Revista Digital Welcome to the Top

124

Transcript of Revista Digital Welcome to the Top

Page 1: Revista Digital Welcome to the Top
Page 2: Revista Digital Welcome to the Top
Page 3: Revista Digital Welcome to the Top
Page 4: Revista Digital Welcome to the Top

A welcome to the Top Magazine é uma publicação da empresa Top Car, distribuída através de mailing

selecionado, editada por Publish Content.

[email protected]

NOSSA CAPATHE KISS, mural do artista brasileiro

Eduardo Kobra às margens do High Line Park,

em Nova Iorque

Diretor Geral Jáder Melilo

Diretor de Criação Leandro Tuxo

Produtores Amanda Nascimento e Dyego Inácio

Editora Helena Iracy Cerquiz Santos Neto

Designer Pedro Endres Bortolon

Executivos de Contas Marili Albano e Tadeu Sabino

Repórteres Amanda Nascimento, Dagoberto Bordin, Filipe Scotti, Javier Amaral Rebosio, Julia Gazzola, Karen Koerich Gerber, Mariana Gomes, Mauro Meurer, Penélope Oliveira de Bortoli e Rui Gustavo Silva

Fotógrafos Eric Schroeder, Gabriel Barbosa, Iwan Baan, Kate Benson, Laís Rocha, Marcelo Maragni, Marco Giacomelli, Michel Téo Sin, Ricardo Leizer, Theo Ribeiro e Virginia Yunes

Ilustração Ismael Martinez

Revisão Barbara da Silveira

Impressão Gráfica Coan

Tiragem 5.000 exemplares

www.publishcontent.com.br Fone: 48 3028.3066facebook.com/publishcontent @publishcontent

4

Page 5: Revista Digital Welcome to the Top

Caro Leitor,

Chegamos a mais uma edição com a certeza de que tradição, experiência

e qualidade são características de nossa rede em Santa Catarina e que

reforçam nosso slogan welcome to the Top, um compromisso com você,

nosso cliente. A consolidação de nossa revista é reflexo da marca Top Car,

que completa vinte anos repletos de comemorações.

A primeira delas é a nova concessionária Top Car em Joinville. Outro

motivo de comemoração é a parceria com as marcas Chrysler, Dodge, Ram,

Jeep e Jaguar. O reconhecimento alcançado com a premiação no Top of

Mind 2012 também é motivo de orgulho para toda a equipe. Além disso,

a vitória alcançada pela equipe Top Car no Rally dos Sertões comprova

o desempenho e a qualidade dos nossos produtos e a determinação de

nossos pilotos. A materialização desse compromisso Top Car você também

pode conferir na matéria sobre os lançamentos 2013.

Se você é fã de velocidade como eu, a reportagem sobre as competições

sobre duas rodas irá lhe inspirar. E que tal aproveitar esta inspiração e

conciliar viagens que tragam muitas recordações e novos projetos? É o que

as reportagens sobre decoração, arte, viagem e fotografia oferecem. Uma

boa sugestão para tudo isso é uma visita ao High Line Park, a oito metros

de altura em plena Nova Iorque.

O estilo welcome to the Top também traz receitas especiais gourmet,

música eletrônica, um pouco de história sobre a marca querida de todos, a

MINI, e a novidade da presença dos colunistas Leo Coelho e Thiago Freitas

contando um pouco de suas experiências por Santa Catarina. Tudo isso com

uma playlist especial para lhe acompanhar nesta leitura.

A quarta edição da welcome to the Top lhe surpreenderá, resultado do

ótimo ano de 2012 e todas as boas perspectivas

que temos para 2013.

Aproveite a leitura!

CARTA AO LEITOR

Oswaldo Scheer Filho

5

Page 6: Revista Digital Welcome to the Top

ÍNDI

CECA

MPE

à D

O TO

P OF

MIN

D 20

12To

p Ca

r rec

ebe

prêm

io p

ela

cate

goria

carr

os d

e lu

xo e

m S

anta

Cat

arin

a

CHRY

SLER

NA

TOP

CAR

JOIN

VILL

EDi

reto

r ger

al d

a Ch

rysl

er p

ara

o Br

asil é

o

entr

evis

tado

esp

ecia

l da

wel

com

e to

the

Top

JARD

IM S

USPE

NSO

High

Lin

e Pa

rk o

fere

ce e

xpos

ições

art

ístic

as,

verd

e e

bela

vis

ta n

um e

spaç

o di

fere

nte

ELE

É DO

MUN

DO E

DO

BRAS

ILRa

dica

do e

m M

iam

i, o p

erna

mbu

cano

Rom

ero

Britt

o di

ssem

ina

core

s e

aleg

ria q

ue co

ntag

ia

desd

e ra

inha

s a

pop-

star

s

HAM

BÚRG

UER

GOUR

MET

reviv

al tr

az o

utro

s sa

bore

s ao

trad

icion

al s

andu

íche

ARTE

UND

ERGR

OUND

A ar

te d

as ru

as g

anha

esp

aço

nas

gale

rias

e pe

rson

aliza

, ain

da m

ais,

os a

mbi

ente

s

MUN

DO A

FORA

As h

istó

rias

de q

uem

via

ja p

ara

pode

r tira

r as

mel

hore

s fo

tos

09 10 16 3926 34 48

Page 7: Revista Digital Welcome to the Top

CARR

OS A

NTIG

OSA

nost

algi

a ga

nha

cada

vez

mai

s an

tigom

obilis

tas,

com

o sã

o ch

amad

os o

s co

lecio

nado

res

ÍCON

E BR

ITÂN

ICO

Desi

gn, p

otên

cia e

conf

orto

faze

m d

a m

arca

MIN

I a q

uerid

inha

dos

est

iloso

s

A 30

0 QU

ILÔM

ETRO

S PO

R HO

RAAd

rena

lina

e cu

rvas

ines

pera

das

atra

em co

mpe

tidor

es a

os ci

rcui

tos

de m

otov

eloc

idad

e

RALL

Y DO

S SE

RTÕE

S 20

12Eq

uipe

Top

Car

Evo

que

é a

mel

hor

da ca

tego

ria p

rotó

tipo

e qu

arta

m

elho

r na

cate

goria

ger

al

FILM

NOI

RA

esté

tica

do a

nos

40 q

ue

conq

uist

ou o

s am

ante

s do

cine

ma

DECO

RAÇÃ

OQu

ando

a p

erso

nalid

ade

e a

hist

ória

de

vida

são

os p

rincip

ais

elem

ento

s de

resi

dênc

ias

com

mui

to ch

arm

e e

estil

o

THIA

GO F

REIT

AS“A

arq

uite

tura

que

cons

truí

mos

é o

no

sso

lega

do p

ara

a hu

man

idad

e”

MÚS

ICA

ELET

RÔNI

CAAg

ora

é a

vez

dos

bras

ileiro

s -

o rit

mo

é su

cess

o na

s ca

sas

notu

rnas

e

fidel

izou

apre

ciado

res

APAI

XONE

-SE

wel

com

e to

the

Top

traz

os

deta

lhes

do

s la

nçam

ento

s To

p Ca

r 201

3

LEO

COEL

HOTo

dos

os s

entid

os

12176 84 90 98 104 106 1106860

Page 8: Revista Digital Welcome to the Top

COLA

BORA

DORE

S

JÁDER MELILO_especialista em branding e branded content, Jáder emprega toda sua expertise nas páginas dessa revista

ISMAEL MARTINEZ_o ilustrador Ismael Martinez empresta seu talento à duas matérias nessa edição. Confira nas páginas 16 e 76

LEANDRO TUXO_responsável pelo novo projeto gráfico, o diretor de criação Leandro Tuxo trouxe seu bom gosto e experiência internacional para a equipe

HEIKO GRABOLLE_o chef e food stylist Heiko Grabolle fez transparecer toda sua experiência em fotografia de alimentos no hambúrguer da página 34

MICHEL TEO SIN_as lentes do fotógrafo Michel Teo Sin retratam de forma sublime a paixão pelo antigomobilismo na página 60

AMANDA NASCIMENTO_produtora e repórter nessa edição, Amanda conta a trajetória do mecânico Osmar Alves no apaixonante mundo da restauração de carros antigos na página 60

HELENA IRACY_a editora Helena Iracy esbanja talento e compartilha sua bagagem cultural no conteúdo editorial dessa edição

EDUARDO KOBRA_o paulista mundialmente conhecido por seu trabalho em graffiti é o responsável pelo painel que estampa nossa capa

DYEGO INÁCIO_o comprometido produtor Dyego Inácio, apaixonado por automobilismo, pisou fundo no acelerador e trouxe muita agilidade ao projeto

8

Page 9: Revista Digital Welcome to the Top

A Top Car confirma seu slogan welcome to the Top. Prova disso

é a premiação do Top of Mind 2012. Top Car é o nome mais

lembrado quando o assunto é concessionária de automóveis de

luxo. A marca ganhou o reconhecimento no Prêmio Top of Mind

que incluiu essa categoria pela primeira vez.

As pesquisas foram realizadas em março de 2012 junto à população

a partir de 16 anos de idade, num total de 1.004 consumidores das

classes A, B, C e D nas 25 cidades com maior potencial de consumo

das seis mesorregiões catarinenses. Os pesquisadores percorreram

o estado para fazer a seguinte pergunta: “Qual a primeira marca que

lhe vem à cabeça?”. Foram investigadas 50 categorias de serviços,

produtos e especiais. O levantamento foi realizado em parceria com

o jornal A Notícia; para chegar aos 27 nomes da premiação o Instituto

Mapa foi às ruas para descobrir quais as marcas mais lembradas

pelos brasileiros.

O prêmio Top of Mind 2012 resultou também no Top Executivo,

que destaca as marcas mais lembradas por diretores de empresas

que atuam em Santa Catarina. A Top Car é a concessionária

vencedora do prêmio Top of Mind dentro da categoria Carros de

Luxo em Santa Catarina. A premiação foi recebida pelo diretor

Oswaldo Scheer Filho em nome da equipe Top Car, o maior grupo

de concessionárias do Sul do Brasil em veículos premium.

A rede de concessionárias completa 20 anos neste ano de 2013. Desde

1993 a Top Car é a representante BMW para Santa Catarina, além

de deter desde 2008 o título de melhor concessionária na pesquisa

realizada pela BMW do Brasil. A Top Car representa as marcas

Land Rover, MINI, BMW Motorrad e, a partir deste ano, Chrysler

e Jaguar. Tradição, experiência e compromisso com a qualidade.

É desta forma que a Top Car trabalha para garantir

o padrão e, principalmente, a satisfação dos clientes.

O slogan representa perfeitamente o que significa ser cliente Top

Car: welcome to the Top.

TOP CAR É A REDE CATARINENSE MAIS LEMBRADA DA RECÉM-INAUGURADA CATEGORIA CARROS DE LUXO

POR MARIANA GOMES

9

Page 10: Revista Digital Welcome to the Top

10

Page 11: Revista Digital Welcome to the Top

A novidade deste início de ano da Top Car é a nova loja e novos produtos. A concessio-

nária será em Joinville, que colocará em seu show room os veículos da Chrysler. Aliás,

da Chrysler e das outras marcas do grupo: Dodge, Jeep e Ram.

Para o diretor geral do grupo Chrysler no Brasil, Sérgio Ferreira, o ano de 2012 foi ex-

cepcional para a empresa. O crescimento em vendas ultrapassou os 60% e teve rela-

ção direta com a expansão da rede de distribuidores. A parceria Top Car e Chrysler em

Joinville é um sinal desse movimento. Só no ano de 2012, a Chrysler promoveu seis

lançamentos. Os dois últimos no Salão do Automóvel em São Paulo, que aconteceu de

24 de outubro a 4 de novembro de 2012.

Na entrevista a seguir, Sérgio Ferreira, destaca que o grupo tem entregue aos seus

clientes “design, tecnologia e status com excelente relação custo-benefício”. Embora

não fale sobre as estratégias para os próximos anos, seja na possibilidade ou não de

lançar um modelo exclusivo para o Brasil, ou em detalhes da parceria global com a

Fiat, ele afirma ter bons motivos para acreditar nos mercados brasileiro e catarinense.

welcome to the top, JOINVILLE

DIRETOR GERAL DA CHRYSLER PARA O BRASIL EXPLICA PARCERIA E APOSTA

EM CRESCIMENTO DO MERCADO

POR MAURO MEURER

11

Page 12: Revista Digital Welcome to the Top

WS

welcome to the Top - O senhor poderia falar sobre o porquê do

mercado de Santa Catarina e o porquê da Top Car? O que o senhor

espera dessa parceria?

Sérgio Ferreira - Santa Catarina é um dos estados que mais cresceram nos últimos

anos e por isso precisávamos reforçar nossa presença. E quando fomos buscar um

novo parceiro catarinense, procuramos um grupo que conhecesse em detalhes o

mercado local de veículos premium e suas particularidades. Por isso, a experiência e a

consistência comprovadas pelo grupo Top Car foram determinantes para a Chrysler.

welcome to the Top - Na sua avaliação, qual é o potencial de

crescimento do mercado nacional com relação ao segmento premium?

Sérgio Ferreira - As possibilidades são enormes. Atualmente, a participação do nicho

de luxo dentro do universo geral de veículos comercializados no Brasil ainda é peque-

na, mas ela está crescendo gradativamente e as perspectivas são muito boas para

os próximos anos. Até porque o Brasil está disputando com a Alemanha para ser o

quarto maior mercado mundial de automóveis. Para dar um exemplo, além do salto

dado em 2012, em 2011 a Chrysler já havia vendido quase 25% a mais do que em 2010.

Como o senhor avalia a expansão da Chrysler em 2012 em relação ao ano de 2011, em termos de vendas no Brasil?

Este ano tem sido excepcional para a Chrysler. Mesmo com o setor de importados como um todo apresentando uma queda superior a 20%, as vendas da Chrysler de janeiro a setembro são mais de 60% superiores às do mesmo período de 2011. E a expansão e a renovação da rede de distribuidores vêm contribuindo especialmente para isso. Em dezembro passado tínhamos 25 pontos de venda, agora estamos em 41 e a nossa meta é fechar 2012 com 50.

welcome to the Top – A Chrysler fez muitos lançamentos

em 2012. Qual o conceito ou o princípio por trás de cada

lançamento?

Sérgio Ferreira - Nosso objetivo é oferecer ao público o maior

número possível de opções, por isso tivemos tantas novida-

des em tão pouco tempo. Não se trata apenas de quantida-

de, pois sempre buscamos lançar produtos que se encaixem

nas necessidades dos nossos clientes e venham agregar

valor ao nosso portfólio.

welcome to the Top - Uma pergunta pessoal: que carro(s) o

senhor tem? O que mais aprecia nele(s)?

Sérgio Ferreira - Meus carros de uso pessoal são um Chrysler

300C e um Jeep Grand Cherokee. Com eles, gosto muito de

viajar para aproveitar ao máximo o conforto, o desempenho

e a tecnologia, características presentes neles e em todos os

outros modelos do Chrysler Group.

12

Page 13: Revista Digital Welcome to the Top

Mais do que datas e números, a

história da Chrysler tem relação

com carros de luxo, ousados, que

chamam a atenção pelo desenho

e pela potência. A marca foi criada

em 1925, nos Estados Unidos, por

Walter Chrysler. No seu portfólio,

motores como o V-8 que fez

sucesso com modelos como o

Dodge Dart. Também já esteve com

fábrica no Brasil, na década de 60,

com o Simca e o Esplanada, e na

virada do século com a Dakota.

Ao informar sobre a aliança global

entre Fiat e Chrysler, o site da Fiat

anunciou que a Chrysler é uma

montadora que combina tradição e

inovação e por isso tem produzido

“alguns dos modelos mais famosos

do mundo”.

Chrysler, Jeep, Dodge e Ram são

marcas da Chrysler.

Alguns dos modelos mais famosos do mundo

DODGE CHARGERSINÔNIMO DE VELOCIDADE E POTÊNCIA, O DODGE CHARGER FOI ÍCONE NO BRASIL DA DÉCADA DE 70

welcome to the Top - O nome Dodge marcou uma geração no Brasil na década de 70. Que

carro do grupo Chrysler, hoje, tem o mesmo potencial?

Sérgio Ferreira - São muitos os veículos emblemáticos que temos atualmente. Dentro

do universo off-road, a Jeep conta com o Wrangler, herdeiro do primeiro Jeep, de 1941, o

Willys MB da Segunda Guerra Mundial, e o Grand Cherokee, que reinventou o segmento

de utilitários-esportivos há 20 anos e está melhor do que nunca em sua quarta geração.

No segmento de luxo, o Chrysler 300C carrega uma enorme carga de tradição e exibe estilo

único, cheio de personalidade e atitude, algo raro na sua categoria. E quando se fala em

esportividade, há os modelos da linha SRT – como o Dodge Charger SRT8 –, descendentes

diretos dos muscle cars das décadas de 60 e 70. Os esportivos da SRT (Street & Racing

Technology são veículos de alta performance) não estão disponíveis atualmente no Brasil,

mas não podemos descartar a presença de alguns deles dentro dos próximos anos.

welcome to the Top - Na sua opinião, o brasileiro escolhe o seu carro em que base? O que

ele leva em conta? Quais as vantagens de ter um Chrysler?

Sérgio Ferreira - O consumidor brasileiro vem ficando cada vez mais exigente e no segmen-

to premium isso é ainda mais destacado. Acima de tudo, é um cliente bem informado e que

estuda as várias opções oferecidas pelo mercado. Por isso, a Chrysler vem se destacando

com veículos que entregam design, equipamentos, tecnologia e status com excelente rela-

ção custo-benefício dentro de suas categorias.

welcome to the Top - As quatro marcas oferecidas pela Chrysler, no seu entendimento,

acabam tendo vida própria ou estão intimamente ligadas ao nome Chrysler?

Sérgio Ferreira - Cada uma das marcas tem sua personalidade própria, a Chrysler, a Dodge, a

Jeep e a Ram. Afinal, elas se especializam em segmentos diferentes do mercado automotivo

e se complementam. Mas é importante deixar claro que são todas essas marcas tão fortes e

consagradas que formam a riqueza do Chrysler Group como um todo.

welcome to the Top - Qual é a sua avaliação sobre carro híbrido?

A Chrysler tem projetos nessa área?

Sérgio Ferreira - A busca pela eficiência energética é uma das muitas

preocupações do Chrysler Group e a propulsão híbrida é apenas um

dos caminhos que estão sendo estudados. Nas próximas décadas,

provavelmente veremos uma grande variedade de soluções sendo

aplicadas.

13

Page 14: Revista Digital Welcome to the Top

UTILIZE O LEITOR DE QR CODE DO SEU CELULAR OU TABLETPARA CONHECER OS ÚLTIMOS LANÇAMENTOS DA FG EMPREENDIMENTOS.

CENTRAL EXECUTIVA DE NEGÓCIOS | 47

WWW. .COM.BR

LANÇAMENTOS EM 2013

Jeep Compass Utilitário-esportivo compacto, modelo mais urbano da Jeep. Bem equipado,

tem motor 2.0 16V com comando variável de válvulas que rende 156 cv e

câmbio automático CVT. Era inédito no Brasil.

Jeep Wrangler Clássico da marca, herdeiro do Jeep original. Ganhou na linha 2012 uma nova

mecânica, com o mesmo conjunto do Jeep Grand Cherokee, formado pelo

motor Pentastar V6 3.6 de 280 cv e pelo câmbio automático de cinco marchas,

com comando sequencial

Dodge Ram 2500 Nova geração da picape grande que não tem concorrentes no Brasil. Supere-

quipada, oferece itens de conforto na cabine. O motor é novo, um turbodiesel da

marca Cummins de seis cilindros em linha 6.7 de 310 cv, que oferece força para

o veículo rebocar até 5.600 quilos.

Novo Chrysler 300C Sedã grande de luxo que voltou ao Brasil renovado, com estilo mais elegante.

Silencioso, confortável e com ótimos níveis de desempenho e consumo de

combustível por causa da combinação dos 286 cv do motor Pentastar V6 3.6

com as oito marchas do câmbio automático E-Shift.

Dodge Durango Modelo inédito no Brasil. É um utilitário-esportivo grande, para sete pessoas,

que compartilha a plataforma com o Jeep Grand Cherokee, e também o con-

junto mecânico, formado pelo motor Pentastar V6, de 3,6 litros e 286 cv e pelo

câmbio automático de cinco marchas. Com design imponente, o Durango tem

espaço e conforto para a família.

Jeep Grand Cherokee Turbodiesel Versão que chega para completar a linha de um dos SUVs (veículo utilitário

esportivo) grandes de luxo mais vendidos no Brasil desde o ano passado,

quando a quarta geração dele foi lançada. O propulsor é italiano, da VM Motori,

e conta com tecnologias da Fiat Powertrain, experiente em motores a diesel. A

potência é de 241 cv e o torque, de 56 mkgf (metro por quilograma-força). Será

oferecido só na configuração Limited, a mais completa.

