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REFLEXÕES SOBRE AS FALHAS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO: AQUISIÇÃO DO HÁBITO DA LEITURA E OS DESAFIOS DA PRODUÇÃO TEXTUAL REFLECTIONS ON THE FAILURES IN THE LITERACY PROCESS: ACQUISITION OF THE HABIT OF READING AND THE CHALLENGES OF TEXTUAL PRODUCTION ABELINA AGUIAR DE ANDRADE 1 ELIZABETH MARTINS DA SILVA 2 SUELI DE PAULA CUNHA 3 ROSEANE CAVALCANTE DE SOUZA LUCCAS 4 EDWIGES CONCEIÇÃO CARVALHO CORREA 5 ROSÂNGELA APARECIDA CARDOSO 6 FLÁVIA DE OLIVEIRA FORNARI 7 EDÉSIO MARTINS 8 LIZANDRO POLETTO 9 RESUMO: Este trabalho tem por objetivo pesquisar sobre as dificuldades de aprendizagem. Objetive-se às reflexões sobre estas dificuldades na leitura e na escrita nas séries iniciais do ensino fundamental. Sendo assim considera-se a leitura e a escrita algo de sumo importância na vida de um indivíduo, fator primordial nas séries iniciais. E o desenvolvimento e crescimento do intelecto da criança, e principalmente para que possa crescer com hábito da leitura e a criticidade. Esta pesquisa apresenta algumas definições de aprendizagem relacionando as mesmas causas do fracasso escolar. Para metodologia de trabalho utilizou-se a abordagem qualitativa, enfocando as pesquisas bibliográficas. Utilizou-se o referencial de vários educadores sobre o tema, bem como as reflexões pessoais sobre o objeto a ser investigado e principalmente a análise da leitura e da escrita, e as questões referentes a problemas de aprendizagem e os métodos tradicionais. Como resultados desta pesquisa observa-se a importância intervenção dos educadores nas dificuldades de aprendizagem bem como a necessidade de estudo, mas aprofundado sobre o tema. Palavras-chaves: Dificuldades de Aprendizagem. Leitura. Escrita. Fracasso Escolar. Métodos Utilizados. ABSTRACT: This paperaims to researchonlearning disabilities.Objective-up to reflections onthese difficultiesin reading andwritingin the early gradesof elementary school.The reforewe consider thereading andwritingsomethingjuiceimportance in the lifeof an individual, a key factor in the early grades. Andthe developmentand childintellectgrowth,and especiallyso you cangrow withreading habitandcriticality. This researchhas somelearningsettingsrelating thesame causesof school failure. Towork methodologyuseda qualitative approach, focusing on the literature searches. We used thereferenceof variouseducatorson the topic, as well as personal reflections 1 Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Alfredo Nasser. 2 Graduanda do Curso de Licenciatura em pedagogia, Faculdade Alfredo Nasser. 3 Professora na Faculdade Unidade de Campinas-Fac [email protected] 4 Professora na Faculdade Unidade de Campinas-Fac [email protected] 5 Professora na Faculdade Unidade de [email protected] 6 Professora na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps- [email protected] 7 Professora na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps- [email protected] 8 Professor na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps- [email protected] 9 Professor na Faculdade Unidade de Campinas, Orientador. [email protected].

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REFLEXÕES SOBRE AS FALHAS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO: AQUISIÇÃO DO HÁBITO DA LEITURA E OS DESAFIOS DA PRODUÇÃO

TEXTUAL

REFLECTIONS ON THE FAILURES IN THE LITERACY PROCESS: ACQUISITION OF THE HABIT OF READING AND THE CHALLENGES OF TEXTUAL

PRODUCTION

ABELINA AGUIAR DE ANDRADE1ELIZABETH MARTINS DA SILVA

2 SUELI DE PAULA CUNHA

3

ROSEANE CAVALCANTE DE SOUZA LUCCAS4EDWIGES CONCEIÇÃO CARVALHO CORREA5

ROSÂNGELA APARECIDA CARDOSO6FLÁVIA DE OLIVEIRA FORNARI7EDÉSIO MARTINS8

LIZANDRO POLETTO9

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo pesquisar sobre as dificuldades de aprendizagem. Objetive-se às reflexões sobre estas dificuldades na leitura e na escrita nas séries iniciais do ensino fundamental. Sendo assim considera-se a leitura e a escrita algo de sumo importância na vida de um indivíduo, fator primordial nas séries iniciais. E o desenvolvimento e crescimento do intelecto da criança, e principalmente para que possa crescer com hábito da leitura e a criticidade. Esta pesquisa apresenta algumas definições de aprendizagem relacionando as mesmas causas do fracasso escolar. Para metodologia de trabalho utilizou-se a abordagem qualitativa, enfocando as pesquisas bibliográficas. Utilizou-se o referencial de vários educadores sobre o tema, bem como as reflexões pessoais sobre o objeto a ser investigado e principalmente a análise da leitura e da escrita, e as questões referentes a problemas de aprendizagem e os métodos tradicionais. Como resultados desta pesquisa observa-se a importância intervenção dos educadores nas dificuldades de aprendizagem bem como a necessidade de estudo, mas aprofundado sobre o tema. Palavras-chaves: Dificuldades de Aprendizagem. Leitura. Escrita. Fracasso Escolar. Métodos Utilizados.

