UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO …É de suma importância a análise de indicadores...

41
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO ‘LATO SENSU’ ANÁLISE DE CRÉDITO DE PESSOAS JURÍDICAS POR MEIO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Por: Eliane Clara Normandia Bezerra Orientador: Professor Luciano Gerard Rio de Janeiro 2010

Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO …É de suma importância a análise de indicadores...

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO ‘LATO SENSU’

ANÁLISE DE CRÉDITO DE PESSOAS JURÍDICAS POR

MEIO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Por: Eliane Clara Normandia Bezerra

Orientador:

Professor Luciano Gerard

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ANÁLISE DE CRÉDITO DE PESSOAS JURÍDICAS POR

MEIO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Auditoria e Controladoria.

Por: Eliane Clara Normandia Bezerra

3

AGRADECIMENTO

A Deus, fonte de muita força, raça,

perseverança, sabedoria, paz e amor.

Aos amigos queridos, pelo tempo

roubado de suas companhias, pela

ausência em momentos importantes e

pelo estímulo à conclusão deste

Trabalho.

A Empresa onde trabalho, há alguns

anos, que investiu no meu potencial e

acreditou na minha perseverança e

vontade de encarar mais esse desafio.

4

RESUMO

A Análise de Crédito de pessoas jurídicas, através das demonstrações

financeiras e contábeis e via análise e interpretação de índices que traduzam a

situação econômica e financeira da empresa, no momento da solicitação do

crédito, visa analisar perspectivas futuras junto à instituição financeira. A análise

está associada ao sistema bancário nacional e internacional, isto porque com o

estabelecimento de bancos estrangeiros no Brasil passou a ocorrer a prática de

análises mais aprimoradas com a utilização de índices financeiros vigentes.

Através de uma orientação geral que envolve o processo decisório de crédito de

todos aqueles que estejam a ele ligados, direta ou indiretamente, devem buscar

informações adequadas para uma avaliação do potencial de crédito da empresa,

no caso do gerenciamento que definirá ou não a solicitação e no caso da

empresa tomadora do empréstimo, o administrador financeiro. É de se

considerar fundamental uma análise de crédito para concessão de

financiamento a pessoas jurídicas, uma vez que esta trará benefícios

substanciais a ambas as partes quando do processo decisório, o que acarretará

de forma garantida uma melhor obtenção de recursos possíveis, de acordo com

os demonstrativos contábeis apresentados traduza confiança ao corpo decisório

da instituição financeira para aprovar ou não o empréstimo solicitado. Não

importa a dimensão da empresa, as operações que esta realiza, a prestação de

serviços e a preocupação com o desempenho de seus concorrentes na

expectativa de melhor situação econômico-financeira que venha consolidar,

indiscutivelmente, a necessidade da analise das demonstrações financeiras.

Palavra-chave: Analise de Crédito

5

METODOLOGIA

A elaboração desse trabalho mergulhou nos grandes escritos por

especialistas renomados que dedicaram suas vidas ao estudo contábil,

produzindo obras marcantes e ricas em informações sobre o tema Análise de

Crédito.

É de suma importância a análise de indicadores financeiros, pois com

estes se pode efetuar operações de crédito para empresas com baixa margem

de risco, bem como trabalhar as demonstrações contábeis e as linhas de crédito

determinadas pelo Banco Central do Brasil que tão bem delineiam as nuances

que cercam o cerne do trabalho.

É importante que as instituições financeiras investiguem a possibilidade

de que a empresa tomadora tenha, no mercado, outros empréstimos em

andamento, o que poderia reduzir a margem consignável caso não tenha sido

quitado e, ainda, se as prestações estiverem em atraso, promovendo de forma

pormenorizada a análise dos indicadores aplicados.

É de grande valia a consulta ao site do Banco Central do Brasil, pois este

nos trará informações valiosas sobre índices, instituições idôneas, dentre outras

informações imprescindíveis para a concessão do crédito.

A observação do ambiente de trabalho com metodologias já existentes,

pesquisas bibliográficas, leituras de revistas especializadas e acesso a sites

financeiros foram os métodos utilizados para elaboração desse Trabalho, tendo

como objetivo analisar e decidir quando a concessão de crédito a pessoas

jurídicas por meio das demonstrações contábeis.

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07 CAPÍTULO I ANÁLISE DE CRÉDITO 09 CAPÍTULO II ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 16 CAPÍTULO III BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 22

CONCLUSÃO 34 BIBLIOGRAFIA 36 ÍNDICE 38

7

INTRODUÇÃO

Este trabalho se destina a discorrer sobre Analise de Crédito de pessoas

jurídicas por meio das demonstrações contábeis, uma vez que as decisões que

cercam as instituições financeiras é sempre objeto de cuidado por parte

daqueles que gerenciam o crédito, uma vez que uma decisão tomada hoje

poderá repercutir de diversas maneiras no futuro.

Desta forma, este Estudo busca indicar parâmetros e métodos que

reduzam os riscos para as instituições financeiras, sem comprometer a

agilização do processo de liberação do financiamento o que possibilita o

aumento do fluxo e a qualidade dos serviços prestados, pois conhecendo,

pormenorizadamente, a empresa tomadora torna-se mais fácil promover

recomendações relativas à melhor opção de crédito a ser efetivado, sempre

visando extrair as melhores informações, tanto para a instituição financeira como

para a pessoa jurídica tomadora, pois a essência do bom funcionamento de uma

instituição financeira não está em concretizar o negócio, mas em criar

relacionamentos recíprocos e duradouros.

Diante do exposto, o Trabalho será apresentado em três capítulos. No

primeiro é mister discorrer sobre o processo de Análise de Crédito, descrevendo

seus tipos, instrumentos, normas e mecanismos para a elaboração de uma

análise de crédito eficaz.

No Capítulo II o trabalho tratará da Análise de Demonstrações Contábeis,

perpassando pelas funções das instituições financeiras, bem como pelas linhas

de crédito destinadas a pessoas jurídicas e, por fim, apresentando uma

abordagem sobre determinação dos limites de crédito.

É possível se afirmar que a Análise de Crédito envolve numerosas

nuances, detalhes e pormenores de menor relevância. Este trabalho está

delimitado aos aspectos que norteiam o Tema, voltado a pessoas jurídicas.

Dessa forma, encerramos o Trabalho com o Capítulo III dedicado ao Balanço

Patrimonial e Demonstração de Resultados, pormenorizando a análise do

balanço, discorrendo sobre indicadores financeiros, bem como mostrando como

8

se processa o retorno sobre o investimento, sem deixar de abordar a

diversificação dos riscos.

Os bancos e instituições financeiras, em geral, são considerados como

emprestadores de capital e financiadores de bens de capital pelas empresas,

pois representam os principais grupos de usuários das demonstrações

financeiras das empresas.

Na segunda metade do século XIX os banqueiros americanos passaram

a exigir das empresas as demonstrações financeiras como forma de avaliar os

riscos que poderiam correr com os financiamentos cedidos a estas instituições.

Desta forma, se pode dizer que o desenvolvimento da análise financeira está

associado ao sistema bancário internacional.

Diante do exposto nos resta a lição de que a análise através do Balanço

Patrimonial e das Demonstrações Financeiras é de grande valia para reduzir as

incertezas e os riscos no momento da tomada de decisão quanto à efetivação

do empréstimo.

9

CAPÍTULO I

ANÁLISE DE CRÉDITO

É o momento em que o agente cedente irá avaliar o potencial de retorno

do tomador do crédito, bem como os riscos inerentes à concessão. Tal

procedimento é realizado, também, com o objetivo de ser possível identificar os

clientes que futuramente poderão não honrar com suas obrigações, acarretando

uma situação de risco de caixa à organização. Através da Análise de Crédito

será possível identificar se o cliente possui idoneidade e capacidade financeira

suficiente para amortizar a dívida que se pretende contrair.

