Quimioterapia em dose densa no tratamento adjuvante do...
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IGOR LEMOS DUARTE
Quimioterapia em dose densa no tratamento adjuvante do câncer de mama localizado: revisão sistemática da literatura com metanálise
Dose dense chemotherapy in the adjuvant treatment of non metastatic breast cancer: A systematic review with meta-analysis
CAMPINAS
2015
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Ciências Médicas
IGOR LEMOS DUARTE QUIMIOTERAPIA EM DOSE DENSA NO TRATAMENTO ADJUVANTE DO CÂNCER DE MAMA LOCALIZADO: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA COM METANÁLISE
DOSE-DENSE CHEMOTHERAPY VERSUS CONVENTIONAL CHEMOTHERAPY FOR EARLY BREAST CANCER: A SYSTEMATIC REVIEW WITH META- ANALYSIS
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos
exigidos para a obtenção do título de Mestre em Clínica Médica,
área de concentração Clínica Médica.
Dissertation presented to the Faculty of Medical Sciences, State
University of Campinas as part of the requirements for obtaining
the Master's Degree in Clinical Medicine, Concentration Area
Clinical Medecine
ORIENTADOR: PROF. DR. ANDRE DEEKE SASSE COORIENTADOR: PROFA. DRA. CARMEN SILVIA PASSOS LIMA
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE A VERSAO FINAL DA DISSERTAÇAO DEFENDIDA PELO ALUNO IGOR LEMOS DUARTE,ORIENTADO PELO PROF. DR. ANDRE DEEKE SASSE, COORIENTADO PELA PROFA. DRA. CARMEN SILVIA PASSOS LIMA
CAMPINAS
2015
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Ficha catalográficaUniversidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Ciências MédicasMaristella Soares dos Santos - CRB 8/8402
Duarte, Igor Lemos, 1980- D85q DuaQuimioterapia em dose densa no câncer de mama localizado : revisão
sistemática da literatura com metanálise / Igor Lemos Duarte. – Campinas, SP :[s.n.], 2015.
DuaOrientador: Andre Deeke Sasse. DuaCoorientador: Carmen Silvia Passos Lima. DuaDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de
Ciências Médicas.
Dua1. Neoplasias da mama. 2. Quimioterapia. 3. Metanálise
. I. Sasse, Andre Deeke. II. Lima, Carmen Silvia Passos,1957-. III. UniversidadeEstadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. IV. Título.
Informações para Biblioteca Digital
Título em outro idioma: Dose dense chemotherapy in the adjuvant treatment of non metastaticbreast cancer : a systematic review with meta- analysisPalavras-chave em inglês:Breast neoplasmsDrug therapyMeta-analysisÁrea de concentração: Clínica MédicaTitulação: Mestre em Clínica MédicaBanca examinadora:Andre Deeke Sasse [Orientador]Maria Del Pilar Estevez DizLuiz Carlos TeixeiraData de defesa: 17-04-2015Programa de Pós-Graduação: Clínica Médica
Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
iv
vii
ABSTRACT
Patients with locally advanced breast cancer are at high risk for recurrence
after surgical resection with curative intent. Many studies have been conducted in
an attempt to discover some adjuvant intervention can reduce this risk. However,
there is, in the current literature, controversies regarding the best therapeutic
strategy in this scenario. Disagreement between dose intensity and dose density
still permeate the theme. The aim of this systematic review was to assess the
exact role of dose dense chemotherapy in patients with local breast cancer. The
effects of dose dense chemotherapy with conventional chemotherapy in patients
with localized breast cancer or loco-regionally advanced were compared. The
clinical endpoints were overall survival (OS), disease-free survival (DFS) and
severe toxicities. The extracted data was performed in Review Manager 5.0
(RevMan 5, Cochrane Collaboration Software) statistical program. The different
strategies of adjuvant treatment were evaluated together and separately. Four
studies (3418 patients) were included. The meta-analysis showed that dose dense
chemotherapy in improvements can free survival (3356 patients, HR 0,83, 95% CI
0,73 to 0,95, p 0,0005), regardless of the status of hormone expression. There was
no benefit in overall survival with chemotherapy dose dense (3356 patients, HR
0,86, 95% CI 0,73 → 1:01, p 0,006), independent of hormone receptor status d
(SG subgroup hormone positive HR 0,94, 95% CI 0,74 → 1:21, SG in the subgroup
negative hormone HR 0,78, 95% CI 0,62 → 0.99, p 0:28). Regimes in dense dose
caused small increase in mucositis, however no impact on cardiac events,
leukemia or myelodysplasia. DD adjuvant chemotherapy may improve disease-free
survival in patients with early breast cancer with little impact on safety. However
there is no clear benefit in overall survival. New research may indicate whether
there is any impact on overall survival, not currently seen as a function of sample
size, and that group of patients will benefit most.
ix
RESUMO
Pacientes com câncer de mama localmente avançado são de alto risco para
recidiva após ressecção cirúrgica com intuito curativo. Muitos estudos têm sido
realizados na tentativa de se descobrir alguma intervenção adjuvante capaz de
reduzir este risco. No entanto, há, na literatura atual, controvérsias no que tange a
melhor estratégia terapêutica neste cenário. Discordância entre intensidade de
dose e densidade de dose ainda permeiam o tema. O objetivo desta revisão
sistemática foi avaliar o exato papel da quimioterapia em dose densa nas
pacientes portadoras de câncer de mama local. Foram comparados os efeitos da
quimioterapia em dose densa com quimioterapia convencional em pacientes com
câncer de mama localizado ou loco-regionalmente avançado. Os desfechos
clínicos avaliados foram sobrevida global (SG), sobrevida livre de doença (SLD) e
toxicidades severas. A análise dos dados extraídos foi realizada no programa
estatístico Review Manager 5.0 (RevMan 5; Cochrane Collaboration Software). As
diferentes estratégias de tratamento adjuvante foram avaliadas em conjunto e
separadamente. Quatro estudos (3418 pacientes) foram incluídos. A metanálise
demonstrou que quimioterapia em dose densa pode melhorar a sobrevida livre de
doença (3356 pacientes; HR 0,83; 95% IC 0,73-0,95; p 0,0005), independente do
status de expressão hormonal. Não houve benefício em sobrevida global (3356
pacientes, HR 0,86; IC 95% 0,73-1,01; p 0,006), independente do status de
receptor hormonal (SG no subgrupo hormônio positivo HR 0,94; 95% IC 0,74-1,21;
SG no subgrupo hormônio negativo HR 0,78; IC 95% 0,62-0,99; p 0,28). Regimes
em dose densa causaram pequeno aumento em mucosite, porem sem impacto em
eventos cardíacos, leucemia ou mielodisplasia. Em conclusão, a quimioterapia
adjuvante em dose densa pode melhora sobrevida livre de doença em pacientes
com câncer de mama localizado com pouco impacto na segurança. Entretanto não
há claro benefício em sobrevida global. Novas pesquisas podem indicar se há
algum impacto em sobrevida global, não verificada atualmente em função do
xi
SUMÁRIO
PÁG.
ABSTRACT.......................................................................................................... vii
RESUMO............................................................................................................. ix
1 - INTRODUÇÃO................................................................................................ 01
2 - OBJETIVOS E HIPÓTESE............................................................................. 06
2.1 - Objetivo Geral...................................................................................... 06
2.2 - Objetivos específicos.......................................................................... 06
2.3 - Hipótese............................................................................................... 06
3 - MÉTODOS...................................................................................................... 07
3.1 - Tipo de estudo..................................................................................... 07
3.2 - Critérios de inclusão dos estudos..................................................... 07
3.2.1 - Tipos de estudos........................................................................ 07
3.2.2 - Pacientes.................................................................................... 07
3.2.3 - Intervenções............................................................................... 08
3.2.4 - Desfechos clínicos medidos....................................................... 08
3.3 - Estratégia de busca para seleção dos artigos................................. 09
3.3.1 - Bases de dados eletrônicas....................................................... 09
3.3.2 - Busca em bases de dados de estudos em andamento
(estudos não publicados)....................................................................... 10
xii
3.3.3 - Pesquisa em resumos de congressos científicos relevantes...... 11
3.4 - Seleção dos estudos........................................................................... 11
3.5 - Avaliação da qualidade metodológica............................................... 12
3.6 - Extração dos dados............................................................................. 13
3.7 - Análise e apresentação dos dados.................................................... 14
3.8 - Metanálise............................................................................................. 14
3.8.1 - Metanálise de desfechos clínicos dicotômicos........................... 14
3.8.2 - Metanálise dos desfechos clínicos quantitativos
relativos ao tempo para um desfecho clínico (sobrevida)...................... 15
3.8.3 - Análise de heterogeneidade....................................................... 15
4 - RESULTADOS................................................................................................. 18
4.1 - Descrição dos estudos........................................................................ 18
4.2 - Sobrevida livre de doença................................................................... 22
4.3 - Sobrevida global................................................................................... 23
4.4 - Toxicidade............................................................................................ 25
5 - DISCUSSÃO.................................................................................................... 27
6 - CONCLUSÃO.................................................................................................. 32
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 33
8 - ANEXOS.......................................................................................................... 41
xiii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho as minhas lindas filhas Sophia e Beatriz, de onde vem minha
inspiração para a luta diária. Por elas tento ser melhor, como médico e ser
humano.
xv
AGRADECIMENTOS
Ao amigo, mestre e orientador André Sasse, pela paciência, generosidade e
simplicidade com que me acolheu desde o princípio do treinamento em oncologia
até a conclusão deste trabalho.
