Semiologia - Apontamentos

72
!"#$%&%'$( "#$%& '(&)%* +(,( -./01 2% 3.$*)4)2(2% % 5(/6%7)&8 9 :; <%=%07/% >&1 ?%47)@1 ABCBDABCC

description

Apontamentos

Transcript of Semiologia - Apontamentos

  • !!

    !

    !

    !

    !

    !

    !"#$%&%'$()

    )!

    !

    !

    !!!!

    !!!!!!!!

    "#$%&!'(&)%*!+(,(!-./01!2%!3.$*)4)2(2%!%!5(/6%7)&8!9!:;!&1!?%47)@1!ABCBDABCC!

  • !

  • !"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    !"#$%&%'$())

    Introduo

    A semiologia a cincia da significao. Tem origem no grego e a juno de duas palavras: " "" A semiologia no mais do que um discurso sobre os sinais que

    emitimos/usamos em vez das coisas. A semiologia ver significado onde os outros s vem coisas.

    - Umberto Eco

    Estamos rodeados de signos/sinais e impossvel no estarmos sempre a mandar mensagens uns aos outros.

    Existem dois tipos de signos: ! Signos naturais (ex: dores) so fenmenos naturais e no

    comunicamos com eles para os outros (se temos fome, no a comunicamos).

    ! Signos culturais (ex: palavras) so signos que nos permitem passar do sentimento interaco com os outros.

    Temos dois signos que esto no lugar de qualquer coisa:

    Um signo algo que est no lugar de algo, quer seja um signo natural, quer seja um signo cultural.

    A semiologia o discurso sobre os signos.

    #$%$&'(" )'*'+"

    Dores

    Doena

    Dores

    Palavras

    Manifestao de que algo est mal

  • !"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Signos naturais Signos culturais

    No tm intencionalidade. Provm de uma fonte natural. So interpretados como

    sintomas ou indcios. Exemplo: as nuvens no cu

    podem ser interpretadas como indcio de chuva. No entanto, as nuvens no tm nada a comunicar.

    So emitidos de forma consciente para passar informao.

    A intencionalidade tambm cultural. Fora da cultura, o signo pode perder a sua significao.

    Exemplos: gestos, palavras, bocejos intencionais.

    Max Weber defende que h dois tipos de aco do Homem: ! Humanas " coisas que praticamos sem inteno de comunicar

    nada a ningum (comer, dormir, beber, vomitar...); ! Sociais " h intencionalidade de comunicar algo.

    Uma aco humana pode passar a aco social (se comer uma aco humana de subsistncia, deixar de comer uma ausncia de aco humana, transformando-a numa aco social).

    No livro Psicologia do vestir, distinguem-se os signos entre:

    Servem para... Dizem que...""

    Nem sempre as coisas so compartimentadas. Por exemplo: ! Beber um copo de gua " serve para matar a sede, mas a

    forma como o bebemos expressa algo de ns. ! Pintar um quadro " um acto expressivo, pode servir para

    pagar a renda, a TVCabo, etc. Na mesma obra, Umberto Eco d, como exemplo de signo servem

    para... o martelo e como exemplo de signo dizem que... a mitra. Umberto Eco defende que toda a funcionalidade tambm expressa

    alguma coisa. Por exemplo, ter uma caneta BIC ou uma Parker serve para o mesmo, mas expressa ideias diferentes.

    Iminentemente funcionais."

    Servem para alguma coisa (tomar banho, comer, etc.)."

    Iminentemente expressivos."

    Expressam qualquer coisa (compor uma msica, pintar um quadro, etc.)."

  • !"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Hoje em dia, o vesturio, para alm da sua funo utilitria, tambm usado como expresso. A roupa, na maior parte das vezes, uma tomada de posio ideolgica.

    Quando temos relaes curtas (relao que acaba no tempo), cria-se uma imagem da pessoa. A maior parte do que nos lembramos a imagem (70%) e outra parte a forma como a pessoa se expressa (20%). A menor parte o contedo (10%), ou seja, o que a pessoa falava/dizia.

    Temos tendncia a dar mais confiana aos mais bem vestidos do que aos mais mal vestidos.

    O vesturio marca uma posio, mas pode ser enganador. Umberto Eco defende que as questes da funcionalidade e da

    expressividade nem sempre so estanques. As funcionais podem ser expressivas, mas as expressivas nem sempre so funcionais.

    Baudrillard

    Para uma crtica da economia poltica do signo foi a sua grande obra no ramo da semiologia.

    Defende que, a nvel de significao, o nosso contacto com os objectos mediado por quatro lgicas de valor.

    Lgica valor de uso tem a ver com a funcionalidade dos objectos. uma lgica utilitria e o objecto visto como um utenslio. Compramos um aspirador porque serve para aspirar.

    Lgica valor de troca uma lgica de valor de mercado. Representa quanto que estamos dispostos a dar por um certo objecto. Podemos comprar um guarda-chuva (uma funcionalidade) por um valor de troca baixo ou alto. O valor de

    troca d-nos o valor de signo.

    Lgica valor de signo este valor de signo tem a ver com as marcas e com a expressividade. Tem a ver com a noo de estatuto que o objecto d. Compramos um certo produto para marcar uma determinada posio.

    Lgica valor do dom mgico esta lgica foge um pouco s outras. Os objectos podem no ter utilidade, no ter valor de troca nem valor de signo, mas tm um valor emocional. Por exemplo, um peluche oferecido no dia dos namorados no tem uma utilidade, o seu valor de troca baixo, no tem marca, mas tem um significado/simbolismo por quem o ofereceu. O mesmo acontece com a aliana de casamento, por exemplo.

  • !"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    As lgicas podem ser pacficas ou podem-se conflituar umas com as outras (entrar em conflito). Isso depende do sujeito e do objecto.

    As marcas falsas tm o mesmo valor de uso e de signo, mas um valor de troca mais baixo (quem compra uma mala por !200 falsa, porque quer o mesmo valor de signo que teria comprando uma mala verdadeira por !5000). Tudo depende da opo e do objecto em causa.

    A lgica do valor do dom mgico pouco influenciada pela moda, no entanto, a lgica do valor de signo muito mais sujeitada pela moda. Nesta lgica, os objectos com simbolismo associado so nicos, existindo apenas uma unidade.

    Qualquer objecto pode transformar-se num objecto mgico.

    As origens da semiologia

    Saussure (Frana) e Peirce (EUA)

    Umberto Eco props que se estabelecesse fronteiras na semiologia, delimitando-a como cincia.

    Este autor vai estabelecer as grandes balizas da disciplina, isto , vai separar aquilo de que a semiologia se ocupa, daquilo que as outras no se ocupam.

    1 fronteira: A diferena entre a semiologia e as outras a forma como a semiologia v o objecto de estudo diferente da forma como as outras teorias da comunicao o vem.

    linguista lgica filosfica

    chamou ao estudo da significao semiologia

    chamou ao estudo da significao semitica

    modelo vindo da lngua, que se adaptou

    imagem, moda, etc.

    maior abrangncia

    aplicaes prticas da semiologia

    fala dos signos sem aplicaes especficas

  • !"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Exemplo: Um sujeito produz uma obra.

    A semiologia estuda a obra fora do seu contexto, que para a significao da obra no relevante.

    H uma forma contextualista de olhar para a obra e h uma forma de olhar para a obra de uma forma acabada (semiologia).

    No h maneira certa ou errada ! h uma maneira semiolgica/semitica de olhar para as coisas.

    2 fronteira: A problemtica do referente.

    Sujeito Obra

    semiolo

    gia

    Leitura contextualizada Leitura descontextualizada

    outras teorias da comunicao

    semiologia

    Signo em Saussure composto por um significante e significado. Imaginando o signo como um rosto, o significado o conceito mental e o significante a palavra. Quando eu digo uma qualquer palavra, este significante remete para um significado.

    Sdo

    Ste

  • !"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    O referente aquilo a que o signo se refere. Um signo refere-se sempre a alguma coisa que existe/que real e

    palpvel. O referente importante para a comunicao, porque se, por

    exemplo, quiser um caf e solicitar num bar, espero o seu referente (neste caso um lquido escuro, com uma certa textura, etc.).

    E para a significao das coisas (semiologia)? Ser importante? ! H signos que significam sem referente (ex: coelho da Pscoa,

    unicrnios, fadas, Pai Natal, etc.). Sendo assim, o referente no importante.

    ! Para a comunicao, o referente importante, mas para a significao, completamente irrelevante. A nica coisa importante saber se a coisa palpvel.

    Referente Vrias dimenses

    Vnus (planeta) estrela da alma estrela do pastor

    planeta Vnus estrela da tarde

    Um referente pode ter vrios signos, e vrios signos podem ter o mesmo referente.

    Signo Referentes

    Granada pedra preciosa cidade bomba

    praxe acadmica

    isto que interessa semiologia " saber se existem vrios signos para o mesmo referente ou vice-versa. No entanto, o referente, em si, totalmente irrelevante.

    A significao estrutura-se em funo da configurao se o referente no importante para a significao, j a configurao (organizao das vrias formas) e extremamente importante.

    P A T O Vrias formas " Letras " Palavra " Ave

    R A T O Novas formas " Letras " Palavra " Animal

  • !"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Organizaes diferentes do origem a signos diferentes. A significao pretende-se ao nvel cultural a sociedade que d

    significado aos signos e no o referente.

    Exemplo:

    A questo da significao est no valor cultural que a sociedade d. A semiologia no uma cincia da tica nem da esttica no se

    coloca a questo do bonito/feio/moral/imoral. Os signos significam independentemente disso.

    3 fronteira: Fronteira metodolgica.

    Saussure criou a semiologia e considerava que ela era um vastssimo campo da significao.

    (entre outras)

    R A T O Passamos de um animal mamfero para uma pea de vesturio. F A T O

    (referente)

    Animal de quatro patas...

    Vrios significados (animal sagrado, alimento, etc.) "

    Semiologia

    Lngua gestual Lingustica Proxmica Teoria do cheiro

  • !"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Para Peirce, por outro lado, a semitica a teoria da significao, ou seja, no fundo, pensamos com signos (tudo pode ser visto do ponto de vista da significao). "

    """""

    Esta pansemitica pode ser encarada de duas formas:""""""""""""""" Partindo do princpio que h vrios fenmenos da significao, B.

