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SEST - Serviço Social do TransporteSENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

SEDE: SAUS Quadra 1 - Bloco “J” - Ed. Confederação Nacional do Transporte

12o andar, Brasília - DF - CEP 70070-944 Fone: (61) 3315.7000 Site: www.sestsenat.org.br

Arte e Cidadania – Brasília: Sest/Senat, 2015.

26 p. : il. – (Palestras)

1. Arte. 2. Cultura. 3. Cidadania. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título

CDU 73/75

Todos os direitos reservados ao SEST SENAT. Não é permitido copiar integral ou parcialmente, distribuir, criar obras derivadas ou alterar a obra original, no todo ou em parte.

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Arte e Cidadania---------------------------------------------------------

Quando pensamos em arte e cidadania, não conseguimos, em um primeiro momento, enxergar a associação entre esses dois conceitos, muito menos imaginar como a arte pode contribuir diretamente com o papel de cidadão. Mas, de antemão, podemos refletir o que dizia o respeitado escritor russo Leon Tolstói: “A arte é um dos meios que une os homens”.

Nesse sentido, podemos também pensar a arte como meio de inclusão social, ao imaginarmos a possibilidade de desenvolvimento dos potenciais e as habilidades do indivíduo no exercício das expressões artísticas e culturais.

Nesta cartilha, o SEST SENAT faz um convite a todos para conhecerem um pouco mais sobre a arte, sua história e formas de manifestação. Além de tratar sobre diversidade cultural e os aspectos que envolvem a liberdade de expressão, veremos como compreender a arte sob a perspectiva do desenvolvimento pessoal e cidadão.

“A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível.”Leonardo da Vinci

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O que você vai encontrar nest a cartilha:

O que é arte? .........................................................................................................8Arte Erudita, Popular e de Massa .....................................................................10Principais Manifestações Artísticas e Culturais ............................................14A arte que supera barreiras............................................................................... 17A cidadania como direito de todos ...................................................................19A arte empreendedora.......................................................................................22Para relembrar! ...................................................................................................24Referências Bibliográficas ................................................................................25

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O que é arte?

Faz parte da natureza humana a necessidade de se expressar por meio da arte. É uma maneira encontrada de manifestar crenças, desejos, sonhos e sentimentos. Não se trata de algo que é aprendido ou orientado, é um processo natural. Caso contrário, não existiriam as pinturas em cavernas feitas por homens da pré-história.

Essas pinturas e gravuras são conhecidas como arte rupestre, ou seja, a arte feita na rocha. Não há um consenso sobre qual o objetivo das imagens que eram retratadas (animais, plantas, homens caçando), mas observem que são entendidas como uma manifestação artística, como arte.

Então vamos entender o que é arte. É muito comum e usual encontrar o conceito de arte associado à beleza e à estética, com objetivo de provocar emoções e despertar sentimentos.

A arte é uma manifestação humana. Há manifestações artísticas que não são capazes de serem conceituadas como bonitas por todos, podendo até despertar o efeito inverso, mas nem por isso deixam de ser arte. Independentemente de ser bela ou esteticamente definida, a arte tem o objetivo de alcançar emoções e sentimentos. Trata-se de uma forma de comunicação usada pelo artista. As linguagens dessa comunicação são bem variadas, podem se dar por meio da música, pintura, escultura, dança, arquitetura, entre outras formas.

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Cabe ressaltar que a arte nem sempre é feita para despertar admiradores. Existem artistas que não sentem necessidade de compartilhar seus produtos, restringindo o acesso a suas obras. Há, ainda, aqueles que simplesmente sentem a necessidade de criar, de se expressar como um desabafo. Para isso não há regras ou modelos a serem seguidos, a arte, por natureza, deve ser livre.

Mas, apesar de não existirem regras, usualmente o que identificamos são três elementos básicos: artista, obra e observador. O artista cria, expõe seus sentimentos e propósitos, como forma de expressão cultural. A obra é o produto, o objeto artístico (a dança, a poesia, o quadro). O observador é o público, e seu processo se dá de forma inversa, ou seja, da observação e análise da obra, tentar entender o contexto do artista, com perguntas a si mesmo, como: O que vejo? O que a obra me provoca?

Por isso que uma obra não é vista de forma igual por todos, a mensagem transmitida é captada de forma individual. Por esse mesmo motivo também não há que se falar de beleza universal, principalmente se considerarmos culturas diferentes. Cada qual tem seu próprio padrão estético e cultural.