ABSTRACT: This paperaims to researchonlearning disabilities.Objective-up to reflections onthese difficultiesin reading andwritingin the early gradesof elementary school.The reforewe consider thereading andwritingsomethingjuiceimportance in the lifeof an individual, a key factor in the early grades. Andthe developmentand childintellectgrowth,and especiallyso you cangrow withreading habitandcriticality. This researchhas somelearningsettingsrelating thesame causesof school failure. Towork methodologyuseda qualitative approach, focusing on the literature searches. We used thereferenceof variouseducatorson the topic, as well as personal reflections

1Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Alfredo Nasser. 2Graduanda do Curso de Licenciatura em pedagogia, Faculdade Alfredo Nasser. 3Professora na Faculdade Unidade de Campinas-Fac [email protected] 4Professora na Faculdade Unidade de Campinas-Fac [email protected] 5Professora na Faculdade Unidade de [email protected] 6Professora na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps- [email protected] 7Professora na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps- [email protected] 8Professor na Faculdade Unidade de Campinas-FacUnicamps- [email protected] 9Professor na Faculdade Unidade de Campinas, Orientador. [email protected].

onthe object to beinvestigatedand especiallythe analysisof reading andwriting,andthe issues oflearning problemsandtraditional methods.The resultsof this studynotesthe importanceof educatorsinterventioninlearning difficultiesandthe need tostudy, butdepthon the subject. Keywords:Learning Disabilities. Reading.Writing.School Failure. MethodsUsed.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho visa a refletir sobre as dificuldades encontradas por professores

sobre os aspectos relacionados às dificuldades de aprendizagem na aquisição da

escrita e da leitura. Nossa formação acadêmica e profissional na educação tem

encontrado uma preocupação em como aprender a lidar com o desconhecido, com o

conflito, com o erro, e também como transformar informação em conhecimento.

Muitas crianças não conseguem assimilar, e compreender esses processos

devido a fatores sociais e econômicos, políticos e, sobretudo afetivos. Que está

ligada a família. Outros não levam a sério seus estudos. A escola, no cumprimento

de sua formação social, deverá desenvolver nas crianças que nela confiam a sua

formação, competências, habilidades para prepará-las para agir conforme a

atualidade. Diante destes fatores citados, este trabalho tem como finalidade mostrar

quais os processos que devem ser observados dentro do processo de alfabetização,

quer sejam nas escolas ou no seu convívio social no meio em que vive.

Como não há como se distanciar desta realidade todos os profissionais da

educação sentem a necessidade de refletir sobre sua prática pedagógica no que diz

respeito a conhecer a importância do sujeito da aprendizagem, a entender, o que

pode ajudar para que ele aprenda.

A sociedade atual passa por mudanças rápidas e complexas, devidas várias

informações as crianças são estimuladas através de sons e imagens, onde

percebem um mundo plural e colorido e virtual. Não podemos mais ignorar os meios

de comunicação que se tornou veículos de aprendizagem.

Muitos alunos quando chegam à escola já trazem consigo uma bagagem de

conhecimento que são os pré-requisitos, já estão acostumados a aprender através

dos sons, imagens, cores, eles já possuem uma alfabetização de mundo mesmo

antes de está dentro da escola convencional.

O primeiro capítulo faz se um relato da escrita e a sua transformação dentro

do processo de ensino aprendizagem tendo como referencial teórico os autores

Cagliari (2004), Ferreiro (2001) que nos ajudará a compreender o processo de

alfabetização dentro das escolas, trata-se da alfabetização tradicional e o letramento

dentro do processo de ensino aprendizagem. Tendo como referencial teórico os

estudos de Aranha (1996), outros teóricos também são citados que tem uma visão

mais ampla no ato de alfabetizar, são elas: Soares (2006), Batista (2003), Emília

Ferreira.

No segundo capítulo vamos tratar o assunto referente à alfabetização

tradicional e o letramento dentro do processo ensino aprendizagem. Tendo como

referencial os seguintes teóricos Batista (2003) que fala sobre o método tradicional

no período colonial, onde a mesma menciona sua visão sobre os Jesuítas do início

da educação. O terceiro capítulo abordará os métodos no processo de ensino

aprendizagem da criança onde estes métodos se dividem em: tradicional, sintético,

fônico, silábico, analítico, construtivista.

Diante destes estudos pretendemos aprender alternativas que melhorem

nossa prática pedagógica e compreender quais os caminhos que sejamos eficazes

no processo de alfabetização.

2 LEITURA E ESCRITA

2.1 Origem da escrita

De acordo com a enciclopédia Barsa (p.479) aescrita surgiu por volta de IV

milênio a.C, foi um enorme avanço para a civilização e permitiu recompor com

segurança a história. Uma das primeiras escrita conhecidas foi a cuneiforme, no

sistema ideográfico – silábico.

A escrita é todo sistema gráfico de linguagem verbal, ou seja, toda

representação de palavras ou ideias por meio de símbolos gráficos. O homem ao

pensar elabora conceitos, que materializa em palavras, que se expressa pela fala. A

linguagem falada exprime-se por meio de sons, a escrita é sempre “gravada” em

tábuas, de barro, ou madeiras, pedras, lousas, pois, dirige-se sempre ao sentido da

visão, embora possa apelar também para o tato, como a escrita em Braille, dos

cegos; é articulada isto é, apresenta elementos sucessivos, é arbitrário, porque

corresponde a um código convencional pelos elementos dos grupos; e linear, porque

os signos são dispostos sucessivamente em linhas, que obedecem a uma direção

determinada.

Na Pré-História, o homem serviu de serviços meios de expressão, mas

nenhum deles se destinava a representar a linguagem verbal, alguns eram de

comunicação imediata – gestor, fumaça ruídos até – ao passo que outros,

destinavam-se a conservar as mensagens que havia a necessidade de recordar e

utilizavam objetos, com flecha, marcas em paredes, todos estes processos

formavam na relação simbólica com alguma ideia, mas totalmente independente de

fala. O conjunto desses processos denomina-se mitografia.

A manifestação mais elaborada de mitografia é a pictografia. O homem pré-

histórico já lia os seres da natureza e os interpretava com a tentativa de reproduzir

nas pedras, nas rochas. Isso deu origem aos primeiros pictogramas, com a intenção

de se comunicar embora esses desenhos primitivos não assegurassem uma

mensagem precisa de seus semelhantes.