    Toussaint vai analisar a questo da significao dos sentidos: audio, gosto, tacto, viso e olfacto. "

    O autor defende que o olfacto um sentido menos estudado que a viso, por exemplo e defende que, nos dias que corem, o olfacto reservado a situaes mais ntimas.

    Umberto Eco estuda estas teorias e conclui que os tericos so apologistas da " P A N S E M I T I C A "

    tudo "Antolgica Metodolgica

    S h fenmenos de significao, logo, tudo deve

    ser estudado semiologicamente.

    Mesmo que existam fenmenos sociais que visem

    outro sentido que no a significao, eles podem ser estudado semiologicamente.

    Perspectiva antolgica, na medida em que h uma

    essncia da semitica

    A semiologia o mtodo de leitura/anlise da realidade,

    mas podem existir outros.

    Mais abrangente Implica o olhar semitico, partindo do princpio que

    podem existir outros.

  • !"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Fogo

    Os animais utilizam o olfacto como um mecanismo de reconhecimento, por exemplo. No pela viso que reconhecem.

    Em termos sociais, os cheiros classificam-se apenas em dois tipos: "" "" No conseguimos verbalizar o cheiro." Descrever um cheiro mais difcil do que descrever algo que

    visualizmos. Sempre que tentamos verbalizar um cheiro, fazmo-lo por comparao."

    Exactamente para colmatar o cheiro animalesco que possumos, criou-se o perfume, que acaba por ser uma espcie de mscara. Esta questo, por outro lado, standariza a populao, ou seja, nada revive a memria como o cheiro e este tende a ser cada vez mais constante."

    A memria olfactiva mais viva que a memria visual (que se tende a confundir com uma srie de factores). Por exemplo, o cheiro de um cozinhado pode lembrar a nossa casa."

    A questo do cheiro indizvel (no se fala) e tabu (por norma, no dizemos s pessoas que cheiram mal, e quando dizemos que cheiram bem, estamos a falar do perfume e no dos odores corporais). O cheiro to ntimo, que tendemos a no partilhar."

    Tal como os animais, as crianas comeam a conhecer as pessoas pelo seu cheiro."

    Os signos dos sentidos" Ao longo das suas obras, Bernard Tussaud dedicou-se ao estudo dos

    signos dos sentidos." Para cada sentido, este autor teve inspirao de outros autores que j

    haviam feito este tipo de estudo."Gosto

    Quando um alimento passa de cru para cozido, o que que medeia esta transformao? """ " """" "

    Cheira bem (origem vegetal)

    ex: flores, fruta, relva

    Cheira mal (origem animal)

    ex: secrees (fezes, vmitos, etc.)

    Cru Cozido

    (estamos ao nvel da natureza) (estamos ao nvel da cultura)

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Cozido

    O homem o nico ser que cozinha os seus alimentos.########### A alimentao e a lngua nascem em sucesso colectiva (por

    exemplo: em certas regies, a aorda cozinhava-se s com gua, porque no havia outra opo).#

    Levi Strauss vai tentar encontrar a unidade mnima do gosto, fazendo uma espcie de ligao com a unidade mnima da lngua.#

    ! "#$%&%'!()#$*&!

    +&,&-.&/! $%&'()*+#0'1.&/! ,%-()*+#23#/! ,%-(+#

    Salgado Doce Amargo Doce Bom Estragado

    Temperado Sem tempero Cru Cozido Duro Mole

    Esta teoria muito sofisticada e muitos autores vo critic-la.

    Sociedade do cozido em gua Sociedade do assado

    Sociedades mais pobres Sociedades mais ricas

    No h desperdcio de nutrientes.

    H desperdcio de nutrientes.

  • !!"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Tacto

    Os signos tcteis, tal como o cheiro, so signos muito ntimos." a partir do tacto que, por exemplo, as crianas tm as primeiras

    sensaes de descoberta do mundo (frio, quente, macio, spero, etc.)."

    Tussaud fala de um autor chamado Jean LeDu, que tem um tratado sobre carcias, considerando-as um sistema semiolgico."

    A ausncia de carcias tambm expressiva. Numa relao afectiva, deixamos de mexer quando gostamos menos da pessoa.

    O tacto influencia as compras (ex: roupa) e esse tacto pe-nos em contacto com as coisas.

    Audio

    Ao nvel da audio, sabemos que:""

    Fenmenos selvagens as crianas comeam com algumas sonoridades que tm significaes (ex: as mes conseguem perceber que os filhos querem comer atravs de determinados sons emitidos).

    Sons naturais sons da natureza (ex: cascatas, trovoadas, etc.). Sonoridades culturais a msica intencional e pode ser entendida

    por vrias culturas. As sonoridades podem ou no ser transculturais (ex: a sonoridade de nomes como Mariza e Madredeus agrada aos japoneses).

    Gestualidade

    A disciplina que se ocupa do estudo dos gestos a quinsia. Birdwhistle procura a unidade mnima do gesto e, tal como Levi Strauss

    procura a do gosto, este autor parte da mesma questo (a unidade mnima da lngua fone).

    1 nvel) Gesto que usamos em vez de usarmos uma palavra.

    Dizer adeus, deitar a lngua de fora, pedir boleia, etc. Enquanto que um morfema substitui uma palavra nos

    signos lingusticos, nos signos gestuais, o autor considera que o quinomorfema serve para subsituir uma palavra.

    Carcias diferentes

    Significaes diferentes

    Sonoridades diferentes

    Significaes diferentes

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Os quinomorfemas variam de cultura para cultura ! a gestualidade, tal como a lngua, cultural (em alguns pases, o gesto feito com a cabea, que em Portugal significa sim, significa no).

    2 nvel) Quinema

    Ao nvel do quinema, h uma gestualidade e no totalmente controlada, mas que o pode ser. No tem significao como uma palavra. Serve pura e simplesmente para completar o discurso.

    Exemplo: gestos que as mos fazem quando a pessoa fala.

    3 nvel) Quine

    O quine representa os gestos que fazemos e no controlamos. a unidade mnima do gesto.

    Exemplo: pestanejar uma necessidade orgnica.

    Na questo da quinsia, Bernard Tussaud refere outros dois autores: Ekman e Frisen. A teoria destes autores contempla trs tipos de gestos:

    1) Emblemas equivalem aos quinomorfemas. o Simbolizam alguma coisa dentro de uma cultura. o So simblicos e equivalem a uma palavra do signo.

    2) Manipuladores tm a ver com a manipulao que o indivduo tem sobre si prprio quando est a comunicar (por exemplo: mexer o cabelo quando se fala).

    3) Ilustradores servem para ilustrar o discurso (ideia do quinema). o Por norma, tendem a ser controlados. o Por exemplo, nos telejornais, os jornalistas tm sempre uma

    caneta, para que no se sintam tentados a mexer as mos.

    4 fronteira: Fronteira regional.

    Divide o conhecimento em regies.

    ##Ideologia

    Signo

    Sinal

    Nvel supra-semitico

    Nvel semitico

    Nvel infra-semitico

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Umberto Eco diz que estamos em diferentes nveis nas diferentes situaes e contextos.#

    Signo ## ##Comunicao de denotao

    O indivduo A diz algo ao indivduo B.# Exemplo: Quero um caf. ! significa apenas que o indivduo A

    quer um lquido escuro com determinadas caractersticas. O sentido literal.#

    Ideologia ##Comunicao conotativa

    O indivduo diz algo sem sentido literal.# Exemplo: Ele um porco!.#

    " No significa que o indivduo seja o animal porco (cor-de-rosa, com um rabo encaracolado, etc.), mas sim que essa pessoa no tem um grande sentido de limpeza.

    Sinal ##

    Comunicao bsica/estmulo - resposta

    Para o mesmo estmulo, h sempre a mesma resposta.### Por exemplo, o ar condicionado responde a um estmulo

    (temperatura), dando uma resposta automtica (ligar/desligar).###

    $# %#

    $# %#

    $# %#

    '#

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Umberto Eco diz que estamos no mundo do sinal sempre que:##1) Existe uma fonte fsica de acontecimentos possveis em que um

    cdigo seleccionado para nos comunicar certos acontecimentos julgados pertinentes.#

    Exemplo: o alarme do carro serve para nos informar que algo aconteceu. H um estmulo que abana o carro, levando-o a apitar, alertando o seu proprietrio.

    2) Sempre que se est diante de um aparelho destinatrio que uma mquina e que responde de forma unvoca s mensagens recebidas.#

    Exemplo: quando clicamos no Guardar de um programa de computador, o programa grava o documento/ficheiro. A resposta sempre a mesma.

    3) Sempre que se est diante de uma situao em que entre um emissor e o destinatrio h um cdigo simples e comum em que ABC apenas significa ABC ou em que 123 apenas significa 123.#

    Exemplo: quando clicamos numa tecla numrica de um comando de televiso, esperamos que o aparelho nos mostre o canal que corresponde a esse nmero. H um cdigo.

    4) Sempre que as mquinas, quer emissor, quer receptor, no possam pr em causa o cdigo. Ou seja, a mquina no confirma nada. Se clicamos em guardar, o programa limita-se a fazer isso.#

    Passamos do mundo do sinal para o mundo do signo sempre que se verificam uma destas quatro condies:

    1) A fonte passa a ser um ser humano que associa em si mesmo a qualidade de fonte de emissor.

    Exemplo: Algum com dores ! essa pessoa a fonte que emite/diz aos outros o que sente.

    2) O destinatrio tambm um ser humano e no uma mquina.

    Tecla 3

    Tecla 4

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    3) Existe uma pluralidade de cdigos e esses cdigos no so totalmente comuns ao emissor e ao receptor.

    Exemplo: O cdigo da semiologia no totalmente comum.

    4) Haja a possibilidade de, quer emissor, quer destinatrio, porem em causa o cdigo.