Aos mestres Carmen, José Barreto, José Augusto, Nadia, Felipe, Teixeira. Regina
Alberto, Leonardo, Bruno por toda a generosidade e apoio na iniciação a
oncologia.
Ao amigo João Paulo, pela contribuição inestimável neste trabalho, cuja
inteligência é proporcional a sua bondade e humildade.
Aos amigos e colegas oncologistas Adolfo, Lucas, Eduardo, Herberth, Paola,
Cristiane, pelos bons momentos na residência médica.
Ao Prof. Dr. Wilson Nadruz e Prof. Dr. Mario Saad, que juntamente com Dr. Marco
Antonio Carvalho e Dr. José Barreto me serviram de inspiração na clinica médica.
Seus exemplos persistem comigo até hoje. Não poderia ter encontrado melhores
professores
Ao Prof. Dr. Marco Antonio Carvalho, Prof. Dr. José Barreto, Prof. Dr. Teixeira
pela participação na minha banca de qualificação, contribuindo muito na
construção desta dissertação. As dicas que vocês me deram foram fundamentais.
Aos demais colegas que estiveram presentes no meu período de residência:
enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, assistentes sociais,
secretários e demais profissionais. Sem vocês, minha trajetória na oncologia seria
incompleta.
A minha querida esposa Danielle, pela paciência, amor incondicional e
companheirismo. Paz da minha vida, muito obrigado por tudo.
Aos meus amigos e familiares, pela compreensão, amizade, apoio e torcida.
Especialmente minha mãe Isabel, meu pai Marcus (in memoriam) e minha irmã
Roberta. Meu reduto de força. Base de toda essa trajetória.
xvi
E, principalmente, a Deus, pela proteção, amparo, e dadiva de me permitir passar
por caminhos tão maravilhosos na vida.
xvii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Gráfico do fluxo da busca sistemática................................................. 19
Figura 2 - Meta - Análise de sobrevida livre de doença: Dose
densa versus esquema convencional................................................. 23
Figura 3 - Metanálise de sobrevida Livre de doença de acordo
com status do receptor hormonal........................................................ 23
Figura 4 - Metanálise da sobrevida Global: Dose densa x esquema
convencional........................................................................................ 24
Figura 5 - Metanálise de sobrevida global de acordo com status
do receptor hormonal........................................................................... 25
xix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Classificação histológica das neoplasia malignas
mamárias.............................................................................................. 03
Tabela 2 - Características metodológicas dos estudos incluídos......................... 20
Tabela 3 - Esquemas de Quimioterapia utilizados................................................ 21
Tabela 4 - Descrição dos estudos......................................................................... 21
Tabela 5 - Analise de toxicidade........................................................................... 26
xxi
LISTA DE ABREVIATURAS
ADS André Deeke Sasse
AJCC American Joint Committee on Cancer
ASCO American Society of Clinical Oncology
CCT Controlled Clinical Trial
CENTRAL Cochrane Central Register of Controlled Trials
CTCAE Common Terminology Criteria for Adverse Events
DR Diferença entre os riscos
ECCO European Cancer Organization
ECR Estudos Clínicos Randomizados
EMBASE Excerpta Medica Database
ESMO European Society of Medical Oncology
HR Hazard ratio
ILD Igor Lemos Duarte
LILACS Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde
MEDLINE Medlars On Line Database
NCI National Cancer Institute
O – E Número de eventos observados menos os esperados
OMS Organização Mundial de Saúde
OR Odds Ratio
RA Risco Absoluto
RCT Randomized Controlled Trial
RevMan 5 Review Manager 5.0
RR Risco Relativo
SBC Sociedade Brasileira de Cancerologia
SBOC Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica
SG Sobrevida Global
1
1 - INTRODUÇÃO
Em todo o mundo, o câncer de mama é o tipo mais comum de câncer
entre as mulheres (Bray et al., 2012). A doença representa 29% dos casos novos
de câncer em mulheres, e 14% das mortes por neoplasias, sendo sobrepujado
apenas pelos carcinomas de pulmão como causa de morte câncer-específica.
Aproximadamente 1% dos casos de câncer de mama acometem homens, sendo
90% positivos para receptores estrogênicos (Korde et al., 2010). A incidência de
câncer de mama caiu cerca de 2% ao ano entre 1999 e 2005, mantendo-se
estável desde então. Este declínio parece ser parcialmente resultado da redução
do uso de terapia de reposição hormonal pós-menopausa (Ravdin et al., 2007).
Apesar de sua incidência ser substancialmente mais elevada em mulheres acima
dos 50 anos, aproximadamente 23% dos casos são diagnosticados em mulheres
abaixo dos 45 anos.
Apesar do câncer de mama ser a neoplasia mais incidente em mulheres
nos EUA (incidência de 121 casos para cada 100.000 mulheres) seguido de
câncer de pulmão (incidência de 55.8 casos para cada 100.000 mulheres), câncer
de pulmão foi causa líder de morte por câncer (40.1 por 100.000 mulheres),
seguido por câncer de mama (23.5 por 100.000 mulheres), entre 2004 e 2008
(CDC, EUA). Em todo o mundo, há grande variação em incidência, mortalidade e
sobrevida, que podem ser resultado de uma série de fatores complexos, incluindo
idade, etnia, dieta e estilo de vida. A incidência de câncer de mama vem
crescendo em países menos desenvolvidos, supostamente relacionada a
mudanças no estilo de vida. A maior parte de nossos conhecimentos acerca de
fatores de risco é proveniente de grandes estudos observacionais (Colditz et al.,
2005). Métodos modernos de diagnóstico, prevenção e tratamento para o câncer
de mama têm se beneficiado do entendimento conceitual como uma doença
genética, além de consecutivas descobertas de lesões moleculares
intrinsecamente relacionadas a essa doença.
2
Embora o câncer da mama seja descrito como uma doença única, na
realidade é uma patologia com muitas variações ou tipos histológicos, diferindo
entre si na história natural, no comportamento clínico e no prognóstico. Os
tumores de melhor prognóstico são, naturalmente, os carcinomas não-invasivos
(in situ). Entre os tumores invasivos, sete apresentam prognóstico mais favorável:
carcinoma ductal invasivo com componente intraductal predominante (carcinoma
ductal microinvasivo), carcinoma mucinoso (colóide), carcinoma medular,
carcinoma papilifero, carcinoma tubular, carcinoma adenocístico e carcinoma
secretor (juvenil) ( Charles et al., 2005) . O prognóstico das pacientes portadoras
desses tipos histológicos de tumores é sempre melhor quando comparado com o
prognóstico daquelas com carcinoma ductal invasivo. Tipos histológicos mistos
podem ocorrer em cerca de 28% dos casos de carcinoma da mama, sendo as
associações mais frequentes as do carcinoma ductal invasivo com o carcinoma
tubular ou com o carcinoma colóide. A histologia mais comum de câncer da mama
é relacionada ao carcinoma ductal invasivo, com uma incidência de 80 a 85%. Os
tumores de tipos histológicos de bom prognóstico constituem cerca de 10 a 15%
de todos os carcinomas da mama, conforme visto na tabela 1( Ferlay et al., 2004).
Os tipos histológicos de prognóstico desfavorável são o carcinoma
inflamatório (ou a carcinomatose linfática dérmica) e o carcinoma rico em lipídios.
