Teoria Da Neuromatrix

download Teoria Da Neuromatrix

of 6

Transcript of Teoria Da Neuromatrix

  • 8/16/2019 Teoria Da Neuromatrix

    1/6

    Teoria da neurom atrix um a nova abordagem

    para o entendimen to da dor fantasia

    Theory of neurom atrix a new approach about

    the underst nding of ph ntom p in

    José Geraldo Ticianeli'

    Mário Antonio Baraúna'

    2

    '

    ( 1 )

      Faculdade Fis ioterapia , Univers idade de

    Cu iabá , UNIC.

    ( 2

    ) Cen t ro Un ive r s i t á r io do Tr inângu lo -

    UNI T .

    Endereço para correspondência:

    José Geraldo Ticianel i .

    e-mail : t ic ianel@terra .com.br

    Rua Comandante Costa , 1701, Ed. Vil lagio

    di Parma, Apto. 12, Bairro Centro

    78020-401 Cu iabá , Ma to Grosso

    RESUMO:  A dor fantasma é a tualm ente

    uma sensaçã o conhec ida e obse rvada após

    as amputações, def inida como dor refer ida

    a uma remoção c i rú rg ica de um mem bro ou

    p o r ç ã o d e s t e . A d o r p o d e c o m e ç a r

    imed ia tam en te depo i s da ampu tação ou , à s

    vezes , apa rece semanas , meses e mesmo

    a n o s m a i s t a r d e . S e n t e - s e e m p o n t o s

    p rec i sos do membro f an ta sma , oco r rendo

    ge ra lmen te em 70% dos ampu tados . A lguns

    au to re s desc revem que o apa rec imen to da

    dor fantasma pode estar associada com a

    d o r e x p e r i m e n t a d a a n t e s d a a m p u t a ç ã o ,

    d e n o m i n a d a d e m e m ó r i a d a d o r . Vá r i a s

    teor ias e suposições envolvem as tenta t ivas

    de expl icar o aparecim ento da dor fantasma,

    das qua i s a neu rom a t r ix , pub l i cada po r

    Melzack em 1990, é a mais sa t isfa tór ia . A

    Neurom at r ix p ropõe que o nosso cé reb ro é

    f o r m a d o p o r u m a r e d e d i f u n d i d a d e

    neurôn ios cons i s t indo de vo l t a s en t r e o

    tá lamo e o cór tex, ass im como, o cór tex e o

    s i s t e m a l í m b i c o ; s e n d o i n i c i a l m e n t e

    de te rminada gene t i camen te e ma i s t a rde

    al terada pelos es t ímulos sensoria ls . A perda

    de est ímulo para o membro ou para o corpo

    a t i v a a n e u r o m a t r i x a p r o d u z i r u m a

    ass ina tu ra pad rão ano rma l , como ca lo r ,

    q u e i m a ç ã o , c ã i b r a e u m a s e n s a ç ã o d e

    f o r m i g a m e n t o . E o b s e r v a d o q u e a

    in tens idade da do r do membro f an ta sma

    expe r imen tado pe los ampu tados co r re l a

    c iona-se com a extensão da reorganização

    funcional do cór tex somatosensoria l . A dor

    do mem bro fantasma não pode ser expl icada

    sa t i s fa to r i amen te po r qua lque r mecan i smo

    ún ico , t a l como i r r i t ação de um ne rvo

    perifér ico, a t iv idade anormal do s impát ico

    ou problemas psicopatológicos, já qu e todos,

    d e a l g u m a f o r m a , c o n t r i b u e m p a r a o

    aparecimento e perpetuação da dor .

    DESCRITORES:

      Am putação , Dor /ps ico

    l o g i a , M e m b r o f a n t a s m a , M e m ó r i a /

    classification.

