UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI …siaibib01.univali.br/pdf/Leonardo Rocha...

44
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR – CTTMar CURSO DE OCEANOGRAFIA BIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO CAMARÃO SETE-BARBAS (XIPHOPENAEUS KROYERI HELLER, 1862) NO MUNICÍPIO DE PENHA, SC LEONARDO ROCHA SANTOS Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharel em Oceanografia. Orientador: Joaquim Olinto Branco, Dr². Itajaí 2011

Transcript of UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI …siaibib01.univali.br/pdf/Leonardo Rocha...

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR – CTTMar

CURSO DE OCEANOGRAFIA

BIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO CAMARÃO SETE-BARBAS (XIPHOPENAEUS KROYERI HELLER, 1862) NO MUNICÍPIO

DE PENHA, SC

LEONARDO ROCHA SANTOS

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharel em Oceanografia.

Orientador: Joaquim Olinto Branco, Dr².

Itajaí 2011

ii

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR – CTTMar

CURSO DE OCEANOGRAFIA

BIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO CAMARÃO SETE-BARBAS (XIPHOPENAEUS KROYERI HELLER, 1862) NO MUNICÍPIO

DE PENHA, SC

LEONARDO ROCHA SANTOS

Itajaí 2011

iii

Epígrafe

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”

Raul Seixas

iv

Agradecimentos

Á minha família, em especial a mãe, meu pai e ao meu irmão pela

oportunidade que me concederam em cursar Oceanografia e por terem

confiado em mim e no meu sonho;

Ao Professor Dr² Joaquim Olinto Branco, que além de um grande amigo,

aceitou me orientar nessa longa caminhada;

Ao CNPq –PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação

Científica), pela bolsa concedida para a realização desse trabalho.

À equipe do Laboratório de Biologia do CTTMar pelos momentos de

trabalho e de descontração passados juntos, especialmente com os

exemplares funcionários e estagiários (Pepeca, Passarinho, Fernando, Bolinha,

Jura, Fraldinha e Rhuan);

Ao grande homem pescador/técnico do laboratório Sr. Anilton que com

sua humildade e experiência de vida sempre me apoiou em todos os

momentos.

Aos grandes amigos/irmãos que eu fiz na faculdade, pelos momentos de

alegria, tristeza e descontração em que passamos juntos, fica aqui meu grande

agradecimento!!!!!!!!!! (Cadu, Gordo, Tainha, Mano Jão, Rafão, Baia, Bola,

Carioca, Gardena, Emo, Ganso, Vegeta, Catata, Jesus, Gui, Bz, Pi, Perdido,

LULI, Marcela, Claudi, Isa, Camila, Marina, Pati, Olivia)... aos que eu esqueci

de citar acima, desculpa, mas vocês sabem que fizeram a diferença.

Aos amigos da FURG e UFPR pela grande amizade estabelecida ao

longo de congressos, formaturas e viagens.... em especial a Lari Luna e

Carolina Mayumi.

À uma pessoa muito especial que passou comigo esses dois últimos

anos de faculdade, pelos conselhos, risadas, festas e viagens que nos fizemos

juntos. OBRIGADO LULI!!!

Muito Obrigado!!

v

Sumário

Epígrafe.............................................................................................................. iii

Agradecimentos .................................................................................................iv

Sumário .............................................................................................................. v

Lista de figuras ...................................................................................................vi

Lista de tabelas .................................................................................................vii

Resumo............................................................................................................ viii

1 – Introdução .................................................................................................... 1

2 - Objetivos ....................................................................................................... 4

2.1 - Geral....................................................................................................... 4

2.2 - Específicos ............................................................................................. 4

3 – Área de Estudo............................................................................................. 4

4 - Metodologia................................................................................................... 5

4.1 - Distribuição espacial e temporal do camarão sete-barbas ..................... 6

4.1.1 - Biometria.......................................................................................... 6

4.1.2 - Estrutura da População.................................................................... 6

4.1.3 - Variáveis Ambientais........................................................................ 7

4.1.3 - Análises Estatísticas ........................................................................ 7

5 – Resultados ................................................................................................... 9

5.1 - Variáveis Ambientais .............................................................................. 9

5.2 - Captura por Unidade de Esforço .......................................................... 11

5.3 - Proporção Sexual ................................................................................. 12

5.4 - Abundância e distribuição espaço-temporal ......................................... 16

5.5 - Relação peso-comprimento.................................................................. 20

5.6 - Tamanho de primeira maturação.......................................................... 21

5.7 - Atuação da pesca artesanal ................................................................. 21

5.8 - Aspectos reprodutivos .......................................................................... 24

6 - Discussão.................................................................................................... 25

7 - Conclusões ................................................................................................. 30

8 - Referências ................................................................................................. 32

vi

Lista de figuras

Figura 1: Localização da área de estudo e dos locais que foram realizados os arrastos, sendo que cada linha representa uma isóbata.. .................................. 8 Figura 2: Temperatura da água de fundo mensal em cada isóbata. .................. 9 Figura 3: Salinidade de fundo mensal por isóbata. .......................................... 10 Figura 4: Captura por unidade de esforço sazonal nas isóbatas de 10 (a) e 20 metros (b) ......................................................................................................... 12 Figura 5: Proporção sexual mensal entre machos e fêmeas do camarão sete-barbas isóbata de 10 metros (Fig. 8-a) e isóbata de 20 metros (Fig. 2-b). * = diferença significativa (x² = p<0,05).................................................................. 13 Figura 6: Proporção sexual mensal entre machos e fêmeas do camarão sete-barbas em ambas as isóbatas. * = diferença significativa (x² = p<0,05)........... 14 Figura 7: Proporção sexual por classe de tamanho entre machos e fêmeas, isóbata de 10 (a), 20 (b) e 30 metros (c). * = diferença significativa (x² = p<0,05). ............................................................................................................ 15 Figura 8: Distribuição mensal de classes de comprimento total do camarão sete-barbas na isóbata de 10 metros. .............................................................. 17 Figura 9:Distribuição mensal de classes de comprimento total do camarão sete-barbas na isóbata de 20 metros. ...................................................................... 19 Figura 10: Relação peso/comprimento para machos e fêmeas de X.kroyeri. .. 20 Figura 11: Tamanho de primeira maturação para machos e fêmeas do camarão sete-barbas. Macho LTPM=6,7cm e Fêmeas LTPM=7,4cm................................ 21 Figura 12: Distribuição de freqüência das classes de comprimento total por isóbata.............................................................................................................. 23 Figura 13: Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 10 metros. ............................................................... 24 Figura 14: Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 20 metros. ............................................................... 25

vii

Lista de tabelas Tabela 1: Correlação de Spearman (p<0,05) enrte a temperatua e a abundância de camarão sete-barbas em cada isóbata. ................................... 10 Tabela 2: Correlação de Spearman (p<0,05) enrte a salinidade e a abundância de camarão sete-barbas em cada isóbata. ...................................................... 11