    A ideologia e o mito

    Ao nvel da ideologia, Roland Barthes estudou os mitos/mitologias. Na ideologia estamos ao nvel da conotao. Engels define a ideologia como uma falsa conscincia, porque a

    forma como vemos o real influenciada pela nossa cultura, sendo sempre pouco concreta. Por outro lado, a lngua o grande mediador. Por exemplo, fcil fazer poesia em portugus, mas difcil filosofar, porque temos muitos sinnimos. mais fcil faz-lo em alemo, por exemplo.

    Esta questo conotativa e mitolgica fica, ento, contida na prpria lngua e na prpria cultura. No podemos traduzir expresses idiomticas (ex: fritar a pipoca ! fry the popcorn).

    O mito sempre uma atribuio segunda a um signo.

    !"#$%&Viso A Viso B

    Pe-se em causa o cdigo

    $% $'(##$)*+,## $'(#-.##Cavalo

    esta pessoa um cavalo ! alta, bruta, com falta de delicadeza.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Desta forma, estamos a criar um segundo signo.

    Roland Barthes diz que: quando se junta ao primeiro signo um segundo significado, o primeiro signo passa a ser o significante do segundo.

    O autor defende tambm que a lngua um cdigo arbitrrio ! no h motivao entre a lngua e o real. As coisas chamam-se o que se chamam porque sim (ningum se chama Carla por ter corporeidade de Carla).

    No h nada de mesiforme na palavra mesa. ! A palavra mesa, ela prpria, no tem nenhuma ligao com o objecto.

    O mito motivado ! enquanto que se usam as palavras por serem convenes, quando atribumos uma conotao a algum, essa aco motivada e tem o intuito de, de certa forma, comparar. Por exemplo, ligar o porco a uma pessoa por esta ter falta de higiene.

    De que forma que o mito actua?

    " Por esvaziamento ou deformao o mito esvazia o signo do seu contedo primeiro, atribuindo-lhe um significado segundo. Apesar de esvaziar, o signo no perde o seu significado primrio.

    " Por naturalizao o mito criado de forma natural. Culturalmente, por exemplo, o pavo ligado vaidade.

    Roland Barthes d exemplos da questo mitolgica nas imagens, em personagens de filmes, etc. #

    A ideia sempre usar algo com uma significao que no a primria.

    $% $'(##$)*+,## $'(#-.##-.#$/01(#23(1(%456(7##Est ao nvel da mitologia.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Exemplo 1: Uma franja no significa nada no dia-a-dia. apenas um estilo de penteado.

    No entanto, no filme Jlio Csar, de Mankiewicz, colocada uma franja a todos os romanos ! desta forma que os reconhecemos.

    Exemplo 2: No mesmo filme que o exemplo 1, todas as personagens, excepto Jlio Csar. Isto porque o realizador atribuiu ao suar o significado de pensar. Ou seja, no filme, suar significa pensar, e todos os personagens, excepto Jlio Csar, suam porque esto sempre a engendrar esquemas para matar esta figura de poder.

    Exemplo 3: Em Portugal, o cravo est ligado liberdade, por causa do 25 de Abril.

    Roland Barthes defende que h trs formas de olhar para o mito:

    1) Enquanto produtor de mitos as pessoas criam o mito algum procura reunir um significado segundo a um signo.

    2) Como decifrador de mitos/mitlogo percebe e destri a significao (h uma etiqueta colada primeira significao.

    3) Como leitor do mito pessoas que olham para o mito e, no o percebendo, tomam-no como realidade.

    Peirce

    Foi um autor que teve a sua obra publicada apenas aps a sua morte, pela universidade de Harvard.

    Collected Papers Oito livros organizados por ordem cronolgica, e no por temas, sendo muito complexo de consultar.

    Flor ! Signo primrio

    Liberdade ! Mito (Significado segundo)

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    real?

    O oitavo livro trata-se apenas de uma troca de cartas entre Peirce e uma senhora inglesa.

    Peirce dedica-se a uma disciplina semitica, com inspirao na filosofia.

    No concordava com as teorias de Kant e decidiu estud-las em profundidade, para as poder rebater.

    pocas de pensamento de Peirce:

    1) Estudos universitrios de Peirce; 2) Rompimento com o pensamento kantiano; 3) Criao da teoria semitica de Kant.

    Kant: Tudo o que vemos faz parte do mundo exterior, condicionado pela nossa experincia. O espao e o tempo so apenas formas de entrar em contacto com o mundo.

    Peirce: As categorias kanteanas no so suficientemente transcendentais. Considerava que as categorias tinham que ser apenas formais, no se podendo resumir ao espao e ao tempo.

    A teoria de Peirce atravessada em trs correntes:

    Realismo

    A questo do real no se coloca a nvel do concreto, mas sim ao nvel do real abstracto (geral). Quando falamos de realismo, a questo que se coloca a questo dos universais (conceito que atribudo a determinadas coisas/objectos/pessoas que tm as mesmas caractersticas).

    Por exemplo: o conceito de brancura e o conceito de homem.

    Artur homem.

    Plato acreditava que existiam dois mundos e que os universais eram anteriores s coisas.

    Universais Coisas

    Eterno e imutvel Flui

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Ex.: Artur homem.

    O conceito de homem j foi usado ( eterno e imutvel). O Artur, como ser humano, est em constante movimento (flui).

    Por outro lado, Plato tambm acreditava que tudo aquilo que flui matria que o tempo consome. Mais tarde ou mais cedo, vamos desaparecer.

    H um corpo que flui e uma alma imortal.

    Pierce no concorda ! realismo em Peirce no platnico.

    Aristteles acreditava que o conhecimento que temos das coisas adquirido por observao.

    A forma da coisa e a coisa em si prpria so inseparveis. Podemos assim, percepcionar as formas.

    No existem ideias inatas, tal como Plato defendia.

    Anlise de excertos de Semitica The Works of George Berkeley

    Os universais so reais? Precisamos apenas deter-nos por um momento e considerar o que se pretendia dizer com a palavra real para que o problema todo se torne logo transparente. Os objetos esto divididos em fico, sonho, etc., de um lado, e realidades de outro. Os primeiros s existem na medida em que o leitor, eu, ou algum os imagine; os ltimos possuem uma existncia que independente da mente do leitor ou da minha ou da de qualquer outra pessoa. O real aquilo que no o que eventualmente pensamos dele, mas no afectado por aquilo que possamos pensar dele.

    Mundo sensvel

    Mundo inteligvel

    - mundo das ideias; - apenas atingvel pelo

    sensvel.

    - apenas atingvel pela razo. #

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Isto significa que existe uma diferena entre entre:

    O mundo existe, mesmo ns pensando nele ou no.

    O real independente da forma que o pensamos.

    Onde se deve encontrar o real, a coisa independente de como a pensamos? Deve haver algo assim, pois vemos que nossas opinies so de algum modo constrangidas, portanto, h algo que influencia nossos pensamentos e que no por eles criado. verdade que no temos nada que nos seja imediatamente presente a no ser os pensamentos. Esses pensamentos, no entanto, foram causados por sensaes, e essas sensaes so compelidas por algo que est fora da mente. Esta coisa fora da mente, que influi directamente sobre a sensao, e atravs da sensao, o pensamento, porque est fora da mente, independente do modo como a pensamos e , em suma, o real. Esta uma concepo da realidade, uma concepo bastante familiar. E a partir deste ponto de vista, est claro, que a soluo nominalstica questo dos universais deve ser dada.

    Isto significa que:

    O real concreto influencia os nossos pensamentos. No somos ns que criamos tudo (por exemplo, podemos pensar em

    frias num certo local, mas no fomos ns que crimos esse mesmo local).

    No h nada mais independente que os pensamentos (so livres, abstractos, etc.).

    Por norma, o pensamento influenciado pelo real. Raramente pensamos no presente. Ou reproduzimos o passado, ou ento fazemos pensamentos por antecipao.

    O real est fora da mente e no influencivel (por exemplo, o facto de pensarmos muito sobre gostarmos ou no de uma pessoa no influencia nada as aces dessa pessoa em relao a ns).

    Todo pensamento e opinio humanos contm um elemento arbitrrio, acidental, que depende das limitaes, das circunstncias, poder e

    Sonhos, pensamentos,

    etc.

    Real, concreto.

    S existem caso os pensemos.

    Existem, independentemente de pensarmos neles.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    inclinao do indivduo, um elemento de erro, em suma. Mas a opinio humana tende universalmente, a longo prazo, para uma forma definida, que a verdade.

    Isto significa que:

    O real existe igual a si prprio, acreditando ns ou no. O pensamento e a opinio humana tm um elemento de erro, mas

    existe uma verdade/um real, que se h de atingir mais tarde ou mais cedo, mesmo apesar dos nossos erros (ex: acreditar que a Terra plana).

    As pessoas no mudam, nem conseguem ser algum que no so durante muito tempo.

    Existe, portanto, para toda questo, uma resposta verdadeira, uma concluso final, para a qual a opinio de todo homem constantemente tende. Por algum tempo, ele poder perd-la de vista, mas d-lhe mais experincia e tempo de estuda e ele h finalmente de atingi-la. O indivduo pode no viver o bastante para chegar verdade, existe um resduo de erro na opinio de todo indivduo. No importa, mesmo assim, permanece o fato de que h uma opinio definida para a qual tende a mente do homem no conjunto e a longo prazo.

    A questo de a Terra ser ou no ser redonda pode no ser atingvel at ao fim da vida de uma certa pessoa.

    O real existe, independentemente do que possamos pensar.

    Portanto, esta opinio final independente no, de fato, do pensamento geral, mas de tudo o que seja arbitrrio e individual no pensamento; totalmente independente daquilo que o leitor, ou eu, ou qualquer nmero de pessoas possa pensar.

    Por conseguinte, uma coisa, no geral, to real quanto no concreto. absolutamente verdadeiro que todas as coisas brancas tm em si a brancura, pois isto equivale a dizer apenas, em outras palavras, que todas as coisas brancas so brancas; porm, dado que verdadeiro que coisas reais possuem a brancura, a brancura real.

