiros M H G Colepicolo P antioxidantes na manutenccedilatildeo do

equiliacutebrio redox cutacircneo uso e avaliaccedilatildeo de sua eficaacutecia Quiacutemica Nova Vol 30 No

01 Pp 206-213 2007

Guinaudeau H Aporphinoid alkaloids III Journal of Natural Products Vol 46 No 6

Pp 761-835 1983

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphine Alkaloids V Journal of Natural

Products Vol57 No08 Pp 1033-1135 1994

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphinoid alkaloids II Journal of Natural

Products Vol 42 No 4 Pp 761-835 1979

Halliwell B Antioxidants in Human Health and Disease Annual Review of Nutrition

Vol 16 Pp 33-50 1996

Halliwell B Free radicals and antioxidants a personal view Nutrition Reviews

Vol52 No8 Pp253-265 1994

Halliwell B The antioxidant paradox The Lancet Vol355 No 01 Pp 1179 - 1180

2000

Henriques A T Limberger R P Kerber V A Moreno PRH Alcaloacuteides

Generalidades e aspectos baacutesicos In In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC

Porto Alegre capiacutetulo 29 Florianoacutepolis 2004

Heo H J Hang S C Cho H Y Hong B Kim H K Kim E Ki Shim D H

Amelioiating effect of gardenia jasminoides extract on Amyloid beta peptide ndash

induced Neuronal cell deficit Molecules and cells Vol 24 No 1 Pp 113-118 2002

Hostettman K Queiroz E F Vieira PC Princiacutepios ativos de plantas superiores

Editora UFSCar Satildeo Carlos 2003

135

httpwwwprossigabrottogottlieb Enigmas das Lauraceaes Programa de

Informaccedilatildeo para Gestatildeo de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de

Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia Pesquisado em 20 de julho de 2010

httpwwwwhointresearches acessado em 15 de fevereiro de 2011

Ingkaninan K Hazekamp A Hak AC Balconi S Verpoort R High

performance liquid chromatography with online coupled UV-mass spectrophometric-

biochemical detection for identification of acetyl cholinesterase inhibitors from natural

products Journal of Liquid Chromatography amp Related Technologies Vol 872 Pp

61-73 2000

Jia Q Qiu Z Nissanka A Farow T M US Patent Application Kind Code serial

nordm 741215series code 09 2000

Juergens UR Stober M Vetter H Inhibition of cytokine production and

arachidonic acid metabolism by eucalyptol (18-cineole) in human blood monocytes

in vitro European Journal of Medical Research Vol 03 Pp407-412 1998

Keynes RG Garthwaite J Nitric Oxide and its Role in Ischaemic Brain Injury

Current Molecular Medicine Vol 04 No02 Pp 179-191 2004

Kurtz B C Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura do estrato arboacutereo de um trecho de

Mata Atlacircntica situado na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Estadual de Paraiacuteso Municiacutepio de

Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia 51(78-79) Pp 69-112

2000

Lanccedilas F M Cromatografia em Fase Gasosa 1ordm ediccedilatildeo Acta Eventos Vol 01

Satildeo Carlos 1993

Lima I O Oliveira R A G Lima E O L Farias N M P Souza E L Atividade

antifuacutengica de oacuteleos essenciais sobre espeacutecies de Candida Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 16 No 02 Pp 197-201 2006

Lima M P Silva T M D Dilva J D Zoghbi M G Andrade E H Essential oil

composition of leaf and fine stem of Aniba canelilla (Kunth) Mez from Manaus Brazil

Acta Amazocircnica Vol 34 No02Pp 329 ndash 330 2004

136

Loacutepez S Bastida J Viladomat F Codina C Acetylcholinesterase inhibitory

activity oh some Amaryllidaceae alkaloids and Narcissus extratcts Life Sciences

Vol 71 No 21 Pp 2521-2529 2002

Lorenzi H Aacutervores Brasileiras ndash Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas

Arboacutereas Nativas do Brasil Vol2 2ordfediccedilatildeo Editora Plantarum Nova Odessa ndash SP

Pp 368 2002

Ma W W Anderson J E McLaughlin JL Bioactive Benzyl Benzoates from the

Roots of Endlicheria Dysodantha Pharmaceutical Biology Vol 29 No 3 Pp 237 ndash

239 1991

Maciel M A M Pinto A C Veiga Jr V F Plantas medicinais a necessidade de

estudos multidisciplinares Quiacutemica Nova Vol 25 No 3 Pp 429-438 2002

Madrintildeaacuten S Rhodosteonodaphne (Lauraceae) Flora neotropical Monografia 92

New York New York Botanical Garden 2004

Marques C A Importacircncia Econocircmica da Famiacutelia Lauraceae Floresta e Ambiente

Universidade Federal de Viccedilosa Vol 8 No1 JanDez Pp195-206 2001

Mclaughlin JL Saizarbitori TC Anderson JE Tres bioensayos simples para

quimicos de productos naturales Revista Sociedade Venezuelana de Quimica Vol

08 Pp13-18 1995

Meirelles U M F et al Algumas accedilotildees bioloacutegicas do 1-(p-metoxibenzil)-67-

metilenodioxiisoquinolina Acta Amazonica v 7 n 1 p 39-40 1979

Mensor L L Screening of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of

DPPH free radical method Phytotherapy Research Vol 16 Pp 127 2001

Menut C Bessieacutere J M Hassani M S Buchbauer G Schopper B Chemical

and biological studies of Ocotea comoriensis bark essential oil Flavour and

Fragrance journal Vol 17 Pp 459-461 2002

Meyer B N Ferrigni N R Putnam J E Jacobsen L B Nichols B McLaughlin

J L Journal of Medicinal Plant Research vol 45 Pp 31-34 1982

137

Miyazawa M Tougo H Ishihara M Inhibition of acetylcholinesterase activity by

essential oil from Citrus paradise Natural Product Letters Vol 15 No 03 Pp205-

210 2001

Moellering Jr RC Novos desafios no campo das doenccedilas infecciosas In

Patoacutegenos emergentes nas doenccedilas infecciosas Relatoacuterio Especial Hospital

Praacutectice Euromeacutedice Editora Meacutedicas Pp5-7 2000

Morais L C S L Barbosa-Filho J M Almeida R N Central depressant effects

of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice Journal of

Ethnopharmacology Vol 62 No 1 Pp 57-61 1998

Mossman T Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival application to

proliferation and cytotoxicity assays Journal of Immunological Methods Vol 65

No02 Pp 55-63 1983

Nodori RO Guerra MP Biodiversidade aspectos bioloacutegicos geograacuteficos legais

e eacuteticos In CMO Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento

Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16

Florianoacutepolis 2004

Nordberg J Arneacuter SJ Reactive oxygen species antioxidants and the mammalian

thioredoxin system Free Radical Biology and Medicine Vol 31 Pp1287-1312

2001

Nunes X P Mesquita R F Silva D A Lira D P Costa V C O Silva MV B

Xavier A L Diniz MF F M Agra M F Constituintes quiacutemicos avaliaccedilatildeo das

atividades citotoacutexica e antioxidante de Mimosa paraibana Barneby (Mimosaceae)

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18 (Supl) Pp 718-723 2008

Oliveira P A Estudo fitoquiacutemico e atividades bioloacutegicas de extratos de Goupia

glabra Aublet (cupiuacuteba) Dissertaccedilatildeo do Mestrado em Quiacutemica Universidade Federal

do Amazonas Pp 65-68 2010

Palazzo M C Agius B R Wright B S Haber W A Moriarity D M Setzer

W N Chemical Compositions and Cytotoxic Activities of Leaf Essential Oils of Four

138

Lauraceae Tree Species from Monteverde Costa Rica Records Natural Products

Vol 03 No01 Pp32-372009

Pereira P S Franccedila S C Oliveira P V A Breves C M S Pereira S I V

Sampaio S V Nomizo A Dias A D Chemical constituents from

Tabernaemontana catharinensis root bark a brief NMR review of iacutendole alkaloids

and in vitro cytotoxicity Quiacutemica Nova Vol 31 No 01 Pp 20-24 2008

Perry N S L Bollen C Perry E K Ballard C Salvia for dementia therapy

review of pharmacological activity and pilot tolerability clinical trial Pharmacology

biochemistry and behavior Vol 75 No 3 Pp 651-659 2003

Phillipson G W Anderson A C Journal Ethnopharmacol Vol 25 Pp 61 1998

acetylcholinesterase activity by essential oils of Mentha species Journal of

Agriculture and Food Chemistry Vol 46 Pp 3431-3434 1998

Pinto A C Silva D H S Bolzani V S Lopes N P Epifanio R A Produtos

Naturais Atualidade desafios e perspectivas Quiacutemica Nova Vol 25 Supl 01 Pp

45-61 2002

Quik M Jeyarasasingam G Nicotine receptor and Parkinsonrsquos disease European

Journal of Parkinsonrsquos disease Vol 393 Vol 1-3 Pp 223-230 1999

Quinet A Andreata R H P Lauraceae Jussieu na Reserva Ecoloacutegica de Macaeacute

de Cima municiacutepio de Nova Friburgo Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia vol53

No82 Pp59ndash121 Rio de Janeiro 2002

Rahalison L Hamburger M Monod M Frenk E Hostettmann K Antifungal

tests in phytochemical investigations comparison of bioautographic methods using

phytopatogenic and human pathogenic fungi Planta Meacutedica Vol60 Pp 41-44 1994

Rahimi-Nasrabadi M Gholivand M B Batooli H Chemical composition of the

essential oil from leaves and flowering aerial parts of Haplophyllum robstum

(Rutaceae) Journal of nanomaterials and biostructures Vol 4 No 4 Pp 819-822

2009

139

Rajendran V Shong Suo-Bao Saxena A Doctor B P Kozikowski A P

Synthesis of a hybrid analog of the acetylcholinesterase inhibitor huperzine A and

huperzine B Tetrahedron Letters Vol 42 No 01 Pp 5359-5361 2001

Rhee I K Van der Meent M Ingkaninan K Verpoorte R Screening for

acetylcholinesterase inhibitors from from Amararyllidaceae using silica gel thin-layer

chromatography in combination with bioactivity staining Journal of chromatography

A Vol 915 No1 Pp 217-223 2001

Ribeiro J E L S Hopkins M J G Vicentini A Sothers C A Costa M A da

S Brito J M Martins L H P Lohmann LG Assunccedilatildeo P A C L Pereira E

C Silva C F Mesquita M R Proacutescoacutepio L C Flora da Reserva Ducke Guia de

identificaccedilatildeo das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazocircnia

Central Pp 151 Manaus INPA 1999

Ribeiro RA Carmo LG Vladimorova I Jurkiewicz NH Jurkiewicz A

Nantenine blocks muscle contraction and Ca2+ transient induced by noradrenaline

and K+ in rat vas deferens European Journal of Pharmacology Vol 470 No 01 Pp

37-43 2003

Rizzini C T Mors W B Botacircnica Econocircmica Brasileira Editora EDUSP Satildeo

Paulo Pp 119 1976

Rizzini CT amp MorsWB Botacircnica econocircmica brasileira 2ed Acircmbito cultural Rio

de Janeiro Pp 56 1995

Robbers J E Speedie M K Tyler V E Farmacognosia farmacobiotecnologia

editor Premier Pp 163 Satildeo Paulo 1997

Rodriacuteguez M Hasegawa M Gonzaacutelez-Muacutejica F Motta N Castillo A Castillo

J Zea E Mora K Sousa A G Camejo D Antidiabetic and antiradical activities

of plants from Venezuelan Amazon Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18

No 03 Pp 331-338 2008

Rohwer JG Lauraceae In Kubitzki K Rohwer JG amp Bittrich V (Eds) The

families and genera of vascular plants Springer-Verlag Berlim Vol 2 Pp 366-391

1993

140

Rover Juacutenior L Houmlehr N F Vellasco A P Sistema antioxidante envolvendo o

ciclo metaboacutelico da glutationa associado a meacutetodos eletroanaliacuteticos na avaliaccedilatildeo do

estresse oxidativo Quimica Nova Vol 24 No 01 Pp 112-119 2001

Saacutenchez-moreno C A procedure to measure the antiradical efficiency of

polyphenols Journal of the Science of Food and Agriculture Vol 76No 02 Pp

270-276 1998

Sangirardi Jr Botacircnica fantaacutesticaplantas da mitologia religiatildeo magiaEd

Brasiliense Pp 113 ilust Satildeo Paulo 1984

Santos C C Estudo Quiacutemico de Endlicheria sericeae Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade Estadual de Campinas Instituto de Quiacutemica 1976

Santos R I Metabolismo baacutesico e origem dos metaboacutelitos secundaacuterios In CMO

Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade

UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

Santos-Filho D Gilbert B The alkaloids of Nectandra megapotamica

Phytochemistry v 14 p 821-822 1975

Silva D B Matos M F C Nakashita S T Misu C K Yoshida N C Carollo C

A Fabri J R MIglio H S Siqueira J M Isolamento e avaliaccedilatildeo da atividade

citotoacutexica de alguns alcaloacuteides oxoaporfiacutenicos obtidos de Annonaceae Quiacutemica

Nova Vol 30 No 08 Pp 1809-1812 2007

Silva I G Barbosa-Filho J M da Silva M S de Lacerda C D G da-Cunha

E V L Coclaurine from Ocotea duckei Biochemical Systematics and Ecology Vol

30No 9 Pp 881-883 2002

Silva J Abebe W Sousa SM Duarte VG Machado MIL Matos FJA

Analgesic and anti-inflammatory effects of essential oils of Eucalyptus Journal of

Ethnopharmacology Vol 89 No 02 Pp 277-283 2003

Silva L M G E Hamesrki L Garcez FR (PQ) Garcez WS Atividade larvicida

contra Aedes aegypti da Dicentrina isolada de Ocotea vellosiana (Lauraceae)

141

Sociedade Brasileira de Quiacutemica (SBQ) 31a Reuniatildeo Anual da Sociedade Brasileira

de Quiacutemica 2009

Silva R S Ribeiro C M R Borges M N Blois G S O Oacuteleo essencial de

limatildeo no ensino da cromatografia em camada delgada Quiacutemica Nova Vol32 No8

Pp 2234-2237 2009

Silva S L Chaar J S Figueiredo P M Yano T Cytotoxic evaluation of

essential oil from Casearia sylvestris Sw on human cancer cells and erythrocytes

Acta Amazocircnica Vol 38 No 01 Pp 107-112 2008

Silva S L Figueiredo P MYano T Cytotoxic evaluation of essential oil from

Zanthoxylum rhoifolium Lam Leaves Acta Amazocircnica Vol 32 No 02 Pp 281-286

2007

Simatildeo AM Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicoloacutegico Satildeo Paulo Nobel

1985

Simotildees CMO Spitzer V Oacuteleos Volaacuteteis In Simoes CMO Schenkel EP

Gosmann G Mello JC P Mentz LA Petrovick (orgs) Farmacognosia da planta

ao medicamento 5ordm ediccedilatildeo Universidade UFRGS Ed da UFSC Porto Alegre

p467 2004

Skehan P Storeng R Scudiero D Monks A McMahon J Vistica D Warren

J T Bodesch H Kenney S Boyd M R New Colorimetric Cytotoxicity Assay for

Anticancer-Drug Screening Journal of the national cancer institute Vol 82 No 13

Pp 1107-1112 1990

Soler-Rivas C Espın JC Wichers HJ 2000 An easy and fast test to compare

total free radical scavenger capacity of foodstuffs Phytochemistry Analysis Vol 11

Pp 1ndash9 2000

Souza C M M Rocha e Silva H Vieira-Jr G M Ayres M C C da Costa C L

S Arauacutejo D S Cavalcante L C D Barros E D S Arauacutejo P B M Brandatildeo M

S Chaves M H Fenoacuteis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais

Quiacutemica Nova Vol 30 No 02 Pp351-355 2007

142

Souza W M Estudo quiacutemico e das atividades bioloacutegicas dos alcaloacuteides indoacutelicos e

himatanthus lancifolius (muell arg) woodson apocynaceae ndash (agoniada) Tese

(Doutorado em Ciecircncias Farmacecircuticas) Universidade Federal do Paranaacute Curitiba

2008

Sulaiman S N Mukhtar M R Hadi A H A Awang K Hazni H Zahari A

Litaudon M Zaima K Morita H Lancifoliaine a New Bisbenzylisoquinoline from

the Bark of Litsea lancifolia Molecules Vol16Pp3119-3127 2011

Tabarrini O Cecchetti V Temperini A Filipponi E Lmperti M G Fravolini A

Velnacrine thia analogues as potential agents for treating alzheimeracutes Bioorganic

and Medicinal Chemistry Vol 09 No 11 Pp 2921-2928 2001

Takaku S Haber W A Setzer W Leaf essential oil composition of 10 species of

Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical Systematics and

Ecology Vol35 No08 Pp 525-532 2007

Takaku S Harber W A Setzer W N Leaf essential oil composition of 10 species

of Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical systematic and

ecology Vol35 Pp 525-532 2007

Telascrea M Arauacutejo CC Cavalheiro AJ Marques MOM Facanali R

Moraes PLR Essential oils from leaves of Cryptocarya spp from the atlantic rain

forest Quiacutemica Nova Vol 31 No 3 Pp 503-507 2008

Tiveron A P Atividade antioxidante e composiccedilatildeo fenoacutelica de legumes e verduras

consumidos no Brasil Dissertaccedilatildeo de mestrado em Ciecircncias e tecnologia de

alimentos Universidade de Satildeo Paulo Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de

Queirozrdquo 2010

Ur-Rahman A Parveen S S Khalid A Farroq A Choudhardr M I Acetyl and

butyrylcholinesterase ndash Inhibiting triterpenoid Phytochemistry Vol 58 No 6 Pp

963-968 2001

Vargas F de S Estudo comparativo entre teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de atividades

antioxidantes de espeacutecies de plantas da Amazocircnia Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Patologia Tropical Universidade Federal do Amazonas 2008

143

Vattimo-Gil I A O gecircnero Ocotea Aubl no sul do Brasil I Espeacutecies de Santa

Catarina e do Paranaacute Pp 265-350 1956

Verbel J O Cervera T G Fernandez J G Colorado B J Stashenko E

Chemical composition and antioxidant activity of essential oils isolated from

Colombian plants Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 20 No 4 2010

Viegas Jr C Bolzani V S Barreiro E J Os produtos Naturais e a quiacutemica

medicinal moderna Quiacutemica Nova Vol29 No 02 Pp 326-337 2006

Viegas Junior Bolzani V S Furlan M Fraga C A M Barreiro Produtos

Naturais como candidatos a faacutermacos uacuteteis no tratamento do mal de Alzheimer

Quiacutemica Nova Vol 27 No 4 Pp 655-660 2004

Vilegas J H Y Gottlieb O R Kaplan M A C Gottlieb H E Phytochemistry

Vol 28 No Pp 3577 1989

Wink M Physiology of secondary product formation in plants In CHARLWOOD B

V RHODES MJC (ed) Secondary products from plant tissue culture Oxford

Clarendon 1990

Wu W Huang C Sctructural Elucidation of Isoquinoline Isoquinolone

Benzylisoquinoline Aporphine and Phenanthrene Alkaloids using API-ionspray

Tandem Mass Sprectrometry The Chinese Pharmaceutical Journal Vol 58 Pp 51-

55 2006

Yilmaz Y Toledo R T Health aspects of functional grape seed constituents

Trends in Food Science and Technology Vol 15 No 9 Pp 422-433 2004

Zanin S M W Lordello A L L Alcaloacuteides aporfinoacuteides do gecircnero Ocotea

(Lauraceae) Quiacutemica Nova Vol 30 No 01 Pp 92-98 2007

Zauli R C Pereira M A Cardoso L G V Silva J M SF da Carvalho J C T

Fiorini J E Atividade antimicrobiana e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo Inibitoacuteria

miacutenima e concentraccedilatildeo bactericida miacutenima de Dillenia indica L (flor de abril) Gestatildeo

de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Seminaacuterio de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da UNIFENAS

2004

144

Zheng W Wang S Y Antioxidant Activity and Phenolic Compounds in Selected

Herbs Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 49 No 11 Pp 5165-5170

2001

Zhou B N Johnson R K Mattern MR Wang X Hecht S M Beck H T

Ortiz A Kingston D G J Isolation and Biochemical Characterization of a New

Topoisomerase I Inhibitor from Ocotea leucoxylon Journal of Natural Products

Vol63 No02 Pp 217-221 2000

Zoghbi M G B Andrade E H A Santos A S Silva M H L Maia G S

Constituintes volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae com ocorrecircncia na Floresta

Nacional de Caxiuanatilde ndash Melgaccedilo ndash PA CBO 014 - estaccedilatildeo cientiacutefica Ferreira Penna

2005

Zuanazzi J A S Montana J A Flavonoacuteides In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm

ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

1

AVALIACcedilOtildeES QUIacuteMICABIOLOacuteGICAS OacuteLEO ESSENCIAL PERFIL

ALCALOIacuteDICO PROSPECCcedilAtildeO

Oacutergatildeo vegetal

Antioxidante (μgmL)

Anti ACh

E

Artemia salina

(μgmL)

HCT ndash 8 ()

MDAMB-435 ()

SF-295 ()

Rend ()

Constituinte majoritaacuterio

iacuteons (M+1)

mz

Tipo de alcaloacuteide

Fenol Flavonoacuteide Alcaloacuteide

E citriodora Folhas 16101 - 8301 2896 723 1531 429

geranato de metila 23895

benziliso quiniliacutenico

- - -

Galhos Grossos 4278 + 10000 1632 4117 082 250

geranato de metila 30006 aporfiacutenico + - -

E sericeae

Folhas 977 - 90260 3756 389 4719 013 espatulenol 32995 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 5092 - 100011 3015 1791 2430 010

oacutexido de cariofileno 33009 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 1444 - 229766 2180 4639 773 011

oacutexido de cariofileno 32988 aporfiacutenico + - +

Cascas 1329 - 82381 NR NR NR 006 elemol 33009 aporfiacutenico + + +

O

ceanothifolia

Folhas 1812 - 134640 3556 1228 2798 011 oxido de

cariofileno 29992 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 1564 + 261600 NR NR NR 007

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Galhos Finos 1443 + 262121 NR NR NR 005

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Cascas 1017 - 134287 3273 5041 058 NR NR 31406 aporfiacutenico + - -

O leucoxylon

Folhas 5251 - 388560 3831 1247 3690 013 oxido de

cariofileno 37013 aporfiacutenico + - +

Galhos Grossos 5088 + 165150 2904 955 1188 005

beta-cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 8261 + 254856 1775 3872 2459 002

oxido de cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

O minor

Folhas 821 + 83040 2964 369 436 011 beta-

cariofileno 14389 triptamiacutenico + - +

Galhos Grossos 908 + 146791 7430 1251 7536 004

oacutexido de cariofileno 20507 NI + + +

Galhos Finos 731 + 230218 2220 514 1666 NR NR 20507 NI + + +

Cascas 757 - 243004 3341 419 414 006 oacutexido de

cariofileno 28558 benziliso

quiniliacutenico + + +

R recurva

Folhas 11046 - 129990 1834 520 541 006 beta-selineno 33016 aporfiacutenico - - -

Galhos Grossos 19826 - 38674 126 1106 801 002 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Galhos Finos 12538 - 211285 3183 771 2798 003 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Cascas 5511 - 24385 3041 1296 2703 004 beta-eudesmol NR NI - - +

R

crenaticupula

Folhas 7816 - 167512 3671 465 511 058 delta-cadineno 43691 NI - - +

Galhos Grossos 6701 - 471571 1194 3344 1012 002

aacutecido hexadecanoacuteico 28606

benziliso quiniliacutenico + - +

1

Anexos

2

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Folhas

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Desktop_110324154738 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 202E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

23895

36691

38791

17217

34192

2549830006 39505

2607919891 551014229116706 52224

567114350212107 59112 63914 7355369920 76710

Desktop_110322181603 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 288E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

30006

32988

34612

2960719205

26905 35396

36992

17714

19394 38413 55045522384370515096 61940 66119 68513 75737 78712

3

Espectro de massa de Endlicheria sericea Folhas

Espectro de massa de Endlicheria sericea Cascas

Desktop_110322160544_110322160544 1-12 RT 000-019 AV 12 NL 175E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32995

28592

30013

27416

6211519205

12191 34612 436982689114403452943620820794 51230 6430641507 54051 6193349452 68121 69920 74694

Desktop_110322171533 1-7 RT 001-011 AV 7 NL 549E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

28585

1918434591

2690520787

351932341217686

38420 43698 47093 6193349725 5913316524 64768 69150 75772 79377

4

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos finos

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos grossos

Desktop_110322193119 1-14 RT 000-023 AV 14 NL 167E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32988

28606

3000634619

19184

2080823391

27423 691086611235186

5223838406 550594532218981 61933 7031215082 75744

Desktop_110322190205 1-13 RT 001-022 AV 13 NL 638E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

32813

34192

3000627402

23412

4370535802

2159219184

619335571036012

59133527144970438119

4942441325

647334549717693

17511 7573769948 77732

5

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Galhos

Desktop_110324163345 1-31 RT 001-053 AV 31 NL 684E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

43691

27416

45287

31819

34605

30216

2341251223 61926

35319 54030203815916137405

64733484371918415075 66322 69115 75723

Desktop_110324160838 1-25 RT 000-042 AV 25 NL 106E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28606

33009

31385

20381

27472

1391334381

356132689819198 4371225680

6192641514 5912645322 5503817686 51706 62115

65734 69927 73742 78726

6

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos finos

Desktop_110322164317 1-11 RT 001-019 AV 11 NL 570E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33016

27423

19191

32813

31203

35606 6210843705

17707 619262650645294

15082 36236 59133522312462337398

21893647334290711589 49445

6633669934 74127

Desktop_110322202301 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 124E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3461228193

19205

32589

2678619387

20801 3560655514

69108

3581619009 45315 55038 661265083841906 56907

15089 64019 69612 74232 77529

7

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Folhas

Desktop_110322190322 1-21 RT 001-036 AV 21 NL 104E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3459132589

27402

19205

30013

3559917693 4371926506

36222 52259 550452087815103 6194049438 6372514403 69927 75758

Desktop_110322154038 1-22 RT 000-037 AV 22 NL 366E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

35795

34213

28298

38000274025504552259 6194039610

43712 59133 7153720892 4943826485 6352212086 19226 73735 78544

8

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Cascas

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos finos

Desktop_110324160707 1-18 RT 001-030 AV 18 NL 730E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

13899

31406

33002

30006

34605

2190715089

1809224882

29705

5793625106 5512241535

430825461136894 6072946925

66350 69948 73322 77851

Desktop_110322194703 1-14 RT 001-024 AV 14 NL 266E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

34591

31420

28284

2741635802

1920520808 38406 5504518687 522454371912093 61933 69108 75744 77739

9

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Folhas

Desktop_110322183118 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 118E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2999234605

31413

27409

43719 4529419401

2591119212

25701

5230836208 550454952217686 20787 619684131817490 64754 7592669115

Desktop_110322162056 1-12 RT 001-020 AV 12 NL 341E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

37013

32484

31084

27423

3861672314

26492 44601 70921

24595 5505952273400162179515089 69535 7411349473 6643456634 76542

10

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos grossos

Desktop_110322201310 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 330E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Re

lativ

e A

bu

nd

an

ce

36992

35592

32484

31084

72314

2929970914

3781126499

39386 445946950720878 53897 7393115082 40023 664066194045602 77340

Desktop_110322174442 1-11 RT 001-018 AV 11 NL 240E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

36992

35592

32505

72307

37195

7090731084

29285

37797

28088 3862326506

6952120878 6196144594 52245 55059 7391015089 76325

11

Espectro de massa de Ocotea minor Folhas

Espectro de massa de Ocotea Cascas

Desktop_110322165516 1-9 RT 001-015 AV 9 NL 321E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

14389

20507

17490

12086

23685

27430 346055225240933 5505242907 61947 7953866553 73721

Desktop_110322171506 1-9 RT 000-014 AV 9 NL 917E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28585

2999233009

2690534598

1920520801

372021870814389 22397 37797 43705 6194049501 52245 59119 65132 70032 72321 77550

12

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos grossos

Desktop_110322200126 1-16 RT 000-026 AV 16 NL 262E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

20507

14389

17511

25085

2350313192

2740931798 34605

4370538406 52238 79923619475504546715 64740 7368671530

Desktop_110322185001 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 178E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2050714389

3459117504 31609

23692 28585

13192

43705 5504536236 5223861926 64726 7574473126

13

14

Espectro de RMN 13C

15

Espectro de DEPT

16

rh

Espectro de HSQC

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,

vi

Priscilla Oliver e Lidiam natildeo haacute como agradecer em algumas palavras todo o

carinho que sinto Vocecircs satildeo a sorte que a vida me deu Minhas irmatildes do coraccedilatildeo

que somente Deus com todo o seu amor poderia me dar

Milena Campelo Paula Barbosa e Luciana Freire obrigada por todo o

companheirismo que nos acompanham desde a graduaccedilatildeo Vocecircs sempre

estiveram ao meu lado

Igor e Carol Priscila e Victor Andreacute e Eacuterika obrigada pelos momentos

compartilhados Fico feliz por tecirc-los perto de mim e pelas experiecircncias adquiridas

Ao grupo de pesquisa Q-Bioma como um todo a todos os membros Somos

uma famiacutelia cientiacutefica e mesmo com todas as diferenccedilas a uniatildeo sempre

prevaleceraacute

Agrave todos os meus companheiros de mestrado em Quiacutemica em especial

Nerilson Masques Obrigada pela companhia e amizade durante todo o curso

Somente a gente sabe quantas noites passamos em claro estudando para fazer as

listas acordando com olheiras e madrugando para natildeo perdermos os horaacuterios Vocecirc

eacute muito importante na minha vida

Aos professores Afonso Duarte e Rita Nunomura pela amizade carinho

valorosos conselhos e incentivos Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Obrigada por

estarem na minha vida

Professores Marcos e Cristine Machado pelo exemplo de profissionais que

satildeo sempre esforccedilando-se e pensando na qualidade da aprendizagem Acompanha-

los nas disciplinas me ajudou muito no perfil de profissional que quero ser

Aos professores Ary Cavalcante e Roberto Castilho por todos os conselhos e

incentivos

Ao Hector Koolen por toda a paciecircncia acompanhando-me no espectrocircmetro

de massa e pelas dicas e incentivos nos experimentos

A pessoa que hoje eu sou traz um pouco de cada um de vocecircs

vii

Para ser grande secirc inteiro nada

Teu exagera ou exclui

Secirc todo em cada coisa Potildee quanto eacutes

No miacutenimo que fazes

Assim em cada lago a lua toda

Brilha porque alta vive

Fernando Pessoa

viii

RESUMO

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das famiacutelias mais importantes na floresta amazocircnica apresentando um nuacutemero expressivo de espeacutecies com diversas utilizaccedilotildees devido a qualidade dos seus produtos naturais Quimicamente as espeacutecies desta famiacutelia caracterizam-se pela presenccedila de alcaloacuteides neolignanas flavonoacuteides terpenos e fenilpropanoacuteides Este estudo contribui para a anaacutelise do perfil quiacutemico dos trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e Rhodostemonodaphne atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos e oacuteleos essenciais contribuindo para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras Neste trabalho foi realizado prospecccedilatildeo fitoquiacutemica anaacutelise do perfil alcaloiacutedico por cromatografia em camada delgada (CCD) e espectrometria de massa (EM) dos extratos etanoacutelicos identificaccedilatildeo dos constituintes do oacuteleo essencial e verificaccedilatildeo das atividades anticolinesteraacutesica antioxidante e citotoacutexica dos extratos etanoacutelicos das espeacutecies E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R crenaticupula As espeacutecies foram coletadas na Reserva Ducke em Manaus e separadas para obtenccedilatildeo de oacuteleos essenciais e extratos etanoacutelicos Estes foram analisados quanto as atividades quiacutemicabioloacutegicas e submetidos a particcedilotildees aacutecido-base para obtenccedilatildeo de fraccedilotildees enriquecidas de alcaloacuteides O perfil alcaloiacutedico foi analisado por CCD utilizando reveladores especiacuteficos e por EM Os oacuteleos essenciais foram analisados por CG-DIC e CG-EM Confirmou-se que a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos e aporfiacutenicos Os rendimentos dos oacuteleos essenciais obtidos por hidrodestilaccedilatildeo em clevenger modificado variaram de 002 a 429 sendo Endlicheria citriodora a espeacutecie que apresentou maior rendimento 25 nos galhos e 43 nas folhas tendo como constituinte majoritaacuterio o geranato de metila (acima de 93) elucidado por CG-DIC CG-EM RMN1H e RMN 13C Os oacuteleos essenciais das outras espeacutecies apresentaram rendimento inferior a 1 e como constituinte majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido A atividade antioxidante foi avaliada atraveacutes da capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPHbull) utilizando quercetina como padratildeo externo expressos como valores de concentraccedilatildeo eficiente (CE50)Os extratos de Ocotea minor foram os que apresentaram maior potencial antioxidante (CE50=731 plusmn 032 μgmL) A anaacutelise qualitativa da atividade anticolinesterase foi realizada de acordo com o meacutetodo de Ellman (modificado) com resultados negativos para inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado positivo A atividade antitumoral foi avaliada contra quatro linhagens de ceacutelulas (leucemia mama coacutelon e glioblastoma) segundo o meacutetodo de MossmanNenhum dos extratos testados apresentou atividade citotoacutexica pronunciada

Palavras-chave Floresta Amazocircnica Lauraceae alcaloacuteide oacuteleo essencial

ix

ABSTRACT

The family Lauraceae is one of the most important families in the Amazon

rainforest featuring an significant number of species with different uses due to the

quality of products naturalThe species this family are Chemically characterized by

the presence of alkaloids neolignans flavonoids terpenes and phenylpropanoids

This study contributes to the analysis of the chemical profile of the three genera

Endlicheria Ocotea and Rhodostemonodaphne about directing the investigations on

the chemical composition of extracts and essential oils contributing to the screening

of promising genera and species This work was carried out prospecting

phytochemical alkaloid profile analysis by thin layer chromatography (TLC) and

mass spectrometry of the ethanol extracts identification of the essential oil and

analysis of activities anticholinesterase antioxidant and cytotoxic of ethanolic

extracts of E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R

recurva and R crenaticupula The species were collected in Reserva Ducke in

Manaus The material was separated to obtain essential oils and ethanolic extracts

These were analyzed for chemical biological activities and subjected to acid-base

partition to obtain enriched fractions of alkaloids The alkaloid profile was analyzed

by mass spectrometry and TLC with revealing specific The essential oils were

analyzed by GC-FID and GC-MS It was confirmed the high presence of alkaloids in

the genus Ocotea and low in species Endlicheria and Rhodostemonodaphne In

mass spectrometry the peaks mz 300 and 330 were present in most fractions and

may correspond to the type alkaloids Benzylisoquinolines and Aporphines The yields

of essential oils obtained by hydrodistillation in Clevenger modified ranged from

002 to 429 The specie Endlicheria citriodora was the highest yield 25 in the

branches and 43 in the leaves The Methyl geranate was the major constituent

(above 93) elucidated by GC-FID GC-MS RMN1H and RMN 13C The essential

oils from other species showed less than 1 yield and caryophyllene and its oxide

were the major constituents The antioxidant activity was assessed by sequestering

ability of the stable radical 22-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPHbull) using quercetin as

external standard expressed as effective concentration values (EC50) The extracts

of Ocotea minor presented the best antioxidant potential (EC50 = 731 plusmn 032 μg

mL) Qualitative analysis of anticholinesterase activity was performed according to

the method of Ellman (modified) with negative results for inhibiting the enzyme

acetylcholinesterase The branches of the three species of Ocotea were positive The

antitumor activity was evaluated against four cell lines (leukemia breast colon and

glioblastoma) by the method of Mossman None of the extracts tested showed

pronounced cytotoxic activity

Keywords Amazon forest Lauraceae alkaloid essential oil

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Laruraceae

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanas

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Figura 7 Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

Figura 8 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

Figura 9 Biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria

Figura 14 Estruturas isoladas de Endlicheria sericeae

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

Figura 20Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo

brasileira

Figura 21 Estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividade canceriacutegenas

derivadas de fontes vegetais

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

Figura 25 a 31 Placas cromatograacuteficas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

xi

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 01 Ciclo biossinteacutetico dos metaboacutelitos secundaacuterios

Esquema 02 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido

graxo insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido

lipiacutedico)

Esquema 03 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais

peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela

vitamina C originando o radical ascorbila

Esquema 04 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos

extratos e dos oacuteleos essenciais

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Tabela 02 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Tabela 4a Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol

Tabela 4b Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

Tabela 05 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e

flavonoacuteides

Tabela 06 Anaacutelise das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massas

Tabela 07 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares

de alcaloacuteides isolados em Lauraceae

Tabela 08 Rendimento dos oacuteleos essenciais ()

Tabela 09 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN (δ em ppm CDCl3 500MHz)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rhodostemonodaphne

recurva

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das

folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre

DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em

μgmL

Tabela 19 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Tabela 20 Resultado as avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina

xiii

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo16

2 Objetivos

21 Geral18

22 Especiacuteficos18

3 Revisatildeo da bibliograacutefica

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil19

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu22

321 Metaboacutelitos secundaacuterios 25

3211 Neolignanas28

3212 Alcaloacuteides32

3213 Flavonoacuteides35

3214 Terpenoacuteides e Fenilpropanoacuteides38

322 Gecircneros43

3221 Endlicheria Nees43

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki44

3223 Ocotea Aublet46

33 Atividades quiacutemicabioloacutegicas51

331 Atividades Antioxidantes 51

3311 Radicais Livres51

3312 Antioxidantes54

3313 Avaliaccedilatildeo das atividade Antioxidante utilizando radical livre DPPH56

332 Citotoxicidade 58

3321 Letalidade em Artemia salina Leach58

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais60

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase63

34 Meacutetodos cromograacuteficos67

341 Cromatografia em Camada Delgada68

342 Cromatografia Gasosa69

xiv

4 Metodologia

41 Coleta70

42 Obtenccedilatildeo dos extratos71

43 Prospecccedilatildeo72

431 Fenoacuteis72

432 Flavonoacuteides72

433 Alcaloacuteides72

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas73

441 Obtenccedilotildees da fraccedilatildeo alcaloiacutedica73

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD74

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por espectrometria de massa74

45 Oacuteleo essencial75

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo75

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais75

4521 Anaacutelise em CG-DIC75

4522 Anaacutelise em CG-EM76

4523 Anaacutelise por RMN76

453 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais76

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos78

461Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase78

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH78

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante79

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante79

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia Salina Leach81

464 Atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais 81

5 Resultados e discussatildeo83

51 Rendimento do extrato83

52 Prospecccedilatildeo Fitoquiacutemica84

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica86

531 Rendimento da Particcedilatildeo86

532 Anaacutelise por CCD87

533 Anaacutelise por espectrometria de massa96

54 Oacuteleo essencial101

xv

541 Rendimento101

5411 Endlicheria102

5412 Ocotea105

5413 Rhdostemonodaphne110

55 Atividades Quiacutemicabiologias114

551 Atividade antioxidante114

5511 Qualitativa116

5512 Quantitativa116

552 Atividade citotoacutexica121

5521 Letalidade em Artemia Salina121

5522 Citotoacutexica em ceacutelulas de linhagem tumoral121

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase122

6 Consideraccedilotildees finais 125

7 Referecircncias bibliograacuteficas 127

8 Anexos146

16

INTRODUCcedilAtildeO

As plantas constituem uma das mais importantes fontes de substacircncias

quiacutemicas orgacircnicas apresentando variadas classes com interesses cientiacuteficos

devido agraves suas propriedades bioloacutegicas e quiacutemicas Na busca por novos faacutermacos

os produtos naturais destacam-se pela diversidade estrutural e assim as plantas

satildeo candidatas importantes para a prospecccedilatildeo de novos compostos bioativos

(Giordani et al 2008)

Verifica-se que a Amazocircnia mesmo possuindo uma grande diversidade

bioloacutegica apresenta poucos estudos em relaccedilatildeo agrave quantidade de espeacutecies

presentes nas florestas (Nodori amp Guerra 2004)

A famiacutelia Lauraceae destaca-se na Floresta Amazocircnica pelo endemismo e uso

econocircmico em virtude da boa qualidade da madeira do alto valor comercial que

alcanccedilam seus oacuteleos essenciais (Quinet amp Andreata 2002) e da presenccedila de uma

importante classe de metaboacutelitos que satildeo os alcaloacuteides responsaacuteveis por diversas

atividades terapecircuticas Mais de 400 alcaloacuteides jaacute foram identificados em 189

espeacutecies de Lauraceae Segundo Zanin e Lordello (2007) cerca de 54 alcaloacuteides

aporfinoacuteides com pronunciada bioatividade foram isolados no gecircnero Ocotea Dentre

as atividades bioloacutegicas mais citadas pode-se destacar a capacidade antioxidante

atividade antiinflamatoacuteria analgeacutesica e cardiovascular

Lauraceae apresenta espeacutecies utilizadas em grande escala como o abacate

(Persea americana) a canela (Cinnamomum verum) e espeacutecies aromaacuteticas

utilizadas para perfumaria como as extraiacutedas de canela-sassafraacutes (Ocotea odoriacutefera)

e pau rosa (Aniba rosaeodora) sendo dessa forma utilizada internacionalmente

17

Considerando as pesquisas em isolamento de compostos bioativos e a

importacircncia da famiacutelia Lauraceae na Floresta Amazocircnica uma pesquisa sobre

espeacutecies desta famiacutelia que ainda natildeo foram analisadas cientificamente torna-se

importante para a investigaccedilatildeo de novas substacircncias presentes nos extratos e na

composiccedilatildeo quiacutemica de oacuteleos essenciais Neste trabalho seratildeo analisadas sete

espeacutecies de Lauraceae distribuiacutedas em trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e

Rhodostemonodaphne visando desvendar parte da imensa diversidade bioloacutegica da

floresta Amazocircnica e buscando a possibilidade de serem observadas atividades

bioloacutegicas pronunciadas

18

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Descrever a composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais e atividades quiacutemicas

e bioloacutegicas de extratos etanoacutelicos de espeacutecies da famiacutelia Lauraceae

22 Objetivos especiacuteficos

Verificar a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes de meacutetodos de prospecccedilatildeo dos

extratos etanoacutelicos comparando os diferentes extratos das plantas

estudadas

Analisar o perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas atraveacutes de espectrometria de massa

Analisar o perfil cromatograacutefico (CG-DIC e CG-EM) dos oacuteleos essenciais das

cascas folhas e galhos das sete espeacutecies

Verificar as atividades inibidora da enzima acetilcolinesterase antioxidante

frente ao radical livre DPPH e citotoacutexica sobre Artemia salina e ceacutelulas de

linhagem tumoral dos extratos etanoacutelicos

19

3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil

A natureza tem produzido a maioria das substacircncias orgacircnicas conhecidas

Dentre os diversos reinos da natureza o reino vegetal eacute o que tem contribuiacutedo de

forma mais significativa para o fornecimento de metaboacutelitos secundaacuterios muitos

destes de grande valor agregado devido As suas aplicaccedilotildees como medicamentos

cosmeacuteticos alimentos e agroquiacutemicos (Phillipson amp Anderson 1998)

A espeacutecie humana se aproveita de uma fraccedilatildeo muito pequena das plantas com

as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra O reino vegetal

ainda permanece como uma grande incoacutegnita cujos misteacuterios comeccedilam a serem

desvendados Natildeo pode existir vida na terra sem a presenccedila de plantas e estudaacute-

las sob qualquer que seja a oacutetica cientiacutefica eacute parte do domiacutenio da quiacutemica de

Produtos Naturais (Pinto et al 2002)

Os produtos naturais satildeo utilizados desde tempos imemoriais na busca por

aliacutevio e cura de doenccedilas pela ingestatildeo de ervas e folhas talvez tenha sido uma das

primeiras formas de utilizaccedilatildeo de produtos naturais A natureza sempre despertou

no homem um fasciacutenio encantador natildeo soacute pelos recursos oferecidos para sua

alimentaccedilatildeo e manutenccedilatildeo mas por ser sua principal fonte de inspiraccedilatildeo e

aprendizado (Viegas Jr amp Bolzani 2006)

Ao longo do tempo a humanidade selecionou apenas cerca de 300 plantas

para a alimentaccedilatildeo e de um pouco mais de uma centena obteve princiacutepios ativos

puros para o tratamento de doenccedilas Estes nuacutemeros satildeo bem modestos quando se

estaacute diante de um universo superior a 250000 espeacutecies de plantas superiores

20

Verifica-se que as atividades da fitoquiacutemica podem contribuir significativamente

para a concretizaccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel de um paiacutes atraveacutes da

investigaccedilatildeo da flora da divulgaccedilatildeo e geraccedilatildeo de novos conhecimentos e da

formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados (Braz Filho 2010)

A preocupaccedilatildeo com a busca de aplicaccedilatildeo para as moleacuteculas isoladas de

fontes naturais atraveacutes do seu uso como modelos quiacutemicos para a induacutestria eacute uma

nova tendecircncia que enfatiza a realizaccedilatildeo de trabalhos em colaboraccedilatildeo O valor

potencial da biodiversidade brasileira encarada como fonte de produtos de alto valor

agregado requer poliacuteticas que garantam a sua exploraccedilatildeo de forma racional (Pinto

et al 2002)

Estima-se a existecircncia de 250000 espeacutecies de plantas superiores Cerca de

80 da populaccedilatildeo dos paiacuteses subdesenvolvidos e em desenvolvimento continuam

completamente dependentes da medicina caseira utilizando vegetais para as

necessidades primaacuterias de sauacutede Tem sido estimado que somente de 5-15 destas

espeacutecies foram investigadas restando uma fonte natural de inuacutemeros organismos

vivos contendo significativo nuacutemero de substacircncias ineacuteditas e forte potencial de

produtos naturais bioativos incluindo-se fontes de mateacuterias-primas para o

desenvolvimento de novos faacutermacos (Braz Filho 2010)

A magnitude da biodiversidade brasileira natildeo eacute conhecida com precisatildeo tal a

sua complexidade estimando-se a existecircncia de mais de dois milhotildees de espeacutecies

distintas de plantas animais e microorganismos (Nodari amp Guerra 2004)

Soacute um trabalho cientiacutefico integrado de todos os grupos existentes no paiacutes

poderaacute num tempo limite propiciar o conhecimento real da diversidade quiacutemica dos

ambientes tropicais e auxiliar nos estudos futuros sobre o perfil metaboacutelico e

21

associaccedilotildees com perfil macromolecular das espeacutecies de interesse de nossa biota

(Pinto et al 2002)

Nesse contexto a varredura dos extratos brutos antes do isolamento eacute uma

metodologia que auxilia no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a

composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo para a triagem de gecircneros e

espeacutecies promissoras Esse perfil caracteriza o grupo de pesquisa Q-Bioma um

grupo de pesquisa fitoquiacutemico da Universidade Federal do Amazonas que visa

inicialmente analisar o perfil dos extratos para posteriormente selecionar as fraccedilotildees

de interesse

22

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu

A famiacutelia Lauraceae eacute apontada no Brasil como uma das mais representativas

tanto em nuacutemero de indiviacuteduos quanto em riqueza de taacutexons nos inventaacuterios

floriacutesticos e fitossocioloacutegicos realizados em aacutereas de florestas bem preservadas do

paiacutes (Vattimo-Gil1959 Kurtz 2000) sendo considerada uma das famiacutelias mais

primitivas pertencentes agrave divisatildeo Magnoliophyta ( Marques et al 2001) Possuem

distribuiccedilatildeo pan tropical sendo bem representadas na Ameacuterica Aacutesia Tropical

Austraacutelia e Madagascar e no sul da Aacutefrica conforme a figura 1 Possuem cerca de

50 gecircneros e 2500 espeacutecies sendo que no Brasil existem cerca de 400 espeacutecies

distribuiacutedas em 25 gecircneros contribuindo assim com cerca de 16 do total dessas

espeacutecies (Barroso et al 2002) Nas Ameacutericas ocorrem cerca de 29 gecircneros e 900

espeacutecies A famiacutelia eacute frequumlente em florestas tropicais com algumas espeacutecies

habitando grandes altitudes mas a grande diversidade ocorre em terras baixas da

Amazocircnia e Ameacuterica Central (Rohwer 1993)

Figura 1 ndash Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia LauraceaeFONTE Missouri Botanical Garden

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das que apresenta maior importacircncia econocircmica em

todo o mundo com um nuacutemero expressivo de espeacutecies que apresentam uma grande

diversidade de usos com destaque para as que possuem utilizaccedilatildeo medicinal e na

23

induacutestria sendo utilizada na culinaacuteria na fabricaccedilatildeo de papel marcenaria e

construccedilatildeo civil na induacutestria quiacutemica e na medicina popular (Marques 2001)

O potencial econocircmico das espeacutecies dessa famiacutelia eacute conhecido desde os

tempos remotos atraveacutes de documentos da China de 2800 aC onde jaacute era

empregado o oacuteleo de Cinnamomum camphora (L) JPresl e de outras espeacutecies

deste gecircnero na medicina (Sangirardi Jr 1984) Segundo Quinet (2002) as folhas

de Laurus nobilis L o loureiro eram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para

confeccionar coroas com as quais se homenageavam guerreiros e atletas

vitoriosos e estatildeo entre os condimentos mais conhecidos da culinaacuteria de todo o

mundo Os primeiros registros relativos agrave utilizaccedilatildeo das espeacutecies desta famiacutelia

influenciaram o nome de muitos gecircneros que fazem uma alusatildeo agravequela eacutepoca como

o gecircnero Phoebe que tem seu nome relacionado ao deus Apolo e Laurus L que vecircm

do celta ldquolausrdquo e significa louvor em grego (Barroso et al 2002)

A casca ou o fruto de algumas espeacutecies satildeo usadas como condimentos (

Dicypellium caryophyllaceum) ou para fazer chaacute (Licaria puchury-major e Aniba

canelilla) Espeacutecies utilizadas em grande escala satildeo o abacate (Persea americana)

a canela (Cinnamomum verum) e o louro (Laurus nobilis) A madeira de Lauraceae eacute

amplamente explorada em diversas regiotildees Na Amazocircnia a itauacuteba (Mezilururs spp)

eacute a madeira preferida para construccedilatildeo de embarcaccedilotildees devido a sua alta

durabilidade e resistecircncia Diversas outras espeacutecies constituem o principal produto

madeireiro comercializados em Manaus sob o nome de ldquolourordquo (Ribeiro et al 1999)

O alto valor econocircmico das espeacutecies tem levado a uma exploraccedilatildeo crescente

ao longo dos anos (Marques 2001) O interesse econocircmico nos oacuteleos essenciais eacute

devido ao uso induacutestrial podendo-se destacar espeacutecies dos gecircneros Ocotea

24

Nectandra e Aniba conhecidas popularmente como canelas loureiros e pau-rosa

respectivamente (Ribeiro et al 1999)

A extraccedilatildeo de linalol principal componente do oacuteleo essencial de Aniba

rosaeodora Ducke utilizado como fixador na induacutestria de perfumes segundo Rizzini

e Mors (1995) deu-se inicialmente como subproduto da induacutestria de cacircnfora no

Japatildeo devido o mesmo ser um componente do oacuteleo volaacutetil da madeira canforeira

Em 1925 descobriu-se em Juriti Velho (Paraacute) a aacutervore conhecida na regiatildeo como

pau-rosa Este nome popular refere-se ao odor da madeira a qual quando

recentemente cortada exala delicado perfume Verificou-se em seguida que tal

cheiro era devido ao oacuteleo essencial desta madeira que encerra linalol como

componente principal Desde entatildeo se desenvolveu naquela localidade uma

induacutestria extrativa para a obtenccedilatildeo do mencionado oacuteleo Esta induacutestria tomou tal

vulto que figurou durante muitos anos entre as mais proacutesperas da Amazocircnia Ainda

na deacutecada de 1960 produziam-se entre 300 e 400 toneladas de oacuteleo essencial de

pau-rosa por ano sacrificando para tanto 50000 toneladas de madeira

A exploraccedilatildeo de Aniba rosaeodora Ducke fez com que essas espeacutecies fossem

levadas proacuteximas a extinccedilatildeo devido o oacuteleo essencial de pau-rosa localizar-se no

terceiro lugar na pauta de exportaccedilatildeo da regiatildeo Amazocircnica cabendo a borracha e agrave

castanha o primeiro e o segundo lugares respectivamente (Marques 2001)

As espeacutecies da famiacutelia Lauraceae principalmente pertencentes aos gecircneros

Nectranda Licaria Ocotea e Aniba apresentaram um novo grupo de compostos

secundaacuterios As neolignanas descobertas por um dos consolidadores da fitoquiacutemica

brasileira o professor Otto Gottlieb na deacutecada de 1970 ( Gottlieb amp Yoshida1978)

apresentam muitas atividades bioloacutegicas entre elas a atividade antitumoral

25

321 Principais Metaboacutelitos secundaacuterios encontrados em Lauraceae

Daacute-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaccedilotildees quiacutemicas que

continuamente estatildeo ocorrendo em cada ceacutelula A presenccedila de enzimas especiacuteficas

garante certa direccedilatildeo a essas reaccedilotildees estabelecendo o que se denomina de rotas

metaboacutelicas Essas reaccedilotildees visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes

para satisfazer as exigecircncias fundamentais da ceacutelula energia (derivada basicamente

de ATP) poder redutor (NADPH) e biossiacutentese das substacircncias essenciais agrave sua

sobrevivecircncia (macromoleacuteculas celulares) (Santos 2004)

De acordo com a teoria evolucionista todos os seres vivos derivam de um

precursor comum do qual conservam algumas caracteriacutesticas Os processos

essenciais agrave vida e comuns aos seres vivos tecircm sido definidos como metabolismo

primaacuterio Basicamente todos os organismos convivem com os mesmos tipos de

metaboacutelitos primaacuterios e segundo Gottlieb et al (1996) os metabolismos primaacuterios

satildeo reaccedilotildees fornecedoras de mateacuterias primas e de energia para a formaccedilatildeo dos

metaboacutelitos secundaacuterios designados especiais

Vegetais microorganismos e em menor escala animais apresentam todo um

arsenal metaboacutelico (enzimas coenzimas e organelas) capazes de produzir

transformar e acumular inuacutemeras outras substacircncias natildeo necessariamente

relacionadas de forma direta agrave manutenccedilatildeo da vida do organismo produtor Nesse

grupo encontram-se substacircncias cuja produccedilatildeo e acumulaccedilatildeo estatildeo restritas a um

nuacutemero limitado de organismos com bioquiacutemica e metabolismo especiacuteficos e

uacutenicos caracterizando-se como elementos de diferenciaccedilatildeo e especializaccedilatildeo (Wink

1990)

26

Os metaboacutelitos secundaacuterios satildeo conhecidos como metaboacutelitos especiais cujos

produtos embora natildeo necessariamente essenciais para o organismo produtor

garantem vantagens para sua sobrevivecircncia e para a perpetuaccedilatildeo de sua espeacutecie

em seu ecossistema (Santos 2004)

Os metaboacutelitos especiais satildeo especiacuteficos das espeacutecies e participam das

interaccedilotildees intra e intercelular do proacuteprio organismo ou com ceacutelulas de outros

organismos atuam em processos vitais como mediadores em interaccedilotildees ecoloacutegicas

como por exemplo a defesa contra herbiacutevoros e microorganismos a proteccedilatildeo contra

raios UV atraccedilatildeo de polinizadores ou animais dispersores de sementes e em

interaccedilotildees alelopaacuteticas ( Santos 2004 Cechinel Filho amp Bresolin 2003)

Embora classificadas como sendo ou do metabolismo primaacuterio ou do especial

as reaccedilotildees bioquiacutemicas natildeo ocorrem independentemente em um mesmo produtor

Alteraccedilotildees no primeiro podem afetar profundamente o segundo e embora o reverso

natildeo seja verdadeiro Aleacutem disso muitos metaboacutelitos especiais satildeo formados por

sequumlecircncia de reaccedilotildees anaacutelogas agravequelas do metabolismo primaacuterio Portanto a linha

divisoacuteria entre metabolismo primaacuterio e especiais natildeo eacute niacutetida (Dewick 2002) No

esquema 1 pode ser visualizada a origem de todos os metaboacutelitos especiais a partir

do metabolismo da glicose por meio de intermediaacuterios principais o aacutecido chiquiacutemico

e o acetato

De forma geral os mais importantes grupos de metaboacutelitos secundaacuterio vegetal

citam-se tradicionalmente os alcaloacuteides os terpenoacuteides e os flavonoacuteides Verifica-se

na famiacutelia Lauraceae a prevalecircncia de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados

nos oacuteleos essenciais alcaloacuteides e neolignanas encontrados nos extratos

27

Esquema 01 Via biossinteacutetica dos metaboacutelitos especiais Fonte Santos 2004

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente por apresentar em sua

composiccedilatildeo alcaloacuteides isoquinoliacutenicos indoacutelicos e triptofanicos (Figura 2) Dentre os

alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo grande e ainda em

expansatildeo comumente encontrado nas mais diversas espeacutecies de Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Lauraceae

28

3211 Neolignanas

As lignanas satildeo substacircncias que se depositam nas paredes das ceacutelulas

vegetais conferindo a estas notaacutevel rigidez Constituem de 15-35 da mateacuteria seca

dos troncos das gimnospermas e angiospermas aleacutem de serem constituintes da

parede celular de tecidos associados a caule folha e raiz de todas as plantas

vasculares A quantidade de lignanas existentes na superfiacutecie da terra eacute imensa

inferior apenas agrave quantidade de carboidratos Dada esta importacircncia compreende-

se facilmente porque a ocorrecircncia funccedilatildeo formaccedilatildeo estrutura reaccedilotildees e a

utilizaccedilatildeo de lignanas recebem tanta atenccedilatildeo (Barbosa Filho 2004)

As lignanas satildeo macromoleacuteculas poliacutemeros de unidades baacutesicas de n-

propilbenzenos C6-C3 que satildeo ligadas pelo carbono β de suas cadeias laterais (C3)

Satildeo diacutemeros formados atraveacutes do acoplamento oxidativo de alcooacuteis cinamiacutelicos

entre si ou destes com aacutecidos cinacircmicos Esse termo criado em 1942 por Haworth

se prestava muito bem para as poucas substacircncias descritas agravequela eacutepoca

Estruturalmente os dois resiacuteduos n-propilbenzecircnicos apresentam o carbono gama

(C-9) oxigenado (Gottlieb ampYoshida 1984)

As neolignanas (do grego neacuteos = novo moderno) surgiram por causa da

crescente variabilidade estrutural em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo de Haworth que ficou

limitada Isso fez com que Gottlieb em 1978denominasse os diacutemeros oxidativos de

alilfenoacuteis ou de propenilfenoacuteis entre si ou cruzados e natildeo apresentam o carbono

gama (C-γ) oxigenado de neolignanas (Barbosa Filho 2004 Gottliteb 1984)

O processo geral de biossiacutentese dos lignoacuteides (neolignana e lignana) eacute

mostrado a seguir na figura 3 envolvendo os metaboacutelitos primaacuterios finais da via

metaboacutelica do chiquimato Lignoacuteide eacute uma designaccedilatildeo geneacuterica que caracteriza

micromoleacuteclulas cujo esqueleto eacute formado exclusivamente pelo grupo fenilpropacircnico

29

(C6-C3)n sendo n restrito a poucas unidades123 etc As lignanas apresentam

como precursores monomeacutericos aacutecidos cinacircmicos ou alcooacuteis cinacircmicos enquanto as

neolignanas apresentam como precursores monomeacutericos propenilbenzenos ou

alilbenzenos (Barbosa Filho 2004)

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanasFonte Barbosa Filho 2004

As Lignanas e neolignanas desempenham importante papel na defesa das

plantas atuando como agentes antimicrobianos antifuacutengicos e insetiacutefugos As

neolignanas acumulam em madeiras como resposta a ferimentos mecacircnicos ou ao

ataque de microorganismos e que exibem propriedades de defesa contra insetos

Por terem atividade antitumoral e antiviral as neolignanas despertam grande

interesse farmacoloacutegico (Robbers et al 1997) A figura 04 mostra os tipos

estruturais das neolignanas mais representativos e sua designaccedilatildeo de acordo com

trabalhos de revisatildeo de Gottlieb (1978) e Gottlieb e Yoshida (1984)

30

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas Fonte Barbosa Filho 2004

As lignanas satildeo soluacuteveis em solvente apolares tais como eacuteter de petroacuteleo e

anaacutelogos principalmente se a porccedilatildeo do anel estiver metoxilada como acontece na

maioria das vezes As neolignanas geralmente se apresentam como oacuteleos de alta

viscosidade e apresentam meacutedia polaridade (Barbosa Filho 2004)

Esqueletos de Neolignanas

2

3

4

5

6

78

9

1

O O

O

O

O O

O

diarilbutano (88) aritetralina (8867) dibenzocicloctano (2288)

benzofurano (70481) benzofurano (70483) futoenona (8179608)

diidrodieugenol (33) diarilciclobutano (7788) furofurano (70788)

ariloxiarilpropano (804) benzodioxano (703804) bicicloctano (8175)

31

No Brasil o grupo de pesquisa liderado pelo professor Otto Gottlieb contribuiu

significativamente para o conhecimento da quiacutemica das neolignanas A famiacutelia

Lauraceae foi a mais estudada principalmente os gecircneros Aniba Licaria Nectandra

e Ocotea com quase duas centenas de substacircncias ineacuteditas registradas na

literatura Numa avaliaccedilatildeo aproximada jaacute foram isoladas por volta de 700 lignoacuteides

dos quais 270 satildeo neolignanas (figura 5) (Barbosa Filho 2004)

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

O

CH3

Ar

CH2

O

CH3

O O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

OCH3

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

CH3

O

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

O

CH3

CH3

Ar

CH2

AcO

O

CH3

O

CH3

O

O

CH3

32

3212 Alcaloacuteides

O isolamento das primeiras substacircncias puras do reino vegetal ocorreu no

Seacuteculo XIX Este seacuteculo caracterizou-se pelos trabalhos de extraccedilatildeo principalmente

de aacutecidos orgacircnicos e de bases orgacircnicas as quais mais tarde receberam a

denominaccedilatildeo de alcaloacuteides (Almeida et al 2009)

Os extratos de plantas contendo alcaloacuteides satildeo utilizados como medicamentos

venenos e poccedilotildees maacutegicas desde os primoacuterdios da civilizaccedilatildeo Desta maneira eacute

difiacutecil estabelecer a origem correta da descoberta destas substacircncias Registros

indicam que o oacutepio era utilizado pelos Sumeacuterios haacute 4000 anos aC devido as suas

propriedades soporiacuteficas e analgeacutesicas (Hostettman et al 2003)

Satildeo compostos nitrogenados que tecircm na sua estrutura aleacutem de carbono e

hidrogecircnio usualmente tambeacutem oxigecircnio Sua basicidade tiacutepica eacute no entanto muito

variaacutevel pois depende dos agrupamentos adjacentes ao nitrogecircnio Quando o

nitrogecircnio pertence a uma amida por exemplo a presenccedila da carbonila torna o

alcaloacuteide praticamente neutro Satildeo encontrados predominantemente nas

angiospermas e em menor extensatildeo em microorganismos e animais ( Dewick 2002

Henriques et al 2004 Cunha et al 2005)

A presenccedila de alcaloacuteides pode ser assinalada em ampla gama de atividades

bioloacutegicas como analgeacutesicos e narcoacuteticos (morfina codeiacutena) estimulantes SNC

(estricnina brucina) elevaccedilatildeo na pressatildeo sanguiacutenea (efedrina) ou queda da

hipertensatildeo arterial (reserpina) Na verdade os alcaloacuteides satildeo capazes de exercer

diversas de atividades fisioloacutegicas (Robbers et al 1997) Alguns exemplos de

alcaloacuteides satildeo apresentados na figura 6

33

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Os alcaloacuteides assim como outras aminas formam sais duplos com compostos

de mercuacuterio ouro platina e outros metais pesados Esses sais duplos em geral satildeo

obtidos como precipitados e muitos deles satildeo caracteriacutesticos em microcristalografia

Os reagentes alcaloiacutedicos comuns satildeo o de Wagner (iodo em iodeto de potaacutessio) de

Mayer (cloro-iodo mercurato de potaacutessio) e Dragendorff (iodo bismutato de potaacutessio)

(Robbers et al 1997)

Os alcaloacuteides podem ser classificados de acordo com sua origem biossinteacutetica

ou seja de acordo com a estrutura que conteacutem nitrogecircnio em pirrolidino piperidino

quinolino indol entre outros A maioria deriva de aminoaacutecidos alifaacuteticos aromaacuteticos

como a fenilalanina ou a tirosina ou do triptofano (Dewick 2002)

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente pela ocorrecircncia frequumlente de

alcaloacuteides sendo predominante a ocorrecircncia de alcaloacuteides indoliziacutenico

benzilisoquinoliacutenico triptamiacutenico e aporfinoacuteides (Cordell et al 2001) Na figura 7

verifica-se a rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

34

NH2

O

OH

OH

L-tirosina

NH2OH

O

O

OH

OH

- CO2

PLP

PLP

transaminaccedilatildeo

Tiramina 4-hidroxif enil aacutecido piruacutev ico

O - CO2

NH2

CH3

CH3

OH

OH

Dopamina 4-hidroxif enilacetaldeiacutedo

Reaccedilatildeo de Mannich

NHOH

OH

H

OH

S - coclaurina

SAMNH

OH

OH

H

OCH3

S - coclaurina

SAM

NOH

OH

H

OCH3

CH3

S - N-metilcoclaurina

NOH

OH

H

OCH3

CH3

OH

S - 3-hidroxi-N-metilcoclaurina

SAM

NOH

H

OCH3

CH3

OH

O

CH3

S - reticulina

O

NO

H

OCH3

CH3

O

CH3 O

NOH

H

OCH3

CH3

O

CH3 OH

aporf inas

protobuberinas

benzof enantridinas

PLP = py ridoxal 5-phosphate

SAM = S- adenosy l methione

Figura 7 - Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos Fonte Dewick 2002

35

213 Flavonoacuteides

Os flavonoacuteides representam um dos grupos fenoacutelicos mais importantes e

diversificados entre os produtos de origem natural Essa classe de compostos eacute

amplamente distribuiacuteda no reino vegetal e sua presenccedila parece estar relacionada

com funccedilotildees de defesa (proteccedilatildeo contra raios ultravioletas accedilotildees antifuacutengica e

antibacteriana) e de atraccedilatildeo de polinizadores (Zuanazzi amp Montanha 2004)

De forma geral satildeo moleacuteculas de baixo peso molecular caracterizados por

apresentarem dois nuacutecleos fenoacutelicos ligados por uma cadeia de trecircs carbonos A

estrutura baacutesica dos flavonoacuteides consiste num nuacutecleo flavano constituiacutedo de quinze

aacutetomos de carbono arranjados em trecircs aneacuteis (C6-C3-C6) sendo dois aneacuteis fenoacutelicos

(ou metoxilados) substituiacutedos (A e B) e um pirano (cadeia heterociacuteclica C) acoplado

ao anel A (Figura 8) (Cunha et al 2005)

Figura 08 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

As vaacuterias classes de flavonoacuteides diferem no niacutevel de oxidaccedilatildeo e no modelo de

substituiccedilatildeo da cadeia heterociacuteclica C Algumas classes de flavonoacuteides de interesse

satildeo flavonas flavonoacuteis flavanonas flavan-3-ol isoflavonas antocianidinas e

flavanolol (Di Carlo et al 1999)

O esqueleto baacutesico dos flavonoacuteides resulta de rotas biossinteacuteticas separadas a

do aacutecido chiquiacutemico e a do acetato via aacutecido malocircnico A primeira origina

36

fenilalanina o precursor do aacutecido cinacircmico que por sua vez origina o aacutecido

cumaacuterico responsaacutevel por um dos aneacuteis aromaacuteticos (anel B) e a ponte de trecircs

carbonos A segunda resulta no outro anel aromaacutetico (anel A) do esqueleto baacutesico

dos flavonoacuteides (Dewick 2002 Santos 2004) (Figura 9)

Figura 9 biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

37

Flavonoacuteides geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados

contribuindo para a coloraccedilatildeo do azul do vermelho e do laranja nas folhas flores e

frutos Tambeacutem estatildeo associados com diferentes propriedades bioloacutegicas Foram

atribuiacutedas diferentes funccedilotildees na natureza a vaacuterios flavonoacuteides compostos

antimicrobianos produtos do estresse de metaboacutelitos ou moleacuteculas sinalizadoras

(Robbers et al 1997)

38

3214 Terpenoacuteides e fenilpropanoacuteides

Ao longo da evoluccedilatildeo as espeacutecies vegetais desenvolveram vias metaboacutelicas

que lhes permitiam sintetizar uma grande diversidade de metaboacutelitos especiais

Entre esses metaboacutelitos incluem-se alguns compostos de baixo peso molecular que

volaacuteteis satildeo percebidos pelo sistema olfativo como substacircncias dotadas de aromas

sendo usualmente designados como compostos aromaacuteticos As plantas que os

produzem e acumulam em quantidades apreciaacuteveis satildeo por isso denominadas

plantas aromaacuteticas (Cunha et al 2005)

Estas substacircncias volaacuteteis e odoriacuteferas produzidas em misturas complexas

satildeo geralmente lipofiacutelicas e liacutequidas que podem ser isoladas na forma de um oacuteleo

denominado oacuteleo essencial (Simotildees amp Spitzer 2004)

Os componentes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais podem ser divididos em duas

grandes classes com base na biossiacutentese que lhes deu origem (1) derivados de

terpenoacuteides formados atraveacutes da via aacutecido mevalonato-acetato via fosfato

desoxixilulose e (2) fenilpropanoacuteides formados atraveacutes da via do chiquimato

(Robbers et al 1997)

Os fenilpropanoacuteides satildeo formados via aacutecido chiquiacutemico que por sua vez eacute

formado a partir da condensaccedilatildeo do fosfoenolpiruvato e da eritrose-4-fosfato O

aacutecido chiquiacutemico e responsaacutevel pela formaccedilatildeo das duas unidades baacutesicas dos

fenilpropanoacuteides o aacutecido cinacircmico e o aacutecido ρ-cumarico que por meio de reduccedilatildeo

oxidaccedilatildeo e ciclizaccedilatildeo formam os alilbenzenos aldeiacutedos aromaticos

propenilbenzenos e cumarinas (Simotildees amp Spitzer 2004) conforme a figura 10

39

O OH

OH OH

OH

Aacutecido chiquiacutemico

O

OH

R

Aacutecido cinacircmico (R = H)

ou

p - cumaacuterico (R = OH)

O

R

CH2

R R O O

CH3

R

reduccedilatildeo oxidaccedilatildeo cicl izaccedilatildeoreduccedilatildeo

propenilbenzenos aldeiacutedos aromaacuteticos alilbenzenos cumarinas

(R = H OH) (R = H OH) (R = H OH) (R = H OH)

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Os terpenoacuteides constituem uma grande variedade de moleacuteculas sendo esse

termo empregado para designar todas as substacircncias cuja origem biossinteacutetica

deriva de unidades do isopreno A unidade isoprenica por sua vez origina-se a

partir do aacutecido mevalocircnico e a via da eritrose Os compostos terpecircnicos mais

frequumlentes nos oacuteleos volaacuteteis satildeo os monoterpenos (cerca de 90 dos oacuteleos

volaacuteteis) e os sequiterpenos (Simotildees amp Spitzer 2004) Na figura 11 pode-se

visualizar a formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

40

CH3CH3

CH3 OOH

Aacutecido mevalocircnico

CH3

CH2 OPP

Unidade do isopreno

monoterpenos sesquiterpenos diterpenos sesterpenos triterpenos

esteroacuteides

CH3

CH3 CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Seus constituintes variam desde hidrocarbonetos alcooacuteis aldeiacutedos cetonas

fenoacuteis eacutesteres eacuteteres oacutexidos peroacutexidos furanos aacutecidos orgacircnicos lactonas

cumarinas ateacute compostos contendo enxofre Na mistura tais compostos

apresentam-se em diferentes concentraccedilotildees normalmente um deles eacute o composto

majoritaacuterio existindo outros em menores teores e alguns em baixiacutessimas

quantidades (Simotildees amp Spitzer 2004) Na Figura 12 pode visualizar alguns

exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em oacuteleos essenciais

Embora a constituiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais seja muito diferenciada

satildeo observadas algumas propriedades fiacutesicas em comum Possuem odores

caracteriacutesticos alto iacutendice de refraccedilatildeo e a maioria eacute opticamente ativa sendo sua

rotaccedilatildeo especiacutefica muitas vezes uma propriedade uacutetil do ponto de vista de

41

caracterizaccedilatildeo Satildeo imisciacuteveis com aacutegua mas satildeo soluacuteveis em eacuteter aacutelcool e na

maioria dos solventes orgacircnicos (Robbers 1997)

OHO

OH O

HO

OH

linalol terpinoleno alfa pineno cacircnfora

limoneno mentol mentona

cariofilenonerolidolfarnesol

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

As espeacutecies aromaacuteticas de Lauraceae estatildeo compreendidas principalmente

entre os gecircneros Aniba Nectandra Ocotea Licaria e Dicypellium O elevado

potencial da flora odoriacutefera da Amazocircnia apresenta-se como a fonte renovaacutevel mais

apropriada para a produccedilatildeo de essecircncias aromaacuteticas provenientes de Lauraceae

(Zoghbi et al 2005)

42

O uso de plantas aromaacuteticas eacute bastante difundido em especial no tratamento

de infecccedilotildees microbianas inflamaccedilotildees dores e eczemas Entre as propriedades

farmacoloacutegicas encontradas em oacuteleos volaacuteteis estatildeo a atividade antifuacutengica (Lima et

al 2006) repelente (Cheng et al 2004) antiinflamatoacuteria (Juergens et al 1998)

anticolinesteraacutesica (Miyazawa et al 1998) e analgeacutesica (Silva et al 2003)

Satildeo inuacutemeras as atividades bioloacutegicas de oacuteleos volaacuteteis Segundo Baratta e

colaboradores (1998) o oacuteleo de Laurus nobilis apresentou atividade antimicrobiana

frente aos microorganismos Acinetobacter calcoaceticus Beneckea natriegens

Citrobacter freundii Erwinia carotovora Lactobacillus plantarum Micrococcus luteus

Salmonella pullorum Serratia marcescens e Staphylococcus aureus Jaacute o oacuteleo

volaacutetil de Origanum vulgare apresenta forte atividade antimicrobiana em 19 dos 25

microrganismos testados O hidrolato e o oacuteleo volaacutetil de Aniba duckei apresentaram

atividade larvicida frente a Artemia franciscana e Aedes aegypti (Souza et al 2007)

Oacuteleos volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae tem grande importacircncia na induacutestria

farmacecircutica e de perfumes o oacuteleo de pau-rosa obtido a partir de Aniba

rosaeodora tem como constituinte majoritaacuterio o aacutelcool terpecircnico linalol com mistura

dos isocircmeros D e L-linalol que varia de acordo com a regiatildeo de coleta amplamente

utilizado em fragracircncias de perfumes Da mesma forma a cacircnfora extraiacuteda de

Cinnamomum camphora e o safrol extraiacutedo de Ocotea pretiosa e Sassafras

albidum satildeo amplamente utilizados na induacutestria de cosmeacuteticos (Rizzini amp Mors

1995)

43

322 Gecircneros

3221 Endlicheria Nees

Gecircnero neotropical com centro de diversidade na Ameacuterica do Sul Endlicheria

ocorre tambeacutem na Costa Rica Guadalupe e Ilhas do Caribe Possui cerca de 60

espeacutecies 40 das quais ocorrem no Brasil (Chanderbali 2004) (figura 13)

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos relatos satildeo descritos na literatura sobre espeacutecies deste gecircnero

Rodriguez (2008) relata que os extratos etanoacutelicos de Endlicheria anomala

apresentaram atividade antioxidante atraveacutes da inibiccedilatildeo frente ao radical livre 22-

difenil-1-picrilhidrazil (DPPH)

Foram isolados da espeacutecie Endlicheria dysodantha mez quatro derivados

bioativos de benzoato de benzil 2-hidroxi benzoato de benzil 2-hidroacutexi-6-

metoxibenzoato de benzil 26-dimetoxibenzoato de benzil e 25-

dimetoxidimetoacutexibenzoato de benzila ( Ma et al 1991) No extrato benzecircnico de

Endlicheria sericea (Lauraceae) foram isolados por processos cromatograacuteficos

quatro substacircncias ineacuteditas na eacutepoca aleacutem de sitosterol sitostenona e manitol

(Santos 1976) As estruturas dessas substacircncias podem ser verificadas na figura 14

a seguir

44

CH3

O CH3

OH O

O CH3

OH O

H3C

O CH3

OH O

OCH3

CH3

O CH3

OH O

CH3O

HO

26-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-2-metil-8-metoacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-28-dimetil-7-metoacutexi-4-cromanona sitosterol

mantinol28-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

OHHO

OH OH

OH OH

OCH3

CH3O

CH3O

OCH3

OAcO

O OO

O

OCH3

OCH3

disodantina A

O OO

O

OCH3

OCH3

CH3

CH3

acetato de megafone

disodantina B

Figura 14 Substacircncias isoladas de Endlicheria Fonte Santos 1976 e MA et al 1991

As espeacutecies E sericeae e citriodora natildeo apresentaram nenhum estudo

disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos fitoquimicos

45

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki

O gecircnero Rhodostemonodaphne possui cerca de 41 espeacutecies distribuiacutedas na

Ameacuterica do Sul (Madrintildeaacuten 2004) (Figura 15)

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne Fonte

httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos satildeo encontrados na literatura para

este gecircnero O oacuteleo essencial das folhas de Rhodostemonodaphne kunthiara

apresentou atividade citotoacutexica in vitro contra linhagem de ceacutelulas tumorais

humanas apresentando 919 de hidrocarbonetos sesquiterpenos sendo os

componentes majoritaacuterios o germacreno D (644) e o biciclogermacreno (176)

(Palazzo 2009)

As espeacutecies R crenaticupula e R recurva natildeo apresentaram pouco ou nenhum

estudo disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos

fitoquimicos

46

3223 Gecircnero Ocotea Aublet

Aspectos gerais

O gecircnero Ocotea Aublet eacute o maior gecircnero da famiacutelia Lauraceae na regiatildeo

neotropical e apresenta o maior nuacutemero de espeacutecies medicinais (Marques 2001)

sendo utilizado tanto componente dos extratos quanto dos oacuteleos essenciais Este

gecircnero Ocotea tem despertado o interesse dos fitoquiacutemicos brasileiros com sua

ampla distribuiccedilatildeo no territoacuterio nacional com espeacutecies muito apreciadas no comeacutercio

madeireiro como Ocotea porosa conhecida popularmente como imbuiccedila e Ocotea

odoriacutefera o sassafraacutes (Lorenzi 2002) Na tabela 1 pode-se verificar as espeacutecies

mais comumente encontradas no Brasil relacionando seus nomes populares e

forma de uso na induacutestria madeireira (Marques 2001)

Tabela 1 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Nome cientiacutefico Nome popular Forma de uso

Obarcellensis Louro mamori pau-de-querosene

Marcenaria e construccedilotildees em geral

O catharinensis Canela preta Construccedilatildeo civil para ripas e vigas e para moacuteveis

O cymbarum Canela Marcenaria e construccedilotildees em geral

O diospyrifolia Canela Postes e taacutebuas de assoalho

O divaricata Canela soqueira Marcenaria e construccedilotildees em geral

O elegans Canela ferro Marcenaria e construccedilotildees em geral

O guianensis Louro branco Fabricaccedilatildeo de papel

O organensis Canela goiaba Obras de carpintaria

O porosa Imbuia Marcenaria e construccedilotildees em geral

Ocotea pretiosa Sassafraacutes Natildeo utilizada em obras devido as ceacutelulas secretoras de oacuteleo essencial

Opuberula Louro abacate canela barbosa

Fabricaccedilatildeo de papel e de caixotaria

Opulchella Canelinha canela preta Marcenaria e construccedilotildees em geral

O spectabilis Canela amarela louro-preto

Marcenaria e construccedilotildees em geral

47

Distribuiccedilatildeo Geograacutefica

Ocotea Aubl eacute constituiacutedo por cerca de 350 espeacutecies distribuiacutedas na Ameacuterica

tropical e subtropical desde o Meacutexico ateacute a Argentina ocorrendo tambeacutem em

Madagascar na Aacutefrica e nas Ilhas Canaacuterias (Rhower 1993) Estima-se que no Brasil

ocorrem entre 12 a 16 espeacutecies (Baitello 2001) (figura 16)

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Quiacutemica e atividade bioloacutegica

Estudos fitoquiacutemicos tem revelado a presenccedila de neolignanas alcaloacuteides

fenilpropanoacuteides flavonoacuteides e sesquiterpenos (Chaacutevez Gottlieb e Yoshida 1995)

O gecircnero Ocotea destaca-se como um dos gecircneros mais expressivos nos

isolamentos de alcaloacuteides das Lauraacuteceas brasileiras principalmente com esqueletos

com pronunciadas atividades bioloacutegicas (Zanin amp Lordello 2007) Os tipos de

esqueletos alcaloiacutedicos jaacute encontrados nesse gecircnero satildeo apresentados na tabela

02

48

Tabela 2 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Alcaloacuteides Estrutura Espeacutecie Referecircncia

Benzilisoquinoliacutenico

Oduckei

Dias et al

2003

Indoacutelico

O minarum Garcez et al 2005

Triptamiacutenico

O santalodora Aguiar et al 1980

Benzilisoquinoliacutenico

O pulchella Bodega et al 2003

Aporfiacutenicos sensu

scricto

O glaziovii O

caesia

O macropoda

O minarum

Guinaudeau et

al 1979

Vilegas et al

1989

Cava 1971

Vecchietti et al

1979

NH

49

Dentre os alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo

grande e ainda em expansatildeo com mais de 500 alcaloacuteides isolados de mais de 90

gecircneros de plantas eou sintetizados (Jia et al 2000) A maior parte dos alcaloacuteides

aporfinoacuteides encontrados nesse gecircnero foram reunidos no artigo de revisatildeo de Zanin

amp Lordello (2007) Vaacuterios desses alcaloacuteides aporfinoacuteides satildeo comumente

encontrados no gecircnero Ocotea apresentam potente atividade bioloacutegica

Na famiacutelia Lauraceae o oacuteleo essencial eacute armazenado em ceacutelulas secretoras

que podem ser encontradas na folha na casca e no lenho Algumas espeacutecies de

Ocotea como O elegans demonstram tal afirmaccedilatildeo apresentando dificuldades na

utilizaccedilatildeo da madeira para induacutestria de papel devido a presenccedila de ceacutelulas

secretoras de oacuteleo e mucilagem em abundacircncia (Marques 2001)

O oacuteleo essencial de O odorifera apresenta como componente principal o

safrol uma substacircncia comercializada no mundo inteiro e utilizada em vaacuterios ramos

industriais pelo qual milhares de indiviacuteduos de canela-sassaacutefras como eacute conhecido

popularmente foram sacrificados nas matas do sul do paiacutes ateacute a deacutecada de 1990

levando a espeacutecie a ser incluiacuteda na lista oficial de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

(Portaria IBAMA ndeg6-N de 15 de janeiro de 1992) e agrave consequumlente proibiccedilatildeo de seu

corte

O trabalho realizado por Takaku Haber e Setzer (2007) com os oacuteleos

essenciais das folhas de dez espeacutecies de Ocotea (O floribunda O holdridgeana O

meziana O sinuata O tonduzii O valeriana O veraguensis O whitei e duas natildeo

descritas denominadas ldquolos llanosrdquo e ldquosmall leafrdquo) de Monteverde Costa Rica

apresentou como constituintes principais em comum nas espeacutecies α-pineno β-

pineno β-cariofileno e germacreno-D

Tabela 01 continuaccedilatildeo

50

O oacuteleo essencial de diferentes partes de Ocotea ducke apresentou significante

efeito cardiovascular induzindo significativamente hipotensatildeo seguido de

bradicardia O constituinte principal do oacuteleo essencial das folhas foi o trans-

cariofileno (605) e do oacuteleo essencial do caule foi o β-eudesmol (27) (Barbosa-

Filho et al 2008) A tabela 03 mostra outras atividades de algumas espeacutecies de

Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Atividade Farmacoloacutegica Espeacutecie Referecircncia

Fator de agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (PAF) Ocotea duckei

Castro-Faria-Neto et al

1995

Atividade antimicrobiana de

Escherichia coli Ocotea duckei Antunes et al 2006

Efeito depressivo do SNC Ocotea duckei Moraes et al 1998

Bloqueador de contraccedilatildeo

muscular Ocotea odoriacutefera Ribeiro et al 2003

Efeito larvicida contra

Aedes aegypti Ocotea vellosiana Silva et al 2008

Accedilatildeo Repelente Ocotea gardneri Botelho et al 2009

Anti-inflamatoacuteria Ocotea quixos Ballabeni et al 2010

Anti protozoaacuteria Ocotea lancifolia Fournet et al 2007

Antioxidante Ocotea quixos Bruni et al 2004

Para as espeacutecies deste estudo Ocotea minor e Ocotea ceanothifolia natildeo foram

observados estudos quiacutemicos e bioloacutegicos disponiacuteveis na literatura Da espeacutecie

Ocotea leucoxylon foram isolados os alcaloacuteides aporfiacutenicos dicentrina e ocoteiacutena

(Zhou et al 2000)

51

3 Atividades QuiacutemicaBioloacutegicas

331 Atividade antioxidante

3311 Radicais Livres

Desde o iniacutecio da vida no planeta a toxicidade do oxigecircnio atmosfeacuterico tem

sido o principal desafio agrave sobrevivecircncia dos organismos vivos As oxidaccedilotildees

bioloacutegicas geram espeacutecie reativas de oxigecircnio (ERO) e radicais livres que podem

provocar lesotildees celulares muitas vezes irreparaacuteveis (Gocircuvea 2004)

Os radicais livres satildeo espeacutecies quiacutemicas que apresentam como caracteriacutestica a

presenccedila de um uacutenico eleacutetron natildeo-pareado em uma oacuterbita externa A energia criada

por essa configuraccedilatildeo instaacutevel eacute liberada atraveacutes de reaccedilotildees com moleacuteculas

adjacentes como substacircncias quiacutemicas inorgacircnicas ou orgacircnicas ndash proteiacutenas

lipiacutedeos carboidratos particularmente com moleacuteculas essenciais das membranas e

aacutecidos nucleacuteicos causando danos as ceacutelulas e patologias (Halliwell 1996)

Os radicais livres com seus eleacutetrons natildeo pareados podem atacar e danificar

praticamente qualquer moleacutecula encontrada no organismo Eles doam seu eleacutetron

natildeo pareado ou capturam um eleacutetron de outra moleacutecula a fim de formar um par De

uma forma ou de outra os radicais acabam ficando estaacuteveis e a moleacutecula

transforma-se em um radical Isso inicia uma reaccedilatildeo em cadeia que pode agir

destrutivamente As etapas que envolvem a reaccedilatildeo dos radicais livres na

lipoperoxidaccedilatildeo podem ser visualizadas no esquema 2

As etapas de reaccedilatildeo de radicais de forma geral podem ser divididas em etapa

de iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo (Bruice 2006)

52

Etapa de iniciaccedilatildeo na etapa de iniciaccedilatildeo os radicais satildeo gerados

Etapa de propagaccedilatildeo um radical reage para produzir outro radical O radical

produzido na primeira etapa de propagaccedilatildeo pode reagir para formar outro radical As

etapas satildeo repetidas diversas vezes Dessa maneira a reaccedilatildeo eacute chamada ldquoreaccedilatildeo

radicalar em cadeiardquo Eacute a etapa que propaga a cadeia reacional

Etapa de terminaccedilatildeo quando os radicais se combinam produzindo uma

moleacutecula na qual os dois eleacutetrons estatildeo emparelhados ou uma moleacutecula estabiliza o

radical devido principalmente suas propriedades estruturais

Esquema 2 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido graxo

insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido lipiacutedico)

A oxidaccedilatildeo eacute parte fundamental da via aeroacutebica e do metabolismo e assim os

radicais livres satildeo produzidos naturalmente ou por alguma disfunccedilatildeo bioloacutegica No

organismo encontram-se envolvidos na produccedilatildeo de energia na forma de ATP

atraveacutes da cadeia respiratoacuteria como aceptor final de eleacutetrons fagocitose

regulamentaccedilatildeo do crescimento celular sinalizaccedilatildeo intercelular e siacutentese de

substacircncias bioloacutegicas importantes (Borek 1997) Participa de vaacuterias reaccedilotildees

metaboacutelicas como a biossiacutentese de prostaglandinas e esteroacuteides e na oxidaccedilatildeo de

muitas substacircncias aromaacuteticas entre outras (Fleschin et al2000)

O acircnion superoacutexido ( O2 ) o radical hidroxila ( HO) e o oacutexido niacutetrico ( NO) satildeo

exemplos de radicais livres Existem entretanto compostos igualmente reativos

quanto os radicais livres que natildeo possuem eleacutetron natildeo emparelhado na uacuteltima

Iniacutecio LH + OH L + H2O

+ O2 LOO

Propagaccedilatildeo LH + LOO L + LOOH

Propagaccedilatildeo L

53

camada e portanto natildeo podem ser classificados como radicais livres Essas

substacircncias satildeo classificadas de maneira mais ampla como espeacutecies reativas de

oxigecircnio (ERO) ou espeacutecies reativas de nitrogecircnio (ERN) e incluem o peroacutexido de

hidrogecircnio (H2O2) o caacutetion nitrosonium (NO+) o acircnion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito

(ONOO-) (Anderson1996)

Radicais livres (RL) e espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) e nitrogecircnio (ERN)

desempenham papel fundamental no metabolismo celular No entanto quando em

excesso estatildeo envolvidos em vaacuterios processos deleteacuterios ao organismo humano

levando a alteraccedilotildees teciduais responsaacuteveis por diversas patologias como o cacircncer

a arterosclerose a Diabetes mellitus a artrite reumatoacuteide a distrofia muscular a

catarata as desordens neuroloacutegicas e o processo de envelhecimento (Droumlge 2002

Nordberg amp Arneacuter 2001)

Recentemente a presenccedila de radicais livres tem sido correlacionada com um

grande nuacutemero de doenccedilas mas natildeo como agentes etioloacutegicos e sim como fatores

que participam diretamente dos mecanismos fisiopatoloacutegicos os quais determinam a

continuidade e as complicaccedilotildees de diversos estados patoloacutegicos (Rover Junior et al

2001)

Quando os antioxidantes produzidos pelo corpo satildeo insuficientes para

combater os radicais livres produzidos pelo organismo este sofre accedilotildees

degenerativas atraveacutes do distuacuterbio conhecido como estresse oxidativo Esta eacute uma

condiccedilatildeo celular ou fisioloacutegica de elevada concentraccedilatildeo de EROERN que causa

danos moleculares agraves estruturas celulares com consequente alteraccedilatildeo funcional e

prejuiacutezos das funccedilotildees vitais em diversos tecidos e oacutergatildeos tais como muacutesculos

fiacutegados tecido adiposo vascular e cerebral (Droumlge 2002 Duarte et al 1993

Halliwell 1994)

54

Haacutebitos de vida inapropriados tais como a ingestatildeo de aacutelcool fumo e dieta

inadequada condiccedilotildees ambientais improacuteprias tais como a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo natildeo

ionizante UV poluiccedilatildeo estresse emocional e envelhecimento satildeo fatores que estatildeo

associados ao estresse oxidativo (Droumlge 2002 Elsayed 2001) O equiliacutebrio entre a

formaccedilatildeo e a remoccedilatildeo das espeacutecies reativas de radicais livres pode sofrer accedilatildeo de

agentes exoacutegenos ou endoacutegenos induzindo um estado de estresse oxidativo Este

por sua vez pode ser reestabelecido pelos sistemas antioxidantes Na figura 17

pode-se verificar um esquema com as principais fontes de espeacutecies reativas

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al( 2007)

3312 Antioxidantes

Os antioxidantes satildeo substacircncias que quando presentes em baixas

concentraccedilotildees comparadas agrave do substrato oxidaacutevel regeneram ou previnem

significativamente a oxidaccedilatildeo do mesmo (Halliwell et al2000)

As plantas produzem uma grande variedade de substacircncias antioxidantes

contra os danos moleculares causados por radicais livres Entre eles os compostos

fenoacutelicos compreendem o principal grupo de compostos oxidantes de origem

vegetal Destes os flavonoacuteides constituem o grupo mais importante (Behling et al

2004)

55

De acordo com Halliwell (1996) os efeitos defensivos de antioxidantes que

controlam a produccedilatildeo de radicais livres nos seres vivos podem ter origem exoacutegena

originados principalmente de fontes enzimaacuteticas endoacutegena provenientes

principalmente da dieta alimentar destacando-se tocoferoacuteis (vitamina E) aacutecido

ascoacuterbico (vitamina C) flavonoacuteides polifenoacuteis selecircnio e carotenoacuteides (Bianchi amp

Antunes 1999) Alguns exemplos de antioxidantes podem ser verificados na figura

18

A vitamina E eacute a designaccedilatildeo dada a um grupo de compostos antioxidantes

lipossoluacuteveis entre os quais o α-tocoferol eacute a forma mais ativa Eacute encontrada em

lipoproteiacutenas e membranas atuando no bloqueio da reaccedilatildeo em cadeia da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica atraveacutes do sequumlestro de radical peroxila A vitamina C tem

muitas funccedilotildees fisioloacutegicas como o alto poder antioxidante reciclando a vitamina E

no processo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica da membrana e lipoproteiacutenas (Esquema 3)

(Barreiros amp David 2006)

O

HO

Tocoferol

O OHO

HO

HO OH

Aacutecido AacutescoacuterbicoCaroteno

O

OOH

HO

OH

OH

OH

Quercetina(Vitamina E)

(Vitamina C)

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

56

Esquema 3 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela vitamina C originando o radical ascorbila Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al 2007

A partir dos anos 80 o interesse em encontrar antioxidantes naturais para o

emprego em produtos alimentiacutecios ou para uso farmacecircutico tem aumentado

consideravelmente com o intuito de substituir antioxidantes sinteacuteticos que

apresentam problemas de toxicidade e carcinogecircnese bem como diversos outros

males aumento do peso do fiacutegado e significativa proliferaccedilatildeo do retiacuteculo

endoplasmaacutetico (Zheng amp Wang 2001 Giordani et al 2008 Simatildeo 1985)

Em funccedilatildeo dos possiacuteveis problemas provocados pelo consumo de

antioxidantes sinteacuteticos as pesquisas tecircm-se voltado no sentido de encontrar

produtos naturais com atividade antioxidante os quais permitiratildeo substituir os

sinteacuteticos ou fazer associaccedilatildeo entre eles (Souza et al 2007)

3313 Avaliaccedilatildeo da atividade antioxidante utilizando radical livre DPPH

A necessidade de tornar mais objetivas e menos dispendiosas as pesquisas

por constituintes quiacutemicos de plantas levou ao desenvolvimento de numerosas

teacutecnicas de ensaios para monitoramento e seleccedilatildeo de extratos

biofarmacologicamente uacuteteis (Viegas Jr 2004) Dentre eles estaacute o teste com DPPH

que eacute um meacutetodo bastante conveniente para a varredura da atividade antioxidante

de pequenas moleacuteculas uma vez que a reaccedilatildeo pode ser observada visualmente

O R

HO

LOOLOOH

Radical Ascorbil Vitamina C

O R

O

57

utilizando-se uma cromatoplaca ou um espectrocircmetro UVVIS (Saacutenchez-Moreno

1998)

A moleacutecula de DPPH (22-difenil-1-picril-hidrazil) eacute caracterizada como um

radical livre estaacutevel em virtude da deslocalizaccedilatildeo do eleacutetron desemparelhado por

toda a moleacutecula Esta deslocalizaccedilatildeo confere a esta moleacutecula uma coloraccedilatildeo violeta

caracterizada por uma banda de absorccedilatildeo em etanol em cerca de 520nm

Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma

determinada substacircncia em sequumlestrar o radical DPPH reduzindo-o a hidrazina

(figura 19) obtendo dessa forma a mudanccedila simultacircnea na coloraccedilatildeo de violeta a

amarelo paacutelido com consequente desaparecimento da absorccedilatildeo podendo a mesma

ser monitorada pelo decreacutescimo da absorbacircncia A partir dos resultados obtidos

determina-se a porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional (Alvez et

al2010 Sanchez-Moreno et al 1998)

A porcentagem de atividade antioxidante (AA) corresponde a quantidade de

DPPH consumida pelo antioxidante sendo que a quantidade de oxidante necessaacuteria

para decrescer a concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 eacute denominada

concentraccedilatildeo eficiente (CE50) tambeacutem chamada de concentraccedilatildeo inibitoacuteria (CI50)

Quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra menor seraacute a sua CE50

N

N

N

N

ON

O

O

O

O

O

antioxidante

N

N

N

O

O

O

O

O

O

NH N

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

58

332 Citotoxicidade

3321 Letalidade em Artemia salina Leach

As plantas conteacutem inuacutemeros constituintes e seus extratos quando testados

podem apresentar efeitos sineacutergicos entre os diferentes princiacutepios ativos devido a

presenccedila de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade No estudo da atividade bioloacutegica de extratos vegetais eacute importante

a seleccedilatildeo de bioensaios para a detecccedilatildeo do efeito especiacutefico Os sistemas devem

ser simples sensiacuteveis e reprodutiacuteveis (Cavalcanti et al 2000)

A fim de estabelecer a toxicidade de novos produtos naturais muitos ensaios

podem ser utilizados como os ensaios de letalidade de organismos simples que tecircm

sido utilizados para um raacutepido e relativamente simples monitoramento da resposta

bioloacutegica onde existe apenas um paracircmetro envolvido morte ou vida (Meyer et al

1982) Os resultados podem ser facilmente tratados estatisticamente

Estes ensaios permitem a avaliaccedilatildeo da toxicidade geral e portanto satildeo

considerados essenciais como bioensaios preliminares no estudo de compostos com

potencial atividade bioloacutegica

Um dos animais que tem sido utilizado nestes ensaios eacute uma espeacutecie de

microcrustaacuteceo marinho Artemia salina Leach que eacute considerada um bioensaio

preliminar utilizado para expressar a toxicidade de produtos naturais como extratos

de plantas e produtos marinhos (Maciel et al 2002)

Artemia salina Leach eacute uma espeacutecie da ordem Anostraca amplamente

conhecido como indicador de toxicidade em um bioensaio que utiliza CL50

(concentraccedilatildeo letal meacutedia) como paracircmetro para avaliaccedilatildeo da atividade bioloacutegica

(Nunes et al 2008) Esta espeacutecie eacute utilizada em testes de toxicidade devido agrave sua

59

capacidade de formar cistos dormentes fornecendo desse modo material bioloacutegico

que pode ser armazenado durante longos periacuteodos de tempo sem perda de

viabilidade e sem necessidade de se manterem culturas contiacutenuas de organismo-

teste Eacute uma espeacutecie de faacutecil manipulaccedilatildeo em laboratoacuterio e baixo custo econocircmico

(Calow 1993)

Adicionalmente alguns trabalhos mostram uma boa correlaccedilatildeo entre o ensaio

de letalidade com larvas de Artemia salina e a citotoxicidade em linhagens de

ceacutelulas humanas para esses produtos (McLaughlin et al 1995 Carbalho et al

2002)

A avaliaccedilatildeo da bioatividade de extratos de plantas medida pela toxicidade

frente a Artemia salina pode fornecer informaccedilotildees valiosas ao trabalho de quiacutemicos

de produtos naturais e farmacoacutelogos indicando fontes vegetais com importante

atividade bioloacutegica Nesse contexto a utilizaccedilatildeo de bioensaios para o monitoramento

da bioatividade de extratos de plantas vem crescendo consideravelmente nos

laboratoacuterios de pesquisa em niacutevel mundial como meacutetodo alternativo para o uso de

animais de laboratoacuterio (Nunes et al 2008)

60

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais

O cacircncer representa uma enfermidade cada vez mais comum em todo o

mundo e a busca por moleacuteculas cada vez mais potentes e menos toacutexicas eacute

constante tendo como grande fornecedor de moleacuteculas a natureza Segundo

Brandatildeo et al (2010) as plantas satildeo consideradas fonte nobre de moleacuteculas para o

tratamento de vaacuterias formas de cacircncer e mesmo que as moleacuteculas isoladas do

vegetal natildeo possam ser usadas diretamente como medicamento podem servir para

siacutentese ou para gerar proacute-farmacos para o desenvolvimento de novos agentes

Atualmente a definiccedilatildeo cientiacutefica de cacircncer refere-se ao termo neoplasia

especificamente aos tumores malignos como sendo uma doenccedila caracterizada pelo

crescimento descontrolado de ceacutelulas transformadas Existem quase 200 tipos que

correspondem aos vaacuterios sistemas de ceacutelulas do corpo os quais se diferenciam pela

capacidade de invadir tecidos e oacutergatildeos vizinhos ou distantes (Almeida et al 2005)

O cacircncer eacute uma siacutendrome que envolve em geral as etapas de iniciaccedilatildeo

promoccedilatildeo e progressatildeo Os diferentes tipos de cacircncer correspondem aos vaacuterios

tipos de ceacutelulas do corpo (Figura 20) conforme o local de origem destas

Figura 20 Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo brasileira Fonte httpwwwincaorgbrcancer (Almeida et al 2005)

61

O tratamento convencional desta patologia baseia-se em cirurgia radioterapia

quimioterapia ou a combinaccedilatildeo destes procedimentos Os dois primeiros satildeo

recomendados para tumores localizados enquanto que a quimioterapia eacute utilizada

para as ceacutelulas canceriacutegenas espalhadas pelo corpo Os faacutermacos antineoplaacutesicos

natildeo poupam as ceacutelulas normais de sua accedilatildeo devastadora assim diversos efeitos

toacutexicos podem acometer os pacientes que fazem uso destes medicamentos (Behling

et al 2004)

A busca por medicamentos canceriacutegenos tem aumentando com vista a se

encontrar tratamentos mais efetivos e seletivos ou que visem a descoberta de

novas estrateacutegias que impeccedilam o avanccedilo da doenccedila Diversos trabalhos tecircm visado

o estudo da varredura de moleacuteculas com atividade tumoral Os alcaloacuteides

apresentam atividade pronunciada com a classe de aporfiacutenicos demonstrando

atividade frente a diferentes tipos de linhagens de ceacutelulas tumorais (Pereira et al

2008 Silva et al 2007)

Um nuacutemero significativo de agentes quimioteraacutepicos obtidos a partir de plantas

estaacute ainda em experimento cliacutenico para o tratamento de cacircncer mas verifica-se a

descoberta de faacutermacos derivados de plantas que jaacute estatildeo sendo utilizados

clinicamente para essa patologia As estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias

com atividade canceriacutegenas derivadas de fontes vegetais estatildeo representadas na

Figura 21 Entre os mais conhecidos estatildeo os chamados alcaloacuteides da vinca

vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus os taxanos como o

paclitaxel (Taxol ) inicialmente isolado das cascas de Taxus brevifoliae e a classe

de agentes clinicamente ativos derivados da camptotecina isolada de Camptotheca

acuminata Decne (Cragg amp Newman 2009)

62

Figura 21 estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividades canceriacutegenas derivadas

de fontes vegetais Fonte Adaptaccedilatildeo de Cragg amp Newman (2009)

Verifica-se uma possiacutevel correlaccedilatildeo existente entre a atividade antioxidante de

substacircncias polares e a capacidade de inibir ou retardar o aparecimento de ceacutelulas

canceriacutegenas jaacute que haacute indiacutecios que espeacutecies reativas potencializam o estado desta

patologia (Barreiros amp David 2006)

Considerando que menos de 10 das espeacutecies de plantas tiveram algum tipo

de estudo fitoquiacutemico ou de atividades bioloacutegicas acredita-se que muitos

medicamentos derivados de plantas ainda estejam por ser descobertos incluindo os

anticanceriacutegenos (Brandatildeo et al 2010)

O

O

O

O

NHO O

O

OH

O OH

O

O

O

NH

NOH

O

OO

N

OOH

NR

OO

O

R = CH3

R = CHO

Vinblastine

Vincristine

Taxol

OOH

Cl

N

OH

N

NO

O

OOH

CaptotecinaFlavopiridol

O

OOH

N

OH

HO

Roituquina

Vinblastina

Vincristina R = CHO

63

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase

A populaccedilatildeo mundial estaacute cada vez mais idosa e doenccedilas relacionadas agrave

idade prevalecem sem cura ou tratamento eficaz tornando-se probemas de Sauacutede

Puacuteblica Mundial Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHO 2001) estima-

se que 40 milhotildees de pessoas no mundo apresenta algum tipo de demecircncia dentre

elas 25 milhotildees apresentam sintomas caracteriacutesticos da Doenccedila de Alzheimer (DA)

(Andrade 1988 Viegas Junior et al 2005)

Com o crescimento da expectativa de vida o risco eacute real para todos os que

ultrapassam 60 anos de idade jaacute que a DA eacute uma patologia neurodegenerativa

progressiva que afeta principalmente a populaccedilatildeo idosa sendo responsaacutevel por 50-

60 dos casos de demecircncias em pessoas com mais de 65 anos de idade (Francis

et al 1999)

Os principais sintomas envolvem deficiecircncia orgacircnica cognitiva principalmente

comprometimento da memoacuteria da coordenaccedilatildeo motora e do raciociacutenio aleacutem de

perda da capacidade cognitiva e demecircncia

Em niacutevel celular a DA estaacute associada agrave reduccedilatildeo das taxas de acetilcolina

(ACh) no processo sinaacuteptico diminuindo a neurotransmissatildeo colineacutergica cortical

aleacutem de outros neurotransmissores como noradrenalina dopamina serotonina e

glutamato (Tabarrini et al 2001 Perry et al 2003)

A acetilcolina eacute um neurotransmissor encontrado no ceacuterebro e nas junccedilotildees

neuromusculares compondo parte do sistema nervoso parassimpaacutetico Seus efeitos

incluem a contraccedilatildeo dos muacutesculos lisos dilataccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos e

regulaccedilatildeo da taxa de batimentos cardiacuteacos no ceacuterebro estaacute associada ao controle

motor memoacuteria e cogniccedilatildeo Sua atividade e permanecircncia na fenda sinaacuteptica satildeo

