RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS...

25
RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS 1 . Autor: Davison Hugo Rocha Alves 2 . Universidade Federal do Pará. Co - autora: Raquel Alves da Silva 3 . Universidade Federal do Pará. Resumo O Ensino de História desde a década de 80, vem passando por uma reformulação em relação aos seus aspectos didáticos do professor na sala de aula, o conhecimento histórico através da pesquisa, começa a ganhar destaque no ambiente acadêmico e com isso o método de ensino aprendizagem acaba mudando, devido o surgimento de novas tendências historiográficas, a história ambiental surge nesse contexto de mudança de concepção sobre o ensino de história, esta comunicação tem por objetivo analisar o ensino de história para o 7º e 8º ano de ensino fundamental, acerca da historiografia ambiental no ambiente amazônico colonial, usando a narrativa dos viajantes Como uma forma de representar a historia, saindo daquele contexto de memorização dos fatos históricos, fazendo introduzir na sala um método que leva o aluno a ter interesse pela disciplina, através da transposição didática (adaptação de textos historiográficos – narrativas de viajantes), tendo como base as diversas formas de abordagem 1 Este trabalho é baseado em pesquisa dos autores financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior (CAPES), com o projeto intitulado, “O conhecimento histórico na escola: prática docente, pesquisa e historiografia’- CAPES/Brasil (2010/11). 2 Acadêmico do curso de História – Licenciatura e Bacharelado da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém/PA. E-mail: [email protected]. 3 Acadêmica do curso de História – Licenciatura e Bacharelado da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém/PA. E-mail: [email protected]. 1

description

Palavras-chave: Historiografia, Viajantes, Natureza, Método, Interdisciplinaridade.

Transcript of RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS...

Page 1: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS

E PERSPECTIVAS1.

Autor: Davison Hugo Rocha Alves2. Universidade Federal do Pará.

Co - autora: Raquel Alves da Silva3. Universidade Federal do Pará.

Resumo

O Ensino de História desde a década de 80, vem passando por uma reformulação em relação aos seus aspectos didáticos do professor na sala de aula, o conhecimento histórico através da pesquisa, começa a ganhar destaque no ambiente acadêmico e com isso o método de ensino aprendizagem acaba mudando, devido o surgimento de novas tendências historiográficas, a história ambiental surge nesse contexto de mudança de concepção sobre o ensino de história, esta comunicação tem por objetivo analisar o ensino de história para o 7º e 8º ano de ensino fundamental, acerca da historiografia ambiental no ambiente amazônico colonial, usando a narrativa dos viajantes Como uma forma de representar a historia, saindo daquele contexto de memorização dos fatos históricos, fazendo introduzir na sala um método que leva o aluno a ter interesse pela disciplina, através da transposição didática (adaptação de textos historiográficos – narrativas de viajantes), tendo como base as diversas formas de abordagem do assunto, os padres missionários do século XVll e XVlll, Pe. João Daniel (1722- 1776), que na obra ‘’O Tesouro descoberto do Rio Amazonas’’, faz uma descrição detalhada sobre temas centrais como a natureza, os índios e a cultura da região, o PE. Felipe Bettendorf (1627- 1698), onde este descreve a ocupação do espaço amazônico pelo colonizador português, na obra “Crônicas dos padres da companhia de Jesus do Estado do Maranhão”, demonstram como podemos perceber a realidade da Amazônia Colonial, como resultados espera-se que o trabalho contribua para auxiliar o material didático do professor de estudos amazônicos, que a partir do registro deixado pelos cronistas, possam compreender o ambiente amazônico.

Palavras-chave: Historiografia, Viajantes, Natureza, Método, Interdisciplinaridade.

1. A interdisciplinaridade na educação e o ensino de História.

A educação nos dias de hoje passa por algumas reformulações, que atingem

diretamente os parâmetros curriculares no ambiente escolar, os educadores acabaram

tendo que compartilhar experiências e saberes na sala de aula, como forma de despertar

1 Este trabalho é baseado em pesquisa dos autores financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior (CAPES), com o projeto intitulado, “O conhecimento histórico na escola: prática docente, pesquisa e historiografia’- CAPES/Brasil (2010/11).2 Acadêmico do curso de História – Licenciatura e Bacharelado da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém/PA. E-mail: [email protected]. 3 Acadêmica do curso de História – Licenciatura e Bacharelado da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém/PA. E-mail: [email protected].

