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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA- IFTO CAMPUS- PALMAS FRANKLIN DA SILVA OLIVEIRA APLICAÇÃO DE RELIGADORES AUTOMATIZADOS NAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIAS DA COMPANHIA DE ENERGIA ELÉTRICA DO ESTADO DO TOCANTINS - CELTINS Palmas, TO. 2011

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  • INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA-IFTO CAMPUS- PALMAS

    FRANKLIN DA SILVA OLIVEIRA

    APLICAO DE RELIGADORES AUTOMATIZADOS NAS REDES DE

    DISTRIBUIO PRIMRIAS DA COMPANHIA DE ENERGIA

    ELTRICA DO ESTADO DO TOCANTINS - CELTINS

    Palmas, TO.

    2011

  • FRANKLIN DA SILVA OLIVEIRA

    APLICAO DE RELIGADORES AUTOMATIZADOS NAS REDES DE

    DISTRIBUIO PRIMRIAS DA COMPANHIA DE ENERGIA

    ELTRICA DO ESTADO DO TOCANTINS - CELTINS

    Trabalho de Concluso de Curso

    apresentado Coordenao da rea de

    Indstria como requisito final para

    obteno do diploma de concluso do

    Curso Superior de Tecnologia em Sistemas

    Eltrico do Instituto Federal de Educao,

    Cincia e Tecnologia Campus Palmas.

    Orientador: Profo Msc. Fbio Lima de

    Albuquerque

    Palmas, TO

    2011

  • R672e

    Oliveira, Franklin da Silva.

    Aplicao de Religadores Automatizados nas redes de distribuio primrias da Companhia de Energia Eltrica do Estado do Tocantins - CELTINS / Franklin da Silva Oliveira. Palmas-TO, 2011.

    93f. : il. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao Tecnolgica em

    Sistemas Eltricos) Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Tocantins Campus Palmas, 2011.

    Orientador: Profo Msc. Augusto Lima de Albuquerque

    1. Automao. 2. Religadores. 3. Qualidade. I. Oliveira, Franklin

    da Silva II. Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Tocantins Campus Palmas. III. Ttulo

    CDD 621.3121

  • FRANKLIN DA SILVA OLIVEIRA

    APLICAO DE RELIGADORES AUTOMATIZADOS NAS REDES DE

    DISTRIBUIO PRIMRIAS DA COMPANHIA DE ENERGIA

    ELTRICA DO ESTADO DO TOCANTINS - CELTINS

    Este Trabalho de Concluso de Curso foi julgado e aprovado como cumprimento s

    exigncias legais do currculo do Curso Superior de Tecnologia em Sistemas

    Eltricos pela Coordenao da rea Indstria no Instituto Federal de Cincia e

    Tecnologia -IFTO Campus Palmas.

    Palmas, 02 de dezembro de 2011.

    ______________________________________

    Prof. Dr. Elcio Precioso de Paiva Supervisor do Trabalho de Concluso de Curso

    _____________________________________

    Prof. M.Sc. Mateus Lima Peduzzi Coordenador

    Banca Examinadora:

    ______________________________________

    Profo Msc. Fbio Lima de Albuquerque Presidente e Orientador

    ______________________________________

    Profo Msc. Srgio Batista Silva Co-Orientador

    ______________________________________

    Prof. Msc. Kaisson Teodoro de Souza Membro de Banca Examinadora

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus por me conceder sade, inteligncia e principalmente fora nessa reta

    final.

    A minha famlia que sempre estiveram do meu lado.

    Aos meus amigos e colegas de turma.

    Aos meus cachorros Johw e Jolie que fazem a alegria da casa.

    A Milena minha noiva e futura esposa.

    E a todos que colaboraram de forma direta ou indireta para este trabalho.

  • RESUMO

    Este trabalho visa mostrar todo o processo de automatizao implantado nas

    linhas de distribuio de 13,8kV e 34,5kV da Companhia de Energia Eltrica do

    Estado do Tocantins CELTINS. Foi feito um levantamento de cada equipamento,

    bem como o funcionamento dos mesmos. Foi feito uma anlise dos benefcios

    adquiridos nas LDs da CELTINS. Benefcios estes, que impacta diretamente na

    reduo dos indicadores exigidos pela Agncia Nacional de Energia Eltrica -

    ANEEL, onde os mesmos so confrontados atravs de grficos e planilhas. Aliado a

    isto uma melhoria na qualidade da energia fornecida aos consumidores.

    Palavras-chave: redes automatizadas, qualidade, energia eltrica.

  • ABSTRACT

    This work aims to show the whole process of automation implemented in the

    distribution lines of 13.8kV and 34.5kV Electric Power Company of the State of

    Tocantins CELTINS. A survey was administered to each device, and the operation

    thereof. He was madean analysis of the benefits acquired the indicators required by

    the National Agency of Electric Energy ANEEL, where they are confronted with

    chartsand spreadsheets. Allied to this improvement in the quality of energy supplied

    toconsumers.

    Keywords: automated networks, quality, power.

  • 1 INTRODUO

    cada vez maior as exigncias dos consumidores na qualidade da energia

    eltrica fornecida, aliadas a uma contnua necessidade de melhoria dos indicadores

    de qualidade como mais um aspecto relevante da eficincia das empresas

    distribuidoras de energia eltrica, tem conduzido utilizao de dispositivos eletro-

    eletrnicos nos centros operacionais de sistemas eltricos de potncia.

    Essa necessidade, aliada evoluo tecnolgica de hardwares e softwares

    tornaram os sistemas de automao confiveis, resistentes e com custo acessvel,

    permitiu a utilizao de tecnologia de ponta nos processos operacionais de energia

    eltrica. O telecomando de religadores uma dessas tecnologias de ponta com

    timo impacto na melhoria dos indicadores e na qualidade da energia fornecida.

    1.1 TEMA

    Automatizao dos religadores na rede de distribuio de 13,8kV e 34,5kV da

    Companhia de Energia Eltrica do Estado do Tocantins - CELTINS

    1.1.1 Delimitao do Tema

    Um estudo sobre aplicao de religadores automatizados na rede de

    distribuio de 13,8kV e 34,5kV e o seu impacto direto na reduo dos indicadores

    nos circuitos da concessionria CELTINS.

  • 1.2 PROBLEMTICA

    O que fazer para reduzir o tempo de recomposio nos circuitos de

    distribuio com indicadores elevados da CELTINS?

    1.3 HIPTESE DO TRABALHO

    Automatizao dos religadores na rede de distribuio de 13,8kV e 34,5kV da

    e 34,5kV da Companhia de Energia Eltrica do Estado do Tocantins CELTINS.

    1.4 OBJETIVOS

    1.4.1 Geral

    Analisar a aplicao de religadores automatizados nos circuitos de

    distribuio da CELTINS com altos ndices de interrupes no fornecimento de

    energia eltrica, com intuito de reduzir os indicadores DEC e FEC.

    1.4.2 Especficos

    - Estudar quais equipamentos e tecnologias atende melhor a concessionria;

    - Fazer levantamento dos circuitos de distribuio com indicadores elevados;

    - Estudar a viabilidade tcnica na implantao de religadores automatizados;

    - Comparar o modelo antigo com o modelo novo ressaltando as melhorias.

  • 1.5 JUSTIFICATIVA

    medida que os benefcios da energia passaram a fazer parte do dia a dia

    das pessoas, natural que se tenha uma preocupao quanto qualidade da

    energia, bem como, com a continuidade do servio fornecido.

    Atualmente os custos e prejuzos com as redes de distribuio do-se a maior

    parte devido s interrupes no fornecimento da energia eltrica e as dificuldades no

    restabelecimento do servio.

    Diante desta situao, se fez necessrio um estudo para diminuir as

    interrupes no fornecimento de energia eltrica. A aplicao de religadores

    telecomandados nos circuitos crticos da CELTINS ser relevante, pois alm de

    reduzir o tempo com manobras, impactar diretamente nos indicadores.

    1.6 METODOLOGIA

    Esta pesquisa um estudo sobre a viabilidade tcnica na instalao de

    Religadores Automatizados aplicados nos circuitos da concessionria CELTINS. Ela

    obedecer s seguintes etapas: pesquisa tcnica, documental e de campo.

    Na primeira fase foi realizado um levantamento tcnico e estrutural dos

    equipamentos das linhas de distribuio em 13,8kV e 34,5kV.

    Na segunda fase do projeto, foram definidos os religadores e tecnologias

    adotadas.

    1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO

    O trabalho est organizado em 7 captulos e X anexos, conforme apresentado

    nas linhas abaixo.

  • O Captulo 1 feita uma apresentao e uma abordagem inicial do problema

    proposto para o trabalho em questo.

    O Captulo 2 estruturado em duas partes:

    a) Equipamentos de redes de distribuio:

    Neste tpico feita uma abordagem detalhada dos equipamentos eltricos

    que so utilizados nas redes de distribuio primria de 13,8kV e 34,5kV da

    CELTINS, onde se destacam: chaves e seccionadores, pra-raios, isoladores,

    transformadores de corrente, transformadores de potencial, religadores e

    disjuntores.

    O objetivo deste item conhecer os princpios bsicos de funcionamento de

    cada um dos equipamentos acima citados, bem como suas aplicaes e suas

    caractersticas eltricas.

    b) Proteo de Sistemas Eltricos

    Neste tpico feita uma explanao sobre a filosofia das protees, sua

    finalidade e seus principais dispositivos utilizados nos circuitos de distribuio.

    O objetivo desse tpico mostrar todos os recursos que os rels possuem

    para proteger um circuito eltrico de distribuio.

    O Captulo 3 fala sobre a telecomunicao aplicada nos Sistemas Eltricos

    de Potncia.

    O objetivo deste captulo mostrar os meios de comunicao, sua topologia e

    os dispositivos de Telecom disponveis atualmente para o setor eltrico.

    O Captulo 4 apresenta os indicadores DEC/FEC e DIC/FIC exigidos pela

    ANEEL as concessionrias de energia eltrica.

    O objetivo deste item explanar de forma clara os ndices de qualidade do

    setor eltrico.

    O Captulo 5 traz a aplicao do modelo e equipamentos adotados pela

    CELTINS para telecomandar seus religadores, este captulo ser dividido em duas

    partes:

    a) RELIGADOR E REL:

    Neste tpico ilustra inicialmente o religador e o rel designados, suas

    particularidades e recursos disponveis para atender a proteo.

  • b) AUTOMAO E ACESSRIOS:

    Neste tpico ilustra os recursos que a UTR UNIDADE TERMINAL REMOTA

    dispe para executar telecomandos, supervisionar, bem como os meios para tais

    funes.

    O objetivo deste Captulo mostrar a integrao do sistema de proteo

    (RELIGADOR E REL) com o sistema de automao.

    O Captulo 6 apresentado os benefcios que os circuitos de distribuio

    automatizados trouxeram a concessionria CELTINS.

    O objetivo deste captulo demonstrar os ganhos reais com a implantao do

    telecomando, mostrando anlises de circuitos antes e depois da melhoria. Por fim,

    os resultados mostram os benefcios obtidos pela concessionria.

