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EXERCÍCIOSUPINO:umabreverevisãosobreosaspectosbiomecânicosBENCHPRESSEXERCISE:abriefreviewinthebiomechanicalaspectsPaulo HenriqueMarchetti1,2, Claudinei Campos Arruda1, Luiz FernandoSegamarchi1, EnricoGori
Soares1
, Daniel Takeshi Ito2
, Danilo Atanázioda Luz Junior1
, Osvaldo Pelozo Jr. 3
,Marco CarlosUchida3.
1GrupodePesquisaemNeuromecânicadoTreinamentodeForça(GNTF), Faculdade deEducação
FísicadeSorocaba,Sorocaba,Brasil.2CursodeEducaçãoFísica,UniversidadeNovedeJulho.
3Cursos
deEducaçãoFísicaeFisioterapia,GEPEFFA,UNIFIEO.
RESUMOAtualmente o treinamento de força vem sendo
muito utilizado em diferentes contextos e para diversos
objetivos: atléticos, recreacionais, estéticos e terapêuticos.Indubitavelmente, um dos exercícios mais utilizados notreinamento de força, visando o desenvolvimento damusculaturasuperiordotroncoéosupino.Oentendimentodasdiversasvariaçõesdoexercíciosupinopodeinfluenciarnacorreta prescriçãodurante o treinamentode força. Diversossãoosfatoresbiomecânicosquepodemseletivizaratividadesmusculares e/ou a efetividade do programa de treino. Opresente trabalho teve como objetivo revisar diversosaspectos anatômicos, cinesiológicos e biomecânicos doexercício supino, além de suas possíveis variações como asinclinações do banco, o afastamento da empunhadura, aamplitude de movimento, as diferenças entre o exercíciosupinoguiadoenãoguiadoeasdiferençasentreosupinoembase estável e instável. Conclue-se que com as diversasalteraçõesmecânicaspodemacarretarmudançasnaaçãodosmúsculosenvolvidosnosupino,aumentandooudiminuindoaperformancee/ousuaeficiência.Palavras-Chave:treinamentodeforça,cinesiologia,supino.
ABSTRACT
Actuallythestrengthtraininghasbeenwidelyusedin different contexts and for different purposes: athletic,recreational, estheticand therapeutic.Undoubtedly,mostoftheexercisesusedinstrengthtraining,todevelopupperbodymuscles is the bench press. The understanding of severalvariationsofbench press exercisemay influencethecorrectprescription for strength training. There are severalbiomechanical factors that can emphasize muscle activitiesand/oreffectivenessofthetrainingprogram.Thispaperaimsto review several aspects of anatomical, biomechanical andkinesiologicalofthebenchpress,anditspossiblevariationsasthe slopes of the bank, the position of the grip, range ofmotion, differences between the guided bench press andunguided and differences between the stable and unstablebase. Conclusion of this review is that with the variousmechanical changes can cause changes in the action of themusclesinvolvedin benchpress,increasingor decreasingtheperformanceand/orefficiency.Keywords:resistancetraining,kinesiology,benchpress.
1.INTRODUÇÃOAtualmenteotreinamentodeforçavemsendo
muitoutilizadoemdiferentescontextoseparadiversos
objetivos: atléticos, recreacionais, estéticos eterapêuticos.Indubitavelmente,umdosexercíciosmaisutilizados no treinamento de força, visando odesenvolvimento da musculatura superior do tronco(particularmente o peitoral maior, deltóide parteclavicularetrícepsbraquial),éosupino(1).Oexercíciosupinoémuitopopulareépresentenostreinamentosde praticantes recreacionais, atletas de diversasmodalidades esportivas, e principalmente por aquelesqueoexercíciofazpartedamodalidade,oPowerlifting (i.e.LevantamentoBásico,oatletarealizaosexercíciossupino, agachamento e levantamento terra). Nas
academiasdeginástica,oobjetivodapráticadosupinoévariadodesdeterapêuticos(e.g.trabalhocomidosos),como a hipertrofia muscular, na sua grande maioria.Enquanto nas modalidades esportivas o intuito é amelhora do rendimento das capacidades físicas comoforçaepotênciamuscular.