64

regulados por hidroacutelise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE) que regenera a

colina seu precursor

Os avanccedilos obtidos na compreensatildeo da evoluccedilatildeo da doenccedila tecircm demostrado

que o uso de inibidores de AChE deve ser a forma mais eficiente de controle da

evoluccedilatildeo da doenccedila As causas da DA natildeo satildeo determinadas assim os sintomas

podem ser apenas amenizados (Quik e Jeyarasasingam et al 1999 Viegas Junior

et al 2004)

O medicamento considerado mais efetivo no tratamento de DA eacute a

galantamina um alcaloacuteide inibidor da enzima acetilcolinesterase composto isolado

de plantas da famiacutelia Amaryllidaceae O alcaloacuteide foi inicialmente isolado de

Galanthus woronowii mas atualmente eacute obtido a partir de Narcissus sp e Leucojum

aestivum assim como sinteticamente Esta substacircncia apresenta menos limitaccedilotildees

que outras jaacute utilizadas devido os efeitos terapecircuticos que permanecem mesmo

apoacutes o teacutermino do tratamento (Ingkanan et al 2000 Loacutepez et al 2002)

Estudos realizados visando a obtenccedilatildeo de novos compostos capazes de

amenizar o deacuteficit colineacutergico associado agrave disfunccedilatildeo cognitiva do mal de Alzheimer

estatildeo baseadas na inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase como eacute o caso do ensaio

colorimeacutetrico de Rhee (Rhee et al 2001) Para esse teste utiliza-se 55rsquo-ditiobis

(aacutecido-2 nitrobenzoacuteico) (reagente de Ellmann) para visualizaccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica (Figura 22)

65

HO

O

N

O

O

SS

O OH

N

O

O

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

O inconveniente da utilizaccedilatildeo do reagente de Ellman eacute o limite de detecccedilatildeo

visual pois formam halos de inibiccedilatildeo brancos sobre a placa corada amarela

Na revisatildeo realizada por Viegas Junior (2004) pode-se verificar que nos

estudos de produtos naturais na busca por novos faacutermacos para o controle da DA os

alcaloacuteides destacam-se devida a atividade observada em baixas concentraccedilotildees

Algumas estruturas de alcaloacuteides podem ser encontradas nessa revisatildeo e em outros

trabalhos relacionados podem ser verificados na figura 23

Ensaios com um grande nuacutemero de plantas estatildeo sendo utilizados para

detectar a atividade de inibiccedilatildeo da AChE Um estudo bioguiado mais eficiente pode

ser realizado com a associaccedilatildeo dos ensaios anticolinesterase e antioxidante

conforme Giordani (2008) jaacute que o dano causado por espeacutecies reativas de oxigecircnio eacute

considerado um fator contribuinte da doenccedila de Alzheimer

No levantamento realizado por Barbosa Filho et al (2006) foram revisadas 309

plantas e 260 substacircncias isoladas As espeacutecies em particular da famiacutelia

Amaryllidaceae Apiaceae Asteraceae Fabaceae e Fumariaceae foram as mais

estudadas Mais uma vez os alcaloacuteides receberam destaque por serem os

compostos isolados que apresentaram maior atividade inibidora de

66

acetilcolinesterase Berkov et al (2008) realizou um trabalho com 33 alcaloacuteides em

que constatou a capacidade de inibir a accedilatildeo da enzima AChE de alcaloacuteides como

coridaline epigalantamina sanguinina desidrocoridalina entre outros

Dessa forma as famiacutelias botacircnicas que conteacutem alcaloacuteides podem ser fontes

promissoras do tratamento de DA

Figura 23 Alcaloacuteides com propriedades anticolinesterase

O

HO

NCH3

CH3O

Galantamina

Huperzina A

N

OH

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

homomoenjodaramina

O

HO

NCH3

HO

Sanguinina

N

OCH3

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

moenjodaramina

HN

N NH

N

NH

OH

CH3

zeatina

FonteGalanthus woronowii Referecircncia Loacutepez et al 2002

Fonte Huperzia serrata Referecircncia Chang 2000

Rajendran et al 2001

Fonte Eucharis grandiflora Referecircncia Loacutepez et al 2002

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteFiatoua villosa Referecircncia Heo et al 2002

67

34 Meacutetodos cromatograacuteficos

A extraccedilatildeo dos constituintes de plantas eacute um exerciacutecio de acertos e erros com

uso de diferentes solventes sob as mais variadas condiccedilotildees como tempo e

temperatura de extraccedilatildeo O sucesso ou fracasso nos processos de extraccedilatildeo pode

ser observado posteriormente nos processos de purificaccedilatildeo Uma vez extraiacutedo da

planta o composto bioativo deve ser separado do extrato bruto O procedimento

pode envolver desde uma simples cristalizaccedilatildeo do composto ateacute separaccedilotildees

sucessivas com particcedilotildees de polaridades diferentes e extensivas teacutecnicas

cromatograacuteficas Neste contexto a cromatografia tem lugar de merecido destaque

no que concerne a separaccedilatildeo identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de compostos (Bresolin

amp Cechinel-Filho 2003)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo Ela estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre

devido a diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis uma fase fixa de grande

aacuterea superficial denominada fase estacionaacuteria e outra um fluido que percola

atraveacutes dela chamada de fase moacutevel A grande variedade de combinaccedilotildees entre

fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica extremamente versaacutetil e de grande

aplicaccedilatildeo (Barnes 2002)

Pode ser desenvolvida de forma planar ou no interior de colunas O fenocircmeno

da separaccedilatildeo cromatograacutefica eacute de cunho interfacial sendo que as superfiacutecies

imisciacuteveis fases moacutevel e estacionaacuteria podem ser gaacutes-soacutelido gaacutes-liacutequido liacutequido-

liacutequido e liacutequido-soacutelido respectivamente (Degani et al 1998) Dentre os vaacuterios tipos

de cromatografia haacute a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Cromatografia

Liacutequida claacutessica e de Alta Eficiecircncia (CLAE) e Cromatografia Gasosa (CG)

(Esquema 4)

68

Esquema 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia Fonte Adaptaccedilatildeo de Degani et al 1998

341 Cromatografia em Camada Delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) eacute uma teacutecnica simples e de

execuccedilatildeo relativamente raacutepida utilizada em quiacutemica de produtos naturais como uma

ferramenta eficaz de anaacutelise qualitativa para avaliaccedilatildeo da pureza de uma amostra

simples avaliaccedilatildeo do nuacutemero de componentes de uma mistura identificaccedilatildeo de

uma ou mais substacircncias presentes em uma mistura por comparaccedilatildeo com padrotildees

monitoramento do progresso de uma reaccedilatildeo quiacutemica escolha de um solvente

apropriado para uma separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna e monitoramento de uma

separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna (Silva et al 2009)

Eacute uma teacutecnica de adsorccedilatildeo liacutequidondashsoacutelido onde agrave separaccedilatildeo pela diferenccedila de

afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionaacuteria O paracircmetro

mais importante a ser considerado em CCD eacute o fator de retenccedilatildeo (Rf) o qual eacute a

razatildeo entre a distacircncia percorrida pela substacircncia em questatildeo e a distacircncia

percorrida pela fase moacutevel Os valores ideais para Rf estatildeo entre 04 e 06 (Degani

et al 1998)

69

342 Cromatografia gasosa

A cromatografia a Gaacutes (CG) eacute um meacutetodo usado para separar os componentes

de uma soluccedilatildeo e determinar sua quantidade relativa Eacute uma teacutecnica uacutetil para

compostos orgacircnicos que natildeo entrem em decomposiccedilatildeo sob altas temperaturas

(aproximadamente 310ordmC) possibilitando a anaacutelise de compostos obtidos de plantas

em pequenas quantidades (microgramas) (Lanccedilas1993)

A cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de

possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa devido agrave possibilidade de

detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9-10-12 g) A grande limitaccedilatildeo deste

meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

(Degani et al 1998)

Os gases utilizados como fase moacutevel devem ter alta pureza e ser inertes em

relaccedilatildeo agrave fase estacionaacuteria Hidrogecircnio nitrogecircnio e heacutelio satildeo os mais usados Os

detectores de maior aplicaccedilatildeo satildeo o detector por ionizaccedilatildeo em chama e o detector

de condutividade teacutermica Os dados podem ser obtidos atraveacutes de um registrador

potenciomeacutetrico um integrador ou um microcomputador sendo as amostras

identificadas por seus tempos de retenccedilatildeo (Degani et al 1998)

A cromatografia a gaacutes pode ser combinada com espectroscopia de massas

(CG-EM) Esta teacutecnica vem sendo utilizada como meacutetodo sensiacutevel na identificaccedilatildeo

de alcaloacuteides e detecccedilatildeo de vaacuterias classes de terpenos (Cordell1995 Bresolin amp

Cechinel-Filho 2003)

70

4 METODOLOGIA

41 Coleta

As espeacutecies de Lauraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho

Ducke em Manaus no Amazonas Sendo trecircs espeacutecies do gecircnero Ocotea duas do

gecircnero Rhodostemonodaphne e duas do gecircnero Endlicheria As exsicatas

encontram-se depositadas no herbaacuterio do Instituto Nacional de Pesquisas do

Amazonas (INPA) no projeto Flora da Reserva Ducke

Reg Nome cientiacutefico Oacutergatildeo(s) da planta

0215 Endlicheria citriodora Folhas e galhos

0273 Endlicheria sericea

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0123 Ocotea ceanothifolia

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0066 Ocotea leucoxylon

Folhas galhos finos e grossos

0172 Ocotea minor

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0191 Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas e galhos

0162 Rhodostemonodaphne recurva

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

Quadro 1 - Dados de coleta das espeacutecies vegetais

Apoacutes a coleta as diferentes partes da aacutervore (folhas galhos e cascas do

tronco) foram separadas limpas analisadas macroscopicamente quanto agrave presenccedila

de fungos galhas e ataques de insetos O material foi seco agrave temperatura ambiente

triturado separadamente em moinho de quatro facas e dividido para obtenccedilatildeo de

extratos etanoacutelicos e de oacuteleos essenciais O esquema 05 mostra os meacutetodos

empregados para obtenccedilatildeo dos extratos etanoacutelicos e extraccedilatildeo dos oacuteleos essenciais

71

42 Obtenccedilatildeo dos extratos

Para as sete espeacutecies investigadas o procedimento de obtenccedilatildeo dos extratos

foi padronizado Cada parte (galhos folhas e cascas) foi submetida agrave maceraccedilatildeo a

frio durante 72 horas em etanol previamente destilado

Apoacutes a maceraccedilatildeo e filtraccedilatildeo o solvente foi eliminado em evaporador rotatoacuterio

resultando num extrato bruto O material vegetal foi recolocado em maceraccedilatildeo

repetindo-se o processo descrito anteriormente durante quatro vezes obtendo assim

um extrato etanoacutelico

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos extratos e dos oacuteleos essenciais

Hidrodestilaccedilatildeo por Clevenger modificado

Evaporaccedilatildeo em rotavapor

5x maceraccedilatildeo em Etanol

Extraccedilatildeo de oacuteleo essencial

Soluccedilatildeo etanoacutelica

Extrato etanoacutelico

Prospecccedilatildeo quiacutemica

Ensaios quiacutemicobioloacutegicos

Anaacutelise e identificaccedilatildeo

Limpeza secagem e trituraccedilatildeo

Coleta

72

43 Prospecccedilatildeo

As prospecccedilotildees foram realizadas segundo Matos (1980)

431 Fenoacuteis

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se em seguida trecircs gotas de soluccedilatildeo alcooacutelica de FeCl3 10 Agitou-se e

observou-se variaccedilatildeo de coloraccedilatildeo variando entre azul e vermelho que eacute indicativo

de fenoacuteis O resultado foi comparado com um teste em branco usando-se aacutegua e

FeCl3

432 Flavonoacuteides

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se entatildeo alguns miligramas de magneacutesio granulado e 05 mL de HCl

concentrado O teacutermino da reaccedilatildeo foi indicado pelo fim da efervescecircncia O

aparecimento ou a intensificaccedilatildeo da cor vermelha foi indicativo da presenccedila de

flavonoacuteis flavanonas flavanonoacuteis eou xantonas livres ou seus heterosiacutedios

433 Alcaloacuteides

Foi verificada a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes dos reativos de

reconhecimento Dragendorf Mayer Wagner e Hager A leve turbidez ou precipitado

respectivamente roxa a laranja branca a creme marron e marrom dos extratos apoacutes

a adiccedilatildeo dos reativos indicaram a presenccedila de alcaloacuteides

73

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas

441 Obtenccedilatildeo das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

O extrato bruto foi submetido a fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides

modificado conforme demonstrado no esquema 06 O extrato seco foi

ressuspendido com soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 10 As substacircncias apolares foram

extraiacutedas com hexano Para retirada de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade foi

adicionado diclorometano (4 vezes) Apoacutes a retirada do diclorometano a fraccedilatildeo

aquosa foi alcalinizada com hidroacutexido de amocircnio ateacute pH 9-10 e extraiacuteda com o

mesmo volume de diclorometano (4 vezes) gerando uma fraccedilatildeo orgacircnica

enriquecida em alcaloacuteides A fraccedilatildeo foi seca com sulfato de soacutedio anidro filtrada

evaporada agrave pressatildeo reduzida e pesada

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Adiccedilatildeo NH4OH

Particcedilatildeo CH2Cl2

Fraccedilatildeo aquosa aacutecida

Fase Hexacircnica

CH2Cl2H2O

Fraccedilatildeo diclorometano

Fraccedilatildeo aquosa Baacutesica

Resiacuteduo aquoso neutro

Ressuspensatildeo em HCl 10 e particcedilatildeo com Hexano

Extrato

Etanoacutelico

Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

74

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD

Apoacutes as particcedilotildees aacutecido-base as fraccedilotildees alcaloiacutedicas foram solubilizadas em

diclorometano e aplicadas com auxiacutelio de capilar em cromatofolhas de alumiacutenio (AL

TLC Silicagel 60 F254 Merck 5 x 4 cm) O sistema foi mantido em cacircmara de

saturaccedilatildeo com os eluentes acetato de etila metanol e aacutegua (721) A visualizaccedilatildeo

das manchas foi efetuada por exposiccedilatildeo agrave luz UV a 264 e 365 nm e revelaccedilatildeo com

vanilina sulfuacuterica com posterior aquecimento em estufa e em capela ateacute o

aparecimento de cores na placa e revelador Dragendorf

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por Espectrometria de massas

O estudo do perfil alcaloiacutedico foi realizado por espectrometria de massa (IES-

EMEM) As amostras foram solubilizadas para concentraccedilatildeo de 5ppm usando

metanol HPLC como solvente injetadas por inserccedilatildeo direta no espectrocircmetro de

massas com inserccedilatildeo direta com fluxo de 30 μL minndash1 Os espectros ESI-MS foram

adquiridos em modo positivo em um aparelho LCQ-Fleet da Thermo Detector do

tipo Ion-Trap operando no modo ESI de ionizaccedilatildeo As amostras foram infundidas

por uma bomba de injeccedilatildeo automaacutetica com um fluxo contiacutenuo de 10μLmin-1 Os

espectros foram adquiridos na faixa de mz 100 a 800 Foram avaliados por injeccedilatildeo

direta das amostras em espectrocircmetro de massa com interface electrospray e

analisador de iacuteon-trap (FIA-ESI-IT-MS)[5] obtidos em modo positivo [M+H]+

75

45 Oacuteleo essencial

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo

O oacuteleo essencial foi extraiacutedo por hidrodestilaccedilatildeo utilizando-se aparelho de

Clevenger modificado por 4 horas A proporccedilatildeo utilizada foi de 110 de amostra e

aacutegua respectivamente

Apoacutes a obtenccedilatildeo do oacuteleo o mesmo foi seco em sulfato de soacutedio seu

rendimento calculado e em seguida armazenado em geladeira em um frasco acircmbar

para minimizar os efeitos da oxidaccedilatildeo ateacute as anaacutelises

O caacutelculo dos rendimentos foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo da massa do oacuteleo

obtida com a massa de material vegetal seco utilizado na extraccedilatildeo

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais

Os oacuteleos essenciais foram diluiacutedos em hexano e as soluccedilotildees obtidas foram

submetidas agrave anaacutelise por cromatografia em fase gasosa com detector de ionizaccedilatildeo

de chama (CG-DIC) para a anaacutelise quantitativa e determinaccedilatildeo dos iacutendices de

retenccedilatildeo e por cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrocircmetro de massas

(CG-EM) para a obtenccedilatildeo dos espectros de massas Foram realizadas trecircs

repeticcedilotildees para cada oacuteleo essencial analisado

4521 Anaacutelise em CG-DIC

Os oacuteleos foram diretamente analisados em cromatoacutegrafo em fase gasosa

modelo CG 2010 da Shimadzucopy com detector por ionizaccedilatildeo de chama (DIC) As

76

anaacutelises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB (100 dimetilpolisiloxano) da

Variancopy com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m sendo utilizado como gaacutes de

arraste heacutelio (He) em fluxo de 20 mLmin A injeccedilatildeo em modo split 110 foi realizada

com injetor a 250ordmC A temperatura do detector foi de 290ordmC e o forno foi

programado de 60ordmC ateacute 240degC (2degCmin) 240degC ateacute 290degC (20degCmin) isoterma em

290degC por 5 min Foram injetados padrotildees de hidrocarbonetos lineares para a

determinaccedilatildeo dos iacutendices de retenccedilatildeo

4522 Anaacutelise em CG-EM

Apoacutes a anaacutelise por CG-DIC os oacuteleos foram analisados em cromatoacutegrafo em

fase gasosa modelo QP-2010 da Shimadzucopy com detector por espectrometria de

massas (CG-EM) As anaacutelises foram realizadas com coluna VF-1MS da Variancopy

com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m As condiccedilotildees da anaacutelise foram agraves

mesmas utilizadas por CG-DIC Para a detecccedilatildeo foi aplicada a teacutecnica de impacto

eletrocircnico a 70eV

4522 Anaacutelise por RMN

Os espectros de Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear de hidrogecircnio (RMN 1H) e carbono (RMN

13C-1H desacoplado) DEPT HSQC e HMBC foram registrados em espectrocircmetro da Varian modelo

INOVA de 117 T do Centro de Biotecnologia da Amazocircnia (CBA) operando a 500 MHz para 1H e 125

MHz para 13C As amostras foram solubilizadas em 600microL de solvente deuterado clorofoacutermio (CDCl3)

Os deslocamentos quiacutemicos (δ) foram expressos em partes por milhatildeo (ppm) em relaccedilatildeo ao padratildeo

interno TMS (δ= 000) e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz) As multiplicidades dos sinais

foram indicadas segundo a convenccedilatildeo s (singleto) d (dupleto) dd (duplo dupleto) t (tripleto) e m

(multipleto)

77

4523 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais

A determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais foi realizada

atraveacutes dos dados de tempo de retenccedilatildeo obtidos por CG-DIC e dos espectros de

massas obtidos por CG-EM Os iacutendices de retenccedilatildeo foram calculados utilizando a

equaccedilatildeo de Van der Dool-Kratz relacionando os tempos de retenccedilatildeo dos compostos

presentes nos oacuteleos essenciais com os tempos de retenccedilatildeo de uma seacuterie homoacuteloga

de hidrocarbonetos lineares (C9-C30) que foi co-injetada com a amostra Os iacutendices

de retenccedilatildeo e os espectros de massas foram comparados com dados da

espectroteca Wiley 70 e da literatura (Adams 2007)

78

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos

Os extratos em etanol eou oacuteleos essencias com maiores rendimentos foram

testados nos seguintes ensaios

461 Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria de acetilcolinesterase foi verificada segundo o meacutetodo de

Ellman (1961) modificado por Rhee et al (2001) A amostra foi adicionada em uma

placa de CCD (cromatografia de camada delgada) Apoacutes a completa evaporaccedilatildeo do

solvente foi adicionado sobre a placa cromatograacutefica o corante e o substrato que

satildeo o reagente de Ellman (aacutecido 55rsquo-ditiobis-2-nitrobenzoacuteico DTNB) e uma soluccedilatildeo

de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) em tampatildeo A enzima AChE (3 UmL) foi

adicionada posteriormente e analisada depois de 20 minutos O resultado foi

verificado atraveacutes da diferenccedila na coloraccedilatildeo caracteriacutestica do meacutetodo em que a

coloraccedilatildeo amarela caracteriza o resultado negativo para inibiccedilatildeo e branca para

positivo

As regiotildees da placa que contecircm substacircncias capazes de inibir a accedilatildeo da

enzima acetilcolinesterase apresentam uma mancha branca contra a coloraccedilatildeo de

fundo do corante

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH

A atividade inibidora de radicais livres foi verificada de forma qualitativa

(Soler-Rivas et al 2000) e quantitativa (Mensor 2001)

79

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante

O teste de atividade antioxidante qualitativo foi realizado atraveacutes da

capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em

soluccedilotildees com solvente metanol por trinta segundos

Foram aplicadas sobre uma cromatoplaca de siacutelica gel soluccedilotildees das amostras

de extrato bruto com concentraccedilatildeo de 1mgmL Apoacutes a total evaporaccedilatildeo do solvente

a placa seraacute nebulizada com soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH a 03mMmL

A atividade antioxidante foi evidenciada pela presenccedila de manchas amarelas

ou brancas decorrentes da reduccedilatildeo do DPPH contra a coloraccedilatildeo puacuterpura de fundo

apoacutes alguns minutos agrave temperatura ambiente Como padratildeo positivo foi utilizado o

flavonoacuteide quercetina

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi avaliada por meio da capacidade sequumlestrante do

radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) utilizando quercetina como padratildeo

externo Verifica-se que o padratildeo apresenta concentraccedilatildeo eficiente aproximada de 4

μgmL devido a isso foram preparadas soluccedilotildees em metanol com concentraccedilotildees de

03906 a 25 μgmL O mesmo procedimento foi realizado para as soluccedilotildees dos

extratos com concentraccedilatildeo de 3125 a 100 microgmL O meacutetodo foi adaptado para

microplaca (figura 23)

As amostras diluiacutedas tiveram suas absorbacircncias medidas em leitora de

microplaca (Bio-Rad modelo 3550 UV) a 517 nm para a obtenccedilatildeo do branco Em

seguida foram submetidas agrave adiccedilatildeo do reativo DPPH (03 mM) incubando a reaccedilatildeo

80

por 30 minutos em ambiente escuro A leitura da absorbacircncia foi novamente

realizada pois por accedilatildeo de um antioxidante o DPPH eacute reduzido formando difenil-

picril-hidrazina com consequente desaparecimento da coloraccedilatildeo podendo ser

monitorado pelo decreacutescimo da absorbacircncia

A porcentagem da atividade antioxidante (AA) corresponde agrave quantidade de

DPPH consumida sendo que a quantidade da amostra necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo de DPPH em 50 eacute denominada concentraccedilatildeo eficiente (CE50) Os

valores de absorbacircncia em todas as concentraccedilotildees testadas foram convertidos em

AA pela equaccedilatildeo 01

AA = [ Abscontrole ndash ( Absamostra ndash Absbranco ) ] x 100 Abscontrole

Onde Abscontrole eacute a absorbacircncia inicial da soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH e

Absamostra eacute a absorbacircncia da mistura reacional ( DPPH + amostra)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Os resultados apresentados neste estudo correspondem a meacutedia da triplicata

e o desvio padratildeo da meacutedia O valor de (CE50) foi determinada atraveacutes da regressatildeo

linear dos valores obtidos utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007

81

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia salina LEACH

A atividade citotoacutexica dos extratos foi avaliada atraveacutes do teste de letalidade

contra Artemia salina Leach de acordo com o meacutetodo proposto por Meyer e

colaboradores (1982) Naacuteuplios de Artemia salina foram incubados em aacutegua do mar

artificial por 48 horas agrave temperatura de 28ordmC Soluccedilotildees dos extratos foram

preparadas em dimetilsulfoacutexido (DMSO) nas concentraccedilotildees variando de 10 a 500

μgmL

Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para recipientes

contendo aacutegua artificial do mar e a substacircncia a ser testada Os ensaios foram

realizados em triplicata A contagem do nuacutemero de larvas mortas foi realizada apoacutes

24 horas e esse nuacutemero foi usado para o calculo utilizando o meacutetodo Proacutebitos de

anaacutelise para obtenccedilatildeo das DL50 e respectivos intervalos de confianccedila (Finney 1971)

(figura 24) Os extratos com DL50 maiores que 1000 microgmL ppm foram considerados

inativos

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

464 Avaliaccedilatildeo da atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais

A avaliaccedilatildeo da citotoxidade foi realizada na Universidade Federal do Cearaacute sob

a supervisatildeo da prof Dra Claacuteudia Pessoa Foram utilizados trecircs tipos de linhagens

82

tumorais MDA-MB435 (mama - humano) HCT-8 (coacutelon - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) cultivadas em meio RPMI 1640 suplementados com 10

de soro fetal bovino e 1 de antibioacuteticos mantidas em estufa a 37 ordmC e atmosfera

contendo 5 de CO2As amostras dos extratos etanoacutelicos foram dissolvidas em

DMSO puro esteacuteril e testadas na concentraccedilatildeo final de 50 microgmL

Anaacutelise de citotoxicidade pelo meacutetodo do MTT vem sendo utilizada no

programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI) Eacute um

meacutetodo raacutepido sensiacutevel e barato Eacute uma anaacutelise colorimeacutetrica baseada na

conversatildeo do sal 3-(45-dimetil-2-tiazol)-25-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT)

em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas

ceacutelulas metabolicamente ativas O estudo citotoacutexico pelo meacutetodo do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade mas natildeo o mecanismo de accedilatildeo (Berridge et al

1996)

As ceacutelulas foram plaqueadas na concentraccedilatildeo de 01 x 106 ceacutelmL para as

linhagens MDAMB-435 e SF-295 e 07 x 105 ceacutelmL para a linhagem HCT-8 Em

seguidas foram adicionadas as amostras na concentraccedilatildeo final de 50 gmL As

placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5 de CO2 a 37 ordmC Ao teacutermino

deste as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante removido Em seguida

foram adicionados 150 L da soluccedilatildeo de MTT (sal de tetrazolium) e as placas foram

incubadas por 3h A absorbacircncia foi lida apoacutes dissoluccedilatildeo do precipitado com 150L

de DMSO puro em espectrofotocircmetro de placa a 595 nm

Os experimentos foram analisados segundo a meacutedia plusmn desvio padratildeo da

meacutedia (DPM) da porcentagem de inibiccedilatildeo do crescimento celular usando o programa

GraphPad Prism

83

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apoacutes seacuteculos de exploraccedilatildeo desordenada na Regiatildeo Amazocircnica as espeacutecies

da famiacutelia Lauraceae produtoras de oacuteleo essencial continuam tendo interesse

comercial mas com poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos descritos na

literatura em comparaccedilatildeo com a quantidade de espeacutecies de interesse (Alcacircntara et

al 2010)

As espeacutecies de plantas estudadas neste trabalho fazem parte de uma seacuterie de

plantas selecionadas pelo grupo de pesquisa Quiacutemica de Biomoleacuteculas da Amazocircnia

(Q-BiomA) objetivando o estudo do perfil de seus constituintes alcaloiacutedicos e

volaacuteteis Todas as espeacutecies fazem parte da flora Amazocircnica e possuem pouco ou

nenhum estudo quiacutemico e bioloacutegico

As extraccedilotildees e os ensaios quiacutemicos e bioloacutegicos foram realizados conforme a

disponibilidade dos equipamentos e reagentes e portanto os testes natildeo foram

realizados com todas as espeacutecies e partes da planta ateacute a presente data

51 Rendimento do extrato

Foram obtidos 23 extratos com rendimento variando de 161 agrave 2904

conforme apresentado na tabela 4 A espeacutecie O ceanothifolia apresentou o maior

rendimento na maioria das partes (folhas galhos finos e grossos) Em quase todas

as espeacutecies foi possiacutevel verificar que os galhos finos apresentaram rendimento maior

que os galhos grossos Tal dado eacute importante tendo em vista a sustentabilidade da

84

pesquisa jaacute que os galhos finos satildeo mais faacuteceis de serem obtidos e sua retirada eacute

menos prejudiciais agrave planta devido crescerem mais raacutepido

Tabela 4 Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

A= Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol Rend=rendimento NR = natildeo realizado

52 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica

O estudo fitoquiacutemico revelou a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos

na maioria dos extratos Os resultados para a prospecccedilatildeo de alcaloacuteides utilizando

como reveladores Hager Wagner Mayer e Draggendorff foram unidos e satildeo

apresentados na tabela 09 assim como os resultados para flavonoacuteides e compostos

fenoacutelicos

Os flavonoacuteides natildeo foram detectados em nenhum extrato do gecircnero

Rhodostemonodaphne e das espeacutecies Endlicheria sericea (galhos) e Ocotea

Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

Espeacutecies Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

()

E citriodora 400 1299 215 682 NR NR NR NR

E sericea 500 479 500 204 500 347 200 284

O

ceanothifolia

700 2904 500 860 300 1362 350 204

O leucoxylon 550 393 500 257 500 579 NR NR

O minor 500 1665 600 672 300 607 300 354

R

crenaticupula

100 826 500 161

NR NR NR NR

R recurva 500 426 500 106 500 201 300 051

85

leucoxylon Poreacutem este uacuteltimo gecircnero apresentou a maior quantidade de espeacutecies

contendo alcaloacuteides o que pode ser um indiacutecio para outras atividades jaacute que os

alcaloacuteides satildeo conhecidos por apresentarem pronunciada atividade bioloacutegica

A presenccedila de alcaloacuteides em Ocotea foi verificada destacando esse grupo de

substacircncias como bastante frequumlentes em espeacutecies desse gecircnero Foi possiacutevel

verificar que a maioria das partes das espeacutecies testadas apresentou alcaloacuteides

Tabela 5 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e flavonoacuteides

Oacutergatildeo vegetal Fenoacuteis Flavonoacuteides Alcaloacuteides

E citriodora

Folhas - - -

Galhos grossos + - -

E sericeae

Folhas + + -

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

Cascas + + +

O ceanothifolia

Folhas + + -

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + - -

O leucoxylon

Folhas + - +

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

O minor

Folhas + - +

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + + +

R recurva

Folhas - - -

Galhos grossos - - +

Galhos finos - - +

Cascas - - +

R crenaticupula

Folhas - - +

Galhos grossos + - +

(+)positivo (-)negativo

86

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica

531 Rendimento da particcedilatildeo

O rendimento () das fraccedilotildees alcaloiacutedicas variaram de 673598 em E sericea

a 00749 em E citriodora baseadas em 2g do material de partida Os rendimentos

da particcedilatildeo podem ser verificados a seguir (Tabela 6)

Tabela 6 Rendimento da particcedilatildeo aacutecido-base ()

Oacutergatildeo vegetal Hexano Diclorometano Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

E citriodora Folhas 958063 07298 00749

Galhos grossos 121941 33741 08485

E sericeae

Folhas 89957 166872 139949

Galhos grossos 264841 223406 21813

Cascas 224532 40688 673598

O ceanothifolia

Folhas 59401 60496 07518

Galhos grossos 10022 105809 20693

Galhos finos 05395 60678 05246

Cascas 05091 102800 11553

O leucoxylon

Folhas 689310 149902 91739

Galhos grossos 295341 193682 55870

Galhos finos 52083 179812 116716

O minor

Folhas 93799 95347 02446

Galhos grossos 02191 40187 08316

Galhos finos 11014 24370 09768

Cascas 06939 12986 06839

R recurva

Folhas 543737 20224 02769

Galhos grossos 334256 138845 09296

Galhos finos 429355 19344 05285

R crenaticupula Folhas 590989 17336 01273

Galhos grossos 165237 252493 07379

As espeacutecies de Endlicheria apresentaram perfis muito diferentes Enquanto em

E sericea (folhas) pode-se verificar o maior rendimento de todos os extratos E

citriodora (folhas) obteve o menor resultado Tal dado reflete o resultado das

prospecccedilotildees onde esta apresentou resultado negativo o que pode significar uma

quantidade muito baixa de alcaloacuteides presentes no extrato

As Rhodostemonodaphnes apresentaram rendimentos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

inferiores a 1 em todos os extratos

87

532 Anaacutelise por CCD

Os alcaloacuteides podem ser encontrados em todas as partes de um vegetal

contudo em um ou mais oacutergatildeos haveraacute um acuacutemulo preferencial dessas substacircncias

(Henriques et al2004) como pode ser observado nas placas cromatograacuteficas

dessas espeacutecies analisadas (figura 25 agrave 31)

Endlicheria citriodora

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 25 placa cromatograacutefica de Endlicheria citriodora

Natildeo foi verificado a presenccedila de alcaloacuteides nas fraccedilotildees de folhas e fracamente

nos galhos de Endlicheria citriodora e E sericea Tais dados satildeo condizentes com a

prospecccedilatildeo dos extratos realizados utilizando reveladores especiacuteficos para

alcaloacuteides em que o mesmo foi negativo O que pode indicar uma quantidade

pequena ou ausecircncia de alcaloacuteides presentes nas folhas e galhos dessas espeacutecies

88

O fato do resultado em prospecccedilatildeo quiacutemica ser negativo natildeo exclui a presenccedila de

uma substacircncia em um extrato pois a mesma pode estar em uma concentraccedilatildeo

muito baixa no extrato testado

Endlicheria sericeae

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 26 placa cromatograacutefica de Endlicheria sericeae

89

A anaacutelise em CCD possibilita que classes de substacircncias que apresentem

concentraccedilotildees baixas em um extrato possam ser visualizadas atraveacutes da separaccedilatildeo

de fraccedilotildees na placa cromatograacutefica como no caso dos galhos de E citriodora

No extrato das cascas de E sericea pode-se visualizar trecircs manchas que

sugerem corresponder a presenccedila do mesmo nuacutemero de alcaloacuteides embora a

presenccedila de uma fraccedilatildeo separada na placa cromatograacutefica natildeo comprove que a

mesma estaacute isolada

Rodostemonodaphne crenaticupula

Os resultados das particcedilotildees aacutecido-base das duas espeacutecies de

Rhodostemonodaphne podem ser visualizados nas figuras 27 e 28

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 27 placa cromatograacutefica de R crenaticupula

90

Nas folhas e nos galhos de R crenaticupula foi possiacutevel visualizar a presenccedila

de duas manchas que equivalem a presenccedila de alcaloacuteides Em contraste natildeo foi

possiacutevel visualizar a presenccedila de alcaloacuteides nas folhas de R recurva fracamente

nos galhs finos e mais pronunciado nos galhos grossos

Rhodostemonodaphne recurva

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 28 placa cromatograacutefica de R recurva

91

A prospecccedilatildeo para alcaloacuteides tambeacutem foi confirmada no gecircnero

Rhodostemonodaphne O perfil dos alcaloacuteides nas folhas e galhos de R

crenaticupula foi o mesmo na placa cromatograacutefica poreacutem em R recurva visualizou-

se duas manchas nos galhos finos e apenas uma nos galhos grossos Segundo

Henriques et al (2004) apoacutes o transporte para o siacutetio de armazenagem podem

haver modificaccedilotildees estruturais secundaacuterias Assim os mesmos podem ter a mesma

origem poreacutem com estruturas diferentes

A presenccedila de alcaloacuteides em potencial confirma a revisatildeo de Zanin amp Lordello

(2007) onde foi constatada por meio de anaacutelise em CCD e prospecccedilatildeo a presenccedila

de alcaloacuteides em todas as partes (folhas galhos e cascas)

Dos trecircs gecircneros analisados as Ocoteas foram as que apresentaram mais

alcaloacuteides tanto em quantidade visualizadas pelo nuacutemero de fraccedilotildees obtidas pela

separaccedilatildeo do extrato na placa cromatograacutefica quanto na concentraccedilatildeo verificada

por meio da intensidade da coloraccedilatildeo

A presenccedila de alcaloacuteides nas espeacutecies de Ocotea identificados por revelador

especiacutefico pode ser visualizado nas figuras 29 30 e 31 As manchas em Ocotea

leucoxylon e Ocotea minor foram mais pronunciadas que em O ceanothifolia

92

Ocotea ceanothifolia

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O ceanothifolia

93

O leucoxylon

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O leucoxylon

94

Ocotea minor

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 31 placa cromatograacutefica de O minor

95

O procedimento realizado para o fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides foi

uma adaptaccedilatildeo do meacutetodo de particcedilatildeo aacutecido-baacutesico modificado proposto por

Giordani et al (2008) Atraveacutes das modificaccedilotildees propostas verificou-se que o perfil

dos extratos nas anaacutelises por cromatografia em camada delgada (CCD)

apresentaram melhores perfis devido a separaccedilatildeo dos componentes

A diferenccedila para a particcedilatildeo aacutecido-base claacutessica estaacute na adiccedilatildeo de

diclorometano (b) quando o meio da fraccedilatildeo aquosa ainda estaacute aacutecida Tal fato faz

com que possa haver a extraccedilatildeo de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade onde

estatildeo incluiacutedos outros componentes natildeo desejados para esse trabalho

Ao adicionar o hidroacutexido de amocircnio este libera a maioria dos acaloacuteides e os

convertem na forma de bases livres que podem ser retirados com a segunda adiccedilatildeo

de diclorometano (c) Dessa forma eacute obtida uma mistura bruta de acaloacuteides isolados

do resto dos produtos metaboacutelicos do vegetal Apoacutes a retirada da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

esta soluccedilatildeo foi neutralizada atraveacutes de vaacuterias particcedilotildees com aacutegua destilada

Os perfis das placas cromatograacuteficas das Ocoteas demonstraram o quanto agraves

substacircncias de meacutedia polaridade foram extraiacutedas pela primeira adiccedilatildeo de

diclorometano (b) e os alcaloacuteides de maior polaridade foram extraiacutedos pela

segunda adiccedilatildeo de diclorometano onde o meio aquoso encontrava-se baacutesico

96

533 Anaacutelise por espectrometria de massa

Por meio de espectrometria de massa pode-se analisar o perfil dos extratos e

fraccedilotildees e selecionar as espeacutecies mais promissoras conforme o interesse do

trabalho A famiacutelia Lauraceae apresenta como marcador taxonocircmico a presenccedila de

alcaloacuteides principalmente a classe dos isoquinoliacutenicos Destes satildeo predominantes

compostos com moleacuteculas aporfiacutenicas oxoaporfiacutenicas e benzilisoquinoliacutenicas Os

espectros de massas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas dos trecircs gecircneros estatildeo apresentadas

em anexo e reunidas na tabela 6 onde as substacircncias majoritaacuterias estatildeo sendo

destacadas

Tabela 6 Anaacutelise do perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massa

Espeacutecie Oacutergatildeo vegetal Iacuteons principais(mz)

E citriodora Folhas 23895 38791

E citriodora Galhos grossos 30006 32988

E sericea Folhas 32995 30013

E sericea Galhos finos 28606 30006 32988 34619

E sericea Galhos grossos 30006 32813 33009 34194

E sericea Cascas 28585 33009

R crenaticupula Folhas 27416 31806 43691 45287

R crenaticupula Galhos grossos 28606 31385 33009

R recurva Folhas 19191 27423 33016

R recurva Galhos finos 28193 33002 34612

R recurva Galhos grossos 35289 33002 34591

O ceanothifolia Folhas 29992 35795

O ceanothifolia Galhos finos 29992 31420 34591

O ceanothifolia Galhos grossos 29992 31413 34605

O ceanothifolia Cascas 30006 31406 33002 34605

O leucoxylon Folhas 31084 32484 35578 37013

O leucoxylon Galhos finos 31084 32505 35592 36992

O leucoxylon Galhos grossos 32484 35592 36992

O minor Folhas 14389 17490 20507

O minor Galhos finos 14389 17511 20507

O minor Galhos grossos 14389 17504 20507

O minor Cascas 28558 29992 33009

97

Os picos mais intensos constituintes foram observados entre massa de 14389

a 45287 mz em O minor e R crenaticupula respectivamente Analisando os perfis

cromatograacuteficos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas observa-se que os respectivos espectros

obtidos nas mesmas condiccedilotildees experimentais apresentam perfis semelhantes entre

partes da mesma espeacutecie principalmente entre galhos finos e galhos grossos com

o mesmo pico base

Por tratar-se de uma fraccedilatildeo pode-se realizar uma anaacutelise do perfil onde

algumas classes de substacircncias podem ser caracterizadas Na tabela 7 haacute algumas

classes correspondentes a massa dos picos encontrados nas fraccedilotildees e algumas

sugestotildees de alcaloacuteides com registro na literatura de isolamento em espeacutecies de

Lauraceae

Os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees Por se

tratarem de um mz de nuacutemeros pares (300 e 330) significa que as suas massas

molares satildeo na realidade iacutempar Estes dados fornecem informaccedilotildees de que os

compostos referentes tratam-se de substacircncias com nuacutemero iacutempar de nitrogecircnios

Os alcaloacuteides benzilisoquinoliacutenicos reticulina e N-metil coclaurina apresentam

foacutermula molecular C19H24NO4 e C19H24NO4 o que podem corresponder aos picos

encontrados sendo estes descritos como alcaloacuteides isolados em gecircneros de

Lauraceae (Sulaiman et al 2011 Dias et al 2003)

No gecircnero Ocotea satildeo relatados diversos trabalhos com o isolamento de

alcaloacuteides Destes a classe dos aporfinicos satildeo os constituintes quiacutemicos mais

frequentes sendo encontrado em um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies (Zanin amp

Lordello 2007)

98

O pico 23895 apresenta massa correspondente agrave estrutura de um alcaloacuteide

tipo benzilisoquinoliacutenico nuacutecleo encontrado em diversas espeacutecies de Ocotea (Dias

et al 2003 Meirelles et al 1979 Barbosa-Filho et al 1999)

Em Ocotea leucoxylon verificou-se a prevalecircncia do iacuteon principal em todas as

partes de 370 mz o que sugere a presenccedila do alcaloacuteide aporfiacutenico ocoteiacutena

(C21H23NO5) alcaloacuteide denominado devido ao seu isolamento em espeacutecies desse

gecircnero (Zhou et al 2000)

Os gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne apresentaram seus picos

principais na maioria dos oacutergatildeos vegetais com mz de 300 e 330 O pico

correspondente a 285 mz corresponde agrave massa que eacute encontrada no alcaloacuteide

coclaurina onde este foi encontrado em diversos gecircneros de Lauraceae como

Aniba Litsea Mezilaurus Nectandra Neolitsea Phoebe e Ocotea (Silva et al

2002 Guinaudeau et al1979 Guinaudeau 1983 Wu amp Huang 2006)

99

Tabela 7 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares de alcaloacuteides

isolados em Lauraceae

Iacuteon molecular

(mz) (M+1)

Foacutermula

molecular Alcaloacuteides Classificaccedilatildeo Referecircncia

19191 C10H9NO3

Noroxihidrastinina

Isoquinolinico Wu amp Huang 2006

23895 C17H20N Benzilisoquinoliacutenicos benzilisoquinoliacutenicos Dias et al 2003

Meirelles et al 1979

28193 C18H19NO2 Bornuciferina lirinidina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

28606 C17H19NO3 Norcanelillina coclaurina benzilisoquinoliacutenicos Silva et al2002 Wu amp

Huang 2006

30006 C19H24NO4 N-metilcoclaurina benzilisoquinoliacutenicos Wu amp Huang 2006

Dias et al 2003

31084 C19H21NO3 Prestephanina

N-carbamoilasimilobina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

31420 C18H19NO4 Laurolitsina laureptina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32484 C19H17NO4 Neolitsina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32813 C19H21NO4 Boldina Laurotetanina

isoboldina lirina N-oxidada Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

33009 C19H24NOu Reticulina Aporfiacutenico Sulaiman et al 2011

Dias et al 2003

34194 C19H19NO5 Isocoridina predicentrina

lirioferina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35289 C20H19NO5 Oxoglaucina Oxoaporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35578 C21H25NO4 Glaucina leucoxina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35795 C21H27NO4 Srilankina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

37013 C21H23NO5 Ocoteina N-metilglaucina Aporfiacutenico Zhou et al 2000

Guinaudeau 1983

100

Por meio das anaacutelises pode-se sugerir que os demais iacuteons presentes no

gecircnero Ocotea correspondem a alcaloacuteides tipo aporfiacutenico conforme encontrado na

literatura (Zanin amp Lordello 2007) Tal fato eacute verificado em relaccedilatildeo a razatildeo massa

carga encontrada que pode ser comparada a esta classe de substacircncias

Pouco ou nenhum estudo descrito na literatura sobre isolamento de alcaloacuteides

nos gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne satildeo encontrados Tal fato pode ser

explicado devido a baixa concentraccedilatildeo dessa classe de substacircncia nos extratos

Mesmo utilizando particcedilatildeo aacutecido-base em que obtem-se uma fraccedilatildeo rica em

alcaloacuteides a concentraccedilatildeo destes eacute baixa quando comparada a quantidade de

substacircncias presentes na fraccedilatildeo e os picos que satildeo descritos na literatura No

gecircnero Rhodostemonodaphne verificou-se nos espectros de massa misturas

complexas de picos

Levando em consideraccedilatildeo a dificuldade de isolamento e purificaccedilatildeo das

classes de alcaloacuteides tanto quando existem dois ou mais componentes com o

mesmo esqueleto na mesma fraccedilatildeo devido ao mesmo comportamento

cromatograacutefico destas substacircncias quanto quando a concentraccedilatildeo destes eacute baixa

no extrato a anaacutelise das fraccedilotildees enriquecida de alcaloacuteides eacute uma alternativa eficaz

na detecccedilatildeo dos constituintes presentes na fraccedilatildeo

101

54 Oacuteleo essencial

541 Rendimento do oacuteleo essencial

As Lauraceae satildeo conhecidas internacionalmente por apresentarem espeacutecies

aromaacuteticas Dos gecircneros estudados as Anibas em especial a espeacutecie de Aniba

rosaeodora apresenta uma quantidade significante de oacuteleo em comparaccedilatildeo com a

massa do material vegetal No trabalho realizado por Alcacircntara (2009) onde foi

analisado oacuteleos essencias de 14 espeacutecies de diferentes gecircneros de Lauraceae

encontrados no Amazonas o maior rendimento encontrado foi na referida espeacutecie

citada com percentagem de 131 Outros trabalhos relacionados apresentam

rendimentos aproximados ou em sua maioria rendimentos inferiores ao encontrado

(Silva et al 2009 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Lima et al 2004)

Neste trabalho foram extraiacutedos das sete espeacutecies 21 oacuteleos essencias onde as

folhas apresentaram maiores rendimentos em comparaccedilatildeo com os galhos e cascas

Os oacuteleos como um todo apresentaram baixo rendimento como pode ser visualizado

na tabela 8

Tabela 8 Rendimento dos oacuteleos essenciais () Material vegetal 100g exceto E citriodora

50g ()

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 429 250 NR NR

E sericea 013 010 011 006

O ceanothifolia 011 007 005 NR

O leucoxylon 013 005 002 NR

O minor 011 004 NR 006

R crenaticupula 058 002 NR NR

R recurva 006 002 003 004 NR natildeo realizado

Os rendimentos dos oacuteleos obtidos pela teacutecnica de hidrodestilaccedilatildeo variaram de

002 a 429 As espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os

102

menores rendimentos em todas as partes (folhas galhos e casca) e as espeacutecies de

Endlicheria apresentaram de forma geral os maiores rendimentos Em contraste com

as espeacutecies de Ocotea e Rhodostemonodaphne na extraccedilatildeo de oacuteleo essencial a

espeacutecie E Citriodora obteve o maior rendimento tanto nos galhos quanto nas folhas

de 251 e 429 respectivamente

O perfil quiacutemico dos oacuteleos essenciais analisados com exceccedilatildeo de E citriodora

revelou uma proporccedilatildeo elevada de sesquiterpenos Na maioria dos oacuteleos essenciais

de Lauraceae reportados na literatura observa-se a predominacircncia de

sesquiterpenos principalmente de hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al

1981 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Telascrea et al 2008)

5411 Endlicheria

A anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial de folhas e galhos de E citriodora por

cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo

mostradas na Tabela 9 registrando-se os principais constituintes quiacutemicos

presentes nestes oacuteleos

Tabela 9 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1089 28337 12181

geranato de metila 1321 93751 951522

aacutecido geracircnico 1391 19358 -

trans cariofileno 1418 14796 -

Natildeo identificados 0 36297

Total identificados 100 963703

Monoterpenos 985205 963703

Sesquiterpenos 14796 -

103

Foram identificados os constituintes de 100 das folhas e 9637 dos

galhos sendo que destes a percentagem de sesquiterpenos foi superior a 95 em

ambos oacutergatildeos vegetais de E citriodora

O principal constituinte foi o eacutester geranato de metila com uma percentagem

elevada de 9375 nas folhas e 9515 nos galhos Devido ao grau de pureza do

constituinte majoritaacuterio foi possiacutevel realizar a ressonacircncia magneacutetica nuclear de

hidrogecircnio e carbono (RMN 1H e 13C) confirmar a presenccedila deste constituinte Os

espectros de RMN de 1H RMN 13C e os bidimensionais HSQC e HMBC estatildeo

apresentados em anexo

O espectro de RMN 13C e DEPT 135ordm apresentaram 11 sinais de carbonos

sendo 4 metiacutelicos δCH 18022 (C ndash a) δCH 19157 (C ndash b) δCH 25991 (C ndash c) e δCH

51113 ( C ndash f) 2 metilecircnicos δCH 26372 (C ndash d) e δCH 41277 (C ndash e) 2 metiacutenicos

δCH 115563 (C ndash g) e δCH 123317 (C ndash h) e 3 sinais de carbonos natildeo hidrogenados

δCH 132868 (C ndash i) δCH 160477 (C ndash j) e δCH 167629 (C ndash l) O sinal em δCH 7700

refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra CDCl3 ( Silverstein et

al 2007)

O espectro de RMN 1H sugeriu a presenccedila de singletos em δH 1603 δH 1683

δH 3684 e δH 5294 Os outros sinais podem ser verificados na tabela 10 O sinal em

δH 726 (sngleto) refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra

CDCl3 ( Silverstein et al 2007)

Por meio do mapa de contornos HSQC pode-se observar as correlaccedilotildees entre

os sinais de hidrogecircnio e carbono Ca ndash HI Cb ndash HII Cg ndash HIII Cd ndash HIV Ce ndash HV Cc ndash

HVI Ch ndash HVII Cf ndash HVIII Os valores obtidos nos RMN1H e 13C DEPT HSQC e

HMBC confirmaram a presenccedila da substacircncia geranato de metila e seus espectros

estatildeo em anexo no final do trabalho

104

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN de 1H de E citriodora (δ em ppm CDCl3

500MHz)

C δ ppm DEPT

(Multiplicidade) HSQC HMBC (

23JCH)

a 18022 CH3 16 II III

b 19157 CH3 22 IIII

c 25991 CH3 165 V VII

d 26397 CH2 22 III V

e 41277 CH2 22 III IV VI

f 51113 CH3 365 -

g 115553 CH 565 III IV

h 123317 CH 52 VVI

i 132868 C - -

j 160477 C - -

l 167629 C - -

O geranato de metila eacute encontrado principalmente em frutas ciacutetricas como o

limatildeo siciliano (08) e em espeacutecies da famiacutelia Rutaceae Apresenta foacutermula

C11H18O2 com nome sistemaacutetico de 37-dimetil-octan-26-dienoato de metila (Arauacutejo

Jr 2009 Rahimi-Nasrabadi et al 2009)

Em E sericeae os constituintes majoritaacuterios foram espatulenol (2684) e

oacutexido de cariofileno (2575) nas folhas elemol nas cascas e oacutexido de cariofileno

nos galhos finos e grossos com 2983 e 1725 respectivamente A relaccedilatildeo dos

constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas galhos e cascas de

105

Endlicheria sericea rendimentos suas quantidades relativas e respectivos iacutendices

de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 11

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 13

compostos presentes nos quatro oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de 7027 nas folhas 5862 nos

galhos finos 28156 nos galhos grossos e 4067 nas cascas Sendo os

rendimentos destes relativamente baixos (inferiores a 14)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos Cascas

linalol 1089 - - 2 0349 -

geranato de metila 1321 - 1 9956 - -

trans cariofileno 1418 6 6585 2 3027 1 8696 -

aromadendreno 1438 1 8709 - - -

germacreno D 1480 6 0036 - - -

beta-selineno 1488 3 1520 - - 3 5175

gama cardineno 1519 - 1 7875 1 7255 -

elemol 1556 - 4 9363 - 14 4954

espatulenol 1585 26 8381 5 0277 5 2818 6 5065

oacutexido de cariofileno 1590 25 7480 29 8301 17 2473 6 9479

guaiol 1595 - 1 6318 - 7 5621

oacutexido de humuleno 1616 - 9 2069 - -

eudesmol 1653 - 1 9025 - 1 6396

Natildeo identificados 297289 413789 718409 593337

Total identificados 702711 586211 281591 406663

Monoterpenos - 1 9956 20349 -

Sesquiterpenos 702711 566255 261242 406663

5412 Ocotea

O oacuteleo de O ceanothifolia apresentou como constituinte majoritaacuterio

espatulenol e oacutexido de cariofileno e em O leucoxylon e Ominor o majoritaacuterio nas

folhas e galhos grossos foi cariofileno e seu oacutexido

106

Ocotea ceanothifolia

As anaacutelises dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia por cromatografia em fase

gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo mostradas na Tabela 12

registrando-se os principais constituintes quiacutemicos presentes nestes oacuteleos

Os sequiterpenos neste oacuteleo foram os constituintes majoritaacuterios poreacutem

verifica-se que nos galhos grossos a percentagem de diferenccedila natildeo foi tatildeo

pronunciada quanto nas outras partes (folhas e galhos finos)

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos

alfa pineno 929 1 2384 12212 -

linalol 1088 - 21490 34198

geranato de metila 1321 41637 44371 68693

beta elemeno 1392 21647 - -

trans cariofileno 1418 39524 - 14580

germacreno D 1480 38782 - 18006

beta selineno 1488 30509 - 75520

espatulenol 1585 222306 76592 -

oxido de cariofileno 1589 223704 169030 80380

oacutexido de humuleno 1616 55129 - -

Natildeo identificados 314378 685622 708623

Total identificados 685622 323695 291377

Monoterpenos 54021 78073 102891

Sesquiterpenos 631601 245622 188486

Ocotea leucoxylon

Vinte e um componentes presentes nos oacuteleos essenciais de O leucoxylon

foram identificados por dados cromatograacuteficos e espectromeacutetricos O perfil quiacutemico

desses oacuteleos mostrou semelhanccedilas significativas na composiccedilatildeo entre as espeacutecies

estudadas (tabela 12 13 e 14)

107

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas 156286

satildeo monoterpenos e 688096 satildeo sesquiterpenos em que os constituintes

majoritaacuterios foram oacutexido de cariofileno (16046) alfa-copaeno (101092) beta

cariofileno (8902) alfa-pineno (77088) e beta-pineno (79198)

Nos galhos finos e grossos apenas verificou-se a presenccedila e um monoterpeno

o linalol como com percentagem de 47631 e 15582 respectivamente Os

constituintes majoritaacuterios foram os sesquiterpenos beta-cariofileno (106697) e

espatulenol (104549) nos galhos finos e oacutexido de cariofileno (175303) e beta-

eudesmol (86054) nos galhos grossos

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon ()

Substacircncia IR Folhas galhos finos Galhos grossos

alfa-pineno 934 77088 - -

beta-pineno 978 79198 - -

linalol 1099 - 47631 15582

alfa-cubebeno 1353 22594 1573 -

alfa-copaeno 1380 101092 21003 -

beta-cubebeno 1394 26065 - -

beta-elemeno 1395 19047 - -

beta-cariofileno 1424 8902 106697 20519

alfa-humuleno 1458 24751 24592 -

alfa amorfeno 1480 39618 28024 -

germacreno D 1480 - 23061 -

beta-selineneo 1491 33015 22246 -

valenceno 1498 25473 51191 -

gama cadineno 1518 42752 38533 -

delta-cadinene 1527 14977 77188 44278

elemol 1552 - 1762 -

espatulenol 1582 57756 104549 63865

oacutexido de cariofileno 1588 16046 - 175303

cariofilla-4(12)8(13)-

dien-5-beta-ol 1638 - - 43548

beta-eudesmol 1655 - - 86054

Natildeo identificados 172957 421935 566433

Total identificados 827043 578065 433567

Monoterpenos 156286 47631 15582

Sesquiterpenos 670757 530434 413048

108

Ocotea minor

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 21

compostos presentes nos trecircs oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de cerca de 573154 nas folhas

53177 nos galhos e de 32 nas cascas O rendimento obtido foi inferior a 012

em todas as partes analisadas

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas

573154 satildeo sesquiterpenos com constituintes majoritaacuterios espatulenol (13369)

e cariofileno (186866) Nas cascas natildeo foi verificada a presenccedila de

monoterpenos sendo majoritaacuterio os componentes delta cadineno (74903) beta

cariofileno (40069) e seu oacutexido (61291) No oacuteleo essencial dos galhos tambeacutem

se observou teores menores de monoterpenos (31007) em relaccedilatildeo aos

sesquiterpenos (500763) tendo como majoritaacuterios beta cariofileno (79131)

oacutexido de cariofileno (157363) e aacutecido hexadecanoacuteico (70932)

O monoterpeno alfa pineno encontrados nos oacuteleos de O ceanothifolia e O

leucoxylon foi um dos constituintes majoritaacuterios encontrados no oacuteleo de Ocotea sp

apresentando atividades antioxidante e citotoacutexica no trabalho realizado por Verbel e

colaboradores (2010)

A composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos das espeacutecies de Ocotea satildeo condizentes

com as encontradas em outras espeacutecies onde haacute a presenccedila do monoterpeno linalol

e pineno e sesquiterpenos cariofileno e germacreno D (Arauacutejo et al 2001 Chaverri

amp Ciccioacute 2005 Menut et al 2002)

109

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor ()

Substacircncia IR folhas galhos grossos cascas

linalol 1099 - 31007 -

alfa-cubebeno 1353 - 17657 -

beta-cubebeno 1394 15997 - -

beta-cariofileno 1424 186866 79131 40069

alfa-humuleno 1458 - 12924 -

alfa amorfeno 1480 31049 - 14635

germacreno D 1480 42675 14866 -

beta-selineno 1491 62358 - 19805

valenceno 1498 - - 26616

biciclogermacreno 1501 85462 - -

alfa-muuroleno 1504 15057 16962 13163

gama cadineno 1518 - - 316

delta-cadineno 1527 - 41822 74903

espatulenol 1582 13369 66317 21418

oacutexido de cariofileno 1588 - 157363 61291

cariofilla-4(12)8(13)-dien-5-beta-ol 1638 - 22789 -

beta-eudesmol 1655 - - 1646

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 70932 -

Natildeo identificados 426846 46823 68004

Total identificados 573154 53177 31996

Monoterpenos - 31007

Sesquiterpenos 573154 500763

Verificou-se no entanto algumas caracteriacutesticas quiacutemicas diferentes do que

algumas Ocoteas como a ausecircncia de fenilpropanoacuteides como safrol metileugenol e

cinamaldeiacutedo e benzenoacuteides encontradas em espeacutecies como Ocotea odorifera

Ocotea pretiosa e Ocotea sassafraacutes (Chaverri amp Ciccioacute 2005 Rizzini amp Mors 1976)

Na varredura realizada por Takaku e colaboradores (2007) com oacuteleo essencial de 10

espeacutecies de Ocoteas da Costa Rica tais componentes tambeacutem natildeo foram

encontrados

110

Rhodostemonodaphne

A relaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas

galhos e cascas de Rcrenaticupula e R recurva suas quantidades relativas e

respectivos iacutendices de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 15 e 16 Atraveacutes

dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados presentes nos

oacuteleos dessas duas espeacutecies 21 compostos em Rcrenaticupula e 19 em R recurva

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula ()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1099 - 82883

beta-elemeno 1380 14275 12754

beta-cariofileno 1424 78493 55616

alfa-humuleno 1458 - 11002

alfa amorfeno 1480 - 17939

beta-elemeno 1380 14275 12754

alloaromadendreno 1459 23445 -

alfa amorfeno 1481 32255 -

beta-selineno 1491 23505 -

epizonareno 1500 42046 -

alfa-muuroleno 1504 3472 16747

beta-bisaboleno 1505 35048 -

gama cadineno 1518 21872 -

delta-cadineno 1527 11602 -

selina-37(11)-diene 1542 21554 -

trans-cadina-14-dieno 1547 11239 -

espatulenol 1582 7489 29086

oacutexido de cariofileno 1588 - -

alfa cadinol 1650 2597 -

beta-eudesmol 1655 - -

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 153144

Natildeo identificados 430393 608075

Total identificado 569607 391925

Monoterpenos - 82883

Sesquiterpenos 569607 309042

111

A anaacutelise comparativa do oacuteleo essencial de galhos e folhas da espeacutecie

Rcrenaticupula apresentou certa variabilidade quiacutemica nos seus constituintes com

relaccedilatildeo ao teor de seus componentes majoritaacuterios nos diferentes oacutergatildeos Tal dado eacute

verificado atraveacutes da ausecircncia de alguns constituintes em um oacuteleo e ausecircncia de

tais costituintes no outro e em relaccedilatildeo aos componentes majoritaacuterios Nas folhas

identificou-se a presenccedila de 569607 de sesquiterpenos tendo como constituinte

majoritaacuterio beta-cariofileno (78493) delta-cadineno (11602) e espatulenol

(7489) enquanto nos galhos grossos a presenccedila do monoterpeno linalol

(82883) e do aacutecido hexadecanoacuteico (153144) diferenciou-os consideravelmente

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rrecurva()

Substacircncia IR folhas galhos finos galhos grossos cascas

linalol 1099 - 2046 23946 35493

alfa-copaeno 1379 34954 13816 13906 -

beta-cariofileno 1424 39251 103763 105425 32757

alfa-humuleno 1458 - 22159 - -

alfa amorfeno 1480 - 31993 32132 -

alloaromadendrene 1443 24256 - - -

valencene 1490 - 21764 - -

beta-selineno 1491 75608 - 2203 15385

alfa-muuroleno 1504 27344 37777 37133 -

gama cadineno 1518 - 37926 12613 20052

delta-cadineno 1527 - 72885 72277 40329

alfa cadineno 1541 12963 13807 - -

elemol 1551 - - 13522 -

espatulenol 1582 6138 134471 124262 42093

guaiol 1608 - - - 14377

beta-eudesmol 1655 - 25549 25882 301017

alfa eudesmol 1657 - - - 9156

beta costol 1769 - - - 4482

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 19085 20098 56063

Natildeo identificados 724244 444545 496774 306054

Total identificado 275756

555455

503226

693946

Monoterpenos - 2046 23946 35493

Sesquiterpenos 275756

534995 479280 658453

112

Em Rrecurva a identificaccedilatildeo dos galhos finos e grossos apresentaram

similaridade nos constituintes e na composiccedilatildeo percentual Em todas as partes

existiu a prevalecircncia de sesquiterpenos sendo os constituintes majoritaacuterios beta-

selineno (75608) e espatulenol(6138) nas folhas beta-cariofileno (~10) e

espatulenol (~13) nos galhos e beta-eudesmol (301017) nas cascas

Os resultados da anaacutelise dos oacuteleos foram condizentes com o encontrado na

anaacutelise de R parvifolia (Alcacircntara et al 2010) e R kunthiara (Palazzo 2009) em

que os constituintes majoritaacuterios foram cariofileno beta selineno e germacreno D

Atraveacutes anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial dos galhos de ambas as espeacutecies de

Rhodostemonodaphnes pode-se identificar apenas um monoterpeno o linalol sendo este

um dos constituintes majoritaacuterios nos galhos grossos de R crenaticupula O interesse desse

monoterpeno na induacutestria devido a sua utilizaccedilatildeo como fixador de perfumes foi intenso na

Amazocircnia fazendo com que as espeacutecies de Aniba rosaeodora que apresentam o teor de

linalol de 74 a 96 entrassem para a lista de espeacutecies em risco de extinccedilatildeo O linalol eacute um

monoterpeno alcooacutelico terciaacuterio de cadeia aberta Pode ser encontrado normalmente sob a

forma de uma mistura de isocircmeros de posiccedilatildeo da primeira ligaccedilatildeo dupla Possui um aacutetomo

de carbono assimeacutetrico e por isso podem existir enantiocircmeros apresentando-se dessa

forma em vaacuterias espeacutecies (Gotllieb et al 1965)

O cariofileno um dos principais componentes majoritaacuterios dos oacuteleos essenciais

das espeacutecies analisadas pode ser empregado na medicina tradicional Este

metaboacutelico volaacutetil influi em seu aroma e possui diversas atividades bioloacutegicas tais

como anti-inflamatoacuteria antialeacutergica anesteacutesica local cardiovascular antifuacutengica e

anticarcinogecircnica (Fernandes et al 2007 Barbosa-Filho et al 2008)

Segundo Gottlieb amp Salatno (1987) as famiacutelias que possuem espeacutecies ricas em

oacuteleos essenciais como Lauraceae e Myristicaceae satildeo relativamente pobres em

113

espeacutecies produtoras de alcaloacuteides e ineficientes na variaccedilatildeo de

benziltetraidroisoquinoliacutenicos Em oposiccedilatildeo famiacutelias que produzem uma variedade

de alcaloacuteides deste tipo como Annonaceae e Monimiaceae satildeo relativamente

pobres em oacuteleos essenciais Tal dado eacute confirmado atraveacutes dos rendimentos das

espeacutecies de Ocotea e Endlicheria em que os rendimentos da fraccedilatildeo alcaloiacutedica e

oacuteleos essenciais satildeo inversamente proporcionais Dessa forma verifica-se a

importacircncia da espectrometria de massa em que eacute possiacutevel analisar mesmo em

concentraccedilotildees muito baixas a presenccedila de alcaloacuteides

A identificaccedilatildeo dos oacuteleos essenciais deste trabalho corrobora com as anaacutelises

reportadas na literatura em que a composiccedilatildeo da maioria dos oacuteleos essenciais de

Lauraceae haacute a predominacircncia de sesquiterpenos principalmente de

hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al 1987 Alcacircntara 2009 Takaku et

al2007)

114

55 Atividades quiacutemicabioloacutegicas

551 Atividade antioxidante

5511 Qualitativa

A avaliaccedilatildeo preliminar qualitativa dos extratos por CCD em gel de siacutelica

revelada com soluccedilatildeo metanoacutelica do radical DPPH sugeriu a existecircncia de

substacircncias com atividade antioxidante (Tabela 17) evidenciadas nas

cromatoplacas pela presenccedila de manchas amarelas sobre fundo puacuterpura

resultantes da reduccedilatildeo do radical DPPH (figuras 32 e 33)

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora + + NR NR

E sericea + + + +

O ceanothifolia + + + +

O leucoxylon + + + NR

O minor + + + +

R crenaticupula + + NR NR

R recurva + + + +

NR = natildeo realizado

Todas as amostras revelaram atividade positiva no teste qualitativo

115

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

116

5512 Quantitativa

A quantidade de extrato das plantas testadas necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 (CE50) variou de 161plusmn100 a 731plusmn032

conforme a tabela 18 O extrato das folhas de E citriodora apresentou o maior valor

enquanto os galhos de O minor apresentou resultado comparaacutevel com o padratildeo

quercetina (731plusmn032)

Todas as espeacutecies apresentaram resultado positivo ao teste O gecircnero Ocotea

foi o mais ativo utilizando a menor CE50 para a varredura do radial livre testado

(tabela 18)

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 16101 plusmn 100 4278 plusmn 053 NR NR

E sericea 977 plusmn 042 5092 plusmn 096 1444 plusmn 032 1329 plusmn 0091

O ceanothifolia 1812 plusmn 018 1564 plusmn 072 1443 plusmn 103 1017 plusmn 019

O leucoxylon 5251 plusmn 142 5088 plusmn 064 8261 plusmn 243 NR

O minor 821 plusmn 066 908 plusmn 051 731 plusmn 032 757 plusmn 0026

R crenaticupula 7816 plusmn 085 6701 plusmn 270 NR NR

R recurva 11046 plusmn 221 19826 plusmn 107 12538 plusmn 672 5511 plusmn 0652

Padratildeo Quercetina

413 plusmn 0042 μgmL

NR natildeo realizado

Observou-se uma correlaccedilatildeo positiva entre o teste para a atividade

sequestrante do radical livre e a presenccedila de fenoacuteis nos extratos atraveacutes da

prospecccedilatildeo fitoquiacutemica o que pode sugerir que a capacidade antioxidante dos

extratos pode estar associada aos compostos fenoacutelicos

Verificou-se que os extratos com CE50 inferiores a concentraccedilatildeo de

5511plusmn0652 apresentaram a presenccedila de compostos fenoacutelicos em todos os extratos

117

Os trabalhos realizados por Souza et al (2007) Tiveron (2010) e Oliveira (2010) em

testes quantitativos de fenoacuteis totais confirmam a correlaccedilatildeo entre a accedilatildeo

sequumlestradora de radicais livres e a presenccedila de altos teores de compostos

fenoacutelicos evidenciadas pelo meacutetodo de Folin-Ciocalteau expressos como

Equivalentes de Aacutecido Gaacutelico (EAG)

A atividade antioxidante de compostos fenoacutelicos deve-se principalmente agraves

suas propriedades redutoras e estrutura quiacutemica Estas caracteriacutesticas

desempenham um papel importante na neutralizaccedilatildeo ou sequumlestro de radicais livres

agindo tanto na etapa de iniciaccedilatildeo como na propagaccedilatildeo do processo oxidativo Os

intermediaacuterios formados pela accedilatildeo de antioxidantes fenoacutelicos satildeo relativamente

estaacuteveis devido a ressonacircncia do anel aromaacutetico presente na estrutura dessas

substacircncias (Souza et al 2007 Bruice 2006)

Os extratos que evidenciaram a presenccedila de flavonoacuteides apresentaram

elevada capacidade de sequumlestrar radicais livres como pode ser verificado em

Ocotea ceanothifoila Ocotea minor e Endlicheria sericea (folhas)

Flavonoacuteides possuem diferentes atividades antioxidantes decorrentes da

habilidade para sequumlestrarem espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio os quais

estatildeo diretamente relacionados a alguns criteacuterios estruturais tais como o nuacutemero de

aneacuteis fenoacutelicos e a presenccedila da ligaccedilatildeo dupla C2-C3 conjugada com a funccedilatildeo 4-oxo

no anel C

Neste trabalho a atividade antioxidante de alguns extratos natildeo esteve

relacionada com a presenccedila de flavonoacuteides jaacute que espeacutecies com capacidade de

sequumlestro de radicais livres natildeo evidenciaram a presenccedila dessa classe o que

sugere que haacute atividade antioxidante sendo originada de outras substacircncias

fenoacutelicas que natildeo satildeo flavonoacuteides

118

A avaliaccedilatildeo do sequumlestro do DPPH eacute um teste largamente utilizado tanto pela

simplicidade e rapidez quanto pela reprodutibilidade No trabalho realizado por

Vargas (2008) analisando comparativamente diferentes teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de

atividades antioxidantes utilizando ensaios quiacutemicos como da varredura DPPH 22rsquo-

azinobis (3-etilfenil-tiazolina-6-sulfonato) (ABTS+) acircnion radical superoacutexido (AVS)

oxigecircnio singlete e caracterizaccedilatildeo de polifenoacuteis o teste com DPPH foi o uacutenico que

se correlacionou com todos os demais testes

Contudo verifica-se que a interaccedilatildeo de uma espeacutecie antioxidante com a

moleacutecula de DPPH depende dentre outras fontes da especificidade pela

conformaccedilatildeo estrutural do radical livre A acessibilidade esteacuterica eacute um fator

determinante da reaccedilatildeo sendo as moleacuteculas pequenas as que tecircm melhor acesso

ao siacutetio do radical e podem apresentar uma maior atividade comparada agraves moleacuteculas

maiores (Alves et al 2010) Por isso determinados extratos que natildeo apresentaram

bom potencial antioxidante poderatildeo em outros tipos de testes dessa mesma

atividade utilizando outras metodologias mostrar bom perfil antioxidante (Boscolo et

al2007)

Este ensaio bioloacutegico serve como ponto de partida para estudos posteriores

como o isolamento a purificaccedilatildeo e a elucidaccedilatildeo estrutural das substacircncias que

funcionam como antioxidantes aleacutem de ajudar a inferir sobre um possiacutevel

mecanismo de accedilatildeo dessas substacircncias finalizando por testar a viabilidade

terapecircutica em antioxidantes para seu uso futuro

119

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria da enzima acetilcolinesterase foi verificada principalmente

nos galhos das espeacutecies de Ocotea Os resultados podem ser visualizados na tabela

21 Os galhos finos e grossos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado

positivo no teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase assim como os

galhos de E citriodora Nem uma parte (galhos folhas e cascas) das

Rhodostemonodaphnes apresentaram resultado positivo assim como em E sericea

(galhos e folhas) A espeacutecie de O minor apresentou resultado positivo nas folhas e

galhos (grossos e finos) enquanto as outras Ocoteas natildeo apresentaram resultado

positivo nas folhas Em nenhuma das cascas testadas verificou-se resultado positivo

no teste realizado

Tabela 21 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora - + NR NR

E sericea - - - -

O ceanothifolia - + + -

O leucoxylon - + + NR

O minor + + + -

R crenaticupula - - NR NR

R recurva - - - -

Padratildeo eserine NR = natildeo realizado (+) = positivo (-) = negativo

O gecircnero Ocotea eacute conhecido por apresentar um nuacutemero de espeacutecies

significativo contendo alcaloacuteides conforme foi confirmado com a prospecccedilatildeo

fitoquiacutemica realizada com os reagentes especiacuteficos Atraveacutes desses dados pode-se

sugerir uma correlaccedilatildeo entre a atividade testada e a presenccedila de alcaloacuteides Tal

dado eacute condizente com os trabalhos de varredura de Berkov et al (2008) e Barbosa

120

Filho et al (2006) que associam a accedilatildeo de inibir a enzima acetilcolinesterase das

espeacutecies estudadas de diferentes famiacutelias com a presenccedila de alcaloacuteides tornando

assim o gecircnero Ocotea como fonte promissora para a utilizaccedilatildeo de meacutetodos para

quantificar esta atividade

Verifica-se a partir dos testes qualitativos que os resultados dos ensaios

antioxidantes empregados natildeo apresentaram relaccedilatildeo direta com os resultados

anticolinesteraacutesicos conforme o trabalho de Giordani et al (2008) com exceccedilatildeo da

espeacutecie O minor que apresentou atividade relevante em ambos os ensaios

Entretanto eacute necessaacuterio utilizaccedilatildeo de diferentes meacutetodos de avaliaccedilatildeo para uma

definiccedilatildeo desta atividade para este grupo quiacutemico

121

552 Atividade citotoacutexica

5521 Letalidade em Artemia salina

Os extratos em geral natildeo demostraram alta atividade citotoacutexica Para os

extratos testados poucos apresentaram atividade citotoacutexica comparada com o

padratildeo Lapachol que apresentou citotoxicidade de 9830 μgmL

Os galhos finos e grossos natildeo apresentaram alta atividade citotoacutexica em

nenhum gecircnero enquanto as folhas essa atividade foi verificada em

aproximadamente metade dos extratos Na tabela 19 pode-se verificar o resultado

para a atividade citotoacutexica de todos os extratos

A ausecircncia de citoxicidade dos extratos no teste de letalidade contra Artemia

salina eacute um indicador de que a planta pode ser bem tolerada frente ao sistema

bioloacutegico Entretanto estudos mais detalhados para a avaliaccedilatildeo da toxicidade dos

extratos bioativos empregando-se outros modelos (in vitro e in vivo) se fazem

necessaacuterios

O extrato de Enclicheria citriodora demonstrou atividade alta em uma

concentraccedilatildeo comparaacutevel com a encontrada para o padratildeo Atraveacutes da prospecccedilatildeo

realizada a atividade citotoacutexica deste extrato natildeo pocircde ser relacionada com

nenhuma das classes que foram analisadas pois no teste os trecircs grupos foram

negativos nos extratos com elevada toxicidade

Observou-se no desenvolvimento deste trabalho que o extrato etanoacutelico de Endlicheria

citriodora apresentou certa particularidade O mesmo exibiu certa viscosidade mesmo com a

completa evaporaccedilatildeo do solvente e aroma forte e agradaacutevel que pode ser caracterizado

pela presenccedila de oacuteleo essencial eou fixo Nos trabalhos realizados por Silva et al (2007 e

2008) verificou-se que os oacuteleos volaacuteteis extraiacutedos de Casearia sylvestris e Zanthoxylum

122

rhoifolium Lam foram citotoacutexicos contra ceacutelulas tumorais o que pode sugerir que a

toxicidade deste extrato pode estar relacionado a possiacutevel presenccedila deste metaboacutelito

secundaacuterio

Tabela 19 Resultado da avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos

finos Cascas

E citriodora 8301 100002 NR NR

E sericea 90260 100011 229766 82381

O ceanothifolia 134640 261600 262121 134287

O leucoxylon 388560 165150 254856 NR

O minor 83040 146791 2302186 243004

R crenaticupula 167512 471571 NR NR

R recurva 129990 38674 2112857 243857

Padratildeo Lapachol 9830

NR natildeo realizado

5522 Citotoacutexico em ceacutelulas de linhagem tumoral

A atividade citotoacutexica de todas as amostras estaacute apresentada na Tabela 20

com seus respectivos percentuais de inibiccedilatildeo de crescimento das linhagens tumorais

utilizadas HCT-8 (coacutelon - humano) MDAMB-435 (mama - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) por extratos de Lauraacuteceas

Para avaliar o potencial citotoacutexico dos extratos testados uma escala de

intensidade foi utilizada Amostras sem atividade (SA inibiccedilatildeo de crescimento

celular igual a 0) com pouca atividade (PA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 1 a 50 ) com moderada atividade (MO inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 51 a 75 ) e com muita atividade (MA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 75 a 100 )

Todos os extratos apresentaram atividade inibitoacuteria de crescimento para as

linhagens de ceacutelulas tumorais variando para ceacutelula HCT-8 de 126 (galhos de

Rodostemonodaphne recurva) a 7430 (galhos de Ocotea minor) MDA-MB435 de

123

369 (folhas de O minor) a 5041 (casca de O ceanothifolia) e SF-295 de 082

(galhos de Endlicheira citriodora ) a 7636 (O minor) Tal dado pode ser

relacionado agrave presenccedila de alcaloacuteides jaacute que na prospecccedilatildeo fitoquiacutemica a maior

parte dos extratos apresentaram resultado positivo para alcaloacuteides utilizando

reveladores especiacuteficos Tal afirmaccedilatildeo eacute condizente com os trabalhos que

correlacionam agrave capacidade de alguns extratos de inibiccedilatildeo de linhagem de ceacutelulas

tumorais com a presenccedila de alcaloacuteides (Pereira et al 2008 Silva et al 2007)

Dentre as amostras testadas apenas trecircs extratos apresentaram atividade

moderada Ocotea cenothifolia (cascas) 5041 para MDA-MB435 e Ocotea minor

(galhos) 7430 para HCT-8 e 7536 para SF-295 Os demais apresentaram

pouca atividade entre 126 e 4639

Tabela 20 ndash Percentual de inibiccedilatildeo do crescimento celular dos extratos em etanol de Lauraceae em

trecircs linhagens tumorais testadas na dose uacutenica de 50 gmL

Oacutergatildeo vegetal HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano)

MDAMB-435 (mama ndash humano)

SF-295 (glioblastona ndash

humano)

E citriodora Folhas 2896 723 1531

Galhos grossos 1632 4117 082

E sericeae

Folhas 3756 389 4719

Galhos grossos 3015 1791 2430

Galhos finos 2180 4639 773

O ceanothifolia Folhas 3556 1228 2798

Cascas 3273 5041 058

O leucoxylon

Folhas 3831 1247 3690

Galhos grossos 2904 955 1188

Galhos finos 1775 3872 2459

O minor

Folhas 2964 369 436

Galhos grossos 7430 1251 7536

Galhos finos 2220 514 1666

Cascas 3341 419 414

R recurva

Folhas 1834 520 541

Galhos grossos 126 1106 801

Galhos finos 3183 771 2798

Cascas 3041 1296 2703

R crenaticupula

Folhas 3671 465 511

Galhos grossos 1194 3344 1012

0 sem atividade 1 ndash 50 pouca atividade 51 ndash 75 moderada atividade 76 ndash 100 muita atividade

Legenda SF-295 = glioblastoma humano HCT-8 = coacutelon humano MDAMB-435 = mama humano

124

Verificou-se que o extrato com a maior atividade citotoacutexica para ceacutelulas SF-295

(glioblastona ndash humano) e HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano) apresentou uma elevada

capacidade de sequumlestrar o radical livre DPPH assim como o extrato com menor

atividade antioxidante foi um dos extratos que na avaliaccedilatildeo para capacidade de inibir

o crescimento de linhagem de ceacutelulas tumorais apresentou baixas percentagens de

inibiccedilatildeo Tal resultado corrobora com os trabalhos que indicam os radicais livres

como fatores contribuintes com a patologia testada

125

6 CONCLUSOtildeES

Este estudo contribuiu para o conhecimento do perfil quiacutemico das espeacutecies E

citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R

crenaticupula atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento

das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo

para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras

Das espeacutecies estudadas as espeacutecies do gecircnero Ocotea apresentaram o melhor

perfil em relaccedilatildeo a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos uma vez que em

todas os oacutergatildeos vegetais dessas planta foi verificado tais substacircncias

Analisou-se o perfil alcaloiacutedico em espeacutecies com baixa concentraccedilatildeo de alcaloacuteides

por meio de espectrometria de massa Dessa forma torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de diversas ferramentas para concluir se uma espeacutecie conteacutem ou natildeo uma

determinada classe de substacircncia

Confirmou-se a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas

concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne

Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na

maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos

e aporfiacutenicos

Os rendimentos dos oacuteleos essenciais variaram de 002 a 429 em que as

espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os menores rendimentos

em todas as partes (folhas galhos e cascas) apresentando como constituinte

majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido

Os oacuteleos essenciais das espeacutecies de Endlicheria apresentaram os maiores

rendimentos A identificaccedilatildeo dos constituintes por cromatografia gasosa e RMN1H

identificou a presenccedila de geranato de metila nos oacuteleos de galhos e folhas de

Endlicheria citriodora com percentagem superior a 93 em ambas as partes

126

Nas atividades bioloacutegicas a espeacutecie Ocotea minor apresentou resultado positivo na

inibiccedilatildeo qualitativa para enzima acetilcolinesterase e alta capacidade sequestrante

do radical livre DPPH com CE50 de 731 plusmn 032 μgmL comparado com o padratildeo

quercetina de CE50 413 plusmn 0042 μgmL

Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram capacidade de inibir

qualitativamente a accedilatildeo da enzima acetilcolinesterase confirmando assim dados da

literatura de que espeacutecies ricas em alcaloacuteides satildeo fontes potenciais na busca de

inibidores desta enzima

As espeacutecies dos trecircs gecircneros natildeo apresentaram alta citotoxidade em nenhuma das

linhagens de ceacutelulas tumorais testadas

Este estudo abre perspectivas para que novas investigaccedilotildees envolvendo a famiacutelia

Lauraceae sejam realizados notadamente em relaccedilatildeo a definitiva elucidaccedilatildeo

estrutural dos principais constituintes dos extratos e oacuteleos essenciais proveniente de

diferentes partes da planta e no estabelecimento das suas propriedades bioloacutegicas

Considerando que substacircncias naturais podem ser responsaacuteveis pelo efeito de

proteccedilatildeo contra os riscos de muitos processos patoloacutegicos os resultados descritos

neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a accedilatildeo

antioxidante de substacircncias isoladas de espeacutecies O ceanothifolia e Ocotea minor e

atividades bioloacutegicas para o oacuteleo de E citriodora

127

7 REFEREcircNCIAS

Adams R P Identification of essential oil components by gaacutes chromatography

quadrupole mass spectroscopy Allured Card Stream IL 2007

Aguiar L M G et al Cecilin a 1-benzyl--carboline from Aniba santaladora

Phytochemistry n 19 p 1859-1860 1980

Alcacircntara J M Bioprospecccedilatildeo de espeacutecies amazocircnicas da famiacutelia Lauraceae com

potencial aromaacutetico e medicinal Manaus AM UFAM Pp139 2009

Alcantara J M Yamaguchi K K de L Silva J R de A Veiga Junior V F

Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais das folhas e caules de

Rhodostemonodaphne parvifolia Madrintildeaacuten (Lauraceae) Acta Amazocircnica Vol40 No3

pp 567-571 2010

Almeida M R Lima J A Santos N P Pinto A C Pereirina o primeiro alcaloide

isolado no Brasil Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 19 No 4 Pp 942-952

2009

Almeida V L Leitatildeo L C B Montanari C A Donnici C L Lopes M T P

Cacircncer e agentes neoplaacutesicos ciclo-celular especiacuteficos e ciclo-celular natildeo

especiacuteficos que interagem com o DNA uma introduccedilatildeo Quiacutemica Nova Vol 28 No

01 Pp 118-129 2005

Alves C Q David J M David J P Bahia M V Aguiar R M Meacutetodos para

determinaccedilatildeo de atividade antioxidante in vitro em substratos orgacircnicos Quiacutemica

Nova Vol 33 No10 Pp 2202-2210 2010

Anderson D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic

and other damage Mutation Research Vol 350 No01 p103-108 1996

Andrade L A F Alguns aspectos neurobioloacutegicos do envelhecimento cerebral

Revista Ciecircncia e Cultura Vol 40 Pp 665-672 1988

Antunes RMP Lima EO Pereira M SV Camara CA Arruda TA Catatildeo

RMR Barbosa TP Nunes XP Dias CS Silva TMS Atividade

antimicrobiana in vitro e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo inibitoacuteria miacutenina (CIM) de

128

fitoconstituintes e produtos sinteacuteticos sobre bacteacuterias e fungos leveduriformes

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol16 No 04 Pp517-524 2006

Arauacutejo Jr C P Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais de

frutas ciacutetricas Dissertaccedilatildeo de mestrado da Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2009

Arauacutejo A J Lordello A L L Maia B H L N S Anaacutelise comparativa dos oacuteleos

essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula Revista visatildeo acadecircmica Vol 02

No 02 Pp 81-84 2001

Baitello J B Novas espeacutecies de Lauraceae para a Flora Brasileira Acta Botacircnica

Vol 15 No 03 Pp 149-223 2001

Ballabeni V Tognolini M Giorgio C Bertoni S Bruni R Barocelli E Ocotea

quixos Lam essential oil In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties

Fitoterapia Vol 81 No 4 Pp 289-295 2010

Baratta MT Dorman HJD Deans SG Biondi DM RubertoG Chemical

composition antimicrobial and antioxidative activity of laurel sage rosemary

oregano and coriander essential oils Journal of Essencial Oil Research Vol 10 No

06 Pp 618-627 1998

Barbosa Filho J M Ocotea duckei excepcional source of yanganabin and other

furofuran lignans Anais da Academia Brasileira de Ciecircncias v 71 n 2 p 231-238

1999

Barbosa Filho J M Medeiros K C P Diniz M F Batista L M Athayde-Filho

PF Silva M S da-Cunha E VL Almeida J RG S Quintans-Juacutenior L J

Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol16 No 02 Pp 258-285 2006

Barbosa-Filho J M Lignanas neolignanas e seus anaacutelogos In CMO Simotildees et

al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da

UFSC Porto Alegre capiacutetulo 22 Florianoacutepolis 2004

129

Barbosa-FilhoJ M Cunha R M Dias C S Athayde-Filho P F Silva M S

Cunha E V L Machado M I L Craveiro A A Medeiros I A GC-MS Analysis

and cardiovascular activity of the essential oil of Ocotea duckei Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 18 No 01 Pp37-41 2008

Barnes J D Thomas M J K Mendham J Denney R C Vogel Anaacutelise Quiacutemica

Quantitativa Editora LTC 6ordf ediccedilatildeo 2002

Barreiros A L B S David J M Estresse oxidativo relaccedilatildeo entre geraccedilatildeo de

espeacutecies reativas e defesa do organismo Quiacutemica Nova Vol29 No1 Pp 113-123

2006

Barroso G M Guimaratildees E F Ichaso C L F Costa C G Peixoto A L

Sistemaacutetica de Angiosperma do Brasil Vol 01 2deg Ediccedilatildeo EDUSP Pp 255 Satildeo

Paulo 2002

Behling E B Sendatildeo M C Francescato H D C Antunes L M G Bianchi

Flavonoacuteide quercetina aspectos gerais e accedilotildees bioloacutegicas Alimentos Nutriccedilatildeo

Araraquara Vol 15 No 03 Pp 285-292 2004

Berkov S Batisda J Nikova M Viladomat F Codina C Rapid TLCCG-MS

Identification of Acetylcholinesterase inhibitors in alkaloid extraxts Phytochemical

analysis Vol 19 Pp 411-419 2008

Berridge M V Tan A S McCoy K D Wang R The Biochemical and Cellular

Basis of Cell Proliferation Assays that Use Tetrazolium Salts Biochemica Vol 04

Pp 14-19 1996

Bianchi M L P Antunes L M G Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta Revista de Nutriccedilatildeo Vol 12 No 02 Pp 123-130 1999

Borek C Antioxidants and cacircncer Science amp Medicine Vol 04 No 06 Pp 52-62

1997

Boscolo O H Mendonccedila-Filho RFW Menezes FS Senna-Valle L Potencial

antioxidante de algumas plantas de restinga citadas como medicinais Revista

Brasileira de Plantas Medicinais Vol09 No 01 Pp8-12 2007

130

Botelho P S Moraes M M Neves I A Neves R C S Ribeiro N C Born F

S Camara C A G Composiccedilatildeo quiacutemica e accedilatildeo repelente do oacuteleo essencial

Ocotea gardneri (meisn) mez sobre o aacutecaro rajado tetranychus urticae koch IX

Jornada de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (JEPEX) VI semana Nacional de Ciecircncias

e Tecnologia UFRPE 2009

Brandatildeo H N David J P Couto R D Nascimento J A P David J M

Quiacutemica e farmacologia de quimioteraacutepicos antineoplaacutesicos derivados de plantas

Quiacutemica Nova Vol 33 No 06 Pp 1359-1369

Braz Filho R Contribuiccedilatildeo da fitoquiacutemica para o desenvolvimento de um paiacutes

emergente Quiacutemica Nova Vol 33 No 01 Pp 229-239 2010

Bresolin T M B Cechinel ndash Filho V Ciecircncias Farmacecircuticas Contribuiccedilatildeo ao

desenvolvimento de novos faacutermacos e Medicamentos Editora Univali 1ordm ediccedilatildeoPp

29 2003

Bruice P Y Quiacutemica Orgacircnica Vol 01 4ordf ediccedilatildeo Pearson Prentice Hall 2006

Bruni R Medici A Lista A Fantini C Muzzoli M Dehesa M Romagnoli C

Sacchetti G Chemical Composition and Biological Activities of Ishpingo Essential

Oil aTraditional Ecuadorian Spice from Ocotea quixos (Lam) Kosterm (Lauraceae)

flower calices Food chemistry Vol 85 No 03 Pp 413-421 2003

Calow P Marine and estuarine invertebrate toxicity tests In Hoffman D et al

Handbook in cytotoxicology Oxford Blackwell Scientific Publication Vol 01 Pp 1-5

1993

Carballo JL Hernaacutendez-Inda ZL Peacuterez P Garciacutea-Graacutevalos MD A comparison

between two brine shrimp assays to detect in vitro cytotoxicity in marine natural

products BMC Biotechnology Vol 2 Pp1-5 2002

Castro-Faria-Neto HC Bozza PT Cruz HN Silva CLM Violante FA

Barbosa-Filho JM Thomas G Martins MA Tibiriccedilaacute EV Noel F Cordeiro

RSB Yangambin a new naturally occuring platelet activating factor receptor

antagonist binding and in vitro functional studies Planta Medica Vol61 Pp 101-

105 1995

131

Cavalcanti M F Oliveira M C F Velandia J R Echevarria A Siacutentese de 135-

triazinas substituiacutedas e avaliaccedilatildeo da toxicidade frente a Artemia Salina leach

Quiacutemica Nova Vol23 No 01 Pp 20 2000

Cechinel FilhoV Bresolin T M B Ciecircncias farmacecircuticas desenvolvimento de

novos faacutermacos e medicamentos Editora Univali Pp 239 2003

Chanderbali A S Lauraceae Endlicheria Flora Neotropical Monografia 91 New

York New York Botanical Garden 2004

Chang J Medicinal Herbs Drugs or dietary supplements Biochechemical

Pharmacology Vol 59 No 3 Pp211-219 2000

Chaverri C Ciccioacute J F Essential oil of trees of the genus Ocotea Lauraceae) in

Costa Rica Revista biologia Tropical Vol 53 No 3 Pp 431-436 2005

Chaverri C Ciccioacute JF Volatile constituents of the oils from Povedadaphne

quadriporata (Lauraceae) from ldquoAlberto M Brenesrdquo biological preserve Costa Rica

Quiacutemica Nova Vol 31 No 03 Pp 605-609 2008

Chavez J P Gottlieb O R Yoshida M 10-Desmethyl-1-methyleudesmanes

from Ocotea corymbosa Phytochemistry Vol 39 No 04 Pp 849-852 1995

Cheng S Liu J Tsai K Chen W Chang S Chemical composition and

mosquito larvicidal activity of essential oils from leaves of different Cinnamomum

osmophloeum provenances Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 52 No

22 Pp 4395-4400 2004

Cordell G A Quirn-Beattie M L Farnsworth N R The potential of alkaloids in

drug discovery Phytotherapy Research Vol 15 Pp 183-205 2001

Cragg G M Newman DJ Biodiversidade Um componente essencial na

descoberta de faacutermacos In Yunes R A Cechinel Filho V Quiacutemica de produtos

Naturais novos faacutermacos e a moderna farmacognosia 2ordf ediccedilatildeo Editora Univali

Pp58-62 2009

Cunha A P Salgueiro L Roque O R Farmacognosia e fitoquiacutemica Capiacutetulo 22

1ordm ediccedilatildeo Fundaccedilatildeo Calouste Gulenkian 2005

132

Degani A L G Cass Q B Vieira P C Cromatografia um breve ensaio Quiacutemica

Nova na Escola No 07 Pp 21-25 1998

Dewick P M Medicinal natural product a biosynthetic approach 2ordm ediccedilatildeo John

Wiley amp Sons 2002

Di Carlo G Mascolo N Izzo A A Capasso F Flavonoids old and new aspects

of a class of natural therapeutic drugs Life Science Tucson Vol 65 No 4 Pp 337-

353 1999

Dias B F S A implementaccedilatildeo da convenccedilatildeo sobre diversidade bioloacutegica no Brasil

desafios e oportunidades Campinas Andreacute Tosello Pp 1 1996

Droumlge W Free radicals in the physiological control of cell function Physiological

Reviews 2002

Duarte J A Appell H J Carvalho F Bastos M L Soares J M Endothelium-

derived oxidative stress may contribute to exercise-induced muscle damage Vol14

No08 Pp440-443 1993

Duarte M C T Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromaacuteticas

Utilizadas no Brasil Multiciecircncia Construindo uma histoacuteria sobre os Produtos

Naturais Universidade Estadual de Campinas No 07 2006

Ellman GL et al A new and rapid colorimetric determination of

Acetylcholinesterase activity Biochemical Pharmacoogy Vol 07 Pp 88-95 1961

Elsayed N M Antioxidant mobilization in response to oxidative stress a dynamic

environmentalndashnutritional interaction Nutrition Vol 17 No 10 2001

Fernandes ES Passos GF Medeiros R Cunha FM Ferreira J Campos

MM Pianowski LF Calixto JB Anti-inflammatory effects of compounds alpha-

humulene and (minus)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia

verbenaacutecea Journal of Ethnopharmacology Vol110 Pp323ndash333 2007

Ferraz A Screening for antiproliferative activity of six southem Brazilian species of

Hyperisum Phytochemistry Vol 12 Pp 112-115 2005

133

Finney D L Em Probit Analysis 3o ediccedilatildeo Editora Cambridge University Press

Cambridge Pp 76-80 1971

Fleschin S Fleschin M Nita S Pavel E Magearu V Free radicals ediated

protein oxidation in biochemistry Roum Biotechnology Letters No 06 Vol 05 Pp

479-495 2000

Fournet A Ferreira M E A R A Guy I Guinaudeau H Heinzen H

Phytochemical and antiprotozoal activity of Ocotea lancifolia

Fitoterapia Vol 78 No 5 Pp 382-384 2007

Francis P T Palmer A M Snape M Wilcov G K The cholinergic hypothesis of

Alzeimeracutes disease a review of progress Journal of Neurology Neurosurgery amp

Psychiatry Vol 66 No 02 Pp 137-147 1999

Giordani R B Pagliosa L B Henriques A T Zuanazzi JA Investigaccedilatildeo do

potencial antioxidante e anticolinesteraacutesico de Hippeastrum (Amaryllidaceae)

Quiacutemica Nova Vol 31 No 8 Pp 2042-2046 2008

Gottlieb O R amp Yoshida M Neolignanas antitumorais Ciecircncia e Cultura Vol 32

Pp 93-100 1978

Gottlieb O R Fineberg M Guimaratildees M L Magalhatildees M T Maravalhas M

Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromaacuteticas e Oacuteleos Essenciais

Vol 11 No 1 1965

Gottlieb O R Kaplan M A C Borin M R Biodiversidade um enfoque quiacutemico-

bioloacutegico Rio de Janeiro Editora UFRJ 1996

Gottlieb O R Salatino A Funccedilatildeo e evoluccedilatildeo e evoluccedilatildeo de oacuteleos essenciais e de

suas estruturas secretoras Ciecircncia e Cultura Vol 39 Pp 707-715 1987

Gottlieb O R Yoshida M Lignoacuteides com atenccedilatildeo especiala quiacutemica das

neolignanas Quiacutemica Nova Vol 07 No 4 Pp 250-254 1984

Gottlieb OR Koketzu M Magalhatildees MT Maia JGS Mendes PH Rocha A

I Silva ML Wilberg VC Amazonian Essential Oils VII Acta Amazonica Vol11

No1 Pp 143-148 1981

134

Gocircuvea C M C P Oxidaccedilotildees bioloacutegicas e atividade vegetal In Fitoteraacutepicos anti-

inflamatoacuterios aspectos quiacutemicos e aplicaccedilotildees terapecircuticas Carvalho J C T coord

Ribeiratildeo Preto Editora Tecmed Pp 101-124 2004

Guaratini T Medeiros M H G Colepicolo P antioxidantes na manutenccedilatildeo do

equiliacutebrio redox cutacircneo uso e avaliaccedilatildeo de sua eficaacutecia Quiacutemica Nova Vol 30 No

01 Pp 206-213 2007

Guinaudeau H Aporphinoid alkaloids III Journal of Natural Products Vol 46 No 6

Pp 761-835 1983

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphine Alkaloids V Journal of Natural

Products Vol57 No08 Pp 1033-1135 1994

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphinoid alkaloids II Journal of Natural

Products Vol 42 No 4 Pp 761-835 1979

Halliwell B Antioxidants in Human Health and Disease Annual Review of Nutrition

Vol 16 Pp 33-50 1996

Halliwell B Free radicals and antioxidants a personal view Nutrition Reviews

Vol52 No8 Pp253-265 1994

Halliwell B The antioxidant paradox The Lancet Vol355 No 01 Pp 1179 - 1180

2000

Henriques A T Limberger R P Kerber V A Moreno PRH Alcaloacuteides

Generalidades e aspectos baacutesicos In In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC

Porto Alegre capiacutetulo 29 Florianoacutepolis 2004

Heo H J Hang S C Cho H Y Hong B Kim H K Kim E Ki Shim D H

Amelioiating effect of gardenia jasminoides extract on Amyloid beta peptide ndash

induced Neuronal cell deficit Molecules and cells Vol 24 No 1 Pp 113-118 2002

Hostettman K Queiroz E F Vieira PC Princiacutepios ativos de plantas superiores

Editora UFSCar Satildeo Carlos 2003

135

httpwwwprossigabrottogottlieb Enigmas das Lauraceaes Programa de

Informaccedilatildeo para Gestatildeo de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de

Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia Pesquisado em 20 de julho de 2010

httpwwwwhointresearches acessado em 15 de fevereiro de 2011

Ingkaninan K Hazekamp A Hak AC Balconi S Verpoort R High

performance liquid chromatography with online coupled UV-mass spectrophometric-

biochemical detection for identification of acetyl cholinesterase inhibitors from natural

products Journal of Liquid Chromatography amp Related Technologies Vol 872 Pp

61-73 2000

Jia Q Qiu Z Nissanka A Farow T M US Patent Application Kind Code serial

nordm 741215series code 09 2000

Juergens UR Stober M Vetter H Inhibition of cytokine production and

arachidonic acid metabolism by eucalyptol (18-cineole) in human blood monocytes

in vitro European Journal of Medical Research Vol 03 Pp407-412 1998

Keynes RG Garthwaite J Nitric Oxide and its Role in Ischaemic Brain Injury

Current Molecular Medicine Vol 04 No02 Pp 179-191 2004

Kurtz B C Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura do estrato arboacutereo de um trecho de

Mata Atlacircntica situado na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Estadual de Paraiacuteso Municiacutepio de

Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia 51(78-79) Pp 69-112

2000

Lanccedilas F M Cromatografia em Fase Gasosa 1ordm ediccedilatildeo Acta Eventos Vol 01

Satildeo Carlos 1993

Lima I O Oliveira R A G Lima E O L Farias N M P Souza E L Atividade

antifuacutengica de oacuteleos essenciais sobre espeacutecies de Candida Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 16 No 02 Pp 197-201 2006

Lima M P Silva T M D Dilva J D Zoghbi M G Andrade E H Essential oil

composition of leaf and fine stem of Aniba canelilla (Kunth) Mez from Manaus Brazil

Acta Amazocircnica Vol 34 No02Pp 329 ndash 330 2004

136

Loacutepez S Bastida J Viladomat F Codina C Acetylcholinesterase inhibitory

activity oh some Amaryllidaceae alkaloids and Narcissus extratcts Life Sciences

Vol 71 No 21 Pp 2521-2529 2002

Lorenzi H Aacutervores Brasileiras ndash Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas

Arboacutereas Nativas do Brasil Vol2 2ordfediccedilatildeo Editora Plantarum Nova Odessa ndash SP

Pp 368 2002

Ma W W Anderson J E McLaughlin JL Bioactive Benzyl Benzoates from the

Roots of Endlicheria Dysodantha Pharmaceutical Biology Vol 29 No 3 Pp 237 ndash

239 1991

Maciel M A M Pinto A C Veiga Jr V F Plantas medicinais a necessidade de

estudos multidisciplinares Quiacutemica Nova Vol 25 No 3 Pp 429-438 2002

Madrintildeaacuten S Rhodosteonodaphne (Lauraceae) Flora neotropical Monografia 92

New York New York Botanical Garden 2004

Marques C A Importacircncia Econocircmica da Famiacutelia Lauraceae Floresta e Ambiente

Universidade Federal de Viccedilosa Vol 8 No1 JanDez Pp195-206 2001

Mclaughlin JL Saizarbitori TC Anderson JE Tres bioensayos simples para

quimicos de productos naturales Revista Sociedade Venezuelana de Quimica Vol

08 Pp13-18 1995

Meirelles U M F et al Algumas accedilotildees bioloacutegicas do 1-(p-metoxibenzil)-67-

metilenodioxiisoquinolina Acta Amazonica v 7 n 1 p 39-40 1979

Mensor L L Screening of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of

DPPH free radical method Phytotherapy Research Vol 16 Pp 127 2001

Menut C Bessieacutere J M Hassani M S Buchbauer G Schopper B Chemical

and biological studies of Ocotea comoriensis bark essential oil Flavour and

Fragrance journal Vol 17 Pp 459-461 2002

Meyer B N Ferrigni N R Putnam J E Jacobsen L B Nichols B McLaughlin

J L Journal of Medicinal Plant Research vol 45 Pp 31-34 1982

137

Miyazawa M Tougo H Ishihara M Inhibition of acetylcholinesterase activity by

essential oil from Citrus paradise Natural Product Letters Vol 15 No 03 Pp205-

210 2001

Moellering Jr RC Novos desafios no campo das doenccedilas infecciosas In

Patoacutegenos emergentes nas doenccedilas infecciosas Relatoacuterio Especial Hospital

Praacutectice Euromeacutedice Editora Meacutedicas Pp5-7 2000

Morais L C S L Barbosa-Filho J M Almeida R N Central depressant effects

of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice Journal of

Ethnopharmacology Vol 62 No 1 Pp 57-61 1998

Mossman T Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival application to

proliferation and cytotoxicity assays Journal of Immunological Methods Vol 65

No02 Pp 55-63 1983

Nodori RO Guerra MP Biodiversidade aspectos bioloacutegicos geograacuteficos legais

e eacuteticos In CMO Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento

Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16

Florianoacutepolis 2004

Nordberg J Arneacuter SJ Reactive oxygen species antioxidants and the mammalian

thioredoxin system Free Radical Biology and Medicine Vol 31 Pp1287-1312

2001

Nunes X P Mesquita R F Silva D A Lira D P Costa V C O Silva MV B

Xavier A L Diniz MF F M Agra M F Constituintes quiacutemicos avaliaccedilatildeo das

atividades citotoacutexica e antioxidante de Mimosa paraibana Barneby (Mimosaceae)

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18 (Supl) Pp 718-723 2008

Oliveira P A Estudo fitoquiacutemico e atividades bioloacutegicas de extratos de Goupia

glabra Aublet (cupiuacuteba) Dissertaccedilatildeo do Mestrado em Quiacutemica Universidade Federal

do Amazonas Pp 65-68 2010

Palazzo M C Agius B R Wright B S Haber W A Moriarity D M Setzer

W N Chemical Compositions and Cytotoxic Activities of Leaf Essential Oils of Four

