UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE...

234
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS SIMONE DE NAZARÉ MELO RAMOS INFLUÊNCIA DOS MICRORGANISMOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE FERMENTAÇÃO DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum) NA FORMAÇÃO DO SABOR INFLUENCE OF THE MICROORGANISMS INVOLVED IN THE PROCESS OF CUPUASSU FERMENTATION (Theobroma grandiflorum Schum) ON THE FLAVOR FORMATION CAMPINAS 2015

Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE...

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

SIMONE DE NAZARÉ MELO RAMOS

INFLUÊNCIA DOS MICRORGANISMOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE

FERMENTAÇÃO DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum) NA

FORMAÇÃO DO SABOR

INFLUENCE OF THE MICROORGANISMS INVOLVED IN THE PROCESS OF

CUPUASSU FERMENTATION (Theobroma grandiflorum Schum) ON THE

FLAVOR FORMATION

CAMPINAS

2015

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

SIMONE DE NAZARÉ MELO RAMOS

INFLUÊNCIA DOS MICRORGANISMOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE

FERMENTAÇÃO DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum) NA

FORMAÇÃO DO SABOR

INFLUENCE OF THE MICROORGANISMS INVOLVED IN THE PROCESS OF

CUPUASSU FERMENTATION (Theobroma grandiflorum Schum) ON THE

FLAVOR FORMATION

Orientadora: Profa Dra PRISCILLA EFRAIM

Campinas – SP

2015

Tese apresentada à Faculdade de Engenharia de Alimentos, da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Doutora em Tecnologia de Alimentos.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA TESE DEFENDIDA POR SIMONE DE

NAZARÉ MELO RAMOS E ORIENTADA PELA

PROF(A). DR(A). PRISCILLA EFRAIM

Thesis presented to the Faculty of Food Engeneer of the University of Campinas in partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor in the area of Food Technology.

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): FAPESP, 2012/00296-4; CNPq,

485287/2011-0

Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Faculdade de Engenharia de Alimentos

Claudia Aparecida Romano - CRB 8/5816

Ramos, Simone de Nazaré Melo Ramos, 1968-

R147i Influência dos microrganismos envolvidos no processo de fermentação

de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) na formação do sabor /

Simone de Nazaré Melo Ramos. – Campinas, SP : [s.n.], 2015.

Orientador: Priscilla Efraim.

Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade

de Engenharia de Alimentos.

1. Cupuaçu. 2. Polpa de frutas. 3. Fermentação. 4. Compostos

orgânicos voláteis. 5. Metagenômica. I. Efraim, Priscilla. II. Universidade

Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia de Alimentos. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Influence of the microorganisms involved in the process of

cupuassu fermentation (Theobroma grandiflorum Schum) on the flavor formation

Palavras-chave em inglês:

Cupuassu

Fruit pulp

Fermentation

Volatile organics compounds

Metagenomic

Área de concentração: Tecnologia de Alimentos

Titulação: Doutora em Tecnologia de Alimentos

Banca examinadora:

Priscilla Efraim [Orientador]

Eliete da Silva Bispo

Jorge Herman Behrens

Maristela da Silva do Nascimento

Suzana Caetano da Silva Lannes

Data de defesa: 18-12-2015

Programa de Pós-Graduação: Tecnologia de Alimentos

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Priscilla Efraim DTA/FEA/ UNICAMP (orientadora)

Profa. Dra. Eliete da Silva Bispo Universidade Federal da Bahia (titular)

Prof. Dr. Jorge Herman Behrens DEPAN/FEA/UNICAMP (titular)

Profa. Dra. Maristela Silva Nascimento DTA/FEA/ UNICAMP (titular)

Profa. Dra. Suzana Caetano da Silva Lannes Faculdade de Ciências Farmacêuticas / USP (titular)

Dra. Aparecida das Graças Claret de Souza Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (suplente)

Dra. Marcela Mendes Salazar Instituto Senai de Inovação em Biomassa (suplente)

Profa. Dra. Nathalia Cristina Cirone Silva

DCA/FEA/UNICAMP

(suplente)

A ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no

processo de vida acadêmica do aluno.

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

Cupuaçu

És soberano

Do pomolário

Americano

Num cofre pardo

Guardas com ciúmes

Raros sabores

Vivos perfumes

Urna selvagem,

Ubre silvestre,

Moreno seio,

Tanta delícia

Tua curva crosta

Retém no meio

Luiz Bacellar, Rondel do Cupuaçu

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

DEDICATÓRIA

Com muito amor e carinho:

A Deus,

Aos meus pais Marlene e Osmar,

Minha irmã Marcia

Ao meu sobrinho Francisco

Ao filho do coração Cassiano

Dedico

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

AGRADECIMENTOS

Ao meu querido Deus, por ter colocado essa nobre etapa na minha vida.

Aos meus pais, Marlene e Osmar, que me forneceram instrumentos e

ensinamentos para minha caminhada.

À minha irmã, Marcia, pelo apoio, incentivo, compreensão e,

principalmente, por ter me dado o Francisco como sobrinho, que adoçou vários

momentos em Campinas, assim como meu filho do coração, Cassiano.

Aos meus primos Rodrigo e Junior e ao cunhado Roosevelt pelo apoio e

torcida em Manaus. À minha prima Andréia, por ter me acompanhado no início do

curso em Campinas.

À minha querida tia Nice in memoriam, por ter compartilhado comigo

momentos de alegria e torcido por mim à distância.

À minha querida orientadora e agora amiga, Profa Dra Priscilla Efraim, por

ter me aceitado como orientada, conduzindo com profissionalismo e ética um

trabalho tão enriquecedor para ambas, com oportunidades de mais trabalhos

futuros.

Ao estimado e muito humano Prof. Dr. Flávio Schmidt, pela oportunidade

concedida.

À Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), através da Faculdade

de Engenharia de Alimentos (FEA) e Departamento de Tecnologia de Alimentos

(DTA) pelo privilégio de fazer parte do quadro discente de pós-graduação.

À minha querida amiga e eterna professora, Dra. Ângela Líbia Cardoso, por

ter influenciado na minha decisão de cursar doutorado.

Ao casal amigo Célia Regina, pela “influencia terapêutica” e Wolfgang

Bourier, pela super ajuda na Alemanha.

À D. Fátima e Sr. Alcides da CUPUAMA, pelas sementes de cupuaçu

fornecidas para a realização dos trabalhos.

Ao Dr. Homero de Miranda Leão, da Secretaria Municipal de Saúde de

Manaus, pelo apoio à minha participação no curso.

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

À Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas (FVS), na

pessoa do Dr. Bernardino Cláudio Albuquerque e ao Laboratório Central de Saúde

Pública (LACEN), representado pela Dra. Tirza Mattos, por autorizar minha liberação

para participação no curso e permissão de uso das instalações e equipamentos do

LACEN para realização da primeira fase dos experimentos.

Aos colegas do setor de produtos do LACEN: Dra. Rejane Ortis, Daniel,

Juliana, Leonardo, Neide e D. Rai, pela super ajuda, apoio e compreensão ao nosso

trabalho durante as análises em Manaus.

Às amigas Louzamira e Ângela Rocha, que de longe me deram amplo

apoio no que eu precisava.

Aos alunos de graduação do Amazonas: Adriane, Kelly, Klaucio, Lawrence,

Luiz, Mairlon, Natasha, Rosilene e Tatiane, pela colaboração nos ensaios realizados

em Manaus.

À amiga Dra. Paula Hehl, pela força e carinho.

Aos queridos amigos de Campinas: Margarete Batistella (Meg), Jane e Bal,

que me acolheram em suas casas, dividindo comigo momentos inesquecíveis.

Às amigas Diana e Kazumi, pelo super apoio, companheirismo,

conselhos, dicas, cafés, batatas assadas e guaranás de desabafo (choros).

Aos amigos do DTA Lidiane, Sebastian, Tchuby, Ingrid, Mária, Ludmilla,

Laura, Bruna, Miguel, Franklin, Bruno, pelos momentos saudáveis e divertidos nas

horas de folga.

À querida amiga Carol Bittencourt que me “co-orientou” em vários

momentos no laboratório.

À amiga Adriana pela ajuda nos experimentos realizados em Manaus e ao

amigo Júlio, pelas dicas valiosas sobre cromatografia.

À querida amiga e “chefe” do laboratório de frutas, Aninha Koon, pelo

imenso apoio, paciência, doçura e compreensão e a Juliana Hashimoto, pelas dicas

oferecidas.

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

Ao Wolfgang Danzl e Alexandre Martins do Instituto Fraunhofer, pela

autorização e viabilização da realização de uma parte dos experimentos no IVV em

Freising – Alemanha.

Ao Prof. Dr. Gotfried Ziegleder, pela valiosa orientação na interpretação

dos resultados analíticos no IVV.

Ao Christopher Schmidt e Brigitte Stumpf do IVV, pela excelente

colaboração técnica e científica.

À Sra. Arali da Jaf Inox pela autorização da utilização dos equipamentos e

instalações e apoio do corpo técnico da empresa, no processamento dos produtos.

Á Dra Aline Oliveira do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e Prof.

Jorge Behrens da FEA pela colaboração na análise estatística dos resultados de

sensorial.

À amiga Izabela Rocha e Juliana Glezer, pela imensa colaboração na

análise sensorial dos produtos no laboratório do DTA.

Aos estagiários Rafael, Deisi, Tiago Aleluia e Carole pela colaboração no

processamento das amostras e análises físico-químicas.

Ao Prof. Dr. Gonçalo Pereira por autorizar a realização de extração das

amostras de DNA no Laboratório de Genômica e Expressão da Unicamp.

À amiga Dra Marcela Salazar pela orientação valiosa no laboratório de

genômica, assim como análise dos resultados de sequenciamento juntamente com o

doutorando Leandro Nascimento e Marcelo Carazzole.

À querida Profa. Valéria Maia e Tiago Palladino, pela excelente ajuda na

análise estatística dos resultados de biologia molecular.

À FAPEAM pela concessão da bolsa. À FAPESP e CNPq pelos recursos

concedidos para a realização dos trabalhos.

E a todos que indiretamente participaram deste trabalho.

Muito obrigada!

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

RESUMO GERAL

O cupuaçu é um fruto popular de sabor exótico e agradável originário da região

amazônica brasileira. Da sua polpa podem ser preparados sucos, geleias, licores,

etc. Na composição da polpa e sementes estão presentes macro e micronutrientes

que lhes conferem alto valor nutricional, além da presença de compostos bioativos e

baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada quantidade de lipídeos

nas sementes representa excelente matéria-prima para a produção de cosméticos.

As sementes são fermentadas para obter produto similar ao chocolate, o cupulate,

sendo antes realizado o seu despolpamento, pois a quantidade excessiva de polpa

inviabiliza a fermentação. Por representar importante fonte de substratos que

contribuem para a formação de precursores de sabor durante a fermentação, foram

testadas três concentrações de polpa em relação à quantidade inicial aderida às

sementes: 0, 7,5 e 15%, e duas formas de revolvimento para cada experimento (fixo

– R1 e realizado de acordo com a temperatura – R2), totalizando 6 experimentos

assim codificados: 0R1, 0R2, 7.5R1, 7.5R2, 15R1 e 15R2. Foi constatado que

quanto maior a concentração de polpa, mais prolongado o tempo de fermentação e

mais altas as temperaturas registradas. Não houve diferença significativa entre os

dois tipos de revolvimentos aplicados. Maior concentração de ácidos orgânicos foi

observada nos experimentos com maior concentração de polpa (15R1 e 15R2),

especialmente o ácido acético. Na prova de corte para avaliação do grau de

fermentação, os experimentos 0R2, 7.5R1, 7.5R2, 15R1 e 15R2 apresentaram os

melhores resultados. As amêndoas foram processadas para obtenção dos cupulates

e estes submetidos às seguintes avaliações sensoriais: análise descritiva

quantitativa (ADQ) e Check-All-That-Apply (CATA), além do teste de aceitação. Na

ADQ os experimentos 15R1 e 15R2 apresentaram as maiores médias em quase

todos os atributos, embora não diferissem estatisticamente das outras amostras. No

CATA os atributos amargo, terra, café, firme ao morder e sabor residual ruim foram

os mais citados. No teste de aceitação as amostras 0R1 e 15R2 obtiveram os

melhores resultados, e por este motivo, foram submetidas à análise de compostos

voláteis através de GC-MS. Os resultados demonstraram que a amostra 15R2

contribuiu para a formação de importantes compostos de sabor, especialmente

linalol e acetofenona, além de apresentar maiores concentrações de pirazinas. Na

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

enumeração de micro-organismos durante a fermentação (métodos culturais), os

resultados demonstraram que houve desenvolvimento simultâneo de leveduras,

bactérias láticas e acéticas ao longo da fermentação, com declínio de acéticas nos

momentos finais. Em métodos não culturais (Metagenômica) através de

sequenciamento do DNA extraído nas amostras em plataforma Illumina MiSeq, para

identificação dos níveis taxonômicos de leveduras e bactérias envolvidos no

processo (métodos não culturais), os resultados demonstraram haver maior

diversidade bacteriana em 7.5R1, 7.5R2, 15R1 e 15R2, e maior diversidade de

leveduras em 0R1 e 0R2, indicando influência negativa da polpa sobre as leveduras.

Nas análises de estimativa de diversidade e riqueza (Índice de Shannon e Chao1) o

domínio bactéria apresentou os maiores índices no ambiente de fermentação.

Palavras chave: cupuaçu, polpa de fruta, fermentação, compostos voláteis,

metagenômica

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

ABSTRACT

Cupuassu is a popular fruit with exotic and pleasant flavor originated from the

Brazilian Amazon region. Cupuassu’s pulp can be used to prepare juices, jellies,

liqueurs, etc. In the pulp and the seeds composition, macro and micronutrients give a

nutritional value, and bioactive compounds and very low concentration of caffeine

and theobromine. The seeds have a high amount of lipids, making them an excellent

raw material for cosmetics. The seeds can be fermented to produce a product similar

to chocolate, the cupulate, being depulping, as the excessive amount of pulp can

derail fermentation. As the pulp represents an important source of substrates that

contribute to the formation of flavor precursors during the fermentation, three

concentrations of pulp were tested relative to the initial amount adhered to seeds: 0,

7.5 and 15%, and two types of turning for each experiment (fixed - R1 and performed

according to the temperature - R2), totalizing 6 experiments: 0R1, 0R2, 7.5R1,

7.5R2, 15R1 and 15R2. It was found that the higher pulp concentrations resulted in

longer fermentation times and higher registered temperatures. There was no

significant difference between the two types of applied turnings. Higher

concentrations of organic acids were observed in the experiments with higher pulp

concentrations (15R1, and 15R2), especially acetic acid. In cut test for assessing the

degree of fermentation, the experiments 0R2, 7.5R1, 7.5R2, 15R1 and 15R2 showed

the best results. Beans were processed in order to obtain the cupulate and the final

products were submitted to sensory evaluation: Quantitative Descriptive Analysis

(QDA) and Check-All-That-Apply test (CATA), and the acceptance test. In the QDA,

15R1 and 15R2 samples obtained higher scores in almost all the attributes, although

they did not statistically differ from the other samples. In CATA, the attributes bitter,

earth, coffee, firm to the bite and bad aftertaste were the most cited ones. In the

acceptance test, the 15R2 and 0R1 samples achieved the best results, and for this

reason, their volatile compounds were analyzed by GC-MS. The results showed that

15R2 sample contributed to the formation of important flavor compounds, particularly

linalool and acetophenone, and have higher concentrations of pyrazines. In the

microorganisms counting during fermentation (culturable methods), the results

showed that there was a simultaneous growth of yeasts, lactic and acetic acid

bacteria throughout the fermentation with acetic acid bacteria declining in the final

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

moments. In non-culturable methods (Metagenomic) by sequencing of the DNA

extracted from the samples MiSeq Illumina platform, for identifying the taxonomic

levels of yeasts and bacteria involved in the process (non-culturable methods), the

results demonstrated a greater bacterial diversity in 7.5R1, 7.5R2, 15R1 and 15R2,

and greater diversity of yeasts in 0R1 and 0R2, indicating negative influence of pulp

on the yeast growth. In diversity and richness estimation analysis (Shannon and

Chao1 Index), the bacteria domain had the highest rates in the fermentation room.

Keywords: cupuassu, fruit pulp, fermentation, volatile compounds, metagenomic

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL .................................................................................... 1

OBJETIVO GERAL............................................................................................ 4

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 4

CAPÍTULO 1 – CUPUAÇU: UM FRUTO POTENCIAL ..................................... 6

RESUMO ........................................................................................................... 6

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 7

2. CUPUAÇU .................................................................................................... 9

2.1 Aspectos botânicos...................................................................................... 9

2.2 Distribuição geográfica, aspectos de propagação, produção e doenças do cupuaçuzeiro ....................................................................................................

10

3. FRUTOS ....................................................................................................... 12

3.1 Composição física e química ...................................................................... 12

4. SEMENTE .................................................................................................... 18

4.1 Histologia ................................................................................................... 18

4.2 Fermentação .............................................................................................. 19

4.2.1 Aspectos físico-químicos ........................................................................ 19

4.2.2 Aspectos microbiológicos ....................................................................... 22

4.3 Secagem ................................................................................................... 25

5. PROCESSAMENTO TECNOLÓGICO ......................................................... 26

5.1 Produtos de cupuaçu ................................................................................. 26

6. IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL .................................................................. 28

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 29

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 30

CAPÍTULO 2 - EVOLUTION OF THE FERMENTATION OF CUPUASSU SEEDS (Theobroma grandiflorum Schum): PHYSICAL AND CHEMICAL CHARACTERIZATION ……………………………………………………………...

44

ABSTRACT ………………………………………………………………………….. 44

1. INTRODUCTION …………………………………………………………………. 44

2. MATERIAL AND METHODS ……………………………………………………. 47

2.1 Preliminary fermentation test ………………………………………………….. 47

2.2 Raw material …………………………………………………………………….. 47

2.3 Processing ………………………………………………………………………. 47

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

2.3.1 Fermentation ………………………………………………………………….. 47

2.3.2 Drying ………………………………………………………………………….. 48

2.4 Physical and Chemical Determinations ………………………………………. 48

2.4.1 Temperature and pH of the Fermenting Mass …………………………….. 48

2.4.2 Moisture and Water Activity (Aw) …………………………………………… 48

2.4.3 Titratable acidity and pH of seeds during fermentation and dried beans.. 49

2.4.4 Total Nitrogen ………………………………………………………………… 49

2.4.5 Total phenolic compounds …………………………………………………. 49

2.4.6 Organic acids …………………………………………………………………. 49

2.5 Cut test fermented and dried seeds …………………………………………... 50

2.6 Statistical analysis ………………………………………………………………. 51

3. RESULTS AND DISCUSSION …………………..……………………………... 51

3.1 Evolution of the fermentation ………………………………………………….. 51

3.1.1 Fermentation time/turning …………………………………………………… 51

3.1.2 Temperature and pH of the fermenting mass ……………………………... 51

3.2 Physical and chemical characterization of the seeds during fermentation .. 53

3.2.1 Moisture and water activity ………………………………………………….. 56

3.2.2 Titratable acidity (TA) and pH of crushed seeds …………………………. 56

3.2.3 Organic acids …………………………………………………………………. 57

3.2.4 Total nitrogen …………………………………………………………………. 57

3.2.5 Total phenolic compounds ………………………………………………….. 58

3.3 Characterization of dried beans ………………………………………………. 58

3.3.1 Cut test ………………………………………………………………………… 60

3.4 Correlations ……………………………………………………………………… 61

4. CONCLUSIONS ………………………………………………………………...... 64

5. REFERENCES …………………………………………………………............... 65

CAPÍTULO 3 - CUPUASSU CANDY BAR ....................................................... 72

ABSTRACT ...................................................................................................... 72

1. INTRODUCTION .......................................................................................... 73

2. MATERIAL AND METHODS ........................................................................ 75

2.1 Fermentation ............................................................................................... 75

2.2 Drying ......................................................................................................... 76

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

2.3 Processing .................................................................................................. 76

2.4 Sensory Analysis ........................................................................................ 77

2.4.1 Quantitative Descriptive Analysis (QDA)................................................... 77

2.4.2 Affective test............................................................................................. 79

2.4.3 Statistical Analysis ................................................................................... 80

3. RESULTS AND DISCUSSION .................................................................... 80

3.1. Quantitative Descriptive Analysis (QDA) ................................................... 80

3.1.1 Sensory profile of cupulates samples ...................................................... 80

3.2 Affective test ………………………………………………….......................... 85

3.3 CATA (Check All That Apply ...................................................................... 87

4. CONCLUSION ……………………………………………………………............ 92

5. REFERENCES………....................…………………………………………….. 93

CAPÍTULO 4 - PULP CONCENTRATION INFLUENCES ON THE FORMATION OF VOLATILE COMPOUNDS ON CUPUASSU SEEDS (Theobroma grandiflorum Schum) …………………………………………………

99

ABSTRACT ………………………………………………………………………….. 99

1. INTRODUCTION …………………………………………………………………. 100

2. MATERIAL AND METHODS ……………………………………………………. 103

2.1 Cupuassu Seeds Fermentation ………………….……………………………. 103

2.2 Drying …………………………………………………………………………….. 103

2.3 Obtaining processing for nibs and cupulates …….…………………………. 104

2.4 Analysis of volatile compounds …….………………………………………… 104

2.4.1 Sample preparation and fractioned steam distillation …………………… 104

2.4.2 Extraction and flavor analysis ………………………………………………. 105

2.5 Identification and quantification of volatile compounds …………………… 106

2.6 Principal component analysis of GC-MS peak areas ………………………. 107

3. RESULTS AND DISCUSSION …………………………………………………. 107

3.1 Identification of volatile compounds during fermentation ……………….…. 107

3.2 Major volatile compounds identified in dried beans, nibs and cupulates .. 113

3.2.1 Dried beans …………….…………………………………………………….. 116

3.2.2 Nibs ………………………………………………………………………….. 117

3.2.3 Cupulates …………………………………………………………………….. 118

4. CONCLUSIONS ………………………………………………………………….. 120

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

5. REFERENCES …………………………………………………………………… 121

CAPÍTULO 5 - PLANT AND METAGENOMIC DNA EXTRACTION OF MUCILAGINOUS SEEDS …………………………………………………………..

129

ABSTRACT ………………………………………………………………………….. 129

BACKGROUND INFORMATION ………………………………………………….. 131

METHOD DETAILS …………………………………………………………………. 132

Preparation of material ……………………………………………………………… 132

Maceration and fat removal ………………………………………………………… 132

DNA extraction ………………………………………………………………………. 132

Purification …………………………………………………………………………… 133

DNA yields, quality and PCR conditions ………………………………………….. 133

ADDITIONAL INFORMATION ……………………………………………………... 135

REFERENCES …………………………………………………………………….... 136

CAPÍTULO 6 - A POLPA INFLUENCIA NA DIVERSIDADE MICROBIANA EM FERMENTAÇÃO DE SEMENTES DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum) ..............................................................................................................

139

RESUMO .......................................................................................................... 139

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 140

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 145

2.1 Fermentação das sementes de cupuaçu .................................................... 145

2.2 Coleta das amostras ................................................................................... 145

2.3 Análises microbiológicas ............................................................................. 145

2.4 Análise estatística ....................................................................................... 146

2.5 Sequenciamento (16S e ITS4) ................................................................... 147

2.5.1 Extração de DNA .................................................................................... 147

2.5.2 Sequenciamento ..................................................................................... 147

2.6 Análise das sequencias do DNA 16S ......................................................... 147

2.7 Análise das sequências do DNA ITS4 ........................................................ 147

2.8 Análise estatística de diversidade ............................................................. 148

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 148

3.1 Análises microbiológicas ............................................................................. 148

3.1.1 Leveduras ................................................................................................ 150

3.1.2 Bactérias acéticas (AAB) .......................................................................... 151

3.1.3 Bactérias láticas (LAB) ............................................................................. 152

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

3.1.4 Esporos de bactérias mesófilas aeróbias (EBM) e esporos de bactérias termófilas aeróbias (EBT) .................................................................................

154

3.2 Sequenciamento ......................................................................................... 156

3.2.1 Análise geral das sequencias do DNA 16S e ITS4 .................................. 156

3.3 Análise de rarefação para estimativa de riqueza das populações de bactérias ............................................................................................................

157

3.4 Composição do perfil taxonômico das comunidades de leveduras e bactérias identificadas .......................................................................................

163

4. CONCLUSÃO ................................................................................................ 176

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 177

DISCUSSÃO GERAL ........................................................................................ 187

CONCLUSÃO GERAL ...................................................................................... 209

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 210

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

1

INTRODUÇÃO GERAL

O cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) é uma das frutas nativas

mais populares da região amazônica, com grande aceitação pelo seu sabor e aroma

agradáveis. Além disso, é um fruto que apresenta alto rendimento, já que a polpa

pode ser utilizada para o preparo de diversos produtos, tais como doces, compotas,

geléias, bombons; a placenta no preparo de adubo; a casca como embalagem

artesanal; e as sementes para a produção de cupulate, produto similar ao chocolate

(Venturieri, 1993; Nazaré, Barbosa & Viegas, 1990; Gondim, Thomazini, Cavalcante

& Souza, 2001).

Apesar de o cupuaçu ser abundante na região amazônica, na maioria dos

casos ocorre perda dos frutos devido a diversos fatores, entre os quais, a ausência

de boas práticas agrícolas, que dificulta a obtenção de frutos sadios. O plantio

adensado e desordenado, além das formas inadequadas de controle de pragas,

coleta de frutos, condições de armazenamento e transporte, são outras questões

recorrentes. A inexistência de agroindústrias em quantidade suficiente para

beneficiamento agrava o problema de escoamento da produção na região (Souza,

2007).

Assim como ocorre com o cacau (Theobroma cacao L.), e dada a relativa

similaridade química e estrutural entre os frutos (Mattietto, 2001), é na etapa de

fermentação que ocorre principalmente a formação de compostos precursores de

sabor. O processo inicia no momento em que é feita a abertura dos frutos (Schwan

& Wheals, 2004). Sabe-se que o controle do processo natural de fermentação tanto

do cacau quanto do cupuaçu é complexo e é nesta etapa que o sabor desejável

começa a ser formado.

Apesar dos principais compostos envolvidos na fermentação de cacau já

terem sido identificados, os processos químicos e bioquímicos que levam ao sabor e

percepção da qualidade do chocolate ainda não estão bem esclarecidos (Afoakwa,

Paterson, Fowler, & Ryan, 2008). Quanto à fermentação do cupuaçu as informações

são ainda mais escassas.

Cabe destacar que, apesar de apresentar similaridades em relação ao

cacau, as sementes de cupuaçu possuem teor de polpa consideravelmente maior,

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

2

sendo inviável a fermentação sem um despolpamento prévio das sementes. Esta

prática pode levar a profundas alterações da diversidade microbiana envolvida, e a

formação dos compostos precursores de sabor. Em fermentação de cacau foi

demonstrado que um consórcio de micro-organismos está envolvido de forma um

tanto quanto sincronizada na fermentação e com funções essenciais no processo

(Schwan & Wheals, 2004; Camu et al., 2007; Ho, Zhao & Fleet, 2014).

Os métodos de cultivo usuais são limitados e não permitem conhecer

profundamente a comunidade microbiana em amostras ambientes. Cada vez mais

ferramentas moleculares são desenvolvidas e tem permitido avançar no

conhecimento dos microrganismos presentes em fermentação de cacau e sua

possível relação com o processo (Camu et al., 2007; Hamdouche et al., 2014;

Illeghems, Weckx, & De Vuyst, 2014). Na fermentação de cupuaçu, as pesquisas

para identificação de microrganismos foi feita por métodos convencionais de cultivo

(Oliveira, 2001). Em cacau, nos últimos anos tem se intensificado a utilização de

ferramentas moleculares para a identificação dos microrganismos. Os métodos,

como a metagênomica, por exemplo, permitem conhecer populações microbianas

em um dado ambiente e que não podem ser recuperadas pelos métodos de cultivo

usuais (Guazzaroni, Beloqui, Golyshin, & Ferrer, 2009; Simon & Daniel, 2011). Estes

métodos, também chamados de sequenciamento de nova geração, permitem obter

dados de sequenciamento em larga escala a partir de diversos ambientes, com

construição de bibliotecas de DNA (Simon & Daniel, 2011).

O uso das sementes de cupuaçu para produção de alimentos ainda é

incipiente, e a otimização das etapas de processamento permitiria a obtenção de

produto com melhor qualidade reduzindo o seu descarte. O cupuaçu é um fruto com

potencial, visto que alguns estudos demonstram uma aceitação satisfatória do

produto final (cupulate) em análises sensoriais (Nazaré et al., 1990; Cohen et al.,

2004; Lopes et al., 2008).

O cupuaçu é um fruto com aroma intenso, tendo sido identificados

diversos compostos voláteis na polpa (Quijano & Pino, 2007). Estudos apontam uma

composição química no cupuaçu diversa da de cacau (Mattietto, 2001; Kuskoski,

Asuero, Morales & Fett, 2006), que pode conferir ao produto final sabor diferenciado

e característico. Em cacau, alguns compostos voláteis migram da polpa para o

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

3

interior da semente durante a fermentação, reagindo quimicamente com as enzimas

presentes para formar importantes compostos de sabor (Kadow, Bohlmann, Phillips,

& Lieberei, 2013).

Assim, o aprofundamento dos estudos sobre a etapa de fermentação,

assim como a influência forma de revolvimento, para a obtenção de produtos de boa

qualidade sensorial é extremamente relevante para entender a dinâmica bioquímica

que ocorre no processo. Neste sentido, a identificação e função dos microrganismos

presentes na fermentação, bem como dos compostos orgânicos formados e outras

mudanças que ocorrem são uma contribuição para favorecer o aproveitamento desta

parte do fruto, que apresenta elevado valor nutricional e grande potencial para ser

usado como matéria-prima de um produto alimentício promissor.

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

4

OBJETIVO GERAL

Avaliar a influência da polpa sobre os microrganismos na fermentação de

sementes de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) e na formação do sabor,

em função de diferentes condições de fermentação utilizadas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar, através de ensaios físico-químicos, a influência de diferentes

teores de polpa e formas de revolvimento sobre os microrganismos

durante a fermentação;

Identificar, através de sequenciamento de larga escala, os

microrganismos presentes durante a fermentação;

Estimar a riqueza microbiana envolvida na fermentação de sementes de

cupuaçu e a influência da polpa sobre a mesma;

Caracterizar sensorialmente os cupulates e identificar os compostos

orgânicos voláteis nas amostras com melhor aceitação.

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

5

CAPÍTULO 1: CUPUAÇU: UM FRUTO POTENCIAL

Simone de Nazaré Melo Ramos, Aparecida das Graças Claret de Souza, Priscilla Efraim

_________________________________________________________________

Este capítulo será submetido à Trends in Food Science and Technology

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

6

CAPÍTULO 1

CUPUAÇU: UM FRUTO POTENCIAL

Simone de Nazaré Melo Ramosa, Aparecida das Graças Claret de Souzab, Priscilla

Efraima*

aDepartamento de Tecnologia de Alimentos, FEA, UNICAMP. Rua Monteiro Lobato, 80. Cidade

Universitária Zeferino Vaz. Campinas-SP. Brasil. CEP 13.083-862

bEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA Amazônia Ocidental. Rodovia AM 010

Km 29. Manaus-AM. Brasil. CEP 69010-970.

*Autor correspondente: Tel.+55 19 3521-3998. E-mail: [email protected]

RESUMO

O cupuaçu é um fruto nativo da região amazônica, do mesmo gênero do cacau,

popular pelo sabor característico e agradável da polpa, principal parte de interesse

comercial, utilizada para o preparo de sucos, geleias, licores, doces, etc. A semente

e a polpa apresentam em sua composição macro e micronutrientes que lhes

conferem alto valor nutricional. Apesar disso, as sementes ainda são negligenciadas

como matéria-prima, sendo, na maioria das vezes, consideradas resíduos. Pelo

elevado teor de lipídiosque possuem, representam para a indústria de cosméticos,

excelente matéria-prima na elaboração de produtos de beleza que requerem

estabilidade e funcionalidade, sendo possível obter também, através da sua

fermentação, produto análogo ao chocolate, o cupulate. Após o processamento, as

amêndoas sofrem transformação conferindo ao cupulate características sensoriais

apreciáveis. Estudos realizados têm comprovado que os compostos químicos

identificados na polpa influenciam também no sabor final. Além disso, a baixíssima

concentração de cafeína e teobromina representa uma boa alternativa para pessoas

com intolerância às xantinas a presença de compostos bioativos. Neste trabalho,

são apresentadas evidências de que o cupuaçu é um fruto com alto potencial de

aproveitamento industrial, com promissoras chances de se tornar, assim como o

cacau, um fruto com ampla aceitação global.

Palavras-chave: cupuaçu, sementes, manteiga de cupuaçu, nutrientes, compostos

orgânicos, cupulate

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

7

1. INTRODUÇÃO

O cupuaçu é um fruto muito apreciado pelo sabor exótico, principalmente

da polpa, a parte mais utilizada para o preparo de sucos, doces, entre outros

produtos. A descoberta e aceitação do fruto pelo mercado externo tem se

expandido, sobretudo, pelas características sensoriais que apresenta (Venturieri,

2011).

O nome cupuaçu é derivado da língua Tupi, e significa kupu: similar ao

cacau e açu: grande (Santos, 2003). Também é conhecido por nomes vernaculares

como “copoasu, cupuaçuzeiro, cupuarana, cupu-assu, copoaçú, cupu do mato,

pupú, pupuaçú” e na língua inglesa como “Brazilian cocoa, copoasu, cupuassu,

large-flowered coca” (Lim, 2012). Devido ao forte valor social e econômico que

representa para o País, em 2008 foi sancionada uma lei designando o cupuaçu

como fruta nacional brasileira (Sousa, 2011). No Brasil, a espécie pré-colombiana de

cupuaçu provavelmente foi disseminada a partir da região pré-amazônica, no

Maranhão, para outros estados da região norte através da intensa migração dos

povos indígenas (Cuatrecasas, 1964; Alves, 2002).

Apesar de ser um fruto com grande potencial, o cupuaçu ainda é

negligenciado por diversos fatores, entre os quais culturais, regionais, econômicos e

sazonais. Embora as pesquisas sobre o aproveitamento de partes do fruto estejam

em ascensão, para a população da região produtora o fruto representa uma

oportunidade comercialmente atraente pela possibilidade de obtenção de vários

produtos. Na Figura 1 está uma representação esquemática de produtos que podem

ser obtidos a partir do fruto (Venturieri, 1993; Gondim et al., 2001).

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

8

Figura 1. Fluxograma dos produtos obtidos a partir do cupuaçu (Adaptado de Venturieri, 1993)

A sazonalidade do fruto e a escassez de empresas de beneficiamento e

estocagem são também fatores limitantes. Além disso, a produção do cupuaçu

ainda está muito voltada à agricultura familiar com dificuldade no escoamento da

produção na região amazônica levando à perda total da safra em alguns casos

(Scudeller & Santos-Silva, 2009). Segundo Xavier et al. (2009) citado por Jorge

(2011), a perda pós-colheita se situa entre 15 a 50% quando comparada à média

brasileira para frutos tropicais.

Apesar de a região amazônica ser a principal produtora de cupuaçu, o

destino da maior parte dos frutos ainda está restrito à própria região (Souza, 2007).

A oferta irregular de cupuaçu devido a uma série de fatores e a necessidade de

atender às exigências previstas na legislação sanitária de outros países tem sido

impedimento para que o fruto entre no mercado internacional (Alves, 2002).

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

9

2. CUPUAÇU

2.1 Aspectos botânicos

O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum Schum), pertence à família

Malvaceae. É uma planta que pode atingir até 15 m de altura. Segundo Venturieri

(1993), os estudos mais completos da taxonomia do gênero Theobroma foram

realizados por Cuatrecasas (1964), que o dividiu em 22 espécies repartidas em seis

seções: Andropetalum, Glossopetalum, Oreanthes, Rhytidocarpus, Telmatocarpus e

Theobroma. Destas, apenas a Andropetalum não é encontrada no Brasil. Das vinte e

duas espécies existentes, apenas T. grandiflorum, o T. obovatum, T. subincanum, T.

speciosum, T. sylvestre, T. microcarpum, T. glaucum, T. canumanense, T. bicolor, e

T. cacao estão restritas à Bacia Amazônica.

A floração do cupuaçuzeiro ocorre durante o verão amazônico (julho-

setembro) (Souza, 2007). Segundo Prance & Silva (1975) citados por Alves (2002),

o pico de frutificação ocorre no 1º trimestre do ano e quando maduros, os frutos

caem espontaneamente (Cohen, Luccas, Sousa, & Jackix, 2003).

O cupuaçuzeiro desenvolve bem em temperaturas relativamente

elevadas, com média anual de 21,6C a 27,5 C, umidade relativa de 77% a 88% e

precipitações na faixa de 1900 mm a 3100 mm (Diniz, 1984).

O fruto tem formatos variáveis, oblongo, ovalado, elíptico, obovoide ou

redondo (Figura 2), diâmetro transversal de 9 cm a 15 cm, diâmetro longitudinal de

10 cm a 40 cm, peso variando de 200 g a 4000 g, com média de 1200 g, sendo

38% em média de polpa, 17% de sementes frescas, 2% de placenta e 43% de

casca. A espessura da casca (epicarpo e mesocarpo) varia de 0,6 cm a 1 cm de

espessura, as sementes em número de 15 a 50 são ovoides ou ovoide-elipsoides,

de 2,0 cm a 3,0 cm de comprimento, 2,0 cm a 2,5 cm de largura, 1,0 cm a 1,8 cm de

espessura e, peso de 4 g a 7 g. Nos frutos sem sementes o percentual de polpa é de

60% a 68%. Quando maduro, o fruto se desprende da planta, exalando cheiro

agradável e característico (Souza & Sousa, 2002)

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

10

Figura 2. Formatos do fruto de cupuaçu (Adaptado de SOUZA, 1996)

2.2 Distribuição geográfica, aspectos de propagação, produção e doenças do

cupuaçuzeiro

No Brasil o cupuaçu está amplamente distribuído pela Floresta

Amazônica Legal Brasileira, em outros países da América do Sul (Equador, Guiana,

Martinica, Costa Rica, São Tomé, Trinidad e Gana) e, de acordo com Venturieri

(1993), alguns indivíduos podem ser encontrados nos Estados do Rio de Janeiro e

Bahia.

A propagação do cupuaçu é feita de forma seminal ou por enxertia.

Entre os tratos culturais empregados para o cultivo de cupuaçuzeiro estão: a

adubação, controle de invasoras e poda fitossanitária para o controle da vassoura-

de-bruxa (Souza et al., 2012).

As sementes de cupuaçu são consideradas recalcitrantes, pois não

podem sofrer dessecação (redução da umidade) ou ser estocadas em baixas

temperaturas, tendendo a perder a viabilidade. Com um teor de umidade entre 49,8

e 51,7% permanecem 100% viáveis, enquanto que com 14,6% morrem (Cruz &

Cicero, 2008). Assim, as sementes tornam-se exigentes quanto às condições de

armazenamento para uso em futuras propagações.

Para o cupuaçu foi criado um banco de germoplasma, que consiste em

depósito da variabilidade genética, a partir de partes do vegetal (plantas, anteras,

pólen, sementes, etc.). A vantagem deste procedimento consiste em identificar

espécies que apresentam características desejáveis, tais como frutos com tamanhos

Oblongo Ovado Elíptico Obovado Redondo

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

11

maiores, menor quantidade de sementes por fruto e resistência à pragas (Alves,

2002).

Maior concentração na diversidade de espécies nativas foi encontrada

principalmente nas regiões sul e sudeste do Pará e noroeste do Maranhão, com

oportunidade de melhoramento do cupuaçu, pela disponibilidade de genes e

genótipos, e também como reserva biológica, tendo em vista a degradação das

espécies nativas em áreas que estão sendo degradadas para a formação de pastos

(Alves, 2002).

Souza (2007) também cita, segundo dados do Instituto de

Desenvolvimento da Amazônia (IDAM), ter havido de 1996 até 2006 uma baixa

produtividade de frutos por hectare, ocasionada por técnicas variáveis de produção

(algumas em locais de difícil acesso dificultando a logística de transporte),

deficiência de empresas de beneficiamento, assim como locais adequados para

estocagem a frio, e sazonalidade dos frutos. Além disso, o cupuaçu também é

considerado fruta de baixíssima fecundidade tendo sido demonstrado que em

plantas de sete anos a relação flor:fruto é de 2.500:4, sendo necessário o

desenvolvimento de técnicas de polinização para a produção de maior quantidade

de frutos (Venturieri & Ribeiro Filho, 1995). No entanto, a possibilidade de maior

produção pode ser conseguida quando o cultivo está próximo de áreas de floresta,

em função da influência positiva exercida pelo microclima (Reisdorff, Gasparotto, &

Lieberei, 2000).

O crescimento do cupuaçuzeiro também é favorecido em ambiente

parcialmente sombreado (Silva, Freitas, Siebeneichler, Mata, & Chagas, 2007). É

uma planta de fácil associação a outras espécies vegetais, especialmente em solo

arenoso, sendo observado aumento na produtividade quando consorciado ao cultivo

de outras plantas frutíferas (Bicalho & Hoefle, 2010; Falesi, Santana, Homma, &

Gomes, 2010).

No Estado do Amazonas, a produtividade de cupuaçu diminuiu nos

últimos anos, impactando na disponibilidade de frutos. Entre os motivos estão a falta

de boas práticas de manejo e a suscetibilidade a pragas e doenças, principalmente a

“vassoura de bruxa” (Brasil, 2014). Por essa razão, programas de melhoramento

genético vêm sendo desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

12

Agropecuária-EMBRAPA visando desenvolver cultivares para aumentar não só a

produção de frutos por hectare, mas também a resistência das plantas ao ataque de

pragas, como a “vassoura de bruxa”. As cultivares de cupuaçu mais recentemente

desenvolvidas no programa de melhoramento da Embrapa são: Belém, Codajás,

Coari e Manacapuru; Carimbó, BRS 227; BRS 228; BRS 229; BRS 311 e BRS 312

(Souza et al. 2012; Brasil, 2014).

A vassoura de bruxa é causada por um fungo (Moniliophtora perniciosa)

que afeta a produção de cupuaçu e outras culturas, estando entre as mais

importantes pragas, pelo prejuízo econômico que causa, com ocorrência

generalizada na Amazônia. Pode levar a planta à morte quando não são aplicadas

medidas de contenção (Lima & Souza, 1998). O fungo acomete o tecido

meristemático nas plantas, atingindo também as flores e os frutos. Os frutos jovens

não se desenvolvem e nos adultos é observado um escurecimento da casca com

apodrecimento da polpa, na parte interna (Souza, 2007). Segundo Ferreira (1989),

citado por Gondim et al. (2001), além da Amazônia brasileira, a doença também é

detectada em plantações de cacau em países da América do Sul, entre os quais

Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname, Guianas e Trinidad.

3. FRUTOS

3.1 Composição física e química

Em sementes de cupuaçu foi detectada a presença de uma purina, a

teacrina (ácido 1,3,7,9-tetrametilúrico) (Vasconcelos, Silva, Maia, & Gottlieb, 1975),

provável precursora da cafeína (Santos, 2003), também encontrada em Cammelia

assamica var. kucha, consumida na forma de chá, e apreciada pelo efeito anti-fadiga

que causa, através da restauração de neurotransmissores como a dopamina (Li et

al., 2015). Estudos indicam que a substância possui potente efeito sedativo e

hipnótico, bem diferente do observado em teobromina e cafeína sobre o sistema

nervoso central. Em associação com o fenobarbital, por exemplo, induz ao sono (Xu;

Kurihara; Zhao; Yao, 2007), tendo sido observadas também atividades anti-

inflamatória e analgésica (Wang et al., 2010). Estudos sobre os efeitos da teacrina

no organismo pelo consumo de cupuaçu ainda são desconhecidos.

Outras xantinas como a teobromina, teofilina e cafeína também são

encontradas em sementes de cupuaçu, porém em concentrações bastante inferiores

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

13

quando compradas às encontradas em sementes de cacau (Lo Coco, Lanuzza,

Micali, & Cappellano, 2007). No Quadro 1 são apresentadas as concentrações

encontradas das xantinas nas sementes dos frutos

Quadro 1. Concentração de xantinas encontradas em sementes e amêndoas de

cacau e cupuaçu

COMPOSTOS CACAU CUPUAÇU

Teobromina 33 mg.g-1

1.0 mg.g-1

Teofilina 0.20 mg.g-1

* 0.30 mg.g-1

*

Cafeína 5.60 mg.g-1

0.50 mg.g-1

*Amêndoas torradas

Na Tabela 1 são apresentadas características físico-químicas e

concentrações de macro e oligoelementos na polpa, semente, amêndoas secas e

torradas de cupuaçu.

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

14

Tabela 1. Características físico-químicas e concentrações de macro e oligoelementos na polpa, semente, amêndoas seca e torrada de cupuaçu

físico-química polpa semente amêndoa amêndoa torrada

Umidade (%) 89,2±0,3 [1] 6,92 [4] 6,07 [4]

pH 3,5±0,2 [1] 6,35±0,01 [2] 5,41±0,03 [2] 5,27±0,03 [2]

acidez total titulável 3,5±0,0 [1]* 7,70±0,50 [2]** 11,69±0,75 [2]** 11,74±0,75 [2]**

Proteína (%) 8,8±1 [5] 9,43±0,12 [2] 8,89±0,36 [2] 8,63±0,22 [2]

Lipídios (%) 12,7±2,2 [5] 64,85±0,61 [2] 53,60±1,04 [2] 53,73±0,30 [2]

Cinzas (%) 5,3±0,5 [5] 2,94±0,02 [2] 2,02±0,01 [2] 2,15±0,04 [2]

Fibras (%) 14,3±0,6 [5] 3,28±0,05 [2] 6,51±0,98 [2] 7,638±0,44 [2]

Açúcares (%) 49,0±4,0 [5] - - -

Glicose (% DM) 6,9±0,8 [5] - - -

Frutose (% DM) 8,8±0,5 [5] - - -

Sacarose (% DM) 34,6±1,7 [5] - - -

ácido ascórbico (mg/g) 96-111 [8] - - -

fenóis totais (mmol.L-1 ácido gálico) 0,4±0,0 [1] - - -

ativ. antirradical livre (µmol.L-1 de

Trolox) 0,6±0,2 [1] - - -

aa essenciais (mg/g)

treonina - 59,2±0,4 [3] 57,21±1,5 [3] 56,66±1,1 [3]

valina - 72,60±1,5 [3] 63,36±3,7 [3] 60,63±0,3 [3]

metionina - 4,59±1,1 [3] 4,26±1,1 [3] 2,49±0,6 [3]

cistina - 23,31±0,4 [3] 22,70±1,2 [3] 22,86±1,2 [3]

isoleucina - 45,8±0,3 [3] 41,61±0,4 [3] 42,24±0,8 [3]

leucina - 84,4±1,5 [3] 77,07±1,5 [3] 79,52±1,5 [3]

tirosina - 37,06±0,7 [3] 43,50±1,5 [3] 42,74±1,1 [3]

fenilalanina - 45,47±0,3 [3] 41,13±0,4 [3] 40,26±0,3 [3]

lisina - 53,11±1,5 [3] 45,39±4,7 [3] 43,74±0,3 [3]

histidina - 14,52±0,7 [3] 12,77±1,5 [3] 11,43±1,2 [3]

triptofano - 12,99±0,1 [3] 14,609±0,7 [3] 12,92±0,4 [3]

aa não essenciais (mg/g)

arginina - 56,55±1,5 [3] 56,74±3,7 [3] 52,685±0,4 [3]

ácido aspártico - 123,81±2,6 [3] 144,21±3,4 [3] 151,59±1,5 [3]

serina - 53,11±3,4 [3] 59,57±2,3 [3] 58,15±2,2 [3]

ácido glutâmico - 148,26±1,1 [3] 141,37±3,7 [3] 147,11±3,4 [3]

prolina - 44,33±2,2 [3] 52,01±1,5 [3] 51,19±8,9 [3]

glicina - 57,7±0,3 [3] 69,99±6,1 [3] 62,13±0,8 [3]

alanina - 47,76±0,3 [3] 45,86±2,2 [3] 47,22±0,8 [3]

amônia - 15,28±0,7 [3] 14,66±0,4 [3] 14,41±0,8 [3]

proteína total - 26,17±0,3 [3] 21,15±0,8 [3] 20,12±0,5 [3]

ácidos graxos (g/100g de ácidos graxos totais)

ácido mirístico 0,12±0,03 [5] - - -

ácido palmítico 55,22±0,62 [5] 7,54±0,08 [6] - -

Continua...

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

15

Continuação

ácido palmitoleico 0,56±0,15 [5] - - -

ácido esteárico 3,12±0,15 [5] 32,6±0,1 [6] - -

ácido oleico 18,8±2,44 [5] 41,31±0,06 [6] - -

ácido linoleico 3,08±0,63 [5] 4,9±0,1 [6] - -

ácido α-linolênico 17,98±2 [5] 0,20±0,01 [6] - -

ácido margárico - 0,19±0,01 [6] - -

ácido vacênico - 0,47±0,02 [6] - -

ácido eicosanóico - 10,51±0,04 [6] - -

ácido eicosenóico - 0,34±0,01 [6] - -

ácido docosanóico - 1,72±0,01 [6] - -

ácido tetracosanóico - 0,19±0,01 [6] - -

ácido graxo saturado 1,4004 [5] 52,81±0,07 [6] - -

ácido graxo monoinsaturado - 42,12±0,04 [6] - -

ácido graxo poliinsaturado - 5,07±0,11 [6] - -

ácido graxo mono e poliinsaturado 0,9782 [5] - - -

ω-6/ω-3 - 0,1713 - -

minerais e traços de elementos (µg/g amostra fresca)

Al 0,8±0,3 [7] 2,1±0,3 [7] - -

B 0,3±0,1 [7] 2,9±0,1 [7] - -

Ca 96±9 [7] 369±9 [7] - -

Cl 87±21 [7] 340±31 [7] - -

Cu 0,4±0,1 [7] 2,7±0,1 [7] - -

Fe 2,7±0,3 [7] 7,5±0,3 [7] - -

K 3439±46 [7] 2621±24 [7] - -

Mg 93±2 [7] 802±9 [7] - -

Mn 0,6±0,1 [7] 2,7±0,1 [7] - -

P 118±2 [7] 730±4 [7] - -

S 334±7 [7] 177±4 [7] - -

Si 3±1 [7] 4±1 [7] - -

Sr 0,7±0,1 [7] 1,6±0,1 [7] - -

Zn 2,2±0,1 [7] 7,3±0,1 [7] - -

[1] (Canuto, Xavier, Neves, & Benassi, 2010) [2] (Carvalho, García, & Wada, 2005) [3] ( Carvalho, Garcia, & Fárfan, 2008) [4] (Santos, 2000) [5] (Rogez et al., 2004) [6] (Pugliese, 2010) [7] (Naozuka, 2008) [8] (PUGLIESE et al, 2013) *expresso em mg de ácido cítrico/100g de polpa; ** expresso em meq NaOH/100g

FW: peso fresco SFA: ácido graxo saturado UFA: ácido graxo insaturado MUFA (PUFA): ácidos graxos mono e poliinsaturados

Tanto a polpa quanto as sementes de cupuaçu possuem alto conteúdo

protéico e lipídico, boa fonte de minerais (macro e oligo-elementos) destacando-a

como fruta de elevado valor nutricional. O açúcar prevalente é a sacarose (Tabela

1).

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

16

Os diferentes formatos do fruto (oblongo, ovado, elíptico, obovado e

redondo) não apresentam diferenças significativas nas características requeridas

para rendimento industrial com relação à utilização da polpa e sementes (Matos et

al., 2008). Foram constatadas médias percentuais muito próximas no peso dos

frutos (1.305 g), assim como concetração de polpa (37,4%), pH (3,11), umidade

(84,3 %), Brix 13,61o), e acidez titulável (3,02%) (Matos et al., 2008). Assim, a

utilização de frutos para fins industriais pode ser feita com base na seleção de

árvores com maior produção e maturação de frutos em diferentes períodos do ano.

O cupuaçu é uma fruta rica em vitamina C, apresentando concentração

entre 96 a 111 mg/100g na polpa fresca. Quando disponibilizada para

comercialização, a polpa apresenta drástica redução de vitamina C (9 a 13 mg/100g)

(Pugliese, Tomas-Barberan, Truchado, & Genovese, 2013).

Na polpa de cupuaçu foram detectados 21 compostos voláteis, sendo que

os mais predominantes nas amostras eram ésteres, representados principalmente

por butanoato de etila, hexanoato de etila e ácido hexadecanóico. Os dois primeiros

compostos contribuem para o aroma do cupuaçu (Franco; Shibamoto, 2000). A

concentração de compostos voláteis varia de acordo com o pH, sendo maior em

amostras com pH 3.3, próximo ao pH natural do fruto. No total foram identificados 24

ésteres, 13 terpenos, 8 álcoois, 4 carbonilas, 4 ácidos, 2 lactonas e 1 fenol (Tabela

2) (Quijano & Pino, 2007).

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

17

Tabela 2. Compostos voláteis detectados em polpa de cupuaçu (µg/kg).

COMPOSTOS pH 3,3 pH 7

Acetato de etila 250 102 2-propanol - 4 Etanol 77 29 Propanoato de etila 52 - Propanoato de 3-metilbutila 20 - Butanoato de etila 389 381 2-Metilbutanoato de etila 162 - Acetato de butila 440 7 Acetato de 3-metilbutila 43 - 1-butanol 129 13 1-penten-3-ol 24 - 2-metil-2-pentenal - 5 Mirceno 12 - 3-metilbutanol 3 2 Butanoato de butila - 14 Hexanoato de etila 1253 359 (E)-β-Ocimeno 37 28 Acetato de 3-metil-3-buten-1-il 62 3 Acetato de hexila 201 4 Terpinoleno 15 - 3-hidroxi-2-butanona 102 - 3-metil-2-buten-1-ol 278 - 2-metilpentanoato de etila 40 12 1-hexanol 30 7 3Z-Hexenol 18 6 Nonanal 19 - Hexanoato de butila 79 5 Octanoato de etila 52 10 Óxido de (Z)-linalol (furanóide) 27 0 Óxido de (E)-linalol (furanóide) 31 8 Ácido acético 47 0 (E,E)-2,4-Heptadienal 5 - Sorbato de etila 6 - 3-Hidroxibutanoato de metila 44 - Linalol 986 104 3-Hidroxibutanoato de etila 86 - Β-Cariofileno 23 5 Decanoato de etila 37 6 Ácido butanóico 117 29 Butanoato de propila 48 5 3-Hidroxihexanoato de etila 520 - α-Terpinol 440 89 Propanoato de linalil 111 51 Germacrene D 37 5 Nerol 12 0 Dodecanoato de etila 27 - Geraniol 42 - Ácido hexanóico 21 4 Acetato de 2-fenilpropila 37 2 γ-Octalactona 8 - Ácido octanóico 70 - Acetato de trans-Cinamil 32 21 Eugenol 35 15 δ-Decalactona 9 - Acetato de cedrila 29 6 Acetato de (E,E)-farnesil 10 -

- Não detectado

Fonte: Quijano & Pino (2007)

A complexidade de compostos voláteis presentes na polpa de cupuaçu

justifica o aroma e sabor intenso do fruto, caracterizado como exótico e muito

agradável. Alguns dos compostos identificados têm papel preponderante na

formação do sabor durante a fermentação, secagem e processamento das

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

18

amêndoas para a obtenção do cupulate. Estudos comprovam que compostos

voláteis presentes na polpa de cacau, por exemplo, migram para a semente durante

a fermentação (Kadow et al., 2013), presumindo-se que o mesmo ocorre com

cupuaçu.

