Sistemas Economicos

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS CCHL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DCECO INTRODUÇÃO A ECONOMIA/Q PROF. DR. DIÓGENES REBELLO SAMPAIO SISTEMAS ECONÔMICOS ALTERNATIVOS WANDERLEY MATOS GONÇALVES Teresina-PI, 30 de Outubro de 2012.

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Trabalho sobre sistemas econômicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS – DCECO

INTRODUÇÃO A ECONOMIA/Q

PROF. DR. DIÓGENES REBELLO SAMPAIO

SISTEMAS ECONÔMICOS ALTERNATIVOS

WANDERLEY MATOS GONÇALVES

Teresina-PI, 30 de Outubro de 2012.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 04

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 09

3. HISTÓRICO DOS SISTEMAS ECONÔMICOS 15

4. CARACTERÍSTICAS RELEVANTES 20

5. ANÁLISE DOS SISTEMAS 23

6. O SOCIALISMO NO BRASIL 25

7. O CAPITALISMO NO MUNDO 26

8. CONCLUSÕES 27

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 28

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29

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RESUMO

Os sistemas econômicos alternativos foram aqui descritos e analisados

quanto a sua forma, atuação, estrutura e funcionamento, bem como da descrição de

pensadores e autores-interpretadores destes sistemas. Dando uma releitura em

seus históricos e modificações durante o tempo. As características foram discutidas

em separado e comparadas por simples investigação em outro tópico deste trabalho.

Este trabalho foi orientado a leigos e/ou iniciandos a uma introdução em economia,

sendo que várias complexidades de sistemas dito mistos ou atuais estiveram fora do

escopo deste.

Palavras-chave: Economia, Sistema econômico e social, capitalismo e socialismo.

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1. INTRODUÇÃO

1.1. O que é a Economia?

A Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo

de bens e serviços. Ela estuda as formas de comportamento humano resultantes da

relação entre as necessidades dos homens e os recursos disponíveis para satisfazê-

las. Assim sendo, esta ciência está intimamente ligada à política das nações e à vida

das pessoas, sendo que uma das suas principais funções é explicar como

funcionam os sistemas econômicos e as relações dos agentes econômicos,

propondo soluções para os problemas existentes. A ciência econômica está sempre

analisando os principais problemas econômicos: o que produzir, quando produzir,

em que quantidade produzir e para quem produzir. Cada vez mais, esta ciência é

aplicada a campos que envolvem pessoas em decisões sociais, como os campos:

religioso, industrial, educação, política, saúde, instituições sociais, guerra, etc.

Macroeconomia e microeconomia são as principais divisões da ciência

econômica[1,2].

A microeconomia é o ramo que estuda o comportamento dos agentes

econômicos (unidades individuais) em relação ao mercado consumidor, empresas,

donos dos recursos de produção. Chamada também por teoria dos preços, um

exemplo de seu trabalho é o estudo das alterações do comportamento de empresas

e pessoas em casos de oscilações de preços. A macroeconomia estuda o

desempenho global, ou seja, a economia como um todo. Produção de bens e

serviços, taxas de inflação, taxas de desemprego, poupança, consumo,

investimentos e governo. É a economia das cidades, nações, dos grandes sistemas

econômicos. É ela que estuda e propõe soluções, por exemplo, para situações de

desemprego em massa, ou grandes crises de um dado mercado.

Além dos resultados da atuação desta ciência em questões diretamente a ela

ligadas, como dinheiro ou produção ou mercado financeiro, a economia influencia

diretamente e indiretamente outras áreas da sociedade, seja a política, que está a

ela intimamente ligado, ou seja, a qualidade de vida das pessoas[1-3].

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A palavra Economia origina-se do grego em que oikos significa casa ou

patrimônio e momos regra ou norma. Etmologicamente referia-se, pois, à

administração doméstica. Com o fim de dar-lhe sua conotação atual acrescentou-se

a palavra economia o adjetivo política (do grego polis, cidade). Dessa forma deixava-

se claro que a economia tinha como objetivo específico a sociedade e não o

indivíduo ou a unidade familiar. Um tempo depois, surge a tendência de utilizar a

denominação mais simples Economics ou Économique por analogia com outras

ciências como Physics e Physique. Nos primeiros essa nova denominação teve

ampla aceitação, encontrando, porém, sérias resistências na França. No Brasil não

se registra nenhum movimento semelhante. Quando muito se pode assinalar o largo

emprego da palavra economia, isoladamente, para significar Economia Política. A

palavra economia, também utilizada para designar a realidade econômica: economia

brasileira, economia inglesa, etc. outras vezes emprega-se o vocabulário para

significar a parte não consumida da renda nacional ou dos rendimentos individuais.

Posto que bastante difundido na linguagem corrente, este último emprego é

unanimemente condenado pelos economistas que preferem utilizar, em tais casos, o

termo "poupança" corresponde ao francês épargne e ao inglês savings A definição

de Economia Política varia os autores[2,3].

1.2. Sistemas econômicos

Os Sistemas econômicos são um ramo da economia que estuda os métodos

e instituições pelas quais sociedades determinam a propriedade, direção e alocação

dos recursos econômicos e as suas respectivas trajetórias de desenvolvimento

econômico. Um sistema econômico de uma sociedade é a unidade de análise. Entre

sistemas contemporâneos em diferentes partes do espectro organizacional são

os sistemas socialistas e os sistemas capitalistas, nos quais ocorre a maior parte da

produção, respectivamente em empresas estatais e privadas. Entre esses extremos

estão as economias mistas. Um elemento comum é a interação de influências

políticas e econômicas, amplamente descritas como economia política. Sistemas

econômicos comparados é a área que estuda a performance e o comportamento

relativos de diferentes economias ou sistemas[3-5].