“A análise de crédito é um processo organizado para analisar dados, de maneira a possibilitar o levantamento das questões certas acerca do tomador do crédito. Este processo cobre uma estrutura mais ampla do que simplesmente analisar o crédito de um cliente e dados financeiros para a tomada de decisão com propósitos creditícios." (BLATT, 1999, p. 93).

A análise subjetiva do tomador do crédito é importante, visto que através

da experiência do agente de crédito é possível identificar fatores de caráter,

capacidade, capital e condições de pagamento. Porém, essa análise não pode

ser realizada de maneira aleatória, é preciso estar embasada em conceitos

técnicos que irão guiar a tomada de decisão.

Kurt W. Schrickel, em sua obra ‘Análise de Crédito – Concessão e

Gerência de Empréstimos’ definiu crédito como:

“todo ato de vontade ou disposição de alguém destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro com expectativa de que esta parcela volte à sua posse integralmente depois de decorrido o tempo estipulado”. (SCHRIKEL, pg. 58, 2000)

10

1.1 – Tipos de Análise de Crédito

No âmbito das medidas adotadas, de forma a buscar a redução do

spread bancário no País, o Banco Central do Brasil iniciou, em outubro de 1999,

a divulgação das taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras nas

operações de crédito realizadas com recursos livres. As informações são

segregadas de acordo com tipo de encargo, tais como: prefixado, pós-fixado,

taxas flutuantes e índices de preços e com a categoria do tomador, envolvendo

as categorias de pessoas físicas e jurídicas.

O Bacen disponibiliza, também, as séries históricas dos dados

consolidados do sistema financeiro, que anteriormente estavam incluídos nos

anexos da publicação ‘Nota para Imprensa’ - Juros e Spread Bancário.

Destaque-se, nesse sentido que, a partir das modificações introduzidas pela

Circular 2957, de 30.12.1999, as informações recebidas das instituições

financeiras passaram a apresentar maior detalhamento e qualidade. Para as

Pessoas jurídicas as modalidades são: desconto de duplicatas; o capital de giro

prefixado; a conta garantida; aquisição de bens e; o capital de giro flutuante.

O Banco Central do Brasil divulga em seu site as instituições financeiras

que operam essa modalidade de crédito e, também, informa que as taxas

efetivas mês resultam da capitalização das taxas efetivas-dia pelo número de

dias úteis existentes no intervalo de 30 dias corridos, excluindo-se o primeiro dia

útil e incluindo o último. Caso a data final seja em dia não útil será considerado o

próximo dia útil subsequente. Caso alguma instituição não apareça no ranking,

ou ela não opera na modalidade ou não prestou informação para todo o período,

estando, neste segundo caso, sujeita às penalidades previstas na legislação

vigente. Deve-se, sempre, verificar a posição individual da instituição com quem

se pretende manter uma relação financeira.

As informações consolidadas do sistema financeiro nacional são

divulgadas para cada modalidade de crédito com a classificação por tipo de

encargo e por categoria de tomador. Apresentam periodicidade mensal e

referem-se ao volume total de crédito, às novas concessões efetuadas no

11

período, às taxas médias de juros, ao spread e, ainda, ao prazo médio e aos

níveis de atraso das carteiras de crédito.

Os dados relativos ao volume indicam o saldo total do sistema financeiro

no último dia de cada mês, enquanto que os valores relativos às concessões

totais — fluxo — são apresentados na forma de soma dos recursos liberados em

cada mês e também com a média diária das concessões.

As taxas de juros representam a média do mercado e são calculadas, a

partir das taxas diárias das instituições financeiras ponderadas por suas

respectivas concessões em cada data. São divulgadas sob o formato de taxas

anuais e taxas mensais. As taxas médias mensais são obtidas pelo critério de

capitalização das taxas diárias ajustadas para um período padrão de 21 dias

úteis. As taxas de cheque especial constituem exceção, pois considera-se o

número de dias úteis contidos no período de 30 dias corridos contados na data

de referência, incluindo-se o primeiro dia útil subsequente caso o vencimento

ocorra em dia não útil.

As taxas anuais são calculadas elevando-se a média geométrica das

taxas mensais a doze meses. Adicionalmente às informações de taxas de juros,

são divulgadas, também, os spread médios de cada modalidade de crédito que

representa o resultado da diferença entre as taxas das operações de crédito e

os custos referenciais de captação, calculados a partir da taxa dos CDB -

Certificados de Depósitos Bancários, para as modalidades com prazo em torno

de 30 dias, e das taxas dos contratos de swap DI x Pré com prazos similares

aos prazos médios das demais modalidades.

Os prazos médios das modalidades correspondem à média do número de

dias de todas as operações ou parcelas registradas na carteira. Os níveis de

inadimplência representam a participação de cada faixa de atraso — 15-30 dias,

31-90 dias e superior a 90 dias — no volume de crédito concedido.

Esclarecimentos metodológicos adicionais podem ser obtidos na Circular 2.957,

de 30 de dezembro de 1999 e no Comunicado 7.569, de 25 de maio de 2000,

disponíveis no SISBACEN publicado no site do Banco Central do Brasil.

12

1.2- Instrumentos de análises de crédito

É necessário, para que se mantenha uma política de crédito, que todos

os profissionais e gestores cumpram o seu papel no julgamento e concessão de

créditos. O analista de crédito é o fiel guardião das regras criadas para

cadastramento e/ou reavaliação de clientes com autonomia para analisar e

deliberar cabe ao Gerente de Crédito da empresa envolvido com as vendas de

maior vulto ou com clientes que mereçam uma atenção especial e que causam

algum tipo de indecisão ao analista. Normalmente o analista e o gerente de

crédito trabalham com alçadas de crédito. Geralmente, ambos possuem total

autonomia sobre o trabalho executado, apenas prestando contas à direção dos

resultados obtidos.

Os requisitos mínimos para que seja concedido crédito a uma pessoa

jurídica são: · Ficha Cadastral com referências bancárias e comerciais; · CNPJ;

Documento de constituição da empresa; Parecer do Representante sobre o

cliente. Além da documentação exigida, utiliza-se um sistema operacional,

denominado Sistema de Informações, onde digitando o CNPJ da empresa

cliente a ser consultado, obtêm-se informações relevantes como data da

fundação da empresa, nome dos sócios, sua participação percentual na

empresa, data de sua entrada na sociedade, volume de compras nos últimos 12

meses, média de pagamentos em atraso e pontuais.

O sistema deverá ser passível de calcular, também, um rating de risco

para cada situação que auxilia nessa tarefa. Eventualmente, quando necessário,

para uma melhor análise ou quando o crédito pretendido pelo

Cliente/Representante é substancialmente elevado, é solicitado ao Contador da

empresa solicitante, que informe o faturamento dos últimos seis meses. O

Sistema de informações consiste em uma visão dos hábitos de pagamento,

protestos, pendências e restrições financeiras, ações cíveis, cheques sem

fundos e consultas (passagens) dos seus clientes atuais e potenciais, além de

uma ferramenta de prevenção contra fraudes.