14

Page 15: Revista Digital Welcome to the Top

UTILIZE O LEITOR DE QR CODE DO SEU CELULAR OU TABLETPARA CONHECER OS ÚLTIMOS LANÇAMENTOS DA FG EMPREENDIMENTOS.

CENTRAL EXECUTIVA DE NEGÓCIOS | 47

WWW. .COM.BR

Page 16: Revista Digital Welcome to the Top

WHAT A WONDERFUL WORLD, JOEY RAMONEAND SHE WAS, TALKING HEADS

PRA LER OUVINDO

16

Page 17: Revista Digital Welcome to the Top

OS LUGARES TRADICIONAIS NÃO SAEM DA LISTA PARA QUEM QUER VISITAR A BIG APPLE, MAS O INUSITADO HIGH LINE PARK TEM CONQUISTADO CADA VEZ MAIS OS VIAJANTES E A POPULAÇÃO LOCAL

WHERE TO BE

NYC

POR KAREN KOERICH GERBERILUSTRAÇÕES ISMAEL MARTINEZ

17

Page 18: Revista Digital Welcome to the Top

Apesar de ser difícil destacar uma cor para Nova Iorque, o cinza e o verde

poderiam ser destaque. O cinza é óbvio, com os edifícios, ruas, calçadas,

bicicletas e tantos outros objetos prateados que adornam a cidade, fazem

com que a cor seja predominante. Mas Nova Iorque é cheia de contrastes e,

em meio a tanta urbanização, encontram-se muitas árvores e os mais di-

versos modelos e tipos de parques que fazem parte dela. Também existem

diversos cool places espalhados pela Ilha. Antes lugares abandonados que

figuravam no esquecimento e desconhecidos aos turistas, hoje são pontos

de encontro do high society nova-iorquino. Bairros foram sendo reconstru-

ídos para se adaptarem à cidade e que vivem um momento de transição.

Visitar o Soho ou o Meetpacking é trivial, por exemplo. Andar pelas ruas

em meio às galerias de arte ou dos açougues misturados com boutiques e

bares de luxo nesses bairros, à primeira vista pode surpreender, mas mos-

tram a verdadeira Nova Iorque, está em constante movimento. Outro belo

exemplo dessa fantástica habilidade de transformação é um novo parque

projetado na cidade.

Se existe uma palavra que descreve Nova Iorque é movimento. Talvez seja impossível olhar para um mesmo outdoor na cidade sem que ele troque de cor ou até mesmo de mensagem. Essa é a cidade que nunca dorme, onde a arte é feita no concreto e tudo acontece ao mesmo tempo. Mesmo com o agito que a metrópole reserva aos visitantes e moradores, é possível encontrar por lá refúgios, lugares onde é possível parar e simplesmente admirar o belo.

TRILHOS ESQUECIDOS DERAM LUGAR A UM JARDIM SUSPENSO E O MOVIMENTO ARTÍSTICO DA CIDADE NÃO FICOU ATRÁS. O NÚMERO DE PESSOAS QUE PASSA DIARIAMENTE PELO PARQUE FOI MOTIVO PARA ILUMINAR OS MUROS DOS EDIFÍCIOS COM CENAS DA VIDA.

THE TENTH AVENUE SQUARE, DO NÍVEL DA RUA, COM A JANELA QUE DÁ VISTA PARA A DÉCIMA AVENIDAGANSEVOORT END, GANSEVOORT E WASHINGTON STREETS

18

Page 19: Revista Digital Welcome to the Top

Pode parecer estranho falar em modelos de

parques, mas na Big Apple, como é popularmente

conhecida, tudo é possível. O parque florestal

mais conhecido da cidade é, com certeza, o Central

Park, que fica no centro de Manhattan. Com uma

área total de 3,4 km!, ele foi o primeiro parque a

ser projetado nos Estados Unidos e, apesar de ter

uma aparência “natural”, a maioria das árvores

que lá se encontram foram plantadas.

Para visitar o Central Park é muito simples. Além

de ser um passeio agradável e ainda gratuito,

a dica é portar um mapa do local ou abusar

do googlemaps. Mesmo que tenha fácil acesso

na área central de NY, há vários lagos artificiais,

pontes e caminhos em meio às árvores, por

isso um mapa agiliza a localização na hora de se

lembrar exatamente o ponto de partida ou mudar

o rumo da caminhada.

Conhecer o parque é parada obrigatória em Nova

Iorque, apesar de ser um parque público, ele é

extremamente bem cuidado e limpo, fazendo

com que estar e morar no seu entorno seja

símbolo de riqueza e sofisticação. É acordar

olhando para ele uma das vistas mais disputadas

do imaginário nova-iorquino. Além do mais, não

o visitar durante uma viagem à cidade é quase

impossível pela sua excelente localização: às

margens do museu de História Natural, a poucos

passos da Times Square e do famoso Hotel Plaza.

Passear pelas trilhas moldadas com diferentes

tipos de vegetação pode ser feito de diversas

formas, têm as tradicionais como a pé ou de

bicicleta. Mas ainda existe alternativa muito

famosa em pontos turísticos ao redor do mundo,

o passeio de carruagem. Para quem está com

alguma dificuldade de locomoção ou com crianças

pequenas, o passeio é uma comodidade.

Central ParkO primeiro de muitos

VISTA AÉREA DA RUA 30TH, DIREÇÃO SUL, PARA A ESTÁTUA DA LIBERDADE E WORLD TRADE CENTER SITE. ©IWAN BAAN, 2011 19

Page 20: Revista Digital Welcome to the Top

A oito metros de altura

Diferentes tipos de vegetação harmonizam-se ao longo dos 2,5 km

de extensão do High Line Park junto a uma verdadeira galeria de

arte que passa em meio a prédios e corta diversas ruas da cidade,

com o verde predominando durante todo o trajeto. O número de

pessoas que agora passa diariamente pelo caminho foi motivo para

iluminar os muros dos edifícios com cenas da vida. Um dos grafittis

mais recentes é o que retrata uma foto da década de 40, que se-

ria a comemoração do final da Segunda Grande Guerra na Times

Square. Muitas outras imagens garantem um passeio por uma

galeria de arte a céu aberto na região do West Side de Manhattan,

especificamente de Gansevoort Street, no Meatpacking District, na

West 34th Street, entre as avenidas 10th e 11th. A primeira seção

da linha, aberta em 2009, fica entre a Gansevoort St. até a West

20th St. A segunda seção, aberta em 2011, fica entre a West 20th

e West St 30.

O parque suspenso pode ser comparado a uma passarela, onde

não é permitido o trânsito de carros ou de bicicletas e pedestres

podem sentir-se à vontade durante todo o trajeto para parar num

dos bancos; espreguiçadeiras ou guarda-sóis devidamente insta-

lados, que fazem do ambiente um espaço de descontração. Eleva-

do a uma altura de oito metros do chão, passear pelo High Line é

uma oportunidade de conhecer um outro lado de Nova Iorque, que

não fica na parte – antes – mais famosa da cidade. Para receber o

High Line Park, parte do bairro Chelsea também teve que mudar,

e acompanhando a tendência de reconstrução, onde as arquitetu-

FOTO

: DAN

IEL

ROSS

I

A PASSARELA SINUOSA ATRAVESSA ARQUITETURA CLÁSSICA E MODERNA NO WEST CHELSEA

WASHINGTON GRASSLANDS, ENTRE AS RUAS LITTLE WEST 12TH E WEST 13TH

FALCONE FLYOVER, ENTRE AS RUAS WEST 25TH E WEST 27TH STREET

© IW

AN B

AAN,

201

1

© IW

AN B

AAN,

201

1

20

Page 21: Revista Digital Welcome to the Top

ras predominantes eram de antigas fábricas desativadas e depósitos, dão lugar a galerias de arte,

o que tornou a região atrativa, incentivando a especulação imobiliária.

Construído em algo que fazia parte da história de NY, o High Line Park é um dos exemplos de

mutação que ocorrem a todo tempo na Big Apple. Manhattan tem o espaço reduzido e disputado,

uma estrutura não pode ficar sobrando sem ser utilizada. Ao invés de ser demolida, a linha férrea

foi repensada e recebeu uma nova função, atualmente mais importante para a cidade. Por onde

passavam trens, passa uma multidão de pessoas que veem no parque suspenso uma célula verde

onde figuravam apenas as cores escuras da estrutura metálica dos trilhos. O High Line é um novo

refúgio para quem deseja ver num único lugar conforto, organização, arquitetura e arte num local

arborizado e reservado para um passeio ao ar livre.A CAPA DESSA EDIÇÃO É UM MURAL DO BRASILEIRO EDUARDO KOBRA ÀS MARGENS DO HIGH LINE PARK

GANSEVOORT END, GANSEVOORT E WASHINGTON STREETS

21

Page 22: Revista Digital Welcome to the Top

Amigos da Linha Férrea

O High Line Park é o lugar imperdível da vez para ser visitado. Com

a sua maior parte localizada principalmente no bairro Chelsea, em

Manhattan, o parque é um exemplo de sustentabilidade e reapro-

veitamento da estrutura urbana. O novo point foi projetado sobre

uma linha de trem desativada nos anos 80 que estava fadada à

demolição.

Esse patrimônio histórico foi construído a partir de uma linha férrea

aérea implantada nos anos 30 com o intuito de retirar o transpor-

te de cargas das ruas, reduzindo assim o risco de acidentes. Em

1999, a organização sem fins lucrativos, Friends of the High Line,

ou, numa tradução livre, Amigos da Linha Férrea, foi instituída para

fortificar o movimento em prol da manutenção e abertura do par-

que à ampla visitação. Mesmo assim, o High Line como parque só

começou a ser projetado em 2001, quando uma parceria foi fechada

com a arquiteta Casey Jones para que uma pesquisa sobre a impor-

tância da estrutura para a cidade fosse feita. O estudo consistiu em

mostrar como poderia ser conduzida a readequação do local como

um espaço público. Como resultado da pesquisa, a certeza da via-

bilidade do processo de conservação. Em janeiro de 2003 consultas

públicas foram abertas para que fosse decidido como a linha férrea

poderia ser readaptada para a visitação. No ano seguinte, de março

a setembro, a prefeitura de Nova Iorque e o movimento Friends

of the High Line fizeram uma concorrência para selecionar uma

equipe de ponta para conduzir o ajuste dos trilhos para um par-

que público. Dois escritórios foram selecionados, o James Corner

Fields Operation, responsável pelo paisagismo e Diller Scofidio +

Renfro, que cuida da arquitetura, além de outras empresas para

cuidar da manutenção, segurança e outros itens.

Em novembro de 2005 a empresa que administra a li-

nha férrea doou a estrutura para Nova Iorque e só então é

que o High Line ficou definitivamente a salvo da demolição.

A partir daí é que as fases de construção do parque foram aconte-

cendo. O processo foi divido em duas etapas: a primeira para obras

estruturais, como a manutenção dos trilhos e melhorias no sistema

de drenagem; a segunda fase começou na 20th Avenue e serviu

para a estruturação da linha como parque, foi quando o paisagismo

foi implantado e os trilhos deram espaço a um jardim suspenso;

em 2009 foi parcialmente aberto ao público; 2011 foi o ano em que

ficou completamente pronto, garantindo ao espaço o legítimo título de novo where to be da Big Apple.

VIEWING SPUR, RELEMBRANDO AS PROPAGANDAS QUE ERAM AFIXADAS AOS TRILHOS, A MOLDURA HOJE MOSTRA A CIDADETHE SUNDECK, UM DOS PONTOS DE ENCONTRO MAIS POPULARES DO HIGH LINE

©BAR

RY M

UNGE

R, 2

011

22

Page 23: Revista Digital Welcome to the Top

Ao acessar o próprio site do Plaza Hotel

encontra-se a frase: “deixando a marca

de luxo por mais de um século, The Plaza

Hotel é a prova de que não há idade para

a elegância”. Não há como discordar.

Mesmo não sendo o destino da maioria

dos turistas, o Plaza Hotel faz parte do

imaginário do turismo de luxo.

O hotel é um edifício secular caracterís-

tico da cidade e já passou por restaura-

ção minuciosa. O Plaza oferece visitas

guiadas para os que desejam conhecê-lo.

A elite de Nova Iorque costuma reunir-se

para happy hours regados a champagne

e caviar no Champagne Hall, com vista

exclusiva para a 5th Avenue. Para os in-

teressados, é sempre bom reservar uma

mesa com antecedência.

Mais de um séculode puro luxo

TENTH AVENUE SQUARE

CHELSEA GRASSLANDS

CHELSEA MARKET PUBLIC ART

THE SUNDECK

GANSEVOORT STAIR

GANSEVOORT PLAZA

GANSEVOORT WOODLAND

23

Page 24: Revista Digital Welcome to the Top
Page 25: Revista Digital Welcome to the Top
Page 26: Revista Digital Welcome to the Top
Page 27: Revista Digital Welcome to the Top

CRODODILE ROCK, SIR ELTON JOHNRHYTHM IS GONNA GET YOU, GLORIA ESTEFAN

PRA LER OUVINDO

RADICADO EM MIAMI, ELE É CORTEJADO POR RAINHAS, POLÍTICOS, ASTROS DO ROCK E SOCIALITES DE TODOS OS NAIPES.

O ARTISTA BRASILEIRO TOP DE LINHA

ROMEROBRITTO

27

Page 28: Revista Digital Welcome to the Top

Comecemos pelos reis e rainhas, que desfilam para reverenciá-lo nos salões reluzentes dos

castelos. Romero Britto chegou a criar uma Elizabeth exclusiva para comemorar o jubileu

da monarca, porque ele tem “afeto” pela família real britânica desde pequeno. “Fui a uma

corrida de cavalos em que a rainha estava”, confidencia, íntimo do prince Charles, como ele

o chama, e das festas no palácio de Buckingham. Ladies Di com seus pescoços cor-de-rosa

e olhar complacente às galerias das redondezas do Louvre, em Paris. Mais é mais: Romero

montou sua própria pirâmide em Londres, bem no meio do Hyde Park, com quatro andares

de uma superfície repleta de estrelas, flores e corações vermelhos. Alegres cachorrinhos

pulam nas bienais, passarinhos pipilam no Guggenheim. Em suas photo galleries, elas são

várias, Romero Britto aparece ao lado dos astros do rock, dos ídolos dos esportes, dos ânco-

ras das TVs, dos diretores de cinema. Top models esfuziantes o abraçam. Perfilam-se para

os retratos todos os membros das famílias Bush, Rockfeller, Kennedy. Schwarzenegger o

A máxima “Diz-me com quem andas e te direi quem

és” se aplica bem a Romero Britto, 49 anos, porque

ele só anda com a fina flor do jet set nacional e in-

ternacional. Jet set é expressão dos anos 50, quando

foram inaugurados os voos Nova Iorque-Londres,

frequentados naquela época só por gente “de ber-

ço”, como se dizia. É fácil constatar então que, sim,

talvez seu critério seja deixar-se fotografar só com

quem compartilha o topo com ele. Não é qualquer

socialite, mas ao mesmo tempo podem ser todas,

porque mais é mais, para Romero Britto. Ele quer

que sua arte chegue para todos e tem espaço no

universo das celebridades para serem divulgados

milhões de fotos ao lado dele. >>

“NA CONDIÇÃO DE MENINO POBRE, NO BRASIL, TIVE

CONTATO COM O LADO MAIS SOMBRIO DA HUMANIDADE. COMO RESULTADO, PASSEI A PINTAR PARA TRAZER LUZ E

COR PARA MINHA VIDA”

BRITTO GARDEN

28

Page 29: Revista Digital Welcome to the Top

suspende do chão cada vez que o encontra, são íntimos. Uma gata posa de Monalisa, ao fundo, e Romero Britto brinda

com Farah Diba Pahlevi, a viúva do xá do Irã, brinda com Agassi, brinda com os donos do Banco Safra, que o festejam

com seus cristais, suas pratarias, seus ouros, suas pérolas, seus diamantes. No outro lado da sala, flashes espocam

nos óculos dos embaixadores defronte a um Mao, uma releitura de Andy Warhol. Warhol que Romero julga uma refe-

rência. Warhol que fez uma série de dez telas só com as personalidades mais influentes do mundo, a começar por Gol-

da Meyr. Warhol que via as celebridades como latas de sopa muito antes de elas se transformarem nas notícias mais

consumidas pelos mauricinhos e patricinhas de Beverly Hills. Romero reflete que seu trabalho tem a ver também com

os grafitos de Basquiat e Keith Haring, com as obras de Matisse e Picasso – disseram para ele que o que ele fazia era

pop-cubismo. Isso muito tempo atrás, quando ele ainda costumava dizer que sua referência mais importante era o

Brennand da sua Recife natal, pois topava com obras do artista espalhadas por todos os espaços públicos da cidade.

Agora passa longe de sua cabeça hierarquizar quem está lá nas alturas como ele. Então, posa equânime para todas

as fotos. O mundo todo sorri para o artista e ele sorri para todo mundo.

ARTE-À-PORTERA ARTE DE ROMERO BRITTO DÁ

VIDA AOS MAIS VARIADOS OBJETOS

29

Page 30: Revista Digital Welcome to the Top

Romero Britto aparece na TV e nas revistas de moda ao lado de

gente que aprecia jogar golfe e tomar seus bons drinques imer-

sos em piscinas com horizonte infinito. Gente que pode esta-

cionar seus Porsches nas varandas envidraçadas dos próprios

apartamentos, uma peça a mais na decoração, num prédio que

a fabricante alemã mandou construir na Collins Avenue, em

Miami. É na mesma cidade da Flórida que Romero Britto mora

desde 1987 – escolheu colocar sua Factory na Lincoln Road e

ele adora Miami, conhece tudo, todos, a ponto de ter estrelado

no mercado editorial um guia da cidade feito especificamente

para aquele tipo de brasileiro que não vai só atrás das com-

pras quando está na cidade. O Van Dyke Café, por exemplo, é o

preferido do artista, e virou point, claro, pois tudo que Romero

Britto toca vira ouro.

Ele é do mundo e é do Brasil – ele nos representa como uma

Carmen Miranda das artes plásticas, com suas cores vivas e

quentes. E está sempre ligado inclusive na política local. Antes

de presentear a presidenta Dilma com um retrato, no come-

ço de 2011, Romero Britto já havia comprado, em janeiro, um

anúncio de página inteira na revista dominical do The New York

Times – ao custo de US$ 20 mil – parabenizando a recém-em-

possada Dilma Rousseff. “É uma maravilha ter uma presidenta

interessada nas artes”, admira-se, no Alvorada, ao lado da mesma

Dilma que costuma aparecer no noticiário político do NYT como

“ex-guerrilheira”. Romero Britto posa com Guga, posa com Pelé.

Hebe Camargo acaricia sua face na Ilha de Caras – ela ganhou dele

uma bolsinha brilhante; Fábio Jr. se emociona e diz: “O coração do

Romero é enorme”; o Amaury Jr. quase chora.

“Na condição de menino pobre, no Brasil, tive contato com o lado

mais sombrio da humanidade. Como resultado, passei a pintar

para trazer luz e cor para minha vida”, diz ele, num post de Sandra

Gobert, no YouTube. Ele quer levar a arte para todos, por isso tam-

bém vende cartões a 8 reais na loja da Oscar Freire, em São Paulo,

gerenciada por uma de suas irmãs, Roberta. Lá, ele vende tudo o

que é tipo de souvenir.

Romero Britto tem um acurado senso de oportunidade e se

junta a milionários e anônimos em causas que beneficiem

crianças e idosos. Onde quer que esteja, imagina o tempo

todo maneiras de chegar ao maior público possível. Sôfrego,

cria os maiôs para Lara e Nayara, as nadadoras brasileiras

em Londres, faz malas, havaianas, uma almofada que pode

30

Page 31: Revista Digital Welcome to the Top

virar presente exclusivo para Madonna ou Lady Gaga.

Seus desenhos vibrantes impregnam a vodca Absolut, a

Coca-Cola e a Pepsi, tudo ao mesmo tempo, agora. Mais

é mais. Ele é magnânimo e sua marca combina com tudo:

com a água Evian, com uma echarpe da Channel, com um

desenho simples de Coco, um coração em cada bochecha.

Associa-se à Ralph Loren, quando posa ao lado do modelo

portenho Nacho Figueras, o rosto de Romance. Romero

também já lançou perfumes e os expertos dizem que eles

misturam um pouco de Thierry Mugler, uma pitada de Jean

Paul Gaultier e notas de Dolce & Gabbana. Os Sisneros, a

segunda maior fortuna da América do Sul, têm trabalhos

dele, políticos do Catar também, assim como o midas Car-

los Slim Helú que, tal como Romero, é um self made man.

Romero é amigo pessoal de Claude Nobs, fundador do

Montreaux Jazz Festival, e de Charlene Wittstock, mulher

do príncipe Albert, de Mônaco, que inaugurou com uma

obra dele a Le Foyer de l’Enfance Princesse Charlene, uma

fundação que atende crianças carentes.