138

Lauraceae Tree Species from Monteverde Costa Rica Records Natural Products

Vol 03 No01 Pp32-372009

Pereira P S Franccedila S C Oliveira P V A Breves C M S Pereira S I V

Sampaio S V Nomizo A Dias A D Chemical constituents from

Tabernaemontana catharinensis root bark a brief NMR review of iacutendole alkaloids

and in vitro cytotoxicity Quiacutemica Nova Vol 31 No 01 Pp 20-24 2008

Perry N S L Bollen C Perry E K Ballard C Salvia for dementia therapy

review of pharmacological activity and pilot tolerability clinical trial Pharmacology

biochemistry and behavior Vol 75 No 3 Pp 651-659 2003

Phillipson G W Anderson A C Journal Ethnopharmacol Vol 25 Pp 61 1998

acetylcholinesterase activity by essential oils of Mentha species Journal of

Agriculture and Food Chemistry Vol 46 Pp 3431-3434 1998

Pinto A C Silva D H S Bolzani V S Lopes N P Epifanio R A Produtos

Naturais Atualidade desafios e perspectivas Quiacutemica Nova Vol 25 Supl 01 Pp

45-61 2002

Quik M Jeyarasasingam G Nicotine receptor and Parkinsonrsquos disease European

Journal of Parkinsonrsquos disease Vol 393 Vol 1-3 Pp 223-230 1999

Quinet A Andreata R H P Lauraceae Jussieu na Reserva Ecoloacutegica de Macaeacute

de Cima municiacutepio de Nova Friburgo Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia vol53

No82 Pp59ndash121 Rio de Janeiro 2002

Rahalison L Hamburger M Monod M Frenk E Hostettmann K Antifungal

tests in phytochemical investigations comparison of bioautographic methods using

phytopatogenic and human pathogenic fungi Planta Meacutedica Vol60 Pp 41-44 1994

Rahimi-Nasrabadi M Gholivand M B Batooli H Chemical composition of the

essential oil from leaves and flowering aerial parts of Haplophyllum robstum

(Rutaceae) Journal of nanomaterials and biostructures Vol 4 No 4 Pp 819-822

2009

139

Rajendran V Shong Suo-Bao Saxena A Doctor B P Kozikowski A P

Synthesis of a hybrid analog of the acetylcholinesterase inhibitor huperzine A and

huperzine B Tetrahedron Letters Vol 42 No 01 Pp 5359-5361 2001

Rhee I K Van der Meent M Ingkaninan K Verpoorte R Screening for

acetylcholinesterase inhibitors from from Amararyllidaceae using silica gel thin-layer

chromatography in combination with bioactivity staining Journal of chromatography

A Vol 915 No1 Pp 217-223 2001

Ribeiro J E L S Hopkins M J G Vicentini A Sothers C A Costa M A da

S Brito J M Martins L H P Lohmann LG Assunccedilatildeo P A C L Pereira E

C Silva C F Mesquita M R Proacutescoacutepio L C Flora da Reserva Ducke Guia de

identificaccedilatildeo das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazocircnia

Central Pp 151 Manaus INPA 1999

Ribeiro RA Carmo LG Vladimorova I Jurkiewicz NH Jurkiewicz A

Nantenine blocks muscle contraction and Ca2+ transient induced by noradrenaline

and K+ in rat vas deferens European Journal of Pharmacology Vol 470 No 01 Pp

37-43 2003

Rizzini C T Mors W B Botacircnica Econocircmica Brasileira Editora EDUSP Satildeo

Paulo Pp 119 1976

Rizzini CT amp MorsWB Botacircnica econocircmica brasileira 2ed Acircmbito cultural Rio

de Janeiro Pp 56 1995

Robbers J E Speedie M K Tyler V E Farmacognosia farmacobiotecnologia

editor Premier Pp 163 Satildeo Paulo 1997

Rodriacuteguez M Hasegawa M Gonzaacutelez-Muacutejica F Motta N Castillo A Castillo

J Zea E Mora K Sousa A G Camejo D Antidiabetic and antiradical activities

of plants from Venezuelan Amazon Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18

No 03 Pp 331-338 2008

Rohwer JG Lauraceae In Kubitzki K Rohwer JG amp Bittrich V (Eds) The

families and genera of vascular plants Springer-Verlag Berlim Vol 2 Pp 366-391

1993

140

Rover Juacutenior L Houmlehr N F Vellasco A P Sistema antioxidante envolvendo o

ciclo metaboacutelico da glutationa associado a meacutetodos eletroanaliacuteticos na avaliaccedilatildeo do

estresse oxidativo Quimica Nova Vol 24 No 01 Pp 112-119 2001

Saacutenchez-moreno C A procedure to measure the antiradical efficiency of

polyphenols Journal of the Science of Food and Agriculture Vol 76No 02 Pp

270-276 1998

Sangirardi Jr Botacircnica fantaacutesticaplantas da mitologia religiatildeo magiaEd

Brasiliense Pp 113 ilust Satildeo Paulo 1984

Santos C C Estudo Quiacutemico de Endlicheria sericeae Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade Estadual de Campinas Instituto de Quiacutemica 1976

Santos R I Metabolismo baacutesico e origem dos metaboacutelitos secundaacuterios In CMO

Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade

UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

Santos-Filho D Gilbert B The alkaloids of Nectandra megapotamica

Phytochemistry v 14 p 821-822 1975

Silva D B Matos M F C Nakashita S T Misu C K Yoshida N C Carollo C

A Fabri J R MIglio H S Siqueira J M Isolamento e avaliaccedilatildeo da atividade

citotoacutexica de alguns alcaloacuteides oxoaporfiacutenicos obtidos de Annonaceae Quiacutemica

Nova Vol 30 No 08 Pp 1809-1812 2007

Silva I G Barbosa-Filho J M da Silva M S de Lacerda C D G da-Cunha

E V L Coclaurine from Ocotea duckei Biochemical Systematics and Ecology Vol

30No 9 Pp 881-883 2002

Silva J Abebe W Sousa SM Duarte VG Machado MIL Matos FJA

Analgesic and anti-inflammatory effects of essential oils of Eucalyptus Journal of

Ethnopharmacology Vol 89 No 02 Pp 277-283 2003

Silva L M G E Hamesrki L Garcez FR (PQ) Garcez WS Atividade larvicida

contra Aedes aegypti da Dicentrina isolada de Ocotea vellosiana (Lauraceae)

141

Sociedade Brasileira de Quiacutemica (SBQ) 31a Reuniatildeo Anual da Sociedade Brasileira

de Quiacutemica 2009

Silva R S Ribeiro C M R Borges M N Blois G S O Oacuteleo essencial de

limatildeo no ensino da cromatografia em camada delgada Quiacutemica Nova Vol32 No8

Pp 2234-2237 2009

Silva S L Chaar J S Figueiredo P M Yano T Cytotoxic evaluation of

essential oil from Casearia sylvestris Sw on human cancer cells and erythrocytes

Acta Amazocircnica Vol 38 No 01 Pp 107-112 2008

Silva S L Figueiredo P MYano T Cytotoxic evaluation of essential oil from

Zanthoxylum rhoifolium Lam Leaves Acta Amazocircnica Vol 32 No 02 Pp 281-286

2007

Simatildeo AM Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicoloacutegico Satildeo Paulo Nobel

1985

Simotildees CMO Spitzer V Oacuteleos Volaacuteteis In Simoes CMO Schenkel EP

Gosmann G Mello JC P Mentz LA Petrovick (orgs) Farmacognosia da planta

ao medicamento 5ordm ediccedilatildeo Universidade UFRGS Ed da UFSC Porto Alegre

p467 2004

Skehan P Storeng R Scudiero D Monks A McMahon J Vistica D Warren

J T Bodesch H Kenney S Boyd M R New Colorimetric Cytotoxicity Assay for

Anticancer-Drug Screening Journal of the national cancer institute Vol 82 No 13

Pp 1107-1112 1990

Soler-Rivas C Espın JC Wichers HJ 2000 An easy and fast test to compare

total free radical scavenger capacity of foodstuffs Phytochemistry Analysis Vol 11

Pp 1ndash9 2000

Souza C M M Rocha e Silva H Vieira-Jr G M Ayres M C C da Costa C L

S Arauacutejo D S Cavalcante L C D Barros E D S Arauacutejo P B M Brandatildeo M

S Chaves M H Fenoacuteis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais

Quiacutemica Nova Vol 30 No 02 Pp351-355 2007

142

Souza W M Estudo quiacutemico e das atividades bioloacutegicas dos alcaloacuteides indoacutelicos e

himatanthus lancifolius (muell arg) woodson apocynaceae ndash (agoniada) Tese

(Doutorado em Ciecircncias Farmacecircuticas) Universidade Federal do Paranaacute Curitiba

2008

Sulaiman S N Mukhtar M R Hadi A H A Awang K Hazni H Zahari A

Litaudon M Zaima K Morita H Lancifoliaine a New Bisbenzylisoquinoline from

the Bark of Litsea lancifolia Molecules Vol16Pp3119-3127 2011

Tabarrini O Cecchetti V Temperini A Filipponi E Lmperti M G Fravolini A

Velnacrine thia analogues as potential agents for treating alzheimeracutes Bioorganic

and Medicinal Chemistry Vol 09 No 11 Pp 2921-2928 2001

Takaku S Haber W A Setzer W Leaf essential oil composition of 10 species of

Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical Systematics and

Ecology Vol35 No08 Pp 525-532 2007

Takaku S Harber W A Setzer W N Leaf essential oil composition of 10 species

of Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical systematic and

ecology Vol35 Pp 525-532 2007

Telascrea M Arauacutejo CC Cavalheiro AJ Marques MOM Facanali R

Moraes PLR Essential oils from leaves of Cryptocarya spp from the atlantic rain

forest Quiacutemica Nova Vol 31 No 3 Pp 503-507 2008

Tiveron A P Atividade antioxidante e composiccedilatildeo fenoacutelica de legumes e verduras

consumidos no Brasil Dissertaccedilatildeo de mestrado em Ciecircncias e tecnologia de

alimentos Universidade de Satildeo Paulo Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de

Queirozrdquo 2010

Ur-Rahman A Parveen S S Khalid A Farroq A Choudhardr M I Acetyl and

butyrylcholinesterase ndash Inhibiting triterpenoid Phytochemistry Vol 58 No 6 Pp

963-968 2001

Vargas F de S Estudo comparativo entre teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de atividades

antioxidantes de espeacutecies de plantas da Amazocircnia Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Patologia Tropical Universidade Federal do Amazonas 2008

143

Vattimo-Gil I A O gecircnero Ocotea Aubl no sul do Brasil I Espeacutecies de Santa

Catarina e do Paranaacute Pp 265-350 1956

Verbel J O Cervera T G Fernandez J G Colorado B J Stashenko E

Chemical composition and antioxidant activity of essential oils isolated from

Colombian plants Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 20 No 4 2010

Viegas Jr C Bolzani V S Barreiro E J Os produtos Naturais e a quiacutemica

medicinal moderna Quiacutemica Nova Vol29 No 02 Pp 326-337 2006

Viegas Junior Bolzani V S Furlan M Fraga C A M Barreiro Produtos

Naturais como candidatos a faacutermacos uacuteteis no tratamento do mal de Alzheimer

Quiacutemica Nova Vol 27 No 4 Pp 655-660 2004

Vilegas J H Y Gottlieb O R Kaplan M A C Gottlieb H E Phytochemistry

Vol 28 No Pp 3577 1989

Wink M Physiology of secondary product formation in plants In CHARLWOOD B

V RHODES MJC (ed) Secondary products from plant tissue culture Oxford

Clarendon 1990

Wu W Huang C Sctructural Elucidation of Isoquinoline Isoquinolone

Benzylisoquinoline Aporphine and Phenanthrene Alkaloids using API-ionspray

Tandem Mass Sprectrometry The Chinese Pharmaceutical Journal Vol 58 Pp 51-

55 2006

Yilmaz Y Toledo R T Health aspects of functional grape seed constituents

Trends in Food Science and Technology Vol 15 No 9 Pp 422-433 2004

Zanin S M W Lordello A L L Alcaloacuteides aporfinoacuteides do gecircnero Ocotea

(Lauraceae) Quiacutemica Nova Vol 30 No 01 Pp 92-98 2007

Zauli R C Pereira M A Cardoso L G V Silva J M SF da Carvalho J C T

Fiorini J E Atividade antimicrobiana e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo Inibitoacuteria

miacutenima e concentraccedilatildeo bactericida miacutenima de Dillenia indica L (flor de abril) Gestatildeo

de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Seminaacuterio de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da UNIFENAS

2004

144

Zheng W Wang S Y Antioxidant Activity and Phenolic Compounds in Selected

Herbs Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 49 No 11 Pp 5165-5170

2001

Zhou B N Johnson R K Mattern MR Wang X Hecht S M Beck H T

Ortiz A Kingston D G J Isolation and Biochemical Characterization of a New

Topoisomerase I Inhibitor from Ocotea leucoxylon Journal of Natural Products

Vol63 No02 Pp 217-221 2000

Zoghbi M G B Andrade E H A Santos A S Silva M H L Maia G S

Constituintes volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae com ocorrecircncia na Floresta

Nacional de Caxiuanatilde ndash Melgaccedilo ndash PA CBO 014 - estaccedilatildeo cientiacutefica Ferreira Penna

2005

Zuanazzi J A S Montana J A Flavonoacuteides In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm

ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

1

AVALIACcedilOtildeES QUIacuteMICABIOLOacuteGICAS OacuteLEO ESSENCIAL PERFIL

ALCALOIacuteDICO PROSPECCcedilAtildeO

Oacutergatildeo vegetal

Antioxidante (μgmL)

Anti ACh

E

Artemia salina

(μgmL)

HCT ndash 8 ()

MDAMB-435 ()

SF-295 ()

Rend ()

Constituinte majoritaacuterio

iacuteons (M+1)

mz

Tipo de alcaloacuteide

Fenol Flavonoacuteide Alcaloacuteide

E citriodora Folhas 16101 - 8301 2896 723 1531 429

geranato de metila 23895

benziliso quiniliacutenico

- - -

Galhos Grossos 4278 + 10000 1632 4117 082 250

geranato de metila 30006 aporfiacutenico + - -

E sericeae

Folhas 977 - 90260 3756 389 4719 013 espatulenol 32995 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 5092 - 100011 3015 1791 2430 010

oacutexido de cariofileno 33009 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 1444 - 229766 2180 4639 773 011

oacutexido de cariofileno 32988 aporfiacutenico + - +

Cascas 1329 - 82381 NR NR NR 006 elemol 33009 aporfiacutenico + + +

O

ceanothifolia

Folhas 1812 - 134640 3556 1228 2798 011 oxido de

cariofileno 29992 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 1564 + 261600 NR NR NR 007

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Galhos Finos 1443 + 262121 NR NR NR 005

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Cascas 1017 - 134287 3273 5041 058 NR NR 31406 aporfiacutenico + - -

O leucoxylon

Folhas 5251 - 388560 3831 1247 3690 013 oxido de

cariofileno 37013 aporfiacutenico + - +

Galhos Grossos 5088 + 165150 2904 955 1188 005

beta-cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 8261 + 254856 1775 3872 2459 002

oxido de cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

O minor

Folhas 821 + 83040 2964 369 436 011 beta-

cariofileno 14389 triptamiacutenico + - +

Galhos Grossos 908 + 146791 7430 1251 7536 004

oacutexido de cariofileno 20507 NI + + +

Galhos Finos 731 + 230218 2220 514 1666 NR NR 20507 NI + + +

Cascas 757 - 243004 3341 419 414 006 oacutexido de

cariofileno 28558 benziliso

quiniliacutenico + + +

R recurva

Folhas 11046 - 129990 1834 520 541 006 beta-selineno 33016 aporfiacutenico - - -

Galhos Grossos 19826 - 38674 126 1106 801 002 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Galhos Finos 12538 - 211285 3183 771 2798 003 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Cascas 5511 - 24385 3041 1296 2703 004 beta-eudesmol NR NI - - +

R

crenaticupula

Folhas 7816 - 167512 3671 465 511 058 delta-cadineno 43691 NI - - +

Galhos Grossos 6701 - 471571 1194 3344 1012 002

aacutecido hexadecanoacuteico 28606

benziliso quiniliacutenico + - +

1

Anexos

2

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Folhas

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Desktop_110324154738 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 202E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

23895

36691

38791

17217

34192

2549830006 39505

2607919891 551014229116706 52224

567114350212107 59112 63914 7355369920 76710

Desktop_110322181603 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 288E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

30006

32988

34612

2960719205

26905 35396

36992

17714

19394 38413 55045522384370515096 61940 66119 68513 75737 78712

3

Espectro de massa de Endlicheria sericea Folhas

Espectro de massa de Endlicheria sericea Cascas

Desktop_110322160544_110322160544 1-12 RT 000-019 AV 12 NL 175E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32995

28592

30013

27416

6211519205

12191 34612 436982689114403452943620820794 51230 6430641507 54051 6193349452 68121 69920 74694

Desktop_110322171533 1-7 RT 001-011 AV 7 NL 549E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

28585

1918434591

2690520787

351932341217686

38420 43698 47093 6193349725 5913316524 64768 69150 75772 79377

4

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos finos

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos grossos

Desktop_110322193119 1-14 RT 000-023 AV 14 NL 167E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32988

28606

3000634619

19184

2080823391

27423 691086611235186

5223838406 550594532218981 61933 7031215082 75744

Desktop_110322190205 1-13 RT 001-022 AV 13 NL 638E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

32813

34192

3000627402

23412

4370535802

2159219184

619335571036012

59133527144970438119

4942441325

647334549717693

17511 7573769948 77732

5

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Galhos

Desktop_110324163345 1-31 RT 001-053 AV 31 NL 684E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

43691

27416

45287

31819

34605

30216

2341251223 61926

35319 54030203815916137405

64733484371918415075 66322 69115 75723

Desktop_110324160838 1-25 RT 000-042 AV 25 NL 106E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28606

33009

31385

20381

27472

1391334381

356132689819198 4371225680

6192641514 5912645322 5503817686 51706 62115

65734 69927 73742 78726

6

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos finos

Desktop_110322164317 1-11 RT 001-019 AV 11 NL 570E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33016

27423

19191

32813

31203

35606 6210843705

17707 619262650645294

15082 36236 59133522312462337398

21893647334290711589 49445

6633669934 74127

Desktop_110322202301 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 124E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3461228193

19205

32589

2678619387

20801 3560655514

69108

3581619009 45315 55038 661265083841906 56907

15089 64019 69612 74232 77529

7

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Folhas

Desktop_110322190322 1-21 RT 001-036 AV 21 NL 104E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3459132589

27402

19205

30013

3559917693 4371926506

36222 52259 550452087815103 6194049438 6372514403 69927 75758

Desktop_110322154038 1-22 RT 000-037 AV 22 NL 366E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

35795

34213

28298

38000274025504552259 6194039610

43712 59133 7153720892 4943826485 6352212086 19226 73735 78544

8

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Cascas

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos finos

Desktop_110324160707 1-18 RT 001-030 AV 18 NL 730E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

13899

31406

33002

30006

34605

2190715089

1809224882

29705

5793625106 5512241535

430825461136894 6072946925

66350 69948 73322 77851

Desktop_110322194703 1-14 RT 001-024 AV 14 NL 266E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

34591

31420

28284

2741635802

1920520808 38406 5504518687 522454371912093 61933 69108 75744 77739

9

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Folhas

Desktop_110322183118 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 118E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2999234605

31413

27409

43719 4529419401

2591119212

25701

5230836208 550454952217686 20787 619684131817490 64754 7592669115

Desktop_110322162056 1-12 RT 001-020 AV 12 NL 341E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

37013

32484

31084

27423

3861672314

26492 44601 70921

24595 5505952273400162179515089 69535 7411349473 6643456634 76542

10

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos grossos

Desktop_110322201310 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 330E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Re

lativ

e A

bu

nd

an

ce

36992

35592

32484

31084

72314

2929970914

3781126499

39386 445946950720878 53897 7393115082 40023 664066194045602 77340

Desktop_110322174442 1-11 RT 001-018 AV 11 NL 240E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

36992

35592

32505

72307

37195

7090731084

29285

37797

28088 3862326506

6952120878 6196144594 52245 55059 7391015089 76325

11

Espectro de massa de Ocotea minor Folhas

Espectro de massa de Ocotea Cascas

Desktop_110322165516 1-9 RT 001-015 AV 9 NL 321E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

14389

20507

17490

12086

23685

27430 346055225240933 5505242907 61947 7953866553 73721

Desktop_110322171506 1-9 RT 000-014 AV 9 NL 917E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28585

2999233009

2690534598

1920520801

372021870814389 22397 37797 43705 6194049501 52245 59119 65132 70032 72321 77550

12

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos grossos

Desktop_110322200126 1-16 RT 000-026 AV 16 NL 262E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

20507

14389

17511

25085

2350313192

2740931798 34605

4370538406 52238 79923619475504546715 64740 7368671530

Desktop_110322185001 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 178E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2050714389

3459117504 31609

23692 28585

13192

43705 5504536236 5223861926 64726 7574473126

13

14

Espectro de RMN 13C

15

Espectro de DEPT

16

rh

Espectro de HSQC

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,

vii

Para ser grande secirc inteiro nada

Teu exagera ou exclui

Secirc todo em cada coisa Potildee quanto eacutes

No miacutenimo que fazes

Assim em cada lago a lua toda

Brilha porque alta vive

Fernando Pessoa

viii

RESUMO

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das famiacutelias mais importantes na floresta amazocircnica apresentando um nuacutemero expressivo de espeacutecies com diversas utilizaccedilotildees devido a qualidade dos seus produtos naturais Quimicamente as espeacutecies desta famiacutelia caracterizam-se pela presenccedila de alcaloacuteides neolignanas flavonoacuteides terpenos e fenilpropanoacuteides Este estudo contribui para a anaacutelise do perfil quiacutemico dos trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e Rhodostemonodaphne atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos e oacuteleos essenciais contribuindo para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras Neste trabalho foi realizado prospecccedilatildeo fitoquiacutemica anaacutelise do perfil alcaloiacutedico por cromatografia em camada delgada (CCD) e espectrometria de massa (EM) dos extratos etanoacutelicos identificaccedilatildeo dos constituintes do oacuteleo essencial e verificaccedilatildeo das atividades anticolinesteraacutesica antioxidante e citotoacutexica dos extratos etanoacutelicos das espeacutecies E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R crenaticupula As espeacutecies foram coletadas na Reserva Ducke em Manaus e separadas para obtenccedilatildeo de oacuteleos essenciais e extratos etanoacutelicos Estes foram analisados quanto as atividades quiacutemicabioloacutegicas e submetidos a particcedilotildees aacutecido-base para obtenccedilatildeo de fraccedilotildees enriquecidas de alcaloacuteides O perfil alcaloiacutedico foi analisado por CCD utilizando reveladores especiacuteficos e por EM Os oacuteleos essenciais foram analisados por CG-DIC e CG-EM Confirmou-se que a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos e aporfiacutenicos Os rendimentos dos oacuteleos essenciais obtidos por hidrodestilaccedilatildeo em clevenger modificado variaram de 002 a 429 sendo Endlicheria citriodora a espeacutecie que apresentou maior rendimento 25 nos galhos e 43 nas folhas tendo como constituinte majoritaacuterio o geranato de metila (acima de 93) elucidado por CG-DIC CG-EM RMN1H e RMN 13C Os oacuteleos essenciais das outras espeacutecies apresentaram rendimento inferior a 1 e como constituinte majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido A atividade antioxidante foi avaliada atraveacutes da capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPHbull) utilizando quercetina como padratildeo externo expressos como valores de concentraccedilatildeo eficiente (CE50)Os extratos de Ocotea minor foram os que apresentaram maior potencial antioxidante (CE50=731 plusmn 032 μgmL) A anaacutelise qualitativa da atividade anticolinesterase foi realizada de acordo com o meacutetodo de Ellman (modificado) com resultados negativos para inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado positivo A atividade antitumoral foi avaliada contra quatro linhagens de ceacutelulas (leucemia mama coacutelon e glioblastoma) segundo o meacutetodo de MossmanNenhum dos extratos testados apresentou atividade citotoacutexica pronunciada

Palavras-chave Floresta Amazocircnica Lauraceae alcaloacuteide oacuteleo essencial

ix

ABSTRACT

The family Lauraceae is one of the most important families in the Amazon

rainforest featuring an significant number of species with different uses due to the

quality of products naturalThe species this family are Chemically characterized by

the presence of alkaloids neolignans flavonoids terpenes and phenylpropanoids

This study contributes to the analysis of the chemical profile of the three genera

Endlicheria Ocotea and Rhodostemonodaphne about directing the investigations on

the chemical composition of extracts and essential oils contributing to the screening

of promising genera and species This work was carried out prospecting

phytochemical alkaloid profile analysis by thin layer chromatography (TLC) and

mass spectrometry of the ethanol extracts identification of the essential oil and

analysis of activities anticholinesterase antioxidant and cytotoxic of ethanolic

extracts of E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R

recurva and R crenaticupula The species were collected in Reserva Ducke in

Manaus The material was separated to obtain essential oils and ethanolic extracts

These were analyzed for chemical biological activities and subjected to acid-base

partition to obtain enriched fractions of alkaloids The alkaloid profile was analyzed

by mass spectrometry and TLC with revealing specific The essential oils were

analyzed by GC-FID and GC-MS It was confirmed the high presence of alkaloids in

the genus Ocotea and low in species Endlicheria and Rhodostemonodaphne In

mass spectrometry the peaks mz 300 and 330 were present in most fractions and

may correspond to the type alkaloids Benzylisoquinolines and Aporphines The yields

of essential oils obtained by hydrodistillation in Clevenger modified ranged from

002 to 429 The specie Endlicheria citriodora was the highest yield 25 in the

branches and 43 in the leaves The Methyl geranate was the major constituent

(above 93) elucidated by GC-FID GC-MS RMN1H and RMN 13C The essential

oils from other species showed less than 1 yield and caryophyllene and its oxide

were the major constituents The antioxidant activity was assessed by sequestering

ability of the stable radical 22-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPHbull) using quercetin as

external standard expressed as effective concentration values (EC50) The extracts

of Ocotea minor presented the best antioxidant potential (EC50 = 731 plusmn 032 μg

mL) Qualitative analysis of anticholinesterase activity was performed according to

the method of Ellman (modified) with negative results for inhibiting the enzyme

acetylcholinesterase The branches of the three species of Ocotea were positive The

antitumor activity was evaluated against four cell lines (leukemia breast colon and

glioblastoma) by the method of Mossman None of the extracts tested showed

pronounced cytotoxic activity

Keywords Amazon forest Lauraceae alkaloid essential oil

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Laruraceae

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanas

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Figura 7 Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

Figura 8 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

Figura 9 Biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria

Figura 14 Estruturas isoladas de Endlicheria sericeae

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

Figura 20Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo

brasileira

Figura 21 Estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividade canceriacutegenas

derivadas de fontes vegetais

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

Figura 25 a 31 Placas cromatograacuteficas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

xi

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 01 Ciclo biossinteacutetico dos metaboacutelitos secundaacuterios

Esquema 02 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido

graxo insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido

lipiacutedico)

Esquema 03 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais

peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela

vitamina C originando o radical ascorbila

Esquema 04 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos

extratos e dos oacuteleos essenciais

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Tabela 02 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Tabela 4a Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol

Tabela 4b Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

Tabela 05 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e

flavonoacuteides

Tabela 06 Anaacutelise das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massas

Tabela 07 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares

de alcaloacuteides isolados em Lauraceae

Tabela 08 Rendimento dos oacuteleos essenciais ()

Tabela 09 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN (δ em ppm CDCl3 500MHz)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rhodostemonodaphne

recurva

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das

folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre

DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em

μgmL

Tabela 19 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Tabela 20 Resultado as avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina

xiii

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo16

2 Objetivos

21 Geral18

22 Especiacuteficos18

3 Revisatildeo da bibliograacutefica

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil19

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu22

321 Metaboacutelitos secundaacuterios 25

3211 Neolignanas28

3212 Alcaloacuteides32

3213 Flavonoacuteides35

3214 Terpenoacuteides e Fenilpropanoacuteides38

322 Gecircneros43

3221 Endlicheria Nees43

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki44

3223 Ocotea Aublet46

33 Atividades quiacutemicabioloacutegicas51

331 Atividades Antioxidantes 51

3311 Radicais Livres51

3312 Antioxidantes54

3313 Avaliaccedilatildeo das atividade Antioxidante utilizando radical livre DPPH56

332 Citotoxicidade 58

3321 Letalidade em Artemia salina Leach58

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais60

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase63

34 Meacutetodos cromograacuteficos67

341 Cromatografia em Camada Delgada68

342 Cromatografia Gasosa69

xiv

4 Metodologia

41 Coleta70

42 Obtenccedilatildeo dos extratos71

43 Prospecccedilatildeo72

431 Fenoacuteis72

432 Flavonoacuteides72

433 Alcaloacuteides72

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas73

441 Obtenccedilotildees da fraccedilatildeo alcaloiacutedica73

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD74

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por espectrometria de massa74

45 Oacuteleo essencial75

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo75

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais75

4521 Anaacutelise em CG-DIC75

4522 Anaacutelise em CG-EM76

4523 Anaacutelise por RMN76

453 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais76

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos78

461Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase78

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH78

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante79

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante79

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia Salina Leach81

464 Atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais 81

5 Resultados e discussatildeo83

51 Rendimento do extrato83

52 Prospecccedilatildeo Fitoquiacutemica84

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica86

531 Rendimento da Particcedilatildeo86

532 Anaacutelise por CCD87

533 Anaacutelise por espectrometria de massa96

54 Oacuteleo essencial101

xv

541 Rendimento101

5411 Endlicheria102

5412 Ocotea105

5413 Rhdostemonodaphne110

55 Atividades Quiacutemicabiologias114

551 Atividade antioxidante114

5511 Qualitativa116

5512 Quantitativa116

552 Atividade citotoacutexica121

5521 Letalidade em Artemia Salina121

5522 Citotoacutexica em ceacutelulas de linhagem tumoral121

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase122

6 Consideraccedilotildees finais 125

7 Referecircncias bibliograacuteficas 127

8 Anexos146

16

INTRODUCcedilAtildeO

As plantas constituem uma das mais importantes fontes de substacircncias

quiacutemicas orgacircnicas apresentando variadas classes com interesses cientiacuteficos

devido agraves suas propriedades bioloacutegicas e quiacutemicas Na busca por novos faacutermacos

os produtos naturais destacam-se pela diversidade estrutural e assim as plantas

satildeo candidatas importantes para a prospecccedilatildeo de novos compostos bioativos

(Giordani et al 2008)

Verifica-se que a Amazocircnia mesmo possuindo uma grande diversidade

bioloacutegica apresenta poucos estudos em relaccedilatildeo agrave quantidade de espeacutecies

presentes nas florestas (Nodori amp Guerra 2004)

A famiacutelia Lauraceae destaca-se na Floresta Amazocircnica pelo endemismo e uso

econocircmico em virtude da boa qualidade da madeira do alto valor comercial que

alcanccedilam seus oacuteleos essenciais (Quinet amp Andreata 2002) e da presenccedila de uma

importante classe de metaboacutelitos que satildeo os alcaloacuteides responsaacuteveis por diversas

atividades terapecircuticas Mais de 400 alcaloacuteides jaacute foram identificados em 189

espeacutecies de Lauraceae Segundo Zanin e Lordello (2007) cerca de 54 alcaloacuteides

aporfinoacuteides com pronunciada bioatividade foram isolados no gecircnero Ocotea Dentre

as atividades bioloacutegicas mais citadas pode-se destacar a capacidade antioxidante

atividade antiinflamatoacuteria analgeacutesica e cardiovascular

Lauraceae apresenta espeacutecies utilizadas em grande escala como o abacate

(Persea americana) a canela (Cinnamomum verum) e espeacutecies aromaacuteticas

utilizadas para perfumaria como as extraiacutedas de canela-sassafraacutes (Ocotea odoriacutefera)

e pau rosa (Aniba rosaeodora) sendo dessa forma utilizada internacionalmente

17

Considerando as pesquisas em isolamento de compostos bioativos e a

importacircncia da famiacutelia Lauraceae na Floresta Amazocircnica uma pesquisa sobre

espeacutecies desta famiacutelia que ainda natildeo foram analisadas cientificamente torna-se

importante para a investigaccedilatildeo de novas substacircncias presentes nos extratos e na

composiccedilatildeo quiacutemica de oacuteleos essenciais Neste trabalho seratildeo analisadas sete

espeacutecies de Lauraceae distribuiacutedas em trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e

Rhodostemonodaphne visando desvendar parte da imensa diversidade bioloacutegica da

floresta Amazocircnica e buscando a possibilidade de serem observadas atividades

bioloacutegicas pronunciadas

18

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Descrever a composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais e atividades quiacutemicas

e bioloacutegicas de extratos etanoacutelicos de espeacutecies da famiacutelia Lauraceae

22 Objetivos especiacuteficos

Verificar a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes de meacutetodos de prospecccedilatildeo dos

extratos etanoacutelicos comparando os diferentes extratos das plantas

estudadas

Analisar o perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas atraveacutes de espectrometria de massa

Analisar o perfil cromatograacutefico (CG-DIC e CG-EM) dos oacuteleos essenciais das

cascas folhas e galhos das sete espeacutecies

Verificar as atividades inibidora da enzima acetilcolinesterase antioxidante

frente ao radical livre DPPH e citotoacutexica sobre Artemia salina e ceacutelulas de

linhagem tumoral dos extratos etanoacutelicos

19

3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil

A natureza tem produzido a maioria das substacircncias orgacircnicas conhecidas

Dentre os diversos reinos da natureza o reino vegetal eacute o que tem contribuiacutedo de

forma mais significativa para o fornecimento de metaboacutelitos secundaacuterios muitos

destes de grande valor agregado devido As suas aplicaccedilotildees como medicamentos

cosmeacuteticos alimentos e agroquiacutemicos (Phillipson amp Anderson 1998)

A espeacutecie humana se aproveita de uma fraccedilatildeo muito pequena das plantas com

as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra O reino vegetal

ainda permanece como uma grande incoacutegnita cujos misteacuterios comeccedilam a serem

desvendados Natildeo pode existir vida na terra sem a presenccedila de plantas e estudaacute-

las sob qualquer que seja a oacutetica cientiacutefica eacute parte do domiacutenio da quiacutemica de

Produtos Naturais (Pinto et al 2002)

Os produtos naturais satildeo utilizados desde tempos imemoriais na busca por

aliacutevio e cura de doenccedilas pela ingestatildeo de ervas e folhas talvez tenha sido uma das

primeiras formas de utilizaccedilatildeo de produtos naturais A natureza sempre despertou

no homem um fasciacutenio encantador natildeo soacute pelos recursos oferecidos para sua

alimentaccedilatildeo e manutenccedilatildeo mas por ser sua principal fonte de inspiraccedilatildeo e

aprendizado (Viegas Jr amp Bolzani 2006)

Ao longo do tempo a humanidade selecionou apenas cerca de 300 plantas

para a alimentaccedilatildeo e de um pouco mais de uma centena obteve princiacutepios ativos

puros para o tratamento de doenccedilas Estes nuacutemeros satildeo bem modestos quando se

estaacute diante de um universo superior a 250000 espeacutecies de plantas superiores

20

Verifica-se que as atividades da fitoquiacutemica podem contribuir significativamente

para a concretizaccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel de um paiacutes atraveacutes da

investigaccedilatildeo da flora da divulgaccedilatildeo e geraccedilatildeo de novos conhecimentos e da

formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados (Braz Filho 2010)

A preocupaccedilatildeo com a busca de aplicaccedilatildeo para as moleacuteculas isoladas de

fontes naturais atraveacutes do seu uso como modelos quiacutemicos para a induacutestria eacute uma

nova tendecircncia que enfatiza a realizaccedilatildeo de trabalhos em colaboraccedilatildeo O valor

potencial da biodiversidade brasileira encarada como fonte de produtos de alto valor

agregado requer poliacuteticas que garantam a sua exploraccedilatildeo de forma racional (Pinto

et al 2002)

Estima-se a existecircncia de 250000 espeacutecies de plantas superiores Cerca de

80 da populaccedilatildeo dos paiacuteses subdesenvolvidos e em desenvolvimento continuam

completamente dependentes da medicina caseira utilizando vegetais para as

necessidades primaacuterias de sauacutede Tem sido estimado que somente de 5-15 destas

espeacutecies foram investigadas restando uma fonte natural de inuacutemeros organismos

vivos contendo significativo nuacutemero de substacircncias ineacuteditas e forte potencial de

produtos naturais bioativos incluindo-se fontes de mateacuterias-primas para o

desenvolvimento de novos faacutermacos (Braz Filho 2010)

A magnitude da biodiversidade brasileira natildeo eacute conhecida com precisatildeo tal a

sua complexidade estimando-se a existecircncia de mais de dois milhotildees de espeacutecies

distintas de plantas animais e microorganismos (Nodari amp Guerra 2004)

Soacute um trabalho cientiacutefico integrado de todos os grupos existentes no paiacutes

poderaacute num tempo limite propiciar o conhecimento real da diversidade quiacutemica dos

ambientes tropicais e auxiliar nos estudos futuros sobre o perfil metaboacutelico e

21

associaccedilotildees com perfil macromolecular das espeacutecies de interesse de nossa biota

(Pinto et al 2002)

Nesse contexto a varredura dos extratos brutos antes do isolamento eacute uma

metodologia que auxilia no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a

composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo para a triagem de gecircneros e

espeacutecies promissoras Esse perfil caracteriza o grupo de pesquisa Q-Bioma um

grupo de pesquisa fitoquiacutemico da Universidade Federal do Amazonas que visa

inicialmente analisar o perfil dos extratos para posteriormente selecionar as fraccedilotildees

de interesse

22

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu

A famiacutelia Lauraceae eacute apontada no Brasil como uma das mais representativas

tanto em nuacutemero de indiviacuteduos quanto em riqueza de taacutexons nos inventaacuterios

floriacutesticos e fitossocioloacutegicos realizados em aacutereas de florestas bem preservadas do

paiacutes (Vattimo-Gil1959 Kurtz 2000) sendo considerada uma das famiacutelias mais

primitivas pertencentes agrave divisatildeo Magnoliophyta ( Marques et al 2001) Possuem

distribuiccedilatildeo pan tropical sendo bem representadas na Ameacuterica Aacutesia Tropical

Austraacutelia e Madagascar e no sul da Aacutefrica conforme a figura 1 Possuem cerca de

50 gecircneros e 2500 espeacutecies sendo que no Brasil existem cerca de 400 espeacutecies

distribuiacutedas em 25 gecircneros contribuindo assim com cerca de 16 do total dessas

espeacutecies (Barroso et al 2002) Nas Ameacutericas ocorrem cerca de 29 gecircneros e 900

espeacutecies A famiacutelia eacute frequumlente em florestas tropicais com algumas espeacutecies

habitando grandes altitudes mas a grande diversidade ocorre em terras baixas da

Amazocircnia e Ameacuterica Central (Rohwer 1993)

Figura 1 ndash Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia LauraceaeFONTE Missouri Botanical Garden

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das que apresenta maior importacircncia econocircmica em

todo o mundo com um nuacutemero expressivo de espeacutecies que apresentam uma grande

diversidade de usos com destaque para as que possuem utilizaccedilatildeo medicinal e na

23

induacutestria sendo utilizada na culinaacuteria na fabricaccedilatildeo de papel marcenaria e

construccedilatildeo civil na induacutestria quiacutemica e na medicina popular (Marques 2001)

O potencial econocircmico das espeacutecies dessa famiacutelia eacute conhecido desde os

tempos remotos atraveacutes de documentos da China de 2800 aC onde jaacute era

empregado o oacuteleo de Cinnamomum camphora (L) JPresl e de outras espeacutecies

deste gecircnero na medicina (Sangirardi Jr 1984) Segundo Quinet (2002) as folhas

de Laurus nobilis L o loureiro eram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para

confeccionar coroas com as quais se homenageavam guerreiros e atletas

vitoriosos e estatildeo entre os condimentos mais conhecidos da culinaacuteria de todo o

mundo Os primeiros registros relativos agrave utilizaccedilatildeo das espeacutecies desta famiacutelia

influenciaram o nome de muitos gecircneros que fazem uma alusatildeo agravequela eacutepoca como

o gecircnero Phoebe que tem seu nome relacionado ao deus Apolo e Laurus L que vecircm

do celta ldquolausrdquo e significa louvor em grego (Barroso et al 2002)

A casca ou o fruto de algumas espeacutecies satildeo usadas como condimentos (

Dicypellium caryophyllaceum) ou para fazer chaacute (Licaria puchury-major e Aniba

canelilla) Espeacutecies utilizadas em grande escala satildeo o abacate (Persea americana)

a canela (Cinnamomum verum) e o louro (Laurus nobilis) A madeira de Lauraceae eacute

amplamente explorada em diversas regiotildees Na Amazocircnia a itauacuteba (Mezilururs spp)

eacute a madeira preferida para construccedilatildeo de embarcaccedilotildees devido a sua alta

durabilidade e resistecircncia Diversas outras espeacutecies constituem o principal produto

madeireiro comercializados em Manaus sob o nome de ldquolourordquo (Ribeiro et al 1999)

O alto valor econocircmico das espeacutecies tem levado a uma exploraccedilatildeo crescente

ao longo dos anos (Marques 2001) O interesse econocircmico nos oacuteleos essenciais eacute

devido ao uso induacutestrial podendo-se destacar espeacutecies dos gecircneros Ocotea

24

Nectandra e Aniba conhecidas popularmente como canelas loureiros e pau-rosa

respectivamente (Ribeiro et al 1999)

A extraccedilatildeo de linalol principal componente do oacuteleo essencial de Aniba

rosaeodora Ducke utilizado como fixador na induacutestria de perfumes segundo Rizzini

e Mors (1995) deu-se inicialmente como subproduto da induacutestria de cacircnfora no

Japatildeo devido o mesmo ser um componente do oacuteleo volaacutetil da madeira canforeira

Em 1925 descobriu-se em Juriti Velho (Paraacute) a aacutervore conhecida na regiatildeo como

pau-rosa Este nome popular refere-se ao odor da madeira a qual quando

recentemente cortada exala delicado perfume Verificou-se em seguida que tal

cheiro era devido ao oacuteleo essencial desta madeira que encerra linalol como

componente principal Desde entatildeo se desenvolveu naquela localidade uma

induacutestria extrativa para a obtenccedilatildeo do mencionado oacuteleo Esta induacutestria tomou tal

vulto que figurou durante muitos anos entre as mais proacutesperas da Amazocircnia Ainda

na deacutecada de 1960 produziam-se entre 300 e 400 toneladas de oacuteleo essencial de

pau-rosa por ano sacrificando para tanto 50000 toneladas de madeira

A exploraccedilatildeo de Aniba rosaeodora Ducke fez com que essas espeacutecies fossem

levadas proacuteximas a extinccedilatildeo devido o oacuteleo essencial de pau-rosa localizar-se no

terceiro lugar na pauta de exportaccedilatildeo da regiatildeo Amazocircnica cabendo a borracha e agrave

castanha o primeiro e o segundo lugares respectivamente (Marques 2001)

As espeacutecies da famiacutelia Lauraceae principalmente pertencentes aos gecircneros

Nectranda Licaria Ocotea e Aniba apresentaram um novo grupo de compostos

secundaacuterios As neolignanas descobertas por um dos consolidadores da fitoquiacutemica

brasileira o professor Otto Gottlieb na deacutecada de 1970 ( Gottlieb amp Yoshida1978)

apresentam muitas atividades bioloacutegicas entre elas a atividade antitumoral

25

321 Principais Metaboacutelitos secundaacuterios encontrados em Lauraceae

Daacute-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaccedilotildees quiacutemicas que

continuamente estatildeo ocorrendo em cada ceacutelula A presenccedila de enzimas especiacuteficas

garante certa direccedilatildeo a essas reaccedilotildees estabelecendo o que se denomina de rotas

metaboacutelicas Essas reaccedilotildees visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes

para satisfazer as exigecircncias fundamentais da ceacutelula energia (derivada basicamente

de ATP) poder redutor (NADPH) e biossiacutentese das substacircncias essenciais agrave sua

sobrevivecircncia (macromoleacuteculas celulares) (Santos 2004)

De acordo com a teoria evolucionista todos os seres vivos derivam de um

precursor comum do qual conservam algumas caracteriacutesticas Os processos

essenciais agrave vida e comuns aos seres vivos tecircm sido definidos como metabolismo

primaacuterio Basicamente todos os organismos convivem com os mesmos tipos de

metaboacutelitos primaacuterios e segundo Gottlieb et al (1996) os metabolismos primaacuterios

satildeo reaccedilotildees fornecedoras de mateacuterias primas e de energia para a formaccedilatildeo dos

metaboacutelitos secundaacuterios designados especiais

Vegetais microorganismos e em menor escala animais apresentam todo um

arsenal metaboacutelico (enzimas coenzimas e organelas) capazes de produzir

transformar e acumular inuacutemeras outras substacircncias natildeo necessariamente

relacionadas de forma direta agrave manutenccedilatildeo da vida do organismo produtor Nesse

grupo encontram-se substacircncias cuja produccedilatildeo e acumulaccedilatildeo estatildeo restritas a um

nuacutemero limitado de organismos com bioquiacutemica e metabolismo especiacuteficos e

uacutenicos caracterizando-se como elementos de diferenciaccedilatildeo e especializaccedilatildeo (Wink

1990)

26

Os metaboacutelitos secundaacuterios satildeo conhecidos como metaboacutelitos especiais cujos

produtos embora natildeo necessariamente essenciais para o organismo produtor

garantem vantagens para sua sobrevivecircncia e para a perpetuaccedilatildeo de sua espeacutecie

em seu ecossistema (Santos 2004)

Os metaboacutelitos especiais satildeo especiacuteficos das espeacutecies e participam das

interaccedilotildees intra e intercelular do proacuteprio organismo ou com ceacutelulas de outros

organismos atuam em processos vitais como mediadores em interaccedilotildees ecoloacutegicas

como por exemplo a defesa contra herbiacutevoros e microorganismos a proteccedilatildeo contra

raios UV atraccedilatildeo de polinizadores ou animais dispersores de sementes e em

interaccedilotildees alelopaacuteticas ( Santos 2004 Cechinel Filho amp Bresolin 2003)

Embora classificadas como sendo ou do metabolismo primaacuterio ou do especial

as reaccedilotildees bioquiacutemicas natildeo ocorrem independentemente em um mesmo produtor

Alteraccedilotildees no primeiro podem afetar profundamente o segundo e embora o reverso

natildeo seja verdadeiro Aleacutem disso muitos metaboacutelitos especiais satildeo formados por

sequumlecircncia de reaccedilotildees anaacutelogas agravequelas do metabolismo primaacuterio Portanto a linha

divisoacuteria entre metabolismo primaacuterio e especiais natildeo eacute niacutetida (Dewick 2002) No

esquema 1 pode ser visualizada a origem de todos os metaboacutelitos especiais a partir

do metabolismo da glicose por meio de intermediaacuterios principais o aacutecido chiquiacutemico

e o acetato

De forma geral os mais importantes grupos de metaboacutelitos secundaacuterio vegetal

citam-se tradicionalmente os alcaloacuteides os terpenoacuteides e os flavonoacuteides Verifica-se

na famiacutelia Lauraceae a prevalecircncia de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados

nos oacuteleos essenciais alcaloacuteides e neolignanas encontrados nos extratos

27

Esquema 01 Via biossinteacutetica dos metaboacutelitos especiais Fonte Santos 2004

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente por apresentar em sua

composiccedilatildeo alcaloacuteides isoquinoliacutenicos indoacutelicos e triptofanicos (Figura 2) Dentre os

alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo grande e ainda em

expansatildeo comumente encontrado nas mais diversas espeacutecies de Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Lauraceae

28

3211 Neolignanas

As lignanas satildeo substacircncias que se depositam nas paredes das ceacutelulas

vegetais conferindo a estas notaacutevel rigidez Constituem de 15-35 da mateacuteria seca

dos troncos das gimnospermas e angiospermas aleacutem de serem constituintes da

parede celular de tecidos associados a caule folha e raiz de todas as plantas

vasculares A quantidade de lignanas existentes na superfiacutecie da terra eacute imensa

inferior apenas agrave quantidade de carboidratos Dada esta importacircncia compreende-

se facilmente porque a ocorrecircncia funccedilatildeo formaccedilatildeo estrutura reaccedilotildees e a

utilizaccedilatildeo de lignanas recebem tanta atenccedilatildeo (Barbosa Filho 2004)

As lignanas satildeo macromoleacuteculas poliacutemeros de unidades baacutesicas de n-

propilbenzenos C6-C3 que satildeo ligadas pelo carbono β de suas cadeias laterais (C3)

Satildeo diacutemeros formados atraveacutes do acoplamento oxidativo de alcooacuteis cinamiacutelicos

entre si ou destes com aacutecidos cinacircmicos Esse termo criado em 1942 por Haworth

se prestava muito bem para as poucas substacircncias descritas agravequela eacutepoca

Estruturalmente os dois resiacuteduos n-propilbenzecircnicos apresentam o carbono gama

(C-9) oxigenado (Gottlieb ampYoshida 1984)

As neolignanas (do grego neacuteos = novo moderno) surgiram por causa da

crescente variabilidade estrutural em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo de Haworth que ficou

limitada Isso fez com que Gottlieb em 1978denominasse os diacutemeros oxidativos de

alilfenoacuteis ou de propenilfenoacuteis entre si ou cruzados e natildeo apresentam o carbono

gama (C-γ) oxigenado de neolignanas (Barbosa Filho 2004 Gottliteb 1984)

O processo geral de biossiacutentese dos lignoacuteides (neolignana e lignana) eacute

mostrado a seguir na figura 3 envolvendo os metaboacutelitos primaacuterios finais da via

metaboacutelica do chiquimato Lignoacuteide eacute uma designaccedilatildeo geneacuterica que caracteriza

micromoleacuteclulas cujo esqueleto eacute formado exclusivamente pelo grupo fenilpropacircnico

29

(C6-C3)n sendo n restrito a poucas unidades123 etc As lignanas apresentam

como precursores monomeacutericos aacutecidos cinacircmicos ou alcooacuteis cinacircmicos enquanto as

neolignanas apresentam como precursores monomeacutericos propenilbenzenos ou

alilbenzenos (Barbosa Filho 2004)

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanasFonte Barbosa Filho 2004

As Lignanas e neolignanas desempenham importante papel na defesa das

plantas atuando como agentes antimicrobianos antifuacutengicos e insetiacutefugos As

neolignanas acumulam em madeiras como resposta a ferimentos mecacircnicos ou ao

ataque de microorganismos e que exibem propriedades de defesa contra insetos

Por terem atividade antitumoral e antiviral as neolignanas despertam grande

interesse farmacoloacutegico (Robbers et al 1997) A figura 04 mostra os tipos

estruturais das neolignanas mais representativos e sua designaccedilatildeo de acordo com

trabalhos de revisatildeo de Gottlieb (1978) e Gottlieb e Yoshida (1984)

30

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas Fonte Barbosa Filho 2004

As lignanas satildeo soluacuteveis em solvente apolares tais como eacuteter de petroacuteleo e

anaacutelogos principalmente se a porccedilatildeo do anel estiver metoxilada como acontece na

maioria das vezes As neolignanas geralmente se apresentam como oacuteleos de alta

viscosidade e apresentam meacutedia polaridade (Barbosa Filho 2004)

Esqueletos de Neolignanas

2

3

4

5

6

78

9

1

O O

O

O

O O

O

diarilbutano (88) aritetralina (8867) dibenzocicloctano (2288)

benzofurano (70481) benzofurano (70483) futoenona (8179608)

diidrodieugenol (33) diarilciclobutano (7788) furofurano (70788)

ariloxiarilpropano (804) benzodioxano (703804) bicicloctano (8175)

31

No Brasil o grupo de pesquisa liderado pelo professor Otto Gottlieb contribuiu

significativamente para o conhecimento da quiacutemica das neolignanas A famiacutelia

Lauraceae foi a mais estudada principalmente os gecircneros Aniba Licaria Nectandra

e Ocotea com quase duas centenas de substacircncias ineacuteditas registradas na

literatura Numa avaliaccedilatildeo aproximada jaacute foram isoladas por volta de 700 lignoacuteides

dos quais 270 satildeo neolignanas (figura 5) (Barbosa Filho 2004)

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

O

CH3

Ar

CH2

O

CH3

O O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

OCH3

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

CH3

O

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

O

CH3

CH3

Ar

CH2

AcO

O

CH3

O

CH3

O

O

CH3

32

3212 Alcaloacuteides

O isolamento das primeiras substacircncias puras do reino vegetal ocorreu no

Seacuteculo XIX Este seacuteculo caracterizou-se pelos trabalhos de extraccedilatildeo principalmente

de aacutecidos orgacircnicos e de bases orgacircnicas as quais mais tarde receberam a

denominaccedilatildeo de alcaloacuteides (Almeida et al 2009)

Os extratos de plantas contendo alcaloacuteides satildeo utilizados como medicamentos

venenos e poccedilotildees maacutegicas desde os primoacuterdios da civilizaccedilatildeo Desta maneira eacute

difiacutecil estabelecer a origem correta da descoberta destas substacircncias Registros

indicam que o oacutepio era utilizado pelos Sumeacuterios haacute 4000 anos aC devido as suas

propriedades soporiacuteficas e analgeacutesicas (Hostettman et al 2003)

Satildeo compostos nitrogenados que tecircm na sua estrutura aleacutem de carbono e

hidrogecircnio usualmente tambeacutem oxigecircnio Sua basicidade tiacutepica eacute no entanto muito

variaacutevel pois depende dos agrupamentos adjacentes ao nitrogecircnio Quando o

nitrogecircnio pertence a uma amida por exemplo a presenccedila da carbonila torna o

alcaloacuteide praticamente neutro Satildeo encontrados predominantemente nas

angiospermas e em menor extensatildeo em microorganismos e animais ( Dewick 2002

Henriques et al 2004 Cunha et al 2005)

A presenccedila de alcaloacuteides pode ser assinalada em ampla gama de atividades

bioloacutegicas como analgeacutesicos e narcoacuteticos (morfina codeiacutena) estimulantes SNC

(estricnina brucina) elevaccedilatildeo na pressatildeo sanguiacutenea (efedrina) ou queda da

hipertensatildeo arterial (reserpina) Na verdade os alcaloacuteides satildeo capazes de exercer

diversas de atividades fisioloacutegicas (Robbers et al 1997) Alguns exemplos de

alcaloacuteides satildeo apresentados na figura 6

33

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Os alcaloacuteides assim como outras aminas formam sais duplos com compostos

de mercuacuterio ouro platina e outros metais pesados Esses sais duplos em geral satildeo

obtidos como precipitados e muitos deles satildeo caracteriacutesticos em microcristalografia

Os reagentes alcaloiacutedicos comuns satildeo o de Wagner (iodo em iodeto de potaacutessio) de

Mayer (cloro-iodo mercurato de potaacutessio) e Dragendorff (iodo bismutato de potaacutessio)

(Robbers et al 1997)

Os alcaloacuteides podem ser classificados de acordo com sua origem biossinteacutetica

ou seja de acordo com a estrutura que conteacutem nitrogecircnio em pirrolidino piperidino

quinolino indol entre outros A maioria deriva de aminoaacutecidos alifaacuteticos aromaacuteticos

como a fenilalanina ou a tirosina ou do triptofano (Dewick 2002)

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente pela ocorrecircncia frequumlente de

alcaloacuteides sendo predominante a ocorrecircncia de alcaloacuteides indoliziacutenico

benzilisoquinoliacutenico triptamiacutenico e aporfinoacuteides (Cordell et al 2001) Na figura 7

verifica-se a rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

34

NH2

O

OH

OH

L-tirosina

NH2OH

O

O

OH

OH

- CO2

PLP

PLP

transaminaccedilatildeo

Tiramina 4-hidroxif enil aacutecido piruacutev ico

O - CO2

NH2

CH3

CH3

OH

OH

Dopamina 4-hidroxif enilacetaldeiacutedo

Reaccedilatildeo de Mannich

NHOH

OH

H

OH

S - coclaurina

SAMNH

OH

OH

H

OCH3

S - coclaurina

SAM

NOH

OH

H

OCH3

CH3

S - N-metilcoclaurina

NOH

OH

H

OCH3

CH3

OH

S - 3-hidroxi-N-metilcoclaurina

SAM

NOH

H

OCH3

CH3

OH

O

CH3

S - reticulina

O

NO

H

OCH3

CH3

O

CH3 O

NOH

H

OCH3

CH3

O

CH3 OH

aporf inas

protobuberinas

benzof enantridinas

PLP = py ridoxal 5-phosphate

SAM = S- adenosy l methione

Figura 7 - Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos Fonte Dewick 2002

35

213 Flavonoacuteides

Os flavonoacuteides representam um dos grupos fenoacutelicos mais importantes e

diversificados entre os produtos de origem natural Essa classe de compostos eacute

amplamente distribuiacuteda no reino vegetal e sua presenccedila parece estar relacionada

com funccedilotildees de defesa (proteccedilatildeo contra raios ultravioletas accedilotildees antifuacutengica e

antibacteriana) e de atraccedilatildeo de polinizadores (Zuanazzi amp Montanha 2004)

De forma geral satildeo moleacuteculas de baixo peso molecular caracterizados por

apresentarem dois nuacutecleos fenoacutelicos ligados por uma cadeia de trecircs carbonos A

estrutura baacutesica dos flavonoacuteides consiste num nuacutecleo flavano constituiacutedo de quinze

aacutetomos de carbono arranjados em trecircs aneacuteis (C6-C3-C6) sendo dois aneacuteis fenoacutelicos

(ou metoxilados) substituiacutedos (A e B) e um pirano (cadeia heterociacuteclica C) acoplado

ao anel A (Figura 8) (Cunha et al 2005)

Figura 08 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

As vaacuterias classes de flavonoacuteides diferem no niacutevel de oxidaccedilatildeo e no modelo de

substituiccedilatildeo da cadeia heterociacuteclica C Algumas classes de flavonoacuteides de interesse

satildeo flavonas flavonoacuteis flavanonas flavan-3-ol isoflavonas antocianidinas e

flavanolol (Di Carlo et al 1999)

O esqueleto baacutesico dos flavonoacuteides resulta de rotas biossinteacuteticas separadas a

do aacutecido chiquiacutemico e a do acetato via aacutecido malocircnico A primeira origina

36

fenilalanina o precursor do aacutecido cinacircmico que por sua vez origina o aacutecido

cumaacuterico responsaacutevel por um dos aneacuteis aromaacuteticos (anel B) e a ponte de trecircs

carbonos A segunda resulta no outro anel aromaacutetico (anel A) do esqueleto baacutesico

dos flavonoacuteides (Dewick 2002 Santos 2004) (Figura 9)

Figura 9 biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

37

Flavonoacuteides geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados

contribuindo para a coloraccedilatildeo do azul do vermelho e do laranja nas folhas flores e

frutos Tambeacutem estatildeo associados com diferentes propriedades bioloacutegicas Foram

atribuiacutedas diferentes funccedilotildees na natureza a vaacuterios flavonoacuteides compostos

antimicrobianos produtos do estresse de metaboacutelitos ou moleacuteculas sinalizadoras

(Robbers et al 1997)

38

3214 Terpenoacuteides e fenilpropanoacuteides

Ao longo da evoluccedilatildeo as espeacutecies vegetais desenvolveram vias metaboacutelicas

que lhes permitiam sintetizar uma grande diversidade de metaboacutelitos especiais

Entre esses metaboacutelitos incluem-se alguns compostos de baixo peso molecular que

volaacuteteis satildeo percebidos pelo sistema olfativo como substacircncias dotadas de aromas

sendo usualmente designados como compostos aromaacuteticos As plantas que os

produzem e acumulam em quantidades apreciaacuteveis satildeo por isso denominadas

plantas aromaacuteticas (Cunha et al 2005)

Estas substacircncias volaacuteteis e odoriacuteferas produzidas em misturas complexas

satildeo geralmente lipofiacutelicas e liacutequidas que podem ser isoladas na forma de um oacuteleo

denominado oacuteleo essencial (Simotildees amp Spitzer 2004)

Os componentes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais podem ser divididos em duas

grandes classes com base na biossiacutentese que lhes deu origem (1) derivados de

terpenoacuteides formados atraveacutes da via aacutecido mevalonato-acetato via fosfato

desoxixilulose e (2) fenilpropanoacuteides formados atraveacutes da via do chiquimato

(Robbers et al 1997)

Os fenilpropanoacuteides satildeo formados via aacutecido chiquiacutemico que por sua vez eacute

formado a partir da condensaccedilatildeo do fosfoenolpiruvato e da eritrose-4-fosfato O

aacutecido chiquiacutemico e responsaacutevel pela formaccedilatildeo das duas unidades baacutesicas dos

fenilpropanoacuteides o aacutecido cinacircmico e o aacutecido ρ-cumarico que por meio de reduccedilatildeo

oxidaccedilatildeo e ciclizaccedilatildeo formam os alilbenzenos aldeiacutedos aromaticos

propenilbenzenos e cumarinas (Simotildees amp Spitzer 2004) conforme a figura 10

39

O OH

OH OH

OH

Aacutecido chiquiacutemico

O

OH

R

Aacutecido cinacircmico (R = H)

ou

p - cumaacuterico (R = OH)

O

R

CH2

R R O O

CH3

R

reduccedilatildeo oxidaccedilatildeo cicl izaccedilatildeoreduccedilatildeo

propenilbenzenos aldeiacutedos aromaacuteticos alilbenzenos cumarinas

(R = H OH) (R = H OH) (R = H OH) (R = H OH)

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Os terpenoacuteides constituem uma grande variedade de moleacuteculas sendo esse

termo empregado para designar todas as substacircncias cuja origem biossinteacutetica

deriva de unidades do isopreno A unidade isoprenica por sua vez origina-se a

partir do aacutecido mevalocircnico e a via da eritrose Os compostos terpecircnicos mais

frequumlentes nos oacuteleos volaacuteteis satildeo os monoterpenos (cerca de 90 dos oacuteleos

volaacuteteis) e os sequiterpenos (Simotildees amp Spitzer 2004) Na figura 11 pode-se

visualizar a formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

40

CH3CH3

CH3 OOH

Aacutecido mevalocircnico

CH3

CH2 OPP

Unidade do isopreno

monoterpenos sesquiterpenos diterpenos sesterpenos triterpenos

esteroacuteides

CH3

CH3 CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Seus constituintes variam desde hidrocarbonetos alcooacuteis aldeiacutedos cetonas

fenoacuteis eacutesteres eacuteteres oacutexidos peroacutexidos furanos aacutecidos orgacircnicos lactonas

cumarinas ateacute compostos contendo enxofre Na mistura tais compostos

apresentam-se em diferentes concentraccedilotildees normalmente um deles eacute o composto

majoritaacuterio existindo outros em menores teores e alguns em baixiacutessimas

quantidades (Simotildees amp Spitzer 2004) Na Figura 12 pode visualizar alguns

exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em oacuteleos essenciais

Embora a constituiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais seja muito diferenciada

satildeo observadas algumas propriedades fiacutesicas em comum Possuem odores

caracteriacutesticos alto iacutendice de refraccedilatildeo e a maioria eacute opticamente ativa sendo sua

rotaccedilatildeo especiacutefica muitas vezes uma propriedade uacutetil do ponto de vista de

41

caracterizaccedilatildeo Satildeo imisciacuteveis com aacutegua mas satildeo soluacuteveis em eacuteter aacutelcool e na

maioria dos solventes orgacircnicos (Robbers 1997)

OHO

OH O

HO

OH

linalol terpinoleno alfa pineno cacircnfora

limoneno mentol mentona

cariofilenonerolidolfarnesol

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

As espeacutecies aromaacuteticas de Lauraceae estatildeo compreendidas principalmente

entre os gecircneros Aniba Nectandra Ocotea Licaria e Dicypellium O elevado

potencial da flora odoriacutefera da Amazocircnia apresenta-se como a fonte renovaacutevel mais

apropriada para a produccedilatildeo de essecircncias aromaacuteticas provenientes de Lauraceae

(Zoghbi et al 2005)

42

O uso de plantas aromaacuteticas eacute bastante difundido em especial no tratamento

de infecccedilotildees microbianas inflamaccedilotildees dores e eczemas Entre as propriedades

farmacoloacutegicas encontradas em oacuteleos volaacuteteis estatildeo a atividade antifuacutengica (Lima et

al 2006) repelente (Cheng et al 2004) antiinflamatoacuteria (Juergens et al 1998)

anticolinesteraacutesica (Miyazawa et al 1998) e analgeacutesica (Silva et al 2003)

Satildeo inuacutemeras as atividades bioloacutegicas de oacuteleos volaacuteteis Segundo Baratta e

colaboradores (1998) o oacuteleo de Laurus nobilis apresentou atividade antimicrobiana

frente aos microorganismos Acinetobacter calcoaceticus Beneckea natriegens

Citrobacter freundii Erwinia carotovora Lactobacillus plantarum Micrococcus luteus

Salmonella pullorum Serratia marcescens e Staphylococcus aureus Jaacute o oacuteleo

volaacutetil de Origanum vulgare apresenta forte atividade antimicrobiana em 19 dos 25

microrganismos testados O hidrolato e o oacuteleo volaacutetil de Aniba duckei apresentaram

atividade larvicida frente a Artemia franciscana e Aedes aegypti (Souza et al 2007)

Oacuteleos volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae tem grande importacircncia na induacutestria

farmacecircutica e de perfumes o oacuteleo de pau-rosa obtido a partir de Aniba

rosaeodora tem como constituinte majoritaacuterio o aacutelcool terpecircnico linalol com mistura

dos isocircmeros D e L-linalol que varia de acordo com a regiatildeo de coleta amplamente

utilizado em fragracircncias de perfumes Da mesma forma a cacircnfora extraiacuteda de

Cinnamomum camphora e o safrol extraiacutedo de Ocotea pretiosa e Sassafras

albidum satildeo amplamente utilizados na induacutestria de cosmeacuteticos (Rizzini amp Mors

1995)

43

322 Gecircneros

3221 Endlicheria Nees

Gecircnero neotropical com centro de diversidade na Ameacuterica do Sul Endlicheria

ocorre tambeacutem na Costa Rica Guadalupe e Ilhas do Caribe Possui cerca de 60

espeacutecies 40 das quais ocorrem no Brasil (Chanderbali 2004) (figura 13)

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos relatos satildeo descritos na literatura sobre espeacutecies deste gecircnero

Rodriguez (2008) relata que os extratos etanoacutelicos de Endlicheria anomala

apresentaram atividade antioxidante atraveacutes da inibiccedilatildeo frente ao radical livre 22-

difenil-1-picrilhidrazil (DPPH)

Foram isolados da espeacutecie Endlicheria dysodantha mez quatro derivados

bioativos de benzoato de benzil 2-hidroxi benzoato de benzil 2-hidroacutexi-6-

metoxibenzoato de benzil 26-dimetoxibenzoato de benzil e 25-

dimetoxidimetoacutexibenzoato de benzila ( Ma et al 1991) No extrato benzecircnico de

Endlicheria sericea (Lauraceae) foram isolados por processos cromatograacuteficos

quatro substacircncias ineacuteditas na eacutepoca aleacutem de sitosterol sitostenona e manitol

(Santos 1976) As estruturas dessas substacircncias podem ser verificadas na figura 14

a seguir

44

CH3

O CH3

OH O

O CH3

OH O

H3C

O CH3

OH O

OCH3

CH3

O CH3

OH O

CH3O

HO

26-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-2-metil-8-metoacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-28-dimetil-7-metoacutexi-4-cromanona sitosterol

mantinol28-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

OHHO

OH OH

OH OH

OCH3

CH3O

CH3O

OCH3

OAcO

O OO

O

OCH3

OCH3

disodantina A

O OO

O

OCH3

OCH3

CH3

CH3

acetato de megafone

disodantina B

Figura 14 Substacircncias isoladas de Endlicheria Fonte Santos 1976 e MA et al 1991

As espeacutecies E sericeae e citriodora natildeo apresentaram nenhum estudo

disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos fitoquimicos

45

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki

O gecircnero Rhodostemonodaphne possui cerca de 41 espeacutecies distribuiacutedas na

Ameacuterica do Sul (Madrintildeaacuten 2004) (Figura 15)

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne Fonte

httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos satildeo encontrados na literatura para

este gecircnero O oacuteleo essencial das folhas de Rhodostemonodaphne kunthiara

apresentou atividade citotoacutexica in vitro contra linhagem de ceacutelulas tumorais

humanas apresentando 919 de hidrocarbonetos sesquiterpenos sendo os

componentes majoritaacuterios o germacreno D (644) e o biciclogermacreno (176)

(Palazzo 2009)

As espeacutecies R crenaticupula e R recurva natildeo apresentaram pouco ou nenhum

estudo disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos

fitoquimicos

46

3223 Gecircnero Ocotea Aublet

Aspectos gerais

O gecircnero Ocotea Aublet eacute o maior gecircnero da famiacutelia Lauraceae na regiatildeo

neotropical e apresenta o maior nuacutemero de espeacutecies medicinais (Marques 2001)

sendo utilizado tanto componente dos extratos quanto dos oacuteleos essenciais Este

gecircnero Ocotea tem despertado o interesse dos fitoquiacutemicos brasileiros com sua

ampla distribuiccedilatildeo no territoacuterio nacional com espeacutecies muito apreciadas no comeacutercio

madeireiro como Ocotea porosa conhecida popularmente como imbuiccedila e Ocotea

odoriacutefera o sassafraacutes (Lorenzi 2002) Na tabela 1 pode-se verificar as espeacutecies

mais comumente encontradas no Brasil relacionando seus nomes populares e

forma de uso na induacutestria madeireira (Marques 2001)

Tabela 1 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Nome cientiacutefico Nome popular Forma de uso

Obarcellensis Louro mamori pau-de-querosene

Marcenaria e construccedilotildees em geral

O catharinensis Canela preta Construccedilatildeo civil para ripas e vigas e para moacuteveis

O cymbarum Canela Marcenaria e construccedilotildees em geral

O diospyrifolia Canela Postes e taacutebuas de assoalho

O divaricata Canela soqueira Marcenaria e construccedilotildees em geral

O elegans Canela ferro Marcenaria e construccedilotildees em geral

O guianensis Louro branco Fabricaccedilatildeo de papel

O organensis Canela goiaba Obras de carpintaria

O porosa Imbuia Marcenaria e construccedilotildees em geral

Ocotea pretiosa Sassafraacutes Natildeo utilizada em obras devido as ceacutelulas secretoras de oacuteleo essencial

Opuberula Louro abacate canela barbosa

Fabricaccedilatildeo de papel e de caixotaria

Opulchella Canelinha canela preta Marcenaria e construccedilotildees em geral

O spectabilis Canela amarela louro-preto

Marcenaria e construccedilotildees em geral

47

Distribuiccedilatildeo Geograacutefica

Ocotea Aubl eacute constituiacutedo por cerca de 350 espeacutecies distribuiacutedas na Ameacuterica

tropical e subtropical desde o Meacutexico ateacute a Argentina ocorrendo tambeacutem em

Madagascar na Aacutefrica e nas Ilhas Canaacuterias (Rhower 1993) Estima-se que no Brasil

ocorrem entre 12 a 16 espeacutecies (Baitello 2001) (figura 16)

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Quiacutemica e atividade bioloacutegica

Estudos fitoquiacutemicos tem revelado a presenccedila de neolignanas alcaloacuteides

fenilpropanoacuteides flavonoacuteides e sesquiterpenos (Chaacutevez Gottlieb e Yoshida 1995)

O gecircnero Ocotea destaca-se como um dos gecircneros mais expressivos nos

isolamentos de alcaloacuteides das Lauraacuteceas brasileiras principalmente com esqueletos

com pronunciadas atividades bioloacutegicas (Zanin amp Lordello 2007) Os tipos de

esqueletos alcaloiacutedicos jaacute encontrados nesse gecircnero satildeo apresentados na tabela

02

48

Tabela 2 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Alcaloacuteides Estrutura Espeacutecie Referecircncia

Benzilisoquinoliacutenico

Oduckei

Dias et al

2003

Indoacutelico

O minarum Garcez et al 2005

Triptamiacutenico

O santalodora Aguiar et al 1980

Benzilisoquinoliacutenico

O pulchella Bodega et al 2003

Aporfiacutenicos sensu

scricto

O glaziovii O

caesia

O macropoda

O minarum

Guinaudeau et

al 1979

Vilegas et al

1989

Cava 1971

Vecchietti et al

1979

NH

49

Dentre os alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo

grande e ainda em expansatildeo com mais de 500 alcaloacuteides isolados de mais de 90

gecircneros de plantas eou sintetizados (Jia et al 2000) A maior parte dos alcaloacuteides

aporfinoacuteides encontrados nesse gecircnero foram reunidos no artigo de revisatildeo de Zanin

amp Lordello (2007) Vaacuterios desses alcaloacuteides aporfinoacuteides satildeo comumente

encontrados no gecircnero Ocotea apresentam potente atividade bioloacutegica

Na famiacutelia Lauraceae o oacuteleo essencial eacute armazenado em ceacutelulas secretoras

que podem ser encontradas na folha na casca e no lenho Algumas espeacutecies de

Ocotea como O elegans demonstram tal afirmaccedilatildeo apresentando dificuldades na

utilizaccedilatildeo da madeira para induacutestria de papel devido a presenccedila de ceacutelulas

secretoras de oacuteleo e mucilagem em abundacircncia (Marques 2001)

O oacuteleo essencial de O odorifera apresenta como componente principal o

safrol uma substacircncia comercializada no mundo inteiro e utilizada em vaacuterios ramos

industriais pelo qual milhares de indiviacuteduos de canela-sassaacutefras como eacute conhecido

popularmente foram sacrificados nas matas do sul do paiacutes ateacute a deacutecada de 1990

levando a espeacutecie a ser incluiacuteda na lista oficial de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

(Portaria IBAMA ndeg6-N de 15 de janeiro de 1992) e agrave consequumlente proibiccedilatildeo de seu

corte

O trabalho realizado por Takaku Haber e Setzer (2007) com os oacuteleos

essenciais das folhas de dez espeacutecies de Ocotea (O floribunda O holdridgeana O

meziana O sinuata O tonduzii O valeriana O veraguensis O whitei e duas natildeo

descritas denominadas ldquolos llanosrdquo e ldquosmall leafrdquo) de Monteverde Costa Rica

apresentou como constituintes principais em comum nas espeacutecies α-pineno β-

pineno β-cariofileno e germacreno-D

Tabela 01 continuaccedilatildeo

50

O oacuteleo essencial de diferentes partes de Ocotea ducke apresentou significante

efeito cardiovascular induzindo significativamente hipotensatildeo seguido de

bradicardia O constituinte principal do oacuteleo essencial das folhas foi o trans-

cariofileno (605) e do oacuteleo essencial do caule foi o β-eudesmol (27) (Barbosa-

Filho et al 2008) A tabela 03 mostra outras atividades de algumas espeacutecies de

Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Atividade Farmacoloacutegica Espeacutecie Referecircncia

Fator de agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (PAF) Ocotea duckei

Castro-Faria-Neto et al

1995

Atividade antimicrobiana de

Escherichia coli Ocotea duckei Antunes et al 2006

Efeito depressivo do SNC Ocotea duckei Moraes et al 1998

Bloqueador de contraccedilatildeo

muscular Ocotea odoriacutefera Ribeiro et al 2003

Efeito larvicida contra

Aedes aegypti Ocotea vellosiana Silva et al 2008

Accedilatildeo Repelente Ocotea gardneri Botelho et al 2009

Anti-inflamatoacuteria Ocotea quixos Ballabeni et al 2010

Anti protozoaacuteria Ocotea lancifolia Fournet et al 2007

Antioxidante Ocotea quixos Bruni et al 2004

Para as espeacutecies deste estudo Ocotea minor e Ocotea ceanothifolia natildeo foram

observados estudos quiacutemicos e bioloacutegicos disponiacuteveis na literatura Da espeacutecie

Ocotea leucoxylon foram isolados os alcaloacuteides aporfiacutenicos dicentrina e ocoteiacutena

(Zhou et al 2000)

51

3 Atividades QuiacutemicaBioloacutegicas

331 Atividade antioxidante

3311 Radicais Livres

Desde o iniacutecio da vida no planeta a toxicidade do oxigecircnio atmosfeacuterico tem

sido o principal desafio agrave sobrevivecircncia dos organismos vivos As oxidaccedilotildees

bioloacutegicas geram espeacutecie reativas de oxigecircnio (ERO) e radicais livres que podem

provocar lesotildees celulares muitas vezes irreparaacuteveis (Gocircuvea 2004)

Os radicais livres satildeo espeacutecies quiacutemicas que apresentam como caracteriacutestica a

presenccedila de um uacutenico eleacutetron natildeo-pareado em uma oacuterbita externa A energia criada

por essa configuraccedilatildeo instaacutevel eacute liberada atraveacutes de reaccedilotildees com moleacuteculas

adjacentes como substacircncias quiacutemicas inorgacircnicas ou orgacircnicas ndash proteiacutenas

lipiacutedeos carboidratos particularmente com moleacuteculas essenciais das membranas e

aacutecidos nucleacuteicos causando danos as ceacutelulas e patologias (Halliwell 1996)

Os radicais livres com seus eleacutetrons natildeo pareados podem atacar e danificar

praticamente qualquer moleacutecula encontrada no organismo Eles doam seu eleacutetron

natildeo pareado ou capturam um eleacutetron de outra moleacutecula a fim de formar um par De

uma forma ou de outra os radicais acabam ficando estaacuteveis e a moleacutecula

transforma-se em um radical Isso inicia uma reaccedilatildeo em cadeia que pode agir

destrutivamente As etapas que envolvem a reaccedilatildeo dos radicais livres na

lipoperoxidaccedilatildeo podem ser visualizadas no esquema 2

As etapas de reaccedilatildeo de radicais de forma geral podem ser divididas em etapa

de iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo (Bruice 2006)

52

Etapa de iniciaccedilatildeo na etapa de iniciaccedilatildeo os radicais satildeo gerados

Etapa de propagaccedilatildeo um radical reage para produzir outro radical O radical

produzido na primeira etapa de propagaccedilatildeo pode reagir para formar outro radical As

etapas satildeo repetidas diversas vezes Dessa maneira a reaccedilatildeo eacute chamada ldquoreaccedilatildeo

radicalar em cadeiardquo Eacute a etapa que propaga a cadeia reacional

Etapa de terminaccedilatildeo quando os radicais se combinam produzindo uma

moleacutecula na qual os dois eleacutetrons estatildeo emparelhados ou uma moleacutecula estabiliza o

radical devido principalmente suas propriedades estruturais

Esquema 2 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido graxo

insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido lipiacutedico)

A oxidaccedilatildeo eacute parte fundamental da via aeroacutebica e do metabolismo e assim os

radicais livres satildeo produzidos naturalmente ou por alguma disfunccedilatildeo bioloacutegica No

organismo encontram-se envolvidos na produccedilatildeo de energia na forma de ATP

atraveacutes da cadeia respiratoacuteria como aceptor final de eleacutetrons fagocitose

regulamentaccedilatildeo do crescimento celular sinalizaccedilatildeo intercelular e siacutentese de

substacircncias bioloacutegicas importantes (Borek 1997) Participa de vaacuterias reaccedilotildees

metaboacutelicas como a biossiacutentese de prostaglandinas e esteroacuteides e na oxidaccedilatildeo de

muitas substacircncias aromaacuteticas entre outras (Fleschin et al2000)

O acircnion superoacutexido ( O2 ) o radical hidroxila ( HO) e o oacutexido niacutetrico ( NO) satildeo

exemplos de radicais livres Existem entretanto compostos igualmente reativos

quanto os radicais livres que natildeo possuem eleacutetron natildeo emparelhado na uacuteltima

Iniacutecio LH + OH L + H2O

+ O2 LOO

Propagaccedilatildeo LH + LOO L + LOOH

Propagaccedilatildeo L

53

camada e portanto natildeo podem ser classificados como radicais livres Essas

substacircncias satildeo classificadas de maneira mais ampla como espeacutecies reativas de

oxigecircnio (ERO) ou espeacutecies reativas de nitrogecircnio (ERN) e incluem o peroacutexido de

hidrogecircnio (H2O2) o caacutetion nitrosonium (NO+) o acircnion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito

(ONOO-) (Anderson1996)

Radicais livres (RL) e espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) e nitrogecircnio (ERN)

desempenham papel fundamental no metabolismo celular No entanto quando em

excesso estatildeo envolvidos em vaacuterios processos deleteacuterios ao organismo humano

levando a alteraccedilotildees teciduais responsaacuteveis por diversas patologias como o cacircncer

a arterosclerose a Diabetes mellitus a artrite reumatoacuteide a distrofia muscular a

catarata as desordens neuroloacutegicas e o processo de envelhecimento (Droumlge 2002

Nordberg amp Arneacuter 2001)

Recentemente a presenccedila de radicais livres tem sido correlacionada com um

grande nuacutemero de doenccedilas mas natildeo como agentes etioloacutegicos e sim como fatores

que participam diretamente dos mecanismos fisiopatoloacutegicos os quais determinam a

continuidade e as complicaccedilotildees de diversos estados patoloacutegicos (Rover Junior et al

2001)

Quando os antioxidantes produzidos pelo corpo satildeo insuficientes para

combater os radicais livres produzidos pelo organismo este sofre accedilotildees

degenerativas atraveacutes do distuacuterbio conhecido como estresse oxidativo Esta eacute uma

condiccedilatildeo celular ou fisioloacutegica de elevada concentraccedilatildeo de EROERN que causa

danos moleculares agraves estruturas celulares com consequente alteraccedilatildeo funcional e

prejuiacutezos das funccedilotildees vitais em diversos tecidos e oacutergatildeos tais como muacutesculos

fiacutegados tecido adiposo vascular e cerebral (Droumlge 2002 Duarte et al 1993

Halliwell 1994)

54

Haacutebitos de vida inapropriados tais como a ingestatildeo de aacutelcool fumo e dieta

inadequada condiccedilotildees ambientais improacuteprias tais como a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo natildeo

ionizante UV poluiccedilatildeo estresse emocional e envelhecimento satildeo fatores que estatildeo

associados ao estresse oxidativo (Droumlge 2002 Elsayed 2001) O equiliacutebrio entre a

formaccedilatildeo e a remoccedilatildeo das espeacutecies reativas de radicais livres pode sofrer accedilatildeo de

agentes exoacutegenos ou endoacutegenos induzindo um estado de estresse oxidativo Este

por sua vez pode ser reestabelecido pelos sistemas antioxidantes Na figura 17

pode-se verificar um esquema com as principais fontes de espeacutecies reativas

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al( 2007)

3312 Antioxidantes

Os antioxidantes satildeo substacircncias que quando presentes em baixas

concentraccedilotildees comparadas agrave do substrato oxidaacutevel regeneram ou previnem

significativamente a oxidaccedilatildeo do mesmo (Halliwell et al2000)

As plantas produzem uma grande variedade de substacircncias antioxidantes

contra os danos moleculares causados por radicais livres Entre eles os compostos

fenoacutelicos compreendem o principal grupo de compostos oxidantes de origem

vegetal Destes os flavonoacuteides constituem o grupo mais importante (Behling et al

2004)

55

De acordo com Halliwell (1996) os efeitos defensivos de antioxidantes que

controlam a produccedilatildeo de radicais livres nos seres vivos podem ter origem exoacutegena

originados principalmente de fontes enzimaacuteticas endoacutegena provenientes

principalmente da dieta alimentar destacando-se tocoferoacuteis (vitamina E) aacutecido

ascoacuterbico (vitamina C) flavonoacuteides polifenoacuteis selecircnio e carotenoacuteides (Bianchi amp

Antunes 1999) Alguns exemplos de antioxidantes podem ser verificados na figura

18

A vitamina E eacute a designaccedilatildeo dada a um grupo de compostos antioxidantes

lipossoluacuteveis entre os quais o α-tocoferol eacute a forma mais ativa Eacute encontrada em

lipoproteiacutenas e membranas atuando no bloqueio da reaccedilatildeo em cadeia da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica atraveacutes do sequumlestro de radical peroxila A vitamina C tem

muitas funccedilotildees fisioloacutegicas como o alto poder antioxidante reciclando a vitamina E

no processo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica da membrana e lipoproteiacutenas (Esquema 3)

(Barreiros amp David 2006)

O

HO

Tocoferol

O OHO

HO

HO OH

Aacutecido AacutescoacuterbicoCaroteno

O

OOH

HO

OH

OH

OH

Quercetina(Vitamina E)

(Vitamina C)

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

56

Esquema 3 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela vitamina C originando o radical ascorbila Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al 2007

A partir dos anos 80 o interesse em encontrar antioxidantes naturais para o

emprego em produtos alimentiacutecios ou para uso farmacecircutico tem aumentado

consideravelmente com o intuito de substituir antioxidantes sinteacuteticos que

apresentam problemas de toxicidade e carcinogecircnese bem como diversos outros

males aumento do peso do fiacutegado e significativa proliferaccedilatildeo do retiacuteculo

endoplasmaacutetico (Zheng amp Wang 2001 Giordani et al 2008 Simatildeo 1985)

Em funccedilatildeo dos possiacuteveis problemas provocados pelo consumo de

antioxidantes sinteacuteticos as pesquisas tecircm-se voltado no sentido de encontrar

produtos naturais com atividade antioxidante os quais permitiratildeo substituir os

sinteacuteticos ou fazer associaccedilatildeo entre eles (Souza et al 2007)

3313 Avaliaccedilatildeo da atividade antioxidante utilizando radical livre DPPH

A necessidade de tornar mais objetivas e menos dispendiosas as pesquisas

por constituintes quiacutemicos de plantas levou ao desenvolvimento de numerosas

teacutecnicas de ensaios para monitoramento e seleccedilatildeo de extratos

biofarmacologicamente uacuteteis (Viegas Jr 2004) Dentre eles estaacute o teste com DPPH

que eacute um meacutetodo bastante conveniente para a varredura da atividade antioxidante

de pequenas moleacuteculas uma vez que a reaccedilatildeo pode ser observada visualmente

O R

HO

LOOLOOH

Radical Ascorbil Vitamina C

O R

O

57

utilizando-se uma cromatoplaca ou um espectrocircmetro UVVIS (Saacutenchez-Moreno

1998)

A moleacutecula de DPPH (22-difenil-1-picril-hidrazil) eacute caracterizada como um

radical livre estaacutevel em virtude da deslocalizaccedilatildeo do eleacutetron desemparelhado por

toda a moleacutecula Esta deslocalizaccedilatildeo confere a esta moleacutecula uma coloraccedilatildeo violeta

caracterizada por uma banda de absorccedilatildeo em etanol em cerca de 520nm

Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma

determinada substacircncia em sequumlestrar o radical DPPH reduzindo-o a hidrazina

(figura 19) obtendo dessa forma a mudanccedila simultacircnea na coloraccedilatildeo de violeta a

amarelo paacutelido com consequente desaparecimento da absorccedilatildeo podendo a mesma

ser monitorada pelo decreacutescimo da absorbacircncia A partir dos resultados obtidos

determina-se a porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional (Alvez et

al2010 Sanchez-Moreno et al 1998)

A porcentagem de atividade antioxidante (AA) corresponde a quantidade de

DPPH consumida pelo antioxidante sendo que a quantidade de oxidante necessaacuteria

para decrescer a concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 eacute denominada

concentraccedilatildeo eficiente (CE50) tambeacutem chamada de concentraccedilatildeo inibitoacuteria (CI50)

Quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra menor seraacute a sua CE50

N

N

N

N

ON

O

O

O

O

O

antioxidante

N

N

N

O

O

O

O

O

O

NH N

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

58

332 Citotoxicidade

3321 Letalidade em Artemia salina Leach

As plantas conteacutem inuacutemeros constituintes e seus extratos quando testados

podem apresentar efeitos sineacutergicos entre os diferentes princiacutepios ativos devido a

presenccedila de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade No estudo da atividade bioloacutegica de extratos vegetais eacute importante

a seleccedilatildeo de bioensaios para a detecccedilatildeo do efeito especiacutefico Os sistemas devem

ser simples sensiacuteveis e reprodutiacuteveis (Cavalcanti et al 2000)

A fim de estabelecer a toxicidade de novos produtos naturais muitos ensaios

podem ser utilizados como os ensaios de letalidade de organismos simples que tecircm

sido utilizados para um raacutepido e relativamente simples monitoramento da resposta

bioloacutegica onde existe apenas um paracircmetro envolvido morte ou vida (Meyer et al

1982) Os resultados podem ser facilmente tratados estatisticamente

Estes ensaios permitem a avaliaccedilatildeo da toxicidade geral e portanto satildeo

considerados essenciais como bioensaios preliminares no estudo de compostos com

potencial atividade bioloacutegica

Um dos animais que tem sido utilizado nestes ensaios eacute uma espeacutecie de

microcrustaacuteceo marinho Artemia salina Leach que eacute considerada um bioensaio

preliminar utilizado para expressar a toxicidade de produtos naturais como extratos

de plantas e produtos marinhos (Maciel et al 2002)

Artemia salina Leach eacute uma espeacutecie da ordem Anostraca amplamente

conhecido como indicador de toxicidade em um bioensaio que utiliza CL50

(concentraccedilatildeo letal meacutedia) como paracircmetro para avaliaccedilatildeo da atividade bioloacutegica

(Nunes et al 2008) Esta espeacutecie eacute utilizada em testes de toxicidade devido agrave sua

59

capacidade de formar cistos dormentes fornecendo desse modo material bioloacutegico

que pode ser armazenado durante longos periacuteodos de tempo sem perda de

viabilidade e sem necessidade de se manterem culturas contiacutenuas de organismo-

teste Eacute uma espeacutecie de faacutecil manipulaccedilatildeo em laboratoacuterio e baixo custo econocircmico

(Calow 1993)

Adicionalmente alguns trabalhos mostram uma boa correlaccedilatildeo entre o ensaio

de letalidade com larvas de Artemia salina e a citotoxicidade em linhagens de

ceacutelulas humanas para esses produtos (McLaughlin et al 1995 Carbalho et al

2002)

A avaliaccedilatildeo da bioatividade de extratos de plantas medida pela toxicidade

frente a Artemia salina pode fornecer informaccedilotildees valiosas ao trabalho de quiacutemicos

de produtos naturais e farmacoacutelogos indicando fontes vegetais com importante

atividade bioloacutegica Nesse contexto a utilizaccedilatildeo de bioensaios para o monitoramento

da bioatividade de extratos de plantas vem crescendo consideravelmente nos

laboratoacuterios de pesquisa em niacutevel mundial como meacutetodo alternativo para o uso de

animais de laboratoacuterio (Nunes et al 2008)

60

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais

O cacircncer representa uma enfermidade cada vez mais comum em todo o

mundo e a busca por moleacuteculas cada vez mais potentes e menos toacutexicas eacute

constante tendo como grande fornecedor de moleacuteculas a natureza Segundo

Brandatildeo et al (2010) as plantas satildeo consideradas fonte nobre de moleacuteculas para o

tratamento de vaacuterias formas de cacircncer e mesmo que as moleacuteculas isoladas do

vegetal natildeo possam ser usadas diretamente como medicamento podem servir para

siacutentese ou para gerar proacute-farmacos para o desenvolvimento de novos agentes

Atualmente a definiccedilatildeo cientiacutefica de cacircncer refere-se ao termo neoplasia

especificamente aos tumores malignos como sendo uma doenccedila caracterizada pelo

crescimento descontrolado de ceacutelulas transformadas Existem quase 200 tipos que

correspondem aos vaacuterios sistemas de ceacutelulas do corpo os quais se diferenciam pela

capacidade de invadir tecidos e oacutergatildeos vizinhos ou distantes (Almeida et al 2005)

O cacircncer eacute uma siacutendrome que envolve em geral as etapas de iniciaccedilatildeo

promoccedilatildeo e progressatildeo Os diferentes tipos de cacircncer correspondem aos vaacuterios

tipos de ceacutelulas do corpo (Figura 20) conforme o local de origem destas

Figura 20 Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo brasileira Fonte httpwwwincaorgbrcancer (Almeida et al 2005)

61

O tratamento convencional desta patologia baseia-se em cirurgia radioterapia

quimioterapia ou a combinaccedilatildeo destes procedimentos Os dois primeiros satildeo

recomendados para tumores localizados enquanto que a quimioterapia eacute utilizada

para as ceacutelulas canceriacutegenas espalhadas pelo corpo Os faacutermacos antineoplaacutesicos

natildeo poupam as ceacutelulas normais de sua accedilatildeo devastadora assim diversos efeitos

toacutexicos podem acometer os pacientes que fazem uso destes medicamentos (Behling

et al 2004)

A busca por medicamentos canceriacutegenos tem aumentando com vista a se

encontrar tratamentos mais efetivos e seletivos ou que visem a descoberta de

novas estrateacutegias que impeccedilam o avanccedilo da doenccedila Diversos trabalhos tecircm visado

o estudo da varredura de moleacuteculas com atividade tumoral Os alcaloacuteides

apresentam atividade pronunciada com a classe de aporfiacutenicos demonstrando

atividade frente a diferentes tipos de linhagens de ceacutelulas tumorais (Pereira et al

2008 Silva et al 2007)

Um nuacutemero significativo de agentes quimioteraacutepicos obtidos a partir de plantas

estaacute ainda em experimento cliacutenico para o tratamento de cacircncer mas verifica-se a

descoberta de faacutermacos derivados de plantas que jaacute estatildeo sendo utilizados

clinicamente para essa patologia As estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias

com atividade canceriacutegenas derivadas de fontes vegetais estatildeo representadas na

Figura 21 Entre os mais conhecidos estatildeo os chamados alcaloacuteides da vinca

vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus os taxanos como o

paclitaxel (Taxol ) inicialmente isolado das cascas de Taxus brevifoliae e a classe

de agentes clinicamente ativos derivados da camptotecina isolada de Camptotheca

acuminata Decne (Cragg amp Newman 2009)

62

Figura 21 estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividades canceriacutegenas derivadas

de fontes vegetais Fonte Adaptaccedilatildeo de Cragg amp Newman (2009)

Verifica-se uma possiacutevel correlaccedilatildeo existente entre a atividade antioxidante de

substacircncias polares e a capacidade de inibir ou retardar o aparecimento de ceacutelulas

canceriacutegenas jaacute que haacute indiacutecios que espeacutecies reativas potencializam o estado desta

patologia (Barreiros amp David 2006)

Considerando que menos de 10 das espeacutecies de plantas tiveram algum tipo

de estudo fitoquiacutemico ou de atividades bioloacutegicas acredita-se que muitos

medicamentos derivados de plantas ainda estejam por ser descobertos incluindo os

anticanceriacutegenos (Brandatildeo et al 2010)

O

O

O

O

NHO O

O

OH

O OH

O

O

O

NH

NOH

O

OO

N

OOH

NR

OO

O

R = CH3

R = CHO

Vinblastine

Vincristine

Taxol

OOH

Cl

N

OH

N

NO

O

OOH

CaptotecinaFlavopiridol

O

OOH

N

OH

HO

Roituquina

Vinblastina

Vincristina R = CHO

63

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase

A populaccedilatildeo mundial estaacute cada vez mais idosa e doenccedilas relacionadas agrave

idade prevalecem sem cura ou tratamento eficaz tornando-se probemas de Sauacutede

Puacuteblica Mundial Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHO 2001) estima-

se que 40 milhotildees de pessoas no mundo apresenta algum tipo de demecircncia dentre

elas 25 milhotildees apresentam sintomas caracteriacutesticos da Doenccedila de Alzheimer (DA)

(Andrade 1988 Viegas Junior et al 2005)

Com o crescimento da expectativa de vida o risco eacute real para todos os que

ultrapassam 60 anos de idade jaacute que a DA eacute uma patologia neurodegenerativa

progressiva que afeta principalmente a populaccedilatildeo idosa sendo responsaacutevel por 50-

60 dos casos de demecircncias em pessoas com mais de 65 anos de idade (Francis

et al 1999)

Os principais sintomas envolvem deficiecircncia orgacircnica cognitiva principalmente

comprometimento da memoacuteria da coordenaccedilatildeo motora e do raciociacutenio aleacutem de

perda da capacidade cognitiva e demecircncia

Em niacutevel celular a DA estaacute associada agrave reduccedilatildeo das taxas de acetilcolina

(ACh) no processo sinaacuteptico diminuindo a neurotransmissatildeo colineacutergica cortical

aleacutem de outros neurotransmissores como noradrenalina dopamina serotonina e

glutamato (Tabarrini et al 2001 Perry et al 2003)

A acetilcolina eacute um neurotransmissor encontrado no ceacuterebro e nas junccedilotildees

neuromusculares compondo parte do sistema nervoso parassimpaacutetico Seus efeitos

incluem a contraccedilatildeo dos muacutesculos lisos dilataccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos e

regulaccedilatildeo da taxa de batimentos cardiacuteacos no ceacuterebro estaacute associada ao controle

motor memoacuteria e cogniccedilatildeo Sua atividade e permanecircncia na fenda sinaacuteptica satildeo

64

regulados por hidroacutelise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE) que regenera a

colina seu precursor

Os avanccedilos obtidos na compreensatildeo da evoluccedilatildeo da doenccedila tecircm demostrado

que o uso de inibidores de AChE deve ser a forma mais eficiente de controle da

evoluccedilatildeo da doenccedila As causas da DA natildeo satildeo determinadas assim os sintomas

podem ser apenas amenizados (Quik e Jeyarasasingam et al 1999 Viegas Junior

et al 2004)

O medicamento considerado mais efetivo no tratamento de DA eacute a

galantamina um alcaloacuteide inibidor da enzima acetilcolinesterase composto isolado

de plantas da famiacutelia Amaryllidaceae O alcaloacuteide foi inicialmente isolado de

Galanthus woronowii mas atualmente eacute obtido a partir de Narcissus sp e Leucojum

aestivum assim como sinteticamente Esta substacircncia apresenta menos limitaccedilotildees

que outras jaacute utilizadas devido os efeitos terapecircuticos que permanecem mesmo

apoacutes o teacutermino do tratamento (Ingkanan et al 2000 Loacutepez et al 2002)

Estudos realizados visando a obtenccedilatildeo de novos compostos capazes de

amenizar o deacuteficit colineacutergico associado agrave disfunccedilatildeo cognitiva do mal de Alzheimer

estatildeo baseadas na inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase como eacute o caso do ensaio

colorimeacutetrico de Rhee (Rhee et al 2001) Para esse teste utiliza-se 55rsquo-ditiobis

(aacutecido-2 nitrobenzoacuteico) (reagente de Ellmann) para visualizaccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica (Figura 22)

65

HO

O

N

O

O

SS

O OH

N

O

O

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

O inconveniente da utilizaccedilatildeo do reagente de Ellman eacute o limite de detecccedilatildeo

visual pois formam halos de inibiccedilatildeo brancos sobre a placa corada amarela

Na revisatildeo realizada por Viegas Junior (2004) pode-se verificar que nos

estudos de produtos naturais na busca por novos faacutermacos para o controle da DA os

alcaloacuteides destacam-se devida a atividade observada em baixas concentraccedilotildees

Algumas estruturas de alcaloacuteides podem ser encontradas nessa revisatildeo e em outros

trabalhos relacionados podem ser verificados na figura 23

Ensaios com um grande nuacutemero de plantas estatildeo sendo utilizados para

detectar a atividade de inibiccedilatildeo da AChE Um estudo bioguiado mais eficiente pode

ser realizado com a associaccedilatildeo dos ensaios anticolinesterase e antioxidante

conforme Giordani (2008) jaacute que o dano causado por espeacutecies reativas de oxigecircnio eacute

considerado um fator contribuinte da doenccedila de Alzheimer

No levantamento realizado por Barbosa Filho et al (2006) foram revisadas 309

plantas e 260 substacircncias isoladas As espeacutecies em particular da famiacutelia

Amaryllidaceae Apiaceae Asteraceae Fabaceae e Fumariaceae foram as mais

estudadas Mais uma vez os alcaloacuteides receberam destaque por serem os

compostos isolados que apresentaram maior atividade inibidora de

66

acetilcolinesterase Berkov et al (2008) realizou um trabalho com 33 alcaloacuteides em

que constatou a capacidade de inibir a accedilatildeo da enzima AChE de alcaloacuteides como

coridaline epigalantamina sanguinina desidrocoridalina entre outros

Dessa forma as famiacutelias botacircnicas que conteacutem alcaloacuteides podem ser fontes

promissoras do tratamento de DA

Figura 23 Alcaloacuteides com propriedades anticolinesterase

O

HO

NCH3

CH3O

Galantamina

Huperzina A

N

OH

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

homomoenjodaramina

O

HO

NCH3

HO

Sanguinina

N

OCH3

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

moenjodaramina

HN

N NH

N

NH

OH

CH3

zeatina

FonteGalanthus woronowii Referecircncia Loacutepez et al 2002

Fonte Huperzia serrata Referecircncia Chang 2000

Rajendran et al 2001

Fonte Eucharis grandiflora Referecircncia Loacutepez et al 2002

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteFiatoua villosa Referecircncia Heo et al 2002

67

34 Meacutetodos cromatograacuteficos

A extraccedilatildeo dos constituintes de plantas eacute um exerciacutecio de acertos e erros com

uso de diferentes solventes sob as mais variadas condiccedilotildees como tempo e

temperatura de extraccedilatildeo O sucesso ou fracasso nos processos de extraccedilatildeo pode

ser observado posteriormente nos processos de purificaccedilatildeo Uma vez extraiacutedo da

planta o composto bioativo deve ser separado do extrato bruto O procedimento

pode envolver desde uma simples cristalizaccedilatildeo do composto ateacute separaccedilotildees

sucessivas com particcedilotildees de polaridades diferentes e extensivas teacutecnicas

cromatograacuteficas Neste contexto a cromatografia tem lugar de merecido destaque

no que concerne a separaccedilatildeo identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de compostos (Bresolin

amp Cechinel-Filho 2003)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo Ela estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre

devido a diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis uma fase fixa de grande

aacuterea superficial denominada fase estacionaacuteria e outra um fluido que percola

atraveacutes dela chamada de fase moacutevel A grande variedade de combinaccedilotildees entre

fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica extremamente versaacutetil e de grande

aplicaccedilatildeo (Barnes 2002)

Pode ser desenvolvida de forma planar ou no interior de colunas O fenocircmeno

da separaccedilatildeo cromatograacutefica eacute de cunho interfacial sendo que as superfiacutecies

imisciacuteveis fases moacutevel e estacionaacuteria podem ser gaacutes-soacutelido gaacutes-liacutequido liacutequido-

liacutequido e liacutequido-soacutelido respectivamente (Degani et al 1998) Dentre os vaacuterios tipos

de cromatografia haacute a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Cromatografia

Liacutequida claacutessica e de Alta Eficiecircncia (CLAE) e Cromatografia Gasosa (CG)

(Esquema 4)

68

Esquema 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia Fonte Adaptaccedilatildeo de Degani et al 1998

341 Cromatografia em Camada Delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) eacute uma teacutecnica simples e de

execuccedilatildeo relativamente raacutepida utilizada em quiacutemica de produtos naturais como uma

ferramenta eficaz de anaacutelise qualitativa para avaliaccedilatildeo da pureza de uma amostra

simples avaliaccedilatildeo do nuacutemero de componentes de uma mistura identificaccedilatildeo de

uma ou mais substacircncias presentes em uma mistura por comparaccedilatildeo com padrotildees

monitoramento do progresso de uma reaccedilatildeo quiacutemica escolha de um solvente

apropriado para uma separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna e monitoramento de uma

separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna (Silva et al 2009)

Eacute uma teacutecnica de adsorccedilatildeo liacutequidondashsoacutelido onde agrave separaccedilatildeo pela diferenccedila de

afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionaacuteria O paracircmetro

mais importante a ser considerado em CCD eacute o fator de retenccedilatildeo (Rf) o qual eacute a

razatildeo entre a distacircncia percorrida pela substacircncia em questatildeo e a distacircncia

percorrida pela fase moacutevel Os valores ideais para Rf estatildeo entre 04 e 06 (Degani

et al 1998)

69

342 Cromatografia gasosa

A cromatografia a Gaacutes (CG) eacute um meacutetodo usado para separar os componentes

de uma soluccedilatildeo e determinar sua quantidade relativa Eacute uma teacutecnica uacutetil para

compostos orgacircnicos que natildeo entrem em decomposiccedilatildeo sob altas temperaturas

(aproximadamente 310ordmC) possibilitando a anaacutelise de compostos obtidos de plantas

em pequenas quantidades (microgramas) (Lanccedilas1993)

A cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de

possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa devido agrave possibilidade de

detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9-10-12 g) A grande limitaccedilatildeo deste

meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

(Degani et al 1998)

Os gases utilizados como fase moacutevel devem ter alta pureza e ser inertes em

relaccedilatildeo agrave fase estacionaacuteria Hidrogecircnio nitrogecircnio e heacutelio satildeo os mais usados Os

detectores de maior aplicaccedilatildeo satildeo o detector por ionizaccedilatildeo em chama e o detector

de condutividade teacutermica Os dados podem ser obtidos atraveacutes de um registrador

potenciomeacutetrico um integrador ou um microcomputador sendo as amostras

identificadas por seus tempos de retenccedilatildeo (Degani et al 1998)

A cromatografia a gaacutes pode ser combinada com espectroscopia de massas

(CG-EM) Esta teacutecnica vem sendo utilizada como meacutetodo sensiacutevel na identificaccedilatildeo

de alcaloacuteides e detecccedilatildeo de vaacuterias classes de terpenos (Cordell1995 Bresolin amp

Cechinel-Filho 2003)

70

4 METODOLOGIA

41 Coleta

As espeacutecies de Lauraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho

Ducke em Manaus no Amazonas Sendo trecircs espeacutecies do gecircnero Ocotea duas do

gecircnero Rhodostemonodaphne e duas do gecircnero Endlicheria As exsicatas

encontram-se depositadas no herbaacuterio do Instituto Nacional de Pesquisas do

Amazonas (INPA) no projeto Flora da Reserva Ducke

Reg Nome cientiacutefico Oacutergatildeo(s) da planta

0215 Endlicheria citriodora Folhas e galhos

0273 Endlicheria sericea

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0123 Ocotea ceanothifolia

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0066 Ocotea leucoxylon

Folhas galhos finos e grossos

0172 Ocotea minor

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0191 Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas e galhos

0162 Rhodostemonodaphne recurva

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

Quadro 1 - Dados de coleta das espeacutecies vegetais

Apoacutes a coleta as diferentes partes da aacutervore (folhas galhos e cascas do

tronco) foram separadas limpas analisadas macroscopicamente quanto agrave presenccedila

de fungos galhas e ataques de insetos O material foi seco agrave temperatura ambiente

triturado separadamente em moinho de quatro facas e dividido para obtenccedilatildeo de

extratos etanoacutelicos e de oacuteleos essenciais O esquema 05 mostra os meacutetodos

empregados para obtenccedilatildeo dos extratos etanoacutelicos e extraccedilatildeo dos oacuteleos essenciais

