Sessão 2_M3
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Formação Pedagógica Inicial de
Formadores
Anysolutions, Formação Serviços de Consultadoria e Networking, Lda.
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Objetivos
No final deste sub-módulo de aprendizagem, o formando deverá ser capaz
de:
• Caracterizar a organização do espaço da formação (princípios de
Ergonomia);
•Definir Trabalho Colaborativo;
•Identificar as teorias, fatores, métodos e técnicas de motivação;
•Identificar os estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica.
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
• A organização do espaço da formação (princípios de
Ergonomia)
•Trabalho Colaborativo
•Teorias, fatores, métodos e técnicas de motivação
•Estilos de liderança e os seus efeitos na prática
pedagógica.
Conteúdos
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Para que uma atividade formativa,
qualquer que seja a sua dimensão, para
que seja eficaz torna-se indispensável o
Apoio Técnico, Organizativo e Logístico
(ATOL), o qual deverá ser
desempenhado por técnicos
competentes nos domínios considerados
fundamentais
Introdução
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Quanto melhor for a qualidade das condições materiais, ambientais e
humanas que envolvem a realização de um projeto formativo, mais facilitada
estará a aprendizagem e mais prestigiada será a imagem da organização que o
promove.
Compete ao ATOL, além de outras tarefas específicas, zelar pela organização
dos seguintes aspetos:
• Local geográfico,
• Sala de formação,
• Horário,
• Convovatória,
• Material de apoio didático.
Organização do espaço de formação (princípios de Ergonomia)
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
No entanto vamos nos debruçar especialmente sobre Sala de formação:
Uma sala impessoal, barulhenta e mal iluminada e arejada conduz à dispersão e
prejudica a aprendizagem.
Em termos de espaço, a sala deverá estar de acordo com a dimensão do grupo.
Quando se depara com uma sala demasiadamente grande ou excessivamente
pequena, fica-se com a sensação de que se foi atirado para ali.
Disponibilizar, se possível, pequenas salas ou espaços apropriados para os formandos
trabalharem em pequenos grupos, quando necessário.
Evitar a utilização do telefone, incluindo o telemóvel, durante a atividade formativa. As
mensagens telefónicas ou outras dirigidas aos formandos e animador podem ser
afixadas, de modo visível, num placar colocado no exterior junto à porta da sala.
Organização do espaço de formação (princípios de Ergonomia)
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
No entanto vamos nos debruçar especialmente sobre Sala de formação:
Em relação à disposição das mesas e cadeiras, opte-se pelas formas U,V,O, .
Qualquer destas disposições permite aos formandos verem-se olhos nos olhos, o que
facilita a interação e comunicação.
Evitar que o animador, em sala, se posicione de costas para a porta de acesso ou de
frente para uma janela. A primeira pode ser interpretada como um meio de controlar
quem entra ou sai. A segunda se a luminosidade for intensa, depressa se transforma
numa fonte de fadiga e distração, para animador e formandos.
Se a sala de formação estiver integrada num edifício onde funcionam outros serviços –
num hotel, por exemplo – sugere-se que a receção seja antecipadamente informada
sobre a sua localização. Simultaneamente colocar ao longo do trajeto que conduz à
sala de formação setas indicativas, de modo a facilitar o acesso aos formandos.
Organização do espaço de formação (princípios de Ergonomia)
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
“Na cooperação, o objetivo é partilhado e é o relacionamento para alcançá-lo que
mantém juntos os indivíduos que cooperam: na entreajuda, o objetivo é partilhado
apenas através do relacionamento dos ajudantes ao indivíduo para quem esse objetivo
foi traçado”
(Owens, 1985)
Trabalho colaborativo
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
O trabalho colaborativo pode promover a aprendizagem autorregulada constituindo-se
num processo ativo e construtivo onde os aprendentes definem os objetivos para a sua
aprendizagem e depois tentam monitorizar, regular e controlar a sua cognição,
motivação e comportamento guiados e limitados pelos seus objetivos e pelas
características contextuais do ambiente.
Para além disso, coloca os formandos em condições para que melhorem as suas
competências sociais aprendendo a compatibilizar as suas conveniências com as
necessidades dos outros, melhorando a sua capacidade de dialogar, de chegar a acordo
e de regular a participação de cada um (Simão A, Freire, I, 2007).
Trabalho colaborativo
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
É importante referir que as tarefas devem ser programadas de forma a que todos deêm o seu
contributo, pois o facto de cada um fazer o seu trabalho, bem como todos fazerem o mesmo não
cria uma base de colaboração. Desta forma, salientamos a existência de quatro pré-requisitos para
o trabalho colaborativo:
1. Trabalho individual de cada elemento do grupo: obriga o grupo a tomar decisões sobre quem
faz o quê, a verificar se o trabalho individual está ao nível desejado pelo grupo e, ao mesmo
tempo, exige que se respeitem as contribuições individuais e se prepare coletivamente a
tarefa.
2. Tarefa adequada para o grupo cooperativo: As tarefas adequadas as que implicam a
resolução de problemas ou as tarefas abertas que apelam a respostas de âmbito alargado.