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Um sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social

e econômica pelo qual estar organizada uma sociedade. Engloba o tipo de

propriedade, a gestão da economia, os processos de circulação das mercadorias, o

consumo e os níveis de desenvolvimento tecnológico e da divisão do trabalho. De

conformidade com sua definição, os elementos básicos de um sistema econômico

são: 1) os estoques de recursos produtivos ou fatores de produção, que são os

recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as

reservas naturais e a tecnologia; 2) o complexo de unidades de produção, que são

constituídas pelas empresas e; 3) o conjunto de instituições políticas, jurídicas,

econômicas e sociais, que constituem a base de organização da sociedade[4-8].

Quanto à classificação, atualmente, se conhece a existência de dois sistemas

econômicos distintos: o capitalismo e o socialismo. O sistema capitalista ou

economia de mercado é regido pelas forças de mercado, predominantemente a livre

iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. O sistema capitalista

predomina na maioria dos países industrializados ou em fase de industrialização e

sua economia baseia-se na separação entre trabalhadores juridicamente livres, que

dispõem, apenas da força de trabalho e a vendem em troca de salário, e capitalistas,

os quais são proprietários dos meios de produção e contratam os trabalhadores para

produzir mercadorias (bens dirigidos para o mercado) visando à obtenção de

lucros[6-10].

1.3. Capitalismo

O Capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e

distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos. Decisões sobre oferta

demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo e os lucros

são distribuídos para os proprietários que investem em empresas e os salários são

pagos aos trabalhadores pelas empresas. O capitalismo é dominante no mundo

ocidental desde o final do feudalismo. O capitalismo é o sistema sócio-econômico

baseado no reconhecimento dos direitos individuais, em que toda propriedade é

privada e o governo existe para banir a iniciação de violência humana. Em uma

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sociedade capitalista, o governo tem três órgãos: a polícia, o exército e as cortes de

lei[5,8-10].

A palavra capital vem do latim capitale, derivado de capitalis (com o sentido

de "principal, primeiro, chefe"), que vem do proto-indo-europeu kaput significando

"cabeça". Em1283 é encontrada referindo-se ao capital de bens de uma firma

comercial. O termo capitalista refere-se ao proprietário de capital, e não ao sistema

econômico, e o seu uso é anterior ao do termo capitalismo, datando desde meados

do século XVII. O Hollandische Mercurius usa o termo em 1633 e 1654 para se

referir aos proprietários de capital. David Ricardo, na sua obra Principles of Political

Economy and Taxation (1817), usa frequentemente a expressão "o capitalista"[8-11,14].

Dentro do capitalismo existem diversos tipos, como o capitalismo financeiro,

que corresponde a um tipo de economia capitalista em que o grande comércio e a

grande indústria são controlados pelo poderio econômico dos bancos comerciais e

outras instituições financeiras. Juntamente com o capitalismo financeiro, surgiu o

capitalismo industrial, que é quando as empresas evoluíram de manufatureiras para

mecanizadas. Outro tipo foi o capitalismo informacional, que tem a tecnologia de

informação como o paradigma das mudanças sociais que reestruturaram o modo de

produção capitalista. Um dos fenômenos do capitalismo é a globalização, que é um

dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política,

impulsionado pelo barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países

do mundo no final do século XX. A globalização é gerada pela necessidade da

dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores mercados

para os países centrais[12-15].

O termo capitalismo foi criado e utilizado por socialistas e anarquistas (Karl

Marx, Proudhon, Sombart) no final do século XIX e no início do século XX, para

identificar o sistema político-econômico existente na sociedade ocidental quando se

referiam a ele em suas críticas, porém, o nome dado pelos idealizadores do sistema

político-econômico ocidental, os britânicos John Locke e Adam Smith, dentre outros,

já desde o início do século XIX, é liberalismo[14].

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1.4. Socialismo

O Socialismo refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização

econômica advogando a propriedade pública ou coletiva e administração dos meios

de produção e distribuição de bens e de uma sociedade caracterizada pela

igualdade de oportunidades/meios para todos os indivíduos com um método mais

igualitário de compensação. O socialismo moderno surgiu no final do século

XVIII tendo origem na classe intelectual e nos movimentos políticos da classe

trabalhadora que criticavam os efeitos da industrialização e da sociedade sobre a

propriedade privada. Karl Marx afirmava que o socialismo seria alcançado através

da luta de classes e de uma revolução do proletariado, tornando-se a fase de

transição do capitalismo para o comunismo. A maioria dos socialistas possui a

opinião de que o capitalismo concentra injustamente a riqueza e o poder nas mãos

de um pequeno segmento da sociedade que controla o capital e deriva a sua riqueza

através da exploração, criando uma sociedade desigual, que não oferece

oportunidades iguais para todos a fim de maximizar suas potencialidades[18-20,24].

Do ponto de vista político e econômico, o comunismo seria a etapa final de

um sistema que visa a igualdade social e a passagem do poder político e econômico

para as mãos da classe trabalhadora. Para atingir este estágio, dever-se-ia passar

pelo socialismo, uma fase de transição onde o poder estaria nas mãos de

uma burocracia, que organizaria a sociedade rumo à igualdade plena, onde os

trabalhadores seriam os dirigentes e o Estado não existiria. O comunismo (do

latim communis - comum, universal) é uma ideologia política e socioeconômica, que

pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes

sociais e apátrida, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de

produção e da propriedade em geral. O "comunismo puro", no sentido marxista

refere-se a uma sociedade sem classes, sem Estado e livre de opressão[20,21,25].

Os países atuais que seguem o socialismo e são unipartidários: A República

Popular da China, República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte),

República de Cuba, República Socialista do Vietnã e República Democrática Popular

do Laos[18,21-23].

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em qualquer país ou região existe uma estruturação das inter-relações das

partes constituídas que devem ser consideradas a isto denominam de sistema

econômico ou social. De forma geral, se fala em sistema capitalista, ou socialista, ou

ainda sistema misto. Para HOLANDA, 1977. Sistema é um:

Conjunto de elementos, entre os quais se possa encontrar,

definir alguma relação. Disposição das partes, ou elementos de

um todo, coordenados entre si, e que funcionam como

estrutura organizada.

