UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE...

130
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009 Sabrina da Costa Fernandes Siqueira Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, dissertação apresentada para requisito ao título de Mestre em Saúde Coletiva. Área de Concentração: Saúde Coletiva Linha de pesquisa: Epidemiologia Orientadora: Profª Drª Marta Gislene Pignatti Co-Orientador: Profª Drª Marina Atanaka dos Santos Cuiabá - MT

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA

Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no

período de 2007 a 2009

Sabrina da Costa Fernandes Siqueira

Programa de Pós-Graduação em Saúde

Coletiva, dissertação apresentada para

requisito ao título de Mestre em Saúde

Coletiva.

Área de Concentração: Saúde Coletiva

Linha de pesquisa: Epidemiologia

Orientadora: Profª Drª Marta Gislene PignattiCo-Orientador: Profª Drª Marina Atanaka dos Santos

Cuiabá - MT

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

2

2011

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

3

ANÁLISE ESPACIAL DA DENGUE NO ESTADO DE

MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2007 A 2009

Sabrina da Costa Fernandes Siqueira

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Saúde Coletiva da

Universidade Federal de Mato-Grosso para

obtenção do título de Mestre em Saúde

Coletiva.

Área de concentração: Saúde Coletiva

Linha de pesquisa: Epidemiologia

Orientadora: Profª Drª Marta Gislene PignattiCo-Orientador: Profª Drª Marina Atanaka dos Santos

Cuiabá - MT2011

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

4

É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma

impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida

exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a

identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

5

FICHA CATALOGRÁFICA

S618a Siqueira, Sabrina da Costa Fernandes Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009 / Sabrina da Costa Fernandes Siqueira. – 2011. 127 f. : il. , color.

Orientadora: Profª. Drª. Marta Gislene Pignatti. Co-orientadora: Profª. Drª. Marina Atanaka dos Santos. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Pós-graduação em Saúde Coletiva, Área de Concentração: Saúde Coletiva, Linha de Pesquisa: Epidemiologia, 2011. Bibliografia: f. 119-125. Inclui anexos.

1. Dengue – Epidemiologia. 2. Dengue – Mato Grosso. 3. Dengue – Aspectos clínicos. 4. Dengue – Análise espacial. I. Título.

CDU – 614.4(817.2)(043.3)Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

6

DEDICATÓRIA

Esta dissertação é dedicada ao meu esposo Marcos, aos

meus pais Luiz Carlos e Angela que sempre me ensinaram e

incentivaram a não desistir por mais difíceis que foram os

dias, os pensamentos que não fluíam, e os quebra cabeças

que os mapas geraram. Estou aqui para mais uma conquista

e superação.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

7

AGRADECIMENTOS

Á DEUS por ter iluminado os pensamentos quando achei que não tivesse mais solução.

Aos meus pais, a quem devo todas as conquistas até hoje alcançadas e que me estimularam a vencer mais esta etapa.

Ao Marcos, meu esposo, que me ajudou tendo paciência, e incentivando a sempre estudar e por isso merecer a conquista de reconhecimento.

As minhas irmãs Ana Luiza e Tatiane, pela paciência e por entender minha ausência como irmã mais velha.

À Profª Drª Marta Pignati, por ter me aceitado e me acolhido, me orientando e incentivando a buscar a compreensão de se aprofundar no temas abordados. Agradeço pela sua paciência nos momentos em que os pensamentos não conseguiam ir para o papel.

À Profª Drª Marina Atanaka, pelo apoio, incentivo, colaboração e compreensão com as minhas dificuldades durante o curso.

Aos funcionários do Instituto de Saúde Coletiva, Airton e a Jurema, pelo constante apoio principalmente nos requerimentos das matriculas.

A Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Mato Grosso, pela colaboração e pela disponibilização dos dados para realização do estudo.

A Capes e ao CNPq, por ter possibilitado e financiado esta pesquisa, através de bolsa apoiando os dois anos deste mestrado.

Á Giovana, pela sua colaboração, as suas horas de dedicação na busca dos dados que deram origem a este estudo.

A Beth e a Cássia pela colaboração, ajudando na formatação desse trabalho.

Por fim, agradeço aos colegas do Mestrado pelo incentivo nos momentos de dificuldades e pelas amizades conquistadas.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

8

"Não desista enquanto você ainda for capaz de fazer um

esforço a mais. É nesse algo a mais que está a sua vitória”.

(Roberto Shinyashiki)

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

9

Siqueira SCF. Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a

2009. [dissertação de mestrado]. Cuiabá: Instituto de Saúde Coletiva da UFMT; 2011.

RESUMO

Introdução: A dengue tem sido considerada enfermidade transmissível reemergente mais

importante dentre as demais doenças virais do mundo transmitidas por vetores biológicos,

pois apresenta uma crescente expansão geográfica e incide principalmente em populações

de áreas urbanas. O Estado de Mato Grosso tem convivido com epidemias da doença desde

1995, e a gravidade dos casos tem aumentado, impactando no indicador de mortalidade,

principalmente em crianças e adolescentes. Objetivo geral: Analisar a distribuição

espacial dos casos de dengue nos 141 municípios do Estado de Mato Grosso, no período de

2007 a 2009. Específicos: Caracterizar a distribuição dos casos de dengue no Estado;

Identificar a distribuição espacial de casos de dengue; e áreas com infestação vetorial nos

141 municípios do Estado de Mato Grosso. Métodos: Análise espacial das variáveis da

Incidência de Dengue e Índice de Infestação Predial (IIP) com a identificação dos

aglomerados espaciais do estado considerando-se os 141 municípios. Para a determinação

da autocorrelação espacial das variáveis estudadas, foi utilizado o Índice de Moran global

(I Moran) e local. Resultados: No período de 2007 a 2009, foram registrados 70.512 casos

de dengue no Estado de Mato Grosso correspondendo a 21,77% em 2007, 8,44% em 2008

e 69,8% em 2009 do total de casos. Há registro de circulação dos vírus DEN-1 e DEN-2 e

de DEN-3. Houve o predomínio da forma da dengue clássica em todos os anos. O sexo

feminino foi o mais acometido pela doença. Em relação ao Índice de Infestação Predial

(IIP), 63,83% (90) dos municípios em 2007, 70,92% (100) em 2008 e 55, 32% (78) em

2009 apresentaram o IIP em níveis aceitáveis. Em relação à incidência dos casos observou-

se alta incidência no ano de 2007 (61,15/10mil) e com declínio em 2008, estratificada

como média incidência (20,11/10mil) e aumentando em 2009 (163,95/10mil). Na

estratificação das áreas prioritárias no espelhamento do Índice de Moran, observou-se que

o comportamento foi heterogêneo em relação à incidência de dengue e infestação do vetor

que foram classificados como Q1(+/+): maior transmissão e maior receptividade; Q2(-/-):

menor transmissão e menor receptividade; Q3(+/-) e Q4(-/+): intermediária transmissão e

receptividade. A distribuição espacial da área de Maior Risco (Q1(+/+) de Incidência de

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

10

casos e de Índice de Infestação Predial (IIP)), identificadas pelo Box Map, apresentaram 8

(5,67%) municípios em 2007, 1 (0,70%) município em 2008 e 14 (9,93%) municípios em

2009. Os municípios de maior transmissão da dengue Q1(+/+) estiveram concentrados na

região centro sul e centro norte do estado, principalmente os municípios da área de

influência da BR-163, rodovia esta que percorre o estado de norte ao sul. Recomenda-se

que as ações de controle da dengue sejam tomadas independentes das medições do índice

de infestação vetorial e que a vigilância de casos deve ser continuas para redução de

gravidade.

Descritores: dengue, análise espacial, infestação.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

11

Siqueira SCF. Spatial analysis of the distribution of dengue cases in the state of Mato

Grosso from 2007 to 2009. [master dissertation]. Cuiabá: Public Health Institute of UFMT;

2011

ABSTRACT

Introduction: Dengue has been considered the world's most important communicable

reemerging viral disease transmitted by biological vectors. The reason is the fact that it

presents an increasing geographical spread and its incidence occurs mainly on urban

populations. The state of Mato Grosso has experienced epidemics of dengue since 1995,

and the severity of the cases has increased, impacting on the indicator of mortality,

especially among children and adolescents. General objective: To analyze the spatial

distribution of dengue cases in 141 cities of Mato Grosso, from 2007 to 2009. Specific

objective: To characterize the distribution of dengue cases in the state; and identify the

spatial distribution of cases in the cities and areas with vectorial infestation in the region.

Methods: Spatial analysis of variables of Incidence and Building Infestation Rates with the

identification of spatial clusters of the state considering these 141 cities. In order to

determine the spatial autocorrelation of the variables we used the global Moran's Index.

Results: From 2007 to 2009, 70,512 cases of dengue were registered in the State of Mato

Grosso, corresponding to 21.77% in 2007, 8.44% in 2008 and 69.8% in 2009 of the cases.

There are reports of circulation of the virus DEN-1, DEN-2 and DEN-3. The classical

dengue form predominated every year. The female gender was the one most affected by

the disease. Regarding the Building Infestation Rates (BIR), 63.83% (90) cities in 2007,

70.92% (100) and 55 in 2008, 32% (78) in 2009 showed the BIR at acceptable levels.

Regarding the incidence of cases there was a high incidence in the year of 2007 (61.15 /

10mil), a decline in 2008, stratified as average incidence (20.11 / 10mil) and a increase in

2009 (163.95 / 10mil). In the stratification of the priority areas in mirroring Moran's Index,

the behavior was heterogeneous regarding the incidence of dengue and the vector

infestation which was classified as Q1 (+/+): greater transmission and greater response; Q2

(- / -): lower transmission and lower response; Q3(-/+) and Q4(+/-): average transmission

and response. The spatial distribution of the area with greater risk (Q1 (+/+) of Incidence

of cases and Building Infestation Rates (BIR)) identified by the Box Map showed 8

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

12

(5.67%) cities in 2007, 1 (0.70%) city in 2008 and 14 (9.93%) cities in 2009. The cities

with greater number of transmission of dengue Q1 (+/+) were concentrated in southcenter

and northcenter of the state, especially in cities nearby BR-163 highway which runs

through the state from north to south. It is recommended that efforts to control dengue

fever should be taken regardless of measurements of the rate of vector infestation. The

monitoring of cases should also be continuum in order to reduce their seriousness.

Keywords: dengue, spatial analysis, infestation.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

13

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 17

2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 21

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA DENGUE................................................. 21

2.1.1 Aspectos Clínicos.......................................................................... 21

2.1.2 Epidemiologia da Dengue............................................................. 23

2.1.3 Características do Vetor................................................................ 26

2.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E ENTOMOLÓGICA DA DENGUE.................................................................................................... 29

2.3 ANÁLISE ESPACIAL E DENGUE....................................................37

3. OBJETIVOS................................................................................................. 41

3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................. 41

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................ 41

4. MÉTODOS................................................................................................... 42

4.1 TIPO DE ESTUDO............................................................................... 42

4.2 ÁREA DO ESTUDO............................................................................ 42

4.2.1 Localização geográfica/ administrativa......................................... 42

4.2.2 Vias de acesso............................................................................... 43

4.2.3 Clima............................................................................................. 47

4.3 VARIÁVEIS ESTUDADAS................................................................ 47

4.4 COLETA DE DADOS......................................................................... 48

4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISES ESTATÍSTICAS DOS DADOS 49

4.5.1 Indicadores de Casos de Dengue................................................... 49

4.5.2 Indicador Entomológico................................................................ 50

4.5.3 Análise Espacial............................................................................ 51

4.6 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................ 55

5. RESULTADOS............................................................................................. 56

5.1 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS CASOS DE DENGUE NO ESTADO DO MATO GROSSO............................... 56

5.1.1 Distribuição dos casos de dengue de acordo com ano, faixa etária, sexo, classificação final, critério epidemiológico, autóctone e evolução.................................................................. 56

5.1.2. Caracterização dos municípios Matogrossense com casos de dengue, 2007 a 2009............................................................................... 61

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

14

5.2 ANÁLISE ESPACIAL......................................................................... 70

5.2.1 Classificação das Áreas de transmissão da Dengue...................... 70

5.2.1.1 Área de maior controle da dengue....................................... 70

5.2.1.2 Área de menor controle da dengue...................................... 74

5.2.1.3 Área de transmissão intermediária de dengue..................... 77

5.2.2 Classificação dos Municípios pelo índice de infestação Predial (IIP)......................................................................................................... 83

5.2.2.1 Área de maior receptividade pelo IIP.................................. 83

5.2.2.2 Área de menor receptividade pelo IIP................................. 84

5.2.2.3 Área de receptividade intermediária pelo IIP...................... 85

5.2.3 Descrição da autocorrelação espacial de incidência de dengue e índice de infestação predial nos municípios Matogrossense, 2007 a 2009........................................................................................................ 90

5.2.4 Análise da autocorrelação espacial da incidência de dengue, segundo a classificação do índice de infestação predial......................... 97

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 113

7. REFERÊNCIAS........................................................................................... 117

ANEXOS........................................................................................................... 124

ANEXO 1. Tabela 7 - Incidência de Dengue e IIP nos 65 municípios matogrossense com a população menor 10.000 hab, no período de 2007 a 2009............................................................................. 124

ANEXO 2. Tabela 8 - Incidência de Dengue e IIP nos 65 municípios com a população >10.000 hab a <100.000 hab, no período de 2007 a 2009................................................................................................. 126

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

15

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Números e a porcentagem dos casos de dengue segundo a classificação final da dengue no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009..................................................................................... 57

Tabela 2 - Classificação por faixa etária das notificações dos casos dengue no Estado Mato Grosso, no período de 2007 a 2009................................ 57

Tabela 3 - Casos de dengue segundo sexo, no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009........................................................................ 59

Tabela 4 - Classificação e as porcentagens dos casos de dengue por critério epidemiológico no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009..................................................................................................... 60

Tabela 5 - Classificação dos casos de dengue por evolução no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009..................................................... 60

Tabela 6 - Classificação dos casos de dengue por local provável de infecção por município de residência no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009..................................................................................... 61

Tabela 9 - Incidência de Dengue e o IIP nos 9 municípios Matogrossenses com população >100.000 hab. no período de 2007 a 2009......................... 62

Tabela 10 - Características dos casos de dengue por municípios no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009............................................. 64

Tabela 11 - Distribuição do IPP nos municípios com a população <10.000 hab. no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009...................... 68

Tabela 12 - Caracterização da área de maior transmissão da dengue (Q1) por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 71

Tabela 13 - Caracterização da área de menor transmissão da dengue (Q2) por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 74

Tabela 14 - Caracterização da área de transmissão intermediária (Q3) da dengue por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. 77

Tabela 15 - Caracterização da área de transmissão intermediária (Q4) da dengue por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. 79

Tabela 16 - Descrição da autocorrelação espacial da área de maior risco da dengue nos municípios Matogrossense no período 2007 a 2009........ 90

Tabela 17 - Descrição da autocorrelação espacial da área de menor risco da dengue nos municípios Matogrossense no período de 2007 a 2009.... 92

Tabela 18 - Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade transitória intermediária (Q3) nos municípios Matogrossenses no período de 2007 a 2009........................................................................ 94

Tabela 19 - Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

16

transitória intermediária (Q4) nos municípios Matogrossenses no período de 2007 a 2009........................................................................ 95

Tabela 20 - Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 97

Tabela 21 - Descrição da autocorrelação espacial da área de menor transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 99

Tabela 22 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q4) transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossense, no período de 2007 a 2009.....................................................................................................

101

Tabela 23 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q4) transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período 2007 a 2009.....................................................................................................

103

Tabela 24 - Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de alerta nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. 10

5Tabela 25 - Descrição da autocorrelação espacial da área de menor transmissão

da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de alerta nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. 10

7Tabela 26 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q3) de

transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de risco nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.....................................................................................................

109

Tabela 27 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q4) de transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de risco nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.....................................................................................................

111

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

17

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa Rodoviário do Estado de Mato Grosso (2009).......................... 45

Figura 2 - Diagrama de espalhamento de Moran................................................. 51

Figura 3 - Porcentagem de casos de dengue, no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009........................................................................ 5

8Figura 4 - Incidência (10mil) de casos de dengue no Estado de Mato Grosso,

no período de 2007 a 2009................................................................... 59

Figura 5 - Mapa da distribuição da Incidência de dengue nos municípios Matogrossense, no período de 2007 a 2009......................................... 6

5Figura 6 - Mapa da distribuição da Infestação Predial do vetor da dengue nos

municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 67

Figura 7 - Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 8

1Figura 8 - Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada

no resultado do índice de Moran local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009....................................... 8

2Figura 9 - Estratificação de áreas prioritárias do Índice de Infestação Predial

pautada no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. 8

8Figura 10 - Estratificação de áreas prioritárias do Índice de Infestação Predial

pautada no resultado do índice de Moran local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 8

9

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

18

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação da Incidência de Dengue por 10 mil hab baseada nos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009......................................................................................................

50

Quadro 2 - Classificação do Índice de Infestação Predial em percentual segundo os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009......................................................................................................

50

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

19

SIGLAS UTILIZADAS

FD - Febre de dengue

DCC - Dengue com complicações

FHD - Febre hemorrágica da dengue

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IB - Índice de Breteau

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IP - Índice de Pendência

IIP - Índice de Infestação Predial

LACEN Laboratório Central de Saúde Pública

LI - Levantamento de Índice Amostral

LIRAas - Levantamentos de Índices Rápidos do A. aegypti

LIRAa - Levantamento de Índice Rápido de Infestação Predial

ONU - Organizações das Nações Unidas

PE - Pontos Estratégicos

PIB - Produto Interno Bruto

PNCD - Plano Nacional de Controle da Dengue

PVE - Pesquisa Vetorial Especial

SCD - Síndrome de choque por dengue

SES - Secretaria Estadual de Saúde

SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SMS - Secretaria Municipal e Saúde

SISFAD- Sistema de Informação de Dengue e Febre Amarela

SUDAM- Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

20

1. INTRODUÇÃO

A dengue tem sido considerada enfermidade transmissível reemergente mais

importante dentre as demais doenças virais do mundo transmitidas por vetores biológicos,

pois apresenta uma crescente expansão geográfica e incide principalmente em populações

de áreas urbanas (PIGNATTI, 2004; BRITO, 2007).

É uma doença infecciosa causada por um vírus de genoma RNA, do qual são

conhecidos quatro sorotipos (DEN-1; DEN-2; DEN-3; DEN-4), transmitida pelo mosquito

A. aegypti (principal vetor). Classifica-se clinicamente nas seguintes formas principais:

febre de dengue (FD) também chamada de dengue clássico, febre hemorrágica da dengue

(FHD) e síndrome de choque por dengue (FHD/SCD) (TORRES, 2008).

A dengue manifesta-se em surtos epidêmicos e cerca de 2,5 milhões de pessoas

(dois quintos da população mundial) estão expostos ao risco de contrair a doença

distribuída em mais de 100 países, principalmente naqueles com clima tropical e tropical-

úmido que são regiões propícias para a disseminação do vetor. Dentre os expostos, estima-

se em torno de 50 milhões de casos novos de infecções por dengue por ano (WHO, 2009a).

Nas epidemias, projeta-se que mais de meio milhão de pessoas poderão apresentar

a forma grave e necessitarão de internação a cada ano e, 2,5% dessas pessoas afetadas

poderão morrer decorrentes da falta de tratamento adequado (WHO, 2009a; GUZMAN e

KOURI, 2003).

A letalidade por dengue pode ultrapassar a taxa de 20% ao ano, principalmente na

forma hemorrágica. A ampliação do acesso à atenção médica prestada pelos profissionais

com conhecimentos sobre FHD pode reduzir para menos de 1% a taxa de letalidade

(WHO, 2009a).

Segundo PIGNATTI (1996), a dinâmica da transmissão da dengue é complexa,

resultando da interação entre o ambiente, agente e a diversidade da população humana e

dos vetores. Refere ainda que a Organização Panamericana de Saúde, no ano de 1991, já

havia classificado os riscos para dengue em macrodeterminantes e microdeterminantes.

Os macrodeterminantes são: ambiente físico: na latitude 35ºN-35ºS e altitude

abaixo a 2.200m, com temperatura entre 15 a 40ºC, apresentando umidade do ar de

moderada a alta, com regime de chuvas abundantes e presença de mudanças climáticas;

densidade populacional de moderada a alta com bastante migração de pessoas; doenças

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

21

pré-existentes e população suscetível; urbanização não planejada com moradias

inadequadas em decorrência de infra-estrutura precárias; condições socioeconômicas da

população; não cumprimento das leis sobre a saúde e ambiente que colocam em risco a

qualidade do sistema de saúde pública.

Foram considerados como microdeterminantes: características individuais: sexo,

idade, estado nutricional, doenças existentes, presença de anticorpos, fatores genéticos e

resistência do organismo; características do vírus: nível de viremia, virulência da cepa,

sorotipo circulante, introdução de novos sorotipos e mutação genética; características do

vetor: densidade vetorial, deslocamento de criadouros, idade e densidade de fêmeas

adultas, freqüência na alimentação, capacidade vetorial e resistência às medidas de

controle.

Atualmente, após a ocorrência de epidemias em todo o território nacional, muitas

pesquisas têm sido realizadas para o entendimento do processo de transmissão em níveis

locais, estaduais ou nacional.

As medidas de controle da doença, uma vez que não há vacina disponível, se

voltam para o combate ao vetor. A complexidade da proliferação do A. aegypti no

ambiente urbano está relacionada com o processo de urbanização desordenada, ocorrendo

em regiões com alta densidade demográfica e que apresentam deficiências no

abastecimento de água e na limpeza urbana. Estas questões, aliadas ao trânsito das pessoas

entre as áreas urbanas, interurbanas e a insuficiência no combate ao vetor torna o controle

de Dengue um imenso desafio (TAUIL, 2002).

A população cresce em ritmo acelerado, estando mais concentrada nos países

desenvolvidos onde se intensificou a urbanização. Nos países em desenvolvimento, esta

urbanização significa aglomeração intensa, grandes contingentes populacionais vivendo

em espaço reduzido e, como conseqüência: saneamento inadequado, tanto em relação ao

abastecimento da água, quanto ao destino dos resíduos sólidos; habitação precária; falta de

infraestrutura urbana e agressão ao meio ambiente (LUNA, 2002).

A disseminação da dengue pelo mundo também está relacionada com a mobilidade

populacional e relações comerciais. As relações comerciais entre os países via marítima,

área e terrestre disseminaram vetores e vírus nos assentamentos humanos apontadas por

GLUBER (1997), como locais de introdução e pontos de disseminação da doença.

As epidemias de dengue vêm ocorrendo no Estado de Mato Grosso desde 1995,

sendo que começou a ser identificada em 1991 (MATO GROSSO, 2004 e 2007). A partir

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

22

de então, nos anos seguintes, os números casos da doença e a infestação do vetor tem

aumentado causando grandes epidemias especialmente nos últimos anos.

Os gestores da área da saúde estão usando cada vez mais os recursos disponíveis

para a análise espacial da distribuição das doenças e dos riscos ambientais, servindo de

base para auxiliar nos planos e nas avaliações na área da saúde, permitindo analisar a

distribuição dos dados das enfermidades no espaço e no tempo-espaço e, para identificar os

fatores de risco e mapear as áreas de risco, através dos Sistemas de Geoprocessamento

(BARCELLOS e BASTOS, 1996; WHO, 2009b).

A orientação de adotar o geoprocessamento na estratificação epidemiológica e

entomológica é bastante relevante ao levantar as áreas em potencial risco ambiental

associado com a proliferação do vetor Aedes aegypti como exemplo: áreas abandonadas

pela construção civil, terrenos baldios, casa desabitadas, etc. A identificação dessas áreas

de transmissão e de risco permite que as ações de controle sejam mais intensificadas e

podem ajudar na redução dos surtos e epidemias da doença (WHO, 2009b; CHIESA et al.,

2002; BRASIL, 2006).

A epidemiologia estuda os fatores que predispõem a ocorrência de uma

determinada doença. A análise espacial vem se expandindo nos estudos epidemiológicos,

buscando identificar padrões espaciais dos agravos e da sua correlação das variáveis sócio-

econômicas, detectando-se a possibilidade da ocorrência de doenças e contribuindo para

identificar os padrões de mortalidade, morbidade e a disseminação de epidemias

considerando as condições da população residente em municípios e ou regiões

(ANDRADE e SZWARCWALD, 2001; CARVALHO e SANTOS, 2005).

No caso da dengue, os mapeamentos podem auxiliar na compreensão da dinâmica

da transmissão e no comportamento dos vetores. Os agravos podem ser restritos a uma

localidade ou atingir áreas mais extensas, podendo ser vizinhas ou não. Conhecer os

padrões espaciais na ocorrência da doença torna-se importante para a vigilância dos casos

(BRASIL, 2006).

No Estado de Mato Grosso, poucos estudos têm sido realizados para elucidar

comportamento e a distribuição espacial da dengue. Partindo-se da pergunta: Qual o

padrão espacial das epidemias da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a

2009, levando-se em conta a infestação vetorial e casos notificados elaborou-se esta

dissertação.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

23

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA DENGUE

2.1.1 Aspectos Clínicos

A dengue é transmitida ao homem através da picada do mosquito fêmea A. aegypti,

o mesmo transmissor da febre amarela. Após a picada do mosquito, a incubação do vírus

dentro do organismo humano é em média de 8 a 10 dias. A fase da viremia no homem tem

início um dia antes da febre até o sexto dia da doença (WHO, 2009a; BRASIL, 2005).

Existem quatro tipos de vírus causadores de dengue, pertencentes à família

flavivírus, com sorotipos distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A manifestação dos

sinais e sintomas da doença varia de acordo com o sistema imunológico do indivíduo,

podendo ir de uma simples febre aguda até as formas graves como a FHD e a SCD (WHO,

2009a).

A dengue clássica é caracterizada por febre alta, sinais e sintomas inespecíficos. Os

primeiros sintomas apresentados são: cefaléia frontal; dor retro-ocular; dores no corpo;

principalmente nas articulações; náuseas; vômitos e fraqueza, os quais surgem logo após o

período de incubação, que varia de 3 a 10 dias. Alguns pacientes podem manifestar

faringite e bradicardia. Outras características como: prurido, rubor facial, exantema e

petéquias tendem a aparecer juntamente com a febre (GLUBER, 1995; FIGUEIREDO e

FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009).

No exame laboratorial a contagem de plaquetas costuma ser inferior a 100.000

mm³. Manifestações hemorrágicas discretas podem acontecer variando de leve a grave; as

mais comuns são: gengivorragia, epistaxe, menorragia e gastrointestinais; a hematúria

ocorre raramente e estes casos não são classificados como dengue hemorrágica (GLUBER,

1995; FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

24

A dengue hemorrágica tem início também com febre que geralmente dura de 2 a 7

dias apresentado basicamente os mesmos sintomas iniciais da dengue clássica. A fase

crítica da doença aparece com a diminuição da febre e os primeiros sinais de falência

circulatória e as manifestações hemorrágicas, em menos de 24 horas: hemorragias

cutâneas, petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia gastrointestinal e

hematúria. A prova do laço positiva indica fragilidade capilar sendo útil para diagnóstico

médico. No exame físico de pacientes acometidos observa-se hepatomegalia e

esplenomegalia (GLUBER, 1995; FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b;

BRASIL, 2009).

O sinal importante na dengue hemorrágica é o aumento da permeabilidade vascular,

sem lesão endotelial, com extravasamento de plasma para o interstício, provável diferença

com a dengue clássica. Os exames laboratoriais apresentam trombocitopenia, queda das

plaquetas inferior a 100.000 mm³, aumento da hemoconcentração e leucopenia

(FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009).

No estudo realizado por VITA et al. (2009), sobre os alertas clínicos e laboratoriais

da epidemia de dengue em 2007, os autores observaram que as complicações de dengue

acontecem nos primeiros 5 dias. Os sintomas mais comuns foram petéquias (23%), dor

abdominal (57,7%), hipotensão postural (63,7%), manifestações hemorrágicas (69,3%).