    O Captulo 7 trata da concluso, contendo as consideraes finais,

    contribuies do trabalho e tpicos para um desenvolvimento posterior.

  • 2 REDES PRIMRIAS DE DISTRIBUIO

    2.1 EQUIPAMENTOS

    2.1.1 Introduo

    O objetivo deste captulo apresentar os equipamentos utilizados nos

    sistemas de distribuio primria, tais como as chaves e seus elos fusveis, pra-

    raios, isoladores, seccionadores, reguladores de tenso, religadores automticos,

    transformadores de potencial, transformadores de corrente, rels de proteo e

    disjuntores de alta tenso.

    2.1.2 Chaves e seccionadores

    2.1.2.1 Introduo

    Dispositivo de manobra para estabelecer, conduzir e interromper correntes

    sob condies normais de circuitos, tais como as de curto-circuito. Entende-se por

    manobra toda mudana na configurao eltrica de um ou mais circuitos feita

    manual ou automaticamente por dispositivo adequado.

    2.1.2.2 Caractersticas

    Dispositivo de manobra mecnico que, por razes de segurana, assegura,

    na posio aberta, uma distncia de isolao que satisfaz condies especificadas.

    Um seccionador constitudo para fechar e abrir um circuito nas seguintes

  • situaes: quando desprezvel a corrente que est sendo estabelecida ou

    interrompida, ou quando no se verifica a variao de tenso aprecivel, entre os

    terminais de casa um de seus plos. Deve ser capaz, tambm, de conduzir as

    correntes sob condies normais do circuito e de conduzir, por tempo especificado,

    correntes sob condies anormais especificas do circuito, tais como as de curto-

    circuito. Podemos distinguir diversos tipos de seccionador de acordo com as

    condies de funcionamento de seus contatos, entre os quais:

    -Chave Seca: chave cujos contatos principais operam no ar, sob presso

    atmosfrica.

    -Chave a leo: chave cujos contatos principais operam imersos em leo.

    Quanto ao tipo de chaves, de acordo com a utilizao de uma maneira geral,

    podemos ter:

    -Chave de Aterramento: chave destinada a aterrar partes de um circuito,

    capaz de suportar, por tempo especificado, correntes sob condies anormais do

    circuito, mas no necessariamente projetada para conduzir correntes sob condies

    normais do circuito.

    -Chave Faca: chave seca, na qual, em cada plo, o contato mvel

    constitudo por uma ou mais lminas articuladas na extremidade e a outra

    extremidade se adapta por encaixe no contato fixo correspondente, conforme figura

    1 abaixo.

    Figura 1: Chave Faca Figura 2: Chave Religadora Autor: www.drsul.com, 2011 Autor: www.delmar.com.br, 2011

    -Chave fusvel: um equipamento amplamente utilizado em redes primrias

    de distribuio de energia eltrica. A sua operao consiste basicamente na fuso

  • do elo fusvel, quando o mesmo percorrido por uma magnitude de corrente eltrica

    acima do nominal, dentro de um determinado tempo, conforme a sua caracterstica

    de tempo em funo da corrente.

    Quanto ao tipo de mecanismo de operao, podem ser:

    -Mecanismo Manual: mecanismo operado manualmente, atravs de manivela,

    alavanca ou vara de manobra.

    -Mecanismo Automtico: mecanismo operado eletricamente atravs de

    comando motorizado local ou remoto. Alguns mecanismos operam, por meio de

    comandos pneumtico ou hidrulico. Na figura 2 acima, uma representao de uma

    chave fusvel religadora mecnica.

    2.1.3 Pra-raios

    2.1.3.1 Introduo

    Com o objetivo de impedir que os equipamentos de um sistema eltrico ou

    instalao industrial sejam danificados por surtos ou sobretenses necessrio a

    instalao de dispositivos de proteo, sendo os pra-raios os equipamentos mais

    adequados para esta finalidade. Atuam como limitadores de tenso, impedindo que

    valores acima de um determinado nvel pr-estabelecido possam alcanar os

    equipamentos para os quais fornecem proteo. Abaixo nas figuras 3 e 4 alguns

    exemplos de pra-raios utilizados na distribuio.

    2.1.3.2 Classes de um pra-raios

    Normalmente, trs classes de pra-raios so utilizadas em sistemas de alta-

    tenso: estao, intermediria (subtransmisso) e distribuio. As diferenas entre os

    trs tipos esto nos nveis de proteo, nos ensaios de durabilidade, na existncia ou

  • no de dispositivos de alvio de presso e nas tenses do sistema para as quais

    foram projetados:

    - Os pra-raios tipo estao cobrem todas as classes de tenso;

    - Os do tipo intermedirio destinam-se s tenses normalmente utilizadas nos

    sistemas de subtransmisso (

  • fundamentais, uma vez que, com base neles, se realiza a Coordenao de

    Isolamento da instalao eltrica.

    2.1.4 Isoladores

    2.1.4.1 Introduo

    O nvel de isolamento de um equipamento o conjunto de valores de tenses

    suportveis nominais, aplicadas ao equipamento durante os ensaios e definidas em

    normas especficas para esta finalidade, que define a sua caracterstica de

    isolamento. A NBR-6939 estabelece que, para os equipamentos com tenso mxima

    inferior a 300 kV, o nvel de isolamento definido pelas tenses suportveis nominais

    de impulso atmosfrico e frequncia industrial. Para equipamentos com tenso

    igual ou superior a 300 kV, consideram-se as tenses suportveis nominais de

    impulsos de manobra e atmosfrico.

    Segundo Mamede Filho (1994), os isoladores so elementos slidos com propriedades mecnicas capazes de suportar os esforos produzidos pelos condutores. Eletricamente estes possuem a funo de isolar os condutores que esto submetidos a uma diferena de potencial em relao estrutura de suporte ou em relao a outro condutor.

    2.1.4.2 Tipos de isoladores

    Dentre os principais isoladores utilizados nas LDs destacam-se:

    - Isoladores de Cermica: so feitos de materiais cermicos classificados

    como cermica branca, pois possuem um corpo de massa recoberto por uma

    camada vtrea de esmalte.

    Esta porcelana eltrica constituda basicamente de argila, porm deve ter baixo teor de ferro para no comprometer as funes isoladoras do produto, alm de feldspato responsvel pela gerao de massa vtrea. Possuem tambm elevado ponto de fuso, sendo manufaturados a frio na forma plstica e sofrendo processo de queima na temperatura de 2000 C (SCHMIT, 1979; ABCERAM, 2007).

  • Nas figuras 5 e 6 abaixo, alguns exemplos dos principais tipos de isoladores

    utilizados em uma LD.

    Figura 5: Isoladores Diversificados Figura 6: Isoladores de Polmero Autor: www.cabinesprimarias.com.br, 2011 Autor: www.balestro.com, 2011

    Os isoladores so compostos basicamente de 30% de caulim associados

    argila, 30% feldspato e 40% quartzo. Ao passo que os isoladores especiais, isto ,

    isoladores para subestaes eltricas, recebem adio de alumina, em substituio

    parcial ao quartzo, recebendo o nome de isoladores de alumina.

    So misturadas tambm outras substncias em porcentagens bem reduzidas que influenciam na qualidade dieltrica e mecnica do isolador, sendo as principais substncias o hidrxido de ferro, o silicato de clcio, o silicato de magnsio e outros cidos, aumentando as quantidades de matrias primas dos isoladores obtm algumas melhorias (MAMEDE FILHO, 1994).

    - Isoladores de Vidro: O vidro uma soluo resultante da solidificao

    progressiva, sem traos de cr is ta l izao, de uma mistura homognea

    de xidos e s i l icatos. Os vidros utilizados na fabricao de isoladores so,

    sobretudo do tipo sdico-clcico, cujos componentes principais so os xidos de

    silcio, de sdio e de clcio (cal),com as seguintes propores mais usuais de:

    SiO2 65 a 73%

    NaO 8 a 17%

    CaO at 22%

    Uma vantagem do isolador de vidro em relao ao de porcelana

    reside no processo de fabricao que automatizado, resultando, portanto,

    numa reduo de custos e de procedimentos de controle de qualidade mais fceis.

  • Os isoladores de vidro podem ser temperados ou recozidos. Isoladores

    de vidro recozido, a exemplo dos isoladores de vidro temperado, so submet idos

    a um processo de recozimento e, em seguida, resfriados lentamente. Os

    isoladores fabricados com vidro recozido no apresentam resistncia s var iaes

    bruscas de temperaturas e oferecem menor res is tnc ia mecnica

    ruptura. So usados em baixa tenso.

    - Isoladores Polimricos: So fabricados para utilizao em cruzetas de ao

    ou madeira. Aplicados em redes de distribuio de energia eltrica, podem substituir

    os isoladores convencionais de porcelana ou vidro, ou isoladores tipo pilar em

    porcelana. Outra possvel aplicao como isolador tipo poste em linhas de M.T.

    (diretamente fixado ao poste, na horizontal ou outro ngulo qualquer).

    Os isoladores polimricos tipo Pilar so fabricados a partir de um basto

    (alma) de fibras de vidro de elevada resistncia mecnica, o qual fixado nas

    ferragens terminais (sendo a ferragem terminal inferior em ferro de liga especial

    zincado a quente e a superior podendo ser do mesmo material ou em alumnio).

    Posteriormente aplicado sobre este conjunto o revestimento isolante em borracha

    de silicone, obtendo-se um isolador compacto, leve, de grande resistncia mecnica

    e de elevada resistncia s intempries.

    Vantagens

    -Dimenses compactas, resultando em isoladores mais leves que

    os convencionais, reduzindo o custo das estruturas, do transporte e

    armazenamento, da mo-de-obra da instalao, etc;

    -Imunidade ao vandalismo;

    -Elevada resistncia aos esforos mecnicos de trao, flexo, torque e

    impacto;

    -Baixo nvel de RIV;

    -Excelente desempenho s intempries, principalmente em ambientes de

    elevado grau de poluio, graas s caractersticas peculiares do invlucro de

    silicone, como a hidrofobicidade, que torna a resistncia superficial do isolador alta,

    mesmo em condies de chuva, evitando a formao de filmes contnuos de gua e

    de canais secos e arcos na superfcie do isolador, mantendo a

    hidrofobicidade mesmo em condies de poluio;

  • -Especialmente indicado para orla martima, neste caso reduz os custos

    de manuteno da rede e a freqncia de lavagens;

    -Moldado em uma nica pea, garantindo excelente hermeticidade, impedindo

    o ingresso de gua ou resduos no interior dos isoladores, aumentando sua vida til;

    Desvantagens

    Os isoladores de polmero ainda possuem um alto preo de mercado

    comparado com os outros isoladores, encarecendo consideravelmente o preo de

    uma obra.

    2.1.5 Transformador de Corrente

    2.1.5.1 Introduo

    Os transformadores de corrente, simplesmente representados por TCs, so

    equipamentos que se destinam a reduzir os valores de correntes de alta

    amperagem, denominadas de corrente primria, em nveis de correntes menores,

    denominadas de secundrias, com valores compatveis com os usados em

    instrumentos de medio, proteo, monitorao, registros, etc.