Entre os compostos identificados na polpa de cupuaçu, estão o linalol

(3,7-dimetil-1,6-octadien-3-ol) composto com potencial impacto no aroma, presente

de forma abundante (Oliveira et al., 2004), sendo também encontrado em elevadas

concentrações em cacau fino, contribuindo com um aroma floral e tipo chá (Pino;

Roncal, 1992; Ziegleder, 1990 citados por Lima, 2012); o álcool amil 3-metil-1-

butanol, que quando esterificado, origina o metil-1-butanol acetato, composto com

notas de malte e chocolate (Rodriguez-Campos et al., 2011; Rodriguez-Campos et

al., 2012); a 3-hidroxibutanona (acetoína), composto com sabor de manteiga,

utilizado pela indústria em margarina e pode ser obtido de fermentações láticas

(Schrader, 2007); e o eugenol, com propriedades inibitórias sobre o crescimento de

microrganismos, atividade anti-oxidante. Seu uso combinado em atmosfera

modificada promove a conservação de alimentos prevenindo a perda de ácido

ascórbico, compostos fenólicos totais e antocianinas na casca de frutas (Valero et

al., 2006).

4. SEMENTE

4.1 Histologia

Modificações na estrutura das sementes de cacau e cupuaçu durante a

fermentação foram estudadas comparativamente e os resultados apontam

semelhanças entre os dois frutos com relação à presença e concentração de alguns

compostos químicos (Mattietto, 2001; Martini & Tavares, 2005), embora as sementes

de cupuaçu sejam maiores que as de cacau (Martini, 2004).

As sementes de cupuaçu são constituídas por três regiões: um tegumento

ou envoltório, cotilédones e eixo hipocótilo-radícula, situado na base da semente e

unido aos dois cotilédones. Pelo fato de estar aderida ao cotilédone, há dificuldade

na remoção da casca (tegumento), o que normalmente não ocorre com a amêndoa

de cacau, pela existência de espaço entre as duas estruturas (Santos, 2003).

O mesófilo cotiledonar possui células de reserva (lípide-proteica), feixes

vasculares e idioblastos (células) de polifenóis. Durante a fermentação, com a

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

19

entrada de água e outros compostos na semente, a parede celular é destruída e os

compostos fenólicos são liberados, entrando em contato com enzimas específicas

originando a coloração marrom nas amêndoas (Mattietto, 2001).

Comparando as sementes de cupuaçu com as de cacau, conclui-se que

as de cupuaçu são superiores em reserva de lipídios e possuem menor teor de

proteínas, polifenóis e carboidratos (Martini, 2004), embora a quantidade de amido

seja maior nas sementes de cupuaçu do que em cacau (Mattietto, 2001). Este último

representa uma importante reserva relacionada com a estrutura de parede (Martini,

2004; Santos, 2003), entremeando, juntamente com os lipídios, a proteínas de

reserva nos cotilédones (Santos, 2003).

As proteínas encontram-se na forma de granulações dispersas no

citoplasma (Santos, 2003). Durante a proteólise, os aminoácidos liberados

combinam-se com constituintes fenólicos formando as quinonas, reduzindo o

amargor e adstringência (Mattietto, 2001). Em sementes de cacau são armazenados

dois tipos de proteínas: globulina-7S (vicilina) e a albumina (Mattietto, 2001). Apenas

a primeira é responsável pela geração dos precursores de aroma. Em cupuaçu

também foram identificadas frações proteicas de globulina e albumina, sendo a

albumina a mais abundante (Carvalho et al., 2008).

A presença de mucilagem nos espaços intercotiledonares e dentro de

estruturas (sacos de mucilagem) no parênquima do tegumento externo também foi

observada no cupuaçu. A mucilagem é um polissacarídeo de caráter ácido e neutro,

provavelmente um mucopolissacarídeo (Santos, 2003).

4.2 Fermentação

4.2.1 Aspectos físico-químicos

As sementes de cupuaçu são submetidas à fermentação para obtenção

de cupulate (Nazaré et al., 1990), sendo previamente despolpadas, para

reaproveitamento da polpa pela indústria. Ainda assim, uma porção permanece

aderida à semente, servindo como substrato para início da fermentação (Cohen et

al., 2003). Assim como ocorre com o cacau, a fermentação das sementes é feita de

forma empírica com contaminação espontânea, desencadeando uma série de

reações bioquímicas, culminando na transformação dos substratos presentes em

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

20

outros compostos que podem ou não conferir características sensoriais desejáveis,

dependendo da forma como é feita a fermentação (Lagunez Gálvez et al., 2007).

As formas de fermentação de cacau e revolvimento aplicados para

promover a aeração da massa e homogeneização da temperatura, são variáveis em

várias partes do mundo. Pilhas de fermentação sobre folhas de bananeiras em

contato direto com o solo, balaios e cochos de madeira são alguns exemplos

(Beckett, 2009). Na fermentação de sementes de cupuaçu normalmente são usados

cochos de madeira (Cohen, Mattietto & Jackix, 2004; Cohen, Sousa & Jackix, 2009;

Pugliese, 2010; Jorge, 2011). O tempo de fermentação é variável, entre 5 e 7 dias

(Nazaré et al., 1990; Cohen & Jackix, 2005), sendo que o prolongamento representa

um risco para a qualidade do produto final pela obtenção de amêndoas com sabores

estranhos (off-flavors). Durante a fermentação a temperatura máxima pode alcançar

47oC, inferior à de cacau que no mesmo estudo registrou 49oC (Mattietto, 2001). A

quantidade de sementes de cupuaçu também parece influenciar. Quanto maior, mais

elevada a temperatura da massa (Nazaré et al., 1990; Cohen & Jackix, 2005;

Robayo, 2010). Enquanto na fermentação de cacau a temperatura elevada

permanece estável até o final, em cupuaçu foi observado declínio progressivo, com

registros finais na faixa dos 30oC (Nazaré et al., 1990; Mattietto, 2001; Cohen &

Jackix, 2005; Robayo, 2010).

A acidez elevada no início da fermentação de cupuaçu apresenta redução

até o final (Nazaré et al., 1990; Mattietto, 2001), sendo que nas primeiras 24h ocorre

súbita elevação, coincidindo com o aumento dos ácidos lático e acético nesse

período (Mattietto, 2001). Este evento pode estar relacionado com a intensa

atividade microbiana pela formação dos referidos ácidos, a partir do ácido cítrico e

açúcares, respectivamente, embora no mesmo estudo tenha sido observado que

entre o 3o e o 6o dia de fermentação haja elevação no teor de açúcares tanto

redutores quanto da sacarose (Mattietto, 2001).

O pH dos cotilédones de cupuaçu, incialmente em 6,3, apresenta redução

para 5,72 em virtude da entrada de compostos ácidos durante a fermentação. A

testa, em sentido contrário, apresenta elevação de 3,35 para 6,22, (Mattietto, 2001),

ocasionada provavelmente pela hidrólise proteica, no interior dos cotilédones, com

liberação dos compostos para o meio externo.

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

21

A umidade das sementes de cupuaçu tende a aumentar durante a

fermentação. O aumento é atribuído à elevação da temperatura da massa, causando

maior absorção e retenção de água pelas proteínas vacuolares (Mattietto, 2001), ou

mesmo superoxidação do ácido acético presente, culminando com a liberação de

CO2 e água (Schwan & Wheals, 2004).

As sementes de cupuaçu apresentam diversos aminoácidos essenciais e

não essenciais (Tabela 1). Observa-se aumento no teor de alguns aminoácidos

essenciais após a fermentação (ácido aspártico, serina, prolina, glicina) e após a

torração (ácido aspártico, ácido glutâmico e alanina) (Carvalho et al., 2008). Mattietto

(2001) observou que, com exceção da cistina, aminoácidos como a serina, ácido

glutâmico, prolina, alanina, valina, leucina, tirosina, treonina e fenilalanina

apresentam elevação, com destaque para as duas últimas. Dos aminoácidos

citados, apenas a alanina, tirosina, leucina e fenilalanina são hidrofóbicos.

Os aminoácidos hidrofóbicos (alanina, tirosina, valina, isoleucina, leucina

e fenilalanina), juntamente com os peptídios hidrofílicos e açúcares redutores são

importantes precursores de sabor. São transformados em compostos de sabor

através de reações não enzimáticas (reação de Maillard) durante a secagem e

torração das amêndoas (Rizzi & Bunke, 1998; Biehl & Ziegleder, 2003). Nos casos

em que a fermentação é mais prolongada, microrganismos aeróbicos promovem um

ataque aos aminoácidos e peptídeos liberados, caracterizando a sobre-fermentação

(Biehl & Ziegleder, 2003). O teor de fibras nas sementes de cupuaçu é superior ao

do cacau. Mas ao final da fermentação ocorre uma inversão ficando a concentração

de fibras em cupuaçu abaixo da de cacau (Mattietto, 2001).

A quantidade de polifenóis é maior em cacau do que em cupuaçu. Em

polpa de cupuaçu foram encontrados 20,5 mg.g-1 de polifenóis totais, não sendo

detectadas antocianinas, compostos fenólicos que conferem pigmentação violácea

(Kuskoski et al., 2006). Os polifenóis são estruturas metabólicas secundárias de

vegetais, que vão de simples compostos (ácidos fenólicos) até compostos

estruturalmente mais complexos, como os flavonoides. São substâncias que

conferem cor, sabor e adstringência em alimentos. Funcionam como substratos em

reações enzimáticas culminando com o escurecimento de alimentos (Cheynier,

2012). Além disso, alguns tipos de compostos fenólicos encontrados em cupuaçu

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

22

são considerados compostos bioativos pela atividade anti-oxidante (Yang et al.,

2003).

Nas sementes, a quantidade de polifenóis é superior a da polpa,

alcançando 42,7 mg.g-1 (Lim, 2012), porém três vezes inferior à de cacau (Pugliese,

2010), sendo que durante a fermentação, ocorre redução durante o processo de

109,7 mg/g para 57,46 mg/g, como resultado da oxidação enzimática, inclusive

durante a secagem das amêndoas (Mattietto, 2001). A perda de compostos fenólicos

em amostras desengorduradas também é expressivamente maior em extratos

metanólicos, ocasionada provavelmente durante o aquecimento em soxhlet

(Galeano & Paladines, 2012). Da mesma forma, também ocorre diminuição dos

compostos fenólicos, flavonóides, proantocianidinas oligoméricas e atividade anti-

oxidante em sementes de cupuaçu após a fermentação e secagem. A perda

aumenta durante o processamento para obtenção do cupulate (Pugliese, 2010).

Durante a fermentação há liberação de enzimas que atuam sobre os

substratos presentes. Algumas estão presentes naturalmente na polpa, nas

sementes ou podem ter origem nos microrganismos que participam do processo. Em

fermentação de sementes de cupuaçu, Garcia (2006) identificou a presença de

amilases, invertases, pectinesterases, poligalacturonases, peroxidases,

polifenoloxidases, proteases e lipases. Foi observado que a atividade dessas

enzimas começa a apresentar elevação a partir das 24 h de fermentação. À medida

que o processo avança, a atividade enzimática diminui até o final. Todas as

enzimas estudadas apresentam ótima atuação em uma faixa de pH entre 4,2 e 4,6.

Os compostos que são formados durante o processo, elevando o pH, interferem

negativamente na atividade enzimática. Porém, maior atividade é observada nos

momentos em que a temperatura da massa de fermentação está elevada, embora o

mesmo estudo não tenha encontrado correlação entre elevação da temperatura com

atividade enzimática, especialmente poligalacturonase, peroxidase, protease e a α e

β amilases (Garcia, 2006).

4.2.2 Aspectos microbiológicos

As classes de microrganismos envolvidos na fermentação de cacau já

foram estudadas através de várias técnicas moleculares (métodos não culturais),

além da metodologia convencional (métodos culturais) (De Vuyst et al., 2008;

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

23

Nielsen et al., 2008; Santos et al., 2011; Illeghems et al., 2012; Romero-Cortes,

2012; Meersman et al., 2013). Em todos eles foi identificada a predominância de

espécies de bactérias e leveduras com atuação específica sobre substratos dos

frutos para formação de precursores de sabor. A ação dos microrganismos na

fermentação é bastante interessante, pois acontece de forma relativamente

sincronizada e sequencial na qual os metabólitos gerados por uma população

servirão de substrato para outra, culminando na produção de compostos importantes

para a formação de sabor (Schwan & Wheals, 2004).

Estudos apontam que as leveduras parecem ser as responsáveis pelo

“start” do processo, com ação sobre os açúcares presentes na polpa, através da

quebra em compostos mais simples que depois são convertidos em álcoois. São

favorecidas pelas condições ambientais iniciais, predominantemente anaeróbicas

(Schwan & Wheals, 2004). Foi comprovado que a presença de leveduras é

essencial na fermentação, pois sua supressão leva a uma diminuição na

concentração de etanol, com maior formação de outros tipos de álcoois e menos

compostos pirazínicos em amêndoas torradas (Ho et al., 2014).

As leveduras prepararam o ambiente para a próxima etapa através da

liquefação da polpa, pela ação de enzimas específicas (pectinases) sobre a pectina.

O ambiente torna-se mais aerado para as bactérias acéticas, que a partir desse

momento passam a ter uma evolução mais rápida, convertendo o etanol em ácido

acético, já nas horas mais adiantadas da fermentação, caracterizando assim a fase

aeróbica (Schwan & Wheals, 2004; Schwan, 1998). A participação indireta dos

produtores ocorre através do revolvimento aplicado à massa de fermentação, com o

objetivo de aumentar a aeração e elevação da temperatura, que pode alcançar até

50oC, pela conversão do etanol em ácido acético, em uma reação bastante

energética, produzindo até 496 KJ/molécula de energia, levando à perda da

germinação da semente (Lagunes Gálvez et al., 2007).

Em fermentação de cupuaçu, através de método cultural, foram

identificados alguns gêneros de leveduras, tendo sido notada a presença de

Candida sp ao longo de todo o processo, sugerindo a existência de cepas

resistentes à elevação de temperatura que ocorre. Entres os outros

gêneros/espécies identificados estão Kloeckera lindneri, Brettanomyces,

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

24

Thrichosporum adeninovorans, Pichia fermentans, todos na fase intermediária da

fermentação (Oliveira, 2001).

A participação de bactérias láticas tem sido objeto de vários estudos.

Sabe-se que atuam sobre o ácido cítrico presente na polpa para a produção de

ácido lático, promovendo modificações no pH do ambiente (Schwan & Wheals,

2004). A ação das leveduras torna o ambiente favorável para as bactérias láticas

acidúricas, quando então parte da polpa já está liquefeita. Entre as bactérias láticas

identificadas nas primeiras horas de fermentação de cacau estão o Lactobacillus

fermentum, Lactobacillus plantarum, Leuconostoc mesenteroides e Lactococcus

lactis (Schwan & Wheals, 2004; Afoakwa, 2011), sendo que os gêneros Leuconostoc

e Lactococcus também foram identificados nas primeiras 24 h de fermentação em

sementes de cupuaçu (Oliveira, 2001).

O ácido lático, produzido pelas bactérias láticas, é inconveniente para a

qualidade do produto final, por se tratar de um composto não volátil que confere

acidez indesejável (Schwan & Wheals, 2004). Porém, estudos indicam que as

bactérias láticas têm um importante papel na fermentação, especialmente de

produtos lácteos. Elas atuam sobre o aminoácido leucina, formando o 3-

metilbutanal, um potente composto de sabor, também presente nas amêndoas de

cacau (Ayad, Verheul, Engels, Wouters, & Smit, 2001; Beckett, 2009). Em

fermentação de cacau, também atuam na conversão de açúcares e ácido cítrico em

ácido lático, acético e manitol (Schwan, 1998; Camu et al., 2007; Mai, Ho & Tran,

2014).

A fase aeróbica da fermentação começa a se tornar evidente nas horas

mais adiantadas da fermentação, quando a polpa já está quase toda liquefeita, pela

conversão do etanol em ácido acético e elevação da temperatura sob a ação das

bactérias acéticas (Schwan & Wheals, 2004; Afoakwa, 2011). Embora através de

métodos culturais tenham sido identificadas bactérias acéticas em fermentação de

cacau, ferramentas moleculares (métodos não culturais) têm permitido identificar

gêneros e espécies, ainda não catalogados. Utilizando padrões já existentes

também é possível identificar os grupos mais prevalentes na amostra (De Vuyst et

al., 2008). Segundo estudos, a maior frequência de gêneros tais como Acetobacter

em relação ao Gluconobacter, por exemplo, pode estar relacionada à preferência e

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

25

disponibilidade no meio de substratos específicos, tais como etanol e açúcar,

respectivamente (Schwan & Wheals, 2004; De Vuyst et al., 2008).

Também foi detectada maior frequência da espécie Acetobacter tropicalis

(Pereira, Miguel, Ramos, & Schwan, 2012; Romero et al., n.d.). Em sementes de

cupuaçu, a presença de Acetobacter aceti foi identificada a partir de 96 h até o final

da fermentação (Oliveira, 2001). O metabolismo das bactérias acéticas sobre os

substratos formam importantes compostos precursores de sabor do chocolate,

sendo que na maioria dos estudos as espécies A. aceti e A. pasteurianus são as

mais isoladas em cacau (Schwan & Wheals, 2004; Afoakwa, 2011).

Os bacilos são outro grupo de bactérias que apresentam crescimento

significativo nos momentos finais da fermentação, quando a polpa já foi praticamente

liquefeita e o pH do ambiente está mais elevado. São bactérias aeróbias cuja

contribuição na fermentação ainda não está muito clara. Talvez participem no

aumento da permeabilidade da casca (Biehl & Ziegleder, 2003). Foi demonstrado

que em fermentação de cacau alguns tipos de bacilos produzem lipases (Ardhana &

Fleet, 2003), que agem sobre os triglicerídeos presentes liberando ácidos graxos e

glicerol (Afoakwa et al., 2015), formando compostos com sabor indesejável (ranço)

(Afoakwa et al., 2013).

4.3 Secagem

Na etapa de secagem o metabolismo no interior das amêndoas

continua a ocorrer após a fermentação. A qualidade do produto final vai depender do

tempo e forma de secagem aplicada às amêndoas, pois é nesta etapa que ocorre a

volatilização dos compostos indesejáveis, diminuição da umidade e oxidação dos

compostos fenólicos, responsáveis pela adstringência percebida no sabor. Durante a

secagem a taxa de oxidação dos compostos fenólicos aumenta à medida que

aumenta a difusão da umidade no interior das amêndoas, associada à elevação da

temperatura de secagem entre 40-60oC (Kyi et al., 2005; Wan Daud, Meor Talib, &

Kyi, 2007).

A secagem também tem por objetivo cessar o processo de

fermentação para evitar uma sobre-fermentação que culminaria com a formação de

amônia a partir da degradação dos compostos fenólicos, produzindo sabores

indesejáveis (Zahouli, Guehi, Fae, & Nemlin, 2010). Durante a secagem o ideal é

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

26

que as amêndoas alcancem de 7 a 8% umidade, considerada uma faixa segura na

prevenção do desenvolvimento de bolores. Abaixo, as amêndoas tornam-se

quebradiças (Biehl & Ziegleder, 2003).

De acordo com Mc Donald et al. (1981) citado por Zahouli et al. (2010),

é na etapa de secagem que ocorre também o escurecimento das amêndoas, além

da continuidade na formação do sabor e aumento do número de células danificadas

nas amêndoas, com diminuição do material citoplasmático (De Brito et al., 2001).

Produtores de cacau e cupuaçu utilizam diferentes técnicas de

secagem: de forma natural (secagem solar), artificial (secagem em estufa) ou uma

combinação das duas. A secagem natural é considerada mais vantajosa, por

produzir menor concentração de amônia e melhor qualidade química. Na secagem

artificial é usada uma combinação da velocidade do ar com aquecimento. Assim,

podem ser controlados o tempo e velocidade de secagem, tornando-a mais rápida

que a secagem natural (Zahouli et al., 2010). Entretanto, uma secagem muito rápida

implica em um produto com acidez elevada (Barel, 1997).

5. PROCESSAMENTO TECNOLÓGICO

5.1 Produtos de cupuaçu

Por ser um fruto cujo principal aproveitamento é a polpa, as outras partes

do cupuaçu, tais como casca e sementes, não são valorizadas como matéria-prima.

Alternativas para aproveitamento da casca, por exemplo, têm sido consideradas. A

casca seca e triturada configura um excelente material bio-adsorvente para remoção

de corantes nas águas de efluentes provenientes da indústria têxtil (Cardoso et al.,

2011). São contaminantes que quando presentes na água impedem a entrada de

luz, fundamental para a fotossíntese da flora aquática. Apesar da existência de

carvão ativado, a casca do cupuaçu é uma boa alternativa, por ser matéria-prima

mais barata.

Segundo Kaminski (2006) citado por Jorge (2011) a casca, quando

submetida à combustão, não produz fumaça, mas um gás, que pode ser utilizado em

motores movidos a diesel, reduzindo em até 80% o consumo. Em localidades que

não dispõem de energia elétrica, representa uma importante fonte de biomassa. A

casca também é aproveitada na produção de adubo, devido a sua composição em

micronutrientes (potássio, ferro, manganês, etc.) e também na confecção de peças

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

27

de artesanato para embalagem de bombons (Scudeller & Santos-Silva, 2009; Jorge,

2011)

A polpa é largamente utilizada pela indústria para produção de suco,

néctares, licor, doces, geleias (Sousa et al., 2011), sendo assim, considerada

matéria-prima principal, levando ao descarte das sementes, consideradas

subprodutos. Por outro lado, a indústria de cosméticos tem mostrado interesse no

reaproveitamento das sementes por causa da sua composição em gordura

(manteoga). Por ser rica em ácidos graxos e proteínas, além de apresentar maciez

mais acentuada quando comparada com a gordura de cacau e diferente ponto de

fusão, é considerada ideal para a elaboração de produtos de uso dermatológico

(Gilabert-Escrivá, 2002). É possível, por exemplo, obter emulsões estáveis do tipo

O/A de manteiga de cupuaçu e cacau para uso dermatológico (Boock, 2007).

A semente de cupuaçu possui importantes compostos anti-oxidantes,

entre os quais a catequina, epicatequina, quercetina e kampferol. Além destes,

foram descobertos mais dois compostos: a teograndina I e teograndina II, com este

último composto demonstrando maior atividade anti-oxidante e citotoxicidade sobre

linhagens de células cancerígenas (HCT-116 e SW-480) de cólon humano (Yang et

al., 2003).

A produção de cupulate, produto similar ao chocolate, também pode ser

uma alternativa no reaproveitamento das sementes. A produção segue as mesmas

etapas da de chocolate, com algumas modificações, visto que a amêndoa de

cupuaçu é fisicamente diferente da de cacau, e em alguns casos necessitam ser

quebradas para promover uma temperatura de torração homogênea (Cohen et al.,

2003).

Foi observado que o cupuaçu pode oferecer algumas vantagens

tecnológicas na produção de chocolate, por exemplo. Durante a temperagem na

produção de chocolates utilizando na composição manteiga de cupuaçu, é possível

obter as formas mais estáveis de cristais (forma V ou β), confirmando a possibilidade

de seu uso como gordura alternativa (Quast, Luccas, Roth, & Kieckbusch, 2007).

Além disso, o tempo de cristalização é mais curto (Lannes, Medeiros, & Gioielli,

2003). Concentrações maiores de manteiga diminuem o estalo durante a mordida

(snap) e ponto de fusão devido à natureza macia da manteiga de cupuaçu, embora

tenha sido constatado que concentrações de 20% podem ser usadas sem prejuízo

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

28

às características sensoriais do produto (Quast, Luccas, & Kieckbusch, 2011). A

maciez da manteiga de cupuaçu está relacionada com a concentração de ácidos

graxos mono e poli-insaturados que apresenta (Tabela 1) (Cohen & Jackix, 2005;

Pugliese, 2010). Alguns autores suspeitam que a característica de maciez da

manteiga de cupuaçu seja devido à presença de triacilgliceróis do tipo SOO

(esteárico-oleico-oleico), OOO (oleico-oleico-oleico) e OOA (oleico-oleico-araquidico)

(Gilabert-Escrivá et al., 2002). Este último e o SOA (esteárico-oleico-araquídico) não

são observados em manteiga de cacau (Quast et al., 2011). Por possuir ponto de

fusão mais baixo que a manteiga de cacau, há sugestões de sua utilização em

recheios e produtos de chocolate para consumo em temperaturas mais frias (Lannes

et al., 2003).

Em análise sensorial comparativa entre chocolate e cupulate, os

resultados revelaram não haver diferença significativa para os atributos avaliados

(côr, odor, consistência e sabor), sendo verificada no final uma moderada

preferência ao consumo de cupulate em relação à de chocolate (Nazaré et al.,

1990). Em teste de aceitação de produtos formulados com líquor e gorduras de

cacau e cupuaçu, utilizando escala de 1 a 9, as médias para cupuaçu ficaram entre

7,5 e 8,2 embora a intenção de compra tenha sido baixa (4,2) (Cohen et al., 2009).

De qualquer forma, o perfil sensorial do cupulate atribue ao produto características

próprias, diferenciadas do chocolate. Os compostos químicos identificados na polpa

e reconhecidos como precursores de sabor podem conferir ao cupulate

características sensoriais que o caracterizam como produto mais suave e de sabor

exótico.

6. IMPORTANCIA NUTRICIONAL

Além da polpa, as sementes, amêndoas secas e torradas possuem

elevado valor nutricional. Segundo Lopes (2000) citado por Cohen et.al (2003),

apesar de a composição de proteína nas sementes de cupuaçu ser menor que a do

cacau, o valor biológico é maior (NPR de 3,0 contra 2,03). O teor de aminoácidos

essenciais, por exemplo, é bastante elevado e acima das recomendações para a

necessidade mínima de crianças e adultos (Tabela 1), com alguns aminoácidos,

como a isoleucina, leucina, treonina, triptofano e valina apresentado duas vezes a

concentração recomendada (Carvalho et al., 2008; Conti e Silva, Frota, & Arêas,

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

29

2012). O mesmo é observado para o teor de vitamina C presente na polpa fresca

(102 mg/100g DW) (Pugliese et al., 2013). É uma concentração bastante significativa

e acima também da recomendada pela FAO/OMS, entre 25 e 30 mg em 1000 kcal, a

partir de várias fontes alimentares (Vannucchi & Rocha, 2012).

As sementes de cupuaçu também apresentam em sua composição os

ácidos graxos linoileico e linolênico (Tabela 1). Ambos são precursores de

importantes ácidos graxos pollinsaturados de cadeia longa (AGPI-CL): o ácido

eicosapentanoico – EPA e o ácido docosahexaenoico – DHA. A recomendação de

ingestão diária pela Sociedade Brasileira de Cardiologia é de até 10% de AGPI-CL

em calorias totais provenientes de pescado. Outras organizações internacionais

estimam a ingestão entre 200 e 500mg, todos com enfoque na prevenção de

doenças cardiovasculares (Kus & Mancini-Filho, 2010).

A legislação brasileira estipula concentração mínima para ingestão diária

de proteínas, vitaminas e minerais por grupos de indivíduos com o objetivo de

atendimento das necessidades para uma população sadia (BRASIL, 2005). Entre os

minerais recomendados estão o cálcio, ferro, magnésio, zinco, fósforo, cobre e

manganês, alguns minerais (magnésio, fósforo, zinco e manganês) com

concentração nas sementes de cupuaçu acima da recomendada, principalmente

para o magnésio (Tabela 1).

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cupuaçu é um fruto sazonal, sendo necessário, nesse caso, o

beneficiamento e estocagem da polpa por longos períodos para atender ao

mercado. Entretanto, há dificuldades de produção em larga escala do fruto na

região de origem, em virtude da ausência de boas práticas agrícolas, dificuldades na

logística de transporte e armazenamento, com perdas substanciais dos frutos. A sua

composição desde a casca até a semente o caracteriza como um fruto com elevado

potencial, não só nutricional, mas também de promoção à saúde pela presença de

compostos bioativos. A polpa já é relativamente aproveitada pela indústria e

comércio varejista, mas nas sementes a manteiga tem sido utilizada apenas como

matéria-prima para a indústria de cosméticos. A produção de cupulate ainda ocorre

de forma incipiente, embora apresente características sensoriais agradáveis,

diferentes do chocolate. O cupulate que poderá, alternativamente, ser utilizado por

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

30

apreciadores de chocolate, mas com restrições ao seu consumo por intolerância às

xantinas presentes, visto que no caso do cupuaçu as concentrações encontradas

são ínfimas, tratando-se, portanto, de um produto promissor.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM e

SECT (Secretaria de Ciência e Tecnologia do Amazonas), pela concessão da bolsa.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq

(Processo n° 485287/2011-0) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São

Paulo – FAPESP (Processo 2012/00296-4) pelos recursos concedidos para o

desenvolvimento da pesquisa.

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

Afoakwa, E. O. (2011). Chocolate Science and Technology (1st ed.). Wiley-

Blackwell.

Afoakwa, E. O., Kongor, J. E., Budu, A. S., Mensah-brown, H., & Takrama, J. F.

(2015). Changes in Biochemical and Physico-chemical Qualities during Drying of

Pulp Preconditioned and Fermented Cocoa ( Theobroma cacao ) Beans. African

Journal of Food, Agriculture, Nutrition and Development, (1), 9651–9670.

Afoakwa, E. O., Paterson, A., Fowler, M., & Ryan, A. (2008). Flavor formation and

character in cocoa and chocolate: a critical review. Critical Reviews in Food

Science and Nutrition, 48(9), 840–857.

http://doi.org/10.1080/10408390701719272

Afoakwa, E. O., Quao, J., Takrama, J., Budu, A. S., & Saalia, F. K. (2013). Chemical

composition and physical quality characteristics of Ghanaian cocoa beans as

affected by pulp pre-conditioning and fermentation. Journal of Food Science and

Technology, 50(6), 1097–1105. http://doi.org/10.1007/s13197-011-0446-5

Alves, R. M. (2002). Caracterização genética de populações de cupuaçuzeiro,

Theobroma grandiflorum ( Willd . ex . Spreng .) Schum ., por marcadores

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

31

microssatélites e descritores botânico-agronômicos. 159 p (Doutorado em

Agronomia ) - Universidade de São Paulo, São Paulol.

Ardhana, M., & Fleet, G. (2003). The microbial ecology of cocoa bean fermentations

in Indonesia. International Journal of Food Microbiology, 86(1-2), 87–99.

http://doi.org/10.1016/S0168-1605(03)00081-3

Ayad, E., Verheul, A., Engels, W., Wouters, J., & Smit, G. (2001). Enhanced flavour

formation by combination of selected Lactococci from industrial and artisanal

origin with focus on completion of a metabolic pathway. Journal of Applied

Microbiology, 90(1), 59–67. http://doi.org/10.1046/j.1365-2672.2001.01219.x

Barel, M. (1997). La Fermentation du Cacao : Le Moyen de L’apprecier Et de La

Maitriser. Revue Des Industries Alimentaires et Agricoles, 14, 211–214.

Beckett, S. T. (2009). Industrial Chocolate Manufacture and Use. (S. T. Beckett, Ed.)

(4th ed.). York, UK: Wiley-Blackwell.

Bicalho, A., & Hoefle, S. (2010). Economic development, social identity and

community empowerment in the central and Western Amazon. Geographical

Research, 48(3), 281–296. http://doi.org/10.1111/j.1745-5871.2009.00626.x

Biehl, B., & Ziegleder, G. (2003). COCOA Chemistry of processing. In Encyclopaedia

of Food Sciences and Nutrition (2nd ed., Vol. 3, pp. 1436–1448). Germany:

Elsevier Science.

Boock, K. (2007). Desenvolvimento e avaliação da estabilidade física de emulsões

tópicas contendo cristais líquidos e ativos hidratantes à base de manteiga de

cupuaçu (Theobroma grandiflorum) ou manteiga de cacau (Theobroma cacao).

112 p (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) Universidade de São Paulo,

Brazil.

BRASIL (2005). ANIVISA/MS. RDC No 269 de 22 de setembro de 2005. Dispõe

sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais.

Diário Oficial da União, Brasília, DF set 2005.

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

32

BRASIL (2014). Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

Agricultores terão acesso a cupuaçuzeiro mais produtivo e resistente à

vassoura-de-bruxa. Agricultura familiar. Brasília. Disponível em: <

https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/1759756/agricultores-terao-

acesso-a-cupuacuzeiro-mais-produtivo-e-resistente-a-vassoura-de-bruxa>

Camu, N., De Winter, T., Verbrugghe, K., Cleenwerck, I., Vandamme, P., Takrama,

J. S., … De Vuyst, L. (2007). Dynamics and biodiversity of populations of lactic

acid bacteria and acetic acid bacteria involved in spontaneous heap

fermentation of cocoa beans in Ghana. Applied and Environmental Microbiology,

73(6), 1809–1824. http://doi.org/10.1128/AEM.02189-06

Canuto, G., Xavier, A., Neves, L., & Benassi, M. (2010). Caracterização físico-

química de polpas de frutos da Amazônia e sua correlação com a atividade anti-

radical livre. Revista Brasileira de Fruticultura, 32(4), 1196–1205.

http://doi.org/10.1590/S0100-29452010005000122

Cardoso, N., Lima, E., Pinto, I., Amavisca, C., Royer, B., Pinto, R., … Pereira, S.

(2011). Application of cupuassu shell as biosorbent for the removal of textile

dyes from aqueous solution. Journal of Environmental Management, 92(4),

1237–1247. http://doi.org/10.1016/j.jenvman.2010.12.010

Carvalho, A., García, N., & Wada, J. (2005). Caracterização físico-química e curvas

de solubilidade proteica de sementes, amêndoas fermentadas e torradas de

cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum). Brazilian Journal of Food

Technology, 8(2), 127–134.

Carvalho, A., Garcia, N., & Fárfan, J. (2008). Proteínas da semente de cupuaçu e

alterações devidas à fermentação e à torração. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, 28(4), 986–993.

Cheynier, V. (2012). Phenolic compounds : from plants to foods. Phytochemistry

Reviews, 11, 153–177. http://doi.org/10.1007/s11101-012-9242-8

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

33

Cohen, K., & Jackix, M. (2005). Estudo do liquor de cupuaçu. Ciência e Tecnologia

de Alimentos, 25(1), 182–190. http://doi.org/10.1590/S0101-

20612005000100030

Cohen, K., Luccas, V., Sousa, M., & Jackix, M. (2003). Processamento tecnológico

das amêndoas de cacau e de cupuaçu. Embrapa. Belém, PA: Embrapa CPATU.

Cohen, K., Mattietto, R., & Jackix, M. (2004). Processo de torração das amêndoas e

nibs de cupuaçu (Theobroma grandiflorum) (No. 35). Belém, PA.

Cohen, K., Sousa, M., & Jackix, M. (2009). Produto Alimentício Elaborado com

Sementes de Cupuaçu e de Cacau (No. 267). Documentos. Planaltina, DF.

Conti e Silva, A., Frota, K., & Arêas, J. (2012). Funções plenamente reconhecidas de

nutrientes - Proteína. ILSI Brasil - International Life Sciences Institute Do Brasil,

20, 1–16.

Cruz, E., & Cicero, S. (2008). Sensitivity of seed to desiccation in cupuassu

(Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K. Schum. - sterculiaceae. Scientia

Agricola, 65(5), 557–560. http://doi.org/10.1590/S0103-90162008000500017

Cuatrecasas, J. (1964). Cacao and its allies: a taxonomic revision of the genus

Theobroma. United States Natural Herbarium, Washington, v. 35, n. 6, p. 375-

614. 1964.

De Brito, E., García, N., Gallão, M., Cortelazzo, A., Fevereiro, P., & Braga, M. (2001).

Structural and chemical changes in cocoa (Theobroma cacao L) during

fermentation, drying and roasting. Journal of the Science of Food and

Agriculture, 81(2), 281–288. http://doi.org/10.1002/1097-

0010(20010115)81:2<281::AID-JSFA808>3.0.CO;2-B

De Vuyst, L., Camu, N., De Winter, T., Vandemeulebroecke, K., Van de Perre, V.,

Vancanneyt, M., … Cleenwerck, I. (2008). Validation of the (GTG)5-rep-PCR

fingerprinting technique for rapid classification and identification of acetic acid

bacteria, with a focus on isolates from Ghanaian fermented cocoa beans.

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

34

International Journal of Food Microbiology, 125(1), 79–90.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2007.02.030

Diniz, T.; Bastos, T.: Rodrigues, I.; Muller, C.; Kato, A.; Silva, M. (1984). Condições

climáticas em áreas de ocorrência natural e de cultivo de guaraná, cupuaçu,

bacuri e castanha-do-Brasil. Belém, PA. EMBRAPA/CPATU. 4 p.. (Pesquisa em

Andamento, 133)

Falesi, L., Santana, A., Homma, A., & Gomes, S. (2010). Evolução e interação entre

a produção e o preço das frutas no Estado do Pará. Revista de Ciências

Agrárias, 1(53), 69–77. http://doi.org/10.4322/rca.2011.010

Franco, M.; Shibamoto, T. (2000). Volatile composition of some brazilian fruits:

umbu-caja (Spondias citherea), camu-camu (Myrciaria dubia), araçá-boi

(Eugenia stipitata) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum). Journal of Agricultural

and. Food Chemistry n.48, p. 1263-1265.

Galeano, P., & Paladines, M. (2012). Actividad antioxidante de extractos metanolicos

de granos de copoazú (Theobroma grandiflorum). Vitae, 19(1), 1–4.

Garcia, I. (2006). Enzimas produzidas durante os diferentes estágios de fermentação

das sementes de cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willdenow ex Sprengel)

Schumann). 99 p (Mestrado em Ciência de Alimentos). Universidade Federal do

Amazonas, Brazil.

Gilabert-Escrivá, M. (2002). Caracterização e seleção de gorduras do gênero

Theobroma para aplicação tecnológica. 178 p (Doutorado em Tecnologia de

Alimentos). Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brazil.

Gondim, T., Thomazini, M., Cavalcante, M., & Souza, J. (2001). Aspectos da

produção de cupuaçu. Embrapa Acre. Documentos. Rio Branco, AC.

Ho, V., Zhao, J., & Fleet, G. (2014). Yeasts are essential for cocoa bean

fermentation. International Journal of Food Microbiology, 174, 72–87.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2013.12.014

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

35

Illeghems, K., Vuyst, L. De, Papalexandratou, Z., & Weckx, S. (2012). Phylogenetic

Analysis of a Spontaneous Cocoa Bean Fermentation Metagenome Reveals

New Insights into Its Bacterial and Fungal Community Diversity. PLoS ONE,

7(5), e38040. http://doi.org/10.1371/journal.pone.0038040

Jorge, L. (2011). Cultivo e Beneficiamento do cupuaçu. SENAI - Dossiê Técnico. 24

p. Manaus, AM.

Kadow, D., Bohlmann, J., Phillips, W., & Lieberei, R. (2013). Identification of main

fine or flavour components in two genotypes of the cocoa tree ( Theobroma

cacao L .). Journal of Applied Botany and Food Quality, 86, 90–98.

http://doi.org/10.5073/JABFQ.2013.086.013

Kus, M., & Mancini-Filho, J. (2010). Funções plenamente reconhecidas de nutrientes

- Ácidos Graxos : Eicosapentaenoico (EPA) e Docosahexaenoico (DHA). ILSI

Brasil - International Life Sciences Institute Do Brasil. Sâo Paulo, Brasil.

Kuskoski, E., Asuero, A., Morales, M., & Fett, R. (2006). Frutos tropicais silvestres e

polpas de frutas congeladas: atividade antioxidante, polifenóis e antocianinas.

Ciência Rural, 36(4), 1283–1287. http://doi.org/10.1590/S0103-

84782006000400037

Kyi, T., Daud, W., Mohamad, A., Samsudin, M., Kadhum, A., & Talib, M. (2005). The

kinetics of polyphenol degradation during the drying of Malaysian cocoa beans.

International Journal of Food Science and Technology, 40(3), 323–331.

http://doi.org/10.1111/j.1365-2621.2005.00959.x

Lagunes Gálvez, S., Loiseau, G., Paredes, J. L., Barel, M., & Guiraud, J.-P. (2007).

Study on the microflora and biochemistry of cocoa fermentation in the Dominican

Republic. International Journal of Food Microbiology, 114(1), 124–30.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2006.10.041

Lannes, S., Medeiros, M., & Gioielli, L. (2003). Physical interactions between

cupuassu and cocoa fats. Grasas Y Aceites, 54(3), 253–258.

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

36

Li, Y.-F., Chen, M., Wang, C., Li, X.-X., Ouyang, S.-H., He, C.-C., … He, R.-R.

(2015). Theacrine, a purine alkaloid derived from Camellia assamica var. kucha,

ameliorates impairments in learning and memory caused by restraint-induced

central fatigue. Journal of Functional Foods, 16(October), 472–483.

http://doi.org/10.1016/j.jff.2015.05.003

Lim, T. (2012). Theobroma grandiflorum. In Edible Medicinal and Non-Medicinal

Plants (Vol. 3, pp. 252–258). Springer Science+Business Media.

http://doi.org/10.1007/978-94-007-2534-8

Lima, L. (2012). Microbial ecology of the cocoa chain. 312 p (PhD Thesis).

Wageningen University, Netherlands.

Lima, M., & Souza, A. (1998). Diagnose das principais doenças do cupuaçuzeiro

(Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng .) Schum .) e seu controle.

Amazonas: Embrapa Amazônia Ocidental.

Lo Coco, F., Lanuzza, F., Micali, G., & Cappellano, G. (2007). Determination of

theobromine, theophylline, and caffeine in by-products of cupuacu and cacao

seeds by high-performance liquid chromatography. Journal of Chromatographic

Science, 45(5), 273–275.

Mai, Ho, & Tran. (2014). Fermentation of Cocoa with Addition of Lactic Acid Bacteria.

In International Science, Social Sciences, Engineering and Energy Conference

(pp. 1–8). Udon Thani, Thailand.

Martini, M. (2004). Caracterização das sementes de seis espécies de Theobroma em

relação ao Theobroma cacao L. 98 p (Doutorado em Alimentos e Nutrição).

Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brazil.

Martini, M., & Tavares, D. (2005). Reservas das sementes de sete espécies de

Theobroma : revisão Seed reserves from seven species of the genus

Theobroma : a review. Revista do Instituto Adolfo Lutz, 64(1), 10–19.

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

37

Matos, C. , Souza, C., Faria, J., Oliveira, S., Santos, L., & Sacramento, C. (2008).

Características Físicas e Físico-químicas de Cupuaçus de Diferentes Formatos.

Revista de Ciências Agráias, 50, 35–45.

Mattietto, R. (2001). Estudo comporativo das transformações estruturais e físico-

químicas durante o processo fermentativo de amêndoas de cacau (Theobroma

cacao) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum). 164 p (Mestrado em Tecnologia

de Alimentos). Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brazil.

Meersman, E., Steensels, J., Mathawan, M., Wittocx, P. J., Saels, V., Struyf, N., …

Verstrepen, K. J. (2013). Detailed analysis of the microbial population in

Malaysian spontaneous cocoa pulp fermentations reveals a core and variable

microbiota. PLoS ONE, 8(12). http://doi.org/10.1371/journal.pone.0081559

Naozuka, J. (2008). Especiação química elementar em castanha-do-Pará , coco e

cupuaçu. 145 p (Doutorado em Química). Universidade de São Paulo, Brazil.

Nazaré, R. de F. R., Barbosa, W. C., & Viêgas, R. M. F. (1990). Processamento das

sementes de cupuaçu para a obtenção de cupulate. Belém, PA: Embrapa

CPATU.

Nielsen, D., Snitkjaer, P., & Van den Berg, F. (2008). Investigating the fermentation

of cocoa by correlating Denaturing Gradient Gel Electrophoresis profiles and

Near Infrared spectra. International Journal of Food Microbiology, 125(2), 133–

140. http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2008.03.040

Oliveira, C. (2001). Isolamento e identificação da microbiota nos diferentes estágios

de fermentação das sementes de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

150 p. (Mestrado em Ciência de Alimentos). Universidade Federal do

Amazonas, Brasil.

Oliveira, A., Pereira, N., Marsaioli, A., & Augusto, F. (2004). Studies on the aroma of

cupuassu liquor by headspace solid-phase microextraction and gas

chromatography. Journal of Chromatography A, 1025(1), 115–124.

http://doi.org/10.1016/j.chroma.2003.08.061

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

38

Pereira, G., Miguel, M., Ramos, C., & Schwan, R. (2012). Microbiological and

physicochemical characterization of small-scale cocoa fermentations and

screening of yeast and bacterial strains to develop a defined starter culture.

Applied and Environmental Microbiology, 78(15), 5395–5405.

http://doi.org/10.1128/AEM.01144-12

Pugliese, A. G. (2010). Compostos fenólicos do cupuaçu ( Theobroma grandiflorum )

e do cupulate : Composição e possíveis benefícios.146 p (Mestrado em Ciência

de Alimentos). Universidade de São Paulo, Brasil.

Pugliese, A. G., Tomas-Barberan, F. A., Truchado, P., & Genovese, M. I. (2013).

Flavonoids, Proanthocyanidins, Vitamin C, and Antioxidant Activity of

Theobroma grandif lorum (Cupuassu) Pulp and Seeds. Journal of Agricultural

and Food Chemistry, 61.

Quast, L., Luccas, V., & Kieckbusch, T. (2011). Physical properties of pre-crystallized

mixtures of cocoa butter and cupuassu fat. Grasas Y Aceites, 62(1), 62–67.

http://doi.org/10.3989/gya.034010

Quast, L., Luccas, V., Roth, T., & Kieckbusch, T. (2007). Influência da Incorporação

de Gordura de Cupuaçu na Temperagem da Manteiga de Cacau. Brazilian

Journal of Food Technology, 10(2), 130–136.

Quijano, C., & Pino, J.. (2007). Volatile compounds of copoazú (Theobroma

grandiflorum Schumann) fruit. Food Chemistry, 104, 1123–1126.

http://doi.org/10.1016/j.foodchem.2007.01.006

Reisdorff, C., Gasparotto, L., & Lieberei, R. (2000). Development and production of

Cupuaçu plants (Theobroma grandiflorum) on degraded areas: implications of

water relations. In German-Brazilian Workshop on Neotropical Ecosystems (pp.

661–669). Hamburg, Germany. Retrieved from http://www.biologie.uni-

hamburg.de/bzf/oknu/proceedingsneotropecosys/p0661_reisdorff.pdf

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

39

Rizzi, G., & Bunke, P. (1998). The use of roasting kinetics data to ch aracterize

natural and artificial chocola te aroma precursors. Food Flavors: Formation,

Analysis and Packaging Influences, 535–546.

Robayo, Z. (2010). Caracterización del proceso de fermentación del grano de

copoazú (Theobroma grandiflorum Willd. ex spreng). 47 p (Especialización em

Ciencia y Tecnologia de Alimentos). Universidad Nacional de Colombia, Bogotá,

Colombia.

Rodriguez-Campos, J., Escalona-Buendía, H., Contreras-Ramos, S., Orozco-Avila,

I., Jaramillo-Flores, E., & Lugo-Cervantes, E. (2012). Effect of fermentation time

and drying temperature on volatile compounds in cocoa. Food Chemistry,

132(1), 277–288. http://doi.org/10.1016/j.foodchem.2011.10.078

Rodriguez-Campos, J., Escalona-Buendía, H., Orozco-Avila, I., Lugo-Cervantes, E.,

& Jaramillo-Flores, M. (2011). Dynamics of volatile and non-volatile compounds

in cocoa (Theobroma cacao L.) during fermentation and drying processes using

principal components analysis. Food Research International, 44(1), 250–258.

http://doi.org/10.1016/j.foodres.2010.10.028

Rogez, H., Buxant, R., Mignolet, E., Souza, J. N. S., Silva, E. M., & Larondelle, Y.

(2004). Chemical and composition of the pulp of three typical Amazonian fruits:

araça-boi (Eugenia stipitata), bacuri (Platonia insignis) and cupuaçu (Theobroma

grandiflorum). Eur Food Res Technol, 218, 380–384.

http://doi.org/10.1007/s00217-003-0853-6

Romero-Cortes, T, (2012). Isolation and characterization of acetic acid bacteria in

cocoa fermentation. African Journal of Microbiology Research, 6(2), 339–347.

http://doi.org/10.5897/AJMR11.986

Romero, C., Cuervo, P., Ortíz, Y., Torres, M., Rodriguez, J., & Robles, O. (n.d.).

Influence of acetic acid bacteria on the acidity of the coca beans during

fermentation. Disponível em:

http://www.uaeh.edu.mx/investigacion/productos/6226/extenso_final__teresa_.p

df Acesso em 05 de Junho de 2015.

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

40

Santos, A. (2000). Estudo químico e nutricional de amêndoas de cacau (Theobroma

cacao L.) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) em função do

processamento. 130 p (Mestrado em Tecnologia de Alimentos). Universidade

Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil, Campinas, SP.

Santos, S. (2003). Estrutura E Histoquímica De Sementes Do Gênero Theobroma L.

(Sterculiaceae).122 p (Mestrado em Recursos Genéticos Vegetais).

Universidade Federal de Santa Catarina, Brazil.

Santos, T., Santana, L, Santos, A., Silva, G., Romano, C., Dias, J., & Rezende, R.

(2011). Lactic acid bacteria dynamics during spontaneous fermentation of cocoa

beans verified by culture-independent denaturing gradient gel electrophoresis.

Genetics and Molecular Research: GMR, 10(4), 2702–2709.

http://doi.org/10.4238/2011.November.4.3

Schrader, J. (2007). Microbial flavour production. In Flavours and Fragrances:

Chemistry, Bioprocessing and Sustainability (pp. 507–574). Frankfurt:

DECHEMA e.V., Karl-Winnacker-Institute. http://doi.org/10.1007/978-3-540-

49339-6_23

Schwan, R. (1998). Cocoa fermentations conducted with a defined microbial cocktail

inoculum. Applied and Environmental Microbiology, 64(4), 1477–1483.

Schwan, R., & Wheals, A. (2004). The microbiology of cocoa fermentation and its

role in chocolate quality. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 44(4),

205–221. http://doi.org/10.1080/10408690490464104

Scudeller, V., & Santos-Silva, E. N. (2009). Beneficiamento local e cooperativo da

polpa de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum.) em uma comunidade da

RDS-Tupé, Manaus-AM. In Biotupe: meio físico, diversidade biológica e

sociocultural do Baixo Rio Negro (Vol. 2, pp. 173–183). Manaus, AM: UEA

Edições. Disponível em: <http://biotupe.org/livro/vol2/pdf/Capitulo 14 -

Cupuacu.pdf> Acesso em 30 de agosto 2015.

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

41

Silva, R., Freitas, G., Siebeneichler, S., Mata, J., & Chagas, J. R. (2007).

Desenvolvimento inicial de plântulas de Theobroma grandiflorum ( Willd . ex

Spreng .) Schum . sob influência de sombreamento . Acta Amazonica, 37(3),

365–370.

Souza, A. (2007). Boas Práticas Agrícolas da Cultura do Cupuaçuzeiro. Manaus:

Embrapa Amazônia Ocidental. 56p

Souza, A.; Sousa, N.(2002). Cupuaçuzeiro In: Bruckner, C.H. (Ed.) Melhoramento de

fruteiras tropicais. Viçosa: Editora UFV, 2002, p.251-266.

Souza, A. (1996). Recursos genéticos e melhoramento do cupuaçuzeiro (Theobroma

grandiflorum (Willd. ex Spreng.) Schum.). In: Workshop sobre as culturas de

cupuaçu e pupunha, 1. Anais. Manaus: Embrapa-CPAA. p.110-126. (Embrapa-

CPAA. Documentos, 6).

Souza, A., Souza, M., Pamplona, A., & Wolff, A. (2011). Boas práticas na colheita e

pós-colheita do cupuaçu. Embrapa Amazônia Ocidental. Manaus, AM.

Disponível em: <http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/handle/123456789/7257>

Acesso em: 30 de agosto de 2015.

Souza, A.; Sousa, N.; Lopes, R.; Atroch, A.,;Barcelos Cordeiro, E.; Oliveir, M.; Alves,

R.; Farias Neto, J.; Noda, H; Silva Filho, D.; Yuyama, K.; Almeida, C.; Lopes,

M.; Ohashi, S. (2012). Contribution of the institutions in the Northern region of

Brazil to the development of plant cultivars and their impact on agriculture. Crop

Breeding and Applied Biotechnology S2: 47-56, 2012

Valero, D., Valverde, J., Martínez-Romero, D., Guillén, F., Castillo, S., & Serrano, M.

(2006). The combination of modified atmosphere packaging with eugenol or

thymol to maintain quality, safety and functional properties of table grapes.

Postharvest Biology and Technology, 41(3), 317–327.

http://doi.org/10.1016/j.postharvbio.2006.04.011

Page 60: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

42

Vannucchi, H., & Rocha, M. (2012). Funções plnamente reconhecidas de nutrientes -

Ácido ascórbico ( Vitamina C ). ILSI Brasil - International Life Sciences Institute

Do Brasil. São Paulo, Brazil: ILSI Brasil.

Vasconcelos, M., Silva, M. Maia, J., & Gottlieb, O. (1975). Estudo químico das

sementes de cupuaçu. Acta Amazonica, 5(3), 293–295.

Venturieri, G. A. (1993). Cupuaçu: a espécie, sua cultura, usos e processamento.

Belém, PA: Clube do Cupu.60 p.

Venturieri, G. A. (2011). Flowering levels, harvest season and yields of cupuassu

(Theobroma grandiflorum). Acta Amazonica, 41(1), 143–152.

http://doi.org/10.1590/S0044-59672011000100017

Venturieri, G.A; Ribeiro Filho, A. A polinização manual do cupuaçuzeiro (Theobroma

grandiflorum). Acta Amazônica. 25(3/4), p.181-192, 195

Wan Daud, W. R., Meor Talib, M. Z., & Kyi, T. M. (2007). Drying with Chemical

Reaction in Cocoa Beans. Drying Technology, 25(5), 867–875.

http://doi.org/10.1080/07373930701370241

Wang, Y.; Yang, X.; Zheng, X.; Li, J.; Ye, C.; Song, X. (2010). Theacrine, a purine

alkaloid with anti-inflammatory and analgesic activities. Fitoterapia. sep,

18(6):627-31. http://doi.org/10.1016/j.fitote.2010.03.008

Yang, H., Protiva, P., Cui, B., Ma, C., Baggett, S., Hequet, V., … Kennelly, E. J.

(2003). New bioactive polyphenols from Theobroma grandiflorum (Cupuaçu).

Journal of Natural Products, 66, 1501–1504. http://doi.org/10.1021/np034002j

Xu, J.K.; Kurihara, H.; Zhao, L.; Yao, X.S. (2007). Theacrine, a special purine

alkaloid with sedative and hypnotic properties from Cammelia assamica var.

Kucha in mice. Journal Asian Natural Products Res. sep-dec, 9(6-8): 665-72

Zahouli, G., Guehi, S., Fae, A., & Nemlin, J. (2010). Effect of Drying Methods on the

Chemical Quality Traits of Cocoa Raw Material. Advance Journal of Food

Science and Technology, 2(4), 184–190.

Page 61: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

43

CAPÍTULO 2

EVOLUTION OF THE FERMENTATION OF CUPUASSU SEEDS (Theobroma

grandiflorum Schum): PHYSICAL AND CHEMICAL CHARACTERIZATION

Simone de Nazaré Melo Ramos, Kazumi Kawasaki Ramos, Tiago Zacarias de Aleluia, Renata Maria dos Santos Celeghini, Priscilla Efraim

______________________________________________________________

Este capítulo será submetido à Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos

Page 62: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

44

CAPÍTULO 2

EVOLUTION OF THE FERMENTATION OF CUPUASSU SEEDS (Theobroma

grandiflorum SCHUM): PHYSICAL AND CHEMICAL CHARACTERIZATION

Simone de Nazaré Melo Ramosa, Kazumi Kawasaki Ramos a, Tiago Zacarias de Aleluiaa, Renata Maria dos Santos Celeghinia, Priscilla Efraima*

aUniversity of Campinas, School of Food Engineering, Department of Food Technology, Rua Monteiro Lobato, 80. Cidade Universitária Zeferino Vaz. Campinas/São Paulo. Brazil. CEP 13.083-862

* Corresponding author: Tel.+55 19 3521-3998. E-mail: [email protected]

ABSTRACT

Cupuassu (Theobroma grandiflorum Schum) is a native fruit from the Amazon region.