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! CURIOSIDADE

Na Mauritânia (país da África Central), mulher com quilinhos a mais é sinal de status, indicam que elas não têm de trabalhar, porque o marido é rico. Para se adequar, algumas meninas são enviadas aos cinco anos de idade a campos de engorda, onde consomem 16 mil calorias por dia. O menu inclui dois copos de manteiga e 20 litros de leite de camelo.

FONTE: http://mundoestranho.abril.com.br/

Arte Erudita, Popular e de Massa

Na arte não há preconceitos ou segregações, o indivíduo, mesmo sem qualquer estudo formal, pode ter a sensibilidade para compreender uma determinada obra ou pode, ainda, ser o próprio artista. Apesar disso, há alguns séculos, dentro de um determinado momento histórico na Europa, houve a classificação da arte, em função das classes sociais, em arte erudita e popular. Apesar de controversa, ainda hoje é muito comum o seu uso. Mais recentemente, já no século XX, é incorporada uma nova classificação chamada cultura de massa ou arte de massa.

Elitizada

Técnicas apuradas

Arte Erudita

Arte de Massa

Arte Popular

Grandealcance

Fácilcompreensão

Folclórica

Regional

Raízes

Arte erudita: A arte que vem das elites, produzidas e direcionadas às pessoas especializadas. Só observem que não se trata de elite econômica, mas, sim, da elite intelectual. O artista erudito possui conhecimento formal, que é desenvolvido de forma apurada. Normalmente utilizam técnicas refinadas, com qualidade estética incontestável. Alguns grandes nomes mundiais desse tipo de arte: Leonardo da Vinci, Michelangelo, Mozart, Beethoven. No Brasil, Heitor Villa Lobos, Carlos Gomes, Di Cavalcanti, Cândido Portinari.

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! CURIOSIDADE

O dia 05 de março é o Dia Nacional da Música Clássica, em homenagem ao grande maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. Ele é considerado o maior expoente da música do modernismo no Brasil. Carioca, nasceu em 1887 e morreu, aos 72 anos, em 1959. Obteve reconhecimento nacional e internacional, recebeu diversas homenagens e foi retratado em filmes. Compositor de uma vasta obra, sendo uma das obras mais famosas as “Bachianas Brasileiras”.

Arte popular: É a arte que nasce de forma intuitiva do povo para o povo. É recheada de valores regionais, remetendo a uma determinada cultura. O artista não necessariamente passou por uma formação técnica, mas também guarda o valor estético de suas obras. Exemplos: folclore, lendas, danças típicas de um povo ou região, artesanato, a literatura regionalista, entre outros.

O Cântico da Terra

Eu sou a terra, eu sou a vida.

Do meu barro primeiro veio o homem.

De mim veio a mulher e veio o amor.

Veio a árvore, veio a fonte.

Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.

Sou o chão que se prende à tua casa.

Sou a telha da coberta de teu lar.

A mina constante de teu poço.

Sou a espiga generosa de teu gado e certeza tranquila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida.

De mim vieste pela mão do Criador e a mim tu voltarás no fim da lida.

Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.

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Tua filha, tua noiva e desposada.

A mulher e o ventre que fecundas.

Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.

Teu arado, tua foice, teu machado.

O berço pequenino de teu filho.

O algodão de tua veste e o pão de tua casa.

E um dia bem distante a mim tu voltarás.

E no canteiro materno de meu seio tranquilo dormirás.

Plantemos a roça.

Lavremos a gleba.

Cuidemos do ninho, do gado e da tulha.

Fartura teremos e donos de sítio

felizes seremos.

Cora Coralina (1889 – 1985)Cidade de Goiás - GO

Morte e Vida Severina

O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia.

Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria

do finado Zacarias.

Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria.

Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados,

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Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia.

Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).

Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar algum roçado da cinza.

João Cabral de Melo Neto (1889 – 1985)Recife - PE

Os Arroios

Os arroios são rios guris…

Vão pulando e cantando dentre as pedras.

Fazem borbulhas d’água no caminho: bonito!

Dão vau aos burricos, às belas morenas, curiosos das pernas das belas morenas.

E às vezes vão tão devagar que conhecem o cheiro e a cor das flores que se debruçam sobre eles nos matos que atravessam e onde parece quererem sestear.