Com este conceito entendem-se que um sistema econômico pode tomar duas

versões, quais sejam: o inter-relacionamento técnico estrutural, no que respeita a

armação lógica dos setores econômicos e o ponto de vista da ótica política, quer

dizer, a versão ideológica do problema, pois daí, conceitua-se um sistema

econômico quanto à forma de apropriação do capital e da exploração do trabalho

humano.

CASTRO & LESSA, 1974 em uma versão estrutural desta questão, explica

que um sistema econômico são os variados elementos que participam de vida

econômica de uma nação, assim como suas conexões e dependências. Um sistema

econômico visto algo estático, assemelha-se com a percepção de que, o que

predomina é a estrutura dos diversos setores da economia, isto é, o setor primário

interligado com o setor secundário e o setor terciário que na realidade possui por

trás de tudo isto, a questão ideológica que também tem a sua força deixando soar a

sua voz viva. São duas as hipóteses principais para a caracterização do setor

público, Sendo: 1) não se distinguem as características especificas do setor público

e 2) não se consideram as implicações das trocas internacionais. Esta

caracterização indica que a economia é fechada e o Estado tem a sua participação

assegurada como organizador do sistema econômico e político nacional.

Na visão do lado político e de relações sociais o sistema econômico possui

uma divisão mais consistente e coerente, quanto à formatação da ciência econômica

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capitalista e sistema econômico socialista. Neste sentido, LAJUGIE, 1964 expressou

que sistema econômico:

É um conjunto coerente de instituições jurídicas e sociais, no

seio das quais são postos em ação, a fim de assegurar o

equilíbrio econômico, certos meios técnicos organizados na

junção de certos móveis dominantes.

Todavia, o que mais interliga o sistema econômico com o aspecto ideológico é o

regime que rege o país tendo em vista que este é o aspecto legal do sistema e pelo

qual a organização econômica rege suas atividades, seus atos e suas ações em

matéria de câmbio e produção nacional ou regional de uma localidade qualquer.

Pelo aspecto estrutural da economia, as diversas partes que compõem um

sistema econômico, quando não estão bem organizadas, geram os diversos

problemas que um determinado país deverá conviver, quer queira, quer não. Os

desequilíbrios econômicos podem advir da alocação dos fatores no setor primários,

especificamente da mão-de-obra na agricultura, na indústria e no setor serviço, pelo

simples fato de que, a princípio, a desqualificação da mão-de-obra exerce grande

dificuldade no desenvolvimento de uma economia. Nesta linha de raciocínio, a

produção gerada, já não aparece com as qualidades próprias de uma mercadoria de

aceitação universal, estipulando preços baixos e fraca demanda, ao refletir de

imediato, em uma escassez de produção, ou insumo de má qualidade, na utilização

natural pelo setor industrial, ou de transformação econômica.

A inter-relação entre os setores de uma economia, ao existirem alguns

problemas intrínsecos, não se pode esperar que haja alguma evolução na dinâmica

da transformação nas partes da estrutura nacional, a ponto de dificultar um avanço

em seu todo, que gera bem-estar para a população e desenvolvimento econômico e

social. Como é notório, qualquer distúrbio na circulação dos diversos setores do

sistema econômico, tende a si concluir que a economia não vai se dinamizar bem; e

como resultado final, todo tipo de convulsão social aparece, sem contar com a

inflação que atrapalha todo processo de saída de uma crise. Esses desequilíbrios,

além de gerarem problemas nacionais, conduzem a uma insatisfação internacional,

por causa dos suprimentos externos que são necessários no saneamento de capital

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e de insumos básicos, que a economia precisa para dinamizar os setores produtivos

da nação.

No que respeito ao sistema capitalista, existe uma propensão muito forte na

formação dos oligopólios que, em verdade, constituem os monopólios disfarçados na

busca de excessivos lucros em detrimento, muitas vezes, da própria evolução da

estrutura econômica geral, tendo em conta que o comando desses oligopólios é uma

matriz multinacional. Os oligopólios, por si só, já constituem problemas econômicos

internos; pois, o processo de concentração e centralização não beneficia nenhum

sistema econômico e social; mas, elimina a concorrência em favor de poucos que

agora determinam suas atividades, sem alguma complacência para com o

consumidor. A miséria, a desgraça, a prostituição, os roubos e os furtos, são

resultados vivos da expansão das concentrações que culminam com as falências de

micros, pequenas, e parte das médias empresas, que fazem incentivar cada vez

mais, os trustes e cartéis, numa tendência à decadência nacional.

Ainda mais, sobre o capitalismo como sistema econômico de um país,

expressou LANDAUER, 1966, em seu livro sobre sistemas econômicos, quando

definiu de maneira compreensível que:

O capitalismo, no sentido clássico, é um sistema de

propriedade privada dos bens de produção e consumo,

liberdade de contrato e competição perfeita, com a intervenção

governamental nos assuntos econômicos limitada

essencialmente à proteção da propriedade, execução dos

contratos e prevenção da fraude.

Com esta forma de observar, o capitalismo não se situa tão efetivamente

neste conceito; pois, a competição no se desenrola de maneira tão perfeita, cuja

falência de micros, pequenos, e médios empresários gera a formação de

conglomerados, quando a competição é só fachada; e, o que predomina é o poder

do grande capital, enraizando-se não somente na economia, como também no

sistema político vigente na localidade.

Dentro deste aspecto político do sistema econômico, os cartéis constituem um

agrupamento de indústrias, ou empresas, com objetivo de limitar a concorrência;

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quer dizer, fazer com que nenhum outro empresário entre para participar do

mercado de produção e venda de seus produtos. Concretamente os cartéis, e os

conluios, ou até mesmo os trustes, são formas de dominação do mercado com o

ficto de monopolizar as atividades produtivas da economia, e até mesmo, atuar na

estrutura política, direcionando o Estado rumo aos objetivos empresariais de

dominação e ganância capitalistas. Nesta filosofia de política econômica, as

deliberações que o governo toma em favor de sua população; e que vai de encontro

às ambições do regime em vigor, só resultará em represália dos industriais

dominadores, em detrimento de uma maior dinamização da estrutura econômica

como um todo, que precisa crescer de forma generalizada e equitativa.