    ABSTRACT   Phan tom pain is actual ly a

    s e n s a t i o n k n o w n a n d o b s e r v e d a f t e r

    ampu ta t ions , be ing l ike pa in o f a su rg ica l

    r emot ion o f a  member o r po r t ion th i s . The

    pa in may s t a r t immed ia te ly a f t e r o f the

    ampu ta t ion o r some t imes i t appea rs w eeks ,

    mo nth s and even ye ars la ter . It feels in pre

    c i se s po in t s o f phan tom pa in . Occur ing

    g e n e r a l l y i n 7 0 % o f a m p u t a t e d . S o m e

    au tho r s desc r ibe tha t the appea rance o f

    phan tom pa in may be a s soc ia t ed wi th the

    e x p e r i e n c e p a i n b e f o r e a m p u t a t i o n ,

    denomina ted o f memory o f the pa in . I t i s

    a l so a p red i sp osed f ac to r to appea ranc e o f

    pa in fu l l phan tom. Seve ra l theo r i e s and

    suppos i t ion ge t invo lved a s a t t empts to

    exp la in o f appea rance o f phan tom pa in ,

    b e i n g t h a t n e u r o m a t r i x p u b l i s h e d b y

    M e l za c k , i s t h e m o s t s a t i s f a c t o r y . Th e

    Neuromat r ix p roposes tha t ou r b ra in i s

    cons t i tu t ed to ne twork sp read the loops

    be tween tha lamus and co r t ex , a s we l l a s ,

    c o r t e x a n d l i m b i c s y s t e m , a t i n i t i a l l y

    determined genet ical ly and la ter a l tered by

    sensory s t imulus . The lost s t imulus to l imb

    o r t o b o d y s t i m u l a t e t h e n e u r o m a t r i x

    produc ed a abnormal s tandard s ign, as heat ,

    bu rn , c ramp and t ing l ing sensa t ion . I t i s

    obse rved tha t in t ens i ty the phan tom l imb

    pa in expe r imen ted by ampu ted co r re l a t e

    wi t h e x t e n s i o n s o f t h e r e o r g a n i za t i o n

    func t iona l the co r t ex soma tosenso ry . The

    p h a n t o m l i m b p a i n c a n ' t b e e x p l a i n e d

    sat isfa tory for any mechanism single , such

    a s i r r i t a t i o n o f a p e r i p h e r i c n e r v e ,

    a b n o r m a l a c t i v i t y s i m p a t h i c o r

    psycopa tho logy p rob lems , a l l some fo rm

    con t r ibu te to appea lm en t and p e rpe tua t ion

    of pain .

    KEYWORDS:  A m p u t a t i o n , M e m o r y /

    c la s s i f i ca t ion , Pa in /psycho logy , Phan ton

    limb.

    mailto:[email protected]:[email protected]

  • 8/16/2019 Teoria Da Neuromatrix

    2/6

    I N T R O D U Ç Ã O

    relação entre dor e lesão parece tão evi-

      ^J\  dente que, dificilmente, me smo na ausên-

    m

     

    c ia r ea l da l esão não s e ac red i ta na

    poss ibi l idade da dor ; ou na ausência do membro ou

    órgão, acredita-se na impossibilidade da lesão física e

    aparecimento da dor . Bare e Smeltzer

    2

     descrevem que

    a dor é cons iderada real mes mo qua ndo nenhum a causa

    física ou sua origem forem identificadas.

    O termo dor é comumente usada em dois cr i tér ios

    diferentes e, até certo ponto, divergentes: o primeiro

    se refere a um s is tema de terminações nervosas na

    periferia do corpo que, quando ativa das pelos estím ulos

    adequa dos , enviam s inais para a med ula dorsal ou para

    algum local específ ico do cérebro; o segundo, ut i l iza

    o s i s t e m a c o g n i t i v o , e m o c i o n a l e a ç õ e s

    c o m p o r t a m e n t a i s , o c o r r e n d o s u b s e q ü e n t e m e n t e a

    es t imulação nocicept iva geralmente concei tual izada

    com o em oções , r espos tas ou r eaçõe s

    1 1

    .

    A dor fantasma já era observada há vár ios séculos ,

    m a s ,

      em razão da fal ta de conhecimento, e da pouca

    descr ição l i terár ia , fo i rotulada de vár ias maneiras .

    T e i x e i r a e t a l .

    3 4

      d e s c r e v e m q u e , e m v i r t u d e d a

    inadequada resposta a diferentes formas de tratamento,

    a dor fantasma foi associada a transtornos psicoló gicos.

    Mec anismo s perifér icos foram também aventado s para

    expl icar a gênese do fenômeno.

    Um a das dificuldades para a definição do fenôm eno

    ocor re na co le ta dos r e la tos , um a vez que dados

    f idedignos dependem da pos tura e da conf iança na

    re lação te rapeu ta -pac ien te . A lgum as pesqu isas que

    d e s c r e v e m a f r e q ü ê n c i a d a d o r f a n t a s m a a p ó s a

    a m p u t a ç ã o , a p r e s e n t a m e r r o s e m s e u s r e s u l t a d o s

    dev ido a cons t r ang im en to de a lguns pac ien tes ao

    apresentarem seus relatos durante a aval iação. Es tas

    pessoas tem receio de referir sobre suas sensações, por

    m e d o d e s e r e m c o n s i d e r a d a s i n s a n a s o u

    p s i c o l o g i c a m e n t e a f e t a d a s , n a m e d i d a e m q u e

    relatarem sent i r dores em um membro que não es tá

    m ais p resen te

    1 8

    .

    Desde o século XV, o cirurgião mil i tar f rancês ,

    Am broise Paré, já d escrevia que alguns pacientes , após

    ampu tação de um a perna, reclam avam d e dor vigorosa

    n a p e r na p e r d i d a

    2 0

    .0 primeiro a definir a dor fantasma

    foi Si las Weir Mitchel l , em 18 72

    2 7 , 2 8

    . Em tem pos m ais

    recentes , vár ios autores def iniram, cada um em sua

    época e com uma maneira par t icular de observar , o

    fenômeno denominado de dor fantasma.

    M e l z a c k

    2 0

      e Ehde et a l .

    7

    , descreveram que a dor

    fantasma é definida com o dor refer ida a um a rem oção

    c i rú rg ica de um m em bro ou porção des te . Kha t tab

    1 3

    def ine a dor fantasma como sendo um fenômeno que

    envolve uma sensaç ão dolorosa percebida na perda de

    uma par te do corpo ou de uma par te paral isada por

    um a lesão da coluna dorsal ou avulsão da raiz nevosa;

    ou s im plesm ente , do r que é exper im en tada em um

    membro que não es tá mais presente. A Associação

    In te rnac iona l para o E s tudo da Dor ( IASP) , com o

    descr ito por Wall e Hey nen an

    3 6

    , definem a dor fantasma

    c o m o d o r r e f e r i d a p a r a u m m e m b r o r e m o v i d o

    cirurgicamente.

