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04 - Editorial Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Semana de... Henrique Matos22 - Dossier Conferência EpiscopalPortuguesa48 - Entrevista D. Pio Alves

58 - Cinema60 - Multimédia62 - Concílio Vaticano II64- Agenda66 - Por estes dias68 - Programação Religiosa69 - Minuto Positivo70 - Liturgia72 - Fátima 201776 - Fundação AIS78 - LusoFonias80 - Ser Cristão no Trabalho

Foto de capa: Manuel CostaFoto da contracapa: DR

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Ameaças à coesãosocial[ver+]

TED Talks comintervençãosurpresa do Papa[ver+]

CEP: Planos paratrês anos[ver+] Octávio Carmo | Henrique Matos Manuel Barbosa | Paulo Aido | TonyNeves | Fernando Cassola Marques| Plataforma Compromisso SocialCristão

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Imaturidade

Octávio Carmo Agência ECCLESIA

Faz sentido debater a relação entre Estado ereligião como se ainda estivéssemos no séculoXVIII? Como se o mundo não tivesse mudadoprofundamente? Pelos vistos, em Portugal, aideia de uma sociedade aberta e pluralistapassa, para muitos, por ver nas convicçõesreligiosas um resquício do passado, a descartarquanto antes. Lamento. Sobretudo porque é umtema recorrente em que conceitos fundamentaiscomeçam a ser esquecidos.A vinda do Papa Francisco e o tradicional rol dequeixas que tradicionalmente está ligado a estesmomentos levam-me a repetir: a identidadepolítica de uma sociedade tem um fundo cultural,histórico e religioso que a ajudou a determinar.A laicidade corresponde na Europa à afirmaçãode um paradigma de pluralidade, sem qualquertolerância para a coação ou imposição deconvicções - seja por parte de religiões, seja porparte de Estados.Hoje é evidente a distinção de esferas e depoderes, que se contrapõe a formas de poderteocrático. Mas ainda hoje há pessoas paraquem não faz sentido afirmar que é preciso “dara César o que é de César’- uma frase dosEvangelhos. Estamos concentrados em questõesmenores, deixando de lado um problema real eprofundo.A laicidade não pode ser uma limitação ou adeterminação de um mínimo denominadorcomum, uma espécie de castração da dimensãoreligiosa no espaço público, mas uma experiênciade

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liberdade e uma oportunidade deabertura ao outro, no respeitoabsoluto pelas suas convicções.A Concordata Portuguesa consagraum regime de cooperação, - uma“separação colaborante”, sequisermos usar a expressão dealguns

especialistas - entre Igreja e Estado.É uma riqueza a manter para evitarque aos fundamentalismos seresponda com novos totalitarismosque prejudicariam a vida de todos,crentes e não-crentes. Tudo o resto,sim, é imaturidade.

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FOTO: ThomasPesquet, a bordo daEstação EspacialInternacional,partilhada no Twitterno dia 25 de abril de2017

"Acompanho as vossas vicissitudes. Sei bem como édifícil a produção, como é muito difícil a distribuição,como é um problema cada vez mais grave apublicidade e, portanto, a sobrevivência económica efinanceira da imprensa portuguesa" (Marcelo Rebelode Sousa, homenagem aos jornais centenárioregionais, 8 deles da AIC) Rezem pela minha viagem ao Egipto como peregrinoda paz (Papa Francisco) Diz o adágio: ‘quem quiser saber: passear ou ler’. Hojeuma e outra actividade estão facilitadas. Quanto aopasseio, pelas redes de estradas, vias férreas,viagens de avião a baixo custo… Quanto à leiturapelas redes de bibliotecas e mediatecas, pelafacilidade de adquirir livros e outras publicaçõesatravés da internet, pelo acesso rápido e eficaz àinformação. (Manuel Pinto, RR) A sociedade portuguesa tem muito a aprender comeste espírito escutista de viver em patrulha, emequipa, de ninguém ficar para trás, olhar por todos”(D. Manuel Clemente, São Jorge) Esperemos que Trump seja prudente e não cumpra apromessa de resolver sozinho o problema da Coreiado Norte se a China não ajudar. (Francisco SarsfieldCabral, RR)

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Desigualdade salarial ameaçacoesão social

A Comissão Nacional Justiça e Paz(CNJP) considera que a"desigualdade salarial coloca emperigo a coesão social" e afirma anecessidade de construir umasociedade "mais justa" e "igualitária"com "salários justos".“Lutar por um trabalho digno paratodos, pagar salários justos, reduziras grandes disparidadesremuneratórias, respeitar osequilíbrios entre empregadores eempregados,

reduzir a precariedade do empregoe eliminar todas as formas deexploração laboral” são objetivosque devem ser “prosseguidos portodos os que ambicionam vivernuma sociedade justa e pacífica”,sublinha a CNJP.Numa nota publicada peloorganismo católico, onde seanalisam as conclusões do‘Relatório Mundial sobre os Salários2016/2017’, da OrganizaçãoInternacional do

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Trabalho, a CNJP refere que osalário representa um “aspetoimportante” de todo o conjunto depreocupações e destaca que oaumentado o salário mínimo emPortugal “é uma medida no caminhocerto”.“Ajuda o combate à pobreza, masainda é manifestamenteinsuficiente”, observa sobre o casoportuguêsA CNJP assinala que a “grandemaioria dos cidadãos” (com as suasfamílias) dependem exclusivamentedo salário que auferem e “saláriosdemasiadamente baixos sãoresponsáveis por níveis de pobrezaintoleráveis”.Os responsáveis da CNJP, ligada àConferência Episcopal Portuguesa,ao terem conhecimento do RelatórioMundial sobre os Salários2016/2017 da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT) –Global Wage Report 2016/2017:Wage inequality in the workplace –realçaram sete aspetos sobre ossalários em Portugal e noutrospaíses.“Em Portugal, por exemplo, orendimento do trabalhorepresentava 60% do total dorendimento em 2002, enquanto queem 2015 este valor era de 51%.Esta é uma tendência mundial comconsequências sociais e

económicas negativas, como éreconhecido”, assinala no contextodos rendimentos do trabalho quetêm perdido peso no conjunto dorendimento nacional.Noutro ponto, por exemplo, assinalaque um trabalhador português comsalário mínimo, em 2013, recebeu“menos de 50% do salário médiodesse ano” e constata que adesigualdade salarial “é umatendência que tem aumentado emmuitos países”.A Comissão Nacional Justiça e Pazalerta também que a nível mundialverifica-se uma disparidade entre ossalários dos homens e os dasmulheres, que em Portugal tambémexiste, “embora não seja tãoacentuada”. Empenho na“construção de uma sociedade maisjusta, mais igualitária” e onde sejamrespeitados os “direitos inalienáveisda pessoa na relação com o seutrabalho”, é o pedido da CNPJ aosdetentores de poder político eeconómico, aos empregadores, aosdirigentes sindicais, aosresponsáveis de associaçõespatronais, aos trabalhadores emgeral e a todos os homens emulheres de boa vontade.

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Fátima prepara-se para receber festainternacional dos CursilhosO Movimento dos Cursos deCristandade (MCC), cujo comitéexecutivo está sediado em Portugal,vai realizar em Fátima o 5.º encontromundial deste organismo católico,de 4 a 6 de maio, com umrepresentante do Papa. A iniciativafoi apresentada em conferência deimprensa por Francisco Salvador,presidente do Comité Executivo doOrganismo Mundial do MCC, paraquem esta vai ser “a festa doencontro de diversas culturas”.A V Ultreia Mundial, na Basílica daSantíssima Trindade, acontece nos100 anos das Aparições de Fátima edo nascimento do fundador dosMCC, Eduardo Bonnín (4 de maiode 1917), falecido em 2006.Cerca de 8 mil cursistas, de 39países dos cinco continentes, vãoparticipar também em diversasiniciativas como a celebração daEucaristia, momentos de oração,conferências e tertúlias.Francisco Salvador falou num“movimento de vanguarda” queantecedeu o Concílio Vaticano II(1962-1965) e que procura manteressa identidade, para “chegar atodos, às periferias, sobretudo aosque

estão mais afastados” da Igreja,numa dinâmica que vai ao encontrode ideias fundamentais dopontificado do Papa Francisco.D. Francisco Senra Coelho, diretorespiritual do Organismo Mundial doMCC, disse aos jornalistas que apresença em Portugal dedelegações de países como aCoreia do Sul, Guiné-Equatorial, SriLanka, Camboja, é um “estímulo”para reforçar a dinâmica domovimento, na “renovação dosambientes humanos” com umaproposta de “alegria e esperança”.O bispo auxiliar de Braga elogiou a“valorização do laicado” que temsido promovida desde o seu inícionos Cursilhos, promovendo umamaior “consciencialização” emrelação ao papel dos leigos na vidada Igreja Católica.

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Presidente da Repúblicaevocou D. António Ferreira GomesO presidente da RepúblicaPortuguesa condecorou no dia 25de abril, a título póstumo, o antigobispo do Porto, D. António FerreiraGomes, "lutador pelas liberdades epela justiça social", com a a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iagoda Espada.Marcelo Rebelo de Sousaapresentou a figura do responsávelcatólico, nomeado há 65 anos comobispo do Porto, como "um precursordo que representa o 25 de abril" eum homem da Cultura. Numaintervenção disponível no sitioonline da Presidência da República,o chefe de Estado evocou o"verdadeiro espírito cristão" doprelado, a sua "interpretação vividada Doutrina da Igreja" e as suasintervenções sobre a paz,"alimentando uma análise que viriaa contribuir decisivamente para aRevolução dos Cravos".D. António Ferreira Gomes,acrescentou, foi alguém"profundamente preocupado com asituação dos portugueses e dePortugal", dando como exemplo a"histórica carta" que enviou aSalazar, que viria a "ditar o seuafastamento do país".Marcelo Rebelo de Sousacondecorou

também a título póstumo o antigoprimeiro-ministro portuguêsFrancisco Sá Carneiro. "É comemoção que recordo estas duasfiguras e a ligação que existiu entreelas, neste aniversário do 25 deabril", afirmou Marcelo Rebelo deSousa, na cerimónia que decorreuna Sala dos Embaixadores noPalácio de Belém.O arquiteto Siza Vieira foi distinguidocom a Grã-Cruz da Ordem daInstrução Pública,O presidente da Fundação Spes,José Ferreira Gomes, recebeu dasmãos de Marcelo Rebelo Sousa acondecoração atribuída ao bispoque esteve exilado nos tempos deAntónio de Oliveira Salazar. D.António Ferreira Gomes (1906-1989) foi agraciado em 7 de agostode 1980 com a Grã-cruz da Ordemda Liberdade e a 20 de maio de1982 foi homenageado naAssembleia da República.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Encontro Nacional de Docentes e Investigadores do Ensino Superior

Itinerário do Papa Francisco em Portugal

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TED Talks com intervençãosurpresa do Papa Francisco

O Papa Francisco incentivou àcultura da ternura e espera que ocrescimento da inovação científica etecnológica se faça com “maisigualdade e inclusão social”, numaparticipação surpresa no 'TEDTalks' de Vancouver (Canadá)dedicado ao futuro.“O futuro da humanidade não estáexclusivamente nas mãos dospolíticos, dos grandes líderes, dasgrandes empresas. Eles têm uma

enorme responsabilidade maso futuro está, acima de tudo, nasmãos daqueles que reconhecem ooutro como um 'tu'”, disse numavídeo-mensagem, divulgada estaterça-feira.O Papa afirmou que o futuro é feitode encontros porque “a vida fluiatravés das relações com os outrose é sua convicção que “a existênciade cada um está profundamenteligada à dos outros” porque a vidanão é apenas

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o tempo passando, “a vida é sobreinterações”.Aos participantes do 'TED Talks' deVancouver, no Canadá, intitulado‘The future you’, Francisco afirmouque gosta muito do tema porque“olhar para amanhã” convida a abrirum diálogo hoje.“Muitos, hoje, parecem acreditarque um futuro feliz é algo impossívelde alcançar. Tais preocupaçõesdevem ser levadas muito a sério”mas “não são invencíveis”,observou o pontífice, explicandoque isso se pode superar quandonão se fecha a “porta para o mundoexterior”.“A felicidade só pode serdescoberta como um dom deharmonia entre o todo e cadacomponente. Mesmo a ciênciaaponta para uma compreensão darealidade como um lugar onde cadaelemento se conecta e interage comtudo o mais”, acrescentou.No discurso, Francisco constatoutambém que seria maravilho se ocrescimento da inovação científica etecnológica se fizesse com “maisigualdade e inclusão social”.Para o Papa, seria ainda“maravilhoso” se enquanto sedescobrem novos planetas fossem

redescobertas “as necessidadesdos irmãos e irmãs” que orbitam aoredor de cada um, ou se a palavranão fosse “simplesmente reduzidaao trabalho social” mas fosse a“atitude padrão nas escolhaspolíticas, económicas e científicas”,bem como nas relações entre osindivíduos.Segundo Francisco, apenas quandose educar as pessoas para uma“verdadeira solidariedade” vai sersuperada a “cultura do desperdício”,não apenas alimentar e de bens,mas de pessoas que “são deixadasde lado” pelos “sistemas técnico-económicos”. Aos participantes doTED de Vancouver, que até sexta-feira ouvem mais de 80conferencistas - médicos,engenheiros, artistas e especialistasem clima –, referiu ainda que parafazer o bem é preciso “memória,coragem e criatividade”.

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Papa evocou mártires dos séculos XXe XXIO Papa Francisco evocou estesábado os cristãos perseguidos noséculo XX e XX, denunciou tratadosinternacionais que contrariam osdireitos humanos e disse que fecharas fronteiras aos migrantes é um“suicídio”. Francisco presidiu àLiturgia da Palavra com aComunidade de Santo Egídio, emmemória dos “novos mártires” doséculo XX e XXI, onde afirmou que“a Igreja é Igreja se é Igreja demártires”.Os mártires tiveram a graça de“confessar Jesus até ao fim, até àmorte”, sublinhou o Papa. “Elessofrem, dão a vida e nós recebemosa bênção de Deus pelo seutestemunho”, acrescentou.Para o Papa Francisco, “a causa detodas as perseguições é o ódio”manifestado pelos “príncipes destemundo” diante “dos que foramsalvos e redimidos por Jesus com asua morte e com a suaressurreição”. “Com a sua morte eressurreição resgatou-nos do poderdo mundo, do poder do diabo, dopoder dos príncipes deste mundo. Ea origem do ódio é esta: depois determos sido salvos por Jesus, eporque os príncipes deste mundonão o queriam, odeiam-nos esuscitam a perseguição, quecontinuam desde

os tempos de Jesus e da Igrejanascente até aos nossos dias”,lembrou o Papa.“Quantas comunidades cristãs sãohoje perseguidas! Porquê? Porcausa do ódio do espírito destemundo”, sublinhou Francisco. “AIgreja tem necessidade de mártires,de testemunhas”, ou seja, de“santos de todos os dias”, da “vidaquotidiana, vivida com coerência”.O Papa referiu-se aos refugiadosperseguidos por causa da religião edisse que os acordos internacionaisparecem “mais importantes do queos direitos humanos”. “Se em Itáliase acolhessem dois, dois migrantesem cada município, estavam todoscolocados”, lembrou o Papa.Francisco agradeceu o acolhimentode refugiados, sobretudo no sul daEuropa, em Lampesuda, Sicília eLesbos, desejando que “contagieum pouco o norte”.