Às vezes uma asa branca roça-os, súbita emoção como a nossa se recebêssemos o miraculoso encontrão de um Anjo…

Mas nem nós nem os rios sabemos nada disso.

Os rios tresandam óleo e alcatrão e refletem, em vez de estrelas, os letreiros das firmas que transportam utilidades.

Que pena me dão os arroios, os inocentes arroios…

Mario Quintana (1906- 1994)Alegrete - RS

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Arte de massa: É a arte onde o alcance é mais abrangente, pois utiliza canais mais efetivos, como televisão, rádio, cinema e a própria Internet para difundir as produções artísticas. Independentemente do canal e da sua amplitude, a arte de massa também diz respeito a sua capacidade de ser absorvida sem maiores dificuldades, pois utiliza linguagem e referenciais mais cotidianos, não exigindo do observador (público) nenhuma interpretação complexa. Para ficar clara a diferença entre arte popular e de massa, podemos citar o caso da música sertaneja (de massa), que tem suas origens na música caipira (popular). A sertaneja, por exemplo, objetiva públicos maiores, então retira regionalismos, acrescenta elementos que agradam de forma mais homogênea, com refrãos marcantes e apelo cativante.

Apesar da sequência apresentada, não há propósito de se criar uma hierarquia, ou mostrar que uma é superior a outra. Cada manifestação tem seu valor e seu público. O que talvez possa se mostrar interessante é se criar oportunidades para se conhecer e explorar esses três universos, sem reservas ou preconceitos.

Principais Manifestações Artísticas e Culturais

A arte e a cultura podem se manifestar de formas distintas. As expressões corporais ficam evidentes na atuação teatral, nas danças, no

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circo, na mímica. Organizam-se como artes cênicas, quando considera as artes de representação desenvolvidas em um palco para seus espectadores. Ressaltando que esse palco pode ser uma praça, um picadeiro, ou qualquer outro espaço. Nesse caso, pressupõe-se a utilização do recurso da encenação. Veja o exemplo: a música, por si só, não é arte cênica, mas quando envolve a representação, como em um musical, assim se caracteriza.

! CURIOSIDADE

O teatro é uma das mais antigas manifestações de arte. Com o formato parecido com que temos hoje, surgiu no século VI antes de Cristo, na Grécia. Encenações eram feitas para homenagear Dionísio, deus do vinho e da fertilidade. Foram os gregos também os primeiros a construírem os teatros ao ar livre, com palco, área para a orquestra e arquibancadas. Era comum o uso de máscaras, para representar se estavam tristes ou contentes. Atualmente esse “duo de máscaras” simbolizam o teatro.

As artes plásticas, que também podem ser chamadas de artes visuais, partem da concepção da construção da forma e da imagem dentro de um contexto estético e engloba várias manifestações: pintura, escultura, desenho, fotografias, gravuras, entre outros.

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A arte literária é a arte da palavra, os escritos artísticos. São traduzidos em textos ficcionais, poesias, prosas que levem o leitor a uma experiência de construção do universo imaginado pelo autor.

Há outros agrupamentos, como, por exemplo, a expressão musical. Aqui estamos falando do compositor e sua obra, do intérprete, também chamado de cantor. Considera-se também nesse segmento o músico e o maestro. A música é uma das formas de arte com maior número de apreciadores. É incomum achar pessoas que não gostem de nenhum tipo de música.

Há também outro tipo de classificação da arte, dada por uma sequência. Essas listas não são unânimes, mas são bastante utilizadas. Uma das mais famosas foi proposta pelo italiano Ricciotto Canutto denominado “Manifesto das Sete Artes”, publicado em 1923. Com essa lista, o cinema até hoje é chamado de “Sétima Arte”. Veja a relação completa:

2ª ArteESCULTURA

4ª ArteMÚSICA

5ª ArteDANÇA

6ª ArtePOESIA

7ª ArteCINEMA

1ª ArteARQUITETURA

3ª ArtePINTURA

Atualmente uma das classificações mais aceitas traz onze artes, incluindo já aspectos tecnológicos, como os jogos de computador e a arte digital. Observe a classificação:

1ª Arte – Música

2ª Arte – Dança

3ª Arte – Pintura

4ª Arte – Escultura e arquitetura

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5ª Arte – Teatro

6ª Arte – Literatura

7ª Arte – Cinema

8ª Arte – Fotografia

9ª Arte – Histórias em quadrinhos

10ª Arte – Jogos de computador

11ª Arte – Arte digital

A arte que supera barreiras

Quando tratamos da arte erudita, popular e de massa, mencionamos a importância de se criar oportunidades para se transitar entre as três. O objetivo é ampliar os referenciais de beleza estética. É se permitir encontrar o propósito artístico em uma obra clássica de algum grande gênio compositor, ou em uma apresentação folclórica como o bumba meu boi, ou, ainda, na música que está fazendo sucesso nas rádios.

