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    A N O 1 - - NUMERO 6 5 0 0 R S . O U T U B R O - 1 9 2 8Revista de AntropofagiaDireco de ANTNIO DE ALCNTARA MACHADO Gerncia etc. de RAUL BOPPE n d e r e o : 1 3 , R UA B E N JA M IM C O N S T A M - 3. P a * . S a l a 7 - C A I X A P O S T A L N. 1 . 2 6 9 - S A O P A U L O

    V A C A Bailada tristeOs portugueses do Rio de Janeiro ofereceram ao min istro brasileiro das Relaes Exteriores uma vasta placa de bronze. Quize-ram com isso homenagear o homem que obrigou os membros de um congresso qualquera ouvirem discursos no grego de Cames.Mais uma vez o Brasil defendeu o queem Portugal chamam de patrimnio comumda raa. Defesa que cabia aos lusitanos. Masno tendo mais fora nem autoridade paraisso arranjaram advogado convencendo-o deque tambm tinha interesse na causa. De forma que no pagam honor rios. Contentam-se em dar um presentinho de tempos em tem

    p o s . Est tudo errado. A lngua portuguesano patrimnio comum da raa. Primeiroporque no h raa mas raas. Segundo porque no h lngua mas lnguas.O portugus diz que sim. Prega a unidade e tal. E' a cousa de sempre: quando estava de cima s gritava eu, agora que est porbaixo faz questo do ns.Essa unio luso-brasileira que nemaquela de Mutt e Jeff deante do cinema numacaricatura de J. Carlos: Vamos fazer uma vaca, Jeff / Vamos: voc entra com dez tostes eeu entro com voc.Sem tirar nem pr.

    Eu estou hoje inhabitavel . . .No sei porque,levantei com o p esquerdo:meu primeiro cigarro amargou na' minha boccacomo uma colherada de fel.A tristeza de vrios coraes bem tristesveiu, sem que, nem porque,encher meu corao vazio. . . vazio. . .Eu estou hoje inhabitavel . . .A v ida est doendo . . . doen do . . .A vida est toda atrapalhada.. .Estou sozinho numa estradafazendo a p um "raid" impossivel.Eu estou hoje inhabitavel . . .Ah! si eu pudesse me embebedare cam bale ar . . . cambalear,e cahir, e acordar desta tristezaque ningum, ningum sabe.. .Todo mundo vae rir destes meus versos...Mas eu juro por Deus, si fr preciso,que eu estou hoje inhabitavel.

    BELLO HORISONTE)ANTNIO DE ALCNTARA MACHADO ABGAR RENAULT

    "De idea superior em idea superior, ns acabaremos por no ler mais ideas".PRUDHON

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    R e r i a t a d e A n t r o p o f a g i a

    POMO ROIDO L I T E R A T U R A(do Nuvem de Gafanhotos) RUY CIRNE LIMA

    A s s i m ?! . . . No! eo no te quero mais . .Quando eu parti, deixei-te quasi verde ainda,Pendente de um pequenino ramo ignorado.At te conf undias com os ren ov os ...Mas o ramo cresceu,Vieste espiar a estrada,E ahi amadureceste, rubra, ao sol de Julho...E, longe, Quem via eu me esquecer daque lla m anguitaquasi verde ainda,Que eu reservara para a volta?! . . .No! eu no te quero mais.Ha vestgios de outros dentes na tua polpa...

    (FORTALESA)FRANKLIN NASCIMENTO

    ESTA REVISTA PUBLICARA' NOS PRXIMOS NMEROS TRABALHOS DE:

    A. C, Couto de BarrosPrudente de Moraes, netoMario de AndradeJorge FernandesSrgio MillietJayme GrizCarlos Drummond de AndradeA. de Lymeira TejoL. Sousa CostaRosrio Fusco

    Um dia, o menino pediu uma historia.Estava doente, aborrecido.Ningum se resolvia a contar uma historia. Ento, no seu inconsolavel desconsolo, omenino doente comeou a fazer uma historianova com pedaos de velhas historias. S sabia trs: a historia do Negrinho do Pastoreio,a da Bela-Adormecida e a da menina que osporcos comeram.Os seus olhos amuados se velaram deuma luz, quasi sombra. Por acaso, todo mundo se calou em volta da cama." No v que o encantamento principiava no nascer da lua. Todas as luzes do palcio estavam acesas. E ficou uma chama definitiva na haste de cada vela.Ora, o Negrinho do Pastoreio, que andava pastoreando por ali a sua tropilha de tor-dilhos, de longe, pensou que fosse promessa.E l se tocou, abrindo picada entre os espi-nheiros, para saber o que que se perdera.Negrinho criado no mato, sem os costumes da gen te . . .Entrou. E viu que ningum perdera nada. Toda a gente dormia em p, no palcioda Bela.Podia ser milagre de Deus. Podia sermalefcio. Depois, o Negrinho, que vive sde noite, no sabia o geito dos homens viverem cada dia.De repente, pensou que tinha achado...Fez o que achara para fazer, e se foi embora.