Nos achados laboratoriais os autores verificaram o predomínio da hemoconcentração

(81,25%), plaquetopenia (93,7%) e a leucocitose (66,6%).

De acordo com CASALI et al. (2004), em estudo realizado na epidemia 2001/2002

no Rio de Janeiro, não houve diferenças estatisticamente significativas na chance de um

indivíduo com dengue hemorrágica apresentar os mesmos sintomas gerais da dengue

clássica, mas estiveram presente nos casos de dengue hemorrágica as manifestações mais

graves como: náuseas, dor abdominal, petéquias, epistaxe, gengivorragia, hepatomegalia,

hemorragia digestiva, choque, ascite e derrame pleural.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

25

2.1.2 Epidemiologia da Dengue

A doença está presente na maioria dos países africanos, nas Américas, no Sudeste

da Ásia e do Pacífico Ocidental, locais onde a forma mais grave da doença vem

aumentando. Ela foi reconhecida pela primeira vez na década de 1950 durante uma

epidemia ocorrida nas Filipinas e Tailândia, tornando-se uma das principais causas de

internação e morte entre as crianças na região (GUZMAN e KOURI, 2003).

Nas Américas, após o vetor ter sido considerado “erradicado” nos anos 60, os

primeiros casos de dengue surgem no ano de 1977, no Caribe, expandindo-se para outros

países da América Central e do Sul. A primeira epidemia da forma hemorrágica provocada

pelo sorotipo 2 foi relatada em Cuba em 1981, com mais de 300.000 casos, abrangendo

10.000 casos de FHD com 158 mortes, das quais 105 eram crianças (BRITO, 2007;WHO,

2009a).

No período de 2001 a 2007 foram registrados 4.332.731 casos de dengue em 30

países das Américas, sendo 106.037 casos na forma FHD, e um total de 1.299 óbitos, uma

taxa de letalidade para FHD de 1,2% (WHO, 2009b).

Entre os países que fazem parte da América do Sul, o Brasil destaca-se por possuir

193.252.604 habitantes, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) para 2010, e estes são considerados expostos às epidemias da dengue

atualmente, uma vez que o sorotipo 4 ainda não foi reintroduzido (TADEU, 2003).

O Brasil tem uma área de 8.514.877 km² com clima tropical-úmido, períodos de

sazonalidade com estações chuvosas que criam condições favoráveis para a proliferação do

mosquito, principalmente nos meses de novembro a junho (TADEU, 2003).

O primeiro relato de casos de dengue no Brasil foi no ano de 1916 em São Paulo

(MS, 2009). Nas décadas de 50 a 70, o vetor A. aegypti foi declarado eliminado depois de

intensas ações para a sua erradicação. No ano de 1976 ocorre a re-introdução do vetor

principalmente nos estados do Rio de Janeiro e na Bahia (SCHATZMAYR, 2000).

A primeira epidemia registrada com sinais clínicos e com confirmação laboratorial

foi no período de 1981-1982, na cidade de Boa Vista, causada pelo DEN-1 e 4. A partir do

ano de 1986, ocorre a circulação viral do sorotipo 1, e várias epidemias são registradas nos

estados brasileiros. A introdução dos DEN-2 e 3 foi detectada no Rio de Janeiro, nos anos

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

26

de 1990 e 2000. No período de 2001 e 2003 se deve a introdução do tipo DEN-3 que se

espalhou rapidamente para 24 estados brasileiros (MS, 2009).

Os primeiros casos de dengue hemorrágica no Brasil surgiram na cidade do Rio de

Janeiro, entre 1990 e 1991, com a circulação do sorotipo 2, tendo sido confirmados 462

casos, dos quais 8 evoluíram para óbito. A partir de 1995, mais de 324 casos de FHD

foram notificados, procedentes de varias regiões, a taxa de letalidade média foi de

aproximadamente de 5% no período de 1990 a 1998 (MS, 2009).

Na década de 90, em decorrência da proliferação do vetor A.aegypti, houve um

aumento na incidência dos casos de dengue. A proliferação do vetor levou à disseminação

dos sorotipos 1 e 2 para a maior parte dos estados brasileiros. No decorrer dos anos 90 e

2000 aconteceram várias epidemias, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Nas

regiões Norte e Centro-Oeste foram registradas epidemias a partir da segunda metade da

década de 1990 (SILVA JR et al., 2002).

No período de 1986 a 1993, foram registrados 294.419 casos de dengue no país, a

maioria ocorreu entre os meses de dezembro a maio. De 1994 a 2002 foram notificados

2.826.948 casos, com acréscimo da taxa de incidência da dengue de 37 para 454 por

100.000 habitantes (SIQUEIRA JR. et al., 2005). Dentro desse período, só na epidemia de

2001 e 2002, foram notificados mais de 1,2 milhões de casos, quando se verificou a

circulação simultânea de sorotipos 1, 2 e 3, este último detectado em dezembro de 2001 no

Município de Rio de Janeiro. Esse processo endêmico-epidêmico manteve-se

predominantemente nas grandes regiões metropolitanas do país, contribuindo também para

a disseminação da doença para outros municípios (MEDRONHO, 2006).

A dengue vem se espalhando em surtos epidêmicos geralmente com intervalo de 3

a 5 anos, dependendo muito da introdução ou reintrodução de sorotipos antes não

circulados e da variedade da cepa viral (TEIXEIRA et al., 1999).

No Estado do Rio de Janeiro, em 2008, foram notificados mais de 240 mil casos

com uma incidência de 1.527/100 mil habitantes, mais de 11.000 hospitalizações, 1.364

casos de FHD e 169 óbitos. Dentre os óbitos, metade ocorreu entre os menores de 15 anos

(BARRETO e TEIXEIRA, 2008).

A variedade da cepa viral da dengue pode alterar sua potencialidade epidêmica e

apresentações clínicas (Dengue Clássica e Dengue hemorrágica) quando se move entre as

populações, apresentando de forma muita variada dependendo da suscetibilidade das faixas

etárias (GLUBER, 1997). Por isso, o comportamento das epidemias podem ser maneiras

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

27

explosivas, evoluindo em curto período de tempo, seguidas de circulação endêmica, outras

apresentam picos epidêmicos em anos consecutivos e estabelecendo depois um período de

baixa endemicidade, podendo variar com a maior ou menor duração, dependendo das

interações de fatores (vetor, homem e ambiente) (TEIXEIRA et al, 1999).

TEIXEIRA et al. (2009) observaram nos últimos 25 anos que, com a circulação

livre dos 3 sorotipos da dengue nos estados brasileiros, a ocorrência de epidemias estavam

associadas à introdução de novos sorotipos que não haviam circulado anteriormente em

cada cidade ou à reintrodução dos já circulados que incidiram em faixas etárias

anteriormente não expostas, com tendência do aumento da forma hemorrágica.

Recentemente, TEIXEIRA et al. (2009) observaram que a forma hemorrágica

incide principalmente na faixa etária dos menores de 15 anos, ao contrário dos casos no

Sudeste Asiático que vêm apresentando predomínio de FHD em adultos.

No Brasil, SIQUEIRA JR. et al. (2005), retrataram que a maioria de casos de

dengue hemorrágica ocorreu em maiores de 15 anos mas, durante o estudo, perceberam um

aumento do número de casos de FHD em menores de 15 anos, especialmente na região

Norte do país, podendo sugerir mudança no comportamento das formas graves da doença,

dos adultos para os menores de 15 anos.

Em 2008, registraram-se 803.522 casos de dengue e 491 mortes (229 por FHD e

262 por Dengue com Complicações - DCC). No ano de 2009, ocorreram 529.237 casos e

298 óbitos, dos quais 154 por FHD e 144 por DCC. Verifica-se queda de 30,4% nas

notificações 2009, em relação ao ano anterior e redução de 39% nas mortes em decorrência

da dengue (MS, 2010a). Do total de casos em 2009, 80% dos casos confirmados de dengue

hemorrágica concentraram-se em cinco estados: Mato Grosso (28%), Bahia (26%),

Espírito Santo (17%), Goiás (5%) e 5% em Minas Gerais (MS, 2010a).

O primeiro caso de dengue em Mato Grosso foi referido em 1991 devido à

introdução do sorotipo DEN-1. Depois disso, a dengue propagou-se para todo o estado e

houve uma sucessão de epidemias ocasionadas por outros sorotipos circulantes

principalmente nos anos de 1995, 1996, 1998, 2002, 2003 e 2006. Os primeiros casos

diagnosticados e confirmados como dengue hemorrágica no estado deram-se no ano de

1995 (MATO GROSSO, 2004 e 2007).

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde no ano de 2008, foram notificados

11.056 casos de dengue, sendo que foram registrados 15 casos nas formas graves da

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

28

doença, 7 casos de FHD e 9 de DCC resultando uma taxa de letalidade de 20% (SES/MT,

2010a).

No ano de 2008 houve uma redução de 59,2%, em comparação ao ano de 2007,

quando se deram 20.712 notificações da doença, apresentando 7 casos de FHD com 1 óbito

e DCC com 9 notificações e dois óbitos. A taxa de incidência da dengue em 2008 foi de

226,9 casos por 100 mil habitantes (MATO GROSSO, 2009).

No período de 2000 a 2009, o Estado de Mato Grosso apresentou 163.698 casos

notificados de dengue. Os anos com os maiores registros foram o ano de 2002 com 14.988

casos; o ano de 2003 com 13.709 casos; o ano de 2007 com 20.712 casos; o ano de 2008

com 11.641 casos e o ano de 2009 com 60.000 casos (SES/MT, 2009).

Em 2009, em Mato Grosso foram notificados 58.550 casos de dengue e a taxa de

incidência foi de 1.950,5 casos por 100.000 habitantes, sendo considerado na região

Centro-Oeste o estado com maior incidência de casos registrados. Também apresentou 637

casos de FHD, com 44 óbitos e 699 casos de DCC, com 4 óbitos. A letalidade por casos

graves foi de 3,6%. Os municípios que concentraram o maior número de notificações

foram: Cuiabá com 13.536 casos (23,1%); Sinop com 4.678 (8%); Várzea Grande com

3.743 (6,4%). Foi isolado o sorotipo DEN-2 no estado, entretanto, devido ao pequeno

número de amostras positivas, não foi possível uma confirmação do mesmo como sorotipo

predominante (MS, 2009).

2.1.3 Características do Vetor

A transmissão da dengue no Brasil deve-se principalmente ao vetor A. aegypti,

provavelmente originário da região da Etiópia. A sua introdução nas Américas ocorreu no

período da colonização junto com as grandes navegações ao longo do Sec. XV até o XIX,

tendo o vetor encontrado condições favoráveis para a sua proliferação (PIGNATTI, 1996;

CONSOLI e OLIVEIRA, 1998; FORATTINI, 2002).

O mosquito A.aegypti é encontrado mais facilmente em hábitat domiciliar e

peridomiciliar, propagando-se em criadouros artificiais (acumulados por água de chuvas ou

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

29

caixa d’água para o uso doméstico) localizados nos quintais de casa e em seus arredores,

especialmente em terrenos baldios. A preferência por esses locais deve-se à qualidade da

água e recipientes sombreados (CONSOLI e OLIVEIRA, 1998; BRASIL, 2001).

O A. aegypti possui ciclo biológico com quatro fases: ovo, quatro estágios larvários,

pupa e adulto (alado). O ciclo de vida pode acontecer em menos de duas semanas, mas

encontrando condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do

embrião completa-se em 48 horas (BRASIL, 2005).

Embora a postura dos ovos seja feita diretamente na água, podem também ser

realizadas nas paredes úmidas dos recipientes, pouco acima da superfície líquida,

dependendo da superfície do material do recipiente. A preferência é por superfícies rugosas

do que as lisas (FORATTINI, 2002).

A transmissão do vírus da dengue para o vetor A. aegypti é causada pela picada do

mosquito fêmea no homem infectado, quando ocorre o repasto sanguíneo. Depois do vírus

introduzido nas glândulas salivares do mosquito, ocorre o período de incubação variando

de 8 a 12 dias, ocorrendo à multiplicação do vírus internamente. O vetor permanece

infectado até o final de sua vida que dura em média 6 a 8 semanas (BRASIL, 2005).

O número da postura de cada mosquito fêmea dependerá da quantidade de sangue

ingerido durante a picada, em média uma fêmea produz cerca de 120 ovos. O repasto

completo implica em cerca de 3,0 a 3,5mg de sangue. A dinâmica da ovoposição das

fêmeas obedece ao ciclo diurno com pico matutino das 6:00 às 8:00 e outro vespertino das

16:00 às 18:00, mas essa característica tem sido objeto de investigações (FORATTINI,

2002).

A incubação dos ovos acontece no período de quatro a sete dias, dependendo das

condições favoráveis encontradas no ambiente. O contato com água é o principal estímulo

para a incubação dos ovos e a sua eclosão, mas estes são capazes de resistir a longos

períodos de dessecação, podendo sobreviver até 6 meses sem a presença da água

(BRASIL, 2001; FORATTINI, 2002).

O A.aegypti possui capacidade limitada para vôo, o que talvez seja um dos motivos

para que o mosquito passe toda a sua vida nas proximidades do local de sua eclosão,

principalmente se tiver a presença dos hospedeiros. Poucas vezes a dispersão dos vetores

excede os 100 metros, embora já tenha sido demonstrado que a fêmea grávida pode voar

até 3 km em busca de local apropriado para a deposição dos ovos. Essa dispersão também

pode ocorrer pelo transporte dos ovos e larvas dos recipientes (BRASIL, 2001).

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

30

O fato importante para a disseminação do vetor é a relação dos fatores ambientais

(a umidade e a temperatura) com a densidade populacional, associação discutida pela

primeira vez em 1908 por Peryassu e Adolpho Lutz, quando da elucidação da transmissão

da febre amarela na cidade do Rio de Janeiro (OLIVEIRA, 2008).

FOCKS et al. (1995) estimaram o período de incubação do vírus das fêmeas

infectadas, com relação à temperatura, e evidenciou que à temperatura de 22°C o período

de incubação foi de 16,67 dias e à de 32°C foi de 8,33 dias. Os autores concluíram que as

fêmeas infectadas submetidas a elevadas temperaturas (≥32°C) teriam 2,64 vezes mais

chances de completar o período de incubação extrínseco (período de replicação viral dentro

do vetor) do que aquelas submetidas a baixa temperatura.

O período de incubação do vírus dentro do vetor A. depende de vários fatores

associados como tipo do vetor, o genótipo do vírus e fatores ambientais como a umidade e

a temperatura (ZHIYONG et al. 2008).

CÂMARA et al. (2009) observaram que durante as epidemias (1986, 1990, 1995,

1998 e 2001) ocorridas na cidade do Rio de Janeiro, tiveram registro de casos dengue

especialmente nas temperaturas mínimas (23°C). A temperatura mínima limita a maturação

no vírus no período de incubação dentro do vetor, podendo ser um parâmetro crítico para a

disseminação de uma epidemia, no caso da população susceptível ao vírus circulante.

Em trabalho realizado no Campus da UFMT – Cuiabá, de monitoramento dos

vetores da dengue através de ovitrampas, MIASAKI et al. (2009) observaram que havia

uma maior influência da umidade na proliferação dos vetores (período de chuvas) uma vez

que a região apresenta temperaturas elevadas durante todo o ano.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

31

2.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E ENTOMOLÓGICA DA

DENGUE

A caracterização das propostas das vigilâncias epidemiológica e entomológica da

dengue está baseada nas Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias da

Dengue, publicadas pelo Ministério da Saúde no ano de 2009 e o Plano Nacional de

Controle da Dengue em 2002 (PNCD). Essas diretrizes programáticas têm o intuito de

ajudar os municípios na organização das suas ações de prevenção e controle da dengue,

tanto nos períodos epidêmicos como nos períodos não epidêmicos, para diminuir os casos

de dengue hemorrágica, dengue com complicações e a ocorrência de óbitos (BRASIL,

2002 e 2009).

O papel da vigilância epidemiológica é observar a curva epidêmica, identificando

as aéreas de maior ocorrência de casos e faixas etárias mais acometidas para direcionar as

ações do atendimento dos casos e combate ao vetor. As informações geradas colocam em

estado de alerta as instituições para uma possível epidemia (TEIXEIRA et al., 1999;

BRASIL, 2009).

A notificação é obrigatória para todos os casos suspeitos de dengue confirmados

laboratorialmente ou somente por sinais clínicos. Como a doença é de rápida propagação, a

vigilância epidemiológica tem a responsabilidade de acompanhar os registros dos casos no

Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) para o monitoramento da

transmissão da doença. Isto reforça a importância da qualidade das notificações para

auxiliar as ações de controle e prevenção nos níveis locais (BRASIL, 2009).

Os objetivos da vigilância epidemiológica e dos programas de combate ao vetor da

dengue, conforme a estratificação operacional dos municípios brasileiros que foram

selecionados para: impedir a introdução dos sorotipos da dengue em locais não-infestados;

diminuir os casos em regiões epidêmicas e endêmicas; observar os sorotipos circulantes da

dengue e monitorar as formas graves da doença (TEIXEIRA et al., 1999).

Os critérios para o desenvolvimento das ações de controle, de acordo com as

Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias da Dengue (2009), são

detalhados tendo em vista os períodos:

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

32

1- Período não epidêmico: as ações desenvolvidas nos âmbitos estaduais e

municipais devem ser adequadas conforme as diretrizes nacionais auxiliando na prevenção

controle da dengue no sistema de saúde.

O papel da vigilância epidemiológica é identificar antecipadamente a circulação

viral, os conjuntos de casos e a concentração de pontos com vetor, investigar os casos

suspeitos conforme as rotinas preconizadas e também planejar as medidas de prevenção e

controle (TEIXEIRA et al., 1999; BRASIL, 2009).

As atividades desenvolvidas pela vigilância epidemiológica nos períodos não

epidêmicos:

Notificar TODO caso suspeito e enviar informação conforme fluxo do

SINAN estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Secretaria Estadual de

Saúde (SES);

Enviar imediatamente o número de casos suspeitos para a vigilância entomológica

da SMS;

Coletar material para sorologia a partir do sexto dia após o início dos

sintomas e encaminhar ao laboratório de referência;

Realizar monitoramento viral, conforme rotina estabelecida pela vigilância

epidemiológica municipal/ estadual e pelo LACEN (Laboratório Central de Saúde

Pública). O monitoramento do(s) sorotipo(s) circulante(s) neste período permite verificar o

potencial de magnitude de uma possível epidemia. A circulação de um novo sorotipo ou a

recirculação de um sorotipo na área, após longo período sem a sua ocorrência (com a

formação de uma população susceptível), pode ser o alerta para a ocorrência de uma

epidemia de grande magnitude;

Investigar o caso para detectar o local provável de infecção; no caso de suspeita de

ser do próprio município, solicitar à equipe de controle vetorial pesquisa de A. aegypti na

área;

Encerrar oportunamente a investigação dos casos notificados (até 60 dias

após a data de notificação);

Investigar imediatamente os óbitos suspeitos para a confirmação do mesmo

e identificação e correção dos seus fatores determinantes;

Analisar semanalmente os dados, acompanhando a tendência dos casos e

verificando as variações entre as semanas epidemiológicas. Recomenda-se fazer análise do

número de casos por bairro, por distrito sanitário ou por unidade notificante, por semana

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

33

epidemiológica de inicio de sintomas. O objetivo e elaborar um gráfico de linha (curva

endêmica) ou diagrama de controle, onde é possível visualizar a tendência de aumento dos

casos acima do esperado (BRASIL, 2009).

2- Período epidêmico: as diretrizes devem ser empregadas na construção de

estratégias estaduais, municipais e regionais de contingenciamento, que devem ser

colocadas em ação em duas situações:

Municípios com epidemia com número de casos acima do esperado, de

acordo com o diagrama de controle. Nos municípios de maior porte deve-se levar em

consideração o número de casos por região administrativa local;

Introdução e circulação de novo sorotipo na região.

As ações adotadas pela vigilância epidemiológica são:

O monitoramento dos indicadores epidemiológicos, entomológicos e

operacionais da dengue nas áreas mais vulneráveis para ocorrência da doença;

No período de outubro a maio deve-se intensificar o acompanhamento da

transmissão da doença, pois é o período de chuvas em todas as regiões brasileiras;

Os municípios e unidades federadas que já implantaram o Centro de

Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs), esses indicadores

deverão ser acompanhados pelo Comitê Cievs, em conjunto com as áreas envolvidas. Nos

demais municípios, as áreas envolvidas devem se reunir semanalmente, para avaliar em

conjunto os dados que estão sob sua responsabilidade, com o objetivo de subsidiar a

definição de estratégias e a tomada de decisão dos gestores (BRASIL, 2009).

A confirmação da ocorrência de um risco de epidemia, quando há um aumento

constante de casos registrados no município, pode ser visualizada por meio de: curva

endêmica, diagrama de controle ou medidas estatísticas (BRASIL, 2009).

Na situação de epidemia o objetivo da vigilância epidemiológica é acompanhar a

curva epidêmica, detectando as áreas com maior número de notificações e dos grupos mais

acometidos, podendo assim auxiliar a vigilância entomológica. Ocorre uma situação de

epidemia quando se percebe um aumento progressivo das notificações no município

(BRASIL, 2009).

DONALÍSIO e GLASSER (2002) reafirmam que também serve como

monitoramento das adaptações dos vetores a diferença dos habitats regionais à medida que

a oferta de criadouros preferenciais diminui.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

34

No Plano Nacional de Controle da Dengue (2002), a vigilância epidemiológica tem

a ação integrada de quatro subcomponentes nas atividades de controle da doença:

vigilância de casos, laboratorial, de fronteira e entomológica. As atividades desenvolvidas

pela a vigilância entomológica dentro do PNCD (2002) são:

Realizar a alimentação diária do SISFAD (Sistema de Informação de

Dengue e Febre Amarela) e proceder à análise dos dados de vigilância e controle de

vetores em todos os municípios;

Manter o sistema SISFAD como única fonte de informações vetoriais para a

vigilância da dengue;

Realizar a consolidação e análise dos indicadores de acompanhamento da

situação entomológica, em todos os estados, para a identificação dos municípios de maior

risco;

Implantar nova metodologia para realizar levantamento rápido de índices de

infestação, nos municípios de maior risco (BRASIL, 2002).

Os LIRAas (Levantamentos de Índices Rápidos do A. aegypti) são realizados em

municípios prioritários conforme estabelecido pelo PNCD (2002). O município é dividido

em grupos de 9 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes que também podem

ser chamados de estratos; e em cada grupo são pesquisados 450 imóveis. Os estratos com

índices de infestação têm como parâmetros: inferior a 1% -estão em condições

satisfatórias, de 1% a 3,9% - estão em situação de alerta e superior a 4% - há risco de surto

de dengue (SES/MT, 2010c).

Os municípios prioritários de acordo com o PNCD (2002) e que têm se mantido nas

diretrizes de 2009 são: a capital do estado e a sua região metropolitana, os municípios que

se enquadram com a população igual ou superior a 50.000 habitantes e os municípios que

podem receber a introdução de sorotipos (fronteiras, pólo turístico, portuárias etc.)

(BRASIL, 2002).

No Estado de Mato Grosso os 18 municípios selecionados de acordo com o PNCD

(2002) são: Acorizal, Araputanga, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Barra do Garças,

Cáceres, Cuiabá, Mirassol D’oeste, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Rondonópolis,

Rosário Oeste, Santo Afonso, Santo Antônio do Lerveger, Sinop, Tangará da Serra e

Várzea Grande e Diamantino (CAVALCANTE, 2006).

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

35

O PNCD tem como meta a redução para menos de 1% da infestação predial em

todos os municípios, a diminuição dos casos de dengue a 25% a cada ano e a diminuição

da letalidade por FHD a menos de 1% (BRASIL, 2002).

De acordo com o Ministério da Saúde, a vigilância entomológica tem suas ações

centralizadas em obter informações sobre o vetor e a sua distribuição geográfica, o Índice

de Infestação Predial (IIP) e a fiscalização dos criadouros de água, recomendando que

esses dados devam estar atualizados independentemente da situação de epidemia

(BRASIL, 2009).

A vigilância entomológica da dengue tem como principal finalidade impedir a

propagação do vetor da dengue, a sua circulação em regiões livres da transmissão da

doença, e também manter o controle da infestação do A.aegypti (MACHADO, 2000).

A estratificação operacional das áreas para o controle do vetor A. aegypti pode ser

baseada em função da presença ou não do vetor, o LIRAa, permitindo dividir os

municípios em estratos, com as correspondentes medidas de controle:

A- Estrato I – municípios infestados: aqueles com disseminação e manutenção do

vetor nos domicílios.

Pesquisa larvária amostral, bimestral ou quatro levantamentos rápidos de

índices entomológicos (LIRAa) ao ano;

Visita domiciliar bimestral em 100% dos imóveis;

Pesquisa larvária nos pontos estratégicos, em ciclos quinzenais, com

tratamento focal e/ou residual, com periodicidade mensal para o tratamento residual;

Atividades de educação e comunicação, com vistas à prevenção e controle

da dengue pela população;

Articulação com órgãos municipais de limpeza urbana, tendo em vista a

melhoria da coleta e a destinação adequada de resíduos sólidos;

Articulação com outros órgãos municipais governamentais e entidades não

governamentais, tendo em vista a atuação intersetorial;

Realização do bloqueio da transmissão, quando necessário

B- Estrato II - municípios não infestados: aqueles em que não foi detectada a

presença disseminada do vetor nos domicílios ou, nos municípios anteriormente infestados,

que permanecerem 12 meses consecutivos sem a presença do vetor, de acordo com os

resultados do levantamento de índice bimestral ou do monitoramento por intermédio de

armadilha, conforme as normas técnicas.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

36

Pesquisa entomológica, preferencialmente com ovitrampas ou larvitrampas,

em ciclos semanais. Alternativamente, realizar o levantamento de índice;

Pesquisa larvária em pontos estratégicos (PE), em ciclos quinzenais, com

tratamento focal e/ou residual, quando indicado tecnicamente;

Atividades de educação e comunicação, com vistas a prevenção e controle

da dengue pela população;

Delimitação de focos, quando for detectada esporadicamente a presença do

vetor em PE, armadilhas ou em função do resultado de pesquisa vetorial especial (PVE).

Na persistência de focos, com a comprovação de domiciliar do vetor, o município passa a

ser considerado como infestado (Estrato I);

Levantamento de índice amostral em ciclos quadrimestrais (BRASIL,

2009).

O LIRAa tem como objetivo apurar a situação de infestação do mosquito e ajudar a

identificar com rapidez as áreas de risco elevado, para que as atividades de combate ao

vetor da dengue tenham maior êxito durante as campanhas de mobilização, comunicação e

educação (MS, 2010b).

O que se busca com o IIP é a pesquisa larvária das formas imaturas como pupa e

larva do A. aegypti, possivelmente encontrados em todos os reservatório de água parada,

por isso é de um auxílio fundamental para o trabalho da vigilância entomológica. A

pesquisa larvária tem a finalidade de estratificar as áreas de risco entomológico, monitorar

as atividades de controle e avaliar as metodologias de controle (BRASIL, 2009).

Os métodos para seleção das amostras de casas mais utilizados no Brasil com o

intuito de diminuir os erros e mostrar resultados mais fidedignos das áreas são:

1- Amostra sistemática – selecionam-se casas na localidade, com base em um

percentual a ser visitado, de acordo com o número de imóveis da mesma. Esse é o caso do

levantamento de índice amostral (LI), que vem sendo empregado no país desde a década de

1980.

2- Amostra por conglomerados – em uma cidade ou zona geográfica de grande

porte, muitas vezes é difícil utilizar o método de amostra sistemática, devido às limitações

de tempo, de recursos financeiros e operacionais. Nesse caso, a seleção pode ser realizada

em duas etapas. A primeira etapa é obtida por meio da amostra aleatória simples ou

estratificada de grupos ou conglomerados da localidade (quarteirões, por exemplo). Uma

vez identificados esses conglomerados, aplicam-se procedimentos de amostragem para

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

37

identificar as casas específicas a serem visitadas dentro de cada quarteirão (BRASIL,

2009).