    Os pacientes se queixam, amargamente, d ias ou

    vár ios meses após a amputação, por ainda sent i rem

    uma dor excess ivamente forte no memb ro já amputad o.

    Infel izmente, a lguns aspectos sensor ials do membro

    desaparecido acabam por dominar a vida de muitos

    am putados .

    Aprox im adam ente 70% do am putados so f rem de

    queimação, formigamento, pontada, coceira ou outra

    sensação de dor nas p r im ei ras s em anas depo is da

    amputação. Além disso, em 5 a 10% dos amputados ,

    a s s e n s a ç õ e s f a n t a s m a s d o l o r o s a s o c o r r e m

    i m e d i a t a m e n t e d e p o i s d a c i r u r g i a e p e r m a n e c e m

    duran te ano s

    1 5

    -

    2 0

    . Vár ios es tudos indicam que 60 a 80%

    d o s a m p u t a d o s e x p e r i m e n t a m a d o r f a n t a s m a

    1 2

    .

    Lamber t e t a l .

    1 4

      relatam que a incidência da dor do

    m em bro f an tasm a após a am putação é ac im a de 85% .

    Nikolajsen et a l .

    2 2

      relatam que a dor fantasma ocorre

    em cerca de 70 % dos pacientes dentro de 2 anos depois

    d a a m p u t a ç ã o

    8

    '

    9

    '

    1 2 , 1 4 , 2 3

    .

    Melzack e t a l .

    2 0

      observaram que a dor fantasma

    diminui gradualme nte e f inalmente desapare ce dentro

    dos p r im ei ros 1 -2 anos pós -o pera tó r io s

    2 0 , 3 1 , 3 5

    . Wilkins

    et a l .

    3 7

     af irmam que a dor fantasma t ip icamente começa

    algum dia após a amp utação , ma s tende a diminuir em

    freqüência e duração sobre o tempo.

    A dor f an tasm a não é exc lus iva dos m em bros ,

    Nikolajsen et a l .

    2 4

      e M a r b a c h

    1 7

      relatam que pacientes

    que real izaram outros procedimentos cirúrgicos como

    a toracotomia, a mas tec tomia, ex tração de dentes e do

    tecido nervoso dental (polpa dental) f reqüentemente

    relatam uma dor espontânea por um longo per íodo de

    tempo.

    Ao longo dos anos , vár ios teor ias e supos ições

    envolve m as tentat ivas de expl icar o aparec imen to da

    dor fantasma. Es tas teor ias vem sendo inf luenciadas

    em relação pela evolução do nosso conhecim ento sobre

  • 8/16/2019 Teoria Da Neuromatrix

    3/6

    a neurofisiologia. Segu ndo Liaw et al.

    1 6

    , os mecanismos

    periféricos, espinhais, espinotalâm icos e autônom os são

    ut i l izados para expl icar a ocorrência da dor do m emb ro

    f a n t a s m a e m a m p u t a d o s , m a s o p a p e l d o c ó r t e x

    relacionado ao fenômeno é ainda l imitado.

    F A T O R E S P S I C O L Ó G I C O S

    Os fatores ps icológ icos , para muitos , parecem ser

    a explicação mais plausível para a gênese do fenôm eno.

    A d o r , c o m o d e s c r i t o p o r M e l z a c k e t a l .

    1 8

    , tem

    c a r a c t e r í s t i c a s s e n s o r i a l s e v i d e n t e s , m a s p o s s u i

    tam bém propr iedades em ociona i s e m ot ivac iona i s .

    Os eventos da vida com relevância emocional ou

    cognit iva, deixam para atrás imagens ou mem órias q ue

    podem inc lu i r de ta lhes da exper iênc ia v iv ida

    3 0

    . E

    importante cons iderarmos que um indivíduo subm etido

    a uma amputação necess i ta de profundas mudanças

    na sua vida, desde al terações sócio-econômicas até

    familiares.

    A a m p u t a ç ã o e x i g e u m a g r a n d e a l t e r a ç ã o d o

    p o t e n c i a l f u n c i o n a l d o m u s c u l o - e s q u e l é t i c o e

    conseqüente da perpétua adaptação a uma condição

    incapaci tante . Para Walker et a l .

    3 5

     em muitos pacientes

    com dor crônica, não é jus tamente a dor que é um

    problem a, mas sua seqüela. Na visão do autor , a inda é

    relat ivamente pequena a atenção dada a relação entre

    s tress ps icológico e outros prob lema s relacionados

    com a dor . É indiscut ível o impacto ps icológ ico que a

    p e r d a d e u m m e m b r o p o d e p r o p o r c i o n a r a u m

    i n d i v í d u o , e é t a m b é m e v i d e n t e q u e , d i s t ú r b i o s

    emoc ionais pode m dispa rar e agravar a dor . Os fatores

    emocionais têm um importante papel na ocorrência e

    pers is tência da dor fantasma, ass im como de outras

    pa to log ias c rôn icas

    2 0

    .

