Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

132
/sistemafiec @fieconline 00088

description

Revista FIEC

Transcript of Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Page 1: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

/sistemafiec

@fieconline

00088

Page 2: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)
Page 3: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIECDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1º Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-Presidente Carlos Prado, Jorge Alberto

Vieira Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo AdjuntoJosé Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha

Pereira Filho Diretores Antônio Lúcio Carneiro, Fernando Antônio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo CostaFernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José Agostinho

Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueirade Albuquerque, Marcus Venícius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros CONSELHO FISCAL Titulares FranciscoHosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antônio de Assis Esteves, José Fernando

Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão Delegados da CNI Titulares Fernando Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota JúniorSuplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho.

Serviço Social da Indústria – SESICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Cláudio Sidrim Targino, Marcos

Silva Montenegro, Ricardo Pereira Sales, Carlos Roberto Carvalho Fujita Suplentes Abdias Veras Neto, José Agostinho Carneiro de Alcântara,Luiz Francisco Juaçaba Esteves, Paula Andréa Cavalcante da Frota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco José

Pontes Ibiapina Suplente Francisco Welligton da Silva Representantes do Governo do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano PortácioSuplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Francisco Oziná Lima Costa

Suplente Eduardo Camarço Filho Representantes dos Trabalhadores da Indústria no Estado do CearáSuplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcus Venícius Rocha

Silva, Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho Suplentes Marcos Antônio Ferreira Soares, PauloAlexandre de Sousa, Francisco Lélio Matias Pereira, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque Representantes do Ministério da Educação

Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes da Categoria Econômica da Pesca do Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria GradvohlBezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco Enio Oliveira Alencar

Suplente Francisco José Pontes Ibiapina Representantes dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Ceará Efetivo Carlos AlbertoLindolfo de Lima Suplente Francisco Alexandre Rodrigues Barreto Diretor do Departamento Regional Fernando Ribeiro de Melo Nunes.

Instituto Euvaldo Lodi – IELDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

Instituto de Desenvolvimento Industrial – INDIPresidente Roberto Proença de Macêdo Diretor Corporativo Carlos Matos

Instituto FIEC de Responsabilidade Social – FIRESOPresidente Roberto Proença de Macêdo Vice-presidente Wânia Cysne de Medeiros Dummar

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Camila Gadelha ([email protected]), Gevan Oliveira([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected], Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected]), Marise Pontes ([email protected]) e Ana Paula Dantas ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Claudemir Luis Gazzoni

Capa Paulo Rodrigo Soares Lopes (Gerência de Marketing/Sistema FIEC) Coordenação gráfica Alterativos Hipermídia Endereço e Redação Av. Barão de Studart, 1980 - Térreo - Fortaleza-CE - CEP 60.120-024 Telefones (85) 3421 5435 e 3421 5436 Fax (85) 3421 5437

Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Gerência de Comunicações (Gecom) do Sistema FIECGerente da Gecom Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421 4203/3421 5434/8801

9077/8578 3018 [email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec

Revista da FIEC. – Ano 7, n 88 (setembro 2014) -– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -

v. ; 20,5 cm.Mensal.ISSN 1983-344X

1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias doEstado do Ceará. Gerência de Comunicação.

CDU: 67(051)

Page 4: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

SETEMBRO 2014 | No 88........................................................................................

AssociativismoMAIS REPRESENTATIVIDADEEntre 2007 e julho de 2014,

houve aumento de 1 378 para

2 146 das empresas associadas

Estrutura operacionalPROFISSIONALIZAÇÃOModernização das estruturas e

prestação do melhor serviço por

meio de novas formas de gestão

Gestão de pessoasATRAÇÃO DE TALENTOSProgramas para incentivar o

crescimento profissional em

diferentes carreiras

16

22

28

FIEC unidaApós oito anos, o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, encerra seu mandato com a instituição plenamente reunificada e a realização de ações consistentes em prol da indústria do estado do Ceará

08GESTÃO

Page 5: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

InovaçãoINCENTIVO À PRODUTIVIDADEPor meio do SENAI, IEL e INDI,

a inovação é uma das prioridades

da gestão Roberto Macêdo

NegóciosESTRUTURA ORGANIZACIONALGerência de Negócios atua em

diversas frentes para assegurar

sustentabilidade do Sistema FIEC

40

IELQUALIFICAÇÃOEducação, gestão da tecnologia e

desenvolvimento de empresários

marcam atuação

FIECPOSSENova diretoria, eleita por aclamação

com participação de todos os delegados

dos sindicatos, toma posse

INDIAPOIO À COMPETITIVIDADEPor meio de ações de inteligência,

inovação e integração, o instituto

busca dinamizar a indústria

FIRESOFOCO NO SOCIALAções socialmente responsáveis

na indústria por meio de parcerias

e redes de colaboração

CINCOMÉRCIO EXTERIOREstímulo à internacionalização

por meio de mudança de

atitude dos empresários

Museu da IndústriaMEMÓRIA E MODERNIDADEEquipamento une épocas e

apresenta-se como referência na

disseminação da história do setor

92128

98

106

114

122

SENAIINOVAÇÃO E TECNOLOGIAAntenado às necessidades da nova

indústria, entidade moderniza e

amplia estrutura

Incremento industrialEM PARCERIASistema FIEC trabalha parcerias

com instituições de diversos tipos

para fortalecer o setor

Ampliando açõesATUAÇÃO NO INTERIORBase de atuação aumenta para

atender os mais importantes polos

econômicos cearenses

SESIEXCELÊNCIA EM GESTÃOMudanças marcaram os últimos oito

anos da instituição, transformando o

modelo de negócio

84

52

6070

32

Page 6: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)
Page 7: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Mensagem da PresidênciaRoberto Proença de Macêdo

os oito anos em que presidi a FIEC pude obter alguns resultados com a concretização de aspira-ções, baseadas em conceitos que me acompanham ao longo da vida empresarial. Nesta que é a minha

última Mensagem da Presidência, compartilho a alegria de ver que foi possível realizar algumas destas aspirações jun-tamente com meus colegas de diretoria.

1 – ASPIRAÇÃO DE UMA FIEC UNIDA

Esta foi a razão de ser da minha aceitação do convite para concorrer à eleição a Presidente da nossa entidade, mo-tivo esse que esteve presente em todos os meus pensamentos e atos, inclusive no momento de viabilizar a minha sucessão.

2 – ASPIRAÇÃO DE PROTAGONISMO EMPRESARIAL

A acomodação, a lamentação e o conformismo diante de dificuldades foram coisas que sempre me incomoda-ram. Descobri na FIEC o poder que ela tem como instru-mento para o empresário exercer a liderança, com pro-atividade transformadora em favor da competitividade sustentável da indústria.

3 – ASPIRAÇÃO DE AUMENTO DA REPRESENTATIVIDADE EMPRESARIAL

O distanciamento de muitos dos meus colegas indus-triais dos órgãos do nosso Sistema FIEC foi algo que mui-to me preocupou ao assumir o primeiro mandato. É uma grande satisfação constatar que a FIEC se tornou mais atraente para muitos empresários quando lhes proporcio-nou participação direta na escolha de seus representan-tes, por meio de uma mudança no nosso sistema eleitoral, que é única no Brasil.

4 – ASPIRAÇÃO DE SERVIR À INDÚSTRIA

Nunca aceitei as anomalias existentes em várias enti-dades de representação em nosso país, decorrentes de sua apropriação para fins particulares em detrimento dos inte-resses coletivos. Fico muito feliz de ter tido companheiros de diretoria e dirigentes de sindicatos que me apoiaram na ruptura de muitas dessas práticas indesejáveis.

5 – ASPIRAÇÃO DE UMA GESTÃO COLEGIADAO forte viés presidencialista das nossas representa-

ções classistas jamais me pareceu eficiente. Na FIEC, comprovei que o funcionamento coletivo de uma dire-toria coesa torna mais leve o gerenciamento e atende aos requisitos de eficácia.

6 – ASPIRAÇÃO DE UMA ECONOMIA DESCONCENTRADA

A concentração econômica em Fortaleza e sua região metropolitana é uma distorção que se choca com minha compreensão de desenvolvimento. No esforço de buscar uma situação mais equilibrada e sustentável, dão-me con-tentamento algumas contribuições que a FIEC pôde fazer no processo de regionalização da indústria no Ceará.

7 – ASPIRAÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO MERITOCRÁTICA

A configuração paraestatal é um entrave antigo nas organizações classistas. Este formato me incomoda pelos excessos burocráticos, influência política, lentidão e custos elevados. Avançamos na eliminação desses obstáculos com a elaboração de um diagnóstico completo e com a realiza-ção de uma reforma estrutural.

8 – ASPIRAÇÃO PARA INOVAR

O tradicionalismo, a repetição e a imitação me impa-cientam. Uma sociedade que não inova é mera seguido-ra. Por acreditar nos talentos e na garra dos empresários cearenses, nos lançamos, juntamente com universidades e governos, em vários projetos instigadores da criação de uma cultura de inovação em nosso estado. Considero-me afortunado por termos conseguido dar passos importantes e firmes nessa direção.

Sinto-me recompensado pelo que foi conquistado, mas como sei que tudo isso resulta de um esforço conjunto de muitas pessoas da nossa e de outras instituições, sou igual-mente agradecido a todos que juntaram as suas esperanças e energias nessa construção.

A você, leitor da Revista da FIEC, despeço-me com o meu abraço e o meu muito obrigado.

Oito lições desses oito anos

N

7Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 8: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Compromisso com a união

Gestão

Roberto Macêdo, em discurso de posse no 1º mandato: "Inspirado em Luiz Esteves, reafirmo a nossa promessa de buscar a reunificação do Sistema FIEC o mais rapidamente possível"

| REVISTADAFIEC | Setembro de 20148

Page 9: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O presidente da FIEC encerra oito anos de mandato com a instituição plenamente reunificada e a realização de ações consistentes em prol da indústria cearense

Com 100% dos votos dos 39 delegados represen-tantes dos sindicatos filiados à Federação das In-dústrias do Estado do Ceará (FIEC), o empresário Jorge Alberto Vieira Studart Gomes (Beto Studart)

foi eleito no dia 14 de março deste ano o novo presidente da entidade. O mandato, que começará em 22 de setembro, será de cinco anos, sem direito à reeleição, conforme deter-mina o estatuto aprovado em julho do ano passado.

Na oportunidade, o presidente da FIEC, Roberto Proen-ça de Macêdo, sugeriu que a chapa conduzida por Beto Stu-dart fosse denominada União. A sugestão não só foi aceita, como traduziu simbolicamente aquele momento histórico que estava sendo vivenciado na entidade representativa do setor industrial cearense.

Para a maioria dos representantes sindicais presen-tes naquele dia no pleito, ocorrido no 5º andar da Casa da Indústria, o sentido do termo não significava apenas a necessidade de fortalecimento do setor industrial. Como bem ressaltou o ex-presidente da FIEC, Fernando Cirino Gurgel, “pode parecer retórica, mas somos pessoas muito ocupadas para ficarmos desperdiçando energia com desa-venças internas”.

Fernando Cirino, de certa forma, estava sintetizando um período no qual a Federação enfrentou, a partir de dis-putas internas, momentos de dificuldades que não acres-centaram nada de positivo ao segmento industrial cearen-se. Mas, para compreender esse cenário, é preciso voltar no tempo e entender a importância das duas gestões de Rober-to Macêdo nesse processo.

Gestão iniciada em 18 de setembro de 2006 para suce-der a de Jorge Parente Frota Júnior, após intensa disputa eleitoral travada entre as principais lideranças que sempre tiveram papel de destaque na FIEC. O resultado do plei-to, com três candidaturas postas, apontou que, dos 38 vo-tos dos sindicatos, Roberto Macêdo obteve 19, Hermano Franck 13 e Orlando Siqueira 1.

Luiz Esteves Neto, ex-presidente da FIEC

9Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 10: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Outros cinco votos foram colocados em urna separada, devido a pedidos de impugna-ção solicitados pelas chapas. Como a diferen-ça do primeiro para o segundo colocado ul-trapassou a quantidade de votos impugnados, o presidente da Comissão Apuradora, Meton César de Vasconcelos, lacrou a urna, que ob-teve os votos em separado, e não os computou.

O episódio, por si só, é representativo do nível de acirramento que demarcou a elei-ção. Roberto Macêdo tinha exata noção dis-so, tanto que, logo após o anúncio de sua vi-tória, na tarde do dia 14 de agosto, afirmou que o pleito foi bastante disputado: “Tenso em alguns momentos, mas que, agora, de-verá buscar a harmonia entre as chapas que participaram da eleição. Vamos buscar isso o mais breve possível”.

Era o primeiro indicativo da tentativa de reconciliação, mesmo com feridas ainda ex-postas pela disputa eleitoral. O desejo expres-so no calor da disputa, todavia, não escondia

no íntimo da chapa vencedora que a luta não seria fácil, e o reforço do desejo pela reunifica-ção deveria servir quase que como um mantra dali em diante.

Assim, Roberto Macêdo fez em seu discur-so de posse uma homenagem especial a Luiz Esteves Neto, ex-presidente da FIEC, citando--o como símbolo da união do empresariado industrial do Ceará. Esteves já se encontrava bastante debilitado, mas fez questão de com-parecer à posse do presidente. “Inspirados em você, reafirmamos neste momento a nossa promessa de buscar a reunificação da nossa FIEC o mais rapidamente possível”, disse Ro-berto Macêdo ao assumir pela primeira vez os destinos da Federação.

Ainda no discurso de posse, ele declarou nunca ter tido a ambição de ser presidente da FIEC: “Aceitei candidatar-me à presidência da nossa Federação atendendo a um chamado da maioria dos representantes do empresariado industrial do Ceará. Este chamado significa um desafio, entendido como missão, para a reunificação da nossa entidade e para o avan-ço do seu processo de modernização. Assumo esse honroso cargo para o cumprimento dessa missão e, reafirmo, é por isso que estou aqui!”.

Fernando Cirino Gurgel, ex-presidente da FIEC, após o pleito que elegeu Beto Studart

Pode parecer retórica,

mas somos pessoas muito

ocupadas para ficarmos

desperdiçando energia com

desavenças internas

O presidente da FIEC, Roberto

Macêdo, sugeriu que a chapa

conduzida por Beto Studart fosse

denominada União, sugestão

acatada por unanimidade

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201410

Page 11: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

e 2007 a 2013, os 39 sindicatos associados à FIEC passaram de 1 378 para 2 000 empresas filiadas. Parte deste resultado se deve às ações do Programa de

Desenvolvimento Associativo (PDA), desenvolvido pela Confede-ração Nacional da Indústria (CNI) e replicado pelas federações estaduais de indústria. (Veja matéria na página 16.)

No Ceará, o trabalho, coordenado pelo Instituto Eu-valdo Lodi (IEL/CE), é considerado como modelo para as demais federações. Prova disso são os convites recebidos para que as estratégias adotadas aqui sejam divulgadas em outras federações. Nos últimos cinco anos, sete esta-dos receberam a presença de lideranças dos sindicatos cearenses expondo suas experiências, que também foram relatadas durante o último Encontro Nacional da Indústria (ENAI), ocorrido em dezembro de 2013, em Brasília.

O resultado consolida o que Roberto Macêdo chamou de decálogo da governança sindical, inserido na Men-sagem da Presidência da edição da Revista da FIEC de fevereiro de 2008. Ele afirmava ali que o sindicato preci-sava ser representativo, profissionalizado, ético, gestor de demanda, alavancador, modernizador, motivador, inovador,

integrador e responsável. Ao fazer uso de atributos desse tipo, escreveu Roberto Macêdo, “entendo que fortalece-remos as entidades que constituem a base do sistema representativo do empresariado industrial do Ceará e, com isso, contribuiremos para o aumento da competitividade das empresas cearenses”.

1. REPRESENTATIVO. O sindicato deve ter uma re-presentação mínima que expresse significativamente, em termos quantitativos e qualitativos, a dimensão do seu setor.

2. PROFISSIONALIZADO. O sindicato não tem dono. É administrado por uma diretoria que atua respei-tando a sua natureza pública e aplicando as melhores práticas de gestão empresarial.

3. ÉTICO. O sindicato somente deve praticar ações que sejam reconhecidas pela sociedade, com base em valores norteadores do bem-comum.

4. GESTOR DE DEMANDA. O sindicato deve gerir a demanda das empresas do seu setor para o bom uso de toda a estrutura do Sistema FIEC, em benefício dos seus associados.

5. ALAVANCADOR. O sindicato deve induzir e facilitar a montagem de sistemas consorciados capazes de congregar pequenas empresas para atender demandas que extrapolem suas capacidades individuais.

6. MODERNIZADOR. O sindicato deve incentivar e prover

os meios para a gestão profissionalizada das empresas, apli-cando as melhores e mais atuais práticas administrativas.

7. MOTIVADOR. O sindicato deve estimular e facilitar a capacitação continuada de pessoas em todos os seus ní-veis, de forma a atender as necessidades sempre crescentes da Nova Indústria.

8. INOVADOR. O sindicato deve difundir e apoiar programas voltados para inovações tecnológicas e de produtos e processos, bem como contribuir para o acesso às fontes de recursos existentes para a realização de pesquisas e desenvolvimento.

9. INTEGRADOR. O sindicato deve integrar as ações do seu setor nas cadeias produtivas afins, visando à obtenção de vantagens competitivas (fiscais, tributárias, volumétricas, etc.) para a inserção competente das empresas na econo-mia nacional e global.

10. RESPONSÁVEL. O sindicato deve ser o guardião da prática da responsabilidade social e ambiental dos seus associados, contribuindo para o fortalecimento da imagem institucional do empresariado industrial.

DDiálogo com a governança sindical

Decálogo da governança sindical

Encontro Nacional da Indústria (ENAI), ocorrido em dezembro de 2013, em Brasília

11Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 12: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201412

Page 13: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

compromisso assumido com a reunificação da FIEC pela gestão Roberto Macêdo passou a ser uma busca permanente, mas o cenário vivencia-

do pela indústria cearense exigia mais do que discur-so. O Brasil passava por transformações importantes, com emprego em alta, mais renda circulando e, em consequência, novas perspectivas em termos de compe-titividade para as empresas.

A diretoria da FIEC sabia que lidar com esse quadro exigiria mais do que a retórica da reunificação, mas princi-palmente compromisso com as mudanças. Nesse sentido, além da profissionalização do Sistema FIEC, era preciso fortalecer os sindicatos filiados, base de toda a representa-

tividade que compõe a Federação. A senha estava criada. Como disse certa vez Roberto Macêdo: “Com a aproxima-ção, reduziremos os preconceitos, aumentaremos a con-fiança mútua, aprenderemos mais, sairemos do isolamento, superaremos o individualismo e teremos mais união. Assim, fortaleceremos a nossa Federação, os nossos sindicatos e aumentaremos nossa força competitiva”.

A missão, porém, não seria fácil. Se a pretensão de Ro-berto Macêdo era cumprir apenas um mandato, tendo como pressuposto primordial reunificar a Federação, esse desejo foi atropelado pelas circunstâncias que levaram aquela gestão a pleitear a reeleição em 2010. A eleição, no entanto, já trazia a marca de um novo momento iniciado em 2006.

OCircunstâncias impuseram reeleição

13Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 13Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 14: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

A principal novidade foi a participação dire-ta dos empresários filiados aos 39 sindicatos li-gados à Federação na escolha do presidente da entidade. Duas chapas disputaram o comando da maior entidade de classe do estado: a chapa 1 (FIEC 60 Anos) teve à frente Roberto Macêdo, que buscava a reeleição. A chapa 2 (Participação para Inovar) foi liderada por Orlando Carneiro de Siqueira, titular da OCS Minerais e Empreen-dimentos. Com 37 votos a favor e um contra, Roberto Macêdo foi reconduzido ao cargo no dia 19 de agosto.

O clima tranquilo da reeleição era a prova de que a FIEC estava no caminho certo. A sim-bologia desse momento pôde ser demonstrada pelo empresário Jaime Aquino, primeiro a votar naquele dia. Aos 87 anos na época, Aquino, que é o maior produtor de caju do mundo, destacou que estava presente ao pleito por

O clima tranquilo no ambiente da eleição mostrava que a FIEC

estava no caminho certo. A simbologia desse momento pôde ser demonstrada pelo empresário Jaime Aquino, que na época com 87 anos

disse estar presente ao pleito por acreditar no processo democrático

acreditar no processo democrático, ressaltan-do que a eleição trouxe uma revitalização à entidade da indústria.

Se entre os dois postulantes o clima era de fraternidade, entre os eleitores não poderia ser diferente. Durante todo o processo de votação, militantes das duas chapas faziam questão de demonstrar esse clima por meio de conversas e debates que enalteciam o fortalecimento da FIEC. A participação dos sindicatos durante o processo eleitoral registrou ainda um fato marcante, que foi a permanência de vários presidentes acompanhando o pleito do começo ao fim. Além dos presidentes de sindicatos, participaram da festa democrática, ressaltando a importância da disputa como prova da força da FIEC, os ex-presidentes da entidade Jorge Pa-rente Frota Júnior e Fernando Cirino Gurgel.

Reeleito, Roberto Macêdo percebeu com clareza que a natureza participativa das eleições da FIEC, com 703 empresários votantes, conferiu maior legitimidade e responsabilidade ao grupo que iria conduzir a Federação no próximo perío-do. Por isso, dentre as várias ações que pensou para o novo mandato, priorizou algumas que en-tendia como os pilares conceituais para a gestão 2010-2014, e que também foram publicados na Mensagem da Presidência da Revista da FIEC de setembro de 2010. Foram eles:

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201414

Page 15: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Pilares conceituais para a gestão 2010-20141. REPRESENTATIVIDADE POLÍTICO-SOCIAL. Fortalecimento da representação empresarial, com intensificação do associativismo e ações compar-tilhadas com a sociedade e com as diversas áreas dos diferentes níveis governamentais. Essa foi uma das principais formulações identificadas no nosso Planejamento Estratégico.

2. FORTALECIMENTO DAS CADEIAS PRODUTIVAS. A complementaridade entre as indústrias de transformação se apresenta como uma grande oportunidade de atração de novos investimentos, melhorando a competitividade das indústrias locais e contribuindo para o desenvolvimento do setor industrial e do estado.

3. CONSOLIDAÇÃO DA CULTURA DA INOVAÇÃO. O Movimento Empresarial pela Inovação (MEI) deve assumir a mesma dimensão e importância que teve o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), quando colocou a indústria brasileira no nível de competitividade mundial.

4. CONSOLIDAÇÃO DA CULTURA DA EXPORTAÇÃO. Para estarmos exportando em 2014 mais de dois bilhões de dólares, independentemente da siderúrgica, temos de adotar um novo comportamento no meio empresarial para a atuação no mercado internacional.

5. MARKETING CORPORATIVO. É fundamental que implantemos um sistema de marketing e comunica-ção interna e externa para mostrar aos empresários e à sociedade o diferencial e a excelência dos nossos serviços oferecidos pelo SENAI, SESI, IEL e CIN. Para isso, temos de nos adequar para atender às demandas de qualificação de mão de obra e de gestão, necessárias para o novo patamar de desen-volvimento industrial do Ceará.

6. MARKETING INSTITUCIONAL. A força, a im-portância e o poder de influência da Federação das Indústrias do Estado do Ceará têm de ser percebidos e respeitados pela sociedade e por todas as áreas dos diferentes níveis governamen-tais. Precisamos desenvolver uma metodologia de marketing e o envolvimento de todos os associados da nossa Federação para, pela força do conjunto, consolidar uma imagem que traduza o respeito pelo que somos.

7. ATUAÇÃO NOS POLOS INDUSTRIAIS. Melhoria da mão de obra e gestão da indústria regional, apoiando a expansão industrial, por meio da estru-turação e ampliação das Diretorias Regionais.

8. MELHORIA DA ATUAÇÃO NO PLANO TEMÁTICO. Aumentar a contribuição ao desenvolvimento esta-dual, regional e nacional, por meio de uma maior integração com a CNI mediante a participação efetiva nos Conselhos Temáticos comuns, dando aos presidentes dos nossos Conselhos Temáticos o status de Diretor.

9. VISÃO CONJUNTURAL E DE LONGO PRAZO. O Conselho Estratégico deverá atuar como orientador da gestão numa visão de longo prazo, levando em consideração as questões conjunturais do Ceará, do Brasil e do mundo.

10. IDENTIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE NOVAS LIDERANÇAS. Temos de alinhar os estatutos dos nossos sindicatos com o espírito democrático adotado pela FIEC. O fortalecimento dos sindicatos e da Federação passa pela renovação permanen-te de suas lideranças. Devemos também voltar a contribuir, por meio do CIC, para a renovação das lideranças públicas.

A nova diretoria, portanto, passou a defender a mudança comportamental dos industriais cearenses, com mais energia, ousadia e agressividade no processo produtivo e postura inovadora e empreendedora para obter competitividade no mercado externo. Luta que

ainda está longe de ser vencida, mas que teve na ges-tão que se encerra mais do que uma cobrança, e sim um estímulo em prol do avanço da indústria cearense. O leitor, ao folhear as páginas desta edição especial da Revista da FIEC, com certeza perceberá isso.

15Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 16: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O número de empresas associadas aos 39 sindicatos aumentou de 1 378 para 2 146, fortalecendo as entidades que constituem a base do sistema representativo do empresariado industrial do Ceará

Gestão fortalece sindicatos

Associativismo

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201416

Page 17: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Ao assumir a presidência da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) em setembro de 2006, um dos objetivos do presidente Roberto

Proença de Macêdo era fortalecer as entida-des que constituem a base do sistema repre-sentativo do empresariado industrial do Ceará, contribuindo, assim, para o aumento da competitividade das empresas do esta-do. Missão cumprida: entre 2007 e julho de 2014, o número de empresas associadas aos 39 sindicatos aumentou de 1 378 para 2 146. Alguns sindicatos, dentre eles os ligados aos setores da construção civil, metalmecânico, alimentos, químico, cerâmico e panificação, puxaram a lista dos que mais agregaram em-presas aos seus sindicatos, fortalecendo-os, e, por consequência, fortalecendo a representa-tividade da própria FIEC.

A ideia de investir nesse fortalecimento, além de ser uma ação estratégica implementa-

da por Roberto Macêdo baseada no decálogo da governança sindical que publicou na Revis-ta da FIEC, foi potencializada pelo Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) le-vado a efeito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e replicado pelas federações de indústria, cujo objetivo é fortalecer as ações dos sindicatos ligados ao Sistema Indústria.

De acordo com a gestora do PDA na FIEC, Lúcia Abreu, somente somando esforços, atuando de forma unida, por meio dos sindi-catos, a indústria será capaz de conquistar me-lhorias no ambiente de negócios, multiplican-do seus resultados. Ela explica que o sucesso do PDA no Ceará deve-se muito ao fato de a diretoria da FIEC ter dado absoluta prioridade às atividades propostas.

Foi a partir de uma demanda construída por todas as federações de indústria que nasceu o PDA. O programa teve origem na percepção da CNI e das federações sobre a necessidade de modernizar os sindicatos para fortalecer sua atuação em defesa de interesses da in-dústria. Também foi inspirado em atividades do movimento sindical que vinham sendo realizadas nas federações do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O programa amplia a represen-tatividade e a sustentabilidade dos sindicatos, a fim de que reúnam e liderem as indústrias representadas na defesa de interesses do seg-mento. Atualmente, atua em duas frentes: Associa Indústria e Avança Sindicato. (Veja quadros nas páginas 19 a 21.)

“Quando um sindicato se fortalece, for-talece o setor e, consequentemente, fortalece também a representatividade das federações de indústria. É um tema muito estratégico para elas. Se o sindicato moderniza sua ges-

Lúcia Abreu, gestora do PDA na FIEC

Quando um sindicato se

fortalece, fortalece o setor e, consequentemente, fortalece também a representatividade das federações de indústria

17Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 18: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

tão, faz planejamento estratégico, o setor de uma forma geral começa a vislumbrar o que pode fazer para melhorar. E o PDA tem uma série de cursos, capacitações e outros servi-ços para dar sustentabilidade a essa constru-ção”, diz Lúcia Abreu.

Referência nacional

Por conta da prioridade dada ao tema na FIEC, o programa no Ceará acabou se tornando referência nacional. Líderes sin-dicais, como o vice-presidente da FIEC e o ex-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon), Roberto Sérgio Ferreira, e o pre-sidente do Sindicato das Indústrias Metalúr-gicas Mecânicas e de Materiais Elétricos do Estado do Ceará (Simec), Ricard Pereira, ro-daram o Brasil apresentando suas experiências bem sucedidas, a empresários e gestores sin-dicais. Mostraram como conseguiram atrair e fidelizar associados, organizar os desafios do setor e tratar as questões comuns às empresas de uma forma geral.

O Simec foi às federações do Rio Grande do Sul, Roraima, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba, Santa Catarina e ao Encontro Nacional da Indústria (ENAI), em Brasília. O Sinduscon à federação de Pernambuco e também ao ENAI. O Sindicato das Indústrias de Cerâmi-cas e Premoldados do Ceará (Sindcerâmica) apresentou-se na federação de Brasília. Em Tocantins e Santa Catarina, foi a vez do Sin-dicato das Indústrias Químicas, Farmacêu-ticas e da Destilação de Petróleo do Estado do Ceará (Sindquímica). No Rio de Janeiro,

Ricard Pereira, presidente

do Simec

Os resultados foram rápidos, mediante

o crescimento de associados e de novas

receitas

o Sindicato da Indústria Gráfica do Esta-do do Ceará (Sindgráfica), e, na Paraíba, o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Ceará (Sindpan) divulgaram suas estratégias.

Em entrevista ao Portal da Indústria, edi-tado pela CNI, sobre a experiência de associa-tivismo colocada em prática na FIEC, Roberto Macêdo disse estar muito orgulhoso com o desempenho dos sindicatos 'campeões': “Com esses resultados, sentimo-nos com o dever cumprido em grande parte da nossa missão; missão essa realizada com o esforço coletivo da nossa diretoria e dos nossos sindicatos, in-timamente integrados com as Casas que com-põem o Sistema FIEC”.

Simec e Sindcerâmica

A experiência de sucesso do Simec, que conseguiu em quase seis anos aumentar em mais de 300% o número de associados, co-meçou por meio do PDA. Conforme Ricard Pereira, ao aproximar-se do programa pas-sou a ter acesso a uma variedade de cursos de formação e capacitação, os quais auxiliaram seu trabalho não apenas como associado ao sindicato, mas, sobretudo, como empresário. Um ponto fundamental para o sindicato al-cançar tal resultado foi a realização do pla-nejamento estratégico, que teve assessoria do programa. “Nós conhecemos a situação onde estávamos, onde queríamos chegar, os pontos fortes e os desafios a serem enfrentados nos dois anos seguintes.”

A partir da escolha de alguns vetores es-tratégicos, os associados organizaram as metas para o setor. “Um deles foi a comunicação. Fo-camos na comunicação interna com os asso-ciados, na externa para a sociedade em geral e na transversal com os outros sindicatos”, conta Ricard Pereira. Ele acrescenta: “Os resultados foram rápidos, mediante o crescimento de associados e de novas receitas, além do surgi-mento de projetos que deram retorno finan-ceiro à entidade, que saiu de um patamar para outro mais alto. Começamos com 51 associa-dos, rapidamente chegamos a cem no período de um ano e agora temos cerca de 200”.

Para o presidente do Simec, o relaciona-mento intersindical foi a grande marca da ges-tão do presidente Roberto Macêdo: “Por meio desse incentivo, nós estabelecemos relações

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201418

Page 19: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Fernando Ibiapina, presidente do

Sindcerâmica

O caminho é este e não tem volta:

fortalecer o sindicato e, por meio dos sindicatos, fortalecer ainda mais a nossa Federação

>> 571 participantes em 30 cursos >> 506 participantes em 21 palestras>> 23 sindicatos atendidos no planejamento estratégico>> 1 780 publicações em 56 boletins sindicais de 22 sindicatos>> 31 sindicatos atendidos em pesquisa sindical >> 28 sindicatos pesquisados e 275 empresários entrevistados em pesquisa de satisfação do associado. Fonte: PDA/CE, 2007 a 2014

Números do PDA

com sindicatos de outros setores, como o químico, de energia e da construção civil. Vi-mos que tínhamos pontos comuns e começa-mos até a fazer reuniões e eventos em parceria. Isso foi muito bom porque crescemos juntos”. Este foi, conta Ricard, um modelo idealizado e implementado pelo presidente da FIEC, o qual gerou uma atuação mais consistente da instituição, fazendo surgir, inclusive, negócios.

O Sindcerâmica também aumentou bas-tante o número de associados. Hoje, são cer-ca de 150 associados, mas há 14 anos eram em torno de 20. Explica o presidente Fernan-do Ibiapina: “O crescimento é fruto de um trabalho contínuo, envolvendo a realização do planejamento estratégico com o PDA, que contou com boa participação dos empresá-rios, criação do laboratório de cerâmica, re-alização de reuniões mensais e mobilização dos associados”. Uma das experiências imple-mentadas foi a descentralização das reuniões. “Resolvemos fazer as reuniões com os asso-ciados nas próprias empresas. Foi um sucesso de adesão. A partir daí, iniciou-se uma cultu-ra de compartilhamento de desafios. Os em-presários apresentam problemas, discutem desafios e todos contribuem com alternativas e experiências para a melhoria do setor.”

Fernando Ibiapina afirma que o resultado é muito positivo. Ele dá alguns exemplos: as empresas associadas conseguiram com o go-verno do estado a redução da carga tributária em 50% e, com o Ibama, a utilização da poda

do cajueiro, algo que antes era uma demanda muito burocrática; ainda junto ao governo estadual, a carga tributária referente à com-pra de materiais e equipamentos vindos de outros estados foi reduzida; e, no Sistema FIEC, vários empresários do setor foram trei-nados e capacitados.

Para ele, o trabalho do PDA é muito interessante porque leva um mundo de in-formações aos sindicatos e aos seus gesto-res: “Não tenho dúvida de que o apoio que a FIEC deu ao PDA possibilitou alcançar todo esse sucesso. No Sindcerâmica, saí-mos de 20 associados para 150. O caminho é este e não tem volta: fortalecer o sindicato e, por meio dos sindicatos, fortalecer ainda mais a nossa Federação”.

Apresentação PDA reunião de diretoria, dezembro de 2010

19Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 20: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

PROJETO ASSOCIA INDÚSTRIAParceria entre a CNI e o Sebrae, visa à expansão das iniciativas do PDA destinadas a empresas industriais, possibilitando sua oferta a municípios do interior do país e também a empresas de setores selecionados.

OBJETIVOS>> Estimular a ação empresarial coletiva, por meio do Sistema de Representação da IndústriaAtividades:— Diálogo sobre a competitividade: Como construir uma indústria forte?— Dia do empresário da indústria

>> Sensibilizar quanto ao impacto do ambiente de negócios sobre a competitividade da indústriaAtividades:— Curso Como evitar problemas trabalhistas?— Curso Como reduzir sua tarifa de energia elétrica?— Curso Como pagar menos tributos?— Curso Como atender a fiscalização do trabalho?— Curso Como prevenir problemas ambientais?

>> Disseminar informações práticas sobre assuntos de interesseAtividades:— Intercâmbio de lideranças setoriais

PROJETO AVANÇA SINDICATO Reúne ações para dois diferentes públicos do sindicato: o primeiro formado por seus presidentes e dirigentes, responsáveis pelas decisões e pela atuação em nível estratégico, e o segundo pelos executivos, a quem compete a gestão cotidiana do sindicato e o relacionamento constante com as empresas representadas.

