Restauração dentoalveolar imediata pós-exodontia...
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O universo científico da nova Implantodontia
V. 6 - No 5 - Set/Out/2009 ISSN 1678-6661
Restauração dentoalveolar imediata pós-exodontia com implante platform switching e enxertia
José Carlos Martins da Rosa, Darcymar Martins da Rosa, Carla Mônica Zardo, Ariádene Cristina Pértile
de Oliveira Rosa, Luigi Canullo
Relato de Caso Clínico
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Restauração dentoalveolar imediata pós-exodontia com implante platform switching e enxertia
Immediate Dentoalveolar Restoration postextraction with platform switching implant placement and bone grafting – a clinical case
José Carlos Martins da Rosa*Darcymar Martins da Rosa**Carla Mônica Zardo***Ariádene Cristina Pértile de Oliveira Rosa****Luigi Canullo*****
* Mestre em Prótese - São Leopoldo Mandic - Campinas/SP; Especialista em Periodontia/Prótese - APCD - Bauru/SP.** Especialista em Prótese - PUCRS - Porto Alegre/RS; Especialista em Implantodontia - PUCCamp - Campinas/SP.*** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial - HRAC-USP - Bauru/SP; Mestranda em Implantodontia - São Leopoldo Mandic - Campinas/SP.**** Especialista em Implantodontia - São Leopoldo Mandic - Campinas/SP.***** Departamento de Ortodontia - Universidade de Bonn, Alemanha.
ResumoEste artigo descreve o procedimento de restauração imediata pós-exodontia em alvéolo com-prometido na região do incisivo central superior. Foi realizada a instalação de um implante associada ao enxerto de lâmina óssea da tuberosidade da maxila para a recuperação do defeito ósseo. O posicionamento adequado do implante, a inserção da lâmina óssea no defeito alveolar até o nível da plataforma do implante, a plataforma switching e o perfil de emergência da coroa provisória, promovendo um espaço para permitir a acomodação do tecido mole, foram os critérios utilizados que permitiram o sucesso deste caso clínico. Este procedimento promoveu a recuperação da estrutura anatômica dentoalveolar perdida em um único procedimento, sem retalho, com a manutenção do contorno da margem gengival e estética satisfatória. unitermos - Enxerto ósseo; Tuberosidade da maxila; Carga imediata; Alvéolo comprometido; Plataforma switching.
AbstrAct This paper describes the procedure of immediate restoration in a compromised fresh extraction socket in the region of upper central incisors. An implant was inserted, together with a bone sliver graft from the maxillary tuberosity, in order to restore the bone defect. The criteria that enabled success in this clinical case were the adequacy of implant positioning; the insertion of a bone sliver into the socket defect, to the level of the implant platform; the platform switching; and the emergence profile of the provisional crown, which promoted space for the soft tissue to be accommodated. This procedure promoted recovery of the lost dentoalveolar anatomical structure in a single procedure, without a flap, while maintaining the gingival profile and satisfactory esthetics. Key Words - Bone graft; Maxillary tuberosity; Immediate implant loading; Fresh extraction sockets; Platform switching.
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Introdução
A possibilidade da restauração imediata do implante, da
manutenção da arquitetura óssea e gengival e da redução do
tempo de tratamento são os fatores que preconizam a técnica
da carga imediata pós-exodontia1-4.
Um implante instalado em alvéolo fresco geralmente
apresenta defeitos peri-implantares no tempo da cirurgia. Estes
defeitos têm formas e dimensões variadas. Tem sido sugerida a
aplicação de métodos de reconstrução óssea (regeneração teci-
dual guiada e materiais de enxertia) juntamente com a instalação
do implante para assegurar a formação óssea em pequenos
defeitos peri-implantares5. Todavia, nos alvéolos comprometi-
dos, a possibilidade de reconstrução alveolar através de enxertia
e restauração imediata, num único tempo cirúrgico, pouparia
o paciente da necessidade de diversos procedimentos como
enxerto ósseo e/ou gengival, cirurgia do componente protético
ou abutment e etapas de condicionamento do tecido mole peri-
implantar, podendo, algumas vezes, minimizar o risco estético
durante a realização destes procedimentos6.
O objetivo deste artigo foi descrever a sequência de proce-
dimentos utilizados para a restauração dentoalveolar imediata na
região de um incisivo central superior, por meio de enxerto de
lâmina óssea removida da tuberosidade da maxila.