    N a a t u a l i d a d e , v á r i a s p r o p o s t a s t e m s i d o

    apresentadas para expl icar os mecanismos cerebrais

    de dor, e cada vez mais fica eviden te o pape l prim ordial

    das var iáveis ps icológica s e como elas afetam a reaç ão

    d a d o r . S e g u n d o B r a n d ã o

    4

    , i s to ocorre através da

    a v a l i a ç ã o c o g n i t i v a e d a s e x p e r i ê n c i a s p a s s a d a s ,

    a r m a z e n a d a s n a s á r e a s c o r t i c a i s s u p e r i o r e s ,

    r e l a c i o n a d a s a o s s i s t e m a s d i s c r i m i n a t i v o s e

    motivacionais da dor .

    U m a s é r i e d e p r o c e s s o s c o g n i t i v o s , i n c l u i n d o

    ans iedade, a tenção, depressão, exper iências anter iores

    da dor e inf luências cul turais podem inf luenciar a

    percepção da dor e a respos ta para uma exper iência

    d o l o r o s a . M e s m o q u e a s v i a s a i n d a n ã o e s t e j a m

    claramente entendidas , acredi ta-se que es tes aspectos

    individuais da expressão da dor são mediados pelos

    c e n t r o s m a i s a l t o s d o c ó r t e x

    1 8

    -

    3 5

    . De acordo com

    P r e n t i c e

    2 5

    , e s t e s p r o c e s s o s p o d e m i n f l u e n c i a r a

    s e n s a ç ã o d i s c r i m i n a t i v a e a s d i m e n s õ e s a f e t i v a s

    motivacio nais da dor .

    Na atual idade, a dor fantasma es tá relacionada a

    exis tência de dores na pré-amputação. Observado em

    pacientes com câncer , d iabete ou outras patologias

    as soc iadas com lesões an t igas ou t r aum as e dores

    crônicas , podendo resul tar em percepção da dor e em

    respos ta da dor após a amputação. Es ta memória da

    dor , na maior ia d as vezes , u l t rapassa a s c aracter ís t icas

    das l esões que f r eqüen tem ente s ão m enores . E s te

    fenômeno é atualmente bas tante ut i l izado nos ar t igos

    p a r a e x p l i c a r a p e r m a n ê n c i a d a d o r n o p ó s -

    c i r ú r g i c o

    1

    '

    3 , 9

    '

    2 2

    .

    Melzack e t a l .

    1 8

      descreve a respei to da ans iedade e

    sua inf luência na formação do processo doloroso no

    p ó s - c i r ú r g i c o . O a u t o r o b s e r v a q u e o s d o e n t e s

    informados acerca da dor previs ta após a cirurgia ,

    tendem a f ixar a sua atenção nos aspectos negat ivos

    do processo, o que contr ibui não para diminu ição, m as

    para aumento da intens idade.

    M E M Ó R I A D A D O R

    A relação entre a perm anên cia da dor e o es t ímulo

    q u e p o d e p r o m o v e r u m r e o r g a n i z a ç ã o n o p l a n o

    somatosensor ial é observado por vár ios autores ao

    longo dos anos

    1 5 1 9 , 2 6

    . A dor pós-amputação é bas tante

    freqüente em pacientes que sofreram dor antes do

    p r o c e d i m e n t o e a c a r a c t e r í s t i c a d e s t a ( q u a l i d a d e ,

    local ização, modulaç ão, e tc) é bas tante sem elhante à s

    exper iênc ias an tes da am putação

    1 , 3 , 8

    '

    1 0

    '

    1 5

    '

    2 0

    '

    2 2 , 2 8

    '

    3 3

    '

    3 6

    .

    Song et a l .

    3 3

      e F i sher e Han spa l

    9

      tam bém sugerem

    q u e ,  a lém da l esão , a dor exper im en tada an tes da

    am putação , denom inada de m em ór ia da dor, t am bém

    é um fa to r p red i sponen te para o aparec im en to do

    fantasma doloroso.

    W a ll e H e y n e m a n

    3 6

      af irmam que a in tensa dor pré-

    operatór ia pode es tabi l izar um engrama daquela dor

    centralmente. Os autores são categór icos ao af i rmarem

    que as mu danç as nas es truturas centrais causadas p elo

    es t ímulo sensor ial causam es te engrama, produzindo

    a sensação dolorosa, determinando a memória da dor .

    Observando que as al terações na condução e na

    reorganização neural , denominada neuroplas t ic idade,

    e s t á a s s o c i a d a a o d e s e n v o l v i m e n t o d e s í n d r o m e s

  • 8/16/2019 Teoria Da Neuromatrix

    4/6

    dolorosas crônicas . É importante ver if icarmos que a

    neuroplas t ic idade tem como resul tado f inal uma nova

    relação entre es t ímulo e respos ta , pois , em vir tude de

    alguma al teração les iva ou dolorosa, os neurônios

    apresentam a habi l idade para al terar a sua es trutura e

    f u n ç ã o p a r a r e s p o n d e r a o s e s t í m u l o s i n t e r n o s e

    ex te rnos . A neurop las t i c idade é t am bém observada

    após um trauma ps icológico.