viii

Resumo

A pesca artesanal do camarão sete-barbas é denominada “pesca de sol a sol” e realizada em grande escala no litoral brasileiro, apresentando uma significativa importância econômica, histórica, social e cultural. Atualmente é uma atividade de grande interesse no setor e o segundo recurso pesqueiro nas regiões Sudeste-Sul do Brasil. Essa modalidade é considerada predatória e danifica substancialmente a comunidade bentônica, mas é eficiente na captura da espécie-alvo. O presente trabalho testou a hipótese da distribuição estratificada do camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) em função das classes de tamanho, distribuição espaço-temporal, abundância, tamanho de primeira maturação, época de reprodução e recrutamento, assim como a influência das variáveis ambientais na distribuição dos indivíduos desta espécie na Armação do Itapocoroy, Penha, SC. Entre os meses de Julho de 2010 e Junho de 2011 foram realizadas amostragens mensais nas isóbatas de 10, 20 e 30 metros, cada coleta teve duração de 15 minutos (uma amostra e duas réplicas) e foram feitas a bordo de uma embarcação baleeira. No período amostrado foi capturado um total de 4136 exemplares de X. kroyeri, onde a isóbata de 10 metros contribuiu com 2157 camarões, 20 metros com 1979 exemplares e os 30 metros com 27 indivíduos. O camarão sete-barbas apresentou maiores amplitudes de comprimento em maiores profundidades, sendo que além de possuir os maiores indivíduos, a isóbata de 20 metros também possui uma maior concentração de exemplares adultos. A população apresenta flutuações sazonais na abundância, com as maiores taxas de capturas na primavera e as menores no verão. O padrão de crescimento dos indivíduos tendeu ao isométrico, o tamanho de primeira maturação foi estimado em 6,7 cm para os machos e 7,4 cm para as fêmeas. O período reprodutivo na isóbata de 10 metros foi intenso, com três grandes picos, enquanto que na isóbata de 20 metros ocorreram apenas dois picos de desova. As variáveis ambientais influenciaram na abundância do camarão sete-barbas e a ocorrência dos indivíduos na isóbata de 30 metros pode estar relacionado a fatores ambientais que promovem seu deslocamento para áreas mais profundas. Palavras-chave. Pesca artesanal; camarão sete-barbas; distribuição estratificada.

1

1 – Introdução

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e

Alimentação (FAO, 2010), a captura de camarões vem diminuindo

drasticamente, entretanto em 2008, ainda foram capturados mais de três

milhões de toneladas.

Por ser um produto nobre e de alto valor comercial, países europeus

importam centenas de toneladas de camarões por ano, preocupando as

nações exportadoras, que procuram valorizar mais seus produtos no mercado

internacional a partir de selos ecológicos. O Suriname implementou uma série

de mudanças na forma de captura do principal recurso explorado (camarão

sete-barbas), para tentar obter sua certificação pela MSC (Marine Stewardship

Council) (PÉREZ-RAMÍREZ, 2010)

No Brasil, a atividade pesqueira está entre as quatro principais fontes

geradoras de proteína animal para o consumo humano, participando com

aproximadamente 0,4% do PIB em 2002 (IBGE, 2002). Estimativas recentes

indicam que essa atividade é responsável pela geração de 800 mil empregos

diretos (VALENTINI, 2005), entretanto, indicadores oficiais a consideram como

pouco expressiva no contexto socioeconômico do país. Quando computada a

geração de empregos e fonte de proteína para as populações litorâneas, essa

atividade assume sua real importância no cenário brasileiro. A pesca extrativa

marinha da região Sul, atualmente é considerada uma das mais produtivas no

país, com destaque para o estado de Santa Catarina, com 136.189 t

desembarcadas em 2009 (UNIVALI/CTTMar, 2009).

Em geral, os camarões marinhos representam o principal alvo da pesca

no litoral brasileiro. Atualmente são conhecidas sete famílias de

Dendrobranchiata, representadas por 26 gêneros e 61 espécies (COSTA et al.,

2000). Muitas dessas espécies possuem grande interesse econômico

(D’INCAO et. al, 2002), com destaque para o camarão sete-barbas

(Xiphopenaeus kroyeri) que é um dos principais recursos pesqueiros

explorados no litoral catarinense, apresentando um incremento de 363t em

2005 para 1.204t em 2006, somente na pesca industrial (UNIVALI/CTTMar,

2007).

2

O gênero Xiphopenaeus é composto por duas espécies, X. riveti

(BOUVIER, 1907) encontrado no Pacífico Oriental, da costa da Sinaloa

(México) até Paita (Peru) (PÉREZ FARFANTE, 1988), enquanto que X kroyeri

ocorre no Atlântico Ocidental, da Carolina do Norte (USA) até o Rio Grande do

Sul (BR) (D’INCAO et al., 2002). Essa espécie possui varias denominações ao

longo da área de distribuição, sendo conhecido como “seabob shrimp” nos

Estados Unidos, “camarón blanco” na Venezuela, “tití” na Colômbia, “redi sara-

sara e bigi sara-sara” no Suriname, “coarse shrimp e large prawn” na Guyana

Francesa, de “camarão chifrudo no norte do Brasil e de camarão sete-barbas

no resto do país (PÉREZ FARFANTE, 1988).

A pesca artesanal dirigida ao camarão sete-barbas é realizada no litoral

catarinense desde 1960, sempre com o método de arrasto motorizado com

portas. Atualmente existem cerca de duas mil embarcações distribuídas em 15

Colônias de Pescadores, desde o município de Palhoça, ao sul, até Guaruva,

no limite com o estado do Paraná. Estas embarcações têm entre oito e 10m e

motores de 10 a 36 HP, desprovidas de convés e porão (botes, bateiras e

baleeiras de boca aberta), a pesca ocorre do amanhecer ao entardecer

(conhecida como pesca de sol a sol), em áreas próximas às comunidades de

pescadores, em profundidades de até 30 metros (BRANCO, 2005).

Além de seus componentes biológicos, físicos e químicos, essa

atividade tem uma ampla dimensão sócio-econômica (BAIL & BRANCO, 2007),

onde as decisões acerca das medidas a serem tomadas serão mais

apropriadas quanto mais profundas e abrangentes forem as informações

biológicas da espécie-alvo.

A biologia e a pesca do camarão sete-barbas vêm sendo estudadas há

décadas no litoral brasileiro, no Nordeste (MOTA-ALVES & RODRIGUES,

1977; COELHO & SANTOS, 1993; SANTOS & COELHO, 1996; SANTOS &

IVO, 2000), no Espírito Santo (EUTRÓPIO, 2009), no Rio de Janeiro (JARDIM,

2009; FERNANDES, 2011), em São Paulo (NEIVA & WISE, 1967; SANTOS et

al., 1969; SEVERINO-RODRIGUES et al., 1993; NAKAGAKI & NEGREIROS-

FRANSOZO, 1998; FRANSOZO et al., 2000), no Paraná (BRANCO et al.,

1994) e em Santa Catarina (NASCIMENTO & POLI, 1986; BRANCO et al.,

1999; BRANCO, 2005; PEZZUTO et al., 2008) contribuindo com informações

relevantes para o conhecimento do ciclo de vida da espécie.

3

Xiphopenaeus kroyeri possui um ciclo de vida diferente dos outros

camarões pertencentes à família Penaeidae (HOLTHUIS, 1980), pois não

depende dos estuários para o desenvolvimento dos juvenis e também não

apresenta estratificação populacional, sendo comum a ocorrência de juvenis e

adultos na mesma área (NEIVA & WISE, 1967; BRANCO, 2005).

Porém, trabalhos mais atuais sugerem que camarões jovens de sete-

barbas, geralmente são capturados em locais mais rasos, como praias, baías e

enseadas (BRANCO et al., 1999; CASTRO et al., 2005; COSTA &

FRANSOZO, 2004), enquanto que os adultos reproduzem a partir dos 15

metros de profundidade (SEVERINO-RODRIGUES et al.,1992). Como os

pescadores possuem áreas de pescas muito extensas e realizam arrastos

longos, ocorre a mistura do camarão sete-barbas de diferentes profundidades,

podendo contribuir para a idéia da não estratificação populacional.