1

Page 2: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

o interesse do aluno por determinado assunto ou temática, tornar as aulas atrativas é o

essencial para o educador.

A organização curricular tradicional, que é baseada nas disciplinas in loco, acaba

enfatizando o processo de defasagem com que a educação brasileira, assumiu como

característica central nas últimas décadas do século XXI. Os parâmetros curriculares

nacionais vêm trazer uma nova proposta na educação básica brasileira, trazer para o

ambiente escolar a interdisciplinaridade, possibilita ter um outro ponto de vista sobre

como organizar os conteúdos de ensino, além de se obter novas alternativas de ensino-

aprendizagem, acabando com a centralidade educacional.

O que se deve ter em mente em se ter uma educação de qualidade? Certamente,

temos que enfrentar certas resistências à frente desse modelo que adotaremos, o livro

didático assume ainda hoje um critério importantíssimo de seleção e de ordenamento

dos conteúdos ministrador, mas certamente não é a única verdade absoluta em relação à

aprendizagem na sala de aula, é o que pretendemos reduzir com essa proposta de ensino,

que tenta tornar o educador algo importante e independente no ensino-aprendizagem.

O conservadorismo curricular que aos poucos ganha força no ensino o Brasil, se

deve ao grande fato de que as maiorias dos alunos estão preocupados em se preparar

para os vestibulares ou simplesmente para concluir os seus estudos e se esquecem que o

conhecimento é algo de grande aprendizado, o que levarão para a vida inteira, o ensino

acaba sendo uma obrigação e não algo prazeroso, com isso, o papel do educador é tentar

encontrar um meio termo para essa dualidade que vive o aluno do século XXI.

O ensino de História leva a passar por essas políticas conservadoras em que o

critério cronológico é ainda o grande motim, para dificultar esse processo de usar o

ensino de forma integrada, o que faz com que o ensino torne-se uma “exposição de

fragmentos e de contextos de longa duração”, tentar tirar esse estereótipo da sala de aula

com novas visões de práticas de ensino é o que pretende alcançar abordando novos

métodos, acerca da historiografia.

Nesse contexto de integralização do ensino fundamental faz-se necessário fazer

uma discussão sobre a importância do conhecimento histórico para a formação do

aluno, enquanto aprendizagem inicialmente e depois quanto cidadão consciente,

2

Page 3: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

logicamente que tendenciemos para algo que tenha significado (no caso de prepará-lo

para o ensino médio), mas não devemos esquecer o quanto o conhecimento torna o ser

humano alguém mais consciente da sua realidade, esse será o papel da

interdisciplinaridade.

A história ambiental como campo interdisciplinar, permite um significativo

valor com a Geografia. Afirma Donald Worster que os historiadores ambientais, para

chegarem as suas conclusões, apóiam-se numa variedade de geógrafos. Estes ajudam os

historiadores a perceber que, ao invés de sermos moldado pelo meio ambiente, estamos

cada vez mais assumindo esta moldagem, e por vezes como conseqüências desastrosas.

Atualmente, a responsabilidade que se coloca tanto á História como a geografia, é a de

desvendar o motivo pelo quais os povos modernos têm intentado escapar da natureza,

no sentido de evidenciar os efeitos ecológicos desta atitude (WORSTER, 1991:16-17).

O objetivo que se percebe em estudar o meio ambiente na sala de aula é a

necessidade que se tem em “colocar a sociedade na natureza”. Com isso busca-se um

equilíbrio entre a sociedade e o meio ambiente, nesse sentido é importante à

colaboração de outras disciplinas. Segundo Cipriano (2009), a história ambiental, que

tem a natureza como objeto de estudo, resulta simultaneamente de processos naturais e

humanos.

2. A Ausência da natureza nos livros didáticos.

Compor o ensino de História não é uma tarefa fácil, para os professores que atuam

diretamente no ambiente escolar, pois a impossibilidade de se estudar todos os

tempos e sociedades requerem uma seleção de conteúdo, baseados em critérios

estabelecidos sobre os conteúdos a ser ensinado. Assim, segundo os parâmetros

curriculares (1998), os conteúdos procuram sensibilizar e fundamentar a

compreensão de que os problemas atuais e cotidianos, não podem ser explicados

unicamente a partir de acontecimentos restritos ao presente, desse modo, e

pertinente que o aluno não estude somente o período histórico, mas tentar incentivar

atitudes nos estudantes que o permitam pensar a História objetivamente.