    T E O R I A D A N E U R O M A T R I X

    A r e s p o s t a m a i s s a t i s f a t ó r i a , a t é o m o m e n t o ,

    s egundo Melzack e t a i .

    1 8

      é que inf luxos anormais ,

    t raumáticos ou não, podem modif icar a at iv idade no

    própr io s i s t em a nervoso cen t r a l , de m ane i ra que ,

    p a d r õ e s a n o r m a i s d e i m p u l s o s n e r v o s o s s ã o

    d e s e n c a d e a d o s p o r i n f l u x o s a f e r e n t e s c u t â n e o s e

    e f e r e n t e s s i m p á t i c o s m o d u l a d o s p e l a a t i v i d a d e

    cerebral .

    M e l z a c k

    1 9

      apresen tou um a nova teo r ia na qua l

    af i rma q ue o cérebro apresenta um a rede de neurônios

    denomina da de neuromatr ix , e esta rede cont inuamente

    gera um padrão caracter ís t ico. Para apresentar es te

    novo concei to ao s is tema nervoso em relação a dor

    fantasma, o autor apresenta alguns ques t ionamentos .

    I n i c i a l m e n t e q u e s t i o n a o p o r q u ê d o m e m b r o

    fantasma (ou outra parte do corpo) ser sentido de uma

    forma tão real. E razoável concluir que o corpo físico

    que nós norm alm ente s en t im os , é subserv ido pe lo

    m e s m o p r o c e s s o n e u r a l n o c é r e b r o e q u e e s t e s

    p r o c e s s o s c e r e b r a i s s ã o n o r m a l m e n t e a t i v a d o s e

    modulados por es t ímulos ao corpo, mas podem atuar

    na ausência de qualquer es t ímulo.

    Todas as qual idades que nós normalm ente sent imos

    no corpo , inc lu indo dor , s ão t am bém sen t idas na

    ausência de es t ímulo ao corpo . Dessa ma neira o autor

    conclui que a or igem do padrão que es tá abaixo das

    qual idades da exper iência encontra-se na rede neural

    do cérebro; os es t ímulos podem disparar o padrão,

    porém não pode produzi- los .

    Conclui a inda que o corpo é percebido como uma

    unidad e e ident i f icado como um auto , d is t in to de

    ou t ras pes soas e ao r edor do m undo . O p roces so

    c e r e b r a l q u e e s t á s u b j a c e n t e a o a u t o - c o r p o s ã o

    i m p o r t a n t e s e x t e n s õ e s , q u e n ã o p o d e m m a i s s e r

    ignoradas , cons t ru ída pe la espec i f i cação gené t ica .

    Entretanto , es te subs trato cons truído deve, no curso,

    ser modif icado pela exper iência de uma unidade de

    diversos sent imentos . Es tas conclusões oferecem a

    base para o nov o modelo concei tuai .

    O cérebro é formado por uma rede difundida de

    neurôn ios cons i s t indo de vo l tas para o t á lam o e o

    cór tex , as s im com o o có r tex e o s i s t em a l ím bico ,

    inicialmente determinada genet icamente e mais tarde

    al terada pelos es t ímulos sensor ials .

    E s t a s r e d e s d e n e u r ô n i o s p e r m i t e m u m

    processam ento paralelo em diferentes com ponen tes da

    neuromatr ix e convergem repet idamente para permit i r

    a i n t e r a ç ã o e n t r e o s p r o d u t o s d a p r o d u ç ã o d e

    proces sam ento .

    A repe t ição des te p roces sam ento en t r e todas as

    áreas de l igação e a or igem de impulsos específ icos

    nes ta rede ou neuromatr ix , determina o aparecimento

    de uma caracter ís t ica única e individual denominada

    d e n e u r o a s s i n a t u r a . P u c h e r e F r i s c h e n s c h l a g e r

    2 6

    reforçam que algumas sensaçõe s com o lesão, a l teração

    de tem pera tu ra e es t im ulação do tec ido endógeno

    podem ser rotulados de neuromódulos que imprimem

    novas neuroass inaturas .

    S a l i m

    2 9

      e A n g r i l l i e K õ s t e r

    1

      e m b a s a d o s n a

    neuromatr ix af i rmam que t rês circui tos são as fontes

    da dor fantasma: as áreas somatosensorais e o cór tex

    par ietal adjacente o qual processam informações do

    corpo; o s is tema l ímbico que se ocupa da emoção e

    motiva ção; e a rede cor t ical que envo lve as at iv idade s

    cognit ivas , associadas às memórias das exper iências

    passadas e a evolução dos es t ímulos sensor ials .

    Também ci tando a neuroma tr ix como uma p ropos ta

    para a dor do m em bro f an tasm a, Sa i toh e t a l .

    3 0

      e

    L e s k o w i t z

    1 5

     descre vem qu e a desaferentação d o nervo

    pode eventualmente resul tar em lesão neural e dor

    produzida no cérebro.

    W a l l e H e y n e m a n

    3 6

      t a m b é m s u g e r e m q u e a

    in te r rupção dos cam inhos s ensor ia l s causado pe la

    amputaç ão dispara um es tado de dor que é reverberado

    através de voltas centrais entre o hipo tálam o e o córtex.