    E tinha feito o sonho, que e a vida dentro do sono.O velho rei, sonhando, se via s, no palcio vaso. S. Com a lembrana da rainhae o sentimento do mando. (No en tanto, o Castelo da Bela estava cheio de cortezos, de damas, de lacaios.)Vai, o velho rei mandou que entregassem a rainha aos porcos como ceia.Infelizmente, era sonho."Tan de Almeida Prad o (PORTO ALEGRE)

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    R t T i a t a d e A n t r o p o f a g i aC O M O M E T O R N E I E S C R I P T O R B R A S IL E IR O

    J O S E ' AMRICO DE ALMETOA

    Lendo os escriptores estrangeiros (E note-se que detesto o paradoxo, a ironia etodas as deformaes de sentido). Lendo e pensando noBrasil. Lendo e comparando.Era ver a descripo de umapaisagem extica, vinham-me idia as nossas paisagens.Achava logo a differena. Pa-

    tem dito que s faz por conhecer pases estrangeirospara ficar amando cada vezmais o seu pais. Mas d certo, a menos que o sujeito notenha senso objectivo nenhum nem discernimento.Ou seja daquelles que, cuidando estarem pensando noBrasil, esto pensando na

    leiro ainda me faltava escrever em brasileiro.Ora, eu nasci num tempoem que ainda se falava portugus no Brasil.Inventei, assim, outro sys-tema: ler os clssicos (porque no posso deixar de lerBernardes, frei Lus de Sou-oSKasssasasasHsasHsasasasasaflsKiHSHsasa^^

    io a 2 S E 5 a s 2 5 a s a s a s B 5 E S Z 5 a s a 5 H S 2 S 2 S H S i s ^ a s B s z s E S E s a sa s a s E S E s a s H sa s H s a s a s a s a sa s s s H s a s z s a s as z s z s B S E s a s Es a s a s E S B s z s Es z s o

    ra fixar traos differenciaesno ha como pr uma coisadefronte da outra.E assim os costumes, aspaixes, etc.Quis adoptar o mesmo me-thodo no cinema, mas o cinema tem pouca variedade. E aarte dos directores. S os quadros nocturnos servem depontos de differenciao.E' um processo pouco original porque muita gente j

    Grcia antiga ou no mundoda la.O methodo , porm, de ap-plicao difficilima. Quem seacha embebido em obra-prima da estranja no tem nenhuma vontade de alternar aatteno, desse modo,- porqueperde o fio da leitura, perdeo tempo e perde ainda maisse, por isso, se tornar nacionalis ta . . .E para ser escriptor brasi-

    sa, etc.) por cima, como quemest traduzindo, fazendo deconta que castelhano, procurando apenas o sentido.(Lngua pega como visgo).No sei se dar resultado.Mas o diabo que, alm daspalavras, no acho nada nosclssicos...(Parahyba do Norte.)

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    R e v i s t a de A n t r o p o f a g i a

    ROETASAUGUSTO MEYER GI-RALUZ PORTO ALEGRE 1928.

    A poesia de Augusto Meyer tem umafora que a gente sente logo de saidae fica respeitando. A linguagem batede chapa e no se esobrracha porquedentro h um sentido prova de fogo.Nada de canto do passarinho. Meyer quando desentrava a voz de bartono para fim certo e medido. Ecanta cousas robustas. No um terno . Ou melhor: no um piegas. Aternura dele mscula, Meyer sempre domina as paisagens, os sentimentos, as cousas. Vai pelo mundo enrolado na fora do sol mas no dominado.H uma inquietao nos seus verso s que muito provavelmente DanielRops incluiria naquu le definiu comomoderna. Inquietao que apesar dissote. _ s vezes acentos antigos comoaquele Me, eu quero o sol! j gritado pelo Osvaldo de Ibsen. Em todo ocaso a tristeza atravez da qual essainquietao por acaso se revela medida como tudo no poeta.Voz equilibrada que nunca desafina,capaz de agudos truculentos mas incapaz de soltar um s para prazer dasgalerias, Augusto Meyer se afirma nosul brasileiro um dos valores maiscertos da literatura to embrulhadadeste pais e deste momento.Digo isso apoiado neste Ratuque (eh muita cousa igual no Giraluz):Negramina que morreucurrupqoe p pque!dana batuque dana,e o olho claro da lua espia na cristada serra.

