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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR – CTTMar
CURSO DE OCEANOGRAFIA
BIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO CAMARÃO SETE-BARBAS (XIPHOPENAEUS KROYERI HELLER, 1862) NO MUNICÍPIO
DE PENHA, SC
LEONARDO ROCHA SANTOS
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharel em Oceanografia.
Orientador: Joaquim Olinto Branco, Dr².
Itajaí 2011
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR – CTTMar
CURSO DE OCEANOGRAFIA
BIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO CAMARÃO SETE-BARBAS (XIPHOPENAEUS KROYERI HELLER, 1862) NO MUNICÍPIO
DE PENHA, SC
LEONARDO ROCHA SANTOS
Itajaí 2011
iii
Epígrafe
“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”
Raul Seixas
iv
Agradecimentos
Á minha família, em especial a mãe, meu pai e ao meu irmão pela
oportunidade que me concederam em cursar Oceanografia e por terem
confiado em mim e no meu sonho;
Ao Professor Dr² Joaquim Olinto Branco, que além de um grande amigo,
aceitou me orientar nessa longa caminhada;
Ao CNPq –PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica), pela bolsa concedida para a realização desse trabalho.
À equipe do Laboratório de Biologia do CTTMar pelos momentos de
trabalho e de descontração passados juntos, especialmente com os
exemplares funcionários e estagiários (Pepeca, Passarinho, Fernando, Bolinha,
Jura, Fraldinha e Rhuan);
Ao grande homem pescador/técnico do laboratório Sr. Anilton que com
sua humildade e experiência de vida sempre me apoiou em todos os
momentos.
Aos grandes amigos/irmãos que eu fiz na faculdade, pelos momentos de
alegria, tristeza e descontração em que passamos juntos, fica aqui meu grande
agradecimento!!!!!!!!!! (Cadu, Gordo, Tainha, Mano Jão, Rafão, Baia, Bola,
Carioca, Gardena, Emo, Ganso, Vegeta, Catata, Jesus, Gui, Bz, Pi, Perdido,
LULI, Marcela, Claudi, Isa, Camila, Marina, Pati, Olivia)... aos que eu esqueci
de citar acima, desculpa, mas vocês sabem que fizeram a diferença.
Aos amigos da FURG e UFPR pela grande amizade estabelecida ao
longo de congressos, formaturas e viagens.... em especial a Lari Luna e
Carolina Mayumi.
À uma pessoa muito especial que passou comigo esses dois últimos
anos de faculdade, pelos conselhos, risadas, festas e viagens que nos fizemos
juntos. OBRIGADO LULI!!!
Muito Obrigado!!
v
Sumário
Epígrafe.............................................................................................................. iii
Agradecimentos .................................................................................................iv
Sumário .............................................................................................................. v
Lista de figuras ...................................................................................................vi
Lista de tabelas .................................................................................................vii
Resumo............................................................................................................ viii
1 – Introdução .................................................................................................... 1
2 - Objetivos ....................................................................................................... 4
2.1 - Geral....................................................................................................... 4
2.2 - Específicos ............................................................................................. 4
3 – Área de Estudo............................................................................................. 4
4 - Metodologia................................................................................................... 5
4.1 - Distribuição espacial e temporal do camarão sete-barbas ..................... 6
4.1.1 - Biometria.......................................................................................... 6
4.1.2 - Estrutura da População.................................................................... 6
4.1.3 - Variáveis Ambientais........................................................................ 7
4.1.3 - Análises Estatísticas ........................................................................ 7
5 – Resultados ................................................................................................... 9
5.1 - Variáveis Ambientais .............................................................................. 9
5.2 - Captura por Unidade de Esforço .......................................................... 11
5.3 - Proporção Sexual ................................................................................. 12
5.4 - Abundância e distribuição espaço-temporal ......................................... 16
5.5 - Relação peso-comprimento.................................................................. 20
5.6 - Tamanho de primeira maturação.......................................................... 21
5.7 - Atuação da pesca artesanal ................................................................. 21
5.8 - Aspectos reprodutivos .......................................................................... 24
6 - Discussão.................................................................................................... 25
7 - Conclusões ................................................................................................. 30
8 - Referências ................................................................................................. 32
vi
Lista de figuras
Figura 1: Localização da área de estudo e dos locais que foram realizados os arrastos, sendo que cada linha representa uma isóbata.. .................................. 8 Figura 2: Temperatura da água de fundo mensal em cada isóbata. .................. 9 Figura 3: Salinidade de fundo mensal por isóbata. .......................................... 10 Figura 4: Captura por unidade de esforço sazonal nas isóbatas de 10 (a) e 20 metros (b) ......................................................................................................... 12 Figura 5: Proporção sexual mensal entre machos e fêmeas do camarão sete-barbas isóbata de 10 metros (Fig. 8-a) e isóbata de 20 metros (Fig. 2-b). * = diferença significativa (x² = p<0,05).................................................................. 13 Figura 6: Proporção sexual mensal entre machos e fêmeas do camarão sete-barbas em ambas as isóbatas. * = diferença significativa (x² = p<0,05)........... 