Tommy Tenney & Amie Dockery ● Nos Ombros de Deus

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O que a fé pode ensinar para diferentes gerações de fiéis [algumas páginas]. A presença de Deus na vida das pessoas pode ser comparada à relação de um pai com seu filho pequeno, que precisa de ajuda para dar os primeiros passos ou subir nos ombros para conseguir enxergar mais longe.

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nos ombros de Deus

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Tommy TenneyAmie Dockery

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São Paulo, 2013

Tommy TenneyAmie Dockery

nos ombros de Deus

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© Copyright 2003 by AMIE HAYES-DOCKERY and GODCHASER’S NETWORK

Originally published in the USA by Regal Books,A Division of Gospel Light Publications, Inc.

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Copyright © 2013 by Novo Século

C!!"#$%&'(! E#)*!")&+ Filipe Nassar Larêdo D)&,"&-&'(! Schä.er Editorial C&/& Monalisa Morato T"&#0'(! Paulo Almada P"$/&"&'(! #$ T$1*! Matheus Perez R$2)3(! #$ T$1*! Paula Passarelli

T$1*! #$ &4!"#! 4!- &3 %!"-&3 #! N!2! A4!"#! O"*!,"56)4! #& L7%,0& P!"*0,0$3& (D$4"$*! L$,)3+&*)2! %8 9:, #$ ;<<9)

D&#!3 I%*$"%&4)!%&)3 #$ C&*&+!,&'(! %& P0=+)4&'(! (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Tenney, TommyNos ombros de Deus / Tommy Tenney, Amie Dockery; [tradução Paulo

Almada]. – 1. ed. – São Paulo: Ágape, 2013.

Título original: On daddy’s shoulders.

1. Família 2. Família - Aspectos religiosos 3. Vida cristã I. Dockery, Amie. II. Título.

13-05938 CDD->:?.:

Índices para catálogo sistemático:1. Família: Prática religiosa: Cristianismo 248.4

2013IMPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAZIL

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Dedicatória

Se você está sentado nos ombros de alguém, as regras da perspectiva ditam a distância que você pode enxergar. Aqueles sentados nos

ombros de gigantes conseguem ver a uma distância maior.

Meu “conhecimento” remonta a três gerações. Abaixo de mim encon-tram-se gigantes – pais e avôs cujas palavras e atos me permitiram

ver mais longe do que seria possível. É para esses gigantes divinos que caminham sobre a Terra que dedico este trabalho de amor.

Até um “anão” como eu seria capaz de “enxergar” a partir de onde eu tive o privilégio de me sentar.

Tommy Tenne y

Aos meus pais, que não apenas me colocaram em seus ombros, mas também me perguntaram “O que você está vendo?”

A mie Dockery

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Sumário

Introdução 9

Capítulo 1 13Sentado nos ombros de meu pai

Capítulo 2 28Fazer as coisas de forma certa ou fazer as coisas certas?

Capítulo 3 40Remando a favor da correnteFutuando livre na fé do Senhor

Capítulo 4 51Levando a chama de Deus para o mundo de todos os homens

Capítulo 5 69Não recomece – persevere, multiplique e passe adiante

Capítulo 6 86Crie uma equipe de portadores da chama!

Capítulo 7 98Prepare algo para deixar para a próxima geração (e esteja lá para receber o que deixaram para você)

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IntroduçãoSe você tem o hábito de ignorar introduções porque elas parecem cha-tas ou irrelevantes, eu gostaria de insistir para que você não ignore esta aqui. A maioria das introduções o apresenta a um livro, mas eu quero apresentar-lhe a uma pessoa e contar-lhe sobre o relacionamento do qual resultou o livro que agora está em suas mãos.

Eu não me tornei coautor deste livro com Amie Dockery porque precisava de outro livro para escrever. Eu decidi trabalhar com Amie porque acredito nela, em sua família e em sua fé, e tam-bém devido ao peso de nossa história em comum.