O método mais utilizado no LIRAa é a amostra por conglomerados. O programa de

controle de dengue orienta para levantamentos dos pontos antes do começo do verão,

período de maior concentração das chuvas e altas temperaturas e considerado o tempo de

maior transmissão da doença. As informações geradas fortalecem as estratégias da visita e

as ações de combate vetorial (BRASIL, 2009).

Na efetuação do LIRAa é importante explorar as áreas geográficas que serão

inspecionadas com registros atualizados do número de quarteirões e imóveis existentes,

para a construção dos mapas para a visualização dos estratos. A definição dos recipientes

com risco de serem possíveis criadouros é outra informação que auxilia no programa de

controle vetorial. Eles são definidos em cinco grupos:

Grupo A: depósitos para armazenamento de água, considerados para o

consumo humano;

Grupo B: depósitos móveis como: garrafas, vasos, pratos e todos os objetos

que podem armazenar a água parada nos terrenos baldios, nos quintais de casas, no fundo

de prédios;

Grupo C: depósitos fixos como: borracharias, calhas, hortas, piscinas não

tratadas, fontes ornamentais, vasos de cemitérios e cacos de vidros em muros;

Grupo D: depósitos passíveis de remoção/proteção como: pneus, lixo

(recipientes plásticos, garrafas e latas), sucatas em pátios;

Grupo E: depósitos naturais como: axilas de folhas, por exemplo, que ocorre

em bromélias, buracos em árvores e rochas (BRASIL, 2005 e 2009).

A vistoria dos imóveis da área urbana no município é efetuada nas casas e nos

locais de terrenos baldios; nos edifícios a inspeção é somente na área térreos comum de

lazer. Os pontos estratégicos como cemitérios, borracharias, depósitos de sucata, depósitos

de materiais de construção não incluídos na amostra (BRASIL, 2009).

O SISFAD (Sistema de Informação de Febre Amarela e Dengue) foi criado com o

PNCD (2002), com o objetivo de registrar os dados de IIP e IB (Índice Breteau) dos

municípios prioritários para monitorar e acompanhas áreas possíveis de desenvolverem

surtos epidêmicos e instrumentalizar as ações desenvolvidas nos âmbito estadual e

municipal.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

38

PIGNATTI (1996) referiu que um dos maiores problemas reside na dificuldade de

estabelecer qual seria o limiar ideal de infestação larvária para que não houvesse a

transmissão da dengue e assim prevenir a possibilidade de futuras epidemias. A autora

constatou que mesmo com índices de infestação abaixo de 1% ocorriam casos da doença.

A alimentação dos índices de vetores no SISFAD, principalmente no estado de

Mato Grosso, procede que os dados são da responsabilidade dos municípios e enviados

para os escritórios regionais de saúde até o 5° dia útil do mês seguinte e encaminha para a

Secretaria Estadual de Saúde até o 10° do mesmo mês. Os dados coletados estão em

planilhas paralelas e digitadas no SISFAD, para a construção do boletim informativo do

índice de infestação predial com a relação à situação dos municípios (SES/MT 2010b).

TAUIL (2002) aponta diversos problemas institucionais que dificultam a

diminuição da infestação pelo vetor e entre eles a falta de apoio de uma legislação federal

para os municípios na fiscalização dos criadouros do mosquito (domicílios abandonados,

terrenos baldios, borracharias e caixas d’água descobertos). Outro problema encontrado é a

não regularização do abastecimento de água encanada e saneamento básico adequado,

principalmente a coleta de lixo regular.

SOUZA et al., (2007), em artigo que retrata a modelagem da incidência do dengue

na Paraíba, por modelos de defasagem distribuída, o autor colocam que as informações

relativas ao programa de combate ao vetor (os IIP, IB, a quantidade de agentes trabalhando

e o seu tempo gasto no trabalho, despesas com larvicidas etc.) foram insuficientes e

impactantes na confiabilidade dos dados.

As atividades de controle dos vetores devem se dar em conjunto com os serviços

epidemiológicos que capturam e analisam as informações, no tempo e no espaço, sobre a

ocorrência dos casos de dengue. A vigilância epidemiológica tem a capacidade de

distinguir os aumentos transitórios e sazonais da doença e o crescimento dos casos no

início de surto da dengue fazendo análise da comparação média de casos por semana (ou

meses) dos últimos 5-7 anos (WHO, 2009b).

DONALISIO e GLASSER (2002) salientam que é preciso buscar melhores

indicadores para medir a transmissão viral para facilitar o direcionamento das ações pelo

os programas de controle do vetor. Estes pesquisadores ressaltam ainda, como proposta

metodológica, a necessidade de validação dos modelos preditivos que estimem a densidade

de vetores, o risco de epidemias relacionados com as variáveis ecológicas e sociais,

diferenciando-os conforme as particularidades das regiões.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

39

De acordo o PNCD (2002), as áreas brasileiras são classificadas conforme a taxa de

incidência de dengue como:

Áreas de baixa incidência: regiões, estados ou municípios com taxa de

incidência menor que 100 casos por 100.000 habitantes;

Áreas de média incidência: regiões, estados ou municípios com taxa de

incidência entre 100 e 300 casos por 100.000 habitantes;

Áreas de alta incidência: regiões, estados ou municípios com taxa de

incidência maior que 300 casos por 100.000 habitantes.

2.3 ANÁLISE ESPACIAL E DENGUE

A análise espacial tem sido utilizada na área da saúde pública como ferramenta

importante para o entendimento do comportamento de determinadas doenças e assim

subsidiar a vigilância e controle.

CZERESNIA E RIBEIRO (2000) enfatizaram que os conceitos geográficos

propostos por Milton Santos constituíram uma das referências mais importantes para as

análises da relação espaço e doença, principalmente as produzidas no Brasil.

De acordo com SANTOS (2002), o conceito de espaço na geografia é um conjunto

indissociável tornando-se muitas vezes contraditório da relação dos sistemas de objetos

geográficos que ao passar do tempo sofre transformações pelas ações humanas como:

materiais, espirituais, econômicas, sociais e culturais, morais e afetivas.

O espaço é considerado por um sistema de objetos e o sistema de ações que se

interagem e tem uma relação de dinâmica, transformando-se em novas configurações

territoriais, de um lado os sistemas de objetos que condicionam a forma como se dão as

ações e, por outro lado, o sistema de ações leva a criação de objetos novos (SANTOS,

2002).

Os objetos geográficos consideram tudo que existe na superfície da Terra, ou seja,

toda herança natural e todo o resultado da ação humana que o transformou, tanto os móveis

(fluxo de pessoas) como os imóveis (cidade, estrada, porto, etc.) (SANTOS, 2002).

Com o propósito de identificar o padrão da disseminação da dengue e compreender

os fatores que contribuem para a distribuição espacial da doença pautada nas categorias

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

40

espaço e tempo, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre a utilização da análise espacial

para algumas doenças transmissíveis por vetores biológicos, incluídas na classificação

atual como doenças emergentes e reemergentes (BARRETO et al, 2008).

Neste caso, é importante destacar o conceito de difusão, ou seja, a propagação de

um elemento ou de suas características, dispersas a partir de um centro (ponto inicial),

cujos estudos se iniciaram com o suíço HAGERSTRAND (1981), identificando a

existência de ondas de difusão no processo de disseminação de inovações no campo da

agropecuária.

Esse processo foi divido em quatro estágios: um primário que é o ponto de origem

do processo de difusão, o segundo chamado de processo de difusão propriamente dito

marcando o processo de disseminação, destacando que a tendência é de crescimento

acelerado em ondas centrífugas, em áreas já distantes do ponto de origem e redução dos

casos na região de origem; estágio de condensação, no qual o evento já atingiu igualmente

a diversos pontos; e o quarto estágio, de saturação, onde o processo já atingiu todos os

locais e tende agora a cessar a sua disseminação.

A análise espacial vem sendo muito utilizada, especialmente para determinar os

fatores que propiciam a transmissão das doenças endêmicas como a malária. No artigo de

ATANAKA-SANTOS et al. (2006), retratando o comportamento epidemiológico e a

situação da malária no Estado de Mato Grosso e os determinantes para a sua proliferação,

evidenciou que a distribuição da doença por microrregiões esteve influenciada por

contextos específicos de cada localidade como: o processo de colonização por sulistas e

nordestinos, a disseminação da atividade garimpeira, as condições ambientais e a

montagem da infraestrutura da saúde local.

KAWA e SABROZA (2002) usaram a ferramenta da análise espacial para

caracterizar a leishmaniose tegumentar na cidade do Rio de Janeiro e constataram que o

movimento da urbanização criou as condições necessárias para a ocorrência da doença.

Os objetos geográficos imóveis e móveis apresentam uma relação com o aumento

dos casos de dengue, principalmente na circulação e do fluxo das pessoas que transportam

consigo o vírus e também do fluxo dos materiais que podem levar os ovos do mosquito. As

cidades de pequeno e grande porte sofrem estão propicias a estes fluxos influenciando

assim na distribuição e a manutenção da dengue (SANTOS, 2002).

MELO et al (2010), relataram que a introdução do vírus da dengue na Bahia se deu

por um município de baixa intensidade demográfica e que os casos foram esporádicos até

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

41

que a disseminação propagou-se com certa rapidez após três semanas do diagnóstico do

primeiro caso. Como as ações de controle da prevenção do vetor não estavam devidamente

estruturadas, o fluxo intermunicipal de pessoas em plena viremia favoreceu a disseminação

da doença, principalmente nos municípios dos pólos turísticos que estavam infestados pelo

A. Aegypti.

Para FLAUZINO et al. (2009), a proliferação da dengue na cidade do Rio de

Janeiro na divisão por setores censitários evidenciou a heterogeneidade espacial em relação

às condições socioeconômicas, existindo diferenças na distribuição espacial e temporal do

risco de ocorrência da dengue.

MONDINI et al. (2005) observaram a transmissão da dengue no período de 1990 a

2001 na cidade de São José do Rio Preto e, através da análise espacial, constataram que

existiam diferenças nas incidências dos casos de dengue em relação aos bairros do

município e riscos de ocorrência de casos graves da doença.

A análise dos dados espaciais também foi considerada como ferramenta na

vigilância e no controle do A.aegypti por SOUZA-SANTOS e CARVALHO (2000),

concluindo que a existência dos criadouros e/ou quarteirões com infestação predial positiva

para as larvas do vetor na Ilha do Governador não estão relacionadas somente com as

características ambientais, o tipo de moradia e a distribuição da água encanada, mas

também com o descumprimento das ações de controle do mosquito.

CORRÊA et al., (2005) analisaram a relação da infestação do A.aegypti com a

ocorrência dos casos de dengue em Belo Horizonte, por meio da análise espacial, no

período de 1996 a 2001, e constataram que os períodos: agosto de 1998, novembro de 1990

e outubro de 2000 não apresentaram índices de infestação larvária (IP) igual ou superior a

1%. Apesar na diminuição da proliferação do vetor a partir de 1998, observaram que IP de

1% já é o bastante para manter a circulação viral e o aparecimento da doença.

Através da técnica de análise espacial ALMEIDA et al. (2009) utilizando-se do

índice Moran, notaram que na cidade do Rio de Janeiro durante a epidemia de 2001/2002,

a distribuição da rede sanitária geral e a densidade populacional por área urbana nos

bairros da zona oeste estão intimamente correlacionadas ao aumento da incidência dos

casos de dengue.

MACHADO (2009), durante a avaliação da ocorrência dos casos de dengue e a sua

ligação com as condições de vida no município de Nova Iguaçu-RJ, especialmente durante

a epidemia de 2001/2002, detectou que as maiores taxas de incidência da doença estão nos

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

42

bairros com condições de vida alta ou média alta e estão próximos aos bairros com baixas

condições de vida e localizados perto nas principais rodovias de acesso da cidade.

BARCELLOS et al. (2005) na identificação das áreas com risco para transmissão

da dengue na cidade de Porto Alegre em 2002, concluíram que os registros da doença estão

associadas com as áreas de maior renda, porém esses casos são das pessoas que passaram

as férias no Rio de Janeiro e acabaram contraindo a dengue. A infestação do vetor estava

ligada com as condições gerais de saneamento básico localizadas nas áreas mais

periféricas, mas por outro lado a disseminação da doença poderia tomar outros rumos,

desde que as pessoas infectadas transitassem pelas áreas infestadas.

CÂMARA et al. (2007) observaram no Estado do Rio de Janeiro, durante o período

2001 a 2003, que não houve relevância estatística na relação da infestação vetorial e a

incidência de dengue. A classificação das infestações vetoriais dos municípios ficou na

faixa de zero a um (1), mesmo em situações epidêmicas.

De acordo com ALMEIDA et al. (2009), que analisaram a existência da associação na epidemia de

dengue (2001-2002) com o contexto socioeconômico, principalmente no que se refere aos domicílios ligados a rede

sanitária geral, a rede sanitária tem influência na transmissão e morbidade, não só para a dengue como para outras

doenças.

Para FERREIRA e CHIARAVALLOTI NETO (2007), se as regiões pobres

apresentassem o mesmo sistema de saneamento que as áreas de melhor situação financeira,

os níveis de infestação do vetor poderiam ser os mesmos, mas numa região pobre com

carência de saneamento alcançaria maiores índices de vetor e transmissão da dengue.

Embora todas estas questões estejam diretamente relacionadas com a transmissão

da dengue, optou-se em analisar a distribuição espacial utilizando-se os indicadores de

incidência de casos e índice de infestação vetorial para todos os municípios do Estado do

Mato Grosso.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

43

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a distribuição espacial de casos de dengue nos municípios de Mato

Grosso, no período de 2007 a 2009.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar a distribuição dos casos de dengue no Estado de Mato Grosso;

Identificar a distribuição espacial de casos de dengue nos municípios de Mato

Grosso;

Identificar áreas com infestação vetorial por municípios do Estado de Mato Grosso;

Comparar a ocorrência de casos de dengue e a infestação de vetores da dengue.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

44

4. MÉTODOS

4.1 TIPO DE ESTUDO

Foi realizado um estudo ecológico dos casos confirmados de dengue no SINAN e

do Índice de Infestação Predial (IIP) armazenados no SISFAD, que teve como unidade de

análise os municípios do Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009.

4.2 ÁREA DO ESTUDO

4.2.1 Localização geográfica/administrativa

O Estado de Mato Grosso está localizado na região Centro-Oeste, considerado o

centro do continente Sul-Americano. O estado faz parte da Amazônia Legal, possuindo

larga extensão territorial (903.357,9 km²). Tem como fronteira na parte oeste Bolívia e

Rondônia, a leste Tocantins e Goiás, ao norte Amazonas e Pará e ao sul Mato Grosso do

Sul (IBGE, 2009). Apresenta na sua hidrografia, as nascentes das bacias: Amazônica e

Platina (PIAIA, 2003). O estado é divido em 141 municípios e a capital sediada no

Município de Cuiabá (IBGE, 2009; MATO GROSSO, 2008).

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

45

4.2.2 Vias de acesso

O Estado de Mato Grosso possui uma malha rodoviária com cerca de 35.192

quilômetros de extensão, sendo que 85,9% destes corresponde à rede estadual (as MT´s) e

o restante à rede federal (BR´s) (MATO GROSSO, 2011).

As rodovias federais que cortam o Estado de Mato Grosso (DNIT, 2010):

BR-070

Extensão: 825,2 km

Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com Goiás e termina em

Corixo, na fronteira Brasil com Bolívia

Por onde passa: Barra do Garça, General Carneiro, Colônia Merure, Paredão

Grande, Presidente Murtinho, Primavera do Leste, Campo Verde, São Vicente, Serra de

São Vicente, Várzea Grande, Posto Trevinho, Trevo Lagarto, Tarumã, Sete Porcos,

Jacobina, Cáceres, Porto Limão

BR-158

Extensão: 803,6 km

Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com o Pará e termina em

Barra do Garça, na divisa com Goiás

Por onde passa: Vila Rica, Confresa, Porto Alegre do Norte, Alô Brasil, Ribeirão

Cascalheira, Vila Ribeirão Bonito, Dona Rosa, Matinha, Serra Dourada, Água Boa,

Cachoeira, Nova Brasília, Nova Xavantina, Indianópolis, Vale do Sonho

BR-163

Extensão: 1067,5 km

Origem/Destino: Começa na divisa do Mato Grosso com Mato Grosso do Sul e

termina em Guarantã do Norte

Por onde passa: Santa Elvira, Juscimeira, São Pedro da Cipa, São Vicente, Serra

de São Vicente,Areão, Ponte Nova, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres, Posto

Gil, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Itauba, Santa Helena, Terra Nova

do Norte, Peixoto de Azevedo, Matapá

BR-174

Extensão: 1282 km

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

46

Origem/Destino: Começa em Porto Santo Antônio das Lendas e termina em

Igarapé do Sombra, na divisa de Mato Grosso com o Amazonas

Por onde passa: Cáceres, Caramujo, Porto Esperidião, Cerro Azul, Pontes e

Lacerda, Conquista do Oeste, Nova Lacerda, Córrego Dourado, Comodoro, Jataí,

Padronal, Castanheira, Passagem do Loreto, Aripuanã, Igarapé do Natal, Colniza

BR-242

Extensão: 870 km

Origem/Destino: Começa em São Felix do Araguaia, na divisa de Mato Grosso

com Tocantins, e termina em Sorriso

Por onde passa: São Sebastião, Santa Cruz, Alto da Boa Vista, Alô Brasil,

Querência, Gaúcha do Norte, Água Limpa, Vale do Xingu, Nova Ubiratã

BR-251

Extensão: 643,1 km

Origem/Destino: Começa em Aruanã, na divisa de Mato Grosso com Goiás, e

termina em Cuiabá

Por onde passa: Ribeirão Pindaíba, Nova Xavantina, Nova Brasília, Córrego

Mimoso, Bar Rancharia, Chapada dos Guimarães, Buriti

BR-364

Extensão: 1.361,5 km

Origem/Destino: Começa em Alto Araguaia, na divisa de Mato Grosso com

Tocantins, e termina na divisa com Rondônia

Por onde passa: Alto Garças, Pedra Preta, Santa Elvira, Juscimeira, São Pedro da

Cipa, São Vicente, Serra de São Vicente, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres,

Posto Gil, Diamantino, Parecis, Gasômetro BR, Gasômetro Sucuiúna, Campo Novo dos

Parecís, Posto Norte, Córrego Santa Cruz, Sapezal, Campos de Júlio, Jataí, Padrona.

Dos 141 municípios do estado de Mato Grosso, 32 (22,70%) são cortados pelas

rodovias federais, 100 (70,92%) municípios pelas rodovias estaduais e 9 (6,38%)

municípios sem rede viária estadual ou federal passando direto pelos mesmos (Tabela 8 em

anexo). Dentre as rodovias federais, destacam-se a BR364 e a BR-163 (figura1), que ligam

os municípios do sul e do norte do estado, passando pelos municípios: Alto Araguaia, Alto

Graças, Pedra Preta, Juscimeira, São Pedro da Cipa, Jaciara, Cuiabá, Várzea Grande,

Jangada, Rosário Oeste, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Itaúba, Terra

Nova do Norte, Peixoto de Azevedo e Guarantã do Norte. Já as BR070 e a BR174

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

47

(figura1) passam pelos municípios de Várzea Grande, Cáceres, Porto Espiridião, Pontes e

Lacerda, Nova Lacerda e Comodoro, margeando a porção sudoeste do estado em direção a

Vilhena (RO). Ainda a BR070 e a BR 158 (figura 1) passam os municípios: Primavera do

Leste, General Carneiro, Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa, Cascalheira, Porto

Alegre do Norte, Confresa e Vila Rica ligando os municípios da região sudeste e nordeste.

A figura1 indica a localização das rodovias federais e estaduais que interligam os

municípios no interior do estado e com os estados fronteiriços.

Fonte: SEPLAN/ MT (2009)

Figura 1- Mapa Rodoviário do Estado de Mato Grosso (2009).

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

48

A BR-163 é considerada uma das mais importantes rodovias federais dentro do

Estado de Mato Grosso também sendo conhecida como a Cuiabá-Santarém - Pará é uma

estrada que trouxe grandes infra-estruturas por onde a BR passa, mas que também trouxe

grandes impactos positivos e negativos de ordem econômica, social e ambiental que se

tornou um variado e complexo de transportes do fluxo de pessoas e mercadorias.

Destacando que estes impactos ocasionados são diferentes no tipo, tempo, espaço,

magnitude e público atingido (ORRICO, 2005).

Os municípios constituídos de umas das áreas de concentração do plantio da soja

estão localizados na porção sul do centro norte do Estado de Mato Grosso, são diretamente

influenciados pela BR-163, do total plantado de 25,48% estão na região de Sorriso, Lucas

do Rio Verde, Mutum e as regiões de Sinop, Colíder e Alta Floresta. A economia da cidade

de Sinop era atividade madeireira, com o fim da exploração a atividade econômica passa

para produção de soja, com isso várias madeireiras mudaram para as cidades: Castelo dos

Sonhos, Novo Progresso, Moraes de Almeida e Itaúba no Estado do Pará (OLIVEIRA,

2005).

As cidades mais ao norte da região mato-grossense que fazem parte do eixo da BR-

163, que resultam dos projetos de colonização privada e pública, apresentam a sua

economia baseada hoje na criação de gado leiteiro, outra atividade econômica o garimpo,

influenciou a vida local e regional das cidades de Peixoto de Azevedo e principalmente de

Guarantã do Norte que se tornou principal centro distribuidor de bens e serviços nessa BR-

163 para o Estado do Pará, com isso favorece o fluxo de imigrantes dessa região norte

mato-grossense para outras atividades econômicas em outros municípios, como a serrarias

clandestinas que destinam os seus produtos para o mercado nacional percorrendo caminhos

que passam por dentro do Estado (OLIVEIRA, 2005).

Na região oeste do Estado a pavimentação da BR-364 (Cuiabá para Porto Velho)

favoreceu ainda mais a colonização nessa área por grandes grupos agropecuários e a

expansão da soja gerando povoamento nos municípios (OLIVEIRA, 2005).

A maior parte da região norte, nordeste e sudoeste estão interligados pelas rodovias

estaduais sendo ponto de convergência para as BRs facilitando o escoamento de produtos e

deslocamento de pessoas,

As rodovias estaduais dentro do Estado de Mato Grosso fazem parte do transportes

municipais

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

49

4.2.3 Clima

No Estado de Mato Grosso predominam dois tipos climáticos classificados como

equatoriais e tropicais onde as temperaturas são elevadas ano todo e apresenta pequenas

variações térmicas nas médias anuais (MAITELLI, 2005).

As características dos dois tipos climáticos, segundo PIAIA (2003) são:

Clima Equatorial Úmido: abrangendo a região Centro- Norte no estado, com

pequenas variações na amplitude térmica oscilando a média anual de 24°C a 27°C. As

temperaturas se elevam nas estações da primavera e verão. As precipitações pluviométricas

atingem médias anuais acima de 2.000 mm/ano.

Clima Tropical Alternadamente Seco e Úmido: abrange a maior área

(centro-sul e leste) do estado onde têm o predomínio das altas temperaturas e média anual

oscilando entre 20°C a 28°C, com exceção as áreas de maior altitude (sudeste do estado)

que se situa em média a 22°C. A característica principal desse clima é ter duas estações

bem definidas os invernos secos (abril a setembro) e os verões chuvosos (outubro a março)

com a média anual de precipitação em torno de 1.500 mm/ano.

4.3 VARIÁVEIS ESTUDADAS

Foram estudadas:

1. Variáveis de casos de dengue com base no banco do SINAN:

Ano da notificação: no período de 2007 a 2009;

A taxa de incidência da dengue foi calculada utilizando-se do número de casos

novos confirmados de dengue, por 10 mil habitantes, na população residente nos

municípios do Estado de Mato Grosso. Neste estudo foi adotada, para o cálculo da taxa de

incidência, a relação por 10 mil habitantes, devido ao fato de que mais de 50% dos

municípios do estado apresentaram uma população menor que 10 mil habitantes nos anos

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

50

de 2007 a 2009. Foram descartados os casos não confirmados por critério clínico

epidemiológico ou laboratorial, ou ignorado e ou em branco.

Faixa Etária: < 5 anos, 5 a 14 anos, 15 a 49 anos e ≥ 50 anos.

Autóctone do município de residência: considerado apenas os preenchidos com

sim, descartados como autóctone as notificações com preenchimento “ignorado” e os em

branco, isto é sem informação.

Classificação Final: dengue clássica, dengue com complicações, febre

hemorrágica de dengue, Síndrome de Choque de Dengue;

Evolução: cura e óbito

2. Variável de infestação, registrada no SISFAD

Índice de Infestação Predial

3. Variáveis relacionadas aos municípios:

Rede viária nos municípios: Rodovias federais, rodovias estaduais, sem rede

viária estadual ou federal;

Porte do Município:

o Pequeno Porte: menor de 10 mil habitantes;

o Médio Porte: de 10 mil a 100 mil habitantes;

o Grande Porte: maior de 100 mil habitantes

Os dados relativos à variável sorotipo Den1, Den2, Den3 ou Den4 foram obtidos

nos boletins epidemiológicos disponibilizados pela SES/MT

4.4 COLETA DE DADOS

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

51

Os dados referentes aos casos confirmados de dengue foram obtidos da ficha de

notificação SINAN e disponibilizadas pelo SINAN_WEB (site

<http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php?name=Tnet>).

Critério de exclusão de casos de dengue: no SINAN foram descartadas as fichas de

notificações descartadas, inconclusivas, com os espaços em brancos e com duplicidades de

registros com o mesmo indivíduo.

A infestação predial dos 141 municípios foram fornecidos pela SES/MT e esses

dados foram sistematizados a partir da ficha de notificação do SISFAD entre 1° de janeiro

de 2007 a 31 dezembro de 2009.

Os dados populacionais para calcular a incidência foram obtidos do censo e a

estimativa populacional do estado no período de 2007 a 2009, foi fornecido pelo IBGE.

A base cartográfica do estado e dos municípios a ser utilizada na elaboração dos

mapas foi a disponibilizada pelo IBGE em meio online para os anos 2007 a 2009.

Foram construídos bancos para o gerenciamento e o armazenamento dos dados,

utilizando o programa Excell versão 12.0. e o SPSS versão 15. Para análise espacial foi

utilizado o programa Terra View versão 3.3.1, disponibilizado pelo site do INPE

www.inpe.br.

4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISES ESTATÍSTICAS DOS DADOS

4.5.1 Indicadores de Casos de Dengue

Os indicadores foram calculados, para a obtenção das séries históricas das

incidências anuais da dengue por faixa etária, sexo, classificação final da dengue e a

evolução.

No cálculo da Incidência da dengue, foram considerados todas as notificações

confirmadas laboratorialmente ou critérios clínicos epidemiológicos para os residentes nos

municípios de Mato Grosso e com local provável de infecção no mesmo município de

residência, registrados no SINAN e disponibilizados no SINAN_WEB.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

52

A incidência da dengue foi calculada tomando as notificações de dengue

confirmadas por critério clínico epidemiológico e o exame laboratorial divido pela

população dos municípios por 100.000 habitantes (RIPSA, 2010). Nesse estudo foi

considerado a população por 10.000 habitantes, dado que o Estado de Mato Grosso

apresentou mais 50% dos municípios com população com menos de 10.000 habitantes. A

classificação da Incidência de dengue (Quadro1) foi adaptada conforme os parâmetros

estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009.

A classificação da Incidência de Dengue ocorre a partir das classes abaixo:

Quadro 1 – Classificação da Incidência de Dengue baseada nos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009.

Incidência de Dengue (10 mil hab) Classificação

0 casos

<10 casos

Sem Incidência

Baixa Incidênciade 10 a 30 casos Média Incidência

> de 30 casos Alta IncidênciaFonte: MS, 2009, adaptado para 10.000 habitantes

4.5.2 Indicador Entomológico

Índice de Infestação Predial (IIP)

È a relação expressa em porcentagem entre o número de imóveis positivos e o

número de imóveis pesquisados. É calculado através da seguinte expressão:

IIP = imóveis positivos x 100 imóveis pesquisados

A classificação do IIP ocorre a partir das classes abaixo:

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

53

Quadro 2 - Classificação do Índice de Infestação Predial em percentual segundo os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009.