Romero já discursou diversas vezes sobre arte e globali-

zação no Fórum Mundial de Davos, porque se tornou ín-

timo de um dos seus fundadores, o economista alemão Klaus Schwab. “É importante

as pessoas se encontrarem para buscar soluções para os problemas do mundo”, disse,

a respeito, numa entrevista para João Dória Jr. em julho último. João Dória o considera

“muito querido” e o mimo, desta vez, foi o artista que recebeu: um netbook da Itautec,

exibido sob todos os ângulos no final da entrevista.

Sua marca se imprime sobre as grifes top no ramo dos carros: uma BMW, quando customi-

za a Mini Cooper do colecionador de arte Norman Braman ou quando pinta o RS4 da Audi,

um Alfa Romeo, carros de corrida. Ele “ama” carros. Mais e mais festejado, ele aparece numa

imagem ao lado da rainha Sílvia, da Suécia, com Al Jarreau, com Christina Oiticica, com Ringo

Starr. Aperta a mão de Al Gore, é visto ao lado do “Robin” Chris Odonnell e, no outro dia, sobe

num palco com a cubana Daisy Fuentes, da MTV International.

THE HUGAS FORMAS GEOMÉTRICAS E QUASE INFANTIS DE BRITTO ESTAMPAM “O ABRAÇO”, UMA DAS OBRAS MAIS FAMOSAS DO ARTISTA

31

Page 32: Revista Digital Welcome to the Top

Subversão controlada

A primeira impressão de quem visitava sua loja da Oscar Freire, logo no

começo, é que parecia se tratar de um revolucionário, afinal ele ousava

botar uma roupa listrada no Mickey, o Mickey de sapato amarelo. Nas

redondas orelhas da Minnie ele costurava retalhos vivos de xitão. Sabia

subversivo dar às telas aquela textura de tecido, para gáudio de uma

classe de pessoas alegres, extrovertidas, de bem com a vida – as pessoas

chegam a dizer que se sentem “curadas” de todos os seus males quando

contemplam uma dessas telas de Romero Britto em suas salas. “Já fiz

parceria com designers e estilistas, então tive vontade de pegar tecidos

diferentes e trabalhar só o desenho”. Não era subversão, aquilo já era

uma encomenda da Disney. Naquele momento, ele já era reconhecido por

causa da compra de uma obra sua pela Organização dos Estados Ame-

ricanos, a OEA, quando Romero tinha apenas 14 anos. Em seguida, veio

a campanha da Absolut, em comemoração aos 25 anos da marca sueca,

e aí sua carreira internacional deslanchou para sempre: uma garrafa des-

sas podia custar, em agosto de 2012, US$ 2.800 na internet. O começo de

tudo, no entanto, talvez tenha sido mesmo sua inventividade, sua imagi-

nação, sua sensibilidade, seu sonho de estar entre os melhores, de ganhar

o mundo, de estabelecer contatos e assumir ele mesmo uma das ativida-

des que faz tão bem quanto sua arte, ser seu próprio relações-públicas. É

um talento inato. Ele fala português com sotaque de Miami e suas frases

são permeadas de expressões em inglês que ele já não consegue mais

traduzir e que pronuncia, por sua vez, com ligeiro accent pernambucano.

Seu endereço eletrônico oficial é traduzido do inglês para o português pro-

vavelmente pelo Google Translator: “Britto pop da sensibilidade tem uma

vez que encostasse-se a muitos colaboracoes com as marcas de Audi,

Bentley, Disney, Technomarine, Evian e a Fifa, para que ele criou um cartaz

oficial para a Copa do Mundo 2010”. Está lá, bem assim.

A NEW DAY

32

Page 33: Revista Digital Welcome to the Top

ma Romero Britto é o circuito das celebridades políticas

e do entretenimento. “Como a maioria das pessoas não

detém informações e um olhar crítico sobre a arte, con-

some Romero Britto da mesma maneira que consome

os valores apregoados pelas revistas de celebridades”,

afirma a curadora Cristiana Tejo. De fato, Romero Brit-

to tem obras nas coleções de Michael Jackson e Bill

Clinton. “Minha arte tem a ver com a natureza, com

os sentimentos, e talvez isso explique meu sucesso. A

felicidade é algo importante na vida das pessoas, deve

ser disso que elas mais sentem falta. Então, na hora

de colocar alguma coisa em suas casas, preferem ter

algo alegre”.

Numa entrevista para a Folha de S. Paulo, Romero Brit-

to diz que o que acontece é que no Brasil, por causa da

exuberância da natureza, do sol e das cores, o público

acaba não trazendo isso para dentro de casa. “Você vê

o Carnaval, vê que o amarelo é tão amarelo que pode

acabar achando que amarelo não é elegante. Nos EUA,

a vida é muito diferente; lá os filhos crescem e vão em-

bora, então fica aquele espaço que as pessoas querem

preencher. Quem tem dinheiro compra uma casa, um

carro, vai viajar... Está chateado, vai para um spa. E

compra arte, se rodeia de coisas estimulantes”.

Seu estilo comercial e publicitário, no entanto, provoca polêmicas no meio artístico e há quem o

execre. “É difícil chamá-lo de artista. Ele é um designer, talvez”, analisa o professor de Arte Con-

temporânea da Unicamp Nelson Aguilar, que já foi curador da Bienal de São Paulo. “Ele se inspira

na arte pop sem herdar seus questionamentos sobre o papel do objeto de arte e da reprodução

em massa na sociedade de consumo”, explica Aguilar, para quem o trabalho de Britto “é como

uma moda, não permanece no tempo”.

O crítico de arte Olívio Tavares de Araújo entende seu trabalho como um produto sob medida para

agradar um público específico. “O poder não passa atestado de competência intelectual. Romero

Britto criou um produto acessível, capaz de agradar quem não tem maiores exigências, e conseguiu

encaixá-lo à fatia rica desse público.”

Segundo a galerista Fatiha Amer, que representa as obras de Romero Britto em Paris, a má von-

tade da crítica com o artista carrega o ranço “elitista tipicamente francês”. “Romero Britto tem um

modus operandi anglo-saxão. Não tem complexos em ser comercial, sabe fazer valer sua rede de

contatos. Nesse meio artístico com raízes francesas, ninguém gosta de quem faz tanto sucesso,

e ainda por cima tem uma arte feliz e colorida”, analisa. Uma arte que ele vende para a Adriane

Galisteu e para Bette Midler, indistintamente. Para o ator David Caruso, para Roberto Carlos, para

a milionária apresentadora de TV Martha Stuart, para o tenista André Agassi, para os Marinho,

para o mago Paulo Coelho. A escola de samba Renascer de Jacarepaguá contou sua história na

Marquês de Sapucaí em 2012, mas o desfile foi considerado morno e a escola, rebaixada do Grupo

Especial.

“Estou sempre pensando nisso: onde mais dá para a arte aparecer, por onde mais a arte pode

circular? Porque em geral a arte é uma coisa muito exclusiva, que se faz para a elite, e um artista,

quando realiza seu trabalho, quer que as pessoas o vejam, quer dividir sua arte com as pessoas.

Como é que eu poderia alcançar um milhão de pessoas com uma única exposição?”, indaga-se

Romero Britto. Definitivamente, ele não se importa com a crítica e isso revolta os mais mordazes,

que reclamam do que chamam de “diluição comercial da visualidade pop”. Para eles, o que legiti-

33

Page 34: Revista Digital Welcome to the Top

SEX MACHINE, JAMES BROWNVIRTUAL INSANITY, JAMIROQUAI

PRA LER OUVINDO

34

Page 35: Revista Digital Welcome to the Top

REVIVAL DE SABORES: OLD FASHIONED BURGERS RETOMAM A CENA

PARA O PRAZER DOS PALADARES MAIS EXIGENTES

O hambúrguer é sem dúvida o mais popular dos san-

duíches, porém nem mesmo as lanchonetes e restau-

rantes especializados muitas vezes parecem fazê-lo

com o merecido esmero. Quem nunca recebeu aquele

e-mail em que os alimentos aparecem nos anúncios

e depois como eles são na realidade quando servidos,

no melhor estilo fast-food? Vai dizer que você não se

sentiu enganado? Pois é, com a popularização e a con-

corrência, o hambúrguer foi ficando cada vez mais um

“mata-fome” do que uma “comida de verdade”. Ape-

nas algumas redes mantiveram o padrão old-fashio-

ned, ou hambúrguer à moda antiga como é conhecido.

É o caso da Wendy’s nos Estados Unidos.

Mas o cenário parece estar mudando. O hambúrguer

agora tem sido tratado como prato principal por alguns

chefs ao redor do mundo. A onda gourmet da volta aos

clássicos, num legítimo revival, dá ao hambúrguer o re-

finamento com os mais nobres ingredientes. Exemplo

disso são os hambúrgueres feitos com carne de gado do

tipo de Kobe. Porém, a verdadeira carne de Kobe não é

comercializada fora do Japão, exceto em Macau e Hong

-Kong e podem chegar a custar dezenas de vezes mais

do que um hambúrguer comum. Por enquanto, o resto

do mundo aprecia a carne do tipo Angus. Ingredientes

nobres e chefs do mesmo quilate proporcionam recei-

tas sofisticadas que agradam a paladares exigentes. A

imaginação é o limite entre dois pães. >>

35

Page 36: Revista Digital Welcome to the Top

O sanduíche de forma geral foi criado para ser uma opção

rápida. Sua invenção é atribuída ao britânico John Montagu,

Lorde de Sandwich, que viveu de 1718 a 1792. Ele varava

noites nas mesas de carteado e certa vez pedira que lhe

servissem algo que ele pudesse comer sem sujar as mãos e

não ter que sair da mesa de jogo, então trouxeram-lhe um

naco de carne entre dois pães. Os amigos adoraram a ideia

e passaram a pedir um igual ao de Sandwich.

Um século antes do sanduíche, tribos asiáticas já preparavam

a carne de hambúrguer. A história do hambúrguer começou

no fim do século XVII, quando tribos nômades da Ásia

Ocidental desenvolveram a técnica de temperar a carne

bovina, finamente picada, a fim de que durasse mais. A

aceitação foi grande, pois não precisavam nem mesmo

utilizar fogo nos acampamentos. Marinheiros alemães

que faziam a rota do Báltico conheceram e adotaram a

receita, porém com a carne cozida. O sucesso foi tal que

rapidamente virou um prato típico da culinária germânica.

Logo depois, navegadores alemães que partiam da cidade

de Hamburgo para a América, no século XIX, levaram

a tradicional receita, que imediatamente foi chamada

de hamburg style steak (bife ao estilo hamburguês), e

aperfeiçoada pelos americanos que acrescentaram o pão.

Atualmente o hambúrguer é tido como um ícone da culinária

Americana. No Brasil, o hambúrguer surgiu em 1952 no

Rio de Janeiro, com a primeira lanchonete que seguia os

costumes americanos, o Bob’s. Atualmente o hambúrguer

está disseminado em vários cantos do globo, até mesmo

em países de cultura muçulmana onde existem lanchonetes

com caixas para pagamento e salões separados, para evitar

encontros indesejados por famílias com mulheres solteiras.

Nestes lugares os trabalhos são interrompidos quatro vezes

no dia, no horário das preces.

DAS MESAS DE CARTEADO DA GRÃ-BRETANHA AOS SALÕES MUÇULMANOS

Cow!"# $urg%&Hambúrguer de 200 g, queijo Jack-cheddar e bacon, servido com alface, cebola roxa, to-mate, picles, crispy onion e molho southern

BBQ em um pão levemente tostado.

Applebee’s

$urg%' ()x*ca+No pão de milho, 150 g de hambúrguer

de filé mignon, queijo cheddar, broto de alface, tomate levemente picante, cebolas fininhas

crocantes e douradas.

Joe & Leo’s

,amb-rg.e/ d0 9 12 9

Hambúrguer de fraldinha ao ponto com queijo gorgonzola e cogumelos shitake e shimeji passados

no azeite. Acompanha batatas fritas rústicas, cortadas em fatias grossas e bem crocantes. O molho é feito

de pimenta-verde e pimenta-vermelha bem picadas, chutney de tomate, gengibre e alho.

H3 Me34%r5âne6Suculento hamburguer com rúcula, tomate seco, parmesão, azeite extravirgem e limão siciliano.

Acompanha arroz, salada ou batatas fritas.

H3 7renc8

200 g de hambúrguer suculento, foies gras fresco, cebola confitada e redução de vinho do porto.

Acompanha arroz thai, salada ou batatas fritas.

A WELCOME TO THE TOP TRAZ ALGUMAS RECEITAS DE HAMBÚRGUERES QUE

ESTÃO FAZENDO SUCESSO.

36

Page 37: Revista Digital Welcome to the Top

A equipe da Engenho é especializada na administração de obras de alto padrão e é incansável na busca de qualidade, prazo e a melhor relação custo x benefício para a execução da sua obra. Venha conhecer a Engenho e descubra que construir pode ser muito prazeroso.

www.engenho.eng.br (48) 3224.3030 Florianópolis

Cons

truir c

om segurança e tranquilidade

A equipe da Engenho faz para você

Page 38: Revista Digital Welcome to the Top
Page 39: Revista Digital Welcome to the Top

HONEY WHITE, MORPHINE HEAD WITH WINGS, MORPHINE

AUTO-RETRATO JEAN-MICHEL BASQUIAT

PRA LER OUVINDO

GRAFITANDOGALERIAS

ESFERAS DE DIFERENTES DIMENSÕES ARTÍSTICAS ULTRAPASSAM OS MUROS

SOCIAIS E REVIGORAM O CENÁRIO DO MUNDO DA ARTE

POR JULIA GAZZOLA E JAVIER AMARAL REBOSIO

Page 40: Revista Digital Welcome to the Top

Com olhos bem treinados e imaginação fértil eles facilmen-

te podem reconhecer os espaços invisíveis de uma cidade

como telas em branco sob alta exposição. Os artistas de rua

transformam muros endurecidos, esquecidos, em pontos de

atração cultural. Convertem esquinas perigosas, às vezes

mau humoradas, em verdadeiras obras de arte pós-moder-

nas, experimentando, criando e aplicando seus inseparáveis

sprays e tintas de digressão, que às suas vidas costumam

misturar. Reinventam-se e levam consigo velhos paradig-

mas socioculturais como clichês já fora de moda. Itineran-

tes, perambulam pelo lado mais sedutor da arte, onde um

cidadão comum, a partir do anonimato, torna-se agente de

transformação cultural ao erguer com suas obras, bandeiras

que chamam a atenção às contradições da cidade.

Movimento poderoso e independente, surgiu organizado pela

primeira vez no fim dos anos 50 com a necessidade de redi-

recionar os olhares dos cidadãos para os grandes problemas

políticos e culturais. Sempre com uma provocação contra o

sistema, exigia em seus grafos feitos em todo o mundo mais

liberdade de expressão, o fim das ditaturas, e outros símbolos

de luta pela igualdade social. A partir daí, essa forma de arte

pública foi se espalhando pelo Ocidente, fixando-se no âmbi-

to das culturas e experiências mais variadas, adquirindo aos

poucos o estatuto artístico que a distinguiria de técnicas con-

traventoras. O Graffiti atravessou o limiar das galerias de arte,

deixando de ser uma prática restrita apenas às ruas da cidade.

Um dos mais famosos grafiteiros, hoje artista renomado, é Je-

an-Michel Basquiat, que no fim da década de 70 despertou o

interesse da mídia de Nova Iorque ao inscrever discursos poé-

ticos em muros de prédios abandonados de Manhattan. Pouco

tempo depois a obra desse pintor foi definida como neoexpres-

sionista, e ele conquistou notoriedade nunca antes concedida

a um grafiteiro, como um dos artistas mais importantes do fim

BRISTOL SNIPER E CHALK FARM MAIDAS OBRAS DE BANKSY ESTÃO EM EXPOSIÇÃO PERMANENTEMENTE NAS RUAS DE LONDRES

40

Page 41: Revista Digital Welcome to the Top

TÃO SIMPLES E TÃO COMPLEXA, AO DERRUBAR O MURO QUE ERGUIDO BLOQUEIA, QUE DIVIDE E NÃO DEIXA VER, A ARTE DE RUA PROVOCA AO ARRANCAR REFLEXÃO.

do século XX. Fruto da segunda geração de artistas de rua, o britânico Banksy

é o ícone do século XXI. De estilo inconfundível, seus trabalhos desconcertam

o público pela originalidade e irreverência.

Em solo ilhéu, um dos expoentes da arte de rua é Rodrigo Rizo, paulista

de 26, mas criado em Florianópolis. Aos 12 anos começou a esboçar seus

traços nos cadernos de colégio, e como ele mesmo lembra, “acho que a mi-

nha primeira obra para o público foi sem dúvida na carteira da sala aula”.

Intrigado com os muros grafitados de São Paulo que se expunham aos

seus olhos, nas férias, pelas janelas de ônibus, Rizo conheceu a arte de rua

e quase de imediato, em Florianópolis, foi pesquisar quem fazia aquilo na

Ilha. Com o movimento ainda extremamente tímido no final dos anos 90

na capital catarinense, Rizo começou a desenvolver seu traço com o spray

e a integrar o início do graffiti na cidade com diversos outros colegas. Com

muita insistência, esforço, estudo e inspiração, o então “aprendiz pioneiro”

deu um salto de qualidade ao seu trabalho a partir dos anos 2000. E, se no

princípio, era considerado um pichador, hoje ele se consagra como artista,

sendo referência nacional.

GRAFFITI DE BAYCROC, VEJAM E RIZO GRAFFITI VALE FESTIVAL, PARAIBUNA/SP

41

Page 42: Revista Digital Welcome to the Top

Será o graffiti apenas um ato contraventor ou uma modalidade

artística? Durante um longo tempo essa técnica permaneceu à

margem da arte, vista apenas como algo ilegítimo, sendo assim

confundida com a pichação. Hoje, porém, essa concepção está

se transformando. Anônimos da arte de rua são agora con-

siderados interventores do espaço urbano, canalizando o po-

tencial das áreas a céu aberto para transmitir uma linguagem

artística intencional. Muitas vezes de humor sarcástico, escra-

chado, é sentenciada em imagens e frases que não respeitam

o vazio do cimento corrido, ao contrário, fissuram o concreto

proporcionando um ar fresco à cidade, uma arte feita exclusi-

vamente à multidão.

Fruto de uma cultura camaleônica mergulhada nas ruas sob

uma luz sensual e revolucionária, a arte de rua emerge das pa-

redes soturnas para raiar e ganhar a luz polarizada das galerias

em todo o mundo. Magnetizante, é improvável que você, caro

leitor, e qualquer pessoa que passe por ou se depare com uma

intervenção cultural, seja uma escultura colorida em 3D ou uma

frase “pichada”, escrita às pressas, não a perceba. Com sua for-

ça intimista ela atrai, pode fazer todo o sentido do mundo ou

mesmo nenhum, mas inevitavelmente ela está cumprindo

uma missão muito clara: despertar os olhos comuns, corren-

tes, para as forças que dominam a vida na cidade e o que a elas

impõem. Tão simples e tão complexa, ao derrubar o muro que

erguido bloqueia, que divide e não deixa ver, a arte de rua pro-

voca ao arrancar reflexão. Ela é uma janela aberta nos muros.

FRUTO DE UMA CULTURA CAMALEÔNICA

MERGULHADA NAS RUAS SOB UMA LUZ SENSUAL E

REVOLUCIONÁRIA, A ARTE DE RUA

EMERGE DAS PAREDES SOTURNAS PARA RAIAR E GANHAR

A LUZ POLARIZADA DAS GALERIAS EM

TODO O MUNDO.

HENDRIXSAMUEL CASAL

EL LUCHADORSAMUEL CASAL

42

Page 43: Revista Digital Welcome to the Top

Ilha adentro

Aos pés da ponte Hercílio Luz está a linha do tempo da histó-

ria do graffiti na capital. Espaço privilegiado, mas underground,

serviu de laboratório ao movimento da arte de rua. Ali, Rizo e

seus colegas traçaram os riscos da evolução da pichação em

graffiti. Muros forrados com nomes escritos em tinta escorrida

que uma vez representaram apenas vandalismo, são hoje do-

cumentos das primeiras tentativas de domínio da ferramenta

e da busca por um estilo. Estilo esse construído ali mesmo nos

muros seguintes, constituindo o lugar como uma galeria a céu

aberto onde, já há alguns anos, grafiteiros de fora que vêm à

ilha são convidados a expressarem suas impressões sobre a

cidade, compondo o cenário junto com os artistas que vivem

aqui. Afinal, o graffiti é uma cultura, um movimento estético em

que os artistas se articulam.