Amie é jovem o suficiente para ser uma de minhas filhas e, de fato, ela é filha de um dos meus amigos mais antigos, Mike Hayes. Este livro é produto de gerações e famílias diferentes. Amie bebeu de uma fonte enraizada em gerações de fé em Deus e tra-balhou comigo para oferecer a você uma prova vivificante dessa fonte de sabedoria. Este livro contém um dos mais importantes conceitos bíblicos, que permitirá a você receber ou passar adiante uma verdadeira herança, de uma geração para a próxima.Mas você só saberá disso com certeza se beber dessa fonte.

Tommy Tenney

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10 Introdução

Algum tempo atrás, meus pais me pediram para que os acompa-nhasse a uma convenção de livreiros cristãos, onde encontrariam diversos editores para discutir um projeto de livro que meu pai es-tava escrevendo. Eu estava empolgada com essa oportunidade e me perguntava qual seria o destino do manuscrito que eu tinha ajudado a escrever.

Meu pai sempre me pedia para apenas assistir a tais encon-tros, sem participar, mas me lembro com clareza desse encontro em particular. Todas as cadeiras na área da reunião estavam ocupa-das, então silenciosamente sentei-me no chão. Quando notei que todos os homens na sala pareciam desconfortáveis com esse arran-jo, disse a eles: “Eu não estou aqui para ser vista ou ouvida; estou aqui apenas para escutar”.

Estava emocionada por simplesmente estar lá. Ainda me lembro da gratidão que sentia pela simples oportunidade de par-ticipar daquela reunião. Eu não sabia que estava prestes a ter um vislumbre de uma possibilidade inesperada para a minha vida.

Embora eu sonhasse em um dia escrever meus próprios li-vros, essa perspectiva parecia absolutamente fora do meu alcance naquele momento. A verdade é que ela continuaria fora do meu alcance se eu não tivesse entrado naquele encontro pelos “ombros de meu pai”.

Foi durante aquele encontro, em que eu me sentei no chão, que meu pai mencionou minha simples ideia para este livro. Den-tro de apenas alguns meses, eu estava escrevendo este projeto. Como algo que parecia tão fora de meu alcance se tornou realida-de? Meu pai e minha mãe usaram suas vidas, nomes, influência, paixão e relacionamento para abrir meus olhos e ampliar minha visão. Embora tenham sido constantemente leais à função de cui-dar de mim, eles sempre me trataram mais como um presente do que como um fardo.

A diferença entre um presente e um fardo é a alegria com que eles são carregados. Se você sabe que o que carrega irá lhe aben-çoar, você não se importa com o peso durante a jornada.

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Introdução 11

Meus pais definitivamente fizeram a sua parte, mas eu não posso dar-lhes todo o crédito. Devo dar a Deus a glória que Ele merece. A alegria que experimentei junto a meus pais é um sucesso compartilhado com base na Palavra de Deus.

Podemos superar nossos medos relacionados à tarefa de unir gerações ao confiar e cumprir a Palavra de Deus. Por exemplo, a minha missão bíblica no que diz respeito a servir meus pais sem-pre foi “quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará” (Mt 10:39, NVI).

Essa passagem destaca um dos meus primeiros medos rela-cionados à submissão. No início eu sentia que perderia minha iden-tidade se não me aventurasse e procurasse fazer meu próprio cami-nho. Apesar dos meus medos, escolhi o compromisso de trabalhar fielmente com meus pais. Logo percebi que estava sentindo mais alegria ao ser obediente a Deus do que eu havia sentido enquanto esculpia meus sonhos para o futuro.

Trabalhar com meus pais tem sido a experiência mais re-compensadora da minha vida. Um simples “muito obrigado” sig-nifica muito mais quando vindo deles. Eu sei que nos anos que estão por vir os benefícios dessa relação irão continuar a crescer enquanto construímos juntos o que temos. Peça por peça, a men-sagem de nossa família irá se formar até que um dia meus quatro filhos irão adicionar a visão deles a essa obra.

Através desse processo simples de abnegação, encontrei uma vida além dos meus sonhos.

Primeiro, comprometi-me com meus pais e seu ministério. Ao ser fiel a isso, Deus abriu outras portas que eu nem sabia que estavam lá. Sou grata pelas oportunidades que recebi de Deus, mas sou ainda mais grata pelos relacionamentos que lhes deram razão de ser.