O fundamental nisto tudo, é que, esses falaciosos acordos de cavalheiros

entre industriais, bem como a intransigência sindical dos trabalhadores, por outro

lado, só conduzem aos desequilíbrios cada vez maiores da economia, cujo distúrbio

no funcionamento interno, pode ser expresso pelo termômetro do sistema

econômico, como é o caso da inflação. Esses tipos de acontecimento são

característicos fortes de um sistema oligopolista, que funciona eficazmente numa

estrutura de livre mercado, e predomina a propriedade privada. Nesta filosofia

de vivam todos e salve-se quem poder; é que, a exploração feita pelos donos do

capital abunda de maneira constante e violenta, impiedosamente, massacrando os

trabalhadores de todos os setores econômicos. Se não existissem essas

propriedades privadas da forma anárquicas como são; se o capital fosse social, sem

a ditadura de grupos; e, se o cooperativismo prevalecesse, estar-se-ia numa

situação mais confortável em termos econômicos; e, seria implantado o socialismo,

hoje uma grande utopia ideológica.

Já pelo prisma de um sistema socialista, observaram-se na visão de

LANDAUER, 1966 em suas investigações sobre sistemas econômicos e não poupou

argumentos para explicar o que se pode compreender sobre o que se entende por

socialismo; pois:

O socialismo clássico é um sistema de completa coletivização

dos instrumentos de produção; no há lucros particulares, mas,

as rendas podem diferir de acordo com as habilidades

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individuais e o volume de trabalho feito; e a propriedade

pessoal em bens que servem diretamente ao consumo, como

casas e móveis, também é admitida.

Este sistema tem como seus expoentes máximos Karl MARX (1867), e

Vladimir I. LENIN (1953), ao pensarem que mais cedo ou mais tarde, chegar-se-ia a

um estado de coisas tal como a natureza doou à humanidade; entretanto, o tempo

se encarregou de deturpar suas ideias, e o socialismo prático de hoje, não reflete o

pensamento de um socialismo clássico, ou como se diria melhor, um comunismo

radical.

No socialismo, o sistema econômico e social se desenvolve de maneira que

no existe a propriedade privada. O poder do capital não sobrepõe aos anseios da

população economicamente ativa e a inativa. O quem predomina, em verdade, é o

esforço conjunto dos trabalhadores, na busca cooperativa do bem-comum da

sociedade. O social é o mais importante para esse conglomerado de pessoas, onde

não existe o egoísmo, a ganância por lucros exacerbados, ou por acumulações que

têm como finalidade unicamente, o poder econômico, que desemboca no poder

político, e a ditadura sobre os mais fracos. A sociedade, com este perfil, nunca se

alcançará, por causa dos excessivos avanços direcionados no progresso tecnológico

em todos os setores econômicos; fazendo com que as idéias capitalistas avancem

cada vez mais, na consciência de um povo que não consegue nada, e almeja

crescer na vida, cujo modus vivendi do capitalismo, aparentemente lhe oferece estas

condições fictícias.

Em resumo, qual será a solução para esta situação, que é generalizada no

mundo moderno? O capitalismo clássico, no é capitalismo de hoje; e, o socialismo

clássico também não é o socialismo pregado por MARX, 1867 e LENIN, 1953 no

século XIX. É difícil; mas, nunca impossível de chegar a uma realidade que não seja

a do capitalismo injusto como o de agora; e, o socialismo estatal, como acontece no

mundo contemporâneo (ainda existia, quando este artigo foi pensado, a União

Soviética e Cuba). O importante é que não se devem perder as esperanças e tentar

pregar a toda humanidade, que a felicidade não é difícil de encontrar, é um processo

de conscientização que precisa de muito tempo para se concretizar. Portanto, a ideia

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socialista existe em algum lugar do mundo; pois, somente a conscientização, a

justiça e de amor, fará com que em um futuro, talvez não muito longe, tenha-se

alcançado um mundo sem miséria, sem injustiça e sem ganância; e este é um

mundo diferente dos ludibriadores de Estado, ou espoliadores privados, tipo

capitalista.

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3. HISTÓRICO DOS SISTEMAS ECONÔMICOS

Neste tópico pretende-se buscar a origem datada dos sistemas econômicos

em questão, a saber, o capitalismo e o socialismo. Bem como de suas formas atuais

na sociedade. A história destes sistemas é traçada e seguida de suas características

fundentes e marcantes levando até uma comparação analítica e estrutural que

servirá de fonte de estudo para leigos em economia.

3.1. Capitalismo

Encontra-se a origem do sistema capitalista na passagem da Idade

Média para a Idade Moderna, onde na Europa surge uma nova classe social:

a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro. Com o renascimento urbano e

comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na através de atividades comerciais. Neste

contexto, surgem também os banqueiros e cambistas, cujos ganhos estavam

relacionados ao dinheiro em circulação, numa economia que estava em pleno

desenvolvimento. Historiadores e economistas identificam nesta burguesia, e

também nos cambistas e banqueiros, ideais embrionários do sistema capitalista:

lucro, acúmulo de riquezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos

negócios. O Capitalismo Comercial (Primeira Fase) É o período estende-se do

século XVI ao XVIII. Iniciam-se com as Grandes Navegações e Expansões

Marítimas Europeias, fase em que a burguesia mercante começa a buscar riquezas

em outras terras fora da Europa. Os comerciantes e a nobreza estavam a procura de

ouro, prata, especiarias e matérias-primas não encontradas em solo europeu. Estes

comerciantes, financiados por reis e nobres, ao chegarem à América, por exemplo,

vão começar um ciclo de exploração, cujo objetivo principal era o enriquecimento e o

acúmulo de capital.