Índice de Infestação Predial % Classificação0

< 1

Sem Infestação

Satisfatório1 a 3,9 Alerta>3,9 Risco

Fonte: MS, 2009.

4.5.3 Análise Espacial

Para elaboração dos mapas, foi utilizada a malha dos municípios do estado de 2001

e 2005 disponível no IBGE.

Na análise estatística espacial foi utilizado o programa de livre acesso TerraView

3.3.1 (http://www.dpi.inpe.br/terraview/index.php). Para visualização das áreas foram

construídos mapas temáticos de Incidência de Dengue, Box Map e Moran Map no período

de 2007 a 2009.

O Índice de Moran detecta a existência da similaridade entre os coeficientes de

correlação usual e a covariância entre os municípios vizinhos. Os municípios que

apresentam o I Moran com distribuição aleatória, o valor é próximo de zero e para aqueles

municípios que apresentam distribuição espacial, os valores são positivos, o limite superior

igual a 1 significa agrupamento extremo (OPAS, 2002). O I Moran pode usado por uma

região, local ou global dependendo da área estudada.

Foi calculado o Índice de Moran Global (CLIFF e ORD, 1981) para todos os

municípios do estado usando os valores da Incidência de Dengue por municípios. Essa

medida de autocorrelação indica áreas conectadas que apresentam maior semelhança

quanto à incidência de dengue do que o padrão aleatório, variando de -1 a +1, isto é, avalia

quanto o valor observado da incidência num município é correlacionado com os valores

dos vizinhos. Esse índice fornece um valor único, variando de -1 a 1, sendo útil para

analisar o estado como um todo.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

54

Além do Índice de Moran Global, foi utilizado o índice local da incidência média

de dengue no período, permitindo detectar áreas de dependência espaciais não observadas

no índice global, como por exemplo, possíveis clusters e outliers.

Para realização do teste, as hipóteses foram:

- H0: a distribuição aleatória dos casos de dengue nos municípios de Mato Grosso e;

- H1: a distribuição de casos de dengue nos municípios de Mato Grosso não

aleatória.

A estatística do I Moran Global é definida como:

Onde:

n = números de casos

w= elemento da matriz da vizinhança para o par i j

W é a soma dos ponderadores da matriz

zi e zj são desvio em relação a média (zi-z) e ( zj-z)

z é a média

A estatística do I Moran Local é definida como:

Onde:

wij= valor na matriz de vizinhança para a região i com a região j em

função da distância d, e onde zi e zj são os desvios em relação à média.

Para a identificação dos municípios com associação espacial recorreu-se ao Box

Map que é uma análise gráfica do índice local. Esse foi construído com base nos valores

normalizados (Incidência de dengue – subtraídos de sua média e divididos pelo desvio-

padrão), no qual o atributo foi classificado conforme sua posição em relação aos

quadrantes do Diagrama de Espalhamento de Moran, recebendo uma cor correspondente

quando gerado o mapa (CÂMARA et al.,2004). Assim, os municípios foram classificados,

de acordo com sua localização nos quadrantes do diagrama de espalhamento de Moran, em

áreas de agrupamentos de municípios homogêneos, consideradas como: quadrante 1 (+/+)

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

55

e quadrante 2 (-/-) para áreas de associação espacial positiva, e quadrante 3 (+/-) ou

quadrante 4 (-/+) para áreas de associação espacial negativa.

Os dados serão apresentados conforme o diagrama de espelhamento de Moran, de

acordo com a Figura 2 já convertidos em mapas.

Figura 2 - Diagrama de espalhamento de Moran

Fonte: INPE-DPI

Os quadrantes 1 e 2 (Q1 e Q2) indicam áreas de associação espacial positivas,

levando-se em conta que o valor do atributo município assemelha-se à média de seus

vizinhos (CÂMARA et al., 2004):

O quadrante 1 (+/+) indica que há presença de município com valor positivo da

incidência de dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos

municípios vizinhos também positiva, isto é, ambos os valores são positivos;

O quadrante 2 (-/-) localiza os municípios com valor negativo incidência de

dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos

também negativos, isto é, ambos os valores são negativos.

Já os quadrantes 3 (Q3) e o 4 (Q4) não acompanham a tendência global e indicam

áreas de associação espacial negativas, considerando que numa localização há vizinhos

com valores distintos, considerada como região de transição entre os dois regimes

espaciais, no caso os municípios dos quadrantes 1 e 2 (CÂMARA et al., 2004). O valor da

incidência não se assemelha à média dos seus vizinhos. São áreas consideradas como

extremas por não obedecer ao padrão observado para seus vizinhos.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

56

O quadrante 3 (+/-) indica município com valor positivo da incidência de

dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos

negativos e;

O quadrante 4 (-/+) distribui os municípios com valor negativo da incidência de

dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos

com valor positivo.

Dessa forma, o I Moran que se refere aos aglomerados espaciais relacionados a

Incidência de casos de dengue do município com as dos municípios vizinhos, foram

classificados como área de transmissão e apresentaram quatro situações:

• Sem Transmissão

• Q1(+/+) = Maior Transmissão;

• Q2(-/-) = Menor Transmissão;

• Q3(+/-) = Transmissão Intermediária

• Q4(-/+) = Transmissão Intermediária

Os aglomerados espaciais que relacionaram o Índice de Infestação Predial do

município com os dos municípios vizinhos foram classificados como área de receptividade

e apresentaram quatro situações:

• Sem receptividade

• Q1(+/+) = Maior Receptividade;

• Q2(-/-) = Menor Receptividade;

• Q3(+/-) = Receptividade Intermediária

• Q4(-/+) = Receptividade Intermediária

Os aglomerados espaciais semelhantes tanto para Incidência de casos como para o

Índice de Infestação Predial no município e vizinhos, foram classificados em:

• Maior Risco: área de Maior Transmissão e de Maior Receptividade, isto é,

Q1(+/+) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP);

• Menor Risco: área de Menor Transmissão e de Menor Receptividade, isto é,

Q2(-/-) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP);

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

57

• Vulnerabilidade espacial: área de Transmissão Intermediária e de

Receptividade Intermediária, isto é, Q3(+/-) de Incidência de casos e de Índice de

Infestação Predial (IIP);

• Vulnerabilidade espacial: área de Transmissão Intermediária e de

Receptividade Intermediária, isto é, Q4(-/+) de Incidência de casos e de Índice de

Infestação Predial (IIP);

O Moran Map foi construído, tanto para Incidência de casos como de IIP, para

visualizar, no interior de cada área de risco identificado pelo Box Map, áreas ou

municípios mediante onde a dependência espacial é mais acentuada, destacando áreas de

autocorrelação espacial estatisticamente significante. O Moran Map é a representação do

Índice de Moran Local, mediante o qual os municípios são classificados dentro dos 4

quadrantes ou como não-significantes estatisticamente (CÂMARA et al., 2004). Para este

estudo, cada conglomerado geográfico com autocorrelação espacial estatisticamente

significante, identificado no interior de cada quadrante, foi denominado de agrupamento

estatisticamente significante.

Essa ferramenta de análise espacial expressa a autocorrelação espacial

considerando apenas o primeiro vizinho (CÂMARA et al., 2004). Esta proximidade

considera a contigüidade espacial. Para visualização das áreas de risco foi construído mapa

temático da Incidência de Dengue, o Box Map e o Moran Map, estes últimos gerados

durante a análise espacial I Moran global e local.

4.6 ASPECTOS ÉTICOS

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário

Julio Muller/Universidade Federal de Mato Grosso com o protocolo com registro no CEP

sob n° 811/CEP-HUJM/

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

58

5. RESULTADOS

5.1 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS CASOS DE

DENGUE NO ESTADO DO MATO GROSSO

5.1.1 Distribuição dos casos de dengue de acordo com ano, faixa etária, sexo,

classificação final, critério epidemiológico, autoctonia e evolução

Foi notificado no período de 2007 a 2009, um total de 96.162 casos de dengue. No

ano de 2007 do total de 20.959 casos notificados de dengue foram descartados 5.609 casos

por critério clínico epidemiológico, ou laboratorial, ou ignorado e ou em branco, restando

para análise 15.350 casos de dengue (Tabela1). No ano de 2008 foram 11.591 notificados,

sendo descartados 5.643 casos, restando para análise 5.948 casos de dengue. No ano de

2009 do total de 63.612 de casos foram descartados 14.398 casos restando 49.214 casos de

dengue. Dessa forma, considerou-se o total 70.512 de casos de dengue, dos quais em 2007

correspondeu a 21,77%, em 2008 a 2,44% e em 2009 a 69,8% desse total de casos.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

59

Tabela 1 – Total dos casos de dengue segundo a classificação final da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009.

Classificação2007 2008 2009

Nº % Nº % Nº %

Dengue Clássica 15.290 73 5.920 51,07 47.387 74,49

FHD 17 0,08 10 0,09 770 1,21

SCD 4 0,02 2 0,02 16 0,03

Dengue Complicações 39 0,19 16 0,14 1.041 1,64

Total de casos* 15.350 100,00 5.948 100,00 49.214 100,00Branco 168 0,81 175 1,52 1.118 1,76

Ignorado 730 3,48 949 8,19 2.318 3,64

Descartado 4.710 22,47 4.518 38,98 10.961 17,23

Total notificado 20.959 100 11.591 100 63.612 100Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT. (*) Para este estudo, não foram considerados os brancos, ignorados e descartados das fichas de notificação.

Houve predomínio de casos de dengue na forma clássica de 99,61%, 99,53% e

96,29% nos anos de 2007, 2008 e 2009 respectivamente. Destaca-se o aumento gradativo

das formas de FHD, SCD e Dengue com Complicações de 0,39%, em 2007, 0,47% em

2008 e 3,71% em 2009.

Tabela 2 – Classificação por faixa etária das notificações de dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009.

Ano CaracterísticasFaixa etária

< 5 anos 5 a 14 anos 15 a 49 anos ≥ 50 anos Total

2007

nº de casos 250 1.370 10.778 2.952 15.350

População 277.515 542.612 1.666.646 423.482 2.510.255

% 1,63 8,93 70,21 19,23 100,00

Inc (10mil) 9,01 25,25 64,67 69,71 61,15

2008

nº de casos 311 797 3.945 895 5.948

População 274.615 544.588 1.689.673 448.856 2.957.732

% 5,23 13,40 66,32 15,05 100,00

Inc (10mil) 11,32 14,63 23,35 19,94 20,11

2009

nº de casos 4.029 9.955 29.087 6.143 49.214

População 271.690 545.912 1.713.728 470.395 3.001.725

% 8,19 20,23 59,10 12,48 100,00

Inc (10mil) 148,29 182,36 169,73 130,59 163,95Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

60

Comparando as faixas etárias, observa-se na Tabela 2 que as faixas menor de 5

anos e dos 5 a 14 anos apresentaram o aumento na proporção de casos de 2007 a 2009 e as

faixas etárias dos 15 a 49 anos e de maior de 50 anos apresentaram redução na proporção

de casos por faixa etária por ano (Figura 3).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

% d

e ca

sos

de

den

gu

e

> 50 anos 2.952 895 6.143

15 a 49 anos 10.778 3.945 29.087

5 a 14 anos 1.370 797 9.955

< 5 anos 250 311 4.029

2007 2008 2009

Figura 3 - Porcentagem de casos de dengue, no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009

Já considerando a incidência de casos, em 2007, a faixa etária com maior incidência

foi a de maior ou igual 50 anos seguida de 15 a 49 anos. Situação que se inverte em 2008,

com maior incidência na faixa etária de 15 a 49 anos, seguida de maior ou igual a 50 anos.

Em 2009, a faixa etária com maior incidência foi de 5 a 14 anos seguida de 15 a 49 anos

(Figura 3 e Tabela 2).

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

61

9,01 11,32

148,29

25,25

14,63

182,36

64,67

23,35

169,73

69,71

19,94

130,59

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

180,0

200,0

2007 2008 2009

nºc

as

os

/10

mil

< 5 anos 5 a 14 anos 15 a 49 anos > 50 anos

Figura 4 – Incidência (10mil) de casos de dengue no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009

Tabela 3 – Casos de dengue segundo sexo, no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.

Ano CaracterísticasSexo

Feminino Masculino Total

2007

População 1.425.386 1.484.869 2.910.255

nº de casos 8.507 6.843 15.350

% casos 55,4 44,58 100

Incidência (10mil) 59,68 46,08 52,74

2008

População 1.448.699 1.509.033 2.957.732

nº de casos 3.150 2.798 5.948

% casos 52,96 47,04 100

Incidência (10mil) 21,74 18,54 20,11

2009

População 1.530.003 1.471.722 3.001.725

nº de casos 27.103 22.111 49.214

% casos 55,07 44,93 100

Incidência (10mil) 177,14 150,24 163,95Fonte: Dados Obtidos do SINAN/SES/MT

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

62

Observa-se na Tabela 3 que ocorreu o predomínio dos casos de dengue no sexo

feminino em relação ao masculino no período de 2007 a 2009. O aumento foi de 8.507

(55,4%) casos em 2007 para 27.103 (55,07%) casos no sexo feminino em relação ao sexo

masculino que foi de 6.843 (44,58%) casos em 2007 para 22.111 (44,93%) casos em 2009.

Tabela 4–Classificação e as porcentagens dos casos de dengue por critério epidemiológico no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.

Critério Epidemiológico2007 2008 2009

Nº % Nº % Nº %

Clinico Epidemiológico 9.281 66,5 3.353 56,37 33.367 67,80

Laboratorial 6.046 43,34 2.566 43,14 15.705 31,91

Branco 23 0,16 29 0,49 142 0,29

Total 15.350 100 5.948 100 49.214 100

Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT

O critério epidemiológico para a confirmação dos casos dengue de maior

frequência foi o clínico epidemiológico. No ano de 2007 foram 9.281 (66,5%) casos de

dengue diagnosticado pelo critério clínico epidemiológico, no ano de 2008 foram 33.367

(67,80%) e 2009 foram 15.705 (31,91%) casos de dengue. O critério de exame laboratorial

no ano de 2007 foram 6.046 (43,34%) casos de dengue em 2008 foram 2.566 (43,14%) e

em 2009 15.705 (31,91%) casos de dengue. O número de casos que estavam em branco de

23 (0,16%) em 2007 para (0,29%) no ano de 2009 (Tabela 4).

Tabela 5 - Classificação dos casos de dengue por evolução no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.

Evolução 2007 2008 2009

Nº % Nº % Nº %

Cura 15.135 99,99 5.121 99,96 47.454 99,88

Óbito por Dengue 1 0,007 1 0,02 59 0,12

Óbito por outras causas 1 0,007 1 0,02 9 0,02

Total 15.137 5.123 47.512

Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT

Em relação à evolução dos casos notificados de dengue de 2007 a 2009 houve

aumento de letalidade com elevação expressiva em 2009 (Tabela 5). Os municípios que

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

63

apresentaram registros de óbitos por dengue foram Alta Floresta, Aripuanã, Barra do

Garças Cuiabá, Cáceres, Diamantino, Jauru, Nortelândia, Rosário Oeste, Rondonópolis,

Sinop e Várzea Grande.

Tabela 6- Classificação dos casos de dengue por local provável de infecção do município de residência no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.

Autóctone/Município2007 2008 2009

Nº % Nº % Nº %Sim 14.080 91,73 5.579 93,80 47.031 95,56

Não 836 5,45 160 2,69 685 1,39

Indeterminado 433 2,82 209 3,51 1.495 3,04

Branco 1 0,01 - 3 0,01

Total 15.350 100 5.948 100 49.214 100Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT

Os casos autóctones ao município de residência dos indivíduos notificados com

dengue no ano de 2007 foram de 14.080 (91,73%) casos, em 2008 foram 5.579 (93,80%) e

no ano de 2009 foram 47.031 (95,56%) casos. Há, também, aumento gradatico de casos

onde não há especificação do local provável de infecção (Tabela 6).

5.1.2 Caracterização dos municípios Matogrossense com casos de dengue, 2007 a

2009.

O Estado de Mato Grosso é constituído de 141 municípios e 72 (51,06%)

municípios em 2007 e 71 (50,35%) em 2008 e 2009 com população de pequeno porte

(menor de 10.000 habitantes). Essa variação se deve ao município de Porto Alegre do

Norte que no ano de 2009 apresentou uma população estimada maior que 10 mil habitantes

e o município de Arenápolis que ano de 2008 teve estimado o crescimento populacional

maior que 10 mil habitantes, mas que em 2009 voltou para menos de 10 mil habitantes

(Tabela 7 e 8 em anexo). Apenas os municípios de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Várzea

Grande são compostos com uma população superior a 100.000 habitantes (Tabela 9).

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

64

Tabela 9 - Incidência de Dengue e do IIP nos municípios com a população > 100 mil habitantes do Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.

Municípios

Ano

2007 2008 2009

Pop Inc IIP Pop Inc IIP Pop Inc IIP

Cuiabá 526.831 16,25 1,69 544.737 9,25 1,36 550.562 226,9 1,71

Rondonópolis 172.783 4,46 1,27 179.094 2,4 1,01 181.904 89,72 1,4

Sinop 105.762 136,53 0,85 110.513 5,97 0,83 114.053 335,98 1,55

Várzea Grande

230.307 10,42 2,06 237.925 7,82 1,52 240.038 160,02 1,65

Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT

No ano de 2007, pela contagem populacional do IBGE, a população do Estado de

Mato Grosso era de 2.854.642 habitantes, distribuídos em 141 municípios, que notificaram

15.349 casos de dengue, destes apenas 21 (14,89%) municípios não apresentaram registro

da doença. No ano de 2008, a população estimada do Estado era de 2.957.732 habitantes e

32 (22,70%) municípios não apresentaram registro da doença e em 2009 a população

estimada era de 3.001.725 habitantes e somente 13 (9,22%) municípios não registraram a

doença.

Dos 141 municípios do estado de Mato Grosso, 72 municípios foram considerados

como pequeno porte. No ano de 2007, 20 (14,18%) municípios não tiveram registros da

dengue e 52 (38,88%) dos municípios notificaram 2.010 casos de dengue e a incidência foi

de 74,94 casos por 10mil habitantes. No ano de 2008, 29 (20,57%) municípios não tiveram

registros da doença e 42 (29,79%) dos municípios notificaram 833 casos de dengue e a

incidência foi de 38,6 casos por 10 mil habitantes. No ano de 2009, 13 (9,22%) municípios

não tiveram registros da doença e 59 (41,84%) dos municípios notificaram 4.075 casos de

dengue e a incidência foi 151,11 casos por 10 mil habitantes.

Entre os municípios de médio porte, somente os anos de 2007, 1 (0,71%) município

e 3 (2,13%) em 2008 não apresentaram registros da doença. Notificaram 64 (45,39%)

municípios do total 10.722 casos (Incidência de 73,93 casos por 10 mil habitantes) em

2007, 63 (44,68%) municípios do total 4.316 casos (Incidência de 28,99 casos por 10 mil

habitantes) em 2008 e, 66 (46,81%) municípios do total 23.342 casos (Incidência de

150,49% por 10 mil habitantes) em 2009.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

65

Todos os municípios de grande porte apresentaram registros da doença. Deles, 4

(2,84%) municípios notificaram 2.617 casos (Incidência de 25,27 casos por 10 mil

habitantes) em 2007, 799 casos (Incidência de 7,4 casos por 10 mil habitantes) em 2008 e,

21.797 casos (Incidência de 200,61 por 10 mil habitantes) em 2009.

A média dos casos por municípios foi: 108,86 (2007), 42,18 (2008) e 349,03

(2009). Os sorotipos circulantes no ano de 2007 foi o DEN-3 identificados municípios:

Acorizal, Primavera do Leste e Alta Floresta, no ano de 2008 com DEN-3 no município de

Cuiabá e em 2009 com o DEN-1 e 2 nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande,

Rondonópolis, Juruena e Juína (Tabela 10).

Desses municípios nenhum apresentou IIP em estado de risco (> de 3,9%),

destacando-se que os 4 municípios considerados o pelo IIP com situação de alerta (> de

1% a 3,9% de imóveis visitados com presença de vetor) nos três anos com exceção do

município de Sinop que em 2007 apresentou o IIP como satisfatório.

Os municípios Bom Jesus do Araguaia, Cocalinho, Jangada, Luciara, Novo Mundo,

Santa Terezinha e Denise não apresentaram casos de dengue no ano de 2007 e 2008,

apenas no ano de 2009, com Incidência inferior a 10 casos/10 mil hab, com exceção dos

municípios de Jangada que apresentou a Incidência de Dengue de 50,8/10 mil hab e Denise

com 27,83/10 mil hab. Destacaram-se os municípios de Bom Jesus do Araguaia, Luciara e

Santa Terezinha que não apresentaram registro de presença de vetores nos 3 anos e os

demais municípios apresentaram IIP considerado como satisfatório em 2007 e ou 2008 e

ou 2009 (Tabela 8 em anexo).

Na Tabela 10, observam-se as características dos casos de dengue por municípios

Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

66

Tabela 10 – Características dos casos de dengue por municípios no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009

Características (n=141 municípios) 2007 (%) 2008 (%) 2009 (%)

N° de municípios

< 10 mil hab. (pequeno porte) 72 51,06 71 50,35 71 50,35de 10 a 100 mil hab(médio porte) 65 46,10 66 46,81 66 46,81> de 100mil hab. (grande porte) 4 2,84 4 2,84 4 2,84

n° de casos

Nº de Muncípios sem Casos 21 14,89 32 22,70 13 9,22Municípios com casos de dengue

mínimomáximo 1444 808 12492média 108,86 42,18 349,03

Sorotipos detectados

Tipo 3 3 1 e 2

Classif. de Incidência

(10mil hab)

Baixa Incidência (<10 casos) 54 38,30 91 64,54 35 24,82Média Incidência (de 10 a 30 casos)

24 17,02 20 14,18 15 10,64

Alta Incidência (> de 30 casos) 63 44,68 30 21,28 91 64,54

Box Map Incidência

Q1(+/+) alta Transmissão 27 19,15 17 12,06 24 17,02Q2(-/-) baixa Transmissão 68 48,23 85 60,28 53 37,59Q3(+/-) intermediária transmissão

16 11,35 14 9,93 21 14,89

Q4(-/+) intermediária transmissão

30 21,28 25 17,73 43 30,50

Classif. IIP(%)

Satisfatório (<1 %) 90 63,83 100 70,92 78 55,32Em alerta.(de 1 a 3,9) 50 35,46 40 28,37 62 43,97Alto Risco (igual ou maior 3,9) 1 0,71 1 0,71 1 0,71Sem informação

Box Map IIP

Q1(+/+) alta receptividade 36 25,53 38 26,95 44 31,21Q2(-/-) baixa receptividade 50 35,46 50 35,46 48 34,04Q3(+/-) intermediária receptividade

20 14,18 22 15,60 19 13,48

Q4(-/+) intermediária receptividade

35 24,82 31 21,99 29 20,57

Rodovias

Federais 32 22,70 32 22,70 32 22,70Estaduais 100 70,92 100 70,92 100 70,92Sem rede viária estadual ou federal

9 6,38 9 6,38 9 6,38

Sobre a incidência dos casos, nos municípios, 54 (38,30%) em 2007, 91 (64,54%)

em 2008 e 35 (24,82%) em 2009 foram considerados como de baixa incidência (<10

casos/10 mil habitantes). Os municípios que foram classificados como média incidência de

dengue (de 10 a 30 casos/10 mil habitantes) foram: 24 (17,02%) em 2007, 20 (14,18%) em

2008 e 15 (10,64%) em 2009. Os municípios que apresentaram alta incidência de dengue:

63 (46,68%) em 2007, 30 (21,28%) em 2008 e 91 (64,54%) em 2009, indicando possível

ocorrência de epidemia (Figura 5).

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

67

Figura 5–Mapas da distribuição da Incidência de dengue nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Ano 2007

Ano 2008

Ano 2009

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

68

Em relação ao IIP, os municípios que não tiveram registros, 14 (9,93%) em 2007,

17 (12,06%) em 2008 e 12 (8,51%) em 2009. Os municípios com índice satisfatório foram:

76 (53,90%) em 2007, 83 (58,86%) em 2008 e 66 (46,81%) em 2009. Os municípios

classificados como situação de alerta: 50 (35,46%) em 2007, 40 (28,37%) em 2008 e 62

(43,97%) em 2009. Os municípios como situação de risco foram: 1 (0,71%) em 2007, 1

(0,71%) em 2008 e 1 (0,71%) em 2009 (Figura 6 e Tabela 10).

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

69

Ano2007

Ano 2008

Ano 2009

Figura 6 – Mapas da distribuição do Índice de Infestação Predial do vetor da dengue nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Dentre os 141 municípios do Estado de Mato Grosso destaca-se os 7 (4,96%)

municípios que não apresentaram registro casos no período de 2007 a 2009 que foram:

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

70

Araguainha, Barão de Melgaço, Canabrava do Norte, Novo Santo Antônio, Santo Afonso,

Serra Nova Dourada e Tesouro, todos com população de pequeno porte. Destes apenas

Serra Nova Dourada e Canabrava do Norte tiveram tanto a Incidência de casos como o IIP

igual a zero. Os outros municípios que não apresentaram casos notificados, a classificação

do IIP era considerada como satisfatório (< de 1%/) com exceção de Araguainha no ano de

2007 que registrou IIP de 2,19% considerado como classificação de alerta, porém não

houve detecção de vetores nos imóveis visitados nos anos seguintes (Tabela 10).

Tabela 11 – Distribuição do IIP nos municípios com população <10.000 hab no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009.

MUNICÍPIOS

Ano

2007 2008 2009

Pop IIP Pop IIP Pop IIP

Araguainha 1.117 2,19 1.138 0 1.122 0Serra Nova Dourada 1.349 0 1.407 0 1.454 0

Novo Santo Antônio 2.110 0 2.221 0 2.331 0,05

Santo Afonso 2.855 0,64 2.939 0,51 2.942 0,18

Tesouro 3.109 0,59 3.200 0,33 3.210 0,2

Canabrava do Norte 5.337 0 5.514 0 5.567 0

Barão de Melgaço 7.619 0,17 7.842 0 7.849 0,04

Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT

Já em relação ao IIP, 9 (6,38%) municípios não identificaram a presença de vetores

nos imóveis visitados, nos anos de 2007 a 2009. Foram os seguintes municípios: Apiacás,

Bom Jesus do Araguaia, Luciara, Nova Nazaré, Porto Alegre do Norte, Rondolândia, Santa

Terezinha, Serra Nova Dourada e Canabrava do Norte. Todos esses municípios são de

pequeno porte, exceto Porto Alegre do Norte que em 2009 apresentou a população

estimada superior a 10 mil habitantes. Apesar de não haver a detecção de vetores nos

imóveis visitados, houve notificação de casos como autóctones ao local de residência

(Tabela 11).

Do total de municípios, 17 (12,06%) permaneceram como de alta incidência (> de

30 casos/10mil hab) nos três anos (Tabela11). Dos municípios de pequeno porte foram

Araguaiana, Conquista do Oeste, Gaúcha do Norte, General Carneiro, Itaúba, Nova Santa

Helena, Santa Carmem, São José do Xingu e; municípios de médio porte: Alta Floresta,

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

71

Aripuanã, Barra dos Garças, Colíder, Jauru, Lucas do Rio Verde, Matupá, Nova Canaã do

Norte e Pontes e Lacerda.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

72

5.2 ANÁLISE ESPACIAL

Foram realizadas análises espaciais com os mapas gerados pelo Box Map e Moran

Map da estatística espacial do software Terra View 3.3.1 que calculou o Índice de Moran

de Incidência da dengue e do IIP dos 141 municípios do Estado de Mato Grosso no período

de 2007 a 2009.

