Saúde na agenda

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CIRURGIAS PRESERVAM O QUADRIL E ADIAM A PRÓTESE UTI HUMANIZADA É MAIS EFICIENTE Edição 10 – junho 2016 Saúde na agenda Dedique (pelo menos) seis horas por ano para fazer check up

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CIRURGIAS PRESERVAM O QUADRIL E ADIAM A PRÓTESE

UTI HUMANIZADA É MAIS EFICIENTE

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Saúde na agendaDedique (pelo menos) seis horas por ano para fazer check up

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expediente

A rEvistA hOsPitAL mArCELiNO ChAmPAGNAt é uma publicação do hospital marcelino Champagnat, produzida pela Diretoria de marketing e Comunicação do Grupo marista. tiragem: 43 mil exemplares

GRUpO MARiStA DirEtOr DA ÁrEA DE sAÚDE Álvaro Luis Lopes Quintas

HOSpitAL MARCeLinO CHAMpAGnAt

DirEtOr GErAL José Octávio Leme

ChEFE DO COrPO CLÍNiCO Ademir Antonio schuroff

GErENtE mÉDiCO marco Antônio Pedroni

GErENtE DE QUALiDADE Bianca Piasecki

GErENtE DE ENFErmAGEm Jhosy Gomes Lopes

GErENtE ADmiNistrAtivA E FiNANCEirA Elaine Costa

GErENtE COmErCiAL sabrina Yumi matumoto

Av. Pres. Affonso Camargo, 1399, Cristo rei, Curitiba – Pr

telefone: (41) 3087-7600

Email: [email protected]

Site: www.hospitalmarcelino.com.br

diRetORiA de MARketinG e COMUniCAçãOstephan Younes

COOrDENAÇÃO EDitOriAL Eduardo Correa

EDiÇÃO michelle thomé

PrOJEtO GrÁFiCO Estúdio sem Dublê

EDiÇÃO DE ArtE E DiAGrAmAÇÃOO2 Design

iLUstrAÇÃO DE CAPA Daniel Cabral

imAGENs istock

COMentáRiOS, SUGeStõeS e CRítiCAS

[email protected]

Certamente você já teve a sensação de que, a cada ano, o tempo parece passar mais

rápido. Pode ser apenas uma percepção gerada pela rotina cada vez mais intensa que

levamos, mas o fato é que, com a impressão de que temos menos tempo para fazer

mais coisas, a saúde, muitas vezes, vai sendo deixada de lado.

Para reforçar a importância de priorizarmos nossa saúde, nesta edição você confere uma

reportagem completa sobre o check up e acompanhamento médico de rotina. Procurar

o médico quando estamos bem, e não apenas quando sentimos algum desconforto, faz

parte de uma rotina saudável.

Se, apesar de todos os cuidados, houver necessidade de internação, o importante é que

o atendimento seja humanizado. Na editoria Em Dia, você conhece esse conceito e de

que forma ele é adotado pelos profissionais de Saúde do Hospital.

Em Por Dentro da Técnica, saiba como funcionam as cirurgias preservadoras do quadril,

duas técnicas que auxiliam na prevenção à artrose.

No Perfil, trazemos a talentosa cantora Rafa Gomes, que brilhou nas telas da Rede Globo

e chegou à final do The Voice Kids.

Boa leitura!

José Octávio LemeDiretor geral do Hospital Marcelino Champagnat

O ano avança rapidamente, e os

cuidados com a sua saúde?

2 Revista Hospital Marcelino cHaMpagnat

Editorial

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20perfil

23Curtas

16por dentro da técnica

6em dia

4Você sabia?

10Capa

exames periódicos auxiliam no

cuidado com a saúde

3Revista Hospital Marcelino cHaMpagnat

ÍndicE

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Fruta não Faz milagrEA goji berry é uma fruta do sul da Ásia, usada na medicina tradicional

chinesa e cultivada há mais de 600 anos, que é a atual sensação de vendas aqui no Brasil com a promessa de ajudar a emagrecer, com-

bater doenças e melhorar a potência sexual. Está sendo vendida mais comumente - a peso quase que de ouro - na forma desidratada ou

como extrato. O que está comprovado até agora é que a fruta tem po-tente ação antioxidante e alta concentração de vitamina C, que chega

a ser 50 vezes maior que a da laranja. Porém, há poucas pesquisas sobre o efeito benéfico direto nas enfermidades.

O enstusiasmo popular que está acontecendo em relação à goji berry não é novidade no meio científico, pois outros alimentos tiveram seus

benefícios exaltados no passado, sendo categorizados como “super--alimentos”, como o tomate (o licopeno, substância que dá a sua cor vermelha, é conhecido por proteger contra o câncer), a quinoa (pelo

combate a Tensão Pré-Mestrual) e o mirtilo (por melhorar a memória). Os "superalimentos" se diferenciam por terem compostos favoráveis à saúde em maior quantidade que os demais. Mas, apesar de conterem

substâncias comprovadamente benéficas, nem todos foram objetos de estudos que certificassem os bons efeitos sobre doenças.

Atualmente, pesquisadores de várias partes do mundo estão dedican-do-se a avaliar os benefícios da goji berry. Enquanto isso, os profis-

sionais da área da saúde orientam que a fruta seja uma coadjuvante em qualquer tipo de tratamento – e não a única fonte de solução. Em relação ao emagrecimento, por exemplo, é importante observar que

100 gramas da fruta desidratada têm 256 kcal.

impaciência Faz mal à saúdEEsperar na fila para ser atendido, aguardar o ônibus chegar, checar a cada pouco o número da senha... Nosso tempo está escasso e a paciência também.Aprender a esperar não é fácil. Mas faz bem para a saúde.O que nos faz mal é a impaciência, que aumenta os níveis de estresse, adrenalina e cortisol no corpo. E o desequilíbrio destes hormônios pode gerar aumento de peso. É isso mes-mo, pesquisas mostram que pessoas impacientes têm mais probabilidade para a obesidade do que aquelas que sabem esperar, pois costumam comer rápido, ingerir produtos in-dustrializados e em maior quantidade do que o necessário.Os economistas Charles Courtemanche, Garth Heutel e Patrick McAlvanah publicaram o estudo “Impaciência, incentivos e obesidade” no Economic Journal e afirmaram na publicação que "as pessoas mais impacientes se veem mais afetadas pela disponibilidade desses alimentos rápidos a preços acessíveis, que levam ao aumento da obesidade".