A Segunda Fase (Capitalismo Industrial) tem no século XVIII, onde

a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de

produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema

capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. A

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Revolução Industrial modificou o sistema de produção, pois colocou a máquina para

fazer o trabalho que antes era realizado pelos artesãos. O dono da fábrica

conseguiu, desta forma, aumentar sua margem de lucro, pois a produção acontecia

com mais rapidez. Se por um lado esta mudança trouxe benefícios (queda no preço

das mercadorias), por outro a população perdeu muito. O desemprego, baixos

salários, péssimas condições de trabalho, poluição do ar e rios e acidentes nas

máquinas foram problemas enfrentados pelos trabalhadores deste período.

O lucro ficava com o empresário que pagava um salário baixo pela mão de

obra dos operários. As indústrias, utilizando máquinas à vapor, espalharam-se

rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo

formato. Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e

a África dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos

europeus, dentro de um contexto conhecido como neocolonialismo. As populações

destes continentes foram dominadas a força e tiveram suas matérias-primas e

riquezas exploradas pelos europeus. Eram também forçados a trabalharem em

jazidas de minérios e a consumirem os produtos industrializados das fábricas

europeias.

Na Terceira Fase do Capitalismo dito Monopolista-Financeiro Iniciado no

século XX, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes corporações

financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento.

Podemos dizer que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje.

Grande parte dos lucros e do capital em circulação no mundo passa pelo sistema

financeiro. A globalização permitiu as grandes corporações produzirem seus

produtos em diversas partes do mundo, buscando a redução de custos. Estas

empresas, dentro de uma economia de mercado, vendem estes produtos para vários

países, mantendo um comércio ativo de grandes proporções. Os sistemas

informatizados possibilitam a circulação e transferência de valores em tempo quase

real. Apesar das indústrias e do comercio continuarem a lucrar muito dentro deste

sistema, podemos dizer que os sistemas bancário e financeiro são aqueles que mais

lucram e acumulam capitais dentro deste contexto econômico atual.

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3.1.1. O Capitalismo nos dias atuais.

O surgimento de novos paradigmas tecnológicos no contexto da globalização

financeira e da informação está trazendo fortes modificações ao mundo atual, em

que a inovação e a competição estão cada vez mais presentes como motoras do

desenvolvimento das economias. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento

(P&D), assim como o fomento à educação e a sinergia entre os atores sociais têm

um papel fundamental para a inovação e a difusão de novas tecnologias; estas, por

sua vez, possibilitam ganhos de competitividade para as empresas e, por

conseqüência, para o país. O Estado pode ser um importante aliado nessa busca

pela inovação, sendo o promotor das sinergias entre os agentes, ao direcionar

recursos para projetos que têm como objetivo o desenvolvimento cientifico e

tecnológico.

Embora o comércio internacional tenha sido associado com o

desenvolvimento do capitalismo por mais de 500 anos, alguns pensadores afirmam

que uma série de tendências associadas à globalização tem agido para aumentar a

mobilidade de pessoas e de capitais desde o último quarto do século XX,

combinando a circunscrever a margem de manobra dos Estados na escolha de

modelos não capitalistas de desenvolvimento. Hoje, essas tendências têm reforçado

o argumento de que o capitalismo deve agora ser visto como um sistema

verdadeiramente mundial. No entanto, outros pensadores argumentam que a

globalização, mesmo no seu grau quantitativo, não é maior agora do que em

períodos anteriores do comércio capitalista.

3.2. Socialismo

A história do socialismo encontra suas origens na Revolução Francesa e nas

mudanças trazidas pela Revolução Industrial, apesar de ele ter precedentes em

movimentos e ideias anteriores. Assim como o conceito de capitalismo, ele contém

uma grande gama de visões. O termo 'socialismo' é geralmente atribuído a Pierre

Clitóris em 1834, que chamou de socialismo "a doutrina que não desistiria dos

princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade" da Revolução Francesa de 1789,

ou a Marie Roch Louis Reybaud na França, ou então na Inglaterra a Robert Owen,

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que é considerado o pai do movimento cooperativo. As maiorias dos socialistas

daquele período se opuseram aos deslocamentos trazidos pela Revolução Industrial.

Eles criticaram o que conceberam como injustiça, desigualdades e sofrimentos

gerados pela revolução e o mercado livre laissez faire no qual ela se sustentava.

O Conde de saint-simom, cheio de interesses em ganhar economicamente,

argumentou que uma irmandade de homens deveria acompanhar a organização

científica da indústria e da sociedade. Proudhon disse que "propriedade é roubo" e

que o socialismo era "toda ideia para o melhoramento da sociedade". Proudhon se

definia como anarquista, assim como Bakunin, o pai do anarquismo moderno, que é

também chamado de socialista libertário, uma teoria na qual os trabalhadores

controlariam os meios de produção através de suas próprias associações de

produção. O Manifesto Comunista foi escrito por Karl Marx e Friedrich Engels em

1848, pouco tempo antes das Revoluções de 1848 varrerem a Europa, expressando

o que eles chamaram de 'socialismo científico'.

No último terço do século XIX partidos sócio-democratas surgiram na Europa,

baseando-se principalmente no Marxismo. Na primeira metade do século XX a

União Soviética e os partidos Comunistas da Terceira Internacional ao redor do

mundo passaram a representar o socialismo em termos do modelo econômico de

desenvolvimento soviético, ou seja, a criação de economias planificadas

direcionadas por um Estado que possui todos os meios de produção, apesar de

outros ramos condenarem o que eles enxergavam como falta de democracia.

Comunistas na Iugoslávia na década de 60 e na Húngria nas décadas de 70 e 80,

comunistas chineses, desde a Reforma Econômica Chinesa, e alguns economistas

ocidentais, propuseram diferentes formas de socialismo de mercado, reconciliando o

controle cooperativo ou do Estado dos meios de produção com forças do mercado,

permitindo que o mercado guie a produção e o comércio ao invés de planejadores

centrais.