O entendimento das diversas variações doexercício supinopodeinfluenciarnacorreta prescriçãoduranteotreinamentodeforça.Diversossãoosfatoresbiomecânicos que podem seletivizar atividadesmuscularese/ouaefetividadedoprogramadetreino.Opresentetrabalho teve comoobjetivo revisaraspectosanatômicos,cinesiológicosebiomecânicosdoexercíciosupino,ealgumasdesuasvariações.
2.METODOLOGIA O presente trabalho foi realizado a partir deuma revisão bibliográfica. Para a elaboração dopresentetexto,foramselecionadosartigos nacionais einternacionais retirados das bases de dados: Medline,SciELO, PUBMED e Lilacs; os artigos e livrosapresentadosforampublicadosentreosanosde1977e
2010.Os termos-chave utilizadosno idiomaportuguêsforam: treinamento resistido, musculação, supino,
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treinamento de força e eletromiografia. Os mesmostermosforamtraduzidosparaoinglês.3.REVISÃODELITERATURA
3.1.Cinesiologiadoexercíciosupino.
A palavra supino significa: elevado, superior,posiçãodocorpoemdecúbitodorsaldolatim supïnus(2,3).Noexercíciosupino,o indivíduoseposicionaemdecúbitodorsalerealizamovimentosdeafastamentoeaproximação de uma barra em relação ao tórax. Nomembro superior, o úmero articula-secom a escápula(articulaçãodoombro),queporsuavezarticula-secoma clavícula (articulação acromioclavicular) e essa searticula com o osso esterno (articulaçãoesternoclavicular). Como a escápula não está ligada
diretamenteaotronco,essapossuimaioramplitudedemovimentos e menor estabilidade (4). A articulaçãoentre a cabeça do úmero e a cavidade gleinodal daescápula(gleno-umeralouombro)édotipoesferoidal.Apesar da cavidade gleinoidal ser côncava, ela érelativamenterasaeissoconferegrandeamplitudedemovimentos, entretanto, sua mobilidade torna-arelativamente instável. Além disso, entra em contatocomapenasumapartedacabeçadoúmero,chegandoapouco mais de um terço. Essa proximidade entre asfaces articulares é mantida pelo tônus do manguitorotador(i.e.supra-espinal,infra-espinal,subescapulare
redondo menor), que é um grupo de músculos cujostendões se fundem e reforçam a lâmina fibrosa dacápsulaarticular.Alémdeles,acabeçalongadobícepsbraquialeacabeçalongadotrícepsbraquialreforçamaestabilizaçãodessaarticulação(4-6).
O exercício supino pode ser analisadocinesiologicamente em dois momentos distintos:quandoháoafastamentodabarraemrelaçãoaotóraxe quando há a aproximação da barra em relação aotórax.Duranteambasasfasesaresistênciaexterna(e.g.barra) age verticalmente no sentido da ação dagravidade, e conseqüentemente, define os momentos
de ação muscular concêntrica (i.e. a força muscularvencearesistênciaexterna,háaaproximaçãodaslinhasz dos sarcômeros da fibramuscular) e excêntrica (i.eresistência externa supera a força muscular, há odistanciamento das linhas Z dos sarcômeros da fibramuscular)(4,7).Naposiçãoinicialdafaseconcêntricaosbraçosencontram-seabduzidoshorizontalmente,asrelações escápulas aduzidas e os antebraçosflexionados.Durantea fase concêntrica, sãorealizadososmovimentos de adução horizontal dos ombros (oubraços),abduçãodasescápulas(ouabduçãocíngulodomembro superior) e extensão dos cotovelos (ou
antebraços). Portanto, os seguintesgruposmuscularessão solicitados: adutores horizontais do ombro
[músculos peitoral maior (parte clavicular eesternocostal),deltóide(partesclaviculareacromial)ecoracobraquial], abdutores do cíngulo do membrosuperior(músculospeitoralmenoreserrátilanterior)eextensores dos cotovelos (músculos tríceps braquial eancôneo)(8,9).Naposiçãofinaldafaseconcêntrica,os
braços ficam aduzidos horizontalmente, as escápulasabduzidas e os antebraços estendidos. Durantea faseexcêntrica, são realizados os movimentos articularescontrários à fase concêntrica (abdução horizontal dosombros,aduçãodasescápulaseflexãodoscotovelos),sendoqueosmúsculosativossãoosmesmosemambasasfases.(6,8-10).