! SAIBA MAIS

Essa quebra de preconceitos rompe eventuais barreiras imaginárias que possamos ter e que em nada combinam com a essência da arte. Então, propomos um exercício para os próximos dias: procure pesquisar imagens, textos, áudios, vídeos desses três universos (a Internet é ideal para esse propósito) e tente identificar qual mensagem ou sentimento que o artista desejou transmitir. Seja ousado, experimente algo novo e se permita surpreender.

A ideia, com essa sugestão, é possibilitar uma reflexão de que a arte não precisa ficar presa a barreiras sociais, culturais ou ideológicas. A arte deve ser livre e sua apreciação deve ocorrer da mesma forma.

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Temos aqui no Brasil um ponto bem favorável para essa democratização da arte. Somos um país com uma diversidade cultural muito vasta e rica de elementos, afinal temos uma grande extensão territorial, que é agrupada em regiões culturalmente distintas.

Para exemplificar, veja no quadro a seguir as principais festas e pratos típicos de cada região brasileira. Ressaltamos que alguns pratos, apesar de serem típicos de determinada região, são apreciados em todo o país. Exemplos: churrasco, pamonha, pão de queijo, feijoada, entre outros.

REGIÃO CENTRO-OESTE

Cavalhadas, procissão do fogaréu, cururu, galinhada com pequi e guariroba, empadão goiano, pamonha, angu

REGIÃO SUL

Festa da uva, oktoberfest, o fandango, pau de fita, congada, churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma panela de barro)

REGIÃO NORTE

Círio de Nazaré, festival de Parintins, carimbó, tacacá, pirarucu de casaca, pato no tucupi, picadinho de jacaré

REGIÃO NORDESTE

Bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, frevo, capoeira, arroz doce, sarapatel, buchada de bode, artesanato de renda

REGIÃO SUDESTE

Festa do divino, congada, carnaval e peão de boiadeiro, pão de queijo, feijão tropeiro, tutu de feijão, moqueca capixaba, feijoada, farofa, pirão

Se convivemos bem e nos orgulhamos dessa nossa riqueza cultural, por que não levarmos o mesmo princípio para as artes? E, para isso,

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volta a recomendação de conhecê-las. Se você nunca foi ao teatro para assistir a uma peça teatral, se nunca leu um clássico da literatura, se nunca foi a um festival de corais, apresentação de dança ou a uma exposição de quadros ou fotografias, aproveite as oportunidades que surgirem e desfrute dessas experiências.

A cidadania como direito de todos

Cidadania é exercer direitos e ter deveres. Ambos têm igual importância, pois não há como garantir o direito de um sem que o outro não cumpra o seu dever.

A natureza dos direitos é política, civil e social. Vejamos alguns deles:

� Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

� Direito à educação, saúde, moradia, trabalho e lazer.

� Direito à proteção à maternidade e à infância.

� Direito à seguir a crença religiosa que desejar.

� Direito à exercer a profissão que quiser, respeitando as exigências relacionadas às qualificações profissionais.

� Direito de não ser tratado de forma desumana ou degradante.

� Direito de votar e ser votado.

� Direito a uma nacionalidade.

Vamos destacar um direito que vai ao encontro diretamente da atuação e dos propósitos do artista, que é o direito à liberdade de expressão. Previsto em nossa Constituição, garante que as pessoas possam ser expressar livremente, de forma artística, científica ou para comunicação, independente de censura ou licença prévia.

O indivíduo só busca seus direitos se os conhece e se é capaz de exigi-los. Essa capacidade é decorrente de um processo educacional. A

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ignorância, no sentido da ausência de conhecimento, torna a pessoa refém, incapaz de buscar os caminhos para melhoria de sua vida.