    Ficou tudo gelado arripiado no friumelunar.O caminho branquinho mergulha naboca do mato.Marulha a saudade gemente da pedracalcrea na fonte,olho d'agua glonglona e a cachoeirachora uahlDe noite na estrada as carretas vmdo outro mundo.Vagalume accende e apaga, pisca-piaca.Corta o escuro o aseobio do gury sli-to que foi para o povo.E batuque batuca:negramina que dana que dana e quedanatoda a noite u!O gailo cantou li na serra, longe . . .l . . .Parecia que tinha uma eetrella de or-valho na voz.Mas batuque no cana e batuca todaa noite u!Negramina que dana que dana e quedana toda a noite uah!

    MENOTTI DEL PICCHIA REPUBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL S. PAULO 1928.O que me parece mais curioso emais clogivel nos livros de MenottiDel Picchia que eles nunca satisfazem a gente. A obra de Menotti umafita- m sries. Quando vai chegandono momento gostoso pra: continuano prximo livro. De forma que o interesse est sempre alerta e insatisfeito, pedindo mais.Sujeito por demais talentoso tem a

    manha de um gato: brinca, brinca,brinca, agarra o rato, a gente torcepara que le engula, le vai e no engole.E faz tudo isso sem cansar o espectador. Porque o jogo dele tem sempreaspectos inditos, o jogador excelente, a gente sente que a vitria nolhe pode escapar. Atrai inelutavel-mente portanto. A assistncia (nem sediscute) voltar para os jogos seguintes cada vez mais numerosa e interessada. Faanha de que poucos so capazes.Assim o Republica dos Estados Unido s do Brasil como todos os livrosdesse brigo da reao brasileira no definitivo. Jamais se dir para efeitos de critica que le o autor de talpoema, romance ou conto. No poder ser julgado seno atravez de suaobra considerada em conjunto. Cadalivro um pedacinho e uma continuao.Neste Republica a gente encontra toda s as qualidades do autor mas noas qualidades inteiras do autor. Serum quinto andar por exemplo. E sDeus sabe quantos ainda viro. Fazenda, Tarde Fazendeira, a terceiraparte da Torre de Babel, Drama, Anoite africana. Banzo, tanta cousa etanto lirismo envolvente firmando Menotti no lugar que le conquistou naliteratura nacional de agora e deixando adivinhar e desejar o que le conquistar querendo na de amanh. Eolhem que o homem no tem medo denada: poeta, romancista, jornalista, contista, critico, orador, desenhista (as figurinhas do Republicaso dele mesmo), o diabo o diabo doMenotti. A. DE A. M.

    O HOME M QUE EU COMIAOS BOCADINHOS

    EUe me amolava tanto que eu j o tinha deolho para um churrasco.Uma vez elle falou em "Amor por principio".Eu achei que uma citao dessa merecia umadentada. E ferrei-lhe os dentes.Outra vez sahiu-se com "A ordem por base".Eu me indignei tanto que mordi-lhe de novo.De uma feita, passeando com elle, ouvi de suaboca "O progresso por fim".Era demais!Rasguei a carne do "cidado" a custa de dentadas.Agora elle anda branquinho por causa dabrancura do esqueleto.Eu comi toda carne d'elle e somente deixeia lngua avermelhando na alvura da caveira.Eu deixei a Inigua de propsito.E quero ver si elle tem coragem de me dizer"Viver para outrem, viver s claras".Si elle disser, ento morrer como peixe: pelaboca.O coitado positivista, e talvez por isso estava com a carne mesmo no ponto de ser comida.E eu comi.

    A P E S C A M I L A G R O S A(do Sambur)

    De primeiro,eu ia l pra biquinha aquella biquinha to boa da minha terra arrumava o anzol naguae ficava esperando o peixe.Acontece, porem,que o peixe no vinha nunca.Mas, mesmo assim,todo o dia eu ia pra biquinha,mesmo sabendo que o peixe no vinha nunca,s pra ter aquella esperana,aquelle prazer de esperar o peixe.