A história factual e narrativa dos acontecimentos históricos foi o que

predominava no ensino até os anos 70, abordando apenas fatos políticos e

valorizando o indivíduo como um agente transformador da sociedade. Os

3

Page 4: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

movimentos sociais, não possuíam um destaque por parte da historiografia, esse fato

deve ser levado em consideração o não incentivo à pesquisa histórica, em

contrapartida surge uma história estrutural que valoriza o papel das forças

produtivas e das relações sociais, com esse novo olhar sobre a História algumas

categorias que foram esquecidas como meios de produção, estrutura, conjuntura e

acontecimento aos poucos foram assumindo os debates e discussões no campo

historiográfico.

Todavia, diante do avanço válido que teve o ensino de história, a relação

sociedade e natureza, foi esquecido. Essa ausência verificava-se tanto nos livros

didáticos como no ambiente acadêmico. O motivo central desse fato deve-se ao

caráter antropocêntrico e sociocêntrico, com que os estudos herdaram do sistema

filosófico ocidental, durante a difusão do racionalismo no século XVII, ou seja, isso

acabou por influenciar correntes historiográficas liberais (positivismo e

wevbwerianismo), onde detém a questões e ordem social e política. A natureza

acabou sendo deixada, como um plano também secundário para a historiografia.

Segundo Soffiati (1990), esse processo de esvaziamento do conceito de natureza

é revelado por um culturalismo e um historicismo exagerado, onde só esforça-se, no

século XIX, para resgatar-lhe a realidade com os cientistas naturais da época, Lazare

Carnot, com a formulação das leis termodinâmicas (1824), Charles Darwin, com a

teoria da evolução orgânica (1859) e Ernest Haeckel (1824), criador do ramo da

ecologia como história natural (1866). Diante de tal fato, o ambiente acadêmico, só

despertou o interesse pelo estudo da natureza diante da crise ambiental e

generalizada, que foi provocado pelo sistema econômico industrial, este foi a causa

imediata da poluição dos oceanos e das águas, extinção de espécies vegetais e

animais, as alterações climáticas e etc. a natureza deixa de ser olhada como uma

mera construção da história, mas que tem um valor significativo, os historiadores

olharam as relações sociedades humanas e natureza com um outro olhar.

O Brasil é um país privilegiado para se estudar a história ambiental, por ter um

imenso território com vários biomas, ecossistemas, rios, recursos naturais (pau-

brasil, café, açúcar, drogas-do-sertão, tabaco, algodão), que ao longo de toda a

colonização foi importante para a colonização, são exemplos que demonstram a

importância da temática, para as aulas de História e de estudos Amazônicos,

segundo Drummond (2002), a economia brasileira é muito grande e dinâmica (...),

uma economia sujeita a fortes e duradouros ímpetos de crescimento, até hoje,

4

Page 5: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

baseados em grande parte do consumo extensivo de recurso naturais, o Brasil é uma

da maiores potencialidades mundiais de hidroelétricas (produção e consumo), tem o

maior parque metalúrgico do mundo movido a carvão vegetal e detém enormes

reservas minerais, são argumentos suficientes para argumentar a relevância do

Brasil, em estudar a história ambiental como algo particular.

Algum aspecto pode abordar na sala de aula, em relação ao tema como a

importância de se salientar o papel inadequado da apropriação da natureza pelas

sociedades humanas, este estudo verifica-se no modo como os colonizadores

portugueses ao chegarem à região Amazônica, tinha relação com os produtos

regionais tanto para o seu consumo como a para a exportação, os relatos dos padres

missionários são interessantes nesse aspecto de descrição do ambiente, ou mesmo,

as sociedade indígenas que habitavam o país usavam a natureza para a sua

sobrevivência, mas não com o teor de destruição que ocorreu com a chegada dos

europeus. Sobre essa questão, Soffiati comenta:

“Por este prisma, a chegada dos europeus causou não apenas um impacto

cultural, mas também um forte impacto ambiental. A implantação dos antigos

sistemas colonial e seu funcionamento produziu danos ecológicos profundos.”

(SOFFIATI: 1990 pp. 49).