    Segundo Liaw et a l .

    1 6

    , a perda de es t ímulo para o

    m em bro ou para o co rpo a t ivam a neurom at r ix a

    produzir uma ass inatura padrão anormal , como calor ,

    queimação, cãibra e uma sensação de formigamento.

    Khat tab et a l .

    1 3

      tam bém descrevem a neurom at r ix

    c o m o u m a p r o p o s t a p a r a e x p l i c a r a c a u s a e a

    fisiopatologia env olv end o a dor fantasma , deco rrente s

    d e c i r c u i t o s n e u r a i s n o p e r c u r s o d o c é r e b r o à

    extremidade e o retorno ao cérebro.

    W i lk ins e t a l .

    3 7

      e L iaw e t a l .

    1 6

      af i rm am que o

    concei to denominado neuromatr ix , é realmente o   m a i s

  • 8/16/2019 Teoria Da Neuromatrix

    5/6

    sat is fatór io para expl icar a sensação que um indivíduo

    sofre após a perda de um me mb ro. Is to tamb ém sugere

    que a at iv idade na área cor t ical somatosensor ial do

    c é r e b r o p o d e a t i v a r á r e a s p r ó x i m a s d a á r e a q u e

    representa a par te amputada.

    A reorganização funcional dos neurônios sensorials

    na coluna espinhal , tá lamo e cór tex cerebral , ocorre

    através da lesão per ifér ica com ou sem lesão nervosa.

    C a s e y

    5

      d e m o n s t r o u q u e a i n t e n s i d a d e d a d o r d o

    m em bro f an tasm a exper im en tado pe los am putados

    c o r r e l a c i o n a - s e c o m a e x t e n s ã o d a r e o r g a n i z a ç ã o

    funcional do córtex soma tosensoria l. Os pacie ntes com

    dor central oferecem ev idências de qu e a lesão ce ntral

    sozinha pode produzir dor crônica em ausência de

    qualquer es t ímulo nocivo.

    A N e u r o m a t r i x a p r e s e n t a u m a n o v a v i s ã o a o

    en tend im ento da dor f an tasm a, po i s descreve um

    cérebro at ivo, que responde através de al terações em

    s u a s r e p r e s e n t a ç õ e s n e u r a i s , q u a n d o e s t i m u l a d o s

    durante um determinado per íodo de tempo. Em uma

    amputação, a desaferentação al tera de alguma forma

    os es t ímulos enviados para o cór tex e conseqüente

    mente exigem u m no vo padrão de neuromatr ix , ou seja ,

    uma nova neuroass inatura.

    O grande problema para o entendimento completo

    do fenômeno é poderm os ver ificar quando e como es tas

    reorganizações neurais ocorrem. De acordo com Davis

    et al.

    6

    , ainda não está claro como estas mudanças se

    relacionam com a sensação e a dor fantasma.

    O en tend im ento de com o m úl t ip las popu lações

    neurona i s con t r ibuem para d i s t ingu i r as r espos tas

    n o c i c e p t i v a s , e a t u a m p a r a p r o d u z i r r e s p o s t a s

    in te rag idas , r equer aná l i s es con t ínuas do com por ta

    m en to c onsc ien te das a t iv idades s ináp t icas .

    Em resumo, as ci tações apresentadas em conjunto

    nos indicam que a dor do membro fantasma não pode

    s e r e x p l i c a d a s a t i s f a t o r i a m e n t e p o r q u a l q u e r

    m ecan ism o ún ico , t a l com o i r r i t ação de um nervo

    p e r i f é r i c o , a t i v i d a d e a n o r m a l d o s i m p á t i c o o u

    prob lem as ps icopa to lóg icos , um a vez que todos de

    alguma forma contr ibuem para o aparecimento e a

    perpetuação da dor .

    A dor fantasma, ainda será um mis tér io se nós

    con t inuarm os a as sum ir que o co rpo apenas env ia

    m e n s a g e n s p a r a u m c é r e b r o r e c e p t o r p a s s i v o . A

    s e n s a ç ã o f a n t a s m a s e r á m a i s f a c i l m e n t e

    com preens íve l , s e nós r econhecerm os que o cé rebro

    gera os im pulsos para o r econhec im en to do co rpo ,

    causados pe los es t ím ulos s ensor ia i s de te rm inados

    pe la exper iênc ia .

    E m b o r a n o s s o c o n h e c i m e n t o s o b r e o s i s t e m a

    n e r v o s o e s t e j a a i n d a c o m e ç a n d o , é i m p o r t a n t e

    cons idera rm os que as in fo rm ações adqu i r idas nos

    ú l t im os anos sobre a dor f an tasm a, perm i tem um

    ot im ism o te rapêu t ico e um a v i s ão m a is am pla sobre

    os processos de reabi l i tação.

    R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

    1. Angri l l i , A.; Kõster , U. Psychophysiological s t ress response

    in ampu tees wi th and wi thou t phan tom l imb pa in .  Physiol.

    Behav.,

      v .68 , n .5 , p .699-7 06 , 2000 .

    2.  Bare , B.G.; Smeltzer , S .C.

      Tratado de enfermagem médico-

    cirúrgica.  8.ed. Rio de Janeiro , Gu anab ara , 1997. 370p .