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Papa envia mensagem pela paz e odiálogo entre religiões antes devisita ao CairoO Papa enviou uma mensagem emfavor da paz e do diálogo entrereligiões ao povo do Egito, três diasantes de iniciar uma viagem aoCairo, que se prolonga até sábado.Na intervenção, divulgada noVaticano e com transmissão na TVegípcia, Francisco fala num mundo“dilacerado por uma violência cega”que atingiu também este país, aqual exige como resposta “paz,amor e misericórdia”.“[O mundo] precisa de construtoresde pontes de paz, de diálogo, defraternidade, de justiça e dehumanidade”, acrescenta o Papa.Francisco diz levar ao Egito umamensagem de “amizade”, comapelos à “fraternidade ereconciliação” entre judeus, cristãose muçulmanos.“Faço votos de que possa ser umcontributo válido também para odiálogo inter-religioso com o mundoislâmico e para o diálogo ecuménicocom a venerada e amada IgrejaCopto-Ortodoxa”, sublinha.O Papa deseja que a visita sejaainda “um abraço de consolação eencorajamento a todos os cristãosdo Médio Oriente” e apresenta-se “como amigo, como mensageirode paz e como peregrino”.

Na festa litúrgica de São Marcos (25de abril), o Papa ofereceu a Missaque celebrou na capela da Casa deSanta Marta ao patriarca copta-ortodoxo Tawadros II.O porta-voz do Vaticano adiantouesta segunda-feira que o PapaFrancisco vai deslocar-se no Egito,nos dias 28 e 29 de abril, semrecurso a qualquer carro blindado esem preocupações suplementaresapós os recentes atentados contracomunidade cristã.A agenda dos dois dias de viageminclui encontros com líderesreligiosos cristãos e islâmicos e comas autoridades políticas do Egito.Francisco vai encerrar, com o imãde Al-Azhar, a mais prestigiadainstituição do Islão sunita, umaConferência Internacional pela Paz.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Francisco deixa saudação a ciclistas portugueses que vão ligar Roma eFátima em bicicleta

Luigino Bruni lançou em Lisboa novo livro sobre Economia de Comunhão

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L'avenir nous le dira

Henrique Matos Agência ECCLESIA

A Europa teve esta semana um momento dedescompressão e alívio. A vitória de EmmanuelMacron na primeira volta das eleições francesas,afastou por momentos o espectro do avanço daFrente Nacional. Na verdade, Le Pen avançacom Macron para a segunda volta, mas osapoios já manifestados ao vencedor, deixam oseuropeístas mais tranquilos.À primeira vista terá ganho a sensatez e aconvicção de que o sonho europeu ainda érespeitado e tido por muitos como a única via dapaz e do desenvolvimento no velho continente.Porém, contas apressadas e vitóriasantecipadas, não raras vezes resultam emamargos de boca. Quer isto dizer que o alíviosentido pelos resultados da primeira volta, e ootimismo da economia, tem de ter continuidadeno envolvimento efetivo dos eleitores. Daquelesque terão de comparecer uma vez mais naassembleia de voto convictos, não tanto docandidato que desejam, mas da Europa que nãoquerem. Pede-se um olhar mais largo, que tenhapresente a França, mas também a importânciadeste país no equilíbrio de forças e naconstrução da União Europeia (UE).No mês passado, os responsáveis pelas Igrejascristãs na Europa encontraram-se com Jean-Claude Juncker para abordar o futuro do “projetoeuropeu”. Na ocasião, os representantescristãos, afirmaram que a Europa enfrenta nestemomento uma “crise sem precedentes”, quepede um “empenho reforçado a favor da paz, dajustiça e da solidariedade” entre os Estados-membros. Nesse

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grupo estava D. António Marto, orepresentante português naComissão dos EpiscopadosCatólicos da UE (COMECE). Naocasião o bispo português, disseque são precisos "políticos comvisão arrojada” e “corajosos parafazer face aos desafios”. Odelegado da Conferência EpiscopalPortuguesa na COMECE realça quea UE "não pode ser reduzida a algomeramente económico oufinanceiro, nem à tarefa de gerir ofuncionamento do mercado ou auma série de leis que emanam deBruxelas”.Uma linha de raciocínio que já tinhaestado presente no encontro doPapa com os chefes de Estado e deGoverno da UE, para assinalar os60 anos do

Tratado de Roma. Naquelemomento Francisco lembrou que a“solidariedade” é a base do projetocomunitário. O Papa alertou para ocrescimento de “populismos” eapelou a sociedades“autenticamente laicas”, em quetodos tenham lugar, “o oriundo e oautóctone, o crente e o não-crente”.Seria desejável que estes princípiosorientassem o eleitor francês nasegunda fase da eleição do novoinquilino do Eliseu. Seria bom queestes valores não se apagassemnum continente e numa sociedadeque soube ultrapassar diferenças econstruir 60 anos de paz. Umpatrimónio que não se podedesperdiçar. O futuro dir-nos-á.

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A 191.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa

decorreu em Fátima, de 24 a 27 de abril de 2017, sob o signo doCentenário de Fátima e da próxima visita do Papa.

A Assembleia manifestou alegria e gratidão pela canonização dosbeatos Francisco e Jacinta Marto a 13 de maio em Fátima durante aperegrinação presidida pelo Santo Padre e aprovou a Nota Pastoral

«Com Francisco e Jacinta Marto, chamados a sermos santos nacaridade».

Durante os trabalhos, de que se dão conta nas páginas destedossier, decorreu ainda a eleição para os órgãos da Conferência

Episcopal Portuguesa para o triénio 2017-2020.A Assembleia aprovou também a Nota Pastoral «Cuidar da casa

comum, prevenir e evitar os incêndios», como apelo àconsciencialização e compromisso de todos perante a recorrente

tragédia dos incêndios no nosso país.

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Santidade de Francisco e Jacintadeve incentivar Igreja à conversãoOs bispos portugueses emitiram emFátima uma nota pastoral sobre acanonização de Francisco e JacintaMarto, realçando o desafio que avida e o exemplo destas duascrianças representam para a IgrejaCatólica.No documento, enviado à AgênciaECCLESIA na sequência daAssembleia Plenária da ConferênciaEpiscopal Portuguesa que terminaesta sexta-feira, os responsáveiscatólicos destacam a canonizaçãomarcada para dia 13 de maio emFátima como um momento de“júbilo” para toda a Igreja, reforçadopela presença do Papa Francisco.Os membros da CEP sublinhamdepois que “a santidade deFrancisco e Jacinta” deve “desafiara Igreja Católica à conversão”, pelomodo como “cada um delescontemplou, assimilou e refletiu aimagem de Cristo”.Primeiro, ao acolherem com uma“confiança total e disponível” asAparições de Nossa Senhora emFátima e não fecharem o seucoração aos apelos que receberam:o desafio de se “oferecerem”completamente a Deus, de rezarema “favor da

reconciliação dos pecadores e dapaz no mundo”, e de intercederempelos “mais vulneráveis”.Para os bispos portugueses,“Francisco e Jacinta fazem, na suaespiritualidade, a síntese daquiloque a Igreja é continuamentechamada a ser: contemplativa ecompassiva”.Depois, por serem tambémexemplos de “coerência” na fé, defidelidade aos acontecimentos quetestemunharam na Cova da Iria,mesmo perante a ameaça e aprisão. “Apesar da sua tenra idade,quando são instados a negar asaparições ou a revelar o que lhesfora confiado como segredo,permanecem fiéis à verdade,assumindo o sofrimento que aopção lhes causava”, pode ler-se.Para os membros da CEP, o“exemplo” de Francisco e JacintaMarto “evidencia que se podetestemunhar a fé em Cristo emqualquer condição de vida: decriança, de adulto ou de ancião;seja-se extrovertido ou tímido; noareópago da culta Atenas doprimeiro século, no lugar de Aljustreldo início do século passado, ouhoje, no mundo global”.“Sirva este exemplo como incentivo

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a uma pastoral capaz de revelar,desde a infância, a beleza da vidaem Deus e a exigência docompromisso que dela resulta”,acrescentam os responsáveiscatólicos.Francisco e Jacinta Marto, doisirmãos naturais de Aljustrel que,entre maio e outubro de 1917,presenciaram as Aparições deNossa Senhora em Fátimajuntamente com a prima Lúcia deJesus, vão ser canonizados peloPapa Francisco no próximo dia 13de maio. As duas crianças, queviram a sua vida encurtada peladoença, deixaram no entanto umlegado que os bispos portuguesesconsideram“ um precioso bem paraa Igreja” e por

isso merecedor de ser elevado à“glória da santidade”.Além disso, a CEP frisa que “nosdois milénios de história da Igreja,Francisco e Jacinta Marto são asprimeiras crianças não martirizadasa serem declaradas modelo desantidade”. “Somos convidados aolhar para o exemplo de vida destascrianças, cientes da semente de fé,esperança e amor que elassemeiam na história humana (…)Testemunhas da misericórdia deDeus, Francisco e Jacinta continuama levedar a história com a força dacaridade que transforma oscorações”, concluem os bispos.

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Incêndios: Bispos alertam paraflagelo com proporções quase

incontroláveis A Conferência Episcopal Portuguesa

denunciou “comportamentoscriminosos” que estão na origem do“flagelo” dos incêndios e pede atoda a sociedade que se mobilizepara contrariar uma “chaga” de“proporções quase incontroláveis”.Na nota pastoral “Cuidar da casacomum – prevenir e evitar osincêndios”, o episcopado portuguêsafirma que Portugal “tem sido de talmodo assolado por incêndios queestes se tornaram um autênticoflagelo com proporções quaseincontroláveis”.“Que fazer? Vamos resignar-nos auma chaga com tais dimensões,como se de uma fatalidadeimpossível de contrariar setratasse? De modo algum”, alerta aConferência Episcopal Portuguesa.Em conferência de imprensa, opresidente da CEP disse que“parece que se entra na época dosincêndios como se entra na épocabalnear”.Para D. Manuel Clemente, osportugueses não se podem“habituar” porque “afeta gravementeas populações” e é uma “perda

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gravíssima” para o patrimónionatural. “Não nos podemosacomodar”, afirmou o presidente daCEP, recordando que na primeirareunião dos bispos de Portugal, em1926, o assunto fora tambémabordado, referindo-se oepiscopado da altura ao “problemado fogo posto”.A CEP recorda que “as causas doflagelo dependem direta ouindiretamente da vontade humana”,tendo “na origem de muitosincêndios, talvez da maioria, estãocomportamentos criminosos, unsintencionais, outros pelo menosnegligentes”. “Há que apurar nãoapenas as causas da dimensãodesta prática – o queverdadeiramente ainda se nãoconseguiu até hoje – como hásobretudo que detetar e combaterinteresses que dela possambeneficiar”, sublinharam os bisposde Portugal.O episcopado alertou para anecessidade do “estado deconservação em que se encontramos terrenos e as florestas”,considerando que as exigênciascolocadas na “limpeza das matas ede ordenamento

territorial” “podem ultrapassar ascapacidades dos proprietários,quando os terrenos lhesproporcionam rendimentosescassos”.Para os bispos de Portugal, énecessário “apoiar os proprietárioscom outros incentivos” e o Estadodeve ser “o primeiro a dar o exemplono cumprimento das exigências queimpõe”.A Conferência Episcopal Portuguesapede uma “mudança de mentalidadee hábitos sociais” e desafia toda asociedade a mobilizar-se nas “suasdiversas instâncias”, nomeadamenteo Estado, a Igreja Católica e todasas outras confissões religiosas”, asautarquias, as escolas, acomunicação social e “as maisvariadas associações e muitasoutras instituições, seja qual for asua dimensão”, de “formaconcertada”."Apelamos às comunidades cristãs aque tudo façam para comprometeros seus membros nesta causa que étão cristã quanto humana",concluem os bispos de Portugal nanota pastoral publicada no fim da191ª assembleia plenária daConferência Episcopal Portuguesa.

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Interesse com a viagem do Papaultrapassa fronteiras da IgrejaCatólica

O cardeal-patriarca de Lisboa, D.Manuel Clemente, afirmou que aeventual concessão de tolerânciade ponto pelo Governo, a 12 demaio, por ocasião da visita do Papa,responde à “sensibilidade”maioritária da população no país.“Se o Governo entende que istointeressa e interessa positivamentea tão grande número portugueses ehabitantes do território, tambémcompreendo a lógica de fazertolerância de ponto, porque oEstado é um órgão da sociedade,não é algo

que imponha ou uma ideologia ou afalta dela, ou outra contrária,respeita aquilo que é a sociedade”,disse o presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa naconferência de imprensa conclusivada Assembleia Plenária, em Fátima.Para D. Manuel Clemente, acelebração do Centenário dasAparições e a visita do PapaFrancisco, a 12 e 13 de maio, sãoquestões que “interessampositivamente” a grande número deportugueses. “Se tão

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grande parte da populaçãoportuguesa, mesmo para além doshorizontes estritos da crença, olhapara o Centenário de Fátima, olhapara a visita do Papa Francisco comtanto interesse, é natural que oGoverno corresponda a esseinteresse”, sublinhou o cardeal-patriarca.O presidente da CEP referiu aosjornalistas que esta é uma “decisãoestritamente governamental”, semqualquer pedido formal daConferência Episcopal ou do bispoda Diocese de Leiria-Fátima.D. Manuel Clemente foi questionadosobre as reações negativas quesurgiram face à eventualidade deuma tolerância de ponto,assinalando que está em causa o“respeito pela vontade e asensibilidade” da maioria dapopulação. “Como cidadãos quesomos, compartilhamos aquilo que éo sentimento de grande parte dapopulação portuguesa” em relaçãoao Centenário de Fátima e à vindado Papa Francisco, observou,acontecimentos que geraminteresse para lá das fronteiras daIgreja Católica.“O Estado é um órgão ao serviço dobem comum, não inventa asociedade, serve-a”, prosseguiu.

