Revista Saúde Catarinense - 54

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Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT

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Revista da AHESC-FEHOESC

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Expediente Saúde Catarinense Presidente AHESC Dario Staczuk Presidente FEHOESCTércio Kasten

Diretor Executivo AHESC-FEHOESCBraz Vieira

Hospitais 118Laboratórios 272Clínicas 2111Serviços de Saúde 782Total 3283

AHESC-FEHOESC em númerosAssociados

Gerente Administrativo AHESC-FEHOESCCarlos Alberto de Liz Medeiros

Assistente Financeiro AHESC-FEHOESCSilvana Hoffmann

Assessor Jurídico AHESC-FEHOESCRodrigo de Linhares (OAB/SC 8630)

Editor-chefe Iuri Grechi

Jornalista ResponsávelRute Enriconi DRT-SC 434

Projeto Gráfico e DiagramaçãoGabriel Bourg

Comercial Cyrillo [email protected]

Este informativo é produzido e publicado pela Associação e Federação dos Hospitais de Santa Catarina, com veiculação dirigida a associados e instituições da área de saúde.

Telefone: (48) 3224-5866E-mail: [email protected]: @ahesc_fehoescwww.ahesc-fehoesc.com.br

< EDITORIAL

elegado a nota de pé da página da Histó-ria, pelo fracasso mundial da proposta socialista, o argentino Ernesto Guevara Serna deixou de herança, no entanto, um pensamento político afiado em sínteses dramáticas e de apelo quase publicitário:

“se você treme de indignação diante de uma injustiça, então somos companheiros”, diz uma delas.

Os associados da AHESC-FEHOESC estão agora tremendo de indignação pelos retrocessos aprovados na Lei Comple-mentar 141, e por isso se fazem companheiros de outras instituições civis, como a OAB, para reunir 1,5 milhão de assinaturas populares e fazer tramitar uma outra lei no Con-gresso Nacional que contemple com maior justiça o espírito da Emenda Constitucional 29.

“Inúmeras são as leis que vigoram desde a antiguidade, não por serem justas, mas por serem leis”, pontificou o Barão de Montesquieu, considerado um dos pais da sociologia política. A LC 141 enquadra-se precisamente nessa definição. Desde o ano 2000, a sociedade aguardava uma solução para o financiamento da saúde. A lei complementar regulamentou a EC 29 e implantou um fracasso: a responsabilidade da esfera federal de aplicar 3,7% do orçamento mais um quantitativo baseado no crescimento nominal do PIB. Diversos estudos demonstram que isso não significou, na prática, um centavo a mais do que já vinha sendo aplicado na saúde.

AHESC-FEHOESC defendem a aplicação de 10% das receitas correntes brutas da União em Saúde. Isso resultaria em cerca de 35 bilhões de reais a mais no setor em 2012. Todos os gestores hospitalares que são oprimidos pela tabela defasada de pagamentos de procedimentos do SUS sabem exatamente onde cada centavo desses bilhões faz falta.

O movimento social para aprovar uma lei de iniciativa po-pular no Congresso é um alentador sinal de amadurecimento político dos brasileiros. Demonstra que a autoridade impõe e obriga, mas não convence. O modelo de financiamento da Saú-de que a União sanciona é cruel porque mantém as instituições prestadoras de serviço vivas, porém doentes e dependentes. AHESC-FEHOESC não aceitam condicionar-se a essa situação por mais tempo.

Em outra iniciativa paralela que sinaliza amadurecimen-to e profissionalismo, o Instituto Santé criou um Escritório de Projetos para uma ofensiva técnico-política em busca de recursos federais que estão disponíveis, porém não têm sido acessados pelos associados da AHESC-FEHOESC. A razão para esse dinheiro permanecer parado no cofre é o desconhecimen-to dos gestores da área sobre a burocracia da elaboração de projetos técnicos. Pelo menos R$ 25 milhões de reais deixaram de ser transferidos para instituições de saúde de Santa Catari-na por falta de projetos que justificassem o acesso às verbas.

O Escritório de Projetos foca na prospecção, na articula-ção política, na elaboração de projetos e nos procedimentos licitatórios. Prospectar é reunir todas as informações para alimentar um banco de dados, que ficará à disposição das enti-dades. O escritório também organiza a articulação política em Brasília para que esses recursos cheguem aos gestores. Como se sabe, o dinheiro nunca vem facilmente – é preciso pratica-mente arrancá-lo das autoridades federais. E isso é feito com pressão política implacável.

“Dê-lhes prazer. O mesmo prazer que sentem ao acordar de um pesadelo”, ensinava Hitchcock sobre a forma de galvani-zar a atenção de um público. Com o projeto de lei de iniciativa popular, AHESC-FEHOESC pretendem conquistar a atenção dos gestores públicos de Brasília para as injustiças que são cometidas sistematicamente na área da Saúde.

RDOS INJUSTIÇADOS

A INDIGNAÇÃO

Dario Staczuk Presidente AHESC | Tércio Kasten Presidente FEHOESC

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4 INSTITUTOS CIVIS>

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anta Catarina tem direito a R$ 25 milhões para a área de saúde, a serem repassados pelo Governo Federal. O dinheiro que poderia me-lhorar a infraestrutura de hospitais

e outras entidades está parado.

Trazer esse dinheiro e conseguir mais recursos - estão previstos R$ 12 milhões em emendas específicas neste ano - é uma das apostas do Instituto Santé em 2012. Para isso, foi criado o “Escritório de Projetos”, que tem como foco as atividades em uma articulação política mais forte e em propostas mais bem elaboradas.

A ideia é que as entidades fiquem unidas para buscar recursos, a exemplo do que ocor-reu no final de 2011, quando setes hospitais do Meio-Oeste se articularam e apresentaram um projeto em conjunto. Eles ganharam o apoio do Fórum Parlamentar Catarinense e garantiram uma emenda de R$ 50 milhões.

O consultor do Instituto Santé, Adriano Ribeiro, explica que o objetivo é sempre unir forças. “É se organizar, respeitando a legisla-ção. Fazer uma articulação conjunta, para o plano ser aprovado sem contingenciamento”.

O Escritório de Projetos foca na prospec-ção, na articulação política, na elaboração de projetos e nos procedimentos licitatórios. Prospectar é reunir todas as informações para alimentar um banco de dados, que está à disposição das entidades. Ribeiro esclarece que há muitos projetos por indução - aqueles que o Governo Federal abre e muitas vezes as entida-des nem sabem que existem. “Vamos deixar no site da AHESC-FEHOESC esse banco de dados, para que as entidades que queiram participar saibam que aquele edital está aberto e façam o projeto.”

Articular-se politicamente é estar bem informado. O consultor relata que abastecer de dados a diretoria de entidades da saúde é uma das propostas. “A instituição já sabe que há R$ 25 milhões para receber. Quando o repre-sentante for conversar com o parlamentar, ele vai oferecer esses dados, vai dar os nomes dos hospitais que precisam desse recurso e falar exatamente o que estão precisando. Iremos mu-niciar a diretoria de informações para que se faça essa articulação”, pontua Adriano Ribeiro.

O escritório ainda auxilia na elaboração dos projetos, para conseguir a aprovação e depois a liberação de recursos. Outro ponto é o da li-

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O Instituto Santé está sendo aprimorado para se tornar um caçador de recursos

para as entidades hospitalares. Trazer verbas, auxiliar na elaboração de projetos e

fortalecer a articulação políticas são as metas da entidade para 2012.

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O DINHEIRONUNCA DORME

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ADRIANO RIBEIRO, Consultor do Instituto Santé

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citação. Ribeiro adianta que a legislação irá mudar em breve e que o processo precisará ser feito pelo pregão presen-cial. “Vai ser uma mudança profunda. Os procedimentos vão precisar ter uma assessoria jurídica. Tem que começar a se preparar para essa mudança, para não ter nenhum problema na prestação de contas.”

O site www.ahesc-fehoesc.com.br vai deixar disponível um banco de dados para os fornecedores consultarem e oferecerem os melhores preços. “Dotar o Instituto desta plataforma é algo possí-vel. O serviço vai dar agilidade transpa-rência. Será possível gerenciar melhor as compras”, garante Ribeiro.

Outra questão importante é a da prestação de contas. As exigências estão cada vez mais fortes, e as entidades pre-cisam estar preparadas para elas.

“Prestação de contas, nada mais é que todo processo bem feito anteriormente. Se ele vier com uma licitação mal feita a prestação de contas vai ser mal feita. Não tem como fazer uma prestação sem uma licitação bem elaborada, bem redigida, para que o trabalho não acabe em tomada de contas espe-ciais”, alerta.

Entidades esbarram em falta de conhecimento técnico

Se há recursos, e eles não chegam é porque algumas difi-culdades atrapalham esse meio campo. Ribeiro acredita que falta união das enti-dades. “Quando você manda um projeto sozinho é mais um no universo de mil. Quando o Instituto Santé for requerer análise do projeto, ele vai requerer de um projeto que envolve 150 entidades,

por exemplo. A ideia é que seja sempre um ‘blocão’, que possibilite a aprovação.”

Além disso, há também a ausência de especialistas nas instituições para conduzir os procedimentos necessários. “É preciso ter um corpo técnico. Muitas vezes há pedidos, mas não há uma sintonia com a região, com a demanda. Isso passa pelo número de pacientes até pela questão estrutural, porque às vezes, é pedido um equipamento, que a parte elétrica não suporta”, relata Ribeiro.