    Os TCs se destinam ainda, a aplicaes que exigem uma isolao entre

    circuitos de AT/MT e o de BT, sem, todavia, ser necessria a realizao de uma

    transformao nos nveis das correntes em uso, ou seja, aplicaes em que os TCs

    so usualmente chamados de Transformadores de Isolao. Esses equipamentos

    so construdos com base no princpio da induo e transformao eletromagntica,

    onde um circuito constitudo de um condutor ou de uma bobina de NP espiras,

    denominado de primrio, recebe a corrente da rede eltrica, criando assim, um fluxo

    magntico que se concentra em seu circuito ferro-magntico, denominado de ncleo

    do TC, o qual o vincula, ou o acopla ainda, a um segundo circuito, denominado

    secundrio, constitudo de uma ou mais bobinas de NS espiras cada, onde atravs

    de seus terminais, se tem disponvel a tenso de alimentao da carga secundria,

    dimensionada para permitir a circulao da corrente segundo os valores desejados.

  • Dependendo dos valores observados quanto disperso do fluxo secundrio,

    esses TCs, podem ser classificados como sendo do tipo A ou B, respectivamente,

    de alta impedncia ou de baixa impedncia de disperso no valor do fluxo na bobina

    secundria. Em geral os TCs tipo A, correspondem aos de natureza construtiva

    com mltiplos enrolamentos, bobinados, enquanto que, os do tipo B, em geral

    correspondem aos de construo com ncleo toroidais, possuindo o enrolamento

    primrio singelo, prprio para as instalaes e uso combinado com buchas, barras

    ou cabos passantes no seu circuito primrio. Esses valores de correntes primria e

    secundria, so normalizados, sendo usual no Brasil os valores de 1A ou 5A para o

    circuito secundrio e, uma gama varivel de valores inteiros, compreendidos entre 5

    e 5000 A para valores primrios, nas figuras 7 e 8 abaixo exemplos de TCs.

    Figura 7: Transformadores de Corrente Figura 8: Transformadores de Corrente Autor: www.cabinesprimarias.com.br, 2011 Autor: Franklin Oliveira, 2011

    2.1.5.2 Tipos construtivos

    So classificados de acordo com o modelo do enrolamento primrio, j que o

    enrolamento secundrio constitudo por uma bobina com derivaes (taps) ou

    mltiplas bobinas ligadas em srie e/ou paralelo, para se obter diferentes relaes

    de transformao. Quanto aos tipos construtivos, os TCs mais comuns, so:

    -Tipo Enrolado: Este tipo usado quando so requeridas relaes de

    transformaes inferiores a 200/5. Possui isolao limitada e, portanto, se aplica em

    circuitos at 15kV. Ocorre quando o enrolamento primrio, constitudo de uma ou

    mais espiras, envolve mecanicamente o ncleo do transformador.

  • -Tipo Barra: Transformador de corrente cujo enrolamento primrio

    constitudo por uma barra, montada permanentemente atravs do ncleo do

    transformador.

    -Tipo Bucha: Consiste de um ncleo em forma de anel (ncleo toroidal), com

    enrolamentos secundrios. O ncleo fica situado ao redor de uma bucha de

    isolamento, atravs da qual passa um condutor, que substituir o enrolamento

    primrio. Este tipo de TC comumente encontrado no interior das buchas de

    disjuntores, transformadores, religadores, etc..

    -Tipo Janela: Tem construo similar ao tipo bucha, sendo que o meio

    isolante entre o primrio e o secundrio o ar. O enrolamento primrio o prprio

    condutor do circuito, que passa por dentro da janela.

    -Tipo Ncleo Dividido: Transformador de corrente tipo janela em que parte do

    ncleo separvel ou basculante, para facilitar o enlaamento do condutor primrio.

    -Tipo com Vrios Enrolamentos Primrios: Transformador de corrente com

    vrios enrolamentos primrios distintos e isolados separadamente.

    -Tipo com Vrios Ncleos: Transformador de corrente com vrios

    enrolamentos secundrios isolados separadamente e montados cada um em seu

    prprio ncleo, formando um conjunto com um nico enrolamento primrio, cujas

    espiras (ou espira) enlaam todos os secundrios.

    2.1.5.3 Caractersticas

    Uma das mais importantes caractersticas dos TCs, diz respeito natureza

    de seus circuitos magnticos, ou seja, das capacidades magnetizantes existentes

    em seus ncleos. Abaixo, na figura 9, segue a simbologia dos TCs.

    Figura 9: Simbologia do Transformador de Corrente Autor: www.wikipedia.org, 2011

  • Figura 10: Curva de Saturao Autor: www.wikipedia.org, 2010

    Sob esse aspecto, eles se classificam em TCs de Medio e TCs de

    Proteo, sendo que basicamente a diferena entre eles, reside na caracterstica

    magnetizante existente em seus ncleos e nas classes de preciso desejadas. Os

    TCs de Medio, em geral apresentam baixo nvel de saturao, isto , fator de

    sobrecorrente nominal ou de saturao ( Fsat ) em geral compreendido entre ( 1,2 a

    2,0 ) x In, enquanto que os de Proteo, somente devem se saturar para correntes

    primrias, a partir de 20x In, conforme figura 10 acima.

    2.1.6 Transformador de Potencial

    2.1.6.1 Introduo

    De forma similar ao TCs, os Transformadores de Potencial, TPs, destinam-

    se a reduzir os valores de tenses em nveis daqueles usados em instrumentos de

    medio e/ ou proteo, ou de realizar uma isolao entre circuitos de AT/MT e o de

    BT , ou at mesmo, ambas funes. Seu principio de operao evidentemente o

    mesmo que o dos TCs, isto , usa o principio da induo eletromagntica. Os TPs

    podem ainda ser comparados, em termos de princpio de operao, aos

    Transformadores de Fora Monofsicos, observando evidentemente, valores

  • reduzidos de potncias disponveis nas transformaes e as suas classes de

    preciso desejadas. Suas classes de preciso se limitam aos valores de 0,3 % -

    0,6% - 1,2 % com aplicaes similares as apresentadas para TCs, sendo que

    eventualmente, pode-se encontrar ainda, a classe de 3,0% usada para fins

    especficos de instrumentos indicadores, sem maiores requisitos de preciso.

    necessrio salientar a importncia da anlise de carregamento dos TPs, cujos

    valores devem ser compatveis com os normalizados.

    Figura 11: Transformador de Potencial Figura 12: Transformador de Potencial Autor: Franklin Oliveira, 2011 Autor: Franklin Oliveira, 2011

    Os valores normalizados de potncias de cargas segundo a ABNT, se

    limitam, de forma exatamente anloga ao apresentado nas Normas Americanas (

    ANSI ), aos valores de: P12,5 - P25 - P75 - P200 - P400 [VA], para fatores de

    potncia de 0,1 e 0,85 ind. respectivamente. Alm dessas potncias nominais, os

    TPs possuem tambm uma potncia trmica nominal a ser especificada, a qual

    corresponde ao limite de carregamento que este equipamento pode suportar, sem

    se danificar termicamente.

    Uma das mais importantes observaes a ser feita sobre TPs, diz respeito

    aos seus grupos de conexes, isto , se trata de uma ligao FASE FASE (Tenso

    de Linha ) conforme a figura 12 acima ou FASE- TERRA ( Tenso de Fase )

    conforme a figura 11 acima, bem como, a natureza e o grau de aterramento do

    Sistema Eltrico em questo.

  • Analogamente aos TCs, os TPs podem apresentar enrolamentos mltiplos,

    religveis ou providos de tapes, ou independentes entre si, os quais se destinam ao

    uso geral tanto de proteo, bem como de medio.

    2.1.7 Religadores

    2.1.7.1 Introduo

    O religador um equipamento amplamente utilizado em sistemas areos de

    distribuio primria, executando as funes de abertura do circuito quando a

    corrente passante superar o valor ajustado dentro de uma caracterstica de tempo em

    funo da corrente e, tambm, efetuar o fechamento automtico do mesmo segundo

    uma sequncia de operaes previamente ajustada.

    A maioria dos defeitos nas redes areas de distribuio de natureza

    temporria, tais como queda de galhos de rvores na rede, queda de postes e

    presena de aves na rede, ocasionando um curto-circuito. Nestas condies, a

    utilizao de um religador essencial, pois evita que para um defeito temporrio toda

    a rede seja desligada, e ainda, impede o deslocamento de uma equipe de

    manuteno da concessionria de energia eltrica at o local para religar a rede.

    2.1.7.2 Classificao

    O religador um equipamento com vrias particularidades, onde se destaca,

    quanto ao nmero de fases:

    -Monofsicos: Aplicados em redes monofsicas de distribuio primria;

    -Trifsicos: Aplicados em redes trifsicas de distribuio primria.

    Quanto ao tipo de controle:

    -Controle Mecnico: So religadores mais antigos, onde h basicamente uma

    bobina de abertura em srie com a rede de distribuio primria, com a funo de

  • abrir o religador, caso a corrente que flua por ela seja superior ao seu nvel mnimo

    de atuao. O fechamento do religador feito atravs das molas de fechamento que

    se carregam quando ocorre o movimento do ncleo da bobina srie ou de abertura.

    -Controle Eletrnico: Os religadores dotados deste tipo de controle

    correspondem a uma segunda gerao, onde o monitoramento e o controle da rede

    de distribuio so feitos atravs de uma unidade composta por componentes e

    circuitos eletrnicos, tais como resistores, capacitores, dentre outros. Podem ser

    ajustados nestes religadores, a corrente de atuao, a curva caracterstica de

    operao e o nmero de ciclos de religamento.

    Figura 13: Religador Automtico ESV Figura 14: Religador Automtico Autor: www.westinghouse.com, 2011 Autor: www.nojapower.com.br, 2011

    -Controle Digital Microprocessado: So os religadores dotados de unidades de

    controle digitais e microprocessados. A parte fsica da unidade, composta pelo

    microprocessador, memria e componentes eletrnicos constituem o hardware da

    unidade, e o programa que executa as operaes com base nos ajustes definidos

    pelo usurio corresponde ao software. Estas unidades contemplam um nmero bem

    amplo de funes de proteo, medio e controle, alm de fornecerem o histrico

    das ltimas operaes do religador, contendo a leitura das principais grandezas no

    momento do disparo e indicando a distncia entre o equipamento e o ponto de

    defeito. Isto de suma importncia, uma vez que o defeito rapidamente identificado

    pela equipe de manuteno da empresa distribuidora, fazendo com que o circuito

    seja restabelecido em um menor espao de tempo. Alm destas caractersticas,

    existe no equipamento uma porta de comunicao serial na qual possvel ajustar e

  • ler as grandezas e parmetros disponveis na unidade, remotamente, atravs de um

    computador. As funes de proteo disponveis nas unidades so: sobrecorrente

    temporizada e instantnea de fase e neutro, sobrecorrente de seqncia negativa,

    sobrecorrente direcional de fase e de neutro, sub e sobretenso, religamento, sub e

    sobrefrequncia. J as medies disponveis so: correntes de fase e de neutro,

    tenses de fase e de linha, potncias ativa, reativa e aparente, fator de potncia,

    demanda de potncia ativa e reativa, energia ativa e reativa e eventos horodatados.