D. Manuel Clemente referiu que,além da possibilidade de viajar atéFátima, uma tolerância de pontopermitiria que as pessoas tenham“disponibilidade para seguir a visitado Papa, mesmo através do meio decomunicação social”.Para o presidente da CEP, mais doque uma visita ao “país”, Franciscovem fazer uma “viagem muitoparticular” a Portugal. “O Papa vemaqui fazer estritamente umaperegrinação a Fátima, foi sempre oque ele nos disse”, precisou.Francisco será o quarto Papa avisitar Fátima, a 12 e 13 de maio,canonizando os dois pastorinhosJacinta e Francisco, no Centenáriodas Aparições.D. Manuel Clemente espera queesta viagem ajude a centraratenções no que “aconteceu há 100anos, o testemunho das criançasque a Igreja respeita tanto que atéas canoniza”, para que a Mensagemde Fátima seja cada vez mais“compreendida”. “Que com estavisita do Papa Francisco nosunamos mais a ele na sua vontadede ser um rosto muito concreto damisericórdia de Deus neste mundo”,apelou, convidando as comunidadescatólicas a “estar ao lado” de quemsofre.

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Bispos manifestam apoio à Cáritas

A Conferência EpiscopalPortuguesa manifestou em Fátima oseu apoio ao trabalho da Cáritas,sublinhando a “transparência” nadistribuição de donativos e o apoioaos mais pobres. “A distribuição dasofertas recebidas através dagenerosidade dos portuguesescontinuará a acontecer em espíritode transparência, confirmando areconhecida credibilidade que, aolongo de anos, a Cáritas granjeoujunto da população”,

refere o comunicado final daAssembleia Plenária da CEP.O documento remete para “algumasnotícias sobre a Cáritas”, quecolocaram em causa a gestãofinanceira da organização católicade solidariedade e açãohumanitária.“A Conferência Episcopal renova oseu apoio ao trabalho que estainstituição abnegadamente realiza, anível nacional e em todas emdioceses, ao serviço dos pobres emtermos de

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autêntico e genuíno voluntariado”,refere o comunicado apresentadoaos jornalistas no final dos trabalhosda assembleia iniciada estasegunda-feira.A CEP espera que os católicoscontinuem a “proporcionarcondições” para que a Cáritaspossa “prestar atenção aos maisvulneráveis da sociedadeportuguesa” e “responder a causasde emergência social no país ou emqualquer parte do mundo”.Durante os trabalhos, a ComissãoEpiscopal da Pastoral Social eMobilidade Humana apresentourelatórios dos seus organismos edestacou “o papel fulcral das

várias Cáritas Diocesanas na ajudaàs periferias existenciais, numa redeautónoma em comunhão fraternacom a Cáritas Portuguesa”,acrescenta o comunicado final.D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca, pronunciou-se emparticular, na conferência deimprensa conclusiva, sobre asituação da Cáritas Diocesana deLisboa, para manifestar a sua"confiança" na atual presidência,falando num "mal-entendido" emrelação às questões levantadassobre a gestão da instituição. "Nãotenho razão para duvidar daidoneidade da instituição", concluiu.

A Assembleia refletiu sobre a Pastoral Penitenciária, quanto à atuaçãoreligiosa, jurídica e social da Igreja nos 50 estabelecimentos prisionais,onde se encontram atualmente cerca de 14 000 pessoas privadas deliberdade. Foram realçadas as seguintes ações e preocupações:formação e acompanhamento dos agentes da Pastoral Penitenciária;constituição de um serviço específico em todas as dioceses;envolvimento social e eclesial das paróquias, associações e grupos;incentivo de projetos de apoio aos reclusos e de reinserção nasociedade; valorização do papel prestado pelos colaboradores evoluntários.

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D. Manuel Clemente reeleitopresidente da Conferência EpiscopalPortuguesaO cardeal-patriarca de Lisboa, D.Manuel Clemente, foi reeleito estaquarta-feita para a presidência daConferência Episcopal Portuguesa(CEP), durante a AssembleiaPlenária que decorreu em Fátima.D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, continua como vice-presidente para o triénio 2017-2020, adiantou o secretário da CEP,o padre Manuel Barbosa, quetambém foi reconduzido nestafunção.A Assembleia Plenária elegeu comovogais do Conselho Permanente daCEP D. Anacleto Oliveira, bispo deViana do Castelo; D. VirgílioAntunes, bispo de Coimbra; D. JoséOrnelas, bispo de Setúbal; D.Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco; e D. José Cordeiro,bispo de Bragança-Miranda.Em declarações aos jornalistas,após a eleição, D. Manuel Clementeadiantou que o que “está naagenda” da Igreja Católica emPortugal “é a juventude”, emsintonia com “as prioridades daIgreja no seu conjunto”.“No próximo triénio, o que está naagenda, é a juventude. Teremos umSínodo dos Bispos, que estamos apreparar a nível local, depoishaverá a fase romana a que

seguirão indicações sobre ajuventude. Se alinhamos com asprioridades com a Igreja no seuconjunto, como queremos cooperar,a juventude está no primeiro plano”,afirmou D. Manuel Clemente.O cardeal-patriarca de Lisboasublinhou que a ConferênciaEpiscopal é uma “instância decooperação entre bispos das váriasdioceses portuguesas” onde todossão “absolutamente paritários”.O presidente da CEP recordou quea Igreja tem “dois patamares” derealização e de coordenação, odiocesano ou local e o universal, emtorno do Papa. “A ConferênciaEpiscopal não é um lugarintermédio. Há muitas coisas queganhámos em trabalhar emconjunto. Há também algumas que,de Roma, nos são consignadas pararesolvermos em conjunto. Mas ésobretudo uma instância de partilhade cooperação, de intercâmbio deiniciativas”.A CEP foi formalmente reconhecidaa seguir ao Concílio Vaticano II, em1967, com a ratificação pela SantaSé dos primeiros Estatutosaprovados na Assembleia Plenáriade 16 de maio, revistosposteriormente em 1977, 1984,1999 e 2005.

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D. Manuel Clemente, de 69 anos, foi nomeado patriarca de Lisboa pelo Papa Francisco a 18 de maio de 2013, após a resignação do cardeal D. José Policarpo, que faleceu em março de 2014, e foi criado cardeal no consistório de 14 de fevereiro de 2015; anteriormente, tinha sido bispo do Porto. Após a resignação de D. José Policarpo, D. Manuel Clemente foi eleito como presidente interino da CEP em junho de 2013 e reeleito no cargo, em abril de 2014, para um mandato de três anos.
manuel
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Fátima, esperança e um caudal deconversõesO cardeal-patriarca de Lisboa, D.Manuel Clemente, disse em Fátimaque a visita do Papa Francisco, noCentenário das Aparições, vai trazeruma mensagem de esperança num“cenário mundial agitado”. “Ocenário mundial é agitado, osproblemas globais são muitos e osentimento de perigo aumentouexponencialmente, quando se sabeou julga saber de tudo e de toda aparte, rapidamente demais para serdiscernido, situado e integrado”,assinalou o presidente da CEP, nodiscurso de abertura da AssembleiaPlenária dos bispos católicos, estasegunda-feira.Em Fátima, observou D. ManuelClemente, abriu-se uma “portasalvadora". “O mais importante deFátima é o constante caudal deconversões que daqui corre, cominestimável benefício próprio ealheio”, prosseguiu.D. Manuel Clemente recordou ocontexto em que aconteceram asAparições de 1917 na Cova da Iria,durante a I Guerra Mundial, com“dificuldades grandes” para a vidada Igreja e da sociedade, no qualos

pastorinhos apresentaram um apelode “conversão” e de paz.“Assim mesmo se entenderá apróxima visita do Papa Francisco nopresente momento mundial eeclesial, tornado verdadeiroperegrino da esperança, garantidapelo triunfo do Imaculado Coraçãode Maria”, declarou.O cardeal-patriarca de Lisboasublinhou que a próxima visita doPapa, a 12 e 13 de maio, e acomemoração do Centenário dasAparições são uma ocasião para“retomar Fátima e a suamensagem”. “Muita gente foipercebendo, também a partir deFátima, que os grandes desastreshumanitários e pessoais têm raizmais profunda e consequência maisduradoura do que aquilo queimediatamente parece”, alertou.A mensagem de 1917, referiu opresidente da CEP, aparecia em“contraste” com as “expetativascomuns” e as preocupaçõesmediáticas, chamando todos a“mudar de vida”. “Da visão doInferno em que podemos cair – e asimagens com que os pastorinhos oviram não são assim tão diferentesdas que os media hoje

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nos transmitem, a crianças eadultos, de repetidas destruições ecarnificinas por esse mundo além –os videntes passaram ao Coraçãode Maria, que a graça divina tornouimaculado, para com Elacorrespondermos em Cristo àvontade recriadora de Deus, pornós e pelos outros, «principalmenteos que mais precisarem»”, detalhou.A intervenção evocou os trêsmomentos sucessivos do “segredo”de Fátima, uma “mensagem deesperança” face ao “confronto”entre o bem e o mal aosmais diversos

níveis. “Assim nos aproximaremosdo que realmente atrai tantaspessoas a Fátima, individualmenteou em grupo, de Portugal ou domundo inteiro: necessidades eurgências de cada um e dos seus,certamente. Mas, em tudo e atravésde tudo o que possa ser, um apelomais ou menos apercebido arespostas definitivas”, sustentou ocardeal-patriarca.

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Aposta na transmissão da fé,das crianças aos adultos O novo presidente da Comissão

Episcopal da Educação e Doutrinada Fé (CEEDF), D. António Moiteiro,disse à Agência ECCLESIA que aIgreja Católica em Portugal tem dereforçar a sua atenção à Catequesede Adultos. “Temos de dizer que háum trabalho por fazer, que se deveimplementar, que é a questão daCatequese de Adultos”, assinalou obispo de Aveiro.O prelado sublinha que a CEEDFtem “muito trabalho e um âmbitomuito alargado”, desde a Catequeseao ensino da Educação Moral eReligiosa Católica nas escolas.O bispo de Aveiro já fazia parte da Comissão Episcopal, comovogal, pelo que considera “natural” que tenha sido escolhido alguém que conhecea área, assumindo a nomeaçãopara a presidência daCEEDF como “um

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serviço e uma missão” à Igreja emPortugal. “O campo da catequese éo campo da transmissão da fé e a féconsiste no encontro com Cristoressuscitado”, prosseguiu.D. António Moiteiro sustenta que,“para haver fé”, tem de haver um“duplo movimento”. “Deus, em JesusCristo, vem ao nosso encontro, etambém tem de haver o outromovimento, nós pormo-nos acaminho para que esse encontroverdadeiramente se realize”,observou.O bispo de Aveiro refere, a esterespeito, a próxima canonização dospastorinhos Francisco e JacintaMarto, a que o Papa vai presidir emFátima no dia 13 de maio.“Francisco e

Jacinta foram um exemplomuitíssimo grande – por isso é quea Igreja os vai canonizar – desteencontro de Deus, por intermédio deMaria, na vida quotidiana”, realçou.D. António Moiteiro recorda que nassuas ‘Memórias’, a Irmã Lúcia falavados primos, do Francisco e daJacinta, realçando “como eles sedeixaram encher pela presença deDeus” e que o futuro santoFrancisco Marto dizia: “Gosto tantode Deus”“Penso que está aqui resumida amensagem dos Pastorinhos, estecontacto com Deus, esta comunhãocom Deus, e também o colocar-se acaminho para se encontrar comDeus”, concluiu.

A Assembleia Plenária da CEP elegeu as presidências das suas setecomissões episcopais, com mudanças em cinco das mesmas.A comissão que acompanha o setor da Educação Cristã e Doutrina daFé vai passar a ser presidida por D. António Moiteiro, bispo de Aveiro; D.António Francisco dos Santos, bispo do Porto, é o novo presidente daComissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.Para o setor do Laicado e Família foi eleito D. Joaquim Mendes, bispoauxiliar de Lisboa, e para o das Vocações e Ministérios D. AntónioAugusto Azevedo, bispo auxiliar do Porto.D. João Lavrador, bispo da Diocese de Angra, assume a presidência dacomissão da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais para otriénio 2017-2020.Do anterior triénio transitam, como presidentes, D. José Cordeiro, bispode Bragança-Miranda, na comissão de Liturgia e Espiritualidade; e D.Manuel Linda, bispo das Forças Armadas e de Segurança, na ComissãoEpiscopal da Missão e Nova Evangelização.

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Família, espaço de evangelizaçãoO novo presidente da ComissãoEpiscopal do Laicado e Família(CELF), D. Joaquim Mendes, disse àAgência ECCLESIA que aprioridade, nestes setores, passapor anunciar “o Evangelho daFamília” e a mensagem cristã aosjovens.“A santidade é a nossa vocação e ocaminho inicia-se na família, afamília é a primeira Igreja”,assinalou o bispo auxiliar de Lisboa,que vai presidir à CELF no triénio2017-2020.O responsável sublinhou ainda aimportância do próximo Sínodo dosBispos, em 2018, que vai serdedicado aos jovens e aodiscernimento vocacional.Durante a Assembleia Plenária, emFátima, D. Joaquim Mendes falou dapreparação do Sínodo de 2018 eapresentou ainda uma reflexãosobre a realidade da Pastoral dasPrisões em Portugal.O presidente da CELF disseassumir a nomeação em atitude de“serviço evangélico” e manifestou aintenção de trabalhar em conjuntocom os bispos da CEP e “com osleigos”.“Trabalhar juntos, fazer o caminhojuntos, um caminho sinodal”, para“discernir os desafios” e asrespostas

para os mesmos, precisou.O responsável abordou a próximacanonização de Francisco e JacintaMarto, a 13 de maio, em Fátima,apresentando os pastorinhos comoexemplo de entrega a Deus.“É mais importante, no nossocaminho cristão, aquilo que Deus fazpor nós, ou pode fazer em nós, doque aquilo que nós podemos fazer”,explicou.O presidente eleito da CELFsustenta que “aquelas crianças, nasua simplicidade, na sua humildade,foram capazes de acolher arevelação divina, foram capazes deentregar-se, de responder, eatravés delas o Senhor quis daruma mensagem ao mundo”.“As crianças são capazes de darmensagens, o Senhor fala atravésdos pequeninos, é uma das coisasque nós vamos descobrindo”,prosseguiu.Para D. Joaquim Mendes, hoje ascrianças são chamadas a ser“evangelizadoras não só dos seuscolegas mas também dos adultos”.A este respeito, o responsávelrecorda o decreto ApostolicamActuositatem, do Concílio Vaticano II,sobre o Apostolado dos Leigos(1965), o qual referia que énecessário “formar as crianças parao apostolado”,

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ou seja, “comunicar, partilhar aexperiência cristã, a alegria doencontro com Jesus Cristo”“Nós devemos também promoveresta missão cristã das crianças edos jovens” e os santos Francisco eJacinta Marto “são uma belamensagem que a santidade épossível”,

afirmou o bispo auxiliar de Lisboa.“Eu costumo dizer aos miúdos que épreciso ter um coração bonito paratornar o mundo bonito. Um coraçãoaberto à graça de Deus, à amizadecom o Senhor e à alegria davivência cristã”, acrescentou.