Entre as vantagens que terão as en-tidades que contratarem os serviços do Instituto Santé, estão a captação de re-cursos, o apoio especializado e a maior participação nos projetos de indução (ver quadro).

“O Instituto Santé ainda pretende ter uma própria plataforma de compras eletrônicas. Isso deve estar concluído em um ano e meio. Com ela, as entidades poderão fazer os próprios pregões”.

EsCrItórIo DE ProjEtos > prospecção de verbas e análise dos procedimentos licitatórios para trazer recursos para as entidades catarinenses.

CoMPrAs ELEtrÔNICAs > plataforma para que entidades pos-sam fazer seus próprios pregões.

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Prestar serviços será foco do Instituto Santé

O presidente da FEHOESC e do Instituto Santé, Tércio Kasten, diz que a proposta pretende fazer do Instituto uma entidade prestadora de serviços. “Ele nasceu de outra ideia, mas hoje está tendo essa finalidade. Pre-tendemos, com isso, fornecer um serviço que seja muito mais viável economicamente”, ressal-ta Kasten.

Para o presidente, o projeto oferece aos estabelecimentos uma maneira de captarem os recursos de forma mais adequada, mais rápida, mais eficiente e com menos falhas.

Kasten acrescenta que Santa Ca-tarina está atrasada em relação a esse tipo serviço. Ele cita como exemplo o Rio Grande do Sul, que consegue mais verbas para as entidades de saúde. De acordo com o presidente, o estado gaú-cho já possui uma estrutura, que oferece esses trabalhos para hospitais e estabe-lecimentos de saúde. “Aqui cada um está fazendo o seu, e falta expertise. Podemos construir um projeto bem interessante”.

O trabalho prestado pelo escritório de projetos tem um custo às entidades. O diretor executivo da AHESC-FEHOESC, Braz Vieira, informa que está sendo

feita a avaliação das despesas. Mas adianta que a perspectiva é que todo o processo feito pelo Instituto Santé saia mais barato do que cada hospital gasta, hoje, isoladamente. “As entidades tem despesas com a contratação de técnicos, engenheiros e treinamento de funcio-nários. Tudo isso poderá ser feito com o Escritório de Projetos. Além disso, é preciso que cada hospital busque um trabalho regionalizado, porque as emen-das no futuro serão de bancadas.”

Para o diretor tesoureiro da AHESC--FEHOESC, Canísio Isidoro Winkelmann, o projeto é um grande passo para a comunidade hospitalar. “Era isso que nós, que estamos dentro de um hospital, estávamos precisando”. Winkelmann acredita que o trabalho dará a credibili-dade e a transparência necessárias, no processo de contratação de serviços e na prestação de contas.

Prospecção: levantamento dos editais publicados, liberando re-cursos para execução de projetos.

Articulação: movimentação política junto a parlamentares.

Elaboração dos projetos: ela-boração detalhada dos projetos respeitando os preceitos legais e administrativos.

Procedimentos licitatórios: realização de todo o processo licitatório, compreendendo a publicação do edital, a licitação e a conferência dos produtos recebidos ou serviços realizados de acordo com a legislação.

FOCO DO “ESCRITóRIO DE pROJETOS”

Alavancar recursos financeiros com apoio especializado.

Usufruir de estrutura com capa-cidade técnica e foco exclusivo para prospecção, captação e elaboração de projetos.

Apoio administrativo e operacio-nal nas questões relacionadas aos projetos de recursos

Participação dos projetos de indução, tanto de entes públicos ou privados.

Sede operacional localizada na Capital para atendimento das entidades

Apoio jurídico.

Articulação conjunta junto aos parlamentares.

VANTAGENS DE CONTRATAR O

SERVIÇO

EXPERTISE > tércio Kasten projeta o Instituto santé como uma entidade prestadora de serviços, capaz de angariar verbas para as entidades de saúde.

MIChAEL DouGLAs CoMo GorDoN GEKKo, DE WALL strEEt >

o dinheiro só vai para quem é profissional no mercado. orientação do Instituto santé vai ser do projeto ao acompanhamento político.

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HOTELARIA OCUPACIONAL >8

ENOSSO

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stá em curso no Brasil uma revolução a conta-gotas, tão dispersa e silencio-sa que o país mal percebe a mudança que está reconfigurando a sua popula-ção. Trata-se das alterações no perfil demográfico, uma novidade sem paralelo nos 500 anos de história brasileira. Ao longo de todos esses séculos, o país teve a predominância de população jovem, mas isso vai mudar nos próximos 20 anos. Um comparativo entre crianças e maiores de 65 anos revela que para 100 crianças de 0 a 14 existirão 172,7 idosos a partir de 2032. A cada ano somam-se à população

brasileira 700 mil pessoas acima dos 65 anos. E as projeções para o futuro indicam que em 2050 essas pessoas seriam aproximadamente 50 milhões, perfazendo nada menos do que 25% do total da população. Desses nada menos do que 6,7% terão ultrapassado a faixa dos 80 anos.

Nesse cenário, é alentador constatar que profissionais da saúde e empresários come-çam a construir as bases do futuro iminente, com iniciativas como o Ventura Residence, um empreendimento situado em Joinville que em tudo lembra um hotel de alto padrão, só que é mais do que isso. O Ventura Residence trabalha na linha da Hotelaria Ocupacional Assistida, um conceito de moradia para idosos que se originou

nos países desenvolvidos onde o envelhecimento da população já é uma realidade desde meados do século passado.

Para cuidar dos hóspedes, uma equipe multidis-ciplinar de profissionais fica disponível 24 horas. Além do atendimento ambulatorial, há acompanha-mento nutricional e assistência social. O investi-mento de R$ 19 milhões, feito pela Fundação 12 de Outubro, foi uma maneira de quebrar mitos, como explica a coordenadora do empreendimento, Luisa Helena Jordan. “Essas pessoas ainda têm muito potencial. Elas podem fazer muitas coisas”, ressalta.

De fato, podem, e esse é outro fenômeno em estudo pelos especialistas. Nos últimos 20 anos, o idoso brasileiro teve a sua expectativa de sobrevida aumentada, reduziu o seu grau de deficiência física ou mental, passou a chefiar mais suas famílias e a viver menos na casa de parentes. Também passou a receber um rendimento médio mais elevado, o que levou a uma redução no seu grau de pobreza e indigência. Essas considerações levam à dificuldade de se pensar essa relação entre envelhecimento e dependência como produto de um único fator agindo continuamente. Esse é um fenômeno bas-tante complexo e sujeito à ação de vários fatores em interação.

O Ventura Residence veio atender a uma neces-sidade cada vez mais comum das famílias brasilei-

EUm novo conceito de moradia para idosos quebra mitos

e instaura um modelo harmonioso de infra-estrutrura e

aconchego para esse público. O Ventura Residence é uma

iniciativa pioneira que deve se multiplicar com o iminente

envelhecimento demográfico.

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Muitas velinhas no bolo: se em 1940 os maiores de 60 anos não representavam mais do que 4% da nossa população, já em 1996 eles representavam 8% e hoje ultrapassam os 12%, devendo até 2020 alcançar os 15%.

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levadas em conta. “Cada um tem um horário próprio de tomar remédio. Não colocamos todos no mesmo horário. Te-mos médicos, mas não fazemos nenhum tratamento. Somos cães de guarda”, explica a coordenadora.

Os moradores têm uma agenda cheia de atividades. Terapia ocupacio-nal, educação física e artística, filmes, palestras, workshops de dança e culinária são algumas das opções ofe-recidas. Além disso, são programados passeios, como ida à apresentação do Balé Bolshoi, à Festa das Flores - evento típico da cidade - e até mesmo voltas ao shopping. O objetivo é fazer com que o paciente continue exercendo suas atividades, com independência. A rea-bilitação do portador da síndrome da fragilidade inclui uma boa alimentação, o autocuidado, medidas preventivas de queda e algum exercício físico que seja adequado ao paciente.

O residencial fica com as portas sempre abertas para vistas. Luísa relata que os parentes estão constantemente presentes e a interação com a família é muito grande. Eles também podem festejar com os hóspedes datas come-morativas, como Natal e aniversários. Para se chegar ao padrão do Ventura Residence, foram necessárias muitas pesquisas técnicas. “Buscamos exem-

plos em São Paulo e na Europa, que aliavam esses conceitos de vanguarda traduzidos na Hotelaria Ocupacional, como a elegância dos ambientes, o cuidado minucioso com a estrutura de cuidados geriátricos e a formação da equipe técnica”, enfatiza a coordenado-ra do Ventura Residence.

“Estimulamos que eles tenham autoestima. Cuidamos para que as senhoras estejam com as unhas sempre bem-feitas, por exemplo”, observa Luísa Jordan. A experiência tem comprovado que os hóspedes demonstram maior aceitação do ambiente quando isso ocorre. “No começo ainda têm uma desconfiança, mas depois eles vão fi-cando mais a vontade e vamos ganhan-do a confiança deles, até o momento mágico em que cada hóspede passa a reconhecer este espaço como um lar”.

O Ventura Residence é um ambien-te inovador de 12 andares, com sala de jogos, restaurante, cafeteria com lareira, biblioteca com computadores, quartos amplos e bem equipados, distribuídos em espaços elegantes de arquitetura moderna.