Through the fermentation of depulped cupuassu seeds, is possible obtaining the

cupulate, a product similar to chocolate. Given the importance of the stage of

fermentation for the formation of flavor compounds, we assessed the influence of the

fermentation conditions of cupuassu seeds without pulp and partially depulped (7.5

and 15%) and two turning types (fixed, R1, and according to temperature, R2) on the

physical and chemical characteristics. Results showed that the experiments with

higher content of pulp (7.5 and 15%) had longer fermentation and increased

temperature. Turning type did not cause significant variations in the physical and

chemical characteristics. The experiments with 15% of pulp presented the best

results regarding the degree of fermentation, which shows that it is possible to

develop the process with a partial amount of pulp.

Key words: cupuassu, pulp, fermentation, seeds, turning, physical and chemical

1. INTRODUCTION

Cupuassu (Theobroma grandiflorum Schum) is one of the most popular

native fruits of the Amazon region with wide acceptance because of its pleasant

flavor and aroma. Through the fermentation of the seeds can be obtained the

cupulate, a product similar to chocolate (Gondim, Thomazini, Cavalcante, & Souza,

2001; Said, 2011). The fermentation of cupuassu is similar to that of cocoa

(Theobroma cacao L.) (Lopes, Garcia, & Vasconcelos, 2003), which also is done

under the action of a microorganisms consortium (yeasts, lactic acid bacteria and

Page 63: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

45

acetic acid bacteria) that triggers a series of biochemical reactions on the

compounds, including sugars, organic acids and pectin (Schwan & Wheals, 2004).

The products resulting from the metabolism of those reactions affect the medium,

thus causing changes in abiotic factors (pH, temperature and moisture) (Schwan,

1998).

In some countries, the process of depulping cocoa seeds is done because

the high acidity conferred by the organic acids present in the pulp (Schwan &

Wheals, 2004), which is also rich in other substrates. Depending on the pre-

fermentation and fermentation conditions, the pulp influences the production of flavor

precursors (Afoakwa et al., 2014). In cupuassu, it represents up to 43% of the fruit

(Gondim et al., 2001). The pulp is removed in addition to its greater commercial

value, even though partial depulping (in which 5% of the initial pulp content is kept)

provides substrates to the microorganisms in the fermentation (Matos et al., 2008).

From studies performed with cocoa, it is known that yeasts are predominant

in the first hours of the fermentation, and they act on the sugars present by

transforming them into ethanol, in an exothermic reaction, which causes a moderate

increase in the temperature of the mass (Lagunez Gálvez et al., 2007; Beckett,

2009). During the process, the lactic acid bacteria (LAB) act on the citric acid present

in the pulp, thus causing changes in the pH of the medium from the production of

lactic acid (Afoakwa et al., 2008). As the pulp is liquefied and drained, there is an

increased oxygenation of the medium from the air incorporation, favoring the acetic

acid bacteria (AAB) that use ethanol in an oxidative reaction, which is even more

energetic, for the production of acetic acid, thus increasing the temperature of the

medium, which can reach 50oC (Lagunez Gálvez et al., 2007; Beckett, 2009)..

Relating what has already been described for cocoa, the reactions that

occur during fermentation also cause modification in the structure of the cupuassu

seeds, making them more permeable, allowing the entry of ethanol and others

compounds, which, associated with the increase in the temperature of the medium,

cause the death of the seed (Beckett, 2009). The interior of the seed normally has

low acidity, but the pH tends to decrease with the entry of organic acids (Lopes et al.,

2003). The enzymes present within the seeds are exposed, interacting with the

substrates released (proteins, polyphenols) and, through enzymatic oxidation, they

Page 64: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

46

cause darkening of the seed and reduced astringency (Biehl & Ziegleder, 2003;

Beckett, 2009). The whole seed, when cut lengthwise, has a smooth surface.

However, during fermentation, with the entry of chemical compounds, the seed

suffers partitioning and darkening, which will serve as a parameter for the

assessment of the degree of fermentation by the cut test. The higher the degree of

partitioning and the darker the seed, the better the degree of fermentation (Queroz &

Garcia, 1999; Lopes et al., 2003; Carvalho et al., 2005).

After fermentation, the seeds are subjected to the drying process that can

be natural or artificial. The goal is eliminating volatile organic acids, which confer

acidity to the final product, thus compromising the quality (Holm, Astong, & Douglas,

1993). Drying also facilitates the removal of the moisture present in the seed, which

reaches values between 6 and 8%, reducing the water activity and preventing the

development of molds. Molds are considered critical, as some species are producers

of potentially carcinogenic mycotoxins and cannot be eliminated during processing

(Copetti, Iamanaka, Pitt, & Taniwaki, 2014). In addition, flavor precursors are also

developed during drying, since metabolization still happens, even after fermentation

(Biehl & Ziegleder, 2003; Afoakwa et al., 2008)..

Pulp provides substrates for microorganisms in the fermentation, and the

turning applied to the mass offers oxygen and standardizes the temperature of the

environment, causing changes in the evolution of the fermentation (Schwan &

Wheals, 2004). Different forms to turn cocoa seeds are applied in different countries.

Similar techniques have been adopted in the fermentation of cupuassu seeds,

although there is not yet a standard procedure for cocoa and cupuassu (Schwan &

Wheals, 2004; Cohen & Jackix, 2005; Leal et al., 2008; Cohen et al., 2009; Di Mattia

et al., 2013; Nielsen et al., 2013).

As we have already mentioned, the cupuassu fermentation practices

consist in the use of seeds without pulp, which could raise the question about the

suppression of important substrates for flavor development, compromising the quality

of the final product. Thus, the objective of this work was to assess the feasibility of

using seeds with different concentrations of pulp and two turning types during

fermentation, to understand the physical and chemical changes that occur throughout

the process and their influence in the seeds for the production of cupulate.

Page 65: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

47

2. MATERIAL AND METHODS

2.1 Preliminary fermentation test

In order to establish the concentrations of pulp that would be studied,

preliminary fermentation tests were conducted for the cupuassu seeds with 0, 20, 30,

40 and 100% of pulp in 4 Kg batches. In the experiment with 100% of pulp, there was

no significant increase in temperature, which remained until the end of day 5 at 30.6°

C, without pulp liquefaction or formation of typical compounds. The experiment with

20% of pulp was the one that presented greater temperature increase (38.3oC), thus

demonstrating that this level would be already high, even after five days of

fermentation. Thus, we set 15% as the maximum concentration of pulp, in addition to

the concentrations of 0 and 7.5 for the fermentations.

2.2 Raw material

We used seeds with pulp extracted from approximately 1 t of ripe and

healthy fruits, collected in a single day or up to three days after being dropped at the

PERI farm, in the city of Presidente Figueiredo, Amazonas state, Brazil.

The fruits were opened with a cleaver and the seeds had their pulp

removed with a pulper (HEER, Brazil), in 10 Kg batches so that we could obtain seed

samples with 0, 7.5 and 15% of pulp, according to the conditions shown in Table 1.

Table 1. Obtained pulping time and average weight of seeds with pulp.

Initial weight (seed with

pulp) (Kg)

Depulping time (min)

Average weight of pulp obtained (10 batches of 10 Kg)

(Kg)

Average weight of seeds obtained (10 batches of 10 Kg)

(Kg)

Final concentration of pulp in the

seeds (%)

10 4 7.09 2.91 0

10 2 6.65 3.35 7.5

10 1 6.07 3.93 15

2.3 Processing

2.3.1 Fermentation

Fermentation was carried out in 8 Kg batches of seeds, in triplicate, in 28

L styrofoam boxes, with holes in the bottom and bottom sides for the flow of the

liquefied pulp. We mixed chopped banana leaves into the mass, which worked as

Page 66: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

48

natural inoculum. The boxes were covered with banana leaves, and during

fermentation, every 24 h, we collected from each experiment, ± 150 g of samples for

physical and chemical analysis, and they were kept at -20oC up to beginning of

analysis. For each experiment, we adopted two turning types: fixed (R1) applied after

48 h from the beginning of the fermentation and later with a 24 h frequency; and

according to the temperature (R2), applied with a first turning when the first drop in

temperature was detected. Subsequently, the turning was performed whenever there

was a sudden drop in the temperature of the mass. The six experiments received the

following designations according to the pulp content and the turning applied: 0R1,

0R2, 7.5R1, 7.5R2, 15R1 and 15R2.

2.3.2. Drying

At the end of the fermentations, the cupuassu beans were subjected to

natural drying in the first 24 h and then, because of adverse weather conditions, dried

in an oven with air circulation, model Fanem 315 (São Paulo, Brazil), at 40°C for 5 to

7 days until reaching 6.0 - 8.0% of moisture.

2.4 Physical and Chemical Determinations

2.4.1 Temperature and pH of the Fermenting Mass

The first measurements related to the pH and temperature of the mass

occurred with 12 h and every four hours of fermentation, in order to identify the

moment when the first drop of temperature would occur in experiments R2, for the

performance of the first turning. Measurements were made with digital thermometer

(Test Mod. 0526) and portable digital pH meter (Digimed Mod. DM20).

2.4.2 Moisture and Water Activity (Aw)

The determination of moisture was made in the crushed samples according to

Method 931.04 of AOAC (2005). The determination of the Aw was made in

hygrometer (Decagon-Aqualab Mod. CX-2), with a resolution of 0.01 coupled to a

thermostatic bath (Brookfield Mod. TC 500), with a resolution of 0.1°C at 25 ± 0.3°C.

Page 67: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

49

2.4.3 Titratable acidity and pH of seeds during fermentation and dried beans

Determinations were carried out with a portable digital pH meter (Digimed

Mod. DM20). The determination of titratable acidity was performed according to

Method 942.15 of AOAC (2005).

2.4.4 Total Nitrogen

From 0.2 g of dry sample in an oven with air circulation (TECNAL Mod. TE-

394/2) at 105oC, we determined the total nitrogen in Nitrogen distiller (TECNAL Mod.

TE-036/1), in triplicate, using the Kjedhal method, 955.04C (AOAC, 2005).

2.4.5 Total phenolic compounds

Total phenolic compounds were determined according to Singleton et al.

(1999), modified by Pugliese (2010). The extraction was performed in duplicate with

0.5 g of freeze dried sample in 20 mL of methanol/water solution in the 70:30 ratio in

Ultra-Turrax® Homogenizer (Janke and Kunkel GmBH & Co. KG IKA-Labortechnik,

Staufen, Germany) with ice bath, speed 2 for one minute. After the extraction,

filtration was conducted on Whatman paper No. 6. The extracts were stored under

refrigeration in amber glass bottle. We added 2 mL of distilled water and 0.25 mL of

Folin-Ciocalteu reagent in 0.25 mL of each sample extract. The solution was

homogenized and kept for three minutes at room temperature, and then we added

0.25 mL of saturated solution of sodium carbonate. After incubation in water bath

(Marconi MA 184, BRAZIL) at 37oC for 30 minutes, we determined absorbance at

750 nm in DU-70 spectrophotometer (Beckman Coulter, Inc., USA). We also built a

standard curve of catechin (Sigma Chemical Co., St. Louis, USA) from the

concentrations of 12.5, 25.0, 37.5, 50.0, 62.5, 75.0, 87.5, 100.0, 112.5 and 125.0

µg/mL. The results are expressed in mg/g of catechin on dry basis.

2.4.6 Organic Acids

The determination were carried out through extraction of organic acids in 5

g of sample with 25 mL of deionized water, vortex mixing, centrifuging (centrifuge

Fanem BABY I 206 BL, BRAZIL) at 3000 rpm for 45 minutes at room temperature

(Jinap & Dimick, 1990; Rodriguez-Campos et al., 2011). From there the methodology

had some modifications, in which we extracted the aliquot of 500 µL of sample from

10 mL of supernatant. The aliquot was mixed with 500 µL of MilliQ® water (Millipore

Page 68: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

50

Corporation MA, USA) and subjected to centrifugation at 15000 rpm / 4oC for 10

minutes. The supernatant was filtered on a 0.45 µm membrane (Millipore®). The

separation for identification of organic acids was carried out using a modular

Shimadzu LC-10 system (Columbia, MD) comprised of a LC-10AT VP pump, a CTO-

10AS VP column oven, a SPD-M20A VP diode array detector (DAD), a SCL-10A

interface and a Class VP Workstation. The Aminex HPX-87H column (300 x

7.8mmx9 µm) (Bio-Rad, USA) was used with an oven temperature of 30oC. The DAD

was operated between 200 and 800 nm. Chromatograms for quantitative analysis

were extracted at 210 nm. The samples was eluted at 0.6 mL-1 with isocratic elution

in a mobile phase of H2SO4 0.004M. The injection volume was fixed at 20 µL for all

the analysis. The organic acids were quantified by an external standard method.

Standard solutions of known concentrations of citric, malic, lactic and acetic acids

(Sigma Aldrich, São Paulo, Brazil) were used. The standards were injected in

triplicate and the corresponding chromatograms obtained for each one. The graphs

were obtained with at least 6 concentration points. The areas obtained were matched

to their respective concentrations. The concentrations of the organic acids were

calculated for each treatment by interpolation of the areas and expressed in mg.g-1.

The organic acids peaks were identified by a comparison of the retention times (RT)

and confirmed by a comparison of the UV spectra with those of the reference

materials.

2.5 Cut test of fermented and dried beans

The determination was performed in order to assess the quality of the

cupuassu beans according to the degree of fermentation, considering color and

partitioning of cotyledons. A longitudinal cut was made in 300 beans from each batch

(triplicate of 100 seeds) (Cohen & Jackix, 2005; Kongor et al., 2013). To assess the

degree of fermentation regarding color and partitioning, we adopted some criteria

according to Figure 1.

Page 69: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

51

Figure 1. (A) poorly fermented bean: without partitioning and of beige color; (B) partially fermented bean: with partial partitioning and of light brown color; (C) well fermented bean: with partitioning and

of dark brown color.

2.6 Statistical Analysis

The results of the physical and chemical analyses were statistically

evaluated with the software SAS (Statistical Analysis System), version 9.0, USA,

using the analysis of variance (ANOVA) and Tukey’s test (p≤0.05). To assess

associations between the physical and chemical parameters and samples, we

calculated the Pearson correlation coefficient (r) in Excel Program (Microsoft 2010®)

using as parameters the following coefficients: very weak 0.000 ≤ r ≥ 0.200, strong

0.601 ≤ r ≥ 0.800 and very strong 0.801 ≤ r ≥ 1.000 (Christmann; Badgett, 2009

mentioned by Copetti et al., 2012).

3. RESULTS AND DISCUSSION

3.1 Evolution of the Fermentation

3.1.1 Fermentation Time/Turnings

The total fermentation time was 60 hours for 0R1, 84 hours for 0R2, 7.5R1

and 7.5R2 and 108 hours for 15R1 and 15R2 (Figure 2). The experiments R2 with

more pulp (7.5 and 15%) also received more turnings and were fairly effective,

especially 15R2. The latter turning type is applied when there is a decrease in the

temperature of the fermentation (Barel, 1997).

3.1.2 Temperature and pH of the fermenting mass

Experiments 0R1 and 0R2 showed higher temperatures in the first hours,

and experiments 7.5R1 and 7.5R2 almost at the middle of the fermentation, although

below 40oC. For 15R1 and 15R2, the temperature peaks were 41.5oC and 42.0oC,

respectively, with 72 hours of fermentation (Figure 2).

A B C

Page 70: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

52

Figure 2. Evolution of the temperature and pH during the fermentation of experiments 0R1, 0R2, 7.5R1, 7.5R2, 15R1 and 15R2.

Turning (R2) applied during fermentation after a decrease in the temperature of the mass.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0

2

4

6

8

10

0 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 60

pH

Time (h) 0R1

Temperature pH

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0

2

4

6

8

10

0 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 60 72 84

Time (h) 0R2

Tem

pe

rature

( oC)

Temperature pH

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0

2

4

6

8

10

0 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 60 72 84

pH

Time (h) 7.5R1

Temperature pH

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

0

2

4

6

8

10

0 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 60 72 84

Time (h) 7.5R2

Tem

pe

rature

( oC)

Temperature pH

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

0

2

4

6

8

10

01

21

62

02

42

83

23

64

04

44

86

07

28

49

61

08

pH

Time (h) 15R1

Temperature pH

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

0

2

4

6

8

10

0

12

16

20

24

28

32

36

40

44

48

60

72

84

96

10

8

Time (h) 15R2

Tem

pe

rature

( oC)

Temperature pH

Page 71: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

53

The increase in the temperature during fermentation is the result of the

intense activity of microorganisms on the substrates, forming compounds such as

ethanol and acetic acid (Lopes et al., 2003; Beckett, 2009). In the fermentation of

cocoa and cupuassu, the maximum temperature reached usually varies between

43.5oC and 50oC (Schwan, 1998; Lopes et al., 2003; Schwan & Wheals, 2004; Camu

et al., 2007). This range was not achieved by the experiments during fermentation,

which may be related, among other factors, to the climatic conditions of the region at

that time (Camu et al., 2007). The weather was rainy, with high air moisture (71.5 to

91%), with room temperature between 24.2oC and 26.2oC at night and 32oC and

35oC during the day (BDMEP, 2013). Moreover, the experiments were carried out on

a smaller scale (8 kg batches) in relation to the amount normally used (t) on a

commercial scale, which may have influenced the temperatures obtained.

The increase in pH was quick and continuous for experiments 0R1 and

0R2 after 28 h of fermentation, and for 7.5R1 and R2 the increase happened after 40

h. With 12 h of fermentation, 15R1 and 15R2 had a sudden increase and decrease in

pH, perhaps caused by the intense metabolism of the microorganisms on the

substrates (Figure 2). The amount of pulp present in those experiments seems to

have meant a late and sharp increase of pH for both, after 72 hours until the end of

the fermentation (Table 2). The cupuassu pulp has a pH of approximately 3.30, which

gives it a very acid profile (Gondim et al., 2001). The amount of pulp present in

experiments 7.5 and 15, in addition to maintaining the environment with high acidity

for longer, prolonged the fermentation time. The interruption of the processes was

made because of the increase in pH in all experiments in the last hours. The

maintenance of the fermentation for longer in those conditions would have meant the

development of undesirable flavor compounds (off flavors). At that moment there is a

predominance of some species of Bacillus, whose metabolism produces fatty acids

of low molecular weight, with degradation of precursor amino acids, thus featuring an

over fermentation (Biehl & Ziegleder, 2003).

3.2 Physical and chemical characterization of the seeds during fermentation

The physical and chemical characterization of cupuassu seeds at the

concentrations of pulp and respective turning types during fermentation is presented

in Table 2.

Page 72: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

54

Table 2. Physical and chemical characterization of cupuassu seeds during fermentation

EXP Fermentation

Time (h) pH Titratable acidity* Moisture** Aw

Organic Acids *** Total Nitrogen

****

Total Phenolic Compounds

*** citric malic lactic acetic

0 R1

0

4.2a

11.4c

55.2c

0.983c

9.0c

3.2b

0.8b

2.1c

9.7c

25.8b

0 R2 4.2a

11.4c

55.2c

0.983c

9.0c

3.2b

0.8b

2.1c

9.7c

25.8b

7.5 R1 4.1a

13.3b

59.7b

0.985b

11.7b

2.7c

1.0a

2.5b

10.1b

26.5a,b

7.5 R2 4.1a

13.3b

59.7b

0.985b

11.7b

2.7c

1.0a

2.5b

10.1b

26.5a,b

15 R1 4.0a

15.4a

64.5a

0.991a

13.4a

4.1a

1.0a

2.8a

10.2a

27.8a

15 R2 4.0a

15.4a

64.5a

0.991a

13.4a

4.1a

1.0a

2.8a

10.2a

27.8a

0 R1

12

4.4a,b

11.6a

53.7c

0.990a

7.8c

1.0d

1.9c

2.3c

9.9b,c

25.3b

0 R2 4.5a,b

12.5a

54.0c

0.985a

7.6d

1.1c

1.4d

2.6b

9.8c

23.7b,c

7.5 R1 4.6a

9.3a

55.9c

0.986a

1.4f

0.5e

2.1a

4.1a

10.8a

25.3b

7.5 R2 4.6a

8.4a

59.0b

0.985a

6.4e

1.0d

2.0b

2.1d

10.4a,b,c

28.1a

15 R1 4.1b

13.6a

61.4a,b

0.987a

11.5a

2.8a

1.1e

0.1e

10.6a,b

20.1d

15 R2 4.1b

12.7a

63.8a

0.979a

9.9b

2.1b

1.4d

0.1e

10.7a,b

23.0c

0 R1

36

4.7a

7.1a

51.7b,c

0.980c

2.5d

0.3c

1.5e

3.8d

10.7a

25.4a

0 R2 4.7a

8.0a

47.3c

0.980b,c

2.5d

0.3c

1.9d

4.3c

10.3a,b

23.1b

7.5 R1 4.6a

11.2a

51.7b,c

0.984a

0.9e

0.2d

2.5b

10.2b

10.4a,b

22.9b

7.5 R2 4.6a

7.8a

58.4a

0.983a,b

4.9c

0.4b

2.6a

10.8a

10.3a,b

27.0a

15 R1 4.1b

10.3a

57.3a,b

0.982a,b,c

9.2a

0.9a

2.5b

1.8e

9.8b

17.7c

15 R2 4.5a,b

7.7a

60.7a

0.981a,b,c

8.4b

0.9a

2.2c

4.3c

10.4a,b

22.0b

Continua na próxima página…

Page 73: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

55

Continuação

EXP Fermentation

Time (h) pH Titratable acidity* Moisture** Aw

Organic Acids ***

citric malic lactic acetic

0 R1

5.7a 2.4

b 54.3

c 0.986

a 1.4

d 0.2

c 0.9

e 4.3

e 10.4

a,b 19.8

b

0 R2 5.6a,b

2.8b 53.3

c 0.982

a 1.6

c 0.4

a 1.3

d 3.8

f 10.1

b 21.4

a

7.5 R1 5.3b 4.1

b 56.1

b,c 0.983

a 0.9

f 0.3

b 1.6

c 7.9

c 10.7

a 17.2

c

7.5 R2 5.4a,b

3.3b 58.5

a,b 0.983

a 1.1

e 0.2

c 0.7

f 5.2

d 10.7

a 21.5

a

15 R1 4.3c

15.3a

62.5a

0.982a

3.2b

0.2c

2.5b

14.3a

10.4a,b

17.7c

15 R2 4.3c

15.1a

62.2a

0.984a

4.5a

0.2c

2.6a

12.7b

10.5a,b

21.5a

0 R2

84

6.0a

1.7b

47.8b

0.984a

1.7b

0.4a

1.3c

3.4d

10.9a,b

18.6a

7.5 R1 5.7a

2.5b

47.8b

0.984a

0.8e

0.2b

0.5d

3.4d

10.9a,b

16.8b

7.5 R2 5.6a

2.7b

51.5b

0.985a

1.0d

0.1c

0.4e

4.5c

10.3b,c

18.4a,b

15 R1 4.5b

12.6a

57.4a

0.979a

3.7a

0.2b

2.3a

10.9a

10.2c

17.7a,b

15 R2 4.7b

8.8a

48.1b

0.981a

1.4c

0.2b

2.0b

10.4b

11.0a

18.0a,b

15 R1 108

5.5a

4.2a

54.2a

0.981a

0.8a

0.2a

1.4a

5.4a

10.4a

18.7a

15 R2 5.7a

3.2a

52.5b

0.983a

0.8a

0.2a

1.0b

3.3b

10.5a

18.1a

Values are expressed as Mean (SD). Samples with the same letters in the same column are not significantly different at the 5% level (Tukey’s test) *meqNaOH/100g **(%) *** (mg.g

-1) **** (g/100g DW)

Total Nitrogen

****

Total Phenolic Compounds

***

60

Page 74: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

56

3.2.1 Moisture and Water Activity

Experiments with higher pulp content presented the highest initial values

of moisture also influencing the time required for moisture loss. During

fermentation, we observed a sudden increase in moisture content 60 h after the

beginning of the process in all experiments. Biehl et al (1982) mentioned by

Mattietto (2001) attributes this increase to a greater water retention by the seed

because of the increased temperature and also liquid retention by the vacuolar

proteins. There is also the argument that AAB promote a superoxidation of the

acetic acid with release of CO2 and water in the process (Schwan & Wheals,

2004). The moisture content was increased in experiments from the 3rd day of

fermentation, coinciding with the results obtained by Mattietto (2001) for cupuassu

seeds.

Water activity values fluctuated during fermentation for all experiments

and, at the end of the process, presenting values in the range of 0.98, coinciding

with those found for cocoa (Copetti et al., 2011).

3.2.2 Titratable acidity (TA) and pH of crushed seeds

In the first 12 h of fermentation, 0R1, 0R2 and 7.5R1 showed a rapid

increase in TA, but then there was a constant decrease for all experiments until the

end. Experiments 15R1 and 15R2 alternated moments of decrease and increase of

TA perhaps because of the adaptation of microorganisms to adverse conditions

that were triggered and according to the availability of substrates as the pulp

liquefied. Experiments 7.5R1, 7.5R2, 15R1 and 15R2 presented the highest values

of TA, possibly because of the greater amount of pulp. However, the final values

(between 1.7 and 4.2 meqNaOH/100g) were below compared with those found in

other works with cupuassu beans (Mattietto, 2001).

During fermentation, cupuassu seeds showed increased pH from 4.0-

4.3 to 5.5-6.0. These results are related to the analysis being carried out on the

whole seed (shell + germ + cotyledon + pulp). In this situation, the shell presents a

more acid profile as it is in direct contact with the fermentation mass, and thus it

Page 75: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

57

can explain the low initial acidity. In other research with cupuassu seeds at the end

of fermentation, the pH in the shell was at 6.22 while in the cotyledon it was 5.72

(Mattietto, 2001).

3.2.3 Organic Acids

The concentration of organic acids, for citric and malic acids in

particular, was significantly greater in experiments with higher concentrations of

pulp, with linear decrease during fermentation. Only 15R1 presented increased

citric acid with 84 hours. Similarly, higher concentrations, particularly of acetic acid,

are observed in experiments with greater concentration of pulp, and the highest

peaks occurred with 36 hours of fermentation in 7.5 R1 and R2 and 60 hours in

experiments 15R1 and 15R2. In all experiments, the lactic acid production profile

was similar to the acetic acid, although at much lower concentrations, with a

decrease in the last hours for both acids.

Citric acid is an important substrate used by microorganisms at the

beginning of fermentation, causing a change in the pH of the medium for the

production of other compounds, including lactic acid, which represents a problem

in the quality of the final product, as it is not a volatile substance, giving

undesirable acidity (Schwan & Wheals, 2004). Acetic acid, produced from the

metabolization of ethanol, is an important flavor precursor, but its acidity can be

mitigated through the drying of the beans and during processing to obtain

chocolate/cupulate (Schwan & Wheals, 2004; Beckett, 2009).

3.2.4 Total Nitrogen

Experiments with 7.5 and 15% of pulp had higher initial content of total

nitrogen (10.1 and 10.2%, respectively) than the depulped samples (9.7%). During

fermentation, we observed light oscillations in the concentration between

experiments. In the process, protein compounds are lost, either by formation of

volatile nitrogen compounds or even the liquefaction of the pulp, which could

explain the decrease in the levels of nitrogen compounds in some moments.

Page 76: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

58

3.2.5 Total phenolic compounds

The total content of phenolic compounds, expressed in mg.g-1 of

catechin, revealed a greater concentration in experiments with greater

concentration of pulp. During fermentation, the decrease in those compounds

occurred progressively for all experiments. The initial concentration of catechin in

the experiments (25.8, 26.5 and 27.8 mg.g-1) was a little above the concentration of

catechin found in another study with fresh cupuassu seeds, which presented 20 to

23 mg.g-1 in dry weight of sample (Pugliese, Tomas-Barberan, Truchado, &

Genovese, 2013a). In the same study, at the end of fermentation, the beans

presented final concentration of catechin of 2.9 mg.g-1, which is l below compared

with the results obtained in this work, 16.8 and 19.8 mg.g-1 of catechin (Table 2).

However, the fermentation time of the experiments of Pugliese et al. (2013) was

longer (seven days), which would explain the increased degradation of phenolic

compounds by the greater exposure to the oxygen inside the beans.

The phenolic compounds present in seeds also play an important role in

the formation of flavor compounds during fermentation. The heat generated by

biochemical reactions, in addition to promoting increased permeability of cell walls,

facilitates the entry of organic compounds and water in the seed and exposes the

phenolic compounds to the enzymes as they are released. In this process, there is

an increase in the formation of canaliculi in the cotyledons from the progress of the

mentioned compounds and changes in the seeds color, noticeable by the

darkening that occurs from the action of polyphenoloxidases (Biehl & Ziegleder,

2003; Afoakwa et al., 2008).

3.3 Characterization of dried beans

The physicochemical characterization of the dried cupuassu beans is

presented in Table 3.

Page 77: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

59

Table 3. Physicochemical characterization of dried beans of the different fermentation experiments

EXP pH Titratable

acidity (AT)*

Moisture (%)

Organic acids** Total

Nitrogen (TN)***

Total Phenolic

Compounds (TPC) **

citric malic lactic acetic

0 R1 6.2a

1.2d

5.50c

1.39e

0.30e

2.07f

0.87f

10.1b

13.7a

0 R2 6.2a

1.9c

5.60b,c

1.85b

0.35d

2.13e

1.83c

10.2b

12.3b

7.5 R1 5.8c

3.2a

5.50c

1.79c

0.38b

3.60a

1.63e

10.4b

8.8d

7.5 R2 6.2a

2.5b,c

6.30a

1.40d

0.37c

3.47b

1.70d

11.8a

10.2c

15 R1 5.9b,c

3.0a,b

6.36a

2.14a

0.55a

3.39c

3.30a

10.5b

11.5b

15 R2 6.1a,b

2.9a,b

6.10a,b

1.12f

0.26f

2.46d

2.77b

12.2a

10.3c

Values are expressed as Mean (SD) *meqNaOH/100g ** mg.g-1

***g/100g DW

Samples with the same letters in the same column are not significantly different at the 5% level (Tukey’s test)

The turning type did not influence pH, titratable acidity (AT) and

moisture for 15R1 and 15R2, and there is no difference between the two

experiments. Regarding organic acids and total phenolic compounds (TPC), all

experiments showed difference between themselves. In total nitrogen, only 0R1

and 0R2 were equal (Table 3).

For all experiments, the pH of the beans was high, showing low acidity. In

contrast, TA presented low values. The concentration of organic acids found in the

experiments may be involved with the values found, since the concentration was

also low. During the drying of the beans, a greater evaporation of the volatile

organic acids may have happened. Lower values of pH and higher TA in dried

cupuassu beans have been reported in previous works, raising the possibility that

the seed absorbs the acetic and lactic acids (Carvalho et al., 2005). The

experiments with greater concentration of pulp (7.5 and 15) presented the highest

averages in the concentration of lactic acid, and 15R1 and 15R2 also presented

the highest averages for acetic acid.

The content of total nitrogen (TN) of the experiments was a little above

the range also found in dried cupuassu beans (between 7.81 and 9.80%) in other

Page 78: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

60

works (Queiroz & Garcia, 1999; Lopes et al., 2003; Carvalho et al., 2005). The

average moisture for all experiments was within the recommended limits, since, for

cocoa, a high moisture (>8%) could compromise the microbiological safety of the

product and a low moisture (<5%) affects the texture of the seeds making them

more brittle (Biehl & Ziegleder, 2003).

In relation to TPC, 0R1 and 0R2 presented the highest concentrations.

In general, the concentration of all experiments were above the values found in

other works on cupuassu beans (2.9 mg.g-1) (Pugliese, 2010). During fermentation

and the drying step, there is an accelerated oxidation of the TPC with decreased

concentration throughout the process, and 10-20% of catechins can still be found

in dried cocoa beans (Biehl & Ziegleder, 2003). The shorter fermentation time in

the experiments, when compared to other works with cupuassu (Pugliese et al.,

2013), may have contributed to the concentration found.

3.3.1 Cut Test

The results of the cut tests of the beans showed, in general, partial

partitioning and light brown color in all experiments, and 7.5R1 showed the highest

number of beans with good partitioning (21.3%) and 15R2 showed the highest

number of beans with partial partitioning (72.7%).

Experiments 7.5R1, 7.5R2, 15R1 and 15R2 presented a higher amount

of brown beans (between 72.3 and 81.3%) while 0R1 and 0R2 presented a higher

amount of beige beans (23.7 and 23.3, respectively). In cocoa beans considered

poorly fermented, the color is usually purple, while cupuassu beans are white or

beige, because of the absence of anthocyanin pigments (Lopes et al., 2003;

Carvalho et al., 2005; Kuskoski et al., 2006; Efraim et al., 2010).

As with cocoa, cupuassu beans considered as well fermented must be

darker and have sharper partitioning, due the entry of chemical compounds and

heat in the seed. In the partially fermented beans, the coloring is a little lighter than

the previous one and the partitioning is less pronounced. Some authors argue that

under these conditions the beans are able to develop the flavor in the final product

Page 79: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

61

(Carvalho et al., 2005). The results are similar to those of Carvalho et al. (2005), in

which most of the beans were classified as partially fermented. The beans of the

0R1 experiment presented a greater amount of beige beans with little or no

partitioning, perhaps because of the shorter fermentation time (three days), which

would be insufficient for the production of the compounds responsible for the

typical characteristics of well fermented beans in a period of up to seven days

(Lopes et al., 2003; Cohen & Jackix, 2005; Garcia, 2006; Cohen et al., 2009).

However, very dark beans can be an evidence of over fermentation, which give a

bland taste in the case of cocoa seeds (Biehl & Ziegleder, 2003).

Another criteria adopted was to assess the degree of fermentation of the

beans by the detachment of the shell, a technique adopted by producers in the

Amazonas state. According to them, when partially or well fermented, the shell

tends to come off more easily. Of all experiments, 0R1 presented the worst degree

of shell loosening (5%).

3.4 Correlations

In Table 4 we present the results of the correlations between the

physicochemical tests performed on the six experiments during fermentation and in

dried beans.

Page 80: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

62

Table 4. Correlation coefficient (r) between the results of the physicochemical tests performed in the six experiments in the key moments of the fermentation and in dried beans.

TA* pH citric malic lactic acetic TPC**

0 h

pH -0.99

citric 0.98 -0.99

malic 0.65 -0.63 0.53

lactic 0.85 -0.86 0.92 0.16

acetic 0.99 -0.99 0.99 0.56 0.90

TPC** 0.98 -0.98 0.95 0.75 0.76 0.96

TN*** 0.93 -0.94 0.97 0.34 0.98 0.96 0.87

12h

pH -0.73

citric 0.73 -0.83

malic 0.60 -0.92 0.87

lactic -0.71 0.80 -0.83 -0.87

acetic 0.56 0.90 -0.92 -0.93 0.77

TPC** -0.75 0.81 -0.64 -0.81 0.88 0.61

TN*** -0.35 -0.27 -0.15 0.28 0.02 -0.19 -0.17

60 h

pH -0.99

citric 0.92 -0.88

malic -0.45 0.45 -0.38

lactic 0.93 -0.92 0.86 -0.18

acetic 0.96 -0.97 0.80 -0.46 0.93

TPC** -0.15 0.18 0.17 0.05 -0.28 -0.37

TN*** 0.00 -0.11 -0.17 -0.53 -0.09 0.17 -0.27

84 h

pH -0.97

citric 0.79 -0.64

malic -0.23 0.38 0.13

lactic 0.86 -0.80 0.78 0.24

acetic 0.96 -0.98 0.67 -0.25 0.87

TPC** -0.13 0.16 0.06 0.29 0.12 -0.02

TN*** -0.38 0.32 -0.56 0.50 -0.07 -0.25 -0.14

Dried beans

pH -0.76

citric 0.30 -0.56

malic 0.41 -0.55 0.87

lactic 0.77 -0.68 0.40 0.61

acetic 0.68 -0.40 0.37 0.52 0.30

TPC** -0.87 0.60 -0.04 -0.08 -0.75 -0.28

TN*** 0.41 0.21 -0.60 -0.34 0.18 0.36 -0.48

P<0.05000

Page 81: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

63

In Table 4 we can observe that at the beginning of the fermentations

(time = 0 h) there was a weak correlation between pH and TA, TPC, TN and all

organic acids assessed. These results show that, due to the strength the organic

acids (citric, malic), TA was high before fermentation. With 12 h of fermentation, we

can observe a lower significance on the negative correlation between pH and TA

(r= -0.73) and similarly between TA and lactic acid (r= -0.71). From that moment,

the correlations between the citric acid and the lactic and acetic acids and TPC

became weak, thus denoting a decrease in the concentration of citric acid,

because of its metabolization, acceleration of the production of the two acids

mentioned and degradation of TPC. The same seems to have occurred with malic

acid, which had its concentration reduced throughout fermentation. With 60 h,

there was a very strong positive correlation between the acetic and lactic acids (r=

0.93) given the concomitant production of both, also reflected in the strong

correlation of those acids with TA.

From 84 h, with the exception of experiment 0R1 which had already

finalized fermentation, it was demonstrated in the correlation test for the other

experiments that there was a weak correlation between pH and TA and organic

acids, for the reasons already mentioned. However, the very strong correlation

between citric acid and the acetic and lactic acids decreased, as well as between

the acetic and lactic acids (r=0.87) given, perhaps, the imbalance in their

concentration, with predominant acetic acid, in particular in experiments 15R1 and

15R2.

In the dried beans, we can observe that there was a reduction in the

estimate of negative correlation between pH and TA (r= -0.76). However, the

correlation estimate of the TA remained strong between the lactic (r= 0.77) and

acetic acids (r= 0.68). These results are very close to those found in cocoa nibs,

with r= 0.75 between TA/acetic acid and r= 0.63 between TA/lactic acid (Holm et

al., 1993). In the same study, the estimate of negative correlation between pH and

the two acids, according to the author, may be related to the acid flavor. In another

study with cocoa liquor there was also a weak negative correlation between pH

Page 82: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

64

and acetic acid (r= -0.69), thus confirming that the higher the concentration of

acetic acid, the lower the pH value, which gives acid flavor to the product (Holm et

al., 1993; Luna et al., 2002).

Before fermentation, the TPC and pH values presented weak

correlation, which became positive in the dried beans, possibly because of the

lower acid profile of the mass. Another interesting fact was the estimation of

correlation observed between TPC/lactic acid, which was strong before

fermentation and reversed in dried beans. This result may indicate that, because it

is not volatile, the acid remained in the beans, also contributing to the reduction of

the TPC by enzymatic oxidation. The estimated correlation between TPC/acetic

acid was weak, thus confirming the results of the average concentrations of this

acid, which were lower than lactic acid in dried beans because of its volatile

characteristic. This leads us to believe that, if noticeable in the final product, the

acidity can be attributed to the lactic acid.

4. CONCLUSIONS

The seeds with a higher amount of pulp (15R1 and 15R2) recorded

higher temperatures and longer fermentation time, which was reflected on the final

quality of the beans, which according to the cut test showed better results, as long

as in the physical and chemical tests. Thus, the experiments have demonstrated

the feasibility of fermenting cupuassu beans with partial depulping. Although

fermentation time was short for some experiments, a longer time is a possibility

that should not be dismissed. If there is a control in the process, there is not an

abrupt increase in pH, as in the final moments of our experiments. Nevertheless,

further research is needed to attest to the viability of the large-scale fermentation of

seeds under these conditions.

ACKNOWLEDGEMENTS

We thank the National Council for Scientific and Technological

Development – CNPq – (Process No. 485287/2011-0) and the São Paulo

Page 83: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

65

Research Foundation – FAPESP – (Process 2012/00296-4) for the resources

granted for the development of the research. We thank the Amazonas Research

Foundation – FAPEAM for the granting of scholarship. We also thank the

Amazonas Central Public Health Laboratory – LACEN – and the Federal University

of Amazonas – UFAM – for the permission to use facilities and equipment.

REFERENCES

Afoakwa, E., Budu, A., Mensah-Brown, H., & Felix, J. (2014). Changes in

Biochemical and Physico-chemical Qualities during Drying of Pulp

Preconditioned and Fermented Cocoa ( Theobroma cacao ) Beans. Journal of

Nutritional Health & Food Science, 2, 1–8.

Afoakwa, E., Paterson, A., Fowler, M., & Ryan, A. (2008). Flavor formation and

character in cocoa and chocolate: a critical review. Critical Reviews in Food

Science and Nutrition, 48(9), 840–857.

http://doi.org/10.1080/10408390701719272

AOAC (2005). Official Methods of Analysis, 18th edn. Association od Official

Analytical Chemists, Washington, D.C. USA.

Barel, M. (1997). La Fermentation du Cacao : Le Moyen de L’apprecier Et de La

Maitriser. Revue Des Industries Alimentaires et Agricoles, 14, 211–214.

Beckett, S. T. (2009). Industrial Chocolate Manufacture and Use. (S. T. Beckett,

Ed.) (4th ed.). York, UK: Wiley-Blackwell.

Biehl, B., & Ziegleder, G. (2003). COCOA Chemistry of processing. In

Encyclopaedia of Food Sciences and Nutrition (2nd ed., Vol. 3, pp. 1436–

1448). Germany: Elsevier Science.

BDMEP (2013). Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa.

Available in http://www.inmet.gov.br/projetos/rede/pesquisa/ Acess date

07.31.2015

Page 84: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

66

Camu, N., De Winter, T., Verbrugghe, K., Cleenwerck, I., Vandamme, P., Takrama,

J. S., … De Vuyst, L. (2007). Dynamics and biodiversity of populations of lactic

acid bacteria and acetic acid bacteria involved in spontaneous heap

fermentation of cocoa beans in Ghana. Applied and Environmental

Microbiology, 73(6), 1809–1824. http://doi.org/10.1128/AEM.02189-06

Carvalho, A., García, N., & Wada, J. (2005). Caracterização físico-química e

curvas de solubilidade proteica de sementes, amêndoas fermentadas e

torradas de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum). Brazilian Journal of

Food Technology, 8(2), 127–134.

Cohen, K., & Jackix, M. (2005). Estudo do liquor de cupuaçu. Ciência e Tecnologia

de Alimentos, 25(1), 182–190. http://doi.org/10.1590/S0101-

20612005000100030

Cohen, K., Sousa, M., & Jackix, M. (2009). Produto Alimentício Elaborado com

Sementes de Cupuaçu e de Cacau (No. 267). Documentos. Planaltina, DF.

Copetti, M., Iamanaka, B., Frisvad, J., Pereira, J., & Taniwaki, M. (2011).

Mycobiota of cocoa: From farm to chocolate. Food Microbiology, 28(8), 1499–

1504. http://doi.org/10.1016/j.fm.2011.08.005

Copetti, M., Iamanaka, B., Pereira, J., Lemes, D., Nakano, F., & Taniwaki, M.

(2012). Co-occurrence of ochratoxin a and aflatoxins in chocolate marketed in

Brazil. Food Control, 26(1), 36–41.

http://doi.org/10.1016/j.foodcont.2011.12.023

Copetti, M., Iamanaka, B., Pitt, J., & Taniwaki, M. (2014). Fungi and mycotoxins in

cocoa: From farm to chocolate. International Journal of Food Microbiology,

178, 13–20. http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2014.02.023

Di Mattia, C., Martuscelli, M., Sacchetti, G., Scheirlinck, I., Beheydt, B., Mastrocola,

D., & Pittia, P. (2013). Effect of Fermentation and Drying on Procyanidins,

Page 85: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

67

Antiradical Activity and Reducing Properties of Cocoa Beans. Food and

Bioprocess Technology, 6(12), 3420–3432. http://doi.org/10.1007/s11947-012-

1028-x

Efraim, P., Pezoa-García, N., Jardim, D., Nishikawa, A., Haddad, R., & Eberlin, M.

(2010). Influência da fermentação e secagem de amêndoas de cacau no teor

de compostos fenólicos e na aceitação sensorial. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, 30, 142–150. http://doi.org/10.1590/S0101-20612010000500022

Garcia, I. (2006). Enzimas produzidas durante os diferentes estágios de

fermentação das sementes de cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willdenow

ex Sprengel) Schumann). 99 p (Mestrado em Ciência de Alimentos).

Universidade Federal do Amazonas, Brasil.

Gondim, T., Thomazini, M., Cavalcante, M., & Souza, J. (2001). Aspectos da

Produção de Cupuaçu. Embrapa Acre. (1a ed.). Rio Branco: Embrapa Acre.

Holm, C. S., Astong, J. W., & Douglas, K. (1993). The effects of the organic acids

in cocoa on the flavor of chocolate. Journal of Science Food Agriculture

61(Shepherd 1976), 65–71.

Jinap, S., & Dimick, P. (1990). Acidic Characteristics of Fermented and Dried

Cocoa Beans from Different Countries of Origin. Journal of Food Science,

55(2), 547–550.

Kongor, J., Takrama, J., Budu, A., & Mensah-Brown, H. (2013). Effects of

Fermentation and Drying on the Fermentation Index and Cut Test of Pulp Pre-

conditioned Ghanaian Cocoa. Journal of Food Science and Engineering, 3,

625–634.

Kuskoski, E., Asuero, A., Morales, M., & Fett, R. (2006). Frutos tropicais silvestres

e polpas de frutas congeladas: atividade antioxidante, polifenóis e

Page 86: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

68

antocianinas. Ciência Rural, 36(4), 1283–1287. http://doi.org/10.1590/S0103-

84782006000400037

Lagunes Gálvez, S., Loiseau, G., Paredes, J., Barel, M., & Guiraud, J. (2007).

Study on the microflora and biochemistry of cocoa fermentation in the

Dominican Republic. International Journal of Food Microbiology, 114(1), 124–

130. http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2006.10.041

Leal, G., Gomes, L., Efraim, P., Almeida Tavares, F., & Figueira, A. (2008).

Fermentation of cacao (Theobroma cacao L.) seeds with a hybrid

Kluyveromyces marxianus strain improved product quality attributes. FEMS

Yeast Research, 8(5), 788–798. http://doi.org/10.1111/j.1567-

1364.2008.00405.x

Lopes, A., Garcia, N., & Vasconcelos, M. (2003). Avaliação das Condições de

Torração Após a Fermentação de Amêndoas de Cupuaçu (Theobroma

grandiflorum Schum) e Cacau (Theobroma cacao L.). Braz. J. Food Technol,

6(2), 309–316.

Luna, F., Crouzillat, D., Cirou, L., & Bucheli, P. (2002). Chemical composition and

flavor of Ecuadorian cocoa liquor. Journal of Agricultural and Food Chemistry,

50(12), 3527–3532. http://doi.org/10.1021/jf0116597

Matos, C. B., Souza, C. N., Faria, J. C., Oliveira, S. J., Santos, L., & Sacramento,

C. (2008). Características Físicas e Físico-químicas de Cupuaçus de

Diferentes Formatos. Revista de Ciências Agrárias, 50, 35–45.

Mattietto, R. (2001). Estudo comporativo das transformações estruturais e físico-

químicas durante o processo fermentativo de amêndoas de cacau

(Theobroma cacao) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum). 164 p (Mestrado

em Tecnologia de Alimentos). Universidade Estadual de Campinas, São

Paulo, Brazil.

Page 87: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

69

Nielsen, D., Crafack, M., Jespersen, L., & Jakobsen, M. (2013). Chocolate in

Health and Nutrition. Chocolate in Health and Nutrition, 39–60.

http://doi.org/10.1007/978-1-61779-803-0

Pugliese, A. G. (2010). Compostos fenólicos do cupuaçu (Theobroma grandiflorum

) e do cupulate : Composição e possíveis benefícios.146 p (Mestrado em

Ciência de Alimentos). Universidade de São Paulo, Brasil.

Pugliese, A., Tomas-Barberan, F., Truchado, P., & Genovese, M. (2013).

Flavonoids, Proanthocyanidins, Vitamin C, and Antioxidant Activity of

Theobroma grandiflorum (Cupuassu) Pulp and Seeds. Journal of Agricultural

and Food Chemistry, 61, 2720–2728. http://doi.org/10.1021/jf304349u

Queiroz, M., & Garcia, N.. (1999). Avaliação da Torração de Amêndoas de

Cupuaçu (Theobroma grandiflorum). Brazilian Journal of Food Technology, 2,

167–173.

Rodriguez-Campos, J., Escalona-Buendía, H.., Orozco-Avila, I., Lugo-Cervantes,

E., & Jaramillo-Flores, M. (2011). Dynamics of volatile and non-volatile

compounds in cocoa (Theobroma cacao L.) during fermentation and drying

processes using principal components analysis. Food Research International,

44(1), 250–258. http://doi.org/10.1016/j.foodres.2010.10.028

Said, M. (2011). Aspectos culturais e potencial de uso do cupuaçu ( Theobroma

grandiflorum (Willd. Ex Spreng. Schum.) no Estado do Amazonas. 128 p

(Mestrado em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia).

Universidade Federal do Amazonas, Brasil.

Schwan, R. (1998). Cocoa fermentations conducted with a defined microbial

cocktail inoculum. Applied and Environmental Microbiology, 64(4), 1477–83.

Page 88: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

70

Schwan, R., & Wheals, A. (2004). The microbiology of cocoa fermentation and its

role in chocolate quality. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 44(4),

205–221. http://doi.org/10.1080/10408690490464104

Page 89: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

71

CAPÍTULO 3

CUPUASSU CANDY BAR

Simone de Nazaré Melo Ramos, Deise Cristina da Silva, Juliana Weltman Glezer, Aline de Oliveira Garcia, Jorge Herman Behrens, Priscilla Efraim

__________________________________________________________________

RAMOS, S.N.M; GARCIA, A.O.; EFRAIM, P. Influence of the type of fermentation of cupuassu (Theobroma grandiflorum Schum) in the sensory characteristics of a product similar to chocolate. IFT15 Where Sciences Feeds Innovation realizado no período de 11-14 de julho de 2015 em Chicago, Estados Unidos (Resumo e pôster).

Este artigo será submetido à LWT Food Science and Technology

Page 90: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

72

CAPÍTULO 3

CUPUASSU CANDY BAR

Simone de Nazaré Melo Ramosa,*, Deise Cristina da Silva

a, Juliana Weltman Glezer

a, Aline de

Oliveira Garciab, Jorge Herman Behrens

c, Priscilla Efraim

a

aDepartment of Food Technology, FEA, UNICAMP. Rua Monteiro Lobato, 80. Cidade Universitária

Zeferino Vaz. Campinas-SP. Brazil. CEP 13.083-862 b Center of Science and Food Quality, ITAL

c Department of Food and Nutrition, FEA, UNICAMP

*Corresponding author: Tel +55 19 35214006. E-mail: [email protected]

ABSTRACT

Cupulate is a product similar to chocolate obtained from the fermentation of

cupuassu seeds (Theobroma grandiflorum Schum). The high amount of pulp

adhered to the seeds impedes fermentation. However due to the importance of the

present substrates for the formation of flavor precursors, we performed

fermentation with three pulp concentrations (0, 7.5 and 15%) and two types of

mixing for aeration of mass: fixed (R1) and according to the temperature (R2),

totaling six samples (0R1, 0R2, 7.5R1, 7.5R2, 15R1 and 15R2). Beans were

processed to obtain cupulates, which were submitted to acceptance test,

quantitative descriptive analysis (QDA) and CATA (Check All That Apply) for

sensory evaluation. In CATA the attributes bitterness, earthy, coffee, firm to the

bite and bad residual were the most frequent, and the perceptions of fruity and

floral tastes was more common to 15R1 and 15R2. The results showed that 0R1

and 15R2 samples were the most accepted and with the highest scores for

purchase intent. In QDA, the type of turning had little or no influence on the

sensory attributes. However, experiments with higher pulp content, 15R1 and

15R2, presented the highest levels in almost all the attributes, although not

statistically differing from the other samples.

Keywords: cupuassu, fermentation, cupulate, quantitative descriptive analysis,

check-all-that-apply

Page 91: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

73

1. INTRODUCTION

Cupulate is a product with similar characteristics to chocolate, obtained

by fermentation of the cupuassu seeds (Nazaré et al., 1990; Venturieri, 1993;

Lannes & Mederiros, 2003). As occurs with cocoa (Theobroma cacao L.)

fermentation is an essential step to the sensory characteristics of the final product,

depending on the physical and chemical changes that occur (Schwan, 1998;

Beckett, 2009). In cupuassu seeds, compounds that lead to these characteristics

and to the quality of cupulate are not yet fully elucidated.

Cupuassu seeds are still considered by-product of pulp processing,

resulting in waste of material, despite its high nutritional value by the presence of

essential amino acids and proteins with high biological value, considered superior

compared to cocoa beans (Carvalho et al., 2005; Lopes, Pezoa-garcía, & Amaya-

farfán, 2008). The fermentation time of cupuassu seeds can last for up to seven

days, and the degree of fermentation is evaluated by cutting test, whose result

differs from cocoa by the beans color, because when poorly fermented they are

purple, while the cupuassu are beige. In well fermented beans the brown color

present is due to the oxidation of phenolic compounds (Lopes et al., 2003; Cohen

& Jackix, 2005). To carry out the fermentation, usually the seeds are partially

depulped (5% pulp content) or completely depulped for commercial use of pulp

(Cohen & Jackix, 2005; Matos et al., 2008).

The same way is done with cocoa. Seeds fermentation is not performed

uniformly, making it difficult to achieve the quality standards in the final product

(Schwan & Wheals, 2004; Lehrian, Patterson, 1984 citados por Lagunes Gálvez et

al., 2007; Pereira et al., 2012). The turning applied during fermentation unifies the

temperature throughout the mass, increasing aeration and promoting aerobic

microorganisms, such as acetic acid bacteria (AAB) with important role in the

production of flavor precursors compounds and also involved in the increase of the

mass temperature, which can reach up 50oC (Schwan & Wheals, 2004; Nielsen et

al., 2013).

Page 92: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

74

After fermentation, the beans were subjected to the drying process,

which is completed when they reach 6 to 8% moisture (Vilalba et al., 2004;

Carvalho et al., 2005; Cohen & Jackix, 2005). Beans processing for obtaining

cupulate is performed through steps similar to those applied in the production of

chocolate (Cohen & Jackix, 2005). Roasting is an important step, which occurs the

main formation of flavor compounds. Standardization of roasting process of beans

is essential so that there is no destruction of taste or compound formation of

undesirable flavors to the final product by high temperature and/or prolonged

roasting (Serra Bonvehí & Ventura Coll, 2002; Afoakwa et al., 2008). Amino acids

released by the proteolytic enzymes action during fermentation react with reducing

sugars (Maillard Reaction) especially in the steps of roasting, conching and

tempering, forming important flavor compounds, including aldehydes, ketones and

pyrazines (Schwan & Wheals, 2004; Afoakwa et al., 2008; Beckett, 2009).

In order to obtain terms and sensory attributes, targeting not only the

product characterization, but also compliance with the requirements of consumers,

sensory analysis is used as a tool through trained tasters team or not, with

reference materials associated to the characteristics of the product under study, in

an environment with controlled conditions (Teixeira, 2009; Minim et al., 2010;

Jaeger et al., 2015). Some authors believe that the human being adds better

conditions of sensory evaluation, by their subjectivity, coupled with technical and

scientific concepts, cultural and socioeconomic (Teixeira, 2009). Products similar to

chocolate elaborated based to cupuassu have been evaluated by means of

acceptance testing (Lopes et al., 2003; Cohen et al., 2009), including product

composed of cocoa and cupuassu mixture in different proportions, with satisfactory

sensory results (Cohen et al., 2009). However, because it is a new product, it is

very difficult to find specific consumer of cupulate to form the tasters group.