14 Figura 7: Proporção sexual por classe de tamanho entre machos e fêmeas, isóbata de 10 (a), 20 (b) e 30 metros (c). * = diferença significativa (x² = p<0,05). ............................................................................................................ 15 Figura 8: Distribuição mensal de classes de comprimento total do camarão sete-barbas na isóbata de 10 metros. .............................................................. 17 Figura 9:Distribuição mensal de classes de comprimento total do camarão sete-barbas na isóbata de 20 metros. ...................................................................... 19 Figura 10: Relação peso/comprimento para machos e fêmeas de X.kroyeri. .. 20 Figura 11: Tamanho de primeira maturação para machos e fêmeas do camarão sete-barbas. Macho LTPM=6,7cm e Fêmeas LTPM=7,4cm................................ 21 Figura 12: Distribuição de freqüência das classes de comprimento total por isóbata.............................................................................................................. 23 Figura 13: Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 10 metros. ............................................................... 24 Figura 14: Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 20 metros. ............................................................... 25
vii
Lista de tabelas Tabela 1: Correlação de Spearman (p<0,05) enrte a temperatua e a abundância de camarão sete-barbas em cada isóbata. ................................... 10 Tabela 2: Correlação de Spearman (p<0,05) enrte a salinidade e a abundância de camarão sete-barbas em cada isóbata. ...................................................... 11
viii
Resumo
A pesca artesanal do camarão sete-barbas é denominada “pesca de sol a sol” e realizada em grande escala no litoral brasileiro, apresentando uma significativa importância econômica, histórica, social e cultural. Atualmente é uma atividade de grande interesse no setor e o segundo recurso pesqueiro nas regiões Sudeste-Sul do Brasil. Essa modalidade é considerada predatória e danifica substancialmente a comunidade bentônica, mas é eficiente na captura da espécie-alvo. O presente trabalho testou a hipótese da distribuição estratificada do camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) em função das classes de tamanho, distribuição espaço-temporal, abundância, tamanho de primeira maturação, época de reprodução e recrutamento, assim como a influência das variáveis ambientais na distribuição dos indivíduos desta espécie na Armação do Itapocoroy, Penha, SC. Entre os meses de Julho de 2010 e Junho de 2011 foram realizadas amostragens mensais nas isóbatas de 10, 20 e 30 metros, cada coleta teve duração de 15 minutos (uma amostra e duas réplicas) e foram feitas a bordo de uma embarcação baleeira. No período amostrado foi capturado um total de 4136 exemplares de X. kroyeri, onde a isóbata de 10 metros contribuiu com 2157 camarões, 20 metros com 1979 exemplares e os 30 metros com 27 indivíduos. O camarão sete-barbas apresentou maiores amplitudes de comprimento em maiores profundidades, sendo que além de possuir os maiores indivíduos, a isóbata de 20 metros também possui uma maior concentração de exemplares adultos. A população apresenta flutuações sazonais na abundância, com as maiores taxas de capturas na primavera e as menores no verão. O padrão de crescimento dos indivíduos tendeu ao isométrico, o tamanho de primeira maturação foi estimado em 6,7 cm para os machos e 7,4 cm para as fêmeas. O período reprodutivo na isóbata de 10 metros foi intenso, com três grandes picos, enquanto que na isóbata de 20 metros ocorreram apenas dois picos de desova. As variáveis ambientais influenciaram na abundância do camarão sete-barbas e a ocorrência dos indivíduos na isóbata de 30 metros pode estar relacionado a fatores ambientais que promovem seu deslocamento para áreas mais profundas. Palavras-chave. Pesca artesanal; camarão sete-barbas; distribuição estratificada.
1
1 – Introdução
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO, 2010), a captura de camarões vem diminuindo
drasticamente, entretanto em 2008, ainda foram capturados mais de três
milhões de toneladas.
Por ser um produto nobre e de alto valor comercial, países europeus
importam centenas de toneladas de camarões por ano, preocupando as
nações exportadoras, que procuram valorizar mais seus produtos no mercado
internacional a partir de selos ecológicos. O Suriname implementou uma série
de mudanças na forma de captura do principal recurso explorado (camarão
sete-barbas), para tentar obter sua certificação pela MSC (Marine Stewardship
Council) (PÉREZ-RAMÍREZ, 2010)
No Brasil, a atividade pesqueira está entre as quatro principais fontes
geradoras de proteína animal para o consumo humano, participando com
aproximadamente 0,4% do PIB em 2002 (IBGE, 2002). Estimativas recentes
indicam que essa atividade é responsável pela geração de 800 mil empregos
diretos (VALENTINI, 2005), entretanto, indicadores oficiais a consideram como
pouco expressiva no contexto socioeconômico do país. Quando computada a
geração de empregos e fonte de proteína para as populações litorâneas, essa
atividade assume sua real importância no cenário brasileiro. A pesca extrativa
marinha da região Sul, atualmente é considerada uma das mais produtivas no
país, com destaque para o estado de Santa Catarina, com 136.189 t
desembarcadas em 2009 (UNIVALI/CTTMar, 2009).
Em geral, os camarões marinhos representam o principal alvo da pesca
no litoral brasileiro. Atualmente são conhecidas sete famílias de
Dendrobranchiata, representadas por 26 gêneros e 61 espécies (COSTA et al.,
2000). Muitas dessas espécies possuem grande interesse econômico
(D’INCAO et. al, 2002), com destaque para o camarão sete-barbas
(Xiphopenaeus kroyeri) que é um dos principais recursos pesqueiros
explorados no litoral catarinense, apresentando um incremento de 363t em
2005 para 1.204t em 2006, somente na pesca industrial (UNIVALI/CTTMar,
2007).
2
O gênero Xiphopenaeus é composto por duas espécies, X. riveti
(BOUVIER, 1907) encontrado no Pacífico Oriental, da costa da Sinaloa
(México) até Paita (Peru) (PÉREZ FARFANTE, 1988), enquanto que X kroyeri
ocorre no Atlântico Ocidental, da Carolina do Norte (USA) até o Rio Grande do
Sul (BR) (D’INCAO et al., 2002). Essa espécie possui varias denominações ao
longo da área de distribuição, sendo conhecido como “seabob shrimp” nos
Estados Unidos, “camarón blanco” na Venezuela, “tití” na Colômbia, “redi sara-
sara e bigi sara-sara” no Suriname, “coarse shrimp e large prawn” na Guyana
Francesa, de “camarão chifrudo no norte do Brasil e de camarão sete-barbas
no resto do país (PÉREZ FARFANTE, 1988).