OBJETIVOS:>> Orientar e prover ferramentas para estruturação, planejamento e

gestão dos sindicatosAtividades:— Planejamento estratégico— Sistema de inteligência de negócios da indústria— Pesquisa sindical 2014

>> Desenvolver nos líderes e executivos de sindicatos competências necessárias para a gestão sindicalAtividades:Para líderes sindicais:

Ações do PDA

Diálogo sobre Competitividade, realizado em julho de 2014

Evento mostra as ações do PDA realizadas de 2007 a 2013

Presidente da FIEC com presidentes dos sindicatos associados, em maio de 2012

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201420

Page 21: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

— Mesa-redonda Estratégias para atrair e manter associados?— Palestra 1 – Desafios do líder sindical empresarial— Palestra 2 – Gestão estratégica do sindicato— Palestra 3 – Negociação coletiva— Palestra 4 – Comunicação e relacionamento com as empresas

Para executivos de sindicatos:— Mesa-redonda Como alavancar a gestão do sindicato?— Curso 1 – O papel do executivo na superação dos desafios do sindicato— Curso 2 – Gestão de projetos e parcerias sindicais— Curso 3 – Gestão de procedimentos sindicais— Curso 4 – Gestão do relacionamento com as empresas

>> Aprimorar a comunicação e o relacionamento do sindicato com a base empresarial

Atividades:— Portfólio do sindicato— Site do sindicato— Boletim eletrônico do sindicato

>> Apoiar projetos inovadores para promoção do associativismo, elaborados pelas federações Atividades:— Projetos inovadores

Diálogo sobre competitividade PDA, julho 2014

Page 22: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Profissionalização da gestão marca redesenho

Estrutura operacional

Grupo formado por diretores e executivos do Sistema FIEC que participou no hotel Oceanic do Planejamento Estratégico iniciado em 2008

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201422

Page 23: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Uma profunda mudança no pensar e no fazer marcaram a gestão do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC) nos últimos

oito anos. O objetivo: realizar gerenciamento es-tratégico integrado, com foco no negócio e na eficiência dos processos, priorizando a moder-nização das estruturas e a prestação do melhor serviço. Sinalizada no discurso de posse do pri-meiro mandato do presidente Roberto Proença de Macêdo, ainda em 2006, a profissionalização da gestão foi delineada em seis anos de intenso trabalho, números significativos e resultados concretos. No suporte à construção dos novos tempos, a ampliação e a consolidação do papel de agente indutor desempenhado pela Superin-tendência Geral do Sistema FIEC e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na implantação dos projetos corporativos.

O Planejamento Estratégico, iniciado em 2008, foi o celeiro das ideias que culminaram na reestruturação do Sistema. Com o amplo apoio da base empresarial, os encontros no hotel Oceanic em 2008 geraram os mapas estra-tégicos do Sistema FIEC e da própria FIEC individualmente, totalmente alinhados às diretri-zes do Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015 e ao Plano Estratégico do Sistema Indústria 2006-2010. “Por meio do mapa estratégico, queremos deixar para o futuro uma entidade profissionali-zada para que seu destino se cumpra, indepen-dente de quem esteja à sua frente”, afirmou na época Roberto Macêdo.

Sinalizada no discurso de posse do primeiro mandato de Roberto Macêdo, a profissionalização da gestão da FIEC foi delineada em seis anos de intenso trabalho

O Planejamento Estratégico, iniciado em 2008,

foi o celeiro das ideias que culminaram na

reestruturação do Sistema. Com o amplo apoio da

base empresarial, os encontros no hotel Oceanic

geraram os mapas estratégicos do Sistema FIEC

e da própria FIEC individualmente, totalmente

alinhados às diretrizes do Mapa Estratégico da

Indústria 2007-2015 e ao Plano Estratégico

do Sistema Indústria 2006-2010

23Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 24: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Em um segundo momento, foi realizado o alinhamento de indicadores relativos aos objeti-vos e diretrizes estratégicos constantes dos mapas das Casas que constituem o Sistema FIEC: Servi-ço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Instituto Euval-do Lodi (IEL), Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO) e Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI). Todo o processo de planeja-mento estratégico ocorreu fundamentado em uma gestão compartilhada, com base nos princípios da participação, descentralização e autonomia.

Desenho

A partir do planejamento, foi delineado um plano de ação iniciado em 2009, com a implan-tação do Projeto de Marketing Corporativo, que surgiu como iniciativa da CNI para criar uma cultura de mercado nas federações e que culmi-nou com a criação de uma gerência executiva de negócios, já no segundo mandato de Roberto Ma-cêdo. “No Sistema FIEC, todos falarão a mesma linguagem e teremos um portfólio conhecido e defendido por todos”, disse o presidente, em 2010, durante a posse para a nova gestão.

Ele também prometeu adotar uma estrutura empresarial para gerir a instituição, de forma a liberar os diretores da FIEC para uma ação mais focada no desenvolvimento dos setores que repre-sentam. Esta iniciativa começou a se concretizar

em 2011, por meio da contratação da Consultoria Personal para o desenvolvimento do Projeto de Mapeamento e Redesenho de Processos e Estru-tura Organizacional da FIEC. A ideia incluiu o estudo das características da estrutura das áreas corporativas do Sistema FIEC e a definição de propostas de melhoria, as quais possibilitassem agregar valor ao negócio do Sistema, mediante o Projeto Inovação e Melhoria de Processos, cujo objetivo foi o de modernizar métodos, agilizar fluxos e estimular relacionamentos, sempre com foco na melhoria contínua das áreas corporativas.

O novo desenho da estrutura organizacional corporativa foi apresentado aos gestores em abril de 2013 e trouxe, por meio do Projeto de Implanta-ção da Nova Estrutura Organizacional do Sistema FIEC, dentre outras mudanças, a integração das áreas de comunicação, por meio da criação da Ge-rência de Comunicações (Gecom), e a criação de

Roberto Macêdo, presidente da FIEC, na

apresentação do mapeamento e redesenho de

processos e estrutura organizacional, em 2011

Por meio do mapa estratégico,

queremos deixar para

o futuro uma entidade

profissionalizada para

que seu destino se cumpra,

independente de quem esteja

à sua frente

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201424

Page 25: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

m junho de 2011, o Sistema FIEC deu início ao processo de implantação do Projeto de Custos e Resultados, programa nacional desenvolvido pelo

Sistema Indústria, que objetivou dar ainda mais trans-parência ao uso dos recursos e promover a maximiza-ção dos resultados. Elaborado pela CNI, o projeto foi dividido em quatro fases. A primeira foi o diagnóstico, concluído em 2006, quando foi definida a metodologia de custeio baseado em atividades (ABC); a segunda foi a modelagem conceitual, concluída em 2009; a terceira, a avaliação e a aquisição de software especializado em custeio ABC, concluída em 2009; e, por último, a fase de implantação, iniciada em janeiro de 2010.

Na Federação do Ceará, os patrocinadores do Projeto de Custos e Resultados da CNI foram o superintendente do SESI/CE, Francisco das Chagas Magalhães, e o superintendente geral do Sistema FIEC, Paulo Studart Filho, juntamente com o gerente de Contabilidade, Vanderley Coelho Viana, coordenador do projeto, e o assessor Solon Nogueira.

A equipe responsável pela implantação do projeto, incluindo a KPMG Auditores Externos Independentes, realizou com os gestores do Sistema entrevistas para validação das atividades desenvolvidas por cada um. As entrevistas levantaram dados sobre o “quê” é feito pelos setores, “como” é feito e para onde vão os dados processados. Em seguida, foram definidos os pacotes-padrão de atividades.

Os principais benefícios esperados com a iniciativa são a transparência na aplicação dos recursos, o conhecimento dos custos por atividade e por produtos e serviços, os melhores resultados de produtos e serviços e o suporte que tais informa-ções darão à tomada de decisões estratégicas.

E

Transparência no uso dos recursos

três gerências executivas: administrativa financeira, de negócios e de planejamento e controle, todas li-gadas diretamente à Superintendência Geral.

AtribuiçõesA Gerência Executiva Administrativa Finan-

ceira (Gedaf) coordena as ações das gerências de Recursos Humanos (Gerhur), Gerência do Centro de Conhecimento, Editoração, Documentação, Informação e Pesquisa (Gedip), Gerência de Enge-nharia e Logística (Gelog), Gerência de Contabili-dade e Patrimônio (Gecop), Gerência de Licitações e Compras (Gelic) e Gerência Financeira (Gefin).

A Gerência Executiva de Negócios (Ge-nex), cujas atribuições são planejar, coordenar, acompanhar e avaliar as atividades da Gerência Corporativa de Marketing (Gemar) e da Ge-rência Corporativa de Vendas (Geven), tam-bém foi criada a partir do processo de redese-nho organizacional, e reúne os atuais 11 agentes de vendas do Sistema FIEC.

A Gerência Executiva de Planejamento e

Controle (Gepco) tem a responsabilidade de via-bilizar os recursos tecnológicos de infraestrutura, administração de rede, banco de dados, suporte técnico e sistemas de informações vinculados à Gerência de Tecnologia da Informação (Getic), a gestão de contratos, custos e avaliação das nor-mas e controles internos por meio da Gerência de Controladoria (Gecot) e a gestão estratégica, orçamento corporativo, gestão de riscos, projetos e processos por intermédio da Gerência de Plane-jamento (Gepla).

Ao final de oito meses, o Projeto de Mape-amento e Redesenho de Processos e Estrutura Organizacional da FIEC analisou 54 processos de 43 áreas, fechando um total de 205 reuniões e 92 normas criadas pelos setores reestruturados.

O surgimento de uma nova estrutura decisó-ria, na qual a Superintendência Geral assume ca-ráter executivo, e a definição de várias instâncias de governança prometem dar maior agilidade à tomada de decisões, cujos reflexos incidirão dire-tamente na melhoria da produtividade e do aten-dimento ao cliente final.

Implantação em 2011 do Projeto de Custos e Resultados

25Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 26: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

efetivação do Projeto de Mapeamento e Redesenho de Processos e Estrutura desenvolvido no Sistema FIEC criou

um ambiente favorável para que a federação cearense fosse uma das primeiras no país a ser contemplada com a implantação do projeto ERP Protheus, da CNI, no ano de 2012.

Sistema utilizado para fazer o planeja-mento de recursos da empresa, integrando to-dos os dados e processos em um único local, o ERP Protheus chegou com a proposta de ser um novo modelo de gestão que promete integrar os processos das áreas de planeja-mento, orçamento, suprimentos, financeira, patrimônio e fiscal/contábil.

O processo de implantação foi realizado sob a orientação da CNI, da AGF Consultoria, da Empresa Totvs e da Diretoria Executiva da FIEC (Direx) e promoveu a capacitação de 39 colaboradores das áreas financeira, fiscal, patrimônio, contábil, planejamento, suprimen-tos, custos e orçamento, em 31 processos, resultando em 274 horas de treinamento.

A fase de implantação, que uniu a parame-trização dos dados, a capacitação de pessoal e a integração, foi seguida pela validação de todos os testes realizados e a efetiva implan-

A

A era Protheus

O superintendente geral do Sistema FIEC, Paulo Studart Filho, coordenou a implantação do projeto

tação do ERP em todo o Sistema FIEC no dia 2 de setembro de 2013.

A chegada do ERP Protheus também pos-sibilitou o desenvolvimento de uma nova base tecnológica destinada a tratar das questões or-çamentárias das unidades do Sistema. A revisão do modelo de gestão orçamentária, com foco no gerenciamento, acompanhamento e monito-ramento, teve como grande objetivo incentivar a construção de uma cultura de descentralização, possibilitando a cada gestor acompanhar direta-mente seu saldo orçamentário.

Além da descentralização, o uso do Protheus na elaboração e gestão do orçamento permite a integração de dados, já que a ferramenta integra todas as áreas, tendo como principal benefício a confiabilidade das informações.

Em paralelo à implantação do ERP Pro-theus, uma parceria com o IEL Nacional e com a Consultoria Cymo promoveu a reestruturação da área de suprimentos do Sistema FIEC, a fim de garantir a aderência de seus processos ao ERP Protheus. Os seis contemplados foram licitação, compras diretas, gestão de contratos, gestão dos estoques, gestão de cadastro de materiais e fornecedores.

O projeto Implementação das Recomen-dações do Diagnóstico dos Processos da Área de Suprimentos do Sistema FIEC elaborou os planos de ação para a implementação das recomendações do diagnóstico realizado no período de abril a maio de 2013, além de reestruturar, acompanhar a implementação e auditar a execução dos processos críticos da área de suprimentos, garantindo sua máxima eficácia operacional.

Ao final do projeto Reestruturação dos Processos da Área de Suprimentos, iniciado em 2013, foi contabilizado um total de 203 ações, das quais 66% estão concluídas e 25% em andamento. Dentre as iniciativas destacam-se a resolução que cria o almoxa-rifado do Sistema FIEC e a área de cadastro. O objetivo é contribuir para a melhoria da cadeia de suprimentos. Essas ações se refle-tem diretamente na modernização da gestão de suprimentos, promovendo maior compe-titividade, celeridade e economicidade aos processos licitatórios.

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201426

Page 27: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

m 2009, o SESI/CE foi um dos primeiros do país a aderir ao Modelo de Excelência da Gestão (MEG), o principal projeto do Programa de Desenvolvimento da Gestão

desenvolvido pelo Departamento Nacional do SESI. Na época, a instituição no Ceará registrava 61 pontos na régua de avaliação da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), relativos a estágio de maturidade da gestão da organização nas dimensões de processos gerenciais e resultados organizacionais.

Após cinco anos, o projeto, que teve no presidente da FIEC e diretor regional do SESI, Roberto Macêdo, um dos seus principais patrocinadores, registra mais de 600 pontos na mesma régua de avaliação, resultado do compromisso das pessoas que fazem a organização, o que significa que a entidade segue a passos largos rumo à excelência, com um percentual dez vezes maior de aderência às práticas de gestão reconhecidas mundialmente.

A implantação do MEG, fruto do papel de agente do desenvolvimento do Sistema FIEC exercido por Roberto Macêdo, proporcionou ao SESI/CE adequar as suas práticas de gestão aos conceitos de uma empresa de Classe Mundial, com vistas à geração de resultados que tornem a entidade mais competitiva.

Nos últimos anos, o MEG gerou o ambiente propício para a reflexão, a discussão e a geração do planejamento estratégico do SESI, horizonte 2014-2022, que prevê, dentre outras mudanças relevantes, o reposicionamento de mercado e de marca. Também ensejou a definição de um sistema de gestão da qualidade único para a instituição, o fortalecimento da cultura organizacional, o aprimoramento das práticas de mercado e permitiu uma mudança de pensar a organização como uma empresa que persegue seus propósitos e que gera valor aos seus clientes.

Segundo o superintendente regional do SESI/CE, Francisco

das Chagas Magalhães, o objetivo do MEG é criar uma cultura de gestão voltada para resultados e competitividade. Ele completa: "A partir da assimilação da cultura, pode-se esperar uma série de resultados tangíveis: redução de retrabalhos e cumprimento de prazos, além de benefícios intangíveis, uma maior motivação da equipe e um melhor relacionamento entre o SESI/CE, seus fornecedores e, principalmente, seus clientes".

Para assegurar a assimilação da cultura da excelência, a instituição contou com a consultoria do SENAI de Santa Cata-rina, que, por cinco anos, orientou a implementação do MEG, o qual, em 2014, fechou seu quinto ciclo, quando se encerra como projeto e passa a ser programa, já que está incorporado às rotinas da instituição.

EModelo de excelência

Francisco das Chagas Magalhães, durante a solenidade do Prêmio Ceará de Excelência da Gestão, na qual o SESI/CE foi agraciado com o bronze, em 2011

Em 2011, o SESI/CE recebeu a premiação categoria bronze do Prêmio Ceará de Excelência da Gestão, criado pelo Movimento Ceará Competitivo (MCC) para reconhecer e premiar a experiências de sucesso de micro, pe-quenas, médias e grandes empresas que utilizam o MEG. Na ocasião, a entidade foi avaliada a partir dos 11 fundamentos de excelência e dos oito critérios estabelecidos pelo MEG – Liderança, Estratégias e Planos, Clientes, Sociedade, Informações e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultados –, que compõem uma série de práticas e indicadores de desempenho.

A premiação creditou o SESI a assumir o compromisso maior de servir de referência às empresas do Ceará que creem em fundamentos como valorização das pessoas e da cultura, responsabilidade social, olhar para o futuro e liderança transformadora.

Premiação

27Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 28: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

A ideia é clarificar e aperfeiçoar as formas de crescimento profissional no Sistema FIEC, possibilitando uma visão clara de possíveis opções de crescimento e progressão em diferentes carreiras

Programas atraem e retêm talentos

Gestão de pessoas

Marcos Lima, consultor sênior no Instituto de Avaliação & Gestão, participou em 2009 da implantação do Programa de Avaliação por Desempenho por Resultados

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201428

Page 29: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Programas atraem e retêm talentos

OPlano de Cargos e Carreiras e Salários do Sistema FIEC, implantado em 1o de feverei-ro de 2008, em substituição ao anterior, da-tado de 1990, foi um dos principais progra-

mas da área de gestão de pessoas da administração de Roberto Proença de Macêdo.

Resposta positiva a uma reivindicação antiga dos colaboradores do Sistema, a elaboração do pla-no contou com um grupo de trabalho que tomou por base os valores salariais referenciais de mercado da região metropolitana de Fortaleza, bem como os valores praticados nas unidades do Sistema S insta-ladas na Região Nordeste. Já a sistemática de pro-gressão prevista na Política de Cargos, Carreiras e Salários foi desenvolvida em 2010, definindo os critérios de movimentação funcional nas faixas sa-lariais existentes.

Em março de 2009, o Sistema FIEC implantou o Programa de Avaliação de Desempenho por Resul-tados, com o objetivo de obter o melhor saldo final a partir do alinhamento das metas estratégicas de atuação e performance dos colaboradores. O pro-cesso de avaliação de desempenho foi construído de forma estruturada e sistemática para o desenvolvi-mento fundamentado numa metodologia de análise qualitativa e quantitativa do “saber e saber fazer” individual e do conjunto.

Em 2010 e 2012, pesquisas retrataram o clima e a satisfação organizacional da instituição, permi-tindo a efetivação de planos de ação construídos de forma compartilhada com representantes de todas as áreas envolvidas.

CapacitaçãoNos últimos oito anos, o Sistema FIEC também

investe na capacitação de seus gestores, por meio de ações que objetivam proporcionar a ampliação da visão de negócios e o aperfeiçoamento de habilida-des técnicas e comportamentais. Nesse sentido, os gestores também foram capacitados na habilidade feedback, processo que permite uma melhor gestão da satisfação, do comprometimento e do desempe-nho de pessoas e equipes.

O Plano de Capacitação e Desenvolvimento oferece aos colaboradores condições de desenvol-vimento profissional e pessoal, proporcionando--lhes conhecimentos, habilidades, atitudes e um melhor desempenho na execução de suas ativida-des e empregabilidade. Até maio de 2014, 92 co-laboradores estudavam com subsídio do Sistema, sendo 37 em graduação, 47 em cursos de pós-gra-duação e oito em mestrado.

Abertura em 2008 do Programa de Desenvolvimento de Líderes (Germinar)

Encontro para mostrar resultados das pesquisas de clima e satisfação dos colaboradores do Sistema

Processo de capacitação de gestores envolveu todas as Casas do Sistema FIEC

29Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 30: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Distribuição por instituição e modalidade de ensino (posição até maio/2014)SESI 49

SENAI 37

FIEC 4

CONDOMÍNIO 2

TOTAL 92

GRADUAÇÃO 37

PÓS-GRADUAÇÃO 47

MESTRADO 8

Dentre os programas desenvolvidos pela área de recursos humanos na gestão de Ro-berto Macêdo destacam-se o Programa de Preparação para Aposentadoria, em 2009, denominado Pós-Carreira, com o intuito de promover a valorização dos colaboradores aposentados e propiciar a revitalização do quadro de pessoal, e o Programa Qualidade de Vida, desenvolvido em 2011, em resposta às demandas registradas na pesquisa de cli-ma organizacional, que envolveu diretores da FIEC e colaboradores do Sistema. Por meio

Diretor administrativo adjunto da FIEC, Ricardo Cavalcante, ao lado de José Carlos Braide da Gama, diretor financeiro (à direita), e Edgar Gadelha Pereira Filho, diretor financeiro adjunto, na abertura do Caminhada pela Qualidade de Vida, realizado em 2011

do diagnóstico do SESI Indústria Saudável, o projeto mapeou os aspectos de saúde e estilo de vida dos colaboradores, partindo do prin-cípio de que a prevenção é o principal meio para evitar problemas de saúde.

A criação de um programa de trainee respondeu à necessidade do Sistema FIEC de manter uma estratégia de formação de capital humano devidamente alinhada com seus objetivos estratégicos. A ação foi ini-ciada em 2012, visando, inicialmente, provi-mento de docentes do SENAI.

Page 31: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)
Page 32: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Portfólio integrado, agentes de vendas capacitados, projetos especiais e campanhas publicitárias específicas marcam a atuação da Gerência Executiva de Negócios (Genex)

Sistema FIEC amplia relação com mercado

Negócios

O terceiro Encontro de Mercado ocorrido no Castelão em 2014 envolveu, além de agentes de venda, gestores das Casas

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201432

Page 33: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Uma nova ordem rege a linha de atuação do Sistema FIEC, a partir da criação, em outubro de 2013, da Gerência Executiva de Negócios

(Genex), resultado do redesenho de processos e da estrutura organizacional iniciado na se-gunda gestão do presidente Roberto Proença de Macêdo (2010/2014). Voltada para o incre-mento de uma cultura de mercado destinada a assegurar a sustentabilidade das entidades que compõem o Sistema, a gerência executi-va atua diretamente no reforço do marketing corporativo e institucional da organização, ampliando a comunicação mercadológica dos serviços oferecidos pelo Serviço Social da Indústria (SESI/CE), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), Ins-tituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI) e Centro Internacional de Negócios (CIN) para as in-dústrias cearenses e à sociedade.

Segundo o gerente executivo da Genex, Erick Picanço Dias, embora o ano de 2014 seja ainda de ajustes, o setor já conseguiu efetivar alguns pontos, como a padronização de valo-res e a venda de serviços do Sistema FIEC em um portfólio integrado, trabalhado por meio dos agentes de vendas, além de produzir proje-tos especiais e campanhas publicitárias especí-ficas para divulgação dos produtos e ações das unidades. “Acredito que trouxemos uma nova ordem ao Sistema FIEC. Antes da implantação oficial da área de negócios, havia boa vontade e muito trabalho por parte dos gestores, mas faltava um direcionamento na comunicação com o mercado”, avalia. Atualmente, a Genex coordena a Gerência de Marketing (antiga Unimarketing, criada em 2010) – que reúne as áreas de Relacionamento com o Mercado, Inteligência de Mercado, Atendimento Publi-citário e Gestão de Portfólio (esta última em processo de implantação) – e a Gerência de Vendas, dividida na Administração de Vendas e Atendimento ao Cliente, com 13 agentes de vendas atuando na região metropolitana de Fortaleza, em Sobral (região norte) e Juazeiro do Norte (região sul).

O trabalho das áreas tem, como direcio-nadores, a agilidade no atendimento ao clien-te e a economia de custos internos. Hoje, a Gerência de Vendas, por exemplo, entrega mais de 70% de propostas comerciais aos clientes em até 24 horas. Quando há necessi-

dade da visita de um consultor, o prazo pode chegar a até 48 horas. Já no quesito de produ-ção e veiculação de campanhas publicitárias, como a do Minuto da Indústria, a gerência obteve um desconto de tabela no valor de 68% na veiculação pelo Sistema Jangadei-ro de Comunicação. “Compramos também quatro páginas nas revistas Veja e Exame, para divulgação de anúncios de campanhas do SESI e do SENAI, e obtivemos um descon-to que chegou a quase 60%, com veiculação também nos mercados do Piauí e Maranhão”, diz Erick Picanço.

A área de Atendi-mento Publicitário pro-porcionou ao Sistema FIEC uma economia de 616 965,40 reais com a criação e a produção de peças e campanhas pu-blicitárias entre janeiro a maio de 2014. O valor é uma estimativa que tem como base a tabela cheia de 2013 do Sin-dicato das Agências de Propaganda do Ce-ará (Sinapro), caso o mesmo material fosse produzido por uma agência de publicidade externa. “A gente fala, sem medo de ser feliz, que o Sistema FIEC está tendo crescimento em termos de receita real, principalmente no que tange à pessoa jurídica. Segundo da-dos da Gerência de Vendas, o volume fecha-do de receitas em vendas corporativas, de janeiro a julho de 2014, ficou em 7.796.794 reais”, afirma o gestor.

Estimativa do valor das peças criadas para o Sistema FIEC pelo Atendimento Publicitário da Gerência de Marketing de janeiro a maio de 2014, caso fossem criadas por agências de publicidade externas

Erick Picanço Dias, gerente executivo de

Negócios do Sistema FIEC

O ano de 2014 está sendo de ajuste, com a

padronização de valores e venda de serviços do Sistema FIEC em um portfólio integrado. Projetos especiais e campanhas publicitárias específicas estão divulgando os produtos e ações das unidades

33Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 34: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Área de Inteligência de Mercado, da Gerência de Marketing, está conduzindo, desde abril de 2014, a organização da

primeira pesquisa corporativa de demanda SESI, SENAI e IEL, cujo objetivo é identificar as neces-sidades das indústrias cearenses em relação aos serviços e produtos que as três entidades oferecem, bem como àqueles que, potencial-mente, poderão ofertar no futuro.

A pesquisa tem parceria com o INDI e deverá ser realizada de setembro a novembro de 2014, com aplicação de 590 questionários

em estabelecimentos industriais localizados em sete mesorregiões do Ceará – Sul, Centro-Sul, Sertões, Jaguaribe, Noroeste, Norte e Região Metropolitana de Fortaleza – divididos em 11 segmentos industriais (alimentos, produtos têxteis, confecção do vestuário, couro e calça-dos, plásticos e polímeros, produtos minerais não metálicos, produtos de metal, mobiliário e construção civil). O investimento é de 64 000 reais, a cargo do SENAI/CE e do SESI/CE, e a expectativa é que os resultados sejam apresen-tados em dezembro.

mpliar a comunicação do Sistema FIEC com o mercado e a sociedade. Desde o dia 12 de maio de 2014, o

Minuto da Indústria – produzido com apoio da Gerência de Marketing – é veiculado às segundas, quartas e sextas-feiras na TV Bandeirantes (intervalo do Jornal da Band), site da Tribuna do Ceará.com e em spots da rádio Tribuna Band News e em mais seis rádios do interior cearense, mostrando o que as entidades do Sistema FIEC podem fazer pelos empresários, trabalhadores da indús-tria e pessoas físicas.

De acordo com Erick Picanço, o Minuto da Indústria terá, ao total, 52 programas iné-

ditos de tevê veiculados até maio de 2015, “tornando o Sistema FIEC bem mais próxi-mo”. Estão sendo apresentados assuntos como o certificado de origem, explicado pela equipe do CIN, e o portfólio de cursos do IEL/CE. “Unidades do SESI e do SENAI estão abrindo as portas e mostrando os serviços que oferecem, como o SESI NR Saúde, que atende mais de mil pessoas por dia.”

Dentre as campanhas publicitárias pro-duzidas sob a responsabilidade da área de Atendimento e Criação Publicitária destaque para as do SESI Educação, SESI Qualidade de Vida e SENAI STT (Serviços Técnicos e Tecnológicos), veiculadas de maio a julho de

A

A

Novos desafios

Comunicação com o mercado

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201434

Page 35: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

s primeiros sete meses de 2014 foram considerados muito positivos para o Sistema FIEC, em ganhos de vendas cor-

porativas/pessoa jurídica, segundo o gerente de Vendas Eduardo Cavalcanti. Pelos dados do sistema de gestão de vendas e relacionamento com o cliente – o CRM Pessoa Jurídica –, o volume total de negócios gerados chegou a 18 milhões de reais.

Deste valor, 10,3 milhões de reais estão em negociação e 7,8 milhões de reais foram efetiva-dos com as indústrias no Ceará, representando um crescimento 52% maior de receita em relação a janeiro-julho de 2013 – mesmo incluindo um mês de junho atípico, com o advento da Copa do Mundo, quando o país praticamente parou em dias de jogo da seleção canarinha.

Sessenta por cento das propostas fecha-das (comercializadas por meio de um portfó-lio integrado de serviços SESI/CE e SENAI/CE) são do SESI, onde 85% são serviços liga-dos à saúde e à segurança do trabalho (SST) e 15% à vida saudável (a linha educação é uma receita fomentada e seu valor não figura nas vendas corporativas). As outras 40% das propostas são do SENAI, em que 40% são de educação profissional e 60% em serviços técnicos e tecnológicos. Eduardo Cavalcanti informa que, historicamente falando, o grosso da receita do SENAI é proveniente de pessoa física: o próprio profissional procura as unida-des em busca de formação profissional.

“Nosso ticket médio, ano passado, era de 1 150 reais por proposta. Em 2014, está em

O

Vendas corporativas: 7,8 milhõesde reais de janeiro a julho de 2014

2014. A campanha Solução SENAI – apresenta-da em VTs nos intervalos do Jornal da Band/TV Bandeirantes-Jangadeiro, Jornal Nacional, Bom Dia Brasil/Rede Globo e Jornal da Record/TV Record – mostrou, em depoimentos de colabo-radores e empresários, as soluções que a en-tidade traz para a indústria cearense, gerando, inclusive, entrevistas na Rádio CBN Fortaleza.

Para a Qualidade de Vida do SESI, a cam-panha Check-Up da Indústria utilizou um tablet,

no qual foram listados oito serviços, envolvendo tanto aqueles com alta demanda, como tam-bém produtos que as indústrias desconheciam.

Em relação à participação do Sistema FIEC em eventos, destaque para a apresenta-ção dos equipamentos e ferramentas educa-cionais do SENAI/CE durante a exposição de tecnologias educacionais SENAI: O Futuro, realizada de 20 a 23 de agosto, no Shopping Iguatemi de Fortaleza.

35Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 36: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

2 160 reais, um crescimento médio de 87%, resultado do trabalho da equipe dos 13 agen-tes de vendas pelo estado do Ceará. Como eu cresço as vendas, se tenho um parque industrial que se mantém estável? Vendendo mais serviço agregado para o mesmo cliente”, responde Eduardo. Ele acrescenta: “Se eu ti-nha indústria que só comprava SENAI, hoje ela também está comprando serviços do SESI. Se a mesma indústria só comprava uma linha de produtos SESI, passou a comprar outra linha. Se o cliente comprava apenas os serviços de educação profissional do SENAI, agora está comprando serviços técnicos e tecnológicos”.

A estimativa com o qual a gerência tra-balha é que as vendas para pessoa jurídica encerrem, em 2014, numa receita entre 10 milhões de reais e 11 milhões de reais em

Eduardo Cavalcanti, gerente de

Vendas do Sistema FIEC

O feedback das indústrias têm sido positivo. Os

empresários acreditam que ficou mais fácil acessar o Sistema FIEC e que o atendimento ficou mais

padronizado com o trabalho dos agentes de vendas e a comercialização de um portfólio integrado de serviços

SESI, SENAI e IEL

negócios, ou seja, cerca de 30% a mais do que foi gerado em 2013. O resultado foi de 7,95 milhões de reais. “Considero um cresci-mento significativo, se levarmos em conta o cenário brasileiro econômico adverso, no qual as indústrias seguram seus investimentos num ano de Copa do Mundo e eleições. A in-dústria cearense, por exemplo, deverá ter um crescimento de 2% a 3% em 2014, segundo algumas previsões”, avalia o gerente.

Para Eduardo Cavalcanti, é preciso consi-derar 2013-2014 como um ano de implan-tação de um modelo de negócios corporativo ainda em desenvolvimento no Sistema FIEC. Por duas razões: a própria equipe da Gerência de Vendas começou a ser montada e treina-da a partir de outubro de 2013 e o fluxo de vendas corporativo SESI/SENAI e IEL estará rodando, até o fim de 2014, num modelo de vendas corporativo certificado pela ISO 9001 – que ocorrerá mediante a certificação corporativa SESI/SENAI/IEL.

O SENAI/CE está em processo de certifi-cação ISO 9001:2008, enquanto o SESI/CE a obterá em outubro e o IEL em novembro. “Sem dúvida, as vendas corporativas do Sistema FIEC irão crescer ainda mais em 2015, porque vamos criar todos os padrões para procedi-mentos, a fim de ganhar em celeridade e ter uma nova forma de trabalho organizada. Finalizar a implementação da área, com a aplicação do modelo de vendas corporativas para o SESI, SENAI e IEL, por meio da certifi-cação do Sistema de Gestão da Qualidade na ISO 9001, é nosso grande desafio deste ano ainda”, conta Eduardo Cavalcanti.

A estimativa com o qual a Gerência de Vendas trabalha é que

as vendas para pessoa jurídica encerrem, em 2014, numa

receita entre 10 milhões de reais e 11 milhões de

reais em negócios, ou seja, cerca de 30% a mais do que

foi gerado em 2013

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201436

Page 37: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

ampliação dos canais de venda para atendi-mento às micro e pequenas indústrias é um dos grandes desafios que a Gerência de Vendas

tem para 2015. Com apoio da Gerência de Marketing, serão implantadas, até o próximo ano, uma plataforma web para venda de serviços (na qual tanto usuários quanto indústrias poderão contratar e gerar pagamen-tos) e uma Central Ativa de Vendas – com o objetivo de centralizar e realizar tanto o atendimento receptivo para a pessoa jurídica quanto à pessoa física, com venda direta por telefone.

Eduardo Cavalcanti explica que a central terá como foco estimular a venda para micro e pequenas indústrias, trabalhando linhas do SENAI, principal-mente educação profissional, além de cursos do IEL e serviços do SESI para pessoa física. “Com essa central integrada, vamos atender também todo o estado. Em 2014, estamos com a intenção de atender 1 200 in-dústrias, entre médias e grandes, implementando essa nova metodologia de trabalho mediante a venda do portfólio único de serviços. Mas sabemos que precisa-mos de capilaridade para atender um volume maior de indústrias, como as micro e pequenas indústrias, cujas vendas ainda são de pouca monta”, explica, adian-tando que a expectativa é que as vendas corporativas aumentem mais de 30% em 2015, em comparação a 2014, com a implantação dos novos projetos.

Outro projeto que a Gerência de Vendas acompa-nhará em 2015 é a adequação do portfólio dos serviços SESI/SENAI/IEL, por meio da criação da nova área de Gestão de Portfólio na Gerência de Marketing. “Hoje, ven-das e marketing são interligados. Ninguém faz nada sem

o outro. O que temos argumentado – tanto no SENAI, quanto no SESI e IEL – é que certos produtos já não res-pondem mais às demandas do mercado. São produtos que precisam ser reposicionados ou mesmo extintos do portfólio. A área de vendas apenas sinaliza o que o mercado quer ou não quer. A área de portfólio começará esse mapeamento”, afirma Eduardo Cavalcanti.

SebraetecCom prospecção prioritária também para micro e

pequenas indústrias, a equipe de agentes de vendas também estará sendo estruturada para atender o Pro-grama Sebraetec/SENAI – uma linha de financiamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), na qual os pequenos negócios têm acesso a soluções de prestadores de serviços tecnoló-gicos (como o SENAI) em sete áreas de conhecimento: design, produtividade, propriedade intelectual, qualidade,

inovação, sustentabilidade e tecnologia da informação e comunicação. O Sebrae chega a subsidiar até 80% do valor do projeto de inovação, em que o SENAI é o grande executor.

“Consideramos o Sebraetec um projeto-piloto. Por isso, contratamos um agente de vendas especialista no progra-ma, somando-se aos 12 outros profissio-nais que atuam na região metropolitana de Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral. Se o programa deslanchar, deveremos ampliar o número de agentes especialis-tas”, finaliza Eduardo Cavalcanti.

