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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO ‘LATO SENSU’
ANÁLISE DE CRÉDITO DE PESSOAS JURÍDICAS POR
MEIO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Por: Eliane Clara Normandia Bezerra
Orientador:
Professor Luciano Gerard
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ANÁLISE DE CRÉDITO DE PESSOAS JURÍDICAS POR
MEIO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Auditoria e Controladoria.
Por: Eliane Clara Normandia Bezerra
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AGRADECIMENTO
A Deus, fonte de muita força, raça,
perseverança, sabedoria, paz e amor.
Aos amigos queridos, pelo tempo
roubado de suas companhias, pela
ausência em momentos importantes e
pelo estímulo à conclusão deste
Trabalho.
A Empresa onde trabalho, há alguns
anos, que investiu no meu potencial e
acreditou na minha perseverança e
vontade de encarar mais esse desafio.
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RESUMO
A Análise de Crédito de pessoas jurídicas, através das demonstrações
financeiras e contábeis e via análise e interpretação de índices que traduzam a
situação econômica e financeira da empresa, no momento da solicitação do
crédito, visa analisar perspectivas futuras junto à instituição financeira. A análise
está associada ao sistema bancário nacional e internacional, isto porque com o
estabelecimento de bancos estrangeiros no Brasil passou a ocorrer a prática de
análises mais aprimoradas com a utilização de índices financeiros vigentes.
Através de uma orientação geral que envolve o processo decisório de crédito de
todos aqueles que estejam a ele ligados, direta ou indiretamente, devem buscar
informações adequadas para uma avaliação do potencial de crédito da empresa,
no caso do gerenciamento que definirá ou não a solicitação e no caso da
empresa tomadora do empréstimo, o administrador financeiro. É de se
considerar fundamental uma análise de crédito para concessão de
financiamento a pessoas jurídicas, uma vez que esta trará benefícios
substanciais a ambas as partes quando do processo decisório, o que acarretará
de forma garantida uma melhor obtenção de recursos possíveis, de acordo com
os demonstrativos contábeis apresentados traduza confiança ao corpo decisório
da instituição financeira para aprovar ou não o empréstimo solicitado. Não
importa a dimensão da empresa, as operações que esta realiza, a prestação de
serviços e a preocupação com o desempenho de seus concorrentes na
expectativa de melhor situação econômico-financeira que venha consolidar,
indiscutivelmente, a necessidade da analise das demonstrações financeiras.
Palavra-chave: Analise de Crédito
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METODOLOGIA
A elaboração desse trabalho mergulhou nos grandes escritos por
especialistas renomados que dedicaram suas vidas ao estudo contábil,
produzindo obras marcantes e ricas em informações sobre o tema Análise de
Crédito.
É de suma importância a análise de indicadores financeiros, pois com
estes se pode efetuar operações de crédito para empresas com baixa margem
de risco, bem como trabalhar as demonstrações contábeis e as linhas de crédito
determinadas pelo Banco Central do Brasil que tão bem delineiam as nuances
que cercam o cerne do trabalho.
É importante que as instituições financeiras investiguem a possibilidade
de que a empresa tomadora tenha, no mercado, outros empréstimos em
andamento, o que poderia reduzir a margem consignável caso não tenha sido
quitado e, ainda, se as prestações estiverem em atraso, promovendo de forma
pormenorizada a análise dos indicadores aplicados.
É de grande valia a consulta ao site do Banco Central do Brasil, pois este
nos trará informações valiosas sobre índices, instituições idôneas, dentre outras
informações imprescindíveis para a concessão do crédito.
A observação do ambiente de trabalho com metodologias já existentes,
pesquisas bibliográficas, leituras de revistas especializadas e acesso a sites
financeiros foram os métodos utilizados para elaboração desse Trabalho, tendo
como objetivo analisar e decidir quando a concessão de crédito a pessoas
jurídicas por meio das demonstrações contábeis.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07 CAPÍTULO I ANÁLISE DE CRÉDITO 09 CAPÍTULO II ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 16 CAPÍTULO III BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 22
CONCLUSÃO 34 BIBLIOGRAFIA 36 ÍNDICE 38
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INTRODUÇÃO
Este trabalho se destina a discorrer sobre Analise de Crédito de pessoas
jurídicas por meio das demonstrações contábeis, uma vez que as decisões que
cercam as instituições financeiras é sempre objeto de cuidado por parte
daqueles que gerenciam o crédito, uma vez que uma decisão tomada hoje
poderá repercutir de diversas maneiras no futuro.
Desta forma, este Estudo busca indicar parâmetros e métodos que
reduzam os riscos para as instituições financeiras, sem comprometer a
agilização do processo de liberação do financiamento o que possibilita o
aumento do fluxo e a qualidade dos serviços prestados, pois conhecendo,
pormenorizadamente, a empresa tomadora torna-se mais fácil promover
recomendações relativas à melhor opção de crédito a ser efetivado, sempre
visando extrair as melhores informações, tanto para a instituição financeira como
para a pessoa jurídica tomadora, pois a essência do bom funcionamento de uma
instituição financeira não está em concretizar o negócio, mas em criar
relacionamentos recíprocos e duradouros.
Diante do exposto, o Trabalho será apresentado em três capítulos. No
primeiro é mister discorrer sobre o processo de Análise de Crédito, descrevendo
seus tipos, instrumentos, normas e mecanismos para a elaboração de uma
análise de crédito eficaz.
No Capítulo II o trabalho tratará da Análise de Demonstrações Contábeis,
perpassando pelas funções das instituições financeiras, bem como pelas linhas
de crédito destinadas a pessoas jurídicas e, por fim, apresentando uma
abordagem sobre determinação dos limites de crédito.
É possível se afirmar que a Análise de Crédito envolve numerosas
nuances, detalhes e pormenores de menor relevância. Este trabalho está
delimitado aos aspectos que norteiam o Tema, voltado a pessoas jurídicas.
Dessa forma, encerramos o Trabalho com o Capítulo III dedicado ao Balanço
Patrimonial e Demonstração de Resultados, pormenorizando a análise do
balanço, discorrendo sobre indicadores financeiros, bem como mostrando como
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se processa o retorno sobre o investimento, sem deixar de abordar a
diversificação dos riscos.
Os bancos e instituições financeiras, em geral, são considerados como
emprestadores de capital e financiadores de bens de capital pelas empresas,
pois representam os principais grupos de usuários das demonstrações
financeiras das empresas.
Na segunda metade do século XIX os banqueiros americanos passaram
a exigir das empresas as demonstrações financeiras como forma de avaliar os
riscos que poderiam correr com os financiamentos cedidos a estas instituições.
Desta forma, se pode dizer que o desenvolvimento da análise financeira está
associado ao sistema bancário internacional.
Diante do exposto nos resta a lição de que a análise através do Balanço
Patrimonial e das Demonstrações Financeiras é de grande valia para reduzir as
incertezas e os riscos no momento da tomada de decisão quanto à efetivação
do empréstimo.
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CAPÍTULO I
ANÁLISE DE CRÉDITO
É o momento em que o agente cedente irá avaliar o potencial de retorno
do tomador do crédito, bem como os riscos inerentes à concessão. Tal
procedimento é realizado, também, com o objetivo de ser possível identificar os
clientes que futuramente poderão não honrar com suas obrigações, acarretando
uma situação de risco de caixa à organização. Através da Análise de Crédito
será possível identificar se o cliente possui idoneidade e capacidade financeira
suficiente para amortizar a dívida que se pretende contrair.