Conduzem o aluno a partilhar os seus conhecimentos e competências para um fim comum.
Trabalho colaborativo
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
3. Treinos de competências para trabalhar em grupo cooperativo: é importante ter um ceto
grau de tolerância e compreensão mútua, de capacidade para articular pontos de vista, de
empenhamento na discussão, de raciocínio, de investigação e questionamento, competências
que não são inatas e que têm de ser ensinadas e aprendidas.
4. Avaliação dos problemas para ajudar os alunos a melhorar as suas competências: o
professor/formador deve estar atento ao processo do grupo para identificar problemas e reenviar
aos alunos a sua avaliação geral, para que estes se tornem mais enseiveis às formas de trabalhar
em grupo e adquiram maior capacidade de monitorizar as suas atividades futuras.
Trabalho colaborativo
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Caberá ao formador:
MOTIVAR – direcionando os formandos para o alcance dos objetivos pré-definidos.
RELACIONAR-SE - instaurando entre o grupo um clima de confiança e cooperação.
RESPONSABILIZAR – promovendo nos formandos atitudes de responsabilização pela
própria aprendizagem.
INCENTIVAR – à procura ativa e autónoma da informação e à resolução de problemas.
AUXILIAR – na procura de novos conhecimentos, fornecendo apoio constante durante
todo o percurso formativo.
MODERAR/GERIR – relacionamentos de modo a controlar ou eliminar o conflito.
Teorias, fatores, métodos e técnicas de motivação
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Os modelos motivacionais podem ser
categorizados em quatro grupos: as teorias
centradas no indivíduo, as teorias centradas
no meio, as teorias centradas na interação e
as teorias centradas nas estratégias
pedagógicas.
Teorias, fatores, métodos e técnicas de motivação
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Modelos centrados no indivíduo
baseiam-se em constructos psicológicos de teorias que representam aspetos das
dimensões motivacionais da personalidade. Postulam que o indivíduo tem impulsos,
potencial, valores e motivos que influenciam a motivação e o desenvolvimento pessoal.
Assumem que os impulsos primários para o crescimento e desenvolvimento psicológico
vem de dentro do indivíduo. As teorias psicológicas nesta área incluem elementos como: a
curiosidade , desejo de procurar, pesquisar e motivos e realização pessoal .
Teorias, fatores, métodos e técnicas de motivação
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Modelos centrados no meio
Estes modelos assumem que o comportamento pode ser explicado
em termos de influências ambientais na vontade humana. Muitos
investigadores estão associados a esta escola de pensamento, mas
Skinner provavelmente o mais conhecido, aplicou estes conceitos à
educação de forma que pode ser designado de modelo motivacional
embora a abordagem dele não diferencia especificamente a teoria
dos componentes da aprendizagem da teoria dos componentes
motivacionais. Contudo, foi demonstrado que a motivação intrínseca
pode diminuir em consequência do sistema de recompensas
extrínseco e pode ser muito difícil de estabelecer inicialmente ou
reestabelecer depois de ter sido diminuído.
Teorias, fatores, métodos e técnicas de motivação
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Modelos centrados na interação
Este modelos assumem que nem as abordagens pessoais ou ambientais fornecem uma
base de compreensão adequada da motivação humana. Nesta abordagem, por vezes
chamada de teoria de aprendizagem social ou teoria de valor da expectativa (Keller), os
valores humanos e as habilidades inatas parecem influenciar e podem ser
influenciadas por circunstâncias ambientais. Estes modelos são, possivelmente, os mais
usados no estudo da aprendizagem humana e na motivação no contexto educativo.
As influencias ambientais podem incluir fatores como: práticas de ensino, forma de
utilização do reforço (elogios) (Brophy, 1981).
Keller (1983), desenvolveu um modelo motivacional que assenta na teoria do valor da
expectativa, teoria do reforço e teoria da avaliação cognitiva. Estas teorias estão
integradas num sistema de análise que explica a relação entre esforço, desempenho e
satisfação.
Teorias, fatores, métodos e técnicas de motivação
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Modelos pedagógicos
Estes modelos são bem definidos como soluções completas para dar objetivos
instrutivos. Não são modelos motivacionais mas incluem-se aqui porque oferecem
exemplos de estratégias motivacionais in situ. Esta categoria inclui muitas das
abordagens construtivistas da aprendizagem social, focando como ajudar os alunos a
desenvolver conhecimento significativo e contextualizado. Inclui o desenvolvimento de
experiências de aprendizagem, nas quais o s níveis mais baixos de treino são integrados
em estruturas pessoais e sociais significativas de compreensão conceptual: competência
para resolução de problemas e competências cognitivas complexas (Van rerrienboer,
Kirshner, 2003).
Teorias, fatores, métodos e técnicas de motivação
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
A liderança em contexto formativo
poderá ser definida como a
capacidade de um determinado
indivíduo orientar um grupo tendo
como meta o alcance dos objetivos
pedagógicos pré-determinados.
Estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
O FORMADOR ENQUANTO LÍDER
O formador deverá adotar uma atitude de liderança decidindo qual o percurso formativo
a realizar e motivando os formandos a percorrer esse mesmo caminho.