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Discernimento vocacional tem papelrelevante no Sínodo 2018O novo presidente da ComissãoEpiscopal das Vocações eMinistérios da Igreja Católica emPortugal afirma que os responsáveiscatólicos no país “tudo” vão fazerpara que no Sínodo dos Bispos2018 “a questão vocacional sejamuito relevante” e tenha econacional.À Agência ECCLESIA, D. AntónioAugusto Azevedo considera que otema das vocações “poderia” ficarem segundo plano no Sínodo dosBispos em 2018 devido ao debateque geram os jovens mas “temhavido todo o cuidado, atenção,desde logo nas intervenções doPapa Francisco” que a “questão dodiscernimento vocacional” estejapresente.Neste contexto, o bispo auxiliar doPorto realça que na ComissãoEpiscopal das Vocações eMinistérios “tudo” vão fazer para nosínodo a questão vocacional “sejamuito relevante e com os reflexosdepois a nível das vocações” emPortugal.“Naquilo que a vocação tem de maisprofundo que é a ligação aocaminho da vida do jovem e tambémao sentido cristão dessa mesmavida”,

acrescenta.O Para Francisco convocou umSínodo dos Bispos, para outubro de2018, sobre ‘A Juventude, a Fé e oDiscernimento Vocacional’.O novo presidente da ComissãoEpiscopal das Vocações eMinistérios foi eleito esta quarta-feira na Assembleia Plenária daCEP.D. António Augusto Azevedo começapor assinalar que recebeu essa“responsabilidade”, em primeirolugar, com “surpresa” porque “nãoestava à espera” e porque se tratade “uma área importante na vida daIgreja”.“Também recebi como mais umamissão de serviço na disponibilidadede corresponder aquilo que a Igrejaem Portugal precisa relativamente aesta área como é das vocações queenvolve os seminários e também osministérios”, desenvolveu.A CEP tem como órgãos (eleitos por3 anos) o Conselho Permanente asComissões Episcopais (que em 2011passaram para 7) e, de carácterexecutivo, o Secretariado-Geral e osSecretariados Nacionais.

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Plano de comunicação da IgrejaCatólica em Portugal precisa de serassumido por todosD. João Lavrador, presidente eleitopara a Comissão Episcopal daCultura, Bens Culturais eComunicações Sociais, afirma que“é urgente” elaborar um “projetopara a comunicação social da IgrejaCatólica em Portugal” que sejaassumido “por todos”.O atual bispo de Angra foi eleitopresidente da Comissão Episcopalda Cultura, Bens Culturais eComunicações Sociais durante aassembleia plenária do episcopado,onde decorreram as eleições para otriénio 2017-2020 dos vários órgãosda Conferência EpiscopalPortuguesa.D. João Lavrador quer “darcontinuidade” ao trabalho nos váriossecretariados e à elaboração de umplano de comunicação da IgrejaCatólica em Portugal, iniciado nosúltimos anos. “Sem este projeto,sem ser assumido por todos osbispos de todas as dioceses,teremos dificuldade em responderàs necessidades que temos nacomunicação social, como tambémnos outros âmbitos, da cultura e dosbens culturais”, sublinhou o novopresidente da

Comissão Episcopal da Cultura,Bens Culturais e ComunicaçõesSocais.O bispo de Angra recordou que osetor das comunicações sociais e dacultura tem sido o âmbito do seutrabalho na Conferência EpiscopalPortuguesa há mais de uma década,“exige competência” e está inseridonuma comissão “muito alargada”.D. João Lavrador disse ainda quepediu aos bispos que trabalharamnesta comissão no último triéniopara continuarem, uma vez queexiste "uma certa experiência detrabalho em comum".No mandato anterior, integravam aComissão Episcopal da Cultura,Bens Culturais e ComunicaçõesSociais o bispo de Vila Real, D.Amândio Tomás, D. Nuno Brás, obispo auxiliar de Lisboa, e o bispoauxiliar do Porto, D. Pio Alves, quepresidiu à comissão durante doismandatos.

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Além da Assembleia Plenária, a CEP tem como órgãos (eleitos por 3 anos) o ConselhoPermanente as Comissões Episcopais (que em 2011 passaram para 7) e, de carácterexecutivo, o Secretariado-Geral e os Secretariados Nacionais.A CEP está representada no Conselho das Conferências dos Bispos da Europa (CCEE),pelo presidente do episcopado católico em Portugal, D. Manuel Clemente. O organismo queacompanha as relações entre os Bispos e os Institutos de Vida Consagrada tem comopresidente D. António Couto, bispo de Lamego.

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Fazer que a Liturgia seja popularD. José Cordeiro foi reconduzidocomo presidente da ComissãoEpiscopal Espiritualidade e Liturgiaque tem a função de fazer que “aliturgia seja o princípio e o fim davida e da ação da Igreja”.À Agência ECCLESIA, o bispo daDiocese de Bragança-Mirandaexplicou que a comissão temtambém como missão que a liturgia“ocupe a sua centralidade, de ummodo especial”, nos sacerdotes,nos consagrados, mas em todas ascomunidades cristãs.“É algo que é essencial e decisivona vida da Igreja e por outro ladomuito se desperdiça”, observou.O presidente da ComissãoEpiscopal de Liturgia eEspiritualidade, reeleito esta quarta-feira na Assembleia Plenária dosbispos portugueses em Fátima,realçou que a função do organismo“é ajudar cada vez mais que aliturgia seja popular” e “não apenas”os livros litúrgicos ou a agendalitúrgica, “nem de regular ocalendário litúrgico”.Segundo D. José Cordeiro, fala-semuito de piedade popular mas

esquece-se que “a liturgia é dopovo” e a sua raiz semântica “émesmo essa”: “O seu serviço aopovo, com o povo.”“É sentindo-nos povo santo de Deusque na escuta da palavra, nacelebração dos sacramentos, naliturgia das horas que nos sentimoscada vez mais configurados eparecido aquilo que Deus quer eespera de nós”, realçou.Para o responsável pela ComissãoEpiscopal de Liturgia eEspiritualidade, na Liturgia há o“entendimento completo” do que é aevangelização, a oração e do que éa caridade, para isso basta lembrardo que são “as orações e ritos damissa crismal e do lava-pés”, outraforma de dizer instituição daEucaristia.“Todos os domingos, e em cada dia,ao partir do pão da Palavra, do pãoda Eucaristia é este encontro comJesus Cristo que tem de transformara nossa vida e a dar um horizontede esperança aos nossos atos”,concluiu D. José Cordeiro, bispo deBragança-Miranda.

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Por uma Europa com valores

O arcebispo de Braga, D. JorgeOrtiga, disse à Agência ECCLESIAque no mundo global de hoje, édesejável que a Europa se possa“impor pela diferença que tem,fundada na

história”. “Que a União Europeiaseja uma verdadeira união, a partirda defesa de valores e de propostasdesses mesmos valores”, pediu onovo delegado da CEP(Conferência

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Episcopal Portuguesa) na COMECE(Comissão dos EpiscopadosCatólicos da União Europeia).A escolha dos responsáveis para osorganismos da CEP no triénio 2017-2020 foi um dos pontos da agendada Assembleia Plenária.Para D. Jorge Ortiga, no atualcenário europeu, as “preocupaçõessão muitas e variadas”, assumindocomo propósito que “os valoresessenciais, aqueles que são amatriz da cultura

da Europa, passem para um planolegislativo e operativo”.“Que a Europa aposte namodernidade, aberta aos diversosdesafios, fundamentada na históriae na tradição”, concluiu.A COMECE é composta pordelegados pelas ConferênciasEpiscopais dos Estados-membrosda União Europeia, promovendo odiálogo institucional comresponsáveis políticos e dasociedade civil.

D. Jorge Ortiga entende que a canonização dos pastorinhos Francisco eJacinta Marto, a 13 de maio, em Fátima, com presidência do PapaFrancisco, é uma “responsabilidade” para a Igreja Católica em Portugal.“A canonização é, em primeiro lugar, uma graça, uma graça para osportugueses, para a Igreja em Portugal, que tem de ser acolhida comouma responsabilidade”, referiu.Para o arcebispo primaz, sendo declarados santos, Francisco e Jacinta,“para além de intercessores, são essencialmente modelos ereferências”. “Estas duas crianças são um livro aberto onde se pode lero testemunho de uma vida verdadeiramente evangélica, no qualtransparece muita oração”, acrescentou.A primeira canonização de sempre em Portugal deve representar,segundo D. Jorge Ortiga, uma “aposta na santidade”, que é o caminhoproposto aos cristãos, no seu quotidiano, apresentando as “lições” davida dos novos santos.“Como crianças, elas viveram essa santidade e o que tem decaraterístico é que foram crianças marcadas pelo amor de Deus”,sublinhou.O arcebispo de Braga convida os católicos a assumir a responsabilidadede “imitar estas crianças tão simples, tão humildes e, ao mesmo tempo,tão apaixonadas por valores de perenidade que continuam hoje a teruma atualidade muito grande”.

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Igreja em diálogo com a sociedadeatravés da cultura, património e media D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto, foi presidente da Comissão Episcopalda Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais nos últimos doismandatos, ou seja, durante seis anos. A Assembleia Plenária dos bisposportugueses desta semana foi o momento de escolher um novo responsávele de traçar uma avaliação deste serviço à Igreja Católica que se realiza emdiálogo com a sociedade.Para além de um saldo “claramente, positivo” e com “muito caminho paraandar” nas três áreas, D. Pio Alves destacou que a “verdade” deve ser“critério supremo de atuação” dos media católicos.

Entrevista conduzida por Carlos BorgesAgência ECCLESIA (AE) – D. PioAlves está a terminar o seumandato como presidente daComissão Episcopal Cultura, BensCulturais e Comunicações Sociais.Foram dois mandatos, seis anos deserviço, em termos gerais queanálise faz ao trabalho que foidesenvolvido?D. Pio Alves (PA) – A comissãointegra três secretariados ainda quetenham proximidade entre si,particularmente Cultura e BensCulturais, as comunicações sociaisum pouco diferente. O valor e oserviço da comissão resulta dasoma dos serviços dos trêssecretariados – Cultura, BensCulturais, Comunicações Sociais - econcretamente das pessoas que aolongo destes seis anos têm vindo a

estar à frente dos secretariados.O trabalho da comissão, como aliásacontece com as outras comissõesda Conferência Episcopal não têmlegitimidade para se intrometer navida das dioceses mas procuramcriar sensibilidade. Procuramoferecer formação, procuram criarsinergias, é evidente que nestestrês há setores onde foi mais fácil,setores onde as coisas têm umpouco mais de dificuldade.As comissões são órgãosimportantes da ConferênciaEpiscopal ainda que se calhar háajustes que podem vir a fazer-se demodo a que as comissões possamrender mais ainda ao serviço dotodo da Igreja em Portugal.

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AE – Como é que houve um diálogocom a sociedade nestas três áreasda comissão. Como é que a Igrejaprocurou estar em contacto,partilhar o seu conhecimento ecomo foi procurada pela sociedade?PA – Estas são áreas que implicamde facto uma presença e umarelação com a sociedade. Depois,em concreto, em cada uma delas omodo e as facilidades oudificuldades não são as mesmas. AE – Como é que essa relação foifeita em cada umas das área:Cultura, Bens Culturais eComunicações Sociais?PA – No campo da «Cultura» opróprio conceito de cultura é muitoamplo, tudo é cultura e há coisasconcretas que são assumidas comocultura. De alguma maneira otrabalho do secretariado enfermatambém da dificuldade que aspróprias dioceses têm para realizariniciativas e de um modo formalestarem presentes no mundo dacultura. De modo formal porque hámuitos modos de estar presentes nomundo da cultura.É provavelmente o setor ou osecretariado onde será mais difícilquantificar, não digo que nãotenha,

mas quantificar aquilo que foi e queé a presença institucional da culturana sociedade.Nos «Bens culturais» é mais fácilporque estamos a falar derealidades muito concretas,tangíveis, e que ao longo destes, jávinha de trás, o secretariadoprocurou incrementar iniciativasrelacionadas com diferentes aspetosdos bens culturais. Ao mesmo tempoespecialmente relevante criar epotenciar formação numa área muitonecessitada ainda de formação atodos os níveis. Tivemos umaresposta interessante por parte dasdioceses ao nível da receção e dadisponibilidade para aceitar essaformação.Na «Comunicação Social» namesma, trata-se de uma atividadeque só se entende exatamente como diálogo com a sociedade. Paraalém de potenciar o trabalho dosecretariado procuramos tambémestar abertos e disponíveis paraconversar com a comunicação socialem geral, com diferentes iniciativas,mas ao mesmo tempo potenciandoaquilo que é o trabalho previstopara este secretariado.Ao longo destes seis anosresolveram-se questões mais oumenos

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complicadas que surgiram ao longodo caminho, e penso que emqualquer uma delas o saldo éclaramente positivo e em todas hámuito caminho para andar graças aDeus. Quem vier a seguir temtrabalho garantido. AE – Nesse contexto, e começandocom o setor das ComunicaçõesSociais, quais são as prioridadesque entende existirem nesta área?PA – No Secretariado dasComunicações Sociais, resolvidasque formam, pelo menos por agora,todo o nosso relacionamento com aRTP, com a RDP, enfim comepisódios mais ou menoscomplicados ao longo

destes anos, mas que estãoneste momento resolvidos, e esperoque as soluções encontradas sejamestáveis, há um esforço que temosde continuar a fazer, já tem que verdiretamente com a Igreja, que é umamaior sintonia, congregação deesforços entre os serviços que jáfuncionam, porta-voz, os meios decomunicação da própria estruturacentral da CEP, o secretariado, aAgência Ecclesia, a RádioRenascença.Temos ainda desperdiçandoenergias. Respeitando a diversidadede cada uma das instituições e nãoanulando nenhuma destasinstituições mas este é um campoque temos de apostar

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mais: Uma maior sintonia e um maioresforço de congregação por partedos trabalhos que são feitos nasdioceses e da Agência Ecclesia e dapotenciação reciproca destas duasrealidades. AE – As parcerias e as sinergiastêm sido dois pontos que o D. PioAlves tem sublinhado ao longodestes anos. Como é que se podeavançar mais?PA – As vontades têm que estartodas do mesmo lado sem queninguém se

anule mas ao mesmo tempopercebendo que podemos fazermais e melhor conjugando esforços.Há caminho que foi percorrido, hátrajetos e metas que foramalcançadas mas há claramenteainda caminho para andar e vale apena apostar nele porque sempre eparticularmente nos tempos quevivemos uma realidade que existe enão se comunica, não se dá aconhecer, na prática é umarealidade que não existe.