O prédio de 7,5 mil metros quadra-dos tem 77 apartamentos – 10 suítes, 60 individuais, e sete duplos - que podem ser ocupados a longo ou curto

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a taxa de fecundidade total (tft) passou dos 5.8 filhos de 1970 para 2.3 filhos no ano 2.000 e hoje, de acordo com o IBGE, ela estaria em 1.8 filhos .

ras. “Elas estão menos numerosas, e os parentes precisam trabalhar. Aqui existe uma estrutura adequada para instalar confortavelmente - e com segu-rança e carinho - os anciãos da família.

Não se trata de uma casa de repou-so, ao contrário: é um lugar de intensa atividade emocional, mental e, sempre que possível, física. Os familiares de nossos hóspedes ficam muito surpre-sos quando nos visitam e encontram os seus parentes sadios, ocupados e felizes”, relata Luísa Helena Jordan.

Uma das principais característi-cas do residencial é o atendimento individualizado. Cada hóspede tem suas particularidades, que devem ser

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prazo. A capacidade máxima é de 100 pessoas. Os quartos também têm alguns diferenciais como piso antiderrapante, chuveiro sem box e com cadeira para banho, altura dos mobiliários adaptada e isolamento acústico.

A comunidade externa pode usar alguns serviços disponíveis no prédio. Na entrada, há uma galeria com clínica de fisioterapia com piscina, consultório, laboratório para coletas de exames e clínica odontológica. Algumas atividades também têm sido organizadas para o público externo. Em março foi inaugu-rado o Clube Ventura de Conveniência. Com ele, idosos da comunidade também podem participar das oficinas, como de tricô, crochê, feltragem e bordado.

A Arte de Envelhecer

velhice tem sido tratada de maneiras diferentes, de

acordo com as coordena-das históricas e culturais

e, embora não se possa idealizar o passado, nem o mundo agrário, com

certeza há uma notável diferença desses contextos em relação aos que se segui-ram à revolução industrial. Antes da

urbanização, sobressaía a velhice como processo “natural”, quando não como manifestação das bênçãos divinas. Já a ideologia decorrente da revolução in-dustrial ressaltou a negatividade, uma vez que velhice passava a ser sinônimo de não-produtividade e até de custos sociais.

De qualquer forma, cada uma das fases da vida representa um forçoso e por vezes penoso processo de apren-dizado. A criança tem que aprender a manifestar suas necessidades, a andar, a falar, a se comunicar. O adolescente confronta-se com oscilações hormo-nais, mudanças no corpo e o surgimen-to do intenso desejo sexual. O adulto desenvolve-se assumindo responsabili-dades, vida social, profissão e constitui-ção de família.

Ao que tudo indica, respeitados os traços próprios de cada pessoa e de cada história, a entrada progressiva para a velhice se apresenta como a mais desafiante das fases. Conforme analisa Marcelo Santana, a partir de um estudo de Michel Foucould sobre o envelhecimento saudável, os estágios anteriores da vida tudo apontam para

Onde fica?Rua Coronel Procópio Gomes, nº 669, Bucarein, Joinville – SC 47 3029 6600

www.venturaresidence.com.br

Sobre a Fundação 12 de outubro

Com 24 anos, a Fundação é adminis-trada pela família Loyola e tem sido parceira de diversas entidades assis-tenciais para promover o desenvol-vimento integral da família, atuando na execução, financiamento, orienta-ção e acompanhamento de projetos voltados a crianças, adolescentes e idosos com risco de vulnerabilidade social. A Fundação já investiu mais de R$ 21 milhões em inúmeras ações sociais de voluntariado, educação e obras diversas.

VAIDADE sEM IDADE > além dos apartamentos, o residencial conta com spa panorâmico, academia, auditório, capela, ateliê, sala de massagem e salão de beleza.

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requinte nos detalhes, e aconchego aliado a estru-tura de cuidados geriátricos. Não é casa de repouso, é um lar.

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.

um futuro cheio de sonhos, mas a velhice aponta para um presente onde o futuro se torna cada vez mais próximo e os sonhos cada vez menos fascinantes. A sensação básica de quem avança em idade é a de que na sua frente se encontra um muro, cada vez mais próximo e que deve ser ul-trapassado, sem que se saiba exatamente o que se vai encontrar do outro lado.

É nesse contexto que se evidencia que a longevidade bem sucedida não acontece por acaso, mas que deve ser construída passo a passo em todos os sentidos: no sentido físico, no sentido intelectual, no sentido dos hábitos e costumes, e sobretudo no sentido espiritual. A palavra chave e quase que mágica para percorrer a última etapa da vida é exatamente essa: “sentido”. Só será capaz de se preparar devidamente quem encontra um sentido para seu viver. Nessa mesma compre-ensão se pode até considerar a velhice não mais como um simples processo, mas como uma meta. Isso naturalmen-te revoluciona toda uma compreensão anterior e negativa da velhice. Ela passa a ser vista como o melhor período para o cultivo de si mesmo, de sua alma e de seus sentimentos.

A professora titular do Departamento de Antropologia da UNICAMP, Guita Grin Debert, editora da Revista Brasileira de Ciências Sociais, avalia que a preocupação em descrever o modo pelo qual a velhice é transformada em um problema que preocupa a sociedade vai se constituindo em um campo de saber especializado. Um campo com experts encarregados de defi-nir não apenas quais são as necessidades dos idosos, os problemas que enfrentam, mas também encarregados da formação de outros especialistas para atender a essas necessidades.

Essa conjuntura social é o fun-damento para iniciativas no âmbito da saúde como a criação do Ventura Residence. Os estudos indicam que é crescente a proporção de idosos vivendo sozinhos, tanto homens quanto mulheres. É comum pensar que a industrialização e a urbani-zação destroem a segurança econô-mica e as relações estreitas entre as gerações na família. “No entanto, pesquisas recentes têm mostrado que a universalização da Seguridade Social, as melhorias nas condições de saúde e outros avanços tecnológicos,

tais como nos meios de comunicação, ele-vadores, automóveis, entre outros, podem estar sugerindo que viver só, para os ido-sos, representa mais formas inovadoras e bem-sucedidas de envelhecimento do que de abandono, descaso ou solidão”, escreve Guita Debert. Viver em um lar separado da família pode ser um estágio temporá-rio do ciclo de vida e pode estar refletindo preferências.

QuEM Está APoIANDo QuEM? > a maioria das famílias brasileiras, a aposentadoria dos idosos é o suporte financeiro dos mais jovens. Entender a velhice e se adaptar a ela é o desafio do país nos próximos 20 anos.

rEsPEIto ANCEstrAL >

o reconhecimento universal da sabedoria dos anciãos foi uma realidade até à revolução Industrial, quando passou-se a ressal-tar aspectos negativos da velhice.

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relação já dura quase quatro

décadas e, se depender dele,

virão muitos outros anos

pela frente. Darci ferreira

da Costa filho, 52 anos,

começou a trabalhar

no hospital de Caridade são Braz, em Porto

união, como office boy, quando tinha 13 anos.

hoje, é um dos funcionários mais antigos do

local e está à frente de um serviço essencial

para manter tudo funcionando: a administra-

ção.

o emprego no início da adolescência foi

uma necessidade. Costa precisava ajudar a

família em casa. Natural de união da Vitória,

cidade vizinha, conseguiu o emprego de boy.

Antes disso, a única experiência que teve fora

de um ambiente hospitalar foi na empresa de

transportes do pai. “Mas eu me identifiquei

muito mais com o hospital”, observa.

Para se chegar até a administração do são

Braz, ocupou outras funções e fez de tudo um

pouco. foi inclusive motorista, porque era

preciso substituir férias e não havia quem

fizesse isso. Passou pela tesouraria e chegou

ao setor administrativo. Darci é formado em

Administração de Empresas e especialista

em Administração hospitalar pela fundação

são Camilo, em são Paulo.

“Antes de começar a especialização, ques-

tionei se iriam me liberar. Eu estava recém

casado, fazia faculdade e o curso era em são

Paulo. Eu iria precisar revezar uma semana

lá e outra aqui. Mas me deixaram. Eram 46

alunos na turma de especialização e como 30

eram do Paraná, conseguimos que o curso

fosse transferido para Curitiba, quando falta-

va um ano e meio para concluí-lo”, relata.

Durante esses 39 anos no São Braz, o

administrador presenciou muitas mudanças.

A

pERSONAGEM

O SUCESSO NÃO OCORRE pOR ACASO

Darci Ferreira da Costa Filho é funcionário do Hospital de Caridade São Braz, de Porto União há

39 anos. Tem uma trajetória profissional que convalida um sábio adágio: 90% do sucesso

baseia-se simplesmente em insistir.

14 PERFIL>

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Primeiro a chegar, último a sair, e plantão de

sobreaviso em tempo integral. A

responsabilidade por vidas tem seu peso na

vida de um gestor.

15

A mais profunda delas foi na década de 1980, quando

o hospital de pequeno porte, passou para médio.

A estrutura de alvenaria e madeira por dentro foi

ganhando outros ares e hoje guarda o centro oncoló-

gico, que recebe cerca de 50 pacientes por mês, para

fazerem a quimioterapia.