Apresentamos algumas dicas deixadas por Margarida Segurado (1993):
•“A atitude de liderança pode desenvolver-se de forma participativa sempre que:
•Todos os procedimentos são decididos após análise no grupo ou subgrupos, sob
orientação do formador;
•Os objetivos são transmitidos previamente ao grupo ou subgrupos. O formador apresenta
alternativas de escolha e de ação e o grupo escolhe as que lhe parecem mais adequadas:
Estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
• A distribuição das tarefas pelos formandos compete ao grupo;
•As críticas ou/e elogios feitos pelo formador devem ser objetivas e impessoais
baseando-se estritamente em aspetos ou factos relacionados com a formação.
Durante as sessões de formação o formador deve:
Favorecer a liberdade de expressão de todos os formandos;
Aceitar os sentimentos que são expressos;
Deixar o grupo responder às perguntas dos seus membros;
Fazer crescer o sentimento de pertença;
Esquecer e fazer esquecer o status formal;
Favorecer as decisões comuns sobre o melhor funcionamento do grupo de
formação;
Estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
• O formador, dada a diversidade de grupo com que lida, deverá saber ajustar a sua
conduta face às características e natureza do grupo, conseguindo assim estabelecer
uma relação pedagógica saudável e produtiva. Como líder a sua imagem deverá ser
de competência, experiência, inteligência, criatividade e, claro, de um bom
comunicador.
• É importante, também, ver neste líder um facilitador/orientador da aprendizagem,
“o formador, que conhecedor dos conteúdos programáticos, procura adequar os
objetivos às necessidades de formação, orientando a sua conduta relativamente aos
diferentes tipos de formandos que tem em presença, sendo capaz de reconhecer em
cada formando diferentes ritmos de aprendizagem, de relacionamento interpessoal,
utilizando face a cada um deles estratégias diferentes”.
Estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
O FORMANDO ENQUANTO LÍDER
De entre um grupo de formação, por vezes, existem elementos que se destacam dos
restantes, podendo mesmo influenciar as decisões do grupo. Quando esta influência é
exercida espontaneamente estamos de forma clara a evidenciar a presença de um
líder.
Este fenómeno espontâneo pode ser derivado das mais variadas características da
pessoa em causa, como sejam: prestígio, aparência, nível intelectual superior, fluência
do discurso, idade, proveniência social, competência no trabalho, estatuto económico,
capacidade de afirmação, maturidade, adaptabilidade a diferentes contextos, entre
outros.
Este indivíduo, em contexto de formação, assume funções de organização,
planeamento, representação e controlo do desempenho do grupo.
Estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
Os estilos de liderança foram desenvolvidos por Kurt Lewin e os seus
colaboradores White & Lippitt(1939) que definiram três estilos principais: autocrático,
democrático e liberal. Passemos à caracterização de cada um deles:
Estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
ESTILO AUTOCRÁTICO
Neste estilo de orientação é o líder que decide e determina a(s) tarefa(s) de cada
elemento do grupo, cabendo-lhe também definir os companheiros de trabalho. Este
líder é dominador, elogiando e criticando em termos pessoais.
Tudo é por ele decidido, não existindo qualquer participação ou intervenção dos
elementos do grupo.
A utilização deste tipo de liderança gera tensão e agressividade entre o grupo, levando
à ausência de iniciativa e espontaneidade por parte dos formandos.
É muito comum verificar-se que a execução das tarefas só é realizada na presença do
líder, diminuindo a produtividade na sua ausência.
Estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
ESTILO DEMOCRÁTICO
Tal como a palavra indica, as decisões são discutidas e tomadas em grupo
democraticamente, sendo o papel do formador mais de estimulador e orientador. O
grupo decide autonomamente sobre a sua aprendizagem, cabendo ao formador
acompanhar, aconselhar e sugerir alternativas caso haja desvios no caminho a seguir.
No estilo democrático caberá ao grupo decidir quem trabalha com quem, bem como
dividir as tarefas entre eles. Um formador democrático dá instruções objectivas e
elogia ou critica factos.
Neste tipo de liderança são geradas relações de cordialidade e confiança,
desenvolvendo-se o trabalho de forma genuína e segura. O trabalho pode fluir a um
ritmo suave mas sempre ao mesmo ritmo produtivo. As pessoas trabalham mesmo na
ausência do líder.
Estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica
Formação Pedagógica Inicial de Formadores
ESTILO LIBERAL
O estilo liberal ou também apelidado de líder “laissez faire” tem uma participação
muito ténue. Nestes contextos, os formandos tomam livremente as suas decisões,
dividindo autonomamente as suas tarefas. O formador liberal tem uma participação
muito limitada, cabendo-lhe apenas esclarecer quem compete dar instruções e fazer
comentários esporadicamente, se necessários.
No estilo liberal os indivíduos perdem bastante tempo em discussões, sendo os
resultados obtidos fruto de oscilações de trabalho. O líder detém pouco respeito por
parte dos elementos do grupo, existindo um clima individualista. A produtividade nem
sempre é a desejada.
Estilos de liderança e os seus efeitos na prática pedagógica