NESTOR JRDRIIN

Rodrigo Rizo, João Vejam e o grupo de grafiteiros ao qual fazem parte, chamado

Contato Imediato Crew, são a vanguarda da arte de rua em Florianópolis. São

aqueles que se munem de toda a característica sociocultural que a cidade compor-

ta e refletem isso transformando muros em murais. “Mais que um produto final, o

graffiti é uma atitude de ocupar a rua com arte, é um movimento estético que está

sendo reconhecido como tal”, comenta Rizo, que participa do Meeting Of Style, um

encontro que acontece em vários países ao mesmo tempo com 100 grafiteiros de

países diferentes. A visibilidade de uma arte e de um público amadurecidos trans-

formaram o graffiti na “menina dos olhos” de galerias de arte contemporânea das

principais metrópoles do mundo. Tanto que já existem em São Paulo, por exemplo,

galerias que estão surgindo exclusivamente para abrir espaço à diversidade de ar-

tistas de rua que dividem uma das principais cenas desse movimento internacio-

nal. O público aprendeu a reconhecer a arte de rua como arte legítima e o mercado

atual reflete bem essa questão.

43

Page 44: Revista Digital Welcome to the Top

No estado de Santa Catarina, a primeira galeria de arte a levar

o graffiti para dentro do seu acervo é a COR Galeria, em Flo-

rianópolis. Fruto de um sonho, a galeria é o projeto de vida da

arquiteta e urbanista gaúcha Marina Baldini. A galeria foi inau-

gurada em 2007 com uma exposição chamada “Cada um na

sua”, a qual entre os artistas estava o grafiteiro alemão Driin. A

partir dali, a galeria desenvolve intenso intercâmbio com grafi-

teiros de diversos estados e países.

Underground, com endereço no subsolo, a COR abre espaço a

novos e desconhecidos artistas contemporâneos. “Florianópo-

lis é uma cidade sui generis. Tem muitos artistas daqui e de

fora fazendo trabalhos bem legais, mas sem espaço para mos-

trar”, afirma a curadora Marina, satisfeita em proporcionar um

novo ambiente na cena cultural da cidade. No entanto, mais do

que abrir espaço aos novos artistas, ela fomenta o mercado e o

cenário do graffiti em Florianópolis não apenas expondo telas

de grafiteiros, mas também cedendo espaço à oficina de graf-

fiti ministrada por Rodrigo Rizo, que já está na nona edição. “A

oficina é um sucesso e já se vê bons trabalhos dos alunos pela

cidade”, comenta.

O universo do graffiti expandiu-se, passou de confrontador à

transformador do espaço urbano, passou de mural gritante na

rua para obras de arte em telas nas galerias. Como arquiteta e

urbanista, Marina sempre esteve de olho nas imagens dialéti-

cas da cidade que os graffitis projetam. Na discussão sobre a

desconfiguração que a arte de rua sofre ao sair dos muros em

espaços públicos para telas em salas fechadas - ou seja, isso

descaracteriza o conceito do graffiti? - ela atesta que “apesar

da arte na tela não ser efêmera como é na rua, apesar de não

ser para todos como é na rua, apesar de ser feita com mais

calma do que na rua, a linguagem gestual ainda é o spray, os

ícones e as cores que o artista traz para a tela são os mesmos

desenvolvidos na rua”.

SAMUEL CASAL E RAMON RODRIGUES NA COR GALERIA DURANTE A MARATONA CULTURAL 2012

44

Page 45: Revista Digital Welcome to the Top

Over the Top

Ícone artístico e subversivo, Banksy repre-

senta hoje uma fórmula sem precedentes

culturais no desdobramento da street art.

Ácida e explícita, sua obra transformou-

se em símbolo de rebeldia e subversão.

Grafiteiro, pintor, ativista político e diretor

de cinema inglês, sua arte de rua satírica,

permeada por comentários sociais e políticos

podem ser encontrados em ruas, muros e

pontes de cidades no mundo todo. Leiloeiros

de arte já venderam algumas de suas obras

nos locais em que foram feitos e deixaram

o problema de como remover o desenho

nas mãos dos compradores, que pagaram

milhares de libras para o adquirir. O primeiro

filme de Banksy, Exit through the Gift Shop

(Saída através da loja de presentes, numa

tradução livre) estreou no Festival de Filmes

Sundance e concorreu ao Oscar de melhor

documentário em 2011.

A arte de rua sofre influência de diversos movimentos como o surrealismo, o expressionismo,

o neoexpressionismo, a pop art, etc. e influencia outros artistas que não tem a rua como

berço. O pintor gaúcho Victor Grosman, ou Viti, como é conhecido, transitou pelo universo da

publicidade e do design e foi pego pela técnica e pelo conceito do graffiti, ao seu modo. Floria-

nopolitano há sete anos, Viti reflete em sua arte a experiência de viver na ilha estabelecendo

contato direto com a natureza. Trabalhando com o céu e o mar de pano de fundo e como

fontes de inspiração, o artista estabelece a dicotomia entre âncoras e pássaros em sua obra,

e tal como o graffiti, toma o meio. Viti já grafitou e pintou muita casinha de pescador na beira

da praia, não apenas na ilha, mas também em outras praias do litoral catarinense. “Chego a

pensar que a minha arte de rua está mais para uma beach art”, comenta. Pintar com a lata

é uma experiência de soltar a mão, de pintar em grande proporção. Para o artista “o graffitti

preenche áreas grandes com facilidade, enquanto o pincel é destinado mais ao detalhe, à fine

art”, e resume a sua influência: “Meu trabalho nas telas tem essa mistura gestual de expres-

são, da força do movimento e também dos detalhes reveladores”.

Viti além de grafitar na orla também já deixou sua marca nas ruas de Florianópolis, suas

obras atualmente estão em exposição na COR Galeria e ainda em 2012, em Portland, Seattle.

E Rodrigo Rizo, que nas palavras de Marina Baldini “ainda não tinha exposto na galeria porque

trabalha até hoje apenas com os tamanhos grandes de rua, quase impossíveis de caber num

espaço fechado, encerrado feito a tela”, teve sua primeira exposição em outubro de 2012, na

COR. Entusiasmado, ele que é grafiteiro de formação e de coração, está compenetrado estu-

dando para as suas próximas intervenções que segundo o próprio artista voltam a trabalhar

com uma figura que já é símbolo da sua arte, o camaleão.

O GRAFFITI SAI DA PAREDE E VIRA OBJETO DE DECORAÇÃO NAS MÃOS DOS ARTISTAS ARGENTINOS DIEGO ARRASCAETA E KARIN SAYD

45

Page 46: Revista Digital Welcome to the Top

Top Car

bmwtopcar.com.br Puro Prazer de Dirigir

Page 47: Revista Digital Welcome to the Top

Top Car

bmwtopcar.com.br Puro Prazer de Dirigir

Page 48: Revista Digital Welcome to the Top

fotografia e viagensCONFIRA AS DICAS E AS HISTÓRIAS DE TRÊS PERSONAGENS QUE SE AVENTURAM MUNDO AFORA EM BUSCA DO MELHOR ÂNGULO

TIME LIKE THESE, JACK JOHNSONLOVELY DAY, DONAVON FRANKENREITER

PRA LER OUVINDO

POR PENÉLOPE OLIVEIRA DE BORTOLI

Page 49: Revista Digital Welcome to the Top
Page 50: Revista Digital Welcome to the Top

Quem nunca se emocionou ao ver uma fotografia? Uma foto

bem tirada tem o poder de aflorar as emoções, despertar um

sonho, instigar a curiosidade. Quando o assunto é turismo,

a câmera fotográfica é sempre o item indispensável na ba-

gagem de qualquer viajante. Retratar um lugar, uma cultura

e guardar uma lembrança através de um quadro estático.

Uma boa foto é resultado de um momento de observação, é

a direção atenta do olhar, é a sensibilidade retratada.

Marco Giacomelli era surfista, viajava pelo mundo em bus-

ca da onda desafiadora. Claro, tinha sempre uma máquina

fotográfica na mochila. Em 1998, foi para a Indonésia surfar,

tinha acabado de ganhar uma câmera profissional da irmã.

Gostou e imediatamente começou um curso de fotografia.

Continuou viajando, surfando, fotografando. Depois de al-

gumas viagens pelo sudeste asiático sentiu a necessidade

de ressignificar o conhecimento técnico adquirido até então.

Surgiu a necessidade de um autoconhecimento. As viagens

continuaram sendo prioridade, o surf já não era mais. “Re-

tratar as pessoas desse mundo paralelo”, foi o que Marco

começou a fazer. Desde então acumula as atividades como

administrador de empresas e fotógrafo. Aos 36 anos colecio-

na fotos tiradas em 39 países.

LISBOA, PORTUGAL - DEZEMBRO DE 2011 PARIS, FRANÇA - JUNHO DE 2011

50

Page 51: Revista Digital Welcome to the Top

A mineira Laís Rocha Vale, 23 anos e estudante de Turismo

na Universidade Federal de Ouro Preto/MG, trancou a fa-

culdade em 2011 e foi viajar. Escolheu Dublin, a capital da

Irlanda, como “endereço fixo” entre uma viagem e outra pela

Europa. Conheceu onze países. Logo no início do intercâmbio

sentiu a necessidade de aflorar sua sensibilidade a partir da

fotografia. Escolheu a fotografia. Comprou uma câmera se-

miprofissional e começou a dar os primeiros cliques. A expe-

riência transformou-se em uma paixão. Agora a turismóloga

viaja também com o olhar de fotógrafa.

Virginia Yunes é argentina. Mudou-se para o Brasil ainda

criança, aos dez anos idade. Enfrentou os desafios de apren-

der uma nova língua, viver uma cultura diferente. Cresceu

cercada de pessoas que apreciavam toda e qualquer mani-

festação artística, a fotografia entrou na sua vida seguindo

um curso natural. “Meu olhar foi construído a partir do des-

prendimento de nacionalidade, de raízes, de aceitar e tentar

entender outra cultura. O sentimento de estrangeira pro-

vocou em mim um olhar estrangeiro, ou seja, curioso e livre,

feito também de experiências e buscas”. Ao mesmo tempo

que fazia faculdade de Artes Plásticas na UDESC, formou-se

“VIAJAR, HÁ QUEM DIGA, É A MANEIRA MAIS COMPLETA DE AUTOCONHECIMENTO, UMA RIQUEZA QUE NÃO TEM PREÇO”

LONDRES, INGLATERRAJULHO DE 2011

51

Page 52: Revista Digital Welcome to the Top

farmacêutica pela UFSC. Durante uma viagem para

Guiné-Bissau, em 1998, veio à tona a Virginia fotógra-

fa: “Desembarquei pela primeira vez em Guiné-Bissau

em maio de 1998, onde permaneceria por apenas um

mês. No quarto dia, fui para uma pequena cidade ao

norte do país, para passar um fim de semana, quando,

no domingo, escutei no rádio que as fronteiras esta-

vam fechadas e os militares tinham tomado a cidade

numa tentativa de Golpe de Estado. A chegada de um

navio trazendo soldados, tanques de guerras e uma

série de armamentos pesados traziam a certeza do

que aquilo era o início de uma guerra. Durante três

meses fiquei refugiada nessa cidade, ajudando a so-

correr as pessoas que fugiam da capital (Bissau). Não

sabendo o quanto essa guerra poderia durar, resolvi

aceitar uma carona até Senegal, país vizinho, onde a

Embaixada do Brasil prontamente me repatriou. Eu

ainda estava muito sensibilizada e precisando comu-

nicar, foi então que um amigo me encorajou a organi-

zar uma exposição fotográfica intitulada: S.O.S. Guiné-

Bissau”. Desde então Virginia é sempre convidada a

trabalhar em ONGs e até mesmo já realizou trabalhos

para a UNICEF. A fotografia tornou-se a sua profissão,

40 países somam-se ao seu currículo fotográfico.

Nossos três personagens possuem estilos e histórias

de vida diferentes, mas compartilham das mesmas

paixões: fotografia e mundo. Viajar, há quem diga, é

a maneira mais completa de autoconhecimento, é o

jeito mais fácil de compreender a sociedade, é a rique-

za que não tem preço. A fotografia é a arte que faz

uma aliança entre a realidade, a criatividade, o lúdico

e o sensível. Quando a experiência de uma viagem e a

arte de fotografar caminham juntas, o resultado pode

ser de tirar o fôlego. Acompanhe as histórias de via-

gem e as dicas que Marco, Laís e Virginia deram exclu-

sivamente para a welcome to the Top.

MENINA DE ETNIA PADAUNG ORIGINÁRIA DO MYANMAR E REFUGIADA NO NOTE DA TAILÂNDIA. CONHECIDAS COMO “MULHERES GIRAFA”, DEVIDO AS ARGOLAS QUE UTILIZAM NO PESCOÇO.

NOS ARREDORES DA CIDADE DE SUCRE NA BOLIVIA

52

Page 53: Revista Digital Welcome to the Top

O Fotógrafo e a sua câmera

Em campo, a melhor amiga do fotógrafo, sem dúvida, é a

sua câmera. É ela o objeto de trabalho, o veículo respon-

sável por concretizar uma ideia. Giacomelli afirma que o

tipo de câmera escolhida pelo fotógrafo só está relacio-

nada com a preferência pessoal de cada um e ao projeto

que pretende executar: “Podemos usar um celular ou uma

câmera de grande formato. O fotógrafo deve ter em mente

as limitações daquilo que está usando. Certos equipamen-

tos podem não servir para determinado projeto”.

Vivemos na era digital. Qualquer pessoa tem uma câmera

no celular ou uma máquina de fácil alcance. Para Virginia

essa enxurrada de imagens é um caminho sem volta. Ela

aprendeu a se adaptar à tecnologia e garante que tem visto

boas fotos batidas com o celular: “Gosto de ver o entusiasmo

da galera, tenho visto fotos bem bacanas postadas no Ins-

tagram. Como diz Vinicius de Moraes: ‘Qualquer maneira de

amor vale a pena, qualquer maneira de amar vale a pena’...

Vamos brincar de dizer que qualquer maneira de fotografar

vale a pena”!

Mas quando a intenção é tirar fotos profissionais e de

maior qualidade técnica, o investimento em um bom equi-

pamento pode fazer toda a diferença. A escolha por uma

câmera analógica ou digital é o primeiro passo a ser to-

mado. Giacomelli fotografa com os dois tipos, e fala sobre

a diferença: “Usando filme, percebi que economizava mais

nos cliques ao observar cuidadosamente antes de fazer

cada foto. Os poucos ajustes oferecidos pelo equipamen-

to analógico me dão plena liberdade e maior envolvimento

com o assunto. No digital, as inúmeras configurações dão

flexibilidade de nos adaptarmos às múltiplas circunstân-

cias, mas isso me deixava mais atento ao equipamento do

que ao assunto abordado”.

Câmeras muito modernas, se não forem bem utilizadas, ao

invés de ajudar na hora de obter uma fotografia, podem se

tornar um problema. “Engana-se quem acha que para se

ter um bom resultado é só usar equipamentos de qualida-

de ou que a tecnologia digital é mais simples. Nela existem

mais possibilidades e para isso são necessários mais tes-

tes e estudos. O aprofundamento no processo técnico é

importantíssimo”, afirma Giacomelli.

O assunto a ser fotografado também influencia na esco-

lha do equipamento. Se você for fotografar paisagens, por

exemplo, um tripé é essencial. Nesse caso o objeto não sai-

rá do lugar, não seja apressado. Fotos banais só servirão

para ocupar espaço no HD.

MARCO GIACOMELLI

“CADA POVO REAGE DE MANEIRA DIFERENTE AO SEU PEDIDO PARA FAZER UM RETRATO. DEMONSTRE SEGURANÇA E SEJA CORDIAL”

53

Page 54: Revista Digital Welcome to the Top

Se o seu interesse é o de obter retratos, o tamanho faz a

diferença. Giacomelli explica: “Câmeras grandes deixam as

pessoas desconfiadas, é comum elas pensarem que você

ganhará dinheiro com a imagem delas”. Nesse caso uma câ-

mera compacta, com jogo de lentes menor ajuda na apro-

ximação com o personagem. O fotógrafo ainda aconselha,

se possível, ao chegar a um lugar desconhecido, contratar

um guia local. “Cada povo reage de maneira diferente ao seu

pedido para fazer um retrato. Demonstre segurança e seja

cordial. Lembre-se que toda relação baseia-se em trocas e

seu tempo é muito curto para criar uma verdadeira amizade.

Algumas pessoas vão lhe pedir dinheiro antes. Se você com-

binou um valor, pague”.

Nunca esqueça de levar uma câmera reserva. O “estepe” é

fundamental quando surgir um problema qualquer com o

equipamento e você não quiser abortar a missão. Outra dica

é viajar sempre leve. Escolha uma única lente fixa e se acos-

tume a pré-visualizar a foto sem precisar olhar pelo visor da

câmera. Isso faz você ganhar tempo. Giacomelli parafraseia o

fotógrafo norte-americano Ansel Adams: “quanto mais lentes

você usa, maior é a chance de você estar com a lente errada na

hora certa” e finaliza com uma dica importante: “se o principal

motivo da viagem for fotografar, vá de preferência sozinho”.

INDÍGENAS NA COLOMBIA NA CIDADE DE BUENAVENTURA DURANTE UM FESTIVAL DE MÚSICA E DANÇA: “CANTORES DEL RIO” (2009)

54

Page 55: Revista Digital Welcome to the Top

Um destino, milhares de fotos

Quando você viaja para lugares diferentes, vai se deparar

com costumes, culturas e hábitos diferentes do seu. “Procu-

re se abrir para a outra realidade sem preconceito, nada de

comparações, nada de julgamentos ou repúdio, procure ad-

mirar ao máximo e entender as razões de cada ato ou coisa

que veja. Estudar um pouco sobre antropologia e a postura

diante do outro é sempre muito importante”, aconselha Vir-

ginia Yunes.

Essa lição a iniciante Laís Rocha Vale aprendeu bem: “Eu ten-

to entender o comportamento dos habitantes e é este o meu

momento favorito para tirar fotos. Adoro captar as pessoas

no seu cotidiano, gosto da beleza trivial”.

O que define um bom trabalho é a maneira a qual o fotógrafo

aborda o tema. Para Virginia, uma boa imagem é aquela que

consegue prender o olhar. “Aquela imagem que fez você pa-

rar um segundo a mais diante das demais, aquela imagem

que contou uma história, que mexeu com os sentimentos,

com os pensamentos, que de alguma maneira arrancou um

suspiro. Essa é uma boa imagem!”

Dentre as dezenas de lugares que nossos personagens pas-

saram, cada um deles relata o seu preferido. Confira a seguir

o xodó fotográfico de cada um dos nossos entrevistados:

PUSKAR , ÍNDIA UMA CIDADE QUASE

FRONTEIRA COM PAQUISTÃO

55

Page 56: Revista Digital Welcome to the Top

1. BERLIN, ALEMANHA 2. MENINA EM LUANG PRABANG, LAOS 3. ARREDORES DE SUCRE, BOLIVIA 4. PATAGÔNIA, ARGENTINA 5. BALNEÁRIO DE PICHILEMU,A CHILE 6. LAGOA DA CONCEIÇÃO, FLORIANÓPOLIS 7. MUNIQUE, ALEMANHA

1

3

5

6

7

4

2

56

Page 57: Revista Digital Welcome to the Top

Marco Giacomelli

“Conheci muitas ilhas da Indonésia e os paí-

ses vizinhos. Bali era sempre a conexão final

de ida. Fotografei Laos, Camboja, Tailândia,

Singapura, Malásia, Vietnã e Japão. Alguns

desses países voltei seguidas vezes. Mas de

todos os lugares que conheci nada se com-

parou à viagem que fiz à Bolívia com dois

amigos fotógrafos. Nesses dez anos de idas

a Bali pude acompanhar como o turismo e

seu desenvolvimento degrada a cultura de

um local. Diferente de Bali, a Bolívia tem em

sua fraca economia uma proteção contra os

interesses das grandes indústrias. Sem um

mercado consumidor potencial as marcas

não promovem campanhas para estabele-

cer seus padrões de beleza e felicidade. As

pessoas se vestem de acordo com os costu-

mes de sua aldeia. Aos sábados caminhões

trazem grupos de lugares distantes que se

reúnem para trocar o que foi produzido na

semana em volta da praça central. Fiz mui-

tos retratos neste local e nunca vou esque-

cer de uma mulher, muito bem vestida, que

após eu ter feito sua foto levantou a saia e se

agachou para urinar conversando ao mesmo

tempo comigo de forma muito natural. O que

me chamou a atenção não foi sua atitude de

urinar na minha frente, nunca vou esquecer

sua expressão ingênua e inocente vinculada

a sua atitude. Essa expressão me fez refor-

çar um distanciamento do significado de cer-

to e errado em minha vida”.

Virgínia Yunes

“A África é o meu primeiro amor! É indiscu-

tível a energia que se tem naqueles países.

A Ásia é riquíssima e cheia de contrastes,

encontra-se tantas riquezas materiais e

espirituais e ao mesmo tempo pobreza das

mesmas. Na Índia respira-se espiritualida-

de e cor; na Tailândia, a simpatia; no Vietnã,

Laos e Camboja, marcas de um genocídio.

Quando fui ao Líbano e à Síria foi especial

para mim, pois é terra de meus ancestrais.