Os municípios que não tiveram casos de dengue do Estado de Mato Grosso,

observa-se que de 2007 a 2009 o números de municípios foi de 21 (14,89%) para 32

(22,70%) municípios em 2008 e em 2009 apresentou uma queda acentuada para 13

(9,23%) municípios. Quanto aos municípios com IIP igual a zero foi de 14 (9,93%) em

2007, para 17 (12,06%) municípios em 2008 e voltou a cair para 12 (8,51%) municípios no

ano de 2009. O único município de que apresentou a Incidência de Dengue e IIP igual a

zero no três anos foi Canabrava do Norte.

O Índice de Moran Global da Incidência de Dengue foi igual a 0,14 (p-valor=0,01);

0,15 (p-valor=0,03) e 0,10 (p-valor = 0,11) e do Índice de Moran global da IIP foi igual a

0,24 (p-valor=0,01); 0,10 (p-valor=0,03) e 0,23 (0,01) de 2007 a 2009. Os valores

indicaram dependência espacial fraca entre os municípios e a sua vizinhança e o Índice de

Moran Global da Incidência de Dengue no ano de 2009 mostrou-se não significante com o

p-valor = 0,11.

5.2.1 Classificação das Áreas de transmissão de Dengue

5.2.1.1 Área de maior Transmissão de dengue

A caracterização dos municípios matogrossenses classificados na área de maior

transmissão da dengue Q1 (+/+), no período de 2007 e 2009 pode ser observada na Tabela

12. Esta área apresenta agrupamentos de municípios homogêneos no qual o município e os

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

73

seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial positiva isto é, elevada Incidência de

Dengue do município assemelha-se à média de seus vizinhos.

Tabela 12-Caracterização da área de maior transmissão da dengue (Q1) por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.Cluster/á

reaCaracterísticas 2007 (%) 2008 (%) 2009 (%)

Q1(+/+) Incidência

Municípios (total 141)

n° 27 19,15 17 12,06

24 17,02

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

13 9,22 8 5,67 10 7,09

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

13 9,22 9 6,38 12 8,51

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

1 9,22 2 1,42

N° de casosmínimo 23 19 36máximo 1444 808 3832média 295,9

6166,18 710,7

1

Classificação de Incidência dengue (10mil hab.)

<10 casos (baixa incidência)de 10 a 30 casos (média incidência)igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

27 19,15 17 12,06

24 17,02

Classificação IIP(%)

<1(Satisfatório) 15 10,63 14 9,93 5 3,55de 1 a 3,9(alerta) 12 8,51 4 2,84 18 12,77igual ou maior 3,9 (risco)

1 0,71

Box Map IIP

Q1(+/+) maior receptividade

8 5,67 1 0,71 14 9.93

Q2(-/-) menor receptividade

7 4,96 10 7,09 1 0,71

Q3(-/+) intermediária receptividade

5 3,55 4 2,84 5 3,55

Q4(-/+) intermediária receptividade

7 4,96 2 1,42 4 2,84

Sorotipos detectados

Den3 Den3 Den1 e 2

Rodovias

Federais 6 4,25 2 1,42Estaduais 6 4,25 9 6,38 4 2,85Sem rede viária estadual ou federal

3 2,13 2 1,42 1 0,71

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

74

Os municípios do Estado de Mato Grosso localizados na área de maior transmissão

de dengue (Q1) foram constituídos por municípios com altas taxas de incidência de dengue

juntamente com elevada média de incidência de seus vizinhos. No ano de 2007 (Figura 7-

a) de 27 (19,15%) municípios, diminuiu para 17 (12,06%) municípios em 2008 (Figura 7-

b) e voltou a aumentar no ano de 2009 (Figura 7-c) para 24 (17,02%) municípios. Os

municípios de Barra dos Garças e Itaúba permaneceram na área de maior controle durante

o período de 2007 a 2009. Observamos no mapa do Box Map que os municípios nesta área

em 2007 formam uma interligação entre eles desde a região sudoeste para o norte

matogrossense formando uma grande área e uma outra área composta apenas por um único

município de Barra do Garças na região nordeste matogrossense (Tabela 12).

Identificou-se no ano de 2008, a concentração de municípios nas regiões

norte/nordeste Matogrossense e outra concentração de municípios entre as regiões

sudeste/nordeste Matogrossense. Em relação ao ano de 2009 a concentração de municípios

voltou a ocupar as regiões norte, centro-sul e sudoeste Matogrossense e mais a região a

nordeste Matogrossense que faz com divisa com Estado de GO e Juína, município vizinho

ao Estado de Rondônia e o município de Juruena na região do extremo norte

Matogrossense (Figura 7-b).

Os municípios de Araputanga, Campos de Júlio, Diamantino, Figueiropólis do

Oeste, Indiavaí, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Nova Mutum, Porto Espiridião, Reserva do

Cabaçal, Rio Branco, Salto do Ceú, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra e Tapurah no ano de

2007 estavam em agrupamentos (clusters) distintos na área de maior transmissão (Q1) e

passaram para a área de menor transmissão no ano de 2008. Em relação ano de 2009 estes

municípios voltaram para a área de maior transmissão com exceção dos municípios de

Campos de Júlio, Ipiranga do Norte, Porto Espiridião, Reserva do Cabaçal e Tapurah que

passaram a apresentar autocorrelação espacial negativa em área de transmissão

intermediária (Q4), isto é, os seus vizinhos apresentavam uma média de incidência

superior. Apenas o município de Itanhangá permaneceu na área de menor transmissão

(Figura 7).

O município de Conquista do Oeste que esteve na área de maior transmissão de

dengue em 2007 e passou para área de transmissão intermediária da dengue (Q3) em 2009,

apresentando incidência superior aos seus vizinhos. Os municípios que foram para área de

transmissão intermediária (Q4) foram Campos de Júlio, Carlinda, Claúdia, Ipiranga do

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

75

Norte, Nova Gaurita, Nova Santa Helena, Pontes e Lacerda, Reserva do Cabaçal e Tapurah

(Figura 7).

O número de municípios com autocorrelação espacial que foram identificados

como estatisticamente significantes dentro da área de maior transmissão, com intervalo de

confiança a 95% no ano de 2007 foram 8 (29,63%) municípios (Figura 8-a) para 6

(35,29%) municípios em 2008 (Figura 8-b) e aumentou para 7 (29,17%) municípios em

2009 (Figura 8-c). No ano de 2007 foram identificados agrupamentos de municípios com

Alta Transmissão:

• 1º Agrupamento: Claúdia, Sinop e Itaúba na região norte matogrossense,

• 2º Agrupamento: um outro agrupamento na região sudoeste formado pelos

municípios: Araputanga, Jauru, Reserva do Cabaçal e Tangará da Serra e,

• 3º agrupamento: o município de Barra dos Garças na região nordeste

matogrossense, divisa com o Estado de Goiás.

Em 2008, observamos agrupamentos/áreas na região nordeste

matogrossense na divisa com o Estado do Pará com os municípios: Confresa, São José do

Xingu, Santa Cruz do Xingu e Vila Rica; com municípios que encontravam-se isolados

como o município de Nova Santa Helena na região norte e Torixoréu na região sudeste

matogrossense (Figura 8-b).

No ano de 2009 identificou-se agrupamento de municípios na região sudoeste

matogrossense: Araputanga, Indiavaí, São José dos Quatros Marcos e Jauru e outras áreas

com 2 municípios isolados na região sudoeste matogrossense (Tangará da Serra) e na

região norte matogrossense (Santa Rita do Trivelato)(Figura 8-c).

5.2.1.2 Área de menor transmissão de dengue

A Tabela 13 descreve a caracterização da área de menor transmissão da dengue do

Q2 (-/-) por municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Esta área apresenta

agrupamentos de municípios homogêneos no qual o município e os seus vizinhos

apresentam autocorrelação espacial positiva isto é, baixa Incidência de Dengue do

município assemelha-se à média de seus vizinhos.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

76

Tabela 13-Caracterização da área de menor transmissão da dengue (Q2) por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Os municípios localizados na área de menor transmissão de dengue (Q2) com auto

correlação positiva, porém com baixa taxa de incidência de dengue e os seus municípios

Cluster/área

Características 2007 (%) 2008 (%) 2009 (%)

Municípios (total 141)

n° 68 48,23

85 60,28

53 37,59

Q2(-/-) Incidência

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

36 25,53

43 30,50

27 19,15

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

28 19,86

37 26,24

25 17,73

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

4 2,84 5 3,55 1 0,71

N° de casosmínimo 0 0 0máximo 856 504 1.632média 34,40 19,3

669,08

Classificação de Incidência de dengue (10mil hab.)

<10 casos (baixa incidência)

45 31,91

73 51,77

27 19,15

de 10 a 30 casos (média incidência)

13 9,22 12 8,51 8 5,67

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

10 7,09 18 12,76

Risco IIP(%)<1(satisfatório) 45 31,9

157 40,4

238 26,9

5de 1 a 3,9 (alerta) 23 16,3

127 19,1

515 10,6

4igual ou maior 3,9 (risco)

1 0,71

Box Map (IIP)

Q1(+/+) maior receptividade

12 8,51 30 21,28

9 6,38

Q2(-/-) menor receptividade

31 21,98

22 15,60

31 21,98

Q3(+/-) intermediária de receptividade

11 7,80 13 9,22 6 4,25

Q4(-/+) intermediária de receptividade

14 9,93 20 14,18

8 5,67

Sorotipos detectados

1 0,71

Rodovias

Federais 8 5,67 13 9,23 8 5,67Estaduais 35 24,8

242 29,7

928 19,8

6Sem rede viária estadual ou federal

2 1,42 2 1,42 2 1,42

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

77

vizinhos também, apresentaram um aumento de 68 (48,23%) municípios no ano de 2007

(Figura 7-a) para 85 (60,28%) municípios para o ano de 2008 (Figura 7-b) e em relação

ano de 2009 (Figura 7-c) diminuíram acentuadamente para 53 (37,59%) municípios.

Observou-se que no ano de 2007 para 2008 aconteceu o aumento dos municípios da área

de menor transmissão de dengue na maior parte do Estado de Mato Grosso (Tabela 13).

Desses municípios localizados na área de menor transmissão de dengue que

apresentaram autocorrelação espacial estatisticamente significante com o intervalo de

confiança de 95% foram 24 (35,29%) municípios em 2007 (Figura 8-a), para 16 (18,82%),

em 2008 (Figura 8-b) e 15 (55,56%) no ano de 2009 (Figura 8-c).

Os agrupamentos de 68 municípios (Q2) no ano de 2007, 24 (35,29%)

apresentaram autocorrelação estatisticamente significante foram na região sudeste

matogrossense: Alto Araguaia, Araguainha, Alto Garças, Guiratinga, Itiquira, Pedra Preta,

Ponte Branca, Rondonópolis, Torixoréu; na região centro-sul com os municípios: Acorizal,

Barão de Melgaço, Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Rosário Oeste, Várzea Grande

e na região nordeste mato-grossense: Alto da Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, Novo

Santo Antônio, Serra Nova Dourada, Ribeirão Cascalheira e os municípios isolados uma na

região centro-sul: Arenápolis; na região norte: Juara; na região nordeste: Luciara e Nova

Nazaré (Figura 8-a)

No ano de 2008, do total de 85 municípios Q2, 16 (18,82%) apresentaram pelo

Moran Map, a concentração na região centro-sul: Barão de Melgaço, Cáceres, Campo

Verde, Dom Aquino, Poconé, Primavera do Leste e Santo Antônio do Leverger; os

municípios isolados na região norte: Diamantino e Porto dos Gaúchos; na região centro-

sul: Arenápolis e Rosário Oeste; e na região sudeste: Alto Araguaia (Figura 8-b).

Em relação ao ano de 2009, de 53 municípios, 15 (28,30%) municípios

apresentaram autocorrelação estatisticamente significante estavam na região norte: Alta

Floresta, Ápiacas, Nova Monte Verde, Paranaíta; na região nordeste: Bom Jesus do

Araguaia, Confresa, Luciara, Novo Santo Antônio, Santa Terezinha, São Felix do

Araguaia, Serra Nova Dourada, Vila Rica e na região sudeste: Alto Araguaia, Alto Garças

e Araguainha (Figura 8-c).

Os municípios que permaneceram no período de 2007 a 2009, na área Q2, de menor

transmissão de dengue foram: Alto Garças, Alto Araguaia, Água Boa, Alto Taquari,

Ápiacas, Araguainha, Barão de Melgaço, Denise, Itiquira, Juara, Luciara, Nossa Senhora

do Livramento, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Nova Nazaré, Novo Santo

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

78

Antônio, Pedra Preta, Poxoréo, Ribeirão Cascalheira, Rondonópolis. Os municípios dessa

área estavam concentrados em 2007 na região centro-sul, nordeste matogrossense e, em

menor número na região norte e nordeste mato-grossense. No ano de 2008 todos os

municípios da região centro-sul mato-grossense e a maior parte dos municípios da região

norte, sudoeste, sudeste e nordeste matogrossense estavam localizados em área de menor

incidência. Em relação ao ano de 2009 os municípios estavam mais concentrados na região

centro-sul, sudeste, nordeste e norte matogrossense (Figura 7).

Os municípios que no ano de 2008 estiveram na área de menor transmissão de e no

ano de 2009 passaram para a área de maior transmissão de dengue foram: Araputanga,

Campo Novo dos Parecis, Diamantino, Juína, Juruena, Nortelândia, Nova Mutum, Nova

Ubiratã, Paranatinga, Rio Branco, Rosário Oeste, Salto do Céu, Santa Rita do Trivelato,

São José dos Quatros Marcos, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra (Figura 7).

Os municípios que eram Q2 e passaram a apresentar autocorrelação espacial

negativa, com a Incidência maior que a média de Incidência de seus vizinhos (Q3) foram:

Arenápolis, Cáceres, Canarana, Cuiabá, Juscimeira, Matupá, Nova Brasilândia, Novo

Horizonte do Norte, Ribeirãozinho e Várzea Grande do ano de 2007 para o ano de 2009. Já

os municípios que passaram de Q2 para a área de transmissão intermediária (Q4) em 2007

para 2009: foram Acorizal, Alto Paraguai, Chapada dos Guimarães, Curvelândia,

Campinápolis, Feliz Natal, Jangada, Nobres, Nova Marilândia, Santo Afonso, Santo

Antônio do Leste (Figura 7).

5.2.1.3 Área de transmissão intermediária de dengue

Na Tabela 14, observa-se as características dos municípios Matogrossenses da área

de transmissão intermediária Q3(+/-) da dengue, no período de 2007 a 2009. Esta área

apresenta agrupamentos de municípios não homogêneos e é considerada como região de

transição entre os dois regimes espaciais entre os municípios dos quadrantes 1 e 2. Nesse

caso o município e os seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial negativa isto é, a

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

79

elevada Incidência de Dengue do município difere-se da média de seus vizinhos (esses

apresentam a média incidência menor).

Tabela 14-Caracterização da área de transmissão intermediária (Q3) da dengue por

municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Cluster/área

Características 2007 (%) 2008 (%) 2009 (%)

Municípios (total 141)

n° 16 11,35 14 9,93 21 14,89

Q3(+/-) Incidência

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

6 4,25 6 4,25 10 7,09

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

10 7,09 8 5,67 8 5,67

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

3 2,13

N° de casosmínimo 32 10 34máximo 757 234 12.492média 259,8

791,64 1.222,7

1Classificação de Incidência de dengue (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)de 10 a 30 casos (média incidência)

5,67

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

16 11,35 14 9,93 21 14,89

Classificação IIP(%)

<1(satisfatório) 8 5,67 8 5,67 10 7,09de 1 a 3,9 (alerta) 8 5,67 6 4,25 11 7,80igual ou maior 3,9 (risco)

Box Map (IIP)

Q1(+/+) maior receptividade

9 6,38 6 1,42 7 4,96

Q2(-/-) menor receptividade

2 1,42 2 1,42 6 4,25

Q3(+/-) intermediária de receptividade

1 0,71 3 2,13 4 2,84

Q4(-/+) intermediária de receptividade

4 2,84 3 2,13 4 2,84

Sorotipos detectados

Rodovias

Federais 3 2,13 2 1,42 3 2,13Estaduais 4 2,84 6 4,25 7 4,96Sem rede viária estadual ou federal

1 0,71

Nesta área de transmissão intermediária, com autocorrelação espacial negativa

para Incidência de dengue, encontraram-se duas situações: os municípios no quadrante Q3,

isto é, municípios com a Incidência de Dengue acima da média e os seus vizinhos abaixo

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

80

da média, e os municípios do quadrante Q4, isto é, os municípios com Incidência de

Dengue abaixo da média e seus vizinhos acima da média.

Observa-se a ocorrência de municípios foram no ano de 2007 pertencentes à área de

maior transmissão e no ano seguinte foram para a área de transmissão intermediária e no

ano de 2009 voltaram para a área de maior transmissão de dengue (Figura 7).

Os municípios identificados na área intermediária (Q3) da Incidência de Dengue no

Box Map apresentaram aumento gradativo de 16 (11,35%) municípios em 2007 (Figura 7-

a) para 14 (9,93%) municípios em 2008 (Figura 7-b) e saltando para 21 (14,89%)

municípios em 2009 (Figura 7-c). Somente o município de Aripuanã esteve nos três

períodos analisados.

Os municípios localizados nessa área de transição, em 2007 que passaram a figurar

como área de maior transmissão da dengue Q1 em 2009 foram Campo Novo dos Parecis e

Nova Ubiratã. Já os municípios de Q3 passaram a figurar como de menor transmissão da

dengue Q2 foram Araguainha e Campo Verde. Os municípios que foram para área de

transmissão intermediária Q4, isto é, seus vizinhos passaram a média da incidência maior

foram Barra dos Bugres, Cotriguaçu, Gaúcha do Norte, General Carneiro e Primavera do

Leste (Figura 7).

Os municípios do Estado de Mato Grosso que foram estatisticamente significante

na autocorrelação espacial com intervalo de 95% na área de Incidência de Transmissão

Intermediária Q3 no ano de 2007 (Figura 8-a) foram 4 (13,13%) municípios subindo para 7

(28%) municípios tanto para os anos 2008 (Figura 8-b) e 2009 (Figura 8-c). Os municípios

no ano de 2007 estavam mais concentrados na região: Colíder, Nova Canaã do Norte e

Novo Mundo e na região nordeste o município de São José dos Quatros Marcos. No ano de

2008 os municípios da região nordeste Matogrossense: Peixoto de Azevedo, São Felix do

Araguaia e na região sudeste o município de Ponte Branca. No ano de 2009 os municípios

estavam localizados na região norte Matogrossense: Nova Canaã do Norte, Rondolândia,

Nova Canaã do Norte e Planalto da Serra e também na região sudoeste Matogrossense os

municípios: Lambari do Oeste, Pontes Lacerda e Reserva do Cabaçal.

Na Tabela 15 evidencia-se a caracterização da área de transmissão intermediária Q4

(-/+) da dengue por municípios Matogrossenses no período analisado. Esta área apresenta

agrupamentos de municípios não homogêneos e é considerada como região de transição

entre os dois regimes espaciais entre os municípios dos quadrantes 1 e 2. Nesse caso o

município e os seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial negativa isto é, a baixa

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

81

Incidência de Dengue do município difere-se da média de seus vizinhos (esses apresentam

a média incidência maior).

Tabela 15-Caracterização da área de transmissão intermediária (Q4) da dengue por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Cluster/área

Características 2007 (%) 2008 (%) 2009 (%)

Múnicípios (total 141)

n° 30 21,28

25 17,73 43 30,50

Q4(-/+) Incidência

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

17 12,06

14 9,93 24 17,02

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

13 9,22 11 7,80 19 13,48

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

n° de casosmínimo 0 0 1máximo 126 42 380média 28,70 7,76 64,07

Classificação de Incidência de dengue (10mil hab)

<10 casos(baixa incidência)

9 6,38 19 13,48 8 5,67

de 10 a 30 casos (média incidência)

11 7,80 7 4,96 7 4,96

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

10 7,09 8 5,67

Classificação IIP(%)

<1 (satisfatório) 22 15,60

22 15,60 25 17,73

de 1 a 3,9 (alerta) 7 4,96 3 2,13 18 12,76igual ou maior 3,9 (risco)

1 0,71

Box Map (IIP)

Q1(+/+) alta receptividade

7 4,96 1 0,71 14 9,93

Q2(-/-) menor receptividade

10 7,09 16 11,35 12 8,51

Q3(+/-) intermediária receptividade

3 2,13 2 1,42 4 2,84

Q4(-/+) intermediária receptividade

10 7,09 6 4,25 13 9,22

Sorotipos detectados

Rodovias

Federais 5 3,54 3 2,13 5 3,54Estaduais 15 10,6

43 2,13 16 11,35

Sem rede viária estadual ou federal

2 1,42 16 11,35 4 2,84

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

82

Em relação aos municípios com autocorrelação espacial negativa Q4, cujos

vizinhos apresentavam médias de Incidência de dengue superior, observa-se que o ano de

2009 (Figura 7-c) apresentou mais municípios nesta área com 43 (30,50%) contra 30

(21,28%) municípios no ano de 2007 (Figura 7-a) e 25 (17,73%) municípios em 2008

(Figura 7-b). Somente os municípios: Conilza, Castanheira, Nova Xavantina e Tabaporã

estiveram nesta área no durante todo período analisado. Na autocorrelação significante Q4

verificou-se uma oscilação entres os anos com municípios localizados na área de

transmissão intermediária (Q4) como: 25 (17,73%) em 2007 (Figura 7-a), 17 (12,06%) em

2008 (Figura 7-b) e 21 (14,89%) em 2009 (Figura 7-c). O padrão de distribuição dos

municípios da área de transmissão intermediária no ano de 2007 ficou todo concentrado na

região nordeste matogrossense.

O crescimento populacional na área de transmissão intermediária do Q4 foi maior

que os municípios de área de transmissão intermediária de dengue Q3 em todos os anos

estudados. Os municípios Q4 que foram estatisticamente significantes com intervalo de

confiança 95%, apenas 6 municípios em 2007 (Figura 8-a); 4 municípios em 2008 (Figura

8-b) e 6 municípios em 2009 (Figura 8-c).

Os municípios que apresentaram a situação de menor transmissão de dengue em

2007 depois passaram para área de transmissão intermediária (Q4) em 2008 e voltaram

para menor transmissão em 2009 foram Bom Jesus do Aragauaia, Serra Nova Dourada,

Canabrava do Norte, Guiratinga, Guarantã do Norte, Ponte Branca, Porto Alegre do Norte,

Querência, Santa Terezinha, São Felix do Araguaia (Figura 7).

Situação semelhante ocorreu com os municípios: Alto da Boa Vista, Paranaíta e

São José do Povo, porém apresentou a Incidência superior que a de seus vizinho no ano de

2008, figurando-se como Q3 da área de transmissão intermediária e Q2 em 2007 e 2009

(Figura 7).

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

83

Figura 7- Estratificação de áreas com transmissão da dengue pautada no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

84

Figura 8- Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada no resultado do índice de Moran local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

85

5.2.2 Classificação dos Municípios pelo Índice de Infestação Predial (IIP)

5.2.2.1 Área de maior receptividade pelo IIP

Os municípios identificados na área de maior receptividade pelo IIP (Q1 para IIP)

pelo Box Map apresentaram crescimento de municípios com infestação do vetor entre um

ano para outro, principalmente se compararmos o ano de 2007 para 2009. A proporção de

municípios em 2007 foi de 25,53% (36) dos municípios (Figura 9-a); 2008 com 26,95%

(38) (Figura 9-b) e no ano de 2009 com 32,20% (44) (Figura 9-c). Os municípios que

estiveram no período de 2007 a 2009 na área de maior receptividade do IIP foram Barra do

Bugres, Cáceres, Campo Verde, Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Dom Aquino,

Figueirópolis do Oeste, Jauru, Lambari do Oeste, Lucas do Rio Verde, Mirassol do Oeste,

Nova Ubiratã, Porto Estrela, Primavera dos Leste, Rio Branco, Santa Carmem, São José do

Povo, São José dos Quatros Marcos, Sorriso e Vera.

Na área de maior receptividade para dengue os municípios que apresentaram

autocorrelação espacial estatisticamente significante com intervalo de confiança de 95%

foram em 2007, 9 (25%) municípios (Figura 10-a); em 2008 (Figura 10-b): 8 (21,05%)

municípios e em relação ano de 2009 (Figura 10-c): 16 (36,36%) municípios. No ano de

2007 a concentração dos municípios Q1 para o IIP ocorreu na região noroeste-mato

grossense: Indiavái, Jauru, Figueiropólis do Oeste, Rio Branco, Salto do Céu e presença de

municípios isolados como Castanheira e Lucas do Rio Verde.

No ano de 2008, a concentração dos municípios ocorreu na região norte de Q1

estatisticamente significante foram Nova Ubiratã, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde,

Sorriso e Vera e na região sudoeste: Lambari do Oeste e Mirassol do Oeste e o município

isolado Figueiropólis do Oeste, Jauru, Salto do Céu. No ano de 2009 apresentavam a

concentração dos municípios Q1 para IIP estatisticamente significante na região sudoeste:

Araputanga, Barra do Bugres, Figueirópolis do Oeste, Mirassol do Oeste, Rio Branco, São

José dos Quatros Marcos, na região centro-sul: Chapada dos Guimarães; na região sudeste

o município Primavera do Leste e na região norte: Castanheira, Ipiranga do Norte, Lucas

do Rio Verde, Nova Ubiratã, Santa Rita do Trivelato.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

86

Os municípios que estavam na área de maior receptividade pelo IIP no ano de 2007

e passaram para área de menor receptividade pelo IIP em 2009: Aripuanã, Cotriguaçu e

Pedra Preta. Os municípios que foram para área de receptividade intermediária Q3:

Guiratinga, Pontes e Lacerda e Rondonópolis. Os municípios que foram para o Q(4):

Indiavaí, Porto Espiridião, Salto do Céu, Santo Antônio do Leverger.

5.2.2.2 Área de menor receptividade pelo IIP

Na área de menor receptividade pelo IIP identificados pelo Box Map (Figura 9)

podemos observar espalhadamente que no ano de 2007 (Figura 9-a) e formavam

agrupamentos na região norte e nordeste matogrossense, na região sudeste e centro-sul

mato-grossense e entre a região sudoeste e norte mato-grossense e que nos anos posteriores

identificamos que são municípios que rodeiam a região de divisa do Estado de Mato

Grosso (Figura 9-b e Figura 9-c). A proporção de municípios corresponde no de 2007: 50

(35,46%); 2008 com 49 (34,75%) e no ano de 2009 com 48 (34,04%). Os municípios que

estiveram nesse quadrante nos três anos estudados foram: Água Boa, Alta Floresta, Alto

Araguaia, Apiacás, Araguaiana Alto Garças, Alto Taquari, Barão de Melgaço, Bom Jesus

do Araguaia, Canabrava do Norte, Carlinda, Cocalinho, Colíder, Itiquira, Luciara, Nova

Guarita, Nova Canaã do Norte, Nova Monte Verde, Nova Santa Helena, Nova Xavantina,

Novo Mundo, Novo Santo Antonio, Poconé, Ponte Branca, Porto Alegre do Norte,

Ribeirãozinho, São Felix do Araguaia, São José do Xingu e Serra Nova Dourada.