Bons númErosA redução da mortalidade infantil no Brasil foi 20% maior que a média mundial,

conforme dados da Organização Mundial da Saúde publicados em um artigo da revista de saúde inglesa The Lancet. Este artigo analisa a mortalidade na

infância no mundo entre 1990 e 2015. O índice, estabelecido pela Organização das Nações Unidas, previa a redução em 2/3 (66%) da mortalidade no período.

Globalmente, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos caiu de 91 mor-tes por mil nascidos vivos em 1990 para 43 mortes por mil nascidos vivos em 2015 (queda de 53%). No Brasil, a redução foi de 60,8 óbitos por mil nascidos vivos em 1990 para 16,4 neste ano (queda de 73%). A meta internacional de

diminuição havia sido alcançada em 2012 no Brasil, três anos antes.De acordo com o artigo, os avanços das condições de saúde da criança brasi-leira são decorrentes da ampliação da cobertura da atenção básica, do acesso

à vacinação, das taxas de aleitamento materno e do nível de escolaridade da mãe, além da diminuição da pobreza. Segundo a pesquisa, estas melhorias

reduziram as internações por desnutrição, por doenças imunopreveníveis (sa-rampo, difteria, tétano neonatal, poliomielite, varíola, rubéola,

meningites) e por diarreia e pneumonia.

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Você saBia?

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como Está a zikaO primeiro boletim epidemiológico com dados registrados do vírus Zika aponta 91.387 casos prováveis da doença em todos os estados brasileiros, até o dia 2 de

abril deste ano. A taxa de incidência, que considera a proporção de casos, é de 44,7 casos para cada 100 mil habitantes.

A transmissão autóctone do vírus no país foi confirmada a partir de abril de 2015, em Camaçari (BA). O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos

casos de Zika em fevereiro deste ano.A região Sudeste teve 35.505 casos prováveis da doença, seguida das regiões

Nordeste (30.286); Centro-Oeste (17.504); Norte (6.295) e Sul (1.797). Consideran-do a proporção de casos por habitantes, a região Centro-Oeste fica à frente, com

incidência de 113,4 casos/100 mil habitantes, seguida do Nordeste (53,5); Sudeste (41,4); Norte (36,0); Sul (6,1).

rótulos dE alimEntos tErão quE inFormar lactosE E casEÍnaOs fabricantes de alimentos vão precisar indicar a presença de lactose e caseína (açúcar e proteína presentes no leite) na embalagem de seus produ-tos. Isso foi o que decidiram os parlamentares da Câmara dos Deputados.A lei também prevê a regulamentação realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Ele reforça o cumprimento da Resolução de Diretoria Colegiada da Agência sobre a rotulagem de alimentos aler-gênicos, construída após amplo debate com a sociedade, que entra em vigor em julho de 2016. O projeto de lei precisa de ajustes, como a definição de um prazo mais claro para a comercialização (além da fabricação e importação) de alimentos com gordura trans artificial e a substituição do termo “caseína” por “leite”, pois é o termo de melhor compreensão e mais abrangente para ser utilizado nos rótulos”, explica a conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutri-cional, Ana Paula Bortoletto.De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 44% dos brasileiros têm intolerância ou alergia a produtos lác-teos. “A importância na prática é garantir o direito à informação a todas e todos, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor e também colocar no mercado produtos alimentícios menos perigosos para a saúde”, reforça a conselheira.Como o projeto original sofreu alterações, o texto será reencaminhado para análise no Senado.

dEsaFio da cintura a4 é um pErigoA internet na China popularizou uma nova dieta da moda entre as jovens: participar do "desafio" de ter a cintura da largura de uma folha de papel A4 (de 21 centímetros). Funciona assim: as jovens posam para foto com uma folha de papel sulfite na frente do abdome ou nas costas; se o corpo delas sobressai ao sulfite apenas um pouquinho nos extremos, isso quer dizer que elas têm "as medidas ideais" e passaram no desafio.Milhões de fotos são postadas com a hashtag #A4waist desde o início deste ano não só na Chi-na, mas também em outros países.A adesão de artistas chinesas a esta moda cha-mou mais a atenção dos profissionais de saúde, que passaram a alertar sobre os riscos de estímulo de possíveis distúrbios alimentares e o culto a uma magreza excessiva. Os críticos do desafio da cintura A4 estão publicando fotos segurando, em vez da folha em branco, seus diplomas universitá-rios como resposta.

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Família por perto e cuidado personalizado humanizam o atendimento na Uti

O paciente Fernando Garnica recebe os cuidados da equipe da UTI

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UTI hospitalar não é mais sinô-nimo de dor e sofrimento para o paciente crítico. Com espaço físico acolhedor, acompanha-

mento familiar e equipe multidiscipli-nar, o paciente tem recebido atendimento humanizado. Mas nem sempre foi assim. Historicamente, as Unidades de Terapia Intensiva desenvolveram-se na década de 50 com o objetivo de usar a tecnolo-gia disponível para salvar vidas de do-entes graves. Ao longo da década de 80, começou-se a observar que os internados recuperados ficavam com alguma seque-la relativa ao período de UTI ou com má lembrança e, eventualmente, até com sín-drome pós-traumática. A partir da década de 90, intensivistas preocupados com o bem-estar e recuperação dos pacientes de UTIs iniciaram estudos para proporcionar qualidade de vida – ou morte – neste am-biente de cuidados intensivos.