“A análise de crédito é um processo organizado para analisar dados, de maneira a possibilitar o levantamento das questões certas acerca do tomador do crédito. Este processo cobre uma estrutura mais ampla do que simplesmente analisar o crédito de um cliente e dados financeiros para a tomada de decisão com propósitos creditícios." (BLATT, 1999, p. 93).
A análise subjetiva do tomador do crédito é importante, visto que através
da experiência do agente de crédito é possível identificar fatores de caráter,
capacidade, capital e condições de pagamento. Porém, essa análise não pode
ser realizada de maneira aleatória, é preciso estar embasada em conceitos
técnicos que irão guiar a tomada de decisão.
Kurt W. Schrickel, em sua obra ‘Análise de Crédito – Concessão e
Gerência de Empréstimos’ definiu crédito como:
“todo ato de vontade ou disposição de alguém destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro com expectativa de que esta parcela volte à sua posse integralmente depois de decorrido o tempo estipulado”. (SCHRIKEL, pg. 58, 2000)
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1.1 – Tipos de Análise de Crédito
No âmbito das medidas adotadas, de forma a buscar a redução do
spread bancário no País, o Banco Central do Brasil iniciou, em outubro de 1999,
a divulgação das taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras nas
operações de crédito realizadas com recursos livres. As informações são
segregadas de acordo com tipo de encargo, tais como: prefixado, pós-fixado,
taxas flutuantes e índices de preços e com a categoria do tomador, envolvendo
as categorias de pessoas físicas e jurídicas.
O Bacen disponibiliza, também, as séries históricas dos dados
consolidados do sistema financeiro, que anteriormente estavam incluídos nos
anexos da publicação ‘Nota para Imprensa’ - Juros e Spread Bancário.
Destaque-se, nesse sentido que, a partir das modificações introduzidas pela
Circular 2957, de 30.12.1999, as informações recebidas das instituições
financeiras passaram a apresentar maior detalhamento e qualidade. Para as
Pessoas jurídicas as modalidades são: desconto de duplicatas; o capital de giro
prefixado; a conta garantida; aquisição de bens e; o capital de giro flutuante.
O Banco Central do Brasil divulga em seu site as instituições financeiras
que operam essa modalidade de crédito e, também, informa que as taxas
efetivas mês resultam da capitalização das taxas efetivas-dia pelo número de
dias úteis existentes no intervalo de 30 dias corridos, excluindo-se o primeiro dia
útil e incluindo o último. Caso a data final seja em dia não útil será considerado o
próximo dia útil subsequente. Caso alguma instituição não apareça no ranking,
ou ela não opera na modalidade ou não prestou informação para todo o período,
estando, neste segundo caso, sujeita às penalidades previstas na legislação
vigente. Deve-se, sempre, verificar a posição individual da instituição com quem
se pretende manter uma relação financeira.
As informações consolidadas do sistema financeiro nacional são
divulgadas para cada modalidade de crédito com a classificação por tipo de
encargo e por categoria de tomador. Apresentam periodicidade mensal e
referem-se ao volume total de crédito, às novas concessões efetuadas no
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período, às taxas médias de juros, ao spread e, ainda, ao prazo médio e aos
níveis de atraso das carteiras de crédito.
Os dados relativos ao volume indicam o saldo total do sistema financeiro
no último dia de cada mês, enquanto que os valores relativos às concessões
totais — fluxo — são apresentados na forma de soma dos recursos liberados em
cada mês e também com a média diária das concessões.
As taxas de juros representam a média do mercado e são calculadas, a
partir das taxas diárias das instituições financeiras ponderadas por suas
respectivas concessões em cada data. São divulgadas sob o formato de taxas
anuais e taxas mensais. As taxas médias mensais são obtidas pelo critério de
capitalização das taxas diárias ajustadas para um período padrão de 21 dias
úteis. As taxas de cheque especial constituem exceção, pois considera-se o
número de dias úteis contidos no período de 30 dias corridos contados na data
de referência, incluindo-se o primeiro dia útil subsequente caso o vencimento
ocorra em dia não útil.
As taxas anuais são calculadas elevando-se a média geométrica das
taxas mensais a doze meses. Adicionalmente às informações de taxas de juros,
são divulgadas, também, os spread médios de cada modalidade de crédito que
representa o resultado da diferença entre as taxas das operações de crédito e
os custos referenciais de captação, calculados a partir da taxa dos CDB -
Certificados de Depósitos Bancários, para as modalidades com prazo em torno
de 30 dias, e das taxas dos contratos de swap DI x Pré com prazos similares
aos prazos médios das demais modalidades.
Os prazos médios das modalidades correspondem à média do número de
dias de todas as operações ou parcelas registradas na carteira. Os níveis de
inadimplência representam a participação de cada faixa de atraso — 15-30 dias,
31-90 dias e superior a 90 dias — no volume de crédito concedido.
Esclarecimentos metodológicos adicionais podem ser obtidos na Circular 2.957,
de 30 de dezembro de 1999 e no Comunicado 7.569, de 25 de maio de 2000,
disponíveis no SISBACEN publicado no site do Banco Central do Brasil.
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1.2- Instrumentos de análises de crédito
É necessário, para que se mantenha uma política de crédito, que todos
os profissionais e gestores cumpram o seu papel no julgamento e concessão de
créditos. O analista de crédito é o fiel guardião das regras criadas para
cadastramento e/ou reavaliação de clientes com autonomia para analisar e
deliberar cabe ao Gerente de Crédito da empresa envolvido com as vendas de
maior vulto ou com clientes que mereçam uma atenção especial e que causam
algum tipo de indecisão ao analista. Normalmente o analista e o gerente de
crédito trabalham com alçadas de crédito. Geralmente, ambos possuem total
autonomia sobre o trabalho executado, apenas prestando contas à direção dos
resultados obtidos.
Os requisitos mínimos para que seja concedido crédito a uma pessoa
jurídica são: · Ficha Cadastral com referências bancárias e comerciais; · CNPJ;
Documento de constituição da empresa; Parecer do Representante sobre o
cliente. Além da documentação exigida, utiliza-se um sistema operacional,
denominado Sistema de Informações, onde digitando o CNPJ da empresa
cliente a ser consultado, obtêm-se informações relevantes como data da
fundação da empresa, nome dos sócios, sua participação percentual na
empresa, data de sua entrada na sociedade, volume de compras nos últimos 12
meses, média de pagamentos em atraso e pontuais.
O sistema deverá ser passível de calcular, também, um rating de risco
para cada situação que auxilia nessa tarefa. Eventualmente, quando necessário,
para uma melhor análise ou quando o crédito pretendido pelo
Cliente/Representante é substancialmente elevado, é solicitado ao Contador da
empresa solicitante, que informe o faturamento dos últimos seis meses. O
Sistema de informações consiste em uma visão dos hábitos de pagamento,
protestos, pendências e restrições financeiras, ações cíveis, cheques sem
fundos e consultas (passagens) dos seus clientes atuais e potenciais, além de
uma ferramenta de prevenção contra fraudes.