    Possuem ainda oscilografia incorporada, que corresponde a visualizao da

    forma de onda na ocorrncia de um evento programado, tal como uma sobrecorrente,

    seguida por um religamento. As funes descritas nas linhas anteriores sero

    abordadas em maiores detalhes no item relativo a rels de proteo.

    Quanto ao meio de Interrupo:

    -leo: O religador composto por um tanque contendo leo mineral, dentro do

    qual se encontram os contatos principais do equipamento. Ocorrendo a abertura do

    religador, haver o aparecimento de um arco eltrico que provoca a elevao da

    temperatura do leo mineral. Com isto, tem-se a formao de gases, dentre eles o

    hidrognio que o principal responsvel pela extino do arco eltrico, retirando o

    calor da regio onde o mesmo se formou, conforme figura 13 acima.

    -Vcuo: Neste tipo de religador, h uma ampola de vcuo onde esto

    instalados os contatos principais do equipamento. O vcuo o meio responsvel

    pela extino do arco eltrico que aparece no momento em que ocorre a abertura do

    religador. Os religadores a vcuo so isolados a gs SF6 (hexafluoreto de enxofre),

    conforme figura 14 acima.

    2.1.7.3 Funcionamento

    Os transformadores de corrente instalados na rede de distribuio primria

    enviam um sinal para as entradas analgicas de corrente da unidade de controle do

    religador. Quando a corrente atravs da rede primria ultrapassar o valor de atuao

  • ajustado na unidade de sobrecorrente temporizada de fase, por exemplo, haver uma

    atuao da respectiva funo de proteo aps um determinado tempo, que

    provocar a abertura dos plos do religador. O primeiro ciclo de religamento entra

    neste momento em ao, enviando uma ordem de fechamento aps o respectivo

    tempo morto ajustado na unidade de controle. Aps o restabelecimento do circuito,

    caso a falta ainda persista, o segundo ciclo de religamento ativado e transcorrido o

    tempo morto relativo a este ciclo, haver o envio de uma nova ordem de fechamento

    para o religador que restabelecer o circuito. O processo se repete, at que o nmero

    mximo de ciclos de religamento, ajustado na unidade de controle seja atingido, ou

    quando ocorrer o restabelecimento definitivo do circuito, caso a falta seja sanada.

    A ativao dos ciclos de religamento dada pela atuao de uma funo de

    proteo associada a este evento, ou seja, podem ser ajustadas na unidade de

    controle, quais sero as protees que quando atuadas, provocaro um religamento

    no circuito.

    2.1.8 Disjuntores

    2.1.8.1 Introduo

    O disjuntor um equipamento eltrico destinando a interromper e restabelecer

    um circuito eltrico situado a sua jusante. Ele tem plena capacidade para seccionar

    um circuito sob carga nominal e tambm sob condies anormais, tais como

    sobrecargas e curto-circuitos.

    Isoladamente em uma rede eltrica, o disjuntor no executa nenhuma funo

    de monitoramento de uma determinada grandeza eltrica. Em outras palavras, se um

    disjuntor for instalado em uma rede eltrica, sem um dispositivo que faa o

    monitoramento das grandezas eltricas como, por exemplo, correntes e tenses, o

    equipamento ficar totalmente inerte e no executar o devido seccionamento do

    trecho de rede, quando o mesmo estiver sendo submetido a uma condio de

    defeito, tal como um curto-circuito.

  • Este dispositivo de monitoramento chama-se rel de proteo, que junto aos

    TCs e TPs toma as devidas decises e as envia ao disjuntor. Ser discutido em

    maiores detalhes no item 2.9, sendo que neste captulo ser dada nfase aos

    disjuntores de alta tenso.

    Figura 15: Disjuntor de Alta Tenso Autor: Franklin Oliveira, 2011

    2.1.8.2 Classificao

    fundamental que o dimensionamento fsico do disjuntor seja compatvel

    com os nveis dinmico, transitrio e permanente dos esforos que lhe so impostos

    durante suas operaes, valores esses que devem constar e serem solicitados em

    suas especificaes tcnicas, a fim de se evitar danos trmicos, eltricos e/ou

    mecnicos em quaisquer de suas partes componentes.

    Algumas definies apresentadas a seguir para os disjuntores so similares as

    apresentadas para os religadores.

    Quanto ao meio de Interrupo:

    -Disjuntores a leo: Utilizam o leo mineral para a interrupo e extino do

    arco eltrico;

    -Disjuntores a Vcuo: Utilizam ampolas de vcuo com a finalidade de

    interromper e extinguir o arco eltrico;

  • -Disjuntores a Hexa-fluoreto de Enxofre (SF6): Utilizam o gs Hexa-fluoreto de

    Enxofre para a interrupo e extino do arco eltrico.

    Quanto ao tipo de execuo:

    -Execuo fixa: Neste tipo de execuo, todas as partes do disjuntor esto em

    uma nica estrutura. No caso de manuteno ou troca do equipamento, todas as

    conexes de potncia devem ser desconectadas, exemplo da figura 15 acima.

    -Execuo extravel: Neste tipo de execuo, o disjuntor possui duas partes,

    que so o chassi e a estrutura. No chassi conectado o circuito de potncia e na

    estrutura se situam as partes mecnicas do disjuntor e os elementos de comando,

    tais como contatos auxiliares, bobinas de abertura e fechamento. Uma grande

    vantagem dos disjuntores extraveis a possibilidade de se fazer testes no

    equipamento, sem haver a necessidade de desconexo dos barramentos ou cabos.

    Quanto ao tipo de comando, considera-se na descrio, disjuntores que

    apresentam o fechamento a mola pr-carregada, ou seja, antes do fechamento do

    disjuntor a sua respectiva mola de fechamento dever estar carregada. O comando

    eltrico pode ser manual ou motorizado e ser descrito em detalhes, conforme segue:

    -Comando manual: Nesta topologia, o carregamento da mola de fechamento

    do disjuntor efetuado atravs de uma alavanca situada no frontal do equipamento.

    Como este processo manual, no existe a possibilidade do disjuntor ser fechado

    remotamente via um sistema de controle e superviso, sem que antes o operador se

    dirija at o equipamento e carregue a mola manualmente. Esse tipo de disjuntor j

    entrou em desuso.

    -Comando motorizado: Nesta topologia, o carregamento da mola de

    fechamento do disjuntor executado por um motor eltrico, alimentado com a tenso

    do circuito de comando. Logo aps o disjuntor ser acionado, o motor efetua

    novamente o carregamento da mola de fechamento e o ciclo pode ser repetido

    indefinidamente. Com isto, plenamente possvel fechar o disjuntor distncia a

    qualquer momento, desde que o mesmo no esteja recebendo um sinal de abertura.

  • 2.1.8.3 Componentes do disjuntor

    Destacam-se como partes principais de um disjuntor:

    -Plo: Corresponde a parte principal do disjuntor, onde h o acesso para a

    conexo eltrica de potncia atravs dos terminais superiores e inferiores.

    Internamente ao plo, existem os contatos principais fixos e mveis, cuja finalidade

    conduzir continuamente a corrente eltrica nominal do equipamento, e tambm, os

    contatos fixos e mveis de arco, cuja finalidade conduzir a corrente resultante do

    arco eltrico que surge devido abertura do disjuntor. Para a extino e interrupo

    do arco e isolao dos contatos;

    -Molas: So responsveis pelo armazenamento da energia mecnica

    necessria para a abertura (mola de abertura) e para o fechamento (mola de

    fechamento) do disjuntor;

    -Mecanismo de comando: Corresponde aos elementos responsveis pelo

    comando e sinalizao do disjuntor. Podem ser encaixadas neste grupo, as bobinas

    de abertura, fechamento e mnima tenso, os contatos auxiliares, o motor de

    carregamento da mola de fechamento, contato indicador de mola carregada e contato

    indicando que o disjuntor est pronto para ser fechado;

    -Estrutura: Corresponde ao corpo do disjuntor, onde em linhas gerais so

    montados os plos, as molas e o mecanismo de comando do equipamento.

    2.1.8.4 Funcionamento

    A operao de abertura e fechamento de um disjuntor ocorre atravs de uma

    ao manual, via botoeiras ou chave de comando liga/desliga no frontal do

    equipamento, ou via sinal eltrico enviado s bobinas de abertura e de fechamento,

    dispostas no compartimento de comando. Ao receber um comando de abertura, o

    contato mvel do disjuntor se separa do contato fixo. Neste momento, a conduo de

    corrente interrompida eliminando o principio de arco eltrico entre os mesmos. A

    interrupo deste arco feita rapidamente e o dieltrico utilizado desioniza o meio

  • logo aps a passagem da corrente pelo valor zero. O comando de fechamento pode

    ser efetuado localmente ou a distncia.

    2.2 FILOSOFIA DA PROTEO

    2.2.1 Introduo

    Em linhas gerais, podemos dizer que essa rea de Proteo, se constitui num

    campo especfico de estudos e que pode ser considerado como uma extenso da

    Anlise de Sistemas de Potncia, podendo ainda, ser analisada segundo dois

    grandes aspectos de pertinncia, a saber: o primeiro, diz respeito s funes de

    proteo; essas funes tm ao longo dos tempos, se mantidas de formas

    relativamente coerentes, ou seja, suas caractersticas de respostas operacionais,

    relaes grficas, critrios de aplicaes, limitaes, performances e outras mais,

    no sofreram expressivas alteraes ao longo desses ltimos anos.

    Para muitas dessas funes de proteo, por exemplo, a de sobrecorrente

    instantnea e temporizada N. (50/51), a diferencial N. (87), a de distncia N.(21), a

    de sub- e sobretenso N. (27/59) e outras mais, elas mantm ainda hoje, suas

    caractersticas operacionais, de forma bem semelhante s utilizadas duas ou trs

    dcadas atrs. Dessa forma, as literaturas clssicas (com 10 a 20 anos de edio),

    que analisam a sistemtica operacional dessas Protees aplicadas em Sistemas

    Eltricos, continuam em suas linhas gerais, vlidas at hoje, em sua maioria, com

    90% ou mais de contedo ainda salutar em nossos dias. Entretanto, um segundo

    aspecto de pertinncia rea de Proteo, diz respeito aos equipamentos e

    dispositivos afins. Aqui, as consideraes so completamente diferentes. Na rea de

    equipamentos, a tecnologia de disjuntores de 30 anos atrs, era

    predominantemente, os clssicos disjuntores a leo, enquanto que hoje, predomina

    os disjuntores a gs SF6 em MT/AT/EAT e a vcuo na MT. Alm disso, as

    utilizaes de sistemas eletrnicos de monitorao de seus circuitos de comando

    acrescido de uma melhoria em tecnologia de componentes os tornaram muito mais

    seguros, confiveis e rpidos. De forma anloga, para os dispositivos convencionais

  • de proteo, os chamados Rels de Proteo, a situao no diferente. De 30 a

    40 anos atrs, somente existia no mercado unidades eletromecnicas,

    eventualmente, um modelo ou outro, com componentes eletrnicos, ou os mais

    recentes (dcada de 80), fabricados com tecnologia analgica ou de estado slido.