Os municípios do Estado de Mato Grosso localizados na área de menor

receptividade com autocorrelação espacial estatisticamente significante com o intervalo de

confiança de 95% foram no ano de 2007 (Figura 10-a): 13 (26%) municípios espalhados

em 2 grupos na região nordeste mato-grossense: Alto da Boa Vista, Bom Jesus do

Araguaia, Canabrava do Norte, Luciara, Novo Santo Antônio, São José do Xingu,

Canabrava do Norte, Serra Nova Dourada, ainda nessa mesma região mas isoladamente o

município de Nova Xavantina e 3 municípios na região norte mato-grossense: Carlinda,

Colíder e Terra Nova do Norte e o município de Paranaíta. No ano de 2008 (Figura 10-b)

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

87

foi 10 (20,41%) municípios que estavam concentrados na região nordeste Luciara,

Canabrava do Norte, São Felix do Araguaia, Porto Alegre do Norte, Bom Jesus do

Araguaia, Serra Nova Dourada, Novo Santo Antonio e Alto da Boa Vista também Nova

Xavantina localizado mais isoladamente abaixo e na região norte Carlinda, Colíder, Terra

Nova do Norte e Paranaíta. No ano de 2008 outra concentração na região nordeste com os

municípios Canabrava do Norte, Luciara e Novo Santo Antônio e também Nova

Xavantina. Na região sul mato-grossense os municípios: Alto Garças, Araguainha, Ponte

Branca e Ribeirãozinho e na região norte matogrossense Carlinda, Nova Guarita,Colider e

ParanaítaNo ano de 2009 (Figura 10-c) foram 14 (29,17%) municípios na região norte:

Colniza, Cotriguaçu e Nova Bandeirantes e outro agrupamento com os municípios:

Carlinda, Colíder, Matupá, na região nordeste Luciara, Canabrava do norte, São Felix do

Araguaia e Nova Xavantina e na região sul Alto Araguaia, Alto Garças, Araguainha, Ponte

Branca e Ribeirãozinho.

Os municípios na área de menor receptividade pelo IIP a dengue (Q2) e passaram

para área de maior receptividade da dengue (Q1) em 2009: Alto Paraguai e Rosário Oeste.

Os municípios que foram para a área de receptividade intermediária Q(3): Alto da Boa

Vista, Arenápolis, Itaúba, Nova Lacerda, Nova Marilândia, Porto dos Gaúchos e Barra dos

Garças. Os municípios que foram para o quadrante Q(4): Conquista do Oeste, Denise,

Diamantino, Jangada, Novo São Joaquim, Santo Afonso e Santo Antônio do Leste (Figura

9).

5.2.2.3 Área de receptividade intermediária pelo IIP

Nesta área de receptividade intermediária, encontram-se duas situações: os

municípios no quadrante Q3, isto é, municípios com o IIP da dengue acima da média e os

seus vizinhos abaixo da média, e os municípios do quadrante Q4, isto é, municípios com o

IIP da dengue abaixo da média e seus vizinhos acima da média.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

88

A proporção de municípios que pertenceram a área de receptividade intermediária

do Q3 foram 20 (14,18%) municípios em 2007 (Figura 9-a), no ano de 2008 (Figura 9-b)

subiram para 22 (15,60%) municípios e caiu para 19 (13,48%) municípios em 2009 (Figura

9-c). Os municípios que permaneceram no Q3 da área de receptividade intermediária nos

três anos estudados: Barra dos Garças, Canarana, Tangará da Serra e Várzea Grande.

Os municípios que estava na área de receptividade intermediária do Q3 no ano de

2007 e foram para a área de maior receptividade pelo IIP em 2009: Campo Novo dos

Parecis, Comodoro, Paranatinga, Tapurah e Vila Rica. Os municípios que estavam no Q(3)

e foram para área de menor de receptividade de dengue (Q2): Araguainha, Guarantã do

Norte, Juara, Marcelândia, Matupá, Peixoto de Azevedo e São José do Rio Claro. O

município que foi para o Q(4) Novo Horizonte do Norte (Figura 9).

Os municípios do Estado de Mato Grosso localizados na área de receptividade

intermediária da dengue do Q3 com autocorrelação espacial estatisticamente significante

com o intervalo de confiança de 95%. No ano de 2007 (Figura 10-a) não apresentou

nenhum município estatisticamente significante em relação ano de 2008 (Figura 10-b)

foram 3 (13,64%) municípios caindo para 2 (10,53%) municípios em 2009 (Figura 10-c).

Os municípios na área de receptividade intermediária do Q4 do IIP do Box Map em

2007 (Figura 9-a) foram 35 (24,82%) municípios, caindo para 31 (21,99%) municípios em

2008 (Figura 9-b) e para 29 (20,57%) municípios em 2009 (Figura 9-c). Os municípios que

estiveram no Q4 nos três períodos foram: Acorizal, Campos de Júlio, Glória do Oeste,

Nossa Senhora do Livramento, Querência, Planalto da Serra, Reserva do Cabaçal,

Rondolândia, Sapezal, União do Sul e Vale do São Domingos.

Na área de receptividade intermediária do Q4 os municípios com autocorrelação

espacial estatisticamente significante com intervalo de confiança de 95% foram 3 (8,57%)

municípios em 2007 (Figura 10-a), subindo para 7 (22,58%) municípios em 2008 (Figura

10-b) e caindo para 6 (20,69%) municípios em 2009 (Figura 10-c). Os municípios estavam

localizados um município na região nordeste mato-grossense: Santa Cruz do Xingu, outro

município na região centro-sul: Rosário Oeste. Os outros municípios estavam na região

sudoeste mato-grossense: Araputanga, Glória do Oeste, Indiavaí, Salto do Céu e Vale do

São Domingos.

Os municípios na área de receptividade intermediária da dengue do (Q4) no ano de

2007 foram para área de maior risco (Q1) em 2009: Araputanga, Brasnorte, Ipiranga do

Norte, Itanhangá, Jaciara, Juscimeira, Nova Brasilândia, Santa Cruz do Xingu, Santa Rita

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

89

do Trivelato e Sinop. Os municípios que foram para área de menor receptividade (Q2) em

2009: Conilza, Nova Bandeirantes, Nova Nazaré, Santa Terezinha, Torixoréu e Vila Bela

da Santissíma Trindade. O município de General Carneiro que foi para área de

receptividade intermediária de (Q4) para (Q3) (Figura 9).

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

90

Figura 9- Estratificação de áreas com receptividade da dengue pautada no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

91

Figura-10- Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada no resultado do Índice de Moran Local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

92

5.2.3 Autocorrelação espacial de Incidência de dengue e Índice de Infestação

predial (IIP) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Na tabela 16, descreve a autocorrelação especial da área de maior transmissão e

receptividade da dengue nos municípios matogrossenses durante o período analisado.

Tabela 16-Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão e receptividade da dengue nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Cluster/área

Características 2007 (%)200

8 (%) 2009 (%)Municípios (total 141) n° 8 5,67 1 0,71 14 9,93

Q1(+/+) Incidência e Q1(+/+) IIP

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte) 5 3,55 4 2,84de 10 a 100 mil hab (médio porte) 3 2,13 1 0,71 9 6,38igual ou maior de 100mil hab (grande porte) 1 0,71

n° de casos

mínimo 60 36máximo 518 3.832

média227,63 164

756,57

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência) de 10 a 30 casos( média incidência) igual ou maior de 30 casos (alta incidência ) 8 5,67 1 0,71 14 9,93

Risco IIP(%)

<1(satisfatório) de 1 a 3,9(alerta) 8 5,67 1 0,71 13 9,21igual ou maior 3,9 (risco) 1 0,71

Sorotipos detectados

Rodovias

Federais 3 2,13 1 0,71 6 4,26Estaduais 5 3,55 8 5,67Sem rede viária estadual ou federal

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

93

A distribuição espacial da área de Maior Risco (Q1(+/+) de Incidência de casos e de

Índice de Infestação Predial (IIP)), identificadas pelo Box Map, apresentaram 8 (5,67%)

municípios em 2007, 1 (0,70%) município em 2008 e 14 (9,93%) municípios em 2009. Os

municípios encontravam-se concentrados na região sudoeste, norte e nordeste

matogrossense. Os municípios Figueirópolis, Indiavaí, Jauru, Pontes e Lacerda, Porto

Espiridião e Rio Branco, São José dos Quatros Marcos, Araputanga são agrupados na

região sudoeste matogrossense. Os municípios Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sinop e

Sorriso são os agrupados da região norte (Tabela 16).

Em 2007, os 8 municípios juntamente com seus vizinhos que apresentavam valores

positivos similares (Q1) tanto para a Incidência de casos como para o IIP, indicaram

autocorrelação espacial positiva. A média de casos por município foi de 227,63

casos/município (60 a 518 casos) e com presença de vetores nos imóveis em níveis de

estado de alerta em municípios de médio porte (3 municípios) e pequeno porte (5

municípios), cortados pelas rodovias federais ou estaduais. Em 2008, apenas o Município

de Confresa apresentou tanto a Incidência de casos como o IIP assemelhados aos seus

municípios vizinhos, com 164 casos e IIP em alerta. Já em 2009, 14 municípios

apresentaram autocorrelação espacial positiva tanto para Incidência de casos como IIP,

média de casos por municípios de 756,57 (36 a 3.832 casos), no qual 13 municípios com

IIP em alerta e o município de São José dos Quatros Marcos com IIP em risco, isto é,

acima de 3,9%. Os municípios Figueiropólis, Jauru, Rio Branco e Sorriso estiveram nessa

área em 2007 e em 2009 (Tabela 16).

Na tabela 17 descreve-se a autocorrelação espacial da área de menor transmissão da

dengue e a receptividade da dengue por municípios matogrossenses, no período de 2007 a

2009.

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

94

Tabela 17-Autocorrelação espacial da área de menor transmissão e receptividade da dengue por municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Cluster/área

Características 2007 (%) 2008 (%) 2009 (%)

Municípios (total 141)

n° 31 21,98

22 15,60 29 20,57

Q2(-/-) Incidência e Q2(-/-) IIP

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

22 15,60

13 9,22 17 12,06

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

9 6,38 9 6,38 12 8,51

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

N° de casosmínimo 0 0 0máximo 71 35 245média 5,61 3,68 33,51

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)

26 18,44

21 14,89 20 14,18

de 10 a 30 casos (média incidência)

2 1,42 1 0,71 3 2,13

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

2 1,42 6 4,25

Classificação IIP(%)

<1(satisfatório) 22 15,60 29 20,57

de 1 a 3,9(alerta) 31 21,98

igual ou maior 3,9(risco)

Sorotipos detectados

Rodovias

Federais 7 4,96 5 3,55% 6 4,26Estaduais 24 17,0

217 12,06% 23 18,4

4Sem rede viária estadual ou federal

Na área de menor transmissão e receptividade (Q2(-/-) de Incidência de casos e de

IIP, identificadas pelo Box Map, apresentaram 31 (21,98%) municípios em 2007, 22

(15,60%) municípios em 2008 e 29 (20,57%) municípios em 2009. Esses municípios com

autocorrelação espacial positiva, cujos valores de Incidência de dengue e de IIP são

similares verificados nos seus vizinhos, o padrão de homogeneidade entre municípios

identifica como área de menor risco (Tabela 17).

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

95

Nessa área, os municípios estavam distribuídos em 2007 com 22 (15,60%),

15(10,63%) em 2008 e 17 (12,06%) em 2009 de municípios de pequeno porte. Os

municípios com a população de médio porte foram no ano de 2007 com 9 (6,38%)

municípios em 2008 com 6 (4,25%) municípios em 2009 com 11 (7,80%) municípios. Os

municípios que permaneceram nos três períodos foram: Água Boa, Alto Araguaia, Alto

Garças, Alto Taquari, Ápiacas, Barão de Melgaço, Itiquira, Luciara, Nova Monte Verde e

Novo Santo Antônio. Verificou-se que no ano de 2007 a média de casos da dengue foi 5,61

casos, em 2008 com 2,09 casos e 33,32 casos em 2009 (Tabela 17).

Apesar do predomínio de municípios de baixa transmissão com menos de 10

casos/10 mil hab. que foram: 26 (18,44%) em 2007, 21 (14,89%) em 2008 e 20 (14,18%)

em 2009, destaca-se a presença de municípios de média transmissão com 10 a 30 casos: 3

(2,13%) em 2007 e 2 (1,42%) em 2009 e municípios de alta tranmsissão com igual ou

maior de 30 casos: no ano de 2007 com 2 (1,42%) e 6 (4,25%) em 2009. Quanto aos à

infestação vetorial todos apresentaram situação de satisfatório: 31 (21,98%) em 2007, 21

(14,89%) em 2008 e 28 (19,86%) em 2009 (Tabela 17).

Na tabela 18, demonstrou-se a descrição da autocorrelação espacial da área de

vulnerabilidade espacial intermediária do Q3 (+/-) nos municípios Matogrossenses, no

período de 2007 a 2009.

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

96

Tabela 18-Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade espacial intermediária (Q3) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Cluster/área

Características 2007 (%) 2008 (%) 2009 (%)

Municípios (total 141)

n° 1 0,71 3 2,13 4 2,84

Q3(+/-) Incidência e Q3(+/-) IIP

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

1 0,71 2 1,42

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

1 0,71 2 1,42 1 0,71

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

1 0,71

N° de casos

mínimo 105 106máximo 176 3841média 757 134,3

31108,

5

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)de 10 a 30 casos (média incidência)igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

1 0,71 3 2,13 4 2,84

Classificação IIP(%)

<1 (satisfatório) 1 0,71 1 0,71de 1 a 3,9 (alerta) 2 1,42 4 2,84igual ou maior 3,9 (risco)sem informação

Sorotipos detectados 1 0,71

Rodovias

Federais 1 0,71 2 1,42 1 0,71Estaduais 1 0,71 3 2,13Sem rede viária estadual ou federal

Na tabela 19 observa-se a descrição da autocorrelação espacial dos municípios

matogrossenses que estavam na área da vulnerabilidade espacial intermediária Q4(-/+), no

período de 2007 a 2009.

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

97

Tabela 19 - Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade espacial intermediária (Q4) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Cluster/área

Características 2007 (%) 2008 (%) 2009 (%)

Municípios (total 141)

n° 10 7,09 6 4,25 13 9,22

Q4(-/+) Incidência e Q4(-/+) IIP

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

6 4,25 4 2,84 11 7,80

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

4 2,84 2 1,42 2 1,42

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

N° de casos

mínimo 0 0 0máximo 82 17 181média 20,2 8,83 33,23

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)

2 1,42 4 2,84 3 2,13

de 10 a 30 casos (média incidência)

6 4,25 2 1,42 1 0,71

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

2 1,42 10 7,09

Classificação IIP(%)

<1(satisfatório) 10 7,09 6 4,25 13 9,22de 1 a 3,9 (alerta)igual ou maior 3,9 (risco)

Sorotipos detectados

Rodovias

Federais 2 1,42 2 1,42 2 1,42Estaduais 8 5,67 4 2,84 11 7,80Sem rede viária estadual ou federal

Na área de Vulnerabilidade espacial intermediária, foram observadas duas

situações: os municípios localizados no Q3 (os municípios com a Incidência de dengue e o

IIP acima da média e seus vizinhos abaixo da média) e os municípios localizados no Q4

(municípios com a Incidência de dengue e o IIP abaixo da média e seus vizinhos acima da

média). Esses municípios apresentaram autocorrelação espacial negativa, onde a Incidência

de dengue e o IIP dos municípios não se assemelham à média de seus vizinhos.

Dos municípios de Vunerabilidade espacial (Q3 = os municípios com a Incidência

de dengue e o IIP acima da média e seus vizinhos abaixo da média) a área em 2007 foi

composto por 1 (0,71%) em 2008, 3 (2,13%) e em 2009 com 4 (2,84%) municípios e com

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

98

Incidência superior a 30 casos/10 mil hab e as médias de casos por município de 757,

134,33 (105 a 176) e 1.108,5 (de 106 a 3.841) em 2007, 2008 e 2009 respectivamente.

Apenas 1 (0,71%) município em 2008 e 2 (1,42%) municípios em 2009 contavam com a

população de pequeno porte. Dentre os municípios com a população de médio porte foram

1 (0,71%) município em 2007, 2 (1,42%) municípios em 2008 e 1 (0,71%) município em

2009. Somente o ano de 2009 apresentou 1 (0,71%) município com a população de grande

porte. O sorotipo circulante DEN-1 e 2 foi identificado somente em um município (Várzea

Grande) no ano de 2009. Em relação ao IIP os municípios que apresentaram situação de

satisfatório foi 1 (0,71%) em 2007 e 2008. Os municípios que apresentaram com situação

de risco em 2008 foram 2 (1,42%) e em 2009 foram 4 (2,84%)(Tabela19).

Dos municípios de Vunerabilidade espacial (Q4= os municípios com a Incidência

de dengue e o IIP abaixo da média e seus vizinhos acima da média) houve diminuição de

municípios de 10 (7,09%) em 2007 para 6 (4,25%) municípios em 2008 e aumentou para

13 (9,22%) municípios em 2009. A média dos casos da dengue nessa área foi de 20,2 casos

(0 a 82), 8,83 casos (0 a 17) e 33,23 casos (0 a 161), respectivamente em 2007, 2008 e

2009. Na classificação da incidência de dengue os municípios com baixa transmissão de

dengue: 2 (1,42%) em 2007, 4 (2,84%) em 2008 e 3 (2,13%) em 2009; na média

transmissão de dengue: 6 (4,25%) em 2007, 2 (1,42%) em 2008 e 1 (0,71%) em 2009. Os

municípios na alta transmissão de dengue: 2 (1,42%) em 2007 e 10 (7,09%) em 2009.

Apresentaram a população de pequeno porte: 6 (4,25%) municípios em 2007, 4(2,84%)

municípios em 2008 e 11 (7,80%) municípios em 2009; população de médio porte foram: 4

(2,84%) municípios em 2007, 2 (1,42%) municípios em 2008 e 2009 (Tabela 19).

5.2.4 Análise da autocorrelação espacial da incidência de dengue, segundo a

classificação do Índice de Infestação Predial

Classificação de IIP<1% (satisfatório)

Na tabela 20, observa-se a descrição da autocorrelação espacial dos municípios da

área de maior transmissão da dengue (Q1), de acordo com a classificação do IIP com

situação de satisfatório nos municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

99

Tabela 20-Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Cluster/área

Características 2007 2008 2009

n (%) n % n %

Q1(+/+) Incidência

Múnicípios (total 141)

n° 15 10,63 13 9,22 5 3,55

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

8 5,67 8 5,67 4 2,84

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

6 4,25 5 3,54 1 0,71

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

1 0,71

n° de casosmínimo 60 19 132máximo 1444 320 605média 318,13 108,54 257,8

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)

de 10 a 30 casos (média incidência)

1 0,71 3 2,13

igual ou maior de 30 casos( alta incidência)

14 9,93 10 7,09 5 3,55

Classificação IIP(%)

<1 (satisfatório) 15 10,63 13 9,22 5 3,55de 1 a 3,9 (alerta)igual ou maior 3,9

(risco)

Box Map IIP

Q1(+/+) alta receptividadeQ2(-/-) baixa receptividade

7 4,96 10 7,09 1 0,71

Q3(+/-) intermediária receptividade

3 2,13 1 0,71

Q4(-/+) intermediária receptividade

5 3,54 2 1,42 4 2,84

Sorotipos detectados 1 0,71

Rodovias

Federais 6 4,25 2 1,42Estaduais 6 4,25 9 6,38 4 2,85

Sem rede viária estadual ou federal

3 2,13 2 1,42 1 0,71

Na área de maior transmissão da dengue em relação à situação do IIP com < 1%

considerados como satisfatório, observou-se (Tabela 20) que nos municípios com

população de menor porte: 8 (5,67%) municípios em 2007, 8 (5,67%) municípios em 2008

e 4 (2,84%) municípios em 2009. Com a população de médio porte foram 6 (4,25%)

municípios em 2007, 5 (3,54%) municípios em 2008 e somente 1 (0,71%) município em

2009. Somente 1 (0,71%) município com a população grande porte (Tabela 20).

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

100

Dos 141 municípios do Estado de Mato Grosso com IIP <1% que estavam na área

de alta transmissão da dengue foram 15 (10,63%) municípios no ano de 2007, 13 (9,22%)

municípios em 2008 e 5 (3,55%) municípios em 2009. As médias dos casos por município

foram de 314,8 (2007); 108,54 (2008) e 257,8 (2009) (Tabela 20).

Na classificação de incidência de dengue em relação ao IIP, observamos os

municípios considerados de média incidência de dengue com 1 (0,71%) município em

2007 e 2008 com 3 (2,13%) municípios comparando-se com os município que

apresentaram-se na alta incidência de dengue: 14 (9,93%) municípios em 2007, 10 (7,09%)

municípios em 2008 e 5 (3,55%) municípios em 2009 (Tabela 20).

Outro ponto analisado foi em relação à autocorrelação espacial do Box Map e os

IIP com satisfatórios. No período de 2007 não ocorreu municípios no quadrante 1 (+/+), no

quadrante 2 (-/-) apresentaram 7 (4,96%) municípios, no quadrante 3 (+/-) 3 (2,13%)

municípios e no quadrante 4 (-/+) foram 5 (3,54%) municípios. No ano de 2008 o

quandrante 1(+/+) não apresentou município, o quadrante 2 (-/-) foram 10 (7,09%)

municípios, o quadrante 3 (+/-) com 1 (0,71%) município e no quadrante 4 (-/+) com 2

(1,42%) municípios. No ano de 2009 o quadrante 1 (+/+) e 3 (-/+) não apresentaram

municípios, o quadrante 2 (-/-) com 1 (0,71%) município e quadrante 4 (-/+) com 4

(4,81%) municípios (Tabela 20).

A Tabela 21 apresenta a autocorrelação espacial da área de menor transmissão da

dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses,

no período de 2007 a 2009.

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

101

Tabela 21- Descrição da autocorrelação espacial da área de menor transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Área Características 2007 2008 2009

n (%) n (%) n (%)

Q2(-/-) Incidência

Múnicípios (total 141)

n° 45 31,95 57 40,42 38 26,95

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

31 21,98 32 22,70 21 14,89

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

14 9,92 24 17,01 17 12,06

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

1 0,71

n° de casosmínimo 0 0 0máximo 71 66 245média 6,18 8,21 38,42

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)

4 2,84 49 34,71 22 15,60

de 10 a 30 casos (média incidência)

3 2,13 8 5,67 4 2,84

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

38 26,95 12 8,51

Classificação IIP(%)

<1 (satisfatório) 45 31,95 57 40,42 38 26,95de 1 a 3,9 (alerta)igual ou maior 3,9 (risco)

Box Map (IIP)

Q1(+/+) maior receptividade

9 6,38

Q2(-/-) menor receptividade

31 21,98 23 16,31 30 21,28

Q3(+/-) intermediária receptividade

5 3,54

Q4(-/+) intermediária receptividade

14 9,93 20 14,18 8 5,67

Sorotipos detectados 1 0,71

Rodovias

Federais 8 5,67 13 9,23 8 5,67Estaduais 35 24,82 42 29,79 28 19,86Sem rede viária estadual ou federal

2 1,42 2 1,42 2 1,42

Nos municípios da área de baixa transmissão da dengue e em relação à

classificação do IIP como satisfatório, observou-se que foi à área com maior concentração

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

102

de municípios em 2007 com 45 (31,91%) municípios, no ano de 2008 com 57 (40,42%)

municípios e em 2009 foram 38 (26,95%) municípios. A média de casos por municípios

foram 6,18 (2007), 8,21 (2008) e 38,42 (2009) (Tabela 21).

Na distribuição quanto à população pequeno porte: 31 (21,98%) municípios em

2007, 32 (22,70%) municípios em 2008 e 21 (14,89%) municípios em 2009. Com a

população de médio porte foram 14 (9,92%) municípios em 2007, 24 (17,01%) municípios

em 2008 e 17 (12,06%) municípios em 2009. Os municípios de grande porte: 1 (0,71%)

município em 2007 e 2008.

Na classificação da incidência os municípios na área de baixa incidência foram 4

(2,84%) municípios em 2007, 49 (34,71%) municípios em 2008 e 22 (15,60%) municípios

em 2009. Os municípios considerados com média incidência (de 10 a 30 casos por 10.000

hab) também apresentaram essa diminuição: 3 (2,13%) municípios em 2007, 8 (5,67%)

municípios em 2008 e 4 (2,84%) municípios em 2009. Somente os anos de 2007 com 38

(26,95%) e 2009 com 12 (8,51%) apresentaram os municípios com alta incidência de

dengue.

Dos municípios localizados no Box Map da autocorrelação espacial do IIP, durante

o período de 2007 no quadrante 2 (-/-) encontrou-se 31 (21,98%) municípios e no

quadrante 4 (-/+) com 14 (9,93%) municípios. No ano de 2008 foram 9 (6,38%)

municípios no quadrante 1 (+/+), 23 (16,31%) municípios no quadrante 2 (-/-) e 5 (3,54%)

municípios no quadrante 3 (+/-) e 20 (14,18%) municípios no quadrante 4 (-/+). No ano de

2009 no quadrante 2 (-/-) com 30 (21,28%) municípios e 8 (5,67%) municípios no

quadrante 4 (-/+).

Na Tabela 22 observa-se as características dos municípios da área de transmissão

intermediária da dengue Q3 (+/-) que apresentaram o IIP menor de 1% nos municípios

Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

103

Tabela 22- Características dos municípios da área de transmissão intermediária da dengue (Q3) com IIP menor de 1% nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

ÁreaCaracterísticas 2007 2008 2009

Municípios (total 141)

n° n (%) n (%) n (%)

Q3(+/-) Incidência

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

8 5,67 8 5,67 10 7,09

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

5 3,54 4 2,84 6 4,25

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

3 2,13 4 2,84 4 2,84

n° de casosmínimo 38 10 34 máximo 657 176 1475 média 204,38 87,5 465,6

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)

de 10 a 30 casos (média incidência)

8 5,67 8 5,67 10 7,09

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

Classificação IIP(%)

<1(satisfatório) 8 5,67 8 5,67 10 7,09de 1 a 3,9(alerta) igual ou maior 3,9 (risco)

sem informação

Box Map (IIP)

Q1(+/+) alta receptividade

1 0,71 2 1,42

Q2(-/--) baixa receptividade

2 1,42 2 1,42 6 4,25

Q3(+/-) intermediária receptividade

1 0,71 1 0,71

Q4(-/+) intermediária receptividade

4 2,84 3 2,13 4 2,84

Sorotipos detectados

Rodovias

Federais 3 2,13 2 1,42 3 2,13Estaduais 4 2,84 6 4,25 7 4,96Sem rede viária estadual ou federal

1 0,71

Nos municípios localizados na área intermediária do Q3 considerando ao número

de habitantes com a população de pequeno porte observou-se que: 5 (3,54%) municípios

em 2007, 4 (2,84%) municípios em 2008 e 6 (4,25%) municípios em 2009 e a população

de médio porte: 3 (2,13%) municípios em 2007, 4 (2,84%) municípios em 2008 e também

em 2009 (Tabela 22).

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

104

Os municípios na área intermediária Q3 foram distribuídos no ano de 2007 e 2008

com 8 (5,67%) municípios e no ano de 2009 com 10 (7,09%) municípios. A média dos

casos por municípios em 2007 com 204,38, no ano de 2008 com 87,5 e em relação ano de

2009 foi de 465,6 que também apresentou a maior média de casos por municípios em

relação aos outros quadrantes em relação ao período de 2007 a 2009 e comparação com os

próprios quadrantes no ano de 2009 (Tabela 22).

Houve também quanto à classificação da incidência da dengue, no qual todos os

municípios foram classificados com média incidência de dengue: 8 (5,67%) municípios em

2007 e 2008 e 10 (7,09%) municípios em 2009 (Tabela 22).

Na autocorrelação espacial do Box Map do IIP os municípios foram classificados

no de 2007: 1 (0,71%) no quadrante 1 (+/+); 2 (1,42%) no quadrante 2 (-/-); 1 (0,71%) no

quadrante 3 (+/-) e 4 (2,84%) no quadrante 4 (-/+). No ano de 2008: 2 (1,42%) no

quadrante 1 (+/+) e no quadrante 2 (-/-); 1 (0,71%) no quadrante 3 (+/-) e 3 (2,13%) no

quadrante 4 (-/+). No ano de 2009: 6 (4,25%) no quadrante 2 (-/-) e 4 (2,84%) no

quadrante 4 (-/+) (Tabela 22).

Na tabela 23, descreve as características dos municípios da área de transmissão

intermediária da dengue (Q4) com IIP satisfatório nos municípios Matogrossenses, no

período de 2007 a 2009.