71

42 Obtenccedilatildeo dos extratos

Para as sete espeacutecies investigadas o procedimento de obtenccedilatildeo dos extratos

foi padronizado Cada parte (galhos folhas e cascas) foi submetida agrave maceraccedilatildeo a

frio durante 72 horas em etanol previamente destilado

Apoacutes a maceraccedilatildeo e filtraccedilatildeo o solvente foi eliminado em evaporador rotatoacuterio

resultando num extrato bruto O material vegetal foi recolocado em maceraccedilatildeo

repetindo-se o processo descrito anteriormente durante quatro vezes obtendo assim

um extrato etanoacutelico

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos extratos e dos oacuteleos essenciais

Hidrodestilaccedilatildeo por Clevenger modificado

Evaporaccedilatildeo em rotavapor

5x maceraccedilatildeo em Etanol

Extraccedilatildeo de oacuteleo essencial

Soluccedilatildeo etanoacutelica

Extrato etanoacutelico

Prospecccedilatildeo quiacutemica

Ensaios quiacutemicobioloacutegicos

Anaacutelise e identificaccedilatildeo

Limpeza secagem e trituraccedilatildeo

Coleta

72

43 Prospecccedilatildeo

As prospecccedilotildees foram realizadas segundo Matos (1980)

431 Fenoacuteis

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se em seguida trecircs gotas de soluccedilatildeo alcooacutelica de FeCl3 10 Agitou-se e

observou-se variaccedilatildeo de coloraccedilatildeo variando entre azul e vermelho que eacute indicativo

de fenoacuteis O resultado foi comparado com um teste em branco usando-se aacutegua e

FeCl3

432 Flavonoacuteides

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se entatildeo alguns miligramas de magneacutesio granulado e 05 mL de HCl

concentrado O teacutermino da reaccedilatildeo foi indicado pelo fim da efervescecircncia O

aparecimento ou a intensificaccedilatildeo da cor vermelha foi indicativo da presenccedila de

flavonoacuteis flavanonas flavanonoacuteis eou xantonas livres ou seus heterosiacutedios

433 Alcaloacuteides

Foi verificada a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes dos reativos de

reconhecimento Dragendorf Mayer Wagner e Hager A leve turbidez ou precipitado

respectivamente roxa a laranja branca a creme marron e marrom dos extratos apoacutes

a adiccedilatildeo dos reativos indicaram a presenccedila de alcaloacuteides

73

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas

441 Obtenccedilatildeo das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

O extrato bruto foi submetido a fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides

modificado conforme demonstrado no esquema 06 O extrato seco foi

ressuspendido com soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 10 As substacircncias apolares foram

extraiacutedas com hexano Para retirada de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade foi

adicionado diclorometano (4 vezes) Apoacutes a retirada do diclorometano a fraccedilatildeo

aquosa foi alcalinizada com hidroacutexido de amocircnio ateacute pH 9-10 e extraiacuteda com o

mesmo volume de diclorometano (4 vezes) gerando uma fraccedilatildeo orgacircnica

enriquecida em alcaloacuteides A fraccedilatildeo foi seca com sulfato de soacutedio anidro filtrada

evaporada agrave pressatildeo reduzida e pesada

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Adiccedilatildeo NH4OH

Particcedilatildeo CH2Cl2

Fraccedilatildeo aquosa aacutecida

Fase Hexacircnica

CH2Cl2H2O

Fraccedilatildeo diclorometano

Fraccedilatildeo aquosa Baacutesica

Resiacuteduo aquoso neutro

Ressuspensatildeo em HCl 10 e particcedilatildeo com Hexano

Extrato

Etanoacutelico

Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

74

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD

Apoacutes as particcedilotildees aacutecido-base as fraccedilotildees alcaloiacutedicas foram solubilizadas em

diclorometano e aplicadas com auxiacutelio de capilar em cromatofolhas de alumiacutenio (AL

TLC Silicagel 60 F254 Merck 5 x 4 cm) O sistema foi mantido em cacircmara de

saturaccedilatildeo com os eluentes acetato de etila metanol e aacutegua (721) A visualizaccedilatildeo

das manchas foi efetuada por exposiccedilatildeo agrave luz UV a 264 e 365 nm e revelaccedilatildeo com

vanilina sulfuacuterica com posterior aquecimento em estufa e em capela ateacute o

aparecimento de cores na placa e revelador Dragendorf

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por Espectrometria de massas

O estudo do perfil alcaloiacutedico foi realizado por espectrometria de massa (IES-

EMEM) As amostras foram solubilizadas para concentraccedilatildeo de 5ppm usando

metanol HPLC como solvente injetadas por inserccedilatildeo direta no espectrocircmetro de

massas com inserccedilatildeo direta com fluxo de 30 μL minndash1 Os espectros ESI-MS foram

adquiridos em modo positivo em um aparelho LCQ-Fleet da Thermo Detector do

tipo Ion-Trap operando no modo ESI de ionizaccedilatildeo As amostras foram infundidas

por uma bomba de injeccedilatildeo automaacutetica com um fluxo contiacutenuo de 10μLmin-1 Os

espectros foram adquiridos na faixa de mz 100 a 800 Foram avaliados por injeccedilatildeo

direta das amostras em espectrocircmetro de massa com interface electrospray e

analisador de iacuteon-trap (FIA-ESI-IT-MS)[5] obtidos em modo positivo [M+H]+

75

45 Oacuteleo essencial

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo

O oacuteleo essencial foi extraiacutedo por hidrodestilaccedilatildeo utilizando-se aparelho de

Clevenger modificado por 4 horas A proporccedilatildeo utilizada foi de 110 de amostra e

aacutegua respectivamente

Apoacutes a obtenccedilatildeo do oacuteleo o mesmo foi seco em sulfato de soacutedio seu

rendimento calculado e em seguida armazenado em geladeira em um frasco acircmbar

para minimizar os efeitos da oxidaccedilatildeo ateacute as anaacutelises

O caacutelculo dos rendimentos foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo da massa do oacuteleo

obtida com a massa de material vegetal seco utilizado na extraccedilatildeo

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais

Os oacuteleos essenciais foram diluiacutedos em hexano e as soluccedilotildees obtidas foram

submetidas agrave anaacutelise por cromatografia em fase gasosa com detector de ionizaccedilatildeo

de chama (CG-DIC) para a anaacutelise quantitativa e determinaccedilatildeo dos iacutendices de

retenccedilatildeo e por cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrocircmetro de massas

(CG-EM) para a obtenccedilatildeo dos espectros de massas Foram realizadas trecircs

repeticcedilotildees para cada oacuteleo essencial analisado

4521 Anaacutelise em CG-DIC

Os oacuteleos foram diretamente analisados em cromatoacutegrafo em fase gasosa

modelo CG 2010 da Shimadzucopy com detector por ionizaccedilatildeo de chama (DIC) As

76

anaacutelises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB (100 dimetilpolisiloxano) da

Variancopy com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m sendo utilizado como gaacutes de

arraste heacutelio (He) em fluxo de 20 mLmin A injeccedilatildeo em modo split 110 foi realizada

com injetor a 250ordmC A temperatura do detector foi de 290ordmC e o forno foi

programado de 60ordmC ateacute 240degC (2degCmin) 240degC ateacute 290degC (20degCmin) isoterma em

290degC por 5 min Foram injetados padrotildees de hidrocarbonetos lineares para a

determinaccedilatildeo dos iacutendices de retenccedilatildeo

4522 Anaacutelise em CG-EM

Apoacutes a anaacutelise por CG-DIC os oacuteleos foram analisados em cromatoacutegrafo em

fase gasosa modelo QP-2010 da Shimadzucopy com detector por espectrometria de

massas (CG-EM) As anaacutelises foram realizadas com coluna VF-1MS da Variancopy

com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m As condiccedilotildees da anaacutelise foram agraves

mesmas utilizadas por CG-DIC Para a detecccedilatildeo foi aplicada a teacutecnica de impacto

eletrocircnico a 70eV

4522 Anaacutelise por RMN

Os espectros de Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear de hidrogecircnio (RMN 1H) e carbono (RMN

13C-1H desacoplado) DEPT HSQC e HMBC foram registrados em espectrocircmetro da Varian modelo

INOVA de 117 T do Centro de Biotecnologia da Amazocircnia (CBA) operando a 500 MHz para 1H e 125

MHz para 13C As amostras foram solubilizadas em 600microL de solvente deuterado clorofoacutermio (CDCl3)

Os deslocamentos quiacutemicos (δ) foram expressos em partes por milhatildeo (ppm) em relaccedilatildeo ao padratildeo

interno TMS (δ= 000) e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz) As multiplicidades dos sinais

foram indicadas segundo a convenccedilatildeo s (singleto) d (dupleto) dd (duplo dupleto) t (tripleto) e m

(multipleto)

77

4523 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais

A determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais foi realizada

atraveacutes dos dados de tempo de retenccedilatildeo obtidos por CG-DIC e dos espectros de

massas obtidos por CG-EM Os iacutendices de retenccedilatildeo foram calculados utilizando a

equaccedilatildeo de Van der Dool-Kratz relacionando os tempos de retenccedilatildeo dos compostos

presentes nos oacuteleos essenciais com os tempos de retenccedilatildeo de uma seacuterie homoacuteloga

de hidrocarbonetos lineares (C9-C30) que foi co-injetada com a amostra Os iacutendices

de retenccedilatildeo e os espectros de massas foram comparados com dados da

espectroteca Wiley 70 e da literatura (Adams 2007)

78

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos

Os extratos em etanol eou oacuteleos essencias com maiores rendimentos foram

testados nos seguintes ensaios

461 Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria de acetilcolinesterase foi verificada segundo o meacutetodo de

Ellman (1961) modificado por Rhee et al (2001) A amostra foi adicionada em uma

placa de CCD (cromatografia de camada delgada) Apoacutes a completa evaporaccedilatildeo do

solvente foi adicionado sobre a placa cromatograacutefica o corante e o substrato que

satildeo o reagente de Ellman (aacutecido 55rsquo-ditiobis-2-nitrobenzoacuteico DTNB) e uma soluccedilatildeo

de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) em tampatildeo A enzima AChE (3 UmL) foi

adicionada posteriormente e analisada depois de 20 minutos O resultado foi

verificado atraveacutes da diferenccedila na coloraccedilatildeo caracteriacutestica do meacutetodo em que a

coloraccedilatildeo amarela caracteriza o resultado negativo para inibiccedilatildeo e branca para

positivo

As regiotildees da placa que contecircm substacircncias capazes de inibir a accedilatildeo da

enzima acetilcolinesterase apresentam uma mancha branca contra a coloraccedilatildeo de

fundo do corante

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH

A atividade inibidora de radicais livres foi verificada de forma qualitativa

(Soler-Rivas et al 2000) e quantitativa (Mensor 2001)

79

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante

O teste de atividade antioxidante qualitativo foi realizado atraveacutes da

capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em

soluccedilotildees com solvente metanol por trinta segundos

Foram aplicadas sobre uma cromatoplaca de siacutelica gel soluccedilotildees das amostras

de extrato bruto com concentraccedilatildeo de 1mgmL Apoacutes a total evaporaccedilatildeo do solvente

a placa seraacute nebulizada com soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH a 03mMmL

A atividade antioxidante foi evidenciada pela presenccedila de manchas amarelas

ou brancas decorrentes da reduccedilatildeo do DPPH contra a coloraccedilatildeo puacuterpura de fundo

apoacutes alguns minutos agrave temperatura ambiente Como padratildeo positivo foi utilizado o

flavonoacuteide quercetina

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi avaliada por meio da capacidade sequumlestrante do

radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) utilizando quercetina como padratildeo

externo Verifica-se que o padratildeo apresenta concentraccedilatildeo eficiente aproximada de 4

μgmL devido a isso foram preparadas soluccedilotildees em metanol com concentraccedilotildees de

03906 a 25 μgmL O mesmo procedimento foi realizado para as soluccedilotildees dos

extratos com concentraccedilatildeo de 3125 a 100 microgmL O meacutetodo foi adaptado para

microplaca (figura 23)

As amostras diluiacutedas tiveram suas absorbacircncias medidas em leitora de

microplaca (Bio-Rad modelo 3550 UV) a 517 nm para a obtenccedilatildeo do branco Em

seguida foram submetidas agrave adiccedilatildeo do reativo DPPH (03 mM) incubando a reaccedilatildeo

80

por 30 minutos em ambiente escuro A leitura da absorbacircncia foi novamente

realizada pois por accedilatildeo de um antioxidante o DPPH eacute reduzido formando difenil-

picril-hidrazina com consequente desaparecimento da coloraccedilatildeo podendo ser

monitorado pelo decreacutescimo da absorbacircncia

A porcentagem da atividade antioxidante (AA) corresponde agrave quantidade de

DPPH consumida sendo que a quantidade da amostra necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo de DPPH em 50 eacute denominada concentraccedilatildeo eficiente (CE50) Os

valores de absorbacircncia em todas as concentraccedilotildees testadas foram convertidos em

AA pela equaccedilatildeo 01

AA = [ Abscontrole ndash ( Absamostra ndash Absbranco ) ] x 100 Abscontrole

Onde Abscontrole eacute a absorbacircncia inicial da soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH e

Absamostra eacute a absorbacircncia da mistura reacional ( DPPH + amostra)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Os resultados apresentados neste estudo correspondem a meacutedia da triplicata

e o desvio padratildeo da meacutedia O valor de (CE50) foi determinada atraveacutes da regressatildeo

linear dos valores obtidos utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007

81

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia salina LEACH

A atividade citotoacutexica dos extratos foi avaliada atraveacutes do teste de letalidade

contra Artemia salina Leach de acordo com o meacutetodo proposto por Meyer e

colaboradores (1982) Naacuteuplios de Artemia salina foram incubados em aacutegua do mar

artificial por 48 horas agrave temperatura de 28ordmC Soluccedilotildees dos extratos foram

preparadas em dimetilsulfoacutexido (DMSO) nas concentraccedilotildees variando de 10 a 500

μgmL

Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para recipientes

contendo aacutegua artificial do mar e a substacircncia a ser testada Os ensaios foram

realizados em triplicata A contagem do nuacutemero de larvas mortas foi realizada apoacutes

24 horas e esse nuacutemero foi usado para o calculo utilizando o meacutetodo Proacutebitos de

anaacutelise para obtenccedilatildeo das DL50 e respectivos intervalos de confianccedila (Finney 1971)

(figura 24) Os extratos com DL50 maiores que 1000 microgmL ppm foram considerados

inativos

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

464 Avaliaccedilatildeo da atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais

A avaliaccedilatildeo da citotoxidade foi realizada na Universidade Federal do Cearaacute sob

a supervisatildeo da prof Dra Claacuteudia Pessoa Foram utilizados trecircs tipos de linhagens

82

tumorais MDA-MB435 (mama - humano) HCT-8 (coacutelon - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) cultivadas em meio RPMI 1640 suplementados com 10

de soro fetal bovino e 1 de antibioacuteticos mantidas em estufa a 37 ordmC e atmosfera

contendo 5 de CO2As amostras dos extratos etanoacutelicos foram dissolvidas em

DMSO puro esteacuteril e testadas na concentraccedilatildeo final de 50 microgmL

Anaacutelise de citotoxicidade pelo meacutetodo do MTT vem sendo utilizada no

programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI) Eacute um

meacutetodo raacutepido sensiacutevel e barato Eacute uma anaacutelise colorimeacutetrica baseada na

conversatildeo do sal 3-(45-dimetil-2-tiazol)-25-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT)

em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas

ceacutelulas metabolicamente ativas O estudo citotoacutexico pelo meacutetodo do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade mas natildeo o mecanismo de accedilatildeo (Berridge et al

1996)

As ceacutelulas foram plaqueadas na concentraccedilatildeo de 01 x 106 ceacutelmL para as

linhagens MDAMB-435 e SF-295 e 07 x 105 ceacutelmL para a linhagem HCT-8 Em

seguidas foram adicionadas as amostras na concentraccedilatildeo final de 50 gmL As

placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5 de CO2 a 37 ordmC Ao teacutermino

deste as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante removido Em seguida

foram adicionados 150 L da soluccedilatildeo de MTT (sal de tetrazolium) e as placas foram

incubadas por 3h A absorbacircncia foi lida apoacutes dissoluccedilatildeo do precipitado com 150L

de DMSO puro em espectrofotocircmetro de placa a 595 nm

Os experimentos foram analisados segundo a meacutedia plusmn desvio padratildeo da

meacutedia (DPM) da porcentagem de inibiccedilatildeo do crescimento celular usando o programa

GraphPad Prism

83

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apoacutes seacuteculos de exploraccedilatildeo desordenada na Regiatildeo Amazocircnica as espeacutecies

da famiacutelia Lauraceae produtoras de oacuteleo essencial continuam tendo interesse

comercial mas com poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos descritos na

literatura em comparaccedilatildeo com a quantidade de espeacutecies de interesse (Alcacircntara et

al 2010)

As espeacutecies de plantas estudadas neste trabalho fazem parte de uma seacuterie de

plantas selecionadas pelo grupo de pesquisa Quiacutemica de Biomoleacuteculas da Amazocircnia

(Q-BiomA) objetivando o estudo do perfil de seus constituintes alcaloiacutedicos e

volaacuteteis Todas as espeacutecies fazem parte da flora Amazocircnica e possuem pouco ou

nenhum estudo quiacutemico e bioloacutegico

As extraccedilotildees e os ensaios quiacutemicos e bioloacutegicos foram realizados conforme a

disponibilidade dos equipamentos e reagentes e portanto os testes natildeo foram

realizados com todas as espeacutecies e partes da planta ateacute a presente data

51 Rendimento do extrato

Foram obtidos 23 extratos com rendimento variando de 161 agrave 2904

conforme apresentado na tabela 4 A espeacutecie O ceanothifolia apresentou o maior

rendimento na maioria das partes (folhas galhos finos e grossos) Em quase todas

as espeacutecies foi possiacutevel verificar que os galhos finos apresentaram rendimento maior

que os galhos grossos Tal dado eacute importante tendo em vista a sustentabilidade da

84

pesquisa jaacute que os galhos finos satildeo mais faacuteceis de serem obtidos e sua retirada eacute

menos prejudiciais agrave planta devido crescerem mais raacutepido

Tabela 4 Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

A= Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol Rend=rendimento NR = natildeo realizado

52 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica

O estudo fitoquiacutemico revelou a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos

na maioria dos extratos Os resultados para a prospecccedilatildeo de alcaloacuteides utilizando

como reveladores Hager Wagner Mayer e Draggendorff foram unidos e satildeo

apresentados na tabela 09 assim como os resultados para flavonoacuteides e compostos

fenoacutelicos

Os flavonoacuteides natildeo foram detectados em nenhum extrato do gecircnero

Rhodostemonodaphne e das espeacutecies Endlicheria sericea (galhos) e Ocotea

Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

Espeacutecies Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

()

E citriodora 400 1299 215 682 NR NR NR NR

E sericea 500 479 500 204 500 347 200 284

O

ceanothifolia

700 2904 500 860 300 1362 350 204

O leucoxylon 550 393 500 257 500 579 NR NR

O minor 500 1665 600 672 300 607 300 354

R

crenaticupula

100 826 500 161

NR NR NR NR

R recurva 500 426 500 106 500 201 300 051

85

leucoxylon Poreacutem este uacuteltimo gecircnero apresentou a maior quantidade de espeacutecies

contendo alcaloacuteides o que pode ser um indiacutecio para outras atividades jaacute que os

alcaloacuteides satildeo conhecidos por apresentarem pronunciada atividade bioloacutegica

A presenccedila de alcaloacuteides em Ocotea foi verificada destacando esse grupo de

substacircncias como bastante frequumlentes em espeacutecies desse gecircnero Foi possiacutevel

verificar que a maioria das partes das espeacutecies testadas apresentou alcaloacuteides

Tabela 5 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e flavonoacuteides

Oacutergatildeo vegetal Fenoacuteis Flavonoacuteides Alcaloacuteides

E citriodora

Folhas - - -

Galhos grossos + - -

E sericeae

Folhas + + -

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

Cascas + + +

O ceanothifolia

Folhas + + -

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + - -

O leucoxylon

Folhas + - +

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

O minor

Folhas + - +

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + + +

R recurva

Folhas - - -

Galhos grossos - - +

Galhos finos - - +

Cascas - - +

R crenaticupula

Folhas - - +

Galhos grossos + - +

(+)positivo (-)negativo

86

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica

531 Rendimento da particcedilatildeo

O rendimento () das fraccedilotildees alcaloiacutedicas variaram de 673598 em E sericea

a 00749 em E citriodora baseadas em 2g do material de partida Os rendimentos

da particcedilatildeo podem ser verificados a seguir (Tabela 6)

Tabela 6 Rendimento da particcedilatildeo aacutecido-base ()

Oacutergatildeo vegetal Hexano Diclorometano Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

E citriodora Folhas 958063 07298 00749

Galhos grossos 121941 33741 08485

E sericeae

Folhas 89957 166872 139949

Galhos grossos 264841 223406 21813

Cascas 224532 40688 673598

O ceanothifolia

Folhas 59401 60496 07518

Galhos grossos 10022 105809 20693

Galhos finos 05395 60678 05246

Cascas 05091 102800 11553

O leucoxylon

Folhas 689310 149902 91739

Galhos grossos 295341 193682 55870

Galhos finos 52083 179812 116716

O minor

Folhas 93799 95347 02446

Galhos grossos 02191 40187 08316

Galhos finos 11014 24370 09768

Cascas 06939 12986 06839

R recurva

Folhas 543737 20224 02769

Galhos grossos 334256 138845 09296

Galhos finos 429355 19344 05285

R crenaticupula Folhas 590989 17336 01273

Galhos grossos 165237 252493 07379

As espeacutecies de Endlicheria apresentaram perfis muito diferentes Enquanto em

E sericea (folhas) pode-se verificar o maior rendimento de todos os extratos E

citriodora (folhas) obteve o menor resultado Tal dado reflete o resultado das

prospecccedilotildees onde esta apresentou resultado negativo o que pode significar uma

quantidade muito baixa de alcaloacuteides presentes no extrato

As Rhodostemonodaphnes apresentaram rendimentos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

inferiores a 1 em todos os extratos

87

532 Anaacutelise por CCD

Os alcaloacuteides podem ser encontrados em todas as partes de um vegetal

contudo em um ou mais oacutergatildeos haveraacute um acuacutemulo preferencial dessas substacircncias

(Henriques et al2004) como pode ser observado nas placas cromatograacuteficas

dessas espeacutecies analisadas (figura 25 agrave 31)

Endlicheria citriodora

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 25 placa cromatograacutefica de Endlicheria citriodora

Natildeo foi verificado a presenccedila de alcaloacuteides nas fraccedilotildees de folhas e fracamente

nos galhos de Endlicheria citriodora e E sericea Tais dados satildeo condizentes com a

prospecccedilatildeo dos extratos realizados utilizando reveladores especiacuteficos para

alcaloacuteides em que o mesmo foi negativo O que pode indicar uma quantidade

pequena ou ausecircncia de alcaloacuteides presentes nas folhas e galhos dessas espeacutecies

88

O fato do resultado em prospecccedilatildeo quiacutemica ser negativo natildeo exclui a presenccedila de

uma substacircncia em um extrato pois a mesma pode estar em uma concentraccedilatildeo

muito baixa no extrato testado

Endlicheria sericeae

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 26 placa cromatograacutefica de Endlicheria sericeae

89

A anaacutelise em CCD possibilita que classes de substacircncias que apresentem

concentraccedilotildees baixas em um extrato possam ser visualizadas atraveacutes da separaccedilatildeo

de fraccedilotildees na placa cromatograacutefica como no caso dos galhos de E citriodora

No extrato das cascas de E sericea pode-se visualizar trecircs manchas que

sugerem corresponder a presenccedila do mesmo nuacutemero de alcaloacuteides embora a

presenccedila de uma fraccedilatildeo separada na placa cromatograacutefica natildeo comprove que a

mesma estaacute isolada

Rodostemonodaphne crenaticupula

Os resultados das particcedilotildees aacutecido-base das duas espeacutecies de

Rhodostemonodaphne podem ser visualizados nas figuras 27 e 28

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 27 placa cromatograacutefica de R crenaticupula

90

Nas folhas e nos galhos de R crenaticupula foi possiacutevel visualizar a presenccedila

de duas manchas que equivalem a presenccedila de alcaloacuteides Em contraste natildeo foi

possiacutevel visualizar a presenccedila de alcaloacuteides nas folhas de R recurva fracamente

nos galhs finos e mais pronunciado nos galhos grossos

Rhodostemonodaphne recurva

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 28 placa cromatograacutefica de R recurva

91

A prospecccedilatildeo para alcaloacuteides tambeacutem foi confirmada no gecircnero

Rhodostemonodaphne O perfil dos alcaloacuteides nas folhas e galhos de R

crenaticupula foi o mesmo na placa cromatograacutefica poreacutem em R recurva visualizou-

se duas manchas nos galhos finos e apenas uma nos galhos grossos Segundo

Henriques et al (2004) apoacutes o transporte para o siacutetio de armazenagem podem

haver modificaccedilotildees estruturais secundaacuterias Assim os mesmos podem ter a mesma

origem poreacutem com estruturas diferentes

A presenccedila de alcaloacuteides em potencial confirma a revisatildeo de Zanin amp Lordello

(2007) onde foi constatada por meio de anaacutelise em CCD e prospecccedilatildeo a presenccedila

de alcaloacuteides em todas as partes (folhas galhos e cascas)

Dos trecircs gecircneros analisados as Ocoteas foram as que apresentaram mais

alcaloacuteides tanto em quantidade visualizadas pelo nuacutemero de fraccedilotildees obtidas pela

separaccedilatildeo do extrato na placa cromatograacutefica quanto na concentraccedilatildeo verificada

por meio da intensidade da coloraccedilatildeo

A presenccedila de alcaloacuteides nas espeacutecies de Ocotea identificados por revelador

especiacutefico pode ser visualizado nas figuras 29 30 e 31 As manchas em Ocotea

leucoxylon e Ocotea minor foram mais pronunciadas que em O ceanothifolia

92

Ocotea ceanothifolia

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O ceanothifolia

93

O leucoxylon

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O leucoxylon

94

Ocotea minor

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 31 placa cromatograacutefica de O minor

95

O procedimento realizado para o fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides foi

uma adaptaccedilatildeo do meacutetodo de particcedilatildeo aacutecido-baacutesico modificado proposto por

Giordani et al (2008) Atraveacutes das modificaccedilotildees propostas verificou-se que o perfil

dos extratos nas anaacutelises por cromatografia em camada delgada (CCD)

apresentaram melhores perfis devido a separaccedilatildeo dos componentes

A diferenccedila para a particcedilatildeo aacutecido-base claacutessica estaacute na adiccedilatildeo de

diclorometano (b) quando o meio da fraccedilatildeo aquosa ainda estaacute aacutecida Tal fato faz

com que possa haver a extraccedilatildeo de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade onde

estatildeo incluiacutedos outros componentes natildeo desejados para esse trabalho

Ao adicionar o hidroacutexido de amocircnio este libera a maioria dos acaloacuteides e os

convertem na forma de bases livres que podem ser retirados com a segunda adiccedilatildeo

de diclorometano (c) Dessa forma eacute obtida uma mistura bruta de acaloacuteides isolados

do resto dos produtos metaboacutelicos do vegetal Apoacutes a retirada da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

esta soluccedilatildeo foi neutralizada atraveacutes de vaacuterias particcedilotildees com aacutegua destilada

Os perfis das placas cromatograacuteficas das Ocoteas demonstraram o quanto agraves

substacircncias de meacutedia polaridade foram extraiacutedas pela primeira adiccedilatildeo de

diclorometano (b) e os alcaloacuteides de maior polaridade foram extraiacutedos pela

segunda adiccedilatildeo de diclorometano onde o meio aquoso encontrava-se baacutesico

96

533 Anaacutelise por espectrometria de massa

Por meio de espectrometria de massa pode-se analisar o perfil dos extratos e

fraccedilotildees e selecionar as espeacutecies mais promissoras conforme o interesse do

trabalho A famiacutelia Lauraceae apresenta como marcador taxonocircmico a presenccedila de

alcaloacuteides principalmente a classe dos isoquinoliacutenicos Destes satildeo predominantes

compostos com moleacuteculas aporfiacutenicas oxoaporfiacutenicas e benzilisoquinoliacutenicas Os

espectros de massas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas dos trecircs gecircneros estatildeo apresentadas

em anexo e reunidas na tabela 6 onde as substacircncias majoritaacuterias estatildeo sendo

destacadas

Tabela 6 Anaacutelise do perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massa

Espeacutecie Oacutergatildeo vegetal Iacuteons principais(mz)

E citriodora Folhas 23895 38791

E citriodora Galhos grossos 30006 32988

E sericea Folhas 32995 30013

E sericea Galhos finos 28606 30006 32988 34619

E sericea Galhos grossos 30006 32813 33009 34194

E sericea Cascas 28585 33009

R crenaticupula Folhas 27416 31806 43691 45287

R crenaticupula Galhos grossos 28606 31385 33009

R recurva Folhas 19191 27423 33016

R recurva Galhos finos 28193 33002 34612

R recurva Galhos grossos 35289 33002 34591

O ceanothifolia Folhas 29992 35795

O ceanothifolia Galhos finos 29992 31420 34591

O ceanothifolia Galhos grossos 29992 31413 34605

O ceanothifolia Cascas 30006 31406 33002 34605

O leucoxylon Folhas 31084 32484 35578 37013

O leucoxylon Galhos finos 31084 32505 35592 36992

O leucoxylon Galhos grossos 32484 35592 36992

O minor Folhas 14389 17490 20507

O minor Galhos finos 14389 17511 20507

O minor Galhos grossos 14389 17504 20507

O minor Cascas 28558 29992 33009

97

Os picos mais intensos constituintes foram observados entre massa de 14389

a 45287 mz em O minor e R crenaticupula respectivamente Analisando os perfis

cromatograacuteficos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas observa-se que os respectivos espectros

obtidos nas mesmas condiccedilotildees experimentais apresentam perfis semelhantes entre

partes da mesma espeacutecie principalmente entre galhos finos e galhos grossos com

o mesmo pico base

Por tratar-se de uma fraccedilatildeo pode-se realizar uma anaacutelise do perfil onde

algumas classes de substacircncias podem ser caracterizadas Na tabela 7 haacute algumas

classes correspondentes a massa dos picos encontrados nas fraccedilotildees e algumas

sugestotildees de alcaloacuteides com registro na literatura de isolamento em espeacutecies de

Lauraceae

Os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees Por se

tratarem de um mz de nuacutemeros pares (300 e 330) significa que as suas massas

molares satildeo na realidade iacutempar Estes dados fornecem informaccedilotildees de que os

compostos referentes tratam-se de substacircncias com nuacutemero iacutempar de nitrogecircnios

Os alcaloacuteides benzilisoquinoliacutenicos reticulina e N-metil coclaurina apresentam

foacutermula molecular C19H24NO4 e C19H24NO4 o que podem corresponder aos picos

encontrados sendo estes descritos como alcaloacuteides isolados em gecircneros de

Lauraceae (Sulaiman et al 2011 Dias et al 2003)

No gecircnero Ocotea satildeo relatados diversos trabalhos com o isolamento de

alcaloacuteides Destes a classe dos aporfinicos satildeo os constituintes quiacutemicos mais

frequentes sendo encontrado em um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies (Zanin amp

Lordello 2007)

98

O pico 23895 apresenta massa correspondente agrave estrutura de um alcaloacuteide

tipo benzilisoquinoliacutenico nuacutecleo encontrado em diversas espeacutecies de Ocotea (Dias

et al 2003 Meirelles et al 1979 Barbosa-Filho et al 1999)

Em Ocotea leucoxylon verificou-se a prevalecircncia do iacuteon principal em todas as

partes de 370 mz o que sugere a presenccedila do alcaloacuteide aporfiacutenico ocoteiacutena

(C21H23NO5) alcaloacuteide denominado devido ao seu isolamento em espeacutecies desse

gecircnero (Zhou et al 2000)

Os gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne apresentaram seus picos

principais na maioria dos oacutergatildeos vegetais com mz de 300 e 330 O pico

correspondente a 285 mz corresponde agrave massa que eacute encontrada no alcaloacuteide

coclaurina onde este foi encontrado em diversos gecircneros de Lauraceae como

Aniba Litsea Mezilaurus Nectandra Neolitsea Phoebe e Ocotea (Silva et al

2002 Guinaudeau et al1979 Guinaudeau 1983 Wu amp Huang 2006)

99

Tabela 7 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares de alcaloacuteides

isolados em Lauraceae

Iacuteon molecular

(mz) (M+1)

Foacutermula

molecular Alcaloacuteides Classificaccedilatildeo Referecircncia

19191 C10H9NO3

Noroxihidrastinina

Isoquinolinico Wu amp Huang 2006

23895 C17H20N Benzilisoquinoliacutenicos benzilisoquinoliacutenicos Dias et al 2003

Meirelles et al 1979

28193 C18H19NO2 Bornuciferina lirinidina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

28606 C17H19NO3 Norcanelillina coclaurina benzilisoquinoliacutenicos Silva et al2002 Wu amp

Huang 2006

30006 C19H24NO4 N-metilcoclaurina benzilisoquinoliacutenicos Wu amp Huang 2006

Dias et al 2003

31084 C19H21NO3 Prestephanina

N-carbamoilasimilobina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

31420 C18H19NO4 Laurolitsina laureptina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32484 C19H17NO4 Neolitsina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32813 C19H21NO4 Boldina Laurotetanina

isoboldina lirina N-oxidada Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

33009 C19H24NOu Reticulina Aporfiacutenico Sulaiman et al 2011

Dias et al 2003

34194 C19H19NO5 Isocoridina predicentrina

lirioferina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35289 C20H19NO5 Oxoglaucina Oxoaporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35578 C21H25NO4 Glaucina leucoxina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35795 C21H27NO4 Srilankina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

37013 C21H23NO5 Ocoteina N-metilglaucina Aporfiacutenico Zhou et al 2000

Guinaudeau 1983

100

Por meio das anaacutelises pode-se sugerir que os demais iacuteons presentes no

gecircnero Ocotea correspondem a alcaloacuteides tipo aporfiacutenico conforme encontrado na

literatura (Zanin amp Lordello 2007) Tal fato eacute verificado em relaccedilatildeo a razatildeo massa

carga encontrada que pode ser comparada a esta classe de substacircncias

Pouco ou nenhum estudo descrito na literatura sobre isolamento de alcaloacuteides

nos gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne satildeo encontrados Tal fato pode ser

explicado devido a baixa concentraccedilatildeo dessa classe de substacircncia nos extratos

Mesmo utilizando particcedilatildeo aacutecido-base em que obtem-se uma fraccedilatildeo rica em

alcaloacuteides a concentraccedilatildeo destes eacute baixa quando comparada a quantidade de

substacircncias presentes na fraccedilatildeo e os picos que satildeo descritos na literatura No

gecircnero Rhodostemonodaphne verificou-se nos espectros de massa misturas

complexas de picos

Levando em consideraccedilatildeo a dificuldade de isolamento e purificaccedilatildeo das

classes de alcaloacuteides tanto quando existem dois ou mais componentes com o

mesmo esqueleto na mesma fraccedilatildeo devido ao mesmo comportamento

cromatograacutefico destas substacircncias quanto quando a concentraccedilatildeo destes eacute baixa

no extrato a anaacutelise das fraccedilotildees enriquecida de alcaloacuteides eacute uma alternativa eficaz

na detecccedilatildeo dos constituintes presentes na fraccedilatildeo

101

54 Oacuteleo essencial

541 Rendimento do oacuteleo essencial

As Lauraceae satildeo conhecidas internacionalmente por apresentarem espeacutecies

aromaacuteticas Dos gecircneros estudados as Anibas em especial a espeacutecie de Aniba

rosaeodora apresenta uma quantidade significante de oacuteleo em comparaccedilatildeo com a

massa do material vegetal No trabalho realizado por Alcacircntara (2009) onde foi

analisado oacuteleos essencias de 14 espeacutecies de diferentes gecircneros de Lauraceae

encontrados no Amazonas o maior rendimento encontrado foi na referida espeacutecie

citada com percentagem de 131 Outros trabalhos relacionados apresentam

rendimentos aproximados ou em sua maioria rendimentos inferiores ao encontrado

(Silva et al 2009 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Lima et al 2004)

Neste trabalho foram extraiacutedos das sete espeacutecies 21 oacuteleos essencias onde as

folhas apresentaram maiores rendimentos em comparaccedilatildeo com os galhos e cascas

Os oacuteleos como um todo apresentaram baixo rendimento como pode ser visualizado

na tabela 8

Tabela 8 Rendimento dos oacuteleos essenciais () Material vegetal 100g exceto E citriodora

50g ()

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 429 250 NR NR

E sericea 013 010 011 006

O ceanothifolia 011 007 005 NR

O leucoxylon 013 005 002 NR

O minor 011 004 NR 006

R crenaticupula 058 002 NR NR

R recurva 006 002 003 004 NR natildeo realizado

Os rendimentos dos oacuteleos obtidos pela teacutecnica de hidrodestilaccedilatildeo variaram de

002 a 429 As espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os

102

menores rendimentos em todas as partes (folhas galhos e casca) e as espeacutecies de

Endlicheria apresentaram de forma geral os maiores rendimentos Em contraste com

as espeacutecies de Ocotea e Rhodostemonodaphne na extraccedilatildeo de oacuteleo essencial a

espeacutecie E Citriodora obteve o maior rendimento tanto nos galhos quanto nas folhas

de 251 e 429 respectivamente

O perfil quiacutemico dos oacuteleos essenciais analisados com exceccedilatildeo de E citriodora

revelou uma proporccedilatildeo elevada de sesquiterpenos Na maioria dos oacuteleos essenciais

de Lauraceae reportados na literatura observa-se a predominacircncia de

sesquiterpenos principalmente de hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al

1981 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Telascrea et al 2008)

5411 Endlicheria

A anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial de folhas e galhos de E citriodora por

cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo

mostradas na Tabela 9 registrando-se os principais constituintes quiacutemicos

presentes nestes oacuteleos

Tabela 9 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1089 28337 12181

geranato de metila 1321 93751 951522

aacutecido geracircnico 1391 19358 -

trans cariofileno 1418 14796 -

Natildeo identificados 0 36297

Total identificados 100 963703

Monoterpenos 985205 963703

Sesquiterpenos 14796 -

103

Foram identificados os constituintes de 100 das folhas e 9637 dos

galhos sendo que destes a percentagem de sesquiterpenos foi superior a 95 em

ambos oacutergatildeos vegetais de E citriodora

O principal constituinte foi o eacutester geranato de metila com uma percentagem

elevada de 9375 nas folhas e 9515 nos galhos Devido ao grau de pureza do

constituinte majoritaacuterio foi possiacutevel realizar a ressonacircncia magneacutetica nuclear de

hidrogecircnio e carbono (RMN 1H e 13C) confirmar a presenccedila deste constituinte Os

espectros de RMN de 1H RMN 13C e os bidimensionais HSQC e HMBC estatildeo

apresentados em anexo

O espectro de RMN 13C e DEPT 135ordm apresentaram 11 sinais de carbonos

sendo 4 metiacutelicos δCH 18022 (C ndash a) δCH 19157 (C ndash b) δCH 25991 (C ndash c) e δCH

51113 ( C ndash f) 2 metilecircnicos δCH 26372 (C ndash d) e δCH 41277 (C ndash e) 2 metiacutenicos

δCH 115563 (C ndash g) e δCH 123317 (C ndash h) e 3 sinais de carbonos natildeo hidrogenados

δCH 132868 (C ndash i) δCH 160477 (C ndash j) e δCH 167629 (C ndash l) O sinal em δCH 7700

refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra CDCl3 ( Silverstein et

al 2007)

O espectro de RMN 1H sugeriu a presenccedila de singletos em δH 1603 δH 1683

δH 3684 e δH 5294 Os outros sinais podem ser verificados na tabela 10 O sinal em

δH 726 (sngleto) refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra

CDCl3 ( Silverstein et al 2007)

Por meio do mapa de contornos HSQC pode-se observar as correlaccedilotildees entre

os sinais de hidrogecircnio e carbono Ca ndash HI Cb ndash HII Cg ndash HIII Cd ndash HIV Ce ndash HV Cc ndash

HVI Ch ndash HVII Cf ndash HVIII Os valores obtidos nos RMN1H e 13C DEPT HSQC e

HMBC confirmaram a presenccedila da substacircncia geranato de metila e seus espectros

estatildeo em anexo no final do trabalho

104

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN de 1H de E citriodora (δ em ppm CDCl3

500MHz)

C δ ppm DEPT

(Multiplicidade) HSQC HMBC (

23JCH)

a 18022 CH3 16 II III

b 19157 CH3 22 IIII

c 25991 CH3 165 V VII

d 26397 CH2 22 III V

e 41277 CH2 22 III IV VI

f 51113 CH3 365 -

g 115553 CH 565 III IV

h 123317 CH 52 VVI

i 132868 C - -

j 160477 C - -

l 167629 C - -

O geranato de metila eacute encontrado principalmente em frutas ciacutetricas como o

limatildeo siciliano (08) e em espeacutecies da famiacutelia Rutaceae Apresenta foacutermula

C11H18O2 com nome sistemaacutetico de 37-dimetil-octan-26-dienoato de metila (Arauacutejo

Jr 2009 Rahimi-Nasrabadi et al 2009)

Em E sericeae os constituintes majoritaacuterios foram espatulenol (2684) e

oacutexido de cariofileno (2575) nas folhas elemol nas cascas e oacutexido de cariofileno

nos galhos finos e grossos com 2983 e 1725 respectivamente A relaccedilatildeo dos

constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas galhos e cascas de

105

Endlicheria sericea rendimentos suas quantidades relativas e respectivos iacutendices

de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 11

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 13

compostos presentes nos quatro oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de 7027 nas folhas 5862 nos

galhos finos 28156 nos galhos grossos e 4067 nas cascas Sendo os

rendimentos destes relativamente baixos (inferiores a 14)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos Cascas

linalol 1089 - - 2 0349 -

geranato de metila 1321 - 1 9956 - -

trans cariofileno 1418 6 6585 2 3027 1 8696 -

aromadendreno 1438 1 8709 - - -

germacreno D 1480 6 0036 - - -

beta-selineno 1488 3 1520 - - 3 5175

gama cardineno 1519 - 1 7875 1 7255 -

elemol 1556 - 4 9363 - 14 4954

espatulenol 1585 26 8381 5 0277 5 2818 6 5065

oacutexido de cariofileno 1590 25 7480 29 8301 17 2473 6 9479

guaiol 1595 - 1 6318 - 7 5621

oacutexido de humuleno 1616 - 9 2069 - -

eudesmol 1653 - 1 9025 - 1 6396

Natildeo identificados 297289 413789 718409 593337

Total identificados 702711 586211 281591 406663

Monoterpenos - 1 9956 20349 -

Sesquiterpenos 702711 566255 261242 406663

5412 Ocotea

O oacuteleo de O ceanothifolia apresentou como constituinte majoritaacuterio

espatulenol e oacutexido de cariofileno e em O leucoxylon e Ominor o majoritaacuterio nas

folhas e galhos grossos foi cariofileno e seu oacutexido

106

Ocotea ceanothifolia

As anaacutelises dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia por cromatografia em fase

gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo mostradas na Tabela 12

registrando-se os principais constituintes quiacutemicos presentes nestes oacuteleos

Os sequiterpenos neste oacuteleo foram os constituintes majoritaacuterios poreacutem

verifica-se que nos galhos grossos a percentagem de diferenccedila natildeo foi tatildeo

pronunciada quanto nas outras partes (folhas e galhos finos)

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos

alfa pineno 929 1 2384 12212 -

linalol 1088 - 21490 34198

geranato de metila 1321 41637 44371 68693

beta elemeno 1392 21647 - -

trans cariofileno 1418 39524 - 14580

germacreno D 1480 38782 - 18006

beta selineno 1488 30509 - 75520

espatulenol 1585 222306 76592 -

oxido de cariofileno 1589 223704 169030 80380

oacutexido de humuleno 1616 55129 - -

Natildeo identificados 314378 685622 708623

Total identificados 685622 323695 291377

Monoterpenos 54021 78073 102891

Sesquiterpenos 631601 245622 188486

Ocotea leucoxylon

Vinte e um componentes presentes nos oacuteleos essenciais de O leucoxylon

foram identificados por dados cromatograacuteficos e espectromeacutetricos O perfil quiacutemico

desses oacuteleos mostrou semelhanccedilas significativas na composiccedilatildeo entre as espeacutecies

estudadas (tabela 12 13 e 14)

107

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas 156286

satildeo monoterpenos e 688096 satildeo sesquiterpenos em que os constituintes

majoritaacuterios foram oacutexido de cariofileno (16046) alfa-copaeno (101092) beta

cariofileno (8902) alfa-pineno (77088) e beta-pineno (79198)

Nos galhos finos e grossos apenas verificou-se a presenccedila e um monoterpeno

o linalol como com percentagem de 47631 e 15582 respectivamente Os

constituintes majoritaacuterios foram os sesquiterpenos beta-cariofileno (106697) e

espatulenol (104549) nos galhos finos e oacutexido de cariofileno (175303) e beta-

eudesmol (86054) nos galhos grossos

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon ()

Substacircncia IR Folhas galhos finos Galhos grossos

alfa-pineno 934 77088 - -

beta-pineno 978 79198 - -

linalol 1099 - 47631 15582

alfa-cubebeno 1353 22594 1573 -

alfa-copaeno 1380 101092 21003 -

beta-cubebeno 1394 26065 - -

beta-elemeno 1395 19047 - -

beta-cariofileno 1424 8902 106697 20519

alfa-humuleno 1458 24751 24592 -

alfa amorfeno 1480 39618 28024 -

germacreno D 1480 - 23061 -

beta-selineneo 1491 33015 22246 -

valenceno 1498 25473 51191 -

gama cadineno 1518 42752 38533 -

delta-cadinene 1527 14977 77188 44278

elemol 1552 - 1762 -

espatulenol 1582 57756 104549 63865

oacutexido de cariofileno 1588 16046 - 175303

cariofilla-4(12)8(13)-

dien-5-beta-ol 1638 - - 43548

beta-eudesmol 1655 - - 86054

Natildeo identificados 172957 421935 566433

Total identificados 827043 578065 433567

Monoterpenos 156286 47631 15582

Sesquiterpenos 670757 530434 413048

108

Ocotea minor

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 21

compostos presentes nos trecircs oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de cerca de 573154 nas folhas

53177 nos galhos e de 32 nas cascas O rendimento obtido foi inferior a 012

em todas as partes analisadas

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas

573154 satildeo sesquiterpenos com constituintes majoritaacuterios espatulenol (13369)

e cariofileno (186866) Nas cascas natildeo foi verificada a presenccedila de

monoterpenos sendo majoritaacuterio os componentes delta cadineno (74903) beta

cariofileno (40069) e seu oacutexido (61291) No oacuteleo essencial dos galhos tambeacutem

se observou teores menores de monoterpenos (31007) em relaccedilatildeo aos

sesquiterpenos (500763) tendo como majoritaacuterios beta cariofileno (79131)

oacutexido de cariofileno (157363) e aacutecido hexadecanoacuteico (70932)

O monoterpeno alfa pineno encontrados nos oacuteleos de O ceanothifolia e O

leucoxylon foi um dos constituintes majoritaacuterios encontrados no oacuteleo de Ocotea sp

apresentando atividades antioxidante e citotoacutexica no trabalho realizado por Verbel e

colaboradores (2010)

A composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos das espeacutecies de Ocotea satildeo condizentes

com as encontradas em outras espeacutecies onde haacute a presenccedila do monoterpeno linalol

e pineno e sesquiterpenos cariofileno e germacreno D (Arauacutejo et al 2001 Chaverri

amp Ciccioacute 2005 Menut et al 2002)

109

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor ()

Substacircncia IR folhas galhos grossos cascas

linalol 1099 - 31007 -

alfa-cubebeno 1353 - 17657 -

beta-cubebeno 1394 15997 - -

beta-cariofileno 1424 186866 79131 40069

alfa-humuleno 1458 - 12924 -

alfa amorfeno 1480 31049 - 14635

germacreno D 1480 42675 14866 -

beta-selineno 1491 62358 - 19805

valenceno 1498 - - 26616

biciclogermacreno 1501 85462 - -

alfa-muuroleno 1504 15057 16962 13163

gama cadineno 1518 - - 316

delta-cadineno 1527 - 41822 74903

espatulenol 1582 13369 66317 21418

oacutexido de cariofileno 1588 - 157363 61291

cariofilla-4(12)8(13)-dien-5-beta-ol 1638 - 22789 -

beta-eudesmol 1655 - - 1646

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 70932 -

Natildeo identificados 426846 46823 68004

Total identificados 573154 53177 31996

Monoterpenos - 31007

Sesquiterpenos 573154 500763

Verificou-se no entanto algumas caracteriacutesticas quiacutemicas diferentes do que

algumas Ocoteas como a ausecircncia de fenilpropanoacuteides como safrol metileugenol e

cinamaldeiacutedo e benzenoacuteides encontradas em espeacutecies como Ocotea odorifera

Ocotea pretiosa e Ocotea sassafraacutes (Chaverri amp Ciccioacute 2005 Rizzini amp Mors 1976)

Na varredura realizada por Takaku e colaboradores (2007) com oacuteleo essencial de 10

espeacutecies de Ocoteas da Costa Rica tais componentes tambeacutem natildeo foram

encontrados

110

Rhodostemonodaphne

A relaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas

galhos e cascas de Rcrenaticupula e R recurva suas quantidades relativas e

respectivos iacutendices de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 15 e 16 Atraveacutes

dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados presentes nos

oacuteleos dessas duas espeacutecies 21 compostos em Rcrenaticupula e 19 em R recurva

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula ()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1099 - 82883

beta-elemeno 1380 14275 12754

beta-cariofileno 1424 78493 55616

alfa-humuleno 1458 - 11002

alfa amorfeno 1480 - 17939

beta-elemeno 1380 14275 12754

alloaromadendreno 1459 23445 -

alfa amorfeno 1481 32255 -

beta-selineno 1491 23505 -

epizonareno 1500 42046 -

alfa-muuroleno 1504 3472 16747

beta-bisaboleno 1505 35048 -

gama cadineno 1518 21872 -

delta-cadineno 1527 11602 -

selina-37(11)-diene 1542 21554 -

trans-cadina-14-dieno 1547 11239 -

espatulenol 1582 7489 29086

oacutexido de cariofileno 1588 - -

alfa cadinol 1650 2597 -

beta-eudesmol 1655 - -

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 153144

Natildeo identificados 430393 608075

Total identificado 569607 391925

Monoterpenos - 82883

Sesquiterpenos 569607 309042

111

A anaacutelise comparativa do oacuteleo essencial de galhos e folhas da espeacutecie

Rcrenaticupula apresentou certa variabilidade quiacutemica nos seus constituintes com

relaccedilatildeo ao teor de seus componentes majoritaacuterios nos diferentes oacutergatildeos Tal dado eacute

verificado atraveacutes da ausecircncia de alguns constituintes em um oacuteleo e ausecircncia de

tais costituintes no outro e em relaccedilatildeo aos componentes majoritaacuterios Nas folhas

identificou-se a presenccedila de 569607 de sesquiterpenos tendo como constituinte

majoritaacuterio beta-cariofileno (78493) delta-cadineno (11602) e espatulenol

(7489) enquanto nos galhos grossos a presenccedila do monoterpeno linalol

(82883) e do aacutecido hexadecanoacuteico (153144) diferenciou-os consideravelmente

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rrecurva()

Substacircncia IR folhas galhos finos galhos grossos cascas

linalol 1099 - 2046 23946 35493

alfa-copaeno 1379 34954 13816 13906 -

beta-cariofileno 1424 39251 103763 105425 32757

alfa-humuleno 1458 - 22159 - -

alfa amorfeno 1480 - 31993 32132 -

alloaromadendrene 1443 24256 - - -

valencene 1490 - 21764 - -

beta-selineno 1491 75608 - 2203 15385

alfa-muuroleno 1504 27344 37777 37133 -

gama cadineno 1518 - 37926 12613 20052

delta-cadineno 1527 - 72885 72277 40329

alfa cadineno 1541 12963 13807 - -

elemol 1551 - - 13522 -

espatulenol 1582 6138 134471 124262 42093

guaiol 1608 - - - 14377

beta-eudesmol 1655 - 25549 25882 301017

alfa eudesmol 1657 - - - 9156

beta costol 1769 - - - 4482

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 19085 20098 56063

Natildeo identificados 724244 444545 496774 306054

Total identificado 275756

555455

503226

693946

Monoterpenos - 2046 23946 35493

Sesquiterpenos 275756

534995 479280 658453

112

Em Rrecurva a identificaccedilatildeo dos galhos finos e grossos apresentaram

similaridade nos constituintes e na composiccedilatildeo percentual Em todas as partes

existiu a prevalecircncia de sesquiterpenos sendo os constituintes majoritaacuterios beta-

selineno (75608) e espatulenol(6138) nas folhas beta-cariofileno (~10) e

espatulenol (~13) nos galhos e beta-eudesmol (301017) nas cascas

Os resultados da anaacutelise dos oacuteleos foram condizentes com o encontrado na

anaacutelise de R parvifolia (Alcacircntara et al 2010) e R kunthiara (Palazzo 2009) em

que os constituintes majoritaacuterios foram cariofileno beta selineno e germacreno D

Atraveacutes anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial dos galhos de ambas as espeacutecies de

Rhodostemonodaphnes pode-se identificar apenas um monoterpeno o linalol sendo este

um dos constituintes majoritaacuterios nos galhos grossos de R crenaticupula O interesse desse

monoterpeno na induacutestria devido a sua utilizaccedilatildeo como fixador de perfumes foi intenso na

Amazocircnia fazendo com que as espeacutecies de Aniba rosaeodora que apresentam o teor de

linalol de 74 a 96 entrassem para a lista de espeacutecies em risco de extinccedilatildeo O linalol eacute um

monoterpeno alcooacutelico terciaacuterio de cadeia aberta Pode ser encontrado normalmente sob a

forma de uma mistura de isocircmeros de posiccedilatildeo da primeira ligaccedilatildeo dupla Possui um aacutetomo

de carbono assimeacutetrico e por isso podem existir enantiocircmeros apresentando-se dessa

forma em vaacuterias espeacutecies (Gotllieb et al 1965)

O cariofileno um dos principais componentes majoritaacuterios dos oacuteleos essenciais

das espeacutecies analisadas pode ser empregado na medicina tradicional Este

metaboacutelico volaacutetil influi em seu aroma e possui diversas atividades bioloacutegicas tais

como anti-inflamatoacuteria antialeacutergica anesteacutesica local cardiovascular antifuacutengica e

anticarcinogecircnica (Fernandes et al 2007 Barbosa-Filho et al 2008)

Segundo Gottlieb amp Salatno (1987) as famiacutelias que possuem espeacutecies ricas em

oacuteleos essenciais como Lauraceae e Myristicaceae satildeo relativamente pobres em

113

espeacutecies produtoras de alcaloacuteides e ineficientes na variaccedilatildeo de

benziltetraidroisoquinoliacutenicos Em oposiccedilatildeo famiacutelias que produzem uma variedade

de alcaloacuteides deste tipo como Annonaceae e Monimiaceae satildeo relativamente

pobres em oacuteleos essenciais Tal dado eacute confirmado atraveacutes dos rendimentos das

espeacutecies de Ocotea e Endlicheria em que os rendimentos da fraccedilatildeo alcaloiacutedica e

oacuteleos essenciais satildeo inversamente proporcionais Dessa forma verifica-se a

importacircncia da espectrometria de massa em que eacute possiacutevel analisar mesmo em

concentraccedilotildees muito baixas a presenccedila de alcaloacuteides

A identificaccedilatildeo dos oacuteleos essenciais deste trabalho corrobora com as anaacutelises

reportadas na literatura em que a composiccedilatildeo da maioria dos oacuteleos essenciais de

Lauraceae haacute a predominacircncia de sesquiterpenos principalmente de

hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al 1987 Alcacircntara 2009 Takaku et

al2007)

114

55 Atividades quiacutemicabioloacutegicas

551 Atividade antioxidante

5511 Qualitativa

A avaliaccedilatildeo preliminar qualitativa dos extratos por CCD em gel de siacutelica

revelada com soluccedilatildeo metanoacutelica do radical DPPH sugeriu a existecircncia de

substacircncias com atividade antioxidante (Tabela 17) evidenciadas nas

cromatoplacas pela presenccedila de manchas amarelas sobre fundo puacuterpura

resultantes da reduccedilatildeo do radical DPPH (figuras 32 e 33)

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora + + NR NR

E sericea + + + +

O ceanothifolia + + + +

O leucoxylon + + + NR

O minor + + + +

R crenaticupula + + NR NR

R recurva + + + +

NR = natildeo realizado

Todas as amostras revelaram atividade positiva no teste qualitativo

115

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

116

5512 Quantitativa

A quantidade de extrato das plantas testadas necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 (CE50) variou de 161plusmn100 a 731plusmn032

conforme a tabela 18 O extrato das folhas de E citriodora apresentou o maior valor

enquanto os galhos de O minor apresentou resultado comparaacutevel com o padratildeo

quercetina (731plusmn032)

Todas as espeacutecies apresentaram resultado positivo ao teste O gecircnero Ocotea

foi o mais ativo utilizando a menor CE50 para a varredura do radial livre testado

(tabela 18)

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 16101 plusmn 100 4278 plusmn 053 NR NR

E sericea 977 plusmn 042 5092 plusmn 096 1444 plusmn 032 1329 plusmn 0091

O ceanothifolia 1812 plusmn 018 1564 plusmn 072 1443 plusmn 103 1017 plusmn 019

O leucoxylon 5251 plusmn 142 5088 plusmn 064 8261 plusmn 243 NR

O minor 821 plusmn 066 908 plusmn 051 731 plusmn 032 757 plusmn 0026

R crenaticupula 7816 plusmn 085 6701 plusmn 270 NR NR

R recurva 11046 plusmn 221 19826 plusmn 107 12538 plusmn 672 5511 plusmn 0652

Padratildeo Quercetina

413 plusmn 0042 μgmL

NR natildeo realizado

Observou-se uma correlaccedilatildeo positiva entre o teste para a atividade

sequestrante do radical livre e a presenccedila de fenoacuteis nos extratos atraveacutes da

prospecccedilatildeo fitoquiacutemica o que pode sugerir que a capacidade antioxidante dos

extratos pode estar associada aos compostos fenoacutelicos

Verificou-se que os extratos com CE50 inferiores a concentraccedilatildeo de

5511plusmn0652 apresentaram a presenccedila de compostos fenoacutelicos em todos os extratos

117

Os trabalhos realizados por Souza et al (2007) Tiveron (2010) e Oliveira (2010) em

testes quantitativos de fenoacuteis totais confirmam a correlaccedilatildeo entre a accedilatildeo

sequumlestradora de radicais livres e a presenccedila de altos teores de compostos

fenoacutelicos evidenciadas pelo meacutetodo de Folin-Ciocalteau expressos como

Equivalentes de Aacutecido Gaacutelico (EAG)

A atividade antioxidante de compostos fenoacutelicos deve-se principalmente agraves

suas propriedades redutoras e estrutura quiacutemica Estas caracteriacutesticas

desempenham um papel importante na neutralizaccedilatildeo ou sequumlestro de radicais livres

agindo tanto na etapa de iniciaccedilatildeo como na propagaccedilatildeo do processo oxidativo Os

intermediaacuterios formados pela accedilatildeo de antioxidantes fenoacutelicos satildeo relativamente

estaacuteveis devido a ressonacircncia do anel aromaacutetico presente na estrutura dessas

substacircncias (Souza et al 2007 Bruice 2006)

Os extratos que evidenciaram a presenccedila de flavonoacuteides apresentaram

elevada capacidade de sequumlestrar radicais livres como pode ser verificado em

Ocotea ceanothifoila Ocotea minor e Endlicheria sericea (folhas)

Flavonoacuteides possuem diferentes atividades antioxidantes decorrentes da

habilidade para sequumlestrarem espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio os quais

estatildeo diretamente relacionados a alguns criteacuterios estruturais tais como o nuacutemero de

aneacuteis fenoacutelicos e a presenccedila da ligaccedilatildeo dupla C2-C3 conjugada com a funccedilatildeo 4-oxo

no anel C

Neste trabalho a atividade antioxidante de alguns extratos natildeo esteve

relacionada com a presenccedila de flavonoacuteides jaacute que espeacutecies com capacidade de

sequumlestro de radicais livres natildeo evidenciaram a presenccedila dessa classe o que

sugere que haacute atividade antioxidante sendo originada de outras substacircncias

fenoacutelicas que natildeo satildeo flavonoacuteides

118

A avaliaccedilatildeo do sequumlestro do DPPH eacute um teste largamente utilizado tanto pela

simplicidade e rapidez quanto pela reprodutibilidade No trabalho realizado por

Vargas (2008) analisando comparativamente diferentes teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de

atividades antioxidantes utilizando ensaios quiacutemicos como da varredura DPPH 22rsquo-

azinobis (3-etilfenil-tiazolina-6-sulfonato) (ABTS+) acircnion radical superoacutexido (AVS)

oxigecircnio singlete e caracterizaccedilatildeo de polifenoacuteis o teste com DPPH foi o uacutenico que

se correlacionou com todos os demais testes

Contudo verifica-se que a interaccedilatildeo de uma espeacutecie antioxidante com a

moleacutecula de DPPH depende dentre outras fontes da especificidade pela

conformaccedilatildeo estrutural do radical livre A acessibilidade esteacuterica eacute um fator

determinante da reaccedilatildeo sendo as moleacuteculas pequenas as que tecircm melhor acesso

ao siacutetio do radical e podem apresentar uma maior atividade comparada agraves moleacuteculas

maiores (Alves et al 2010) Por isso determinados extratos que natildeo apresentaram

bom potencial antioxidante poderatildeo em outros tipos de testes dessa mesma

atividade utilizando outras metodologias mostrar bom perfil antioxidante (Boscolo et

al2007)

Este ensaio bioloacutegico serve como ponto de partida para estudos posteriores

como o isolamento a purificaccedilatildeo e a elucidaccedilatildeo estrutural das substacircncias que

funcionam como antioxidantes aleacutem de ajudar a inferir sobre um possiacutevel

mecanismo de accedilatildeo dessas substacircncias finalizando por testar a viabilidade

terapecircutica em antioxidantes para seu uso futuro

119

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria da enzima acetilcolinesterase foi verificada principalmente

nos galhos das espeacutecies de Ocotea Os resultados podem ser visualizados na tabela

21 Os galhos finos e grossos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado

positivo no teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase assim como os

galhos de E citriodora Nem uma parte (galhos folhas e cascas) das

Rhodostemonodaphnes apresentaram resultado positivo assim como em E sericea

(galhos e folhas) A espeacutecie de O minor apresentou resultado positivo nas folhas e

galhos (grossos e finos) enquanto as outras Ocoteas natildeo apresentaram resultado

positivo nas folhas Em nenhuma das cascas testadas verificou-se resultado positivo

no teste realizado

Tabela 21 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora - + NR NR

E sericea - - - -

O ceanothifolia - + + -

O leucoxylon - + + NR

O minor + + + -

R crenaticupula - - NR NR

R recurva - - - -

Padratildeo eserine NR = natildeo realizado (+) = positivo (-) = negativo

O gecircnero Ocotea eacute conhecido por apresentar um nuacutemero de espeacutecies

significativo contendo alcaloacuteides conforme foi confirmado com a prospecccedilatildeo

fitoquiacutemica realizada com os reagentes especiacuteficos Atraveacutes desses dados pode-se

sugerir uma correlaccedilatildeo entre a atividade testada e a presenccedila de alcaloacuteides Tal

dado eacute condizente com os trabalhos de varredura de Berkov et al (2008) e Barbosa

120

Filho et al (2006) que associam a accedilatildeo de inibir a enzima acetilcolinesterase das

espeacutecies estudadas de diferentes famiacutelias com a presenccedila de alcaloacuteides tornando

assim o gecircnero Ocotea como fonte promissora para a utilizaccedilatildeo de meacutetodos para

quantificar esta atividade

Verifica-se a partir dos testes qualitativos que os resultados dos ensaios

antioxidantes empregados natildeo apresentaram relaccedilatildeo direta com os resultados

anticolinesteraacutesicos conforme o trabalho de Giordani et al (2008) com exceccedilatildeo da

espeacutecie O minor que apresentou atividade relevante em ambos os ensaios

Entretanto eacute necessaacuterio utilizaccedilatildeo de diferentes meacutetodos de avaliaccedilatildeo para uma

definiccedilatildeo desta atividade para este grupo quiacutemico

121

552 Atividade citotoacutexica

5521 Letalidade em Artemia salina

Os extratos em geral natildeo demostraram alta atividade citotoacutexica Para os

extratos testados poucos apresentaram atividade citotoacutexica comparada com o

padratildeo Lapachol que apresentou citotoxicidade de 9830 μgmL

Os galhos finos e grossos natildeo apresentaram alta atividade citotoacutexica em

nenhum gecircnero enquanto as folhas essa atividade foi verificada em

aproximadamente metade dos extratos Na tabela 19 pode-se verificar o resultado

para a atividade citotoacutexica de todos os extratos

A ausecircncia de citoxicidade dos extratos no teste de letalidade contra Artemia

salina eacute um indicador de que a planta pode ser bem tolerada frente ao sistema

bioloacutegico Entretanto estudos mais detalhados para a avaliaccedilatildeo da toxicidade dos

extratos bioativos empregando-se outros modelos (in vitro e in vivo) se fazem

necessaacuterios

O extrato de Enclicheria citriodora demonstrou atividade alta em uma

concentraccedilatildeo comparaacutevel com a encontrada para o padratildeo Atraveacutes da prospecccedilatildeo

realizada a atividade citotoacutexica deste extrato natildeo pocircde ser relacionada com

nenhuma das classes que foram analisadas pois no teste os trecircs grupos foram

negativos nos extratos com elevada toxicidade

Observou-se no desenvolvimento deste trabalho que o extrato etanoacutelico de Endlicheria

citriodora apresentou certa particularidade O mesmo exibiu certa viscosidade mesmo com a

completa evaporaccedilatildeo do solvente e aroma forte e agradaacutevel que pode ser caracterizado

pela presenccedila de oacuteleo essencial eou fixo Nos trabalhos realizados por Silva et al (2007 e

2008) verificou-se que os oacuteleos volaacuteteis extraiacutedos de Casearia sylvestris e Zanthoxylum

122

rhoifolium Lam foram citotoacutexicos contra ceacutelulas tumorais o que pode sugerir que a

toxicidade deste extrato pode estar relacionado a possiacutevel presenccedila deste metaboacutelito

secundaacuterio

Tabela 19 Resultado da avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos

finos Cascas

E citriodora 8301 100002 NR NR

E sericea 90260 100011 229766 82381

O ceanothifolia 134640 261600 262121 134287

O leucoxylon 388560 165150 254856 NR

O minor 83040 146791 2302186 243004

R crenaticupula 167512 471571 NR NR

R recurva 129990 38674 2112857 243857

Padratildeo Lapachol 9830

NR natildeo realizado

5522 Citotoacutexico em ceacutelulas de linhagem tumoral

A atividade citotoacutexica de todas as amostras estaacute apresentada na Tabela 20

com seus respectivos percentuais de inibiccedilatildeo de crescimento das linhagens tumorais

utilizadas HCT-8 (coacutelon - humano) MDAMB-435 (mama - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) por extratos de Lauraacuteceas

Para avaliar o potencial citotoacutexico dos extratos testados uma escala de

intensidade foi utilizada Amostras sem atividade (SA inibiccedilatildeo de crescimento

celular igual a 0) com pouca atividade (PA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 1 a 50 ) com moderada atividade (MO inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 51 a 75 ) e com muita atividade (MA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 75 a 100 )

Todos os extratos apresentaram atividade inibitoacuteria de crescimento para as

linhagens de ceacutelulas tumorais variando para ceacutelula HCT-8 de 126 (galhos de

Rodostemonodaphne recurva) a 7430 (galhos de Ocotea minor) MDA-MB435 de

123

369 (folhas de O minor) a 5041 (casca de O ceanothifolia) e SF-295 de 082

(galhos de Endlicheira citriodora ) a 7636 (O minor) Tal dado pode ser

relacionado agrave presenccedila de alcaloacuteides jaacute que na prospecccedilatildeo fitoquiacutemica a maior

parte dos extratos apresentaram resultado positivo para alcaloacuteides utilizando

reveladores especiacuteficos Tal afirmaccedilatildeo eacute condizente com os trabalhos que

correlacionam agrave capacidade de alguns extratos de inibiccedilatildeo de linhagem de ceacutelulas

tumorais com a presenccedila de alcaloacuteides (Pereira et al 2008 Silva et al 2007)

Dentre as amostras testadas apenas trecircs extratos apresentaram atividade

moderada Ocotea cenothifolia (cascas) 5041 para MDA-MB435 e Ocotea minor

(galhos) 7430 para HCT-8 e 7536 para SF-295 Os demais apresentaram

pouca atividade entre 126 e 4639

Tabela 20 ndash Percentual de inibiccedilatildeo do crescimento celular dos extratos em etanol de Lauraceae em

trecircs linhagens tumorais testadas na dose uacutenica de 50 gmL

Oacutergatildeo vegetal HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano)

MDAMB-435 (mama ndash humano)

SF-295 (glioblastona ndash

humano)

E citriodora Folhas 2896 723 1531

Galhos grossos 1632 4117 082

E sericeae

Folhas 3756 389 4719

Galhos grossos 3015 1791 2430

Galhos finos 2180 4639 773

O ceanothifolia Folhas 3556 1228 2798

Cascas 3273 5041 058

O leucoxylon

Folhas 3831 1247 3690

Galhos grossos 2904 955 1188

Galhos finos 1775 3872 2459

O minor

Folhas 2964 369 436

Galhos grossos 7430 1251 7536

Galhos finos 2220 514 1666

Cascas 3341 419 414

R recurva

Folhas 1834 520 541

Galhos grossos 126 1106 801

Galhos finos 3183 771 2798

Cascas 3041 1296 2703

R crenaticupula

Folhas 3671 465 511

Galhos grossos 1194 3344 1012

0 sem atividade 1 ndash 50 pouca atividade 51 ndash 75 moderada atividade 76 ndash 100 muita atividade

Legenda SF-295 = glioblastoma humano HCT-8 = coacutelon humano MDAMB-435 = mama humano

124

Verificou-se que o extrato com a maior atividade citotoacutexica para ceacutelulas SF-295

(glioblastona ndash humano) e HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano) apresentou uma elevada

capacidade de sequumlestrar o radical livre DPPH assim como o extrato com menor

atividade antioxidante foi um dos extratos que na avaliaccedilatildeo para capacidade de inibir

o crescimento de linhagem de ceacutelulas tumorais apresentou baixas percentagens de

inibiccedilatildeo Tal resultado corrobora com os trabalhos que indicam os radicais livres

como fatores contribuintes com a patologia testada

125

6 CONCLUSOtildeES

Este estudo contribuiu para o conhecimento do perfil quiacutemico das espeacutecies E

citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R

crenaticupula atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento

das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo

para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras

Das espeacutecies estudadas as espeacutecies do gecircnero Ocotea apresentaram o melhor

perfil em relaccedilatildeo a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos uma vez que em

todas os oacutergatildeos vegetais dessas planta foi verificado tais substacircncias

Analisou-se o perfil alcaloiacutedico em espeacutecies com baixa concentraccedilatildeo de alcaloacuteides

por meio de espectrometria de massa Dessa forma torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de diversas ferramentas para concluir se uma espeacutecie conteacutem ou natildeo uma

determinada classe de substacircncia

Confirmou-se a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas

concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne

Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na

maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos

e aporfiacutenicos

Os rendimentos dos oacuteleos essenciais variaram de 002 a 429 em que as

espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os menores rendimentos

em todas as partes (folhas galhos e cascas) apresentando como constituinte

majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido

Os oacuteleos essenciais das espeacutecies de Endlicheria apresentaram os maiores

rendimentos A identificaccedilatildeo dos constituintes por cromatografia gasosa e RMN1H

identificou a presenccedila de geranato de metila nos oacuteleos de galhos e folhas de

Endlicheria citriodora com percentagem superior a 93 em ambas as partes

126

Nas atividades bioloacutegicas a espeacutecie Ocotea minor apresentou resultado positivo na

inibiccedilatildeo qualitativa para enzima acetilcolinesterase e alta capacidade sequestrante

do radical livre DPPH com CE50 de 731 plusmn 032 μgmL comparado com o padratildeo

quercetina de CE50 413 plusmn 0042 μgmL

Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram capacidade de inibir

qualitativamente a accedilatildeo da enzima acetilcolinesterase confirmando assim dados da

literatura de que espeacutecies ricas em alcaloacuteides satildeo fontes potenciais na busca de

inibidores desta enzima

As espeacutecies dos trecircs gecircneros natildeo apresentaram alta citotoxidade em nenhuma das

linhagens de ceacutelulas tumorais testadas

Este estudo abre perspectivas para que novas investigaccedilotildees envolvendo a famiacutelia

Lauraceae sejam realizados notadamente em relaccedilatildeo a definitiva elucidaccedilatildeo

estrutural dos principais constituintes dos extratos e oacuteleos essenciais proveniente de

diferentes partes da planta e no estabelecimento das suas propriedades bioloacutegicas

Considerando que substacircncias naturais podem ser responsaacuteveis pelo efeito de

proteccedilatildeo contra os riscos de muitos processos patoloacutegicos os resultados descritos

neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a accedilatildeo

antioxidante de substacircncias isoladas de espeacutecies O ceanothifolia e Ocotea minor e

atividades bioloacutegicas para o oacuteleo de E citriodora

127

7 REFEREcircNCIAS

Adams R P Identification of essential oil components by gaacutes chromatography

quadrupole mass spectroscopy Allured Card Stream IL 2007

Aguiar L M G et al Cecilin a 1-benzyl--carboline from Aniba santaladora

Phytochemistry n 19 p 1859-1860 1980

Alcacircntara J M Bioprospecccedilatildeo de espeacutecies amazocircnicas da famiacutelia Lauraceae com

potencial aromaacutetico e medicinal Manaus AM UFAM Pp139 2009

Alcantara J M Yamaguchi K K de L Silva J R de A Veiga Junior V F

Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais das folhas e caules de

Rhodostemonodaphne parvifolia Madrintildeaacuten (Lauraceae) Acta Amazocircnica Vol40 No3

pp 567-571 2010

Almeida M R Lima J A Santos N P Pinto A C Pereirina o primeiro alcaloide

isolado no Brasil Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 19 No 4 Pp 942-952

2009

Almeida V L Leitatildeo L C B Montanari C A Donnici C L Lopes M T P

Cacircncer e agentes neoplaacutesicos ciclo-celular especiacuteficos e ciclo-celular natildeo

especiacuteficos que interagem com o DNA uma introduccedilatildeo Quiacutemica Nova Vol 28 No

01 Pp 118-129 2005

Alves C Q David J M David J P Bahia M V Aguiar R M Meacutetodos para

determinaccedilatildeo de atividade antioxidante in vitro em substratos orgacircnicos Quiacutemica

Nova Vol 33 No10 Pp 2202-2210 2010

Anderson D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic

and other damage Mutation Research Vol 350 No01 p103-108 1996

Andrade L A F Alguns aspectos neurobioloacutegicos do envelhecimento cerebral

Revista Ciecircncia e Cultura Vol 40 Pp 665-672 1988

Antunes RMP Lima EO Pereira M SV Camara CA Arruda TA Catatildeo

RMR Barbosa TP Nunes XP Dias CS Silva TMS Atividade

antimicrobiana in vitro e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo inibitoacuteria miacutenina (CIM) de

128

fitoconstituintes e produtos sinteacuteticos sobre bacteacuterias e fungos leveduriformes

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol16 No 04 Pp517-524 2006

Arauacutejo Jr C P Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais de

frutas ciacutetricas Dissertaccedilatildeo de mestrado da Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2009

Arauacutejo A J Lordello A L L Maia B H L N S Anaacutelise comparativa dos oacuteleos

essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula Revista visatildeo acadecircmica Vol 02

No 02 Pp 81-84 2001

Baitello J B Novas espeacutecies de Lauraceae para a Flora Brasileira Acta Botacircnica

Vol 15 No 03 Pp 149-223 2001

Ballabeni V Tognolini M Giorgio C Bertoni S Bruni R Barocelli E Ocotea

quixos Lam essential oil In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties

Fitoterapia Vol 81 No 4 Pp 289-295 2010

Baratta MT Dorman HJD Deans SG Biondi DM RubertoG Chemical

composition antimicrobial and antioxidative activity of laurel sage rosemary

oregano and coriander essential oils Journal of Essencial Oil Research Vol 10 No

06 Pp 618-627 1998

Barbosa Filho J M Ocotea duckei excepcional source of yanganabin and other

furofuran lignans Anais da Academia Brasileira de Ciecircncias v 71 n 2 p 231-238

1999

Barbosa Filho J M Medeiros K C P Diniz M F Batista L M Athayde-Filho

PF Silva M S da-Cunha E VL Almeida J RG S Quintans-Juacutenior L J

Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol16 No 02 Pp 258-285 2006

Barbosa-Filho J M Lignanas neolignanas e seus anaacutelogos In CMO Simotildees et

al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da

UFSC Porto Alegre capiacutetulo 22 Florianoacutepolis 2004

129

Barbosa-FilhoJ M Cunha R M Dias C S Athayde-Filho P F Silva M S

Cunha E V L Machado M I L Craveiro A A Medeiros I A GC-MS Analysis

and cardiovascular activity of the essential oil of Ocotea duckei Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 18 No 01 Pp37-41 2008

Barnes J D Thomas M J K Mendham J Denney R C Vogel Anaacutelise Quiacutemica

Quantitativa Editora LTC 6ordf ediccedilatildeo 2002

Barreiros A L B S David J M Estresse oxidativo relaccedilatildeo entre geraccedilatildeo de

espeacutecies reativas e defesa do organismo Quiacutemica Nova Vol29 No1 Pp 113-123

2006

Barroso G M Guimaratildees E F Ichaso C L F Costa C G Peixoto A L

Sistemaacutetica de Angiosperma do Brasil Vol 01 2deg Ediccedilatildeo EDUSP Pp 255 Satildeo

Paulo 2002

Behling E B Sendatildeo M C Francescato H D C Antunes L M G Bianchi

Flavonoacuteide quercetina aspectos gerais e accedilotildees bioloacutegicas Alimentos Nutriccedilatildeo

Araraquara Vol 15 No 03 Pp 285-292 2004

Berkov S Batisda J Nikova M Viladomat F Codina C Rapid TLCCG-MS

Identification of Acetylcholinesterase inhibitors in alkaloid extraxts Phytochemical

analysis Vol 19 Pp 411-419 2008

Berridge M V Tan A S McCoy K D Wang R The Biochemical and Cellular

Basis of Cell Proliferation Assays that Use Tetrazolium Salts Biochemica Vol 04

Pp 14-19 1996

Bianchi M L P Antunes L M G Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta Revista de Nutriccedilatildeo Vol 12 No 02 Pp 123-130 1999

Borek C Antioxidants and cacircncer Science amp Medicine Vol 04 No 06 Pp 52-62

1997

Boscolo O H Mendonccedila-Filho RFW Menezes FS Senna-Valle L Potencial

antioxidante de algumas plantas de restinga citadas como medicinais Revista

Brasileira de Plantas Medicinais Vol09 No 01 Pp8-12 2007

130

Botelho P S Moraes M M Neves I A Neves R C S Ribeiro N C Born F

S Camara C A G Composiccedilatildeo quiacutemica e accedilatildeo repelente do oacuteleo essencial

Ocotea gardneri (meisn) mez sobre o aacutecaro rajado tetranychus urticae koch IX

Jornada de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (JEPEX) VI semana Nacional de Ciecircncias

e Tecnologia UFRPE 2009

Brandatildeo H N David J P Couto R D Nascimento J A P David J M

Quiacutemica e farmacologia de quimioteraacutepicos antineoplaacutesicos derivados de plantas

Quiacutemica Nova Vol 33 No 06 Pp 1359-1369

Braz Filho R Contribuiccedilatildeo da fitoquiacutemica para o desenvolvimento de um paiacutes

emergente Quiacutemica Nova Vol 33 No 01 Pp 229-239 2010

Bresolin T M B Cechinel ndash Filho V Ciecircncias Farmacecircuticas Contribuiccedilatildeo ao

desenvolvimento de novos faacutermacos e Medicamentos Editora Univali 1ordm ediccedilatildeoPp

29 2003

Bruice P Y Quiacutemica Orgacircnica Vol 01 4ordf ediccedilatildeo Pearson Prentice Hall 2006

Bruni R Medici A Lista A Fantini C Muzzoli M Dehesa M Romagnoli C

Sacchetti G Chemical Composition and Biological Activities of Ishpingo Essential

Oil aTraditional Ecuadorian Spice from Ocotea quixos (Lam) Kosterm (Lauraceae)

flower calices Food chemistry Vol 85 No 03 Pp 413-421 2003

Calow P Marine and estuarine invertebrate toxicity tests In Hoffman D et al

Handbook in cytotoxicology Oxford Blackwell Scientific Publication Vol 01 Pp 1-5

1993

Carballo JL Hernaacutendez-Inda ZL Peacuterez P Garciacutea-Graacutevalos MD A comparison

between two brine shrimp assays to detect in vitro cytotoxicity in marine natural

products BMC Biotechnology Vol 2 Pp1-5 2002

Castro-Faria-Neto HC Bozza PT Cruz HN Silva CLM Violante FA

Barbosa-Filho JM Thomas G Martins MA Tibiriccedilaacute EV Noel F Cordeiro

RSB Yangambin a new naturally occuring platelet activating factor receptor

antagonist binding and in vitro functional studies Planta Medica Vol61 Pp 101-

105 1995

131

Cavalcanti M F Oliveira M C F Velandia J R Echevarria A Siacutentese de 135-

triazinas substituiacutedas e avaliaccedilatildeo da toxicidade frente a Artemia Salina leach

Quiacutemica Nova Vol23 No 01 Pp 20 2000

Cechinel FilhoV Bresolin T M B Ciecircncias farmacecircuticas desenvolvimento de

novos faacutermacos e medicamentos Editora Univali Pp 239 2003

Chanderbali A S Lauraceae Endlicheria Flora Neotropical Monografia 91 New

York New York Botanical Garden 2004

Chang J Medicinal Herbs Drugs or dietary supplements Biochechemical

Pharmacology Vol 59 No 3 Pp211-219 2000

Chaverri C Ciccioacute J F Essential oil of trees of the genus Ocotea Lauraceae) in

Costa Rica Revista biologia Tropical Vol 53 No 3 Pp 431-436 2005

Chaverri C Ciccioacute JF Volatile constituents of the oils from Povedadaphne

quadriporata (Lauraceae) from ldquoAlberto M Brenesrdquo biological preserve Costa Rica

Quiacutemica Nova Vol 31 No 03 Pp 605-609 2008

Chavez J P Gottlieb O R Yoshida M 10-Desmethyl-1-methyleudesmanes

from Ocotea corymbosa Phytochemistry Vol 39 No 04 Pp 849-852 1995

Cheng S Liu J Tsai K Chen W Chang S Chemical composition and

mosquito larvicidal activity of essential oils from leaves of different Cinnamomum

osmophloeum provenances Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 52 No

22 Pp 4395-4400 2004

Cordell G A Quirn-Beattie M L Farnsworth N R The potential of alkaloids in

drug discovery Phytotherapy Research Vol 15 Pp 183-205 2001

Cragg G M Newman DJ Biodiversidade Um componente essencial na

descoberta de faacutermacos In Yunes R A Cechinel Filho V Quiacutemica de produtos

Naturais novos faacutermacos e a moderna farmacognosia 2ordf ediccedilatildeo Editora Univali

Pp58-62 2009

Cunha A P Salgueiro L Roque O R Farmacognosia e fitoquiacutemica Capiacutetulo 22

1ordm ediccedilatildeo Fundaccedilatildeo Calouste Gulenkian 2005

132

Degani A L G Cass Q B Vieira P C Cromatografia um breve ensaio Quiacutemica

Nova na Escola No 07 Pp 21-25 1998

Dewick P M Medicinal natural product a biosynthetic approach 2ordm ediccedilatildeo John

Wiley amp Sons 2002

Di Carlo G Mascolo N Izzo A A Capasso F Flavonoids old and new aspects

of a class of natural therapeutic drugs Life Science Tucson Vol 65 No 4 Pp 337-

353 1999

Dias B F S A implementaccedilatildeo da convenccedilatildeo sobre diversidade bioloacutegica no Brasil

desafios e oportunidades Campinas Andreacute Tosello Pp 1 1996

Droumlge W Free radicals in the physiological control of cell function Physiological

Reviews 2002

Duarte J A Appell H J Carvalho F Bastos M L Soares J M Endothelium-

derived oxidative stress may contribute to exercise-induced muscle damage Vol14

No08 Pp440-443 1993

Duarte M C T Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromaacuteticas

Utilizadas no Brasil Multiciecircncia Construindo uma histoacuteria sobre os Produtos

Naturais Universidade Estadual de Campinas No 07 2006

Ellman GL et al A new and rapid colorimetric determination of

Acetylcholinesterase activity Biochemical Pharmacoogy Vol 07 Pp 88-95 1961

Elsayed N M Antioxidant mobilization in response to oxidative stress a dynamic

environmentalndashnutritional interaction Nutrition Vol 17 No 10 2001

Fernandes ES Passos GF Medeiros R Cunha FM Ferreira J Campos

MM Pianowski LF Calixto JB Anti-inflammatory effects of compounds alpha-

humulene and (minus)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia

verbenaacutecea Journal of Ethnopharmacology Vol110 Pp323ndash333 2007

Ferraz A Screening for antiproliferative activity of six southem Brazilian species of

Hyperisum Phytochemistry Vol 12 Pp 112-115 2005

133

Finney D L Em Probit Analysis 3o ediccedilatildeo Editora Cambridge University Press

Cambridge Pp 76-80 1971

Fleschin S Fleschin M Nita S Pavel E Magearu V Free radicals ediated

protein oxidation in biochemistry Roum Biotechnology Letters No 06 Vol 05 Pp

479-495 2000

Fournet A Ferreira M E A R A Guy I Guinaudeau H Heinzen H

Phytochemical and antiprotozoal activity of Ocotea lancifolia

Fitoterapia Vol 78 No 5 Pp 382-384 2007

Francis P T Palmer A M Snape M Wilcov G K The cholinergic hypothesis of

Alzeimeracutes disease a review of progress Journal of Neurology Neurosurgery amp

Psychiatry Vol 66 No 02 Pp 137-147 1999

Giordani R B Pagliosa L B Henriques A T Zuanazzi JA Investigaccedilatildeo do

potencial antioxidante e anticolinesteraacutesico de Hippeastrum (Amaryllidaceae)

Quiacutemica Nova Vol 31 No 8 Pp 2042-2046 2008

Gottlieb O R amp Yoshida M Neolignanas antitumorais Ciecircncia e Cultura Vol 32

Pp 93-100 1978

Gottlieb O R Fineberg M Guimaratildees M L Magalhatildees M T Maravalhas M

Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromaacuteticas e Oacuteleos Essenciais

Vol 11 No 1 1965

Gottlieb O R Kaplan M A C Borin M R Biodiversidade um enfoque quiacutemico-

bioloacutegico Rio de Janeiro Editora UFRJ 1996

Gottlieb O R Salatino A Funccedilatildeo e evoluccedilatildeo e evoluccedilatildeo de oacuteleos essenciais e de

suas estruturas secretoras Ciecircncia e Cultura Vol 39 Pp 707-715 1987

Gottlieb O R Yoshida M Lignoacuteides com atenccedilatildeo especiala quiacutemica das

neolignanas Quiacutemica Nova Vol 07 No 4 Pp 250-254 1984

Gottlieb OR Koketzu M Magalhatildees MT Maia JGS Mendes PH Rocha A

I Silva ML Wilberg VC Amazonian Essential Oils VII Acta Amazonica Vol11

No1 Pp 143-148 1981

134

Gocircuvea C M C P Oxidaccedilotildees bioloacutegicas e atividade vegetal In Fitoteraacutepicos anti-

inflamatoacuterios aspectos quiacutemicos e aplicaccedilotildees terapecircuticas Carvalho J C T coord

Ribeiratildeo Preto Editora Tecmed Pp 101-124 2004

Guaratini T Medeiros M H G Colepicolo P antioxidantes na manutenccedilatildeo do

equiliacutebrio redox cutacircneo uso e avaliaccedilatildeo de sua eficaacutecia Quiacutemica Nova Vol 30 No

01 Pp 206-213 2007

Guinaudeau H Aporphinoid alkaloids III Journal of Natural Products Vol 46 No 6

Pp 761-835 1983

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphine Alkaloids V Journal of Natural

Products Vol57 No08 Pp 1033-1135 1994

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphinoid alkaloids II Journal of Natural

Products Vol 42 No 4 Pp 761-835 1979

Halliwell B Antioxidants in Human Health and Disease Annual Review of Nutrition

Vol 16 Pp 33-50 1996

Halliwell B Free radicals and antioxidants a personal view Nutrition Reviews

Vol52 No8 Pp253-265 1994

Halliwell B The antioxidant paradox The Lancet Vol355 No 01 Pp 1179 - 1180

2000

Henriques A T Limberger R P Kerber V A Moreno PRH Alcaloacuteides

Generalidades e aspectos baacutesicos In In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC

Porto Alegre capiacutetulo 29 Florianoacutepolis 2004

Heo H J Hang S C Cho H Y Hong B Kim H K Kim E Ki Shim D H

Amelioiating effect of gardenia jasminoides extract on Amyloid beta peptide ndash

induced Neuronal cell deficit Molecules and cells Vol 24 No 1 Pp 113-118 2002

Hostettman K Queiroz E F Vieira PC Princiacutepios ativos de plantas superiores

Editora UFSCar Satildeo Carlos 2003

135

httpwwwprossigabrottogottlieb Enigmas das Lauraceaes Programa de

Informaccedilatildeo para Gestatildeo de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de

Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia Pesquisado em 20 de julho de 2010

httpwwwwhointresearches acessado em 15 de fevereiro de 2011

Ingkaninan K Hazekamp A Hak AC Balconi S Verpoort R High

performance liquid chromatography with online coupled UV-mass spectrophometric-

biochemical detection for identification of acetyl cholinesterase inhibitors from natural

products Journal of Liquid Chromatography amp Related Technologies Vol 872 Pp

61-73 2000

Jia Q Qiu Z Nissanka A Farow T M US Patent Application Kind Code serial

nordm 741215series code 09 2000

Juergens UR Stober M Vetter H Inhibition of cytokine production and

arachidonic acid metabolism by eucalyptol (18-cineole) in human blood monocytes

in vitro European Journal of Medical Research Vol 03 Pp407-412 1998

Keynes RG Garthwaite J Nitric Oxide and its Role in Ischaemic Brain Injury

Current Molecular Medicine Vol 04 No02 Pp 179-191 2004

Kurtz B C Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura do estrato arboacutereo de um trecho de

Mata Atlacircntica situado na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Estadual de Paraiacuteso Municiacutepio de

Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia 51(78-79) Pp 69-112

2000

Lanccedilas F M Cromatografia em Fase Gasosa 1ordm ediccedilatildeo Acta Eventos Vol 01

Satildeo Carlos 1993

Lima I O Oliveira R A G Lima E O L Farias N M P Souza E L Atividade

antifuacutengica de oacuteleos essenciais sobre espeacutecies de Candida Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 16 No 02 Pp 197-201 2006

Lima M P Silva T M D Dilva J D Zoghbi M G Andrade E H Essential oil

composition of leaf and fine stem of Aniba canelilla (Kunth) Mez from Manaus Brazil

Acta Amazocircnica Vol 34 No02Pp 329 ndash 330 2004

136

Loacutepez S Bastida J Viladomat F Codina C Acetylcholinesterase inhibitory

activity oh some Amaryllidaceae alkaloids and Narcissus extratcts Life Sciences

Vol 71 No 21 Pp 2521-2529 2002

Lorenzi H Aacutervores Brasileiras ndash Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas

Arboacutereas Nativas do Brasil Vol2 2ordfediccedilatildeo Editora Plantarum Nova Odessa ndash SP

Pp 368 2002

Ma W W Anderson J E McLaughlin JL Bioactive Benzyl Benzoates from the

Roots of Endlicheria Dysodantha Pharmaceutical Biology Vol 29 No 3 Pp 237 ndash

239 1991

Maciel M A M Pinto A C Veiga Jr V F Plantas medicinais a necessidade de

estudos multidisciplinares Quiacutemica Nova Vol 25 No 3 Pp 429-438 2002

Madrintildeaacuten S Rhodosteonodaphne (Lauraceae) Flora neotropical Monografia 92

New York New York Botanical Garden 2004

Marques C A Importacircncia Econocircmica da Famiacutelia Lauraceae Floresta e Ambiente

Universidade Federal de Viccedilosa Vol 8 No1 JanDez Pp195-206 2001

Mclaughlin JL Saizarbitori TC Anderson JE Tres bioensayos simples para

quimicos de productos naturales Revista Sociedade Venezuelana de Quimica Vol

08 Pp13-18 1995

Meirelles U M F et al Algumas accedilotildees bioloacutegicas do 1-(p-metoxibenzil)-67-

metilenodioxiisoquinolina Acta Amazonica v 7 n 1 p 39-40 1979

Mensor L L Screening of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of

DPPH free radical method Phytotherapy Research Vol 16 Pp 127 2001

Menut C Bessieacutere J M Hassani M S Buchbauer G Schopper B Chemical

and biological studies of Ocotea comoriensis bark essential oil Flavour and

Fragrance journal Vol 17 Pp 459-461 2002

Meyer B N Ferrigni N R Putnam J E Jacobsen L B Nichols B McLaughlin

J L Journal of Medicinal Plant Research vol 45 Pp 31-34 1982

137

Miyazawa M Tougo H Ishihara M Inhibition of acetylcholinesterase activity by

essential oil from Citrus paradise Natural Product Letters Vol 15 No 03 Pp205-

210 2001

Moellering Jr RC Novos desafios no campo das doenccedilas infecciosas In

Patoacutegenos emergentes nas doenccedilas infecciosas Relatoacuterio Especial Hospital

Praacutectice Euromeacutedice Editora Meacutedicas Pp5-7 2000

Morais L C S L Barbosa-Filho J M Almeida R N Central depressant effects

of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice Journal of

Ethnopharmacology Vol 62 No 1 Pp 57-61 1998

Mossman T Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival application to

proliferation and cytotoxicity assays Journal of Immunological Methods Vol 65

No02 Pp 55-63 1983

Nodori RO Guerra MP Biodiversidade aspectos bioloacutegicos geograacuteficos legais

e eacuteticos In CMO Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento

Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16

Florianoacutepolis 2004

Nordberg J Arneacuter SJ Reactive oxygen species antioxidants and the mammalian

thioredoxin system Free Radical Biology and Medicine Vol 31 Pp1287-1312

2001

Nunes X P Mesquita R F Silva D A Lira D P Costa V C O Silva MV B

Xavier A L Diniz MF F M Agra M F Constituintes quiacutemicos avaliaccedilatildeo das

atividades citotoacutexica e antioxidante de Mimosa paraibana Barneby (Mimosaceae)

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18 (Supl) Pp 718-723 2008

Oliveira P A Estudo fitoquiacutemico e atividades bioloacutegicas de extratos de Goupia

glabra Aublet (cupiuacuteba) Dissertaccedilatildeo do Mestrado em Quiacutemica Universidade Federal

do Amazonas Pp 65-68 2010

Palazzo M C Agius B R Wright B S Haber W A Moriarity D M Setzer

W N Chemical Compositions and Cytotoxic Activities of Leaf Essential Oils of Four

138

Lauraceae Tree Species from Monteverde Costa Rica Records Natural Products

Vol 03 No01 Pp32-372009

Pereira P S Franccedila S C Oliveira P V A Breves C M S Pereira S I V

Sampaio S V Nomizo A Dias A D Chemical constituents from

Tabernaemontana catharinensis root bark a brief NMR review of iacutendole alkaloids

and in vitro cytotoxicity Quiacutemica Nova Vol 31 No 01 Pp 20-24 2008

Perry N S L Bollen C Perry E K Ballard C Salvia for dementia therapy

review of pharmacological activity and pilot tolerability clinical trial Pharmacology

biochemistry and behavior Vol 75 No 3 Pp 651-659 2003

Phillipson G W Anderson A C Journal Ethnopharmacol Vol 25 Pp 61 1998

acetylcholinesterase activity by essential oils of Mentha species Journal of

Agriculture and Food Chemistry Vol 46 Pp 3431-3434 1998

Pinto A C Silva D H S Bolzani V S Lopes N P Epifanio R A Produtos

Naturais Atualidade desafios e perspectivas Quiacutemica Nova Vol 25 Supl 01 Pp

45-61 2002

Quik M Jeyarasasingam G Nicotine receptor and Parkinsonrsquos disease European

Journal of Parkinsonrsquos disease Vol 393 Vol 1-3 Pp 223-230 1999

Quinet A Andreata R H P Lauraceae Jussieu na Reserva Ecoloacutegica de Macaeacute

de Cima municiacutepio de Nova Friburgo Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia vol53

No82 Pp59ndash121 Rio de Janeiro 2002

Rahalison L Hamburger M Monod M Frenk E Hostettmann K Antifungal

tests in phytochemical investigations comparison of bioautographic methods using

phytopatogenic and human pathogenic fungi Planta Meacutedica Vol60 Pp 41-44 1994

Rahimi-Nasrabadi M Gholivand M B Batooli H Chemical composition of the

essential oil from leaves and flowering aerial parts of Haplophyllum robstum

(Rutaceae) Journal of nanomaterials and biostructures Vol 4 No 4 Pp 819-822

2009

139

Rajendran V Shong Suo-Bao Saxena A Doctor B P Kozikowski A P

Synthesis of a hybrid analog of the acetylcholinesterase inhibitor huperzine A and

huperzine B Tetrahedron Letters Vol 42 No 01 Pp 5359-5361 2001

Rhee I K Van der Meent M Ingkaninan K Verpoorte R Screening for

acetylcholinesterase inhibitors from from Amararyllidaceae using silica gel thin-layer

chromatography in combination with bioactivity staining Journal of chromatography

A Vol 915 No1 Pp 217-223 2001

Ribeiro J E L S Hopkins M J G Vicentini A Sothers C A Costa M A da

S Brito J M Martins L H P Lohmann LG Assunccedilatildeo P A C L Pereira E

C Silva C F Mesquita M R Proacutescoacutepio L C Flora da Reserva Ducke Guia de

identificaccedilatildeo das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazocircnia

Central Pp 151 Manaus INPA 1999

Ribeiro RA Carmo LG Vladimorova I Jurkiewicz NH Jurkiewicz A

Nantenine blocks muscle contraction and Ca2+ transient induced by noradrenaline

and K+ in rat vas deferens European Journal of Pharmacology Vol 470 No 01 Pp

37-43 2003

Rizzini C T Mors W B Botacircnica Econocircmica Brasileira Editora EDUSP Satildeo

Paulo Pp 119 1976

Rizzini CT amp MorsWB Botacircnica econocircmica brasileira 2ed Acircmbito cultural Rio

de Janeiro Pp 56 1995

Robbers J E Speedie M K Tyler V E Farmacognosia farmacobiotecnologia

editor Premier Pp 163 Satildeo Paulo 1997

Rodriacuteguez M Hasegawa M Gonzaacutelez-Muacutejica F Motta N Castillo A Castillo

J Zea E Mora K Sousa A G Camejo D Antidiabetic and antiradical activities

of plants from Venezuelan Amazon Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18

No 03 Pp 331-338 2008

Rohwer JG Lauraceae In Kubitzki K Rohwer JG amp Bittrich V (Eds) The

families and genera of vascular plants Springer-Verlag Berlim Vol 2 Pp 366-391

1993

140

Rover Juacutenior L Houmlehr N F Vellasco A P Sistema antioxidante envolvendo o

ciclo metaboacutelico da glutationa associado a meacutetodos eletroanaliacuteticos na avaliaccedilatildeo do

estresse oxidativo Quimica Nova Vol 24 No 01 Pp 112-119 2001

Saacutenchez-moreno C A procedure to measure the antiradical efficiency of

polyphenols Journal of the Science of Food and Agriculture Vol 76No 02 Pp

270-276 1998

Sangirardi Jr Botacircnica fantaacutesticaplantas da mitologia religiatildeo magiaEd

Brasiliense Pp 113 ilust Satildeo Paulo 1984

Santos C C Estudo Quiacutemico de Endlicheria sericeae Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade Estadual de Campinas Instituto de Quiacutemica 1976

Santos R I Metabolismo baacutesico e origem dos metaboacutelitos secundaacuterios In CMO

Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade

UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

Santos-Filho D Gilbert B The alkaloids of Nectandra megapotamica

Phytochemistry v 14 p 821-822 1975

Silva D B Matos M F C Nakashita S T Misu C K Yoshida N C Carollo C

A Fabri J R MIglio H S Siqueira J M Isolamento e avaliaccedilatildeo da atividade

citotoacutexica de alguns alcaloacuteides oxoaporfiacutenicos obtidos de Annonaceae Quiacutemica

Nova Vol 30 No 08 Pp 1809-1812 2007

Silva I G Barbosa-Filho J M da Silva M S de Lacerda C D G da-Cunha

E V L Coclaurine from Ocotea duckei Biochemical Systematics and Ecology Vol

30No 9 Pp 881-883 2002

Silva J Abebe W Sousa SM Duarte VG Machado MIL Matos FJA

Analgesic and anti-inflammatory effects of essential oils of Eucalyptus Journal of

Ethnopharmacology Vol 89 No 02 Pp 277-283 2003

Silva L M G E Hamesrki L Garcez FR (PQ) Garcez WS Atividade larvicida

contra Aedes aegypti da Dicentrina isolada de Ocotea vellosiana (Lauraceae)

141

Sociedade Brasileira de Quiacutemica (SBQ) 31a Reuniatildeo Anual da Sociedade Brasileira

de Quiacutemica 2009

Silva R S Ribeiro C M R Borges M N Blois G S O Oacuteleo essencial de

limatildeo no ensino da cromatografia em camada delgada Quiacutemica Nova Vol32 No8

Pp 2234-2237 2009

Silva S L Chaar J S Figueiredo P M Yano T Cytotoxic evaluation of

essential oil from Casearia sylvestris Sw on human cancer cells and erythrocytes

Acta Amazocircnica Vol 38 No 01 Pp 107-112 2008

Silva S L Figueiredo P MYano T Cytotoxic evaluation of essential oil from

Zanthoxylum rhoifolium Lam Leaves Acta Amazocircnica Vol 32 No 02 Pp 281-286

2007

Simatildeo AM Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicoloacutegico Satildeo Paulo Nobel

1985

Simotildees CMO Spitzer V Oacuteleos Volaacuteteis In Simoes CMO Schenkel EP

Gosmann G Mello JC P Mentz LA Petrovick (orgs) Farmacognosia da planta

ao medicamento 5ordm ediccedilatildeo Universidade UFRGS Ed da UFSC Porto Alegre

p467 2004

Skehan P Storeng R Scudiero D Monks A McMahon J Vistica D Warren

J T Bodesch H Kenney S Boyd M R New Colorimetric Cytotoxicity Assay for

Anticancer-Drug Screening Journal of the national cancer institute Vol 82 No 13

Pp 1107-1112 1990

Soler-Rivas C Espın JC Wichers HJ 2000 An easy and fast test to compare

total free radical scavenger capacity of foodstuffs Phytochemistry Analysis Vol 11

Pp 1ndash9 2000

Souza C M M Rocha e Silva H Vieira-Jr G M Ayres M C C da Costa C L

S Arauacutejo D S Cavalcante L C D Barros E D S Arauacutejo P B M Brandatildeo M

S Chaves M H Fenoacuteis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais

Quiacutemica Nova Vol 30 No 02 Pp351-355 2007

142

Souza W M Estudo quiacutemico e das atividades bioloacutegicas dos alcaloacuteides indoacutelicos e

himatanthus lancifolius (muell arg) woodson apocynaceae ndash (agoniada) Tese

(Doutorado em Ciecircncias Farmacecircuticas) Universidade Federal do Paranaacute Curitiba

2008

Sulaiman S N Mukhtar M R Hadi A H A Awang K Hazni H Zahari A

Litaudon M Zaima K Morita H Lancifoliaine a New Bisbenzylisoquinoline from

the Bark of Litsea lancifolia Molecules Vol16Pp3119-3127 2011

Tabarrini O Cecchetti V Temperini A Filipponi E Lmperti M G Fravolini A

Velnacrine thia analogues as potential agents for treating alzheimeracutes Bioorganic

and Medicinal Chemistry Vol 09 No 11 Pp 2921-2928 2001

Takaku S Haber W A Setzer W Leaf essential oil composition of 10 species of

Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical Systematics and

Ecology Vol35 No08 Pp 525-532 2007

Takaku S Harber W A Setzer W N Leaf essential oil composition of 10 species

of Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical systematic and

ecology Vol35 Pp 525-532 2007

Telascrea M Arauacutejo CC Cavalheiro AJ Marques MOM Facanali R

Moraes PLR Essential oils from leaves of Cryptocarya spp from the atlantic rain

forest Quiacutemica Nova Vol 31 No 3 Pp 503-507 2008

Tiveron A P Atividade antioxidante e composiccedilatildeo fenoacutelica de legumes e verduras

consumidos no Brasil Dissertaccedilatildeo de mestrado em Ciecircncias e tecnologia de

alimentos Universidade de Satildeo Paulo Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de

Queirozrdquo 2010

Ur-Rahman A Parveen S S Khalid A Farroq A Choudhardr M I Acetyl and

butyrylcholinesterase ndash Inhibiting triterpenoid Phytochemistry Vol 58 No 6 Pp

963-968 2001

Vargas F de S Estudo comparativo entre teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de atividades

antioxidantes de espeacutecies de plantas da Amazocircnia Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Patologia Tropical Universidade Federal do Amazonas 2008