Esta fase ideográfica era representada por meio de signos gráficos, era

utilizado um código sintético. Como cada signo corresponde apenas a uma ideia, a

evolução desse meio ficou sujeita a modificações e adaptações constantes, pois o

número de pensamentos ou ideias que se deseja comunicar é praticamente infinito e

tende a aumentar passo a passo com desenvolvimento de uma cultura.

A evolução que deu origem a escrita foi à ideia de evocar pensamentos por

meio de um signo que representasse uma só palavra. Assim nasceu a escrita

ideografia ou analítica, que utiliza uma série de sinais gráficos. No Antigo Egito

surgiu a escrita ideográfica, que era denominada por hieroglífica. Os hieróglifos

cerca de 700 da primitiva relação signo, palavras que passaram a significar ideias

associadas; assim, por exemplo, o desenho de um disco solar vinculava-se tanto a

noção de dia como à de transcurso de tempo. Segundo Cagliari (1993, p.106) a

história da escrita pode ser caracterizada em três fases distintas a pictórica, a

ideográfica, e a alfabética.

Escrita silábica e fonética dá se quando os ideogramas ou signos passam a

expressar os sons da palavra. O sistema adquire significado fonético. Exemplo

elucidativo é a pedra de Rossitta, descoberta em 1799, que contém inscrições dos

hieróglifos egípcios, como versões em caractere demóticos usados no Egito depois

dos hieróglifos.

Os signos em forma de cunha (cuneiformes), que inicialmente eram

ideográficos, foram se adaptando à fonetização, à medida que passavam a

representar palavras de sílabas idênticas ao de fonética similar. Criou-se assim um

sistema misto ideográfico-silábico, que foi utilizado no decorrer do segundo milênio

a.C., pelos acádios e hititas, povos asiáticos que habitavam na Mesopotâmia e

Anatólia.

A fase Alfabética ocorreu em torno do ano 1500 a.C, começou a formar-se no

seio da cultura semita, provavelmente na Síria, a escrita alfabética. O método

consistia na representação gráfica de sons isolados mediante sinais próprios. Foram

utilizados por vários povos antigos, e posteriormente os fenícios criaram seu

alfabeto, que disseminaram por todos os países a que levaram sua civilização. Os

signos do alfabeto fenício, como os de todas as línguas semitas, só representam as

consoantes. Os gregos, que adotaram por volta do ano 800 a.C., acrescentaram a

representação das vogais.

Todos os alfabetos posteriores procedem do semita ou do grego e dispõem

de um reportório de vinte a trinta letras. O sistema proporcionou uma drástica

redução do número de signos em relação às demais escritas: a silábica tinha de

setenta a noventa símbolos: a cuneiforme, setecentas; a chinesa, milhares. A

primitiva escrita grega utilizava somente letras maiúsculas, posteriormente

introduziram-se as minúsculas. No século IV da era cristã, em Roma já utilizava a

escrita cursiva, em que as maiúsculas emendam-se as minúsculas, o que permite

grafar as palavras mais depressa.

O conhecimento da escrita hieroglífica egípcia, de natureza ideográfica, foi

possível graças aos estudos realizados por Jean Francóis Champollion sobre a

pedra de Rosetta, que incluía textos em caracteres hieroglíficos demóticos e gregos.

2.2 A importância da escrita

A concepção da escrita está ligada à leitura, ambas estão ligadas ao

desenvolvimento da consciência fonologia e aprendizagem do sistema de escrita

como um dos eixos do processo de alfabetização, onde este processo deve

abranger atividades pedagógicas que levem as crianças ao aprofundamento de suas

compreensões sobre a natureza alfabética da escrita e à aprendizagem das

correspondências entre letra e sons. As metas de aprendizagem nesse eixo são: o

entendimento por parte das crianças do funcionamento alfabético, o conhecimento

das correspondências entre letras e sons que compõem o sistema ortográfico da

língua escrita.

Esse caráter de funcionamento da escrita põe uma mudança na prática

pedagógica onde a ênfase esta voltado no processo e não no produto. No ato de

produção textual é fundamental saber quê e para quem a mensagem deverá ser

expressa.

O processo de alfabetização defendido por Ferreiro (2001) revela que a

criança é capaz de vivenciá-los passando por um processo de construção da escrita,

pois, “as crianças conceitualizam a escrita com um conjunto de formas arbitrárias

linearmente, que não representam os aspectos figurais do objeto, para isto serve o

desenho”. (FERREIRO, 2001, p. 84).

Nota-se que Emília Ferreiro (2001) acreditava que a criança representa

através de rabisco e desenhos o que tenta escrever faz diversas tentativas até

chegar à escrita convencional.

O processo de Alfabetização ocorre tanto na escola ou fora dela a partir do

reconhecimento de um objeto através do contato esta criança já está sendo

alfabetizada. Cagliari (2004) diz:

A alfabetização tem sido uma questão bastante discutida pelos que se preocupam com a Educação, já que há muitas décadas se observam as mesmas dificuldades de aprendizagem, as inúmeras reprovações e a evasão escolar: Primordialmente, a alfabetização é a aprendizagem de escrita e da leitura. Note se que ler e escrever são atos linguísticos; no entanto só recentemente tem havido a participação significativa de linguistas em projetos educacionais. (CAGLIARI, 2004, p. 08).

Quando a criança consegue diferenciar um objeto ela já começa seu processo

de alfabetização de mundo. Sendo assim pode ser considerada a criança que possui

contato com a escrita através de rótulos, embalagens jornais, revistas. Enfim,

através de diversos portadores de textos presentes em sua vida cotidiana. Observa-

se que quando a criança interage com diversos portadores de textos ela desenvolve

sua habilidade tanto na escrita quanto na leitura, e tem facilidade de aprender e

compreender o uso da leitura e da escrita de maneira funcional.