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

105

Tabela 23- Características dos municípios da área de transmissão intermediária da dengue (Q4) com IIP satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

.

Área Características 2007 2008 2009

Municípios (total 141)

n° n (%) n (%) n (%)

Q4(-/+) Incidência

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

22 15,60 22 15,60

25 17,73

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

12 8,51 14 9,92 14 9,92

igual ou maior de 100mil hab

(grande porte)

10 7,09 8 5,67 11 7,80

n° de casosmínimo 0 0 0máximo 82 37 228média 23,36 5,32 53,24

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)

8 5,67 17 12,56

5 3,54

de 10 a 30 casos (média incidência)

9 6,38 5 3,54 4 2,84

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

5 3,54 16 11,35

Classificação IIP(%)

<1(satisfatório) 22 15,60 22 15,60

25 17,73

de 1 a 3,9 (alerta)igual ou maior 3,9

(risco)

Box Map (IIP)

Q1(+/+) alta receptividade

1 0,71

Q2(-/-) baixa receptividade

10 7,09 16 11,35

12 8,51

Q3(+/-) intermediária receptividade

1 0,71 6

Q4(-/+) intermediária receptividade

10 7,09 4,25 13 9,22

Sorotipos detectados

Rodovias

Federais 5 3,54 3 2,13 5 3,54Estaduais 15 10,64 3 2,13 16 11,35

Sem rede viária estadual ou

federal

2 1,42 16 11,35

4 2,84

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

106

Na área intermediária do Q4 foram identificados: 22 (15,60%) municípios em 2007

e também em 2008 e 25 (17,73%) municípios em 2009. A média de casos em 2007 foi de

23,36 e em 2008 com 5,32 e em relação ano de 2009 com 53,24 (Tabela 23).

Ao analisamos os números de municípios com a população pequeno porte no ano

de 2007 foram 12 (8,51%) municípios e em relação ao ano de 2008 e também de 2009 com

14 (9,92%) municípios. Os municípios que apresentaram a população com médio porte no

ano de 2007 foram 10 (7,09%) e em 2008 com 8 (5,67%) e em 2009 com 11 (7,80%).

A classificação da incidência de dengue os municípios que apresentaram baixa

incidência de dengue foram 8 (5,67%) em 2007, 17 (12,56%) em 2008 e 5 (3,54%) em

2009. Os municípios na média incidência dengue foram 9 (6,38%) em 2007, 5 (3,55%) em

2008 e 4 (2,84%) em 2009. Os municípios com alta incidência de dengue foram 5 (3,54%)

em 2007 e 16 (11,35%) em 2009 (Tabela 23).

Na auto correlação espacial do IIP no ano de 2007: 1 (0,71%) município no Q1 e no

Q3, 2 (1,42%) municípios no Q2 e 4 (2,84%) município no Q4. No ano de 2008: 16

(11,35%) municípios no Q2 e 6 (4,25%) municípios no Q4. No ano de 2009 foram 12

(8,51%) municípios no Q2 e 13 (9,22%) municípios no Q3 (Tabela 23).

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

107

Situação do Índice de Infestação com situação de alerta

Na tabela 24, retrata as características dos municípios matogrossenses da área de

maior transmissão da dengue que estavam em situação de alerta pelo IIP, no período de

2007 a 2009.

Tabela 24- Características dos municípios da área de maior transmissão da dengue em situação de alerta pelo IIP com nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Áreas Características 2007 2008 2009

Municípios (total 141)

n° n (%) n (%) n (%)

Q1(+/+) Incidên

cia

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

13 9,22 4 2,84 19 13,48

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

5 3,54 2 1,42

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

8 5,67 4 2,84 17 12,56

N° de casosmínimo 58 96 36máximo 711 808 3832média 247,62 353,5 829,89

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)de 10 a 30 casos (média incidência)igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

13 9,22 4 2,84 19 13,48

Classificação IIP(%)

<1 (satisfatório)de 1 a 3,9 (alerta) 13 9,22 4 18 12,77igual ou maior 3,9 (risco)

1 0,71

Box Map IIP

Q1(+/+) alta receptividade

9 6,38 1 0,71 16 11,35

Q2(-/-) baixa receptividadeQ3(+/-) intermediária receptividade

4 2,84 3 2,13 3 2,13

Q4(-/+) intermediária receptividade

Sorotipos detectados 2 1,42

Rodovias

Federais 3 2,13 3 2,13 7 4,96Estaduais 10 7,09 1 0,71 10 7,09Sem rede viária estadual ou federal

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

108

Nos municípios localizados na área considerada de maior transmissão da dengue e a

relação com índice de infestação predial observou-se (tabela 25) que estavam distribuídos,

municípios com pequeno porte: 5 (3,54%) em 2007 e 2 (1,42%) municípios em 2009,

municípios com médio porte: 8 (5,67%) em 2007, 4 (2,84%) em 2008 e 17 (12,56%) em

2009 (Tabela 24).

Nessa área de maior transmissão da dengue os municípios estavam distribuídos: 13

(9,22%) municípios em 2007; 4 (2,84%) municípios em 2008 e 19 (13,48%) municípios

em 2009 e apresentaram aumento na média de números de casos por municípios como

247,62 (2007), 353,5 (2008) e 829,89 (2009).

Na classificação da incidência de dengue durante o período de 2007 a 2009 todos os

municípios estavam na alta incidência de dengue 13 (9,22%) em 2007, 4 (2,84%) em 2008

e 19 (13,48%) em 2009 (Tabela 24).

Na autocorrelação espacial do Box Map do IIP os quadrantes durante o período de

2007 a 2009 ficaram no Q1 e Q3. No ano de 2007: 9 (6,38%) municípios no Q1 e 4

(2,84%) municípios no Q2. No ano de 2008: 1 (0,71%) município no Q2 e 3 (2,13%)

municípios no Q3. No ano de 2009: 16 (11,35%) municípios no Q2 e 3 (2,13%) municípios

no Q3 (Tabela 24).

Na tabela 25, descrevem-se as características dos municípios matogrossenses da

área de Menor transmissão da dengue que foram considerados com situação de alerta pelo

IIP, no período de 2007 a 2009.

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

109

Tabela 25- Características dos municípios da área de Menor transmissão da dengue em situação de alerta pelo IIP com nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Áreas Características 2007 2008 2009

n (%) n (%) n (%)

Q2(-/-) Incidên

cia

Municípios (total 141)

n° 23 16,31 27 19,1 15 10,64

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

5 3,54 10 7,09 6 4,25

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

15 10,63 14 9,93 9 6,38

igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

3 2,13 3 2,13

N° de casosmínimo 0máximo 856média 89,61 43,63 146,73

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)

8 5,67 14 9,93 5 3,54

de 10 a 30 casos (média incidência)

8 5,67 7 4,96 4 2,84

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

7 4,96 6 4,25 6 4,25

Classsificação IIP(%)

<1 (satisfatório)de 1 a 3,9 (alerta) 23 16,31 3 2,13 15 10,64igual ou maior 3,9 (risco)

1 0,71

Box Map (IIP)

Q1(+/+) alta receptividade

12 8,51 19 13,48 9 6,38

Q2(-/-) baixa receptividadeQ3(+/-) intermediária receptividade

11 7,80 8 5,67 6 4,25

Q4(-/+) intermediária receptividade

Sorotipos detectados 1 0,71 1 0,71

Rodovias

Federais 9 6,38 7 4,96 4 2,84Estaduais 14 9,93 20 14,18 9 6,38Sem rede viária estadual ou federal

2 1,42

Na área de menor transmissão da dengue os municípios estavam distribuídos

quanto à população de pequeno porte: 5 (3,54%) municípios em 2007, 10 (7,09%)

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

110

municípios em 2008 e 6 (4,25%) municípios em 2009. Com a população de médio porte

foram 15 (10,63%) municípios em 2007, 14 (9,93%) municípios em 2008 e 9 (6,38%)

municípios em 2009. Os municípios com grande porte: 3 (2,13%) município em 2007 e

2008 (Tabela 25).

Os municípios considerados área de menor transmissão da dengue apresentaram 23

(16,31%) municípios em 2007, 27 (19,1%) municípios em 2008 e 15 (10,64%) municípios

em 2009. A média dos casos por municípios foram: 89,61 (2007), 43,63 (2008) e 146,73

(2009). Na classificação da incidência de dengue a distribuição dos municípios ocorreu da

seguinte forma na área de baixa incidência: 8 (5,67%) municípios em 2007, 14 (9,93%)

municípios em 2008 e 5 (3,54%) municípios em 2009. Os municípios considerados com

média incidência foram: 8 (5,67%) municípios em 2007, 7 (4,96%) municípios em 2008 e

4 (2,84%) municípios em 2009. Os municípios que apresentaram com alta incidência de

dengue foram: 7 (4,96%) municípios em 2007, 6 (4,25%) municípios em 2008 e 6 (4,25%)

municípios em 2009 (Tabela 25).

Dos municípios na área de menor transmissão da dengue e em relação à

classificação do IIP com situação de alerta. No quadrante 1 (+/+) em 2007 estavam 23

(16,31%), no ano de 2008 foram 27 (19,1%) e em relação ano de 2009 foram 15 (10,64%).

A autocorrelação espacial do IIP durante o período de 2007 apontou-se no

quadrante 1 (+/+) com 12 (8,51%) municípios e o quadrante 3 (+/-) com 11 (7,80%)

municípios. No ano de 2008 foram 19 (13,48%) municípios no quadrante 1 (+/+) e 8

(5,67%) municípios no quadrante 3 (+/-). No ano de 2009 somente o quadrante 1 (+/+)

com 16 (11,35%) municípios e 6 (4,25%) municípios no quadrante 3 (+/-) (Tabela 25).

Na tabela 26, descreve-se as características dos municípios matogrossenses da área

de transmissão intermediária Q3(+/-) da dengue que foram considerados com situação de

alerta pelo IIP, no período de 2007 a 2009.

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

111

Tabela 26- Características dos municípios da área intermediária (Q3) de transmissão da dengue em situação de risco pelo IIP com nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.

Na área intermediária (Q3) observou-se (tabela 27) que apresentava nos municípios

com população de pequeno porte: 1 (0,71%) municípios em 2007, 2 (1,42%) municípios

em 2008 e 4 (2,84%) municípios em 2009 e a população de médio porte: 7 (4,96%)

municípios em 2007, 4 (2,84%) municípios em 2008 e 5 (3,54%) municípios em 2009

(Tabela 25).

Área Características 2007 2008 2009n (%) n (%) n (%)

Q3(+/-) Incidênc

ia

Municípios (total 141)

n° 8 5,67 6 4,25 11 7,80

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte)

1 0,71 2 1,42 4 2,84

de 10 a 100 mil hab (médio porte)

7 4,96 4 2,84 5 3,54

igual ou maior de 100 mil hab (grande porte)

2 1,42

N° de casos

mínimo 129 26 124máximo 673 324 12.49

2média 315,38 97,17 1.911

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência)

1 0,71

de 10 a 30 casos (média incidência)

3 2,13 1 0,71

igual ou maior de 30 casos (alta incidência)

4 2,84 5 3,54 11 7,80

Classificação IIP(%)

<1 (satisfatório)de 1 a 3,9 (alerta) 8 5,67 6 4,25 11 7,80igual ou maior 3,9 (risco)

Box Map (IIP)

Q1(+/+) alta receptividade

4 2,84 7 4,96

Q2(-/-) baixa receptividadeQ3(+/-) intermediária receptividade

8 5,67 2 1,42 4 2,84

Q4(-/+) intermediária receptividade

Sorotipos detectados 2 1,42

Rodovias

Federais 2 1,42 2 1,42 6 4,25Estaduais 6 4,25 4 2,84 5 3,54Sem rede viária estadual ou federal

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

112

Observa-se que a distribuição dos municípios localizados no Q3 foram: 8 (5,67%)

em 2007, 6 (4,25%) em 2008 e 11 (7,80%) em 2009. A média dos casos por municípios

apresentados em 2007 com 315,38, no ano de 2008 com 97,17 e em relação ano de 2009

foi de 1.991 casos, sendo considerado a maior média de casos por municípios em relação

aos outros quadrantes em relação ao período de 2007 a 2009 e comparação com os

próprios quadrantes no ano de 2009.

Quanto à classificação da incidência da dengue, somente com 1 (0,71%) município

em 2008 foi considerado como média incidência de dengue. Os municípios com alta

incidência de dengue: 8 (5,67%) em 2007, 5 (3,54%) em 2008 e 11 (7,80%) em 2009

(Tabela 25).

Na autocorrelação espacial do IIP no ano de 2007 os 8 (5,67%) pertenceram o

quadrante 3 (+/-). No ano de 2008 foram 4 (2,84%) municípios e quadrante 3 (+/-) com 2

(1,42%) municípios. No ano de 2009 foram 7 (4,96%) municípios no quadrante 1 (+/+) e 4

(2,84%) municípios no quadrante 3 (+/-).

Na tabela 27, observa-se os municípios matogrossenses da área de transmissão

intermediária Q4(-/+) que se encontram em situação de risco pelo IIP.

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

113

Tabela 27- Características dos municípios da área intermediária (Q4) de transmissão da dengue em situação de risco pelo IIP nos municípios Matogrossenses, no período 2007 a 2009.

Área Características2007 2008 2009

n (%) n (%) n (%)

Q4(-/+) Incidên-

cia

Municípios (total 141) n° 8 5,67 3 2,13 18 12,76

N° de municípios

< 10 mil hab (pequeno porte) 5 3,54 10 7,09de 10 a 100 mil hab (médio porte) 3 2,13 3 2,13 8 5,67igual ou maior de 100mil hab (grande porte)

N° de casosmínimo 1 9 2máximo 126 42 380média 43,38 25,67 82,67

Classificação de Incidência (10mil hab)

<10 casos (baixa incidência ) 1 0,71 1 0,71 3 2,13de 10 a 30 casos (média incidência) 3 2,13 1 0,71 5 3,54igual ou maior de 30 casos (alta incidência) 4 2,84 1 0,71 10 7,09

Classificação IIP(%)

<1 (satisfatório)de 1 a 3,9 (alerta) 7 4,96 3 2,13 18 12,76igual ou maior 3,9 (risco) 1 0,71

Box Map (IIP)

Q1(+/+) alta receptividade 6 4,25 1 0,71 14 9,93Q2(-/-) baixa receptividadeQ3(+/-) intermediária receptividade 2 1,42 2 1,42 4 2,84Q4(-/+) baixa receptividade

Sorotipos detectados

Rodovias

Federais 1 0,71 1 0,71 3 2,13Estaduais 7 4,96 2 1,42 15 10,64Sem rede viária estadual ou federal

Na área intermediária do (Q4) foram identificados: 8 (5,67%) municípios em 2007,

3 (2,13%) município em 2008 e 18 (12,76%) municípios em 2009. A média de casos em

2007 foi de 43,38, em 2008 25,67 e em 2009 82,67 (Tabela 27).

Os municípios com a população de pequeno porte no ano de 2007 foram 5 (3,54%)

municípios e 10 (7,09%) municípios em 2009. Os municípios que apresentaram a

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

114

população com médio no ano de 2007 foram 3 (2,13%) e em 2008 com 3 (2,13%)

municípios e em 2009 com 8 (5,67%) municípios.

Na classificação da incidência de dengue, os municípios que apresentaram baixa

incidência de dengue foram 1 (0,71%) em 2007 e também em 2008 e 3 (2,13%) em 2009.

Os municípios na média incidência da dengue foram 3 (2,13%) em 2007, 1 (0,71%) em

2008 e 5 (3,54%) em 2009. Os municípios com alta incidência de dengue foram 4 (2,84%)

em 2007, 1 (0,71%) em 2008 e 10 (7,09%) em 2009 (Tabela 27).

Na auto correlação espacial do IIP no ano de 2007: 6 (4,25%) município no Q1 e 2

(1,42%) municípios no Q3. No ano de 2008: 1 (0,71%) município no Q1 e 2 (1,42%)

municípios no Q3. No ano de 2009 foram 14 (9,93%) municípios no Q1 e 4 (2,84%)

municípios no Q3 (Tabela 27).

Situação do Índice de Infestação com situação de risco (>3,9%)

Apenas o município de São José dos Quatros Marcos foi classificado como em

situação de alerta em todo o período estudado. O apresentaram o IIP de 4,91% em 2007 e

4,42% em 2009. A Incidência de dengue foi 28,95 em 2007 e 165,18 em 2009. Em

comparação com o Box Map da Incidência de dengue de 2007 estava na área de

transmissão intermediária Q4 passando para a área de maior transmissão em 2009 e em

relação ao IIP de 2007 a 2009, apresentou-se na área de maior receptividade.

O município de Santa Rita do Trivelato apresentou IIP no ano de 2008 com 4,76,

porém a incidência de dengue foi 7,65 considerada baixa. No Box map da incidência de

dengue estava na área de menor transmissão da dengue e na área de maior receptividade da

dengue somente no ano de 2008 e 2009.

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

115

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No período de 2007 a 2009, foram registrados 70.512 casos de dengue no Estado de

Mato Grosso correspondendo a 21,77% em 2007, 8,44% em 2008 e 69,8% em 2009 do

total de casos. Houve registro de circulação dos vírus DEN-1 e DEN-2 em Cuiabá, Juína,

Juruena, Rondonópolis e Várzea Grande e de DEN-3 em Acorizal, Alta Floresta,

Primavera do Leste e Cuiabá (GIRARDI, 2010).

A reintrodução de DEN-1 e 2 no estado possivelmente está relacionada com o

aumento de casos na faixa etária menor de 14 anos, grupo etário não exposto às epidemias

ocorridas em 2003 e 2004. Houve o predomínio da forma da dengue clássica em todos os

anos, porém ocorreu o aumento da forma FHD e da dengue com complicações juntamente

com o aumento da letalidade em 2009. O aumento da gravidade e da letalidade pode ser

atribuído, segundo TEIXEIRA (1999) a entrada de novos sorotipos de dengue ou a

reintrodução de antigos.

O sexo feminino foi o mais acometido pela doença, fato esse que pode estar

vinculado ao comportamento do vetor Aedes aegypti encontrado mais frequentemente em

ambientes urbanos, cuja transmissão está localizada predominantemente no intradomicílio,

onde as mulheres e crianças passam a maior parte do tempo (LIMA-CAMARA et al.,

2006).

Em relação ao Índice de Infestação Predial (IIP), 63,83% (90) dos municípios em

2007, 70,92% (100) em 2008 e 55, 32% (78) em 2009 apresentaram o IIP em níveis

aceitáveis, isto é, IIP como satisfatório, abaixo de 1% de imóveis visitados nesses

municípios apresentaram infestação pelas larvas do mosquito Aedes aegypti.

Destaca-se, no entanto, que desses municípios, 34,44% (31) em 2007 com IIP como

satisfatório, apresentaram a Incidência de Dengue acima de 30 casos/10 mil hab, 21% (21)

em 2008 e, 55,13% (43) em 2009. Desses, 7 municípios (Alta Floresta, Araguaiana,

Colíder, Conquista do Oeste, Nova Canaã do Norte, Nova Santa Helena e São José do

Xingu) apresentaram IIP em nível satisfatório e Alta Incidência (maior que 30/10 mil hab)

nos três anos seguidos. Todos os municípios de grande porte apresentaram-se em estado de

alerta (IIP entre 1 a 3,9%) com exceção do município de Sinop que se apresentou como

nível satisfatório, com IIP de 0,85% e 0,83% em 2007 e 2008 respectivamente. Nos

municípios de grande porte (acima de 100 mil habitantes), observou-se que Rondonópolis

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

116

apresentou baixa incidência, Cuiabá e Várzea Grande média incidência e Sinop alta

incidência em 2007, todos foram de baixa incidência em 2008 e alta incidência em 2009.

No período de 2007 a 2009 a incidência dos casos da dengue no Estado de Mato

Grosso apresentou-se como de alta incidência no ano de 2007 (61,15/10mil) e com

declínio em 2008, estratificada como média incidência (20,11/10mil) e aumentando em

2009 (163,95/10mil). Em 2008, 22,70% (32) municípios não registraram casos e 41,84%

(59) apresentaram menos de 10 casos por 10 mil habitantes. Apesar do ano de 2008 ser

classificado como de média incidência, pode ser considerado como período

interepidêmico, sinalizando final de uma epidemia provocada pela circulação do sorotipo

DEN-3 e início de outra com a circulação concomitante do vírus DEN-1 e DEN-2.

O aumento do IIP influenciou nas mudanças das áreas de menor transmissão e

controle da dengue para as áreas de transmissão intermediárias e áreas de maior

transmissão colocando em dúvidas as ações estratégicas voltadas para o combate ao vetor.

A elevada incidência de casos em municípios com IIP baixo nos leva a constatar

que o indicador utilizado é insuficiente para alertar sobre a receptividade à doença. A

variável IIP que estabelece valores de situação que coloca os municípios com tranquilidade

em relação à presença das larvas do vetor continua sendo questionável como apontado nos

estudos de PIGNATTI (1996), DONÁLISIO (2002) e SOUZA et al (2007).

As medidas de infestação e detecção dos vetores são indicadores proximais da

densidade e infestação dos vetores. No entanto, diversos índices têm sido adotados para tal,

como FERREIRA e CHIAVAROLITI (2007) que advogam que o índice de Breteau é o

indicador ideal para a avaliação da densidade do vetor da dengue, pois combina as

informações dos recipientes que acumulam água e as casas que são inspecionadas aliadas

ao índice de pendência (IP) que expressa à relação entre os números de imóveis

pesquisados e números não visitados existentes (GONÇALVES NETO e REBELO, 2004).

Em relação à análise espacial, de acordo com a estratificação das áreas prioritárias

no espelhamento do Índice de Moran, observou-se que o comportamento foi heterogêneo

em relação à incidência de dengue e infestação do vetor classificadas como Q1(+/+): maior

transmissão e maior receptividade; Q2(-/-): menor transmissão e menor receptividade;

Q3(+/-) e Q4(-/+): intermediária transmissão e receptividade.

A distribuição espacial da área de Maior Risco (Q1(+/+) de Incidência de casos e de

Índice de Infestação Predial (IIP), identificadas pelo Box Map, apresentaram 8 (5,67%)

municípios em 2007, 1 (0,70%) município em 2008 e 14 (9,93%) municípios em 2009.

Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

117

Em 2007, os 8 municípios juntamente com seus vizinhos que apresentavam valores

positivos similares (Q1) tanto para a Incidência de casos como para o IIP, indicaram

autocorrelação espacial positiva. A média de casos por município foi de 227,63

casos/município (60 a 518 casos) e com presença de vetores nos imóveis em níveis de

estado de alerta em municípios de médio porte (3 municípios) e pequeno porte (5

municípios), cortados pelas rodovias federais ou estaduais.

Em 2008, apenas o Município de Confresa apresentou tanto a Incidência de casos

como o IIP assemelhados aos seus municípios vizinhos, com 164 casos IIP classificados

em alerta. Já em 2009, 14 municípios apresentaram autocorrelação espacial positiva tanto

para Incidência de casos como para o IIP, média de casos por municípios de 756,57 (36 a

3.832 casos), no qual 13 municípios com IIP em alerta e o município de São José dos

Quatros Marcos com IIP em risco, isto é, acima de 3,9%. Os municípios Figueiropólis,

Jauru, Rio Branco e Sorriso estiveram nessa área em 2007 e em 2009.

Os municípios de maior transmissão da dengue Q1(+/+) (alta vulnerabilidade e

receptividade) estiveram concentrados na região centro sul e centro norte do estado,

principalmente nos municípios da área de influência da BR-163, rodovia esta que percorre

o estado de norte ao sul. Os municípios que são influenciados por esta rodovia são: Sinop,

Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, apresentando um acelerado crescimento

econômico e populacional nas ultimas décadas devido ao agronegócio. O município de

Barra do Garças, classificado como de maior transmissão, está localizado na área de

influência da BR 153 que liga a região nordeste do Estado até aos municípios vizinhos com

o Estado do Pará e da BR 070 que faz interligação com o Estado de Goiás.

O crescimento populacional das áreas urbanas nos municípios no entorno da

rodovia BR-163 foi ocasionado pelo processo de ocupação e de desenvolvimento

econômico do Estado de Mato Grosso, relacionado à expansão do agronegócio e trouxe

como conseqüência a piora nas condições de saneamento básico e moradia. Os

mecanismos de dispersão passiva/ativa dos vetores e mobilidade populacional pelo

corredor da BR-163 podem ser considerados fatores de introdução da doença e ao

encontrar, nestes municípios, as condições propícias de criadouros dos vetores e pessoas

vulneráveis estabelece-se a transmissão. A partir dessa área, os mecanismos de dispersão

se amplificam para os vizinhos.

O aumento gradativo de notificação de casos de dengue e a infestação pelo vetor

nos municípios da área analisada, observadas pelo comportamento da Incidência da doença

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

118

e IIP, mostraram-se não congruentes. Tal fato ocorreu também no Estado do Rio de Janeiro

na epidemia de 2001 a 2003, apontado em trabalho realizado por CÂMARA (2007), onde

os municípios classificados em situação satisfatória do vetor apresentaram registros de

transmissão da dengue.

Atribuem-se, como limites desse estudo, as falhas dos registros encontrados no

banco de dados de investigação epidemiológica dos casos notificados no SINAN,

conforme apontado por TOLEDO et.al (2005). Acresce a subnotificação do campo do

diagnóstico final da ficha de investigação epidemiológica da dengue que passou de 30.144

notificações com este espaço sem preenchimento (CASALI, et al, 2004). Acrescenta-se

que o sistema SISFAD também apresentou falhas na periodicidade de alimentação do

banco. Esta questão pode ter levado municípios com falsa situação de satisfatória ou até

mesmo com valor igual a zero da infestação do vetor.

Em relação à análise espacial, devido ao fato do período ser considerado inter

epidêmico, não foi possível traçar um padrão da influência dos vizinhos no período, mas

sim para os anos de 2007, 2008 e 2009.

Recomenda-se que as ações de controle da dengue sejam tomadas independentes

das medições do índice de infestação vetorial e a vigilância de casos deve ser continuas

para redução de gravidade.

Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

119

7. REFERÊNCIAS

Andrade CLT, Szwarcwald CL. Análise espacial da mortalidade neonatal precoce no Município do Rio de Janeiro, 1995-1996. Cad. Saúde Pública. 2001;17:1199-1210.

Almeida AS, Medronho RA, Valencia LIO. Análise espacial da dengue e o contexto socioeconômico no município do Rio de Janeiro, RJ. Rev. Saúde Pública. 2009;43:666-73.

Atanaka-Santos M, Czeresnia D, Souza-Santos R, Oliveira RM. Comportamento Epidemiológico da malária no Estado de Mato Grosso, 1980-2003. Rev.Soc.Bras.de Med.Trop. 2006;39:187-92.

Barcellos C, Bastos FI. Geoprocessamento, ambiente e saúde: uma união possível? Cad.Saúde Pública. 1996;12:389-397.

Barcellos C, Pustai AK, Weber MA, Brito MRV. Identificação de locais com potencial de transmissão de dengue em Porto Alegre através de técnicas de geoprocessamento. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 2005;38:246-250.

Barreto F, Teixeira MG, Barreto ML, Barcellos C. Difusão Espacial de Doenças Transmissíveis: Uma importante perspectiva de análise epidemiológica a ser resgatada. In: Barcellos C. A Geografia e o Contexto dos Problemas de Saúde. Rio de Janeiro. Abrasco. 2008;1:279-296.

Barreto ML, Teixeira MG. Dengue no Brasil: situação epidemiológica e contribuições para uma agenda de pesquisa. Estudos Avançados. 2008;22:53-73.

Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Dengue instruções para o pessoal de combate ao vetor: manual de normas técnicas. 2001;3:10-84.

Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Programa Nacional de Controle da Dengue. 2002;1:4-18.

Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 2005;6:231-35.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Abordagens Espaciais na Saúde Pública. 2006;1:46-57.

Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue. 2009;1:7-169.