3.2. Anatomia dos Músculos envolvidos no exercíciosupino.
Articulação do ombro (movimentos dosbraços):Omúsculopeitoralmaiortemformadelequeeestá situado na parte antero-superior no tórax. Seunome deriva de Pectoralis (i.e. um tipo de armaduracomo um adorno de metal que era colocado sobrepeito). Por sua vez, a palavra peito advémdoarranjodascostelas,comoosdentesdeumpente( pecter )(3),entretanto Fernades (1999) afirma que a palavraderivaria degaiola ( pectos), pela semelhança da caixatorácica (2). O músculo peitoral maior insere-se nametadeesternaldaclavícula;nasuperfícieanteriordoesterno, alcançando inferiormente as cartilagens dascostelas verdadeiras. Desta extensa origem as fibrasatravessama articulaçãodo ombro e convergem parasuainserçãoterminalemumtendãoplanoque,porsuavez, insere-se na crista do tubérculo maior do úmero(11).Osmovimentosrealizadospelopeitoralmaiorsão:flexão,rotaçãomedial,aduçãoe aduçãohorizontal doombro.
Omúsculodeltóideéumespessomúsculo,quecobre a articulação do ombro anterior, lateral eposteriormente,respectivamentesubdivididoempartesclavicular, acromial e espinal. Possui forma triangularque se assemelha a letra grega delta, origem de seu
nome(2).Suaorigemabrangedesdeoterçolateraldaclavícula,asuperfíciesuperiordoacrômioatéaespinhadaescápula.Dessaamplaorigemasfibrasatravessamaarticulaçãodoombroe convergemparaa suainserçãoemum espesso tendão que,por sua vez, insere-se natuberosidadeparaomúsculodeltóide.A disposiçãodesuas fibras é algo peculiar; a maior porção, que seorigina do acrômio consiste-se de fibras oblíquas emdisposição peniforme, o que significa que éparticularmente forte para o seu volume. Já as partesclavicular e espinal estão dispostas de formasemipeniforme (11). Específicamente,o deltóideparte
clavicularatuanosmovimentosdeaduçãohorizontaleflexãodobraço.Destaforma,odeltóideparteclavicularparticipajuntamentecomopeitoralmaiornoexercício
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supino. Osmovimentos realizados pelodeltóide parteclavicular são: flexão, adução horizontal e rotaçãomedialdoombro.Epelaparteacromialsão:abduçãodo
ombroatéaproximandamente90 °,asfibrasanterioresdaparteacromialatualnaaduçãohorizontaldoombro.
O próprio nome do músculo coracobraquialdescreveoslocaisdesuasinserções.Otermocoracóidefoi dado devido à semelhança deste processo com acabeça de um corvo, e braquial é termo usado paradescreverobraço.Essemúsculoestásituadonaparteproximal e medial do braço. Origina-se no processocoracóide,juntocomacabeçacurtadobícepsbraquiale insere-se por meio de um tendão achatado namargemmedialdadiáfisedoúmero,entreasorigensdotrícepsbraquialcabeçamedialedobraquial.(11-13).Osmovimentosrealizadospelocoracobraquialsão:flexãoeaduçãohorizontaldoombro.