    Essa tecnologia eletrnica evoluiu de forma fantstica nessas ltimas

    dcadas, observadas sob os diferentes aspectos tecnolgicos, abaixo na figura 16

    um modelo de um rel eletromecnico e ao lado na figura 17 um rel digital.

    Figura 16: Rels Eletromecnicos Figura 17: Rel Microprocessado Autor: www.westinghouse.com, 2011 Autor: www.siprotec.com.br, 2011

    2.2.2 Finalidades da Proteo

    Os dispositivos de proteo usados em sistemas eltricos, em geral, devem

    ser aplicados visando os seguintes aspectos:

    1. Monitorao geral do sistema supervisionado.

    2. Remoo de servio de equipamentos e sistemas faltosos.

    3. Prover interrupes no suprimento, total ou parcial, respeitando os critrios

    operacionais que lhe foram destinados.

    4. Prover as devidas sinalizaes e alarmes advindos de uma dada operao

    no sistema, por ele supervisionada.

  • 5. Predies e mutaes adaptativas em funo do comportamento do

    sistema monitorado e da programao que lhe fora imposta. ( apenas para os rels

    numricos ou microprocessados ), entre outras.

    Para que as finalidades de aplicao dos dispositivos de proteo possam ser

    alcanadas com o xito desejado, necessrio o cumprimento e a observncia de

    uma srie de condies, que em linhas gerais, pode ser resumida da seguinte forma:

    -Confiabilidade: desempenho seguro e de acordo com o programado.

    -Sensibilidade: capacidade de operao para pequenos sinais de desvio da

    grandeza monitorada.

    -Velocidade: capacidade de resposta compatvel com a intensidade da

    perturbao e segurana operacional do sistema;

    -Seletividade: capacidade de discernimento do local da falta e coordenao

    temporizada da operao do sistema global de proteo;

    -Mantenabilidade: flexibilidade para a realizao das manutenes,

    simplicidade e facilidade de acesso;

    Outros fatores importantes se somam a estes e podem ser relacionados da

    seguinte

    forma:

    - Custos / Economia / Fatores de Risco - so diretrizes empresariais;

    - Peas sobressalentes disponibilidades para reposies imediatas;

    - Instrues operativas Manuais atualizados, objetivos, completos;

    - Suporte Tcnico Capacitao Pessoal/Recursos Humanos.

    2.2.3 Elo Fusvel

    2.2.3.1 Introduo

    O elemento Elo fusvel ainda hoje amplamente utilizado nas linhas de

    distribuio MT/BT e indispensvel mencion-lo no contedo de Proteo, uma vez

    que a coordenao entre os ELOS e RELS de total importncia para uma boa

    proteo.

  • Fisicamente, o elo fusvel montado dentro do cartucho e composto de um

    elemento metlico que na passagem de uma corrente eltrica elevada, funde-se

    dentro de um intervalo de tempo determinado. A corrente e o tempo de fuso variam

    inversamente, ou seja, maior a corrente, menor o tempo de fuso.

    Os elos fusveis so constitudos pelas seguintes partes descritas em detalhe

    nas linhas subsequentes:

    1 Cabea com bota 2 Elementos fusvel

    3 Rabicho ou cordoalha

    Figura 18: Elementos do Elo fusvel Autor: Joo Mamede Filho, 2008

    -Cabea com boto: tem por funo fixar o elo fusvel ao cartucho e

    estabelecer o contato eltrico.

    - Elemento fusvel: fixado em uma extremidade na cabea com boto e na

    outra a uma cordoalha ou rabicho.

    Figura 19: Elo Fusvel Figura 20: Detalhe do Elemento Fusvell Autor: Franklin Oliveira, 2011 Autor: Franklin Oliveira, 2011

    - Rabicho ou cordoalha: Formado por um condutor estanhado, composto de

    vrios micro fios. O dimetro da cordoalha varia de acordo com o dimensionamento

    do fusvel, acima na figura 19, mostrado o tubo protetor de fibra isolante entre o

    elemento fusvel e o rabicho, com a funo de proteger o elemento fusvel contra

    danos mecnicos e atuar como estabilizador do tempo de fuso, produzindo gases

    com a finalidade de interromper o arco eltrico para pequenas sobrecorrentes.

  • 2.2.3.2 Tipos de elos

    Existem trs tipos de elos fusveis, utilizados em sistemas de distribuio

    primria, sendo que cada um deles possui uma caracterstica diferenciada de tempo

    de fuso em funo da corrente. Os trs tipos de elos so:

    - Tipo K: So elos fusveis rpidos com correntes nominais padronizadas pela

    NBR 5359/1989 de 6, 10, 15, 25, 40, 65, 100, 140 e 200 A, com correntes mnimas

    de atuao iguais a 2,0 vezes a corrente nominal. Para designar em um projeto ou

    em uma especificao tcnica, que o elo do tipo K, coloca-se a corrente nominal do

    elo, seguida pela letra K. Assim, a indicao 40K, significa um elo fusvel com

    corrente nominal de 40 A do tipo K. So amplamente utilizados na proteo de redes

    areas de distribuio primria.

    - Tipo T: So elos fusveis lentos com correntes nominais padronizadas pela

    NBR 5359/1989 de 6, 10, 15, 25, 40, 65, 100, 140 e 200 A, com correntes mnimas

    de atuao iguais a 2,0 vezes a corrente nominal. Para designar em um projeto ou

    em uma especificao tcnica, que o elo do tipo T, coloca-se a corrente nominal do

    elo, seguida pela letra T. Assim, a indicao 10T, significa um elo fusvel com

    corrente nominal de 10 A do tipo T. So pouco utilizados aqui no Brasil e geralmente

    aplicados na proteo de ramais das redes de distribuio primria.

    -Tipo H: So elos fusveis destinados a proteo de transformadores de

    distribuio instalados no lado de mdia tenso (primrio). So elos fusveis capazes

    de suportarem correntes de alto surto, tais como as de magnetizao, dos

    transformadores.

  • 2.2.4 Rels de Proteo

    2.2.4.1 Introduo

    Os rels de proteo so equipamentos responsveis pelo gerenciamento e

    monitoramento das grandezas eltricas em um determinado circuito. A sua funo

    principal enviar um sinal de disparo, atravs de um contato seco, para uma bobina

    de abertura ou de mnima tenso dos disjuntores associados.

    No decorrer dos ltimos anos, houve um avano muito grande na rea de

    desenvolvimento de rels de proteo, sendo que atualmente os equipamentos so

    dotados das mais altas tecnologias estudadas at ento. A presente abordagem

    levar em conta os equipamentos mais modernos, mas os mesmos no sero

    analisados em detalhe. No o objetivo deste trabalho, explorar os detalhes

    intrnsecos do rel e sim descrever sucintamente o que ele , bem como analisar as

    suas principais funes e caractersticas.

    A presente anlise ser focada nas protees especficas das redes de

    distribuio primria.

    2.2.4.2 Classificao dos rels

    Quanto ao tipo de acionamento:

    -Ao direta: So aqueles instalados diretamente no circuito primrio

    protegido;

    -Ao indireta: So aqueles que recebem os sinais de tenso e corrente

    atravs de transformadores de potencial (TPs) e transformadores de corrente,

    respectivamente. Atualmente os rels disponveis no mercado so de ao indireta,

    razo pela qual na presente anlise, sero considerados rels com este tipo de

    acionamento.

  • Quanto ao tipo de temporizao:

    -Instantneos: Correspondem aqueles que so acionados instantaneamente

    quando uma determinada grandeza monitorada pelo rel ultrapassa um valor de

    referncia ajustado no equipamento;

    -Temporizados: Correspondem aqueles que so acionados aps um tempo

    determinado, quando uma grandeza monitorada ultrapassa o valor ajustado no

    equipamento.

    Quanto funo de proteo:

    Existem vrias funes associadas a esses diferentes tipos construtivos de

    rels de proteo, costumam ser referidas a uma codificao numrica, normalizada

    (ANSI, NEMA, ABNT, IEC etc.), que simplifica sua representao e entendimento,

    quando da anlise de esquemas de proteo aplicados a sistemas eltricos. As

    protees mais aplicadas as redes de distribuio primria so:

    - 50 Sobrecorrente instantnea de fase;

    - 51 Sobrecorrente temporizada de fase;

    - 51N Sobrecorrente temporizada de neutro (terra);

    - 50GS Sobrecorrente instantnea de terra de alta sensibilidade;

    - 51GS Sobrecorrente temporizada de terra de alta sensibilidade;

    - 79 Religamento automtico;

    - 50BF Falha de disjuntor;

    - 74TC Superviso do circuito de abertura do disjuntor.

    Quanto tecnologia:

    -Eletromecnicos: So rels mais antigos, constitudos por uma estrutura de

    ferro, uma bobina de operao, um disco de alumnio, um eixo, um contato fixo e um

    mvel. Quando a bobina de operao energizada, ocorre o movimento do disco de

    alumnio at um ponto que o contato mvel, preso ao eixo, alcana o contato fixo

    provocando a operao do rel;

    -Estticos: So rels cuja unidade de controle constituda por circuitos

    eletrnicos analgicos, compostos por resistores, capacitores e diodos. So rels

    mais precisos, mais rpidos e menores quando comparados aos eletromecnicos. As

    caractersticas, como por exemplo, tempo e corrente, podem ser ajustadas no frontal

    do equipamento atravs de potencimetros ou micro chaves;

  • -Digitais/microprocessados: So os rels mais modernos e avanados

    tecnologicamente e dispem de vrias funes de proteo, medio e controle em

    uma nica unidade. O rel digital composto por duas partes, hardware e software.

    Os rels digitais representam uma soluo confivel e segura no

    gerenciamento de redes de distribuio eltrica, sendo que todas as partes vitais de

    hardware e software so continuamente monitoradas e em caso de algum defeito,

    imediatamente o mesmo pode ser identificado e a unidade defeituosa rapidamente

    substituda.

    O recurso de comunicao dos rels tambm de grande valia, permitindo ao

    usurio, ajustar as protees remotamente bem como ter um histrico de todos os

    eventos ocorridos na rede no qual se encontram instalados.

  • 3 TELECOMUNICO

    3.1 PRINCPIO

    Um entendimento simples de comunicao de dados entre equipamentos

    eletrnicos,d-se por um equipamento X transmitindo informaes de um ponto e

    um outro equipamento Y que as recebe, atravs de uma sucesso de processos.

    Entende-se que as informaes recebidas tenham seu significado original.

    Os processos de comunicao so compostos de quatro elementos

    fundamentais:

    -Fonte de informao;

    -Informao;

    -Veculo de transmisso;

    -Receptor de informao.

    E quando se trata de comunicao de dados, torna-se necessrio incluso de

    mais elementos para facilitar este processo. Os elementos bsicos da comunicao

    de dados so:

    -Transmissor;

    -Codificador;

    -Meio;

    -Decodificador;

    -Receptor;

    -Mensagem.