Em 1945 Partidos Socialistas Europeus no poder eram consideradas

administrações socialistas por alguns. No Reino Unido, Herbert Morrison disse que

"Socialismo é o que a mão-de-obra do governo faz", enquanto Aneurin Bevan

argumentou que o socialismo requer que "os principais setores da economia sejam

trazidos para o poder público", com um plano econômico e democracia dos

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trabalhadores. Alguns argumentaram que o capitalismo havia sido abolido. Os

governos socialistas estabeleceram a 'economia mista' com nacionalizações parciais

e bem-estar social. Em 1968 a longa Guerra do Vietnã (1959-1975) fez surgir a Nova

Esquerda, socialistas que tendiam a ser críticos à URSS e à Social Democracia.

Anarco-Sindicalistas, alguns elementos da Nova Esquerda e outros preferem

controle descentralizado e coletivo na forma de cooperativas ou conselhos

operários. Nas décadas recentes, partidos socialistas europeus redefiniram seus

objetivos, e reverteram suas políticas sobre nacionalização.

No século XXI, na Venezuela, o presidente Hugo Chavez apresentou o que

ele chamou de 'Socialismo do século XXI', que incluía uma política de

nacionalização de recursos nacionais, como o petróleo, anti-imperialismo, e se auto-

denominou um Trotskista apoiando 'revolução permanente'.

3.2.1. O socialismo atualmente

O socialismo sofreu suas maiores derrotas devido ao colapso do comunismo

na União Soviética e em outros Estados do leste europeu. Muitas outras sociedades

seguiram os passos da Grã-Bretanha e desnacionalizaram suas indústrias. Contudo,

hoje existem alguns programas inspirados no socialismo e qualquer programa que

prega a redistribuição de riquezas pode ser considerado socialista. Por exemplo, o

imposto que os Estados Unidos impõem aos cidadãos para sustentar o sistema de

bem-estar social, o qual fornece ajuda aos cidadãos financeiramente insustentáveis,

pode ser considerado um programa socialista. Os sistemas de saúde como o

Medicare e o Medicaid estão na mesma categoria. Outro exemplo de programa

socialista é o sistema de saúde do Canadá. Os defensores desse sistema

argumentam que ele fornece assistência de saúde gratuita para aqueles que de

outra forma não seriam segurados, ou estariam sem cobertura completa. Eles

também afirmam que o custo crescente da saúde em lugares como os Estados

Unidos é causado pelas empresas de seguro saúde voltadas para o lucro, pelos

hospitais com fins lucrativos e pela indústria farmacêutica.

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4. CARACTERÍSTICAS RELEVANTES

4.1. Do Capitalismo

O Lucro que são valores vindo de resultado de trabalho e geração de serviços

e venda, tendo como objetivo principal o acumulo de capital; A Propriedade Privada

As propriedades tem dono, ou seja, são bens particulares de utilização individual; A

Economia de Mercado: O mercado regula preços, estoques e produção,baseado

pelo processo de oferta e procura. O Estado intervém apenas em casos delicados,

com medidas para garantir uma economia equilibrada. E por fim a Divisão de

Classes, essa é a característica mais marcante desse sistema, uma pequena parte

da população são os que detêm a maior parte do capital, donos das grandes

fábricas, empresas ou serviços, na outra classe, a grande maioria, são

os proletariados, recebem por seu trabalho, e tem, ou pelos é para ter, direito

garantido a saúde, transporte, alimentação e lazer, todos de qualidade. Porém,

sabemos que isso não é o que acontece. Possuem salários baixos e não tem

garantido do Governo necessidade básicas e serviços públicos de qualidade.

Resumindo este contexto, podemos identificar as seguintes características

capitalistas: busca dos lucros, uso de mão de obra assalariada, moeda substituindo

o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do poder da burguesia e

desigualdades sociais.

4.2. Do Socialismo

As características do socialismo são completamente diferentes em relação ao

capitalismo, a seguir veja os principais aspectos socialistas: Meios de produção

socializados: no socialismo toda estrutura produtiva, como empresas comerciais,

indústrias, terras agrícolas, dentre outras, são de propriedade da sociedade e

gerenciados pelo Estado. Toda riqueza gerada pelos processos produtivos é

igualmente dividida entre todos; Inexistência de sociedade dividida em classes:

como os meios de produção pertencem à sociedade, existe somente uma classe; a

dos proletários. Todos trabalham em conjunto e com o mesmo propósito: melhorar a

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sociedade. Por isso não existem empregados nem patrões; Economia planificada e

controlada pelo Estado: o Estado realiza o controle de todos os segmentos da

economia e é responsável por regular a produção e o estoque, o valor do salário,

controle dos preços e etc. Configuração completamente diferente do sistema liberal

que vigora no capitalismo, no qual o próprio mercado controla a economia. Dessa

forma, não há concorrência e variação dos preços.

No socialismo as indústrias de produção, como as grandes empresas,

espaços de terra, indústrias de comércio, tecnologia, e diversos outras são

propriedade da sociedade e apenas gerenciadas por um governo, evitando assim a

concentração de renda nas mãos de poucos.

Outra ideologia muito forte é a total erradicação da divisão de classes, não

existindo os burgueses e os proletariados. Todos são iguais trabalhadores e

produtores, sendo dividida toda a riqueza acumulada pela sociedade com a

sociedade. Outra das principais características do socialismo é a intenção de

estabelecer uma sociedade comunista e sem divisão de classes. Porém, atualmente

as ideias comunistas se voltam para uma reforma no sistema capitalista, procurando

melhorar a desigualdade social sem a necessidade de uma revolução radical.

4.3. Sistema econômico misto

Uma economia mista é uma forma de economia que combina dois ou mais

modelos econômicos distintos. Como sistemas econômicos são complexos e

geralmente híbridos, utilizam-se critérios de avaliação de sistemas econômicos ou

modos de produção "ideais", como o feudalismo, capitalismo, socialismo. Na maior

parte dos casos, tratam-se de padrões ou modelos mais específicos, híbridos de

variações de um sistema, intermediários entre padrões distintos como o capitalismo

de mercado liberal e o capitalismo politicamente orientado.