    O realista sustentar que os mesmos objetos que esto imediatamente presentes em nossas mentes na experincia, realmente existem tal como so experimentados fora da mente; isto , sustentar uma doutrina da percepo imediata. Portanto, no separar a existncia fora da mente e o ser na mente como sendo dois modos totalmente desproporcionais. Quando uma coisa est numa relao tal com a mente individual que a mente a conhece, ela est na mente e o facto de ela estar assim na mente em nada diminui sua existncia externa. Pois o realista no pensa na mente como um receptculo, no qual se a coisa est dentro, deixa de estar fora.

  • !!"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Isto significa que:

    O real afecta os nossos pensamentos, mas os pensamentos no mudam a realidade, porque a mente no um receptculo.

    No se separa o que est fora da mente para o que est dentro. O realismo, em Peirce, um realismo do erro, porque o erro

    frequente no Homem.

    A realidade explica os fenmenos enquanto explicar. As teorias explicam at aparecer uma teoria que explique melhor.

    No h verdades absolutas.

    5.311: O real aquilo a que mais tarde ou mais cedo a informao e o raciocnio chegaro e , portanto, independente das minhas fantasias ou das vossas.

    Continuismo

    Ao continuismo opem-se:

    O monismo e o modasmo.

    Tales gua Aneximandro Infinito Anaximenes - Ar

    Antes de tudo, existiu um elemento primordial, que deu origem a todo o resto.

    O dualismo (defendido por Plato).

    O continuismo uma consequncia do realismo.

    Se o realismo tudo o que est dentro e fora da mente, h uma continuidade entre tudo o que est fora da mente.

    No h separaoo entre o esprito que conhece e o objecto de conhecimento.

    No um processo exterior ao sujeito, mas sim o processo no qual o sujeito est inserido.

    Pragmatismo

    atravs dos efeitos que ns concebemos os objectivos, permitindo-nos conhec-los.

    Tudo feito na medida do para que serve o objecto.

    Filsofos da natureza

    As citaes de Peirce so apresentadas da seguinte

    forma: Nmero do livro . pargrafo

    Ex: 5.311

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Pensamento

    5.402: Considerar quais sejam os efeitos prticos que ns pensamos poderem ser produzidos pelo objecto da nossa concepo. A concepo de todos esses efeitos a concepo completa do objecto.

    A pragmtica, para Peirce, a concepo que temos de um objecto, o que equivale aos efeitos que esse objecto pode ter.

    Porque que pensamos? H algo que excita o pensamento a dvida.

    H quem defenda que a dvida que faz avanar o mundo. atravs da dvida que vamos tentar racionalizar uma crena.

    A crena uma verdade provisria algo que explica o real, enquanto explicar.

    Peirce acreditava que a verdade vive a crdito. Ou seja, a verdade, para o autor, subjectiva, dado que no h a verdade, mas sim uma verdade que explica a realidade num determinado contexto.

    A crena o aplacar da dvida e algo que faz surgir um hbito. A funo do pensamento chegar a hbitos de agir. H uma actividade de raciocnio do pensamento. Muitas vezes,

    achamos que que o outro tem menos capacidade de raciocnio do que ns prprios.

    A dvida um estado desagradvel, uma vez que causa angstia. No entanto, apenas atravs desta desagradabilidade que conseguimos atingir o pensamento e a crena.

    A crena arranja mecanismos de defesa para situaes futuras. Sendo que ela serve para diminuir a dvida, h vrios mtodos de

    fixao da crena:

    1) Tenacidade ! consiste na repetio constante de uma determinada crena. Esta repetio feita tomando em conta tudo aquilo que a valide e esquecendo tudo o que a rejeita. " Ns acreditamos que a nossa crena a nica realidade

    possvel, tomando em conta apenas aquilo que a refora. 2) Autoridade ! a crena imposta pela autoridade. H um

    estado/uma instituio que oferece as crenas correctas, evitando todas as doutrinas contrrias.

    3) A priori ! baseado no dilogo. Passa pelo indivduo, atravs do dilogo com outros indivduos, conhecer e confrontas crenas diferentes.

    Dvida Crena

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Peirce defende que preciso um mtodo que crie crenas de uma forma estvel.

    Qual , ento, o mtodo que permite chegar s mesmas concluses?

    4) Cientfico ! h coisas completamente independentes das nossas vontades e/ou gostos.

    H uma realidade que existe, e essa realidade tem que ser, mais tarde ou mais cedo, igual para todos.

    Na arte, isto no aplicvel, pois ou se gosta ou no se gosta. As opinies diferentes tero que convergir neste mtodo. Ou seja, a

    verdade, neste mtodo, no tem a ver com a opinio do sujeito. a partir daqui que passamos factos desconhecidos para factos

    conhecidos. A partir da observao de diferentes coisas, chega-se a uma lei. No parte da discusso de ideias, mas sim da discusso de factos.

    Do pragmatismo, importa reter, ento:

    No h verdades absolutas, apenas verdades provisrias. As explicaes funcionam at funcionarem. A verdade explica a realidade at aparecer uma teoria que a

    explique melhor. O pragmatismo valida as nossas crenas.

    A semitica segundo Peirce

    Peirce discorda de Kant e, por isso, vai criar uma filosofia categorial (que se apoia em trs alicerces/categorias).#

    As categorias vo ser completamente formais (sem referncia no espao/tempo). Sendo assim, so neo-pitagricas.#

    Peirce tem uma moral terminolgica defende que, sempre que criamos uma teoria, devemos dar novos nomes s coisas.#

    2.222: Quanto ao ideal a atingir, desejvel, em primeiro lugar que para cada ramo da cincia haja um vocabulrio que fornea uma famlia de palavras aparentadas para cada concepo cientfica, e que cada palavra tenha uma nica significao exacta, a menos que as suas

    Esta verdade no tem questes de arbitrariedade.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    significaes diferentes se apliquem a objectos de categorias diferentes, de modo a que nunca possamos tomar umas pelas outras.

    Faneron vem do grego e significa fenmeno. Peirce no chama sua teoria fenomenologia, dado que essa

    cincia j existe.

    O que um faneron?

    2.340: Faneron tudo o que, de qualquer maneira ou sentido, est presente ao esprito, sem considerar, de maneira nenhuma, se isso corresponde a qualquer coisa existente ou no.

    A faneroscopia tudo o que est presente ao esprito, independentemente de existir ou no.

    Tudo isto est presente em trs categorias numricas, mas que no tm uma ideia de importncia. Ou seja, existe uma ligao entre elas que no de superioridade/inferioridade (por exemplo, num edifcio, o cimento no mais importante que o ao).

    1 = 1 Primeidade (a essncia do 1 ser o 1) 2 = 1 + 1 Segundeidade 3 = 1 + 1 + 1 Terceidade

    Tudo o que existe est consagrado neste esquema.

    Faneroscopia

    Teoria

    Categorias faneroscpicas

    Categorias

    Faneron

    Objecto de estudo da faneroscopia

    H uma categoria que existe sozinha igual a si prpria. H uma categoria que necessita da outra, mas pode funcionar de

    vrias formas. H uma categoria que est dependente das outras.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Primeidade

    Ideia de possibilidade para algo acontecer, teve que haver a possibilidade desse algo acontecer.

    Segundeidade

    Ideia de possibilidade + Ideia de acto para que algo acontea, tem que existir a possibilidade de esse existente existir.

    Terceidade

    Ideia de possibilidade + Ideia de acto + Ideia de explicao s h explicao de algo porque aconteceu e s aconteceu porque houve essa possibilidade.

    A explicao surge aps o acto e atravs da observao que se podem fazer previses futuras. Nunca podemos ver as possibilidades, mas sim os actos.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    A terceidade da ordem do raciocnio/da previso. a partir da observao da segundeidade que podemos elaborar leis, regras, etc.

    As categorias da semitica em termos de natureza (Peirce) e estados psicolgicos (Deledalle)

    Primeidade possibilidade qualitativa positiva.

    o Natureza categoria da orincia (origem/comeo de tudo, etc.)

    1.357: Eis que o primeiro: fresco, novo, inicial, original, livre e vivo, mas lembremos que toda a descrio que possamos fazer dele falsa.

    Quando estamos a descrever a primeidade, estamos realmente a falar da segundeidade (por exemplo: no podemos falar do azul sem antes conhecer o azul).

    8.329: A primeidade no pensada como facto real, mas simplesmente como uma qualidade, como uma simples possibilidade.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Quando pensamos na primeidade, temos que pensar nela como falsa.

    o Estados psicolgicos A primeidade o vivido no reflectido, nem mesmo sentido como vivido ( a categoria do pr-sentimento).

    Por exemplo: A conduzir, vemos um obstculo e agimos instintivamente, no tendo conscincia desse acto. S segundos depois que ganhamos conscincia do perigo que corremos e, a, j no estamos ao nvel da primeidade.

    Segundeidade ideia do acto em si/brutalidade.

    o Natureza categoria da obstinncia (vem de objecto e de resistncia/obedincia).

    1.358: No necessrio banir a ideia de primeiro do segundo, ao contrrio, o segundo precisamente aquele que no consegue viver sem o primeiro. Ele encontra-se, de facto, com o outro, numa relao obrigao-efeito-dependncia-realidade-resultado de uma coisa que no pode ser negativa ou dependente sem um primeiro em relao ao qual ser negativo ou dependente.

    A segundeidade tem uma ideia de dependncia e negatividade. S vemos as coisas porque elas esto materializadas.

    o Estados psicolgicos A segundeidade a conscincia do vivido no reflectido. a categoria do actual/do aqui e agora.

    Por exemplo, no estamos a reflectir quando rodamos a maaneta de uma porta para a abrir. instintivo.

    Terceidade

    o Natureza categoria da transuao.

    Tem a ver com a transaco e algo que atravessa e cria pontos de ligao entre aquilo que o observvel (segundeidade) e as explicaes.

    1.362: Mas, no h terceiro absoluto, porque o terceiro , por natureza, relativo. Se a terceidade a experincia, no h verdades absolutas.

    A explicao que funcionar, funciona enquanto no houver uma melhor.

    o Estados psicolgicos a categoria da aco vivida e reflectida.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Tem a ver com a reflexo sobre as coisas.

    Exemplos:

    E = MC2 Suavidade Chorar

    Problema: em relao a estes trs, o que tm em comum, a nvel de categoria?