Descriptive sensory studies are also scarce, with attribute survey for its

characterization, while for cocoa and chocolate, there are several works (Bispo et

al., 2005; Ramli et al., 2006; Padilha et al., 2010; Novello et al., 2012; Crafack et

al., 2014; Batista et al., 2015).

Page 93: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

75

Searching sensory characteristics in cupulate that can be improved, we

produced six samples from cupuassu seeds with three pulp concentrations

subjected to two types of turning during fermentation. The cupulate samples were

submitted to QDA (Quantitative Descriptive Analysis) and CATA (Check All That

Apply). QDA is a descriptive method in which a team of trained tasters collect the

sensory attributes of a set of products, in addition to reference materials that

represent the variability of intensity of each attribute of the samples, statistically

revealing the similarities and differences among the product and results (Murray,

Delahunty, & Baxter, 2001). CATA, "check all that apply", is a qualitative and

quantitative method by which consumers evaluate a product and qualify it with the

aid of a list of terms (descriptive, aesthetic, hedonic, emotional, etc.), whose choice

is dependent on the individual's perception, considered appropriate to describe a

product in order to find potential attributes (Dooley, Lee, & Meullenet, 2010;

Dutcosky, 2013).

Thus, this work aimed to evaluate the influence of pulp content and

turning form applied to the cupuassu fermentation in the sensory characteristics of

cupulate, a product originated from the by-product, but with potential for high

added value and sensory quality.

2. MATERIAL AND METHODS

2.1 Fermentation

Cupuassu seeds with pulp were used, extracted from about 1 t of ripe

and healthy fruit, freshly collected after their fall, in Presidente Figueiredo-

Amazonas, Brazil, in January 2013. The seeds suffered depulping (0%) and partial

depulping (7.5 and 15%) and in the fermentation process we applied two types of

turning: R1 (fixed) made 48 hours after the beginning of the fermentation; and R2,

made in accordance with the drop in temperature of the fermentation mass. The

experiments were identified as 0R1 and 0R2; 7.5R1 and 7.5R2; 15R1 and 15R2.

The total fermentation time for the experiment was of 60h 0R1; to 0R2, 7.5R1 and

7.5R2 was 84h; and 15R1 and 15R2 was 108h.

Page 94: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

76

2.2 Drying

After fermentation, the beans were subjected to natural drying (solar) in

the first 24h, and then to artificial drying in oven with air circulation (MARCONI MA

035/5/10P São Paulo, BRASIL), set at 40oC for 5-7 days until they reached 6-8%

moisture.

2.3 Processing

The processing of beans for obtaining cupulate was held in the pilot

plant of fruit laboratory, School of Food Technology of Unicamp, following the

same flowchart for chocolate production (Figure 1).

Figura 1. Flow chart of the processing of cupulate used for the diferente experiments.

The beans were roasted at 120°C/120 min in batches of 4.0 kg in a

rotary electric oven (JAF INOX São Roque, Brazil). The formulation (50%

cupuassu) used in the cupulates production consisted of cupuassu mass (48.6%),

RECEPTION

CLEANING

ROASTING

BREAKING

PEELING MILLING

SIEVING

SUGAR ADDITION

MIXING

REFINING ADDING OTHER INGREDIENTS

HOMOGENIZATION

CONCHING

TEMPERING

MOLDING / DEMOLDING

Page 95: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

77

milled refined sugar (48.6%), cupuassu butter (1.4%), soybean lecithin (0.4%) and

polyglycerol polyricinoleate-PGPR (0.4%). The prepared cupulates were packed in

aluminium foil, and stored at ±8oC until the analysis.

2.4 Sensory Analysis

The project was submitted and approved by the Research Ethics

Committee of the School of Medical Sciences at the University of Campinas

(Unicamp), n. CAAE 07336612.0.0000.5404.

2.4.1 Quantitative Descriptive Analysis (QDA)

QDA was held in the sensory analysis laboratory of the Department of

Food Technology, School of Food Engineering of Unicamp. Chocolate consumers

were trained and selected tasters over 18 years. From two samples of cupulate

with concentrations of 50 and 70% cupuassu, were collected the terms descriptors

and reference materials (Table 1) by the Kelly’s Repertory Grid Method described

by Kelly and cited by Moskowitz (1983). For the final production of cupulate

samples for sensory analysis, it was used the concentration of 50%.

Page 96: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

78

Table 1. Attributes, respective descriptor terms and references used for the sensory profile evaluation of cupulate samples.

DESCRIPTOR DEFINITIONS REFERENCES

AROMA

Roasted Aromatic score associated with roasted cupuassu.

Weak: Cupuassu liquor

Strong: Cupulate whose liquor has gone through over-roasting

Sweet

Intensity of characteristic

caramel aroma.

Weak: Cupuassu liquor

Strong: Cupulate with an increase of 2% aroma identical to natural caramel (Citromax).

Coffee Typical or characteristic aroma of coffee.

Weak: Cupuassu liquor

Strong: Cupulate with an increase of 4% soluble coffee powder (Nescafé – Nestlé)

Fruity Aromatic score associated with yellow fruits

Weak: Cupuassu liquor

Strong: Cupulate with an increase of 0.05% aroma identical to natural orange (Citromax)

FLAVOR

Sweetness Taste associated with

sucrose.

Weak: Cupuassu liquor

Strong: Condensed milk (Nestlé)

Bitterness residual Bitterness taste remaining in

the mouth after ingestion.

Weak: Milk chocolate (Lacta – Mondeléz)

Strong: Cupuassu liquor

Cupuassu flavor

Characteristic flavor of cupuassu.

Weak: Milk chocolate (Lacta – Mondeléz)

Strong: Cupuassu pulp

Coffee flavor Characteristic coffee flavor.

Weak: Cupulate with 50% of liquor

Strong: Cupulate with an increase of 2% soluble coffee powder (Nescafé – Nestlé)

TEXTURE

Hardness Force required for the first

bite of the sample.

Weak: Milk chocolate (Lacta – Mondeléz)

Strong: Compound (fancy chocolate) milk (Bel)

Melting

Characteristic associated with the texture and melting of samples at melting point close to tongue temperature.

Weak: Compound (fancy chocolate) or milk (Bel)

Strong: Milk chocolate (Lacta – Mondeléz)

Page 97: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

79

Each descriptor was named by means of a 9 cm unstructured scale

anchored with the intensity terms in its extremes. During training the tasters were

evaluated for discrimination ability (Psample <0.50), reproducibility (Prepetition ≥

0.05) and also for consensus judgment of the samples. The sensory panel

comprised 15 judges. Each the cupulates samples were evaluated in quadruplicate

following a complete blocks design. We offered them mineral water and cream

cracker for cleansing the palate between tasting samples.

2.4.2 Affective test

The test was conducted in the sensory evaluation laboratory of the Food

Technology Institute (ITAL) in Campinas, São Paulo, with 60 consumers of dark

chocolate (14 men and 46 women, over 18 years, most belonging to the B2 class,

which consume chocolate at least from 2 to 3 times per week). The recruitment

was carried out according to the Brazilian Criterion of Economic Classification 2013

(ABEP, 2013). Most recruited consumers (> 50%) to CATA reported to prefer milk

chocolate, and flavor was the most cited attribute. It is usually recommended to

recruit consumers who have appreciation for the product to be tested or similar

(Meilgaard et al., 2007).

The test was conducted in individual booths with fluorescent lighting

equipped with computerized system Compusense Five version 5.4 for collecting

and analyzing data. The samples were monadically evaluated in a single session

according to a complete blocks design with three random numbers, served at room

temperature in napkins. Participants were asked to sip water between samples in

order to clean the palate.

The samples were evaluated for overall and, especially for aroma, flavor

and texture by means of nine points hedonic scale of (9 = I liked a lot, 5 = I did not

like nor disliked and 1 = I very much disliked) and in relation to bitterness, acidity

and sweetness intensity through the five-point ideal scale (5 = much

bitter/acid/sweet than what I like, 3 = the way I like it and 1 = much less

bitter/acid/sweet than what I like). Finally, we questioned regarding intend to

Page 98: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

80

purchase (5 = I would certainly buy it, 3 = maybe/maybe not/ 1 = I would certainly

not buy it) (Meilgaard et al., 2006; Dutcosky, 2013).

Complementing the acceptance testing, the perception of cupulates by

consumers was assessed by the CATA methodology (Check-All-That-Apply) (Ares

et al., 2010). We presented the tasters a form with free choice of 27 terms related

to flavor to be marked according to the perception of the sample: sour/aggressive

acidity, fruity, floral, cheese, bitterness, herb/chlorophyll, tobacco, earthy,

fermented, it takes time to melt, pepper/cinnamon, vanilla, coffee, roasted nuts,

caramel/molasses, sweet, citrus, it is too hard to bite, soft to the bite, firm to the

bite (but not hard), granular/sandy, pleasant residual, bad residual, it melts well, it

melts quickly and it melts in the mouth, smooth/creamy, pleasant acidity.

2.4.3 Statistical Analysis

QDA and affective test data were statistically analyzed using the SAS

software (Statistical Analysis System), version 9.0, using analysis of variance

(ANOVA) and Tukey test (p≤0.05) (SAS, 2009). We also performed correlation test

by the method of Pearson and principal component analysis (PCA) with software

®XLSTAT Pro (2011) (p<0.05). For CATA, the attributes were analyzed using

Cochran’s Q test, Correspondence Analysis and Penalty Analysis using the Overall

Acceptance score ®XLSTAT Pro (2015).

3. RESULTS AND DISCUSSION

3.1. Quantitative Descriptive Analysis (QDA)

3.1.1 Sensory profile of cupulates samples

The results of the analyzed consensus charts of the six cupulate

samples indicated the need for team reduction to 12 tasters, and then three tasters

were excluded due to unsatisfactory results presented in the discriminatory

capacity (Psample <0.50) and reproducibility (Prepetition ≥ 0.05). There was

greater difficulty by the tasters in the discrimination of attributes sweet and coffee

aromas and cupuassu flavor. Thus, the average of repetitions assigned by the final

team of nine tasters of QDA to samples in relation to attributes is shown in Table 2.

Page 99: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

81

Table 2 – Average scores given by the tasters to the attributes in the Quantitative Descriptive Analysis (QDA) of the six cupulate samples.

ATTRIBUTE 0R1 0R2 7.5R1 7.5R2 15R1 15R2 MDS1

Roasted aroma 3.9a,b

3.1b

4.6a,b

4.4a,b

3.3b

5.0a

1.7

Sweet aroma 5.0a

3.1a

2.9a

3.0a

4.1a

3.0a

1.7

Coffee aroma 3.0a,b

1.9b

3.1a,b

3.2a,b

2.3a,b

3.5a

1.7

Fruity aroma 1.8a,b

1.4b

2.1a,b

1.4b

3.1a

1.3b

1.4

Sweet taste 5.4a,b

4.7b

5.4a,b

5.0b

6.6a

4.2b

1.6

Residual bitterness 4.0a,b

4.6a

4.2a,b

4.4a

2.3b

4.7a

1.9

Cupuassu flavor 3.0a

2.9a

3.0a

3.1a

3.7a

2.6a

1.6

Coffee flavor 4.1a

3.9a

4.1a

4.0a

2.4a

4.1a

1.9

Texture: hardness 5.2a,b

6.0a

3.2c 4.7

a,b,c 5.0

a,b 4.1

b,c 1.7

Texture: melting 4.8a

3.4a

4.4a

4.2a

5.2a

4.3a

2.1

Equal letters in the same line indicates no significant difference between the sample (p> 0.05)

1MDS: Minimum Significant Difference by the Tukey test (p<0.05)

In general, we noted that the scale from 0 to 9 was not widely used by

the tasters, the average scores given to different attributes concentrated in the

central region of the scale. This is possibly because cupulate is a new product, still

not found in the market. In sensory evaluation by QDA, for attributes sweet aroma,

cupuassu flavor, coffee flavor and texture-melting there were no significant

difference between samples (p ≥ 0.05) (Table 2). We observed that 15R1 and

15R2 presented the highest levels for attributes coffee and roasted aromas,

residual bitterness and coffee flavor (15R2) and fruity and sweet aromas, sweet

flavor, cupuassu flavor and melting texture (15R1). The amount of pulp present in

those samples may have influenced the formation of flavor compounds, by the

highest offer of substrates, and in the difference in the characteristics of attributes

between samples with 15% pulp. The turning form applied at different times may

also favored microorganisms’ metabolism, resulting in the formation of different

compounds. Under controlled conditions of cocoa fermentation, microorganisms,

such as yeasts, can impart to the chocolate strong coffee and acidity notes (Batista

et al., 2015).

The three cupulate samples from fermentations performed with R2

turning showed lower intensities of fruity aroma and sweet taste. Conversely, these

samples showed slightly higher residual bitterness. This type of turning, applied in

Page 100: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

82

the cupuassu seeds fermentation, whenever there was decline in the mass

temperature, had the objective to increase the aeration of the fermentation mass.

Figure 2 shows the charts generated from the principal component

analysis of data obtained in the QDA. Table 3 presents the correlation test results

conducted between the averages for the evaluated sensory attributes analyzed by

the Pearson coefficient.

Page 101: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

83

Figure 2. Principal component analysis (PCA): (a) factors 1 and 2; (b) factors 1 and 3

0R1

0R2

7.5R1

7.5R2

15R1

15R2

ROASTED aroma

SWEET aroma

COFFEE aroma

FRUITY aroma SWEET taste

BITTERNESS residual

CUPUASSU flavor

COFFEE flavor

HARDNESS texture

MELTING

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

-2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2

PC

2 (

29,6

2 %

)

PC1 (53,02 %)

Biplot (PC1 e PC2: 82,64 %)

(a)

0R1

0R2

7.5R1

7.5R2

15R1

15R2

ROASTED aroma

SWEET aroma

COFFEE aroma

FRUITY aroma

SWEET taste

BITTERNESS residual

CUPUASSU flavor

COFFEE flavor

HARDNESS texture MELTING

-2,5

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

2,5

-2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2

PC

3 (

11,6

9 %

)

PC1 (53,02 %)

Biplot (PC1 e PC3: 64,71 %)

(b)

Page 102: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

84

In principal component analysis (PCA), PC 1 and 2 explain 82.64% of

the QDA results (Figure 2a). We identified a first group composed of the 0R2,

7.5R1, 7.5R2 and 15R2 samples, characterized by greater intensity of attributes

coffee flavor, bitterness residual flavor, coffee aroma and roasted aroma. On the

other, we identified the 15R1 sample characterized by attributes sweet aroma,

fruity aroma, cupuassu flavor, sweet taste and melting texture. The 0R1 sample,

better represented in PC3, was not correlated to the evaluated attributes (Figure

2b). The lowest concentration of pulp and shorter fermentation (60h to 0R1 against

84 and 108h for the other experiments) may have contributed to a smaller

development of important flavor precursor’s compounds, complicating the tasters'

perception of the attributes. A similar situation was observed in a previous study

with cocoa liquor, in which fermentation was also short, of about two days (Luna et

al., 2002). The fermentation process for all experiments was stopped when there

was a drastic increase of pH in the fermentation (data not shown). Typically,

depulped cupuassu seeds fermentation is conducted for a period of up to 168h

(seven days) and on a larger scale (Lopes et al., 2003; Cohen & Jackix, 2005;

Garcia, 2006).

Table 3. Matrix of Pearson correlations between the attributes in the six cupulate samples.

Variables Rostaa

Saroa

Coara

Afruta

Swtaa

Bitresa

Cupfa

Cofta

Harta

Meltea

Rostaa

Saroa -0.511

Coar a 0.945 -0.489

Afruta -0.417 0.797 -0.362

Swta a -0.493 0.704 -0.374 0.948

Bitres a 0.522 -0.867 0.400 -0.956 -0.947

Cupf a -0.607 0.833 -0.493 0.853 0.925 -0.930

Cofta 0.582 -0.984 0.515 -0.852 -0.796 0.933 -0.896

Harta -0.810 0.228 -0.693 -0.080 0.036 -0.140 0.256 -0.280

Meltea 0.025 0.474 0.227 0.743 0.736 -0.762 0.572 -0.560 -0.243

a Legend: Rosta: roasted aroma; Saro: sweet aroma; Coar: coffee aroma; Afrut: fruity aroma; Swta:

sweet taste; Bitres: bitterness residual; Cupf: cupuassu flavor; Coft: coffee taste; Hart: hardness texture; Melte: melting texture.

Page 103: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

85

A positive correlation between attributes sweet aroma, fruity aroma,

sweet taste and cupuassu flavor was observed, signaling a cupuassu characteristic

that may be related to the volatile compounds naturally present in fruit. The existing

negative correlation between fruity aroma and bitterness residual confirms the

results found by Luna et al., (2002) in cocoa liquor. Negative correlations between

fruity aroma and bitterness residual flavor, cupuassu flavor and coffee flavor

indicate that larger scores to the bitterness taste and coffee flavor reflect lower

perception of aroma and flavor related to fruity. Some authors state that those

attributes mask the fruity flavor (Luna et al., 2002). The existing negative

correlation between bitterness residual flavor, sweet and fruity aroma, sweet taste

and cupuassu flavor diminish consumer preference for the product.

3.2 Affective test

Table 4 presents the results of acceptance test of the samples for

aroma, flavor and texture with the use of hedonic scale; to the intensity of

bitterness taste, acidity and sweetness taste with the use of the ideal scale and

purchase intent.

Table 4. Overall liking scores given to the different cupulates evaluated for acceptance* for the six cupulate samples evaluated.

Average scores / Sample

Attributes 0R1 0R2 7.5R1 7.5R2 15R1 15R2 MDS

Hedonic Scale

Overall acceptance

5.8 (1.8) a 5.1 (2.0)

ab 5.4 (2.1)

a 4.5 (2.2)

b 5.2 (2.3)

ab 5.8 (2.0)

a 0.73

Aroma 5.9 (1.6) ab

5.8 (1.5) ab

5.8 (1.5) ab

5.9 (1.5) ab

5.5 (1.8) b 6.1 (1.6)

a 0.57

Flavor 6.0 (1.9) a 5.1 (2.0)

bc 5.6 (2.1)

ab 4.7 (2.3)

c 5.2 (2.3)

bc 5.8 (2.0)

ab 0.74

Texture 6.6 (1.4) a 6.0 (1.9)

bc 6.5 (1.8)

ab 5.0 (2.0)

d 5.8 (1.9)

c 6.6 (1.6)

a 0.62

Ideal Scale

Bitterness 3.5 (0.7) a 3.6 (0.9)

a 3.5 (0.9)

a 3.6 (0.9)

a 3.5 (0.8)

a 3.3 (0.9)

a 0.35

Acidity 3.13(0.6)ab

3.40 (0.7) a 3.20(0.6)

b 3.28(0.7)

ab 3.30(0.7)

b 3.10 (0.6)

b 0.27

Sweetness 2.6 (0.8) ab

2.3 (0.8) b 2.8 (1.0)

a 2.5 (0.9)

ab 2.6 (0.9)

ab 2.6 (0.8)

ab 0.30

Purchase intention

2.9 (1.3) a 2.5 (1.2)

ab 2.6 (1.2)

a 2.1 (1.0)

b 2.6 (1.3)

a 2.9 (1.3)

a 0.43

* Results expressed as mean (standard deviation).

MDS: Minimum Significant Difference (Tukey test). For each attribute (line) values followed by equal letters are not statistically different from each other to the error level of 5%.

Page 104: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

86

As for overall liking, 7.5R2 sample stood out as the least accepted. On

the other side, 15R2 and 0R1 samples had the highest averages, including for

flavor and texture attributes. For the aroma attribute, only samples from

fermentations conducted with higher pulp concentrations (15R1, and 15R2) had

difference (p<0.05).

Regarding bitterness, there was no significant difference between

samples (p<0.05). 0R2 sample was considered with optimal acidity and

significantly different (p<0.05) from samples from fermentation with greater

concentration of pulp (7.5R1, 15R1 and 15R2), except 7.5R2. As for sweetness,

7.5R1 was considered optimal. To the purchase intent, samples of experiments

0R1 and 15R2 obtained the highest averages with statistical difference only for

7.5R2 (Table 4).

Figure 3 shows the frequency of "acceptance" (scores from 6.0 to 9.0),

"indifference" (scores equal to 5.0) and "rejection" (scores from 1.0 to 4.0),

associated with the samples for attributes global acceptance, aroma, flavor and

texture through the hedonic scale used. There is also the frequencies of "ideal"

(score 3.0 of scale), "more intense than the ideal" (scores from 4.0 to 5.0 of scale)

and "less intense than the ideal" (scores from 1.0 to 2.0 of scale) for attributes

acidity and bitterness. Finally, the responses frequency for intention to purchase

"positive" (scores 4.0-5.0), "indifferent" (score 3.0) and "negative" (scores 1.0-2.0).

Page 105: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

87

Figure 3. Frequency (%) of scores assigned to the samples in relation to acceptance, ideal scale and purchase intent for the six cupulate samples evaluated.

Considering ideal acidity, the 0R1, 7.5R1 and 15R2 samples stood out.

Purchase intent was considered low for all samples, possibly due to not be a

commercially known product, although the overall liking was above 50%. The worst

results were observed for the 0R2, 7.5R1 and 7.5R2 samples. However, 0R1 and

15R2 had the highest positive purchase intent indexes (greater than 30%). In an

overall assessment, 7.5R2 had the highest rejections in most attributes, while 0R1

and 15R2 obtained the best acceptance, even for attributes aroma, flavor and

texture (Figure 3).

3.3 CATA (Check All That Apply)

Table 5 shows the frequency of mentions raised by the tasters for each CATA

attribute for the six cupulate samples evaluated.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

accepta

nce

indiffe

rence

reje

ctio

n

accepta

nce

indiffe

rence

reje

ctio

n

accepta

nce

indiffe

rence

reje

ctio

n

accepta

nce

indiffe

rence

reje

ctio

n

less

ideal

mo

re

less

ideal

mo

re

less

ideal

mo

re

positiv

e

indiffe

rent

negative

globalacceptance

aroma flavor texture bitterness acidity sweet intention topurchase

Fre

quency (

%)

0R1 0R2 7.5R1 7.5R2 15R1 15R2

Page 106: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

88

Table 5. Frequency1 of mentions for each CATA attribute.

Attributes p-values

%

0R1 0R2 7.5R1 7.5R2 15R1 15R2

sour 0,531 5,0(a) 10,0(a) 10,0(a) 11,7(a) 11,7(a) 5,0(a)

fruity 0,762 8,3(a) 6,7(a) 8,3(a) 6,7(a) 11,7(a) 10,0(a)

floral 0,594 1,7(a) 1,7(a) 0,0(a) 1,7(a) 3,3(a) 3,3(a)

cheese 0,221 0,0(a) 0,0(a) 1,7(a) 0,0(a) 3,3(a) 0,0(a)

bitterness 0,197 60,0(ab) 73,3(b) 63,3(ab) 58,3(ab) 63,3(ab) 55,0(a)

herby 0,378 0,0(a) 1,7(a) 3,3(a) 5,0(a) 3,3(a) 1,7(a)

tobacco 0,053 13,3(ab) 21,7(b) 13,3(ab) 16,7(ab) 6,7(a) 16,7(ab)

earthy 0,001 35,0(a) 46,7(ab) 45,0(ab) 53,3(b) 31,7(a) 31,7(a)

fermented 0,917 10,0(a) 6,7(a) 10,0(a) 11,7(a) 10,0(a) 10,0(a)

takes time to melt 0,006 8,3(a) 20,0(ab) 11,7(a) 18,3(ab) 28,3(b) 10,0(a)

melt well 0,000 31,7(c) 23,3(abc) 26,7(bc) 8,3(a) 13,3(ab) 38,3(c)

pepper/cinnamon 0,677 3,3(a) 3,3(a) 1,7(a) 3,3(a) 5,0(a) 1,7(a)

vanilla 0,416 1,7(a) 0,0(a) 0,0(a) 0,0(a) 1,7(a) 3,3(a)

coffee 0,382 33,3(a) 28,3(a) 33,3(a) 25,0(a) 36,7(a) 25,0(a)

nuts 0,874 11,7(a) 15,0(a) 13,3(a) 16,7(a) 11,7(a) 13,3(a)

caramel 0,007 8,3(a) 10,0(a) 8,3(a) 8,3(a) 21,7(b) 10,0(a)

sweet 0,003 25,0(bc) 8,3(a) 26,7(bc) 13,3(ab) 28,3(c) 21,7(abc)

citrus 0,609 3,3(a) 5,0(a) 1,7(a) 3,3(a) 6,7(a) 1,7(a)

too hard to bite 0,002 3,3(a) 3,3(a) 6,7(ab) 18,3(c) 15,0(bc) 5,0(ab)

soft to bite 0,300 21,7(a) 21,7(a) 18,3(a) 8,3(a) 15,0(a) 20,0(a)

firm 0,065 41,7(ab) 36,7(ab) 41,7(ab) 26,7(a) 40,0(ab) 51,7(b)

melt quickly 0,009 18,3(b) 8,3(ab) 16,7(b) 5,0(a) 8,3(ab) 5,0(a)

smooth/creamy 0,000 16,7(bc) 8,3(ab) 11,7(ab) 0,0(a) 5,0(ab) 25,0(c)

pleasant acidity 0,176 20,0(a) 11,7(a) 15,0(a) 6,7(a) 15,0(a) 18,3(a)

sandy 0,000 23,3(ab) 41,7(bc) 16,7(a) 56,7(c) 30,0(ab) 15,0(a) pleasant residual flavor 0,093 18,3(b) 5,0(a) 15,0(ab) 8,3(ab) 15,0(ab) 15,0(ab)

bad residual flavor 0,000 33,3(ab) 60,0(c) 43,3(bc) 60,0(c) 35,0(ab) 23,3(a) 1 Frequency expressed on percentage of 60 evaluations.

p-value: represents the probability of the effect (or difference) observed between the samples be due to chance and not to

the factors being studied. Values followed by the same letters are not statistically different from each other to the error level

of 5% (p> 0.05).

Among the attributes raised by the customers there were fruity, floral,

herb/chlorophyll, tobacco, pepper, cinnamon, nuts, caramel, and citrus flavors. All

samples were characterized with higher frequency of mentions for bitterness,

earthy, coffee, bad bitterness residual flavors, and firm to the bite texture. Samples

0R1, 7.5R1 and 15R1 were characterized by coffee flavor and the perception of

Page 107: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

89

sweetness, and 15R1 was also characterized by caramel/molasses flavor.

Samples 0R1, 7.5R1 and 15R2 were characterized by melting well and are firm to

the bite, and 0R1 and 15R2 were also considered smooth/creamy with pleasant

acidity. Samples 0R2, 7.5R1 and 7.5R2 were characterized by earthy flavor,

whereas 0R2 also presented tobacco flavor, resulting that 0R2 and 7.5R2 had bad

residual. Samples 15R1 and 15R2 received the highest number of mentions for

fruity and floral flavors.

Among the most frequent comments from consumers about what they

liked best (positive) in the samples are the texture and flavor. Samples 0R1, 7.5R1,

15R1 and 15R2 received the highest number of positive mentions. As for what they

less liked (negative), bitterness received the largest number of comments directed

mainly to 15R2 and 0R1 samples (data not shown). In total, samples 0R2 and

7.5R2 received the highest amount of negative comments and, 0R1 and 15R1

received positive comments. Although flavor was an attribute that most pleased to

consumers, the bitterness was present in all samples, accounting for a reasonable

rejection rate, understandable by the fact that most participant consumers have

reported preference for chocolate milk.

Figure 4 shows the Correspondence Analysis with attributes that

consumers chose to characterize the cupulate samples.

Page 108: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

90

Figure 4. Correspondence Analysis showing the attributes that consumer chose to characterize the cupulate samples.

The Correspondence Analysis (Figure 4) showed that 15R1 is stronger

caramel flavor than the other samples, as well as the sweetness compared to 0R2

and 7.5R2. Furthermore, according to the consumers, 7.5R2 also proved to be

harder to bite and was considered the most sandy. 15R2 was perceived as firm

and creamy. 0R1 and 7.5R1 melt quicker than 15R1 and 7.5R2. The pleasant

aftertaste of 0R1 was considered more intense than the 0R2. On this analysis, it is

also clear that the 15R2, 0R1 and 7.5R1 samples were characterized with the

positive attributes, while 0R2 and 7.5R2 were characterized with the negative

attributes. Except for 15R1 was considered with caramel taste, a positive attribute.

Additionally, this analysis coincide with the results of QDA in which the sample

15R1 was considered as the sweetest attributes (aroma and taste) compared to

other samples.

Figure 5 shows the penalty analysis for each sample, demonstrating the

mean impact on Overall Acceptance.

bitterness

tobacco

earthy

takes time to melt

melt well

caramel sweet too hard to bite

firm melt quickly

smooth/creamy

pleasant acidity

sandy

pleasant residual flavor

bad residual flavor

0R1

0R2

15R1

15R2 7.5R1

7.5R2

-0,4

-0,3

-0,2

-0,1

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

-0,8 -0,7 -0,6 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

F2

(20,5

7 %

)

F1 (63,40 %)

(axes F1 and F2: 83,97 %)

Attributes Products

Page 109: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

91

Figure 5. Penalty Analysis - Mean impact on Overall Acceptance for all samples (0R1, 0R2, 7.5R1,

7.5R2, 15R1 and 15R2).

In general the consumers consider positives the attributes: sweet and

coffee taste, pleasant acidity, firm and melt well texture. However, it was found that

Page 110: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

92

the taste attributes of the earthy and bad residual were negative consensus for all

samples (Figure 5). In fact, these attributes reflect an inherent characteristic of the

cupulate which can be strongly correlated to the compounds present in the

cupuassu pulp, that during fermentation migrate to the seed remaining in the

beans, being detected until the final product (Chapter 4). The pulp cupuassu

constitutes a part of the highly aromatic product, due to the chemical composition

and volatile aromatic compounds that are present. The cupulate can be considered

a contrasting product by the extreme characteristics of sweetness and bitter

aftertaste that has at the same time. It is noteworthy that only the earthy taste was

considered significant, unlike the bitter aftertaste. Although it be expected that

there are losses and transformations during fermentation some compounds give

the final product specific characteristics perceived in flavor.

4. CONCLUSION

The pulp attached to the seeds is an obstacle to the fermentation

process, although it contains important substrates for the metabolism of

microorganisms involved. In the sensory analysis, there was no significant

difference (p<0.05) between the forms of turning in the experiments (R1 and R2). A

very short fermentation time (3 days), as occurred with the 0R1 sample, may have

influenced the insufficient formation of flavor compounds. However, in the

acceptance testing, 0R1 and 15R2 showed the highest averages, affecting the

purchase intent. In CATA, between the frequencies of mentions raised by the

consumers, the attributes "bitterness, earthy, coffee, firm to the bite" and "bad

residual flavor" were the most cited for all samples. In an overall assessment, we

found that the applied forms of turning (R1 and R2) had little or no influence on the

sensory characteristics of the samples. The partial presence of pulp positively

impacted on the sensory attributes of cupulate, thus opening the perspective of

maintaining a pulp concentration during fermentation, to obtain a product with

acceptable sensory characteristics and as an alternative for use by the food

industry.

Page 111: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

93

ACKNOWLEDGMENTS

We would like to thank the National Council for Scientific and

Technological Development – CNPq, for the funds granted for the development of

this research. To the Amazonas State Research Foundation – FAPEAM, for the

award granted. To the Food Technology Institute – ITAL, for carrying out the Check

All That Apply (CATA) analysis.

REFERENCES

ABEP (2013). Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de

Classificação Econômica Brasil. Disponível em:

www.abep.org/codigosguias/Criterio_Brasil_2008.pdf. Acesso em: 15/12/2013.

Afoakwa, E., Paterson, A., Fowler, M., & Ryan, A. (2008). Flavor formation and

character in cocoa and chocolate: a critical review. Critical Reviews in Food

Science and Nutrition, 48(9), 840–857.

http://doi.org/10.1080/10408390701719272

Ares, G., Barreiro, C., Deliza, R., Giménez, A., & Gámbaro, A. (2010). Application

of a check-all-that-apply question to the development of chocolate milk

desserts. Journal of Sensory Studies, 25, 67–86. http://doi.org/10.1111/j.1745-

459X.2010.00290.x

Batista, N., Ramos, C., Ribeiro, D., Pinheiro, A., & Schwan, R. (2015). Dynamic

behavior of Saccharomyces cerevisiae, Pichia kluyveri and Hanseniaspora

uvarum during spontaneous and inoculated cocoa fermentations and their

effect on sensory characteristics of chocolate. LWT - Food Science and

Technology, 63(1), 221–227. http://doi.org/10.1016/j.lwt.2015.03.051

Beckett, S. (2009). Industrial Chocolate Manufacture and Use. (S. Beckett, Ed.)

(Fourth). York, UK: Blackwell Publishing.

Page 112: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

94

Bispo, S., Ferreira, V., Santana, L., & Yotsuyanagi, K. (2005). Perfil sensorial de pó

de cacau (Theobroma cacao L) alcalinizado. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, 25(2), 375–381.

Carvalho, A., García, N., & Wada, J. (2005). Caracterização físico-química e

curvas de solubilidade proteica de sementes, amêndoas fermentadas e

torradas de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum). Brazilian Journal of

Food Technology, 8(2), 127–134.

Cohen, K., Sousa, M., & Jackix, M. (2009). Produto Alimentício Elaborado com

Sementes de Cupuaçu e de Cacau (No. 267). Documentos. Planaltina, DF.

Cohen, O., & Jackix, H. (2005). Estudo do Líquor de Cupuaçu. Ciência e

Tecnologia de Alimentos Tecnol. Aliment., 25(1), 182–190.

Crafack, M., Keul, H., Eskildsen, C., Petersen, M., Saerens, S., Blennow, A., …

Nielsen, D. (2014). Impact of starter cultures and fermentation techniques on

the volatile aroma and sensory profile of chocolate. Food Research

International, 63, 306–316. http://doi.org/10.1016/j.foodres.2014.04.032

Dooley, L., Lee, Y., & Meullenet, J. (2010). The application of check-all-that-apply (

CATA ) consumer profiling to preference mapping of vanilla ice cream and its

comparison to classical external preference mapping. Food Quality and

Preference, 21(4), 394–401. http://doi.org/10.1016/j.foodqual.2009.10.002

Dutcosky, S.D. (2013). Análise Sensorial de Alimentos. (PUCPRess, Ed.) (4ª. Ed.,

531p). Paraná, Brasil: Champagnat

Garcia, I. (2006). Enzimas produzidas durante os diferentes estágios de

fermentação das sementes de cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willdenow

ex Sprengel) Schumann). 99 p (Mestrado em Ciência de Alimentos).

Universidade Federal do Amazonas, Brasil.

Page 113: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

95

Jaeger, S., Beresford, M., Paisley, A., Antúnez, L., Vidal, L., Silva, R., … Ares, G.

(2015). Check-all-that-apply (CATA) questions for sensory product

characterization by consumers : Investigations into the number of terms used

in CATA questions. Food Quality and Preference, 42, 154–164.

http://doi.org/10.1016/j.foodqual.2015.02.003

Lagunes Gálvez, S., Loiseau, G., Paredes, J., Barel, M., & Guiraud, J. (2007).

Study on the microflora and biochemistry of cocoa fermentation in the

Dominican Republic. International Journal of Food Microbiology, 114(1), 124–

30. http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2006.10.041

Lannes, S., & Medeiros, M. (2003). Processamento de achocolatado de cupuaçu

por spray-dryer. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 39(1), 115–

123.

Lopes, A., Garcia, N., & Vasconcelos, M.. (2003). Avaliação das Condições de

Torração Após a Fermentação de Amêndoas de Cupuaçu (Theobroma

grandiflorum Schum) e Cacau (Theobroma cacao L.). Brazilian Journal of

Food Technoogy, 6(2), 309–316.

Lopes, A., Pezoa-García, N., & Amaya-Farfán, J. (2008). Qualidade nutricional das

proteínas de cupuaçu e de cacau Nutritional quality of cupuassu and cocoa

proteins. Ciência e Tecnologia de. Alimentos, 28(2), 263–268.

Luna, F., Crouzillat, D., Cirou, L., & Bucheli, P. (2002). Chemical composition and

flavor of Ecuadorian cocoa liquor. Journal of Agricultural and Food Chemistry,

50(12), 3527–3532. http://doi.org/10.1021/jf0116597

Matos, C., Souza, C., Faria, J., Oliveira, S., Santos, L., & Sacramento, C. (2008).

Características Físicas e Físico-químicas de Cupuaçus de Diferentes

Formatos. Revista de Ciências Agrárias, 50, 35–45.

Page 114: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

96

Meilgaard, M.; Civille, G. V., Carr, B. T.(2007) Sensory Evaluation Techniques. 4ª

ed. Boca Raton: CRC Press, p. 55-57.

Minim, V., Silva, R., Milagres, M., Martins, E., Sampaio, S., & Vasconcelos, C.

(2010). Análise descritiva: comparação entre metodologias. Revista do

Institutovde Lacticinios “Candido Tostes,” 65(374), 41–48.

Moskowistz, H.R. (1983) Product testing and sensory evaluation of foods-

marketing and R&D approaches. Food & Nutrition Press, Inc. Westport, 605p,.

Murray, J., Delahunty, I., & Baxter, I. (2001). Descriptive Sensorial Analysis: past,

present and future.pdf. Food Research International, 34, 461–471.

Nazaré, R., Barbosa, W., & Viêgas, R. (1990). Processamento das sementes de

cupuaçu para a obtenção de cupulate. Belém, PA: Embrapa CPATU.

Nielsen, D., Crafack, M., Jespersen, L., & Jakobsen, M. (2013). Chocolate in

Health and Nutrition. Chocolate in Health and Nutrition, 39–60.

http://doi.org/10.1007/978-1-61779-803-0

Novello, D., Conto, L., Campagnol, P., Sewaybricker, M., Lopes, J., Suzart, C., …

Bolini, H. (2012). Perfil sensorial e teste de consumidor de biscoito wafer tipo

tradicional , light e diet sabor chocolate. Ambiência - Revista do Setor de

Ciências Agrárias e Ambientais, 8(2), 245–258.

http://doi.org/10.5777/ambiencia.2012.02.02

Padilha, V., Rolim, P., Salgado, S., Livera, A., Andrade, S., & Guerra, N. (2010).

Perfil sensorial de bolos de chocolate formulados com farinha de yacon (

Smallanthus sonchifolius ). Ciência e Tecnologia de Alimentos, 30(3), 735–

740.

Pereira, G., Miguel, M., Ramos, C., & Schwan, R. (2012). Microbiological and

physicochemical characterization of small-scale cocoa fermentations and

Page 115: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

97

screening of yeast and bacterial strains to develop a defined starter culture.

Applied and Environmental Microbiology, 78(15), 5395–5405.

http://doi.org/10.1128/AEM.01144-12

Ramli, N., Hassan, O., Said, M., Samsudin, W., & Idris, N. (2006). Influence of

roasting conditions on volatile flavor of roasted malaysian cocoa beans.

Journal of Food Processing and Preservation, 30, 280–298.

Schwan, R. (1998). Cocoa fermentations conducted with a defined microbial

cocktail inoculum. Applied and Environmental Microbiology, 64(4), 1477–83.

Schwan, R., & Wheals, A. (2004). The microbiology of cocoa fermentation and its

role in chocolate quality. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 44(4),

205–221. http://doi.org/10.1080/10408690490464104

Serra Bonvehí, J., & Ventura Coll, F. (2002). Factors affecting the formation of

alkylpyrazines during roasting treatment in natural and alkalinized cocoa

powder. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 50(13), 3743–3750.

http://doi.org/10.1021/jf011597k

Teixeira, L. (2009). Análise Sensorial Na Indústria De Alimentos. Revista do

Instituto de Laticinios “Candido Tostes,” 12–21.

Venturieri, G. (1993). Cupuaçu: a espécie, sua cultura, usos e processamento.

Belém, PA: Clube do Cupu. 56 p

Vilalba, F., Marsaioli Jr, A., & Garcia, N. (2004). Fragmentação Mecânica de

Amêndoas de Cupuaçu (Theobroma grandiflorum). Ciência e Tecnologia de

Alimentos, 24(3), 419–426.

Page 116: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

98

CAPÍTULO 4

FORMATION OF VOLATILE COMPOUNDS DURING CUPUASSU FERMENTATION: INFLUENCE OF PULP CONCENTRATION

Simone de Nazaré Melo Ramos, Wolfgang Danzl, Gottfried Ziegleder, Priscilla Efraim

________________________________________________________________

Este capítulo foi submetido à Food Research International em 01/10/2015.

Page 117: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

99

CAPÍTULO 4

FORMATION OF VOLATILE COMPOUNDS DURING CUPUASSU FERMENTATION: INFLUENCE OF PULP CONCENTRATION

Simone de Nazaré Melo Ramosa, Wolfgang Danzl

b, Gottfried Ziegleder

b, Priscilla Efraim

a*

aFaculty of Food Engineering, University of Campinas. Rua Monteiro Lobato, 80. Cidade Universitária Zeferino Vaz.

Campinas-SP. Brazil. CEP 13.083-862 b Fraunhofer Institute for Process Engineering and Packaging IVV. Giggenhauser Strasse 35, 85354 Freising. Germany

* Corresponding author.: Phone number +55 19 3521-3998. E-mail address: [email protected]

ABSTRACT

Cupuassu is a native fruit from the Amazon region and the pulp is used to prepare

juices, jams, etc. The seed has high nutritional value and through seeds

fermentation is possible to obtain a product similar to chocolate, known as

cupulate. Despite the presence of essential amino acids of high biological value,

proteins and lipids, seeds are still considered by-products and discarded in most

cases. For the seeds fermentation it is necessary the parcial or total depulping.

The pulp represents an obstacle to the process, mainly because of the high

amount (38%). With the objective of evaluate the influence of the pulp in the

formation of the volatile compounds during fermentation, seeds totally depulped

(0%) and partially depulped (15%) were fermented in triplicate in polystyrene boxes

and processed for obtaining cupulate with the conventional method of chocolate

production for checking the profile of volatile compounds formed. The results of

the identification and relative quantification of volatiles by GC-MS were subjected

to principal component analysis (PCA). A wider variety of volatile compounds such

as aldehydes, ketones and alcohols were found in the experiment with 15% pulp

during fermentation and pyrazines were found in the produced cupulates. Among

the compounds identified, it is important emphasize the presence of compounds

with fruity and floral notes, present in a fine type chocolate. Thus, apparently,

maintaining a minimum amount of pulp is essential to increase the chances of

development of important flavor compounds through the use of seeds of a fruit with

great potential.

Page 118: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

100

Keywords: cupuassu, fermentation, pulp, cupulate, volatile compounds, PCA

1. INTRODUCTION

Cupuassu (Theobroma grandiflorum Schum) is an important fruit of the

Brazilian Amazon region and also found in Venezuela, Ecuador, Costa Rica,

Colombia, Guyana, Martinique, Costa Rica, Trinidad, Ghana, Sao Tome, Florida

and Australia (Venturieri, 1993; Martini & Tavares, 2005). Fruits have various

shapes (oblong, oval, elliptical, obovoid or round), weighing between 200 g to 4000

g, containing on average 38% of pulp and seeds in number of 15-50 per fruit

(Souza; Souza, 2002). The pulp is the most abundant part of the fruit (39 to 43%)

and most used for the preparation of juices and jellies. The seeds have high quality

fat, with an average content of 64.85% (Carvalho, Garcia, & Wada, 2005) being

widely used in the cosmetic industry (Gondim, Thomazini, Cavalcante, & Souza,

2001). Through seeds fermentation it is also possible to obtain a product similar to

chocolate, called "cupulate" (Cohen, Sousa, & Jackix, 2009). During that process,

as it occurs for example with cocoa, important chemical reactions happen under

microorganism action, that metabolize sugars producing ethanol, a substrate used

by acetic acid bacteria (AAB) for the production of acetic acid (Schwan & Wheals,

2004; Schwan, 1998). On the other hand lactic acid bacteria (LAB) metabolize

citric acid into lactic acid, which can be a negative factor for causing non-volatile

acidity in the final product (Schwan & Wheals, 2004). However, selected LAB may

be responsible for production of important compounds such as 3-methylbutanal

(Ayad, Verheul, Engels, Wouters, & Smit, 2001), a substance with strong chocolate

notes, by the decomposition of leucine through a transamination reaction followed

by a decarboxylation step in the Strecker reaction (Counet, Callemien, Ouwerx, &

Collin, 2002).

The seeds have a wide range of essential and nonessential amino acids

wherein, after the fermentation and roasting, it is observed increase in the

concentration of the hydrophobic amino acids (alanine, tyrosine, leucine, and

phenylalanine) (Mattietto, 2001) that, together with reducing sugars, are

Page 119: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

101

transformed into important flavor compounds through non-enzymatic reactions

(Maillard reaction) (Rizzi & Bunke, 1998; Biehl & Ziegleder, 2003).

After the fermentation, the beans are dried, which is an important step

that also impacts in the quality of the final product since metabolic reactions that

contribute to the formation of flavor still occur (Hii, Law, Suzannah, Misnawi, &

Cloke, 2009). Later, the beans are roasted in order to form flavor compounds, to

eliminate the volatile compounds that give acidity, bitterness and astringency of the

product and facilitate shell detachment (Afoakwa, Paterson, Fowler, & Ryan,

2008). In this step, the condensation of carbonyl groups occurs with free α-amino

acids (Strecker reaction) resulting in the formation of aldehydes and other

important flavor compounds such as pyrazines, pyridines, pyrrols, and oxazoles for

producing chocolate (Counet et al., 2002; Martins, Jongen, & Boekel, 2001;

Oberparleiter & Ziegleder, 1997; Rizzi, 2008; Ziegleder, 2009).

The processing steps for obtaining cupulate are the same used for

chocolate (Afoakwa et al., 2008; Schwan & Wheals, 2004), as mixing, refining,

conching, tempering, moulding, demoulding and packaging. During conching step,

some compounds resulting from the Strecker reaction (aldehydes) are lost due to

evaporation. Other chemical reactions occur resulting in the formation of important

flavor compounds (Counet et al., 2002). However the main aroma improvement

during conching seems to arise from a change in the flavor distribution within the

chocolate matrix, as sugar surfaces are increasingly coated by flavor substances

and lipids (Danzl & Ziegleder, 2014; Ziegleder et al., 2003). After conching, the

tempering is performed, which aims to the formation of stable crystals to obtain

uniform product (Cohen, Luccas, & Jackix, 2004).

Studies have shown that in the case of cocoa, some chemical

compounds found in seeds are not only formed during fermentation but are also

originated from the pulp (Kadow, Bohlmann, Phillips, & Lieberei, 2013). Eskes et

al., (2007), cited by the same author had already reported that compounds related

to aroma, found in cocoa beans, were originated from the pulp, giving to the

products fruity and floral aromas, present in fine chocolate and absent in bulk

Page 120: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

102

chocolate (Sukha, Butler, Umaharan, & Boult, 2008). This information reinforces

the importance that pulp’s role plays for the formation of flavor compounds.

Alcohols such as linalool, 3-methyl-2-buten-1-ol, 3-methylbutanol, and ethanol

have been found in cupuassu (Quijano & Pino, 2007). Most of these compounds

are important flavor compounds identified in cocoa beans extracts (Ziegleder,

1991).

Although the cupuassu pulp has in its composition organic compounds

considered essential for the flavor, their removal is a normal practice, and

otherwise the fermentation would not occur. Because of its abundance, the

cupuassu pulp becomes a hindrance, not occurring liquefaction and preventing

aeration of the environment. Thus, there is no temperature increase, which is

important for the loss of seed germination capacity, as a result of cell wall’s

increased permeability, which facilitates the biochemical reactions for the

production of flavor precursors compounds, as occurs with cocoa (Fowler, 2009).

Cupuassu seeds are considered by-products, being discarded after

depulping (Said, 2011) despite their high nutritional value and the presence of

essential amino acids and proteins also with high biological value (Carvalho,

García, & Wada, 2005; Lopes, Pezoa-garcía, & Amaya-farfán, 2008). Producers

usually use the pulp, given its economic value. The composition of the pulp is

complex due to the chemical compounds, and previous studies reveal that some of

them impact on taste (Quijano & Pino, 2007). Moreover, the substrates (sugars

and organic acids) which enter the metabolic pathway of microorganism’s action

can be depleted during normal depulping resulting in change and also in poor

quality of the final product. Despite the fact that the use of cupuassu for cupulate

production is incipient, previous results of sensory analysis showed that its

acceptance is satisfactory, indicating that it could be a potential product (Cohen et

al., 2004; Lopes et al., 2008; Nazaré et al., 1990). Thus, the aim of this study was

to investigate the influence of the pulp in the profile of the volatile compounds

formed during the fermentation of cupuassu seeds by the evaluation of totally

Page 121: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

103

depulped (0% of pulp) and partially depulped (15% of pulp) cupuassu seeds of

fermentated and dried beans, roasted beans (nibs) and cupulates.

2. MATERIAL AND METHODS

2.1 Cupuassu Seeds Fermentation

As mentioned before, the total removal of the pulp is a normal practice.

In order to establish the pulp concentrations that would be studied, preliminary

experiments of fermentation with 0, 20, 30, 40 and 100% of pulp in 4 Kg batches

were conducted (Ramos, 2015). The experiment with 20% of pulp presented the

best results (maximum temperature of the mass temperature: up to 38oC), thus

demonstrating that this level would be already high, due to the delay in the

increase of the temperature of the mass even after five days of fermentation.

Therefore, new experiments of fermentation with 7.5 and 15% were conducted and

the last one showed better results in the sensory analysis (data not shown).

Approximately 1 t of ripe and healthy fruits, collected in a single day or

up to three days after being dropped at the PERI farm, in the city of Presidente

Figueiredo, Amazonas state, Brazil were depulped and partially depulped to obtain

concentration with 0 and 15% pulp, respectively.

The fermentation was performed in polystyrene boxes in triplicate in 8 kg

batches. Generally seed fermentation is carried out in wooden boxes, but in the

present work polystyrene boxes were used with the aim of maintaining the elevated

temperature, also considering of the small amount of sample used in each

experiment. The period of fermentation, respectively for the experiments with 0%

pulp and 15% pulp, was 60 and 108 h, determined by the drop of temperature and

increase of the mass pH (> 7.0) for both experiments and respective triplicate (data

not showed) determined stopping the fermentation, to prevent the formation of

undesirable compounds.

2.2 Drying

The beans were submitted to natural drying (solar) for up to 24 h and also

to artificial drying (oven with air circulation MARCONI MA 035/5/10P São Paulo,

Page 122: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

104

BRASIL at 40oC) for 5-7 days until they reached 6-8% moisture, because of the

rainy weather. In Brazil, for cocoa and cupuassu fermentation is common the

combination of natural (solar) and artificial (mechanical dryers) for the draying step

because of the high rainfall and relative humidity. Studies demonstrated that mixed

drying methods (natural and artificial) or only natural are recommended for the

production of raw material of good chemical quality (Zahouli et al., 2010).

2.3 Obtaining processing for nibs and cupulates

The dried beans were subjected to cleaning, classification, roasting at

120°C/120 min in 4.0 kg batches in a rotary electric oven (JAF INOX São Roque,

Brazil) and breaking for obtaining the nibs in a compact equipment (prototype test/

JAF INOX, Brazil). The nibs were ground in a blender, homogenized in planetary

mixer (Kitchen Aid - Artisan Model 5KSM150, EUA) and then refined in a refiner

(PILLON, Brazil), with three cylinders internally cooled with water at 15°C to obtain

powder with particle size less than 26 µm.

The cupulates were produced according to the following formulation:

48.6% cupuassu mass, 50% of refined sugar (Glaçucar Union), 1.4% cupuassu

butter (extracted from other cupuassu mass through hydraulic press), 0.4% soya

lecithin (CH Solec - the Solae Company) and 0.4% polyglycerol polyricinoleate

(Grindsted Super - Danisco). The conching step was performed in a jacketed mixer

(INCO, Brazil) at 70°C for 12 h. The tempering was performed manually in granite

surface in controlled temperature room (20.0 ± 1.0°C). Then, the samples were

placed in PVC bar molds, subjected to cooling and demolding according to Cohen

et al. (2004).

2.4 Analysis of volatile compounds

The extraction of volatile compounds in seeds (collected during

fermentation), dried beans, nibs and cupulates was performed in duplicate

according Ziegleder, Balimann, Mikle and Zaki (2003) and Ziegleder and Biehl

(1988).

2.4.1 Sample preparation and fractioned steam distillation

Page 123: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

105

The samples were initially grounded in a mortar and then in a mini

processor. In a distillation tube, 20g of pulverized sample were weighed and 20 mL

of distilled water were added, followed by homogenization. The tube was attached

to a distillation apparatus (Antona apparatus, Greiner & Gassner, Munich). Figure 1

shows the schematic model explaining the principle of extraction of MHE (Multiple

Headspace Extraction) of volatile compounds in a fractional form.

Figure 1. Schematic principle of HME (Multiple Headspace Extraction) extraction

During steam distillation three successive distillated fractions of 9 mL

each were taken. Samples diluted in distilled water underwent exhaustive

extraction by drag steam providing a huge volume of distillation. In the first

distillation fractions, the total concentration of the samples could be determined in

the following fractions since the concentration of volatile compounds decreases

exponentially, as plotted in log-linear in Figure 1 (Ziegleder et al., 2003).

2.4.2 Extraction and flavor analysis

To each tube with the distillate was added 1 g of NaCl (min. 99%, Th.

Geyer, Germany) and 1 mL of diethyl ether (min. 99,8%, Th. Geyer, Germany)

dotted with 0.1 mg/kg benzyl alcohol as an internal standard. The closed tubes

were vortexed for 1 min. Then, the supernatant was transferred to a 2 mL

0

3

6

9

A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7

Lo

g C

on

cen

trati

on

Fraction

Page 124: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

106

graduated test tube, taking care to not drag the aqueous phase. The procedure

was repeated one more time, but without the addition of NaCl. The tubes with the

extracts were kept refrigerated (± 4°C) until the moment of concentration.

The extracts were concentrated in open tubes by injecting nitrogen gas

to reach the volume of 200μL (Barkey TCS Laboratory Techniques). The

concentrated extracts were kept in sealed tubes at ± 0°C in a freezer until the

moment of injection.

The compounds determination was held in Gas Chromatograph GC-

17A (Shimadzu) coupled to Mass Spectrometer QP-5000 (Shimadzu), using a

fused silica capillary column (TG-WaxMS 60m x 0,25 mm x 0,25µm. Thermo

Scientific, USA). The oven temperature was initially kept at 45°C for 4 min, and

then programmed from 60oC to 220oC. Helium was used as carrier gas at a flow

rate of 1.1 ml / min. The injector and detector temperatures were 220 and 230°C,

respectively. Manually, it was injected 3 µL of each fraction of the extract.

2.5 Identification and quantification of volatile compounds

The volatile compounds were tentatively identified based on the

information of probabilities generated by the mass spectrometer through

comparison of their mass spectra with the spectral data of the National Library

database Institute of Standards and Technology (NIST) and retention time.

The concentrations of selected volatiles in every fraction were

determined in relation to the internal standard benzyl alcohol (99,5% by Merck,

Germany), based on peak area size. From the sequence of the three distilled

fractions, the overall concentration of a compound is calculated following multiple

headspace extraction (MHE) based on the equation below. The flavor

concentration decreases exponentially in successive fractions and therefore

appears linear when plotted as a logarithm (Figure 1). From this, the overall

concentration can be calculated as the integral of infinitely many individual

fractions Ai, approximated based on the following equation from the first two

fractions A1 and A2 (Ziegleder et al., 2003; Kolb & Ettre, 1997). The advantages of

Page 125: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

107

the fractionated steam distillation in combination with quantification via MHE are

short distillation times, low thermal treatment of the samples, and high flavor

concentration within the first fractions of distillates.