O entendimento do padrão de distribuição espaço temporal da

população do sete-barbas passa pela construção de um modelo do ciclo de

vida, onde as amostras devem ser analisadas por isóbatas em arrastos

experimentais, juntamente com fatores abióticos como temperatura, salinidade

e tipo de sedimento. Para Graça-Lopes et al., (2007), o mapeamento do tipo de

fundo e temperatura nas áreas de pesca do X. kroyeri ajudaria a compreender

o padrão de distribuição espaço temporal da espécie, visto que o tipo de

sedimento parece ser determinante para a ocorrência desse recurso. Também

sugerem que o deslocamento do contingente populacional para águas mais

profundas vincula-se à idade dos indivíduos, onde ao redor dos 20m de

profundidade encontram-se os camarões acima dos 11,0 cm, que efetivamente

tornam-se adultos e desovam. O entendimento dessa distribuição ajudará nas

tomadas de decisões para o manejo e sustentabilidade da pesca do camarão

sete-barbas.

4

2 - Objetivos

2.1 – Geral

Estudar a distribuição espaço-temporal do camarão sete-barbas

(Xiphopenaeus kroyeri) nas isóbatas de 10, 20 e 30 metros na Armação do

Itapocoroy, Penha, SC.

2.2 - Específicos

- Caracterizar a distribuição estratificada de Xiphopenaeus kroyeri, em função

das classes de tamanho, da distribuição espaço-temporal, abundância,

tamanho de primeira maturação, época de reprodução e recrutamento;

- Verificar a influência das variáveis ambientais na distribuição espaço-temporal

e nas taxas de captura do camarão sete-barbas;

- Comparar a captura em CPUE por isóbata e verificar se ocorreram diferenças

sazonais.

3 – Área de Estudo

O litoral de Santa Catarina está localizado entre as latitudes sul de 25°

57’41” e 29°23’55”, possui 538 km de extensão e representa 7% da costa

brasileira. O oceano Atlântico banha sua planície costeira e possui uma

amplitude de maré inferior a 2 metros. Nessa região os ventos predominantes

são de nordeste, sudoeste e sudeste, sendo que as ondulações são geradas

principalmente pelos ventos do sudeste do cinturão subpolar do Atlântico Sul.

Pela sua posição entre as latitudes médias da zona subtropical, o clima é

temperado, super úmido, sofrendo influência das massas Tropical Atlântica e

Polar Atlântica.

Diehl & Horn-Filho (1996) dividiram o litoral de Santa Catarina em oito

setores geológicos, que são classificados como:

(I) Norte

(II) Nordeste

5

(III) Centro-Norte

(IV) Central

(V) Centro-Sul

(VI) Sudeste

(VII) Sul

(VIII) Meridional

O Município de Penha esta inserido no setor Nordeste (II), é abrigado

por morros, sendo protegido dos ventos do quadrante Sul e exposto as ventos

do quadrante Norte. e a sedimentação costeira sofre influência do rio Itajaí-Açu.

A constituição do fundo nas áreas de pesca é areno-lodosa, porém as

praias próximas são constituídas por areia grossa. Uma característica

oceanográfica importante na região estudada é a penetração da massa de

Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na camada inferior da plataforma

continental durante a primavera e o verão, formando uma termoclina numa

profundidade de aproximadamente 10 a 15 m. Com o retrocesso da ACAS

durante o inverno, a distribuição da temperatura na zona costeira torna-se

homogênea com águas entre 20 e 23°C e salinidade de 35 ‰ (MATSUURA,

1986).

A definição dos locais em que seriam realizados os arrasto, foram feitos

a partir de conversas com pescadores que definiram áreas de pesca em cada

isóbata, sendo assim, ficou definido uma área de pesca na isóbata de 10 , uma

na de 20 e a última na isóbata de 30 metros

4 - Metodologia

Foi utilizada uma rotina de amostragens voltada para análise da

distribuição espaço temporal e aspectos do ciclo de vida do camarão sete-

barbas na Armação do Itapocoroy (Penha).

Foram efetuadas coletas mensais, durante o período de Julho de 2010 a

Setembro de 2011, nas isobátas de 10, 20 e 30 metros. Para a determinação

da profundidade foi utilizada uma sonda do modelo EAGLE CUDA 300. Os

arrastos tiveram duração de 15 minutos (uma amostra e duas réplicas) por

isobáta em áreas tradicionais de pesca do camarão sete-barbas.

As coletas foram diurnas utilizando-se uma baleeira da pesca artesanal,

equipada com duas redes de arrasto do tipo “double-rig”, com 4,5 m de

6

abertura e 11 m de comprimento, malha de 3,0 cm na manga e corpo e 2,0 cm

no ensacador (BRANCO, 2005). O produto de cada arrasto foi etiquetado,

acondicionado em saco plástico e mantido em caixa de isopor com gelo até o

laboratório.

4.1 - Distribuição espacial e temporal do camarão sete-barbas

4.1.1 - Biometria

Dos camarões sete-barbas coletados mensalmente por área e isóbatas

foi registrado o sexo, estádio de maturação através de observações

macroscópicas das gônadas (PÉREZ-FARFANTE, 1970), comprimento total e

da carapaça em centímetros e o peso total em gramas (BRANCO et al., 1999;

BRANCO, 2005). Das fêmeas adultas, foi selecionada uma sub-amostra

representativa e aleatória, retirados os ovários e registrado o peso (Wg) para a

determinação da época de reprodução.

4.1.2 - Estrutura da População

Foi aplicado o teste do x2, ao nível de significância de 5% e n-1 graus de

liberdade (n=2), para verificar a existência de possível diferença entre a

proporção sexual, durante os meses, classes de comprimento total por

profundidade conforme (VAZZOLER, 1996).

A relação peso/comprimento foi estimada para machos e fêmeas

(SANTOS, 1978). Através da distribuição de freqüência das classes de

comprimento por isóbatas foi determinado o período de recrutamento. Também

foi analisada a condição gonadal e estimado o índice gonadassomático

(BRANCO, 2005).

O tamanho de primeira maturação gonadal (LtPM), que corresponde ao

comprimento onde 50% dos exemplares são adultos, foi estimado graficamente

para machos e fêmeas em função da profundidade (VAZZOLER, 1981). Esse

tamanho foi interpolado sobre as distribuições de comprimento e utilizado para

verificar a atuação da pesca artesanal sobre os camarões jovens e adultos em

cada isóbata (BRANCO et al., 1999; BRANCO, 2005).

7

4.1.3 - Variáveis Ambientais

Nos arrastos por isóbatas foram coletadas amostras de água de fundo

com uma garrafa de Nansen e mensuradas a temperatura (com um

termômetro) e a salinidade (com um refratômetro óptico específico).

4.1.3 - Análises Estatísticas

A média sazonal da CPUE (kg/h) e número de exemplares entre as

isobátas foram testados a partir da Analise de Variância Paramétrica (ANOVA).

No caso dos dados de abundância de camarão nas isóbatas e as variáveis

ambientais, foi utilizado o teste de correlação não paramétrico de Spearman.

8

Figura 1: Localização da área de estudo e dos locais onde foram realizados os arrastos, sendo que cada linha representa uma isóbata..