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AE – Qual é que deve ser o fatordiferenciador da comunicaçãosocial que a Igreja faz?PA – Em primeiro lugar e,fundamentalmente, temos que ter averdade como critério supremo danossa atuação procurando depoisos modos adequados para que osconteúdos possam ser apreendidosfacilmente pelas pessoas a quemnos dirigimos.Não queremos ser ouvidos aqualquer preço, não queremos estarpresentes a qualquer preço, nãoqueremos passar por cima de nadanem de ninguém.Portanto, o critério da verdade e daqualidade profissional de quantostrabalham na comunicação tem deser uma marca irrecusável dacomunicação que tem a Igreja comoreferencial e como responsável. AE – Já na área da Cultura queprioridades encontra?PA – Para além de manter asiniciativas que vinham de trás, e quese consolidaram ao longo destesanos, temos de continuar a ajudaras dioceses de um modo organizadoe mais formal terem consciênciadeste setor.Nos diálogos que fomos tendo compessoas responsáveis pela culturanas

diferentes dioceses nota-se que háainda uma representatividadeque não abrange a totalidade dasdioceses, e nota-se que é umtrabalho no qual as dioceses sentemmais dificuldades. O secretariadodeverá continuar a apoiar esseserviço, esse trabalho e asensibilizar mas, como em todos osoutros setores, respeitando aquiloque são as decisões dos seusbispos e o ritmo de cada uma dasdioceses que não tem de serexatamente igual. AE – Ainda sobre a Cultura, queimportância tem o prémio Arvore daVida – padre Manuel Antunes nestediálogo que a Igreja faz comdiversos setores da sociedade –arte, economia, comunicação,ciência?PA – É um sinal concreto de queestamos atentos ao mundo dacultura nas suas variadasmanifestações. Cultura no sentidomais visível da palavra. E ao longodestes anos têm sido agraciadaspessoas dos mais variados âmbitosda cultura.Aproveito a oportunidade pararecordar que infelizmente faleceu oescultor Alberto Carneiro que foi oautor material da estatueta que seentrega como referencial da vida.Uma pessoa que nasceu à sombrada Igreja que depois a sua vidadecorreu por

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outros caminhos mas que mantevesempre connosco uma relaçãomuito cordial. Não tivemosoportunidade de o agraciar com oprémio mas a sua proximidade aoprémio resulta do próprio facto tersido ele quem pensou a peça e aomesmo tempo sempre esteve prontopara colaborar connosco nessamatéria. PA - Se repassássemos todos osnomes ao longo destes 11 anos,que leva o galardão ‘Árvore daVida’, encontramos pessoas quemarcaram a sociedade. Todas têmalguma relação com a Igrejaindependentemente da sua práticareligiosa mas os valoresfundamentais que cultivam sãopróximos aos valores do Evangelho. AE – Quantos aos Bens Culturais,outro âmbito desta comissãoepiscopal, que futuro está nohorizonte?PA – No Secretariado dos BensCulturais há iniciativas que vinhamde trás e outras foram criadas aolongo destes anos por iniciativa dosecretariado como é o caso doprojeto Cesareia e do projetoThesaurus.O projeto Cesareia que tem a ver

com as bibliotecas das instituições eque tem o caminho aberto e que sevai consolidando tem naturalmentemuito caminho para andar.Concretamente, no projetoThesaurus, que tem que ver cominventário, tropeçamos com adificuldade que o secretariado e asdioceses têm para encontrarrecursos financeiros porque se tratade um trabalho tão caro quanto éimportante. Tem havido progresso,há dioceses que estão a trabalharafincadamente neste setor, outrascom trabalho já muito avançado,mas temos de continuar a apostarai.Penso que se cresceu notavelmentena sensibilidade para a importânciadeste setor mas já a criação deequipas, a criação de estruturas demodo a que de modo organizado econsolidado este trabalho possaavançar, tem ainda muito caminhopela frente.Deu-se um passo importante com oincentivo e criação de um softwarerecomendado que potencia que otrabalho em cada uma das diocesespossa agregar-se. Que o trabalhoque é feito, como tem acontecido emsituações anteriores, não se percaporque cada um trabalhava com

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a sua própria metodologia, com oseu próprio software ou não tinhamsoftware. Houve ao longo dedécadas trabalho e esforçosdesperdiçados por não haver estavontade da congregação deesforços, esse caminho está aberto,faz falta continuá-lo.Ainda iniciativas já consolidadas ede muito interesse cientifico e aomesmo tempo de pontes criadascom pessoas e instituições quetrabalham nos vários campos dosbens culturais. É o caso da revista‘Invenire’ e de

publicações que regularmente osecretariado tem vindo a oferecerao público. São iniciativas que valempor si mas valem mais ainda pelofacto de também congregarempessoas de diferentessensibilidades e que têm, nocontacto com estas iniciativasverificarem que a Igreja está deolhos abertos, recetiva, interessadae disponível para trabalhar nestecampo. Que não somos gente válidamenos nesta matéria como às vezesalguma pessoa podia pensar,obviamente.

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AE – A Igreja Católica tem um Diadas Bens Culturais que aproxima aspessoas do património e os bensculturais à sociedade. Qual é aimportância deste dia e qual foi a anecessidade de o criar?PA – É mais uma oportunidade deafirmar a nossa preocupação pelosbens culturais e também ai há umpormenor, um por-maior. Sendo estauma iniciativa da Igreja, para qual

convidamos instituições da Igreja, de facto um sinal de que arreigou nomundo da cultura é que éhabitual que neste dia se associeminstituições culturais do Estado quenão têm qualquer receio em dartambém referência das suasatividades. Um sinal de apreço e deque valorizam aquilo que é ainiciativa da Igreja nesta matéria.

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AE – Ao longo destes anos a IgrejaCatólica têm dedicado atenção àsnovas tecnologias e às redessociais. Qual importância e comodeve ser a presença destes trêssetores nestes areópagos?PA – As redes sociais são o novocampo em que todos temos deestar, cuidando a qualidade e aomesmo tempo cuidando, fugindomesmo, daquilo que são os abusosdas redes sociais.Confesso que me incomoda,especialmente, o aproveitamentodas redes sociais para cultivar oanonimato e o abrigo do anonimatopara cair em todo o tipo de abusos,também ai temos de ajudar que omundo das redes sociais seja ummundo onde os valore doEvangelho tenham de estarpresentes.Temos de estar com qualidadeaproveitando os diferentes suportespara levarmos o Evangelho e aomesmo tempo mantermos osrelacionamentos com as pessoasque nos procuram. AE – Em setembro de 2015, D. PioAlves participou pela primeira veznuma visita Ad Limina, Santa Sé.Que

importância teve esta visita parao trabalho da Comissão EpiscopalCultura, Bens Culturais eComunicação Social?PA – Ao nível da Santa Sé e dosserviços os três secretariados sãoagregados de um modo diferente. ACultura e os Bens Culturais numainstituição e as ComunicaçõesSociais noutro.Sei que toda a informação que sepassou a propósito da Cultura e,muito concreto, dos Bens Culturaisfoi muito apreciada por parte do Sr.Cardeal responsável por esteserviço, No caso da ComunicaçãoSocial também ainda que a pessoaestava de saída, na fase dereorganização dos serviços daSanta Sé.O encontro que tivemos a propósitodos Bens Culturais foi muitosignificativo, muito simpático porparte do cardeal GioanfrancoRavasi que nos recebeu e quecomentou e valorizou a informaçãoque passamos e deixou sugestões anível de temas que concretamentetêm vindo a ser aproveitamos muitoconcretamente no Secretariado daPastoral da Cultura.

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«Fátima» mostra que a relação comDeus «é tão importante» como asrelações humanas O realizador João Canijo disse que o filme ‘Fátima’

mostra que a relação com Deus "é tão importante"como as relações humanas e resulta da “grandecuriosidade” que sentia em perceber o “esforço esacrifício” nas peregrinações a pé. “Sentia grandecuriosidade de saber ou de perceber o porquê detanto esforço e sacrifício em nome da fé. Confessoque não entendi”, disse o João Canijo à AgênciaECCLESIA, acrescentando que “as razões sãodiferentes para toda a gente”.O filme ‘Fátima’ estreou nas salas de cinemaportuguesas com duas versões – uma com 153minutos e outra com 203 minutos – e retrata aperegrinação de 11 mulheres que em nove dias fazem400 quilómetros a pé, entre Vinhais, em Bragança, atéà Cova da Iria.“Uma peregrinação a Fátima a pé é chegar ao limiteda resistência todos os dias sabendo que no diaseguinte vai outra vez chegar ao limite da suaresistência. Isto

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é um sacrifício em nome de Deusimenso, maior do que as pessoaspensam”, acrescenta o realizador.O realizador explicou que queriafazer um filme sobre mulheresobrigadas a estarem 24h00 sobre24h00 juntas e levadas ao limite dasemoções e, por isso, decidiumostrar uma peregrinação a pé aFátima.Segundo João Canijo, a partir domomento em que descobriu o temasurgiu outro “tão importante” como odas relações humanas que é “arelação com Deus”.Neste contexto, e antes das atrizesse colocarem ao caminho, foi opróprio realizador que viveu essaexperiência e fez uma distância maiscurta, de 80 quilómetros, que lhe“custou muito”. “Foi curta, mas ocaminho é muito duro”, observou.“Depois percebi, é uma evidência,ninguém pode representar umaperegrinação a Fátima a pé sem ater feito. É impossível”; constatou,acrescentando que as atrizesfizeram peregrinações reais e se umgrupo fez o percurso todo desdeVinhais até Fátima, as menos jovensforam “mais poupadas” e percorrem“200 e tal quilómetros”.

Do elenco de ‘Fátima’ fazem parteas atrizes Rita Blanco, AnabelaMoreira, Cleia Almeida, VeraBarreto, Teresa Madruga, AnaBustorff, Teresa Tavares, AlexandraRosa, Íris Macedo, Sara Norte eMárcia Breia. “Havia algumas quepartilhavam experiência da fé e nasperegrinações reais quase todasmudaram a sua relação com a fé”,revelou ainda João Canijo.Para o realizador, chegar a Fátima,como em qualquer peregrinação, “éresolução” e num filme sobrerelações humanas, “mesmo quandohá conflitos são todos resolvidos” nachegada. “A chegada a Fátima é aredenção”, destaca.O filme ‘Fátima’ vai ser também umaminissérie de cinco episódios, quevai ser exibida em outubro pela RTP.

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Leonardo Boff Onlinehttp://leonardoboff.com No passado dia 22 de Abrilcomemoramos mais um dia da MãeTerra. Esta efeméride surgiuinicialmente no ano de 1970 quandoo senador norte-americano GaylordNelson criou o dia da Terra.Posteriormente, no ano de 2009, na63ª Assembleia da ONU, o teólogoLeonardo Boff apresentava afundamentação filosófica eecológica para se celebrar este diainternacionalmente. O próprio PapaFrancisco, na sua encíclica LaudatoSi, adota também esta expressão.Sabemos que são muitas aspersonalidades dos váriosquadrantes que defendemacerrimamente as questõesambientais, mas claramente que oteólogo e professor universitáriobrasileiro Leonardo Boff é uma dasfiguras principais.É dentro deste contexto que estasemana a minha sugestão passapor uma visita ao sítio deste grandepensador contemporâneo. Aodigitarmos o endereçowww.leonardoboff.com entramosnum espaço eminentementeinformativo onde claramente se

percebe, pela apresentação gráfica,que a ecologia é um focoimportante.Caso pretenda conhecer melhor abiografia e o curriculum detalhadodo membro da comissão da redaçãoda Carta da Terra, basta que cliqueem “informações pessoais”.Em «obra» acedemos ao vastíssimorepositório de todas as publicaçõesque foram editadas em todo omundo, organizadas por ano delançamento. Por outro lado em«artigos» podemos consultarlivremente todos os artigos que esteprofessor emérito de Ética, Filosofiada Religião e Ecologia naUniversidade do Estado do Rio deJaneiro foi publicando.No item «balanço aos 70» somosconvidados a ler todos os discursose entrevistas que este expoente daTeologia da Libertação realizou porocasião de seus 70 anos de vida eainda algumas publicações sobreseu pensamento.As opções teologia e ecologiapassam por apresentarsucintamente um pouco do seupensamento relativamente a estasciências, sendo ainda sugeridasvárias obras que nos ajudarão aaprofundar melhor estas temáticas.

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São quatro os grandes projetos queGenézio Darci Boff possui entremãos. Desde o centro de defesados Direitos Humanos, ao TAO(teologia e assessoria orgânica),passando pelo serviço de educaçãoe animação popular e como nãopoderia deixar de ser a Carta daTerra. Para os conhecer melhorbasta acedermos a «projetos».Por último sugiro que deem umsalto

ao seu blogue pessoal( https://leonardoboff.wordpress.com )que recolhe os artigos que eleescreve semanalmente e outros queo próprio considera notáveis. Ostemas abordados são a ética, aecologia, a política e a espiritualidadee claro, sempre bastante pertinentese de uma qualidade inigualável.