Minha amizade com Tommy Tenney é um desses relaciona-mentos. Através dela, aprendi lições que não consigo colocar em pa-lavras. Temos muitas coisas em comum, mas muitas perspectivas di-

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12 Introdução

ferentes também. As diferenças em nosso estilo de vida, idades, sexo e destino reforçaram a minha crença de que os princípios bíblicos podem ser aplicados em todas as situações. A polinização cruzada que ocorre nestas páginas é a história que nós escrevemos juntos, na medida em que ele me orientava durante este projeto.

Neste livro, combinei minhas perspectivas sobre a unifica-ção de gerações às de Tommy, para que você possa ter uma visão equilibrada sobre o assunto. Ao demonstrar o poder da associação de destinos, espero que você seja encorajado a buscá-la.

Amie Dockery

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Capítulo 1

Sentado nos ombros de meu pai

Praticamente todos os pais podem passar uma noite inteira falando sobre a fase da “escalada humana”, quando as crianças, em algum ponto entre a idade de três e sete anos, decidem usar os pais como “paredão” para treinarem sua habilidade de escalar. Se não existir uma razão lógica para subir no papai ou na mamãe, as crianças vão inventar uma.

Alguns pais mais cansados podem até comemorar o dia em que deixam de ser o brinquedo favorito das crianças, mas a verdade é que somos obrigados a ser plataformas e elevadores para os nos-sos filhos durante toda a vida.

Uma das passagens mais importantes e negligenciadas do An-tigo Testamento está escondida em um “cantinho” da Bíblia, pouco antes do espetacular juízo de Deus sobre Sodoma e Gomorra.

Deus diz a respeito de Abraão: “Porque eu o tenho escolhi-do, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado”.1

1 Gênesis 18:19, RA

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14 Capítulo 1

O sucesso envolve mais do que a transmissão de títulos e autoridade de pai para filho ou de mãe para filha. Destino é mais do que apenas uma boa formação e educação nas coisas do Senhor, apesar de esse ser um bom começo.

Meu pai, como tantos outros fiéis pastores do passado e do presente, também teve de carregar os filhos de outras pessoas em seus braços. Mas eu sabia que o espaço sobre seus ombros largos havia sido reservado apenas para mim.

Os ombros de meu pai representavam um lugar de completa aceitação e segurança para mim. Ficava sempre muito alegre a cada convite dele para ser alçada a seu mundo.

Algumas vezes ele fingia galopar enquanto eu ria incontrolavel-mente. Outras vezes eu cobria seus olhos e ele fingia tropeçar e bater em objetos enquanto eu gargalhava e exultava em meu poder de iniciar tais travessuras.

Eu adorava estar nos ombros de meu pai. De fato, eu não me lembro de jamais ter pedido para descer. Aquela altura extraordinária mudava a perspectiva que eu tinha das coisas ao meu redor. Eu sentia que podia enxergar por quilômetros a minha volta e adorava ter de me abaixar para passar pelas portas.

A partir do momento em que papai me colocava em seus om-bros, todos os problemas que antes pareciam tão grandes eram reduzidos a nada. Em um movimento rápido, meu pai me tira-va do lugar onde me ignoravam e tropeçavam em mim.

Ele tinha um dom que apenas os pais têm, de se transformar em uma plataforma de poder para restaurar minha confiança,

Amie Dockery

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Sentado nos ombros de meu pai 15

acalmar meus medos e modificar o modo como eu via o mun-

do. (Ele ainda possui esse poder, embora eu agora seja uma mu-

lher crescida, casada e com meus próprios filhos.)

A realização dos propósitos divinos em nossas famílias e

igrejas requer nada menos do que o sucesso em passar, de uma

geração para a outra, a congração e a paixão pela presença de Deus

e seus princípios.

Você pode não ter nenhuma lembrança dos momentos pas-

sados nos ombros de seu pai durante sua infância. Seu pai terrestre

pode ter sido ausente ou até mesmo abusivo, mas seu Pai Celeste

disse que ele seria “pai para os órfãos”.2 O princípio bíblico da ado-

ção permite inclusive que você adote as histórias da infância de

outros como se fossem suas.