A educação ambiental no Brasil acaba caminhando por um caminho que

não necessariamente leve a conscientização da população, e sim a punição (leis,

multas, etc.). O que se considera algo de fundamental importância para o cenário

que se estava desenvolvendo, a partir da grande aparição dos movimentos

ambientalistas e a construção de uma Política Nacional de Meio Ambiente

(PNMA), em 1981 é que se entendeu o meio ambiente como um bem público, se

somado a isso a nova Lei de Diretrizes e bases da educação – LDB (Brasil,

1996), a temática ambiental passou a ser considerado como um tema transversal

dos Parâmetros curriculares Nacionais (PCN) do Ensino Fundamental MEC/SEF

(1998), segundo os parâmetros os temas transversais podem ser abordados na

sala de aula, pela disciplina de maneira convencional, atuando como um fio

condutor da aprendizagem, potencializando valores, desenvolvendo conceitos e

atitudes do aluno, para que os mesmos respondam à necessidade pessoal e da

própria sociedade.

5

Page 6: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

3. Releituras historiográficas na sala de aula.

A partir da década de 80, o ensino de História passou por uma reavaliação

com relação às propostas curriculares, diante das diferentes tendências

historiográficas, que dominaram o campo de conhecimento histórico, os

historiadores sentiram a necessidade de trabalhar novas temáticas de estudo,

como a história social, cultural, do cotidiano, com isso sugerindo rever o

ensino de história do 6ª ao 9ª ano (antiga 5ª a 8ª série), com isso, “A

apresentação do processo histórico num eixo espaço-temporal eurocêntrico,

seguindo um processo evolutivo, seqüencial e homogêneo, foi denunciada

como um produto pronto e acabado, redutos da História, e restritivo ao

discernimento da diferença entre o conhecimento histórico produzido por

estudiosos e as ações dos homens realizadas no passado”. Diante dessa visão

fechada do conhecimento histórico, estava desenvolvendo junto ao

estudantes alguns domínios de como a pesquisa histórica poderia auxiliar o

professor na sala de aula.

O ensino de História na sala de aula a partir da década de 90 vem

sendo um intenso debate acerca do seu ensino, os currículos apresentados

tentam direcionar o professor para essa nova didática na formação Básica

(correspondente ao ensino fundamental e ao Ensino Médio) do aluno,

segundo os parâmetros curriculares nacionais (1998), para o ensino

fundamental vem propor um ensino voltado para a realidade do aluno, em

que o processo de memorização e reprodução fosse abolido do ensino de

história, para que isso ocorresse era importante ter uma historiografia que se

fosse aliada em buscar novos elementos e métodos para o ensino de História.

O papel dos materiais didáticos nas últimas décadas acaba tendo

percepções diferentes no processo de ensino aprendizagem, dessa forma é

importante que se reestruturem as ferramentas que o professor utiliza na sala

de aula, como: as avaliações, o currículo escolar e o material didático. Neste

sentido, a história ambiental vem colaborar para a mudança de concepção

tradicional de história, pensada somente como algo acabado e relato do

passado, mas que faz parte construtiva da vida do estudante. Temas

interessantes, com novas abordagens e temáticas a ser abordado pelo

6

Page 7: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

professor, que leva ao domínio do aluno, um mundo de descoberta sobre o

seu espaço social.

Existem inúmeras linguagens, como a fotografia, a narrativa dos

viajantes, os jornais, os documentos de época, o desenho, que podem ser

utilizados na sala de aula e que são voltadas para a produção e compreensão

do conhecimento histórico, segundo Zamboni. Por isso, buscar novas formas

de se trabalhar a história na sala de aula, passa por representações na didática

do professor, pois sabemos que a tarefa de aprendizagem não é fácil, buscar

mecanismos que o ajudem a elaborar uma aula mais didática e próxima da

realidade do aluno é o nosso maior objetivo.

Segundo os parâmetros curriculares nacionais do ensino fundamental

(1998), a História é um campo de pesquisa e produção de saber em

permanente debate que está longe de apontar para o consenso, assim pode

ser interpretada a visão historiográfica, como algo que está sempre em

mudanças e que possui diversas visões acerca de um determinado momento

histórico.

“Nesta última tendência [historiográfica], que não deixa de abrigar

diferentes modelos analíticos e conceituais, as obras de arte, as

articulações de poderes religiosos, os rituais, os costumes, as tradições,

os desvios de comportamento, as resistências cotidianas, os valores

presentes em imagens e textos, as relações e papéis interpessoais e

intergrupais, são abordados em suas particularidades, em suas inter-

relações ou na perspectiva de suas permanências e transformações no

tempo.” (PCN, 1998: 31).

