Revista Illustrada

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1Í57» T E Iti 8 iiOO 1) S MOO s ooo P UBLICADA POR A NGELO A GOSTINI A correspondencia e reclamações devem ser dirigidas a Rua 4a A&semblea 4-4- Ofíiciaa Lithographica da R.evista 1 Ilustrada P ROVINCIAS Anuo 20 S 000 Semestre 11 $ 0 0 0 Avulso $500 mmmm Í H PP ffo^mma ctfo 1* es ptc ta-calo. /I ^rckcstret, otivicjidct (otío ótu Uabil maturo 'Jaywcvrmí, tocara c, Idlcc Symphoní c* inti twi a c?lc?l "Abertura Carnara s'; em. Scauioioi st Cantara a linda ari a TfoUa dolhrono* Composta por wvn dos -mewbroò da. Cnijorttot Coíyis om soni , ÇoLsjoarini k C " finalizando a I* parte do esp ectacuio Com 0 hqmno ^nacional.

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evista Illustrada foi uma publicação satírica, política, abolicionista e republicana brasileira, fundada no Rio de Janeiro pelo ítalo-brasileiro Angelo Agostini, circulando durante os anos de 1876 a 1898.

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T E Iti 8 iiOO

1) S M O O r» s ooo P U B L I C A D A POR A N G E L O A G O S T I N I

A c o r r e s p o n d e n c i a e r e c l a m a ç õ e s d e v e m s e r d i r i g i d a s a Rua 4a A&semblea 4-4- Ofíiciaa Lithographica da R.evista 1 Ilustrada

P R O V I N C I A S Anuo 20 S 000 Semes t re 11 $ 0 0 0 Avulso $ 5 0 0

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H W p / f p w

A o Sr. Pantaleão. — Ora deixe-se de prosa9, e mesmo de v e r s o s . . . Qaer assignar para o nosso Sargedas ?

A o emprezario Charles Tschans. — Obrigado pelo convite para o baile de 24 do corrente, no Skat ing Rink. Dança-se sobre patins ?

Ao Sr. A . Cegar Goldschmidt .— Recebemos a polka Cahio no Oolo ; eómente estamos a espera do baile do Rink, para ensaia-la.

Ao Sr. Prestidigitador Flomid de Souza Siqueira Júnior . — Que nome, safa !

Agradecidos pela Magia, polka para piano por J . Elias da Cunha.

Recebemos e agradecemos : Annaes da bibliotheca nacional, fascículos 1 e 2 do volume V. O Direito, n. 4 do G° anno. Revista cia Sociedade Phenix Litteraria, n. 11 do 8 o anno.

Bibliotheca Eco)iomica, os ns. de 67 a 71. —H—H—f—i—f-i- -t-j—f-r-f-l—H—i—i—

Rio, 21 d© Dezembro de 1878. O rei fallou. Disse-nos que sua amada filha está boa e

seu presado genro ainda melhor em Paris^ para onde continuamos a mandar o que nos resta das economias do actual ministério.

Também os seus netos estão bons e gordos, o que nos dá a certeza do mais estes freguezes da lista civil, que o Sr. Lafaytte acha insignificante o prometteu augmentar.

Todos estão bons, muito obrigado. *

A falia do throno é uma colcha do re -talho, serzida pzelos sete ministros.

Xeste ultimo especimen da banalidade apregoada do throno, distinguem-se perfei-tamente os arrancos do Sr. Silveira Martins ordenando aos eleitos do povo que façam a reforma eleitoral, e as cores vermelhas do ministro Lafaytte. Ao homem republicano coube arranjar as chapas sobro as preciosas saúdes imperiaes, e por isso é quo figuram na falia do throno tantas particularidades caseiras, com que o povo pouco se importa.

Mais um pouco, e o Sr. Lafayette pedia um empréstimo para dar bonecos ao prin. cipe D. Luiz ; e se não fallou no braço vesgo do principe do Grã-Pará , foi porque, se-gundo o adagio, em casa de ladrão não se falia em corda.

No mais, a falia do throno, com que se abriu a nova sessão, encerra todos as bana-lidades do costume.

* * *

Os novos eleitos acham-se a braços com uma grave questão.

Acaba de lhes ser dirigida pelo com-inercio de Pernambuco uma representação que por ser muito longa não transcrevemos, mas que contrasta singularmente com todas as manifestações do commercio.