Por esse motivo que a conquista da cidadania plena deve passar pela educação. A educação é base determinante do futuro de qualquer nação. O povo instruído, conhecedor de seus direitos e deveres, deixa de ser facilmente manipulável, gera senso crítico e se torna apto a não aceitar tudo que lhe é imposto.

A arte é uma vertente da educação. Por meio dela a pessoa descobre novas perspectivas, abre horizontes para novas experiências e sensações. Ressaltamos, aqui, a importância da leitura. Muitos somente leem temas como forma de passatempo ou de interesse imediato, como a parte esportiva de um jornal ou uma revista sobre celebridades. Apesar de válido esse tipo de leitura, a proposta é buscar na literatura autores que proporcionem a ampliação de conhecimentos, que estimule o pensar. O mesmo vale para os jornais, com a leitura de artigos que expressem opiniões, que despertem debates e estimulem o desenvolvimento do senso crítico.

Com esse mesmo propósito de exercitar a análise crítica, apresentamos um quadro do pintor francês Pierre-Auguste Renoir, chamado Rosa e Azul. O convite é para observar os detalhes da obra e ver que suposições podem ser levantadas.

Para auxiliar, tente responder as perguntas abaixo:

1. Trata-se de um quadro antigo? Por quê?

2. Elas possuem algum laço afetivo?

3. As duas se comportam da mesma forma? A expressão corporal é a mesma?

4. O que cada menina passa de impressão em seu olhar?

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5. O artista pintou de memória ou as meninas pousaram para ele?

Não há respostas certas, pois se trata de interpretações pessoais, mas há um pequeno texto que fica próximo à obra exposta no MASP (Museu de Arte de São Paulo), que traz:

“Renoir (Rênoar), pintando Rosa e Azul, mostra na vibração da superfície e das cores vivas que compõem os vestidos das meninas toda a vivacidade e a graça instintivamente feminina que se esconde atrás da convenção da pose, todo o frescor e a candura da infância. As meninas quase se materializam diante do observador, a de azul com o seu ar vaidoso e a de rosa com um certo enfado, quase beirando as lágrimas.”

Complementando, a de azul demonstra vaidade pela sua postura mais confortável, olhar brilhante, mostrando que estava contente e orgulhosa de ser retratada. A menor, de rosa, parece cansada, veja a mão apoiada no vestido. Seu olhar é mais aborrecido, chegando a ter olhos de quem quer chorar. Podemos deduzir que são irmãs, não só pelos traços parecidos ou pelas mãos dadas, mas usam roupas iguais, somente com cores diferentes. É um quadro de 1881, ficando claro que é antigo pelo estilo de roupa das meninas e pelo cenário apresentado. Perceberam onde se encontra o brilhantismo do artista? Inúmeras percepções a partir de uma única imagem, como dito pelo filósofo francês Voltaire: “A pintura é poesia sem palavras”.

Esse tipo de análise e interpretação pode ser feita para outros quadros ou imagens, mas também pode ser aplicada a qualquer tipo de arte, como uma escultura, um filme ou uma dança. Com esse hábito, a visão crítica vai se apurando e a pessoa passa a ser mais exigente também ao cobrar seus direitos e ao compreender que deve cumprir com seus deveres para o adequado equilíbrio da sociedade.

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! CURIOSIDADE

Você sabia que as grandes obras da pintura mundial são tão populares que ganham versões estilizadas? O cartunista Maurício de Souza, inclusive, já transformou sua turma em personagens de obras famosas. Na sequência de apresentação das imagens, Mônica e a Magali são retratadas no quadro “Rosa e Azul”; Cebolinha na escultura “O Pensador”, de Auguste Rodin; Mônica no quadro “Monalisa”, de Leonardo da Vinci; Cebolinha na obra “A Criação de Adão”, de Michelangelo; e, por fim, o quadro do brasileiro Cândido Portinari “O Lavrador de Café”. Depois entre na Internet e compare com as obras originais.

O SEST SENAT, ciente de seu papel educativo junto aos trabalhadores do transporte e à comunidade em geral, atua como uma instituição promotora de projetos culturais e adota pressupostos de democratização de acesso à arte e à cultura, em sua política cultural.

As Unidades Operacionais do SEST SENAT, espalhadas por todo território nacional, abrem espaço para exposição de produções artísticas, principalmente as provenientes de seus cursos de artesanatos. Cursos de instrumentos musicais, de canto coral, projetos literários, além de shows e apresentações culturais que também movimentam as Unidades.