“Antes eles precisavam percorrer os 458 quilô-

metros até florianópolis para fazerem o tratamento

do câncer. tinham que sair de madrugada daqui e às

vezes nem conseguiam atendimento”, relembra.

hoje o centro oncológico do são Braz é respon-

sável por tratar pessoas não só do estado, como do

sul do Paraná. A maioria é

atendida pelo sistema Único

de saúde (sus). “o custo é

muito alto, mas é importante,

porque está salvando muitas

vidas.”

Além de do atendimento

voltado para pacientes com

câncer, o hospital tem mais de

20 especialidades médicas.

são atendidas uma média de

1,6 mil pacientes por mês. o

são Braz tem 99 leitos, uma unidade de tratamento

Intensivo (utI) com outros oito leitos e centro cirúr-

gico com quatro salas.

Manter toda essa estrutura é um desafio diário.

A rotina começa às 8h, já com reunião, com o corpo

clínico, para saber quais são as principais demandas

do dia. Costa trabalha até às 20h ou 21h, dependen-

do do volume de tarefas. “sou o primeiro a chegar e

o último a sair. fico de sobreaviso e não me desligo

daqui, a qualquer hora podem me ligar e precisarem

de mim”.

Para ele, administrar o são Braz é um traba-

lho complexo porque envolve a coordenação de

uma série de setores. “temos uma lavanderia, um

restaurante e funcionários. É uma engrenagem

que precisa estar com todas as peças funcionando,

principalmente porque atendemos seres humanos,

que têm problemas e necessidades diferentes. Não

é fácil, é uma dificuldade grandiosa”.

Além disso, mexer com a questão financeira,

também é outra barreira que precisa ser vencida

todos os dias. Darci Costa relata que as despesas

são muito grandes, o retorno pequeno e há uma

cobrança grande para que o serviço seja bem feito.

Apesar de todas as

dificuldades, Darci Costa

não pensa em parar tão

cedo. “tem horas que a

gente começa a questionar

se é isso mesmo. Mas eu

não consigo não vir para

cá. É sempre uma corre-

ria, mas eu sei que vale a

pena. Não estou aqui por

interesse próprio, mas

também pela comunidade, por aqueles que preci-

sam”, ressalta.

Pensar que está ajudando aos outros é justa-

mente o que o move na profissão. Para ele, é grati-

ficante ouvir um “muito obrigado” de um paciente.

“recarrega as energias. Isso é muito importante.

faz valer a pena. Não vou parar e nem consigo.

Costumo dizer que eu gosto do que faço e faço o

que gosto.”

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SAÚDE CATARINENSE

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omeado secretário adjunto de estado da Saúde, em março deste ano, Acélio Casagrande, que até então ocupava o cargo de secretá-

rio de Estado da Articulação Nacio-nal, traz com ele um bom trânsito em Brasília e o conhecimento de todos os trâmites na esfera federal.

Para Casagrande, a saúde do estado já teve avanços, mas precisa estar ainda mais próxima do cidadão. Focar as ações para expandir o aten-dimento das especialidades e das complexida-des a todas as regiões faz parte das prioridades da tarefa do secretário adjunto.

À Revista Saúde Catarinense, ele presta um relato sobre os problemas que pretende atacar, discorre sobre uma agenda fixa para a captação de recursos junto à União, e defende a impor-tância da rede de atenção à urgência e emergên-cia, não apenas para a Região Norte e Nordeste, mas para todas as regiões de Santa Catarina.

Acélio Casagrande entra nos quadros da Saúde com a tarefa precisa de criar pólos de resolutividade nas diversas regiões do estado.

Se for bem-sucedido, vai dar origem a uma mutação nas relações da população com as instituições de saúde.

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ENTREVISTA>

ACÉLIo CAsAGrANDE >

secretário adjunto da saúde: experiência em articulação e na atuação parlamentar que será usada na busca de recursos para o setor

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Quais experiências o senhor traz da Articulação Nacional, que podem ajudar na Saúde do Estado?

Trago a experiência de ter trabalhado na Articulação Nacional, e também como deputado federal. Com isso, pude co-nhecer a realidade da saúde e entender todos os encaminhamentos possíveis. Também tive a oportunidade de co-nhecer os dados junto ao Ministério da Saúde, e por isso vou poder, na Secreta-ria de Estado da Saúde, criar projetos de acordo com o que o Ministério oferece - e com isso auxiliar para que a saúde em Santa Catarina avance.

Como o senhor avalia a saúde em Santa Catarina?

O Sistema Único de Saúde (SUS) como um todo teve muitos avanços. A saúde de Santa Catarina tem a necessidade de aperfeiçoar e rea-dequar essas conquistas do SUS, sempre pensando na linha de levar a saúde mais próxima do cidadão, o que é um projeto estabelecido pelo Governo, e nesse pensamento é que daremos os encami-nhamentos para fazer as adequações necessárias.

Qual será o foco das suas ações?

O nosso foco de ações está bem claro e objetivo. Vamos trabalhar dentro das maiores dificuldades, que é o acesso da população aos serviços de complexida-des e especialidades. Hoje, em muitas regiões do estado, as comunidades não têm acesso a atendimentos em áreas especializadas, e buscaremos levar para próximo deles as principais especia-lidades e complexidades necessárias conforme a região.

Vamos organizar as regiões para que todos, em igualda-de, tenham especialidades, tenham mais leitos em seus hospitais e acima de tudo, mais integração entre os três níveis: o primário, secundário e terciário. Desde o posto de saúde, passando pelas policlí-nicas, que serão organizadas e construídas, aos hospitais. Criando assim pólos de resolu-tividade.

Como o governo pretende buscar a diminuição da defasagem da tabela do SUS?

Lamentavelmente, o Governo Federal e o Congresso Nacional regulamentaram a Emenda 29 sem o principal dispositivo que garantiria o au-mento da tabela do SUS, que era os 10%

mínimos de aplicação dos recursos. Em Santa Catarina, o Estado investe 12% e os municípios 15%, já o Governo Federal ficou sem essa obrigatoriedade. A tabela é definida pelo Ministério da Saúde, de modo que a pressão tem que ser dos representantes em Brasília.

O senhor esteve em Brasília para discutir um repasse de R$ 3,3 milhões para saú-de. Já tivemos resposta a esse pedido?

Infelizmente as emendas do ano passa-do não foram liberadas, e esses recur-sos estavam inclusos nestas emendas. Mas, para esse ano, já conseguimos a liberação de um projeto via SICONV (convênios) de R$ 2 milhões, e temos a expectativa de mais liberações.

Podemos esperar mais verbas?

Com certeza. Temos uma agenda de duas vezes por mês em Brasília, para buscar esses recursos.

Sobre a Rede de Atenção à Urgência e Emergência nas Macrorregiões Nordeste e Planalto Norte de Santa Catarina, o projeto terá continuidade? Há expec-tativa de fechar convênios com outros hospitais?

Todas as regiões estão sob análise e queremos que o atendimento seja igual para todas as regiões, dando sequência a todos os projetos que irão dar melhores condições de atendimento ao paciente.

Qual sua avaliação da Rede de Atenção?

Satisfatória. O projeto Saúde da Família foi criado dentro de uma concepção de prevenção e atendimento domiciliar, com tempo integral para os profissionais e atendendo áreas de até mil famílias. Há a necessidade de revisão de alguns pontos e por isso vamos trabalhar em integração entre o estado e o município para avançar nessa, que é considerada porta de entrada e resolutividade para os programas de saúde.

“Vamos trabalhar dentro

das maiores dificuldades, que é o acesso da população

aos serviços de complexidades e especialidades”

ALtA CoMPLEXIDADE >descentralizar as tecnologias e especialidades é o desafio da Saúde.

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U

CAPA >20

a Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas (FEHOSC) apresentaram um documento com pro-postas para garantir a manutenção dos hospitais privados e filantrópicos que vivem uma situação delicada.

Dos 221 hospitais catarinenses, 181 (81%) são privados filantrópicos. Os demais se dividem em estaduais (14), municipais (25) e um federal. Entre a rede particular, aproximadamente 90% atendem pelo SUS. “A tabela do SUS está defasada, pois está há 15 anos sem reajuste, o que vem impactando no custeio dos hospitais catarinenses. Defendemos que o Governo do Estado faça a complementação destes custos”, disse o presidente da FEHOESC, Tércio Kasten.

A defasagem da tabela SUS soma, ao final de um ano, dívidas de milhões de reais. Enquanto uma diária em UTI custa R$ 843, o SUS repassa R$ 410. O presidente da (AHESC), Dario Staczuk, citou o caso do Hospital Arquidiocesa-no Cônsul Carlos Renaux, em Brusque. A entidade disponibiliza 80% dos seus 171 leitos para atendimentos pelo SUS. Em um ano, os prejuízos chegaram a R$ 3 milhões.

Outro exemplo dado foi o do Hos-pital Maicé de Caçador. São 147 leitos, dos quais 83 (75,64%) são destinados para o atendimento pelo SUS. Por mês, as dívidas somam R$ 340 mil. Por ano, a quantia alcança R$ 4 milhões. Exemplos como esses são comuns em todo o estado.

m tratamento de pneumo-nia custa, em média, R$ 1.862 a um hospital par-ticular de Santa Catarina. O Sistema Único de Saúde (SUS) paga R$ 504 – 27% do

total. Para tratar a insuficiência cardía-ca do paciente, uma unidade hospitalar investe R$ 1.237. O SUS cobre R$ 659 (53,28%). O resultado da diferença entre gasto e pagamento é hospitais privados e filantrópicos fechando as portas ou organizando quermesses na comunidade para levantar recursos.