Com relação ao limite de crédito concedido pela empresa, as alterações

são realizadas ‘para cima’, a pedido dos representantes, quando as compras do

cliente começam a crescer além do seu limite atual, sendo feita novamente a

13

análise via Sistema de informações e/ou faturamento, ou ‘para baixo’, quando o

cliente começa a apresentar atrasos freqüentes, pagamentos em cartório, enfim

quando o risco de inadimplência começa a crescer. Logo, como a empresa lida

com a exposição, evita e age com relação a riscos de crédito é através de

parâmetros de análise de crédito, que permitem mensurar os riscos envolvidos

nos negócios, utilizando ferramentas que possibilitem acompanhar os clientes,

como por exemplo: mudança de sócios e restrições ou atrasos nos pagamentos

com outros fornecedores.

Medidas são estipuladas para que esse risco não ocorra, tais como regra

de não negociar com clientes com restrições de protestos ou cheques sem

fundo. Não abrir créditos para empresas com menos de seis meses de fundação

ou com trocas muito freqüentes de sócios. Dessa forma, não são exigidas

garantias na concessão de crédito já que o risco é minimizado pela análise,

como também, a solicitação dessas poderia ocasionar dificuldade nos negócios.

1.3 – Normas de Análise de Crédito

O risco de crédito é algo que está presente no cotidiano de qualquer

empresa, seja de serviços: financeiro, comercial ou industrial. No entanto, se

tendo em conta o negócio ou a área de atividade em que se inserem as

empresas recorrem a análises, onde os riscos dos seus clientes são avaliados.

Desde o estabelecimento comercial, o varejo, venda direta ao público comum

que, normalmente, não precede nenhuma análise, até as instituições financeiras

que, habitualmente, seguem seus famosos rating’s buscam minimizar o risco na

concessão de crédito que se traduz em disponibilizar um valor presente

mediante uma promessa futura de pagamento, para diversas finalidades, muitas

vezes esse ‘valor’ acaba por se confundir com um simples ‘prazo’, haja vista que

foi utilizado no financiamento de produtos desta ou daquela organização.

O risco para as empresas está inteiramente relacionado com fatores

internos e externos, que podem prejudicar os pagamentos do montante de

crédito concedido. Este risco varia muito, de acordo com cada empresa num

cenário econômico e grau de profissionalismo em que se encontra o

14

departamento de ‘Gestão de Risco’, conhecido popularmente como

departamento de Crédito.

Uma análise de crédito tradicional está fortemente centrada em

julgamento humano praticado por analistas de crédito, tendo como base os

consagrados C’s do Crédito — Capacidade, Caráter, Capital, Condições e

Colateral. Os critérios atuais utilizados pela maioria das empresas foram

desenvolvidos pelas redes bancárias, instituições que desenvolveram uma

abordagem formal ao empréstimo de dinheiro. Até hoje, empresas recorrem ao

setor bancário na busca de profissionais para atuar na área de gestão de

crédito.

As técnicas analíticas evoluíram ao longo do tempo, mas continuam a se

concentrar nas características do consumidor. Sendo assim, a análise de crédito

clássica, é um sistema cuidadosamente nutrido pelos bancos ao longo de

muitos anos e a um alto custo oferece um modelo que as instituições não

bancárias continuam a imitar.

1.4 – Mecanismo de Concessão de Crédito

Em seu conceito mais amplo, análise de crédito é um processo

organizado para analisar dados, levantando as questões certas, assistindo ao

desenvolvimento de alternativas e apoiando solicitações de julgamento. Este

processo cobre uma estrutura mais ampla do que simplesmente analisar o

crédito de um cliente e dados financeiros para tomada de decisão com

propósitos creditícios. Análise de crédito também inclui análises internas para

identificar a própria situação financeira de uma empresa credora. Este

conhecimento aborda não somente os objetivos de fluxo de caixa dos

recebimentos e a contenção de perdas, mas também a utilização da capacidade

e do estoque do credor para alcançar objetivos de receitas e lucros.

A avaliação de uma carteira de crédito de uma empresa insere-se na

nossa definição de processo de análise de crédito. É necessário o foco

constante da administração creditícia na mistura de um risco creditício de uma

carteira. O controle e conhecimento de uma boa carteira podem capacitar o

15

analista de crédito a correr alguns riscos adicionais. Linhas de crédito podem,

então, ser concedidas para contas com risco um pouco superior que, de outra

maneira, poderiam ser perdidas. Vendas adicionais também poderiam ser

somadas ao volume de vendas da empresa credora sem incorrer em níveis de

perda inaceitáveis.

A análise de informação creditícia sobre um cliente, obtida de várias

fontes externas, representa uma importante fonte de análise. Tal informação

deve ser analisada em relação à sua confiabilidade e relevância em relação ao

montante de crédito solicitado por uma empresa.

A analise de crédito pode ser utilizada para avaliar os ganhos esperados

como receitas de vendas a crédito. O processo também precisa projetar os

riscos como custos e perdas estimados dessas vendas a crédito. O analista de

crédito deve se preocupar com o futuro da empresa com a qual está para travar

um relacionamento creditício e, igualmente, conscientizar-se de como tal

relacionamento impactará todas as áreas da sua própria instituição financeira.

16

CAPÍTULO II

ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Empresa é um conjunto organizado de meios com vista a exercer

atividades: particular, pública, ou de economia mista, que produz e oferece bens

e/ou serviços, com o objetivo de atender a alguma necessidade humana. O

lucro, na visão moderna das empresas privadas é consequência do processo

produtivo e o retorno esperado pelos investidores. As empresas de titularidade

do Poder Público têm a finalidade de obter rentabilidade social. As empresas

podem ser individuais ou coletivas, dependendo do número de sócios que as

compõem.

Arnaldo Reis nos apresenta o seguinte conceito de demonstrações

contábeis:

“As demonstrações contábeis consistem num conjunto de demonstrativos, previstos em lei, geralmente elaborados ao final do exercício social. Tais demonstrativos estão definidos na Lei 6.404. Alguns são obrigatórios em qualquer circunstância, outros facultativos e outros, ainda, obrigatórios em circunstâncias especiais.” (REIS, pg. 42, 2003)

A análise das demonstrações contábeis consiste em uma técnica que

realiza a decomposição, comparação e interpretação dos demonstrativos da

empresa. A finalidade da análise é transformar os dados extraídos das

demonstrações em informações úteis para a tomada de decisões por parte dos

contadores, administradores e usuários da empresa.

Tais demonstrações formam um conjunto de informações que devem ser

obrigatoriamente divulgadas, anualmente, segundo a lei 6404/76, pela

administração de uma sociedade por ações, no Brasil denominadas sociedade

anônima ou companhia. Não houve alteração em decorrência da entrada em

vigor do novo Código Civil, artigo 1089. A companhia ou sociedade anônima

terá o capital dividido em ações e a responsabilidade dos sócios ou acionistas

17

será limitada ao preço da emissão das ações subscritas ou adquiridas. Tal

sociedade apresenta a sua prestação de contas para os sócios e acionistas. A

prestação anual de contas é composta pelo Relatório da Administração, as

Demonstrações Contábeis e as notas explicativas que as acompanham, o

Parecer dos Auditores Independentes - caso haja - e o Parecer do Conselho

fiscal - colegiado criado pelos associados, sócios com vistas a acompanhar o

empreendimento ou o objeto do associativismo - caso exista.

2.1 - Funções das Instituições Financeiras

A principal atividade dos bancos é a intermediação financeira dos

recursos, pois captam recursos de seus clientes, dos mercados financeiro e de

capitais repassando-os, posteriormente, sob a forma de empréstimos, na

expectativa de realizar em ganhos, o que se denomina spread.

A função de corretagem fará com que poupadores aproximem-se das

unidades que necessitem de fundos, ou seja, que necessitem da captação dos

recursos a serem emprestados, facilitando o fluxo direto da poupança aos

investidores. A função de transformação do ativo leva as instituições financeiras

a emitirem passivos financeiros para captar recurso dos poupadores e, com

esses fundos, adquirir instrumentos financeiros emitidos pelas instituições

financeiras que dominam aqueles emitidos diretamente pelas empresas devido

ao menor custo de monitoramento, liquidez e menor risco.