9

5 – Resultados

5.1 - Variáveis Ambientais

Durante o período de estudo, a temperatura da água de fundo variou de

16 a 26,5°C, sendo que a menor temperatura foi no mês de julho/2010 e a

maior no mês de fevereiro/2011. A temperatura média anual foi de 21,6°C e

apresentou uma variação sazonal, com os maiores valores no verão-outono e

os menores na primavera-inverno.

Ao analisar a temperatura de água de fundo separadamente por isóbata,

ficou claro o mesmo padrão de variação sazonal entre elas, além disso, foi

observado um pequeno gradiente térmico, onde as menores temperaturas

(primavera-inverno) foram na isóbata de 30 metros e ao se aproximar da costa

a temperatura foi aumentando. Padrão idêntico ocorreu nas estações que

apresentaram maiores valores de temperatura (verão-outono), onde os maiores

valores estiveram na isóbata de 10 metros e foi diminuindo gradativamente até

a isóbata de 30 metros. (Figura 2)

Figura 2: Temperatura da água de fundo mensal em cada isóbata.

Já a salinidade variou de 31,5 ‰ no mês de agosto a 34,8 ‰ no mês de

outubro e teve uma média anual de 33,0 ‰. Quando analisada separadamente

10

por isóbatas, fica evidente a ocorrência da Água Costeira (AC) em ambas as

isóbatas. (Figura 3).

Figura 3: Salinidade de fundo mensal por isóbata.

Para tentar entender a influência das variáveis ambientais na

abundância do camarão sete-barbas, foi utilizado o teste de correlação de

Spearman. Quando correlacionada a temperatura com o número de

exemplares, a isóbata de 10 metros apresentou uma correlação negativa muito

significativa, com valor de r = -0, 7487 e de p = 0, 0070 (tabela 1), enquanto

que a isóbata de 20 metros também apresentou uma correlação negativa,

porém não significativa, com valores de r = -0,3221 e de p = 0,3085.

Tabela 1: Correlação de Spearman (p<0,05) entre a temperatura e a abundância de camarão sete-barbas em cada

isóbata.

Temperatura 10 Metros 20 Metros

Coeficiente de Spearman -0, 7487 -0, 3221

Valor de p 0, 0070 0, 3085

Significância * ns

* = significativo p=0,05; ns = não apresenta correlação significativa estatisticamente.

Já a salinidade, na isóbata de 10 metros teve uma correlação negativa

com a abundância, porém não significativa, com valor de r = -0,3077 e p =

11

0,3310. Entretanto, a isóbata de 20 metros apresentou uma correlação

negativa significativa, com valor de r = - 0,7180 e p = 0,0106 (tabela 2). Tabela 2: Correlação de Spearman (p<0,05) enrte a salinidade e a abundância de camarão sete-barbas em cada

isóbata.

Salinidade 10 Metros 20 Metros

Coeficiente de Spearman -0, 3077 -0, 7180

Valor de p 0, 3310 0, 0106

Significância ns *

* = significativo p=0,05; ns = não apresenta correlação significativa estatisticamente.

A isóbata de 30 metros foi retirada dessa análise porque foi capturado

camarão sete-barbas em apenas um mês, impossibilitando e correlacionar a

abundância com as variáveis ambientais.

5.2 - Captura por Unidade de Esforço

A CPUE sazonal na isóbata de 10 metros mostrou que a maior captura

em biomassa ocorreu na primavera com 3903,24 g, seguido do inverno com

3069,80 g e outono-verão com 2697,88 g e 2656,21 g respectivamente. Na

isóbata de 20 metros, a maior captura em biomassa também ocorreu na

primavera com 5907,93 g, porém seguido do outono com 3697,40 g verão com

2686,74 g e a menor captura no inverno com 2371,61 g (Figura 4).

12

Figura 4: Captura por unidade de esforço sazonal nas isóbatas de 10 (a) e 20 metros (b), sendo que as barras verticais indicam o erro padrão.

Ao serem comparadas estatisticamente através da ANOVA, ambas as

isóbatas não apresentaram diferenças significativas entre as estações do ano e

a biomassa, sendo que na isóbata de 10 metros (F3-8=1,123; p=0,395 ) e na

isóbata de 20 metros (F3-8=2,044; p=0,186).

5.3 - Proporção Sexual

Durante o período de estudo foram capturados 4136 exemplares de X.

kroyeri, sendo que a isóbata de 10 metros contribuiu com 2157 camarões,

sendo 46,08% machos e 53,91% fêmeas; dos 1979 exemplares coletados nos

20 metros, 43,05% foram identificados como machos e 54,94% como fêmeas,

enquanto que nos 30 metros foram capturados somente 27 camarões em

outubro/2010, sendo 7,40% machos e 92,59% fêmeas.

A proporção de camarões na isóbata de 10m apresentou diferença

significativa (teste x2) a favor das fêmeas nos meses de julho a dezembro/2010

e abril/2011 (Figura 5-a), enquanto que nos 20m as diferenças ocorreram em

agosto,outubro/2010 e maio/2011 para as fêmeas e dezembro/2010, abril e

junho/2011 para os machos (Figura 5-b). Quando somados os dados,

independente da profundidade, a proporção de sete-barbas apresentou

diferença significativa, apenas para as fêmeas nos meses de julho, agosto e

setembro/2010 (Figura 6).

13

Figura 5: Proporção sexual mensal do camarão sete-barbas na isóbata de 10 metros (Fig. 5-a) e isóbata de 20 metros (Fig. 5-b). * = diferença significativa (x² = p<0,05).

14

Figura 6: Proporção sexual mensal camarão sete-barbas somando os indivíduos das isóbatas de 10 e 20 metros. * = diferença significativa (x² = p<0,05).

Os camarões capturados na isóbata de 10 metros no período amostrado

apresentaram amplitudes de comprimento total entre 4,6 e 12,3 cm para

machos e 3,7 e 14,5 para as fêmeas. De acordo com o teste x², os machos

predominaram na classe de 8 cm, enquanto que as fêmeas nas classes de 4,

11 e 12 cm (Figura 7-a).

Nos 20 metros a amplitude de comprimento variou entre 4,5 e 12,9 cm

(machos) e 4,0 a 15,6 cm (fêmeas), com diferença significativa para fêmeas

nas classes de 4,0 a 6,0 e 11,0 a 12, 0 cm (Figura 7-b).

Na isóbata de 30 metros, os machos apresentaram uma amplitude de

comprimento entre 9,8 e 10,2 cm e as fêmeas entre 9,5 e 14,0 cm. Ocorreu

diferença significativa a favor das fêmeas em todas as classes de comprimento.

(Figura 7-c)

15

Figura 7: Proporção sexual por classe de tamanho entre machos e fêmeas, isóbata de 10 (a), 20 (b) e 30 metros (c). * = diferença significativa (x² = p<0,05).

16

Quando comparada a abundância de machos e fêmeas por classe de

comprimento, notou-se que a isóbata de 10 metros possui uma maior

abundância de indivíduos de ambos os sexos nas classes inferiores a 10 cm,

enquanto que a isóbata de 20 metros apresentou uma maior abundância (60

%) de indivíduos de ambos os sexos nas classes superiores a 10 cm. Já na

isóbata de 30 metros estiveram presentes apenas indivíduos com

comprimentos superiores a 9,0 cm.