Brito CAA. Dengue em Recife, Pernambuco: padrões clínicos, epidemiológicos, laboratoriais e fatores de risco associados à forma grave da doença [tese de doutorado]. Recife Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães; Fundação Oswaldo Cruz; 2007.

Câmara G, Carvalho MS, Cruz OG, Correa V. Análise espacial de áreas. In. Embrapa Cerrados. Análise espacial de dados geográficos. Embrapa. 2004;157-209.

Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

120

Câmara FP, Theophilo RLG, Santos GT, Pereira SRFG, Câmara DCP, Matos RRC. Estudo retrospectivo (histórico) da dengue no Brasil: características regionais e dinâmicas. Rev.Soc.Bras.Med.Trop. 2007;40:192-96.

Câmara FP, Gomes AF, Santos GT, Câmara DCP. Clima e epidemias de dengue no Estado do Rio de Janeiro. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2009;42:137-40

Carvalho MS, Souza-Santos R. Análise de dados espaciais em saúde pública: métodos, problemas, perspectivas. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro. 2005;21:361-78.

Casali CG, Pereira MRR, Santos LMJG, Passos MNP, Fortes BPMD, Valencia LIO, Alenxadre AJ, Medronho RA. A epidemia de dengue/dengue hemorrágico no município do Rio de Janeiro, 2001/2002. Rev.Soc.Bras.Med.Trop. 2004; 37: 296-99.

Cavalcante GP. Aspectos entomo-epidemiológicos da dengue nos municípios prioritários no Estado de Mato Grosso-2002/2004. [Monografia de conclusão do Curso de Pós-Graduação em Saúde Coletiva]. Cuiabá: Instituto Saúde Coletiva da UFMT; 2006.

Chiesa AM, Westphal MF, Kashiwagi. Geoprocessamento e a promoção da saúde: desigualdades sociais e ambientais em São Paulo. Rev.Saúde Pública. 2002;36:559-67.

Consoli, RAGB, Oliveira RL. Principais Mosquitos de Importância Sanitária no Brasil. Rio de Janeiro. Editora Fiocruz. 1994;1:112-16.

Cliff AD, Ord JD. Spatial processes: model and application. Pion. 1981.

Corrêa PRL, França E, Bogutchi TF. Infestação pelo A. aegypti e ocorrência da dengue em Belo Horizonte, Minas Gerais. Rev. Saúde Pública. 2005;39:33-40.

Czeresnia D, Ribeiro MB. O conceito de espaço em epidemiologia: uma interpretação histórica e epistemológica. Cad. Saúde Pública. 2000;16:595-617.

Donalísio MR, Glasser CM. Vigilância Entomológica e Controle de Vetores do Dengue. Rev. Brasileira Epidemiologia. 2002;5:259-72.

DNIT- Departamento Nacional de estradas de infraestrutura e transporte. [home page na internet][Atualizado em 15 de fevereiro 20110; acesso dia 15 fevereiro 2011]. Disponível em: http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/postos-de-contagem/mato-grosso/?searchterm=Mato Grosso

Ferreira AC, Chiaravalloti Neto F. Infestação de área urbana por A. aegypti e relação com níveis socioeconômicos. Rev. Saúde Pública. 2007;41:915-22.

Figueiredo LTM, Fonseca BAL. Dengue. In: Veronesi R, Focaccia R. Tratado de Infectologia. Rio de Janeiro. Editora Atheneu. 2002;2:204-17.

Flauzino RF, Souza-Santos R, Barcellos C, Gracie R, Figueiredo MA, Magalhães M, Oliveira RM. Heterogeneidade espacial da dengue em estudos locais, Niterói, RJ. Rev. Saúde Pública. 2009;43:1035-1043.

Page 121: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

121

Focks DA, Daniels E, Haile DG, Keesling JE. A simulation model or the epidemiology of urban dengue fever: literature analysis, model development, preliminary validation and samples of simulation results. American Journal of tropical Medicine and Hygiene. 1995;53:489-506.

Forattini OP. Culicidologia Médica. Ed USP.2002;2:452-64.

Gluber D. Dengue and Dengue Hemorrhagic Fever. Rev.Clini.Microbiol. 1995;11:480-496.

Gubler DJ. Dengue and dengue hemoragic fever: its history and resurgence as a global health problem. Dengue anda dengue hemorragic fever. In: Gluber DJ, Kuno G. CAB International. 1997:1-22.

Guzman MG, Kouri G. Dengue and dengue hemorrhagic fever in the Americas: lessons and challenges. Journal Clinical Virology. 2003;27:1-13.

Gonçalves Neto VS, Rebêlo JMM. Aspectos epidemiológicos do dengue no Município de São Luís, Maranhão, Brasil, 1997-2002. Cad. Saúde Pública. 2004:20:1424-1431.

Girardi ML. Avaliação da Vigilância Entomo-Epidemiológica no Programa de Controle da Dengue no município de Cuiabá-MT [dissertação de mestrado]. Brasília Escola Nacional de Saúde Pública: Fundação Oswaldo Cruz; 2010.

IBGE- Instituto Brasileiro Geografia e Estatística [home Page na internet][Atualizado em 3 dezembro 2009; acesso dia 3 dezembro 2009]. Disponível em:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2009/POP2009_DOU.pdf

Kawa H, Sabroza PC. Espacialização da leishmaniose tegumentar na cidade do Rio de Janeiro. Cad Saúde Pública. 2002;18:853-865.

Lima-Camara TN, Honório NA, Oliveira Lourenço R. Frequência e distribuição espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera, Culicidae) no Rio De Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2006;22:2079-2084.

Luna, EJA. A emergência das doenças emergentes e as doenças infecciosas emergentes e reemergentes e no Brasil. Revista Brasileira Epidemiol. 2002;5:229-243.

Machado RF. A importância da prevenção, tratamento e erradicação do vírus da dengue, como instrumento da política de saúde pública no Brasil. Educ.Tecnológica. 2000;5:13-20.

Machado JP, Oliveira RM, Souza-Santos R. Análise espacial da ocorrência de dengue e condições de vida na cidade de Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2009; 25:1025-1034.

Maitelli, G.T. Crescimento urbano e tendências climáticas em Cuiabá/MT no período de 1920-1992. Revista Mato-Grossense de Geografia. Cuiabá. 1997;1:150-165.

Page 122: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

122

Mato Grosso. Boletim Epidemiológico Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica. Superintendência de Saúde Coletiva. Secretaria Estadual de Saúde. 2004;1:26-27.

Mato Grosso. Plano de Contingência Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica. Superintendência de Vigilância em Saúde. Secretaria Estadual da Saúde. 2007. http://www.saude.mt.gov.br

Mato Grosso. Portal de Serviços e Informações do Estado de Mato Grosso [home page na internet][atualizado em 14 de fevereiro 2007; acesso em 15 de fevereiro 2011] Disponível em: http://www.mt.gov.br/wps/portal

Mato Grosso. Anuário Estatístico de Mato Grosso 2008. Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral [home page na internet] [atualizado em 18 março 2010; acesso em 18 março 2010] Disponível em: http://www.anuario.seplan.mt.gov.br/2008/

Mato Grosso. Secretaria de Estado de Saúde. Dados básicos sobre dengue no Mato Grosso. Cuiabá. Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica/Superintendência de Vigilância em Saúde, 2009.

Medronho RA. Dengue e o ambiente urbano. Rev bras epidemiol. 2006;9:1-2.

Melo MSS, Barreto FR, Costa MCN, Morato VC, Teixeira MG. Progressão da circulação do vírus do dengue no Estado da Bahia, 1994-2000. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2010;43:139-144.

Miasaki RD, Ribeiro ALM, Pignatti MG, Campelo JH, Pignatti M. Monitoramento do mosquito Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae), por meio de ovitrampas no Campus da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Estado de Mato Grosso. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2009;42:392-97.

Ministério da Saúde. Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Relatório de Situação de Mato Grosso. 2009:34-36. http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/relatorio_de_situacao_apresentacao.pdf

Ministério da Saúde Brasil - Portal Saúde [home page na internet] [ atualizado em 7 fevereiro 2010a; acesso em 7 fevereiro 2010a] Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=1450&CO_NOTICIA=11087

Ministério da Saúde Brasil – Portal Saúde [home page na internet]. Informe Epidemiológico da Dengue –Revisado [ atualizado em 14 março 2010c; acesso em 14 março 2010b] Disponível em:http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/informe_epidemiologico_semana_1a52_09_revisado.pdf

Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

123

Mondini A, Chiaravalloti Neto F, Sanches MG, Lopes JCC. Análise espacial da transmissão de dengue em cidade de porte médio do interior paulista. Rev.Saúde Pública. 2005;39:444-451.

Oliveira AU. BR-163 Cuiabá-Santarém Geopolítica, grilagem, violência e mundialização. Inc: Torres M. Amazônia Revelada: os descaminhos ao longo da BR-163. Brasília. CNPQ. 2005;1:69-182.

Oliveira RL. Rio de Janeiro against Aedes aegypti: yellow fever in 1908 and dengue in 2008- Editorial. Mem. Inst. Oswaldo Cruz. 2008;103:627-628.

Organização Pan-Americana da Saúde. Sistemas de Informação Geográfica em Saúde. Brasília. 2002; 124.

Orico R. Transporte e desenvolvimento: Uma reflexão sobre a pavimentação da BR-163. Inc: Torres M. Amazônia Revelada: os descaminhos ao longo da BR-163. Brasília. CNPQ. 2005;1:426-458.

Piaia II. Geografia de Mato Grosso. Editora UNIC. 2003;3:152-165.

Pignatti MG. Saúde e Ambiente: As Práticas Sanitárias para o controle do Dengue no Estado de São Paulo, 1985-1995[dissertação de mestrado]. Campinas: Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP; 1996.

Pignatti MG. As Doenças Emergentes no Brasil. Ambiente e Sociedade. 2004;8:141-147.

Ripsa Rede Interagencial de Informações para a Saúde [home page na internet] [atualizado em 20 abril 2010; acesso em 21 abril 2010] Disponível em: http://www.ripsa.org.br/fichasIDB/record.php?node=D.2.3&lang=pt&version=ed3

Santos M. A Natureza do Espaço. 3ed São Paulo Hucitec, 2002.

Schatzmayr, H. G. Dengue Situation in Brazil by Year 2000. Mem. Ins. Oswaldo Cruz. 2000 Supl 1;95:179-181.

SES-MT Secretaria Estadual de Saúde Mato Grosso [home page na internet] [atualizado em 2 outubro 2009; acesso dia 24 fevereiro 2010] Disponível em:http://www.saude.mt.gov.br/upload/documento/55/boletim-epidemiologico-da-dengue-n-2-outubro-de-2009-[55-161109-SES-MT].pdf

SES-MT Secretaria Estadual de Saúde Mato Grosso [home page na internet] [atualizado em 7 fevereiro 2010a; acesso em 7 fevereiro 2010a] Disponível em: http://www.saude.mt.gov.br/portal/manchetes/manchete.php?id=2595

SES-MT Secretaria Estadual de Saúde Mato Grosso [home page na internet] [atualizado em 24 fevereiro 2010b; acesso dia 24 fevereiro 2010b] Disponível em: http://www.saude.mt.gov.br/upload/documento/55/boletim-informativo-de-indices-de-infestacao-predial-li-n-062009-gemasacovsamsvsses-mt-[55-260310-SES-MT].pdf

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

124

Silva Junior JB, Siqueira Junior JB, Coelho GE, Vilarinhos PTR, Pimenta Junior FG. Dengue em Brasil: situación actual y actividades de prevención y controle. Boletín Epidemiológico de La Organización Panamericana de la Salud. 2002;23:3-6.

Siqueira Junior JB, Martelli CM, Coelho GE, Simplicio AC, Hatch DL. Dengue and Dengue Hemorrhagic Fever, Brazil, 1981-2002. Emerging Infectious Diseases Atlanta. 2005;11:48-53.

Souza-Santos R, Carvalho MS. Análise da distribuição espacial de larvas de A. aegypti na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2000;16:31-42.

Souza ICA, Vianna RPT, Moraes RM. Modelagem da incidência do dengue na Paraíba, Brasil, por modelos de defasagem distribuída. Cad. Saúde Pública. 2007;23:2623-2630.

Tadeu LM. Dengue in Brazil: Past, Presente and Future Perspective Dengue. Dengue Bulletin. 2003;27:25-33.

Teixeira MG, Barreto ML, Guerra Z. Epidemiologia e Medidas de Prevenção do Dengue. Informe Epidemiológico do SUS. 1999;8:5-33.

Teixeira MG, Costa MC, Barreto F, Barreto ML, Dengue: twenty-five years since reemergence in Brazil. Cad. Saúde Pública. 2009;25:7-18.

Teixeira TRA, Medronho RA. Indicadores sócio-demográficos e a epidemia de dengue em 2002 no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2008;24:2160-2170.

Tauil PL. Aspectos Críticos do controle do Dengue no Brasil. Artigo de Opinião Cad. Saúde Pública. 2002;18:867-871.

Toledo ALA, Escosteguy CC, Medronho RA, Andrade FC. Confiabilidade do diagnóstico final de dengue na epidemia 2001-2002 no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2005;22:933-940.

Torres ME. Dengue: Estudos Avançados. Cad. Saúde Pública. 2008;22:33-52

Vita WP, Nicolai CCA, Azevedo MB, Souza MF, Baran M. Dengue: alertas clínicos e laboratoriais da evolução grave da doença. Rev. Bras. Clin. Med. 2009; 7: 11-14.

Zhiyong Xi, Ramirez JL, Dimopoulos G. The Aedes Aegypti Toll Pathway Controls Dengue Virus Infection. Plos Pathogens. 2008;4:1-12.

World Health Organization. [home page da internet] Dengue and dengue haemorrahagic fever Fact sheet N°117, March 2009a. [Atualizado em 14 março 2010; acesso dia 14 julho 2010] Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs117/en/ print.html

World Health Organization. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control -2009. Geneva.New edition.2009b:1-60.

Page 125: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

125

ANEXOS

Tabela 7 - Incidência de Dengue e o IIP nos 65 municípios matogrossense com a população menor 10.000 hab, no período de 2007 a 2009.

Ano2007 2008 2009

Municípios Pop DEN* IIP Pop DEN* IIP Pop DEN* IIP

Acorizal5.53

0 5,42 0 5.679 3,52 0 5.660 8,830,12

Alto da Boa Vista5.02

5 00,41 5.269

199,28 2,7 5.473 1,83

3,35

Alto Garças9.13

2 00,25 9.445 8,47

0,47 9.550 90,05

0,68

Alto Paraguai8.14

4 2,460,62 8.361 0

0,55 8.329 2,4

1,03

Alto Taquari6.05

8 1,650,19 6.321 0

0,22 6.495 0 0

Apiacás7.92

6 5,05 0 8.228 1,22 0 8.381 0 0

Araguaiana2.97

4780,0

90,05 3.038

141,42 0,1 3.003 33,3

0,16

Arenápolis9.86

9 13,170,73

10.070 21,85

1,19 9.902

160,57

1,38

Bom Jesus do Araguaia4.52

0 0 0 4.696 0 0 4.785 2,09 0

Campos de Júlio4.77

0 83,86 0,2 5.010 23,950,74 5.220 51,72

0,64

Castanheira7.80

8 1,281,23 8.040 3,73 0,5 8.059 50,87 1,2

Cocalinho5.84

1 0 0 6.039 00,03 6.101 1,64

0,25

Conquista do Oeste3.10

6199,6

10,38 3.226 31

0,14 3.282

329,07

0,61

Curvelândia4.83

5 2,070,16 4.994 0 1,4 5.042 59,5

0,55

Dom Aquino8.26

1 38,742,18 8.497 0

1,22 8.497 2,35 1,7

Figueirópolis3.64

8260,4

23,47 3.721 0

2,04 3.652

334,06

2,13

Gaúcha do Norte5.81

6142,7

10,92 6.052 38

0,43 6.192 90,44

1,98

General Carneiro4.80

3 185,3 0,2 4.969 38,240,81 5.036 41,7

1,38

Glória do Oeste3.12

4 28,81 0,5 3.204 00,28 3.184 56,53

0,88

Indiavaí2.52

4229,7

92,85 2.623 0

0,73 2.673

680,88

0,93

Page 126: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

126

Ipiranga do Norte4.12

9249,4

60,78 4.376 4,57 1,5 4.643 28

1,14

Itanhangá4.70

3138,2

10,17 4.911 8,14

0,08 5.065

102,67

1,86

Itaúba4.62

5229,1

90,56 4.701 44,67

0,63 4.582

429,94

1,27

Jangada8.05

8 00,56 8.345 0

0,45 8.465 50,8

0,55

Juruena8.73

1 33,212,61 9.182 3,27

1,27 9.597

245,91

1,05

Lambari do Oeste4.87

0 39,013,26 5.026 0

1,49 5.065 82,92

2,36

Luciara2.40

5 0 0 2.472 0 0 2.467 4,05 0

Nortelândia6.23

7 3,210,58 6.368 1,57 0,8 6.275

210,36

0,88

Nova Brasilândia4.89

1 10,220,52 4.989 2

0,92 4.899

453,15

1,29

Nova Guarita4.87

7194,7

90,33 4.980 0

0,16 4.895 16,34

0,07

Nova Lacerda4.94

9 6,06 0,6 5.144 1,940,44 5.251 62,85

1,46

Nova Marilândia2.31

5 4,320,19 2.369 4,22

1,21 2.349 93,66

1,04

Nova Maringá5.55

4 23,410,82 5.803 3,45

0,81 5.990 65,11

0,75

Nova Monte Verde8.13

3 1,23 0 8.443 1,18 0 8.601 00,14

Nova Nazaré2.74

5 3,64 0 2.867 0 0 2.958 0 0

Nova Santa Helena3.34

7331,6

40,14 3.453

133,22

0,66 3.468 63,44

0,75

Nova Ubiratã7.78

2165,7

71,33 8.125 0

0,88 8.373

490,86

1,02

Novo Horizonte do Norte3.80

2 2,631,16 3.930 0

0,54 3.971

254,34

0,51

Novo Mundo6.72

5 00,09 7.015 0 0 7.218 6,93

0,07

Novo São Joaquim6.88

0 21,80,21 7.047 5,68

0,36 6.987

380,71

0,75

Planalto da Serra2.73

4 00,28 2.807 3,56

0,13 2.786

104,09

0,31

Pontal do Araguaia4.96

6 20,141,54 5.178

150,64

0,61 5.323

199,14

1,03

Ponte Branca1.79

4 16,720,33 1.831 16,38

0,12 1.816 0

0,13

Porto Alegre do Norte9.63

9 2,07 0 9.979 9,02 010.10

3 0,99 0Porto dos Gaúchos 6.11 0 0,1 6.321 3,16 0,1 6.383 10,97 1,7

Page 127: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

127

6 8 5 8

Porto Espiridião9.60

6134,2

9 1,8 9.871 01,52 9.850 39,59 0,2

Porto estrela4.01

1 24,931,19 4.093 0

1,81 4.032 27,28

2,18

Reserva do Cabaçal2.50

5 91,820,74 2.584 3,87

0,34 2.606 42,21

0,85

Ribeirão Cascalheira8.67

7 9,220,69 9.006 27,76

0,95 9.170 85,06

0,26

Ribeirãozinho2.10

7 4,750,06 2.176

468,75

0,18 2.196

154,83

0,41

Rio Branco5.05

3286,9

61,42 5.201 7,69

1,04 5.212

485,42

1,21

Rondolândia3.34

8 0 0 3.457 5,79 0 3.478 2,88 0

Salto do Céu3.65

0164,3

81,26 3.698 8,11

0,66 3.580

606,15

0,71

Santa Carmem4.31

9 60,21,54 4.486 57,96

1,36 4.575

271,04

1,32

Santa Cruz do Xingu2.11

6 0 0 2.236313,0

60,49 2.354 4,25

2,08

Santa Rita do Trivelato2.47

8 48,430,18 2.615 7,65

4,76 2.755

130,67

2,12

Santa Terezinha7.29

3 0 0 7.564 0 0 7.687 1,3 0

Santo Antônio do Leste3.24

9 49,250,37 3.418 0

0,14 3.585 69,74

0,82

São José do Povo3.30

5 01,74 3.417

108,28

0,96 3.452 89,8

1,07

São José do Xingu4.19

8 76,230,82 4.285

294,05

0,66 4.224

151,52

0,71

São Pedro da Cipa4.02

8 94,340,58 4.175 7,19

0,45 4.234

184,22

0,41

Torixoréu4.10

1 2,440,07 4.184 38,24 0 4.124 12,12

0,13

União do Sul3.99

8 60,030,88 4.106 0

0,51 4.093 68,41

0,41

Vale de São Domingos2.87

3 13,920,22 2.955 20,3 0,4 2.956

517,59

0,86

Vera9.18

8 45,710,94 9.468 1,06

0,79 9.502 27,36

1,16

Fonte: SINAN/IBGE/SESMTNota:

*DEN: Incidência de Dengue calculado por 10.000 habitantes

Page 128: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

128

Tabela 8 - Incidência de Dengue e o IIP nos 141 municípios com a população >10.000 hab a <100.000 hab, no período de 2007 a 2009.

Ano2007 2008 2009

Município Pop Tx* IIP Pop Tx* IIP Pop Tx* IIPÁgua Boa 18.991 10 0,76 19.777 1,52 0,61 20.279 52,76 0,41Alta Floresta 49.140 162,6 0,64 51.136 52,6 0,26 51.414 47,65 0,88Alto Araguaia 13.790 0,73 0,08 14.324 2,09 0,17 14.613 8,9 0,25Araputanga 15.335 208,67 0,87 15.878 2,52 0,45 16.091 250,45 2,21Aripuanã 19.100 116,23 1,93 19.930 61,21 1,02 20.512 719,09 0,64Barra do Bugres

32.490 115,11 2,03 33.724 8,6 1,58 34.348 75,99 2,04

Barra dos Garças

53.243 113,82 0,92 54.882 147,22 1,11 55.120 487,12 1,56

Brasnorte 13.975 2,86 0,69 14.609 71,19 0,49 15.094 16,56 1,1Cáceres 84.175 31,36 1,25 86.805 2,53 1,22 87.261 326,72 1,67Campinápolis 13.666 1,46 0,27 14.137 9,9 0,4 14.301 16,08 0,4Campo Novo dos Parecis

22.322 339,13 0,98 23.230 18,08 0,94 23.785 242,17 1,31

Campo Verde 25.924 66,35 1,07 27.151 5,16 2,3 28.139 57,22 2,32Canarana 17.183 23,86 2,23 17.785 7,31 1,65 18.019 182,03 1,71Carlinda 12.108 450,94 0,57 12.032 68,98 0,28 12.091 14,89 0,75Chapada dos Guimarães

17.377 0,58 1,4 17.978 1,11 2,9 18.189 3,85 1,96

Claúdia 10.670 323,34 1,13 11.032 23,57 1,56 11.149 34,98 1,42Colíder 30.695 30,3 0,32 31.744 100,81 0,24 32.096 657,71 0,44Colniza 27.882 29,41 0,76 29.636 1,35 0,2 31.599 72,15 0,35Comodoro 17.939 20,07 1,87 18.623 29,53 1,11 18.970 64,31 1,51Confresa 21.361 13,11 1,17 22.180 73,94 1,3 22.606 47,33 1,92Cotriguaçu 13.740 142,65 1,3 14.406 24,3 0 14.967 0,67 0Denise 10.349 0 0,61 10.808 0 0,41 11.140 27,83 0,79Diamantino 18.428 97,13 0,67 18.966 29 0,43 18.988 318,62 0,79Feliz Natal 10.279 10,7 1,71 10.769 8,36 1,35 11.172 8,06 1,57Guarantã do Norte

30.754 36,74 1,2 31.801 13,21 1,09 32.142 42,93 0,64

Guirantinga 13.883 31,69 1,46 14.360 2,09 0,67 14.524 19,28 1,12Itiquira 12.159 2,47 0,43 12.676 0 0,46 13.020 0 0,72Jaciara 24.945 110,24 0,36 25.745 1,94 0,27 25.925 137,32 1,57Jauru 10.774 97,46 1,51 10.972 37,37 1,6 10.746 200,07 1,51Juara 32.023 39,35 1,37 33.040 2,42 1,32 33.246 8,72 0,99

Page 129: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

129

Juina 38.422 154,6 2,22 39.582 13,9 2,17 39.707 124,41 3,28Juscimeira 11.830 43,96 0,59 12.168 4,11 0,59 12.168 129,03 1,21Lucas do Rio Verde

30.741 40,99 1,02 32.255 53,02 0,94 33.551 150,82 1,1

Marcelândia 14.084 79,52 1,1 14.482 238,92 1,16 14.474 26,25 0,83Matupá 14.243 61,78 1,33 14.821 118,75 0,8 15.167 126,59 0,83Mirassol do Oeste

24.538 66,43 1,76 25.360 0,39 0,92 25.605 51,16 1,93

Nobres 14.862 47,77 0,43 15.296 3,27 0,35 15.323 118,12 0,89Nossa Senhora do Livramento

12.386 22,61 0,53 12.766 0 0,49 12.820 107,64 0,55

Nova Bandeirantes

12.742 3,14 0,26 13.425 6,7 0,97 14.079 9,23 0,16

Nova Canaã do Norte

12.652 53,75 0,32 13.087 178,04 0,16 13.236 58,17 0,2

Nova Mutum 24.368 112,03 0,72 25.658 15,59 0,89 26.873 277,97 1,16Nova Olímpia 19.474 66,24 0,72 20.330 4,92 0,63 20.945 183,81 1,11Nova Xavantina 18.670 0,54 0,61 19.268 6,75 0,73 19.400 96,91 0,81Paranaíta 11.540 8,67 0,11 11.950 64,44 0,54 12.110 12,39 1,61Paranatinga 20.033 2,5 1,29 20.874 18,68 1,12 21.426 399,05 3,65Pedra Preta 15.638 11,51 1,62 16.208 8,64 1,01 16.461 71,68 0,74Peixoto de Azevedo

28.987 17,59 0,98 29.995 12,34 0,39 30.363 14,49 0,68

Poconé 31.118 1,29 0,25 32.059 2,18 0,27 32.164 63,74 0,58Pontes e Lacerda

37.910 187,55 1,45 39.071 59,89 1,07 39.227 96,87 1,15

Poxoréo 17.592 1,71 1,42 17.985 2,78 0,9 17.758 6,19 1,33Primavera do Leste

44.729 150,46 1,39 46.311 1,08 0,89 46.931 75,64 1,48

Querência 10.682 6,55 0,63 11.179 15,21 0,17 11.572 77,77 0,6Rosário Oeste 18.031 6,1 0,55 18.531 20,51 0,52 18.494 206,55 2,18Santo Antonio do Leverger

19.197 1,04 1,12 19.964 1,5 0,81 20.410 0,49 0,88

São Felix do Araguaia

10.713 0,93 0,47 11.097 10,81 0,24 11.258 42,64 0,43

São Jose do Rio Claro

17.345 44,97 1,18 18.102 1,66 0,9 18.636 55,27 0,55

São José dos Quatros Marcos

19.001 28,95 4,91 19.527 2,56 3,5 19.494 165,18 4,42

Sapezal 14.254 24,55 0,39 15.014 3,33 0,53 15.735 102,32 0,67Sorriso 55.134 93,95 1,7 57.799 5,19 1,71 60.029 321,84 2,22Tabaporã 10.484 1,91 0,88 10.776 0,93 0,67 10.760 23,23 0,49Tangara da Serra

76.657 103,32 1,59 79.870 22,04 2,04 81.957 190,83 1,77

Tapurah 10.478 142,2 3,14 11.020 3,63 2,17 11.514 33,87 2,51Terra Nova do Norte

14.584 25,37 0,07 15.063 55,77 0,29 15.192 9,22 0,17

Page 130: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … · UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007

130

Vila Bela da Santíssima Trindade

13.886 13,68 0,28 14.362 27,15 0,16 14.521 156,33 0,82

Vila Rica 18.934 35,91 2,41 19.672 48,8 3,33 20.076 2,99 2Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MTNota: *Tx: Tx de Inc. de dengue por 10.000hab.