Destino é mais do que apenas uma boa formação e educação nas coisas do Senhor,

apesar de esse ser um bom começo.

Permita que as cenas descritas na Bíblia formem uma ima-

gem poderosa e revelem o significado espiritual de sentar-se nos

ombros do Pai Celeste. Essa é a imagem do propósito e do plano

de Deus para cada geração.

Sem ter esse quadro em mente, pode ser difícil aproveitar

o poder divino para se tornar uma plataforma pela qual seus

descendentes irão elevar-se em direção ao destino que Deus lhes

ordenou.

2 Salmos 68:5, NVI

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16 Capítulo 1

Uma vida pode mudar a maré do destino

No que concerne ao reino espiritual, uma “ajudinha” pode literal-mente fazer com que seus filhos comecem a vida como milionários! Ela lhe dá uma vantagem na vida e a oportunidade de fazer uma grande diferença no mundo. Você tem a obrigação de ensinar a seus filhos e àqueles que você “adotou” que é possível mudar a maré do destino com apenas uma vida – a deles mesmos.

A moderna nação de Israel não seria o que é hoje se não fosse pela determinação de um judeu lituano chamado Eliezer Perlman. Em 1880 ele se lançou na tarefa impossível de reviver a língua hebraica, mesmo ela já estando morta havia muitos séculos.

Ele mudou seu nome para Eliezer Ben-Yehuda (filho de Judá) e emigrou para a Palestina (Israel enquanto nação ainda le-varia 67 anos para ser recriada). Ele e sua nova noiva decidiram que em sua casa só se falaria hebraico para provar a outros judeus que isso era possível.

Com a missão de reclamar a antiga linguagem bíblica

Eliezer Ben-Yehuda editou diversos jornais escritos em hebraico e usava-os para introduzir palavras recém-traduzidas e para criar no-vas palavras, que pudessem modernizar a língua. Apesar de sofrer enorme perseguição de inimigos da causa sionista e até mesmo de outros judeus, Ben-Yehuda continuou a conduzir pesquisas e a es-quadrinhar as bibliotecas da Europa, com o objetivo de recriar a an-tiga língua bíblica de seu povo, palavra por palavra.

Ben-Yehuda tinha o estranho hábito de escrever fragmentos de suas pesquisas em pequenos pedaços de papel que ele arquivava junto a milhares de outros papeizinhos dentro de seu escritório. E no final ele sempre sabia onde estava o que queria. Quão gratifi-cante deve ter sido finalmente poder ouvir a língua hebraica sendo falada nas ruas das cidades da Palestina.

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Tommy Tenney

O autor Lance Lambert escreveu em seu livro The Unique-ness of Israel que, “por volta de 1916, 40% da população judaica da

Palestina falava hebraico como língua materna”.3 O hebraico foi

declarado língua nacional de Israel quando aquela nação foi recria-

da em 1948, e até os dias de hoje intelectuais hebreus continuam o

trabalho de Ben-Yehuda.

“Que [o hebraico] seja hoje a língua usada para tudo, do

futebol à física nuclear, é devido em grande parte, abaixo de Deus,

a um homem, Eliezer Ben-Yehuda”, escreve Lambert. “E eu digo

‘abaixo de Deus’ porque, em minha opinião, não existe qualquer

forma adequada para explicar o milagre do renascimento do he-

braico do que pensar que Deus estava por trás disso”4.

Isaías profetizou a vinda do Messias com estas palavras: “Ele

fez de Minha boca uma espada afiada, na sombra de Sua mão Ele

me escondeu; Ele me tornou uma flecha polida e me escondeu em

Sua aljava”.5

Você e seus filhos estão sendo “polidos” ou selecionados

– f lechas na aljava de Deus. Ele tem toda a intenção de atirá-los

em direção ao futuro para acertar o alvo do seu destino e propó-

sito divino.