5.4 - Abundância e distribuição espaço-temporal

As Figuras 8 e 9 mostram as distribuições de freqüência das classes de

comprimento total de machos e fêmeas, ao logo do ano nas isóbatas de 10 e

20 metros. Na profundidade de 10 metros ocorreu maior abundância de sete-

barbas nos meses de junho, setembro, outubro e novembro/2010, sendo o mês

de outubro o de maior captura com 381 exemplares capturados. A partir de

agosto até outubro/2010 ocorreu uma progressiva projeção modal, juntamente

com a redução de exemplares nas menores classes de tamanho, recuperando-

se em novembro/2010, onde pode ter ocorrido um recrutamento. Em

janeiro/2011 foram capturados apenas de 74 camarões, nos meses seguintes

até abril/2011, observa-se novamente a progressão modal, com recuperação

das menores classes em maio-junho/2011, podendo ser este um segundo

momento de recrutamento (Figura 8).

17

Figura 8: Distribuição mensal de classes de comprimento total (cm) do camarão sete-barbas na isóbata de 10 metros.

18

A isóbata de 20 metros apresentou as maiores capturas nos meses de

setembro-outubro/2010 e maio/2011, sendo que novamente o mês de outubro

apresentou maior abundância, com 338 indivíduos capturados. O mesmo

padrão de progressão modal pode ser observado nessa isóbata, entre os

meses de agosto-outubro/2010. Em paralelo a essa progressão, ocorreu à

diminuição das menores classes de tamanho, com um novo incremento de

indivíduos jovens no mês de novembro/2010. Como nos 10 metros, em

janeiro/2011 foram registradas as menores abundâncias (n=95), sendo que os

meses seguintes mantiveram mesmo padrão de progressão modal até

abril/2011, onde se verifica um incremento de juvenis na população, indicando

um novo recrutamento, o qual se mantém até junho/2011 (Figura 9).

Em ambas as isóbatas o padrão de distribuição foi praticamente

bimodal, indicando que o camarão sete-barbas possui coorte com crescimento

diferenciado ao longo do ano.

19

Figura 9:Distribuição mensal de classes de comprimento total do camarão sete-barbas na isóbata de 20 metros.

20

5.5 - Relação peso-comprimento

Os valores de peso total de cada exemplar foram plotados em um

gráfico em função do comprimento total, a fim de determinar qual o tipo de

relação entre essas variáveis. Ambos os sexos apresentaram crescimento

tendendo a isométrico. As seguintes equações foram obtidas: Wt = 0,0056 Lt 2,9763, r²= 0,9575 (machos) e Wt = 0,0045 Lt 3,0680, r² =0,9322 (fêmeas) (Figura

10).

Figura 10: Relação peso/comprimento para machos e fêmeas de X.kroyeri.

21

5.6 - Tamanho de primeira maturação

O tamanho de primeira maturação foi estimado em 6,7 cm para os

machos e 7,4 cm para as fêmeas. A partir do comprimento total de 8,0 cm,

todos os machos capturados eram adultos, enquanto todas as fêmeas eram

adultas a partir de 9,0 cm (Figura 11).

Figura 11: Tamanho de primeira maturação para machos e fêmeas do camarão sete-barbas. Macho LTPM=6,7cm e Fêmeas LTPM=7,4cm.

5.7 - Atuação da pesca artesanal

Observando as distribuições de freqüência de comprimento anual por

cada isóbata e considerando o tamanho de primeira maturação estimado para

machos e fêmeas, fica explicito que o esforço da pesca artesanal na isóbata de

10 metros é concentrado sobre o estoque adulto (machos = 82,78% e fêmeas =

69,31%), porém o estoque de camarões juvenis também é muito afetado

(machos = 17, 22% e fêmeas = 30,69%), o que gera preocupação.

Os arrastos realizados na isóbata de 20 metros estão mais concentrados

sobre o estoque adulto (machos = 92,00% e fêmeas = 86,15%) e com menor

22

intensidade sobre os juvenis (machos = 8,00% e fêmeas = 13,15%). Enquanto

que os arrastos efetuados na isóbata de 30 metros se concentraram somente

no estoque adulto para ambos os sexos (machos = 100% e fêmeas = 100%)

(Figura 12).

23

Figura 12: Distribuição de freqüência das classes de comprimento total por isóbata. As linhas indicam o tamanho de

maturação.

24

5.8 - Aspectos reprodutivos

A curva de maturação obtida através dos valores médios mensais de

IGS sugere que na isóbata de 10 metros as fêmeas de X.kroyeri apresentam

um período reprodutivo longo, com três picos de desova. O primeiro e mais

intenso em agosto/2010, o segundo no mês de novembro/2010 e o terceiro de

menor intensidade no mês de abril/2011 (Figura 13).

Figura 13: Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 10 metros, sendo que as barras verticais indicam o desvio padrão.

Já na isóbata de 20 metros, ficaram evidentes dois picos de desova,

sendo o primeiro em dezembro/2010 e o segundo coincide com o de menor

intensidade dos 10 metros, em abril. (Figura 14).

25

Figura 14: Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 20 metros, sendo que as barras verticais indicam o desvio padrão.

Todos os exemplares capturados na isóbata de 30 metros foram adultos,

porém as fêmeas capturadas não estavam ovadas, impossibilitando calcular

um valo de IGS médio .

6 - Discussão

O entendimento da mudança sazonal das variáveis ambientais é de

fundamental importância, pois são elas que indicam o comportamento do

oceano. Schettini et al (1999) estudaram os aspectos hidrodinâmicos da

enseada da Armação do Itapocoroy, Penha, SC, e encontraram três tipos de

massas de águas distintas: Água Costeira (AC), Água da Plataforma (AP) e

Água Central do Atlântico Sul (ACAS). A Água Costeira, como o próprio nome

diz, ocorre próximo a região costeira, possui salinidade inferior a 34 ‰ e

temperaturas variando sazonalmente entre 19 e 28 ° C, estando presente

durante todo o ano (CARVALHO et al., 1998; SCHETTINI et al., 1998),

corroborando com o encontrado no presente trabalho.

Os parâmetros físico-químicos são muito importantes para determinar a

distribuição, estrutura populacional e desenvolvimento dos organismos. Um

exemplo disso é o que ocorre com as espécies de camarões Artemesia

longinaris e Farfanpenaeus paulensis, onde a quantidade de alimento e

26

condições hidrográficas influenciam na distribuição da primeira espécie e a

temperatura influência na abundância da segunda espécie (BOSCHI, 1969;

D’INCAO, 1984).

As elevadas temperaturas registradas na isóbata de 10 metros em

meados da primavera e durante o verão,’ pode estar associadas a AC e ter

contribuído para as baixas abundâncias do sete-barbas. Já nos 20 metros, os

elevados teores de salinidade, provavelmente contribuiram para a redução da

abundância de camarões no período acima mensionada. Entretanto, a única

ocorrência de camarão sete-barbas nos 30 metros aconteceu no mês de

outubro, onde foram registradas as menores temperaturas e salinidade,

indicando possível associação entre indivíduos adultos e essa condição

ambiental.

Cortés & Newmark (1992) encontraram um padrão semelhante na Costa

Verde, Colômbia, onde os exemplares juvenis de camarão sete-barbas se

encontravam em regiões com baixos teores de salinidade e os adultos em

locais com salinidade mais alta.