143

Vattimo-Gil I A O gecircnero Ocotea Aubl no sul do Brasil I Espeacutecies de Santa

Catarina e do Paranaacute Pp 265-350 1956

Verbel J O Cervera T G Fernandez J G Colorado B J Stashenko E

Chemical composition and antioxidant activity of essential oils isolated from

Colombian plants Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 20 No 4 2010

Viegas Jr C Bolzani V S Barreiro E J Os produtos Naturais e a quiacutemica

medicinal moderna Quiacutemica Nova Vol29 No 02 Pp 326-337 2006

Viegas Junior Bolzani V S Furlan M Fraga C A M Barreiro Produtos

Naturais como candidatos a faacutermacos uacuteteis no tratamento do mal de Alzheimer

Quiacutemica Nova Vol 27 No 4 Pp 655-660 2004

Vilegas J H Y Gottlieb O R Kaplan M A C Gottlieb H E Phytochemistry

Vol 28 No Pp 3577 1989

Wink M Physiology of secondary product formation in plants In CHARLWOOD B

V RHODES MJC (ed) Secondary products from plant tissue culture Oxford

Clarendon 1990

Wu W Huang C Sctructural Elucidation of Isoquinoline Isoquinolone

Benzylisoquinoline Aporphine and Phenanthrene Alkaloids using API-ionspray

Tandem Mass Sprectrometry The Chinese Pharmaceutical Journal Vol 58 Pp 51-

55 2006

Yilmaz Y Toledo R T Health aspects of functional grape seed constituents

Trends in Food Science and Technology Vol 15 No 9 Pp 422-433 2004

Zanin S M W Lordello A L L Alcaloacuteides aporfinoacuteides do gecircnero Ocotea

(Lauraceae) Quiacutemica Nova Vol 30 No 01 Pp 92-98 2007

Zauli R C Pereira M A Cardoso L G V Silva J M SF da Carvalho J C T

Fiorini J E Atividade antimicrobiana e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo Inibitoacuteria

miacutenima e concentraccedilatildeo bactericida miacutenima de Dillenia indica L (flor de abril) Gestatildeo

de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Seminaacuterio de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da UNIFENAS

2004

144

Zheng W Wang S Y Antioxidant Activity and Phenolic Compounds in Selected

Herbs Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 49 No 11 Pp 5165-5170

2001

Zhou B N Johnson R K Mattern MR Wang X Hecht S M Beck H T

Ortiz A Kingston D G J Isolation and Biochemical Characterization of a New

Topoisomerase I Inhibitor from Ocotea leucoxylon Journal of Natural Products

Vol63 No02 Pp 217-221 2000

Zoghbi M G B Andrade E H A Santos A S Silva M H L Maia G S

Constituintes volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae com ocorrecircncia na Floresta

Nacional de Caxiuanatilde ndash Melgaccedilo ndash PA CBO 014 - estaccedilatildeo cientiacutefica Ferreira Penna

2005

Zuanazzi J A S Montana J A Flavonoacuteides In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm

ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

1

AVALIACcedilOtildeES QUIacuteMICABIOLOacuteGICAS OacuteLEO ESSENCIAL PERFIL

ALCALOIacuteDICO PROSPECCcedilAtildeO

Oacutergatildeo vegetal

Antioxidante (μgmL)

Anti ACh

E

Artemia salina

(μgmL)

HCT ndash 8 ()

MDAMB-435 ()

SF-295 ()

Rend ()

Constituinte majoritaacuterio

iacuteons (M+1)

mz

Tipo de alcaloacuteide

Fenol Flavonoacuteide Alcaloacuteide

E citriodora Folhas 16101 - 8301 2896 723 1531 429

geranato de metila 23895

benziliso quiniliacutenico

- - -

Galhos Grossos 4278 + 10000 1632 4117 082 250

geranato de metila 30006 aporfiacutenico + - -

E sericeae

Folhas 977 - 90260 3756 389 4719 013 espatulenol 32995 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 5092 - 100011 3015 1791 2430 010

oacutexido de cariofileno 33009 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 1444 - 229766 2180 4639 773 011

oacutexido de cariofileno 32988 aporfiacutenico + - +

Cascas 1329 - 82381 NR NR NR 006 elemol 33009 aporfiacutenico + + +

O

ceanothifolia

Folhas 1812 - 134640 3556 1228 2798 011 oxido de

cariofileno 29992 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 1564 + 261600 NR NR NR 007

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Galhos Finos 1443 + 262121 NR NR NR 005

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Cascas 1017 - 134287 3273 5041 058 NR NR 31406 aporfiacutenico + - -

O leucoxylon

Folhas 5251 - 388560 3831 1247 3690 013 oxido de

cariofileno 37013 aporfiacutenico + - +

Galhos Grossos 5088 + 165150 2904 955 1188 005

beta-cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 8261 + 254856 1775 3872 2459 002

oxido de cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

O minor

Folhas 821 + 83040 2964 369 436 011 beta-

cariofileno 14389 triptamiacutenico + - +

Galhos Grossos 908 + 146791 7430 1251 7536 004

oacutexido de cariofileno 20507 NI + + +

Galhos Finos 731 + 230218 2220 514 1666 NR NR 20507 NI + + +

Cascas 757 - 243004 3341 419 414 006 oacutexido de

cariofileno 28558 benziliso

quiniliacutenico + + +

R recurva

Folhas 11046 - 129990 1834 520 541 006 beta-selineno 33016 aporfiacutenico - - -

Galhos Grossos 19826 - 38674 126 1106 801 002 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Galhos Finos 12538 - 211285 3183 771 2798 003 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Cascas 5511 - 24385 3041 1296 2703 004 beta-eudesmol NR NI - - +

R

crenaticupula

Folhas 7816 - 167512 3671 465 511 058 delta-cadineno 43691 NI - - +

Galhos Grossos 6701 - 471571 1194 3344 1012 002

aacutecido hexadecanoacuteico 28606

benziliso quiniliacutenico + - +

1

Anexos

2

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Folhas

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Desktop_110324154738 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 202E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

23895

36691

38791

17217

34192

2549830006 39505

2607919891 551014229116706 52224

567114350212107 59112 63914 7355369920 76710

Desktop_110322181603 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 288E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

30006

32988

34612

2960719205

26905 35396

36992

17714

19394 38413 55045522384370515096 61940 66119 68513 75737 78712

3

Espectro de massa de Endlicheria sericea Folhas

Espectro de massa de Endlicheria sericea Cascas

Desktop_110322160544_110322160544 1-12 RT 000-019 AV 12 NL 175E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32995

28592

30013

27416

6211519205

12191 34612 436982689114403452943620820794 51230 6430641507 54051 6193349452 68121 69920 74694

Desktop_110322171533 1-7 RT 001-011 AV 7 NL 549E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

28585

1918434591

2690520787

351932341217686

38420 43698 47093 6193349725 5913316524 64768 69150 75772 79377

4

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos finos

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos grossos

Desktop_110322193119 1-14 RT 000-023 AV 14 NL 167E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32988

28606

3000634619

19184

2080823391

27423 691086611235186

5223838406 550594532218981 61933 7031215082 75744

Desktop_110322190205 1-13 RT 001-022 AV 13 NL 638E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

32813

34192

3000627402

23412

4370535802

2159219184

619335571036012

59133527144970438119

4942441325

647334549717693

17511 7573769948 77732

5

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Galhos

Desktop_110324163345 1-31 RT 001-053 AV 31 NL 684E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

43691

27416

45287

31819

34605

30216

2341251223 61926

35319 54030203815916137405

64733484371918415075 66322 69115 75723

Desktop_110324160838 1-25 RT 000-042 AV 25 NL 106E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28606

33009

31385

20381

27472

1391334381

356132689819198 4371225680

6192641514 5912645322 5503817686 51706 62115

65734 69927 73742 78726

6

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos finos

Desktop_110322164317 1-11 RT 001-019 AV 11 NL 570E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33016

27423

19191

32813

31203

35606 6210843705

17707 619262650645294

15082 36236 59133522312462337398

21893647334290711589 49445

6633669934 74127

Desktop_110322202301 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 124E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3461228193

19205

32589

2678619387

20801 3560655514

69108

3581619009 45315 55038 661265083841906 56907

15089 64019 69612 74232 77529

7

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Folhas

Desktop_110322190322 1-21 RT 001-036 AV 21 NL 104E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3459132589

27402

19205

30013

3559917693 4371926506

36222 52259 550452087815103 6194049438 6372514403 69927 75758

Desktop_110322154038 1-22 RT 000-037 AV 22 NL 366E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

35795

34213

28298

38000274025504552259 6194039610

43712 59133 7153720892 4943826485 6352212086 19226 73735 78544

8

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Cascas

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos finos

Desktop_110324160707 1-18 RT 001-030 AV 18 NL 730E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

13899

31406

33002

30006

34605

2190715089

1809224882

29705

5793625106 5512241535

430825461136894 6072946925

66350 69948 73322 77851

Desktop_110322194703 1-14 RT 001-024 AV 14 NL 266E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

34591

31420

28284

2741635802

1920520808 38406 5504518687 522454371912093 61933 69108 75744 77739

9

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Folhas

Desktop_110322183118 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 118E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2999234605

31413

27409

43719 4529419401

2591119212

25701

5230836208 550454952217686 20787 619684131817490 64754 7592669115

Desktop_110322162056 1-12 RT 001-020 AV 12 NL 341E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

37013

32484

31084

27423

3861672314

26492 44601 70921

24595 5505952273400162179515089 69535 7411349473 6643456634 76542

10

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos grossos

Desktop_110322201310 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 330E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Re

lativ

e A

bu

nd

an

ce

36992

35592

32484

31084

72314

2929970914

3781126499

39386 445946950720878 53897 7393115082 40023 664066194045602 77340

Desktop_110322174442 1-11 RT 001-018 AV 11 NL 240E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

36992

35592

32505

72307

37195

7090731084

29285

37797

28088 3862326506

6952120878 6196144594 52245 55059 7391015089 76325

11

Espectro de massa de Ocotea minor Folhas

Espectro de massa de Ocotea Cascas

Desktop_110322165516 1-9 RT 001-015 AV 9 NL 321E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

14389

20507

17490

12086

23685

27430 346055225240933 5505242907 61947 7953866553 73721

Desktop_110322171506 1-9 RT 000-014 AV 9 NL 917E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28585

2999233009

2690534598

1920520801

372021870814389 22397 37797 43705 6194049501 52245 59119 65132 70032 72321 77550

12

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos grossos

Desktop_110322200126 1-16 RT 000-026 AV 16 NL 262E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

20507

14389

17511

25085

2350313192

2740931798 34605

4370538406 52238 79923619475504546715 64740 7368671530

Desktop_110322185001 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 178E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2050714389

3459117504 31609

23692 28585

13192

43705 5504536236 5223861926 64726 7574473126

13

14

Espectro de RMN 13C

15

Espectro de DEPT

16

rh

Espectro de HSQC

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,

viii

RESUMO

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das famiacutelias mais importantes na floresta amazocircnica apresentando um nuacutemero expressivo de espeacutecies com diversas utilizaccedilotildees devido a qualidade dos seus produtos naturais Quimicamente as espeacutecies desta famiacutelia caracterizam-se pela presenccedila de alcaloacuteides neolignanas flavonoacuteides terpenos e fenilpropanoacuteides Este estudo contribui para a anaacutelise do perfil quiacutemico dos trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e Rhodostemonodaphne atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos e oacuteleos essenciais contribuindo para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras Neste trabalho foi realizado prospecccedilatildeo fitoquiacutemica anaacutelise do perfil alcaloiacutedico por cromatografia em camada delgada (CCD) e espectrometria de massa (EM) dos extratos etanoacutelicos identificaccedilatildeo dos constituintes do oacuteleo essencial e verificaccedilatildeo das atividades anticolinesteraacutesica antioxidante e citotoacutexica dos extratos etanoacutelicos das espeacutecies E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R crenaticupula As espeacutecies foram coletadas na Reserva Ducke em Manaus e separadas para obtenccedilatildeo de oacuteleos essenciais e extratos etanoacutelicos Estes foram analisados quanto as atividades quiacutemicabioloacutegicas e submetidos a particcedilotildees aacutecido-base para obtenccedilatildeo de fraccedilotildees enriquecidas de alcaloacuteides O perfil alcaloiacutedico foi analisado por CCD utilizando reveladores especiacuteficos e por EM Os oacuteleos essenciais foram analisados por CG-DIC e CG-EM Confirmou-se que a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos e aporfiacutenicos Os rendimentos dos oacuteleos essenciais obtidos por hidrodestilaccedilatildeo em clevenger modificado variaram de 002 a 429 sendo Endlicheria citriodora a espeacutecie que apresentou maior rendimento 25 nos galhos e 43 nas folhas tendo como constituinte majoritaacuterio o geranato de metila (acima de 93) elucidado por CG-DIC CG-EM RMN1H e RMN 13C Os oacuteleos essenciais das outras espeacutecies apresentaram rendimento inferior a 1 e como constituinte majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido A atividade antioxidante foi avaliada atraveacutes da capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPHbull) utilizando quercetina como padratildeo externo expressos como valores de concentraccedilatildeo eficiente (CE50)Os extratos de Ocotea minor foram os que apresentaram maior potencial antioxidante (CE50=731 plusmn 032 μgmL) A anaacutelise qualitativa da atividade anticolinesterase foi realizada de acordo com o meacutetodo de Ellman (modificado) com resultados negativos para inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado positivo A atividade antitumoral foi avaliada contra quatro linhagens de ceacutelulas (leucemia mama coacutelon e glioblastoma) segundo o meacutetodo de MossmanNenhum dos extratos testados apresentou atividade citotoacutexica pronunciada

Palavras-chave Floresta Amazocircnica Lauraceae alcaloacuteide oacuteleo essencial

ix

ABSTRACT

The family Lauraceae is one of the most important families in the Amazon

rainforest featuring an significant number of species with different uses due to the

quality of products naturalThe species this family are Chemically characterized by

the presence of alkaloids neolignans flavonoids terpenes and phenylpropanoids

This study contributes to the analysis of the chemical profile of the three genera

Endlicheria Ocotea and Rhodostemonodaphne about directing the investigations on

the chemical composition of extracts and essential oils contributing to the screening

of promising genera and species This work was carried out prospecting

phytochemical alkaloid profile analysis by thin layer chromatography (TLC) and

mass spectrometry of the ethanol extracts identification of the essential oil and

analysis of activities anticholinesterase antioxidant and cytotoxic of ethanolic

extracts of E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R

recurva and R crenaticupula The species were collected in Reserva Ducke in

Manaus The material was separated to obtain essential oils and ethanolic extracts

These were analyzed for chemical biological activities and subjected to acid-base

partition to obtain enriched fractions of alkaloids The alkaloid profile was analyzed

by mass spectrometry and TLC with revealing specific The essential oils were

analyzed by GC-FID and GC-MS It was confirmed the high presence of alkaloids in

the genus Ocotea and low in species Endlicheria and Rhodostemonodaphne In

mass spectrometry the peaks mz 300 and 330 were present in most fractions and

may correspond to the type alkaloids Benzylisoquinolines and Aporphines The yields

of essential oils obtained by hydrodistillation in Clevenger modified ranged from

002 to 429 The specie Endlicheria citriodora was the highest yield 25 in the

branches and 43 in the leaves The Methyl geranate was the major constituent

(above 93) elucidated by GC-FID GC-MS RMN1H and RMN 13C The essential

oils from other species showed less than 1 yield and caryophyllene and its oxide

were the major constituents The antioxidant activity was assessed by sequestering

ability of the stable radical 22-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPHbull) using quercetin as

external standard expressed as effective concentration values (EC50) The extracts

of Ocotea minor presented the best antioxidant potential (EC50 = 731 plusmn 032 μg

mL) Qualitative analysis of anticholinesterase activity was performed according to

the method of Ellman (modified) with negative results for inhibiting the enzyme

acetylcholinesterase The branches of the three species of Ocotea were positive The

antitumor activity was evaluated against four cell lines (leukemia breast colon and

glioblastoma) by the method of Mossman None of the extracts tested showed

pronounced cytotoxic activity

Keywords Amazon forest Lauraceae alkaloid essential oil

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Laruraceae

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanas

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Figura 7 Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

Figura 8 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

Figura 9 Biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria

Figura 14 Estruturas isoladas de Endlicheria sericeae

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

Figura 20Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo

brasileira

Figura 21 Estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividade canceriacutegenas

derivadas de fontes vegetais

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

Figura 25 a 31 Placas cromatograacuteficas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

xi

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 01 Ciclo biossinteacutetico dos metaboacutelitos secundaacuterios

Esquema 02 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido

graxo insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido

lipiacutedico)

Esquema 03 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais

peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela

vitamina C originando o radical ascorbila

Esquema 04 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos

extratos e dos oacuteleos essenciais

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Tabela 02 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Tabela 4a Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol

Tabela 4b Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

Tabela 05 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e

flavonoacuteides

Tabela 06 Anaacutelise das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massas

Tabela 07 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares

de alcaloacuteides isolados em Lauraceae

Tabela 08 Rendimento dos oacuteleos essenciais ()

Tabela 09 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN (δ em ppm CDCl3 500MHz)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rhodostemonodaphne

recurva

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das

folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre

DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em

μgmL

Tabela 19 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Tabela 20 Resultado as avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina

xiii

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo16

2 Objetivos

21 Geral18

22 Especiacuteficos18

3 Revisatildeo da bibliograacutefica

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil19

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu22

321 Metaboacutelitos secundaacuterios 25

3211 Neolignanas28

3212 Alcaloacuteides32

3213 Flavonoacuteides35

3214 Terpenoacuteides e Fenilpropanoacuteides38

322 Gecircneros43

3221 Endlicheria Nees43

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki44

3223 Ocotea Aublet46

33 Atividades quiacutemicabioloacutegicas51

331 Atividades Antioxidantes 51

3311 Radicais Livres51

3312 Antioxidantes54

3313 Avaliaccedilatildeo das atividade Antioxidante utilizando radical livre DPPH56

332 Citotoxicidade 58

3321 Letalidade em Artemia salina Leach58

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais60

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase63

34 Meacutetodos cromograacuteficos67

341 Cromatografia em Camada Delgada68

342 Cromatografia Gasosa69

xiv

4 Metodologia

41 Coleta70

42 Obtenccedilatildeo dos extratos71

43 Prospecccedilatildeo72

431 Fenoacuteis72

432 Flavonoacuteides72

433 Alcaloacuteides72

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas73

441 Obtenccedilotildees da fraccedilatildeo alcaloiacutedica73

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD74

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por espectrometria de massa74

45 Oacuteleo essencial75

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo75

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais75

4521 Anaacutelise em CG-DIC75

4522 Anaacutelise em CG-EM76

4523 Anaacutelise por RMN76

453 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais76

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos78

461Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase78

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH78

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante79

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante79

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia Salina Leach81

464 Atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais 81

5 Resultados e discussatildeo83

51 Rendimento do extrato83

52 Prospecccedilatildeo Fitoquiacutemica84

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica86

531 Rendimento da Particcedilatildeo86

532 Anaacutelise por CCD87

533 Anaacutelise por espectrometria de massa96

54 Oacuteleo essencial101

xv

541 Rendimento101

5411 Endlicheria102

5412 Ocotea105

5413 Rhdostemonodaphne110

55 Atividades Quiacutemicabiologias114

551 Atividade antioxidante114

5511 Qualitativa116

5512 Quantitativa116

552 Atividade citotoacutexica121

5521 Letalidade em Artemia Salina121

5522 Citotoacutexica em ceacutelulas de linhagem tumoral121

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase122

6 Consideraccedilotildees finais 125

7 Referecircncias bibliograacuteficas 127

8 Anexos146

16

INTRODUCcedilAtildeO

As plantas constituem uma das mais importantes fontes de substacircncias

quiacutemicas orgacircnicas apresentando variadas classes com interesses cientiacuteficos

devido agraves suas propriedades bioloacutegicas e quiacutemicas Na busca por novos faacutermacos

os produtos naturais destacam-se pela diversidade estrutural e assim as plantas

satildeo candidatas importantes para a prospecccedilatildeo de novos compostos bioativos

(Giordani et al 2008)

Verifica-se que a Amazocircnia mesmo possuindo uma grande diversidade

bioloacutegica apresenta poucos estudos em relaccedilatildeo agrave quantidade de espeacutecies

presentes nas florestas (Nodori amp Guerra 2004)

A famiacutelia Lauraceae destaca-se na Floresta Amazocircnica pelo endemismo e uso

econocircmico em virtude da boa qualidade da madeira do alto valor comercial que

alcanccedilam seus oacuteleos essenciais (Quinet amp Andreata 2002) e da presenccedila de uma

importante classe de metaboacutelitos que satildeo os alcaloacuteides responsaacuteveis por diversas

atividades terapecircuticas Mais de 400 alcaloacuteides jaacute foram identificados em 189

espeacutecies de Lauraceae Segundo Zanin e Lordello (2007) cerca de 54 alcaloacuteides

aporfinoacuteides com pronunciada bioatividade foram isolados no gecircnero Ocotea Dentre

as atividades bioloacutegicas mais citadas pode-se destacar a capacidade antioxidante

atividade antiinflamatoacuteria analgeacutesica e cardiovascular

Lauraceae apresenta espeacutecies utilizadas em grande escala como o abacate

(Persea americana) a canela (Cinnamomum verum) e espeacutecies aromaacuteticas

utilizadas para perfumaria como as extraiacutedas de canela-sassafraacutes (Ocotea odoriacutefera)

e pau rosa (Aniba rosaeodora) sendo dessa forma utilizada internacionalmente

17

Considerando as pesquisas em isolamento de compostos bioativos e a

importacircncia da famiacutelia Lauraceae na Floresta Amazocircnica uma pesquisa sobre

espeacutecies desta famiacutelia que ainda natildeo foram analisadas cientificamente torna-se

importante para a investigaccedilatildeo de novas substacircncias presentes nos extratos e na

composiccedilatildeo quiacutemica de oacuteleos essenciais Neste trabalho seratildeo analisadas sete

espeacutecies de Lauraceae distribuiacutedas em trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e

Rhodostemonodaphne visando desvendar parte da imensa diversidade bioloacutegica da

floresta Amazocircnica e buscando a possibilidade de serem observadas atividades

bioloacutegicas pronunciadas

18

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Descrever a composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais e atividades quiacutemicas

e bioloacutegicas de extratos etanoacutelicos de espeacutecies da famiacutelia Lauraceae

22 Objetivos especiacuteficos

Verificar a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes de meacutetodos de prospecccedilatildeo dos

extratos etanoacutelicos comparando os diferentes extratos das plantas

estudadas

Analisar o perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas atraveacutes de espectrometria de massa

Analisar o perfil cromatograacutefico (CG-DIC e CG-EM) dos oacuteleos essenciais das

cascas folhas e galhos das sete espeacutecies

Verificar as atividades inibidora da enzima acetilcolinesterase antioxidante

frente ao radical livre DPPH e citotoacutexica sobre Artemia salina e ceacutelulas de

linhagem tumoral dos extratos etanoacutelicos

19

3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil

A natureza tem produzido a maioria das substacircncias orgacircnicas conhecidas

Dentre os diversos reinos da natureza o reino vegetal eacute o que tem contribuiacutedo de

forma mais significativa para o fornecimento de metaboacutelitos secundaacuterios muitos

destes de grande valor agregado devido As suas aplicaccedilotildees como medicamentos

cosmeacuteticos alimentos e agroquiacutemicos (Phillipson amp Anderson 1998)

A espeacutecie humana se aproveita de uma fraccedilatildeo muito pequena das plantas com

as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra O reino vegetal

ainda permanece como uma grande incoacutegnita cujos misteacuterios comeccedilam a serem

desvendados Natildeo pode existir vida na terra sem a presenccedila de plantas e estudaacute-

las sob qualquer que seja a oacutetica cientiacutefica eacute parte do domiacutenio da quiacutemica de

Produtos Naturais (Pinto et al 2002)

Os produtos naturais satildeo utilizados desde tempos imemoriais na busca por

aliacutevio e cura de doenccedilas pela ingestatildeo de ervas e folhas talvez tenha sido uma das

primeiras formas de utilizaccedilatildeo de produtos naturais A natureza sempre despertou

no homem um fasciacutenio encantador natildeo soacute pelos recursos oferecidos para sua

alimentaccedilatildeo e manutenccedilatildeo mas por ser sua principal fonte de inspiraccedilatildeo e

aprendizado (Viegas Jr amp Bolzani 2006)

Ao longo do tempo a humanidade selecionou apenas cerca de 300 plantas

para a alimentaccedilatildeo e de um pouco mais de uma centena obteve princiacutepios ativos

puros para o tratamento de doenccedilas Estes nuacutemeros satildeo bem modestos quando se

estaacute diante de um universo superior a 250000 espeacutecies de plantas superiores

20

Verifica-se que as atividades da fitoquiacutemica podem contribuir significativamente

para a concretizaccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel de um paiacutes atraveacutes da

investigaccedilatildeo da flora da divulgaccedilatildeo e geraccedilatildeo de novos conhecimentos e da

formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados (Braz Filho 2010)

A preocupaccedilatildeo com a busca de aplicaccedilatildeo para as moleacuteculas isoladas de

fontes naturais atraveacutes do seu uso como modelos quiacutemicos para a induacutestria eacute uma

nova tendecircncia que enfatiza a realizaccedilatildeo de trabalhos em colaboraccedilatildeo O valor

potencial da biodiversidade brasileira encarada como fonte de produtos de alto valor

agregado requer poliacuteticas que garantam a sua exploraccedilatildeo de forma racional (Pinto

et al 2002)

Estima-se a existecircncia de 250000 espeacutecies de plantas superiores Cerca de

80 da populaccedilatildeo dos paiacuteses subdesenvolvidos e em desenvolvimento continuam

completamente dependentes da medicina caseira utilizando vegetais para as

necessidades primaacuterias de sauacutede Tem sido estimado que somente de 5-15 destas

espeacutecies foram investigadas restando uma fonte natural de inuacutemeros organismos

vivos contendo significativo nuacutemero de substacircncias ineacuteditas e forte potencial de

produtos naturais bioativos incluindo-se fontes de mateacuterias-primas para o

desenvolvimento de novos faacutermacos (Braz Filho 2010)

A magnitude da biodiversidade brasileira natildeo eacute conhecida com precisatildeo tal a

sua complexidade estimando-se a existecircncia de mais de dois milhotildees de espeacutecies

distintas de plantas animais e microorganismos (Nodari amp Guerra 2004)

Soacute um trabalho cientiacutefico integrado de todos os grupos existentes no paiacutes

poderaacute num tempo limite propiciar o conhecimento real da diversidade quiacutemica dos

ambientes tropicais e auxiliar nos estudos futuros sobre o perfil metaboacutelico e

21

associaccedilotildees com perfil macromolecular das espeacutecies de interesse de nossa biota

(Pinto et al 2002)

Nesse contexto a varredura dos extratos brutos antes do isolamento eacute uma

metodologia que auxilia no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a

composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo para a triagem de gecircneros e

espeacutecies promissoras Esse perfil caracteriza o grupo de pesquisa Q-Bioma um

grupo de pesquisa fitoquiacutemico da Universidade Federal do Amazonas que visa

inicialmente analisar o perfil dos extratos para posteriormente selecionar as fraccedilotildees

de interesse

22

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu

A famiacutelia Lauraceae eacute apontada no Brasil como uma das mais representativas

tanto em nuacutemero de indiviacuteduos quanto em riqueza de taacutexons nos inventaacuterios

floriacutesticos e fitossocioloacutegicos realizados em aacutereas de florestas bem preservadas do

paiacutes (Vattimo-Gil1959 Kurtz 2000) sendo considerada uma das famiacutelias mais

primitivas pertencentes agrave divisatildeo Magnoliophyta ( Marques et al 2001) Possuem

distribuiccedilatildeo pan tropical sendo bem representadas na Ameacuterica Aacutesia Tropical

Austraacutelia e Madagascar e no sul da Aacutefrica conforme a figura 1 Possuem cerca de

50 gecircneros e 2500 espeacutecies sendo que no Brasil existem cerca de 400 espeacutecies

distribuiacutedas em 25 gecircneros contribuindo assim com cerca de 16 do total dessas

espeacutecies (Barroso et al 2002) Nas Ameacutericas ocorrem cerca de 29 gecircneros e 900

espeacutecies A famiacutelia eacute frequumlente em florestas tropicais com algumas espeacutecies

habitando grandes altitudes mas a grande diversidade ocorre em terras baixas da

Amazocircnia e Ameacuterica Central (Rohwer 1993)

Figura 1 ndash Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia LauraceaeFONTE Missouri Botanical Garden

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das que apresenta maior importacircncia econocircmica em

todo o mundo com um nuacutemero expressivo de espeacutecies que apresentam uma grande

diversidade de usos com destaque para as que possuem utilizaccedilatildeo medicinal e na

23

induacutestria sendo utilizada na culinaacuteria na fabricaccedilatildeo de papel marcenaria e

construccedilatildeo civil na induacutestria quiacutemica e na medicina popular (Marques 2001)

O potencial econocircmico das espeacutecies dessa famiacutelia eacute conhecido desde os

tempos remotos atraveacutes de documentos da China de 2800 aC onde jaacute era

empregado o oacuteleo de Cinnamomum camphora (L) JPresl e de outras espeacutecies

deste gecircnero na medicina (Sangirardi Jr 1984) Segundo Quinet (2002) as folhas

de Laurus nobilis L o loureiro eram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para

confeccionar coroas com as quais se homenageavam guerreiros e atletas

vitoriosos e estatildeo entre os condimentos mais conhecidos da culinaacuteria de todo o

mundo Os primeiros registros relativos agrave utilizaccedilatildeo das espeacutecies desta famiacutelia

influenciaram o nome de muitos gecircneros que fazem uma alusatildeo agravequela eacutepoca como

o gecircnero Phoebe que tem seu nome relacionado ao deus Apolo e Laurus L que vecircm

do celta ldquolausrdquo e significa louvor em grego (Barroso et al 2002)

A casca ou o fruto de algumas espeacutecies satildeo usadas como condimentos (

Dicypellium caryophyllaceum) ou para fazer chaacute (Licaria puchury-major e Aniba

canelilla) Espeacutecies utilizadas em grande escala satildeo o abacate (Persea americana)

a canela (Cinnamomum verum) e o louro (Laurus nobilis) A madeira de Lauraceae eacute

amplamente explorada em diversas regiotildees Na Amazocircnia a itauacuteba (Mezilururs spp)

eacute a madeira preferida para construccedilatildeo de embarcaccedilotildees devido a sua alta

durabilidade e resistecircncia Diversas outras espeacutecies constituem o principal produto

madeireiro comercializados em Manaus sob o nome de ldquolourordquo (Ribeiro et al 1999)

O alto valor econocircmico das espeacutecies tem levado a uma exploraccedilatildeo crescente

ao longo dos anos (Marques 2001) O interesse econocircmico nos oacuteleos essenciais eacute

devido ao uso induacutestrial podendo-se destacar espeacutecies dos gecircneros Ocotea

24

Nectandra e Aniba conhecidas popularmente como canelas loureiros e pau-rosa

respectivamente (Ribeiro et al 1999)

A extraccedilatildeo de linalol principal componente do oacuteleo essencial de Aniba

rosaeodora Ducke utilizado como fixador na induacutestria de perfumes segundo Rizzini

e Mors (1995) deu-se inicialmente como subproduto da induacutestria de cacircnfora no

Japatildeo devido o mesmo ser um componente do oacuteleo volaacutetil da madeira canforeira

Em 1925 descobriu-se em Juriti Velho (Paraacute) a aacutervore conhecida na regiatildeo como

pau-rosa Este nome popular refere-se ao odor da madeira a qual quando

recentemente cortada exala delicado perfume Verificou-se em seguida que tal

cheiro era devido ao oacuteleo essencial desta madeira que encerra linalol como

componente principal Desde entatildeo se desenvolveu naquela localidade uma

induacutestria extrativa para a obtenccedilatildeo do mencionado oacuteleo Esta induacutestria tomou tal

vulto que figurou durante muitos anos entre as mais proacutesperas da Amazocircnia Ainda

na deacutecada de 1960 produziam-se entre 300 e 400 toneladas de oacuteleo essencial de

pau-rosa por ano sacrificando para tanto 50000 toneladas de madeira

A exploraccedilatildeo de Aniba rosaeodora Ducke fez com que essas espeacutecies fossem

levadas proacuteximas a extinccedilatildeo devido o oacuteleo essencial de pau-rosa localizar-se no

terceiro lugar na pauta de exportaccedilatildeo da regiatildeo Amazocircnica cabendo a borracha e agrave

castanha o primeiro e o segundo lugares respectivamente (Marques 2001)

As espeacutecies da famiacutelia Lauraceae principalmente pertencentes aos gecircneros

Nectranda Licaria Ocotea e Aniba apresentaram um novo grupo de compostos

secundaacuterios As neolignanas descobertas por um dos consolidadores da fitoquiacutemica

brasileira o professor Otto Gottlieb na deacutecada de 1970 ( Gottlieb amp Yoshida1978)

apresentam muitas atividades bioloacutegicas entre elas a atividade antitumoral

25

321 Principais Metaboacutelitos secundaacuterios encontrados em Lauraceae

Daacute-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaccedilotildees quiacutemicas que

continuamente estatildeo ocorrendo em cada ceacutelula A presenccedila de enzimas especiacuteficas

garante certa direccedilatildeo a essas reaccedilotildees estabelecendo o que se denomina de rotas

metaboacutelicas Essas reaccedilotildees visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes

para satisfazer as exigecircncias fundamentais da ceacutelula energia (derivada basicamente

de ATP) poder redutor (NADPH) e biossiacutentese das substacircncias essenciais agrave sua

sobrevivecircncia (macromoleacuteculas celulares) (Santos 2004)

De acordo com a teoria evolucionista todos os seres vivos derivam de um

precursor comum do qual conservam algumas caracteriacutesticas Os processos

essenciais agrave vida e comuns aos seres vivos tecircm sido definidos como metabolismo

primaacuterio Basicamente todos os organismos convivem com os mesmos tipos de

metaboacutelitos primaacuterios e segundo Gottlieb et al (1996) os metabolismos primaacuterios

satildeo reaccedilotildees fornecedoras de mateacuterias primas e de energia para a formaccedilatildeo dos

metaboacutelitos secundaacuterios designados especiais

Vegetais microorganismos e em menor escala animais apresentam todo um

arsenal metaboacutelico (enzimas coenzimas e organelas) capazes de produzir

transformar e acumular inuacutemeras outras substacircncias natildeo necessariamente

relacionadas de forma direta agrave manutenccedilatildeo da vida do organismo produtor Nesse

grupo encontram-se substacircncias cuja produccedilatildeo e acumulaccedilatildeo estatildeo restritas a um

nuacutemero limitado de organismos com bioquiacutemica e metabolismo especiacuteficos e

uacutenicos caracterizando-se como elementos de diferenciaccedilatildeo e especializaccedilatildeo (Wink

1990)

26

Os metaboacutelitos secundaacuterios satildeo conhecidos como metaboacutelitos especiais cujos

produtos embora natildeo necessariamente essenciais para o organismo produtor

garantem vantagens para sua sobrevivecircncia e para a perpetuaccedilatildeo de sua espeacutecie

em seu ecossistema (Santos 2004)

Os metaboacutelitos especiais satildeo especiacuteficos das espeacutecies e participam das

interaccedilotildees intra e intercelular do proacuteprio organismo ou com ceacutelulas de outros

organismos atuam em processos vitais como mediadores em interaccedilotildees ecoloacutegicas

como por exemplo a defesa contra herbiacutevoros e microorganismos a proteccedilatildeo contra

raios UV atraccedilatildeo de polinizadores ou animais dispersores de sementes e em

interaccedilotildees alelopaacuteticas ( Santos 2004 Cechinel Filho amp Bresolin 2003)

Embora classificadas como sendo ou do metabolismo primaacuterio ou do especial

as reaccedilotildees bioquiacutemicas natildeo ocorrem independentemente em um mesmo produtor

Alteraccedilotildees no primeiro podem afetar profundamente o segundo e embora o reverso

natildeo seja verdadeiro Aleacutem disso muitos metaboacutelitos especiais satildeo formados por

sequumlecircncia de reaccedilotildees anaacutelogas agravequelas do metabolismo primaacuterio Portanto a linha

divisoacuteria entre metabolismo primaacuterio e especiais natildeo eacute niacutetida (Dewick 2002) No

esquema 1 pode ser visualizada a origem de todos os metaboacutelitos especiais a partir

do metabolismo da glicose por meio de intermediaacuterios principais o aacutecido chiquiacutemico

e o acetato

De forma geral os mais importantes grupos de metaboacutelitos secundaacuterio vegetal

citam-se tradicionalmente os alcaloacuteides os terpenoacuteides e os flavonoacuteides Verifica-se

na famiacutelia Lauraceae a prevalecircncia de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados

nos oacuteleos essenciais alcaloacuteides e neolignanas encontrados nos extratos

27

Esquema 01 Via biossinteacutetica dos metaboacutelitos especiais Fonte Santos 2004

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente por apresentar em sua

composiccedilatildeo alcaloacuteides isoquinoliacutenicos indoacutelicos e triptofanicos (Figura 2) Dentre os

alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo grande e ainda em

expansatildeo comumente encontrado nas mais diversas espeacutecies de Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Lauraceae

28

3211 Neolignanas

As lignanas satildeo substacircncias que se depositam nas paredes das ceacutelulas

vegetais conferindo a estas notaacutevel rigidez Constituem de 15-35 da mateacuteria seca

dos troncos das gimnospermas e angiospermas aleacutem de serem constituintes da

parede celular de tecidos associados a caule folha e raiz de todas as plantas

vasculares A quantidade de lignanas existentes na superfiacutecie da terra eacute imensa

inferior apenas agrave quantidade de carboidratos Dada esta importacircncia compreende-

se facilmente porque a ocorrecircncia funccedilatildeo formaccedilatildeo estrutura reaccedilotildees e a

utilizaccedilatildeo de lignanas recebem tanta atenccedilatildeo (Barbosa Filho 2004)

As lignanas satildeo macromoleacuteculas poliacutemeros de unidades baacutesicas de n-

propilbenzenos C6-C3 que satildeo ligadas pelo carbono β de suas cadeias laterais (C3)

Satildeo diacutemeros formados atraveacutes do acoplamento oxidativo de alcooacuteis cinamiacutelicos

entre si ou destes com aacutecidos cinacircmicos Esse termo criado em 1942 por Haworth

se prestava muito bem para as poucas substacircncias descritas agravequela eacutepoca

Estruturalmente os dois resiacuteduos n-propilbenzecircnicos apresentam o carbono gama

(C-9) oxigenado (Gottlieb ampYoshida 1984)

As neolignanas (do grego neacuteos = novo moderno) surgiram por causa da

crescente variabilidade estrutural em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo de Haworth que ficou

limitada Isso fez com que Gottlieb em 1978denominasse os diacutemeros oxidativos de

alilfenoacuteis ou de propenilfenoacuteis entre si ou cruzados e natildeo apresentam o carbono

gama (C-γ) oxigenado de neolignanas (Barbosa Filho 2004 Gottliteb 1984)

O processo geral de biossiacutentese dos lignoacuteides (neolignana e lignana) eacute

mostrado a seguir na figura 3 envolvendo os metaboacutelitos primaacuterios finais da via

metaboacutelica do chiquimato Lignoacuteide eacute uma designaccedilatildeo geneacuterica que caracteriza

micromoleacuteclulas cujo esqueleto eacute formado exclusivamente pelo grupo fenilpropacircnico

29

(C6-C3)n sendo n restrito a poucas unidades123 etc As lignanas apresentam

como precursores monomeacutericos aacutecidos cinacircmicos ou alcooacuteis cinacircmicos enquanto as

neolignanas apresentam como precursores monomeacutericos propenilbenzenos ou

alilbenzenos (Barbosa Filho 2004)

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanasFonte Barbosa Filho 2004

As Lignanas e neolignanas desempenham importante papel na defesa das

plantas atuando como agentes antimicrobianos antifuacutengicos e insetiacutefugos As

neolignanas acumulam em madeiras como resposta a ferimentos mecacircnicos ou ao

ataque de microorganismos e que exibem propriedades de defesa contra insetos

Por terem atividade antitumoral e antiviral as neolignanas despertam grande

interesse farmacoloacutegico (Robbers et al 1997) A figura 04 mostra os tipos

estruturais das neolignanas mais representativos e sua designaccedilatildeo de acordo com

trabalhos de revisatildeo de Gottlieb (1978) e Gottlieb e Yoshida (1984)

30

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas Fonte Barbosa Filho 2004

As lignanas satildeo soluacuteveis em solvente apolares tais como eacuteter de petroacuteleo e

anaacutelogos principalmente se a porccedilatildeo do anel estiver metoxilada como acontece na

maioria das vezes As neolignanas geralmente se apresentam como oacuteleos de alta

viscosidade e apresentam meacutedia polaridade (Barbosa Filho 2004)

Esqueletos de Neolignanas

2

3

4

5

6

78

9

1

O O

O

O

O O

O

diarilbutano (88) aritetralina (8867) dibenzocicloctano (2288)

benzofurano (70481) benzofurano (70483) futoenona (8179608)

diidrodieugenol (33) diarilciclobutano (7788) furofurano (70788)

ariloxiarilpropano (804) benzodioxano (703804) bicicloctano (8175)

31

No Brasil o grupo de pesquisa liderado pelo professor Otto Gottlieb contribuiu

significativamente para o conhecimento da quiacutemica das neolignanas A famiacutelia

Lauraceae foi a mais estudada principalmente os gecircneros Aniba Licaria Nectandra

e Ocotea com quase duas centenas de substacircncias ineacuteditas registradas na

literatura Numa avaliaccedilatildeo aproximada jaacute foram isoladas por volta de 700 lignoacuteides

dos quais 270 satildeo neolignanas (figura 5) (Barbosa Filho 2004)

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

O

CH3

Ar

CH2

O

CH3

O O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

OCH3

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

CH3

O

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

O

CH3

CH3

Ar

CH2

AcO

O

CH3

O

CH3

O

O

CH3

32

3212 Alcaloacuteides

O isolamento das primeiras substacircncias puras do reino vegetal ocorreu no

Seacuteculo XIX Este seacuteculo caracterizou-se pelos trabalhos de extraccedilatildeo principalmente

de aacutecidos orgacircnicos e de bases orgacircnicas as quais mais tarde receberam a

denominaccedilatildeo de alcaloacuteides (Almeida et al 2009)

Os extratos de plantas contendo alcaloacuteides satildeo utilizados como medicamentos

venenos e poccedilotildees maacutegicas desde os primoacuterdios da civilizaccedilatildeo Desta maneira eacute

difiacutecil estabelecer a origem correta da descoberta destas substacircncias Registros

indicam que o oacutepio era utilizado pelos Sumeacuterios haacute 4000 anos aC devido as suas

propriedades soporiacuteficas e analgeacutesicas (Hostettman et al 2003)

Satildeo compostos nitrogenados que tecircm na sua estrutura aleacutem de carbono e

hidrogecircnio usualmente tambeacutem oxigecircnio Sua basicidade tiacutepica eacute no entanto muito

variaacutevel pois depende dos agrupamentos adjacentes ao nitrogecircnio Quando o

nitrogecircnio pertence a uma amida por exemplo a presenccedila da carbonila torna o

alcaloacuteide praticamente neutro Satildeo encontrados predominantemente nas

angiospermas e em menor extensatildeo em microorganismos e animais ( Dewick 2002

Henriques et al 2004 Cunha et al 2005)

A presenccedila de alcaloacuteides pode ser assinalada em ampla gama de atividades

bioloacutegicas como analgeacutesicos e narcoacuteticos (morfina codeiacutena) estimulantes SNC

(estricnina brucina) elevaccedilatildeo na pressatildeo sanguiacutenea (efedrina) ou queda da

hipertensatildeo arterial (reserpina) Na verdade os alcaloacuteides satildeo capazes de exercer

diversas de atividades fisioloacutegicas (Robbers et al 1997) Alguns exemplos de

alcaloacuteides satildeo apresentados na figura 6

33

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Os alcaloacuteides assim como outras aminas formam sais duplos com compostos

de mercuacuterio ouro platina e outros metais pesados Esses sais duplos em geral satildeo

obtidos como precipitados e muitos deles satildeo caracteriacutesticos em microcristalografia

Os reagentes alcaloiacutedicos comuns satildeo o de Wagner (iodo em iodeto de potaacutessio) de

Mayer (cloro-iodo mercurato de potaacutessio) e Dragendorff (iodo bismutato de potaacutessio)

(Robbers et al 1997)

Os alcaloacuteides podem ser classificados de acordo com sua origem biossinteacutetica

ou seja de acordo com a estrutura que conteacutem nitrogecircnio em pirrolidino piperidino

quinolino indol entre outros A maioria deriva de aminoaacutecidos alifaacuteticos aromaacuteticos

como a fenilalanina ou a tirosina ou do triptofano (Dewick 2002)

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente pela ocorrecircncia frequumlente de

alcaloacuteides sendo predominante a ocorrecircncia de alcaloacuteides indoliziacutenico

benzilisoquinoliacutenico triptamiacutenico e aporfinoacuteides (Cordell et al 2001) Na figura 7

verifica-se a rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

34

NH2

O

OH

OH

L-tirosina

NH2OH

O

O

OH

OH

- CO2

PLP

PLP

transaminaccedilatildeo

Tiramina 4-hidroxif enil aacutecido piruacutev ico

O - CO2

NH2

CH3

CH3

OH

OH

Dopamina 4-hidroxif enilacetaldeiacutedo

Reaccedilatildeo de Mannich

NHOH

OH

H

OH

S - coclaurina

SAMNH

OH

OH

H

OCH3

S - coclaurina

SAM

NOH

OH

H

OCH3

CH3

S - N-metilcoclaurina

NOH

OH

H

OCH3

CH3

OH

S - 3-hidroxi-N-metilcoclaurina

SAM

NOH

H

OCH3

CH3

OH

O

CH3

S - reticulina

O

NO

H

OCH3

CH3

O

CH3 O

NOH

H

OCH3

CH3

O

CH3 OH

aporf inas

protobuberinas

benzof enantridinas

PLP = py ridoxal 5-phosphate

SAM = S- adenosy l methione

Figura 7 - Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos Fonte Dewick 2002

35

213 Flavonoacuteides

Os flavonoacuteides representam um dos grupos fenoacutelicos mais importantes e

diversificados entre os produtos de origem natural Essa classe de compostos eacute

amplamente distribuiacuteda no reino vegetal e sua presenccedila parece estar relacionada

com funccedilotildees de defesa (proteccedilatildeo contra raios ultravioletas accedilotildees antifuacutengica e

antibacteriana) e de atraccedilatildeo de polinizadores (Zuanazzi amp Montanha 2004)

De forma geral satildeo moleacuteculas de baixo peso molecular caracterizados por

apresentarem dois nuacutecleos fenoacutelicos ligados por uma cadeia de trecircs carbonos A

estrutura baacutesica dos flavonoacuteides consiste num nuacutecleo flavano constituiacutedo de quinze

aacutetomos de carbono arranjados em trecircs aneacuteis (C6-C3-C6) sendo dois aneacuteis fenoacutelicos

(ou metoxilados) substituiacutedos (A e B) e um pirano (cadeia heterociacuteclica C) acoplado

ao anel A (Figura 8) (Cunha et al 2005)

Figura 08 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

As vaacuterias classes de flavonoacuteides diferem no niacutevel de oxidaccedilatildeo e no modelo de

substituiccedilatildeo da cadeia heterociacuteclica C Algumas classes de flavonoacuteides de interesse

satildeo flavonas flavonoacuteis flavanonas flavan-3-ol isoflavonas antocianidinas e

flavanolol (Di Carlo et al 1999)

O esqueleto baacutesico dos flavonoacuteides resulta de rotas biossinteacuteticas separadas a

do aacutecido chiquiacutemico e a do acetato via aacutecido malocircnico A primeira origina

36

fenilalanina o precursor do aacutecido cinacircmico que por sua vez origina o aacutecido

cumaacuterico responsaacutevel por um dos aneacuteis aromaacuteticos (anel B) e a ponte de trecircs

carbonos A segunda resulta no outro anel aromaacutetico (anel A) do esqueleto baacutesico

dos flavonoacuteides (Dewick 2002 Santos 2004) (Figura 9)

Figura 9 biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

37

Flavonoacuteides geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados

contribuindo para a coloraccedilatildeo do azul do vermelho e do laranja nas folhas flores e

frutos Tambeacutem estatildeo associados com diferentes propriedades bioloacutegicas Foram

atribuiacutedas diferentes funccedilotildees na natureza a vaacuterios flavonoacuteides compostos

antimicrobianos produtos do estresse de metaboacutelitos ou moleacuteculas sinalizadoras

(Robbers et al 1997)

38

3214 Terpenoacuteides e fenilpropanoacuteides

Ao longo da evoluccedilatildeo as espeacutecies vegetais desenvolveram vias metaboacutelicas

que lhes permitiam sintetizar uma grande diversidade de metaboacutelitos especiais

Entre esses metaboacutelitos incluem-se alguns compostos de baixo peso molecular que

volaacuteteis satildeo percebidos pelo sistema olfativo como substacircncias dotadas de aromas

sendo usualmente designados como compostos aromaacuteticos As plantas que os

produzem e acumulam em quantidades apreciaacuteveis satildeo por isso denominadas

plantas aromaacuteticas (Cunha et al 2005)

Estas substacircncias volaacuteteis e odoriacuteferas produzidas em misturas complexas

satildeo geralmente lipofiacutelicas e liacutequidas que podem ser isoladas na forma de um oacuteleo

denominado oacuteleo essencial (Simotildees amp Spitzer 2004)

Os componentes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais podem ser divididos em duas

grandes classes com base na biossiacutentese que lhes deu origem (1) derivados de

terpenoacuteides formados atraveacutes da via aacutecido mevalonato-acetato via fosfato

desoxixilulose e (2) fenilpropanoacuteides formados atraveacutes da via do chiquimato

(Robbers et al 1997)

Os fenilpropanoacuteides satildeo formados via aacutecido chiquiacutemico que por sua vez eacute

formado a partir da condensaccedilatildeo do fosfoenolpiruvato e da eritrose-4-fosfato O

aacutecido chiquiacutemico e responsaacutevel pela formaccedilatildeo das duas unidades baacutesicas dos

fenilpropanoacuteides o aacutecido cinacircmico e o aacutecido ρ-cumarico que por meio de reduccedilatildeo

oxidaccedilatildeo e ciclizaccedilatildeo formam os alilbenzenos aldeiacutedos aromaticos

propenilbenzenos e cumarinas (Simotildees amp Spitzer 2004) conforme a figura 10

39

O OH

OH OH

OH

Aacutecido chiquiacutemico

O

OH

R

Aacutecido cinacircmico (R = H)

ou

p - cumaacuterico (R = OH)

O

R

CH2

R R O O

CH3

R

reduccedilatildeo oxidaccedilatildeo cicl izaccedilatildeoreduccedilatildeo

propenilbenzenos aldeiacutedos aromaacuteticos alilbenzenos cumarinas

(R = H OH) (R = H OH) (R = H OH) (R = H OH)

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Os terpenoacuteides constituem uma grande variedade de moleacuteculas sendo esse

termo empregado para designar todas as substacircncias cuja origem biossinteacutetica

deriva de unidades do isopreno A unidade isoprenica por sua vez origina-se a

partir do aacutecido mevalocircnico e a via da eritrose Os compostos terpecircnicos mais

frequumlentes nos oacuteleos volaacuteteis satildeo os monoterpenos (cerca de 90 dos oacuteleos

volaacuteteis) e os sequiterpenos (Simotildees amp Spitzer 2004) Na figura 11 pode-se

visualizar a formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

40

CH3CH3

CH3 OOH

Aacutecido mevalocircnico

CH3

CH2 OPP

Unidade do isopreno

monoterpenos sesquiterpenos diterpenos sesterpenos triterpenos

esteroacuteides

CH3

CH3 CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Seus constituintes variam desde hidrocarbonetos alcooacuteis aldeiacutedos cetonas

fenoacuteis eacutesteres eacuteteres oacutexidos peroacutexidos furanos aacutecidos orgacircnicos lactonas

cumarinas ateacute compostos contendo enxofre Na mistura tais compostos

apresentam-se em diferentes concentraccedilotildees normalmente um deles eacute o composto

majoritaacuterio existindo outros em menores teores e alguns em baixiacutessimas

quantidades (Simotildees amp Spitzer 2004) Na Figura 12 pode visualizar alguns

exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em oacuteleos essenciais

Embora a constituiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais seja muito diferenciada

satildeo observadas algumas propriedades fiacutesicas em comum Possuem odores

caracteriacutesticos alto iacutendice de refraccedilatildeo e a maioria eacute opticamente ativa sendo sua

rotaccedilatildeo especiacutefica muitas vezes uma propriedade uacutetil do ponto de vista de

41

caracterizaccedilatildeo Satildeo imisciacuteveis com aacutegua mas satildeo soluacuteveis em eacuteter aacutelcool e na

maioria dos solventes orgacircnicos (Robbers 1997)

OHO

OH O

HO

OH

linalol terpinoleno alfa pineno cacircnfora

limoneno mentol mentona

cariofilenonerolidolfarnesol

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

As espeacutecies aromaacuteticas de Lauraceae estatildeo compreendidas principalmente

entre os gecircneros Aniba Nectandra Ocotea Licaria e Dicypellium O elevado

potencial da flora odoriacutefera da Amazocircnia apresenta-se como a fonte renovaacutevel mais

apropriada para a produccedilatildeo de essecircncias aromaacuteticas provenientes de Lauraceae

(Zoghbi et al 2005)

42

O uso de plantas aromaacuteticas eacute bastante difundido em especial no tratamento

de infecccedilotildees microbianas inflamaccedilotildees dores e eczemas Entre as propriedades

farmacoloacutegicas encontradas em oacuteleos volaacuteteis estatildeo a atividade antifuacutengica (Lima et

al 2006) repelente (Cheng et al 2004) antiinflamatoacuteria (Juergens et al 1998)

anticolinesteraacutesica (Miyazawa et al 1998) e analgeacutesica (Silva et al 2003)

Satildeo inuacutemeras as atividades bioloacutegicas de oacuteleos volaacuteteis Segundo Baratta e

colaboradores (1998) o oacuteleo de Laurus nobilis apresentou atividade antimicrobiana

frente aos microorganismos Acinetobacter calcoaceticus Beneckea natriegens

Citrobacter freundii Erwinia carotovora Lactobacillus plantarum Micrococcus luteus

Salmonella pullorum Serratia marcescens e Staphylococcus aureus Jaacute o oacuteleo

volaacutetil de Origanum vulgare apresenta forte atividade antimicrobiana em 19 dos 25

microrganismos testados O hidrolato e o oacuteleo volaacutetil de Aniba duckei apresentaram

atividade larvicida frente a Artemia franciscana e Aedes aegypti (Souza et al 2007)

Oacuteleos volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae tem grande importacircncia na induacutestria

farmacecircutica e de perfumes o oacuteleo de pau-rosa obtido a partir de Aniba

rosaeodora tem como constituinte majoritaacuterio o aacutelcool terpecircnico linalol com mistura

dos isocircmeros D e L-linalol que varia de acordo com a regiatildeo de coleta amplamente

utilizado em fragracircncias de perfumes Da mesma forma a cacircnfora extraiacuteda de

Cinnamomum camphora e o safrol extraiacutedo de Ocotea pretiosa e Sassafras

albidum satildeo amplamente utilizados na induacutestria de cosmeacuteticos (Rizzini amp Mors

1995)

43

322 Gecircneros

3221 Endlicheria Nees

Gecircnero neotropical com centro de diversidade na Ameacuterica do Sul Endlicheria

ocorre tambeacutem na Costa Rica Guadalupe e Ilhas do Caribe Possui cerca de 60

espeacutecies 40 das quais ocorrem no Brasil (Chanderbali 2004) (figura 13)

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos relatos satildeo descritos na literatura sobre espeacutecies deste gecircnero

Rodriguez (2008) relata que os extratos etanoacutelicos de Endlicheria anomala

apresentaram atividade antioxidante atraveacutes da inibiccedilatildeo frente ao radical livre 22-

difenil-1-picrilhidrazil (DPPH)

Foram isolados da espeacutecie Endlicheria dysodantha mez quatro derivados

bioativos de benzoato de benzil 2-hidroxi benzoato de benzil 2-hidroacutexi-6-

metoxibenzoato de benzil 26-dimetoxibenzoato de benzil e 25-

dimetoxidimetoacutexibenzoato de benzila ( Ma et al 1991) No extrato benzecircnico de

Endlicheria sericea (Lauraceae) foram isolados por processos cromatograacuteficos

quatro substacircncias ineacuteditas na eacutepoca aleacutem de sitosterol sitostenona e manitol

(Santos 1976) As estruturas dessas substacircncias podem ser verificadas na figura 14

a seguir

44

CH3

O CH3

OH O

O CH3

OH O

H3C

O CH3

OH O

OCH3

CH3

O CH3

OH O

CH3O

HO

26-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-2-metil-8-metoacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-28-dimetil-7-metoacutexi-4-cromanona sitosterol

mantinol28-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

OHHO

OH OH

OH OH

OCH3

CH3O

CH3O

OCH3

OAcO

O OO

O

OCH3

OCH3

disodantina A

O OO

O

OCH3

OCH3

CH3

CH3

acetato de megafone

disodantina B

Figura 14 Substacircncias isoladas de Endlicheria Fonte Santos 1976 e MA et al 1991

As espeacutecies E sericeae e citriodora natildeo apresentaram nenhum estudo

disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos fitoquimicos

45

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki

O gecircnero Rhodostemonodaphne possui cerca de 41 espeacutecies distribuiacutedas na

Ameacuterica do Sul (Madrintildeaacuten 2004) (Figura 15)

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne Fonte

httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos satildeo encontrados na literatura para

este gecircnero O oacuteleo essencial das folhas de Rhodostemonodaphne kunthiara

apresentou atividade citotoacutexica in vitro contra linhagem de ceacutelulas tumorais

humanas apresentando 919 de hidrocarbonetos sesquiterpenos sendo os

componentes majoritaacuterios o germacreno D (644) e o biciclogermacreno (176)

(Palazzo 2009)

As espeacutecies R crenaticupula e R recurva natildeo apresentaram pouco ou nenhum

estudo disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos

fitoquimicos

46

3223 Gecircnero Ocotea Aublet

Aspectos gerais

O gecircnero Ocotea Aublet eacute o maior gecircnero da famiacutelia Lauraceae na regiatildeo

neotropical e apresenta o maior nuacutemero de espeacutecies medicinais (Marques 2001)

sendo utilizado tanto componente dos extratos quanto dos oacuteleos essenciais Este

gecircnero Ocotea tem despertado o interesse dos fitoquiacutemicos brasileiros com sua

ampla distribuiccedilatildeo no territoacuterio nacional com espeacutecies muito apreciadas no comeacutercio

madeireiro como Ocotea porosa conhecida popularmente como imbuiccedila e Ocotea

odoriacutefera o sassafraacutes (Lorenzi 2002) Na tabela 1 pode-se verificar as espeacutecies

mais comumente encontradas no Brasil relacionando seus nomes populares e

forma de uso na induacutestria madeireira (Marques 2001)

Tabela 1 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Nome cientiacutefico Nome popular Forma de uso

Obarcellensis Louro mamori pau-de-querosene

Marcenaria e construccedilotildees em geral

O catharinensis Canela preta Construccedilatildeo civil para ripas e vigas e para moacuteveis

O cymbarum Canela Marcenaria e construccedilotildees em geral

O diospyrifolia Canela Postes e taacutebuas de assoalho

O divaricata Canela soqueira Marcenaria e construccedilotildees em geral

O elegans Canela ferro Marcenaria e construccedilotildees em geral

O guianensis Louro branco Fabricaccedilatildeo de papel

O organensis Canela goiaba Obras de carpintaria

O porosa Imbuia Marcenaria e construccedilotildees em geral

Ocotea pretiosa Sassafraacutes Natildeo utilizada em obras devido as ceacutelulas secretoras de oacuteleo essencial

Opuberula Louro abacate canela barbosa

Fabricaccedilatildeo de papel e de caixotaria

Opulchella Canelinha canela preta Marcenaria e construccedilotildees em geral

O spectabilis Canela amarela louro-preto

Marcenaria e construccedilotildees em geral

47

Distribuiccedilatildeo Geograacutefica

Ocotea Aubl eacute constituiacutedo por cerca de 350 espeacutecies distribuiacutedas na Ameacuterica

tropical e subtropical desde o Meacutexico ateacute a Argentina ocorrendo tambeacutem em

Madagascar na Aacutefrica e nas Ilhas Canaacuterias (Rhower 1993) Estima-se que no Brasil

ocorrem entre 12 a 16 espeacutecies (Baitello 2001) (figura 16)

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Quiacutemica e atividade bioloacutegica

Estudos fitoquiacutemicos tem revelado a presenccedila de neolignanas alcaloacuteides

fenilpropanoacuteides flavonoacuteides e sesquiterpenos (Chaacutevez Gottlieb e Yoshida 1995)

O gecircnero Ocotea destaca-se como um dos gecircneros mais expressivos nos

isolamentos de alcaloacuteides das Lauraacuteceas brasileiras principalmente com esqueletos

com pronunciadas atividades bioloacutegicas (Zanin amp Lordello 2007) Os tipos de

esqueletos alcaloiacutedicos jaacute encontrados nesse gecircnero satildeo apresentados na tabela

02

48

Tabela 2 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Alcaloacuteides Estrutura Espeacutecie Referecircncia

Benzilisoquinoliacutenico

Oduckei

Dias et al

2003

Indoacutelico

O minarum Garcez et al 2005

Triptamiacutenico

O santalodora Aguiar et al 1980

Benzilisoquinoliacutenico

O pulchella Bodega et al 2003

Aporfiacutenicos sensu

scricto

O glaziovii O

caesia

O macropoda

O minarum

Guinaudeau et

al 1979

Vilegas et al

1989

Cava 1971

Vecchietti et al

1979

NH

49

Dentre os alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo

grande e ainda em expansatildeo com mais de 500 alcaloacuteides isolados de mais de 90

gecircneros de plantas eou sintetizados (Jia et al 2000) A maior parte dos alcaloacuteides

aporfinoacuteides encontrados nesse gecircnero foram reunidos no artigo de revisatildeo de Zanin

amp Lordello (2007) Vaacuterios desses alcaloacuteides aporfinoacuteides satildeo comumente

encontrados no gecircnero Ocotea apresentam potente atividade bioloacutegica

Na famiacutelia Lauraceae o oacuteleo essencial eacute armazenado em ceacutelulas secretoras

que podem ser encontradas na folha na casca e no lenho Algumas espeacutecies de

Ocotea como O elegans demonstram tal afirmaccedilatildeo apresentando dificuldades na

utilizaccedilatildeo da madeira para induacutestria de papel devido a presenccedila de ceacutelulas

secretoras de oacuteleo e mucilagem em abundacircncia (Marques 2001)

O oacuteleo essencial de O odorifera apresenta como componente principal o

safrol uma substacircncia comercializada no mundo inteiro e utilizada em vaacuterios ramos

industriais pelo qual milhares de indiviacuteduos de canela-sassaacutefras como eacute conhecido

popularmente foram sacrificados nas matas do sul do paiacutes ateacute a deacutecada de 1990

levando a espeacutecie a ser incluiacuteda na lista oficial de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

(Portaria IBAMA ndeg6-N de 15 de janeiro de 1992) e agrave consequumlente proibiccedilatildeo de seu

corte

O trabalho realizado por Takaku Haber e Setzer (2007) com os oacuteleos

essenciais das folhas de dez espeacutecies de Ocotea (O floribunda O holdridgeana O

meziana O sinuata O tonduzii O valeriana O veraguensis O whitei e duas natildeo

descritas denominadas ldquolos llanosrdquo e ldquosmall leafrdquo) de Monteverde Costa Rica

apresentou como constituintes principais em comum nas espeacutecies α-pineno β-

pineno β-cariofileno e germacreno-D

Tabela 01 continuaccedilatildeo

50

O oacuteleo essencial de diferentes partes de Ocotea ducke apresentou significante

efeito cardiovascular induzindo significativamente hipotensatildeo seguido de

bradicardia O constituinte principal do oacuteleo essencial das folhas foi o trans-

cariofileno (605) e do oacuteleo essencial do caule foi o β-eudesmol (27) (Barbosa-

Filho et al 2008) A tabela 03 mostra outras atividades de algumas espeacutecies de

Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Atividade Farmacoloacutegica Espeacutecie Referecircncia

Fator de agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (PAF) Ocotea duckei

Castro-Faria-Neto et al

1995

Atividade antimicrobiana de

Escherichia coli Ocotea duckei Antunes et al 2006

Efeito depressivo do SNC Ocotea duckei Moraes et al 1998

Bloqueador de contraccedilatildeo

muscular Ocotea odoriacutefera Ribeiro et al 2003

Efeito larvicida contra

Aedes aegypti Ocotea vellosiana Silva et al 2008

Accedilatildeo Repelente Ocotea gardneri Botelho et al 2009

Anti-inflamatoacuteria Ocotea quixos Ballabeni et al 2010

Anti protozoaacuteria Ocotea lancifolia Fournet et al 2007

Antioxidante Ocotea quixos Bruni et al 2004

Para as espeacutecies deste estudo Ocotea minor e Ocotea ceanothifolia natildeo foram

observados estudos quiacutemicos e bioloacutegicos disponiacuteveis na literatura Da espeacutecie

Ocotea leucoxylon foram isolados os alcaloacuteides aporfiacutenicos dicentrina e ocoteiacutena

(Zhou et al 2000)

51

3 Atividades QuiacutemicaBioloacutegicas

331 Atividade antioxidante

3311 Radicais Livres

Desde o iniacutecio da vida no planeta a toxicidade do oxigecircnio atmosfeacuterico tem

sido o principal desafio agrave sobrevivecircncia dos organismos vivos As oxidaccedilotildees

bioloacutegicas geram espeacutecie reativas de oxigecircnio (ERO) e radicais livres que podem

provocar lesotildees celulares muitas vezes irreparaacuteveis (Gocircuvea 2004)

Os radicais livres satildeo espeacutecies quiacutemicas que apresentam como caracteriacutestica a

presenccedila de um uacutenico eleacutetron natildeo-pareado em uma oacuterbita externa A energia criada

por essa configuraccedilatildeo instaacutevel eacute liberada atraveacutes de reaccedilotildees com moleacuteculas

adjacentes como substacircncias quiacutemicas inorgacircnicas ou orgacircnicas ndash proteiacutenas

lipiacutedeos carboidratos particularmente com moleacuteculas essenciais das membranas e

aacutecidos nucleacuteicos causando danos as ceacutelulas e patologias (Halliwell 1996)

Os radicais livres com seus eleacutetrons natildeo pareados podem atacar e danificar

praticamente qualquer moleacutecula encontrada no organismo Eles doam seu eleacutetron

natildeo pareado ou capturam um eleacutetron de outra moleacutecula a fim de formar um par De

uma forma ou de outra os radicais acabam ficando estaacuteveis e a moleacutecula

transforma-se em um radical Isso inicia uma reaccedilatildeo em cadeia que pode agir

destrutivamente As etapas que envolvem a reaccedilatildeo dos radicais livres na

lipoperoxidaccedilatildeo podem ser visualizadas no esquema 2

As etapas de reaccedilatildeo de radicais de forma geral podem ser divididas em etapa

de iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo (Bruice 2006)

52

Etapa de iniciaccedilatildeo na etapa de iniciaccedilatildeo os radicais satildeo gerados

Etapa de propagaccedilatildeo um radical reage para produzir outro radical O radical

produzido na primeira etapa de propagaccedilatildeo pode reagir para formar outro radical As

etapas satildeo repetidas diversas vezes Dessa maneira a reaccedilatildeo eacute chamada ldquoreaccedilatildeo

radicalar em cadeiardquo Eacute a etapa que propaga a cadeia reacional

Etapa de terminaccedilatildeo quando os radicais se combinam produzindo uma

moleacutecula na qual os dois eleacutetrons estatildeo emparelhados ou uma moleacutecula estabiliza o

radical devido principalmente suas propriedades estruturais

Esquema 2 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido graxo

insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido lipiacutedico)

A oxidaccedilatildeo eacute parte fundamental da via aeroacutebica e do metabolismo e assim os

radicais livres satildeo produzidos naturalmente ou por alguma disfunccedilatildeo bioloacutegica No

organismo encontram-se envolvidos na produccedilatildeo de energia na forma de ATP

atraveacutes da cadeia respiratoacuteria como aceptor final de eleacutetrons fagocitose

regulamentaccedilatildeo do crescimento celular sinalizaccedilatildeo intercelular e siacutentese de

substacircncias bioloacutegicas importantes (Borek 1997) Participa de vaacuterias reaccedilotildees

metaboacutelicas como a biossiacutentese de prostaglandinas e esteroacuteides e na oxidaccedilatildeo de

muitas substacircncias aromaacuteticas entre outras (Fleschin et al2000)

O acircnion superoacutexido ( O2 ) o radical hidroxila ( HO) e o oacutexido niacutetrico ( NO) satildeo

exemplos de radicais livres Existem entretanto compostos igualmente reativos

quanto os radicais livres que natildeo possuem eleacutetron natildeo emparelhado na uacuteltima

Iniacutecio LH + OH L + H2O

+ O2 LOO

Propagaccedilatildeo LH + LOO L + LOOH

Propagaccedilatildeo L

53

camada e portanto natildeo podem ser classificados como radicais livres Essas

substacircncias satildeo classificadas de maneira mais ampla como espeacutecies reativas de

oxigecircnio (ERO) ou espeacutecies reativas de nitrogecircnio (ERN) e incluem o peroacutexido de

hidrogecircnio (H2O2) o caacutetion nitrosonium (NO+) o acircnion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito

(ONOO-) (Anderson1996)

Radicais livres (RL) e espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) e nitrogecircnio (ERN)

desempenham papel fundamental no metabolismo celular No entanto quando em

excesso estatildeo envolvidos em vaacuterios processos deleteacuterios ao organismo humano

levando a alteraccedilotildees teciduais responsaacuteveis por diversas patologias como o cacircncer

a arterosclerose a Diabetes mellitus a artrite reumatoacuteide a distrofia muscular a

catarata as desordens neuroloacutegicas e o processo de envelhecimento (Droumlge 2002

Nordberg amp Arneacuter 2001)

Recentemente a presenccedila de radicais livres tem sido correlacionada com um

grande nuacutemero de doenccedilas mas natildeo como agentes etioloacutegicos e sim como fatores

que participam diretamente dos mecanismos fisiopatoloacutegicos os quais determinam a

continuidade e as complicaccedilotildees de diversos estados patoloacutegicos (Rover Junior et al

2001)

Quando os antioxidantes produzidos pelo corpo satildeo insuficientes para

combater os radicais livres produzidos pelo organismo este sofre accedilotildees

degenerativas atraveacutes do distuacuterbio conhecido como estresse oxidativo Esta eacute uma

condiccedilatildeo celular ou fisioloacutegica de elevada concentraccedilatildeo de EROERN que causa

danos moleculares agraves estruturas celulares com consequente alteraccedilatildeo funcional e

prejuiacutezos das funccedilotildees vitais em diversos tecidos e oacutergatildeos tais como muacutesculos

fiacutegados tecido adiposo vascular e cerebral (Droumlge 2002 Duarte et al 1993

Halliwell 1994)

54

Haacutebitos de vida inapropriados tais como a ingestatildeo de aacutelcool fumo e dieta

inadequada condiccedilotildees ambientais improacuteprias tais como a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo natildeo

ionizante UV poluiccedilatildeo estresse emocional e envelhecimento satildeo fatores que estatildeo

associados ao estresse oxidativo (Droumlge 2002 Elsayed 2001) O equiliacutebrio entre a

formaccedilatildeo e a remoccedilatildeo das espeacutecies reativas de radicais livres pode sofrer accedilatildeo de

agentes exoacutegenos ou endoacutegenos induzindo um estado de estresse oxidativo Este

por sua vez pode ser reestabelecido pelos sistemas antioxidantes Na figura 17

pode-se verificar um esquema com as principais fontes de espeacutecies reativas

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al( 2007)

3312 Antioxidantes

Os antioxidantes satildeo substacircncias que quando presentes em baixas

concentraccedilotildees comparadas agrave do substrato oxidaacutevel regeneram ou previnem

significativamente a oxidaccedilatildeo do mesmo (Halliwell et al2000)

As plantas produzem uma grande variedade de substacircncias antioxidantes

contra os danos moleculares causados por radicais livres Entre eles os compostos

fenoacutelicos compreendem o principal grupo de compostos oxidantes de origem

vegetal Destes os flavonoacuteides constituem o grupo mais importante (Behling et al

2004)

55

De acordo com Halliwell (1996) os efeitos defensivos de antioxidantes que

controlam a produccedilatildeo de radicais livres nos seres vivos podem ter origem exoacutegena

originados principalmente de fontes enzimaacuteticas endoacutegena provenientes

principalmente da dieta alimentar destacando-se tocoferoacuteis (vitamina E) aacutecido

ascoacuterbico (vitamina C) flavonoacuteides polifenoacuteis selecircnio e carotenoacuteides (Bianchi amp

Antunes 1999) Alguns exemplos de antioxidantes podem ser verificados na figura

18

A vitamina E eacute a designaccedilatildeo dada a um grupo de compostos antioxidantes

lipossoluacuteveis entre os quais o α-tocoferol eacute a forma mais ativa Eacute encontrada em

lipoproteiacutenas e membranas atuando no bloqueio da reaccedilatildeo em cadeia da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica atraveacutes do sequumlestro de radical peroxila A vitamina C tem

muitas funccedilotildees fisioloacutegicas como o alto poder antioxidante reciclando a vitamina E

no processo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica da membrana e lipoproteiacutenas (Esquema 3)

(Barreiros amp David 2006)

O

HO

Tocoferol

O OHO

HO

HO OH

Aacutecido AacutescoacuterbicoCaroteno

O

OOH

HO

OH

OH

OH

Quercetina(Vitamina E)

(Vitamina C)

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

56

Esquema 3 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela vitamina C originando o radical ascorbila Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al 2007

A partir dos anos 80 o interesse em encontrar antioxidantes naturais para o

emprego em produtos alimentiacutecios ou para uso farmacecircutico tem aumentado

consideravelmente com o intuito de substituir antioxidantes sinteacuteticos que

apresentam problemas de toxicidade e carcinogecircnese bem como diversos outros

males aumento do peso do fiacutegado e significativa proliferaccedilatildeo do retiacuteculo

endoplasmaacutetico (Zheng amp Wang 2001 Giordani et al 2008 Simatildeo 1985)

Em funccedilatildeo dos possiacuteveis problemas provocados pelo consumo de

antioxidantes sinteacuteticos as pesquisas tecircm-se voltado no sentido de encontrar

produtos naturais com atividade antioxidante os quais permitiratildeo substituir os

sinteacuteticos ou fazer associaccedilatildeo entre eles (Souza et al 2007)

3313 Avaliaccedilatildeo da atividade antioxidante utilizando radical livre DPPH

A necessidade de tornar mais objetivas e menos dispendiosas as pesquisas

por constituintes quiacutemicos de plantas levou ao desenvolvimento de numerosas

teacutecnicas de ensaios para monitoramento e seleccedilatildeo de extratos

biofarmacologicamente uacuteteis (Viegas Jr 2004) Dentre eles estaacute o teste com DPPH

que eacute um meacutetodo bastante conveniente para a varredura da atividade antioxidante

de pequenas moleacuteculas uma vez que a reaccedilatildeo pode ser observada visualmente

O R

HO

LOOLOOH

Radical Ascorbil Vitamina C

O R

O

57

utilizando-se uma cromatoplaca ou um espectrocircmetro UVVIS (Saacutenchez-Moreno

1998)

A moleacutecula de DPPH (22-difenil-1-picril-hidrazil) eacute caracterizada como um

radical livre estaacutevel em virtude da deslocalizaccedilatildeo do eleacutetron desemparelhado por

toda a moleacutecula Esta deslocalizaccedilatildeo confere a esta moleacutecula uma coloraccedilatildeo violeta

caracterizada por uma banda de absorccedilatildeo em etanol em cerca de 520nm

Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma

determinada substacircncia em sequumlestrar o radical DPPH reduzindo-o a hidrazina

(figura 19) obtendo dessa forma a mudanccedila simultacircnea na coloraccedilatildeo de violeta a

amarelo paacutelido com consequente desaparecimento da absorccedilatildeo podendo a mesma

ser monitorada pelo decreacutescimo da absorbacircncia A partir dos resultados obtidos

determina-se a porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional (Alvez et

al2010 Sanchez-Moreno et al 1998)

A porcentagem de atividade antioxidante (AA) corresponde a quantidade de

DPPH consumida pelo antioxidante sendo que a quantidade de oxidante necessaacuteria

para decrescer a concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 eacute denominada

concentraccedilatildeo eficiente (CE50) tambeacutem chamada de concentraccedilatildeo inibitoacuteria (CI50)

Quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra menor seraacute a sua CE50

N

N

N

N

ON

O

O

O

O

O

antioxidante

N

N

N

O

O

O

O

O

O

NH N

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

58

332 Citotoxicidade

3321 Letalidade em Artemia salina Leach

As plantas conteacutem inuacutemeros constituintes e seus extratos quando testados

podem apresentar efeitos sineacutergicos entre os diferentes princiacutepios ativos devido a

presenccedila de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade No estudo da atividade bioloacutegica de extratos vegetais eacute importante

a seleccedilatildeo de bioensaios para a detecccedilatildeo do efeito especiacutefico Os sistemas devem

ser simples sensiacuteveis e reprodutiacuteveis (Cavalcanti et al 2000)

A fim de estabelecer a toxicidade de novos produtos naturais muitos ensaios

podem ser utilizados como os ensaios de letalidade de organismos simples que tecircm

sido utilizados para um raacutepido e relativamente simples monitoramento da resposta

bioloacutegica onde existe apenas um paracircmetro envolvido morte ou vida (Meyer et al

1982) Os resultados podem ser facilmente tratados estatisticamente

Estes ensaios permitem a avaliaccedilatildeo da toxicidade geral e portanto satildeo

considerados essenciais como bioensaios preliminares no estudo de compostos com

potencial atividade bioloacutegica

Um dos animais que tem sido utilizado nestes ensaios eacute uma espeacutecie de

microcrustaacuteceo marinho Artemia salina Leach que eacute considerada um bioensaio

preliminar utilizado para expressar a toxicidade de produtos naturais como extratos

de plantas e produtos marinhos (Maciel et al 2002)

Artemia salina Leach eacute uma espeacutecie da ordem Anostraca amplamente

conhecido como indicador de toxicidade em um bioensaio que utiliza CL50

(concentraccedilatildeo letal meacutedia) como paracircmetro para avaliaccedilatildeo da atividade bioloacutegica

(Nunes et al 2008) Esta espeacutecie eacute utilizada em testes de toxicidade devido agrave sua

59

capacidade de formar cistos dormentes fornecendo desse modo material bioloacutegico

que pode ser armazenado durante longos periacuteodos de tempo sem perda de

viabilidade e sem necessidade de se manterem culturas contiacutenuas de organismo-

teste Eacute uma espeacutecie de faacutecil manipulaccedilatildeo em laboratoacuterio e baixo custo econocircmico

(Calow 1993)

Adicionalmente alguns trabalhos mostram uma boa correlaccedilatildeo entre o ensaio

de letalidade com larvas de Artemia salina e a citotoxicidade em linhagens de

ceacutelulas humanas para esses produtos (McLaughlin et al 1995 Carbalho et al

2002)

A avaliaccedilatildeo da bioatividade de extratos de plantas medida pela toxicidade

frente a Artemia salina pode fornecer informaccedilotildees valiosas ao trabalho de quiacutemicos

de produtos naturais e farmacoacutelogos indicando fontes vegetais com importante

atividade bioloacutegica Nesse contexto a utilizaccedilatildeo de bioensaios para o monitoramento

da bioatividade de extratos de plantas vem crescendo consideravelmente nos

laboratoacuterios de pesquisa em niacutevel mundial como meacutetodo alternativo para o uso de

animais de laboratoacuterio (Nunes et al 2008)

60

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais

O cacircncer representa uma enfermidade cada vez mais comum em todo o

mundo e a busca por moleacuteculas cada vez mais potentes e menos toacutexicas eacute

constante tendo como grande fornecedor de moleacuteculas a natureza Segundo

Brandatildeo et al (2010) as plantas satildeo consideradas fonte nobre de moleacuteculas para o

tratamento de vaacuterias formas de cacircncer e mesmo que as moleacuteculas isoladas do

vegetal natildeo possam ser usadas diretamente como medicamento podem servir para

siacutentese ou para gerar proacute-farmacos para o desenvolvimento de novos agentes

Atualmente a definiccedilatildeo cientiacutefica de cacircncer refere-se ao termo neoplasia

especificamente aos tumores malignos como sendo uma doenccedila caracterizada pelo

crescimento descontrolado de ceacutelulas transformadas Existem quase 200 tipos que

correspondem aos vaacuterios sistemas de ceacutelulas do corpo os quais se diferenciam pela

capacidade de invadir tecidos e oacutergatildeos vizinhos ou distantes (Almeida et al 2005)

O cacircncer eacute uma siacutendrome que envolve em geral as etapas de iniciaccedilatildeo

promoccedilatildeo e progressatildeo Os diferentes tipos de cacircncer correspondem aos vaacuterios

tipos de ceacutelulas do corpo (Figura 20) conforme o local de origem destas

Figura 20 Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo brasileira Fonte httpwwwincaorgbrcancer (Almeida et al 2005)

61

O tratamento convencional desta patologia baseia-se em cirurgia radioterapia

quimioterapia ou a combinaccedilatildeo destes procedimentos Os dois primeiros satildeo

recomendados para tumores localizados enquanto que a quimioterapia eacute utilizada

para as ceacutelulas canceriacutegenas espalhadas pelo corpo Os faacutermacos antineoplaacutesicos

natildeo poupam as ceacutelulas normais de sua accedilatildeo devastadora assim diversos efeitos

toacutexicos podem acometer os pacientes que fazem uso destes medicamentos (Behling

et al 2004)

A busca por medicamentos canceriacutegenos tem aumentando com vista a se

encontrar tratamentos mais efetivos e seletivos ou que visem a descoberta de

novas estrateacutegias que impeccedilam o avanccedilo da doenccedila Diversos trabalhos tecircm visado

o estudo da varredura de moleacuteculas com atividade tumoral Os alcaloacuteides

apresentam atividade pronunciada com a classe de aporfiacutenicos demonstrando

atividade frente a diferentes tipos de linhagens de ceacutelulas tumorais (Pereira et al

2008 Silva et al 2007)

Um nuacutemero significativo de agentes quimioteraacutepicos obtidos a partir de plantas

estaacute ainda em experimento cliacutenico para o tratamento de cacircncer mas verifica-se a

descoberta de faacutermacos derivados de plantas que jaacute estatildeo sendo utilizados

clinicamente para essa patologia As estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias

com atividade canceriacutegenas derivadas de fontes vegetais estatildeo representadas na

Figura 21 Entre os mais conhecidos estatildeo os chamados alcaloacuteides da vinca

vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus os taxanos como o

paclitaxel (Taxol ) inicialmente isolado das cascas de Taxus brevifoliae e a classe

de agentes clinicamente ativos derivados da camptotecina isolada de Camptotheca

acuminata Decne (Cragg amp Newman 2009)

62

Figura 21 estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividades canceriacutegenas derivadas

de fontes vegetais Fonte Adaptaccedilatildeo de Cragg amp Newman (2009)

Verifica-se uma possiacutevel correlaccedilatildeo existente entre a atividade antioxidante de

substacircncias polares e a capacidade de inibir ou retardar o aparecimento de ceacutelulas

canceriacutegenas jaacute que haacute indiacutecios que espeacutecies reativas potencializam o estado desta

patologia (Barreiros amp David 2006)

Considerando que menos de 10 das espeacutecies de plantas tiveram algum tipo

de estudo fitoquiacutemico ou de atividades bioloacutegicas acredita-se que muitos

medicamentos derivados de plantas ainda estejam por ser descobertos incluindo os

anticanceriacutegenos (Brandatildeo et al 2010)

O

O

O

O

NHO O

O

OH

O OH

O

O

O

NH

NOH

O

OO

N

OOH

NR

OO

O

R = CH3

R = CHO

Vinblastine

Vincristine

Taxol

OOH

Cl

N

OH

N

NO

O

OOH

CaptotecinaFlavopiridol

O

OOH

N

OH

HO

Roituquina

Vinblastina

Vincristina R = CHO

63

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase

A populaccedilatildeo mundial estaacute cada vez mais idosa e doenccedilas relacionadas agrave

idade prevalecem sem cura ou tratamento eficaz tornando-se probemas de Sauacutede

Puacuteblica Mundial Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHO 2001) estima-

se que 40 milhotildees de pessoas no mundo apresenta algum tipo de demecircncia dentre

elas 25 milhotildees apresentam sintomas caracteriacutesticos da Doenccedila de Alzheimer (DA)

(Andrade 1988 Viegas Junior et al 2005)

Com o crescimento da expectativa de vida o risco eacute real para todos os que

ultrapassam 60 anos de idade jaacute que a DA eacute uma patologia neurodegenerativa

progressiva que afeta principalmente a populaccedilatildeo idosa sendo responsaacutevel por 50-

60 dos casos de demecircncias em pessoas com mais de 65 anos de idade (Francis

et al 1999)

Os principais sintomas envolvem deficiecircncia orgacircnica cognitiva principalmente

comprometimento da memoacuteria da coordenaccedilatildeo motora e do raciociacutenio aleacutem de

perda da capacidade cognitiva e demecircncia

Em niacutevel celular a DA estaacute associada agrave reduccedilatildeo das taxas de acetilcolina

(ACh) no processo sinaacuteptico diminuindo a neurotransmissatildeo colineacutergica cortical

aleacutem de outros neurotransmissores como noradrenalina dopamina serotonina e

glutamato (Tabarrini et al 2001 Perry et al 2003)

A acetilcolina eacute um neurotransmissor encontrado no ceacuterebro e nas junccedilotildees

neuromusculares compondo parte do sistema nervoso parassimpaacutetico Seus efeitos

incluem a contraccedilatildeo dos muacutesculos lisos dilataccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos e

regulaccedilatildeo da taxa de batimentos cardiacuteacos no ceacuterebro estaacute associada ao controle

motor memoacuteria e cogniccedilatildeo Sua atividade e permanecircncia na fenda sinaacuteptica satildeo

64

regulados por hidroacutelise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE) que regenera a

colina seu precursor

Os avanccedilos obtidos na compreensatildeo da evoluccedilatildeo da doenccedila tecircm demostrado

que o uso de inibidores de AChE deve ser a forma mais eficiente de controle da

evoluccedilatildeo da doenccedila As causas da DA natildeo satildeo determinadas assim os sintomas

podem ser apenas amenizados (Quik e Jeyarasasingam et al 1999 Viegas Junior

et al 2004)

O medicamento considerado mais efetivo no tratamento de DA eacute a

galantamina um alcaloacuteide inibidor da enzima acetilcolinesterase composto isolado

de plantas da famiacutelia Amaryllidaceae O alcaloacuteide foi inicialmente isolado de

Galanthus woronowii mas atualmente eacute obtido a partir de Narcissus sp e Leucojum

aestivum assim como sinteticamente Esta substacircncia apresenta menos limitaccedilotildees

que outras jaacute utilizadas devido os efeitos terapecircuticos que permanecem mesmo

apoacutes o teacutermino do tratamento (Ingkanan et al 2000 Loacutepez et al 2002)

Estudos realizados visando a obtenccedilatildeo de novos compostos capazes de

amenizar o deacuteficit colineacutergico associado agrave disfunccedilatildeo cognitiva do mal de Alzheimer

estatildeo baseadas na inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase como eacute o caso do ensaio

colorimeacutetrico de Rhee (Rhee et al 2001) Para esse teste utiliza-se 55rsquo-ditiobis

(aacutecido-2 nitrobenzoacuteico) (reagente de Ellmann) para visualizaccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica (Figura 22)

65

HO

O

N

O

O

SS

O OH

N

O

O

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

O inconveniente da utilizaccedilatildeo do reagente de Ellman eacute o limite de detecccedilatildeo

visual pois formam halos de inibiccedilatildeo brancos sobre a placa corada amarela

Na revisatildeo realizada por Viegas Junior (2004) pode-se verificar que nos

estudos de produtos naturais na busca por novos faacutermacos para o controle da DA os

alcaloacuteides destacam-se devida a atividade observada em baixas concentraccedilotildees

Algumas estruturas de alcaloacuteides podem ser encontradas nessa revisatildeo e em outros

trabalhos relacionados podem ser verificados na figura 23

Ensaios com um grande nuacutemero de plantas estatildeo sendo utilizados para

detectar a atividade de inibiccedilatildeo da AChE Um estudo bioguiado mais eficiente pode

ser realizado com a associaccedilatildeo dos ensaios anticolinesterase e antioxidante

conforme Giordani (2008) jaacute que o dano causado por espeacutecies reativas de oxigecircnio eacute

considerado um fator contribuinte da doenccedila de Alzheimer

No levantamento realizado por Barbosa Filho et al (2006) foram revisadas 309

plantas e 260 substacircncias isoladas As espeacutecies em particular da famiacutelia

Amaryllidaceae Apiaceae Asteraceae Fabaceae e Fumariaceae foram as mais

estudadas Mais uma vez os alcaloacuteides receberam destaque por serem os

compostos isolados que apresentaram maior atividade inibidora de

66

acetilcolinesterase Berkov et al (2008) realizou um trabalho com 33 alcaloacuteides em

que constatou a capacidade de inibir a accedilatildeo da enzima AChE de alcaloacuteides como

coridaline epigalantamina sanguinina desidrocoridalina entre outros

Dessa forma as famiacutelias botacircnicas que conteacutem alcaloacuteides podem ser fontes

promissoras do tratamento de DA

Figura 23 Alcaloacuteides com propriedades anticolinesterase

O

HO

NCH3

CH3O

Galantamina

Huperzina A

N

OH

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

homomoenjodaramina

O

HO

NCH3

HO

Sanguinina

N

OCH3

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

moenjodaramina

HN

N NH

N

NH

OH

CH3

zeatina

FonteGalanthus woronowii Referecircncia Loacutepez et al 2002

Fonte Huperzia serrata Referecircncia Chang 2000

Rajendran et al 2001

Fonte Eucharis grandiflora Referecircncia Loacutepez et al 2002

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteFiatoua villosa Referecircncia Heo et al 2002

67

34 Meacutetodos cromatograacuteficos

A extraccedilatildeo dos constituintes de plantas eacute um exerciacutecio de acertos e erros com

uso de diferentes solventes sob as mais variadas condiccedilotildees como tempo e

temperatura de extraccedilatildeo O sucesso ou fracasso nos processos de extraccedilatildeo pode

ser observado posteriormente nos processos de purificaccedilatildeo Uma vez extraiacutedo da

planta o composto bioativo deve ser separado do extrato bruto O procedimento

pode envolver desde uma simples cristalizaccedilatildeo do composto ateacute separaccedilotildees

sucessivas com particcedilotildees de polaridades diferentes e extensivas teacutecnicas

cromatograacuteficas Neste contexto a cromatografia tem lugar de merecido destaque

no que concerne a separaccedilatildeo identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de compostos (Bresolin

amp Cechinel-Filho 2003)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo Ela estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre

devido a diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis uma fase fixa de grande

aacuterea superficial denominada fase estacionaacuteria e outra um fluido que percola

atraveacutes dela chamada de fase moacutevel A grande variedade de combinaccedilotildees entre

fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica extremamente versaacutetil e de grande

aplicaccedilatildeo (Barnes 2002)

Pode ser desenvolvida de forma planar ou no interior de colunas O fenocircmeno

da separaccedilatildeo cromatograacutefica eacute de cunho interfacial sendo que as superfiacutecies

imisciacuteveis fases moacutevel e estacionaacuteria podem ser gaacutes-soacutelido gaacutes-liacutequido liacutequido-

liacutequido e liacutequido-soacutelido respectivamente (Degani et al 1998) Dentre os vaacuterios tipos

de cromatografia haacute a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Cromatografia

Liacutequida claacutessica e de Alta Eficiecircncia (CLAE) e Cromatografia Gasosa (CG)

(Esquema 4)

68

Esquema 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia Fonte Adaptaccedilatildeo de Degani et al 1998

341 Cromatografia em Camada Delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) eacute uma teacutecnica simples e de

execuccedilatildeo relativamente raacutepida utilizada em quiacutemica de produtos naturais como uma

ferramenta eficaz de anaacutelise qualitativa para avaliaccedilatildeo da pureza de uma amostra

simples avaliaccedilatildeo do nuacutemero de componentes de uma mistura identificaccedilatildeo de

uma ou mais substacircncias presentes em uma mistura por comparaccedilatildeo com padrotildees

monitoramento do progresso de uma reaccedilatildeo quiacutemica escolha de um solvente

apropriado para uma separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna e monitoramento de uma

separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna (Silva et al 2009)

Eacute uma teacutecnica de adsorccedilatildeo liacutequidondashsoacutelido onde agrave separaccedilatildeo pela diferenccedila de

afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionaacuteria O paracircmetro

mais importante a ser considerado em CCD eacute o fator de retenccedilatildeo (Rf) o qual eacute a

razatildeo entre a distacircncia percorrida pela substacircncia em questatildeo e a distacircncia

percorrida pela fase moacutevel Os valores ideais para Rf estatildeo entre 04 e 06 (Degani

et al 1998)

69

342 Cromatografia gasosa

A cromatografia a Gaacutes (CG) eacute um meacutetodo usado para separar os componentes

de uma soluccedilatildeo e determinar sua quantidade relativa Eacute uma teacutecnica uacutetil para

compostos orgacircnicos que natildeo entrem em decomposiccedilatildeo sob altas temperaturas

(aproximadamente 310ordmC) possibilitando a anaacutelise de compostos obtidos de plantas

em pequenas quantidades (microgramas) (Lanccedilas1993)

A cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de

possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa devido agrave possibilidade de

detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9-10-12 g) A grande limitaccedilatildeo deste

meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

(Degani et al 1998)

Os gases utilizados como fase moacutevel devem ter alta pureza e ser inertes em

relaccedilatildeo agrave fase estacionaacuteria Hidrogecircnio nitrogecircnio e heacutelio satildeo os mais usados Os

detectores de maior aplicaccedilatildeo satildeo o detector por ionizaccedilatildeo em chama e o detector

de condutividade teacutermica Os dados podem ser obtidos atraveacutes de um registrador

potenciomeacutetrico um integrador ou um microcomputador sendo as amostras

identificadas por seus tempos de retenccedilatildeo (Degani et al 1998)

A cromatografia a gaacutes pode ser combinada com espectroscopia de massas

(CG-EM) Esta teacutecnica vem sendo utilizada como meacutetodo sensiacutevel na identificaccedilatildeo

de alcaloacuteides e detecccedilatildeo de vaacuterias classes de terpenos (Cordell1995 Bresolin amp

Cechinel-Filho 2003)

70

4 METODOLOGIA

41 Coleta

As espeacutecies de Lauraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho

Ducke em Manaus no Amazonas Sendo trecircs espeacutecies do gecircnero Ocotea duas do

gecircnero Rhodostemonodaphne e duas do gecircnero Endlicheria As exsicatas

encontram-se depositadas no herbaacuterio do Instituto Nacional de Pesquisas do

Amazonas (INPA) no projeto Flora da Reserva Ducke

Reg Nome cientiacutefico Oacutergatildeo(s) da planta

0215 Endlicheria citriodora Folhas e galhos

0273 Endlicheria sericea

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0123 Ocotea ceanothifolia

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0066 Ocotea leucoxylon

Folhas galhos finos e grossos

0172 Ocotea minor

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0191 Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas e galhos

0162 Rhodostemonodaphne recurva

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

Quadro 1 - Dados de coleta das espeacutecies vegetais

Apoacutes a coleta as diferentes partes da aacutervore (folhas galhos e cascas do

tronco) foram separadas limpas analisadas macroscopicamente quanto agrave presenccedila

de fungos galhas e ataques de insetos O material foi seco agrave temperatura ambiente

triturado separadamente em moinho de quatro facas e dividido para obtenccedilatildeo de

extratos etanoacutelicos e de oacuteleos essenciais O esquema 05 mostra os meacutetodos

empregados para obtenccedilatildeo dos extratos etanoacutelicos e extraccedilatildeo dos oacuteleos essenciais

71

42 Obtenccedilatildeo dos extratos

Para as sete espeacutecies investigadas o procedimento de obtenccedilatildeo dos extratos

foi padronizado Cada parte (galhos folhas e cascas) foi submetida agrave maceraccedilatildeo a

frio durante 72 horas em etanol previamente destilado

Apoacutes a maceraccedilatildeo e filtraccedilatildeo o solvente foi eliminado em evaporador rotatoacuterio

resultando num extrato bruto O material vegetal foi recolocado em maceraccedilatildeo

repetindo-se o processo descrito anteriormente durante quatro vezes obtendo assim

um extrato etanoacutelico

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos extratos e dos oacuteleos essenciais

Hidrodestilaccedilatildeo por Clevenger modificado

Evaporaccedilatildeo em rotavapor

5x maceraccedilatildeo em Etanol

Extraccedilatildeo de oacuteleo essencial

Soluccedilatildeo etanoacutelica

Extrato etanoacutelico

Prospecccedilatildeo quiacutemica

Ensaios quiacutemicobioloacutegicos

Anaacutelise e identificaccedilatildeo

Limpeza secagem e trituraccedilatildeo

Coleta

72

43 Prospecccedilatildeo

As prospecccedilotildees foram realizadas segundo Matos (1980)

431 Fenoacuteis

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se em seguida trecircs gotas de soluccedilatildeo alcooacutelica de FeCl3 10 Agitou-se e

observou-se variaccedilatildeo de coloraccedilatildeo variando entre azul e vermelho que eacute indicativo

de fenoacuteis O resultado foi comparado com um teste em branco usando-se aacutegua e

FeCl3

432 Flavonoacuteides

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se entatildeo alguns miligramas de magneacutesio granulado e 05 mL de HCl

concentrado O teacutermino da reaccedilatildeo foi indicado pelo fim da efervescecircncia O

aparecimento ou a intensificaccedilatildeo da cor vermelha foi indicativo da presenccedila de

flavonoacuteis flavanonas flavanonoacuteis eou xantonas livres ou seus heterosiacutedios

433 Alcaloacuteides

Foi verificada a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes dos reativos de

reconhecimento Dragendorf Mayer Wagner e Hager A leve turbidez ou precipitado

respectivamente roxa a laranja branca a creme marron e marrom dos extratos apoacutes

a adiccedilatildeo dos reativos indicaram a presenccedila de alcaloacuteides

73

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas

441 Obtenccedilatildeo das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

O extrato bruto foi submetido a fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides

modificado conforme demonstrado no esquema 06 O extrato seco foi

ressuspendido com soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 10 As substacircncias apolares foram

extraiacutedas com hexano Para retirada de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade foi

adicionado diclorometano (4 vezes) Apoacutes a retirada do diclorometano a fraccedilatildeo

aquosa foi alcalinizada com hidroacutexido de amocircnio ateacute pH 9-10 e extraiacuteda com o

mesmo volume de diclorometano (4 vezes) gerando uma fraccedilatildeo orgacircnica

enriquecida em alcaloacuteides A fraccedilatildeo foi seca com sulfato de soacutedio anidro filtrada

evaporada agrave pressatildeo reduzida e pesada

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Adiccedilatildeo NH4OH

Particcedilatildeo CH2Cl2

Fraccedilatildeo aquosa aacutecida

Fase Hexacircnica

CH2Cl2H2O

Fraccedilatildeo diclorometano

Fraccedilatildeo aquosa Baacutesica

Resiacuteduo aquoso neutro

Ressuspensatildeo em HCl 10 e particcedilatildeo com Hexano

Extrato

Etanoacutelico

Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

74

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD

Apoacutes as particcedilotildees aacutecido-base as fraccedilotildees alcaloiacutedicas foram solubilizadas em

diclorometano e aplicadas com auxiacutelio de capilar em cromatofolhas de alumiacutenio (AL

TLC Silicagel 60 F254 Merck 5 x 4 cm) O sistema foi mantido em cacircmara de

saturaccedilatildeo com os eluentes acetato de etila metanol e aacutegua (721) A visualizaccedilatildeo

das manchas foi efetuada por exposiccedilatildeo agrave luz UV a 264 e 365 nm e revelaccedilatildeo com

vanilina sulfuacuterica com posterior aquecimento em estufa e em capela ateacute o

aparecimento de cores na placa e revelador Dragendorf

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por Espectrometria de massas

O estudo do perfil alcaloiacutedico foi realizado por espectrometria de massa (IES-

EMEM) As amostras foram solubilizadas para concentraccedilatildeo de 5ppm usando

metanol HPLC como solvente injetadas por inserccedilatildeo direta no espectrocircmetro de

massas com inserccedilatildeo direta com fluxo de 30 μL minndash1 Os espectros ESI-MS foram

adquiridos em modo positivo em um aparelho LCQ-Fleet da Thermo Detector do

tipo Ion-Trap operando no modo ESI de ionizaccedilatildeo As amostras foram infundidas

por uma bomba de injeccedilatildeo automaacutetica com um fluxo contiacutenuo de 10μLmin-1 Os

espectros foram adquiridos na faixa de mz 100 a 800 Foram avaliados por injeccedilatildeo

direta das amostras em espectrocircmetro de massa com interface electrospray e

analisador de iacuteon-trap (FIA-ESI-IT-MS)[5] obtidos em modo positivo [M+H]+

75

45 Oacuteleo essencial

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo

O oacuteleo essencial foi extraiacutedo por hidrodestilaccedilatildeo utilizando-se aparelho de

Clevenger modificado por 4 horas A proporccedilatildeo utilizada foi de 110 de amostra e

aacutegua respectivamente

Apoacutes a obtenccedilatildeo do oacuteleo o mesmo foi seco em sulfato de soacutedio seu

rendimento calculado e em seguida armazenado em geladeira em um frasco acircmbar

para minimizar os efeitos da oxidaccedilatildeo ateacute as anaacutelises

O caacutelculo dos rendimentos foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo da massa do oacuteleo

obtida com a massa de material vegetal seco utilizado na extraccedilatildeo

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais

Os oacuteleos essenciais foram diluiacutedos em hexano e as soluccedilotildees obtidas foram

submetidas agrave anaacutelise por cromatografia em fase gasosa com detector de ionizaccedilatildeo

de chama (CG-DIC) para a anaacutelise quantitativa e determinaccedilatildeo dos iacutendices de

retenccedilatildeo e por cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrocircmetro de massas

(CG-EM) para a obtenccedilatildeo dos espectros de massas Foram realizadas trecircs

repeticcedilotildees para cada oacuteleo essencial analisado

4521 Anaacutelise em CG-DIC

Os oacuteleos foram diretamente analisados em cromatoacutegrafo em fase gasosa

modelo CG 2010 da Shimadzucopy com detector por ionizaccedilatildeo de chama (DIC) As

76

anaacutelises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB (100 dimetilpolisiloxano) da

Variancopy com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m sendo utilizado como gaacutes de

arraste heacutelio (He) em fluxo de 20 mLmin A injeccedilatildeo em modo split 110 foi realizada

com injetor a 250ordmC A temperatura do detector foi de 290ordmC e o forno foi

programado de 60ordmC ateacute 240degC (2degCmin) 240degC ateacute 290degC (20degCmin) isoterma em

290degC por 5 min Foram injetados padrotildees de hidrocarbonetos lineares para a

determinaccedilatildeo dos iacutendices de retenccedilatildeo

4522 Anaacutelise em CG-EM

Apoacutes a anaacutelise por CG-DIC os oacuteleos foram analisados em cromatoacutegrafo em

fase gasosa modelo QP-2010 da Shimadzucopy com detector por espectrometria de

massas (CG-EM) As anaacutelises foram realizadas com coluna VF-1MS da Variancopy

com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m As condiccedilotildees da anaacutelise foram agraves

mesmas utilizadas por CG-DIC Para a detecccedilatildeo foi aplicada a teacutecnica de impacto

eletrocircnico a 70eV

4522 Anaacutelise por RMN

Os espectros de Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear de hidrogecircnio (RMN 1H) e carbono (RMN

13C-1H desacoplado) DEPT HSQC e HMBC foram registrados em espectrocircmetro da Varian modelo

INOVA de 117 T do Centro de Biotecnologia da Amazocircnia (CBA) operando a 500 MHz para 1H e 125

MHz para 13C As amostras foram solubilizadas em 600microL de solvente deuterado clorofoacutermio (CDCl3)

Os deslocamentos quiacutemicos (δ) foram expressos em partes por milhatildeo (ppm) em relaccedilatildeo ao padratildeo

interno TMS (δ= 000) e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz) As multiplicidades dos sinais

foram indicadas segundo a convenccedilatildeo s (singleto) d (dupleto) dd (duplo dupleto) t (tripleto) e m

(multipleto)

77

4523 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais

A determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais foi realizada

atraveacutes dos dados de tempo de retenccedilatildeo obtidos por CG-DIC e dos espectros de

massas obtidos por CG-EM Os iacutendices de retenccedilatildeo foram calculados utilizando a

equaccedilatildeo de Van der Dool-Kratz relacionando os tempos de retenccedilatildeo dos compostos

presentes nos oacuteleos essenciais com os tempos de retenccedilatildeo de uma seacuterie homoacuteloga

de hidrocarbonetos lineares (C9-C30) que foi co-injetada com a amostra Os iacutendices

de retenccedilatildeo e os espectros de massas foram comparados com dados da

espectroteca Wiley 70 e da literatura (Adams 2007)

78

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos

Os extratos em etanol eou oacuteleos essencias com maiores rendimentos foram

testados nos seguintes ensaios

461 Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria de acetilcolinesterase foi verificada segundo o meacutetodo de