Quando os pais possuem o hábito de ler a criança observa e imita, através

desta interação a criança processa esta forma de comunicação, e gradativamente

ela vai assimilando o processo de leitura e escrita.

Portanto, ela terá mais facilidade de aprender a ler e escrever do que aquela

que não tem possibilidade de interagir com essas formas de informações e melhor

comunicação.

2.3 A importância da leitura

Para Freire (1989, p. 11-12) “a leitura de mundo procede à leitura da palavra,

dai que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura

proporcionando a formação integral do indivíduo”.

Se o despertar do gosto pela leitura, se a iniciação literária não estiver

ocorrendo em casa, é para a escola que se volta às expectativas da sociedade.

Espera-se que o professor na sala de aula ajude o aluno a desenvolver bons

padrões das palavras, a boa articulação, o timbre de voz e a entonação adequada, a

pontuação, entre outros. Além disso, devem trabalhar habilidades como ouvir e fazer

ouvir.

Sabe-se que a leitura vai além de um saber expresso através de anotações.

Por esse motivo é preciso ler pausadamente, repetidamente por diversas vezes para

poder entender melhor o que está escrito.

É através da leitura que adquirimos conhecimentos desafiamos nossa

imaginação e descobrimos o prazer de pensar e sonhar. O aluno com dificuldades

em leitura perde a oportunidade de entender a riqueza de aprender e compreender o

funcionamento e características da vida.

É por meio da leitura e que temos acesso à cidadania, a melhores condições

e posições no mercado de trabalho, um entendimento mais profundo da vida em

sociedade á construção de uma personalidade mais crítica, mais livre para que se

busque a felicidade pretendida por todos.

A leitura é parte fundamental de todo o processo de aprendizagem é o

principio do processo que deverá ser mostrada tamanha importância e o gosto por

ela. “Dessa forma, segundo Freire (2008): “a leitura da palavra não é apenas

precedida pela leitura do mundo, mas por uma forma de ‘‘escreve-lo” ou de ‘‘

reescreve-lo’’, quer dizer de transformá-lo através de nossa prática consciente”.

(FREIRE, 2008, p.20).

Trabalhar a leitura de acordo com a realidade dos alunos a alfabetização só

terá bons resultados se ensinado sem rigidez. A alfabetização seria um instrumento

de conscientização do individuo, e ao mesmo tempo desenvolver a sua criticidade,

tornando-o consciente de seus direitos, políticos, sociais e econômicos.

2.4 A alfabetização na visão de Emília Ferreiro

Segundo Emília Ferreiro (1998) o processo de construção da leitura e da

escrita tem sido considerado como a aprendizagem de um código de transição

gráfica. Ou seja, o aluno deve aprender fazer a conversão das unidades sonoras

(fonemas) em unidades gráficas (grafema), transformando a aprendizagem na

aquisição de uma técnica. Tal enfoque privilegia o ponto de vista do adulto, com

base na intuição, e não o da criança que aprende, de acordo com a gênese de

evolução.

Para a autora (1998) as produções das crianças – que antes eram

consideradas meras garatujas – adquiriram um novo significado. Agora sabemos

interpretá-las como escritas verdadeiras que não se assentem nos princípios básicos

do sistema alfabético, mas os quais não faltam uma sistematização. São escritas

que se baseiam em outros princípios. As crianças podem usar letras como as

nossas, e escrever ‘em outro sistema’, assim como no início da aquisição da

linguagem oral, podem utilizar palavras da linguagem e diferentes regras de

combinação.

A interpretação e a produção da leitura e da escrita são defendidas por

Ferreiro (1998) em níveis de conceituação, sendo eles:

• Nível Pré Silábico: A escrita não apresenta nenhum tipo de

correspondência entre grafias e sons. Escrever é reproduzir traços típicos da escrita,

variando os caracteres à vontade.

Ao escrever no nível pré-silábico o educando poderá utilizar letras, números,

ou melhor, muitas letras aleatoriamente. Exemplos: C A = Papai; C A = Seu nome; L

A = Nome do irmão; N H D T = Pato.

A interpretação corresponde à intuição subjetiva, podendo a mesma escrita

ter diversas interpretações.

Esta fase corresponde a um longo período da alfabetização e coincide com o

período primitivo do realismo nominal.

A superação do realismo nominal é imprescindível para o sucesso na

alfabetização e acontece normalmente no nível alfabético. O nível silábico

corresponde a uma fase intermediária em que aparecem respostas mistas, ora de

superação, ora não, mas baseadas mais no significado (objeto) que no significante

(palavras).

• Nível Silábico Restrito:Escrita em cada emissão sonora (sílaba) é

representado por uma letra, podendo ser usada qualquer letra para qualquer sílaba.

Exemplos: Macaco = D T A; Cachorro = E G T.

A consideração conjunta de resultados e do processo permite-nos fazer uma

interpretação significativa, sendo que, caso contrário, estaríamos interferindo e

privilegiando o nosso ponto de vista e não o do sujeito em desenvolvimento.

Conforme já foi dito, os conflitos levarão a criança a novos avanços. As suas ideias

originais, em face do modelo estável convencional, farão com que ela vá, aos

poucos, reformulando as suas hipóteses até a compreensão do sistema de

representação da linguagem escrita.

• Nível Silábico Evoluído:As letras começam a adquirir valores sonoros

estáveis. A criança usa letras semelhantes para representar a parte sonora de cada

sílaba, ou seja, para cada sílaba, o educando utiliza uma letra. As letras não são

aleatórias e demonstram a correspondência sonora, podendo associar cada sílaba à

sua vogal, ou à sua consoante.

A passagem para este nível é marcada pela descoberta de que a escrita

representa a fala, o que significa importante momento na evolução da escrita e da

leitura. Exemplos: Macaco = M O O, ou M K O, ou A K O. Pato = P O ou A O.