No cenário atual, a UTI, além de dispo-nibilizar a eficiência da tecnologia, acolhe o paciente e a família e minimiza as seque-las do tempo de internamento. Para isso, as paredes são pintadas com outras cores suaves, além do branco, há janelas que permitem que o paciente distinga o dia da noite, uma equipe multidisciplinar está à disposição e há mais tempo de contato com a família. E mais: as necessidades emocio-nais são cuidadosamente atendidas, o sono é respeitado, o barulho reduzido e os car-dápios nutritivos e variados.

A humanização envolve todos os inte-grantes da equipe na UTI. “Não se perdeu a eficiência da UTI, e, sim, ampliou-se o conforto do paciente e o controle efetivo da dor e do humor”, avalia Álvaro Réa-Ne-to, coordenador médico da UTI do Hospi-tal Marcelino Champagnat. Passou-se a valorizar o direito do paciente à informa-ção, à privacidade, à escuta de suas neces-sidades e aos cuidados paliativos quando não há mais possibilidade terapêutica.

De acordo com a experiência em UTIs de Raquel Pusch, coordenadora da equi-pe de Psicologia, “a responsabilidade da equipe se estende para além das interven-ções tecnológicas e farmacológicas foca-lizadas no paciente. Inclui avaliação das necessidades dos familiares e sua satisfa-ção sobre os cuidados realizados, e a pre-servação da integridade do paciente como ser humano”. Ao acordar, se é possível, o paciente vai para a cadeira, caminha, faz

fisioterapia, ouve música ou assiste à tele-visão e se encontra com o familiar.

Usualmente, as visitas são permitidas por uma hora, duas vezes ao dia, entrando dois familiares por vez. Porém, frequen-temente estes períodos são estendidos e, se for saudável para o paciente, a família pode permanecer durante o dia. Muitas vezes a permanência do familiar auxilia o paciente em sua recuperação. “Temos vá-rias famílias que passam o dia todo com o internado”, conta Réa-Neto.

Fernando Garnica, 74 anos, internado por causa de um cálculo na vesícula, teve uma emergência em casa e foi levado para o hospital. “Agora estou me sentindo bem e sou bastante paparicado”, disse Garnica em seu quarto, rodeado de profissionais. Para seu filho Rafael, que o visitou todos os dias durante o período de internamen-to, o atendimento atencioso fez a diferen-ça na recuperação. “Fiquei com ele todos os dias no meu horário de almoço e vi que a equipe de médicos é muito competente”.

MultidiSciplinaridadeO Hospital Marcelino Champagnat tem

20 leitos individuais na UTI e o tempo mé-dio de internamento é de três dias e meio. A equipe multidisciplinar é composta por pro-fissionais destas sete especialidades da área de saúde:• medicina• enfermagem• fisioterapia• psicologia• fonoaudiologia• nutrição• farmácia clínica

Os psicólogos que atendem na UTI bus-cam se antecipar às demandas emocionais do paciente e dos familiares. “Entendemos que a doença grave e o medo de morrer são componentes de ansiedade para o paciente e familiares. Nós, da Psicologia, oferece-mos suporte emocional e fazemos a ponte entre o paciente, os familiares e a equipe”, conta Raquel.

Os 106 integrantes do time de Enfer-magem se revezam 24 horas por dia no atendimento a quem está internado e no auxílio a quem vai cuidar do paciente em casa. “Toda vez que temos a oportunidade de nos reunir com a família do paciente, esclarecemos as dúvidas, orientamos so-bre os cuidados necessários no tratamen-

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to e mostramos como proporcionar mais conforto durante a recuperação em casa”, explica a coordenadora de Enfermagem, Michele Gomes.

Um diferencial do serviço oferecido é a pesquisa feita após a alta do paciente. Fo-ram criados indicadores de qualidade para saber como o paciente foi tratado, o que está adequado e o que pode ser melhora-do. Outro destaque é o projeto Brigada do Silêncio, que surgiu a partir da demanda de pacientes nesta avaliação pós-alta. Mi-nimizar os barulhos da UTI a partir do uso de tom de voz mais baixo, usar sapatos que não façam barulho, deixar o som do celu-lar em modo silencioso, entre outras con-dutas, vão de encontro com a humanização do ambiente da UTI.

O projeto de Governança Clínica tam-bém tem trazido segurança ao período de cuidados intensivos ao paciente. Todas as manhãs, o médico da UTI entra em conta-to com o médico assistente de quem está internado, seja um cardiologista, nefrolo-gista, neurologista, etc., para contar como está o quadro clínico nas últimas 24 ho-ras do paciente. Este contato diário causa o estreitamento de laço entre os médicos, que podem juntos avaliar melhor as opções de tratamento.

Também destaca-se no atendimento a presença da farmacêutica clínica, que avalia todas as prescrições de cada médi-co para os pacientes. “Ter uma profissio-nal especializada que analisa as dosagens, agrega segurança ao processo curativo”, avalia o coordenador.

Nas situações onde a cura ou restabele-cimento torna-se cada vez mais imprová-vel, o cuidado paliativo passa a ser o obje-tivo primário do tratamento. Dessa forma, priorizam-se os cuidados que visam à pre-servação da qualidade de vida, do conforto e da dignidade de pacientes e familiares. “Para que a interação entre a equipe e a fa-mília ocorra, é essencial que os profissio-nais desenvolvam suas habilidades de se comunicar melhor, levando tranquilidade para a tomada de decisão dos familiares”, esclarece Raquel.