    (RIO DE JANEIRO)JOO DO PRESENTE AZEVEDO CORRA FILHO

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    R e v i s t a d e A n t r o p o f a g l aC A R T A A O R R 1 S B A R B O S A

    Voc um sujeito intel l igen-te, e, por isso, vae merecer queeu perca alguns instantes de minha vida exgotada mode lhe di zer duas palavras como resposta parte que me toca no seuartigo sobre a Revista de Antropofagia .Primeiro que tudo eu estou depleno acordo com voc: omeu poema Bahia uma jos-sa! . . . Mas no uma jossa pe laquesto-ritbmica que voc julga,erroneamente , inf luenciada porJoo de Deus .Elle uma jossa porque foiuma simples brincadeira que eufiz s para meter o po nas tendncias oratrias dos bahianos.Eu passei l e comi aquellascomedorias gostosas que valemmais do que qualquer l i teraturaminha, sua ou seja l de quemf r . . .E vi o bahiano discursando emvez de comer! Perdendo tempo.Ora, quando a creada diz a voc : "Seu Orre a janta t na m e-za", estou certo de que voc, nordestino como eu, e, como eu, f i lho de trs raas gulosas, dasquaes duas antropfagas e umaque fazia pratos pra comer dotamanho da lua cheia no nasce-dro, no ha de continuar comos olhos f i tos no papel (caso esteja produzindo) para deixar acomida f icar fria.No; parece que es tou vendovoc avanar pra cima das bu-xadas, dos mocots, das feijoadas com tripa de porco e cabeado dito, que aquella desgracei-ra!A menos que voc no sejaempalemado, ou sofra de sezes ,ou de espinhela caida, ou do tan-

    JA' SARAM:

    golo , ou do mangolo , ou da mol s t i a do ar . . .Mas, como ia dizendo: comi ascomidas gostosas da Bahia e deium berro de enthusiasmo!O diabo da l i teratura, entretanto, me estragou o poema, queteria sido excel lente, como obrade modernidade, se eu t ivesseposto em jogo nel le apenas umsentido: o do paladar.Por isso que el le ruim; pelamtrica no.Porque a sua afirmativa deque de Joo de Deus a mtricade cinco s labas nel le usada pormim, s serve para comprovar,mais uma vez, quanto essa maniade cultura estraga a mental idade do brasi leiro.Ora veja mo s: Voc tem ahicantando no p do ouvido osversos do Martelo:"L no meu serto,Tem muita quixaba,Que cume de caba,Tam b m de c r i s t o . . .Faz massa na mo,D d de barriga,Tem caba do aoQui morre e no brigai"e vem falar de Joo de Deus, oqual escreveu, realmente, algunsversos de cinco s labas, todosquase, entretanto, ajustados emquinti lhas, emquanto a forma doMartelo sempre de oitavas!Alem disso voc no notou queeu vou fazendo alternativas para outros metros, continuando,comtudo, absolutamente rithmi-co o conjunto:Recife bonito, 5Recife tem pontes, 5T em :'bois" tem Reisados, 5

    VAO SAIR:

    Te m M ar ac a t s . . . 5Porem o Recife 5No tem mais as Evas 5De chals vistosos 5Vendendo de tarde 5Peixe frito 3Agulha frita 4Siry cosinhado 5Piro de arat! 5Emquanto a Bahia tem tudo einda mais! 11

    Essas alternativas, e sobretudo as passagens por mim reali-sadas dos rithmos mais marcados para os rithmos mais disso-lutos, so o que constituem algode modernidade em meus poem as .Antes de voc ler Joo deDeus , bicho, cuja nica appro-ximao com minha potica ter sido um cantor popular emuma l ngua de onde a nossa l ngua nasceu, precisa prestar at-teno ao modo de versejar doscantadores da zona da matta edo serto, e, bem de pressa, seconvencer de que, em meio domodernismo brasi leiro, eu constituo um caso aparte.Um caso ruim, convenhamos,mas, em todo caso, sempre umc a s o . . .Deixe, pois, Joo de Deus empaz para escutar violas, meubem, depois entre na carnificina que a mocidade brasi leira est fazendo para banquete da gerao de amanh.Mesmo porque, se voc no entrar na dana entra na faca!Vam os !Pega o piro, esmorecido!!!(RECIFE)ASCENSO FERREUtA

    Menotti dei Picchia: Republica dos EstadosUnidos do Brasil (versos)Augusto Meyer: Giraluz (versos)Mario de Andrade: Macunama (historia)Antnio de Alcntara Machado: Laranja daChina (contos)Jos Amrico de Almeida Bagaceira (romance)

    Paulo Prado: Retrato do Brasil (ensaio sobrea tristesa brasileira)Joo Alphonsus, Carlos Drummond de Andrade, Emlio Moura e Pedro Nava: Antologia de 4 poetas mineirosGuilhermino Csar Meia-pataca (versos)