Where:

Ai: Total Concentration

A1: First fraction

A2: Second fraction

2.6 Principal component analysis of GC-MS peak areas

The total concentration of each compound was converted to mg.Kg-1.

For analysis of quality and quantity of volatile profiles on the samples from the

fermentation, in dried beans, nibs and cupulates, Principal Component Analysis

was performed using the statistical package ®XLSTAT Pro (2015).

3. RESULTS AND DISCUSSION

3.1 Identification of volatile compounds during fermentation

Table 1 shows the major compounds identified in volatile fractions in the

seeds of experiments with 0 and 15% of pulp during fermentation and their

respective concentrations. For verifying of the volatile compounds that have been

most associated with 0 and 15 % pulp experiments and their fermentation times,

PCA was applied (Figure 2) based on the results of GC-MS.

Page 126: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

108

Table 1

Volatile compounds identified in the 0 and 15% pulp experiments during fermentation

RT Volatile

Compounds* 0h 12h 36h 60h 84h 108h

Alcohols 0 15 0 15 0 15 0 15 15 15 Odour descriptiona

7499 2-pentanol - - - - - - - - 0.024 ± 0.009 0.002 ± 0.000

7564 ethanol 2.388 ± 0.690 1.634 ± 0.494 0.659 ± 0.030 4.407 ± 0.349 0.103 ± 0.062 1.698 ± 0.101 0.100 ± 0.060 1.024 ± 0.093 - -

7634 2-heptanol - - - - - - - - 0.005 ± 0.002 0.009 ± 0.002 Sweet, citrus

11053 2-methyl-3-buten-2-ol 0.945 ± 0.370 1.911 ± 0.103 0.005 ± 0.001 0.843 ± 0.106 0.019 ± 0.005 0.291 ± 0.058 0.011 ± 0.001 0.098 ± 0.026 0.014 ± 0.005 0.002 ± 0.000

18874 3-methyl-1-butanol 0.095 ± 0.030 0.057 ± 0.032 0.042 ± 0.010 0.888 ± 0.122 0.020 ± 0.013 0.635 ± 0.273 0.070 ± 0.004 0.196 ± 0.018 0.036 ± 0.011 0.007 ± 0.001 Malty, chocolate

24616 3-methyl-2-buten-1-ol 0.022 ± 0.010 0.009 ± 0.000 - 0.022 ± 0.002 - 0.020 ± 0.005 - 0.032 ± 0.006 0.010 ± 0.005 0.001 ± 0.000

35328 3,7-dimethylocta-1,6-dien-3-ol

0.134 ± 0.050 0.064 ± 0.028 0.005 ± 0.001 0.058 ± 0.010 0.007 ± 0.002 0.070 ± 0.008 0.023 ± 0.002 0.033 ± 0.002 0.008 ± 0.002 0.041 ± 0.002 Floral, green

50304 phenylethyl alcohol 0.009 ± 0.001 - 0.005 ± 0.001 0.091 ± 0.009 0.012 ± 0.000 0.111 ± 0.061 0.09 1 ± 0.000 0.147 ± 0.066 0.024 ± 0.007 0.019 ± 0.007 Honey, floral

Aldehydes

6510 3-methylbutanal - - - - - - 0.008 ± 0.001 - 0.002 ± 0.001 0.001 ± 0.000 Malty, chocolate

34162 benzaldehyde 0.007 ± 0.001 - 0.004 ± 0.000 - 0.002 ± 0.000 0.019 ± 0.001 0.010 ± 0.001 - 0.002 ± 0.000 0.001 ± 0.000 Bitter

39608 benzeneacetaldehyde 0.069 ± 0.001 - 0.009 ± 0.001 - 0.013 ± 0.002 - 0.034 ± 0.002 - 0.021 ± 0.012 0.001 ± 0.000 Berry, nutty

Esters

6425 ethyl acetate 0.015 ± 0.003 0.223 ± 0.024 0.203 ± 0.001 0.295 ± 0.041 0.019 ± 0.003 1.309 ± 0.082 0.034 ± 0.002 0.431 ± 0.253 0.013 ± 0.005 0.001 ± 0.000 Pineapple

15350 3-methylbutyl acetate - - 0.005 ± 0.001 - - 0.017 ± 0.005 - 0.042 ± 0.006 0.002 ± 0.000 0.007 ± 0.000 Fruit notes

Acids

30619 acetic acid - - 0.317 ± 0.018 0.115 ± 0.012 0.187 ± 0.016 0.412 ± 0.231 0.060 ± 0.005 0.274 ± 0.026 0.421 ± 0.099 0.073 ± 0.009 Sour, vinegar

36191 2-methylpropanoic acid

- - - - - - 0.182 ± 0.001 0.018 ± 0.001 0.186 ± 0.074 0.062 ± 0.007 Pungent, rancid

38965 butanoic acid 0.013 ± 0.001 0.018 ± 0.001 0.005 ± 0.001 0.057 ± 0.006 0.007 ± 0.002 0.031 ± 0.002 0.077 ± 0.001 0.022 ± 0.005 0.053 ± 0.014 0.021 ± 0.004 Buttery, rancid

40827 3-methylbutanoic acid 0.024 ± 0.010 - 0.002 ± 0.000 0.045 ± 0.005 0.035 ± 0.005 0.043 ± 0.005 0.502 ± 0.252 0.034 ± 0.013 0.175 ± 0.049 0.002 ± 0.000 Sweaty

Ketones

22691 3-hidroxy 2 butanone 0.262 ± 0.096 0.170 ± 0.049 0.126 ± 0.001 0.128 ± 0.035 0.194 ± 0.058 0.354 ± 0.023 0.373 ± 0.021 0.659 ± 0.218 0.165 ± 0.004 0.011 ± 0.004 Butter, cream

RT: Retention Time aObtained from literature *mg.Kg

-1

Page 127: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

109

Fig. 2. Principal component analysis of GC-MS peak area showing the main volatile compounds associated to 0 and 15% pulp experiments during fermentation. Axes D1 and D2 (a); and D1 and D3 (b)

0% (0h)

15% (0h)

0% (12h)

15% (12h)

0% (36h)

15% (36h)

0% (60h)

15% (60h)

15% (84h)

15% (108h)

ALC (1)

ALC (2)

ALC (3)

ALC (4)

ALC (5) ALC (6)

ALC (7)

ALC (8)

ALD (1)

ALD (2) ALD (3)

EST (1)

EST (2)

ACI (1)

ACI (2) ACI (3)

ACI (4)

KET 91)

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

-1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2

D2

(2

2,8

3 %

)

D1 (16,19 %)

axes D1 and D2: 39.02 % (a)

0% (0h)

15% (0h)

0% (12h)

15% (12h)

0% (36h) 15% (36h)

0% (60h)

15% (60h)

15% (84h)

15% (108h)

ALC (1)

ALC (2)

ALC (3)

ALC (4) ALC (5) ALC (6)

ALC (7)

ALC (8)

ALD (1) ALD (2)

ALD (3)

EST (1) EST (2)

ACI (1)

ACI (2)

ACI (3)

ACI (4)

KET (1)

-1,2

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

-2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2

D3

(1

6,2

6 %

)

D1 (16,19 %)

axes D1 and D3: 32.45 % (b)

Page 128: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

110

ALC (1) 2-pentanol; ALC (2) ethanol; ALC (3) 2-heptanol; ALC (4) 2-methyl-3-buten-2-ol; ALC (5) 3-methyl-1-butanol; ALC (6) 3-methyl-2-buten-1-ol; ALC (7) 3,7-dimethylocta-1,6-dien-3-ol; ALC (8) phenylethyl alcohol; ALD (1) 3-methylbutanal; ALD (2) benzaldehyde; ALD (3) benzeneacetaldehyde; EST (1) ethyl acetate; EST (2) 3-methylbuthyl acetate; ACI (1) acetic acid; ACI (2) 2-methylpropanoic acid; ACI (3) butanoic acid; ACI (4) 3-methylbutanoic acid; KET (1) 3-hidroxy-2-butanone.

With 39.02% (axes D1 and D2) and 32.45% (axes D1 and D3) of the

variance explained, the PCA (Figure 2a, 2b) shows that at the beginning of the

fermentation (12 h) experiment 15% pulp was strongly correlated to alcohols,

certainly for the conversion of sugars in the pulp. The ethanol concentration was

especially higher for the experiment 0% pulp than to 15% pulp (Table 1). The

residues that remain in smaller amount, easily serve as substrates for

microorganisms, being more rapidly degraded with conversion of sugars into

alcohol, as occurred with the experiment 0% pulp (Table 1). In the case of

cupuassu, it is impossible to guarantee the complete depulping because it would

damage the seed, since the pulp is strongly adhered. Thus, highest pulp

concentration (15% pulp) seem to slow the action of yeast on the sugars (data not

shown here), also interfering with the subsequent formation of other compounds.

Due to the higher volume of pulp, it seems that more time is necessary for

microorganism’s adaptation to the established conditions, as it was observed in the

experiment 15% pulp, with later ethanol production (Table 1).

As fermentation progresses, ethanol concentration decreases as a

result of its metabolization by acetic bacteria for the production of acetic acid. With

the liquefaction of the pulp, the environment became more aerated contributing to

volatilization of the compound in both experiments. The initial concentration of

other alcohols (2-methyl-3-buten-2-ol; 3-methyl-2-buten-1-ol; 3-methyl-1-butanol;

3,7-dimethylocta-1,6dien-3-ol) also decreased until the end. Except for the

phenylethyl alcohol, which was in low concentration from the start of the

fermentation. However, it was accentuated in both experiments, and for 15% pulp,

there was a decline in the end. In cocoa, phenylethyl alcohol concentration tended

to increase up to 25 times during the fermentation (Ho, Zhao, & Fleet, 2014). The

Page 129: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

111

3-methyl-2-buten-1-ol is present in cupuassu pulp (Quijano & Pino, 2007), whereas

the 2-methyl-3-buten-2-ol was found in cocoa pulp (Kadow et al., 2013).

During the fermentation, the experiment with 15% pulp showed a

discreet increase of 3,7-dimethylocta-1,6-dien-3-ol (linalool) concentration

compared to the 0% pulp experiment (Table 1). The linalool is a compound present

in the cupuassu pulp (Quijano & Pino, 2007), with potential impact on aroma

(Oliveira, Pereira, Marsaioli, & Augusto, 2004). The secondary alcohols, 2-pentanol

and 2-heptanol, were detected only in the last hours of fermentation in the 15%

pulp experiment. According to Strohalm et al. (2007), cited by Schwab et al.,

(2008) those are important active aroma compounds. These results point to the

possibility of extending the fermentation time, in order to favor the formation of

other aromatic compounds, which are important for the flavor.

There was an increase in the ethyl acetate concentration, especially 12

h (0% pulp) and 36 h (15% pulp) after the beginning of fermentation (Table 1).

Yeasts, microorganisms with intense activity in the process, are also involved in

the production of this compound, especially Kloeckera apiculata and

Sacharomicces cerevisiae (Schwan & Wheals, 2004). The ethyl acetate is an ester

naturally found in cupuassu pulp (Quijano & Pino, 2007). Pulp residue present at

0% pulp seeds explains the presence of ester (0.015 mg kg-1) in the unfermented

sample. The 15% pulp experiment showed a higher concentration in 36 h, in later

period due to the pulp. In the PCA, between 12 and 60 h of fermentation, the 15%

pulp experiment showed a more diverse profile of volatile compounds (alcohols,

aldehydes and esters) compared to 0% pulp (Figure 2b), leading to the conclusion

that greater amount of pulp impacts on the formation of compounds related to the

formation of flavor.

The 3-methylbutyl acetate, compound derived from esterification of 3-

methyl-1-butanol (an amyl alcohol), showed an increase concentration between 12

up 36 h (Table 1). The esterification of these amyl alcohols produces compounds

with malt and chocolate flavor notes (Rodriguez-Campos et al., 2012; Rodriguez-

Campos, Escalona-Buendía, Orozco-Avila, Lugo-Cervantes, & Jaramillo-Flores,

Page 130: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

112

2011). In other study with cocoa fermentation, it was observed formation of 3-

methylbutyl acetate during the process (Rodriguez-Campos et al., 2011). That is a

compound with fruity notes (citric, lemon) (Misnawi & Ariza, 2011).

Benzaldehyde and benzeneacetaldehyde were present in the beginning

of the fermentation in 0% pulp experiment, and their concentration increased at the

end. In the experiment 15% pulp those aldehydes were detected mainly in the last

hours of the fermentation (Table 1). The presence of benzaldehyde was associated

with bitter taste cocoa powder by sensory analysis (Bonvehí, 2005). In PCA (Figure

2a, 2b) both experiments were specially correlated with aldehydes with 60 h,

demonstrating that time was happening more formation those compounds.

The concentration of 3-methylbutanal was a slightly higher in the 0%

pulp experiment (0.008 mg kg-1) compared with the 15% pulp experiment (0.002

mg kg-1) in the last days of fermentation. This compound is derived from the amino

acid leucine (Ayad et al., 2001; Rizzi, 2008; Schwab, Davidovich-Rikanati, &

Lewinsohn, 2008) that presents strong and striking odor (Oliveira et al., 2004), malt

notes (Frauendorfer & Schieberle, 2006) or strong chocolate notes (Schnermman

& Schierbele, 1997 cited by Fadel, Abdel Mageed, Abdel Samad, & Lotfy, 2006).

The 3-methylbutanal can be found in cocoa beans during fermentation, and its

concentration tends to increase during roasting (Frauendorfer & Schieberle, 2008).

The formation of acetic acid was observed in both experiments starting

from 12 h of fermentation (Table 1) with higher concentrations between 60 up 84 h

in the 15% pulp experiment and, decreasing on the last day. The highest ethanol

concentrations recorded for the 15% pulp experiment also promoted higher

formation of acetic acid. The butanoic acid and 3-methylbutanoic acid were

detected in the first hours of fermentation in both experiments, with increased

concentration at the end (Tables 1 and 2). 2-methylpropanoic acid, an important

compound responsible for the strong chocolate flavor (Frauendorfer & Schieberle,

2008; Rodriguez-Campos et al., 2012), was detected only on the last day in the 0%

pulp experiment (Table 1), whereas in the 15% pulp experiment the compound was

detected 60 h fermentation, reaching peak concentration in 84 h (Table 2). All

Page 131: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

113

these acids are produced by oxidative action of AAB Acetobacter and

Gluconobacter present in the fermentation. They are of great importance for the

flavor industry because of the intense aroma (Schwab et al., 2008).

Some of the aforementioned acids (butanoic, 2-methylpropanoic, 3-

methylbutanoic), considered potent flavor compounds are obtained by the

conversion of alcohols into a dehydrogenation reaction (Schrader, 2007). Late

production of 2-methylpropanoic acid in the 0% pulp experiment indicates that the

fermentation was interrupted at the moment this important compound was

beginning to emerge.

The 3-hydroxy-2-butanone compound (acetoin) was present in the

beginning of fermentation in both experiments, with sudden elevation (0.373 mg

kg-1) in 0% pulp experiment at the end of fermentation (Table 1). In the 15% pulp

experiment, most concentration was achieved in 60 h (Table 1). The acetoin is

resulted from Lactobacillus fermentum strains acting on the citric acid (Crafack et

al., 2013), and odor assigned to the butter cream. Studies also showed that the

production is increased during drying with temperature up to 60°C (Rodriguez-

Campos et al., 2012), and this would explain the higher concentrations of the

compound in the experiments in moments in which the temperature of the

fermentation mass was also high.

In the final stages of fermentation, especially for the 15% pulp

experiment, aldehydes and secondary alcohols were more related to that (Figure

2a), due to the longer fermentation time which favored the development of

compounds.

3.2 Major volatile compounds identified in dried beans, nibs and cupulates

Table 2 shows the main volatile compounds identified in dried beans,

nibs and cupulates of 0% and 15% pulp experiments, and the respective

concentration (mg.Kg-1).

Page 132: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

114

Table 2.

Volatile compounds identified in dried beans, nibs and cupulates in the samples of experiments 0 and 15% pulp.

DRIED BEANS* NIBS* CUPULATES*

RT Alcohols 0 15 0 15 0 15 Odour descriptiona

11053 2 Methyl-3-buten-2-ol 0.009 ± 0.003 0.025 ± 0.002 0.007 ± 0.000 0.008 ± 0.000 - -

18874 3-Methyl-1-butanol 0.044 ± 0.013 0.088 ± 0.034 0.018 ± 0.001 0.043 ± 0.014 0.046 ± 0.012 0.008 ± 0.003 Malty, chocolate

35328 3,7-dimethylocta-1,6-dien-3-ol 0.003 ± 0.001 0.031 ± 0.009 0.002 ± 0.000 0.048 ± 0.007 - 0.006 ± 0.002 Floral, green

50304 Phenylethyl alcohol 0.008 ± 0.000 0.049 ± 0.0015 0.021 ± 0.007 0.029 ± 0.001 0.012 ± 0.005 0.005 ± 0.001 Honey, floral

Aldehydes

6510 3-methylbutanal 0.001 ± 0.000 0.012 ± 0.001 0.140 ± 0.050 0.053 ± 0.001 0.032 ± 0.002 0.011 ± 0.005 Malty, chocolate

34162 Benzaldehyde 0.004 ± 0.000 0.025 ±0.002 0.001 ± 0.000 0.016 ± 0.007 0.015 ± 0.008 0.010 ± 0.003 Bitter

39608 Benzeneacetaldehyde 0.012 ± 0.001 0.030 ± 0.003 0.002 ± 0.000 0.017 ± 0.001 0.014 ± 0.005 0.012 ± 0.003 Berry, nutty

Esters

6425 Ethyl acetate 0.009 ± 0.000 0.001 ± 0.000 0.006 ± 0.000 - - - Pineapple

15350 3-methylbutyl acetate - 0.010 ± 0.000 - - - - Fruit notes

Acids

30619 Acetic acid 0.004 ± 0.000 0.091 ± 0.029 0.029 ± 0.008 0.008 ± 0.000 0.007 ± 0.001 0.005 ± 0.001 Sour, vinegar

36191 2-mehylpropanoic acid - 0.026 ± 0.002 - 0.010 ± 0.000 - 0.003 ± 0.000 Pungent, rancid

40827 3-methylbutanoic acid - 0.090 ± 0.032 0.008 ± 0.003 0.096 ± 0.001 0.046 ± 0.016 0.015 ± 0.006 Sweaty

Ketones

22691 3-Hidroxy-2 butanone - 0.033 ±0.003 0.003 ± 0.000 0.011 ± 0.001 0.004 ± 0.000 0.007 ± 0.003 Butter, cream

39925 Acetophenone - 0.014 ± 0.001 - 0.003 ± 0.000 - - Floral, almond, sweet

Pyrazines

23841 2,5-dimethylpyrazine - - 0.001 ± 0.000 0.001 ± 0.000 0.003 ± 0.000 - Roasted nuts

25952 2,3-dimethylpyrazine - - 0.001 ± 0.000 0.004 ± 0.000 0.006 ± 0.000 0.014 ± 0.006 Caramel, cocoa

28036 trimethylpyrazine - 0.007 ± 0.000 0.002 ± 0.000 0.090 ± 0.007 0.012 ± 0.004 0.027 ± 0.008 Earthy, roasted nuts, peanut

31577 2,3-dimethyl-5-ethylpyrazine - 0.005 ± 0.000 - 0.050 ± 0.017 0.005 ± 0.000 - Roasted cocoa

32258 tetramethylpyrazine 0.033 ± 0.002 0.134 ± 0.040 0.014 ± 0.002 0.047 ± 0.005 0.038 ± 0.013 0.114 ± 0.043 Chocolate

34076 2,3,5-trimethyl-6-ethylpyrazine - - - 0.026 ± 0.011 0.004 ± 0.000 0.011 ± 0.003 Roasted peanut

RT: Retention Time aObtained from literature *mg.Kg

-1

Page 133: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

115

To associate the volatile compounds with the products derived from the

0 and 15% pulp experiments (dried beans, nibs and cupulates), PCA was applied

based on the results of GC-MS (Figure 3).

Fig. 3. Principal component analysis (a,b) of GC-MS peak area showing the main volatile compounds associated to samples of dried beans, nibs and cupulates of 0 and 15% pulp samples. Axes D1 and D2 (a); and D1 and D3 (b)

0% (dried beans)

15% (dried beans) 0% (nibs)

15 % (nibs)

0% (cupulate)

15% (cupulate) ALC (1) ALC (2)

ALC (3)

ALC (4)

ALD (1)

ALD (2) ALD (3)

EST (1) EST (2)

ACI (1)

ACI (2) ACI (3)

KET (1)

KET (2) PYR (1)

PYR (2)

PYR (3)

PYR (4)

PYR (5)

PYR (6)

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

-1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2

D2

(2

2,4

9 %

)

D1 (50,51 %)

Biplot (axes D1 and D2: 73,0 %) (a)

0% (dried beans)

15% (dried beans)

0% (nibs)

15% (nibs)

0% (cupulate)

15% (cupulate)

ALC (1)

ALC (2) ALC (3)

ALC (4)

ALD (1)

ALD (2)

ALD (3)

EST (1)

EST (2)

ACI (1)

ACI (2)

ACI (3)

KET (1) KET (2)

PYR (1)

PYR (2)

PYR (3)

PYR (4)

PYR (5)

PYR (6)

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

-2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2

D3

(1

3,5

9 %

)

D1 (50,51 %)

Biplot (axes D1 and D3: 64,1 %) (b)

Page 134: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

116

ALC (1) 2-methyl-3-buten-2-ol; ALC (2) 3-methyl-1-butanol; ALC (3) 3,7-dimethylocta-1,6-dien-3-ol; ALC (4) Phenylethyl alcohol; ALD (1) 3-methylbutanal; ALD (2) Benzaldehyde; ALD (3) Benzeneacetaldehyde; EST (1) Ethyl acetate; EST (2) 3-methylbutyl acetate; ACI (1) Acetic acid; ACI (2) 2-methylpropanoic acid; ACI (3) 3-methylbutanoic acid; KET (1) 3-hidroxy-2-butanone; KET (2) Acetophenone; PYR (1) 2,5-dimethylpyrazine; PYR (2) 2,3-dimethylpyrazine; PYR (3) trimethylpyrazine; PYR (4) 2,3-dimethyl-5-ethylpyrazine; PYR (5) tetramethylpyrazine; PYR (6) 2,3,5-trimethyl-6-ethylpyrazine

3.2.1 Dried beans

Respectively 11 and 17 volatiles compounds were identified in the

samples of dried beans with 0% and 15% pulp (Table 3). 15% pulp dried beans

exhibited a wider variety of volatile compounds (aldehydes, alcohols, ketones and

ester) that contributed to the subsequent formation of flavor compounds (Figure

3b). Both experiments still showed the presence of some alcohols, although in low

concentration, but 15% pulp sample showed higher concentrations of those

compounds. Ethyl acetate was detected in both samples, even in low

concentration, while only 3-methylbutyl acetate was not detected in the 0% pulp

sample. With 73.0 % (axes D1 and D2) and 64.1% (axes D1 and D3) of explained

variance, the PCA (Figure 3a, 3b) shows that there was a separation of products

for identified volatile compounds. The nibs and dried beans of 0% pulp were best

related to the ethyl acetate because of the short fermentation period.

With respect to aldehydes, there was a decrease in the concentration

thereof, especially in the 0% pulp sample, compared with the last day of

fermentation. The same situation was observed for 3-hydroxy-2-butanone

(acetoin), and only in the 15% pulp sample was detected acetophenone (Table 3).

The latter is considered a compound which appears at the end of fermentation and

produces flavor with sweet, floral notes. The concentration tends to increase in

beans submitted to drying at 80°C, and higher concentrations have been detected

in roasted cocoa (Bonvehí, 2005; Rodriguez-Campos et al., 2012).

Of all the acids identified, only acetic acid was present in both samples.

Acetic acid gives sour odor and is found in cocoa products (Frauendorfer &

Schieberle, 2006). Sample of 15% pulp also had the highest concentration, due the

amount of pulp (Table 2).

Page 135: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

117

During drying stage was observed the development of pyrazines.

Biochemical reactions still occur in this stage, including the Maillard reaction, in

which the flavor is developed. The development of pyrazines in the drying step is

understandable, since there is an increase in temperature caused by the irradiation

from drying, which triggers chemical reactions between the precursors (Rodriguez-

Campos et al., 2012). The works carried out with cupuassu liquor also detected the

presence of pyrazines before roasting of dried beans (Queiroz & Garcia, 1999).

Within the process the Strecker reaction occurs, in which carbonyl compounds

undergo reductive amination to convert 2-amino ketones, that react with aldehydes

to form heterocyclic flavor compounds, including pyrazines (Van Boekel, 2006;

Yaylayan, 2003).

Tetramethylpyrazine was detected in both samples, while

trimethylpyrazine and 2,3-dimethyl-5-ethylpyrazine were identified only in 15% pulp

(Table 2). Zak et al. (1972) cited by Oberparleiter and Ziegleder (1997), report that

tetramethylpyrazine is seen as one of the first pyrazines compounds produced

after fermentation by the action of microorganisms.

3.2.2 Nibs

The nibs represent peeled and broken dried beans, and, in this case,

after going through the roasting step at 120oC for 2 hours. The nibs of 0% and 15%

pulp samples showed a decrease in the concentration of some volatile compounds

after drying and emergence of other compounds, probably during the roasting step.

The benzaldehyde and benzeneacetaldehyde compounds showed a

reduction in concentration for both samples, increasing in relation to 3-

methylbutanal. Acetic acid also declined at this stage, and nibs of 0% pulp had a

concentration greater than 15% pulp nibs. Acetophenone and 2-methylpropanoic

acid were detected only in 15% pulp nibs (Table 2). It is noteworthy that the 15%

pulp nibs, its higher amount of pulp and longer fermentation time, may have

strongly contributed to the development of these compounds.

Page 136: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

118

Out of the six types of pyrazines compounds identified, only 2,3-dimethyl-

5-ethylpyrazine and 2,3,5-trimethyl-6-ethylpyrazine were not detected in 0% pulp

nibs. The other pyrazines, especially trimethylpyrazine, tetramethylpyrazine and

2,3,5-trimethyl-6-ethylpyrazine showed the highest concentrations in the 15% pulp

nibs (Table 2).

The roasting accelerated the production of pyrazines compounds,

especially for 15% pulp nibs. The time of roasting also influences the formation of

aromatic compounds of interest. This was found in roasting cupuassu beans, in

which there was a higher formation of some pyrazines compounds (dimethyl 2,5;

2,3,5-trimethyl, tetramethyl 2,3,5,6) at 150oC / 42 min (Lopes, Garcia, &

Vasconcelos, 2003; Queiroz & Garcia, 1999). Although the time used for roasting

of 0% and 15% pulp beans was longer (120 min) the temperature was milder

(120°C), causing no problems of over-roasting to the samples.

3.2.3 Cupulates

The volatile compounds were measured on cupulate according to

cupuassu mass concentration present in the formula. 14 volatile compounds were

identified for 0% and 15% pulp cupulates. The acetic acid was still present in both

samples, although at a much lower concentration. The same was observed for

alcohols. In the case of aldehydes, there was a slight increase in the concentration

of some compounds, especially 3-methylbutanal in 0% pulp cupulate. Notably, the

15% pulp cupulate revealed the presence of 2-methylpropanoic acid, an important

aromatic compound found in cocoa liquor (Misnawi & Ariza, 2011). The 3,7-

dimethyl octa-1,6-dien-3-ol (linalool) is also a flavor compound of roasted cocoa

and was detected only in 15% pulp cupulate. This suggests that there was

migration of that compound from pulp into the cotyledons during fermentation as it

occurs with other volatile compounds in cocoa (Kadow et al., 2013; Quijano & Pino,

2007).

The 15% pulp cupulate showed the highest concentrations of pyrazines,

especially tetramethylpyrazine with a higher concentration (0.114 mg kg-1) when

compared to 0% pulp cupulate (0.038 mg kg-1) (Table 2). In the PCA, it is better

Page 137: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

119

observed that cupulates of both experiments and 15% pulp nibs were strongly

correlated to pyrazines, due not only to the thermal process (roasting) (Figure 3b),

but specially because of the amount of pulp, wich probably provided more

substrates.

Counet et al. (2002) verified, for dark chocolate, that concentrations of

2,5-dimethylpyrazine, trimethylpyrazine and tetramethylpyrazine increased after

conching, while the concentration of 2,3-dimethylpyrazine was reduced. The

analysis of the cupulates samples showed similar results only for

tetramethylpyrazine, whose concentration increased for both 0% and 15% pulp

samples. The latter is a compound that exhibits a milk coffee mocha and roasted

flavor (Counet et al., 2002). That is a desirable on flavor quality for cocoa beans

(Afoakwa et al., 2008; Bonvehí, 2005). The 2,3-dimethylpyrazine increased for

both samples after processing. The 2,5-dimethylpyrazin fairly increased to 0% pulp

and was no longer detected in 15% pulp cupulate.

The trimethylpyrazine showed reduced concentration in the 15% pulp

cupulate after conching (Table 2). Authors associated the trimethylpyrazine and

isomers of 2-ethyl-3 (5,6) -dimethylpyrazine to earthy aroma (Frauendorfer &

Schieberle, 2008). The concentration of pyrazines, such as tetramethylpyrazine

found in both samples (<0.2 ppm) is considerably below in relation to that found in

chocolate (> 6 ppm) (Afoakwa et al., 2008), possibly because of volatilization

during conching.

Studies showed that cupuassu pulp has in its composition flavor

compounds that are found in the beans after fermentation (Quijano & Pino, 2007),

reinforcing what also occurs with cocoa beans, with compounds migrating from the

pulp to the inner seed during fermentation (Kadow et al., 2013). Based on this

principle, it is assumed that the amount of pulp in the seed, although partial, is

fundamental to determine the development of desirable flavor in the final product.

The total quantity of pyrazines found in both samples of cupulates was

the same (Table 2), but the concentration was higher in the 15% pulp sample due

not only to a greater period of fermentation, but also to the greater amount of pulp.

Page 138: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

120

However, the standardization of fermentation time would be necessary in order to

prevent the formation of undesirable compounds and providing conditions for the

development of important compounds.

Regarding the concentration of the compounds formed, some authors

argue that the differences between roasted and non-roasted beans are in the

quantitative and not in qualitative change in the composition of key aroma

compounds (Frauendorfer & Schieberle, 2008). That was also observed in the

composition of pyrazines in cupulate samples. Although it showed smaller range of

compounds than 0% pulp sample, 15% pulp sample showed higher

concentrations, especially for trimethylpyrazine, tetramethylpyrazine and 2,3

dimethylpyrazine. The presences of some of the compounds identified in this work

are quite positive features, appreciated and desired by the chocolate consumer.

4. CONCLUSIONS

The pulp adhered to the seed provides important substrates that during

the fermentation step are transformed into chemically important flavor compounds.

During cupuassu fermentation, total depulping of seeds is necessary due to the

excessive amount of pulp, which prevents the process. Thus, cupuassu

fermentation with partially depulped sample (15%) showed greater concentration

and variety of some volatile compounds than the sample completely depulped

(0%). The first is highlighted by the remarkable presence of pyrazines, given their

great aromatic potential. Furthermore, some identified compounds give floral and

fruity notes associated to the characteristics of fine chocolate. Experiment with 0%

pulp showed shorter fermentation time, hindering the development of precursors

which confer desirable characteristic flavor. Nevertheless, applying greater time

control is required in the fermentation step giving a chance to facilitate the

formation of important flavor compounds.

Page 139: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

121

ACKNOWLEDGEMENTS

We would like to thank the National Council of Scientific and Technological

Development - CNPq and the Support Foundation of São Paulo Research –

FAPESP for the resources granted to the development of this research. The

Fraunhofer Institute for making systems and equipment available for this research.

Special thanks to Christopher Schmidt, Brigitte Stumpf and Sonja Riedmaier for the

excellent technical and scientific support. To the Amazonas Research Foundation -

FAPEAM, for the scholarship. And specially to Aline de Oliveira Garcia from ITAL

for the help with statistical analysis.

REFERENCES

Afoakwa, E., Paterson, A., Fowler, M., & Ryan, A. (2008). Flavor formation and

character in cocoa and chocolate: a critical review. Critical Reviews in Food

Science and Nutrition, 48(9), 840–857.

http://doi.org/10.1080/10408390701719272

Ayad, E., Verheul, A., Engels, W., Wouters, J., & Smit, G. (2001). Enhanced

flavour formation by combination of selected Lactococci from industrial and

artisanal origin with focus on completion of a metabolic pathway. Journal of

Applied Microbiology, 90(1), 59–67. http://doi.org/10.1046/j.1365-

2672.2001.01219.x

Biehl, B., & Ziegleder, G. (2003). COCOA Chemistry of processing. In

Encyclopaedia of Food Sciences and Nutrition (2nd ed., Vol. 3, pp. 1436–

1448). Germany: Elsevier Science.

Bonvehí, J. (2005). Investigation of aromatic compounds in roasted cocoa powder.

European Food Research and Technology, 221(1-2), 19–29.

http://doi.org/10.1007/s00217-005-1147-y

Carvalho, A., García, N., & Wada, J. (2005). Caracterização físico-química e

curvas de solubilidade proteica de sementes, amêndoas fermentadas e

Page 140: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

122

torradas de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum). Brazilian Journal of

Food Technology, 8(2), 127–134.

Cohen, K., Luccas, V., & Jackix, M. (2004). Revisão : Temperagem ou Pré-

Cristalização do Chocolate. Brazilian Journal of Food Technologynal, 7(1),

23–30.

Cohen, K., Sousa, M., & Jackix, M. (2009). Produto Alimentício Elaborado com

Sementes de Cupuaçu e de Cacau (No. 267). Documentos. Planaltina, DF.

Counet, C., Callemien, D., Ouwerx, C., & Collin, S. (2002). Use of gas

chromatography-olfactometry to identify key odorant compounds in dark

chocolate. Comparison of samples before and after conching. Journal of

Agricultural and Food Chemistry, 50(8), 2385–2391.

http://doi.org/10.1021/jf0114177

Crafack, M., Mikkelsen, M., Saerens, S., Knudsen, M., Blennow, A., Lowor, S.,

Nielsen, D. (2013). Influencing cocoa flavour using Pichia kluyveri and

Kluyveromyces marxianus in a defined mixed starter culture for cocoa

fermentation. International Journal of Food Microbiology, 167(1), 103–116.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2013.06.024

Danzl, W., Ziegleder, G. (2014) Chocolate conching: Aroma improvement by a

changed flavour distribution. New Food, 17 (4), 60-66

Fadel, H., Abdel Mageed, M. , Abdel Samad, A. , & Lotfy, S. (2006). Cocoa

substitute: Evaluation of sensory qualities and flavour stability. European

Food Research and Technology, 223(1), 125–131.

http://doi.org/10.1007/s00217-005-0162-3

Frauendorfer, F., & Schieberle, P. (2006). Identification of the Key Aroma

Compounds in Cocoa Powder Based on Molecular Sensory Correlations.

Journal of Agricultural and Food Chemistry, 54, 5521–5529.

Page 141: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

123

Frauendorfer, F., & Schieberle, P. (2008). Changes in key aroma compounds of

Criollo cocoa beans during roasting. Journal of Agricultural and Food

Chemistry, 56(21), 10244–10251. http://doi.org/10.1021/jf802098f

Fowler, M. (2009). Cocoa beans: from treento factory. In: Beckett, S (Ed.) Industrial

Chocolate Manufacture and Use. Blackwell Publishing. United Kingdom, pp

10-47

Gondim, T., Thomazini, M., Cavalcante, M., & Souza, J. (2001). Aspectos da

Produção de Cupuaçu. Embrapa Acre. … (1a ed.). Rio Branco: Embrapa

Acre.

Hii, C., Law, C., Suzannah, S., Misnawi, & Cloke, M. (2009). Polyphenols in cocoa

(Theobroma cacao L.). Asian Journal of Food and Agro-Industry, 2(04), 702–

722.

Ho, V., Zhao, J., & Fleet, G. (2014). Yeasts are essential for cocoa bean

fermentation. International Journal of Food Microbiology, 174, 72–87.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2013.12.014

Kadow, D., Bohlmann, J., Phillips, W., & Lieberei, R. (2013). Identification of main

fine or flavour components in two genotypes of the cocoa tree ( Theobroma

cacao L .). Journal of Applied Botany and Food Quality, 86, 90–98.

http://doi.org/10.5073/JABFQ.2013.086.013

Kolb, B., Ettre, L. (1997) Static Headspace Gas Chromatography - Theory and

Practice. Wiley-VCH, New York, Chapter 5; Headspace methods for

quantitative analysis, 149-210

Lopes, A., Garcia, N., & Vasconcelos, M. (2003). Avaliação das Condições de

Torração Após a Fermentação de Amêndoas de Cupuaçu (Theobroma

grandiflorum Schum) e Cacau (Theobroma cacao L.). Braz. J. Food Technol,

6(2), 309–316.

Page 142: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

124

Lopes, A. , Pezoa-García, N., & Amaya-Farfán, J. (2008). Qualidade nutricional

das proteínas de cupuaçu e de cacau Nutritional quality of cupuassu and

cocoa proteins. Ciên. Tecnol. Aliment., 28(2), 263–268.

Martini, M., & Tavares, D. (2005). Reservas das sementes de sete espécies de

Theobroma : revisão Seed reserves from seven species of the genus

Theobroma : a review. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 64(1), 10–19.

Martins, S., Jongen, W. , & Boekel, M.. (2001). A review of Maillard reaction in food

and implications to kinetic modelling. Trends in Food Science & Technology,

11, 364–373.

Mattietto, R. (2001). Estudo comporativo das transformações estruturais e físico-

químicas durante o processo fermentativo de amêndoas de cacau

(Theobroma cacao) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum). 164 p (MS in Food

Technology). University of Campinas, São Paulo, Brazil.

Misnawi, & Ariza, B. T. S. (2011). Use of gas Chromatography-Olfactometry in

combination with solid phase micro extraction for cocoa liquor aroma

analysis. International Food Research Journal, 18(2), 829–835.

Oberparleiter, S., & Ziegleder, G. (1997). Amyl alcohols as compounds indicative

of raw cocoa bean quality. Zeitschrift Fuer Lebensmittel -Untersuchung Und -

Forschung, 204(2), 156–160. http://doi.org/10.1007/s002170050053

Oliveira, A., Pereira, N. , Marsaioli, A., & Augusto, F. (2004). Studies on the aroma

of cupuassu liquor by headspace solid-phase microextraction and gas

chromatography. Journal of Chromatography A, 1025(1), 115–124.

http://doi.org/10.1016/j.chroma.2003.08.061

Queiroz, M., & Garcia, N. (1999). Avaliação da Torração de Amêndoas de

Cupuaçu ( Theobroma grandiflorum ). Brazilian Journal of Food Technology,

2, 167–173.

Page 143: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

125

Quijano, C., & Pino, J. (2007). Volatile compounds of copoazú (Theobroma

grandiflorum Schumann) fruit. Food Chemistry, 104, 1123–1126.

http://doi.org/10.1016/j.foodchem.2007.01.006

Ramos, S. (2015). Influence of the microorganisms involved in the process of

cupuassu fermentation (Theobroma grandiflorum Schum) on the flavor

formation. 217 p (Doctoral Thesis in Food Technology). University of

Campinas, São Paulo, Brazil.

Rizzi, G., & Bunke, P. (1998). The use of roasting kinetics data to ch aracterize

natural and artificial chocola te aroma precursors. Food Flavors: Formation,

Analysis and Packaging Influences, 535–546.

Rizzi, G. (2008). The Strecker Degradation of Amino Acids: Newer Avenues for

Flavor Formation. Food Reviews International, 24(4), 416–435.

http://doi.org/10.1080/87559120802306058

Rodriguez-Campos, J., Escalona-Buendía, H., Contreras-Ramos, S., Orozco-Avila,

I., Jaramillo-Flores, E., & Lugo-Cervantes, E. (2012). Effect of fermentation

time and drying temperature on volatile compounds in cocoa. Food

Chemistry, 132(1), 277–288. http://doi.org/10.1016/j.foodchem.2011.10.078

Rodriguez-Campos, J., Escalona-Buendía, H. , Orozco-Avila, I., Lugo-Cervantes,

E., & Jaramillo-Flores, M. (2011). Dynamics of volatile and non-volatile

compounds in cocoa (Theobroma cacao L.) during fermentation and drying

processes using principal components analysis. Food Research International,

44(1), 250–258. http://doi.org/10.1016/j.foodres.2010.10.028

Schrader, J. (2007). Microbial flavour production. In Flavours and Fragrances:

Chemistry, Bioprocessing and Sustainability (pp. 507–574). Frankfurt:

DECHEMA e.V., Karl-Winnacker-Institute. http://doi.org/10.1007/978-3-540-

49339-6_23

Schwab, W., Davidovich-Rikanati, R., & Lewinsohn, E. (2008). Biosynthesis of

plant-derived flavor compounds. Plant Journal, 54(4), 712–732.

http://doi.org/10.1111/j.1365-313X.2008.03446.x

Page 144: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

126

Schwan, R. (1998). Cocoa fermentations conducted with a defined microbial

cocktail inoculum. Applied and Environmental Microbiology, 64(4), 1477–

1483.

Schwan, R., & Wheals, A. (2004). The microbiology of cocoa fermentation and its

role in chocolate quality. Critical Reviews in Food Science and Nutrition,

44(4), 205–221. http://doi.org/10.1080/10408690490464104

Souza, A. & Sousa, N.(2002). Cupuaçuzeiro In: Bruckner, C.H. (Ed.)

Melhoramento de fruteiras tropicais. Viçosa: Editora UFV, 2002, p.251-266.

Sukha, D., Butler, D., Umaharan, P., & Boult, E. (2008). The use of an optimised

organoleptic assessment protocol to describe and quantify different flavour

attributes of cocoa liquors made from Ghana and Trinitario beans. European

Food Research and Technology, 226(3), 405–413.

http://doi.org/10.1007/s00217-006-0551-2

Van Boekel, M. (2006). Formation of flavour compounds in the Maillard reaction.

Biotechnology Advances, 24(2), 230–233.

http://doi.org/10.1016/j.biotechadv.2005.11.004

Venturieri, G. (1993). Cupuaçu: a espécie, sua cultura, usos e processamento.

Belém, PA: Clube do Cupu.60 p.

Yaylayan, V. (2003). Recent Advances in the Chemistry of Strecker Degradation

and Amadori Rearrangement: Implications to Aroma and Color Formation.

Food Science and Technology Research, 9(1), 1–6.

http://doi.org/10.3136/fstr.9.1

Zahouli, G., Guehi, S., Fae, M., & Nemlin, J. (2010). Effect of Drying Methods on

the Chemical Quality Traits of Cocoa Raw Material. Advance Journal of Food

Science and Technology, 2(4), 184–190.

Ziegleder, G., Biehl, B. (1988) Analysis of Cocoa Flavour Components and Flavour

Precursors. In:

Page 145: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

127

Modern Methods of Plant Analysis. New Series, Vol. 8. Analysis of nonalcoholic

beverages, ed. Linskens, H.F., Jackson, J.F. Springer, Berlin, 321-393

Ziegleder, G. (1991). Composition of flavor extracts of raw and roasted cocoas.

Zeitschrift Fur Lebensmittel-Untersuchung Und -Forschung, 192(6), 521–525.

http://doi.org/10.1007/BF01202506

Ziegleder, G., Balimann, G., Mikle, H., Zaki, H. (2003). Neue Erkenntnisse über

das Conchieren. Part II. Süsswaren. No. 4, 16-18.

Ziegleder, G. (2009). Flavour development cocoa and chocolate. In: Beckett, S

(Ed.) Industrial Chocolate Manufacture and Use. Blackwell Publishing. United

Kingdom, pp 169-191

Page 146: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

128

CAPÍTULO 5

PLANT AND METAGENOMIC DNA EXTRACTION OF MUCILAGINOUS SEEDS

Simone N. M. Ramos, Marcela M. Salazar, Gonçalo A. G. Pereira, Priscilla Efraim

_________________________________________________________________

Publicado na revista MethodsX com livre acesso em outubro de 2014. Formatado

de acordo com as regras da revista.

RAMOS, S. N. M.; SALAZAR, M.M.; EFRAIM, P. Plant and metagenomic DNA extraction of mucilaginous seeds. MethodsX, v. 1, p. 225–228, out. 2014.

RAMOS, S. N. M.; SALAZAR, M.M.; EFRAIM, P. Genomic DNA extraction of highly mucilaginous Theobroma grandiflorum fermented seeds. V International Conference on Environmental , Industrial and Applied Microbiology realizado no período de 2-4 de outubro de 2013, Madri, Espanha (Resumo e Pôster).

Page 147: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

129

CAPÍTULO 5

PLANT AND METAGENOMIC DNA EXTRACTION OF MUCILAGINOUS

SEEDS

Simone N. M. Ramos a*

, Marcela M. Salazarb, Gonçalo A. G. Pereira

b, Priscilla Efraim

a

aDepartment of Food Technology, School of Food Engineering, University of Campinas.

bLaboratory of Genomic and Expression, Institute of Biology, University of Campinas.

__________________________________________________________________

GRAPHICAL ABSTRACT

Stages of sample treatment: (a) seeds in fermentation boxes; (b) frozen cupuassu beans; (c)

maceration of beans with liquid nitrogen; (d) fat extraction under stirring with petroleum ether; (e)

initial step of DNA extraction process

__________________________________________________________________

ABSTRACT

The pulp surrounding the seeds of some fruits is rich in mucilage,

carbohydrates, etc. Some seeds are rich in proteins and polyphenols. Fruit seeds,

like cocoa (Theobroma cacao) and cupuassu (Theobroma grandiflorum), are

subjected to fermentation to develop flavor. During fermentation, ethanol is

produced [2-6]. All of these compounds are considered as interfering substances

that hinder the DNA extraction [4-8]. Protocols commonly used in the DNA

extraction in samples of plant origin were used, but without success. Thus, a

Page 148: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

130

protocol for DNA samples under different conditions that can be used for similar

samples was developed and applied with success. The protocol initially described

for RNA samples by Zeng et al. [9] and with changes proposed by Provost et al.

[5] was adapted for extracting DNA samples from those described. However,

several modifications have been proposed:

Samples were initially washed with petroleum ether for fat phase removal.

RNAse was added to the extraction buffer, while spermidin was removed.

Additional steps of extraction with 5M NaCl, saturated NaCl and CTAB

(10%) were included and precipitation was carried out with isopropanol,

followed by washing with ethanol.

© 2014 The Authors.Published by Elsevier B.V. This is an open access

article under the CC BY license (http://creativecommons.org/

licenses/by/3.0/).

__________________________________________________________________

ARTICLE INFO

Method: DNA Extraction of Mucilaginous Seeds

Key words: Plant, Seeds, Cupuassu, DNA extraction, PCR, Metagenomic

Article history: Received 5 June 2014. Received in revised form 20 August 2014. Accepted 17 September 2014

__________________________________________________________________

Corresponding author at: Rua Monteiro Lobato 80, Cidade Universitária, 13083-862. Campinas - São Paulo, Brazil. Tel.: +55 19 35214006.

*E-mail adress: [email protected]; [email protected] (S. N. M. Ramos)

http://dx.doi.org/10.1016/j.mex.2014.09.005

2215-0161/©2014 The Authors. Published by Elsevier B.V. This is an open access article under the

CC BY license (http://creativecommons.org/licenses/by/ 3.0/).

Page 149: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

131

Background informations

The pulp surrounding the seeds of some fruits is rich in mucilage,

carbohydrates, proteins and polyphenols. Fruits seeds, like cocoa (Theobroma

cacao) and cupuassu (Theobroma grandiflorum) are subjected to fermentation to

develop flavor giving products like chocolate and “cupulate”, respectively. During

fermentation, because of the intense biochemical reactions that occur in the event,

there is the formation and release of ethanol and phenolic compounds such as

flavonoids [1,2,3,6]. Samples of plant origin with high concentration of mucilage

have a difficult DNA extraction. Besides the mucilage, there are other types of

interferences, such as carbohydrates, proteins and phenolic compounds that

hamper the DNA extraction process. To avoid this inconvenience, it is necessary to

test several types of protocols aiming to obtain genomic DNA, and the relationship

between nucleic acid and protein (A260/280), nucleic acid and carbohydrates

(A260/230) must be within acceptable limits [4,8].

Different protocols for DNA extraction, including the use of commercial

Kits were tested with no success for the DNA extraction of fermented cupuassu

seeds (beans). The protocol developed in this work combines different

methodologies to decrease the high carbohydrate content that usually

accompanies the DNA extracted from mucilaginous samples.

Cupuassu seeds have a high concentration of phenolic compounds,

mainly in unfermented seeds [6]. During fermentation, because of the intense

biochemical reactions that occur in the event, there is the formation and release of

phenolic compounds such as flavonoids, but the concentration of these substances

decreases throughout the process and during the drying of beans [1]. Although

there is a decrease in the concentration of polyphenols during fermentation, the

remaining compounds, mainly flavonoids, may interfere in the DNA extraction

procedure of the samples [7]. The aim of this study was to standardize a protocol

for total (plant and metagenomic) DNA extraction of fermented cupuassu seeds,

since protocols commonly used for DNA extraction from samples of plant origin

showed no satisfactory results in this work. Thus, the protocol initially described for

Page 150: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

132

RNA samples by Zeng et al. [9] and with changes proposed by Provost et al. [5]

was adapted for extracting DNA samples from those described.

Methods details

Preparation of Material

Seeds of cupuassu (Theobroma grandiflorum Schum) freshly harvested

were used for the fermentation step. The seeds were accommodated in

fermentation boxes of polystyrene with capacity of 24 L. The boxes had holes of 2

cm in diameter at the bottom and sides for the flow of the liquefied pulp from

fermentation. Chopped banana leaves were mixed to the fermentation mass, which

act as a natural inoculum, and then the mass was covered with banana leaves.

The fermentation process had duration between 60 and 108 h. Approximately 12 g

of fermented seeds were collected in triplicate. The procedure of DNA extraction

was developed as follows.

Maceration and fat removal

1) Pulverize, using mortar and pestle, of 12 g of fermented seeds in liquid

nitrogen.

2) Wash samples (1 g of pulverized sample) with 9 mL of petroleum ether (in 15

mL tubes) under agitation for 5 minutes (three times) for fat phase removal.

3) Keep tubes open in a fume hood for total evaporation of petroleum ether (~5

minutes).

4) Transfer approximately 300 mg of defatted samples to a 2 ml tube and

freeze them in liquid nitrogen.

5) For finer material, pulverize again of samples in a MiniBeadBeater (Biospec

Products) for 1 minute and a half with ~9 glass beads (1.0mm diameter).

DNA Extraction

6) Add 1 mL of pre-heated extraction buffer (2% CTAB, 2%

polyvinylpyrrolidone, 100mM TRIS-HCL (pH 8.0), 25mM EDTA, 2.0 M NaCl,

10mg RNAse, 10% ß-mercaptoethanol) to the frozen samples and keep

them for 30 minutes in a dry bath (65°C), vortexing every 5 minutes.

Page 151: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

133

7) Wait for samples to reach room temperature and add 300μL of saturated

NaCl. Centrifuge at 10,000g at 4°C for 10 minutes.

8) Transfer the supernatant to another 2 mL tube, add 160μL of 5M NaCl and

homogenize.

9) Add 600μL of CIA (chloroform and isoamyl alcohol 24:1) and centrifuge at

10,000g at 4°C for 10 minutes.

10) Transfer the superior phase to another 2 mL tube. Add 50µL of CTAB (10%)

solution with 1.4 M NaCl solution and vortex. Add 600μL of CIA, homogenize

by inversion and centrifuge.

11) For the superior phase, repeat the CIA extraction.

12) Transfer the resulting superior aqueous phase to a new 1.5 mL tube and add

cold isopropanol (fill the tube) for DNA precipitation (-20°C for 12 hours).

13) Centrifuge samples (10,000g, at 4°C for 30 minutes) and wash the resulting

pellet twice with 400μL of 70% ethanol for 30 minutes and once with

absolute ethanol for three minutes.

14) Dry pellets in a dry-bath at 70°C for 5 minutes and resuspend in 40µL of

DNAse-free water.

Purification

Eventually, a co-extraction of RNA and PCR inhibitors can occurs [7]. In

order to avoid future problems with the genomic analysis, perform the purification

steps using the DNeasy Plant Minikit (Qiagen).

DNA yields, quality and PCR conditions

Verify DNA concentration and quality with a Nanodrop 2000 instrument

(Thermo Scientific). In this work results showed that the concentration in ng of all

samples were within the optimal conditions (low concentration of proteins and great

amount of DNA extracted), varying between samples. Perform a PCR with

universal 16s and ITS primers and with GoTaq polymerase (Promega), as follows:

1X GoTaq Buffer, 10mM MgCl2, 40uM dNTPs, 5mM primers, 10u GoTaq, 100ng

DNA. Carry out PCR with an initial denaturation step at 94° C, 2 minutes; then, 30

cycles of denaturation (94°C, 40 seconds), annealing (50°C, 30 seconds) and

elongation (72°C, 1 and a half minutes) and a final step of elongation for 4 minutes.

Page 152: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

134

The results can show that despite small amounts of carbohydrates still being

observed in DNA samples, they did not impair the amplification of bacterial DNA

content present in the total DNA of fermented seeds.

The quality of samples and their concentrations were verified to attest the

efficiency of the DNA extraction method. Results are available in Table 1 and

Figure 1.

Table 1 Concentration and quality of DNA extracted from mucilage samples of fermented cupuassu seeds.

SAMPLE (CODE) DNA AMOUNT ng µL-1

A260/A280 A260/A230

CUP03 104.5 2.13 2.18

CUP06 74.8 2.19 1.90

CUP15 86.5 2.13 2.01

CUP16 222.0 2.13 2.23

CUP18 51.1 2.04 1.07

CUP19 136.4 2.13 2.12

CUP22 70.5 2.13 2.54

CUP28 70.5 2.17 1.85

CUP39 71.4 2.11 1.87

CUP40 64.0 2.09 2.10

CUP41 105.9 2.12 2.18

CUP44 116.3 2.03 1.66

CUP45 96.9 2.12 2.05

CUP47 311.8 2.11 1.96

CUP51 93.7 2.12 2.19

CUP54 141.4 2.12 2.26

CUP58 61.4 2.10 2.23

CUP59 161.5 2.10 2.13

CUP62 67.9 2.14 2.27

CUP63 64.6 1.81 0.78

CUP64 78.9 2.10 2.14

CUP65 64.3 2.11 2.45

CUP66 150.2 1.93 0.94

CUP71 74.6 2.14 2.24

CUP76 51.4 2.08 1.78

CUP78 63.6 2.04 1.28

Page 153: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

135

Fig. 1 Agarose gel (2%) showing amplification with 16S primers of the DNA extracted from fermented samples. 2 – 4: samples in the first day of fermentation; 5: non-fermented sample; 6 – 8: samples in the last day of fermentation; 1 and 9: 100bp ladder LifeTechnologies .

Different protocols for DNA extraction, including the use of commercial

Kits were tested with no success for the DNA extraction of fermented cupuassu

seeds (beans). The protocol developed in this work combines different

methodologies to decrease the high carbohydrate content that usually

accompanies the DNA extracted from mucilaginous samples.

Additional information

The results showed that the concentration in ng of all samples were

within the optimal conditions (low concentration of proteins and great amount of

DNA extracted), varying between samples. To confirm the quality of the DNA

samples, a PCR was performed using 16S primers for samples at the third day of

fermentation (with 15% of pulp). These results showed that despite small amounts

of carbohydrates still being observed in DNA samples, they did not impair the

amplification of bacterial DNA content present in the total DNA of fermented seeds.