Nesta fase, a criança entra em conflito quando escreve: Cachorro = C O O. Ela não

aceita escrever duas letras iguais. Ao registrar uma palavra com apenas uma letra,

como ‘Pé’ = P. O registro de palavras monossílabas é um momento importante de

intervenção do professor, diante do conflito do aluno. Esta pode ser uma etapa

importante para que o educando reelabore suas hipóteses de escrita e avance para

o nível seguinte.

• Nível Alfabético:Nesta fase, que corresponde à transição do nível

silábico para o alfabético, a criança começa a abandonar a hipótese silábica da

escrita e a construir novos esquemas, iniciando a análise alfabética.

A criança utiliza as letras com seus valores convencionais, com variações de

ortografia compatíveis com o sistema, ainda que nem sempre correspondam com o

escrito padrão. Exemplos: Macaco = MAKAKO; Pato = PATO; Cachorro = CAXORO.

O gato bebeu o leite = U GARU BEBEU U LEITI.

• Nível Ortográfico:Nesta fase o educando já se preocupa em escrever

utilizando a ortografia correta.

A leitura e a escrita constituem um sistema de representação da linguagem

convertendo sua aquisição numa aprendizagem conceitual. Cabe ao professor o

respeito à criança considerando-o um ser ativo e capaz que possui ideias originais

sobre o assunto, que segue um caminho próprio de sua evolução e que não se

apropria desses objetos culturais sem que se tenha passado a tarefa de reinventar o

sistema de representação da língua escrita. Para permitir que a evolução se

processe de forma coerente com o ponto de sita do sujeito que aprende, a escola

deverá propiciar o convívio da criança com farto e variado material que envolva

leitura e escrita além de permitir que a criança produza escritas espontâneas, do

jeito que ela pensa que deve ser escrita, com ausência de censura quanto ao

‘errado’ e o ‘certo’. Dessa forma, estaremos permitindo que a criança escreva de

acordo com suas hipóteses. Entretanto, quando se escreve livremente, a seu modo

de acordo com suas hipóteses, ela pensa e analisa o que escreve, descobre as

contradições (sua maneira de grafar, versus sistema já elaborado), achando um forte

motivo para buscar pequenos interpretativos. Esses conflitos propiciam a evolução

no processo de construção do sistema.

Para Cagliari (1992):

A alfabetização é sem dúvida o momento importante da formação escolar de uma pessoa, assim como a invenção da escrita foi o momento mais importante da história da humanidade, pois somente através dos registros escritos o saber acumulado pode ser controlado pelos indivíduos. (CAGLIARI, 1992. p. 10).

Segundo Cagliari (2004) a alfabetização não é adquirida somente em sala de

aula, através da decodificação e na codificação, segundo a autora, a criança

necessita de alguns processos para alcançar a aprendizagem tanto formal quanto

informal, ambos fazem parte do conhecimento da criança. A mesma ainda afirma

que durante o processo de desenvolvimento, a criança não necessita do domínio da

linguagem oral, pela interação e o convívio com adultos. Só assim a linguagem

escrita começa a ter significação na vida da criança.

3 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

3.1 Alfabetização

O conceito de alfabetização segundo Soares (2006) significa que o processo

ocorre a partir de codificação e aquisição do alfabeto, ou seja, ensinar a ler e

escrever. Ao longo da nossa história, essas ações foram tornando-se mais

complexas, e ampliaram suas definições, passando a ter mais envolvimento, a partir

da década de 1990 principalmente um novo termo: O letramento Buscaremos a

discutir neste segundo capítulo, como esses dois termos – alfabetização e

letramento se relacionam.

A alfabetização é considerada como ensino de habilidades de codificação e

decodificação onde teve início a partir do século XX mediante a criação de diferentes

métodos de alfabetização. Soares (2006) diz:

O conceito de alfabetização é ao longo do tempo e da dependência entre o fenômeno do letramento e as condições culturais e sociais a comparação entre os critérios que hoje foram passando utilizados para quem é analfabeto ou quem é alfabetizado nos recenseamentos da população brasileira (SOARES, 2006, p. 55).

Para essa autora, a alfabetização se inicia com a decodificação e

compreensão do objeto em observação, assim inicia o processo de ler e escreve.

Como por exemplo, compreender o que está escrito nos ‘’ livros’’, bilhetes simples’’.

Embora essa prática seja bastante limitada já se evidencia a busca de ‘’ estado ou

condição de quem sabe ler e escrever’’. A criança ao chegar à escola já traz consigo

conhecimentos que adquirir no seio familiar, onde devem ser respeitados, mas

entendermos que ela não está alfabetizada da forma convencional. É necessário

que a escola promova pratica sistematizada e prazerosa promovendo através da

interação na aprendizagem significativo, pois, de acordo com Cagliari (2004):

O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e, quanto mais ciente estiver o professor de como se dá o processo de aquisição de conhecimentos, de como a criança se situa em termo de desenvolvimento emocional, de como um evoluído o seu processo de interação social, da natureza da realidade linguística envolvida no momento em que está acontecendo à alfabetização. (CAGLIARI, 2004, p.9).

Segundo o autor a alfabetização é sem dúvida um momento mais importante

da formação escolar de uma pessoa assim como a invenção da escrita foi o

momento mais importante da história da humanidade, pois somente através dos

registros escritos o saber acumulado pode ser controlado pelos indivíduos. Deve-se

a esse saber acumulado pela escrita o fato de termos chegado aos meios atuais de

registro e manipulação de dados, como gravadores vídeos cassetes e

computadores. Sendo assim a alfabetização é sem duvida, porque da à base e o

suporte para o resto da vida.