Articulações do Cíngulo do Membro Superior(movimentos das escápulas e clavículas): O músculoserrátilanteriorrecebeestenomedevidoàsuaorigemmúltiplacomaspectodenteado,comoumaserra.Éumadelgada lâminamuscular situadaentre as costelase aescápula, se expandido sobre a parte lateral do tórax(2). É um dos músculos mais fortes que atuam nosmovimentos do cíngulo do membro superior. Atuacomo fixador da escápula, mantendo-a próxima daparede torácica, permitindo queoutrosmúsculos (e.g.supra-espinal, redondo menor, infra-espinal, redondomaior,coracobraquialesubescapular)possamutilizá-la
comopontofixoparamovimentosdobraço.Origina-sepordigitaçõesdassuperfíciesdasprimeirasoitoounovecostelas. Desta extensa inserção as fibras passamposteriormente se inserindo à parede torácica efixando-seemtodaamargemmedialdaescápula.(11).Os movimentos realizados pelo serrátil anterior são:abduçãoeprotraçãodasescápulas.
O músculo peitoral menor é delgado,triangular,situadonaparte superiordo tóraxe sob opeitoral maior. Origina-se nas margens da terceira,
quarta e quinta costelas, e insere-se no processocoracóidedaescápula.Opeitoralmenortambémajudana elevação das costelas para a inspiração profundaquando o cíngulo do membro superior está fixo ouelevado (11). Os movimentos realizados pelo peitoralmenorsão:depressãoeprotraçãodasescápulas.
Articulação do Cotovelo (movimentos doantebraço):Omúsculotríceps braquial está situadonafaceposteriordobraço.Édegrandetamanhoeorigina-se por três porções, por isso seu nome (2). A cabeçalonga tem sua origem no tubérculo infraglenoidal daescápula, a cabeça curta origina-se da superfícieposterior do corpo do úmero e assim como a cabeçamedial. As três cabeçastêm comoinserção comum oolécrano; uma faixa de fibras, contudo, continua seutrajeto inferiormente, sobre o ancôneo. (14). Osmovimentos realizados pelo tríceps braquial são:extensão do cotovelo, extensão do ombro (cabeçalonga).
Onomedomúsculoancôneosignificaângulo,acotovelamento (2).Omúsculotrícepsbraquialmaisoancôneo eram chamados de anconei , com quatrocabeças (2, 15). É um pequeno músculo triangularsituadonaparteposteriordocotoveloequepareceserumacontinuaçãodotrícepsbraquial.Origina-seporumtendãopróprionoepicôndilolateraldoúmero,esuasfibras inserem-se no olécrano. (5). Os movimentosrealizados pelo ancôneo são: extensão do cotovelo(últimosgraus).
Apenas um estudo analisou variáveismorfométricas dosmúsculos dosmembros superioresem 10 adultos jovens através de ressonância nuclearmagnética. A tabela 1 apresenta algumas dascaracterísticas anatômicasdosmúsculosenvolvidosnoexercíciosupino.
Tabela1.Média ± DesvioPadrãodo volumemédio, área de secção transversae comprimento dosmúsculosenvolvidosnoexercíciosupino.AdaptadodeHolzbaur,Murray,GoldeDelp(16).
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Curiosamente, no meio do treinamento deforça, considera-se que o músculo peitoral maior sejaumgrupamentomuscular“maior”quandocomparadoaoutros comoo trícepsbraquial. Entretanto,a tabela1mostraquetodososvaloresrelacionadosao“tamanhomuscular” sãomaiorespara o trícepsbraquial quando
comparadosaosdopeitoralmaior.
3.3.Ativaçãomioelétricaduranteoexercíciosupino.
Na seção anterior discutiu-se aanatomia dos músculos atuantes no exercício supino,entretanto,aparticipaçãorelativadecadamúsculoserádiscutidanestaseção.