Por outro a pesquisa histórica permite ao professor ter vários documentos

e linguagens (jornais, revistas, narrativas de viajem, fotografias, mapas), que não

se resume o livro didático a somente ter a teoria, isso de certo modo favorece o

ensino aprendizagem, uma vez que o aluno pode fazer uma análise,

confrontação, interpretação e organização de conhecimentos históricos escolares.

Isso faz com que o estudante perceba que a História é feita de representações, e

que este entenda que refletir essas especificidades são formas de comunicação

usadas pelos historiadores como fonte de pesquisa.

7

Page 8: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

No ano de 2009, realizamos um trabalho para a disciplina “Seminário de

História e educação”, em que fizemos uma entrevista com cinco professores da

escola publica da região metropolitana de Belém, na escola José Alves Maia,

localizada na Avenida senador lemos, no bairro da Sacramenta, foi entrevistada

a professora Vera Lúcia, esta comentou um pouco sobre a sua experiência de

aluna na graduação de História e relatou das dificuldades que se tem em

ministrar a disciplina estudos amazônicos, devido se ter pouco material didático

voltado para a educação básica, em relação à Amazônia.

A professora Vera foi um instrumento importante para que pudesse

pensar este trabalho, pois despertou-nos para olhar o ensino de História voltado

para a nossa região, de modo diferenciado, o aluno da graduação tem esse papel

de serem agentes transformadores e multiplicadores de novas didáticas

historiográficas para a educação no Brasil. A disciplina estudos amazônicos ou

história do Pará é de extrema importância para o aluno de o ensino fundamental

entender a sua realidade.

Outro estímulo pode ser pelo fato do professor da disciplina Amazônia,

percebendo essa dificuldade que se encontra em ter materiais referentes sobre a

Amazônia, colabora na medida em que realiza trabalhos com os alunos da

graduação para a realização de um material didático a ser utilizado na sala de

aula, usando uma linguagem adequada, para que o aluno entenda o conteúdo

ministrado na graduação, fazendo uma adaptação de textos historiográficos, seja

por documentos de época, juntamente com obras consagradas da historiografia

nacional e regional.

No ano de 2010, o projeto financiado pela CAPES sob a orientação do

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), com o nome

“O conhecimento histórico na sala de aula: prática docente, pesquisa e

historiografia”, vêm contribuir para essa reflexão sobre a experiência da

docência na sala de aula, e de como podemos contribuir diminuir a disparidade

que existe entre o ensino de graduação e a educação básica, usando como eixos

de trabalho de pesquisa: o uso de fontes históricas na sala de aula, A

historiografia na sala de aula e a pesquisa em História, possibilitando assim uma

reflexão sobre a prática pedagógica, onde se permita a discussão e releitura de

textos historiográficos e a proposição de atividades visando alternativas para o

cotidiano da sala de aula.

8

Page 9: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

Esses dois exemplos, um como um problema e outro como solução,

mesmo que ainda restrito a uma atividade acadêmica, para esse impasse no

ensino de estudos amazônicos, nos leva a perceber como está mudando a

concepção do professores de graduação em relação ao ambiente da sala de aula.

Ferramentas como estas, ajudam o estudante de graduação a ter outro olhar sobre

o ensino da historiografia não como algo que só é ensinado na academia, mas

sim que pode ser levado para as aulas sobre determinado assunto.

4. O ensino de Estudos Amazônicos no 7º ano: uma adaptação para

a história ambiental.

O relato de viajantes sobre o ambiente amazônico é um instrumento importante

para se entender a Amazônia no período colonial, os padres missionários foram

os responsáveis pela colonização e conversão dos gentios da terra – indígenas –

nas colônias portuguesas, fruto de um movimento de reestruturação da igreja –

Concílio de Trento -, frente ao avanço do protestantismo na Europa, o seu alvo

foram o novo mundo, com a atuação da companhia de Jesus, sob a direção de

Ignácio de Loyola. Entender a literatura dos viajantes é compreender a

ocupação do espaço amazônico pela ótica de suas crônicas, pois descrevem com

minuciosidade a região Amazônia em especial o Rio Amazonas e suas

impressões sobre os índios (cultura, costumes, práticas religiosas etc.), segundo

a obra do padre João Daniel (1722-1776), ou mesmo, um relato sobre as

atividades dos missionários, o seu dia-a-dia, relações com a sociedade colonial e

até mesmo acontecimentos da época, até o período de 1698, segundo as crônicas

do padre. João Felipe Bettendorf.