A pesca artesanal dirigida ao camarão sete-barbas é realizada no litoral
catarinense desde 1960, sempre com o método de arrasto motorizado com
portas. Atualmente existem cerca de duas mil embarcações distribuídas em 15
Colônias de Pescadores, desde o município de Palhoça, ao sul, até Guaruva,
no limite com o estado do Paraná. Estas embarcações têm entre oito e 10m e
motores de 10 a 36 HP, desprovidas de convés e porão (botes, bateiras e
baleeiras de boca aberta), a pesca ocorre do amanhecer ao entardecer
(conhecida como pesca de sol a sol), em áreas próximas às comunidades de
pescadores, em profundidades de até 30 metros (BRANCO, 2005).
Além de seus componentes biológicos, físicos e químicos, essa
atividade tem uma ampla dimensão sócio-econômica (BAIL & BRANCO, 2007),
onde as decisões acerca das medidas a serem tomadas serão mais
apropriadas quanto mais profundas e abrangentes forem as informações
biológicas da espécie-alvo.
A biologia e a pesca do camarão sete-barbas vêm sendo estudadas há
décadas no litoral brasileiro, no Nordeste (MOTA-ALVES & RODRIGUES,
1977; COELHO & SANTOS, 1993; SANTOS & COELHO, 1996; SANTOS &
IVO, 2000), no Espírito Santo (EUTRÓPIO, 2009), no Rio de Janeiro (JARDIM,
2009; FERNANDES, 2011), em São Paulo (NEIVA & WISE, 1967; SANTOS et
al., 1969; SEVERINO-RODRIGUES et al., 1993; NAKAGAKI & NEGREIROS-
FRANSOZO, 1998; FRANSOZO et al., 2000), no Paraná (BRANCO et al.,
1994) e em Santa Catarina (NASCIMENTO & POLI, 1986; BRANCO et al.,
1999; BRANCO, 2005; PEZZUTO et al., 2008) contribuindo com informações
relevantes para o conhecimento do ciclo de vida da espécie.
3
Xiphopenaeus kroyeri possui um ciclo de vida diferente dos outros
camarões pertencentes à família Penaeidae (HOLTHUIS, 1980), pois não
depende dos estuários para o desenvolvimento dos juvenis e também não
apresenta estratificação populacional, sendo comum a ocorrência de juvenis e
adultos na mesma área (NEIVA & WISE, 1967; BRANCO, 2005).
Porém, trabalhos mais atuais sugerem que camarões jovens de sete-
barbas, geralmente são capturados em locais mais rasos, como praias, baías e
enseadas (BRANCO et al., 1999; CASTRO et al., 2005; COSTA &
FRANSOZO, 2004), enquanto que os adultos reproduzem a partir dos 15
metros de profundidade (SEVERINO-RODRIGUES et al.,1992). Como os
pescadores possuem áreas de pescas muito extensas e realizam arrastos
longos, ocorre a mistura do camarão sete-barbas de diferentes profundidades,
podendo contribuir para a idéia da não estratificação populacional.
O entendimento do padrão de distribuição espaço temporal da
população do sete-barbas passa pela construção de um modelo do ciclo de
vida, onde as amostras devem ser analisadas por isóbatas em arrastos
experimentais, juntamente com fatores abióticos como temperatura, salinidade
e tipo de sedimento. Para Graça-Lopes et al., (2007), o mapeamento do tipo de
fundo e temperatura nas áreas de pesca do X. kroyeri ajudaria a compreender
o padrão de distribuição espaço temporal da espécie, visto que o tipo de
sedimento parece ser determinante para a ocorrência desse recurso. Também
sugerem que o deslocamento do contingente populacional para águas mais
profundas vincula-se à idade dos indivíduos, onde ao redor dos 20m de
profundidade encontram-se os camarões acima dos 11,0 cm, que efetivamente
tornam-se adultos e desovam. O entendimento dessa distribuição ajudará nas
tomadas de decisões para o manejo e sustentabilidade da pesca do camarão
sete-barbas.
4
2 - Objetivos
2.1 – Geral
Estudar a distribuição espaço-temporal do camarão sete-barbas
(Xiphopenaeus kroyeri) nas isóbatas de 10, 20 e 30 metros na Armação do
Itapocoroy, Penha, SC.
2.2 - Específicos
- Caracterizar a distribuição estratificada de Xiphopenaeus kroyeri, em função
das classes de tamanho, da distribuição espaço-temporal, abundância,
tamanho de primeira maturação, época de reprodução e recrutamento;
- Verificar a influência das variáveis ambientais na distribuição espaço-temporal
e nas taxas de captura do camarão sete-barbas;
- Comparar a captura em CPUE por isóbata e verificar se ocorreram diferenças
sazonais.
3 – Área de Estudo
O litoral de Santa Catarina está localizado entre as latitudes sul de 25°
57’41” e 29°23’55”, possui 538 km de extensão e representa 7% da costa
brasileira. O oceano Atlântico banha sua planície costeira e possui uma
amplitude de maré inferior a 2 metros. Nessa região os ventos predominantes
são de nordeste, sudoeste e sudeste, sendo que as ondulações são geradas
principalmente pelos ventos do sudeste do cinturão subpolar do Atlântico Sul.
Pela sua posição entre as latitudes médias da zona subtropical, o clima é
temperado, super úmido, sofrendo influência das massas Tropical Atlântica e
Polar Atlântica.
Diehl & Horn-Filho (1996) dividiram o litoral de Santa Catarina em oito
setores geológicos, que são classificados como:
(I) Norte
(II) Nordeste
5
(III) Centro-Norte
(IV) Central
(V) Centro-Sul
(VI) Sudeste
(VII) Sul
(VIII) Meridional
O Município de Penha esta inserido no setor Nordeste (II), é abrigado
por morros, sendo protegido dos ventos do quadrante Sul e exposto as ventos
do quadrante Norte. e a sedimentação costeira sofre influência do rio Itajaí-Açu.