Fernando Cassola [email protected]

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II Concílio do Vaticano: «DeEcclesia» esmaltada de imagensbíblicas da Igreja

Nos primeiros trinta dias da segunda etapa do IIConcílio do Vaticano (29 de setembro a 04 dedezembro de 1963), os padres conciliares dedicarama sua reflexão ao esquema sobre a Igreja («DeEcclesia»), documento elaborado pelo cardealOttaviani, presidente da comissão teológica.Depois de um breve comentário ao esquema, ocardeal Ottaviani acentuou que “o depósito da fédevia ser guardado, mas que convinha apresentá-lo atodos”. No fundo expressa uma dupla preocupação:“doutrinal e pastoral” (Henri Fesquet; «O Diário doConcílio», volume I, Lisboa, Publicações Europa-América). De seguida, o arcebispo de Colónia(Alemanha), cardeal Frings, falou em nome dospadres conciliares alemães e deu um parecer positivosobre o documento: “Valde placet” (O esquemaagrada-me inteiramente).Para o “exigente” cardeal alemão fazer este juízo devalor sobre o esquema («De Ecclesia») – “nãoexcluindo críticas de pormenor” – é preciso acreditarque o documento é realmente satisfatório. SegundoHenri Fesquet o texto redigido teve por base umprojeto belga (Lovaina) e foi trabalhado de novo comcolaborações “de várias subcomissões mistas,especialmente com membros da comissão doapostolado dos leigos”. Na mesma intervenção, o cardeal Frings congratulou-se pelo esquema evitar “o estilo apologético e jurídico”e por estar “esmaltado de imagens bíblicas da Igreja”.O cardeal alemão exprimiu também o seureconhecimento a Paulo VI que, no seu discurso deabertura,

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“corajosamente, não por tática, masporque é verdade” reconheceu “oserros da Igreja Católica no drama daseparação das Igrejas e deles pediuhumildemente perdão” (HenriFesquet; «O Diário do Concílio»,volume I, Lisboa, PublicaçõesEuropa-América).Depois de quinze dias de trabalhos,os padres conciliares viviam um bom“entendimento” relativamente “aospontos essenciais”. “Só um padre selevantou contra a sacramentalidadedo episcopado e muito poucoscontestam a colegialidade. Asdivergências são mais demodalidade que de fundo” (HenriFesquet; «O Diário do Concílio»,volume I, Lisboa, PublicaçõesEuropa-América). De ora

em diante, relatou Henri Fesquetpode-se afirmar que o concílio “porásingularmente em relevo os poderesdos bispos. Não foram precisas maisde doze sessões para se fazer luzsobre um assunto há pouco tempoainda considerado dos maisespinhosos”.Nos trabalhos da segunda sessãodo grande acontecimentoconvocado pelo Papa João XXIII econtinuado pelo seu sucessor, PauloVI, os padres conciliaresexaminaram, para além do esquema«De Ecclesia», os documentos «DeEpiscopis et Dioecesium regimine» e«De Oecumenismo», tendo sido o«De Beata Maria Virgine» remetidopara ulterior consideração integradono «De Ecclesia», e apenasenunciado o do Apostolado dosLeigos.

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Abril 2017Dia 28 de abril*Portalegre - Conselho diocesanoda Pastoral da Família *Aveiro - Conferência sobre SantaJoana Princesa por D. JanuárioTorgal Ferreira, bispo emérito dasForças Armadas e de Segurança. *Funchal - Parque temático daMadeira - Encontro dos alunos deEducação Moral Religiosa Católicacom o tema «EMRC: Um desafio aviver com alegria». *Covilhã - O Centro de PastoralUniversitária da Universidade daBeira Interior, vai promover umacaminhada noturna do Santuário deNossa Senhora do Carmo (Teixoso),até ao monumento da ImaculadaConceição naquela cidade (28 a 29) *Egito - Viagem do Papa ao Egito naqual Francisco vai visitar o grandeimã de al-Azhar e encerram emconjunto conferência sobre a paz.(28 e 29) *Fátima - Hotel Steyler - AssembleiaNacional da Comunidade Vida Cristã(CVX) (28 de abril a 01 de maio)

Dia 29 de abril*Portalegre - Dia da catequese daDiocese de Portalegre-CasteloBranco *Guarda - Assembleia da Diocese daGuarda no âmbito de um processode reorganização pastoral. *Porto - Casa de Vilar - AAssociação Portuguesa de EscolasCatólicas (APEC) e doDepartamento de Escolas Católicasdo Secretariado Nacional daEducação Cristã (SNEC) promovemuma ação formação sobre «Ainterioridade como paradigmaeducativo». *Santarém - Festa diocesana dajuventude. *Santarém - Encontro formativo decoros paroquiais da Diocese deSantarém *Porto – Sé - Inauguração dorestauro dos órgãos históricos dacatedral do Porto *Coimbra - A Cáritas Diocesana deCoimbra é uma das entidades

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promotoras da caminhada solidáriaque tem como objetivo asensibilização da comunidadecontra os maus tratos em crianças ejovens. *Campo Maior - Igreja do Convento -Conferência de Fernando Santos noMosteiro de Campo Maior integradanos 75 anos da fundação doMosteiro da Ordem da ImaculadaConceição. *Fátima - A Ação Católica Ruralrealiza, este fim-de-semana (29 e 30de abril), a sua peregrinaçãonacional ao Santuário de Fátima.Uma peregrinação “inclusiva”porque uns viajam a pé outros debicicleta e outros ainda de autocarro *Portalegre - Alter do Chão - OMovimento «Encontros de JovensShalom» (MEJSh) realiza, de 29deste mês a 01 de maio, em Alter doChão (Diocese de Portalegre-Castelo Branco) o seu congressonacional. Dia 30 de abril*Braga - Museu Pio XII -Encerramento da exposição «UmaMãe junto à Cruz» do artistaSantiago Belacqua *Fátima - Peregrinação da Diocesede Santarém ao Santuário deFátima.

*Guarda - Seia (Igreja de NossaSenhora do Rosário) - Concerto deencerramento das jornadas doConhecimento com o grupo «VozAngelis» *Lisboa - Paróquia de Alverca -Apresentação da obra «OsPastorinhos de Fátima - iguais atodos, iguais a nós» da autoria deMadalena Foutoura. *Porto – Sé - O Secretariado dasMissões da Diocese do Portopromove uma celebração festiva, naSé daquela cidade, às 15:00,presidida por D. António Franciscodos Santos. *Setúbal - Almada (Seminário) -Conferência sobre «Fátima e CristoRei - Santuários de Paz» noSeminário de Almada pelo padreSezinando Alberto, reitor doSantuário de Cristo Rei. *Viana do Castelo – Sé - No inícioda Semana das Vocações, estedomingo, vai ser ordenado diáconoRogério Rodrigues, às 15:30 na Séde Viana do Castelo. *Semana de Oração pelas Vocaçõescom o tema «Queres dar-te a Deus?» (30 de abril a 07 de maio)

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28 e 29 abrilEgito - Papa Francisco visita o Egito com o lema‘Papa da Paz no Egito da Paz’ – para acompanhar naAgência Ecclesia Covilhã - Centro de Pastoral Universitária daUniversidade da Beira Interior promove umacaminhada noturna do Santuário de Nossa Senhorado Carmo (Teixoso) 29 abrilPorto - Os órgãos da capela mor da Sé do Porto,datados do século XVIII, vão ser inaugurados às18h00, após uma intervenção de dois anos. Coimbra - «Vista-se de azul e venha caminharconnosco» - caminhada solidária contra os maustratos em crianças e jovens, pelas 09h30 na ARSCentro. 01 maio – Dia do TrabalhadorLisboa e Aveiro - Juventude Operária Católica (JOC)realiza encontros sobre a forma como os estágiosprofissionais afetam a vida da juventude. 02 maio - Lisboa - Debate «Francisco Papa: LíderPolítico-Moral Global», às 18:30, na FundaçãoCalouste Gulbenkian, em Lisboa - Marcelo Rebelo deSousa, António Ramalho Eanes e Adriano Moreira. 04 a 06 maio – Fátima - Encontro mundial doMovimento dos Cursos de Cristandade intitulado ‘Éhora dos cursilhos’

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h30Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo:10h00 - Porta Aberta;11h00 - Eucaristia;23h30 - Entrevista deAura Miguel Segunda-feira:12h00 - Informaçãoreligiosa Diariamente18h30 - Terço

RTP2, 13h00Domingo, 30 de abril,13h30 - O Papa Francisco:Um filme e um livroapresentam uma revolução imparável Segunda-feira, dia 01, 15h00 - Entrevista sobre o 1º de maiocom a presidente da JOC;Lisandra Rodrigues,o coordenador da LOC, JoséPaixão, e Américo Mendes, daLOC e dirigente sindical. Terça-feira, dia 02 15h00 - Informação e entrevistaao padre Manuel Augusto, sobre os 70 anos doscombonianos em Portugal. Quarta-feira, dia 03, 15h00 - Informação e entrevistaa Francisco Salvador sobre o encontro mundial doMovimento Cursos de Cristandade em Portugal. Quinta-feira, dia 04, 15h00 - Informação e entrevistasobre a atualidade. Sexta-feira, dia 05, 15h00 - Entrevista. Análise àliturgia de domingo pelo cónego Armindo Vaz e padreAntónio Rego Antena 1Domingo, 30 de abril - Santidade de Jacinta: noacolhimento da Mensagem do Céu Segunda a Sexta-feira, 01 a 05 de maio -Preparando a visita do Papa e o centenário dasaparições.

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Ano A – 3.º Domingo da Páscoa

Caminharcomo osdiscípulos deEmaús

A liturgia deste terceiro Domingo da Páscoa convida-nos a descobrir Cristo que acompanha os homenspelos caminhos do mundo, que com a sua Palavraanima os corações magoados e desolados, que serevela sempre que a comunidade dos discípulos sereúne para "partir o pão"; apela ainda aos discípulos aserem testemunhas da ressurreição de Cristo.É no Evangelho, sobretudo, que esta mensagemaparece de forma nítida: Cristo, vivo e ressuscitado, acaminhar ao lado dos discípulos de Emaús, a explicar-lhes as Escrituras, a encher-lhes o coração deesperança e a sentar-Se com eles à mesa para “partiro pão”. É aí que os discípulos O reconhecem.E nós, hoje? Na nossa caminhada pela vida, fazemos,frequentemente, a experiência do desencanto, dodesalento, do desânimo. As crises, os fracassos, odesmoronamento daquilo que julgávamos seguro e emque apostámos tudo, o fracasso dos nossos sonhosdeixam-nos frustrados, perdidos, sem perspetivas.Então, parece que nada faz sentido e que Deusdesapareceu do nosso horizonte.No entanto, a catequese que Lucas nos propõe hojegarante-nos que Jesus Ressuscitado caminha aonosso lado. Ele é esse companheiro de viagem queencontra formas de vir ao nosso encontro – mesmo senem sempre somos capazes de O reconhecer – e deencher o nosso coração de esperança.Deus fala-nos, faz renascer em nós a esperança e oentusiasmo, através da Palavra de Deus, escutada,meditada, partilhada, acolhida no coração.Abrimo-nos para descobrir Jesus, vivo e atuante,

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na partilha do Pão eucarístico.Sempre que nos sentamos à mesacom a comunidade e partilhamos opão que Jesus nos oferece, damo-nos conta de que o Ressuscitadocontinua vivo, caminhando ao nossolado, alimentando-nos ao longo dacaminhada, ensinando-nos que afelicidade está no dom, na partilha,no amor. Sempre que nos juntamoscom os irmãos à volta da mesa deDeus, celebrando na alegria e nafesta o amor, a partilha e o serviço,encontramos o Ressuscitado aencher a nossa vida de sentido, deplenitude, de vida autêntica.Emaús é a nossa história de cadadia:

os nossos olhos fechados que nãoreconhecem o Ressuscitado; osnossos corações que duvidam,fechados na tristeza; os nossosvelhos sonhos vividos com deceção;o nosso caminho, talvez, a afastar-se do Ressuscitado.Durante o tempo pascal, ajustemosos nossos passos ao passo deCristo. É urgente abrir os nossosolhos para reconhecer a suapresença e a sua ação no coraçãodo mundo e para levar a BoaNotícia: Deus ressuscitou Jesus!Esta é a nossa fé, vivida na alegriado Evangelho!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Cerimónia simples, em portuguêse com a prata da casa

O Santuário de Fátima apresentou àimprensa os espaços e alfaiaslitúrgicas da única Missa a que oPapa vai presidir na Cova da Iria, a13 de maio, projetando umacelebração simples e em português.O padre Joaquim Ganhão, daDiocese de Santarém, coordenadorda Comissão de Liturgia da visita doPapa Francisco a Fátima, disse aos

jornalistas que o Santuário “nãoencomendou” qualquer peça deourivesaria sacra, escolhendo obras“simbólicas” que fazem parte do seuatual acervo.A cruz do altar que vai ser usada éuma oferta de São Pio dePietrelcina, conhecido como PadrePio, que chegou à Cova da Iria em1959.O Papa Francisco vai usar os seus

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próprios paramentos, vindos doVaticano, e presidir à Missa com umcálice e cibório que foramoferecidos ao Santuário, em 1968,pelos “doentes de Portugal”, numaobra de José Rosas, joalheiro doPorto.A Custódia para a bênção dosdoentes é da autoria de JoanaDelgada e foi encomendada pelomovimento Adoração NoturnaEspanhola, em 2011, para assinalar25 anos de peregrinações a Roma.Vão estar no presbitério do recintode oração cerca de 140 pessoas,entre elas 8 cardeais, 73 arcebispose bispos, além dos leigos do séquitopapal. A Missa conta ainda com1100 concelebrantes inscritos atéao momento.Para a distribuição da Comunhão,estarão no altar 25 cálices e norecinto do Santuário cerca de 400píxides, com ministros colocadostambém para lá da esplanada, naparte traseira da Basílica daSantíssima Trindade.A cerimónia inclui o rito decanonização dos pastorinhosFrancisco e Jacinta Marto, no seuinício, que o Papa acompanhadesde a cadeira da presidência.Francisco seguirá a procissão doadeus, no final da Missa, desde oaltar.A Missa, em português, vai incluirevocações em várias línguas nomomento da oração universal, comoé tradição nas Peregrinações

Internacionais Aniversárias:português, italiano, inglês, francês,polaco e árabe.Na oração em árabe, vai rezar-sepelos migrantes, pelos pobres epelos refugiados, “para que porintercessão de Maria, que conheceas suas dores, se sintam acolhidospor todos os que lhes oferecemdignidade e razões de espera”,adianta a página oficial da visita doPapa.Para a Eucaristia, o Papa Franciscovai paramentar-se na Basílica deNossa Senhora do Rosário deFátima, onde se recolhe, em oração,junto dos túmulos de Francisco eJacinta, a partir das 09h40.O percurso entre a Casa de Retirosde Nossa Senhora do Carmo, querecebe o Papa, e a Basílica serápercorrido em viatura fechada; nofinal da celebração eucarística,Francisco vai dirigir-se para Casade Nossa Senhora do Carmo, ondealmoça com todos os bisposportugueses.O início da viagem de regresso àBase Aérea de Monte Real, de ondeparte o avião da TAP para Roma, éfeito em papamóvel, até à RotundaNorte, onde decorre uma pequenacerimónia de despedida, com ummomento musical, a cargo daOrquestra de Fátima e doConservatório de Fátima-Ourém,antes de o Papa entrar numa viaturafechada que o levará a Monte Real.