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    R e v i s t a a* A n t r o p o f a g i aD I A B O B R A S I L E I R O JORGE DE LIMA

    Enxofre, botija, gallinha preta.Credo em cruz, capeta, p de pato.Diabo brasileiro, dente de ouro, botija onde est?Credo, capeta, p de pato!Diabo brasileiro quero saber quando da dezena do carneiro!Enxofre, botija, gallinha preta.Credo em cruz, capeta, p de pato.Capeta, dente de ouro, tome gallinha preta,quero dormir com a ZefalCapeta, bode preto, quero dormir com a Zefa!Capeta, diabo brasileiro, s lhe dou gallinha preta!Capeta quero casar com a Zefa, quero que soVigriome case logo com a Zefa!Capeta tome gallinha preta!Capeta, diabo brasileiro, quando da centena do macaco?Quero quebrar banqueiro, capeta damnado, p depato,dente de ouro, cheiro de enxofre, tome gallinhapreta!Capeta, p de pato, quero acertar com o bicho,quero comprar gravata, botina de bico fino

    terno de casemira pra quando Zefa me vr.Capeta, p de pato, tome gallinha preta!Capeta, p de pato, dente de ouro, quero dente deouro,quero capa de borracha, punho engommado,camisa,bengalla casto de ouro, capeta, p de pato,tome gallinha preta!Quero saber suas partes, suas sabedorias,quero saber mandingas,Capeta, p de pato, tome gallinha preta,que eu quero quebrar banqueiro, que eu querotirar botija,que eu no quero trabalhar, que eu tambm soubrasileiro!Capeta, tome gallinha preta,que eu quero saber embolada,quero saber martello, quero ser um cantador,capeta, quero dizer a Zefa, essa quentura de amor!Capeta tome gallinha preta, que eu quero casarcom a Zefa!Por Deus, que eu quero, capeta, p de pato!Tome gallinha preta!

    (MACEI")525E525ESZ5E5E5Z5ZSESasa52525a5a5H51S25E5ES2Sa5asSS2^O T R A V O

    SEBASTIO DIASTalvez no fosse s o capricho. Demais, se confessava impotente pra analisar seu drama intimo.Dizia drama conscientemente: ainda acreditava que o theatro e a vidase plajiavam mutuamente. O cinemaseria assim uma espcie de gigol deambos. Nunca lhe importara quem fosse o coronel.A principio quiz fazer sua vida. Ordenou-a, catalogou-a c preparou-s.e prarealisa-la. Como tinha algum tacto, botou na conta imprevistos e acidentes.Mas semparticularisar ou discriminar.E foi se agentando algum tempo.O primeiro mez, o segundo. . . Apenasuma coisa sem importncia: uma que

    da. Algo perigosa: ficou em estado dechoque, passou uns dias de cama.Ficou radiante porque comemorou oaniversrio na data justa que haviamarcado: 8 de novembro, puxa! nohouve nenhum contratempo e porcumulo de coincidncia o dia 8 de novembro caiu numa si-xta-feira. Tal-qualmente havia previsto.Mas quando chegou neste ponto, percebeu uma coisa seria: o amor. Alistodas as coizas lhe pareciam srias erespeitveis, inclusive as Circunspectas propriamente ditas. Propriamenteditas pelo dicionrio, pelas pessoasmais velhas ou livro de mximas.Depois, antes mesmo de escreverqualquer regulamento sobre a novadescoberta, pensou que o amor noera. uma coiz, mas um problema. Re-

    zoluvel? No lhe importava por emquanto que no lhe tinha sido proposto. E se admirou disso no ter sido ainda objeto de suas cojitaes.Falava assim "disso" com certa superioridade especialmente com os outros. Se decidiu a se por em equaese se solucionar com presteza. Depoispi*o que viesse aplicaria a formulaconseguida. Seria, quando-muito umasimples prova: real ou dos nove.No acertou a principio. Recomeou. Com pacincia, com mtodo, atque enfim se convenceu da inutilidade pelo menos atual das matemticas.Todas elas. Sem excetuar mesmo a ta-bo a de Callet, o calculo das probabilidades e as vertijinozas geometriasno euclideanas de( Riemann, Loba-tchewsky e epgonos.Nova admirao. Ento o negociono era to sinjelo. Exorbitava dascincias exatas. Falar verdade no encontrava a minima partcula de amornaqueles estudos. Mas procurava seconvencer modestamente que no pes-quizra bem, pra salvar, o prestijiodos nmeros.Se dirijiu com ardor prs cinciasbiolgicas. Necessariamente elas haviam de lhe esclarecer qualquer coi-za. No se ia adiantando quazi nada.Mas se satisfazia pelo pasmo quotidiano de descobrir navas sendas da sabedoria humana. Se conteve pra nopublicar com escndalo suas descobertas; muito ao contrario do pensar