A Captura por Unidade de Esforço também flutuou de acordo com as

variáveis ambientais, onde as maiores capturas ocorreram na primavera,

juntamente com os valores mais baixos de temperatura e salinidade e as

menores capturas no verão, onde a salinidade foi mais elevada. Nakagaki et. al

(1995) encontraram o mesmo padrão de rendimento em Ubatuba, litoral norte

de São Paulo, com os maiores valores na primavera e os menores no verão.

Entretanto, vários autores encontram um padrão de rendimento diferente do

presente trabalho, Branco et al (1999) na foz do Rio Itajai-Açu encontrou uma

maior abundância de camarão sete-barbas no outono, Branco (2005) no

mesmo local de estudo, Natividade (2006) no litoral do Paraná e Castro (2005)

em Ubatuba, São Paulo também encontraram os maiores rendimentos no

outono.

A biologia e pesca do camarão sete-barbas vem sendo estudada no

município de Penha, SC, desde 1996, e a partir dessa data, a ocorrência

regular de X.kroyeri vem sendo documentada (BRANCO, 1999; BRANCO,

2005). O monitoramento do estoque dessa espécie é de fundamental

importância, pois além de ser ameaçada de sobreexplotação, sua pescaria é

27

um legado da cultura açoriana e é também fonte de renda para centenas de

pescadores artesanais que residem nesse município.

Uma das maneiras de saber em que estado se encontra o estoque de

uma determinada espécie, é através de estudos de dinâmica populacional.

Dentre vários modelos e análises que devem ser feitas, a proporção sexual é

de extrema importância. Segundo Vazzoler (1996), a proporção sexual entre

machos e fêmeas em peixes é de fundamental importância para a

determinação da estrutura populacional de uma espécie. Analisando o total de

sete-barbas capturado, a proporção sexual manteve-se próxima do esperado

de 1:1. No litoral de Pernambuco, na região de Tamandaré, Coelho & Santos

(1993) também encontraram um equilíbrio na população, assim como Santos &

Silva (2008) no município de Caravelas, Bahia, Heckler (2010) no complexo

Baía/Estuário de Santos e São Vicente, São Paulo, Branco (2005) na Armação

do Itapocoroy, Penha, Santa Catarina e Branco et al (1999) na Foz do Rio

Itajaí-Açu.

Entretanto, muitos autores afirmam que esse equilíbrio somente é

encontrado quando é analisado o total de camarão capturado, uma vez que ao

comparar a proporção entre os sexos mensalmente, nota-se em alguns meses

predomínio significativo de determinado sexo. Ao analisar mensalmente a

proporção sexual de camarão sete-barbas na Armação de Itapocoroy, Penha,

SC, Branco (2005) sugere que essas flutuações na proporção sexual podem

ser atribuídas à distribuição segregada dos sexos em alguns meses do ano, o

que pode ser corroborado com os dados do presente estudo, onde machos e

fêmeas alternaram o domínio em alguns meses e isóbatas.

De acordo com Branco et al (1999), as fêmeas da família Penaeidae

sempre atingem comprimento total superior aos machos. Pérez Farfante (1978)

encontrou para os machos de camarão sete-barbas um comprimento total de

11,5 cm e para as fêmeas de 14,0 cm, sendo que essa análise foi feita ao

longo de sua distribuição geográfica. No litoral catarinense, mais precisamente

na Armação do Itapocoroy, Penha, Branco (2005) encontrou um comprimento

total de 13,0 cm para os machos e 16,0 cm para as fêmeas.

No presente estudo os maiores camarões capturados nos 10 metros

encontravam-se entre 12,3 cm (machos) e 14,5 cm (fêmeas), nos 20m entre

12,9 e 15,6 cm, respectivamente, indicando diferença sexual na população. As

28

diferenças observadas no comprimento máximo da espécie podem estar

relacionadas à exploração por pesca, crescimento diferenciado dos sexos e

ainda à disponibilidade de alimento (BRANCO et al, 1999; BRANCO , 2005).

Segundo Iwai (1973), não existe migração de recrutamento ao estoque

adulto, sendo assim, ocorrem indivíduos juvenis junto com adultos na mesma

área. Padrão parecido foi observado por Branco (2005), onde ocorreu na

mesma área a presença de juvenis e adultos, porém com maior abundância

dos adultos. Ao analisar os histogramas das distribuições das classes de

comprimento por isobata, ficou evidente a ocorrência de juvenis em

praticamente todos os meses, com dois importantes picos de incremento de

juvenis na população (novembro/2010 e maio-junho/2011) na isóbata de 10

metros e dois picos na isóbata de 20 metros (novembro/2010 e abril-

junho/2011), indicando possíveis recrutamentos. Porém a abundância dos

adultos foi sempre maior, corroborando com o autor, onde o mesmo afirma que

a estrutura sazonal de comprimento da população é mantida em função dos

eventos do ciclo de vida da espécie.

A relação peso/comprimento tem sido utilizada para facilitar a estimativa

do peso de um exemplar, através do conhecimento do seu comprimento e

determinar o tipo de crescimento das espécies, sendo amplamente empregada

em estudos de dinâmica populacional e avaliação de estoque (BRANCO,

2005). Segundo Vazzoler (1996), a forma de crescimento de uma espécie é

importante no estudo do ciclo de vida de uma população, pois indica como um

indivíduo se comporta em determinadas fases de sua vida, como por exemplo

no momento de reprodução, onde ele guarda suas reservas energéticas para

investir em seus descendentes. Branco et al (1999), quando estudaram a

população de X.kroyeri na Foz do Rio Itajaí-Açu encontraram um padrão de

crescimento alométrico para ambos os sexos, porém Branco (2005) ao estudar

a população de camarão sete-barbas da Armação do Itapocoroy, encontrou um

padrão de crescimento tendendo a isométrico, fato observado no presente

estudo.

O conhecimento do tamanho de primeira maturação gonadal é

fundamental para a administração racional dos estoques de camarões, pois

fornece a informação básica para a determinação do tamanho mínimo de

captura e dimensionamento das malhas das redes (BRANCO et al, 1999).

29

Vazzoler (1996) afirma que o tamanho de primeira maturação é uma tática

reprodutiva bastante lábil, pois está intimamente relacionado ao crescimento,

apresentando variações intraespecíficas espaciais e temporais relacionadas às

condições ambientais abióticas e bióticas prevalecentes na região ocupada ou

no período em que a população ficou submetida às mesmas. Branco (2005) ao

estimar o comprimento de primeira maturação para o camarão sete-barbas na

Armação do Itapocoroy encontrou para os machos um comprimento de 7,3 cm

e para as fêmeas de 7,9 cm, diferindo do presente estudo, onde os indivíduos

atingiram o comprimento de primeira maturação mais cedo, com tamanhos

inferiores.

A sobreposição do tamanho de primeira maturação com as curvas de

distribuição de comprimento permitem determinar o estrato da população em

que a pesca vem atuando com maior intensidade (BRANCO et. al, 1999).

Estudos que mostram a atuação da frota artesanal do camarão sete-barbas por

isóbata são escassos. O presente trabalho ao analisar a atuação da frota,

identificou que na isóbata de 10 metros a captura de camarões juvenis é muito

maior que na isóbata de 20 metros, enquanto que na isóbata de 30 metros

foram capturados somente indivíduos adultos. Esse fato pode estar relacionado

à preferência dos indivíduos jovens em se desenvolverem em regiões de

menores profundidades, levando a formação de estratificação populacional,

provavelmente ainda não confirmada, pela ausência de um programa de

amostragem por isóbata. Esse novo método de amostragem do camarão sete-

barbas permite que os órgãos competentes possam definir áreas de pesca a

fim de preservar o desenvolvimento dos juvenis do X.kroyeri e manter a

continuidade dessa importante modalidade de pesca.