As taxas de juros de cada instituição financeira representam médias

geométricas ponderadas pelas concessões observadas nos últimos cinco dias

úteis, período esse apresentado no ranking de cada modalidade de operação de

crédito. Como, em geral, as instituições praticam taxas diferentes dentro de uma

mesma modalidade de operação de crédito, a taxa média pode diferir daquela

cobrada de determinados clientes. Nesses casos, o cliente deve procurar a

instituição financeira respectiva para obter maiores esclarecimentos.

Os encargos fiscais representam o custo do Imposto Sobre Operações de

Crédito, Câmbio e Seguro (IOF) incidente nas operações de crédito. Diversos

fatores como o prazo da operação, a clientela a quem se direciona o crédito e o

18

financiamento deste encargo pelas instituições financeiras explica a variação

observada nos valores apresentados. Além disso, para cada modalidade, os

valores dos encargos fiscais são médias geométricas ponderadas pelas

concessões realizadas no período.

As taxas mínimas e máximas buscam espelhar a política operacional da

instituição em cada linha de crédito. A taxa mínima divulgada para cada

modalidade é a menor das taxas mínimas observada no período de cinco dias

úteis e a taxa máxima a maior das taxas máximas observada para o mesmo

período. Em geral, existe uma relação inversa entre as taxas de juros e os

volumes das operações de crédito, em função das garantias envolvidas na

operação. Grandes operações tendem a apresentar taxas mais baixas,

enquanto as operações de pequeno valor, sem a exigência de garantias,

tendem a apresentar taxas mais elevadas.

Os rankings de taxas são apresentados em ordem alfabética de

instituição ou por ordem crescente de taxa de juros total. Determinadas

instituições concedem abono de prazo na utilização do cheque especial.

Todavia, isso não é considerado para efeito das informações prestadas ao

Banco Central do Brasil e estas instituições se encontram assinaladas no

ranking das taxas de cheque especial. As instituições não relacionadas nos

rankings não operaram ou não prestaram informação ao Banco Central do Brasil

para o respectivo período, estando, nesse segundo caso, sujeitas às

penalidades previstas na legislação vigente.

2.2 – Linhas de Crédito destinadas a pessoas jurídicas

São direcionadas ao financiamento de investimentos e capital de giro. As

necessidades do referido capital compreendem os gastos operacionais para

financiar a matéria-prima e a mão-de-obra direta. Os investimentos são

apresentados por gastos realizados para a aquisição de bens móveis como

máquinas e equipamentos e com a expansão de imóveis operacionais.

19

As linhas de crédito mais comuns para pessoas jurídicas são: os

contratos de capitais que é o montante ou conjunto de recursos que não está

imobilizado; o adiantamento sobre contratos de câmbio, bastante utilizado pelos

exportadores; o adiantamento sobre cambiais entregues, nesta modalidade a

responsabilidade do exportador cessa somente quando o importador efetua o

pagamento das divisas no exterior; leasing é uma operação de arrendamento,

onde a amortização do financiamento ocorre de forma mensal e a longo prazo e,

por fim, os empréstimos do BNDES, nesta modalidade o percentual financiado é

variável e depende do porte da empresa e do tipo de investimento.

2.3 – Determinações dos limites de crédito

O limite de crédito que a instituição financeira atribui a um determinado

cliente é o risco máximo que ele está disposto a correr com determinado cliente.

Se a instituição for muito liberal na concessão do crédito sua exposição a

eventuais insucessos de seus clientes fica muito ampla, entretanto, corre-se o

risco de limitar a carteira e, consequentemente, o lucro. Cumpre definir critérios

lógicos que atendam aos seguintes objetivos: preservar a saúde financeira da

instituição e não comprometer seus empréstimos.

No que se refere ao limite de crédito de um cliente antigo que não

apresentou problema na conta-corrente deve ser em função não apenas de sua

capacidade de depósitos, mas também do conceito comercial que ele desfruta

junto a instituição financeira. Desta forma, as empresas devem ser classificadas

quanto ao risco de crédito numa escala variável de excelente, boa regular e

ruim, por exemplo.

A relação entre empréstimos os empréstimos destinados a clientes

diversificados pode ser vista através da seguinte ótica: cada empresa tem um

comportamento singular, no entanto, todas têm uma média. Além dessa

distinção, todas as vezes que um gerente de carteira de crédito julgar que o

limite de crédito determinado for inadequado para um determinado cliente, este

limite pode ser revisto, seja pelos índices financeiros da empresa e de seus

concorrentes ou pela idoneidade da empresa. Não existem fórmulas exatas que

20

sirvam para minimizar ou eliminar o risco em todas as empresas, porém, os

índices são uma boa fonte de informação para se chegar a um valor de limite de

crédito. Tudo vai depender da análise que se faça da base de dados

2.4 - O perfil das empresas que necessitam de crédito

A oferta de capital de giro contribui para a consolidação e o crescimento

das Micro e Pequenas Empresas. Sua ausência é, possivelmente, uma das

principais causas da mortalidade dessas empresas, considerando que a

empresa não pode parar. Capital de giro é o conjunto de valores necessários

para a empresa fazer seus negócios acontecerem. Existe a expressão ‘Capital

em Giro’, que seriam os bens efetivamente em uso. Trata-se de um recurso que

auto financia a atividade principal de uma empresa, ou seja, é o capital

necessário para continuar a adquirir os bens que serão revendidos no volume

que o seu mercado consome, e continuar a obter a sua principal fonte de renda

perenemente.

Como exemplo, podemos citar um mercado consumidor que absorve um

produto, mensalmente, o valor de 1,2 milhão de reais, a empresa adquire estas

mercadorias por 1 milhão e as revende por 1,2 milhão, atendendo plenamente

esse mercado. Depois, separa os 200 mil de lucro e readquire novas

mercadorias pelos mesmos 1 milhão de reais, fazendo isso sucessivamente

durante a sua vida. O seu Capital de Giro é de 1 milhão de reais.

Caso um empresário desvie recursos do seu Capital de Giro para adquirir

imobilizados, logo irá comprar menos mercadorias e, obviamente, vender bem

menos, diminuindo seu fluxo de caixa e vendo a sua empresa mergulhar em

dificuldades financeiras para honrar com seus compromissos. O Capital de Giro

deve ser intocável, pois é ele a sua maior fonte de renda.

Em geral de 50 a 60% do total dos ativos de uma empresa representam a

fatia correspondente a este capital, mormente mercadorias e dinheiro. Além de

sua participação sobre o total dos ativos da empresa, o capital de giro exige um

esforço para ser gerido pelo administrador financeiro maior do que aquele

requerido pelo capital fixo. O capital de giro precisa ser acompanhado e

monitorado constantemente, pois está sofrendo o impacto das diversas

21

mudanças no panorama econômico enfrentado pela empresa de forma

contínua. As dificuldades relativas ao capital de giro numa empresa são devidas,

principalmente, à ocorrência dos seguintes fatores: redução de vendas;

Crescimento da inadimplência; eaumento das despesas financeiras e; aumento

de custos. Denominando-se de ‘aplicação permanente’ as contas não

circulantes do ativo e de ‘fonte permanente as contas não circulantes do

passivo, define-se como Capital de Giro (C.D.G.) a diferença entre as fontes

permanentes e aplicações permanentes. C.D.G. = Passivo Permanente - Ativo

Permanente.