OestudodeRochaJúnioretal.(17)analisouecomparou a ativação eletromiográfica dos músculospeitoral maior, deltóide parte clavicular e trícepsbraquial durante o exercício supino reto com barra ecrucifixo.Foramrealizadas10repetiçõesmáximas(RMs)emambososexercíciospor13homenstreinados.Nãoforamobservadasdiferençasentreaaçãomusculardopeitoral maior e deltóide parte clavicular entre osexercícios. Em relação ao supino reto, não foramverificadasdiferençasnaativaçãodosmúsculospeitoralmaior e deltóide parte clavicular. Entretanto, houvediferença entre a ação do peitoral maior e o trícepsbraquial,commaioraçãoparaomúsculopeitoralmaior.
Observa-se, entretanto, que os resultadosacima não corroboram o estudo de Cachio, Don,
Ranavolo,Guerra, McCaw, Procaccianti,Camerota,Frascarellie Santilli (18).Partedesteestudoanalisouaativação mioelétrica dos músculos envolvidos noexercício supino e verificou que a ação muscular dopeitoral maior, tríceps braquial e deltóide parteclavicular foram similares, considerando, desta forma,
todos comoprincipais alvos desse exercício. Um fatorquepodeterinfluenciadoosresultadosfoia utilizaçãode sujeitos sedentários, os quais apresentam umcontrolemotordiferenciadoaostreinados.3.4. Atividade muscular e inclinações do banco noexercíciosupino A variaçãona inclinaçãodobancoduranteoexercício supino perece afetar o grau deativação dosmúsculos envolvidos (1). Desta forma, a ativaçãomusculartotalouderegiõesdomúsculosãodefinidaspelascaracterísticasmecânicasdosexercícios,sendoum
doselementoschaveparaodesenvolvimentodaforçaehipertrofiamuscular(1,19). O estudo de Barnett, Kippers e Turner (19)investigou a ação mioelétrica integrada do peitoralmaior (partes clavicular e esterno-costal), deltóide naparte clavicular, cabeça longa do tríceps braquial elatíssimo dodorso durante4 diferentes inclinaçõesdobanco (declinado, horizontal, inclinado e vertical). OsresultadosdoestudoestãorepresentadosnaTabela2.
Tabela 2. Efeito da inclinação do banco na atividade mioelétrica muscular. Adaptado de Barnett,KipperseTurner(19).
Outra fundamental contribuiçãodo estudo foi a definição dosmovimentos do ombro durante as diferentes
inclinaçõesparaoexercíciosupino(Tabela3).
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Tabela3.Açõesduranteosmovimentosdoombronoexercíciosupino.AdaptadodeBarnett,KipperseTurner(19).
Emrelaçãoaograudeinclinaçãodebanco,oestudo de Trebs, Brandenburg e Pitney (1) analisou aatividademioelétricadopeitoralmaior(partesclaviculare esternocostal) e deltóide parte clavicular em 4diferentesgrausdeinclinaçãodobanco(0º,28º,44ºe56º) no exercício supino, utilizando 70% 1RM (umarepetição máxima) para cada ângulo. Os resultadosmostramquea ativaçãodaparteclaviculardo peitoralmaiorfoisignificativamentemaiorem44ºe56ºquandocomparadaa0ºeem44ºcomparadaa28º.Aativaçãoda parte esternocostal do peitoral maior foisignificativamentemaiorem0ºcomparadaa28º,em0ºcomparadacom44º,em0ºcomparadacom56º,eem44ºcomparadacom56º.Jáaativaçãododeltóideparteclavicular foi significativamente maior em 28º
comparadacom0º,em44ºcomparadacom0ºeem56ºcomparadacom0º.Portanto,osautorescitamqueparaotimizarorecrutamentodamusculaturaemquestão,éfundamental realizar o exercício supino na horizontal(0º) e inclinado (~44º) visando atingir as diferentespartes dopeitoralmaior e o inclinado a ~56º visandoprincipalmente o deltóide parte clavicular. Deve-selembrarqueemtodasasinclinações,astrêsporçõesdomúsculopeitoralmaiorapresentamparticipação.3.5.Ainfluênciadoafastamentodaempunhaduranoexercíciosupino.