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Primeira Missa papal no presbitériodo Recinto do Santuário coroaperegrinaçãode maio

O novo altar do recinto de oraçãodo Santuário de Fátima vai permitirao Papa Francisco estar maispróximo da assembleia, na Missa aque vai presidir no 13 de maio,encerrando a

sua peregrinação à Cova da Iria.As obras realizadas no novopresbitério, dedicado em maio de2016, foram passadas em revistanuma visita da imprensa, com apresença de

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Joana Delgado, consultora doServiço de Ambiente e Construçõesdo Santuário.O espaço quis aproximar o altar daassembleia e sublinhar aimportância dos diferentes lugareslitúrgicos, da autoria do arquitetoJoão Mendes Ribeiro, como acadeira da presidência ou o ambão,dando maior visibilidade à basílicade Nossa Senhora do Rosário.Entre as obras de arte destacam-sea imagem de Cristo Crucificado, doescultor Filip Moroder Doss, e aescultura no tardoz do presbitério,da autoria de Fernanda Fragateiro.O novo presbitério tem uma área decerca de 600 metros quadrados; opiso inferior concentra a sacristia elocais de apoio às celebrações.O espaço está assente num corpocentral em betão, tendo porcobertura uma estrutura metálicarevestida a fibra de vidro, em formade leque.O projeto é da autoria do arquitetogrego Alexandros Tombazis, queassinou a Basílica da SantíssimaTrindade, e da arquiteta PaulaSantos.Na manhã de 13 de maio, o Papavai chegar ao altar vindo do interiorda Basílica de Nossa Senhora deFátima.A procissão de entrada para aMissa inclui o andor com a imagemde Nossa Senhora, transportado porcadetes da

Academia Militar, bem como as duascandeias-relicários com asrelíquias dos futuros santosFrancisco e Jacinta, transportadospela postuladora da Causa daCanonização dos dois Pastorinhos,irmã Ângela Coelho, e pelo assessorda Postulação, Pedro Valinho.A procissão conta ainda com apresença de cerca de 20 crianças ejovens, com idades compreendidasentre os 9 e os 16 anos, adianta apágina oficial da visita do Papa aPortugal.O Rito de Canonização começa logoapós a saudação inicial da Missa,proferida por Francisco, que vaifalar aos peregrinos em português.Depois da homilia da Missa, e apósa saudação aos doentes, o Papa vaipessoalmente fazer a bênção paraeste grupo, numa zona reservadana colunata norte.No dia da chegada, o papamóvelque transporta Francisco deixa oEstádio Municipal de Fátima pelas17h30, em direção ao Santuário,pelas estradas da Giesteira e deMinde, Rotunda Sul e Avenida D.José Alves Correia.Francisco é o quarto Papa a visitarFátima, depois de Paulo VI (1967),João Paulo II (1982, 1991 e 2000) eBento XVI (2010).

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Parlamento aprova proposta em defesa da LiberdadeReligiosa

Não baixar os braçosFoi uma decisão histórica. OParlamento português aprovou,por maioria, uma resolução emque compromete o governo deLisboa a defender, a nívelinternacional, a questão daliberdade religiosa no mundo. Oúltimo Relatório da Fundação AISfoi citado no documento votadopelos deputados Na passada sexta-feira, dia 21 deAbril, o Parlamento votou, pormaioria, uma resolução, propostapelo CDS-PP, que visa levar ogoverno a defender, “nas mais altasinstâncias internacionais”, oprincípio da liberdade religiosa nomundo. O governo de Lisboa ficaagora implicado com esta decisãodos deputados, em que é solicitadauma “atuação firme, ativa e globalna defesa da liberdade religiosa”,em organismos como “o Conselhode Direitos Humanos das NaçõesUnidas, o Conselho Europeu e, emparticular, no Conselho dosNegócios Estrangeiros”. Na defesadesta proposta de resolução, adeputada centrista Ana Rita Bessalembrou, no plenário da Assembleiada

República, diversos casos recentesde atropelos à liberdade religiosa.Foi o caso, no início do mês dejaneiro, quando MohammedShohayet, de apenas 16 meses, asua mãe e um irmão, perderam avida durante a tentativa de fuga daBirmânia para o Bangladesh, porcausa da perseguição de que eramalvo, “por serem muçulmanos numpaís maioritariamente budista”. Foiainda o caso, na madrugada de 4de Abril, quando Lucie Sarah Halim,uma judia de 67 anos, foi agredidapor um jovem de 27, “que gritava‘Allah’ enquanto a atirava pelajanela da sua casa em Paris”, e foi,por fim, o assassinato de cerca dequatro dezenas de cristãos, nodomingo de Ramos, “na sequênciade um atentado do ISIS (oautoproclamado ‘Estado Islâmico’) auma Igreja Copta no Egipto”. Denunciar as injustiçasAna Rita Bessa explicou que, apesarde nada disto ter ocorrido emPortugal, “há que reconhecer queninguém nos exime daresponsabilidade de não

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nos fazermos cegos à injustiça”,acrescentando que “entre a culpa ea responsabilidade está a liberdadede cada um, mas também docoletivo” dos deputados “de nãobaixar os braços e denunciar”. Ofacto de esta questão – daliberdade religiosa – não ser umamatéria que oponha governo eoposição, nem esquerda ou direita,pois trata-se de direitos humanos,de vidas humanas, a verdade é queo Parlamento não aprovou estaresolução por unanimidade. PartidoSocialista e Bloco de Esquerdaabstiveram-se acima de tudo pelodestaque que, no documento quefoi submetido a votação, foi dado àperseguição aos cristãos.Efetivamente, na proposta deresolução do CDS-PP, são referidosdiversos documentos e estudos –um dos quais é o último relatório daFundação AIS – em que se alertapara o aumento da discriminação eperseguição aos cristãos em váriospaíses. Mas não foi só a FundaçãoAIS a fundamentar esta posição doCDS-PP. Na sua intervenção noparlamento, a deputada Ana RitaBessa referiu igualmente outrainstituição, a International Societyfor Human Rights, um observatóriolaico sedeado em Frankfurt, queassegura que cerca de 80 por centode todos os

atos de discriminação religiosospraticados atualmente no mundosão dirigidos contra os cristãos. Fiscalizar o executivoNo final da votação, Ana Rita Bessa,em declarações exclusivas àFundação AIS, mostrou-seesperançada de que a aprovaçãodesta resolução pela Assembleia daRepública tenha agora umaconsequência positiva na atuaçãodo governo de Lisboa. “Acho que ogoverno será sensível a estaquestão e acho que ajudará a queeste tema entre na agenda”, disse adeputada, acrescentando ainda que“o facto de se ter agora um projetode resolução aprovado” peloParlamento tornará “mais fácilfiscalizar a ação governativa epressionar o governo a atuar” nosentido definido pelos deputados. Aaprovação de um projeto deresolução é sempre, afirmou ainda adeputada à AIS, “um instrumento depressão em relação ao trabalho dogoverno”. Esta iniciativa da bancadado CDS-PP teve o voto favoráveldeste partido e do PSD e mereceu aabstenção do Partido Socialista e doBloco de Esquerda. PartidoComunista e Verdes votaram contra.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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O Pastor e os Pastorinhos

Tony Neves Espiritano

Foi há cem anos, naquela pobre e abandonada‘Cova da Iria’, que Nossa Senhora veio dizer atrês crianças que a paz resulta de vidas dignas ededicadas aos outros. Em tempo de I GrandeGuerra Mundial, Maria veio dizer ao mundo queera urgente mudar a vida, pôr o coração a baterao ritmo do coração de Deus, ser mais solidário efraterno com os pequeninos e os pobres.Cem anos depois, Roma dá a notícia ao mundode que a Jacinta e o Francisco são santosreconhecidos pela Igreja. D. Manuel Clementedisse que ‘o reconhecimento do milagre é umgrande sinal que Deus nos dá’. O Presidente daRepública referiu que ‘ a canonização dospastorinhos é motivo de júbilo para Portugal’.Estes pastorinhos são, na longa história daIgreja, as primeiras crianças a ser canonizadas. Épara nós, portugueses, uma honra e umaresponsabilidade.Vem aí o Papa Francisco, depois de Paulo VI,João Paulo II e Bento XVI. Fátima tem lugar cativonas agendas dos Papas quando há algo deimportante a celebrar. Mesmo limitado de saúdee com regras mais claras para a escolha dassuas viagens apostólicas, Francisco nempestanejou diante do convite para participar nocentenário.Cem anos de Fátima e visita do tão mediático eapreciado Papa Francisco são argumentossuficientes para o país estar em ebulição. Nuncase escreveu tanto sobre Fátima. São rodadosfilmes, feitas reportagens sem conta. Aespeculação nos preços da hotelaria éescandalosa. A 12 de Maio, todos os caminhosde Portugal irão dar a Fátima.

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Os media do mundo inteiro terãoapontados à Cova da Iria as suascâmaras e microfones. Será umtempo de graça para que aMensagem de Nossa Senhorapossa ecoar nos ouvidos e tocarnos corações de milhões depessoas por esse mundo além.Fátima é um local, uma mensagemincontornável. Vemos, ouvimos elemos e ninguém pode ignorar oimpacto de Fátima em Portugal e nomundo. Há quem ame e quempareça odiar, mas ninguém ficaindiferente. A mediatizaçãoextraordinária deste evento temdado voz a pessoas que falam deFátima com palavras que nãoseriam esperadas, saídas da bocade quem saem. Parece evidenteque Fátima não é umacontecimento

de há cem anos, mas umamensagem que mantém força eactualidade, transformando a vida amuitos peregrinos.Sim, Fátima é ponto de chegada ede partida de milhões de peregrinos.Ali chegam de carro, autocarro, debicicleta ou a pé. Uns vão sós,outros em família ou em grupo.Pouco importa. Mas o caminho foitempo de reflexão e de luta interior.Muitos são os que chegam aosantuário com vontade de mudar asua vida. O dia seguinte a Fátimapode ser muito diferente daquele diaem que decidiram rumar aosantuário. E esta também é umaimagem de marca das propostasreligiosas dos tempos que corremna nossa Europa.Bem vindo Papa Francisco.

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DOCUMENTO

Ser Cristão no Trabalho: um desafio!Contributo da Plataforma “Compromisso SocialCristão” para o dia 1 de maio de 2017O Papa Francisco na encíclicaLaudato Si refere que a realidadeem que vivemos nos coloca«perante a urgência de avançarnuma corajosa revolução cultural.»(LS 114)Foi este o desafio que asorganizações católicas queconstituem a Plataforma“Compromisso Social Cristão” -ACEGE (Associação Cristã deEmpresários e Gestores), ACR(Ação Católica Rural); CáritasPortuguesa, JOC (JuventudeOperária Católica); LOC (LigaOperária Católica), CNJP (ComissãoNacional Justiça e Paz) e SSVP(Sociedade de São Vicente dePaulo) quiseram aceitar, olhando arealidade, julgando-a e apontandopossíveis caminhos para o futuro -Ver, Julgar e Agir.Partimos da certeza de que, comorefere o Papa, todos somosresponsáveis por todos, todosestamos interligados, e, emboracada um tenha um papel adesempenhar, se queremos aspirara promover a transformação culturalde que o nosso mundo necessita,precisamos de procurar caminhos epercorrê-los em conjunto.Queremos assumir a missão que

recebemos de sermos cocriadoresdo mundo com Deus. «Deuscolocou o ser humano no jardimrecém-criado (Cf. Gn 2,15), nãosó para cuidar do existente(guardar), mas também paratrabalhar nele a fim de queproduzisse frutos (cultivar).Assim, os operários e osartesãos “asseguram umacriação perpétua” (Sir 38,4) » (LS124) A. O que observamos enquantotrabalhadores cristãosempenhados no mundo dotrabalho?Não deixando de valorizar tudo oque de bom e positivo acontece nomundo do trabalho, onde a certezada interligação entre ostrabalhadores, as empresas, asorganizações, a sociedade e oambiente é cada vez mais clara, nalinha da ecologia integral que oPapa nos convida a viver, queremosapontar algumas questões que nospreocupam e que implicam a nossaação: 1. O elevado nível dedesemprego existente e o seuimpacto na vida de muitaspessoasÉ elevado o nível de desemprego

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em Portugal, especialmente noscasos dos trabalhadores acima dos50 anos, desadaptados da novadinâmica económica e que muitodificilmente vão conseguir regressarà vida ativa, e dos jovens, que seveem obrigados a adiar a sua vida ea constituição de novas famílias.O desemprego é a maior injustiçaque existe no mundo do trabalho.Olhamos com particular atenção a“robotização” e a introdução dainteligência artificial, quepromoverão uma forte mudança narealidade económica.