A

Foco é ampliar canais de vendas para micro e pequenas indústrias em 2015

Volume de vendas PJ

52%

31%12000000

10000000

8000000

6000000

4000000

2000000

Até julho Fechamento anual0

Volume negociado (R$) - Até julho 2014

Em negociação R$ 10.362.934,47

R$ 7.796.794,21

R$ 18.159.728,68

Fechados

Total negócios

37Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 38: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

e o CRM fosse comparado a um órgão humano, ele equivaleria seguramente ao cérebro. Este sistema de gestão integrado

de relacionamento com o cliente reúne toda a base de dados de pessoa jurídica (PJ), pessoa física (PF) e serviços do SESI, SENAI e IEL, e é o que permite ao Sistema FIEC cruzar informações com o objetivo de criar relatórios gerenciais sobre quem é seu cliente, seu perfil por porte, as receitas geradas por unidade, os serviços ad-quiridos em áreas de lazer, saúde e educação; a quantidade de atendimentos, especialidades preferidas de saúde, a demanda por cursos, gestão de matrículas e quais são os elogios, sugestões ou reclamações feitas na central de relacionamento, por exemplo.

S

CRM: a inteligência de negócios

“O CRM é a inteligência de negócios. Sem seus dados, é como voar sem radar. Os relatórios gerenciais gerados permitem que a Gerência Executiva de Negócios, envolvendo a Gerência de Marketing e a Gerência de Vendas, possa cons-truir vários projetos e estratégias atuais e futuros – como o Portal do Cliente, leitor biométrico para identificação de usuários, totem de autoaten-dimento no SESI e o SENAI On-line – na busca de soluções de relacionamento com o mercado para o Sistema Indústria”, explica o coordenador Ricardo Goulart, da área de Relacionamento com o Mercado da Gerência de Marketing.

O sistema é apoiado por três bases de da-dos: a de clientes pessoa jurídica, a de clientes pessoa física e a de serviços. Até agosto de

Até agosto de 2014, a base de PJ contava com 35 710

estabelecimentos cadastrados. Deste número, 19 756 são

indústrias, sendo 4 066 empresas contribuintes

Equipe que elaborou e apresentou o CRM durante reunião da diretoria plena da FIEC

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201438

Page 39: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

2014, a base de PJ contava com 35 710 estabelecimentos cadastrados. Deste número, 19 756 são indústrias, sendo 4 066 empresas contribuintes. A base contém informações como segmento econômico, localização, número de funcio-nários, arrecadação compulsória, etc. e é integrada com o Sistema de Gestão de Arrecadação (Siga), o principal meio que o Sistema Indústria utiliza para gerir a arrecadação das empresas industriais. De acordo com Ricardo Goulart, o Ceará foi o primeiro estado brasileiro a conseguir essa integração automatizada ao Siga.

A base de serviços conta com mais de 2 000 ser-viços cadastrados do SESI, SENAI e IEL, divididos por linhas, grupos, prestadores e tabela de preços (saúde). A base de pessoa física conta com mais de 585 000 CPFs cadastrados, o que equivale, proporcionalmente, a 25% da população de Fortaleza.

Com os dados disponíveis, o CRM pode criar cadas-tros de entradas, consultas, indicadores e oportunidades de melhorias e gerar relatórios específicos, tanto está-ticos quanto dinâmicos, “como ver os dez tops clientes, os que mais compram e quais o que mais arrecadam, além de filtrar por instituição: SESI, SENAI ou IEL. Ou algo mais específico, como saber quais unidades do SESI venderam serviço de ginástica laboral, em determi-nado período, para as empresas de construção civil, por meio do acesso à base de dados e o cruzamento das informações”, explica Ricardo Goulart.

Com a base de dados de PJ, PF e serviços, o CRM co-loca à disposição das unidades SESI e SENAI os módulos saúde, pessoa jurídica, demanda pessoa física, módulo educação/SESI, módulo lazer, central de relacionamento e queremos ouvir você.

HistóricoCom objetivo de substituir o antigo Sistema Integra-

tor e unir os dados de clientes e serviços do SESI e do SENAI, o CRM integrado foi lançado em maio de 2011, alimentado pelas bases de dados de clientes PJ, a de clientes PF e a de serviços. Posteriormente, o projeto dos módulos foi desenvolvido ao longo dos anos, numa parceria entre a área de Desenvolvimento de Sistemas da TI, em conjunto com a Gerência de Marketing.

Ao longo do processo de implantação do CRM, foram acrescentados o queremos ouvir você, um procedimento para registro de reclamações, sugestões e elogios; e uma central de relacionamento terceirizada.

Depois da entrega de todos os módulos, o CRM entrou na fase de gestão e implantação de melhorias de siste-mas, com a criação dos Comitês Consultivos de Mudança (CCM), considerados uma boa prática de desenvolvimento de ITO (Information Technology Outsourcing, uma espécie de ISO da área de tecnologia da informação).

39Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 40: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Sistema FIEC

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201440 | REVISTADAFIEC | Setembro de 201440

Page 41: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Um dos pilares da gestão de Roberto Macêdo, a inovação nas indústrias cearenses tem sido incentivada nos últimos oito anos como estratégica para o aumento da competitividade

Abusca pela incorporação da inovação nas organizações empre-sariais cearenses foi um dos principais pilares da gestão de Ro-berto Proença de Macêdo à frente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). Na defesa de que a inovação é

essencial para a sobrevivência num cenário cada vez mais competitivo e globalizado, nos últimos oito anos, o Sistema FIEC discutiu ampla-mente o assunto e realizou ações efetivas para que as empresas cearen-ses sejam mais inovadoras e tenham competitividade no cenário local, nacional e global.

Faz-se necessário pensar a inovação além do senso comum, de que está restrita a empresas de alta tecnologia. Ela pode acontecer por meio do desenvolvimento de novos clientes, novos mercados, novos canais, novos métodos de fazer negócio, gestão de parcerias estratégicas, de-senvolvimento de novas competências e de novos modelos de negócio. A inovação deve ser vista como uma forma de gerar novo valor.

Ao suprir as empresas cearenses com projetos de estímulo à inovação, o Sistema FIEC contribui para elevar sua imunidade contra a estagnação e o fracasso decorrentes da incapacidade de criar e inovar. Por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE) e do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI), o Sistema oferece um portfólio de serviços para atender às necessidades de mudanças da indústria em suas várias vertentes.

Estímulo à inovação

41Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 41Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 42: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

tento a esse cenário, nos últimos oito anos o SENAI tem se especializado em atender às demandas da indústria

moderna, do futuro, que tem na inovação com eficiência e sustentabilidade a sua proposta de expansão. Nesse sentido, a instituição atua também na transformação do pensa-mento das indústrias e empresários. Dentro do Programa SENAI de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, que tem como princi-pais objetivos estimular a inovação e o desen-volvimento tecnológico da indústria e elevar a oferta de educação profissional, a entidade no Ceará segue os desafios de um processo de modernização mediante a implantação de dois Institutos SENAI de Tecnologia (ISTs) e um Instituto SENAI de Inovação (ISI).

Para apoiar sua implantação, o SENAI conta com a parceria de importantes institu-tos de pesquisa, como o alemão Fraunhofer e o americano Massachusetts Institute of Te-chnology (MIT). Em todo o país, os institutos de tecnologia se especializarão em oito áreas do conhecimento, dentre elas, tecnologia da

A

SENAI: atendimento à indústria moderna

comunicação e da informação, tecnologias construtivas, energia e defesa.

O Instituto SENAI de Tecnologia em Eletro-metalmecânica, inaugurado em 11 de agosto, no Centro de Educação e Tecnologia Alexan-dre Figueira Rodrigues, unidade do SENAI/CE em Maracanaú, oferece soluções para o desenvolvimento e a melhoria de produtos e processos de fabricação e produção para o setor, facilitando o aumento da produtividade e competitividade da indústria cearense. A uni-dade, que recebeu investimento de 15 milhões de reais, atenderá todas as regiões do estado, especialmente os empreendimentos do Com-plexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a exemplo da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e a Siderúrgica Latino Americana (Silat). Conta com equipe prática de engenheiros, todos mestres e doutores, equipamentos e laboratórios de suporte para oferecer a melhor solução no menor tempo possível. Serão ofere-cidos serviços de metrologia, desenvolvimento de produtos, processos de fabricação e gestão de processos industriais.

O instituto já tem projetos em execução. Um deles está sendo realizado em parceria com a Indústria Naval do Ceará S/A (Inace), no âmbito do Edital Finep Navipeças, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para desenvolver um sistema automático de posicionamento dinâmico em embarcações de apoio marítimo, aperfeiçoando o processo de manobra e controle dos navios, e diminuir a subjetividade dos critérios aplicados por operadores humanos. O investimento é de 1,3 milhão, com duração de dois anos. Outro projeto aprovado refere-se ao desenvolvimen-to de produto na empresa Positivo S/A, com aplicação de recursos previstos pela Lei de Informática, que concede incentivos fiscais a empresas que investem em pesquisa e desen-volvimento em hardware e automação.

Capacitar cerca de 300 pessoas por ano e atuar como centro de referência nacional em tecnologia de energia renovável e na

O Instituto SENAI de Tecnologia em Eletrometalmecânica, inaugurado em agosto, oferece soluções tecnológicas para o setor

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201442 | REVISTADAFIEC | Setembro de 201442

Page 43: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

prestação de serviço e consultoria para o desenvolvimento de produtos e processos são as metas do IST em Energias Renováveis, inaugurado em 25 de novembro, no Campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Itaperi, como parte das comemorações alusivas aos 70 anos do SENAI/CE.

Quatro laboratórios – dois de energia eólica e dois de solar – estão sendo implantados nas unidades do SENAI de Maracanaú e da Barra do Ceará. Engenheiros e físicos – mestres e doutores – estão sendo treinados no Itaperi para atender às demandas das indústrias.

No plano de negócios do IST, está previsto um laboratório de materiais voltado às estru-turas eólicas, principalmente novos mecanis-mos para as pás dos aerogeradores. Outro laboratório projetado é o de dimensionamen-to de sistemas e levantamento de potencial. Ambas as atividades serão desenvolvidas tanto para energia eólica (onshore e offshore) como para sistemas solares (fotovoltaicos e heliotérmicos). O laboratório de dimensiona-mento permitirá a elaboração de micrositings, assim como o acompanhamento e a fiscaliza-ção dos parques. Também faz parte do plano a contratação de uma equipe para prestar consultoria em elaboração e execução de estudos ambientais necessários ao licen-

ciamento de empreendimentos dos setores eólico e solar.

O IST executa atividades de planejamento, desenvolvimento e inovação (P,D&I), além de ensino, prestação de serviços tecnológi-cos, laboratoriais e de pesquisa. Na Uece, a estrutura do instituto conta com um túnel de vento, no âmbito do Centro de Energias Al-ternativas e Meio Ambiente (Cenea), utilizado no estudo das “jazidas” de vento do Ceará, que permite a realização de diversos serviços, especialmente a calibração de anemômetros. Para tanto, o instituto está realizando ajustes no equipamento, a fim de que sua calibração receba certificação em nível internacional. Ele já trabalha em parceria com o grupo alemão GIZ e com a Dewi, companhia alemã referên-cia em calibração de anemômetro. A unidade também possui equipamentos para testes de eficiência de painéis solares que farão parte do laboratório de energia.

Focado para atuar nas empresas que queiram inovar, o Instituto SENAI de Inova-ção em Tecnologias Construtivas (ISI-TC) está em fase de instalação e, quando pronto, a partir de 2015, atenderá todo o país em quaisquer áreas da construção civil, desde o que se convencionou chamar de construção pesada, como barragens, túneis e estradas, até as construções e reformas prediais. Ele desenvolverá projetos de inovação para as áreas de materiais, processos construtivos,

Laboratório do túnel de vento do IST em Energias Renováveis estuda jazidas de vento do Ceará

Localizado no Meireles, em Fortaleza, o Comercial LC Corporate Green Tower é referência em sustentabilidade na cidade

43Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 43Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 44: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

meio ambiente e sustentabilidade e planeja-mento e gerenciamento.

Conforme os encaminhamentos iniciais, esse centro de pesquisa atuará em duas linhas: gestão da construção e prédios sustentáveis. Em gestão da construção, o ISI atuará dentro da filosofia Lean Construction (Construção Enxuta), metodologia desenvolvi-da na Europa e Estados Unidos, com reconhe-cido pioneirismo e desenvolvimento no Brasil,

e pujante no Ceará. Os prédios sustentáveis, ou prédios inteligentes, observam, além da questão ambiental, melhoria de processos e materiais e maior eficiência, evitando, desde os processos construtivos, gasto excessivo de materiais e propiciando diminuição de resíduos e reciclagem do máximo de resíduos produzidos. Nesse sentido, o diferencial do instituto será o desenvolvimento de proces-sos construtivos e habitações com essas características ambientalmente sustentáveis e inteligentes nas questões da qualidade, dos processos usados, da tecnologia aplicada, do controle da temperatura e de energia, etc.

O instituto atuará também como uma pon-te entre a indústria e a universidade, quanto às demandas em todos os demais setores da construção não contemplados pelo centro de pesquisa. Serão feitas parcerias com outras instituições (universidades e institutos) brasi-

leiras e estrangeiras para atender às deman-das das indústrias.

Na área têxtil e vestuário, será inaugurado, em 16 de setembro, no SENAI da Parangaba, o Centro Técnico de Confecções e Têxtil, que prestará serviços em educação profissional e técnicos e tecnológicos às indústrias do setor.

UnitecPara impulsionar atividades referentes à

tecnologia e inovação, o SENAI/CE criou em 2012 a Unidade de Inovação e Tecnologia (Unitec), sob a gerência de Alysson Amorim. A Unitec atua alinhada ao Departamento Nacio-nal do SENAI, em prol de uma indústria mais inovadora, por meio de ações de consultoria a empresas, incentivo e divulgação de editais de inovação e realização de eventos de inovação, dentre outras atividades. Por meio do Curso de Formação de Consultores, a unidade capacita os profissionais em treinamentos constantes para identificar as necessidades das empresas por inovação e sugerir as melhores soluções.

Outra ação da Unitec foi a criação de uma Política de Propriedade Intelectual para o SENAI/CE. A política surgiu da necessidade de proteger a produção científica de profes-sores, consultores e alunos no âmbito da instituição. Segundo a política, pertencem exclusivamente ao SENAI/CE os direitos patri-moniais das invenções, descobertas e demais bens e serviços de propriedade industrial, desenvolvidos em decorrência de contrato de trabalho, atividades discentes, compe-tições e concursos de cunho tecnológico, resguardados os direitos morais dos autores e a nomeação dos inventos. A gestão da política ficará a cargo do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) no SENAI/CE. A proposição de vigência da política e a criação do NIT foram aprovadas pelo Conselho Regional do SENAI em 22 de agosto. O processo de construção da política teve início em 2012. Ela versa também sobre o compartilhamento da titularidade da propriedade intelectual em projetos cooperativos com empresas e outros parceiros, o que deve acontecer nos Institutos SENAI de Tecnologia e Inovação.

Visando aumentar a participação das empresas cearenses em editais de inovação, a Unitec criou, no primeiro trimestre de 2013, o Escritório de Projetos, com serviços de

Equipe da Unitec apresenta soluções a empresários durante o workshop Prospecção de Inovação

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201444 | REVISTADAFIEC | Setembro de 201444

Page 45: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

negociação e seleção de propostas de proje-tos, elaboração de projetos e planos de negó-cios, acompanhamento de projetos aprovados, preparação da prestação de contas e relatório final e assessoria em propriedade intelectual e contratos de transferência de tecnologias.

O escritório acompanha as três fases de um edital de fomento à inovação, tecnologia e desenvolvimento: planejamento, execução e pós-projeto. O objetivo é trazer o máximo de recursos para fomentar a inovação no Ceará.

Com a assessoria do Escritório de Projetos do SENAI/CE, diversas empresas têm aprova-do projetos de inovação em editais voltados a essa área. É o caso da empresa GF Consultoria e Representação Ltda., que teve projeto sub-metido ao Edital Pappe Integração, aprovado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desen-volvimento Científico e Tecnológico (Funcap). A empresa é uma das 12 que receberam reco-mendação para a contratação dos projetos. O projeto em execução consiste no desenvolvi-mento de novos insumos minerais para indús-trias cerâmicas e vidreiras com aproveitamento integral e sustentável de pegmatitos. O valor do projeto é de 599 418 reais.

No âmbito do edital Tecnova, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), o escritório aprovou três projetos em 2014. Em parceria com a indústria de redes Ramalho, foi desenvolvido projeto para o desen-volvimento de máquina para empunhamento de redes de dormir, no valor de 538 278 reais. Outro projeto refere-se ao desenvolvimento de filme plástico para a indústria de reciclagem, em parceria com a indústria Plásticos Cearenses e o IST em Eletrometalmecânica, com recursos de 600 000 reais. Em parceria com a empresa Cân-dido Couto, foi aprovado projeto de desenvolvi-mento de um jeans à base de couro de caprinos, o Skinjeans, no valor de 346 104 reais.

Como parte desse esforço de discutir e levantar as demandas dos setores quanto à necessidade de inovação, a Unitec realizou em 2013 pesquisa para dimensionar a demanda existente em serviços técnicos e tecnológicos entre as empresas da indústria cearense. A execução ficou a cargo do IEL.

O objetivo foi identificar a caracterização das empresas quanto ao porte, seus produtos e destinos; a situação das empresas no que diz respeito a P,D&I; as fontes de aquisição de conhecimento e avanço em inovação; as

barreiras à inovação; a inovação de produ-tos e processos; os projetos em inovação; a utilização de instrumentos de financiamento, capitalização e subvenção econômica e de instituições oficiais de pesquisa e desenvol-vimento do país; a demanda por serviços de consultorias em áreas transversais como pro-cesso produtivo, qualidade, meio ambiente, energia, automação, segurança do trabalho, logística e tecnologia da informação e design para os setores têxtil, vestuário, calçados e mobiliário; a demanda por serviços em áreas específicas de alimentos, metalmecânico, papel e papelão, couro e calçados, têxtil e vestuário e construção civil.

A pesquisa foi feita com 335 indústrias em 15 municípios cearenses mediante a aplicação de um questionário. A partir das respostas, o SENAI está subsidiando a toma-da de decisão, melhoria e/ou implantação de novos serviços técnicos e tecnológicos e oferecendo informações para melhor perfor-mance do ISI-TC e dos ISTs.

O estudo do SENAI/Unitec verificou que muitas empresas não estão sintonizadas em relação às instituições de financiamento e pesquisa, visto que a utilização de instru-mentos de financiamento é menos percebida. A utilização dessas instituições também é pouco citada pelas empresas. Dentre outras percepções das empresas vale destacar que 39,1% não possuem espaço físico voltado para inovação. A introdução de novos produtos e processos foi citada por pelo menos 60% das empresas, sendo a maioria uma novidade

Setor cerâmico será beneficiado, por meio da empresa GF Consultoria, com recursos do Edital Pappe

45Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 45Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 46: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

local, mas existente nacionalmente. O envio de projetos para agências de fomento durante os últimos dois anos foi confirmado por 30,7% das empresas e, desses, 84,5% foram aprovados.

Serviços técnicos e tecnológicos

Os avanços tecnológicos e as novas formas de organização do trabalho geram mu-danças em diversas áreas e exigem do SENAI uma atuação cada vez mais voltada para as necessidades do mercado. De olho nessas necessidades, como parte do desenvolvimen-to de ações de inovação nos últimos oito anos, a entidade no Ceará está intensificando a oferta de serviços técnicos e tecnológicos nas várias áreas de atuação industrial, com o objetivo de contribuir para o aumento cres-cente da competitividade da indústria.

Além do Escritório de Projetos, o SENAI cearense tem intensificado serviços de consultorias em diversos setores e serviços

metrológicos e operacionais. Estão dispo-níveis também laboratórios credenciados e acreditados de controle de qualidade, labo-ratório móvel, laboratório de desenvolvimento de produtos, núcleo de desenvolvimento de máquinas, dispositivos e ensaios.

Outro mecanismo importante de incentivo à inovação é o Edital SESI SENAI de Inovação. O objetivo é custear projetos de inovação tec-nológica que se estendam às áreas de saúde, segurança, qualidade de vida e educação e cultura, por meio de produtos, processos e serviços. Podem concorrer micro, pequenas, médias e grandes empresas do setor indus-trial. Nesta edição, as startups também serão contempladas e terão aporte de 5 milhões de reais do valor total. O grande destaque deste ano são os ciclos contínuos de inscrição.

Com a mudança, as empresas terão chance de submeter propostas a qualquer tempo, até 15 de fevereiro de 2015, com possibilidade de seleção em avaliações trimestrais. Outra mudança que vai beneficiar as empresas nesta edição é o fato de o plano de negócio do projeto ser elaborado somente após a aprovação da ideia-base. De início, as empresas submetem a ideia, preenchendo um formulário da metodologia Canvas. As ideias apresentadas são analisadas trimestralmente.

Os recursos chegam a 30,5 milhões de reais, sendo 20 milhões de reais para proje-tos do SENAI, 7,5 milhões de reais para pro-jetos do SESI e 3 milhões de reais em bolsas de pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para participar, o primeiro passo é acessar o site www.editaldeinovacao.com.br e preencher a proposta-ideia de projeto.

Na edição de 2013, quatro indústrias cearenses tiveram suas ideias para inovar contempladas pelo edital. Na área do SESI/CE, foram aprovados três projetos: na indústria de confecções Guararapes, na Alpha Metalúrgica e na Protensão Impacto. Pelo SENAI, foi aprovado projeto em parceria com a empresa Polymar.

Em 2012, cinco projetos foram aprovados pelo Ceará, com as empresas Sigma, Pão de Tapioca, Trix Log, Marisol e Iracema. Em 2011, um projeto foi aprovado com a indústria Sand Beach.

Mostrar que boas ideias também nascem dentro de casa é o objetivo do Inova SENAI, evento realizado desde 2008, em todo o

Estão disponíveis também laboratórios credenciados e acreditados de controle de qualidade, laboratório móvel, laboratório de desenvolvimento de produtos,

núcleo de desenvolvimento de máquinas, dispositivos e ensaios

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201446 | REVISTADAFIEC | Setembro de 201446

Page 47: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Brasil, para desenvolver a criatividade e o ra-ciocínio lógico por meio de projetos inovado-res alinhados aos interesses da indústria. Alu-nos, docentes, técnicos e consultores podem inscrever processos e projetos inovadores em gestão e tecnologia alinhados aos interesses e necessidades da indústria brasileira. O evento ocorre nos estados e os melhores projetos concorrem na etapa nacional. São apresenta-dos projetos de inovação tecnológica trabalha-dos a partir de problemas reais enfrentados por empresas ou pela sociedade. Em 2010, três projetos do SENAI/CE foram selecionados para a etapa nacional. Em 2012, dois projetos cearenses foram finalistas.

A última edição do evento no Ceará foi realizada em paralelo ao Inova Ceará 2013, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortale-za, em 20 e 21 de novembro. A novidade da edição foi a realização do Desafio de Ideias, no qual estudantes apresentaram soluções para desafios propostos pelas empresas Esmaltec e Sk Bombas. Funciona como um concurso técnico-cultural, para estimular a capacidade inventiva e o raciocínio lógico, agregando soluções inovadoras ao mercado, aproximando as indústrias dos estudantes e criando novos produtos, processos e negócios para as empresas parceiras, além de premiar as melhores ideias.

A disputa envolveu seis grupos de cinco alunos, sendo três equipes responsáveis por encontrar soluções para a missão proposta

área de Inovação e Tecnologia do IEL/CE é responsável por atuar na busca de competências adequadas às de-mandas de gestão, inovação e tecnologia das empresas,

bem como promover a inserção de novos produtos, processos e métodos gerenciais, contribuindo para elevar o nível competitivo das indústrias cearenses.

A área realiza diversas ações em prol desses objetivos. Um delas é o Núcleo Empresarial de Inovação (NEI), que tem por objetivo convocar as empresas do estado para assumir papel de protagonistas na agenda de inovação do país e realizar ações de sensibilização, mobilização, capacitação, consultoria e im-plantação de planos de inovação. (Veja matéria na página 92.)

IEL: gestão da inovação

A

Núcleo Empresarial de Inovação em reunião de trabalho do Plano Brasil Maior

Inova SENAI oferece oportunidade para alunos e docentes do SENAI apresentarem projetos inovadores

pela Esmaltec e três para buscar ideias para a SK Bombas. Participaram da competição alunos de tecnologia da informação, eletro-eletrônica, design, mecânica, mecatrônica e automação, dentre outros cursos. Em relação à Esmaltec, as equipes deveriam elaborar pro-jetos para dar funcionalidade à tampa de um fogão. Para a SK Bombas, o desafio era criar um sistema modular para garantir a umidade necessária de lajes recém-assentadas, dando mais resistência às fibras de concreto. Atual-mente, o trabalho é feito de forma manual por operários das empresas da construção civil.

47Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 47Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 48: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

onstituído em 2001, o INDI atua des-de 2008 para ser um organismo de expansão e promoção da competitividade

sustentável dos negócios. É o principal agente do Sistema FIEC de impulso à inovação. No primeiro semestre de 2013, o instituto criou o Programa Indústria Viva, um conjunto de proje-tos, como o Apóstolos da Inovação, Integração Universidade-Empresa (Uniempre) e Inova Star-tups, dentre outros, para criar um ecossistema de inovação no Ceará.

O programa visa integrar instituições de ensino e pesquisa e empresas e interiorizar a indústria para mudar o perfil industrial do esta-do. Para tanto, a inovação é considerada como fundamental. Nesse sentido, o INDI executa, por

meio do Indústria Viva, em três pilares de atua-ção, projetos para a criação de um ecossistema de inovação no estado, com envolvimento dos três atores considerados fundamentais: acade-mia, governo e setor produtivo.

Considerando-se a modernização crescente da indústria em todo o mundo, um dos eixos é o da inteligência, que tem como intenção ver futuras oportunidades de negócio, construindo uma inteligência capaz de dar suporte ao parque industrial cearense, orientando-o para a compe-titividade sustentável, permitindo maior agrega-ção de valor e intensificação de investimentos. A área é responsável por elaborar estudos, cartas econômicas, indicadores industriais e perfis setoriais, dentre outros produtos.

C

INDI: criação de ecossistema de inovação

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201448 | REVISTADAFIEC | Setembro de 201448

Page 49: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O eixo da integração é realizado pelo projeto Uniempre, que busca a criação, desenvolvimento e fortalecimento de uma cultura de inovação, aproximação entre indústria, academia e governo, de modo a possibilitar competitividade na indústria cearense em mercados locais, regionais, na-cionais e mundiais. Para orientar estratégias e metodologias do programa, o INDI conta com consultoria de uma equipe de israelenses especialistas em inovação liderados por Raphael Bar-El.

Com o objetivo de conhecer as experiências israelenses em inovação, a FIEC fez duas missões àquele país. A primeira foi em 2011, quando visi-taram a Universidade de Ben Gurion, da qual participa Bar-El, indústrias e institutos de pesquisa. Em maio de 2013, uma comitiva de 23 empresários e executivos da CNI e FIEC, liderada pelo presidente Roberto Macêdo, foi a Israel aprofundar conhecimentos e relacionamentos referentes à inova-ção tecnológica. A missão foi formada também por líderes acadêmicos e governamentais, como o reitor da Universidade Federal do Ceará, Jesualdo Farias, e o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), Virgílio Araripe, além de representantes do governo estadual. Os participantes visitaram empresas, centros de tecnologia, laboratórios de universidades e participaram de encontros de negócios com foco nos setores de tecnologia de.alimentos, gestão de água, energias renováveis e tecnologia da informação na indústria.

Outra cidade conhecida pelo potencial inovador, Boston, foi alvo de missão da FIEC, por meio do INDI, em outubro de 2013. Os participantes realizaram visitas técnicas a instituições de ensino de referência nas áreas de inovação e tecnologia, com o objetivo de estabelecer parcerias para transferência de conhecimento e intercâmbio de profissionais. Foram visi-tadas as seguintes instituições: Watson Institute for International Studies at Brown University, Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), Ollin College of Engineering e Cambdrige Innovation Center.

O Programa Indústria Viva é composto, além do Uniempre, de nove ações e projetos, dentre eles os Polos de Inovação Regionais, Comitês Estratégicos, Agentes da Inovação, Portal Uniempre, Inovação Aberta, Após-tolos da Inovação e Rede Indústria.

Uma das primeiras atividades do programa Indústria Viva foi a realiza-ção do Seminário Indústria Viva, em junho de 2013, com participação de especialistas e apresentação de questões importantes para o crescimento sustentável da indústria, como a competitividade. A partir desse evento, diversas atividades foram estruturadas.

Dois polos de inovação já foram instalados. O primeiro na região de Jaguaribe, em Limoeiro do Norte, em 31 de outubro, junto com a Casa da Indústria; e o segundo, no Cariri, na cidade de Juazeiro do Norte, em 5 de agosto, quando também foi inaugurada a Casa da Indústria da região. Os novos equipamentos são um novo passo do Sistema FIEC, com vistas no longo prazo, para o estímulo ao protagonismo do empresariado da região, de forma a tornar mais inovadores, produtivos e competitivos empresas e municípios. Outros cinco polos serão instalados em todo o Ceará, nas regiões Norte, Noroeste, Sertões, Centro-Sul e Região Metropolitana de Fortaleza. Em Limoeiro, o polo realizou, em dezembro, o Inova Vale, evento que promoveu intermediação de empresas da região com instituições financeiras, como o BNB, para incentivar acesso ao crédito.

Os Comitês Estratégicos são grupos que atuam como fórum trilate-ral de trabalho, envolvendo representação de entidades ligadas ao setor produtivo, da academia e de entidades governamentais, na discussão de

Barros Neto (UFC), Ben Schneider (MIT) e Carlos Matos (FIEC/INDI), durante missão a Boston

Casa da Indústria da região do Jaguaribe está dando impulso à região

49Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 49Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 50: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

estratégias e execução de temas relevantes para a inovação no setor industrial e/ou setores espe-cíficos de atividade. Atualmente, há dois grupos setoriais em andamento: eletrometalmecânico e químico, e com previsão de criação de mais quatro: têxtil e confecções, agroalimentar, couro e calçado e mineração.

Com o objetivo de fomentar a cultura inova-dora aplicada, proporcionar maior valor agregado nos produtos industriais e promover a compe-titividade sustentável das empresas participan-tes, o Projeto Agentes de Inovação seleciona e treina profissionais para atuarem como agentes indutores da inovação nas empresas, de modo a conectá-las com práticas inovadoras na gestão, nos processos e estratégias, incentivando-as e apoiando-as na identificação dos seus potenciais de inovação, bem como as estimulando na cria-ção de suas equipes internas de inovação. Cinco empresas do Polo de Inovação do Jaguaribe e uma de Fortaleza participam do projeto, que conta com sete duplas de agentes em atuação.

O Portal Uniempre (www.uniempre.org.br), criado em novembro de 2013, é um espaço para a interação entre oferta e demanda por inovação, que se constitui em um ambiente virtual de aproximação entre empresas, star-tups, incubadoras, aceleradoras, consultorias especializadas, redes de inovação, fundos de fomento à inovação, instituições de ensino e pesquisa, pesquisadores, órgãos do governo e quaisquer outros interessados na temática. O Portal oferece informações importantes e dinâ-micas ligadas ao assunto da inovação como: legislação, material audiovisual, literatura, eventos e outros elementos pertinentes, além

de propiciar um espaço para debates entre os diversos atores envolvidos com o tema.

Dar apoio consultivo ao lançamento de editais de inovação aberta e acompanhar o pro-cesso até a premiação é a principal atuação do Projeto Inovação Aberta. O INDI incentiva médias e grandes empresas a se abrirem ao público externo, sejam pequenas empresas, startups, pesquisadores, clientes e até fornecedores, para que ofereçam ideias que respondam a proble-mas, demandas, desafios ou oportunidades de inovação em todos os campos de atividades da empresa, envolvendo produto, processo, gestão, comercialização e financiamento. A combinação de recursos internos e externos pode elevar mais rapidamente o grau de inovação das empresas. O projeto teve início com a participação da Esmaltec e Biomatika.

Cinco edições do Programa Apóstolos da Inovação foram realizadas até julho de 2014. A iniciativa consiste em reunir estudantes de alto desempenho do Instituto Tecnológico de Aero-náutica (ITA) e de universidades cearenses para que interajam com empresas, líderes e autorida-des locais, conhecendo com maior profundidade a economia do estado, de modo a agregar me-lhorias e inovações aos desafios identificados. Cerca de 150 desafios foram identificados nas cinco edições, 50 empresas participaram, 60 oportunidades de negócios foram identificadas, dois negócios encaminhados e cinco estudantes participantes foram retidos em empresas.

O INDI realiza, desde 2008, o Inova Ceará. A primeira edição contou com apresentação de trabalhos técnicos, rodadas de negócios, confe-rências e paineis. Em 2009, o evento aproximou fornecedores e pesquisadores de tecnologias de seu público-alvo, por meio de conferências, painéis, apresentação de trabalhos técnicos e rodadas de negócios. Em 2010, o Inova trouxe novos trabalhos técnicos e rodadas de negócio. A edição de 2011 foi marcada pela proposi-ção da implantação da cultura da inovação na alta direção das empresas, visando aproximar empresários e pesquisadores de tecnologia. O Inova de 2012 foi promovido em novo formato, com substituição dos trabalhos técnicos por conferências e espaços de networking. A edição de 2013, realizada no Centro de Eventos do Ceará, ocorreu em conjunto com o Inova SENAI, e foi marcada pelo lançamento de diversos projetos de inovação e realização de palestras nacionais e internacionais.

Seminário Indústria Viva discutiu os desafios da competitividade industrial

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201450 | REVISTADAFIEC | Setembro de 201450

Page 51: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)
Page 52: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Instituições de fomento, terceiro setor, órgãos públicos, governos e universidades, além de outras federações de indústria, foram alguns dos principais aliados da gestão Roberto Macêdo nos oito anos de mandato

Parcerias pelo Ceará

Desenvolvimento industrial

Henrique Marques, vice-presidente de Atendimento da Caixa, assina na Casa da Indústria convênio para facilitar o acesso ao crédito às empresas filiadas aos sindicatos vinculados à FIEC

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201452

Page 53: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Parcerias pelo Ceará

AFederação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) tem a missão de promover o desenvolvimento do se-tor industrial cearense e, assim, im-

pulsionar o crescimento econômico do estado. Instituições de fomento, terceiro setor, órgãos públicos, governos e universidades, além de outras federações de indústria, foram alguns dos principais aliados da gestão Roberto Proença de Macêdo nos oito anos de mandato.

Nesse sentido, garantir o acesso a fontes de financiamento foi uma das ações que contri-buíram para o cumprimento das responsabi-lidades da FIEC. Fato que se concretizou por meio de parcerias com instituições financeiras para a concessão de empréstimos com taxas de juro diferenciadas. A ação teve início em dezembro de 2008, quando a entidade assinou convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB), que redun-daram na disponibilidade de 1 bilhão de reais em recursos para financiamento às indústrias filiadas, com taxas inferiores até 25% às prati-cadas no mercado.

O Banco do Brasil foi o primeiro a anun-ciar linhas mais atrativas. Em 8 de dezembro de 2008, a instituição oficializou convênio no valor de 300 milhões de reais, dos quais 200 milhões de reais eram destinados à capital de giro e 100 milhões de reais do Cartão BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econô-mico e Social), utilizados na compra de má-quinas e equipamentos. Em setembro de 2012, um convênio firmado entre a FIEC e a Caixa Econômica Federal colocou à disposição uma linha especial de crédito de 400 milhões de reais às empresas filiadas aos sindicatos vin-culados à Federação. A Caixa ofereceu uma solução de crédito completa para as empresas, com a possibilidade de portabilidade de fi-nanciamentos em outros bancos para a Caixa, com taxas menores e prazos maiores. Dentre

as opções de crédito disponíveis pelo convê-nio (em prática até hoje) estão investimentos, capital de giro, folha de pagamento e crédito para pessoas físicas.