Modificaçõesnoafastamentodaempunhadurasãofreqüentesduranteoexercíciosupino,natentativade criar desafios biomecânicos diferentes comovariaçõesnodeslocamentoverticaldabarra(20,21),naperformance de força (21) e na participação dosmúsculosenvolvidosnoexercício(22,23). Madsen e McLauglin (20) reportaram quelevantadoresdepesousamempunhadurasmaislargasquando comparados aos iniciantes, resultando emmenores deslocamentos verticais de barra (menortrabalho) e conseqüentemente, aumento dorendimento (i.e. peso total levantado) dos atletas em
competição. O estudo de Wagner, Evans, Weir, Housh eJohnson (21) analisou diferentes distâncias ou
afastamentosentreasempunhaduras,eorendimentono exercício supino.Os resultados mostraram queemafastamentosintermediários(165%e200%dadistânciabiacromial) a produção de força foi maior, quandocomparada aos outros (95%, 130%, 235% e 270% dadistânciabiacrômial).Nosafastamentosmaiores(235%e 270% da distância biacromial), o deslocamentoverticaldabarraémenor,realizandomenortrabalhoeforça.Entreasempunhadurasmaispróximas,ade130%apresentou maior produção de força quandocomparadaàde95%dadistânciabiacromial.
OestudodeClemonseAaron(23)analisouaatividade mioelétrica dos músculos peitoral maior,bíceps braquial, deltóide parte clavicular e trícepsbraquialemdiferentesafastamentosdeempunhaduras
na barra. Foram utilizadas as distâncias deempunhadura de 100%, 130%, 165% e 190% dadistânciabiacromial.Osresultadosmostramquetodosos músculos primários do exercício supinoapresentaram menor ativação em afastamento deempunhadurasmenores.Entretanto,otrícepsbraquialapresentoumaiorativaçãoquandocomparadoaspartesesternocostaleclaviculardopeitoralmaior.OestudodeLehman (22) corrobora os achados acima citados.Entretanto,nesteestudo,oautorutilizoutrêsdiferentesafastamentos de empunhadura durante o exercíciosupinoreto(100%e200%dadistânciabiacromialeuma
empunhadura intermediária). Os resultados mostramqueparaaparteclaviculardopeitoralmaiornãohouvediferenças entre os afastamentos de empunhadura,entretantoadiminuiçãonoafastamentodessatambémdiminuiu a participação da parte esternocostal dopeitoralmaior,masaumentouadotrícepsbraquial.
Desta forma, observa-se que com o aumentodo afastamento das empunhaduras a ação do trícepsbraquial diminui e a açãodo peitoral maior aumenta,sendo que isto se deve principalmente à alteraçãomecânica dosmembros superiores, ondese diminuiodeslocamentoangulardecotoveloeombro.
3.6.Amplitudedemovimento
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Os exercícios geralmente sãoexecutados comtoda amplitude de movimento permitida pelaarticulação. A forçamuscular podevariardependendoda amplitude do movimento em uma articulaçãoespecífica. Possíveis mecanismos para tal variaçãopodem ser em decorrência da relação comprimento-
tensãomuscular,nocomprimentodobraçodealavancaou diferenças na ativação muscular. Acredita-se quepara o desenvolvimento da força em toda amplitudearticular,o treinamentodevaser específico,utilizandodestaforma,amaioramplitudedemovimentopossível(24,25).Alémdoque,quandoseutilizatodaamplitudedemovimentoaflexibilidadeémantidaoumelhorada(26).