3.2 Letramento

De acordo com Soares, a palavra letramento é recente e significa o processo

de relação das pessoas com a cultura escrita. No entanto não é correto falar que

uma pessoa é iletrada, pois todas as pessoas estão em contato com o mundo

escrito, mas reconhecemos que existem níveis de letramento que pode variar

conforme a realidade cultural.

Este termo segundo Magda Soares (2006, p. 47) alfabetizar e letra são as

duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário o ideal seria alfabetizar

letrando, ou seja, ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura

e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo alfabetizados e

letrado.

De acordo com Smith (1993) individual do letramento, é difícil definir devido à

extensão a diversidade das habilidades individuais que podem consideradas como

constituídas do letramento uma primeira fonte de dificuldade, que atinge o cerne da

questão, é que o letramento envolve dois processos fundamentais diferentes:

ler e escrever, conforme Smith (1973):

Ler e escrever são processos frequentemente vistos como imagens de um mesmo fenômeno: a comunicação através de língua escrita, mas há diferenças fundamentais sobre habilidades e conhecimentos empregados

na escrita, assim como há diferenças consideráveis entre os processos envolvidos na aprendizagem da leitura e as envolvidas na aprendizagem da escrita (SMITH, 1973, p. 117).

Para Smith (1973) as definições de letramento que consideram as diferenças

entre leitura e escrita tendem a concentrar – se ou na leitura ou na escrita, mas

frequentemente na leitura, ignorando que os dois processos são complementares:

são complementares: são diferentes, mas letramento envolve ambos. A leitura do

ponto de vista da dimensão individual de letramento é um conjunto de habilidades

linguísticas e psicológicas, que se estendeu desde a habilidade de decodificar

palavras escritas até a capacidade de compreender textos escritos, e para que haja

uma aprendizagem significativa é preciso colocar a criança em diversos tipos de

materiais de leitura: livros, dicionários, jornais, revistas. Como declara Smith (1973),

a leitura pode ocorrer nas mais diversas situações, de um recital público de poesias,

listas de preços (pagina 103), o que nos leva a perceber uma forma de alcançar a

aprendizagem tanto formal como informal, ambas fazem parte do desenvolvimento

da criança. Ainda salienta essa autora, durante o desenvolvimento a criança não

necessita somente do domínio da linguagem escrita, mas também da linguagem

oral, onde é desenvolvida através da interação e o convívio com os adultos. A partir

dessa compreensão a linguagem escrita começa a ter sentido na vida da criança.

Nessa perspectiva a criança para ser alfabetizada não precisa estar

primeiramente em sala de aula conforme Emília Ferreiro (2001. p. 65). Desde que

nascem são construtoras de conhecimentos. No esforço de compreender o mundo

que as rodeiam, levantam problemas muito difíceis e abstratos e tratam por si

próprios para descobrir respostas. Quando a criança consegue fazer o

reconhecimento do que está ao seu redor, ela já possui uma alfabetização familiar e

social que são pré-requisitos adquiridos antes de frequentar a escola.

Para Vygotsky (2005) aprendizado que a criança adquiriu no seu convivo

familiar.

No Desenvolvimento da criança, a imitação e o aprendizado desempenham um papel importante, Na aprendizagem da fala, assim como na aprendizagem dos materiais escolares, a imitação é indispensável. O que a criança é capaz de fazer hoje em cooperação será capaz de fazer sozinha amanhã o único tipo positivo de aprendizado é aquele que caminha á frente do desenvolvimento (VYGOTSKY, 2005, p. 129-130).

Percebemos que paraVygotsky o desenvolvimento da criança começa desde

o nascimento. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que

só podem ocorrer quando a criança interage com o seu meio ambiente. O processo

de ensino aprendizagem que ocorre na escola propicia o acesso dos membros

imaturos da cultura letrada ao conhecimento, construindo e acumulando informações

a criança já está de alguma forma preparando seu conhecimento entre o meio de

convívio.

3.3 Visão das pessoas alfabetizadas

Muitas pessoas acreditam que a alfabetização só acontece na sala de aula,

onde ocorre o processo de ensino aprendizagem a escrita e leitura de forma

planejada e sistematizada. Percebe-se que as pessoas que não são alfabetizadas

não tem um grau de escolaridade será discriminada dentro da sociedade em que

vive.

As pessoas que tem mais conhecimento em tecnologia e que não seja

analfabeta são as que têm mais chances de conseguir uma vaga de emprego no

mercado de trabalho.

No Brasil, há já algumas poucas pesquisas que procuram avaliar i nível de letramento de jovens e adultos; a tendência tem sido considerar como alfabetizado o (termo mais adequado seria letrado) individuo que tenha pelo menos completado a 4ª serie do ensino fundamental, com base no pressuposto de que são necessários no mínimo 4 anos de escolaridade para apropriação da leitura e da escrita e de sues usos sociais. Quando se calcula o analfabetismo no Brasil com base, nesse critério o índice cresce assustadoramente (SOARES, 2006, p.57).

De acordo com Soares (2006) as pessoas devem ser avaliadas por todo o

seu conhecimento adquirido no seu convívio familiar meio social.

Nota se que diante das dificuldades encontradas por adultos, e muito comuns

sentir vergonha por não saber ler e escrever, no entanto compreendemos que nosso

problema não é apenas ensinar a ler e escrever, mas também, sobretudo, levar os

indivíduos, crianças, jovens a fazer o uso da leitura e da escrita, envolvendo-se em

práticas sociais de leitura e escrita, tornando-se uma necessidade e uma forma de

prazer.

4 OS METODOS USADOS PARA ALFABETIZAÇÃO

A alfabetização é um processo interno, que acontece de formas diferentes em

cada indivíduo dependendo da forma com que é estimulado por seu meio ambiente.