Preparar um material didático para o ensino fundamental, é entender

como esse processo de construção do ambiente amazônico, a partir do século

XVII, não pode ser separado da historiografia amazônica, em relação aos

jesuítas, que habitaram o ambiente naquele período, o relato dos viajantes serve

de apoio, por meio de representações, o professor possa criar alternativas ao

livro didático, em relação à disciplina estudos amazônicos, é um elemento

essencial ir à busca de novas formas didáticas sobre o estudo da região, diante da

falte de material, como mencionado anteriormente, a seguir, podemos perceber

9

Page 10: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

dois trechos sobre a visão dos missionários sobre a realidade amazônica no

período colonial.

“... As águas do rio amazonas ordinariamente são brancas, e as dos seus

colaterais, pretas; e desta diversidade vem ao rio Negro o seu nome, nascimento

da qualidade das águas. E posto que as águas do Amazonas sejam as mesmas

que recebem dos seus colaterais, contudo neles são pretas, e no Amazonas; não

porque na realidade sejam totalmente brancas, e a dos rios inteiramente preta,

pois tiradas em alguma vasilha, ou copo, são muitos cristalinas, mas porque

vistas nos rios se representam pretas, e vistas no Amazonas se parecem brancas.

Provém toda a diferença da qualidade do terreno de fundo, e as margens por

onde correm: se as margens e terreno são areias, como ordinariamente sucede os

rios, é água preta neles, e muito cristalina no copo. Mas, se o fundo é lodo, e as

margens, parecem brancas no rio e, no copo é esbranquiçada, e lodosa; o que se

vê na maior parte do Amazonas porque posto que tenha muitos e muitos

dilatados areais, a maior parte corre para o lodo, e por serem tão enlodadas e

esbranquiçadas e turvas as suas águas são pouco capazes para se beberem e

pouco sadias. Nem os seus povoadores ordinariamente a bebem, nem

necessitam delas, porque as fontes e os regatos são inumeráveis, dos quais

provêm, e se em alguma parte não há comodidade das fontes, e se vêem

obrigados a beber do Amazonas, têm a providência de coarem por panos,

deixando-a assentar nas vasilhas em que algumas vezes aparece metade água, e

metade lodo.” (Daniel, 2004: 77).

Podemos perceber pela descrição do padre João Daniel sobre a qualidade

da água do Rio Amazonas, como os habitantes da região não utilizavam à água

do local, somente em situações de extrema necessidade e como surgiu o nome

do referido rio, o aluno do ensino fundamental a partir das impressões do padre

pode fazer relação com a atualidade do Rio Amazonas, levando o mesmo a

perceber as diferenças e/ou semelhanças entre o passado e o presente.

O padre João Felipe Bettendorf (1627 – 1698), em Crônicas dos padres

da companhia de Jesus do estado do Maranhão, segundo José Honório

Rodrigues eles “descreve sua origem e fundação, relata as missões desde a

primeira em 1607, até 1698 quando falece, a viagem de Pedro Teixeira e mais

tarde de Samuel Fritz, a invasão holandesa, os governos temporal e espiritual, as

grandes questões de liberdade e escravidão dos índios, os tumultos do Estado,

10

Page 11: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

como o de Manuel de Beckman, em 1684.”, a seguir, relata-se um trecho da

chegada da descrição da capitania do Grão-Pará.

“Segue-se para a mesma banda do Pará a Capitania de Jorge Gomes Alemó,

mas como este quebrou no negócio por certas razões, achou o Governador

Gomes de Freire de Andrade que a vila de Vigia, que tinha mandado a fazer,

estava nas terras d’El-rei, nem nunca teve aldeã, e conseqüentemente nem

missionário e a tirou delle; e parece nunca mais se tornou a pôr em pé; suposto

que os moradores da Villa gozam dos bons ares do mar, com seus peixes, ostras,

caranguejos, e da fartura da terra pelo mantimento que produz em abundância,

estão sujeitos ao Pará, e o que lá tem de melhor é a imagem milagrosa de Nossa

Senhora de Nazareth, que de todas as partes se freqüenta os romeiros, que vão

fazer suas romarias e novenas (...)”. (BETTENDORF, 1900: 21-22.).