O carcinoma lobular invasivo tem o mesmo prognóstico do carcinoma ductal
invasivo, quando comparados em estádios clínicos idênticos. A importância do
diagnóstico preciso de carcinoma lobular deriva do fato da sua maior incidência
estatística na mama contralateral (oposta), que deve ser acompanhada
cuidadosamente com exames clínicos e mamografias periódicas (Charles et al.,
2005). Para que o tipo histológico tenha valor prognóstico, é necessária a
padronização da classificação histológica dos tumores malignos da mama, que
deve ser de fácil aplicação e usada corretamente por patologistas de todo o
mundo. Por este motivo, adota- se a classificação da Organização Mundial de
Saúde.
3
Tabela 1 - Classificação histológica das neoplasia malignas mamárias. Segundo, Organização Mundial de Saúde, 2004 I – Tumores Malignos Epiteliais (Carcinomas)
a. Não Invasivos ( in situ)
1. Carcinoma intraductal ( ca ductal in situ) 2. Carcinoma lobular in situ
b. Invasivos
1. Carcinoma ductal invasivo
2. Carcinoma ductal invasivo com componente intraductal
predominante
3. Carcinoma Lobular Invasive
4. Carcinoma Mucinoso ( colóide) 5. Carcinoma Medular
6. Carcinoma Papilífero
7. Carcinoma Tubular
8. Carcinoma Tubular
9. Carcinoma Secretor
10. Carcinoma Apócrino
11. Carcinoma Metaplasico
12. Outros tipos c. Carcinoma de Paget do Mamilo
II. Tumores Mistos Epiteliais e Mesenquimais
1. Tumor Filóide Maligno
2. Carcinossarcoma
III. Tumores Malignos diversos
1. Tumores de tecidos moles; sarcoma do estroma e angiossarcoma
2. Tumores de tecidos hematopoiéticos e linfóides
3. Tumores cutâneos malignos IV. Tumores Malignos Não classificados
Fonte: Organização Mundial de Saúde, 2012.
Quimioterapia antimitótica tradicional vêm sendo empiricamente
utilizada no tratamento do câncer de mama, bem como outras neoplasias
epiteliais; mais recentemente, a descobertas de agentes alvo específicos tais
como RH e ERBB2 (Receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano
[HER2}) levaram ao desenvolvimento de terapias eficazes apenas em pacientes
4
cujos tumores expressam tais alvos. Este paradigma, bem sucedido em outros
cânceres nos quais as aberrações genéticas podem servir com alvo, tem levado a
grandes esforços no sentido de identificar alvos adicionais ( Blows et al., 2010)
Terapia adjuvante exerce um papel fundamental em aumentar a
perspectiva de cura no câncer de mama localizado (CML). Desde os primeiros
estudos randomizados, 35 anos atrás, até o presente, quimioterapia e
hormonioterapia adjuvantes demonstraram claramente proporcionar aumento
sobrevida, com resultados sustentados em longo prazo(Perez et al., 1991).
Radioterapia mostrou-se também vantajosa e a terapia alvo molecular tornou-se
realidade. Mais recentemente, novos regimes terapêuticos mostraram- se ainda
mais eficientes.
Apesar de todos esses magníficos ganhos, mesmo o câncer de mama
precoce pode recorrer e causar morte em grande número de pacientes. Desta
forma, terapia adjuvante agressiva é fundamental para tumores de pior
prognóstico. Tradicionalmente, quimioterapia adjuvante (QA) vem sendo utilizada
para pacientes com fatores de risco clássicos tais como linfonodos positivos, idade
precoce, ausência de expressão de receptores hormonais e presença de invasão
vascular( Burnel et al., 2010). Entretanto, dados recentes vêm subvertendo esta
lógica, demonstrando que CML é formado por uma miríade de doenças de
comportamentos específicos e sensibilidade diferente a QA.
Uma vez que a QA está indicada em pacientes selecionados, seus
benefícios precisam ser otimizados. Tentativas de maximizar a eficácia do
tratamento não se limitaram a adição de novas drogas. Também se testaram
modificações na forma de aplicação das drogas, tais como intensificação de dose
ou densificação de dose. Modelos matemáticos de comportamento tumoral têm
como hipótese que tumores pequenos abrigariam uma maior proporção de células
em divisão do que aqueles maiores, o que faria os primeiros mais sensíveis a QA.
De acordo com essa hipótese, aplicar QA em intervalos mais curtos exporia um
5
tumor menor - o qual não teria muito tempo para voltar a crescer - a ciclos de
quimioterapia subsequentes. Isso aumentaria a morte celular tumoral
exponencialmente ( Norton et al., 1976). Um segundo benefício teórico de
quimioterapia aplicada a intervalos mais curtos seria um perfil de tolerância mais
satisfatório, quando comparados a regimes com intensificação de dose.
A hipótese de dose densa não é nova, mas apenas recentemente vem
sendo testada. Os estudos clínicos com dose densa têm resultados divergentes,
com resultados contraditórios que impedem uma conclusão clara sobre o impacto
de dose densa em cura, sobrevida e segurança ( Bonilla et al., 2010).
Considerando a crescente quantidade de dados sobre terapia em dose
densa e a importância de terapias adjuvantes mais efetivas, nós desenvolvemos
uma revisão sistemática da literatura com metanálise dos dados publicados de
estudos randomizados que testaram dose densa versus os que, mas
convencionais de quimioterapia em CML.
6
2 - OBJETIVOS E HIPÓTESE
2.1 - Objetivo Geral
Comparar os efeitos da quimioterapia em dose densa com
quimioterapia convencional em pacientes com câncer de mama precoce.
2.2 - Objetivos específicos
Avaliar os efeitos da quimioterapia em dose densa em relação a
quimioterapia convencional associada a procedimento cirúrgico quanto aos
seguintes desfechos clínicos:
− Sobrevida global;
− Sobrevida livre de doença;
− Toxicidades relacionadas ao tratamento.
2.3 - Hipótese
A hipótese nula a ser testada é que o uso de quimioterapia em dose
densa, em comparação à quimioterapia convencional, não altera o prognóstico de
pacientes com câncer de mama precoce, em nenhum dos desfechos clínicos
avaliados.
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3 - MÉTODOS
3.1 - Tipo de estudo
Revisão sistemática da literatura, utilizando metanálise para combinar
os dados sempre que possível. Foram utilizados os métodos recomendados pela
Colaboração Cochrane (Higgins e Green, 2005).
3.2 - Critérios de inclusão dos estudos
3.2.1 - Tipos de estudos
Todos os ensaios clínicos controlados randomizados que preencheram
a definição da National Library of Medicine para Ensaio Clínico Randomizado
(RCT) ou Ensaio Clinico Controlado (CCT) (anexo 2) que compararam o uso de
quimioterapia dose densa versus quimioterapia convencional em pacientes com
câncer de mama localizado e que preencheram critérios pré-estabelecidos para
definição de estudos controlados randomizados, segundo a National Library of
Medicine. A National Library of Medicine define como estudo randomizado aquele
em que dois ou mais grupos são escolhidos de forma aleatória, com pelo menos
um recebendo uma intervenção a ser testada e outro recebendo uma intervenção
controle, seguindo um protocolo pré-estabelecido (anexo 1).
3.2.2 - Pacientes
Mulheres com câncer de mama localizado ou loco-regionalmente
avançado, sem evidência de metástase à distância no momento do diagnóstico.
8
3.2.3 - Intervenções
Estudos que compararam o uso de quimioterapia em dose densa
versus quimioterapia convencional em câncer de mama localizado (não
metastático, não recorrente, e operável). Definimos com estudo em dose densa
um estudo clínico randomizado cujo braço experimental (braço dose-densa)
utilizou exatamente os mesmos tipos e mesma quantidade de droga do braço
controle (esquema convencional), porém administrado em menor intervalo de
tempo.
Escolhemos esta definição mais restritiva como tentativa de realmente
avaliar o impacto da dose densa, evitando elementos confundidores como
inclusão de drogas diferentes ou diferente quantidade de droga.
Dois revisores (ILD e JPL) analisaram a lista de referências e
selecionaram os estudos independentemente.
3.2.4 - Desfechos clínicos medidos
− Primário
Sobrevida global.
− Secundários
Sobrevida livre de doença;
Toxicidades relacionadas ao tratamento.
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3.3 - Estratégia de Busca para Seleção dos Artigos
Uma busca ampla nas principais bases de dados e em outras fontes foi
realizada e finalizada em 03 de dezembro de 2011. A estratégia de busca
objetivou sempre ser o mais inclusiva possível. Os detalhes dos termos de busca
utilizados nas bases de dados são descritos no anexo 2 e 3.