“A UTI hUmAnIzAdA TrAz eqUIlíbrIo físIco e emocIonAl Ao pAcIenTe nesTe período de cUIdAdos InTensIvos”, defIne o coordenAdor médIco dA UTI, ÁlvAro réA-neTo

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é o melhor remédioA prevenção evita o

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Gerente de projetos de uma empresa mul-tinacional, a curitibana Cléia Straiotto Fabri, de 47 anos, tem uma atividade profissional que requer alta concentração, habilidades técnicas e comportamentais, conhecimen-tos sobre condução de projetos e relaciona-mentos saudáveis. Tudo isso sob a pressão da produtividade, algo comum na rotina de trabalho da maioria dos executivos. E Cléia mantém-se saudável. Quer saber como ela consegue? Olhando integralmente para sua saúde pelo menos uma vez por ano. “Desde que comecei a fazer um check up anual, cui-do mais de mim. Eu já tinha o hábito de ir ao dentista, ao oftalmologista e ao ginecologista todo ano. Mas era só isso. Depois de inserir o check up na agenda, comecei a ver outras especialidades médicas e também uma nu-tricionista. Consegui mudar muitas coisas na minha rotina e ficar mais saudável”, salienta a executiva.

Além disso, ao passar por vários especia-listas em saúde, cada um chama a atenção para algo específico e, ao final dos exames e conversas, o paciente é convidado a olhar para o que estava deixando de lado em sua vida. “No primeiro ano em que fiz o check up fiquei tão estimulada que saí de lá e fui fazer pilates e corrida”, lembra Cléia. Porém, depois de um tempo, o estresse e o exces-so de compromissos contribuíram para que ela deixasse de lado estas atividades físicas. “Passei um tempo parada, mas não esqueci de cuidar da alimentação e no final do ano consegui voltar para o pilates e iniciei yoga. E ainda bem que chegou a hora de fazer o check up de novo, pois sei que vou me ani-mar mais”, conta.

“torço que os serviços de check up fiquem cada

vez mais abrangentes e personalizados para que se possa ver o paciente

integralmente”, diz a executiva Cléia Fabri

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“tenho 34, mas meu estresse é de 60. então, faço check up todos os anos”, conta o executivo José Silva

Fazer check up todo ano tem este bene-fício: uma atenção periódica para a saúde. O executivo português José da Silva, de 34 anos, concorda: “o check up me ajuda por-que entro nos eixos todo ano. Eu sei que faço tudo certinho no primeiro mês após os exa-mes e descambo nos demais 11 meses, então é muito importante voltar a me conscientizar ano a ano”, revela bem-humorado o supe-rintendente executivo responsável por uma equipe de 372 pessoas em uma multinacio-nal com sede em Curitiba.

As doenças cardiovasculares são as que mais matam no Brasil: são 350.000 mortes por ano. O infarto e o derrame lideram este ranking. E são duas doenças que têm por trás a mesma causa, a doença aterosclerótica, que é a obstrução da artéria que irriga o órgão e leva nutrientes para ele. A boa notícia é que é prevenível e, independente da manifestação no cérebro ou no coração, as causas são as mesmas.

Existem fatores de risco que podemos controlar e outros que não podemos contro-lar, como a idade, ser homem (maior risco do que a mulher até os 65 anos) e ter histórico na família de doença do coração. “Não há o que fazer em relação a esses riscos naturais, porém é possível ver com frequência como estão as artérias e fazer intervenções em tem-po de preservar a saúde do paciente”, afirma o cardiologista e professor da PUCPR, José Rocha Faria Neto.

No check up são feitos não somente exa-mes de prevenção, mas também indicações de tratamento precoce de outras doenças que poderiam levar ao infarto ou ao derrame mais para frente. Faria Neto explica que o check up também dá condições de ver quem está com as artérias obstruídas, mas ainda não sentiu os efeitos colaterais, pois “o pa-ciente pode estar com a pressão alta ou dia-betes e não saber, não perceber claramente”. Um dado alarmante para quem tem diabetes é que de 60 a 70% das mortes de diabéticos acontecem por problemas cardiovasculares.

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toExAmEs AuxiliAm nA PrEvEnção

Esta é a lista das principais doenças e complicações na saúde que podem ser prevenidas com a inserção do hábito do check up anual, segundo o serviço de Check up Executivo do Hospital Marcelino Champagnat: • Infarto do miocárdio•Acidente vascular cerebral•Hipertensão arterial•Câncer de próstata e de colo uterino•Arritmias cardíacas •Diabetes mellitus•Obesidade•Elevação de colesterol• Insuficiência renal•Alterações da tireoide•Cálculos na vesícula e nos rins•Glaucoma e catarata

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Como EvitAr A situAção dE EmErgênCiA

Quando se trata preventivamente, o resul-tado de um tratamento ou de uma cirurgia é muito melhor do que quando é um caso de emergência. O cirurgião cardiovascular e professor da PUCPR, Luiz Cezar Guarita Souza, concorda com seu colega: “Com a prevenção, pode-se evitar infarto agudo do miocárdio e a dissecção de aorta”.

Portanto, o check up chama a atenção para a existência de um problema e aí é possível tratá-lo de uma forma eletiva e não de emer-gência. Uma dissecção de aorta, que é conse-quência de uma ruptura da aorta, geralmente ocorre em pacientes que já têm uma aorta dilatada, mas como o paciente não percebe, pois não apresenta nenhum sintoma nem sente dor, normalmente não procura o médi-co. Souza relata que quando se detecta esta dilatação de uma forma precoce e o indicado é uma cirurgia eletiva, o risco de morte de-corrente desta cirurgia gira em torno de 1,5 a 2%. “Porém, se o paciente não teve esta identificação precoce e a morte não foi ins-tantânea, é feita uma cirurgia de emergência. Aí, a mortalidade aumenta para 30 a 40% e, cada hora que se passa após o diagnóstico, o risco de mortalidade sobe de 1 a 3%”. Sim, você leu bem: cada hora que passa aumenta--se o risco de morrer.

“As principais doenças cardiovasculares podem ser prevenidas com check up anual”, recomenda o cirurgião cardiovascular Luiz Cezar Guarita Souza

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o risCo dA doEnçA rEnAl CrôniCA Apesar dos cálculos renais e as infecções urinárias serem as doenças renais mais conhecidas

pelas pessoas, os problemas mais temidos pelos médicos são as consequências renais do diabetes e da pressão alta, que levam à doença renal crônica. A doença renal crônica, que também pode ser consequência de doenças genéticas ou das infecções e cálculos de repetição, pode levar à perda da função renal e à necessidade de tratamento com diálise ou transplante renal. “A busca de sinais pre-coces de doença renal crônica nos check ups é simples a partir dos exames da creatinina no sangue e da identificação de proteínas no exame de urina”, explica o nefrologista e professor da PUCPR, Roberto Flavio Silva Pecoits Filho. Este é um exemplo de como o check up pode identificar cedo os sinais de uma doença grave que pode ser prevenida e tratada a tempo.