Depois que sofreu um acidente, meu pai teve de passar por uma cirurgia reconstrutiva do ombro. Por um tempo, nenhum dos netos podia subir naquele ombro. Ele teve de ser restaurado para que fosse possível levantar outras pessoas.

3 Lambert, Lance. The Uniqueness of Israel. (Eastbourne, East Sussex, UK: Kingsway Publications, Ltd., 1991), p. 106.

4 Ibid., p. 107.5 Isaías 49:2, NVI. Ênfases do autor.

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Eliezer Ben-Yehuda aceitou a tarefa de reconstruir a língua he-braica, a antiga língua da Bíblia. Essa herança havia sido remo-vida das vidas dos judeus, mas, uma vez restaurada, tornou-se novamente o grande ombro que ajudou a definir a identidade da moderna nação de Israel. Ironicamente, aquela nação nas-ceu “em um dia”, cumprindo assim uma profecia bíblica (ver Is 66:8) que nos foi passada por meio da língua hebraica.

Polir é aperfeiçoar, endireitar e remover lascas. Sem esse pro-cesso o destino será abortado. Os ombros de papai só se tornarão pontos de lançamento quando ele se abaixar. Para lançar primeiro é necessário carregar. Para carregar é preciso se esforçar.

É muito comum que os pais queiram que outra pessoa te-nha a tarefa de afiar e aperfeiçoar suas pequenas flechas.

Flechas devem ser apontadas, então preparem-se agora para ter certeza de que seus filhos recebam uma porção reforçada do melhor que Deus tem a oferecer por meio de sua fé e diligência. Invista sua vida na propagação do Reino de Deus através do legado que você deixa para seus descendentes.

Coloque o coração e a alma na tarefa de ajudar seus filhos e netos a irem mais longe e fazer mais

por Deus do que você sonhou.

Coloque o coração e a alma na tarefa de ajudar seus filhos e netos a irem mais longe e fazer mais por Deus do que você sonhou. Mantenha-os afiados – levante-os! Este é o caminho de Deus para fazer sua vida e seu legado prosperarem, gerando uma herança in-corruptível.

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O Deus PaiQuando você nasceu, muito do que veio a entender sobre Deus e Sua criação é resultado do que você observou nas pessoas a sua vol-ta. Nós aprendemos como nos relacionar com outros observando como nossos pais e outros adultos se relacionam entre si. Nós tam-bém aprendemos como lidar com a adversidade (ou como ceder sob pressão) observando como os adultos em nossa vida lidam com os desafios que apareceram em seus caminhos.

Nosso conhecimento de Deus é, literalmente, um composto do que observamos e filtramos das vidas de outras pessoas ao nos-so redor. Não devemos nunca subestimar o poder da avó, do tio ou do avô tementes a Deus, que moldam sua ética de vida na crença em Deus e que demonstram integridade na vida pessoal, nos negó-cios e no relacionamento com os filhos.

Só Deus sabe qual é o impacto que nossa vida tem na vida dos outros, mas, podemos ter certeza, ele nota. Essa parece ser uma das maiores preocupações de Jesus. Ele até mesmo disse:

E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe. Mas qualquer que fizer tro-peçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar.6

Ao “vermos apenas” posturas enviesadas e rudes acabamos tendo uma falsa impressão

Você já conheceu algum habitante de outro país que fosse rude ou pouco amigável? Na maioria das vezes, é impossível não nos per-

6 Mateus 18:5-6, RA

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20 Capítulo 1

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guntarmos se todos os habitantes daquele lugar têm as mesmas características e opiniões do incômodo embaixador que tivemos a

infelicidade de encontrar.

Todos nós já ouvimos histórias desagradáveis sobre moto-

ristas de táxi em cidades grandes. A menos que essas experiências

ruins sejam contrapostas por boas experiências com pessoas mais

agradáveis daquela cidade, as “vítimas” irão permanentemente li-

gar a imagem dos habitantes daquele local às experiências rudes

que tiveram.

De uma forma bem real, essas pessoas rudes se tornam o fil-

tro ou o tradutor pelo qual colorimos ou enviesamos a impressão sobre toda uma cultura ou região.