Amplitudesdemovimentoparciaissãotécnicasutilizadasporindivíduosaltamentetreinadosemmuitosesportes, visando o aumento da força em amplitudesespecíficas do movimento e, visando a utilização desobrecargas supra-máximas (25, 27). O estudo deSullivan, Knowlton, DeVita e Brown (28) mostrou quesujeitostreinadosproduzemmaistorqueemexercícioscom amplitude parcial quando comparado à máximaamplitude.Entretanto,esseestudofoirealizadoemumexercício monoarticular. Já o estudo deMoorkerjee eRatamess(25)analisoudiferençasnaproduçãodeforça(1RM e 5RM) em sujeitos treinados, utilizandoamplitude parcial (90° de flexão do antebraço) eamplitude máxima para o exercício supino. Osresultadoscorroboramo estudodeSullivan,Knowlton,DeVita e Brown(28) que observaramumaumentonaproduçãodeforçaemamplitudesmenores.Entretanto,o estudo de Massey, Vincent, Maneval, Moore eJohnson (29) não corrobora os estudos acima citados.Esteestudoanalisouoganhoemforça(1RM)nosupino,em sujeitos não treinados após 10 semanas detreinamento. Os sujeitos foram divididos em 3 grupos(amplitudeparcial,amplitudemáximaecontrole,oqualfoidefinidoporumacombinaçãodeamplitudesparciaisemáximas).Osresultadosnãomostraramdiferençasnoganhodeforça,entregrupos,apósas10semanas.
Estudos que relacionam aspectos aplicados à
prática, como a influência da amplitude e o efeitohipertrófico ou o grau de estresse articular emdiferentes amplitudes de movimento não foramencontradosnaliteraturacientífica.
3.7. Diferenças na ação muscular entre o exercíciosupino guiado (“máquina”) e não guiado (livre combarra).
Poucos são os estudos que apresentam asdiferenças entre a ação dos músculos exigidos em taltarefa quando expostos a diferentes condições decontroleeestabilização(movimentodeformaguiadaou
nãoguiada)(18,30,31).
Schick et al. (30) compararam a ativaçãomuscular do tríceps braquial, peitoral maior, deltóidepartes clavicular e acromial durante a execução doexercício supino namáquina (Smith Press, guiado) ecom peso livre (não guiado) utilizando diferentesintensidades (70% 1RM e 90% 1RM). Dentre os
músculosanalisados,apenasodeltóideparteacromialapresentoudiferençasemsuaparticipação,sendoqueamaiorativaçãomuscularfoiobservadaduranteosupinolivre quando comparado à máquina. Justificou-se estadiferença pela maior necessidade de estabilizaçãoarticulardoombroduranteoexercícionãoguiado.JáoestudodeMcCaweFriday(31)comparouaativaçãodotríceps braquial, peitoral maior, deltóide partesclavicular e acromial, e bíceps braquial, durante oexercício supino com peso livre (não guiado) e namáquina (guiado), utilizando diferentes intensidades(60%1RMe80%1RM).Osresultadosforamsimilaresao
estudo de Schicket al. (2010)ondeapenaso deltóideparte acromial apresentou diferenças de ativação,sendo que a maior ativação ocorreu no equipamentonão guiado. Os autores também observaram que aintensidade pode interferir na estabilização articular,ondeintensidadesmaisbaixas(60%1RM)apresentarammaiorparticipaçãodessemúsculo.AdiscordânciaentreosestudosdeMcCaweFriday(31)edeSchicketal.(30)provavelmente indicam que em sobrecargas maioresque 70% 1RM os músculos envolvidos apresentamtensão suficiente para não produzirem grandesalteraçõesestabilizatóriasduranteoexercíciosupino.