Apesar de no início da crônica, Bettendorf descrever a cidade de São

Luiz, logo em seguida este descreve algumas capitanias presentes na missão

colonizadora no estado do Pará, a descrição acima da vila de Vigia demonstra

como era vida na colônia portuguesa, mostrando a alimentação e a religiosidade

do povo paraense, a festividade de Nossa Senhora de Nazaré pode ser levado

como um tema de grande importância para a cidade, pode perceber também

pelas suas descrições como os habitantes da região usavam os recursos

alimentícios tanto para o seu consumo como para o seu sustento, onde fica

implícito, na seguinte passagem “e da fartura de terra pelo mantimento que

produz em abundância”, ao longo da crônica este missionário destaca a

importância que a farinha, um produto típico da região, tem para o progresso

econômico da região amazônica e o seu consumo tanto para pela população

nativa como por parte dos habitantes da capitania.

Podemos extrair também a produção econômica do período colonial, na

cidade de Belém e de como a utilização desse processo ajudou para aumentar

desde a colonização da região, o aumento do desequilíbrio ambiental, o relato do

padre Felipe Bettendorf, ilustra esse acontecimento com a necessidade se ter

mão-de-obra africana na cidade, mas este propõe uma solução para este impasse,

a utilização de moradores como trabalhadores nas fazendas, como se verifica a

seguir:

11

Page 12: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

“A cidade do grampará, (...) tem carne fresca de vaca que a cada semana lhe

corta o preço acommodado, vinda de Curraes de Tapuytapera, dos grandiosos

pastos do ryo Maery; umas das coisas que lhes faltam são os escravos e as

embarcações do reino; nada disso lhe faltaria se se empregassem os moradores

com diligência em cuidar de algodões, tabaco, cana de assucar, urucu e fábrica

de anil, ajuntar óleos preciosos e bellas madeiras, e cousas semelhantes de

preço, que a terra liberalmente dá sem falta de tintas tambem e crystaes que em

seus arredores, conforme ouvi dizer, se descobrem.” (BETTENDORF: 1900

19).

Compreender o ambiente amazônico, como um espaço de relações

sociais e de entender como se desenvolveu este processo de ocupação na visão

dos viajantes é captar a importância que se tem, o historiador sobre a

historiografia amazônica, o método utilizado ajuda na formação do aluno à

medida que contribui a partir da obra de cada autor – aqui abordada a narrativa

de viajem dos séculos XVII e XVIII – as diferentes mudanças no ambiente e

como essa relação tem com o presente, a descrição serve para se pode entender à

diversidade de sentidos que se tem a Amazônia, para cada viajante, acaba sendo

a imagem mesmo que sobre a sua visão do universo amazônico. As narrativas

têm um papel importante na historiografia amazônica colonial, apresenta-se

como fonte de pesquisa em um período, em que a fotografia ainda era algo

escasso na região, os nossos registros acabam sendo as impressões dos

missionários, como forma de se conhecer o passado.

Em seu conteúdo para o terceiro ciclo do ensino fundamental, os

parâmetros curriculares ao abordarem o eixo temático “História das relações

sociais, da cultura e do trabalho”, se desdobrando como subitem ‘As relações

sociais e natureza’, sugere para o professor pesquisas e estudos históricos sobre

as relações entre a sociedade e natureza. Podendo enfocar questões sobre a

região relacionadas aos recursos naturais, às matérias-primas e a produção de

alimentos, vestimentas e utensílios e ferramentas, são exemplos a serem

explorados com a seleção de alguns temas históricos pelo professor, segundo

esta questão, os parâmetros concluem:

“Por exemplo, se escolher um recorte a alimentação, no subitem” As relações sociais e a

natureza’, é possível fazer um levantamento com os alunos sobre os alimentos do

12

Page 13: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

cotidiano, identificando os que são naturais, os industrializados, onde foram produzidos,

de onde é originado, como são preparados etc. Como a alimentação atual tem uma

história, é possível pesquisar em livros, os relatos dos viajantes, confrontarem desenhos

e pinturas para identificar quais eram os seus alimentos de época da chegada dos

europeus aqui no Brasil, como eram obtidos, servidos e consumidos pelas populações

indígenas (...)” (PCN, 1998: 36).