    3.

      Bar tusch , S .L. ; Sande r s , J . ; D 'Ales s io , J .G. ; J e rn igan , J .F .

    Clonazepan for the t reatment of lancinat ing phantom l imb pain .

    Clin.

     J. Pain,

      v.

     12 ,

      n . l , p . 5 9 - 6 2 , 1 9 9 6 .

    4 .  Br a n d ã o , M . L .  Psicofisiologia.  São Pau lo , Atheneu , 1995 .

    208p .

    5.   Casey , K.L. Imag ing pa in . In : Pain: clinical updates,  v.8 , n .4 ,

    p . 1-4, 20 00.

    6. Davis , K.D.; Kiss , Z.; Luo, L.; Tasker , R. e t . a l . Phantom

    sensa t ions gene ra ted by tha lamic mic ros t imu la t ion .  Nature,  v.

    3 9 1 , n . 6 6 6 5 , p . 3 8 5 - 7 , 1 9 9 8 .

    7. Ehde, D.; Czerniecki , J ; Smith , D.; Campbel l , K.M.; Edwards,

    W. T.; Jensen, M.P.; Ro binson, L.R. Chronic phantom sensat ions,

    phantom pain, residual limb pain, and other regional pain after

    lower l imb amputat ion.  Arch. Phys. Med. R ehabil,  v .81 , n .8 ,

    p . 1039-41 ,2000 .

    8. Ernst , G.; Jenzik , G.; Pfaffeenzel ler , P . Phantom-l imb pain .

    Lancet,

      v .351 ,

      n .9102 , p .595-6 , 1998 .

    9 . F i she r , K. ; Hanspa l , R.S . Phan tom pa in , anx ie ty , dep res s ion ,

    and the i r r e l a t ion in consecu t ive pa t i en t s wi th ampu ta ted

    l imbs : ca se r epo r t s .

      BMJ Br. Med. J.,

      v . 3 1 6 , n . 7 1 3 5 ,

      p . 9 0 3 -

    4 ,  1998.

    10 .

      F lo r, H. ; Elbe r t , T ; Kne ch t , S . ; Wien bruch , C ; Pan tev , C ;

    Bi rbaumer , N. ; La rb ig , W. ; Taub , E. Phan tom l imb pa in a s a

    perceptual corre la te of cor t ical reorganizat ion fol lowing arm

    amputa t ion .  Nature,  v .375 , n . 6 5 3 1 ,  p .482-4 , 1995 .

    11 .

      Fordyce, Wilber t E. Back pain in the workplace: managemente

    of disability in nonspecific conditions:

      a repo rt of the task fo rce

    on pain in the workplace. Seat t le , IASP Press , 1995. 75p.

    12 .  Hi l l , A. Phan tom l imb pa in : a r ev iew o f the l it e r a tu re on

    a t t r i b u t e s a n d p o t e n t i a l m e c h a n i s m s .

      J. Pain Symptom

    Manage.,  v.

     17 ,  n.2 , p . 125-42, 1999.

    13.

      Kha t t ab , J . ;Te rebe lo , H.R. ; Dabas , B. Phan tom l imb pa in a s a

    manifesta t ion of pacl i taxel neurotoxici ty .  Mayo Clin. Proc,

    v.75 ,  n .7 , p .740-2 , 2000 .

  • 8/16/2019 Teoria Da Neuromatrix

    6/6

    14 .

      Lamber t , A.W.; Dash f i e ld , A. ; Wi lk ins , D.C. ; Walke r , A.J . ;

    Ash ley , S . Randomized p rospec t ive s tudy compar ing p re

    emptive epidural and intraoperat ive per ineural analgesia for

    the p reven tion o f pos tope ra t ive s tum p and phan tom l imb pa in

    fo l lowing ma jo r ampu ta t ion .  Br.J. Surg.,  v .87 , n .4 , p .514-5 ,

    2000 .

    15 .

      Leskowi tz , E.D. Phan tom l imb pa in t r ea ted wi th the rapeu t i c

    touch: a case report . Arch. Phys. Med. R ehabil.,  v.81, n.4 , p .522-

    3 ,

      2000 .

    16 .

      Liaw, M-Y. ; You , D-L. ; Ch ing , P -T. ; Kao , P -F . ; Wong , A.M-

    K. Cen t ra l r ep re sen ta t ion o f phan tom l imb phenomenon in

    ampu tees s tud ied wi th s ing le pho ton emiss ion compu te r i zed

    tomography .  Am. J. Phys. Med. Rehabil,  v .77 , n .5 , p .368-75 ,

    1998.

    17 .  M a r b a c h , J . J . Te m p o r o m a n d i b u l a r p a i n a n d d i s f u n c t i o n

    syndrome , o rofac ial phan tom pa in , bu rn ing mou th syndrom e ,

    and t r igeminal neuralgia . Med. C lin. North Am.,  v.83, n.3, p.691 -

    7 1 1 ,  1999.

    18 .

      Melzack, R. e t a l .

      The challenge of

      pain.

      London , Pengu in

    Books , 1982 . 414p .

    19 . M elzack , R. Phan tom l imbs and the concep t o f a neu roma t r ix .

    Trends Neurosci.,  v .13 , p .88 -92 , 1990 .