Ou seja, o check up oferece a oportunidade de se ver, de forma precoce, fatores de risco para o desenvolvimento de doenças, nas quais se pode atuar de forma preventiva para garantir maior quali-dade de vida e longevidade. A lista de exames é definida de acordo com o gênero e a faixa etária do paciente. Geralmente, para adultos, um check up por ano é uma prática recomendada. No Hospital Marcelino Champagnat, todos os exames e avaliações são feitos em cerca de seis horas, sem precisar sair do hospital.

Andressa Volpe, nutricionista e professora do curso técnico de Nutrição e Dietética do TECPUC é categórica ao incentivar a diminuição do uso do sal na comida. “O excesso de sal pode formar ou agravar quadros de hipertensão, por isso é tão perigoso”. E é importante enfatizar que ela não está falando somente do sal acrescido na hora de preparar o alimento ou do saleiro na mesa para aquela pitada extra no prato. Há sódio em todos embutidos, produtos em conserva e industrializados. A nutrição é uma das temáticas abordadas durante o check up, pois há várias doenças que conseguimos evitar com a alimentação saudável. Não comer produtos de origem animal em excesso, por exemplo, previne doenças cardíacas. Sabe-se que o colesterol é uma das principais causas de doenças cardíacas. “O depósito de colesterol nas artérias causa sua própria oxidação, que leva a um quadro inflamatório. O nosso sistema imune pode combater esta inflamação e para que isso aconteça é importante ingerir determinados nutrientes”, informa a nutricionista. Estes nutrientes são as vitaminas do complexo B (presentes em grãos integrais, gérmen de trigo, folhas verdes escuras e verduras em geral), zinco (em frutos do mar, vegetais amarelos e folhas verdes escuras) e proteínas (encontradas em leguminosas, peixes, ovos e leite).

Além da ingestão do que faz bem ao organismo, a absorção dos nutrientes é muito importante. Há quem coma e não absorva os nutrientes. Andressa explica que isso acontece porque existe um desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins (o nome técnico é disbiose). As bactérias boas são mais sensíveis a vários alimentos, como os industrializados, dieta rica em açúcar e gordura e poucas horas de sono. Portanto, recomenda Andressa, “reduza o sal, o açúcar e a gordura e durma bem”.

“sAlEiro nA mEsA é um CrimE”

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Cirurgiaspreservam o quadril

por dEntro da técnica

Zoraide operou um lado do quadril há três anos e acredita que terá que operar o outro lado

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A auxiliar de serviços jurídicos Zo-raide de Lima Machado, de 23 anos, percebeu que após passar um período de trabalho em ati-

vidades externas, caminhando na rua, suas pernas e joelhos doíam e ela mancava ao chegar no escritório. “Eu sabia desde crian-ça que andava ‘torto’ e que tinha uma perna cinco centímetros mais curta do que a ou-tra, mas quase não sentia dor. E como tinha a informação do passado de que não havia o que fazer no meu caso, fui deixando do tempo passar”, releva. Até que sua atividade profissional exigiu mais do seu corpo e ela resolveu buscar a orientação de especialistas há três anos. “A gota d’água foi uma queda que tive dentro de casa. Senti tanta dor que achei que não iria mais conseguir andar. Fui para o Pronto Socorro do hospi-tal, tomei medicação e me indicaram para consulta com o doutor Josiano Valério. Conversando com ele entendi o que acontecia comigo e deci-di operar”, relembra.

A cirurgia que Zoraide fez foi a Osteotomia Peria-cetabular, um procedimen-to que corrige as alterações do quadril a partir de uma técnica de cortes nos ossos ilíaco, ísquio e púbis e pos-terior estabilização com parafusos. O orto-pedista Josiano Valério foi o pioneiro desta técnica no Paraná e cuida do seu caso.

O problema no quadril da Zoraide é de origem genética, ela nasceu com ele. Mas todos estamos sujeitos à artrose no quadril e suas complicações. A artrose é o desgaste da cartilagem das articulações, um processo degenerativo. Quem tem dor no quadril, na virilha, nas nádegas, do quadril até o joelho, manca, começa a perder movimento, tem di-ficuldade ou dor para subir e descer escadas, entrar no carro, ter relação sexual, agachar, etc., pode estar com uma quadro de artrose e não sabe.

PrEvEnçãoQuanto mais tempo se conseguir prolon-

gar a vida útil do quadril sem intervenção, é melhor, pois a única coisa que pode ser feita para curar a artrose, como solução definitiva, é substituir a articulação (junta) natural por um implante de metal (prótese total de quadril).

A osteotomia e a Artroscopia são técnicas cirúrgicas que preservam

o quadril.

“A melhor articulação que temos é a nossa na-tural, mesmo que gasta”, enfatiza o ortopedista Marco Antonio Pedroni, integrante da Socie-dade Brasileira de Quadril e professor da Pon-tifícia Universidade Católica do Paraná. Quan-do se faz a substituição por uma prótese, a dor some e é possível ter uma vida normal. Porém, a prótese sofre desgaste com as demandas do dia a dia. Portanto, o ideal é conseguir – com atividade física adequada e alimentação sau-dável – prolongar a vida útil das articulações e retardar a artrose; e deixar a cirurgia para colocação de prótese para quando realmente a dor e a qualidade de vida forem incompatí-veis com suas necessidades diárias ou prefe-rencialmente em uma idade em torno dos 60

anos, quando geralmente o paciente está em uma fase mais tranquila

da vida, e, consequentemente, com menor demanda mecâ-

nica das articulações, o que favorece a maior durabili-dade dos implantes pro-téticos.