Desse modo, podemos extrair inúmeros aspectos sobre a região

Amazônica, frente ao relato dos viajantes, os parâmetros curriculares vêm

auxiliar e complementar a nossa proposta de ensino, pois percebe a importância

de se ter um eixo temático que estude a relação da sociedade com a natureza, ao

longo do processo histórico, no nosso país.

5. Considerações Finais

Fazer uma releitura historiográfica na sala de aula requer do professor um olhar

diferente para e educação, a interdisciplinaridade assume um papel decisivo, a

história ambiental, como um campo novo dentro da História, necessita desse

diálogo coma Geografia para se entender como o meio ambiente, interfere na

relação do homem com a natureza, da sua relação com a sociedade, acaba sendo

o agente principal dessas relações. O ensino na Amazônia, não fica tão longe

nessa questão, a ocupação de sua região no século XVII, demonstra como foi à

percepção do europeu sobre o espaço e como este se adaptou ao ambiente. O

estudo da natureza na disciplina estudos amazônicos, ministrado para o ensino

fundamental, é um eixo temático principal, a grande vasta bibliografia que se

tem em relação à Amazônia pode ser usada como um recurso didático, na sala de

aula, o relato dos missionários viajantes é apenas uma das infinitas formas de se

expor o ambiente amazônico, o exemplo de como os padres missionários

observaram a região do rio Amazonas para o Daniel e a descrição da cidade de

Belém para o padre Bettendorf, podemos perceber a construção de imagens

diferentes sobre o mesmo espaço, apesar de terem vivido em séculos diferentes

mostram o mundo amazônico, com riquíssimas descrições, interessantes de se

abordar na sala de aula. A aula de Estudos Amazônicos, torna-se mais

13

Page 14: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

interessante com a introdução de novo método de estudo, esse é o papel da

historiografia, buscar novas didáticas para ser inseridos no contexto escolar e

não restringir o conhecimento acadêmico, os parâmetros curriculares nacionais

ajudam a entender o processo histórico, como forma de se construir o

conhecimento na sala de aula.

14

Page 15: RELEITURAS HISTORIOGRÁFICAS NA SALA DE AULA: A HISTÓRIA AMBIENTAL NA AMAZÔNIA COLONIAL, MÉTODOS E PERSPECTIVAS

Bibliografia.

BETTENDORFF, João Felipe. Crônica da Missão dos Padres da Companhia

de Jesus no Estado do Maranhão. 2ª Ed. – Belém: Fundação Cultural do Pará

Tancredo Neves; Secretaria de cultura, 1990. CIPRIANO, Diego Mendes &

MACHADO, Carlos Roberto da Silva. Algumas reflexões sobre o estudo da História

Ambiental da/na cidade.

Daniel, João. Tesouro descoberto do rio Amazonas, v.1. Rio de Janeiro:

Contraponto, 2004.

DRUMMOND, José Augusto. Porque estudar a historia ambiental do Brasil?

– ensaio temático. Varia Historia nº. 26. Janeiro, 2002.

______________________. A História Ambiental: temas, fontes e linhas de

pesquisa. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 4, n.8, p. 177-197, 1991.

MARTINEZ, Paulo Henrique. Ensino de História e Meio Ambiente.

_______________________. História Ambiental no Brasil: pesquisa e ensino. São

Paulo: Cortez, 2006.

MEC/SEF. (secretaria de Educação Fundamental/MEC). Parâmetros

Curriculares Nacionais terceiros e quarto ciclos do ensino fundamental: história.

Brasília. MEC/SEF, 1998.

SOARES, Andréia de Almeida Rosa & NOVICK, Victor. Educação ambiental

através de livros didáticos de História do Segundo Segmento do Ensino

Fundamental.

SOFFIATI, Arthur. A ausência da natureza nos livros didáticos de História.

Revista Brasileira de História. V.9, n. 19, São Paulo. PP. 43-56. Set.89/Fev.90.

RODRIGUES, José Honório Rodrigues. História da História do Brasil. 2ª Ed.

– São Paulo: Ed. Nacional, 1979.

Zamboni. Ernesta. Representações e linguagens no Ensino de História.

Revista Brasileira de História. Vol.18, n.36. São Paulo, 1998.

WORSTER, Donald. Para fazer história ambiental. Estudos Históricos, Rio de

Janeiro, vol.4, n.8, p.198-215, 1991.

15