A constituição do fundo nas áreas de pesca é areno-lodosa, porém as
praias próximas são constituídas por areia grossa. Uma característica
oceanográfica importante na região estudada é a penetração da massa de
Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na camada inferior da plataforma
continental durante a primavera e o verão, formando uma termoclina numa
profundidade de aproximadamente 10 a 15 m. Com o retrocesso da ACAS
durante o inverno, a distribuição da temperatura na zona costeira torna-se
homogênea com águas entre 20 e 23°C e salinidade de 35 ‰ (MATSUURA,
1986).
A definição dos locais em que seriam realizados os arrasto, foram feitos
a partir de conversas com pescadores que definiram áreas de pesca em cada
isóbata, sendo assim, ficou definido uma área de pesca na isóbata de 10 , uma
na de 20 e a última na isóbata de 30 metros
4 - Metodologia
Foi utilizada uma rotina de amostragens voltada para análise da
distribuição espaço temporal e aspectos do ciclo de vida do camarão sete-
barbas na Armação do Itapocoroy (Penha).
Foram efetuadas coletas mensais, durante o período de Julho de 2010 a
Setembro de 2011, nas isobátas de 10, 20 e 30 metros. Para a determinação
da profundidade foi utilizada uma sonda do modelo EAGLE CUDA 300. Os
arrastos tiveram duração de 15 minutos (uma amostra e duas réplicas) por
isobáta em áreas tradicionais de pesca do camarão sete-barbas.
As coletas foram diurnas utilizando-se uma baleeira da pesca artesanal,
equipada com duas redes de arrasto do tipo “double-rig”, com 4,5 m de
6
abertura e 11 m de comprimento, malha de 3,0 cm na manga e corpo e 2,0 cm
no ensacador (BRANCO, 2005). O produto de cada arrasto foi etiquetado,
acondicionado em saco plástico e mantido em caixa de isopor com gelo até o
laboratório.
4.1 - Distribuição espacial e temporal do camarão sete-barbas
4.1.1 - Biometria
Dos camarões sete-barbas coletados mensalmente por área e isóbatas
foi registrado o sexo, estádio de maturação através de observações
macroscópicas das gônadas (PÉREZ-FARFANTE, 1970), comprimento total e
da carapaça em centímetros e o peso total em gramas (BRANCO et al., 1999;
BRANCO, 2005). Das fêmeas adultas, foi selecionada uma sub-amostra
representativa e aleatória, retirados os ovários e registrado o peso (Wg) para a
determinação da época de reprodução.
4.1.2 - Estrutura da População
Foi aplicado o teste do x2, ao nível de significância de 5% e n-1 graus de
liberdade (n=2), para verificar a existência de possível diferença entre a
proporção sexual, durante os meses, classes de comprimento total por
profundidade conforme (VAZZOLER, 1996).
A relação peso/comprimento foi estimada para machos e fêmeas
(SANTOS, 1978). Através da distribuição de freqüência das classes de
comprimento por isóbatas foi determinado o período de recrutamento. Também
foi analisada a condição gonadal e estimado o índice gonadassomático
(BRANCO, 2005).
O tamanho de primeira maturação gonadal (LtPM), que corresponde ao
comprimento onde 50% dos exemplares são adultos, foi estimado graficamente
para machos e fêmeas em função da profundidade (VAZZOLER, 1981). Esse
tamanho foi interpolado sobre as distribuições de comprimento e utilizado para
verificar a atuação da pesca artesanal sobre os camarões jovens e adultos em
cada isóbata (BRANCO et al., 1999; BRANCO, 2005).
7
4.1.3 - Variáveis Ambientais
Nos arrastos por isóbatas foram coletadas amostras de água de fundo
com uma garrafa de Nansen e mensuradas a temperatura (com um
termômetro) e a salinidade (com um refratômetro óptico específico).
4.1.3 - Análises Estatísticas
A média sazonal da CPUE (kg/h) e número de exemplares entre as
isobátas foram testados a partir da Analise de Variância Paramétrica (ANOVA).
No caso dos dados de abundância de camarão nas isóbatas e as variáveis
ambientais, foi utilizado o teste de correlação não paramétrico de Spearman.
8
Figura 1: Localização da área de estudo e dos locais onde foram realizados os arrastos, sendo que cada linha representa uma isóbata..
9
5 – Resultados
5.1 - Variáveis Ambientais
Durante o período de estudo, a temperatura da água de fundo variou de
16 a 26,5°C, sendo que a menor temperatura foi no mês de julho/2010 e a
maior no mês de fevereiro/2011. A temperatura média anual foi de 21,6°C e
apresentou uma variação sazonal, com os maiores valores no verão-outono e
os menores na primavera-inverno.
Ao analisar a temperatura de água de fundo separadamente por isóbata,
ficou claro o mesmo padrão de variação sazonal entre elas, além disso, foi
observado um pequeno gradiente térmico, onde as menores temperaturas
(primavera-inverno) foram na isóbata de 30 metros e ao se aproximar da costa
a temperatura foi aumentando. Padrão idêntico ocorreu nas estações que
apresentaram maiores valores de temperatura (verão-outono), onde os maiores
valores estiveram na isóbata de 10 metros e foi diminuindo gradativamente até
a isóbata de 30 metros. (Figura 2)
Figura 2: Temperatura da água de fundo mensal em cada isóbata.
Já a salinidade variou de 31,5 ‰ no mês de agosto a 34,8 ‰ no mês de
outubro e teve uma média anual de 33,0 ‰. Quando analisada separadamente
10
por isóbatas, fica evidente a ocorrência da Água Costeira (AC) em ambas as
isóbatas. (Figura 3).
Figura 3: Salinidade de fundo mensal por isóbata.