The protocol developed in this work was successfully applied for the

DNA extraction of fermented Theobroma grandiflorum seeds, thus confirming that

the protocol can be used for the DNA extraction of similar samples. The age and

growth conditions of the plant material influence the isolation efficiency of high-

quality DNA. Currently, it permits further genomic analyses.

Page 154: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

136

Acknowledgments

Special thanks to São Paulo Research Foundation (FAPESP) for the

financial support. We thank Espaço da Escrita – Coordenadoria Geral da

Universidade – Unicamp for the text revision. Methods X thanks the reviewers of

this article for taking the time to provide valuable feedback.

References

[1] S. Beckett, Industrial Chocolate Manufacture and Use. 4th ed. Blackwell,

London 2009. 669 pp.

[2] A.V. Carvalho, N.H.P. Garcia, J.K.A. Wada. Caracterização físico-química e

curvas de solubilidade proteica de sementes, amêndoas fermentadas e torradas

de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum). Brazilian Journal of Food

Technology. v.8, n.2, (2005) p.127-134.

[3] K.d.O. Cohen, M.d.Sousa, M. Jackix. Produto Alimentício Elaborado com

Sementes de Cupuaçu e de Cacau. 1st ed. Planaltina: Embrapa Cerrados (2009)

25 pp.

[4] A. Kundu et al. A simple ethanol wash of the tissue homogenates recovers

high-quality genomic DNA from Corchorus species characterized by highly acidic

and proteinaceous mucilages. Electronic Journal of Biotechnology, v. 14, (1),

(2001) p. 1–8

[5] G.L. Provost, R. Herrera, J.A. Paiva, P. Chaumeil, F. Salin, C. Plomion. A

micromethod for high throughput RNA extraction in forest trees. Biological

Research, v.40, (2007) p. 291 – 297.

[6] A.G. Pugliese et al. Flavonoids, Proanthocyanidins, Vitamin C, and Antioxidant

Activity of Theobroma grandiflorum (Cupuassu) Pulp and Seeds. Journal of

Agricultural and Food Chemistry, 61, (2013) 2720–2728.

[7] C. Schrader et al. PCR inhibitors - occurrence, properties and removal. Journal

of Applied Microbiology, 113 (5), (2012) 1014–1026.

Page 155: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

137

[8] P.K. Sharma, N. Capalash, J. Kaur. An improved method for single step

purification of metagenomic DNA. Molecular Biotechnology, 36 (1) (2007) 61–63.

[9] Y. Zeng, T. Yang. RNA isolation from highly viscous samples rich in

polyphenols and polysaccharides. Plant Molecular Biology Reporter, 20, (2002)

417 – 417.

Page 156: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

138

CAPÍTULO 6

INFLUENCIA DA POLPA SOBRE A DIVERSIDADE MICROBIANA EM

FERMENTAÇÃO DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum)

Simone de Nazaré Melo Ramos, Maristela Silva Nascimento Marcela Mendes

Salazar, Leandro Costa Nascimento, Marcelo Falsarella Carazzole, Gonçalo

Amarante Guimarães Pereira, Tiago Palladino Delforno, Priscilla Efraim

__________________________________________________________________

Este capítulo será submetido à revista PLoS One

Page 157: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

139

CAPÍTULO 6

INFLUENCIA DA POLPA SOBRE A DIVERSIDADE MICROBIANA EM

FERMENTAÇÃO DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum Schum)

Simone de Nazaré Melo Ramos1, Maristela Silva Nascimento1 Marcela Mendes

Salazar2, Leandro Costa Nascimento2, Marcelo Falsarella Carazzole2, Gonçalo

Amarante Guimarães Pereira2, Tiago Palladino Delforno3, Priscilla Efraim1*

1 Food Technology Department. University of Campinas, Campinas, São Paulo, Brazil. 2 Laboratory of Genomic and Expression, Institute of Biology, University of Campinas, São Paulo, Brazil. 3 Microbial Resources Division, Research Center for Chemistry, Biology and Agriculture (CPQBA), University of Campinas - UNICAMP, São Paulo, Brazil. *Corresponding author e-mail: [email protected]

RESUMO

Muito popular e originário da região amazônica brasileira, o cupuaçu (Theobroma

grandiflorum Schum) é um fruto do mesmo gênero do cacau. Através de

fermentação das sementes também é obtido um produto similar ao chocolate, o

cupulate. Diferente do que ocorre com o cacau, a diversidade microbiana

envolvida na fermentação de cupuaçu é muito pouco conhecida. Além disso, as

sementes são geralmente despolpadas, visto que a polpa apresenta atualmente

maior valor comercial, além de representar uma barreira na evolução da

fermentação. A pesquisa propôs a fermentação de sementes com 3

concentrações de polpa (0, 7,5 e 15%) e 2 formas de revolvimento, com o objetivo

de avaliar sua influência sobre os microrganismos. Sequenciamento massivo dos

genes rDNA 16S e ITS4 (Plataforma Illumina MiSeq) foram utilizados para

caracterização de bactérias e leveduras no ambiente de fermentação. Curvas de

rarefação foram geradas para avaliação da cobertura amostral. Além disso, foram

obtidos resultados de estimadores de riqueza (Chao1) e índice de diversidade

(Shannon) para cada condição. Em paralelo foi realizada a contagem padrão de

leveduras, bactérias láticas, bactérias acéticas, esporos de bactérias mesófilas e

termófilas para entendimento da dinâmica dos eventos microbiológicos que

ocorrem durante todo o processo. Os resultados demonstraram que um maior teor

de polpa influencia positivamente no crescimento de bactérias, tendo sido

Page 158: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

140

identificada maior diversidade no nível de gênero, enquanto que para leveduras, a

população presente permaneceu relativamente estável durante todo o processo.

Palavras chave: cupuaçu, fermentação, bactérias, leveduras, sequenciamento de

nova geração, estimativa de riqueza

1. INTRODUÇÃO

As sementes de cupuaçu (Thebroma grandiflorum Schum), assim como

ocorre com o cacau (Theobroma cacao L), também passam por processos de

fermentação e secagem, e depois, etapas similares de processamento (torração,

moagem, refino, conchagem, temperagem) para a obtenção do cupulate, produto

similar ao chocolate (Nazaré et al., 1990; Cohen et al., 2009). No caso do

cupuaçu, antes da fermentação normalmente é realizado o despolpamento total ou

parcial (5%) das sementes (Cohen & Jackix, 2005; Matos et al., 2008), visto que

por ser muito abundante, a polpa interfere negativamente impedindo que a

fermentação avance. Na fermentação de cacau a polpa é mantida e representa

uma importante fonte de substratos que são utilizados pelos microrganismos

durante a fermentação (Ardhana & Fleet, 2003; Guehi et al., 2010). Estudos

indicam que durante a fermentação ocorre a migração de importantes compostos

da polpa para o interior das sementes (Kadow et al., 2013), estando alguns

relacionados aos aromas presentes em chocolate do tipo fino (Sukha et al., 2008).

As mudanças bioquímicas que ocorrem nas sementes são importantes, pois

diminuem a sensação de adstringência e amargor, pela formação de compostos

de sabor (Barel, 1997).

Durante a fermentação, a transformação de substratos na polpa em

importantes precursores de sabor é mediada pela ação de um consórcio de

microrganismos (Ardhana & Fleet, 2003; Schwan & Wheals, 2004). No início há

predomínio de leveduras, principais responsáveis pela metabolização dos

açúcares presentes para a formação de etanol (Beckett, 2009). As bactérias

láticas (LAB), também presentes, utilizam o ácido cítrico da polpa para a formação

de ácido lático, composto orgânico não volátil que confere ao produto final acidez

indesejável (Schwan, 1998; Schwan & Wheals, 2004; Afoakwa, 2011). Entretanto,

Page 159: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

141

há estudos indicando que algumas cepas de LAB do tipo heterofermentativas

agem sobre o ácido cítrico produzindo importantes compostos (Lefeber et al.,

2011).

O etanol disponível na massa é oxidado a ácido acético pelas bactérias

acéticas (AAB), em uma reação altamente exotérmica, que culmina com a morte

da semente (Jinap, 1994 citado por Lagunes Gálvez et al., 2007). Durante a

fermentação é necessária a aplicação de revolvimentos para a oxigenação e

consequente elevação e uniformização da temperatura no meio, o que influencia

na obtenção de amêndoas bem fermentadas (Guehí et al., 2010). Além da

influência sobre a temperatura, o revolvimento estimula um aumento em células

de AAB e produção de ácido acético (Camu et al., 2008). Estudos têm sugerido

que o papel da AAB está além da produção de ácido acético. Porém, os métodos

convencionais de cultivo não permitem a observação da riqueza e diversidade dos

microrganismos na fermentação (Lagunes Gálvez et al., 2007). Em estágios mais

adiantados, predominam espécies de Bacillus (Ardhana & Fleet, 2003), cujo papel

era desconhecido, até que nos últimos anos a atividade pectinolítica de algumas

espécies foi constatada em pesquisas com cacau (Ouattara et al., 2011).

A fermentação é desencadeada por contaminação espontânea e ao

longo dos anos foram identificadas espécies em fermentação de cacau,

associadas ao desenvolvimento do sabor em chocolate (Schwan, 1998; Schwan &

Wheals, 2004; Pereira et al., 2012; Crafack et al., 2013; Papalexandratou et al.,

2013). Quanto aos microrganismos presentes na fermentação de cupuaçu, os

estudos ainda são escassos. Oliveira (2001) identificou, através de métodos

culturais, leveduras e bactérias presentes na fermentação de sementes de

cupuaçu, similares às encontradas em cacau.

A diversidade microbiana em ambiente de fermentação tem sido

exaustivamente estudada, pela utilização de ferramentas moleculares que abrem

uma maior perspectiva de conhecer a diversidade presente (Meersman et al.,

2013; Hamdouche et al., 2014; Illeghems et al., 2014) visto que os métodos

culturais, além de demandar tempo, são bastante limitantes não permitindo a

Page 160: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

142

identificação das populações envolvidas (Romero-Cortes, 2012). Em muitos

casos, eles têm sido complementados por técnicas moleculares, utilizadas para

identificação de cepas isoladas a partir de meios de cultura (De Vuyst et al., 2008;

Ouattara et al., 2011).

Nos últimos anos, métodos moleculares permitiram a identificação de

níveis taxonômicos de microrganismos na fermentação de cacau e que não

poderiam ser identificados por métodos culturais (Meersman et al., 2013), tais

como a análise de restrição de DNA ribossomal amplificado (ARDRA). O métido

permite a análise das regiões espaçadoras do rDNA com estudos comparativos

das sequencias de nucleotídeos dos genes, possibilitando verificar diferenças

entre grupos filogenéticos em um ambiente (Jorgensen; Cluster, 1989 citados por

Oliveira; Costa, 2002). O ARDRA já foi utilizado para identificar espécies de

Bacillus com atividade pectinolítica em fermentação de cacau (Ouattara et al.,

2011). Além daquele, o (GTG)5-rep-PCR fingerprinting foi utilizado na

caracterização de AAB. A técnica consiste na amplificação de região conservada,

distribuída em genomas bacterianos que geram fingerprinting de DNA de bactérias

Gram positivas e negativas, com identificação até o nível de espécie (De Vuyst et

al., 2008).

Atualmente existe uma busca na identificação dos microrganismos

dominantes em ambientes de fermentação de cacau e que podem desempenhar

papel fundamental no processo metabólico para a formação de compostos de

sabor, visto que a comunidade microbiana em fermentação é complexa. Técnicas

como PCR-DGGE (denaturing gradiente gel electrophoresis) já permitiram, por

exemplo, a identificação de leveduras, LAB e AAB dominantes, assim como seus

metabólitos (açúcares e ácidos orgânicos) em fermentação de cacau (Santos et

al., 2011; Meersman et al., 2013; Papalexandratou et al., 2013; Hamdouche et al.,

2014). A DGGE já tinha sido apontada como uma eficiente ferramenta de

monitoramento nas mudanças microbiológicas que ocorrem durante a

fermentação (Nielsen et al., 2008). Alguns desses estudos sugerem a utilização de

microrganismos identificados em determinada etapa da fermentação como

Page 161: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

143

marcadores, para definir o estágio em que se encontra o processo (Hamdouche et

al., 2014).

O papel de microrganismos com função ainda não totalmente

esclarecida, como a das LAB, também tem sido abordada em alguns estudos

através de RFPL (Restriction Fragment Length Polymorphism), para

monitoramento das mudanças bioquímicas que ocorrem na fermentação pela sua

presença ou supressão (Ho, Zhao, & Fleet, 2015), visto que em algumas fases da

fermentação populações de LAB têm se mostrado dominantes (Papalexandratou

et al., 2013). Recentemente foi desenvolvido método rápido de detecção de

espécies de LAB por qPCR em fermentação de cacau (Schwendimann et al.,

2015). Todas essas abordagens têm como objetivo chegar a um pool de cultura de

microrganismos com funções definidas, para estabelecer um controle sobre as

técnicas de fermentação e obtenção de produto com características sensoriais

desejáveis de forma padronizada.

A metagenômica é outra abordagem que permite o estudo em larga

escala de diversidade de microrganismos que não podem ser recuperados pelos

métodos culturais. Tal técnica propicia a identificação de diferentes populações em

um dado ambiente (Guazzaroni et al., 2009; Simon & Daniel, 2011). Mas uma

questão proposta é se a diversidade presente em uma dada amostra reflete a

população total de microrganismos no ambiente de onde ela foi extraída

(Haegeman et al., 2013). Há alguns anos atrás a diversidade microbiana era

subestimada e as ferramentas moleculares disponíveis até então, estavam

começando a estimar a população existente em comunidades e estabelecer uma

diferenciação entre as mesmas (Dykhuizen, 1998).

Em metagenômica cresceu a utilização de sequenciamento de nova

geração para obtenção de dados a partir de diversos ambientes (Simon & Daniel,

2011). É uma ferramenta que já foi utilizada no sequenciamento de DNA de uma

comunidade microbiana inteira (metagenoma), utilizando o Pirosequenciador 454,

a partir de ambiente de fermentação de cacau (Illeghems et al., 2014). No estudo

foi correlacionada a participação dos microrganismos identificados com a rota

Page 162: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

144

metabólica dos eventos bioquímicos que ocorrem no citoplasma bacteriano na

fermentação e os metabólitos produzidos.

Apesar de ser considerada uma ferramenta poderosa em

sequenciamento de larga escala, o Pirosequenciador 454 tem como desvantagem

o alto custo. Em estudos com comunidade de fungos, os resultados demonstraram

que outro sequenciador de nova geração, o Ilumina MiSeq ou Ilumina

metabarcording, gera reads menores, mas consegue alcançar sequenciamento

maior até que o Pirosequenciador 454, além de ser mais barato (Schmidt et al.,

2013).

A quantificação de comunidades é muito importante para entender a

função, forma de atuação e evolução dos microrganismos no ambiente. Em

metagenomica, a estimativa da diversidade microbiana complementa os

resultados obtidos no sequenciamento em larga escala. Entre os estimadores

aplicados estão o Chao1, Shannon e Simpson (Haegeman et al., 2013). A curva

de rarefação, na qual são plotados os números de OTU’s dos microrganismos

obtidos com os reads registrados, também é importante para demonstrar se os

resultados de sequenciamento alcançaram a saturação dos microrganismos no

ambiente estudado. Em alguns casos, a utilização da curva mostra que a

saturação pode ser alcançada, dependendo da forma como é feita a amostragem

e ferramentas utilizadas para o agrupamento da sequencias (Illeghems et al.,

2014).

Como já foi mencionado, em fermentação de sementes de cupuaçu é

normal o despolpamento completo, visto que o volume abundante de polpa

aderida à semente inviabiliza a fermentação, embora contribua para a formação

dos precursores de sabor. Assim, com o objetivo de aumentar a compreensão

sobre a diversidade e estimativa das populações presentes em fermentação de

cupuaçu, assim como a influência que sofrem pela concentração de polpa aderida

às sementes, foram realizados métodos culturais e não-culturais (sequenciamento

em larga escala) dos microrganismos a partir de amostras coletadas em ambiente

de fermentação.

Page 163: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

145

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Fermentação das sementes de cupuaçu

A fermentação de sementes de cupuaçu foi realizada em Manaus

(Amazonas, Brasil). Foram utilizadas sementes com polpa, extraídas de

aproximadamente uma tonelada de frutos maduros e sadios, recém-coletados

após sua queda. As sementes sofreram despolpamento total (0%) e parcial (7,5 e

15%) e durante a fermentação, realizada em triplicata para cada experimento,

foram realizados dois tipos de revolvimento: R1 (fixo), feito após 48 horas do início

da fermentação e a cada 24 h; e R2, feito de acordo com a queda da temperatura

do meio de fermentação. Os experimentos foram identificados como 0R1, 0R2,

7,5R1, 7,5R2, 15R1 e 15R2.

2.2 Coleta das amostras

Diariamente foram coletadas aproximadamente 30g de amostra a partir

da massa de fermentação de cada triplicata dos experimentos, em embalagem

estéril. As alíquotas para análise metagenômica foram mantidas sob

congelamento (-70oC) até o início das análises, enquanto que as amostras para

contagem em método cultural foram processadas imediatamente.

2.3 Análises Microbiológicas

Diluição: foram pesados aproximadamente 10 g de amostra em saco

plástico estéril sendo que para a enumeração de leveduras, LAB e AAB foram

adicionados 90 mL de água peptonada 0,1% e para enumeração de EBM e EBT

foram adicionados 90 mL de água peptonada salina. As amostras foram

homogeneizadas manualmente por 3 min e depois submetidas à diluição seriada.

Plaqueamento: realizado a partir das diluições com 1 mL de cada

amostra e 20 mL de meio de cultura fundido (pour plate) para enumeração de

leveduras, LAB e AAB. Para LAB, foi efetuada a adição de ±10 mL de

sobrecamada de meio fundido (over lay) para promover a baixa tensão de

oxigênio no meio. Para enumeração de leveduras foi utilizado o ágar extrato de

malte (MEA, Merck®) suplementado com oxitetraciclina (100mg/L). Para

Page 164: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

146

enumeração das LAB foi utilizado o ágar Man Rogosa Sharp (MRS, Merck®)

suplementado com ciclohexamida (400mg/L) (Camu et al., 2007). Para

enumeração de AAB foi utilizada a formulação seg. Carr (1968) com modificações:

extrato de levedura (20g/L), ágar No1 (20g/L), verde de bromocresol (0,02g/L),

etanol (2% v/v) esterilizado por filtração em membrana (Millipore 0,45µm de

porosidade), pH final 5,5 (Carr, 1968 citado por Spinosa, 2002; Camu et al., 2007;

Length, 2012). De cada diluição de EBM e EBT foi transferido 1mL para tubos de

ensaio de 50 mL contendo 20 mL do meio de cultura específico fundido: para

enumeração de EBM foi utilizado o meio ágar extrato triptona glicose (TGE,

Merck®) e para enumeração de EBT foi utilizado o meio ágar dextrose triptona

(DTA, Difco®). Os tubos tampados foram colocados em banho-maria com

circulação (Quimis Q215M) regulado a 80 oC/30 min para EBM e 100 oC/30 min

para EBT, com a finalidade de provocar o choque térmico e esporulação dos

microrganismos (Olson; Sorrels, 2001; Stevenson; Segner, 2001). Foi utilizado um

tubo com meio de cultura e termômetro digital para controle da temperatura. Para

controle do tempo foi utilizado cronômetro digital (Incoterm Mod. 7651.02.0.00).

Após o choque, os meios fundidos com as diluições foram vertidos em placas e

incubados em estufas incubadoras (BOD SL 200 Solab) a 35oC/48 h para EBM e a

55oC/48 h para EBT. As leveduras e LAB foram incubadas a 35oC/48 h e AAB a

42oC/ 72 h.

Testes confirmatórios: foi efetuada a contagem das colônias

características que cresceram nos meios e selecionadas até 5 de cada placa para

coloração de Gram e teste de catalase, estimando-se o número de unidades

formadoras de colônias (UFC)/g a partir dos resultados positivos, com limite

mínimo de detecção de 10 UFC. No caso das AAB foram selecionadas colônias

com halo, indicativo de utilização do etanol presente no meio.

2.4 Análise estatística

Os resultados das análises microbiológicas foram avaliados

estatisticamente através do software SAS (Statistical Analyses System), versão

Page 165: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

147

9.0, empregando-se a análise de variância (ANOVA) e o teste de Tukey (p≤0,05)

(SAS, 2009).

2.5 Sequenciamento (16S e ITS4)

2.5.1 Extração de DNA

As amostras foram submetidas à extração de DNA no Laboratório de

Genômica e Expressão (LGE) da Unicamp. Inicialmente foi feita a maceração com

nitrogênio líquido, extração de gordura com éter de petróleo, pulverização em

MiniBeadBeater (Biospec Products) por 1 min e meio com ~9 pérolas de vidro (1.0

mm diametro). Em seguida, 300 mg das amostras pulverizadas foram submetidas

à extração de DNA, purificação, avaliação da qualidade e corrida em PCR

utilizando primers universais de 16S e ITS de acordo com protocolo especifico

(Ramos et al., 2014).

2.5.2 Sequenciamento

Foi realizado o sequenciamento de amplicons, regiões ITS4 (leveduras) e

16S (bactéria), a partir de DNA extraído das amostras em sequenciador de larga

escala Illumina MiSeq na Universidade da Carolina do Norte, EUA. Foram gerados

reads do tipo paired-end com 300 bp.

2.6 Análise das sequências do DNA 16S

As OTUs (operational taxonomic units) foram identificadas com 97% de

identidade entre as sequências, sendo que as mais representativas de cada OTU

foram alinhadas com o banco de dados do SILVA (Pruesse et al., 2007)

release119 e utilizado o software Mothur (Schloss et al., 2009), para análise das

sequências de dados. Após exclusão dos cloroplastos e mitocôndrias, estruturas

de origem vegetal, os reads foram normalizados e agrupados sendo excluídas

contagens com menos de 0,5 reads.

2.7 Análise das sequências do DNA ITS4

Os reads foram agrupados em OTUs (operational taxonomic units)

utilizando o módulo “cd-hit-est” do programa Cd-hit (W. Li & Godzik, 2006)

Page 166: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

148

exigindo 97% de similaridade entre as sequências. Foram descartadas OTUs cuja

sequência representante era menor que 200 bp e que possuíam “read count”

menor que cinco em todas as bibliotecas. Utilizando um script em PERL, os

arquivos FASTA e Genbank de 790.365 sequências de ITS de fungos foram

obtidos no NCBI (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/). As OTUs filtradas foram

comparadas com as sequências ITS utilizando BLASTn (Altschul et al., 1997).

Para o BLAST, foram aceitos somente hits com e-value <= 1e-10 e que cobriam

pelo menos 80% das OTUs. O gênero relativo a cada OTU foi identificado com

base na sequência hit do BLASTn. Os reads foram normalizados e agrupados

sendo excluídas contagens com menos de 0,5 reads.

2.8 Análise estatística de diversidade

Os parâmetros de diversidade analisados foram: alfa (Shannon e

Chao1) e beta diversidade (Bray-Curtis). O índice de Shannon mede a diversidade

presente no ambiente, estando relacionado com o número de táxons na

comunidade (Haegeman et al., 2013), enquanto que o índice de Chao1 estima a

riqueza total de espécies (Hughes et al., 2001). A alfa-diversidade está

relacionada com a diversidade dentro da amostra (intra-amostral) e permite

estimar quantas espécies estão presentes na amostra (riqueza) além do número

total de espécies. A beta-diversidade corresponde ao grau de diferenciação entre

duas ou mais amostras entre si. Assim, por meio do software PAST

(http://folk.uio.no/ohammer/past/index_old.html) foram determinadas a alfa e a

beta diversidade (Hammer et al., 2001).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Análises Microbiológicas

A evolução do crescimento de leveduras, LAB, AAB, EBM e EBT ao

longo da fermentação nos seis experimentos é mostrada na Figura 1.

Page 167: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

149

Figura 1. Evolução do crescimento microbiano em Unidade Formadora de Colônia (UFC) g

-1

durante a fermentação de sementes de cupuaçu. nos experimentos com 0R1, 0R2, 7,5R1, 7,5R2, 15R1 e 15R2.

Os experimentos 15R1 e 15R2 apresentaram contagem inicial mais

elevada para leveduras, EBT e EBM; 7,5R1 e 7,5R2 para LAB e 0R1 e 0R2 para

AAB (Figura 1). Microrganismos com menor exigência de oxigênio (leveduras e

LAB) obtiveram maior contagem nas primeiras horas da fermentação (24-28 h)

quando ainda não havia sido aplicado o 1º revolvimento (dados aqui não

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

0R1 0R2 0R1 0R2 0R1 0R2 0R1 0R2 0R2

0 12 36 60 84

Log

UFC

g.-1

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

7.5R1 7.5R2 7.5R1 7.5R2 7.5R1 7.5R2 7.5R1 7.5R2 7.5R1 7.5R2

0 12 36 60 84

Log

UFC

g.-1

0,01,02,03,04,05,06,07,08,09,0

15R1 15R2 15R1 15R2 15R1 15R2 15R1 15R2 15R1 15R2 15R1 15R2

0 12 36 60 84 108

Log

UFC

g.-1

Tempo de fermentação (h)

LEVEDURAS ACÉTICAS LÁTICAS TERMÓFILAS MESÓFILAS

Page 168: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

150

mostrados). Na enumeração de microrganismos em amostras com 12 horas de

fermentação, houve diferença em mais de 2 log a partir da contagem inicial de

leveduras, AAB e LAB, em quase todos os experimentos, exceção para 7,5%R2

(LAB) e 15R1 (AAB). Nos experimentos com maior concentração de polpa e em

ambos revolvimentos, EBM e EBT não apresentaram crescimento significativo,

talvez pelas condições iniciais de elevada acidez. Todos os experimentos

apresentaram diferença significativa (p≥0,05) em relação às leveduras, AAB e

EBM após 60 horas de fermentação. Ao final de 108 horas, apenas 15-R1 e 15-R2

ainda estavam sofrendo fermentação e apresentaram diferença (p≥0,05) somente

na contagem de EBT.

3.1.1 Leveduras

Nas primeiras 36 horas em que não foi efetuado qualquer revolvimento,

todos os experimentos apresentaram elevação na contagem de leveduras. Após

este período, passaram a apresentar frequência oscilatória de crescimento. Nesse

período, o experimento 15R2 apresentou crescimento superior ao experimento

15R1. Ao final de cada fermentação, o resultado entre os experimentos ficou entre

6,6 e 7,50 log UFC g-1, diferente de outras fermentações com sementes

despolpadas de cupuaçu, com duração de seis dias, cuja contagem final ficou

entre 1,3 a 1,8 log UFC.g-1 (Robayo, 2010).

A presença de leveduras no processo de fermentação é fundamental,

visto que preparam o ambiente através da produção de etanol para atuação das

AAB (Lefeber et al., 2012; Ho et al., 2014). Quando suprimidas do ambiente de

fermentação, várias situações são observadas, entre elas um aumento

exacerbado de ésteres, lenta produção de ácido acético e diminuição na produção

de pirazinas. Além disso, no caso do cacau, observa-se maior quantidade de

amêndoas menos degradadas, mais úmidas e com coloração púrpura no interior

indicando uma fermentação mal sucedida (Ho et al., 2014). As leveduras são

ainda favorecidas pela baixa disponibilidade de oxigênio no meio, visto que são

pouco exigentes (Dias, 1987 citado por Lopes; Garcia; Vasconcelos, 2003).

Porém, os revolvimentos aplicados não parecem ter exercido influencia sobre

Page 169: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

151

aqueles microrganismos nos experimentos 0R2, 7,5R1 e 7,5R2, nos quais houve

discreto aumento. Com relação a 15R1 e 15R2 foi observado declínio com a

aplicação dos revolvimentos em 28 e 48 h, provavelmente pela aeração, mas

apesar disso, retomaram o crescimento até o final. A contagem final elevada de

leveduras nos experimentos pode ser explicada pelo fato do tempo de

fermentação ter sido mais curto quando comparado aos métodos tradicionais, e no

caso dos experimentos com maior quantidade de polpa, esta, de certo modo,

ainda representou uma barreira para a entrada de oxigênio, apesar dos

revolvimentos aplicados, favorecendo assim os microrganismos.

3.1.2 Bactérias acéticas (AAB)

Durante a fermentação observou-se que 0R1 e 0R2 apresentaram

contagem máxima inferior (7,5 e 6,5 log UFC g-1, respectivamente) em relação a

7,5R1 e 7,5R2 (7,9 e 7,7 log UFC g-1, respectivamente) e 15R1 e 15R2 (7,7 e 7,6

log UFC g-1, respectivamente). Esse fato pode estar relacionado com a

concentração de polpa pela menor oferta de substratos. Em fermentação de

sementes de cacau têm sido observados valores mais baixos, na faixa de 5,2 a 6

log UFC g-1 (Ardhana; Fleet, 2003; Copetti et al., 2012), embora em outros

trabalhos com cacau, após 66 horas de fermentação, a população tenha

alcançado 6,4 a 7,5 log UFC g-1 (Camu et al., 2007). As AAB participam da

oxidação do etanol a ácido acético, desencadeando com isso reações que levam à

elevação da temperatura do meio, aumento da permeabilidade da casca, com

intensa difusão de água, ácidos orgânicos e outros compostos culminando com a

morte da semente. Esses fatores (aumento da temperatura e da concentração de

etanol) também contribuem para o declinio da população de AAB (Schwan &

Wheals, 2004), visto que algumas cepas são intolerantes, por exemplo, à

concentração elevada de etanol (Romero-Cortes, 2012). Contagem máxima de

AAB é observada 36 a 72 horas após o início da fermentação em cacau, quando

então acontece um decréscimo (Length, 2012).

Para todos os experimentos foi observado que o crescimento das AAB

foi acelerado após 12 horas do início da fermentação, embora não houvesse sido

Page 170: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

152

aplicado revolvimento em nenhum dos experimentos. O fato é que naquele

momento o etanol produzido pela ação das leveduras serviu de substrato para o

desenvolvimento de AAB. Com 84 horas 15R1 e 15R2 apresentaram diminuição

acentuada na população de AAB. Esse declínio em tempo similar também foi

observado em trabalho de fermentação com cacau (Length, 2012). Nesse

momento os experimentos sofreram novo revolvimento, que parece ter favorecido

a retomada do crescimento das AAB até o final da fermentação.

Comparando os experimentos com menor concentração de polpa (0R1,

0R2, 7.5R1, 7.5R2) com os de maior concentração (15R1 e 15R2) nota-se que

nos primeiros o crescimento de AAB foi exponencial, enquanto que nos últimos

houve momentos de declínio e ascensão durante a fermentação, levando a

acreditar que aqueles microrganismos estavam, de certa maneira, se adaptando

às condições do ambiente, pela presença ainda abundante de polpa, a qual

representa uma barreira para a entrada de ar. Mas nas últimas horas de

fermentação, em que a polpa já estava praticamente liquefeita, o aumento da

população de AAB tornou-se mais notável, até pelas condições favoráveis ora

estabelecidas, pelo ambiente mais aerado e também pela disponibilidade de

etanol (Capítulo 4) pela ação das leveduras, cuja população naquele momento

também estava elevada.

3.1.3 Bactérias láticas (LAB)

Os resultados das contagens demonstraram que todos os experimentos

R2 apresentaram maior ascensão de LAB após 36 h. Contudo, todos os

experimentos estudados apresentaram crescimento até o final da fermentação,

com contagem final entre 7,36 e 8,43 UFC g-1.

As LAB são microrganismos que se desenvolvem bem em baixa tensão

de oxigênio (Schwan & Wheals, 2004). Em alguns trabalhos de fermentação de

cacau, o revolvimento é aplicado em um período de 48 a 96 horas após o início da

fermentação para limitar seu desenvolvimento (Guehi et al., 2010), a fim de

minimizar a metabolização de ácido cítrico pelas LAB com produção de ácido

lático, composto não volátil, que confere acidez indesejável ao produto final

Page 171: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

153

(Afoakwa et al., 2008). Alguns trabalhos utilizando cultura inicial definida, tais

como cepas de leveduras, AAB, LAB, com atividades específicas (atividade

pectinolítica, ação sobre o ácido cítrico, tolerância à acidez, etc.) em fermentação

de cacau foram bem sucedidas, demonstrando ser importante a participação

desses microrganismos no processo (Schwan, 1998; Leal et al., 2008; Pereira et

al., 2012).

Apesar de a contaminação natural estar presente no início da

fermentação, observa-se que as culturas pré-selecionadas podem ser dominantes

no curso do processo, desde que aplicadas boas práticas agrícolas e de

fermentação (Lefeber et al., 2012). Alguns trabalhos com cacau demonstraram

que após algumas horas de fermentação acontece um declínio na população de

LAB (Ardhana & Fleet, 2003; Schwan & Wheals, 2004), sendo este fenômeno não

observado nos experimentos estudados, pois apresentaram crescimento quase

estável até o final da fermentação, apesar da acentuada elevação do pH entre 6,8

e 8,1 (Capítulo 2). Estudos com leveduras e bactérias apontam para uma possível

adaptação dos microrganismos às condições de stress e oferta reduzida de

nutrientes para o seu desenvolvimento (Gasch & Werner-Washburne, 2002).

As LAB pareceram estar bem adaptadas às condições aplicadas no

estudo tanto que ao final da fermentação, a sua contagem se sobrepôs às das

AAB, com valores de 7,8 a 8,4 log UFC.g-1 nos experimentos estudados. Essa

densidade é muito próxima à população máxima alcançada em fermentação de

cacau, com 7,5 a 8,9 log UFC.g-1 após 30-48 horas de fermentação, estabilizando

no final em 5,0-6,5 log UFC.g-1 (Camu et al., 2007). Em trabalho com fermentação

de sementes despolpadas de cupuaçu, realizadas em balaios, a contagem de LAB

não foi muito expressiva, alcançando contagem máxima de 5,1-5,5 logUFC g-1 em

48-72 horas após o início da fermentação, com a população declinando

drasticamente até o final (Gomez, 2010). Contudo, o tempo de fermentação em

trabalhos com cacau, costuma ser mais longo (5 a 7 dias), o que explicaria a

menor população registrada quando comparada as dos experimentos aqui

estudados (máximo 5 dias). À medida que a fermentação avança, mudam as

Page 172: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

154

condições do ambiente, entre as quais a elevação do pH influenciando o

crescimento de populações de LAB, que se torna mais lento até o final da

fermentação (Ouattara et al., 2014).

Da mesma maneira como ocorreu com as AAB, também houve

alternância de no crescimento de LAB em 15R1 e 15R2, enquanto que nos outros

experimentos o crescimento foi quase constante. Apesar de serem

microrganismos que se desenvolvem em ambiente com baixa oxigenação, as LAB

parecem ter se adaptado às condições mais aeradas que ocorreram nas últimas

horas de fermentação.

3.1.4 Esporos de Bactérias Mesófilas Aeróbias (EBM) e Bactérias Termófilas

Aeróbias (EBT)

Nos momentos finais da fermentação foi observado aumento

significativo do número de EBM em todos os experimentos e respectivos

revolvimentos sem, contudo, se sobrepor a alguns grupos de microrganismos.

Exceção apenas para os experimentos 0R2 e 15R1 (Figura 1). Os experimentos

0R1, 0R2, 7,5R1 e 7,5R2 apresentaram contagens mais elevadas com 60 h,

enquanto que15R1 e 15R2 apresentaram as maiores contagens ao término da

fermentação (108 h). No final a contagem do número de EBM para todos os

experimentos ficou entre 6.1 e 7.8 log UFC g-1. Na contagem do número de EBT,

ao contrário dos experimentos 0R1, 0R2, 7,5R1 e 7,5R2 que apresentaram

valores finais iguais à contagem inicial, o comportamento daqueles

microrganismos foi diferente para 15R1 e 15R2, que apresentaram aumento

acentuado do número de esporos nas últimas horas de fermentação.

Durante a sucessão microbiana que ocorre durante a fermentação, nas

últimas horas e na fase de secagem normalmente ocorre aumento acentuado no

número esporos, se sobrepondo algumas vezes à população de outros

microrganismos (Ostovar; Keeney, 1973; Schwan et al., 1986 citados por

Romanczyk et al., 1995; Ardhana; Fleet, 2003). É o que foi observado nos

momentos finais da fermentação, no perfil dos microrganismos para ambos os

revolvimentos sendo semelhante. Nos experimentos 15R1 e R2, as condições

Page 173: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

155

adversas estabelecidas, tais como diminuição no aporte de nutrientes, pela

liquefação da polpa, parecem ter favorecido a esporulação como forma de

resistência ao ambiente hostil.

Em fermentação de cacau, por exemplo, bactérias esporuladas

produzem vários compostos químicos durante a fermentação, podendo conferir

acidez e sabores estranhos (Schwan & Wheals, 2004). Compostos como o 2-3-

butanediol, pirazinas, ácido acético e ácido lático também são produzidos por

algumas espécies (Jinap, Harun, & Ghazali, 1994; Schwan, 1998) contribuindo, de

alguma forma, para a formação de sabor (Lopez; Quesnel, 1973; Zak et. al., 1972

citados por Romanczyk et al., 1995). Espécies de Bacillus cereus, por exemplo,

isoladas de fermentação de cacau demonstraram capacidade de produzir 2-acetil-

1-pirrolina, composto responsável pelo aroma de pipoca (Romanczyk et al., 1995).

A contagem final de EBM ficou entre 6.1 e 7.8 log UFC g-1, sendo que

os experimentos com maior quantidade de polpa (7,5R1, 7,5R2, 15R1 e 15R2)

apresentaram as maiores contagens. Esse aumento foi observado após 36 horas

de fermentação. O aumento no número de EBT só foi observado em 15R1 e

15R2, nos momentos finais da fermentação, pelos motivos já explicados: elevação

acentuada do pH do meio (7,1) para ambos experimentos e diminuição do aporte

de nutrientes.

Bactérias do gênero Bacillus são esporuladas e algumas espécies

degradam a pectina pela produção de poligalacturonase (PG) e pectinaliase (PL).

O rendimento da PG é aumentado a uma temperatura acima de 35oC, alcançando

nível máximo a 50oC (Ouattara et al., 2008). Nessa temperatura são consideradas

termófilas e o crescimento acentuado de Bacillus sp também foi observado em

fermentação de cacau após 48-72h, com contagem de 7 a 8 log UFC g-1 e

significativa reação para protease e lipase (Ardhana; Fleet, 2003). Algumas

espécies de Bacillus sobrevivem ao tratamento térmico no processamento de

cacau (Barrile et al., 1971 citado por Lima et al., 2011), formam endósporos e em

casos de extrema resistência térmica podem causar deterioração e risco à saúde

(Huemer et al., 1998 citado por Lima et al., 2011).

Page 174: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

156

O crescimento no número de EBM nos momentos finais de

fermentação em todos os experimentos representa um perigo a ser controlado

durante as etapas de processamento do cupulate, visto que pela resistência

térmica de algumas cepas, a densidade populacional pode chegar a níveis

inaceitáveis. Com relação aos EBT, o crescimento abrupto em 15R1 e 15R2 nas

últimas horas de fermentação chama a atenção para que seja feito um controle

sobre o momento de interromper o processo, prevenindo assim, uma sobre-

fermentação que culminaria com a formação de sabores estranhos (off flavors) no

produto final.

3.2 Sequenciamento

3.2.1 Análise geral das sequências do DNA 16S e ITS4

De forma geral, foram obtidas 1.387 (0R1), 1.901 (0R2), 1.571 (7,5R1),

1.484 (7,5R2), 2.771 (15R1) e 1.846 (15R2) OUT’s para leveduras, todas (100%)

do filo Ascomycota para experimentos 0R1, 0R2, 7,5R2, 15R1. No experimento

7,5R1 foram registrados 85,7% para o filo Ascomycota e 14,3% para

Basidiomycota. Em 15R2 foram 88,9% de Ascomycota e 11,1% de Basidiomycota

(dados aqui não mostrados). Como observado, apenas os experimentos 7,5R1 e

15R2 apresentaram mais de um tipo de filo. Embora os outros experimentos com

a mesma concentração de polpa, mas com revolvimento diferente só tenham

apresentado o filo Ascomycota, é difícil dizer se a concentração de polpa ou

mesmo a forma de revolvimento tenham alguma influência. Quanto ao número de

OTU’s, 0R1 apresentou menor número em relação aos outros experimentos,

embora na contagem em placa de leveduras, a contagem final tenha ficado

próxima aos dos outros experimentos e até mesmo superior ao de 15R1.

Para bactérias foram obtidas 9.919 (0R1), 9.636 (0R2), 10.280 (7,5R1),

11.374 (7,5R2), 10.353 (15R1) e 10.988 (15R2) OUT’s. Comparando-se os

resultados de OTU’s entre as duas comunidades, observa-se que as bactérias,

além de apresentar maior número de OTU’s, apresentaram também os maiores

valores nos experimentos com maior concentração de polpa (7,5R1, 7,5R2, 15R1

e 15R2). Comparando-se com os resultados de leveduras, o número de OTU’s de

Page 175: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

157

bactérias foi extremamente superior, o que leva a reforçar a ideia de que a polpa

constitui um fator favorável para o seu desenvolvimento.

Para a obtenção das OTU’s os reads (sequencias) com no mínimo 97%

de similaridade foram agrupados em uma mesma OTU. No caso das bactérias

foram excluídas OTU’s de cloroplastos e mitocôndrias. As OTU’s com menos de

0,5% de reads representativos e as OTU’s que não geraram sequencias

conhecidas pela análise de BLAST não foram incluídas nas análises sendo

denominadas de “unclassified”. Na Figura 2 são apresentados OTU’s para

leveduras e bactérias consideradas “unclassified”. A abundância relativa de

“unclassified” foi maior para bactérias, especialmente no primeiro dia de

fermentação para experimentos 0% polpa e no último dia de fermentação para os

experimentos 7,5 e 15% polpa.

Figura 2. Abundância relativa de OTU’s “unclassified” para leveduras e bactérias observadas em

amostras coletadas de seis experimentos distintos de fermentação de sementes de cupuaçu.

3.3 Análise de rarefação para estimativa de riqueza das populações de

bactérias

Na figura 3 são apresentadas as curvas que indicam a riqueza da

comunidade bacteriana nos experimentos 0R1 e 15R2 pelo cálculo das curvas de

rarefação, cujos resultados foram mais contrastantes em relação à acumulação e

OTU’s.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 12 36 60 0 12 36 60 84 0 12 36 60 84 0 12 36 60 84 0 12 36 60 84 108 0 12 36 60 84 108

0R1 0R2 7.5R1 7.5R2 15R1 15R2

Ab

un

dân

cia

rela

tiva

(%

)

Fermentation (h)

YEASTS BACTERIA

Page 176: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

158

Figura 3. Curva de rarefação para bactérias durante a fermentação (h). (A): Experimento 0R1; (B):

Experimento 15R2.

Na curva de rarefação, verifica-se que tanto o experimento 0R1 quanto

15R2 continuaram a apresentar elevação no número de OTU’s, quase alcançando

uma assíntota ao final da fermentação. O experimento 15R2 apresentou também

maior número de OTU’s que 0R1. Não ocorreu estabilização em ambos os

experimentos, provavelmente pela alta diversidade presente, indicando que a

captura de bactérias no ambiente estudado não foi totalmente alcançada. Estudos

também têm demonstrado que aumentando a amostragem, são aumentadas as

0,E+00

5,E+06

1,E+07

2,E+07

2,E+07

3,E+07

1 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000

OTU

's d

e b

acté

rias

No de MiSeq reads

0 h 12 h 36 h 60 h

0,E+00

5,E+06

1,E+07

2,E+07

2,E+07

3,E+07

3,E+07

1 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000

OTU

's d

e b

acté

rias

No de MiSeq reads

0h 12h 36h 60h 84h 108h

(B)

(A)

Page 177: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

159

chances de observação das populações de microrganismos em qualquer ambiente

(Hugues et al., 2001). Isso leva a crer que há possibilidade de haver maior

diversidade em ambientes de fermentação na ordem de toneladas em relação ao

ambiente de fermentação como o que foi estudado, no qual a quantidade média

de sementes estava em torno de 8 Kg. Assim, a curva de rarefação indica

claramente que a diversidade de bactérias presentes no ambiente de fermentação

pode ser muito mais ampla. Além disso, a maior parte dos reads obtidos para o

domínio bactéria pertencia a cloroplastos e mitocôndrias, não sendo, portanto,

incluídos nas análises.

Na Figura 4 são apresentados os resultados de beta-diversidade (Bray-

Curtis) para cada condição de fermentação em relação a bactérias (A) e leveduras

(B).

Figura 4. Similaridade de populações de bactérias (A) e leveduras (B) entre os seis experimentos

de fermentação de sementes de cupuaçu.

Para o domínio bactéria observa-se que ocorreu um agrupamento em

função da porcentagem de despolpamento. Para o despolpamento total (0%) a

microbiota entre revolvimento fixo (R1) e revolvimento feito de acordo com a

queda da temperatura do meio de fermentação (R2) apresentou acima de 80% de

similaridade. Para o despolpamento de 7,5 e 15 % a porcentagem de similaridade

entre R1 e R2 foi de aproximadamente 65% (Figura 4A). Observou-se queda de

15% de similaridade entre as condições R1 e R2 quando comparada a

porcentagem de despolpamento de 0% com 7,5 e 15% (Figura 4A). Ou seja, o

despolpamento total (0%) favorece a maior similaridade entre os experimentos nos

(A) (B)

7,5

R2

7,5

R1

0R

1

0R

2

15R

1

15R

2

7,5

R2

15R

2

7,5

R1

15R

1

0R

1

0R

2

Page 178: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

160

diferentes processos fermentativos. Foi percebido que a similaridade entre as

populações do domínio bactéria tendem à diminuir com maior concentração de

polpa, concluindo que nesse caso ocorra um aumento na diversidade bacteriana

nessas condições.

Por outro lado, para leveduras as amostras não se agruparam em

função do despolpamento. Além disso, observou-se menor similaridade entre as

amostras com valores que oscilaram entre 45 % e 100%. Mas foi observado índice

maior de similaridade entre experimentos de diferentes concentrações de polpa,

mas com revolvimentos iguais: 0R1 e 15R1 (± 68%); 7,5R2 e 15R2 (100%) (Figura

4B). Apesar desse fato, com exceção de 7.5R2 e 15R2, a similaridade de

leveduras entre os outros experimentos foi menor que o observado em bactérias,

supondo que a aeração fornecida em diferentes momentos causou uma alteração

no ambiente, afetando de alguma forma a população de leveduras independente

da concentração de polpa.

Na Tabela 1 são apresentados os resultados das análises estatísticas

de diversidade e riqueza (Índice de Shannon e Chao1, respectivamente) nos seis

experimentos durante a fermentação. Em relação aos dados de alfa-diversidade

(na qual é feita a observação de diversidade dentro de uma amostra) para cada

tempo e condição de fermentação, observou-se que os valores de Shannon para o

domínio bactéria variaram entre 3,71 a 5,47. Além disso, notou-se aumento dos

valores em função do tempo de fermentação (h). Por outro lado, os valores de

Shannon para leveduras não foram superiores a 1.77, sendo, portanto, indicativo

de baixa diversidade da comunidade nas amostras. Contudo, os valores de

Shannon para experimentos 0R1 e 0R2 nas primeiras horas de fermentação foram

mais elevados que para os experimentos 7,5R1, 7,5R2, 15R1 e 15R2, indicando

que a polpa exerce uma influência negativa sobre as leveduras. O índice de

Chao1 revelou maior riqueza para o domínio bactéria, que foi aumentando ao

longo da fermentação (Tabela 1).

Embora as leveduras exerçam um importante papel no preparo do

ambiente para a ação das bactérias no início da fermentação, os resultados

Page 179: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

161

apresentados na Tabela 1 demonstram que estas últimas são bastante ativas em

todo o processo, tendo sua participação aumentada na metade até o final da

fermentação. Pela grande diversidade encontrada do domínio bactéria em todos

os experimentos supõe-se que as diferentes populações presentes colaboram de

alguma maneira na transformação do ambiente. Pela diversidade e riqueza de

leveduras encontradas nos experimentos, os resultados levam à supor que as

bactérias são dominantes durante o processo, especialmente se a demanda de

polpa é maior.

Page 180: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

162

Tabela 1. Análise estatística de diversidade para bactérias e leveduras

BACTÉRIAS LEVEDURAS

EXP Fermentação

(h)

Shannon

Media

Chao1

Media

Shannon

Média

Chao1

Média

0R1

0 3,92 ± 0,02 3349 ± 175 1,60 ± 0,01 15,00 ± 0,71

12 4,27 ± 0,32 3784 ± 945 1,02 ± 0,21 15,67 ± 3,09

36 4,38 ± 0,09 3723 ± 294 1,14 ± 0,22 15,00 ± 2,16

60 4,71 ± 0,15 4103 ± 163 1,31 ± 0,16 13,33 ± 2,62

0R2

0 3,97 ± 0,02 3435 ± 175 1,77 ± 0,01 17,00 ± 2,12

12 4,11 ± 0,16 3267 ± 443 1,44 ± 0,36 13,00 ± 2,45

36 4,53 ± 0,24 3729 ± 144 0,95 ± 0,29 14,33 ± 1,25

60 4,81 ± 0,21 4058 ± 205 1,00 ± 0,20 12,00 ± 1,25

84 5,25 ± 0,23 5338 ± 744 1,32 ± 0,40 16,00 ± 2,94

7,5R1

0 3,82 ± 0,02 8604 ± 265 0,03 ± 0,02 3,00 ± 0,00

12 4,03 ± 0,26 3590 ± 520 0,60 ± 0,24 13,33 ± 3,30

36 4,34 ± 0,22 3732 ± 295 0,67 ± 0,21 10,00 ± 2,94

60 4,80 ± 0,33 4527 ± 420 1,26 ± 0,38 14,67 ± 4,32

84 5,11 ± 0,15 5109 ± 418 1,10 ± 0,08 10,00 ± 0,82

7,5R2

0 3,75 ± 0,02 8524 ± 267 0,04 ± 0,02 4,00 ± 0,71

12 4,07 ± 0,23 3308 ± 555 0,64 ± 0,03 14,33 ± 0,47

36 4,55 ± 0,18 3999 ± 81 0,80 ± 0,19 14,33 ± 0,47

60 4,37 ± 0,50 4046 ± 422 0,92 ± 0,25 10,67 ± 1,89

84 5,47 ± 0,17 6049 ± 505 1,14 ± 0,12 12,67 ± 0,47

15R1

0 3,72 ± 0,02 3311 ± 168 0,82 ± 0,00 11,00 ± 0,71

12 3,79 ± 0,04 3149 ± 105 0,60 ± 0,11 13,33 ± 1,25

36 3,74 ± 0,06 3261 ± 122 0,89 ± 0,21 10,67 ± 0,47

60 4,43 ± 0,36 4015 ± 410 1,19 ± 0,27 11,67 ± 0,82

84 4,36 ± 0,02 3797 ± 206 1,15 ± 0,06 10,33 ± 2,05

108 4,99 ± 0,14 4546 ± 239 1,09 ± 0,21 10,00 ± 0,82

15R2

0 3,71 ± 0,02 3220 ± 172 0,74 ± 0,01 11,00 ± 0,71

12 3,82 ± 0,12 3202 ± 256 0,23 ± 0,02 12,33 ± 0,47

36 3,95 ± 0,11 3197 ± 191 0,63 ± 0,09 12,67 ± 0,47

60 4,43 ± 0,29 3878 ± 248 0,68 ± 0,02 9,67 ± 1,70

84 4,46 ± 0,07 3685 ± 178 1,04 ± 0,17 9,00 ± 0,82

108 5,22 ± 0,14 5451 ± 299 0,80 ± 0,04 7,00 ± 0,00

Page 181: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

163

3.4 Composição do perfil taxonômico das comunidades de leveduras e

bactérias identificadas

Na Tabela 2 é apresentado o perfil taxonômico das comunidades de

leveduras e bactérias, a partir do nível CLASSE, ORDEM e FAMÍLIA identificadas

durante a fermentação de sementes de cupuaçu.

Tabela 2. Perfil taxonômico das comunidades de leveduras e bactérias identificadas nos experimentos 0R1, 0R2, 7,5R1, 7,5R2, 15R1 e 15R2*.

LEVEDURAS

CLASSE ORDEM FAMÍLIA

Cystobasidiomycetes (a) Cystobasidiales Cystobasidiaceae (3,6)

Dothideomycetes (b) Capnodiales Cladosporiaceae (1,2)

Eurotiomycetes (b) Eurotiales Aspergillaceae (1,2)

Malasseziomycetes (a) Malasseziales Malasseziaceae (3)

Saccharomycetes (b) Saccharomycetales

Candidaceae (2,3,4,5,6); Debaryomycetaceae (1,2,3,4,5); Dipodascaceae (3,5); Metschnikowiaceae (2); Phaffomycetaceae

(1,2,3,4,5,6); Pichiaceae (1,2,3,4,5,6); Saccharomycodaceae (1,2,3,4,5,6); Saccharomycopsidaceae (2)

Sordariomycetes (b) Hypocreales Nectriaceae (1,2)

Sordariomycetes (b) Xylariales Xylariaceae (1,2,3,4,5,6)

BACTÉRIAS

CLASSE ORDEM FAMÍLIA

Actinobacteria Corynebacteriales Nocardiaceae (5)

Actinobacteria Streptoporangiales Nocardiopsaceae (5)

Bacilli Bacillales Bacillaceae (5,6); Paenibacillaceae (5,6); Planococcaceae

(1,2,3,4,5,6); Staphylococcaceae (4,5);

Bacilli Lactobacillales Carnobacteriaceae (3,4); Enterococcaceae (5,6);

Lactobacillaceae (1,2,3,4,5,6); Leuconostocaceae (2,3,4,5,6); Streptococcaceae (3,4,6)

Clostridia Clostridiales Clostridiaceae (2,6); Lachnospiraceae (5,6)

Flavobacteriia Flavobacteriales Flavobacteriaceae (3,4,5,6)

Sphingobacteriia Sphingobacteriales Sphingobacteriaceae (5,6)

α-Proteobacteria Caulobacteriales Caulobacteraceae (5)

α-Proteobacteria Rhizobiales Methylobacteriaceae (5)

α-Proteobacteria Rhodospirillales Acetobacteraceae (1,2,3,4,5,6)

α-Proteobacteria Rhodobacterales Rhodobacteraceae (5)

α-Proteobacteria Sphingomonadales Sphingomonadaceae (3,4)

β-Proteobacteria Burkholderiales Burkholderiaceae (5); Comamonadaceae (5)

β-Proteobacteria Hydrogenophilales Hydrogenophilaceae (3,4)

β-Proteobacteria Neisseriales Neisseriaceae (3,4)

γ-Proteobacteria Enterobacteriales Enterobacteriaceae (1,3,4,5,6)

γ-Proteobacteria Pseudomonadales Moraxellaceae (3,4,5,6); Pseudomonadaceae (3,4,5)

γ-Proteobacteria Xanthomonadales Xanthomonadaceae (5,6)

δ-Proteobacteria Bdellovibrionales Bacteriovoracaceae (3,4)

*Legenda: 1 (0R1); 2 (0R2); 3 (7.5R1); 4 (7.5R2); 5 (15R1); 6 (15R2). (a) Filo Basidiomycota; (b) Filo Ascomycota

Page 182: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

164

A ordem Saccharomycetales foi a mais frequente entre todos os

experimentos (Tabela 2), e a única a ter a identificação de leveduras estendida até

o nível gênero (Figuras 5, 6 e 7). Naquela ordem estão incluídos gêneros de

leveduras (Saccharomyces, Issatchenkia, Hanseniaspora, Candida, Pichia)

envolvidos em fermentação de frutas, com comprovadas propriedades

sacarolíticas (Schwan & Wheals, 2004; Oslan et al., 2012).