Cacchio et al. (18) estudaram a ativaçãomioelétrica(peitoralmaior,latíssimododorso,deltóideparteclavicular,deltóideparteespinal,trícepsbraquial,parte descendente e ascendente do trapézio) emdoistipos de supino: tradicional (alavanca rígida,guiado)ecomcabosepolias( freemotion,nãoguiado).Ambosossupinos promoveram melhoras na força (1RM),entretanto a utilização de cabos promoveu maiorativação muscular em todos os músculos analisados.Isto, provavelmente se deve à maior coordenaçãointermuscular necessária para aperfeiçoar a estratégiamotora em condições de maior instabilidade. Desta
forma, parece que o exercício supino realizado emequipamentos não guiados aumenta a atividademuscular, pois os músculos acabam sendo exigidossimultaneamenteemduastarefas:venceraresistênciaexterna e estabilizar os segmentos envolvidos nomovimento.3.8.Supinoembaseestáveleinstável
Atualmente,ainfluênciadabasedeapoioparaa realização dos exercícios, em relação à ativaçãomuscular,temsidoalvodealgumaspesquisas(32,33).Especificamenteparaosupino,osestudossugeremque
a instabilidade promovida pela superfície pode causarmaiorativaçãomioelétrica,menorousimilarproduçãode força dos músculos envolvidos (32, 34) e maior
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ativaçãomusculardosestabilizadoresparaaarticulaçãodoombroetronco(33,35).
Uribe et al. (34) compararam a ativaçãomioelétricadosmúsculospeitoralmaior,deltóideparteclavicularedoretodoabdomenarealizaçãodosupinocom halteres (dumbells) em diferentes bases (estável,
realizadonobanco;instável,sobreabolasuíça).Foramanalisados16sujeitostreinados,utilizando3sériescom80%1RM. Osresultadosnãoapresentaramdiferençasna ativação mioelétrica em ambas as bases entregrupos.
Goodmanetal.(33)investigaramasdiferençasna força máxima dinâmica e na ativação mioelétrica(peitoral maior, deltóide parte clavicular, latíssimo dodorso, obliquo externo do abdome, tríceps braquial ebíceps braquial), utilizando o exercício supino emdiferentes bases (banco estável e bola suíça) emindivíduos treinados. Os resultados não revelaram
diferença entre bases para força máxima (1RM),amplitudedemovimento,duraçãodolevantamentoouativaçãomioéletrica.
Em se tratando da performance durante oexercício, o estudo de Koshida et al. (32) analisou apotência,forçaevelocidadeduranteoexercíciosupinocom barra em diferentes superfícies (instável, bolasuíça;estável,obanco)em indivíduos treinados.Foramrealizadas 3 repetições com 50% 1RM, utilizando amaiorvelocidadepossível.Osresultadosrevelaramquenabaseinstávelhouvereduçãonasrespostasdeforça,velocidade e potência, quando comparado à condição
estável.Comrelaçãoaosmúsculosdetronco,oestudo
deNorwoodetal.(35)comparouaativaçãomioelétricados músculos latíssimo do dorso, reto do abdome,oblíquo interno do abdome, sóleo, bíceps femoral emúsculo eretor da espinha em quatro situaçõesdiferentes, utilizando o supino com barra: (A) baseestável,(B)instabilidadenotronco,(C)instabilidadenoapoio de membros inferiores, (D) instabilidade notroncoenosmembrosinferiores.Osresultadosobtidosapresentaram diferenças na ativação muscular para olatíssimododorso,oblíquointerno,eretoresdacoluna,
bícepsfemoralesóleoentreabaseestáveleinstável,sendoqueamaiorativaçãoocorreuduranteoexercíciorealizadonabaseinstável.
Observa-se que o exercício supino na baseinstável diminui a performance e aumenta aparticipação dos músculos estabilizadores de tronco,entretanto a participação dosmúsculos envolvidos naexecuçãodoexercíciosupinopermaneceamesmaouéreduzida,considerandoasmodificaçõesdasobrecarga.4.CONCLUSÃO
Como puderam ser observadas, as diferentesalterações mecânicas realizadas no exercício supinopodem acarretar emmudanças na ação dosmúsculos
envolvidos no exercício supino, aumentando oudiminuindoaperformancee/ousuaeficiência.REFERÊNCIAS
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