3.3.1 - Bases de dados eletrônicas
Estudos relevantes foram identificados nas principais bases de dados
informatizadas na área da saúde:
− CENTRAL (Cochrane Central Register of Controlled Clinical Trials).
− MEDLINE (Medlars On Line).
− EMBASE (Excerpta Medica Database).
− LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde).
A busca por estudos que preenchessem os critérios de inclusão desta
revisão sistemática – estudos clínicos randomizados com desenho paralelo que
compararam o uso de terapia adjuvante/ neoadjuvante em dose densa versus
quimioterapia convencional, estratégia otimizada para identificação de estudos
com metodologia adequada, utilizou uma extensa combinação de termos do
tesauro das bases de dados com termos do título e do resumo para identificação
dos estudos clínicos randomizados (ECR). Para o MEDLINE foi utilizada a
estratégia otimizada para identificação de ECR recomendada pela Colaboração
Cochrane (Dickersin et al., 1994; Higgins e Green, 2005). Adaptações desta
estratégia foram utilizadas para busca no EMBASE (Dickersin et al., 1994) no
LILACS (Castro et al., 1999). Esta estratégia tem uma sensibilidade de 87% na
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identificação de ECR (Dickersin et al., 1994) e é a estratégia de busca de ECR
com melhor sensibilidade que se conhece, mas tem a desvantagem de ser pouco
específica – menos de 20% dos artigos obtidos são verdadeiramente ECR
(Dickersin et al., 1994).
A segunda parte da estratégia de busca – específica para quimioterapia
neo/ adjuvante em dose densa em câncer de mama – consistiu de termos
sensíveis para localizar estudos em câncer de mama. Foram utilizadas palavras
relacionadas a mama (breast OR mamar*), câncer (cancer OR tumour OR
carcinoma OR neoplasms), quimioterapia (drug therapy) adjuvante (neoadjuvant
OR adjuvant OR curative OR post-surgical OR post-operative) e estudos
randomizados (random*) em todos os campos.
As referências de artigos relevantes foram pesquisadas. Todos os
artigos listados que pudessem preencher os critérios de inclusão foram obtidos
para análise. Estudos adicionais de potencial interesse foram resgatados para
posterior análise. Não houve restrição a idiomas. A data da ultima busca foi 3 de
dezembro de 2011.
3.3.2 - Busca em bases de dados de estudos em andamento (estudos não
publicados)
Foi feita consulta a autores e às indústrias farmacêuticas que
desenvolvem produtos para tratamento do câncer de mama sobre estudos não
publicados ou em andamento. Também foram feitas busca nas bases de dados
dos principais grupos de pesquisa e de registros de estudos, listadas a seguir:
− Current Controlled trials Register (http://www.controlled-trials.com);
− European Organisation for Research and Treatment of Cancer
(http://www.eortc.org);
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− UK National Research Register of all NHS-funded research
(http://www.dh.gov.uk/en/Publicationsandstatistics/Publications/index.htm);
− National Cancer Institute, Canada (http://www.ctg.queensu.ca/default.html);
− ClinicalTrials.gov (http://www.clinicaltrials.gov).
3.3.3 - Pesquisa em resumos de congressos científicos relevantes
Os anais dos congressos da ASCO (American Society of Clinical
Oncology), da ESMO (European Society of Medical Oncology), da SBC
(Sociedade Brasileira de Cancerologia), da SBOC (Sociedade Brasileira de
Oncologia Clínica) da SABCS (San Antonio Breast Cancer Symposium) foram
revistos manualmente e/ou por busca eletrônica de 2000 até 2011.
Dois revisores (ADS e JPL) reviram a lista de referências e
selecionaram independentemente os estudos para inclusão.
3.4 - Seleção dos estudos
Todas as citações recuperadas pelas estratégias de busca tiveram seu
título e resumo examinados por dois pesquisadores (ILD e JPL). Caso fosse
encontrado qualquer indicativo de que o estudo citado pudesse preencher os
critérios de inclusão deste estudo, ele era incluído numa lista de estudos
selecionados. Todas as referências selecionadas como sendo de potencial
interesse tiveram seu artigo original obtido e analisado na íntegra pelos dois
pesquisadores.
Caso o artigo preenchesse os critérios de inclusão, era separado para
futura extração dos dados.
12
3.5 - Avaliação da qualidade metodológica
A avaliação de qualidade incluiu análise dos seguintes componentes para
cada estudo incluído, já que há evidência de que eles são associados com
estimativas tendenciosas dos efeitos dos tratamentos (Juni et al., 2001):
− Método da geração da sequência de randomização;
− Método do mascaramento da alocação de pacientes;
− Presença de mascaramento de pacientes, médicos e de
avaliadores dos desfechos clínicos;
− Quantos pacientes foram perdidos no seguimento em cada braço
− Presença de análise por intenção de tratamento – se os pacientes
foram analisados dentro do grupo em que foram originalmente
randomizados;
− Fonte de financiamento do estudo.
Adicionalmente, a avaliação da qualidade metodológica também incluiu:
− Definição clara dos objetivos iniciais, das drogas e doses
utilizadas, da duração do tratamento e dos desfechos clínicos
medidos;
− Utilização de análise estatística apropriada.
Todas as informações foram detalhadas em uma tabela de critérios de
qualidade dos estudos.
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3.6 - Extração dos dados
Para cada estudo incluído, uma análise cuidadosa e uma leitura atenta
foi feita, com intenção da extração dos dados.
Um formulário específico para extração dos dados (anexo 4) foi
elaborado e submetido a um pré-teste com três estudos da mesma área, mas não
referentes a esta revisão. Durante o pré-teste não foi detectada nenhuma falha ou
ambiguidade no formulário, e o mesmo foi aprovado para uso na pesquisa
principal.
Os dados de cada estudo incluído foram extraídos independentemente por
dois revisores (ILD e ADS). O nome do primeiro autor e o ano de publicação foram
utilizados como identificador do estudo. Todos os dados foram extraídos
diretamente dos artigos publicados ou calculados a partir das informações
disponíveis. Não houve tentativa de contatar os autores sobre dados não
publicados. Todas as diferenças encontradas nas extrações foram discutidas em
conjunto e resolvidas através de consenso.
3.7 - Análise e apresentação dos dados
A análise foi feita com base na hipótese nula de que o uso de
quimioterapia em dose densa, em comparação com quimioterapia convencional,
não altera o prognóstico dos pacientes com carcinoma de mama localizado ou
locorregionalmente avançado, em nenhum dos desfechos clínicos avaliados. No
teste de hipóteses foi considerado um nível de significância α=0,05 para rejeição
da hipótese nula.
Os dados foram expressos em Hazard Ratio (HR) e Odds Ratio (OR),
usando um intervalo de confiança de 95% (IC95%).
14
A análise dos dados foi realizada no programa estatístico Review
Manager 5.0 (RevMan 5; Cochrane Collaboration Software).
3.8 - Metanálise
Metanálise é uma técnica estatística que permite a combinação de
resultados de vários estudos em um único sumário estatístico (Deeks e Altman,
2001). É um processo de dois estágios: primeiro um sumário estatístico é
calculado para cada estudo; depois é realizada uma média ponderada destes
resultados, que é o sumário do efeito final do tratamento (Deeks e Altman, 2001).
A metanálise pode ser realizada para vários tipos de dados, entre eles Risco
Relativo (RR), Diferença entre Riscos (DR), Odds Ratio (OR), Hazard Ratio (HR) e
médias.
3.8.1 - Metanálise de desfechos clínicos dicotômicos
A metanálise das variáveis dicotômicas – neste estudo, toxicidade –
pode ser realizada de acordo com diversos métodos e o resultado pode ser
expresso como RR ou OR (Curtin et al., 2002; Baker; Kramer, 2003; O’Rourke;
Altman, 2005). Na presente metanálise foi optado por expressar os resultados de
desfechos dicotômicos utilizando o logaritmo combinado do OR de Peto (efeito de
modelo fixo) juntamente com seu intervalo de confiança de 95%. Assim, um OR
menor que 1 favoreceu o grupo intervenção (Quimioterapia dose densa) enquanto
um OR maior que 1 favoreceu o grupo quimioterapia convencional (padrão).