O Capital de Giro também é um conceito econômico - financeiro e não

uma definição legal, constituindo uma fonte de fundos permanente utilizada para

financiar a Necessidade de Capital de Giro que se apresenta razoavelmente

estável ao longo do tempo. O Capital de Giro diminui quando a empresa realiza

novos investimentos em bens do ativo permanente, ou seja, aumento dos

imobilizados.

Todavia, esses investimentos são, em geral, realizados através de

‘Autofinanciamento’, ou seja, empréstimos a longo prazo, aumento do capital em

dinheiro e lucros líquidos que por sua vez, aumentam o Capital de Giro ou

aumento das fontes permanentes, compensando, aproximadamente, a

diminuição provocada pelos novos investimentos. O Capital de Giro pode ser

negativo. Neste caso, as aplicações permanentes são maiores do que as fontes

permanentes, significando que a empresa financia parte de seu ativo

permanente com fundos de curto prazo. Embora esta condição aumente o risco

de insolvência, a empresa poderá se desenvolver, desde que sua Necessidade

de Capital de Giro seja, também negativa.

Em Contabilidade, existe o Capital de Giro Circulante (CGC), também

conhecido como Capital Circulante Líquido (CCL), que seria a diferença do Ativo

Circulante (AC) e do Passivo Circulante (PC), grupos de contas do Balanço

Patrimonial. Assim, em contabilidade, tem-se: CCL = CGC = AC – PC. Esse

índice é decomposto na Demonstração conhecida legalmente como

Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, fonte de valiosos dados

econômicos acerca da informação contábil. Essa Demonstração pode ser

22

combinada com a Demonstração de Fluxo de Caixa, acrescentado-se

informações financeiras de uso gerencial.

23

CAPÍTULO III

BALANÇO PATRIMONIAL E

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que tem por objetivo

mostrar a situação financeira e patrimonial de uma entidade numa determinada

data. Representando, portanto, uma posição estática da mesma. O Balanço

apresenta os Ativos compostos de bens e direitos e Passivos que englobam as

exigibilidades e obrigações e o Patrimônio Líquido que representa os valores

que os sócios ou acionistas têm na empresa em um determinado momento. No

balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos e

resultado de exercícios futuros que representa o Patrimônio Líquido que é o

valor contábil devido pela pessoa jurídica aos sócios ou acionistas baseados no

Princípio da Entidade que é resultante da diferença entre o total de ativos e

passivos.

A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE destina-se a

evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das

receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência, a

DRE oferece uma síntese econômica dos resultados operacionais de uma

empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de

divulgação, em geral são feitas mensalmente pela administração e

trimestralmente para fins fiscais. A DRE, pode ser utilizada como indicadores de

auxílio a decisões financeiras.

Sérgio de Iudícibus & outros, no Manual de Contabilidade das

Sociedades por ações nos ensina que:

“A Demonstração do Resultado do Exercício é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período.” (IUDÍCIBUS & outros, pg. 290)

24

A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE destina-se a

evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das

receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência, a

DRE oferece uma síntese econômica dos resultados operacionais de uma

empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de

divulgação, em geral são feitas mensalmente pela administração e

trimestralmente para fins fiscais. A DRE, pode ser utilizada como indicadores de

auxílio a decisões financeiras.

Demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e de Lucros

ou Prejuízos Acumulados (DLPA). No Brasil, a Lei das Sociedades por Ações

aceita tanto a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, quanto a de

Lucros ou Prejuízos Acumulados, sendo que a primeira é a mais completa,

contendo, inclusive, uma coluna com os dados da segunda. A segunda, sendo

obrigatória, pode ser substituída pela primeira.

Há que se destacar que, após a edição da [Lei 11.638/07], que alterou

parcialmente a Lei 6.404/76,retificada e ratificada pela MP 449/09 (transformada

na [Lei 11.941/09]), para as empresas S/A não existe mais a rubrica de Lucros

Acumulados. Assim, na DMPL, constará a coluna intitulada Prejuízos

Acumulados, onde serão registradas todas as movimentações que envolverem o

resultado do exercício em análise.

Ela evidencia a mutação do Patrimônio Líquido em termos globais (novas

integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios

anteriores, dividendos, reavaliações, etc.) e em termos de mutações internas (no

caso de prejuízo incorporações de reservas ao capital, no caso de lucro

transferências de lucros acumulados para reservas, entre outras).

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR procura

evidenciar as origens de recursos que ampliam a folga financeira de curto prazo

(ou o capital circulante líquido, numa linguagem mais técnica) e as aplicações

de recursos que consomem essa folga. Com o advento da Lei 11.638/07, que

altera dispositivos da Lei nº 6.404/76, essa demonstração foi substituída pela

Demonstração dos Fluxos de Caixa.

25

A Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC visa mostrar como

ocorreram as movimentações das disponibilidades e o Fluxo de Caixa em um

dado período de tempo. Vem substituindo em alguns paises a Demonstração

das Origens e Aplicações de Recursos, e é fundamentada pela Lei n° 11.638/07

no Brasil.

Demonstração do Valor Adicionado – DVA tem como objetivo principal

informar ao usuário o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua

distribuição.Implantada oficialmente pela Lei n° 11.638/07 no Brasil.

A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA evidencia

as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados,

no Patrimônio Líquido.

3.1 – Análise de Balanço

Denomina-se análise de balanço a atividade que busca identificar fatores

positivos ou negativos sobre a saúde financeira e administrativa das empresas

nos números divulgados em seus balanços patrimoniais. As empresas que

possuem políticas administrativas mais transparentes divulgam prévias

trimestrais de seus balanços anuais de forma a possibilitar que resultados

parciais possam ser avaliados antes mesmo do término do exercício em curso.

A metodologia de análise consiste em comparar valores como receita,

lucro ou patrimônio líquido com o mesmo período do exercício anterior para

determinar sua evolução. Também são calculados diversos indicadores de

balanço, também chamados indicadores fundamentalistas, que têm por objetivo

identificar características não visíveis nos números puros do balanço.

De acordo com as técnicas de análise, os cinco C’s do crédito, um deles,

o ‘C’ de Capital, é imprescindível para que se entenda a saúde financeira da

empresa analisada. É através desta análise que se verifica, dentre outras

coisas, a rentabilidade da empresa, a evolução do seu faturamento, dos seus

custos e despesas, as suas fontes de financiamento, ou seja, seu passivo.

Até 2003, as empresas optantes pelo sistema de tributação Simples, ou

de Lucro Presumido eram desobrigadas de confeccionar seus balanços, hoje de

26

acordo com a legislação brasileira ainda o são. Entretanto, de acordo com o

novo Código Civil - Lei 10.406 de 10/01/2002, todas as empresas são obrigadas

a fazer seus balanços independentemente do seu sistema de tributação.

Hoje, analistas com experiência no assunto identificam, com mais

facilidade, um balanço fraudado, apontando, inclusive alguns pontos

característicos de balanços maquiados, os valores e as descrições de algumas

contas são fortes indicadores de fraudes. Além disso, nos últimos anos, vê-se no

Brasil um movimento modesto de mudança de paradigmas por parte de

empresários, principalmente, os pequenos e médios. Muitos deles estão

migrando suas gestões financeiras, antes em total poder da família, para mão

de obra qualificada, isso porque os resultados são bem melhores e os gestores

podem se dedicar mais a atividade fim da empresa.

É fato de que não há um padrão determinante, apontando quais

indicadores devem ser analisados. Entretanto, devem se analisar os indicadores

que melhor se relacionam com a gestão de risco da empresa em questão, para

isto, na política de crédito devem constar quais são esses indicadores. Uma

forma para se identificar tais indicadores está voltada para uma análise

minuciosa do contencioso da empresa, mais precisamente aqueles casos que

foram lançados em Lucros e Perdas.