    Nas extremidades do ciclo esto o transmissor e o receptor, materializados

    por equipamentos que podem se alternar nessa funo; entre eles, um codificador,

    um meio e um decodificador.

  • 3.2 MEIOS DE TRANSMISSO

    Conforme o tipo da rede (LAN ou WAN), podemos ter diferentes formas de

    comunicao ou transmisso de sinal.

    3.2.1 Condutores Metlicos

    So cabos de liga metlica, so muito utilizados por serem mais baratos e de

    fcil instalao. Embora os fios possam ser feitos de vrios tipos de metais, muitas

    redes usam o cobre porque sua baixa resistncia a corrente eltrica possibilita uma

    melhor transmisso de dados.Sempre que uma onda eletromagntica encontra outro

    fio, ela gera uma corrente eltrica pequena no fio, a quantidade de corrente gerada

    depende da fora eletromagntica e da posio fsica desse fio. Para minimizar a

    interferncia, as redes usam dois tipos de fiao: par tranado ou cabo coaxial.

    3.2.1.1 Par tranado

    Parecido com fio telefnico, os que possui tranas e outras caractersticas

    necessrias para transportar dados, o tranamento dos fios cancela o rudo eltrico

    dos pares adjacentes e de outros dispositivos existentes no ambiente (motores

    eltricos, transformadores, etc).

    Figura 20: Par tranado Figura 21: Par tranado Autor: www.datatri.com.br, 2011 Autor: Franklin Oliveira, 2011

  • As tores simples mudam as propriedades eltricas do fio e ajudam o

    mesmo a se tornar apropriado para o uso em uma rede,conforme as figuras 20 e 21

    acima, uma vez que limita a energia eletromagntica que o fio emite, as tores

    ajudam a impedir que as correntes eltricas no fio irradiem energia que interfere com

    os outros fios, j que fazem o par dos fios menos suscetvel energia

    eletromagntica, as tores ajudam a impedir que os sinais em outros fios interfiram

    com o par. A transmisso pode ser tanto analgica quanto digital. A perda de

    potncia do sinal maior com o aumento da distncia (at chegar um ponto em que

    o sinal no reconhecido).

    3.2.1.2 Cabo coaxial

    Em vez de tranar fios um ao redor do outro para limitar a interferncia, um

    cabo coaxial consiste de um nico fio cercado por um protetor de metal mais

    pesado, conforme figura 22 e 23 abaixo. Cada fio revestido com um material

    isolante, de forma que um fio no toque o metal em outro, fornecendo ainda maior

    proteo contra interferncia do que o par tranado. So mesmo tipo de fiao da

    TV a cabo.

    Figura 22: Detalhes do Cabo coaxial Figura 23: Cabo coaxial Autor: www.lisboainfo.com.br, 2011 Autor: www.mdpolicabos.com.br, 2011

    recomendado utilizar o cabo coaxial quando os fios de uma rede passam

    perto de equipamento que gera campos eltricos ou magnticos

    significativos(exemplo ar condicionado grande).

  • 3.2.2 Fibras de Vidro

    Tambm conhecida como fibra ptica, usa a luz para transportar dados. A

    fibra revestida de plstico que permite que dobre sem quebrar (embora uma fibra no

    possa ser dobrada em um ngulo reto, ela pode formar um crculo com raio menor

    que duas polegadas). Utiliza raios de luz que percorrem as fibras de vidro existentes

    no interior do cabo. Um transmissor em uma extremidade de uma fibra usa um diodo

    emissor de luz (light emitting diode, LED) ou um laser para enviar pulsos de luz pela

    fibra e um receptor no extremo oposto usa um transistor sensvel luz para detectar

    os pulsos. Sua baixa perda de sinal permite segmentos longos para cabos (acima de

    1,5Km). Em relao aos cabos coaxiais e par tranado:

    So mais fino, mais leve e tem mais qualidade;

    So imune s interferncias eletromagnticas e de rdio-frequncia;

    Tem uma maior largura de banda e uma alta taxa de transmisso.

    Figura 24: Fibra ptica Figura 25: Fibra ptica Autor: www.manutencaoesuprimentos.com,2009 Autor: www.hardware.com.br, 2010

    Vantagens

    No causam interferncia eltrica em outros cabos nem so suscetveis

    interferncia eltrica.

  • Uma fibra pode carregar um pulso de luz muito mais longe do que um fio de

    cobre carrega um sinal.

    Pode carregar mais informaes que um fio. Ao contrrio da eletricidade, que

    requer sempre um par de fios conectados em um circuito completo, a luz pode viajar

    de um computador a outro sobre uma nica fibra.

    Desvantagens

    Requer um equipamento especial para polir as extremidades e permitir que a

    luz passe completamente.

    Dificuldade em encontrar uma possvel quebra de fibra dentro do revestimento

    plstico.

    Reparar uma fibra quebrada tambm difcil porque exige um equipamento

    especial para juntar as pontas rompidas.

    uma tecnologia cara.

    3.2.3 Rdio

    As ondas de rdio tambm so conhecidas por ondas eletromagnticas de

    radio-frequncias, ondas eletromagnticas, ondas de radio-frequncias, espectro de

    radio-frequncias ou, simplesmente, radio-frequncias.

    Figura 26: Comunicao via-rdio Figura 27: Antenas de comunicao via-rdio Autor: www.std.com.br, 2011 Autor: Franklin Oliveira, 2011

  • Essas ondas so campos eletromagnticos utilizados nas comunicaes sem

    fio como, por exemplo, nas transmisses de televiso ou rdio, nos telefones

    celulares, nos rdios utilizados por policiais, bombeiros e ambulncias, nos radares

    de controle de avies e nos telefones sem fio.

    3.2.4 Satlite

    Um satlite artificial um sistema que orbita em torno do nosso planeta, com

    uma altitude e velocidade constante. Geralmente os satlites esto equipados com

    meios radioelctricos e so dotados de energia, dispondo ou no, de um sistema de

    controlo remoto. O satlite artificial um equipamento modular integrado, a voar no

    espao exterior da Terra. O conceito do satlite artificial enquanto veculo espacial e

    suporte de uma estrutura receptora e emissora. Existem satlites que cumprem

    todas as aplicaes necessrias do ponto de vista tcnico e cientfico, e que podem

    ou no, ser repetidores, geradores e transdutores de informao diversa, mas onde

    toda a informao tem de ser gerada e processada eletronicamente atravs das

    comunicaes por meios de Rdio.

    Figura 28: Comunicao via-satlite Figura 28: Antena receptora de satlite Autor: www.geoamb.wordpress.com, 2011 Autor: Franklin Oliveira, 2011

  • Na mais corrente das aplicaes, quando se emitem sinais na direo de um

    satlite, estes sinais so recebidos pelo receptor do satlite que os amplifica, e os

    reenvia atravs da cadeia emissora do satlite, como sinais destinados a todas as

    estaes que operarem no mesmo espectro radioelctrico do satlite. Na mesma

    ocasio, em qualquer lugar do mundo que esteja situado no horizonte artificial do

    satlite, outro amador ou utilizador, pode receber os sinais de rdio e responder ao

    chamador. assim que se processa uma retransmisso aeroespacial, ou como em

    sntese, pode funcionar um satlite por mais elementar que ele seja.

    3.3 CONCEITUAO DE REDES

    Pode-se pensar em rede de computadores como diversas mquinas

    interligadas fisicamente entre si onde os seus utilizadores promovem a troca de

    informao de seu interesse. Tendo em vista as vrias configuraes previstas para

    as redes de computadores, suas finalidades, caractersticas e as distncias entre os

    equipamentos, so comuns classificarem-se as redes como sendo LAN, WAN E

    MAN.

    Rede de rea Local (LAN Local Area Network): so redes de pequenas

    extenses, geralmente de uso particular, estaes de trabalho, servidores,

    perifricos e dispositivos que tem disposio de trocar informao pela REDE.

    Rede de rea Metropolitana (MAN Metropolitan Area Network): so redes

    utilizadas dentro de uma cidade ou uma regio metropolitana de mdio alcance. So

    compostas por sistemas de redes LAN integradas.

    Rede de rea de Extensa (WAN Wide Area Network): so as redes que

    interligam equipamentos entre as cidades ou mesmo pases. As WANs contm um

    conjunto de computadores cuja finalidade executar aplicaes que esto

    conectados por vrias sub-rede de comunicao transportando mensagens de um

    ponto geogrfico para outro. Em sntese uma rede WAN uma rede de

    comunicao de dados que cobre uma rea geogrfica relativamente extensa e que

    oferece uma transmisso de dados provida por operadoras, como empresas de

    telefonia.

  • Os equipamentos bsicos utilizados em uma rede so: o Hub, Switch,

    Roteador e o GPS.

    3.3.1 Hub

    O hub, tambm conhecido como Concentrador, tem a funo de interligar os

    computadores de uma rede local. Sua forma de trabalho mais simples se

    comparado ao switch e ao roteador.

    Figura 29: HUB Autor: www.cienciaesuastecnologias.blogspot.com, 2010

    O processo pelo qual se transmite ou difunde determinada informao, tem

    como principal caracterstica, a mesma informao sendo enviada para vrios

    receptores ao mesmo tempo, no momento que isso ocorre, nenhum outro

    computador consegue enviar sinal. Sua liberao acontece aps o sinal anterior sido

    completamente distribudo. So empregados geralmente em redes domsticas,

    aonde so utilizados poucos computadores para um melhor desempenho da rede.

    3.3.2 Switch

    O switch um equipamento com grande diferena do hub. Os dados so

    apenas repassados ao computador de destino, isso acontece porque os switchs

    criam uma espcie de canal de comunicao exclusiva entre a origem e o destino.

  • Sendo assim a rede no ficam presas a um nico computador no envio de

    informaes, aumentando o desempenho da rede.

    Figura 30: Switch Figura 31: Switch Autor: Franklin Oliveira, 2011 Autor: www.dlink.com.br, 2011

    3.3.3 Roteador

    O roteador um equipamento utilizado em redes de maior porte. Ele mais

    inteligente que o switch, pois alm de desempenhar a mesma funo, tambm tem a

    capacidade de escolher a melhor rota que um determinado pacote de dados deve

    seguir para chegarem seu destino. Os roteadores so capazes de interligar vrias

    redes e geralmente trabalham em conjunto com hubs e switchs.

    Figura 32: Roteador Wireless Figura 33: Roteador Autor: www.tp-link.com , 2011 Autor: www.dlink.com.br, 2011

  • 3.3.4 Gps

    O Sistema de Posicionamento Global, conhecido por GPS (Global Positioning

    System), um sistema de posicionamento por satlite, utilizado para determinao

    da posio de um receptor na superfcie da terra ou em rbita. O GPS est baseado

    no sistema de satlites NAVSTAR, composto por 24 satlites dispostos de tal forma

    que no mnimo existam cinco deles visveis para qualquer ponto da terra e a

    qualquer momento. Cada satlite contm um par de relgios atmicos com preciso

    de nanosegundos que constantemente enviam sinais com seus cdigos de

    identificao.