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Paciente de 47 anos, sexo feminino, compareceu à clínica
Rosa Odontologia (Caxias do Sul/RS) com sintomatologia dolorosa
na região de incisivo central superior. Ao exame clínico foram
observadas as seguintes características: linha do sorriso alta,
defeito ósseo vestibular apresentando 12 mm de profundidade à
sondagem na região do incisivo central superior direito e presença
de fístula (Figura 1). O biótipo gengival era delgado apresentando
estreita faixa de mucosa ceratinizada.
O exame radiográfico do dente comprometido revelou as
seguintes características: endodontia, núcleo metálico fundido
curto, coroa metalocerâmica, espessamento da lâmina dura e ra-
refação óssea periapical. Presença de altura óssea acima do ápice
radicular em torno de 7 mm. A área doadora da tuberosidade
da maxila apresentava boa disponibilidade óssea. O tratamento
proposto foi a exodontia do dente envolvido e a restauração
dentoalveolar num único procedimento.
Foram prescritas as seguintes medicações: amoxicilina
500 mg, tomando uma cápsula a cada oito horas, iniciando
cinco dias antes do procedimento, devido à presença de fístula
e continuando por mais sete dias; dexametasona 4 mg, adminis-
trando 8 mg uma hora antes do procedimento e 4 mg ao dia por
mais dois dias e paracetamol 750 mg, tomando um comprimido
uma hora antes do procedimento e a cada seis horas enquanto
houver dor.
Após cinco dias de antibioticoterapia observou-se o de-
saparecimento da fístula. Foi realizada anestesia infiltrativa de
mepivacaína a 2%, com norepinefrina, no fundo do vestíbulo
e na região palatina do dente envolvido. Com o uso de uma
microlâmina foi feita uma incisão sulcular em torno do dente
comprometido e foi realizada uma exodontia criteriosa através
de um periótomo, visando a integridade das paredes ósseas
remanescentes. O alvéolo foi curetado para a remoção do
tecido de granulação e restos de tecido conjuntivo periodontal
(Figura 2).
Foi instalado um implante Amplified (Exopro | P-I Brånemark
Philosophy) 4,3 mm x 13 mm com dupla conexão interna (cônica
para o assentamento de componentes e hexagonal para o posi-
cionamento de componentes e instalação do implante), Figura 3,
apresentando platform switching no diâmetro total equivalente
a 0,8 mm na versão Soft Amplified (0,4 mm contados a partir do
flange do implante até a emergência do pilar). O implante teve
um travamento apical de 50 Ncm e estabeleceu uma distância
de 3 mm da plataforma do implante à margem gengival. Por
Figuras 1a e 1bSituação clínica e radiográfica apresentando fístula na região do incisivo central direito e perfuração radicular.
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meio de um guia cirúrgico, as brocas foram orientadas usando
a parede palatina para o preparo do leito ósseo1, garantindo o
suporte ósseo adequado para instalar o implante na posição
tridimensional ideal (Figura 4).
Imediatamente após a instalação do implante, por meio
de uma sondagem, foi avaliada a forma do defeito peri-im-
plantar para quantificar a necessidade de enxertia (Figura 5).
Em seguida, um pilar Soft Amplified de titânio foi instalado e
Figuras 2a e 2b Exodontia atraumática e curetagem da lesão apical.
Figura 3 Implante Amplified com dupla conexão
interna, cônica para o assentamento de componentes e hexagonal para o
posicionamento de componentes e instalação do implante.
Figuras 4a e 4b Preparo do leito ósseo e instalação de implante Amplified (Exopro | P-I
Brånemark Philosophy) estabelecendo uma distância de 3 mm da plata-forma do implante a margem gengival.
Figuras 5a e 5b Sondagem mostrando a necessidade da restauração alveolar.
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avaliado radiograficamente (Figura 6). Após o ajuste oclusal e
a opacificação do componente metálico, com resina opaca, foi
confeccionada a coroa provisória através do uso de uma faceta
estética previamente preparada. No provisório foi estabelecido o
perfil de emergência ideal, sem compressão dos tecidos moles e
com espaço livre suficiente para permitir uma acomodação dos
mesmos, promovendo uma margem de tecido gengival mais
espessa e estável.
A coroa provisória foi instalada temporariamente para
avaliação radiográfica e realização do alívio oclusal em cêntrica,
habitual e nos movimentos excursivos (Figura 7). Em seguida, a
coroa provisória foi removida para acabamento e polimento e para
a realização da etapa de reconstrução do defeito ósseo alveolar.