Ainda no nível ORDEM é possível observar que os experimentos com

sementes despolpadas (0R1 e 0R2) apresentaram maior diversidade de

leveduras, indicando uma influência positiva da ausência de polpa sobre aqueles

microrganismos. Em bactérias, a diversidade apresentou situação inversa. A

ORDEM de bactérias foi mais diversa para os experimentos com maior

concentração de polpa, especialmente o 15R1, enquanto que o 0R1 apresentou a

menor variedade (Tabela 2).

A composição química e concentração da polpa aderida às sementes

de cupuaçu são fatores que influenciam na adaptação de microrganismos ao

ambiente. Em sementes de cacau, as leveduras são os microrganismos que

atuam inicialmente na fermentação, preparando, de certa maneira, o ambiente

para os outros microrganismos. É uma fase considerada anaeróbica na qual os

açúcares são metabolizados pelas leveduras e transformados em etanol para

utilização, na fase aeróbica, pelas bactérias acéticas (Schwan & Wheals, 2004).

A CLASSE de bactérias α-Proteobacteria esteve frequentemente

presente em todos os experimentos, representada por diferentes ordens (Tabela

2). Dentro da ORDEM Rhodospirillales estão membros da família

Acetobacteraceae (bactérias acéticas), cuja presença em fermentação alcança

maior projeção em fase mais adiantada, após a fase anaeróbica, visto que o

ambiente aerado, em conjunto com a presença de etanol, favorece o seu

desenvolvimento.

Observa-se que os experimentos com maior quantidade de polpa

apresentaram maior diversidade no nível de famílias possivelmente favorecendo o

desenvolvimento daquelas populações. Durante a fermentação alterações

Page 183: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

165

bioquímicas ocorrem ocasionando alterações no pH do meio, facilitando o

desenvolvimento de algumas espécies de microrganismos, desfavorecendo outros

grupos. Estes fatores podem ter contribuído para a supressão de algumas

populações que estavam presentes logo no início da fermentação.

As Figuras 5, 6 e 7 apresentam os gêneros de leveduras e bactérias

identificadas durante a fermentação nos seis experimentos.

Page 184: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

166

0R1 0R2 0R1 0R2

LEVEDURAS 0 12 36 60 0 12 36 60 84 BACTERIA 0 12 36 60 0 12 36 60 84

Candida(1) Acetobacter (8)

Lodderomycesclade(2) Gluconobacter (8)

Meyerozyma(2) Clostridium (9)

Yarrowia (3) Escherichia (10)

Kodamaea (4) Lactobacillus (11)

Starmera (5) Weissella (12)

Wickerhamomyces (5)

Sphingobacterium (13)

Ogataea (6)

Pichia (6)

Saturnispora (6)

Issatchenkia (7)

Saccharomyces (7)

Hanseniaspora (7)

Saccharomycodes (7)

Saccharomycopsis (7)

Figure 5. Taxonomia no nível gênero de leveduras e bactérias identificado durante a fermentação (h) e abundância relativa (%): <1, cinza; 1-10, verde; 10-50, azul; 50-80, vermelho;

80-100, preto. Família (Levedura): (1) Candidaceae; (2) Debaryomycetaceae; (3) Dipodascaceae; (4) Metschnikowiaceae; (5) Phaffomycetaceae; (6) Pichiaceae; (7)

Saccharomycetaceae; Família (Bactéria): (8) Acetobacteraceae; (9) Clostridiaceae; (10) Enterobacteriaceae; (11) Lactobacillaceae; (12) Leuconostocaceae; (13) Sphingobacteriaceae.

Page 185: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

167

7,5R1 7,5R2 7,5R1 7,5R2

LEVEDURAS 0 12 36 60 84 0 12 36 60 84 BACTERIA 0 12 36 60 84 0 12 36 60 84

Candida (1) Acetobacter (10)

Cystobasidium (2) Gluconobacter (10)

Kurtzmaniella (3) Peredibacter (11)

Lodderomycesclade (3) Dolosigranulum (12)

Meyerozyma (4) Escherichia (13)

Yarrowia (5) Chryseobacterium (14)

Malassezia (6) Empedobacter (14)

Starmera (7)

Flavobacterium (14)

Ogataea (8) Wautersiella (14)

Pichia (8) Hydrogenophilus (15)

Saturnispora (8) Lactobacillus (16)

Issatchenkia (9) Weissella (17)

Saccharomyces (9) Acinetobacter (18)

Hanseniaspora (9) Pseudomonas (19)

Sphingomonas (20)

Staphylococcus (21)

Streptococcus (22)

Figure 6. Taxonomia no nível gênero de leveduras e bactérias identificado durante a fermentação (h) e abundância relativa (%): <1, cinza; 1-10, verde; 10-50, azul; 50-80, vermelho;

80-100, preto. Família (Levedura): (1) Candidaceae; (2) Cystobasidiaceae; (3) Debaryomycetaceae; (4) Debaryomycetaceae; (5) Dipodascaceae; (6) Malasseziaceae; (7)

Phaffomycetaceae; (8) Pichiaceae; (9) Saccharomycetaceae. Família (Bactéria): (10) Acetobacteraceae; (11) Bacteriovoracaceae; (12) Carnobacteriaceae; (13) Enterobacteriaceae;

(14) Flavobacteriaceae; (15) Hydrogenophilaceae; (16) Lactobacillaceae; (17) Leuconostocaceae; (18) Moraxellaceae; (19) Pseudomonadaceae; (20) Sphingomonadaceae; (21)

Staphylococcaceae; (22) Streptococcaceae.

Page 186: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

168

15R1 15R2 15R1 15R2

LEVEDURAS 0 12 36 60 84 108 0 12 36 60 84 108 BACTERIA 0 12 36 60 84 108 0 12 36 60 84 108

Candida (1)

Acetobacter (8)

Cystobasidium (2) Gluconobacter (8)

Lodderomycesclade (3) Komagataeibacter (8)

Yarrowia (4) Bacillus (9)

Starmera (5) Ralstonia (10)

Ogataea (6) Brevundimonas (11)

Pichia (6) Clostridium (12)

Saturnispora (6)

Shigella (13)

Issatchenkia (7)

Enterococcus (14)

Saccharomyces (7)

Chryseobacterium (15)

Hanseniaspora (7) Empedobacter (15)

Flavobacterium (15)

Figura 7. Taxonomia no nível gênero de leveduras e bactérias identificado durante a fermentação (h) e abundância relativa (%): <1, cinza; 1-10, verde; 10-50, azul; 50-80, vermelho; 80-100, preto. Família (Leveduras): (1) Candidaceae; (2) Cystobasidiaceae; (3) Debaryomycetaceae; (4) Dipodascaceae; (5) Phaffomycetaceae; (6) Pichiaceae; (7) Saccharomycetaceae; Família (Bactéria): (8) Acetobacteriaceae; (9) Bacillaceae; (10) Burkholderiaceae; (11) Caulobacteraceae; (12) Clostridiaceae; (13) Enterobacteriaceae; (14) Enterococcaceae; (15) Flavobacteriaceae; (16) Lactobacillaceae; (17) Leuconostocaceae; (18) Methylobacteriaceae; (19) Moraxellaceae;(20) Nocardiaceae;

(21) Nocardiopsaceae; (22) Paenibacillaceae; (23) Planococcaceae; (24) Pseudomonadaceae; (25) Sphingobacteriaceae; (26) Staphylococcaceae; (27) Streptococcaceae; (28) Xanthomonadaceae.

Wautersiella (15)

Lactobacillus (16)

Weissella (17)

Methylobacterium (18)

Acinetobacter (19)

Rhodococcus (20)

Nocardiopsis (21)

Brevibacillus (22)

Page 187: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

169

Paenibacillus (22)

Kurthia (23)

Rummeliibacillus (23)

Pseudomonas (24)

Sphingobacterium (25)

Staphylococcus (26)

Streptococcus (27)

Frateuria (28)

Stenotrophomonas (28)

Page 188: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

170

Leveduras do gênero Pichia utilizam o etanol como fonte de carbono

(Oslan et al., 2012) e também o ácido cítrico, causando a elevação do pH do meio,

favorecendo o ambiente para as bactérias, algumas com atividade pectinolítica

(Schwan & Wheals, 2004). Com relação ao etanol, de fato a abundância do gênero

em todos os experimentos passou a ser mais expressiva a partir de 36 h para os

experimentos com maior concentração de polpa, quando a produção do composto

(Capítulo 4) por outras leveduras, naquela fase, já está bastante acentuada (Figuras

6 e 7). Nos experimentos com 0% polpa a presença do microrganismo apresentou

elevação desde o início, possivelmente favorecida pela baixa concentração de polpa

(Figura 5). Em fermentação de sementes de cacau, a presença do gênero Pichia

também é mais acentuada a partir da metade da fermentação até os momentos

finais (Schwan, 1998; Nielsen et al., 2007; Hamdouche et al., 2014).

Assim como foi constatado em fermentação de cacau (Schwan & Wheals,

2004), o gênero Saccharomyces foi detectado durante todo o período de

fermentação dos experimentos, exceto para 0R1, por motivos ainda desconhecidos,

com a diferença de que em cupuaçu sua presença não foi dominante quando

comparado com outros gêneros de leveduras.

Conhecido na antiga nomenclatura como Kloeckera, o gênero

Hanseniospora apresentou abundancia relativa durante a fase intermediária da

fermentação em todos os experimentos (Figuras 5, 6 e 7). Desde o início do

processo a sua presença foi dominante em relação aos outros gêneros. Situação

semelhante é observada em fermentação cacau, com a Hanseniospora

predominando na fermentação (Ardhana & Fleet, 2003; Hamdouche et al., 2014).

Em fermentação de cacau, espécies do gênero Hanseniospora e Saccharomyces

têm sido apontadas como as maiores produtoras de compostos voláteis (Schwan &

Wheals, 2004) e, juntamente com espécies de Candida, são as leveduras mais

significativas em relação ao crescimento (Ardhana & Fleet, 2003). Em fermentação

de cacau, através de métodos não culturais, foi possível identificar a predominância

de espécies de Hanseniospora, em contraponto ao gênero Saccharomyces que

foram dominantes em métodos culturais (Papalexandratou et al., 2013). Os autores

acreditam que o meio de cultura utilizado (MEA) favorece o gênero Saccharomyces,

Page 189: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

171

por ser um microrganismo que utiliza a maltose, presente no meio de cultura, ao

contrário de Hanseniospora, gênero não fermentador do açúcar.

Apesar de a população de Saccharomyces e Candida não ter sido tão

expressiva, a presença dos gêneros nos experimentos até o final da fermentação

indica uma resistência às condições adversas que ocorrem, tais como elevação

acentuada do pH e temperatura (dados aqui não mostrados). Condições

semelhantes foram observadas em fermentação de cacau com os microrganismos

citados, sendo observado também que quanto maior a concentração de etanol no

meio, mais fraco é o desenvolvimento de algumas espécies de leveduras (Ardhana

& Fleet, 2003). De qualquer maneira, a população de leveduras tende a decair até o

final do processo (Schwan, 1998), embora nos experimentos de cupuaçu, pelo

método cultural, tenha sido observado o contrário (Figura 1). A explicação estaria no

fato de que algumas cepas não podem ser obtidas em meios culturais, com a

contagem refletindo apenas a presença de microrganismos viáveis no meio de

cultura. Um exemplo seria o gênero Pichia que como já foi citado, evoluiu até o final

da fermentação em alguns experimentos (Figuras 5, 6 e 7).

A presença de leveduras em fermentação de cacau é essencial, visto que

sua subtração do processo implica na obtenção de produto (chocolate) com

ausência de sabor característico, além de elevada acidez (Ho et al., 2014). Estudos

comprovam que, dependendo da espécie de levedura presente em fermentação, há

influencia no sabor final do chocolate dependendo da cultura starter utilizada. A

espécie Pichia kluyveri, por exemplo, confere sabor mais doce e frutado ao

chocolate, enquanto que a espécie Kluyveromyces marxianus confere sabor mais

amargo, azedo e adstringente (Crafack et al., 2013). Esta última espécie citada, tem

sua forma sexuada conhecida como Candida kefir (Deak & Beuchat, 1996). Apesar

das espécies dos gêneros encontrados não terem sido identificadas, verifica-se que

a abundância de Pichia foi bem maior que os outros gêneros em todos os

experimentos. Nos resultados de análise sensorial (Capítulo 3) as amostras de

cupulates foram caracterizadas como frutadas e doces, embora todas tenham

também apresentado residual amargo. O gênero Pichia pode ter influência na

característica sensorial descrita.

Page 190: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

172

Outros gêneros de leveduras foram identificados nos experimentos, mas

sua abundância foi variável e não chegou a ser dominante como ocorreu com os

gêneros Pichia e Hanseniospora (Figuras 5, 6 e 7). Estes dois últimos, por sinal,

parece terem sido bastante favorecidos pela concentração de polpa, especialmente

a Hanseniospora. Estudos recentes têm demonstrado, de fato, que grupos de

leveduras em fermentação de cacau são constituídos de um pequeno número de

gêneros dominantes (algumas espécies de Saccharomyces, Pichia, Hanseniospora,

Torulaspora, Kluyveromyces) e por um segundo grupo representado por gêneros

variáveis, mas em menor concentração (Meersman et al., 2013; Ho et al., 2015). De

qualquer forma, a fermentação de cupuaçu também apresentou a mesma

característica, sendo que a abundância de algumas populações ocorreu em

diferentes momentos da fermentação, se adequando às condições existentes no

momento. Foi o que aconteceu com o gênero Pichia, com crescimento aumentado

nas últimas horas de fermentação, quando a produção de etanol estava mais

elevada. Vale ressaltar, como já foi mencionado, que aquele microrganismo utliza o

etanol como fonte de carbono.

Para as bactérias láticas, o gênero Weissella da família

Leuconostocaceae, esteve mais abundante nos primeiros dias de fermentação em

todos os experimentos, enquanto que o gênero Lactobacillus da família

Lactobacillaceae, teve presença mais expressiva após o início da fermentação com

leve declínio no final. Há indícios de que LAB do gênero Weissella não suportam

ambiente com temperatura elevada e concentração de etanol em nível também

elevado, enquanto que algumas espécies do gênero Lactobacillus possuem

habilidade de crescimento nessas condições (Pereira et al., 2012). Isso explicaria a

predominância de Lactobacillus e supressão de Weissella durante a fermentação de

cupuaçu nos períodos em que a temperatura do meio esteve aumentada e o nível de

etanol elevado (Capítulo 2).

A predominância do gênero Lactobacillus tem sido bastante observada

em estudos com fermentação de cacau. A maioria das espécies do gênero

identificadas são homofermentativas (Kostinek et al., 2008; Ouattara et al., 2014).

Na fermentação de cupuaçu, foi observado que a abundância de Lactobacillus

acentuou-se a partir de 12 horas, mas especialmente com 36 h nos experimentos

Page 191: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

173

0R1, 7,5R2, 15R1 e 15R2 (Figuras 5, 6 e 7). De fato, tem sido demonstrado que as

LAB apresentam intensa participação algumas horas após o início da fermentação,

evoluindo durante a mesma e apresentando declínio no final. Nos experimentos

analisados, tanto na contagem de LAB (Figura 1) quanto na abundância relativa do

gênero Lactobacillus nos experimentos a concentração dos microrganismos

permaneceu quase estável até o final da fermentação, cujo tempo, quando

comparado ao de cacau, foi bem mais curto, indicando que talvez o processo ainda

estivesse em pleno curso.

A importância do papel das LAB na fermentação de cacau ainda é

questionável por alguns estudiosos. Foi demonstrado, por exemplo, que alguns

aspectos físico-químicos (pH, concentração de ácidos orgânicos e compostos

voláteis) durante a fermentação, não sofrem influencia por LAB (Ho et al., 2015).

Mas no mesmo estudo, os autores verificaram que os chocolates produzidos com e

sem a presença de LAB não diferiram sensorialmente.

Por outro lado, trabalhos realizados com cacau têm demonstrado que a

adição de LAB em concentrações e intervalos definidos durante a fermentação

confere às amêndoas aumento da qualidade com relação ao aspecto de bem

fermentada (Mai et al., 2014). Espécies heterofermentativas como Lactobacillus

fermentum são consideradas desejáveis pela obtenção de compostos de sabor, tais

como acetoína e 2,3-butanediol, por sua ação sobre o ácido cítrico (Lefeber et al.,

2011). Há outros estudos que também defendem o uso de LAB como culturas starter

na fermentação de cacau, pela potente ação heterofermentativa que algumas

espécies possuem (Ouattara et al., 2014). De qualquer maneira, a população de

LAB, especialmente Lactobacillus, esteve aumentada em todos os experimentos,

principalmente a partir de 12 h mantendo o nível quase constante até o final da

fermentação. A produção de acetoína ou 3-hidroxi-2-butanona (Capítulo 4), por

exemplo, esteve elevada no final da fermentação de 0R1 e durante a metade da

fermentação de 15R2, coincidindo com os picos de crescimento de LAB.

No grupo de AAB, o gênero Gluconobacter esteve abundante nos

primeiros dias de fermentação para todos os experimentos, ao contrário do gênero

Acetobacter cuja expressão foi maior nas últimas horas de fermentação,

especialmente quando se observa maior produção de ácido acético no período. Em

Page 192: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

174

fermentação de sementes de cacau, a presença do gênero Acetobacter é mais

frequente que o Gluconobacter (Schwan & Wheals, 2004) e costuma ocorrer desde

o início da fermentação (Papalexandratou et al., 2013).

O gênero Gluconobacter possui a habilidade de oxidar a glicose a ácido

glucônico, enquanto que o Acetobacter oxida o etanol a ácido acético (Yamada &

Yukphan, 2008). Assim, a abundância de Gluconobacter nas horas iniciais da

fermentação pode estar relacionada com a maior disponibilidade de glicose,

presente na polpa. Em método cultural a contagem inicial estava baixo para AAB e

com provável predomínio do último gênero citado.

O gênero Acetobacter, especialmente a espécie pasteurianus, é quase

uma unanimidade com relação à predominância no ambiente de fermentação

(Meersman et al., 2013; Papalexandratou et al., 2013), mas em outro trabalho com

fermentação de cacau foi observado que determinadas cepas de Acetobacter

tropicalis eram dominantes (Romero-Cortes, 2012). De qualquer maneira, estudos

indicam que a A. pasteurianus é dominante na primeira metade da fermentação,

sendo que a partir daí até as últimas horas A. tropicalis passa a dominar (Nielsen et

al., 2007).

A. pasteurianus é a espécie mais resistente ao calor e acidez (Camu et

al., 2008). De fato, Acetobacter esteve mais abundante a partir de 36 h de

fermentação na maioria dos experimentos, quando a concentração de etanol já

estava elevada, acentuando-se com 60 h, momento em que o ácido acético passa a

predominar no ambiente (Capítulo 2). AAB também são capazes de converter

álcoois, por desidrogenação, em outros tipos de ácidos (propanoico, butanoico, 2-

metilpropanoico, 2-metilbutanoico, 3-metilbutanoico), que são potentes compostos

de sabor (Schrader, 2007). A produção destes, além de ácido acético, também foi

constatada (Capítulo 4) nos mesmos intervalos de tempo nos quais a população de

AAB estava aumentada em 0R1 e 15R2 0R1 (metade e final da fermentação para

ambos experimentos).

Alguns gêneros da família Enterobacteriaceae (Escherichia, Shigella)

foram identificados nos experimentos. Alguns autores sugerem que estes

microrganismos poderiam ser utilizados como marcadores específicos na etapa de

fermentação de cacau (Hamdouche et al., 2014). Alguns sorotipos de Escherichia

Page 193: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

175

coli e espécie de Shigella são potencialmente patogênicos, representando problema

de saúde pública (Balbani & Butugan, 2001). Entretanto, por serem termolábeis,

esses microrganismos podem ser eliminados durante o processamento térmico

(torração das amêndoas).

Nos experimentos com maior quantidade de polpa (15R1 e 15R2) foi

observado o surgimento, ao final da fermentação, de bactérias do gênero Bacillus,

microrganismos esporulados. A família Clostridiaceae se manifestou nos

experimentos 0R2 e 15R2 nas últimas horas de fermentação. De fato, os

microrganismos das famílias citadas são favorecidos quando ocorre mudança no

ambiente de fermentação, pela elevação do pH do meio, a qual foi observada nas

horas finais de fermentação (Schwan & Wheals, 2004). No caso de EBT, a

contagem de esporos foi referente aos microrganismos aeróbios, provavelmente

bacilos termofílicos. Foi observada a elevação do número de esporos de EBT em

15R1 e 15R2 nas últimas horas, claramente relacionada com a diminuição da ofertas

de nutrientes, estímulando a esporulação dos microrganismos, como forma de

resistência às condições que foram se estabelecendo. Da mesma maneira o

crescimento d o número de EBM ocorreu ao longo da fermentação se intensificando

no final. A presença de espécies esporuladas de Bacillus pode representar um

perigo difícil de ser controlado se não forem mantidos níveis mais baixos do

microrganismo no ambiente, como ocorre, por exemplo, com o B. cereus. Algumas

espécies de Bacillus crescem bem à temperatura ambiente. A detecção de

diferentes espécies de Bacillus em chocolate em pó tem demonstrado diferenças na

resistência dos mesmos ao tratamento térmico aplicado, comprometendo a

qualidade do produto final (Lima et al., 2011).

Estabelecendo-se uma comparação entre os microrganismos

identificados por metagenômica e a contagem padrão observa-se relativa

similaridade entre os resultados, principalmente para a família Lactobacillaceae com

tendência de crescimento similar durante o período de fermentação. Na contagem

de esporos, especialmente de bactérias termófilas, a tendência de crescimento

segue o mesmo padrão apresentado para a família Planococcaceae. Com relação

às AAB, a tendência de crescimento apresentada nos dois resultados é semelhante,

sendo que em metagenômica expressaram declínio da família Acetobacteraceae ao

Page 194: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

176

final da fermentação. Embora alguns estudos concordem que o crescimento de

leveduras, LAB e AAB aconteça na forma de sucessão (Schwan & Wheals, 2004),

na contagem padrão foi observado que o desenvolvimento desses microrganismos

ocorreu de forma quase simultânea, assim como já ocorreu em fermentação de

cacau (Camu et al., 2008).

4. CONCLUSÃO

Os resultados de sequenciamento de larga escala mostraram que, apesar

de a diversidade bacteriana não ter sido totalmente capturada no ambiente de

fermentação de cupuaçu, foi identificada maior diversidade, especialmente nos

experimentos com maior quantidade de polpa (7,5 e 15%), embora o mesmo

aspecto não tenha sido observado para leveduras. A estimativa de riqueza também

foi baixa para essa comunidade. Vale ressaltar que o método não cultural em

fermentação de cupuaçu possibilitou identificar os microrganismos e sua

predominância em vários momentos da fermentação. Embora limitado, o método

cultural serviu de apoio para balizar a densidade de populações ao longo da

fermentação, quando confrontados os dados aos resultados de sequenciamento por

metagenômica. Esta última mostrou ser uma importante ferramenta para o

aprofundamento e conhecimento da dinâmica de fermentação de cupuaçu, até então

desconhecida, revelando a importância da concentração de polpa na evolução do

processo. O presente trabalho é pioneiro, pois demonstra que a remoção completa

da polpa subtrai substratos que durante a fermentação podem sofrer transformações

bioquímicas, fornecendo importantes compostos de sabor. Assim, o despolpamento

parcial deve ser considerado, para a obtenção de produto com características

sensoriais desejáveis. Além disso, os microrganismos identificados no presente

trabalho poderão servir de parâmetro em fermentações controladas, para produtores

que desejem obter êxito no processo.

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –

CNPq (Processo n° 485287/2011-0) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado

de São Paulo – FAPESP (Processo 2012/00296-4) pelos recursos concedidos para

o desenvolvimento da pesquisa. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do

Amazonas – FAPEAM e SECT (Secretaria de Ciência e Tecnologia do Amazonas),

Page 195: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

177

pela concessão da bolsa. Ao Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas –

LACEN pela permissão de uso das instalações e equipamentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Afoakwa, E. (2011). Chocolate Science and Technology (1st ed.). Wiley-Blackwell.

Afoakwa, E., Paterson, A., Fowler, M., & Ryan, A. (2008). Flavor formation and

character in cocoa and chocolate: a critical review. Critical Reviews in Food

Science and Nutrition, 48(9), 840–857.

http://doi.org/10.1080/10408390701719272

Altschul, S., Madden, T., Schäffer, A., Zhang, J., Zhang, Z., Miller, W., & Lipman, D.

J. (1997). Gapped BLAST and PSI-BLAST: A new generation of protein

database search programs. Nucleic Acids Research, 25(17), 3389–3402.

http://doi.org/10.1093/nar/25.17.3389

Ardhana, M., & Fleet, G. (2003). The microbial ecology of cocoa bean fermentations

in Indonesia. International Journal of Food Microbiology, 86(1-2), 87–99.

http://doi.org/10.1016/S0168-1605(03)00081-3

Balbani, A.; Butugan, O. (2001). Contaminação biológica de alimentos. Pediatria.

23(4):320-328.

Barel, M. (1997). La Fermentation du Cacao : Le Moyen de L’apprecier Et de La

Maitriser. Revue Des Industries Alimentaires et Agricoles, 14, 211–214.

Beckett, S. T. (2009). Industrial Chocolate Manufacture and Use. (S. T. Beckett, Ed.)

(4th ed.). York, UK: Wiley-Blackwell.

Camu, N., De Winter, T., Verbrugghe, K., Cleenwerck, I., Vandamme, P., Takrama,

J. S., … De Vuyst, L. (2007). Dynamics and biodiversity of populations of lactic

acid bacteria and acetic acid bacteria involved in spontaneous heap

fermentation of cocoa beans in Ghana. Applied and Environmental Microbiology,

73(6), 1809–1824. http://doi.org/10.1128/AEM.02189-06

Page 196: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

178

Camu, N., González, Á., De Winter, T., Van Schoor, A., De Bruyne, K., Vandamme,

P., … De Vuyst, L. (2008). Influence of turning and environmental contamination

on the dynamics of populations of lactic acid and acetic acid bacteria involved in

spontaneous cocoa bean heap fermentation in Ghana. Applied and

Environmental Microbiology, 74(1), 86–98. http://doi.org/10.1128/AEM.01512-07

Cohen, K., Sousa, M., & Jackix, M. (2009). Produto Alimentício Elaborado com

Sementes de Cupuaçu e de Cacau (No. 267). Documentos. Planaltina, DF.

Cohen, O., & Jackix, H. (2005). Estudo do Líquor de Cupuaçu. Ciência E Tecnologia

de Alimentos Tecnol. Aliment., 25(1), 182–190.

Copetti, M., Iamanaka, B., Mororó, R., Pereira, J., Frisvad, J., & Taniwaki, M. (2012).

The effect of cocoa fermentation and weak organic acids on growth and

ochratoxin A production by Aspergillus species. International Journal of Food

Microbiology, 155(3), 158–164. http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2012.01.026

Crafack, M., Mikkelsen, M., Saerens, S., Knudsen, M., Blennow, A., Lowor, S., …

Nielsen, D. S. (2013). Influencing cocoa flavour using Pichia kluyveri and

Kluyveromyces marxianus in a defined mixed starter culture for cocoa

fermentation. International Journal of Food Microbiology, 167(1), 103–116.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2013.06.024

Deak, T.; Beuchat, L. (1996). Handbook of food spoilage yeasts. United States: CRC

Press.

De Vuyst, L., Camu, N., De Winter, T., Vandemeulebroecke, K., Van de Perre, V.,

Vancanneyt, M., … Cleenwerck, I. (2008). Validation of the (GTG)5-rep-PCR

fingerprinting technique for rapid classification and identification of acetic acid

bacteria, with a focus on isolates from Ghanaian fermented cocoa beans.

International Journal of Food Microbiology, 125(1), 79–90.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2007.02.030

Page 197: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

179

Dykhuizen, D. (1998). Santa Rosalia revisited: Why are there so many species of

bacteria? Antonie van Leeuwenhoek, International Journal of General and

Molecular Microbiology, 73, 25–33. http://doi.org/10.1023/A

Gasch, A., & Werner-Washburne, M. (2002). The genomics of yeast responses to

environmental stress and starvation. Functional and Integrative Genomics, 2(4-

5), 181–192. http://doi.org/10.1007/s10142-002-0058-2

Guazzaroni, M., Beloqui, A., Golyshin, P., & Ferrer, M. (2009). Metagenomics as a

new technological tool to gain scientific knowledge. World Journal of

Microbiology and Biotechnology, 25(6), 945–954. http://doi.org/10.1007/s11274-

009-9971-z

Guehi, S., Dabonne, S., Ban-Koffi, L., Kedjebo, D., & Zahouli, G. (2010). Effect of

turning beans and fermentation method on the acidity and physical quality of raw

cocoa beans. Advance Journal of Food Science and Technology, 2(3), 163–171.

Guehi, T., Dadie, A., Koffi, K., Dabonne, S., Ban-Koffi, L., Kedjebo, K., & Nemlin, G.

(2010). Performance of different fermentation methods and the effect of their

duration on the quality of raw cocoa beans. International Journal of Food

Science and Technology, 45(12), 2508–2514. http://doi.org/10.1111/j.1365-

2621.2010.02424.x

Haegeman, B., Hamelin, J., Moriarty, J., Neal, P., Dushoff, J., & Weitz, J. S. (2013).

Robust estimation of microbial diversity in theory and in practice. The ISME

Journal, 7(6), 1092–101. http://doi.org/10.1038/ismej.2013.10

Hamdouche, Y., Guehi, T., Durand, N., Kedjebo, K. B. D., Montet, D., & Meile, J.

(2014). Dynamics of microbial ecology during cocoa fermentation and drying:

Towards the identification of molecular markers. Food Control, 48, 117–122.

http://doi.org/10.1016/j.foodcont.2014.05.031

Hamer, O.; Harper, D., Ryan, P. (2001). PAST: Paleontological statistics software

package for education and data analysis. Paleontologia Electronica.

<http://palaeo-electronicaorg/2001_1/past/issue1_01htm>

Page 198: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

180

Ho, V., Zhao, J., & Fleet, G. (2014). Yeasts are essential for cocoa bean

fermentation. International Journal of Food Microbiology, 174, 72–87.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2013.12.014

Ho, V., Zhao, J., & Fleet, G. (2015). The effect of lactic acid bacteria on cocoa bean

fermentation. International Journal of Food Microbiology, 205, 54–67.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2015.03.031

Hughes, J., Hellmann, J., Ricketts, T., & Bohannan, B. (2001). MINIREVIEW

Counting the Uncountable : Statistical Approaches to Estimating Microbial

Diversity. Applied and Environmental Microbiology, 67(10), 4399–4406.

http://doi.org/10.1128/AEM.67.10.4399

Illeghems, K., Weckx, S., & De Vuyst, L. (2014). Metagenomic analysis of a

spontaneous cocoa bean fermentation process sheds light on the metabolic

capacity and functional properties of the bacterial communities of this

ecosystem. Food Microbiology, 50, 54–63.

http://doi.org/10.1016/j.fm.2015.03.005

Jinap, S., Harun, S., & Ghazali, N. (1994). Formation of Methyl Pyrazine during

Cocoa Bean Fermentation. Pertanika Journal Tropical Agriculture, 17(1), 27–32.

Kadow, D., Bohlmann, J., Phillips, W., & Lieberei, R. (2013). Identification of main

fine or flavour components in two genotypes of the cocoa tree ( Theobroma

cacao L .). Journal of Applied Botany and Food Quality, 86, 90–98.

http://doi.org/10.5073/JABFQ.2013.086.013

Kostinek, M., Ban-Koffi, L., Ottah-Atikpo, M., Teniola, D., Schillinger, U., Holzapfel,

W., & Franz, C. (2008). Diversity of predominant lactic acid bacteria associated

with cococa fermentation in Nigeria. Current Microbiology, 56(4), 306–314.

http://doi.org/10.1007/s00284-008-9097-9

Lagunes Gálvez, S., Loiseau, G., Paredes, J., Barel, M., & Guiraud, J. (2007). Study

on the microflora and biochemistry of cocoa fermentation in the Dominican

Page 199: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

181

Republic. International Journal of Food Microbiology, 114(1), 124–130.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2006.10.041

Leal, G., Gomes, L., Efraim, P., Almeida Tavares, F., & Figueira, A. (2008).

Fermentation of cacao (Theobroma cacao L.) seeds with a hybrid

Kluyveromyces marxianus strain improved product quality attributes. FEMS

Yeast Research, 8(5), 788–798. http://doi.org/10.1111/j.1567-

1364.2008.00405.x

Lefeber, T., Janssens, M., Moens, F., Gobert, W., & De Vuyst, L. (2011). Interesting

starter culture strains for controlled cocoa bean fermentation revealed by

simulated cocoa pulp fermentations of cocoa-specific lactic acid bacteria.

Applied and Environmental Microbiology, 77(18), 6694–6698.

http://doi.org/10.1128/AEM.00594-11

Lefeber, T., Papalexandratou, Z., Gobert, W., Camu, N., & De Vuyst, L. (2012). On-

farm implementation of a starter culture for improved cocoa bean fermentation

and its influence on the flavour of chocolates produced thereof. Food

Microbiology, 30(2), 379–392. http://doi.org/10.1016/j.fm.2011.12.021

Length, F. (2012). Isolation and characterization of acetic acid bacteria in cocoa

fermentation. African Journal of Microbiology Research, 6(2), 339–347.

http://doi.org/10.5897/AJMR11.986

Li, W., & Godzik, A. (2006). Cd-hit: A fast program for clustering and comparing large

sets of protein or nucleotide sequences. Bioinformatics, 22(13), 1658–1659.

http://doi.org/10.1093/bioinformatics/btl158

Lima, L., Kamphuis, H., Nout, M., & Zwietering, M. (2011). Microbiota of cocoa

powder with particular reference to aerobic thermoresistant spore-formers. Food

Microbiology, 28(3), 573–582. http://doi.org/10.1016/j.fm.2010.11.011

Lopes, A., Garcia, N., & Vasconcelos, M. (2003). Avaliação das Condições de

Torração Após a Fermentação de Amêndoas de Cupuaçu (Theobroma

Page 200: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

182

grandiflorum Schum) e Cacau (Theobroma cacao L.). Braz. J. Food Technol,

6(2), 309–316.

Mai, Ho, & Tran. (2014). Fermentation of Cocoa with Addition of Lactic Acid Bacteria.

In International Science, Social Sciences, Engineering and Energy Conference

(pp. 1–8). Udon Thani, Thailand.

Meersman, E., Steensels, J., Mathawan, M., Wittocx, P. J., Saels, V., Struyf, N., …

Verstrepen, K. J. (2013). Detailed analysis of the microbial population in

Malaysian spontaneous cocoa pulp fermentations reveals a core and variable

microbiota. PLoS ONE, 8(12). http://doi.org/10.1371/journal.pone.0081559

Nazaré, R., Barbosa, W., & Viêgas, R. (1990). Processamento das sementes de

cupuaçu para a obtenção de cupulate. Belém, PA: Embrapa CPATU.

Nielsen, D., Teniola, O., Ban-Koffi, L., Owusu, M., Andersson, T. & Holzapfel, W.

(2007). The microbiology of Ghanaian cocoa fermentations analysed using

culture-dependent and culture-independent methods. International Journal of

Food Microbiology, 114(2), 168–186.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2006.09.010

Nielsen, D., Snitkjaer, P., & Van den Berg, F. (2008). Investigating the fermentation

of cocoa by correlating Denaturing Gradient Gel Electrophoresis profiles and

Near Infrared spectra. International Journal of Food Microbiology, 125(2), 133–

140. http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2008.03.040

Oliveira, C. (2001). Isolamento e identificação da microbiota nos diferentes estágios

de fermentação das sementes de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

150 p (Mestrado em Ciência de Alimentos). Universidade Federal do Amazonas,

Brasil.

Oliveira, V. & Costa, J. (2002). Análise de restrição de DNA ribossomal amplificado

(ARDRA) pode diferenciar Fusarium solani f. sp. phaseoli de F. solani f. sp.

glycines. Fitopatologia Brasileira, 27(079), 631–634.

http://doi.org/10.1590/S0100-41582002000600013

Page 201: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

183

Olson, K. E.; Sorrells, K. M. (2001). Thermophilic flat sour sporeformers. In:

DOWNES, F. P.; ITO, K. (Ed.). Compendium of methods for the microbiological

examination of foods. 4 th ed. Washington: APHA, 2001.

Oslan, S., Salleh, A., Abd Rahman, R., Basri, M., & Chor, A. (2012). Locally isolated

yeasts from malaysia: Identification, phylogenetic study and characterization.

Acta Biochimica Polonica, 59(2), 225–229.

Ouattara, D., Ouattara, H., Goualie, B., Kouame, L., & Niamke, S. (2014).

Biochemical and functional properties of lactic acid bacteria isolated from Ivorian

cocoa fermenting beans. J. Appl. Biosci., 77, 6489–6499.

http://doi.org/10.4314/jab.v77i1.9

Ouattara, H., Koffi, B., Karou, G., Sangaré, A., Niamke, S., & Diopoh, J. (2008).

Implication of Bacillus sp. in the production of pectinolytic enzymes during cocoa

fermentation. World Journal of Microbiology and Biotechnology, 24(9), 1753–

1760. http://doi.org/10.1007/s11274-008-9683-9

Ouattara, H., Reverchon, S., Niamke, S., & Nasser, W. (2011). Molecular

identification and pectate lyase production by Bacillus strains involved in cocoa

fermentation. Food Microbiology, 28(1), 1–8.

http://doi.org/10.1016/j.fm.2010.07.020

Papalexandratou, Z., Lefeber, T., Bahrim, B., Lee, O., Daniel, H., & De Vuyst, L.

(2013). Hanseniaspora opuntiae, Saccharomyces cerevisiae, Lactobacillus

fermentum, and Acetobacter pasteurianus predominate during well-performed

Malaysian cocoa bean box fermentations, underlining the importance of these

microbial species for a successful cocoa . Food Microbiology, 35(2), 73–85.

http://doi.org/10.1016/j.fm.2013.02.015

Pereira, G., Miguel, M., Ramos, C., & Schwan, R. (2012). Microbiological and

physicochemical characterization of small-scale cocoa fermentations and

screening of yeast and bacterial strains to develop a defined starter culture.

Applied and Environmental Microbiology, 78(15), 5395–5405.

http://doi.org/10.1128/AEM.01144-12

Page 202: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

184

Pruesse, E., Quast, C., Knittel, K., Fuchs, B., Ludwig, W., Peplies, J., & Glöckner, F.

O. (2007). SILVA: A comprehensive online resource for quality checked and

aligned ribosomal RNA sequence data compatible with ARB. Nucleic Acids

Research, 35(21), 7188–7196. http://doi.org/10.1093/nar/gkm864

Ramos, S., Salazar, M., Pereira, G., & Efraim, P. (2014). Plant and metagenomic

DNA extraction of mucilaginous seeds. MethodsX, 1, 225–228.

http://doi.org/10.1016/j.mex.2014.09.005

Robayo, Z. (2010). Caracterización del proceso de fermentación del grano de

copoazú (Theobroma grandiflorum Willd. ex spreng). 47 p (Especialización em

Ciencia y Tecnologia de Alimentos). Universidad Nacional de Colombia, Bogotá,

Colombia.

Romero-Cortes, T, (2012). Isolation and characterization of acetic acid bacteria in

cocoa fermentation. African Journal of Microbiology Research, 6(2), 339–347.

http://doi.org/10.5897/AJMR11.986

Romanczyk, L., Mcclelland, C., Post, L., & Aitkenb, W. (1995). Formation of 2-Acetyl-

I-pyrroline by Several Bacillus cereus Strains Isolated from Cocoa Fermentation

Boxes. J. Agric. Food Chem., 469–475.

Santos, T., Santana, L, Santos, A., Silva, G., Romano, C., Dias, J., & Rezende, R.

(2011). Lactic acid bacteria dynamics during spontaneous fermentation of cocoa

beans verified by culture-independent denaturing gradient gel electrophoresis.

Genetics and Molecular Research: GMR, 10(4), 2702–2709.

http://doi.org/10.4238/2011.November.4.3Schloss, P., Westcott, S., Ryabin, T.,

Hall, J., Hartmann, M., Hollister, E., … Weber, C. (2009). Introducing mothur:

Open-source, platform-independent, community-supported software for

describing and comparing microbial communities. Applied and Environmental

Microbiology, 75(23), 7537–7541. http://doi.org/10.1128/AEM.01541-09

Schmidt, P., Bálint, M., Greshake, B., Bandow, C., Römbke, J., & Schmitt, I. (2013).

Illumina metabarcoding of a soil fungal community. Soil Biology & Biochemistry,

65, 128–132. http://doi.org/10.1016/j.soilbio.2013.05.014

Page 203: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

185

Schrader, J. (2007). Microbial flavour production. In Flavours and Fragrances:

Chemistry, Bioprocessing and Sustainability (pp. 507–574). Frankfurt:

DECHEMA e.V., Karl-Winnacker-Institute. http://doi.org/10.1007/978-3-540-

49339-6_23

Schwan, R. (1998). Cocoa fermentations conducted with a defined microbial cocktail

inoculum. Applied and Environmental Microbiology, 64(4), 1477–1483.

Schwan, R., & Wheals, A. (2004). The microbiology of cocoa fermentation and its

role in chocolate quality. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 44(4),

205–221. http://doi.org/10.1080/10408690490464104

Schwendimann, L., Kauf, P., Fieseler, L., Gantenbein-Demarchi, C., & Miescher

Schwenninger, S. (2015). Development of a quantitative PCR assay for rapid

detection of Lactobacillus plantarum and Lactobacillus fermentum in cocoa bean

fermentation. Journal of Microbiological Methods, 115, 94–99.

http://doi.org/10.1016/j.mimet.2015.05.022

Simon, C., & Daniel, R. (2011). Metagenomic analyses: Past and future trends.

Applied and Environmental Microbiology, 77(4), 1153–1161.

http://doi.org/10.1128/AEM.02345-10

Spinosa, W.. (2002). Isolamento, seleção, identificação e parâmetros cinéticos de

bactérias acéticas provenientes de indústrias de vinagre. 274 p (Doutorado em

Ciência de Alimentos) Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil.

Stevenson, K.E. & Segner, W.P. (2001). Mesophilic aerobic sporeformers . In:

Downes, F.P., and K. ITO (ed.), Compendium of Methods for the Microbiological

Examination of Fodds, 4th ed. American Public Health Association, Washington,

D.C., 2001. Chapter 22, p. 223-227.

Sukha, D., Butler, D., Umaharan, P., & Boult, E. (2008). The use of an optimised

organoleptic assessment protocol to describe and quantify different flavour

attributes of cocoa liquors made from Ghana and Trinitario beans. European

Page 204: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

186

Food Research and Technology, 226(3), 405–413.

http://doi.org/10.1007/s00217-006-0551-2

Yamada, Y., & Yukphan, P. (2008). Genera and species in acetic acid bacteria.

International Journal of Food Microbiology, 125(1), 15–24.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2007.11.077

Page 205: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

187

DISCUSSÃO GERAL

O processo de fermentação tem início a partir da quebra dos frutos

quando começam a ocorrer diversas alterações físico-químicas e microbiológicas no

ambiente, desencadeadas pela exposição de substratos às enzimas que são

liberadas e a inoculação espontânea em decorrência de fatores externos (Schwan &

Wheaks, 2004; Beckett, 2009). Antes da fermentação das sementes de cupuaçu

geralmente é realizado o despolpamento, visto que a polpa apresenta maior valor

comercial e, por ser abundante, dificulta a evolução do processo, inviabilizando a

atuação dos microrganismos. Como consequência, a formação de compostos que

promovem a elevação da temperatura e mudança do pH do meio são prejudicadas,

assim como a formação de compostos precursores de sabor, desejáveis para a

obtenção do produto final (cupulate) com características sensoriais apreciáveis.

Assim, foi realizada fermentação utilizando sementes de cupuaçu com três

diferentes concentrações de polpa (0, 7,5 e 15%) e duas formas de revolvimento

(fixo – R1; e de acordo com a temperatura – R2), para avaliar a influência sobre as

diversas reações físicas, químicas e microbiológicas que ocorrem.

1. EVOLUÇÃO DA FERMENTAÇÃO: TEMPERARURA, pH, REVOLVIMENTO

Os experimentos 15R1 e 15R2 (com maior concentração de polpa)

apresentaram os maiores tempos de fermentação, assim como atingiram as maiores

temperaturas (41,5 e 42oC). A elevação da temperatura durante a fermentação está

relacionada principalmente com a intensa atividade bioquímica dos microrganismos

que atuam sobre substratos como os açúcares, em uma forte reação exotérmica,

com intensa liberação de calor (Lagunes Gálvez et al., 2007; Beckett, 2009). Em

fermentação de cacau e cupuaçu a temperatura máxima normalmente alcança entre

43,5oC e 50oC (Schwan, 1998; Lopes et al., 2003; Camu et al., 2007) . É possível

que os experimentos não tenham alcançado temperaturas mais elevadas por fatores

como condições climáticas (no período, com alta incidência de chuvas); massa

reduzida de sementes utilizada nos experimentos (em média 8 Kg, sendo que

normalmente as fermentações são realizadas com massas entre 100 e 1000 Kg)

(Cohen & Jackix, 2005; Carvalho et al., 2008).

Os experimentos com menor concentração de polpa (0R1 e 0R2)

apresentaram evolução rápida e contínua do pH, enquanto que os experimentos

Page 206: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

188

com maior concentração de polpa, especialmente 15R1 e 15R2 apresentaram

elevação mais tardia, a partir de 84 e 72 h de fermentação, respectivamente. O

retardo na elevação do pH possivelmente foi influenciado pela concentração de

polpa, que apresenta caráter ácido, com pH em torno de 3,30 (Gondim et al., 2001).

Além de manter baixo pH da massa ao longo da fermentação, a concentração de

polpa também foi determinante para o prolongamento do processo. Em todos os

experimentos a fermentação foi interrompida pelo aumento brusco do pH (entre 6,8

e 8,1), visto que nestas condições pode haver o desenvolvimento de compostos de

sabor indesejáveis (off flavors).

Os experimentos R2 receberam maior número de revolvimentos, que

foram aplicados sempre que era detectada queda na temperatura na massa de

fermentação. Com exceção de 0R2, foi observado que os revolvimentos nos

experimentos 7,5R2 e 15R2 foram um pouco mais efetivos, tendo havido pequena

elevação da temperatura após as manobras. Esses resultados demonstram que os

dois tipos de revolvimentos aplicados não influenciaram de maneira diferente nas

transformações físico-químicas que ocorreram na fermentação. A concentração de

polpa foi com certeza o diferencial em todo o processo, comprovando-se a

importância de mantê-la, pelo menos parcialmente, como forma de aporte de

substratos e também colaborando para a elevação da temperatura, condição

importante para a ação de alguns microrganismos e supressão de outros que não

são de interesse.

2. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DAS SEMENTES DURANTE A

FERMENTAÇÃO

2.1 UMIDADE E ATIVIDADE DE ÁGUA

Os experimentos com maior concentração de polpa (15%) apresentaram

os maiores valores de umidade. Durante a fermentação houve súbita elevação em

todos os experimentos, relacionada à retenção de água que ocorre na semente em

virtude da elevação da temperatura e também pela superoxidação de ácido acético

pelas bactérias acéticas (Mattietto, 2001; Schwan & Wheals, 2004). Apesar da

flutuação dos valores de atividade de água para todos os experimentos, os

resultados no final da fermentação ficaram na faixa 0.98.

Page 207: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

189

2.2 ACIDEZ TITULÁVEL (AT) E pH DAS AMÊNDOAS

Nas primeiras 12 h de fermentação, os experimentos 0R1, 0R2 e 7,5R1

apresentaram brusca elevação na acidez titulável, (AT), seguida de declínio até o

final da fermentação. Somente os experimentos 15R1 e 15R2 apresentaram

alternância nos valores de AT, que pode estar relacionada à ação dos

microrganismos sobre os compostos orgânicos. Ao final da fermentação, os valores

de acidez entre 1,7 e 4,2 meq NaOH/100g dos experimentos ficaram bem abaixo

daqueles encontrados em outros trabalhos com amêndoas de cupuaçu e da faixa

recomendada pelas indústrias para cacau, na ordem de 12 a 15 meq NaOH/100g

(Mattietto, 2001).

Em relação ao pH das sementes integrais com polpa (casca + gérmen +

cotilédone + polpa aderida) observou-se que valor inicial entre 4,0-4,3, sofreu

elevação para valores entre 5,5-6,0 pelas intensas reações químicas que ocorrem

no interior das amêndoas, nas últimas horas de fermentação, conferindo caráter

mais básico ao meio.

2.3 ÁCIDOS ORGÂNICOS, NITROGÊNIO TOTAL E COMPOSTOS FENÓLICOS

Os experimentos com maior concentração de polpa apresentaram

também a maior concentração de ácidos orgânicos, especialmente cítrico e málico.

Ao longo da fermentação, os ácidos sofreram redução. Com 60 h maior produção de

ácido acético foi observada também para 15R1 e 15R2 (14,3 e 12,7 mg.g-1,

respectivamente). São valores próximos aos encontrados em fermentação de cacau

após 72 h (12 e 10 mg.g-1 ) (Ardhana & Fleet, 2003), embora em outros trabalhos a

concentração máxima de ácido acético tenha chegado a 22.5 mg.g-1 no mesmo

período (Lagunes Gálvez et al., 2007). O ácido acético é um importante precursor de

sabor, uma vez que a sua produção durante a fermentação provoca diversas

reações bioquímicas desejáveis à formação do sabor dos produtos obtidos. Além

disso, por ser volátil, é parcialmente eliminado durante a etapa de secagem,

reduzindo a acidez indesejável nos produtos finais (Schwan & Wheals, 2004;

Beckett, 2009). A formação mais elevada de ácido acético nos experimentos citados

(15R1 e 15R2) comprova a importância de manter uma quantidade parcial de polpa

aderida às sementes como forma de garantir produção de ácido acético em maiores

proporções visando a formação de compostos de sabor.

Page 208: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

190

Os experimentos com maior teor de polpa apresentaram maior conteúdo

inicial de nitrogênio total (9,7; 10,1 e 10,2, respectivamente para 0, 7,5 e 15% de

polpa). Durante a fermentação houve oscilação na concentração para todos os

experimentos, com poucas diferenças entre os mesmos quanto aos teores finais.

Durante a fermentação, a concentração de compostos fenólicos diminuiu

progressivamente. Apesar de os experimentos com mais polpa apresentarem

conteúdo ligeiramente maior de compostos fenólicos expressos em mg.g-1 de

catequina, não houve diferença significativa nos resultados finais para todos os

experimentos (entre 16,8 e 19,8 mg.g-1). O tempo de fermentação mais curto levou à

obtenção de amêndoas com teor elevado de compostos fenólicos que conferem ao

produto final, características de amargor e adstringência.

2.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DAS AMÊNDOAS SECAS

As amêndoas foram submetidas à secagem natural e artificial, alcançando

umidade final entre 5,5 e 6,3%, faixa considerada dentro da ideal, 6 a 8%, para

prevenir o desenvolvimento de bolores e não tornar a amêndoa quebradiça (Biehl &

Ziegleder, 2003). As diferentes formas de revolvimento não influenciaram o pH,

acidez titulável e umidade para os experimentos 15R1 e 15R2 e as amêndoas

apresentaram no pH entre 5,8 e 6,2, com baixa acidez titulável, entre 1,2 e 3,2 meq

NaOH/100g.

Em relação aos ácidos orgânicos demonstrou-se novamente que os

experimentos com maiores concentrações de polpa (15R1 e 15R2) também

apresentaram maiores concentrações de ácidos orgânicos, principalmente 15R1,

com maiores teores de ácidos cítrico, málico e acético. O teor de ácido lático nas

amêndoas das amostras esteve entre 2,07 e 3,60 mg.g-1, bem abaixo dos

apresentados por amêndoas de cacau em países, como o Brasil, Malásia e Ilhas

Salomão, cujos valores entre 2,7 e 5,0 mg.g-1 caracterizados como matérias-primas

na categoria de baixo pH e elevada acidez (Jinap; Dimick, 1990). Apesar dos

resultados satisfatórios obtidos ao final da fermentação com concentrações maiores

de ácido acético em relação ao ácido lático, este último, com exceção de 15R2, se

sobrepôs ao ácido acético nos outros experimentos após a secagem das amêndoas.

Embora a diferença entre as concentrações não tenha sido muito grande, o caráter

Page 209: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

191

não volátil que o ácido lático apresenta, confere ao produto final (cupulate) acidez

indesejável que não pode ser eliminada durante a secagem.

Com relação aos compostos fenólicos totais, os experimentos com menor

concentração de polpa (0R1 e 0R2) apresentaram valores superiores, possivelmente

pelo tempo mais curto de fermentação, e menor exposição oxidativa das amêndoas.

Os valores finais de todos os experimentos (entre 8,8 – 13,7 mg.g-1) ainda estão

bem acima dos encontrados por Pugliese et. al (2013) (2,9 mg.g-1) em amêndoas de

cupuaçu logo após a fermentação. Estes resultados são indicativos de que as

amêndoas de cupuaçu poderiam apresentar adstringência e amargor acentuado.

Com relação ao nitrogênio total, com exceção de 7.5R2 e 15R2, os outros

experimentos não diferiram entre si.

Na prova de corte, verificou-se que as amêndoas 7,5R1 apresentaram

maior número de amêndoas com boa compartimentação. Nos demais experimentos

verificou-se maior número de amêndoas com compartimentação parcial e coloração

marrom. Assim como ocorre com o cacau, as amêndoas são consideradas bem

fermentadas quando apresentam coloração escura e boa compartimentação devido

à entrada de água e compostos orgânicos durante a fermentação. Em amêndoas

mal fermentadas de cupuaçu a coloração costuma ser bege (Lopes et al., 2003;

Carvalho et al., 2005). De todos os experimentos, 0R1 foi a que apresentou o pior

grau de fermentação, certamente pelo curto tempo de fermentação (3 dias).

2.5 TESTES DE CORRELAÇÃO

Foi observada correlação positiva entre o teor de ácido cítrico e os teores

de compostos fenólicos totais (CFT), ácidos lático e acético no início da fermentação

(0 h). Contudo, a correlação tornou-se fraca com 12 h, tendo em vista a

metabolização de ácido cítrico para a formação de outros compostos, entre eles os

ácidos orgânicos citados. Verificou-se correlação negativa de ácidos cítrico e lático

com CFT provavelmente pela maior formação do último e sua entrada nas sementes

com oxidação de CFT.

Com 60 h de fermentação foi notada uma forte correlação positiva entre

os teores dos ácidos lático e acético (r= 0.93) devido à produção simultânea de

ambos naquele momento. Nas amêndoas secas também ocorreu uma correlação

Page 210: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

192

positiva entre acidez titulável (AT) e os teores dos ácidos acético (r= 0,68) e lático (r=

0,77). A correlação negativa, embora fraca (r= -0,68 e r= -0,40), entre pH e ambos

os ácidos apresentada nas amêndoas secas podem indicar, segundo estudos

realizados com amêndoas de cacau, relação com o gosto ácido (Holm et al., 1993).

Essa característica é ocasionada pela elevada a concentração de ácido acético,

baixando o pH (Holm et al., 1993; Luna et al., 2002).

Nas amêndoas secas a correlação entre CFT e ácido lático foi fortemente

negativa (r= -0,75), por causa da não volatilidade do ácido lático e da redução de

CFT pela oxidação. Isto também indica que uma parte do ácido lático permaneceu

nas amêndoas, conferindo caráter ácido.

3. ANÁLISE SENSORIAL DOS CUPULATES

As amêndoas secas foram processadas para obtenção de cupulates com

50% de cupuaçu na formulação, os quais foram submetidos a análises sensoriais

com equipe treinada de provadores de Análise Descritiva Quantitativa (ADQ), Teste

afetivo e CATA (Check All That Apply ou “Marque tudo o que se aplica”).