As informações existentes sobre a reprodução de X.kroyeri são

contraditórias. Embora seja consenso entre os autores, a ocorrência de

exemplares com gônadas maduras ao longo do ano, sugerindo um amplo

período de desova. A população de X.kroyeri na Armação do Itapocoroy

apresentou um amplo período de reprodução com três grandes picos de

desovas, confirmando que a espécie se reproduz o ano todo, porém com maior

intensidade em determinados meses.

30

7 - Conclusões

- A proporção de sexos de X. kroyeri se manteve próximo do esperado de 1:1,

porém quando analisado mensalmente por isóbata, ficou clara a dominância de

determinados sexos em alguns meses e isóbatas.

- Os indivíduos juvenis do camarão sete-barbas mostram uma clara preferência

por águas mais rasas para seu desenvolvimento, uma vez que sua maior

abundância foi na isóbata de 10 metros.

- Ocorreram dois períodos de recrutamentos de juvenis em ambas as isóbatas,

sendo que no mês de novembro/2010 o incremento de juvenis na população

ocorreu em ambas as isóbatas. Já o segundo período ocorreu mais cedo na

isóbata de 20 metros, no mês de abril/2011, enquanto que na isóbata de 10

metros ocorreu nos meses de maio-junho/2011.

- Ambos os sexos de camarão sete-barbas apresentaram um crescimento

tendendo ao isométrico.

- O tamanho de primeira maturação foi estimado em 6,7 cm para os machos e

7,4 cm para as fêmeas.

- A frota artesanal de camarão sete-barbas ao realizar arrastos na isóbata de

10 metros pode atingir uma importante fração do estoque juvenil, podendo

ocasionar sérios problemas para a recuperação do estoque.

- As fêmeas do camarão sete-barbas se reproduzem o ano todo, porém com

mais intensidade em agosto/2010, novembro/2010 e abril/2011 na isóbata de

10 metros e dezembro/2010 e abril/2011 na isóbata de 20 metros.

- Na profundidade de 30 metros só foram capturados indivíduos adultos, porém

um maior esforço amostral deve ser realizado nessa isóbata, para identificar se

ocorre uma grande abundância de camarão sete-barbas nesse local, ou seu

31

deslocamento para áreas mais profundas esta associado a condições

ambientais ótimas, uma vez que foram capturados indivíduos somente no mês

de outubro.

32

8 - Referências

BAIL, G. C. & BRANCO, J. O.. Pesca artesanal do camarão sete-barbas: uma caracterização sócio-econômica na Penha, SC. Braz. J. Aquat. Sci. Technol, v.2., n. 11, p. 25-32, 2007.

BOSCHI, E. E. Estúdio biológico pesquero del camarón Artemesia longinaris Bate de Mar del Plata. Bol. Biol. Mar., Mar del Plata, Argentina, v. 18., p. 1-47, 1969.

BRANCO, J. O.; LUNARDON-BRANCO, M. J. & DE FENIS, A. Crescimento de Xiphopenaeus kroyeri (Heller,1862) (Crustacea: Natantia: Penaeidae) da região de Matinhos, Paraná, Brasil. Arquivos de Biologia e Tecnologia,v.1., n. 37, p.1-8, 1994.

BRANCO, J. O.; LUNARDON-BRANCO, M. J.; SOUTO, F. X. & GUERRA, C. R. Estrutura populacional do camarão sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862), na Foz do Rio Itajaí-Açú, Itajaí, SC, Brasil. Brazilian archives of Biology and Technology, v.1., n. 42, p.115-126, 1999.

BRANCO, J. O. Biologia e pesca do camarão sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Crustacea, Penaeidae), na Armação do Itapocoroy, Penha, Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v.4., n. 22, p. 1050-1062, 2005.

CARVALHO, J.L.B.; SCHETTINI, C.A.F.; RIBAS, T.M. Estrutura termohalina do litoral centro-norte catarinense. Notas Tec. Facimar, v. 2., p. 181-197, 1998.

CASTRO, R. H.; COSTA, R. C.; FRANSOZO, A.; MANTELATTO, F. L. M. Population structure of the sea-bob shrimp Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Crustacea, Penaeoidea) in the littoral of São Paulo, Brazil. Scientia Marina, v.69.,n. 1, p. 105-112, 2005.

COELHO, P. A. & SANTOS, M. C. F. Época da reprodução do camarão-sete-barbas, Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda, Penaeidae) na região de Tamandaré, PE. Boletim Técnico Científico CEPENE, v. 1., n. 1, p. 171-186, 1993.

CORTÉS, M. L,; NEWMARK, F. Distribucion y abundancia Del camaron titi Xiphopenaeus kroyeri en Costa Verde (Cienaga) Caribe Colombiano. Inst. Invest. Mar. Punta de Betin. Bol. Ecotrop., Colombia, v. 25., p. 15-27, 1992.

COSTA, R. C.; FRANSOZO, A.; MANTELATTO, F. L. M. & CASTRO, R. H. Occurrences of shrimps (natantia: penaidea and caridea) in Ubatuba bay, Ubatuba, São Paulo, Brazil. Proc. Biol. Soc. Wash, v. 113., n. 3, p.776-781, 2000.

COSTA, R. C. & FRANSOZO, A. Reproductive biology of the shrimp Rimapenaeus constrictus (Stimpson, 1874) (Crustacea, Decapoda, Penaeidae)

33

in Ubatuba region, SP, Brazil. Journal of Crustacean Biology, v. 24., n. 2, p.274-281, 2004.

D’INCAO, F. Estudo sobre o crescimento de Penaeus (Farfantepenaeus) paulensis (Pérez Farfante, 1967) da Lagoa dos Patos, RS, Brasil (Decapoda, Penaeidae). Atlântica, Rio Grande, v. 7., p. 73-84, 1984. D’INCAO, F.; VALENTINI, H. & Rodrigues, L. F. Avaliação Da Pesca De Camarões Nas Regiões Sudeste E Sul Do Brasil: 1965-1999. Atlântica, Rio Grande, v. 24., n. 2, p. 103-116, 2002.

DIEHL, F. L. & HORN -FILHO, N. O. Compartimentação geológica – geomorfológica da zona litorânea e planície costeira do estado de Santa Catarina. Notas Técnicas, Itajaí, v. 9., p. 39-50, 1996. EUTRÓPIO, F. J. Biologia do camarão Xiphopenaeus kroyeri (Dendobranchiata: Penaeidae) e a fauna acompanhante relacionada a sua pesca em Anchieta, Espírito Santo, Brasil.. Tese (Mestrado) Universidade Vila Velha, Vila Velha, 2009.

FAO. The state of world fisheries and aquaculture 2010. Food and Agriculture Organization, Rome, Italy, 2010.

FERNADES, L. P. Crescimento e recrutamento do camarão sete baras, Xiphopenaeus kroyeri, Heller, 1862, no norte do estado do Rio de Janeiro. Tese (Mestrado), Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, 2011.

FRANSOZO, A.; COSTA, R. C.; PINHEIRO, M. A. A.; SANTOS, S. & MANTELATTO, F. L. M. Juvenile recruitment of seabob Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Decapada, Penaeidae) in the Fortaleza Bay, Ubatuba, SP, Brazil. Nauplis, v. 8., n. 2, p. 179-184, 2000.