Quimicamente falan-do, há medicamentos, chamados condroproteto-

res, que são uma espécie de vitamina para a cartila-

gem. Não há nada cientifica-mente comprovado que rege-

nera cartilagem. Estas medicações são uma tentativa de manter a cartilagem

que resta nas articulações para evitar a cirur-gia. Em alguns pacientes estes medicamentos condroprotetores, além de ajudar a manter e retardar o desgaste das cartilagens, serve como analgésico. Porém, nem todos pacientes e ti-pos de artroses (quanto mais avançada menor a resposta) se beneficiam com o tratamento. É relevante ressaltar que analgésicos e anti-infla-matórios não curam, apenas tiram a dor, pois o processo da artrose é mecânico e gera desgaste.

Do ponto de vista mecânico, para evitar o desgaste das articulações são recomendadas atividades sem impacto em que o peso do cor-po não recaia sobre as articulações do quadril. Alongamento, fortalecimento e reequilíbrio muscular são as atividades mais indicadas para prevenir e manter as articulações protegi-das. Atividades na água, bicicleta, pilates, RPG, fisioterapia, yoga, dentre outras sem impacto, são as mais indicadas para pacientes portado-res de artrose. Cabe ressaltar que frequência, intensidade, carga e volume destas atividades também podem – ao invés de melhorar – pio-rar as dores e desgastes. Por isso, o bom senso e

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“qUAnTo mAIs cedo o pAcIenTe deTecTAr qUAl o seU problemA no qUAdrIl, mAIs Tempo TerÁ sem precIsAr colocAr próTese”, AlerTA JosIAno vAlérIo

o acompanhamento de um profissional da área de fisioterapia e ou educação física com conhe-cimento ajudam muito.

Um tratamento preventivo engloba o ree-quilíbrio postural, muscular e a diminuição ou abandono de práticas que aceleram o pro-cesso, como jogar futebol, correr, saltar, pular ou fazer esportes de impacto. Nas crises de dores, além do reequilíbrio muscular e postu-ral, repouso, fisioterapia analgésica e uso de medicação analgésica e/ou anti-inflamatória são as melhores opções de conter a dor e o processo inflamatório.

Portanto, estes cuidados retardam a subs-tituição da articulação inteira por uma artifi-cial, a prótese total de quadril. A cirurgia de substituição da articulação por esta prótese é uma cirurgia consagrada na literatura e nos re-sultados. É uma das cirurgias que mais melho-ram a qualidade de vida do paciente, dentre as cirurgias ortopédicas. Em torno de 99% de bons resultados são descritos na literatura so-bre esta técnica cirúrgica. “O grande problema destas cirurgias de substituição de próteses é o desgaste e a soltura óssea do implante pro-tético, principalmente em pacientes jovens e ativos, com muita demanda mecânica. Por isso, recomenda-se postergar o procedimen-to de substituição da articulação para idades mais avançadas ou em pacientes de baixa de-manda”, alerta Pedroni. Nos pacientes jovens, de alta demanda mecânica, preferencialmente entre 14 a 40 anos, e com deformidades mecâ-nicas no quadril ou artrose inicial ou leve, é que as cirurgias preservadoras do quadril são as melhores opções aos pacientes, como a Os-teotomia e as Artroscopias.

HistóriCoAlguns anos atrás, estudos de biomecânica

começaram a mostrar que dependendo das an-gulações e deformidades do quadril ou do fê-mur, o paciente tem uma pré-disposição de de-senvolver artrose precocemente. Se conseguir pegar numa fase inicial o que está causando este desgaste, consegue-se corrigir esta falha, evitan-do ou retardando que a artrose incomode.

A boa notícia é que, em paralelo, foram desenvolvidas técnicas que descobrem o que o paciente tem de deformidade e propõem a correção. Estas técnicas são chamadas de cirurgias preservadoras de quadril e mexem com a angulação e deformidades do quadril ou do fêmur, fazendo com que o desgaste das articulações não ocorra ou que ao menos re-tarde a manifestação dos sintomas. “São cirur-gias que jogam a artrose lá para frente, quando o paciente estiver em uma fase de vida sem tanto movimento”, explica Pedroni.

O quadril é o encaixe da cabeça do fêmur no acetábulo e é este encaixe que dá o movi-mento. Quando há um defeito na cabeça do fêmur ou no acetábulo, e são defeitos especí-ficos, consegue-se corrigir estas imperfeições. Algumas lesões ou deformidades específicas, de origem genética, que machucam as juntas a cada movimento simples, como cruzar as pernas ou agachamentos, aceleram o processo de artrose.

ArtrosCoPiAA Artroscopia é uma das técnicas das ci-

rurgias preservadoras do quadril. Na cirurgia por vídeo é possível melhorar a mecânica do quadril e adiar a colocação de prótese. Indi-cada para pacientes jovens (de 14 a 40 anos)

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por dEntro da técnica

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“vIver com o seU qUAdrIl, mesmo qUe gAsTo, AIndA é A melhor opção”, dIz pedronI

e com artrose inicial, a Artroscopia veio para o Brasil depois da intervenção feita nos Es-tados Unidos no tenista Guga. Seu principal objetivo é a preservação da articulação do quadril. “Na videoartroscopia de quadril, o paciente interna em um dia e é liberado no outro, é um procedimento tecnicamente muito complexo, porém de baixa agressão ao paciente, pois como é realizado por vídeo, não há necessidade de incisões (cortes) e sim dois ou três furos na região do quadril por onde se introduz as óticas com câmeras de vídeo e as pinças necessárias para reali-zar os procedimentos”, conta Pedroni, que é pioneiro nesta técnica no Paraná. Nos casos em que as deformidades – ou bicos – nos os-sos são de difícil acesso para a Artroscopia, ou quando o quadril está com deformidade muito grande, indica-se a Osteotomia.

ostEotomiAHá uma patologia do quadril chamada

displasia acetabular: nesta deformidade, a cabeça do fêmur é parcialmente descoberta pelo acetábulo, ficando uma parte para fora. A displasia traz uma sobrecarga na articula-ção e leva à artrose. Dependendo do grau de displasia e do quanto que o fêmur fica desco-berto, pode-se prever em quanto tempo o pa-ciente irá apresentar artrose. Esta displasia tem vários graus, é genética e pode ser de um lado só, mas geralmente é bilateral.