A realidade foi mostrada e debati-da em audiência pública, em abril, na Assembleia Legislativa do Estado. A Associação e a Federação dos Hospitais de Santa Catarina (AHESC-FEHOESC) e

Hospitais privados e filantrópicos acumulam dívidas de milhões de reais por causa da

diferença entre o custo real pago por procedimentos e o valor repassado pelo Sistema

Único de Saúde. É o Buraco Negro do subfinanciamento que suga todos os recursos e

mantém as instituições entre a vida e a morte.

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DÍVIDACóSMICA

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21

mentação, por parte do governo do Es-tado, da tabela do SUS no percentual de 35% em 2012, outros 20% em 2013 e 25% em 2014, além da atualização dos valores do incentivo hospitalar estadual sem reajuste há seis anos.

As entidades reivindicam ainda o pagamento das cirurgias eletivas, feitas no prazo máximo de 30 dias após a apresentação das contas. Outra sugestão é a instituição de um cole-giado interdisciplinar para elaboração de estudos para o vocacionamento e regulação dos hospitais privados e fi-lantrópicos, estabelecendo as unidades de referência e contra-referência.

As propostas serão analisadas pelo grupo de trabalho que será formado por representantes das entidades médicas, parlamentares, além do Governo do Estado.

“Precisamos formar um canal de interlocução para que seja mantida uma sintonia na discussão das propostas apresentadas. Os hospitais passam por sérias dificuldades e o Governo do Estado não pode ignorar essa realidade. Não é importante só construir, ampliar e equipar, mas também cuidar do cus-teio”, argumentou Morastoni.

Para o presidente da FEHOESC, Tércio Kasten, “a ação conjunta irá per-mitir a melhoria da gestão dos serviços médico-hospitalares, contribuindo de sobremaneira na prestação dos servi-ços de saúde de qualidade à população de Santa Catarina.”

As entidades sugeriram ainda a formação de uma Frente Parlamentar da Saúde em SC para encaminhar as principais reinvindicações do setor.

O secretário adjunto do Estado de Saúde, Acélio Casagrande, que partici-pou do debate, reiterou o compromisso assumido pelo governador Raimundo

Para arcar com as despesas, o Hos-pital São Vicente de Paulo, em Mafra, precisou vender mais de 5 mil metros quadrados do seu terreno. Além disso, ele conta com a boa vontade de parte da população, que faz doações à entidade pela conta de luz. Tudo para equilibrar as contas e não fechar as portas.

“Os hospitais sobrevivem hoje da realização de campanhas, quermesses, vendas de serviços de lavandeira e alu-guéis das instalações. Esta situação era insuportável e agora está impraticável. A criatividade dos administradores já se esgotou”, ressaltou o presidente da AHESC, Dario Staczuk.

Além disso, ele questionou o fato de que apesar da maioria da demanda por internação pelo SUS no estado ser atendida pelos hospitais privados e filantrópicos, estes estabelecimentos recebem cerca de um quinto das verbas estaduais. “Há necessidade de equili-brar essa situação para que hospitais não deixem de prestar serviços, a exem-plo do Jonas Ramos, de Caçador, que já fechou”, alertou.

O presidente da FEHOSC, Hilário Dalmann, ainda acrescentou outra dificuldade. “Os hospitais recebem pela tabela do SUS, mas pagam os médicos por valores mais altos”. Ele também lembrou a interrupção da Rede de Atenção à Urgência e Emergência das Macrorregiões Nordeste e Planalto Nor-te de Santa Catarina. “Construímos um modelo que precisa ter continuidade, porque vocacionava o atendimento nos hospitais. Foram três anos de trabalho, que precisa continuar”, defendeu.

A proposta das entidades

O documento propondo algumas mudanças foi entregue ao presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, o deputado Volnei Morastoni. Entre as sugestões apresentadas estão a comple-

DÍVIDAQuEM Dá uMA MÃo? >

presidente da fEhoEsC, tércio Kasten, propõe que o governo catarinense complemente os custos de procedimentos que não são cobertos pela tabela defasada do sus.

utI > cada dia de internação custa mais de r$ 400 aos hospitais

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OS pROBLEMAS LEVANTADOS Necessidade de reajuste da tabela do SUS;

Necessidade de descentralização de alta complexidade em pediatria nas áreas de: oncologia, cirurgia cardíaca, neurocirurgia e ortopedia, para as regi-ões de Itajaí, Criciúma, Chapecó Lages e Rio do Sul;

Destinar leitos hospitalares pelo SUS para dependentes químicos que neces-sitam de tratamento na fase aguda da desintoxicação;

O Governo do Estado precisa definir uma política de recursos financeiros e critérios para ajudar no custeio dos pequenos, médios e grandes hospitais que atendem pelo SUS em todo o estado;

Implantar o Protocolo de Manchester, com o objetivo definir critérios de prio-ridade no atendimento/acolhimento aos pacientes nos serviços de pronto atendimento;

Falta de informações e pesquisas sobre o uso de agrotóxicos e sua repercus-são na saúde dos agricultores e nos alimentos atingindo a saúde humana e animal;

Serviços de saúde estão concentrados na Grande Florianópolis e no Litoral Norte, exigindo sua descentralização para outras regiões do Estado;

22

um relatório divulgado em março. O documento é resultado de 21 audi-ências públicas feitas em 13 cidades catarinenses, de março a dezembro do ano passado.

O presidente da Comissão, Volnei Morastoni, disse que foram levantados todos os tipos de problemas, desde o uso de agrotóxicos até a falta de espe-cialistas no interior, como os pediatras.

O custeio dos hospitais, o reajuste da tabela do SUS e a necessidade de se ter Redes de Atendimento de Urgência e Emergência também foram pontos debatidos nesses encontros.

O relatório de dois volumes já foi entregue ao estado. “O governo precisa definir uma política pública de saúde. O governador assumiu um compromisso com a saúde em campanha eleitoral, co-locando as pessoas em primeiro lugar”, cobrou o deputado.

O deputado, que é do PT e apoia o Governo Federal, também aderiu a uma campanha que confronta a gestão Dilma Roussef e tenta fazer tramitar no Congresso Nacional um projeto de lei que assegure o repasse de 10% da receita da União à saúde. A Emenda 29, sancionada pela presidente Dilma Rous-seff, excluiu um desejo antigo do setor. Enquanto o estado deve destinar 12% da receita e municípios 15%, o Governo

Federal não tem uma porcentagem determinada.

Colombo em dar prioridade para a saúde. Ele ainda disse que a secreta-ria trabalha na reorganização da rede hospitalar catarinense, com a criação de uma Rede de Urgência e Emergência, a interiorização de especialidades médi-cas e do serviço de alta complexidade.

Para isso, as verbas passarão a ser liberadas com base em critérios técnicos a serem estabelecidos pela Secretaria de Saúde. “Não estamos fugindo à discussão da distribuição dos recursos. Todo o grupo de gestão já tem a autorização pra apresentar o mais rápido possível um plano de ação, ampliando os incentivos que já existem, mas de acordo com a rede instalada e a resolutividade e qualidade dos serviços de cada região”, observou.

A ideia é evitar situações corriquei-ras com que o estado tem se deparado, como pedidos de ambulâncias, sendo que a real necessidade é um aparelho que evite que os pacientes se deslo-quem para outras cidades. “Quando vier alguém pedir ambulância, saberemos a verdadeira demanda daquela unidade. Por isso, vamos estabelecer critérios”, concluiu o secretário.

O relatório da Saúde no Estado

Estes e outros problemas do setor foram levantados em 2011, pela Co-missão de Saúde e estão reunidos em

A foNtE sECou >

nem com quermesse e bingo, doações e campanhas, os gestores conseguem cobrir a san-gria desatada que virou a questão do custeio.

EVENto NA ALEsC > é necessário criar uma frente Parlamentar da saúde catarinense para encami-nhar politicamente as reivindicações do setor.

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luta pela sobrevivência vem desde a aurora dos tempos. Os caçadores cobriam quilômetros em busca de alimento.

Mais tarde, com o cultivo da terra e a fixação dos povos, passou-se à visão da necessidade de armazenar o excedente da produção para o pe-ríodo de entressafras. Essa caracte-rística cíclica compôs a evolução da sociedade, embasando a necessidade de estabelecer reservas para as épocas mais difíceis.

O preâmbulo fez-se necessário para ilustrar um dos papéis da própria administração. A necessidade de re-servas das pessoas físicas se transferiu também às pessoas jurídicas, pois é evidente que as organizações fazem parte de um sistema maior que tem oscilações em face dos mais variados fatores incontroláveis.

Mas nos atendo à nossa realida-de, como fazer reservas em hospitais privados e filantrópicos com atendi-mento SUS, se nem ao menos tem-se o mínimo necessário à sobrevivência?

Sem sequer cobrir os custos dos procedi-mentos?

Uma alternativa é buscar outras fontes de recursos não operacionais para investimento e ampliação da receita por meio de projetos e emendas parla-mentares. Essa fonte trata de recursos já disponibilizados e que, por vezes, não são aproveitadas pelas unidades hospitalares, seja pela falta de iniciativa e organização dos próprios hospitais, seja pela inércia parlamentar, ou ainda, pela inoperância administrativa dos órgãos governamentais.