Cheguei lá carregada de emoção e história,

mas a palavra que traduz é a hospitalida-

de. Mas viajar pela nossa América Latina é

fantástico, principalmente pela facilidade de

comunicação, pela identidade, pela diver-

sidade. Conheço toda a América do Sul e a

América Central. Na Guatemala e em Cuba,

por exemplo, me encantei com a alegria dos

povos e a história política tão marcante.

Fui algumas vezes para a Europa e since-

ramente não me atrai tanto, a não ser pela

parte histórica e museus. Sinto falta da cor,

do povo e de uma cultura mais autóctona”.

Laís Rocha Vale

“Acredito que o lugar que eu melhor explo-

rei foi Portugal. Lá eu visitei Lisboa e Faro

e essas duas cidades me fizeram entender

melhor o meu próprio país. Criei uma cum-

plicidade com os lugares onde eu passava.

Depois de um ano morando fora do Brasil,

conhecendo culturas tão diferentes da nos-

sa, quando cheguei em Portugal me senti

em casa. Fotografei com facilidade. Tenho a

sensação de que depois de Portugal as fo-

tografias ficaram mais fáceis de ser tiradas”.

AQUELA IMAGEM QUE CONTOU UMA HISTÓRIA, QUE MEXEU COM OS SENTIMENTOS, COM OS PENSAMENTOS, QUE DE ALGUMA MANEIRA ARRANCOU UM SUSPIRO . ESSA É UMA BOA IMAGEM”

XODÓ FOTOGRÁFICO

1. BERLIN, ALEMANHA 2. MENINA EM LUANG PRABANG, LAOS 3. ARREDORES DE SUCRE, BOLIVIA 4. PATAGÔNIA, ARGENTINA 5. BALNEÁRIO DE PICHILEMU,A CHILE 6. LAGOA DA CONCEIÇÃO, FLORIANÓPOLIS 7. MUNIQUE, ALEMANHA57

Page 58: Revista Digital Welcome to the Top
Page 59: Revista Digital Welcome to the Top
Page 60: Revista Digital Welcome to the Top

60

Page 61: Revista Digital Welcome to the Top

por amanda nascimento

UMA VIDARESTAURANDO

PAIXÕES

LOVE ME TENDER, ELVIS PRESLEYROCK AROUND THE CLOCK, BILL HALLEY

FOTOS MICHEL TEO SIN

PRA LER OUVINDO

Page 62: Revista Digital Welcome to the Top

Um Rolls Royce, modelo Silver Shadow 1971, um Cadillac, De

Ville 1966, um Jaguar vermelho XK Coupé 1954 e o esporti-

vo MGB 1979. Esse é o cenário que encontramos em meio a

ferramentas e poeira que escondem um passado de quando

brilhavam pelas ruas, deixando os espectadores morrendo de

inveja. Esse aspecto de esquecidos é apenas uma questão

tempo. Nas mãos de Osmar, não há peça rara ou qualquer

parte da lataria corroída pelos anos que ele não dê um jeito.

Assim que chegam à oficina os carros passam por uma etapa

de registos fotográficos e pesquisa. O restaurador desmonta

peça a peça o carro e vai fotografando, para ter um históri-

co de como estava o carro antes do seu trabalho. O segundo

passo é estudar o modelo. Revistas sobre carros, miniaturas

e fotos são consultadas para que cada parte seja recuperada

de acordo com a original.

Restaurador de carros há mais de 30 anos. Começou a traba-

lhar quando ainda era solteiro. Casou e criou dois filhos, com

o dinheiro que conseguiu com a oficina “um fez contabilidade

e o outro é advogado”, fala com orgulho. Não chegou a fa-

zer um curso de mecânico, foi aprendendo com o dia a dia e

com a troca de experiência com outros restauradores: “Desde

o começo eu já mexia em carro antigo, mas eu nunca tinha

tido um empurrão, uma oportunidade. Foi quando conheci os

empresários que destrinchou o negócio. Eles trouxeram 11

carros. Daí foi engrenando”, conta sobre o início da carreira.

A estreia como restaurador de antigos começou em grande

estilo. Os primeiros carros que Osmar Alves colocou as mãos

foram um Karmanguia conversível e um Mustang. Hoje já

perdeu as contas de quantos carros passaram por seu pátio.

Foi numa manhã de primavera que Osmar Alves, mecânico especializado em restaurar carros antigos, recebeu a equipe

de reportagem welcome to the Top em sua oficina. O lugar é meio escondido, área residencial, poucos carros circulam pelo

quarteirão. Olhando de fora parece apenas mais uma oficina que encontramos nos fundos de alguma casa. No entanto, ao

entrar no pátio toda a simplicidade dá lugar a raridades que encantam os olhos e despertam a curiosidade de quem não

está acostumado a lidar com eles ou ainda dos apaixonados e colecionadores que não medem distância para ver essas

belezuras em exposições, sempre na expectativa de levar uma pra casa.

SEU OSMAR MOSTRA SUAS REFERÊNCIAS PARA RESTAURAR OS CARROS ANTIGOS COM PRECISÃO

62

Page 63: Revista Digital Welcome to the Top

63

Page 64: Revista Digital Welcome to the Top

Quem o auxilia, atenta a data que os carros dão entrada na

oficina e quanto tempo levaram para ficar pronto é D. Rosân-

gela, esposa de Osmar. É ela que cuida da parte administra-

tiva e que guarda essas informações, que estão longe de ser

preocupação dele. Ele perde o sono é pensando numa peça

que ainda está faltando para o carro ficar inteirinho. Quando

analisamos o estado que muitos carros chegam até Osmar,

ficamos incrédulos que verdadeiras carcaças voltem a ser os

carrões de valores inestimáveis para os apreciadores. Alguns

são praticamente reconstruídos, tamanho o estado de de-

gradação, e como começar: “É ter paciência, colocar na cabeça

que vai fazer aquilo ali. E faz”, garante entusiasmado.

Osmar caminha em torno do Cadillac explicando: “está vendo

aquela saia ali? Vieram duas do mesmo lado. Aí faltou o lado

esquerdo. Essa saia vai aqui”, mostrava encaixando sobre a

roda traseira direita do Cadillac. “As duas vieram do mesmo

lado. Então, eu virei uma para o lado de lá (o esquerdo). Deu

certinho, só falta pintar. É um trabalho de paciência”.

A cada trabalho é assim, inicia uma pesquisa em revistas, mi-

niaturas, vai a uma exposição de carros e fotografa um mo-

delo igual. Entre os carros que já cuidou, Osmar relembra com

carinho de um em especial que precisou de uma dedicação a

mais: “Era um clássico azulzinho, todo automático, eu remon-

64

Page 65: Revista Digital Welcome to the Top

tei tudo... Eu ia dormir pensando no que tinha que mexer no

motor.”. E o passo a passo até que fique tudo nos trinques:

“Primeiro desmonto, na desmontagem vou batendo foto de

tudo, fico analisando, vou à revista olho. Em média, se leva

um ano para restaurar um carro. Depende do estado... tem

carro que leva de dois anos e meio, a três anos.” Durante esse

longo e minucioso período de restauração a vontade de ver a

obra pronta é grande, mas quem sofre mais com a espera de

ter a máquina finalmente em suas mão, prontos para desfi-

larem são os clientes: “Eles ficam ansiosos para andar na rua.

É comprado pneu novo, jogo de calotas. Fazem carro para co-

leção e para andar. Fazem carro para curtir. Quando o carro

antigo é assim, tem que andar, curtir e manter conservado.”

Apaixonados e colecionadores sempre tem seus queridinhos

e favoritos, no entanto o mecânico garante que seu amor não

tem um escolhido. É seu oficio que dá a satisfação maior: “To-

dos os carros antigos eu me apaixono. O jaguar eu me apaixo-

nei. MG me apaixonei também. A paixão minha é... Qualquer

carro que vier eu restauro. Todo o carro que vem, coloco na

cabeça e faço.”

“ELES FICAM ANSIOSOS PARA ANDAR NA RUA.

É COMPRADO PNEU NOVO, JOGO DE CALOTAS...

FAZEM CARRO PARA COLEÇÃO E PARA ANDAR.

FAZEM CARRO PARA CURTIR. QUANDO O CARRO ANTIGO É ASSIM, TEM QUE ANDAR, CURTIR E MANTER

CONSERVADO.”

ENTUSIASMADO COMO UM MENINO, SEU OSMAR MOSTRA O MAIS NOVO PROJETO DA OFICINA, UM JAGUAR XK COUPÉ 1954

65

Page 66: Revista Digital Welcome to the Top

Esses trinta e dois anos de oficina histórias de confiança e

credibilidade nos serviços do mecânico não faltam. Muitos

clientes o consultam antes de comprar um antigo ou dei-

xam o possante pronto aos seus cuidados. Um dos clien-

tes tinha o sonho de ter um fusca 1972, motor 1500, era o

modelo que seu pai tinha: “Enquanto ele não comprou um

fuscão e trouxe aqui para eu olhar se era bom ou não, ele

não sossegou. Ele trouxe uns quatro. Daí eu falei ‘esse tu

pode comprar’. Ai ele falou ‘eu quero que você restaure’. Um

vermelho, caramelo por dentro. Depois de pronto, o sogro

queria andar e ele falou... ‘Esse aqui só quem anda sou eu,

meu pai e o Osmar da oficina.’”.

É no meio dessas preciosidades que o mecânico vai levando

seu dia a dia com simplicidade. A oficina que funciona quase

despercebida dá vida nova aos carros e alimenta a paixão

dos antigomobilistas. Seu Osmar e sua restrita equipe, dona

Rose no escritório e mais um rapaz que auxilia na pintura,

recriam sonhos e memórias.

Entre os mais antigos que já restaurou está o calhambeque Ford 29, também chamado de Ford Bigode. O modelo foi o primeiro carro produzido em série, os primeiros protótipos foram colocados em exposição, inicialmente, na Sala do Império do New York Waldorf, em 2 de dezembro de 1927. As encomendas ultrapassavam em muito a oferta. Em meados de 1928 a produção era de até 4.000 veículos por dia, e ainda não era o suficiente mediante a procura.

2

1

66

Page 67: Revista Digital Welcome to the Top

1. A RESTAURAÇÃO NÃO É SOMENTE ESTÉTICA. RECUPERAR

A MECÂNICA DE CARROS ANTIGOS É UM DESAFIO TÃO GRANDE

QUANTO DEVOLVER A BELEZA ORIGINAL ÀS CURVAS

2. ALGUNS CARROS CHEGAM TÃO DESFIGURADOS QUE É

IMPRESCINDÍVEL RECORRER A REVISTAS E MINIATURAS PARA

RESTABELECER A ORIGINALIDADE

3. ATENÇÃO AOS DETALHES: ANTES DE GANHAR AS RUAS, O CADILLAC É MONTADO SOB O

OLHAR ATENTO DE OSMAR

3

Page 68: Revista Digital Welcome to the Top

DRIVE MY CAR, THE BEATLESMY GENERATION, THE WHO

PRA LER OUVINDO

Page 69: Revista Digital Welcome to the Top

estilo que atravessa

gerações

DRIVE MY CAR, THE BEATLESMY GENERATION, THE WHO

PRA LER OUVINDO

O PEQUENO INGLÊS QUE HÁ MAIS DE 50 ANOS É ASTRO

DE CORRIDAS, CINEMA, TV E ACUMULA FÃS PELO MUNDO

POR FILIPE SCOTTI

Ícone britânico; revolucionou o transporte pessoal na Inglaterra e é um objeto de desejo de várias gerações e faixas etárias. É praticamente

impossível não seguir o olhar ao ver um MINI na estrada com suas cores chamativas e

diferenciadas. A história da marca MINI passa pela necessidade de se criar um carro pequeno

com a capacidade de transportar quatro pessoas, trazendo confiança e, principalmente,

economia de combustível ao charme e a certeza de se um carro potente e de muito estilo.

Page 70: Revista Digital Welcome to the Top

EM MAIS DE 50 ANOS, O MINI PASSOU POR DIVERSAS REFORMULAÇÕES E INOVAÇÕES, SEM NUNCA PERDER SUA CARACTERÍSTICA DE CARRO PEQUENO E CONFORTÁVEL.

CRIADOR E CRIATURAO DESIGNER ALEC ISSIGONIS E O AUSTIN SEVEN NO LANÇAMENTO DO MINI À IMPRENSA

NO GUARDANAPOPRIMEIRO ESBOÇO DO MINI. FEITO EM UM GUARDANAPO,

POR ALEC ISSIGONIS

70

Page 71: Revista Digital Welcome to the Top

Em busca de um automóvel para marcar a virada dos anos

50 aos 60, o designer automotivo greco-britânico Alec Issigo-

nis cria em 1959 o primeiro desenho do MINI. Encomendado

dois anos antes pelo presidente da British Motor Corporation

(BMC), Leonard Lord, o novo veículo deveria ser pequeno e

econômico, principalmente em função da crise do petróleo

pós-guerra a qual a Inglaterra enfrentava. Conhecidos como

“bubble cars”, os chamados microcarros já circulavam pela

Europa, principalmente na Alemanha. Na Inglaterra o desig-

ner Alec Issigonis recebe a tarefa de criar um carro pequeno,

com tamanho aproximado de três metros de comprimento

por 1,2 metros de altura. Outro desafio seria o de deixar o

veículo com 60% do comprimento aos passageiros. Marcas

que permanecem praticamente inalteradas até hoje.

Como os carros atuais da MINI, os primeiros modelos causa-

ram euforia e contagiaram o povo britânico nos anos 50 e 60.

Os motoristas enxergavam no seu tamanho reduzido e no

seu design atraente a oportunidade de ter um carro pequeno

e econômico. Criado pelo designer automotivo greco-britâni-

co Alec Issigonis, em 1957, época em o preço dos combustí-

veis estava em alta, em decorrência de uma crise com os pa-

íses árabes. A necessidade de produzir um carro econômico,

também em função do cenário pós-Segunda Guerra Mundial,

fez com que Issigonis criasse o primeiro esboço do que viria

a se tornar o MINI. Issigonis criou um novo conceito na dis-

posição do motor que fez toda a diferença na montagem do

MINI. Primeiro ele colocou o motor na frente, o que não era

costume na época. Essa medida acabou facilitando a tração

do carro, que era na dianteira. Com isso o veículo ficou mais

econômico e ganhou estabilidade em curvas estreitas. Outra

inovação trazida pelo engenheiro greco-britânico foi colocar

o motor na transversal, ou seja, de lado, o que trouxe mais

espaço na parte da frente e permitiu que o espaço para os

passageiros fosse maior.

CRIADOR E CRIATURAO DESIGNER ALEC ISSIGONIS

E O AUSTIN SEVEN NO LANÇAMENTO DO MINI À IMPRENSA

71

Page 72: Revista Digital Welcome to the Top

GLAMOUR E POTÊNCIA

A rica história da marca MINI é destacada principalmente pela

construção de modelos visionários sem desvirtuar das prin-

cipais características da marca: carros pequenos, potentes e

muito confortáveis. O primeiro veículo fabricado pela mon-

tadora, o Mark I atingiu a marca de mais de um milhão de

unidades produzidas, mostrando a aceitação do modelo pelos

britânicos. Outras versões curiosas do MINI foram produzi-

das para os mais diversos fins. Modelos como o MINI Van e o

MINI pick-up foram produzidos na década de 60 para facilitar

o transporte de cargas em um veículo pequeno, que poderia

entrar nas menores ruas sem causar transtornos ao trânsito.

Na década de 60, o MINI reforçou sua fama ao cair no gosto

da classe artística britânica. Cineastas e estrelas da música

eram vistos circulando em Londres com seus bubble cars.

A princesa Margaret de Windsor era uma amante da marca,

tendo adquirido o modelo Mini Studio 2. O beatle George Har-

rison era proprietário de um Mini Cooper S, que, inclusive, foi

utilizado no filme dos Beatles, Magical Mystery Tour, de 1967.

O bicampeão da Fórmula 1 nos anos de 1962 e 1968, Graham

Hill, também ficou famoso por participar de rallys com um

MINI Cooper nas décadas de 50 e 60.

RALLYE MONTE-CARLO HISTÓRIQUE 2011EVENTO QUE CELEBRA AS VITÓRIAS QUE TORNARAM O MINI UM CARRO DESEJADO POR TODA A EUROPA

72

Page 73: Revista Digital Welcome to the Top

Entre tantos feitos, a história do MINI ganhou destaque em

competições, principalmente rallys. A criação de modelos

voltados para corrida, iniciado por John Cooper em 1961, dá

origem ao famoso MINI Cooper modelo 997 com potência de

848 cilindradas e 55 cavalos. Em busca de mais velocidade o

modelo MINI Cooper S foi produzido em 1963 com um mo-

tor de 1071 cilindradas. O veículo alcança feitos incríveis, com

destaque para as vitórias conquistadas nos anos de 1964,

1965, 1966 e 1967 no tradicional Rally de Monte Carlo, rea-

lizado desde 1911 em Mônaco. Pilotos como Paddy Hopkirk,

Timo Mäkinen e Rauno Aaltonen conseguiram superar as

adversidades do percurso, marcado por muitas curvas e pelo

tempo inconstante. O MINI conquista a Europa. Outra com-

petição marcante para o MINI se deu durante as seis horas

da Le Mans, em 1967. A corrida de resistência foi vencida pela

dupla Jeff Dunkerton, Mould Doug a bordo de um MINI Cooper

S. O veículo se consagrou vencedor da competição após resis-

tir por mais de 200 voltas. O feito ajudou a manter a imagem

de carro confiável e resistente.

Além da série Cooper, a motadora também investiu em ou-

tros modelos, como o Clubman, que a partir de 1969 fez com

que a marca chegasse ao patamar de dois milhões de unida-

des vendidas. Com o Clubman itens voltados ao conforto do

motorista foram introduzidos, como os vidros que passaram

a subir por manivela, outra inovação à época.

O mundo do cinema e da TV também se rendeu aos encan-

tos do MINI. Em uma das mais famosas aparições, o modelo

Mark Mini II, o primeiro a apresentar uma grade frontal dife-

renciada que se tornaria umas das fortes características do

modelo, teve grande participação no filme The Italian Job, de

1969. Na produção eram mostradas perseguições com três

MINI II descendo escadas, andando em esgotos e participan-

do de perseguições no trânsito italiano. O filme fez grande

sucesso na época e popularizou a imagem do carro, principal-

mente na Itália, terra de veículos tradicionalmente compac-

tos. Em 2003 o filme ganhou uma nova versão. Uma Saída de

Mestre usou modelos MINI Cooper S em perseguições e fugas

espetaculares nas ruas de Los Angeles, comprovando que o

MINI ultrapassa décadas e continentes. Mas o ícone britânico

não poderia deixar de aparecer nos principais programas in-

gleses. O popular programa do Mr. Bean é interpretado pelo

comediante Rowan Atkinson. Na série o ator interpreta um

londrino que aparece em diversas situações sempre com seu

MINI Morris MKII de 1977 na cor verde-lima.

MINI EM THE ITALIAN JOB (1969), SUA APARIÇÃO MAIS CÉLEBRE NO CINEMA

73

Page 74: Revista Digital Welcome to the Top

NOVO MILÊNIO

A virada do milênio traz à marca MINI o foco em design ainda mais inovador, alto

desempenho e conforto ao motorista. Os lançamentos, como os MINI One e MINI

Cooper foram apresentados com base nesses conceitos. O MINI Cooper S com

184 cavalos de potência, chegando a 100 km em apenas 7,2 segundos foi a aposta

de 2002. Deu certo.

Em 2008 são apresentados os modelos MINI John Cooper Works e MINI John Co-

oper Works Clubman. Esses veículos são os primeiros MINI equipados com peças

da John Cooper Works a serem produzidos em série. O ano de 2010 foi a vez da

empresa revelar a série MINI Countryman, com tração integral, quatro portas e

quatro lugares em quatro metros de comprimento.

TÍTULOS NOBRES

Projetado com foco na segurança e na

acessibilidade, em 1978 a marca MINI conquistou

reconhecimento do governo britânico por causa do

projeto Motability, em que a empresa facilitava a

compra dos carros aos motoristas com deficiência

física. Mas com certeza o sinal da influência da

marca no meio automobilístico mundial veio com a

pesquisa realizada pela entidade Global Automotive

Elections Foundation. MINI foi eleito o segundo

carro mais influente do século XX por toda sua

contribuição ao setor. O MINI ficou atrás apenas do

histórico Ford Modelo T, de 1908.

Outros prêmios conquistados pela marca incluem

a de Carro do Século, conferido pela Revista Autocar

em 1995 e ainda de Carro clássico número um de

todos os tempos, pela Revista Classic & Sports Car,

em 1996.