    Um requisito fundamental entre os sistemas digitais de controle nas LDs, a

    sincronizao dos diversos equipamentos que nela operam.

    Para que a anlise dos dados seja feita de forma correta, os vrios

    registradores de perturbaes das UTRs devem ter uma hora e data comum.

    Figura 34: Mdulo GPS Autor: www.reason.com.br, 2011

    Atualmente existem GPSs equipados exclusimente para atuarem em

    instalaes de gerao, transmisso e distribuio de energia eltrica. E em alguns

    casos possuem vrias portas com diferentes tipos de conectores para efetuar o

    sincronismo com diversos tipos de equipamentos.

  • 3.4 PROTOCOLO DE COMUNICAO

    Um Protocolo de comunicao o conjunto de regras adotadas para uma

    formatao organizada da comunicao entre os dispositivos computadorizados.

    Protocolo a "lngua" dos equipamentos computadorizados, ou seja, uma espcie

    de idioma que segue normas e padres. Os protocolos de rede nasceram da

    necessidade de conectar equipamentos de fornecedores distintos, executando

    sistemas distintos, sem ter que escrever a cada caso programas especficos. Para a

    transmisso de dados estes precisam ser organizados em um quadro de mensagens

    (protocolo) e desagrupados quando alcanam seu destino. Ambos os equipamentos

    devem est configurados com os mesmos parmetros e obedecer aos mesmos

    padres para que a comunicao possa ser realizada sem erros. Existem diversos

    tipos de protocolos de rede, variando de acordo com o servio a ser utilizado. De

    maneira geral h dois tipos de protocolos: Abertos e Proprietrios ou Especficos. Os

    protocolos Abertos so os protocolos padres da internet. Estes podem comunicar-

    se com outros protocolos que utilizam o mesmo padro de protocolo. Um exemplo

    seria o TCP/IP, pois ele pode comunicar-se com vrias plataformas, como Windows,

    Linux, Mac e outros. J os protocolos Proprietrios so feitos para ambientes

    especficos (da o seu nome), pois ele apenas pode comunicar com uma plataforma

    padro. Exemplos desse tipo de protocolo: IPX/SPX, NETBIOS e outros. So

    exemplos de protocolos de rede: IP (Internet Protocol), DHCP (Dynamic Host

    Configuration Protocol), TCP (Transmission Control Protocol), HTTP (Hypertext

    Transfer Protocol), FTP (File Transfer Protocol), Telnet (Telnet Remote Protocol),

    SSH (SSH Remote Protocol), POP3 (Post Office Protocol 3), SMTP (Simple Mail

    Transfer Protocol), IMAP (Internet Message Access Protocol).

    3.4.1 Funo do Protocolo

    Uma das funes dos protocolos pegar os dados que sero transmitidos

    pela rede, dividir em pequenos pedaos chamados pacotes, na qual dentro de cada

    pacote h informaes de endereamento que informam a origem e o destino do

  • pacote. atravs do protocolo que as fases de estabelecimento, controle, trfego e

    encerramento, componentes da troca de informaes so sistematizadas. O

    protocolo desempenha as seguintes funes:

    -Endereamento: especificao clara do ponto de destino da mensagem;

    -Numerao e seqncia: individualizao de cada mensagem, atravs de

    nmero seqencial;

    -Estabelecimento da conexo: estabelecimento de um canal lgico fechado

    entre fonte e destino;

    -Confirmao de recepo: confirmao do destinatrio, com ou sem erro,

    aps cada segmento de mensagem;

    -Controle de erro: deteco e correo de erros;

    -Retransmisso: repetio da mensagem a cada recepo de mensagem;

    -Converso de cdigo: adequao do cdigo s caractersticas do

    destinatrio;

    -Controle de fluxo: manuteno de fluxos compatveis com os recursos

    disponveis.

    4 ANEEL

    4.1 INTRODUO

    A nova poltica de gerao e distribuio de energia eltrica, que prev a

    reestruturao do sistema eltrico e energtico brasileiro (matriz energtica), tem

    como caracterstica ser descentralizado, extremamente competitivo e fiscalizado pela

    ANEEL (Agncia Nacional de Energia Eltrica - rgo do governo destinado

    fiscalizao e regulamentao do setor). A ANEEL , antes de tudo, uma importante

    instituio que contribui para o processo de modernizao do Setor Eltrico Nacional,

    com a preocupao focada em racionalizar os custos de energia eltrica, equilibrando

    os interesses dos agentes do setor e dos consumidores. Os processos regulatrios

    devem estar altura dos novos desafios e oportunidades, que surgem em

    decorrncia da dinmica do prprio setor eltrico num contexto de integrao

  • econmica crescente, mas sempre com fundamento na transparncia, na

    independncia decisria e na melhor tcnica.

    4.2 INDICADORES

    Diante desse novo cenrio, as concessionrias de energia eltrica so guiadas

    por metas estabelecidas pelas resolues da ANEEL, que estabelecem os ndices

    aceitveis para o sistema eltrico brasileiro, de forma a garantir a integridade e

    confiabilidade, alm de proteger o consumidor de abusos. Para esses, so

    estabelecidos alguns ndices, dos quais foram objeto deste estudo 4 (quatro),

    considerados aqui como sendo os mais significativos. Segundo as Diretrizes

    Estratgicas para o Fundo Setorial de Energia Eltrica [1], o que se prope garantir

    as caractersticas de interesse pblico, em um ambiente de mercado competitivo, dos

    servios de eletricidade (como por exemplo, garantir qualidade e confiabilidade

    satisfatrias nos Servios de Energia Eltrica).

    Para anlise e compreenso desses ndices, tomou-se por base a resoluo

    da ANEEL que tratam diretamente do fornecimento de energia eltrica por

    concessionrias de energia. A resoluo n 024 estabelece as disposies relativas

    continuidade da distribuio de energia eltrica, nos seus aspectos de durao e

    frequncia, a serem observadas pelas concessionrias e permissionrias de servio

    pblico de energia eltrica, s unidades consumidoras. A continuidade da distribuio

    de energia eltrica dever ser supervisionada, avaliada e controlada por meio de

    indicadores coletivos que expressem os valores vinculados a conjuntos de unidades

    consumidoras, bem como indicadores individuais associados a cada unidade

    consumidora. A resoluo define e usa a terminologia como segue abaixo:

    Indicadores de Continuidade de Conjunto

    - Durao Equivalente de Interrupo por Unidade Consumidora (DEC),

    intervalo de tempo que, em mdia, no perodo de observao, em cada unidade

    consumidora do conjunto considerado, ocorreu descontinuidade da distribuio de

    energia eltrica.

  • O DEC calculado pela Equao 1:

    ( ) ( )

    (1)

    - Frequncia Equivalente de Interrupo por Unidade Consumidora (FEC),

    nmero de interrupes ocorridas, em mdia, no perodo de observao, em cada

    unidade consumidora do conjunto considerado.

    O FEC calculado pela Equao 2:

    ( )

    (2)

    Onde:

    DEC expressa em horas e centsimos de hora;

    FEC expressa em nmero de interrupes e centsimos do nmero de

    interrupes;

    Ca(i) = Nmero de unidades consumidoras interrompidas em um evento (i),

    no perodo de apurao;

    t(i) = Durao de cada evento (i), no perodo de apurao;

    i = ndice de eventos ocorridos no sistema que provocam interrupes em

    uma ou mais unidades consumidoras;

    k = Nmero mximo de eventos no perodo considerado; e

    Cc = Nmero total de unidades consumidoras, do conjunto considerado, no

    final do perodo de apurao.

    Indicadores de Continuidade Individuais

    -Durao de Interrupo Individual por Unidade Consumidora (DIC): Intervalo

    de tempo que, no perodo de observao, em cada unidade consumidora, ocorreu

    descontinuidade da distribuio de energia eltrica, o DIC dado pela Equao 3:

    ( )

    (3)

  • -Freqncia de Interrupo Individual por Unidade Consumidora (FIC):

    Nmero de interrupes ocorridas, no perodo de observao, em cada unidade

    consumidora, o FIC dado pela Equao 4:

    (4)

    Onde:

    DIC expressa em horas e centsimos de hora;

    FIC expressa em nmero de interrupes;

    i = ndice de interrupes da unidade consumidora, no perodo de apurao,

    variando de 1 a n;

    n = Nmero de interrupes da unidade consumidora considerada, no perodo

    de apurao;

    E t(i) = Tempo de durao da interrupo (i) da unidade consumidora

    considerada, no perodo de apurao.

  • 5 ARQUITETURA E CARACTERSTICAS BSICAS DO SISTEMA ADOTADO

    PELA CELTINS

    De acordo com o levantamento feito pela equipe tcnica da CELTINS foram

    verificados as tecnologias e equipamentos disponveis no mercado, bem como as

    linhas de distribuio com ndices de DEC e FEC a serem melhorados, foi dado

    assim incio ao projeto de automatizao dos religadores de distribuio das redes

    de 13,8kV e 34,5kV da CELTINS.

    O Sistema de Superviso e Controle implantado na CELTINS, foi concebido

    com uma arquitetura em dois nveis. O Nvel 1 compreende o Sistema de Interface

    com o Processo e Aquisio de Dados. Esse sistema formado pela Unidade

    Terminal Remota UTR e suas interfaces com os circuitos de corrente, tenso,

    informao de estado e de comando dos religadores. O Nvel 2 formado pelo

    Sistema de Superviso e Controle Remoto. No Nvel 2 esto presentes as funes

    de tratamento de dados e tomada de deciso, sendo ele constitudo da

    arquitetura de hardware e software do COS Centro de Operaes do Sistema. A

    transmisso de dados entre os Nvel 1 (UTR) e Nvel 2 (COI) desenvolve-se atravs

    de enlace de comunicao via radio UHF.

    A utilizao da Unidade Terminal Remota (UTR) junto ao religador hoje o

    modelo de adaptao mais simples para automao de religadores, difundido

    praticamente entre todas as concessionrias do setor eltrico

    5.1 EQUIPAMENTOS

    No processo de automatizao das linhas impactadas, foram encontradas

    duas situaes:

    - Adaptao dos rels de proteo j existentes no religadores para atender

    as novas configuraes e necessidades do Centro de Operao de Sistemas (COS).

    -A instalao do religador mais um controle que atendessem as necessidades

    para tal funo.

  • Em relao primeira situao foram substitudos apenas os rels de

    proteo deixando os religadores com a configurao ideal para interligao com a

    UTR, conforme figura 35 abaixo.

    Figura 35: Religador Cooper Adaptado Figura 36: Religador Nova com rel Form6 Autor: Franklin Oliveira, 2010 Autor: www.cooperindustries.com, 2011

    A segunda situao, conforme figura 36 acima, ser abordada com mais

    nfase devido riqueza de informaes contidas nos equipamentos utilizados para

    automao dos circuitos. Foi escolhido o religador do fabricante COOPER Power

    Systems, modelo do religador o NOVA F6-P2B com controle FORM 6 Kyle para

    montagem em poste.