    de seus mestres verificava de visu haver algo alem dos nmeros.Estudou comafinco muitas matrias.Se esqueceu de mtodos e catlogos.S tinha uma preocupao. Um diadeu adeus vida e se recolheu na so-litude:Muito tempo. Sempre a pensar nomagno e nico problema. Tinha fuji-do dos homens mas a humanidade nolh e fez o mesmo. Aquela complicadamaquina social e administrativa queconhecera nos livros puzera seus servidores na sua pista.Foi para a prizo. E fizeram-lhe perguntas. Como ha muito no utilizasseda linguajem articulada, porque estivesse fora do trato de seus semelhantes, no os compreendeu nem lhespoude responder. Fez sinal que escrevessem.Leu ento que lhe inquiriam do seunome, idade e sexo.Olhou com profundo espanto pratodos aqueles fieis cumpridores da lei,pra todo aquele aperuto solene de recepo e mudando o semblante prauma encantadora injenuidade e piedade indizivel, escreveu trs vezes comuma bonita letra, clara e separada:NAO SEI.Em seguida na mizericordioza suposio que no entendessem todos traduziu a inscrio em dezoito idiomase dialetos.(RIO)

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    R e v i s t a d e A n t r o p o f a g i a

    OSA timidez da rapariga, ainda mal familiarizada com o lugar, fizera comque um impulso repentino a nivelassecom as mais reles freqentadoras dopasseio. Quando a mulher se ofereciatanto, o homem inversamente se retraia e a aproximao perdia-se. Naquelafeita, embora com decrscimo, a mu-latinha obteve mais xito do que esperava apezar do repente que lhe escapara; seu aspto infantil, novidadena zona duvidosa, causou grande interesse no grupo dos sargentos.Para cercarem o rancho das mulheres foram os rapazes at o melhor ponto de espera do percurso, na encruzilhada fronteira ao coreto. Alinhadospelo cotovelo como si estivessem narevista, ficaram espreita na beirado caminho onde tinham subido paraenxergar melhor. Resistiam aos en-contres no anceio de distinguir a rapariga e as companheiras na turba quepassava, esforo cada vez mais custoso devido afluncia cada vez maisdensa de gente naquele mom ento. Adificuldade do exame ainda era aumentada por causa dos colegas espalhados pelo parque, passeando ociosos, e que se juntavam aos sargentos,demorando-se em contar ou trocar pi

    lhrias antes de seguir na esteira dealguma saia. Estavam por ali, comotodos, procura de aventuras. A prosa com os militares encontrados pelocaminho no passava de pretexto paraesperar algum que desejavam descobrir no redemoinho.Nessa altura o modo como um conhecido se abeirava de outro no variava, era sempre alusivo ao que ambos vinham fazer no parque. "Entopirata, sempre invocando?" "Que queest fazendo a?" "Esperando a Deusa?". Ou, ainda, "Que tal hoje, vae ouno vae?". A que o interrogado respondia: "Fica firme, banca como euo Firmiano Pinto."Havia por esse tempo o costume dedar o nome do prefeito da cidade auma poro de significados de firmeza, calma, espreita, c palavras parecidas. A razo no provinha de qualquer ato extraordinrio praticado peloadministrador, que foi dos apagadosque S. Paulo teve, porm to somentepelo que sugeria a assonancia de Firmiano. Durante muito tempo o linguajar paulista fez deste nome um adjetivo , que se tornou corrente e duroualm do governo daquele prefeito.Entre os freqentadores do Jardimhavia tambm familiarismos mais restritos, que giravam incansavelmente!entre a soldadesca afeioada ao parque.