Somente no dia da assinatura do acordo, foram realizados mais de 120 atendimentos. Além das empresas filiadas a sindicatos liga-dos à FIEC, o convênio também atendeu as empresas ligadas à Associação das Empresas dos Distritos Industriais do Estado do Ceará (Aedi), com valor inicial de 100 milhões de reais. Segundo Roberto Macêdo, o convênio com a Caixa foi um passo importante para o desenvolvimento da economia cearense, haja vista que a FIEC congrega os maiores segmentos industriais do estado. Para ele, o oferecimento do crédito pela Caixa é o que todo mundo gosta – o chamado “dinheiro barato”. Além da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, atualmente a FIEC man-tém convênios, para financiamento empresa-rial, com o BNDES e o Banco do Nordeste. Com este último, foi firmado um acordo de cooperação técnica, no final de julho de 2014, entre o Banco do Nordeste e a FIEC. A coo-peração articulada pela Unidade de Crédito do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI), entidade do Sistema FIEC, visa à realização de ações conjuntas em prol do for-talecimento da capacidade empresarial e da competitividade das empresas industriais por meio de instrumentos de capacitação técnica e gerencial e ações direcionadas à facilitação e ampliação do acesso ao crédito, aos servi-ços financeiros e à promoção mercadológica. Também pretende aumentar o intercâmbio de informações entre o BNB e a FIEC. O acordo tem duração de dois anos, prorrogá-vel até 60 meses. O Posto de Informações da FIEC, localizado no segundo andar da Casa da Indústria, faz a ponte entre a instituição e as entidades financeiras.

Em setembro de 2012, um convênio firmado entre a FIEC

e a Caixa Econômica Federal colocou à disposição

uma linha especial de crédito de 400 milhões de reais às

empresas filiadas aos sindicatos vinculados à Federação

53Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 54: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

FIEC também empreende parcerias para defender os interesses de classe, vistos pela entidade como fundamentais para

a manutenção dos negócios empresariais e desenvolvimento do estado e sua população. É o caso da Campanha Fora CPMF, lançada em 2007. Com ações nos veículos de comunica-ção do estado, além de distribuição de mate-rial publicitário e incisivos discursos, a FIEC, sob a liderança de Roberto Macêdo, juntou for-ças ao Sistema Indústria contra a prorrogação automática da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), considerada uma dupla tributação, desumana e injusta. “A CPMF começou sendo provisória e agora querem transformar em definitiva. Isso é um absurdo! Devemos fazer pressão para acabar com essa contribuição, que incide sobre toda e qualquer movimentação financeira. Não existe nada parecido com ela no mundo. Só com a criatividade brasileira ela pôde ser inventada”, defendia, na época, Roberto Macêdo.

Em 2008, a FIEC liderou, no Ceará, a luta contra a Contribuição Provisória para a Saúde (CSS), imposto que o governo federal planejava criar e que ocasionaria mais custos às empresas. Em 2010, Roberto Macêdo comandou uma comitiva de 22 empresários cearenses à Câmara dos Deputados, em Brasília, para expor os impactos negativos da proposta de redução da jornada de trabalho. Os esforços, empreendidos em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) na bancada cearense, versava contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, de autoria do senador Inácio Arruda, que propu-nha redução da carga de trabalho semanal de 44 para 40 horas. O objetivo da mobilização foi sensibilizar os parlamentares sobre o po-sicionamento da FIEC e da CNI a respeito do tema, solicitando o empenho das autoridades políticas para que a PEC não fosse colocada entre as cinco que seriam escolhidas para serem votadas antes das eleições.

AInteresses de classe

Campanha Fora

CPMF, lançada em

2007, repercutiu

nos veículos de

comunicação do estado

Roberto Macêdo comandou uma comitiva de

22 empresários cearenses à Câmara

dos Deputados, em Brasília, para expor os

impactos negativos da proposta de redução da

jornada de trabalho

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201454

Page 55: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Recursos hídricosNo fim de 2012, a FIEC passou a integrar

o Conselho de Recursos Hídricos do Ceará (Conerh), instrumento responsável, na po-lítica de recursos hídricos do estado, pela coordenação, fiscalização, deliberação cole-tiva e de caráter normativo do sistema inte-grado de gerenciamento de águas estadual. A conquista ocorreu após várias tentativas do Núcleo de Meio Ambiente (Numa) da enti-dade, que cobrou diversas vezes, da Secreta-ria de Recursos Hídricos do Estado do Ceará (SRH), a inclusão da FIEC no colegiado. O apelo se justificava porque o setor industrial é um grande consumidor de água, sendo dire-tamente atingido por toda e qualquer decisão a respeito da forma de distribuição e comer-cialização do produto.

A participação da FIEC em vários conse-lhos, câmaras técnicas e grupos de trabalho é de grande importância para assegurar a defesa dos interesses do setor industrial, demonstran-do que a sua opinião é cada vez mais relevante para a construção das políticas públicas no es-tado. As ações da entidade no âmbito da Políti-ca Estadual de Recursos Hídricos se dão, ainda, por meio da participação no Comitê de Bacias Hidrográficas da Região Metropolitana de For-taleza, Câmara Técnica de Águas Subterrâneas, Grupo de Trabalho das Águas Envasadas e no Grupo de Trabalho de Reuso de Água.

Por meio dos seus colegiados internos (Cotema/FIEC e Coema/CNI), as informa-ções e decisões desses fóruns são replicadas nos demais colegiados e, depois, apresenta-das ao setor industrial no âmbito nacional. Além do repasse das determinações oriundas dos fóruns que tratam da questão da água no estado, a FIEC incluiu no evento que realiza anualmente o Prêmio FIEC por Desempenho Ambiental, durante a gestão de Roberto Ma-cêdo, a modalidade Reuso de Água. Com isso, a entidade visa reconhecer, difundir e home-nagear empresas que utilizam boas práticas na promoção do uso eficiente de água, com medidas efetivas na redução do consumo e do desperdício. O incentivo busca, também, gerar benefícios ambientais, econômicos e sociais, aumentando a competitividade do setor, bem como dar ampla publicidade às ações realiza-das pela indústria cearense na construção do desenvolvimento sustentável.

Educação profissionalSaber se o perfil do profissional que está

sendo formado no Ceará atende às reais ne-cessidades das empresas que estão se insta-lando no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). Este foi o objetivo princi-pal do estudo Planejamento Estratégico para a Educação Profissional – CIPP 2012/2014, coordenado pelo Sistema FIEC por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE). O trabalho, fruto de várias reu-niões em 2012, foi produzido por meio de par-ceria entre governo do estado e FIEC, com o propósito de criar um planejamento estratégi-co para a educação profissional que contemple o complexo. A análise dos dados apresentados pela FIEC mostrou que há oferta de vagas de treinamentos no Ceará além do necessário em cursos nos eixos de formação para os quais há demanda de qualificação profissional. Esse excedente de capacidade instalada atingiu, em março de 2013, o total de 176 816 vagas. O es-tudo detectou que a estratégia deve se voltar

A participação da FIEC em vários

conselhos, câmaras técnicas e grupos

de trabalho é de grande importância

para assegurar a defesa dos interesses

do setor industrial

6ª Reunião do Coema envolveu as regionais Nordeste, na FIEC. Na pauta, encontros e licenciamentos ambientais

55Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 56: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

a orientar, nas proporções necessárias, parte dessa capacidade instalada excedente para as demandas das empresas.

Participaram do estudo instituições de ensino do estado, órgãos governamentais e empresas do CIPP, visando desenvolver ações relacionadas à Formação Inicial e Continuada (FIC), Ensino Médio e Técnico (EMT) e En-sino Superior e Pós-Graduação (ESP). Para a caracterização da oferta e da demanda, foi adotada a divisão por macrorregiões, sendo considerada como principal a que contém os seguintes municípios localizados em raio de aproximadamente 50 quilômetros de distân-cia do CIPP: Aquiraz, Baturité, Caucaia, For-taleza, Itaitinga, Maracanaú, Paraipaba, Pente-coste, São Gonçalo do Amarante e Trairi. As empresas que fizeram parte do grupo foram a

Aeris Energy, CSP, Energia Pecém, Hydrostec, Petrobras e Votorantim.

A partir dessa definição, o trabalho iden-tificou que a quantidade de profissionais de-mandados para a operação dos empreendi-mentos ainda é incipiente. Referida situação, todavia, não torna a demanda menos relevan-te, diz o relatório da FIEC e do governo do es-tado, já que na maioria dos casos a capacitação de profissionais para a operação dos empreen-dimentos é mais complexa e longa. As maio-res quantidades de profissionais demandados com formação inicial e continuada e com ensino médio e técnico estão nos eixos de in-fraestrutura, controles e processos industriais e gestão de negócios, enquanto no superior e pós-graduação aparecem as áreas de engenha-ria e administração.

Dentre as ocupações mais procuradas no eixo infraestrutura, destacam-se os auxiliares, assistentes e ajudantes, operadores de equipa-mentos, pedreiros, armadores e montadores e carpinteiros, que, juntos, representam 89% de toda a necessidade, totalizando cerca de 13 000 profissionais. No eixo controles e pro-cessos industriais, as ocupações de armadores e montadores, auxiliares, assistentes e ajudan-tes, mecânicos, soldadores e eletricistas são as mais procuradas, representando 89% de toda a demanda desse eixo, chegando a 10 600 profis-sionais. Ao se verificar no estado a quantidade de cursos em diversas especialidades, pode-se apontar que há 400 000 registros de vagas sen-do ofertadas. Tanto na formação inicial e con-tinuada, quanto no ensino médio e técnico, o eixo controle de processos industriais assume posição de destaque, concentrando grande parte dessas vagas.

O estudo Planejamento Estratégico para a Educação

Profissional – CIPP 2012/2014, coordenado pelo Sistema FIEC

por meio do SENAI/CE, foi produzido por meio de parceria

entre governo do estado e FIEC, com o propósito de criar um

planejamento estratégico para a educação profissional que

contemple o CIPP

Reunião, na FIEC, para apresentação das ações do trabalho que resultaram no Planejamento Estratégico para a Educação Profissional – CIPP 2012/2014

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201456

Page 57: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Parceria capacita empresas no CIPP

O Sistema FIEC, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétri-co do Estado do Ceará (Simec) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon) integraram o grupo de 21 insti-tuições que assinaram em julho de 2013 um termo de cooperação técnica do Programa de Desenvolvimento Regional (PDR), elabo-rado pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e conduzido pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede). O objetivo da parceria foi o de promover o de-senvolvimento sustentável da região do CIPP por meio da capacitação de empresas, entida-des e empresários, a fim de atender à demanda

Centro de Formação Profissional do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CFP CIPP), unidade de negócio do SENAI/CE localizada em São Gonçalo

do Amarante, atende as empresas instaladas no complexo desde 26 de março de 2013. Fruto de parceria, o centro iniciou suas atividades em instalações provisórias, cedidas pela prefeitura do município ao Sistema FIEC. A atuação da unidade está focada em demandas identificadas por meio de pesquisas nas empresas da região e em infor-mações da sociedade em geral, como forma de alinhar sua programação às reais necessidades das indústrias instaladas e em fase de instalação.

Inicialmente, foram ofertados cursos nas áreas de construção civil, eletricidade e metalmecânica. Na moda-lidade de Qualificação Profissional, estão sendo desen-volvidos, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do governo federal, os cursos de Soldador, Serralheiro de Alumínio, Caldeirei-ro, Carpinteiro de Forma, Bombeiro Hidráulico, Pedreiro, Pintor de Obras, Eletricista Predial e Eletricista Industrial, com carga horária mínima de 160 horas, e sem ônus para o aluno. A unidade desenvolve, também, cursos gratuitos de Aprendizagem Industrial: Eletricista Predial, Eletricista Industrial e Assistente Administrativo, com carga horária mínima de 400 horas, destinados a jovens aprendizes, com idade entre 14 e 24 anos de idade, possibilitando às empresas da região cumprir a cota de aprendizes, preconi-zada em legislação específica.

O Serviço Social da Indústria (SESI/CE) também está inserido no complexo, atendendo empresas instaladas na região com serviços nas áreas de educação, saúde, lazer e responsabilidade social empresarial. Já foram atendidos empreendimentos como Wobben Windpower, Termoceará, Jotadois, Cimento Apodi, Votorantim e Tortuga. Dentre os serviços de educação destacam-se a biblioteca itinerante e serviços de educação fundamental. Na saúde, o SESI atua nas empresas do CIPP oferecendo aos colaboradores cursos na área de segurança do trabalho e de primeiros socorros, palestras sobre higiene pessoal, teste de acuida-de visual, consultas clínicas, aferição de pressão e exames de raio-x, dentre outros serviços. A unidade móvel audio-métrica e a de raio-x também atuaram nas empresas.

SENAI e SESI oferecem serviços no CIPP

O

atual e futura da CSP, em fase de construção no complexo, e de outros investimentos estru-turantes no estado, estimulando as compras e contratações locais.

A parceria resultou no trabalho intitulado Estratégias para o Desenvolvimento de Opor-tunidades de Negócios e Empregos: Diagnós-ticos e Plano de Ação, que culminou com a criação do PDR. O diagnóstico, que também contou com o apoio da Associação de Em-presas de Construção Pesada do Estado do Ceará (Acompec) e da Federação do Comér-cio do Estado do Ceará (Fecomércio), abran-geu o município-sede de São Gonçalo do Amarante e os demais municípios num raio de até 60 quilômetros, além de Limoeiro do Norte e Tabuleiro – distantes cerca de 200 qui-lômetros e escolhidos para o levantamento de

Unidade móvel de audiometria ocupacional

57Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 58: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

dados devido à presença de empresas do setor metalmecânico – e Sobral, a 187 quilômetros do município-sede.

Com investimento de 5,1 bilhões de dóla-res, a CSP produzirá em sua primeira etapa, prevista para setembro de 2015, três milhões de toneladas de placas de aço/ano para expor-tação, podendo atingir 6 milhões de toneladas numa segunda etapa. Além de produtos side-

Com investimento de 5,1 bilhões

de dólares, a CSP produzirá em

sua primeira etapa, prevista para

setembro de 2015, três milhões de

toneladas de placas de aço/ano

para exportação, podendo atingir

6 milhões de toneladas numa

segunda etapa

Assinatura de memorando de entendimento entre a FIEC e a Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), da Alemanha

rúrgicos, a usina produzirá energia elétrica, cujo excedente será colocado à disposição do mercado nacional, e destinará 25% do in-vestimento para equipamentos de controle e monitoramento de emissões, lançamento de efluentes e gerenciamento de resíduos. Outro benefício é a geração de oportunidades de no-vos investimentos e apromoção de parcerias, além da sustentabilidade das indústrias locais.

o início de 2014, a FIEC e a Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), da Alemanha, assinaram um memorando de entendimento para a execução do projeto Energia Heliotérmica no Ceará. A cooperação técnica entre as duas instituições será realizada

dentro dos marcos estabelecidos pelos governos brasileiro e alemão para o desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva dos setores de energia solar no segmento heliotérmico. À GIZ caberá promover a intermediação entre empresas e instituições públicas e privadas. A FIEC ficará responsável pela condução estratégica do projeto no setor privado, bem como colaborar no fortalecimento da utilização da energia heliotérmica e da produção local de equipamentos para essas usinas. A ideia é colocar o estado do Ceará na vanguarda dessa nova área de pesquisas e subsequente instalação de empreendimentos com uso de energias renováveis.

Segundo o coordenador do projeto pela GIZ no Ceará, Jörgdieter Anhalt, além da aplicação da tecnologia a ser desenvolvida, o objetivo do acordo com a FIEC é procurar parceiros para produzir os componentes desses novos sistemas para a indústria local. Ele diz que o projeto de energia heliotérmica vem sendo trabalhado desde outu-bro de 2013 pela Alemanha e a disseminação no Ceará se deve às condições técnicas e ao interesse demonstrado pelos parceiros. Conforme Jörgdieter, a energia heliotérmica ainda é pouco desenvolvida no mundo e consiste na utilização da energia solar em altas temperaturas. No Brasil, ainda não há aprovei-tamento de tal modelo.

FIEC e GIZ vão executar projeto

N

Construção da CSP

Foto:Governo do Estado/CE

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201458

Page 59: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Setores Portadores de Futuro

No final de 2012, a FIEC e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) assina-ram um protocolo de intenções formatando uma aliança estratégica para troca de conheci-mentos entre as duas entidades, com a inten-ção de impulsionar o desenvolvimento inova-dor e sustentável nos dois estados. O convênio previa o compartilhamento de informações e atuação conjunta entre o setor de Inteligência Industrial do INDI e os observatórios SESI/SENAI/IEL para atuar na elaboração de pro-jetos, pesquisas, prospecção, difusão de novas tecnologias e articulação visando ao desenvol-vimento industrial sustentável.

Tendo à frente o INDI, o trabalho da par-ceria para dinamizar a economia cearense foi batizado de Projeto Setores Portadores de Fu-turo. Sua missão: identificar e desenvolver os setores com maior capacidade de crescimento nos próximos dez anos no Ceará, no que diz respeito à inteligência industrial e com com-petitividade sustentável, tanto em nível na-cional, como internacional. Inicialmente, o trabalho identificou, de forma regionalizada, quais os setores e áreas com maior potencial para contribuir na transformação da realidade social e industrial do Ceará. A equipe percor-reu aproximadamente 2 000 quilômetros em 54 municípios, entre os meses de fevereiro e março deste ano, realizando painéis de espe-cialistas regionais com quase três centenas de representantes dos setores produtivo, go-verno, academia e terceiro setor. Durante os encontros, foram apresentados estudos de tendências tecnológicas de 22 setores ou áreas

estratégicas, totalizando 198 aplicações de 66 tendências tecnológicas. A intenção do traba-lho foi traçar um horizonte de dez anos com projeções factíveis para setores e áreas induto-ras do desenvolvimento. O Ceará é o primeiro estado do Nordeste, terceiro do país, a aplicar a metodologia desenvolvida pela Fiep. A ação do projeto foi dividida em seis etapas.

Os setores portadores de futuro para o Ceará foram organizados em três grupos: transversais, estratégicos e indutores do desenvolvimento re-gional. Os transversais são seis: água, logística, tecnologia da informação e comunicação, meio ambiente, energia e biotecnologia. Foram esco-lhidos pela capacidade de impacto transversal em várias atividades econômicas do estado. De acordo com a publicação, podem atuar como impulsionadores do desenvolvimento para os mais diversos segmentos cearenses. Couro & calçados, indústria agroalimentar, saúde, eco-nomia criativa, construção civil e economia do mar foram escolhidos como setores estratégicos, priorizados em todas as regiões e que têm capa-cidade de nortear o desenvolvimento do estado.

Cinco setores foram listados como induto-res do desenvolvimento industrial: confecção, madeira & móveis, metalmecânico, minerais não metálicos e turismo. Os próximos passos incluem o desenho e o desenvolvimento de ro-tas estratégicas, em cada um dos setores e áreas identificados como portadores de futuro. A expectativa é elaborar 13 rotas, contemplando os setores água, biotecnologia, construção civil e minerais não metálicos, economia criativa e turismo, economia do mar, energia, indústria agroalimentar, logística, meio ambiente, me-talmecânico, saúde, tecnologia da informação & comunicação e produtos de consumo: couro & calçados, confecções, madeira & móveis.

Projeto Portadores de Futuro realiza painel de especialista em São Gonçalo do Amarante

59Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 60: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Nos últimos oito anos, o Sistema FIEC aumentou sua base de atuação, estando, atualmente, presente nos mais importantes polos econômicos cearenses, por meio de unidades modernas para atender aos desafios da indústria

Forte também no interior

Ampliando ações

A unidade avançada do Centro Integrado SESI/SENAI de Sobral foi construída para atender a indústria Grendene, em terreno cedido pela prefeitura

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201460

Page 61: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Apesar do desenvolvimento econô-mico do estado do Ceará estar for-temente atrelado à capital Fortaleza, muitos municípios cearenses têm

se desenvolvido nos últimos anos. A for-ça desses municípios — e regiões às quais pertencem — para o desenvolvimento do Ceará se fundamenta no apoio colocado à disposição da indústria local pelo Siste-ma Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC), por meio de apoio em educação profissional, oferta de serviços

técnicos e tecnológicos, saúde, segurança do trabalho, responsabilidade social, gestão empresarial, apoio à inovação e incentivo à competitividade, por meio do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), do Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE) e do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI).

Na gestão do presidente Roberto Proen-ça de Macêdo, o Sistema FIEC ampliou sua atuação e hoje está presente em Fortaleza, Horizonte, Maracanaú, São Gonçalo do Ama-rante, Limoeiro do Norte, Sobral, Juazeiro do Norte e, mais recentemente, em Aracati, com o Centro Integrado SESI/SENAI inaugura-do em 29 de agosto. Uma nova unidade do SENAI/CE será construída em Russas.

Estes municípios são responsáveis por 62,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará e 63,6% do PIB industrial, o que de-

monstra a concen-tração do desenvol-vimento econômico do estado. A capital, sozinha, concentra 40% do PIB e do PIB industrial.

A atuação do Sis-tema possibilita tam-bém que municípios com menor parque industrial possam se desenvolver. “Tanto SESI, quanto SENAI e IEL têm atuação em educação, seja básica, profissional ou para executivos, pontos vitais para o desenvolvimento do

setor industrial, sem contar as ações na área de inovação”, diz Guilherme Muchale, econo-mista do INDI. A educação é o pilar básico do Mapa Estratégico da Confederação Nacio-nal da Indústria (CNI).

O setor industrial tem grande impacto em municípios como Maracanaú, São Gon-çalo do Amarante e Horizonte, na região metropolitana de Fortaleza, cujos PIBs têm forte participação da indústria. Os três con-tam com atuação do Sistema FIEC. Em Ma-racanaú, há unidades do SESI e do SENAI;

61Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 62: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

em São Gonçalo, o atendimento é feito por meio do SENAI e, em Horizonte, há um Nú-cleo Integrado SESI/SENAI. “Essa presença é importante porque auxilia a manutenção da importância do setor, de forma transfor-madora. Antes de se constituírem em par-ques industriais, tinham relevância muito menor para o estado”, conta Muchale, para quem é impossível pensar em São Gonçalo do Amarante sem o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) ou em Maraca-naú sem o Distrito Industrial. São Gonçalo, por exemplo, há cinco anos não estava entre

os 30 principais municípios em PIB e, hoje, está entre os dez. Ele atenta para a responsa-bilidade do setor público com infraestrutu-ra e serviços públicos para esses municípios, que atrairão pessoas com expectativa de em-pregabilidade nas indústrias.

O desenvolvimento dos últimos anos faz com que o interior do estado demande aperfeiçoamento profissional. “Muitas ve-zes, o setor industrial está latente, com in-dústrias muito próximas de se profissionali-zar, mas que ainda necessitam de apoio para conseguir melhorar produtos e aumentar a

Participação dos municípios na economia e no parque industrial cearense

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201462

Page 63: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

consciência da importância de exportar, por exemplo, e, nesses pontos, o Sistema FIEC pode auxiliar muito”, afirma Muchale.

Sobral é um município que também foi transformado pela indústria, principalmente com a chegada do setor calçadista, que gera, atualmente, mais de 15 000 empregos dos 23 000 criados no município. Esses empre-gos transformam a cidade, influenciando no comércio e no setor de serviços. “Sobral é um município dinâmico, com previsão de desenvolvimento de parques tecnológicos que podem transformar a região”, explica o economista. Segundo ele, o município deve aproveitar o momento para diversificar o parque industrial, atraindo setores intensi-vos em tecnologia, e conseguir, independen-te do tempo que a indústria calçadista fique no município, fortalecer o setor industrial e impacto social perene. Em Sobral, o Siste-ma FIEC atua por meio do Centro Integrado SESI SENAI.

Na região do Jaguaribe, a indústria de Russas é mais significativa que a de Limei-ro do Norte, mas este é o polo político da região, sediando grande parte das institui-ções regionais, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em Limoeiro, está instalada a Casa da Indústria, visando levar às indús-trias da região o atendimento de todo o Sistema FIEC. No entanto, tanto Limoeiro quanto Russas são cidades-polo, que irra-diam questões econômicas e políticas para os demais municípios.

Segundo Guilherme Muchale, o corredor entre Mossoró (RN) e Fortaleza é um dos que mais crescem em todo o país, influen-ciado também pelo setor energético. São muitos parques eólicos no litoral da região, representando uma atividade que gera em-pregos qualificados, de técnicos e engenhei-ros, importantes para a região, que também conta com o recém-instalado campus da Universidade Federal do Ceará (UFC), uma unidade do SENAI em Aracati e a previsão de construção de outra unidade em Russas.

Quanto ao Cariri, os municípios inseri-dos no Polo Regional de Inovação Tecnoló-gica criado pela FIEC, por meio do INDI, para incrementar a inovação, participam com 5,2% do PIB do Ceará. Os 11 muni-cípios produziram 4,5 bilhões de reais, em

n Soldan Mecânica geraln Construção civiln Informátican Automaçãon Eletrônica n Calçados

Consultorias no processo produtivo em:n Gestão empresarial n Segurança no trabalho n Desenvolvimento de produtos n Revisão de layout n Cronometragem

São oferecidos cursos de: n Leitura e Interpretação de Desenho Mecânico n Metrologia n Mecânico de Manutenção de Máquinas Industriais n Soldador no Processo Revestido Aço Carbono e Aço Baixa Liga n Auxiliar Administrativo Financeiro n Controladores Lógico Programáveis (CLP) n Comandos Pneumáticos n Eletropneumática n Comandos Hidráulicos n Eletro-hidráulica n Eletricidade Básica n Instalação Elétrica Predial n Comandos Elétricos n Pedreiro de Alvenaria n Assistente de Produçãon Operador de Computador n NR 10 (Básico e Complementar), dentre outros

No portfólio do SENAI Sobralconstam oficinas de:

Curso de Informática no Centro Integrado SESI/SENAI de Sobral

63Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 64: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

2011. Juazeiro se destaca por deter quase 50% do PIB (2,24 milhões de reais) e mais de 45% do valor adicionado industrial (PIB industrial) da região. A indústria representa 16,2% da economia do polo. As informações estão no Panorama Socioeconômico do Polo Regional de Inovação do Cariri, divulgado pelo INDI na ocasião da instalação do polo e da Casa da Indústria em Juazeiro do Norte. No município, o Sistema FIEC atua ainda por meio do SESI, SENAI e IEL. O Escritório Re-gional do IEL em Juazeiro no Norte foi cria-do em agosto de 2011, com a realização de cursos e a inserção de mais de 300 estudantes por meio do Programa de Estágio.

“Com as expansões recentes, é possível dizer que o Sistema FIEC se posiciona nos principais polos industriais do Ceará. E ain-da conta com as unidades móveis, que podem atender os municípios com menor expressão econômica”, conclui Guilherme Muchale.

Potencializar competitividade

A interiorização da atuação do Sistema FIEC foi busca constante da gestão do pre-

sidente Roberto Macêdo. Nesse contexto de expansão se insere o Centro Integrado SESI/SENAI de Sobral, inaugurado em 3 de julho de 2011. O novo equipamento, considerado um dos mais modernos do país em termos arquitetônicos e de funcionalidade, veio ampliar o atendimento às demandas das empresas instaladas no norte e noroeste do estado, impulsionando o desenvolvimento do setor industrial, em especial, os segmen-tos calçadista, vestuário, metalmecânico e construção civil. Foram investidos cerca de 17 milhões de reais, possibilitando o aten-dimento a 160 indústrias e outros 540 esta-belecimentos localizados em 36 municípios.

A estrutura física da unidade integra-da, instalada próximo ao Centro de Con-venções, inclui pátio para abrigar unida-des móveis, salas polivalentes para oficinas móveis, laboratórios, salas de aula, oficinas especializadas, auditório com 240 lugares, biblioteca, consultórios, academia de ginás-tica e ginásio poliesportivo, dentre outras benfeitorias. O Centro Integrado se adequa às necessidades do município e da região em termos de qualificação de mão de obra e serviços técnicos e tecnológico, por meio do SENAI, e aos conceitos de qualidade de vida oferecidos pelos programas do SESI.

SESI e SENAI já estavam presentes na região desde 1988, mas as instalações ori-ginais se tornaram pequenas e inadequadas para atender à nova realidade do desenvol-vimento industrial que Sobral e municípios vizinhos vivenciam. Foram realizados estu-dos para identificar as demandas do presen-te e, principalmente, do futuro.

No portfólio do SENAI constam oficinas de solda, mecânica geral, construção civil, informática, automação, eletrônica e calça-dos, consultorias no processo produtivo, em gestão empresarial e em segurança no traba-lho, desenvolvimento de produtos, revisão de layout e cronometragem e são oferecidos vários cursos. (Veja matéria na página 84.)

O SESI de Sobral contempla várias áreas. Na de educação e cultura, estão disponíveis serviços de educação básica (ensinos funda-mental e médio) e educação continuada com a oferta de 62 cursos voltados para a forma-ção pessoal e profissional, educação digital, leitura e matemática. Na área de qualidade de vida, estão à disposição serviços de saúde

O programa Vida Saudável,

em Sobral, oferta ginástica

laboral, circuitos de estilo de

vida, jogos, formação esportiva,

musculação e ginástica

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201464

Page 65: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

e segurança do trabalho, com atendimento na saúde do trabalho e saúde ocupacional, assistência médica e odontológica e exames de auxílios diagnósticos. Além disso, o programa Vida Saudável ofer-ta ginástica laboral, circuitos de estilo de vida, jogos, formação es-portiva, musculação e ginástica. A área de responsabilidade social empresarial conta com atendimento em consultoria e mobilização para a gestão socialmente responsável.

As ações do Centro Integrado foram ampliadas com a inaugu-ração, em 29 de agosto, de uma unidade avançada do SENAI na in-dústria Grendene, destinada exclusivamente à indústria de calçados para aprendizagem industrial básica. Com essa unidade, a empresa implementa um programa para manter em caráter permanente de treinamento 1 100 aprendizes na área de calçados. Para apoiar isso, o SENAI/CE construiu o posto avançado vizinho à fábrica, em ter-reno cedido pela prefeitura. A unidade é uma inovação em termos de construção civil, porque é fixa, mas totalmente desmontável, com possibilidade de movimentação até das fundações.

O Centro de Treinamento Técnico do Ceará (CTTC) Professor Lauro de Oliveira Lima, iniciativa do governo estadual, pensado para atender às demandas latentes e às que se apresentariam ao longo da implantação do CIPP, foi inaugurado em 15 de setembro. Para gerir a escola, a FIEC, por meio do SENAI/CE, fez parceria com o governo do estado, na qual a Secretaria de Ciência e Tecno-logia e Educação Superior do Estado Ceará (Secitece) fica respon-sável pela construção das instalações e aquisição dos equipamentos e pelas despesas com alimentação e deslocamento dos treinandos e o SENAI/CE arcará com as despesas de manutenção geral e de realização dos cursos.

A escola deverá complementar a demanda de formação pro-fissional das indústrias do CIPP, hoje atendida pela Unidade de Formação Profissional do SENAI de São Gonçalo do Amarante e por unidades do SENAI de Fortaleza e de Maracanaú.

O CTTC tem previsão de qualificar em torno de 10 800 profis-sionais por ano, a partir do terceiro de operação, pautado na ótica do desenvolvimento sustentável, promovendo a inclusão econômi-ca e social da população. Serão atendidas as áreas de construção civil, eletromecânica, refinaria, química e petroquímica e siderur-gia, gestão e tecnologia da informação. A escola está localizada no entroncamento das rodovias CE-085 (Estruturante) e CE-422 (próximo ao quilômetro 4), no município de Caucaia, no CIPP. O plano de capacitação do CTTC irá abranger os municípios de São Gonçalo do Amarante, Caucaia, Paracuru, Paraipaba, Pentecoste, Trairi e demais municípios do entorno.

Outro município que passará a contar com unidade do SE-NAI é Russas, na região jaguaribana. O convênio de parceria para concessão do terreno, a fim de construir o prédio, foi as-sinado entre o diretor regional do SENAI, Fernando Nunes, e o prefeito de Russas, Weber Araújo, du- rante o 1o Seminário de Inovação do Vale do Jaguaribe – Inova Vale, realizado em dezembro de 2013. Em processo de am-pliação também está o Centro de Forma-ção Profissional de Horizonte.

xperiência de ponta no Ceará, o SENAI, em conjunto com o SESI, passará oferecer em 2015, no município de

Aracati, no litoral leste do estado, uma unidade de aviônica. A escola vai formar profissionais em manutenção de aeronaves executivas, em cursos com duração de dois anos, atendendo alunos egressos da rede pública de ensino daquela cidade.

O currículo da educação articulada do SESI/SENAI combina elementos do univer-so do trabalho às disciplinas da educação formal por meio do programa Educação Básica Articulada com Educação Profissio-nal (EBEP), o qual permite aos estudantes do ensino médio complementar os estudos com um curso técnico. Na escola de aviôni-ca, no primeiro ano, a grade curricular será comum e os alunos receberão orientações sobre profissões e apoio para escolher uma carreira técnica.

No segundo ano, os estudantes passam a frequentar o ensino profissionalizante, es-pecificamente sobre aviônica. Ao término, o aluno sairá com dois certificados de conclu-são: o da educação básica e o da educação profissional. E mais: estará preparado para entrar no mercado de trabalho e prosseguir os estudos em um curso superior. Em Araca-ti, cada turma contará com 40 alunos, com idade mínima de 16 anos. A seleção para a formação das turmas caberá ao SESI/SENAI.

A estrutura do curso contará com a parceria da TAM, que cederá um avião para ser adaptado à construção de um laboratório/oficina. Ao final do curso, a empresa aérea se compromete a receber 30 dos 40 formandos para atuarem como estagiários. Aracati foi escolhido pelo SESI e SENAI para a montagem da escola por-que lá está localizado um aeroporto, que também receberá uma base da TAM para reparos e manutenção de aviões executi-vos de pequeno e médio portes.

EEscola de aviônica

65Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 66: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Modernidade em educação profissional

A visão estratégica de potencializar a competi-tividade da indústria do estado exigiu do Sistema FIEC um esforço para modernizar a estrutura fí-sica das unidades de suas Casas, a fim de ampliar atuação. Tal decisão não se resumiu a criar e am-pliar unidades no interior do estado, mas também foi estendida a transformar a estrutura física e tec-nológica do SENAI e SESI em Fortaleza.

Foram ampliadas as instalações do Centro de Formação Profissional Waldyr Diogo de Siqueira, na Barra do Ceará, no qual se pas-sou a oferecer formação de profissionais para atuar na indústria de energia eólica, como em reparos de hélices, montagem de torres e ma-nutenção das naceles (geradores). A intenção é ainda ampliar o atendimento a áreas como eletroeletrônica, automotiva e outras. O espa-ço agora conta com novo prédio. São 27 salas de aula, oito laboratórios, uma biblioteca, um auditório e salas de coordenação e professores.

A ampliação vai aumentar em 30% a oferta de matrículas do SENAI da Barra do Ceará, que atualmente conta com 12 500 alunos. A

ampliação contou com investimentos de 3,8 milhões de reais, com aporte de 2,7 milhões de reais do Departamento Nacional do SENAI destinados à área de infraestrutura do prédio. Para os equipamentos e máquinas, foram inves-tidos 2,7 milhões de reais, sendo 1,375 milhão de reais oriundo do Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social (BNDES). O resto foi contrapartida do SENAI/CE.

Além do SENAI da Barra do Ceará, outras quatro unidades foram beneficiadas com re-formas, ampliações e modernização de equi-pamentos. No Centro de Formação Profis-sional Antônio Urbano de Almeida – SENAI Jacarecanga –, equipamentos para as áreas de automação, metalmecânica, construção civil, química (tintas), cerâmica e refrigeração estão em fase de licitação, com previsão de 100% de aquisição até o fim de 2014. Também estão sendo licitadas obras para beneficiar as áreas de construção civil, metalmecânica, seguran-ça do trabalho, gestão, logística, automação, editorial gráfica, refrigeração e climatização, tecnologia da informação, meio ambiente, química, celulose e papel. Até o fim do ano, todas as intervenções estarão concluídas.

Laboratório de Controle de Qualidade do Trigo no Centro Regional de Treinamento em Moagem e Panificação

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201466

Page 67: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

os últimos oito anos, o SESI/CE moder-nizou unidades, construiu novas áreas e adquiriu, equipamentos para atender

melhor os trabalhadores da indústria. Novos aparelhos de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) foram comprados e uma área de SST foi construída no Núcleo de Negócios Barra do Ceará, que também teve a piscina reestruturada, a exemplo do Núcleo de Negócios Parangaba.