    So representaes ! tm uma existncia fsica ! tambm so, ento, segundeidades.

    Portanto...

    Frmula pensada

    Terceidade

    Caracterstica

    Primeidade falsa

    Acto

    Segundeidade

    Ideia de azul

    Primeidade

    Escudo

    Terceidade

    Porta a ser aberta

    Segundeidade

    2.1 2.3 2.2

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Todos existem em representaes de coisas diferentes.

    Logo...

    1 2 3

    1 1.1 1.2 1.3

    2 2.1 2.2 2.3

    3 3.1 3.2 3.3

    O ponto l-se que . Ou seja, por exemplo 3.2 l-se terceidade que segundeidade.

    Algumas categorias so autnticas (1.1; 2.2; 3.3). 1.1 s existe em termos tericos.

    1 2 3

    1 1.1 1.2 1.3

    2 2.1 2.2 2.3

    3 3.1 3.2 3.3

    Degeneradas A natureza do signo degenerou. O segundo nmero inferior ao primeiro.

    Autnticas Signos que tm uma relao acidental com os dois elementos. Ex.: 1.2 - A primeidade so qualidades, a segundeidade so existentes - so qualidades actualizadas em existentes.

    Acrtivas O segundo nmero maior que o primeiro. A ligaoo entre os dois elementos um acidente nada as motivou.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Primeidade autntica (1.1)

    Ideia de possibilidade/qualidade. As qualidades so de trs tipos:

    a) Primrias so comuns a todos os objectos (ex: todos os existentes tm forma, volume, dimenso, etc.).

    8.329: Entre as qualidades primrias est a dureza, que aquilo que um minerologista dir que o que no se pode riscar com uma faca.

    b) Secundrias so qualidades sensoriais (tm a ver com os sentidos). So exemplos o som, a textura e o sabor.

    1.304: So qualidades secundrias o valor do magenta, o odor de uma essncia de rosa, o som do apito da locomotiva e o gosto do quinino*.

    c) Tercirias so qualidades que tm trs caractersticas: ! Relativas para umas pessoas o bonito feio, e vice-

    versa; ! Reversveis hoje achamos uma coisa bonita, amanh

    podemos achar que feia; ! Polares tm dois plos/so antnimos.

    So qualidades tercirias o trgico, o belo, o humorstico, o estvel, o confortvel, o aborrecido, o cruel, o esplendido e o aterrorizador.

    - John Dewey (Semitica e filosofia)

    8.329: Quanto s qualidades tercirias, temos a emoo experimentada ao contemplar uma bela demonstrao matemtica ou a qualidade de um sentimento de amor.

    Segundeidade autntica (2.2)

    Ideia de aqui e agora/esforo-reaco. a nica que actual.

    1.427: A categoria do facto exclui o geral e, com ele, o permanente ou eterno, porque a permanncia uma espcie de generalidade, e exclui tambm o condicional. Estas excluses deixam categoria do facto, em primeiro lugar o actual e em segundo lugar tudo o que implica uma necessidade incondicional, a fora sem lei ou razo, a fora bruta.

    A categoria do facto (segundeidade) exclui o incondicional, permanente e eterno (primeidade), porque sabemos que as qualidades podem existir incondicionalmente, permanentemente e eternamente.

    *quinino substncia que d sabor gua tnica.

  • !!"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Por outro lado, exclui tambm uma ideia de condicionalidade. Exclui, portanto, as leis gerais. Por exemplo: se o indivduo x matar o indivduo y, logo, ocorre z.

    A primeidade tambm geral. A segundeidade actual/incorpora actos que no implicam

    racionalidade (nascer, morrer, etc.).

    Terceidade autntica (3.3)

    Implica tudo o que so leis, raciocnios, lgicas e previses. H uma ideia de condicionalismo, sendo que uma lei/uma previso

    condicional.

    1.427: A generalidade ou , de certo modo, positiva como generalidade, e pertence ao puro potencial enquanto tal, o que da categoria da qualidade, ou prende-se ao gnero negativo que pertence necessidade condiciona, coisa que particular categoria da lei.

    H dois tipos de generalidade: ! Positiva (pode existir sozinha) e incondicional. ! Negativa e condicional impe uma condio/ideia de

    implicao entre duas coisas. A primeidade e a terceidade so de carcter geral, sendo que a

    segundeidade actual.

    Primeidade que segundeidade (1.2)

    So qualidades actualizadas em existentes. As qualidades que esto na primeidade autntica s so visveis

    quando se actualizarem em existentes. Por exemplo: algum s simptico ou patusco quando age dessa forma.

    Todos ns temos qualidades diferentes, apesar de termos qualidades comuns so as qualidades que distinguem os indivduos uns dos outros.

    Representam uma ideia de materializao.

    Problema: Ns somos qualidades actualizadas em existentes. Mas as cadeiras tambm. O que nos diferencia?

    Enquanto que as cadeiras so feitas para serem todas iguais, ns no.

    1.1 1.2 1.3

    (ser humano) (a cadeira foi pensada) "

    MATERIALIZAO

    "

    RPLICAS

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    H qualidades actualizadas em existentes em ns e nas cadeiras, no entanto, nas cadeiras foi feito um padro que se replicou.

    Quando aplicamos uma lei, por exemplo, estamos a replicar essa lei. Perante 1.2 podemos estar perante algo que nico no mundo ou

    podemos estar perante uma rplica de um padro pensado para ser replicado.

    A generalidade vai dar origem particularidade (o individual em si prprio que cria a generalidade).

    Na terceidade autntica (3.3)...

    H um conjunto de regras (por exemplo as do cdigo civil, da bblia, do kamasutra, etc.). Sempre que o actualizamos, actualizamos a rplica. Ou seja, a terceidade autncia, em si prpria, um conjunto de regras. Quando as aplicamos, actualizamo-las na 3.2.

    1 2 3

    1 1.1 1.2 1.3

    2 2.1 2.2 2.3

    3 3.1 3.2 3.3

    1.3

    1.537: 1.3 a categoria acrtiva da primeidade: ela a pura possibilidade pensada.

    2.3

    A categoria 2.3 um existente pensado para conseguir passar para o geral (tem a capacidade de se actualizar).

    Os logtipos e os smbolos so pensados para serem convencionais. Tm a capacidade de se tornarem em 2.2 (um existente aqui e agora).

    Funciona como conotao e um signo simblico.

    1.537: No 2.3, o segundo elemento o pensamento na sua relao com o existente.

    2.1 (existente cuja natureza de qualidade)

    Qualidade de semelhana (ex: desenho).

    So padronizadas.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    1.528: Esta segundeidade no reenvia realmente a nada de outro do que a isto: que o sujeito, no seu ser der segundo, uma qualidade.

    O apito da locomotiva um exemplo de 2.1. Um corao num colar um 2.1, um corao no peito um 2.2, e, se

    estivermos a falar do corao presente em I

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    1.1 1.2 1.3

    2.1 2.2 2.3

    3.1 3.2 3.3

    1.1 signo de qualidade qualisigno

    1.2 signo singular (nico) - sinsigno

    1.3 lei/pensamento legisigno

    2.1 signo semelhana - cone

    2.2 ideia de aco ndice

    2.3 convencional /existente pensado

    smbolo

    3.1 signo possibilidade - rema

    3.2 signo que diz algo - dicent

    3.3 ideia terica do que quer que seja

    argumento

    O cachecol do Sporting uma rplica (2.2 2.3) e ndice de que a pessoa do Sporting.

    Em 3.3, encontramos regras e, em 3.2, encontramos regras actualizadas (digo, e, por isso, mostro que sei).

    Em Saussure, o signo a relao entre a palavra escrita/dita e o conceito mental, no implicando a existncia de uma ligao.

    Sdo

    Ste Casa

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    O signo em Peirce...

    Representamen Interpretante Objecto

    Chega ao objecto atravs do interpretante.

    o conhecimento existente sobre determinado signo.

    o conceito mental do signo.

    a parte visvel do signo, sendo que daqui que partimos (do que estamos a ver) para o objecto.

    Por exemplo, um quadro um representamen, se se diz que o quadro de Dali, ento entramos na esfera do objecto. Se sabemos que de Dali, porque temos conhecimentos que nos permitem dizer isso, logo, estamos ao nvel do interpretante.

    Tabela de esquematizao do signo:

    # #

    R 1.1

    Qualisigno 1.2

    Sinsigno 1.3

    Legisigno

    O 2.1

    cone 2.2

    ndice 2.3

    Smbolo

    I 3.1

    Rema 3.2

    Dicent 3.3

    Argumento

    R

    O

    I

    epresentamen

    bjecto

    nterpretante

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    R(epresentamen)

    1.1 - Qualisigno

    2.244: Um qualisigno uma qualidade que um signo. Ele no pode agir como signo seno depois de se materializar. Mas esta materializao no tem nada a ver com o seu carcter de signo.

    O qualisigno um signo simplesmente terico. S o conseguimos visualizar quando ele se materializar.

    1.2 - Sinsigno

    Pode ser uma materializao de um qualisigno ou uma rplica de um legisigno.

    2.245: Um sinsigno uma coisa ou um existente real que um signo.

    8.344: Um sinsigno um objecto ou um acontecimento individual, como indica a slaba sin, que a primeira slaba das palavras sinmel e sinmul, que querem dizer singular em latim.

    1.3 - Legisigno

    uma lei que um signo. um geral que se pode replicar em sinsignos. Se um sinsigno no estiver sozinho, porque uma rplica.

    2.246: Um legisigno uma lei que um signo. Esta lei , normalmente, estabelecida pelo homem. Todo o signo convencional um legisigno. No entanto, o inverso j no verdadeiro. O legisigno no um objecto singular, mas sim um signo de carcter geral.

    O smbolo, para ser conhecido como smbolo, no pode ser individual. O smbolo tem que ser legisigno, mas o contrrio pode no acontecer.

    Todos os smbolos, para serem conhecidos como smbolos, tm que ser legisignos.

    Legisigno Simblico

    Legisigno no simblico

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    O(bjecto)

    2.1 cone

    um signo que tem as caractersticas de semelhana. semelhante a qualquer coisa.