15
3.8.2 - Metanálise dos desfechos clínicos quantitativos relativos ao tempo
para um desfecho clínico (sobrevida)
A metanálise das variáveis relativas ao tempo para um desfecho clínico
(análise de sobrevida) – nesta revisão, sobrevida global e sobrevida livre de
doença – deve ser feita utilizando-se preferencialmente o HR (Deeks; Altman,
2001; Green et al., 2001; Williamson et al., 2002; Smith et al., 2005).
Foi utilizado, para este tipo de dados o HR, com análise de efeitos
randômica. A metanálise do HR de i estudos é feita através da fórmula HR = exp
[∑(1 / Vari X ln(HRi)) / ∑ 1 / Vari], que combina o resultado do HR de cada estudo,
ponderado pelo inverso da variância.
Os hazard ratios (HRs) foram extraídos diretamente dos estudos
originais ou estimados indiretamente usando o número de eventos e o valor de P
correspondente para o log-rank, ou avaliando as curvas de sobrevida sugeridas
por Parmar - calculando-se o somatório do número de eventos observados, menos
o número de eventos esperados (O - E) e a variância de cada estudo a partir de
vários parâmetros diferentes (Parmar et al., 1998). Os cálculos foram realizados
usando a planilha eletrônica disponibilizada por Tierney (Tierney et al., 2007). As
curvas de sobrevida originais foram retiradas das publicações eletrônicas,
aumentadas e a extração dos dados baseada na leitura das coordenadas para
cada ponto de interesse a fim de diminuir erros. Desta forma, o cálculo do HR de
cada estudo pôde ser feito e consequentemente a metanálise também.
3.8.3 - Análise de heterogeneidade
Um problema comum e que pode invalidar os resultados de uma
metanálise é a possibilidade de heterogeneidade entre os estudos (Dersimonian;
Laird, 1986; Thompson, 1994; Hardy; Thompson, 1998; Stuck et al., 1998). Os
estudos podem ser diferentes do ponto de vista clínico, quando os pacientes ou as
16
intervenções são diferentes (Hardy; Thompson, 1998). Eles também podem ser
diferentes do ponto de vista estatístico, se os resultados dos estudos e seus
respectivos intervalos de confiança diferem entre si (Thompson, 1994; Hardy;
Thompson, 1994; Hardy; Thompson, 1998; Stuck et al., 1998).
Para avaliação de heterogeneidade são usadas análises estatísticas
formais, chamadas de testes de homogeneidade. Estes testes avaliam se a
variação observada nos resultados dos estudos é compatível com a variação
esperada pelo acaso somente. Os testes estatísticos mais utilizados são o qui-
quadrado (Dersimonian e Laird, 1986) e o método do Funnel Plot (Egger et al.,
1997). O programa estatístico utilizado para fazer a metanálise automaticamente
testa a homogeneidade dos resultados para todas as comparações, e exprime os
resultados do qui-quadrado e com I2 (Higgins; Green, 2005).
Caso seja detectada heterogeneidade entre os estudos (definido como
I2 > 50%) (Dersimonian e Laird, 1986), sem que haja explicação adequada por
diferenças clínicas, frequentemente considera-se inadequada a realização da
metanálise (Thompson, 1994; Hardy e Thompson, 1998; Stuck et al., 1998). Desta
maneira, quando é encontrada heterogeneidade na metanálise, deve-se explorar o
motivo pelo qual ela ocorreu (Thompson, 1994). Deve-se investigar as influências
de possíveis diferenças clínicas entre os estudos, mais do que apenas descartar
os resultados ou descrever o teste de heterogeneidade por si só (Thompson,
1994).
Várias estratégias podem ser utilizadas (Copas; Shi, 2000; Riley et al.,
2004), sendo a mais aceita a realização de análises sucessivas excluindo e
incluindo estudos de acordo com características clínicas específicas, buscando
uma explicação (Higgins e Green, 2005).
Quando foi encontrada heterogeneidade estatística, foi feita avaliação
de dados clínicos que pudessem explicar sua ocorrência, sendo a
heterogeneidade e os dados detalhados nos resultados.
17
Foram feitas ainda análises para testar a estabilidade dos resultados.
Do ponto de vista metodológico, foram realizadas análises de acordo com a
adequação da randomização, a presença do mascaramento da alocação, a
análise por intenção de tratamento e a fonte de financiamento.
18
4 - RESULTADOS
4.1 - Descrição dos estudos
A representação esquemática do resultado da busca de estudos
encontra-se na figura 1, seguindo estrutura recomendada pelo PRISMA statement
(Moher et al., 2009). Vários estudos foram excluídos devido a diferenças na
quantidade total de droga administrada nos braços dose-densa e convencional.
Um estudo foi excluído devido a não haver diferença na duração do tratamento
adjuvante. Um estudo testou dois tipos de regimes dose densa, sem um braço de
esquema convencional, o que impediu sua inclusão na revisão sistemática. Quatro
estudos satisfizeram os critérios de inclusão e foram incluídos na metanálise. Um
estudo restringiu- se a avaliar dados segurança, sendo incluído na análise de
toxicidade. Nenhum dos estudos escolhidos foi placebo-controlado, duplo-cego.
Detalhes metodológicos potencialmente relacionados a viés estão descritos na
tabela 2.
19
Figura 1 - Gráfico do fluxo da busca sistemática
3376 estudos potencialmente relevantes
encontrados em bases de dados eletrônicas
3339 estudos excluídos baseando- se em seus
resumos (não neo/ adjuvante, não DD, não
ECR, não câncer de mama)
33 estudos excluídos após busca do texto
completo
( não neo/ adjuvante, não DD, não ECR, não
câncer de mama)
4 estudos incluídos
(3 com dados de sobrevida)
20
Tabela 2 - Características metodológicas dos estudos incluídos
Autor Mdlcm Ano Random Alocação DR E A E B ITT M C Patrocinado
Baldini 2003 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim indefinido
Citron 2003 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Indefinido
Jones 2009 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Farmacêutico/
Acadêmico
Venturini 2005 Sim Indefinido Sim Sim Sim Sim Sim Acadêmico
Random: randomização DR: Descrição de razões da retirada do estudo; EA: Erro Alfa; EB: Erro
Beta; ITT: Análise por intenção de tratamento MC: Multicêntrico.
Um estudo usou a combinação de taxano e antraciclina. Nos três
outros, a quimioterapia foi baseada em antraciclina. Um estudo combinou
quimioterapia neoadjuvante e adjuvante para todos os pacientes e o tratamento
local poderia ser radioterapia ou cirurgia. Um outro estudo recrutou pacientes para
tratamento adjuvante ou neoadjuvante. Fator estimulante de colônia de
granulócitos (filgrastima, pegfilgrastima ou GCSF) foi preventivamente
administrado durante cada ciclo em todos os pacientes nos braços dose-densa.
Tamoxifeno adjuvante foi prescrito por 5 anos após quimioterapia para aqueles
pacientes portadores de receptores Hormonais positivos. Radioterapia foi prescrita
de acordo com diretrizes locais.
Em geral, pacientes recrutados nesses estudos tinham doença
localmente avançada. Uma descrição detalhada dos braços de tratamento e
características dos pacientes em todos os estudos incluídos é apresentada nas
tabelas 3 e 4
21
Tabela 3 - Esquemas de Quimioterapia utilizados
Estudo Esquema de Quimioterapia Utilizados
Baldini 2003 FEC 60 por 4 ciclosà TLà FEC 60à CMFà FEC60à CMFà FEC60à CMF
(GCSF no braço dose densa)
Citron 2003 A adjuvante por 4 ciclosà C por 4 ciclosà T por 4 ciclos OU AC por 4 ciclosà
T por 4 ciclos ( GCSF no braço dose densa)
Jones 2009 AC neo ou adjuvante por 4 ciclos ou EC adjuvante por 4 ciclos (GCSF no
braço dose densa)
Venturini 2005 FEC 50 adjuvante por 6 ciclos ( GCSF no braço dose densa)
FEC 60: Ciclofosfamida 600mg/m2, epirrubicina 60mg/m2, 5- fluorouracil 600mg/m2, intravenoso D1; CMF, ciclofosfamida 600mg/m2, metotrexato 40mg/m2, 5- fluorouracil 600mg/m2 Intravenoso, D1. EC: Epirrubicina 90mg/m2, ciclofosfamida 600 mg/m2, Intravenoso D1; AC doxorrubicina 60 mg/m2, ciclofosfamida 600mg/m2 intravenoso D1; paclitaxel 175 mg/m2, intravenoso D1; A doxorrubicina 60mg/m2 intravenoso D1; Ciclofosfamida 600mg/m2 intravenoso D1; FEC50, 5- fluorouracil 600mg/m2, epirrubicina 60 mg/m2 e ciclofosfamida 600mg/m2 intravenoso D1.