4.1 Métodos tradicionais

Esse método é centrado no professor, que tem a função de “vigiar o aluno”,

ou seja, observar se o aluno está seguindo a risca o que lhe foi pedido. Esta

metodologia tem a concepção de que a aula deve acontecer apenas dentro da sala

de aula, em que o professor ensina a matéria, passa exercícios e depois corrige,

seguindo com a matéria à frente, fazendo sempre a mesma coisa, tornando a aula

mecanizada, dando a entender que o aluno só irá aprender através do conhecimento

do professor.

Este método faz com que o aluno aprenda através da repetição de exercícios

de memorização, levando o aluno a decorar e não aprender, como consequência a

escola forma alunos desinteressados e desmotivados pelos estudos.

O método tradicional tem seu ensino de forma dividida por partes, primeiro

aprende as vogais, depois as sílabas até chegar às palavras e frases, para depois

construir textos. O que importa é a montagem silábica e não os conteúdos, com isso

surgem frases com pouco ou nenhum sentido, como por exemplo: “O rato roeu a

roupa do rei de Roma” ou “A menina gosta de rosa e boneca.”.

Neste método a cartilha muitas vezes é o único material de trabalho, os textos

de leitura são curtos com frases simples desvinculadas da linguagem oral, e buscam

o uso das sílabas já estudadas.

Raramente usam materiais extras, como revistas, jornais, livros de histórias e

músicas, sendo tudo mecanizado e cansativo, principalmente para o aluno que logo

perde o interesse, pois não existe o incentivo em buscar novas alternativas de

conteúdo ou algo novo que o estimule.

4.2 Métodos sintéticos

É o método considerado um dos mais rápidos, simples e antigo de

alfabetização, podendo ser aplicado a qualquer criança. O método sintético

estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e a escrita,

através do aprendizado letra por letra, sílaba por sílaba e palavra por palavra.

Baseando no ponto de vista mental, o indivíduo é capaz de perceber os símbolos

gráficos de uma forma geral, como um todo, dando-lhes significados, para

posteriormente ser capaz de analisar suas partes. Esse método leva o aluno a

perceber partes isoladas, sem significação, impedindo sua compreensão e

percepção da leitura. Com isso, o aluno tem dificuldades de compreender e criar

textos, o prazer pela leitura dura pouco, porque logo o aluno consegue dominar a

leitura e escrita deixando de ser algo novo em sua vida, oferece um vocábulo pobre

e restrito.

O método sintético é divido em três tipos:

Alfabético ou Soletrativo

Deu origem ao termo alfabetizar, um dos mais antigos sistemas de

alfabetização, o método alfabético conhecido como soletração, tem como principio

que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas

combinações silábicas e em seguida as palavras. A partir daí a criança começa a ler

sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias. Por este processo, a

criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra

casa soletra-se assim: c + a= ca> s + a= sa {casa}.

As principais críticas a este método estão relacionadas à repetição dos

exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, além de não respeitar os

conhecimentos adquiridos pelos alunos antes deles ingressarem na escola.

O método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros

Curriculares Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do interior do

Nordeste e Norte do país, já que é mais simples de ser aplicado por professores

leigos, através da repetição das Cartas de ABC e na alfabetização doméstica.

Processo alfabético

Consiste em decorar todo o alfabeto, reconhecer cada letra isoladamente,

reunir as sílabas, palavras, frases e textos.

O aluno aprende:

a) O nome das letras nas formas maiúsculas e minúsculas;

b) A sequência do alfabeto;

c) A combinar as letras entre si, formando sílabas e palavras.

4.3 Métodos Fônicos

O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre

fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro

descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento

ortográfico próprio de sua língua, através de textos produzidos especificamente para

este fim.

O método é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou

seja, as relações entre sons e letras devem ser feitas através do planejamento de

atividades lúdicas para levar as crianças a aprender a codificar a fala em escrita e a

decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.

O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou

alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais, depois são

ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais

complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro,

forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiras as sílabas mais simples e depois

as mais complexas.

Processo Fônico

Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas

variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de

apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra

vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma

onomatopeia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas. Um

exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta

imagens de objetos que comecem com esta letra.

Em seguida, escreve várias palavras no quadro e pede para os alunos

apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir do conhecimento já adquirido, o

aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.

Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no

período de quatro a seis meses.

Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países

desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.

4.4 Métodos Silábicos

A sílaba é a unidade fonética para o ponto de partida do ensino da leitura, o

aluno aprende inicialmente as sílabas, a combinação entre elas e chega â palavra.

Por este método, a aprendizagem é feita primeiro através de uma leitura mecânica

do texto, com a decifração das palavras, vindo posteriormente a sua leitura com

compreensão. Neste método, as cartilhas são utilizadas para orientar os alunos e

são usados fonemas e seus grafemas correspondentes, evitando confusões

auditivas e visuais.

Processo silábico

Aprendem-se as vogais, com a ajuda de ilustrações e palavras, como:

Exemplos: “O” de Ovo;

“E” de Elefante.

Apresentam-se as sílabas canônicas, utilizando palavras e ilustrações

destacando a sílaba na palavra.

MA > de macaco;

NA > de navio;

PA > de panela.

Aprendem-se as sílabas que constituem unidades sonoras. Começa pelas

vogais, depois as sílabas e as famílias silábicas (das sílabas mais fáceis para as

mais difíceis).

4.5 Métodos Analíticos

São métodos que levam o aluno a analisar o todo (palavra) para chegar às

partes que a compõem.

O método analítico tem por objetivo, fazer com que as crianças compreendam

o sentido de um texto, não ensina a leitura através da silabação, incentivam os

alunos a produção de textos prestando atenção ao uso da pontuação, estimula a

leitura e deixa o aluno à vontade para expor suas ideias.

Este método ajuda a criança no desenvolvimento e organização dos

pensamentos.