Resumindo a cousa. Queixam-se os commerciantes do Recife

da superabundancia de cobre no mercado daquella cidade, e dirigiram-se aos repre-sentantes pedindo sérias providencias, já que o presidente da província não quiz tomal-as.

O commercio de Pernambuco queixa-se justamente da abundancia daquillo que falta aos outros : do excesso do dinheiro !

Pois, se os novos deputados não se querem dar ao trabalho de tomar as provi-dencias exigidas, tomo eu todo o excesso de cobre que incommoda o commercio de Per-nambuco, e está o mal sanado.

Todo o excesso e mesmo mais algum ; eu cá não sou orgulhoso, e desde que se t rata do alliviar o commercio, sou sempre o primeiro a dar o exemplo.

Gasto champagne, uso casaca, ando de luvas, vou ao cabelleireiro, etc., etc.. .

Com o meu amigo Silveira é quo Jouvin não ganha vintém.

* * *

Eu disse mais acima que o Sr. Lafayette promettera augmentar a lista civil, e é uma verdade.

O homem republicano entende que a fa. milia imperial é mal recompensada, e vai propor ás camaras mais um povrboire para alfinetes.

Está bem visto que a camara, designada por S. Ex., não ha de fazer reparos nem observações á sua proposta, e ha de votar com toda galhardia o augmento pedido pelo homem do manifesto republicano.

A vista d'isto, e das condições das finan. ças, eu proponho ao cidadão Lafayette que ao menos modere o seu enthusiasmo monar-chico, proponha o augmento ; mas . . .

Que se addicione á lista civil as economias realisadas pelo seu collega da marinha, com a suppressão da banana e abolição do pali-to, e mais nada.

Dos males o menor. A. G I L .

Un liomme íi la Mer

O Sr. Albert Thiébaut enviou-nos a se-guinte poesia que ofTerecemos aos leitores da Revista lllustrada. O Sr. Albert Thié-baut não 6 desconhecido do publico do Rio de Janeiro ; n'um espectáculo composto es-pecialmente de producçÕes litterarias, dado n'um dos nossos theatros, por occasião de festejar-se o Centenario de Voltaire, foi applaudida sobremaneira uma poesia, devi-da á sua inspiração.

Na que hoje publicamos verá o leitor uma critica fina e elevada :

UN riOMME A LA MER. Discipledes Daumier, des Cham, des Gavarni. Le respect, de votre art, serait-il donc hanni ? . ! . Est-ce avec une insulte, ici comme partout, Que vous donnerez preuve ou d 'esprit ou de g o u t ? Quoi! vous avez en face un honnète adversaire E t de votre crayon vous nosavez que faire ? . . . Croirez-vous donc avoir eu raison de quelqu'un Quand vous 1'aurez nommé : "Pol isson"ou Coquin ?... Frapper n'est pa3 répondre, insulter n'est rien dire, E t la brutalité n'est point digne d 'écrire. C'est absurde, à Ia fin, d 'ètre un homme d ? ospr i t Pour ne livrer à tous qu'un si méchaut écrit Vous supprimez ducoup Pécrivain et Tarliste ; A peine reste t'-il un caricaturiste. Vous venez là de faire un malheureux é c a r t : Quand on devient artiste, on respecte au moins l a r t . E t je le dis tout net, quoique cela vous fasse, Vous devriez pleurer e t voiler la fnce ; Oui, quand ou a commis une telle action Ont peut briser sa p lumeet broyer son crayon.

A L K E R T T I I I Ê B A U T .

A ' Mr. Raphael Bordallo Pinheiro.

A nossa philantropia Abrimos hoje uma subscripção em bene-

ficio dos afilhados do muito conhecido e vir-tuoso padre Kelé, pobres infelizes que fica-ram completamente ao desamparo, coita-dinhos.

E ' muito tarde, dirá o le i tor . . . 11 riest jamais trop tard pour bien faire ; e

a Revista lllustrada também tem necessi-dade de ser ca r i t a t i va . . . á custa dos outros. Não custa dinheiro e é bonito.

Está portanto aberta a subscripção em beneficio dos afilhados do padre Kelé. * )

K . BRITO. *) — Mas quem é o padre Kele ?