Tabela 4 - Descrição dos estudos
Estudo N RH+ LN+ Seguimento Duração
Ciclo DD
Duração
Ciclo Conv.
Dose total
Antraciclina
Baldini 2003
150 > 41% 100% 60 meses 14 dias 21 dias 280/ mg/m2
Citron 2003 1992 65% 100% 69 meses 14 dias 21 dias 240 mg/m2
Jones 2009 126 70% 13.5% 23 meses 14 dias 21 dias 240 mg/ m2
Venturini
2005
1214 > 51% 36% 125 meses 14 dias 21 dias 200 mg/ m2
N: Número de pacientes recrutados em cada braço do estudo, DD: Dose densa. * Números são inexatos devido a ausência de publicação do percentual de receptores estrogênio/ progesterona positivos. **Dose cumulativa de Antraciclina equivalente a mg/m2 de doxorrubicina ( 1mg/m2 doxorrubicina= 1.5 mg/m2 epirrubicina).
22
4.2 - Sobrevida livre de doença
Dados de sobrevida livre de doença puderam ser extraídos direta ou
indiretamente de três estudos, contabilizando 3356 pacientes. Um estudo possuía
uma atualização com tempo de seguimento mais longo, que foi incluída na
análise. Dois estudos possuíam resultados estatisticamente significativos.
Quimioterapia em dose densa trouxe um ganho significativo em
sobrevida livre de doença (HR 0,83; 95% IC 0,73- 0,95; p= 0,005). Não houve
evidência de heterogeneidade entre os estudos, (p=0,77); i2= 0%) nem vieses de
publicação foram identificados por análise de funnel plot. Uma análise de robustez
demonstrou que sobrevida livre de densa foi significativamente melhorada, mesmo
quando a metanálise foi restrita a estudos baseados em antraciclina. A figura 2
mostra a análise agrupada do Hazard Ratio (HR) para os três estudos.
Análises de acordo com o status de receptor hormonal (receptor de
estrogênio ou progesterona positivo versus ambos os receptores negativos) foi
exequível com dados extraídos de dois estudos. Quimioterapia em dose densa
apresentou impacto positivo na sobrevida livre de doença em pacientes que
apresentavam negatividade aos receptores hormonais (HR= 0,76; 95%IC 0,62-
0,93; p= 0,009; i2= 0%) ao passo que não foi identificado benefício em pacientes
portadores de receptores hormonais positivos (HR= 0,91; 95% IC 0,75- 1,11; p=
0,35; i2= 0%), conforme demonstrado na figura 4. Entretanto, não houve sinal de
interação entre o benefício de dose densa e o status hormonal (Teste de
interação, p= 0,21).
23
Figura 2 - Meta - Análise de sobrevida livre de doença: Dose densa versus esquema
convencional.
Figura 3 - Metanálise de sobrevida Livre de doença de acordo com status do receptor
hormonal.
4.3 - Sobrevida global
Três estudos proporcionaram dados para metanálise de sobrevida
global. Apenas um estudo apresentou resultado com diferença estatisticamente
significativa. Entretanto, este ganho não se manteve em atualização posterior do
24
estudo. Os dados reportados na atualização foram incluídos na presente análise.
Portanto, nenhum estudo possuía resultados positivos maduros. Reunindo estes
estudos, quimioterapia em dose densa não se mostrou capaz de proporcionar
ganhos em sobrevida global (HR 0,86; 95% IC 0,73- 1,01; p= 0,06; i2= 0%),
conforme demonstramos na Figura 5.
Análises de acordo com a expressão de receptores hormonais foi
realizada reunindo dois estudos, Figura 6. Quimioterapia em dose densa
apresentou impacto positivo em sobrevida global em pacientes portadores de
tumores receptor hormonal negativo (HR= 0,78; 95% IC 0,62- 0,99; p= 0,04; i2=
0%, ao passo que não identificamos benefícios em pacientes portadores de
receptor hormonal positivo (HR = 0,94; 95% IC 0,74- 1,21; p= 0,064; i2= 0%),
entretanto, não houve sinais de interação entre o benefício de dose densa e status
do receptor hormonal (teste de interação p= 0,28).
Figura 4 - Metanálise da sobrevida Global: Dose densa x esquema convencional.
25
Figura 5 - Metanálise de sobrevida global de acordo com status do receptor hormonal.
4.4 - Toxicidade
Quatro estudos avaliaram dados de segurança, e análise de toxicidade
graus 3 e 4 foi realizável. Toxicidade grau 5 e dados de leucemia/ mielodisplasia
também foram avaliados e reunidos. O uso pré-definido de GCSF nos braços dose
densa aparentemente protegeram os pacientes de neutropenia graus 3 e 4. A
tabela 4 demonstra a toxicidade encontrada nos estudos.
26
Tabela 5 - Analise de toxicidade
Toxicidade
Graus 3 e 4
N OR (95% IC) P- Value NND
Anemia 3418 4,18[1,79- 9,48] <0,001 81
Trombocitopenia 3418 1,77[0,67- 4,65] 0,25 NA
Neutropenia 2234 0,13[0,10-0,17] <0,001 -4
Neutropenia Febril 3418 0,50[0,17-1,46] 0,20 NA
Infecção 3272 0,78[0,58-1,17] 0,24 NA
Morte 3418 0,40[0,08-2,07] 0,73 NA
Toxicidade
cardíaca
1310 0,50[0,05-5,54] 0,58 NA
Diarréia 3272 0,65[0,33-1,30] 0,23 NA
Náusea/Vômitos 3418 1,04[0,82-1,32] 0,73 NA
Mucosite 3418 3,07[1,49- 6,32] 0,002 85
Leucemia/
Mielodisplasia
3272 1,00[0,35-2,85] 1 NA
N, número de pacientes incluídos na análise; OR, odds ratio, 95% IC, intervalo de confiança; NND,
número necessário para dano, NA, não aplicável. NND positivo favorece braço controle, enquanto
o negativo favorece o grupo experimental.
27
5 - DISCUSSÃO
A fim de realizar a presente metanálise, foi adotada uma definição
conservadora acerca dos regimes de dose densa, os quais foram
consideravelmente restritivos nos critérios de inclusão. Ao contrário do que possa
parecer o rigor na seleção de estudos não pode ser considerada uma fraqueza do
nosso estudo. Ao contrário, acreditamos tratar-se da abordagem mais apropriada
na análise de densificação de dose, evitando fatores confundidores, tais como a
inclusão de diferentes drogas ou doses cumulativas mais altas no braço
experimental.
A presente metanálise reúne dados de mais de 3000 pacientes
portadores de CML, recrutados previamente em quatro estudos clínicos. A
duração do seguimento dos estudos com os dados de sobrevida global e
sobrevida livre de doença foi longa o suficiente para permitir uma avaliação
adequada do tratamento adjuvante em CML. Os pacientes recrutados nesses
estudos podem realmente ser considerados candidatos a terapia adjuvante
agressiva (65% tiveram linfonodos positivos, 40% eram negativos para expressão
de receptores hormonais) Os regimes de quimioterapia utilizados foram baseados
em antraciclina em todos os estudos, e a combinação antraciclina-taxano em um
deles.
É questionável se os regimes de quimioterapia utilizados nos estudos
incluídos ainda hoje seriam considerados o estado da arte devido a relativa baixa
dose acumulada de antraciclina, uso reduzido de taxanos ou mesmo sua forma de
aplicação. Entretanto, o principal objetivo da presente metanálise é avaliar o papel
da densificação de dose em quimioterapia, e não identificar propriamente qual o
melhor esquema de quimioterapia a ser utilizado.
Os principais achados da nossa metanálise foram que quimioterapia em
dose densa pode aumentar a sobrevida livre de doença, porém, sem impacto
28
significativo em sobrevida global. Quimioterapia em dose densa levou a um
impacto positivo em sobrevida livre de doença, com incontestável significância
estatística. Todos os pacientes, independente dos status do receptor hormonal,
pareceram apresentar benefícios similares com quimioterapia em dose densa,
conforme mostrado pelo teste de interação (status de receptor hormonal, teste de
interação, p=0,21).