    2 0 .  Me lzack, R. e t . a l .  Textbook of

     pain.

      3.ed. N ew York, Churchi l l

    Livingstone, 1994. 1276p.

    2 1 .

      Melz ack, R. Pain: an overview. Acta Anaesthesiol. Scand.,vA3,

    n.9 ,

      p .880-4 , 1999 .

    2 2.

      Nikolajsen, L.; Ilkjaer, S.; Kroner, K.; Christensen, J.H.; Jensen,

    T.S . The in f luence o f p reampu ta t ion pa in on pos tam pu ta t ion

    s tump and phan tom pa in .

      Pain,

      v .72 , n .3 , p .393-40 5 , 1997 .

    2 3 .

      Nikolajsen, L.; Ilkajaer, S.; Christensen, J.H; Karsten, J.; Troels,

    S . Random ized t r a i l o f ep idu ra l bup ivaca ine and morph ine in

    p r e v e n t i o n o f s t u m p a n d p h a n t o m p a i n i n l o w e r - l i m b

    amputa t ion .  Lancet,  v.350, n .9088 , p . 1353-7, 1997.

    2 4 .

      Ni k o l a j s e n , L . ; Go t t r u p , H . ; Kr i s t e n s e n , A . ; J e n s e n , T .

    Meman t ine ( a N-Methy l -d -Aspa r t a t e Recep to r na tagon i s t ) i n

    the t ra tament of neurophat ic pain af ter amputat ion or surgery:

    arandozmized, double-bl inded, cross-over s tudy. A nest. Analg,

    v .91 ,n .4 , p .960-6 , 2000 .

    25 .

      P r e n ti c e, W E .

      Therapeutic modalities in sports medicine.

      4.ed.

    Ne w Yo r k , W CB M c Gr a w - Hi l l , 1 9 9 9 . p . 2 6 - 2 8 3 .

    26 .  Puche r , W.K. ; F r i schensch lage r , O. Cop ing wi th ampu ta t ion

    and phan tom l imb pa in .

     J. Psychos. Res.,

      v .46 , n .4 , p .379 -83 ,

    1999.

    27 .

      Ramachandran , V.S . Consc iousness and body image : l e s sons

    f rom phan tom l imbs , Capgras syndrome and pa in a symbo l i a .

    / ? o y a / S o c . , v . 3 5 3 , p . l 8 5 1 - 9 , 1 9 9 8 .

    28 .

      Ramachandran , V.S . ; Roge r s -Ramachandran , D. Phan tom l imbs

    and neural p las t ic i ty .  Arch. Neurol,  v . 5 7 , n . 3 , p . 3 1 7 - 2 0 , 2 0 0 0 .

    29.  Salim, M. Trans cutaneo us electrical nerve stimulation in phantom

    limb pain . Altern.Ther.Clin. Prac,  v.4 , n .4 , p . 135-37, 1997.

    30 .  Sa i toh, Y ; Sh iba ta , M. ; Sanada , Y ; Mash imo , T. M oto r co r t ex

    s t imu la t ion fo r phan tom l imb pa in .  Lancet,  v .353 ,  n . 9 1 4 8 ,

    p.212, 1999.

    3 1 .

      Sherm an, R.A.; She rma n, C. J . ; Gal l , N.G . A survey of current

    phan tom Limb pa in t r ea tmen t in the Un i t ed S ta t e s .

     Pain,

      v.8 ,

    n . l , p . 8 5 - 9 9 , 1 9 8 0 .

    32 .  S ie r ra , M. ; Be r r io s , G.E. F la shbu lb memor ie s and o the r s

    repe t i t ive images : a p sych ia t r i c pe r spec t ive .comprehens ive .

    Psychiatry,  v.40, n .2 , p . 115-25 ,  1999.

    3 3 .

      Song, S.; Carr , D.B. Pain and memo ry.

      Pain: Clinical Updates.

    Internat ional Associat ion for the Study of Pain , Seat t le , v .8 ,

    n . l ,  p . 1-4, 1999 .

    34 .  Teixeira , M . J . ; Imam ura, M.; Calvim ontes , R.C.P. Dor fantasma

    e no co to de ampu tação .

      Rev. Med.,

      v.78, n .2 , p . 192-6, 1 999.

    ed. esp.

    35 .  Walker , J . ; Sofaer , B. Predictors of psychological d is t ress in

    chronic pain pat ients .

      J. Adv. Nurs.,

      v . 2 7 , n . 2 , p . 3 2 0 - 2 6 , 1 9 9 8 .

    36.   Wal l , G.C. ; Heynem an , C.A. Ca lc i ton in in phan tom l imb pa in .

    Ann.  Pharmacother.,

      v .33 , n .4 , p . 4 9 9 - 5 0 1 ,  1999.

    3 7.

      Wi lk ins , K.L. , McG ra th , W.F . ; F in ley , G. A. ; Ka tz , J. Phan to m

    pain sensat ions and phantom l imb pain in chi ld and adolescent

    a m p u t e e s .  Pain,  v .78 , n . l , p .7 -12 , 1998 .

    Receb ido pa ra pub l i cação :  15 01 /2002

    Ace i to pa ra pub l i cação : 10 /02 /2002