    1.247: No importa o qu, qualidade individual existente ou lei, cone de qualquer coisa, desde que se assemelhe a essa coisa e seja usado como signo dessa coisa.

    Na primeira dimenso, um cone pode ser um sinsigno ou um legisigno, ao contrrio da questo entre o legisigno e o smbolo.

    - um cone que um sinsigno (esta ovelha nica). - no tem forma de se reproduzir.

    - um legisigno que semelhante a qualquer coisa (cone).

    2.282: Todo o quadro um cone, todo o diagrama um cone, mesmo que a sua semelhana seja apenas por analogia. Mostrar um homem embriagado para incitar ao comedimento um cone.

    2.304: Um cone um signo que no perderia o carcter que o torna significante, mesmo que o seu objecto no existisse, como um risco de lpis, representando uma linha geomtrica.

    Um cone existe, mesmo que o objecto em si no exista.

    No existem, mas podem ser desenhados.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    2.2 ndice

    Ao contrrio do cone, o ndice tem que ter o objecto. Onde h fumo, h fogo o fumo ndice de fogo.

    2.248: O ndice reenvia ao objecto que denota, porque ele realmente afectado por esse objecto.

    No h objecto, no h ndice (por exemplo: se a campainha da porta no toca, porque no est ningum a toc-la).

    2.304: O ndice um signo que perderia imediatamente o carcter que o torna signo se o seu objecto fosse suprimido.

    2.285: Uma pancada seca na porta um ndice. Tudo o que chama a ateno um ndice. Assim, um rudo violento indica que algo aconteceu, se bem que ns no possamos saber exactamente o que foi o acontecimento, mas podemos ter ideia de que aconteceu, por ligao a experincias anteriores.

    A ideia de experincias anteriores est bem patente nesta dimenso.

    2.3 Smbolo

    Um smbolo um existente convencional.

    2.249: Um smbolo sempre um legisigno e, desta forma, age tambm por meio de uma rplica. Toda a palavra, todo o signo convencional um smbolo.

    Um smbolo, para o ser, s pode ser um legisigno. Qualquer lngua simblica, na medida em que reconhecida numa

    sociedade. Um ndice pode ser uma rplica de um smbolo (ex: casaco de um

    partido poltico).

    1.279: So smbolos uma bandeira, uma palavra de passe, uma insgnia, um credo religioso, um bilhete de teatro ou um vale de desconto.

    A faixa que o presidente da repblica usa um smbolo.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    2.304: Um smbolo um signo que perderia o carcter que o torna smbolo se no tivesse interpretante. Por exemplo, todo o discurso significa o que significa, pelo simples facto de se compreender que ele tem essa significao.

    I(nterpretante)

    3.1 Rema

    um signo de possibilidade no diz nada concreto sobre si prprio.

    2.250: O rema um signo que, para o seu interpretante, um signo de possibilidade qualitativa. O rema no um signo fornecedor de informao.

    Quando estamos perante algo que no fornecedor de informao, estamos perante um rema.

    3.2 Dicent

    Tal como o prprio nome indica, um signo que tem como objectivo dar informaes.

    Exemplos: um texto, um artigo, etc. Existem dois tipos de dicent:

    o Dicent rplica de um argumento ! rlica de um conjunto de leis.

    o Dicent puro.

    2.252: Um dicent um signo compreendido como um signo fornecedor de informao. No entanto, o dicent no diz se a informao que fornece verdadeira ou falsa.

    3.3 Argumento

    a ideia de lei no seu estado mais puro. So conjuntos de regras que no podem ser violadas.

    2.252: Um argumento um signo que, para o seu interpretante, um signo de lei. Tal como no xadrez, podemos mudar as peas e os jogadores, mas no podemos mudar as regras.

    Ou percebemos aquilo que se est a ser dito, ou somos como o gato do anncio do Whiskas Saquetas, que apenas percebe o Bl Bl, Whiskas Saquetas.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    As regras que regem um qualquer desporto so argumentos. As suas actualizaes so individuais.

    Princpio da hierarquia das categorias

    Os signos misturam-se em teoria, poderamos ter 27 (3*9) categorias, no entanto, o princpio da hierarquia das categorias vai ditar as categorias possveis e impossveis. No imposto, mas decorre da teoria.

    1 parmetro) Todo o 3 pressupe um 2 e um 1.

    3 2 1

    2 parmetro) Todo o 2 pressupe um 1.

    3 parmetro) O 1 no pode, por si s, dar origem a um 2.

    A primeidade, sozinha, no consegue dar origem segundeidade. Tem que haver um algo que a materialize.

    No h objectos sem qualidades, logo, so necessrias para que eles existam.

    4 parmetro) Um 2 no pode, por si s, dar origem a um terceiro.

    Um acontecimento sozinho no tem capacidade de se explicar por si mesmo.

    Explicao Acto Possibilidade Qualidade

    No pode hav

    er sem... No pode haver sem...

    1 2

    Tem que haver algo

    que permita que isto

    acontea.

    Um objecto, um acontecimento,

    etc.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

  • !!"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Descrio Exemplos

    I a parte material do signo. No tem exemplos, porque, o

    representamen um qualisigno, logo, apenas terico.

    II So qualidades

    materializadas num signo semelhante a algo.

    O ser humano, a fotografia de um desconhecido, um diagrama sem legenda ( nico, semelhante a

    algo, mas no diz nada sobre isso).

    III

    So existentes com uma qualidade que remete para qualquer coisa, que, por sua

    vez, remete para uma possibilidade (indica algo, mas nada de concreto).

    Fumo, um grito na rua que no indique nada concreto.

    IV

    Existentes individuais que indicam qualquer coisa e

    dizem algo sobre essa mesma coisa.

    Grito de socorro, um relgio (altera-se de minuto a minuto), um termmetro, uma bssula.

    V

    Algo de carcter geral, materializado num signo mas que no diz concretamente

    aquilo que .

    Negativos das fotos.

    VI Algo de carcter geral que

    indica algo, mas que no diz concretamente aquilo que .

    Toque de telemvel no personalizado.

    VII Informaes dadas sempre da mesma maneira e que indicam qualquer coisa.

    Toque do sino da igreja um padro que se replica (para um

    casamento ou para um funeral, por exemplo); sirene de uma

    ambulncia; toques de sada das escolas.

    VIII Algo de carcter geral,

    simblico mas que no diz concretamente aquilo que .

    Bandeira de um pas (no diz de que pas ), teaser publicitrio

    (pode ser reproduzido, foi pensado, mas no dito o seu objectivo).

    IX

    Algo de carcter geral, simblico e que diz algo

    sobre isso. So objectos feitos para se replicarem, simbolizando algo.

    As estrelas dos judeus, notas, moedas, palavras-chave (abra-

    cadabra, por exemplo).

    X Algo de carcter geral, simblico, e regido por

    regras.

    Cdigo morse e as lnguas (so sistemas de regras).

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Tal como j foi referido anteriormente, o signo, para Peirce, composto por trs dimenses:

    ! Representamen parte visvel do signo. ! Objecto conceito. ! Interpretante conhecimentos que nos permitem fazer uma leitura

    dos representamens.

    1.540: Signo tudo o que comunica uma noo definida de um objecto, seja de que maneira for.

    No fundo, algo que comunique (ou no) alguma coisa, um signo basicamente, tudo um signo.

    2.228: Um signo qualquer coisa que est em lugar de algo sob qualquer relao ou a qualquer ttulo. O signo dirige-se a algum, isto , cria no esprito dessa pessoa, um signo equivalente ou mais desenvolvido. A este signo que ele criou, chamei interpretante do primeiro signo, e este signo est em lugar de qualquer coisa, isto , do seu objecto.

    No s um signo algo que est em lugar de qualquer coisa, como dentro do signo, o interpretante est em lugar do objecto em si.

    2.303: Um signo tudo o que determina qualquer coisa de outro, isto , o seu interpretante, e a reenvia a um objecto. Da mesma forma, o interpretante , por sua vez, um signo, e assim, ad infinitum (at ao infinito).

    Quando pensamos, pensamos por encadeamento de signos. Por exemplo: o sabor de uma especiaria lembra outro alimento, que acaba por lembrar uma viagem, etc.

    Semiose encadeamento signco. " Deledalle discorda de Peirce e defende que este processo no

    infinito. finito no seu contexto.

    R

    O

    I

    epresentamen

    bjecto

    nterpretante

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Representamen de uma palavra

    2.231: A palavra signo , ento, genrica e tudo o que comunica uma informao a um sujeito sobre o objecto um signo. ainda necessrio que este objecto seja, de alguma maneira, j conhecido, porque no compete ao signo dar a conhecer ou fazer reconhecer o objecto.

    Exemplo:

    O signo no tem que dizer o que , tem que se conhecer o objecto para compreender o signo.

    o conhecimento que permite o encadeamento. Podemos recorrer a um interpretante externo (ex: internet, livros, etc.).

    R(epresentamen)

    1.540: O representamen tudo aquilo a que a anlise se aplica quando queremos descobrir o que , essencialmente, um signo.

    No fundo, o representamen a parte material/visvel de qualquer signo.

    Um anncio um representamen, por exemplo.

    O(bjecto)

    8.177: O signo o representamen de um objecto imediato, mas o objecto imediato no todo o objecto. Ele somente um elemento.

    Se o objecto imediato no todo o objecto, isso significa que h outro objecto.

    O objecto o conceito mental (que se tem sobre qualquer coisa), logo, h que dividir entre a informao pr-existente e a informao que podemos retirar de qualquer fonte.

    Objecto Imediato Objecto Dinmico

    Est contido no objecto dinmico. Est fora do signo e mais vasto, englobando, portanto, o objecto

    imediato.

    Os meus conhecimentos sobre qualquer coisa (que advm do

    conhecimento prvio).

    tudo o que h no mundo a dizer sobre aquilo.

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Tanto o objecto imediato como o objecto dinmico esto em constante mutao/evoluo.

    Conclumos, ento, que o objecto dinmico o global e o objecto imediato o pessoal.

    I(nterpretante)

    So conhecimentos que surgem como ligao mediadora entre aquilo que vemos e aquilo que sabemos.

    Construir uma opinio sobre algo pressupe conhecimento sobre o assunto.