Para tentar entender a influência das variáveis ambientais na
abundância do camarão sete-barbas, foi utilizado o teste de correlação de
Spearman. Quando correlacionada a temperatura com o número de
exemplares, a isóbata de 10 metros apresentou uma correlação negativa muito
significativa, com valor de r = -0, 7487 e de p = 0, 0070 (tabela 1), enquanto
que a isóbata de 20 metros também apresentou uma correlação negativa,
porém não significativa, com valores de r = -0,3221 e de p = 0,3085.
Tabela 1: Correlação de Spearman (p<0,05) entre a temperatura e a abundância de camarão sete-barbas em cada
isóbata.
Temperatura 10 Metros 20 Metros
Coeficiente de Spearman -0, 7487 -0, 3221
Valor de p 0, 0070 0, 3085
Significância * ns
* = significativo p=0,05; ns = não apresenta correlação significativa estatisticamente.
Já a salinidade, na isóbata de 10 metros teve uma correlação negativa
com a abundância, porém não significativa, com valor de r = -0,3077 e p =
11
0,3310. Entretanto, a isóbata de 20 metros apresentou uma correlação
negativa significativa, com valor de r = - 0,7180 e p = 0,0106 (tabela 2). Tabela 2: Correlação de Spearman (p<0,05) enrte a salinidade e a abundância de camarão sete-barbas em cada
isóbata.
Salinidade 10 Metros 20 Metros
Coeficiente de Spearman -0, 3077 -0, 7180
Valor de p 0, 3310 0, 0106
Significância ns *
* = significativo p=0,05; ns = não apresenta correlação significativa estatisticamente.
A isóbata de 30 metros foi retirada dessa análise porque foi capturado
camarão sete-barbas em apenas um mês, impossibilitando e correlacionar a
abundância com as variáveis ambientais.
5.2 - Captura por Unidade de Esforço
A CPUE sazonal na isóbata de 10 metros mostrou que a maior captura
em biomassa ocorreu na primavera com 3903,24 g, seguido do inverno com
3069,80 g e outono-verão com 2697,88 g e 2656,21 g respectivamente. Na
isóbata de 20 metros, a maior captura em biomassa também ocorreu na
primavera com 5907,93 g, porém seguido do outono com 3697,40 g verão com
2686,74 g e a menor captura no inverno com 2371,61 g (Figura 4).
12
Figura 4: Captura por unidade de esforço sazonal nas isóbatas de 10 (a) e 20 metros (b), sendo que as barras verticais indicam o erro padrão.
Ao serem comparadas estatisticamente através da ANOVA, ambas as
isóbatas não apresentaram diferenças significativas entre as estações do ano e
a biomassa, sendo que na isóbata de 10 metros (F3-8=1,123; p=0,395 ) e na
isóbata de 20 metros (F3-8=2,044; p=0,186).
5.3 - Proporção Sexual
Durante o período de estudo foram capturados 4136 exemplares de X.
kroyeri, sendo que a isóbata de 10 metros contribuiu com 2157 camarões,
sendo 46,08% machos e 53,91% fêmeas; dos 1979 exemplares coletados nos
20 metros, 43,05% foram identificados como machos e 54,94% como fêmeas,
enquanto que nos 30 metros foram capturados somente 27 camarões em
outubro/2010, sendo 7,40% machos e 92,59% fêmeas.
A proporção de camarões na isóbata de 10m apresentou diferença
significativa (teste x2) a favor das fêmeas nos meses de julho a dezembro/2010
e abril/2011 (Figura 5-a), enquanto que nos 20m as diferenças ocorreram em
agosto,outubro/2010 e maio/2011 para as fêmeas e dezembro/2010, abril e
junho/2011 para os machos (Figura 5-b). Quando somados os dados,
independente da profundidade, a proporção de sete-barbas apresentou
diferença significativa, apenas para as fêmeas nos meses de julho, agosto e
setembro/2010 (Figura 6).
13
Figura 5: Proporção sexual mensal do camarão sete-barbas na isóbata de 10 metros (Fig. 5-a) e isóbata de 20 metros (Fig. 5-b). * = diferença significativa (x² = p<0,05).
14
Figura 6: Proporção sexual mensal camarão sete-barbas somando os indivíduos das isóbatas de 10 e 20 metros. * = diferença significativa (x² = p<0,05).
Os camarões capturados na isóbata de 10 metros no período amostrado
apresentaram amplitudes de comprimento total entre 4,6 e 12,3 cm para
machos e 3,7 e 14,5 para as fêmeas. De acordo com o teste x², os machos
predominaram na classe de 8 cm, enquanto que as fêmeas nas classes de 4,
11 e 12 cm (Figura 7-a).
Nos 20 metros a amplitude de comprimento variou entre 4,5 e 12,9 cm
(machos) e 4,0 a 15,6 cm (fêmeas), com diferença significativa para fêmeas
nas classes de 4,0 a 6,0 e 11,0 a 12, 0 cm (Figura 7-b).
Na isóbata de 30 metros, os machos apresentaram uma amplitude de
comprimento entre 9,8 e 10,2 cm e as fêmeas entre 9,5 e 14,0 cm. Ocorreu
diferença significativa a favor das fêmeas em todas as classes de comprimento.
(Figura 7-c)
15
Figura 7: Proporção sexual por classe de tamanho entre machos e fêmeas, isóbata de 10 (a), 20 (b) e 30 metros (c). * = diferença significativa (x² = p<0,05).
16
Quando comparada a abundância de machos e fêmeas por classe de
comprimento, notou-se que a isóbata de 10 metros possui uma maior
abundância de indivíduos de ambos os sexos nas classes inferiores a 10 cm,
enquanto que a isóbata de 20 metros apresentou uma maior abundância (60
%) de indivíduos de ambos os sexos nas classes superiores a 10 cm. Já na
isóbata de 30 metros estiveram presentes apenas indivíduos com
comprimentos superiores a 9,0 cm.