Quando meu marido e eu temos de encontrar alguém para tomar conta dos nossos quatros filhos, tento fazer o melhor para me assegurar de que a pessoa é capaz e confiável antes que eu saia de casa. Infelizmente, nunca se sabe realmente quão boa é uma pessoa até que ela tenha a chance de cuidar das crianças.

Quando volto para casa, posso facilmente aferir quão boa a pessoa foi ao investigar se ela cuidou bem dos meus filhos e se minha casa está arrumada – nessa ordem.

Uma casa pode estar em ordem enquanto o lar – as pessoas que vivem naquela casa, seu bem-estar e seus relacionamentos – estão em desordem. Meus filhos são seres vivos que requerem mais cuidados diretos e atenção do que qualquer casa. Assim, minha primeira preocupação quando volto é verificar se meus filhos estão seguros, felizes e bem alimentados.

Por essa razão, procuro alguém que divida minha preocupação com o bem-estar de minhas crianças. Você acha que Deus está

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mais interessado em como estão nossas casas, carreiras, igrejas e prédios ou no bem-estar de nossas crianças (a quem Ele cha-ma de Sua herança)?7

Na maioria dos casos, nossos pais se tornam o primeiro e mais importante filtro através do qual vemos o mundo e seu Cria-dor. Toda busca por uma identidade verdadeira começa e termina com Deus. Se você está procurando por quem você é aqui na Terra, Deus é o único antepassado que você realmente precisa conhecer. Primeiro Ele criou um plano, e depois Ele criou você especificamen-te para cumprir esse propósito. Ele o conhecia antes que você nasces-se, e Ele o escolheu antes que você se formasse no útero de sua mãe.8

Você é uma ideia de Deus, aceite isso. Se você conhecer o coração de seu Criador, também vai entender o propósito de sua criação. Quando você pensar em todo o cuidado que Deus dedicou a você, vai querer conhecê-lo e experimentá-lo todos os dias como seu pai. Você vai desejar conhecê-lo como o Criador do seu corpo físico e do seu destino eterno.

Os pais e mentores têm a responsabilidade de ensinar seus filhos ou alunos sobre as coisas de Deus. Mas o que é melhor? Ensiná-los usando representações estáticas, unidimensionais do Deus invisível? Ou jogar fora as cópias e compartilhar a coisa real?

“Você não veio dos seus pais, você veio através dos seus pais.” Eu ouvi meu pai dizer essas palavras inúmeras vezes, mas cada vez que as escuto novamente, elas têm um profundo efeito so-

7 Ver Salmos 127:3, em que as crianças são chamadas de “a herança de Deus”.8 Ver Jeremias 1:5

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22 Capítulo 1

bre como eu me vejo. Meus pais influenciaram quem eu sou e o que eu me tornei. Mas quando penso nessa simples frase, no entanto, percebo mais uma vez que não vim dos meus pais. Eu vim de Deus através dos meus pais. Deus é o meu primeiro Pai, meu Criador.

Muitas vezes nós tentamos copiar nosso conhecimento como se fosse uma fórmula, para passá-la aos nossos filhos ou a outras crianças sob nossos cuidados. Não seria muito melhor mos-trar a eles como colher frutos e cultivar um relacionamento real com Deus?

Essa nem sempre é a escolha mais comum, porque requer um pouco de trabalho e muita fé na capacidade de Deus de preen-cher os espaços vazios. Pais e mentores sábios sabem que não de-vem entrar em cena e assumir tudo; seu papel principal é orientar seus filhos suavemente e incentivá-los fortemente. As Escrituras nos dizem: “Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia!”.9 Ensine-os a provar e a confiar.

Depois que as crianças, novos convertidos ou estudantes saborearem o fruto do amor e da presença permanente de Deus, não ficarão mais satisfeitos com a mera descrição técnica de como é Deus, pois eles terão provado algo real e saberão por si mesmos que Ele é bom.

Você já conheceu alguém que pôde descrever como é uma relação com Deus sem nunca ter tocado ou provado a requintada riqueza de sua presença? A triste verdade é que essa pessoa decidiu--se por uma imitação lamentável da realidade.