Com relação ao limite de crédito concedido pela empresa, as alterações
são realizadas ‘para cima’, a pedido dos representantes, quando as compras do
cliente começam a crescer além do seu limite atual, sendo feita novamente a
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análise via Sistema de informações e/ou faturamento, ou ‘para baixo’, quando o
cliente começa a apresentar atrasos freqüentes, pagamentos em cartório, enfim
quando o risco de inadimplência começa a crescer. Logo, como a empresa lida
com a exposição, evita e age com relação a riscos de crédito é através de
parâmetros de análise de crédito, que permitem mensurar os riscos envolvidos
nos negócios, utilizando ferramentas que possibilitem acompanhar os clientes,
como por exemplo: mudança de sócios e restrições ou atrasos nos pagamentos
com outros fornecedores.
Medidas são estipuladas para que esse risco não ocorra, tais como regra
de não negociar com clientes com restrições de protestos ou cheques sem
fundo. Não abrir créditos para empresas com menos de seis meses de fundação
ou com trocas muito freqüentes de sócios. Dessa forma, não são exigidas
garantias na concessão de crédito já que o risco é minimizado pela análise,
como também, a solicitação dessas poderia ocasionar dificuldade nos negócios.
1.3 – Normas de Análise de Crédito
O risco de crédito é algo que está presente no cotidiano de qualquer
empresa, seja de serviços: financeiro, comercial ou industrial. No entanto, se
tendo em conta o negócio ou a área de atividade em que se inserem as
empresas recorrem a análises, onde os riscos dos seus clientes são avaliados.
Desde o estabelecimento comercial, o varejo, venda direta ao público comum
que, normalmente, não precede nenhuma análise, até as instituições financeiras
que, habitualmente, seguem seus famosos rating’s buscam minimizar o risco na
concessão de crédito que se traduz em disponibilizar um valor presente
mediante uma promessa futura de pagamento, para diversas finalidades, muitas
vezes esse ‘valor’ acaba por se confundir com um simples ‘prazo’, haja vista que
foi utilizado no financiamento de produtos desta ou daquela organização.
O risco para as empresas está inteiramente relacionado com fatores
internos e externos, que podem prejudicar os pagamentos do montante de
crédito concedido. Este risco varia muito, de acordo com cada empresa num
cenário econômico e grau de profissionalismo em que se encontra o
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departamento de ‘Gestão de Risco’, conhecido popularmente como
departamento de Crédito.
Uma análise de crédito tradicional está fortemente centrada em
julgamento humano praticado por analistas de crédito, tendo como base os
consagrados C’s do Crédito — Capacidade, Caráter, Capital, Condições e
Colateral. Os critérios atuais utilizados pela maioria das empresas foram
desenvolvidos pelas redes bancárias, instituições que desenvolveram uma
abordagem formal ao empréstimo de dinheiro. Até hoje, empresas recorrem ao
setor bancário na busca de profissionais para atuar na área de gestão de
crédito.
As técnicas analíticas evoluíram ao longo do tempo, mas continuam a se
concentrar nas características do consumidor. Sendo assim, a análise de crédito
clássica, é um sistema cuidadosamente nutrido pelos bancos ao longo de
muitos anos e a um alto custo oferece um modelo que as instituições não
bancárias continuam a imitar.
1.4 – Mecanismo de Concessão de Crédito
Em seu conceito mais amplo, análise de crédito é um processo
organizado para analisar dados, levantando as questões certas, assistindo ao
desenvolvimento de alternativas e apoiando solicitações de julgamento. Este
processo cobre uma estrutura mais ampla do que simplesmente analisar o
crédito de um cliente e dados financeiros para tomada de decisão com
propósitos creditícios. Análise de crédito também inclui análises internas para
identificar a própria situação financeira de uma empresa credora. Este
conhecimento aborda não somente os objetivos de fluxo de caixa dos
recebimentos e a contenção de perdas, mas também a utilização da capacidade
e do estoque do credor para alcançar objetivos de receitas e lucros.
A avaliação de uma carteira de crédito de uma empresa insere-se na
nossa definição de processo de análise de crédito. É necessário o foco
constante da administração creditícia na mistura de um risco creditício de uma
carteira. O controle e conhecimento de uma boa carteira podem capacitar o
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analista de crédito a correr alguns riscos adicionais. Linhas de crédito podem,
então, ser concedidas para contas com risco um pouco superior que, de outra
maneira, poderiam ser perdidas. Vendas adicionais também poderiam ser
somadas ao volume de vendas da empresa credora sem incorrer em níveis de
perda inaceitáveis.
A análise de informação creditícia sobre um cliente, obtida de várias
fontes externas, representa uma importante fonte de análise. Tal informação
deve ser analisada em relação à sua confiabilidade e relevância em relação ao
montante de crédito solicitado por uma empresa.
A analise de crédito pode ser utilizada para avaliar os ganhos esperados
como receitas de vendas a crédito. O processo também precisa projetar os
riscos como custos e perdas estimados dessas vendas a crédito. O analista de
crédito deve se preocupar com o futuro da empresa com a qual está para travar
um relacionamento creditício e, igualmente, conscientizar-se de como tal
relacionamento impactará todas as áreas da sua própria instituição financeira.
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CAPÍTULO II
ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Empresa é um conjunto organizado de meios com vista a exercer
atividades: particular, pública, ou de economia mista, que produz e oferece bens
e/ou serviços, com o objetivo de atender a alguma necessidade humana. O
lucro, na visão moderna das empresas privadas é consequência do processo
produtivo e o retorno esperado pelos investidores. As empresas de titularidade
do Poder Público têm a finalidade de obter rentabilidade social. As empresas
podem ser individuais ou coletivas, dependendo do número de sócios que as
compõem.
Arnaldo Reis nos apresenta o seguinte conceito de demonstrações
contábeis:
“As demonstrações contábeis consistem num conjunto de demonstrativos, previstos em lei, geralmente elaborados ao final do exercício social. Tais demonstrativos estão definidos na Lei 6.404. Alguns são obrigatórios em qualquer circunstância, outros facultativos e outros, ainda, obrigatórios em circunstâncias especiais.” (REIS, pg. 42, 2003)
A análise das demonstrações contábeis consiste em uma técnica que
realiza a decomposição, comparação e interpretação dos demonstrativos da
empresa. A finalidade da análise é transformar os dados extraídos das
demonstrações em informações úteis para a tomada de decisões por parte dos
contadores, administradores e usuários da empresa.
Tais demonstrações formam um conjunto de informações que devem ser
obrigatoriamente divulgadas, anualmente, segundo a lei 6404/76, pela
administração de uma sociedade por ações, no Brasil denominadas sociedade
anônima ou companhia. Não houve alteração em decorrência da entrada em
vigor do novo Código Civil, artigo 1089. A companhia ou sociedade anônima
terá o capital dividido em ações e a responsabilidade dos sócios ou acionistas
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será limitada ao preço da emissão das ações subscritas ou adquiridas. Tal
sociedade apresenta a sua prestação de contas para os sócios e acionistas. A
prestação anual de contas é composta pelo Relatório da Administração, as
Demonstrações Contábeis e as notas explicativas que as acompanham, o
Parecer dos Auditores Independentes - caso haja - e o Parecer do Conselho
fiscal - colegiado criado pelos associados, sócios com vistas a acompanhar o
empreendimento ou o objeto do associativismo - caso exista.
2.1 - Funções das Instituições Financeiras
A principal atividade dos bancos é a intermediação financeira dos
recursos, pois captam recursos de seus clientes, dos mercados financeiro e de
capitais repassando-os, posteriormente, sob a forma de empréstimos, na
expectativa de realizar em ganhos, o que se denomina spread.