3.1 ANÁLISE DESCRITIVA QUANTITATIVA (ADQ)

Não houve diferença entre as amostras para os atributos aroma doce,

sabor de cupuaçu, sabor de café e derretimento (p ≥ 0,05). Apesar disso, a amostra

15R2 apresentou as maiores médias para os atributos aroma torrado e aroma de

café, residual amargo e sabor de café, enquanto que a amostra 15R1 apresentou

notas mais altas para aroma frutado e aroma doce, gosto doce, sabor de cupuaçu e

derretimento. A diferente percepção de sabores e aromas naquelas amostras pode

estar relacionada com a concentração de polpa e a forma de revolvimento, embora

nas análises anteriores não tenha sido observada diferença entre as formas de

revolvimento aplicadas (R1 e R2).

Na análise de componentes principais (ACP) as duas dimensões do

gráfico explicaram 82,64% dos resultados de ADQ. Um primeiro agrupamento,

composto pelas amostras 0R2, 7,5R1, 7,5R2 e 15R2 foi caracterizado por maior

intensidade dos atributos sabor de café, sabor residual amargo, aroma de café e

aroma torrado. O outro agrupamento composto apenas pela amostra 15R1 foi

caracterizado pelos atributos aroma doce, aroma frutado, sabor de cupuaçu, gosto

Page 211: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

193

doce e derretimento. Em uma 3ª dimensão analisada foi possível observar que a

amostra 0R1 pareceu não estar relacionada a qualquer atributo. O fato de ter

apresentado menor tempo de fermentação e maior quantidade de amêndoas não

fermentadas, quando comparada com as outras amostras, pode ter contribuído para

a reduzida formação de importantes compostos de sabor.

Foi observada correlação positiva entre os atributos aroma doce, aroma

frutado, gosto doce e sabor de cupuaçu, apontando para características do fruto,

possivelmente relacionadas com os compostos voláteis. Houve correlação negativa

entre aroma frutado e sabor residual amargo, sabor cupuaçu e sabor café indicativo

de que quanto maior a percepção de gosto amargo e sabor café, menor é a

percepção de aroma e sabor frutado. Há indícios de que este último é mascarado

pelo gosto amargo e sabor café (Luna et al., 2002). Esta característica pode diminuir

a preferência do consumidor pelo produto.

3.2 TESTE AFETIVO

As amostras 0R1 e 15R2 apresentaram a maior média quanto à aceitação

global, diferindo estatisticamente apenas da amostra 7,5R2. Quanto ao aroma,

apenas as amostras 15R1 e 15R2 diferiram estatisticamente, o que foi confirmado

pelos resultados na ACP, na qual ambas as amostras estiveram agrupadas em

lados opostos. Com relação ao gosto ácido, a amostra 0R2 foi considerada ideal,

talvez pela menor concentração de polpa no início da fermentação, pH das

amêndoas com baixas acidez (6,2) e acidez titulável (1,9 meqNaOH/100g). Quanto à

intensidade do gosto doce, o cupulate formulado com amêndoas do experimento

7,5R1 foi considerado ideal e na intenção de compra os cupulates 0R1 e 15R2

obtiveram as maiores médias, diferindo estatisticamente apenas de 7,5R2. Embora

positiva (maior que 30%), a intenção de compra foi considerada baixa e a amostra

7,5R2 apresentou as maiores rejeições. Isso possivelmente está relacionado ao fato

dos provadores não serem consumidores de cupulate, por este ainda ser um produto

pouco conhecido e consumido.

3.3 CATA (CHECK ALL THAT APPLY)

Na metodologia CATA (Check All That Apply), entre os vários atributos

levantados estavam o sabor frutal, floral, erva, tabaco, pimenta, canela, castanhas,

caramelo, cítrico. No entanto, todas as amostras receberam maior frequência de

Page 212: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

194

citações para os sabores amargo, terra, café, residual amargo ruim e textura firme

ao morder. As amostras 0R1, 7,5R1 e 15R1 foram caracterizadas pelo sabor de café

e doçura, sendo que 15R1 também foi caracterizado pelo sabor de

caramelo/melaço.

Os atributos textura e sabor foram aqueles os consumidores mais

gostaram nas amostras. Entre os atributos que menos gostaram está o amargor,

citado principalmente para as amostras 0R1 e 15R2, embora tenham sido as

amostras mais aceitas no teste afetivo. Na análise de penalidade foram

considerados como atributos positivos significativos gosto doce e de café, acidez

agradável, firmeza e derretimento. Os atributos negativos considerados significativos

foram gosto de terra e sabor residual ruim. Vale ressaltar que as amostras 0R2,

7.5R1 e 7.5R2 foram avaliadas com essas características na opinião de 43 a 60%

dos consumidores, enquanto que as amostras 15R1 e 15R2 apresentaram menor

percentual de citações negativas (entre 23,3 a 31,7%). Depreende-se destes

resultados que a polpa suaviza, de alguma maneira, a percepção dos atributos

negativos. Pela característica extremamente aromática que o fruto possui e também

pela sua composição química, é esperado que o produto final (cupulate) apresente

também características sensoriais peculiares e contrastantes, causando percepção

de sabor doce e amargo ao mesmo tempo. Mas é importante também ressaltar que

o tempo curto de fermentação das sementes e a quantidade elevada de compostos

fenólicos, pode ter impactado no sabor final, considerado residual ruim.

4. COMPOSTOS VOLÁTEIS

Foram pesquisadas a presença e concentração de compostos que podem

estar implicados no sabor do cupulate para as amostras 0R1 e 15R2 que

apresentaram melhor aceitação entre os consumidores.

4.1 SEMENTES DURANTE A FERMENTAÇÃO

Álcoois

A concentração de etanol, elevada no início, foi decaindo até o final da

fermentação, como esperado, já que o etanol é oxidado a ácido acético pelas

bactérias acéticas. Além disso, também há perdas do composto pela sua

volatilidade, visto que a liquefação da polpa e os revolvimentos realizados durante a

Page 213: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

195

fermentação favorecem essa perda (Schwan & Wheals, 2004; Lagunes Gálvez et al.,

2007; Lefeber et al., 2012). Durante a evolução da fermentação em 0R1 e 15R2, a

concentração dos outros álcoois (2-metil-3-buten-2-ol, 3-metil 2-buten-1-ol, 3-metil-

1-butanol, 3,7-dimetil-1,6-octadien-3-ol) também foi diminuindo até o final. Dos

álcoois citados, o 3-metil-1-butanol, 3,7-dimetil-1,6-octadien-3-ol, conhecido como

linalol, é um composto presente na polpa de cupuaçu (Quijano & Pino, 2007)

apresentando aroma impactante (Oliveira et al., 2004), sendo que maior

concentração daquele composto foi detectada em 15R2. Álcoois secundários, como

o 2-pentanol e 2-heptanol, foram detectados nas últimas horas de fermentação de

15R2, sendo considerados também importantes compostos aromáticos ativos

(Strohalm et al., 2007 citados por Schwab et al., 2008).

Ésteres

As concentrações de acetato de etila e 3-metil-1-butanol acetato

apresentaram aumento no início e na metade da fermentação para 0R1 e 15R2,

respectivamente. O teor de polpa de 15R2 parece ter contribuído para as maiores

concentrações de acetato de etila, visto que é um composto encontrado

naturalmente na polpa de cupuaçu (Quijano & Pino, 2007), podendo ocorrer sua

produção durante a fermentação, pela ação de leveduras (Schwan & Wheals, 2004).

Aldeídos

O benzaldeído e benzenoacetaldeído foram detectados desde o início da

fermentação em 0R1 e nas últimas horas em 15R2. O benzaldeído é associado ao

gosto amargo em cacau em pó (Bonvehí, 2005) e está presente também em

amêndoas amargas (Schwab et al., 2008). Outro aldeído, o 3-metilbutanal,

apresentou maior concentração em 0R1 que em 15R2 durante a fermentação. Mas

percebe-se que a formação daquele composto em 0R1 estava começando quando

foi finalizada a fermentação. Alguns autores atribuem ao aldeído aroma com nota de

malte (Frauendorfer & Schieberle, 2006). Durante a torração de amêndoas de cacau,

sua concentração tende a aumentar (Frauendorfer & Schieberle, 2008).

Ácidos

O teor de polpa de 15R1 parece ter influenciado nas concentrações mais

elevadas de ácidos orgânicos. Alguns compostos formados durante a fermentação

Page 214: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

196

não sofrem muita influência do processo de torração, ao contrário do ácido acético

que tem sua concentração reduzida drasticamente. Os ácidos butanoico e 3-

metilbutanóico foram detectados nos dois experimentos, nas primeiras horas de

fermentação. O ácido 2-metilpropanóico foi detectado somente no último dia de 0R1

e a partir de 60 h em 15R2. É um composto com potente flavor de chocolate

(Frauendorfer & Schieberle, 2008; Rodriguez-Campos et al., 2012). Todos estes

ácidos são de grande importância para a indústria por causa do intenso aroma

(Schwab et al., 2008).

Cetonas

A 3-hidroxi-2-butanona (acetoína) esteve presente desde o início da

fermentação em ambos os experimentos. É um composto resultante da ação de

bactérias láticas sobre o ácido cítrico (Crafack et al., 2013), com liberação de odor

de manteiga e creme.

4.2 COMPOSTOS VOLÁTEIS IDENTIFICADOS NAS AMÊNDOAS SECAS, NIBS E

CUPULATES

Amêndoas secas: em 0R1 e 15R2 foram identificados 11 e 17 compostos

voláteis, respectivamente. Apesar de estar em baixa concentração nas duas

amostras, os álcoois foram mais abundantes em 15R2 que em 0R1. Os aldeídos

apresentaram concentração diminuída nas amêndoas após a secagem,

especialmente para 0R1. Das cetonas, a acetofenona foi detectada apenas em

15R2. É um composto que apresenta flavor com nota doce e floral, sendo que sua

concentração tende a elevar-se após a secagem sob temperatura mais alta (80oC),

tendo sido detectada em cacau torrado (Bonvehí, 2005; Rodriguez-Campos et al.,

2012). O ácido acético foi detectado ainda nas amêndoas dos dois experimentos,

apesar do processo de secagem.

Nibs: após a torração foi constatada redução na concentração de aldeídos

(benzaldeído e benzenoacetaldeído) nos nibs, com exceção de 3-metilbutanal, que

aumentou. Houve redução também de ácido acético. A acetofenona e o ácido 2-

metilpropanoico foram detectados apenas em 15R2, provavelmente pelo maior teor

de polpa.

Cupulates: foram identificados 14 compostos voláteis tanto na amostra

0R1 quanto em 15R2. O ácido acético e alguns álcoois ainda estavam presentes,

Page 215: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

197

embora em menor concentração, tendo em vista o processamento térmico

(conchagem, temperagem) pelo qual passaram os produtos. O 3-metilbutanal

apresentou elevação, especialmente para 0R1. Na amostra 15R2 foi detectada a

presença do ácido 2-metilpropanoico, importante composto aromático encontrado

em liquor de cacau (Misnawi & Ariza, 2011), assim como o linalol. A presença deste

último no cupulate reforça a afirmação de alguns autores que sugerem haver uma

migração de compostos voláteis presentes na polpa para os cotilédones durante a

fermentação (Quijano & Pino, 2007; Kadow et al., 2013). Também existe a tese de

que alguns compostos orgânicos não são formados a partir dos precursores durante

a torração, mas são provenientes da fermentação sofrendo transformações químicas

nas etapas posteriores, principalmente na torração (Frauendorfer & Schieberle,

2008). O mesmo autor argumenta que alguns compostos são raramente afetados

pelos processos térmicos aplicados.

4.3 COMPOSTOS PIRAZÍNICOS NAS AMÊNDOAS SECAS, NIBS E CUPULATES

Amêndoas secas: a presença de pirazinas nas amêndoas secas indica

que durante a secagem houve o desenvolvimento daqueles compostos, pelo

aumento na temperatura do meio causada pela irradiação, que desencadeia reações

químicas entre os precursores presentes (Rodriguez-Campos et al., 2012). A

tetrametilpirazina foi detectada nas duas amostras, enquanto que a trimetilpirazina e

a 2,3-dimetil-5-etilpirazina foram identificadas apenas em 15R2. A primeira é

apontada como um dos primeiros compostos pirazínicos formados após a

fermentação sob a ação de microrganismos (Zak et al., 1972 citados por

Oberparleiter & Ziegleder, 1997). Em outros trabalhos com amêndoas de cupuaçu

também foi detectada a presença de pirazinas (2,6-dimetilpirazina) antes da torração

(Queiroz & Garcia, 1999).

Nibs: foram identificados mais compostos pirazínicos na amostra 15R2

que 0R1, possivelmente pelo teor de polpa e mais substratos disponíveis. A

trimetilpirazina, a tetrametilpirazina e a 2,3,5-trimetil-6-pirazina apresentaram as

concentrações mais elevadas em 15R2.

Cupulates: também nos cupulates foram detectadas maiores

concentrações de pirazinas na amostra 15R2, especialmente a tetrametilpirazina,

com uma concentração superior (0,1136 mg kg-1) quando comparada com a amostra

Page 216: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

198

0R1 (0,0379 mg kg-1). As concentrações de 2,5-dimetilpirazina, trimetilpirazina e

tetrametilpirazina tendem a aumentar na etapa de conchagem (Counet et al., 2002) .

Foi o que ocorreu com a tetrametilpirazina que apresentou elevação para as duas

amostras. Apenas a trimetilpirazina apresentou redução na 15R2. O odor de

trimetilpirazina e isômeros de 2-etil-3(5,6)-dimetilpirazinas é associado à terra

(Counet et al., 2002).

A qualidade e quantidade de compostos de sabor encontradas na

amostra 15R2 foram superiores às de 0R1. Além de maior concentração de polpa e,

é claro, maior oferta de substratos, o tempo mais prolongado de fermentação (108 h

de 15R2 contra 60 h de 0R1) pode ter dado mais chances de formação de

compostos de sabor. No último dia de fermentação de 0R1 importante compostos de

sabor como o ácido 2-metilpropanoico e 3-metilbutanal começaram a surgir,

indicando que naquele momento a fermentação estava ainda ocorrendo. Há estudos

indicando que as diferenças entre amêndoas torradas e não torradas estão em

mudanças quantitativas e não qualitativas na composição de um pequeno número

de compostos de aroma, considerados chave (Frauendorfer & Schieberle, 2008). De

fato, foi observado que embora 0R1 tenha apresentado diversidade ligeiramente

maior de compostos pirazínicos em relação à 15R2, esta última apresentou

concentrações maiores de importantes compostos de sabor. Com estes resultados,

e considerando também aqueles apresentados na análise sensorial, conclui-se que

a amostra 15R2 pode ser considerada a melhor dentre as outras.

5. EXTRAÇÃO DE DNA PARA IDENTIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS

ENVOLVIDOS NA FERMENTAÇÃO

Diferentes protocolos para extração de DNA dos microrganismos

envolvidos na fermentação de cupuaçu foram testados sem sucesso, especialmente

os kits de extração comerciais disponíveis. Uma das dificuldades encontradas no

trabalho está relacionada com a composição da polpa aderida à semente, rica em

mucilagem, açúcares e etanol, além dos lipídios presentes nos cotilédones,

compostos fenólicos e proteínas (Gondim et al., 2001; Rogez et al., 2004). São

materiais interferentes que dificultam a extração e obtenção de DNA com qualidade

para sequenciamento de alto rendimento.

Page 217: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

199

5.1 EXTRAÇÃO DE DNA

Após tentativas, foi obtido protocolo de extração de RNA, inicialmente

descrito por Zeng et al. (2002) e com modificações propostas por Provost et al.

(2007), sendo adaptado para extração de DNA nas sementes de cupuaçu das seis

condições coletadas durante a fermentação. Entre as modificações feitas para

obtenção do protocolo, foi incluída na etapa inicial adição de éter de petróleo às

amostras pulverizadas para remoção da fase lipídica, visto que as sementes são

ricas em lipídios. Posteriormente, as amostras sofreram tratamento pela adição de

substâncias que promovem a precipitação e extração de proteínas e

polissacarídeos, adição de RNAse para digestão de RNA, adição de compostos

específicos para precipitação do ácido nucleico (NaCl, isopropanol, clorofórmio +

álcool isoamílico) e lavagem final com etanol, a 70%.

5.2 RENDIMENTO E QUALIDADE DO DNA

A concentração de DNA foi verificada e os resultados demonstraram que

a concentração em ng, de todas as amostras, estava dentro das condições ótimas

requeridas, ou seja, baixa concentração de proteína e maior quantidade de DNA

extraído. Para confirmar a qualidade das amostras de DNA foi feito PCR utilizando

primers 16S em uma das amostras (amostra 15% polpa - 3º dia de fermentação).

Embora pequena, a presença de carboidratos nas amostras não influenciou

negativamente na amplificação do conteúdo de DNA bacteriano.

Durante a fermentação as sementes sofrem profundas transformações

bioquímicas com produção de diferentes compostos orgânicos, culminando com a

liberação, dentro dos cotilédones, de compostos fenólicos e enzimas proteolíticas

(Beckett, 2009). Os compostos fenólicos, por exemplo, estão em maior concentração

em sementes antes da fermentação, visto que durante a fermentação, vão sofrendo

oxidação pelo aumento da aeração (Pugliese et al., 2013). Embora ocorra uma

diminuição na concentração daqueles compostos, muitos flavonoides podem

interferir no processo de extração de DNA (Schrader et al., 2012). A quantidade de

polpa presente nos experimentos com maior quantidade de polpa (7.5 e 15%)

representou uma barreira na obtenção do DNA. Os resultados da quantificação de

DNA mostraram muita variação na concentração de ácido nucleico, embora as

razões ácido nucleico/proteína e ácido nucleico/carboidratos estivessem dentro dos

Page 218: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

200

níveis aceitáveis. Essa variação pode estar relacionada com as diferentes

concentrações de polpa existentes nas amostras pelos diferentes tempos em que

foram coletadas durante a fermentação.

A dificuldade em realizar a extração de DNA a partir de matrizes vegetais

é atribuída à presença de polifenóis e polissacarídeos (Japelaghi, Haddad, &

Garoosi, 2011). Segundo Asif et al. (2000) citado por Japelaghi et al. (2011), estas

substâncias afetam a qualidade e/ou quantidade de ácidos nucleicos. O protocolo

desenvolvido mostrou ser eficiente podendo ser aplicado na extração de DNA a

partir de amostras similares, de origem vegetal, que apresentam em sua composição

substâncias interferentes também semelhantes.

6. MICROBIOLOGIA DA FERMENTAÇÃO

Ao longo da fermentação foi efetuada contagem em placa de leveduras,

bactérias láticas (LAB), bactérias acéticas (AAB), esporos de bactérias mesófilas

(EBM) e esporos de bactérias termófilas (EBT) nos seis experimentos.

6.1 CONTAGEM EM PLACA DE LEVEDURAS E BACTÉRIAS

a Leveduras

Com crescimento desde o início da fermentação até o final, as leveduras

apresentaram contagem final nos seis experimentos (6,6 e 7,50 log UFC g-1), bem

acima de outros resultados encontrados em fermentação de cupuaçu, (1,3 a 1,8 log

UFC.g-1) (Robayo, 2010), possivelmente devido ao tempo de fermentação que foi

mais curto (60 a 108 h) contra 144 h.

b. Bactérias acéticas (AAB)

Os experimentos 0R1 e 0R2 apresentaram contagem máxima de AAB

(7,5 e 6,5 log UFC g-1, respectivamente) inferior às de 7,5R1 e R2 (7,9 e 7,7 log UFC

g-1, respectivamente); e de 15R1 e R2 (7,7 e 7,6 log UFC g-1, respectivamente). A

concentração de polpa mais abundante parece favorecer o desenvolvimento das

AAB, além de oferecer mais substratos. Nos experimentos 15R1 e 15R2 foi

observada alternância no crescimento de AAB com diferença entre 1 a 2 log, mas

mantendo níveis elevados ainda no final da fermentação. Aqueles microrganismos

estavam, de certa maneira, se adaptando às condições do ambiente, pela presença

ainda abundante de polpa, a qual representa uma barreira para a entrada de ar. Mas

Page 219: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

201

nas últimas horas de fermentação, em que a polpa já estava praticamente liquefeita,

o aumento da população de AAB tornou-se mais notável, até pelas condições

favoráveis ora estabelecidas, pelo ambiente mais aerado e também pela

disponibilidade de etanol.

c. Bactérias láticas (LAB)

Foi observada uma contagem maior de LAB nos experimentos com

revolvimento R2. Mas todos os experimentos apresentaram contagem de LAB

estável, superior às contagens de AAB no final da fermentação. As LAB são

microrganismos que crescem em baixa tensão de oxigênio (Schwan & Wheals,

2004), e por esse motivo é recomendada a aplicação periódica de revolvimentos

para limitar o seu crescimento (Guehi et al., 2010), prevenindo a metabolização de

ácido cítrico em ácido lático, que confere acidez indesejável ao produto final

(Afoakwa et al., 2008). Apesar da aplicação de revolvimento ter sido feita

diariamente (especialmente para os experimentos R1), o crescimento de LAB parece

não ter sido afetado pelas manobras.

d. Esporos de bactérias mesófilas (EBM) e de bactérias termófilas (EBT)

Houve aumento no número de EBM ao longo de toda a fermentação em

todos os experimentos com contagem final entre 6,1 e 7,8 log UFC g-1, embora a

população desses microrganismos estivesse baixa durante toda a fermentação, para

todos os experimentos, apresentando crescimento súbito nas últimas horas somente

para os experimentos 15R1 e 15R2. As condições estabelecidas naquele momento,

que compreendiam além da elevação acentuada do pH, mas também menor

disponibilidade de nutrientes levaram ao aumento da esporulação. De fato, estudos

com fermentação de cacau tem relatado o aumento de bactérias esporuladas nos

momentos finais da fermentação (Ostovar; Keeney, 1973; Schwan et al., 1986

citados por Romanczyk et al., 1995; Ardhana & Fleet, 2003). Apesar de não estar

claro qual o papel das bactérias esporuladas na fermentação, alguns estudos

apontam para uma possível produção de sabores estranhos (off flavors) pelos

microrganismos (Schwan & Wheals, 2004), e mesmo produção de compostos

desejáveis de sabor como o 2-3-butanediol, pirazinas, ácido acético e ácido lático

(Jinap et al., 1994; Schwan, 1998). A produção de protease e lipase tem sido

também relacionada ao Bacillus sp em fermentação de cacau (Ardhana & Fleet,

2003).

Page 220: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

202

A presença de maior concentração de polpa prolongou o tempo de

fermentação e, de certa forma, expôs de forma mais clara a competição que existe

entre os microrganismos presentes. A polpa favoreceu as bactérias, embora tenha

influenciado no retardo no tempo de fermentação, na liquefação da polpa e aumento

tardio da temperatura do meio, principalmente nos experimentos com 15 % de polpa.

Aparentemente as leveduras, microrganismos primordiais no processo, precisaram

de mais tempo para se adaptar às condições adversas para conseguir vencer as

barreiras e dar início à metabolização dos açúcares para produção de etanol, por

isso a elevação mais tardia da temperatura para os experimentos com mais polpa.

Na contagem em placa, em todos os experimentos, a concentração de leveduras

aumentou até o final da fermentação, assim como o número de EBM, em vista das

razões já explicadas. O aumento abrupto do número de EBT só ocorreu para 15R1 e

15R2 no final da fermentação.

6.2 SEQUENCIAMENTO: ANÁLISE DAS SEQUENCIAS DO DNA 16S E ITS4

Comparando-se os resultados de OTU’s obtidos entre as comunidades de

leveduras e bactérias, observa-se que estas últimas, além de apresentar maior

número de OTU’s, apresentaram também os maiores valores nos experimentos com

maior concentração de polpa (7,5R1, 7,5R2, 15R1 e 15R2). As leveduras

apresentaram maior expressão nos experimentos com menor quantidade de polpa

(0R1 e 0R2). Estes resultados reforçam a ideia de que a polpa constitui um fator

facilitador para o desenvolvimento de bactérias.

6.3 ESTIMADORES DE RIQUEZA E SIMILARIDADE

6.3.1 Análise de rarefação para estimativa de riqueza das populações de bactérias

Foi realizada a curva de rarefação de bactérias apenas para os

experimentos 0R1 e 15R2, representantes de extremos da amostra com 0% polpa e

15% polpa. A curva com os resultados dos reads gerados ao longo da fermentação

demonstrou que tanto 0R1 quanto 15R2 continuaram a apresentar elevação no

número de OTU’s. A estabilização não foi alcançada em ambos os experimentos,

provavelmente pela alta diversidade presente, indicando que a captura de bactérias

presentes no ambiente estudado não foi totalmente alcançada. Estudos também têm

demonstrado que aumentando a amostragem, são aumentadas as chances de

observação das populações de microrganismos em qualquer ambiente (Hugues et

Page 221: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

203

al., 2001). Isso leva a crer que em um ambiente de fermentação como o que foi

estudado, no qual a quantidade média de sementes estava em torno de 8 Kg, a

possibilidade de haver maior diversidade em ambientes de fermentação na ordem

de toneladas é maior. Assim, a curva de rarefação indica claramente que a

diversidade presente de bactérias presentes no ambiente de fermentação pode ser

muito mais ampla.

6.3.2 Similaridade

No domínio bactéria foi observado um agrupamento entre os

experimentos com mesma concentração de polpa e revolvimentos diferentes. Os

experimentos 0R1 e 0R2, por exemplo, apresentaram 80% de similaridade. Ou seja,

o despolpamento total (0%) favorece a maior similaridade entre os experimentos nos

diferentes processos fermentativos. Foi percebido que a similaridade entre as

populações do domínio bactéria tendem a diminuir com maior concentração de

polpa, concluindo que nesse caso ocorra um aumento na diversidade bacteriana

nessas condições.

No domínio levedura o agrupamento não ocorreu em função do

despolpamento, sendo observada similaridade entre os experimentos com valores

entre 45 e 100%. Mas foi observado índice maior de similaridade entre experimentos

de diferentes concentrações de polpa, mas com revolvimentos iguais: 0R1 e 15R1 (±

68%); 7,5R2 e 15R2 (100%). A similaridade de leveduras entre os outros

experimentos foi menor que o observado em bactérias, supondo que a aeração

fornecida em diferentes momentos causou uma alteração no ambiente, afetando de

alguma forma a população de leveduras independente da concentração de polpa.

6.3.3 Estimadores de diversidade e riqueza (Índice de Shannon e Chao1)

Com relação aos dados de alfa-diversidade (na qual é feita a observação

de diversidade dentro de uma amostra) para cada tempo e condição de

fermentação, observou-se que os valores de Shannon para o domínio bactéria foram

maiores que para leveduras. Além disso, notou-se aumento dos valores em função

do tempo de fermentação (h). Por outro lado, os valores de Shannon para levedura

não foram superiores a 1,77, sendo, portanto, indicativo de baixa diversidade de

leveduras nas amostras. O índice de Chao 1 revelou maior riqueza para o domínio

bactéria, que foi aumentando ao longo da fermentação.

Page 222: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

204

Embora as leveduras exerçam um importante papel no preparo do

ambiente para a ação das bactérias no início da fermentação, os resultados

demonstram que estas últimas são bastante ativas em todo o processo, tendo sua

participação aumentada na metade até o final da fermentação. Pela grande

diversidade encontrada do domínio bactéria em todos os experimentos supõe-se

que as diferentes populações presentes colaboram de alguma maneira na

transformação do ambiente. Pela diversidade e riqueza de leveduras encontradas

nos experimentos, a sua participação ao longo da fermentação não parece ter sido

tão expressiva como a do domínio bactéria, indicando uma provável competição

entre essas duas comunidades.

6.4 PERFIL TAXONÔMICO DAS COMUNIDADES DE LEVEDURAS NA

FERMENTAÇÃO

A presença de leveduras na fermentação é essencial, visto que sua

subtração do meio implica na obtenção de produto (chocolate) com ausência de

sabor característico, além de elevada acidez (Ho et al., 2014). Durante a

fermentação foi observada predominância do GÊNERO Hanseniospora em todos os

experimentos nos momentos iniciais com declínio nas últimas horas. No sentido

contrário, o GÊNERO Pichia começou a apresentar elevação a partir de 12h nos

experimentos 0R1 e 0R2; e com 36 h nos outros experimentos até o momento final

da fermentação. A manifestação do GÊNERO Pichia horas após o início da

fermentação com evolução até o final tem explicação no fato daquela levedura

utilizar etanol como fonte de carbono (Oslan et al., 2012). A ascensão da Pichia

ocorreu em um momento no qual a concentração de etanol já estava elevada pela

ação das leveduras sobre os açúcares presentes.

A predominância do GÊNERO Hanseniospora desde o início da

fermentação em relação aos outros gêneros de leveduras também foi observada em

fermentação de cacau (Ardhana & Fleet, 2003; Hamdouche et al., 2014). Ainda em

fermentação de cacau, através de métodos não culturais, foi possível identificar a

predominância de espécies de Hanseniospora, em relação ao GÊNERO

Saccharomyces, dominantes em métodos culturais (Papalexandratou et al., 2013).

Os autores acreditam que a presença no meio de cultura do açúcar maltose

favorece o GÊNERO Saccharomyces, ao contrário de Hanseniospora, GÊNERO não

Page 223: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

205

fermentador do açúcar. Foi observado também que a população de Saccharomyces

e Candida não foi expressiva nos experimentos, mas a presença na fermentação até

o final indica uma resistência às condições adversas durante o processo, tais como

elevação da temperatura e pH.

Outros gêneros de leveduras foram identificados nos experimentos, mas

sua abundância foi variável e não chegou a ser dominante como ocorreu com os

gêneros Pichia e Hanseniospora. Esta última foi especialmente favorecida nos

experimentos com maior concentração de polpa. Estudos recentes têm

demonstrado, de fato, que grupos de leveduras em fermentação de cacau são

constituídos de um pequeno número de gêneros dominantes (algumas espécies de

Saccharomyces, Pichia, Hanseniospora, Torulaspora, Kluyveromyces) e por um

segundo grupo representado por gêneros variáveis, mas em baixa concentração

(Meersman et al., 2013; Ho et al., 2014). Situação semelhante foi observada neste

trabalho.

6.5 PERFIL TAXONÔMICO DAS COMUNIDADES DE BACTÉRIAS NA

FERMENTAÇÃO

Para as bactérias láticas, o GÊNERO Weissella (FAMÍLIA

Leuconostocaceae) foi predominante nos primeiros dias de fermentação em todos

os experimentos, enquanto que o GÊNERO Lactobacillus (FAMÍLIA

Lactobacillaceae) teve presença mais expressiva após o início com leve declínio no

final. Tudo indica que ambiente com temperatura e concentração de etanol elevadas

não favorecem o desenvolvimento de Weissella, enquanto que algumas espécies de

Lactobacillus possuem habilidade de crescimento nessas condições (Pereira et al.,

2012). Isso explicaria a prevalência de Lactobacillus e supressão de Weissella

durante a fermentação de cupuaçu nos períodos em que a temperatura do meio

esteve aumentada e o nível de etanol elevado.

A predominância do GÊNERO Lactobacillus tem sido bastante observada

em estudos com fermentação de cacau. A maioria das espécies identificadas são

homofermentativas (Kostinek et al., 2008; Ouattara et al., 2014). Na fermentação de

cupuaçu, foi observado que a abundância de Lactobacillus acentuou-se a partir de

12 horas, mas especialmente com 36 h nos experimentos 0R1, 7,5R2, 15R1 e 15R2.

De fato, tem sido demonstrado que as LAB apresentam intensa participação

Page 224: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

206

algumas horas após o início da fermentação, evoluindo durante a mesma e

diminuição no final. Nos experimentos analisados, tanto na contagem padrão de

láticas quanto na abundância relativa do gênero Lactobacillus nos experimentos a

concentração dos microrganismos permaneceu estável até o final da fermentação. O

tempo de fermentação do cupuaçu, quando comparado ao de cacau, foi bem mais

curto, indicando que talvez o processo ainda estivesse em pleno curso.

A importância do papel das LAB na fermentação de cacau ainda é

questionável por alguns estudiosos. Foi demonstrado, por exemplo, que a presença

ou ausência de LAB durante a fermentação não exerce influência sobre o pH da

polpa e amêndoas de cacau, e tão pouco sobre as concentrações de ácidos

orgânicos e compostos voláteis durante a fermentação (Ho et al., 2015). Por outro

lado, trabalhos realizados com cacau demonstram que a adição de LAB em

concentrações e intervalos definidos durante a fermentação confere às amêndoas

aumento da qualidade com relação ao aspecto de bem fermentada (Mai et al.,

2014). Espécies heterofermentativas como Lactobacillus fermentum são

consideradas desejáveis pela obtenção de compostos de sabor, tais como acetoína

e 2,3 butanediol, por sua ação sobre o ácido cítrico (Lefeber et al., 2011). Há outros

estudos que também defendem o uso de LAB como culturas starter na fermentação

de cacau, pela potente ação heterofermentativa que algumas espécies possuem

(Ouattara et al., 2014).

No grupo de AAB, o GÊNERO Gluconobacter esteve mais abundante nos

primeiros dias de fermentação para todos os experimentos, ao contrário de

Acetobacter cuja expressão foi maior nas últimas horas, especialmente quando se

observa maior produção de ácido acético no período. Em fermentação de sementes

de cacau, a presença de Acetobacter é mais frequente que o Gluconobacter

(Schwan & Wheals, 2004) e costuma ocorrer desde o início da fermentação

(Papalexandratou et al., 2013). O GÊNERO Gluconobacter possui a habilidade de

oxidar a glicose a ácido glucônico, enquanto que o Acetobacter oxida o etanol a

ácido acético (Yamada & Yukphan, 2008). A abundância de Gluconobacter nas

horas iniciais da fermentação pode estar relacionada com a maior disponibilidade de

glicose, presente na polpa, que naquele momento começa a ser utilizada pelas

leveduras para produção de etanol.

Page 225: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

207

O GÊNERO Acetobacter, especialmente a espécie A. pasteurianus, é

quase uma unanimidade com relação à predominância no ambiente de fermentação

(Meersman et al., 2013; Papalexandratou et al., 2013,), mas quanto aos diferentes

momentos de fermentação pode haver predomínio de uma ou outra espécie de

Acetobacter (Nielsen et al., 2007; Romero-Cortes, 2012). A. pasteurianus é a

espécie mais resistente ao calor e acidez (Camu et al., 2008). Foi observada

abundância de Acetobacter a partir de 36 h de fermentação na maioria dos

experimentos, quando a concentração de etanol já estava elevada, acentuando-se

com 60 h, momento em que o ácido acético passa a ser abundante no ambiente.

AAB também são capazes de converter álcoois, por desidrogenação, em outros

tipos de ácidos (propanoico, butanoico, 2-metilpropanoico, 2-metilbutanoico, 3-

metilbutanoico), os quais são potentes compostos de sabor (Schrader, 2007). A

produção destes compostos, além de ácido acético, também foi constatada (Capítulo

4) nos mesmos intervalos de tempo nos quais a população de AAB estava

aumentada em 0R1 e 15R2 0R1 (metade e final da fermentação para ambos

experimentos).

Alguns GÊNEROS da FAMÍLIA Enterobacteriaceae (Escherichia, Shigella)

foram identificados nos experimentos. Alguns autores sugerem que estes

microrganismos poderiam ser utilizados como marcadores específicos na etapa de

fermentação de cacau (Hamdouche et al., 2014), como forma de avaliar o estágio do

processo. Nos experimentos com maior quantidade de polpa (15R1 e 15R2) foi

observado o surgimento, ao final da fermentação, de bactérias do GÊNERO Bacillus,

microrganismos esporulados. A FAMÍLIA Clostridiaceae se manifestou nos

experimentos 0R2 e 15R2 nas últimas horas de fermentação. Os microrganismos

das FAMÍLIAS citadas são favorecidos quando ocorre mudança no ambiente de

fermentação, pela elevação do pH do meio, observada nas horas finais de

fermentação (Schwan & Wheals, 2004).

Bactérias do gênero Bacillus são termorresistentes, por serem

microrganismos esporulados. No caso de EBT, o aumento no número em 15R1 e

15R2 nas últimas horas está claramente relacionada com a elevação do pH do meio

naquele momento e à diminuição no aporte de nutrientes. O mesmo ocorreu com a

contagem de EBM que também apresentou elevação ao longo da fermentação.

Page 226: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

208

Algumas espécies de Bacillus crescem bem à temperatura ambiente, podendo

encontrar condições favoráveis para a esporulação. A detecção de diferentes

espécies de Bacillus em chocolate em pó tem demonstrado diferenças na resistência

dos mesmos ao tratamento térmico aplicado, podendo comprometer a qualidade e

sanidade do produto final (Lima et al., 2011).

Estabelecendo-se uma comparação entre os microrganismos

identificados por metagenômica e o método cultural observa-se relativa similaridade

entre os resultados, principalmente para a FAMÍLIA Lactobacillaceae com tendência

de crescimento similar durante o período de fermentação. Na contagem padrão de

esporos, especialmente de bactérias termófilas, a tendência de crescimento segue o

mesmo padrão apresentado para a FAMÍLIA Planococcaceae. Com relação às AAB,

a tendência de crescimento apresentada nos dois resultados é semelhante, sendo

que nos resultados de sequenciamento de metagenômica expressam uma tendência

de declínio da família Acetobacteraceae ao final da fermentação. Embora alguns

estudos concordem que o crescimento de leveduras, LAB e AAB aconteça na forma

de sucessão (Schwan & Wheals, 2004), na contagem em placa foi observado que o

desenvolvimento desses microrganismos ocorreu de forma quase simultânea, assim

como já ocorreu em fermentação de cacau (Camu et al., 2008). De qualquer

maneira, a maior abundância dos gêneros identificados coincide com os momentos

nos quais ocorreram as mais profundas alterações físicas e químicas nos

experimentos durante a fermentação: 12, 36, 60 e 84 h.

Mas é importante ressaltar que a abundância de alguns gêneros tanto de

bactérias e leveduras identificados por sequenciamento não podem ser comparados

com o crescimento observado por métodos culturais, pois estes, dependendo do

meio de cultura e outras condições de cultivo utilizados, não viabilizam o

crescimento de determinadas espécies. Esta é a razão pela qual os métodos

moleculares estão sendo considerados importantes na identificação de

microrganismos em ambientes de fermentação. A sua utilização no presente

trabalho representou uma poderosa ferramenta que permitiu a identificação de

populações de microrganismos e suas interações não só com o ambiente de

fermentação, mas também a sua vulnerabilidade e/ou favorecimento frente às

condições instaladas, no caso sementes com diferentes concentrações de polpa.

Page 227: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

209

CONCLUSÃO GERAL

A polpa de cupuaçu possui naturalmente em sua composição compostos

relacionados ao sabor, que mesmo após a fermentação, secagem e processamento

das amêndoas ainda são detectados, conferindo ao cupulate características que

lembram o chocolate do tipo fino. A demanda maior de polpa sem dúvida ocasionou

também maior formação de compostos orgânicos ao final da fermentação, entre os

quais o ácido acético. Ao longo do processo, um consórcio de microrganismos foi

atuando tendo sido observado nos resultados tanto de método cultural quanto do

sequenciamento de larga escala (metagenômica) que algumas comunidades,

dependendo das condições abióticas existentes no momento da fermentação, se

sobrepuseram às outras, possibilitando também correlacionar as diferentes

populações de microrganismos durante os estágios da fermentação, com os eventos

bioquímicos que ocorreram. Com relação à obtenção de amêndoas bem

fermentadas, os experimentos com menor concentração de polpa e tempo mais

curto obtiveram os piores resultados. Nas análises sensoriais dos cupulates as

amostras provenientes dos experimentos com maior concentração de polpa (15%)

estiveram entre as que obtiveram melhores resultados de aceitação, tendo sido

também consideradas, por número percentual menor de consumidores, como

amostras com sabor residual ruim e gosto de terra em relação às outras amostras.

Apesar da intenção de compra ter sido considerada baixa, o cupulate pode ser

considerado um produto promissor, pelas qualidades que apresenta. A amostra de

cupulate com 15% polpa também apresentou concentração considerável de

importantes compostos de sabor, entre eles as pirazinas (trimetilpirazina e

tetrametilpirazina), quando comparada com amostra de cupulate 0% polpa. Os

resultados apresentados no trabalho são pioneiros, pois demonstram que a

manutenção de uma determinada concentração de polpa aderida às sementes de

cupuaçu antes da fermentação é fundamental para viabilizar a formação de

importantes compostos de sabor, além de favorecer grupos de microrganismos com

importante papel no processo. Além disso, a caracterização das amostras de

cupulate pelos consumidores demonstra que se trata de um produto com

características sensoriais peculiares, contrastantes, exibindo ao mesmo tempo sabor

Page 228: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

210

amargo, doce e frutado, herdadas da composição química da polpa de um fruto com

grande potencial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ardhana, M., & Fleet, G. (2003). The microbial ecology of cocoa bean fermentations

in Indonesia. International Journal of Food Microbiology, 86(1-2), 87–99.

http://doi.org/10.1016/S0168-1605(03)00081-3

Beckett, S. (2009). Industrial Chocolate Manufacture and Use. (S. Beckett, Ed.)

(Fourth). York, UK: Blackwell Publishing.

Biehl, B., & Ziegleder, G. (2003). COCOA Chemistry of processing. In Encyclopaedia

of Food Sciences and Nutrition (2nd ed., Vol. 3, pp. 1436–1448). Germany:

Elsevier Science.

Bonvehí, J. (2005). Investigation of aromatic compounds in roasted cocoa powder.

European Food Research and Technology, 221(1-2), 19–29.

http://doi.org/10.1007/s00217-005-1147-y

Camu, N., De Winter, T., Verbrugghe, K., Cleenwerck, I., Vandamme, P., Takrama,

J. S., … De Vuyst, L. (2007). Dynamics and biodiversity of populations of lactic

acid bacteria and acetic acid bacteria involved in spontaneous heap

fermentation of cocoa beans in Ghana. Applied and Environmental Microbiology,

73(6), 1809–1824. http://doi.org/10.1128/AEM.02189-06

Camu, N., González, Á., De Winter, T., Van Schoor, A., De Bruyne, K., Vandamme,

P., … De Vuyst, L. (2008). Influence of turning and environmental contamination

on the dynamics of populations of lactic acid and acetic acid bacteria involved in

spontaneous cocoa bean heap fermentation in Ghana. Applied and

Environmental Microbiology, 74(1), 86–98. http://doi.org/10.1128/AEM.01512-07

Carvalho, A., García, N., & Wada, J. (2005). Caracterização físico-química e curvas

de solubilidade proteica de sementes, amêndoas fermentadas e torradas de

cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum). Brazilian Journal of Food

Technology, 8(2), 127–134.

Carvalho, A., Garcia, N., & Fárfan, J. (2008). Proteínas da semente de cupuaçu e

alterações devidas à fermentação e à torração. Ciência E Tecnologia de

Page 229: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

211

Alimentos, 28(4), 986–993.

Cohen, K., & Jackix, M. (2005). Estudo do liquor de cupuaçu. Ciência E Tecnologia

de Alimentos, 25(1), 182–190. http://doi.org/10.1590/S0101-

20612005000100030

Counet, C., Callemien, D., Ouwerx, C., & Collin, S. (2002). Use of gas

chromatography-olfactometry to identify key odorant compounds in dark

chocolate. Comparison of samples before and after conching. Journal of

Agricultural and Food Chemistry, 50(8), 2385–2391.

http://doi.org/10.1021/jf0114177

Crafack, M., Mikkelsen, M. B., Saerens, S., Knudsen, M., Blennow, A., Lowor, S., …

Nielsen, D. S. (2013). Influencing cocoa flavour using Pichia kluyveri and

Kluyveromyces marxianus in a defined mixed starter culture for cocoa

fermentation. International Journal of Food Microbiology, 167(1), 103–116.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2013.06.024

Frauendorfer, F., & Schieberle, P. (2008). Changes in key aroma compounds of

Criollo cocoa beans during roasting. Journal of Agricultural and Food Chemistry,

56(21), 10244–10251. http://doi.org/10.1021/jf802098f

Gondim, T., Thomazini, M., Cavalcante, M., & Souza, J. (2001). Aspectos da

produção de cupuaçu. Embrapa Acre. Documentos. Rio Branco, AC.

Guehi, S., Dabonne, S., Ban-Koffi, L., Kedjebo, D. & Zahouli, G. (2010). Effect of

turning beans and fermentation method on the acidity and physical quality of raw

cocoa beans. Advance Journal of Food Science and Technology, 2(3), 163–171.

Hamdouche, Y., Guehi, T., Durand, N., Kedjebo, K., Montet, D., & Meile, J. (2014).

Dynamics of microbial ecology during cocoa fermentation and drying: Towards

the identification of molecular markers. Food Control, 48, 117–122.

http://doi.org/10.1016/j.foodcont.2014.05.031

Ho, V., Zhao, J., & Fleet, G. (2014). Yeasts are essential for cocoa bean

fermentation. International Journal of Food Microbiology, 174, 72–87.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2013.12.014

Ho, V., Zhao, J., & Fleet, G. (2015). The effect of lactic acid bacteria on cocoa bean

Page 230: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

212

fermentation. International Journal of Food Microbiology, 205, 54–67.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2015.03.031

Holm, C., Astong, J., & Douglas, K. (1993). The effects of the organic acids in cocoa

on the flavor of chocolate. Journal of Sci Food Agric, 61(Shepherd 1976), 65–71.

Hughes, J., Hellmann, J., Ricketts, T., & Bohannan, B. (2001). MINIREVIEW

Counting the Uncountable : Statistical Approaches to Estimating Microbial

Diversity. Applied and Environmental Microbiology, 67(10), 4399–4406.

http://doi.org/10.1128/AEM.67.10.4399

Japelaghi, R., Haddad, R., & Garoosi, G. (2011). Rapid and Efficient Isolation of High

Quality Nucleic Acids from Plant Tissues Rich in Polyphenols and

Polysaccharides. Molecular Biotechnology, 49(2), 129–137.

http://doi.org/10.1007/s12033-011-9384-8

Jinap, S., & Dimick, P. (1990). Acidic Characteristics of Fermented and Dried Cocoa

Beans from Different Countries of Origin. Journal of Food Science, 55(2), 547–

550.

Jinap, S., Harun, S. & Ghazali, N. (1994). Formation of Methyl Pyrazine during Cocoa

Bean Fermentation. Pertanika J. Trop. Agric, 17(1), 27–32.

Kostinek, M., Ban-Koffi, L., Ottah-Atikpo, M., Teniola, D., Schillinger, U., Holzapfel,

W. H., & Franz, C. M. a. P. (2008). Diversity of predominant lactic acid bacteria

associated with cococa fermentation in Nigeria. Current Microbiology, 56(4),

306–314. http://doi.org/10.1007/s00284-008-9097-9

Lagunes Gálvez, S., Loiseau, G., Paredes, J., Barel, M., & Guiraud, J. (2007). Study

on the microflora and biochemistry of cocoa fermentation in the Dominican

Republic. International Journal of Food Microbiology, 114(1), 124–130.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2006.10.041

Lefeber, T., Janssens, M., Moens, F., Gobert, W., & De Vuyst, L. (2011). Interesting

starter culture strains for controlled cocoa bean fermentation revealed by

simulated cocoa pulp fermentations of cocoa-specific lactic acid bacteria.

Applied and Environmental Microbiology, 77(18), 6694–6698.

http://doi.org/10.1128/AEM.00594-11

Page 231: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

213

Lefeber, T., Papalexandratou, Z., Gobert, W., Camu, N., & De Vuyst, L. (2012). On-

farm implementation of a starter culture for improved cocoa bean fermentation

and its influence on the flavour of chocolates produced thereof. Food

Microbiology, 30(2), 379–392. http://doi.org/10.1016/j.fm.2011.12.021

Lima, L., Kamphuis, H., Nout, M., & Zwietering, M. (2011). Microbiota of cocoa

powder with particular reference to aerobic thermoresistant spore-formers. Food

Microbiology, 28(3), 573–582. http://doi.org/10.1016/j.fm.2010.11.011

Lopes, A., Garcia, N., & Vasconcelos, M. (2003). Avaliação das Condições de

Torração Após a Fermentação de Amêndoas de Cupuaçu (Theobroma

grandiflorum Schum) e Cacau (Theobroma cacao L.). Braz. J. Food Technol,

6(2), 309–316.

Luna, F., Crouzillat, D., Cirou, L., & Bucheli, P. (2002). Chemical composition and

flavor of Ecuadorian cocoa liquor. Journal of Agricultural and Food Chemistry,

50(12), 3527–3532. http://doi.org/10.1021/jf0116597

Mai, Ho, & Tran. (2014). Fermentation of Cocoa with Addition of Lactic Acid Bacteria.

In International Science, Social Sciences, Engineering and Energy Conference

(pp. 1–8). Udon Thani, Thailand.

Mattietto, R. (2001). Estudo comporativo das transformações estruturais e físico-

químicas durante o processo fermentativo de amêndoas de cacau (Theobroma

cacao) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum). 164 p (Mestrado em Tecnologia

de Alimentos). Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil.

Meersman, E., Steensels, J., Mathawan, M., Wittocx, P. J., Saels, V., Struyf, N., …

Verstrepen, K. J. (2013). Detailed analysis of the microbial population in

Malaysian spontaneous cocoa pulp fermentations reveals a core and variable

microbiota. PLoS ONE, 8(12). http://doi.org/10.1371/journal.pone.0081559

Misnawi, & Ariza, B. (2011). Use of gas Chromatography-Olfactometry in

combination with solid phase micro extraction for cocoa liquor aroma analysis.

International Food Research Journal, 18(2), 829–835.

Nielsen, D., Teniola, O., Ban-Koffi, L., Owusu, M., Andersson, T., & Holzapfel, W..

(2007). The microbiology of Ghanaian cocoa fermentations analysed using

Page 232: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

214

culture-dependent and culture-independent methods. International Journal of

Food Microbiology, 114(2), 168–186.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2006.09.010

Oberparleiter, S., & Ziegleder, G. (1997). Amadori-Verbindungen als Aromavorstufen

in Kakao. Nahrung, 41(3), 142–145. http://doi.org/10.1002/food.19970410305

Oliveira, C. (2001). Isolamento e identificação da microbiota nos diferentes estágios

de fermentação das sementes de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum).

150 p. (Mestrado em Ciência de Alimentos). Universidade Federal do

Amazonas, Brasil.

Oslan, S., Salleh, A., Abd Rahman, R., Basri, M., & Chor, A. (2012). Locally isolated

yeasts from malaysia: Identification, phylogenetic study and characterization.

Acta Biochimica Polonica, 59(2), 225–229.

Ouattara, D., Ouattara, H., Goualie, B., Kouame, L., & Niamke, S. (2014).

Biochemical and functional properties of lactic acid bacteria isolated from Ivorian

cocoa fermenting beans. J. Appl. Biosci., 77, 6489–6499.

http://doi.org/10.4314/jab.v77i1.9

Papalexandratou, Z., Lefeber, T., Bahrim, B., Lee, O., Daniel, H., & De Vuyst, L.

(2013). Hanseniaspora opuntiae, Saccharomyces cerevisiae, Lactobacillus

fermentum, and Acetobacter pasteurianus predominate during well-performed

Malaysian cocoa bean box fermentations, underlining the importance of these

microbial species for a successful cocoa . Food Microbiology, 35(2), 73–85.

http://doi.org/10.1016/j.fm.2013.02.015

Pereira, G., Miguel, M., Ramos, C., & Schwan, R. (2012). Microbiological and

physicochemical characterization of small-scale cocoa fermentations and

screening of yeast and bacterial strains to develop a defined starter culture.

Applied and Environmental Microbiology, 78(15), 5395–5405.

http://doi.org/10.1128/AEM.01144-12

Provost, G., Herrera, R., Paiva, J.A., Chaumeil, P. Salin, F., Plomion, C. (2007) A

micromethod for high throughput RNA extraction in forest trees. Biological

Research, v.40, p. 291 – 297

Page 233: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

215

Pugliese, A., Tomas-Barberan, F., Truchado, P., & Genovese, M. (2013). Flavonoids,

Proanthocyanidins, Vitamin C, and Antioxidant Activity of Theobroma

grandiflorum (Cupuassu) Pulp and Seeds. Journal of Agricultural and Food

Chemistry, 61, 2720–2728. http://doi.org/10.1021/jf304349u

Queiroz, M., & Garcia, N. (1999). Avaliação da Torração de Amêndoas de Cupuaçu (

Theobroma grandiflorum ). Brazilian Journal of Food Technology, 2, 167–173.

Robayo, Z. (2010). Caracterización del proceso de fermentación del grano de

copoazú (Theobroma grandiflorum Willd. ex spreng). Monography. Universidad

Nacional de Colombia, Bogotá, Colombia.

Rodriguez-Campos, J., Escalona-Buendía, H., Contreras-Ramos, S., Orozco-Avila,

I., Jaramillo-Flores, E., & Lugo-Cervantes, E. (2012). Effect of fermentation time

and drying temperature on volatile compounds in cocoa. Food Chemistry,

132(1), 277–288. http://doi.org/10.1016/j.foodchem.2011.10.078

Rogez, H., Buxant, R., Mignolet, E., Souza, J., Silva, E., & Larondelle, Y. (2004).

Chemical and composition of the pulp of three typical Amazonian fruits: araça-

boi (Eugenia stipitata), bacuri (Platonia insignis) and cupuaçu (Theobroma

grandiflorum). Eur Food Res Technol, 218, 380–384.

http://doi.org/10.1007/s00217-003-0853-6

Romanczyk, L., McClelland, C., Post, L., & Aitken, W. (1995). Formation of 2-acetyl-

1-pyrroline by several Bacillus cereus strains isolated from cocoa fermentation

boxes. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 43(2), 469–475. Retrieved

from \\Robsrv-05\reference manager\Articles\7513.pdf

Romero-Cortes, T. (2012). Isolation and characterization of acetic acid bacteria in

cocoa fermentation. African Journal of Microbiology Research, 6(2), 339–347.

http://doi.org/10.5897/AJMR11.986

Schrader, C., Schielke, A., Ellerbroek, L., & Johne, R. (2012). PCR inhibitors -

occurrence, properties and removal. Journal of Applied Microbiology, 113(5),

1014–1026. http://doi.org/10.1111/j.1365-2672.2012.05384.x

Schrader, J. (2007). Microbial flavour production. In Flavours and Fragrances:

Chemistry, Bioprocessing and Sustainability (pp. 507–574). Frankfurt:

Page 234: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/255416/1/Ramos_Simonede... · baixíssima concentração de cafeína e teobromina. A elevada

216

DECHEMA e.V., Karl-Winnacker-Institute. http://doi.org/10.1007/978-3-540-

49339-6_23

Schwab, W., Davidovich-Rikanati, R., & Lewinsohn, E. (2008). Biosynthesis of plant-

derived flavor compounds. Plant Journal, 54(4), 712–732.

http://doi.org/10.1111/j.1365-313X.2008.03446.x

Schwan, R. (1998). Cocoa fermentations conducted with a defined microbial cocktail

inoculum. Applied and Environmental Microbiology, 64(4), 1477–1483.

Schwan, R., & Wheals, A. (2004). The microbiology of cocoa fermentation and its

role in chocolate quality. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 44(4),

205–221. http://doi.org/10.1080/10408690490464104

Yamada, Y., & Yukphan, P. (2008). Genera and species in acetic acid bacteria.

International Journal of Food Microbiology, 125(1), 15–24.

http://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2007.11.077

Zeng, Y. , Yang, T. (2002). RNA isolation from highly viscous samples rich in

polyphenols and polysaccharides. Plant Molecular Biology Reporter, 20, 417 –

417.