THE LAST ONESEM 2000 FORAM PRODUZIDOS OS ÚLTIMOS EXEMPLARES

DO MINI COM O DESIGN CLÁSSICO DE ISSIGONIS

74

Page 75: Revista Digital Welcome to the Top

COMEMORAÇÕES

Para quem está de passagem pela Europa, é bom ficar atento ao

calendário de eventos da marca MINI. Pode ser que você tenha

a sorte de participar de alguma corrida ou festa promovida pela

empresa. Isso porque o evento MINI United promove corridas e

comemorações que se estendem por dias atraindo fãs de todo

o mundo. O primeiro MINI United ocorre em 2005 em Misano, na

Itália. Em 2007 o evento é realizado em Amsterdã e em 2009 no

Reino Unido. Em 2012 a cidade francesa de Le Castellet recebe

o evento de 11 a 13 de maio. Não são apenas os carros MINI

quem marcam presença nas pistas. Apresentações de bandas

internacionais, como Iggy Pop e The Ting Tings garantiram a

festa fora das pistas de corrida. No site www.miniespace.com é

possível obter mais informações sobre o evento.

Pensando em estreitar a relação com os amantes da velocidade

a marca promove a competição MINI Challenge em diversos

países, entre eles estão Espanha, Alemanha, Austrália, Nova

Zelândia, Suíça e Reino Unido e também no Brasil. Ocorrendo

junto com a Stock Car, no MINI Challenge todos os pilotos tem

a chance de se aventurar e se divertir pilotando um MINI John

Cooper Works, de 1.6 litros que pode atingir a velocidade de

240 km/h. A competição reúne atualmente trinta pilotos, que

disputam as emocionantes provas conforme o calendário de

corridas da Stock Car.

Outra atração oferecida pela empresa é poder conhecer o

processo de fabricação dos veículos MINI diretamente na fábrica

da empresa, em Oxford na Inglaterra. Para ter essa oportunidade

basta entrar em contato com o departamento de comunicação

da empresa. No site www.mini.com.br é possível conferir mais

informações.

Os fãs mais saudosistas da marca também podem encontrar

na internet diversas páginas com fãs clubes dos carros MINI. O

Clube do Mini Cooper Brasil, página no Facebook voltada para

o modelo Austin Morris Rover, é um exemplo de fun page que

reúne fotos e informações entre os amantes da marca.

75

Page 76: Revista Digital Welcome to the Top

A MAIS DE 300 KM/H, FRAÇÕES DE SEGUNDO DEFINEM UM VENCEDOR DE MOTOVELOCIDADE

CAN’T STOP, RED HOT CHILI PEPPERSKILLING THE NAME, RAGE AGAINST THE MACHINE

PRA LER OUVINDO

ADRENALINASOBREDUAS RODAS

76

Page 77: Revista Digital Welcome to the Top

Quem é apaixonado por moto é

também louco por aventura.

Os amantes da velocidade

sentem prazer ao elevar a

adrenalina, liberdade enquanto

pilotam e satisfação ao enfrentar

um circuito perigoso. São

dezenas as modalidades oficiais

de competição sobre motos.

Entre as mais populares estão

o rally, motocross, enduro e a

motovelocidade, que é a categoria

de elite do motociclismo. >>

Page 78: Revista Digital Welcome to the Top

O esporte que mistura velocidade, adrenalina e competitivi-

dade é a paixão dos amantes das motocicletas. As frações

de segundos que valem uma prova, a sensação de estar vo-

ando sobre duas rodas e o desafio de cumprir as provas no

menor tempo e melhor desempenho é o combustível que

embala os circuitos de motovelocidade.

Caracterizada por ser realizada em pistas asfaltadas, autó-

dromos e geralmente as motos utilizadas pelos pilotos são

as mesmas que circulam nas ruas, com algumas adapta-

ções para garantir um melhor desempenho durante a cor-

rida. O empresário e piloto catarinense Joniran Salling (Joni)

fala que as modificações básicas são no sistema de suspen-

são, aperfeiçoamento no sistema de freio, substituição dos

escapamentos, melhoria no sistema de injeção e admis-

78

Page 79: Revista Digital Welcome to the Top

são de ar, e redução no kit “coroa e pinhão” que torna a

moto mais rápida em pequenos espaços. Ele compete com

uma moto BMW S 1000RR que segundo Saling é a mais

completa do mercado tanto para o uso na rua como para

competições: “Ela oferece muitos recursos de ponta, tem

câmbio semiautomático e controle de tração”.

O Moto 1000 GP é o maior campeonato de motovelocidade

no Brasil e possui quatro categorias. As duas principais são

o GP 1000 e o GP Light. A primeira delas é destinada a pilo-

tos profissionais ou não e que tenham histórico em compe-

tições nacionais e/ou internacionais e curso de pilotagem.

Nessa categoria pode-se competir com motos multimarcas

de 559cc a 1000cc (4cil); 650cc a 1000cc (3cil); 800cc a 1200cc

(2cil). Em cada etapa é percorrida a distância de 45 a 85 km,

dependendo do circuito. O prêmio para o campeão do GP

1000 é uma moto zero quilômetro BMW F800R 2012.

“NA MOTOVELOCIDADE TUDO ACONTECE EM UMA FRAÇÃO DE SEGUNDOS. MEIO SEGUNDO PODE

SIGNIFICAR MAIS DE 5 POSIÇÕES”

FOTO DO ARQUIVO PESSOAL DE JONI SALING NO MOTO 1000 GP 2012

79

Page 80: Revista Digital Welcome to the Top

A GP light, categoria que Salling corre, é a segunda mais

importante e caracterizada por ser destinada a pilotos

em fase de aperfeiçoamento técnico. Para competir

nessa categoria é preciso ter um histórico de partici-

pação em competições e que não tenham conquistado

posições entre os cinco primeiros colocados na clas-

sificação geral de uma categoria 1000cc de qualquer

evento relacionado à motovelocidade no Brasil desde

2007. Além disso, na GP Light, a alteração permitida nas

motos é limitada. A distância percorrida nessa categoria

é de 45 a 70 Km e o campeão ganha uma moto BMW

S1000RR 2012 0Km. Para competir em ambas o proces-

so de seleção é feito através de uma análise do currículo

desportivo do piloto e do diploma em que é avaliado os

cursos de pilotagem. Competem no máximo 40 pilotos

por etapa. No total são oito etapas em que os 15 primei-

ros colocados pontuam. Em 2012 o campeonato segue

de 17 de junho a 2 de dezembro, data da prova final no

Rio de Janeiro.

Durante uma prova o desgaste físico de um piloto é

altíssimo. Salling garante que num final de semana de

competição chega a perder mais de dois quilos. O prepa-

ro físico e a dieta equilibrada são essenciais para manter

um bom desempenho nas pistas, por isso fortalecimen-

to muscular adequado e investimento em uma dieta

equilibrada e saudável incluem a rotina de um campeão.

No Brasil as competições de motovelocidade começam

a receber destaque. Santa Catarina ainda não possui

autódromo próprio aos treinos e competições oficiais.

Nada que impeça aos amantes do esporte a participa-

ção em circuitos específicos ao redor do mundo pra tes-

tar seus limites. São várias as competições de moto que

chamam a atenção dos participantes por terem alguma

característica inusitada. A welcome to the Top separou

três das mais célebres.

TODA A POTÊNCIA E TECNOLOGIA DAS PISTAS ESTÁ DISPONÍVEL PARA AS RUAS NA BMW S 1000RR

80

Page 81: Revista Digital Welcome to the Top

Competição Tourism Trophy - Isle of Man

Famosa e popular por ser considerada a prova mais perigosa do mundo, a competição acontece anualmente na Ilha

de Man, pequena extensão territorial entre a Irlanda do Norte e a Inglaterra. Conhecida como Tourism Trophy – Ilha

de Man, a prova é disputada na ruas e estradas da ilha e não tem segurança nas áreas de escape. O circuito tem um

traçado sinuoso em terreno montanhoso e uma extensão de 60 km. A velocidade média da prova é de 200 km/h e é

recomentada para pilotos que não tem medo de nada, inclusive o de morrer. Ao todo já foram mais de 200 mortes em

100 anos de corrida. Durante os dias de competição a ilha lota de turistas, fãs do esporte e curiosos que querem garantir

um lugar pra ver a prova. Sem dúvida é a mais desafiadora prova de motovelocidade do mundo e por isso é tão famosa.

Para mais informações e vídeos das competições o site oficial é www.iomtt.com.

Corkscrew – A curva Saca-rolha

O circuito de Laguna Seca em Monterey, Califórnia, nos Estados Unidos é reconhecido mundialmente por ter a curva mais

perigosa dos autódromos. Chamada de Corkscrew, ou saca-rolhas, a curva é em formato de S e fica numa descida. O pi-

loto só vai ter a visibilidade da curva quando já estiver nela. A velocidade média quando se passa pelo saca-rolhas é de 60

km/h. Desafiadora, a curva já fez algumas vítimas.

Circuito de Sal de Bonneville

O deserto de sal de Bonneville fica no estado de Utah, no Estados Unidos. Com aproximadamente 412 km!, recebe cente-

nas de competições de velocidade desde 1914. Competem desde carros, motos até veículos automotores que são criados

especialmente para correr no sal. Quando se fala em moto, desde 1956 todos os recordes de velocidade foram quebrados

em Bonneville. Em 1956, o recorde foi de 312 km/h e em 2010 uma moto com propulsão na roda atingiu 606 km/h. O

deserto de sal de Bonneville é o lugar para quebrar recordes. A fama fez com que Burt Munro, obcecado pela pista es-

crevesse um livro narrando suas aventuras por lá. O livro chama “Bonneville - World’s Fastest Motorcycles” e em 2005

ganhou versão para o cinema com interpretação de Anthony Hopkins. O filme, em português, chama “Desafiando Limites”.

81

Page 82: Revista Digital Welcome to the Top

Top Car

bmwtopcar.com.br Puro Prazer de Pilotar

Page 83: Revista Digital Welcome to the Top

Top Car

bmwtopcar.com.br Puro Prazer de Pilotar

Page 84: Revista Digital Welcome to the Top

CARPETO VOLARE, PATA DE ELEFANTELONELY BOY, THE BLACK KEYS

PRA LER OUVINDO

Page 85: Revista Digital Welcome to the Top

Top Car é CAMPEÃ Do Rally dos Sertões 2012

PILOTO FELLIPE BIBAS E COPILOTO EMERSON CAVASSIN ALCANÇARAM PRIMEIRO LUGAR

NA CATEGORIA T1

POR FILIPE SCOTTI

A Top Car, concessionária exclusiva da Land Rover em Santa Catarina, marcou presença durante a edição comemorativa aos vinte anos do Rally dos Sertões. O evento, realizado de 16 a 29 de agosto de 2012 entre os estados do Maranhão, Tocantis, Piauí e Ceará, trouxe surpresas e alegrias em disputas emocionantes. A largada foi em São Luís/MA e chegada em Fortaleza/CE, o tra-jeto do maior rally do mundo disputado em um único país, foi percorrido pelos pilotos mais experientes nas categorias carros, motos, quadriciclos e UTV’s, em terrenos com pistas cobertas de lama, ou sem visibilidade em decorrência da poeira, com 142 equipe inscritas – em 2011 foram 138 equipes.

Page 86: Revista Digital Welcome to the Top

Nesse cenário os pilotos Felipe Bibas, em parceria com o

copiloto Emerson Cavassin, e Maurício Bortolanza, com o

irmão Gustavo Bortolanza como copiloto, estrearam o pro-

tótipo Top Car Sertões desenvolvido especialmente para

a competição em parceria com a equipe Promacchina. O

protótipo, que reúne toda a sofisticação apresentada nas

estradas das grandes cidades, aliados com a tecnologia, ro-

bustez e torque dos Range Rover feitos para quem gosta de

explorar a natureza, foi apresentado no dia 2 de agosto, em

Florianópolis, na Top Car. Para o piloto Felipe Bibas a meta

de criar um carro rápido foi alcançada. “Desde que começa-

mos a desenvolver a ideia junto com o pessoal da Top Car

e da Promacchina tínhamos como meta ter um carro rá-

pido e confiável, o melhor é que ele ficou mais do que isso,

se tornou um objeto de desejo.” Para o diretor da Top Car,

Oswaldo Scheer, o protótipo Top Car é motivo de orgulho.

“Para todos nós que gostamos de Rally, um projeto do qual

não apenas nós que fazemos parte dele desde o início pode-

mos nos orgulhar, isso porque toda a comunidade do Cross

Country sai vencedora com a iniciativa, tenho certeza de que

vocês vão adorar.”

86

Page 87: Revista Digital Welcome to the Top

Com motor V6 a gasolina de 330 cavalos de potência, o carro surpreende: “O

protótipo foi um carro construído dentro de uma tendência mundial. É um

carro que usa um chassi tubular com uma carroceria de fibra de vidro, deriva-

do da Evoque. O veículo conta com tudo que há de melhor em termos mecâ-

nicos. Freios, suspensão, diferenciais, câmbio. É um carro que tem 45 quilos de

torque já a partir dos 3000 RPM. Câmbio Sadev de sequencial de 6 marchas,

onde o piloto pode trocar de marcha sem nem tirar o pé do acelerador. Ve-

locidade máxima estimada em 190 km/h. Foi um carro que levou quase um

ano para estar nas condições de competir”, afirma Maurício Neves, construtor

desse modelo especial.

LINHAS AGRESSIVAS E MARCANTES, CARACTERÍSTICAS

DO VEÍCULO QUE CIRCULA PELAS RUAS, ENCOBREM UM MOTOR V6

À GASOLINA COM 330CV.

87

Page 88: Revista Digital Welcome to the Top

Evoque Sertões conquista resultado positivo

Após 13 dias de intensas disputas, a edição come-

morativa aos vinte anos do Rally dos Sertões trouxe

como vencedor um piloto habituado com as vitórias.

Dez vezes campeão do Rally Dakar, o francês Stépha-

ne Peterhansel, junto com o copiloto Jean-Paul Cottret,

venceram o Rally a bordo do carro MINI ALL4 Racing.

A dupla francesa encerrou o décimo e último trecho

da competição em quarto lugar, o suficiente para con-

quistar o título com vinte e três minutos de vantagem

sobre o segundo colocado, a dupla brasileira Guilher-

me Spinelli e Yousseff Haddad, que pilotou Mitsubishi

Lancer. O terceiro lugar ficou para a dupla Riamburgo

Ximenes e Flavio Franca a bordo de um BMW X3, com

27h9min40seg.

A dupla a bordo do protótipo Top Car e Promacchina, Felli-

pe Bibas e Emerson Cavassin, conquistou o quarto lugar

na classificação geral e o primeiro na categoria Protótipo

T1. Com um tempo total de vinte e oito horas e quaren-

ta e oito minutos, apenas duas horas e cinquenta e um

minutos de diferença em relação à dupla vencedora, a

equipe conseguiu na sua primeira disputa com o modelo

um resultado surpreendente. Fellipe Bibas está satisfei-

to com resultado alcançado com o protótipo. “Esse ano o

rally foi muito técnico, muito duro, teve muitas variações

de piso, enfim, foi um rally completo. Fomos ajustando o

carro durante a competição e deu tudo certo. Nunca an-

dei tão bem como esse ano”.

Nas motos o título ficou com o brasileiro Felipe Anzol,

que conquistou título inédito. Na modalidade cami-

nhões o título ficou com Carlos Policarpo, Romulo Sec-

comandi e Davi Fonseca, a bordo de um Ford F4000. A

modalidade quadriciclo foi vencida por Marcelo Medeiros

da equipe Taguatur Racing e na categoria experimental

UTV o título ficou com a dupla Bruno Sperancini e Thiago

Vargas, com o protótipo 950.

88

Page 89: Revista Digital Welcome to the Top

89

Page 90: Revista Digital Welcome to the Top

ENIGMA, MILES DAVISGÉNÉRIQUE, MILES DAVIS

PRA LER OUVINDO

90

Page 91: Revista Digital Welcome to the Top

SURGIDO NA DÉCADA DE 30, O CINEMA NOIR É ETERNIZADO ATRAVÉS DOS CLÁSSICOS FILMES DE DETETIVE E MISTÉRIO.

CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE A HISTÓRIA DESSE GÊNERO CINEMATOGRÁFICO QUE ARRANCA SUSPIROS E AGUÇA A CURIOSIDADE DE TANTOS FÃS MUNDO AFORA.

NOIRO MISTÉRIO

Nova Iorque é cenário de um assassinato. Em

um beco esfumaçado do subúrbio, onde gatos

circulam entre latas de lixo, fica o escritório do

detetive particular que trabalha para desven-

dar o caso. Com um sobretudo cinza, chapéu,

cigarro no canto da boca e um copo de whisky

na mão, o detetive se torna o personagem

principal da trama. Entre idas e vindas ele co-

nhece policiais sem escrúpulos, vitimas aliena-

das e uma loira fatal que o seduz. >>

POR PENÉLOPE OLIVEIRA DE BORTOLI

91

Page 92: Revista Digital Welcome to the Top

A história lembra algum filme que você já assistiu?

Provavelmente vários... O enredo é típico do film noir,

gênero cinematográfico norte-americano surgido no

começo da década de 30 e reinventado até os dias

atuais. Se traduzido literalmente do francês, film

noir, significa filme escuro, preto. A expressão sur-

giu depois que o crítico francês Nino Frank classificou

os filmes sombrios de detetives que vinham sendo

feitos em Hollywood e nomeou-os como Film Noir.

O nome é uma referência à “novela escura”, que era

produzida na França na metade do século passado.

Aos poucos, outros personagens do meio cinematográ-

fico, como Jean Luc Godard e François Truffaut, tam-

bém passaram a usar a expressão film noir para falar

sobre esse gênero hollywoodiano. Não demorou para

que os norte-americanos adotassem a nomenclatura.

O curioso é pensar que foi só a partir de então que os

diretores noir criaram consciência de estar produzindo

um mesmo tipo de filme, até ali eles apenas faziam a

arte, sem relacioná-la e sem classificá-la.

Alguns historiadores e pesquisadores do cinema de-

fendem que o surgimento da estética noir é reflexo da

crise que assolou os EUA no começo da década de 30,

pós-crise de 29. Naquele momento o país vivia um mo-

mento de recessão econômica e era um lugar propício a

crimes. A lei seca, que proibia a venda de bebidas alcoó-

licas, incentivava o contrabando, valorizando o comando

de gângsteres no leste do país. Centenas de pessoas

perderam todos os bens no pós-guerra, viviam sem

perspectivas. O clima era de pessimismo, e a arte, então,

referenciava a vida real.

UMA FEMME FATALE E UM CRIME INSOLÚVEL: INGREDIENTES INDISPENSÁVEIS DE UM FILM NOIR

92

Page 93: Revista Digital Welcome to the Top

São centenas as obras produzidas sob a estética noir, principalmente nas

décadas de 30, 40 e 50, mas é impossível falar sobre o gênero sem citar O

Falcão Maltês. Dirigido por John Huston o longa metragem é considerado,

por muitos críticos e fãs de cinema, o clássico dos clássicos do film noir, o

grande inspirador para outras obras. Para alguns estudiosos ele pode ser

rotulado como o primeiro film noir da história.

Rodado em 1941, O Falcão Maltês é baseado no livro, de mesmo nome,

do autor Dashiell Hammett, e contém todos os elementos que o tornam

uma obra-prima do cinema mundial. O elenco conta com o detetive

vivido por Humphrey Bogart, astro incomparável da estética noir e a

femme fatale Mary Astor que, ao lado de Veronika Lake, é uma das

musas fatais do cinema.

A trama do filme baseia-se em desvendar o assassinato de uma mulher

e seu segurança. Entre as investigações, o elenco procura encontrar o

Falcão Maltês, peça valiosa de ouro, cravejada com pedras preciosas e que

está desaparecida. A narração em off do detetive, outra característica do

cinema noir, os truques de filmagem e os flashbacks colocam o espectador

sempre em zona de desconforto. O assassinato pode estar relacionado ao

roubo da preciosidade? Quem é o mocinho e o vilão? Eles existem? Essas

perguntas vão atormentar o espectador desde as primeiras cenas, mas

as respostas só tem o charme que lhes cabe se forem respondidas pelo

próprio roteirista e elenco no desfecho final.

O Falcão MaltêsCrimes, escuridão e mistério No quesito estético, o film noir surgiu com uma forte

influência do cinema expressionista alemão, em que os

sentimentos dos autores e personagens eram anuncia-

dos subjetivamente através da estética visual. No caso

do cinema noir, a escuridão e fumaça, sempre presentes,

são reflexos de personagens dúbios e misteriosos que

nunca podem ser rotulados como bons ou maus.

O cinema alemão também deixou outras marcas.

O jogo de luz e sombras, talvez, seja a mais impactante. O

truque é muito usado para construir o tom de suspense

e mistério, e realçar o contraste entre o preto e o branco.

Além disso, outros elementos visuais são tão recorrentes

no cinema noir que são considerados clássicos do gêne-

ro. Todas as tramas se desenvolvem no submundo das

grandes metrópoles. O uso de espelhos e janelas é re-

corrente para dar a sensação de outras dimensões. Toda

obra conta com o recurso de closes que supervalorizam

o personagem, uso de persianas para representar perigo,

ventiladores que funcionam lentamente, gatos que ba-

lançam latas de lixo e a personagem sempre presente da

femme fatale.