— Oh ! herege, pois não conheceste o Kelé ? um santo homem, carregado de virtudes e de afilhados, virtuoso até alli, um verdadeiro Sargedas, um typo emfim que era no sagrado o que é o Castro Urso no profano! . . .

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SieuíSttt 3 I I « 81 v a i> a 3

Piadas

Estou aqui, estou a vér as barrigadas de riso que tetn tomado o P r . Reis á custa da barriga e mais banhas do conego Ferreira, em vista das dificuldades em que anda este para continuar a publicação do reorgani-sado Apostolo, segundo confessa em uma cir-cular que ha dias veiu publicada em um dos nossos diários.

E pois, aquelles rompantes, aquellas pro-messas de melhoramentos, a reorganisação para dar incremento á folha que defende a santa causa — que aliás não está sendo attacada — ; tudo aquillo deu em agua de barréla, tendo antes dado em verdadeira agua suja, com a briga dos dois ex-souios.

• •

0 que porém, mais me surprehende é ver tal resultado depois .da circular do Sr. bispo D. Lacerda, recheiada de latins, pe-dindo assignaturas dos catholicos para o dito orgão da religião e da sociedade, e pro-mettendo-lhes em paga umas tantas indul-gências e outras cousas não potáveis, cujo gozo só lhes ora permittido, creio, na outra vida.

Parece-me que os fieis catholicos não se deixaram levar muito por essas promessas, para tão tarde, acharam o tal orgão da religião muito desafinado, e responderam ao Sr. b i spo . . . não respondendo nada.

Dalii as difficuldades do Sr. conego Fer-reira, o riso do Sr. lieis, e a necessidade talvez de suspender-se do novo o Apostolo, afim de o reorganisarem melhor . . . sem a recommendação do Sr. Lacerda, já se vê.

Também se é verdade que os latins dos pa-dres são muito bons para oncommendações, se o são para recommendaçoes, é facto que ainda não está suficientemente averi-guado.

• • • •

E' antigo mudarom-se muitas famílias da Corte para Petropolis logo que entra o verão, como actualmente já se está obser-vando ; mas o que não é antigo é mudarem também para aquella cidade os costumes da Corte, e os maus costumes, taes como os incêndios, esse habito dos fluminenses du-t rante a entrada do verão, que coincide com o fim do anno, que por sua vez coincide com a épocba das liquidações.

Pois também em Petropolis já ha incên-dios e até aos dous por dia ; por signal que de um d'elles dando noticia o Mercantil d'aquella cidade, disse : " o incêndio foi em casa do Sr. barão do Cattete.. o qual foi logo extincto... "

Os periodicos da Corte, porém, que trans-creveram a noticia, tiveram o cuidado de explicar que o que foi logo extincto foi o incêndio, e não o Sr. Visconde de Silva, an-tigo, barão do Cattete, placa.

• •

• •

Por acaso vi hontem no Diário Oflicial os nomes dos deputados da actual legislatura e fiquei realmente espantado de alguns d'elles, alguns mesmo de fazerem arripiar os cabellos.

Realmente, nem a dedo o partido que ora nos governa escolheria tão bons typos com tão exquisitos nomes ; e se a vista d'aquelle gabinete zoologico faz admirar a quem vai á camara dos deputados, por certo não me-nor surpresa lhe causará os nomes que lá se ouvem. Alguns até nem são nome de gente, que me consto.

Pois onde é que se viu gente que se cha-me Diana, Bulcão, Danin, Basson, Mac-DoAveld, Zama, Sinval e outros? Mesmo sem pôr em linha de conta os nomes dos Srs. Serra e Theodureto, que também façam-me o favor. O ioclureto principalmente.

Até parece que vão ivisto intrigas do partido conservador para ridicularisar o liberal.

• • • •

E o que não fará esta gente toda, essa bicharia de nomes feios, quando começarem os trabalhos, isto é, a gritaria, as brigas, as descomposturas ?

Aquilio não acaba bem, como diz o depu-tado contestado, o Sr. Maia ; e o previdente Sr. Visconde de Prados, sempre sollicito e cuidadoso, sabendo que já não ha logares no Hospício de Pedro II, não deixou a administração da província sem ter inau-gurado com toda a solemnidade uma casa com todas as accommodaçoes o prepara-tivos, própria para receber alienados.