5.4 - Abundância e distribuição espaço-temporal
As Figuras 8 e 9 mostram as distribuições de freqüência das classes de
comprimento total de machos e fêmeas, ao logo do ano nas isóbatas de 10 e
20 metros. Na profundidade de 10 metros ocorreu maior abundância de sete-
barbas nos meses de junho, setembro, outubro e novembro/2010, sendo o mês
de outubro o de maior captura com 381 exemplares capturados. A partir de
agosto até outubro/2010 ocorreu uma progressiva projeção modal, juntamente
com a redução de exemplares nas menores classes de tamanho, recuperando-
se em novembro/2010, onde pode ter ocorrido um recrutamento. Em
janeiro/2011 foram capturados apenas de 74 camarões, nos meses seguintes
até abril/2011, observa-se novamente a progressão modal, com recuperação
das menores classes em maio-junho/2011, podendo ser este um segundo
momento de recrutamento (Figura 8).
17
Figura 8: Distribuição mensal de classes de comprimento total (cm) do camarão sete-barbas na isóbata de 10 metros.
18
A isóbata de 20 metros apresentou as maiores capturas nos meses de
setembro-outubro/2010 e maio/2011, sendo que novamente o mês de outubro
apresentou maior abundância, com 338 indivíduos capturados. O mesmo
padrão de progressão modal pode ser observado nessa isóbata, entre os
meses de agosto-outubro/2010. Em paralelo a essa progressão, ocorreu à
diminuição das menores classes de tamanho, com um novo incremento de
indivíduos jovens no mês de novembro/2010. Como nos 10 metros, em
janeiro/2011 foram registradas as menores abundâncias (n=95), sendo que os
meses seguintes mantiveram mesmo padrão de progressão modal até
abril/2011, onde se verifica um incremento de juvenis na população, indicando
um novo recrutamento, o qual se mantém até junho/2011 (Figura 9).
Em ambas as isóbatas o padrão de distribuição foi praticamente
bimodal, indicando que o camarão sete-barbas possui coorte com crescimento
diferenciado ao longo do ano.
19
Figura 9:Distribuição mensal de classes de comprimento total do camarão sete-barbas na isóbata de 20 metros.
20
5.5 - Relação peso-comprimento
Os valores de peso total de cada exemplar foram plotados em um
gráfico em função do comprimento total, a fim de determinar qual o tipo de
relação entre essas variáveis. Ambos os sexos apresentaram crescimento
tendendo a isométrico. As seguintes equações foram obtidas: Wt = 0,0056 Lt 2,9763, r²= 0,9575 (machos) e Wt = 0,0045 Lt 3,0680, r² =0,9322 (fêmeas) (Figura
10).
Figura 10: Relação peso/comprimento para machos e fêmeas de X.kroyeri.
21
5.6 - Tamanho de primeira maturação
O tamanho de primeira maturação foi estimado em 6,7 cm para os
machos e 7,4 cm para as fêmeas. A partir do comprimento total de 8,0 cm,
todos os machos capturados eram adultos, enquanto todas as fêmeas eram
adultas a partir de 9,0 cm (Figura 11).
Figura 11: Tamanho de primeira maturação para machos e fêmeas do camarão sete-barbas. Macho LTPM=6,7cm e Fêmeas LTPM=7,4cm.
5.7 - Atuação da pesca artesanal
Observando as distribuições de freqüência de comprimento anual por
cada isóbata e considerando o tamanho de primeira maturação estimado para
machos e fêmeas, fica explicito que o esforço da pesca artesanal na isóbata de
10 metros é concentrado sobre o estoque adulto (machos = 82,78% e fêmeas =
69,31%), porém o estoque de camarões juvenis também é muito afetado
(machos = 17, 22% e fêmeas = 30,69%), o que gera preocupação.
Os arrastos realizados na isóbata de 20 metros estão mais concentrados
sobre o estoque adulto (machos = 92,00% e fêmeas = 86,15%) e com menor
22
intensidade sobre os juvenis (machos = 8,00% e fêmeas = 13,15%). Enquanto
que os arrastos efetuados na isóbata de 30 metros se concentraram somente
no estoque adulto para ambos os sexos (machos = 100% e fêmeas = 100%)
(Figura 12).
23
Figura 12: Distribuição de freqüência das classes de comprimento total por isóbata. As linhas indicam o tamanho de
maturação.
24
5.8 - Aspectos reprodutivos
A curva de maturação obtida através dos valores médios mensais de
IGS sugere que na isóbata de 10 metros as fêmeas de X.kroyeri apresentam
um período reprodutivo longo, com três picos de desova. O primeiro e mais
intenso em agosto/2010, o segundo no mês de novembro/2010 e o terceiro de
menor intensidade no mês de abril/2011 (Figura 13).
Figura 13: Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 10 metros, sendo que as barras verticais indicam o desvio padrão.
Já na isóbata de 20 metros, ficaram evidentes dois picos de desova,
sendo o primeiro em dezembro/2010 e o segundo coincide com o de menor
intensidade dos 10 metros, em abril. (Figura 14).
25
Figura 14: Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 20 metros, sendo que as barras verticais indicam o desvio padrão.
Todos os exemplares capturados na isóbata de 30 metros foram adultos,
porém as fêmeas capturadas não estavam ovadas, impossibilitando calcular
um valo de IGS médio .
6 - Discussão
O entendimento da mudança sazonal das variáveis ambientais é de
fundamental importância, pois são elas que indicam o comportamento do
oceano. Schettini et al (1999) estudaram os aspectos hidrodinâmicos da
enseada da Armação do Itapocoroy, Penha, SC, e encontraram três tipos de
massas de águas distintas: Água Costeira (AC), Água da Plataforma (AP) e
Água Central do Atlântico Sul (ACAS). A Água Costeira, como o próprio nome
diz, ocorre próximo a região costeira, possui salinidade inferior a 34 ‰ e
temperaturas variando sazonalmente entre 19 e 28 ° C, estando presente
durante todo o ano (CARVALHO et al., 1998; SCHETTINI et al., 1998),
corroborando com o encontrado no presente trabalho.