GRAÇA-LOPES, R.; SANTOS, E. P.; SEVERINO-RODRIGUES, E.; BRAGA, F. M. S. & PUZZI, A. Aportes ao conhecimento da biologia e da pesca do camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri heller, 1862) no litoral do estado de São Paulo, Brasil. B. Inst. Pesca, São Paulo, v. 33., n. 1, p. 63 – 84, 2007.

HECKLER, G. S. Distribuição ecológica e dinâmica populacional do camarão sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Crustacea: Decapoda) no complexo Baía/Estuário de Santos e São Vicente, SP. Tese (Mestrado), Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2010.

HOLTHUIS, L. B. Shrimp and prawns of the world. An annoted catalogue of species of interest to fisheries. FAO Fish. Synop., v. 125., n. 1, p. 1-261, 1980.

IBGE. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, Estudos & Pesquisas: Informação geográfica n. 2, Rio de Janeiro: IBGE, 2002.

IWAI, M. Pesquisa e estudo biológico dos camarões de valor comercial. Publ. Esp. Inst. Oceanogr., São Paulo, v. 3., p. 501-534, 1973.

34

JARDIM, L. P. Caracterização biométrica de machos do camarão sete barbas, Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862), na costa norte do estado do Rio de Janeiro. Trabalho de conclusão de curso (Graduação), Faculdade de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacases, 2009.

MATSUURA, Y. Contribuição ao estudo da estrutura oceanográfica da região Sudeste entre Cabo Frio (RJ) e Cabo de Santa Marta Grande (SC). Ciência e Cultura, v. 38., n. 8, p. 1439-1450, 1986. MOTA-ALVES, M. I. & RODRIGUES, M. M. 1977. Aspectos da reprodução do camarão-sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri (Heller) (Decapoda, Macrura), na costa do Estado do Ceará. Arquivo de Ciência Marinha, v. 17., n. 1, p. 29-35,1977.

NAKAGAKI, J.M.; NEGREIROS-FRANSOZO, M. L; FRANSOZO, A. Composição e abundância de camarões marinhos (crustácea: decapoda: penaeidae) na enseada de Ubatuba, SP, Brasil. Arq. Biol. Tecnol., Curitiba, v. 38., n. 2, p. 583-591, 1995.

NAKAGAKI, J.M. & NEGREIROS-FRANSOZO, M. L. Population biology of Xiphopenaeus kroyeri (Decapada: Penaeidae) from Ubatuba Bay, São Paulo, Brazil. Jornal of Shellfish Research, Maine, v. 17., n. 4, p. 931-935, 1998.

NASCIMENTO, P. A. M. & POLI, C. R. Curva de crescimento do camarão sete-barbas, Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1962), na Baía de Tijucas - Santa Catarina. In: Anais do I Seminário sobre Ciências do Mar da UFSC, Florianópolis, v. 1., n. 1, p. 37-41, 1986.

NATIVIDADE, C. D. Estrutura populacional e distribuição do camarão sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri (HELLER, 1862) (Decapoda: penaeidae) no litoral do Paraná, Brasil. Tese (Mestrado). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006.

NEIVA, G. S. & WISE, J. P. A biologia e pesca do “camarão sete-barbas” da Baía de Santos, Brasil. Revista nacional de Pesca, São Paulo, v. 1., n. 1, p. 12-19, 1967.

PÉREZ-FARFANTE, I. Diagnostic characters of juveniles of the shrimps Penaeus aztecus aztecus, P. duorarum duorarum, and P. brasiliensis (Crustacea, Decapoda, Penaeidae). Spec. Sci. Rep .Fish., v. 599., p. 1-26, 1970.

PÉREZ-FARFANTE, I. Shrimps and prawns. In: FISHER, W. (Ed). FAO species identification sheets for fishery purposes, Western Central Atlantic. Roma: FAO, v. 6., 1978.

PÉREZ-FARFANTE, I. Ilustrated key to penaeoid shrimps of commerce in the Americas. NOAA Technical Report NMFS, 1988.

PÉREZ-RAMÍREZ, M.; LLUCH-COTA, S. Fisheries certification in latin America: recent issues and perspectives. Interciencia, v. 35., n. 11, p. 855-861, 2010.

35

PEZZUTO, P. R.; ALVAREZ-PEREZ, J.A & WAHRLICH, R. The use of the swept aera method for assessing the seabob shrimp Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) bimass and removal rates based on artisanal fishery-derived data in southern Brazil: using depletion models to reduce uncertainty. Latin American Journal of Aquatic Research, v. 36., n. 2, p. 245-257, 2008. SANTOS, E. P. Dinâmica de populações aplicada à pesca e piscicultura. S. Paulo, HUCITEC/EDUSP, p. 129, 1978 b.

SANTOS, E. P.; NEIVA, G. S & SCHAEFFER, Y. Dinâmica da População do camarão-sete-barbas, Xiphopenaeus kroyeri (Heller) na Baía de Santos. Pescarias Pesquisas, v. 2., n. 2, p. 41-55, 1969.

SANTOS, E. P. Dinâmica de populações aplicada à pesca e piscicultura. S. Paulo. HUCITEC / EDUSP, p. 129, 1978.

SANTOS, M. C. F. & COELHO, P. A. Estudo sobre Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda, Penaeidae) em Luis Correia, PI. Trabalhos Oceanográficos da Universidade Federal de Pernambuco, v. 24., p. 241-248, 1996.

SANTOS, M. C. F. & IVO, C. T. C. Pesca, biologia e dinâmica populacional do camarão sete-barbas, Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Crustacea: Decapoda: Penaeidae), capturado em frente ao município de Caravelas (Bahia- Brasil). Boletim Técnico Científico CEPENE, v. 8., n. 1, p. 131-164, 2000.

SCHETTINI, C.A.F.; CARVALHO, J.L.B. Hidrodinâmica e distribuição de sedimentos em suspensão dos estuários dos rios Itapocu, Tijucas e Camboriú. Notas Tec. Facimar, v. 2., p. 141-153, 1998.

SCHETTINI, C.A.F.; CARVALHO, J.L.B.; TRUCCOLO, E.C. Aspectos hidrodinâmicos da enseada da Armação de Itapocoroy, SC. Notas Técnicas Facimar, v. 3., p. 99-109, 1999.

SEVERINO-RODRIGUES, E.; PITA, J. B.; GRAÇA-LOPES, R.; COELHO, J. A. P.; PUZZI, A. Aspectos biológicos e pesqueiros do camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) capturado pela pesca artesanal no litoral do Estado de São Paulo. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 19., p. 67-81, 1992.

UNIVALI/CTTMar. 2007. Boletim estatístico da pesca industrial de Santa Catarina - Ano 2006. Itajaí, SC. 80 p.

UNIVALI/CTTMar. 2009. Boletim estatístico da pesca industrial de Santa Catarina - Ano 2008. Itajaí, SC. 80 p.

VALENTINI, H. A pesca de camarões nas regiões sul e sudeste. In: Oliveira G.M. (org.), Pesca aqüicultura no Brasil, 1991-2000: produção e balança comercial. Brasília: IBAMA – MMA, p. 259, 2005.

VAZZOLER, A. E. A. M. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e prática. Maringá: EDUEM, p. 169, 1996.

36

VAZZOLER, A. E. A. M. Manual de métodos para estudos biológicos de populações de peixes: reprodução e crescimento. Brasília, CNPq. Programa Nacional de Zoologia, p. 106, 1981.