Ellman (1961) modificado por Rhee et al (2001) A amostra foi adicionada em uma

placa de CCD (cromatografia de camada delgada) Apoacutes a completa evaporaccedilatildeo do

solvente foi adicionado sobre a placa cromatograacutefica o corante e o substrato que

satildeo o reagente de Ellman (aacutecido 55rsquo-ditiobis-2-nitrobenzoacuteico DTNB) e uma soluccedilatildeo

de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) em tampatildeo A enzima AChE (3 UmL) foi

adicionada posteriormente e analisada depois de 20 minutos O resultado foi

verificado atraveacutes da diferenccedila na coloraccedilatildeo caracteriacutestica do meacutetodo em que a

coloraccedilatildeo amarela caracteriza o resultado negativo para inibiccedilatildeo e branca para

positivo

As regiotildees da placa que contecircm substacircncias capazes de inibir a accedilatildeo da

enzima acetilcolinesterase apresentam uma mancha branca contra a coloraccedilatildeo de

fundo do corante

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH

A atividade inibidora de radicais livres foi verificada de forma qualitativa

(Soler-Rivas et al 2000) e quantitativa (Mensor 2001)

79

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante

O teste de atividade antioxidante qualitativo foi realizado atraveacutes da

capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em

soluccedilotildees com solvente metanol por trinta segundos

Foram aplicadas sobre uma cromatoplaca de siacutelica gel soluccedilotildees das amostras

de extrato bruto com concentraccedilatildeo de 1mgmL Apoacutes a total evaporaccedilatildeo do solvente

a placa seraacute nebulizada com soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH a 03mMmL

A atividade antioxidante foi evidenciada pela presenccedila de manchas amarelas

ou brancas decorrentes da reduccedilatildeo do DPPH contra a coloraccedilatildeo puacuterpura de fundo

apoacutes alguns minutos agrave temperatura ambiente Como padratildeo positivo foi utilizado o

flavonoacuteide quercetina

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi avaliada por meio da capacidade sequumlestrante do

radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) utilizando quercetina como padratildeo

externo Verifica-se que o padratildeo apresenta concentraccedilatildeo eficiente aproximada de 4

μgmL devido a isso foram preparadas soluccedilotildees em metanol com concentraccedilotildees de

03906 a 25 μgmL O mesmo procedimento foi realizado para as soluccedilotildees dos

extratos com concentraccedilatildeo de 3125 a 100 microgmL O meacutetodo foi adaptado para

microplaca (figura 23)

As amostras diluiacutedas tiveram suas absorbacircncias medidas em leitora de

microplaca (Bio-Rad modelo 3550 UV) a 517 nm para a obtenccedilatildeo do branco Em

seguida foram submetidas agrave adiccedilatildeo do reativo DPPH (03 mM) incubando a reaccedilatildeo

80

por 30 minutos em ambiente escuro A leitura da absorbacircncia foi novamente

realizada pois por accedilatildeo de um antioxidante o DPPH eacute reduzido formando difenil-

picril-hidrazina com consequente desaparecimento da coloraccedilatildeo podendo ser

monitorado pelo decreacutescimo da absorbacircncia

A porcentagem da atividade antioxidante (AA) corresponde agrave quantidade de

DPPH consumida sendo que a quantidade da amostra necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo de DPPH em 50 eacute denominada concentraccedilatildeo eficiente (CE50) Os

valores de absorbacircncia em todas as concentraccedilotildees testadas foram convertidos em

AA pela equaccedilatildeo 01

AA = [ Abscontrole ndash ( Absamostra ndash Absbranco ) ] x 100 Abscontrole

Onde Abscontrole eacute a absorbacircncia inicial da soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH e

Absamostra eacute a absorbacircncia da mistura reacional ( DPPH + amostra)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Os resultados apresentados neste estudo correspondem a meacutedia da triplicata

e o desvio padratildeo da meacutedia O valor de (CE50) foi determinada atraveacutes da regressatildeo

linear dos valores obtidos utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007

81

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia salina LEACH

A atividade citotoacutexica dos extratos foi avaliada atraveacutes do teste de letalidade

contra Artemia salina Leach de acordo com o meacutetodo proposto por Meyer e

colaboradores (1982) Naacuteuplios de Artemia salina foram incubados em aacutegua do mar

artificial por 48 horas agrave temperatura de 28ordmC Soluccedilotildees dos extratos foram

preparadas em dimetilsulfoacutexido (DMSO) nas concentraccedilotildees variando de 10 a 500

μgmL

Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para recipientes

contendo aacutegua artificial do mar e a substacircncia a ser testada Os ensaios foram

realizados em triplicata A contagem do nuacutemero de larvas mortas foi realizada apoacutes

24 horas e esse nuacutemero foi usado para o calculo utilizando o meacutetodo Proacutebitos de

anaacutelise para obtenccedilatildeo das DL50 e respectivos intervalos de confianccedila (Finney 1971)

(figura 24) Os extratos com DL50 maiores que 1000 microgmL ppm foram considerados

inativos

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

464 Avaliaccedilatildeo da atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais

A avaliaccedilatildeo da citotoxidade foi realizada na Universidade Federal do Cearaacute sob

a supervisatildeo da prof Dra Claacuteudia Pessoa Foram utilizados trecircs tipos de linhagens

82

tumorais MDA-MB435 (mama - humano) HCT-8 (coacutelon - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) cultivadas em meio RPMI 1640 suplementados com 10

de soro fetal bovino e 1 de antibioacuteticos mantidas em estufa a 37 ordmC e atmosfera

contendo 5 de CO2As amostras dos extratos etanoacutelicos foram dissolvidas em

DMSO puro esteacuteril e testadas na concentraccedilatildeo final de 50 microgmL

Anaacutelise de citotoxicidade pelo meacutetodo do MTT vem sendo utilizada no

programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI) Eacute um

meacutetodo raacutepido sensiacutevel e barato Eacute uma anaacutelise colorimeacutetrica baseada na

conversatildeo do sal 3-(45-dimetil-2-tiazol)-25-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT)

em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas

ceacutelulas metabolicamente ativas O estudo citotoacutexico pelo meacutetodo do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade mas natildeo o mecanismo de accedilatildeo (Berridge et al

1996)

As ceacutelulas foram plaqueadas na concentraccedilatildeo de 01 x 106 ceacutelmL para as

linhagens MDAMB-435 e SF-295 e 07 x 105 ceacutelmL para a linhagem HCT-8 Em

seguidas foram adicionadas as amostras na concentraccedilatildeo final de 50 gmL As

placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5 de CO2 a 37 ordmC Ao teacutermino

deste as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante removido Em seguida

foram adicionados 150 L da soluccedilatildeo de MTT (sal de tetrazolium) e as placas foram

incubadas por 3h A absorbacircncia foi lida apoacutes dissoluccedilatildeo do precipitado com 150L

de DMSO puro em espectrofotocircmetro de placa a 595 nm

Os experimentos foram analisados segundo a meacutedia plusmn desvio padratildeo da

meacutedia (DPM) da porcentagem de inibiccedilatildeo do crescimento celular usando o programa

GraphPad Prism

83

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apoacutes seacuteculos de exploraccedilatildeo desordenada na Regiatildeo Amazocircnica as espeacutecies

da famiacutelia Lauraceae produtoras de oacuteleo essencial continuam tendo interesse

comercial mas com poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos descritos na

literatura em comparaccedilatildeo com a quantidade de espeacutecies de interesse (Alcacircntara et

al 2010)

As espeacutecies de plantas estudadas neste trabalho fazem parte de uma seacuterie de

plantas selecionadas pelo grupo de pesquisa Quiacutemica de Biomoleacuteculas da Amazocircnia

(Q-BiomA) objetivando o estudo do perfil de seus constituintes alcaloiacutedicos e

volaacuteteis Todas as espeacutecies fazem parte da flora Amazocircnica e possuem pouco ou

nenhum estudo quiacutemico e bioloacutegico

As extraccedilotildees e os ensaios quiacutemicos e bioloacutegicos foram realizados conforme a

disponibilidade dos equipamentos e reagentes e portanto os testes natildeo foram

realizados com todas as espeacutecies e partes da planta ateacute a presente data

51 Rendimento do extrato

Foram obtidos 23 extratos com rendimento variando de 161 agrave 2904

conforme apresentado na tabela 4 A espeacutecie O ceanothifolia apresentou o maior

rendimento na maioria das partes (folhas galhos finos e grossos) Em quase todas

as espeacutecies foi possiacutevel verificar que os galhos finos apresentaram rendimento maior

que os galhos grossos Tal dado eacute importante tendo em vista a sustentabilidade da

84

pesquisa jaacute que os galhos finos satildeo mais faacuteceis de serem obtidos e sua retirada eacute

menos prejudiciais agrave planta devido crescerem mais raacutepido

Tabela 4 Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

A= Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol Rend=rendimento NR = natildeo realizado

52 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica

O estudo fitoquiacutemico revelou a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos

na maioria dos extratos Os resultados para a prospecccedilatildeo de alcaloacuteides utilizando

como reveladores Hager Wagner Mayer e Draggendorff foram unidos e satildeo

apresentados na tabela 09 assim como os resultados para flavonoacuteides e compostos

fenoacutelicos

Os flavonoacuteides natildeo foram detectados em nenhum extrato do gecircnero

Rhodostemonodaphne e das espeacutecies Endlicheria sericea (galhos) e Ocotea

Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

Espeacutecies Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

()

E citriodora 400 1299 215 682 NR NR NR NR

E sericea 500 479 500 204 500 347 200 284

O

ceanothifolia

700 2904 500 860 300 1362 350 204

O leucoxylon 550 393 500 257 500 579 NR NR

O minor 500 1665 600 672 300 607 300 354

R

crenaticupula

100 826 500 161

NR NR NR NR

R recurva 500 426 500 106 500 201 300 051

85

leucoxylon Poreacutem este uacuteltimo gecircnero apresentou a maior quantidade de espeacutecies

contendo alcaloacuteides o que pode ser um indiacutecio para outras atividades jaacute que os

alcaloacuteides satildeo conhecidos por apresentarem pronunciada atividade bioloacutegica

A presenccedila de alcaloacuteides em Ocotea foi verificada destacando esse grupo de

substacircncias como bastante frequumlentes em espeacutecies desse gecircnero Foi possiacutevel

verificar que a maioria das partes das espeacutecies testadas apresentou alcaloacuteides

Tabela 5 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e flavonoacuteides

Oacutergatildeo vegetal Fenoacuteis Flavonoacuteides Alcaloacuteides

E citriodora

Folhas - - -

Galhos grossos + - -

E sericeae

Folhas + + -

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

Cascas + + +

O ceanothifolia

Folhas + + -

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + - -

O leucoxylon

Folhas + - +

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

O minor

Folhas + - +

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + + +

R recurva

Folhas - - -

Galhos grossos - - +

Galhos finos - - +

Cascas - - +

R crenaticupula

Folhas - - +

Galhos grossos + - +

(+)positivo (-)negativo

86

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica

531 Rendimento da particcedilatildeo

O rendimento () das fraccedilotildees alcaloiacutedicas variaram de 673598 em E sericea

a 00749 em E citriodora baseadas em 2g do material de partida Os rendimentos

da particcedilatildeo podem ser verificados a seguir (Tabela 6)

Tabela 6 Rendimento da particcedilatildeo aacutecido-base ()

Oacutergatildeo vegetal Hexano Diclorometano Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

E citriodora Folhas 958063 07298 00749

Galhos grossos 121941 33741 08485

E sericeae

Folhas 89957 166872 139949

Galhos grossos 264841 223406 21813

Cascas 224532 40688 673598

O ceanothifolia

Folhas 59401 60496 07518

Galhos grossos 10022 105809 20693

Galhos finos 05395 60678 05246

Cascas 05091 102800 11553

O leucoxylon

Folhas 689310 149902 91739

Galhos grossos 295341 193682 55870

Galhos finos 52083 179812 116716

O minor

Folhas 93799 95347 02446

Galhos grossos 02191 40187 08316

Galhos finos 11014 24370 09768

Cascas 06939 12986 06839

R recurva

Folhas 543737 20224 02769

Galhos grossos 334256 138845 09296

Galhos finos 429355 19344 05285

R crenaticupula Folhas 590989 17336 01273

Galhos grossos 165237 252493 07379

As espeacutecies de Endlicheria apresentaram perfis muito diferentes Enquanto em

E sericea (folhas) pode-se verificar o maior rendimento de todos os extratos E

citriodora (folhas) obteve o menor resultado Tal dado reflete o resultado das

prospecccedilotildees onde esta apresentou resultado negativo o que pode significar uma

quantidade muito baixa de alcaloacuteides presentes no extrato

As Rhodostemonodaphnes apresentaram rendimentos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

inferiores a 1 em todos os extratos

87

532 Anaacutelise por CCD

Os alcaloacuteides podem ser encontrados em todas as partes de um vegetal

contudo em um ou mais oacutergatildeos haveraacute um acuacutemulo preferencial dessas substacircncias

(Henriques et al2004) como pode ser observado nas placas cromatograacuteficas

dessas espeacutecies analisadas (figura 25 agrave 31)

Endlicheria citriodora

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 25 placa cromatograacutefica de Endlicheria citriodora

Natildeo foi verificado a presenccedila de alcaloacuteides nas fraccedilotildees de folhas e fracamente

nos galhos de Endlicheria citriodora e E sericea Tais dados satildeo condizentes com a

prospecccedilatildeo dos extratos realizados utilizando reveladores especiacuteficos para

alcaloacuteides em que o mesmo foi negativo O que pode indicar uma quantidade

pequena ou ausecircncia de alcaloacuteides presentes nas folhas e galhos dessas espeacutecies

88

O fato do resultado em prospecccedilatildeo quiacutemica ser negativo natildeo exclui a presenccedila de

uma substacircncia em um extrato pois a mesma pode estar em uma concentraccedilatildeo

muito baixa no extrato testado

Endlicheria sericeae

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 26 placa cromatograacutefica de Endlicheria sericeae

89

A anaacutelise em CCD possibilita que classes de substacircncias que apresentem

concentraccedilotildees baixas em um extrato possam ser visualizadas atraveacutes da separaccedilatildeo

de fraccedilotildees na placa cromatograacutefica como no caso dos galhos de E citriodora

No extrato das cascas de E sericea pode-se visualizar trecircs manchas que

sugerem corresponder a presenccedila do mesmo nuacutemero de alcaloacuteides embora a

presenccedila de uma fraccedilatildeo separada na placa cromatograacutefica natildeo comprove que a

mesma estaacute isolada

Rodostemonodaphne crenaticupula

Os resultados das particcedilotildees aacutecido-base das duas espeacutecies de

Rhodostemonodaphne podem ser visualizados nas figuras 27 e 28

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 27 placa cromatograacutefica de R crenaticupula

90

Nas folhas e nos galhos de R crenaticupula foi possiacutevel visualizar a presenccedila

de duas manchas que equivalem a presenccedila de alcaloacuteides Em contraste natildeo foi

possiacutevel visualizar a presenccedila de alcaloacuteides nas folhas de R recurva fracamente

nos galhs finos e mais pronunciado nos galhos grossos

Rhodostemonodaphne recurva

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 28 placa cromatograacutefica de R recurva

91

A prospecccedilatildeo para alcaloacuteides tambeacutem foi confirmada no gecircnero

Rhodostemonodaphne O perfil dos alcaloacuteides nas folhas e galhos de R

crenaticupula foi o mesmo na placa cromatograacutefica poreacutem em R recurva visualizou-

se duas manchas nos galhos finos e apenas uma nos galhos grossos Segundo

Henriques et al (2004) apoacutes o transporte para o siacutetio de armazenagem podem

haver modificaccedilotildees estruturais secundaacuterias Assim os mesmos podem ter a mesma

origem poreacutem com estruturas diferentes

A presenccedila de alcaloacuteides em potencial confirma a revisatildeo de Zanin amp Lordello

(2007) onde foi constatada por meio de anaacutelise em CCD e prospecccedilatildeo a presenccedila

de alcaloacuteides em todas as partes (folhas galhos e cascas)

Dos trecircs gecircneros analisados as Ocoteas foram as que apresentaram mais

alcaloacuteides tanto em quantidade visualizadas pelo nuacutemero de fraccedilotildees obtidas pela

separaccedilatildeo do extrato na placa cromatograacutefica quanto na concentraccedilatildeo verificada

por meio da intensidade da coloraccedilatildeo

A presenccedila de alcaloacuteides nas espeacutecies de Ocotea identificados por revelador

especiacutefico pode ser visualizado nas figuras 29 30 e 31 As manchas em Ocotea

leucoxylon e Ocotea minor foram mais pronunciadas que em O ceanothifolia

92

Ocotea ceanothifolia

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O ceanothifolia

93

O leucoxylon

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O leucoxylon

94

Ocotea minor

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 31 placa cromatograacutefica de O minor

95

O procedimento realizado para o fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides foi

uma adaptaccedilatildeo do meacutetodo de particcedilatildeo aacutecido-baacutesico modificado proposto por

Giordani et al (2008) Atraveacutes das modificaccedilotildees propostas verificou-se que o perfil

dos extratos nas anaacutelises por cromatografia em camada delgada (CCD)

apresentaram melhores perfis devido a separaccedilatildeo dos componentes

A diferenccedila para a particcedilatildeo aacutecido-base claacutessica estaacute na adiccedilatildeo de

diclorometano (b) quando o meio da fraccedilatildeo aquosa ainda estaacute aacutecida Tal fato faz

com que possa haver a extraccedilatildeo de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade onde

estatildeo incluiacutedos outros componentes natildeo desejados para esse trabalho

Ao adicionar o hidroacutexido de amocircnio este libera a maioria dos acaloacuteides e os

convertem na forma de bases livres que podem ser retirados com a segunda adiccedilatildeo

de diclorometano (c) Dessa forma eacute obtida uma mistura bruta de acaloacuteides isolados

do resto dos produtos metaboacutelicos do vegetal Apoacutes a retirada da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

esta soluccedilatildeo foi neutralizada atraveacutes de vaacuterias particcedilotildees com aacutegua destilada

Os perfis das placas cromatograacuteficas das Ocoteas demonstraram o quanto agraves

substacircncias de meacutedia polaridade foram extraiacutedas pela primeira adiccedilatildeo de

diclorometano (b) e os alcaloacuteides de maior polaridade foram extraiacutedos pela

segunda adiccedilatildeo de diclorometano onde o meio aquoso encontrava-se baacutesico

96

533 Anaacutelise por espectrometria de massa

Por meio de espectrometria de massa pode-se analisar o perfil dos extratos e

fraccedilotildees e selecionar as espeacutecies mais promissoras conforme o interesse do

trabalho A famiacutelia Lauraceae apresenta como marcador taxonocircmico a presenccedila de

alcaloacuteides principalmente a classe dos isoquinoliacutenicos Destes satildeo predominantes

compostos com moleacuteculas aporfiacutenicas oxoaporfiacutenicas e benzilisoquinoliacutenicas Os

espectros de massas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas dos trecircs gecircneros estatildeo apresentadas

em anexo e reunidas na tabela 6 onde as substacircncias majoritaacuterias estatildeo sendo

destacadas

Tabela 6 Anaacutelise do perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massa

Espeacutecie Oacutergatildeo vegetal Iacuteons principais(mz)

E citriodora Folhas 23895 38791

E citriodora Galhos grossos 30006 32988

E sericea Folhas 32995 30013

E sericea Galhos finos 28606 30006 32988 34619

E sericea Galhos grossos 30006 32813 33009 34194

E sericea Cascas 28585 33009

R crenaticupula Folhas 27416 31806 43691 45287

R crenaticupula Galhos grossos 28606 31385 33009

R recurva Folhas 19191 27423 33016

R recurva Galhos finos 28193 33002 34612

R recurva Galhos grossos 35289 33002 34591

O ceanothifolia Folhas 29992 35795

O ceanothifolia Galhos finos 29992 31420 34591

O ceanothifolia Galhos grossos 29992 31413 34605

O ceanothifolia Cascas 30006 31406 33002 34605

O leucoxylon Folhas 31084 32484 35578 37013

O leucoxylon Galhos finos 31084 32505 35592 36992

O leucoxylon Galhos grossos 32484 35592 36992

O minor Folhas 14389 17490 20507

O minor Galhos finos 14389 17511 20507

O minor Galhos grossos 14389 17504 20507

O minor Cascas 28558 29992 33009

97

Os picos mais intensos constituintes foram observados entre massa de 14389

a 45287 mz em O minor e R crenaticupula respectivamente Analisando os perfis

cromatograacuteficos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas observa-se que os respectivos espectros

obtidos nas mesmas condiccedilotildees experimentais apresentam perfis semelhantes entre

partes da mesma espeacutecie principalmente entre galhos finos e galhos grossos com

o mesmo pico base

Por tratar-se de uma fraccedilatildeo pode-se realizar uma anaacutelise do perfil onde

algumas classes de substacircncias podem ser caracterizadas Na tabela 7 haacute algumas

classes correspondentes a massa dos picos encontrados nas fraccedilotildees e algumas

sugestotildees de alcaloacuteides com registro na literatura de isolamento em espeacutecies de

Lauraceae

Os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees Por se

tratarem de um mz de nuacutemeros pares (300 e 330) significa que as suas massas

molares satildeo na realidade iacutempar Estes dados fornecem informaccedilotildees de que os

compostos referentes tratam-se de substacircncias com nuacutemero iacutempar de nitrogecircnios

Os alcaloacuteides benzilisoquinoliacutenicos reticulina e N-metil coclaurina apresentam

foacutermula molecular C19H24NO4 e C19H24NO4 o que podem corresponder aos picos

encontrados sendo estes descritos como alcaloacuteides isolados em gecircneros de

Lauraceae (Sulaiman et al 2011 Dias et al 2003)

No gecircnero Ocotea satildeo relatados diversos trabalhos com o isolamento de

alcaloacuteides Destes a classe dos aporfinicos satildeo os constituintes quiacutemicos mais

frequentes sendo encontrado em um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies (Zanin amp

Lordello 2007)

98

O pico 23895 apresenta massa correspondente agrave estrutura de um alcaloacuteide

tipo benzilisoquinoliacutenico nuacutecleo encontrado em diversas espeacutecies de Ocotea (Dias

et al 2003 Meirelles et al 1979 Barbosa-Filho et al 1999)

Em Ocotea leucoxylon verificou-se a prevalecircncia do iacuteon principal em todas as

partes de 370 mz o que sugere a presenccedila do alcaloacuteide aporfiacutenico ocoteiacutena

(C21H23NO5) alcaloacuteide denominado devido ao seu isolamento em espeacutecies desse

gecircnero (Zhou et al 2000)

Os gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne apresentaram seus picos

principais na maioria dos oacutergatildeos vegetais com mz de 300 e 330 O pico

correspondente a 285 mz corresponde agrave massa que eacute encontrada no alcaloacuteide

coclaurina onde este foi encontrado em diversos gecircneros de Lauraceae como

Aniba Litsea Mezilaurus Nectandra Neolitsea Phoebe e Ocotea (Silva et al

2002 Guinaudeau et al1979 Guinaudeau 1983 Wu amp Huang 2006)

99

Tabela 7 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares de alcaloacuteides

isolados em Lauraceae

Iacuteon molecular

(mz) (M+1)

Foacutermula

molecular Alcaloacuteides Classificaccedilatildeo Referecircncia

19191 C10H9NO3

Noroxihidrastinina

Isoquinolinico Wu amp Huang 2006

23895 C17H20N Benzilisoquinoliacutenicos benzilisoquinoliacutenicos Dias et al 2003

Meirelles et al 1979

28193 C18H19NO2 Bornuciferina lirinidina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

28606 C17H19NO3 Norcanelillina coclaurina benzilisoquinoliacutenicos Silva et al2002 Wu amp

Huang 2006

30006 C19H24NO4 N-metilcoclaurina benzilisoquinoliacutenicos Wu amp Huang 2006

Dias et al 2003

31084 C19H21NO3 Prestephanina

N-carbamoilasimilobina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

31420 C18H19NO4 Laurolitsina laureptina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32484 C19H17NO4 Neolitsina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32813 C19H21NO4 Boldina Laurotetanina

isoboldina lirina N-oxidada Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

33009 C19H24NOu Reticulina Aporfiacutenico Sulaiman et al 2011

Dias et al 2003

34194 C19H19NO5 Isocoridina predicentrina

lirioferina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35289 C20H19NO5 Oxoglaucina Oxoaporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35578 C21H25NO4 Glaucina leucoxina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35795 C21H27NO4 Srilankina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

37013 C21H23NO5 Ocoteina N-metilglaucina Aporfiacutenico Zhou et al 2000

Guinaudeau 1983

100

Por meio das anaacutelises pode-se sugerir que os demais iacuteons presentes no

gecircnero Ocotea correspondem a alcaloacuteides tipo aporfiacutenico conforme encontrado na

literatura (Zanin amp Lordello 2007) Tal fato eacute verificado em relaccedilatildeo a razatildeo massa

carga encontrada que pode ser comparada a esta classe de substacircncias

Pouco ou nenhum estudo descrito na literatura sobre isolamento de alcaloacuteides

nos gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne satildeo encontrados Tal fato pode ser

explicado devido a baixa concentraccedilatildeo dessa classe de substacircncia nos extratos

Mesmo utilizando particcedilatildeo aacutecido-base em que obtem-se uma fraccedilatildeo rica em

alcaloacuteides a concentraccedilatildeo destes eacute baixa quando comparada a quantidade de

substacircncias presentes na fraccedilatildeo e os picos que satildeo descritos na literatura No

gecircnero Rhodostemonodaphne verificou-se nos espectros de massa misturas

complexas de picos

Levando em consideraccedilatildeo a dificuldade de isolamento e purificaccedilatildeo das

classes de alcaloacuteides tanto quando existem dois ou mais componentes com o

mesmo esqueleto na mesma fraccedilatildeo devido ao mesmo comportamento

cromatograacutefico destas substacircncias quanto quando a concentraccedilatildeo destes eacute baixa

no extrato a anaacutelise das fraccedilotildees enriquecida de alcaloacuteides eacute uma alternativa eficaz

na detecccedilatildeo dos constituintes presentes na fraccedilatildeo

101

54 Oacuteleo essencial

541 Rendimento do oacuteleo essencial

As Lauraceae satildeo conhecidas internacionalmente por apresentarem espeacutecies

aromaacuteticas Dos gecircneros estudados as Anibas em especial a espeacutecie de Aniba

rosaeodora apresenta uma quantidade significante de oacuteleo em comparaccedilatildeo com a

massa do material vegetal No trabalho realizado por Alcacircntara (2009) onde foi

analisado oacuteleos essencias de 14 espeacutecies de diferentes gecircneros de Lauraceae

encontrados no Amazonas o maior rendimento encontrado foi na referida espeacutecie

citada com percentagem de 131 Outros trabalhos relacionados apresentam

rendimentos aproximados ou em sua maioria rendimentos inferiores ao encontrado

(Silva et al 2009 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Lima et al 2004)

Neste trabalho foram extraiacutedos das sete espeacutecies 21 oacuteleos essencias onde as

folhas apresentaram maiores rendimentos em comparaccedilatildeo com os galhos e cascas

Os oacuteleos como um todo apresentaram baixo rendimento como pode ser visualizado

na tabela 8

Tabela 8 Rendimento dos oacuteleos essenciais () Material vegetal 100g exceto E citriodora

50g ()

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 429 250 NR NR

E sericea 013 010 011 006

O ceanothifolia 011 007 005 NR

O leucoxylon 013 005 002 NR

O minor 011 004 NR 006

R crenaticupula 058 002 NR NR

R recurva 006 002 003 004 NR natildeo realizado

Os rendimentos dos oacuteleos obtidos pela teacutecnica de hidrodestilaccedilatildeo variaram de

002 a 429 As espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os

102

menores rendimentos em todas as partes (folhas galhos e casca) e as espeacutecies de

Endlicheria apresentaram de forma geral os maiores rendimentos Em contraste com

as espeacutecies de Ocotea e Rhodostemonodaphne na extraccedilatildeo de oacuteleo essencial a

espeacutecie E Citriodora obteve o maior rendimento tanto nos galhos quanto nas folhas

de 251 e 429 respectivamente

O perfil quiacutemico dos oacuteleos essenciais analisados com exceccedilatildeo de E citriodora

revelou uma proporccedilatildeo elevada de sesquiterpenos Na maioria dos oacuteleos essenciais

de Lauraceae reportados na literatura observa-se a predominacircncia de

sesquiterpenos principalmente de hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al

1981 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Telascrea et al 2008)

5411 Endlicheria

A anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial de folhas e galhos de E citriodora por

cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo

mostradas na Tabela 9 registrando-se os principais constituintes quiacutemicos

presentes nestes oacuteleos

Tabela 9 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1089 28337 12181

geranato de metila 1321 93751 951522

aacutecido geracircnico 1391 19358 -

trans cariofileno 1418 14796 -

Natildeo identificados 0 36297

Total identificados 100 963703

Monoterpenos 985205 963703

Sesquiterpenos 14796 -

103

Foram identificados os constituintes de 100 das folhas e 9637 dos

galhos sendo que destes a percentagem de sesquiterpenos foi superior a 95 em

ambos oacutergatildeos vegetais de E citriodora

O principal constituinte foi o eacutester geranato de metila com uma percentagem

elevada de 9375 nas folhas e 9515 nos galhos Devido ao grau de pureza do

constituinte majoritaacuterio foi possiacutevel realizar a ressonacircncia magneacutetica nuclear de

hidrogecircnio e carbono (RMN 1H e 13C) confirmar a presenccedila deste constituinte Os

espectros de RMN de 1H RMN 13C e os bidimensionais HSQC e HMBC estatildeo

apresentados em anexo

O espectro de RMN 13C e DEPT 135ordm apresentaram 11 sinais de carbonos

sendo 4 metiacutelicos δCH 18022 (C ndash a) δCH 19157 (C ndash b) δCH 25991 (C ndash c) e δCH

51113 ( C ndash f) 2 metilecircnicos δCH 26372 (C ndash d) e δCH 41277 (C ndash e) 2 metiacutenicos

δCH 115563 (C ndash g) e δCH 123317 (C ndash h) e 3 sinais de carbonos natildeo hidrogenados

δCH 132868 (C ndash i) δCH 160477 (C ndash j) e δCH 167629 (C ndash l) O sinal em δCH 7700

refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra CDCl3 ( Silverstein et

al 2007)

O espectro de RMN 1H sugeriu a presenccedila de singletos em δH 1603 δH 1683

δH 3684 e δH 5294 Os outros sinais podem ser verificados na tabela 10 O sinal em

δH 726 (sngleto) refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra

CDCl3 ( Silverstein et al 2007)

Por meio do mapa de contornos HSQC pode-se observar as correlaccedilotildees entre

os sinais de hidrogecircnio e carbono Ca ndash HI Cb ndash HII Cg ndash HIII Cd ndash HIV Ce ndash HV Cc ndash

HVI Ch ndash HVII Cf ndash HVIII Os valores obtidos nos RMN1H e 13C DEPT HSQC e

HMBC confirmaram a presenccedila da substacircncia geranato de metila e seus espectros

estatildeo em anexo no final do trabalho

104

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN de 1H de E citriodora (δ em ppm CDCl3

500MHz)

C δ ppm DEPT

(Multiplicidade) HSQC HMBC (

23JCH)

a 18022 CH3 16 II III

b 19157 CH3 22 IIII

c 25991 CH3 165 V VII

d 26397 CH2 22 III V

e 41277 CH2 22 III IV VI

f 51113 CH3 365 -

g 115553 CH 565 III IV

h 123317 CH 52 VVI

i 132868 C - -

j 160477 C - -

l 167629 C - -

O geranato de metila eacute encontrado principalmente em frutas ciacutetricas como o

limatildeo siciliano (08) e em espeacutecies da famiacutelia Rutaceae Apresenta foacutermula

C11H18O2 com nome sistemaacutetico de 37-dimetil-octan-26-dienoato de metila (Arauacutejo

Jr 2009 Rahimi-Nasrabadi et al 2009)

Em E sericeae os constituintes majoritaacuterios foram espatulenol (2684) e

oacutexido de cariofileno (2575) nas folhas elemol nas cascas e oacutexido de cariofileno

nos galhos finos e grossos com 2983 e 1725 respectivamente A relaccedilatildeo dos

constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas galhos e cascas de

105

Endlicheria sericea rendimentos suas quantidades relativas e respectivos iacutendices

de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 11

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 13

compostos presentes nos quatro oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de 7027 nas folhas 5862 nos

galhos finos 28156 nos galhos grossos e 4067 nas cascas Sendo os

rendimentos destes relativamente baixos (inferiores a 14)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos Cascas

linalol 1089 - - 2 0349 -

geranato de metila 1321 - 1 9956 - -

trans cariofileno 1418 6 6585 2 3027 1 8696 -

aromadendreno 1438 1 8709 - - -

germacreno D 1480 6 0036 - - -

beta-selineno 1488 3 1520 - - 3 5175

gama cardineno 1519 - 1 7875 1 7255 -

elemol 1556 - 4 9363 - 14 4954

espatulenol 1585 26 8381 5 0277 5 2818 6 5065

oacutexido de cariofileno 1590 25 7480 29 8301 17 2473 6 9479

guaiol 1595 - 1 6318 - 7 5621

oacutexido de humuleno 1616 - 9 2069 - -

eudesmol 1653 - 1 9025 - 1 6396

Natildeo identificados 297289 413789 718409 593337

Total identificados 702711 586211 281591 406663

Monoterpenos - 1 9956 20349 -

Sesquiterpenos 702711 566255 261242 406663

5412 Ocotea

O oacuteleo de O ceanothifolia apresentou como constituinte majoritaacuterio

espatulenol e oacutexido de cariofileno e em O leucoxylon e Ominor o majoritaacuterio nas

folhas e galhos grossos foi cariofileno e seu oacutexido

106

Ocotea ceanothifolia

As anaacutelises dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia por cromatografia em fase

gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo mostradas na Tabela 12

registrando-se os principais constituintes quiacutemicos presentes nestes oacuteleos

Os sequiterpenos neste oacuteleo foram os constituintes majoritaacuterios poreacutem

verifica-se que nos galhos grossos a percentagem de diferenccedila natildeo foi tatildeo

pronunciada quanto nas outras partes (folhas e galhos finos)

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos

alfa pineno 929 1 2384 12212 -

linalol 1088 - 21490 34198

geranato de metila 1321 41637 44371 68693

beta elemeno 1392 21647 - -

trans cariofileno 1418 39524 - 14580

germacreno D 1480 38782 - 18006

beta selineno 1488 30509 - 75520

espatulenol 1585 222306 76592 -

oxido de cariofileno 1589 223704 169030 80380

oacutexido de humuleno 1616 55129 - -

Natildeo identificados 314378 685622 708623

Total identificados 685622 323695 291377

Monoterpenos 54021 78073 102891

Sesquiterpenos 631601 245622 188486

Ocotea leucoxylon

Vinte e um componentes presentes nos oacuteleos essenciais de O leucoxylon

foram identificados por dados cromatograacuteficos e espectromeacutetricos O perfil quiacutemico

desses oacuteleos mostrou semelhanccedilas significativas na composiccedilatildeo entre as espeacutecies

estudadas (tabela 12 13 e 14)

107

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas 156286

satildeo monoterpenos e 688096 satildeo sesquiterpenos em que os constituintes

majoritaacuterios foram oacutexido de cariofileno (16046) alfa-copaeno (101092) beta

cariofileno (8902) alfa-pineno (77088) e beta-pineno (79198)

Nos galhos finos e grossos apenas verificou-se a presenccedila e um monoterpeno

o linalol como com percentagem de 47631 e 15582 respectivamente Os

constituintes majoritaacuterios foram os sesquiterpenos beta-cariofileno (106697) e

espatulenol (104549) nos galhos finos e oacutexido de cariofileno (175303) e beta-

eudesmol (86054) nos galhos grossos

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon ()

Substacircncia IR Folhas galhos finos Galhos grossos

alfa-pineno 934 77088 - -

beta-pineno 978 79198 - -

linalol 1099 - 47631 15582

alfa-cubebeno 1353 22594 1573 -

alfa-copaeno 1380 101092 21003 -

beta-cubebeno 1394 26065 - -

beta-elemeno 1395 19047 - -

beta-cariofileno 1424 8902 106697 20519

alfa-humuleno 1458 24751 24592 -

alfa amorfeno 1480 39618 28024 -

germacreno D 1480 - 23061 -

beta-selineneo 1491 33015 22246 -

valenceno 1498 25473 51191 -

gama cadineno 1518 42752 38533 -

delta-cadinene 1527 14977 77188 44278

elemol 1552 - 1762 -

espatulenol 1582 57756 104549 63865

oacutexido de cariofileno 1588 16046 - 175303

cariofilla-4(12)8(13)-

dien-5-beta-ol 1638 - - 43548

beta-eudesmol 1655 - - 86054

Natildeo identificados 172957 421935 566433

Total identificados 827043 578065 433567

Monoterpenos 156286 47631 15582

Sesquiterpenos 670757 530434 413048

108

Ocotea minor

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 21

compostos presentes nos trecircs oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de cerca de 573154 nas folhas

53177 nos galhos e de 32 nas cascas O rendimento obtido foi inferior a 012

em todas as partes analisadas

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas

573154 satildeo sesquiterpenos com constituintes majoritaacuterios espatulenol (13369)

e cariofileno (186866) Nas cascas natildeo foi verificada a presenccedila de

monoterpenos sendo majoritaacuterio os componentes delta cadineno (74903) beta

cariofileno (40069) e seu oacutexido (61291) No oacuteleo essencial dos galhos tambeacutem

se observou teores menores de monoterpenos (31007) em relaccedilatildeo aos

sesquiterpenos (500763) tendo como majoritaacuterios beta cariofileno (79131)

oacutexido de cariofileno (157363) e aacutecido hexadecanoacuteico (70932)

O monoterpeno alfa pineno encontrados nos oacuteleos de O ceanothifolia e O

leucoxylon foi um dos constituintes majoritaacuterios encontrados no oacuteleo de Ocotea sp

apresentando atividades antioxidante e citotoacutexica no trabalho realizado por Verbel e

colaboradores (2010)

A composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos das espeacutecies de Ocotea satildeo condizentes

com as encontradas em outras espeacutecies onde haacute a presenccedila do monoterpeno linalol

e pineno e sesquiterpenos cariofileno e germacreno D (Arauacutejo et al 2001 Chaverri

amp Ciccioacute 2005 Menut et al 2002)

109

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor ()

Substacircncia IR folhas galhos grossos cascas

linalol 1099 - 31007 -

alfa-cubebeno 1353 - 17657 -

beta-cubebeno 1394 15997 - -

beta-cariofileno 1424 186866 79131 40069

alfa-humuleno 1458 - 12924 -

alfa amorfeno 1480 31049 - 14635

germacreno D 1480 42675 14866 -

beta-selineno 1491 62358 - 19805

valenceno 1498 - - 26616

biciclogermacreno 1501 85462 - -

alfa-muuroleno 1504 15057 16962 13163

gama cadineno 1518 - - 316

delta-cadineno 1527 - 41822 74903

espatulenol 1582 13369 66317 21418

oacutexido de cariofileno 1588 - 157363 61291

cariofilla-4(12)8(13)-dien-5-beta-ol 1638 - 22789 -

beta-eudesmol 1655 - - 1646

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 70932 -

Natildeo identificados 426846 46823 68004

Total identificados 573154 53177 31996

Monoterpenos - 31007

Sesquiterpenos 573154 500763

Verificou-se no entanto algumas caracteriacutesticas quiacutemicas diferentes do que

algumas Ocoteas como a ausecircncia de fenilpropanoacuteides como safrol metileugenol e

cinamaldeiacutedo e benzenoacuteides encontradas em espeacutecies como Ocotea odorifera

Ocotea pretiosa e Ocotea sassafraacutes (Chaverri amp Ciccioacute 2005 Rizzini amp Mors 1976)

Na varredura realizada por Takaku e colaboradores (2007) com oacuteleo essencial de 10

espeacutecies de Ocoteas da Costa Rica tais componentes tambeacutem natildeo foram

encontrados

110

Rhodostemonodaphne

A relaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas

galhos e cascas de Rcrenaticupula e R recurva suas quantidades relativas e

respectivos iacutendices de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 15 e 16 Atraveacutes

dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados presentes nos

oacuteleos dessas duas espeacutecies 21 compostos em Rcrenaticupula e 19 em R recurva

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula ()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1099 - 82883

beta-elemeno 1380 14275 12754

beta-cariofileno 1424 78493 55616

alfa-humuleno 1458 - 11002

alfa amorfeno 1480 - 17939

beta-elemeno 1380 14275 12754

alloaromadendreno 1459 23445 -

alfa amorfeno 1481 32255 -

beta-selineno 1491 23505 -

epizonareno 1500 42046 -

alfa-muuroleno 1504 3472 16747

beta-bisaboleno 1505 35048 -

gama cadineno 1518 21872 -

delta-cadineno 1527 11602 -

selina-37(11)-diene 1542 21554 -

trans-cadina-14-dieno 1547 11239 -

espatulenol 1582 7489 29086

oacutexido de cariofileno 1588 - -

alfa cadinol 1650 2597 -

beta-eudesmol 1655 - -

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 153144

Natildeo identificados 430393 608075

Total identificado 569607 391925

Monoterpenos - 82883

Sesquiterpenos 569607 309042

111

A anaacutelise comparativa do oacuteleo essencial de galhos e folhas da espeacutecie

Rcrenaticupula apresentou certa variabilidade quiacutemica nos seus constituintes com

relaccedilatildeo ao teor de seus componentes majoritaacuterios nos diferentes oacutergatildeos Tal dado eacute

verificado atraveacutes da ausecircncia de alguns constituintes em um oacuteleo e ausecircncia de

tais costituintes no outro e em relaccedilatildeo aos componentes majoritaacuterios Nas folhas

identificou-se a presenccedila de 569607 de sesquiterpenos tendo como constituinte

majoritaacuterio beta-cariofileno (78493) delta-cadineno (11602) e espatulenol

(7489) enquanto nos galhos grossos a presenccedila do monoterpeno linalol

(82883) e do aacutecido hexadecanoacuteico (153144) diferenciou-os consideravelmente

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rrecurva()

Substacircncia IR folhas galhos finos galhos grossos cascas

linalol 1099 - 2046 23946 35493

alfa-copaeno 1379 34954 13816 13906 -

beta-cariofileno 1424 39251 103763 105425 32757

alfa-humuleno 1458 - 22159 - -

alfa amorfeno 1480 - 31993 32132 -

alloaromadendrene 1443 24256 - - -

valencene 1490 - 21764 - -

beta-selineno 1491 75608 - 2203 15385

alfa-muuroleno 1504 27344 37777 37133 -

gama cadineno 1518 - 37926 12613 20052

delta-cadineno 1527 - 72885 72277 40329

alfa cadineno 1541 12963 13807 - -

elemol 1551 - - 13522 -

espatulenol 1582 6138 134471 124262 42093

guaiol 1608 - - - 14377

beta-eudesmol 1655 - 25549 25882 301017

alfa eudesmol 1657 - - - 9156

beta costol 1769 - - - 4482

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 19085 20098 56063

Natildeo identificados 724244 444545 496774 306054

Total identificado 275756

555455

503226

693946

Monoterpenos - 2046 23946 35493

Sesquiterpenos 275756

534995 479280 658453

112

Em Rrecurva a identificaccedilatildeo dos galhos finos e grossos apresentaram

similaridade nos constituintes e na composiccedilatildeo percentual Em todas as partes

existiu a prevalecircncia de sesquiterpenos sendo os constituintes majoritaacuterios beta-

selineno (75608) e espatulenol(6138) nas folhas beta-cariofileno (~10) e

espatulenol (~13) nos galhos e beta-eudesmol (301017) nas cascas

Os resultados da anaacutelise dos oacuteleos foram condizentes com o encontrado na

anaacutelise de R parvifolia (Alcacircntara et al 2010) e R kunthiara (Palazzo 2009) em

que os constituintes majoritaacuterios foram cariofileno beta selineno e germacreno D

Atraveacutes anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial dos galhos de ambas as espeacutecies de

Rhodostemonodaphnes pode-se identificar apenas um monoterpeno o linalol sendo este

um dos constituintes majoritaacuterios nos galhos grossos de R crenaticupula O interesse desse

monoterpeno na induacutestria devido a sua utilizaccedilatildeo como fixador de perfumes foi intenso na

Amazocircnia fazendo com que as espeacutecies de Aniba rosaeodora que apresentam o teor de

linalol de 74 a 96 entrassem para a lista de espeacutecies em risco de extinccedilatildeo O linalol eacute um

monoterpeno alcooacutelico terciaacuterio de cadeia aberta Pode ser encontrado normalmente sob a

forma de uma mistura de isocircmeros de posiccedilatildeo da primeira ligaccedilatildeo dupla Possui um aacutetomo

de carbono assimeacutetrico e por isso podem existir enantiocircmeros apresentando-se dessa

forma em vaacuterias espeacutecies (Gotllieb et al 1965)

O cariofileno um dos principais componentes majoritaacuterios dos oacuteleos essenciais

das espeacutecies analisadas pode ser empregado na medicina tradicional Este

metaboacutelico volaacutetil influi em seu aroma e possui diversas atividades bioloacutegicas tais

como anti-inflamatoacuteria antialeacutergica anesteacutesica local cardiovascular antifuacutengica e

anticarcinogecircnica (Fernandes et al 2007 Barbosa-Filho et al 2008)

Segundo Gottlieb amp Salatno (1987) as famiacutelias que possuem espeacutecies ricas em

oacuteleos essenciais como Lauraceae e Myristicaceae satildeo relativamente pobres em

113

espeacutecies produtoras de alcaloacuteides e ineficientes na variaccedilatildeo de

benziltetraidroisoquinoliacutenicos Em oposiccedilatildeo famiacutelias que produzem uma variedade

de alcaloacuteides deste tipo como Annonaceae e Monimiaceae satildeo relativamente

pobres em oacuteleos essenciais Tal dado eacute confirmado atraveacutes dos rendimentos das

espeacutecies de Ocotea e Endlicheria em que os rendimentos da fraccedilatildeo alcaloiacutedica e

oacuteleos essenciais satildeo inversamente proporcionais Dessa forma verifica-se a

importacircncia da espectrometria de massa em que eacute possiacutevel analisar mesmo em

concentraccedilotildees muito baixas a presenccedila de alcaloacuteides

A identificaccedilatildeo dos oacuteleos essenciais deste trabalho corrobora com as anaacutelises

reportadas na literatura em que a composiccedilatildeo da maioria dos oacuteleos essenciais de

Lauraceae haacute a predominacircncia de sesquiterpenos principalmente de

hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al 1987 Alcacircntara 2009 Takaku et

al2007)

114

55 Atividades quiacutemicabioloacutegicas

551 Atividade antioxidante

5511 Qualitativa

A avaliaccedilatildeo preliminar qualitativa dos extratos por CCD em gel de siacutelica

revelada com soluccedilatildeo metanoacutelica do radical DPPH sugeriu a existecircncia de

substacircncias com atividade antioxidante (Tabela 17) evidenciadas nas

cromatoplacas pela presenccedila de manchas amarelas sobre fundo puacuterpura

resultantes da reduccedilatildeo do radical DPPH (figuras 32 e 33)

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora + + NR NR

E sericea + + + +

O ceanothifolia + + + +

O leucoxylon + + + NR

O minor + + + +

R crenaticupula + + NR NR

R recurva + + + +

NR = natildeo realizado

Todas as amostras revelaram atividade positiva no teste qualitativo

115

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

116

5512 Quantitativa

A quantidade de extrato das plantas testadas necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 (CE50) variou de 161plusmn100 a 731plusmn032

conforme a tabela 18 O extrato das folhas de E citriodora apresentou o maior valor

enquanto os galhos de O minor apresentou resultado comparaacutevel com o padratildeo

quercetina (731plusmn032)

Todas as espeacutecies apresentaram resultado positivo ao teste O gecircnero Ocotea

foi o mais ativo utilizando a menor CE50 para a varredura do radial livre testado

(tabela 18)

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 16101 plusmn 100 4278 plusmn 053 NR NR

E sericea 977 plusmn 042 5092 plusmn 096 1444 plusmn 032 1329 plusmn 0091

O ceanothifolia 1812 plusmn 018 1564 plusmn 072 1443 plusmn 103 1017 plusmn 019

O leucoxylon 5251 plusmn 142 5088 plusmn 064 8261 plusmn 243 NR

O minor 821 plusmn 066 908 plusmn 051 731 plusmn 032 757 plusmn 0026

R crenaticupula 7816 plusmn 085 6701 plusmn 270 NR NR

R recurva 11046 plusmn 221 19826 plusmn 107 12538 plusmn 672 5511 plusmn 0652

Padratildeo Quercetina

413 plusmn 0042 μgmL

NR natildeo realizado

Observou-se uma correlaccedilatildeo positiva entre o teste para a atividade

sequestrante do radical livre e a presenccedila de fenoacuteis nos extratos atraveacutes da

prospecccedilatildeo fitoquiacutemica o que pode sugerir que a capacidade antioxidante dos

extratos pode estar associada aos compostos fenoacutelicos

Verificou-se que os extratos com CE50 inferiores a concentraccedilatildeo de

5511plusmn0652 apresentaram a presenccedila de compostos fenoacutelicos em todos os extratos

117

Os trabalhos realizados por Souza et al (2007) Tiveron (2010) e Oliveira (2010) em

testes quantitativos de fenoacuteis totais confirmam a correlaccedilatildeo entre a accedilatildeo

sequumlestradora de radicais livres e a presenccedila de altos teores de compostos

fenoacutelicos evidenciadas pelo meacutetodo de Folin-Ciocalteau expressos como

Equivalentes de Aacutecido Gaacutelico (EAG)

A atividade antioxidante de compostos fenoacutelicos deve-se principalmente agraves

suas propriedades redutoras e estrutura quiacutemica Estas caracteriacutesticas

desempenham um papel importante na neutralizaccedilatildeo ou sequumlestro de radicais livres

agindo tanto na etapa de iniciaccedilatildeo como na propagaccedilatildeo do processo oxidativo Os

intermediaacuterios formados pela accedilatildeo de antioxidantes fenoacutelicos satildeo relativamente

estaacuteveis devido a ressonacircncia do anel aromaacutetico presente na estrutura dessas

substacircncias (Souza et al 2007 Bruice 2006)

Os extratos que evidenciaram a presenccedila de flavonoacuteides apresentaram

elevada capacidade de sequumlestrar radicais livres como pode ser verificado em

Ocotea ceanothifoila Ocotea minor e Endlicheria sericea (folhas)

Flavonoacuteides possuem diferentes atividades antioxidantes decorrentes da

habilidade para sequumlestrarem espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio os quais

estatildeo diretamente relacionados a alguns criteacuterios estruturais tais como o nuacutemero de

aneacuteis fenoacutelicos e a presenccedila da ligaccedilatildeo dupla C2-C3 conjugada com a funccedilatildeo 4-oxo

no anel C

Neste trabalho a atividade antioxidante de alguns extratos natildeo esteve

relacionada com a presenccedila de flavonoacuteides jaacute que espeacutecies com capacidade de

sequumlestro de radicais livres natildeo evidenciaram a presenccedila dessa classe o que

sugere que haacute atividade antioxidante sendo originada de outras substacircncias

fenoacutelicas que natildeo satildeo flavonoacuteides

118

A avaliaccedilatildeo do sequumlestro do DPPH eacute um teste largamente utilizado tanto pela

simplicidade e rapidez quanto pela reprodutibilidade No trabalho realizado por

Vargas (2008) analisando comparativamente diferentes teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de

atividades antioxidantes utilizando ensaios quiacutemicos como da varredura DPPH 22rsquo-

azinobis (3-etilfenil-tiazolina-6-sulfonato) (ABTS+) acircnion radical superoacutexido (AVS)

oxigecircnio singlete e caracterizaccedilatildeo de polifenoacuteis o teste com DPPH foi o uacutenico que

se correlacionou com todos os demais testes

Contudo verifica-se que a interaccedilatildeo de uma espeacutecie antioxidante com a

moleacutecula de DPPH depende dentre outras fontes da especificidade pela

conformaccedilatildeo estrutural do radical livre A acessibilidade esteacuterica eacute um fator

determinante da reaccedilatildeo sendo as moleacuteculas pequenas as que tecircm melhor acesso

ao siacutetio do radical e podem apresentar uma maior atividade comparada agraves moleacuteculas

maiores (Alves et al 2010) Por isso determinados extratos que natildeo apresentaram

bom potencial antioxidante poderatildeo em outros tipos de testes dessa mesma

atividade utilizando outras metodologias mostrar bom perfil antioxidante (Boscolo et

al2007)

Este ensaio bioloacutegico serve como ponto de partida para estudos posteriores

como o isolamento a purificaccedilatildeo e a elucidaccedilatildeo estrutural das substacircncias que

funcionam como antioxidantes aleacutem de ajudar a inferir sobre um possiacutevel

mecanismo de accedilatildeo dessas substacircncias finalizando por testar a viabilidade

terapecircutica em antioxidantes para seu uso futuro

119

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria da enzima acetilcolinesterase foi verificada principalmente

nos galhos das espeacutecies de Ocotea Os resultados podem ser visualizados na tabela

21 Os galhos finos e grossos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado

positivo no teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase assim como os

galhos de E citriodora Nem uma parte (galhos folhas e cascas) das

Rhodostemonodaphnes apresentaram resultado positivo assim como em E sericea

(galhos e folhas) A espeacutecie de O minor apresentou resultado positivo nas folhas e

galhos (grossos e finos) enquanto as outras Ocoteas natildeo apresentaram resultado

positivo nas folhas Em nenhuma das cascas testadas verificou-se resultado positivo

no teste realizado

Tabela 21 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora - + NR NR

E sericea - - - -

O ceanothifolia - + + -

O leucoxylon - + + NR

O minor + + + -

R crenaticupula - - NR NR

R recurva - - - -

Padratildeo eserine NR = natildeo realizado (+) = positivo (-) = negativo

O gecircnero Ocotea eacute conhecido por apresentar um nuacutemero de espeacutecies

significativo contendo alcaloacuteides conforme foi confirmado com a prospecccedilatildeo

fitoquiacutemica realizada com os reagentes especiacuteficos Atraveacutes desses dados pode-se

sugerir uma correlaccedilatildeo entre a atividade testada e a presenccedila de alcaloacuteides Tal

dado eacute condizente com os trabalhos de varredura de Berkov et al (2008) e Barbosa

120

Filho et al (2006) que associam a accedilatildeo de inibir a enzima acetilcolinesterase das

espeacutecies estudadas de diferentes famiacutelias com a presenccedila de alcaloacuteides tornando

assim o gecircnero Ocotea como fonte promissora para a utilizaccedilatildeo de meacutetodos para

quantificar esta atividade

Verifica-se a partir dos testes qualitativos que os resultados dos ensaios

antioxidantes empregados natildeo apresentaram relaccedilatildeo direta com os resultados

anticolinesteraacutesicos conforme o trabalho de Giordani et al (2008) com exceccedilatildeo da

espeacutecie O minor que apresentou atividade relevante em ambos os ensaios

Entretanto eacute necessaacuterio utilizaccedilatildeo de diferentes meacutetodos de avaliaccedilatildeo para uma

definiccedilatildeo desta atividade para este grupo quiacutemico

121

552 Atividade citotoacutexica

5521 Letalidade em Artemia salina

Os extratos em geral natildeo demostraram alta atividade citotoacutexica Para os

extratos testados poucos apresentaram atividade citotoacutexica comparada com o

padratildeo Lapachol que apresentou citotoxicidade de 9830 μgmL

Os galhos finos e grossos natildeo apresentaram alta atividade citotoacutexica em

nenhum gecircnero enquanto as folhas essa atividade foi verificada em

aproximadamente metade dos extratos Na tabela 19 pode-se verificar o resultado

para a atividade citotoacutexica de todos os extratos

A ausecircncia de citoxicidade dos extratos no teste de letalidade contra Artemia

salina eacute um indicador de que a planta pode ser bem tolerada frente ao sistema

bioloacutegico Entretanto estudos mais detalhados para a avaliaccedilatildeo da toxicidade dos

extratos bioativos empregando-se outros modelos (in vitro e in vivo) se fazem

necessaacuterios

O extrato de Enclicheria citriodora demonstrou atividade alta em uma

concentraccedilatildeo comparaacutevel com a encontrada para o padratildeo Atraveacutes da prospecccedilatildeo

realizada a atividade citotoacutexica deste extrato natildeo pocircde ser relacionada com

nenhuma das classes que foram analisadas pois no teste os trecircs grupos foram

negativos nos extratos com elevada toxicidade

Observou-se no desenvolvimento deste trabalho que o extrato etanoacutelico de Endlicheria

citriodora apresentou certa particularidade O mesmo exibiu certa viscosidade mesmo com a

completa evaporaccedilatildeo do solvente e aroma forte e agradaacutevel que pode ser caracterizado

pela presenccedila de oacuteleo essencial eou fixo Nos trabalhos realizados por Silva et al (2007 e

2008) verificou-se que os oacuteleos volaacuteteis extraiacutedos de Casearia sylvestris e Zanthoxylum

122

rhoifolium Lam foram citotoacutexicos contra ceacutelulas tumorais o que pode sugerir que a

toxicidade deste extrato pode estar relacionado a possiacutevel presenccedila deste metaboacutelito

secundaacuterio

Tabela 19 Resultado da avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos

finos Cascas

E citriodora 8301 100002 NR NR

E sericea 90260 100011 229766 82381

O ceanothifolia 134640 261600 262121 134287

O leucoxylon 388560 165150 254856 NR

O minor 83040 146791 2302186 243004

R crenaticupula 167512 471571 NR NR

R recurva 129990 38674 2112857 243857

Padratildeo Lapachol 9830

NR natildeo realizado

5522 Citotoacutexico em ceacutelulas de linhagem tumoral

A atividade citotoacutexica de todas as amostras estaacute apresentada na Tabela 20

com seus respectivos percentuais de inibiccedilatildeo de crescimento das linhagens tumorais

utilizadas HCT-8 (coacutelon - humano) MDAMB-435 (mama - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) por extratos de Lauraacuteceas

Para avaliar o potencial citotoacutexico dos extratos testados uma escala de

intensidade foi utilizada Amostras sem atividade (SA inibiccedilatildeo de crescimento

celular igual a 0) com pouca atividade (PA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 1 a 50 ) com moderada atividade (MO inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 51 a 75 ) e com muita atividade (MA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 75 a 100 )

Todos os extratos apresentaram atividade inibitoacuteria de crescimento para as

linhagens de ceacutelulas tumorais variando para ceacutelula HCT-8 de 126 (galhos de

Rodostemonodaphne recurva) a 7430 (galhos de Ocotea minor) MDA-MB435 de

123

369 (folhas de O minor) a 5041 (casca de O ceanothifolia) e SF-295 de 082

(galhos de Endlicheira citriodora ) a 7636 (O minor) Tal dado pode ser

relacionado agrave presenccedila de alcaloacuteides jaacute que na prospecccedilatildeo fitoquiacutemica a maior

parte dos extratos apresentaram resultado positivo para alcaloacuteides utilizando

reveladores especiacuteficos Tal afirmaccedilatildeo eacute condizente com os trabalhos que

correlacionam agrave capacidade de alguns extratos de inibiccedilatildeo de linhagem de ceacutelulas

tumorais com a presenccedila de alcaloacuteides (Pereira et al 2008 Silva et al 2007)

Dentre as amostras testadas apenas trecircs extratos apresentaram atividade

moderada Ocotea cenothifolia (cascas) 5041 para MDA-MB435 e Ocotea minor

(galhos) 7430 para HCT-8 e 7536 para SF-295 Os demais apresentaram

pouca atividade entre 126 e 4639

Tabela 20 ndash Percentual de inibiccedilatildeo do crescimento celular dos extratos em etanol de Lauraceae em

trecircs linhagens tumorais testadas na dose uacutenica de 50 gmL

Oacutergatildeo vegetal HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano)

MDAMB-435 (mama ndash humano)

SF-295 (glioblastona ndash

humano)

E citriodora Folhas 2896 723 1531

Galhos grossos 1632 4117 082

E sericeae

Folhas 3756 389 4719

Galhos grossos 3015 1791 2430

Galhos finos 2180 4639 773

O ceanothifolia Folhas 3556 1228 2798

Cascas 3273 5041 058

O leucoxylon

Folhas 3831 1247 3690

Galhos grossos 2904 955 1188

Galhos finos 1775 3872 2459

O minor

Folhas 2964 369 436

Galhos grossos 7430 1251 7536

Galhos finos 2220 514 1666

Cascas 3341 419 414

R recurva

Folhas 1834 520 541

Galhos grossos 126 1106 801

Galhos finos 3183 771 2798

Cascas 3041 1296 2703

R crenaticupula

Folhas 3671 465 511

Galhos grossos 1194 3344 1012

0 sem atividade 1 ndash 50 pouca atividade 51 ndash 75 moderada atividade 76 ndash 100 muita atividade

Legenda SF-295 = glioblastoma humano HCT-8 = coacutelon humano MDAMB-435 = mama humano

124

Verificou-se que o extrato com a maior atividade citotoacutexica para ceacutelulas SF-295

(glioblastona ndash humano) e HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano) apresentou uma elevada

capacidade de sequumlestrar o radical livre DPPH assim como o extrato com menor

atividade antioxidante foi um dos extratos que na avaliaccedilatildeo para capacidade de inibir

o crescimento de linhagem de ceacutelulas tumorais apresentou baixas percentagens de

inibiccedilatildeo Tal resultado corrobora com os trabalhos que indicam os radicais livres

como fatores contribuintes com a patologia testada

125

6 CONCLUSOtildeES

Este estudo contribuiu para o conhecimento do perfil quiacutemico das espeacutecies E

citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R

crenaticupula atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento

das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo

para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras

Das espeacutecies estudadas as espeacutecies do gecircnero Ocotea apresentaram o melhor

perfil em relaccedilatildeo a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos uma vez que em

todas os oacutergatildeos vegetais dessas planta foi verificado tais substacircncias

Analisou-se o perfil alcaloiacutedico em espeacutecies com baixa concentraccedilatildeo de alcaloacuteides

por meio de espectrometria de massa Dessa forma torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de diversas ferramentas para concluir se uma espeacutecie conteacutem ou natildeo uma

determinada classe de substacircncia

Confirmou-se a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas

concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne

Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na

maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos

e aporfiacutenicos

Os rendimentos dos oacuteleos essenciais variaram de 002 a 429 em que as

espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os menores rendimentos

em todas as partes (folhas galhos e cascas) apresentando como constituinte

majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido

Os oacuteleos essenciais das espeacutecies de Endlicheria apresentaram os maiores

rendimentos A identificaccedilatildeo dos constituintes por cromatografia gasosa e RMN1H

identificou a presenccedila de geranato de metila nos oacuteleos de galhos e folhas de

Endlicheria citriodora com percentagem superior a 93 em ambas as partes

126

Nas atividades bioloacutegicas a espeacutecie Ocotea minor apresentou resultado positivo na

inibiccedilatildeo qualitativa para enzima acetilcolinesterase e alta capacidade sequestrante

do radical livre DPPH com CE50 de 731 plusmn 032 μgmL comparado com o padratildeo

quercetina de CE50 413 plusmn 0042 μgmL

Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram capacidade de inibir

qualitativamente a accedilatildeo da enzima acetilcolinesterase confirmando assim dados da

literatura de que espeacutecies ricas em alcaloacuteides satildeo fontes potenciais na busca de

inibidores desta enzima

As espeacutecies dos trecircs gecircneros natildeo apresentaram alta citotoxidade em nenhuma das

linhagens de ceacutelulas tumorais testadas

Este estudo abre perspectivas para que novas investigaccedilotildees envolvendo a famiacutelia

Lauraceae sejam realizados notadamente em relaccedilatildeo a definitiva elucidaccedilatildeo

estrutural dos principais constituintes dos extratos e oacuteleos essenciais proveniente de

diferentes partes da planta e no estabelecimento das suas propriedades bioloacutegicas

Considerando que substacircncias naturais podem ser responsaacuteveis pelo efeito de

proteccedilatildeo contra os riscos de muitos processos patoloacutegicos os resultados descritos

neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a accedilatildeo

antioxidante de substacircncias isoladas de espeacutecies O ceanothifolia e Ocotea minor e

atividades bioloacutegicas para o oacuteleo de E citriodora

127

7 REFEREcircNCIAS

Adams R P Identification of essential oil components by gaacutes chromatography

quadrupole mass spectroscopy Allured Card Stream IL 2007

Aguiar L M G et al Cecilin a 1-benzyl--carboline from Aniba santaladora

Phytochemistry n 19 p 1859-1860 1980

Alcacircntara J M Bioprospecccedilatildeo de espeacutecies amazocircnicas da famiacutelia Lauraceae com

potencial aromaacutetico e medicinal Manaus AM UFAM Pp139 2009

Alcantara J M Yamaguchi K K de L Silva J R de A Veiga Junior V F

Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais das folhas e caules de

Rhodostemonodaphne parvifolia Madrintildeaacuten (Lauraceae) Acta Amazocircnica Vol40 No3

pp 567-571 2010

Almeida M R Lima J A Santos N P Pinto A C Pereirina o primeiro alcaloide

isolado no Brasil Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 19 No 4 Pp 942-952

2009

Almeida V L Leitatildeo L C B Montanari C A Donnici C L Lopes M T P

Cacircncer e agentes neoplaacutesicos ciclo-celular especiacuteficos e ciclo-celular natildeo

especiacuteficos que interagem com o DNA uma introduccedilatildeo Quiacutemica Nova Vol 28 No

01 Pp 118-129 2005

Alves C Q David J M David J P Bahia M V Aguiar R M Meacutetodos para

determinaccedilatildeo de atividade antioxidante in vitro em substratos orgacircnicos Quiacutemica

Nova Vol 33 No10 Pp 2202-2210 2010

Anderson D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic

and other damage Mutation Research Vol 350 No01 p103-108 1996

Andrade L A F Alguns aspectos neurobioloacutegicos do envelhecimento cerebral

Revista Ciecircncia e Cultura Vol 40 Pp 665-672 1988

Antunes RMP Lima EO Pereira M SV Camara CA Arruda TA Catatildeo

RMR Barbosa TP Nunes XP Dias CS Silva TMS Atividade

antimicrobiana in vitro e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo inibitoacuteria miacutenina (CIM) de

128

fitoconstituintes e produtos sinteacuteticos sobre bacteacuterias e fungos leveduriformes

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol16 No 04 Pp517-524 2006

Arauacutejo Jr C P Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais de

frutas ciacutetricas Dissertaccedilatildeo de mestrado da Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2009

Arauacutejo A J Lordello A L L Maia B H L N S Anaacutelise comparativa dos oacuteleos

essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula Revista visatildeo acadecircmica Vol 02

No 02 Pp 81-84 2001

Baitello J B Novas espeacutecies de Lauraceae para a Flora Brasileira Acta Botacircnica

Vol 15 No 03 Pp 149-223 2001

Ballabeni V Tognolini M Giorgio C Bertoni S Bruni R Barocelli E Ocotea

quixos Lam essential oil In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties

Fitoterapia Vol 81 No 4 Pp 289-295 2010

Baratta MT Dorman HJD Deans SG Biondi DM RubertoG Chemical

composition antimicrobial and antioxidative activity of laurel sage rosemary

oregano and coriander essential oils Journal of Essencial Oil Research Vol 10 No

06 Pp 618-627 1998

Barbosa Filho J M Ocotea duckei excepcional source of yanganabin and other

furofuran lignans Anais da Academia Brasileira de Ciecircncias v 71 n 2 p 231-238

1999

Barbosa Filho J M Medeiros K C P Diniz M F Batista L M Athayde-Filho

PF Silva M S da-Cunha E VL Almeida J RG S Quintans-Juacutenior L J

Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol16 No 02 Pp 258-285 2006

Barbosa-Filho J M Lignanas neolignanas e seus anaacutelogos In CMO Simotildees et

al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da

UFSC Porto Alegre capiacutetulo 22 Florianoacutepolis 2004

129

Barbosa-FilhoJ M Cunha R M Dias C S Athayde-Filho P F Silva M S

Cunha E V L Machado M I L Craveiro A A Medeiros I A GC-MS Analysis

and cardiovascular activity of the essential oil of Ocotea duckei Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 18 No 01 Pp37-41 2008

Barnes J D Thomas M J K Mendham J Denney R C Vogel Anaacutelise Quiacutemica

Quantitativa Editora LTC 6ordf ediccedilatildeo 2002

Barreiros A L B S David J M Estresse oxidativo relaccedilatildeo entre geraccedilatildeo de

espeacutecies reativas e defesa do organismo Quiacutemica Nova Vol29 No1 Pp 113-123

2006

Barroso G M Guimaratildees E F Ichaso C L F Costa C G Peixoto A L

Sistemaacutetica de Angiosperma do Brasil Vol 01 2deg Ediccedilatildeo EDUSP Pp 255 Satildeo

Paulo 2002

Behling E B Sendatildeo M C Francescato H D C Antunes L M G Bianchi

Flavonoacuteide quercetina aspectos gerais e accedilotildees bioloacutegicas Alimentos Nutriccedilatildeo

Araraquara Vol 15 No 03 Pp 285-292 2004

Berkov S Batisda J Nikova M Viladomat F Codina C Rapid TLCCG-MS

Identification of Acetylcholinesterase inhibitors in alkaloid extraxts Phytochemical

analysis Vol 19 Pp 411-419 2008

Berridge M V Tan A S McCoy K D Wang R The Biochemical and Cellular

Basis of Cell Proliferation Assays that Use Tetrazolium Salts Biochemica Vol 04

Pp 14-19 1996

Bianchi M L P Antunes L M G Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta Revista de Nutriccedilatildeo Vol 12 No 02 Pp 123-130 1999

Borek C Antioxidants and cacircncer Science amp Medicine Vol 04 No 06 Pp 52-62

1997

Boscolo O H Mendonccedila-Filho RFW Menezes FS Senna-Valle L Potencial

antioxidante de algumas plantas de restinga citadas como medicinais Revista

Brasileira de Plantas Medicinais Vol09 No 01 Pp8-12 2007

130

Botelho P S Moraes M M Neves I A Neves R C S Ribeiro N C Born F

S Camara C A G Composiccedilatildeo quiacutemica e accedilatildeo repelente do oacuteleo essencial

Ocotea gardneri (meisn) mez sobre o aacutecaro rajado tetranychus urticae koch IX

Jornada de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (JEPEX) VI semana Nacional de Ciecircncias

e Tecnologia UFRPE 2009

Brandatildeo H N David J P Couto R D Nascimento J A P David J M

Quiacutemica e farmacologia de quimioteraacutepicos antineoplaacutesicos derivados de plantas

Quiacutemica Nova Vol 33 No 06 Pp 1359-1369

Braz Filho R Contribuiccedilatildeo da fitoquiacutemica para o desenvolvimento de um paiacutes

emergente Quiacutemica Nova Vol 33 No 01 Pp 229-239 2010

Bresolin T M B Cechinel ndash Filho V Ciecircncias Farmacecircuticas Contribuiccedilatildeo ao

desenvolvimento de novos faacutermacos e Medicamentos Editora Univali 1ordm ediccedilatildeoPp

29 2003

Bruice P Y Quiacutemica Orgacircnica Vol 01 4ordf ediccedilatildeo Pearson Prentice Hall 2006

Bruni R Medici A Lista A Fantini C Muzzoli M Dehesa M Romagnoli C

Sacchetti G Chemical Composition and Biological Activities of Ishpingo Essential

Oil aTraditional Ecuadorian Spice from Ocotea quixos (Lam) Kosterm (Lauraceae)

flower calices Food chemistry Vol 85 No 03 Pp 413-421 2003

Calow P Marine and estuarine invertebrate toxicity tests In Hoffman D et al

Handbook in cytotoxicology Oxford Blackwell Scientific Publication Vol 01 Pp 1-5

1993

Carballo JL Hernaacutendez-Inda ZL Peacuterez P Garciacutea-Graacutevalos MD A comparison

between two brine shrimp assays to detect in vitro cytotoxicity in marine natural

products BMC Biotechnology Vol 2 Pp1-5 2002

Castro-Faria-Neto HC Bozza PT Cruz HN Silva CLM Violante FA

Barbosa-Filho JM Thomas G Martins MA Tibiriccedilaacute EV Noel F Cordeiro

RSB Yangambin a new naturally occuring platelet activating factor receptor

antagonist binding and in vitro functional studies Planta Medica Vol61 Pp 101-

105 1995

131

Cavalcanti M F Oliveira M C F Velandia J R Echevarria A Siacutentese de 135-

triazinas substituiacutedas e avaliaccedilatildeo da toxicidade frente a Artemia Salina leach

Quiacutemica Nova Vol23 No 01 Pp 20 2000

Cechinel FilhoV Bresolin T M B Ciecircncias farmacecircuticas desenvolvimento de

novos faacutermacos e medicamentos Editora Univali Pp 239 2003

Chanderbali A S Lauraceae Endlicheria Flora Neotropical Monografia 91 New

York New York Botanical Garden 2004

Chang J Medicinal Herbs Drugs or dietary supplements Biochechemical

Pharmacology Vol 59 No 3 Pp211-219 2000

Chaverri C Ciccioacute J F Essential oil of trees of the genus Ocotea Lauraceae) in

Costa Rica Revista biologia Tropical Vol 53 No 3 Pp 431-436 2005

Chaverri C Ciccioacute JF Volatile constituents of the oils from Povedadaphne

quadriporata (Lauraceae) from ldquoAlberto M Brenesrdquo biological preserve Costa Rica

Quiacutemica Nova Vol 31 No 03 Pp 605-609 2008

Chavez J P Gottlieb O R Yoshida M 10-Desmethyl-1-methyleudesmanes

from Ocotea corymbosa Phytochemistry Vol 39 No 04 Pp 849-852 1995

Cheng S Liu J Tsai K Chen W Chang S Chemical composition and

mosquito larvicidal activity of essential oils from leaves of different Cinnamomum

osmophloeum provenances Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 52 No

22 Pp 4395-4400 2004

Cordell G A Quirn-Beattie M L Farnsworth N R The potential of alkaloids in

drug discovery Phytotherapy Research Vol 15 Pp 183-205 2001

Cragg G M Newman DJ Biodiversidade Um componente essencial na

descoberta de faacutermacos In Yunes R A Cechinel Filho V Quiacutemica de produtos

Naturais novos faacutermacos e a moderna farmacognosia 2ordf ediccedilatildeo Editora Univali

Pp58-62 2009

Cunha A P Salgueiro L Roque O R Farmacognosia e fitoquiacutemica Capiacutetulo 22

1ordm ediccedilatildeo Fundaccedilatildeo Calouste Gulenkian 2005

132

Degani A L G Cass Q B Vieira P C Cromatografia um breve ensaio Quiacutemica

Nova na Escola No 07 Pp 21-25 1998

Dewick P M Medicinal natural product a biosynthetic approach 2ordm ediccedilatildeo John

Wiley amp Sons 2002

Di Carlo G Mascolo N Izzo A A Capasso F Flavonoids old and new aspects

of a class of natural therapeutic drugs Life Science Tucson Vol 65 No 4 Pp 337-

353 1999

Dias B F S A implementaccedilatildeo da convenccedilatildeo sobre diversidade bioloacutegica no Brasil

desafios e oportunidades Campinas Andreacute Tosello Pp 1 1996

Droumlge W Free radicals in the physiological control of cell function Physiological

Reviews 2002

Duarte J A Appell H J Carvalho F Bastos M L Soares J M Endothelium-

derived oxidative stress may contribute to exercise-induced muscle damage Vol14

No08 Pp440-443 1993

Duarte M C T Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromaacuteticas

Utilizadas no Brasil Multiciecircncia Construindo uma histoacuteria sobre os Produtos

Naturais Universidade Estadual de Campinas No 07 2006

Ellman GL et al A new and rapid colorimetric determination of

Acetylcholinesterase activity Biochemical Pharmacoogy Vol 07 Pp 88-95 1961

Elsayed N M Antioxidant mobilization in response to oxidative stress a dynamic

environmentalndashnutritional interaction Nutrition Vol 17 No 10 2001

Fernandes ES Passos GF Medeiros R Cunha FM Ferreira J Campos

MM Pianowski LF Calixto JB Anti-inflammatory effects of compounds alpha-

humulene and (minus)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia

verbenaacutecea Journal of Ethnopharmacology Vol110 Pp323ndash333 2007

Ferraz A Screening for antiproliferative activity of six southem Brazilian species of

Hyperisum Phytochemistry Vol 12 Pp 112-115 2005

133

Finney D L Em Probit Analysis 3o ediccedilatildeo Editora Cambridge University Press

Cambridge Pp 76-80 1971

Fleschin S Fleschin M Nita S Pavel E Magearu V Free radicals ediated

protein oxidation in biochemistry Roum Biotechnology Letters No 06 Vol 05 Pp

479-495 2000

Fournet A Ferreira M E A R A Guy I Guinaudeau H Heinzen H

Phytochemical and antiprotozoal activity of Ocotea lancifolia

Fitoterapia Vol 78 No 5 Pp 382-384 2007

Francis P T Palmer A M Snape M Wilcov G K The cholinergic hypothesis of

Alzeimeracutes disease a review of progress Journal of Neurology Neurosurgery amp

Psychiatry Vol 66 No 02 Pp 137-147 1999

Giordani R B Pagliosa L B Henriques A T Zuanazzi JA Investigaccedilatildeo do

potencial antioxidante e anticolinesteraacutesico de Hippeastrum (Amaryllidaceae)

Quiacutemica Nova Vol 31 No 8 Pp 2042-2046 2008

Gottlieb O R amp Yoshida M Neolignanas antitumorais Ciecircncia e Cultura Vol 32

Pp 93-100 1978

Gottlieb O R Fineberg M Guimaratildees M L Magalhatildees M T Maravalhas M

Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromaacuteticas e Oacuteleos Essenciais

Vol 11 No 1 1965

Gottlieb O R Kaplan M A C Borin M R Biodiversidade um enfoque quiacutemico-

bioloacutegico Rio de Janeiro Editora UFRJ 1996

Gottlieb O R Salatino A Funccedilatildeo e evoluccedilatildeo e evoluccedilatildeo de oacuteleos essenciais e de

suas estruturas secretoras Ciecircncia e Cultura Vol 39 Pp 707-715 1987

Gottlieb O R Yoshida M Lignoacuteides com atenccedilatildeo especiala quiacutemica das

neolignanas Quiacutemica Nova Vol 07 No 4 Pp 250-254 1984

Gottlieb OR Koketzu M Magalhatildees MT Maia JGS Mendes PH Rocha A

I Silva ML Wilberg VC Amazonian Essential Oils VII Acta Amazonica Vol11

No1 Pp 143-148 1981

134

Gocircuvea C M C P Oxidaccedilotildees bioloacutegicas e atividade vegetal In Fitoteraacutepicos anti-

inflamatoacuterios aspectos quiacutemicos e aplicaccedilotildees terapecircuticas Carvalho J C T coord

Ribeiratildeo Preto Editora Tecmed Pp 101-124 2004

Guaratini T Medeiros M H G Colepicolo P antioxidantes na manutenccedilatildeo do

equiliacutebrio redox cutacircneo uso e avaliaccedilatildeo de sua eficaacutecia Quiacutemica Nova Vol 30 No

01 Pp 206-213 2007

Guinaudeau H Aporphinoid alkaloids III Journal of Natural Products Vol 46 No 6

Pp 761-835 1983

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphine Alkaloids V Journal of Natural

Products Vol57 No08 Pp 1033-1135 1994

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphinoid alkaloids II Journal of Natural

Products Vol 42 No 4 Pp 761-835 1979

Halliwell B Antioxidants in Human Health and Disease Annual Review of Nutrition

Vol 16 Pp 33-50 1996

Halliwell B Free radicals and antioxidants a personal view Nutrition Reviews

Vol52 No8 Pp253-265 1994

Halliwell B The antioxidant paradox The Lancet Vol355 No 01 Pp 1179 - 1180

2000

Henriques A T Limberger R P Kerber V A Moreno PRH Alcaloacuteides

Generalidades e aspectos baacutesicos In In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC

Porto Alegre capiacutetulo 29 Florianoacutepolis 2004

Heo H J Hang S C Cho H Y Hong B Kim H K Kim E Ki Shim D H

Amelioiating effect of gardenia jasminoides extract on Amyloid beta peptide ndash

induced Neuronal cell deficit Molecules and cells Vol 24 No 1 Pp 113-118 2002

Hostettman K Queiroz E F Vieira PC Princiacutepios ativos de plantas superiores

Editora UFSCar Satildeo Carlos 2003

135

httpwwwprossigabrottogottlieb Enigmas das Lauraceaes Programa de

Informaccedilatildeo para Gestatildeo de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de

Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia Pesquisado em 20 de julho de 2010

httpwwwwhointresearches acessado em 15 de fevereiro de 2011

Ingkaninan K Hazekamp A Hak AC Balconi S Verpoort R High

performance liquid chromatography with online coupled UV-mass spectrophometric-

biochemical detection for identification of acetyl cholinesterase inhibitors from natural

products Journal of Liquid Chromatography amp Related Technologies Vol 872 Pp

61-73 2000

Jia Q Qiu Z Nissanka A Farow T M US Patent Application Kind Code serial

nordm 741215series code 09 2000

Juergens UR Stober M Vetter H Inhibition of cytokine production and

arachidonic acid metabolism by eucalyptol (18-cineole) in human blood monocytes

in vitro European Journal of Medical Research Vol 03 Pp407-412 1998

Keynes RG Garthwaite J Nitric Oxide and its Role in Ischaemic Brain Injury

Current Molecular Medicine Vol 04 No02 Pp 179-191 2004

Kurtz B C Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura do estrato arboacutereo de um trecho de

Mata Atlacircntica situado na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Estadual de Paraiacuteso Municiacutepio de

Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia 51(78-79) Pp 69-112

2000

Lanccedilas F M Cromatografia em Fase Gasosa 1ordm ediccedilatildeo Acta Eventos Vol 01

Satildeo Carlos 1993

Lima I O Oliveira R A G Lima E O L Farias N M P Souza E L Atividade

antifuacutengica de oacuteleos essenciais sobre espeacutecies de Candida Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 16 No 02 Pp 197-201 2006

Lima M P Silva T M D Dilva J D Zoghbi M G Andrade E H Essential oil

composition of leaf and fine stem of Aniba canelilla (Kunth) Mez from Manaus Brazil

Acta Amazocircnica Vol 34 No02Pp 329 ndash 330 2004

136

Loacutepez S Bastida J Viladomat F Codina C Acetylcholinesterase inhibitory

activity oh some Amaryllidaceae alkaloids and Narcissus extratcts Life Sciences

Vol 71 No 21 Pp 2521-2529 2002

Lorenzi H Aacutervores Brasileiras ndash Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas

Arboacutereas Nativas do Brasil Vol2 2ordfediccedilatildeo Editora Plantarum Nova Odessa ndash SP

Pp 368 2002

Ma W W Anderson J E McLaughlin JL Bioactive Benzyl Benzoates from the

Roots of Endlicheria Dysodantha Pharmaceutical Biology Vol 29 No 3 Pp 237 ndash

239 1991

Maciel M A M Pinto A C Veiga Jr V F Plantas medicinais a necessidade de

estudos multidisciplinares Quiacutemica Nova Vol 25 No 3 Pp 429-438 2002

Madrintildeaacuten S Rhodosteonodaphne (Lauraceae) Flora neotropical Monografia 92

New York New York Botanical Garden 2004

Marques C A Importacircncia Econocircmica da Famiacutelia Lauraceae Floresta e Ambiente

Universidade Federal de Viccedilosa Vol 8 No1 JanDez Pp195-206 2001

Mclaughlin JL Saizarbitori TC Anderson JE Tres bioensayos simples para

quimicos de productos naturales Revista Sociedade Venezuelana de Quimica Vol

08 Pp13-18 1995

Meirelles U M F et al Algumas accedilotildees bioloacutegicas do 1-(p-metoxibenzil)-67-

metilenodioxiisoquinolina Acta Amazonica v 7 n 1 p 39-40 1979

Mensor L L Screening of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of

DPPH free radical method Phytotherapy Research Vol 16 Pp 127 2001

Menut C Bessieacutere J M Hassani M S Buchbauer G Schopper B Chemical

and biological studies of Ocotea comoriensis bark essential oil Flavour and

Fragrance journal Vol 17 Pp 459-461 2002

Meyer B N Ferrigni N R Putnam J E Jacobsen L B Nichols B McLaughlin

J L Journal of Medicinal Plant Research vol 45 Pp 31-34 1982

137

Miyazawa M Tougo H Ishihara M Inhibition of acetylcholinesterase activity by

essential oil from Citrus paradise Natural Product Letters Vol 15 No 03 Pp205-

210 2001

Moellering Jr RC Novos desafios no campo das doenccedilas infecciosas In

Patoacutegenos emergentes nas doenccedilas infecciosas Relatoacuterio Especial Hospital

Praacutectice Euromeacutedice Editora Meacutedicas Pp5-7 2000

Morais L C S L Barbosa-Filho J M Almeida R N Central depressant effects

of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice Journal of

Ethnopharmacology Vol 62 No 1 Pp 57-61 1998

Mossman T Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival application to

proliferation and cytotoxicity assays Journal of Immunological Methods Vol 65

No02 Pp 55-63 1983

Nodori RO Guerra MP Biodiversidade aspectos bioloacutegicos geograacuteficos legais

e eacuteticos In CMO Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento

Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16

Florianoacutepolis 2004

Nordberg J Arneacuter SJ Reactive oxygen species antioxidants and the mammalian

thioredoxin system Free Radical Biology and Medicine Vol 31 Pp1287-1312

2001

Nunes X P Mesquita R F Silva D A Lira D P Costa V C O Silva MV B

Xavier A L Diniz MF F M Agra M F Constituintes quiacutemicos avaliaccedilatildeo das

atividades citotoacutexica e antioxidante de Mimosa paraibana Barneby (Mimosaceae)

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18 (Supl) Pp 718-723 2008

Oliveira P A Estudo fitoquiacutemico e atividades bioloacutegicas de extratos de Goupia

glabra Aublet (cupiuacuteba) Dissertaccedilatildeo do Mestrado em Quiacutemica Universidade Federal

do Amazonas Pp 65-68 2010

Palazzo M C Agius B R Wright B S Haber W A Moriarity D M Setzer

W N Chemical Compositions and Cytotoxic Activities of Leaf Essential Oils of Four

138

Lauraceae Tree Species from Monteverde Costa Rica Records Natural Products

Vol 03 No01 Pp32-372009

Pereira P S Franccedila S C Oliveira P V A Breves C M S Pereira S I V

Sampaio S V Nomizo A Dias A D Chemical constituents from

Tabernaemontana catharinensis root bark a brief NMR review of iacutendole alkaloids

and in vitro cytotoxicity Quiacutemica Nova Vol 31 No 01 Pp 20-24 2008

Perry N S L Bollen C Perry E K Ballard C Salvia for dementia therapy

review of pharmacological activity and pilot tolerability clinical trial Pharmacology

biochemistry and behavior Vol 75 No 3 Pp 651-659 2003

Phillipson G W Anderson A C Journal Ethnopharmacol Vol 25 Pp 61 1998

acetylcholinesterase activity by essential oils of Mentha species Journal of

Agriculture and Food Chemistry Vol 46 Pp 3431-3434 1998

Pinto A C Silva D H S Bolzani V S Lopes N P Epifanio R A Produtos

Naturais Atualidade desafios e perspectivas Quiacutemica Nova Vol 25 Supl 01 Pp

45-61 2002

Quik M Jeyarasasingam G Nicotine receptor and Parkinsonrsquos disease European

Journal of Parkinsonrsquos disease Vol 393 Vol 1-3 Pp 223-230 1999

Quinet A Andreata R H P Lauraceae Jussieu na Reserva Ecoloacutegica de Macaeacute

de Cima municiacutepio de Nova Friburgo Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia vol53

No82 Pp59ndash121 Rio de Janeiro 2002

Rahalison L Hamburger M Monod M Frenk E Hostettmann K Antifungal

tests in phytochemical investigations comparison of bioautographic methods using

phytopatogenic and human pathogenic fungi Planta Meacutedica Vol60 Pp 41-44 1994

Rahimi-Nasrabadi M Gholivand M B Batooli H Chemical composition of the

essential oil from leaves and flowering aerial parts of Haplophyllum robstum

(Rutaceae) Journal of nanomaterials and biostructures Vol 4 No 4 Pp 819-822

2009

139

Rajendran V Shong Suo-Bao Saxena A Doctor B P Kozikowski A P

Synthesis of a hybrid analog of the acetylcholinesterase inhibitor huperzine A and

huperzine B Tetrahedron Letters Vol 42 No 01 Pp 5359-5361 2001

Rhee I K Van der Meent M Ingkaninan K Verpoorte R Screening for

acetylcholinesterase inhibitors from from Amararyllidaceae using silica gel thin-layer

chromatography in combination with bioactivity staining Journal of chromatography

A Vol 915 No1 Pp 217-223 2001

Ribeiro J E L S Hopkins M J G Vicentini A Sothers C A Costa M A da

S Brito J M Martins L H P Lohmann LG Assunccedilatildeo P A C L Pereira E

C Silva C F Mesquita M R Proacutescoacutepio L C Flora da Reserva Ducke Guia de

identificaccedilatildeo das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazocircnia

Central Pp 151 Manaus INPA 1999

Ribeiro RA Carmo LG Vladimorova I Jurkiewicz NH Jurkiewicz A

Nantenine blocks muscle contraction and Ca2+ transient induced by noradrenaline

and K+ in rat vas deferens European Journal of Pharmacology Vol 470 No 01 Pp

37-43 2003

Rizzini C T Mors W B Botacircnica Econocircmica Brasileira Editora EDUSP Satildeo

Paulo Pp 119 1976

Rizzini CT amp MorsWB Botacircnica econocircmica brasileira 2ed Acircmbito cultural Rio

de Janeiro Pp 56 1995

Robbers J E Speedie M K Tyler V E Farmacognosia farmacobiotecnologia

editor Premier Pp 163 Satildeo Paulo 1997

Rodriacuteguez M Hasegawa M Gonzaacutelez-Muacutejica F Motta N Castillo A Castillo

J Zea E Mora K Sousa A G Camejo D Antidiabetic and antiradical activities

of plants from Venezuelan Amazon Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18

No 03 Pp 331-338 2008

Rohwer JG Lauraceae In Kubitzki K Rohwer JG amp Bittrich V (Eds) The

families and genera of vascular plants Springer-Verlag Berlim Vol 2 Pp 366-391

1993

140

Rover Juacutenior L Houmlehr N F Vellasco A P Sistema antioxidante envolvendo o

ciclo metaboacutelico da glutationa associado a meacutetodos eletroanaliacuteticos na avaliaccedilatildeo do

estresse oxidativo Quimica Nova Vol 24 No 01 Pp 112-119 2001

Saacutenchez-moreno C A procedure to measure the antiradical efficiency of

polyphenols Journal of the Science of Food and Agriculture Vol 76No 02 Pp

270-276 1998

Sangirardi Jr Botacircnica fantaacutesticaplantas da mitologia religiatildeo magiaEd

Brasiliense Pp 113 ilust Satildeo Paulo 1984

Santos C C Estudo Quiacutemico de Endlicheria sericeae Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade Estadual de Campinas Instituto de Quiacutemica 1976

Santos R I Metabolismo baacutesico e origem dos metaboacutelitos secundaacuterios In CMO

Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade

UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

Santos-Filho D Gilbert B The alkaloids of Nectandra megapotamica

Phytochemistry v 14 p 821-822 1975

Silva D B Matos M F C Nakashita S T Misu C K Yoshida N C Carollo C

A Fabri J R MIglio H S Siqueira J M Isolamento e avaliaccedilatildeo da atividade

citotoacutexica de alguns alcaloacuteides oxoaporfiacutenicos obtidos de Annonaceae Quiacutemica

Nova Vol 30 No 08 Pp 1809-1812 2007

Silva I G Barbosa-Filho J M da Silva M S de Lacerda C D G da-Cunha

E V L Coclaurine from Ocotea duckei Biochemical Systematics and Ecology Vol

30No 9 Pp 881-883 2002

Silva J Abebe W Sousa SM Duarte VG Machado MIL Matos FJA

Analgesic and anti-inflammatory effects of essential oils of Eucalyptus Journal of

Ethnopharmacology Vol 89 No 02 Pp 277-283 2003

Silva L M G E Hamesrki L Garcez FR (PQ) Garcez WS Atividade larvicida

contra Aedes aegypti da Dicentrina isolada de Ocotea vellosiana (Lauraceae)

141

Sociedade Brasileira de Quiacutemica (SBQ) 31a Reuniatildeo Anual da Sociedade Brasileira

de Quiacutemica 2009

Silva R S Ribeiro C M R Borges M N Blois G S O Oacuteleo essencial de

limatildeo no ensino da cromatografia em camada delgada Quiacutemica Nova Vol32 No8

Pp 2234-2237 2009

Silva S L Chaar J S Figueiredo P M Yano T Cytotoxic evaluation of

essential oil from Casearia sylvestris Sw on human cancer cells and erythrocytes

Acta Amazocircnica Vol 38 No 01 Pp 107-112 2008

Silva S L Figueiredo P MYano T Cytotoxic evaluation of essential oil from

Zanthoxylum rhoifolium Lam Leaves Acta Amazocircnica Vol 32 No 02 Pp 281-286

2007

Simatildeo AM Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicoloacutegico Satildeo Paulo Nobel

1985

Simotildees CMO Spitzer V Oacuteleos Volaacuteteis In Simoes CMO Schenkel EP

Gosmann G Mello JC P Mentz LA Petrovick (orgs) Farmacognosia da planta

ao medicamento 5ordm ediccedilatildeo Universidade UFRGS Ed da UFSC Porto Alegre

p467 2004

Skehan P Storeng R Scudiero D Monks A McMahon J Vistica D Warren

J T Bodesch H Kenney S Boyd M R New Colorimetric Cytotoxicity Assay for

Anticancer-Drug Screening Journal of the national cancer institute Vol 82 No 13

Pp 1107-1112 1990

Soler-Rivas C Espın JC Wichers HJ 2000 An easy and fast test to compare

total free radical scavenger capacity of foodstuffs Phytochemistry Analysis Vol 11

Pp 1ndash9 2000

Souza C M M Rocha e Silva H Vieira-Jr G M Ayres M C C da Costa C L

S Arauacutejo D S Cavalcante L C D Barros E D S Arauacutejo P B M Brandatildeo M

S Chaves M H Fenoacuteis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais

Quiacutemica Nova Vol 30 No 02 Pp351-355 2007

142

Souza W M Estudo quiacutemico e das atividades bioloacutegicas dos alcaloacuteides indoacutelicos e

himatanthus lancifolius (muell arg) woodson apocynaceae ndash (agoniada) Tese

(Doutorado em Ciecircncias Farmacecircuticas) Universidade Federal do Paranaacute Curitiba

2008

Sulaiman S N Mukhtar M R Hadi A H A Awang K Hazni H Zahari A

Litaudon M Zaima K Morita H Lancifoliaine a New Bisbenzylisoquinoline from

the Bark of Litsea lancifolia Molecules Vol16Pp3119-3127 2011

Tabarrini O Cecchetti V Temperini A Filipponi E Lmperti M G Fravolini A

Velnacrine thia analogues as potential agents for treating alzheimeracutes Bioorganic

and Medicinal Chemistry Vol 09 No 11 Pp 2921-2928 2001

Takaku S Haber W A Setzer W Leaf essential oil composition of 10 species of

Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical Systematics and

Ecology Vol35 No08 Pp 525-532 2007

Takaku S Harber W A Setzer W N Leaf essential oil composition of 10 species

of Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical systematic and

ecology Vol35 Pp 525-532 2007

Telascrea M Arauacutejo CC Cavalheiro AJ Marques MOM Facanali R

Moraes PLR Essential oils from leaves of Cryptocarya spp from the atlantic rain

forest Quiacutemica Nova Vol 31 No 3 Pp 503-507 2008

Tiveron A P Atividade antioxidante e composiccedilatildeo fenoacutelica de legumes e verduras

consumidos no Brasil Dissertaccedilatildeo de mestrado em Ciecircncias e tecnologia de

alimentos Universidade de Satildeo Paulo Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de

Queirozrdquo 2010

Ur-Rahman A Parveen S S Khalid A Farroq A Choudhardr M I Acetyl and

butyrylcholinesterase ndash Inhibiting triterpenoid Phytochemistry Vol 58 No 6 Pp

963-968 2001

Vargas F de S Estudo comparativo entre teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de atividades

antioxidantes de espeacutecies de plantas da Amazocircnia Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Patologia Tropical Universidade Federal do Amazonas 2008

143

Vattimo-Gil I A O gecircnero Ocotea Aubl no sul do Brasil I Espeacutecies de Santa

Catarina e do Paranaacute Pp 265-350 1956

Verbel J O Cervera T G Fernandez J G Colorado B J Stashenko E

Chemical composition and antioxidant activity of essential oils isolated from

Colombian plants Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 20 No 4 2010

Viegas Jr C Bolzani V S Barreiro E J Os produtos Naturais e a quiacutemica

medicinal moderna Quiacutemica Nova Vol29 No 02 Pp 326-337 2006

Viegas Junior Bolzani V S Furlan M Fraga C A M Barreiro Produtos

Naturais como candidatos a faacutermacos uacuteteis no tratamento do mal de Alzheimer

Quiacutemica Nova Vol 27 No 4 Pp 655-660 2004

Vilegas J H Y Gottlieb O R Kaplan M A C Gottlieb H E Phytochemistry

Vol 28 No Pp 3577 1989

Wink M Physiology of secondary product formation in plants In CHARLWOOD B

V RHODES MJC (ed) Secondary products from plant tissue culture Oxford

Clarendon 1990

Wu W Huang C Sctructural Elucidation of Isoquinoline Isoquinolone

Benzylisoquinoline Aporphine and Phenanthrene Alkaloids using API-ionspray

Tandem Mass Sprectrometry The Chinese Pharmaceutical Journal Vol 58 Pp 51-

55 2006

Yilmaz Y Toledo R T Health aspects of functional grape seed constituents

Trends in Food Science and Technology Vol 15 No 9 Pp 422-433 2004

Zanin S M W Lordello A L L Alcaloacuteides aporfinoacuteides do gecircnero Ocotea

(Lauraceae) Quiacutemica Nova Vol 30 No 01 Pp 92-98 2007

Zauli R C Pereira M A Cardoso L G V Silva J M SF da Carvalho J C T

Fiorini J E Atividade antimicrobiana e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo Inibitoacuteria

miacutenima e concentraccedilatildeo bactericida miacutenima de Dillenia indica L (flor de abril) Gestatildeo

de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Seminaacuterio de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da UNIFENAS

2004

144

Zheng W Wang S Y Antioxidant Activity and Phenolic Compounds in Selected

Herbs Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 49 No 11 Pp 5165-5170

2001

Zhou B N Johnson R K Mattern MR Wang X Hecht S M Beck H T

Ortiz A Kingston D G J Isolation and Biochemical Characterization of a New

Topoisomerase I Inhibitor from Ocotea leucoxylon Journal of Natural Products

Vol63 No02 Pp 217-221 2000

Zoghbi M G B Andrade E H A Santos A S Silva M H L Maia G S

Constituintes volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae com ocorrecircncia na Floresta

Nacional de Caxiuanatilde ndash Melgaccedilo ndash PA CBO 014 - estaccedilatildeo cientiacutefica Ferreira Penna

2005

Zuanazzi J A S Montana J A Flavonoacuteides In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm

ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

1

AVALIACcedilOtildeES QUIacuteMICABIOLOacuteGICAS OacuteLEO ESSENCIAL PERFIL

ALCALOIacuteDICO PROSPECCcedilAtildeO

Oacutergatildeo vegetal

Antioxidante (μgmL)

Anti ACh

E

Artemia salina

(μgmL)

HCT ndash 8 ()

MDAMB-435 ()

SF-295 ()

Rend ()

Constituinte majoritaacuterio

iacuteons (M+1)

mz

Tipo de alcaloacuteide

Fenol Flavonoacuteide Alcaloacuteide

E citriodora Folhas 16101 - 8301 2896 723 1531 429

geranato de metila 23895

benziliso quiniliacutenico

- - -

Galhos Grossos 4278 + 10000 1632 4117 082 250

geranato de metila 30006 aporfiacutenico + - -

E sericeae

Folhas 977 - 90260 3756 389 4719 013 espatulenol 32995 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 5092 - 100011 3015 1791 2430 010

oacutexido de cariofileno 33009 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 1444 - 229766 2180 4639 773 011

oacutexido de cariofileno 32988 aporfiacutenico + - +

Cascas 1329 - 82381 NR NR NR 006 elemol 33009 aporfiacutenico + + +

O

ceanothifolia

Folhas 1812 - 134640 3556 1228 2798 011 oxido de

cariofileno 29992 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 1564 + 261600 NR NR NR 007

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Galhos Finos 1443 + 262121 NR NR NR 005

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Cascas 1017 - 134287 3273 5041 058 NR NR 31406 aporfiacutenico + - -

O leucoxylon

Folhas 5251 - 388560 3831 1247 3690 013 oxido de

cariofileno 37013 aporfiacutenico + - +

Galhos Grossos 5088 + 165150 2904 955 1188 005

beta-cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 8261 + 254856 1775 3872 2459 002

oxido de cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

O minor

Folhas 821 + 83040 2964 369 436 011 beta-

cariofileno 14389 triptamiacutenico + - +

Galhos Grossos 908 + 146791 7430 1251 7536 004

oacutexido de cariofileno 20507 NI + + +

Galhos Finos 731 + 230218 2220 514 1666 NR NR 20507 NI + + +

Cascas 757 - 243004 3341 419 414 006 oacutexido de

cariofileno 28558 benziliso

quiniliacutenico + + +

R recurva

Folhas 11046 - 129990 1834 520 541 006 beta-selineno 33016 aporfiacutenico - - -

Galhos Grossos 19826 - 38674 126 1106 801 002 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Galhos Finos 12538 - 211285 3183 771 2798 003 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Cascas 5511 - 24385 3041 1296 2703 004 beta-eudesmol NR NI - - +

R

crenaticupula

Folhas 7816 - 167512 3671 465 511 058 delta-cadineno 43691 NI - - +

Galhos Grossos 6701 - 471571 1194 3344 1012 002

aacutecido hexadecanoacuteico 28606

benziliso quiniliacutenico + - +

1

Anexos

2

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Folhas

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Desktop_110324154738 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 202E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

23895

36691

38791

17217

34192

2549830006 39505

2607919891 551014229116706 52224

567114350212107 59112 63914 7355369920 76710

Desktop_110322181603 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 288E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

30006

32988

34612

2960719205

26905 35396

36992

17714

19394 38413 55045522384370515096 61940 66119 68513 75737 78712

3

Espectro de massa de Endlicheria sericea Folhas

Espectro de massa de Endlicheria sericea Cascas

Desktop_110322160544_110322160544 1-12 RT 000-019 AV 12 NL 175E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32995

28592

30013

27416

6211519205

12191 34612 436982689114403452943620820794 51230 6430641507 54051 6193349452 68121 69920 74694

Desktop_110322171533 1-7 RT 001-011 AV 7 NL 549E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

28585

1918434591

2690520787

351932341217686

38420 43698 47093 6193349725 5913316524 64768 69150 75772 79377

4

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos finos

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos grossos

Desktop_110322193119 1-14 RT 000-023 AV 14 NL 167E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32988

28606

3000634619

19184

2080823391

27423 691086611235186

5223838406 550594532218981 61933 7031215082 75744

Desktop_110322190205 1-13 RT 001-022 AV 13 NL 638E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

32813

34192

3000627402

23412

4370535802

2159219184

619335571036012

59133527144970438119

4942441325

647334549717693

17511 7573769948 77732

5

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Galhos

Desktop_110324163345 1-31 RT 001-053 AV 31 NL 684E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

43691

27416

45287

31819

34605

30216

2341251223 61926

35319 54030203815916137405

64733484371918415075 66322 69115 75723

Desktop_110324160838 1-25 RT 000-042 AV 25 NL 106E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28606

33009

31385

20381

27472

1391334381

356132689819198 4371225680

6192641514 5912645322 5503817686 51706 62115

65734 69927 73742 78726

6

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos finos

Desktop_110322164317 1-11 RT 001-019 AV 11 NL 570E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33016

27423

19191

32813

31203

35606 6210843705

17707 619262650645294

15082 36236 59133522312462337398

21893647334290711589 49445

6633669934 74127

Desktop_110322202301 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 124E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3461228193

19205

32589

2678619387

20801 3560655514

69108

3581619009 45315 55038 661265083841906 56907

15089 64019 69612 74232 77529

7

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Folhas

Desktop_110322190322 1-21 RT 001-036 AV 21 NL 104E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3459132589

27402

19205

30013

3559917693 4371926506

36222 52259 550452087815103 6194049438 6372514403 69927 75758

Desktop_110322154038 1-22 RT 000-037 AV 22 NL 366E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

35795

34213

28298

38000274025504552259 6194039610

43712 59133 7153720892 4943826485 6352212086 19226 73735 78544

8

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Cascas

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos finos

Desktop_110324160707 1-18 RT 001-030 AV 18 NL 730E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

13899

31406

33002

30006

34605

2190715089

1809224882

29705

5793625106 5512241535

430825461136894 6072946925

66350 69948 73322 77851

Desktop_110322194703 1-14 RT 001-024 AV 14 NL 266E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

34591

31420

28284

2741635802

1920520808 38406 5504518687 522454371912093 61933 69108 75744 77739

9

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Folhas

Desktop_110322183118 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 118E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2999234605

31413

27409

43719 4529419401

2591119212

25701

5230836208 550454952217686 20787 619684131817490 64754 7592669115

Desktop_110322162056 1-12 RT 001-020 AV 12 NL 341E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

37013

32484

31084

27423

3861672314

26492 44601 70921

24595 5505952273400162179515089 69535 7411349473 6643456634 76542

10

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos grossos

Desktop_110322201310 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 330E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Re

lativ

e A

bu

nd

an

ce

36992

35592

32484

31084

72314

2929970914

3781126499

39386 445946950720878 53897 7393115082 40023 664066194045602 77340

Desktop_110322174442 1-11 RT 001-018 AV 11 NL 240E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

36992

35592

32505

72307

37195

7090731084

29285

37797

28088 3862326506

6952120878 6196144594 52245 55059 7391015089 76325

11

Espectro de massa de Ocotea minor Folhas

Espectro de massa de Ocotea Cascas

Desktop_110322165516 1-9 RT 001-015 AV 9 NL 321E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

14389

20507

17490

12086

23685

27430 346055225240933 5505242907 61947 7953866553 73721

Desktop_110322171506 1-9 RT 000-014 AV 9 NL 917E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28585