A função de corretagem fará com que poupadores aproximem-se das
unidades que necessitem de fundos, ou seja, que necessitem da captação dos
recursos a serem emprestados, facilitando o fluxo direto da poupança aos
investidores. A função de transformação do ativo leva as instituições financeiras
a emitirem passivos financeiros para captar recurso dos poupadores e, com
esses fundos, adquirir instrumentos financeiros emitidos pelas instituições
financeiras que dominam aqueles emitidos diretamente pelas empresas devido
ao menor custo de monitoramento, liquidez e menor risco.
As taxas de juros de cada instituição financeira representam médias
geométricas ponderadas pelas concessões observadas nos últimos cinco dias
úteis, período esse apresentado no ranking de cada modalidade de operação de
crédito. Como, em geral, as instituições praticam taxas diferentes dentro de uma
mesma modalidade de operação de crédito, a taxa média pode diferir daquela
cobrada de determinados clientes. Nesses casos, o cliente deve procurar a
instituição financeira respectiva para obter maiores esclarecimentos.
Os encargos fiscais representam o custo do Imposto Sobre Operações de
Crédito, Câmbio e Seguro (IOF) incidente nas operações de crédito. Diversos
fatores como o prazo da operação, a clientela a quem se direciona o crédito e o
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financiamento deste encargo pelas instituições financeiras explica a variação
observada nos valores apresentados. Além disso, para cada modalidade, os
valores dos encargos fiscais são médias geométricas ponderadas pelas
concessões realizadas no período.
As taxas mínimas e máximas buscam espelhar a política operacional da
instituição em cada linha de crédito. A taxa mínima divulgada para cada
modalidade é a menor das taxas mínimas observada no período de cinco dias
úteis e a taxa máxima a maior das taxas máximas observada para o mesmo
período. Em geral, existe uma relação inversa entre as taxas de juros e os
volumes das operações de crédito, em função das garantias envolvidas na
operação. Grandes operações tendem a apresentar taxas mais baixas,
enquanto as operações de pequeno valor, sem a exigência de garantias,
tendem a apresentar taxas mais elevadas.
Os rankings de taxas são apresentados em ordem alfabética de
instituição ou por ordem crescente de taxa de juros total. Determinadas
instituições concedem abono de prazo na utilização do cheque especial.
Todavia, isso não é considerado para efeito das informações prestadas ao
Banco Central do Brasil e estas instituições se encontram assinaladas no
ranking das taxas de cheque especial. As instituições não relacionadas nos
rankings não operaram ou não prestaram informação ao Banco Central do Brasil
para o respectivo período, estando, nesse segundo caso, sujeitas às
penalidades previstas na legislação vigente.
2.2 – Linhas de Crédito destinadas a pessoas jurídicas
São direcionadas ao financiamento de investimentos e capital de giro. As
necessidades do referido capital compreendem os gastos operacionais para
financiar a matéria-prima e a mão-de-obra direta. Os investimentos são
apresentados por gastos realizados para a aquisição de bens móveis como
máquinas e equipamentos e com a expansão de imóveis operacionais.
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As linhas de crédito mais comuns para pessoas jurídicas são: os
contratos de capitais que é o montante ou conjunto de recursos que não está
imobilizado; o adiantamento sobre contratos de câmbio, bastante utilizado pelos
exportadores; o adiantamento sobre cambiais entregues, nesta modalidade a
responsabilidade do exportador cessa somente quando o importador efetua o
pagamento das divisas no exterior; leasing é uma operação de arrendamento,
onde a amortização do financiamento ocorre de forma mensal e a longo prazo e,
por fim, os empréstimos do BNDES, nesta modalidade o percentual financiado é
variável e depende do porte da empresa e do tipo de investimento.
2.3 – Determinações dos limites de crédito
O limite de crédito que a instituição financeira atribui a um determinado
cliente é o risco máximo que ele está disposto a correr com determinado cliente.
Se a instituição for muito liberal na concessão do crédito sua exposição a
eventuais insucessos de seus clientes fica muito ampla, entretanto, corre-se o
risco de limitar a carteira e, consequentemente, o lucro. Cumpre definir critérios
lógicos que atendam aos seguintes objetivos: preservar a saúde financeira da
instituição e não comprometer seus empréstimos.
No que se refere ao limite de crédito de um cliente antigo que não
apresentou problema na conta-corrente deve ser em função não apenas de sua
capacidade de depósitos, mas também do conceito comercial que ele desfruta
junto a instituição financeira. Desta forma, as empresas devem ser classificadas
quanto ao risco de crédito numa escala variável de excelente, boa regular e
ruim, por exemplo.
A relação entre empréstimos os empréstimos destinados a clientes
diversificados pode ser vista através da seguinte ótica: cada empresa tem um
comportamento singular, no entanto, todas têm uma média. Além dessa
distinção, todas as vezes que um gerente de carteira de crédito julgar que o
limite de crédito determinado for inadequado para um determinado cliente, este
limite pode ser revisto, seja pelos índices financeiros da empresa e de seus
concorrentes ou pela idoneidade da empresa. Não existem fórmulas exatas que
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sirvam para minimizar ou eliminar o risco em todas as empresas, porém, os
índices são uma boa fonte de informação para se chegar a um valor de limite de
crédito. Tudo vai depender da análise que se faça da base de dados
2.4 - O perfil das empresas que necessitam de crédito
A oferta de capital de giro contribui para a consolidação e o crescimento
das Micro e Pequenas Empresas. Sua ausência é, possivelmente, uma das
principais causas da mortalidade dessas empresas, considerando que a
empresa não pode parar. Capital de giro é o conjunto de valores necessários
para a empresa fazer seus negócios acontecerem. Existe a expressão ‘Capital
em Giro’, que seriam os bens efetivamente em uso. Trata-se de um recurso que
auto financia a atividade principal de uma empresa, ou seja, é o capital
necessário para continuar a adquirir os bens que serão revendidos no volume
que o seu mercado consome, e continuar a obter a sua principal fonte de renda
perenemente.
Como exemplo, podemos citar um mercado consumidor que absorve um
produto, mensalmente, o valor de 1,2 milhão de reais, a empresa adquire estas
mercadorias por 1 milhão e as revende por 1,2 milhão, atendendo plenamente
esse mercado. Depois, separa os 200 mil de lucro e readquire novas
mercadorias pelos mesmos 1 milhão de reais, fazendo isso sucessivamente
durante a sua vida. O seu Capital de Giro é de 1 milhão de reais.
Caso um empresário desvie recursos do seu Capital de Giro para adquirir
imobilizados, logo irá comprar menos mercadorias e, obviamente, vender bem
menos, diminuindo seu fluxo de caixa e vendo a sua empresa mergulhar em
dificuldades financeiras para honrar com seus compromissos. O Capital de Giro
deve ser intocável, pois é ele a sua maior fonte de renda.