A

ADM. CARLOS ALBERTO DE LIZ MEDEIROS ¹ ADM. RAGNAR JOSÉ JACOB ²

ARTIGO

BUSCANDONOVOS CAMINHOS

A elaboração de projetos é algo que exige da administração: a) tempo para elaborar e acompanhar o projeto; b) dedicação para identificar e deta-lhar minuciosamente o que se quer; c) empenho para tratar com órgãos e parlamentares; e d) qualidade na apresentação das comprovações para não gerar problemas fiscais... mas vale muito a pena.

Utilizar desse meio lícito e dispo-nível através de projetos racionais que objetivem o benefício da entidade e da sociedade em geral, certamente acarre-tará em uma “boa colheita”, auxiliando na construção de reservas para a sobrevi-vência da entidade.

1. Adm. Carlos Alberto de Liz Medeiros, admi-nistrador de empresas, especialista em gestão hospitalar, gerente administrativo da AhEsC -fEhoEsC. 2. Adm. Ragnar José Jacob, administrador de empresas, especialista em gestão hospitalar, sócio e consultor da Adhocracia Administração em serviços de saúde.

A necessidade de reservas das pessoas

físicas se transferiu também às pessoas

jurídicas, pois é evidente que as organizações fazem parte de um sistema maior que tem oscilações em face dos mais variados fatores

incontroláveis.

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SAÚDE >24

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riada para dar agilidade no atendimento hospitalar e ambulatorial, a Rede de Aten-ção à Urgência e Emergência das Macrorregiões Nordeste

e Planalto Norte de Santa Catarina, que deveria abranger 26 municípios e 20 hospitais, foi implementada em apenas quatro cidades e está há mais de um ano aguardando que o Governo do Estado dê continuidade na sua execução.

A rede começou com a iniciativa iso-lada de Joinville, entre 2007 e 2008. Para ampliar o atendimento e fazer com que ele alcançasse 1,3 milhão de pessoas - o que representa mais de 20% da população de SC - foi feito um trabalho com mais de 180 profissionais entre diretores de hospitais, secretários regionais, gerentes regionais de saúde, Corpo de Bombeiro, Samu, Polícias Militar, Civil, Rodoviária e Federal. Além disso, houve dezenas de oficinas e reuniões.

Adotado como projeto de governo em 2009, o trabalho iniciado na gestão do ex-governador Luiz Henrique da Silveira,

aguarda uma destinação desde 2011, quan-do Raimundo Colombo assumiu o Governo.

Por enquanto, assinaram convênios Joinville, Rio Negrinho, São Bento do Sul e São Francisco do Sul. O presidente da AHESC, Dario Staczuk, lamenta a interrup-ção. “Essa rede só funciona se todos estive-rem integrados e hoje ela está pela metade. Joinville, São Bento do Sul estão atendendo, mas de uma forma não tão organizada caso todos estivessem integrados.”

O sistema ajudaria a organizar e a melhorar o serviço de atendimento à população, desde a ocorrência até o enca-minhamento do hospital mais indicado. O presidente da AHESC observa que a ideia é evitar situações corriqueiras da região, como Samu e Bombeiros chegarem a um mesmo acidente da BR-101.

“Eles saberiam quem já teria ido à rodovia, para onde mandar os pacientes e os hospitais saberiam quais pacientes deveriam receber”, esclarece Staczuk, que também é diretor do Hospital São Vicente de Paulo de Mafra.

C

O projeto que organiza e agiliza o atendimento emergencial nos hospitais foi

interrompido, apesar dos excelentes resultados alcançados. Entidades pedem o retorno

imediato da implementação da Rede de Atenção à Urgência e Emergência.

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DE REDEQUEBRA

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“SES interrompe projeto no Norte do Estado e, ao mesmo tempo, prevê implantação nos mesmos moldes em outras regiões. A falta de organização

gera despesas, trabalho dobrado, insatisfação nos pacientes e estafa

nos profissionais”.DARIO STACZUK,

presidente da AHESC

26

de na Região do Planalto Norte. Isso faz com que pacientes tenham que descer a serra para serem atendidos em Joinville, Blumenau, Jaraguá do Sul e até mesmo Florianópolis. Em algumas circunstâncias, as pessoas preferem em ser atendidas em Curitiba (PR).

“Curitiba e Mafra ficam distantes 100 quilômetros. Mafra e Florianópolis, 300 quilômetros. O que se pretendia com a rede é que esse vazio assistencial no Planalto Norte fosse eliminado, para que o atendi-mento pudesse feito em Mafra, Canoinhas, São Bento do Sul, Porto União, evitando que os pacientes se deslocassem serra abaixo.”

O problema foi encaminhado à Assem-bleia Legislativa, por um ofício. O deputa-do Reno Caramori fez uma indicação ao governador Raimundo Colombo pedindo recursos para a continuidade da rede.

No documento, consta que “a manifes-tação da Assembleia é imprescindível para a consolidação da Rede de Atenção às Ur-gências e Emergências”. Ele ainda sugeriu a aprovação de Lei Estadual, que autoriza a complementação dos valores dos serviços prestados pelos hospitais aos pacientes do SUS, pelo Governo de Santa Catarina.

O secretário de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, admite que a SES está estimulan-do para que outras regiões se organizem

Para o administrador do Hospital São José, de Jaraguá do Sul, Maurício José Souto Maior, a rede contribuiria para diminuir a quantidade de atendimentos do hospital, que está sobrecarregado. Ele relata que o São José recebe três mil pacientes por mês e muitas vezes atende pessoas que pode-riam ser encaminhadas para outra cidade, caso a rede estivesse funcionando.

“Outro dia uma notícia no jornal mos-trava que um rapaz acidentado de moto em Joinville foi encaminhado ao Hospital São José, em Jaraguá do Sul. A rede evitaria esse tipo de situação, porque definiria o papel, e a vocação de cada hospital”, observa.

O presidente da AHESC acrescenta que em meio a esta desorganização, o gasto de dinheiro é alto. “Com a rede, haveria um investimento racional em cada hospital, e se pouparia recursos. Nessa bagunça, às vezes se investe num hospital sem ter pla-nejamento. Se não organizar, gasta-se mais, a população fica insatisfeita e os profissio-nais desmotivados”, ressalta.

Staczuk ainda questiona o fato de a Secretaria de Estado de Saúde (SES) ter interrompido o trabalho da Rede na Região Norte e Nordeste, ao mesmo tempo em que prevê projetos nos mesmos moldes para outras regiões do estado.

O presidente da AHESC observa que ainda existe um vazio assistencial gran-

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27

ela dar conta do objeto de contrato. Por exemplo, se ela for atender paciente infartado, vai precisar disso e aquilo”. Hospitais maiores ganham R$ 400 mil por mês, unidades menores R$ 10 mil por mês, mas há ainda contratos de R$ 15 mil mensais.

Para o gerente, a rede precisa de um processo de reorganização. Ele acredita que muitas unidades não estão prepara-das para seguir o que tem sido proposto. “Vejo que há ainda ambulância que continua levando pacientes, com algum tipo de problema, ao hospital errado e o hospital continua aceitando. O paciente acaba ocupando o espaço de outro. Os gestores precisam tomar uma decisão. Não houve uma mudança de cultura.”

O gerente ressalta que para a rede funcionar, as unidades precisam tra-balhar em prol de um objetivo. “Não adianta ter três ou quatro hospitais, agindo corretamente e o restante não. É preciso corrigir isso nos postos de saúde, por exemplo. Se a população não tiver soluções perto de casa, ele vai a outro lugar”, finaliza.

e criem suas redes. Ele ainda informa que, neste ano, os contratos, já feitos, foram renovados até junho. Mas não deixa claro se novos convênios serão assinados.

Já o gerente regional de Saúde, Douglas Machado, da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville, acredita que novos pactos devem ser firmados em breve. “Acho que nesse mês (abril) ainda saiam assinatura de outros convênios. A gente está na ex-pectativa para continuar a rede”.

Ele argumenta que não houve uma interrupção do processo. “Ele teve uma redução das atividades. Houve mudan-ça de gestão, e até que a nova gestão pudesse tomar pé de como estávamos, fez com que houvesse essa desacelera-ção. Agora o secretário (de Saúde) tem retomado a execução, com capacitação de médicos e enfermeiros”, garante o gerente.

Cada convênio recebe uma ver-ba. De acordo com Machado, o valor varia com o que a unidade se propôs a realizar. “O dinheiro repassado é para

DEsCoNtINuIDADE Nos hosPItAIs: >rede de Atenção começou a ser implantada, parou, e está em “proces-so de reorganização” há mais de um ano.

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em gestor que torce o nariz quando ouve falar em novas metodologias e boas práticas em governança. Você conhece pelo menos um assim. Seu argumento mais repetido é “sempre fiz do

meu jeito e deu certo, e estou aqui até agora”. Sim, mas em que condições? E com quais perspectivas?

Técnicas de administração e gerência não são mágica. São ferramentas bem concretas que produzem resultados diferentes daqueles com os quais os ges-

T

O programa contribui para a

melhoria da gestão. Os encontros

do PROGESS começam em junho e

vão até dezembro.

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A GESTÃOAFUNDA

SEU NEGóCIO?tores estão acostumados. Por isso alguns temem esse conhecimento. E por isso, também, outros são salvos por ele.