Os parâmetros físico-químicos são muito importantes para determinar a
distribuição, estrutura populacional e desenvolvimento dos organismos. Um
exemplo disso é o que ocorre com as espécies de camarões Artemesia
longinaris e Farfanpenaeus paulensis, onde a quantidade de alimento e
26
condições hidrográficas influenciam na distribuição da primeira espécie e a
temperatura influência na abundância da segunda espécie (BOSCHI, 1969;
D’INCAO, 1984).
As elevadas temperaturas registradas na isóbata de 10 metros em
meados da primavera e durante o verão,’ pode estar associadas a AC e ter
contribuído para as baixas abundâncias do sete-barbas. Já nos 20 metros, os
elevados teores de salinidade, provavelmente contribuiram para a redução da
abundância de camarões no período acima mensionada. Entretanto, a única
ocorrência de camarão sete-barbas nos 30 metros aconteceu no mês de
outubro, onde foram registradas as menores temperaturas e salinidade,
indicando possível associação entre indivíduos adultos e essa condição
ambiental.
Cortés & Newmark (1992) encontraram um padrão semelhante na Costa
Verde, Colômbia, onde os exemplares juvenis de camarão sete-barbas se
encontravam em regiões com baixos teores de salinidade e os adultos em
locais com salinidade mais alta.
A Captura por Unidade de Esforço também flutuou de acordo com as
variáveis ambientais, onde as maiores capturas ocorreram na primavera,
juntamente com os valores mais baixos de temperatura e salinidade e as
menores capturas no verão, onde a salinidade foi mais elevada. Nakagaki et. al
(1995) encontraram o mesmo padrão de rendimento em Ubatuba, litoral norte
de São Paulo, com os maiores valores na primavera e os menores no verão.
Entretanto, vários autores encontram um padrão de rendimento diferente do
presente trabalho, Branco et al (1999) na foz do Rio Itajai-Açu encontrou uma
maior abundância de camarão sete-barbas no outono, Branco (2005) no
mesmo local de estudo, Natividade (2006) no litoral do Paraná e Castro (2005)
em Ubatuba, São Paulo também encontraram os maiores rendimentos no
outono.
A biologia e pesca do camarão sete-barbas vem sendo estudada no
município de Penha, SC, desde 1996, e a partir dessa data, a ocorrência
regular de X.kroyeri vem sendo documentada (BRANCO, 1999; BRANCO,
2005). O monitoramento do estoque dessa espécie é de fundamental
importância, pois além de ser ameaçada de sobreexplotação, sua pescaria é
27
um legado da cultura açoriana e é também fonte de renda para centenas de
pescadores artesanais que residem nesse município.
Uma das maneiras de saber em que estado se encontra o estoque de
uma determinada espécie, é através de estudos de dinâmica populacional.
Dentre vários modelos e análises que devem ser feitas, a proporção sexual é
de extrema importância. Segundo Vazzoler (1996), a proporção sexual entre
machos e fêmeas em peixes é de fundamental importância para a
determinação da estrutura populacional de uma espécie. Analisando o total de
sete-barbas capturado, a proporção sexual manteve-se próxima do esperado
de 1:1. No litoral de Pernambuco, na região de Tamandaré, Coelho & Santos
(1993) também encontraram um equilíbrio na população, assim como Santos &
Silva (2008) no município de Caravelas, Bahia, Heckler (2010) no complexo
Baía/Estuário de Santos e São Vicente, São Paulo, Branco (2005) na Armação
do Itapocoroy, Penha, Santa Catarina e Branco et al (1999) na Foz do Rio
Itajaí-Açu.
Entretanto, muitos autores afirmam que esse equilíbrio somente é
encontrado quando é analisado o total de camarão capturado, uma vez que ao
comparar a proporção entre os sexos mensalmente, nota-se em alguns meses
predomínio significativo de determinado sexo. Ao analisar mensalmente a
proporção sexual de camarão sete-barbas na Armação de Itapocoroy, Penha,
SC, Branco (2005) sugere que essas flutuações na proporção sexual podem
ser atribuídas à distribuição segregada dos sexos em alguns meses do ano, o
que pode ser corroborado com os dados do presente estudo, onde machos e
fêmeas alternaram o domínio em alguns meses e isóbatas.
De acordo com Branco et al (1999), as fêmeas da família Penaeidae
sempre atingem comprimento total superior aos machos. Pérez Farfante (1978)
encontrou para os machos de camarão sete-barbas um comprimento total de
11,5 cm e para as fêmeas de 14,0 cm, sendo que essa análise foi feita ao
longo de sua distribuição geográfica. No litoral catarinense, mais precisamente
na Armação do Itapocoroy, Penha, Branco (2005) encontrou um comprimento
total de 13,0 cm para os machos e 16,0 cm para as fêmeas.
No presente estudo os maiores camarões capturados nos 10 metros
encontravam-se entre 12,3 cm (machos) e 14,5 cm (fêmeas), nos 20m entre
12,9 e 15,6 cm, respectivamente, indicando diferença sexual na população. As
28
diferenças observadas no comprimento máximo da espécie podem estar
relacionadas à exploração por pesca, crescimento diferenciado dos sexos e
ainda à disponibilidade de alimento (BRANCO et al, 1999; BRANCO , 2005).