O método analítico apresenta-se como:

Palavração

Neste método a palavra é apresentada ao aluno, muitas vezes acompanhada

da imagem, porém a atenção é dirigida aos detalhes da palavra como sílabas, letras

e sons. Sendo depois reunidos, auxiliando o aluno a enfrentar palavras novas com

autonomia de leitura.

Para o método ser de palavração a palavra deve ser composta e decomposta

para que o aluno perceba suas nuances, assim o aluno aprende associando imagem

e palavra.

Processo de Palavração

Parte da escolha de uma palavra com sílabas simples que é memorizada

pelos alunos, começando logo em seguida o ensino das demais sílabas.

Sentenciação

A partir de uma frase o aluno visualiza e memoriza as palavras que formam

esta sentença, depois analisa as sílabas que formam cada palavra para formar

novas palavras.

No método de setenciação, a unidade é a sentença que depois de

reconhecida e compreendida, será decomposta em palavras e finalmente em

sílabas. Utiliza-se a estratégia de comparar palavras e isolar elementos conhecidos

nelas, para ler e escrever novas palavras.

Processo de Setenciação

São usadas frases curtas, que tenham sentido completo e que apresentam

uma sequencia de dificuldades crescentes.

Sequência:

��Frase > Palavra > Sílaba > Letra

Contos e Historietas

É uma ampliação do método de setenciação, o aluno parte de pequenas

histórias, letras de músicas, etc., para chegar às palavras, sílabas e com estas

sílabas formar palavras.

Este método tem como ideia fundamental fazer com que a criança entenda

que ler é descobrir o que está escrito. Decompondo pequenas histórias em partes

cada vez menores: orações, expressões, palavras, sílabas.

Processo de contos e Historietas:

São usados recursos como:

a) Um conto de um livro;

b) Um conto criado pela professora ou adaptado de uma história do interesse dos

alunos;

c) Um conto criado pelas crianças.

4.6 Métodos Construtivistas

O método mais indicado, elogiado e usado na alfabetização, trabalha o

conhecimento que a criança traz para a escola, fazendo a união da língua falada, da

escrita em um único método, podendo ser aplicado a qualquer aluno.

Do ponto de vista linguístico o construtivismo deixa claro que para ler tem que

ler e para escrever tem que escrever, ou seja, para aprender é preciso praticar.

Processo Construtivista

O processo de construção da leitura e escrita anda junto, um depende do

outro para terem sentido.

Quando a criança inicia o aprendizado de leitura e escrita ela consegue

identificar que números representam quantidades e as letras formam palavras e

através delas podem expor suas ideias, aumentando de forma produtiva o seu

aprendizado e todo o conhecimento adquirido.

O aluno tem contato diário com diversos tipos de materiais para poderem

fazer descobertas sobre as palavras e desvendarem os significados, a ortografia do

que está aprendendo e assim enriquecerem os seus vocábulos e maneiras de se

expressarem, sendo esse conhecimento levado por todas as suas vidas, pois terão

realmente aprendido.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluindo este trabalho que foi muito importante para nós, pois nos levou a

conhecer o processo de alfabetização, e principalmente os teóricos que

fundamentou esse trabalho. Percebemos que a alfabetização ocorre durante toda

vida do individuo e precisa ter um olhar com mais amplitude e profundidade.

Sendo assim considera-se a leitura e a escrita algo muito importante na vida

do individuo, tanto para sua formação intelectual, como também no desenvolvimento

do hábito de ler, onde desenvolvera seu senso crítico.

No decorrer deste trabalho fazem-se vários questionamentos sobre a pratica

pedagógica a respeito do desenvolvimento da leitura e da escrita tanto da criança

como de um adulto. De acordo com alguns teóricos encontramos varias indagações

sobre as dificuldades no processo de alfabetização na leitura e na escrita.

Percebemos que o educador para trabalhar nas séries iniciais e preciso conhecer o

seu aluno, e ao mesmo tempo respeitar os pré-requisitos que este aluno já trás

consigo.

O pedagogo ao trabalhar com o cognitivo da criança deve colocar objeto que

desperte interesse para leitura e a escrita, que a criança entre em contato com a

escrita através de rótulos revista jornais. Enfim através de diversos portadores

presentes em sua vida cotidiana. Sendo assim e de suma importância trabalhar com

livros literários.

Antes de tudo e necessário considerarem que o processo de alfabetização

não é desvendamento puro e simples do código alfabético. Mas do que aprender a

assinar o nome (Assinar o nome) alfabetizar é transformar a criança no leitor e num

escritor em potencial, e para que a alfabetização aconteça de forma significativa é

preciso fazê-lo mergulhar no universo da leitura.

Compreendemos também que haja colaboração entre todos os sistemas. Pois

só assim teremos uma educação de qualidade para todos. Haja visto que o processo

de ensino e aprendizagem está centrado diretamente buscando transformar o meio

social e cultural, com vista em adquirir conhecimento para sua formação.

Portanto foram essas nossas observações sobre a leitura escrita. Espero que

os estudiosos aprofundem mais seus conhecimentos sobre o tema para que venha

amenizar estas dificuldades, e melhores o nível de aprendizagem de nossos

educandos.

REFERÊNCIAS

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CAMPOS, Maria Luísa. M.I. Didática de pré-escola: vida criança: brincar e aprender. São Paulo: FTD, 1996. FERREIRO, Emília. Alfabetização em Processo. 12. ed. São Paulo: Cortez, 1998. ______. Reflexões sobre alfabetização. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2001. FREIRE, PAULO. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. 49. ed. São Paulo: Cortez, 2008. NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. 6. ed. São Paulo: Barsa Planeta Internacional Ltda, 2002. OLIVEIRA, João Batista Araújo. ABC do Alfabetizador. Belo Horizonte: Alfa educativa, 2003. SOARES, Magda. Letramento: Um Tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autentica, 2006. VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.