Na atualidade, o conceito de "economia mista" é muito usado como sinônimo

de modelos mistos entre economia de mercado e economia orientada, planejada, ou

ainda economia planificada. Como modelos ideais puros nunca existiram,

teoricamente todo sistema econômico poderia ser considerado misto em algum grau.

Muitas vezes o conceito de economia mista também é usado também como

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sinônimo de modelo híbrido entre grandes sistemas socioeconômicos como o

capitalismo e o socialismo, embora existam diferentes modelos de regulação

econômica nestes dois sistemas. Algumas fontes preferem o uso do termo

"economia dirigida" em vez "socialismo" na definição da economia mista.

Na avaliação da presença de características teoricamente típicas de um

modelo ou do outro: características de capitalismo de mercado (livre comércio, livre

mercado, desregulamentação de preços e salários, propriedade privada dos meios

de produção) ou de planejamento econômico centralizado (planejamento econômico,

planejamento da produção, preços e salários, regulação da economia, propriedade

estatal dos meios de produção).

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5. ANÁLISE DOS SISTEMAS

Muitas pessoas imaginam como seria o paraíso. Na verdade, filósofos e

estudiosos vêm, através dos anos, conjecturando como o paraíso pode ser

alcançado na Terra. O termo "utopia" foi criado em 1515 pelo escritor britânico

Thomas More. Utopia é a descrição de um lugar ou de uma sociedade perfeita, em

que todos são econômica e socialmente equilibrados.

A teoria econômica e política do socialismo foram criadas com a visão de uma

sociedade utópica. Contrário a outros sistemas econômicos, não há um consenso

sobre como a sociedade socialista ideal operaria. Existem dúzias de formas de

socialismo, todas com ideias discrepantes quanto a planejamento econômico,

dimensão da sociedade e muitos outros fatores. Apesar das variações no

pensamento socialista, todas as versões defendem os benefícios da cooperação

entre as pessoas, distanciando-se dos "males" da concorrência associada ao

capitalismo.

O socialismo é hoje um humanismo que tem como essência uma ética e uma

teoria de valores. Uma base fundamental para a recuperação do homem como autor

e sujeito da história, isto é, podendo, mas acima de tudo devendo intervir no

processo histórico, criando condições para a emancipação da humanidade, para de

realização de sua dignidade e condições mais favoráveis para o desenvolvimento da

natureza humana.

O socialismo é uma teoria de valores que, denunciando a injustiça social, e

rejeitando a base ética do capitalismo da exploração do homem pelo homem, propõe

uma teoria de Estado humanista, posto que suas bases, antes de econômicas, são

éticas, e visam recolocar o homem no centro do mundo, promovendo a vida, a

harmonia, o amor, a verdade e a justiça.

O capitalismo precisa do crescimento contínuo da produção e, portanto, do

consumo, para se sustentar a si mesmo. Os benefícios daí colhidos sob a forma de

tecnologia e melhoria das condições de vida são óbvios e palpáveis no Ocidente

rico. Mas, dizem as vozes discordantes, o preço está a revelar-se demasiado

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elevado, especialmente em termos de danos infligidos ao ambiente, da dívida

paralisante do terceiro mundo, das disparidades insustentáveis entre ricos e pobres,

e do efeito destrutivo provocado nas comunidades pela transformação das pessoas

em bens e das relações sociais em transações comerciais. As vozes discordantes

conseguem citar incessante e perturbadoramente números sobre danos ambientais,

pobreza, desperdício e exploração do terceiro mundo. Os fatos sobre a horrenda

perda anual de área da floresta virgem, as crianças asiáticas que cosem, por uns

poucos cêntimos diários, as bolas de futebol com que as nossas próprias crianças

brincam e as fomes dos países do terceiro mundo devidas à substituição da

agricultura de subsistência por culturas de exportação, são já bem conhecidos.

Considerações deste tipo revelam de forma violenta a injustiça e instabilidade da

ordem econômica mundial.

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6. O SOCIALISMO NO BRASIL

Na prática, um estado socialista se fundamenta em ampliar os benefícios que

o poder público oferece ao povo, dentro de uma configuração mais centralizadora e

intervencionista do estado, mantida através dos tributos e controle das atividades

produtivas, buscando um sistema de equilíbrio social para diminuir a distância entre

os mais ricos e os mais pobres e garantir, teoricamente, o mínimo de dignidade e

bem estar para a maioria da população.

O poder público é o maior empregador no Brasil considerando a força de

trabalho ligada ao governo federal, mais aquela ligada aos governos estaduais e

municipais, nos três níveis de poder, em órgãos da administração direta e indireta,

mais as empresas com participação do estado. Congrega 21% da força de trabalho

formal do país, com salários que chegam a ser 56% maiores que aqueles praticados

pelo setor privado, segundo dados do próprio IPEA. Não há como negar a força do

estado enquanto agente econômico. Por sua dimensão e pelos interesses

envolvidos, o estado brasileiro determina os segmentos que serão beneficiados

diante dos cenários econômicos internacionais e diante das variáveis

socioeconômicas internas.

Os governantes Brasileiros, em sua grande maioria, sempre consideraram

que o estado deveria centralizar as ações econômicas, seja por raciocínio

socializante, xenofóbico, ditatorial ou qualquer outro semelhante. O liberalismo, ou o

neoliberalismo encontra pouco espaço no Brasil, principalmente depois da quebra da

economia mundial pelos excessos provocados por um punhado de irresponsáveis.

Os próprios empresários brasileiros sempre esperam do estado alguma forma de

benesse, seja proteção, ajuda ou concessão.

Ao longo dos últimos setenta anos o poder público no Brasil criou um

emaranhado tão grande em seu sistema tributário, que além de gerar amarras de

todas as espécies à iniciativa privada, transformou-se em um rinoceronte indomável.

Falamos então de todos os governos, inclusive daqueles que antecederam ao

regime militar, passando por ele, até os governos atuais.