    5.1.1 Religador Nova

    O religador NOVA um religador trifsico com interrupo a vcuo, projetado

    para sistemas de distribuio eltrica at 34,5kV. O religador NOVA projetado e

    testado para ser compatvel com controles tipo COOPER POWER SYSTEMS. O

    religador NOVA est disponvel em com duas opes de configurao: interface com

    alimentao atravs do controle e interface com alimentao auxiliar. O sistema de

    isolamento por polmero slido no conta com dieltricos gasosos, lquidos ou de

    enchimento dieltrico, altamente resistente ao oznio, oxignio, umidade,

    contaminao e luz ultravioleta. Possuem trs mdulos de interrupo de polmero

  • slido, um transformador de corrente encapsulado e uma caixa em ao pintado

    (padro) para alojamento do mecanismo. Ele adequado para operar numa faixa de

    temperaturas de -40C a +55C.

    Figura 37: Religador Nova STS Figura 38: Religador Nova STS Autor: www.cooperindustries.com, 2011 Autor: Franklin Oliveira, 2010

    Preparado para montagem em poste ou subestao, o religador NOVA STS,

    conforme figura 37 e 38 acima, fornece automao de alimentadores de distribuio

    em aplicaes de linha. As trs unidades NOVA STS religador so controlados por

    um nico controle do religador Formulrio 6, sobre uma base por fase de origem e

    de carga que pode ser programado para trs modos de operao.

    O religador pode ser disparado manualmente usando-se um basto com

    gancho para puxar o Anel de Disparo Mecnico para a posio aberto. Uma

    indicao de posio est localizada na base do tanque e pode ser vista pelo

    operador no cho. O estado aberto/fechado do religador tambm detectado pelo

    controle do religador atravs do monitoramento de chaves auxiliares, conectadas

    paralelamente, que refletem a posio do mecanismo.

  • 5.1.2 Rel Form 6

    O controle microprocessado do FORM 6 para montagem em poste contm

    ampla funcionalidade de proteo de sistemas, incluindo proteo de corrente de

    fase, de terra e de sequncia negativa, proteo de sobre e subfrequncia, e

    proteo de tenso, proteo de falta sensitiva a terra direcional e verificao de

    sincronismo.

    As ferramentas de anlise incluem registrador de perfil de dados localizador

    de faltas, registrador de eventos, editor de curvas, funes oscilogrficas, incluindo

    reproduo de oscilogramas. As funes de medio incluem corrente instantnea e

    de demanda por fase, tenso instantnea e fator de potncia por fase e potncia

    (ativa, reativa, aparente) por fase ou total.

    Figura 39: Frente do Rel Form 6 Figura 40: Rel Form 6 Autor: Franklin Oliveira, 2011 Autor: www.cooperindustries.com, 2011

    As componentes simtricas de tenso e corrente so apresentados

    juntamente com os quilowatts-hora para a medio de energia. Conforme figuras 39

    e 40 acima, o display do painel frontal usado para configurar os ajustes de

    operao do controle. Tambm usado para apresentar a medio, informaes do

    contador, parmetros de controle, rearme de alarmes e indicar informaes de

    diagnstico. Os parmetros de controle tambm podem ser programados mediante

    um PC/notebook ligado ao controle atravs da porta RS-232 do painel frontal. O

  • software do programa de interface ProView 4.0.1 inclui funes adicionais usadas

    para a criao e a representao grfica de Curvas de Tempo-Corrente e oferece a

    interface para configurar entradas e sadas, dados de eventos e alarmes

    configurveis e pontos de comunicao selecionveis para comunicao serial. O

    controle opera em sistemas de 50 e 60 Hz.

    O sensoriamento de corrente proporcionada por trs transformadores de

    corrente localizados no religador e conectados ao controle de religador Form 6

    atravs do cabo de controle. Este cabo tambm envia Abertura, Fechamento e

    estado do Religador, e conecta o mdulo de Interface do Religador (RIF) oferecendo

    o isolamento para uma operao confivel. As tenses para a medio esto ligadas

    no mdulo de entrada analgico atravs do bloco de terminais TB8. A corrente de

    linha que atravessa o religador convertida no mdulo da CPU num sinal digital

    adequado para clculos de medio e correntes de falta. A amostragem de dados

    acontece a uma taxa de 64 vezes por ciclo. A CPU contm uma seo de aquisio

    de dados que usa as amostras adquiridas para calcular as correntes e tenses

    fundamentais para uso nas protees de sobrecorrente, sobre/sub-tenso, bem

    como correntes e tenses para as funes de medio. A corrente para a proteo

    de sobrecorrente calculada com base num subciclo e inclui somente a componente

    fundamental e a de corrente contnua. Quando a corrente de fase ou terra exceder

    seu valor mnimo de disparo programado e o tempo da curva de tempo corrente

    (TCC) associada, o controle inicia a sequncia programada de operaes de disparo

    e religamento do religador atravs dos mdulos CPU e RIF. Se a falta for

    temporria, o controle rearma para o incio de sua sequncia de operao aps um

    retardo prefixado.

    5.1.3 Perfis das Protees

    No controle, h quatro perfis de proteo padronizados para a especificao

    completa da operao do controle. Cada perfil de proteo inclui no mnimo o

    seguinte:

    Curvas de Tempo-Corrente

    Proteo de Sobrecorrente

  • Proteo de Sobre/Subtenso

    Proteo de Sobre/Subfrequncia

    Proteo Direcional

    Funo Hot Line Tag

    Proteo de Falta Sensitiva Terra

    5.1.3.1 Curvas de tempo-corrente

    Esto disponveis curvas de tempo-corrente para muitas funes, incluindo

    operaes rpidas e temporizadas para proteo de fase, terra e seqncia

    negativa. Cada tempo corrente selecionado a partir de cinqenta curvas definidas

    que, por sua vez, podem ser customizadas pelo usurio. As curvas de tempo-

    corrente tambm so selecionadas a partir do recurso grfico disponvel no software

    ProView 4.0.1 para visualizar quaisquer modificaes antes de configurar o controle.

    5.1.3.2 Proteo de sobrecorrente

    As correntes individuais de cada fase so monitoradas para Proteo de

    Sobrecorrente de Fase e a corrente residual monitorada para proteo de

    Proteo de Sobrecorrente de Neutro. Tanto a falta de fase quanto a de neutro tem

    trs elementos de proteo contra sobrecorrentes para cada uma das direes de

    fluxo de potncia, direta e reversa. Isto permite que as caractersticas de corrente x

    tempo se igualem atravs das trs zonas de proteo, preenchendo os requisitos de

    coordenao. Parmetros independentes de sobrecorrente de fase e sobrecorrente

    de neutro so usados para definir o mximo nmero de operaes em uma

    sequncia de religamento e tanto para desativar, preparar pra disparo e religar

    quanto para ativar o alarme (sem operao) para cada um dos disparos restantes na

    sequncia.

  • 5.1.3.3 Proteo de sobre/subtenso

    O controle inclui abertura por subtenso monofsica e trifsica. O controle

    tambm inclui disparo de sobretenso trifsica. Ambas as funes de sobre e

    subtenso incluem um ajuste de pickup monofsico e trifsico e um ajuste de retardo

    monofsico e trifsico que varia de 0 a 100 segundos

    5.1.3.4 Proteo de sobre/subfrequncia

    O controle inclui a operao de dois estgios em ambas as protees de

    sobrefrequncia e subfrequncia. H disponvel um atraso fixo que varia de 0 a 100

    segundos em incrementos de 0.001 segundos para ambas as protees de sobre e

    subfrequncia. provida uma funo de restaurao de freqncia, ativada ou

    desativada pelo usurio para permitir que o religador feche automaticamente caso a

    frequncia retornar dentro dos ajustes configurados num tempo ajustvel pelo

    usurio. A Proteo de Sobre/Subfrequncia est includa como parte do perfil de

    proteo.

    5.1.3.5 Proteo direcional

    A funo direcional includa para manter a coordenao do sistema a partir

    de vrias fontes, bem como para a reconfigurao de circuitos para cada perfil. A

    funo direcional se aplica s protees de fase, terra e sequncia negativa,

    selecionada independentemente. O ngulo de mximo torque possui uma faixa de 0

    - 90 graus.

  • 5.1.3.6 Funo hot line tag

    O Hot Line Tag(HLT) provido para aplicaes de trabalho em linhas

    energizadas. Todas as operaes de fechamento esto desativadas quando o

    recurso HLT estiver ativado. Enquanto ativo, o controle pode tambm utilizado

    independentemente, para operaes de abertura com curvas tempo corrente

    selecionveis pelo usurio. O HLT impede todas as tentativas de fechamento do

    controle e muda a proteo para um disparo com bloqueio na curva composta de

    tempo definido do HLT e na curva TCC1 (a que for mais rpida). O recurso HLT tem

    prioridade sobre as funes Cold Load Pickup, Non-Reclosing, e Fast Trips

    Disabled.

    5.1.3.7 Proteo por falta a terra/falta a terra sensitiva

    O controle possui um recurso de Disparo por Falta a Terra/Falta a Terra

    Sensitiva que proporciona o disparo do religador aps um tempo definido

    programvel para correntes de terra abaixo dos nveis de disparo mnimo de terra

    normais. O recurso possui operaes programveis para bloqueio e intervalos de

    religamento independentes dos ajustes de terra. Este recurso selecionvel

    independentemente para cada perfil de proteo.

    5.1.4 Aprimoramento da Proteo

    O controle de religador Form 6 para montagem em poste oferece vrios

    recursos padro e acessrios que proporcionam a mxima flexibilidade de aplicao

    do controle do religador. Dentre os principais recursos, destacam-se:

    -Auto Religamento

    -Fast Trips Disabled

  • -Cold Load Pickup

    -Sincronismo

    -Localizador de Falta

    -Registrador de Eventos

    -Oscilografia

    -Medio

    5.1.4.1 Auto religamento

    O elemento de Religamento responsvel pela temporizao entre as

    sequncias de religamento associadas com o elemento de proteo de

    Sobrecorrente de Fase x Fase e Fase x Terra, pela aplicao de Coordenao de

    Sequncia de Zona e por aplicar o modo operacional selecionado para cada.

    Habilitar a coordenao de Sequncia de Zona faz com que o controle incremente o

    seu contador de disparos de uma unidade se ele detectar que um dispositivo de

    proteo jusante operou. Isto permite a coordenao com os dispositivos utilizados

    tanto para frente como para traz do religador, com tempos curtos para operaes

    iniciais e tempos longos para as operaes subsequentes.

    O tempo de reset se refere ao intervalo de tempo subsequente a um

    religamento depois do qual o contador de disparos colocado em zero. Se um

    disparo de proteo ocorrer aps uma operao de religamento manual como

    resultado de um pickup durante o tempo de reset, o religador operar para lockout

    nas caractersticas do primeiro disparo.

    5.1.4.2 Fast trips disabled

    O controle inclui um recurso Fast Trips Disabled para modificar a proteo, de

    maneira que todas as operaes de disparo utilizam a operao TCC2 programada.

    Este recurso independentemente selecionvel para cada perfil de proteo. Todas

    as operaes de disparo sero temporizadas em TCC2. Tipicamente, a operao