    Quando algum condenado em tribunal, faz-se a comparao entre aquilo que se faz e aquilo que a lei diz.

    O interpretante faz esta parte compara aquilo que vemos com aquilo que sabemos.

    1.339: O signo um veculo que comunica ao esprito qualquer coisa de exterior. Aquilo por que ele est o seu objecto, o que ele comunica a sua significao e a ideia a que d nascimento o seu interpretante.

    1.533: O julgamento a comparao de uma coisa com qualquer marca ou atributo. Por comparao, necessrio entender que, em qualquer julgamento, uma ideia sustentada e fundamentada por outra. Em consequncia, toda a comparao requer uma representao mediadora (I) que representa o relato (R) como representao do correlato (O), que esta representao mediadora representa. Pode-se chamar a esta representao representao mediadora um interpretante, porque ela preenche a funo do intrprete que diz que um estranho diz o mesmo que ele diz.

    $# %#O julgamento faz a mediao entre A e B.

    Realidade visvel

    Realidade mental

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    O intrprete preenche a funo do intrprete (ex.: traduo simultnea).

    Se fazemos vrias leituras e classificamos as coisas de modo diferente das outras pessoas, Peirce considera que existem seis interpretantes.

    Isto so processos mentais, por isso, por norma, no pensamos que estamos a passar por todas as fases deste processo (isto apenas uma decomposio do nosso pensamento).

    Cada um de ns faz as leituras que faz consoante os seus conhecimentos.

    O objecto imediato rege-se muito pelo gosto/no gosto. Nos ID, para se utilizar o 2, tem que se utilizar primeiro o 1. Mas

    podemos utilizar apenas este ltimo. Depende da pessoa e daquilo que est a ser analisado.

    Exemplo 1:

    Ver um co na rua e dizer que um dlmata.

    1. Reconhece-se a existncia de algo (II). 2. Reconhece-se que esse algo um co

    (ID1 !IF1). 3. Reconhece-se que o co um dlmata

    (ID2 !IF2), isto porque distinguir raas de ces um conhecimento especializado.

    II

    ID1 ID2

    IF1 IF2 IF3

    I Imediato D dinmico F - final

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Exemplo 2:

    Ver um ch.

    1. Reconhece-se a existncia de algo (II). 2. Reconhece-se que esse algo um ch (IF1). 3. Reconhece-se que um ch de camomila (IF2).

    O II um interpretante que distingue as formas do fundo. o Antes de sabermos que um co ou um ch, apercebemo-

    nos da existncia de alguma coisa. o Apenas este interpretante nos permite dizer se gostamos ou

    no. o perceptivo e afectivo para gostarmos ou no de algo,

    temos que ter um conhecimento especializado sobre qualquer coisa.

    o No necessrio recorrer a outros saberes para saber se se gosta.

    o Por exemplo, no carro, quando se liga o rdio, imediatamente conseguimos saber se gostamos ou no da msica que est a tocar.

    O interpretante imediato est no signo, isto , no necessrio recorrer a saberes fora do signo.

    ID so esforos que o esprito faz para ir mais longe do que o simples gosto/no gosto.

    A diferena entre ID1 e ID2 est no stio onde so recolhidos os dados. Enquanto que o ID1 recolhe dados no contexto interior do sujeito, o ID2 recolhe dados no contexto exterior ao sujeito.

    II

    IF2 IF3

    ID2

    IF1

    ID1

    R

    O

    Anteriores ao conhecimento o sujeito j os aprendeu anteriormente.

    Exteriores esto disponveis para consulta.

    Experincia Colateral

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    o Por exemplo, ler um texto em japons ou em ingls est ao nvel do ID2, a menos que sejamos, respectivamente, japoneses ou ingleses.

    Os IF classificam a recolha de dados.

    Nem todo o conhecimento exterior passa a anterior. Caso isso ocorresse em toda e qualquer situao, a mente seria um receptculo.

    8.179: Toda aquela parte da compreenso do signo para a qual a mente interpretante necessitou de experincia colateral est fora do interpretante. Por experincia colateral no quer dizer familiaridade com o sistema de signos, o que assim obtido no colateral, , pelo contrrio, o pr-requisito para se obter qualquer ideia significada do signo mas, por observao colateral entendo uma prvia familiaridade com aquilo que o signo denota.

    Por exemplo, para compreender a expresso Napoleo uma figura letrgica, necessrio saber quem foi Napoleo e o que letargia.

    Os IF so classificativos. So hbitos de classificao.

    IF1 IF2 IF3

    mais social e menos individual.

    um hbito mais individual e mais especializado.

    No necessita de ID.

    adquirido colectivamente.

    Varia de pessoa para pessoa.

    A sua classificao feita atravs do II, ou atravs de uma smula dos outros dois interpretantes.

    a este nvel que se criam os preconceitos.

    No fundo, so os IF2 que nos diferenciam dos outros.

    Experincia colateral e objecto imediato

    Quanto maior a experincia colateral anterior, maior o nosso objecto imediato (o nosso saber sobre qualquer coisa).

  • !"#Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Nomenclatura

    II

    IF2 IF3

    ID2

    IF1

    ID1

    Abduo Deduo Induo

    Aquilo que Peirce defende que o objectivo, a este nvel, inferir um caso a partir de uma regra, sempre usando apenas os saberes colectivos e no especializados (senso comum). Ex.: o que fazem os detectives como o Poirot, Miss Marple e Sherlock Holmes juntam as peas e supe aquilo que aconteceu, sem provas cientficas.

    Aplicao de uma regra geral a um caso particular. Ou seja, para que a deduo funcione como smula, tem que existir antes uma induo. Ex.: quando classificamos um quadro como sendo impressionista esse conhecimento j est enraizado h um olhar classificativo mais rpido.

    Infere uma regra a partir de vrios casos particulares. uma verificao cientfica, no fundo. Quando se estuda algo a nvel cientfico, fazem-se vrias experincias. Ex.: espetar um palito em vrias partes de um bolo, para ver se est cozido ou no.

  • "Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Estruturalismo

    Autores do estruturalismo:

    Saussure

    Saussure publicou o Curso de lingustica geral e foi o fundador da

    lingustica europeia. Era suo, radicado em Frana. Dava aulas que foram a base de toda a sua obra. A lingustica, para Saussure, era apenas um ramo da Semiologia.

    Hjelmslev

    um autor dinamarqus fundador da escola de Copenhaga. Vai retirar ambiguidades ao modelo de Saussure, tornando-o mais

    simples.

  • &$"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Roland Barthes

    Tem um complexo de dipo mal resolvido. Enquanto que Hjemslev fez uma reestruturao do

    modelo de Saussure, Barthes vai aplicar o modelo que Saussure criou para a lngua a outros sistemas diferentes (ex.: moda e alimentao).

    Faz a primeira anlise semitica de um anncio publicitrio (fez a leitura de um anncio de massas de uma marca francesa [panzani]).

    No pensamento estruturalista...

    H a ideia de lngua e a ideia de fala. Para estes autores, a lngua um sistema com regras (ex.: sistema com

    regras da lngua portuguesa) e a fala uma execuo desse sistema de regras.

    Antes do estruturalismo...

    Ns falamos porque muito mais fcil falar do que comunicar de outra maneira qualquer (hoje em dia, esta ideia vai mudando com a emergncia dos sistemas de comunicao escrita, como o caso dos SMSs, e-mail, Facebook, Twitter, etc.).

    O homem inventou a fala porque a forma mais fcil de passar ideias.

    Ns trocamos ideias " a fala consiste numa troca.

  • &%"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Com o estruturalismo...

    A lngua supra-segmental est acima de quem a pratica (sujeitos). O sujeito s assim o quando usa a fala. Para estes estudiosos, existem trs campos:

    Estes campos so, basicamente, casas vazias, mas cheias ao mesmo tempo.

    Ns ocupamos as casas consoante o contexto. O importante para que o governo funcione as casas existirem. importante a estrutura (casas) e no os sujeitos.

    Exemplo:

    Gilles Deleuze "Critica a abolio do sujeito, pois defende que no pode haver fala sem sujeito.

    Ideias fundamentais do estruturalismo:

    1) Abolio do sujeito. 2) A lngua fascista Roland Barthes diz que a lngua nos obriga a fal-

    la e repeti-la como uma imposio, de certa forma.

    Real

    Material Sonhos

    Espao do simblico

    Espao que no tem nem ocupa

    espao.

    Estrutura familiar

  • &&"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    H duas perspectivas de ancorar a lngua e a fala:

    Pr-estruturalista De integrao""

    """ Julia Kristeva " Ns falamos porque somos sujeitos

    falantes. o Temos a necessidade de encher os silncios,

    porque o silncio dos desconhecidos constrangedor.

    o Metaforicamente, toda a fala um pedido de amor.

    Na verdade, quando falo com algum, o que estou a pedir um reconhecimento da minha existncia.

    Este reconhecimento pode ser positivo ou negativo (confirmao). A confirmao , ento, ver que o outro l est. A desconfirmao ignorar a presena e existncia do outro. O silncio ou a desconfirmao so mais

    perturbadores. Nas crianas, as birras so chamadas de

    ateno. A desconfirmao gera comportamento

    agressivo, que gera confirmao negativa.

    A lngua e a fala so vistas como um instrumento."

    A lngua tem um valor de troca."

    Integrao no espao do simblico."

    Precisamos da estrutura para nos envolvermos como sujeito."

    Confirmao

    +

    Desconfirmao

    -

  • &'"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Topos Logos""

    Parece bvio que um discurso sobre o real sempre menor do que o real e, portanto, a nossa viso acerca do real.

    O real no fala e, por isso, temos de falar dele. No entanto, qualquer discurso sobre uma cincia no consegue abranger toda a questo cientfica.

    Ao longo da histria, houve trs perspectivas de encarar a lngua e a fala:

    1) Perspectiva teolgica todo o discurso centralizador do divino (Deus est no centro de tudo).

    2) Perspectiva do renascimento toda a linguagem se centra no humano. O homem passa a ser o centro das preocupaes.