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7. O CAPITALISMO NO MUNDO

A terceira revolução industrial inaugura o período que o geógrafo Milton

Santos chama de período técnico-científico-informacional, enquanto o sociólogo

Manuel Castells nos fala de uma Era da Informação, baseada na Economia

Informacional. Alguns historiadores marcam a diferença entre a terceira revolução

industrial e uma quarta revolução industrial, que seria caracterizada pelos avanços

tecnológicos nos setores da informática, comunicação, transportes e robótica. Nós

vamos basear nosso estudo nas ideias do geógrafo Milton Santos e do sociólogo

Manuel Castells. A terceira revolução industrial se inicia após o fim da Segunda

Guerra Mundial e será caracterizada, principalmente, pelos seguintes fatores: 1)

Desenvolvimento tecnológico em todos os campos do conhecimento científico e,

principalmente, nos ramos da informática, comunicação, farmácia, engenharia

genética, biotecnologia e robótica. Esses setores irão revolucionar toda a estrutura

produtiva do planeta, causando impactos diretos na divisão territorial do trabalho, na

organização e gestão da produção. Esse desenvolvimento tecnológico se inicia

principalmente a partir da década de 1970 e, a partir daí, os saltos tecnológicos são

cada vez maiores e ocorrem em períodos cada vez menores de tempo; 2) O

capitalismo passa a organizar uma economia global ao invés de uma economia

mundial, que caracterizava o mundo até então. Após a Segunda Guerra Mundial, as

empresas europeias, americanas e japonesas começam a se disseminar por

diversos países do mundo, implementando fábricas, bancos e escritórios,

aumentando os investimentos em diversos ramos (atividades primárias, secundárias

e terciárias). Este é o momento de disseminação das empresas multinacionais, que

hoje, são transnacionais. Essas empresas passaram a investir mais em países

considerados “subdesenvolvidos” ou semiperiféricos, como Brasil, Argentina, Índia,

África do Sul e nos Tigres Asiáticos. Empresas de automóveis, eletrodomésticos,

bebidas, prestadoras de serviços e bancos passaram a abrir fábricas, lojas e

escritórios nesses países, buscando uma série de vantagens competitivas: mão de

obra mais barata, mercado consumidor em expansão, incentivos fiscais, leis

ambientais pouco rígidas, sindicatos pouco organizados, etc.

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8. CONCLUSÕES

O presente trabalho tentou elucidar os conceitos, fundamentos, princípios,

parâmetros e diferenças para o estudo da economia. Onde ao definir a economia

percebeu-se a relação desta com uma sociedade mais harmoniosa e com valores

agregados de desenvolvimento. Passando assim para uma necessidade de definir e

explicitar os sistemas econômicos, como objeto de análise.

O capitalismo e o socialismo foram os dois sistemas econômicos abordados

neste trabalho, realizando-se assim uma pesquisa histórica, de caracterização e de

comparação no decorrer deste.

A principal diferença entre estes dois sistemas foi vista logo ao se buscar no

“histórico” dos sistemas. O Capitalismo tem como principal característica o acúmulo

de capital oriundo dos lucros, bem como da propriedade privada e de sociedade

dividida em classes, sendo uma detentora dos meios de produção (elite) e a outra

trabalhadora. O capitalismo tem como principais consequências a globalização e o

crescimento acelerado. Já o socialismo se criou com o advento de pensadores

durante o capitalismo resultando assim em dois sistemas antagônicos e paradoxais.

O socialismo em sua ótica perfeita é chamado de comunismo, logo notou-se que o

socialismo tinha traços utópicos e demasiados desregrados levando-o assim a

descrédito por parte de muitos.

O socialismo ainda é atuante em alguns países do mundo, mas com a análise

pensou-se de maneira bem destoante quanto ao que define o socialismo, pois uma

vez a sociedade já estruturada com participação seja menor ou maior no mercado

não deixará isto para seguir este sistema, ainda que confiar todos os meios de

produção e monopólio a um Estado, tem-se que ser bem competente e forte.

Portanto o sistema econômico ficou assim comparado.

Viu-se também o sistema misto ou de economia mista, sistema hibrido e

complexa que une dois ou mais sistemas em um para construir uma economia de

mercado planejada ou centralizada.

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do muito que aqui foi mostrado, este só se faz apenas um pequeno

resumo do estudo da economia. Os tópicos escolhidos fizeram parte de um escopo

arbitrário do autor-redator sendo que o que era de mais complexo e desconexo ao

que se pretendia achou-se melhor deixar de fora, que em caso é apenas um leigo no

ramo, não sendo assim um ser de muito familiarizado com termos dos economistas.

Pouco foi discutido em relação a datas e ao tempo especifico em que se

cunhou cada etapa ou ideologia, pois para se compor uma cronologia fidedigna ao

sistema econômico muito se esqueceria ou até não ganharia ênfase, como por

exemplo, o dito pai de economia Adam Smith é capitalista e seus escritos só caberia

a um dos sistemas abordados aqui neste trabalho. Karl Marx também tem sua

história a parte, mas também deixada de lado para melhor assimilação do conteúdo.

Com a exclusão das datas precisas só sobrou a análise do concreto em

termos de sistemas econômicos, logo fez o possível para se adota uma dinâmica

mais envolvente, como, tratar dos sistemas em separado para não confundir e só no

final tentar compará-los.

A conclusão mostrou que em uma sociedade em que vivemos é muito

importante estar a par do que há em economia, seja teórico, ou seja, em mercado.

Com isto, pensar primeiramente no que já se passou e na caracterização de

sistemas simples para assim poder evoluir em balanço de mercado, política,

sociedade e desenvolvimento atual.

Espera-se que o que não tenha sido abordado de primeira mão ou não tenha

ficado de todo clara, possa ser elucidado nas referências e autores por aqui

descritos. Criando por fim mais uma fonte de conhecimento correlato as ciências

sociais, econômicas, políticas e a fins, bem como das ciências naturais e

engenharias, que tiram dos fatores “recursos naturais” a fonte da economia e que

sejamos levados a uma mentalidade mais “sustentável” para que não tenhamos

sofrer com fim destes.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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