Diferente do que a maioria das empresas pensa se podem gerar

importantes informações de casos que são simplesmente descartados, pois não

houve o recebimento. Ao analisar os indicadores econômicos de

casos/empresas, se for possível comprovar quais desses indicadores deverão

constar nas análises, escolher apenas cinco ou seis, haja vista o tempo que

levará para calculá-los, e analisá-los. Com isso se terá maior eficiência e

eficácia nas análises. Ao selecionar vários lotes de empresas que estão

passando por processo judicial ou locado em lucro e perdas, é preciso separar

lotes de anos diferentes e, assim, ver o que há de mais semelhantes entre os

casos.

27

3.2 – Indicadores Financeiros

A lista com os principais indicadores financeiros que são usados

geralmente para análise da saúde financeira e patrimonial das empresas se

apresenta junto a cada indicador, onde há um comentário sobre o que realmente

cada um deles traduz quando aplicado.

“Os índices financeiros são relações entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras que têm como objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações financeiras” (SILVA, pg. 228, 2010)

A análise das demonstrações financeiras e seus indicadores é uma das

principais ferramentas de análise para concessão ou aumento de crédito para

pessoas jurídicas. Ela tem como base o Balanço Patrimonial, a Demonstração

de Resultado do Exercício e vem sendo adotada, também, a Demonstração de

Fluxo de Caixa. Portanto, entender o conceito e aplicação prática dos

indicadores financeiros é essencial para poder analisar e ter segurança na

decisão da concessão de crédito.

Pode-se considerar um grande erro das organizações o fato de não

utilizar os indicadores financeiros como ferramenta de suporte numa análise de

Risco. De acordo com as técnicas de análise, os 5 C’s do crédito, um deles, o C

de Capital, é imprescindível para que se entenda a saúde financeira da empresa

analisada. É através desta análise que se verifica, dentre outras coisas, a

rentabilidade da empresa, a evolução do seu faturamento, dos seus custos e

despesas, as suas fontes de financiamento passivo.

Para se saber que indicador se deve analisar não se encontra uma

resposta padrão, definitiva. Devem se analisar os indicadores que melhor se

relacionam com a gestão de risco da sua empresa, para isto, na política de

crédito devem constar quais são esses indicadores. Uma dica para identificar

esses indicadores é uma análise minuciosa do contencioso da empresa, mais

precisamente aqueles casos que foram lançados em Lucros e Perdas. Diferente

do que a maioria das empresas pensa é possível se gerar importantes

28

informações de casos que são, simplesmente, descartados, pois não houve o

recebimento.

Ao analisar os indicadores econômicos desses casos/empresas,

poderemos comprovar quais desses indicadores deverão constar nas análises,

escolher apenas cinco ou seis, haja vista o tempo que levará para calculá-los, e

analisá-los. Com isso se obtém maior eficiência e eficácia nas análises.

O grande desafio está em como definir indicadores financeiros corretos.

Números em profusão, gráficos, dados e muitas informações, algumas válidas e

consistentes, outras dispersas e isoladas. Em meio a tudo isso, é imprescindível,

no mundo corporativo, ter em mente que quem não mede adequadamente, não

gerencia seu negócio. Uma empresa sem um conjunto de métricas alinhadas

com as estratégias não chega a lugar nenhum. Hoje há um bombardeio

constante de todo o tipo de informação, porém a quem interessa de fato é

aquela capaz de direcionar a organização na direção estratégica estabelecida.

O que fará diferença é a presença de indicadores que consigam medir, com

clareza, o desempenho da corporação e, através destes, fazer os acertos

necessários para o cumprimento das metas.

Selecionar indicadores corretos, ou seja, aqueles que darão um

panorama fiel sobre o desempenho da companhia. É desafiador e se dá por

meio da análise das variações, mensais ou trimestrais, implementando um plano

de ação para atingir os objetivos estabelecidos. Se houvesse uma receita sobre

como selecionar os melhores indicadores financeiros, seria simples, mas como

não há, o primeiro passo é ter consciência de que os indicadores ideais são

aqueles alinhados à estratégia de cada empresa. Indicadores serão apenas

números soltos caso não estejam ligados às estratégias e objetivos corporativos.

É preciso que a empresa saiba a direção quer deseja seguir, só então os

indicadores devem apoiar na medição desta direção. Eles precisam ser capazes

de mostrar se a empresa está atingindo suas metas ou se está perto ou distante

delas. Indicadores como os de crescimento de vendas, rentabilidade, market-

share, dias de inventário, contas a receber, satisfação do usuário, etc, são

bastante comuns. Quais selecionar vai depender da estratégia corporativa, do

que se pretende.

29

Estratégias como: A meta para o próximo ano é alavancar as vendas de

um determinado produto; a diminuição dos dias dos produtos em estoque; o

equilíbrio do capital de giro; a fidelização de clientes pedem que indicadores

distintos sejam selecionados. É fundamental que haja essa coerência, para que

os rumos da empresa sejam mensurados corretamente.

Outro fator crítico na definição de indicadores financeiros adequados é

que eles não podem ser muitos, pois, caso contrário, perde-se o foco, e de

preferência não podem ser conflitantes. Quando a estratégia corporativa está

bem desenhada, facilmente a companhia se dá conta de que precisa de poucos

e bons indicadores para acompanhar o andamento dessa estratégia.

Quando se refere a uma gestão eficiente de indicadores financeiros, há

ainda outra questão que deve ser tratada com todo cuidado: a que se refere aos

colaboradores. Sem a participação dos funcionários, dificilmente os resultados

serão atingidos.

É preciso, portanto, que seja criada e estimulada uma cultura de

indicadores. O melhor método de se fazer isso é atrelá-los às responsabilidades

dos empregados, promovendo uma política de remuneração variável e

recompensando financeiramente aqueles que se esforçarem para atingir as

metas. Reuniões periódicas de avaliação dos indicadores também são

essenciais, pois assim, a empresa consegue analisar as oscilações dos

indicadores, observar se está no caminho certo ou se precisa de novas ações

que levem aos objetivos propostos. Pelos indicadores a companhia, inclusive,

avalia se suas metas corporativas são factíveis ou se precisam ser reajustadas.

Estratégia de negócio e indicadores financeiros devem caminhar em

paralelo o tempo todo, influenciando-se mutuamente. Para se ter uma idéia,

empresas de alguns setores, como o de bebidas ou de commodities, precisam

de reuniões diárias para avaliar seus indicadores e guiar suas ações de acordo

com fatores como iniciativa da concorrência ou flutuação de preços, por

exemplo.

Em geral, nas empresas multinacionais já existe uma cultura consolidada

de gestão de indicadores, com disponibilização em tempo real, funcionando

como um grande painel de informações críticas. Já nas companhias de médio

porte, ainda há pouca profissionalização nesse sentido e, à medida que vão

30

crescendo, vai aumentando a necessidade por uma estratégia clara, indicadores

e formas de medição eficientes. Empresas com esse perfil, geralmente, ainda

são carentes de uma definição precisa em relação à sua estratégia corporativa

de médio prazo. E, como dito anteriormente, só com essa definição elas terão

condições de selecionar seus indicadores.

É preciso ressaltar que a estratégia, a cultura de indicadores e os

processos precisam vir em primeiro lugar, pois muitas empresas médias pensam

que para medir seu desempenho precisam adquirir ferramentas de TI -

Tecnologia da Informação. Boas ferramentas são absolutamente necessárias,

mas elas são o último estágio para a implantação da gestão de indicadores.