Os resultados de sobrevida global foram menos impressionantes, e, de
algum modo confundidores, já que a metanálise não conseguiu identificar qualquer
benefício. Quando analisados de acordo com o status do receptor hormonal,
pacientes portadores de tumores receptor hormonal negativo, aparentaram
beneficiar- se de quimioterapia em dose densa, enquanto aqueles com receptor
hormonal positivo não se beneficiaram. Entretanto, devemos ser extremamente
cuidadosos quando interpretamos análise de subgrupo. Essa aparente diferença
pode ser ilusória, devido a falta de interação entre status de receptor hormonal e
eficácia de dose densa (teste de interação p= 0,28).
Resultados de toxicidade foram consistentes com o perfil esperado para
as drogas. Anemia e mucosite foram discretamente mais comuns em paciente que
receberam o esquema de quimioterapia em dose densa. O uso profilático de
fatores estimulantes de colônia de granulócitos pode ser responsável pela relativa
baixa incidência de neutropenia graus 3 e 4 em pacientes que receberam
quimioterapia em dose densa. Importante frisar que a quimioterapia em dose
densa não aumentou cardiotoxicidade ou o poder carcinogênico das antraciclinas.
De maneira geral, o perfil de segurança pareceu ser satisfatório. Questões
relacionadas a segurança dos GCSF não puderam ser avaliadas em virtude da
falta de dados nos estudos incluídos.
Outro efeito relevante da quimioterapia em dose densa seria a
hipotética maior indução a supressão ovariana em mulheres pré menopausa. A
amenorreia induzida por quimioterapia em dose densa, mais prolongada, ou mais
29
frequente, poderia em tese melhorar o prognóstico de pacientes portadores de
tumores altamente endócrino-sensíveis. Portanto, o regime experimental deveria
ter uma atividade antineoplásica mais intensa, não apenas por sua ação direta
sobre células malignas, mas também devido a sua ação de redução dos níveis
hormonais. Essa teoria é realmente muito provocadora; entretanto, não há
nenhum dados nos estudos incluídos que permitam uma análise precisa sobre
este assunto em específico.
O presente estudo possui as típicas limitações da metodologia de
metanálise com dados agregados. Nossos achados e interpretações foram
limitados pela quantidade e qualidade dos dados disponíveis ao realizar uma meta
análise baseada na literatura. Outras limitações do nosso trabalho foram a
incapacidade de rechecar os procedimentos de randomização ou alocação, falta
de acesso a dados individuais de pacientes e a indisponibilidade de dados
atualizados com que pudéssemos lidar. Outra fonte de viés é a possível existência
de estudos não publicados, que poderiam se dever a potenciais vieses de
publicação, favorecendo a inclusão apenas de estudos positivos. Entretanto, não
identificamos a presença de tais vieses, ao utilizar métodos estatísticos
concebidos para esse tipo de propósito.
A ausência de dados nos primeiros estudos dificultaram avaliações
mais detalhadas, como os resultados de quimioterapia em dose densa em
tumores HER2 positivos, ou naqueles com alto índice de proliferação. Além disso,
a definição de tumores receptor hormonal positivo não pôde ser confirmada ou
rechecada, algo que, ultimamente, mostrou ser algo de importância relevante.
Idealmente, uma avaliação histológica e molecular mais precisa dos espécimes
tumorais poderiam segregar os grupos de pacientes com benefício esperado com
quimioterapia (tumores luminal B, Her2 positivos, triplos negativos com alto índice
proliferativo) daqueles altamente endócrino-sensíveis (luminal A), onde se espera,
pouco, ou nenhum, benefício de quimioterapia. Esta análise é mais profunda e
clinicamente relevante que a simplista dicotomia expressão hormonal
30
estrogênio/progesterona positivo/negativo. Considerando que os resultados de
sobrevida global aproximaram- se da significância estatística (p=0,06), poder- se-
ia especular que a presente metanálise não tenha poder de identificar um
pequeno, porém clinicamente relevante, benefício em sobrevida global. Portanto,
destacamos que os presentes resultados em sobrevida global não devam ser
vistos como definitivos em função do pequeno número de estudos atualmente
disponíveis. Análises de dados individuais segregando pacientes de acordo com
características moleculares e histológicas tumorais, certamente teriam mais poder
em confirmar ou refutar os achados e, posteriormente, avaliar o papel dos
aspectos biológicos do tumor na eficácia de dose densa.
Outra metanálise recente, desenvolvida por Bonilla e colaboradores foi
direcionada para os aspectos do impacto da quimioterapia em dose densa em
CML. Nesse estudo em questão, foram utilizadas duas definições de estudos com
regimes em dose densa. Uma dessas definições, idêntica a que utilizamos,
denominou os estudos de “estudos conservadores”. Foram incluídos os mesmos
estudos que incluímos. Entretanto, diferente do que encontramos, foi encontrado
um impacto estatisticamente significativo em sobrevida global. Além disso, o
estudo concluiu que pacientes portadores de tumores receptor hormonal positivo
não se beneficiariam de quimioterapia em dose densa, enquanto que portadores
de tumores receptor hormonal negativo se beneficiariam. Não há diferenças nos
instrumentos estatísticos que justifiquem essas discrepâncias.
Uma explicação razoável para tais divergências pode ser o uso de
dados preliminares (com seguimento mediano de 36 meses) do estudo de Citron.
No estudo de Bonilla, a atualização posterior de Citron, publicada em 2005, não foi
incluída. Utilizar os dados prematuros pode eventualmente levar achados na
publicação de Bonilla. Devido ao aspecto crônico do câncer de mama, entretanto,
seguimentos mais longos são críticos, para corretamente avaliar o impacto da
terapia adjuvante.
31
Outro aspecto preocupante é a afirmação que há diferentes efeitos na
terapia em dose densa de acordo com o status do receptor hormonal. Nós
calculamos os testes de interação entre o status de receptor hormonal e o tipo de
quimioterapia aplicada (Dose densa versus convencional), e os resultados foram
discordantes daqueles encontrados por Bonilla e colaboradores. Análises de
subgrupos podem ser bastante enganosas, se não for dada especial atenção a
interação entre os subgrupos. Portanto, acreditamos que nossos cálculos - que
utilizaram seguimentos mais prolongados e análise de subgrupo adequada - são
mais confiáveis e, portanto, mais relevantes a prática clínica.
32
6 - CONCLUSÃO
Em resumo, quimioterapia em dose densa pode realmente melhorar a
sobrevida livre de doença. A proximidade dos dados de sobrevida global da
significância estatística traz a tona a necessidade de mais estudos randomizados
com melhor uso das drogas disponíveis, bem como melhor seleção de pacientes,
ou uma abrangente reanálise histológica e molecular dos dados de estudos
randomizados já conduzidos. Estudos futuros devem também direcionar a análise
para o papel do status do receptor hormonal em quimioterapia em dose densa,
quando se avalia eficácia. Levando em conta o real aumento de sobrevida livre de
doença e o aceitável perfil de segurança, quimioterapia em dose densa pode ser
considerada uma abordagem padrão no tratamento adjuvante em câncer de
mama localizado.
33
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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41
8 - ANEXOS
ANEXO 1 - Definição de RCT e CCT da National Library National Library of Medicine Definitions Publication type terms: RANDOMIZED
CONTROLLED TRIAL and CONTROLLED CLINICAL TRIAL.(www.nlm.org)
MH Randomized Controlled Trial publication type: for reports of randomized controlled trials
publication type only; to designate a type of clinical trial in which two or
more groups are chosen at random, one receiving the service, the other
not; for randomized controlled trials as a subject or of value as research,
index under RANDOMIZED CONTROLLED TRIALS (MH); do not confuse
with Publication type CONTROLLED CLINICAL TRIAL; do not interpret
trial design: use term of author; if in doubt, read MeSH definitions; coord
IM or NIM any other epidemiol or statist method of design present; Manual
17.36+, 26.26.3
A clinical trial that involves at least one test treatment and one control
treatment, concurrent enrollment and follow-up of the test- and control-
treated groups, and in which the treatments to be administered are
selected by a random process, such as the use of a random numbers
table. Treatment allocations using coin flips, odd-even numbers, patient
social security numbers, days of the week, medical record numbers, or
other such pseudo- or quasi-random processes, are not truly randomized
and a trial employing any of these techniques for patient assignment is
designated simply a CONTROLLED CLINICAL TRIAL.