Que lh'o agradeçam os seus col legas . . . • •

• •

Também fui ao theatro Cassino assistir á conferencia do Sr. Carlos Patria, sobre a falia do throno. Exigiam-nvo a consciência e a fal ta de distracções.

Como sabem, eu já contrahi uma certa obrigação de assistir aos raptos oratorios do illustre conferente, que por vezes tem fornecido assumpto para estas modestas piadas. Depois, á tarde, e grátis, não temos

actualmente nenhum divertimento. Por isso fui.

• • • •

Fui e vi que o amigo Carlos Patria nem estudára o thema que se propuzera desen-

volver, nem d ?elle tratou no seu discurso (?), nem disse cousa que se parecesse com isso.

Apenas limitou-se a expender umas idéas, estabelecer uns principios—-firmar uns conceitos—, que já vi algures, talvez escriptos na Patria, respondidos na Revo-lução, e agora relembrados pelo conferente.

E mais nada. • • • •

Fiquei, porém, assás satisfeito com o Sr. Carlos Bernardino, porque ouvi-o dizer algumas pérolas, que felizmente vieram applacar certos receios de minha consciên-cia, dando-me ensejo de provar que as palavras de S. S. são verdadeiramente incomprehensiveis, impenetráveis, inintel-ligiveÍ6.

E senão, vejamos : • » • •

" Não discuto a personalidade, mas a manifestação do pensamento na sua es-phera...

" Tal é a verdade concêntrica... " Não tenho de memoria ou de razão... " Inverto a ordem dos factores desta

equação... Etc. etc. e outras cousas mas e muitas

que bastante me auctorisara a proclamar o Sr. Carlos Bernardino ex-Patria de Moura, uma charada viva e indecifrável— mesmo apesar de todos os seus conceitos.

• • • •

Termino lembrando aos leitores... não é a assignatura, não ; isso é com o Frederico e mais cerbéros da administração ; lembrando-lhes que jámais devem perder a cerimonia da abertura das camaras, que eu este anno vi e com a maior satisfação, pois que é um espectáculo soberbo, interessante e . . . e grátis.

Nada menos que vér Sua Magestade quasi nú, armado de papos de tucano, corôa, sceptro o manto, fingindo de Carlos Magno, e fazendo sua entrada triumphal no senado por entre os olhares curiosos das damas e cubiçosos do Sr. Duque-Estrada, todos fixos no sceptro, no grande sceptro de Sua Ma-gestade.

Olhem que é bom—e grátis. D . FORTES.

Cousa Instantaiiea O padre Antonio José, vulgo— O bocca de bem, Do Tapa ao chamado vai, pr a prégar contra Mafoma ; V o l t a ao cabo de um mez, sem ter gasto nem vintém !.._

Fois quem tem bocca vai a Roma. VELOCÍPEDE. ê

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6 dl t bis ta 9 U u * t r a fc a

O Banco Nacional

Entre Tristão do Alencar E o petiz Tavares Bastos 'Stá prestes a terminar O pleito na Relação ; E se por tal senda vão, Por certo 11'isto irão dar : Tristinho Bastos ficar, E Alencar mais q u e . . .Tristão.

V E L O C Í P E D E .

A fa l ia do Tl i rono

Em consciência, não foi uma falia do throno ; foi uma cousa que deixou-nos a todos sem falia.

Desde que subiu o partido liberal, o que tem em sua bandeira inacriptas as idéas mais adiantadas, esperava-se que o seu pro-gramma não se fizesse de bom o que n'elle se lembrassem dos progressos, da» reformas, emíim d'aquellas coisas que fizeram bonita vista nos discursos e nos artigos políticos por muito tempo.

I)'ahi uma expectativa sympathica, uma daquellas idéas que lembram ás vezes ao Cruzeiro e ao homem das botas.

Vem, porém, Sua Magestade 110 dia da abertura das Camaras, péga de si e dos papos dos seus tucanos e vai para o campo fazer-nos uma falia que está mesmo do l impará parede a mão de quem a fez, se é que alguém fez aquillo.

Sabe-se bem que a falia do throno é um documento politico de alta importancia, e que ella é a expressão das idéas do governo, por orgão do seu ministro do império ; era licito pois esperar-se vér alguma coisa de novo este anuo e não as phrases insossas, corriqueiras e inúteis que encheram a tal falia do throno que não falia nada.