Companhias que invertem essa mão correm o risco de perder dinheiro e, ainda,

se frustrar por não atingir os resultados esperados.

3.3 – Retorno sobre Investimento

É a relação entre o dinheiro ganho ou perdido através de um investimento

e o montante de dinheiro investido. Existem três formulações possíveis de taxa

de retorno, são elas: retorno efetivo; retorno exigido e; retorno previsto.

Na visão de Silva:

“O retorno sobre o investimento é um conceito muito utilizado na área de finanças, caracterizando o lucro como espécie de prêmio pelo lucro assumido no empreendimento. E diz, também, que o chamado Método Du Pont é muito conhecido, sendo uma forma gráfica e analítica de demonstrar o retorno sobre o investimento, a partir da integração entre os índices de atividade(giro do ativo) e a margem líquida, o que mostra, de forma sistemática, como é determinada a lucratividade do investimento.” (SILVA, pg. 239, 2010)

O retorno efetivo serve como medida de avaliação do desempenho de um

investimento, aferido a posteriori. O retorno previsto serve como medida ex ante

do desempenho de um investimento; é a sua taxa implícita ou interna de

retorno, aquela que iguala o valor do investimento do seu preço ou custo.

31

A taxa de retorno exigida é a que permite determinar o valor de um

investimento. De fato, o valor de um investimento é o equivalente atual dos seus

cash-flows futuros, sendo estes convertidos em equivalente atual, ou

atualizados, justamente à taxa de retorno exigida. Assenta na idéia de que

qualquer investimento deve proporcionar uma taxa de retorno igual a uma taxa

sem risco acrescida de um prêmio de risco função do grau de incerteza que

afeta os cash-flows futuros do investimento.

A taxa de retorno prevista é função do preço (ou custo) do investimento e

do fluxo de cash-flows futuros atribuíveis ao investimento. Sendo incertos estes

cash-flows, resulta que a taxa de retorno prevista é também incerta,

apresentando-se mesmo como uma variável aleatória. Aqui reside o seu risco,

que terá que ser medido, para ser tido em conta na estimação dos prêmio de

risco a incluir nas taxas de retorno exigidas.

O montante de dinheiro ganho ou perdido pode ser referido como juros,

lucros ou prejuízos, ganhos ou perdas ou ainda rendimento líquido ou perdas

líquidas. O dinheiro investido pode ser referido como ativo, capital, principal ou

custo básico do investimento. O ROI é geralmente expresso como percentagem.

As concretização das estratégias organizacionais de uma empresa, está

dependente da gestão adequada de projetos, programas e portfólios. Nesse

sentido, a responsabilidade financeira aumenta permanentemente e a sua

mensuração é obrigatória. Embora hoje, o uso desta ferramenta de análise seja

generalizado a todo o tipo de investimentos, o cálculo do ROI não é contudo

uma ‘moda’ recente. Já em 1920 a Harvard Business Review referia o ROI como

a medida de análise essencial para conhecer o valor do resultado de

investimento de capital. O seu conhecimento antecipado tem um impacto

importante não só no seio da organização que gere o processo de investimento,

como também junto de potenciais investidores. Para além da ‘venda’ interna e

externa do projeto, é fundamental para o seu acompanhamento dando de uma

forma clara o impacto no negócio face às metas pré-definidas.

3.4 – Diversificações de Riscos

32

O risco faz parte do dia-a-dia dos gerentes e executivos de tal forma que,

muitas vezes, passa despercebido e a convivência com ele pode ser definida

como algo natural da vida. Terminologia utilizada quando o investidor ou

administrador do fundo de investimento diversifica a forma como aplica os

recursos de sua carteira de investimentos tendo como objetivo reduzir o risco da

carteira como um todo.

Para minimizar o risco na concessão de empréstimos os bancos é

possível que se faça uso do relacionamento com clientes por meio de

armazenamento e geração de informações históricas quanto a movimentação

de depósitos e saques ao longo desse relacionamento. Ao observar as saídas e

entradas de dinheiro na conta corrente os bancos podem moldar o perfil de risco

de seus clientes, além de usar essas informações como reforço para tomadas

de decisão em novas solicitações de crédito.

Quando o solicitante do crédito é um cliente novo não haverá histórico de

movimentação. Sendo assim, o banco dependerá, totalmente, da eficiência da

sua equipe de crédito em levantar e analisar dados. Para tanto é necessário

obter informações desses clientes por meio de empresas especializadas em

coletar e arquivar informações.

Na impossibilidade de obter dados concretos dentre as relações

bancárias a instituição financeira pode fazer uso da variação das carteiras, bem

como dividir o valor do empréstimo em desconto de duplicatas, penhor

mercantil, hipoteca, alienação, entre outras modalidades.

Para reduzir o risco, o investidor pode optar por investir em diferentes

tipos de ativos. Pode investir em ações, em obrigações e, ainda, em imobiliário.

Desta forma, quando o mercado de ações cair, ele mantém a sua rentabilidade

nas outras classes de ativos: as obrigações e o imobiliário. Se, passados uns

tempos, o mercado imobiliário estiver em baixa, ele terá a hipótese de cobrir

esse risco com a valorização das ações.

É mais difícil dar-se uma queda no valor de todos os ativos em

simultâneo e é quase certo que enquanto o valor de uns sobe, o de outros

desce, mantendo-se assim uma maior cobertura do risco. Este conceito é de

compreensão fácil e pode ser utilizado de diversas formas.

33

O investidor também pode diversificar investindo em diferentes

geografias, sabendo que enquanto umas atravessam fases de expansão, outras

poderão estar com níveis de crescimento mais modestos. Assim, por exemplo,

se vai investir em ações, ele pode optar por investir parte do seu capital em

ações nacionais e outra parte em ações estrangeiras. Atualmente, com a

negociação de ações através da Internet, é muito fácil fazê-lo; pode comprar

ações das principais praças financeiras mundiais da mesma forma que compra

ações da empresa do outro lado da rua (pese embora o fato de ter que suportar

custos de transação mais elevados).

A diversificação internacional já foi mais eficaz do que é atualmente,

quando as grandes economias não estavam tão dependentes umas das outras.

Aliás, a crise financeira mundial comprova este fato, com a crise da economia

norte-americana a contagiar-se rapidamente à Europa, Ásia e mesmo às

economias emergentes, deixando os investidores com falta de alternativas de

investimento. Por outro lado, as empresas estão, elas próprias, mais

internacionalizadas e cada vez menos dependentes dos seus mercados

domésticos.

Se o investidor não dispõe do tempo ou se não se interessa o suficiente

sobre o assunto, pode diversificar investindo em fundos de investimento

tradicionais ou em Exchange Traded Funds (ETF). Porque este tipo de ativos já

é uma coleção de diferentes categorias de investimento, permitem uma

diversificação mais rápida e eficaz. Para se conseguir uma diversificação

semelhante à de um fundo de índice, por exemplo, seria necessário ter em

carteira dezenas (talvez centenas) de ações, o que, para além da dificuldade,

implicaria ter de suportar comissões com a compra de todos estes títulos. Com

os fundos de investimento, um investidor pouco experiente pode começar a

construir a sua carteira com um nível de diversificação muito interessante.

Para se diversificar com eficácia é necessário compreender: as variáveis

que determinam a valorização de diferentes ativos e os níveis de risco

associados a cada classe de ativos. Diversificar em excesso é um problema que

resulta da falta de experiência de alguns investidores. Na tentativa de

diversificar o risco, alguns investidores vão acumulando ativos de características

diferentes. O resultado por vezes é a ‘sobre-diversificação’, a diversificação em

34

excesso. Nestes casos, a carteira de investimentos vai assemelhar-se a um

fundo de índice, isto é, vai refletir um desempenho muito semelhante ao de um

índice de mercado com a desvantagem de suportar custos com comissões muito

superiores ao que obteria se investisse diretamente num ETF.