Prestar serviços de maneira eficiente e organizada, reduzir gastos desnecessá-rios e ainda evitar o retrabalho de hos-pitais e clínicas. Além das organizações saírem ganhando com essa combinação de boas práticas, o cliente também agra-decerá. Esses são preceitos básicos do Programa de Melhoria Contínua na Gestão e Assistência em Serviços de Saúde em Santa Catarina, o PROGESS, lançado em

2010. Ele nasceu de uma parceria entre Instituto Santé, com apoio institucional da AHESC-FEHOESC, e o Movimento Catarinense para a Excelência (MCE).

Desde então, o programa vem disseminado as melhores técnicas de gestão, estimulando o desenvolvimento administrativo da empresa, a aprendi-zagem organizacional e a adequação da assistência às necessidades do paciente.

Em duas turmas já formadas, partici-param do PROGESS 25 estabelecimentos

PROGESS>28

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CArLos MEDEIros, GErENtE ADMINIstrAtIVo >

o Movimento Catarinense para a Excelência avalia resultados e estimula o aperfeiçoamento contínuo.

de saúde, que inscrevem seus funcioná-rios no programa. Eles são capacitados por profissionais do MCE em encontros mensais, feitos na sede da AHESC-FEHO-ESC, em Florianópolis. Nesta edição, as aulas começam em junho e duram seis meses.

Além de melhorar a prestação de serviços e a gestão, os participantes podem ainda se habilitar ao Prêmio Santé, que reconhece as entidades que investiram na organização e reestrutu-ração administrativa. São nove critérios avaliados e todos serão abordados durante o programa.

De acordo com o gerente adminis-trativa da AHESC-FEHOESC, Carlos Alberto Liz Medeiros, ao final do PROGESS o hospi-tal ou a clínica deve preencher um relatório sobre a gestão. “Ele vai relatar se atendeu aos critérios, e depois, os avaliadores do Movimento Catarinense para a Excelência fazem a vistoria para analisar se aquilo que foi colocado no relatório condiz com a reali-dade”, explica.

Critérios de Avaliação LiderançaEstratégias e PlanosClientesSociedadeInformações e ConhecimentoPessoasProcessosMetas Internacionais de Segurança do PacienteResultados

Quem pode participar? Qualquer hospital, clínica ou laboratório, tanto do setor privado quanto público. Por se tratar de um programa de adesão voluntária, importa o esforço organizacio-nal em busca da excelência.

Como aderir?O hospital, a clínica ou o laboratório deverá entrar em contato pelo email [email protected]

Local?Os encontros serão feitos na sede da AHESC-FEHOESC, em Florianópolis. Loca-lizada na Avenida Almirante Tamandaré, nº 94, Sala 805 – Edifício Coral, no Bairro Coqueiros, região Continental.

BenefíciosRedução do desperdício e do retrabalhoAumento da produtividade e dos resulta-dos positivos.

Melhoria do clima organizacional pelo aumento da motivação dos funcionáriosMaior controle da administração com melhoria no nível da organização interna.

Satisfação do cliente.

premiaçãoO Prêmio Santé é um reconhecimento às entidades que investem na organização e estruturação administrativa e na adequa-ção às melhores práticas de gestão. Ele premia quem alcançou os patamares do Progess. A entrega acontece no Encontro Catarinense de Hospitais e Estabeleci-mentos de Saúde, que nesse ano será realizado em Joinville. O Prêmio possui três categorias: bronze, prata e ouro.

Mesmo que a entidade já tenha participado de alguma das edições do PROGESS, ela pode aderir ao programa novamente. “Ela pode resgatar o con-teúdo do programa, para participar do Prêmio Santé, por exemplo”, observa o gerente administrativo.

Para ele, participar do PROGESS é uma maneira de comprovar que aquela entidade realmente melhorou o processo de gestão. Uma organiza-ção alcança um modelo ideal quando prospera e alcança a liderança na área em que atua, tornando-se exemplo de reconhecimento.

A GEstÃo CoMo CIêNCIA É A ChAVE Do CofrE: >técnicas para prestar serviços de forma eficiente e com redução de custos são a base do ProGEss.

29

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Lei 12.551, sancionada pela presidente Dilma Rousseff no fim do ano passado, promete gerar grande polêmica porque determina que o uso de ferramentas de comunicação para fins corporativos, como o e-mail e o celular, fora do horário de trabalho, equivaleria a uma ordem dada pelo empregador e, portanto, pas-

sível de remuneração como hora extraordinária.

Basicamente a nova lei alterou o art. 6º da Con-solidação das Leis do Trabalho, fazendo incluir as ex-pressões abaixo destacadas da transcrição da norma:

“Art. 6º - Não se distingue entre o trabalho reali-zado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado à distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos

da relação de emprego.”

Entendemos, contudo, que tal alteração não trou-xe reflexos diretos às relações trabalhistas já existen-tes no âmbito dos hospitais e prestadores de serviços de saúde.

Tal assertiva encontra amparo na Exposição de Motivos do Projeto de Lei que originou a nova norma, apresentado pelo Dep. Federal Eduardo Valverde:

“A revolução tecnológica e as transformações do mundo do trabalho exigem permanentes trans-formações da ordem jurídica com o intuito de apreender a realidade mutável. O tradicional co-mando direto entre o empregador ou seu preposto e o empregado, hoje cede lugar, ao comando à dis-tância, mediante o uso de meios telemáticos, em que o empregado sequer sabe quem é o emissor da ordem de comando e controle. O Tele-Trabalho é realidade para muitos trabalhadores, sem que a distância e o desconhecimento do emissor da or-dem de comando e supervisão, retire ou diminua a subordinação jurídica da relação de trabalho.”

Igualmente o parecer do Relator do Projeto de Lei na Câmara, Dep. Federal Homero Barreto, quando da aprovação do texto:

A

O USO DO E-MAIL E CELULAR

COLUNA

DR. RODRIGO DE LINHARES Advogado, Assessor Jurídico da AHESC-FEHOESC

e membro do Conselho Jurídico da CNS

GERA HORA EXTRAORDINÁRIA?

A NOVA REDAÇÃO DO ARTIGO 6º DA CLT

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Page 31: Revista Saúde Catarinense - 54

“O art. 6º é um dos principais e mais importantes artigos da CLT. Estabelece que não há distinção entre o trabalho rea-lizado no estabelecimento do empregador e o executado no domicílio do empregado, ‘desde que esteja caracterizada a relação de emprego’.

Assim, presentes os requisitos da relação empregatícia, o fato de o empre-gado trabalhar em sua própria casa é irrelevante.

Os requisitos podem ser verificados no art. 3º da CLT, que define empregado, a saber:

Pessoalidade – ‘considera-se empregado toda pessoa física’ Não eventualidade – ‘que prestar serviços de natureza não eventual’ Subordinação – ‘sob dependência deste’ Onerosidade – ‘e mediante salário’.

A proposição amplia o alcance desse artigo aos trabalhadores à distância e equipara os meios telemáticos e in-formatizados de comando, controle e supervisão aos meios pessoais e diretos; configurando aqueles, também, forma de subordinação.

Entendemos que, apesar da interpre-tação do art. 6º da CLT poder ser feita de forma a configurar esse tipo de subordi-nação, a melhor opção é alterar a lei, a fim de adequá-la às mais modernas tecnolo-gias, em benefício do trabalhador. O con-ceito de relação de trabalho é dinâmico e deve se adequar às mudanças sociais. Não pode a legislação trabalhista ignorar o avanço tecnológico e os seus efeitos na relação de trabalho.

O conceito de subordinação, como dispõe o projeto, é um dos exemplos de evolução legislativa. Pode haver comando, controle e supervisão ainda que não haja o contato direto. A revolução da informa-

ção permite a subordinação do empregado ao empregador de forma talvez até mais eficiente do que a subordinação direta, exercida no local de trabalho”.

Como se vê, a intenção do legislador não foi a de transformar em hora extra-ordinária os contatos interjornadas, sob a forma de celular, e-mail ou outras tec-nologias, eventualmente realizados entre empregador e empregado, pois o foco foi a regulamentação dos trabalhos realizados à distância, seja no sistema Home Office (em casa), teletrabalho ou em qualquer outro local que não seja o escritório/sede da empresa, já que seu objetivo foi o de “equi-parar os efeitos jurídicos da subordinação exercida por meios telemáticos e informa-tizados à exercida por meios pessoais e diretos”.

Cabe dar ênfase, entretanto, que o fato de a lei reconhecer a existência de subordinação jurídica nas modalidades de relação de trabalho à distância não signi-fica que – no tocante aos temas trabalhis-tas que envolvem a duração do trabalho e seus limites – deverá haver idênticas consequências jurídicas nas relações de emprego mantidas junto ao empregador, sob sua efetiva supervisão, vigilância e controle direto de cumprimento de carga horária.

Afinal, não há que se confundir “subordinação jurídica” com controle de jornada, nem com fiscalização de cumpri-mento de jornada. A subordinação jurídica nada mais é que a situação de sujeição efetiva do prestador de serviços ao poder de comando do empregador, às ordens disciplinares, ao sigilo, e à fidelidade ao empreendimento para o qual trabalha.