2999233009

2690534598

1920520801

372021870814389 22397 37797 43705 6194049501 52245 59119 65132 70032 72321 77550

12

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos grossos

Desktop_110322200126 1-16 RT 000-026 AV 16 NL 262E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

20507

14389

17511

25085

2350313192

2740931798 34605

4370538406 52238 79923619475504546715 64740 7368671530

Desktop_110322185001 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 178E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2050714389

3459117504 31609

23692 28585

13192

43705 5504536236 5223861926 64726 7574473126

13

14

Espectro de RMN 13C

15

Espectro de DEPT

16

rh

Espectro de HSQC

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,

ix

ABSTRACT

The family Lauraceae is one of the most important families in the Amazon

rainforest featuring an significant number of species with different uses due to the

quality of products naturalThe species this family are Chemically characterized by

the presence of alkaloids neolignans flavonoids terpenes and phenylpropanoids

This study contributes to the analysis of the chemical profile of the three genera

Endlicheria Ocotea and Rhodostemonodaphne about directing the investigations on

the chemical composition of extracts and essential oils contributing to the screening

of promising genera and species This work was carried out prospecting

phytochemical alkaloid profile analysis by thin layer chromatography (TLC) and

mass spectrometry of the ethanol extracts identification of the essential oil and

analysis of activities anticholinesterase antioxidant and cytotoxic of ethanolic

extracts of E citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R

recurva and R crenaticupula The species were collected in Reserva Ducke in

Manaus The material was separated to obtain essential oils and ethanolic extracts

These were analyzed for chemical biological activities and subjected to acid-base

partition to obtain enriched fractions of alkaloids The alkaloid profile was analyzed

by mass spectrometry and TLC with revealing specific The essential oils were

analyzed by GC-FID and GC-MS It was confirmed the high presence of alkaloids in

the genus Ocotea and low in species Endlicheria and Rhodostemonodaphne In

mass spectrometry the peaks mz 300 and 330 were present in most fractions and

may correspond to the type alkaloids Benzylisoquinolines and Aporphines The yields

of essential oils obtained by hydrodistillation in Clevenger modified ranged from

002 to 429 The specie Endlicheria citriodora was the highest yield 25 in the

branches and 43 in the leaves The Methyl geranate was the major constituent

(above 93) elucidated by GC-FID GC-MS RMN1H and RMN 13C The essential

oils from other species showed less than 1 yield and caryophyllene and its oxide

were the major constituents The antioxidant activity was assessed by sequestering

ability of the stable radical 22-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPHbull) using quercetin as

external standard expressed as effective concentration values (EC50) The extracts

of Ocotea minor presented the best antioxidant potential (EC50 = 731 plusmn 032 μg

mL) Qualitative analysis of anticholinesterase activity was performed according to

the method of Ellman (modified) with negative results for inhibiting the enzyme

acetylcholinesterase The branches of the three species of Ocotea were positive The

antitumor activity was evaluated against four cell lines (leukemia breast colon and

glioblastoma) by the method of Mossman None of the extracts tested showed

pronounced cytotoxic activity

Keywords Amazon forest Lauraceae alkaloid essential oil

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Laruraceae

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanas

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Figura 7 Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

Figura 8 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

Figura 9 Biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria

Figura 14 Estruturas isoladas de Endlicheria sericeae

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

Figura 20Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo

brasileira

Figura 21 Estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividade canceriacutegenas

derivadas de fontes vegetais

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

Figura 25 a 31 Placas cromatograacuteficas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de

Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

xi

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 01 Ciclo biossinteacutetico dos metaboacutelitos secundaacuterios

Esquema 02 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido

graxo insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido

lipiacutedico)

Esquema 03 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais

peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela

vitamina C originando o radical ascorbila

Esquema 04 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos

extratos e dos oacuteleos essenciais

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Tabela 02 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Tabela 4a Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol

Tabela 4b Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

Tabela 05 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e

flavonoacuteides

Tabela 06 Anaacutelise das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massas

Tabela 07 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares

de alcaloacuteides isolados em Lauraceae

Tabela 08 Rendimento dos oacuteleos essenciais ()

Tabela 09 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN (δ em ppm CDCl3 500MHz)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rhodostemonodaphne

recurva

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das

folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre

DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em

μgmL

Tabela 19 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Tabela 20 Resultado as avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina

xiii

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo16

2 Objetivos

21 Geral18

22 Especiacuteficos18

3 Revisatildeo da bibliograacutefica

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil19

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu22

321 Metaboacutelitos secundaacuterios 25

3211 Neolignanas28

3212 Alcaloacuteides32

3213 Flavonoacuteides35

3214 Terpenoacuteides e Fenilpropanoacuteides38

322 Gecircneros43

3221 Endlicheria Nees43

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki44

3223 Ocotea Aublet46

33 Atividades quiacutemicabioloacutegicas51

331 Atividades Antioxidantes 51

3311 Radicais Livres51

3312 Antioxidantes54

3313 Avaliaccedilatildeo das atividade Antioxidante utilizando radical livre DPPH56

332 Citotoxicidade 58

3321 Letalidade em Artemia salina Leach58

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais60

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase63

34 Meacutetodos cromograacuteficos67

341 Cromatografia em Camada Delgada68

342 Cromatografia Gasosa69

xiv

4 Metodologia

41 Coleta70

42 Obtenccedilatildeo dos extratos71

43 Prospecccedilatildeo72

431 Fenoacuteis72

432 Flavonoacuteides72

433 Alcaloacuteides72

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas73

441 Obtenccedilotildees da fraccedilatildeo alcaloiacutedica73

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD74

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por espectrometria de massa74

45 Oacuteleo essencial75

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo75

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais75

4521 Anaacutelise em CG-DIC75

4522 Anaacutelise em CG-EM76

4523 Anaacutelise por RMN76

453 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais76

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos78

461Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase78

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH78

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante79

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante79

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia Salina Leach81

464 Atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais 81

5 Resultados e discussatildeo83

51 Rendimento do extrato83

52 Prospecccedilatildeo Fitoquiacutemica84

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica86

531 Rendimento da Particcedilatildeo86

532 Anaacutelise por CCD87

533 Anaacutelise por espectrometria de massa96

54 Oacuteleo essencial101

xv

541 Rendimento101

5411 Endlicheria102

5412 Ocotea105

5413 Rhdostemonodaphne110

55 Atividades Quiacutemicabiologias114

551 Atividade antioxidante114

5511 Qualitativa116

5512 Quantitativa116

552 Atividade citotoacutexica121

5521 Letalidade em Artemia Salina121

5522 Citotoacutexica em ceacutelulas de linhagem tumoral121

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase122

6 Consideraccedilotildees finais 125

7 Referecircncias bibliograacuteficas 127

8 Anexos146

16

INTRODUCcedilAtildeO

As plantas constituem uma das mais importantes fontes de substacircncias

quiacutemicas orgacircnicas apresentando variadas classes com interesses cientiacuteficos

devido agraves suas propriedades bioloacutegicas e quiacutemicas Na busca por novos faacutermacos

os produtos naturais destacam-se pela diversidade estrutural e assim as plantas

satildeo candidatas importantes para a prospecccedilatildeo de novos compostos bioativos

(Giordani et al 2008)

Verifica-se que a Amazocircnia mesmo possuindo uma grande diversidade

bioloacutegica apresenta poucos estudos em relaccedilatildeo agrave quantidade de espeacutecies

presentes nas florestas (Nodori amp Guerra 2004)

A famiacutelia Lauraceae destaca-se na Floresta Amazocircnica pelo endemismo e uso

econocircmico em virtude da boa qualidade da madeira do alto valor comercial que

alcanccedilam seus oacuteleos essenciais (Quinet amp Andreata 2002) e da presenccedila de uma

importante classe de metaboacutelitos que satildeo os alcaloacuteides responsaacuteveis por diversas

atividades terapecircuticas Mais de 400 alcaloacuteides jaacute foram identificados em 189

espeacutecies de Lauraceae Segundo Zanin e Lordello (2007) cerca de 54 alcaloacuteides

aporfinoacuteides com pronunciada bioatividade foram isolados no gecircnero Ocotea Dentre

as atividades bioloacutegicas mais citadas pode-se destacar a capacidade antioxidante

atividade antiinflamatoacuteria analgeacutesica e cardiovascular

Lauraceae apresenta espeacutecies utilizadas em grande escala como o abacate

(Persea americana) a canela (Cinnamomum verum) e espeacutecies aromaacuteticas

utilizadas para perfumaria como as extraiacutedas de canela-sassafraacutes (Ocotea odoriacutefera)

e pau rosa (Aniba rosaeodora) sendo dessa forma utilizada internacionalmente

17

Considerando as pesquisas em isolamento de compostos bioativos e a

importacircncia da famiacutelia Lauraceae na Floresta Amazocircnica uma pesquisa sobre

espeacutecies desta famiacutelia que ainda natildeo foram analisadas cientificamente torna-se

importante para a investigaccedilatildeo de novas substacircncias presentes nos extratos e na

composiccedilatildeo quiacutemica de oacuteleos essenciais Neste trabalho seratildeo analisadas sete

espeacutecies de Lauraceae distribuiacutedas em trecircs gecircneros Endlicheria Ocotea e

Rhodostemonodaphne visando desvendar parte da imensa diversidade bioloacutegica da

floresta Amazocircnica e buscando a possibilidade de serem observadas atividades

bioloacutegicas pronunciadas

18

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Descrever a composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais e atividades quiacutemicas

e bioloacutegicas de extratos etanoacutelicos de espeacutecies da famiacutelia Lauraceae

22 Objetivos especiacuteficos

Verificar a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes de meacutetodos de prospecccedilatildeo dos

extratos etanoacutelicos comparando os diferentes extratos das plantas

estudadas

Analisar o perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas atraveacutes de espectrometria de massa

Analisar o perfil cromatograacutefico (CG-DIC e CG-EM) dos oacuteleos essenciais das

cascas folhas e galhos das sete espeacutecies

Verificar as atividades inibidora da enzima acetilcolinesterase antioxidante

frente ao radical livre DPPH e citotoacutexica sobre Artemia salina e ceacutelulas de

linhagem tumoral dos extratos etanoacutelicos

19

3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

31 Produtos Naturais e a diversidade bioloacutegica no Brasil

A natureza tem produzido a maioria das substacircncias orgacircnicas conhecidas

Dentre os diversos reinos da natureza o reino vegetal eacute o que tem contribuiacutedo de

forma mais significativa para o fornecimento de metaboacutelitos secundaacuterios muitos

destes de grande valor agregado devido As suas aplicaccedilotildees como medicamentos

cosmeacuteticos alimentos e agroquiacutemicos (Phillipson amp Anderson 1998)

A espeacutecie humana se aproveita de uma fraccedilatildeo muito pequena das plantas com

as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra O reino vegetal

ainda permanece como uma grande incoacutegnita cujos misteacuterios comeccedilam a serem

desvendados Natildeo pode existir vida na terra sem a presenccedila de plantas e estudaacute-

las sob qualquer que seja a oacutetica cientiacutefica eacute parte do domiacutenio da quiacutemica de

Produtos Naturais (Pinto et al 2002)

Os produtos naturais satildeo utilizados desde tempos imemoriais na busca por

aliacutevio e cura de doenccedilas pela ingestatildeo de ervas e folhas talvez tenha sido uma das

primeiras formas de utilizaccedilatildeo de produtos naturais A natureza sempre despertou

no homem um fasciacutenio encantador natildeo soacute pelos recursos oferecidos para sua

alimentaccedilatildeo e manutenccedilatildeo mas por ser sua principal fonte de inspiraccedilatildeo e

aprendizado (Viegas Jr amp Bolzani 2006)

Ao longo do tempo a humanidade selecionou apenas cerca de 300 plantas

para a alimentaccedilatildeo e de um pouco mais de uma centena obteve princiacutepios ativos

puros para o tratamento de doenccedilas Estes nuacutemeros satildeo bem modestos quando se

estaacute diante de um universo superior a 250000 espeacutecies de plantas superiores

20

Verifica-se que as atividades da fitoquiacutemica podem contribuir significativamente

para a concretizaccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel de um paiacutes atraveacutes da

investigaccedilatildeo da flora da divulgaccedilatildeo e geraccedilatildeo de novos conhecimentos e da

formaccedilatildeo de recursos humanos qualificados (Braz Filho 2010)

A preocupaccedilatildeo com a busca de aplicaccedilatildeo para as moleacuteculas isoladas de

fontes naturais atraveacutes do seu uso como modelos quiacutemicos para a induacutestria eacute uma

nova tendecircncia que enfatiza a realizaccedilatildeo de trabalhos em colaboraccedilatildeo O valor

potencial da biodiversidade brasileira encarada como fonte de produtos de alto valor

agregado requer poliacuteticas que garantam a sua exploraccedilatildeo de forma racional (Pinto

et al 2002)

Estima-se a existecircncia de 250000 espeacutecies de plantas superiores Cerca de

80 da populaccedilatildeo dos paiacuteses subdesenvolvidos e em desenvolvimento continuam

completamente dependentes da medicina caseira utilizando vegetais para as

necessidades primaacuterias de sauacutede Tem sido estimado que somente de 5-15 destas

espeacutecies foram investigadas restando uma fonte natural de inuacutemeros organismos

vivos contendo significativo nuacutemero de substacircncias ineacuteditas e forte potencial de

produtos naturais bioativos incluindo-se fontes de mateacuterias-primas para o

desenvolvimento de novos faacutermacos (Braz Filho 2010)

A magnitude da biodiversidade brasileira natildeo eacute conhecida com precisatildeo tal a

sua complexidade estimando-se a existecircncia de mais de dois milhotildees de espeacutecies

distintas de plantas animais e microorganismos (Nodari amp Guerra 2004)

Soacute um trabalho cientiacutefico integrado de todos os grupos existentes no paiacutes

poderaacute num tempo limite propiciar o conhecimento real da diversidade quiacutemica dos

ambientes tropicais e auxiliar nos estudos futuros sobre o perfil metaboacutelico e

21

associaccedilotildees com perfil macromolecular das espeacutecies de interesse de nossa biota

(Pinto et al 2002)

Nesse contexto a varredura dos extratos brutos antes do isolamento eacute uma

metodologia que auxilia no direcionamento das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a

composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo para a triagem de gecircneros e

espeacutecies promissoras Esse perfil caracteriza o grupo de pesquisa Q-Bioma um

grupo de pesquisa fitoquiacutemico da Universidade Federal do Amazonas que visa

inicialmente analisar o perfil dos extratos para posteriormente selecionar as fraccedilotildees

de interesse

22

32 Famiacutelia Lauraceae Jussieu

A famiacutelia Lauraceae eacute apontada no Brasil como uma das mais representativas

tanto em nuacutemero de indiviacuteduos quanto em riqueza de taacutexons nos inventaacuterios

floriacutesticos e fitossocioloacutegicos realizados em aacutereas de florestas bem preservadas do

paiacutes (Vattimo-Gil1959 Kurtz 2000) sendo considerada uma das famiacutelias mais

primitivas pertencentes agrave divisatildeo Magnoliophyta ( Marques et al 2001) Possuem

distribuiccedilatildeo pan tropical sendo bem representadas na Ameacuterica Aacutesia Tropical

Austraacutelia e Madagascar e no sul da Aacutefrica conforme a figura 1 Possuem cerca de

50 gecircneros e 2500 espeacutecies sendo que no Brasil existem cerca de 400 espeacutecies

distribuiacutedas em 25 gecircneros contribuindo assim com cerca de 16 do total dessas

espeacutecies (Barroso et al 2002) Nas Ameacutericas ocorrem cerca de 29 gecircneros e 900

espeacutecies A famiacutelia eacute frequumlente em florestas tropicais com algumas espeacutecies

habitando grandes altitudes mas a grande diversidade ocorre em terras baixas da

Amazocircnia e Ameacuterica Central (Rohwer 1993)

Figura 1 ndash Mapa da distribuiccedilatildeo geograacutefica da famiacutelia LauraceaeFONTE Missouri Botanical Garden

A famiacutelia Lauraceae eacute uma das que apresenta maior importacircncia econocircmica em

todo o mundo com um nuacutemero expressivo de espeacutecies que apresentam uma grande

diversidade de usos com destaque para as que possuem utilizaccedilatildeo medicinal e na

23

induacutestria sendo utilizada na culinaacuteria na fabricaccedilatildeo de papel marcenaria e

construccedilatildeo civil na induacutestria quiacutemica e na medicina popular (Marques 2001)

O potencial econocircmico das espeacutecies dessa famiacutelia eacute conhecido desde os

tempos remotos atraveacutes de documentos da China de 2800 aC onde jaacute era

empregado o oacuteleo de Cinnamomum camphora (L) JPresl e de outras espeacutecies

deste gecircnero na medicina (Sangirardi Jr 1984) Segundo Quinet (2002) as folhas

de Laurus nobilis L o loureiro eram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para

confeccionar coroas com as quais se homenageavam guerreiros e atletas

vitoriosos e estatildeo entre os condimentos mais conhecidos da culinaacuteria de todo o

mundo Os primeiros registros relativos agrave utilizaccedilatildeo das espeacutecies desta famiacutelia

influenciaram o nome de muitos gecircneros que fazem uma alusatildeo agravequela eacutepoca como

o gecircnero Phoebe que tem seu nome relacionado ao deus Apolo e Laurus L que vecircm

do celta ldquolausrdquo e significa louvor em grego (Barroso et al 2002)

A casca ou o fruto de algumas espeacutecies satildeo usadas como condimentos (

Dicypellium caryophyllaceum) ou para fazer chaacute (Licaria puchury-major e Aniba

canelilla) Espeacutecies utilizadas em grande escala satildeo o abacate (Persea americana)

a canela (Cinnamomum verum) e o louro (Laurus nobilis) A madeira de Lauraceae eacute

amplamente explorada em diversas regiotildees Na Amazocircnia a itauacuteba (Mezilururs spp)

eacute a madeira preferida para construccedilatildeo de embarcaccedilotildees devido a sua alta

durabilidade e resistecircncia Diversas outras espeacutecies constituem o principal produto

madeireiro comercializados em Manaus sob o nome de ldquolourordquo (Ribeiro et al 1999)

O alto valor econocircmico das espeacutecies tem levado a uma exploraccedilatildeo crescente

ao longo dos anos (Marques 2001) O interesse econocircmico nos oacuteleos essenciais eacute

devido ao uso induacutestrial podendo-se destacar espeacutecies dos gecircneros Ocotea

24

Nectandra e Aniba conhecidas popularmente como canelas loureiros e pau-rosa

respectivamente (Ribeiro et al 1999)

A extraccedilatildeo de linalol principal componente do oacuteleo essencial de Aniba

rosaeodora Ducke utilizado como fixador na induacutestria de perfumes segundo Rizzini

e Mors (1995) deu-se inicialmente como subproduto da induacutestria de cacircnfora no

Japatildeo devido o mesmo ser um componente do oacuteleo volaacutetil da madeira canforeira

Em 1925 descobriu-se em Juriti Velho (Paraacute) a aacutervore conhecida na regiatildeo como

pau-rosa Este nome popular refere-se ao odor da madeira a qual quando

recentemente cortada exala delicado perfume Verificou-se em seguida que tal

cheiro era devido ao oacuteleo essencial desta madeira que encerra linalol como

componente principal Desde entatildeo se desenvolveu naquela localidade uma

induacutestria extrativa para a obtenccedilatildeo do mencionado oacuteleo Esta induacutestria tomou tal

vulto que figurou durante muitos anos entre as mais proacutesperas da Amazocircnia Ainda

na deacutecada de 1960 produziam-se entre 300 e 400 toneladas de oacuteleo essencial de

pau-rosa por ano sacrificando para tanto 50000 toneladas de madeira

A exploraccedilatildeo de Aniba rosaeodora Ducke fez com que essas espeacutecies fossem

levadas proacuteximas a extinccedilatildeo devido o oacuteleo essencial de pau-rosa localizar-se no

terceiro lugar na pauta de exportaccedilatildeo da regiatildeo Amazocircnica cabendo a borracha e agrave

castanha o primeiro e o segundo lugares respectivamente (Marques 2001)

As espeacutecies da famiacutelia Lauraceae principalmente pertencentes aos gecircneros

Nectranda Licaria Ocotea e Aniba apresentaram um novo grupo de compostos

secundaacuterios As neolignanas descobertas por um dos consolidadores da fitoquiacutemica

brasileira o professor Otto Gottlieb na deacutecada de 1970 ( Gottlieb amp Yoshida1978)

apresentam muitas atividades bioloacutegicas entre elas a atividade antitumoral

25

321 Principais Metaboacutelitos secundaacuterios encontrados em Lauraceae

Daacute-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaccedilotildees quiacutemicas que

continuamente estatildeo ocorrendo em cada ceacutelula A presenccedila de enzimas especiacuteficas

garante certa direccedilatildeo a essas reaccedilotildees estabelecendo o que se denomina de rotas

metaboacutelicas Essas reaccedilotildees visam primariamente ao aproveitamento de nutrientes

para satisfazer as exigecircncias fundamentais da ceacutelula energia (derivada basicamente

de ATP) poder redutor (NADPH) e biossiacutentese das substacircncias essenciais agrave sua

sobrevivecircncia (macromoleacuteculas celulares) (Santos 2004)

De acordo com a teoria evolucionista todos os seres vivos derivam de um

precursor comum do qual conservam algumas caracteriacutesticas Os processos

essenciais agrave vida e comuns aos seres vivos tecircm sido definidos como metabolismo

primaacuterio Basicamente todos os organismos convivem com os mesmos tipos de

metaboacutelitos primaacuterios e segundo Gottlieb et al (1996) os metabolismos primaacuterios

satildeo reaccedilotildees fornecedoras de mateacuterias primas e de energia para a formaccedilatildeo dos

metaboacutelitos secundaacuterios designados especiais

Vegetais microorganismos e em menor escala animais apresentam todo um

arsenal metaboacutelico (enzimas coenzimas e organelas) capazes de produzir

transformar e acumular inuacutemeras outras substacircncias natildeo necessariamente

relacionadas de forma direta agrave manutenccedilatildeo da vida do organismo produtor Nesse

grupo encontram-se substacircncias cuja produccedilatildeo e acumulaccedilatildeo estatildeo restritas a um

nuacutemero limitado de organismos com bioquiacutemica e metabolismo especiacuteficos e

uacutenicos caracterizando-se como elementos de diferenciaccedilatildeo e especializaccedilatildeo (Wink

1990)

26

Os metaboacutelitos secundaacuterios satildeo conhecidos como metaboacutelitos especiais cujos

produtos embora natildeo necessariamente essenciais para o organismo produtor

garantem vantagens para sua sobrevivecircncia e para a perpetuaccedilatildeo de sua espeacutecie

em seu ecossistema (Santos 2004)

Os metaboacutelitos especiais satildeo especiacuteficos das espeacutecies e participam das

interaccedilotildees intra e intercelular do proacuteprio organismo ou com ceacutelulas de outros

organismos atuam em processos vitais como mediadores em interaccedilotildees ecoloacutegicas

como por exemplo a defesa contra herbiacutevoros e microorganismos a proteccedilatildeo contra

raios UV atraccedilatildeo de polinizadores ou animais dispersores de sementes e em

interaccedilotildees alelopaacuteticas ( Santos 2004 Cechinel Filho amp Bresolin 2003)

Embora classificadas como sendo ou do metabolismo primaacuterio ou do especial

as reaccedilotildees bioquiacutemicas natildeo ocorrem independentemente em um mesmo produtor

Alteraccedilotildees no primeiro podem afetar profundamente o segundo e embora o reverso

natildeo seja verdadeiro Aleacutem disso muitos metaboacutelitos especiais satildeo formados por

sequumlecircncia de reaccedilotildees anaacutelogas agravequelas do metabolismo primaacuterio Portanto a linha

divisoacuteria entre metabolismo primaacuterio e especiais natildeo eacute niacutetida (Dewick 2002) No

esquema 1 pode ser visualizada a origem de todos os metaboacutelitos especiais a partir

do metabolismo da glicose por meio de intermediaacuterios principais o aacutecido chiquiacutemico

e o acetato

De forma geral os mais importantes grupos de metaboacutelitos secundaacuterio vegetal

citam-se tradicionalmente os alcaloacuteides os terpenoacuteides e os flavonoacuteides Verifica-se

na famiacutelia Lauraceae a prevalecircncia de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados

nos oacuteleos essenciais alcaloacuteides e neolignanas encontrados nos extratos

27

Esquema 01 Via biossinteacutetica dos metaboacutelitos especiais Fonte Santos 2004

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente por apresentar em sua

composiccedilatildeo alcaloacuteides isoquinoliacutenicos indoacutelicos e triptofanicos (Figura 2) Dentre os

alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo grande e ainda em

expansatildeo comumente encontrado nas mais diversas espeacutecies de Lauraceae

Figura 2 Alcaloacuteides encontrados em Lauraceae

28

3211 Neolignanas

As lignanas satildeo substacircncias que se depositam nas paredes das ceacutelulas

vegetais conferindo a estas notaacutevel rigidez Constituem de 15-35 da mateacuteria seca

dos troncos das gimnospermas e angiospermas aleacutem de serem constituintes da

parede celular de tecidos associados a caule folha e raiz de todas as plantas

vasculares A quantidade de lignanas existentes na superfiacutecie da terra eacute imensa

inferior apenas agrave quantidade de carboidratos Dada esta importacircncia compreende-

se facilmente porque a ocorrecircncia funccedilatildeo formaccedilatildeo estrutura reaccedilotildees e a

utilizaccedilatildeo de lignanas recebem tanta atenccedilatildeo (Barbosa Filho 2004)

As lignanas satildeo macromoleacuteculas poliacutemeros de unidades baacutesicas de n-

propilbenzenos C6-C3 que satildeo ligadas pelo carbono β de suas cadeias laterais (C3)

Satildeo diacutemeros formados atraveacutes do acoplamento oxidativo de alcooacuteis cinamiacutelicos

entre si ou destes com aacutecidos cinacircmicos Esse termo criado em 1942 por Haworth

se prestava muito bem para as poucas substacircncias descritas agravequela eacutepoca

Estruturalmente os dois resiacuteduos n-propilbenzecircnicos apresentam o carbono gama

(C-9) oxigenado (Gottlieb ampYoshida 1984)

As neolignanas (do grego neacuteos = novo moderno) surgiram por causa da

crescente variabilidade estrutural em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo de Haworth que ficou

limitada Isso fez com que Gottlieb em 1978denominasse os diacutemeros oxidativos de

alilfenoacuteis ou de propenilfenoacuteis entre si ou cruzados e natildeo apresentam o carbono

gama (C-γ) oxigenado de neolignanas (Barbosa Filho 2004 Gottliteb 1984)

O processo geral de biossiacutentese dos lignoacuteides (neolignana e lignana) eacute

mostrado a seguir na figura 3 envolvendo os metaboacutelitos primaacuterios finais da via

metaboacutelica do chiquimato Lignoacuteide eacute uma designaccedilatildeo geneacuterica que caracteriza

micromoleacuteclulas cujo esqueleto eacute formado exclusivamente pelo grupo fenilpropacircnico

29

(C6-C3)n sendo n restrito a poucas unidades123 etc As lignanas apresentam

como precursores monomeacutericos aacutecidos cinacircmicos ou alcooacuteis cinacircmicos enquanto as

neolignanas apresentam como precursores monomeacutericos propenilbenzenos ou

alilbenzenos (Barbosa Filho 2004)

Figura 3 biossiacutentese das lignanas e das neolignanasFonte Barbosa Filho 2004

As Lignanas e neolignanas desempenham importante papel na defesa das

plantas atuando como agentes antimicrobianos antifuacutengicos e insetiacutefugos As

neolignanas acumulam em madeiras como resposta a ferimentos mecacircnicos ou ao

ataque de microorganismos e que exibem propriedades de defesa contra insetos

Por terem atividade antitumoral e antiviral as neolignanas despertam grande

interesse farmacoloacutegico (Robbers et al 1997) A figura 04 mostra os tipos

estruturais das neolignanas mais representativos e sua designaccedilatildeo de acordo com

trabalhos de revisatildeo de Gottlieb (1978) e Gottlieb e Yoshida (1984)

30

Figura 4 Esqueletos claacutessicos de neolignanas Fonte Barbosa Filho 2004

As lignanas satildeo soluacuteveis em solvente apolares tais como eacuteter de petroacuteleo e

anaacutelogos principalmente se a porccedilatildeo do anel estiver metoxilada como acontece na

maioria das vezes As neolignanas geralmente se apresentam como oacuteleos de alta

viscosidade e apresentam meacutedia polaridade (Barbosa Filho 2004)

Esqueletos de Neolignanas

2

3

4

5

6

78

9

1

O O

O

O

O O

O

diarilbutano (88) aritetralina (8867) dibenzocicloctano (2288)

benzofurano (70481) benzofurano (70483) futoenona (8179608)

diidrodieugenol (33) diarilciclobutano (7788) furofurano (70788)

ariloxiarilpropano (804) benzodioxano (703804) bicicloctano (8175)

31

No Brasil o grupo de pesquisa liderado pelo professor Otto Gottlieb contribuiu

significativamente para o conhecimento da quiacutemica das neolignanas A famiacutelia

Lauraceae foi a mais estudada principalmente os gecircneros Aniba Licaria Nectandra

e Ocotea com quase duas centenas de substacircncias ineacuteditas registradas na

literatura Numa avaliaccedilatildeo aproximada jaacute foram isoladas por volta de 700 lignoacuteides

dos quais 270 satildeo neolignanas (figura 5) (Barbosa Filho 2004)

Figura 5 Exemplos de neolignanas encontradas em Lauraceae

O

CH3

Ar

CH2

O

CH3

O O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

O

CH3

Ar

O

CH3

O

CH2

OCH3

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

CH3

O

OH

CH2

CH3

Ar

OH

O

O

CH3

CH3

Ar

CH2

AcO

O

CH3

O

CH3

O

O

CH3

32

3212 Alcaloacuteides

O isolamento das primeiras substacircncias puras do reino vegetal ocorreu no

Seacuteculo XIX Este seacuteculo caracterizou-se pelos trabalhos de extraccedilatildeo principalmente

de aacutecidos orgacircnicos e de bases orgacircnicas as quais mais tarde receberam a

denominaccedilatildeo de alcaloacuteides (Almeida et al 2009)

Os extratos de plantas contendo alcaloacuteides satildeo utilizados como medicamentos

venenos e poccedilotildees maacutegicas desde os primoacuterdios da civilizaccedilatildeo Desta maneira eacute

difiacutecil estabelecer a origem correta da descoberta destas substacircncias Registros

indicam que o oacutepio era utilizado pelos Sumeacuterios haacute 4000 anos aC devido as suas

propriedades soporiacuteficas e analgeacutesicas (Hostettman et al 2003)

Satildeo compostos nitrogenados que tecircm na sua estrutura aleacutem de carbono e

hidrogecircnio usualmente tambeacutem oxigecircnio Sua basicidade tiacutepica eacute no entanto muito

variaacutevel pois depende dos agrupamentos adjacentes ao nitrogecircnio Quando o

nitrogecircnio pertence a uma amida por exemplo a presenccedila da carbonila torna o

alcaloacuteide praticamente neutro Satildeo encontrados predominantemente nas

angiospermas e em menor extensatildeo em microorganismos e animais ( Dewick 2002

Henriques et al 2004 Cunha et al 2005)

A presenccedila de alcaloacuteides pode ser assinalada em ampla gama de atividades

bioloacutegicas como analgeacutesicos e narcoacuteticos (morfina codeiacutena) estimulantes SNC

(estricnina brucina) elevaccedilatildeo na pressatildeo sanguiacutenea (efedrina) ou queda da

hipertensatildeo arterial (reserpina) Na verdade os alcaloacuteides satildeo capazes de exercer

diversas de atividades fisioloacutegicas (Robbers et al 1997) Alguns exemplos de

alcaloacuteides satildeo apresentados na figura 6

33

Figura 6 Estrutura de alguns alcaloacuteides

Os alcaloacuteides assim como outras aminas formam sais duplos com compostos

de mercuacuterio ouro platina e outros metais pesados Esses sais duplos em geral satildeo

obtidos como precipitados e muitos deles satildeo caracteriacutesticos em microcristalografia

Os reagentes alcaloiacutedicos comuns satildeo o de Wagner (iodo em iodeto de potaacutessio) de

Mayer (cloro-iodo mercurato de potaacutessio) e Dragendorff (iodo bismutato de potaacutessio)

(Robbers et al 1997)

Os alcaloacuteides podem ser classificados de acordo com sua origem biossinteacutetica

ou seja de acordo com a estrutura que conteacutem nitrogecircnio em pirrolidino piperidino

quinolino indol entre outros A maioria deriva de aminoaacutecidos alifaacuteticos aromaacuteticos

como a fenilalanina ou a tirosina ou do triptofano (Dewick 2002)

A famiacutelia Lauraceae caracteriza-se quimicamente pela ocorrecircncia frequumlente de

alcaloacuteides sendo predominante a ocorrecircncia de alcaloacuteides indoliziacutenico

benzilisoquinoliacutenico triptamiacutenico e aporfinoacuteides (Cordell et al 2001) Na figura 7

verifica-se a rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos

34

NH2

O

OH

OH

L-tirosina

NH2OH

O

O

OH

OH

- CO2

PLP

PLP

transaminaccedilatildeo

Tiramina 4-hidroxif enil aacutecido piruacutev ico

O - CO2

NH2

CH3

CH3

OH

OH

Dopamina 4-hidroxif enilacetaldeiacutedo

Reaccedilatildeo de Mannich

NHOH

OH

H

OH

S - coclaurina

SAMNH

OH

OH

H

OCH3

S - coclaurina

SAM

NOH

OH

H

OCH3

CH3

S - N-metilcoclaurina

NOH

OH

H

OCH3

CH3

OH

S - 3-hidroxi-N-metilcoclaurina

SAM

NOH

H

OCH3

CH3

OH

O

CH3

S - reticulina

O

NO

H

OCH3

CH3

O

CH3 O

NOH

H

OCH3

CH3

O

CH3 OH

aporf inas

protobuberinas

benzof enantridinas

PLP = py ridoxal 5-phosphate

SAM = S- adenosy l methione

Figura 7 - Rota biossinteacutetica dos alcaloacuteides benziltetrahidroisoquinoliacutenicos Fonte Dewick 2002

35

213 Flavonoacuteides

Os flavonoacuteides representam um dos grupos fenoacutelicos mais importantes e

diversificados entre os produtos de origem natural Essa classe de compostos eacute

amplamente distribuiacuteda no reino vegetal e sua presenccedila parece estar relacionada

com funccedilotildees de defesa (proteccedilatildeo contra raios ultravioletas accedilotildees antifuacutengica e

antibacteriana) e de atraccedilatildeo de polinizadores (Zuanazzi amp Montanha 2004)

De forma geral satildeo moleacuteculas de baixo peso molecular caracterizados por

apresentarem dois nuacutecleos fenoacutelicos ligados por uma cadeia de trecircs carbonos A

estrutura baacutesica dos flavonoacuteides consiste num nuacutecleo flavano constituiacutedo de quinze

aacutetomos de carbono arranjados em trecircs aneacuteis (C6-C3-C6) sendo dois aneacuteis fenoacutelicos

(ou metoxilados) substituiacutedos (A e B) e um pirano (cadeia heterociacuteclica C) acoplado

ao anel A (Figura 8) (Cunha et al 2005)

Figura 08 Estrutura baacutesica dos flavonoacuteides

As vaacuterias classes de flavonoacuteides diferem no niacutevel de oxidaccedilatildeo e no modelo de

substituiccedilatildeo da cadeia heterociacuteclica C Algumas classes de flavonoacuteides de interesse

satildeo flavonas flavonoacuteis flavanonas flavan-3-ol isoflavonas antocianidinas e

flavanolol (Di Carlo et al 1999)

O esqueleto baacutesico dos flavonoacuteides resulta de rotas biossinteacuteticas separadas a

do aacutecido chiquiacutemico e a do acetato via aacutecido malocircnico A primeira origina

36

fenilalanina o precursor do aacutecido cinacircmico que por sua vez origina o aacutecido

cumaacuterico responsaacutevel por um dos aneacuteis aromaacuteticos (anel B) e a ponte de trecircs

carbonos A segunda resulta no outro anel aromaacutetico (anel A) do esqueleto baacutesico

dos flavonoacuteides (Dewick 2002 Santos 2004) (Figura 9)

Figura 9 biossiacutentese geral dos flavonoacuteides

37

Flavonoacuteides geralmente ocorrem em plantas como derivados glicosilados

contribuindo para a coloraccedilatildeo do azul do vermelho e do laranja nas folhas flores e

frutos Tambeacutem estatildeo associados com diferentes propriedades bioloacutegicas Foram

atribuiacutedas diferentes funccedilotildees na natureza a vaacuterios flavonoacuteides compostos

antimicrobianos produtos do estresse de metaboacutelitos ou moleacuteculas sinalizadoras

(Robbers et al 1997)

38

3214 Terpenoacuteides e fenilpropanoacuteides

Ao longo da evoluccedilatildeo as espeacutecies vegetais desenvolveram vias metaboacutelicas

que lhes permitiam sintetizar uma grande diversidade de metaboacutelitos especiais

Entre esses metaboacutelitos incluem-se alguns compostos de baixo peso molecular que

volaacuteteis satildeo percebidos pelo sistema olfativo como substacircncias dotadas de aromas

sendo usualmente designados como compostos aromaacuteticos As plantas que os

produzem e acumulam em quantidades apreciaacuteveis satildeo por isso denominadas

plantas aromaacuteticas (Cunha et al 2005)

Estas substacircncias volaacuteteis e odoriacuteferas produzidas em misturas complexas

satildeo geralmente lipofiacutelicas e liacutequidas que podem ser isoladas na forma de um oacuteleo

denominado oacuteleo essencial (Simotildees amp Spitzer 2004)

Os componentes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais podem ser divididos em duas

grandes classes com base na biossiacutentese que lhes deu origem (1) derivados de

terpenoacuteides formados atraveacutes da via aacutecido mevalonato-acetato via fosfato

desoxixilulose e (2) fenilpropanoacuteides formados atraveacutes da via do chiquimato

(Robbers et al 1997)

Os fenilpropanoacuteides satildeo formados via aacutecido chiquiacutemico que por sua vez eacute

formado a partir da condensaccedilatildeo do fosfoenolpiruvato e da eritrose-4-fosfato O

aacutecido chiquiacutemico e responsaacutevel pela formaccedilatildeo das duas unidades baacutesicas dos

fenilpropanoacuteides o aacutecido cinacircmico e o aacutecido ρ-cumarico que por meio de reduccedilatildeo

oxidaccedilatildeo e ciclizaccedilatildeo formam os alilbenzenos aldeiacutedos aromaticos

propenilbenzenos e cumarinas (Simotildees amp Spitzer 2004) conforme a figura 10

39

O OH

OH OH

OH

Aacutecido chiquiacutemico

O

OH

R

Aacutecido cinacircmico (R = H)

ou

p - cumaacuterico (R = OH)

O

R

CH2

R R O O

CH3

R

reduccedilatildeo oxidaccedilatildeo cicl izaccedilatildeoreduccedilatildeo

propenilbenzenos aldeiacutedos aromaacuteticos alilbenzenos cumarinas

(R = H OH) (R = H OH) (R = H OH) (R = H OH)

Figura 10 Formaccedilatildeo de compostos fenilpropanoacuteides

Os terpenoacuteides constituem uma grande variedade de moleacuteculas sendo esse

termo empregado para designar todas as substacircncias cuja origem biossinteacutetica

deriva de unidades do isopreno A unidade isoprenica por sua vez origina-se a

partir do aacutecido mevalocircnico e a via da eritrose Os compostos terpecircnicos mais

frequumlentes nos oacuteleos volaacuteteis satildeo os monoterpenos (cerca de 90 dos oacuteleos

volaacuteteis) e os sequiterpenos (Simotildees amp Spitzer 2004) Na figura 11 pode-se

visualizar a formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

40

CH3CH3

CH3 OOH

Aacutecido mevalocircnico

CH3

CH2 OPP

Unidade do isopreno

monoterpenos sesquiterpenos diterpenos sesterpenos triterpenos

esteroacuteides

CH3

CH3 CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Figura 11 Formaccedilatildeo de compostos terpecircnicos

Seus constituintes variam desde hidrocarbonetos alcooacuteis aldeiacutedos cetonas

fenoacuteis eacutesteres eacuteteres oacutexidos peroacutexidos furanos aacutecidos orgacircnicos lactonas

cumarinas ateacute compostos contendo enxofre Na mistura tais compostos

apresentam-se em diferentes concentraccedilotildees normalmente um deles eacute o composto

majoritaacuterio existindo outros em menores teores e alguns em baixiacutessimas

quantidades (Simotildees amp Spitzer 2004) Na Figura 12 pode visualizar alguns

exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos encontrados em oacuteleos essenciais

Embora a constituiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais seja muito diferenciada

satildeo observadas algumas propriedades fiacutesicas em comum Possuem odores

caracteriacutesticos alto iacutendice de refraccedilatildeo e a maioria eacute opticamente ativa sendo sua

rotaccedilatildeo especiacutefica muitas vezes uma propriedade uacutetil do ponto de vista de

41

caracterizaccedilatildeo Satildeo imisciacuteveis com aacutegua mas satildeo soluacuteveis em eacuteter aacutelcool e na

maioria dos solventes orgacircnicos (Robbers 1997)

OHO

OH O

HO

OH

linalol terpinoleno alfa pineno cacircnfora

limoneno mentol mentona

cariofilenonerolidolfarnesol

Figura 12 Exemplos de monoterpenos e sesquiterpenos

As espeacutecies aromaacuteticas de Lauraceae estatildeo compreendidas principalmente

entre os gecircneros Aniba Nectandra Ocotea Licaria e Dicypellium O elevado

potencial da flora odoriacutefera da Amazocircnia apresenta-se como a fonte renovaacutevel mais

apropriada para a produccedilatildeo de essecircncias aromaacuteticas provenientes de Lauraceae

(Zoghbi et al 2005)

42

O uso de plantas aromaacuteticas eacute bastante difundido em especial no tratamento

de infecccedilotildees microbianas inflamaccedilotildees dores e eczemas Entre as propriedades

farmacoloacutegicas encontradas em oacuteleos volaacuteteis estatildeo a atividade antifuacutengica (Lima et

al 2006) repelente (Cheng et al 2004) antiinflamatoacuteria (Juergens et al 1998)

anticolinesteraacutesica (Miyazawa et al 1998) e analgeacutesica (Silva et al 2003)

Satildeo inuacutemeras as atividades bioloacutegicas de oacuteleos volaacuteteis Segundo Baratta e

colaboradores (1998) o oacuteleo de Laurus nobilis apresentou atividade antimicrobiana

frente aos microorganismos Acinetobacter calcoaceticus Beneckea natriegens

Citrobacter freundii Erwinia carotovora Lactobacillus plantarum Micrococcus luteus

Salmonella pullorum Serratia marcescens e Staphylococcus aureus Jaacute o oacuteleo

volaacutetil de Origanum vulgare apresenta forte atividade antimicrobiana em 19 dos 25

microrganismos testados O hidrolato e o oacuteleo volaacutetil de Aniba duckei apresentaram

atividade larvicida frente a Artemia franciscana e Aedes aegypti (Souza et al 2007)

Oacuteleos volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae tem grande importacircncia na induacutestria

farmacecircutica e de perfumes o oacuteleo de pau-rosa obtido a partir de Aniba

rosaeodora tem como constituinte majoritaacuterio o aacutelcool terpecircnico linalol com mistura

dos isocircmeros D e L-linalol que varia de acordo com a regiatildeo de coleta amplamente

utilizado em fragracircncias de perfumes Da mesma forma a cacircnfora extraiacuteda de

Cinnamomum camphora e o safrol extraiacutedo de Ocotea pretiosa e Sassafras

albidum satildeo amplamente utilizados na induacutestria de cosmeacuteticos (Rizzini amp Mors

1995)

43

322 Gecircneros

3221 Endlicheria Nees

Gecircnero neotropical com centro de diversidade na Ameacuterica do Sul Endlicheria

ocorre tambeacutem na Costa Rica Guadalupe e Ilhas do Caribe Possui cerca de 60

espeacutecies 40 das quais ocorrem no Brasil (Chanderbali 2004) (figura 13)

Figura 13 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Endlicheria Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos relatos satildeo descritos na literatura sobre espeacutecies deste gecircnero

Rodriguez (2008) relata que os extratos etanoacutelicos de Endlicheria anomala

apresentaram atividade antioxidante atraveacutes da inibiccedilatildeo frente ao radical livre 22-

difenil-1-picrilhidrazil (DPPH)

Foram isolados da espeacutecie Endlicheria dysodantha mez quatro derivados

bioativos de benzoato de benzil 2-hidroxi benzoato de benzil 2-hidroacutexi-6-

metoxibenzoato de benzil 26-dimetoxibenzoato de benzil e 25-

dimetoxidimetoacutexibenzoato de benzila ( Ma et al 1991) No extrato benzecircnico de

Endlicheria sericea (Lauraceae) foram isolados por processos cromatograacuteficos

quatro substacircncias ineacuteditas na eacutepoca aleacutem de sitosterol sitostenona e manitol

(Santos 1976) As estruturas dessas substacircncias podem ser verificadas na figura 14

a seguir

44

CH3

O CH3

OH O

O CH3

OH O

H3C

O CH3

OH O

OCH3

CH3

O CH3

OH O

CH3O

HO

26-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-2-metil-8-metoacutexi-4-cromanona

5-hidroacutexi-28-dimetil-7-metoacutexi-4-cromanona sitosterol

mantinol28-dimetil-5-hidroacutexi-4-cromanona

OHHO

OH OH

OH OH

OCH3

CH3O

CH3O

OCH3

OAcO

O OO

O

OCH3

OCH3

disodantina A

O OO

O

OCH3

OCH3

CH3

CH3

acetato de megafone

disodantina B

Figura 14 Substacircncias isoladas de Endlicheria Fonte Santos 1976 e MA et al 1991

As espeacutecies E sericeae e citriodora natildeo apresentaram nenhum estudo

disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos fitoquimicos

45

3222 Rhodostemonodaphne Roher amp Kubitzki

O gecircnero Rhodostemonodaphne possui cerca de 41 espeacutecies distribuiacutedas na

Ameacuterica do Sul (Madrintildeaacuten 2004) (Figura 15)

Figura 15 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Rhodostemonodaphne Fonte

httpwwwdiscoverlifeorg

Poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos satildeo encontrados na literatura para

este gecircnero O oacuteleo essencial das folhas de Rhodostemonodaphne kunthiara

apresentou atividade citotoacutexica in vitro contra linhagem de ceacutelulas tumorais

humanas apresentando 919 de hidrocarbonetos sesquiterpenos sendo os

componentes majoritaacuterios o germacreno D (644) e o biciclogermacreno (176)

(Palazzo 2009)

As espeacutecies R crenaticupula e R recurva natildeo apresentaram pouco ou nenhum

estudo disponiacutevel na literatura em relaccedilatildeo a atividades bioloacutegicas e estudos

fitoquimicos

46

3223 Gecircnero Ocotea Aublet

Aspectos gerais

O gecircnero Ocotea Aublet eacute o maior gecircnero da famiacutelia Lauraceae na regiatildeo

neotropical e apresenta o maior nuacutemero de espeacutecies medicinais (Marques 2001)

sendo utilizado tanto componente dos extratos quanto dos oacuteleos essenciais Este

gecircnero Ocotea tem despertado o interesse dos fitoquiacutemicos brasileiros com sua

ampla distribuiccedilatildeo no territoacuterio nacional com espeacutecies muito apreciadas no comeacutercio

madeireiro como Ocotea porosa conhecida popularmente como imbuiccedila e Ocotea

odoriacutefera o sassafraacutes (Lorenzi 2002) Na tabela 1 pode-se verificar as espeacutecies

mais comumente encontradas no Brasil relacionando seus nomes populares e

forma de uso na induacutestria madeireira (Marques 2001)

Tabela 1 Espeacutecies de Ocotea e seus usos populares

Nome cientiacutefico Nome popular Forma de uso

Obarcellensis Louro mamori pau-de-querosene

Marcenaria e construccedilotildees em geral

O catharinensis Canela preta Construccedilatildeo civil para ripas e vigas e para moacuteveis

O cymbarum Canela Marcenaria e construccedilotildees em geral

O diospyrifolia Canela Postes e taacutebuas de assoalho

O divaricata Canela soqueira Marcenaria e construccedilotildees em geral

O elegans Canela ferro Marcenaria e construccedilotildees em geral

O guianensis Louro branco Fabricaccedilatildeo de papel

O organensis Canela goiaba Obras de carpintaria

O porosa Imbuia Marcenaria e construccedilotildees em geral

Ocotea pretiosa Sassafraacutes Natildeo utilizada em obras devido as ceacutelulas secretoras de oacuteleo essencial

Opuberula Louro abacate canela barbosa

Fabricaccedilatildeo de papel e de caixotaria

Opulchella Canelinha canela preta Marcenaria e construccedilotildees em geral

O spectabilis Canela amarela louro-preto

Marcenaria e construccedilotildees em geral

47

Distribuiccedilatildeo Geograacutefica

Ocotea Aubl eacute constituiacutedo por cerca de 350 espeacutecies distribuiacutedas na Ameacuterica

tropical e subtropical desde o Meacutexico ateacute a Argentina ocorrendo tambeacutem em

Madagascar na Aacutefrica e nas Ilhas Canaacuterias (Rhower 1993) Estima-se que no Brasil

ocorrem entre 12 a 16 espeacutecies (Baitello 2001) (figura 16)

Figura 16 Distribuiccedilatildeo das espeacutecies do Gecircnero Ocotea Fonte httpwwwdiscoverlifeorg

Quiacutemica e atividade bioloacutegica

Estudos fitoquiacutemicos tem revelado a presenccedila de neolignanas alcaloacuteides

fenilpropanoacuteides flavonoacuteides e sesquiterpenos (Chaacutevez Gottlieb e Yoshida 1995)

O gecircnero Ocotea destaca-se como um dos gecircneros mais expressivos nos

isolamentos de alcaloacuteides das Lauraacuteceas brasileiras principalmente com esqueletos

com pronunciadas atividades bioloacutegicas (Zanin amp Lordello 2007) Os tipos de

esqueletos alcaloiacutedicos jaacute encontrados nesse gecircnero satildeo apresentados na tabela

02

48

Tabela 2 Alguns alcaloacuteides do gecircnero Ocotea

Alcaloacuteides Estrutura Espeacutecie Referecircncia

Benzilisoquinoliacutenico

Oduckei

Dias et al

2003

Indoacutelico

O minarum Garcez et al 2005

Triptamiacutenico

O santalodora Aguiar et al 1980

Benzilisoquinoliacutenico

O pulchella Bodega et al 2003

Aporfiacutenicos sensu

scricto

O glaziovii O

caesia

O macropoda

O minarum

Guinaudeau et

al 1979

Vilegas et al

1989

Cava 1971

Vecchietti et al

1979

NH

49

Dentre os alcaloacuteides isoquinoliacutenicos os aporfinoacuteides representam um grupo

grande e ainda em expansatildeo com mais de 500 alcaloacuteides isolados de mais de 90

gecircneros de plantas eou sintetizados (Jia et al 2000) A maior parte dos alcaloacuteides

aporfinoacuteides encontrados nesse gecircnero foram reunidos no artigo de revisatildeo de Zanin

amp Lordello (2007) Vaacuterios desses alcaloacuteides aporfinoacuteides satildeo comumente

encontrados no gecircnero Ocotea apresentam potente atividade bioloacutegica

Na famiacutelia Lauraceae o oacuteleo essencial eacute armazenado em ceacutelulas secretoras

que podem ser encontradas na folha na casca e no lenho Algumas espeacutecies de

Ocotea como O elegans demonstram tal afirmaccedilatildeo apresentando dificuldades na

utilizaccedilatildeo da madeira para induacutestria de papel devido a presenccedila de ceacutelulas

secretoras de oacuteleo e mucilagem em abundacircncia (Marques 2001)

O oacuteleo essencial de O odorifera apresenta como componente principal o

safrol uma substacircncia comercializada no mundo inteiro e utilizada em vaacuterios ramos

industriais pelo qual milhares de indiviacuteduos de canela-sassaacutefras como eacute conhecido

popularmente foram sacrificados nas matas do sul do paiacutes ateacute a deacutecada de 1990

levando a espeacutecie a ser incluiacuteda na lista oficial de espeacutecies ameaccediladas de extinccedilatildeo

(Portaria IBAMA ndeg6-N de 15 de janeiro de 1992) e agrave consequumlente proibiccedilatildeo de seu

corte

O trabalho realizado por Takaku Haber e Setzer (2007) com os oacuteleos

essenciais das folhas de dez espeacutecies de Ocotea (O floribunda O holdridgeana O

meziana O sinuata O tonduzii O valeriana O veraguensis O whitei e duas natildeo

descritas denominadas ldquolos llanosrdquo e ldquosmall leafrdquo) de Monteverde Costa Rica

apresentou como constituintes principais em comum nas espeacutecies α-pineno β-

pineno β-cariofileno e germacreno-D

Tabela 01 continuaccedilatildeo

50

O oacuteleo essencial de diferentes partes de Ocotea ducke apresentou significante

efeito cardiovascular induzindo significativamente hipotensatildeo seguido de

bradicardia O constituinte principal do oacuteleo essencial das folhas foi o trans-

cariofileno (605) e do oacuteleo essencial do caule foi o β-eudesmol (27) (Barbosa-

Filho et al 2008) A tabela 03 mostra outras atividades de algumas espeacutecies de

Ocotea

Tabela 03 Atividades farmacoloacutegicas de algumas espeacutecies de Ocotea

Atividade Farmacoloacutegica Espeacutecie Referecircncia

Fator de agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (PAF) Ocotea duckei

Castro-Faria-Neto et al

1995

Atividade antimicrobiana de

Escherichia coli Ocotea duckei Antunes et al 2006

Efeito depressivo do SNC Ocotea duckei Moraes et al 1998

Bloqueador de contraccedilatildeo

muscular Ocotea odoriacutefera Ribeiro et al 2003

Efeito larvicida contra

Aedes aegypti Ocotea vellosiana Silva et al 2008

Accedilatildeo Repelente Ocotea gardneri Botelho et al 2009

Anti-inflamatoacuteria Ocotea quixos Ballabeni et al 2010

Anti protozoaacuteria Ocotea lancifolia Fournet et al 2007

Antioxidante Ocotea quixos Bruni et al 2004

Para as espeacutecies deste estudo Ocotea minor e Ocotea ceanothifolia natildeo foram

observados estudos quiacutemicos e bioloacutegicos disponiacuteveis na literatura Da espeacutecie

Ocotea leucoxylon foram isolados os alcaloacuteides aporfiacutenicos dicentrina e ocoteiacutena

(Zhou et al 2000)

51

3 Atividades QuiacutemicaBioloacutegicas

331 Atividade antioxidante

3311 Radicais Livres

Desde o iniacutecio da vida no planeta a toxicidade do oxigecircnio atmosfeacuterico tem

sido o principal desafio agrave sobrevivecircncia dos organismos vivos As oxidaccedilotildees

bioloacutegicas geram espeacutecie reativas de oxigecircnio (ERO) e radicais livres que podem

provocar lesotildees celulares muitas vezes irreparaacuteveis (Gocircuvea 2004)

Os radicais livres satildeo espeacutecies quiacutemicas que apresentam como caracteriacutestica a

presenccedila de um uacutenico eleacutetron natildeo-pareado em uma oacuterbita externa A energia criada

por essa configuraccedilatildeo instaacutevel eacute liberada atraveacutes de reaccedilotildees com moleacuteculas

adjacentes como substacircncias quiacutemicas inorgacircnicas ou orgacircnicas ndash proteiacutenas

lipiacutedeos carboidratos particularmente com moleacuteculas essenciais das membranas e

aacutecidos nucleacuteicos causando danos as ceacutelulas e patologias (Halliwell 1996)

Os radicais livres com seus eleacutetrons natildeo pareados podem atacar e danificar

praticamente qualquer moleacutecula encontrada no organismo Eles doam seu eleacutetron

natildeo pareado ou capturam um eleacutetron de outra moleacutecula a fim de formar um par De

uma forma ou de outra os radicais acabam ficando estaacuteveis e a moleacutecula

transforma-se em um radical Isso inicia uma reaccedilatildeo em cadeia que pode agir

destrutivamente As etapas que envolvem a reaccedilatildeo dos radicais livres na

lipoperoxidaccedilatildeo podem ser visualizadas no esquema 2

As etapas de reaccedilatildeo de radicais de forma geral podem ser divididas em etapa

de iniciaccedilatildeo propagaccedilatildeo e terminaccedilatildeo (Bruice 2006)

52

Etapa de iniciaccedilatildeo na etapa de iniciaccedilatildeo os radicais satildeo gerados

Etapa de propagaccedilatildeo um radical reage para produzir outro radical O radical

produzido na primeira etapa de propagaccedilatildeo pode reagir para formar outro radical As

etapas satildeo repetidas diversas vezes Dessa maneira a reaccedilatildeo eacute chamada ldquoreaccedilatildeo

radicalar em cadeiardquo Eacute a etapa que propaga a cadeia reacional

Etapa de terminaccedilatildeo quando os radicais se combinam produzindo uma

moleacutecula na qual os dois eleacutetrons estatildeo emparelhados ou uma moleacutecula estabiliza o

radical devido principalmente suas propriedades estruturais

Esquema 2 Mecanismo de iniacutecio e propagaccedilatildeo da lipoperoxidaccedilatildeo ( LH aacutecido graxo

insaturado Lrsquo radical lipiacutedico LOOrsquo radical peroxila e LOOH hidroperoacutexido lipiacutedico)

A oxidaccedilatildeo eacute parte fundamental da via aeroacutebica e do metabolismo e assim os

radicais livres satildeo produzidos naturalmente ou por alguma disfunccedilatildeo bioloacutegica No

organismo encontram-se envolvidos na produccedilatildeo de energia na forma de ATP

atraveacutes da cadeia respiratoacuteria como aceptor final de eleacutetrons fagocitose

regulamentaccedilatildeo do crescimento celular sinalizaccedilatildeo intercelular e siacutentese de

substacircncias bioloacutegicas importantes (Borek 1997) Participa de vaacuterias reaccedilotildees

metaboacutelicas como a biossiacutentese de prostaglandinas e esteroacuteides e na oxidaccedilatildeo de

muitas substacircncias aromaacuteticas entre outras (Fleschin et al2000)

O acircnion superoacutexido ( O2 ) o radical hidroxila ( HO) e o oacutexido niacutetrico ( NO) satildeo

exemplos de radicais livres Existem entretanto compostos igualmente reativos

quanto os radicais livres que natildeo possuem eleacutetron natildeo emparelhado na uacuteltima

Iniacutecio LH + OH L + H2O

+ O2 LOO

Propagaccedilatildeo LH + LOO L + LOOH

Propagaccedilatildeo L

53

camada e portanto natildeo podem ser classificados como radicais livres Essas

substacircncias satildeo classificadas de maneira mais ampla como espeacutecies reativas de

oxigecircnio (ERO) ou espeacutecies reativas de nitrogecircnio (ERN) e incluem o peroacutexido de

hidrogecircnio (H2O2) o caacutetion nitrosonium (NO+) o acircnion nitroxila (NO-) e o peroxinitrito

(ONOO-) (Anderson1996)

Radicais livres (RL) e espeacutecies reativas de oxigecircnio (ERO) e nitrogecircnio (ERN)

desempenham papel fundamental no metabolismo celular No entanto quando em

excesso estatildeo envolvidos em vaacuterios processos deleteacuterios ao organismo humano

levando a alteraccedilotildees teciduais responsaacuteveis por diversas patologias como o cacircncer

a arterosclerose a Diabetes mellitus a artrite reumatoacuteide a distrofia muscular a

catarata as desordens neuroloacutegicas e o processo de envelhecimento (Droumlge 2002

Nordberg amp Arneacuter 2001)

Recentemente a presenccedila de radicais livres tem sido correlacionada com um

grande nuacutemero de doenccedilas mas natildeo como agentes etioloacutegicos e sim como fatores

que participam diretamente dos mecanismos fisiopatoloacutegicos os quais determinam a

continuidade e as complicaccedilotildees de diversos estados patoloacutegicos (Rover Junior et al

2001)

Quando os antioxidantes produzidos pelo corpo satildeo insuficientes para

combater os radicais livres produzidos pelo organismo este sofre accedilotildees

degenerativas atraveacutes do distuacuterbio conhecido como estresse oxidativo Esta eacute uma

condiccedilatildeo celular ou fisioloacutegica de elevada concentraccedilatildeo de EROERN que causa

danos moleculares agraves estruturas celulares com consequente alteraccedilatildeo funcional e

prejuiacutezos das funccedilotildees vitais em diversos tecidos e oacutergatildeos tais como muacutesculos

fiacutegados tecido adiposo vascular e cerebral (Droumlge 2002 Duarte et al 1993

Halliwell 1994)

54

Haacutebitos de vida inapropriados tais como a ingestatildeo de aacutelcool fumo e dieta

inadequada condiccedilotildees ambientais improacuteprias tais como a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo natildeo

ionizante UV poluiccedilatildeo estresse emocional e envelhecimento satildeo fatores que estatildeo

associados ao estresse oxidativo (Droumlge 2002 Elsayed 2001) O equiliacutebrio entre a

formaccedilatildeo e a remoccedilatildeo das espeacutecies reativas de radicais livres pode sofrer accedilatildeo de

agentes exoacutegenos ou endoacutegenos induzindo um estado de estresse oxidativo Este

por sua vez pode ser reestabelecido pelos sistemas antioxidantes Na figura 17

pode-se verificar um esquema com as principais fontes de espeacutecies reativas

Figura 17 Principais fontes de espeacutecies reativas e o mecanismo de defesa

Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al( 2007)

3312 Antioxidantes

Os antioxidantes satildeo substacircncias que quando presentes em baixas

concentraccedilotildees comparadas agrave do substrato oxidaacutevel regeneram ou previnem

significativamente a oxidaccedilatildeo do mesmo (Halliwell et al2000)

As plantas produzem uma grande variedade de substacircncias antioxidantes

contra os danos moleculares causados por radicais livres Entre eles os compostos

fenoacutelicos compreendem o principal grupo de compostos oxidantes de origem

vegetal Destes os flavonoacuteides constituem o grupo mais importante (Behling et al

2004)

55

De acordo com Halliwell (1996) os efeitos defensivos de antioxidantes que

controlam a produccedilatildeo de radicais livres nos seres vivos podem ter origem exoacutegena

originados principalmente de fontes enzimaacuteticas endoacutegena provenientes

principalmente da dieta alimentar destacando-se tocoferoacuteis (vitamina E) aacutecido

ascoacuterbico (vitamina C) flavonoacuteides polifenoacuteis selecircnio e carotenoacuteides (Bianchi amp

Antunes 1999) Alguns exemplos de antioxidantes podem ser verificados na figura

18

A vitamina E eacute a designaccedilatildeo dada a um grupo de compostos antioxidantes

lipossoluacuteveis entre os quais o α-tocoferol eacute a forma mais ativa Eacute encontrada em

lipoproteiacutenas e membranas atuando no bloqueio da reaccedilatildeo em cadeia da

peroxidaccedilatildeo lipiacutedica atraveacutes do sequumlestro de radical peroxila A vitamina C tem

muitas funccedilotildees fisioloacutegicas como o alto poder antioxidante reciclando a vitamina E

no processo de peroxidaccedilatildeo lipiacutedica da membrana e lipoproteiacutenas (Esquema 3)

(Barreiros amp David 2006)

O

HO

Tocoferol

O OHO

HO

HO OH

Aacutecido AacutescoacuterbicoCaroteno

O

OOH

HO

OH

OH

OH

Quercetina(Vitamina E)

(Vitamina C)

Figura 18 Estruturas quiacutemicas de alguns antioxidantes obtidos pela dieta

56

Esquema 3 Reaccedilatildeo do α-tocoferol (sendo R a sua cadeia lateral) com radicais peroxila (LOO) formando hidroperoacutexidos lipiacutedicos (LOOH) e sua regeneraccedilatildeo pela vitamina C originando o radical ascorbila Fonte Adaptaccedilatildeo de Guaratini et al 2007

A partir dos anos 80 o interesse em encontrar antioxidantes naturais para o

emprego em produtos alimentiacutecios ou para uso farmacecircutico tem aumentado

consideravelmente com o intuito de substituir antioxidantes sinteacuteticos que

apresentam problemas de toxicidade e carcinogecircnese bem como diversos outros

males aumento do peso do fiacutegado e significativa proliferaccedilatildeo do retiacuteculo

endoplasmaacutetico (Zheng amp Wang 2001 Giordani et al 2008 Simatildeo 1985)

Em funccedilatildeo dos possiacuteveis problemas provocados pelo consumo de

antioxidantes sinteacuteticos as pesquisas tecircm-se voltado no sentido de encontrar

produtos naturais com atividade antioxidante os quais permitiratildeo substituir os

sinteacuteticos ou fazer associaccedilatildeo entre eles (Souza et al 2007)

3313 Avaliaccedilatildeo da atividade antioxidante utilizando radical livre DPPH

A necessidade de tornar mais objetivas e menos dispendiosas as pesquisas

por constituintes quiacutemicos de plantas levou ao desenvolvimento de numerosas

teacutecnicas de ensaios para monitoramento e seleccedilatildeo de extratos

biofarmacologicamente uacuteteis (Viegas Jr 2004) Dentre eles estaacute o teste com DPPH

que eacute um meacutetodo bastante conveniente para a varredura da atividade antioxidante

de pequenas moleacuteculas uma vez que a reaccedilatildeo pode ser observada visualmente

O R

HO

LOOLOOH

Radical Ascorbil Vitamina C

O R

O

57

utilizando-se uma cromatoplaca ou um espectrocircmetro UVVIS (Saacutenchez-Moreno

1998)

A moleacutecula de DPPH (22-difenil-1-picril-hidrazil) eacute caracterizada como um

radical livre estaacutevel em virtude da deslocalizaccedilatildeo do eleacutetron desemparelhado por

toda a moleacutecula Esta deslocalizaccedilatildeo confere a esta moleacutecula uma coloraccedilatildeo violeta

caracterizada por uma banda de absorccedilatildeo em etanol em cerca de 520nm

Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma

determinada substacircncia em sequumlestrar o radical DPPH reduzindo-o a hidrazina

(figura 19) obtendo dessa forma a mudanccedila simultacircnea na coloraccedilatildeo de violeta a

amarelo paacutelido com consequente desaparecimento da absorccedilatildeo podendo a mesma

ser monitorada pelo decreacutescimo da absorbacircncia A partir dos resultados obtidos

determina-se a porcentagem de DPPH remanescente no meio reacional (Alvez et

al2010 Sanchez-Moreno et al 1998)

A porcentagem de atividade antioxidante (AA) corresponde a quantidade de

DPPH consumida pelo antioxidante sendo que a quantidade de oxidante necessaacuteria

para decrescer a concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 eacute denominada

concentraccedilatildeo eficiente (CE50) tambeacutem chamada de concentraccedilatildeo inibitoacuteria (CI50)

Quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra menor seraacute a sua CE50

N

N

N

N

ON

O

O

O

O

O

antioxidante

N

N

N

O

O

O

O

O

O

NH N

Figura 19 Radical livre 11-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) e sua forma reduzida

58

332 Citotoxicidade

3321 Letalidade em Artemia salina Leach

As plantas conteacutem inuacutemeros constituintes e seus extratos quando testados

podem apresentar efeitos sineacutergicos entre os diferentes princiacutepios ativos devido a

presenccedila de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade No estudo da atividade bioloacutegica de extratos vegetais eacute importante

a seleccedilatildeo de bioensaios para a detecccedilatildeo do efeito especiacutefico Os sistemas devem

ser simples sensiacuteveis e reprodutiacuteveis (Cavalcanti et al 2000)

A fim de estabelecer a toxicidade de novos produtos naturais muitos ensaios

podem ser utilizados como os ensaios de letalidade de organismos simples que tecircm

sido utilizados para um raacutepido e relativamente simples monitoramento da resposta

bioloacutegica onde existe apenas um paracircmetro envolvido morte ou vida (Meyer et al

1982) Os resultados podem ser facilmente tratados estatisticamente

Estes ensaios permitem a avaliaccedilatildeo da toxicidade geral e portanto satildeo

considerados essenciais como bioensaios preliminares no estudo de compostos com

potencial atividade bioloacutegica

Um dos animais que tem sido utilizado nestes ensaios eacute uma espeacutecie de

microcrustaacuteceo marinho Artemia salina Leach que eacute considerada um bioensaio

preliminar utilizado para expressar a toxicidade de produtos naturais como extratos

de plantas e produtos marinhos (Maciel et al 2002)

Artemia salina Leach eacute uma espeacutecie da ordem Anostraca amplamente

conhecido como indicador de toxicidade em um bioensaio que utiliza CL50

(concentraccedilatildeo letal meacutedia) como paracircmetro para avaliaccedilatildeo da atividade bioloacutegica

(Nunes et al 2008) Esta espeacutecie eacute utilizada em testes de toxicidade devido agrave sua

59

capacidade de formar cistos dormentes fornecendo desse modo material bioloacutegico

que pode ser armazenado durante longos periacuteodos de tempo sem perda de

viabilidade e sem necessidade de se manterem culturas contiacutenuas de organismo-

teste Eacute uma espeacutecie de faacutecil manipulaccedilatildeo em laboratoacuterio e baixo custo econocircmico

(Calow 1993)

Adicionalmente alguns trabalhos mostram uma boa correlaccedilatildeo entre o ensaio

de letalidade com larvas de Artemia salina e a citotoxicidade em linhagens de

ceacutelulas humanas para esses produtos (McLaughlin et al 1995 Carbalho et al

2002)

A avaliaccedilatildeo da bioatividade de extratos de plantas medida pela toxicidade

frente a Artemia salina pode fornecer informaccedilotildees valiosas ao trabalho de quiacutemicos

de produtos naturais e farmacoacutelogos indicando fontes vegetais com importante

atividade bioloacutegica Nesse contexto a utilizaccedilatildeo de bioensaios para o monitoramento

da bioatividade de extratos de plantas vem crescendo consideravelmente nos

laboratoacuterios de pesquisa em niacutevel mundial como meacutetodo alternativo para o uso de

animais de laboratoacuterio (Nunes et al 2008)

60

3322 Citotoxicidade em ceacutelulas tumorais

O cacircncer representa uma enfermidade cada vez mais comum em todo o

mundo e a busca por moleacuteculas cada vez mais potentes e menos toacutexicas eacute

constante tendo como grande fornecedor de moleacuteculas a natureza Segundo

Brandatildeo et al (2010) as plantas satildeo consideradas fonte nobre de moleacuteculas para o

tratamento de vaacuterias formas de cacircncer e mesmo que as moleacuteculas isoladas do

vegetal natildeo possam ser usadas diretamente como medicamento podem servir para

siacutentese ou para gerar proacute-farmacos para o desenvolvimento de novos agentes

Atualmente a definiccedilatildeo cientiacutefica de cacircncer refere-se ao termo neoplasia

especificamente aos tumores malignos como sendo uma doenccedila caracterizada pelo

crescimento descontrolado de ceacutelulas transformadas Existem quase 200 tipos que

correspondem aos vaacuterios sistemas de ceacutelulas do corpo os quais se diferenciam pela

capacidade de invadir tecidos e oacutergatildeos vizinhos ou distantes (Almeida et al 2005)

O cacircncer eacute uma siacutendrome que envolve em geral as etapas de iniciaccedilatildeo

promoccedilatildeo e progressatildeo Os diferentes tipos de cacircncer correspondem aos vaacuterios

tipos de ceacutelulas do corpo (Figura 20) conforme o local de origem destas

Figura 20 Tipos de cacircncer mais incidentes estimados para 2002 na populaccedilatildeo brasileira Fonte httpwwwincaorgbrcancer (Almeida et al 2005)

61

O tratamento convencional desta patologia baseia-se em cirurgia radioterapia

quimioterapia ou a combinaccedilatildeo destes procedimentos Os dois primeiros satildeo

recomendados para tumores localizados enquanto que a quimioterapia eacute utilizada

para as ceacutelulas canceriacutegenas espalhadas pelo corpo Os faacutermacos antineoplaacutesicos

natildeo poupam as ceacutelulas normais de sua accedilatildeo devastadora assim diversos efeitos

toacutexicos podem acometer os pacientes que fazem uso destes medicamentos (Behling

et al 2004)

A busca por medicamentos canceriacutegenos tem aumentando com vista a se

encontrar tratamentos mais efetivos e seletivos ou que visem a descoberta de

novas estrateacutegias que impeccedilam o avanccedilo da doenccedila Diversos trabalhos tecircm visado

o estudo da varredura de moleacuteculas com atividade tumoral Os alcaloacuteides

apresentam atividade pronunciada com a classe de aporfiacutenicos demonstrando

atividade frente a diferentes tipos de linhagens de ceacutelulas tumorais (Pereira et al

2008 Silva et al 2007)

Um nuacutemero significativo de agentes quimioteraacutepicos obtidos a partir de plantas

estaacute ainda em experimento cliacutenico para o tratamento de cacircncer mas verifica-se a

descoberta de faacutermacos derivados de plantas que jaacute estatildeo sendo utilizados

clinicamente para essa patologia As estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias

com atividade canceriacutegenas derivadas de fontes vegetais estatildeo representadas na

Figura 21 Entre os mais conhecidos estatildeo os chamados alcaloacuteides da vinca

vinblastina e vincristina isolados de Catharantus roseus os taxanos como o

paclitaxel (Taxol ) inicialmente isolado das cascas de Taxus brevifoliae e a classe

de agentes clinicamente ativos derivados da camptotecina isolada de Camptotheca

acuminata Decne (Cragg amp Newman 2009)

62

Figura 21 estruturas quiacutemicas de algumas substacircncias com atividades canceriacutegenas derivadas

de fontes vegetais Fonte Adaptaccedilatildeo de Cragg amp Newman (2009)

Verifica-se uma possiacutevel correlaccedilatildeo existente entre a atividade antioxidante de

substacircncias polares e a capacidade de inibir ou retardar o aparecimento de ceacutelulas

canceriacutegenas jaacute que haacute indiacutecios que espeacutecies reativas potencializam o estado desta

patologia (Barreiros amp David 2006)

Considerando que menos de 10 das espeacutecies de plantas tiveram algum tipo

de estudo fitoquiacutemico ou de atividades bioloacutegicas acredita-se que muitos

medicamentos derivados de plantas ainda estejam por ser descobertos incluindo os

anticanceriacutegenos (Brandatildeo et al 2010)

O

O

O

O

NHO O

O

OH

O OH

O

O

O

NH

NOH

O

OO

N

OOH

NR

OO

O

R = CH3

R = CHO

Vinblastine

Vincristine

Taxol

OOH

Cl

N

OH

N

NO

O

OOH

CaptotecinaFlavopiridol

O

OOH

N

OH

HO

Roituquina

Vinblastina

Vincristina R = CHO

63

333 Ensaio de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase

A populaccedilatildeo mundial estaacute cada vez mais idosa e doenccedilas relacionadas agrave

idade prevalecem sem cura ou tratamento eficaz tornando-se probemas de Sauacutede

Puacuteblica Mundial Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (WHO 2001) estima-

se que 40 milhotildees de pessoas no mundo apresenta algum tipo de demecircncia dentre

elas 25 milhotildees apresentam sintomas caracteriacutesticos da Doenccedila de Alzheimer (DA)

(Andrade 1988 Viegas Junior et al 2005)

Com o crescimento da expectativa de vida o risco eacute real para todos os que

ultrapassam 60 anos de idade jaacute que a DA eacute uma patologia neurodegenerativa

progressiva que afeta principalmente a populaccedilatildeo idosa sendo responsaacutevel por 50-

60 dos casos de demecircncias em pessoas com mais de 65 anos de idade (Francis

et al 1999)

Os principais sintomas envolvem deficiecircncia orgacircnica cognitiva principalmente

comprometimento da memoacuteria da coordenaccedilatildeo motora e do raciociacutenio aleacutem de

perda da capacidade cognitiva e demecircncia

Em niacutevel celular a DA estaacute associada agrave reduccedilatildeo das taxas de acetilcolina

(ACh) no processo sinaacuteptico diminuindo a neurotransmissatildeo colineacutergica cortical

aleacutem de outros neurotransmissores como noradrenalina dopamina serotonina e

glutamato (Tabarrini et al 2001 Perry et al 2003)

A acetilcolina eacute um neurotransmissor encontrado no ceacuterebro e nas junccedilotildees

neuromusculares compondo parte do sistema nervoso parassimpaacutetico Seus efeitos

incluem a contraccedilatildeo dos muacutesculos lisos dilataccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos e

regulaccedilatildeo da taxa de batimentos cardiacuteacos no ceacuterebro estaacute associada ao controle

motor memoacuteria e cogniccedilatildeo Sua atividade e permanecircncia na fenda sinaacuteptica satildeo

64

regulados por hidroacutelise catalisada pela acetilcolinesterase (AChE) que regenera a

colina seu precursor

Os avanccedilos obtidos na compreensatildeo da evoluccedilatildeo da doenccedila tecircm demostrado

que o uso de inibidores de AChE deve ser a forma mais eficiente de controle da

evoluccedilatildeo da doenccedila As causas da DA natildeo satildeo determinadas assim os sintomas

podem ser apenas amenizados (Quik e Jeyarasasingam et al 1999 Viegas Junior

et al 2004)

O medicamento considerado mais efetivo no tratamento de DA eacute a

galantamina um alcaloacuteide inibidor da enzima acetilcolinesterase composto isolado

de plantas da famiacutelia Amaryllidaceae O alcaloacuteide foi inicialmente isolado de

Galanthus woronowii mas atualmente eacute obtido a partir de Narcissus sp e Leucojum

aestivum assim como sinteticamente Esta substacircncia apresenta menos limitaccedilotildees

que outras jaacute utilizadas devido os efeitos terapecircuticos que permanecem mesmo

apoacutes o teacutermino do tratamento (Ingkanan et al 2000 Loacutepez et al 2002)

Estudos realizados visando a obtenccedilatildeo de novos compostos capazes de

amenizar o deacuteficit colineacutergico associado agrave disfunccedilatildeo cognitiva do mal de Alzheimer

estatildeo baseadas na inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase como eacute o caso do ensaio

colorimeacutetrico de Rhee (Rhee et al 2001) Para esse teste utiliza-se 55rsquo-ditiobis

(aacutecido-2 nitrobenzoacuteico) (reagente de Ellmann) para visualizaccedilatildeo da atividade

enzimaacutetica (Figura 22)

65

HO

O

N

O

O

SS

O OH

N

O

O

Figura 22 Estrutura quiacutemica de 55rsquo-ditiobis (aacutecido-2 nitrobenzoacuteico)

O inconveniente da utilizaccedilatildeo do reagente de Ellman eacute o limite de detecccedilatildeo

visual pois formam halos de inibiccedilatildeo brancos sobre a placa corada amarela

Na revisatildeo realizada por Viegas Junior (2004) pode-se verificar que nos

estudos de produtos naturais na busca por novos faacutermacos para o controle da DA os

alcaloacuteides destacam-se devida a atividade observada em baixas concentraccedilotildees

Algumas estruturas de alcaloacuteides podem ser encontradas nessa revisatildeo e em outros

trabalhos relacionados podem ser verificados na figura 23

Ensaios com um grande nuacutemero de plantas estatildeo sendo utilizados para

detectar a atividade de inibiccedilatildeo da AChE Um estudo bioguiado mais eficiente pode

ser realizado com a associaccedilatildeo dos ensaios anticolinesterase e antioxidante

conforme Giordani (2008) jaacute que o dano causado por espeacutecies reativas de oxigecircnio eacute

considerado um fator contribuinte da doenccedila de Alzheimer

No levantamento realizado por Barbosa Filho et al (2006) foram revisadas 309

plantas e 260 substacircncias isoladas As espeacutecies em particular da famiacutelia

Amaryllidaceae Apiaceae Asteraceae Fabaceae e Fumariaceae foram as mais

estudadas Mais uma vez os alcaloacuteides receberam destaque por serem os

compostos isolados que apresentaram maior atividade inibidora de

66

acetilcolinesterase Berkov et al (2008) realizou um trabalho com 33 alcaloacuteides em

que constatou a capacidade de inibir a accedilatildeo da enzima AChE de alcaloacuteides como

coridaline epigalantamina sanguinina desidrocoridalina entre outros

Dessa forma as famiacutelias botacircnicas que conteacutem alcaloacuteides podem ser fontes

promissoras do tratamento de DA

Figura 23 Alcaloacuteides com propriedades anticolinesterase

O

HO

NCH3

CH3O

Galantamina

Huperzina A

N

OH

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

homomoenjodaramina

O

HO

NCH3

HO

Sanguinina

N

OCH3

H3C

CH3

CH3

H3C N

CH3

CH3CH3

moenjodaramina

HN

N NH

N

NH

OH

CH3

zeatina

FonteGalanthus woronowii Referecircncia Loacutepez et al 2002

Fonte Huperzia serrata Referecircncia Chang 2000

Rajendran et al 2001

Fonte Eucharis grandiflora Referecircncia Loacutepez et al 2002

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteBruxus hyrcana Referecircncia Ur-Rahman et al

2001

FonteFiatoua villosa Referecircncia Heo et al 2002

67

34 Meacutetodos cromatograacuteficos

A extraccedilatildeo dos constituintes de plantas eacute um exerciacutecio de acertos e erros com

uso de diferentes solventes sob as mais variadas condiccedilotildees como tempo e

temperatura de extraccedilatildeo O sucesso ou fracasso nos processos de extraccedilatildeo pode

ser observado posteriormente nos processos de purificaccedilatildeo Uma vez extraiacutedo da

planta o composto bioativo deve ser separado do extrato bruto O procedimento

pode envolver desde uma simples cristalizaccedilatildeo do composto ateacute separaccedilotildees

sucessivas com particcedilotildees de polaridades diferentes e extensivas teacutecnicas

cromatograacuteficas Neste contexto a cromatografia tem lugar de merecido destaque

no que concerne a separaccedilatildeo identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de compostos (Bresolin

amp Cechinel-Filho 2003)

A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo Ela estaacute

fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre

devido a diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis uma fase fixa de grande

aacuterea superficial denominada fase estacionaacuteria e outra um fluido que percola

atraveacutes dela chamada de fase moacutevel A grande variedade de combinaccedilotildees entre

fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica extremamente versaacutetil e de grande

aplicaccedilatildeo (Barnes 2002)

Pode ser desenvolvida de forma planar ou no interior de colunas O fenocircmeno

da separaccedilatildeo cromatograacutefica eacute de cunho interfacial sendo que as superfiacutecies

imisciacuteveis fases moacutevel e estacionaacuteria podem ser gaacutes-soacutelido gaacutes-liacutequido liacutequido-

liacutequido e liacutequido-soacutelido respectivamente (Degani et al 1998) Dentre os vaacuterios tipos

de cromatografia haacute a Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Cromatografia

Liacutequida claacutessica e de Alta Eficiecircncia (CLAE) e Cromatografia Gasosa (CG)

(Esquema 4)

68

Esquema 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica dos diferentes tipos de cromatografia Fonte Adaptaccedilatildeo de Degani et al 1998

341 Cromatografia em Camada Delgada

A Cromatografia em Camada Delgada (CCD) eacute uma teacutecnica simples e de

execuccedilatildeo relativamente raacutepida utilizada em quiacutemica de produtos naturais como uma

ferramenta eficaz de anaacutelise qualitativa para avaliaccedilatildeo da pureza de uma amostra

simples avaliaccedilatildeo do nuacutemero de componentes de uma mistura identificaccedilatildeo de

uma ou mais substacircncias presentes em uma mistura por comparaccedilatildeo com padrotildees

monitoramento do progresso de uma reaccedilatildeo quiacutemica escolha de um solvente

apropriado para uma separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna e monitoramento de uma

separaccedilatildeo cromatograacutefica em coluna (Silva et al 2009)

Eacute uma teacutecnica de adsorccedilatildeo liacutequidondashsoacutelido onde agrave separaccedilatildeo pela diferenccedila de

afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionaacuteria O paracircmetro

mais importante a ser considerado em CCD eacute o fator de retenccedilatildeo (Rf) o qual eacute a

razatildeo entre a distacircncia percorrida pela substacircncia em questatildeo e a distacircncia

percorrida pela fase moacutevel Os valores ideais para Rf estatildeo entre 04 e 06 (Degani

et al 1998)

69

342 Cromatografia gasosa

A cromatografia a Gaacutes (CG) eacute um meacutetodo usado para separar os componentes

de uma soluccedilatildeo e determinar sua quantidade relativa Eacute uma teacutecnica uacutetil para

compostos orgacircnicos que natildeo entrem em decomposiccedilatildeo sob altas temperaturas

(aproximadamente 310ordmC) possibilitando a anaacutelise de compostos obtidos de plantas

em pequenas quantidades (microgramas) (Lanccedilas1993)

A cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de

possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa devido agrave possibilidade de

detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9-10-12 g) A grande limitaccedilatildeo deste

meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente

embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente

(Degani et al 1998)

Os gases utilizados como fase moacutevel devem ter alta pureza e ser inertes em

relaccedilatildeo agrave fase estacionaacuteria Hidrogecircnio nitrogecircnio e heacutelio satildeo os mais usados Os

detectores de maior aplicaccedilatildeo satildeo o detector por ionizaccedilatildeo em chama e o detector

de condutividade teacutermica Os dados podem ser obtidos atraveacutes de um registrador

potenciomeacutetrico um integrador ou um microcomputador sendo as amostras

identificadas por seus tempos de retenccedilatildeo (Degani et al 1998)

A cromatografia a gaacutes pode ser combinada com espectroscopia de massas

(CG-EM) Esta teacutecnica vem sendo utilizada como meacutetodo sensiacutevel na identificaccedilatildeo

de alcaloacuteides e detecccedilatildeo de vaacuterias classes de terpenos (Cordell1995 Bresolin amp

Cechinel-Filho 2003)

70

4 METODOLOGIA

41 Coleta

As espeacutecies de Lauraceae foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho

Ducke em Manaus no Amazonas Sendo trecircs espeacutecies do gecircnero Ocotea duas do

gecircnero Rhodostemonodaphne e duas do gecircnero Endlicheria As exsicatas

encontram-se depositadas no herbaacuterio do Instituto Nacional de Pesquisas do

Amazonas (INPA) no projeto Flora da Reserva Ducke

Reg Nome cientiacutefico Oacutergatildeo(s) da planta

0215 Endlicheria citriodora Folhas e galhos

0273 Endlicheria sericea

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0123 Ocotea ceanothifolia

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0066 Ocotea leucoxylon

Folhas galhos finos e grossos

0172 Ocotea minor

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

0191 Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas e galhos

0162 Rhodostemonodaphne recurva

Folhas galhos grossos galhos finos e cascas

Quadro 1 - Dados de coleta das espeacutecies vegetais

Apoacutes a coleta as diferentes partes da aacutervore (folhas galhos e cascas do

tronco) foram separadas limpas analisadas macroscopicamente quanto agrave presenccedila

de fungos galhas e ataques de insetos O material foi seco agrave temperatura ambiente

triturado separadamente em moinho de quatro facas e dividido para obtenccedilatildeo de

extratos etanoacutelicos e de oacuteleos essenciais O esquema 05 mostra os meacutetodos

empregados para obtenccedilatildeo dos extratos etanoacutelicos e extraccedilatildeo dos oacuteleos essenciais

71

42 Obtenccedilatildeo dos extratos

Para as sete espeacutecies investigadas o procedimento de obtenccedilatildeo dos extratos

foi padronizado Cada parte (galhos folhas e cascas) foi submetida agrave maceraccedilatildeo a

frio durante 72 horas em etanol previamente destilado

Apoacutes a maceraccedilatildeo e filtraccedilatildeo o solvente foi eliminado em evaporador rotatoacuterio

resultando num extrato bruto O material vegetal foi recolocado em maceraccedilatildeo

repetindo-se o processo descrito anteriormente durante quatro vezes obtendo assim

um extrato etanoacutelico

Esquema 05 Fluxograma do procedimento de extraccedilatildeo utilizado para obtenccedilatildeo dos extratos e dos oacuteleos essenciais

Hidrodestilaccedilatildeo por Clevenger modificado

Evaporaccedilatildeo em rotavapor

5x maceraccedilatildeo em Etanol

Extraccedilatildeo de oacuteleo essencial

Soluccedilatildeo etanoacutelica

Extrato etanoacutelico

Prospecccedilatildeo quiacutemica

Ensaios quiacutemicobioloacutegicos

Anaacutelise e identificaccedilatildeo

Limpeza secagem e trituraccedilatildeo

Coleta

72

43 Prospecccedilatildeo

As prospecccedilotildees foram realizadas segundo Matos (1980)

431 Fenoacuteis

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se em seguida trecircs gotas de soluccedilatildeo alcooacutelica de FeCl3 10 Agitou-se e

observou-se variaccedilatildeo de coloraccedilatildeo variando entre azul e vermelho que eacute indicativo

de fenoacuteis O resultado foi comparado com um teste em branco usando-se aacutegua e

FeCl3

432 Flavonoacuteides

Em cada tubo de ensaio foi adicionada uma amostra dissolvida em etanol

Adicionou-se entatildeo alguns miligramas de magneacutesio granulado e 05 mL de HCl

concentrado O teacutermino da reaccedilatildeo foi indicado pelo fim da efervescecircncia O

aparecimento ou a intensificaccedilatildeo da cor vermelha foi indicativo da presenccedila de

flavonoacuteis flavanonas flavanonoacuteis eou xantonas livres ou seus heterosiacutedios

433 Alcaloacuteides

Foi verificada a presenccedila de alcaloacuteides atraveacutes dos reativos de

reconhecimento Dragendorf Mayer Wagner e Hager A leve turbidez ou precipitado

respectivamente roxa a laranja branca a creme marron e marrom dos extratos apoacutes

a adiccedilatildeo dos reativos indicaram a presenccedila de alcaloacuteides

73

44 Fraccedilotildees alcaloiacutedicas

441 Obtenccedilatildeo das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

O extrato bruto foi submetido a fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides

modificado conforme demonstrado no esquema 06 O extrato seco foi

ressuspendido com soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 10 As substacircncias apolares foram

extraiacutedas com hexano Para retirada de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade foi

adicionado diclorometano (4 vezes) Apoacutes a retirada do diclorometano a fraccedilatildeo

aquosa foi alcalinizada com hidroacutexido de amocircnio ateacute pH 9-10 e extraiacuteda com o

mesmo volume de diclorometano (4 vezes) gerando uma fraccedilatildeo orgacircnica

enriquecida em alcaloacuteides A fraccedilatildeo foi seca com sulfato de soacutedio anidro filtrada

evaporada agrave pressatildeo reduzida e pesada

Esquema 06 Obtenccedilatildeo da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Adiccedilatildeo NH4OH

Particcedilatildeo CH2Cl2

Fraccedilatildeo aquosa aacutecida

Fase Hexacircnica

CH2Cl2H2O

Fraccedilatildeo diclorometano

Fraccedilatildeo aquosa Baacutesica

Resiacuteduo aquoso neutro

Ressuspensatildeo em HCl 10 e particcedilatildeo com Hexano

Extrato

Etanoacutelico

Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

74

442 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por CCD

Apoacutes as particcedilotildees aacutecido-base as fraccedilotildees alcaloiacutedicas foram solubilizadas em

diclorometano e aplicadas com auxiacutelio de capilar em cromatofolhas de alumiacutenio (AL

TLC Silicagel 60 F254 Merck 5 x 4 cm) O sistema foi mantido em cacircmara de

saturaccedilatildeo com os eluentes acetato de etila metanol e aacutegua (721) A visualizaccedilatildeo

das manchas foi efetuada por exposiccedilatildeo agrave luz UV a 264 e 365 nm e revelaccedilatildeo com

vanilina sulfuacuterica com posterior aquecimento em estufa e em capela ateacute o

aparecimento de cores na placa e revelador Dragendorf

443 Anaacutelise da fraccedilatildeo alcaloiacutedica por Espectrometria de massas

O estudo do perfil alcaloiacutedico foi realizado por espectrometria de massa (IES-

EMEM) As amostras foram solubilizadas para concentraccedilatildeo de 5ppm usando

metanol HPLC como solvente injetadas por inserccedilatildeo direta no espectrocircmetro de

massas com inserccedilatildeo direta com fluxo de 30 μL minndash1 Os espectros ESI-MS foram

adquiridos em modo positivo em um aparelho LCQ-Fleet da Thermo Detector do

tipo Ion-Trap operando no modo ESI de ionizaccedilatildeo As amostras foram infundidas

por uma bomba de injeccedilatildeo automaacutetica com um fluxo contiacutenuo de 10μLmin-1 Os

espectros foram adquiridos na faixa de mz 100 a 800 Foram avaliados por injeccedilatildeo

direta das amostras em espectrocircmetro de massa com interface electrospray e

analisador de iacuteon-trap (FIA-ESI-IT-MS)[5] obtidos em modo positivo [M+H]+

75

45 Oacuteleo essencial

451 Extraccedilatildeo do oacuteleo

O oacuteleo essencial foi extraiacutedo por hidrodestilaccedilatildeo utilizando-se aparelho de

Clevenger modificado por 4 horas A proporccedilatildeo utilizada foi de 110 de amostra e

aacutegua respectivamente

Apoacutes a obtenccedilatildeo do oacuteleo o mesmo foi seco em sulfato de soacutedio seu

rendimento calculado e em seguida armazenado em geladeira em um frasco acircmbar

para minimizar os efeitos da oxidaccedilatildeo ateacute as anaacutelises

O caacutelculo dos rendimentos foi realizado atraveacutes da relaccedilatildeo da massa do oacuteleo

obtida com a massa de material vegetal seco utilizado na extraccedilatildeo

452 Anaacutelise dos oacuteleos essenciais

Os oacuteleos essenciais foram diluiacutedos em hexano e as soluccedilotildees obtidas foram

submetidas agrave anaacutelise por cromatografia em fase gasosa com detector de ionizaccedilatildeo

de chama (CG-DIC) para a anaacutelise quantitativa e determinaccedilatildeo dos iacutendices de

retenccedilatildeo e por cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrocircmetro de massas

(CG-EM) para a obtenccedilatildeo dos espectros de massas Foram realizadas trecircs

repeticcedilotildees para cada oacuteleo essencial analisado

4521 Anaacutelise em CG-DIC

Os oacuteleos foram diretamente analisados em cromatoacutegrafo em fase gasosa

modelo CG 2010 da Shimadzucopy com detector por ionizaccedilatildeo de chama (DIC) As

76

anaacutelises foram realizadas com coluna CP-Sil 5 CB (100 dimetilpolisiloxano) da

Variancopy com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m sendo utilizado como gaacutes de

arraste heacutelio (He) em fluxo de 20 mLmin A injeccedilatildeo em modo split 110 foi realizada

com injetor a 250ordmC A temperatura do detector foi de 290ordmC e o forno foi

programado de 60ordmC ateacute 240degC (2degCmin) 240degC ateacute 290degC (20degCmin) isoterma em

290degC por 5 min Foram injetados padrotildees de hidrocarbonetos lineares para a

determinaccedilatildeo dos iacutendices de retenccedilatildeo

4522 Anaacutelise em CG-EM

Apoacutes a anaacutelise por CG-DIC os oacuteleos foram analisados em cromatoacutegrafo em

fase gasosa modelo QP-2010 da Shimadzucopy com detector por espectrometria de

massas (CG-EM) As anaacutelises foram realizadas com coluna VF-1MS da Variancopy

com medidas de 15 m x 025 mm x 025 m As condiccedilotildees da anaacutelise foram agraves

mesmas utilizadas por CG-DIC Para a detecccedilatildeo foi aplicada a teacutecnica de impacto

eletrocircnico a 70eV

4522 Anaacutelise por RMN

Os espectros de Ressonacircncia Magneacutetica Nuclear de hidrogecircnio (RMN 1H) e carbono (RMN

13C-1H desacoplado) DEPT HSQC e HMBC foram registrados em espectrocircmetro da Varian modelo

INOVA de 117 T do Centro de Biotecnologia da Amazocircnia (CBA) operando a 500 MHz para 1H e 125

MHz para 13C As amostras foram solubilizadas em 600microL de solvente deuterado clorofoacutermio (CDCl3)

Os deslocamentos quiacutemicos (δ) foram expressos em partes por milhatildeo (ppm) em relaccedilatildeo ao padratildeo

interno TMS (δ= 000) e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz) As multiplicidades dos sinais

foram indicadas segundo a convenccedilatildeo s (singleto) d (dupleto) dd (duplo dupleto) t (tripleto) e m

(multipleto)

77

4523 Identificaccedilatildeo dos constituintes dos oacuteleos essenciais

A determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos essenciais foi realizada

atraveacutes dos dados de tempo de retenccedilatildeo obtidos por CG-DIC e dos espectros de

massas obtidos por CG-EM Os iacutendices de retenccedilatildeo foram calculados utilizando a

equaccedilatildeo de Van der Dool-Kratz relacionando os tempos de retenccedilatildeo dos compostos

presentes nos oacuteleos essenciais com os tempos de retenccedilatildeo de uma seacuterie homoacuteloga

de hidrocarbonetos lineares (C9-C30) que foi co-injetada com a amostra Os iacutendices

de retenccedilatildeo e os espectros de massas foram comparados com dados da

espectroteca Wiley 70 e da literatura (Adams 2007)

78

46 Testes Quiacutemicobioloacutegicos

Os extratos em etanol eou oacuteleos essencias com maiores rendimentos foram

testados nos seguintes ensaios

461 Ensaio de atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria de acetilcolinesterase foi verificada segundo o meacutetodo de

Ellman (1961) modificado por Rhee et al (2001) A amostra foi adicionada em uma

placa de CCD (cromatografia de camada delgada) Apoacutes a completa evaporaccedilatildeo do

solvente foi adicionado sobre a placa cromatograacutefica o corante e o substrato que

satildeo o reagente de Ellman (aacutecido 55rsquo-ditiobis-2-nitrobenzoacuteico DTNB) e uma soluccedilatildeo

de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) em tampatildeo A enzima AChE (3 UmL) foi

adicionada posteriormente e analisada depois de 20 minutos O resultado foi

verificado atraveacutes da diferenccedila na coloraccedilatildeo caracteriacutestica do meacutetodo em que a

coloraccedilatildeo amarela caracteriza o resultado negativo para inibiccedilatildeo e branca para

positivo

As regiotildees da placa que contecircm substacircncias capazes de inibir a accedilatildeo da

enzima acetilcolinesterase apresentam uma mancha branca contra a coloraccedilatildeo de

fundo do corante

462 Anaacutelise da atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH

A atividade inibidora de radicais livres foi verificada de forma qualitativa

(Soler-Rivas et al 2000) e quantitativa (Mensor 2001)

79

4621 Anaacutelise qualitativa da atividade antioxidante

O teste de atividade antioxidante qualitativo foi realizado atraveacutes da

capacidade sequumlestrante do radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) em

soluccedilotildees com solvente metanol por trinta segundos

Foram aplicadas sobre uma cromatoplaca de siacutelica gel soluccedilotildees das amostras

de extrato bruto com concentraccedilatildeo de 1mgmL Apoacutes a total evaporaccedilatildeo do solvente

a placa seraacute nebulizada com soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH a 03mMmL

A atividade antioxidante foi evidenciada pela presenccedila de manchas amarelas

ou brancas decorrentes da reduccedilatildeo do DPPH contra a coloraccedilatildeo puacuterpura de fundo

apoacutes alguns minutos agrave temperatura ambiente Como padratildeo positivo foi utilizado o

flavonoacuteide quercetina

4622 Anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi avaliada por meio da capacidade sequumlestrante do

radical estaacutevel 22-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) utilizando quercetina como padratildeo

externo Verifica-se que o padratildeo apresenta concentraccedilatildeo eficiente aproximada de 4

μgmL devido a isso foram preparadas soluccedilotildees em metanol com concentraccedilotildees de

03906 a 25 μgmL O mesmo procedimento foi realizado para as soluccedilotildees dos

extratos com concentraccedilatildeo de 3125 a 100 microgmL O meacutetodo foi adaptado para

microplaca (figura 23)

As amostras diluiacutedas tiveram suas absorbacircncias medidas em leitora de

microplaca (Bio-Rad modelo 3550 UV) a 517 nm para a obtenccedilatildeo do branco Em

seguida foram submetidas agrave adiccedilatildeo do reativo DPPH (03 mM) incubando a reaccedilatildeo

80

por 30 minutos em ambiente escuro A leitura da absorbacircncia foi novamente

realizada pois por accedilatildeo de um antioxidante o DPPH eacute reduzido formando difenil-

picril-hidrazina com consequente desaparecimento da coloraccedilatildeo podendo ser

monitorado pelo decreacutescimo da absorbacircncia

A porcentagem da atividade antioxidante (AA) corresponde agrave quantidade de

DPPH consumida sendo que a quantidade da amostra necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo de DPPH em 50 eacute denominada concentraccedilatildeo eficiente (CE50) Os

valores de absorbacircncia em todas as concentraccedilotildees testadas foram convertidos em

AA pela equaccedilatildeo 01

AA = [ Abscontrole ndash ( Absamostra ndash Absbranco ) ] x 100 Abscontrole

Onde Abscontrole eacute a absorbacircncia inicial da soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPH e

Absamostra eacute a absorbacircncia da mistura reacional ( DPPH + amostra)

Figura 23 Procedimento para anaacutelise quantitativa da atividade antioxidante

Os resultados apresentados neste estudo correspondem a meacutedia da triplicata

e o desvio padratildeo da meacutedia O valor de (CE50) foi determinada atraveacutes da regressatildeo

linear dos valores obtidos utilizando o programa Microsoft Office Excel 2007

81

463 Ensaio de letalidade sobre Artemia salina LEACH

A atividade citotoacutexica dos extratos foi avaliada atraveacutes do teste de letalidade

contra Artemia salina Leach de acordo com o meacutetodo proposto por Meyer e

colaboradores (1982) Naacuteuplios de Artemia salina foram incubados em aacutegua do mar

artificial por 48 horas agrave temperatura de 28ordmC Soluccedilotildees dos extratos foram

preparadas em dimetilsulfoacutexido (DMSO) nas concentraccedilotildees variando de 10 a 500

μgmL

Cerca de 10 larvas de Artemia salina foram transferidas para recipientes

contendo aacutegua artificial do mar e a substacircncia a ser testada Os ensaios foram

realizados em triplicata A contagem do nuacutemero de larvas mortas foi realizada apoacutes

24 horas e esse nuacutemero foi usado para o calculo utilizando o meacutetodo Proacutebitos de

anaacutelise para obtenccedilatildeo das DL50 e respectivos intervalos de confianccedila (Finney 1971)

(figura 24) Os extratos com DL50 maiores que 1000 microgmL ppm foram considerados

inativos

Figura 24 Procedimento para o ensaio de citotoxicidade em Artemia salina

464 Avaliaccedilatildeo da atividade citotoacutexica em ceacutelulas tumorais

A avaliaccedilatildeo da citotoxidade foi realizada na Universidade Federal do Cearaacute sob

a supervisatildeo da prof Dra Claacuteudia Pessoa Foram utilizados trecircs tipos de linhagens

82

tumorais MDA-MB435 (mama - humano) HCT-8 (coacutelon - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) cultivadas em meio RPMI 1640 suplementados com 10

de soro fetal bovino e 1 de antibioacuteticos mantidas em estufa a 37 ordmC e atmosfera

contendo 5 de CO2As amostras dos extratos etanoacutelicos foram dissolvidas em

DMSO puro esteacuteril e testadas na concentraccedilatildeo final de 50 microgmL

Anaacutelise de citotoxicidade pelo meacutetodo do MTT vem sendo utilizada no

programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos (NCI) Eacute um

meacutetodo raacutepido sensiacutevel e barato Eacute uma anaacutelise colorimeacutetrica baseada na

conversatildeo do sal 3-(45-dimetil-2-tiazol)-25-difenil-2-H-brometo de tetrazolium (MTT)

em azul de formazan a partir de enzimas mitocondriais presentes somente nas

ceacutelulas metabolicamente ativas O estudo citotoacutexico pelo meacutetodo do MTT permite

definir facilmente a citotoxicidade mas natildeo o mecanismo de accedilatildeo (Berridge et al

1996)

As ceacutelulas foram plaqueadas na concentraccedilatildeo de 01 x 106 ceacutelmL para as

linhagens MDAMB-435 e SF-295 e 07 x 105 ceacutelmL para a linhagem HCT-8 Em

seguidas foram adicionadas as amostras na concentraccedilatildeo final de 50 gmL As

placas foram incubadas por 72 horas em estufa a 5 de CO2 a 37 ordmC Ao teacutermino

deste as mesmas foram centrifugadas e o sobrenadante removido Em seguida

foram adicionados 150 L da soluccedilatildeo de MTT (sal de tetrazolium) e as placas foram

incubadas por 3h A absorbacircncia foi lida apoacutes dissoluccedilatildeo do precipitado com 150L

de DMSO puro em espectrofotocircmetro de placa a 595 nm

Os experimentos foram analisados segundo a meacutedia plusmn desvio padratildeo da

meacutedia (DPM) da porcentagem de inibiccedilatildeo do crescimento celular usando o programa

GraphPad Prism

83

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apoacutes seacuteculos de exploraccedilatildeo desordenada na Regiatildeo Amazocircnica as espeacutecies

da famiacutelia Lauraceae produtoras de oacuteleo essencial continuam tendo interesse

comercial mas com poucos estudos quiacutemicos e farmacoloacutegicos descritos na

literatura em comparaccedilatildeo com a quantidade de espeacutecies de interesse (Alcacircntara et

al 2010)

As espeacutecies de plantas estudadas neste trabalho fazem parte de uma seacuterie de

plantas selecionadas pelo grupo de pesquisa Quiacutemica de Biomoleacuteculas da Amazocircnia

(Q-BiomA) objetivando o estudo do perfil de seus constituintes alcaloiacutedicos e

volaacuteteis Todas as espeacutecies fazem parte da flora Amazocircnica e possuem pouco ou

nenhum estudo quiacutemico e bioloacutegico

As extraccedilotildees e os ensaios quiacutemicos e bioloacutegicos foram realizados conforme a

disponibilidade dos equipamentos e reagentes e portanto os testes natildeo foram

realizados com todas as espeacutecies e partes da planta ateacute a presente data