    3) Perspectiva do estruturalismo o importante passa a linguagem. Ou seja, o importante no o autor de um texto, mas sim a linguagem usada/a estrutura. Esta viragem d-se tambm ao nvel da arte (ex.: arte abstracta).

    O sujeito necessita da linguagem para se constituir como sujeito e a linguagem que se impe ao sujeito, no sendo este ltimo a domin-la.

    Saussure, enquanto fundador da lingustica, vai-se debater com um grande problema: a lingustica , ao mesmo tempo objecto de estudo e instrumento para se descrever, porque a lingustica estuda a lngua e f-lo atravs da lngua. Isto no acontece na medicina, na botnica, etc.

    Para perceber porque que Saussure descobriu na lingustica, h que contextualizar:

    $ O que foi feito antes dele; $ O que os contemporneos de Saussure fizeram noutras reas

    da cincia. Comte e Durkheim foram influncias para Saussure.

    o real." o discurso sobre o real.""

  • &("Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Comte

    Queria descobrir, luz do positivismo, o que era o conhecimento. No queria descobrir as origens do conhecimento nem perceber a

    sua evoluo.

    Saussure quer descobrir o facto lingustico (a lngua) e no a sua origem nem evoluo.

    Exemplo: indiferente que, antigamente, farmcia se escrevia com ph.

    A estrutura da lngua portuguesa mantm-se e isso que importa. Continuamos a dizer tenho que ir farmcia e no farmcia ir

    tenho de, independente da semntica " o que constante que objecto de estudo.

    Durkheim

    o pai da sociologia. Vai procurar o facto sociolgico. "

    Saussure procura o facto lingustico o objecto da lingustica.

    Vai procurar os universais da lngua uma macro-estrutura da lngua, apesar de saber ou no a evoluo e origem da mesma.

    S possvel falar dos universais a partir de um modelo fundador da lngua funcional operativo o modelo explica enquanto explicar.

    No fundo, esta preocupao com a procura dos universais e a no procura da origem da lngua que vai fundar a lingustica europeia.

    Para uma cincia ser considerada como tal, necessrio que seja delimitado o seu objecto de estudo, para que se possa distinguir das restantes.

    A lingustica sentiu necessidade de criar uma fronteira. Saussure defende que preciso separar o facto lingustico dos seus

    aspectos psicolgicos e sociolgicos.

    1996 " Define o objecto da lingustica

    A lngua enquanto conjunto de elementos e relaes entre eles.

  • &)"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    O que Saussure defende que o que interessa so as macro-estruturas e no quem a actualiza.

    Estuda-se a lngua e no a fala. A lngua nica e a fala variada.

    Isto leva morte/abolio do sujeito.

    Para os estruturalistas, interessa a estrutura da lngua. Para definir o facto lingustico, Saussure cria um modelo onde vai

    descobrir o que constante na lngua. Cria, ento, um modelo composto por 4 oposies:

    1) Sincronia/Diacronia 2) Lngua/Fala 3) Signo (Significante/Significado) 4) Relaes sintagmticas/Relaes paradigmticas

    1) Sicronia/Diacronia

    A sincronia o ponto/a perspectiva onde Saussure se coloca e a diacronia o que ele abandona.

    Antes de Saussure, o importante era a evoluo da lngua. Ou seja, os estudos eram feitos na ordenada temporal.

    Fazer um estudo diacrnico fazer um estudo da evoluo de algo, como por exemplo, a evoluo de uma marca.

    O que Saussure defende estudar a lngua sem a preocupao com a sua origem e a evoluo " estudo sincrnico. Exemplo: Torre de Babel " Na bblia, houve um momento em que todos falavam a mesma lngua e criaram uma torre para chegar aos cus. Deus no queria que isso sucedesse, e colocou todos a falarem lnguas diferentes, criando, ento, o indo europeu uma lngua-me, que deu origem ao latim, ao grego e ao snscrito.

    Uma lngua morta no evolui, porque no existe uma comunidade de falantes que a utilizem.

  • &*"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Marie Curie descobriu a substncia rdio e, quando se fala nessa substncia ou nas suas caractersticas fsicas e naturais, no se fala, necessariamente, na cientista.

    Diacronia Sucessividades

    Sincronia Simultaneidade

    Saussure diz, ento, que a forma diacrnica de estudo completamente estril, uma vez que se formos muito atrs, vamos sempre encontrar lnguas que j no se falam actualmente.

    Neo-gramticas no procuram a origem da lngua, mas fazem alguns estudos comparativos com a lngua. J esto, de certa forma, a ser professores.

    A partir do surgimento das ideias de Saussure, este vai cortar radicalmente o estudo evolutivo da lngua.

    No fundo, ele vai estar a estudar a lngua sem ter em conta o seu passado e evoluo.

    Vai procurar as regras comuns s lnguas naturais (constantes).

    Existem lnguas artificiais, em contraposio, que so aquelas que so criadas por algum (ex: esperanto).

    Saussure cria o estudo sincrnico, que se baseia no corte do tempo ( um ponto de vista esttico), porque considera que qualquer cincia pode ser perspectivada sem ter em conta a sua herana.

    Ns usamos as palavras sem saber a sua origem e somos perfeitamente felizes.

    Existem duas perspectivas: 1) Evolutiva " que procura explicar a evoluo da lngua/ uma

    perspectiva temporal. 2) Sincnica " as palavras so dadas como verdades e no h

    preocupao com o tempo e com a evoluo/ uma perspectiva atemporal. """"" "

    A LNGUA NATURAL AQUELA QUE CRIADA NUMA

    REGIO DE FORMA NATURAL E

    ESPONTNEA.

  • '+"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Saussure defende que h dois eixos: o eixo da diacronia e das sucessividades e o eixo da sincronia e das simultaneidades.

    No fundo, o eixo das simultaneidades o eixo do corte no tempo. Saussure defende que s a partir da abstraco das sucessividades que se pode visualizar e perceber quais as semelhanas que as lnguas naturais tm umas com as outras.

    Para explicar a diferena entre os dois eixos, Saussure utiliza vrios exemplos na sua obra. Na botnica, por exemplo, a idade de uma rvore dada no pela diacronia, mas pela sincronia (observa-se o nmero de anis aps o corte).

    Na arquitectura, podemos estudar um prdio diacronicamente, mas a planta do prdio que nos d mais informaes.

    Podemos escolher um qualquer livro e analis-lo, sem ter qualquer background literrio.

    O xadrez muito parecido com a lngua: podemos jogar com caricas, desde que a estrutura e as regras do jogo se mantenham. "

    Saussure chega, assim, a 7 grandes concluses:

    1. S a perspectiva sincrnica nos d a possibilidade de encarar a lngua como um sistema, ou seja, s esta perspectiva nos permite uma viso simultnea dos elementos.

    No nos perdemos com a evoluo nem com a origem. 2. A perspectiva sincrnica vai permitir determinar o valor de cada

    elemento na totalidade do sistema, uma vez que os compara simultaneamente.

    3. S a perspectiva sincrnica nos permite chegar definio de signo. No entanto, para alm do signo, necessrio definir as relaes estabelecidas entre si.

    4. Um facto diacrnico o fenmeno que tem a sua razo de ser nele prprio e, por isso, as consequncias que dele podem decorres so-lhe completamente estranhas.

    A evoluo da lngua funciona de forma natural, mas as consequncias so-lhe estranhas.

    5. A modificao dos elementos na diacronia no diz respeito s combinaes, ou seja, ao sistema, mas sim aos elementos a combinar.

    6. Qualquer estado da lngua a recuperar no eixo da fala obedece sempre a um carcter fortuito.

    Vamos dizendo as coisas de maneira diferente, mas no existe uma intencionalidade.

    7. Os fenmenos diacrnicos no so da mesma ordem que os fenmenos sincrnicos. As modificaes produzem-se fora de qualquer inteno, da o seu carcter casual e fortuito.

  • '!"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Homognea Heterognea

    As modificaes da lngua no so intencionais. "" A lngua existe acima dos sujeitos falantes, que se assumem como no

    capazes de a alterar.

    A lngua um sistema onde todas as partes mantm uma solidariedade sincrnica, em que cada termo implica e implicado pelos outros.

    - Saussure " Tem a ver com as regras gramaticais.""

    2) Lngua/Fala "

    No fundo, a lngua um sistema e a fala a execuo desse sistema, podendo ocorrer de inmeras formas.

    A introduo do sujeito na lngua, atravs da fala, degrada a lngua. H, por isso, uma clara abolio do sujeito.

    No estuda as execues/manifestaes individuais, mas sim aquilo que constante.

    A lngua um sistema autnomo da realidade " no h relao entre a lngua e o real. As coisas chamam-se o que se chamam, assim como poder-se-iam chamar outra coisa qualquer.

    De certa maneira, h, ento, uma certa relao de arbitrariedade " no taxinomia. A lngua um sistema de signos autnomos da realidade.

    Para a lngua ser uma taxinomia, teria de se considerar a ideia de motivao entre o real e a lngua.

    Para Saussure, a lngua um conjunto de signos arbitrrio e um contrato colectivo com regras finitas e a fala a execuo desse contrato. $ A fala actividade e a lngua passividade.

    Lngua Fala

  • '#"Semiologia Publicidade e Marketing 4 Semestre Pgina Rben Baa

    Lngua como nomenclatura/taxinomia

    Para aprender a lngua, precisamos de trs coisas:

    o Memria; o Associao para associar as coisas aos nomes; o Coordenao para criarmos frases.

    A fala um acto de vontade e de inteligncia. Falamos porque queremos falar e porque temos inteligncia para o fazer.

    A lngua um conjunto de signos virtual. Uma vez que se exerce na fala e, sendo esta actualizada, a lngua , ento, actual.

    A lngua no exequvel quando a lngua se executa, j fala. H duas perspectivas de encarar a lngua:

    A lngua reconta o real " no o real que se impe lngua.

    Ou seja...

    Lngua como cdigo arbitrrio (Sistema)

    Defendida por Plato. Existem dois mundos (o

    inteligvel e o sensvel), que estabelecem relao entre si.

    Defendida por Saussure. Conjunto de relaes

    intrnsecas relaes da lngua com ela prpria.

    Significado Significante.

    A lngua no se relacio