“Geralmente os pacientes displásicos têm a mobilidade do quadril regular e até exces-sivamente flexível. É somente quando come-ça a machucar a fibrocartilagem, chamada la-brum, é que a dor é sentida, principalmente ao caminhar e ao ficar em pé”, explica Josia-no Valério, que também é membro da Socie-dade Brasileira da Cirurgia de Quadril e da Sociedade Brasileira de Ortopedia.

Outra possibilidade de displasia acontece quando a pessoa ainda não tem lesão labral ou de cartilagem, mas tem dor na região pe-riarticular, nos tendões dos músculos e nas bursas e pode desenvolver tendinites ou bursites, respectivamente. Até que chega um momento em que se rompe o labrum ou a cartilagem e se inicia o processo de artrose.

A Osteotomia Periacetabular é a técnica cirúrgica preservadora do quadril indicada para estes casos. O intuito da Osteotomia é operar jovens de 14 a 40 anos, com quadris displásicos, sem artrose ou artrose inicial, para evitar a prótese no quadril do pacien-te. “Enquadrando-se nestas especificações,

há de 80 a 90% de chance do paciente adiar a colocação da prótese por 20 anos”, afirma Josiano Valério.

A recuperação total desta cirurgia é de três a quatro meses, dependendo do caso, e após este período pós-osteotomia o paciente está apto para retorno às atividades habituais, in-clusive atividades físicas. “Eu usei andador, depois muleta, daí bengala. Também fiz fi-sioterapia e em seis meses voltei a fazer exer-cício”, relembra Zoraide.

HErEditAriEdAdEA outra perna de Zoraide começou a doer

recentemente e ela está em acompanhamen-to médico para tomar a decisão do melhor momento para operá-la. “É uma pena que não recebi orientação adequada quando era criança, pois poderia ter corrigido naquela época”, conta.

Sua sobrinha também nasceu com o mes-mo problema e como os parentes estavam cientes da hereditariedade da artrose, eles procuraram ajuda especializada para tratar do problema na fase inicial. “Ela já fez o procedi-mento para correção e está bem. É bom saber que o meu caso ajudou minha família”.

as setas significam a direção que o acetábulo vai ser redirecionado após serem realizadas

as osteotomias do púbis, do ilíaco e parcialmente do ísquio

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Rafa Gomes moleca, meiga e talentosa: ela atrai milhares de fãs

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A curitibana Rafa Gomes tem 10 anos e deu uma guinada na vida em janeiro deste ano. Com vivacidade no olhar e fala doce, ela encantou quem a assistiu na estreia do programa The Voice Kids, da Rede Globo, no primeiro domingo do ano. Ela cantou a versão adaptada por Chico Buarque de “História de uma gata” e fez Carlinhos Brown e a dupla Victor & Leo virarem suas cadeiras. Rafa escolheu Brown como mentor e chegou até a final da disputa com outros dois paranaenses, Pérola Crepaldi, de Apucarana, e Wagner Barreto, de Porto Rico. Passado o programa, Rafa se dedica aos estudos na quinta série do ensino fundamental, no Colégio Marista Santa Maria, às aulas de canto e teatro e às brincadeiras com os amigos e a família. Em casa, tem o amor da mãe Márcia, do pai Aguilar e do irmão Felipe. Na sua fanpage do Facebook, tem mais de 260 mil fãs. No Instagram, passam de 320 mil e ela acaba de lançar seu canal no Youtube.

pErFil

> QuAl PrimEirA lEmbrAnçA QuE voCê tEm dE EstAr gostAndo dE CAntAr E QuAl músiCA ErA?

É a lembrança de quando gravei um CD da professora Breeze, que era minha professora de música. Eu tinha de quatro para cinco anos de idade. Gravei num estú-dio e cantei a minha primeira música: O Passarinho e o Sr. Sapão. Eu era o passarinho...

> AntEs do tHE voiCE Kids voCê tinHA CAntAdo Em PúbliCo?

Sim, nas apresentações da escola de música Mozart-som, onde estudo canto e piano, e também no Colégio Santa Maria, na Noite de Talentos.

> Como voCê foi PArAr no PAlCo do tHE voiCE Kids?Fiz uma inscrição no site, como todos os outros parti-cipantes. Ouvi dizer que foram 1.300.000 inscrições. Enviei um vídeo cantando e fui selecionada para uma audição com a direção do programa na cidade de São Paulo. Depois, fui chamada novamente em outubro de 2015 para ir para o Rio de Janeiro passar pela etapa às cegas... aquela da virada das cadeiras.

> o QuE mAis gostou durAntE o ProgrAmA?De fazer muitos amigos cantores, do Brasil inteiro. E de subir naquele palco lindo do The Voice.

> sE fossE PArtiCiPAr dE novo, o QuE fAriA iguAl?Faria novamente muitas amizades e cantaria as mes-mas músicas.

> fAriA Algo difErEntE?Acredito que faria tudo igual.

> Como rECEbEu A vitóriA do WAgnEr nA EtAPA finAl?

Muito bem, ele é um excelente cantor e amigo. A Pérola também é e todos os outros tinham a mesma chance de serem vencedores. Todos eram muito bons e talentosos.

> QuE CAntorEs tE insPirAm?Ouço muitos estilos diferentes em casa: de MPB (Marisa Monte, Paula Toller) grupos pops (como Cold Play) e Jazz (Joss Stone). E as cantoras es-trangeiras Kate Perry, Meghan Trainor, Taylor Swift são minhas preferidas.