Também não poderá haver ilação de que o disposto na nova redação do artigo 6º representaria a caracterização automá-tica do regime de sobreaviso, sujeitando o

empregador ao pagamento de horas de sobreaviso ao empregado, apenas por-que este trabalha em regime de home

office ou anywhere office, pois o tema “Duração do Trabalho encontra disci-plina em outro capítulo da CLT, entre os artigos 58 a 65, os quais não foram objeto de alteração legislativa.

Portanto, visto que permanecem inalterados os temas consolidados sobre a duração do trabalho, o entendi-mento predominante na esfera judicial é de que o simples envio de e-mail, con-tato telefônico ou qualquer outro tipo de comunicação entre empregador e empregado, fora do horário de trabalho, não basta para caracterizar a jornada extraordinária, pois a hora extra só subsistirá na hipótese do emprega-dor exigir que o empregado execute atividades fora da sua jornada regular de trabalho.

Da mesma forma, não há motivos para se alterar o entendimento para a caracterização de regime de sobreaviso, já Sumulado pelo TST:

Súmula 428. Sobreaviso. O uso de aparelho de intercomunicação, a exem-plo de BIP, “pager” ou aparelho celular, pelo empregado, por si só, não carac-teriza o regime de sobreaviso, uma vez que o empregado não permanece em sua residência aguardando, a qualquer momento, convocação para o serviço.

É certo que a configuração das horas extras dependerá de análise individualizada de caso a caso. Porém, não nos parece que a intenção da nova norma foi a de alcançar e de remunerar como horas extras os e-mails e telefone-mas esporádicos com empregados, sem que esse contato demande a execução imediata - e fora do horário - de tarefas afetas ao contrato de trabalho.

GERA HORA EXTRAORDINÁRIA?

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Page 32: Revista Saúde Catarinense - 54

TECNOLOGIA

GOOGLE GLASS

TELA FLEXÍVEL E-pApER DA LG

A tecnologia deste aparelho é a “tin-

ta eletrônica” o que permitirá uma me-

lhor leitura além de ser muito resistente

a riscos e a quedas de até 1,5 metros

Agora é só esperar para esta tecnologia

chegar definitivamente ao mercado,

para avaliar seu custo benefício.

Em abril a LG lançou o e-book com e-paper.

Trata-se de uma tela de papel eletrônica e

flexível que, ao contrário dos conceitos de

smartphone e TV 3D flexível, já é realidade.

Para revolucionar o mercado, o e-book da

LG tem um ecrã (tela) de 15,2 centímetros,

resolução de 1024 x 768 e pode ser dobrado

até um ângulo de 40 graus. Tem 0,7 milíme-

tros de espessura e pesa cerca de 14 gramas.

“Nós acreditamos que a tecnologia deve

trabalhar para você - estar lá quando você

precisar dela e sair do seu caminho quando

você não a quiser mais”, disse a companhia

em post na sua rede social.

Do lado direito do acessório, um receptor

captura e registra imagens além de projetar

conteúdo na lente, ao campo de visão do

usuário.

Mais uma novidade da gigante Google

permitirá que o usuário acesse informações

em tempo real, fazendo uso da “realidade

aumentada”. Trata-se do Google Glass. O dis-

positivo projeta na lente várias informações

como hora, mapa, condições climáticas,

além de ligações telefônicas, e muitos ou-

tros aplicativos disponíveis atualmente nos

tablets - tudo isso controlado pelo controle

de voz.

Ainda em caráter de projeto no laboratório

Google X, o Google Glass - que pode ter de-

sign e funções modificados até a sua versão

final - ainda não tem data ou preço para

chegar ao mercado.

Segundo estimativas, até o fim de 2012 o

Google Glass utilizará o sistema Android e

será equipado com GPS e conexão 3G, com

preço equivalente ao de um smartphone.

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MEU CELULARFOI ROUBADO.E AGORA? Infelizmente, às vezes somos surpreendidos por certos indivíduos de má índole, que

roubam aparelhos celulares, carteiras, e outros objetos de valor. Como a maioria das

pessoas hoje tem celular, tornou-se uns dos alvos favoritos dos assaltantes. Veja que

medidas tomar, caso seu aparelho celular for furtado ou roubado.

Bloqueio de LinhaSe você foi roubado, ou percebeu que seu

aparelho foi furtado, você deve imediata-

mente bloqueiar a linha, para evitar que os

assaltantes façam ligações. Isso deve ser

feito rapidamente.

Bloqueio de AparelhoAlém de bloquear a linha telefônica, você pode também bloquear o aparelho, impedindo seu aparelho celular ser utilizado com outro chip GSM.

Há duas formas de fazê-lo: Bloqueio via IMEI, e o Bloqueio via ANTI-THEFT ou ANTI-FURTO.

Bloqueio via IMEITodo aparelho celular, tem um registro único,

chamado de IMEI. Com este número, é pos-

sível realizar o bloqueio como o desbloqueio

do aparelho.

Por isso, é muito importante ao comprar um

aparelho celular, anotar esse número em

outro local de fácil acesso, para na hora de

necessidade, te-lo rapidamente em mãos.

Veja seu número IMEI, digitando: *#06#

Para bloqueio do aparelho via IMEI, ligue na

operadora da sua linha telefônica, peça para

falar com atendente e solicite o bloqueio do

aparelho.

Após isso, informe o número da linha, o nome

e o CPF do titular, para comprovar que você

é o usuário da linha/aparelho. Informe o

número IMEI do aparelho e o(a) atendente irá

realizar os procedimentos necessários.

Caso você consiga recuperar o aparelho, ligue

novamente na operadora, informe os dados

necessários para confirmar a titularidade da

linha, e depois informe o número IMEI.

Para realizar o bloqueio da linha, basta ligar

na operadora da linha telefônica, escolher a

opção furto, roubo ou perda de aparelho.

Após isso, você será transferido para um(a)

atendente. Basta informar o número da linha,

o nome e o CPF do titular da linha.

Bloqueio e Rastreamento Via ANTI-THEFT/ANTI-ROUBOAparelhos mais sofisticados como o iPhone, smartphones da Motorola com Motoblur, e

outros smartphones podem ser bloqueados e rastreados remotamente via aplicativos

ANTI-THEFTou ANTI-FURTO.

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Outras Dicas Caso tenha seu aparelho furtado ou roubado, você deve fazer o Boletim de Ocorrência

imediatamente. (Fonte: universemobile.net)

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anfred Kets De Vries é um dos maiores especialistas em recursos humanos do mundo, segundo avaliação da revista The Economist. Seu principal insight é unir duas áreas do

conhecimento: a psicologia e administração. Se você conferir o sumário do seu novo livro, em poucos segundos vai entender como ele atinge o âmago das experiências e expectativas para levar gestores a se confrontarem com o que é mais difícil: suas próprias perspectivas de vida e hábitos de gestão. Considerado uma das 50 pessoas mais influentes na área da administração, o presidente do Centro de Liderança Global da INSEAD defende que o autoconhecimento é a principal característica de um líder.

“Faço lavagem cerebral. Se você não estiver confuso no fim dos meus livros é porque não entendeu nada”, provoca De Vries. No livro “Sexo, Dinheiro, Felicidade e Morte” combina insights, um texto agradável e uma inconfundível perspicácia, reduzindo tudo ao essencial, à medida que faz diversas reflexões e oferece orientação para executivos e demais pessoas, a respeito de algumas das principais questões que preenchem nossas vidas. O

insight dado pelo Professor Manfred Kets de Vries acerca das nossas motivações e dos nossos níveis de inteligência emocional expõe um fato que se encontra oculto no coração do comportamento empresarial; em outras palavras, o fato de sermos todos humanos.

“Muitos executivos estão percebendo que a maioria das pessoas não decide simplesmente sair das empresas em que trabalham. Quando alguém lhes pergunta: ‘Por que vocês trabalham para essa empre-sa? É uma péssima empresa’, elas dizem: ‘Eu gosto do meu chefe. Quando tenho alguma dificuldade, ele (ou ela) realmente se importa comigo’. Isso faz uma tremenda diferença. Hoje, as pessoas gastam tanto tempo no trabalho que as empresas têm de ser uma comunidade. As pessoas precisam gostar umas das outras. Em muitas empresas, há uma sopa darwi-niana, em que as pessoas lutam entre si. E é preciso haver significado. As pessoas trabalham por dinheiro, mas morreriam por uma causa. As pessoas só têm uma vida. Elas não querem ser as pessoas mais ricas do cemitério. Querem fazer algo que tenha significado para ser lembradas”.

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GESTÃO DE VERDADE

COLUNA

LIVROS INDICADOS

pARA pESSOAS DE VERDADEUm dos mais influentes consultores do mundo lança um livro que desmistifica a gestão e

vai à raiz dos problemas – não só empresariais, mas da vida

Manfred F. R. Kets de Vries, titular da Cátedra raoul de Vitry d’Avaucourt de Desenvolvimento de Liderança na INsEAD, frança & singapura. também é Diretor do Centro de Liderança Global da INsEAD (IGLC) e diretor de programa do principal seminário de administração superior da INsEAD, o Desafio da Liderança: Criando Líderes Reflexivos, o programa Consulting and Coaching for Change (CCC), e Liderança para a Criatividade. É um dos 50 principais pensadores mundiais em Administração, e também como um dos mais influentes especialistas em administração de recursos humanos.

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GESTÃO DE VERDADEpARA pESSOAS DE VERDADE

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