Para a anestesia da região doadora foi infiltrada mepivacaína
a 2%, com nor-epinefrina, no fundo do vestíbulo e na porção
palatina da tuberosidade da maxila. Foi realizada uma incisão do
centro do rebordo da tuberosidade maxilar até a face distal do
último molar. Após o descolamento do tecido mole, um cinzel
reto foi utilizado para a remoção da lâmina óssea (Figura 8).
Com o auxílio de alveolótomos, o enxerto ósseo foi manipula-
do para reproduzir a forma do defeito alveolar. Após, a lâmina óssea
foi inserida criteriosamente até o nível da plataforma do implante,
Figuras 6a e 6b Instalação e avaliação
radiográfica do abutment com plataforma switching.
Figuras 7a a 7c Confecção da coroa provisória antes do procedimento de enxertia evitan-
do a contaminação do enxerto pela manipulação destes materiais.
com a cortical voltada para vestibular, buscando a estabilização pri-
mária do enxerto (Figura 9). Em seguida, foi feita a compactação de
osso medular, coletado da região doadora, entre a porção interna
da lâmina óssea e a superfície vestibular do implante, garantindo
a estabilização final do enxerto (Figura 10).
A coroa provisória foi instalada sobre o implante (Figura
11) com torque de 20 Ncm no parafuso de fixação. Após, foi
realizada a sutura, através de pontos simples e fio 6-0, na região
doadora. Posteriormente, foi realizado o vedamento temporário
do orifício palatino do provisório.
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Figuras 8a a 8e Avaliação radiográfica da tuberosidade maxilar, remoção da lâmina óssea corticomedular através de cinzel reto e tomada radiográfica após a sua remoção.
Figuras 9a e 9b Inserção da lâmina óssea corticomedular
para correção do defeito alveolar.
O paciente foi orientado a ter uma dieta macia, não utilizar
os dentes anteriores durante o período de osseointegração e
fazer aplicação tópica de clorexidine 0,12% três vezes ao dia,
durante dez dias. Foi monitorado clinicamente a cada dois dias,
nas duas primeiras semanas e a cada quinze dias, nos primeiros
meses (Figuras 12 e 13).
Após um período de dois meses de osseointegração foi
realizada uma tomografia para avaliação da parede óssea ves-
tibular e confeccionadas novas próteses unitárias temporárias,
tanto sobre o implante, quanto sobre os dentes vizinhos. O
resultado estético satisfatório após 100 dias de monitoramento,
foi determinado pelo restabelecimento da arquitetura dos tecidos
de suporte dental e pela forma anatômica das coroas definitivas
(Figuras 14 e 15).
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Figuras 10a e 10bCorreção do defeito ósseo alveolar através
da condensação de osso medular entre a lâmina óssea previamente inserida e a superfície do implante.
Figuras 11a e 11bAvaliação clínica e radiográfica na
instalação da coroa temporária.
Figura 12 Controle pós-operatório de nove dias.
Figuras 13a a 13dControle pós-operatório de 45 dias.
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Discussão
Diversos autores7-8 têm obtido elevados índices de sucesso na
restauração imediata de implantes pós-exodontia. A estabilidade
primária, que está associada ao design do implante, à quantidade
e qualidade óssea e à técnica cirúrgica utilizada, é o fator mais
importante na indicação da função imediata do implante1-4.
Em situações de carga imediata pós-exodontia em alvéolo
íntegro, o implante deve ser instalado na parede palatina do
alvéolo devido a maior ancoragem óssea. Este posicionamento
está diretamente relacionado ao diâmetro do implante e a em-
bocadura do alvéolo. A quantidade de espaço remanescente irá
definir a necessidade ou não de preenchimento com osso parti-
culado, preferencialmente autógeno, por apresentar os melhores
resultados no que diz respeito à cicatrização óssea5.
Os implantes de formato cônico são os mais indicados para
receber carga imediata, adaptam-se melhor ao alvéolo, aumen-
tam a estabilidade inicial e possibilitam melhora na dissipação
das cargas oclusais1.
As alterações biológicas que ocorrem quando o implante é
colocado precocemente em função são de grande importância na
reparação óssea9. Uma estimulação precoce de baixa intensidade
aumenta o fluxo sanguíneo local e a osteogênese de contato,
acelerando o processo da reparação no implante9 e no enxerto
ósseo10.
A presença de infecção local é um fator importante na
avaliação do risco estético do tratamento. Este risco será maior
quando associado à infecção aguda com supuração e edema
local, exigindo uma terapia efetiva para o controle da mesma,
podendo resultar em perda adicional de tecidos periodontais,
esteticamente importantes, devido à possível contração dos mes-
mos e necessitar de técnicas cirúrgicas para restaurar a anatomia
do alvéolo, contraindicando a carga imediata do implante. Para
minimizar o risco de complicação estética, a infecção local, quer
seja crônica ou aguda, deve ser tratada antes da instalação do
implante11-12.
Geralmente, a morfologia do alvéolo comprometido, ime-
diatamente após a exodontia, apresenta maior envolvimento da
cortical óssea vestibular devido à sua menor espessura e menor
vascularização.
A tuberosidade da maxila é uma área doadora de excelente
escolha para pequenas reconstruções. Apresenta quantidade
limitada de osso disponível para enxertia, baixa densidade óssea
e dificuldade de acesso cirúrgico. Como vantagens, temos o ex-
celente pós-operatório e a facilidade de remoção e adaptação do
enxerto na região receptora devido à sua maleabilidade óssea.
Um estudo realizado em humanos indica que o periósteo
da maxila e da mandíbula e o osso medular da maxila podem
efetivamente servir como um seguro recurso intrabucal de células
osteoprogenitoras13.
Sabendo-se que o padrão de vascularização é considerado
vital para o sucesso do enxerto ósseo e que o osso esponjoso
libera fatores de crescimento para o leito receptor14, o enxerto
proveniente da tuberosidade da maxila, por sua característica
trabecular, tem alta capacidade de revascularização e deve ser
manipulado rapidamente, visando a menor exposição do enxerto
para a manutenção das células viáveis. A sobrevivência de células
do enxerto está relacionada à eficiência da técnica cirúrgica e ao
tempo de transferência do enxerto à área receptora15.
A estabilização e o íntimo contato do enxerto ósseo ao
Figuras 15a e 15b Confecção de coroas unitárias definitivas sobre o implante e sobre os dentes vizinhos estabelecendo a harmonia estética.
Figura 14 Imagem tomográfica para avaliação da
parede óssea vestibular após 65 dias da restauração dentoalveolar imediata.
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leito receptor facilita o processo de revascularização e favorece
a incorporação precoce do enxerto ao leito vascular do hospe-
deiro15-17.
Logo após a instalação do implante e a restauração den-
toalveolar, forma-se um coágulo e uma rede de fibrina que
preenchem os espaços remanescentes entre o implante e o
osso enxertado. Com o passar do tempo e com a estimulação
de baixa intensidade, a resistência mecânica da área enxertada
tende a aumentar10,17.
Após dois meses do período de osseointegração, através de
tomografia computadorizada, foi verificada a presença de uma
parede óssea vestibular mais espessa devido à ancoragem palatina
do implante e a enxertia da lâmina óssea. Em consequência da
maior espessura da crista óssea vestibular, associada ao compo-
nente platform switching e ao perfil de emergência da coroa pro-
tética, obteve-se maior volume de tecido mole, proporcionando
melhora e estabilidade do contorno da margem gengival.
De acordo com a literatura18-19, o conceito de plataforma
switching evita a reabsorção fisiológica da crista óssea devido
ao estabelecimento do espaço biológico. Neste relato clínico, a
presença de uma inclinação interna da plataforma do implante
Amplified (Exopro | P-I Brånemark Philosophy) e a significante
diferença entre os diâmetros da plataforma do implante e do
abutment induziram a preservação do tecido ósseo e o cresci-
mento do tecido mole.
Neste relato de caso clínico, o implante instalado em alvéolo
fresco comprometido, simultaneamente com a enxertia de lâmina
óssea da tuberosidade da maxila e com a estimulação precoce
de baixa intensidade, permitiram o restabelecimento da estética
através da restauração dentoalveolar em um único procedimento,
baseado no controle clínico de 100 dias.
Conclusão
O posicionamento da lâmina óssea até o nível da plataforma
do implante, sugerindo a formação de uma tábua óssea vestibu-
lar com altura e espessura adequadas, associada à plataforma
switching e o perfil de emergência da prótese, foram os fatores
importantes para a estabilização da margem gengival. Este pro-
tocolo necessita de acompanhamento em longo prazo, todavia,
o resultado obtido após 100 dias é satisfatório e promissor.
Recebido em: abr/2009Aprovado em: ago/2009
Agradecimentos:Agradecimentos ao colega doutor Marcos Alexandre Fadanelli e a protética Marinês Guisso.
Endereço para correspondência:Carla Mônica [email protected]
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