Atreva-se a assumir um risco e a confiar o seu filho a Deus. Sim, você poderia responder a todas as perguntas dele e mantê-lo

9 Salmos 34:8, RA

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bem informado de suas opiniões pessoais. O problema é que in-formações sem inspiração – dados sem um encontro pessoal com Deus – não vão fazer com que seu filho se desenvolva da maneira que ele deveria.

É mais fácil procurar e encontrar a verdade quando todos os substitutos são removidos. Seus filhos vão lhe ser gratos se você não se tornar apenas uma imitação da realidade, mas, em vez disso, se apontar a eles o que é autêntico. Seu papel nesse processo poderá deixá-los desejosos de obter esse fruto em suas próprias vidas.

Enquanto pesquisava diferentes métodos de ensino para meus filhos, um em particular chamou minha atenção. Ele me foi apresentado por uma representante de uma das escolas, que me falou que, enquanto a maioria dos colégios usa a ilustração de quatro maçãs para ensinar as crianças a contar, sua escola colocava quatro maçãs reais na frente delas.

A simplicidade da ideia era extraordinária. Ela explicou que, embora esse método de ensino pudesse ser inconveniente e demorar um pouco mais do que simplesmente imprimir uma folha de papel, ele removia uma barreira, apresentando aos alu-nos algo real.

A partir de experiências com meus filhos, sei que frutas de ver-dade têm uma chance muito maior de prender a atenção de-les do que um pedaço de papel. Frutas reais falam por si. Não precisam ser interpretadas ou explicadas – precisam apenas ser mostradas. O que isso tem a ver com apresentar Deus para nos-sas crianças?

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24 Capítulo 1

Encontros íntimos

Agora que entendemos de onde viemos e por meio de quem viemos, é hora de sabermos por que viemos. Deus nos criou a sua imagem e semelhança, criando um nível de intimidade conosco que apenas ele pode alcançar.

Existe um adágio científico que diz que “a natureza tem horror ao vácuo”. O Criador da natureza também criou em nós um vácuo, sa-bendo que seriam atraídos para Ele, para preenchê-lo. Isso me lembra um comercial de TV que dizia repetidamente: “Você não vai encontrar isto em qualquer outro lugar!”.

Por você, Deus monopolizou o mercado da satisfação. Ele criou um espaço que somente Ele pode preencher. Em seguida, anunciou: “Você não vai encontrar isto em qualquer outro lugar!”. Só encon-tramos satisfação quando descobrimos que o que precisamos existe e está disponível. Há um pequeno problema, no entanto: Ele deseja uma troca apaixonada. (Se você não acredita nisso, então ofereça a Deus um louvor morno e uma adoração sem paixão e depois me conte o que aconteceu.)

Ele está pedindo intimidade; amizade casual não vai dar certo. Ele não está à procura de meros admiradores; Ele quer filhos e filhas. Ele não quer que O mantenhamos perto o suficiente para apenas O pro-curarmos quando sentirmos necessidade. Ele quer um casamento, um compromisso mútuo para toda a eternidade.

Muitas pessoas se sentem desconfortáveis ao ligar uma conver-sa sobre Deus a discussões sobre casamento e intimidade, mas foi Ele mesmo quem escolheu o relacionamento conjugal para caracterizar sua relação com a noiva de Cristo, a Igreja.

A paixão determina se o casamento é um paraíso ou uma prisão

Alguns veem o casamento como um paraíso e alguns o chamam de prisão. Aqueles que são indecisos sobre o amor são mais propensos

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a ver o voto de casamento como uma prisão. Mas, para aqueles que estão profundamente apaixonados, ele é um paraíso.

Como mulher casada, eu entendo os benefícios de um casa-mento amoroso e afetuoso. Eu não me preocupo que alguém possa vir a se interpor entre mim e meu marido, porque não há qualquer espaço entre nós. Ninguém está mais perto de mim do que meu marido, e eu não quero que seja de outra maneira. O casamento é um paraíso para mim precisamente porque há li-mitações. Existe um compromisso de vida entre as duas partes.