    (ROMANCE)O JARDIM PUBLICOIV

    O mais conhecido era a historia daona. Circulava pela rapaziada, branca ou mestia da "Fora", a graa' queasseverava odiarem as onas aos pretos. Diziam concistir numa terrvelogeriza, sempre crescente desde a hora em que uma cangnssu' vira um preto mina. Dai esclamava logo o soldado ao ver a negrada atulhando o parque, "Imagina uma ona solta agora,no ficava nem uma lia para amostrai", e por mais que repetisse a mesma cousa, sempre em lorno dele ecoavam gargalhadas. Alguns acrescentavam modificaes ou imaginavam variantes, "Qual o qu, tem cada cara nomeio dos joo que si a ona enxergava er capaz de morrer de susto!".Decorrente desta modificao nasceraoutra inventada por um soldado nortista, fazedor de quadrinhas e contos,que percorriam o quartel em que eleestava indo at aos oficiaes. Narravaa historia do domador de circo quepretendeu alimentar enorme ona comas negras do Jardim. Para aquele "artista", (denominao que o povo da todos que se exibem em publico)conseguir seu intento foi preciso trazer a ona perto do tanque, onde solta investiu confra as mulheres quepassavam. No demorou muito voltouo bicho fugindo apavorado de uma preta que gritava, "Que ona linda, meuDeusl Mais bonita do que defunto Bi-nidito meu marido.. .", ao passo quea perseguida apelava para o dono afimde que a .protegesse da mulher. Ahistoria, e semelhantes, estava afinada ingenuidade do auditrio, namaior parte, composto de homens vindos da roa ou de sertes longnquos.Longe de onas e de perigos demoravam as mulheres em aparecer. Como tempo aumentou a impacincia dosrapazes. A desordem na multido fizera com que elas tivessem relado pordiversas vezes o grupo sem serem percebidas.A demora irritou o mais magro dossargentos que acusou os outros dodesencontro. Ns devia ter falado logo comelas. Vocs so lerdo mesmo. Assimno d certo, quem faz cavao nodorme.Da censura partiram apreciaes ob-cenas feitas por todos do grupo acerca das mulheres em geral, e daquelasque esperavam no momento. Vae ver que j foram embora. Parece m esm o. . . Vamos ento esperar at o maxixe? Eu1 no espero. At o maxixe muita coisa, vou embora.

    NTOSYAN DE ALMEIDA PRADO

    Eu tambm, mas vamos esperarainda um pouco. Que'sperana, j passaram, pertode ns mais de um par de vez. Ficaraqui comendo mosca no comigo, sivocs quizer ficar fique, eu vou emrbora.Era costume da banda terminar oconcerto com musica de dana, que nomomento estivesse em moda. Muitaspertenciam ao regente Lorena, quegrangeara fama graas difuso dosseus trabalhos em revistas de teatrospopulares. Quando os soldados da policia a ele se referiam davam-lhe um"ta" admirativo ante do nome, quedeste modo entrada no rol das cousasadmirveis da Fora Publica. Tambmos sargentos partilhavaln da admiraodos- colegas porm o insucesso da espera tornara-os mal humorados.A insistncia de uni deles venceu aresistncia dos outros. Dirigiram-sedevagar em direo da ' saida percorrendo com a vista todos os vultos femininos que alcanavam. Eu con heo aquele pessoal, rampeiro, no vale a pena perder temp o . . . Ah! Voc conhece? Indagaram osoutros interessados. J estiveram de-j-hoje por aqui.Eu estive manjando elas, tinha umgrupo pronto para entrar na conversa,quando chegou o grude do Colatinoque estragou tudo. Fiquei com umar aiva . . . Ser ento o pessoal do vinte-quatro? A Mariasinha me disse que estava esperando as raparigas que estiveram no mez passado em Campinas.No no. Eu passei l hontem.E ' outro pessoal, desconfio que foi amais alta que pegou um fub no ZMaria. Qual delas? A vestida de branco com sapatopreto. Qual o qu, no essa no, essaque voc fala j sei quein , estava poraqui mesmo, mas tinha uma gola vermelha na blusa. . .Todos riram. Da pirataria nem rato escapa,nem a blusa vermelha da tia! O gadi-nho que rodeia o tanque a mesmacoisa que malandro que tira escachana rua 7 de Abril. Vamos voltar?C doido homem, vamos embora.O mais corpulento dos trs apoiouo convite. Na vspera de riscar o punga agente afia a espora na cama...

    (Continua)

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    R e v i s t a d e A n t r o p o f g l