Em geral de 50 a 60% do total dos ativos de uma empresa representam a
fatia correspondente a este capital, mormente mercadorias e dinheiro. Além de
sua participação sobre o total dos ativos da empresa, o capital de giro exige um
esforço para ser gerido pelo administrador financeiro maior do que aquele
requerido pelo capital fixo. O capital de giro precisa ser acompanhado e
monitorado constantemente, pois está sofrendo o impacto das diversas
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mudanças no panorama econômico enfrentado pela empresa de forma
contínua. As dificuldades relativas ao capital de giro numa empresa são devidas,
principalmente, à ocorrência dos seguintes fatores: redução de vendas;
Crescimento da inadimplência; eaumento das despesas financeiras e; aumento
de custos. Denominando-se de ‘aplicação permanente’ as contas não
circulantes do ativo e de ‘fonte permanente as contas não circulantes do
passivo, define-se como Capital de Giro (C.D.G.) a diferença entre as fontes
permanentes e aplicações permanentes. C.D.G. = Passivo Permanente - Ativo
Permanente.
O Capital de Giro também é um conceito econômico - financeiro e não
uma definição legal, constituindo uma fonte de fundos permanente utilizada para
financiar a Necessidade de Capital de Giro que se apresenta razoavelmente
estável ao longo do tempo. O Capital de Giro diminui quando a empresa realiza
novos investimentos em bens do ativo permanente, ou seja, aumento dos
imobilizados.
Todavia, esses investimentos são, em geral, realizados através de
‘Autofinanciamento’, ou seja, empréstimos a longo prazo, aumento do capital em
dinheiro e lucros líquidos que por sua vez, aumentam o Capital de Giro ou
aumento das fontes permanentes, compensando, aproximadamente, a
diminuição provocada pelos novos investimentos. O Capital de Giro pode ser
negativo. Neste caso, as aplicações permanentes são maiores do que as fontes
permanentes, significando que a empresa financia parte de seu ativo
permanente com fundos de curto prazo. Embora esta condição aumente o risco
de insolvência, a empresa poderá se desenvolver, desde que sua Necessidade
de Capital de Giro seja, também negativa.
Em Contabilidade, existe o Capital de Giro Circulante (CGC), também
conhecido como Capital Circulante Líquido (CCL), que seria a diferença do Ativo
Circulante (AC) e do Passivo Circulante (PC), grupos de contas do Balanço
Patrimonial. Assim, em contabilidade, tem-se: CCL = CGC = AC – PC. Esse
índice é decomposto na Demonstração conhecida legalmente como
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, fonte de valiosos dados
econômicos acerca da informação contábil. Essa Demonstração pode ser
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combinada com a Demonstração de Fluxo de Caixa, acrescentado-se
informações financeiras de uso gerencial.
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CAPÍTULO III
BALANÇO PATRIMONIAL E
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que tem por objetivo
mostrar a situação financeira e patrimonial de uma entidade numa determinada
data. Representando, portanto, uma posição estática da mesma. O Balanço
apresenta os Ativos compostos de bens e direitos e Passivos que englobam as
exigibilidades e obrigações e o Patrimônio Líquido que representa os valores
que os sócios ou acionistas têm na empresa em um determinado momento. No
balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos e
resultado de exercícios futuros que representa o Patrimônio Líquido que é o
valor contábil devido pela pessoa jurídica aos sócios ou acionistas baseados no
Princípio da Entidade que é resultante da diferença entre o total de ativos e
passivos.
A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE destina-se a
evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das
receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência, a
DRE oferece uma síntese econômica dos resultados operacionais de uma
empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de
divulgação, em geral são feitas mensalmente pela administração e
trimestralmente para fins fiscais. A DRE, pode ser utilizada como indicadores de
auxílio a decisões financeiras.
Sérgio de Iudícibus & outros, no Manual de Contabilidade das
Sociedades por ações nos ensina que:
“A Demonstração do Resultado do Exercício é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período.” (IUDÍCIBUS & outros, pg. 290)
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A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE destina-se a
evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das
receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência, a
DRE oferece uma síntese econômica dos resultados operacionais de uma
empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de
divulgação, em geral são feitas mensalmente pela administração e
trimestralmente para fins fiscais. A DRE, pode ser utilizada como indicadores de
auxílio a decisões financeiras.
Demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e de Lucros
ou Prejuízos Acumulados (DLPA). No Brasil, a Lei das Sociedades por Ações
aceita tanto a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, quanto a de
Lucros ou Prejuízos Acumulados, sendo que a primeira é a mais completa,
contendo, inclusive, uma coluna com os dados da segunda. A segunda, sendo
obrigatória, pode ser substituída pela primeira.
Há que se destacar que, após a edição da [Lei 11.638/07], que alterou
parcialmente a Lei 6.404/76,retificada e ratificada pela MP 449/09 (transformada
na [Lei 11.941/09]), para as empresas S/A não existe mais a rubrica de Lucros
Acumulados. Assim, na DMPL, constará a coluna intitulada Prejuízos
Acumulados, onde serão registradas todas as movimentações que envolverem o
resultado do exercício em análise.
Ela evidencia a mutação do Patrimônio Líquido em termos globais (novas
integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios
anteriores, dividendos, reavaliações, etc.) e em termos de mutações internas (no
caso de prejuízo incorporações de reservas ao capital, no caso de lucro
transferências de lucros acumulados para reservas, entre outras).
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR procura
evidenciar as origens de recursos que ampliam a folga financeira de curto prazo
(ou o capital circulante líquido, numa linguagem mais técnica) e as aplicações
de recursos que consomem essa folga. Com o advento da Lei 11.638/07, que
altera dispositivos da Lei nº 6.404/76, essa demonstração foi substituída pela
Demonstração dos Fluxos de Caixa.
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A Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC visa mostrar como
ocorreram as movimentações das disponibilidades e o Fluxo de Caixa em um
dado período de tempo. Vem substituindo em alguns paises a Demonstração
das Origens e Aplicações de Recursos, e é fundamentada pela Lei n° 11.638/07
no Brasil.
Demonstração do Valor Adicionado – DVA tem como objetivo principal
informar ao usuário o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua
distribuição.Implantada oficialmente pela Lei n° 11.638/07 no Brasil.
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA evidencia
as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados,
no Patrimônio Líquido.
3.1 – Análise de Balanço
Denomina-se análise de balanço a atividade que busca identificar fatores
positivos ou negativos sobre a saúde financeira e administrativa das empresas
nos números divulgados em seus balanços patrimoniais. As empresas que
possuem políticas administrativas mais transparentes divulgam prévias
trimestrais de seus balanços anuais de forma a possibilitar que resultados
parciais possam ser avaliados antes mesmo do término do exercício em curso.
A metodologia de análise consiste em comparar valores como receita,
lucro ou patrimônio líquido com o mesmo período do exercício anterior para
determinar sua evolução. Também são calculados diversos indicadores de
balanço, também chamados indicadores fundamentalistas, que têm por objetivo
identificar características não visíveis nos números puros do balanço.
De acordo com as técnicas de análise, os cinco C’s do crédito, um deles,
o ‘C’ de Capital, é imprescindível para que se entenda a saúde financeira da
empresa analisada. É através desta análise que se verifica, dentre outras
coisas, a rentabilidade da empresa, a evolução do seu faturamento, dos seus
custos e despesas, as suas fontes de financiamento, ou seja, seu passivo.
Até 2003, as empresas optantes pelo sistema de tributação Simples, ou
de Lucro Presumido eram desobrigadas de confeccionar seus balanços, hoje de
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acordo com a legislação brasileira ainda o são. Entretanto, de acordo com o
novo Código Civil - Lei 10.406 de 10/01/2002, todas as empresas são obrigadas
a fazer seus balanços independentemente do seu sistema de tributação.