Limitou-so Sua Magestade a dar-nos noti-cia dos seus netos, sob o pretexto de que todos nos interessamos muito pela imperial dynastia ; depois garantiu-nos que é mesmo a variola a moléstia epidemica que tem grassado entre nós, e que é só por falta de comida que algumas —algumas ! — pessoas tem morrido 110 Ceará ; disse mais que não tem havido brigas lá por fóra ; exigiu uma reforma eleitoial, e gri tou como no hotel : olha uma constituinte que sáia ! ; fallou uo rheumatismo das nossas finanças, e aconse-lhou equilibrios e gymnastica ; lembrou os

* cuidados que se devem dispensar ás cria-ções de filhotes e de impostos ; e concluiu

errando o nome de todos os Julios presentes, chamando-os de Augustos.

E a razão porque dissolveu as Camaras, o as lutas entre os poderes executivo e judi-ciário, o as reformas apregoadas do casa-mento civil, da liberdade do ensino, e etc, e as falladas economias, os créditos supple-mentares e extraordinários, e os transportes de verbas, tudo isso ficou 110 tinteiro de Sua Magestade ?

So não ficou, hão de concordar que esteve muito pifia a falia de Sua Magestade, e quo por pouco monos não fallava nada ; se ficou tndo aquillo no imperial tinteiro, então é razoavel, é justo acreditar-se que n'este mo-mento o tinteiro de Sua Magestade está cheio, mas muito cheio de borra.

O quo realmente. . . T O N Y .

Memento

O Cruzeiro foi o único jornal que deu no-ticia do supplemento do Besouro, publicado a semana passada. Em sua noticia escreveu o Cruzeiro: Também H. Heine e outros des-ceram...

E ? uma falsidade do Cruzeiro : Henrique Heine nunca desceu, o seu enorme talento nunca lh'o permittio.

Mas ainda assim resta ao Cruzeiro a triste gloria de ter sido elle o único — O ÚNICO jornal da Côrte que deu noticia de tal sup-plemento ; nem a Gazeta, nem o Jornal, nem a Reforma se julgaram com a coragem pre-cisa para fazel-o. . .

Gloria pois ao Cruzeiro ! Agora quer o publico saber como pensa o

Besouro a respeito de Rigoletto, que é o folhetinista e principal redactor do Cruzeiro? Leia esta :

" D E F I N I Ç Ã O "

(Í/O Besouro) Rigoletto é um bufão da opera deVerd i #

O seu traço principal é não ter coragem para ferir de f rente ; assalaria, falia pelo dinheiro ás paixões ruins. O seu fim é este : ver a filha morta pelas mesmas paixões ruins a que fallou.

Fffendi 2.*

Isto é só para lembrar ; e eu continuo a dizer que tenho muita honra de s e r . . .

K . B R I T O .

— Uma consulta —

— " Venho á consulta, doutor. —Exponha a moléstia. Diga. —" Ha dias sinto um calor . . . " ( com licença 11a barriga " q u e . . .

— J á sei. Tome um lacliante. —" P ' ra mim isso é coisa á tôa.

— Pois então tome um purgante d'Agoa de Lourdes — mas boa. Se sentir alguma cólica, ou vir que tal agoa é asneira, vá ao conego Ferrei ra — peça uma ajuda apostolica. —" Cruzes, canhoto — doutor! " que peccado ! O' virgem pura ! — Ai ! é isso ? Não tem cura. Vá 11a graça do Senhor. " Mas, doutor, um desengano. . . — Vá. Ouça missa e não coma, ponha cáusticos de Roma e bichas do Vaticano.

TOBY.

Gazetilha

A redacção d esta folha vai 110 gozo da mais perfeita saúde, mosmo apezar dos etc. etc.

Não ha nada como tudo o mais são his-torias.

*

Appareceu ha poucos dias mais um nu-mero do periodico Vulgarisador, do perio-dicissimo Sr. Zaluar.

Damos com o mais vivo interesso esta noticia, que por certo refere-se a um facto não muito vulgar.

E fizemos verso para acabar.

Tem sido infelizmente muito pouco con-corrida a Exposição Industrial Fluminense, da Guarda-Velha e do Sr. Rodde.