A figura da mulher sedutora é, de novo, reflexo de um

momento histórico vivido nos Estados Unidos na déca-

da de 30. A femme fatale surge como uma metáfora da

independência feminina que vinha sido conquistada na

época. Sensual, independente e orgulhosa, essa mulher

do film noir coloca em cheque o papel da figura feminina,

que até então seguia os padrões morais e tinha o grande

objetivo de manter a tradição familiar. Mais uma vez, o

cinema aparece como ferramenta reflexiva de uma socie-

dade, de suas crises e transformações.

93

Page 94: Revista Digital Welcome to the Top

O film noir e a moda

O cinema e a moda sempre caminharam juntos. É comum o figuri-

no de um filme ser o objeto inspirador para a criação dos estilistas,

assim como coleções e tendências podem fazer o caminho contrário

e inspirar o figurino de um grande filme. O que não se pode negar

é o alcance que isso tem nas vitrines e no consumo da população.

Quem nunca cobiçou um vestido de uma personagem ou o chapéu

de outro? Mas não pense que isso é uma característica dos tempos

de consumo do século XXI. As roupas usadas pelos atores do cinema

noir eram reflexo da moda da época e ajudaram a firmar tendências.

Quem assiste a um filme noir, mesmo sem entender nada de moda,

tem facilidade para identificar a semelhança entre os figurinos dos

personagens. Os astros com sobretudos e chapéus foram inspira-

ção para muitos homens europeus e norte-americanos. As mulheres

esbanjavam sensualidade com vestidos e casacos bem cinturados,

penteados e maquiagem marcantes, inspirando-se nas divas que

viam nas telas. Ainda hoje é comum estilistas lançarem coleções in-

fluenciados pela moda das décadas de 30 e 40.

O interessante dessa história toda é que o cinema noir alcançou seu

auge no momento em que a moda sofria uma revolução. O mundo

vivia um momento pós-guerra e a moda precisou se adaptar a ele.

A alta-costura precisou se reinventar e o mundo era apresentado

ao prêt à porter. A economia de tecidos e a produção de roupas em

grande escala pautava a moda da época; o cinema noir foi um dos

primeiros representantes e expoentes dessa nova maneira de se

vestir. O acesso da população às roupas iguais àquelas apresen-

tadas na tela era mais fácil, fazendo com que milhares de pesso-

as pudessem se vestir como os detetives e esbanjar sensualidade

como uma femme fatale.

Obras e diretores

John Huston e o seu Falcão Maltês entraram para a história, mas ao

lado deles existem outras grandes obras e outros gênios que com-

põem a lista memorável de filmes e diretores do cinema noir. Seria

impossível citar todos, mas listamos alguns dos diretores mais famo-

sos, e apenas uma de suas obras. Entre eles lembramos de Samuel

Fuller e seu filme Anjo do Mal (1953), Alfred Hitchcock e A sombra de

uma dúvida (1943), Fritz Lang e Um retrato de Mulher (1944), Otto

Preminger e Laura (1944), Orson Welles com seu memorável A marca

da maldade (1958), Billy Wilder e Crepúsculo dos Deuses (1950).

O cinema noir teve seu auge na primeira metade do século

passado, mas ainda hoje alguns diretores produzem obras que fa-

zem uma homenagem ao gênero. Nos anos 70, Chinatown (1974),

do diretor Roman Polanski marcou época, sendo ainda uma forte

referência ao gênero noir. Da mesma forma Los Angeles – a cidade

proibida (1997), de Curtis Hanson. Entre os filmes recentes e bem-

sucedidos estão Sin City (2005) de Frank Miller e Dália Negra (2006)

do diretor Brian de Palma.

WILLIAM HOLDEN, GLORIA SWANSON E

ERICH VON STROHEIM EM CREPÚSCULO

DOS DEUSES

94

Page 95: Revista Digital Welcome to the Top
Page 96: Revista Digital Welcome to the Top
Page 97: Revista Digital Welcome to the Top
Page 98: Revista Digital Welcome to the Top

CASA NO CAMPO, ELIS REGINALEMBRANÇAS, MARCO ANTÔNIO ARAÚJO

PRA LER OUVINDO

Page 99: Revista Digital Welcome to the Top

Há uma sincera simplicidade e cumplicidade em cada ambiente ar-

ranjado. Numa composição íntima, artística, quase autobiográfica, a

relação delicada com as expectativas dos donos é uma característica

que vai muito além da presença física de cada peça ou espaço que

transbordam em histórias e experiências da vida de cada um. Uma

casa é uma construção da vida. Vida que já foi vivida e de tudo o

que há pra se viver. Está sempre em transformação, seguindo o flu-

xo das experiências de seus moradores. Resgata constantemente

memórias, ao mesmo tempo que se adapta ao presente e projeta

os sonhos do futuro. As atmosferas do mundo transitado podem

irradiar sua presença remetendo as suas origens e aos traços cultu-

rais vivenciados. Atualmente os ambientes são cada vez mais per-

sonalizados, propondo uma mistura de estilos na disposição e na

decoração que aparecem como espelhos da existência.

Pensadas nos mínimos detalhes, casas refletem estilo e personalidade

temploessencial

JULIA GAZZOLA E JAVIER AMARAL REBOSIO

99

Page 100: Revista Digital Welcome to the Top

Loft Filosofal

Em um prédio localizado no principal centro intelectual e cultu-

ral de Florianópolis, no quinto andar, a porta se abre. A anfitriã é

Maria de Lourdes Borges, uma filósofa que já ocupou a cadeira

da Secretaria de Cultura e Arte da Universidade de Santa Cata-

rina, onde hoje dá aulas de filosofia para graduação e pós-gra-

duação. A recepção é calorosa tanto no sorriso de Dudi, como é

chamada, quanto na atmosfera do ambiente para o qual a por-

ta se abriu. Cores quentes e muita madeira em um ambiente

aberto, onde até uma percepção menos apurada capta ares de

lugares longínquos. Dudi já morou e viajou para vários lugares

do mundo. Sem fronteiras geográficas e culturais, e quase sem

paredes e portas, cada detalhe da casa revela a singularidade

da proprietária.

À entrada do apartamento uma mesa de jantar enorme, minei-

ra, de madeira de demolição cercada por quatro pares de cadei-

ras de diferentes formatos, cores e materiais. Sobre ela casti-

çais coloridos ajudam a iluminar jantares de comida indiana e

tailandesa. Quem vai à casa de Dudi pode ser recebido com uma

saborosa Galinha Corma feita à base de leite de côco, amêndoas

e temperos indianos ou até um camarão tailandês à base de

curry verde. À moda da casa, os pratos são servidos com taças

de vinho da região de Mendoza ou vinhos gaúchos. Dudi é de

Porto Alegre, e aprecia muito a tradição das uvas de sua terra. A

mesa ela trouxe de Minas Gerais quando foi a um congresso e,

claro, não perdeu a chance de trazer algo consigo, como marco

de um lugar que visitou.

AS TELAS DE ARTE TRADICIONAIS CONVIVEM PACIFICAMENTE COM O

GRAFFITI NO UNIVERSO DE DUDI

100

Page 101: Revista Digital Welcome to the Top

Dudi por onde passa traz para a decoração da sua casa alguns

pedacinhos que compuseram as suas aventuras por outras ter-

ras e povos. “Minha casa é um pouco de tudo o que eu vivi, é a

minha história”, comenta enquanto caminha pelas lembranças.

Contemporânea, a casa de Dudi a revela como multicultural não

apenas pela diversidade, mas pela composição da decoração.

“Antigamente eu separava as peças por nichos: aqui são coisas

da Alemanha, aqui da Grécia, ali da França etc., hoje já acho muito

mais interessante a mistura das culturas, como é o mundo que a

gente vive atualmente”, observa.

No entanto, sua fase de interesse pela cultura oriental foi tan-

ta que chegou a criar um “quarto chinês” com as lembranças de

quando esteve na China. Ali pôsteres, fotografias e tecidos divi-

dem o espaço com livros e estantes que comportam uma coleção

de miniaturas que começou com corujas de muitos lugares por

onde esteve, e foi se expandindo para se transformar em uma

verdadeira minicidade cosmopolita global de souvenirs. Pela au-

sência de ruas dessa cidade composta, viaja-se pelos trajetos

que Dudi percorreu: da Filadélfia para Berlim, da muralha da China

para a Mesquita Azul, da França para Londres e por aí afora. En-

tre símbolos históricos como um pedacinho do muro de Berlim,

signos de tradições milenares orientais e marcos de grandes me-

trópoles por onde passou como o maior prédio do mundo em Du-

bai, estão também traços folclóricos brasileiros como os bonequi-

nhos de Lampião e Maria Bonita, seresteiros mineiros, estátuas

de entidades africanas e muitas bernunças da tradição açoriana.

Item revelador da personalidade de Dudi são máscaras ritualísti-

cas de diversas tribos, adquiridas em diferentes momentos, ex-

postas em um pedaço de parede. Não, Dudi não se dá a prática

de rituais, é inclusive uma estudiosa teórica sobre crenças e reli-

giões, no entanto, o que chama a sua atenção nas máscaras é a

sensação de observação que elas transmitem. Observação essa

que a própria Dudi empreende sobre as culturas que lhe desper-

tam interesse. As andanças, o movimento da anfitriã, também se

vê refletido em uma bela estante que serve de galeria para mais

memórias de uma vida de muito trânsito. O móvel todo irregular,

que comporta prateleiras inclinadas ora para um lado ora para

outro, anuncia um movimento natural de inclinação para cima e

para baixo. Ou seja, entre chegadas e partidas, subidas e desci-

das entre um lugar e outro, Dudi costura a sua história de vida.

Quadros de artistas catarinenses como Rodrigo Cunha e Vera

Sabino dividem o espaço com pintores internacionais e telas

pintadas pela própria Dudi. Além dos pincéis, a filósofa se deixa

transparecer também, exposta pela casa, em fotografias. Escre-

ve com luz as impressões sobre lugares por onde passou e as

dispõe em pequenos quadros pela casa, alguns em lugares inu-

sitados, apenas encostados no rodapé de uma grande parede

branca. Sim, a própria Dudi anuncia que ainda precisa pendurar

na parede, mas por algum motivo (penso eu!), possivelmente

mais profundo, ela ainda não o fez.

CADA LUGAR QUE DUDI VISITOU É

REPRESENTANDO POR UM SOUVENIR

NA SUA MINICIDADE COSMOPOLITA

101

Page 102: Revista Digital Welcome to the Top

Casa Elemental

Desconstrução de espaços. Esse é um conceito que cabe a uma

casa onde a entrada do quarto é pelo banheiro. Sim, não um ba-

nheiro qualquer, obviamente, mas um banheiro que apresenta

um deck de madeira como chão por onde a água do chuveiro

escorre. Inusitado e muito bem projetado, o quarto reflete a per-

sonalidade da casa e da dona da casa. A integração dos am-

bientes que a construção se propõe e a integração dos espaços

da casa com elementos naturais revelam uma personalidade de

extrema liberdade.

Nascida no interior de Goiás, Sílvia de Brito Oliveira, cresceu cor-

rendo descalça entre os bosques, rios e riachos da sua terra. Pri-

vilegiada por viver um tempo e um espaço de muita liberdade e

contato com a natureza, Sílvia viveu a infância entre florestas

e campos em muitas cidades de seu estado e do vizinho Mato

Grosso. Há alguns anos escolheu morar entre os morros verdes e

o mar de Florianópolis para criar suas duas filhas.

Engenheira civil de formação, hoje funcionária pública, Sílvia refle-

te a sua essência em cada pequeno detalhe da casa, da decoração

à construção. Comprou o terreno e fez questão de preservar os

elementos topográficos do solo, como quem respeita a terra, con-

vive e coexiste com ela. Extrai da natureza o máximo que pode

sem nunca agredir o meio ambiente. É uma artista que enxerga

em tudo uma possibilidade de beleza e bem estar.

A luz do sol ilumina a casa toda através de claraboias e de gran-

des janelas e portas de vidro para o jardim. Pisos, móveis e gran-

des vigas aquecem com muita madeira uma casa quase sem

paredes e com pé direito muito alto. É um espaço interno que

busca a reminiscência de uma vida solta e com profundo con-

tato com natureza. Sobre uma das claraboias a lua aparece, e

as estrelas aproximam o céu para o interior da casa de fachada

de pedra.

PARIS, FRANÇA - JUNHO DE 2011

AMPLA E COM MUITA LUZ NATURALA CASA DE SÍLVIA É PENSADA PARA SER APROVEITADA

102

Page 103: Revista Digital Welcome to the Top

A simplicidade de Sílvia é de uma elegância e alegria extremas. Com

a doçura e a simpatia da cultura das gentes do interior, a casa é um

convite a uma viagem pelo imaginário folclórico da anfitriã. Peças de

artesanato misturadas a telas de artistas goianos, mineiros, cata-

rinenses e outros mais, compõem com cores e formas tipicamente

brasileiras o sentimento de passarinhos que voam ao redor de gaio-

las de portas abertas. Sílvia voa alto na sua casa.

Uma das palavras da casa é reaproveitamento, e com isso a proprie-

tária se faz artista da própria decoração. Sempre transformando um

cantinho, recentemente Sílvia redecorou uma parede com papéis de

presente, reaproveitou um vidro e tijolos de obra para criar uma lin-

da mesa de jardim. Sua mão está na escolha da composição e tam-

bém na confecção de peças e novas atmosferas para os ambientes.

“A decoração da casa está sempre em processo, isso reflete a minha

vontade de mudar”, afirma a anfitriã.

Riqueza entre o céu e a terra

Extremamente voltada à riqueza da cultura popular, a casa de Sílvia ecoa sons

bem brasileiros como Tom Jobim, Cartola e Chico Buarque. Mas seu charme

sonoro fica ainda maior com as descobertas que fez em importantes projetos

de divulgação de músicos desconhecidos, como o Projeto Pixinguinha, projeto

realizado em todos os estados brasileiros que infelizmente já não existe mais, e

o Clube do Choro em Brasília. Lá conheceu o guitarrista mineiro Marco Antônio

Araújo e o chorista Danilo de Britto, que segundo ela, “dão um show de música da

melhor qualidade”, e ainda completa, “procuro sempre pelos artistas escondidos”.

Uma enorme escada em espiral se contorce sobre uma base vermelha de

concreto, como um elo entre o céu e a terra. A cada degrau o ar de liberdade se

oxigena em cores vivas, detalhes inesperados se revelam enquanto o azul do céu

é obtido pela grande janela de vidro que a acompanha. A amplitude do espaço

refresca o ar e os sentidos se aguçam pela riqueza dos elementos.

A casa de Sílvia foi projetada para ser bem usufruída. “Adoro receber meus

amigos em casa, costumo fazer festas. Mas festa mesmo é no final de semana

em que estamos eu e as meninas. Curtimos muito o nosso espaço”. No jardim

de um gramado incrível, uma banheira japonesa de madeira, ofurô, proporciona

banhos quentes nos finais de tarde. Sofia, 8 anos, e Cecília, 6 anos, participam

da decoração dos muros do jardim. Sílvia as muniu de gizes para que tracem

seus desenhos preferidos. Naturalidade, liberdade de espaço e de imaginação

são as fundações de uma casa encantada por essas três mulheres.

A CRIATIVIDADE ESTÁ PRESENTE EM CADA CANTO DA CASA

103

Page 104: Revista Digital Welcome to the Top

Quem chega a Chapecó, polo regional do Oeste catarinense, depara-

se com uma cidade bonita, moderna, com ruas amplas e de traçado

ortogonal. Nesse contexto se insere a arquitetura contemporânea

de Glicério Weber. Seus projetos são fundamentados em conceitos

atuais da arquitetura. Com duas décadas de atuação, Glicério sa-

lienta que a “Arquitetura que construímos é o nosso legado para a

humanidade, por isso, temos que pensar muito bem no que edifica-

mos. É a marca de nossa passagem por este mundo”. Ainda sobre

este assunto ressalta, “você pode deixar uma lembrança horrorosa

ou algo que seja preservado pelas gerações futuras”.

Glicério Weber acredita que “temos que viver nas casas do século 21 e

não em residências do século 19, por isso possui um estilo completa-

mente contemporâneo. Sua arquitetura é para quem vive o presente

sem se apegar ao passado. Os ambientes desenvolvidos por Glicério

combinam com a vida agitada, dinâmica e tecnológica sem deixar de

ser confortáveis, acolhedores e geradores de boas sensações. “Por

passarmos o dia carregados de informação, a casa deve ser um local

com menos informação pra que o morador possa acalmar a mente

para o repouso”, salienta weber.

As duas décadas de atuação de Glicério foram marcadas na homena-

gem prestada em 7 de novembro na Top Car em Chapecó. Formado

pela Universidade Federal de Santa Catarina, Glicério é um dos mais re-

quisitados profissionais da região e suas obras fazem parte arquitetura

do oeste catarinense. Pós-graduado em Planejamento Urbano e Ges-

tão Empresarial, Glicério há 13 anos é professor do curso de Arquitetura

e Urbanismo da Unochapecó. Cerca de 500 alunos foram orientandos

por ele ao longo dos 13 anos de docência. Nesse período colaborou na

formação de profissionais através de disciplinas práticas e de projetos.

O chapecoense é um profissional atuante também nas causas da profissão. Atualmente é conselheiro suplente do CAU – Con-selho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina, além de presidente do Núcleo Chapecó do IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil.

Com uma trajetória construída com muito trabalho e dedicação, o ar-

quiteto adquiriu respeito de seus clientes e reconhecimento da so-

ciedade, algo demonstrado na festa que comemorou seus 20 anos

de atuação. O Studio Glicério Weber possui uma equipe formada por

arquitetos e estudantes de arquitetura que desenvolvem projetos na

área residencial, comercial e médica, utilizando-se dos mais atuais

programas para o desenvolvimento de projetos.

COLUNISTA

arquitetando legadosthiago freitas

104

Page 105: Revista Digital Welcome to the Top
Page 106: Revista Digital Welcome to the Top

THE XX – CRYSTALISED, EDU IMBERNON REMIXBEAUTIFUL LIFE, GUI BORATTO

PRA LER OUVINDO

Page 107: Revista Digital Welcome to the Top

BRASIL É O PAÍS DA MÚSICA

ELETRÔNICAMÚSICA ELETRÔNICA GANHA CADA VEZ MAIS ADEPTOS,

AQUECENDO AS PISTAS E A ECONOMIA NACIONAL

Batida acelerada, ritmo frenético. Em uma festa de música

eletrônica a única regra é não ficar parado. Enquanto os Djs

comandam as pick-ups, uma multidão dança os hits, curte

as novidades e sente a energia da festa. Energia contagiante

que é impossível encontrar em outras baladas, segundo os

frequentadores da cena eletrônica.

Cada vez mais popular em terra tupiniquim, as baladas

eletrônicas brasileiras têm ganhado destaque no cená-

rio internacional. Recentemente a revista Forbes publicou

uma matéria em que o título era: “Esqueça a Bossa-Nova.

Agora o Brasil é o país da música eletrônica”. A justificativa

é simples. Em poucos anos o Brasil ganhou filiais das mais

importantes casas de música eletrônica do mundo, como a

Green Valley, Warung, D-Edge e Disco Club. Além disso, as

baladas têm aquecido a economia por aqui. No começo de

2012, a Rio Music Conference divulgou dados que apontam

o crescimento no cenário eletrônico no país. De acordo com

a pesquisa, a arrecadação em festas eletrônicas atingiu um

valor de quase dois bilhões de reais em 2011. Um aumento

de quase 100% se comparado com o ano de 2010. O público

em casas e festivais eletrônicos também representou um

aumento de mais de 50% nesse mesmo período. O Dj resi-

dente do Warung Beach Club, Daniel Kuhnen, fala com entu-

siasmo sobre essa fase: “Grandes festivais de nível mundial

estão acontecendo no Brasil, todos os DJs querem tocar em

nosso país. Há dez anos nem poderíamos imaginar isso, era

um trabalho enorme e um grande risco trazer um grande DJ

internacional. Existia um preconceito em relação ao público e

aos profissionais do meio. Isso agora está acabando, o mer-

cado está crescendo muito e cada vez mais profissional”. >>

POR PENÉLOPE OLIVEIRA DE BORTOLI

107

Page 108: Revista Digital Welcome to the Top

Os Djs brasileiros também são estrelas lá fora. Não é difícil

encontrar festas comandadas pelos nossos conterrâneos em

casas noturnas em Barcelona, Berlim e Londres, três templos

da música eletrônica mundial. Daniel Kuhnen acaba de voltar

ao Brasil depois de uma turnê europeia ao lado de Gui Boratto

onde contabilizaram cerca de 30 eventos passando por mais

de 10 países em 50 dias. “Tocamos em alguns dos principais

clubes e festivais do mundo e é incrível ver o tamanho do pú-

blico que um artista brasileiro conquistou por lá. Em um único

evento na praia, em Cannes, 11.000 pessoas foram exclusiva-

mente para vê-lo (Gui Boratto)! Em Paris também é sempre

demais, foi lá que fiz uma das apresentações mais incríveis da

minha carreira. Foi no club Showcase Live, embaixo da pon-

te Alexandre III e com vista para o rio Sena e a Torre Eiffel. O

público me aplaudiu por quase um minuto quando terminei

e não contive a emoção, foi lindo demais sentir uma sintonia

tão grande com aquelas pessoas, tão longe de casa e em uma

cidade como aquela”.