O NR Saúde, localizado no centro, também modernizou ambientes de atendimento. Três unidades móveis foram adquiridas, sendo duas de audiologia para os núcleos de Juazeiro do Norte e Sobral, e uma unidade móvel de saúde ocupacional para o NR Saúde.

Em Maracanaú, o SESI/CE inaugurou, no primeiro semestre de 2014, as instalações da Unidade de Saúde Ocupacional do SESI. O

Para o Centro de Formação Profissional Wanderillo de Castro Câmara, em Juazeiro do Norte, até o final do ano devem ser adquiridos equipamentos para as áreas de metalmecâni-ca, couro, calçados e automação. O prazo é o mesmo para aquisição de equipamentos do segmento de alimentos e bebidas para o Cen-tro Regional de Treinamento em Moagem e Panificação (Certrem), no Cais do Porto.

O Centro de Educação e Tecnologia Ale-xandre Figueira Rodrigues, localizado no Dis-trito Industrial de Maracanaú, receberá refor-mas de salas e laboratórios. Foram realizados estudos preliminares e demolições. Atualmen-te, o projeto está na fase de infraestrutura e com 20% de execução realizada.

No Centro de Formação Profissional Ana Amélia Bezerra de Menezes e Sousa, será inaugurado, em 16 de setembro, o Centro Técnico de Confecções e Têxtil. O objetivo é contribuir para a consolidação e o desen-volvimento do parque têxtil cearense, com oferta de educação profissional e serviços técnicos e tecnológicos nas áreas de gestão, manutenção, produção e qualidade.

Visando ao aumento da competitividade e inovação na indústria cearense, o SENAI/CE conta com dois Institutos SENAI de Tecnologia (ISTs), um em Eletrometalmecânica e outro em Energias Renováveis, e está licitando o Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Tecnologias Cons-trutivas. (Veja texto na página 42.)

NExcelência em qualidade de vida

67Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 68: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Exame audiométrico

espaço, que visa ampliar o atendimento de SST às indústrias e trabalhadores da região, fica lo-calizado à avenida Senador Virgílio Távora, 1103 – Distrito Industrial de Maracanaú, em frente do Clube da Parceria. (Veja texto na página 73.)

Em educação, a infraestrutura das biblio-tecas escolares e da biblioteca itinerante do trabalhador foi modernizada. Também foram adquiridos acervos e informatizados os servi-ços de formatação de documentos mediante a implantação das bases SINF e Kardez. O acesso aos cursos do SESI foi ampliado com a construção do Núcleo de Educação a Distân-cia, no Núcleo de Negócios Parangaba.

O Projeto SESI Indústria do Conhecimento foi implantado no SESI/CE em 2007, a partir da construção de três unidades na capital e no interior, por meio de parceria com o SESI Nacional, Ministérios da Educação e das Comunicações. Atualmente, são sete dessas unidades localizadas em Fortaleza (parceria SESI/CE com Metrofor), Sobral, Juazeiro do Norte e Pacatuba (parceria SESI/CE com pre-feitura municipal), uma unidade na indústria Vulcabras e duas unidades na Vicunha. (Veja texto na página 76)

Page 69: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)
Page 70: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Instituição vivenciou nos últimos oito anos, a partir da definição de uma estratégia de sustentabilidade, mergulho interno profundo que terá como consequência o redesenho de seu modelo de negócios

Prioridade para a excelência de gestão

Os últimos oito anos foram de profundas trans-formações para o Serviço Social da Indústria (SESI/CE). Não é retórica, nem exagero, afir-mar que a instituição vivenciou, a partir da de-

finição de uma estratégia de sustentabilidade, mergu-lho interno profundo que terá como consequência no futuro breve o redesenho de seu modelo de negócios. Modelo este que passa agora a ter como pressuposto a melhoria da maturidade da gestão. Para que isso fosse possível, foi implementado o Programa de Desenvol-vimento da Gestão, como desdobramento do Projeto Modelo de Excelência da Gestão.

A concretização deste objetivo exigiu o desenvolvi-mento de campanha interna para disseminar um dos fun-damentos da excelência relacionados ao Modelo de Exce-lência da Gestão (MEG), que é o conhecimento sobre o cliente e o mercado. Tal processo culminou na realização da Convenção SESI de Gestão-2013, com a participação de 250 colaboradores (dentre eles gerentes, coordenadores e analistas) e de representantes do Departamento Nacional e de outras unidades do SESI no país. O evento trouxe a temática do Cirque du Soleil, que se tornou exemplo de organização que reinventou o espetáculo circense para atender um novo perfil de cliente e mercado.

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201470

Page 71: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O resultado foi a definição de uma po-lítica integrada, envolvendo as gestões da qualidade ambiental, de responsabilidade social e de segurança e saúde no trabalho. A política foi aprovada pelo Conselho do SESI e substitui as existentes isoladamen-te nos núcleos de negócio. Para isso, foi promovida a capacitação de colaborado-res em fundamentos e critérios da exce-lência, gestão de projetos com apoio fi-nanceiro e em medição do desempenho e registro de produção.

O processo de conhecimento sobre cliente

e mercado culminou na realização

da Convenção SESI de Gestão-2013, com participação de

250 colaboradores e de

representantes do Departamento Nacional

e de outras unidades do SESI no país

71Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 72: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O trabalho exigiu ainda a padronização do processo de controle de documentos e registros, definindo formatação única de documentos para todo o SESI/CE. Também foram padronizados os processos de Quali-dade de Vida – Vida Saudável, como Ginás-tica na Empresa, SESI Corporativo, Circuito do Bem-Estar, Gestão de Eventos e Jogos do SESI Municipais. Como complemento des-se trabalho, houve a realização da primeira auditoria interna em todo o SESI/CE para a manutenção da implantação do Sistema de

Gestão da Qualidade (SGQ) único na insti-tuição. O escopo foram os processos da área de Qualidade de Vida – Vida Saudável.

Em paralelo à definição desta nova estratégia, o SESI manteve em alta a sua atuação nas áreas de educação, saúde e qualidade de vida. Na educação, por exem-plo, pode-se destacar os projetos e progra-mas voltados à elevação da escolaridade básica do trabalhador e seus dependentes, ensino médio e Educação de Jovens e Adul-tos (EJA) do SESI Articulado com Jovens e Adultos e Educação Profissional do SENAI, Educação Continuada do Trabalhador da Indústria, Educação a Distância e Progra-ma Indústria do Conhecimento.

As áreas de lazer e cultura tiveram na gestão Roberto Macêdo apoio decisivo para o desenvolvimento de projetos como Cul-tura e Lazer na Indústria, Cultura e Entre-tenimento: Instrumentos de Inclusão So-cial e o Projeto Lazer Ativo, com atividades físicas personalizadas. Os projetos foram voltados para a melhor sistematização das ações de lazer aos trabalhadores, no seu ambiente de trabalho, ensejando a desco-berta de talentos e favorecendo um estilo de vida mais ativo e saudável.

Essas ações implicaram outros progra-mas, como o exercite seu talento, resgate das atividades de danças folclóricas, ava-liação física nas empresas, música erudita no canteiro de obras, sobremesa com arte na empresa e festivais comemorativos, bem como a iniciativa de pacotes promocionais para facilitar o acesso e aumentar a cober-tura no atendimento das academias. No es-porte, Fortaleza sediou o Mundial do Tra-balhador, competição organizada pelo SESI Nacional, Confederação Esportiva Interna-cional do Trabalho (CSIT) e Confederação Pan-Americana de Desporto do Trabalha-dor (Copadet), que colocou o SESI/CE no circuito mundial dos jogos.

Na área de qualidade de vida, uma das ações foi a implantação do Projeto SESI – Indústria Saudável, que consolidou a parti-cipação da instituição no desenvolvimento do conceito de indústria saudável. O SESI também implementou o software de gestão em Saúde e Segurança no Trabalho (SST) – Sistema S4 e os projetos-piloto para aplica-ção do Modelo SESI de Gestão em SST.

Inace no pódio dos jogos mundiais do SESI

No esporte, Fortaleza sediou o Mundial

do Trabalhador, competição organizada

pelo SESI Nacional, Confederação Esportiva

Internacional do Trabalho (CSIT) e Confederação Pan-Americana de Desporto do

Trabalhador (Copadet), que colocou o SESI/CE no circuito

mundial dos jogos

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201472

Page 73: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

ducação, bem-estar e saúde dos funcionários são ca-racterísticas diretamente ligadas à competitividade das empresas. Nesse sentido, o SESI/CE tem sido, ao longo

dos anos, importante aliado no fortalecimento da indústria de nosso estado, contribuindo com a prestação de serviços inte-grados e a melhoria da qualidade de vida para o trabalhador. Na gestão Roberto Macêdo, diversas ações reforçaram este conceito e ampliaram a atuação do órgão no Ceará.

Uma dessas iniciativas foi a implantação do Projeto SESI – Indústria Saudável, que consolidou a participação da institui-ção no desenvolvimento desse conceito no segmento. A ideia é melhorar a produtividade e a competitividade das indústrias por meio da promoção de um estilo de vida saudável, da adoção de ambientes saudáveis de trabalho e de oferecer assistência em saúde para o trabalhador da indústria. No bojo desse escopo, por exemplo, foi elaborado o Estudo Descritivo da Saúde Auditiva de Trabalhadores Expostos a Ruídos, que teve como objetivo a ampliação do conhecimento para o apri-moramento das ações.

O SESI também implementou o software de gestão em Saúde e Segurança no Trabalho (SST) – Sistema S4 e os projetos-piloto para aplicação do Modelo SESI de Gestão em SST. Além disso, ainda neste campo, o órgão contribuiu na elaboração e manutenção do site Pro-SST, mediante indica-ções de artigos e de outros materiais de informação. No 2o Simpósio de Temas Livres em SST, obteve o 1º lugar com a apresentação do projeto Metodologia SESI para Prevenção de

Distúrbio Osteomuscular em Costureiras no Ramo de Con-fecção de Vestuário. O mesmo trabalho foi apresentado nos Estados Unidos no Ninth Internacional Congress of Qualitative Inquiry pela colaboradora Patrícia Collares.

A difusão de informações gerou a realização das jorna-das de SST do SESI/CE e a apresentação do Modelo SESI de SST e do Programa de Qualidade de Vida do SESI/CE no Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, pela colaboradora Tânia Saraiva. A ampliação das ações incluiu ainda a criação, no Ceará, do Conselho Empresarial Estadual de Prevenção às DST/HIV/AIDS, a realização de campanhas de vacinação, o lançamento do Manual do Modelo SESI/CE de Prevenção de Dort na Indústria e da Cartilha de Ergonomia e a padronização e a estruturação dos serviços de audiologia da instituição.

Para coroar essas ações, o SESI inaugurou, no primeiro semestre de 2014, as instalações da Unidade de Saúde Ocu-pacional do SESI em Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza. O espaço, que visa ampliar o atendimento de SST às indústrias e trabalhadores da região, fica localizado à avenida Senador Virgílio Távora, 1103 – Distrito Industrial de Maraca-naú, em frente do Clube da Parceria.

O investimento para a modernização das instalações foi de 5,1 milhões de reais, sendo que do espaço total de 4 270 metros quadrados, a área construída passa a ocupar 1 790,18 metros quadrados. O novo espaço tem em sua estrutura física seis guichês de atendimento, sete consultórios médicos, três audiometrias, dois consultórios odontológicos, três espaços para pré-consultas, sala de raio X e três postos de coleta (laborató-rio). A linha de atuação é voltada para a qualidade de vida dos trabalhadores da indústria e seus dependentes.

Com relação aos atendimentos, no campo de SST, é possível a realização de avaliações ambientais e laudos, dentre outros procedimentos. Na parte de atenção médica, estão disponíveis clínica geral, ginecologia, oftalmologia e otorrinolaringologia. No que diz respeito à atenção odon-tológica, são oferecidos serviços de clínica geral, prótese, ortodontia e endodontia. No auxílio diagnóstico, estão à disposição exames de análises clínicas, ultrassonográfi-cos e radiológicos, audiometria, espirometria, teste visual, eletrocardiograma e eletroencefalograma.

E

Qualidade de vida como conceito

A unidade tem em sua estrutura física seis guichês de atendimento, sete consultórios médicos, três audiometrias, dois consultórios odontológicos,

três espaços para pré-consultas, sala de raio X e três postos de coleta

Unidade de Saúde Ocupacional do SESI em Maracanaú

73Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 74: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O

Absenteísmo e presenteísmo

absenteísmo e o presenteísmo provo-cam grande impacto na produtividade e na saúde financeira das empresas. Os

impactos causados pela ausência física dos colaboradores, conforme frequência exigida (absenteísmo), e a presença “parcial” do fun-cionário, que apesar de comparecer à empresa não desempenha suas tarefas de forma satis-fatória e completa (presenteísmo), vêm sendo combatidos por meio de medidas diversas,

mas não estratégicas. Não há muitos registros de sistemas especializados que lidem com o problema, analisem e proponham soluções para a empresa.

Diante disso, o SESI/CE vem desenvolven-do o projeto Gestão do absenteísmo e presen-teísmo na indústria, a partir de uma inovação social centrada no trabalhador, aprovado pelo Edital SESI SENAI de Inovação de 2013, em parceria com a indústria de confecções Guararapes. O projeto objetiva desenvolver um sistema especialista de apoio à decisão que realize o diagnóstico do absenteísmo e do presenteísmo. Para tanto, será realizado o acompanhamento dos trabalhadores em pos-tos críticos, a fim de que sejam criados casos que alimentem um sistema, com base no Pro-grama de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Análise Er-gonômica do Trabalho (AET). Também serão captados dados a partir do Sistema de Gestão Informatizada (S4) do SESI.

Na prática, os trabalhadores alimentam um software periodicamente sobre estado de saúde, presença de dores e hábitos diários, dentre outras informações, e receberão, de forma personalizada, dicas simples que po-derão executar no dia a dia para melhorar a saúde e o estilo de vida, via multimídia (texto, áudio, animações e imagens) pela internet e em celulares e tablets (sistema Android).

O software também fornece informações para que a empresa possa executar uma me-lhor gestão do absenteísmo a partir das infor-mações geradas pelos trabalhadores. A meta será propor soluções para resolver as ques-tões ligadas ao absenteísmo e ao presenteísmo contextualizadas com as principais causas de afastamento. A diminuição desses eventos é o principal objetivo, além de prevenir acidentes e lesões e conscientizar acerca dos problemas ergonômicos mais comuns em determinados postos de trabalho, considerando aspectos biopsicossociais do trabalhador.

O projeto será finalizado em 2015. O SESI espera no futuro incorporar ao seu portfólio esse serviço inovador, que poderá ser replica-do nos demais segmentos da indústria.

Os impactos causados pela ausência física dos colaboradores, conforme frequência

exigida (absenteísmo), e a presença “parcial” do funcionário, que apesar de comparecer à

empresa não desempenha suas tarefas de forma satisfatória e completa (presenteísmo), vêm

sendo combatidos por meio de medidas diversas, mas não estratégicas

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201474

Page 75: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O

Educação para crescer

Mapa Estratégico da Indústria (2007-2015), documento que propõe uma visão de futuro para o Brasil, estabelece a educação como

vertente primordial para o desenvolvimento do país. Nesse contexto, o Programa Educação para a Nova Indústria tem funcionado como desdobramento estratégico para que se possa melhorar a produtivi-dade do trabalho no que se refere à formação dos quadros profissionais para a indústria.

Como instrumentos de apoio para alcançar essa finalidade, o SESI vem atuando fortemen-te por meio de vários projetos e programas, podendo-se destacar a elevação da escolaridade básica do trabalhador e de seus dependentes; ensino médio em Educação de Jovens e Adultos (EJA) do SESI Articulado com Jovens e Adultos e Educação Profissional do SENAI, Educação Con-tinuada do Trabalhador da Indústria, Educação a Distância e Programa Indústria do Conhecimento.

O SESI/CE nesses últimos oito anos não poupou esforços para se adequar a esse novo momento, procurando oferecer um ensino de qualidade e diferenciado com o Programa Indústria do Conhecimento, a fim de atender às necessidades da indústria competitiva. Assim, a área de educação do SESI passou por profundas transformações, consubstanciadas pela realiza-ção dos cursos de formação continuada para professores e multiplicadores do Projeto Leitura, Comunicação e Inclusão Digital, do Projeto SESI – Por um Brasil Alfabetizado e do Projeto Empreendedorismo e Responsabilidade Social.

Para se ter uma ideia da importância do Projeto Leitura, Comunicação e Inclusão Digital, basta dizer que atende os trabalhadores da indústria por meio de unidade móvel digital, dos laboratórios de informática e das bibliotecas fixas e itinerantes, ensejando aos alunos a melhoria na aprendizagem, principalmente no acesso aos bens de capital cultural, complementado pelo serviço biblioteca itinerante do trabalhador. Por seu caráter inovador, a experiência do Ceará foi apresentada como painel na 22ª Conferência Mundial de Educação Aberta e a Distância, ocor-rida no Rio de Janeiro.

A gestão Roberto Macêdo também promoveu a modernização da infraestrutura das bibliotecas

Sala de aula em uma empresa do Programa de Educação de Jovens e Adultos

escolares e da biblioteca itinerante do trabalhador, na aquisição de acervos e informatização do serviço mediante a implantação das bases SINF e Kardex.

Outro aspecto a ser ressaltado na área da educação do SESI/CE foi o Projeto de Inter-venção na Prática Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos. O projeto propiciou a reflexão dos profissionais (técnicos e docentes) acerca dos processos estratégicos e pedagógicos da educação, sob a mediação de consultoria exter-na, culminando com a elaboração de um Plano Estratégico para a EJA. A iniciativa propiciou a realização de um processo analítico do currículo e a reestruturação das matrizes de competência.

O SESI/CE participou ainda do desenvol-vimento do Prêmio Construindo a Nação, com participação de 39 escolas públicas e privadas, destacando-se duas unidades de ensino da entidade: Escola Hermenegildo de Brito Firmeza (2º lugar) e Escola Padre Azarias Sobreira (3º lugar). O Construindo a Nação é realizado pelo Instituto da Cidadania Brasil, em parceria com a CNI, o SESI e a Fundação Volkswagen. O SESI e o Instituto da Cidadania atuam como supor-tes técnicos nas escolas que têm dificuldades ou dúvidas sobre como implantar um projeto de cidadania em conjunto com seus alunos. Atualmente, participam do Prêmio Construindo a Nação 24 estados brasileiros.

Ensino básico com profissional

Dar ao aluno a oportunidade de chegar ao mercado de trabalho com uma formação inte-grada, recebendo, de uma só vez, dois diplomas: de educação básica e de educação profissional. Este é o objetivo do projeto Educação Básica

75Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 76: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Informação e conhecimento

com Educação Profissional (Ebep), ação conjunta do SESI e do SENAI que traz, em apenas um programa, o ensino médio e a aprendizagem em nível técnico.

No Ceará, o Projeto Revitalização do Ebep previu a cons-trução de documentos e instrumentais necessários à sua efeti-vação, destacando-se a intensificação da formação da equipe técnico-docente. Hoje, as unidades do SENAI e do SESI no bairro Parangaba estão desenvolvendo o projeto. Com 1 240 horas/aula (620 horas da fase escolar e 620 horas de prática profissional curricular na empresa), os alunos assistem, no pe-ríodo da manhã, às aulas no SESI, no qual estão concluindo o ensino médio. À tarde, participam do ensino profissiona li zante no SENAI. Noutra fase da capacitação, há o estágio na empre-sa, onde o aluno põe em prática o conhecimento adquirido.

O tempo é dividido entre orientação de estudo, carga horária de projetos e aproveitamento escolar. Contempla, em termos de ensino médio, as disciplinas Língua Portuguesa, Matemática, Inglês, Química, Física, Biologia, História, Geogra-fia, Artes, Filosofia e Socio logia. O curso compreende, ainda, habilidades bási cas, nas quais os alunos têm noções de higiene, segu rança e qualidade no trabalho, relações interpes-soais, ética e cidadania, além das específicas, em que são trabalhados os conceitos técnicos da profissão. Todas as aulas são realizadas com atividades práticas.

O programa é desenvolvido de forma diferenciada pelas duas instituições e trata o aluno de forma especial, pro-movendo sua formação integral. Mais: vai ao encontro das demandas do setor produtivo, que necessita cada vez mais de profissional qualificado em termos técnicos e intelectuais.

O Projeto SESI Indústria do Conhecimento foi implantado no Ceará em 2007, a partir da construção de três unidades na capital e no interior, e envolve a parceria do SESI Nacional com os Ministérios da Educação e das Comunicações. Hoje, o SESI/CE possui sete unidades, localizadas em Fortaleza (parceria com Metrofor), Sobral, Juazeiro do Norte e Pacatuba (parceria com a prefeitura), uma unidade na indústria Vulcabras e duas na Vicunha.

O Indústria do Conhecimento consiste na implantação de centros multimídias concebidos especialmente para atender às la-cunas existentes na promoção do acesso à informação e ao conhecimento, mediante pesquisa e práticas de leitura. As unidades SESI Indústria do Conhecimento contêm biblioteca, DVDteca, CDteca, gibiteca e internet.

Os módulos são projetados de forma a facilitar a acessibilidade física, em locais bem situados, com boas condições para leitura e estudo, bem como acesso a tecnologias adequadas e horários apropria-dos para os usuários. Nas unidades em funcionamento, somente no ano passado cerca de 49 000 visitas foram realizadas, com a maior frequência tendo sido na Vulcabras, em Horizonte, com média de 19 000 atendimentos.

Para o superintendente regional do SESI/CE, Francisco das Chagas Magalhães, o Indústria do Conhecimento é uma iniciativa marcada pela "moeda da parceria". Segundo ele, cerca de 15 milhões de estudantes em escolas no Brasil não têm biblioteca. “Esse quadro precisa despertar na sociedade uma reação.” Magalhães diz que o SESI tem feito sua parte com as bibliotecas itinerantes, instalação de unidades nas empresas e os projetos do Indústria do Conhecimento.

Fachada da Indústria do Conhecimento na indústria Vulcabras

Alunos do Ebep das unidades do SESI e do SENAI na Parangaba

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201476

Page 77: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

s áreas de lazer e cultura do SESI/CE na gestão Roberto Macêdo estão marcadas por eventos de destaque

nos cenários nacional e internacional, além da atenção, por meio da criação de pro-gramas específicos, dedicada às artes e ao entretenimento. Dentre essas iniciativas o Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, lançado em 2004, e que se consolidou como uma das mais importantes premiações do gênero no panorama cultural brasileiro. Ainda no campo das artes, o proje-to Cine SESI Cultural levou cinema de graça a 14 municípios cearenses, menos favorecidos deste bem cultural.

A música não foi esquecida, com a promo-ção do Festival SESI de Música de forma estru-turada a partir das diretrizes do Departamento Nacional do SESI. A ideia era não somente a promoção cultural, mas a sensibilização sobre a importância da arte como elemento essen-cial para a qualidade de vida do trabalhador. O festival reuniu público estimado de 2 100 pessoas entre trabalhadores e representantes das empresas participantes, no auditório da unidade do SESI da Barra do Ceará.

O SESI também realizou uma série de apresentações culturais da Orquestra Sinfô-

A

Lazer e cultura ao trabalhador

nica e da Banda de Música, atendendo cerca de 14 200 pessoas, entre trabalhadores e sociedade como um todo. Dentre as apresen-tações da orquestra destacam-se o concerto em homenagem aos 30 anos do grupo, no Teatro José de Alencar, o concerto no evento de intercâmbio científico-cultural Brasil/Por-tugal e o concerto para homenagear in memoriam Sílvio Barbato.

A gestão Roberto Macêdo implantou ainda os projetos Cultura e Lazer na Indústria, Cultura e Entretenimento: Instrumentos de Inclusão Social e o Projeto Lazer Ativo, com atividades físicas personalizadas. Os projetos foram voltados à melhor sistematização das ações de lazer para os trabalhadores, no seu ambiente de trabalho, e também ensejando a descoberta de talentos, favorecendo estilo de vida mais ativo e saudável.

As inovações metodológicas e a criação de atividades direcionadas à ampliação e diversificação do atendimento no lazer propiciaram outros programas, como o exercite seu talento, resgate das atividades de danças folclóricas, avaliação física nas empresas, música erudita no canteiro de obras, sobremesa com arte na empresa e festivais comemorativos.

Festival SESI de Música reuniu grande público

77Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 78: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Prêmio Marcantônio VilaçaRepentistas, poetas populares, rendeiras,

tapioqueiras e grupos folclóricos cearenses pren-deram a atenção do público em janeiro de 2009, quando do evento de anúncio dos vencedores da terceira edição do Prêmio Marcantônio Vilaça de Artes Plásticas. De caráter nacional, o evento conseguiu mais uma vez cumprir o papel de de-mocratizar a arte, legado deixado pelo marchand que inspirou o prêmio, trazendo para o Ceará, no histórico prédio que iria sediar o Museu da Indús-tria, a solenidade de premiação dos vencedores.

Para Roberto Macêdo, além de perpetuar o legado deixado por Vilaça, o prêmio consolida o compromisso da indústria com o desenvolvimen-to sustentado do país, por meio de expressões artísticas que misturam a vida com a arte, a fic-ção e a realidade, utilizando técnicas inusitadas como tintas, recortes, lascas de madeira ou sopa de letras. “A organização do evento não poderia ter sido mais feliz ao selecionar os artistas e as apresentações para ilustrar as tradições popula-res do nosso estado”, disse Roberto Macêdo, que comparou a indústria com o artista.

“A indústria também faz arte”, afirmou ele, para quem, ao finalizar uma produção, o industrial sente que seu sonho foi realizado: “Do

mesmo modo, o artista apreciando sua obra de-pois de pronta também se enche de orgulho e da sensação do dever cumprido”. Os cinco artistas vencedores foram contemplados com bolsas de trabalho, cada uma no valor de 30 000 reais, que serviram de estímulo à continuidade da produção cultural, e com a divulgação nacional de seus trabalhos. O prêmio incluiu, ainda, a edição de um catálogo com os trabalhos realizados pelos artistas vencedores.

Descobrindo talentosOs mais diversos ritmos se fizeram presentes

no Festival SESI de Música, realizado em outu-bro de 2009. Além de possibilitar a descoberta de novos talentos, o objetivo do festival foi promover a cultura entre os industriários e seus familiares, fomentando a produção musical do país. Dos 62 trabalhadores inscritos inicial-mente, uma comissão julgadora classificou 26 candidatos para as semifinais, sendo 12 na categoria músicas inéditas (letra e composição) e 14 na categoria interpretação.

Além de disputarem a chance de ir à fase final do concurso, os participantes tiveram a oportunidade de participar, no Conservatório de Música Alberto Nepomuceno, de oficinas culturais

Roberto Macêdo: "A indústria também faz arte"

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201478

Page 79: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

nas quais foram trabalhados aspectos como técnicas vocais, postura de palco e expressão corporal, contribuindo para aprimorar suas performances. Mesmo realizado em uma noite de sábado, o auditório ficou praticamente lotado e não faltou animação por parte da plateia.

Nas categorias em disputa, os dois vence-dores foram Adriana Dantas (interpretação), da empresa Metalmart, e Natanael Nascimento (composição inédita), da M. Dias Branco, que receberam 3 000 reais.

Mundial do TrabalhadorCom a participação de 320 atletas represen-

tando 15 países, Fortaleza foi palco, no período de 16 a 21 de junho de 2009, do maior evento esportivo mundial do trabalhador. Nas modalida-des de vôlei de praia, xadrez e tênis de mesa, o Mundial do Trabalhador, competição organizada pelo SESI Nacional, Confederação Esportiva Inter-nacional do Trabalho (CSIT) e Confederação Pan--Americana de Desporto do Trabalhador (Copadet), colocou o SESI/CE no circuito mundial dos jogos.

As equipes internacionais vieram da Áustria, Bulgária, Bélgica, França, Israel, Portugal, Estônia,

Itália, Índia, Lituânia, Chipre, Finlândia, Tunísia e México. Em termos de resultados, os cearenses demonstraram seu potencial. No vôlei feminino, a equipe da Indústria Naval do Ceará (Inace), representando o Brasil, foi a campeã. Venceu o time da Estônia na final por dois sets a zero.

A equipe que conquistou o título nas areias cearenses foi formada por Ana Paula Machado, Camila Alves, Luzijane Castro e Micherlene Alves. No vôlei masculino, os cearenses da Fábrica de Massas e Biscoito Coelho, de Sobral, ficaram em quarto lugar. Eles perderam na semifinal para a equipe do Mato Grosso.

O evento em Fortaleza foi o sétimo mundial do trabalhador realizado no Brasil, mas o primeiro com três modalidades em disputa simultânea. A competição no Ceará foi a maior em número de disputas desde que os jogos começaram no país, em 2000. Para a realização das competições, foram quase seis meses de preparação para a montagem da logística visando receber as delegações e organizar as disputas, levadas a efeito nas quadras da Volta da Jurema, na Beira Mar (vôlei de praia), Hotel Blue Tree (xadrez) e SESI da Barra do Ceará (tênis de mesa).

Equipe do vôlei do Inace, campeã do Mundial do Trabalhador realizado em Fortaleza

79Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 80: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

criação de um Núcleo de Responsabilida-de Social Empresarial (NRSE) no SESI/CE permitiu a construção de modelos de

gestão nos quais foi inserido o conceito de res-ponsabilidade social empresarial de forma mais ampla na cadeia produtiva da indústria. Como beneficiários, além das empresas industriais, essa visão abarcou a curto, médio e longo prazos diversos públicos: colaboradores, fornecedores, comunidade e clientes, dentre outros.

Nesse contexto, insere-se o Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho (PSQT). O prêmio é um reconhecimento público às empresas industriais por suas práticas de gestão e valorização dos seus colaboradores. A promoção da participação das pessoas em todos os aspectos do trabalho e de sua qualidade de vida passou a ser vista como fundamental para que os colaboradores desen-

A

Disseminando responsabilidade socialvolvessem seu potencial, contribuindo para os resultados da organização.

A disseminação do conceito de RSE fez com que fossem realizados cursos de responsabilida-de social e sustentabilidade, atendendo 45 444 cursistas, sendo 16 447 vinculados ao segmento industrial, dos quais 9 670 (58,7%) obtiveram certi-ficado de extensão universitária. O Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO), em parceria com o SESI, deu início à prestação de serviço de asses-soria às empresas, com vistas a ampliar a cultura da responsabilidade social no universo empresarial.

Com o amadurecimento do trabalho, em 2010, teve início o projeto piloto do Consórcio Empresarial de Responsabilidade Social e Ambiental (Ceres). A ideia consiste em unir empresas próximas geografi-camente em torno da realização de ações baseadas nas metodologias de Gestão da Responsabilidade Corporativa (GRC), Investimento Social Privado (ISP), Produção Mais Limpa (P+L) e Gerenciamento de Projetos de Desenvolvimento (GPD), além de desen-volver a tecnologia social Teia da Vida.

O programa funciona sob a orientação do Guia Ceres, uma publicação elaborada pelo SESI/CE para auxiliar na implantação de consórcios empre-sariais, com informações detalhadas da metodolo-gia, etapas do processo e aspectos da implantação e desenvolvimento do projeto-piloto do consórcio, introduzido nas empresas Resibras, Recamonde, Iracema e Cemec, localizadas em Fortaleza, no bairro Barra do Ceará.

Em 2011, as empresas Inace, Pena e Iracema foram agregadas ao projeto-piloto e outros dois consórcios passaram a atuar em Maracanaú e Messejana, formados pelas empresas Serlares, Gerdau, Marisol, M. Dias Branco, Hidracor, Esmaltec

Em novembro de 2013, o Projeto Ceres foi um dos 22 selecionados na América Latina, diante de um universo de 450 concorrentes, para ser apresentado na Costa Rica, na província de Alajuela. Participaram do encontro 63 empresários de 12

países: Costa Rica, Colômbia, El Salvador, Nicarágua, Panamá, México, Suíça, Peru, Argentina, Chile, Estados Unidos e Brasil

Reunião com empresários em Maracanaú sobre o Projeto Ceres

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201480

Page 81: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

e Cobap; e Agropaulo/Naturágua, EIM e Lacup, respectivamente.

A metodologia do Ceres contempla dois fluxos de consultoria: coletiva e individual por empresa. Na consultoria coletiva, ocorre a mobilização do grupo de empresas consorciadas e facilitação de encontros de planejamento e monitoramento. A consultoria individual é voltada para o desenvolvimento de capacidades internas em cada empresa participante no tocante à gestão da responsabilidade corporativa, eficiência de recursos, gestão de projetos de desen-volvimento e investimento social privado.

Como estratégia de capacitação, e em parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), foi criado, por meio do consórcio Ceres, um MBA sobre Gestão de Organizações Sustentáveis para os gestores das empresas participantes e os consultores de cada metodologia, bem como para a equipe do SESI envolvida na gestão do processo. O conteúdo do MBA, com 375 horas/aula distribuídas em oito meses de conteúdos teóricos e práticos, baseia-se

na proposta do Projeto Ceres.Além da Unifor, no âmbito da criação do MBA,

a experiência de criação da metodologia Ceres possibilitou o encontro de diversos outros parcei-ros: Manegement de Projetos e Processos (MPP), referência nacional em gerenciamento de projetos de desenvolvimento; ORP Consultoria, mentora da tecnologia social Teia da Vida, que embasou a formação da rede de agentes de responsabilidade social; Conselho Temático de Responsabilidade So-cial (Cores) da Confederação Nacional da Indústria (CNI); e e Companhia Energética do Ceará (Coelce), além de outras instituições, como o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Em novembro de 2013, o Projeto Ceres foi um dos 22 selecionados na América Latina, diante de um universo de 450 concorrentes, para ser apresentado na Costa Rica, na província de Alajuela. Participaram do encontro 63 empresários de 12 países: Costa Rica, Colômbia, El Salvador, Nicará-gua, Panamá, México, Suíça, Peru, Argentina, Chile, Estados Unidos e Brasil.

Programa Cozinha Brasil foi implantado nacionalmente para levar conhecimentos sobre educação alimentar e nutri-cional, por meio de orientação didático-pedagógica, estimulando a melhoria dos hábitos alimentares, valorizando a culinária regional e utilizando o aproveitamento integral dos alimentos para evitar o desperdício.

Um dos princípios básicos do programa é contribuir na promoção da melhoria do nível de saúde e qualidade de vida dos trabalhadores da indústria, dependentes e comunidade em geral. No Ceará, os resultados merecem ser comemorados. Ao todo, foram realizados 2 818 atendimentos nos cursos e oficinas e promovidos 8 340 atendimentos em ações educativas articuladas com as indústrias.

O programa também atuou por meio de parcerias com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Iguatu e a Escola Estadual de Educação Profissional Maria José Medeiros, em Fortaleza, para a realização de aulas teóricas e práticas. O resultado dessa capacitação foi o interesse dos acadêmicos de nutrição em multiplicarem os conhecimentos adquiridos nos cursos e no desenvolvimento de projetos para as comunidades.

Os frutos alcançados no Ceará pelo programa, que é desenvolvido nacionalmente pelo SESI, fez com que o Projeto Cozinha Brasil Internacional – Projeto Cocina Honduras, fosse conduzido pelo SESI/CE, que recebeu técnicos hondurenhos com a finalidade de capacitá-los na metodologia e no desenvol-vimento dos cursos do programa de Educação Alimentar e Nutricional Cozinha Brasil-Honduras. Os resultados obtidos foram a integração dos téc-nicos hondurenhos e brasileiros e a capacitação da equipe técnica de Honduras em habilidades e competências necessárias para desenvolver eficazmente o programa.