Tal insuccesso é devido a estar actual-mente aberta 11a Cadeia-Velha uma outra exposição, esta de auimaes raros, vivos, do-mesticados e ensinados.

E além d'isso é grátis.

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5» e t> i 8 1 a 3 U n 8 t r a I a 7

Continíia aberta cá em casa a subscripção para as victimas das ventosas sarjadas* e 6uas filhas.

Em breve vai-se abrir uma outra— outra, subscripção—para a qual conta-se com a benevolencia e auxilio do publico ; espera-so somente que morra algum padre mais ou menos. . filioso.

O Sr. Carlos Bernardino fez ha dias uma conferencia sobre a falia do throno e sobre o palco do Cassino.

Observou o auditorio que o orador não fallou na falia, e que o seu discurso estevo muito frio apezar do calor que reinava no theatro.

E' que o illastre conferente já vai esfriando com o tempo, com a idade, e com a Revolução... jornal.

*

Lá vai uma charada : O Diário Oficial está publicando os de-

bates da camara dos deputados e do senado. O Cruzeiro acaba de declarar-so em oppo-

sição. Conceito : ? ?? • • •

*

Por não haver mais noticias no mercado, põe-se termo hoje a esta gazetilha.

Quem quizer novidades espere pelo Re-pórter.

TINOCO, pai.

Theatrlces

A conversa é entre as actrizes Maria Ade-laide e Adelaide Pereira.

— Sabes filha? Estou desgostosa da vida e da arte, e bem decidida a envenenar-rae...

— Jesus! E com que vais consummar tão horroroso attentado ?

— Que pergunta ! Pois com que hei-de envenenar-me eu,umadist incta actriz ? Está claro : com ar scenico /

Bravô! X

Na Phenix, entre um francez recem-che-gado e um qualquer Anisio da rua do Ouvidor.

Ricoclietes As minhas inquietações augmentam cada

vez mais. As minhas, e as de toda a gente da Revista

lllustrada, que, ha quinze dias, não tem no-ticias de D. Antony, errante pelos sertões do norte, em busca dos asylos do Ir.*. Igna-cio. O patrão começa mesmo a ter remorsos por have-lo incumbido de semelhante missão, quando podiamos ter aqui o nosso alegre companheiro, hoje exposto á aposto-lice dos sertanejos.

E o que tem valido á Revista tanto sacri-fício, para saber a verdade sobre os asylos e transmitti-la aos seus leitores ?

A O Apostolo continua a escommungar-nos

a todos, por procurarmos os asylos do Quebra -k i lo . . . e saber que fim levou o producto da subscripção para os inundados de Campos.

— Comment appellez-vous cela ? — Mangerona.. . — Mange. . . qui ? ! — A h ! não, não se come aqui ; isto é,

t a l v e z . . . infoime-se com o Caetano, o vate.

— Va- t ' en ! — Sira, é um vatào, um grande va te : ;

muito maior que o Roças. . . x — Com que o Furtado deitou Kean outra

v e z . . . — E ? ve rdade : deitou o K e a n . . . por

terra, outra vez ! x Um matuto : — Quem é aqnelle actor baixinho, de

olhos tão pequenos e tão fechados ? — E' o Yasques. — Eaquella adora, de bocca tão grande

e tão aberta ? — E' a Isabel Porto. — I h ! quo casal! Se ella abrir bem a

bocca é capaz de engolir o outro ! — Talvez. . . talvez. . .

X Representava-so no. S. Luiz a Fernanda. Um deputado do Ceará, entra em meio

do 2® acto, e vai sentar-se junto ao commen-dador F . . .

— Diga patrício, aquelle é que é o Apostolo ?

— Qual, homem ! Aquella é a distincta actriz Emilia Adelaide !

— Descurpe ; pensei que era. I ) . F I F I O .

O publico nos olha mesmo um pouco do esguelha, desconfiado ora da lata do I r / . Ignacio, ora do nosso correspondente. . .

E nós podiamos ter evitado tudo isso, se a Revista lllustrada não tivesse a mania de dizer a verdade aos seus lei tores . . .

(Leitores, sim ; porque é que riem ?) A

Temos até muitos leitores. Alguns tomaram até um grande logro

com o nosso numero passado, pensando que encontravam resposta ao Bezouro. Impos-sível, a Revista lllustrada mantém a sua declaração do só discutir no terreno limpo. Não podemos acompanhar um adversario que, como disse o Cruzeiro, desceu, desceu... que o perdemos de vista.