Segundo Iwai (1973), não existe migração de recrutamento ao estoque
adulto, sendo assim, ocorrem indivíduos juvenis junto com adultos na mesma
área. Padrão parecido foi observado por Branco (2005), onde ocorreu na
mesma área a presença de juvenis e adultos, porém com maior abundância
dos adultos. Ao analisar os histogramas das distribuições das classes de
comprimento por isobata, ficou evidente a ocorrência de juvenis em
praticamente todos os meses, com dois importantes picos de incremento de
juvenis na população (novembro/2010 e maio-junho/2011) na isóbata de 10
metros e dois picos na isóbata de 20 metros (novembro/2010 e abril-
junho/2011), indicando possíveis recrutamentos. Porém a abundância dos
adultos foi sempre maior, corroborando com o autor, onde o mesmo afirma que
a estrutura sazonal de comprimento da população é mantida em função dos
eventos do ciclo de vida da espécie.
A relação peso/comprimento tem sido utilizada para facilitar a estimativa
do peso de um exemplar, através do conhecimento do seu comprimento e
determinar o tipo de crescimento das espécies, sendo amplamente empregada
em estudos de dinâmica populacional e avaliação de estoque (BRANCO,
2005). Segundo Vazzoler (1996), a forma de crescimento de uma espécie é
importante no estudo do ciclo de vida de uma população, pois indica como um
indivíduo se comporta em determinadas fases de sua vida, como por exemplo
no momento de reprodução, onde ele guarda suas reservas energéticas para
investir em seus descendentes. Branco et al (1999), quando estudaram a
população de X.kroyeri na Foz do Rio Itajaí-Açu encontraram um padrão de
crescimento alométrico para ambos os sexos, porém Branco (2005) ao estudar
a população de camarão sete-barbas da Armação do Itapocoroy, encontrou um
padrão de crescimento tendendo a isométrico, fato observado no presente
estudo.
O conhecimento do tamanho de primeira maturação gonadal é
fundamental para a administração racional dos estoques de camarões, pois
fornece a informação básica para a determinação do tamanho mínimo de
captura e dimensionamento das malhas das redes (BRANCO et al, 1999).
29
Vazzoler (1996) afirma que o tamanho de primeira maturação é uma tática
reprodutiva bastante lábil, pois está intimamente relacionado ao crescimento,
apresentando variações intraespecíficas espaciais e temporais relacionadas às
condições ambientais abióticas e bióticas prevalecentes na região ocupada ou
no período em que a população ficou submetida às mesmas. Branco (2005) ao
estimar o comprimento de primeira maturação para o camarão sete-barbas na
Armação do Itapocoroy encontrou para os machos um comprimento de 7,3 cm
e para as fêmeas de 7,9 cm, diferindo do presente estudo, onde os indivíduos
atingiram o comprimento de primeira maturação mais cedo, com tamanhos
inferiores.
A sobreposição do tamanho de primeira maturação com as curvas de
distribuição de comprimento permitem determinar o estrato da população em
que a pesca vem atuando com maior intensidade (BRANCO et. al, 1999).
Estudos que mostram a atuação da frota artesanal do camarão sete-barbas por
isóbata são escassos. O presente trabalho ao analisar a atuação da frota,
identificou que na isóbata de 10 metros a captura de camarões juvenis é muito
maior que na isóbata de 20 metros, enquanto que na isóbata de 30 metros
foram capturados somente indivíduos adultos. Esse fato pode estar relacionado
à preferência dos indivíduos jovens em se desenvolverem em regiões de
menores profundidades, levando a formação de estratificação populacional,
provavelmente ainda não confirmada, pela ausência de um programa de
amostragem por isóbata. Esse novo método de amostragem do camarão sete-
barbas permite que os órgãos competentes possam definir áreas de pesca a
fim de preservar o desenvolvimento dos juvenis do X.kroyeri e manter a
continuidade dessa importante modalidade de pesca.
As informações existentes sobre a reprodução de X.kroyeri são
contraditórias. Embora seja consenso entre os autores, a ocorrência de
exemplares com gônadas maduras ao longo do ano, sugerindo um amplo
período de desova. A população de X.kroyeri na Armação do Itapocoroy
apresentou um amplo período de reprodução com três grandes picos de
desovas, confirmando que a espécie se reproduz o ano todo, porém com maior
intensidade em determinados meses.
30
7 - Conclusões
- A proporção de sexos de X. kroyeri se manteve próximo do esperado de 1:1,
porém quando analisado mensalmente por isóbata, ficou clara a dominância de
determinados sexos em alguns meses e isóbatas.
- Os indivíduos juvenis do camarão sete-barbas mostram uma clara preferência
por águas mais rasas para seu desenvolvimento, uma vez que sua maior
abundância foi na isóbata de 10 metros.
- Ocorreram dois períodos de recrutamentos de juvenis em ambas as isóbatas,
sendo que no mês de novembro/2010 o incremento de juvenis na população
ocorreu em ambas as isóbatas. Já o segundo período ocorreu mais cedo na
isóbata de 20 metros, no mês de abril/2011, enquanto que na isóbata de 10
metros ocorreu nos meses de maio-junho/2011.
- Ambos os sexos de camarão sete-barbas apresentaram um crescimento
tendendo ao isométrico.
- O tamanho de primeira maturação foi estimado em 6,7 cm para os machos e
7,4 cm para as fêmeas.
- A frota artesanal de camarão sete-barbas ao realizar arrastos na isóbata de
10 metros pode atingir uma importante fração do estoque juvenil, podendo
ocasionar sérios problemas para a recuperação do estoque.
- As fêmeas do camarão sete-barbas se reproduzem o ano todo, porém com
mais intensidade em agosto/2010, novembro/2010 e abril/2011 na isóbata de
10 metros e dezembro/2010 e abril/2011 na isóbata de 20 metros.
- Na profundidade de 30 metros só foram capturados indivíduos adultos, porém
um maior esforço amostral deve ser realizado nessa isóbata, para identificar se
ocorre uma grande abundância de camarão sete-barbas nesse local, ou seu
31
deslocamento para áreas mais profundas esta associado a condições
ambientais ótimas, uma vez que foram capturados indivíduos somente no mês
de outubro.
32
8 - Referências
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