search policy: Online Manual; iuse: main heading AND RANDOMIZED
CONTROLLED TRIAL (PT)
42
MH Controlled Clinical Trial publication type: for reports of controlled clinical trials
publication type only; to designate a type of clinical trial of drugs, devises,
procedures for diag, ther or prev eff under a tightly designed protocol; for
controlled clin trials as a subject, index under CONTROLLED CLINICAL
TRIALS (MH); do not confuse with Publication Type RANDOMIZED
CONTROLLED TRIAL; do not interpret trial design: use term of author; if
in doubt, read MeSH definitions; Manual 17.11+
A clinical trial involving one or more test treatments, at least one control
treatment, specified outcome measures for evaluating the studied
intervention, and a bias-free method of assigning patients to the test
treatment. The treatment may be drugs, devices, or procedures studied for
diagnostic, therapeutic, or prophylactic effectiveness. Control measures
include placebos, active medicine, no-treatment, dosage forms and
regimens, historical comparisons, etc. When randomization using
mathematical techniques, such as the use of a random numbers table, is
employed to assign patients to test or control treatments, the trial is
characterized as a RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL. However, trials
employing treatment allocation methods such as coin flips, odd-even
numbers, patient social security numbers, days of the week, medical
record numbers, or other such pseudo- or quasi-random processes are
simply designated as controlled clinical trials.
search policy: Online Manual; iuse: main heading AND CONTROLLED
CLINICAL TRIAL (PT)
43
ANEXO 2: Estratégia de pesquisa a ser usada na base de dados LILACS
#1. Pt ensaio controlado aleatório
#2. Pt ensaio clinico controlado
#3. Mh ensaios controlados aleatórios
#4. Mh distribuicao aleatória
#5. Mh metodo duplo-cego
#6. Mh metodo simples-cego
#7. #1 OR #2 OR #3 OR #4 OR #5 OR #6
#8. Ct animal AND NOT (Ct humano AND Ct animal)
#9. #7 AND NOT #8
#10. Pt ensaio clinic
#11. Ex E05.318.760.535$
#12. Tw clin$ AND (Tw trial$ OR Tw ensa$ OR Tw estud$ OR Tw experim$ OR
Tw investiga$)
#13. Tw singl$ OR Tw simple$ OR Tw doubl$ OR Tw doble$ OR Tw duplo$ OR
Tw trebl$ OR Tw trip$
#14. Tw blind$ OR Tw cego$ OR Tw ciego$ OR Tw mask$ OR Tw mascar$
#15. AND #14
#16. Mh placebos
#17. Tw placebo$
#18. Tw random$ OR Tw randon$ OR Tw casual$ OR Tw acaso$ OR Tw azar
OR Tw aleator$
#19. Mh projetos de pesquisa
#20. #10 OR #11 OR #12 OR #15 OR #16 OR #17 OR #18 OR #19
#21. Ct animal AND NOT (Ct humano AND Ct animal)
#22. #20 AND NOT #21
#23. #22 AND NOT #9
#24. Ct estudo comparative
44
#25. Ex E05.337$
#26. Mh seguimentos
#27. Mh estudos prospectivos
#28. Tw control$ OR Tw prospectiv$ OR Tw volunt$ OR Tw volunteer$
#29. #24 OR #25 OR #26 OR #27 OR #28
#30. Ct animal AND NOT (Ct humano AND Ct animal)
#31. #29 AND NOT #30
#32. #31 AND NOT (#9 OR #23)
#33. #9 OR #23 OR #32
#34. Tw mammar
#35. Tw carcinoma
#36. Tw cancer
#37. Tw neoplasia
#38. #35 or #36 or #37
#39. #33 and #34 and #38
45
ANEXO 3 - Estratégia de pesquisa a ser usada nas bases de dados
MEDLINE® , EMBASE® e CENTRAL®
#1 RANDOMIZED-CLINICAL-TRIAL in PT
#2 CONTROLLED-CLINICAL-TRIAL in PT
#3 RANDOMIZED-CONTROLLED-TRIALS
#4 RANDOM-ALLOCATION
#5 DOUBLE-BLIND-METHOD
#6 SINGLE-BLIND-METHOD
#7 #1 or #2 or #3 or #4 or #5 or #6
#8 TG=ANIMAL not (TG=HUMAN and TG=ANIMAL)
#9 #7 not #8
#10 CLINICAL-TRIAL in PT
#11 explode CLINICAL-TRIALS
#12 (clin* near trial*) in TI
#13 (clin* near trial*) in AB
#14 (singl* or doubl* or trebl* or tripl*) near (blind* or mask*)
#15 (#14 in TI) or (#14 in AB)
#16 PLACEBOS
#17 placebo* in TI
#18 placebo* in AB
#19 random* in TI
#20 random* in AB
#21 RESEARCH-DESIGN
#22 #10 or #11 or #12 or #13or #15 or #16 or #17 or #18 or #19 or #20 or #21
#23 TG=ANIMAL not (TG=HUMAN and TG=ANIMAL)
#24 #22 not #23
#25 #24 not #9
#26 TG=COMPARATIVE-STUDY
#27 explode EVALUATION-STUDIES
46
#28 FOLLOW-UP-STUDIES
#29 PROSPECTIVE-STUDIES
#30 control*or prospectiv* or volunteer*
#31 (#30 in TI) or (#30 in AB)
#32 #26 or #27 or #28 or #29 or #31
#33 TG=ANIMAL not (TG=HUMAN and TG=ANIMAL)
#34 #32 not #33
#35 #34 not (#9 or #25)
#36 #9 or #25 or #35
#37 TW Kidney
#38 TW Renal
#39 #37 or #38
#40 TW Cancer
#41 TW Neoplasms
#42 TW Carcinoma#40 or #41 or #42
#43 Mh explode mamar Neoplasms
#44 #36 and #39 and #43 and #44
47
ANEXO 4 - Formulário de extração de dados
Autor: ______________________________________________
Ano publicação: ________________________
Título do artigo (referência):
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________
Método de Randomização: ( ) Adequado ( ) Inadequado ( ) Não claro
Allocation Concealment: ( ) Adequado ( ) Inadequado ( ) Não claro
Mascaramento dos avaliadores: ( ) Sim ( )Não
Cegamento dos pacientes: ( ) Sim ( )Não
Cegamento dos pesquisadores: ( ) Sim ( )Não
Descrição de saídas e “drop-outs”: ( ) Sim ( )Não
Erro-Alpha pré-determinado: ( ) Sim ( )Não
Erro-Beta pré-determinado: ( ) Sim ( )Não
Análise por intenção de tratamento: ( ) Sim ( )Não
Estudo multicentrico: ( ) Sim ( )Não
Patrocínio: ( ) Somente público ( )Somente indústria farmacêutica
( ) Ambos ( ) Não claro
48
Detalhes dos pacientes: Incluiu Ca inflamatório: ( ) sim ( ) não
Incluiu ca bilateral: ( ) sim ( ) não
Linfonodo positivo ( ) sim ( ) não
Mais de 10 LN positivos ( ) sim ( )não
LN supraclavicular ( ) sim ( ) não
Cirurgia conservadora ( ) sim ( ) não
Radioterapia no plastrão ( ) sim ( ) não
Hormonioterapia sequencial ( ) sim ( ) não
Incluiu taxano ( ) sim ( ) não
49
Detalhes da Intervenção:
Braço controle DCONV
Drogas:
__________________________________
Doses:
__________________________________
Intervalos:
__________________________________
Numero de ciclos:
___________________________________
Braço experimental DD
Drogas:
__________________________________
Doses:
__________________________________
Intervalos:
__________________________________
Numero de ciclos:
___________________________________
50
Resultados Número de pacientes randomizados:
controle ________ tratados_______
Número de “drop-outs”
controle ________ tratados_______
Resultados:
a) Sobrevida Global (SG)
NDCONV NDD HR Lower CI Upper CI CI level
O-E Variance p-value
b) Sobrevida livre de doença (SLD):
NDCONV NDD HR Lower CI Upper CI CI level
O-E Variance p-value
51
Efeitos adversos:
c) Efeitos tóxicos não-hematológicos (número de pacientes que
experimentaram pelo menos um episódio >= grau III)
NCONV
enrolled
NCONV
analyzed
Eventscontrol
e NDD
enrolled
NDD
analyzed
EventsDD
d) Mortalidade relacionada ao tratamento:
NDCONV
enrolled
NCONV
analyzed
EventsDCONV NDD
enrolled
NDD
analyzed
EventsDD
e) Efeitos tóxicos hematológicos (número de pacientes que experimentaram
pelo menos um episódio >= grau III)
NDCONV
enrolled
NCONV
analyzed
EventsDCONV NDD
enrolled
NDD
analyzed
EventsDD