Retaliar seria facillimo ; mas como esgri-mir com um adversario que se suicida?

Não! gosto muito de andar limpo eu pelo menos ; e a agua vai agora ficar muito cara, com o novo imposto.

A Isto é que é. O governo, que só nos dá agua quando a

Divina Providencia despeja o seu regador sobre nós, cobrava-nos uns tantos mil réis de penna d'agua. Era uma pena já bastante dura ; mas como todos pagavam sem bufar, entendeu o governo que podia triplicar o imposto d'agua para nos matar de sede.

Imaginem por ahi. quanto ha de pagar o povo, quando o Moysés do Rio d'Ouro encanar suas aguas até a cidade !

Não ! decididamente antes beber agua de V i n t é m . . . a dois o copo.

A D. Fortes, que anda a vér em tudo a jus-

tiça do Padre Eterno, travou-se hontem de discussão com o redactor do Messager du Brésil.

D. Fortes é pequenino, mas é teimoso e apresentava argumentos sobre argumentos, quando Fantasio pôz termo á discussão, exclamando :

— Qual historia ! . . . Se Deus fosse justo, teria feito pulgas brancas para os negros . . . enchergarem-n'as em s i !

D. Fortes cahio doente. J U N I O .

Para não haver interrupção na remessa da folha, esperamos que os Srs. assignantes do interior ten-ham a bondade de mandar refor-mar até o fim do anno a sua assig-natura. T Y P . H i L B E B R A R O T , ft. fVALFAHBHGA, 8 7

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/

MM

) OjiAt t íjwt YOcts eitoiõ t* jDrotn-T«r >1 o wtn JOtbinttc?

Aquilio cjní ot falt«*lo throno' esc^neten.; o Cfljavnent* Cívit,

. a gr** ol t flciturcilupcHo a Sc-.

ClC d 0 a li t St rociram-m*.

[Xoyo no [' discarso, o Sr.£). mostro* q\\ac t semptt SfSiiv* MoirtinS, o "Júpiter J i f r : _ ^ro^ocôH ume*. vtr ^^ad^atcmpestaole joarioc

^ii^^^^^^^f^Mteí-vítfir Stcjunr, 5 JTYv « IML /J j .«^( ' f i ' I - v iác f o f c l w

S/tnpçclcj o ptciidtntc do Conselho foi rtccbiplo not fjontoL l)9imã0Yttt»i J^Co twtomto, laureei a c* CoiVè%oiroí trot u n a n i m e , c m Ue»*N6tr o oiovtmo ojovemotT Ou UescoYtrnoir U. Vo:xtacto, pois c/al tila fico* olõis o» tres oiica Jtm cobrir c*j portas.

or; Jcra -receOíUo st JjUíÁoí imprinsoL conservo*-** •Vrvui^a. Sobrt aquiUc immmnoLo IpO^Ofuirn. Só o Cruzeiro c o\i*t Lr\ltr\oÍL\A fotr.tr o COvitrcxrio C ÍDT yiar-íi ecJno Uc ume*, torpe intrleji Vievno^ oíar 4he os cteçivnenfos < dixtr-lhc que á mentiu em oítclocr*r ^^^^^ <Jut foranaos nos os aofycsso?^^ tO oifl*rno± ojiAt o provt.

^PHAÍ^MD/Ji

Ocalor produziu miasmas, sendo nós dos affectado* Ahi vai o ultimo arranco. A" margem o collega da Revista, por incapaz e mA Agora

A' margem!

Anexar .dos nossoó coyist/lkoó, Mc iscorrt^ou, COlhiu, l QitotoU-** -no terroio o vrtotis immundfi, motò Cf̂ ct por yosto-. ' tscolktra. Q„t ^ l ^ a Lhe seja UvC ! . 0jrí*-0Íectmos fingia,. Jotbt-mos ! Aos cync ç»te-m oío» terreno; !ims Ttconhectr cfi^e a, ynttryen^, do Saoutro j pos, também cyoíbamo-s de tir tooUt et

i 0 loojotf yn&ii íimpo dessa folha- ' folha aUaoía, joçramos tsst.. 3r. fora da. ynçircjem por indcccntt l