Saber o que se quer – uma relação íntima – e confiar no único que pode fornecê-la faz toda a diferença. Deus sabe o que quer e isso não está disponível em outra pessoa. Se você está se per-guntando por que, a resposta é simples: apenas relacionamen-tos íntimos facilitam a reprodução, e Deus quer reproduzir-se em nós e através de nós.

Um relacionamento conjugal é um rito de passagem que você deve abraçar para experimentar. É uma relação de aliança que exige de você a eliminação consciente de certos níveis de intera-ção com outras pessoas. Alguns tipos de comportamento que eram normais antes do casamento não serão mais aceitáveis depois dele. Você simplesmente escolhe o que quer e não deixa espaço para o que não quer.

Tudo isso soa estranho para as pessoas que veem o ministé-rio estritamente como uma pregação direcionada a outras pessoas a partir de um púlpito, ou como algo reservado exclusivamente para estudantes de um seminário. Essas são definitivamente formas de mi-nistério, mas todos nós somos chamados para ministrar a Ele, e não apenas para as pessoas.

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26 Capítulo 1

Nascido através da paixão de deus, dor e sacrifício

Quando Eli, o sumo sacerdote e seus filhos não ministraram a pala-vra de Deus corretamente, o Senhor mudou a linhagem estabelecida e colocou Samuel em seu lugar.10 Samuel não assumiu o papel de sumo sacerdote e profeta por causa de sua linhagem; ele chegou a essa tarefa unicamente através da paixão a Deus, da dor e do sacrifí-cio de uma mulher desesperada.

Deus continua a chamar pessoas para assumir seu ministério em tempo integral. Ele ainda está selecionando muitos que não vêm de uma longa linhagem de pregadores. Muitos foram adotados por pais espirituais que lhes emprestaram os próprios ombros para lançá--los em seu destino e herança espiritual.

Todo cristão precisa ser orientado nas coisas de Deus. Em es-sência, antes que você possa ficar nos ombros de seu pai, ou até mes-mo nos ombros de um mentor que o tenha adotado – assim como Eli e Samuel –, talvez seja necessário que você nasça das orações de uma mãe e seja nutrido no colo dela. Essa é a maneira de Deus nos tutorar em seu ministério. (Em outras palavras, você não precisa ter nascido na casa de um pregador ou ficar de pé atrás de um púlpito para que Deus o considere um ministro.)

Deus chamou samuel e usou eli para confirmá-lo

Alguma vez você já se perguntou por que Deus não se apresentou para o jovem Samuel da primeira vez que o chamou, em vez de cha-mar seu nome três vezes? Deus queria incluir o sacerdote Eli no pro-cesso de apresentação. Ele escolheu usar Eli (com seus defeitos e falhas) como a figura de um pai para Samuel, para afirmar o que o menino já suspeitava: que Deus o estava chamando.

10 Ver 1 Samuel 1–4:1

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Sentado nos ombros de meu pai 27

Parece que foi tão importante para Eli saber que Deus estava falando com Samuel como foi para Samuel ouvir a Deus. No entanto, Deus também eliminou o “intermediário contaminado”, usando um método simples, mas profundo: usou a confirmação e as instruções de Eli para se apresentar informalmente e, a partir de então, Samuel ouviu e respondeu a Deus sem qualquer ajuda de Eli. Samuel se tor-nou, então, um dos maiores profetas que Israel já conheceu. Mas tudo começou pela apresentação.

A quem você está apresentando a voz de Deus? Você pode orientar alguém a discernir a voz do Mestre? A próxima geração pode estar à espera de seu Samuel.

Deus nunca quis que o ministério e a liderança fossem reserva-dos ou limitados apenas ao que acontece atrás do púlpito. Deus está procurando por Anas apaixonadas que irão criar Samueis e irão pagar o preço para manter o fogo da adoração e da paixão por Ele aceso. Deus está procurando por Samueis para torná-los líderes por meio da ação divina, através da paixão do Senhor, para um propósito por Ele ordenado.

É incrível ver o que o desespero de Ana fez nascer! É igualmente incrível pensar no que as suas orações apaixonadas podem fazer nas-cer no futuro!