2. A fragilidade e precariedadedos vínculos laboraisCada vez mais, as relações laboraisentre empresas e trabalhadores sãoprecárias, obrigando a um novoentendimento de carreiras etornando o futuro mais exigente eincerto, especialmente para osjovens que entram agora no mundoprofissional.Por outro lado, ainda vemos muitasempresas a assumirem, ou a nãoconseguirem deixar de assumir, ossalários baixos dos seustrabalhadores como vantagemcompetitiva, criando uma geraçãode trabalhadores, que,

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DOCUMENTO mesmo empregados, nãoconseguem sair da sua situação depobreza.Se considerarmos que a economiadeve estar ao serviço da pessoa, enão o contrário, não podemosaceitar esta realidade comoinevitável. 3. O impacto do trabalho nafamília e na saúdeA realidade referida nos pontosanteriores afeta diretamente ainstituição familiar, quer a dasfamílias confrontadas pela incertezado presente, quer a das que sequerem formar e não têmcapacidade de projetar o futuro,assumindo a responsabilidade dosgrandes compromissos para a vida,como casar e ter filhos.Por outro lado, muitas vezes ascondições de trabalho e adificuldade de conciliação família etrabalho, aliadas à falta de sentidodo próprio trabalho, promovem odesgaste físico e inúmerassituações de doença,nomeadamente, de foro psicológico,com todas as suas consequênciaspessoais, familiares e empresariais. 4. A falta de investimentoA verificação da forte quebra doinvestimento em Portugal - público eprivado, nacional e internacional -

e a venda de empresas nacionaisde referência é um sinal de fortealerta e de preocupação sobre ofuturo da economia. Estapreocupação é reforçada pelo factode muitas empresas portuguesasestarem descapitalizadas e de existiruma grande fragilidade do sistemafinanceiro português, a sofrer oefeito da falta de ética de alguns e oimpacto da situação financeirainternacional. Sem investimento, nãopodemos esperar o crescimento e odesenvolvimento de quenecessitamos para o nosso país. 5. A falta de escala eprodutividade de muitasempresasO tecido empresarial português, emque mais de 96% das empresas têmmenos de 10 trabalhadores, é muitofrágil. Muitas vezes os empresáriosnão têm as competênciasnecessárias para crescer eimplementar procedimentos quemelhorem a sua produtividade erendibilidade, promovendoempregos de qualidade. 6. Um Estado frágil queanualmente gasta mais do querecebeO Estado pode vir a ter dificuldadesem cumprir as suasresponsabilidades se nada fizerpara assegurar a

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sustentabilidade das contaspúblicas e das pensões.Os gastos superiores às receitas,ano após ano, a inversão da taxa denatalidade, da mais alta da Europapara a mais baixa, e a falta decrescimento económico são fatoresque suscitam enorme preocupaçãoe exigem reflexão sobre acapacidade do Estado de assegurarno futuro as suas responsabilidadessociais atuais. Por outro lado, aevasão fiscal - de grandesempresas, de pequenos serviços eao nível individual, e o planeamentofiscal (que, sendo legal, maximiza opotencial das disparidades das

políticas fiscais internacionais emdesfavor do Estado), limita asreceitas. Assim, é urgente encontrarcaminhos para garantir asustentabilidade futura do Estado. 7. A falta de valores éticosA “idolatria do dinheiro” que leva aque «seja o dinheiro a governar emvez de servir», a par da cultura dopoder e da cultura “utilitarista e dodescarte”, sem noção do sentidoúltimo da nossa existência, leva aoaparecimento de demasiadassituações de falta de ética, onde obem individual se sobrepõe ao BemComum.

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DOCUMENTO A falta de valores éticos na vidaeconómica corrói as relaçõespessoais, afeta a confiança naslideranças e na economia, e destróipessoas e empresas.Estamos certos de que a crise emque estamos não teria existido se osresponsáveis empresariais tivessematuado dentro de padrões de ética,de responsabilidade social e dosvalores propostos pela DoutrinaSocial da Igreja.

B. Perante esta realidadequeremos reafirmar: 1. Que a Pessoa Humana éprotagonista, centro e fim detoda a vida económica[i]Toda a vida económica tem decolocar a Pessoa Humana no centrodas decisões. O que fazemos ecomo o fazemos tem de seriluminado pelo critério humano. Porisso, a par da sustentabilidadeeconómica, é

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essencial olharmos o impacto danossa ação em todos aqueles quesão afetados pelas decisões -trabalhadores, famílias, sociedade emeio ambiente.«É preciso relembrar que “os custoshumanos são sempre tambémcustos económicos, e as disfunçõeseconómicas acarretam sempretambém custos humanos”[ii].Renunciar a investir nas pessoaspara se obter maior receita imediataé um péssimo negócio para asociedade.» (LS128) 2. Que o trabalho para todos éum elemento essencial dajustiça socialSe, por um lado, o trabalho digno éfonte de dignidade, dedesenvolvimento pessoal e deafirmação da individualidade decada um no mundo, por outro lado,cada pessoa, com as suascaracterísticas únicas e irrepetíveis,tem uma missão a desempenhar nodesenvolvimento da vida emsociedade, promovendo o BemComum.Por isso, quando vemos tantaspessoas sem trabalho, tantotrabalho em condições indignas,tanta precariedade que limita ofuturo e tanta vivência do trabalhosem sentido, temos que nosquestionar e procurar caminhosnovos e desvendar as melhoressoluções.

3. Que pelo nosso trabalhosomos cocriadores do mundocom DeusAcreditamos que o sentido do nossotrabalho nos supera, na medida emque, pelo trabalho, nos envolvemoscomo cocriadores do Mundo, deacordo com as capacidades,talentos e realidades que Deusconfia a cada um, em cadatempo.[iii]Nesse sentido, não queremostrabalhar apenas para o nosso bemtemporal, para o bem das nossasfamílias, para corresponder aosnossos desafios profissionais, oupara o êxito das empresas em quetrabalhamos, mas queremostrabalhar para o Bem Comum econtribuir ativamente para aconstrução do Reino. 4. Que a atividade empresarial éuma das chaves da questãosocial«A atividade empresarial, que é umanobre vocação orientada paraproduzir riqueza e melhorar o mundopara todos, pode ser uma maneiramuito fecunda de promover a regiãoonde instala os seusempreendimentos, sobretudo sepensa que a criação de postos detrabalho é parte imprescindível doseu serviço ao bem comum»(LS129). Sem empresas eorganizações, capazes de criar valorpara a sociedade, não é possíveldesenvolver o país e garantirempregos de qualidade.

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DOCUMENTO Reconhecemos, por isso, nasempresas, um enorme valor socialque tem origem na iniciativa, norisco e na capacidade de pessoasconcretas, mas que só ganhasentido nos fins sociais queprossegue, designadamente naprodução de riqueza, na criação deoportunidades de trabalho dequalidade, na realização dos quenela trabalham e nodesenvolvimento social. 5. Que as empresas sãocomunidades de pessoas[iv] efamíliasVemos as empresas comocomunidades humanas, fundadasem interesses não coincidentes -acionistas, gestores, trabalhadores,sindicatos, famílias e sociedade -mas orientadas para finalidadescomuns, estruturadas segundo oprincípio da cooperação, e não doconflito. Assumimos que a maioriadas empresas está vocacionadapara a produção, e/ oucomercialização de bens e serviçosnum mercado global, concorrenciale incerto e, por isso, sujeita aprincípios racionais de gestão, deorganização e de permanência nomercado.Sabemos que o sucessoempresarial e a dignificação dotrabalho e dos trabalhadores nãosão realidades

opostas, mas realidades que secomplementam e potenciammutuamente. Logo, Empresários eTrabalhadores, devem estar unidosno bem dessa comunidade que é aempresa, respeitando os direitos edeveres de cada um e procurandosimultaneamente a excelência naatividade e a solidariedade entre osatores. No fundo, todos osintervenientes numa empresa sãocorresponsáveis pelasustentabilidade da mesma, cadaum a seu modo. 6. Que o mercado tempotencialidades, mas tambémlimitesReconhecemos as potencialidadesdo mercado, da concorrência, dapropriedade privada e da livrecriatividade humana, como fator dedesenvolvimento humano,económico, social e ambiental, masdefendemos a necessidade de umacada vez mais forte regulação daatividade económica, que diminua oimpacto das faltas de ética, dosexcessos de poder de grupos deinteresse e corporações, e assegurea inclusão de todos aqueles que sevejam excluídos do mercado laborale da sociedade.Somos também confrontados com odesafio de, dentro da atividadeeconómica, dar lugar ao princípio dagratuidade e à lógica do dom.[v]

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C. Perante as realidades e asreafirmações anteriores quecaminhos de futuro propomos? 1. A conversão pessoal de cadaum ao Amor de DeusNenhuma revolução autêntica podecomeçar sem a adesão pessoal aoprojeto, neste caso sem a adesãopessoal a Cristo e aos critérios deAmor que nos propõe. Só em uniãocom Ele poderemos aspirar a serinstrumentos da transformação queDeus pretende no mundo. É afidelidade à sua missão que podesalvar-nos e pode salvar etransformar o mundo 2. A vivência do nosso trabalhoem nome de CristoTrabalhar com o sentido de quetudo

O que fazemos é em seu nome,responsabiliza-nos a seguir os seuscritérios, a procurar o seuentendimento. Trabalhar - servindo,em vez de nos servirmos – paratrazer Cristo e o seu Amor para asempresas e para tratar os outroscomo gostaríamos de ser tratadosse estivéssemos no lugar deles.Este é um enorme desafio quetransforma o nosso espaço pessoalde atuação, das equipas de trabalhoe das empresas. 3. A procura da unidade de vidae de uma ecologia do trabalhoA unidade de mente e coração eação de cada um, assumindo osmesmos valores e critérios deatuação nos diferentes papéis quedesempenha - família, trabalho ouvida social, é um

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DOCUMENTO

critério essencial para podermos seríntegros em tudo o que fazemos.Aqueles que se deixam dividir em“gavetas de vida” acabam por viveruma vida de mentira. É esta unidadede vida que nos permite aplicar osTalentos e Dons que Deus nosconfia, a cada momento, nostrabalhos que fazemos e nosrelacionamentos que mantemos.Tudo fazer para pôr a render osnossos talentos é um imperativoético, perante Deus, perante nóspróprios, perante aqueles queconnosco trabalham e peranteaqueles que não têm trabalho.

4. A necessidade de aumentar odiálogo e a cooperação nasempresasAs empresas são constituídas portodos os que nelas trabalham. Acooperação entre todos é vital parao desempenho das empresas. Porisso, é essencial potenciar o diálogoe a cooperação efetiva entre todos -acionistas, gestores, trabalhadores,sindicatos, forças locais -,promovendo nas empresas oprincípio da subsidiariedade quepotencia cada um doscolaboradores.

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5. A formação eacompanhamento dos líderesempresariaisPerante a complexidade do mundo económico atual, é essencial otestemunho daqueles que geremcom critérios éticos e sabem comodignificar a sua empresa e os seustrabalhadores. Nesse sentido, éessencial encontrar espaços deinspiração e de partilha de boas-práticas, que possam contagiarcada vez mais empresas.Acreditamos que a introdução depolíticas concretas e possíveis podetransformar a cultura das empresase impactar a vida dos seuscolaboradores. Isto pode, e deve,acontecer, por exemplo, no que serefere à conciliação entre família etrabalho, à remuneração justa, aoscontratos de trabalho ou aopagamento pontual a fornecedores. 6. O acompanhamento eformação das novas geraçõesde trabalhadoresPerante as rápidas mudanças naforma de contratualização, éessencial acompanhar e formarpara o trabalho as novas geraçõesde trabalhadores, para anecessidade de não deixarem de seatualizar e serem “empreendedores”da sua própria vida. Importa passarde uma atitude passiva a umaatitude proativa,

com consciência do nosso papel detrabalhadores que reconhecem osseus direitos e deveres.É importante fomentar um saudávelintra-empreendedorismo nas nossasempresas, dando espaço aos maisjovens para apresentarem as suasideias e tomarem iniciativas, mesmoque arriscadas, até porque «muitasvezes o Senhor revela ao maisjovem o que é melhor» como estáescrito na terceira regra de SãoBento. É importante promover umaautêntica educação para o trabalho,com um equilíbrio dinâmico entre orealismo prático e a utopia, a ação ea oração, a prática e a reflexão. 7. A opção pelos mais pobres,especialmente aqueles que nãotêm emprego ou têm umemprego precárioPotenciar o empreendedorismo eum ecossistema favorável aoinvestimento é essencial para gerarvalor para toda a sociedade e criarempregos reais e de qualidade.Aqueles que têm capacidadefinanceira e vocação para seremempreendedores devem assumiressa responsabilidade e oconsequente risco do investimento,promovendo emprego, produtos eserviços de qualidade que possamajudar a

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DOCUMENTO desenvolver a sua região. Torna-senecessário fazer todo o possívelpara conciliar critérios desustentabilidade económica com amanutenção e a criação de postosde trabalho.Torna-se urgente apoiar quem nãotem trabalho, para que consiga denovo voltar a tê-lo, dinamizandoespaços e dinâmicas ágeis depromoção da empregabilidade. E éimperioso acabarmos com a tristerealidade dos chamados“trabalhadores pobres”, isto é,aqueles que, mesmo tendo umtrabalho a tempo inteiro, vivem emsituações de pobreza devido aosbaixos salários. Remuneração justae condições dignas sãofundamentais para garantir o futurode todos. 8. Todos somos responsáveispelo consumismo«O grande risco do mundo atual,com a sua múltipla e avassaladoraoferta de consumo, é uma tristezaindividualista que brota de umcoração comodista e mesquinho»diz-nos o Papa Francisco logo noinício da exortaçãoapostólica Evangelii Gaudium.Todos nós, como consumidores eresponsáveis pelas tendências demercado e da viabilidade dasempresas, devemos, como refere oPapa, ter a noção de que a forma

como consumimos condiciona anossa vida, o ambiente e a vida dasempresas. As decisões de consumo,também elas, devem ter em contanão só o preço económico, mastambém os diversos impactos daempresa e dos seus produtos nasociedade. 9. A transformação dasestruturas políticas eeconómico-sociais[vi]Sem a transformação das estruturaspolíticas, económicas e sociais, nãose atua nas causas profundas dadegradação do trabalho humano.Por isso, é necessário que oscristãos procurem não só a«conversão pessoal» referida, masassumam uma intervenção ativa epermanente nessas estruturas.Devemos intervir mais,pessoalmente ou em grupo, noslocais de trabalho e de residência,nas associações locais, sindicais eempresariais, nas forças políticas,nos órgãos de soberania e em todasas instâncias onde se podeinfluenciar a vida da comunidadehumana. Intervir denunciando assituações que não promovem adignificação do trabalho e nãocolocam a Pessoa Humana nocentro de toda a vida económica.Esta denúncia é uma forma detestemunhar Cristo e o seu Amor.Acreditamos que, se formoscapazes

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de viver convertidos ao Evangelho,cada uma das nossas organizaçõespode tornar-se cada vez mais umespaço de verdadeira comunidadede pessoas. Acreditamos que épossível iniciar esta revolução que oPapa Francisco sugere e aspirar auma nova organização dasociedade e do trabalho.O caminho não é fácil e osobstáculos e as problemáticas sãograndes, mas acreditamos que,unidos a Deus e num espirito deserviço, podemos aspirar a sermoscuidadores da nossa casa comum,cuidando do existente – guardar – etrabalhando nele a fim de queproduza frutos – cultivar -,

assegurando, assim, uma criaçãoperpétua, da qual todos possamdesfrutar.

Lisboa, 1 de maio de 2017

Plataforma Compromisso SocialCristão:

Associação Cristã de Empresários eGestores - ACEGE,

Ação Católica Rural - ACR,Cáritas Portuguesa

Comissão Nacional Justiça e Paz -CNJP

Juventude Operária Católica - JOCLiga Operária Católica - JOC,

Sociedade de São Vicente de Paulo- SSVP

[i] Gaudium et Spes, 25[ii] Caritas in Veritate, 32[iii] Laborem Exercens, 4[iv] Gaudium et Spes, 68 e Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 340[v] Caritas in Veritate, 36[vi] Sollicitudo Rei Socialis, 36, 20 e 22

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