Educação alimentar e nutricionalO

81Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 82: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

20ª edição do programa Ação Global, realizado pelo Serviço Social da Indústria do Ceará (SESI/CE) e a Globo, com o apoio da TV Verdes Ma-

res, no dia 26 de abril de 2014, em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza, promoveu 50 672 atendi-

Ação Global: 462 000 atendimentos

AAtendimento em saúde no Ação Global realizado este ano em Aquiraz

mentos a 16 781 pessoas. O evento, que teve como tema A importância da mulher na qualidade de vida da família, ofer-tou mais de 40 serviços gratuitos à população, além de ter proporcionado a 63 casais realizarem o sonho do casamento civil. A cerimônia foi um dos momentos mais marcantes do evento. O casamento coletivo foi uma das várias ações que marcaram o evento Ação Global durante a gestão Roberto Macêdo nos últimos anos. Nesse período, no total, mais de 462 000 atendimentos foram prestados.

Das edições promovidas, sete foram realizadas fora de Fortaleza, ampliando a abrangência da prestação de serviços para os municípios de Horizonte, Maranguape, Pacatuba, Eusébio, Jaguaruana, Caucaia e Aquiraz, revelando peculia-ridades de cada comunidade atendida. Em Maranguape, no ano de 2007, por exemplo, foi oferecida a opção de atendi-mento a quem acredita na cura pela fé. Essa antiga tradição popular esteve presente com a participação de rezadeiras que vivem no município.

Já em Pacatuba, no ano de 2009, o Ação Global reforçou a ação do voluntariado com o apoio de 40 entidades parcei-ras e cerca de 500 voluntários. Além dos atendimentos e da possibilidade de agregar uma série de ações sociais em um só dia e lugar, a dedicação e a vontade de ajudar dos voluntários foram o grande destaque. Desde a ação mais simples de fazer um corte de cabelo, até permitir o sonho de diversos casais em oficializar a união, mostrou-se ser possível fazer muito por quem nem sempre tem acesso aos atendimentos mais básicos. Voluntariado que dobrou no ano seguinte, quando da realização do programa em Eusébio, com o envolvimento de 1 050 voluntários e 52 organizações parceiras.

Em 2011, foi a vez de Jaguaruana, tradicional polo de produção de redes no estado, receber os serviços do Ação Global. Nesse dia, 21 844 pessoas participaram das ativida-des, que incluíram também a divulgação da cultura por meio de apresentações de talentos artísticos locais. No palco, os shows ficaram por conta das apresentações de grupos dos mais variados gêneros, como pagode e rock, dentre outros.

No município de Caucaia, em 2013, não faltaram exem-plos de ação em prol do outro, revelando-se o espírito cidadão do evento. “São 900 voluntários reunidos com a missão de servir em mais de 60 modalidades de atendimento. Isso é muito bom porque mostra que o espírito cidadão está presen-te na nossa sociedade”, afirmou na ocasião o presidente da FIEC, Roberto Macêdo. Segundo ele, o atendimento prestado era apenas uma gota d’água dentro do oceano de carência por serviços no Ceará, mostrando que vale a pena fazer com que a população, por exemplo, esteja com os documentos em dia. O presidente da FIEC ressaltou que, pela sua grande importância e impacto social, o Ação Global faz parte do calendário da indústria.

Page 83: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)
Page 84: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Modernização, inovação e tecnologia

Centro Integrado SESI/SENAI em Sobral atende a demandas do município e circunvizinhança

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201484

Page 85: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Entidade implanta dois Institutos SENAI de Tecnologia (IST) e um SENAI de Inovação (ISI) e amplia seus laboratórios para possibilitar a criação de mais cursos

De 2006 até fevereiro deste ano, 410 807 alunos concluíram os cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-

trial (SENAI/CE). Daquele ano até maio de 2014, foram realizados 10 580 serviços técnicos e tecnológicos pelas unidades da instituição, o que corresponde a 303 865 homens-hora de trabalho. A frieza dos nú-

meros, porém, pouco dimensiona o que foi atingir este patamar. Nos oitos de gestão do presidente Roberto Proença de Macêdo, o SENAI passou por completa transformação na perspectiva de manter o papel de indu-tor de atividades que ampliem a geração de emprego e renda no estado, além de pro-mover a inovação mediante serviços técni-cos e tecnológicos ofertados às indústrias.

Diretor regional do SENAI, Fernando Nunes, durante a inauguração do IST Maracanaú

85Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 86: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

tórios para introduzir mais cursos técnicos e de qualificação profissional.

Nesse sentido, destacam-se o laboratório para ensaios tecnológicos em vestuário, a expansão da rede de laboratórios de calibra-ção e de ensaios acreditados pelo Inmetro, a modernização das unidades de eletroeletrô-nica, telecomunicações e a implantação dos laboratórios de comunicação sem fio indoor e outdoor utilizando Wifi e Wimax, além da implantação de sistemas integrados de gestão informatizados para laboratórios e de calibra-ção na área de medidas elétricas. O SENAI/CE nesse período também atuou na capacita-ção dos departamentos regionais do Nordeste para o desenvolvimento de serviços de certifi-cação de pessoas no âmbito do Sistema SENAI de Certificação de Pessoas (SSCP).

Ainda na coordenação de esforços entre os departamentos regionais do SENAI no

Em sintonia com as novas necessidades do mercado, a instituição vem se preparan-do para atender à demanda dos próximos anos baseada no apoio à competitividade da indústria cearense, ao estimular a ino-vação e o desenvolvimento tecnológico e elevando a oferta de educação profissio-nal. Para tanto, lida com os desafios da modernização implantando dois Institutos SENAI de Tecnologia (IST) e um SENAI de Inovação (ISI). Mais: dentro das ações estratégicas e projetos desenvolvidos nas duas últimas gestões, houve uma completa modernização e ampliação de seus labora-

Outra ação do SENAI para reforçar a competitividade do setor industrial cearense

foram a modernização e a ampliação da área de metalmecânica (soldagem e caldeiraria)

Calderaria industrial na indústria Durametal

De 2006 até fevereiro deste ano, 410 807 alunos concluíram os cursos oferecidos pelo SENAI/CE. Daquele ano até maio de 2014, foram realizados 10 580 serviços técnicos e tecnológicos pelas unidades da instituição, o que corresponde a

303 865 homens-hora de trabalho

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201486

Page 87: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Nordeste, o Ceará atuou na elaboração de cadernos de tendências na área de design por meio da criação de uma rede difusora de informações, promovendo atividades volta-das para a reflexão e capacitação, estimulan-do a cultura do uso do estudo de tendências regionais no desenvolvimento de produto. A ideia visou fortalecer o conceito de bra-silidade nos setores do mobiliário e vestuá-rio (confecções/malharia retilínea/calçados/couro e artefatos). Com isso, promoveu-se a produção de cadernos e CDs, cuja finalidade é capacitar técnicos quanto à metodologia de desenvolvimento do caderno de tendências.

Outra ação do SENAI para reforçar a competitividade do setor industrial cearense foram a modernização e a ampliação da área de metalmecânica (soldagem e caldeiraria), por meio da padronização do atendimento das necessidades de qualificação de profis-sionais com base nos requisitos do Progra-ma Nacional da Qualidade (PNQC) da Sol-dagem e da Calderaria. Assim é que foram adquiridos equipamentos e promovida a adequação das oficinas, capacitados técnicos e docentes que atuam na área de metalme-cânica e implantados novos cursos atenden-do às exigências das empresas industriais clientes do SENAI. A educação a distância (EaD), por sua vez, mereceu atenção especial da instituição com a ampliação da oferta de educação profissional e tecnológica por meio da implantação da EaD em quatro unidades. Além disso, cerca de 11 800 pessoas foram capacitadas em cursos na modalidade de ini-ciação profissional, utilizando a metodologia da educação a distância

A modernização das unidades operacio-nais foi outra iniciativa desenvolvida pelo SENAI nas duas últimas gestões da FIEC, implicando tanto ampliação física da estru-tura tecnológica pela aquisição de máquinas e equipamentos, como qualificação perma-nente do quadro docente. Exemplo disso foi o projeto do Centro Integrado SESI/SENAI de Sobral para atendimento das demandas do município e circunvizinhança. Vale sa-lientar que as ações do centro já foram am-pliadas com a inauguração, em agosto, de uma unidade avançada na indústria Gren-dene. Também foi inaugurada em Aracati, no mesmo mês, uma unidade aviônica SESI/SENAI. No dia 15 de setembro, foi a vez do

Centro Técnico e Tecnológico do Ceará, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). Estão em processo de implantação o Centro de Formação Profissional de Hori-zonte e uma unidade no município de Rus-sas. (Veja matéria na página 60.)

No que diz respeito à capacitação de do-centes, foi criado o Programa Permanente de Capacitação de Técnicos e Docentes de edu-cação profissional e coordenações pedagógi-cas, tendo como foco a Metodologia SENAI de Educação Profissional.

Criação e ampliação de laboratórios

Dentro das ações estratégicas desenvol-vidas pelo SENAI nos últimos oito anos, a modernização e a ampliação dos laborató-rios foram uma preocupação constante que resultou em ganhos importantes na qualifi-cação dos serviços oferecidos, bem como na preparação de mão de obra para a indústria.

Referência no Nordeste, o Laboratório de Controle de Qualidade de Tintas

Imobiliárias possibilitou aos usuários a certificação de

conformidade com os padrões da ABNT

87Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 88: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

A ideia foi tornar o SENAI/CE referência na formação de profissionais de nível técnico na área de instrumentação industrial, aplicando os conhecimentos de áreas afins para o con-trole e automação de processos industriais.

Exemplo desse esforço pode ser consta-tado com a implantação do laboratório para Ensaios Tecnológicos em Vestuário, que permitiu a estruturação do equipamento vi-sando atender às demandas geradas pelas in-dústrias têxteis e de confecção no estado do Ceará. Por meio dessa iniciativa, foi possível o desenvolvimento de 107 serviços técnicos e tecnológicos (ensaios) para indústrias de confecção do vestuário.

O SENAI ainda teve atuação importan-te quanto à modernização e ampliação dos laboratórios de eletroeletrônica da região Nordeste, melhorando o padrão de qualida-de dos cursos ministrados, o que permitiu o desenvolvimento de ações de educação pro-fissional e de serviços técnicos e tecnológi-cos. O mesmo se deu com os laboratórios de telecomunicações para atualização tecnoló-gica do curso de aprendizagem industrial de Operador de Redes de Telecomunicações.

Esse aspecto teve reflexo no lançamento do curso de habilitação técnica em Teleco-municações, formando aproximadamente 194 profissionais para o mercado de traba-lho. Já o curso de Aprendizagem Industrial de Operador de Redes de Telecomunicações formou 262 aprendizes para possibilitar à instituição fornecer ao mercado serviços téc-nicos e tecnológicos na área.

Outro laboratório implantado pelo SENAI nesses anos foi o de comunicação sem fio indoor e outdoor utilizando Wifi e Wimax, que ofereceu ao mercado a possibi-lidade de capacitar profissionais para as no-vas tendências do mercado de TI e Teleco-municações no que tange à tecnologia Wifi e Wimaz de transmissão sem fio em banda. A modernização como tônica permitiu, por sua vez, a implantação de sistemas integrados de gestão informatizados para laboratórios, for-talecendo a Rede SENAI de Laboratórios de Metrologia, o que fez aumentar o número de atendimentos globais da rede mediante a in-termediação de serviços entre estados.

Também como parte desse fortalecimento de rede, houve a implantação do laboratório de calibração na área de medidas elétricas,

criando ambientes tecnológicos adequados para prestar serviços de calibração na área de medidas elétricas. Referência no Nordeste, o Laboratório de Controle de Qualidade de Tintas Imobiliárias possibilitou aos usuários a certificação de conformidade com os pa-drões da ABNT. Para tanto, empreenderam--se a construção de ambiente físico e a aquisi-ção de máquinas, equipamentos, ferramentas e softwares para a sua implantação. Em tal equipamento, é possível o oferecimento de diversos serviços como ensaios em tintas econômicas, ensaios em tintas standart e pre-mium, massas niveladoras, esmalte sintético e outros ensaios em tintas.

Certificação de pessoasO SENAI, por meio do Centro de Edu-

cação e Tecnologia Alexandre Figueira Ro-drigues, localizado em Maracanaú, começou em janeiro de 2013, em seu Centro de Exa-mes para Certificação (CEC), o processo de certificação de soldador (conforme o código Asme – seção IX). Com o início do trabalho, a unidade foi a primeira no Brasil, dentre os departamentos regionais, a implantar o pro-cedimento. O modelo adotado no Ceará foi totalmente desenvolvido por profissionais do SENAI a partir das demandas surgidas nas próprias empresas.

Para chegar ao modelo que passou a ser adotado no processo de certificação para sol-dadores, foi iniciado, em 2009, um trabalho de identificação da demanda favorável para a qualificação de soldador Asme IX em função do CIPP, Refinaria Premium II da Petrobras e Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP); e para atendimento às empresas prestadoras de serviço de soldagem à Petrobras, como também a metalúrgicas que atendem a NR 13 – caldeiras e vasos de pressão.

O Sistema de Certificação de Pessoas foi criado pelo SENAI Nacional em 2008 com a proposta de validar as competências pro-fissionais adquiridas ao longo do tempo, independentemente da forma como foram conseguidas. Com isso, a certificação fa-vorece tanto a inserção do profissional no mercado de trabalho como a sua perma-nência. No Ceará, o SENAI começou esse trabalho em 2009 em Maracanaú, certifi-cando pessoas nas ocupações de eletricista

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201488

Page 89: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Atento à qualificação dos profissionais aos novos tempos, o SENAI/CE deu destaque ao ensino a distância como modalidade de ensino que proporciona agilidade e flexibilidade no processo ensino-aprendizagem. Mediada por tecnologias modernas e inovadoras, a EaD facilita, sobretudo, o acesso a diversas áreas do conhecimento, ampliando o atendimento da demanda de educação pro-fissional da indústria.

Assim, são ofertados cursos nas áreas de gestão, meio

ambiente, segurança do trabalho e tecnologia da informa-ção, para atender à demanda do mercado de educação profissional e tecnológica. Aproximadamente 11 800 pessoas foram capacitadas em cursos na modalidade de iniciação profissional, utilizando a metodologia de EaD.

Em 2014, serão implantados os seguintes cursos: Téc-nico em Suporte de Informática, Técnico em Redes de Com-putadores, Técnico em Segurança no Trabalho e Técnico em Automação Industrial, com previsão de 600 matrículas.

Ensino a distância em destaque

instalador predial de baixa tensão e reparador polivalente (voltado para a área turística).

A partir de abril de 2010, a ação foi ampliada na unidade localiza-da no bairro Jacarecanga (Centro de Formação Profissional Antônio Urbano de Almeida), incluindo pintor de obras, pedreiro e encana-dor instalador predial, destinado à área da construção civil. No caso das habilidades relacionadas à construção civil, o processo consiste em prova prática acompanhada por um instrutor.

A avaliação verifica o desempenho do profissional em uma situação de trabalho, sendo o exame composto por tarefas nas quais as competências exigidas a cada ocupação sejam avaliadas. A decisão sobre a certificação de um candidato é feita pela coordenação na-cional do SSCP, com base nas definições da norma e nos resultados obtidos nos exames.

Para chegar ao modelo adotado no processo de certificação para

soldadores, foi iniciado, em 2009, um trabalho de

identificação da demanda para qualificar soldador Asme IX em função do

CIPP, Refinaria Premium II da Petrobras e Companhia

Siderúrgica do Pecém (CSP); e para atender

empresas prestadoras de serviço de soldagem à

Petrobras e a metalúrgicas que trabalham com

caldeiras e vasos de pressão

89Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 90: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Setores prioritáriosSetor de destaque no Ceará, o segmento metalmecânico teve amplia-

das e modernizadas as oficinas dos departamentos regionais do Nordes-te (Sergipe-Paraíba-Rio Grande Norte-Ceará), para padronizar o aten-dimento na área de caldeiraria e soldagem, atendendo às necessidades de qualificação de profissionais com base nos requisitos do Programa Nacional de Qualidade na Construção Civil. Para isso, foram adquiridos novos equipamentos, promovida a adequação das oficinas e capacitados técnicos e docentes que atuam na área. Mais: foram implantados novos cursos atendendo às exigências das empresas industriais clientes do SENAI. Atualmente, são oferecidos cursos de aprendizagem relaciona-dos à ferramentaria, eletromecânica e mecânica de manutenção.

Cursos técnicos também fazem parte da oferta do SENAI/CE para a área, destacando-se os que habilitam em metalurgia, em me-cânica e em eletromecânica. Programas de qualificação e aperfeiço-amento também são oferecidos em caldeiraria, desenho mecânico, ferramentaria, manutenção mecânica, mecânica geral, eletromecâ-nica, metalografia, metalurgia, serralheria, soldagem, tratamento térmico e mecânica de precisão.

A importância do setor para o estado se traduz na inauguração, em agosto, no Distrito Industrial de Maracanaú, do Instituto de Tecnolo-gia em Eletrometalmecânica. O Instituto de Inovação em Tecnologias Construtivas, a ser instalado também em Maracanaú, está em licita-ção. Os dois equipamentos fazem parte da nova visão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de oferecer soluções diferenciadas para o desenvolvimento e a melhoria de produtos e processos de fabricação e produção para a indústria.

Em São Gonçalo do Amarante, o SENAI

implantou em fevereiro de 2013 o Centro de Formação Profissional do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, oferecendo turmas

de formação de jovens aprendizes nas áreas de

eletricista instalador industrial, eletricista instalador predial e

assistente administrativo

Curso na área da construção civil na unidade de São Gonçalo do Amarante

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201490

Page 91: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

As unidades atenderão indústrias de todas as regiões do estado, mas terão foco nos empre-endimentos do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), como a Companhia Side-rúrgica do Pecém (CSP) e a Siderúrgica Latino Americana (Silat). A principal característica do IST Eletrometalmecânico é a realização de pes-quisas aplicadas, criação de novas tecnologias, novos produtos e a promoção de soluções para as indústrias a partir de suas próprias demandas.

O equipamento inaugurado em agosto passa a integrar uma rede criada pelo SE-NAI Nacional e que até 2016 chegará ao montante de 85 institutos, sendo 60 ISTs e 25 Institutos SENAI de Inovação (ISIs). Para criar esses institutos, o SENAI buscou parce-rias com importantes centros de pesquisa e transferência de tecnologia, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e o Instituto Fraunhofer, na Alemanha, para elaborar o planejamento, di-mensionamento e gestão dos institutos.

As parcerias com o poder público também foram um componente importante na amplia-ção das ações do SENAI/CE nos últimos anos, preparando-o para o futuro próximo. Em Hori-zonte, por exemplo, na região metropolitana de Fortaleza, o prefeito Manoel Gomes de Farias

Neto (Nezinho) cedeu terreno para que o SENAI construa uma unidade maior no município.

De acordo com o secretário de Desenvolvi-mento Econômico de Horizonte, Dário Rodri-gues, a ampliação das atividades do SENAI no município impulsionará o trabalho da prefeitu-ra para atrair novas indústrias. Ele lembra que Horizonte já conta com 40 empreendimentos industriais nas áreas de calçados, confecção, tin-tas e automotiva. Dessa forma, necessita cada vez mais de profissionais bem preparados.

Outro município que passará a contar com unidade do SENAI é Russas, no Baixo Jaguaribe. O convênio de parceria para a concessão do ter-reno, a fim de construir o prédio, foi assinado en-tre o diretor regional do SENAI Fernando Nunes e o prefeito de Russas, Weber Araújo, durante o 1o Seminário de Inovação do Vale do Jaguaribe – Inova Vale, realizado em dezembro de 2013.

Em São Gonçalo do Amarante, o SENAI implantou em fevereiro de 2013 o Centro de Formação Profissional do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, oferecendo turmas de formação de jovens aprendizes nas áreas de ele-tricista instalador industrial, eletricista instala-dor predial e assistente administrativo. As áreas de atuação são construção civil, eletroeletrôni-ca, gestão e metalmecânica.

Page 92: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Entidade é parceira de empresários e executivos na aplicação de modernos conceitos e práticas de gestão no dia a dia dos negócios

Educação, gestão e desenvolvimento empresarial

Em 2013, a superintendente do IEL/CE, Vera Ilka Meireles Sales, esteve à frente do evento que discutiu novos tempos para a entidade

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201492

Page 93: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

OInstituto Euvaldo Lodi (IEL/CE) fo-cou suas ações durante os últimos oito anos em três eixos de atuação: educação, gestão da tecnologia e ino-

vação e desenvolvimento empresarial. Um dos grandes destaques foi o estabelecimento de parcerias com as melhores instituições de en-sino no estado, ajudando empresários e execu-tivos a aplicar modernos conceitos e práticas de gestão no dia a dia dos negócios.

Outro aspecto importante foi a seleção, preparação e indicação de candidatos a vagas de estágio, facilitando a descoberta de talentos e a renovação do ambiente empresarial. No primeiro eixo, a área de Capacitação Empre-sarial é voltada à qualificação de empresários, sucessores, gestores empresariais e executivos, fortalecendo a posição de liderança do IEL na formação de massa crítica no Ceará.

Nesse sentido, foram ofertados diversos cursos nas áreas de ciências humanas, so-ciais e tecnológicas, a exemplo dos cursos de pós-graduação em recursos humanos, qua-lidade, psicologia organizacional, finanças corporativas, marketing e gestão empreende-dora, dentre outros. Ainda nesta modalidade de atuação, o IEL possibilitou programas interna-cionais com capacitação de líderes empresariais, pós-graduações lato sensu e cursos de formação destinados a atender demandas especificas e/ou induzidas no mercado de trabalho, voltados à gestão e ao aperfeiçoamento empresarial.

Ao final desses últimos oito anos, por meio da área de Capacitação Empresarial, o IEL/CE contou em suas atividades com 11 462 participantes. Para este ano, a expecta-tiva é capacitar 1 720 profissionais em diversas áreas. A eficiência energética também se man-teve na agenda de ações da área enquanto im-portante insumo para a melhoria do desempe-nho das empresas, mediante o projeto Procel Indústria/Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, fruto de parceria entre a Federação das Industrias do Estado do Ceará (FIEC), IEL e as Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobrás.

Dentro das ações de parceria mantidas pelo IEL, convênio com a Universidade Fe-deral do Ceará (UFC), estabelecido desde 2008, possibilitou a publicação intitulada Conhecimento Gerando Competitividade, cujo objetivo é disseminar as produções de monografias, pesquisas bibliográficas ou de

investigações realizadas nas organizações ce-arenses, por meio de artigos científicos. Em 2014, estará sendo lançado o terceiro volume da publicação.

Além da UFC, o IEL manteve parcerias com a Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade de Fortaleza (Unifor), Facul-dade Integrada do Ceará (FIC), Associação Cearense de Estudos e Pesquisas Econômicas (Acep), Instituto de Estudos, Pesquisas e Pro-jetos (Iepro) da Uece, Secretaria do Trabalho e Empreendedorismo (Sete), Conselho Regio-nal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Ceará (Crea/CE) e Instituto Federal do Ceará (IFCE), dentre outras instituições.

Estagiários encaminhados ao mercado

Com o foco no desenvolvimento de car-reiras, o Serviço de Gestão de Estágio e Bolsas do IEL apresentou desempenho consistente no período compreendido entre setembro de 2009 e julho de 2014. Mediante a Área de Es-tágio e Novos Talentos, cerca de 400 empresas firmaram contratos para a colocação de 13 895 estudantes, na qualidade de estagiários.

No tocante ao diferencial do IEL para o Serviço de Gestão de Estágio, foram realizadas

Programa de Bolsas IEL-BNB, outubro de 2010

93Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 94: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

134 palestras e oficinas de desenvolvimento de estagiários, perfazendo um total de 12 449 participantes. No período de 2009 a 2013, o IEL/CE também obteve excelente desempe-nho nacional na premiação Melhores Práticas de Estágio. Foram 21 empresas laureadas em nível estadual, sendo que sete conquistaram a premiação nacional.

Para reforçar o trabalho nos estagiários, o IEL promoveu oito edições do encontro cearense de estagiários, no qual, por meio de palestras e oficinas, são oferecidas a este público específico orientações importantes sobre o ambiente a ser vivenciado no mer-cado de trabalho.

O Programa Inova Talentos, realizado por meio de parceria entre o IEL Nacional e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi ini-ciado no ano de 2013 e já apresenta como O Núcleo Empresarial de

Inovação (NEI) foi criado para estimular as empresas do estado

para que assumam seu papel de protagonistas na agenda de

inovação do país

IEL realiza encontro de estagiários por meio de palestras e oficinas

resultados 28 projetos aprovados com ações de inovação e desenvolvimento de carrei-ras para as indústrias cearenses. Dentre as empresas contempladas com o programa estão Amêndoas do Brasil, Atlanta Tecno-logia, FAE, Granos Granitos, Metal Leste, Pulmocenter, Resibrás, SG Construções, Segredo da Essência, Vicunha Carrocerias, Construkasa, Biomátika, CR Duarte Enge-nharia, Construtora Sumaré, Impacto Pro-tensão, OCS Mineração – Kibrita, Alunobre, Natvita, CPN Chapas Perfuradas, Ramalho Têxtil, Belmetal, Woben, Gallus Alimentos, Piscis, Verde Tecnologia, T Química, Con-trol e Alumnisteel. Até 2016, o programa vai investir 56 milhões de reais para atender às demandas em inovação das empresas.

Em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o IEL desenvolveu duas edições do Projeto de Bolsas IEL-BNB para Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico das Micro e Pe-quenas Empresas, nas quais foram ofertadas 60 bolsas para estudantes de graduação com o objetivo de contribuir para o aumento da competitividade de micro e pequenas empre-sas do Ceará, a partir de ações de desenvolvi-mento tecnológico.

A região do Cariri também contou com ações na área de estágios por meio da aber-tura de um escritório em Juazeiro do Nor-te, no ano de 2011, tendo sido realizados cursos e inseridos mais de 300 estudantes pelo programa.

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201494

Page 95: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Sensibilizando para a inovação

O Núcleo Empresarial de Inovação (NEI) foi criado para estimular as empresas do es-tado para que assumam seu papel de prota-gonistas na agenda de inovação do país. No Ceará, o trabalho é realizado a partir de parce-ria do IEL/CE com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), SENAI e Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). No período de 2011 a 2014, foram realizadas ações de sensibilização que resulta-ram na adesão de 75 empresas cearenses.

Foram promovidas para tais empresas 15 capacitações na área de gestão da inova-ção e temas afins com gestores e desenvolvida 6 900 horas de consultoria de suporte à inova-ção e 18 eventos de sensibilização.

Outra ação da área de Inovação e Tecno-logia do IEL/CE é a Rede de Tecnologia do Ceará (Retec/CE), programa que realiza con-sultorias em gestão da inovação empresarial. As demandas das empresas são enviadas por meio do Sistema Gerencial de Informação (SGI). Em seguida, a consultoria da Retec dá retorno por meio do site, com tempo de res-posta médio de cinco dias úteis, variando em função da complexidade da solicitação. As áreas atendidas são reestruturação organiza-cional, melhoria da produtividade, segurança alimentar, benchmarking (inclusive para pe-quena empresa), gestão da qualidade, planeja-mento estratégico, planejamento e controle da produção (PCP), ergonomia, gestão tecnoló-gica, gestão de pessoas, gestão de marketing, implementação e gestão de sistemas de infor-mações gerenciais e tecnológicas, adminis-tração financeira, logística, gestão ambiental, design, produção mais limpa e elaboração e desenvolvimento de projetos de inovação. A Retec também oferece informações estratégi-cas às indústrias interessadas em assuntos de mercado, técnicos, econômicos e de legislação.

Entre 2006 e 2013, foram realizados 1 429 atendimentos a empresas cearenses, contabili-zando 31 865 horas de consultoria no ambiente empresarial. Foram atendidos 29 setores produ-tivos do estado: eletrometalmecânico, constru-ção civil, confecção, tecnologia da informação, mineração, telecomunicação, panificação, con-fecção, têxtil, cosmético, saneantes, distribuidora

de energia, laticínios, indústria de beneficia-mento de água, movelaria, serraria, agrícola, indústria química, ceramista, indústria naval, estética, alimentos, calçados, contábil, hotela-ria, automotivo, petróleo e gás, gráfico e servi-ço. Até julho de 2014, o IEL/CE já realizou 253 atendimentos, cem gestores foram capacitados e 220 empresas atendidas. A meta é realizar 270 atendimentos e assistir 250 empresas.

Ainda com foco em inovação, o IEL pre-miou iniciativas nos setores da economia local em parceria com os sindicatos filiados à FIEC, assim como em 2006 coordenou o Prêmio Finep, no qual o estado do Ceará foi repre-sentado por 24 projetos de inovação, frente ao total de 115 inscritos em todo o Nordeste. O Ceará teve o maior número de empresas sele-cionadas na etapa Nordeste do prêmio.

Em 2008, a área de Inovação do IEL foi responsável pela coordenação do Prêmio Finep da região Nordeste, sediado em Fortale-za. Três empresas cearenses venceram a etapa

Em 2008, a área de Inovação do IEL foi responsável pela

coordenação do Prêmio Finep da região Nordeste, sediado em

Fortaleza

95Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 96: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

regional: Armtec, na categoria Pequena Em-presa; Fotosensores, Média Empresa; e Insti-tuto Palmas de Desenvolvimento e Socioeco-nomia Solidária, Tecnologia Social. O estado teve outros 20 bons exemplos, somando ao todo 23 inscritos, perfazendo mais de um ter-ço das 62 inscrições registradas no Nordeste.

Em 2009, o IEL também foi responsável por 37 inscrições para a 11a edição do Prêmio Finep de Inovação. Trinta foram na categoria empresa (Micro/Pequena Empresa, Média Empresa e Grande Empresa), cinco na cate-goria de Tecnologia Social e duas na categoria Instituição de Ciência e Tecnologia. O Ceará teve participação em um terço das inscrições realizadas no Nordeste. Foram 110. Cinco empresas cearenses chegaram à final na etapa regional: Embrapa Caprinos e Ovinos, na ca-tegoria Instituição de Ciências & Tecnologia; Cláudio Trauchlaeff (geração de oxigênio por meio da separação do ar atmosférico), em In-ventor Inovador; Atlanta Tecnologia de Infor-mação, Instituto Palmas de Desenvolvimento e Socioeconomia Solidária, em Pequena Em-presa; e Fundação Universidade Estadual do Ceará e Fundação Cearense de Pesquisa e Cul-tura, em Tecnologia Social.

Também em 2009, o IEL/CE coordenou as atividades do Prêmio CNI 2009 correspondentes às inscrições das empresas cearenses. A empresa Ypióca Agroindustrial Ltda., com o projeto Ypio-ca protege a floresta Curió, conquistou o terceiro lugar na categoria Desenvolvimento Sustentável, modalidade Média e Grande Empresa.

Já em 2011, foi realizado o primeiro Prêmio de Inovação nesse formato no Ceará, sob a co-ordenação do IEL, com foco no setor químico. Foram inscritos 37 projetos e pré-qualificados para a etapa de júri 18 deles, culminando com os nove melhores projetos finalistas, os quais obtiveram premiações de 1°, 2° e 3° lugares em três categorias distintas.

Em 2012, foi realizado o Prêmio de Ino-vação, também sob a coordenação do IEL, com foco no setor eletrometalmecânico, em que foram inscritos 18 projetos, tendo sido pré-qualificados todos para a etapa de júri. Destes, os sete melhores projetos finalistas ob-tiveram premiações de 1° e 2° lugares em três categorias distintas.

Em 2014, o IEL coordenou mais uma edi-ção do prêmio para o setor químico. A premia-ção conta com três categorias: agente inovador, estudante inovador e empresa inovadora.

Prêmio Cearense de Química, realizado em 2011

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201496

Page 97: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Programa de Apoio à Competividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), parceria entre o IEL, a CNI e o Sebrae, visando estimular o fortalecimento e priorizando a implemen-

tação de ações coletivas, aprovou 11 projetos, captando recursos

na ordem de 3 milhões de reais que atenderão, até fevereiro de

2015, 275 indústrias.Os setores beneficiados são cachaça, redes de dormir, panifica-

ção, rochas ornamentais, reciclagem, alimentos e rações, cerâmica, gráfico e sorvete, localizados em Fortaleza e sua região metropolita-na, Viçosa, Jaguaruana, Ibiapaba, Russas, Campos Sales, Crato, Nova Olinda, Barro, Juazeiro do Norte, Itapipoca, Sobral, Massapê, Ibiapina e Guaraciaba do Norte.

Dentre as ações desenvolvidas destacam-se a criação de cen-trais de negócios, estudo de mercado do setor de redes, estudo tribu-tário para a redução de tributos no setor de sorvete e consultorias individuais nas empresas com foco em novos produtos, gestão finan-ceira, relações humanas, gestão da produção, RH, boas práticas de fabricação e gestão ambiental. Nesse sentido, o programa totalizou

até julho de 2014, 8 989 horas de consultorias e 2 063 horas

de capacitação distribuídas em 91 cursos, além de capacitar

2 470 profissionais, gerando 2 207 atendimentos.

o período de 2009 a 2013, no âmbito do Projeto de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (PQF), foram trabalhados quatro

encadeamentos produtivos do estado do Ceará, sendo eles metalmecânico, construção civil, plástico e trigo e panificação, captando um montante de recursos no

valor de 796 764 reais.

As ações permitiram qualificar 98 empresas forne-

cedoras de 21 grandes empresas compradoras dos setores produtivos destacados a partir da implementação de estratégias de desenvolvimento empresarial, tais como

1 579 horas de capacitações para melhoria da gestão

das empresas, com 2 702 participantes, e a adoção de boas práticas por meio do empreendimento de

14 412 horas de consultoria.Foram ainda realizadas ações de interação

empresarial como visitas técnicas, fórum de suprimentos e encontros de negócios, dentre outras, cuja finalidade foi aproximar as empresas participantes, permitindo-lhes a prospecção de novas demandas

de negócios, totalizando 24 233 600 reais.

Qualificação de fornecedores

Competitividade das micro e pequenas indústrias

N

O

Programa Qualificação de Fornecedores

A indústria de sorvetes é um dos setores beneficiados

Page 98: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI) tem a missão de executar projetos em prol da inovação e da competitividade da indústria do Ceará

Inteligência e inovação a serviço da indústria

Solenidade que comemorou, em 2011, os dez anos de serviços prestados à indústria cearense pelo INDI

| REVISTADAFIEC | Setembro de 201498

Page 99: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Expandir e promover a competitivi-dade sustentável da indústria cea-rense, prospectar futuro, articular e integrar os atores do desenvolvi-

mento industrial, dinamizar a indústria do interior do estado e desenvolver um ambien-te favorável ao empreendedorismo e à efici-ência produtiva são as bases de atuação do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI), criado em 2001 como parte do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC). O organismo teve sua atuação expandida a partir de 2011, para tornar-se o principal catalisador da inovação do Sistema FIEC, sob a direção corporati-va do ex-secretário de Agricultura Irrigada e também ex-secretário de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Carlos Matos.

O objetivo é que o setor industrial passe por uma renovação e repense sua matriz pro-dutiva em busca de mais produtividade nas próximas décadas. Para ser mais competitiva e gerar mais riqueza no estado, a indústria cearense precisa agregar valor aos seus pro-dutos a partir da integração com os setores de serviços, comércio e agricultura. Hoje, a participação da indústria é de praticamente um quarto da economia cearense, mas o setor necessita gerar impacto na economia se apro-ximando do meio acadêmico. É ainda papel do INDI a interiorização da indústria como forma de dinamizar a convivência com o se-miárido, por meio de urbanização para ter acesso a um conjunto de serviços que traga benefícios aos jovens do interior.

Como meio de propor soluções a esses desafios, no primeiro semestre de 2013, o instituto criou o Programa Indústria Viva, um conjunto de projetos para impulsionar o desenvolvimento industrial cearense. O objetivo é contribuir para o fortalecimento das médias, pequenas e microempresas in-dustriais, no âmbito da gestão, inovação e conhecimento; buscar soluções para os maio-res desafios industriais do estado, por meio

de análises prospectivas com os setores que posicionem esta indústria de forma competi-tiva, nacional e internacionalmente; facilitar a integração das cadeias produtivas indus-triais do Ceará; contribuir para a adoção de formas inovadoras de incrementar o setor industrial, por meio de estudos e pesquisas; mobilizar empresas com vistas ao aumento da competitividade; favorecer a transferência do conhecimento gerado para o conhecimen-to aplicado e contribuir para a geração de um relacionamento mais produtivo entre indús-tria, governo e academia.