Na impossibilidade da extinção do risco deve-se saber como administrá-

lo. Existem numerosos métodos e modelos de classificação de risco no

mercado, tanto para pessoa física quando para pessoa jurídica. Cada um

oferece maior ou menor grau de confiabilidade, dependendo dos critérios

utilizados e do rigor definido na classificação.

35

CONCLUSÃO

A matéria-prima da análise de crédito compreende as demonstrações

financeiras e suas análises, as particularidades das empresas e de seus

mercados, produtos e clientes, o que nos leva a compreender que as

necessidades do cliente e a sua capacidade de pagamento devam ser

complementadas pela análise das garantias na estruturação das operações

bancárias e que os fatores risco e retorno orientam as decisões de crédito. A

gestão e a análise de risco de crédito abrangem conhecimentos relacionados à

intermediação financeira, ao papel do banco múltiplo e ao crédito em termos de

conceito, risco e política, visando à maior competitividade.

As estratégias empregadas por cada banco ou instituição financeira

determinam, entre outros fatores, as formas de decisão e de delegação de

poderes, e seus recursos humanos e materiais possibilitam adequado nível de

agressividade mercadológica no atendimento das necessidades de recursos

financeiros de seus clientes, mantendo a qualidade da carteira de crédito do

banco.

O crédito exige muito conhecimento técnico. Exige mais do que apenas

as análises de aspectos formais e legais. Exige acompanhamento constante e

níveis de informação sempre atualizados. O mercado está, cada vez mais,

buscando instituições comprometidas com a qualidade, necessitando de

profissionais capacitados, o que evidencia a necessidade de se lançar, nesse

mercado, profissionais de nível gerencial, com formação específica em

elaboração, análise e concessão de crédito.

No Brasil a análise de crédito era efetuada somente através de estudo do

cadastro da empresa tomadora, isto até a década de 60. Tal análise consistia no

processo de troca de informações sobre a pontualidade em saldar dívidas,

valores das operações efetuadas e outras informações dessa natureza. A

chegada dos bancos estrangeiros fortaleceu o uso das análises mais

aprimoradas, bancos e instituições financeiras passaram a usar processos de

análise de crédito mais aprimorados. A boa prática bancária exclui a

36

possibilidade de que seja feita apenas a analise cadastral o que pode colocar

em risco os recursos administrados, fornecendo empréstimo a empresas que

não estejam dispostas a fornecer dados contábeis e a apresentar informações

fidedignas sobre sua real situação financeira.

Nos dias de hoje, a análise financeira, através de índices, é uma

ferramenta de grande valia, pois resume grande quantidade de dados de fácil

compreensão e análise. É fato que os índices têm suas limitações, uma vez que

são baseados em dados de demonstrações financeiras e sua interpretação tem

que considerar os princípios contábeis utilizados na preparação de suas

demonstrações. É fato que as demonstrações contábeis podem variar de

empresa para empresa, em virtude de diretrizes contábeis diversas.

Ao se proceder a análise deve-se rever eventuais mudanças que possam

ocorrer no período da analise. É sabido que os índices não dão suporte total

para uma tomada de decisão, mas ajudam a minimizar o risco do crédito a ser

fornecido pela instituição financeira, o que vem a comprovar que a análise via

indicadores e índices evidenciam o risco que a instituição financeira correrá. É

preciso observar que a análise das demonstrações apresenta apenas a posição

estática e momentânea da empresa.

Em resumo, nenhuma empresa consegue ter uma gestão eficiente sem

definir claramente sua estratégia corporativa e sem medir seu desempenho,

atrelando indicadores financeiros a cada estratégia. Esse planejamento pode

significar o êxito ou o fracasso de uma companhia diante da crescente

competição dos mercados, exigências cada vez maiores dos consumidores,

pressões tributárias, etc. O caminho pode ser trabalhoso, mas, para sobreviver,

as empresas não têm muita escolha: ou fazem a lição de casa ou podem

esperar por tempos difíceis. A diversificação quer do tipo de ativos quer dos

mercados em que se investe, sendo obrigatória para qualquer investidor

sensato, tem um limite: diversificar em excesso pode reduzir o risco mas

também vai reduzir o retorno da carteira de investimentos.

37

BIBLIIOGRAFIA

ARAÚJO, Luis César G. Teoria Geral da Administração: aplicação e resultados

nas empresas brasileiras. Ed. Atlas, SP, 2004.

ASSEF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços: um Enfoque

Econômico-Financeiro (Livro de Exercícios). São Paulo: Atlas, 2010.

BLATT, A. Avaliação de risco e decisões de crédito: um enfoque prático. São

Paulo: Nobel, 1999.

BRUNI, Adriano Leal. Análise Contábil e Financeira. São Paulo: Atlas, 2010.

Carlos Alberto Debastiani, Felipe Augusto Russo - Avaliando Empresas,

Investindo em Ações. São Paulo: Novatec, 2008.

CATELLI, Armando. Controladoria – uma abordagem da gestão econômica. São

Paulo: Atlas, 2001.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Manual de Contabilidade. Das sociedades por ações:

aplicável as demais sociedades/FIPECAFI. São Paulo: Atlas, 2000.

PELEIAS, Ivan Ricardo. Controladoria – gestão eficaz utilizando padrões. São

Paulo: Saraiva, 2002.

REIS, Arnaldo. Demonstrações contábeis. São Paulo: Saraiva, 2003.

Resolução CFC nº 686/1990.

SCHRICKEL, W. Kurt. Análise de crédito – concessão e gerência de

empréstimos. São Paulo: Atlas, 2000.

SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das

demonstrações contábeis. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações

contábeis. São Paulo: Atlas, 2010.

SILVA, José Pereira da. Gestão e Análise de Risco de Crédito. São Paulo: Atlas,

2008.

_____. Análise Financeira das Empresas. São Paulo: Atlas, 2010.

www.presideciadarepublica.gov.br Lei 11.638/07. Acesso em: 19.07.2010

www.bcb.gov.br em: 19 07 2010

38

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

RESUMO 04

METODOLOGIA 05

SUMÁRIO 06

INTRODUÇÃO 07 CAPÍTULO I ANÁLISE DE CRÉDITO 09

1.1– Tipos de Análise de Crédito 10

1.2 - Instrumentos de análises de crédito 12

1.3 – Normas de análise de crédito 13

1.4 – Mecanismos de Concessão de Crédito 14

CAPÍTULO II ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 16

2.1 - Funções das Instituições Financeiras 17

2.2 – Linhas de Crédito destinadas a pessoas

Jurídicas 18

2.3 – Determinações dos limites de crédito 19

2.4 – O perfil da empresa que necessitam de

Crédito 20

CAPÍTULO III BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 22 3.1 – Análises de Balanço 24

3.2 – Indicadores Financeiros 25

39

3.3 – Retornos sobre Investimento 29

3.4 – Diversificações de Riscos 30

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA 36

ÍNDICE 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO 40

40

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: ANÁLISE DE CRÉDITO DE PESSOAS JURÍDICAS

POR MEIO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Autora: Eliane Clara Normandia Bezerra

Data da entrega: 22/09/2010

Avaliado por: Conceito:

41

COMPROVANTES DE ATIVIDADES CULTURAIS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AUDITORIA E CONTROLADORIA

ALUNA: Eliane Clara Normandia Bezerra

MATRÍCULA: K 215543 TURMA: k 187

Observação:

Entregues na Secretaria.