Hoje, analistas com experiência no assunto identificam, com mais
facilidade, um balanço fraudado, apontando, inclusive alguns pontos
característicos de balanços maquiados, os valores e as descrições de algumas
contas são fortes indicadores de fraudes. Além disso, nos últimos anos, vê-se no
Brasil um movimento modesto de mudança de paradigmas por parte de
empresários, principalmente, os pequenos e médios. Muitos deles estão
migrando suas gestões financeiras, antes em total poder da família, para mão
de obra qualificada, isso porque os resultados são bem melhores e os gestores
podem se dedicar mais a atividade fim da empresa.
É fato de que não há um padrão determinante, apontando quais
indicadores devem ser analisados. Entretanto, devem se analisar os indicadores
que melhor se relacionam com a gestão de risco da empresa em questão, para
isto, na política de crédito devem constar quais são esses indicadores. Uma
forma para se identificar tais indicadores está voltada para uma análise
minuciosa do contencioso da empresa, mais precisamente aqueles casos que
foram lançados em Lucros e Perdas.
Diferente do que a maioria das empresas pensa se podem gerar
importantes informações de casos que são simplesmente descartados, pois não
houve o recebimento. Ao analisar os indicadores econômicos de
casos/empresas, se for possível comprovar quais desses indicadores deverão
constar nas análises, escolher apenas cinco ou seis, haja vista o tempo que
levará para calculá-los, e analisá-los. Com isso se terá maior eficiência e
eficácia nas análises. Ao selecionar vários lotes de empresas que estão
passando por processo judicial ou locado em lucro e perdas, é preciso separar
lotes de anos diferentes e, assim, ver o que há de mais semelhantes entre os
casos.
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3.2 – Indicadores Financeiros
A lista com os principais indicadores financeiros que são usados
geralmente para análise da saúde financeira e patrimonial das empresas se
apresenta junto a cada indicador, onde há um comentário sobre o que realmente
cada um deles traduz quando aplicado.
“Os índices financeiros são relações entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras que têm como objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações financeiras” (SILVA, pg. 228, 2010)
A análise das demonstrações financeiras e seus indicadores é uma das
principais ferramentas de análise para concessão ou aumento de crédito para
pessoas jurídicas. Ela tem como base o Balanço Patrimonial, a Demonstração
de Resultado do Exercício e vem sendo adotada, também, a Demonstração de
Fluxo de Caixa. Portanto, entender o conceito e aplicação prática dos
indicadores financeiros é essencial para poder analisar e ter segurança na
decisão da concessão de crédito.
Pode-se considerar um grande erro das organizações o fato de não
utilizar os indicadores financeiros como ferramenta de suporte numa análise de
Risco. De acordo com as técnicas de análise, os 5 C’s do crédito, um deles, o C
de Capital, é imprescindível para que se entenda a saúde financeira da empresa
analisada. É através desta análise que se verifica, dentre outras coisas, a
rentabilidade da empresa, a evolução do seu faturamento, dos seus custos e
despesas, as suas fontes de financiamento passivo.
Para se saber que indicador se deve analisar não se encontra uma
resposta padrão, definitiva. Devem se analisar os indicadores que melhor se
relacionam com a gestão de risco da sua empresa, para isto, na política de
crédito devem constar quais são esses indicadores. Uma dica para identificar
esses indicadores é uma análise minuciosa do contencioso da empresa, mais
precisamente aqueles casos que foram lançados em Lucros e Perdas. Diferente
do que a maioria das empresas pensa é possível se gerar importantes
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informações de casos que são, simplesmente, descartados, pois não houve o
recebimento.
Ao analisar os indicadores econômicos desses casos/empresas,
poderemos comprovar quais desses indicadores deverão constar nas análises,
escolher apenas cinco ou seis, haja vista o tempo que levará para calculá-los, e
analisá-los. Com isso se obtém maior eficiência e eficácia nas análises.
O grande desafio está em como definir indicadores financeiros corretos.
Números em profusão, gráficos, dados e muitas informações, algumas válidas e
consistentes, outras dispersas e isoladas. Em meio a tudo isso, é imprescindível,
no mundo corporativo, ter em mente que quem não mede adequadamente, não
gerencia seu negócio. Uma empresa sem um conjunto de métricas alinhadas
com as estratégias não chega a lugar nenhum. Hoje há um bombardeio
constante de todo o tipo de informação, porém a quem interessa de fato é
aquela capaz de direcionar a organização na direção estratégica estabelecida.
O que fará diferença é a presença de indicadores que consigam medir, com
clareza, o desempenho da corporação e, através destes, fazer os acertos
necessários para o cumprimento das metas.
Selecionar indicadores corretos, ou seja, aqueles que darão um
panorama fiel sobre o desempenho da companhia. É desafiador e se dá por
meio da análise das variações, mensais ou trimestrais, implementando um plano
de ação para atingir os objetivos estabelecidos. Se houvesse uma receita sobre
como selecionar os melhores indicadores financeiros, seria simples, mas como
não há, o primeiro passo é ter consciência de que os indicadores ideais são
aqueles alinhados à estratégia de cada empresa. Indicadores serão apenas
números soltos caso não estejam ligados às estratégias e objetivos corporativos.
É preciso que a empresa saiba a direção quer deseja seguir, só então os
indicadores devem apoiar na medição desta direção. Eles precisam ser capazes
de mostrar se a empresa está atingindo suas metas ou se está perto ou distante
delas. Indicadores como os de crescimento de vendas, rentabilidade, market-
share, dias de inventário, contas a receber, satisfação do usuário, etc, são
bastante comuns. Quais selecionar vai depender da estratégia corporativa, do
que se pretende.
29
Estratégias como: A meta para o próximo ano é alavancar as vendas de
um determinado produto; a diminuição dos dias dos produtos em estoque; o
equilíbrio do capital de giro; a fidelização de clientes pedem que indicadores
distintos sejam selecionados. É fundamental que haja essa coerência, para que
os rumos da empresa sejam mensurados corretamente.
Outro fator crítico na definição de indicadores financeiros adequados é
que eles não podem ser muitos, pois, caso contrário, perde-se o foco, e de
preferência não podem ser conflitantes. Quando a estratégia corporativa está
bem desenhada, facilmente a companhia se dá conta de que precisa de poucos
e bons indicadores para acompanhar o andamento dessa estratégia.
Quando se refere a uma gestão eficiente de indicadores financeiros, há
ainda outra questão que deve ser tratada com todo cuidado: a que se refere aos
colaboradores. Sem a participação dos funcionários, dificilmente os resultados
serão atingidos.
É preciso, portanto, que seja criada e estimulada uma cultura de
indicadores. O melhor método de se fazer isso é atrelá-los às responsabilidades
dos empregados, promovendo uma política de remuneração variável e
recompensando financeiramente aqueles que se esforçarem para atingir as
metas. Reuniões periódicas de avaliação dos indicadores também são
essenciais, pois assim, a empresa consegue analisar as oscilações dos
indicadores, observar se está no caminho certo ou se precisa de novas ações
que levem aos objetivos propostos. Pelos indicadores a companhia, inclusive,
avalia se suas metas corporativas são factíveis ou se precisam ser reajustadas.
Estratégia de negócio e indicadores financeiros devem caminhar em
paralelo o tempo todo, influenciando-se mutuamente. Para se ter uma idéia,
empresas de alguns setores, como o de bebidas ou de commodities, precisam
de reuniões diárias para avaliar seus indicadores e guiar suas ações de acordo
com fatores como iniciativa da concorrência ou flutuação de preços, por
exemplo.