A arte empreendedora

Até o momento falamos da arte, porém citamos muitos artistas de fama e reconhecimento mundial e suas obras clássicas. Mas e se agora falássemos que o artista pode ser você? E mais, que essa sua arte pode gerar renda?

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Muitas pessoas possuem habilidades manuais e artísticas, que, na maior parte das vezes, ficam restritas como um hobby ou servem apenas para compartilhar com familiares e amigos. São pessoas que se destacam na culinária, nos artesanatos, nas pinturas, na música.

Esses dons, aliados a uma perspectiva empreendedora, podem ser convertidos em atividades produtivas e, se não a principal, pode ser uma atividade paralela, que poderá gerar prazer e renda complementar.

Outra associação interessante, que alia também mais de um fim, é atuar na produção de bens, tendo como matéria-prima insumos a serem reciclados. Garrafas de vinho, por exemplo, ao serem decoradas, transformam-se em castiçais, luminárias e itens sofisticados de decoração. Em uma linha mais prática, garrafas pet se transformam em vassouras, vasos de plantas e brinquedos.

Porém, há de se observar que o simples fato de possuir a habilidade artística não é garantia de boas vendas desses produtos ou serviços (aula particulares de música, artesanato etc.). O cuidado deve estar no planejamento de como fazer que essa atividade possa ser exercida com resultados positivos. Então, seguem alguns pontos de atenção a serem observados:

� Quais os produtos e/ou serviços serão oferecidos?

� Qual o público para esse tipo de atividade?

� Em que horário a atividade será exercida?

� Quais os insumos necessários para exercer a atividade?

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� Qual o custo unitário para produzir o bem?

� Qual o preço de venda?

� Quais as opções de pagamento que serão oferecidas?

� Como será divulgada a atividade?

� Onde o serviço será prestado ou os bens serão oferecidos?

� Como se dará a avaliação do serviço prestado ou do produto oferecido?

� Quais as ações para fidelizar os clientes?

Posterior a essas respostas, mãos à obra!

Para relembrar!

A arte como patrimônio

A apropriação do conhecimento promovido por meio da arte e da cultura ao longo do tempo passa a integrar o patrimônio pessoal do indivíduo. Trata-se de sua bagagem cultural, que nunca se esvazia, mas sempre tem espaço para novas descobertas. Lembrando que é o conjunto de valores, princípios e conhecimentos que irão permitir a integração da pessoa ao mundo.

O Brasil é considerado uma das maiores democracias do mundo, e podemos perceber isso por meio de suas manifestações artísticas. Quanto maior a liberdade de expressão de um povo, maior será o acervo de seu patrimônio cultural. Basta lembrarmos o quanto os artistas foram perseguidos na época da ditadura militar.

Vimos como a arte pode contribuir para o alcance da cidadania por meio da ampliação do conhecimento e como pode ser vista como uma ação empreendedora. Todavia, há, ainda, outra vertente, que é a busca da qualidade de vida. Não exatamente pela arte ser agradável aos olhos e a alma, apesar de sê-la, mas ela pode ainda ser objeto de

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auxílio terapêutico de grande valor: a arteterapia.

Trata-se de um método de tratamento terapêutico, que integra o autor da obra à obra em si e ao terapeuta. Há o entendimento de que o autor coloca na obra a simbolização de seu inconsciente, possibilitando assim a ampliação da análise do terapeuta. Sua prática tem o propósito de promover o crescimento interior, a resolução de conflitos e o desenvolvimento da personalidade. Esse método se difere do aprendizado da arte, até porque não há uma preocupação com a estética ou em formar artistas, mas sim de proporcionar a expansão da consciência.

Para fechar toda nossa reflexão acerca da arte, apresenta-se uma frase do famoso pintor espanhol Pablo Picasso:

“Uma obra de arte deve levar um homem a reagir, sentir sua força, começar a criar também, mesmo que só na imaginação. Ele tem de ser agarrado pelo pescoço e sacudido; é preciso torná-lo consciente do mundo em que vive, e, para isso, primeiro ele precisa ser arrancado deste mundo.”

Referências Bibliográficas

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COLI, Jorge. O que é a Arte? 15ª edição. Editora Brasiliense, São Paulo – SP. 1995

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DUARTE Junior, João Francisco. 10ª edição. Por que Arte-Educação? Papirus, Campinas – SP. 1991

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