O programa atua em cinco vetores es-tratégicos: integração, valorização de pes-soas, inovação, competitividade sustentável e conexão mundial, por meio de três eixos: inteligência, integração e inovação. O pro-grama visa construir uma inteligência capaz de dar suporte ao parque industrial cearen-se, promover a integração entre os atores envolvidos no desenvolvimento industrial e fomentar a cultura de inovação nos proces-sos produtivos industriais.

Por meio de equipe qualificada, o núcleo de Inteligência Industrial do INDI atua ma-peando informações sobre a competitividade dos diversos setores industriais, desenvol-vendo índices de complexidade econômica para produtos, caracterizando a competiti-vidade do ambiente externo às indústrias e identificando setores e áreas estratégicas para o desenvolvimento. Dessas atividades resul-tam produtos e projetos que levam o setor industrial a conhecer, de fato, sua atividade econômica e planejar investimentos.

Merece destaque o projeto Setores Por-tadores de Futuro. Realizado em fevereiro e março deste ano, reuniu agentes da socieda-de, da academia, dos governos e do empresa-riado no esforço de traçar um horizonte de dez anos com projeções factíveis para setores e áreas indutoras do desenvolvimento. O pro-jeto foi desenvolvido ao longo de dois anos, nos Observatórios SESI/SENAI e IEL, da

Como meio de propor soluções a esses desafios, no primeiro semestre de 2013, o instituto criou o Programa Indústria Viva, um conjunto de projetos para impulsionar o desenvolvimento industrial cearense

99Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 100: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Federação das Indústrias do Estado do Para-ná (FIEP). O Ceará é o primeiro estado do Nordeste, terceiro do país, a aplicar a meto-dologia criada pela FIEP.

A consolidação das informações e a aná-lise de todas as etapas resultaram em uma publicação lançada no dia 26 de maio, na sede da FIEC. Terminada a fase de diagnós-tico, os próximos passos incluem o desenho e desenvolvimento de rotas estratégicas, em cada um dos setores e áreas identificados como portadores de futuro.

O Núcleo de Inteligência Industrial tam-bém realiza estudos periódicos sobre a eco-nomia cearense e a brasileira, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). São os Indicadores Industriais, Son-dagem Industrial, Sondagem da Construção e Índice de Confiança do Empresário Indus-trial (ICEI). A área também elabora estudos e pesquisas sobre a produtividade de setores industriais, a exemplo do estudo setorial rea-lizado para o setor de vestuário, em parceria com o Sindicato das Indústrias de Confec-ções de Roupas de Homem e Vestuário do Estado do Ceará (Sindroupas) e o Sindica-to das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Estado do Ceará (Sindconfecções). Para o setor, o INDI realiza atualização mensal da pesquisa.

Em parceria com o Sindicato das Indús-trias de Alimentos e Rações Balanceadas do Estado do Ceará (Sindialimentos), o núcleo está finalizando estudo sobre o setor e as empresas passíveis de associação. Foram

concluídos em 2013 estudos sobre a região do baixo Jaguaribe e sobre a realidade e os desafios da indústria cearense e brasileira. A área também realiza estudos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE).

O núcleo também faz acompanhamento de conjuntura e de determinantes da compe-titividade, por meio do Panorama Industrial e cartas econômicas setoriais e temáticas, a exemplo das cartas sobre a falta de traba-lhador qualificado e evolução dos grupos de pesquisa do Ceará.

O eixo de atuação da inovação contempla atividades para criação de um ecossistema de inovação do estado, envolvendo academia, empresas e governo. (Veja matéria Estímulo à Inovação, na página 40.) No eixo de integra-ção, merece destaque as instalações dos Polos Regionais de Inovação e Casas da Indústria da região Jaguaribana e do Cariri, em 31 de outubro e 5 de agosto, respectivamente. Os polos atuam para descentralizar o desenvol-vimento industrial do estado, permitindo o crescimento equilibrado, além de estimular o protagonismo do empresariado da região, de forma a tornar mais inovadores, produtivos e competitivos empresas e municípios. Por meio da Casa da Indústria, estarão disponí-veis os serviços do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), SENAI/CE, Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), Centro Internacional de Ne-gócios (CIN/CE), Instituto FIEC de Respon-sabilidade Social (FIRESO) e INDI.

Ao longo dos últimos oito anos, o INDI atuou na viabilização de projetos determi-nantes para o desenvolvimento de setores importantes da economia cearense. São exemplos as edições de 2010 e 2011 da fei-ra Recicla Nordeste, e, em 2009, da Mostra Recicla Nordeste, promovidas pelo Sindica-to das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), com mostra de pro-dutos, serviços e empresas para o setor de reciclagem e que contou com a realização do Seminário de Reciclagem e Meio Ambiente, com a presença de palestrantes de relevância nacional e internacional.

Para o setor de móveis, em parceria com o Sindicato das Indústrias do Mobiliário do Es-tado do Ceará (Sindimóveis), Empresa Bra-sileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

Recicla Nordeste 2012

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014100

Page 101: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

e Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), o INDI articulou a concepção e implantação do projeto para atendimento ao polo moveleiro de Marco, concluído em 2012, quando as espécies de plantas com po-tencial para atender ao setor foram descober-tas e passaram a fase de testes.

Também em 2012, o INDI, em parceria com a Câmara Setorial Mineral da Adece, elaborou projeto e plano de negócios para implantação da Central de Serviços e Co-mercialização de Rocha Ornamental. A Câ-mara Setorial de Trigo é parceria do INDI na elaboração e execução de um programa de beneficiamento de trigo, qualificação de pa-darias e posterior fornecimento do pão bene-ficiado ao governo estadual.

Pelo Sibratec, instrumento do governo federal de articulação e aproximação da comunidade científica e tecnológica com empresas, operado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o INDI apoiou o desenvolvimento de atividades de consul-toria, avaliação e apoio ao desenvolvimen-to das micro, pequenas e médias indústrias cearenses. Em 2012, foram atendidas 70 em-presas nos ramos químico, de confecção e alimentício. As ações foram realizadas em parceria com o Núcleo de Tecnologia Indus-

trial do Ceará (Nutec), Universidade Fede-ral do Ceará (UFC), Instituto Centro de En-sino Tecnológico (Centec), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas (Sebrae).

Em 2009, em articulação com o BNB, foi desenvolvido projeto de apoio ao Sindicato das Indústrias Refinadoras de Cera de Car-naúba do Estado do Ceará (Sindicarnaúba), no valor de 80 000 reais. Em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Esta-do do Ceará (Faec), Sebrae, Embrapa, Sindica-to das Indústrias de Beneficiamento de Casta-nha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará (Sindicaju) e SESI/CE, por meio do Cozinha Brasil, em 2008, o INDI contribuiu para o projeto de articulação da cadeia produ-tiva do caju. No âmbito do projeto, foi lançado o livro Agronegócio do caju no Ceará: Cenário atual e propostas inovadoras.

Mediante convênio celebrado com o Sebrae, em 2009, o INDI elaborou um diag-nóstico do município de Sobral, abrangendo as variáveis econômicas, sociais e inter-relações institucionais relacionadas ao processo de de-senvolvimento. Foram listados os arranjos pro-dutivos locais existentes e as potencialidades da

om o objetivo de aproximar os dois agentes do mercado, investidores e tomadores, viabilizando o aproveitamento das oportunidades e aumento da produtividade e eficiência, o INDI lançou, em novembro de 2013, o Núcleo de Mercado de Capitais do Ceará. Formam o núcleo as seguintes instituições: FIEC, INDI, IEL/CE, Instituto Brasileiro de Mercado de

Capitais (Ibmec), Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef/CE), Associação dos Analistas e Profissionais de Investi-mento do Mercado de Capitais (Apimec/CE), Adece, BNB, Sebrae, Rede de Incubadoras, Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Ceará (CRC/CE), Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon/CE), Conselho Regional de Administração do Ceará (CRA/CE) e Instituto Fa7.

Um portal foi desenvolvido para disseminar informações rele-vantes sobre o mercado de capitais, democratizando o entendi-mento sobre o tema e possibilitando conexões entre os públicos interessados. Representantes das entidades que formam o núcleo estão elaborando o Plano Estratégico para execução de ações até 2015.

Para este ano, estão previstos dois eventos. O primeiro para ou-tubro, cuja temática será a abertura das empresas para o mercado de capitais. O segundo deve ocorrer durante o Inova Ceará 2014, em novembro, para disseminar a experiência de aceleradoras em investi-mentos de risco, voltado para micro e pequenas empresas.

Presidente do IBMEC palestra sobre mercado de capitais durante lançamento do núcleo cearense

Mercado de CapitaisC

101Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 102: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

região, visando descobrir os desafios e quais aspectos contribuem para o desenvolvimento desses aglomerados produtivos.

No Ceará, o INDI foi responsável pela implantação do Movimento Brasil Com-petitivo, iniciativa na CNI para contribuir para a melhoria da competitividade das or-ganizações privadas e da qualidade e pro-dutividade das organizações públicas, de maneira sustentável, elevando a qualidade de vida da população brasileira. No estado, foi criado o Movimento Ceará Competiti-vo, sob a liderança da FIEC.

laborado desde 1942, o Guia Industrial é uma publicação tradi-cional do INDI, que reúne informações sobre empresas cearenses, listadas por razão social, nome fantasia, endereço, CNPJ, número

de empregados, faturamento, tipo de atividade econômica e produtos fabricados. A edição de 2014 traz mais de 5 200 empresas, das quais 1 228 são associadas aos sindicatos patronais filiados à FIEC e textos sobre assuntos de interesse do setor industrial, com destaque para páginas especiais sobre o Mapa Estratégico da Indústria (2013-2022) e o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA).

Na edição 2014, além do número superior de cadastros, os leitores têm acesso a um guia bilingue, em português-inglês nas versões im-pressa e virtual, com destaque no layout das páginas para as empresas sindicalizadas, com QR Code, código que permite escanear pelo smar-

tphone e identificar informações sobre os 39 sindicatos associados à FIEC, de forma a incentivar a filiação de empresas não cadastradas nos sindicatos e no guia. O acesso também é possível via internet, por meio de login e senha. O guia também está disponível em aplicativos para smartpho-nes com sistemas operacionais IOS e Android.

Desde 2013, a publicação possui versão on-line, à qual é possível ter acesso por meio de login e senha que permitem ver o conteúdo integral na área restrita do site. Outra facilidade oferecida é a consulta customizada por atividade econômica, CNPJ, município, número de empregados, razão social, nome fantasia e/ou produto, cujo resultado poderá ser exportado para o formato XLS (planilha Excel), possibilitan-do a elaboração de relatórios e malas diretas.

O guia vem evoluindo ao longo dos anos. Na edição anterior, constavam 38% das empresas sindicalizadas, ao passo que, na edição de 2014, estão cadastradas 62%. A edição 2012-2013 teve acréscimo de 40% em relação à edição de 2011, que trouxe informações de 3 500 empresas cearenses, quase 30% a mais em relação à edição anterior. Atualmente com periodicidade anual, é um instrumento de pesquisa, planejamento e direcionamento de vendas e fechamento de negócios com empresas do estado.

Guia Industrial

E

Facilidade de crédito O Posto de Informações FIEC/BNDES,

instalado na Unidade de Articulação de Crédito do INDI, nos últimos anos tem se tornado uma das unidades de referência nacional, na visão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-DES), no tocante às ações em todo o esta-do, servindo, inclusive, como modelo para implantação de novas unidades. A atuação do posto consiste em assessoria econômico--financeira, identificação e solução de pro-

Lançamento do Guia Industrial, edição 2014

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014102

Page 103: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

612%. Em 2013, o BNDES desembolsou 2,49 bilhões de reais, em mais de 24 000 opera-ções de crédito, para o Ceará.

Dentre as conquistas do posto estão a in-clusão do capital de giro associado ao produto Finame, um financiamento, por intermédio de instituições financeiras credenciadas, para produção e aquisição de máquinas e equipa-mentos novos, de fabricação nacional; inclu-são de compra de insumos pelo Cartão BN-DES para o setor de embalagens; captação de recursos para eventos técnicos e sociais do estado; negociação e inclusão do setor de trigo no Cartão BNDES; reversão de decisões de in-deferimentos de pleitos no BNDES; captação de recursos para ações de interiorização; arti-culação e ações com principais agentes finan-ceiros do estado (Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal e Brades-co), visando facilitar o acesso ao crédito.

O posto atua levando informações sobre linhas e programas de financiamento ao in-terior do estado, alcançando, em 2012, todos os municípios cearenses por meio do Car-tão BNDES e atendimento mais efetivo nas mesorregiões Norte, Centro e Sul do Ceará. O estado foi o primeiro das regiões Norte e Nordeste, e um dos únicos no Brasil, a atingir a meta de 100% de cobertura com operações

EVOLUÇÃO DOS DESEMBOLSOS DO BNDES PARA O ESTADO DO CEARÁ (Em R$ mil)

Ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Desembolsos 539 447 961 1 969 3 592 2 488 3 008 2 485

Evolução dos desembolsos do BNDES para o estado do Ceará (em R$ mil)

blemas e indicação dos melhores recursos disponíveis no mercado de crédito.

A equipe realiza atendimento a todos os se-tores da economia, priorizando a indústria. Os atendimentos são feitos de forma presencial, na sede da FIEC, por telefone, em eventos e feiras e na sede das empresas, sob demanda. De 2006 a 2014, foram realizados 18 721 atendimentos.

Tendo como foco prioritário as micro, pequenas e médias empresas do setor pro-dutivo, o posto de informações tem por ob-jetivo levar conhecimento e esclarecimento das linhas e programas de investimentos do BNDES e receber e acompanhar as deman-das no banco, sempre no intuito de manter o crescimento da economia cearense e o de-senvolvimento e geração de emprego e renda, bem como a competitividade empresarial.

Inaugurado em 20 de novembro de 2000 por meio de um termo de cooperação entre a FIEC e o BNDES, o Posto de Informações registrou, até agosto de 2014, pedidos de fi-nanciamento de mais 32 000 empresas. Até 2013, houve crescimentos exponenciais no número de operação para o Ceará desde a inauguração do posto. O número de ope-rações do BNDES, de 2000 a 2012, cresceu 4 279%. Já o valor desembolsado pelo ban-co para o Ceará, de 2001 até 2012, cresceu

103Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 104: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

do BNDES no território.Em 2012, o posto realizou rodadas de ne-

gócio para a cadeia produtiva do trigo, a fim de promover operações entre os elos da cadeia. Em julho deste ano, o setor foi mobilizado vi-sando ao aumento da base de fornecedores de máquinas, equipamentos e insumos do Cartão BNDES. Houve reuniões com os principais moinhos cearenses e técnicos do BNDES para efetuar o credenciamento, reduzindo custos de insumos para o setor de panificação.

O posto também realiza palestras nas principais instituições de classe do Ceará, como Sebrae, Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio/CE), Câmara dos Dirigentes Lo-jistas (CDL) e sindicatos patronais, para apre-sentar linhas e programas de financiamento.

A Unidade de Articulação de Crédito foi a responsável por planejar no Ceará, em 2012, o Programa de Financiamento Inova-dor de Empresas de Pequeno e Médio Porte (Finpyme), desenvolvido pelo Banco Intera-mericano de Desenvolvimento (BID/CII), em parceria com a CNI, para implantar metodo-

logias de identificação e diagnóstico de empre-sas para melhorar a posição competitiva, bem como o acesso a fontes de financiamento a seus projetos de expansão. O programa incluiu atividades de seleção e treinamento de consul-tores; assinatura do convênio entre FIEC, BID e CNI; palestra sobre o programa nos sindi-catos patronais para captação de empresas (Simec, Sindtrigo, Sindipan, Sindquímica e Sindiserrarias), pré-seleção de empresas, lan-çamento do programa e seleção de empresas. A atividade está em fase de finalização e entre-ga de diagnósticos às empresas e BID.

Em 2013, membros da CNI visitaram o posto no intuito de conhecer melhor sua atuação. Na ocasião, foi realizada pesquisa entre os empresários cearenses, na qual 100% declararam excelência no atendimento e atua-ção proativa. A pesquisa serviu de base para a implantação da Rede de Núcleo de Crédito (NAC), de atuação nacional entre as federa-ções de indústria, semelhante à Rede CIN. Por sua relevância, o posto foi convidado, em 2012, pelo BNDES, a apresentar as principais ações, sistemática e estratégias adotadas.

Nossa homenagem à gestão de Roberto Macêdo à frente

da FIEC com ações dedicadas ao associativismo e ao

desenvolvimento do setor industrial do Estado do Ceará,

tornando-o mais dinâmico e competitivo.

indicouros/CeS

anucnio sindcouros.indd 1 02/09/2014 16:40:24

Page 105: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)
Page 106: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O Instituto FIEC de Responsabilidade Social garante ações socialmente responsáveis para a indústria cearense em parceria com a sociedade civil, estimulando a formação de redes de colaboração

Braço social da indústriaBraço social da indústria

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014106

Page 107: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Criado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) em mar-ço de 2005 e originado do grupo de ação social existente desde 1998, sob

a gestão da jornalista Wânia Cysne Dummar, o Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO) nasceu com o desafio de dissemi-nar a cultura de responsabilidade social no segmento empresarial local, colaborando para o alcance das metas do Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015. Nesse contexto, Wânia Dummar ressalta a atitude empreendedora da FIEC na época, “pois o conceito de responsa-bilidade social ganhava espaço, por se tratar de um tema relativamente novo, em torno do qual ainda havia ideias e opiniões bastante diversas”.

Atualmente, a responsabilidade social é fator-chave para a competitividade no mundo dos negócios, ganhando gradativamente mais importância ao incorporar temas relacionados a ética, transparência, inovação e sustentabili-dade. “A questão está posta. Qual o futuro de uma empresa sem responsabilidade social? Ela é o ponto de partida de toda empresa que busca alcançar credibilidade e longevidade no merca-do viabilizando uma relação harmoniosa entre os fatores econômicos, ambientais e sociais”, diz Wânia Dummar, vice-presidente do FIRESO.

Nos oito anos da gestão de Roberto Macêdo na FIEC (ele também preside o FIRESO), a en-tidade passou a enfatizar ações que focassem a sensibilização empresarial para a questão da res-ponsabilidade social. Desde então, são diversas ações encabeçadas pelo instituto estimulando redes de cooperação na esfera social. Atualmen-te, o FIRESO desenvolve suas ações em quatro programas prioritários: Formação Cidadã, Difu-são da Cultura Indígena e do Patrimônio Histó-rico, Segurança Pública e Voluntariado. E tem no “Educar para Sustentabilidade” uma iniciativa de interdisciplinar os programas.

Wânia Dummar, vice-presidente do FIRESO

A questão está posta. Qual o futuro de uma empresa sem responsabilidade social? Ela

é o ponto de partida de toda empresa que busca alcançar credibilidade e longevidade no mercado viabilizando uma relação harmoniosa entre os fatores econômicos, ambientais e sociais

107Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 108: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Programa Formação Cidadã foi criado para disseminar o conhecimento e a cultura da responsabilidade social dentro das instituições de ensino superior (IES), visando formar estudantes e educadores com a compreensão da realidade social. Essa filosofia tem sido disseminada por meio de cursos de extensão, palestras, atividades extracurriculares

como o Ação Global, articulação entre as IES e a sociedade civil e na inserção da temática na grade curricular (ensino, pes-quisa e extensão), além da realização anual do encontro de responsabilidade social no ensino superior.

Desde sua fundação, em 2002, o programa formou uma rede de 25 instituições dentre universidades e faculdades (incluindo cinco em Aracati e uma em Sobral) que o integram e pensam conjuntamente ações de impacto social. Em 2012, o Formação Cidadã recebeu o reconhecimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) como Tecnologia Social Bem-Sucedida. Hoje, é citado como exemplo para outras federações de indústria do país.

Merece destaque o fato de o Formação Cidadã não estar relacionado tão somente à realização de disciplinas de respon-sabilidade social, meio ambiente e temas afins na grade curricular de cursos e instituições de ensino, mas também a encon-tros, seminários e vivências. E o mais relevante: envolve os alunos e professores em atendimentos comunitários, programas sociais e cursos gratuitos em benefício da coletividade.

Em 2012, durante a comemoração dos dez anos de atividades, a entidade realizou o 5º Encontro de Responsabilidade Social do Ensino Superior com o tema Multiculturalidade e Educação. Na ocasião, experiências de responsabilidade social na sala de aula – e fora dela – foram apresentadas, bem como realizados minicursos com os eixos temáticos de gestão da diversidade, mediação de conflito, relações étnico-culturais, inteligência emocional e voluntariado.

OFormação cidadã

Conheça os parceiros do Formação CidadãUniversidade Anhanguera, Centro Universitário Estácio FIC, Centro Universitário Unichristus, Faculdade Cearense (FAC) ,

Faculdade Darcy Ribeiro (FDR), Faculdade de Ensino e Cultura do Ceará (Faece), Faculdade Farias Brito (FFB), Faculdade de Fortaleza (Fafor), Faculdade Grande Fortaleza (FGF), Faculdade Latino Americana de Educação (Flated), Faculdade Nordeste Devry – Fanor, Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (Fametro), Faculdade Lourenço Filho (FLF), Faculdade Sete de Setembro (Fa7), Faculdade Terra Nordeste (Fatene), Faculdade de Tecnologia Intensiva (Fateci), Instituto Dom José (IDJ), Insti-tuto Federal do Ceará (Fortaleza), Academia Estadual de Segurança Pública (AESP), Universidade do Vale do Acaraú (Sobral), Faculdades Inta (Sobral), Faculdade Luciano Feijão – FLF (Sobral), Instituto de Estudos e Desenvolvimento Humano – Ieducare (Sobral), Instituto Federal do Ceará (Sobral) e Faculdade Vale do Jaguaribe (Aracati)

5° Encontro de Responsabilidade Social no Ensino Superior, realizado em 2012 na FIEC

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014108

Page 109: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O programa Difusão da Cultura Indígena: Memória e Patrimônio Artístico é a ação do FIRESO que tem contribuído para o desen-volvimento comunitário das etnias indígenas do Ceará, promovendo a equidade social por meio do fortalecimento da identidade social e cultural das comunidades atendidas. Atual-mente, a iniciativa atende as etnias Tremembé, em Itarema e Itapipoca; Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz; Kanindé de Aratuba, na Serra de Aratuba; Tapeba, em Caucaia; e Pitaguary, em Maracanaú e Pacatuba.

A realização de oficinas nas próprias co-munidades é a principal atividade do progra-ma. Cada oficina atende cerca de 20 pessoas e visa desenvolver técnicas artesanais para aper-feiçoar a qualidade do artesanato produzido pelos indígenas. Os produtos são vendidos nas próprias comunidades, em feiras e eventos, e também na loja Toré-Torem, mantida pelo Instituto, em parceria com o governo do es-tado, na Central de Artesanato Luiza Távora (Ceart), em Fortaleza. Somente em 2013, fo-ram 138 pessoas atendidas por diversas ofici-nas, como de Tratamento de Sementes, Gestão de Negócios e Serigrafia. Além disso, as obras artísticas são encaminhadas ao acervo indí-

gena e são exibidas ao público nas exposições realizadas em colégios, faculdades e eventos do estado. Vale salientar que, de forma con-comitante, o FIRESO auxilia os indígenas no cadastro de artesão no governo estadual, pro-fissionalizando os grupos produtivos.

As oficinas são voltadas a jovens, adultos e crianças e ocorrem em grupos produtivos, ou de forma isolada. Além disso, não se restrin-gem à questão da técnica para manutenção da memória ancestral, mas também a conteúdos que os capacitem para a gestão de negócios. Outro foco das oficinas é a preocupação com o meio ambiente. Os materiais utilizados nos artesanatos são encontrados dentro da própria comunidade, e existe a preocupação para que não ocorra a degradação do meio ambiente na extração da matéria-prima.

Também idealizado por Wânia Dummar, o programa presta um importante serviço à so-ciedade, à medida que privilegia a manuten-ção das culturas mediante a preservação das práticas artísticas e artesanais. Todas as ações realizadas com as comunidades são discutidas de forma coletiva antes de serem realizadas, a fim de respeitar as culturas, com conteúdos que não interfiram na sua dinâmica.

Difusão da cultura indígena

109Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 110: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

“Esse programa possibilitou um novo olhar por parte do empresariado cearense de como enfrentar o problema das desigualdades so-ciais, desenvolvendo um papel que não pode ser exercido somente pelo poder público, ou organizações não governamentais isoladamen-te”, afirma Wânia Dummar.

Neste ano, o FIRESO, a Secretaria de Tu-rismo e a Secretaria de Cultura do estado estão juntas na criação de um Centro de Referência da Cultura Indígena, destinado a preservar a memória e o patrimônio artístico indígena cearense. O equipamento cultural ocupará um espaço no Centro de Turismo (Emcetur), no Centro de Fortaleza, e contará com um acer-vo de 600 peças tradicionais. Além disso, para este ano o instituto conta com o patrocínio do Conselho Nacional do SESI para desenvolver o projeto de potencialização das cadeias produti-vas do artesanato indígena.

Segundo Wânia Dummar, os resultados do Programa Difusão da Cultura Indígena: Memória e Patrimônio Artístico indicam que quando se qualificam as comunidades locais, elas obtêm uma melhor qualidade e confiabi-lidade de seus parceiros nas cadeias locais de suprimentos: “Eis o X da questão: criar uma comunicação de duas vias abertas e produtivas com públicos ou populações vulneráveis não só melhora a reputação e a confiabilidade de uma empresa – também abre novas oportunidades de negócio, promovendo a inclusão social, ge-ração de renda e o desenvolvimento social de mercados sustentáveis”.

Segurança públicaOutra linha de atuação do FIRESO, que ga-

nhou destaque na gestão Roberto Macêdo, foi o programa Segurança Pública. A iniciativa pro-move, desde 2007, formação social de policiais por meio de ações socioeducativas, visando à ampliação de competências cognitivas, sociais e emocionais desses profissionais. O programa possui uma rede de parcerias, formada prin-cipalmente pelos comandos da Polícia Militar, IES e voluntários, na realização de cursos e palestras. Em 2013, foram 529 policiais aten-didos nos cursos Educação Financeira, Desen-volvendo Competências Emocionais e Saúde e Qualidade de Vida. O foco para 2014 continua pautado na demanda da categoria.

Em 2014, por exemplo, o programa Segu-rança Pública realizou um ciclo de palestras sobre drogradição. Na oportunidade, foi apre-sentado o documentário Estados Alterados, com o objetivo de construir um panorama das condições sociopolíticas de uma sociedade em constante desafio com o uso de drogas ilícitas, com evidência para o crack. Em seguida, foi ministrada a palestra Problema das Drogas no Brasil, pelo sociólogo, professor e coordenador do mestrado profissional em Planejamento Pú-blico da Uece, Horácio Frota. Ele abordou os principais dados relacionados ao consumo de drogas no país, estatísticas, causas e consequên-cias, ações e desafios para combater tal mal. O evento teve também participação do psiquiatra Rino Bonvini, da pedagoga Marta Lucena, do

Oficina de artes com índios tremembés em Itarema

Loja Toré-Torem, na Ceart

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014110

Page 111: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

cabo da PMCE, André Luiz Nunes Galvão, do psiquiatra Antônio Mourão e da psicóloga Jac-queline Campos de Mesquita.

Já no workshop Qualidade de Vida, minis-trado pelo educador físico Eugênio Montei-ro, no Centro Psicossocial da Polícia Militar (Ceops), parceiro do FIRESO no programa, os policiais receberam orientações e atendimentos em temas como estresse, depressão e seus im-pactos na vida pessoal e profissional e a impor-tância da busca do equilíbrio emocional. Foram repassadas informações sobre saúde, baseadas no pentáculo da qualidade de vida definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que utiliza o método para medir as condições de vida de um ser humano. Tal método envolve o bem físico, mental, psicológico e emocional, relacionamentos sociais, como família e ami-gos, e também saúde, educação e outras cir-cunstâncias da vida. O objetivo da iniciativa foi a de proporcionar a excelência pessoal e o equilíbrio físico, mental e emocional para uma melhor prestação de serviços à sociedade.

Além do Ceops, os parceiros atuais do FIRESO na promoção do Programa Seguran-ça Pública são: Centro Universitário Estácio

FIC, Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, Secretaria de Saúde do Estado, Secre-taria de Saúde do Município, Polícia Militar do Ceará, Academia Estadual de Segurança Pública (AESP), Serviço Social da Indústria (SESI/CE) e Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial (SENAI/CE).

VoluntariadoMobilizar colaboradores do Sistema FIEC

para o engajamento em projetos sociais que atendam os segmentos sociais em situação de vulnerabilidade. Este é o objetivo do Progra-ma Voluntários criado pelo FIRESO em 2008 e que hoje conta com mais de 50 colabora-dores engajados. A iniciativa promove, ao menos uma vez por mês, atividades lúdicas, culturais e de apoio social em diversas enti-dades filantrópicas de Fortaleza e região me-tropolitana. Além das ações in loco, ou por meio de campanhas, o grupo realiza a capaci-tação de seus membros e de pessoas da socie-dade. Dentre essas capacitações está o curso Voluntariado Empresarial, ministrado pela psicóloga Rocicler Galdino.

O SINDCERAMICA homenageia à gestão de Roberto Macêdo à frente da FIEC, que procurou dedicar-se às necessidades dos sindicatos e principalmente da indústria cearense, trabalhando

de forma moderna e atual, contribuindo, assim, para o crescimento econômico do Estado do Ceará.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

anuncio_sindceramica.pdf 1 3/9/2014 10:26:48

Page 112: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Na última edição, com o tema Desen-volvendo Inteligências Sociais, Cognitivas e Emocionais, foram tratadas questões como O que leva uma pessoa a ser voluntária? Qual o aprendizado na realização de um trabalho vo-luntário? Que habilidades são desenvolvidas por meio de suas competências sociais, cog-nitivas e emocionais? O treinamento visa tam-bém difundir os conceitos presentes no volun-tariado empresarial, definido pelo Instituto Ethos como “um conjunto de ações realizadas por empresas para incentivar e apoiar o envol-vimento dos seus funcionários em atividades voluntárias na comunidade”.

Dentre os destaques do trabalho Programa de Voluntários está a ação realizada na Casa de Abrigo Tia Júlia, que assiste crianças de zero a sete anos em processo de adoção ou em situa-ção de risco. Em parceria com outras institui-

os anos 2007 e 2008, o FIRESO desenvolveu importante ação no segmento de panificação do Ceará. Intitulado Pão, Educação e Arte, a iniciativa buscava disseminar a cultura da responsabilidade social,

em parceria com o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Ceará (Sindpan), por meio de cursos de arte, cultura e esporte para crianças e adolescentes. O objetivo era a geração de impactos positivos nas comunidades, motivando crianças e jovens, que, ao adquirirem novos conheci-mentos, aumentassem sua autoestima e melhorassem, inclusive, o rendimento e o comportamento na escola.

As ações eram realizadas nas comunidades próximas das padarias, me-diante parcerias com associações comunitárias e escolas. Após dois anos sob a coordenação da FIEC, as ações deste projeto foram assumidas pelo Instituto Pão, Educação e Arte criado pelo Sindpan.

NPão, Educação e Arte

ções parceiras, a exemplo da Faculdade 7 de Setembro, os voluntários promovem atividades lúdicas, como teatro de bonecos, desenhos, pinturas de rosto e contação de histórias, aten-dendo cerca de 40 crianças em cada encontro.

Outra entidade que recebe atenção especial do FIRESO é o Abrigo Casa de Nazaré, no qual os voluntários promovem eventos de fim de ano e festejos juninos, além de encampar diver-sas campanhas, como a ação Neste Natal Adote um Idoso. A intenção é fazer com que os cola-boradores do Sistema FIEC possam contribuir com materiais como sabonetes, pastas de dente, desodorantes, colônias, escovas de dente, fral-das geriátricas, toalhas, lençóis, alimentos não perecíveis e leite em pó para serem entregues aos idosos do local. Além desse material, é pos-sível entregar presentes e cartões com mensa-gens destinadas às idosas.

A gestão do Programa Voluntários do FIRESO é baseada no princípio de rede de re-lacionamento mediante o aporte da tecnologia para socialização das experiências. Além disso, existe uma coordenação exercida por um comi-tê gestor que tem as atribuições de mobilizar os membros do grupo, planejar os encontros de formação e monitorar e acompanhar a execu-ção dos projetos. Como estratégias de execução das atividades, o primeiro passo foi realizar campanhas dos colaboradores para engajamen-to, seguida da criação de slogan e identidade vi-sual para o programa, bem como a socialização de experiências com outros grupos de volun-tários, dentre outras ações.

Programa de Voluntários promove no abrigo Casa de Nazaré festa junina

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014112

Page 113: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Pão, Educação e Arte

Page 114: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Centro Internacional de Negócios da FIEC estimula a expansão dos produtos cearenses no mercado mundial por meio da mudança de atitude dos empresários nas suas relações com o mercado externo

Ceará exportador e sustentável

CIN

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014114

Page 115: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN), a Federação das In-dústrias do Estado do Ceará (FIEC) tem estimulado a criação de uma

cultura exportadora e a consequente mudan-ça de atitude dos empresários nas suas rela-ções com o mercado externo. Missão que ga-nhou ainda mais destaque na gestão Roberto Proença de Macêdo a partir de ações voltadas às exportações sustentáveis. Nesse sentido, já em 2006, o CIN/CE desenvolveu no estado o Exporta CIN, programa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o objetivo de facilitar o processo de internacionalização das empresas via assessoria técnica orienta-da ao fechamento de negócios. A iniciativa forneceu atendimento individualizado às empresas, que foram conduzidas pelo ciclo completo da exportação: avaliação da capa-cidade exportadora, definição e análise de mercado-alvo, planejamento, prospecção in loco e concretização do negócio.

Também em 2006, o CIN/CE e a Agência Ame-ricana de Desenvolvimento Internacional (Usaid),

ligada à Embaixada dos Estados Unidos, ela-boraram o estudo O Impacto dos Transportes e Logística na Competitividade das Indústrias do Estado do Ceará, que identificou os prin-cipais entraves logísticos dos processos de exportação/importação e quantificou os so-brecustos que impactam na competitividade internacional da indústria do Ceará. Dentre os objetivos o trabalho sugeriu melhorias em nível público e privado, de forma a otimizar e baratear o processo e, consequentemente, tor-nar os produtos cearenses mais competitivos no mercado internacional.

Por meio de um convênio firmado nes-te ano com a Comissão Europeia, o CIN/CE realizou diversos projetos no âmbito do Eurocentro Ceará, dentre eles a participa-ção no encontro setorial Tecnoflores ocor-rido em Holambra, São Paulo, com a ar-regimentação de cinco empresas do setor; participação de cinco empresas cearenses das áreas de moda praia e moda feminina no ES Texfair, em Blumenau/SC, onde tive-ram reuniões com potenciais compradores internacionais de seus produtos.

Também por meio do Eurocentro, o CIN/CE realizou o encontro setorial Al-Invest Fruit Brasil. Com a ampliação do financia-mento por parte da Comissão Europeia, o evento teve a participação de 25 empresários da Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda e Itália). Durante três dias, os empreendedores tiveram a oportunida-de de conhecer e negociar com 89 empresas brasileiras dos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Piauí, Pernam-buco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe. Participaram também do encontro e das negociações empresas argen-tinas das cidades de Buenos Aires e Rosário.