Em geral, nas empresas multinacionais já existe uma cultura consolidada
de gestão de indicadores, com disponibilização em tempo real, funcionando
como um grande painel de informações críticas. Já nas companhias de médio
porte, ainda há pouca profissionalização nesse sentido e, à medida que vão
30
crescendo, vai aumentando a necessidade por uma estratégia clara, indicadores
e formas de medição eficientes. Empresas com esse perfil, geralmente, ainda
são carentes de uma definição precisa em relação à sua estratégia corporativa
de médio prazo. E, como dito anteriormente, só com essa definição elas terão
condições de selecionar seus indicadores.
É preciso ressaltar que a estratégia, a cultura de indicadores e os
processos precisam vir em primeiro lugar, pois muitas empresas médias pensam
que para medir seu desempenho precisam adquirir ferramentas de TI -
Tecnologia da Informação. Boas ferramentas são absolutamente necessárias,
mas elas são o último estágio para a implantação da gestão de indicadores.
Companhias que invertem essa mão correm o risco de perder dinheiro e, ainda,
se frustrar por não atingir os resultados esperados.
3.3 – Retorno sobre Investimento
É a relação entre o dinheiro ganho ou perdido através de um investimento
e o montante de dinheiro investido. Existem três formulações possíveis de taxa
de retorno, são elas: retorno efetivo; retorno exigido e; retorno previsto.
Na visão de Silva:
“O retorno sobre o investimento é um conceito muito utilizado na área de finanças, caracterizando o lucro como espécie de prêmio pelo lucro assumido no empreendimento. E diz, também, que o chamado Método Du Pont é muito conhecido, sendo uma forma gráfica e analítica de demonstrar o retorno sobre o investimento, a partir da integração entre os índices de atividade(giro do ativo) e a margem líquida, o que mostra, de forma sistemática, como é determinada a lucratividade do investimento.” (SILVA, pg. 239, 2010)
O retorno efetivo serve como medida de avaliação do desempenho de um
investimento, aferido a posteriori. O retorno previsto serve como medida ex ante
do desempenho de um investimento; é a sua taxa implícita ou interna de
retorno, aquela que iguala o valor do investimento do seu preço ou custo.
31
A taxa de retorno exigida é a que permite determinar o valor de um
investimento. De fato, o valor de um investimento é o equivalente atual dos seus
cash-flows futuros, sendo estes convertidos em equivalente atual, ou
atualizados, justamente à taxa de retorno exigida. Assenta na idéia de que
qualquer investimento deve proporcionar uma taxa de retorno igual a uma taxa
sem risco acrescida de um prêmio de risco função do grau de incerteza que
afeta os cash-flows futuros do investimento.
A taxa de retorno prevista é função do preço (ou custo) do investimento e
do fluxo de cash-flows futuros atribuíveis ao investimento. Sendo incertos estes
cash-flows, resulta que a taxa de retorno prevista é também incerta,
apresentando-se mesmo como uma variável aleatória. Aqui reside o seu risco,
que terá que ser medido, para ser tido em conta na estimação dos prêmio de
risco a incluir nas taxas de retorno exigidas.
O montante de dinheiro ganho ou perdido pode ser referido como juros,
lucros ou prejuízos, ganhos ou perdas ou ainda rendimento líquido ou perdas
líquidas. O dinheiro investido pode ser referido como ativo, capital, principal ou
custo básico do investimento. O ROI é geralmente expresso como percentagem.
As concretização das estratégias organizacionais de uma empresa, está
dependente da gestão adequada de projetos, programas e portfólios. Nesse
sentido, a responsabilidade financeira aumenta permanentemente e a sua
mensuração é obrigatória. Embora hoje, o uso desta ferramenta de análise seja
generalizado a todo o tipo de investimentos, o cálculo do ROI não é contudo
uma ‘moda’ recente. Já em 1920 a Harvard Business Review referia o ROI como
a medida de análise essencial para conhecer o valor do resultado de
investimento de capital. O seu conhecimento antecipado tem um impacto
importante não só no seio da organização que gere o processo de investimento,
como também junto de potenciais investidores. Para além da ‘venda’ interna e
externa do projeto, é fundamental para o seu acompanhamento dando de uma
forma clara o impacto no negócio face às metas pré-definidas.
3.4 – Diversificações de Riscos
32
O risco faz parte do dia-a-dia dos gerentes e executivos de tal forma que,
muitas vezes, passa despercebido e a convivência com ele pode ser definida
como algo natural da vida. Terminologia utilizada quando o investidor ou
administrador do fundo de investimento diversifica a forma como aplica os
recursos de sua carteira de investimentos tendo como objetivo reduzir o risco da
carteira como um todo.
Para minimizar o risco na concessão de empréstimos os bancos é
possível que se faça uso do relacionamento com clientes por meio de
armazenamento e geração de informações históricas quanto a movimentação
de depósitos e saques ao longo desse relacionamento. Ao observar as saídas e
entradas de dinheiro na conta corrente os bancos podem moldar o perfil de risco
de seus clientes, além de usar essas informações como reforço para tomadas
de decisão em novas solicitações de crédito.
Quando o solicitante do crédito é um cliente novo não haverá histórico de
movimentação. Sendo assim, o banco dependerá, totalmente, da eficiência da
sua equipe de crédito em levantar e analisar dados. Para tanto é necessário
obter informações desses clientes por meio de empresas especializadas em
coletar e arquivar informações.
Na impossibilidade de obter dados concretos dentre as relações
bancárias a instituição financeira pode fazer uso da variação das carteiras, bem
como dividir o valor do empréstimo em desconto de duplicatas, penhor
mercantil, hipoteca, alienação, entre outras modalidades.
Para reduzir o risco, o investidor pode optar por investir em diferentes
tipos de ativos. Pode investir em ações, em obrigações e, ainda, em imobiliário.
Desta forma, quando o mercado de ações cair, ele mantém a sua rentabilidade
nas outras classes de ativos: as obrigações e o imobiliário. Se, passados uns
tempos, o mercado imobiliário estiver em baixa, ele terá a hipótese de cobrir
esse risco com a valorização das ações.
É mais difícil dar-se uma queda no valor de todos os ativos em
simultâneo e é quase certo que enquanto o valor de uns sobe, o de outros
desce, mantendo-se assim uma maior cobertura do risco. Este conceito é de
compreensão fácil e pode ser utilizado de diversas formas.
33
O investidor também pode diversificar investindo em diferentes
geografias, sabendo que enquanto umas atravessam fases de expansão, outras
poderão estar com níveis de crescimento mais modestos. Assim, por exemplo,
se vai investir em ações, ele pode optar por investir parte do seu capital em
ações nacionais e outra parte em ações estrangeiras. Atualmente, com a
negociação de ações através da Internet, é muito fácil fazê-lo; pode comprar
ações das principais praças financeiras mundiais da mesma forma que compra
ações da empresa do outro lado da rua (pese embora o fato de ter que suportar
custos de transação mais elevados).
A diversificação internacional já foi mais eficaz do que é atualmente,
quando as grandes economias não estavam tão dependentes umas das outras.
Aliás, a crise financeira mundial comprova este fato, com a crise da economia
norte-americana a contagiar-se rapidamente à Europa, Ásia e mesmo às
economias emergentes, deixando os investidores com falta de alternativas de
investimento. Por outro lado, as empresas estão, elas próprias, mais
internacionalizadas e cada vez menos dependentes dos seus mercados
domésticos.