> QuAl A mAtériA QuE mAis gostA nA EsColA? Gosto muito de História. Gosto de saber sobre como as coisas eram no passado. Também gosto de Artes e de Educação Física. Artes porque é muito criativa e Educação Física porque adoro esportes.

> Além dE CAntAr, o QuE CurtE fAZEr nAs HorAs vAgAs?

Gosto muito de andar de bicicleta, de ir para o campo e andar a cavalo, brincar com os amigos, ir para a praia e praticar esportes de água como surf, esqui...

> o QuE CostumA fAZEr Com sEu irmão fEliPE? Meu irmão tem 26 anos de idade. Apesar da di-ferença de idade ser bem grande, gostamos de estar juntos, brincar com jogos eletrônicos e praticar esportes de água.

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pErFil

> tEm mAis gEntE nA suA fAmíliA Com EstE dom dE CAntAr?

Sim. Minha mãe, meu pai e meu ir-mão cantam. Todos aqui respiram música.

> o QuE PErCEbE QuE mudou nA suA vidA dEPois QuE PArtiCiPou do ProgrAmA?

As pessoas me conhecem e chegam até mim. Querem me cumprimentar e tirar fotos. Recebo muito carinho e te-nho muitos fãs. Além disso, agora te-nho vários compromissos, uma agen-da que minha mãe administra para que eu possa participar dos eventos, dos shows e também possa ter meu tempo de estudo e de brincadeiras.

> QuAl o sEu mAior sonHo AgorA?Ser uma cantora famosa e viver num mundo menos violento.

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rEAliZAdA A PrimEirA CirurgiA dE ArtroPlAstiA totAl do tornoZElo Em HEmofíliCo

O ortopedista Luciano Pacheco foi o res-ponsável pela realização da primeira ci-rurgia de Artroplastia Total do Tornozelo (ATT) em um portador de hemofilia. O procedimento foi realizado em um pa-ciente de 32 anos, que veio de Salvador - Bahia especialmente para realizar o trata-mento em Curitiba.Segundo Pacheco, “a cirurgia de ATT é um procedimento relativamente novo, mas, nos últimos quatro anos tem sido realiza-da em pacientes hemofílicos com alguma frequência em países como a França, Ale-manha e USA, com resultados a curto pra-zo bem animadores”. O tempo de internamento é maior, em média de sete a dez dias, pois esses pa-cientes necessitam de um rigoroso con-trole do sangramento com reposição di-ária dos fatores de coagulação. A cirurgia em pacientes hemofílicos necessita de acompanhamento de um time multipro-fissional: além da ortopedia, compõem a equipe profissionais de enfermagem, fisio-terapia e hematologia.

voluntários fAZEm trEinAmEnto

“Acolher novos voluntários” foi o nome escolhido para o treinamento realizado pelo nosso setor de Humanização e Voluntariado com os 15 novos integrantes da instituição. Para a coordenadora de voluntariado da área de saúde do Grupo Marista, Nilza Brenny, o trabalho desses grupos “auxilia a amenizar e a transformar momentos difíceis e doloridos em mo-mentos de alegria, reflexão e alívio à dor, sendo reais exemplos de amor ao próximo, doação e desprendimento total”.Os voluntários vão fazer visitas solidárias, contarão histórias e darão informações para pa-cientes e familiares. O grupo Vigilantes da Alegria, composto por palhaços e músicos, tam-bém faz parte do núcleo.

AtlEtA dA ConfEdErAção brAsilEirA dE CAnoAgEm sE PrEPArA PArA As olimPíAdAs

Ana Sátila, atleta da Confederação Brasileira de Canoagem e campeã mundial jú-nior de Canoagem, esteve recentemente no Hospital Marcelino Champagnat para olhar para sua saúde. Em preparação para os Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Ja-neiro, a atleta realizou exames de sangue, cardiológicos, tomografias e ecografias, sob a coordenação do ortopedista responsável, William Yousef. Desde o ano passa-do, o hospital é a referência no atendimento médico dos atletas que representarão o Brasil na competição mundial.

Somos o primeiro hospital do Sul do País a adquirir uma microcâmera 3D para rea-lização de microvideocirurgias. Com alta definição, o equipamento alemão permite melhor acesso e visualização de tumores e nervos em procedimentos realizados por diferentes especialidades e em tratamen-tos contra o câncer.

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A mais moderna estrutura hospitalar faz do Hospital Marcelino Champagnat (HMC) uma referência no sul do Brasil em cirurgias de média e alta complexidade, promovendo um atendimento humanizado e de qualidade para você e sua família.

REFERÊNCIA EM CIRURGIAS DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE. Com destaque para Traumato-Ortopedia, Cirurgia Geral, Cirurgia Bariátrica, Neurocirurgia, Cirurgia Cardiovascular, Urologia e outras. O CONFORTO DE UM HOTEL DENTRO DO HOSPITAL. Apartamentos e suítes de internamento com moderna arquitetura, concierges bilíngues, wi-fi em todo o hospital e cardápio elaborado pelo renomado chef Celso Freire. Restaurante e cafeteria. AGILIDADE E EFICIÊNCIA EM SERVIÇOS INTEGRADOS. Pronto-Atendimento, consultórios médicos, check-up, Centro de Diagnóstico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Unidade Coronariana e Neurovascular (UCN) e Centro Cirúrgico totalmente integrados, garantindo rapidez e segurança no diagnóstico e atendimento aos pacientes. PADRÃO INTERNACIONAL DE QUALIDADE. Infraestrutura e equipamentos com tecnologia de ponta colocam o HMC ao lado dos melhores hospitais do mundo.

TENHA UMA NOVA RELAÇÃO COM A SUA SAÚDE.

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PARA VOCÊ E SUA FAMÍLIA

Telefone: (41) 3087-7600Av. Presidente Affonso Camargo, 1399,

Cristo Rei | Curitiba-PR

www.hospitalmarcelino.com.br

Marco Antônio Pedroni Responsável Técnico

CRM 13744 – PR