Mas, segundo Kuhnen, a cultura musical dos brasileiros ainda

precisa sofrer algumas mudanças. O Dj aposta em um maior

interesse do público para conhecer a música eletrônica e só

assim mudar um cenário vicioso onde existe a supervalori-

zação de alguns artistas: “O nosso público precisa formar sua

própria opinião sobre os artistas e suas músicas ao invés de

ser influenciado pela mídia exagerada e muitas vezes men-

tirosa de muitos clubs e promoters. Quando isso acontecer,

o público vai frequentar as festas porque gosta e se identifica

com a música de cada artista e não porque ele é estrangeiro

ou é considerado o melhor pelo ranking x, y ou z”. Ele com-

plementa: “Já fazemos ótimas festas aqui, mas tudo é muito

recente e podemos melhorar ainda mais com o amadureci-

mento do público. Na Europa as duas ou três últimas gerações

cresceram ouvindo música eletrônica, desde o fim dos anos

70. E você encontra todas essas gerações nas pistas, curtindo

seus artistas preferidos em harmonia”.

“TODOS OS DJS QUEREM TOCAR EM NOSSO PAÍS.

HÁ DEZ ANOS NEM PODERÍAMOS

IMAGINAR ISSO, ERA UM TRABALHO

ENORME E UM GRANDE RISCO

TRAZER UM GRANDE DJ INTERNACIONAL”

108

Page 109: Revista Digital Welcome to the Top

O estudante de agronomia Gustavo Lovo Ferronatto é fã de música eletrônica. Desde

2004 ele frequenta festas e é fiel a alguns clubes. Em 2011 fez um mochilão pela Europa

e foi em várias baladas eletrônicas por lá. A constatação é a mesma de Kuhnen: “Na

Europa o diferencial é o público. As pessoas de lá estão muito mais acostumadas com

música eletrônica, já faz parte da cultura deles. É normal pro europeu uma balada eletrô-

nica, diferente dos brasileiros”.

Uma nova tendência na música eletrônica tem sido o trabalho conjunto de Djs com

grandes astros da música pop. O francês David Guetta, um dos Djs mais reconhecidos

no mundo, já acumula parcerias com Fergie, Rihanna, Chris Brown e Akon, por exemplo.

Segundo Daniel, há muito tempo os produtores de música eletrônica trabalham com

grandes artistas, como Madonna e U2, mas isso ficava nos bastidores. Ele atribui ao

crescimento da música eletrônica a popularidade dessas parcerias: “A música eletrônica

cresceu muito e seus protagonistas estão virando grandes celebridades. Ainda não sei

se isso é bom ou ruim, mas é inevitável”. A parceria acaba se tornando interessante para

o Dj, para o artista e principalmente para as gravadoras e produtores, que garantem o

lucro em cima desses trabalhos. Mas o fã de música eletrônica nem sempre aprova: “Na

verdade eu não gosto. Não é o estilo de música que eu gosto. Sinceramente? Eu acho

muito chato”, afirma Ferronatto.

A tecnologia é a grande aliada dos Djs. É através dela que se produz um bom som. Mas

para a dominar é preciso experiência e muito estudo. Além disso, para ser um bom Dj

é preciso ter um vasto conhecimento musical e ter a sensibilidade para sentir o que

o público da balada exige. Kuhnen é enfático quando afirma que para ser um bom

Dj é preciso, acima de tudo, fazer uma pista inteira dançar e se divertir com músicas

desconhecidas. Segundo ele é muito fácil tocar as dez mais pedidas do rádio ou aquela

música que todos conhecem. Difícil é pesquisar, tocar e transformar uma música que

ninguém conhece em um sucesso. Isso sim caracteriza um bom Dj e uma boa balada

eletrônica.

São vários os festivais de música eletrônica que acontecem todo ano ao redor do mundo.

Para Kuhnen o melhor e mais importante de todos é o Sónar de Barcelona, na Espanha.

O festival dura 3 dias e tem como diferencial a programação diurna, que acontece em

pleno centro da cidade, em cinco centros culturais diferentes e mistura exposições de

arte multimídia, cinema, workshops e, claro, muita música. Além disso, no festival são

apresentadas 150 atrações, entre as quais 120 são shows e sets de Djs ao vivo. Em Bar-

celona, o festival Sónar transforma a cidade. Além das baladas, o evento celebra a cultura

eletrônica como um todo: música, arte, tecnologia, tendências.

A música eletrônica começou a se tornar popular nos anos 70. São centenas os subgê-

neros, mas alguns ganharam mais popularidade. Nas baladas Brasil afora, atualmente, o

comum é ouvir o House Music, estilo tocado pelo Dj brasileiro Gui Boratto, por exemplo.

Entenda a diferença entre os principais subgêneros da música eletrônica:

Quanto tempo existe o Green Valley?

A abertura do Green Valley foi em 2007 e, hoje,

como 2º melhor do mundo (Top 100 Clubs DJ Mag),

chegamos a um patamar onde nenhum outro Club

brasileiro jamais alcançou. Isso nos deixa muito

orgulhosos. A história da Green Valley é o resultado

de um trabalho feito com dedicação e seriedade e

conquistado graças ao envolvimento de todos os

que acreditaram conosco neste projeto, desde o

início. Conquistar o que conquistamos até agora,

não é tarefa fácil, e, manter um negócio dessa

envergadura é ainda mais difícil, mas considero isso

um desafio constante, que me faz querer ir sempre

além.

Por que você decidiu se tornar um empresário do

ramo do entretenimento, com uma casa noturna

voltada ao público da música eletrônica?

Meus sócios atuam no ramo de entretenimento

há um bom tempo e me procuraram para

desenvolver um projeto inovador, diferenciado,

de grande porte, voltado exclusivamente para a

música eletrônica. Na época em que inauguramos

o Green Valley, Balneário Camboriú estava muito

decadente e, portanto, aberta e necessitada de

algum empreendimento que fizesse renascer

novamente aquela magia que a região sempre

teve. Hoje, a vida noturna de Balneário Camboriú

renasceu e marca uma nova fase, provocando um

novo olhar, chegando-se a ser rotulada como a

“Ibiza brasileira”.

Você percebe a música eletrônica como um ritmo

de modismo, ou já tem um público consolidado?

Chegou como um modismo, para um público

peculiar e exclusivo. Hoje já tem um público

consolidado, sim, de certeza.

Duda Cunha, sócio do Green Valley, responde:

109

Page 110: Revista Digital Welcome to the Top
Page 111: Revista Digital Welcome to the Top

PERFORMANCE, CONFORTO E MUITA

SEGURANÇAA WELCOME TO THE TOP APRESENTA OS DETALHES DOS LUXUOSOS DE 2013: BMW M5, RANGER ROVER VOGUE,

MINI PACEMAN E A MOTO BMW GTL 1600.

POR MARIANA GOMES

Page 112: Revista Digital Welcome to the Top

Conforto M Servotronic

Rolo de proteção solar elétrico traseiro e manual lateral

Ajuste elétrico dos bancos dianteiros, com memória de ajuste no banco do motorista

Aquecimento de bancos dianteiros

Sistema de navegação com Monitor de TV + I Drive

Radio BMW Professional com CD frontal

Sistema de alto falantes Professional Logic 7

Ar-condicionado automático de quatro zonas

SegurançaControle dinâmico de estabilidade DSC.

Airbags para motorista e passageiro frontal.

Airbags laterais dianteiros e traseiros.

Airbags de cabeça dianteira e traseira.

Faróis bi-xenon.

Luzes direcionais dianteiras.

Controle de frenagem em curvas CBC.

BMW M5 2013Um dos carros mais emblemáticos já produzidos acaba de chegar à quinta geração. BMW M5 é a combinação única de performance

de um carro superesportivo e o luxo de um sedã. O generoso espaço interno aliado às mais avançadas tecnologias fazem com que

até cinco passageiros viagem de maneira exclusiva e emocionante. Quando o motor V8 M TwinPower Turbo entra em ação, revela o

mais puro DNA da BMW Motorsport.

112

Page 113: Revista Digital Welcome to the Top

TecnologiaCâmbio MDCT, 7 marchas, com eixo de transmissão duplo

Controle eletrônico dos amortecedores

Sistema antifurto com controle remoto por ondas de rádio e alarme com tecnologia EWS

Espelhos retrovisores externos com rebatimento elétrico

Câmera traseira

Escurecimento do espelho retrovisor interno e externo com declinação

Sensor de chuva, com acionamento automático dos faróis baixos

Alerta para desvio de faixa rodagem

Câmera para visão geral

DesignTeto solar em cristal elétrico.

Acabamento em alumínio trace.

Revestimentos do teto em Anthracite.

113

Page 114: Revista Digital Welcome to the Top

BMW K 1600 GTLNa evolução natural da classe, a BMW destaca-se mais uma vez pela inovação tecnológica e design. Feita para longas

viagens com muito conforto, quase como o conforto digno de um carro de luxo. Além do espaçoso banco, malas laterais e top

case de série com capacidade para 115 litros.

114

Page 115: Revista Digital Welcome to the Top

EspecificaçõesComprimento: 248,9 cm

Altura/largura: 146,5/100 cm

Entre-eixos: 168,0 cm

Peso: 348 kg (em ordem de marcha)

Vão-livre: 14 cm

Altura do assento: 75 cm

Capacidade do tanque: 26,5 l

Pneus Dianteiro: 120/70-17

Pneus Traseiro: 190/55-17

MecânicaMotor CM 6 cilindros em linha 24V DOHC/1.649 cc/refrigeração a líquido

Injeção eletrônica

Ignição eletrônica digital

Partida elétrica

Diâmetro x curso: 72 x 67,5 mm

Taxa de compressão: 12,2:1

Potência: 160 cv a 7 750 rpm

Torque: 17,8 mkgf a 5.250 rpm

Câmbio com seis marchas com transmissão final por cardã

Chassi Quadro dupla trave de alumínio

SegurançaSuspensão Dianteira: BMW Motorrad

Duolever com regulagem eletrônica de compressão da mola e 125 mm de curso

Suspensão Traseira: BMW Motorrad Paralever com regulagem eletrônica de

compressão da mola e 135 mm de curso

Freio Dianteiro: dois discos flutuantes de 320 mm de diâmetro e pinças

de quatro pistões opostos

Feio Traseiro: disco simples com 320 mm de diâmetro e pinça

de quatro pistões opostos

Itens de sérieControle de interface Bluethooth

Frequência de rádio

Safety PackageFarol direcional

Controle de tração dinâmico DTCControle de pressão dos pneus RDC

Equipment PackageFaróis de neblina em LED

Ajuste de suspensão eletrônico ESA IITravamento central

Alarme antifurto

115

Page 116: Revista Digital Welcome to the Top

Mini PacemanAs vendas do Mini Paceman terão início no segundo semestre de 2013 na Europa, em quatro versões, cada uma com um

motor diferente. Com ar esportivo o Paceman é o sétimo modelo da linha MINI, um Crossover com quatro lugares, duas

portas, carroceria encurtada e um aspecto de cupê baseado no Countryman, mas mais baixo (4cm) e mais leve (20 kg).

MINI Cooper Paceman MINI Cooper S Paceman MINI Cooper D Paceman MINI Cooper SD Paceman

Motor: 1.6 /122 cv Motor: 1.6 turbo /184 cv Motor: 1.6 diesel turbo Motor: 2.0 de 143 cv

Potência: 122 hp a 6,000 rpm Potência: 184 hp a 5,500 rpm Potência: 111 hp a 4,000 rpm Potência: 143 hp a 4,000 rpm

Aceleração (0-100 km/h): 10.4 [11.5] S Aceleração (0-100 km/h): 7.5 [7.8] S Aceleração (0-100 km/h): 10.8 [11.2] S Aceleração (0-100 km/h): 9.2 [9.4] S

Vel. Máxima: 192 [184] km/h Vel. Máxima: 217 [212] km/h. Vel. Máxima: 187 [182] km/h Vel. Máxima: 200 [197] km/h

Consumo de combustível: 6.0 [7.2] L/100 km

Consumo de combustível: 6.1 [7.1] L/100 km

Consumo de combustível: 4.4 [5.6] L/100 km

Consumo de combustível: 4.6 [5.7] L/100 km

Emissão de CO!: 140 [168] g/km Emissão de CO!: 143 [166] g/km Emissão de CO!:115 [149] g/km Emissão de CO!: 122 [150] g/km

116

Page 117: Revista Digital Welcome to the Top

MecânicaEquipado com exclusivo motor All 4

Suspensão ajustada para um comportamento mais esportivo

SegurançaAirbags frontais e laterais.

Sistema de navegação.

Sensor de chuva.

Faróis de neblina.

InteriorAcentos aquecíveis.

Espelhos elétricos

Volante de couro multifuncional (nas versões S e SD).

Exterior As novas lanternas traseiras, posicionadas horizontalmente, são destacáveis. As rodas são de 16 ou 17 polegadas (dependendo da versão) de série, mas opcionalmente podem ser de 18” ou 19”.

Teto na cor do veículo, branco ou preto.

Como opcional o carro pode ser equipado com faróis de xenon e teto solar de cristal.

117

Page 118: Revista Digital Welcome to the Top

Range Rover Vogue 2013A Land Rover quarta geração do Range Rover Vogue chega ao Brasil ainda no primeiro semestre de 2013. Mais leve, forte e

sofisticada, a nova Land Rover Vogue é o melhor SUV de luxo do mundo. O primeiro do mundo com estrutura em monobloco

fabricada totalmente em alumínio, até 420kg menos do que o modelo anterior: economia de combustível e menos emissão de CO2.

MecânicaMotor Longitudinal V8 com 32 válvulas e Diesel injeção direta de combustível, biturbo sequenciais paralelos.

Sistema de tração 4x4 integral com bloqueio de diferencial central e sistema Terrain ResponseTM 2.

Suspensão dianteira e traseira pneumáticas independentes com controle de altura.

Freios dianteiros a disco, ventilados de 380 mm.

Freio de emergência inteligente.

118

Page 119: Revista Digital Welcome to the Top

Segurança e proteçãoTravas elétricas para crianças

Controle de Estabilidade Dinâmico (DSC)

Controle de Estabilidade Antirrolagem (RSC)

Controle de Tração Eletrônico (ETC)

Assistente de Estabilidade ao Trailer (TSA)

Controle de Descida de Ladeira (HDC)

Controle de Liberação de Inclinação (GRC)

Assistente de Início de Subida (HSA)

Controle do Torque de Força do Motor (EDC)

Sistema Antitravagem de Freio (ABS)

Distribuição Eletrônica de Força de Frenagem (EBD)

Luzes de freio de emergência (EBL)

Assistente Frenagens de Emergência (EBA)

Controle de Frenagem em Curvas (CBC)

InteriorAcesso sem chaves, fechamento de portas com travas elétricas.

Compartimentos refrigerados e engate acionado eletricamente.

Painel de instrumentos digital de 12” e uma central touch screen 8” com funcionalidade Dual-View.

Comandos por voz e conectividade.

Controle de clima independente com quatro zonas.

Assentos de luxo em couro com modo massagem.

Última geração de LED para iluminação sutil e sofisticada, inclusive capacidade de mudar o esquema de cores para criar ambientes diferentes.

Telefone móvel sem uso das mãos por meio de Bluetooth, permitindo que o telefone seja controlado pela tela touch screen de 8” ou controles no volante.

Sistema de áudio por Bluetooth

Controle de voz com comandos em tela intuitivos do tipo “diga o que vê”.

ExteriorA estrutura em alumínio do novo Range Rover Vogue é 39% mais leve do que a carroceria de aço do modelo anterior.

Construção das portas em alumínio, inclusive colunas de intrusão laterais de alumínio de baixo peso de alto desempenho.

Avançadas barras “B” em alumínio composto reforçado para minimizar a intrusão em impactos laterais.

Projeto das suspensões dianteiras e traseiras de baixo peso, com subestruturas dianteiras e traseiras totalmente em alumínio.

Projeto otimizado para molas, amortecedores e barras..

Discos dos freios dianteiros Brembo de alumínio de baixo peso.

119

Page 120: Revista Digital Welcome to the Top
Page 121: Revista Digital Welcome to the Top

Roteiro

Existem inúmeras maneiras de conhecer Santa Catarina. Pelo alto,

por terra ou via mares e rios, nosso estado sempre encanta com seus

contrastes e beleza. Se o litoral desperta enorme desejo durante o

verão, a serra catarinense, no inverno, revela todo o charme de sua

paisagem única.

Na última temporada de frio, decidimos embarcar no Mini S - Top Car

rumo ao gelado topo de Urubici. O município era habitado pelos índios

Bororós, quando os primeiros colonizadores, vindos de Tubarão, São

Joaquim e Bom Jesus, chegaram à região. A cidade revela um charme

típico de sua colonização, com um povo muito acolhedor.

Via BR-101, seguida pela BR-282 e terminando pela SC-430, a viagem

exige atenção nas curvas e, em alguns pontos, habilidade com a má

conservação do asfalto. Entretanto, a rápida resposta do Mini trans-

forma o desafio numa prazerosa pista de obstáculos fáceis de serem

superados. Se para o condutor o traçado requer habilidade, para os

outros ocupantes o cenário revela-se como fotografia de um filme

bem produzido.

A bordo do pequeno e possante Mini, personalizado pela Top Car com

a identidade inglesa, o relógio perde sua função: mais importante do

que o tempo é a temperatura que diminui a cada curva.

Gastronomia

Antes de chegarmos ao destino final, o primeiro e único pit stop de

nossa viagem foi na charmosa cidade de Rancho Queimado. Com

distância relativamente curta de Florianópolis, com pouco mais de

60 km entre as duas cidades, o local é o preferido pela maioria dos

florianopolitanos para investimentos imobiliários quando o assunto

é casa de campo. Apesar da proximidade com a Capital, as tempera-

turas por lá são bem mais baixas. Em 2012, Rancho Queimado che-

gou a registrar - num inverno pouco rigoroso - termômetros de dois

graus negativos no centro.

Na entrada de Rancho Queimado, o turista encontra a fábrica do tra-

dicional “Guaraná Pureza”, fabricado pela empresa de Leonardo Sell.

Localizada na praça central está a “Costelaria da Serra”, ponto de en-

contro de turistas e da população local. O restaurante do casal Astrid

e Ayrton Oliveira oferece comida típica com churrasco saboroso, cos-

tela suculenta e as irresistíveis polentas e batatas fritas caseiras. É

bom controlar o olho grande, caso contrário, corre-se o risco de sair

rolando do restaurante!

TODOS OS SENTIDOS!por leo coelho

COLUNISTA

121

Page 122: Revista Digital Welcome to the Top

De volta ao volante!

Sentados de volta no Mini S – Top Car, após o almoço é preciso pre-

parar uma trilha sonora alto astral. As entradas de USB, que servem

também para carregar o telefone e o cabo de áudio são acessórios

indispensáveis para uma viagem agradável.

Um set bem escolhido pode transformar o cockpit do Mini na mesma

atmosfera de uma pista de dança. A única diferença é que dentro do

carro o cinto de segurança sempre tem que estar bem afivelado!

Curta a natureza!

Mesmo com um torque fora do comum, característica das edições do

Mini S, a subida da serra – via BR 282 – exige paciência. Muito mais

inteligente do que forçar uma ultrapassagem é curtir a companhia e

o visual da paisagem deslumbrante. A vegetação, com a luz do fim de

tarde, proporciona visuais inesquecíveis.

Durante o trajeto é possível encontrar pontos turísticos próprios

para fazer imagens. Apesar do visual perfeito para fotos, produzido

por uma natureza exuberante, esses “pontos de vistas” deveriam ser

mais bem cuidados pelos órgãos competentes.

Reta Final

A busca pelo frio chega ao fim. O termômetro do carro aponta tem-

peratura abaixo de cinco graus. Nosso destino final era o topo de

Urubici, cercado de luxuosas pousadas, mais afastado do centro, a

charmosa casa no alto da serra já estava aquecida. Lá dentro a la-

reira aumentava a temperatura e de quebra ainda iluminava a sala.

A partir daquele momentos – num dos pontos mais altos de Santa

Catarina - estávamos entregues aos prazeres da boa vida. Os ca-

chorros correram em nossa direção e anunciaram, em alto e bom

latido: welcome to the Top!

MADEIRA SE TRANSFORMA EM ARTE NATURAL

CHALÉ NA SERRA CATARINENSE

122

Page 123: Revista Digital Welcome to the Top
Page 124: Revista Digital Welcome to the Top