Se o investidor não dispõe do tempo ou se não se interessa o suficiente
sobre o assunto, pode diversificar investindo em fundos de investimento
tradicionais ou em Exchange Traded Funds (ETF). Porque este tipo de ativos já
é uma coleção de diferentes categorias de investimento, permitem uma
diversificação mais rápida e eficaz. Para se conseguir uma diversificação
semelhante à de um fundo de índice, por exemplo, seria necessário ter em
carteira dezenas (talvez centenas) de ações, o que, para além da dificuldade,
implicaria ter de suportar comissões com a compra de todos estes títulos. Com
os fundos de investimento, um investidor pouco experiente pode começar a
construir a sua carteira com um nível de diversificação muito interessante.
Para se diversificar com eficácia é necessário compreender: as variáveis
que determinam a valorização de diferentes ativos e os níveis de risco
associados a cada classe de ativos. Diversificar em excesso é um problema que
resulta da falta de experiência de alguns investidores. Na tentativa de
diversificar o risco, alguns investidores vão acumulando ativos de características
diferentes. O resultado por vezes é a ‘sobre-diversificação’, a diversificação em
34
excesso. Nestes casos, a carteira de investimentos vai assemelhar-se a um
fundo de índice, isto é, vai refletir um desempenho muito semelhante ao de um
índice de mercado com a desvantagem de suportar custos com comissões muito
superiores ao que obteria se investisse diretamente num ETF.
Na impossibilidade da extinção do risco deve-se saber como administrá-
lo. Existem numerosos métodos e modelos de classificação de risco no
mercado, tanto para pessoa física quando para pessoa jurídica. Cada um
oferece maior ou menor grau de confiabilidade, dependendo dos critérios
utilizados e do rigor definido na classificação.
35
CONCLUSÃO
A matéria-prima da análise de crédito compreende as demonstrações
financeiras e suas análises, as particularidades das empresas e de seus
mercados, produtos e clientes, o que nos leva a compreender que as
necessidades do cliente e a sua capacidade de pagamento devam ser
complementadas pela análise das garantias na estruturação das operações
bancárias e que os fatores risco e retorno orientam as decisões de crédito. A
gestão e a análise de risco de crédito abrangem conhecimentos relacionados à
intermediação financeira, ao papel do banco múltiplo e ao crédito em termos de
conceito, risco e política, visando à maior competitividade.
As estratégias empregadas por cada banco ou instituição financeira
determinam, entre outros fatores, as formas de decisão e de delegação de
poderes, e seus recursos humanos e materiais possibilitam adequado nível de
agressividade mercadológica no atendimento das necessidades de recursos
financeiros de seus clientes, mantendo a qualidade da carteira de crédito do
banco.
O crédito exige muito conhecimento técnico. Exige mais do que apenas
as análises de aspectos formais e legais. Exige acompanhamento constante e
níveis de informação sempre atualizados. O mercado está, cada vez mais,
buscando instituições comprometidas com a qualidade, necessitando de
profissionais capacitados, o que evidencia a necessidade de se lançar, nesse
mercado, profissionais de nível gerencial, com formação específica em
elaboração, análise e concessão de crédito.
No Brasil a análise de crédito era efetuada somente através de estudo do
cadastro da empresa tomadora, isto até a década de 60. Tal análise consistia no
processo de troca de informações sobre a pontualidade em saldar dívidas,
valores das operações efetuadas e outras informações dessa natureza. A
chegada dos bancos estrangeiros fortaleceu o uso das análises mais
aprimoradas, bancos e instituições financeiras passaram a usar processos de
análise de crédito mais aprimorados. A boa prática bancária exclui a
36
possibilidade de que seja feita apenas a analise cadastral o que pode colocar
em risco os recursos administrados, fornecendo empréstimo a empresas que
não estejam dispostas a fornecer dados contábeis e a apresentar informações
fidedignas sobre sua real situação financeira.
Nos dias de hoje, a análise financeira, através de índices, é uma
ferramenta de grande valia, pois resume grande quantidade de dados de fácil
compreensão e análise. É fato que os índices têm suas limitações, uma vez que
são baseados em dados de demonstrações financeiras e sua interpretação tem
que considerar os princípios contábeis utilizados na preparação de suas
demonstrações. É fato que as demonstrações contábeis podem variar de
empresa para empresa, em virtude de diretrizes contábeis diversas.
Ao se proceder a análise deve-se rever eventuais mudanças que possam
ocorrer no período da analise. É sabido que os índices não dão suporte total
para uma tomada de decisão, mas ajudam a minimizar o risco do crédito a ser
fornecido pela instituição financeira, o que vem a comprovar que a análise via
indicadores e índices evidenciam o risco que a instituição financeira correrá. É
preciso observar que a análise das demonstrações apresenta apenas a posição
estática e momentânea da empresa.
Em resumo, nenhuma empresa consegue ter uma gestão eficiente sem
definir claramente sua estratégia corporativa e sem medir seu desempenho,
atrelando indicadores financeiros a cada estratégia. Esse planejamento pode
significar o êxito ou o fracasso de uma companhia diante da crescente
competição dos mercados, exigências cada vez maiores dos consumidores,
pressões tributárias, etc. O caminho pode ser trabalhoso, mas, para sobreviver,
as empresas não têm muita escolha: ou fazem a lição de casa ou podem
esperar por tempos difíceis. A diversificação quer do tipo de ativos quer dos
mercados em que se investe, sendo obrigatória para qualquer investidor
sensato, tem um limite: diversificar em excesso pode reduzir o risco mas
também vai reduzir o retorno da carteira de investimentos.
37
BIBLIIOGRAFIA
ARAÚJO, Luis César G. Teoria Geral da Administração: aplicação e resultados
nas empresas brasileiras. Ed. Atlas, SP, 2004.
ASSEF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços: um Enfoque
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BRUNI, Adriano Leal. Análise Contábil e Financeira. São Paulo: Atlas, 2010.
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www.presideciadarepublica.gov.br Lei 11.638/07. Acesso em: 19.07.2010
www.bcb.gov.br em: 19 07 2010
38
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
RESUMO 04
METODOLOGIA 05
SUMÁRIO 06
INTRODUÇÃO 07 CAPÍTULO I ANÁLISE DE CRÉDITO 09
1.1– Tipos de Análise de Crédito 10
1.2 - Instrumentos de análises de crédito 12
1.3 – Normas de análise de crédito 13
1.4 – Mecanismos de Concessão de Crédito 14
CAPÍTULO II ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 16
2.1 - Funções das Instituições Financeiras 17
2.2 – Linhas de Crédito destinadas a pessoas
Jurídicas 18
2.3 – Determinações dos limites de crédito 19
2.4 – O perfil da empresa que necessitam de
Crédito 20
CAPÍTULO III BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 22 3.1 – Análises de Balanço 24
3.2 – Indicadores Financeiros 25
39
3.3 – Retornos sobre Investimento 29
3.4 – Diversificações de Riscos 30
CONCLUSÃO 34
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 38
FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: ANÁLISE DE CRÉDITO DE PESSOAS JURÍDICAS
POR MEIO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Autora: Eliane Clara Normandia Bezerra
Data da entrega: 22/09/2010
Avaliado por: Conceito: