Resenha Capítulo I - Drive

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  • Ascenso e queda da motivao 2.0

    Gonalo Costa

    Paulo Fernandes Docente : Snia Galinha

    Tony Granadeiro

    Escola Superior de Educao de Santarm

    Educao e Comunicao Multimdia 1 ano

    Psicossociologia das Organizaes

  • Part One A New Operating System

    Chapter 1 The Rise and Fall of

    Motivation 2.0

    Resenha do captulo I do livro

    Pink, Daniel H. (2009), Drive. The surprising truth about

    what motivates us. New York: Riverhead Books.

  • Resumo

    No captulo 1 do livro Drive. The surprising truth about what motivates

    us, Daniel Pink compara trs diferentes tipos de motivao a

    sistemas operativos, partindo do pressuposto que as leis, costumes

    sociais e organizaes econmicas que orientam o comportamento

    humano assentam num conjunto de regras, protocolos e instrues

    acerca do funcionamento do mundo.

    Este captulo , essencialmente, dedicado a demonstrar que o modelo

    de motivao que denomina motivao 2.0 uso de recompensas e punies para controlo da produo dos trabalhadores se encontra a cair em desuso, apesar de ter sido considerado essencial desde a

    Revoluo Industrial (sc. XIX).

    Para PinK, no sculo XXI, tm de ser tidos em conta conceitos como

    autonomia, mestria e propsito, de modo a conseguir aumentar a

    satisfao pessoal e, consequentemente, a produtividade dos

    trabalhadores.

  • Descrio dos contedos

    O que motiva os seres humanos?

    Na introduo ao captulo , Pink compara o desenvolvimento e sucesso

    de duas enciclopdias, desde o final do sculo passado :

    -A Encarta, da Microsoft , criada com fins lucrativos, com milhares de

    artigos acerca de mltiplos tpicos, elaborada por profissionais

    altamente qualificados e bem pagos, supervisionada por especialistas de

    uma grande empresa e com atualizaes peridicas e seguras;

    -- a Wikipedia, enciclopdia livre e colaborativa, sem qualquer suporte

    empresarial e na qual os participantes contribuem com o seu trabalho

    voluntrio, sem necessitarem de qualificaes especficas e que pode ser

    usada gratuitamente pelos utilizadores.

    Contrariamente a todas as previses, foi a Wikipedia que se tornou a

    maior e mais popular enciclopdia do mundo.

    Pink conclui que a viso convencional do que motiva os seres humanos

    dificilmente explicaria este fenmeno social.

  • Descrio dos contedos

    A motivao como sistema operativo

    Pink considera que as sociedade possuem sistemas

    operativos, tal como os computadores. Estes sistemas

    consistem num conjunto de instrues e regras acerca do

    comportamento humano e da forma como o mundo

    funciona.

    Raramente os seres humanos pensam nos sistemas operativos das

    mquinas que usam , a no ser quando estas comeam a apresentar

    falhas ou se tornam insuficientes para as necessidades do hardware ou

    do software que utilizam .

    Ento necessrio um upgrade.

  • Descrio dos contedos

    Motivao 1.0 o primeiro sistema operativo

    A histria dos seres humanos comea com a satisfao das

    necessidades primrias de sobrevivncia alimentao, defesa de outros animais, reproduo.

    Quando as sociedades se tornaram mais complexas e a sobrevivncia

    humana comeou a necessitar de interao e de cooperao com

    outros, este modelo assente apenas nas necessidades biolgicas

    deixou de ser adequado.

    Foi necessrio um modelo mais compatvel com as novas vivncias ,

    um sistema operativo melhorado, tendo por base uma ideia mais

    rigorosa - os seres humanos so mais do que as suas necessidades

    biolgicas, embora esta primeira motivao continue a ser relevante.

  • Descrio dos contedos

    Motivao 2.0 o segundo sistema operativo

    Carrots and Sticks

    Segundo Pink, uma segunda motivao passou a existir, quando a

    sociedade se tornou mais complexa procurar recompensas (as cenouras) e evitar castigos (os chicotes).

    Esta motivao foi essencial para o progresso da humanidade, em

    especial nos dois ltimos sculos.

    Para assegurar que o trabalho era bem feito e rentvel considerava-se

    necessrio recompensar o comportamento desejvel e castigar o que

    se pretendia desencorajar (Taylorismo, incio do sc. XX).

    A motivao considerava-se extrnseca e o sistema s prosperava se

    houvesse recompensa.

    Este sistema operativo encontra-se presente na maneira de viver e de sentir da maioria das pessoas preciso recompensar os bons e punir os maus, ou seja, dar a cenoura, mas ameaar com o chicote.

  • Descrio dos contedos

    Motivao 2.0 o segundo sistema operativo

    Carrots and Sticks

    Este sistema , segundo Pink, funcionou muito bemat que deixou de funcionar!

    A sociedade foi ficando cada vez mais complexa e mais sofisticada e as

    pessoas foram obrigadas a desenvolver novas competncias.

    A partir de alguns estudos desenvolvidos no sc XX (Maslow, anos 50;

    McGregor, anos 60), que partiam do princpio de que as pessoas tm

    motivaes de natureza mais elevada, algumas organizaes e

    empresas corrigiram fragilidades do sistema de recompensa e castigo,

    dando mais autonomia aos funcionrios e moderando a rigidez dos

    procedimentos.

    Mas, segundo Pink, no foi um verdadeiro upgrade do sistema.

  • Descrio dos contedos

    Motivao 2.0 o segundo sistema operativo

    O que falhou

    A motivao 2.0 no se mostrou muito confivel: por vezes serve bem

    os seus propsitos, mas outras vezes no funciona.

    Pink aponta trs tipos de falhas - o sistema operativo tem-se vindo a

    tornar cada vez menos compatvel ou at antagnico com a

    organizao:

    do que fazemos

    de como pensamos no que fazemos

    de como fazemos o que fazemos

  • Descrio dos contedos

    Motivao 2.0 o segundo sistema operativo

    O que fazemos

    Atualmente, organizamos o que fazemos, no a partir de motivaes

    extrnsecas, mas pela participao em projetos que podem vir a

    melhorar as capacidades e competncias, tendo como possvel

    consequncia a melhoria do poder salarial.

    PinK exemplifica com os negcios open source, que se tornaram

    poderosos modelos (como a Wikipdia, o Firefox..)

  • Descrio dos contedos

    Motivao 2.0 o segundo sistema operativo

    Como pensamos no que fazemos

    Quando questionadas pessoas que participam em projetos de open

    source, relativamente ao porqu de o fazerem, as respostas so no

    sentido de considerarem a satisfao como o impulsionador (driver)

    mais forte e prevalente e tambm o estado de desafio.

    A motivao 2.0 tem pouco espao para este tipo de impulsos.

    Nos ltimos anos tm surgido organizaes que tm lucros, mesmo

    que moderados, mas cujo objetivo principal a oferta de benefcios

    sociais. So maximizadores de propsitos que desacreditam os

    princpios da motivao 2.0 .

  • Descrio dos contedos

    Motivao 2.0 o segundo sistema operativo

    Como fazemos o que fazemos

    O trabalho deixou de ser apenas baseado em rotinas, para se tornar

    mais complexo e interessante, desafiando os pressupostos da

    motivao 2.0.

    As tarefas passaram a ter componentes heursticas, de resoluo de

    problemas, para os quais no existem algoritmos imediatamente

    disponveis (rotinas). O trabalho rotineiro est a desaparecer das

    sociedades mais desenvolvidas e com trabalhadores qualificados e a

    deslocalizar-se para lugares onde os salrios so muito baixos.

    Investigadores (Teresa Amabile, Harvard) concluram que as

    recompensas e punies so devastadoras quando esto em causa

    tarefas de natureza heurstica a motivao intrnseca conduz criatividade.

  • Descrio dos contedos

    Motivao 3.0 o terceiro sistema operativo

    O upgrade necessrio

    O sistema operativo que, segundo Pink, necessrio na atualidade tem

    de presumir que os seres humanos precisam de aprender, de criar e de

    melhorar o mundo.

    necessrio um upgrade em grande escala e no apenas uma

    atualizao do modelo de motivao 2.0.

  • Anlise crtica sobre o significado e

    importncia da obra

    O captulo analisado, do livro Drive. The surprising truth about what

    motivates us, de Daniel Pink, apresenta, de forma inovadora, a

    relevncia da motivao intrnseca , comparativamente com outros tipos

    de motivao, como a biolgica e a extrnseca.

    A inovao est presente na analogia que efetua com os modelos

    informticos , com forte implicao na compreenso dos conceitos e na

    evoluo dos aspetos relacionados com a postura dos seres humanos

    face s relaes de trabalho.

  • Recomendaes

    A leitura integral da obra conduzir, certamente, a uma melhor

    compreenso da problemtica da motivao e de como tm sido

    surpreendentes as constataes acerca da sua evoluo, a par com o

    desenvolvimento da humanidade.

    Outras leituras do mesmo autor, mais recentes, podero ajudar a

    perceber novas perspetivas sobre a inteligncia humana.