51 Rendimento do extrato

Foram obtidos 23 extratos com rendimento variando de 161 agrave 2904

conforme apresentado na tabela 4 A espeacutecie O ceanothifolia apresentou o maior

rendimento na maioria das partes (folhas galhos finos e grossos) Em quase todas

as espeacutecies foi possiacutevel verificar que os galhos finos apresentaram rendimento maior

que os galhos grossos Tal dado eacute importante tendo em vista a sustentabilidade da

84

pesquisa jaacute que os galhos finos satildeo mais faacuteceis de serem obtidos e sua retirada eacute

menos prejudiciais agrave planta devido crescerem mais raacutepido

Tabela 4 Rendimento dos extratos das espeacutecies de Lauraceae

A= Peso do material utilizado para extraccedilatildeo a frio em etanol Rend=rendimento NR = natildeo realizado

52 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica

O estudo fitoquiacutemico revelou a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos

na maioria dos extratos Os resultados para a prospecccedilatildeo de alcaloacuteides utilizando

como reveladores Hager Wagner Mayer e Draggendorff foram unidos e satildeo

apresentados na tabela 09 assim como os resultados para flavonoacuteides e compostos

fenoacutelicos

Os flavonoacuteides natildeo foram detectados em nenhum extrato do gecircnero

Rhodostemonodaphne e das espeacutecies Endlicheria sericea (galhos) e Ocotea

Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

Espeacutecies Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

() Massa

(g) Rend

()

E citriodora 400 1299 215 682 NR NR NR NR

E sericea 500 479 500 204 500 347 200 284

O

ceanothifolia

700 2904 500 860 300 1362 350 204

O leucoxylon 550 393 500 257 500 579 NR NR

O minor 500 1665 600 672 300 607 300 354

R

crenaticupula

100 826 500 161

NR NR NR NR

R recurva 500 426 500 106 500 201 300 051

85

leucoxylon Poreacutem este uacuteltimo gecircnero apresentou a maior quantidade de espeacutecies

contendo alcaloacuteides o que pode ser um indiacutecio para outras atividades jaacute que os

alcaloacuteides satildeo conhecidos por apresentarem pronunciada atividade bioloacutegica

A presenccedila de alcaloacuteides em Ocotea foi verificada destacando esse grupo de

substacircncias como bastante frequumlentes em espeacutecies desse gecircnero Foi possiacutevel

verificar que a maioria das partes das espeacutecies testadas apresentou alcaloacuteides

Tabela 5 Prospecccedilatildeo fitoquiacutemica para alcaloacuteides compostos fenoacutelicos e flavonoacuteides

Oacutergatildeo vegetal Fenoacuteis Flavonoacuteides Alcaloacuteides

E citriodora

Folhas - - -

Galhos grossos + - -

E sericeae

Folhas + + -

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

Cascas + + +

O ceanothifolia

Folhas + + -

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + - -

O leucoxylon

Folhas + - +

Galhos grossos + - +

Galhos finos + - +

O minor

Folhas + - +

Galhos grossos + + +

Galhos finos + + +

Cascas + + +

R recurva

Folhas - - -

Galhos grossos - - +

Galhos finos - - +

Cascas - - +

R crenaticupula

Folhas - - +

Galhos grossos + - +

(+)positivo (-)negativo

86

53 Fraccedilatildeo Alcaloiacutedica

531 Rendimento da particcedilatildeo

O rendimento () das fraccedilotildees alcaloiacutedicas variaram de 673598 em E sericea

a 00749 em E citriodora baseadas em 2g do material de partida Os rendimentos

da particcedilatildeo podem ser verificados a seguir (Tabela 6)

Tabela 6 Rendimento da particcedilatildeo aacutecido-base ()

Oacutergatildeo vegetal Hexano Diclorometano Fraccedilatildeo alcaloiacutedica

E citriodora Folhas 958063 07298 00749

Galhos grossos 121941 33741 08485

E sericeae

Folhas 89957 166872 139949

Galhos grossos 264841 223406 21813

Cascas 224532 40688 673598

O ceanothifolia

Folhas 59401 60496 07518

Galhos grossos 10022 105809 20693

Galhos finos 05395 60678 05246

Cascas 05091 102800 11553

O leucoxylon

Folhas 689310 149902 91739

Galhos grossos 295341 193682 55870

Galhos finos 52083 179812 116716

O minor

Folhas 93799 95347 02446

Galhos grossos 02191 40187 08316

Galhos finos 11014 24370 09768

Cascas 06939 12986 06839

R recurva

Folhas 543737 20224 02769

Galhos grossos 334256 138845 09296

Galhos finos 429355 19344 05285

R crenaticupula Folhas 590989 17336 01273

Galhos grossos 165237 252493 07379

As espeacutecies de Endlicheria apresentaram perfis muito diferentes Enquanto em

E sericea (folhas) pode-se verificar o maior rendimento de todos os extratos E

citriodora (folhas) obteve o menor resultado Tal dado reflete o resultado das

prospecccedilotildees onde esta apresentou resultado negativo o que pode significar uma

quantidade muito baixa de alcaloacuteides presentes no extrato

As Rhodostemonodaphnes apresentaram rendimentos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas

inferiores a 1 em todos os extratos

87

532 Anaacutelise por CCD

Os alcaloacuteides podem ser encontrados em todas as partes de um vegetal

contudo em um ou mais oacutergatildeos haveraacute um acuacutemulo preferencial dessas substacircncias

(Henriques et al2004) como pode ser observado nas placas cromatograacuteficas

dessas espeacutecies analisadas (figura 25 agrave 31)

Endlicheria citriodora

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 25 placa cromatograacutefica de Endlicheria citriodora

Natildeo foi verificado a presenccedila de alcaloacuteides nas fraccedilotildees de folhas e fracamente

nos galhos de Endlicheria citriodora e E sericea Tais dados satildeo condizentes com a

prospecccedilatildeo dos extratos realizados utilizando reveladores especiacuteficos para

alcaloacuteides em que o mesmo foi negativo O que pode indicar uma quantidade

pequena ou ausecircncia de alcaloacuteides presentes nas folhas e galhos dessas espeacutecies

88

O fato do resultado em prospecccedilatildeo quiacutemica ser negativo natildeo exclui a presenccedila de

uma substacircncia em um extrato pois a mesma pode estar em uma concentraccedilatildeo

muito baixa no extrato testado

Endlicheria sericeae

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 26 placa cromatograacutefica de Endlicheria sericeae

89

A anaacutelise em CCD possibilita que classes de substacircncias que apresentem

concentraccedilotildees baixas em um extrato possam ser visualizadas atraveacutes da separaccedilatildeo

de fraccedilotildees na placa cromatograacutefica como no caso dos galhos de E citriodora

No extrato das cascas de E sericea pode-se visualizar trecircs manchas que

sugerem corresponder a presenccedila do mesmo nuacutemero de alcaloacuteides embora a

presenccedila de uma fraccedilatildeo separada na placa cromatograacutefica natildeo comprove que a

mesma estaacute isolada

Rodostemonodaphne crenaticupula

Os resultados das particcedilotildees aacutecido-base das duas espeacutecies de

Rhodostemonodaphne podem ser visualizados nas figuras 27 e 28

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 27 placa cromatograacutefica de R crenaticupula

90

Nas folhas e nos galhos de R crenaticupula foi possiacutevel visualizar a presenccedila

de duas manchas que equivalem a presenccedila de alcaloacuteides Em contraste natildeo foi

possiacutevel visualizar a presenccedila de alcaloacuteides nas folhas de R recurva fracamente

nos galhs finos e mais pronunciado nos galhos grossos

Rhodostemonodaphne recurva

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 28 placa cromatograacutefica de R recurva

91

A prospecccedilatildeo para alcaloacuteides tambeacutem foi confirmada no gecircnero

Rhodostemonodaphne O perfil dos alcaloacuteides nas folhas e galhos de R

crenaticupula foi o mesmo na placa cromatograacutefica poreacutem em R recurva visualizou-

se duas manchas nos galhos finos e apenas uma nos galhos grossos Segundo

Henriques et al (2004) apoacutes o transporte para o siacutetio de armazenagem podem

haver modificaccedilotildees estruturais secundaacuterias Assim os mesmos podem ter a mesma

origem poreacutem com estruturas diferentes

A presenccedila de alcaloacuteides em potencial confirma a revisatildeo de Zanin amp Lordello

(2007) onde foi constatada por meio de anaacutelise em CCD e prospecccedilatildeo a presenccedila

de alcaloacuteides em todas as partes (folhas galhos e cascas)

Dos trecircs gecircneros analisados as Ocoteas foram as que apresentaram mais

alcaloacuteides tanto em quantidade visualizadas pelo nuacutemero de fraccedilotildees obtidas pela

separaccedilatildeo do extrato na placa cromatograacutefica quanto na concentraccedilatildeo verificada

por meio da intensidade da coloraccedilatildeo

A presenccedila de alcaloacuteides nas espeacutecies de Ocotea identificados por revelador

especiacutefico pode ser visualizado nas figuras 29 30 e 31 As manchas em Ocotea

leucoxylon e Ocotea minor foram mais pronunciadas que em O ceanothifolia

92

Ocotea ceanothifolia

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O ceanothifolia

93

O leucoxylon

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 29 placa cromatograacutefica de O leucoxylon

94

Ocotea minor

1= Extrato bruto a = Fraccedilatildeo em hexano b = Fraccedilatildeo em diclorometano c = fraccedilatildeo alcaloiacutedica

Figura 31 placa cromatograacutefica de O minor

95

O procedimento realizado para o fracionamento aacutecido-baacutesico para alcaloacuteides foi

uma adaptaccedilatildeo do meacutetodo de particcedilatildeo aacutecido-baacutesico modificado proposto por

Giordani et al (2008) Atraveacutes das modificaccedilotildees propostas verificou-se que o perfil

dos extratos nas anaacutelises por cromatografia em camada delgada (CCD)

apresentaram melhores perfis devido a separaccedilatildeo dos componentes

A diferenccedila para a particcedilatildeo aacutecido-base claacutessica estaacute na adiccedilatildeo de

diclorometano (b) quando o meio da fraccedilatildeo aquosa ainda estaacute aacutecida Tal fato faz

com que possa haver a extraccedilatildeo de substacircncias de meacutedia e baixa polaridade onde

estatildeo incluiacutedos outros componentes natildeo desejados para esse trabalho

Ao adicionar o hidroacutexido de amocircnio este libera a maioria dos acaloacuteides e os

convertem na forma de bases livres que podem ser retirados com a segunda adiccedilatildeo

de diclorometano (c) Dessa forma eacute obtida uma mistura bruta de acaloacuteides isolados

do resto dos produtos metaboacutelicos do vegetal Apoacutes a retirada da fraccedilatildeo alcaloiacutedica

esta soluccedilatildeo foi neutralizada atraveacutes de vaacuterias particcedilotildees com aacutegua destilada

Os perfis das placas cromatograacuteficas das Ocoteas demonstraram o quanto agraves

substacircncias de meacutedia polaridade foram extraiacutedas pela primeira adiccedilatildeo de

diclorometano (b) e os alcaloacuteides de maior polaridade foram extraiacutedos pela

segunda adiccedilatildeo de diclorometano onde o meio aquoso encontrava-se baacutesico

96

533 Anaacutelise por espectrometria de massa

Por meio de espectrometria de massa pode-se analisar o perfil dos extratos e

fraccedilotildees e selecionar as espeacutecies mais promissoras conforme o interesse do

trabalho A famiacutelia Lauraceae apresenta como marcador taxonocircmico a presenccedila de

alcaloacuteides principalmente a classe dos isoquinoliacutenicos Destes satildeo predominantes

compostos com moleacuteculas aporfiacutenicas oxoaporfiacutenicas e benzilisoquinoliacutenicas Os

espectros de massas das fraccedilotildees alcaloiacutedicas dos trecircs gecircneros estatildeo apresentadas

em anexo e reunidas na tabela 6 onde as substacircncias majoritaacuterias estatildeo sendo

destacadas

Tabela 6 Anaacutelise do perfil das fraccedilotildees alcaloiacutedicas por espectrometria de massa

Espeacutecie Oacutergatildeo vegetal Iacuteons principais(mz)

E citriodora Folhas 23895 38791

E citriodora Galhos grossos 30006 32988

E sericea Folhas 32995 30013

E sericea Galhos finos 28606 30006 32988 34619

E sericea Galhos grossos 30006 32813 33009 34194

E sericea Cascas 28585 33009

R crenaticupula Folhas 27416 31806 43691 45287

R crenaticupula Galhos grossos 28606 31385 33009

R recurva Folhas 19191 27423 33016

R recurva Galhos finos 28193 33002 34612

R recurva Galhos grossos 35289 33002 34591

O ceanothifolia Folhas 29992 35795

O ceanothifolia Galhos finos 29992 31420 34591

O ceanothifolia Galhos grossos 29992 31413 34605

O ceanothifolia Cascas 30006 31406 33002 34605

O leucoxylon Folhas 31084 32484 35578 37013

O leucoxylon Galhos finos 31084 32505 35592 36992

O leucoxylon Galhos grossos 32484 35592 36992

O minor Folhas 14389 17490 20507

O minor Galhos finos 14389 17511 20507

O minor Galhos grossos 14389 17504 20507

O minor Cascas 28558 29992 33009

97

Os picos mais intensos constituintes foram observados entre massa de 14389

a 45287 mz em O minor e R crenaticupula respectivamente Analisando os perfis

cromatograacuteficos das fraccedilotildees alcaloiacutedicas observa-se que os respectivos espectros

obtidos nas mesmas condiccedilotildees experimentais apresentam perfis semelhantes entre

partes da mesma espeacutecie principalmente entre galhos finos e galhos grossos com

o mesmo pico base

Por tratar-se de uma fraccedilatildeo pode-se realizar uma anaacutelise do perfil onde

algumas classes de substacircncias podem ser caracterizadas Na tabela 7 haacute algumas

classes correspondentes a massa dos picos encontrados nas fraccedilotildees e algumas

sugestotildees de alcaloacuteides com registro na literatura de isolamento em espeacutecies de

Lauraceae

Os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na maioria das fraccedilotildees Por se

tratarem de um mz de nuacutemeros pares (300 e 330) significa que as suas massas

molares satildeo na realidade iacutempar Estes dados fornecem informaccedilotildees de que os

compostos referentes tratam-se de substacircncias com nuacutemero iacutempar de nitrogecircnios

Os alcaloacuteides benzilisoquinoliacutenicos reticulina e N-metil coclaurina apresentam

foacutermula molecular C19H24NO4 e C19H24NO4 o que podem corresponder aos picos

encontrados sendo estes descritos como alcaloacuteides isolados em gecircneros de

Lauraceae (Sulaiman et al 2011 Dias et al 2003)

No gecircnero Ocotea satildeo relatados diversos trabalhos com o isolamento de

alcaloacuteides Destes a classe dos aporfinicos satildeo os constituintes quiacutemicos mais

frequentes sendo encontrado em um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies (Zanin amp

Lordello 2007)

98

O pico 23895 apresenta massa correspondente agrave estrutura de um alcaloacuteide

tipo benzilisoquinoliacutenico nuacutecleo encontrado em diversas espeacutecies de Ocotea (Dias

et al 2003 Meirelles et al 1979 Barbosa-Filho et al 1999)

Em Ocotea leucoxylon verificou-se a prevalecircncia do iacuteon principal em todas as

partes de 370 mz o que sugere a presenccedila do alcaloacuteide aporfiacutenico ocoteiacutena

(C21H23NO5) alcaloacuteide denominado devido ao seu isolamento em espeacutecies desse

gecircnero (Zhou et al 2000)

Os gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne apresentaram seus picos

principais na maioria dos oacutergatildeos vegetais com mz de 300 e 330 O pico

correspondente a 285 mz corresponde agrave massa que eacute encontrada no alcaloacuteide

coclaurina onde este foi encontrado em diversos gecircneros de Lauraceae como

Aniba Litsea Mezilaurus Nectandra Neolitsea Phoebe e Ocotea (Silva et al

2002 Guinaudeau et al1979 Guinaudeau 1983 Wu amp Huang 2006)

99

Tabela 7 Comparaccedilatildeo dos iacuteons moleculares com algumas foacutermulas moleculares de alcaloacuteides

isolados em Lauraceae

Iacuteon molecular

(mz) (M+1)

Foacutermula

molecular Alcaloacuteides Classificaccedilatildeo Referecircncia

19191 C10H9NO3

Noroxihidrastinina

Isoquinolinico Wu amp Huang 2006

23895 C17H20N Benzilisoquinoliacutenicos benzilisoquinoliacutenicos Dias et al 2003

Meirelles et al 1979

28193 C18H19NO2 Bornuciferina lirinidina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

28606 C17H19NO3 Norcanelillina coclaurina benzilisoquinoliacutenicos Silva et al2002 Wu amp

Huang 2006

30006 C19H24NO4 N-metilcoclaurina benzilisoquinoliacutenicos Wu amp Huang 2006

Dias et al 2003

31084 C19H21NO3 Prestephanina

N-carbamoilasimilobina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

31420 C18H19NO4 Laurolitsina laureptina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32484 C19H17NO4 Neolitsina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

32813 C19H21NO4 Boldina Laurotetanina

isoboldina lirina N-oxidada Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

33009 C19H24NOu Reticulina Aporfiacutenico Sulaiman et al 2011

Dias et al 2003

34194 C19H19NO5 Isocoridina predicentrina

lirioferina Aporfiacutenico

Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35289 C20H19NO5 Oxoglaucina Oxoaporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35578 C21H25NO4 Glaucina leucoxina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

35795 C21H27NO4 Srilankina Aporfiacutenico Guinaudeauet al1979

Guinaudeau 1983

37013 C21H23NO5 Ocoteina N-metilglaucina Aporfiacutenico Zhou et al 2000

Guinaudeau 1983

100

Por meio das anaacutelises pode-se sugerir que os demais iacuteons presentes no

gecircnero Ocotea correspondem a alcaloacuteides tipo aporfiacutenico conforme encontrado na

literatura (Zanin amp Lordello 2007) Tal fato eacute verificado em relaccedilatildeo a razatildeo massa

carga encontrada que pode ser comparada a esta classe de substacircncias

Pouco ou nenhum estudo descrito na literatura sobre isolamento de alcaloacuteides

nos gecircneros Endlicheria e Rhodostemonodaphne satildeo encontrados Tal fato pode ser

explicado devido a baixa concentraccedilatildeo dessa classe de substacircncia nos extratos

Mesmo utilizando particcedilatildeo aacutecido-base em que obtem-se uma fraccedilatildeo rica em

alcaloacuteides a concentraccedilatildeo destes eacute baixa quando comparada a quantidade de

substacircncias presentes na fraccedilatildeo e os picos que satildeo descritos na literatura No

gecircnero Rhodostemonodaphne verificou-se nos espectros de massa misturas

complexas de picos

Levando em consideraccedilatildeo a dificuldade de isolamento e purificaccedilatildeo das

classes de alcaloacuteides tanto quando existem dois ou mais componentes com o

mesmo esqueleto na mesma fraccedilatildeo devido ao mesmo comportamento

cromatograacutefico destas substacircncias quanto quando a concentraccedilatildeo destes eacute baixa

no extrato a anaacutelise das fraccedilotildees enriquecida de alcaloacuteides eacute uma alternativa eficaz

na detecccedilatildeo dos constituintes presentes na fraccedilatildeo

101

54 Oacuteleo essencial

541 Rendimento do oacuteleo essencial

As Lauraceae satildeo conhecidas internacionalmente por apresentarem espeacutecies

aromaacuteticas Dos gecircneros estudados as Anibas em especial a espeacutecie de Aniba

rosaeodora apresenta uma quantidade significante de oacuteleo em comparaccedilatildeo com a

massa do material vegetal No trabalho realizado por Alcacircntara (2009) onde foi

analisado oacuteleos essencias de 14 espeacutecies de diferentes gecircneros de Lauraceae

encontrados no Amazonas o maior rendimento encontrado foi na referida espeacutecie

citada com percentagem de 131 Outros trabalhos relacionados apresentam

rendimentos aproximados ou em sua maioria rendimentos inferiores ao encontrado

(Silva et al 2009 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Lima et al 2004)

Neste trabalho foram extraiacutedos das sete espeacutecies 21 oacuteleos essencias onde as

folhas apresentaram maiores rendimentos em comparaccedilatildeo com os galhos e cascas

Os oacuteleos como um todo apresentaram baixo rendimento como pode ser visualizado

na tabela 8

Tabela 8 Rendimento dos oacuteleos essenciais () Material vegetal 100g exceto E citriodora

50g ()

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 429 250 NR NR

E sericea 013 010 011 006

O ceanothifolia 011 007 005 NR

O leucoxylon 013 005 002 NR

O minor 011 004 NR 006

R crenaticupula 058 002 NR NR

R recurva 006 002 003 004 NR natildeo realizado

Os rendimentos dos oacuteleos obtidos pela teacutecnica de hidrodestilaccedilatildeo variaram de

002 a 429 As espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os

102

menores rendimentos em todas as partes (folhas galhos e casca) e as espeacutecies de

Endlicheria apresentaram de forma geral os maiores rendimentos Em contraste com

as espeacutecies de Ocotea e Rhodostemonodaphne na extraccedilatildeo de oacuteleo essencial a

espeacutecie E Citriodora obteve o maior rendimento tanto nos galhos quanto nas folhas

de 251 e 429 respectivamente

O perfil quiacutemico dos oacuteleos essenciais analisados com exceccedilatildeo de E citriodora

revelou uma proporccedilatildeo elevada de sesquiterpenos Na maioria dos oacuteleos essenciais

de Lauraceae reportados na literatura observa-se a predominacircncia de

sesquiterpenos principalmente de hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al

1981 Chaverri amp Ciccioacute 2008 Telascrea et al 2008)

5411 Endlicheria

A anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial de folhas e galhos de E citriodora por

cromatografia em fase gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo

mostradas na Tabela 9 registrando-se os principais constituintes quiacutemicos

presentes nestes oacuteleos

Tabela 9 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria citriodora()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1089 28337 12181

geranato de metila 1321 93751 951522

aacutecido geracircnico 1391 19358 -

trans cariofileno 1418 14796 -

Natildeo identificados 0 36297

Total identificados 100 963703

Monoterpenos 985205 963703

Sesquiterpenos 14796 -

103

Foram identificados os constituintes de 100 das folhas e 9637 dos

galhos sendo que destes a percentagem de sesquiterpenos foi superior a 95 em

ambos oacutergatildeos vegetais de E citriodora

O principal constituinte foi o eacutester geranato de metila com uma percentagem

elevada de 9375 nas folhas e 9515 nos galhos Devido ao grau de pureza do

constituinte majoritaacuterio foi possiacutevel realizar a ressonacircncia magneacutetica nuclear de

hidrogecircnio e carbono (RMN 1H e 13C) confirmar a presenccedila deste constituinte Os

espectros de RMN de 1H RMN 13C e os bidimensionais HSQC e HMBC estatildeo

apresentados em anexo

O espectro de RMN 13C e DEPT 135ordm apresentaram 11 sinais de carbonos

sendo 4 metiacutelicos δCH 18022 (C ndash a) δCH 19157 (C ndash b) δCH 25991 (C ndash c) e δCH

51113 ( C ndash f) 2 metilecircnicos δCH 26372 (C ndash d) e δCH 41277 (C ndash e) 2 metiacutenicos

δCH 115563 (C ndash g) e δCH 123317 (C ndash h) e 3 sinais de carbonos natildeo hidrogenados

δCH 132868 (C ndash i) δCH 160477 (C ndash j) e δCH 167629 (C ndash l) O sinal em δCH 7700

refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra CDCl3 ( Silverstein et

al 2007)

O espectro de RMN 1H sugeriu a presenccedila de singletos em δH 1603 δH 1683

δH 3684 e δH 5294 Os outros sinais podem ser verificados na tabela 10 O sinal em

δH 726 (sngleto) refere-se ao solvente utilizado para a solubilizaccedilatildeo da amostra

CDCl3 ( Silverstein et al 2007)

Por meio do mapa de contornos HSQC pode-se observar as correlaccedilotildees entre

os sinais de hidrogecircnio e carbono Ca ndash HI Cb ndash HII Cg ndash HIII Cd ndash HIV Ce ndash HV Cc ndash

HVI Ch ndash HVII Cf ndash HVIII Os valores obtidos nos RMN1H e 13C DEPT HSQC e

HMBC confirmaram a presenccedila da substacircncia geranato de metila e seus espectros

estatildeo em anexo no final do trabalho

104

Tabela 10 Resultados experimentais de RMN de 1H de E citriodora (δ em ppm CDCl3

500MHz)

C δ ppm DEPT

(Multiplicidade) HSQC HMBC (

23JCH)

a 18022 CH3 16 II III

b 19157 CH3 22 IIII

c 25991 CH3 165 V VII

d 26397 CH2 22 III V

e 41277 CH2 22 III IV VI

f 51113 CH3 365 -

g 115553 CH 565 III IV

h 123317 CH 52 VVI

i 132868 C - -

j 160477 C - -

l 167629 C - -

O geranato de metila eacute encontrado principalmente em frutas ciacutetricas como o

limatildeo siciliano (08) e em espeacutecies da famiacutelia Rutaceae Apresenta foacutermula

C11H18O2 com nome sistemaacutetico de 37-dimetil-octan-26-dienoato de metila (Arauacutejo

Jr 2009 Rahimi-Nasrabadi et al 2009)

Em E sericeae os constituintes majoritaacuterios foram espatulenol (2684) e

oacutexido de cariofileno (2575) nas folhas elemol nas cascas e oacutexido de cariofileno

nos galhos finos e grossos com 2983 e 1725 respectivamente A relaccedilatildeo dos

constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas galhos e cascas de

105

Endlicheria sericea rendimentos suas quantidades relativas e respectivos iacutendices

de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 11

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 13

compostos presentes nos quatro oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de 7027 nas folhas 5862 nos

galhos finos 28156 nos galhos grossos e 4067 nas cascas Sendo os

rendimentos destes relativamente baixos (inferiores a 14)

Tabela 11 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Endlicheria sericea ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos Cascas

linalol 1089 - - 2 0349 -

geranato de metila 1321 - 1 9956 - -

trans cariofileno 1418 6 6585 2 3027 1 8696 -

aromadendreno 1438 1 8709 - - -

germacreno D 1480 6 0036 - - -

beta-selineno 1488 3 1520 - - 3 5175

gama cardineno 1519 - 1 7875 1 7255 -

elemol 1556 - 4 9363 - 14 4954

espatulenol 1585 26 8381 5 0277 5 2818 6 5065

oacutexido de cariofileno 1590 25 7480 29 8301 17 2473 6 9479

guaiol 1595 - 1 6318 - 7 5621

oacutexido de humuleno 1616 - 9 2069 - -

eudesmol 1653 - 1 9025 - 1 6396

Natildeo identificados 297289 413789 718409 593337

Total identificados 702711 586211 281591 406663

Monoterpenos - 1 9956 20349 -

Sesquiterpenos 702711 566255 261242 406663

5412 Ocotea

O oacuteleo de O ceanothifolia apresentou como constituinte majoritaacuterio

espatulenol e oacutexido de cariofileno e em O leucoxylon e Ominor o majoritaacuterio nas

folhas e galhos grossos foi cariofileno e seu oacutexido

106

Ocotea ceanothifolia

As anaacutelises dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia por cromatografia em fase

gasosa acoplada agrave espectrometria de massa estatildeo mostradas na Tabela 12

registrando-se os principais constituintes quiacutemicos presentes nestes oacuteleos

Os sequiterpenos neste oacuteleo foram os constituintes majoritaacuterios poreacutem

verifica-se que nos galhos grossos a percentagem de diferenccedila natildeo foi tatildeo

pronunciada quanto nas outras partes (folhas e galhos finos)

Tabela 12 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea ceanothifolia ()

Substacircncia IR Folhas Galhos finos Galhos grossos

alfa pineno 929 1 2384 12212 -

linalol 1088 - 21490 34198

geranato de metila 1321 41637 44371 68693

beta elemeno 1392 21647 - -

trans cariofileno 1418 39524 - 14580

germacreno D 1480 38782 - 18006

beta selineno 1488 30509 - 75520

espatulenol 1585 222306 76592 -

oxido de cariofileno 1589 223704 169030 80380

oacutexido de humuleno 1616 55129 - -

Natildeo identificados 314378 685622 708623

Total identificados 685622 323695 291377

Monoterpenos 54021 78073 102891

Sesquiterpenos 631601 245622 188486

Ocotea leucoxylon

Vinte e um componentes presentes nos oacuteleos essenciais de O leucoxylon

foram identificados por dados cromatograacuteficos e espectromeacutetricos O perfil quiacutemico

desses oacuteleos mostrou semelhanccedilas significativas na composiccedilatildeo entre as espeacutecies

estudadas (tabela 12 13 e 14)

107

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas 156286

satildeo monoterpenos e 688096 satildeo sesquiterpenos em que os constituintes

majoritaacuterios foram oacutexido de cariofileno (16046) alfa-copaeno (101092) beta

cariofileno (8902) alfa-pineno (77088) e beta-pineno (79198)

Nos galhos finos e grossos apenas verificou-se a presenccedila e um monoterpeno

o linalol como com percentagem de 47631 e 15582 respectivamente Os

constituintes majoritaacuterios foram os sesquiterpenos beta-cariofileno (106697) e

espatulenol (104549) nos galhos finos e oacutexido de cariofileno (175303) e beta-

eudesmol (86054) nos galhos grossos

Tabela 13 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea leucoxylon ()

Substacircncia IR Folhas galhos finos Galhos grossos

alfa-pineno 934 77088 - -

beta-pineno 978 79198 - -

linalol 1099 - 47631 15582

alfa-cubebeno 1353 22594 1573 -

alfa-copaeno 1380 101092 21003 -

beta-cubebeno 1394 26065 - -

beta-elemeno 1395 19047 - -

beta-cariofileno 1424 8902 106697 20519

alfa-humuleno 1458 24751 24592 -

alfa amorfeno 1480 39618 28024 -

germacreno D 1480 - 23061 -

beta-selineneo 1491 33015 22246 -

valenceno 1498 25473 51191 -

gama cadineno 1518 42752 38533 -

delta-cadinene 1527 14977 77188 44278

elemol 1552 - 1762 -

espatulenol 1582 57756 104549 63865

oacutexido de cariofileno 1588 16046 - 175303

cariofilla-4(12)8(13)-

dien-5-beta-ol 1638 - - 43548

beta-eudesmol 1655 - - 86054

Natildeo identificados 172957 421935 566433

Total identificados 827043 578065 433567

Monoterpenos 156286 47631 15582

Sesquiterpenos 670757 530434 413048

108

Ocotea minor

Atraveacutes dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados 21

compostos presentes nos trecircs oacuteleos analisados O percentual da composiccedilatildeo

quiacutemica dos oacuteleos essenciais determinado foi de cerca de 573154 nas folhas

53177 nos galhos e de 32 nas cascas O rendimento obtido foi inferior a 012

em todas as partes analisadas

Dos constituintes quiacutemicos detectados no oacuteleo essencial das folhas

573154 satildeo sesquiterpenos com constituintes majoritaacuterios espatulenol (13369)

e cariofileno (186866) Nas cascas natildeo foi verificada a presenccedila de

monoterpenos sendo majoritaacuterio os componentes delta cadineno (74903) beta

cariofileno (40069) e seu oacutexido (61291) No oacuteleo essencial dos galhos tambeacutem

se observou teores menores de monoterpenos (31007) em relaccedilatildeo aos

sesquiterpenos (500763) tendo como majoritaacuterios beta cariofileno (79131)

oacutexido de cariofileno (157363) e aacutecido hexadecanoacuteico (70932)

O monoterpeno alfa pineno encontrados nos oacuteleos de O ceanothifolia e O

leucoxylon foi um dos constituintes majoritaacuterios encontrados no oacuteleo de Ocotea sp

apresentando atividades antioxidante e citotoacutexica no trabalho realizado por Verbel e

colaboradores (2010)

A composiccedilatildeo quiacutemica dos oacuteleos das espeacutecies de Ocotea satildeo condizentes

com as encontradas em outras espeacutecies onde haacute a presenccedila do monoterpeno linalol

e pineno e sesquiterpenos cariofileno e germacreno D (Arauacutejo et al 2001 Chaverri

amp Ciccioacute 2005 Menut et al 2002)

109

Tabela 14 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Ocotea minor ()

Substacircncia IR folhas galhos grossos cascas

linalol 1099 - 31007 -

alfa-cubebeno 1353 - 17657 -

beta-cubebeno 1394 15997 - -

beta-cariofileno 1424 186866 79131 40069

alfa-humuleno 1458 - 12924 -

alfa amorfeno 1480 31049 - 14635

germacreno D 1480 42675 14866 -

beta-selineno 1491 62358 - 19805

valenceno 1498 - - 26616

biciclogermacreno 1501 85462 - -

alfa-muuroleno 1504 15057 16962 13163

gama cadineno 1518 - - 316

delta-cadineno 1527 - 41822 74903

espatulenol 1582 13369 66317 21418

oacutexido de cariofileno 1588 - 157363 61291

cariofilla-4(12)8(13)-dien-5-beta-ol 1638 - 22789 -

beta-eudesmol 1655 - - 1646

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 70932 -

Natildeo identificados 426846 46823 68004

Total identificados 573154 53177 31996

Monoterpenos - 31007

Sesquiterpenos 573154 500763

Verificou-se no entanto algumas caracteriacutesticas quiacutemicas diferentes do que

algumas Ocoteas como a ausecircncia de fenilpropanoacuteides como safrol metileugenol e

cinamaldeiacutedo e benzenoacuteides encontradas em espeacutecies como Ocotea odorifera

Ocotea pretiosa e Ocotea sassafraacutes (Chaverri amp Ciccioacute 2005 Rizzini amp Mors 1976)

Na varredura realizada por Takaku e colaboradores (2007) com oacuteleo essencial de 10

espeacutecies de Ocoteas da Costa Rica tais componentes tambeacutem natildeo foram

encontrados

110

Rhodostemonodaphne

A relaccedilatildeo dos constituintes quiacutemicos dos oacuteleos essenciais obtidos das folhas

galhos e cascas de Rcrenaticupula e R recurva suas quantidades relativas e

respectivos iacutendices de retenccedilatildeo (IR) satildeo apresentados na Tabela 15 e 16 Atraveacutes

dos dados espectromeacutetricos e de cromatografia foram detectados presentes nos

oacuteleos dessas duas espeacutecies 21 compostos em Rcrenaticupula e 19 em R recurva

Tabela 15 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rcrenaticupula ()

Substacircncia IR Folhas Galhos grossos

linalol 1099 - 82883

beta-elemeno 1380 14275 12754

beta-cariofileno 1424 78493 55616

alfa-humuleno 1458 - 11002

alfa amorfeno 1480 - 17939

beta-elemeno 1380 14275 12754

alloaromadendreno 1459 23445 -

alfa amorfeno 1481 32255 -

beta-selineno 1491 23505 -

epizonareno 1500 42046 -

alfa-muuroleno 1504 3472 16747

beta-bisaboleno 1505 35048 -

gama cadineno 1518 21872 -

delta-cadineno 1527 11602 -

selina-37(11)-diene 1542 21554 -

trans-cadina-14-dieno 1547 11239 -

espatulenol 1582 7489 29086

oacutexido de cariofileno 1588 - -

alfa cadinol 1650 2597 -

beta-eudesmol 1655 - -

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 153144

Natildeo identificados 430393 608075

Total identificado 569607 391925

Monoterpenos - 82883

Sesquiterpenos 569607 309042

111

A anaacutelise comparativa do oacuteleo essencial de galhos e folhas da espeacutecie

Rcrenaticupula apresentou certa variabilidade quiacutemica nos seus constituintes com

relaccedilatildeo ao teor de seus componentes majoritaacuterios nos diferentes oacutergatildeos Tal dado eacute

verificado atraveacutes da ausecircncia de alguns constituintes em um oacuteleo e ausecircncia de

tais costituintes no outro e em relaccedilatildeo aos componentes majoritaacuterios Nas folhas

identificou-se a presenccedila de 569607 de sesquiterpenos tendo como constituinte

majoritaacuterio beta-cariofileno (78493) delta-cadineno (11602) e espatulenol

(7489) enquanto nos galhos grossos a presenccedila do monoterpeno linalol

(82883) e do aacutecido hexadecanoacuteico (153144) diferenciou-os consideravelmente

Tabela 16 Composiccedilatildeo percentual dos oacuteleos essenciais de Rrecurva()

Substacircncia IR folhas galhos finos galhos grossos cascas

linalol 1099 - 2046 23946 35493

alfa-copaeno 1379 34954 13816 13906 -

beta-cariofileno 1424 39251 103763 105425 32757

alfa-humuleno 1458 - 22159 - -

alfa amorfeno 1480 - 31993 32132 -

alloaromadendrene 1443 24256 - - -

valencene 1490 - 21764 - -

beta-selineno 1491 75608 - 2203 15385

alfa-muuroleno 1504 27344 37777 37133 -

gama cadineno 1518 - 37926 12613 20052

delta-cadineno 1527 - 72885 72277 40329

alfa cadineno 1541 12963 13807 - -

elemol 1551 - - 13522 -

espatulenol 1582 6138 134471 124262 42093

guaiol 1608 - - - 14377

beta-eudesmol 1655 - 25549 25882 301017

alfa eudesmol 1657 - - - 9156

beta costol 1769 - - - 4482

aacutecido hexadecanoacuteico 1961 - 19085 20098 56063

Natildeo identificados 724244 444545 496774 306054

Total identificado 275756

555455

503226

693946

Monoterpenos - 2046 23946 35493

Sesquiterpenos 275756

534995 479280 658453

112

Em Rrecurva a identificaccedilatildeo dos galhos finos e grossos apresentaram

similaridade nos constituintes e na composiccedilatildeo percentual Em todas as partes

existiu a prevalecircncia de sesquiterpenos sendo os constituintes majoritaacuterios beta-

selineno (75608) e espatulenol(6138) nas folhas beta-cariofileno (~10) e

espatulenol (~13) nos galhos e beta-eudesmol (301017) nas cascas

Os resultados da anaacutelise dos oacuteleos foram condizentes com o encontrado na

anaacutelise de R parvifolia (Alcacircntara et al 2010) e R kunthiara (Palazzo 2009) em

que os constituintes majoritaacuterios foram cariofileno beta selineno e germacreno D

Atraveacutes anaacutelise quiacutemica do oacuteleo essencial dos galhos de ambas as espeacutecies de

Rhodostemonodaphnes pode-se identificar apenas um monoterpeno o linalol sendo este

um dos constituintes majoritaacuterios nos galhos grossos de R crenaticupula O interesse desse

monoterpeno na induacutestria devido a sua utilizaccedilatildeo como fixador de perfumes foi intenso na

Amazocircnia fazendo com que as espeacutecies de Aniba rosaeodora que apresentam o teor de

linalol de 74 a 96 entrassem para a lista de espeacutecies em risco de extinccedilatildeo O linalol eacute um

monoterpeno alcooacutelico terciaacuterio de cadeia aberta Pode ser encontrado normalmente sob a

forma de uma mistura de isocircmeros de posiccedilatildeo da primeira ligaccedilatildeo dupla Possui um aacutetomo

de carbono assimeacutetrico e por isso podem existir enantiocircmeros apresentando-se dessa

forma em vaacuterias espeacutecies (Gotllieb et al 1965)

O cariofileno um dos principais componentes majoritaacuterios dos oacuteleos essenciais

das espeacutecies analisadas pode ser empregado na medicina tradicional Este

metaboacutelico volaacutetil influi em seu aroma e possui diversas atividades bioloacutegicas tais

como anti-inflamatoacuteria antialeacutergica anesteacutesica local cardiovascular antifuacutengica e

anticarcinogecircnica (Fernandes et al 2007 Barbosa-Filho et al 2008)

Segundo Gottlieb amp Salatno (1987) as famiacutelias que possuem espeacutecies ricas em

oacuteleos essenciais como Lauraceae e Myristicaceae satildeo relativamente pobres em

113

espeacutecies produtoras de alcaloacuteides e ineficientes na variaccedilatildeo de

benziltetraidroisoquinoliacutenicos Em oposiccedilatildeo famiacutelias que produzem uma variedade

de alcaloacuteides deste tipo como Annonaceae e Monimiaceae satildeo relativamente

pobres em oacuteleos essenciais Tal dado eacute confirmado atraveacutes dos rendimentos das

espeacutecies de Ocotea e Endlicheria em que os rendimentos da fraccedilatildeo alcaloiacutedica e

oacuteleos essenciais satildeo inversamente proporcionais Dessa forma verifica-se a

importacircncia da espectrometria de massa em que eacute possiacutevel analisar mesmo em

concentraccedilotildees muito baixas a presenccedila de alcaloacuteides

A identificaccedilatildeo dos oacuteleos essenciais deste trabalho corrobora com as anaacutelises

reportadas na literatura em que a composiccedilatildeo da maioria dos oacuteleos essenciais de

Lauraceae haacute a predominacircncia de sesquiterpenos principalmente de

hidrocarbonetos sesquiterpecircnicos (Gottlieb et al 1987 Alcacircntara 2009 Takaku et

al2007)

114

55 Atividades quiacutemicabioloacutegicas

551 Atividade antioxidante

5511 Qualitativa

A avaliaccedilatildeo preliminar qualitativa dos extratos por CCD em gel de siacutelica

revelada com soluccedilatildeo metanoacutelica do radical DPPH sugeriu a existecircncia de

substacircncias com atividade antioxidante (Tabela 17) evidenciadas nas

cromatoplacas pela presenccedila de manchas amarelas sobre fundo puacuterpura

resultantes da reduccedilatildeo do radical DPPH (figuras 32 e 33)

Tabela 17 Resultado do teste qualitativo de atividade antioxidante qualitativa das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora + + NR NR

E sericea + + + +

O ceanothifolia + + + +

O leucoxylon + + + NR

O minor + + + +

R crenaticupula + + NR NR

R recurva + + + +

NR = natildeo realizado

Todas as amostras revelaram atividade positiva no teste qualitativo

115

Figura 32 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina antes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

Figura 33 Placa cromatograacutefica com extrato das folhas e galhos das espeacutecies de Lauraceae e do padratildeo quercetina apoacutes a adiccedilatildeo da soluccedilatildeo de DPPH

116

5512 Quantitativa

A quantidade de extrato das plantas testadas necessaacuteria para decrescer a

concentraccedilatildeo inicial de DPPH em 50 (CE50) variou de 161plusmn100 a 731plusmn032

conforme a tabela 18 O extrato das folhas de E citriodora apresentou o maior valor

enquanto os galhos de O minor apresentou resultado comparaacutevel com o padratildeo

quercetina (731plusmn032)

Todas as espeacutecies apresentaram resultado positivo ao teste O gecircnero Ocotea

foi o mais ativo utilizando a menor CE50 para a varredura do radial livre testado

(tabela 18)

Tabela 18 Resultado do teste quantitativo de atividade sequestrante do radical livre DPPH das folhas e dos galhos finos e do padratildeo quercetina Dados Quantitativos em μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora 16101 plusmn 100 4278 plusmn 053 NR NR

E sericea 977 plusmn 042 5092 plusmn 096 1444 plusmn 032 1329 plusmn 0091

O ceanothifolia 1812 plusmn 018 1564 plusmn 072 1443 plusmn 103 1017 plusmn 019

O leucoxylon 5251 plusmn 142 5088 plusmn 064 8261 plusmn 243 NR

O minor 821 plusmn 066 908 plusmn 051 731 plusmn 032 757 plusmn 0026

R crenaticupula 7816 plusmn 085 6701 plusmn 270 NR NR

R recurva 11046 plusmn 221 19826 plusmn 107 12538 plusmn 672 5511 plusmn 0652

Padratildeo Quercetina

413 plusmn 0042 μgmL

NR natildeo realizado

Observou-se uma correlaccedilatildeo positiva entre o teste para a atividade

sequestrante do radical livre e a presenccedila de fenoacuteis nos extratos atraveacutes da

prospecccedilatildeo fitoquiacutemica o que pode sugerir que a capacidade antioxidante dos

extratos pode estar associada aos compostos fenoacutelicos

Verificou-se que os extratos com CE50 inferiores a concentraccedilatildeo de

5511plusmn0652 apresentaram a presenccedila de compostos fenoacutelicos em todos os extratos

117

Os trabalhos realizados por Souza et al (2007) Tiveron (2010) e Oliveira (2010) em

testes quantitativos de fenoacuteis totais confirmam a correlaccedilatildeo entre a accedilatildeo

sequumlestradora de radicais livres e a presenccedila de altos teores de compostos

fenoacutelicos evidenciadas pelo meacutetodo de Folin-Ciocalteau expressos como

Equivalentes de Aacutecido Gaacutelico (EAG)

A atividade antioxidante de compostos fenoacutelicos deve-se principalmente agraves

suas propriedades redutoras e estrutura quiacutemica Estas caracteriacutesticas

desempenham um papel importante na neutralizaccedilatildeo ou sequumlestro de radicais livres

agindo tanto na etapa de iniciaccedilatildeo como na propagaccedilatildeo do processo oxidativo Os

intermediaacuterios formados pela accedilatildeo de antioxidantes fenoacutelicos satildeo relativamente

estaacuteveis devido a ressonacircncia do anel aromaacutetico presente na estrutura dessas

substacircncias (Souza et al 2007 Bruice 2006)

Os extratos que evidenciaram a presenccedila de flavonoacuteides apresentaram

elevada capacidade de sequumlestrar radicais livres como pode ser verificado em

Ocotea ceanothifoila Ocotea minor e Endlicheria sericea (folhas)

Flavonoacuteides possuem diferentes atividades antioxidantes decorrentes da

habilidade para sequumlestrarem espeacutecies reativas de oxigecircnio e nitrogecircnio os quais

estatildeo diretamente relacionados a alguns criteacuterios estruturais tais como o nuacutemero de

aneacuteis fenoacutelicos e a presenccedila da ligaccedilatildeo dupla C2-C3 conjugada com a funccedilatildeo 4-oxo

no anel C

Neste trabalho a atividade antioxidante de alguns extratos natildeo esteve

relacionada com a presenccedila de flavonoacuteides jaacute que espeacutecies com capacidade de

sequumlestro de radicais livres natildeo evidenciaram a presenccedila dessa classe o que

sugere que haacute atividade antioxidante sendo originada de outras substacircncias

fenoacutelicas que natildeo satildeo flavonoacuteides

118

A avaliaccedilatildeo do sequumlestro do DPPH eacute um teste largamente utilizado tanto pela

simplicidade e rapidez quanto pela reprodutibilidade No trabalho realizado por

Vargas (2008) analisando comparativamente diferentes teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de

atividades antioxidantes utilizando ensaios quiacutemicos como da varredura DPPH 22rsquo-

azinobis (3-etilfenil-tiazolina-6-sulfonato) (ABTS+) acircnion radical superoacutexido (AVS)

oxigecircnio singlete e caracterizaccedilatildeo de polifenoacuteis o teste com DPPH foi o uacutenico que

se correlacionou com todos os demais testes

Contudo verifica-se que a interaccedilatildeo de uma espeacutecie antioxidante com a

moleacutecula de DPPH depende dentre outras fontes da especificidade pela

conformaccedilatildeo estrutural do radical livre A acessibilidade esteacuterica eacute um fator

determinante da reaccedilatildeo sendo as moleacuteculas pequenas as que tecircm melhor acesso

ao siacutetio do radical e podem apresentar uma maior atividade comparada agraves moleacuteculas

maiores (Alves et al 2010) Por isso determinados extratos que natildeo apresentaram

bom potencial antioxidante poderatildeo em outros tipos de testes dessa mesma

atividade utilizando outras metodologias mostrar bom perfil antioxidante (Boscolo et

al2007)

Este ensaio bioloacutegico serve como ponto de partida para estudos posteriores

como o isolamento a purificaccedilatildeo e a elucidaccedilatildeo estrutural das substacircncias que

funcionam como antioxidantes aleacutem de ajudar a inferir sobre um possiacutevel

mecanismo de accedilatildeo dessas substacircncias finalizando por testar a viabilidade

terapecircutica em antioxidantes para seu uso futuro

119

553 Atividade inibidora da enzima acetilcolinesterase

A atividade inibitoacuteria da enzima acetilcolinesterase foi verificada principalmente

nos galhos das espeacutecies de Ocotea Os resultados podem ser visualizados na tabela

21 Os galhos finos e grossos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram resultado

positivo no teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima acetilcolinesterase assim como os

galhos de E citriodora Nem uma parte (galhos folhas e cascas) das

Rhodostemonodaphnes apresentaram resultado positivo assim como em E sericea

(galhos e folhas) A espeacutecie de O minor apresentou resultado positivo nas folhas e

galhos (grossos e finos) enquanto as outras Ocoteas natildeo apresentaram resultado

positivo nas folhas Em nenhuma das cascas testadas verificou-se resultado positivo

no teste realizado

Tabela 21 Resultado do teste qualitativo de inibiccedilatildeo da enzima AChE

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos finos Cascas

E citriodora - + NR NR

E sericea - - - -

O ceanothifolia - + + -

O leucoxylon - + + NR

O minor + + + -

R crenaticupula - - NR NR

R recurva - - - -

Padratildeo eserine NR = natildeo realizado (+) = positivo (-) = negativo

O gecircnero Ocotea eacute conhecido por apresentar um nuacutemero de espeacutecies

significativo contendo alcaloacuteides conforme foi confirmado com a prospecccedilatildeo

fitoquiacutemica realizada com os reagentes especiacuteficos Atraveacutes desses dados pode-se

sugerir uma correlaccedilatildeo entre a atividade testada e a presenccedila de alcaloacuteides Tal

dado eacute condizente com os trabalhos de varredura de Berkov et al (2008) e Barbosa

120

Filho et al (2006) que associam a accedilatildeo de inibir a enzima acetilcolinesterase das

espeacutecies estudadas de diferentes famiacutelias com a presenccedila de alcaloacuteides tornando

assim o gecircnero Ocotea como fonte promissora para a utilizaccedilatildeo de meacutetodos para

quantificar esta atividade

Verifica-se a partir dos testes qualitativos que os resultados dos ensaios

antioxidantes empregados natildeo apresentaram relaccedilatildeo direta com os resultados

anticolinesteraacutesicos conforme o trabalho de Giordani et al (2008) com exceccedilatildeo da

espeacutecie O minor que apresentou atividade relevante em ambos os ensaios

Entretanto eacute necessaacuterio utilizaccedilatildeo de diferentes meacutetodos de avaliaccedilatildeo para uma

definiccedilatildeo desta atividade para este grupo quiacutemico

121

552 Atividade citotoacutexica

5521 Letalidade em Artemia salina

Os extratos em geral natildeo demostraram alta atividade citotoacutexica Para os

extratos testados poucos apresentaram atividade citotoacutexica comparada com o

padratildeo Lapachol que apresentou citotoxicidade de 9830 μgmL

Os galhos finos e grossos natildeo apresentaram alta atividade citotoacutexica em

nenhum gecircnero enquanto as folhas essa atividade foi verificada em

aproximadamente metade dos extratos Na tabela 19 pode-se verificar o resultado

para a atividade citotoacutexica de todos os extratos

A ausecircncia de citoxicidade dos extratos no teste de letalidade contra Artemia

salina eacute um indicador de que a planta pode ser bem tolerada frente ao sistema

bioloacutegico Entretanto estudos mais detalhados para a avaliaccedilatildeo da toxicidade dos

extratos bioativos empregando-se outros modelos (in vitro e in vivo) se fazem

necessaacuterios

O extrato de Enclicheria citriodora demonstrou atividade alta em uma

concentraccedilatildeo comparaacutevel com a encontrada para o padratildeo Atraveacutes da prospecccedilatildeo

realizada a atividade citotoacutexica deste extrato natildeo pocircde ser relacionada com

nenhuma das classes que foram analisadas pois no teste os trecircs grupos foram

negativos nos extratos com elevada toxicidade

Observou-se no desenvolvimento deste trabalho que o extrato etanoacutelico de Endlicheria

citriodora apresentou certa particularidade O mesmo exibiu certa viscosidade mesmo com a

completa evaporaccedilatildeo do solvente e aroma forte e agradaacutevel que pode ser caracterizado

pela presenccedila de oacuteleo essencial eou fixo Nos trabalhos realizados por Silva et al (2007 e

2008) verificou-se que os oacuteleos volaacuteteis extraiacutedos de Casearia sylvestris e Zanthoxylum

122

rhoifolium Lam foram citotoacutexicos contra ceacutelulas tumorais o que pode sugerir que a

toxicidade deste extrato pode estar relacionado a possiacutevel presenccedila deste metaboacutelito

secundaacuterio

Tabela 19 Resultado da avaliaccedilatildeo de toxicidade em Artemia salina μgmL

Espeacutecies Folhas Galhos grossos Galhos

finos Cascas

E citriodora 8301 100002 NR NR

E sericea 90260 100011 229766 82381

O ceanothifolia 134640 261600 262121 134287

O leucoxylon 388560 165150 254856 NR

O minor 83040 146791 2302186 243004

R crenaticupula 167512 471571 NR NR

R recurva 129990 38674 2112857 243857

Padratildeo Lapachol 9830

NR natildeo realizado

5522 Citotoacutexico em ceacutelulas de linhagem tumoral

A atividade citotoacutexica de todas as amostras estaacute apresentada na Tabela 20

com seus respectivos percentuais de inibiccedilatildeo de crescimento das linhagens tumorais

utilizadas HCT-8 (coacutelon - humano) MDAMB-435 (mama - humano) e SF-295

(glioblastoma - humano) por extratos de Lauraacuteceas

Para avaliar o potencial citotoacutexico dos extratos testados uma escala de

intensidade foi utilizada Amostras sem atividade (SA inibiccedilatildeo de crescimento

celular igual a 0) com pouca atividade (PA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 1 a 50 ) com moderada atividade (MO inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 51 a 75 ) e com muita atividade (MA inibiccedilatildeo de crescimento celular

variando de 75 a 100 )

Todos os extratos apresentaram atividade inibitoacuteria de crescimento para as

linhagens de ceacutelulas tumorais variando para ceacutelula HCT-8 de 126 (galhos de

Rodostemonodaphne recurva) a 7430 (galhos de Ocotea minor) MDA-MB435 de

123

369 (folhas de O minor) a 5041 (casca de O ceanothifolia) e SF-295 de 082

(galhos de Endlicheira citriodora ) a 7636 (O minor) Tal dado pode ser

relacionado agrave presenccedila de alcaloacuteides jaacute que na prospecccedilatildeo fitoquiacutemica a maior

parte dos extratos apresentaram resultado positivo para alcaloacuteides utilizando

reveladores especiacuteficos Tal afirmaccedilatildeo eacute condizente com os trabalhos que

correlacionam agrave capacidade de alguns extratos de inibiccedilatildeo de linhagem de ceacutelulas

tumorais com a presenccedila de alcaloacuteides (Pereira et al 2008 Silva et al 2007)

Dentre as amostras testadas apenas trecircs extratos apresentaram atividade

moderada Ocotea cenothifolia (cascas) 5041 para MDA-MB435 e Ocotea minor

(galhos) 7430 para HCT-8 e 7536 para SF-295 Os demais apresentaram

pouca atividade entre 126 e 4639

Tabela 20 ndash Percentual de inibiccedilatildeo do crescimento celular dos extratos em etanol de Lauraceae em

trecircs linhagens tumorais testadas na dose uacutenica de 50 gmL

Oacutergatildeo vegetal HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano)

MDAMB-435 (mama ndash humano)

SF-295 (glioblastona ndash

humano)

E citriodora Folhas 2896 723 1531

Galhos grossos 1632 4117 082

E sericeae

Folhas 3756 389 4719

Galhos grossos 3015 1791 2430

Galhos finos 2180 4639 773

O ceanothifolia Folhas 3556 1228 2798

Cascas 3273 5041 058

O leucoxylon

Folhas 3831 1247 3690

Galhos grossos 2904 955 1188

Galhos finos 1775 3872 2459

O minor

Folhas 2964 369 436

Galhos grossos 7430 1251 7536

Galhos finos 2220 514 1666

Cascas 3341 419 414

R recurva

Folhas 1834 520 541

Galhos grossos 126 1106 801

Galhos finos 3183 771 2798

Cascas 3041 1296 2703

R crenaticupula

Folhas 3671 465 511

Galhos grossos 1194 3344 1012

0 sem atividade 1 ndash 50 pouca atividade 51 ndash 75 moderada atividade 76 ndash 100 muita atividade

Legenda SF-295 = glioblastoma humano HCT-8 = coacutelon humano MDAMB-435 = mama humano

124

Verificou-se que o extrato com a maior atividade citotoacutexica para ceacutelulas SF-295

(glioblastona ndash humano) e HCT ndash 8 (coacutelon ndash humano) apresentou uma elevada

capacidade de sequumlestrar o radical livre DPPH assim como o extrato com menor

atividade antioxidante foi um dos extratos que na avaliaccedilatildeo para capacidade de inibir

o crescimento de linhagem de ceacutelulas tumorais apresentou baixas percentagens de

inibiccedilatildeo Tal resultado corrobora com os trabalhos que indicam os radicais livres

como fatores contribuintes com a patologia testada

125

6 CONCLUSOtildeES

Este estudo contribuiu para o conhecimento do perfil quiacutemico das espeacutecies E

citriodora E sericea O minor O ceanothifolia O leucoxylon R recurva e R

crenaticupula atraveacutes da varredura dos extratos brutos auxiliando no direcionamento

das investigaccedilotildees quiacutemicas sobre a composiccedilatildeo dos extratos bem como contribuindo

para a triagem de gecircneros e das espeacutecies promissoras

Das espeacutecies estudadas as espeacutecies do gecircnero Ocotea apresentaram o melhor

perfil em relaccedilatildeo a presenccedila de alcaloacuteides e compostos fenoacutelicos uma vez que em

todas os oacutergatildeos vegetais dessas planta foi verificado tais substacircncias

Analisou-se o perfil alcaloiacutedico em espeacutecies com baixa concentraccedilatildeo de alcaloacuteides

por meio de espectrometria de massa Dessa forma torna-se necessaacuteria a utilizaccedilatildeo

de diversas ferramentas para concluir se uma espeacutecie conteacutem ou natildeo uma

determinada classe de substacircncia

Confirmou-se a pronunciada presenccedila de alcaloacuteides no gecircnero Ocotea e em baixas

concentraccedilotildees nas espeacutecies de Endlicheria e Rhodostemonodaphne

Na espectrometria de massa os picos mz de 300 e 330 estiveram presentes na

maioria das fraccedilotildees e podem corresponder a alcaloacuteides do tipo benzilisoquinoliacutenicos

e aporfiacutenicos

Os rendimentos dos oacuteleos essenciais variaram de 002 a 429 em que as

espeacutecies do gecircnero Rhodostemonodaphne apresentaram os menores rendimentos

em todas as partes (folhas galhos e cascas) apresentando como constituinte

majoritaacuterio o cariofileno e seu oacutexido

Os oacuteleos essenciais das espeacutecies de Endlicheria apresentaram os maiores

rendimentos A identificaccedilatildeo dos constituintes por cromatografia gasosa e RMN1H

identificou a presenccedila de geranato de metila nos oacuteleos de galhos e folhas de

Endlicheria citriodora com percentagem superior a 93 em ambas as partes

126

Nas atividades bioloacutegicas a espeacutecie Ocotea minor apresentou resultado positivo na

inibiccedilatildeo qualitativa para enzima acetilcolinesterase e alta capacidade sequestrante

do radical livre DPPH com CE50 de 731 plusmn 032 μgmL comparado com o padratildeo

quercetina de CE50 413 plusmn 0042 μgmL

Os galhos das trecircs espeacutecies de Ocotea apresentaram capacidade de inibir

qualitativamente a accedilatildeo da enzima acetilcolinesterase confirmando assim dados da

literatura de que espeacutecies ricas em alcaloacuteides satildeo fontes potenciais na busca de

inibidores desta enzima

As espeacutecies dos trecircs gecircneros natildeo apresentaram alta citotoxidade em nenhuma das

linhagens de ceacutelulas tumorais testadas

Este estudo abre perspectivas para que novas investigaccedilotildees envolvendo a famiacutelia

Lauraceae sejam realizados notadamente em relaccedilatildeo a definitiva elucidaccedilatildeo

estrutural dos principais constituintes dos extratos e oacuteleos essenciais proveniente de

diferentes partes da planta e no estabelecimento das suas propriedades bioloacutegicas

Considerando que substacircncias naturais podem ser responsaacuteveis pelo efeito de

proteccedilatildeo contra os riscos de muitos processos patoloacutegicos os resultados descritos

neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a accedilatildeo

antioxidante de substacircncias isoladas de espeacutecies O ceanothifolia e Ocotea minor e

atividades bioloacutegicas para o oacuteleo de E citriodora

127

7 REFEREcircNCIAS

Adams R P Identification of essential oil components by gaacutes chromatography

quadrupole mass spectroscopy Allured Card Stream IL 2007

Aguiar L M G et al Cecilin a 1-benzyl--carboline from Aniba santaladora

Phytochemistry n 19 p 1859-1860 1980

Alcacircntara J M Bioprospecccedilatildeo de espeacutecies amazocircnicas da famiacutelia Lauraceae com

potencial aromaacutetico e medicinal Manaus AM UFAM Pp139 2009

Alcantara J M Yamaguchi K K de L Silva J R de A Veiga Junior V F

Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais das folhas e caules de

Rhodostemonodaphne parvifolia Madrintildeaacuten (Lauraceae) Acta Amazocircnica Vol40 No3

pp 567-571 2010

Almeida M R Lima J A Santos N P Pinto A C Pereirina o primeiro alcaloide

isolado no Brasil Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 19 No 4 Pp 942-952

2009

Almeida V L Leitatildeo L C B Montanari C A Donnici C L Lopes M T P

Cacircncer e agentes neoplaacutesicos ciclo-celular especiacuteficos e ciclo-celular natildeo

especiacuteficos que interagem com o DNA uma introduccedilatildeo Quiacutemica Nova Vol 28 No

01 Pp 118-129 2005

Alves C Q David J M David J P Bahia M V Aguiar R M Meacutetodos para

determinaccedilatildeo de atividade antioxidante in vitro em substratos orgacircnicos Quiacutemica

Nova Vol 33 No10 Pp 2202-2210 2010

Anderson D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic

and other damage Mutation Research Vol 350 No01 p103-108 1996

Andrade L A F Alguns aspectos neurobioloacutegicos do envelhecimento cerebral

Revista Ciecircncia e Cultura Vol 40 Pp 665-672 1988

Antunes RMP Lima EO Pereira M SV Camara CA Arruda TA Catatildeo

RMR Barbosa TP Nunes XP Dias CS Silva TMS Atividade

antimicrobiana in vitro e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo inibitoacuteria miacutenina (CIM) de

128

fitoconstituintes e produtos sinteacuteticos sobre bacteacuterias e fungos leveduriformes

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol16 No 04 Pp517-524 2006

Arauacutejo Jr C P Composiccedilatildeo quiacutemica e atividade bioloacutegica dos oacuteleos essenciais de

frutas ciacutetricas Dissertaccedilatildeo de mestrado da Universidade Federal Rural de

Pernambuco 2009

Arauacutejo A J Lordello A L L Maia B H L N S Anaacutelise comparativa dos oacuteleos

essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula Revista visatildeo acadecircmica Vol 02

No 02 Pp 81-84 2001

Baitello J B Novas espeacutecies de Lauraceae para a Flora Brasileira Acta Botacircnica

Vol 15 No 03 Pp 149-223 2001

Ballabeni V Tognolini M Giorgio C Bertoni S Bruni R Barocelli E Ocotea

quixos Lam essential oil In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties

Fitoterapia Vol 81 No 4 Pp 289-295 2010

Baratta MT Dorman HJD Deans SG Biondi DM RubertoG Chemical

composition antimicrobial and antioxidative activity of laurel sage rosemary

oregano and coriander essential oils Journal of Essencial Oil Research Vol 10 No

06 Pp 618-627 1998

Barbosa Filho J M Ocotea duckei excepcional source of yanganabin and other

furofuran lignans Anais da Academia Brasileira de Ciecircncias v 71 n 2 p 231-238

1999

Barbosa Filho J M Medeiros K C P Diniz M F Batista L M Athayde-Filho

PF Silva M S da-Cunha E VL Almeida J RG S Quintans-Juacutenior L J

Natural products inhibitors of the enzyme acetylcholinesterase Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol16 No 02 Pp 258-285 2006

Barbosa-Filho J M Lignanas neolignanas e seus anaacutelogos In CMO Simotildees et

al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da

UFSC Porto Alegre capiacutetulo 22 Florianoacutepolis 2004

129

Barbosa-FilhoJ M Cunha R M Dias C S Athayde-Filho P F Silva M S

Cunha E V L Machado M I L Craveiro A A Medeiros I A GC-MS Analysis

and cardiovascular activity of the essential oil of Ocotea duckei Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 18 No 01 Pp37-41 2008

Barnes J D Thomas M J K Mendham J Denney R C Vogel Anaacutelise Quiacutemica

Quantitativa Editora LTC 6ordf ediccedilatildeo 2002

Barreiros A L B S David J M Estresse oxidativo relaccedilatildeo entre geraccedilatildeo de

espeacutecies reativas e defesa do organismo Quiacutemica Nova Vol29 No1 Pp 113-123

2006

Barroso G M Guimaratildees E F Ichaso C L F Costa C G Peixoto A L

Sistemaacutetica de Angiosperma do Brasil Vol 01 2deg Ediccedilatildeo EDUSP Pp 255 Satildeo

Paulo 2002

Behling E B Sendatildeo M C Francescato H D C Antunes L M G Bianchi

Flavonoacuteide quercetina aspectos gerais e accedilotildees bioloacutegicas Alimentos Nutriccedilatildeo

Araraquara Vol 15 No 03 Pp 285-292 2004

Berkov S Batisda J Nikova M Viladomat F Codina C Rapid TLCCG-MS

Identification of Acetylcholinesterase inhibitors in alkaloid extraxts Phytochemical

analysis Vol 19 Pp 411-419 2008

Berridge M V Tan A S McCoy K D Wang R The Biochemical and Cellular

Basis of Cell Proliferation Assays that Use Tetrazolium Salts Biochemica Vol 04

Pp 14-19 1996

Bianchi M L P Antunes L M G Radicais livres e os principais antioxidantes da

dieta Revista de Nutriccedilatildeo Vol 12 No 02 Pp 123-130 1999

Borek C Antioxidants and cacircncer Science amp Medicine Vol 04 No 06 Pp 52-62

1997

Boscolo O H Mendonccedila-Filho RFW Menezes FS Senna-Valle L Potencial

antioxidante de algumas plantas de restinga citadas como medicinais Revista

Brasileira de Plantas Medicinais Vol09 No 01 Pp8-12 2007

130

Botelho P S Moraes M M Neves I A Neves R C S Ribeiro N C Born F

S Camara C A G Composiccedilatildeo quiacutemica e accedilatildeo repelente do oacuteleo essencial

Ocotea gardneri (meisn) mez sobre o aacutecaro rajado tetranychus urticae koch IX

Jornada de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (JEPEX) VI semana Nacional de Ciecircncias

e Tecnologia UFRPE 2009

Brandatildeo H N David J P Couto R D Nascimento J A P David J M

Quiacutemica e farmacologia de quimioteraacutepicos antineoplaacutesicos derivados de plantas

Quiacutemica Nova Vol 33 No 06 Pp 1359-1369

Braz Filho R Contribuiccedilatildeo da fitoquiacutemica para o desenvolvimento de um paiacutes

emergente Quiacutemica Nova Vol 33 No 01 Pp 229-239 2010

Bresolin T M B Cechinel ndash Filho V Ciecircncias Farmacecircuticas Contribuiccedilatildeo ao

desenvolvimento de novos faacutermacos e Medicamentos Editora Univali 1ordm ediccedilatildeoPp

29 2003

Bruice P Y Quiacutemica Orgacircnica Vol 01 4ordf ediccedilatildeo Pearson Prentice Hall 2006

Bruni R Medici A Lista A Fantini C Muzzoli M Dehesa M Romagnoli C

Sacchetti G Chemical Composition and Biological Activities of Ishpingo Essential

Oil aTraditional Ecuadorian Spice from Ocotea quixos (Lam) Kosterm (Lauraceae)

flower calices Food chemistry Vol 85 No 03 Pp 413-421 2003

Calow P Marine and estuarine invertebrate toxicity tests In Hoffman D et al

Handbook in cytotoxicology Oxford Blackwell Scientific Publication Vol 01 Pp 1-5

1993

Carballo JL Hernaacutendez-Inda ZL Peacuterez P Garciacutea-Graacutevalos MD A comparison

between two brine shrimp assays to detect in vitro cytotoxicity in marine natural

products BMC Biotechnology Vol 2 Pp1-5 2002

Castro-Faria-Neto HC Bozza PT Cruz HN Silva CLM Violante FA

Barbosa-Filho JM Thomas G Martins MA Tibiriccedilaacute EV Noel F Cordeiro

RSB Yangambin a new naturally occuring platelet activating factor receptor

antagonist binding and in vitro functional studies Planta Medica Vol61 Pp 101-

105 1995

131

Cavalcanti M F Oliveira M C F Velandia J R Echevarria A Siacutentese de 135-

triazinas substituiacutedas e avaliaccedilatildeo da toxicidade frente a Artemia Salina leach

Quiacutemica Nova Vol23 No 01 Pp 20 2000

Cechinel FilhoV Bresolin T M B Ciecircncias farmacecircuticas desenvolvimento de

novos faacutermacos e medicamentos Editora Univali Pp 239 2003

Chanderbali A S Lauraceae Endlicheria Flora Neotropical Monografia 91 New

York New York Botanical Garden 2004

Chang J Medicinal Herbs Drugs or dietary supplements Biochechemical

Pharmacology Vol 59 No 3 Pp211-219 2000

Chaverri C Ciccioacute J F Essential oil of trees of the genus Ocotea Lauraceae) in

Costa Rica Revista biologia Tropical Vol 53 No 3 Pp 431-436 2005

Chaverri C Ciccioacute JF Volatile constituents of the oils from Povedadaphne

quadriporata (Lauraceae) from ldquoAlberto M Brenesrdquo biological preserve Costa Rica

Quiacutemica Nova Vol 31 No 03 Pp 605-609 2008

Chavez J P Gottlieb O R Yoshida M 10-Desmethyl-1-methyleudesmanes

from Ocotea corymbosa Phytochemistry Vol 39 No 04 Pp 849-852 1995

Cheng S Liu J Tsai K Chen W Chang S Chemical composition and

mosquito larvicidal activity of essential oils from leaves of different Cinnamomum

osmophloeum provenances Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 52 No

22 Pp 4395-4400 2004

Cordell G A Quirn-Beattie M L Farnsworth N R The potential of alkaloids in

drug discovery Phytotherapy Research Vol 15 Pp 183-205 2001

Cragg G M Newman DJ Biodiversidade Um componente essencial na

descoberta de faacutermacos In Yunes R A Cechinel Filho V Quiacutemica de produtos

Naturais novos faacutermacos e a moderna farmacognosia 2ordf ediccedilatildeo Editora Univali

Pp58-62 2009

Cunha A P Salgueiro L Roque O R Farmacognosia e fitoquiacutemica Capiacutetulo 22

1ordm ediccedilatildeo Fundaccedilatildeo Calouste Gulenkian 2005

132

Degani A L G Cass Q B Vieira P C Cromatografia um breve ensaio Quiacutemica

Nova na Escola No 07 Pp 21-25 1998

Dewick P M Medicinal natural product a biosynthetic approach 2ordm ediccedilatildeo John

Wiley amp Sons 2002

Di Carlo G Mascolo N Izzo A A Capasso F Flavonoids old and new aspects

of a class of natural therapeutic drugs Life Science Tucson Vol 65 No 4 Pp 337-

353 1999

Dias B F S A implementaccedilatildeo da convenccedilatildeo sobre diversidade bioloacutegica no Brasil

desafios e oportunidades Campinas Andreacute Tosello Pp 1 1996

Droumlge W Free radicals in the physiological control of cell function Physiological

Reviews 2002

Duarte J A Appell H J Carvalho F Bastos M L Soares J M Endothelium-

derived oxidative stress may contribute to exercise-induced muscle damage Vol14

No08 Pp440-443 1993

Duarte M C T Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromaacuteticas

Utilizadas no Brasil Multiciecircncia Construindo uma histoacuteria sobre os Produtos

Naturais Universidade Estadual de Campinas No 07 2006

Ellman GL et al A new and rapid colorimetric determination of

Acetylcholinesterase activity Biochemical Pharmacoogy Vol 07 Pp 88-95 1961

Elsayed N M Antioxidant mobilization in response to oxidative stress a dynamic

environmentalndashnutritional interaction Nutrition Vol 17 No 10 2001

Fernandes ES Passos GF Medeiros R Cunha FM Ferreira J Campos

MM Pianowski LF Calixto JB Anti-inflammatory effects of compounds alpha-

humulene and (minus)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia

verbenaacutecea Journal of Ethnopharmacology Vol110 Pp323ndash333 2007

Ferraz A Screening for antiproliferative activity of six southem Brazilian species of

Hyperisum Phytochemistry Vol 12 Pp 112-115 2005

133

Finney D L Em Probit Analysis 3o ediccedilatildeo Editora Cambridge University Press

Cambridge Pp 76-80 1971

Fleschin S Fleschin M Nita S Pavel E Magearu V Free radicals ediated

protein oxidation in biochemistry Roum Biotechnology Letters No 06 Vol 05 Pp

479-495 2000

Fournet A Ferreira M E A R A Guy I Guinaudeau H Heinzen H

Phytochemical and antiprotozoal activity of Ocotea lancifolia

Fitoterapia Vol 78 No 5 Pp 382-384 2007

Francis P T Palmer A M Snape M Wilcov G K The cholinergic hypothesis of

Alzeimeracutes disease a review of progress Journal of Neurology Neurosurgery amp

Psychiatry Vol 66 No 02 Pp 137-147 1999

Giordani R B Pagliosa L B Henriques A T Zuanazzi JA Investigaccedilatildeo do

potencial antioxidante e anticolinesteraacutesico de Hippeastrum (Amaryllidaceae)

Quiacutemica Nova Vol 31 No 8 Pp 2042-2046 2008

Gottlieb O R amp Yoshida M Neolignanas antitumorais Ciecircncia e Cultura Vol 32

Pp 93-100 1978

Gottlieb O R Fineberg M Guimaratildees M L Magalhatildees M T Maravalhas M

Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisas sobre Plantas Aromaacuteticas e Oacuteleos Essenciais

Vol 11 No 1 1965

Gottlieb O R Kaplan M A C Borin M R Biodiversidade um enfoque quiacutemico-

bioloacutegico Rio de Janeiro Editora UFRJ 1996

Gottlieb O R Salatino A Funccedilatildeo e evoluccedilatildeo e evoluccedilatildeo de oacuteleos essenciais e de

suas estruturas secretoras Ciecircncia e Cultura Vol 39 Pp 707-715 1987

Gottlieb O R Yoshida M Lignoacuteides com atenccedilatildeo especiala quiacutemica das

neolignanas Quiacutemica Nova Vol 07 No 4 Pp 250-254 1984

Gottlieb OR Koketzu M Magalhatildees MT Maia JGS Mendes PH Rocha A

I Silva ML Wilberg VC Amazonian Essential Oils VII Acta Amazonica Vol11

No1 Pp 143-148 1981

134

Gocircuvea C M C P Oxidaccedilotildees bioloacutegicas e atividade vegetal In Fitoteraacutepicos anti-

inflamatoacuterios aspectos quiacutemicos e aplicaccedilotildees terapecircuticas Carvalho J C T coord

Ribeiratildeo Preto Editora Tecmed Pp 101-124 2004

Guaratini T Medeiros M H G Colepicolo P antioxidantes na manutenccedilatildeo do

equiliacutebrio redox cutacircneo uso e avaliaccedilatildeo de sua eficaacutecia Quiacutemica Nova Vol 30 No

01 Pp 206-213 2007

Guinaudeau H Aporphinoid alkaloids III Journal of Natural Products Vol 46 No 6

Pp 761-835 1983

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphine Alkaloids V Journal of Natural

Products Vol57 No08 Pp 1033-1135 1994

Guinaudeau H Leboeuf M Caveacute A Aporphinoid alkaloids II Journal of Natural

Products Vol 42 No 4 Pp 761-835 1979

Halliwell B Antioxidants in Human Health and Disease Annual Review of Nutrition

Vol 16 Pp 33-50 1996

Halliwell B Free radicals and antioxidants a personal view Nutrition Reviews

Vol52 No8 Pp253-265 1994

Halliwell B The antioxidant paradox The Lancet Vol355 No 01 Pp 1179 - 1180

2000

Henriques A T Limberger R P Kerber V A Moreno PRH Alcaloacuteides

Generalidades e aspectos baacutesicos In In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC

Porto Alegre capiacutetulo 29 Florianoacutepolis 2004

Heo H J Hang S C Cho H Y Hong B Kim H K Kim E Ki Shim D H

Amelioiating effect of gardenia jasminoides extract on Amyloid beta peptide ndash

induced Neuronal cell deficit Molecules and cells Vol 24 No 1 Pp 113-118 2002

Hostettman K Queiroz E F Vieira PC Princiacutepios ativos de plantas superiores

Editora UFSCar Satildeo Carlos 2003

135

httpwwwprossigabrottogottlieb Enigmas das Lauraceaes Programa de

Informaccedilatildeo para Gestatildeo de Ciecircncia Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de

Informaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia Pesquisado em 20 de julho de 2010

httpwwwwhointresearches acessado em 15 de fevereiro de 2011

Ingkaninan K Hazekamp A Hak AC Balconi S Verpoort R High

performance liquid chromatography with online coupled UV-mass spectrophometric-

biochemical detection for identification of acetyl cholinesterase inhibitors from natural

products Journal of Liquid Chromatography amp Related Technologies Vol 872 Pp

61-73 2000

Jia Q Qiu Z Nissanka A Farow T M US Patent Application Kind Code serial

nordm 741215series code 09 2000

Juergens UR Stober M Vetter H Inhibition of cytokine production and

arachidonic acid metabolism by eucalyptol (18-cineole) in human blood monocytes

in vitro European Journal of Medical Research Vol 03 Pp407-412 1998

Keynes RG Garthwaite J Nitric Oxide and its Role in Ischaemic Brain Injury

Current Molecular Medicine Vol 04 No02 Pp 179-191 2004

Kurtz B C Composiccedilatildeo floriacutestica e estrutura do estrato arboacutereo de um trecho de

Mata Atlacircntica situado na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica Estadual de Paraiacuteso Municiacutepio de

Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia 51(78-79) Pp 69-112

2000

Lanccedilas F M Cromatografia em Fase Gasosa 1ordm ediccedilatildeo Acta Eventos Vol 01

Satildeo Carlos 1993

Lima I O Oliveira R A G Lima E O L Farias N M P Souza E L Atividade

antifuacutengica de oacuteleos essenciais sobre espeacutecies de Candida Revista Brasileira de

Farmacognosia Vol 16 No 02 Pp 197-201 2006

Lima M P Silva T M D Dilva J D Zoghbi M G Andrade E H Essential oil

composition of leaf and fine stem of Aniba canelilla (Kunth) Mez from Manaus Brazil

Acta Amazocircnica Vol 34 No02Pp 329 ndash 330 2004

136

Loacutepez S Bastida J Viladomat F Codina C Acetylcholinesterase inhibitory

activity oh some Amaryllidaceae alkaloids and Narcissus extratcts Life Sciences

Vol 71 No 21 Pp 2521-2529 2002

Lorenzi H Aacutervores Brasileiras ndash Manual de Identificaccedilatildeo e Cultivo de Plantas

Arboacutereas Nativas do Brasil Vol2 2ordfediccedilatildeo Editora Plantarum Nova Odessa ndash SP

Pp 368 2002

Ma W W Anderson J E McLaughlin JL Bioactive Benzyl Benzoates from the

Roots of Endlicheria Dysodantha Pharmaceutical Biology Vol 29 No 3 Pp 237 ndash

239 1991

Maciel M A M Pinto A C Veiga Jr V F Plantas medicinais a necessidade de

estudos multidisciplinares Quiacutemica Nova Vol 25 No 3 Pp 429-438 2002

Madrintildeaacuten S Rhodosteonodaphne (Lauraceae) Flora neotropical Monografia 92

New York New York Botanical Garden 2004

Marques C A Importacircncia Econocircmica da Famiacutelia Lauraceae Floresta e Ambiente

Universidade Federal de Viccedilosa Vol 8 No1 JanDez Pp195-206 2001

Mclaughlin JL Saizarbitori TC Anderson JE Tres bioensayos simples para

quimicos de productos naturales Revista Sociedade Venezuelana de Quimica Vol

08 Pp13-18 1995

Meirelles U M F et al Algumas accedilotildees bioloacutegicas do 1-(p-metoxibenzil)-67-

metilenodioxiisoquinolina Acta Amazonica v 7 n 1 p 39-40 1979

Mensor L L Screening of brazilian plant extract for antioxidant activity by the use of

DPPH free radical method Phytotherapy Research Vol 16 Pp 127 2001

Menut C Bessieacutere J M Hassani M S Buchbauer G Schopper B Chemical

and biological studies of Ocotea comoriensis bark essential oil Flavour and

Fragrance journal Vol 17 Pp 459-461 2002

Meyer B N Ferrigni N R Putnam J E Jacobsen L B Nichols B McLaughlin

J L Journal of Medicinal Plant Research vol 45 Pp 31-34 1982

137

Miyazawa M Tougo H Ishihara M Inhibition of acetylcholinesterase activity by

essential oil from Citrus paradise Natural Product Letters Vol 15 No 03 Pp205-

210 2001

Moellering Jr RC Novos desafios no campo das doenccedilas infecciosas In

Patoacutegenos emergentes nas doenccedilas infecciosas Relatoacuterio Especial Hospital

Praacutectice Euromeacutedice Editora Meacutedicas Pp5-7 2000

Morais L C S L Barbosa-Filho J M Almeida R N Central depressant effects

of reticuline extracted from Ocotea duckei in rats and mice Journal of

Ethnopharmacology Vol 62 No 1 Pp 57-61 1998

Mossman T Rapid colorimetric assay for cellular growth and survival application to

proliferation and cytotoxicity assays Journal of Immunological Methods Vol 65

No02 Pp 55-63 1983

Nodori RO Guerra MP Biodiversidade aspectos bioloacutegicos geograacuteficos legais

e eacuteticos In CMO Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento

Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16

Florianoacutepolis 2004

Nordberg J Arneacuter SJ Reactive oxygen species antioxidants and the mammalian

thioredoxin system Free Radical Biology and Medicine Vol 31 Pp1287-1312

2001

Nunes X P Mesquita R F Silva D A Lira D P Costa V C O Silva MV B

Xavier A L Diniz MF F M Agra M F Constituintes quiacutemicos avaliaccedilatildeo das

atividades citotoacutexica e antioxidante de Mimosa paraibana Barneby (Mimosaceae)

Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18 (Supl) Pp 718-723 2008

Oliveira P A Estudo fitoquiacutemico e atividades bioloacutegicas de extratos de Goupia

glabra Aublet (cupiuacuteba) Dissertaccedilatildeo do Mestrado em Quiacutemica Universidade Federal

do Amazonas Pp 65-68 2010

Palazzo M C Agius B R Wright B S Haber W A Moriarity D M Setzer

W N Chemical Compositions and Cytotoxic Activities of Leaf Essential Oils of Four

138

Lauraceae Tree Species from Monteverde Costa Rica Records Natural Products

Vol 03 No01 Pp32-372009

Pereira P S Franccedila S C Oliveira P V A Breves C M S Pereira S I V

Sampaio S V Nomizo A Dias A D Chemical constituents from

Tabernaemontana catharinensis root bark a brief NMR review of iacutendole alkaloids

and in vitro cytotoxicity Quiacutemica Nova Vol 31 No 01 Pp 20-24 2008

Perry N S L Bollen C Perry E K Ballard C Salvia for dementia therapy

review of pharmacological activity and pilot tolerability clinical trial Pharmacology

biochemistry and behavior Vol 75 No 3 Pp 651-659 2003

Phillipson G W Anderson A C Journal Ethnopharmacol Vol 25 Pp 61 1998

acetylcholinesterase activity by essential oils of Mentha species Journal of

Agriculture and Food Chemistry Vol 46 Pp 3431-3434 1998

Pinto A C Silva D H S Bolzani V S Lopes N P Epifanio R A Produtos

Naturais Atualidade desafios e perspectivas Quiacutemica Nova Vol 25 Supl 01 Pp

45-61 2002

Quik M Jeyarasasingam G Nicotine receptor and Parkinsonrsquos disease European

Journal of Parkinsonrsquos disease Vol 393 Vol 1-3 Pp 223-230 1999

Quinet A Andreata R H P Lauraceae Jussieu na Reserva Ecoloacutegica de Macaeacute

de Cima municiacutepio de Nova Friburgo Rio de Janeiro Brasil Rodrigueacutesia vol53

No82 Pp59ndash121 Rio de Janeiro 2002

Rahalison L Hamburger M Monod M Frenk E Hostettmann K Antifungal

tests in phytochemical investigations comparison of bioautographic methods using

phytopatogenic and human pathogenic fungi Planta Meacutedica Vol60 Pp 41-44 1994

Rahimi-Nasrabadi M Gholivand M B Batooli H Chemical composition of the

essential oil from leaves and flowering aerial parts of Haplophyllum robstum

(Rutaceae) Journal of nanomaterials and biostructures Vol 4 No 4 Pp 819-822

2009

139

Rajendran V Shong Suo-Bao Saxena A Doctor B P Kozikowski A P

Synthesis of a hybrid analog of the acetylcholinesterase inhibitor huperzine A and

huperzine B Tetrahedron Letters Vol 42 No 01 Pp 5359-5361 2001

Rhee I K Van der Meent M Ingkaninan K Verpoorte R Screening for

acetylcholinesterase inhibitors from from Amararyllidaceae using silica gel thin-layer

chromatography in combination with bioactivity staining Journal of chromatography

A Vol 915 No1 Pp 217-223 2001

Ribeiro J E L S Hopkins M J G Vicentini A Sothers C A Costa M A da

S Brito J M Martins L H P Lohmann LG Assunccedilatildeo P A C L Pereira E

C Silva C F Mesquita M R Proacutescoacutepio L C Flora da Reserva Ducke Guia de

identificaccedilatildeo das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazocircnia

Central Pp 151 Manaus INPA 1999

Ribeiro RA Carmo LG Vladimorova I Jurkiewicz NH Jurkiewicz A

Nantenine blocks muscle contraction and Ca2+ transient induced by noradrenaline

and K+ in rat vas deferens European Journal of Pharmacology Vol 470 No 01 Pp

37-43 2003

Rizzini C T Mors W B Botacircnica Econocircmica Brasileira Editora EDUSP Satildeo

Paulo Pp 119 1976

Rizzini CT amp MorsWB Botacircnica econocircmica brasileira 2ed Acircmbito cultural Rio

de Janeiro Pp 56 1995

Robbers J E Speedie M K Tyler V E Farmacognosia farmacobiotecnologia

editor Premier Pp 163 Satildeo Paulo 1997

Rodriacuteguez M Hasegawa M Gonzaacutelez-Muacutejica F Motta N Castillo A Castillo

J Zea E Mora K Sousa A G Camejo D Antidiabetic and antiradical activities

of plants from Venezuelan Amazon Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 18

No 03 Pp 331-338 2008

Rohwer JG Lauraceae In Kubitzki K Rohwer JG amp Bittrich V (Eds) The

families and genera of vascular plants Springer-Verlag Berlim Vol 2 Pp 366-391

1993

140

Rover Juacutenior L Houmlehr N F Vellasco A P Sistema antioxidante envolvendo o

ciclo metaboacutelico da glutationa associado a meacutetodos eletroanaliacuteticos na avaliaccedilatildeo do

estresse oxidativo Quimica Nova Vol 24 No 01 Pp 112-119 2001

Saacutenchez-moreno C A procedure to measure the antiradical efficiency of

polyphenols Journal of the Science of Food and Agriculture Vol 76No 02 Pp

270-276 1998

Sangirardi Jr Botacircnica fantaacutesticaplantas da mitologia religiatildeo magiaEd

Brasiliense Pp 113 ilust Satildeo Paulo 1984

Santos C C Estudo Quiacutemico de Endlicheria sericeae Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade Estadual de Campinas Instituto de Quiacutemica 1976

Santos R I Metabolismo baacutesico e origem dos metaboacutelitos secundaacuterios In CMO

Simotildees et al (eds) Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade

UFRGS Ed da UFSC 5ordm ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

Santos-Filho D Gilbert B The alkaloids of Nectandra megapotamica

Phytochemistry v 14 p 821-822 1975

Silva D B Matos M F C Nakashita S T Misu C K Yoshida N C Carollo C

A Fabri J R MIglio H S Siqueira J M Isolamento e avaliaccedilatildeo da atividade

citotoacutexica de alguns alcaloacuteides oxoaporfiacutenicos obtidos de Annonaceae Quiacutemica

Nova Vol 30 No 08 Pp 1809-1812 2007

Silva I G Barbosa-Filho J M da Silva M S de Lacerda C D G da-Cunha

E V L Coclaurine from Ocotea duckei Biochemical Systematics and Ecology Vol

30No 9 Pp 881-883 2002

Silva J Abebe W Sousa SM Duarte VG Machado MIL Matos FJA

Analgesic and anti-inflammatory effects of essential oils of Eucalyptus Journal of

Ethnopharmacology Vol 89 No 02 Pp 277-283 2003

Silva L M G E Hamesrki L Garcez FR (PQ) Garcez WS Atividade larvicida

contra Aedes aegypti da Dicentrina isolada de Ocotea vellosiana (Lauraceae)

141

Sociedade Brasileira de Quiacutemica (SBQ) 31a Reuniatildeo Anual da Sociedade Brasileira

de Quiacutemica 2009

Silva R S Ribeiro C M R Borges M N Blois G S O Oacuteleo essencial de

limatildeo no ensino da cromatografia em camada delgada Quiacutemica Nova Vol32 No8

Pp 2234-2237 2009

Silva S L Chaar J S Figueiredo P M Yano T Cytotoxic evaluation of

essential oil from Casearia sylvestris Sw on human cancer cells and erythrocytes

Acta Amazocircnica Vol 38 No 01 Pp 107-112 2008

Silva S L Figueiredo P MYano T Cytotoxic evaluation of essential oil from

Zanthoxylum rhoifolium Lam Leaves Acta Amazocircnica Vol 32 No 02 Pp 281-286

2007

Simatildeo AM Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicoloacutegico Satildeo Paulo Nobel

1985

Simotildees CMO Spitzer V Oacuteleos Volaacuteteis In Simoes CMO Schenkel EP

Gosmann G Mello JC P Mentz LA Petrovick (orgs) Farmacognosia da planta

ao medicamento 5ordm ediccedilatildeo Universidade UFRGS Ed da UFSC Porto Alegre

p467 2004

Skehan P Storeng R Scudiero D Monks A McMahon J Vistica D Warren

J T Bodesch H Kenney S Boyd M R New Colorimetric Cytotoxicity Assay for

Anticancer-Drug Screening Journal of the national cancer institute Vol 82 No 13

Pp 1107-1112 1990

Soler-Rivas C Espın JC Wichers HJ 2000 An easy and fast test to compare

total free radical scavenger capacity of foodstuffs Phytochemistry Analysis Vol 11

Pp 1ndash9 2000

Souza C M M Rocha e Silva H Vieira-Jr G M Ayres M C C da Costa C L

S Arauacutejo D S Cavalcante L C D Barros E D S Arauacutejo P B M Brandatildeo M

S Chaves M H Fenoacuteis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais

Quiacutemica Nova Vol 30 No 02 Pp351-355 2007

142

Souza W M Estudo quiacutemico e das atividades bioloacutegicas dos alcaloacuteides indoacutelicos e

himatanthus lancifolius (muell arg) woodson apocynaceae ndash (agoniada) Tese

(Doutorado em Ciecircncias Farmacecircuticas) Universidade Federal do Paranaacute Curitiba

2008

Sulaiman S N Mukhtar M R Hadi A H A Awang K Hazni H Zahari A

Litaudon M Zaima K Morita H Lancifoliaine a New Bisbenzylisoquinoline from

the Bark of Litsea lancifolia Molecules Vol16Pp3119-3127 2011

Tabarrini O Cecchetti V Temperini A Filipponi E Lmperti M G Fravolini A

Velnacrine thia analogues as potential agents for treating alzheimeracutes Bioorganic

and Medicinal Chemistry Vol 09 No 11 Pp 2921-2928 2001

Takaku S Haber W A Setzer W Leaf essential oil composition of 10 species of

Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical Systematics and

Ecology Vol35 No08 Pp 525-532 2007

Takaku S Harber W A Setzer W N Leaf essential oil composition of 10 species

of Ocotea (Lauraceae) from Monteverde Costa Rica Biochemical systematic and

ecology Vol35 Pp 525-532 2007

Telascrea M Arauacutejo CC Cavalheiro AJ Marques MOM Facanali R

Moraes PLR Essential oils from leaves of Cryptocarya spp from the atlantic rain

forest Quiacutemica Nova Vol 31 No 3 Pp 503-507 2008

Tiveron A P Atividade antioxidante e composiccedilatildeo fenoacutelica de legumes e verduras

consumidos no Brasil Dissertaccedilatildeo de mestrado em Ciecircncias e tecnologia de

alimentos Universidade de Satildeo Paulo Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de

Queirozrdquo 2010

Ur-Rahman A Parveen S S Khalid A Farroq A Choudhardr M I Acetyl and

butyrylcholinesterase ndash Inhibiting triterpenoid Phytochemistry Vol 58 No 6 Pp

963-968 2001

Vargas F de S Estudo comparativo entre teacutecnicas para avaliaccedilatildeo de atividades

antioxidantes de espeacutecies de plantas da Amazocircnia Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Patologia Tropical Universidade Federal do Amazonas 2008

143

Vattimo-Gil I A O gecircnero Ocotea Aubl no sul do Brasil I Espeacutecies de Santa

Catarina e do Paranaacute Pp 265-350 1956

Verbel J O Cervera T G Fernandez J G Colorado B J Stashenko E

Chemical composition and antioxidant activity of essential oils isolated from

Colombian plants Revista Brasileira de Farmacognosia Vol 20 No 4 2010

Viegas Jr C Bolzani V S Barreiro E J Os produtos Naturais e a quiacutemica

medicinal moderna Quiacutemica Nova Vol29 No 02 Pp 326-337 2006

Viegas Junior Bolzani V S Furlan M Fraga C A M Barreiro Produtos

Naturais como candidatos a faacutermacos uacuteteis no tratamento do mal de Alzheimer

Quiacutemica Nova Vol 27 No 4 Pp 655-660 2004

Vilegas J H Y Gottlieb O R Kaplan M A C Gottlieb H E Phytochemistry

Vol 28 No Pp 3577 1989

Wink M Physiology of secondary product formation in plants In CHARLWOOD B

V RHODES MJC (ed) Secondary products from plant tissue culture Oxford

Clarendon 1990

Wu W Huang C Sctructural Elucidation of Isoquinoline Isoquinolone

Benzylisoquinoline Aporphine and Phenanthrene Alkaloids using API-ionspray

Tandem Mass Sprectrometry The Chinese Pharmaceutical Journal Vol 58 Pp 51-

55 2006

Yilmaz Y Toledo R T Health aspects of functional grape seed constituents

Trends in Food Science and Technology Vol 15 No 9 Pp 422-433 2004

Zanin S M W Lordello A L L Alcaloacuteides aporfinoacuteides do gecircnero Ocotea

(Lauraceae) Quiacutemica Nova Vol 30 No 01 Pp 92-98 2007

Zauli R C Pereira M A Cardoso L G V Silva J M SF da Carvalho J C T

Fiorini J E Atividade antimicrobiana e determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo Inibitoacuteria

miacutenima e concentraccedilatildeo bactericida miacutenima de Dillenia indica L (flor de abril) Gestatildeo

de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Seminaacuterio de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica da UNIFENAS

2004

144

Zheng W Wang S Y Antioxidant Activity and Phenolic Compounds in Selected

Herbs Journal of Agricultural and Food Chemistry Vol 49 No 11 Pp 5165-5170

2001

Zhou B N Johnson R K Mattern MR Wang X Hecht S M Beck H T

Ortiz A Kingston D G J Isolation and Biochemical Characterization of a New

Topoisomerase I Inhibitor from Ocotea leucoxylon Journal of Natural Products

Vol63 No02 Pp 217-221 2000

Zoghbi M G B Andrade E H A Santos A S Silva M H L Maia G S

Constituintes volaacuteteis de espeacutecies de Lauraceae com ocorrecircncia na Floresta

Nacional de Caxiuanatilde ndash Melgaccedilo ndash PA CBO 014 - estaccedilatildeo cientiacutefica Ferreira Penna

2005

Zuanazzi J A S Montana J A Flavonoacuteides In CMO Simotildees et al (eds)

Farmacognosia da planta ao medicamento Universidade UFRGS Ed da UFSC 5ordm

ediccedilatildeo rev Porto Alegre capiacutetulo 16 Florianoacutepolis 2004

1

AVALIACcedilOtildeES QUIacuteMICABIOLOacuteGICAS OacuteLEO ESSENCIAL PERFIL

ALCALOIacuteDICO PROSPECCcedilAtildeO

Oacutergatildeo vegetal

Antioxidante (μgmL)

Anti ACh

E

Artemia salina

(μgmL)

HCT ndash 8 ()

MDAMB-435 ()

SF-295 ()

Rend ()

Constituinte majoritaacuterio

iacuteons (M+1)

mz

Tipo de alcaloacuteide

Fenol Flavonoacuteide Alcaloacuteide

E citriodora Folhas 16101 - 8301 2896 723 1531 429

geranato de metila 23895

benziliso quiniliacutenico

- - -

Galhos Grossos 4278 + 10000 1632 4117 082 250

geranato de metila 30006 aporfiacutenico + - -

E sericeae

Folhas 977 - 90260 3756 389 4719 013 espatulenol 32995 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 5092 - 100011 3015 1791 2430 010

oacutexido de cariofileno 33009 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 1444 - 229766 2180 4639 773 011

oacutexido de cariofileno 32988 aporfiacutenico + - +

Cascas 1329 - 82381 NR NR NR 006 elemol 33009 aporfiacutenico + + +

O

ceanothifolia

Folhas 1812 - 134640 3556 1228 2798 011 oxido de

cariofileno 29992 aporfiacutenico + + -

Galhos Grossos 1564 + 261600 NR NR NR 007

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Galhos Finos 1443 + 262121 NR NR NR 005

oxido de cariofileno 29992 aporfiacutenico + + +

Cascas 1017 - 134287 3273 5041 058 NR NR 31406 aporfiacutenico + - -

O leucoxylon

Folhas 5251 - 388560 3831 1247 3690 013 oxido de

cariofileno 37013 aporfiacutenico + - +

Galhos Grossos 5088 + 165150 2904 955 1188 005

beta-cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

Galhos Finos 8261 + 254856 1775 3872 2459 002

oxido de cariofileno 36992 aporfiacutenico + - +

O minor

Folhas 821 + 83040 2964 369 436 011 beta-

cariofileno 14389 triptamiacutenico + - +

Galhos Grossos 908 + 146791 7430 1251 7536 004

oacutexido de cariofileno 20507 NI + + +

Galhos Finos 731 + 230218 2220 514 1666 NR NR 20507 NI + + +

Cascas 757 - 243004 3341 419 414 006 oacutexido de

cariofileno 28558 benziliso

quiniliacutenico + + +

R recurva

Folhas 11046 - 129990 1834 520 541 006 beta-selineno 33016 aporfiacutenico - - -

Galhos Grossos 19826 - 38674 126 1106 801 002 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Galhos Finos 12538 - 211285 3183 771 2798 003 espatulenol 33002 aporfiacutenico - - +

Cascas 5511 - 24385 3041 1296 2703 004 beta-eudesmol NR NI - - +

R

crenaticupula

Folhas 7816 - 167512 3671 465 511 058 delta-cadineno 43691 NI - - +

Galhos Grossos 6701 - 471571 1194 3344 1012 002

aacutecido hexadecanoacuteico 28606

benziliso quiniliacutenico + - +

1

Anexos

2

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Folhas

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Espectro de massa de Endlicheria citriodora Galhos

Desktop_110324154738 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 202E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

23895

36691

38791

17217

34192

2549830006 39505

2607919891 551014229116706 52224

567114350212107 59112 63914 7355369920 76710

Desktop_110322181603 1-12 RT 000-020 AV 12 NL 288E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

30006

32988

34612

2960719205

26905 35396

36992

17714

19394 38413 55045522384370515096 61940 66119 68513 75737 78712

3

Espectro de massa de Endlicheria sericea Folhas

Espectro de massa de Endlicheria sericea Cascas

Desktop_110322160544_110322160544 1-12 RT 000-019 AV 12 NL 175E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32995

28592

30013

27416

6211519205

12191 34612 436982689114403452943620820794 51230 6430641507 54051 6193349452 68121 69920 74694

Desktop_110322171533 1-7 RT 001-011 AV 7 NL 549E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

28585

1918434591

2690520787

351932341217686

38420 43698 47093 6193349725 5913316524 64768 69150 75772 79377

4

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos finos

Espectro de massa de Endlicheria sericea Galhos grossos

Desktop_110322193119 1-14 RT 000-023 AV 14 NL 167E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

32988

28606

3000634619

19184

2080823391

27423 691086611235186

5223838406 550594532218981 61933 7031215082 75744

Desktop_110322190205 1-13 RT 001-022 AV 13 NL 638E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33009

32813

34192

3000627402

23412

4370535802

2159219184

619335571036012

59133527144970438119

4942441325

647334549717693

17511 7573769948 77732

5

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne crenaticupula Galhos

Desktop_110324163345 1-31 RT 001-053 AV 31 NL 684E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

43691

27416

45287

31819

34605

30216

2341251223 61926

35319 54030203815916137405

64733484371918415075 66322 69115 75723

Desktop_110324160838 1-25 RT 000-042 AV 25 NL 106E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28606

33009

31385

20381

27472

1391334381

356132689819198 4371225680

6192641514 5912645322 5503817686 51706 62115

65734 69927 73742 78726

6

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Folhas

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos finos

Desktop_110322164317 1-11 RT 001-019 AV 11 NL 570E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33016

27423

19191

32813

31203

35606 6210843705

17707 619262650645294

15082 36236 59133522312462337398

21893647334290711589 49445

6633669934 74127

Desktop_110322202301 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 124E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3461228193

19205

32589

2678619387

20801 3560655514

69108

3581619009 45315 55038 661265083841906 56907

15089 64019 69612 74232 77529

7

Espectro de massa de Rhodostemonodaphne recurva Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Folhas

Desktop_110322190322 1-21 RT 001-036 AV 21 NL 104E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

33002

3459132589

27402

19205

30013

3559917693 4371926506

36222 52259 550452087815103 6194049438 6372514403 69927 75758

Desktop_110322154038 1-22 RT 000-037 AV 22 NL 366E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

35795

34213

28298

38000274025504552259 6194039610

43712 59133 7153720892 4943826485 6352212086 19226 73735 78544

8

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Cascas

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos finos

Desktop_110324160707 1-18 RT 001-030 AV 18 NL 730E6T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

13899

31406

33002

30006

34605

2190715089

1809224882

29705

5793625106 5512241535

430825461136894 6072946925

66350 69948 73322 77851

Desktop_110322194703 1-14 RT 001-024 AV 14 NL 266E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

29992

34591

31420

28284

2741635802

1920520808 38406 5504518687 522454371912093 61933 69108 75744 77739

9

Espectro de massa de Ocotea ceanothifolia Galhos grossos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Folhas

Desktop_110322183118 1-11 RT 000-018 AV 11 NL 118E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2999234605

31413

27409

43719 4529419401

2591119212

25701

5230836208 550454952217686 20787 619684131817490 64754 7592669115

Desktop_110322162056 1-12 RT 001-020 AV 12 NL 341E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

37013

32484

31084

27423

3861672314

26492 44601 70921

24595 5505952273400162179515089 69535 7411349473 6643456634 76542

10

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea leucoxylon Galhos grossos

Desktop_110322201310 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 330E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Re

lativ

e A

bu

nd

an

ce

36992

35592

32484

31084

72314

2929970914

3781126499

39386 445946950720878 53897 7393115082 40023 664066194045602 77340

Desktop_110322174442 1-11 RT 001-018 AV 11 NL 240E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

36992

35592

32505

72307

37195

7090731084

29285

37797

28088 3862326506

6952120878 6196144594 52245 55059 7391015089 76325

11

Espectro de massa de Ocotea minor Folhas

Espectro de massa de Ocotea Cascas

Desktop_110322165516 1-9 RT 001-015 AV 9 NL 321E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

14389

20507

17490

12086

23685

27430 346055225240933 5505242907 61947 7953866553 73721

Desktop_110322171506 1-9 RT 000-014 AV 9 NL 917E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

28585

2999233009

2690534598

1920520801

372021870814389 22397 37797 43705 6194049501 52245 59119 65132 70032 72321 77550

12

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos finos

Espectro de massa de Ocotea minor Galhos grossos

Desktop_110322200126 1-16 RT 000-026 AV 16 NL 262E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

20507

14389

17511

25085

2350313192

2740931798 34605

4370538406 52238 79923619475504546715 64740 7368671530

Desktop_110322185001 1-10 RT 001-017 AV 10 NL 178E7T + p ESI Q1MS [100070-800000]

150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

mz

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Rel

ativ

e A

bund

ance

2050714389

3459117504 31609

23692 28585

13192

43705 5504536236 5223861926 64726 7574473126

13

14

Espectro de RMN 13C

15

Espectro de DEPT

16

rh

Espectro de HSQC

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 121: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 122: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 125: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 126: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 127: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 128: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 129: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 130: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 131: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 132: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 133: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 134: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 135: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 136: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 137: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 138: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 139: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 140: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 141: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 142: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 143: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 144: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 145: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 146: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 147: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 148: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 149: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 150: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 151: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 152: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 153: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 154: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 155: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 156: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 157: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 158: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 159: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 160: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,
Page 161: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS · 2019. 11. 14. · flavonóides, terpenos e fenilpropanóides. Este estudo contribui para a análise do perfil químico dos três gêneros Endlicheria,