    BRASILIANAviFOLHETIMDo romance O aoldado desconhecido (O herico legio-nario braaileiro), de Zenato d'AIvamilo, ed. da Casa Editora Vecchi do Rio de Janeiro, fase. n, cap. XXIII intituladoO guerrilheiro Ab-EI-Akrim, p. 171:"O guerrilheiro, acostumado ao seu dominio absoluto,estranhou a resistncia inesperada daquella jovem- e perguntou friamente: Quem s tu e de onde vens?Nlia, num tom firme que surprehendeu a todos os presentes, immediatamente respondeu: Chamo-me Nlia e sou noiva do Soldado Desconhecido ; quanto ao logar de onde venho, basta que saibas que fuiraptada covardemente pelo teu bando de malfeitores!d o ! .Aquella captiva era a noiva do Soldado Desconheci-Que maravilhosa presa I"CIVISMOCircular distribuda pelo Grmio Silva Jardim de Niteri (agosto de 1928):"GRMIO SILVA JARDIMentidade cvica nacional(Seeo do Estado do Rio)Sede Rua da C onceio, 2 sob. Tel. 2177 NITHEROYO GRMIO SILVA JARDIM HOMENAGEIA O SEUPATRONO APSTOLO DE BRAVURA CVICA Homenagens no dia de seu natalicio 1 8 d e agosto.(No haver discursos; mas, exaltao cvica).SELVA JARDIM nasceu em Capivary no anno de 1860e morreu em 1." de Julho de 1891, no Vesuvio, o vulcoitaliano em Npoles. EM NITHEROY(A*s 10 1|2 hs.) Romaria ao monum ento da Republica (Praa Padre Feij) onde se encontra a estatua de Silva Jardim(barca de 9,50 e de 10,10 n ces Pharoux).O GRMIO SILVA JARDIM precisa dos brasileiros(que tm orgulho deste nome) em torno do brasileiro quemais expdz a vida pela Ptria, empunhando esta arma o seu civismo incomparavel.NO RIO DE JANEIRO(De 4 1|2 at 5 e 15) Sesso cvica na Associao Brasileira de Ed ucao (Rua Chile 23, 2. andar). Devem comparecer o Embaixador italiano, o aviador Ferrarin, o jurisconsulto Clo-vis Bevilacqua, condiscipulo do patrono do Grmio e seunico irmo sobrevivente, Gabriel da Silva Jardim. Emplena sesso, ao antigo escoteiro Armando da Silva Magalhes, (que salvou o aviador Ferrarin) ser conferido oprimeiro "Prmio EUCLYDES DA CUNHA: valor braaileiro", creado pelo G. S. J. no dia euclydeano, 15 ultimo. (Esseprmio um volume de "OS SERTES, o livro da raa brasileira, escripto pelo mais brasileiro dos brasileiros").(A's 5 1|2 hs.) Romaria casa n." 17, da rua Silva Jardim (antigatravessa da Barreira) onde existiu a Soeiet Franaiae deGymnastiqne, ponto obrigatrio de reunio, para os pro-pagandistas entre lles SILVA JARDIM.Trata-se, apenas, de solennidade cvica. Foi supprimidoqualquer caracter festivo; isto em homenagem a Del Prete "peregrino audaz": filho da Itlia, fallecido no BrasiJ,O G. S. J. assignala: Silva Jardim tambm foi "peregrino audaz": fiio do Brasil, fallecido na Itlia.A epopia italiana de hoje lembra a grande tragdiabrasileira de 1891.Gloria a DE L PRETE nas alturas!Gloria a SILVA JARDIM no seio da terra italiana!AVEi LATINIDADE!AVEJ BRASILIDADE!"

    A L C A OL I V R O S A ' V E N D A :N a LIVRARIA UNIVERSAL ( r . 1 5 d e n o v e m b r o n . 1 9 S . P a u l o ) : S . L e o p o l d o Provncia de S. Pedro do

    Rio Grande do Sul 2. ed. M o n t e i r o B a e n a Compndio F a r .N a LIVRARIA GAZEAU (pr a a da S n . 40 S . P a u l o ) : Archivo Pittoresco 1 1 v s . e n e . Panorama 1 7 v s . e n e . Lusadas c o m e n t . p o r F a r i a e S o u s a . V i e i r a Sermes 1 6 v s . e n e , s e n d o a l guns e m 1 .* e d ,I n n o c e n o i o F . d a S i l v a Diccionano Bi-bliographico 1 9 v s . e n e . F . M a n o e l d e M e l l o Epanaphoras de Va

    ria Historia 1 6 6 0 .F r . B . B r a n d o Monarquia Lusitana.L I V R O S P R O C U R A D O S :P e l a LIVRARIA UNIVERSAL: R o q u e t t e P i n t o Rondnia. R u y B a r b o s a Replica. O l i v e i r a L i m a D. Joo VI no Brasil 2 vs . Revista do Instituto Histrico Brasileiro

    tomos ns . 20 , 21 , 22 e 32 .P o r Y A N D E A L M E I D A P R A D O ( a v . b r i g .L u i s A n t n i o n . 1 8 8 S . P a u l o ) : M a n o e l C a l a d o Valeroso Lucidemo. D u a r t e d e A l b u q u e r q u e C o e l h o Memrias Dirias. A l v a r e n g a P e i x o t o Obras e m 1 . ' e d .

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