O CIN/CE promoveu ainda, em 2006, a participação de dez empresas cearenses no encontro setorial Al-Invest Aquinvest Brasil (setor de pescado), realizado durante a Feira Nacional do Camarão (Fenacam) em Natal (RN). No segmento de camarão, a entidade possibilitou a ida de três empresas cearenses ao encontro setorial Eurofish 2006, realizado em Bruxelas, Bélgica. O evento foi dividido em três momentos: visita técnica, seminário técnico e rodadas de negócio com agendas programadas entre empresas da América La-tina e da União Europeia.

115Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 116: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Livre de mosca azulEm visita à FIEC, em 2008, o embaixador

dos Estados Unidos, Clifford Sobel, ouviu uma detalhada argumentação do empresário e vice-presidente da Federação, Carlos Prado, que produz e exporta melão para a Europa, e do superintendente do CIN, Eduardo Bezer-ra Neto, sobre o fato de o Polo Apodi-Jagua-ribe (área produtora de frutas no Ceará) ser livre da mosca azul. Após o pedido de aju-da a Clifford Sobel, ele interviu diretamente no United States Department of Agriculture (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Em menos de dois meses após o encontro, o governo americano reconheceu os municípios cearenses e do Rio Grande do Norte como áreas livres da chamada “mosca azul”. A decisão encerrou uma penosa e longa luta dos fruticultores do Ceará e abriu cami-nho para que as frutas aqui produzidas fos-sem exportadas para o mercado consumidor norte-americano.

Em 2009, o CIN/CE promoveu a ida de empresários cearenses a mais três eventos internacionais. No primeiro, articulou a par-ticipação de 39 industriais de dez estados brasileiros na 10ª edição da feira Alimen-taria, ocorrida em Lisboa. No segundo, co-mandou a ida de dois empresários do Ceará à feira industrial de Hannover, na Alemanha,

1° Fórum de Direito Marítimo, em 2007, realizado na FIEC

m 2007, as ações do CIN/CE para expandir as exportações cea-renses tiveram início com a aprovação, na Câmara de Comércio Exterior (Camex), de um projeto de promoção comercial no

exterior para a organização da missão empresarial brasileira à feira Expo Alimentos, em Miami. No mesmo ano, o CIN organizou, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon) e a Cooperativa da Construção Civil (Coopercon), duas edições da missão empresarial cearense à China. Ocorridas nos períodos de 14 a 28 de abril e 12 a 25 de outubro de 2007, as comitivas contaram com 24 e 18 participantes, respectivamente. Ambas as missões tiveram como principal objetivo participar da Canton Fair, segunda maior feira multissetorial do mundo, e realizar visitas técnicas em Shanghai. O CIN organizou ainda a segunda missão Brasil-Portugal às cidades de Lisboa, Porto e Viana do Castelo, com um total de 81 participantes; e a missão à Fruit Logistics, na Alemanha, da qual participaram três empresas brasileiras. Também em 2007, o CIN/CE realizou, na FIEC, o 1o Fórum de Direito Marítimo, Navegação e Logística do Estado do Ceará, com a participação de mais de 270 inscritos.

No ano de 2008, o centro participou como colaborador da missão integrada à Fruit Logística, enviando oito empresas para o evento. Neste ano, o CIN promoveu mais duas missões à China. Na primeira, via Dubai, participaram 20 empresas dos setores de informática, embalagens, confecções, construção civil, têxtil, químico e de bebidas, dos estados do Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. O principal objetivo foi visitar a 103ª edição da Canton Fair. Na segunda, a missão contou com a participação de empresas cearenses do setor de eletroeletrônico e de um centro de pesquisa do setor de tecnologia.

Ainda em 2008, o CIN/CE participou como colaborador da missão integrada a Hannover Mess, na Alemanha, enviando duas empresas para a feira: Sangati Berga e Coelce. Articulou também a partici-pação de dez pessoas, entre empresários, representantes do governo do Ceará e de ins-tituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae), Correios e Transnordestina S.A ao Fórum de Liderança da Indústria Logística, no estado de Nebraska, Estados Unidos.

Naquele ano, o CIN/CE enviou uma missão a Portugal, ao Distrito de Aveiro, onde foi assinado protocolo de cooperação entre a Associação Industrial do Distrito de Aveiro (Aida) e a FIEC. Entre 19 e 23 de novembro, o CIN/CE liderou uma delegação de 13 empresários à 12ª Edição da Feira Interna-cional de Cabo Verde, na Cidade da Praia. Na ocasião, foram realizados agendamentos entre os empresários cearenses, portugueses e cabo-verdianos.

EMissões internacionais

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014116

Page 117: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

direcionada ao setor de tecnologia. Outros dois empresários do setor de serviços foram enviados pelo CIN/CE à feira multissetorial Filda, em Angola.

Ainda em 2009, o CIN/CE realizou o 2o

Fórum de Direito Marítimo, Portuário e Lo-gística do Ceará. A nova edição marcou a consolidação do fórum no calendário nacio-nal e contou com a presença de experts nas áreas de comércio exterior, logística e direito de vários estados brasileiros. Também neste ano, o CIN/CE assinou convênio de coopera-ção técnica com a Apex-Brasil e a CNI para a instalação de uma das cinco unidades de atendimento às empresas no país. Dentre os objetivos da unidade estão o de aumentar a base exportadora, transformando não expor-tadores em exportadores ativos; e de auxiliar o ingresso permanente de novas empresas capazes de expandir e diversificar a base ex-portadora brasileira.

Em 2009, o CIN/CE deu início ao proje-to Prospect. Uma iniciativa piloto realizada em parceria com a CNI/Rede CIN e cofi-nanciada pela União Europeia por meio do programa Al-Invest, que tem como objetivo realizar prospecção de mercado no leste eu-ropeu, com destaque para Polônia e Repúbli-ca Tcheca, a fim de munir as empresas com informações estratégicas que facilitem sua entrada neste mercado. Naquele ano, o pro-jeto contou com duas etapas de prospecção in loco: em agosto, viagem de pré-prospecção à Varsóvia e a Praga, com o objetivo de co-letar informações sobre concorrência, preços e preferências dos consumidores nos pon-tos de venda dos produtos contemplados no projeto (moda masculina, infantil, praia, íntima, ginástica e bijuteria. Em setembro, houve viagem de prospecção aos mercados da Polônia e República Tcheca, juntamente com representantes de cinco CINs. Durante a viagem, foram realizadas visitas a potenciais compradores dos produtos brasileiros do se-tor indumentário. As empresas participantes do projeto receberam relatório completo com o mapeamento dos mercados e das oportuni-dades identificadas.

Em 2010, o CIN/CE promoveu mais duas missões internacionais à China. A quarta edição ocorreu de 9 a 20 de abril de 2010, e contou com 27 empresários, sendo 21 do se-tor químico (insumos, cosméticos, saneantes,

tintas, fármacos e plásticos) e seis dos setores metalmecânico, bebidas, telecomunicações e comércio internacional. Como resultado, as empresas do setor químico promoveram a compra de máquinas chinesas. A quinta mis-são, ocorrida de 23 de outubro a 6 de novem-bro, foi direcionada a empresários calçadistas do Cariri. Contou com a participação de 16, que visitaram, além da China, Taiwan. Em pesquisa feita pelo CIN/CE, após o evento, os participantes afirmaram que pretendiam adquirir 3,5 milhões de dólares em máquinas para a produção de calçados. Angola e Espa-nha foram outros dois destinos, em 2010, das missões do CIN/CE. De 20 a 25 de julho, a entidade levou um grupo de 28 participantes para a sétima edição da Feira Internacional de Luanda, em Angola. E, de 20 a 28 de mar-ço, 18 empresários cearenses do setor de ali-mentos e bebidas participaram da missão à Filda, em Madri, na Espanha.

Em 2011, durante o primeiro semestre, o CIN/CE desenvolveu a segunda edição do Projeto Prospect: Prospecção de Mercado para o Setor Químico na Europa. O progra-ma foi aprovado no âmbito do Programa Al--Invest e cofinanciado pela Comissão Euro-peia, beneficiando 16 empresas do setor de cosméticos. Na sequência, o CIN/CE, em parceria com o Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Estado do Ceará (Sindconfecções), Ser-viço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) e Sebrae, levou 16 empresários

Carlos Prado (terno claro) conseguiu que o governo americano liberasse a compra do melão cearense

117Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 118: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

cearenses à missão internacional do projeto polo de moda, que visitou a feira Who’s Next e Prêt-à-Porter em Paris e o Circuito Co-mercial de Milão. A missão visou ampliar os conceitos e a visão dos participantes quanto à inovação e ao diferencial competitivo para o setor têxtil-vestuário.

Visando contribuir para o estreitamento das relações econômicas e empresariais entre Ceará e Portugal, o CIN/CE organizou uma missão que trouxe ao estado sete empresas portuguesas dos setores metalmecânico, mó-veis, construção civil e afins, além da diretora geral da Aida e o vice-presidente da Associa-ção Nacional das Empresas do Setor Metal-mecânico (ANEMM). Também na relação com os portugueses, o CIN/CE organizou uma rodada de negócios com a participação de 89 empresas inscritas, sendo 59 brasilei-ras e 30 estrangeiras, oriundas de Portugal e Angola. O trabalho rendeu 195 encontros pré-agendados. Destes, 101 foram efetivados, nos setores de agronegócio, comércio exte-rior, construção civil, energias renováveis, indústria, jurídico, meio ambiente, prestação de serviço e tecnologia da informação.

Ainda em 2011, o CIN/CE promoveu mais uma missão internacional à China. A viagem teve a participação de 78 empresários cearenses, dos setores metalmecânico, quí-mico, reciclagem, rações, construção civil, serraria, confecções, couros e calçados. A de-legação participou da 110ª edição da Canton Fair, além de visitar canteiros de obras e o porto de Shangai.

Empresários cearenses reunidos na Canton Fair de 2012

m 2012, o esforço de levar empre-sários cearenses além-mar, especial-mente os filiados aos sindicatos da

FIEC, ganhou ainda mais estímulos, com a inserção de destinos ainda não explora-dos. O novo alvo foi a cidade de Orlando, na Flórida (EUA), onde ocorre a Inter-national Plastics Showcase. A missão do CIN/CE, a pedido do Sindicato das Em-presas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), levou 12 empresários, de oito empresas, além de representantes do INDI e do SENAI. Também para os Estados Unidos, o CIN, em parceria com o SENAI, promoveu a missão Circuito Moda Nova York, que propiciou aos par-ticipantes uma oportunidade de ampliar sua visão sobre o mundo dos negócios e entender a importância e valorização do design no desenvolvimento dos seus pro-dutos. Ao total, participaram 13 pessoas, sendo sete empresários, três estilistas e três representantes institucionais.

Outro destino inédito que teve desta-que em 2012 foi Cabo Verde, na África. Na oportunidade, o CIN/CE apoiou a Ceará Trade Brasil na ida de 26 empresá-rios para participar da Feira Internacio-nal de Cabo Verde. O objetivo foi pros-pectar oportunidades comerciais para as empresas cearenses. Além da feira, a programação contemplou a realização de visitas técnicas a empresas cabo-verdia-nas e instituições de fomento, bem como participação em rodadas de negócios com importadores africanos.

Naquele ano, mais duas missões à Chi-na foram promovidas pelo CIN/CE. No mês de outubro, a entidade levou 14 em-presários (de diversos sindicatos da FIEC) para participar da Feira de Cantão, em Guangzhou. A feira é considerada a maior multissetorial do mundo. Na segunda missão, para atender o Sindicato da In-dústria de Curtimento de Couros e Peles do Estado do Ceará (Sindicouros), o CIN levou empresários do setor para a feira All China Leather, em Xangai. A missão visa-va levantar informações do setor coureiro

Estados Unidos

E

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014118

Page 119: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Foram realizadas várias missões para o Circuito Moda Nova York

Reunião na embaixada do Brasil na Colômbia, do Projeto Prospect 2012

chinês, uma vez que o país é um dos princi-pais concorrentes do couro brasileiro.

Ainda em 2012, outros 21 empresários sindicalizados, dos setores metalmecânico, químico, energias e alimentos, receberam o apoio do CIN/CE para participar da missão empresarial à Feira Industrial de Hannover, na Alemanha. O grupo contou com estan-de de apoio, intérpretes, circuitos guiados, rodadas de negócio e visitas técnicas às em-presas alemãs Man, Class, Grohe, Instituto Frauhofer e Mercedes-Bens.

Em outubro, outros três empresários cea-renses foram levados em missão para a feira Sial Paris, na França. No mês de dezembro, o presidente do Sindiverde, Marcos Augusto Albuquerque, e do Sindicato das Indústrias de Mobiliário do Estado do Ceará (Sindmóveis), Geraldo Osterno Júnior, participaram da missão de importadores brasileiros a Aveiro, Portugal. O evento contemplou os setores de atividade mais representativos da região de Aveiro: agroalimentar, materiais de constru-ção, cerâmica (louça sanitária, revestimento e utilidade doméstica), moldes, calçado e mobiliário. Todos os custos da missão foram pagos pela Aida, parceira do CIN/CE.

Também em 2012, o CIN/CE realizou a terceira edição do projeto Prospect: Prospec-ção de Mercado para o Setor Cosmético na América Latina, na Colômbia. A metodologia foi desenvolvida pela equipe do CIN/CE e ab-

sorvida no portfólio de produtos e serviços da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN). Em novembro, a FIEC, por meio do CIN/CE, firmou uma parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio) para a instalação, na FIEC, de um posto avançado para emissão de certifi-cado digital. O local foi inaugurado no ano seguinte. O 3o Fórum de Direito Marítimo foi realizado também neste ano, e contou com a participação de 220 pessoas, dentre elas au-toridades da Secretaria de Portos (SEP) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

119Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC | 119Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 120: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

CaririA parceria com os sindicatos filiados à FIEC

para a realização de missões internacionais continuou sendo a tônica das atividades de-senvolvidas pela entidade em 2013. Por inicia-tiva do Sindiverde, o CIN/CE organizou uma missão empresarial à Suécia e à Alemanha, que contou com 46 participantes de seis sindicatos, com o objetivo de visitar empresas recicladoras de resíduos em Estocolmo e participar da Feira K, em Dusseldorf. Na sequência, veio a deman-da do Sindicouros. Para este, o CIN promoveu a missão empresarial à India International Le-ather Fair (IILF), feira do setor de couros que é realizada anualmente em Nova Delhi. A via-gem teve como objetivo levantar informações do setor coureiro no mercado indiano, visando expandir as compras dos produtos cearenses.

Assim como nos últimos dois anos, a FIEC, por meio do CIN/CE, em parceria com o SENAI/CE, realizou mais uma edição do Cir-cuito Moda Nova York – Missão de Capacita-ção e Pesquisa de Tendências, que propiciou aos participantes uma oportunidade de ampliar sua visão sobre o mundo dos negócios e en-tender a importância e valorização do design. Com o mesmo objetivo, o CIN articulou, na sequência, uma missão para o Circuito Moda Londres, na Inglaterra.

Por sua vez, os empresários calçadistas do Cariri, região Sul do Ceará, foram benefi-ciados com a realização de uma missão para a Itália. Desta vez à Feira Micam, que contou com a presença de empresas filiadas ao Sindi-cato das Indústrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro do Norte e Região (Sindindústria). O

principal objetivo da missão foi a participação na mostra italiana de calçados de Milano. O grupo participou, ainda, de visitas técnicas e capacitações. Também para o setor de cal-çados, o CIN/CE lançou a quarta edição do Projeto Prospect. A ação conduziu uma pros-pecção de mercado no Peru e identificou po-tenciais oportunidades de mercado. A ação, com abrangência nacional, foi articulada pelo CIN/CE. Teve a colaboração dos estados de Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Ainda em 2013, o CIN/CE promoveu uma rodada de negócios com quatro compradores internacio-nais da América Latina interessados em moda, alimentos e bebidas. Os compradores se reuni-ram com 30 empresas brasileiras e realizaram sete visitas técnicas, totalizando 70 reuniões.

Em razão do reconhecimento do know-how do CIN/CE obtidos em ações e missões internacionais, a entidade foi escolhi-da, em 2014, pela CNI, para ser uma das emis-soras do Carnê ATA no Brasil. O Carnê ATA é uma espécie de passaporte para mercadorias, aceito em mais de 70 países. Trata-se de um procedimento aduaneiro em que mercadorias podem ingressar em um território aduaneiro com a suspensão dos tributos. Sua emissão ocorre por meio de entidades oficialmente re-conhecidas e credenciadas pelas autoridades aduaneiras do país, no caso brasileiro, pela Receita Federal do Brasil.

Neste ano, a entidade já promoveu duas ações voltadas para o mercado europeu: a mis-são prospectiva à Europain (França) e o semi-nário Oportunidades de Comércio e Investi-mentos – União Europeia e Ceará. A missão teve articulação nacional do CIN/CE e cola-boração dos CINs de Alagoas, Paraná, Pará e Rio Grande do Norte. No total, 63 empresários participaram de uma programação em Paris que contou com visita a feiras, encontros téc-nicos e treinamento. Já o seminário conseguiu reunir, na FIEC, representantes das embaixadas da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Ro-mênia e Suécia. Ao todo, 103 pessoas prestigia-ram o evento. Após o seminário, foi realizada a sessão de networking com representantes dos países-membros presentes, totalizando 25 en-contros para os empresários cearenses.

Também sob a coordenação nacional do CIN/CE, que arregimentou a participação dos

Cento e três pessoas participaram este ano, na FIEC, do seminário sobre a Visão Europeia e Ceará

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014120

Page 121: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

CINs do Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Pernambuco, foi realizada a terceira missão do Circuito Moda Nova York. O evento con-tou com cursos de curta duração na escola de moda e design Parsons, visitas técnicas guiadas a lojas de departamento e fast-fashion na cida-de. No total, 21 pessoas participaram da ação, que contou com o apoio financeiro da Apex--Brasil. Ainda neste ano, o CIN promoveu, a pedido do Sindmóveis, uma missão ao Salão Internacional de Móveis de Milão, na Itália. A delegação foi composta por 20 associados do setor moveleiro cearense.

Em julho passado, o CIN/CE foi um dos organizadores do Encontro Empresarial do BRICS 2014, evento da CNI que ocorreu em Fortaleza, antecedendo a 6a Cúpula do BRICS. O encontro teve um total de 755 inscritos dos cinco países que compõem o bloco econômico. Ao final da programação de palestras sobre as perspectivas econômicas e de integração, foi re-alizado um business networking, no qual ocor-reram 603 encontros e gerou uma expectativa de negócios na ordem de 3,8 bilhões de dólares nos próximos 12 meses.

Encontro Empresarial do BRICS 2014,

evento da CNI que ocorreu em Fortaleza,

antecedendo a 6a Cúpula do BRICS, teve

um total de 755 inscritos dos cinco países

que compõem o bloco econômico

Page 122: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Museu da Indústria

Trata-se de um equipamento arrojado e dinâmico, unindo passado, presente e futuro, capaz de estimular a economia e o desenvolvimento do Ceará

Legado para o estado

O prédio que abriga o Museu da Indústria foi projetado por Adolfo Herbster em meados do século 19

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014122

Page 123: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Idealizado no final da década de 1990 pelo ex-superintendente da Federação das In-dústrias do Estado do Ceará, Danilo Perei-ra, o Museu da Indústria, inaugurado no dia

10 de setembro pela gestão Roberto Proença de Macêdo, é um dos grandes legados do Sis-tema FIEC para o estado. Da localização, no Centro de Fortaleza, próximo a equipamentos como o Centro Dragão do Mar, Santa Casa de Misericórdia, Estação Professor João Felipe, Se-minário da Prainha, 10ª Região Militar, Teatro José de Alencar, Paço Municipal, Catedral Me-tropolitana e Emcetur, dentre outros, o espaço passa a ser referência em termos culturais não só no estado, mas no país, sendo atualmente um dos mais modernos instrumentos de disse-minação da história da indústria.

Da ideia inicial até a concepção e execução do projeto, foram várias etapas e adaptações para se chegar à conclusão do sonho de tornar de fácil acesso ao público a história da indús-tria cearense. Processo que teve início com a escolha do prédio construído no fim do século 19, localizado no principal corredor histórico do Centro da cidade, passando pela restaura-ção do edifício depois de 20 anos de abando-no e pela organização do acervo, procurando aliar a tecnologia com a preservação física de peças e documentos.

Situado no número 143 da rua João Morei-ra, esquina com a Floriano Peixoto, em frente

Prédio antes do processo de restauração

123Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 124: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

ao Passeio Público, o edifício que abriga o Mu-seu da Indústria foi projetado pelo arquiteto Adolfo Herbster, em meados do século 19, para sediar a Sociedade União Cearense – primeiro clube social de Fortaleza. Depois disso, abrigou o Hotel do Norte, Correios (entre 1895 e 1935) e The Ceará Tramway Light & Power Co. Ltda., empresa inglesa que atuava no fornecimento de energia elétrica e no serviço de bonde da cida-de. O edifício se tornou mais tarde patrimônio da Coelce, que o vendeu ao Serviço Social da Indústria (SESI/CE) praticamente em ruínas.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da Lei 9 109 de 30 de julho de 1968, o imóvel foi restaurado entre 2005 e 2007, con-

tando com parceria do Iphan e da Universi-dade de Fortaleza (Unifor), sob a liderança do arquiteto Domingos Cruz Linheiro, para abri-gar o museu mediante o patrocínio de várias empresas e instituições a partir de recursos da Lei Rouanet. Como parte das adaptações que levaram à execução da obra, foi preciso am-pliar o espaço inicial previsto porque foi cons-tatado que as instalações não eram suficientes para abrigar todo o museu, sobretudo a partir da concepção virtual.

Por conta disso, foi preciso incluir no pro-jeto a construção de anexo ao lado do museu a ser utilizado pela administração. O resulta-do foi a criação de um equipamento arrojado e dinâmico, que une passado, presente e futuro, capaz de estimular a economia e o desenvolvi-mento do estado, permitindo a interação entre visitantes, pesquisadores, educadores, estu-dantes, profissionais e investidores de vários países. Além da construção do anexo, foram revistos os principais sistemas instalados na edificação, nas áreas de eletricidade, seguran-ça, ar-condicionado, etc.

Um dos aspectos também inovadores em relação ao museu é o seu modelo de gestão. De acordo com o gerente do equipamento, Luis Carlos Beltrão Sabadia, o espaço foi projeta-do para ser sustentável. Nesse sentido, a ideia é que a amplitude do seu acervo e a sua localiza-ção contribuam para que haja várias fontes de

Luis Carlos Sabadia, gerente do

Museu da Indústria

Iremos produzir livros, teremos uma loja de

souvenir, alugaremos espaço para lançamentos de produtos.

Enfim, queremos ter fontes de renda próprias. O museu será

sustentável

Espaço contempla o antigo, por meio de peças físicas, com o moderno, por meio do virtual

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014124

Page 125: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

urador responsável pela instalação do Museu da Indústria, Júlio Heilbron, pro-prietário da EMC Mkt Cultural, diz que o

conceito principal adotado no equipamento é que indústria e cultura são inseparáveis como símbolos do modo de produção das socie-dades em épocas distintas. "O que existe em termos culturais em cada época está relacionado diretamente ao que foi produzi-do pela indústria. Nesse contexto, é preciso compreender os aspectos que dizem respeito a economia, história, etc.".

No caso do Ceará, o Museu da Indústria terá a característica da contemporaneidade como marca. Assim, o visitante poderá tanto ter aces-so a peças físicas, bem como acessar a história por meio do acervo virtual. Outra situação possível no espaço é que, graças à tecnologia utilizada, o acervo poderá ser atualizado sempre que houver elementos para tal. "Isso será possí-vel porque o sistema de tecnologia utilizado pelo museu possui uma série de terminais integrados em uma rede única de dados, oferecendo várias possibilidades. A base de informação é única, mas pode ser ajustada para receber novos dados para atualização", conta Heilbron.

De acordo com ele, atualmente há uma base com cerca de 70 000 informações em rede do acervo virtual do museu, mas esta rede está preparada para que diariamente informa-ções possam ser ajustadas. Para a formação do acervo, houve uma pesquisa sobre o Ceará des-de o século 19 até hoje, que possibilitará ao pú-

CIndústria e cultura são inseparáveis

recursos próprios. O espaço, por estar situado em um tradicional corredor histórico turístico de Fortaleza, deverá ser incluso no roteiro de visita-ção da capital. As instalações poderão ainda ser utilizadas por empresas para a realização de even-tos com a renda revertida em favor do museu.

Para isso, destaca Sabadia, além do espaço de exposição destinado à indústria, que ele de-fine como de longa duração (permanente), há outros multiusos com dois auditórios (70 e 180 lugares), que poderão ser usados para palestras e apresentações artísticas. Sabadia diz que outra área de atuação a ser proposta é a coprodução de livros de arte a serem comercializados. “Ire-mos produzir livros, teremos uma loja de sou-

Parte interna com escadaria preservada do século 19

venir, alugaremos espaço para lançamentos de produtos. Enfim, queremos ter fontes de renda próprias. O museu será sustentável.”

O gerente também cita ainda a possibili-dade de ações voltadas à realização de projetos curatoriais relacionados à indústria, que pode-rão ser inseridos no acervo do museu, uma vez que o modelo de tecnologia adotada permite a sua atualização a qualquer tempo. Segundo Sabadia, o equipamento poderá se tornar fer-ramenta importante na área de educação ao ge-rar parcerias. “Queremos atrair os jovens e isso será plenamente possível por termos aqui gran-de poder de atratividade tanto em termos de tecnologia como de geração de conhecimento."

blico visitante navegar pelo Brasil e o mundo. Além disso, o visitante tem desde a linha do tempo até a tendência de futuro nos negócios no Ceará. São ao todo dez ilhas para navegação virtual.

Outro ponto de destaque é que há possibilida-des, segundo Heilbron, de despertar sentimentos por meio de músicas e filmes, já que mexe com a história. Em termos técnicos, o equipamento conta com tecnologia de última geração, com placas de multimídia, telas de retroprojeção com luz de dia (à base de policarboneto compacto semitranspa-rente). Dessa forma, o visitante, na entrada do sa-lão de exposição, terá a introdução da história do Ceará e do país, conhecerá fatos históricos como a chegada ao Brasil do príncipe regente de Portugal, D. João, que, fugindo de Napoleão Bonaparte, resolveu transferir, em 1808, a corte portuguesa para sua mais importante colônia, passando por

Page 126: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

ILHA 1. Filme panorâmico dando um resumo dos eventos mais importantes da história do Ceará. O mesmo é projetado numa tela panorâmica semicircular de 12 metros de largura e inclui também imagens em dois terminais de vídeo de 50’’.

ILHA 2. Com imagens do primeiro estande do Ceará na Exposição Nacional da Indústria de 1861, uma máquina de costurar couro, uma prensa para couro, uma maleta cente-nária (característica para o transporte de ferramentas), um alambique para cachaça e um filme sobre a época. Esta ilha apresenta ícones da protoindústria.

ILHA 3. A indústria têxtil está presente a partir de uma enorme balança para pesar os fardos de algodão, um tear manual, máquina de costura do início do século 20 e, representando um costume cultural, uma escultura de Mussa Lyra: uma senhora, vestida de chita, costurando numa máquina familiar.

ILHA 4. A indústria cultural, com um filme que mostra os mais diversos aspectos da cultura cearense. Esta ilha apresenta edi-ções antigas de obras de José de Alencar e Rachel de Queiroz, assim como exemplares de literatura de cordel sobre temas da indústria. Duas máquinas, ícones da indústria cultural, uma Lynotipo e uma impressora Heidelberg, completam a área.

ILHA 5. Linha do tempo interativa. Apresentada de forma que o visitante possa interagir com ela através das telas “touchscreen” e terminais com eventos históricos no mundo, no Brasil e no Ceará, em três blocos. O primeiro de 1612 a 1889, o segundo

de 1890 a 1941 e o terceiro de 1942 aos dias de hoje.

ILHA 6. Novos negócios no Ceará: equipamento interativo através de tela “touch-screen”, com três terminais de vídeo sobre novas oportunidades de negócio no Ceará.

ILHA 7. Equipamento interativo para navegar nos sites de museus da indústria em diversas capitais do mundo.

ILHA 8. Tela panorâmica de oito metros de largura, na qual se projeta um filme sobre as possibilidades para o futuro do Ceará.

ILHA 9. Três terminais interativos com “touch-screen”, em que o visitante poderá navegar pelo site da FIEC.

Os filmes contam com um sistema de amplificação do som em colunas, que permite ao visitante escutar a música somente quando se encontra na frente das telas. No meio do salão, uma escultura de uma mulher trabalhando em renda de bilros, realizada com descartes industriais. A peça é do escultor José Pinto.

Roteiro da exposição de longa duração

imagens de marcas, produtos e indústrias que remontam o início da industrialização no estado.

Já nessa introdução haverá um impacto visual causado pelo sistema de projeção centrali-zado, que provoca sensação de imersão no tempo e na história da indústria cearense. O tipo de tec-

Júlio Heilbron, curador responsável

pela instalação do Museu

O que existe em termos culturais em

cada época está relacionado diretamente ao que foi

produzido pela indústria

nologia adotada só existe em dois outros museus no Brasil: o da Língua Portuguesa e o Museu do Futebol, ambos em São Paulo. O pavilhão seguinte é dividido em nove ilhas virtuais com sistema interativo. Do lado esquerdo, em frente às ilhas, objetos que pertenceram a indústrias cearenses em séculos passados materializam o acervo.

No fundo do salão, uma tela maior exibirá projeções que serão permanentemente renovadas sobre segmentos da indústria cearense. No último ambiente, telas exibem simultaneamente as po-tencialidades de negócios promissores no Ceará, inclusive no ramo do agronegócio, o caminho das águas e o futuro previsto para o estado. Na ilha, que expõe o caminho das águas, é demonstrado como o gerenciamento hídrico vem abrindo frontei-ras e proporcionando o desenvolvimento industrial em diversas regiões cearenses. A exposição se en-cerra com uma projeção centralizada dos negócios que prometem se consolidar nos próximos anos.

Máquina de

costura do início

do século 20

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014126

Page 127: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)
Page 128: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

O pleito que elegeu a nova diretoria da FIEC por aclamação foi realizado no dia 14 de março, com a participação de todos os delegados representantes dos 39 sindicatos filiados à entidade

Beto Studart é o 10º presidente a dirigir a FIEC

Posse

"Não quero passar em branco. Quero ser uma pessoa pública, mas com simplicidade e com a ajuda de todos os sindicatos e da diretoria eleita"

| REVISTADAFIEC | Setembro de 2014128

Page 129: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

Oempresário Jorge Alberto Vieira Studart Gomes, Beto Studart, assume a presidência da Federação das Indús-trias do Estado do Ceará (FIEC) no próximo dia 22 de setembro durante assembleia geral do Conselho de Re-

presentantes da instituição para um mandato único de cinco anos. Além da solenidade oficial na manhã do dia 22, às 8h, na Casa da Indústria, no auditório Waldyr Diogo de Siqueira, os eventos relativos à transmissão de cargo marcam para o dia 25 de setem-bro, no La Maison Dunas, uma posse festiva. Antes, no dia 19 de setembro, o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, re-úne os colaboradores da Casa da Indústria, às 16h, no auditório Waldyr Diogo, quando fará suas despedidas do corpo funcional do Sistema FIEC.

Ao substituir o atual presidente Roberto Macêdo, Beto Studart será o 10º presidente na história da FIEC em 64 anos de existên-cia. Além de Roberto Macêdo, ocuparam o cargo máximo da en-tidade representativa do setor industrial cearense: Waldyr Diogo de Siqueira (1950-1962), Thomás Pompeu de Souza Brasil Netto (1962-1971), José Raimundo Gondim (1968-1971), Francisco José Andrade Silveira (1971-1986), José Flávio Leite Costa Lima (1977-1986), Luiz Esteves Neto (1986-1992), Fernando Cirino Gurgel (1992-1999) e Jorge Parente Frota Júnior (1999-2006).

O pleito que elegeu a nova diretoria da FIEC por aclamação foi realizado no dia 14 de março, com a participação de todos os delegados representantes dos 39 sindicatos filiados à entidade. Na ocasião, o presidente Roberto Macêdo abriu a solenidade agra-decendo a presença dos representantes sindicais e lembrando sua participação em três eleições da instituição. Ele destacou o mo-mento atual como especial, já que o processo se deu de forma de-mocrática, tranquila e inédita no formato de aclamação. Em se-guida, a palavra foi facultada aos participantes, que destacaram o trabalho profícuo, coletivo e de coesão em prol do setor industrial realizado pelo presidente Roberto Macêdo, como também se ma-nifestaram sobre os desafios de continuidade e de transformações que o novo presidente enfrentará.

Ao falar já como presidente eleito, Beto Studart disse que está consciente dos desafios em assumir a presidência de uma institui-ção como a FIEC, “tão importante para o estado do Ceará”, mas que não faltará empenho em construir um grande mandato. Ressaltou que está empenhado e disposto a trabalhar em conjunto com os sindicatos, sempre com responsabilidade e simplicidade, mas dei-xando uma marca positiva no desenvolvimento da indústria e da economia: “Não quero passar em branco. Quero ser uma pessoa pública, mas com simplicidade e com a ajuda de todos os sindicatos e da diretoria eleita”.

A chapa única encabeçada por Beto Studart é composta por 35 membros, tendo na 1ª vice-presidência Alexandre Pereira e, como demais vice-presidentes, Roberto Sérgio Ferreira, Carlos Fujita e Hé-lio Perdigão. Ocuparão as diretorias administrativa e financeira, res-pectivamente, Ricardo Cavalcante e Edgar Gadelha. Marcus Venícius Rocha Silva e Ricard Pereira assumirão como adjuntos as diretorias administrativa e financeira. Alexandre Pereira e Fernando Cirino serão os delegados titulares na Confederação Nacional da Indústria (CNI), enquanto Jorge Parente Frota Júnior e o próprio Beto Studart serão os delegados suplentes. Veja a composição completa.

PRESIDENTEBeto Studart (Sinduscon)

1º VICE-PRESIDENTE Alexandre Pereira (Sindpan)

VICE-PRESIDENTESHélio Perdigão (Sindiembalagens)

Roberto Sérgio Ferreira (Sinduscon)Carlos Fujita (Sinduscon)

DIRETORESDiretor administrativo

Ricardo Cavalcante (Sindibrita)Diretor administrativo adjunto

Marcus Venícius Rocha Silva (Sindconfecções)Diretor financeiro

Edgar Gadelha (Sindicarnaúba)Diretor financeiro adjunto

Ricard Pereira (Simec)Diretores

José Agostinho Carneiro de Alcântara (Sindserrarias)Roseane Oliveira de Medeiros (Sindicouros)

Carlos Rubens Alencar (Simagran)Marcos Soares (Sindquímica)

Elias de Souza Carmo (Sindienergia)Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque (Sindverde)

Jaime Bellicanta (Sincalf)José Alberto Bessa Júnior (Sindrações)

Verônica Perdigão (Sinditêxtil)Francisco Eulálio Santiago Costa (Sindgráfica)

Luiz Francisco Juaçaba Esteves (Sindiembalagens)Francisco José Lima Matos (Sinduscon)

Geraldo Bastos Osterno Júnior (Sindmóveis)Lauro Martins Oliveira Filho (Sindpan)

Luiz Eugênio Pontes (Sindtrigo)Francisco Demontier Mendes Aragão (Simagran)

CONSELHO FISCALTitulares

Marcos Silva Montenegro (Sindalgodão)Germano Maia (Sinditêxtil)

Vanildo Lima Marcelo (Sifavec)Suplentes

Aluísio da Silva Ramalho (Sindredes)Adriano Monteiro Costa Lima (Sindroupas)Marco Veríssimo de Oliveira (Sindipneus)

DELEGADOS NA CNITitulares

Alexandre Pereira (Sindpan)Fernando Cirino Gurgel (Simec)

SuplentesJorge Parente (Sindlaticínios)

Beto Studart (Sinduscon)

Nova diretoria

129Setembro de 2014 | REVISTADAFIEC |

Page 130: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)

| REVISTADAFIEC | Agosto de 2014130

Page 131: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)
Page 132: Revista FIEC Especial Setembro 2014(PDF)